Brasil - Colonia de Banqueiros

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rÉMurf-^r

R

A

S

I

L

Colónia de Banqueiros

Gustavo Barroso

BRASIL COLÓNIA DE

-

BANQUEIROS

(História dos «mpresiimos

2."

de 1824

a

«dição

CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA, Bua

S«t«

ie

Setembro,

182

1934}

1934

,

S/A.

Rio de Janeiro

índice

Cap.

Cap.

I

II

Cap. III

Cap.

IV

— —

— —

os EMPRÉSTIMOS DA MONARQUIA

11

OS EMPRÉSTIMOS DA .REPUBLICA

87

OS EMPRÉSTIMOS DOS ESTADOS

137

OS EMPRÉSTIMOS DOS MUNICÍPIOS

Cap.

V



165

OS EMPRÉSTIMOS E A MOCIDADE BRASILEIRA .

177

O CONDOR PRISIONEIRO

.

197

.

.

Cap.

VI



— ESQUEMAS E — APÊNDICE — BIBLIOGRAFIA

MAPAS

.

.

'

.

......

209 231

253

A' memoria de meus antepassados maternos, de raça germânica,

o suor de seu rosto pelds

e

o sangue de suas veias

campos da Europa;

meus antepassados

que espalharam

e

á memoria de

paternos, brasileiros da

gema, que regaram com seu suor a

terra

da

pátria cultivada pelas suas mãos, que rega-

ram com seu sangue da America!

os

campos de batalha

"Trotski e Rotschild marcam a amplitude das oscilações do espirito judaico; estes dois extremos

abrangem toda a sociedade,

tàda a civilização do século (Opinião do judeu cíhs

— "Les

Kadmi

citada

forces sécrétes de

la

XX." em Léon

de Pon-

Revolutiotí")-

Capitulo

I

OS EMPRÉSTIMOS DA MONARQUIA (1824-1889) "Ousei rasgar o espesso

e misteriosp.

véu

que cobria o Tesouro, persuadido de que a desconsolação pública e a extinção do patrio-

tismo

andam a par da

miséria pública;

de

que a ruina dos Estados, a queda dos Impérios são consequências das desordens das fi-

nanças"

.

(Relatório do Ministro da Fasenda, cinto

Manuel Ja-

Nogueira da Gama, Visconde de Baependi, em

1823).

I

Em

Henry

1818, o viajante inglês

Koster, de-

pois de nos ter visitado e observado, escrevia que o Brasil

mudara de metrópole, cessando de "depender

de Portugal para se tornar colónia da Grã Breta-

nha (1)."

O

mas

conceito era pesado,

justo.

E

acres-

centava outro, bebido no que ouvira, durante a sua

de que no nosso país só os ingleses podiam

estadia: o

viver bem.

"O

inglês reinava mercantilmente sobre a iné-

pcia portuguêsa", afirma Oliveira Martins (2). Reinaria, portanto, consequentemente, sobre a então

lhor colónia

me-

do Reino. Esse dominio vinha de longe,

do tratado Methuen de 1703, como o reconhecia o próprio marquês de

uma semana que granadeiros

Pombal numa

carta.

Mal

passava

se abrigara entre nós, corrido pelos

de Junot, o principe-regente D.

abria os portos

João

do país ao comercio das nações ami-



(1)

Henry Koster

(2)

Oliveira Martins

"Traveis



in

Brazil".

"Historia de Portugal".

GUSTAVO BARROSO

14

gas, isto é, ao comercio

Em

exercê-lo.

mais

e

por

da Inglaterra, única capaz de

1809, os seus emporocratas exigiram

isso se

iniciaram as negociações de que

re-

sultou o tratado preferencial de comercio, assinado

em

10 de fevereiro de 1810. Por

êle,

os navios ingle-

ses podiam ser reparados nos portos brasileiros, con-

cediam-se fôro e jurisdição especial aos súditos britânicos, favoreciam-se

nas alfandegas as mercadorias de

Albion com o direito de

15% ad

valorem,

do que as de qualquer outra nação. Era

9%

um

menos

verdadei-

ro monopólio comercial que fez baixar as exportações

portuguesas para o Brasil de mais de

50%

(1).

Koster estava certamente ao par de tudo seu conceito, portanto, era,

mas

como

isso e

o

dissemos, pesado,

justo.

Livres de Portugal

em

1822, não nos libertamos

da metrópole comercial inglesa senão pois até essa data ferencial.

E

duraram

passámos a

os efeitos

um



para 1834,

do tratado

pre-

jugo peor: fomos trans-

formados em colónia da casa bancaria judaica Rotschild,

(1)

VI no

em

colónia do super-capitalismo internacional,

Oliveira Martins

Brasil".



op.

cit.

Oliveira

Lima



"D. João

BRASIL

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

que não tem pátria

e

oomo que obedece

a

leis

15

secretas

de aniquilamento de todos os povos.

Ha uma

Em

grande documentação que prova

num documento

1806, por exemplo,

isso.

escrito pelo

seu próprio punho, Sismondi já denunciava o judais-

mo como tãs,

o disfarçado organizador das seitas

do enriquecimento

pela,

usura,

com o

fito

o mundo. Herder condenou a filantropia so

anti-cris-

das sociedades secretas, da derrubada dos tronos,

eterno

sentimentalismo

deante

de dominar

cristã,

dêsse

o nos-

PERIGO

FORMIDÁVEL pelos seus efeitos dissolventes e desmoralizantes. Em 1811, de Maistre previa a morte da Rússia nas suas mãos. Em 1816, prevenia em carta o czar. Em 1823, Goethe, profetizava que a sua influencia extinguiria os sentimentos

Em

1844,

que o

lê-se

mundo

é

d'Israeli

governado por personagens muito

di-

imaginam os olhos que não

pe-

ferentes daqueles que

netram atrás dos bastidores. discurso ao

morais na Alemanha.

no romance "Coningsby" de

Em

1847, Bismarck,

num

Landtag prussiano, pedia textualmente

que "os cristãos fossem emancipados dos judeus."

Em

1869, Gougenot-Desmousseaux mostrava o ju-

deu agindo na sombra, dessa raça, donos

— meia dúzia de

individuos

do ouro e das associações

dando ordens ao mundo

inteiro.

Em

secretas,

1887, Calixto de

GUSTAVO BARROSO

16

Wolski, baseado nos documentos irrefutáveis de Braf-

man, dava á publicidade o segredo desse dominio nos países moscovitas. E, enfim,

em

1906, a formidável

documentação dos chamados Protocolos Sião,

embora apregoados

como uma

dtís sábios

de

falsificação, veiu

confirmar ponto por ponto todos os libelos acusatórios anteriores.

"As rias vezes pitais,

crises financeiras

que se manifestaram va-

nos países de grandes concentrações de ca-

nestes últimos tempos,

revelaram o divorcio

absoluto entre os interesses das nacionalidades e os

dos grupos financeiros.

A

fuga do ouro, de país para

de maqui-

país; os pânicos das praças, consequentes

nações propositais; as contradições económicas e po^ líticas,

assinalando

uma marcha

to das autoridades nacionais,

dencia

um

segura

— tudo

em

isso

fator absolutamente imprevisto

moderno: a existência de

uma

detrimen-

pôs

em

evi-

no mundo

politica imperialista,

que foge aos impositivos nacionais.

Tivemos, antigamente, o imperialismo das nações fortes, que reduziam países ções de escravidão.

mo

Em

militar,

livres a condi-

seguida, tivemos o imperialis-

das nações económicas, que conquistavam merca-

dos para seus produtos. Foi dentro dêsse imperialismo

.

BRASIL

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

17

complexo, dentro da luta económica dos povos contra

povos que germinou

um

novo imperialismo, inimigo

de todos os povos. E' que o capitalismo, na sua obra de infiltração internacional, desndcionalizou-se, per-

deu a idéa de pátria, t3U

a receber na causa da Rainha, o que trouxe varias complicações

no futuro. Barbacena

grande parte

e

Itabaiana tiveram

nelas.

Transpuzemos

as

£ 1.400.000 do empréstimo

português de 1823 para a nossa conta, trocando as cautelas lusitanas por titulos brasileiros, vencendo ju-

G U ros de rial

S

5%. Dos

T.A

resumo:

12.620:098$ 150

Amortizámos

Pagámos de Custo

Soma

10.264:479$743

juros

22.884: 577$899

total

Quasi vinte

Tesouro Impe-

cálculos feito pelo

um

extraiamos

VO BAKKUiU

e tres mil contos

colossal

de

reis!

naquele tempo, correspondendo

talvez a 230.000 de hoje!

Foi o que nos custou o reconhecimento da nação através das negociações

com

lord Canning.

Os

brasi-

humildes, brancos, caboclos, negros e mestiços,

leiros

unidos

como nos

gloriosos dias

da guerra holandesa,

haviam derramado seu "langue no Genipapo, 'em parica e

em

Pirajá.

Os

brasileiros

Ita-

chamarrados de ou-

ro fizeram as combinações diplomáticas, os pactos de família e as negociatas de dinheiro ...

Cinco anos mais e batiamos de novo, o que era fatal,

humildes, ansiosos, dilacerados de lutas e divi-

Thomas Wilson e de Nathan Mayer nome do Império distante e assoberba-

das, á porta de

Rotschild.

do de

Em

dificuldades, o magnifico

marquês de Barba-

cena e o magnifico visconde de Itabaiana, usando

dimia autorização contida no

art. 7.*

da

lei

de 8 de

outubro de 1828, tomaram £ 400.000 a juros de

5%,

BRASIL

1%

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

de amortização e o tipo de

52!!!!

A

51

fumaça da

pólvora e da macéga queimada das coxilhas de Ituzaingó ainda manchava as fardetas dos nossos caçadores a pé, déramos a liberdade ao Uruguai, per-

o troar dos canhões do

Monte

Santiago parecia continuar no crepúsculo do

1." rei-

dendo a Cisplátina,

e

nado. Enfraquecidos, deviamos nos sujeitar a todas as forças caudinas.

o dinheiro fôsse 52.

Não

se

O

marquês e o visconde queriam

como

fôsse. Rotschild

impôs o tipo

conhece na história financeira do

cousa mais monstruosa.

A

mundo

imoralidade foi tão grande

que o governo inglês chegou a pensar

em

proibir a

óperaçâo (1).

A biloso

9

de junho de 1829, Barbacena escrevia

ju-

ao Imperador, de Lalenham, dizendo que,

fi-

1.°

nalmente, se ajustára o empréstimo, reconhecendo o público inglês que Rotschild "tinha confiança e fé nos recursos

emfim,

do Império." se

E

terminava acrescentando que,

poderiam equipar as fragatas

e levar

para

deante os negocies da Rainha.

Para derrubar D. Miguel e reerguer D. Maria,

(1)

Leia-se

a

exposição sobre nossos empréstimos

Constituinte pelo ministro Osvaldo

razão de sobra no que aí digo.

Aranha

e

feita

á

ver-se-á que tenho

GUSTAVO BARR.O&O

52 lá se ia

o dinheiro que iamos ficar devendo por deze-

nas e dezenas de anos!

E

o marquês se alegrava

com

a

fé e a confiança do poder colossal de Rotschild nos

do Império!

recursos



Livra!

Sua

como

diz o povo.

assinatura não figura, porem, no contrato

do empréstimo, que os jornais do tempo apelidaram o ruinoso. Entretanto, ainda se encontrava na Ingla-

Segundo uma

terra.

Francisco va-se

Gomes da

carta que escreveu ao conselheiro Silva, o Chalaça,

de bordo, acha-

no mar em outubro de 1829 (1).

traz a data

de 26 de junho

conselheiro

Manuel Rodrigues Gameiro

O

contrato

somente a assinatura do

e

Pessoa,

vis-

conde de Itabaiana. Hipoteca nominalmente a alfandega do Riò de Janeiro.

Os

juros

começam

a ser con-

tados de 3 de julho de 1829, data da assinatura do contráto, quer o dinheiro entre, quer será

não

entre. Este

dado em doze prestações mensais. Judeu sem

tação não é judeu. Reserva-se l|8

amortização e corretagem.

lembrar aqui aquele trecho

Kant

diz o seguinte:

"Os

%

Não podemos em que

o grande

deixar de

Emanuel

palestinos que vivem

no

so meio conseguiram pelo seu espirito de usura

(1)

Francisco

Gomes da

Silva



pres-

para comissão de

"Memorias".

nos-

uma

BRASIL

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

bem fundada na

reputação de velhacos, casos.

Na

53

maioria dos

verdade, parece estranho imaginar

uma

na-

ção composta de ladrões; porem ainda mais estranho é verificar que existe

uma

nação composta exclusiva-

mente de traficantes que desdenham a honra de

como

viver

os outros habitantes do país que os acolhe,

achando mais vantajoso enganá-los."

Premido pelos credores dos gastos diplomáticos de Barbacena, pelas despesas dos emigrados portugueses,

ás quais

não bastavam os pagamentos

Brasil por conta das £ nal,

dá,

600.000 da convenção

o visconde suplica

mas cobra por

êle

feitos pelo

um

4%

adicio-

adeantamento. Rotschild

de juros. Mais tarde, esta

soma entrará no computo

total a juros

de

5%,

de

modo que rendeu 9%!

O jeitar,

visconde e o marquês a tudo se tinham de su-

porque precisavam de dinheiro para atender a

grandes despesas. Segundo confissão do último,

com

a Rainha, as fragatas e os emigrados se gastaram

£ 177.738, e com o

2.°

cosamento de D. Pedro I

£ 42.272.

Estudando o empréstimo de|1829. Castro Carreira diz

serenamente que pagariamos "capital quasi

duplo do que recebiamos".

moeda

brasileira:

E

apresenta esta conta

em

GUSTAVO BARROSO

54

Recebemos

2.233:775$555

(?)

Pagámos de

6.858: 143$889

juros

9.362. 147$797

Custou

Não

recebemos

tal.

Escrevendo

em

1842,

em

S.

Petersburgo, o depois conselheiro Candido de Oliveira

(1)

que

mostrava

realizados

nessa

época

os

empréstimos

haviam

brasileiros

rendido,

liquidos,

£ 3.712.000; que desta soma apenas recebera o Tesouro Imperial 1.092.000; que a restante e maior parte ficára

na praça de Londres

e ali fora inteiramente con-

sumida principalmente na alimentação dos mesmos empréstimos, e

em

outras despesas feitas na

Europa

por conta do Governo Brasileiro, entre as quais figurava a verba das despesas diplomáticas compreendidas

no período de 1825 a 1830

(2)

;

e que, finalmente, a

despesa total suportada pelo Brasil para-ò fim exclu-

do pontual pagamento dos dividendos

sivo

efetivos,

por conta dos mencionados empréstimos, até o fim

do anno de 1841, sobe a enorme soma de cerca de

£ 4.000.000, que excedia

(1) (2)

D.

Pedro

libras.

Candido de Olh-eira

As exageradas I.

O

total





o capital emprestado, do

"Sistema Financial do Brasil".

contas de Barbacena que tanto desgostaram

das

despesas diplomáticas

foi

de 300.000

BRASIL

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

55

qual somente se amortizára a insignificante importância

de 276.000

libras!

(1)

"Possa a dolorosa recordação destes fátos,

minava o

oonselheiro,

ter-

gravar-se profundamente na

memoria dos administradores

brasileiros ..."

acrescentamos: para servirem de lição

um

E

nós

dia a admi-

nistradores de verdade.

Em

1830, a grita era grande no Rio de Janeiro

contra êsse empréstimo.

Da

tribuna do parlamento,

Holanda Cavalcanti o condenava, arranjos financeiros realizados

e

denominava aos

em Londres

a Caixa

magica, o Sorvedouro das rendas e o Cancro do Ta-

A

misa. sões.

imprensa desaçaimada glosava essas expres-

Encontraremos

uma

delas grafada pelo próprio

punho do monarca. No dia 27 de setembro desse ano, D. Pedro I escrevia uma carta intima a Barbacena, então ministro da Fazenda, referindo-se textualmente

á Caixa magica e declarando-se disposto ao exame das respectivas contas.

Como

nesse

exame o marquês não

podia ser "juiz e parte", resolvera demiti-lo

e

nomear

seu substituto o visconde de Paranaguá. Por decreto

de 30 de setembro, a demissão era publicada, porque convinha liquidarem-se as contas da divida com Por-

(1)

Em

1842!

.

GUSTAVO BARROSO

56

tugal, as grandes despesas

despesas

com a Rainha

mento, E'

um

com

Pòrtugal, as grandes

e os emigrados, e

com o

decreto de demissão sui-generis,

casa-

com

ex-

posição de motivos.

Barbacena defende-se na sua citada "Exposição".

Seu biografo, Antonio Augusto de Aguiar,

(1) tam-

bém o defende. Todavia, tanto o escrito do primeiro como o livro do segundo passam como gato por brasas sobre a operação de 1829. E' verdade que só Itabaiana assinou o contráto

á breca

e,

em Portugal

depois, demitido .

Vejamos mais alguns capital real

também, levou

.

pormenores.

sinistros

do empréstimo de 1829

O

foi de £ 400.000;

Alem

mas

o capital nominal de £ 769.200.

tipo

52 reduziu o capital real a £ 208.000. Ora, desta

sorte,

disso, o

por £ 208.000, o Brasil pagou, capital e juros,

De

£ 1.950.000!!! potecadas.

A

novo, as rendas das alfandegas

miséria da

hi-

soma nem ao menos entrou

para nossos cofres. Foi destinada ao pagamento dos juros atrazados

do empréstimo da independência e das

dividas particulares contraídas

com

os contratadores

do próprio empréstimo pelo Governo Imperial. Entre elas, deviam estar as motivadas pelas suntuosidades

(1)

Seu

filho,

o Visconde de Barbacena,

.

BRASIL

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

de Barbacena á cata sar

com D. Pedro

Na

duma

57

princesa européa para ca-

I.

expiração do prazo contratual dêsse emprés-

timo monstruoso, 30 anos, ainda deviamos £ 508.000,

que passaram para o novo empréstimo de 1859. No-

tem bem: da operação Itabaiana-Rotschild couberam-

em pagar juros Barbacena com Rotschild,

nos £ 208.000 liquidas, empregadas e dividas contraídas

por

todas acrescidas de juros; no fim de trinta anos de

pagamento continuado de

juros,

devemos ainda

essas

£ 208.000 aumentadas de mais £ 300.000, que vão gravar novo empréstimo!

Foi o segundo passo do banqueiro internacional

no nosso

território, a

segunda volta das moendas do

banguê de espremer ouro do Tatú, o começo do giro

Dez anos passaram

dum

infeliz e

caluniado Jeca-

parafuso sem fim

e tivemos

.

.

de apelar para no-

vo empréstimo, afim de suprir insuficiências de das.

Em

verifica

ren-

todos os relatórios ministeriais da época

o regime dos

deficits.

suía soberania jurídica,

económica

e tinha

O

Império

se

liberal pos-

mas não possuía soberania

de proceder forçosamente como

um

simples particular.

Era regente do Império Pedro de Araujo Lima e ministro

da Fazenda Miguel Calmon du Pin

e

AI-

GUSTAVO BARROSO

58

meida, depois marquês de Abrantes. Havia deficits

em

orçamentos: Fazenda, Marinha

tres

A

e

5 de fevereiro de 1839, contraimos êsse

préstimo

com

os banqueiros

Samuel

&

Marques

Lisboa.

em-

Philips. Assi-

nou-o o nosso encarregado de negócios José

Guerra.

em

Londres,

Havia dez anos que Rotschiid

nos esfolava. Agora cabia a outro, não se sabe por

que secreta combinação, a nova

£ 312.500, tipo 76, juros

em

isso,

5%,

esfola. Capital real

prazo 30 anos.

Tudo

resumo, quer dizer: por £ 237.500 recebidas

£ 503.000 pagas!

O

Anuário da Bolsa de 1931 dá, para

préstimo o tipo 76; o autorizado 73.

Na

Jacob Cavalcanti,

sr.

contas do senador Castro Carreira ,tiradas da

do próprio Tesouro, acusam o seguinte: Recebidos Juros pagos

Custo

O e

em

em-

dúvida, preferi o mais favorável.

As escrita

êsse

total

3.623:755$278 "

5.172:729$105 9.604:201$153

regimen dos deficits continua naturalmente

1843 somos forçados a novo empréstimo na City.

Já maior, D. Pedro II está na aurora do seu longo

rei-

nado. Encarrega-se dêle o nosso plenipotenciário

em

Londres, comendador José Marques Lisboa, que o con-

.

BRASIL

com

tráta

Isaac

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

Lyon Goldsmid.

59

Destina-se a liquidar

definitivamente o ajuste de contas

com

Portugal, pro-

veniente das negociações para a nossa independência.

Decerto o Kahal permitia a Isaac Lyon negócios com Portugal

.

.

.

Reoonheciamos dever ainda do emprés-

timo português £ 488.393, 15

£ 134.308 de juros,

mámos,

isto é,

£ 622.702 a juros de

com a

obrigação

5%,

tipo

e

real

de

prazo de 20 anos,

de pagar o capital nominal de

garantia,

3

de maio de 1843.

demos em penhor

todas as alfandegas, que formarão

textualmente

alem de

capital

êste

85

£ 732.600. Assinaram-se os átos a

Como

d.,

o total de £ 622.702. To-

emprestado

portanto,

5

e

s.

— "um fundo



as rendas

de

reza o oontráto

particular para êsse com-

promisso."

Ao

fim

do prazo ajustado,

ainda

deviamos

£ 362.000 que passaram, como é natural e entra pecanudo los olhos, para o empréstimo de 1863.

Um

Engavetamento de emprés-

dentro de outro canudo! timos

.

.

Na

verdade, o resultado desta operação finan-

ceira é o seguinte,

na nossa moeda:

Recebemos para pagar

Pagamos de

juras

Custou-nos tudo

..

.... ....

5.534:575$376

6.422:709$299 14.259:0341129

GUSTAVO BARROSO

60

Para simplificar a conta, não estio intercalados comissões e outros prejuizos.

Reparai que,

com

vinte e

pendente, estamos sempre

um

anos de vida inde-

com a corda ao

pescoço,

fazendo empréstimos para pagar juros de outros empréstimos, cujas sobras incorporamos a novos empréstimos, circulo vicioso

em que temos vegetado

até hoje,

cada vez peor (1). Antes de nós, Integralistas, nin-

guém

fizera

o povo brasileiro descer aos círculos dan-

tescos dêsse inferno

mêsmo

de sua escravidão, que

êle

nem

suspeitava e que é a grande causa de todas as

suas aflições.

Nós

resolvemos mostrar-lhe a verdade

dôa em quem doer, aconteça o que acontecer!

As £ 662.702 de 1843 custaram á nação

a ba-

gatela de £ 1.465.200!

A

27 de julho de 1852, depois de "vencido e

ex-

pulso o tirano Rosas, depois que as baionetas dos ca-

çadores de

Marques de Souza passearam

pelas avenidas de

vam por

(1)

triunfantes

Buenos Aires, os Rotschild lança-

nossa conta,

em

Londres,

um

empréstimo de

Mêses depois de pronunciada esta conferencia

em

diver-

sas capitais do Brasil, o sr. Ministro da Fazenda, voz autorizada

no assunto, decUrava á Constituinte o que eu afirmara, quasi com as mesmas palavras. A verdade é uma só.

BRASIL

£ 954.250 isto é

-

reais

5%

COLÓNIA DE BANQUEIROS

61

por £ 1.040.600 nominais, tipo 95,

só de desconto sobre o capital real e juros

módicos de

4^ %.

que o ouro não

Por que tanta generosidade? Porda caixa voraz dos banqueiros.

sairia

Era destinado ao resgate do que ainda nós deviamos, após trinta anos de juros, do empréstimo da indepen-

em 1824 e do empréstimo português de em 1882 acabámos o pagamento dessa linda

dência, feito

1823! Só

operação que nos custou apenas £ 2.294.523!

Lobo de Bulhões, trascreve o seguinte

"Pagou Portugal

citado por Jacob Cavalcanti,

documento sobre

essa questão:

os juros e amortização dêste

préstimo relativos aos anos de 1824

e

1825,

e,

em-

sobre-

vindo a independência do Brasil, ajustou-se na

pri-

da convenção adicional ao

tra-

meira parte do tado

art. 2.°

com o Império do

Brasil de

29 de agosto de 1825,

que sua Majestade Imperial tomava sobre préstimo contraído

em

si

o em-

1823; porem os mutuantes não

quiseram relevar Portugal da sua responsabilidade para

com

êles e transpassá-la

para o Brasil

(sic)

,

de ma-

neira que o Brasil se obrigou a pagar a Portugal o

que naquela época restava do empréstimo, que era milhão e quatrocentas mil

libras

esterlinas;

um

porem

Portugal não ficou desonerado da parte dos mutuantes; átites

pelo contrario, continuou a sua responsabi-

.

GUSTAVO BARROSO

62

lidade, solidaria pelo

Império do

que tóca a

Brasil até êste

do mesmo empréstimo

zer o capital e juros

leia-se

satisfa-

(sic)."



Os

banqueiros-judeus) só tiveram

um

Comentário único, mutuantes (

á do

êles, e subsidiaria

Império acabar de

em bom

em duas

escopo: firmarem-se

português:

amarras: garantirem-se

lá e cá.

Vale a pena determo-nos ainda

um

instante neste

empréstimo de 1852. Foi assinado no dia 27 de julho.

Do

nosso lado, o ministro do Brasil na Inglaterra, ca-

valheiro Sergio Teixeira de

ma N. M.

Rotschild

&

Macedo; do

outro, a

fir-

Sons (1). Autorizou-o o

de-

587 de 6 de setembro de 1850. As

creto legislativo n."

clausulas do contráto declaravam que a casa Rotschild seria exclusivamente

tos e

l|2%

teria a

sobre os remanescentes, de

trabalho e de tuais

empregada em todos os pagamen-

compras da operação, que

.

1%

2%

percentagem de para despesas e

para cobrir riscos e prejuizos even-

.

Olhem

as contas:

Rendeu o empréstimo

8.226:932$780

Juros pagos

9.413:843$109

Custo (1)

Rotschild

total

21.024:784$159

Barões Liooét Antony, Nathaniel e Mayer Amschell de



barões assinalados.

BRASIL

Em

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

63

1858, no dia 19 de maio, novo empréstimo

contratado

com

Rotschild e Filhos pelo comendador

Francisco Inácio de Carvalho Moreira, mais tarde

barão

de

Penedo,

faustoso

suas

recepções

legalmente

fez

26 de agosto de £

época

1857.

1.526.500 nominais

95

Yi. Prazo:

em

pelo

autorizado

£

em

dum

plenipotenciário

"O

Império que vivia de empréstimos.

fausto de

Londres."

decreto

Estava

912

n.°

de

1.425.000 reais e

4 prestações

30 anos. Juros:

4'/4

.

.

.

Tipo:

%• Fim:

longamento da Estrada de Ferro D. Pedro Central do Brasil e novamente D. Pedro

II,

II.

pro-

depois

E' o

pri-

meiro empréstimo para uma. utilidade, o primeiro que se

não faz para pagar somente dividas e juros atraza-

dos.

Do

contrato constam condições esplendidas para

os banqueiros: comissões de

videndos a pagar, ijS

%

1%

sobre quaisquer di-

sobre resgastes, 2 l|4

%

de

corretagem.

Recebemos realmetne, de acordo com o £ 1.360.275

e até

tipo,

dezembro de 1888 pagámos

£ 3.366.500! Eis

um

quadro mais

12.330:423$500

Recebidos

9.211:834$845

Juros pagos

Custo

total

claro:

.

24.885:0581650

1

GUSTAVO BARROSO

64

Os

juros são,

como

uma

se vê,

invenção mirífica.

Sobretudo os juros de usura. Afirmam os seus defenores que a isso

israelitas e

fôram forçados pela

perse-

guição dos cristãos, que lhes não permitiam outra pro-

uma

priedade e outro negocio senão o dinheiro. E'

deslavada mentira! Segundo Ihering (1) o prova de sobejo, os juros são

uma

"invenção semita", os judeus

de Babilónia os elevavam a 20 e 25

diam

a descontos, o que é o

%,

mêsmo que

a

e já proce-

margem do

tipo dos empréstimos.

o grande historiador inglês, exibe do-

Sayce,

cumentos insofismáveis, pt>ovando que,

um

nia,

em

Babiló-

século antes da primeira destruição do reino

de Judá por Sennacherib, já

se

afirmava o "parasi-

tismo usurário" dos judeus, que êles já cobravam juros escorchantes e

que a casa judaica Egibi Irmãos

era o banco Rotschild da Asia, daquele tempo (2).

Se abrirmos

Van

as

documentadissimas paginas de

der Kindere, aprenderemos que, nas Flandres,

no século XVI, enquanto os prestamistas decentes não

(1)

Von

(2)

Sayce

Ihering





"

Vorgeschichte der Indoeuropâer

"Assyria,

its

princes, priests, people".

".

Senna-

cherib apoderou-se de Jerusalém ao tempo do rei Ezequias, no ano

de 701 A. C,

isto

é,

sete séculos antes

do nascimento

de Jesus

1

.

BRASIL

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

65

iam alem de 654 %> os judeus, livres de qualquer constrangimento, cobravam de 60 a 200 %!!! (1) Isto os tornou pnodigiosamente ricos

os tempos e por toda a parte, desde

vam

em

todos

quando arremata-

os impostos aduaneiros do Império

Romano

até

quando anualmente retiravam 900 milhões de marcos' dos empréstimos ferroviários da pobre Alemanha ven-

Na

cida!

Idade Média, desde Luiz II encheram a

França, onde o Languedoc se tornou

uma nova

Judéa.

Carlos o Calvo quis reprimi-los e morreu envenenado pelo medico Sedecias. Carlos o Simples espantava-se

da pobreza do povo

Moço

e

da opulência judaica. Luiz o

creou, por causa dêles, o oficio de Preboste das

Dividas. Se Felipe o Paris inteiro, pois

A

Augusto não

metade já

reage,

tomariam

lhes estava hipotecada

engrenagem que nos devia expremer

vizar entra

em

.

e escra-

Os empréstimos em década, surde década

pleno funcionamento.

imperiais que se repetiam

gem com o

.

diferença

dum

lustro

ou pouco mais e

se

vão suceder quasi anualmente. Estamos no meado do século

XIX, em

pleno apogeu do dominio judaico no

mundo,

através da finança internacional. Razão so-

brava a

Hehn

(1)

Van

para escrever: "Quando Goethe mor-

der Kindere



"Le

siéde des Artevelde".

GUSTAVO BARROSO

66

reu a 22 de março de 1832, Borne datou dêsse dia a liberdade da Alemanha.

Na

marca

realidade, esse dia

duma época, porque com êle começou a judaica em que vivemos (1)." E' a idade que

o fim

rateriza pelo culto

do

vida, pela divinização

pela materialização da

êxito,

do ouro, pelo pragmatismo, sem

o menor vislumbre de piedade para corchados.

uma

O

idade se ca-

com

os povos es-

capitalismo cientifico faz do capital

abstração monstruosa que vai devorar a sua pró-

pria sociedade

com o monstro comunista que

gerará.

Porque "é absolutamente impossível fazer entrar na

dum

cabeça

judeu a noção do que nós entendemos

por divindade, religião ou moral. Aí é que está o nó, o

E

verdadeiro nó da questão judaica.

um homem so para táveis

imparcial,

com

é

por

que

isso

sem alimentar o menor despre-

os judeus, dignos, aliás, de elogios e no-

por muitos

títulos,

pôde

e

deve considerar a

presença de grande numero dêles entre sua gente co-

mo um

grave perigo.

Não

é

somente o judeu, porem

o que proceder do espirito judaico que corrói

compõe em nós o melhor de nós mesmos

A

nossa civilização

Hehn

(1)

Viktor

(2)

Chamberlain

lahrhundert

".

— —

" "

promana de

e de-

."

(2)

tres fontes:

a

ar-

Gedanken úber Goethe". Die Grundlagen das zwantiische

BRASIL

te e

a filosofia gregas, o direito

cristã.

O

judeu nega essas

Como

virtuá-las.

O rio á

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

romano

um

a religião

procura des-

três fontes e

não haver

e

67

choque?

reconhecimento dêsse espirito judaico contra-

nossa civilização parte das maiores autoridades

em

israelitas

assuntos que lhes dizem respeito.

Num

discurso pronunciado na cidade de Presburgo, a 30

de julho de 1903, o

"O

judaica, dizia:

dr.

Leopoldo Kahn, notabilidade

judeu nunca se assimilará. Jamais

adorará hábitos e usos de outros povos.

em

tinuará judeu

delstan, professor isreelita

declarava nimia oração

de Basiléa:

"Não

em

judeu con-

O dr. Man-

da Universidade de Kiev, pleno Congresso Sionista

desejo a assimilação dos judeus nas

Quero

outras nações.

O

todas as circunstancias."

salvá-los

comum

como nação, porque

teem

uma

tória

na sua consciência nacional." Outro judeu, o

dr.

um

po-

aspiração

conservada através da

Felsenthal, defendia esta tese:

O

"O

judaísmo é

his-

A

vo e não

uma

religião é

um

modo de

pensar não se modifica, antes cada vez mais

se acrisola.

religião (!).

acidente."

Em

Com

povo judaico é tudo.

o decurso do tempo êsse

setembro de 1933, o American Jewish

Congress ofereceu ao historiador

israelita

Emilio Lu-

dwig uma recepção em Nova York. Segundo

telegra-

GUSTAVO BARROSO

68

ma

dali,

mundo daica

A

publicado pela

e ano, durante a

mesma,

inteiro a se

Acrescentou ainda que, se estabelecessem

de 29 daquele mês

"concitou os israelitas do

unirem para que a comunidade

reconhecida

fôsse

Ntíite,

êle

entidade

conto

"mesmo que

não

os israelitas

na Palestina, não haveria razão para

que não fossem reconhecidos como nação.

Citou o

exemplo dos poloneses e checos que, quando não

punham de

ju-

nacional."

território,

eram considerados como

dis-

enti-

dades nacionais."

Apregoando a sua pretensão de formarem assim

um

Estado dentro dos outros Estados ou superior a

todos os Estados, os judeus apelam para os conceitos

de raça e de

religião,

quando qualquer nação procura

impedir a formação dessas entidades nacionais, verdadeiros quistos

no seu organismo.

Por que hão de os povos dêsse povo que o grande

duma

de elevar-se acima

mundo"?

se

curvarem aos desejos

Hegel considerava

concepção materialista do

em

Fichte pôs a questão

"Por quasi todos os paises europeus tado poderoso e inimigo, que vive ra

com

"incajpaz

pratos limpos:

se alastra

em

um

Es-

contínua guer-

todos os outros Estados e pesa terrivelmente

sobre os cidadãos; E'

O JUDAÍSMO. Não creio seja

tão terrivel somente por formar

um

Estado isolado,

BRASIL

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

separatista, estreitamente unido,

mas porque

69

êsse Es-

tado se funda no odio a toda a humanidade

.

.

.

To-

dos vós pronunciais palavras melifluas de tolerância,

de direitos do "homem e de direitos do cidadão.

E

vêdes que os judeus, que são, sem vós, cidadãos

não

dum

Estado mais solido e poderoso que todos os outros, gozarão no vosso Estado de dupla proteção, esmagan-

do assim os vossos concidadãos. Eles querem os tos ler

direi-

do homem, embora no-los recusem, como se pôde no Talmud; porem, se quisermos dar-lh'os, preci-

samos primeiro cortar-lhes as cabeças numa noite repor-Ihes outras sobre os

mais idéas judaicas". Ora, Fichte não é rio antisemita,

nem um

qualquer; Fichte é

um

e

ombros em que não existam

politico,

nem

um

panfletá-

imi troca-tintas

dos maiores pensadores da hu-

manidade!

Outro grande pensador, Schopenhauer, abunda

em

mêsma ordem: "Os

considerações da

povo escolhido de Deus. E'

possivel.

gostos diferem, eu não os escolheria caso, se

ca está

deviam dar

em sua

.

judeus são o

Mas, como .

.

Em

direitos politioos a gente

os

nenhum que nun-

pátria, cuja única pátria são os outros

judeus do universo

.

.

.

Não ha

idéa mais superficial e

mais falsa do que considerar os judeus simplesmente

como uma

seita,

uma

confissão religiosa. Isso não pas-

GUSTAVO BARROSO

70

sa de estratagema calculado para falsear a verdadeira

O

noção das cousas. devi

permitido:

ser

emprego de

tal



dizer

deve-se

expressão não

A NAÇÃO

JUDAICA." Daí

"Não que

em

é

se

a magistral conclusão a que chega

por

uma aparente em todos

contradição que êsse povo,

mostrou

conservar-se a

si

os tempos o mais teimoso

próprio, se tornou o povo mais

internacionalista. Precisamente

soal

em

Tharaud:

excesso, seu génio

por

ser original e pes-

o leva a atacar o que ha de

mais original e pessoal nas sociedades onde vive, afim

de substituir

isso

por

um

tipo uniforme de sociedade,

do qual sejam excluidas as tradições

especiais

de cada

nação e no qual cada nação perca seu caráter especifico,

ficando o judeu o mais forte justamente por

manter o seu

." .

.

Razão de sobra que, por mais se

bem

transformará

assiste

a Hitler quando afirma

tratado que seja, o rabanete jamais

em morango:

será

sempre rabanete.,.

Kant, Fichte, Hegel^ Schopenhauer, toda essa

lu-

zida plêiade de grandes filósofos que nêsse sentido

opinou sobre o Judaismo Super

daismo Internacional,

fez-se éco,

-

Nação, sobre o Juos documentos

como

o provam de sobejo, das opiniões exaradas pelos pro-

prbs

inteletuais israelitas e

do clamor que contra

essa

BRASIL

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

exploração sobe do fundo dos séculos.

mo

O

71

anti-semitis-

muito mais antigo do que o cristianismo.

é

Porque o judaismo

foi creação deste.

mais

difícil e

problema

ou

religioso;

politico e económico.

Quando

o problema

como

perigoso de todos os tempos, não

racial

Israel, êle se

foi

Nos

Nem

porem como problema

primórdios da história de

apresenta claramente nos livros sagrados.

Isaque, filho de

Abraão

e pai de Jacob, vivia

em Gemara,

os palestinos rebelaram-se contra a sua

permanência

e seu chefe,

lavras

textuais

porque ta

Abimelec, disse-lhe estas pa-

significativas:

e

te tens feito rriais

"Afasta- te de nós,

podérosó do que nós!"

O

de Ester documenta a ensanguentada formação do Estado judaico dentro do Estado persa pela matança até das criancinhas, o que se comemora na festa do Purim.

Em

Alexandria,

governada por

um

formam uma verdadeira naçãoEm Roma, constituem o

etnarca.

Beth Dine ao tempo de Augusto e possuem o Principe

da Nação, cujas decisões eram apoiadas pelas manas, como doeis.

Em

se vê

do capitulo do

plena idade-média,

máu

leis ro-

CODEX— De Jugrado toda a

vigi-

lante defesa dos Estados cristãos, segundo o judeu

Bedarride, "suas riquezas contrastavam miserável

em que

se arrastava

o povo."

com o

estado

GUSTAVO BARROSO

72

E' êsse Estado ou melhor Super Estado financeiro que escraviza o Brasil,

oomo veremos.

Para resgatar o escandalosissimo empréstimo de 1829, que continuava a pesar nas finanças imperiais,

com

fizemos

Rotschild, por intermédio

do referido

Carvalho Moreira, o de 23 de fevereiro de 1859:

£ 508.000 ao par, ao prazo de 30 anos e juros de

5%.

Ao

par! Parece negocio de pai para filho.

so.

Era o saldo justo daquelas miseráveis £ 208.000

já pagas e repagas,

que se convertia

Nada

em novo

trinta decorridos, seriam

Nada

meio século

emprés-

Com

os

e pico! Juros

de

timo para render juros por mais trinta anos.

juros de juros!

dis-

mais!

As £ 508.000 transformaram-se cm £ 460.000 de novos

titulos.

centagens.

de juros

As

O

E sabem

com

resto sumiu-se

em

despesas e per-

quanto nos custaram? £ 762.000

o capital: £ 1.270.000.

contas do Tesouro dão êste belo resultado:

4.779: 548$099

Divida amortizada Juros pagos

3.606:262$986

Custo

8.547:235fl29

Mal

total

passava

um

ano

e a 10

de abril de 1860 o

barão de Penedo, autorizado pelo decreto

n.°

912, de

26 de agpsto de 1857, negociava outro empréstimo com

BRASIL

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

73

Rotschild para construção de estradas de ferro, a tipo

90 e juros de 5%, por 30 anos. Recebemos em prestações £ 1.089.000 por £ 1.210.000 que ficámos a dever. Aplicamo-los felizmente ro,

e outras, sendo

um

em

caminhos de

na Companhia E. de F. do Recife ao

total

fer-

S. Francisco,

£ 400.000 para aquela.

E pagámos

de £ 3.025.000 (1)!

Em

resumo:

10.525:947$300

Recebemos

Pagamos de

8.344:650$378

juros

23.988:5151477

Custou-nos

Tres anos mais tarde, no dia 7 de outubro de o barão de Penedo assinava novo contráto de

1863,

empréstimo com Rotschild.

nominou-o o oneroso zemos! Foi de £

de 4 1/2

%

e

não

A é,

imprensa da época decontudo,

o peor que

fi-

3.300.000 ao prazo de 30 anos, juros

e tipo

de 88. Devia

servir

para remir os

saldos dos empréstimos de 1824, 1825 e 1843, assim

como

parte da divida flutuante.

contaram

2%

Os

banqueiros des-

de comissão e ll2% de corretagem

sobre o capital real acima especificado.

O

minal elevou-se a £ 3.855.307, 3

9

(1)

shs. e

capital nod.

"Anuário da Bolsa do Rio de Janeiro". (1931).

GUSTAVO BARROSO

74

Os

saldos daqueles empréstimos anteriores ele-

vavam-se a £ 2.919.000, quasi todo o capital real da operação, o que significa que o ouro ficou no cofre

dos prestamistas

nós continuando a pagar, pagando

e

sempre, e a regar

com o

suor e o sangue de gerações

e gerações sacrificadas a infeliz terra brasileira!

O tipo ma

88 nos deu somente do capital

£ 2.919.000,

ram ao

daqueles vêr-se-á

citados

vintém.

so-

empréstimos



que os banqueiros não remete-

erário imperial, para

nem um

a

Deduzindo dela os saldos ou

de £ 2.904.000.

remanescentes

real

pagar a divida flutuante,

Houve mêsmo o

deficit

de £ 15.000.

Portanto, as £ 3.300.000 de que só nos couberam por

um

óculo £ 2.904.000 custaram-nos até abril de 1893

—£

8.426.Í863.

Castro Carreira nos oferece a seguinte conta até a morte da monarquia:

Emprestados

28.612: 124$750

Juros pagos

26.886: 883 $581

Custo

Do

total

capital

::

devíamos ainda

67.463:1931201

em 1888 £

515.300.

Parece que a D. Pedro II levaram qualquer de-

nuncia sobre a ação do barão de Penedo nesse empréstimo, porque, no dia 6 de

novembro de 1863, Sua Ma-

.

BRAS,IL

jestade escrevia

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

uma

carta a

75

Miguel Calmon du Pin

Almeida, marquês de Abrantes, da qual extraimos

e

este

pedacinho: "Consta-me que o empréstimo contraído

em Londres

%

254 ro

(1)

o foi a 85 54 e ii^o a 88, porque houve

de comisão. Espero que o Ministro

não tenha recebido parte

deles, e

de

brasilei-

nenhum

modo posso consentir que êle o faça. Já procedi do mêsmo modo ha anos." (2). A honestidade do velho soberano se arripiava contra os intermediários de

mas que podia ela, se êles estavam de mãos dadas com o poder colossal dos de lá?

cá,

.

O

barão de Penedo veiu a público com

chura intitulada

em

.

Londres

em

"O

empréstimo

uma

1863", afim de defender-se de

acerbas que lhe eram feitas.

Mostrou que

criticas

as condições

do mercado financeiro londrino eram das mais voravis, tais

bro-

brasileiro contraído

não só pelo retraimento da oferta de

desfacapi-

deante de enorme procura por parte de varias na-

ções,

como principalmente

pelo rompimento de rela-

ções diplomáticas entre a Inglaterra e o Império,

virtude da famosa questão Christie.

(1)

Penedo.

(2)

A

E

em

apontou as va-

carta está catalogada nos arquivos do Instituto His-

tórico e Geográfico Brasileiro.

.

GUSTAVO BARROSO

76

rias

operações de credito na

mente realizadas

em

mesma

data ou proxima-

condições inferiores ás da nossa:

empréstimos marroquino a tipo 85, ferroviário

no a 74, egipcios a 84 tuguês a 44

(!!),

italia-

82^, otomano a 68, por-

e

venezuelano a 63, mexicano a 63,

boliviano a 88 e francês a 66,30.

O

rói

demonstra que não é só o Brasil a vitima

do Super Estado Capitalista sem entranhas, mas o

mundo

inteiro.

Daí a sua

aflição, a sua inquietação,

sua angústia, o ^eu desespero. Está mergulhado

pêgo em que pululam as sanguesugas

e

estrebucha su-

gado por todos os lados na lama ensanguentada. dia, os

todos os seus males

Ao

e,

então, as bichas vorazes e no-

duramente castigadas

.

.

empréstimo oneroso faziam-se sobretudo as

seguintes criticas: o tipo fazia perder

6%

da emissão



88, que nos

deante de titulos nossos a 94,

neficio dos banqueiros;

te

Um

povos compreenderão a verdadeira origem de

jentas serão

em

não

ter sido

em

be-

a operação posta

concurrencia e sim haver sido entregue diretamen-

a Rotschild; não se ter procurado renovar

com pou-

ca despesa as cautelas dos empréstimos vencidos: se lançado a operação precocemente, pois,

mota a data de 1.°

a

num

sendo

terre-

resgate dos empréstimos anteriores,

de dezembro de 1863 e

1.°

de abril de 1864, os ju-

BRASIL

ros

-

COLÓNIA

DE'

BANQUEIROS

da nova operação começaram a

ser

77

contados de

outubro de 1863.

Todas valia,

parecem procedentes. Que

essas criticas

porem, a opinião do rebanho tosquiado contra

o poder colossal de Rotschild, contra o grande abutre

que desfraldara no céu da Europa as largas asas gras depois que se fecharam

em Waterloo

ne-

as asas de

ouro da águia imperial? Para que concurrencias? Pois êle

não comprara a exploração do Brasil desde d cen-

tro

da

terra até as

mais altas nuvens do céu.

O

povo

dos jécas que suasse o suor do trabalho e da angústia,

pagando os

juros.

assombrar Londres

O

barão de Penedo continuaria a

com

o fausto de suas recepções

diplomáticas.

Ha

muita máscara na

história

do Brasil que pre-

cisa ser violentamente arrancada! ...

Desde 1824, pagavanios

juros, comissões, percen-

tagens e amortizações. Havia quarenta anos que o Brasil

trabalhava. Entretanto,

sem que

entrasse nos seus

cofres, o ouro se reproduzia á sua custa

no banco dos

Rotschild, o ouro sugava-lhe toda a seiva, o ouro o

depauperava. Estava preso ao eito do senhor judaico que, através de sua influencia politica, se apoiava, pa-

GUSTAVO BARROSO

78

ra qualquer revolta

do devedor

espoliado, nos canhões

das formidáveis esquadras da Inglaterra!

Os

nos são caixeiros e cobradores de banqueiros.

o

gover-

A

isso

liberalismo reduziu a Autoridade! Triste, desgraçada condição a que nos rebaixava a

economia

politica cujos postulados

eram

vitoriosos

na

época, creada e assoprada através dos livros, dos jornais e dos estadistas pelo capitalismo

tora

e.

sempre

insatisfeito,

para

em

quem

vias de ple-

os povos não

são mais do que rebanhos que se tosquiam á vontade.

A pre

cada novo pedido do Governo Imperial, sem-

em

crise

avoluma. aquisitivo.

que

se

de dinheiro, o total dos empréstimos

O dinheiro vai também perdendo seu A proporção é digna de nota. São os

acumulam

A negocia

e

rendem

valor

juros

juros.

12 de setembro de 1865, o barão de Penedo

oom

Rotschild

um

valor real e £ 6.363.613

A

se

-

empréstimo de £ 5.000.000, 19

sh. e

2 d. valor nominal.

guerra do Paraguai obrigava-nos a mais êsse sacri-

fício.

%. Prazo: 37 %. Sêlo l|2 %.

Juros: 5

Agencia

l[2

anos. Comissão: 2

%.

Capital recebido:

£ 3.700.000! Autorizou a operação o decreto de 6 de julho de 1865. Parte do empréstimo foi convertida

em

BRASIL

E

1889.

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

do nosso bolso sairam

em

79

troca

dessas

£ 3.700.000 a bagatela de £ 14.668.950!!

As

contas oficiais oferecem estes dados até 1888:

44.444:0001000

Recebidos Juros pagos

70.914:8031050

Custo total

116.354:6551308

Em e

1871,

23

a

plenipotenciário

chell.

Lionel,

O

com

Nathan,

empréstimo

£ 3.459.634 nominais,

fevereiro,

Carlos

José

firma novo contrato nalados

de

é

com

o

conselheiro

de Almeida Areas

Rotschild, os barões assi-

Antony

e

Mayer Ams-

de

£

2%

de comissão, ll2

3.000.000

corretagem e despesas, tipo 89, juros de

5%

reais

e

% de

e prazo

de 38 anos, para "despesas extraordinárias do Impé-

— sempre — £ 2.670.000, que nos custaram

Recebemos em cinco prestações

rio".

negocio de turco!

afinal, capital e juros,

ção está contida na

êsse

£ 10.031.938! Sua autoriza-

lei n."

1.764 de 28 de junho de

1870.

Veja-se a conta do Tesouro até 1888:

Recebidos

26.521:746$482

Juros pagos

25.823: 122$280

Custo

39.256:4131152

total

GUSTAVO BARROSO

80

O

custo total está reduzido nesta conta, porque

em

o empréstimo devia ser liquidado pois,

1911. Faltavam,

23 anos de juros e até 1888 só

se tinha amorti-

zado pequena parte, restando a pagar £ 2.655.900.

O barão de Penedo foi o negociador de nova operação de credito

com

a casa Rotschild

em

1875. Assi-

nou-se o contrito a 18 de janeiro: £ 5.301.191 nominais, tipo

96J4, juros de

com a comissão de

2%

5%,

e

prazo de 38 anos,

e a percentagem de

1%

os dividendos, "para despesas extraordinárias

sobre

do Im-

pério."

Recebemos £ 4.825.000

e restituimos

£ 10.072.263!

Até 1888, quando ainda deviamos £ 4.584.100 de capital ta

e

faltavam 27 anos de juros para 1915, da-

da liquidação, a situação era Recebidos

44,444 :000|000

Judos pagos

34.446:881$272

Custo

46.350:888fl65

No selheiro

esta:

total

ano de 1883, no dia 30 de outubro, o conJoão José do Rosario, Diretor do Tesouro

Nacional e delegado do mêsmo outro empréstimo

oom

em

Londres, contrata

Rotschild: £ 4.000.000 reais

por £ 4.599.600 nominais, tipo 89, taxa

4^/^

%,

BRASIL

%

l|2

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

%

de comissão sobre o resgate, 2 l|4

missão pura e simples, l|8

%

81

de co-

de corretagem e prazo

de 38 anos, que as moratórias de 1898

e

1914 pror-

rogaram por mais 26. Sessenta e quatro anos ao todo! Some-se tudo

e se terá esta maravilha:

por £ 3.560.000

teremos de dar no fim das contas £ 18.475.128!!

Em isso

mas chama-se a mas vender, o fu-

verdade, é duro de se dizer,

vender inconscientemente talvez,

turo da nação!

As

contas imperiais até 1888 fornecem-nos estes

dados:

Recebimento Juros

35.552:000f000 10.158:796$404

Custo

19.136: 110$452

Só em 1922 em 1888 trinta e

mos do

E

capital

deveria terminar o prazo. Restavam

quatro anos de juros e ainda devia-

nominal de £ 4.599.600

haviamos recebido



em

-

dinheiro

£ 4.369.905. de

contado

£ 3.560.000! Infelizmente, não parou aí a história financeira

da monarquia. trato

com

ti)

Em

1886, a 27 de fevereiro, novo con-

Rotschild (1)

.

Fê-lo o conselheiro José

Barões Nathan Mayer, Alfredo. Carlos e Leopoldo.

An-

GUSTAVO BARROSO

82

Azevedo

de

tonio

delegado

Castro,

£ 6.431.000 nominais, a juros de anos,

%

1

gates,

de corretagem,

1

%

reais

prazo de 37

%

sobre os res-

do

capital,

pagamento da divida flutuante. Vede como

vem de



longe e nos nossos dias ainda continua a

£ 5.700.000 que entram

Em tal,

para

é antiga,

E' tão pesada e nunca vai ao fundo!

flutuar.

por

5%,

sobre os dividendos, l|2

%

l|8

Tesouro

do

Nacional na capital inglesa: £ 6.000.000

e

São

custarão £ 11.897.350.

1888, deviamos ainda £ 6.398.900 de capi-

mais do que o empréstimo lançado e muito mais

do que a soma tipo e

recebida,

em

virtude do desconto do

do acréscimo das comissões

e percentagens pa-

gas a Rotschild e postas no nosso passivo.

timo rendeu

em moeda

brasileira

O

emprés-

52.ê62:738$556

e

custou até 1888 de juros e amortições 8.496: 547$634. Ponham-se

em cima

disto os juros,

as amortizações e as diferenças de cambio até 1927,

fim de seu prazo e se recuará de espanto

em

presença

da formidável quantia.

Não fórmula

importa para o calculo de juros

trivial

feitos pela

de juros que os empréstimos tenham

sido convertidos mais adeante, porque as corversões

somente fazem peorar a situação. Os prazos se alon-

BRASIL

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

83

gam, os juros continuam a correr acrescidos dos juros atrazados, incorporados ao capital, tornados capital.

Se algum erro

O

se

ministério

cometeu, foi para menos.

da Fazenda tratou diretamente com

Rotschild o penúltimo empréstimo do Império, estan-

do na pasta o conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira,

em

1888, de £ 6.000.000 reais e £ 6.257.200

nomiais, tipo 97, juros de 4'/2 são, 1

£

%

%,

1/4

%

de comis-

de corretagem e prazo de 37 anos. Produziu

5.820.000 pelas

£ 8.260.304 de juros

quais e

pagaremos

um

total

£ 6.257.300 de capital ou

de se-

jam £ 14,548.885. Quasi quinze milhões!

O

derradeiro empréstimo do regime imperial,

negociado pelo conselheiro José A. de Azevedo e Castro,

delegado do Tesouro,

oom

Rotschild, destinado á

conversão dos empréstimos de 1865,

1871, 1875 e

1888, foi o de 1889, de £ 17.213.500, tipo 90, juros

%

de 4

e

prazo de 56 anos,

isto é até

1945! Rendeu

£ 15.492.150 pelas quais daremos £ 55.571.740!!! Esta operação foi ratificada pelo Governo Republi-

cano

em

ca o

mêsmo

1890, a 29 de

abril,

assinando pela Republi-

conselheiro que assinára antes pelo Im-

pério.

Os números

tornaram-se quasi astronómicos.

GUSTAVO BARROSO

84

Segundo Amaro Cavalcanti

(1), o Império

gou á Republica uma divida estrangeira £ 30.283,200 de

capital,

não

total

computando nela

se

le-

de os

monstruosos juros a serem pagos. Essa divida começara

em 1824 modestamente com £

3.000.000,

duas fornadas e varias prestações, mediante

Haviamos pago

trato leonino.

continuamente com graves nacional.

Do

onerosas ou

um

em con-

juros e amortizações

sacrif icios

para a economia

dinheiro das escandalosas, ruinosas e

tristes

operações realizadas, pouca, muito

pouca cousa nos tinha servido para o desenvolvimento de linhas férreas, o pagamento de despesas de guerra

ou de dividas

internas.

A

quasi totalidade destinara-se

sempre a pagar remanescentes, excedentes, juros vencidos e acumulados das dividas estrangeiras. E, após 65

anos de trabalho ininterrupto, deviamos dez vezes mais!

Tinhamos

sido

uma

colónia dos Rotschild e so-

mente dos Rotschild, porque, pelas operações

feitas

subsequentemente ás contratadas com outros banqueiros, êles

(1) rio

haviam monopolizado todas as nossas

Amaro

do Brasil

".

CavaJíanti



"Resenha

financeira do

divi-

Ex-Impe-

BRASIL

E

das.

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

85

afirmavam tanta confiança em nós que, com

dotavam

os títulos brasileiros, dias de núpcias

.

.

.

quês de carregação

Parafraseemos

as filhas nos festivos

Muita honra para

como o

uma

um

pobre mar-

Brasil!

advertência

inspirada

Chamberlain, o erudito autor de "As origens do

XX": E nós, predestinados por uma nova concepção do mundo,

de sé-

culo

tudo a dar vida

a

mais profunda,

mais humana, mais elevada do que qualquer oytta, para iluminar

com

sua luz e vitalizar

com seu calor com as pró-

toda a nossa cultura, nós nos amarramos prias

mãos ao

cabisbaixos

carro triunfante de Israel e seguimos

como

escravos as arcas carregadas de ouro

do capitalismo sem

Durará

isso

pátria!

para sempre? Será êsse o nosso

trá-

gico destino? Seremos servos humildes do judaísmo capitalista de Rotschild

ou

escravos submissos

do

daísmo comunista de Trotski, pontos extremos da lação do pêndulo judaico no

mos no fundo da alma tal

mundo? Ou

ju-

osci-

encontrare-

nacional aquele espírito imor-

de catequízadores, descobridores, bandeirantes e

guerreiros, único que nos poderá livrar de

ambos os

apocalipses?

Desperta

Brasil,

"adormecido eternamente em

86

GUSTAVO BARROSO

berço esplendido", desperta e caminha! Já é tempo de fazeres retinir e retilintar as tuas algemas,

tando os que prado!

te

vendem ainda

e os

que

te

amedron-

teem com-

Capitulo

II

OS EMPRÉSTIMOS DA REPUBLICA "Possa a dolorosa recordação destes fatos gravac-se

profundamente na memória dos

administradores brasileiros,

numental de graves desperdicios

na

erros,

gestão,

como legenda moe de

lamentareis

das finanças do Es-

tado."

(Candido de Oliveira Brasil".)



.

"Sistema financial do

.

Depois de proclamada a Republica, peorou a nossa situação.

A

velocidade adquirida

com

os em-

préstimos da monarquia se acelerou ao sopro dos desperdicios republicanos e rolámos mais depressa para

o abismo

O com

.

.

primeiro empréstimo do novo regime foi feito

Rotschild,

em

1893, para a Estrada de Ferro

Oeste de Minas, garantido pelo Governo: £ 2.968.000 de capital real reduzidas a £ 2.374.000 pelo tipo 80.

O

capital

nominal elevava a divida a £ 3.710.000.

Calculando os juros de 5

gundo o

%

ao prazo de 30 anos,

se-

contrato, veremos que as £ 2.374.000 nos

custarão £ 9.275.000!!

Na

assinatura dos instrumentos necessários, a

companhia aludida

foi representada pelo barão

do

Rosario e o governo brasileiro pelo seu plenipotenciário conselheiro

Em

João A. de Souza Corrêa.

1895, a 17 de julho, sendo ministro da Fa-

zenda o conselheiro Rodrigues Alves, segundo empréstimo

com

Rotschild: £ 6.000.000 reais por

GUSTAVO BARROSO

90

em

£ 7.442.000 nominais, reduzidos de 15%,

do

tipo 85, portanto

£ 5.100.000, das quais os ban-

queiros retiraram ainda

divida flutuante do prios, juros

de 5

a brincadeira

Não

%

virtude

£ 2.000.000 para resgate da

Governo e prazo

Brasileiro

com

êles pró-

de 30 anos. Custar-nos-á

£ 18.605,000!

era possível aguentar o pêso

esmagador do

serviço de juros, sobretudo depois das perturbações

do

politicas, sociais e militares

Em

cana.

fizeram o

1898, o Governo 1.°

inicio

Campos

funding-loan, isto

é,

da era republi-

Sales e Rotschild

o primeiro emprés-

timo de consolidação, garantido pela renda das alfandegas, coitadas! Emitiram-se bónus no valor de

£ 8.613.717 a juros de 5

%

e prazo de

63 anos. Até

1961! verdadeira hipoteca do futuro! Êsses titulos representam os juros acumulados

que passam a constituir nova divida, rendendo novos juros.

Em

31 de dezembro de 1930, logo após a que-

da do Governo Washington Luiz, ainda havia em circulação bónus no valor de

Será

curioso

vêr

o

£ 6.872.600

custo

£ 27.283.208!!

(1)

"Anuário da Bolsa" (1931).

total

(1).

em

1861:

BRASIL

A

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

91

situação economico-financeira que se antolha-

va ao país na época do funJing era na verdade mável.

O

dente de Morais pintára-a já

"De 1888

lasti-

ministro da Fazenda do governo de Pru-

com

cores carregadas:

a 1894 transpusera o Brasil períodos

assi-

nalados pelas maiores agitações quais as provenientes

da abolição do elemento Republica, que abriram

da proclamação da

servil e

uma

fase de graves perturba-

ções politicas, frequentes revoltas e constantes alterações

da ordem

.

.

.

Alem

a megalomania, as

disto,

grandes operações aleatórias visando fáceis riquezas, as maravilhas cios,

do jogo da bolsa

e

dos capitais

fictí-

que haviam animado nervosamente os últimos

tempos do Império, não se contiveram pelo advento das novas instituições, porque se rosas aventuras; e sob a ilusão

ampUaram

as teme-

do deslumbramento de

uma magica económica concebeu-se a possibilidade da creação de uma surpreendente sociedade nova, opulentada rapidamente, por golpes repetidos de emissões

de papel-moeda ...

A

moeda

te lançada, desvalorizou-se

se

.

.

.

fiduciária, copiosamen-

Desde

logo, delineou-

o seguinte quadro: a desvalorização do papel-incon-

vertivel,

causada pelas emissões sucessivas e pelos pro-

fundos e contínuos abalos

sociais

por

um

lado; por

outro, as novas perturbações, os motins e desordens

GUSTAVO BARROSO

92

ttiteradas, as conspirações, as

ameaças de intervenções

dos quartéis e fortalezas, a oposição prenhe de pai-

armas da imprensa e da

xões, esgrimindo todas as

buna, tanto parlamentar como popular esses factores

.

.

.

tri-

Todos

conjugados traziam como principal

re-

sultado o descrédito do país e sobretudo a desconfian-

um

ça dos capitais e a germinação de

vor entre os credores estrangeiros ficit

.

.

.

verdadeiro pa-

Tinhamos o

de-

acrescido anualmente e que chegara ao governo

de Prudente representado no assustador algarismo de

mais de cem mil contos; os outros erros descritos

ram novo abismo; a verba de

abri-

diferenças de cambio,

ascendendo também a mais de cem mil contos anualmente.

Eram duas

voragens insaciáveis, nas quais fa-

talmente se submergia a maior parte da renda do pais.

Abyssus abyssum

De voragem em

voc nossas dividas externas é esta: o Brasil não passa de

uma

colónia produtiva dos banqueiros internacionais.

E' duro, mas é exato.

E

Alem do

em

o ferro

talvez salve o doente canceroso

brasa da verdade

.

.

cancro dos empréstimos, ha mil outros

meios de sermos sugados pelo judeu internacional.

Vamos

A trola

dar unicamente dois exemplos: Electric

Bond

&

de, tendo

no seu contrato

de Supervision

fees, pela

de f 80.000 mensais. E' recer automaticamente,

Ha

Share, de

no Brasil as Empresas

muito tempo

brasileiros

uma

uma

quando param

as construções.

essas construções estão

em

paradas e os

oitenta mil dólares isto é,

$ 960.000

caso semelhante ao da Port of Pará

que durante longos anos recebeu lhe

uma média

taxa que deve desapa-

mensais a que não são obrigados,

um

con-

denominada

clausula

qual ela arrecada

continuam a morrer

por ano. E'

Nova York,

Brasileiras de Eletricida-

uma

taxa ouro que

não era mais devida.

Vale a pena

um

rápido olhar ao contrato pelo

qual até hoje os Rotschild são oficialmente nosaps

BRASIL

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

189

em Londres. Foi assinado no dia 20 de junho de 1855 pelo nosso plenipotenciário conAgentes Financeiros

selheiro Sergio Teixiera de

Todo

Macedo.

brasileiro deve conhecer êsse

documento.

Lendo-o, talvez o rubor lhe suba ás faces e resolva alistar-se entre os

ta

de

Camisas-Verdes para obter sua

car-

alforria.

O

1.°

art.

dá-Ihes

a exclusividade de receber

quaisquer fundos do nosso governo para o pagamento de dividendos, salários e quaisquer outras despesas

mesmo governo em

por conta do ra

ou em pó, diamantes, dinheiro

e

de nossas compras.

comissões por esses serviços:

1

brasileiros

em Londres

contraídos ou a sêrem contraídos

%

bar-

mercadorias; a de

pagar os dividendos dos empréstimos

2.° encarrega-se

em

ouro

letras,

O

3.°

( 1 )

já •

O

determina as

sobre o custo das

mercadorias, navios e outros artigos comprados ou

l|4%

vendidos, não incluindo a corretagem;

das de ouro

em

barra ou

em

sobre ven-

pó, não incluindo a

corre-

tagem; l|4% sobre a venda de diamantes, não

incluin-

do a corretagem; l|4% sobre o recebimento

e paga-

mento de (1)

do

sr.

letras;

Quem

l|4%

duvidar tome o livro Histórico da Divida Federal

Jacob Cavalcanti e

na 98 á

100,

sobre quaisquer outros paga-

ou o

leia

leia

o texto completo,

no nosso Apêndice^ em

em

inglês,

da pagi-

original e traduz-do.

GUSTAVO BARROSO

190

mentos que ainda nao tenham comissão determinada; de l|4% a

1%

sobre os pagamentos realizados

virtude do contrato ou de qualquer outro que

de constar do passivo da conta corrente e figurem comissão no ativo

(!)

;

sôbre os dos empréstimos contraídos

l|4% sôbre o

ser

l,l|2% sobre o pagamento de

dividendos dos empréstimos não contraídos

1%

cm

tenham

com com

eles; êles;

dinheiro entregue a outros para o paga-

mento de dividendos a seu cargo; l|4%, não

do a corretagem, sôbre

as

incluin-

somas empregadas na com-

pra de bónus para deposito ou amortização dos empréstimos.

Pelo estupendo

conta corrente

art.

3°, os Agentes Rotschild, na

com o nosso Governo, poderão

debitar

no ativo e l\2% em fa-

os juros, devidos aos descontos bancários,

no passivo, mas com vor dêles!

O

.

datas de

o

diferença de

l

.

art.

nheiro e

uma

4.° regula

5.°,

1.°

as

mal os adeantamentos de

tomadas de contas.

de julho de 1855 a

1.°

O

6.°

marca

934, oitenta e nove etnos depois, quasi

instrumento de tortura continua

em

dum

pleno vigor.

Por que?

as

de julho de 1858

para a duração do cohtráto. Entretanto, agora, 1

di-

um

em

século, êsse

povo de quarenta milhões

BRASIL

-

COLÓNIA DE BANQUEIROS

191

Em

virtude dos arts. 7." e 8.°. Estatúe o primeiro que, seis meses antes de expirado o prazo, se uma

das partes não comunicar á outra sua intenção de dar por findo o contráto, o mesmo continuará em vigor

por mais de

um

ano, exigindo-se sempre o aviso prévio

mêses sem o qual a prorrogação anua é

seis

matica. Isto

tem acontecido até nossos

auto--

dias e conti-

nuará a acontecer. Estatúe o segundo que, de qualquer maneira que expire o contráto, os Agentes

conti-

nuarão como Agentes até serem pagos das somas que lhes

E

deva o Governo. Ora, o governo deve sempre

êles

fazem força para que

Com uma

êle

sempre deva

.

me.

no suor das

Não

in-

angústias, o ventre palpitando de fo-

vê a bôa que está por baixo do queixo. Re-

voltado, faminto, torturado, brande armas

ços ainda

.

sucuri destas enrolada ao pescoço, o

pobre povo brasileiro estrebucha, lavado o corpo teiro

.

.

livres.

O

que

me

constringe

com

os bra-

— pensa —

é

a odiosa e corrupta monarquia. Ponhamo-la abaixo e

vamos

respirar.

Faz a Republica e a angústia cresce de

ano para ano. Maldita republica! Nova revolução e nova republica.

A

maior! O' brasileiro,

angústia ainda maior!

meu

gimes liberaloides não são a sucuri que ga.

Sempre

brasileiro, escuta! Esses rete

aperta e su-

Êles somente te entregaram á sucuri.

A

Cobra

GUSTAVO BARROSO

192

Grande

está

com o rabo enroscado em Londres

e é ela

quem vem ha um século e pico quebrando-te os ossos. dia em que não restar um só e fôres o povo comu-

No

nista de certos Cavaleiros

da Esperança, a giboia-assú

judaica te engulirá de vez.

Algum

ma

empresa

neste livro?

da mes-

dia liberais e comunistas, reflexos capitalista, te

Nunca. E'

contaram a

um

história

Integralista

que

lês

quem tem a

coragem de rasgar o véu do templo do Bezerro de Ouro,

Senhor do Mundo, de mostrar-te a causa

real,

a

causa mater de todas as tuas aflições, e de dizer-te:



Não

brasileiro!

mudam

faz mais revoluções

Elas nada adeantam.

homens, mas não

com

Mudam

mudam

isso?

O Integralismo.

sa- Verde e fazer

com R

Anda, vem

Quem vestir

com

te pro-

a Cami-

a Revolução definitiva, a Revolução

maiúsculo!

Com cem nho

minúsculo,

os contratos

Londres. Esses é que é preciso rasgar.

mete

t

constituições,

anos de idade, a sucuri está de tama-

respeitável.

Querendo vêr o seu

basta procurar na Exposição do

sr.

retrato oficial,

Osvaldo Aranha,

ministro da Fazenda, apresentada ao Chefe do Go-

verno Provisório acompanhando o projeto de enten-

dimentos com os nossos credores, publicada no "Dia-

BRASIL

-

COLÓNIA DE BANQUEiROS

193

rio

Oficial" de 7 de fevereiro de 1934, ps. 2.695, o

n.°

IV

e lêr:

"EM CONTOS DE REIS, O BRASIL RECEBEU 10 MILHÕES MAIS OU MENOS (sic), PAGOU OITO MILHÕES E MEIO, E AINDA DEVE DE CAPITAL QUASI DEZ MILHÕES. SEM CONTAR O SERVIÇO DE JUROS."

O

retrato foi retocado para ficar bonitinho. Ofi-

cialmente mesmo, a sucuri é fotogenica.

verdadeiro está neste livro.



uma

idéa do porte

.

O

do

sr.

O

retrato

Aranha, todavia,

.

Afinal, segundo dados oficiais do Tesouro Federal:

*

— Em

1922, ano do centenário de nossa inde-

81,28% do tx)tal de nossa receita ouro eram consumidos com o serviço de juros da divida externa pendência,

federal, o qual ascendia a este qiiantum monstruoso:

— UM RENTA

E

MILHÃO DUZENTOS E QUAQUATRO MIL QUATROCENTOS

E DEZESEIS CONTOS, SEISCENTOS E QUATRO MIL E QUATROCENTOS E QUARENTA E QUATRO REIS, OURO!!! I.244.416:604$444

GUSTAVO BARROSO

194

Remédio contra ções

isso

não

se

achará nas

revol'

como a de 1930, que mudam homens, mas não

mudam

atitudes,

nem

regimes,

nem

idéas.

dade poderá fazer a Revolução com Revolução

R

Só a moci-

maiúsculo, a

— mudança de pensamento, mudança

instituições,

mudança de rumos.

de

Felizmente, a opi-

nião dos moços começa a sentir a sua necessidade. Ela repele o liberalismo que tes

deu a argentarios

e governan-

os meios de realizar as tramas sinistras de que

re-

sultaram a nossa escravização e a nossa corrupção. Ela

deve

também

repelir o

traiçoeira assoprada

comunismo, que

é a doutrina

ao desespero das massas explo-

radas por esses

mesmos judeus

mos burgueses

corruptos, afim de tirar ao proletário

capitalistas e esses mes-

todos os seus esteios morais: disciplina, hierarquia, familia, pátria e

Deus, para escravizá-lo de vez ao mais

grosseiro materialismo.

E

ela,

a mocidade, começa a

formar legiões de camisas-verdes, legiões de Integralistas

conscientes e convictos, que lutarão até a morte

pela salvação espiritual e material da

Grande Pátria

Brasileira!

Busquemos a

um

'século de

vras do Principe-Regente

distancia as pala-

D. Pedro no seu Manifesto

de 6 de agosto de 1822 e ensinemos a mocidade a repeti-las, cheia

de fé e de entusiasmo:

COLÓNIA DE BANQUEIROS

BRASIL

"Não

UNIÃO

.

se .

.

195

que não seja ouça entre nós outro grito o todas as nossas províncias quebrar!" pôde nenhuma força

Formem

feixe misterioso

que

do feixe da união, do E' o profecia do faseio, nos voz da nossa História fascismo salvador, que a caPassado, para que possamos faz dos horizontes do Futuro. do fortes para os horizontes

minhar unidos

e

Capitulo VI

O CONDOR PRISIONEIRO onde os recantos Brasileiros de todos os

rudes

quiseres

quando

-P-^

escutarás tua terra, que

o

'

sobre ^fX":

desammar, dem-t

um

tropel

passos nunca m,is^^ returnbo désses

qae os morto., n^orto do que ^ que. e ver intensamente,

F

o sempre... sempre, por todo

^V^nioS.^Z^io-"

Avolio

Oeste".)

No

mês de

com

fevereiro de 1907,

dezoit» anos

de idade, eu adoeci gravemente na fazenda Condado,

no municipio de Quixeramobim, onde me encontrava, gozando

farturas

as

do inverno no sertão

cearense.

Dessa fazenda á estação da Estrada de Ferro de Baturité,

onde

se

do, levava-se

tomava o trem para a

um

não poder fazer mais tarde o dificilmente

melhora

e

em

rêde ou

de percorrer ga.

trajeto

liteira,

pus-me a caminho.

mente vencida de

em

capital

do Esta-

dia de viagem a cavalo. Receando

sol a sol

dois dias,

num

ou

ter

de fazê-Io

aproveitei pequena

A

distancia habitual-

galope continuo,

tive-a

dormindo em uma casa ami-

Cheguei exausto, na tarde do segundo

dia,

na po-

voação do Juá, onde na manhã seguinte poderia tomar o comboio, que, á noite,

Estava tão abatido

e tão

me

deixaria

em

desconsolado que o

pedeiro se encheu de piedade. Era

um

Fortaleza.

meu

hos-

velho mulato

chamado Antonio, não me recordo mais de

que,

dono

de pequena casa nos arredores da estação, na qual, por

uns

tres

mil

reis,

a gente jantava e pernoitava. Aju-

GUSTAVO BARROSO

200

dou-me a apeaç, levou-me para uma caldo de galinha, ovos quentes e

rede, trouxe-me

leite.

Reconfortado

embora, eu lhe disse que tinha certeza de morrer, quan-

do chegasse em casa za, aliás, se enraizara

me

fermidade que

de

modo

Essa

e abraçasse os meus.

certe-

na minha alma com aquela

em

surpreendia

en-

plena adolescência

tão cruel.

Êle consolou-me

como pôde.

A

noite caiu.

O

ri-

sinho das corujas e o grito das raposas vadias vieram

das catingas próximas. Depois, o luar derramou sua prata imponderável no terreiro da casa e os urutaus

esganiçaram-se ao longe. Era hora de dormir.

A

minha rêde estava armada em diagonal na matuta que

quena

sala

nelas.

Uma

se

chama

Não

se fechasse a parte de baixo, se

olhos,

na minha

triste

um

pouco,

Ou-

dêsde que

em

jane-

com

lágri-

transformava

Fechei-a pela metade, pensei

mas nos

e,

pe-

tinha ja-

porta comunicava-a para o interior.

para fóra. Esta era dividida pelo meio

tra,

la.

cupiá.

situação de saúde, na

minha solidão tão longe de minha

família, e

emfim

adormeci.

Tive

um

sonho nessa noite que

me

impressionou

para toda a vida. Já lá se vão vinte e sete anos e ainda o tenho tãio vivo na memória como naquela noite. Eu estava debruçado na meia-porta, olhando o terreiro

BRASIL

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

enluarado da casa do mulato Antonio.

A

201

tabatinga

batida do sólo parecia prata polida. Sobre ela se tendia

dum

lado a sombra movediça

dum mulungú

es-

ve-

lho que se erguia perto do oitão e servia para se amar-

Na

rarem os cavalos.

como uma névoa

pulverização prateada do luar,

misteriosa, todos os vultos de todas

as cousas se esbatiam, se diluíam, se espiritualizavam.

De

olhos baixos, eu pensava na morte, tão cêdo, foice

cruel que

me

dum coraum mandamento

cortaria todas as esperanças

ção ao amanhecer

.

.

De

.

súbito,

imperioso e oculto fez-me levantar a cabeça. Dei

uma

cousa informe

e negra,

parecendo o cadáver

grande animal desconhecido, estendido na

da do

terreiro.

do de aves

E,

em

sinistras,

não distinguia bem.

com

dum

luz pratea-

volta dêle, crocitando,

um

ban-

de urubus, sem dúvida, que eu

Uma

voz

me

disse

com um tom

de comando:

— Aquilo

ali é

o teu Brasil!

na morte, cobra animo,

vive,

Em

vez de pensares

toma dum páu

e

afugen-

ta aqueles bichos!

Eu

acordei sobressaltado.

Não

estava na rêde e

sim debruçado na meia porta, olhando o luar de prata

que fulgurava no

terreiro

humilde da hospitaleira casa

sertaneja e dentro de cujo esplendor brincava, ao ba-

GUSTAVO BARROSO

202

lanço do vento da madrugada, a sombra rendilhada

do velho mulungú

A

.

alguns dos meus amigos mais Íntimos tenho

contado

sonho curioso, cuja impressão jamais

êsse

meu

apagará no

me

.

espirito.

Não

assaltou aos dezoito anos.

morri da doença que

Dois anos mais tarde

estava radicalmente curado e a gozar ferro que até hoje, graças a Deus,

companheira.

O

uma

saúde de

tem sido minha

sonho sempre vivo na lembrança.

Pois bem, ao remexer arquivos e ao

maçudos para

rios

se

tirar

lêr

relató-

a documentação deste livro,

a cada passo o sonho se refazia na minha memória.

O

nosso Brsil é a carniça monstruosa ao luar.

Os

queiros judeus, a urubuzada que a devora.

E Deus

me deu

ban-

vida para que eu tivesse a coragem de rasgar

o véu que encobre os verdadeiros exploradores do po-

vo

brasileiro,

incapazes

ou

de mãos dadas aos politicos e estadistas corruptos.

Sei que o poder colossal a que aludia Barbacena

jamais seja

me

perdoará a ousadia e que talvez o

meu fim

o de todos quantos tiveram igual audácia: o

neno ou o punhal pelas

me

costas.

Não

importa.

bem do



ve-

e po-

bre,

eu não

fiar

o Golias encouraçado de ouro e armado de ponto

em

branco.

Dm

arreceio, pelo

luxe!

como

diria

Brasil,

de desa-

Cyrano de Bergerac.

BRASIL

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

203

Um dia, os brasileiros, lendo êste livro, verão que houum

ve

brasileiro

capaz de afrontar a urubuzada

Bons ou máus, do, dentro

do liberalismo enganador, na ignorância

nossos destinos.

de

e

e

de sua influencia diréta sobre

Um dia, em plena maturidade de cor-

espirito,

enfronhado já na grave questão, en-

pela tarde no Jarlim Zoológico. Próxima á porta,

trei

havia

O

uma

jaula e dentro dela

um

condor prisioneiro.

seu âmbito era estreito para que a ave colossal pu-

desse desfraldar as largas asas. Tinha-as por isso

chadas. Estava pousada no taboado

mito a

.

os anos passaram e eu fui viven-

do problema judaico

po

.

ligeiro



e liso.

Um

fe-

fré-

de irritação agitava ás vezes, rapidamente,

sua coleira de plumas claras, da qual sobresaía a ca-

beça purpurina. Naquela atitude concentrada, eu senti

uma ção

dor

tal,

um

me ganhou

sofrimento tão profundo que a emoa alma e

ali fiquei

meditativo muito

tempo.

O

animal não

se

movia. Era como

metal ou pedra pintado a côres.

E

um

vulto de

os seus olhos re-

dondos, ourelados de amarelo, mantinham-se baixos. Atitude hostil, de fundo, silencioso desespero que se traduzia

deava.

num

desprezo absoluto por tudo o que o ro-

GUSTAVO BARROSO

204

Contemplei o condor prisioneiro e compreendi à sua tortura formidável. nio das alturas, o sas

com

olhar feito para o descorti-

panorama das ibiturunas magesto-

os seus picos coroados de neves eternas, abra-

çando os vales e os

O

em

que os

rios

parecem

fios

de

cristal

rebanhos frocos perdidos do algodão das nuvens;

o olhar feito para as cordilheiras ensopadas de

ou

sol

envoltas nas gazes das névoas, para fitar os espaços

azúes sem fim,

ali

confinado entre a poeira do chão

batido de pés humanos, meia dúzia de arbustos raqui-

uns muros de pedra, grades e multidões de

ticos,

tantes ignaros!

As

asas, pálio

visi-

de penas magnificas,

creadas para o vôo rápido e glorioso, para o rauso ho-

mérico das crias ou o combate de vida e morte rivais,

com

os

para o remigio sereno acima dos picos andinos,

para a ascensão sublime do azul,

amarradas pela

ali

ahgostura da gaiola, sem se poderem ao menos espreguiçar, mortas apesar de toda a sua força latente, inúteis,

bambas, enferrujadas!

E

armadas de

as garras

laminas cortantes, movidas por músculos de aço, pre-

paradas pela natureza para levarem

uma

rez

ou

um

homem

aos pincaros dos Andes, para despedaçarem

a presa

no rebordo dos

precipicios

que

se

afundam de

quatro mil metnos, para os gloriosos combates aéreos

BRASIL

COLÓNIA DE BANQUEIROS

-

nas altitudes silenciosas e iluminadas,

ali se

205

embotan-

do ao contáto vidgar dumas táboas de pinho! E, compreendendo toda a angústia da grande ave

um momento

a mêsma dôr que ela. numa nesga de azul que se avistava por entre as franças duma árvore esgalhada, ao pé da jaula, dei com luna revoada de urubus, muito alto. cativa, sofria

De

Como

repente,

que imi

instinto secreto advertiu o condor. In-

clinando ligeiramente a cabeça, procurou

com a

sua

pupila negra riscada de ouro o que eu observara. viu o giro dos urubus no espaço solheiro.

gem da

E

Liberdade!

Acompanhou-os nas suas evoluções

circulares

quando desapareceram da nesga de céu que a

gem

e,

folha-

permitia avistar, baixou de novo a cabeça empur-

purada na sua aitude de alheiamento diariamente reconcentrada.

dita,

olhar de soslaio para lenta,

como

a

me

— Homem, ça que

me

mim com um

e

de dôr recôn-

Antes, porem, leve estirar

um

da asa

dizer:

és co-autor

da monstruosa

injusti-

tolhe o gozo da liberdade e da vida! Eu, que

sou a gloria das asas nas alturas dos Andes e filo

E

viu a ima-

me

per-

heráldico nos brazões das Republicas do Conti-

nente, aqui manietado, mutilizado e só, enquanto que as negras aves covardes, vis e nojentas,

que

se alimen-

GUSTAVO BARROSO

206

tam da podridão,

essas

teem o domínio do espaço e

revolutêatn no céu azul $ob o tépido solar.

como são

E,

em

as prende

banho da

repelentes e mesquinhas,

luz

ninguém

jaulas para mostrá-las, aos domingos,

aos caixeiros de venda e aos meninos das escolas públicas!

.

.

Eu

saí,

naquela tarde, cabisbaixo e concentrado

como o condor, do jardim em que

meu pensamento nuamente como janela, até te

êle jazia preso.

O

inquieto e dolorido batia asas conti-

um

inséto prisioneiro

no vidro duma

que apreendeu a imagem que tivera dcan-

dos olhos:

O sil,

condor poderoso, mas aprisionado, era o Bra-

e os

urubus

venderam

E

livres e

gozadores, os politicos que o

e os banqueiros

que o compraram.

eu decidi escrever êste

livro.

BRASIL, Brasil, Brasil, tres mais,

dôr!

A

meu

querido Brasil, não

como o condor

prisioneiro,

te

concen-

na tua grande

tua concentração e o teu despreso êles

chamam

de preguiça, de inércia, de jecatatuismo. Estás sendo caluniado.

Vamos, acorda do marasmo do teu

deses-

BRASIL

-

COLÓNIA DP BANQUEIROS

207

pero, distende as asas possantes e soberbas, amola o bico anavalhante, desembainha as laminas das garras

formidáveis! Eia! prepara-te para o combate aos uru-

bus traiçoeiros e nefandos! Escuta!

Não

ouves, no fundo dos séculos, êsse

retumbo soturno de passos que marcam a imensidão das tuas terras virgens povoadas de onças, de papagaios e de Índios nús, todas empenachadas de pal-

meiras verdes? São as botas dos bandeirantes, cujo ritmo embalou o teu berço de taquara. ra outro tropel mais próximo,

um

Não

ouves ago-

tropel que os teus

ouvidos nunca ouviram? São os passos de novos bandeirantes, são os

homens

vestidos de verde, vestidos

da côr da esperança, que veem quebrar

as grades de

ferro e as grades de ouro desta prisão!

Então, ó grande

e

infeliz

Condor

Prisioneiro,

com um grito triunfal que espantará todos os urubus em todas as carniças do planeta, tu desfraldarás o pálio magnifico das grandes asas que Deus te deu para os grandes vôos e subirás para as alturas azúes

paço.

E

sa sôbre

do

es-

a vasta sombra das tuas asas passeará vitorio-

o mapa das nações!

ESQUEMAS E MAPAS dépoudlé

,

s

.;

email.

tu?

iís

quand le Cazthaginoà Que oeuxMais >je ríai pias vien. femmel D outrem Xa ' "

_ — Ta

répondaient:

disaient:

(Flaubert





viel"

" Salanmbõ".)

1

ESQUEMA TOTAL DOS IMPOSTOS, RENDAS E UTILIDADES HIPOTECADAS AOS CREDORES ESTRANGEIROS Rendas das Alfandegas Iqwsto sobre a renda Imposto de consumo Pela União



Imposto das duplicatas comerciais Imposto das contas assinadas Impostos de importação

Por Alagoas Pelo

Impostos de exportação.

:

Amazonas

Í

:

Todas as rendas



estaduais.

Impostos sobre o tabaco, o cacáu e o café.

Rendas

ferroviárias.

Imposto de transmissão de propriedades.

Imposto de industrias e Imposto í

Pelo Ceará

profissões.

territorial.

Imposto de exportação.

)

Imposto de industrias e profissões,

r

Taxas de agua

e esgotos.

/

I

GUSTAVO BARROSO

212

Pelo Espirito Santo Pelo Maranhão:

:

Impostos de exportação.

Serviço de agua, luz e bondes.

Rendas de todos os municípios. Serviços de luz e 'bondes da capital.

Imposto

Por Minas Gerais (

territorial,

1.'

e 2.' hipo-

tecas.

Imposto de transmissão de propriedades,

1."

e 2.' hipotecas.

Imposto sobre o café. Impostos de exportação,

Imposto sobre o

I

1.'

e 2." hipotecas.

álcool.

Imposto sobre o fumo.

_

,

_

,

Pelo Paraná

(

Impostos de exportação,