Sobre o Fundamento da Moral [2 ed.]
 8533614950

Table of contents :
Índice
Prefácio (Alain Roger)
Cronologia de Schopenhauer
I. Introdução
1. Sobre o problema
2. Visão geral retrospectiva
II. Crítica do fundamento dado à moral por Kant
3. Visão geral
4. Sobre a forma imperativa da ética de Kant
5. Sobre a admissão dos deveres em relação a nós próprios, em especial
6. Sobre o fundamento da ética kantiana
7. Do princípio máximo da ética kantiana
8. Das formas derivadas do princípio máximo da ética kantiana
9. Doutrina kantiana da consciência
10. Doutrina kantiana do caráter inteligível e empírico. Teoria da liberdade
11. A ética de Fichte como espelho de aumento dos erros da ética kantiana
III. Fundação da ética
12. Exigências
13. Visão cética
14. Motivações antimorais
15. Critério das ações dotadas de valor moral
15. Critério das ações dotadas de valor moral
16. Estabelecimento e prova da única motivação moral genuína
17. A virtude da justiça
18. A virtude da caridade
19. Confirmação do fundamento da moral que foi apresentado
20. Sobre a diferença ética dos caracteres
IV. A explicação metafísica do fenômeno ético originário
21. Esclarecimento sobre esse suplemento
22. Fundamento metafísico
Apêndice

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Sobre o Fundamento da Moraf Arthur Schopenhauer

Martins Fontes

SOBRE O FUNDAMENTO DA MORAL Arthur Schopenhauer

T radu ção MARIA LÜCIA MELLO OLIVEIRA CACCIOLA

Martins Fontes São Paulo 2001

Ti! ido orig in a l: UBMi DAS F U N IM M M T D H i MORAL.

Copyright © I97H. Flamnianon p ara o prefácio Copyright © 1995, Li\ ruria Xlaitins Fontes Editora Lula.. São Paulo, para a presente edição.

I a ed içã o

junho cie 1995 2 B e d içã o

outubro de 2(X)I

T rad u ção

MAMA LÚCIA M ELLO OLI\ EMA CACCIOLA

T r a d u ç ã o do p r e fá c io

Eduardo Brandão P r e p a r a ç ã o d a tr a d u ç a o

Yadun Yalentinovitch Nikinn R e v isã o g r á fic a

Renato da Rocha Carlos P r o d u çã o g r á fic a

G eraldo Alves P a g in a ç ã o

Antonto Neuton Alves Quintino

D ados In tern acion ais de C atalog ação na P u blicação (C IP ) (C â m a r a K rasilcira do L i\ ro, SP. Brasil) S ch openh auer. Aritnir. 1 7 8 8 -1 8 6 0 . S o b re n fundam ento da m oral / A rthur S c h o p e n h a u e r : traduçao M aria L ú c ia M ello O liv eira C a c cio la . - 2 a ed.

S ão Paulo : M artins

Fontes, 2 0 0 1 . - (C o le çã o clá ssico s) T ítu lo origin al: U b e rd a s íundam eni der moral. IS B N 8 5 -3 3 6 -1 4 0 5 -0 I. É tica 2. F ilo so fia alem ã .V Schopenhauer, Arthur. 1 7 8 8 -1 8 6 0 . 1. T ítu lo. II. Série. 0 1 - 4 8 8 6 ________________________________________________________ C D P - 1 9 3 ín d ic e s p a r a ca tá lo g o s iste m á tico : I . M oral : F ilo so fia alem ã

19 3

Todos os direitos desta edição para a língua portuguesa reservados à Livraria Martins Fontes Editora Ltda. Rua Conselheiro Ramalho. 3301340 01325-000 São Paulo SP Brasil Tel. (11)3241.3077 Fax ( li ) 3105.6867 e-mail: info(ainartiiisfontes.coin.br httpJfwww.martinsfontes.com.hr

índice

Prefácio: Atualidade de S c h o p e n h a u e r................

VII

“A filosofia deve p erm an ecer cosm ologia e n ão se tornar teo lo g ia ” ........................................... O “p ensam ento ú n ico” e a quadripartição de O mundo ................................................................. O princípio de razão suficiente e a herança kantiana. O “parricídio” .......................................... O pantelism o sch o p en h au eria n o ....................... Sobre o fundam ento da m o ra l............................ A crítica de K a n t........................................................ D eduçào cia c o m p a ix ã o ........................................ O fundam ento m e ta físico ...................................... Adão e J e s u s ............................................................... Cronologia de Sch op en h au er.....................................

XXXIV XLV LI LIV LX LXXII LXXVII LXXXIII

I. In tro d u ção .................................................................... 1. Sobre o p ro b lem a ............................................. 2. V isão geral retro sp ectiv a ................................

5 5 11

II. Crítica clo fundamento dado à moral por Kant. 3. V isão g e r a l............................................................ 4. Sobre a forma imperativa da ética de Kant. 5. Sobre a adm issão dos deveres em rela­ çã o a nós próprios, em esp ecia l.................

19 19 23

XV XXV

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6 . Sobre o fundam ento da ética k a n tia n a ..... O b s e r v a ç ã o ........................................................... 7. D o princípio m áxim o da ética k an tian a... 8 . D as form as derivadas do princípio m áxi­ m o da ética k a n tia n a ........................................ 9. D outrina kantiana da c o n s c iê n c ia ............. 10. D o u trin a k a n tia n a do c a rá te r in te lig í­ vel e em pírico. T eoria da lib e r d a d e ......... O b s e r v a ç ã o ........................................................... 11. A ética d c Fichte co m o esp elh o de au ­ m en to dos erros da ética k a n tia n a ............

34 s animais, é diretam ente uma crueza e uma barbárie revoltantes do O cidente, cuja fonte está no judaísmo. Na lilosofia, ela repousa sobre a total diferença, admitida a despeito de toda evidência, entre o hom em e o animal, (|iie foi, com o se sabe, expressa o mais decidida e viva­ mente por Cartesius [Descartes] com o uma conseqü ên­ cia necessária de seus erros. Com o, aliás, a filosofia car­ tesiano leibniz-w olffiana construiu a psicologia racional ;i partir de conceitos abstratos e construiu uma “ anima rationalis” imortal, opôs, então, evidentem ente, aos recla­ mos naturais do m undo animal este p rivilégio exclusivo e esta patente de im ortalidade da espécie humana, e a natureza protestou silenciosamente, com o em todas as ocasiões semelhantes. Então os filósofos, inquietados por sua consciência intelectual, tiveram de procurar apoiar a psicologia racional por m eio da em pírica e, por isso, es­ forçar-se por abrir entre o hom em e o animal um abism o monstruoso, uma distância incom ensurável, para apre­ sentá-los, a despeito de toda evidência, com o diferencia­ dos já no fundamento. Já Boileau ironiza tais esforços: “Les animaux ont-ils des universités? Voit-on fleurir chez eu x les quatre facultés?” [Os animais têm universidades? Vê-se florescer entre eles as quatro faculdades?

Sátiras, 8 , 1 6 5 ]

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A rthur Scbopeiibciiier

Por isso os animais não deveriam , por fim, saber dis­ tinguir-se d o m undo exterior e não deveriam ter nenhu­ ma consciência de si mesmos, nenhum eu! Contra tais afirm ações sem gosto pocle-se apontar para o egoísm o sem limites que habita todo animal, até m esm o o últim o e o menor, que atesta suficientem ente co m o os animais são bem conscientes do seu eu, d o m undo ou clo nãoeu. Se um tal cartesiano se encontrasse entre as garras de um tigre, ele com preenderia o mais claramente qual a diferença marcada que este faz entre seu eu e seu nàoeu. D e acordo com tais sofisticações dos filósofos, en ­ contramos nos caminhos populares a peculiaridade de muitas línguas, especialm ente a alemã, que têm palavras próprias para o comer, o beber, o engravidar, o parir, o m orrer e para o cadáver dos animais, para não ter de usar as palavras que indicam aqueles atos feitos pelos seres humanos e para esconder, sob a diversidade das pala­ vras, a com pleta identidade das coisas. O fato de que as línguas antigas não conheçam tal duplicidade das e x ­ pressões, mas que, clespreocupaclamcnte, indiquem a mesma coisa com as mesmas palavras, mostra que aque­ le artifício lamentável é, sem dúvida, obra da fradaria européia, que, na sua profanação, não acreditava poder chegar o suficientem ente lo n g e no negar e caluniar a es­ sência eterna que habita todo animal. Por isso eles esta­ beleceram a base para a dureza e a crueldade contra os animais, costumeira na Europa, que só p od e ser vista com justo desp rezo por um hom em da Alta Ásia. Na lín­ gua inglesa não encontram os aqu ele artifício vil. Isto, sem dúvida, porqu e os saxões, quando conquistaram a Inglaterra, ainda não eram cristãos. Em contrapartida, en­ contra-se um análogo disso na particularidade de que,

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Sabre afundamento da moral.

m i inglês, toclos os animais são d o “ gencris neutrius” , deven d o por isso ser representados p e lo pron om e '“it”, com o coisa sem vida. O que, principalm ente quanto aos primatas, co m o cachorros, macacos etc., causa a indig­ nação e é evidentem ente uma artimanha dos padres para rebaixar os animais a coisas. Os antigos egípcios, cuja vida toda era consagrada a fins religiosos, punham nas mesmas sepulturas as múmias dos hom ens e as dos íbis, crocodilos etc.; mas, na Europa, é um horror e um crime o fato de o cão fiel ser enterrado junto d o lugar de des­ canso cle seu dono, onde ele, por vezes, esperou sua própria m orte por causa de uma fidelidade e de um a p e­ g o que não são encontrados no gên ero hum ano. Nada conduz mais decididam ente ao reconhecim ento da iden­ tidade no essencial d o fen ôm en o animal e do humano clo que o ocupar-se com a zo o lo g ia e a anatomia. O que se d eve pensar quando, hoje em dia (1839), um dissecaclor de animais carola’ se atreve a insistir numa diferen­ ça absoluta e radical entre o hom em e o animal e vai tão lon ge que chega a atacar e caluniar z o ó lo g o s honestos que estão distantes da Ira daria, da bajulação e clo tartufismo e seguem seu cam inho na mão da natureza e da verdade? Tem -se de estar ce g o em todos os sentidos ou cloroform izado p elo “foetur judaicos” para não reconhecer que o essencial e o principal é o m esm o no animal e no hom em , e aquilo que os distingue não está no primário, no princípio, no arcaico, no ser íntimo, no âm ago de am ­

5.

S egu n d o uma carta d e Schopenhau er a Frauenstadt d e 12 d e setem ­

b ro cle 1852, era R u dolph W agner, cu jo M an u a! de fisiologia fo i p u b licad o em 1839.

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.Arl bar Schopenhauer

bos os fenôm enos, que, com o tal, tanto num com o nou ­ tro, é a vontade cio indivíduo, mas som ente n o secundá­ rio, no intelecto, no grau da força d o conhecim ento, que no hom em , através da faculdade acrescentada de conhe­ cim ento abstrato, chamada de razão , é incom paravel­ m ente mais alto, mas verificado apenas graças a um m aior desenvolvim ento cerebral, portanto graças à d ife­ rença somática de apenas uma parte, o cérebro, e esp e­ cificam ente em relação à sua quantidade. Em contrapar­ tida, o que é similar entre o animal e o hom em é tanto psíquico quanto somático, deixando de lado mais co m ­ parações. A um tal desprezador de animais judaizado e ocidentalizado tem-se de trazer à m em ória o fato de que, d o m esm o m odo com o ele foi amamentado por sua mãe. também o animal o fo i pela dele. Já censurei acima o fato de Kant ter caído naquele erro dos seus con tem ­ porâneos e conterrâneos. Q u e a moral do cristianismo não considere os animais é uma falta dela que é m elhor admitir do que perpetuar, sobre a qual tem os de mais nos surpreender pelo fato de que esta moral mostra de resto a maior concordância com a do bramanismo e do budismo, que apenas não é fortem ente expressa e não é levada até o seu extremo. Por isso quase não se p od e duvidar que ela, com o também a idéia de um deus torna­ do hom em (Avatar), provém cia índia e p o d e ter vin do do Egito para a Judéia e também não se p o d e duvidar de que o cristianismo fosse um reflexo nas ruínas d o Egito da luz originária hindu, que infelizm ente caiu em solo judeu. C om o um símbolo elegante da falta agora m esmo censurada na moral cristã, na sua de resto grande con ­ cordância com a hindu, está a circunstância de que João Batista surja bem ao m odo de um saniassi hindu, mas

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Sobre o fu n dam en to da moral.

vestido em peles de animal!, o que seria um horror para qualquer hindu. Por isso, a Sociedade Real de Calcutá só recebeu seu exem plar dos Vedas sob a prom essa de que ele não seria en cad ernad o à m aneira européia, com couro, c, assim, ele se encontra na biblioteca deles en ca ­ dernado em seda. Um contraste característico sem elh an ­ te é oferecid o entre a história evangélica da pescaria de Pedro - que é ab en çoad a pelo Salvador por um milagre, no qual o b ote está sobrecarregad o de p eixes a ponto de ir a pique (Lucas 5) - e a história de Pitágoras, inicia­ do na sabedoria egípcia, que com pra dos pescadores sua rede enquanto ela ainda está na água, para dar aos peixes aprisionados sua liberdade (A puleio, De magia , p. 36, ed. Bipontini). A com paixão para co m os anim ais liga-se tão estreitam ente com a bondade do caráter que se pod e afirmar, confiantem ente, que qu em é cruel com os animais não pode ser uma b oa pessoa. Tam bém esta com paixão m ostra-se com o tendo surgido da mesma fon­ te, junto com aquela virtude q u e se ex e rce em relação aos seres hum anos. Assim, por exem p lo, as pessoas se n ­ síveis sentirão o m esm o rem orso, o m esm o d esconten ta­ m ento con sigo m esm as, ao ter a lem brança de que, num acesso de mau humor, esquentadas pela ira ou p elo vi­ nho, maltrataram im erecida, desnecessária ou ex cessiv a­ m ente seu cão, seu cavalo ou seu m acaco, o que é se n ­ tido do m esm o m odo que a lem brança da injustiça e x e r­ cida para com os seres hum anos, que se cham a a voz da con sciên cia punitiva. Lem bro-m e de ter lido que um in­ glês q u e numa caçada na índia matara a tiros um m aca­ co não pôd e esq u ecer o olhar que o anim al lançou-lhe ao morrer e, desde então, nunca mais atirou em m acacos. Assim tam bém W ilhelm Harris, um verdadeiro “Nem-

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Arthur Schopenhauer

b ro d ”, que viajou nos anos de 1836 e 1837, penetrando no coração da África só para gozar o prazer da caça. Em sua viagem , publicada em Bom baim em 1838, conta ele que, depois de h aver m atado seu prim eiro elefante, que era fêmea, e procurado o animal m orto na manhã se­ guinte, todos os outros elefantes tinham fu gido d o lugar, só o filhote d o animal m orto tinha passado a noitè ao lado da mãe morta; esquecendo tod o o m edo, este v e io então de encontro ao caçador, com a mais viva e clara dem onstração de sua dor inconsolável, e enlaçou-o com a sua pequ ena tromba para p edir socorro. Nisto, diz Harris, ele fo i tom ado de verdadeiro rem orso por sua ação e sentiu-se com o se tivesse com etido um assassina­ to. Vem os esta nação inglesa sensível, destacada de to­ das as outras por uma marcante com p aixão pelos ani­ mais, que se manifesta em toda a ocasião e que teve o p oder de fazer com que, apesar da “fria superstição” , que de resto a degrada, se preenchesse a falha deixada na moral pela religião por m eio da legislação. Pois é esta mesma falha que é causa de que na Europa e na A m éri­ ca sejam necessárias associações protetoras dos animais, que só p od em agir m ediante a ajuda da justiça e da p o lí­ cia. Na Ásia, as religiões garantem aos animais proteção suficiente e, por isso, lá ninguém pensa em tais associa­ ções. Todavia, também na Europa, despeita cada vez mais o sentido pelos direitos dos animais, na m edida em que, aos poucos, desvanecem e desaparecem os estranhos conceitos d e um m undo animal que v e io à existência apenas para a utilidade e o deleite do hom em , de acor­ d o com o que se trata os animais com o coisas, pois estas são as fontes do tratamento rude e desconsiderado dos animais na Europa. Dem onstrei a sua origem no Velho

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Sobre o fundamento da moral.

leMa mento, no segundo volum e dos Parerga, parágrafo I’/

I >iga-se portanto para lou vor dos ingleses que, en-

lie eles, primeiro a lei tomou os animais sob proteção In-in seriamente contra o tratamento cruel, e o hom em |iei\ei\s tem de sofrer uma pena se com ete um delito li ii ura os animais, m esm o qu e estes lhe pertençam. E, i i ii no se isto ainda não bastasse, existe em Londres uma ■,ni ledade que se reuniu espontaneam ente para a protei ii i dos animais, “Society for the prevention o f cruelty to animals” , que, por m eios privados, com gastos significati\I is, muito faz para trabalhar contra a tortura dos animais. Sens emissários estão secretamente atentos para depois ipaieeerem co m o denunciadores das torturas destes seies que não falam mas sentem, e, em toda a parte, tem ile st■temer sua presença6. Junto às pontes íngremes, em

(i (,)uão seriam ente é levad o o assunto mostra um ex em p lo bem recente i p H■i'ii ! i aduzo d o B irm ingham Jou rna l d e d eze m b ro de 1839: "Prisão d e uma ■mi icd.klc d e 8zi a ficionados da briga de cães. T e n d o sid o d e scob erto q u e ninem, sobre a esplanada na rua 1-uchs, em Birm ingham , teria lugar uma briga de cies, a Sociedade dos A m igos dos Anim ais tom ou m edidas preventivas I ii .1 ,issct;urar-se da ajuda da polícia. Um destacam ento desta marchou para o Ini.il .1.1 luta e, lo g o q u e ela co m eçou , prendeu toda a so cied ad e presente. I iirs p jilic ip a m e s foram ligados um ao outro, em pares, com algem as, e de|iiiin unlos unidos n o m eio p o r uma corda com prida: assim foram levados à (li Ic'i’ .u ia. o n d e estavam o p refeito e o magistrado. Os dois ch efes foram coni li i i.u li is cada um a uma multa d e uma libra esterlina mais custas de oito .hillings’ c m eio e, n o caso d e não pagam ento, a catorze dias d e trabalhos fori.iiln s na Casa-cle-Correçào. O resto das pessoas fo i solto". O s janotas q u e cui­ dam dc nào faltar a tào nobres prazeres devem ter pa recido b em en vergonh ai li r. na procissão. Mas um e x e m p lo b em mais forte de um tem po mais recente i ia ( ml ramos no Times d e 6 d e abril de 1855, p. 6, prop riam en te estatuído por < •.1