O mínimo sobre Ideologia de Gênero [1 ed.]
 9786585033244

Table of contents :
Introdução
O que é ideologia de gênero?
Deixem as crianças em paz
Biologia vs. Ideologia
Arrependidos e invisíveis
Considerações Finais
Bibliografia
Notas de Rodapé

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O mínimo sobre ideologia de gênero Paula Marisa 1ª edição — outubro de 2023 — CEDET Copyright © Paula Marisa 2023

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Revisão de provas: Flávia Regina eodoro Tamara Fraislebem Victor Helder Corrêa Figueiredo Conselho editorial: Adelice Godoy César Kyn d’Ávila Silvio Grimaldo de Camargo FICHA CATALOGRÁFICA Marisa, Paula. O mínimo sobre ideologia de gênero / Paula Marisa Campinas, SP: O Mínimo, 2023. isbn 978-65-85033-24-4 1. Grupos sociais: homem e mulher 2. Distúrbios sexuais e homossexualidade I. Título II. Autor cdd — 305.3/ 616.8583 ÍNDICES PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO: 1. Homem e mulher — 305.3 2. Distúrbios sexuais e homossexualidade – 616.8583 www.ominimoeditora.com.br Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por qualquer meio ou forma, seja ela eletrônica, mecânica, fotocópia, gravação ou qualquer outro meio de reprodução, sem permissão expressa do editor.

Sumário I O      D     B . I A   C F B N  R

vez que o debate sobre a ideologia de gênero vem à T oda tona, eu me lembro da cena de um lme muito famoso nos anos 90 que, em português, chama-se Um tira no jardim de

infância.1 Nele, Arnold Schwarzenegger faz o papel de um tira que se passa por um professor, e como ele precisa descobrir qual das crianças é a que ele precisa encontrar, começa a investigar a pro ssão de seus pais; um dos meninos é lho de um ginecologista e solta a famosa frase “Meninos têm pênis, meninas têm vagina”. A constatação de algo tão simples e evidente provocou apenas risadas na turma e nos telespectadores; ninguém se sentiu ofendido, não houve reações de revolta, protestos de justiceiros sociais ou boicote de patrocinadores. Infelizmente, no mundo em que vivemos hoje, uma a rmação como essa pode causar um verdadeiro frenesi em certos meios, incluindo o meio acadêmico, que deveria ser pautado pela ciência. Há, aliás, quem diga que tal a rmação é transfóbica! Volta e meia, deparamo-nos com artigos explicando como homens podem dar à luz e discorrendo sobre o quanto os ginecologistas estão despreparados para lidar com a gravidez masculina. Fico imaginando uma pessoa do século passado lendo esse tipo de coisa; provavelmente pensaria se tratar de uma piada. Em 2017, a Folha de São Paulo divulgou um artigo intitulado “Há meninas com pênis e meninos com vagina”,2 explicando uma campanha publicitária que promovia a agenda de gênero na Espanha. A campanha xou, em ônibus e estações, cartazes com uma ilustração de quatro crianças nuas correndo de mãos dadas. A mensagem que se podia ler nas peças de propaganda era esta: “Há meninas com pênis e meninos com vagina. É

simples assim. A maioria deles sofre diariamente, porque a sociedade não conhece essa realidade”. A biologia não abre espaço para dúvidas: homens têm pênis e mulheres têm vagina. Segundo a ciência, é impossível um homem engravidar, pois homens não têm útero. Desde sempre, o órgão reprodutor masculino é composto de pênis e testículos, enquanto o órgão reprodutor feminino é composto de vagina e útero. E como nossa sociedade chegou ao ponto de negar uma realidade tão evidente como essa? Para entender essa subversão da identidade, é preciso voltar um pouco no tempo, para analisar a evolução das ideias que embasam a ideologia de gênero. O marxismo tem como ponto central a luta de classes — de um lado, temos os oprimidos, do outro lado, os opressores — e, inicialmente, essa corrente ideológica pregava que a classe operária era oprimida pela burguesia. Em 1884, Friderich Engels lançou um livro chamado A origem da família, da propriedade privada e do Estado, que foi baseado em notas deixadas por Karl Marx; nessa obra, vemos a tese de que todas as opressões da sociedade capitalista iniciam com o domínio do homem sobre a mulher, e é dessa relação de poder que derivam o direito de propriedade e a estrutura familiar da civilização ocidental. A partir dessa “descoberta”, nasceu o movimento feminista, uma corrente que, supostamente, serviria para defender os direitos das mulheres. Não entrarei em pormenores sobre a deturpação de conceitos que ocorre no movimento feminista, pois esse não é o objetivo

deste livro, apenas narrarei brevemente a sua linha histórica, desde o ponto da “luta pelo direito das mulheres” até o ponto “ninguém nasce mulher”. A primeira onda do movimento feminista teve início em 1948, com a Seneca Falls Convention, uma convenção dos direitos da mulher que aconteceu em Seneca Falls, no estado de Nova York, e essa primeira fase foi marcada pelo movimento sufragista — um grupo de mulheres que reivindicava o direito ao voto, à propriedade e ao trabalho. A década de 60, também conhecida como “anos rebeldes”, foi o período em que surgiu a segunda onda do movimento feminista. A nova etapa foi marcada, principalmente, pela revolução sexual, e a luta passou a ser para que as mulheres tivessem direito a uma vida sexual desregrada. Foi nessa época que surgiram as pílulas anticoncepcionais; embora já houvesse métodos contraceptivos, nenhum deles tinha uma e cácia tão grande quanto elas. Esse advento foi o que permitiu às mulheres um controle maior da gravidez e, portanto, uma vida sexual totalmente promíscua. Não por acaso, foi na segunda onda do movimento feminista que a pauta da legalização do aborto ganhou força. A “lógica” é a seguinte: a única coisa que separa mulheres de homens é o fato de que mulheres engravidam, logo, para que todos sejam iguais, basta que as mulheres evitem a gravidez tomando pílula ou, caso engravidem, façam um aborto e sigam com suas vidas como se nada tivesse acontecido. A famosa frase “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”3 é da escritora francesa Simone de Beauvoir e foi escrita em seu

famoso livro O segundo sexo, publicado pela primeira vez em 1949. A autora pertence à segunda onda feminista, porém essa é a semente das ideias defendidas pelo que conhecemos por terceira onda do movimento feminista. Na segunda onda, o movimento foi marcado por pregar que as pessoas desempenhassem papéis socialmente construídos. Fortemente in uenciadas pela loso a pós-moderna, que parte do princípio da negação da verdade objetiva e considera o mundo sob o prisma do ponto de vista individual e subjetivo, as autoras feministas começaram a tratar o ser humano como uma tábula rasa que desempenha papéis impostos pela sociedade capitalista, e foi aí que surgiu o feminismo interseccional — uma nova abordagem que trata a suposta opressão da sociedade levando em consideração diversos recortes, como raça, classe social, origem, identidade e expressão de gênero. A obra mais relevante dentro dessa etapa é Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade (2019) cuja autora é Judith Butler.

O      As militantes feministas aprenderam a partir de suas derrotas. Quando elas não puderam vender sua ideologia radical para as mulheres em geral, elas lhe deram uma nova roupagem. — Dale O’Leary “ideologia de gênero” é tida como pejorativa pelos A expressão acadêmicos que realizam os estudos de gênero, uma vez que veem

a heterossexualidade como algo imposto pela sociedade e acreditam que o sexo biológico pode ser inteiramente dissociado dos papéis sexuais e sociais representados pelos indivíduos. A m de que você possa compreender exatamente o que é a ideologia de gênero, voltarei aos anos 80, quando surgiu, no meio acadêmico, a “Teoria Queer”, bem como explicarei os conceitos de teoria e ideologia. Teoria vem do grego theoria, ação de contemplar, examinar; conjunto de princípios fundamentais de uma arte ou ciência. Já a ideologia vem do grego ideo + logia, conjunto articulado de ideias, valores, opiniões e crenças que expressam e reforçam as relações que conferem unidade a determinado grupo social (classe, partido político, seita religiosa, entre outros), seja qual for o grau de consciência que seus membros possuam acerca disso. Acredito que o termo “ideologia” seja mais adequado para fazer referência ao conjunto de ideias defendido pelos estudiosos e ativistas da causa identitária, pois, como veremos nos próximos capítulos, a observação da realidade, muitas vezes, é colocada de lado quando não corrobora o que está no papel.

A“Teoria Queer” surgiu em meados dos anos 80 nos Estados Unidos, a partir das áreas de estudos gays, lésbicos e feministas. Segundo os estudiosos da área, o termo “queer” pode ser traduzido para o português como “estranho” e foi escolhido justamente para ressigni car uma palavra que era usada de forma pejorativa para insultar os homossexuais. Como a rmou Judith Butler, “Queer adquire todo o seu poder precisamente através da invocação reiterada que o relaciona com acusações, patologias e insultos”.4 Profundamente in uenciada pela crise da AIDS nos anos 80, a Teoria Queer surgiu para trazer ao debate público as questões sociais e políticas que envolvem os direitos dos gays. Até então, a homossexualidade era algo que as pessoas faziam e não o que elas eram. Essa “teoria” defende que os seres humanos nascem como tábulas rasas e que os papéis sociais e sexuais são construídos, portanto, não têm, necessariamente, relação com o sexo biológico. Segundo ela, a heteronormatividade é imposta para que se perpetuem as relações de poder presentes na sociedade capitalista, dessa forma, faz-se necessário descontruir (ou destruir) a heteronormatividade para se ter uma sociedade livre de preconceitos e opressões. A relativização do normal é um ponto central para os defensores da agenda queer; para eles, a sociedade somente terá mais justiça quando todos nós estivermos libertos das expectativas contidas nas normas. Frente a isso, neste ponto, convido o meu caro leitor a uma pequena re exão. Algumas pessoas confundem o sentido das palavras “normal” e “comum”; aliás, atualmente, parece que é um grande pecado dizer que alguém ou algo não é normal. “Normal” vem de norma e indica um padrão a ser seguido ou almejado em determinado assunto, enquanto comum é algo que acontece de forma corriqueira/recorrente. A homossexualidade sempre foi comum na história da humanidade, mas considerá-la uma

norma a ser seguida certamente acarretará uma diminuição na taxa de fertilidade da nossa sociedade, e a quem interessaria uma diminuição populacional? O termo “heteronormatividade” foi criado em 1991 por Michael Warner e, em suas próprias palavras, designa “instituições, estruturas de pensamento e orientações práticas que não apenas fazem ver a heterossexualidade como algo coerente — ou melhor, organizada como sexualidade — mas também privilegiada ou correta”.5

A base da Teoria Queer é justamente a luta para desconstruir a tal heteronormatividade, e sempre que me deparo com a palavra “descontruir”, faço a sua substituição pela palavra “destruir”, para compreender melhor o que está sendo realmente defendido, e isso sempre funcionou, pelo menos para mim. Trocando em miúdos, o objetivo é destruir a norma/padrão do casamento/relacionamento heterossexual, porque isso ofende um pequeno número de pessoas. E quais seriam as consequências disso? Segundo os especialistas, uma sociedade mais livre e feliz, pelo menos em teoria. O termo “gênero” passou a ganhar o sentido que conhecemos hoje a partir dos estudos do psicólogo norte-americano John Money, que, desde os anos 50, a rmava que a diferença entre os sexos se deve muito mais à educação/cultura do que ao sexo biológico com o qual nascemos. Foi a partir da Conferência de População do Cairo, na Assembleia Geral da ONU, em 1994, que a palavra “gênero” passou a ser usada como substitutivo de sexo em textos o ciais; desde então, essa troca está sendo cada vez mais inserida em projetos de leis e outras formulações jurídicas no Brasil e no mundo. Infelizmente, muitas pessoas creem que a substituição da palavra “sexo” pela palavra “gênero” trata-se apenas de uma polidez no discurso. Ledo engano! Elas não são usadas como sinônimos pelos

especialistas dessa área, embora as pessoas comuns não consigam detectar essa sutil diferença. Só existem dois sexos, masculino e feminino, já a quantidade de gêneros é algo difícil de de nir, uma vez que há quem defenda que ela é igual à quantidade de pessoas no planeta Terra.

Basicamente, o que está implícito no discurso de gênero é que a biologia é completamente dissociada do comportamento sexual. A expressão “ideologia de gênero” apareceu pela primeira vez no meio católico em meados dos anos 90. O Pontifício Conselho para a Família começou a alertar os éis quanto ao uso mais frequente da palavra “gênero” como um substitutivo para a palavra “sexo”, e o que parecia ser uma inocente mudança trouxe consigo a ideia de que os seres humanos não são divididos em apenas dois sexos e que as diferenças entre eles são apenas convenções e podem ser modi cadas sem consequências. Conforme vimos na introdução deste livro, o movimento feminista, inicialmente, propôs-se a defender as mulheres da opressão exercida pelos homens; até então, não havia nenhuma dúvida sobre o que era ser homem e o que era ser mulher. As coisas começaram a mudar a partir da segunda onda feminista, quando eclodiu a chamada revolução sexual, começando a surgir as sementes do que, hoje, conhecemos como ideologia de gênero. Vejam as seguintes citações de pensadoras feministas da segunda onda: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher” — Simone de Beauvoir;6

“Estritamente falando, não se pode dizer que existam ‘mulheres’” — Julia Kristeva.7 Reparem que houve uma explícita intenção de acabar com o feminino. Se ninguém nasce mulher, um homem pode evocar essa condição simplesmente com base nos seus sentimentos, aliás, esses sentimentos podem mudar a qualquer momento.

Negar a biologia, as suas diferenças no campo sexual para homens e mulheres e colocá-los para competir em pé de igualdade traz imensas desvantagens para as mulheres, que, embora as feministas façam de tudo para contestar, são o sexo frágil. Ser o sexo frágil pode ser desvantajoso em alguns assuntos, porém um grande trunfo em outros, por isso, talvez, não vemos homens trans (mulheres biológicas) brigando pelo direito de competir na categoria masculina, pleiteando o direito de se aposentar mais tarde ou por cotas para igualdade de gênero entre os limpadores de esgoto. As feministas que iniciaram um movimento de “defesa dos direitos das mulheres”, agora, permitem que qualquer homem que se sinta mulher usufrua desses “direitos conquistados”, o que, na prática, ocasiona a perda de espaço para mulheres. Um paradoxo muito interessante! NA PRÁTICA, A TEORIA É OUTRA Acredito que muitas pessoas que se interessam pelo assunto “ideologia de gênero” já devem ter se perguntado o que aconteceria se ela fosse colocada em prática na criação de uma pessoa desde a sua

infância. Talvez o que muitos não saibam é que isso já aconteceu, mas o experimento deu terrivelmente errado. A história que vou relatar começou em 22 de agosto de 1965, em Winnipeg, Canadá. Janet Reimer deu à luz dois lindos meninos gêmeos, Bruce e Brian. Quando os bebês chegaram aos 7 meses de vida, foram submetidos a uma cirurgia de circuncisão; Bruce foi o primeiro a ser submetido ao procedimento, no entanto, infelizmente, houve uma falha no equipamento de laser, que acabou queimando seu pênis. Brian não foi operado. Os pais da criança, obviamente, caram desesperados; naquela época, a medicina ainda não era avançada o su ciente para realizar uma cirurgia de reconstrução peniana. Algum tempo depois, a família Reimer viu algo na televisão que a deixou muito esperançosa pela primeira vez, depois do terrível acidente. John William Money foi um psicólogo e sexólogo neozelandês especializado em cirurgias de mudança de sexo; ele havia levado um homem que passou pela cirurgia de troca de sexo para uma entrevista em um programa de auditório, e quando viram uma transexual tão feminina e feliz, os pais de Bruce acreditaram que essa poderia ser a solução para seu infortúnio, e foi então que Janet escreveu uma carta para o doutor, que a respondeu prontamente.

A teoria desenvolvida pelo Dr. Money pregava que, apesar dos genes, o gênero é desenvolvido a partir da educação, portanto, os dois primeiros anos de vida são decisivos na formação do ser humano e determinam se ele é feminino ou masculino. Essa teoria foi desenvolvida a partir de estudos feitos com hermafroditas (conhecidos, atualmente, como pessoas intersexo); no entanto, essa amostragem limitava os resultados de seus estudos, pois pessoas intersexo nascem com características físicas, genéticas ou

hormonais que não se enquadram nas de nições típicas de masculino ou feminino. O caso de Bruce, então, seria a oportunidade de, pela primeira vez, testar a teoria do psicólogo em alguém que tinha todas as características 100% masculinas. Mais do que isso, o fato de Bruce ter um irmão gêmeo traria ainda mais validade, porque seriam duas pessoas geneticamente iguais passando apenas por uma diferenciação na educação: um seria criado como menino enquanto o outro seria criado como menina. Era a oportunidade perfeita para o cientista provar que a educação poderia suplantar a natureza de uma pessoa. No dia 3 de julho de 1967, em Maryland, no hospital John Hopkins Medical, Bruce passou pela cirurgia de castração; sem os testículos, ele não poderia mais produzir hormônios masculinos. No mesmo procedimento, o cirurgião criou uma vagina rudimentar para o menino, e, conforme sugerido pelo Dr. Money, os pais de Bruce trocaram o nome do lho para Brenda, passando a tratá-lo como uma menina. Houve, também, a forte recomendação de que nunca revelassem a ela a mudança de sexo, em hipótese alguma. Brenda se vestia com roupas femininas, brincava com bonecas, ajudava a mãe a fazer biscoitos, usava maquiagem e fazia todas aquelas coisas consideradas de menina; além disso, Janet escrevia para o Dr., relatando o progresso de Brenda, e, uma vez por ano, a família Reimer fazia uma visita ao psicólogo. Os relatos de Brian sobre as consultas, no entanto, são perturbadores! As perguntas que o psicólogo fazia eram de cunho sexual e deixavam as crianças envergonhadas. Ele era muito explícito sobre as partes sexuais, pois precisava reforçar a sexualidade feminina de “Brenda”, e a genitália é, basicamente, o que diferencia uma menina/mulher de um menino/ homem, e os pais não faziam a menor ideia do que se passava nas consultas, pois cavam do lado de fora da sala. Houve uma ocasião em que, para fazer Brenda entender que era uma mulher, Dr. Money mostrou a ela um livro chamado Two Birds, que continha fotogra as explícitas de mulheres dando à luz, e isso a deixou chocada. Em outra consulta, ele obrigou as crianças a tirarem a roupa

e a observarem a genitália um do outro, para que vissem as diferenças entre um menino e uma menina, e os fotografou em diferentes posições. Há relatos de simulação de atos sexuais entre os irmãos, mas os gêmeos só relataram esses fatos aos pais quando já eram adultos e não se consultavam mais com o Dr. Money.

Apesar da abordagem enfática feita pelo doutor, Brenda continuava desconfortável com a ideia de ser uma menina, e para solucionar esse impasse, o psicólogo tentou convencê-la de que seria necessário passar por uma nova cirurgia, para que ela tivesse uma vagina igual a das outras meninas, o que não foi muito bem recebido por parte da criança. Em 1972, quando Brenda tinha sete anos de idade, Dr. Money anunciou ao mundo o sucesso da sua experiência com a publicação do livro Man & Woman, Boy & Girl: gender identity from conception to maturity, que foi estudado em todo o mundo. No livro, ele relatou a diferença no comportamento de gêmeos idênticos que se diferenciavam apenas pela educação recebida. Segundo Dr. Money, Brenda manifestava um comportamento com notável contraste em comparação com o seu irmão, desejando brinquedos como casinhas de boneca e sendo bem menos agressiva do que Brian. Os estudos do psicólogo caram conhecidos como a teoria da neutralidade de gênero, e essa parecia ser a resposta de nitiva à pergunta sobre a qual se debruçavam os pesquisadores dos estudos de gênero: a nal, a identidade de gênero estaria relacionada à natureza ou à educação? Enquanto Dr. Money proclamava ao mundo o sucesso de suas pesquisas, a família Reimer levava uma vida bem diferente do conto de comercial de margarina descrito pelo psicólogo. Para a infelicidade do cientista, Brenda apresentava, na realidade, um comportamento claramente masculino; ela preferia brincar com os brinquedos do

irmão, era extremamente agressiva com outras pessoas, tentava urinar em pé e cresceu solitária e problemática. Brenda continuava resistindo à ideia de fazer uma cirurgia para ter uma vagina construída quando, em 1978, com 13 anos de idade, Dr. Money resolveu fazer uma última tentativa para convencê-la. Ele chamou para a consulta uma transexual, pois acreditava que, uma vez que Brenda tivesse contato com alguém que já tivesse passado pelo procedimento de forma voluntária, aceitaria fazer a cirurgia também. Não se sabe exatamente o que foi dito nessa sessão, mas após o término, Brenda disse a seus pais que se suicidaria se tivesse de ver

o Dr. John Money outra vez. Após ver o estado em que Brenda se encontrava e na iminência de um suicídio, seus pais decidiram não mais seguir a orientação de esconder a verdade. Ron Reimer levou Brenda para tomar um sorvete e disse-lhe que, na realidade, ela havia nascido um menino, porém, devido ao acidente que ocorreu na cirurgia, quando ainda era bebê, criaram-na como uma menina. Após a revelação, Bruce/Brenda conta que se sentiu aliviado, pois, nalmente, entendeu que não estava cando maluco. Enquanto isso, Janet revelava a história para Brian e que eles eram gêmeos idênticos. A reação de Brian foi extremamente violenta, uma vez que foi um terrível choque para ele. Bruce/Brenda decidiu mudar seu nome para David e fazer uma cirurgia para criar um novo pênis. Finalmente, parecia que a sua vida estava caminhando nos trilhos; ele, então, passou a se sentir confortável com seu gênero e recebeu uma boa indenização por causa do acidente na cirurgia de circuncisão. David começou a pensar na ideia de se casar e constituir família, mas, por ter sido castrado, jamais poderia ter seus próprios lhos. A esposa de Brian, vendo o drama de David, teve a ideia de lhe apresentar sua amiga Jane, que já tinha três lhos, mas estava solteira. No dia 22 de setembro de 1990, David Reimer e Jane Fontayne se

casaram e ele, nalmente, passou a ter uma vida normal. David foi um excelente pai e um marido muito romântico. Jane fala que ele tinha o hábito de escrever cartas de amor e espalhá-las pela casa toda. No entanto, apesar de uma vida matrimonial aparentemente satisfatória, David passou a ter sérios problemas de relacionamento com o seu irmão desde que toda a verdade veio à tona. Para Brian, toda essa história era extremamente difícil de aceitar e ele começou a desenvolver uma esquizofrenia. Em contrapartida, David descobriu que o Dr. Money estava divulgando seu caso como um sucesso, “provando” para o mundo que era possível criar um menino como se fosse uma menina, e isso lhe causou uma imensa revolta. Para evitar que essa traumatizante experiência fosse repetida com outras pessoas, David convenceu seu irmão a ir a público com ele para contar a verdade, mas quando tudo isso se tornou conhecido, a saúde mental de Brian começou a se deteriorar e ele acabou tirando a própria vida. Sem seu irmão, com o pai mergulhado no alcoolismo, desempregado e com problemas no casamento, no dia 4 de maio de 2004, David também cometeu suicídio. Todo esse caso foi relatado em um documentário produzido pela BBC, mas, estranhamente, o vídeo foi banido do YouTube. Por qual razão uma história verdadeira precisa ser censurada? Por que não querem que as pessoas saibam a verdade sobre o experimento do Dr. John Money?

A experiência que comprovaria a tese de que o gênero é uma construção social foi um fracasso retumbante e, mesmo assim, estudiosos do assunto insistem em empurrar goela abaixo algo que é extremamente prejudicial para as pessoas.

Não se trata, aqui, de negar que existam pessoas que apresentam disforia de gênero, pois há, sim, homens que pensam ser mulheres e vice-versa; o que deveríamos poder debater livremente é se a melhor alternativa para essas pessoas é uma cirurgia de mutilação ou um tratamento psicológico. Não há como negar que pessoas com disforia de gênero sofrem imensamente com essa condição, mas para ajudá-las é necessário que se faça um debate honesto, que leve em conta todas as variáveis envolvidas. Nós jamais deveríamos aceitar que, para provar uma teoria que parece ser muito bonita, sejam descartados fatos desagradáveis que a contrariem. As ideias de John Money continuam a in uenciar diversos estudiosos ao redor do mundo.

D     Francisco, na Conferência de imprensa no voo de Manila a O Papa Roma, em 19 de janeiro de 2015, a rmou o seguinte: Quanto à

colonização ideológica, direi apenas um exemplo que eu mesmo constatei. Vinte anos atrás, em 1995, uma ministra da educação pedira um grande empréstimo para construir escolas para os pobres. Deramlhe o empréstimo com a condição de que, nas escolas, houvesse um livro para as crianças de certo grau de escolaridade. Era um livro escolar, um livro didaticamente bem preparado, onde se ensinava a ideologia de gênero.8 São inúmeras as tentativas de introduzir a ideologia de gênero nas escolas, e não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Aqui, no país, depois de não ter conseguido implementar via executivo ou legislativo, a extrema esquerda resolveu apelar para o judiciário. A Suprema Corte brasileira anulou leis que barravam a ideologia de gênero nas escolas em diversas cidades, como Nova Gama (GO), Foz do Iguaçu (PR), Ipatinga (MG), Cascavel (PR), Paranaguá (PR), Palmas (TO) e Londrina (PR). Algumas vezes, as leis que proíbem o ensino da ideologia de gênero em escolas são barradas até mesmo em instâncias inferiores, mas ainda

pior é saber que essa agenda pode entrar a qualquer momento em sua casa, por meio de desenhos e lmes infantis “inocentes”. Foi em 2016 que o primeiro casal gay apareceu em um lme da Disney. Intitulado Zootopia, o longa-metragem traz, de maneira muito sutil, um par de antílopes macho em uma cena em que informam, para sua vizinha de apartamento (a protagonista do lme), que pretendem

fazer muito barulho, e nunca planejam se desculpar por isso. Não há nenhuma menção explícita de que os dois antílopes sejam casados, porém, nos créditos nais, eles aparecem com o mesmo sobrenome. E para que não reste nenhuma dúvida, um dos roteiristas do lme, Jared Bush, postou a seguinte mensagem em seu Twitter: “Eles são um casal gay. Mas eles não gritam um com o outro porque são gays, eles gritam porque são reais” (2016, tradução nossa).9 Em 2019, o lme Toy Story 4 exibiu uma cena de duas mães deixando um menino na escola; três anos mais tarde, a produtora lançou um spin-off dessa animação e, após muita polêmica, uma cena de beijo lésbico foi exibida. Mas o primeiro lme da Disney a trazer um protagonista abertamente gay foi Mundo Estranho. Lançado no Brasil em novembro de 2022, a animação é o puro suco da agenda do arcoíris; além de trazer a pauta gay para o centro da trama, também apresenta boas doses de discurso ecochato derramadas na tela. Em 2022, o ativista conservador Cristopher Rufo divulgou vídeos internos da Disney, nos quais os responsáveis discutem como inserir a “agenda gay nada secreta” na programação infantil. Os próprios funcionários da Disney chegaram a publicar uma carta aberta não assinada que repercutiu amplamente na mídia norte-americana. Vejamos um pequeno trecho: A Walt Disney Company tornou-se um lugar cada vez mais desconfortável para trabalhar para aqueles de nós cujas visões políticas e religiosas não são explicitamente progressistas. [...] Observamos silenciosamente enquanto nossas crenças são atacadas por nosso próprio empregador e frequentemente vemos aqueles que compartilham nossas opiniões condenados como vilões por nossa própria liderança.10

Mundo Estranho foi banido de alguns países, como Rússia, China, França, Malásia e Indonésia, e nos países em que foi exibido, não atingiu o resultado nanceiro desejado. A expectativa era de que a bilheteria de estreia nos Estados Unidos fosse de US$ 35 milhões, mas conseguiu arrecadar apenas US$ 18.6 milhões, atingindo um prejuízo total estimado em US$ 150 milhões.

No entanto, a produção de desenhos infantis que abordam a pauta LGBT não é exclusividade da Disney; a Net ix também tem investido nessa agenda. A temporada do desenho animado Ridley Jones: o protetor do museu, lançado em 2021, apresenta, em um dos seus episódios, um bisão não binário e uma princesa egípcia que tem dois pais faraós, bem como o uso da “linguagem neutra” pelos personagens. A classi cação indicativa do lme é livre para todas as idades. Em 2020, a plataforma de streaming lançou uma nova temporada da animação Os 3 lá embaixo: contos de Arcádia, e um dos episódios traz uma cena na qual duas garotas se beijam. Muitos assinantes se mostraram revoltados, porque a classi cação indicativa trazida na plataforma é livre. A plataforma, por sua vez, em nota o cial, disse o seguinte: “Acreditamos que o título está classi cado de maneira apropriada e que os pais devem fazer as escolhas de entretenimento que considerem adequadas para seus lhos”.11 No mesmo ano, a série Jurassic World: Acampamento Jurássico exibiu uma cena de beijo lésbico; dessa vez,

a classi cação indicativa era para maiores de 10 anos, ainda assim, o público considerou inapropriado e organizou um abaixo-assinado, que contou com mais de 300 mil assinaturas. Procurado, o Ministério da Justiça, responsável pelas liberações de classi cação indicativa no Brasil, a rmou o seguinte em nota: Conforme o artigo 9º da Portaria do Ministério da Justiça nº 1.189/2018, que regulamenta a classi cação indicativa, as análises têm como eixos temáticos de investigação produções que apresentem teor sexual e de nudez, de violência e sobre drogas. Elas também se baseiam na ponderação das fases descritiva e contextual, que são previstas no artigo 16, inciso V da referida portaria ministerial. Os critérios, por faixa etária, podem ser encontrados no Guia Prático de Classi cação Indicativa. Desse modo, considerando a legislação acima citada, uma cena de beijo entre duas pessoas do mesmo sexo não se enquadra em nenhum dos parâmetros estabelecidos como critério de análise.12 Em junho de 2023, a Net ix lançou uma animação que foi o cialmente descartada pela Disney por apresentar muitas cenas gays

(sim, descartada pela DISNEY!). Nimona inclui beijo gay e declaração entre dois dos protagonistas queer em seu roteiro, e a classi cação indicativa é de 12 anos. A Nickelodeon, um canal de televisão por assinatura norteamericano que pertence à Paramount Media Networks, foi o primeiro canal a cabo voltado para o público infantojuvenil. Por sua vez, em 2020, assumiu o cialmente que o personagem Bob Esponja Calça Quadrada, criado em 1999, é um ser marinho LGBT. O comunicado veio por meio de postagens feitas em seu per l o cial no Twitter, para comemorar o mês do orgulho LGBT; no post, aparecem imagens com personagens de alguns de seus lmes acompanhadas da seguinte mensagem: “Celebrando #Orgulho com a comunidade LGBTQ+ e seus aliados este mês e todos os meses”.13 Além do icônico Bob Esponja, a seguinte personagem também foi homenageada: Korra, do lme A Lenda de Korra, com classi cação indicativa para maiores de 10 anos, que encerrou a série de animação ao lado de outra mulher. A Nickelodeon sempre faz uma programação especial para celebrar o mês do orgulho LGBT. Em 2021, a emissora promoveu uma animação da “parada gay” em uma versão do seu programa infantil As pistas de Blue, que foi disponibilizada no YouTube. O vídeo traz uma canção interpretada pela drag queen Nina West e fala sobre casais homossexuais, famílias com dois papais ou duas mamães, enquanto passam muitos bichinhos fo nhos com as cores do arco-íris na tela, empunhando bandeirinhas do movimento LGBT. A animação está disponível no YouTube Kids e a classi cação indicativa é livre para todas as idades. Schwoz Schwartz, da série Henry Danger, é uma personagem interpretada por um ator transgênero, Michael D. Cohen, que decidiu revelar ao público, em 2019, que havia passado pela transição. “Meus cromossomos não ditam meu gênero. Eu sou um homem”, disse Cohen. A classi cação indicativa da produção é para maiores de 10 anos.

A presença da ideologia de gênero nas diversas formas de mídia, inclusive em programas e lmes voltados para crianças, é cada dia mais comum. Nesse contexto, a responsabilidade das famílias em monitorar o conteúdo consumido por seus lhos ganha uma relevância ainda maior. Não apenas é essencial evitar que eles tenham acesso a tais programações, mas também é imperativo transmitir-lhes a verdade, mesmo que ela seja óbvia, para que possam discernir e refutar as informações falsas que têm circulado, capacitando-os a se protegerem dessas in uências prejudiciais.

B . I em que ca mais claro que a ideologia de gênero não passa O campo de uma negação histérica da realidade é o esporte. As categorias

de competições esportivas sempre separaram os atletas em equipes masculina e feminina por razões óbvias:

graças à inundação de testosterona que recebe, o corpo masculino é mais forte, mais rápido, mais ágil e maior do que o corpo feminino. Caso não houvesse essa separação das categorias pelo sexo, as mulheres não teriam a menor chance de vencer uma competição olímpica. A primeira Olimpíada catalogada data de 776 a.C.; na ocasião, somente homens podiam competir e competiam nus. As mulheres casadas nem mesmo podiam assistir aos jogos, somente às mulheres jovens e solteiras era concedida a exceção. Foi somente na edição de 1900, em Paris, que as mulheres estrearam como atletas nos jogos olímpicos, e elas representaram apenas 2,2% do total de atletas. No entanto, a participação de mulheres nos jogos aumenta a cada edição; atualmente, as mulheres já são quase metade do total de atletas. Aliás, há duas modalidades que são exclusivamente femininas: o nado sincronizado e a ginástica rítmica, bem como existe uma categoria em que homens e mulheres competem juntos: o hipismo. Uma vez que, nessa competição, o importante é a capacidade de fazer com o que o animal obedeça aos comandos, a quantidade de testosterona do jóquei não pesa no resultado. Aliás, “curiosamente”, a luta greco-romana é o único esporte exclusivamente masculino.

A humanidade viveu tranquilamente e por mais de um século com essa divisão das modalidades, de acordo com o sexo dos atletas, até que a ideologia entrou em campo. Desde novembro de 2015, quando foi publicado o novo guia de diretrizes do Comitê Olímpico Internacional (COI), as atletas transexuais e travestis passaram a ser aceitas em competições por equipe e em categorias femininas no esporte. Em 2016, o COI fez uma nova atualização nas regras para a inscrição de atletas trans, em que a cirurgia de redesignação deixou de ser exigida e o prazo de tratamento hormonal para baixar o nível de testosterona para 10nmol/L caiu de dois para apenas um ano. A falta de exigência da cirurgia de redesignação causou um enorme constrangimento nos vestiários femininos. Diante disso, a partir de agora, relatarei alguns dos casos em que atletas que nasceram com o sexo masculino mudaram de gênero e, hoje, participam de competições na categoria feminina. Ao nal da exposição, dividirei com vocês as minhas considerações sobre o assunto. TIFANNY PEREIRA DE ABREU: JOGADORA DE VÔLEI A primeira transexual a participar da Superliga Brasileira de Voleibol foi Tifanny Abreu. Tendo nascido em 1984, em Conceição do Araguaia, com o nome de Rodrigo Pereira de Abreu, Tifanny deu início ao seu processo de transição de gênero em 2012 e, dois anos depois, realizou a cirurgia de redesignação sexual. Ela chegou a jogar vôlei de maneira pro ssional enquanto ainda era Rodrigo; jogou nas Superligas A e B, no Brasil, e nas ligas da Indonésia, Portugal, Espanha, França, Holanda e Bélgica. O último time em que atuou como Rodrigo foi o JTV Dero Zele-Berlare, da segunda divisão da liga de voleibol belga. A Federação Internacional de Voleibol (FIVB) concedeu permissão para Tiffany competir na categoria feminina. Assim, em 2017, ela passou a defender o Golem Polmi, da segunda divisão italiana, e, em

dezembro do mesmo ano, foi contratada pelo Vôlei Bauru e passou a jogar na Superliga brasileira. Desde então, a atleta tem se destacado nas competições em que participa. Em 2017, conseguiu apresentar a maior média de pontos por jogo na Superliga e, em 2018, bateu o recorde de pontos por partida, colocando a bola 39 vezes no chão. Durante uma partida em que o Sesc-RJ, sob o comando de Bernardinho, foi eliminado da competição contra o Sesi-Bauru, defendido por Tiffany, o técnico deixou escapar a expressão “Um homem é fo...” após a jogadora cravar mais um ponto. Em 16 de janeiro de 2018, o portal de notícia UOL trouxe a seguinte manchete:

“Jogadoras se incomodam com Tifanny e querem regras mais rígidas para trans”. Já no início do texto, podemos notar quanta pressão é exercida para que as atletas se calem quanto ao assunto, pois elas somente aceitaram dar a entrevista sob a condição do anonimato. As queixas apresentadas não revelam nenhum tipo de preconceito em relação à sexualidade da jogadora trans, o problema apontado foi o fato de a transição ter ocorrido quando ela já tinha 29 anos e sua formação óssea, muscular e do sistema cardiovascular ter recebido uma injeção de testosterona muitíssimo superior à de qualquer atleta feminina. Precisamos reconhecer que essas questões são extremamente relevantes quando estamos analisando o desempenho esportivo de qualquer ser humano. CECÉ TELFER: VELOCISTA Nascida na Jamaica e registrada como Craig Telfer, a velocista norteamericana CeCé Telfer foi a primeira atleta trans a competir no torneio universitário da sua modalidade. A atleta começou a competir na categoria feminina a partir de 2019, pela universidade de Franklin Pierce, New Hampshire.

Nos anos de 2016 e 2017, quando ainda era Craig, disputou os 400 metros com barreiras pela categoria masculina, atingindo o 200º e o 390º lugares, respectivamente. Após a transição, em 2019, CeCé passou a disputar as provas na categoria feminina e atingiu a primeira colocação na modalidade dos 400 metros com barreiras. A altura dos obstáculos nessa prova é diferente para as categorias masculina e feminina, sendo de 91,4 cm na primeira e 76,2 cm na segunda, logo, estamos falando de uma diferença de 15,2 cm, o que,

obviamente con gura uma grande vantagem para quem já estava acostumado a competir na categoria masculina. No entanto, segundo a atleta, o fato de ter um corpo formado com muito mais testosterona do que qualquer mulher biológica não é vantagem alguma. FALLON FOX: LUTADORA DE MMA Fallon Fox é uma norte-americana nascida em 1975, na cidade de Toledo, Ohio. Ela cresceu como menino, mas durante a sua adolescência, acreditou ser um homem homossexual; aos 19 anos, casou-se com sua namorada e teve uma lha com ela. A atleta trans chegou a servir na Marinha norte-americana como especialista em operações de 2ª classe, para o USS Enterprise; já em 2006, passou pela cirurgia de redesignação sexual na Tailândia; em 2011, por m, participou de sua primeira luta de MMA na categoria feminina. No dia 13 de setembro de 2014, Fallon Fox enfrentou a lutadora Tamikka Brents em um dos episódios mais brutais da competição. No primeiro round, em apenas dois minutos e meio, Fox nocauteou sua adversária, que sofreu uma concussão e fraturou o osso orbital do crânio. Após a luta, Brents deu a seguinte declaração: Tenho lutado com muitas mulheres e nunca senti a força que senti numa luta como a

daquela noite. Não posso responder se é porque ela nasceu homem ou não, porque eu não sou médica. Só posso dizer que nunca me senti tão dominada na minha vida e que sou uma mulher anormalmente forte por direito próprio. Eu ainda discordo da luta com Fox. Qualquer outro emprego ou carreira eu digo que tento, mas quando se trata de um esporte de combate não acho que seja justo.14 LIA THOMAS: NADADORA Lia Catherine omas nasceu como William, começou a nadar com 5 anos de idade e chegou a participar de competições na categoria masculina. Em 2020, omas passou pela transição de gênero sem realizar a cirurgia de redesignação sexual, apenas fazendo a terapia de reposição hormonal. A partir de então, disputando a categoria feminina, a atleta trans ganhou imenso destaque, devido ao seu desempenho nas provas, e, em março de 2022, venceu a prova de estilo livre 500 jardas da National Collegiate Athletic Association (NCAA). Ao nal do período das competições universitárias, omas passou de 65º na equipe masculina para 1º na equipe feminina, no estilo livre de 500 jardas, e de 554º na categoria masculina para 5º na categoria feminina, no estilo livre de 200 jardas. Aliás, em 26 de março de 2023, a ESPN fez uma homenagem a Lia omas, para comemorar o Mês da História das Mulheres. Após essa análise de alguns casos de atletas trans em competições femininas, a intenção também era falar sobre atletas trans que competem na categoria masculina, no entanto, após diversas pesquisas, não encontrei nenhum caso. A resposta para isso nada tem a ver com preconceito ou transfobia, isso acontece por razões biológicas e objetivas:

homens são muito mais fortes do que as mulheres,

seus corpos são formados com uma quantidade imensamente superior de testosterona, que é a substância mais anabólica que há. Infelizmente, muitas atletas são silenciadas por medo de serem banidas das competições ou perderem seus patrocinadores, mas algumas vozes começam a se levantar. Como já mencionado, em 16 de janeiro de 2018, o portal UOL publicou uma matéria com a seguinte manchete: “Jogadoras se incomodam com Tifanny e querem regras mais rígidas para trans”. Contudo, as atletas entrevistadas, temendo sofrer retaliações, aceitaram participar somente sob a condição do anonimato. Elas julgaram injusta a competição entre uma mulher biológica e uma atleta trans, que teve sua formação muscular e óssea à base de muita testosterona; algumas, ainda, citaram até o desenvolvimento de alguns órgãos, como os pulmões e o coração. Ainda na matéria do UOL, as entrevistadas dizem temer que o sucesso de Tifanny aumente o número de atletas trans no voleibol feminino, o que causaria um desequilíbrio na modalidade e, consequentemente, uma perda de espaço para as mulheres biológicas. Um grupo com atletas de mais de 30 países enviou, em abril de 2020, um documento ao Comitê Olímpico Internacional (COI) no qual pediam que as normas para a admissão de atletas trans nas competições femininas fossem suspensas. Segundo elas, esse apelo foi para evitar a

“destruição dos esportes femininos” e o que elas chamam de “ agrante discriminação contra mulheres em razão do sexo biológico”.15 Taylor Silvermann é uma skatista norte-americana que, após sofrer duas derrotas em competições com atletas trans, escreveu uma carta para a empresa que promove as competições, demonstrando sua insatisfação. Como não obteve resposta, seis meses depois, em 17 de

maio de 2022, resolveu desabafar nas redes sociais publicando prints da mensagem ignorada pela Red Bull e declarou estar “farta de ser intimidada em silêncio”. Ela a rma que “um homem biológico com uma clara vantagem venceu a divisão feminina e também várias eliminatórias”. A atleta ainda acrescentou que “a competidora trans ganhou US$ 1.000 nas classi catórias, US$ 3.000 nas nais e mais US$ 1.000 na melhor manobra, o que totaliza US$ 5.000”.16 Em um artigo publicado pelo jornal Gazeta do Povo, Ana Paula Henkel, medalhista olímpica da seleção brasileira de vôlei, a rmou que: “Tem um lado do debate que é muito desonesto intelectualmente, que tenta empurrar esse debate exatamente para a área do preconceito e da ideologia. A gente tem que car na questão biológica, na ciência humana”.17

A estratégia dos militantes da ideologia de gênero é acusar de preconceito aqueles que discordam da participação de homens em espaços femininos. No entanto, não podemos deixar que esse espantalho retórico prevaleça no debate desse assunto, pois não se trata de preconceito algum. As medalhas olímpicas e premiações de competições esportivas não são concedidas com base em sentimentos, mas, sim, com base em performances que dependem de capacidades físicas, que são medidas de forma muito objetiva. Para que você compreenda de forma incontestável do que estamos falando, uma jovem adolescente apresenta um nível médio de testosterona entre 2,5 e 27 ng/dL, enquanto um rapaz, nessa mesma faixa etária, mantém seus níveis do hormônio entre 65 e 778ng/dL.

Felizmente, parece que as pessoas estão, nalmente, admitindo que o rei está nu.18 Em 2022, o governador do Arizona, Doug Ducey, assinou um projeto de lei que impede atletas trans de participarem de equipes femininas; já em 2023, a World Athletics, entidade que regula o atletismo no mundo, aprovou a exclusão de atletas transgêneros que tenham feito a transição após a puberdade de participarem das disputas entre mulheres biológicas. Frente a isso, vemos que ações como essas estão se multiplicando ao redor do mundo. Os discursos sentimentalistas de exclusão por preconceito podem até soar bem aos ouvidos de pessoas que fazem uma análise super cial do assunto, mas não se sustentam diante da exposição à realidade das ciências biológicas. Nem sempre querer é poder; dizer que uma mulher biológica tem a mesma capacidade física de uma atleta trans é, no mínimo, uma percepção equivocada. Como já dizia Abraham Lincoln, você pode enganar uma pessoa por muito tempo, algumas por algum tempo, mas não se consegue enganar todas por todo o tempo. A atual ministra dos esportes no Brasil, recentemente, deu declarações que vão na contramão dessas entidades internacionais. Ana Moser demonstrou ser a favor da inclusão de transexuais em competições femininas; em entrevista concedida ao portal de notícias Poder360, no dia 5 de janeiro de 2023, ela disse: Temos de tratar [pessoas transexuais] com todo respeito e condições de inclusão. Já avançamos muito nesses parâmetros com algumas experimentações, porque algumas federações têm mais liberdade em alguns lugares do mundo [...]. Temos que buscar dar tratamento mais cidadão e civilizatório.19 Eu concordo totalmente com a parte em que a ministra fala sobre a necessidade de tratar pessoas trans com todo o respeito. Todo ser humano deve ser tratado com respeito, independentemente do sexo, cor ou religião! O debate que estamos promovendo não é sobre isso,

mas, sim, sobre o quão justo é colocar mulheres biológicas para competir com homens biológicos porque estes se sentem mulheres. Por acaso nós devemos respeitar somente os transexuais? As mulheres biológicas também não merecem respeito e direito a uma competição justa?

A   contrário do que muitos acreditam, passar por uma transição de A ogênero pode não ser a solução de todos os problemas da vida de uma pessoa que se considera transgênero, por isso, quero abordar, neste capítulo, algo que, normalmente, não ocupa um espaço destacado na velha mídia: pessoas que se arrependeram de passar pela redesignação sexual.

Antes de mais nada, faz-se importante estabelecer alguns conceitos. Segundo a etimologia do movimento “woke”, existem pessoas trans e pessoas cis, ou seja, aqueles que não se identi cam com o sexo biológico com o qual nasceram e aqueles que se identi cam, respectivamente. Dentro da categoria trans, temos os transgêneros e os transexuais. Uma pessoa transgênero não se identi ca com o sexo biológico, mas não deseja passar por uma transição social, já uma pessoa transexual é alguém que deseja passar por uma transição social, que pode ou não envolver tratamentos hormonais ou cirúrgicos. As pessoas transexuais sofrem de “disforia de gênero”, termo utilizado pela academia para designar uma pessoa que se identi ca como pertencente ao sexo oposto. O Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), documento elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA), descreve a disforia de gênero como uma incongruência entre o gênero expressado por alguém e o gênero atribuído a ele, com duração de pelo menos 6 meses.20

Algumas pesquisas mostram que o índice de suicídio entre pessoas trans é maior

quando comparado com o restante da população. Um estudo publicado no e Lancet Child & Adolescent Health,21 em dezembro de 2022, analisa a correlação entre disforia de gênero e internação hospitalar por tentativa de suicídio ou autoagressão tendo como base o banco de dados de internação infantil de 2016 a 2019 dos Estados Unidos. Os dados são impressionantes! Entre os jovens trans, 66% vivenciaram tentativas de suicídio ou automutilação, enquanto o percentual encontrado entre os jovens que não apresentavam disforia de gênero foi de apenas 5%. Trata-se de um problema real e não podemos ignorar esses dados, e esse alto índice é usado, muitas vezes, como justi cativa para a implementação de uma política de saúde pública que torne mais acessível a transição de gênero. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgou, em seu site o cial, um artigo intitulado “Precisamos falar sobre o suicídio das pessoas trans!”.22 Nele, há uma pesquisa do Instituto Williams, de Los Angeles, na qual há uma estimativa de que 40% das pessoas trans já tentaram cometer suicídio, e a militância da causa trans associa esse alto índice com o preconceito sofrido por pessoas que apresentam a disforia de gênero, mas sem apresentar os dados estatísticos que corroboram essa associação. Outro levantamento mais detalhado feito pelo Instituto Williams, publicado em 2019,23 sobre pensamentos suicidas e tentativas de suicídio entre transgêneros adultos mostra que

a correlação entre discriminação e tentativas de suicídio não se sustenta.

Nele, podemos constatar, por exemplo, que 80% dos transexuais que contam com o apoio da família admitem que já tiveram pensamentos suicidas. Esse alto índice é utilizado como justi cativa pelas pessoas que defendem as chamadas terapias a rmativas de gênero, e há estudos que trazem a informação de que a transição de gênero é altamente bené ca, mas também há pesquisadores que contestam esses estudos. Aqui, no Brasil, o jornal O Globo trouxe a seguinte manchete no dia 21 de outubro de 2022: “Trans: 98% dos adolescentes que iniciam a transição antes dos 18 anos não se arrependeram, diz estudo no Lancet”,24 e o estudo mencionado analisou os registros médicos de 720 pacientes de uma clínica de Amsterdã. Já um artigo publicado no Journal of Sex & Marital erapy, em janeiro de 2023, trouxe o seguinte tema: “e Myth of ‘Reliable Research’ in Pediatric Gender Medicine: A critical evaluation of the Dutch Studies — and research that has followed”25 (O mito da “pesquisa con ável” em medicina de gênero pediátrica: uma avaliação crítica dos estudos holandeses — e pesquisas que seguiram) cujos estudos serviram de base para a prática da transição de gênero para jovens por meio da administração de bloqueadores hormonais, hormônios do sexo oposto e cirurgia de “a rmação de gênero”.

O artigo a rma que três vieses metodológicos minaram a pesquisa: a seleção dos sujeitos, que garantiu que apenas os casos mais bemsucedidos fossem incluídos nos resultados; a constatação de que a “resolução da disforia de gênero” se deve a uma manobra do questionário empregado; e a psicoterapia, que tornou impossível separar os efeitos dessa intervenção dos efeitos dos hormônios e da cirurgia. Ainda de acordo com o estudo: Os dois principais estudos holandeses em questão, de Vries et al., 2011, e de Vries et al., 2014 (daqui em diante, “os estudos holandeses”) demonstraram de forma convincente que as intervenções hormonais e cirúrgicas podem mudar com sucesso a aparência fenotípica das características sexuais secundárias de adolescentes e adultos jovens. O que os estudos falharam em mostrar, no entanto, é que essas mudanças físicas resultaram em melhorias psicológicas signi cativas o su ciente para justi car os efeitos adversos do tratamento — incluindo a certeza da esterilidade.26

O tratamento para a transição de gênero, mesmo quando não envolve a cirurgia, promove mudanças de nitivas no corpo do paciente; obviamente, quando o tratamento envolve o procedimento cirúrgico, as consequências são ainda mais devastadoras. A certeza da infertilidade deveria ser o su ciente para acender um sinal de alerta na sociedade em relação a esses tratamentos, além disso, não há estudos de alta qualidade referentes aos benefícios de medidas tão severas. As primeiras cirurgias de redesignação de gênero aconteceram nos anos 30, porém, dos anos 80 para cá, podemos observar um aumento exponencial no número de procedimentos realizados. Agora, começaram a aparecer relatos de pessoas que se submeteram a esse tratamento e se dizem arrependidas. Vejamos alguns casos: SUSANA DOMÍNGUEZ Susana Domínguez foi diagnosticada com disforia de gênero e iniciou sua transição com terapia hormonal aos 15 anos; posteriormente, ela passou por cirurgias de remoção de seios e útero. Hoje, ela se arrepende amargamente e passa por uma destransição, porém algumas mudanças são irreversíveis! Os detalhes desse caso são assustadores e nos levam a uma re exão sobre a epidemia de diagnósticos de disforia de gênero. Susana fez sessões de terapia com a psicóloga do Serviço de Saúde da Galiza (Espanha) durante seis anos e, durante todo esse tempo, a pro ssional não percebeu traços de um transtorno do espectro autista. O diagnóstico veio somente após a realização das cirurgias e toneladas de hormônios, porque a família resolveu procurar ajuda psicológica na rede particular. Segundo Mara Parellada, psiquiatra especialista em autismo: Estudos sólidos mostram que há muito mais pessoas com transtornos do espectro do autismo indo mudar de sexo nas clínicas do que a média da população em geral. E o mesmo está acontecendo no cuidado de pessoas com autismo: também há mais entre eles com disforia de gênero do que na população em geral.27

O endocrinologista do serviço público começou a receitar hormônios para Susana quando ela tinha 16 anos; dois anos depois, aos 18, ela fez a mastectomia. No entanto, pouco mais de um ano após o procedimento, mesmo tomando hormônios há 3 anos, Susana ainda menstruava, e foi então que o endocrinologista a encaminhou para a histerectomia — retirada do útero e dos ovários. Susana chegou a mudar seu registro civil e passou a se chamar Sebastián, porém, depois do arrependimento, tentou desfazer a mudança, mas a lei não lhe permitiu, bem como foram pedidos laudos médicos que justi cassem tal procedimento. A “Lei Trans” aprovada pela Câmara dos deputados espanhola proíbe explicitamente que qualquer pro ssional de saúde mental trate quem se autodeterminar. Agora, Susana tenta mover uma ação judicial contra o Serviço de Saúde da Espanha, porém as mudanças em seu corpo são irreversíveis. A cada dia que passa, vemos crescer o debate sobre crianças trans, e a opinião pública deve levar em conta esses casos que insistem em pipocar, mesmo com a operação “abafa”, promovida por veículos de mídia e ONGs. A mutilação corporal, além de não resolver um problema, acaba criando outro ainda mais severo, a nal,

crianças e adolescentes não têm maturidade su ciente para tomar uma decisão tão radical como essa. KEIRA BELL Keira foi encaminhada ao Gender Identity Development Service (GIDS), o serviço de desenvolvimento de identidade de gênero do sistema de saúde inglês, em 2013, quando tinha 16 anos, e a rma, em entrevista concedida à BBC, que buscou atendimento médico após ler na internet sobre transição de gênero. Após passar por três consultas

com duração de 1 hora cada, iniciou o tratamento com bloqueadores de puberdade que durou um ano. Ela foi informada que as drogas seriam administradas em injeções regulares, para suprir seus hormônios, e que dariam a ela “mais tempo para pensar”. Em nenhum momento a jovem foi informada a respeito dos efeitos de longo prazo que esse tratamento pode causar, como crescimento atro ado, redução da densidade óssea e até atrapalhar o desenvolvimento do cérebro. Keira descreve a experiência do tratamento como um “inferno”, com ondas de calor, suores noturnos e confusão mental. “O Tavistok me disse que seria uma coisa boa, mas foi tudo negativo”, a rma a jovem.28 Então, após um ano de tratamento, aos 17 anos, ela começou a tomar testosterona para, efetivamente, começar sua transição de gênero, e os efeitos em seu físico começaram a acontecer: a voz cou mais grave, houve aumento no crescimento e na quantidade de pelos em seu corpo, bem como o aumento do tônus muscular. Finalmente, aos 20 anos, ela passou pela cirurgia de remoção das mamas. “Diziam que (a transição) me salvaria de ideias suicidas e da depressão. Na época, senti que (o tratamento) aliviava todas as questões de saúde mental que eu sentia, além da disforia de gênero”.29 Após passar por tudo isso, Keira constatou que a mudança de gênero não havia sido exatamente como ela imaginou e seus problemas de saúde mental ainda a a igiam. Atualmente, ela parou de tomar os hormônios e voltou a viver como uma mulher, mas

os efeitos da transição a acompanharão pelo resto da vida. Sua frustração e a ciência de que os médicos continuam prescrevendo bloqueadores de puberdade para outras crianças e jovens levaram Keira a ingressar com uma ação judicial contra a clínica Tavistok, que, aliás, era o único estabelecimento que atendia crianças e adolescentes

com disforia de gênero pelo National Health System (NHS), o sistema de saúde inglês. Na primeira instância, o juiz deu ganho de causa para Keira, a rmando que era “duvidoso” que as crianças pudessem consentir com tal tratamento. Os ativistas da causa trans recorreram, mas uma decisão da Suprema Corte inglesa ordenou a suspenção das atividades em julho de 2022 e posterior fechamento. Uma ex-enfermeira da clínica também ingressou com uma ação judicial com o argumento de que bloqueadores de puberdade estariam sendo receitados a crianças muito novas, de 12 anos, sem avaliações psicológicas “adequadas”. David Bell, um psiquiatra que trabalhava na Tavistok, também fez um relatório baseado no depoimento de outros pro ssionais que trabalhavam no local, concluindo que: [...] esses pacientes com percursos complexos ou altamente traumáticos estão sendo expostos a tratamentos que podem causar danos a longo prazo em razão da incapacidade (da clínica) de resistir à pressão de ativistas altamente politizados e de famílias que exigem uma transição acelerada.30 Relatórios internos da Tavistok obtidos pela BBC Newsnigth explicam que os tratamentos, que deveriam ser prescritos após três sessões, pelo menos, são prescritos após duas ou mesmo uma única sessão. Um escritório de advocacia londrino, o Pougust Goodhead, anunciou sua intenção de entrar com uma ação coletiva contra a clínica Tavistok e estima que, pelo menos, 1.000 pessoas vão aderir. Aliás, também chama a atenção a explosão no número de crianças e adolescentes que procuram o serviço da instituição. Em 2010, o estabelecimento recebeu 138 pacientes; já em 2020, foram 2.383 pacientes atendidos; e em 2021, a clínica teria recebido quase 5.000 crianças e jovens. Os ativistas e alguns pesquisadores da causa trans a rmam que o percentual de pessoas que passam pela transição de gênero é muito

pequeno para que se justi que uma paralização do serviço; por outro lado, especialistas a rmam que a área carece de estudos mais aprofundados do tema e que o percentual de arrependimentos pode ser muito maior. CHLOE COLE Essa jovem californiana de 18 anos, arrependida de ter feito a transição de gênero, decidiu reverter, na medida do possível, os efeitos negativos dos procedimentos a que se submeteu. Ela relata que teve o seu primeiro contato com a ideologia de gênero por meio da internet, aos 11 anos de idade. Os pais de Cole, ao saber que ela se via como um menino e assustados com a situação, buscaram uma ajuda médica. Na clínica de gênero, segundo o relato de Cole, os pais foram submetidos à clássica falsa dicotomia: “você prefere ter uma lha morta ou um lho vivo?”. Aos 13 anos, “sob extrema pressão”, ela consentiu o início dos procedimentos. Inicialmente, foram administrados os bloqueadores de puberdade, na sequência, as injeções de hormônios masculinos. Além dos efeitos, como engrossamento de voz, crescimento de pelos e aumento de tônus muscular, a jovem relata ter sentido ondas de calor insuportáveis, uma sensação de tédio sem m, sintomas contínuos de infecções do trato urinário e diminuição de sua densidade óssea, que acarretou, também, em fortes dores nas suas articulações. “Para mim foi muito ruim, como se eu tivesse com muita coceira em todo o meu corpo. Houve certos dias em que eu não podia nem usar suéteres ou calças compridas quando estava frio”,31 disse Chloe. Com 15 anos, ela passou pela cirurgia de remoção dos seios, e esse foi o procedimento mais radical. Além de remover todos os tecidos que cam embaixo dos seios, os cirurgiões removeram seus mamilos para recolocá-los em uma “posição mais masculina”. Os médicos a rmaram que, depois de um ano e meio após a dupla mastectomia, ela estaria

curada, mas, mais de dois anos após o episódio, Chloe diz que ainda precisa usar bandagens por causa dos uidos. Ela conta que, após uma aula de psicologia, em 2021, que falava sobre a importância da amamentação no vínculo mãe- lho, arrependeu-se e decidiu abandonar seu processo de transição. “Na época em que eu estava fazendo essa aula, eu estava com 11 meses de pós-operatório. Percebi o que tirei, e

questionei por qual motivo eles me deixaram tomar essa decisão quando eu estava apenas no meio da minha adolescência”, acrescentou Chloe. Atualmente, Chloe luta para proteger crianças e adolescentes das cirurgias de mudança de sexo e utiliza suas redes sociais para conscientizar as pessoas quanto aos perigos desses procedimentos que envolvem a chamada transição de gênero.

apresentam dois tipos de discurso: o esotérico e O so revolucionários exotérico. O discurso esotérico é destinado ao seleto grupo de camaradas que compreende perfeitamente que, para que haja revolução, é necessário destruir os valores que formaram a civilização ocidental, ou seja, a loso a grega, o direito romano e a moral judaico-cristã. Já o discurso exotérico carrega consigo um misto de problemas do mundo real vistos sob uma ótica distorcida, com “soluções” que, convenientemente, acarretam mais poder nas mãos dos próprios revolucionários. O feminismo é um dos muitos braços do poder revolucionário e tem como foco principal derrubar o pilar da moral judaico-cristã de nossa sociedade. Tendo como referencial a obra A origem da família, da propriedade privada e do Estado,32 de Friedrich Engels,

as feministas defendem que a primeira opressão da “sociedade capitalista malvadona” é o direito de propriedade do homem sobre a mulher e sua família e que, dessa relação, derivam todos as outras “opressões”, como o direito de herança e de propriedade. Trocando em miúdos, para se conseguir destruir o “capitalismo opressor” é preciso subverter totalmente as relações familiares e a complementariedade dos papéis conjugais, mas como não pega muito bem sair por aí espalhando que se está lutando para destruir as instituições do casamento e da família, o discurso exotérico é o da luta pela emancipação feminina, do direito ao voto, ao trabalho etc. Desde os primórdios do movimento feminista, estão presentes a mudança do papel feminino na sociedade, a luta contra o patriarcado e a cultura da morte. Durante nossa leitura, acompanhamos a “evolução” da narrativa feminista para conseguir ludibriar a sociedade. Ser mulher não era algo subjetivo ou alvo de controvérsias, até que vieram as mais loucas teorias acadêmicas sobre o assunto. Tudo era mais simples quando havia apenas a biologia, XX e XY, homens e mulheres, até mesmo as orientações sexuais eram divididas apenas em homossexualidade e

heterossexualidade. Após a de agração da terceira onda feminista, mergulhamos em um mar sem m de gêneros, confusões e “soluções” extremamente problemáticas. A ideologia de gênero, por mais que os revolucionários esperneiem ao escutar esta expressão, é, sim, apenas uma ideologia e não uma teoria cientí ca, como pregam alguns. A nossa sociedade não impôs uma “heteronormatividade” para que os homens brancos e cristãos fossem privilegiados; relações heterossexuais são a norma quando estamos levando em consideração a perpetuação da espécie. Não se trata de preconceito, apenas de observação (e aceitação) da realidade:

relações entre pessoas do mesmo sexo não geram descendentes. Lá pelos anos 60, vimos o desenrolar da chamada segunda onda feminista, que trouxe em destaque a tal revolução sexual. As feministas colocaram suas lupas sobre um problema que realmente existiu e existe: há homens que traem e maltratam as mulheres (e não entrarei no mérito de se tratar de uma parcela maior ou menor dos homens, apenas a rmo que isso existe e que se trata de um problema), mas em vez de se lutar para que esse tipo de comportamento diminua entre os homens, luta-se para que as mulheres tenham o direito de fazer a mesmíssima coisa. Por mais que as mulheres sejam muito suscetíveis a esse canto da sereia moderno, a realidade tem um peso inexorável. Para as mulheres, as consequências de uma vida sexual desregrada são muito mais severas por um simples motivo: mulheres engravidam, e isso não é opressão, é a natureza. Mulheres grávidas só passam a ser “problema” quando não se sabe quem é o pai ou quando ele some no mundo. Há diversas pesquisas que mostram os efeitos nocivos que a ausência do pai provoca, e sabemos que são inúmeros, mas meu objetivo aqui não é entrar nesses detalhes.

A ideologia de gênero parte de um problema que realmente existe: há pessoas que nascem com características intersexuais (genitais, padrões cromossômicos e glandulares) e há pessoas que sofrem por acreditar que nasceram no corpo errado. De acordo com especialistas, entre 0,05% e 1,7% da população nasce com características intersexuais; já os diagnósticos de disforia de gênero estão crescendo de maneira avassaladora. Uma análise feita pela empresa de tecnologia médica Komodo Health Inc. constatou um aumento de 70% na quantidade de crianças diagnosticadas com disforia de gênero entre 2020 e 2021 nos Estados Unidos.33 Para os ativistas da causa trans, a única “solução” possível para a disforia de gênero são os tratamentos hormonais e as cirurgias para a retirada dos órgãos sexuais. Além disso, também há um enorme esforço para expor, cada vez mais cedo, as crianças a essa ideologia, mesmo que contra a vontade de seus pais.

A verdadeira ciência não se faz varrendo para debaixo do tapete os dados que não favorecem uma determinada narrativa ideológica. A discussão cientí ca deve levar em conta os prós, os contras e as experiências anteriores. Vimos o triste caso da família Reimer e quanto sofrimento a ideologia de gênero causou na vida deles. Depressão, alcoolismo e suicídio foram o resultado dessa malfadada experiência, logo, por que tentar esconder isso da população? Por que continuam usando premissas que vêm de uma experiência macabra e distorcida como se fossem verdadeiras? O campo em que mais se evidencia a falácia da ideologia de gênero é o esporte. Ano após ano aumentam os casos de

homens biológicos que se sentem mulheres lutando pelo “direito” de competir na categoria feminina. Já os casos de mulheres biológicas que lutam pelo “direito” de participar da categoria masculina são inexistentes ou, pelo menos, insigni cantes o bastante para serem relatados. Passamos por alguns casos de atletas trans na categoria e, “coincidentemente”, o resultado é sempre o mesmo; esses atletas que cresceram com doses de testosterona que nenhuma mulher é capaz de produzir têm excelentes resultados, quebrando recordes que, provavelmente, jamais serão superados por uma mulher biológica. Vimos, também, a triste história de algumas pessoas que passaram pelo processo de redesignação sexual e os resultados dolorosos dessa experiência, uma vez que não conseguiram, por meio dela, resolver aquilo que as a igia, entrando em quadros de depressão e tentativas de suicídio, criando para si mesmas um problema ainda maior. Aliás, o número de meninas que são esterilizadas com apenas 18 anos ou menos e que carregarão, para o resto da vida, um corpo mutilado em nome de uma ideologia só aumenta. A Planned Parenthood, aliás, a maior promotora de abortos no mundo, cuja fundadora foi Margareth Sanger, recentemente, segundo algumas notícias, está expandindo sua oferta de serviços de “transição de gênero” para pessoas que acreditam ter nascido no corpo errado. Financiada por todos aqueles bilionários superpoderosos de sobrenomes famosos e com interesses escusos que já conhecemos, a empresa atuava, inicialmente, na área do “controle de natalidade”. Na prática, era receitado todo tipo de contraceptivo e eram realizados abortos; talvez, essa abordagem não tenha mostrado a e ciência desejada pelas feministas, a nal, as mulheres insistiam em engravidar, mesmo após passar por esses procedimentos. Agora, a “maior realizadora de abortos no país” resolveu transferir seus esforços e fortunas para os serviços de transição de gênero.

Talvez, dessa vez, ela tenha mais sucesso em seus maquiavélicos desejos, pois as mulheres que passam por dupla mastectomia, histerectomia e injeções hormonais nunca mais conseguirão engravidar. Para abortar é preciso ter um útero, já para fazer a transição de gênero, não, e isso amplia muito o seu público, a nal, os homens que passam pela transição também cam estéreis. Crianças e jovens estão se submetendo a esse tipo de tratamento cada vez mais cedo. Quando estávamos na época do “controle de natalidade”, para alguém realizar uma cirurgia de esterilização, era necessário que se cumprisse uma lista de requisitos, tais como idade mínima, já ter lhos, autorização do cônjuge etc. Agora que estamos na época dos “direitos sexuais reprodutivos”, basta que a pessoa sinta, por algum momento, mesmo que com apenas 18 anos (algumas vezes até antes), que está no corpo errado e, voir la, o sistema de saúde retira seus órgãos reprodutores. Também podemos observar que

o foco dos ativistas trans é o público infantil. Nas câmaras municipais, estaduais e federais, eles não conseguiram empurrar a ideologia de gênero na legislação vigente, então, passaram a recorrer ao sistema judiciário. Infelizmente, muitos juízes estão passando por cima do direito dos pais de darem aos seus lhos a educação moral que acreditam ser a melhor. A agenda LGBT invadiu os desenhos animados e lmes infantis, inicialmente, de maneira muito discreta, praticamente subliminar, no entanto, hoje, a agenda queer é “nada secreta”, para usar as palavras de um produtor da Disney. Pelo que pudemos observar até agora, o retorno nanceiro desses empreendimentos não é nada satisfatório, e isso me leva a pensar

quem seriam os nanciadores dessas produções; seriam os mesmo que investem nas tais clínicas de redesignação de gênero? Alguém lucra com essa agenda? Quem? Finalmente, quero trazer uma palavra de esperança ao leitor que, benevolentemente, acompanhou-me até aqui. Eu sei que muitas das informações que eu trouxe neste Mínimo sobre a ideologia de gênero podem ter assustado ou desanimado você, pois são muitos os casos de injustiça e sofrimento, mas a boa notícia é que há, sim, uma vacina para combater tudo isso: a informação. Quando sabemos qual é o truque do mágico, o espetáculo perde o efeito, e é por isso que os pais precisam car mais próximos de seus lhos, pois, caso não façam isso, alguém fará. Fique atento a tudo que é ensinado durante as aulas na escola, nos livros didáticos, nos livros de cção, nos lmes, nos desenhos e a todo tipo de conteúdo a que seu lho tem acesso; leve informação para as pessoas que estão próximas a você e mostre a elas todas essas informações a que os poderosos não querem que o povo tenha acesso. O trabalho de fazer as pessoas caírem na mentira é muito maior do que o trabalho de expô-las à verdade. “Ensina a criança no caminho em que deve andar e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22, 6).

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N  R 1 Um tira no jardim de infância, Imagine Entertainment, Universal Pictures, 1990. 2 BBC News. “Há meninas com pênis e meninos com vaginas”: campanha gera polêmica, 2017. 3 Simone de Beauvoir, O segundo sexo: a experiência vivida, 1967, p. 9. 4 Judith Butler, “Criticamente subversiva”, Sexualidades transgresoras: una antología de estudios queer, 2002, p. 58. 5 Laurent Berlant e Michael Warner, “Sexo en Público”, Sexualidades Transgresoras, 2002, p. 250. 6 Simone de Beauvoir, op. cit., 1967, p. 9. 7 Nancy Fraser, “Structuralism or Pragmatics? On Discourse eory and Feminist Politics”. In: Linda Nicholson (org.), e Second Wave: A Reader in Feminist eory, 1997, p. 391. 8 A Santa Fé, Conferência de imprensa no voo de Manila a Roma, 2015. 9 BUSH, J. Post. 30 nov. 2016. Twitter: @ thejaredbush. 2016. 10 omas Barrabi, Conservative Disney employees urge company to stay “politically neutral”, 2022. 11 omas Barrabi, Desenho infantil exibido na Net ix apresenta beijo homossexual, 2020. 12 Ministério da Justiça, 2020 apud Gazeta do Povo, 2020. 13 Nickelodeon, Twitter, 2020, tradução nossa. 14 Richard Presley, Transgender MMA Fighter Fallon Fox Breaks Opponent’s Skull, 2019. 15 Cristina Graeml, Luta por igualdade: mulheres se unem para banir atletas trans do esporte feminino, 2020. 16 Diogo Dias, Skatista Taylor Silverman rasga competidores trans que vencem: “Injusto”, 2022. 17 Cristina Graeml, op. cit., 2020. 18 Referência à história A roupa nova do imperador, de Hans Christian Andersen. A expressão é usada metaforicamente para descrever o momento em que as pessoas reconhecem uma realidade óbvia que antes estava sendo ignorada ou negada.

19 Gabriel Buss e Sarah Peres, Nova ministra, Ana Moser defende inclusão de atletas trans, 2023. 20 American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5, 2014. 21 Hanna K. Mitchell, Prevalence of gender dysphoria and suicidality and self-harm in a national database of paediatric inpatients in the USA: a population-based, serial cross- sectional study, 2022. 22 Bruna Benevides, Precisamos falar sobre o suicídio das pessoas trans!, 2018. 23 Disponível em: https:// williamsinstitute.law.ucla.edu/publications/ transgender-adults/. Acesso em: 25 ago. 2023.

suicidality-

24 Eduardo F. Filho, Trans: 98% dos adolescentes que iniciam a transição antes dos 18 anos não se arrependem, 2022. 25 E. Abbruzzese e Stephen B. Levine, “e myth of ‘reliable research’ in pediatric gender medicine: a critical evaluation of the dutch studies — and research that has followed”. In: Journal of Sex and Marital erapy, v. 49, n. 62023. 26 Ibid., tradução nossa. 27 Disponível em: https://www. elmundo.es/papel/historias/2023/ 02/22/63f64bbcfc6c83e24a8b4586.html. Acesso em: 25 ago. 2023. Tradução nossa. 28 Keira Bell, em entrevista à BBC Londres. Alison Holt, Trans processa clínica de saúde no Reino Unido: “transição deveria ser mais cautelosa”, 2020. 29 Ibid. 30 IHU. Inglaterra. Crianças transgênero: por que a clínica Tavistock vai fechar, 2022. 31 ACI digital, “Ex menina trans” luta para proteger menores de cirurgias para mudança de sexo, 2022. 32 Friendrich Engels, A origem da família, da propriedade privada e do Estado, 2012. 33 Eli Vieira, Número de crianças americanas com diagnóstico de disforia de gênero aumenta 70% em um ano, 2022.