Projeto Apoema - Ciências - 6º. Ano [2ª. Edição] 978-85-10-05877-3

A obra apresenta conteúdos que têm por objetivo enriquecer o estudo e despertar o interesse do aluno pelos temas da disc

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Projeto Apoema - Ciências - 6º. Ano [2ª. Edição]
 978-85-10-05877-3

  • Commentary
  • Manual do Professor

Table of contents :
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Ciências da Natureza

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Projeto Apoema

Ciências Ana Maria Pereira



Margarida Santana



Mônica Waldhelm

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Ciências da Natureza

Projeto Apoema

Ciências Ana Maria Pereira Licenciada em Ciências Biológicas e mestra em Educação Professora do Ensino Fundamental, do Ensino Médio e do Ensino Superior

Margarida Santana Pedagoga e mestra em Educação Professora do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, do Ensino Superior e de Especialização em Ensino de Ciências

Mônica Waldhelm Licenciada em Ciências Biológicas, mestra e doutora em Educação Professora do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, do Ensino Superior e de Pós-graduação em Ensino de Ciências

2a edição São Paulo, 2015

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Pereira, Ana Maria Projeto Apoema ciências 6 / Ana Maria Pereira, Margarida Santana, Mônica Waldhelm. -- 2. ed. -- São Paulo : Editora do Brasil, 2015. -- (Projeto Apoema) Suplementado pelo manual do professor. Bibliografia. ISBN 978-85-10-05876-6 (aluno) ISBN 978-85-10-05877-3 (professor) 1. Ciências (Ensino fundamental) I. Santana, Margarida. II. Waldhelm, Mônica. III. Título. IV. Série. 15-03471 CDD-372.35 Índices para catálogo sistemático: 1. Ciências : Ensino fundamental 372.35

© Editora do Brasil S.A., 2015 Todos os direitos reservados

Direção executiva: Maria Lúcia Kerr Cavalcante Queiroz

Coordenação de edição: Angela Elisa de Sillos Coordenação pedagógica: Regina Lúcia Faria de Miranda Assistência editorial: Renato Macedo de Almeida Auxílio editorial: Ana Caroline Mendonça e Isabella Italiano Coordenação de revisão: Otacilio Palareti Copidesque: Ricardo Liberal e Giselia Costa Revisão: Andréia Andrade e Maria Alice Gonçalves Coordenação de iconografia: Léo Burgos Pesquisa iconográfica: Douglas Cometti/Vanessa Volk Coordenação de arte: Maria Aparecida Alves Assistência de arte: Samira de Souza Design gráfico: José Hailton Santos, Regiane Santana e Alexandre Gusmão Capa: Patrícia Lino Ilustrações: Carlos Caminha, DAE (Departamento de Arte e Editoração), Dawidson França, Fernando Gonsales, Formato Comunicações, Ilustra Cartoon, Luis Lentini, Luis Moura, Paulo César Pereira, Studio Caparroz e Vagner Coelho Produção cartográfica: DAE (Departamento de Arte e Editoração), Sonia Vaz e Studio Caparroz Coordenação de editoração eletrônica: Abdonildo José de Lima Santos Editoração eletrônica: Elbert Stein e Sérgio Rocha Licenciamentos de textos: Cinthya Utiyama Coordenação de produção CPE: Leila P. Jungstedt Controle de processos editoriais: Beatriz Villanueva, Bruna Alves, Carlos Nunes e Rafael Machado

Imagem de capa Coleção Marcio Camargo/ Foto: Eduardo Ortega

Direção editorial: Cibele Mendes Curto Santos Gerência editorial: Felipe Ramos Poletti Supervisão editorial: Erika Caldin Supervisão de arte, editoração e produção digital: Adelaide Carolina Cerutti Supervisão de direitos autorais: Marilisa Bertolone Mendes Supervisão de controle de processos editoriais: Marta Dias Portero Supervisão de revisão: Dora Helena Feres Consultoria de iconografia: Tempo Composto Col. de Dados Ltda.

Leda Catunda. Duas árvores com céu vermelho, 2009. Colagem, 2 × 4,5 m.

Leda Catunda nasceu na cidade de São Paulo em 1961. Pintora e gravadora, cursou Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP–SP), na década de 1980. Em 1990 recebeu o Prêmio Brasília de Artes Plásticas/Distrito Federal. Defendeu tese de doutorado em Artes, em 2003, com o trabalho Poética da maciez: pinturas e objetos poéticos, na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP. Ministra workshops e cursos livres em várias instituições culturais do Brasil e também é professora em cursos de graduação.

2a edição / 1a impressão, 2016

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A. – CNPJ 61.186.490/0016-33 Av. Antonio Bardella, 300 – Guarulhos – SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

Rua Conselheiro Nébias, 887 – São Paulo/SP – CEP 01203-001 Fone: (11) 3226-0211 – Fax: (11) 3222-5583 www.editoradobrasil.com.br

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Apresentação

Este livro trata de vida! Em suas formas variadas e em suas múltiplas relações. Ao observar fenômenos que ocorrem em seu corpo, em sua casa, em seu planeta; ao ver máquinas e outros recursos tecnológicos funcionando, no campo ou na cidade; e ao tentar entender como e por que eles funcionam, você perceberá a importância de aprender Ciências. Além disso, um cidadão como você, que deseja entender as mudanças na sociedade em que vive e o impacto que a ciência tem sobre a sua vida e sobre toda a Terra, com certeza vai querer informar-se e debater assuntos como aquecimento global, alimentos transgênicos, aids, fontes alternativas de energia, origem da vida, entre outros, que trataremos nesta coleção. Nossa intenção é fazer deste encontro, entre a ciência e você, uma experiência prazerosa e motivadora, articulando o que você aprenderá aqui com seu dia a dia. Para isso, contamos com seu esforço e sua participação. Viaje conosco pelos caminhos da investigação e da experimentação. Um grande abraço. As autoras

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Conheça seu livro Pitamitz Sergio/Hemis/Corbis/Latinstock

uniDaDe 5

A Terra no Universo

Ao observarmos o céu noturno, podemos ver muitas estrelas, a Lua em suas diferentes fases, um ou outro planeta e, às vezes, cometas ou meteoros. A contemplação do céu desperta inúmeras perguntas como: Existem outros astros além dos que podemos avistar? O Universo tem um tamanho definido ou é infinito? Como terá surgido o Universo? Esses e outros questionamentos intrigam a humanidade desde as primeiras civilizações, que recorreram à investigação empírica, observando os astros e registrando alguns fenômenos, e às crenças religiosas para buscar respostas. A ciência e os avanços tecnológicos ajudaram a responder a várias perguntas sobre o Universo, mas ainda restam muitas outras perguntas à espera de resposta.

Unidade Com base na imagem e no texto apresentados na abertura da unidade, você é convidado a refletir sobre um tema e a explorar os conhecimentos que já tem sobre ele.

Poc6266

Poc6266 Nesta unidade estudaremos o planeta Terra como elemento integrante do Universo e exploraremos, ao mesmo tempo, os conceitos básicos de Astronomia. 1 O que é Astronomia? 2 Qual é a diferença entre estrela e planeta? 3 A Terra faz parte do conjunto de astros. Onde nos situamos no Universo?

Parte da Via Láctea (ao centro) em céu estrelado. Deserto de Atacama, Chile, 2010.

4 Qual é a relação entre o movimento da Terra ao redor do Sol e as variações climáticas?

Pense, responda e registre

CaPÍTulo 3

CiÊnCia, TeCnoloGia e soCieDaDe

A água no ambiente e nos seres vivos

No início de cada capítulo, você irá trocar ideias com o professor e os colegas e registrar alguns conhecimentos que já tem sobre o tema em estudo.

Reúso da água no Brasil O abastecimento público de água doce já é um problema em algumas metrópoles brasileiras, como, por exemplo, Recife e São Paulo. Muitas empresas começam a buscar soluções que possam amenizar a situação. Uma das alternativas utilizadas em diversos estados brasileiros é o reúso da água, principalmente em montadoras de veículos, construtoras, fábricas de tintas, indústrias têxteis etc.

A água é uma das substâncias mais comuns no planeta Terra. Quando pensamos na água, a primeira lembrança que surge é a água dos rios, dos mares ou a água que jorra da torneira.

Leia a seguir texto extraído de um artigo sobre o assunto: Quoc Anh Lai/Dreamstime.com

[...] Em São Paulo, algumas estações de tratamento de esgoto produzem água de reúso utilizada pela prefeitura de São Caetano do Sul, no ABC, para lavar ruas e irrigar jardins. [...]

Explorando Museu da Água de Piracicaba Av. Beira Rio Joaquim Miguel Dutra, 448 Piracicaba–SP Tel. (19) 3432-8063 Às margens do Rio Piracicaba, o prédio do Museu da Água já deu lugar à primeira estação de captação e bombeamento de água da cidade. O visitante conhece as antigas estruturas que pertenciam ao local e aprende a conservar os recursos hídricos.

[...] O Projeto de Reúso de Água, da Embrapa e da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, fornecerá 40 000 litros de água reciclada por hora para a agricultura. [...] [...] No Brasil há, ao mesmo tempo, falta e excesso de água. Nas áreas carentes, como nas cidades de São Paulo e do Recife, o potencial do reúso é enorme. Um estudo da Sanepar estima que, apenas na região metropolitana de Curitiba, dos 7 bilhões de litros de esgoto gerados por mês, 4,8 bilhões possam ser revendidos como água de reúso. O projeto custaria 30 milhões de reais, geraria 11,5 milhões de reais de receita anual e daria retorno em três anos. [...] À medida que a demanda de água aumentar e a cobrança pelo uso se expandir, a alternativa da reciclagem acabará fazendo parte do dia a dia das empresas

.

a) Com o professor e os colegas, organizem um debate sobre as ideias apresentadas nesse artigo. Pesquisem sobre iniciativas semelhantes e discutam as vantagens, os ganhos e as dificuldades de colocá-las em prática.

Retomando as questões iniciais Ao final de cada capítulo, releia as respostas dadas à seção Pense, responda e registre e avalie se o que você estudou confirma ou modifica seu conhecimento inicial.

b) Divulguem na comunidade as conclusões do trabalho realizado por vocês.

Delfim Martins/Pulsar Imagens

Ricardo Arnt. Hidrofuturo. Exame, São Paulo, Abril, jul. 2003. Disponível em: . Acesso em: 8 mar. 2015.

Cisterna utilizada para captação de água em comunidade indígena no Parque Nacional do Catimbau. Buíque – PE, 2013.

Cataratas do Iguaçu. Fronteira entre Brasil e Argentina, 2012.

reToManDo as QuesTÕes iniCiais Pense, resPonDa e reGisTre

Agora você sabe o que é o desperdício de água e quais danos isso pode causar ao meio ambiente. Você também consegue avaliar se o tratamento da água é adequado ou não. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

• Na natureza, a água está sempre na forma líquida? • De onde vem toda a água que há na natureza? • Se não houvesse água em nosso planeta, seria possível a vida nele?

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inDo alÉM Jill Helmuth/AP Photo/Glow Images

Furacão, tufão, ciclone ou tornado? O furacão é quase igual ao tufão. Na verdade, de acordo com Ernani de Lima Nascimento, doutor em Meteorologia pela Universidade de Oklahoma (EUA) e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o termo tufão se refere ao mesmo fenômeno – só que em outra localização geográfica. Quando ocorre no Oceano Atlântico ou Pacífico Leste, chama-se furacão. No Pacífico Oeste, tufão. E os dois fenômenos são classificados como ciclones, ambos com baixa pressão e ventos girando em torno de seus centros. Mas os ciclones não se restringem ao furacão e ao tufão. 'Existem também os ciclones extratropicais, como aqueles que atingem o litoral sul do Brasil e que trazem com eles as frentes frias que nos atingem com frequência. Esses ciclones extratropicais são completamente diferentes dos ciclones tropicais', pontua Nascimento. Mais intenso, o tornado também é uma coluna de ar giratória [...]. Contudo, seu tamanho e sua duração são menores em comparação com os furacões. 'Enquanto o furacão é um aglomerado de centenas de tempestades que pode durar vários dias e apresentar um diâmetro de várias centenas de quilômetros, os tornados formam-se a partir da base de uma tempestade e têm diâmetro que raramente ultrapassa os 2 km e duração tipicamente menor que 10, 15 minutos', destaca o especialista em tempestades. Mesmo assim, embora seja menor e tenha curta duração, o tornado é bem mais destruti-

Tornado atinge a cidade de Watford Dakota do Norte, EUA, 2014.

Indo além Os textos apresentados buscam ampliar, com informações complementares, o conteúdo estudado no capítulo.

vo do que um furacão, e seus ventos podem ultrapassar 500 km/h. Qual a diferença entre furacão, ciclone, tornado e tufão? Como eles se formam? Disponível em: . Acesso em: mar. 2015.

reToManDo a QuesTÃo iniCial As características da atmosfera variam de acordo com suas “camadas”, em razão da composição e da distância da superfície do planeta Terra. Releia a resposta que você deu à questão proposta no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare sua resposta com a dos colegas.

Explorando Museu aeroespacial Av. Marechal Fontenelle, 2000 – Campo dos Afonsos – Rio de Janeiro – RJ

O museu tem um interessante acervo de aviões, equipamentos, documentos, fotos e filmes que contam a história da aviação no Brasil e do balão de Bartolomeu de Gusmão, por exemplo. As visitas com monitoramento devem ser agendadas na Seção de Recursos Educativos, com um mês de antecedência.

Museu de Geociências/instituto de Geociências da universidade de Brasília

O museu tem um valioso exemplar de meteorito constituído essencialmente de ferro e níquel, que pesa 279 kg. O meteorito foi encontrado em 1971, durante a excursão curricular do curso de Geologia, pelo professor Marcelo José Ribeiro, no município de Sanderlândia, estado de Goiás. Se não for possível visitar o museu, experimente explorá-lo virtualmente acessando o site: .

Universidade de Brasília – Campus Universitário Darcy Ribeiro – Brasília – DF

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Textos interessantes, envolvendo conhecimentos de diferentes disciplinas, contribuem para a compreensão de mundo.

AN

D O DI S C

Paulo César Pereira

Sim. O vulcão mais antigo já encontrado até hoje, inclusive, é brasileiro. 'Um vulcão se forma geralmente em regiões onde há encontro de placas tectônicas. Essas placas ficam na camada mais superficial da Terra, que está sempre em movimento causando o afastamento de alguns centímetros por ano entre os continentes', diz o geólogo Caetano Juliani, professor do Instituto de Geociências da USP. Isso aconteceu quando o Brasil estava justamente sobre uma área de encontro de placas, há milhões de anos. Hoje, ufa!, saímos da zona de perigo. Com a movimentação das placas, parte das rochas se funde, dando origem ao magma, substância viscosa que pode chegar a mais de 1 000 °C. Quando o magma emerge (junto com gases do interior do planeta), forma-se um vulcão – mas as paredes do cone, mais resistentes, não se fundem. Já o vulcanismo fissural rola quando as placas se afastam e abrem caminho para um magma mais líquido e menos explosivo. [...]

Arquipélago vulcânico Quem curte as belas paisagens do arquipélago de Fernando de Noronha nem imagina que, há 12 milhões de anos, aquilo era um conjunto de vulcões, com base a 4 mil metros de profundidade. Geralmente, os vulcões submarinos se solidificam rapidamente por causa do choque com a água fria, mas o vulcanismo intenso fez o magma emergir e formar as ilhas e ilhotas. Juca Martins/Olhar Imagens

Já existiram vulcões no Brasil?

LINAS

IN T E GR

ConeXÕes

IP

Conexões

erupção (nuvem)

coluna eruptiva bombas

chuva ácida

cratera avalanche Vista aérea do arquipélago de Fernando de Noronha, PE, 2012. Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

Herança caliente Há 70 milhões de anos (quase nada em tempo geológico), a região onde fica a cidade mineira de Poços de Caldas estava a pleno vapor. A temperatura de 30 °C das águas de lá é herança dessa época.

água subterrânea

Quando o vulcão estava ativo, a lava cobriu a região e, com o tempo, se solidificou e foi coberta por rochas, que lentamente foram roubando o calor da lava.

derrames de lava

Já existiram vulcões no Brasil? O vulcão mais antigo já encontrado até hoje, inclusive, é brasileiro. Publicado na revista Mundo

fraturas

Na erupção de um vulcão há liberação de gases, poeiras e magma (fluido composto de rochas derretidas) de dentro da Terra.

Gigante adormecido A região amazônica abriga o vulcão mais antigo já descoberto, com cerca de 1,89 bilhão de anos. Ele é parte de uma província de rochas vulcânicas chamada de Uatumã, que se espalhava sobre o Amazonas, Mato Grosso, Pará, Roraima e até Venezuela e Suriname. A altura original do vulcão, próximo ao rio Tapajós, pode ter chegado a 400 metros.

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Estranho, edição 69, p. 65. nov. 2007.Crédito: Luiz Fujita Junior/Abril Comunicações S/A.

Pense, discuta com os colegas e faça o que se pede no caderno. a) Em um mapa da América do Sul, identifique as regiões em que os vulcões mencionados no texto se localizavam. b) A atividade vulcânica pode modificar drasticamente a paisagem. Retire do texto um exemplo de modificação da paisagem causada por essa atividade. c) O vulcanismo também é responsável pela formação de novas rochas. Que tipo de rochas são originadas por esse processo? d) Faça uma pesquisa sobre vulcões e descubra outras consequências que a atividade vulcânica pode causar ao ambiente, além de destruição e formação de novas rochas.

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de peças e O transporte montados é um de aparelhos já consome muita processo que emitir poluenenergia, além de queima pela éricos tes atmosf fósseis. de combustíveis

Produção do celular Em um aparelho celular existem mais de 100 componentes, feitos de metal (40%), plástico (40%) e cerâmica (20%). Assim, quanto maior o consumo aparelhos celulares de , maior a extração dos recursos naturais que dão origem a essas matérias-primas. A produção mineral do ouro, chumbo e cobre para um celular envolve a remoção de vegetaçã nativa e alto consumo o de água. Muitos processo s de mineração, quando não cuidadosos, contami nam o solo e a água com componentes tóxicos usados na purificação dos minérios . O plástico tem origem no petróleo. A técnica sua extração é muito de delicada e envolve riscos ao meio ambiente. Vazamen tos em alto-mar despejam milhares de toneladas de óleo nos oceanos todos os anos.

O ciclo de vida do celular Telefones celulares deixaram de ser “apenas” telefones há muito tempo. Hoje eles também são despertadores, agendas, câmeras fotográficas, computadores e, por serem portáteis, podem ser acessados a todo momento. Está cada dia mais fácil ter um telefone celular, por isso mais de 100 milhões de brasileiros dispõem desse aparelho. Você já se perguntou se um telefone celular pode causar impactos à natureza?

A embalagem dos produtos é necessária para proteger o aparelho, mas, muitas vezes, utiliza plásticos e papéis em excesso, que vão rapidamente para as latas de lixo.

O destino final de aparelhos celulare infelizmente, os s costuma ser, aterros e lixões. Materiais eletrôn sentam substân icos aprecias como cádmio e chumbo, que contaminar o solo podem e a água, prejudi cando a vida de todos. Hoje em dia, as operadoras brasilei relhos para aprove ras recolhem apaitar peças, reduzin do o volume desse lixo eletrônico.

Bagagem cultural

Faça sua parte! e de baixo os duradouros • Compre aparelh tico. consumo energé de descartá-lo. aparelho em vez • Conserte seu ainda funcionem e aparelhos que • Não descart um amigo. a te. Repasse-os adequadamen

Vida útil

Extração de matérias-primas

Textos interessantes ou divertidos possibilitarão a você perceber que muitos assuntos são comuns às várias disciplinas do currículo escolar.

Fernando Gonsales

BAGAGEM CULTURAL

Embalagem e transporte

Fabricação

Fim da vida

Processamento de materiais

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Explorando

A devastação causada pelas queimadas

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE

As queimadas remetem a uma antiga prática que utiliza o fogo para viabilizar a agricultura ou renovar as pastagens.

Desenvolvimento sustentável

Além das queimadas, que são realizadas para remover as plantações antigas ou pastagens, há também incêndios em áreas naturais, como florestas e campos. Nesse caso, o fogo é provocado pelo ser humano (intencionalmente ou por falta de cuidado) ou por uma causa natural, como os raios solares, por exemplo.

Indicações de materiais complementares, como livros, sites, filmes, infográficos, animações, além de centros de pesquisa e museus. Com eles, você poderá explorar muito mais o que aprendeu.

A ideia de desenvolvimento sustentável propõe que o desenvolvimento econômico seja integrado à questão ambiental, ou seja, significa atender às necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas. É o desenvolvimento que não esgota os recursos, conciliando crescimento econômico e preservação da natureza. Isso significa, entre outras medidas, usar os recursos naturais com respeito ao próximo e ao meio ambiente, preservar os bens naturais e a dignidade humana.

A principal causa de incêndios na floresta tropical é a ação desordenada do ser humano, que, ao promover o desmatamento, cria condições favoráveis para a ocorrência de grandes incêndios.

Explorando Queimadas na Amazônia

O documentário produzido pelo Inpe mostra os impactos negativos das queimadas sobre as comunidades amazônicas.

Ciência, tecnologia e sociedade

A primeira etapa para conquistar o desenvolvimento sustentável é reconhecer que os recursos naturais são finitos. A partir daí, é necessário e urgente buscar um novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade em que os bens naturais sejam usados com critério e planejamento.

Os filhotes de pássaros nos ninhos e outros animais que não conseguem escapar do fogo morrem com as árvores, os arbustos, as ervas e todos os seres vivos desse ecossistema, inclusive os que vivem no solo. As queimadas, além de deixarem o solo desprotegido, destroem os microrganismos decompositores, impedindo a renovação dos nutrientes e tornando o solo árido.

Aquele tipo de desenvolvimento que depende do consumo crescente de energia e da exploração desenfreada dos recursos naturais, em que as atividades econômicas são estimuladas sem preocupação com o esgotamento dos recursos naturais do país, é insustentável e está fadado ao fracasso.

O uso de queimadas com fins agropecuários é uma prática cultural de difícil substituição, adotada também em outros países, não só no Brasil. Caso fossem observadas as normas para queimadas controladas e a população tivesse mais cuidado ao lidar com o fogo, como não jogar pontas de cigarro acesas nas margens das estradas e apagar restos de fogueira em acampamentos, seriam menores os índices de queimadas e incêndios florestais.

O desenvolvimento sustentável está relacionado à qualidade, e não à quantidade; implica em mudanças nos padrões de consumo e aumento da conscientização.

O consumo sustentável é um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais como também cuidar das necessidades das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos Produto com selo de certificação orgânica. com tecnologia e materiais menos ofensivos ao meio ambiente e pela utilização racional dos bens de consumo, evitando o desperdício e o excesso. Além disso, após o consumo, é fundamental cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem degradação ao meio ambiente.

Esse problema tem motivado manifestações de ecologistas e mobilizado muitos segmentos sociais. Joel Rodrigues/Folhapress

Hoje, as aplicações da ciência e da tecnologia possibilitam uma vida melhor para a sociedade ou, algumas vezes, para alguns segmentos sociais. No entanto, também podem ser usadas de maneira a gerar problemas sociais e ambientais.

Segundo dados divulgados pela ONU, se todos os habitantes da Terra passassem a consumir como os americanos, precisaríamos de mais 2,5 planetas como o nosso. Estamos usando os recursos naturais em uma velocidade muito maior do que a natureza consegue repor. Se continuarmos nesse ritmo, em pouquíssimo tempo não teremos água nem energia suficiente para atender às nossas necessidades. Cientistas preveem que no futuro os conflitos serão decorrentes da escassez dos bens naturais.

A queima da vegetação causa grandes prejuízos à natureza. Ao vermos fotografias como a que segue, podemos ter, numa primeira impressão, a ideia de que apenas as árvores foram destruídas pelo fogo, mas não é exatamente assim. Todos os elementos que compunham esse ambiente foram atingidos.

Concluindo, o desenvolvimento sustentável implica desenvolver ações no sentido de rever padrões insustentáveis de consumo e de diminuir as desigualdades sociais. a) Pesquise na internet, em livros, jornais e revistas possíveis ações individuais e coletivas que busquem o desenvolvimento sustentável. Se possível, entreviste pessoas sobre esse assunto. Pergunte se elas conhecem o significado da política dos 5 “Rs”. b) Com base nos resultados de suas pesquisas, confeccione cartazes ou folhetos que esclareçam o assunto e divulgue essas informações na comunidade escolar.

Queimada no Cerrado. Brasília, DF, 2014.

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Ciências e cidadania Photos.com

Os egípcios, os chineses e os povos da região que atualmente corresponde ao Irã e ao Iraque, chamados caldeus, deixaram numerosos registros de suas observações do céu. Os maias, os incas e os astecas, povos da América Pré-Colombiana, também tinham conhecimentos dos astros. Os filósofos gregos do século V a.C. também se dedicaram a discutir e a formular explicações sobre o Universo. Da Antiguidade até nossos dias, os conhecimentos sobre o Universo passaram por revisões e ampliações.

A ameaça representada pelos balões lançados ao ar durante festas juninas e outras comemorações é grande. Os balões podem atingir, por exemplo, instalações industriais, como as refinarias de petróleo, provocando graves incêndios. As florestas e as matas virgens também não escapam da destruição provocada pelo lançamento de balões. Por exemplo, em 2010, um levantamento do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro mostrou que, dos 4 653 incêndios florestais registrados, cerca de 31% deles foram provocados pela queda de balões. Somente em maio de 2011, houve 2 461 ocorrências, sendo as regiões Serrana e Metropolitana as mais atingidas. De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (no 9.605/98, no seu artigo 42) é crime ambiental fabricar, vender, transportar ou soltar balões, com pena de um a três anos e multa. O problema é agravado no outono, quando a umidade do ar é menor, época que também coincide com o aumento da atividade dos baloeiros motivada por datas comemorativas, como o Dia do Trabalho, o Dia das Mães e, sobretudo, as festas juninas. Também é grande o risco representado pelos balões que povoam o espaço aéreo nas diversas altitudes. Nas modernas aeronaves, os pilotos voam orientados por instrumentos e não pelo que veem, mesmo sob condições de céu claro, o que torna o risco de colidir com um balão ainda mais elevado. Além disso, há a possibilidade de explosões por causa de fogos de artifício e botijões de gás presentes em alguns balões. Até mesmo aves, que são bem mais leves, menores e não carregam combustíveis, já derrubaram aeronaves de grande porte, como um Boeing. Imagine então a ameaça que os balões representam.

Fotografia de ruínas de um observatório maia, obra arquitetônica construída antes da chegada de Cristóvão Colombo à América, na cidade de Chichén Itza, território do atual México.

Mercúrio Terra e Lua

O objetivo é mostrar a construção do conhecimento científico ao longo do tempo. Conheça os contextos histórico-sociais em que foram propostas teorias e novos conceitos.

Júpiter Marte

O modelo de Ptolomeu, denominado geocêntrico, procurava explicar a organização do Universo tendo a Terra como centro do Universo.

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Com a palavra, o especialista

Pergunta: Que qualidades deve ter um bom meteorologista? Maria Assunção: O bom meteorologista é alguém que gosta, antes de mais nada, de olhar para o céu, admira a natureza e tem capacidade de sintetizar uma quantidade enorme de informações. Além disso, o meteorologista tem de gostar de Física, Matemática e ser bom em informática.

Quem é Maria Assunção Faus da Silva Dias.

Arquivo particular

COM A PALAVRA, A ESPECIALISTA

Profissionais de diferentes áreas da pesquisa científica contam um pouco sobre o trabalho deles e a relação da Ciência com a sociedade.

O que faz Formada em matemática pela Universidade de São Paulo, trabalha como meteorologista no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Pergunta: O fato de ser mulher atrapalha ou ajuda na sua área de trabalho? Maria Assunção: A área de Meteorologia não tem restrição nenhuma ao sexo. E, de fato, é uma área onde há, aqui no Brasil, uma parcela considerável de mulheres trabalhando, seja em atividades profissionais ou na pesquisa científica. Pergunta: Como o trabalho do meteorologista pode ajudar a sociedade? Maria Assunção: A Meteorologia trabalha de forma integrada a inúmeras atividades. A Defesa Civil, por exemplo, apoia-se de forma marcante nas previsões de tempo para suas ações de mitigação e prevenção. Os transportes aéreos, marítimos e terrestres são afetados pelo tempo e dependem das previsões meteorológicas. A agricultura e os recursos hídricos são setores que atuam com fortes ligações com a Meteorologia. O esporte e o lazer são também dependentes do tempo e precisam de informações confiáveis da Meteorologia. Enfim, todo cidadão preocupa-se com o tempo e acostuma-se rapidamente a um eficiente e preciso serviço de previsão do tempo.

Explorando Terra: a força do planeta Direção: Annabel Gillings. BBC, 2007. O episódio Atmosfera do documentário traz imagens incríveis que mostram a ação do vento e outros fenômenos atmosféricos.

Incêndio destrói fábrica de materiais plásticos em São Paulo, SP, 2014.

• Como você poderia contribuir para que situações como as expostas no texto não ocorram mais?

113

DOENÇAS VEICULADAS PELA ÁGUA

Muitas doenças são transmitidas por água contaminada. A diarreia é um sintoma comum na maior parte dessas doenças. Com ou sem vômitos, ela pode provocar desidratação (perda excessiva de água do organismo) e ser bastante perigosa. Nos primeiros meses de vida, durante a fase em que a alimentação é feita exclusivamente com leite materno, deve-se evitar oferecer chás e água às crianças. É grande o risco de contaminação por água não tratada em certas regiões brasileiras, e os bebês são particularmente vulneráveis à desidratação por diarreias. Mas não é só no primeiro ano de vida que devemos ter cuidados para evitar a contaminação da água. Se no local onde você mora a água vem de uma estação de tratamento, ainda assim ela deverá ser filtrada antes de ser consumida. Alimentos como frutas, verduras e legumes devem ser cuidadosamente lavados. Além do consumo de água e alimentos contaminados, o contato com água de enchentes também representa um grande risco para a saúde. Entre as doenças que podem ser transmitidas pela água, podemos citar: cólera, infecção por rotavírus, leptospirose, esquistossomose (barriga-d’água) e hepatites A e E. Há também doenças transmitidas por mosquitos, cuja reprodução é favorecida pela água. Podemos citar como exemplo a malária, a dengue e a febre amarela. A maneira mais eficaz de evitar essas doenças, principalmente a dengue, é não deixar acumular água em recipientes deixados em espaços abertos (pneus velhos, caixas-d’água, garrafas e calhas de telhados), pois é aí que os mosquitos proliferam. A receita caseira que pode salvar vidas O soro caseiro ajuda no tratamento da desidratação, que pode ser muito perigosa, principalmente para crianças e idosos. É bom lembrar que diarreias e vômitos são sintomas significativos, portanto o médico deverá ser consultado.

Pergunta: Em alguns países o índice de falha na previsão diária do tempo é quase zero. Como se consegue isso? Maria Assunção: O índice de acerto da previsão de 24 horas é muito alto, chegando a 98% em algumas épocas do ano e, principalmente, nas regiões mais distantes dos trópicos, onde o tempo é mais previsível. Mesmo aqui no Brasil, onde os fenômenos tropicais são mais difíceis de prever, o índice de acerto em 24 horas é da ordem de 97%. Uma previsão é considerada útil se o seu acerto for maior que 60% e, hoje, conseguimos isso com seis a sete dias de antecedência.

Como preparar o soro caseiro: Misture em um litro de água mineral, de água filtrada ou de água fervida (mas já fria), uma colher pequena (tipo cafezinho) de sal e uma colher grande (tipo sopa) de açúcar. Misture bem e ofereça o dia inteiro ao doente em pequenas colheradas.1

Pergunta: É verdade que o Brasil é um dos “campeões” em acidentes com raios? Por que isso acontece? Maria Assunção: O Brasil é um país tropical onde ocorrem chuvas abundantes, provenientes de um tipo de nuvem que produz relâmpagos em abundância, levando a uma probabilidade maior de ocorrência de acidentes.

Em dia com a saúde

Pergunta: Há algum tipo de cuidado especial que você recomendaria nesse tipo de acidente? Maria Assunção: Os cuidados são sempre no sentido de abrigar-se quando começa a ameaçar uma tempestade e continuar abrigado mesmo quando a chuva mais grossa já passou. Os danos a propriedades são minimizados com o uso de bons para-raios.

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Fernando Favoretto/Criar Imagem

Sol Vênus

Amauri Nehn/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

Ciência tem história

Saturno

Na Europa, no século XII, foram estudadas as primeiras traduções dos escritos dos sábios gregos e árabes. Muitos desses estudos eram de Astronomia e discutiam teorias diferentes do geocentrismo. No século XV, com as Grandes Navegações surgiram várias questões, entre elas a discussão sobre o que estava no centro do sistema celeste: a Terra ou o Sol?

Dados extraídos de: Cartilha do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: mar. 2015. Site do Governo do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: mar. 2015.

Esfera das estrelas

O modelo elaborado pelo sábio grego Claudius Ptolomeu (100-170 d.C.) representa a ideia da Terra no centro do Universo. O sistema geocêntrico – em que a Terra situa-se no centro da órbita dos outros planetas e também do Sol – foi aceito por mais de mil anos.

Dawidson França

Um dos temas de discussão era o lugar da Terra no Universo. O movimento aparente da Lua, do Sol e de outras estrelas – que aparecem a leste e desaparecem a oeste – induziu os sábios, até aproximadamente o século XV, a acreditar que a Terra estava no centro do Universo e que todos os astros circulavam à sua volta.

CIÊNCIAS E CIDADANIA Balões: perigo no céu

Conheça grandes temas em debate no âmbito das Ciências da Natureza e desenvolva sua capacidade de refletir e opinar como cidadão consciente.

A ASTRONOMIA E OS AVANÇOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS

Fernando Favoretto/Criar Imagem

44

Informações, dicas e reflexões sobre como você e sua comunidade podem ter uma vida mais saudável.

Criança bebendo soro caseiro.

Pesquise em outras fontes para ampliar seu conhecimento sobre os riscos das doenças veiculadas pela água. Depois, com a ajuda do professor e dos colegas: • organize um mural com o material obtido pela turma; • elabore uma cartilha com linguagem acessível para informar a comunidade sobre os riscos dessas doenças; • convide profissionais que trabalham com saúde para uma palestra ou debate na escola; • entreviste-os e divulgue o resultado no mural ou jornal da escola. 1

Fonte: . Acesso em: 29 abr. 2015.

87

5/15/15 12:00 PM

Para ter uma ideia do que seja a expansão do Universo, você pode realizar o procedimento indicado nas fotografias a seguir.

1

Com caneta colorida, pinte vários pontos numa bexiga (balão de festas de aniversário) vazia. Esses pontos vão representar as galáxias.

Observando

EXPERIMENTANDO Erosão causada pela chuva

Neste momento, você será convidado a realizar observações de algumas situações ou fenômenos naturais, fazer comparações e registros, discutir e comunicar informações ou constatações.

O assoreamento é o acúmulo de sedimento nos leitos de rios ou lagos. Esse sedimento pode ser solo desprendido de áreas às margens e outros materiais que chegam aos corpos-d’água pelo vento ou pela chuva. Como esse processo é lento, quase não percebemos. O rio assoreado fica cada vez mais raso e isso pode trazer sérias consequências a todo o ecossistema do rio, dificultando a visibilidade dos peixes, diminuindo a quantidade de gás oxigênio dissolvido e, também, dificultando a navegação de embarcações.

Zig Koch/Natureza Brasileira

OBSERVANDO O astrofísico norte-americano Edwin Powell Hubble (1889-1953) e outros cientistas constataram que as galáxias estão se afastando umas das outras, o que evidencia, segundo eles, o fenômeno da expansão do Universo.

Para visualizarmos um dos processos que leva ao assoreamento, vamos realizar um experimento de erosão causada pela chuva. Material necessário:

• prato ou pires; • areia; • moedas.

2

O Rio Taquari, no Mato Grosso do Sul, sofre um grave problema de assoreamento em diversos pontos do seu curso.

Procedimentos

1. Coloque a areia sobre o prato, distribuindo-a de forma igual. 2. Faça montinhos de areia e coloque uma moeda sobre cada um deles. 3. Coloque seu experimento na chuva.

Você também pode usar um regador para simular a chuva, mas é mais interessante observar como acontece na natureza.

4. Após a chuva recolha seu experimento e observe o que aconteceu em volta das moedas.

Imagens: Joel Rocha

Agora responda.

3 Observe que, conforme a bexiga (que representa o Universo) se expande, aumentam as distâncias entre os pontos que você pintou. Esse aumento das distâncias entre os pontos, que você pode medir com uma régua ou fita métrica, representa o afastamento da galáxias, devido à expansão do espaço entre elas.

208

Experimentando

a) O que aconteceu com a areia em volta das moedas? Por quê? b) Mas por que a moeda continuou lá em cima? c) Na natureza, que elementos poderiam fazer o papel da moeda?

Atividades que envolvem manipulação de materiais, observação, procedimentos e interpretação de resultados para que você se aproprie na prática dos conceitos estudados.

Fonte de pesquisa: Erosão causada pela chuva. INPE/CPREC. Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2013.

NOVOS CONCEITOS As alterações na paisagem são provocadas tanto pela ação da natureza como pela ação humana. As ações humanas sobre o ambiente podem ser repensadas de forma que evite o desgaste dele e possa preservá-lo. Assim, a alteração da paisagem não precisa e não deve representar a degradação do ambiente natural e dos seres que nele vivem. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

197

Registre no

caderno

Agora é com você

caderno

1. Observe com atenção a foto ao lado: a) Que tipo de degradação esse ambiente sofreu?

a) terraceamento; b) curvas de nível.

b) Esse é um tipo de ação humana ou da natureza? Explique.

2 Por que o desmatamento acelera a erosão do solo?

Atividades que abordam os principais conceitos do capítulo e ajudam você a retomar os conteúdos estudados e a consolidar seus conhecimentos.

Registre no

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

1 O terraceamento e as curvas de nível são exemplos de técnicas que minimizam os efeitos da erosão no solo. Explique simplificadamente no que consiste cada uma dessas técnicas.

Jesus Carlos/Imagenlatina

AGORA É COM VOCÊ

c) Que seres vivos são afetados em uma situação como essa?

3 Que relação existe entre a formação do solo e a ação dos elementos climáticos como o vento e a chuva?

d) Cite uma medida que evite acidentes como esse.

4 Erosão é o desgaste das rochas e do solo por diversos agentes. Cite uma medida que previne ou ameniza os efeitos da erosão.

2. Leia o texto abaixo e responda às questões.

Queimada na região do Alto Juruá, AC.

Desertificação ameaça Caatinga

5 Que relação existe entre erosão e inclinação do terreno?

A Caatinga, principal bioma da região Nordeste e exclusivamente brasileiro, ocupa mais de 10% do território nacional (844 453 km2). É considerado o bioma semiárido mais rico do mundo em biodiversidade.

6 Por que um solo muito seco e desprotegido pode adquirir um aspecto semelhante ao de ladrilhos?

A conservação da Caatinga está diretamente associada ao combate da desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas e semiáridas. No Brasil, atinge principalmente a região Nordeste, pois mais de 60% das áreas suscetíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por Caatinga.

7 Uma das consequências das queimadas é, a médio prazo, a diminuição da fertilidade do solo. Explique por que isso ocorre. 8 A água é um poderoso agente de erosão. Cite três exemplos de erosão que confirmem essa afirmação.

Para a biodiversidade brasileira, a principal consequência da desertificação é a destruição dos hábitats e das condições de sobrevivência das espécies, em especial as endêmicas (nativas somente na Caatinga). Além disso, as consequências incluem perda de fertilidade do solo, da biodiversidade e êxodo rural.

Palê Zuppani/Pulsar Imagens

9 Geralmente as montanhas mais antigas apresentam cumes arredondados. Por que isso acontece?

As principais causas da desertificação são o desmatamento inadequado; o sobrepastoreio (excesso de carga animal numa região); a contaminação química do solo, fauna e flora por agrotóxico; a caça predatória; a retirada de barro das Brasil: biomas Brasil: Biomas várzeas; e a mineração. VENEZUELA

a) Qual é a principal consequência da desertificação para a biodiversidade brasileira?

Montanha com cume arredondado. Pedra Azul, em Domingos Martins, ES. Essa montanha tem aproximadamente 1800 m de altura.

SURINAME

COLÔMBIA 0°

GUIANA

AMAPÁ

Arq. de Fernando de Noronha

Diversificando linguagens Atividades que requerem leitura, interpretação e reflexão sobre textos de tipos e gêneros variados.

SUPERANDO DESAFIOS 1 (Fatec) Normalmente, o ar próximo ao solo é mais quente e menos denso que o ar das camadas superiores. A diferença de densidade faz surgirem duas correntes de ar em sentidos opostos: uma de ar quente, que sobe, e outra de ar frio, que desce, substituindo o ar que subiu. Geralmente, durante o inverno, ocorre o aquecimento de camadas superiores, interrompendo o fluxo de ar. Consequentemente, o ar poluído estaciona e as substâncias tóxicas se acumulam no ambiente. O texto descreve o fenômeno chamado: a) destruição da camada de ozônio. b) efeito estufa. c) inversão térmica. d) chuva ácida. e) eutrofização. 2 (PUCCAMP-SP) A queima de combustíveis fósseis, como o carvão mineral, provoca poluição atmosférica responsável: a) pelo efeito estufa, além de ser um dos responsáveis pelas inversões térmicas. b) pelas ilhas de calor, além de contribuir para o aumento do buraco da camada de ozônio. c) pela chuva ácida, além de ser um dos geradores do efeito estufa. d) pelo aumento do buraco da camada de ozônio, além de contribuir para o aumento das amplitudes térmicas. e) pelas inversões térmicas, além de ser um dos responsáveis pela formação das ilhas de calor.

J. L. Bulcão/Pulsar Imagens

AMAZONAS

10 No litoral do Nordeste do Brasil ocorre o fenômeno das dunas que se movem e chegam a soterrar estradas, casas e plantações. Explique como ocorre esse fenômeno. 11 Sabe-se que, quando um terreno é muito inclinado, a plantação em degraus é uma boa solução para evitar a erosão. Por quê?

b) Quais são as principais causas da desertificação?

Guiana Francesa (FR)

RORAIMA

Equador

EQUADOR

©DAE/Sonia Vaz

Sopre a bexiga para enchê-la de ar. O enchimento da bexiga representa a expansão do Universo.

PARÁ

MARANHÃO

RIO GRANDE DO NORTE

CEARÁ

PARAÍBA

PIAUÍ

PERNAMBUCO

ACRE

ALAGOAS

10°S

SERGIPE

TOCANTINS

RONDÔNIA

PERU

BAHIA MATO GROSSO DF

OCEANO ATLÂNTICO

GOIÁS

BOLÍVIA 20°S

MINAS GERAIS MATO GROSSO DO SUL

OCEANO PACÍFICO

Trópico de Capricórnio

ESPÍRITO SANTO SÃO PAULO

CHILE

N

RIO DE JANEIRO

PARAGUAI PARANÁ

Amazônia Mata Atlântica

SANTA CATARINA

Cerrado

ARGENTINA

Pantanal 30°S

RIO GRANDE DO SUL

Caatinga

0

600

1 200 km

Pampa

Extremoz, RN, 2012.

200

70°O

60°O

URUGUAI

50°O

40°O

Fonte: Atlas geográfico escolar: Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

Fonte: Atlas geográfico escolar: Ensino Fundamental do 6 o ao 9 o ano. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

201

Superando desafios Ao final de cada capítulo estudado, você será desafiado a usar o que aprendeu na resolução de questões extraídas de exames como vestibulares e Enem.

Trabalho em equipe

TRABALHO EM EQUIPE 1. Várias doenças podem ser causadas ou agravadas por poluentes do ar.

• Pesquisem algumas dessas doenças e identifiquem o principal poluente causador. • Depois, façam um resumo dessas informações e divulguem para a comunidade. 2. Acordos internacionais entre países, como o Protocolo de Kyoto, preveem a diminuição progressiva da emissão de gases que agravam o efeito estufa.

• Pesquisem sobre esse acordo e outras iniciativas nesse sentido. • Comparem a posição dos países, entre eles os Estados Unidos, em relação a tais acordos e

discutam a importância de um maior compromisso e adesão, principalmente por parte de nações fortemente industrializadas.

• Registrem suas ideias e compartilhem com a turma. • Com notícias divulgadas em jornais e revistas, construam um mural sobre desequilíbrios

Você e seus colegas vão realizar, juntos, pesquisas, análises e debates sobre temas interessantes, muitos deles relacionados com o cotidiano de vocês.

ambientais observados no Brasil e no resto do planeta.

144

Registre no

caderno

RESGATANDO CONTEÚDOS Resolva as questões em seu caderno.

3 Considere um terreno coberto de capim-gordura, no qual vivem saúvas, gafanhotos, pardais, preás e ratos-do-campo. Indique os fatores presentes neste ambiente. a) Duas comunidades e seis populações. b) Uma comunidade e seis populações. c) Duas comunidades e sete populações. d) Dois ecossistemas e seis comunidades. e) Dois ecossistemas e duas populações.

Registre no

caderno

4 (Enem) Na charge, a arrogância do gato com relação ao comportamento alimentar da minhoca, do ponto de vista biológico, Garfield, Jim Davis © 2000 Paws, Inc. All Rights Reserved / Dist. Universal Uclick

a) Apresenta matas de palmeiras, como babaçu e buriti.

Luis Salvatore/Pulsar Imagens

1 Identifique a qual bioma/ecossistema brasileiro corresponde cada descrição e imagem a seguir.

Tamanduá-bandeira. (Comprimento médio do animal adulto: 1,90 m com a cauda.)

ben44/Shutterstock

c) Alterna períodos de seca com inundações. O jacaré é um representante de sua fauna.

Lukas Blazek/Dreamstime.com

Árvores de buriti.

b) É o hábitat do lobo-guará e do tamanduá-bandeira.

Jacaré. (Comprimento médio do animal varia de 2 m a 6 m.)

Formação campestre do Sul do Brasil.

2 Leia o texto a seguir. Em uma certa localidade brasileira, as autoridades tentaram erradicar o mosquito transmissor de uma doença que afetava grande parte da população. O inseticida usado no processo, porém, e pulverizado por toda a região, eliminou também a maior parte da população de vespas, predadoras naturais de uma espécie de besouros.

Agora explique como o procedimento utilizado está relacionado com uma praga de besouros que atacou a mesma localidade tempos depois.

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No final de cada unidade, você relembra e revisa tópicos do conteúdo estudado ao fazer os exercícios dessa seção.

5 (UFSC) Considere que em determinada região existam 6 populações de seres vivos. A população  1 é constituída de vegetais e a população 6 de microrganismos decompositores. A população 2 se alimenta da população 4 que, por sua vez, se alimenta somente da população 1. A população 5 se alimenta da população 2 e da população 4. Por fim, a população 3 se alimenta da população 5. De acordo com essas informações, indique no caderno a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

d) Tem predomínio de gramíneas e de animais como preá e ratão-do-banhado.

Resgatando conteúdos

a) não se justifica, porque ambos, como consumidores, devem “cavar” diariamente o seu próprio alimento. b) é justificável, visto que o felino possui função superior à da minhoca numa teia alimentar. c) não se justifica, porque ambos são consumidores primários em uma teia alimentar. d) é justificável, porque as minhocas, por se alimentarem de detritos, não participam das cadeias alimentares. e) é justificável, porque os vertebrados ocupam o topo das teias alimentares.

(01) Se a população 3 desaparecer, espera-se que as populações 2 e 4 diminuam. (02) A única população que ocupa mais de um nível trófico é a 3. (04) A população 3 ocupa o primeiro nível trófico e a população 1 ocupa o último. (08) Existem relações de predatismo e competição entre as populações 2 e 5. (16) Todas as populações, exceto a 1, são carnívoras. (32) A situação apresentada caracteriza uma teia com duas cadeias alimentares. 6 Na Caatinga há escassez de água. Os seres que vivem nesse bioma apresentam características adaptativas que favorecem sua sobrevivência nesse tipo de ambiente. Faça uma pesquisa e cite exemplos de seres vivos que habitam esse bioma e explique como eles conseguem sobreviver apesar do período de seca. 7 Considerando os conceitos ecológicos estudados no capítulo, responda, justificando: Uma gota de água extraída de uma lagoa poderia ser considerada ecossistema?

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Sumário Unidade 1

Ecologia: seres vivos e ambiente

Capítulo 1 – O MUNDO DOS SERES VIVOS..................... 12 VVComo os seres vivos ocupam o planeta........ 13 VVA biosfera........................................................ 16 VVOs níveis de organização dos seres vivos...... 24

25 VVDiversificando linguagens............................. 26 VVSuperando desafios...................................... 28 VVAgora é com você..........................................

Capítulo 2 – OS SERES VIVOS E SUAS INTERAÇÕES........ 29 VVObtendo energia para a sobrevivência..........

30

VVOcupando diferentes papéis –

as teias alimentares....................................... 33

Unidade 2

10 VVCiências e cidadania: A biopirataria.............. 34 VVCom a palavra, a especialista:

Vera Nisaka Solferini...................................... 35 VVExperimentando:

Montagem de um terrário.............................. 36 VVAgora é com você ........................................... 38 VVDiversificando linguagens............................. 38 VVSuperando desafios....................................... 40 VVConexões: Quando o lixo vira objeto de arte....... 41 VVResgatando conteúdos ................................. 42 VVBagagem cultural: O ciclo de vida

do celular ....................................................... 44

Água: substância vital

Capítulo 3 – A ÁGUA NO AMBIENTE E

NOS SERES VIVOS ...................................48

VVA presença da água nos seres vivos.............. 49 VVIndo além: Camelos....................................... 51 VVA presença da água no ambiente................... 52

46 Capítulo 5 – A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA A

VIDA HUMANA..........................................77

VVA história de alguns povos e rios................... 78 VVO que afeta a água afeta o ambiente

e a humanidade.............................................. 80

VVO ciclo da água em nosso planeta................. 54

VVA água que chega à torneira.......................... 83

VVCiências e cidadania:

VVO destino da água utilizada............................ 84

Como usamos a água..................................... 55 VVTerra: planeta água ....................................... 56 VVIndo além: Aquífero Guarani.......................... 58 VVExperimentando: Ciclo da água.................... 59 VVAgora é com você .......................................... 60 VVDiversificando linguagens ............................ 61

VVCiências e cidadania:

Entenda sua conta de água............................ 86 VVEm dia com a saúde:

Doenças veiculadas pela água....................... 87 VVÁgua: direito de todos,

realidade de alguns........................................ 88

VVSuperando desafios ...................................... 62

VVCom a palavra, o especialista:

Capítulo 4 – ÁGUA, UMA SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL.... 63

VVExperimentando: Decantação e filtração..... 90

VVO que é a água?.............................................. 63 VVConexões: Impactos ambientais na

construção de hidrelétricas........................... 69 VVExperimentando: Vasos comunicantes......... 71 VVAgora é com você........................................... 74 VVDiversificando linguagens............................. 75 VVSuperando desafios....................................... 76

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Edgard Rocha Filho........................................ 89 VVCiência, tecnologia e sociedade:

Reúso da água no Brasil................................ 91 VVAgora é com você........................................... 92 VVDiversificando linguagens............................. 93 VVSuperando desafios....................................... 93 VVResgatando conteúdos.................................. 94

5/15/15 12:01 PM

Unidade 3

O ar e a atmosfera

Capítulo 6 – COMPONENTES E PROPRIEDADES DO AR..............................98 VVO que é o ar?................................................... 99 VVComposição do ar......................................... 100 VVPropriedades do ar....................................... 102 VVExperimentando: comparando os pesos

de bexigas..................................................... 103 VVExperimentando: Pressão atmosférica...... 105 VVCiência tem história:

A invenção do barômetro ............................. 105 VVAgora é com você......................................... 107 VVExperimentando: obtendo água líquida...... 107 VVDiversificando linguagens........................... 108 VVSuperando desafios .................................... 109

Capítulo 7 – A ATMOSFERA........................................ 110 VVA Terra envolta em gases............................. 111 VVCiências e cidadania:

Balões: perigo no céu................................... 113 VVIndo além: Furacão, tufão, ciclone

ou tornado?................................................... 114 VVAgora é com você......................................... 115 VVDiversificando linguagens........................... 116 VVSuperando desafios..................................... 117

Unidade 4

Capítulo 8 – A PREVISÃO DO TEMPO........................... 118 VVA importância da previsão do tempo........... 119 VVExperimentando: Montagem de

um pluviômetro............................................. 127 VVCiência, tecnologia e sociedade:

Estações meteorológicas ............................ 128 VVAgora é com você......................................... 129 VVDiversificando linguagens........................... 130 VVSuperando desafios .................................... 131

Capítulo 9 – A POLUIÇÃO DO AR –

A TERRA EM PERIGO............................... 132

VVO papel protetor da atmosfera..................... 133 VVA poluição do ar............................................ 135 VVCiência, tecnologia e sociedade:

O aquecimento global................................... 137 VVCom a palavra, a especialista:

Maria Assunção Faus da Silva Dias............. 138 VVEm dia com a saúde: Efeitos dos poluentes

sobre a saúde............................................... 139 VVIndo além: Fontes alternativas de energia...... 139 VVAgora é com você......................................... 140 VVDiversificando linguagens........................... 141 VVSuperando desafios..................................... 143 VVResgatando conteúdos................................ 144

A Terra e o solo

Capítulo 10 – O SOLO E O SUBSOLO............................ 148 VVA estrutura do planeta Terra........................ 149 VVO chão em que pisamos .............................. 152 VVO solo............................................................ 157 VVConexões: Pintando com o solo................... 161 VVIndo além: O uso social da argila................ 161 VVExperimentando: Como a água se

infiltra no solo?............................................. 163 VVConexões: Já existiram vulcões no Brasil?...................................................... 164

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96

146 VVCiência, tecnologia e sociedade:

O petróleo no Brasil...................................... 166 VVIndo além: Como se formam

os fósseis?.................................................... 168 VVAgora é com você......................................... 169 VVDiversificando linguagens .......................... 170 VVSuperando desafios .................................... 172

Capítulo 11 – O SOLO E OS SERES HUMANOS.............. 173 VVOs seres vivos interagem com o solo.......... 174 VVAgricultura sustentável................................ 178

5/15/15 12:01 PM

VVIndo além: Minhocas e suas galerias.......... 178 VVOs perigos da poluição do solo.................... 179 VVConexões: O lixo é uma fonte de riquezas.... 183 VVCiências e cidadania: Os 5 “Rs”

ecologicamente corretos: reduzir, reutilizar, reciclar, repensar e recusar........ 184 VVEm dia com a saúde: Doenças veiculadas pelo solo...................... 186 VVExperimentando: Reciclagem de papel...... 187 VVAgora é com você......................................... 188 VVDiversificando linguagens........................... 189 VVSuperando desafios..................................... 189

Unidade 5

Capítulo 12 – MUDANÇAS NA PAISAGEM.................... 190 VVA ação da natureza: erosão.......................... 191 VVCiência, tecnologia e sociedade:

Desenvolvimento sustentável....................... 197 VVExperimentando: Erosão causada

pela chuva..................................................... 199 VVAgora é com você......................................... 200 VVDiversificando linguagens........................... 201 VVSuperando desafios..................................... 202 VVResgatando conteúdos................................ 203

A Terra no Universo

Capítulo 13 – O UNIVERSO........................................ 206 VVObservando.................................................. 208 VVComo tudo surgiu?....................................... 209

204 VVAgora é com você......................................... 229 VVDiversificando linguagens........................... 230 VVSuperando desafios..................................... 231

VVComposição do Universo.............................. 209

Capítulo 15 – A TERRA E A LUA.................................. 232

VVIndo além: As distâncias astronômicas...... 210

VVOs movimentos da Terra.............................. 233

VVIndo além: A vida de uma estrela................ 211 VVConexões: A constelação Cruzeiro do Sul.... 213 VVAgora é com você......................................... 216 VVDiversificando linguagens........................... 217 VVSuperando desafios..................................... 217

Capítulo 14 – SISTEMA SOLAR................................... 218 VVO surgimento do Sistema Solar................... 219 VVOs componentes do Sistema Solar.............. 220 VVCiência tem história: Johannes Kepler....... 221 VVIndo além: Planetas extrassolares

ou exoplanetas.............................................. 227 VVCiência, tecnologia e sociedade: O Brasil na Era Espacial............................... 228

VVObservando.................................................. 236 VVA Lua............................................................. 240 VVObservando.................................................. 243 VVCiência tem história: A astronomia e

os avanços científicos e tecnológicos.......... 244 VVCom a palavra, a especialista:

Flávia Pedroza Lima..................................... 246 VVAgora é com você......................................... 248 VVDiversificando linguagens........................... 249 VVSuperando desafios .................................... 250 VVIndo além: As marés.................................... 251 VVResgatando conteúdos................................ 252 VVBagagem cultural:

Constelações indígenas............................... 254

Manual do Professor.......................................................................................................................................................... 257

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5/15/15 12:01 PM

UNIDADE 1

Ecologia: seres vivos e ambiente

Fábio Colombini

Quando observamos uma paisagem, como o manguezal desta fotografia, é comum atentarmos à vegetação, ao solo e à água. Mas será que conseguimos perceber todos os fatores presentes nesse ambiente? A ecologia estuda a natureza como um todo e, para isso, investiga a interação entre os seres vivos e também a interação deles com o solo, a água e outros componentes não vivos do ambiente.

Região de manguezal na Ilha do Cardoso, Cananeia, SP, 2012.

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1 Em sua opinião, é possível conciliar a preservação do manguezal com anonono atividade dos profis1 Nonono onono ononon onono onono sionais que coletam caranguejos para a própria onono onono onono onono onono onono onon? sobrevivência e a de suas famílias? Explique sua resposta. 2 N onono onono ononon nonono onono onono onono onono onono onono onono onono onon? 3 Nonono onono ononon nonono onono onono onono onono onono onono onono onono onon nonono onono ononono ononono onono ono?

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CAPÍTULO 1

O mundo dos seres vivos

Museu Victoria e Albert, Londres

Respostas das questões da página anterior no tópico 11 do Manual do Professor. Objetivo geral da unidade: • reconhecer a importância das interações entre os diversos seres vivos e destes com os diferentes ambientes como fatores fundamentais na manutenção da biodiversidade na Terra.

Jan Bruegel. O jardim do paraíso, 1620. Óleo sobre madeira, 53 × 84 cm.

Glossário Paraíso: lugar perfeito, ideal, nesse contexto. Predador: ser que devora outro de espécie diferente (a presa). Presa: ser que é devorado por outro de espécie diferente (o predador).

Observe acima a reprodução de uma obra de arte. Nela, o pintor expressou sua visão de paraíso na Terra representando plantas e animais variados em um mesmo ambiente. Você reconhece alguns dos seres vivos ilustrados na pintura? Na natureza seria possível encontrar animais como onças, cervos e cavalos convivendo com tanta proximidade? A relação entre a quantidade de presas (como a cabra) e de predadores (como a onça) é importante para o equilíbrio ambiental? A variedade de seres vivos nos ambientes também é muito importante. Essa diversidade biológica, ou biodiversidade, tem sido objeto de atenção da sociedade em geral, incluindo profissionais de diferentes áreas do conhecimento.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE Diferentes seres vivos estão adaptados a diferentes ambientes. •N  a natureza, o que significa dizer que um ser está adaptado ao ambiente?

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Objetivos específicos: • reconhecer a biosfera como um grande ecossistema; • reconhecer a diversidade ambiental no planeta Terra;

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• relacionar a biodiversidade com as diferentes condições ambientais; • caracterizar os principais tipos de biomas brasileiros e as formas de adaptação dos seres que neles vivem.

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De modo simplificado, podemos definir biodiversidade como a variedade de seres vivos encontrados no ambiente. Esta variedade refere-se tanto ao número de espécies diferentes quanto às variações entre indivíduos da mesma espécie. Os seres humanos, por exemplo, independentemente do país de origem, pertencem à mesma espécie, ou seja, à espécie Homo sapiens. Os cães domésticos (o vira-lata, o dálmata, o pastor-alemão etc.), apesar de apresentarem algumas características que os diferenciam, também pertencem à mesma espécie, cujo nome científico é Canis familiaris. Todos os seres vivos conhecidos pelos cientistas têm um nome popular e um nome científico. Por exemplo, onça-pintada é o nome popular e Panthera onca é o nome científico do mesmo animal.

Como os seres vivos ocupam o planeta Os ursos-brancos não vivem na Floresta Amazônica; a onça-pintada não vive na Antártica, a terra dos pinguins; árvores frondosas não nascem nos polos etc. Nas regiões polares, onde tudo fica coberto de gelo e neve na maior parte do ano, existem apenas espécies de seres adaptadas ao clima frio. Esses são apenas alguns exemplos dos vários fatores que podem ser favoráveis ou desfavoráveis à vida em determinado ambiente. O modo de distribuição e ocupação dos seres vivos pelo globo terrestre está relacionado às zonas climáticas do planeta.

Glossário Espécie: conjunto de indivíduos muito semelhantes, capazes de acasalar-se e gerar descendentes férteis, isto é, que também sejam capazes de se reproduzir. Fauna: conjunto de espécies de animais de uma região. Flora: conjunto de espécies de plantas de uma região.

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

Professor, oriente a leitura da imagem. Pergunte aos alunos se conhecem os animais representados e se identificam os continentes do planisfério ilustrado. A imagem associa: elefante à África; pinguim à Antártica; tucano à América do Sul; urso polar ao norte da América do Norte; urso panda à Ásia; canguru à Austrália.

Diferentes formas de vida podem ser encontradas em vários ambientes do planeta. As condições de vida de cada um desses ambientes também não são as mesmas.

Explorando A Ecologia em pequenos passos François Michel. São Paulo: Editora Nacional, 2005. (Coleção Pequenos Passos). O livro aborda, de modo simples, vários tópicos relacionados ao meio ambiente. Companhia Editora Nacional

Vagner Coelho

Veja, no esquema ilustrativo a seguir, alguns exemplares da fauna e da flora em diferentes regiões do planeta.

Esta ilustração não segue a proporção real entre os tamanhos das estruturas reproduzidas. Foram utilizadas cores-fantasia.

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A adaptação das espécies Fabio Colombini

Ecologia é a ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o ambiente em que vivem.

Essa planta mede cerca de 20 cm de altura.

O cacto coroa-de-frade, uma planta adaptada a ambientes com escassez de água, é capaz de reter líquido no interior de seu caule.

O hábitat é o lugar na natureza onde uma espécie vive. Por exemplo, o hábitat da planta vitória-régia são os lagos e as matas alagadas da Amazônia, enquanto o hábitat do panda são as regiões montanhosas da China e do Vietnã, onde a vegetação predominante é o bambu, seu principal alimento. Há muitas espécies de plantas e animais, entre outros seres vivos, que vivem em diversos tipos de ambientes e se reproduzem com sucesso, mostrando-se adaptadas. Os seres vivos não são capazes de modificar o próprio corpo – alterar a forma de bicos e pernas, aumentar o tamanho do corpo, criar órgãos etc. – simplesmente porque a necessidade exige ou porque seria vantajoso para sua sobrevivência. Embora a interação com o ambiente possa provocar alterações nos organismos em razão da quantidade de alimento ingerida, de ferimentos que deixam cicatrizes ou provocam mutilação, da ação da luz solar, do fortalecimento da musculatura por atividade física etc., modificações desse tipo são limitadas e não podem ser transmitidas aos descendentes. A sobrevivência de um tipo de ser vivo e o sucesso da sua espécie em determinado ambiente dependem de características já existentes no organismo. Assim, em um ambiente onde haja pouca água disponível, levarão vantagem, por exem­plo, os seres que conseguem armazenar água no organismo. É o que acontece com os cactos na Caatinga do Nordeste brasileiro. Se as características do ser vivo são vantajosas à vida no ambiente em questão, esse ser tem mais chances de sobreviver, reproduzir-se e originar descendentes com pelo menos algumas dessas características vantajosas. Isso é chamado de seleção natural.

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Photodisc

O urso-branco, por exemplo, apresenta uma característica importante: a cor da pelagem, que lhe possibilita ficar quase invisível na neve, tanto para os caçadores quanto para as presas. Isso dificulta a ação dos caçadores e facilita a busca por alimento. Além disso, ele apresenta outras características, como o tipo de pelo e a camada de gordura, que são vantajosas sob baixas temperaturas, ajudando a manter o corpo aquecido.

Assim como o urso-branco, cada espécie ocupa um lugar na natureza que tem relação direta com seu hábitat, apresentando um modo de vida característico. Dizemos que cada espécie tem um nicho ecológico. O nicho inclui o hábito alimentar, o comportamento reprodutivo, a interação com seres da própria espécie ou de outra, entre outros fatores. Quando duas ou mais espécies ocupam o mesmo nicho, ocorre competição entre elas por recursos como água, alimento e refúgio, entre outros.

Se as condições do ambiente se modificarem muito (alteração na temperatura, na disponibilidade de alimento, na quantidade de água etc.), seres que estavam adaptados podem deixar de estar. Entretanto, o contrário também pode ocorrer: essas novas condições podem ser favoráveis a outros seres.

O urso-branco tem em média 2 m de altura.

Animals Animals/Keystone

Adaptado ao ambiente, o urso-branco tem mais chance de sobreviver, chegar à idade reprodutiva e deixar descendentes do que teria na ausência dessas características. Por outro lado, seres que são muito visíveis no ambiente podem ser alvos fáceis de predadores. Se não dispuserem de outros recursos para se proteger, eles terão poucas chances de sobreviver e de deixar descendentes. No entanto, várias outras estratégias adaptativas mostraram-se vantajosas em seres que, apesar de bem visíveis aos predadores, conseguiram sobreviver no planeta por longo tempo. Alguns exemplos dessas adaptações são o desenvolvimento de órgãos sensoriais, possibilitando a identificação rápida da presença de predadores, e os meios eficientes de fuga ou proteção, como casco grosso, espinhos, veneno, odores malcheirosos, entre outros.

Urso-branco em seu hábitat.

O ouriço é um roedor que apresenta pelos duros e relativamente longos. O comprimento médio dos pelos é de 8 cm, e do animal adulto é de 80 cm, incluindo o rabo.

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Glossário Biosfera: palavra originada do grego bios, que significa “vida”, e sfaira, que significa “esfera”. É o conjunto de todos os ecossistemas da Terra.

A biosfera Por mais que nos intrigue, ainda não temos conhecimento da existência de outro lugar no Universo, além da Terra, onde aconteça o fenômeno a que chamamos vida. As regiões do planeta Terra em que há seres vivos compõem a biosfera. A vida na Terra é possível porque a luz do Sol chega até aqui. Graças à sua posição em relação ao Sol, nosso planeta recebe uma quantidade de energia solar que favorece a existência da água em estado líquido, e não apenas em estado sólido (gelo) ou gasoso (vapor). A água é essencial aos organismos vivos. Ela é usada por plantas e algas na produção de alimento, o que possibilita, indiretamente, a sobrevivência de todos os outros seres vivos que se alimentam de plantas ou de animais. A localização da Terra também propicia a temperatura média adequada à existência da vida.

Como podemos observar no esquema a seguir, a biosfera inclui desde as altas montanhas até o fundo do mar. Luis Moura

Esquema simplificado de algumas regiões da biosfera e de seres vivos que ali vivem.

A luz do Sol é fonte de energia para todos os seres vivos. As plantas e as algas são organismos capazes de absorver diretamente a energia da luz e, com ela, produzir açúcares. Nesse processo, uma parte da energia fica armazenada nesses açúcares e é utilizada pelas próprias plantas e algas. Quando um ser se alimenta delas, parte da energia é transferida a ele e aos seres que se alimentarem dele. Portanto, todos os seres dependem da energia que vem do Sol para viver.

Oriente a leitura da imagem. Pergunte aos alunos se eles identificam os ambientes terrestres e aquáticos (marinho e de rios ou lagos) e os animais. Estão representados na imagem: peixes, corais, organismos microscópicos do plâncton, sapos, jacaré, cobra, macaco-prego, ser humano e onça-pintada.

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

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Nos diferentes locais, as condições ambientais variam. Assim, a seleção natural atua de modo diversificado sobre os seres vivos em cada região. Sob grandes profundidades no mar, por exemplo, só sobrevivem seres adaptados à grande pressão que a água exerce sobre eles e à pouca (ou ausente) luminosidade.

Glossário

Photo Researchers/Dante Fenolio/Diomedia

Já nas grandes altitudes montanhosas, sobrevivem seres adaptados às baixas temperaturas e ao ar rarefeito (que você estudará na Unidade 3). Na biosfera, portanto, o ar, a água, o solo e a luz são fatores diretamente relacionados à vida.

Pressão: de modo simplificado, é o efeito da aplicação de uma força sobre determinada área. Não confunda pressão com força! Podemos constatar essa diferença quando achamos menos doloroso levar um “pisão” de uma pessoa que esteja calçando tênis do que da mesma pessoa com sandália de salto alto.

Explorando Dumbo octopus

O polvo da fotografia acima vive normalmente em profundidades extremas de 3 000 a 4 000 metros abaixo do nível do mar. Já foram encontrados exemplares a 7 000 metros de profundidade nos mares da Nova Zelândia, Austrália, Papua Nova Guiné e Açores, entre outros locais. É conhecido como polvo-dumbo porque apresenta estruturas na parte superior do corpo semelhantes às orelhas do “elefante voador”, personagem de Walt Disney.

A maior altura de polvo-dumbo já registrada é de 1,8 m de comprimento; a maior massa, de 5,9 kg.

O vídeo mostra o polvo-dumbo em detalhes.

Fabio Colombini

O ar que forma a atmosfera, ou seja, a camada gasosa que envolve a Terra, garante a conservação e a distribuição da umidade no planeta. A atmosfera interage com os raios solares, filtrando alguns tipos de raios e retendo outros. Essa interação cria condições ideais à vida na Terra. O solo armazena boa parte do calor proveniente do Sol, da umidade e do ar. Serve de abrigo e suporte para muitos animais e outros seres vivos. Muitas plantas fixam suas raízes no solo e dele retiram elementos importantes às funções vitais. Todos esses componentes – luz, água, ar e solo – são encontrados na biosfera. Chamamos de biosfera toda região do planeta onde existe vida. Ela é formada pelo conjunto de todos os ecossistemas.

Solo com minhoca em destaque.

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Os seres vivos nos ecossistemas

Fabio Colombini

Ecossistema é o conjunto formado pelos seres vivos e pelos fatores não vivos do ambiente, como luz, água, ar e solo, entre outros, que estão relacionados entre si. Ele pode ser aquático (como um rio), terrestre (como uma floresta) ou misto (como um manguezal). Existem ecossistemas dentro de outros ecossistemas, por exemplo: uma lagoa localizada na área de um bosque.

A perereca ao lado mede cerca de 4 centímetros de comprimento.

Podemos considerar um ecossistema até mesmo uma bromélia. Ela abriga pequenos animais, suas larvas ou ovos e também seres microscópicos que ficam na água retida por essa planta. Na imagem ao lado, uma perereca se abriga na bromélia.

Biomas Os biomas correspondem a um nível mais amplo de organização ecológica, pois são conjuntos de ecossistemas agrupados por apresentarem semelhanças em aspectos como vegetação, relevo e clima. O território brasileiro apresenta seis biomas: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa. Falaremos deles mais detalhadamente a seguir.

Os biomas brasileiros O Brasil comporta uma grande biodiversidade. Quase todo o território está situado na zona tropical do planeta. Por isso, nosso país recebe, durante todo o ano, grande quantidade de energia proveniente do Sol, que, ao chegar à Terra, é convertida em calor, favorecendo essa grande diversidade. Localize no mapa da página seguinte onde fica a região em que você mora. Depois, com as informações do mapa sobre os biomas brasileiros nas páginas seguintes, procure identificar qual bioma é típico dessa região e reconhecer algumas das características da fauna e da flora desse bioma perto de sua casa ou escola. Descreva as Professor, a resposta é variada, espécies de plantas e animais que encontrar. dependendo da região.

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Brasil - Biomas

Veja, no mapa a seguir, a localização dos principais biomas encontrados no Brasil. ©DAE/Sonia Vaz

Brasil – Biomas 50° O

AMAPÁ

RORAIMA 0°

Equador

Arq. de Fernando de Noronha

MARANHÃO

PARÁ

AMAZONAS

PIAUÍ ACRE

BAHIA

MATO GROSSO GOIÁS

Amazônia Mata Atlântica

Caatinga

DISTRITO FEDERAL

OCEANO ATLÂNTICO

MINAS GERAIS ESPÍRITO MATO GROSSO SANTO DO SUL SÃO PAULO RIO DE JANEIRO PARANÁ SANTA CATARINA

Cerrado Pantanal

ALAGOAS SERGIPE

TOCANTINS

RONDÔNIA

OCEANO PACÍFICO

RIO GRANDE DO NORTE PARAÍBA PERNAMBUCO CEARÁ

N

O

RIO GRANDE DO SUL

Pampa

Trópico

de Capric

órnio

L S

0

440

880 km

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em: . Acesso em: 25 abr. 2015.

Amazônia

Fabio Colombini

Fabio Colombini

Estende-se para outros países vizinhos ao nosso, região onde ocorrem chuvas frequentes e abundantes. É a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma do Brasil – ocupa Fonte: http://7a12.ibge.gov.br/images/7a12/mapas/Brasil/biomas.pdf. Acesso em: jan. 2015 quase metade (49,29%) do território nacional. Apresenta flora exuberante, com espécies como a seringueira, o guaraná, a vitória-régia, e é habitada por inúmeras espécies de animais, por exemplo, o peixe-boi, o boto, o pirarucu, a arara.

A seringueira tem em média 30 m de altura. Com látex, líquido branco e espesso extraído dessa planta, produz­ ‑se a borracha natural.

O peixe-boi adulto tem em média 4,5 m de comprimento. É um mamífero aquático encontrado em quase todos os rios da Amazônia.

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Cerrado

Palê Zuppani/Pulsar Imagens

Filipe Frazão/Shutterstock

É o segundo maior bioma da América do Sul e cobre 22% do território brasileiro. Ele ocorre principalmente na Região Centro-Oeste. A vegetação é composta de árvores e arbustos com caules retorcidos e de casca grossa, sendo as principais espécies o araçá, o murici, o buriti e o indaiá. É o hábitat do lobo-guará, do tamanduá-bandeira, da onça-pintada, entre outros.

O tamanduá-bandeira adulto tem em média 1,2 m de comprimento.

Explorando Jardim Botânico Amália Hermano Teixeira Alameda Jardim Botânico, s/n, Setor Pedro Ludovico Goiânia – GO Tel. (62) 3824-1757

Caatinga

Fabio Colombini

A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro e ocupa cerca de 11% do país. É o principal bioma da Região Nordeste. No longo período de seca, a vegetação perde as folhas e fica esbranquiçada. Esse fato deu origem ao nome caatinga, que, na língua tupi, significa ”mata branca”. Os cactos, como o mandacaru e o xique-xique, são plantas capazes de armazenar água em seu interior e são típicos da Caatinga. A fauna inclui répteis de pele grossa, por exemplo, as cobras cascavel e jiboia, e outros animais, como o gambá, a gralha e o veado-catingueiro.

Fabio Colombini

Além de abrigar espécies nativas do Cerrado, a área natural tem borboletário e viveiros de espécies raras de plantas.

Vegetação de Cerrado e formação rochosa no Parque Nacional da Chapada das Mesas, no estado do Maranhão, 2010.

Os mandacarus alcançam até 15 m de altura.

A jiboia adulta tem em média 2,5 m de comprimento.

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MATA DE COCAIS: UM ECOSSISTEMA DE TRANSIÇÃO

Haroldo Palo Jr./Brazil Image Bank

Fabio Colombini

Situa-se entre a Amazônia, o Cerrado e a Caatinga. São matas de carnaúba, babaçu, buriti e outras palmeiras. Vários tipos de animais habitam a mata de cocais, como a arara­ ‑canga e o macaco cuxiú.

As palmeiras de carnaúba, presentes na mata de cocais, medem entre 4 m e 20 m de altura.

Macaco cuxiú-preto. O animal adulto mede de 30 cm a 60 cm de altura sem a cauda.

Localizado na Região Centro-Oeste do Brasil, esse bioma engloba parte dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Recebe a influência de diversos biomas, como o Cerrado, a Amazônia, a Mata Atlântica, assim como de ciclos de cheia e seca, e de temperaturas elevadas. A sua biodiversidade é rica e inclui mais de 650 espécies diferentes de aves e cerca de 1 100 espécies de borboletas. A vida dos seres nessa região tem ligação direta com o fluxo das águas. Nos meses de outubro a abril, período de chuvas e inundações, muitos animais terrestres refugiam-se nas terras firmes; peixes reproduzem-se e plantas aquáticas entram em floração. Ao final desse período, entre junho e setembro, as águas baixam lentamente, fertilizando o solo com nutrientes. No auge da seca, mamíferos e répteis, como os jacarés, concentram-se em torno das lagoas e dos pequenos riachos.

Stefan Kolumban/Pulsar Imagens

Pantanal

Paisagem do Pantanal em época de vazante, em que as águas começam a baixar e formam-se as baías, grandes lagoas temporárias. Aquidauana, MS, 2010.

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Mata Atlântica Esse bioma estende-se por quase toda a costa brasileira, e seu nome se deve à grande influência do Oceano Atlântico. Sua área já foi cerca de dez vezes maior, mas a ocupação humana foi a principal responsável pela perda e degradação dos ecossistemas que o compunham. Corresponde a um conjunto de formações florestais e outros ecossistemas associados, como mata de araucária, restingas e manguezais. Fabio Colombini

Apresenta árvores altas e vegetação densa, com poucos espaços vazios. É uma das áreas de maior diversidade de seres vivos do planeta. São encontradas plantas como pau­‑brasil, ipê­‑roxo, angico, manacá-da-serra e cambuci, além de várias espécies de animais, como onça­ ‑pintada, anta, queixada, gavião-pega-macaco e mico­‑leão­‑dourado.

Photos.com

A bromélia é uma planta que cresce sobre troncos de árvores, sendo muito comum em florestas úmidas como as que ocorrem na Mata Atlântica. Capão Bonito, SP.

A onça-pintada adulta mede entre 1,10 m e 1,85 m de comprimento.

V

O ecossistema restinga é típico do litoral brasileiro. Os seres que habitam nele vivem em solo arenoso, rico em sais. Parte desse solo fica submersa pela maré alta. Encontramos nesse ecossistema animais como maria­‑farinha, besourinho­‑da­‑praia, viúva‑negra, gavião­‑de­‑coleira, coruja‑buraqueira, tiê-sangue e perereca, entre outros. Como exemplos de plantas características da restinga podemos citar: sumaré, aperta-goela, açucena, bromélias, cactos e taboa.

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VV

O ecossistema manguezal está presente na costa brasileira, desde o Amapá até Santa Catarina. Desenvolve-se, principalmente, na foz dos rios, que é onde a água doce do rio encontra a água salgada do mar, tornando-se salobra, e em local parcialmente abrigado da ação das ondas, mas aberto para receber a água do mar. Os solos são lodosos e ricos em nutrientes. Os manguezais são abrigos e berçários naturais de muitas espécies de caranguejos, peixes e aves que buscam as águas calmas e protegidas do manguezal para deixar seus ovos. Existem poucas espécies arbóreas adaptadas ao ambiente dos manguezais. Entre elas está o mangue-vermelho, cu­jas­raízes crescem formando arcos, como mostra a fotografia. Por auxiliar no suporte de toda a árvore, esse tipo de raiz é denominado raiz-escora. O ecossistema mata de araucária, entre outros tipos de árvores, abriga o pinheiro­‑do­‑paraná, também conhecido como araucária. De sua fauna destacamos a gralha­‑azul, o tatu, o quati e o gato-do-mato.

Fabio Colombini

VV

As árvores com raízes‑­ -escoras são características dos manguezais.

Pampa O termo pampa é de origem indígena e significa ”região plana”.

Apresenta mais de 450 espécies de gramíneas (plantas conhecidas como grama ou relva), mas em sua biodiversidade encontramos até cactos. Da fauna, podemos citar ratão-do-banhado, preá e vários tipos de cobras.

Fotofeeling/Westend61/Corbis/Latinstock

Este bioma está presente somente no Rio Grande do Sul e ocupa cerca de 63% do território desse estado. Corresponde aos pampas sul-americanos ou campos sulinos, que se estendem pelo Uruguai e pela Argentina. É marcado por clima chuvoso, sem período seco regular e com frentes polares e temperaturas negativas no inverno.

O ratão-do-banhado tem aproximadamente 1 m de comprimento.

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Os níveis de organização dos seres vivos Glossário Biólogo: profissional que estuda os seres vivos e tudo o que está relacionado à vida na Terra. Essa ciência chama-se biologia.

Vagner Coelho

Os biólogos dão nomes específicos aos diferentes níveis de organização da vida no planeta. Esses níveis contemplam desde as moléculas e células até a biosfera. Estudaremos os níveis mais amplos, com enfoque nas interações que neles ocorrem. Observe a imagem a seguir, que representa o ecossistema manguezal.

Na ilustração ao lado foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados nesta página.

Christian Knepper/Pitanga RM/Latinstock

Zig Koch/Natureza Brasileira

Professor, oriente a leitura da imagem. Comente com os alunos que o ambiente representado é um manguezal. Foram ilustradas árvores comuns nesse ambiente e alguns animais que também são encontrados ali, como garças, caranguejo, frango-d’água e guará-vermelho.

Fabio Colombini

Várias populações que ocupam o mesmo local constituem uma comunidade. (A fotografia mostra plantas e animais em manguezal. Guaraqueçaba, PR.)

Vários organismos da mesma espécie formam uma população. (Na fotografia, guarás sobrevoando manguezal na ilha do Cardoso, Cananeia, SP, em abril de 2012.)

Tudo o que existe na biosfera está interligado, tal qual uma rede complexa em que cada um de seus fios tem importância. O que afeta um dos níveis de organização (por exemplo, o desmatamento) pode afetar todos os outros.

Cada ser vivo de um ecossistema é um indivíduo ou organismo. (Na fotografia, um guará‑vermelho; o animal mede cerca de 55 cm de comprimento.)

Professor, optamos por não incluir no exemplo espécies planctônicas, pois ainda não abordamos esse tópico no livro.

RETOMANDO A QUESTÃO INICIAL Na natureza, dizer que um ser está adaptado ao ambiente significa que ele é capaz de deixar um número maior de descendentes, de encontrar alimento e refúgio etc. Ou seja, ele se encontra apto a sobreviver nesse ambiente. Releia sua resposta para a questão do início deste capítulo e faça as adequações necessárias.

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caderno

AGORA É COM VOCÊ

1 A biodiversidade é considerada um tesouro do planeta. O que você entende por biodiversidade? É a variedade de seres vivos nos ambientes. 2 A biodiversidade do Brasil abriga atualmente entre 15% e 20% das espécies vegetais, animais e microrganismos do mundo. Além da inegável importância ambiental, há a questão econômica implícita na valorização dessas formas de vida: diferentes produtos utilizados pela sociedade têm suas fontes na biodiversidade nacional. Selecione e liste, entre as opções a seguir, aquelas que representam medidas que visam proteger a biodiversidade. a) Criação de áreas naturais protegidas.

Alternativas: a, d e e.

b) Aumento de queimadas nas florestas. c) Falta de controle do nível de poluição das águas. d) Proibição da pesca de espécies em períodos de reprodução.

3 Observe a fotografia ao lado. a) Descreva esse ecossistema e onde ele costuma ocorrer.

Fabio Colombini

e) Combate ao tráfico de animais.

b) Cite o nome de pelo menos dois seres vivos adaptados a esse ambiente e descreva essas adaptações. Caranguejo e árvore com raízes-escoras.

a) Esse ecossistema ocorre em áreas de encontro entre rio e mar, seu solo é lamacento, e sua água é salobra. Ocorre principalmente no bioma Mata Atlântica.

4 A seleção natural favorece a sobrevivência dos seres adaptados ao ambiente. Ser adaptado ou apto significa ter mais força física? Explique. Não. Ser mais adaptado ou apto significa ser capaz de deixar descendentes, encontrar alimento e refúgio no ambiente etc. Em vários casos, seres microscópicos, como as bactérias, são mais aptos a sobreviver que animais de grande porte.

5 Os seres vivos sobrevivem em seus ambientes porque o organismo deles está adaptado ao próprio hábitat. É possível dizer que um anfíbio como a perereca pode engrossar a própria pele para se proteger da desidratação em um ambiente seco? Explique.

Não. Os seres vivos não são capazes de modificar o próprio corpo simplesmente porque a necessidade exige ou porque seria vantajoso para sua sobrevivência.

6 O hábitat dos tubarões são os mares quentes ou de clima temperado. O que representa o hábitat de uma espécie? O lugar na natureza onde essa espécie vive.

7 Em determinado local interagem duas espécies de aves, treze espécies de insetos e cinco espécies de plantas. Há quantas populações na comunidade em questão? 20 populações.

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Registre no

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

Claus Meyer/Tyba

1. Em 2011 foi lançado o filme Rio, animação em 3D dirigida pelo brasileiro João Saldanha. Esse filme conta a história de uma ararinha-azul macho que teria nascido no Parque Nacional da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. Vítima de tráfico ilegal, ela é capturada e levada para os Estados Unidos, onde ganha o nome de Blu. Adulta, é trazida ao país natal para cruzar com uma fêmea e evitar a extinção da espécie. No Rio de Janeiro, Blu vive várias aventuras, faz amigos e se apaixona.

Ararinhas-azuis no Pantanal. (A ave mede cerca de 57 cm de comprimento.)

 filme aborda uma questão importantíssima: O a defesa da biodiversidade e o combate ao tráfico de espécies. Contudo, há um equívoco científico nesse filme. A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) nunca foi carioca. Vivia na Caatinga nordestina. A espécie era encontrada numa região que vai do extremo norte da Bahia ao sul do Rio São Francisco. Alimenta-se predominantemente de sementes de buriti. Faz seus ninhos em árvores altas, como as caraibeiras, atinge a maturidade sexual entre 3 e 4 anos e forma casais monogâmicos. A fêmea coloca de 3 a 4 ovos a cada ninhada. Por serem aves de beleza única, as ararinhas-azuis são muito cobiçadas como animais de

caderno

estimação, o que provocou o tráfico dessas aves. A remoção desses animais de seu hábitat natural reduziu drasticamente suas populações naturais. Além do comércio ilegal das aves, a degradação progressiva de seus hábitats foi decisiva para que a população de ararinhas-azuis fosse incapaz de se recuperar, sendo considerada extinta na natureza pelo Ibama desde 2002, ano em que foi encontrado o último exemplar conhecido em vida livre. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, atualmente existem apenas cerca de 90 indivíduos da espécie em cativeiro, no mundo todo. Encontram-se na Fundação Loro Parque, nas Ilhas Canárias, da Espanha; na Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP), na Alemanha; e na Fundação Lymington e no Zoológico de São Paulo, no Brasil. O sheik Saoud Bin Ali Al-Thani, no Qatar, criou a Al Wabra Wildlife Conservation, também parceira do programa e que possui 55 ararinhas. a) Arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) e ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) são aves de espécies diferentes. Elas podem cruzar entre si e ter filhotes capazes de se reproduNão. Só seres da mesma espécie são capazes de zir? Por quê? cruzar entre si e gerar descendentes férteis, isto é, que também sejam capazes de se reproduzir.

b) Qual era o hábitat natural dessa ave? A Caatinga

nordestina, do extremo norte da Bahia ao sul do Rio São Francisco.

c) Descreva o nicho da ararinha-azul com As ararinhas habitavam base nas informações do texto. o norte da Bahia.

Alimentam-se de sementes de buriti, fazem seus ninhos em árvores altas e colocam de três a quatro ovos por ninhada.

d) Quais são as principais causas da extinção O tráfico de animais — a ararinha-azul da ararinha-azul? é muito cobiçada como ave ornamental

por sua beleza — e a destruição gradativa de seu ambiente natural.

2. Phyllomedusa distincta é uma espécie de perereca encontrada na Mata Atlântica de Santa Catarina, Paraná e sul de São Paulo. Ela vive nas árvores e tem coloração verde. A destruição dos locais apropriados para sua reprodução está levando a espécie à extinção. A formação de lagoas nas áreas de brejo para criação de peixes provoca o rápido extermínio dessa perereca, pois seus

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girinos são presas fáceis para diversas espécies de peixes. Por isso, sua reprodução é bem-sucedida em lagoas temporárias (que secam durante o inverno), onde não há possibilidade dos peixes e outros predadores se desenvolverem.

Com base nessa observação, esse estudante pesquisador obteve os seguintes dados:

Fabio Colombini

ANIMAIS

Perereca Phyllomedusa distincta.

a) O que significa dizer que determinada espécie de ser vivo está adaptada ao amSignifica que os seres dessa espébiente onde vive? cie conseguem sobreviver nesse ambiente e deixar descendentes.

b) Além da estratégia reprodutiva, que outra característica da filomedusa citada no texto favorece sua sobrevivência no amA coloração verde do corpo deixa-a menos visível a biente? seus predadores, já que costuma viver em árvores.

Rita Moura/Futura Press

3. Releia o tópico ”Os níveis de organização dos seres vivos” para responder às questões. Um estudante de Biologia realizou uma atividade de observação e entrevista com moradores para análise do manguezal localizado à margem do Rio Camaragibe (litoral norte do estado de Alagoas).

NO DE INDIVÍDUOS IDENTIFICADOS

siri

161

ostra

123

berbigão

84

aratu

68

unha-de-velho

63

taioba

51

marisco

42

caranguejo-uçá

41

guaiamum

30

sururu

20

PLANTAS

NO DE INDIVÍDUOS IDENTIFICADOS

mangue-vermelho

25

siribá (ou siriúba)

23

mangue-preto

21

mangue-branco (ou mangue-verdadeiro)

19

praturá

10

bolota

8

De acordo com esses dados, responda às questões no caderno. Embora parciais e limitados a um período de espaço e tempo de observação, pode-se dizer que foi (foram) observada(s): a) Quantas populações de animais com quantos indivíduos ou organismos? 10; 683. b) Quantas populações de plantas com quantos indivíduos ou organismos? 6; 106. c) Quantas populações no total com quantos indivíduos ou organismos? 16; 789.

Manguezal no Rio Camaragibe, em Alagoas, 2010.

d) Quantas comunidades? 1.

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Registre no

caderno

SUPERANDO DESAFIOS Responda em seu caderno à questão a seguir.

1 (Enem) Dois pesquisadores percorrem os trajetos marcados no mapa. A tarefa deles foi analisar os ecossistemas e, encontrando problemas, relatar e propor medidas de recuperação. A seguir, são reproduzidos trechos aleatórios extraídos dos relatórios desses dois pesquisadores. VENEZUELA



Guiana

SURINAME Francesa

Boa Vista

COLÔMBIA

(FR)

GUIANA

AMAPÁ Macapá

RORAIMA

Equador

©DAE/Sonia Vaz

Brasil – vegetação Brasil: Vegetação originaloriginal

EQUADOR Belém Manaus

1

ACRE

PARÁ

Porto Velho

Rio Branco

RIO GRANDE MARANHÃO DO NORTE Teresina CEARÁ Natal PARAÍBA João Pessoa PIAUÍ PERNAMBUCO Recife Palmas ALAGOAS Maceió SERGIPE TOCANTINS Aracaju

2

RONDÔNIA

PERU

BAHIA

MATO GROSSO

BOLÍVIA

Cuiabá

Salvador

DF

OCEANO ATLÂNTICO

GOIÁS

Brasília Goiânia

OCEANO PACÍFICO

MATO GROSSO DO SUL

20°S

Campo Grande Trópico de Capricórnio

CHILE

MINAS GERAIS

Belo Horizonte SÃO PAULO

PARAGUAI

São Paulo

ESPÍRITO SANTO Vitória RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro

N

PARANÁ Curitiba

O

SANTA CATARINA Florianópolis

ARGENTINA

RIO GRANDE DO SUL

30°S

70°O

Arq. de Fernando de Noronha

Fortaleza

AMAZONAS

10°S

São Luís

60°O

URUGUAI

L S

Porto Alegre

50°O

0

410

820 km

40°O

Fonte: Maria Elena Simielli. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2010.

Fonte: Maria Elena Simielli. Geoatlas. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

Trechos aleatórios extraídos do relatório do pesquisador P1: I. “Por causa da diminuição drástica das espécies vegetais desse ecossistema, como os pinheiros, a gralha-azul também está em processo de extinção”. II. “As árvores de troncos tortuosos e cascas grossas que predominam nesse ecossistema estão sendo utilizadas em carvoarias”. Trechos aleatórios extraídos do relatório do pesquisador P2: III. “Das palmeiras que predominam nesta região podem ser extraídas substâncias importantes para a economia regional”.

IV. “Apesar da aridez desta região, em que encontramos muitas plantas espinhosas, não se pode desprezar a sua biodiversidade”. Indique no caderno a quais ecossistemas os trechos I, II, III e IV referem-se, pela ordem: a) Caatinga, Cerrado, Zona dos cocais e Floresta Amazônica. b) Mata de araucárias, Cerrado, Zona dos cocais e Caatinga. c) Manguezais, Zona dos cocais, Cerrado e Mata Atlântica. d) Floresta Amazônica, Cerrado, Mata Atlântica e Pampas. e) Mata Atlântica, Cerrado, Zona dos cocais e Pantanal. Alternativa b.

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CAPÍTULO 2

Os seres vivos e suas interações Roberto Tetsuo Okamura/Shutterstock

Objetivos específicos: • compreender as diversas relações entre os elementos da biosfera; • reconhecer, em situações naturais ou apresentadas em textos ou imagens, que os seres vivos mantêm relações tróficas entre si.

Garças, tuiuiús, cabeças-secas e jacarés em lagoa do Pantanal repleta de plantas aquáticas no Mato Grosso do Sul. Em uma lagoa como esta, ocorrem inúmeras relações entre os seres vivos e entre eles e o ambiente.

Os seres respiram, vivem sobre o solo ou na água, obtêm alimento, aquecem-se com o calor do Sol, abrigam-se, reproduzem-se, morrem e se decompõem. Nesses processos, o ar, o solo, a água e a luz solar interagem de forma intensa com as plantas, com os animais e com os demais seres vivos. Essa interação garante a dinâmica vital da biosfera. A Amazônia, por exemplo, abriga uma grande diversidade biológica que inclui aproximadamente 20% de todas as espécies do planeta. Esse é um fato intimamente relacionado à incidência dos raios solares na região equatorial, à abundância de água e ao sistema de manutenção da umidade e dos nutrientes no solo.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE Observe a imagem acima e responda: •Q  ue tipos de interação há entre os seres vivos entre si e entre eles e o ambiente?

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?

Por que algas e plantas são chamados de produtores?

Glossário Amido: um tipo de açúcar complexo, não solúvel em água. Clorofila: pigmento presente nas células vegetais que participa do processo de fotossíntese e atribui cor verde a diversos órgãos da planta.

Paulo César Pereira

Glicose: açúcar formado durante a fotossíntese, capaz de fornecer energia ao organismo.

luz

Obtendo energia para a sobrevivência Todos os seres vivos precisam de energia para produzir as substâncias necessárias à manutenção da vida e à reprodução. Os seres vivos obtêm a energia basicamente de duas maneiras: produzindo, consumindo ou decompondo. Essas características também fazem parte do nicho ecológico da espécie.

Produtores Como exemplos de produtores, temos as plantas e as algas, seres clorofilados que obtêm a energia de que necessitam pela fotossíntese. No processo de fotossíntese, as plantas e as algas transformam a energia da luz do Sol na energia química da glicose, isto é, dos açúcares produzidos.

gás carbônico

gás oxigênio

V

A luz solar (energia luminosa) é absorvida graças à clorofila.

V

Também são absorvidos do ambiente o gás carbônico e a água.

V

O gás oxigênio resultante do processo químico é liberado para o ambiente.

V

A glicose (açúcar) é produzida no processo e distribuída no organismo.

V

Moléculas de água também resultam desse processo.

glicose

seiva bruta seiva elaborada

água

Uma quantidade de glicose produzida na fotossíntese é utilizada pela planta na obtenção de energia, o que mantém suas funções vitais. Uma outra, porém, pode ser armazenada, na forma de amido, em partes de seu organismo. Essa reserva nutritiva é encontrada, por exemplo, na mandioca (que é uma raiz) e na batata-inglesa (um tipo de caule subterrâneo). Esquema simplificado da fotossíntese e condução de seiva.

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Consumidores

Os consumidores são seres vivos incapazes de produzir, no próprio organismo, as substâncias que lhes fornecem energia. Eles obtêm, indiretamente, essas substâncias ingerindo outros seres vivos e retirando deles o que necessitam para se alimentar. Nós, seres humanos, somos um exemplo de consumidor, pois precisamos comer frutas, verduras, carnes, ovos etc. para obter nutrientes e manter nossa vida. De acordo com o tipo de alimento que consomem para obter a energia e o material necessário para sua sobrevivência, podemos dividir os consumidores em subgrupos. Entre esses subgrupos, destacaremos: VV

os consumidores primários — que se alimentam dos seres produtores, também chamados de herbívoros;

VV

os consumidores secundários — que se alimentam dos consumidores primários;

VV

os consumidores terciários — que se alimentam dos consumidores secundários.

Os consumidores secundários e terciários podem ser carnívoros ou onívoros. ONÍVOROS

Comem apenas plantas (por exemplo, o coelho).

Alimentam-se apenas de animais (por exemplo, a onça-pintada).

Alimentam-se de plantas, animais, fungos e outros seres (por exemplo, o ser humano).

Barcroft Media/Getty Images

Monkey Business Images/Dreamstime.com

CARNÍVOROS

Bogdan Mihai Romeo/Dreamstime.com

HERBÍVOROS

As cadeias alimentares Denominamos cadeias alimentares os percursos feitos pela matéria e pela energia nas relações alimentares que se estabelecem entre os seres vivos nos ecossistemas. A representação gráfica de uma cadeia alimentar indica a sequência em que um ser vivo serve de alimento para outro. O sentido das setas na representação gráfica das cadeias alimentares indica o caminho do alimento (para onde vai a energia e a matéria nele contidas), partindo dos produtores e dirigindo-se aos consumidores. Cada estágio da cadeia alimentar é denominado nível trófico.

!

Utilizando a energia solar, a água e o gás carbônico, os seres clorofilados produzem as substâncias necessárias à própria nutrição.

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Cadeia alimentar marinha Nos diferentes ambientes do planeta ocorrem cadeias alimentares que envolvem as espécies que lá vivem. Um exemplo é a cadeia alimentar marítima representada ao lado, na qual o alimento (algas) e a energia nele contida vão para os microcrustáceos, e destes para a sardinha, até chegar ao tubarão.

Esquema de cadeia alimentar, em que as setas representam a transferência de alimentos. As algas são os seres produtores; os microcrustáceos (semelhantes a camarões muito pequenos) são os consumidores primários; a sardinha é o consumidor secundário; e o tubarão é o consumidor terciário.

microcrustáceos

idso

n Fr ança

peixe (sardinha)

Daw

Observe que, quando representamos, por exemplo, a relação alimentar entre sardinha e tubarão, não estamos indicando que a sardinha ataca o tubarão. A seta indica que a sardinha (presa) fornece energia ao servir de alimento para o tubarão (predador).

algas

peixe (tubarão)

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

Decompositores

Os decompositores (fungos e bactérias) obtêm energia e as substâncias necessárias à manutenção de suas atividades vitais por meio de sua ação na matéria orgânica; por exemplo, restos de corpos de seres vivos, fezes, urina etc. A decomposição libera água e sais minerais no ambiente, que são utilizados pelos produtores. Os decompositores têm, portanto, grande importância na fertilidade do solo e no equilíbrio ambiental. Veja na figura a ação decompositora de fungos em uma laranja.

Boudikka/Shutterstock

Dennis Kunkel Microscopy, Inc./Visuals Unlimited/Corbis/Latinstock

Bactérias e fungos não são plantas nem animais. As bactérias são seres microscópicos encontrados praticamente em todos os meios da Terra: no ar, na água, no solo, nas rochas, nos organismos, nos objetos. Os fungos podem ser microscópicos ou macroscópicos, como os cogumelos e as orelhas-de-pau. Existem também bactérias (como a da imagem a seguir) e fungos causadores de doenças, mas eles não serão abordados aqui.

O bolor ou mofo é um tipo de fungo. A parte acinzentada da laranja está sendo decomposta por estes fungos.

A Nitrobacter sp é uma espécie de bactéria fundamental para que ocorra a absorção do nitrogênio pelas raízes de certas plantas. (Micrografia eletrônica com ampliação de 2 200 vezes).

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Ocupando diferentes papéis – as teias alimentares

Na natureza, alguns seres podem ocupar vários papéis em diferentes cadeias alimentares. Quando comemos uma maçã, por exemplo, ocupamos o papel de consumidores primários. Já ao comer um bife, somos consumidores secundários, pois o boi, que come o capim, é o consumidor primário. As cadeias alimentares interligam-se na natureza por meio de várias interações entre os seres vivos, formando conjuntos denominados teias alimentares. Nas teias alimentares, um mesmo animal pode ocupar papéis diferentes, dependendo da cadeia envolvida. Na teia representada graficamente a seguir, a coruja ocupa o papel de consumidor terciário na cadeia de setas azul-escuras. Já na cadeia de setas vermelhas, ela ocupa o papel de consumidor secundário. Outras cadeias alimentares (representadas por setas de cores diferentes) podem ser identificadas na imagem.

Explorando Cadeias alimentares

O jogo desafia o internauta a construir uma teia alimentar e testa seus conhecimentos sobre o assunto.

Cadeia alimentar do mar

Assista ao vídeo e conheça a cadeia alimentar no ambiente marinho.

Luis Moura

Professor, oriente a leitura da imagem. As setas indicam o sentido da transferência de energia. Os organismos representados são: milho, gramíneas, rato, preá, gafanhoto, sabiá, cobra, coruja e gavião.

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

Esquema de uma teia alimentar.

CADEIAS (SETAS)

PRODUTOR

CONSUMIDOR PRIMÁRIO

CONSUMIDOR SECUNDÁRIO

CONSUMIDOR TERCIÁRIO

azul-escura

milho

rato

cobra

coruja

vermelhas

gramíneas

preá

coruja



As plantas nunca mudam de papel: são sempre produtoras. E todos, produtores e consumidores, estão ligados aos decompositores, que possibilitam a reciclagem da matéria orgânica no ambiente.

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CIÊNCIAS E CIDADANIA A biopirataria Uma das ameaças à biodiversidade e ao patrimônio histórico-cultural de nosso país é a biopirataria. Nessa prática, as matérias-primas extraídas da flora e da fauna de muitos países ricos em biodiversidade como o Brasil são levadas, com frequência, ilegalmente, para laboratórios de países ricos, onde grandes empresas se beneficiam com a fabricação de remédios, cosméticos e outros produtos. Essas empresas adquirem patentes, ou seja, direitos exclusivos de produzir e comercializar esses produtos, obtendo grandes lucros, sem beneficiar o país de origem das matérias-primas. Na escolha das matérias-primas, os biopiratas muitas vezes utilizam a sabedoria popular, o conhecimento que as comunidades indígenas e os habitantes da região têm sobre a biodiversidade, principalmente sobre ervas e produtos medicinais. É importante elaborar leis que regulem e fiscalizem a exploração da biodiversidade para que haja divisão dos lucros de modo justo e garantia da preservação das espécies. Contudo, é importante que essa fiscalização seja feita de modo adequado. É preciso diferenciar pesquisadores sérios e éticos de biopiratas. Sensacionalismo ou atitudes pautadas no que muitos já chamam de "bioparanoia" acabam travando pesquisas sérias feitas em colaboração com pesquisadores de instituições internacionais que poderiam trazer avanços a muitas áreas, além de benefícios para a humanidade, como a cura ou tratamento de doenças. A legislação brasileira em vigor que trata da biopirataria é considerada inadequada tanto por cientistas quanto por ambientalistas. Um dos problemas é não apontar regras para a divisão de benefícios entre o setor privado (que financia pesquisas), o governo (que representa o país) e, eventualmente, as comunidades tradicionais (como as indígenas). Não dimensiona também quanto seria o valor potencial da biodiversidade. Um caso impactante re­ cen­te foi o do cupuaçu, fruta nativa da Amazônia. Ele foi alvo de disputa internacional entre brasileiros e uma empresa multinacional com sede no Japão que patenteou o nome “cupuaçu”, registrado como marca nos EUA, Europa e Japão. Após uma acirrada disputa legal, o governo brasileiro conseguiu reverter esse processo. A Lei nº 11.675, que estabelece o produto como fruta nacional, foi sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2008.

Manoel Novaes/Pulsar Imagens

O cupuaçu tem em média 20 cm de comprimento.

O cupuaçu (Theobroma grandiflorum) é uma fruta nativa da Região Norte do Brasil. Dela se pode consumir a polpa e obter produtos, como o chocolate de cupuaçu, por meio da semente.

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COM A PALAVRA, A ESPECIALISTA Vera: Trabalho em uma universidade e dou aulas em salas de aula comuns e em laboratórios. As pesquisas envolvem diversos alunos e doutores, com coletas e observações em campo. As atividades no laboratório consistem no processamento do material para obtenção dos dados. O local das coletas depende dos organismos em estudo - pode ser na floresta úmida, cerrado, praias, etc. No laboratório, fazemos vários tipos de análises do material genético desses organismos.

Quem é Vera Nisaka Solferini.

Acervo pessoal

Pergunta: Em que tipo de local você trabalha?

O que faz É bióloga,professora e Chefe do Departamento de Genética,Evolução e Bioagentes do Instituto de Biologia da Universidade de Campinas – Unicamp. Desenvolve pesquisas sobre a variabilidade genética de populações.

Pergunta: Qual é o tema de sua pesquisa? Como você começou a se interessar por ele? Vera: Investigo a variabilidade genética nas populações naturais, tentando identificar os processos que aconteceram no passado, por exemplo se houve aumento da população ou se alguns de seus indivíduos se deslocaram para outras regiões. Acho que é uma área da genética muito interessante, pois envolve a interação constante com pesquisadores de outras áreas, como a Botânica, a Zoologia, a Ecologia etc.

Glossário Botânica: estudo das plantas. Zoologia: estudo dos animais.

Pergunta: Como é possível estudar animais que não existem mais, ou saber o que aconteceu no tempo dos dinossauros? Vera: Os fósseis permitem reconstituir a estrutura do corpo de um animal extinto e apontam algumas coisas sobre ele, por exemplo, se era carnívoro ou herbívoro. Além disso, ossos, pegadas e vestígios de outros animais e plantas encontrados no mesmo local podem indicar em que ambiente estava aquele animal e como era a comunidade da qual fazia parte. Pergunta: Filmes de ficção como Jurassic Park, conhecido no Brasil como Parque dos Dinossauros, podem nos ajudar a entender o que os cientistas vêm pesquisando sobre evolução? Por quê? Vera: Há sempre um lado fantasioso nos roteiros, mas muitos filmes recebem a colaboração de especialistas da área para que a reconstituição do ambiente e dos organismos seja bem-feita. Ainda que não seja possível “reviver” os dinossauros, esse filme apresenta uma interpretação atualizada desses animais, de acordo com o que os cientistas concluíram sobre eles em suas pesquisas. Pergunta: O que um jovem precisa fazer para ser um pesquisador? Vera: Essa resposta vale para qualquer profissão: estudar muito, dedicar-se bastante e trabalhar com disciplina e seriedade. Pergunta: Um cientista é também alguém que sonha com coisas impossíveis ou é uma pessoa mais ligada aos fatos reais? Vera: Um cientista precisa ser bastante ligado aos fatos reais, tais como a necessidade de gerenciar seu tempo e administrar seu laboratório para poder tornar seus sonhos possíveis.

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EXPERIMENTANDO Montagem de um terrário  ontar um terrário é uma ótima oportunidade para observar algumas interações de seres vivos M entre si e com o ambiente. Organizem-se em grupos para essa atividade e usem luva para manusear terra e areia. Material:

• recipiente transparente como aquário,

Fotos: Dotta

vidro ou garrafa plástica cortada (a quantidade dos demais materiais dependerá do tamanho do recipiente);

• pedaço de folha ou sacola plástica transparente;

• fita adesiva; • recipiente pequeno (copinho plástico de café ou uma tampa de garrafa);

• balança como as de cozinha ou banheiro; • areia; • terra preta (de jardim); • algumas pedras pequenas; • sementes (feijão, por exemplo); • plantas pequenas (musgo ou grama, por exemplo);

• pequenos animais vivos (tatuzinhos de

jardim, minhocas, caracóis, por exemplo);

• um pouco de água para regar; • galhinhos de plantas, pedaço de pão, de laranja ou de tomate.

Procedimentos

1. Coloquem as pedras no recipiente transparente e cubram-nas com uma camada de areia (cerca de 2 cm de espessura). 2. Coloquem uma camada de terra preta (aproximadamente 4 cm) sobre a areia. 3. Juntem os galhos das plantas. 4. Plantem, na terra preta, as plantas e as sementes. 5. Coloquem, com cuidado, os animais. 6. Coloquem água no recipiente pequeno e reguem o terrário, com o cuidado de não encharcá-lo, fechando o sistema com a fita adesiva e o plástico transparente. 7. Coloquem o terrário na balança e anotem seu “peso” . 8. Façam uma etiqueta de identificação com o nome dos alunos do grupo e, a data em que o terrário foi montado e o “peso” verificado. Colem-na no terrário. 9. Mantenham o terrário em lugar iluminado, mas não diretamente exposto aos raios solares.

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Professor, nas atividades a seguir, o mais importante não é o que está certo ou errado; a proposta é que o aluno tenha a oportunidade de refletir de forma sistematizada sobre as questões, rever conteúdos e formular hipóteses.

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10. Para o acompanhamento da atividade com o terrário, vocês devem construir uma ficha na qual possam registrar, com textos e desenhos, as observações feitas periodicamente. Anotem na ficha elaborada por vocês a data da montagem do terrário e o “peso” verificado. Deixe um espaço em branco para registro de cada data de observação, com a descrição e/ou desenho da situação do terrário (o que aconteceu com as sementes, com a água, com as plantas e os bichinhos; se houve alteração de “peso” etc.). Utilize sempre a mesma balança para verificação do “peso” do terrário em todos os dias de observação para checar se houve variação. Isso é mais importante que a precisão da b ­ alança em si. Depois de observar e discutir o que aconteceu no terrário, respondam às questões.

1 No terrário, estão garantidos os fatores mínimos necessários para a sobrevivência dos seres vivos? Quais são esses fatores? Sim. A luz e o calor do Sol, a umidade (água), o ar e o solo com nutrientes. 2 Como é obtida, no terrário, a energia de que os seres vivos necessitam? O material transparente com o qual o terrário foi confeccionado possibilita a passagem da luz, que é absorvida na fotossíntese pelos produtores.

3 Por que a água não acaba no terrário?

Registre no

caderno

Porque o ciclo da água (com mudança do estado líquido para o gasoso e vice-versa) acontece naturalmente e ela fica retida dentro do terrário vedado.

4 Por que o gás oxigênio também não acaba no terrário?

Porque no terrário há os mesmos processos que ocorrem em um ecossistema, isto é, as plantas, pela fotossíntese, renovam o gás oxigênio e obtêm gás carbônico, liberado pela respiração realizada por elas (plantas) e pelos outros seres, como os animais do terrário.

5 Respondam às perguntas anteriores imaginando, no lugar do terrário, o planeta Terra. As respostas são semelhantes? Por quê? Sim, porque o terrário é um modelo do que acontece na Terra. Os fenômenos acontecem de forma semelhante.

6 O que aconteceu com os pedaços de pão, tomate ou laranja após: a) dois dias?

Aparecem os primeiros sinais de decomposição (o tomate está estragado).

b) cinco dias? Surgem os fungos (bolor). c) dez dias?

O tomate se decompõe e restam água e partes duras, como sementes e casca.

7 Imaginem que, na montagem de outro terrário, algo não deu certo; as plantas e os bichinhos morreram e as sementes não germinaram. Nessas circunstâncias, o “peso” do terrário deve se manter o mesmo, aumentar ou diminuir em relação ao “peso” observado no dia em que ele foi montado? Por quê? O peso deve se manter o mesmo, porque nada foi retirado do terrário ou acrescentado a ele. 8 E quanto ao terrário no qual as sementes germinaram e/ou as plantas cresceram? Seu “peso” permaneceu o mesmo, aumentou ou diminuiu? Por quê?

Permaneceu o mesmo, porque nada foi retirado do terrário ou acrescentado a ele. O que houve foi a transformação de uma coisa em outra.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS Em relação às interações entre seres vivos que podem ser identificadas nas imagens da página de abertura do capítulo, podemos citar: agrupamento, busca de água e alimento, busca de parceiros reprodutivos e trocas gasosas. Com base no que você estudou, releia a resposta dada no início do capítulo e faça as adequações necessárias. Compare sua resposta com a dos colegas.

Explorando Terra: uma incrível máquina de reciclagem

Fique por dentro da ecologia

Paul Bennett. São Paulo: Moderna, 2003.

David Burnie. São Paulo: Cosac Naify, 2001.

O livro aborda a reciclagem da matéria na Terra e discute a postura do ser humano com o ambiente.

Aborda com objetividade questões fundamentais acerca das interações entre os seres vivos e o ambiente.

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Registre no

caderno

AGORA É COM VOCÊ 1 Que seres vivos têm a ação de decompositores nos ambientes e qual é sua imAs bactérias e os fungos. No portância ecológica?processo de decomposição há

5 Esquematize uma cadeia alimentar com os elementos a seguir. (Atenção para o sentido das setas, que devem indicar para onde vai o alimento.)

liberação de água e sais minerais no ambiente, elementos importantes para a fertilidade do solo e o equilíbrio ambiental.

2 Qual é o papel da fotossíntese na vida das plantas?

Por meio desse processo, elas produzem seu próprio alimento.

3 Como os seres considerados consumidores obtêm energia? Alimentando-se de outros seres.

4 Que papel nas cadeias e teias alimentares é ocupado pelos animais exclusivamente herbívoros? Consumidores primários.



INSETO PLANTA PÁSSARO COBRA planta

>

inseto

>

pássaro

>

cobra

6 Esquematize uma teia alimentar com pelo menos oito componentes, na qual o ser humano seja consumidor primário em uma das cadeias e, em outra, consumidor secundário. Resposta variada, desde que inclua cadeias com o ser humano ocupando papel como consumidor primário e secundário.

1. A sabedoria popular do povo brasileiro é muito rica. Os povos indígenas, por exemplo, adquiriram ao longo dos séculos um profundo conhecimento acerca das numerosas formas de utilizar materiais disponíveis na natureza, como fibras, corantes, essências, alimentos e medicamentos. Conservar e valorizar essas culturas e os ecossistemas beneficiará o futuro da própria humanidade. Não se trata, porém, de conservar apenas visando a uma possível utilidade, mas por respeito a outros seres vivos que ocupam conosco este planeta. Barraca de ervas medicinais no Mercado da Lapa, São Paulo – SP, 2010. Conservar a sabedoria popular significa conhecer as diversas formas de uso dos elementos da natureza e transmiti-las. O uso de ervas medicinais, por exemplo, deve ser feito sempre sob recomendação médica, da mesma forma que fazemos com os outros remédios, pois certas ervas podem até matar, caso sejam preparadas ou consumidas de maneira ou em quantidade inadequadas. Natural não é sinônimo de inofensivo. Nunca prepare e/ou beba chás de ervas sem o acompanhamento de um adulto. É recomendável que o médico ou um agente de saúde seja consultado antes do consumo.

Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

a) Você considera importante valorizar a cultura indígena e seus conhecimentos sobre ervas meNão. Professor, a resposta é livre, mas espera-se dicinais apenas por sua utilidade econômica? Justifique. que o aluno reconheça que é importante valorizar a cultura indígena por questão de cidadania e por consciência ecológica.

b) Por serem naturais, podemos afirmar que as ervas medicinais não oferecem perigo e podem Não. A automedicação é arriscada mesmo no caso de chás medicinais. ser consumidas por conta própria? Explique. Certas ervas podem até matar, caso sejam preparadas ou consumidas na forma ou em quantidade erradas.

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2. Observe a teia alimentar esquematizada a seguir: Ljupco Smokovski/Shutterstock

As imagens apresentadas nesta página estão sem escala.

/ art tun com . s o ot

ph

ock iSt

ser humano 5

algas 1

ave 4 yykkaa/Shutterstock

caramujo 2

moomsabuy/ Shutterstock

Aleksandar Grozdanovski/ Shutterstock

n/ ndo s R o o ck Carlohutterst S

peixe 3

fungos e bactérias 6

a) Que número representa o grupo dos seres produtores? 1

Registre no

caderno

b) E o dos decompositores? 6 c) Indique a sequência que representa uma cadeia dessa teia alimentar, com três elementos no mínimo, em que o peixe seja:

• consumidor primário; • consumidor secundário.

alga > peixe > ser humano ou alga > peixe > ave > ser humano alga >  caramujo > peixe ou alga > caramujo > peixe > ser humano ou alga > caramujo > peixe > ave ou alga > caramujo > peixe > ave > ser humano

3. Leia as informações a seguir.

• A cenoura é uma raiz rica em substâncias nutritivas, produzidas e guardadas como reserva na própria planta.

• A energia flui ao longo das cadeias alimentares e cada nível só aproveita cerca de 10% da energia do nível anterior.

Sabendo dessas informações, diga em qual das cadeias a seguir o ser humano aproveitará melhor a energia contida na cenoura. Justifique sua resposta.

a) CENOURA → COELHO → SER HUMANO

Na cadeia b, pois obterá energia diretamente do nível dos produtores, sem intermediários.

b) CENOURA → SER HUMANO

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Registre no

SUPERANDO DESAFIOS

caderno

Responda em seu caderno à questão a seguir. 1 (Cesgranrio-RJ) No ecossistema a seguir esquematizado, estão representados, de 1 a 8, os componentes de uma comunidade biótica. Entre eles encontram-se: produtores, consumidores primários, secundários e consumidores terciários.

8

5

Dawidson França

1 6 7

2 3 4



Copie no caderno o quadro abaixo e complete-o, classificando os componentes do ecossistema. PRODUTORES

CONSUMIDORES PRIMÁRIOS

CONSUMIDORES SECUNDÁRIOS

CONSUMIDORES TERCIÁRIOS

1e5

4e6

3e7

2e8



Trabalho em equipe

Explorando

1 Elaborem um pequeno questio-

Convivendo com a ecologia – Guia da criança cidadã

nário para entrevistar familiares e pessoas da comunidade sobre plantas medicinais, seus efeitos e os cuidados que devem ser observados ao usá-las com finalidades terapêuticas.

Unicef. São Paulo: Ática, 2004.

Editora Ática

Por meio de jogos, testes e situações cotidianas, o livro possibilita às crianças agirem como cidadãs perante os diferentes temas relacionados ao meio ambiente.

POC6077

Glossário Blog: tipo de publicação on‑line no qual é possível registrar e compartilhar anotações, comentários, fotografias e vídeos com todos os internautas.

a) Registrem os resultados das entrevistas. b) Debatam os riscos de utilizar plantas medicinais sem orientação adequada. c) Organizem um blog para reunir as informações, assim todo o conhecimento adquirido durante o trabalho poderá ser compartilhado com os usuários da internet.

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CONEXÕES

Esta atividade integra as disciplinas Ciências, Artes, Matemática e História.

AS

G INTE

NDO   DISCIP

L IN

Quando o lixo vira objeto de reflexão e arte

RA

O aumento do consumo desenfreado, nas últimas décadas, principalmente nos países industrializados, vem ampliando a quantidade de materiais que comumente são descartados pela população, principalmente papéis e plásticos utilizados nas embalagens.  Deneir Martins/Arquivo pessoal

Uma das consequências desse consumismo é a intensificação da extração de recursos ou matérias-primas da natureza (como madeira e outros materiais vegetais e minérios) e da produção de lixo.

Atenção!

Você aprenderá mais

sobre os resíduos e seu destino na Unidade 4.

Nessa situação, várias campanhas de educação ambiental são produzidas visando educar a população para o consumo consciente, essencial para resolver o problema do lixo nos grandes centros urbanos e evitar o esgotamento dos recursos naturais.

Balão foguete. Alumínio, alfinetes e madeira, 120 cm × 30 cm × 50 cm. Obra do artista plástico e arte-educador Deneir Martins, que transforma resíduos descartados em brinquedos sustentáveis. O artista propicia uma reflexão sobre contínuo descarte característico da indústria de brinquedos: o presente favorito hoje cai no esquecimento amanhã, tão rapidamente quanto o crescimento das crianças.

Entre os segmentos que contribuem com propostas de discussão sobre a valorização excessiva do consumo e o rápido descarte do que se compra, estão grupos de artistas, designers e arte-educadores cujas produções, direta ou indiretamente, atuam como agentes de reflexão sobre a Glossário preservação ambiental. Matéria-prima: material Materiais descartados pela sociedade como lixo, e outros sem valor material aparente, são usados para compor obras que, além de esteticamente interessantes, ampliam os movimentos que denunciam problemas socioambientais. Cria-se assim uma conexão que busca sensibilizar o cidadão, levando-a a repensar suas ideias e suas atitudes.

Cadeira feita com pneu reaproveitado.

Éder Medeiros/Folhapress

Rita Barretot

Veja a seguir obras de alguns artistas que participam dessas ações.

Tênis produzido com solado de pneu.

com o qual são fabricados os variados bens. Pode ser de origem animal, como a lã das ovelhas; de origem vegetal, como o látex com que se faz a borracha, ou de origem mineral, como o minério de ferro. Designers: profissionais responsáveis – entre outras atividades - pela concepção, isto é, ideia original de um produto ou processo.

Explorando FalaCultura

Espaço virtual dedicado a divulgar o saber cultural.

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Registre no

caderno

RESGATANDO CONTEÚDOS Resolva as questões em seu caderno.

a) Apresenta matas de palmei­ ras, como babaçu e buriti.

Luis Salvatore/Pulsar Imagens

1 Identifique a qual bioma/ecossistema brasileiro corresponde cada descrição e imagem a seguir.

Árvores de buriti. Mata de cocais. Lukas Blazek/Dreamstime.com

b) É o hábitat do lobo-guará e do tamanduá-bandeira.

Tamanduá-bandeira. (Comprimento médio do animal adulto: 1,90 m com a cauda.)

c) Alterna períodos de seca com inundações. O jacaré é um representante de sua fauna.

ben44/Shutterstock

Cerrado.

Jacaré. (Comprimento médio do animal varia de 2 m a 6 m.) Pantanal. Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

d) Tem predomínio de gramíneas e de animais como preá e ratão-do-banhado.

Formação campestre do Sul do Brasil. Pampa.

2 Leia o texto a seguir. Em uma certa localidade brasileira, as autoridades tentaram erradicar o mosquito transmissor de uma doença que afetava grande parte da população. O inseticida usado no processo, porém, e pulverizado por toda a região, eliminou também a maior parte da população de vespas, predadoras naturais de uma espécie de besouros.



Agora explique como o procedimento utilizado está relacionado com uma praga de besouros que atacou a mesma localidade tempos depois. O inseticida afetou a população de vespas (predadoras), causando sua diminuição. Com isso, aumentou o número das presas naturais (besouros), gerando um desequilíbrio em ambas as populações.

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3 Considere um terreno coberto de capim-gordura, no qual vivem saúvas, gafanhotos, ­pardais, preás e ratos-do-campo. Indique os fatores presentes neste ambiente. Alternativa b. a) Duas comunidades e seis populações. b) Uma comunidade e seis populações. c) Duas comunidades e sete populações. d) Dois ecossistemas e seis comunidades. e) Dois ecossistemas e duas populações.

Registre no

caderno

Garfield, Jim Davis © 2000 Paws, Inc. All Rights Reserved / Dist. Universal Uclick

4 (Enem) Na charge, a arrogância do gato com relação ao comportamento alimentar da minhoca, do ponto de vista biológico, Alternativa a.

a) não se justifica, porque ambos, como consumidores, devem “cavar” diariamente o seu próprio alimento. b) é justificável, visto que o felino possui função superior à da minhoca numa teia alimentar. c) não se justifica, porque ambos são consumidores primários em uma teia alimentar. d) é justificável, porque as minhocas, por se alimentarem de detritos, não participam das cadeias alimentares. e) é justificável, porque os vertebrados ocupam o topo das teias alimentares. 5 (UFSC) Considere que em determinada região existam 6 populações de seres vivos. A população  1 é constituída de vegetais e a população 6 de microrganismos decompositores. A população 2 se alimenta da população 4 que, por sua vez, se alimenta somente da população 1. A população 5 se alimenta da população 2 e da população 4. Por fim, a população 3 se alimenta da população 5.

De acordo com essas informações, indique no caderno a(s) proposição(ões) CORRETA(S). Resposta: Proposições corretas: 01, 08, 32

(01) Se a população 3 desaparecer, espera-se que as populações 2 e 4 diminuam. (02) A única população que ocupa mais de um nível trófico é a 3. (04) A população 3 ocupa o primeiro nível trófico e a população 1 ocupa o último. (08) Existem relações de predatismo e competição entre as populações 2 e 5. (16) Todas as populações, exceto a 1, são carnívoras. (32) A situação apresentada caracteriza uma teia com duas cadeias alimentares. 6 Na Caatinga há escassez de água. Os seres que vivem nesse bioma apresentam características adaptativas que favorecem sua sobrevivência nesse tipo de ambiente. Faça uma pesquisa e cite exemplos de seres vivos que habitam esse bioma e explique como eles conseguem sobreviver apesar do período de seca. Cactos, pois armazenam água; e cobras, porque vivem em tocas e têm a pele grossa, protegida da desidratação, entre outras características.

7 Considerando os conceitos ecológicos estudados no capítulo, responda, justificando: Uma gota de água extraída de uma lagoa poderia ser considerada ecossistema? Sim. Em um ecossistema, temos uma comunidade de microrganismos sujeitos à interação entre si e com os fatores não vivos (luz, temperatura etc.). Em uma gota de água podem existir microrganismos de diferentes espécies realizando também essas interações.

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BAGAGEM CULTURAL Produção do celular

O ciclo de vida do celular Telefones celulares deixaram de ser “apenas” telefones há muito tempo. Atualmente eles também são despertadores, agendas, câmeras fotográficas e computadores. Por serem portáteis, podem ser acessados a todo momento. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em dezembro de 2014 havia no Brasil cerca de 280 milhões de telefones celulares ativos. Você já se perguntou se um telefone celular pode causar impactos à natureza? to são as etaO "ciclo de vida” de um produ , comercialização, pas de sua criação, fabricação consumo e disposição final. do no Brasil por O destino de resíduos é regula sto de 2010, que o leis como a n 12.305, de 2 de ago íduos Sólidos. institui a Política Nacional de Res

Em um aparelho celular existem mais de 100 componentes, feitos de metal (40%), plástico (40%) e cerâmica (20%). Assim, quanto maior o consumo de aparelhos celulares, maior a extração dos recursos naturais que dão origem a essas matérias-primas. A produção mineral do ouro, chumbo e cobre para um celular envolve a remoção de vegetação nativa e alto consumo de água. Muitos processos de mineração, quando não cuidadosos, contaminam o solo e a água com componentes tóxicos usados na purificação dos minérios. O plástico tem origem no petróleo. A técnica de sua extração é muito delicada e envolve riscos ao meio ambiente. Vazamentos em alto-mar despejam milhares de toneladas de óleo nos oceanos todos os anos.

Veja na imagem a seguir uma versão bem-humorada e fantasiosa do ciclo de vida do aparelho celular na visão de um cartunista.

Extração de matérias-primas

Fabricação

Processamento de materiais

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O destino final de aparelhos celulares costuma ser, infelizmente, os aterros e lixões. Materiais eletrônicos apresentam substâncias como cádmio e chumbo, que podem contaminar o solo e a água, prejudicando a vida de todos.

Para refletir e discutir com os colegas, comparando as respostas. •

Você utiliza aparelho celular? Em caso positivo, para quê? Desde que idade?



Em sua opinião, há exagero no consumo cada vez maior de produtos tecnológicos por crianças e adolescentes?



Em caso positivo, o que influencia esse comportamento?



Você respeita as regras para uso desses aparelhos nos diferentes locais? Por quê?



Que relação há entre o estudo da ecologia e o uso de tecnologias?

Hoje em dia, as operadoras brasileiras recolhem aparelhos para aproveitar peças, reduzindo o volume desse lixo eletrônico. O que o cidadão pode fazer • Comprar aparelhos duradouros e de baixo consumo energético. Consertar seu aparelho em vez de descartá-lo. os • Não descartar aparelh que ainda funcionem adequadamente. Repasse-os a um amigo.





Usar adequadamente o celular, ou seja, prestar atenção para não usá-lo onde ele é proibido.

Embalagem e transporte

A embalagem dos produtos é necessária para proteger o aparelho, mas, muitas vezes, utiliza plásticos e papéis em excesso, que vão rapidamente para as latas de lixo. e de O transport arelhos já peças e de ap m procesmontados é u me muita so que conso de emitir energia, além osféricos poluentes atm e combuspela queima d tíveis fósseis.

Recic l

a ge m

Professor, colabore na mediação desta atividade. Debates desse tipo trazem elementos que o ajudam a analisar como pensa e age o adolescente na contemporaneidade e como é o comportamento dele como consumidor cada vez mais influenciado pelas tecnologias da comunicação. Você pode também discutir com eles os gêneros de linguagem utilizados, como as charges, que contêm elementos de fantasia e humor na abordagem de situações reais.

Fim da vida

Fernando Gonsales

Vida útil

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UNIDADE 2

Água: substância vital A fotografia mostra o leito do Rio da Prata muito visitado por causa de suas águas cristalinas, situado no município de Bonito, MS. Observe como a transparência da água deixa enxergar os peixes mesmo à distância. Mas será que as águas de todos os rios são transparentes como essas? O Brasil é um país privilegiado em relação à água, pois em nosso território há grande abundância de água doce. Você já ouviu falar que a água é um recurso renovável? No entanto, um fato que preocupa toda a humanidade é que a quantidade de água doce diminuirá, se não cuidarmos desse bem tão precioso.

Dourados e piraputangas no Rio da Prata, Bonito, MS, 2010.

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Renata Mello/Tyba

1 Além de rios e lagos, onde mais podemos encontrar água na natureza? 2 Todos os animais utilizam a água da mesma maneira? 3 Todas as populações humanas têm as mesmas condições de acesso à água potável? Explique sua resposta.

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Capítulo 3

A água no ambiente e nos seres vivos Objetivo geral da unidade: • identificar a água como componente fundamental dos seres vivos e em seus processos vitais.

Respostas das questões da página anterior no tópico 11 do Manual do Professor.

Objetivos específicos: • reconhecer a presença da água em diferentes estados físicos na Terra; • reconhecer a participação da água nos processos e fenômenos que ocorrem tanto no ambiente quanto nos seres vivos.

A água é uma das substâncias mais comuns no planeta Terra.

Quoc Anh Lai/Dreamstime.com

Quando pensamos na água, a primeira lembrança que surge é a água dos rios, dos mares ou a água que jorra da torneira.

Cataratas do Iguaçu. Fronteira entre Brasil e Argentina, 2012.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE •N  a natureza, a água está sempre na forma líquida? •D  e onde vem toda a água que há na natureza? •S  e não houvesse água em nosso planeta, seria possível a vida nele?

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4/20/16 7:54 PM

A presença da água nos seres vivos Um dos fatores que possibilitaram o surgimento e a manutenção da vida na Terra foi a existência da água. Ela é um dos principais componentes da biosfera e cobre a maior parte da superfície do planeta. Na biosfera existem diversos ecossistemas, ou seja, diversos ambientes da Terra que são habitados por seres vivos das mais variadas formas e tamanhos. Às vezes, esquecemos que todos esses seres vivos têm em comum a água na composição de seu corpo. Além de fazer parte da constituição dos seres vivos, a água é importante por participar de quase todos os processos que ocorrem em suas funções vitais e na natureza.

J.C. Ruzza

Giancarlo Liguori/Shutterstock

Há organismos que têm quase 100% de água em sua composição. Veja alguns exemplos.

A melancia e o pepino chegam a ter 96% de água em sua composição.

A água-viva chega a ter 95% de água na composição de seu corpo.

Professor, para iniciar esse assunto, solicite aos alunos um exemplo que comprove a existência da água na composição de seu corpo. Os exemplos mais citados serão, provavelmente, a urina, o suor e a lágrima.

As águas-vivas podem ter de alguns milímetros a 2 m de diâmetro, sem considerar o comprimento dos tentáculos.

Água nas plantas

Nas plantas, a água participa, por exemplo, da fotossíntese, processo que forma a glicose, alimento desses seres e matéria-prima para a constituição de outras substâncias. O movimento da água no organismo da planta é constante. Absorvida pelas raízes, ela é utilizada nas funções vitais, e uma grande parte é eliminada pela transpiração, em forma de vapor. A água que circula no corpo das plantas transporta diferentes substâncias e faz parte tanto da seiva bruta quanto da seiva elaborada.

Jeffrey Banke/Dreamstime.com

É fácil comprovar que o nosso corpo, por exemplo, contém água. Bebemos água várias vezes ao dia, ingerimos muitos alimentos que contêm água e expelimos do nosso corpo vários tipos de líquidos que têm água em sua composição.

As sequoias podem medir mais de 100 m de altura.

Glossário Seiva bruta: líquido com sais e nutrientes retirados do solo pelas raízes das plantas e transportado pelo caule para as folhas. Seiva elaborada: líquido que contém açúcares e outras substâncias produzidas nas folhas que nutrem toda a planta.

Em uma árvore do porte da sequoia ao lado circulam, em média, 500 litros de água por dia.

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OBSERVANDO A água nas plantas Dotta

Você vai observar a quantidade de água nas folhas das plantas. Material necessário: • algumas folhas frescas e bem tenras de plantas; • algumas folhas da mesma planta do item anterior, porém bem maduras ou secas; • um recipiente, que pode ser um copo ou um pires; • água ou guardanapos para limpar as mãos. Procedimentos 1. Pegue algumas folhas frescas e, com os dedos, esprema-as no copo ou pires.

2. Em seguida, limpe as mãos com guardanapo e faça o mesmo com as folhas velhas. Lave bem as mãos e seque-as. Responda às questões a seguir. 1 Como ficaram seus dedos após espremer as folhas frescas? Por quê? Ficaram úmidos, porque há água nas folhas frescas das plantas.

2 Como ficaram seus dedos após espremer as folhas secas? Por quê? Ficaram menos úmidos, porque há pouca água nas folhas secas.

3 O que você pode concluir com essa observação?

Atenção!  Durante a execução desta

atividade, não leve as mãos à boca nem aos olhos.

Paulo César Pereira

Que as folhas frescas têm mais água que as folhas mais maduras.

Esquema de deslocamento de seiva no interior de uma planta.

gás carbônico

luz

gás oxigênio glicose

seiva bruta seiva elaborada

água

A proporção entre os tamanhos das estruturas da planta e as cores utilizadas não correspondem à realidade.

?

Que funções a água desempenha no organismo de plantas e animais?

Nas folhas (e em outros órgãos que têm clorofila) ocorre a fotossíntese e a consequente produção de glicose. O alimento é transportado para todas as partes da planta que necessitam dele, principalmente para as regiões que não fazem fotossíntese. A seiva bruta é formada por água e sais minerais misturados homogeneamente, obtidos do solo; ela é transportada das raízes até as folhas. A seiva elaborada, circula das folhas para todas as outras partes da planta. É uma mistura ho- Glossário mogênea de água, açúcar Mistura homogênea: etc., que constitui o ali- mistura de substâncias de aparência uniforme. mento da planta.

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Água nos animais Nos animais, a água é fundamental para a circulação sanguínea, pois o sangue possibilita o transporte de nutrientes e gás oxigênio para todas as partes do corpo. Por meio da circulação sanguínea também são retiradas as substâncias tóxicas do organismo. O sangue humano, por exemplo, é constituído por 40% de células sanguíneas e fragmentos de células e 60% de plasma, que tem a água como importante componente. Os animais também precisam da água para produzir os diversos líquidos que participam da digestão dos alimentos.

Glossário Líquido amniótico: líquido contido na bolsa que envolve e abriga o feto. Plasma: parte líquida que, junto com as células e fragmentos de células, forma o sangue.

A excreção necessita da água para eliminar resíduos das células, ou seja, para transportar para fora do corpo as substâncias que devem ser eliminadas.

ISM/SPL/Latinstock

No desenvolvimento do embrião de animais, como répteis, aves e mamíferos, a água presente no líquido amniótico é fundamental, pois protege o embrião da desidratação e de choques mecânicos. O feto da imagem tem cerca de nove semanas e aproximadamente 3 cm de comprimento.

No útero materno, o feto fica imerso no líquido amniótico, rico em água, que evita sua desidratação e o protege.

!

Nas plantas, a água transporta substâncias que constituem a seiva bruta e a elaborada. Nos animais, participa da digestão, excreção, circulação, desenvolvimento embrionário, entre outros processos.

INDO ALÉM Camelos É o caso dos camelos, que passam até 20 dias sem beber água. Seus pelos formam uma camada densa, que protege a pele da luz solar; consequentemente, o corpo aquece menos e só quando atinge cerca de 40° (temperatura muito alta para nós, seres humanos) começa a perder água pelo suor. As duas corcovas em suas costas não armazenam água, mas sim gordura. Essa característica possibilita que o animal suporte longos períodos sem se alimentar.

Roman Gorielov/Shutterstock

Todos os animais necessitam de água para sobreviver, mas alguns estão mais adaptados à escassez de água.

O camelo tem em média 2,15 m de altura.

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5/15/15 11:10 AM

A presença da água no ambiente Os seres humanos, os outros animais, as plantas e os demais seres vivos utilizam a água constantemente para a manutenção da vida desde o início de sua existência.

No interior da Terra existem materiais rochosos, além de minerais como o ferro e o níquel, na forma líquida.

O vapor de água é invisível. Não o confunda com a fumaça que você vê saindo do bico da chaleira. Essa fumaça é formada por gotas de água na forma líquida (quando o vapor de água se condensa).

Diferentemente do que muita gente pensa, a geada não “cai” do céu. É o vapor de água presente no ar que se congela – após se condensar – em contato com superfícies frias, como a lataria dos carros, as vidraças de janelas, os gramados, as plantações etc.

A água, nas condições ambientais de nosso planeta, pode se apresentar nos três estados físicos:

!

VV

sólido — no gelo das geleiras, no granizo, na neve e na geada;

VV

líquido — nas nuvens, assim como nos oceanos, nos lagos, nos rios, no subsolo;

VV

gasoso — no vapor de água presente no ar e também no solo.

Professor, converse com os alunos sobre a presença do vapor de água nos poros do solo em equilíbrio com a água líquida. Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

!

Os diversos tipos de substâncias que compõem tudo o que existe na natureza podem se apresentar nos estados sólido, líquido ou gasoso. Nas condições ambientais da superfície da Terra, alguns materiais, como o ferro, o ouro e as rochas, apresentam-se no estado sólido; já o ar (mistura de substâncias como gás oxigênio, gás nitrogênio, gás carbônico e água na forma de vapor), por exemplo, apresenta-se em estado gasoso; e ainda há materiais que se apresentam no estado líquido, como o mercúrio e o óleo de cozinha.

Animais repousando em campo após geada intensa. Itaara, RS, 2013.

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5/15/15 11:10 AM

Mudanças de estado físico Podemos esquematizar a mudança de estado físico da água, e de qualquer outra substância, da seguinte maneira: recebe energia (calor) vaporização Fotos: Sandra Fanzeres

Darydenko Yullia/ Shutterstock

fusão

sólido

líquido solidificação

gasoso condensação

perde energia (calor) Fusão: passagem do estado sólido para o líquido.

Vaporização: passagem do estado líquido para o gasoso.

Solidificação: passagem do estado líquido para o sólido.

Condensação: passagem do estado gasoso para o líquido.

Observe que, no cotidiano, a mudança de temperatura pode alterar a forma com que a água se apresenta na natureza, isto é, o estado físico da substância água.

A evaporação da água em seu ciclo natural ocorre à temperatura ambiente e é lenta. Já à temperatura de 100 °C e pressão atmosférica ao nível do mar é alcançado o ponto de ebulição, ou seja, a água ferve. Nesse processo, denominado ebulição, a água passa do estado líquido para o gasoso de forma muito mais rápida.

Glossário Ar rarefeito: ar com menor concentração de gases. Pressão atmosférica: pressão exercida pelo ar sobre todos os corpos na superfície da Terra. Joel Rocha

Para ocorrer a fusão e a vaporização, é necessário fornecer energia (calor) à água, ou seja, aquecê-la. Para ocorrer a solidificação e a condensação, é preciso retirar energia (calor) da água, ou seja, resfriá-la. Na passagem do estado líquido para o estado gasoso, dois tipos de vaporização se destacam: a evaporação e a ebulição.

Em locais situados acima do nível do mar, a água ferve em temperaturas mais baixas. Isso ocorre porque, com o aumento da altitude, o ar se torna mais rarefeito e a pressão atmosférica diminui. Com isso, o ponto de ebulição e a temperatura em que ocorrem outras mudanças de estado físico também se alteram. Ebulição e evaporação são, desse modo, tipos de vaporização. Diferentemente da ebulição, a evaporação pode ocorrer em diversas temperaturas e não forma bolhas. A secagem das roupas no varal é um exemplo de evaporação. Quando uma substância passa do estado sólido ao líquido, ela se encontra em seu ponto de fusão. No caso da água ao nível do mar, a fusão ocorre a uma temperatura de 0 °C.

A toalha aberta seca mais rapidamente que uma toalha enrolada, pois a superfície de contato com o ar é maior.

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5/15/15 11:11 AM

O ciclo da água em nosso planeta

Studio Caparroz

A quantidade de água existente na Terra é sempre a mesma. No entanto, pela ação do calor, seu estado físico se altera, fazendo com que ela desenvolva um ciclo permanente conhecido como ciclo da água, no qual ela passa pelos estados sólido, líquido e gasoso. Observe esse processo representado na ilustração a seguir.

formação de nuvens

precipitação

transpiração

escoamento evaporação

evaporação

absorção de água pelas plantas

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

transpiração infiltração pelo solo

evaporação água subterrânea

Representação esquemática do ciclo da água na natureza.

Durante o dia, o Sol aquece a água presente na superfície terrestre e a formação de vapor aumenta. Quando o vapor de água entra em contato com as camadas mais frias da atmosfera, ocorre a condensação, com a água voltando ao estado líquido. Assim, as gotículas de água se concentram formando as nuvens. O vapor de água, quando resfriado, pode também formar a neblina (nevoeiro), aquela “nuvem” que se forma perto do solo. Quando há um acúmulo de água muito grande nas nuvens, as gotas tornam-se cada vez maiores, e a água se precipita, ocorrendo a chuva. Em regiões muito frias da atmosfera, a água passa do estado gasoso para o estado líquido e, rapidamente, para o sólido, formando a neve ou os granizos (pedacinhos de gelo). A água da chuva se infiltra no solo, formando ou renovando reservas subterrâneas de água doce, os aquíferos. As águas subterrâneas emergem muitas vezes para a superfície da terra, formando as nascentes dos rios. Assim o nível de água dos lagos, açudes, rios etc. é mantido. Parte da água do solo é absorvida por raízes das plantas. Por meio da transpiração das plantas, a água é eliminada no estado de vapor para o ambiente. Na cadeia alimentar, as plantas transferem para seus consumidores a água presente nos frutos, raízes, sementes e folhas. Além do que ingerem pela alimentação, os animais obtêm água bebendo-a diretamente. Devolvem a água para o ambiente pela transpiração, pela respiração e pela eliminação de urina e fezes. Essa água evapora e retorna à atmosfera. Em nosso planeta, o ciclo da água é permanente, como representado no esquema acima.

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CIÊNCIAS E CIDADANIA Como usamos a água No decorrer do século XX, a população da Terra cresceu muito. O consumo de água aumentou e continua aumentando a cada dia, mas a quantidade de água disponível para o consumo no planeta continua a mesma. Em um futuro não muito distante, haverá escassez. Nosso planeta tem, aproximadamente, 3% de água doce, e grande parte dessa água encontra-se em geleiras, icebergs e subsolos muito profundos, o que faz da água para consumo do ser humano um recurso limitado e de custo elevado. A água é também considerada um recurso limitado devido à sua má distribuição pelo mundo. Há lugares com escassez de água, e outros em que ela surge em abundância. Além disso, os efeitos da poluição e da destruição da natureza são desastrosos: se um rio é contaminado, toda a população sofre as consequências. A água poluída pode causar doenças como cólera, febre tifoide, disenteria, amebíase, entre outras. Muitas pessoas estão sujeitas a essas e a outras doenças porque moram onde não há água tratada ou rede de esgoto. Estudos mostram que quase metade da população brasileira não recebe água encanada nem tem acesso ao saneamento básico. Os poluidores e destruidores da natureza são os próprios seres humanos, que jogam lixo e esgoto sanitário diretamente nos rios, e esses detritos, sem nenhum tratamento, matam milhares de peixes, entre outros animais aquáticos. O despejo de esgoto industrial também contamina a água e afeta diretamente as cadeias alimentares. O ser humano cria tecnologias e promove o desenvolvimento para suprir suas necessidades, mas é necessário que fique atento ao dever de também respeitar o ambiente. Usar a água de forma econômica e sem desperdícios é, portanto, uma questão urgente. Nossas atitudes também podem colaborar para a conservação da água. Devemos sempre economizar a água tratada fechando a torneira enquanto nos ensaboamos no banho ou enquanto escovamos os dentes. Podemos utilizar menos detergentes, pois esses produtos não se degradam facilmente e prejudicam os seres que habitam os cursos de água. Nosso lixo deve ser descartado sempre da maneira correta, respeitando os horários de coleta, pois o lixo presente em lugares impróprios pode atingir rios e córregos e poluir o ambiente. Se a comunidade perceber que alguém não está fazendo o descarte correto do esgoto ou do lixo mesmo após ser alertado sobre isso, é importante entrar em contato com o órgão ambiental da sua cidade. A postura de cada cidadão reflete na cidade como um todo e, se cada um fizer sua parte, muitos problemas serão resolvidos. Um caminho importante para a solução do problema é a educação para a formação da consciência ecológica, para a vida em harmonia com a natureza e para a convivência solidária entre as pessoas. Agora responda: De que maneira você acha que seria possível despertar na população de sua região o interesse por essas questões, conscientizando-a? Resposta pessoal. Discuta com os colegas e o professor e juntos planejem essa intervenção.

Professor, esta atividade tem a finalidade de incentivar os alunos a participar da vida social comunitária, valorizando-a.

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Terra: planeta água A água se encontra em toda a biosfera. Verifique, no mapa a seguir, que parte da superfície da Terra é coberta por mares e oceanos e como eles se interligam.

OCEANO

GLACIAL

©DAE/Sonia Vaz

Mapa-múndi – Continentes e oceanos Mapa-múndi – Continentes e oceanos ÁRTICO

Círculo Polar Ártico 60°N

E U R O PA ÁSIA 30°N Trópico de Câncer

AMÉRICA 0°

OCEANO

OCEANO

ÁFRICA

ATLÂNTICO

PACÍFICO

Equador

OCEANO PACÍFICO Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio 30°S N O

L

60°S Círculo Polar Antártico

OCEANO

S 0

2 500

5 000 km

OCEANO ÍNDICO

GLACIAL

OCEANIA

ANTÁRTICO

ANTÁRTICA 120°O

60°O



60°L

120°L

Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

Toda a água presente no planeta Terra faz parte da hidrosfera. A hidrosfera é constituída de água doce (rios, lagos, cachoeiras, águas subterrâneas e geleiras) e de água salgada (mares e oceanos). Analisando a distribuição da água em nosso planeta, podemos constatar que a maior parte da água da hidrosfera – cerca de 97,4% – é a água salgada dos oceanos e mares, na qual estão misturados sais e outras substâncias. Os restantes 2,6% correspondem à água doce dos rios, dos lagos, dos reservatórios subterrâneos ou aquíferos, das geleiras e do ar, sob a forma de vapor. DAE

Água doce e água salgada na Terra água doce (2,6%)

água salgada (97,4%)

Fonte: Disponível em: . Acesso em: mar. 2015.

A água dos rios, dos lagos e das nascentes é denominada água doce, para diferenciá-la da água dos mares e oceanos. A água doce contém, em quantidades muito pequenas, sais e outras substâncias dissolvidas. A água salgada é imprópria para o consumo humano e para a irrigação. Por não disporem de água doce em quantidade suficiente, os povos dos países desérticos do Oriente Médio utilizam a dessalinização, processo de retirada do sal da água do mar para torná-la potável. Esse processo, contudo, é muito caro e exige conhecimento e tecnologia especiais.

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Os aquíferos, formados por águas subterrâneas, e as geleiras constituem os maiores reservatórios de água doce do planeta. A água da chuva também é considerada doce. Da água doce obtemos a água potável, isto é, a água apropriada para beber, preparar alimentos, cuidar da higiene etc.

Você sabia que nosso país detém 8% de toda a água doce da superfície do planeta?

Ryan Noble/ZUMA/Corbis/LatinStock

Rubens Chaves/Pulsar Imagens

A água doce representa uma pequena parcela da água do planeta, e o maior volume dessa água encontra-se em condições de difícil acesso — no subsolo, a uma grande profundidade, ou nos polos da Terra, em forma de grandes blocos de gelo chamados de calotas polares.

As imagens apresentadas nesta página estão sem escala.

O Brasil detém 8% de toda a água doce superficial do planeta. Cerca de 80% dessa água está localizada na região amazônica. Na fotografia, praia fluvial às margens do Rio Negro, Manaus, AM, 2014.

Nos polos da Terra e em suas proximidades, e nos cumes de altas montanhas, a água em temperatura abaixo de 0 °C forma grandes blocos de gelo e neve. Na fotografia, região da Patagônia argentina.

Há imagens de nosso planeta em que ele aparece coberto de nuvens.

O invisível vapor de água também está sempre presente no ar.

Nasa

Veja as massas brancas na imagem ao lado. As nuvens são formadas pela água que evapora dos mares, dos rios, do solo, dos seres vivos e que, depois de condensada, acumula-se na atmosfera.

Planeta Terra.

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INDO ALÉM

Brasil – Aquífero Guarani

Brasil: Aquífero Guarani VENEZUELA

A contaminação da água doce que circula pelo planeta é cada vez maior, seja causada por agrotóxicos e fertilizantes químicos usados na agricultura, por resíduos de processos industriais, por esgotos domésticos e por lixões, sem esquecer dos dejetos químicos de produtos empregados na mineração. Com a poluição das águas de superfície, a humanidade passou a se abastecer em grande parte das águas subterrâneas. Um bilhão e meio de habitantes de centros urbanos do mundo dependem totalmente delas para sobreviver. No Brasil, 80% das cidades do Centro-Sul já são abastecidas pelas águas tiradas das profundezas subterrâneas.

GUIANA SURINAME

©DAE/Sonia Vaz

Aquífero Guarani

Guiana Francesa (FR)

COLÔMBIA

RR

AP

Equador

Arq. de Fernando de Noronha

AM

PA

MA

CE PI

AC 10°S

TO

RO

RN PB

PE SE

AL

BA

PERU

MT GO

BOLÍVIA

DF MG

20°S

ES

MS

Trópico de Capricórnio

SP

PARAGUAI

PR

OCEANO PACÍFICO

CHILE

N RJ

O

L

SC

ARGENTINA

S

RS

0

30°S

Área de abrangência do Aquífero Guarani 70°O

OCEANO ATLÂNTICO

670

1 340 km

URUGUAI 60°O

50°O

40°O

Fonte: Instituto de Geociências. Universidade de São Paulo. Disponível em: www.igc.usp.br/Geologia/aquifero_guarani.php. Acesso em: set. 2008. Fonte: Instituto de Geociências. Universidade de São Paulo. Disponível em: . Acesso em: fev. 2015.

Mas essas reservas estão diminuindo em todo o planeta de forma impressionante, em especial no Oriente Médio e na África. Elas não se renovam com a velocidade da extração feita pelo ser humano. Na Europa, 50% das cidades convivem com a ameaça, num futuro próximo, de falta de água. Elas precisam dos depósitos sob a terra e os exploram acima da capacidade de reposição natural que eles têm.

O que são os aquíferos [...] Eles são grandes depósitos subterrâneos de água alimentados pelas chuvas que se infiltram no subsolo. Por sua vez, alimentam mananciais de água na superfície e formam lagoas, rios ou pântanos. Não custa recapitular: só cerca de 3% de toda a água do planeta é doce. Mais ou menos a terça parte disso (30,1%) existe em reservatórios no subsolo. Muitas pessoas pensam que os aquíferos são grandes bolsões subterrâneos encapados em rocha e cheios de água. Não é assim na maioria das vezes. A água costuma preencher os espaços entre os sedimentos arenosos, como se fosse em uma tigela com areia e água misturados, ou se infiltra pelas fraturas, ou rachaduras, das rochas – pense em uma imensa esponja que absorve a água e você vai ter a ideia mais próxima do que é um aquífero. Apenas em alguns casos a água fica armazenada em bolsões, quando ela dissolve as rochas.

O Guarani O Aquífero Guarani é o principal manancial de água doce da América do Sul. [...] Imagine só: oito estados brasileiros, mais o Norte da Argentina e do Uruguai, e parte do Paraguai se assentam sobre esse oceano de água doce, numa área de 1,2 milhão de quilômetros quadrados — o que faz dele o maior reservatório de água subterrânea transnacional do mundo. E a maior parte dele fica em território brasileiro — são dois terços da área total, nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Só em um desses estados, São Paulo, o Guarani é explorado em mais de mil poços — e a maioria deles fica numa área de recarga do aquífero, isto é, na região de 17 mil quilômetros quadrados em que ele se recarrega com a infiltração das águas das chuvas. […]” “Aquífero guarani: águas subterrâneas também em risco”, UOL, disponível em . "FOLHAPRESS". Acesso em: fev. 2015.

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Registre no

caderno

EXPERIMENTANDO Ciclo da água Material necessário:

• terra; • copo de vidro transparente; • saco plástico transparente;

• água; • barbante; • geladeira.

Procedimentos

1

2

3

4

Fotos: Dotta

1. Coloque a terra no copo de forma que ocupe cerca de 1/5 de seu volume. 2. Adicione água ao copo até deixar a terra bem molhada (mas não encharcada). 3. Coloque o copo dentro do saco plástico e feche-o com barbante, deixando espaço para o ar dentro do saco. 4. Exponha o sistema ao Sol por uma hora. 5. Depois coloque o sistema na geladeira por uma hora. 6. Observe atentamente o saco plástico. 2) C om o aquecimento do sistema, a água misturada à terra evaporou para o saco e esse vapor, ao ser resfriado, condensou-se, formando gotículas.

Responda às questões a seguir.

1 O que você observou no lado de dentro do saco plástico ao final do experimento? Apareceram gotículas de água.

2 Como você explica o que ocorreu? 3 Que fenômenos observados no experimento ocorrem no ciclo da água? Explique. Evaporação e condensação.

A água evapora da superfície terrestre e, ao resfriar-se, sofre condensação, formando as nuvens.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS Aprendemos que a água pode ser encontrada nos estados sólido, líquido e gasoso, que está presente na atmosfera, nos seres vivos, nos continentes e nas geleiras, e que a vida depende diretamente dela. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

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AGORA É COM VOCÊ

Registre no

caderno Dawidson França

1 Observe o esquema relativo às mudanças de estado físico da água. recebe energia (calor)

I

sólido

IV

II

líquido

III

gasoso

perde energia (calor)

a) Identifique as mudanças indicadas pelas setas I, II, III e IV. I — fusão; II — vaporização; III — condensação; IV — solidificação.

b) Diga que mudança de estado físico ocorre em cada uma das seguintes situações: • O vapor de água forma nuvens. Condensação. • A roupa molhada seca no varal. Evaporação ou vaporização. • A água congela. Solidificação. • O gelo derrete no copo. Fusão.

2 Por que podemos afirmar que a ebulição e a evaporação são tipos de vaporização? Porque nos dois casos há passagem de água do estado líquido para o estado gasoso.

3 Embora 3/4 de nosso planeta seja coberto por água, sabemos que desse total cerca de 3% é de água doce. O que significa dizer que a água dos rios e cachoeiras, por exemplo, é “doce”? Essa água não é doce, porém apresenta uma quantidade de sais dissolvidos muito menor que a água dos mares e oceanos.

4 Em nosso planeta, todos os seres vivos estão inseridos no ciclo da água. A água do solo é absorvida pelas raízes das plantas. Por meio

a) De que forma as plantas participam desse ciclo?da transpiração as plantas eliminam água no estado de vapor para o ambiente. Pelos frutos, pelas sementes e pelas folhas elas transferem água para seus consumidores na cadeia alimentar. b) De que forma os animais participam do ciclo da água? Devolvendo para o ambiente, pela transpiração, pela respiração e pela eliminação de urina e fezes, a água que ingerem.

5 Observe a presença da água nos eventos cotidianos citados abaixo e explique o que acontece 5. b) Não. Para ferver, a água da chaleira tem de estar aquecida à temperatura de aproximadamente 100 °C, que é em cada um deles. o ponto de ebulição da água. A evaporação da água da roupa no varal ocorre lentamente, à temperatura ambiente. a) Você tomou um banho bem quente. O espelho do banheiro ficou completamente emvapor de água se condensou ao baçado com inúmeras gotículas de água. Por que isso aconteceu? Otocar a superfície fria do espelho. b) Na chaleira, a água que passa para o estado gasoso ao ferver está na mesma temperatura que a água que evapora da roupa no varal? Justifique sua resposta. c) O que ocorre com a água no congelador tem semelhança com o que acontece com ela nos polos terrestres? Justifique sua resposta. Sim. Nos polos, as baixas temperaturas (0 °C ou menos) provocam congelamento da água, fato similar ao que ocorre no congelador.

6 Em condições normais de pressão, o que é necessário acontecer com a água para que ela mude do estado sólido para o líquido? E do líquido para o gasoso? Ao passar do estado sólido para o líquido, a água ganha calor. Do líquido para o gasoso, ela pode ganhar calor e entrar em ebulição, ou estar sujeita à evaporação, como ocorre na roupa exposta no varal, em que a água passa para o estado gasoso sem ganho de calor.

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Registre no

caderno

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

2. A intensificação do efeito estufa também pode acarretar o descongelamento de geleiras e das calotas polares com consequente aumento do nível do mar e inundação das cidades litorâneas. Dawidson França

1. O barbatimão é uma planta encontrada no Cerrado (Centro-Oeste do Brasil), onde o solo passa por períodos de seca. As raízes dessa planta apresentam grande desenvolvimento, alcançando mais de dois metros de profundidade. O fato de suas raízes atingirem vários metros de profundidade representa que vantagem para o barbatimão? Maior captação da água disponível no aquífero subterrâneo. 2. Atualmente, há uma grande preocupação com a intensificação do efeito estufa, fenômeno que gera superaquecimento do planeta, aumentando sua temperatura média (obtenha informações sobre esse fenômeno na página 133). Com relação ao ciclo da água, esse fenômeno afeta o regime de chuvas e o quantitativo de água circulante. De que maneira o agravamento do efeito estufa pode influenciar no ciclo da água?

3. No mapa a seguir, é possível observar que a maior parte da superfície do planeta Terra é coberta por água. a) Porque a maior parte da água que há na Terra é salgada e encontra-se nos oceanos

e mares. A água doce, de onde obtemos a água potável, corresponde a uma parcela muito pequena da quantidade total de água do planeta.

OCEANO

GLACIAL

©DAE/Sonia Vaz

Mapa-múndi –– Continentes e oceanos Mapa-múndi Continentes e oceanos

ÁRTICO

Círculo Polar Ártico 60°N

E U R O PA ÁSIA 30°N Trópico de Câncer

AMÉRICA 0°

OCEANO

OCEANO

ÁFRICA

ATLÂNTICO

PACÍFICO

Equador

OCEANO PACÍFICO Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio 30°S

N O

L 60°S

S 0

2 820

OCEANO ÍNDICO

OCEANO

Círculo Polar Antártico

5 640 km

GLACIAL

OCEANIA

ANTÁRTICO

ANTÁRTICA 120°O

60°O



60°L

120°L

Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

Dawidson França

a) Sendo assim, por que, então, devemos nos preocupar com o uso racional da água que utilizamos para beber e preparar alimentos? Distribuição da água na Terra b) Na página 56, há um gráfico de setores Geleiras Água doce que mostra os valores aproximados, em C 2,15% 2,6% B D Lagos, rios porcentagem, da distribuição de água no 0,02% planeta. Com essas informações e sabenE do que 0,02% da água doce está disponíÁguas vel em rios, lagos etc., 0,43% se encontra subterrâneas A 0,43% Oceanos em águas subterrâneas e 2,15% estão nas 97,4% geleiras, registre no caderno os valores inFonte: . Acesso em: fev. 2015. dicados pelas letras nos gráficos ao lado.

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SUPERANDO DESAFIOS

caderno

Responda em seu caderno à questão a seguir. 1 (Enem) O ciclo da água é fundamental para a preservação da vida no planeta. As condições climáticas da Terra permitem que a água sofra mudanças de fase e a compreensão dessas transformações é fundamental para se entender o ciclo hidrológico. Numa dessas mudanças, a água ou a umidade da terra absorve o calor do sol e dos arredores. Quando já foi absorvido calor suficiente, algumas das moléculas do líquido podem ter energia necessária para começar a subir para a atmosfera. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2009 (adaptado).

A transformação mencionada no texto é a Alternativa c. a) fusão. b) liquefação. c) evaporação. d) solidificação.

e) condensação.

TRABALHO EM EQUIPE Os direitos da água Em 22 de março de 1992, a ONU instituiu o Dia Mundial da Água, que vem sendo lembrado por entidades governamentais e não governamentais como mais um dia mundial de luta em defesa da preservação da natureza. Confira abaixo trecho da Declaração Universal dos Direitos da Água. “Art. 1o A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. [...] Art. 3o Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. Art. 4o O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e dos seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Esse equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. [...] Art. 6o A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo. Art. 7o A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. [...].” Fonte: . . Acesso em: fev. 2015.

Pesquise o restante desse documento na internet. Em grupo, discuta com os colegas e, juntos, escolham um trecho do documento e façam um cartaz que represente a ideia escolhida. Apresentem-no para a turma. Conversem com o professor e vejam a possibilidade de preparar um mural na área de circulação da escola para exposição de todos os trabalhos dos grupos.

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CAPÍTULO 4

Água, uma substância fundamental Quando estamos com muita sede, não há nada melhor do que beber um pouco de água fresca. A água é uma substância indispensável à vida, é capaz de matar a sede, refrescar o corpo, dissolver substâncias etc.

Objetivos específicos: • identificar os elementos químicos que compõem a molécula da água; • identificar as propriedades da água e seu comportamento na natureza.

Juriah Mosin/Dreamstime.com

O que é a água? Grande parte das substâncias é formada por unidades extremamente pequenas chamadas moléculas. As moléculas, por sua vez, são constituídas de unidades ainda menores, ligadas entre si, denominadas átomos. Cada tipo de átomo pertence a determinado elemento químico. Os átomos de oxigênio, hidrogênio, carbono, sódio e cloro são alguns exemplos de elementos químicos que formam as mais diversas substâncias, como a água, o gás carbônico, o sal de cozinha e outras. A ilustração a seguir representa um modelo da molécula da água. Esta ilustração não segue a proporção real entre os tamanhos das estruturas reproduzidas. Foram utilizadas cores-fantasia.

H

H

DAE

O

Este modelo da molécula da água é uma representação esquemática, muito utilizada, dos átomos de hidrogênio unidos ao átomo de oxigênio.

A molécula da água é representada pela fórmula química H2O. Essa fórmula indica que uma molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. A água, quando pura (sem nenhuma outra substância misturada), é incolor, inodora e insípida, isto é, ela não tem cor, nem cheiro, nem sabor.

Glossário Modelo: conjunto de ideias ou imagens usadas para representar um sistema ou teoria.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE • O que é a água? • De que a água é formada? • Que características tornam a água indispensável à vida?

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Utilizando um modelo para entender como se organiza a matéria Segundo os cientistas, tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço é considerado matéria. A massa indica a quantidade de matéria de um corpo e tem o mesmo valor em qualquer lugar do Universo. Não confunda massa com peso, pois este é a força com que uma massa é atraída por um planeta e depende da intensidade dessa atração. Para imaginar como a matéria se organiza, vamos tomar como exemplo outro modelo de organização, as palavras. Ao escrever seu nome, por exemplo, você organiza letras selecionadas em determinada sequência. Vamos selecionar algumas letras e organizá-las em sequências diversas para formar diferentes palavras. Selecionando as letras M, O, R e A, podemos organizá-las de modo a formar a palavra ROMA, nome da capital da Itália. Se reorganizarmos essas quatro letras em sequências diferentes, podemos formar outras palavras: Professor, modelos e analogias constituem ótimos recursos para o AMOR – invertendo a ordem das letras; aprendizado em Ciências, mas é preciso que os alunos percebam que são simplificações ou representações esquemáticas da realidade. RAMO – trocando as vogais de posição; OMAR – trocando a posição da consoante R. Se repetirmos alguma letra, o número de possibilidades aumentará. Veja quantas outras palavras podemos formar se repetirmos a letra A quantas vezes for necessário: AMORA, AROMA, AMARO etc. E se escolhermos só algumas das letras? Veja: AR, MAR, AMO etc. Imagine, então, quantas palavras é possível formar organizando as 26 letras de nosso alfabeto em diferentes sequências de letras selecionadas. E nos textos? Como organizamos as palavras? As frases são organizadas por unidades – as palavras –, que, por sua vez, são formadas por unidades menores, as letras. Vejamos outro exemplo, ainda com letras e palavras: GLAO

LAGO

OLAG

GOLA/OLGA

Essas letras são os elementos

Os elementos organizados formam uma palavra.

Os elementos se desorganizam.

Reorganizados os elementos formam outras palavras.

Algo semelhante ocorre na organização da matéria. Os diferentes tipos de átomos organizam-se, desorganizam-se e reorganizam-se, combinando-se de acordo com determinadas condições da natureza e, assim, são constituídos os vários tipos de substâncias.

O

O

H

Representação esquemática: átomos de oxigênio e de hidrogênio podem se combinar originando diferentes moléculas.

H

H

Representação esquemática: molécula da água.

H

O H

DAE

Veja o esquema a seguir.

O

Representação esquemática: molécula de peróxido de hidrogênio.

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Estados físicos da matéria Quando nos referimos à água, a ideia que nos vem de imediato à mente é a de um líquido refrescante e incolor. Quando nos referimos ao ferro, imaginamos um sólido duro. Já o ar nos remete à ideia de matéria no estado gasoso.

Givaga/Shutterstock

Toda matéria que existe na natureza se apresenta em uma dessas formas — líquida, sólida ou gasosa. É o que chamamos de estados físicos da matéria. No estado sólido, a matéria está rígida, compacta. A forma e o volume de um objeto sólido, como a madeira de uma porta ou o plástico de que é feito uma caneta, tendem a se manter.

Nos dois casos, o líquido toma a forma de cada recipiente.

No estado gasoso, a matéria está muito expandida e, muitas vezes, não podemos percebê-la visualmente. Os corpos no estado gasoso não têm volume nem forma próprios e se distribuem por todo o espaço disponível do recipiente que os contém. No estado gasoso, as moléculas se movimentam mais intensa e desordenadamente.

A água no estado líquido, contida no tubo de ensaio, quando aquecida a 100 °C, ao nível do mar, passa para o estado gasoso — as moléculas se expandem enchendo a bexiga (ou o balão).

O estado líquido é intermediário entre o sólido e o gasoso. Os corpos no estado líquido não mantêm uma forma definida, mas adotam a forma do recipiente que os contém, pois as moléculas deslizam umas sobre as outras. Na superfície plana e horizontal, a matéria, quando está em estado líquido, também se mantém na forma plana e horizontal.

Atenção! Esse experimento deve ser feito pelo professor ou

você pode fazê-lo com a ajuda de um adulto.

Sandra Fanzeres

iStockphoto/Thinkstock

No estado sólido, a água apresenta forma definida.

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Jason_V/iStockphotos.com

Professor, optamos por tratar de densidade apenas no volume 4 da coleção, levando em consideração a complexidade do conceito e o desenvolvimento cognitivo do aluno neste momento.

Flutuar ou afundar?

Entender por que alguns objetos afundam na água enquanto outros flutuam é muito importante na construção de navios e submarinos, por exemplo. Se na água um prego afunda e um navio flutua, está claro que isso não depende da massa deles, já que um prego tem massa menor que a de um navio.

O ar dentro da boia a impede de afundar na piscina. O fato de um corpo

flutuar ou afundar está relacionado à massa de água deslocada quando esse corpo entra na água.

Quando colocamos o prego em um copo de água, ele empurra para os lados a água que ocupava aquele local. Como a água deslocada tem menos massa que o prego, ele afunda. Se o prego tivesse menos massa que a água que ele desloca, ele flutuaria.

Como o navio é muito grande, ele desloca muita água, de maneira que a massa de água deslocada chega a ser maior que a de todo o navio.

A água é um solvente No ambiente é muito difícil encontrar água pura em razão da facilidade com que outras substâncias se misturam a ela. Mesmo a água da chuva, por exemplo, ao cair, traz impurezas do ar nela dissolvidas. Uma das importantes propriedades da água é a capacidade de dissolver outras substâncias. A água é considerada solvente universal, porque é capaz de dissolver grande parte das substâncias conhecidas. Se percebemos cor, cheiro ou sabor na água, isso se deve a substâncias (líquidos, sólidos ou gases) nela presentes, dissolvidas ou não. As substâncias que se dissolvem em outras (por exemplo, o sal) são denominadas soluto. A substância que é capaz de dissolver outras, como a água, é chamada de solvente. A associação do soluto com o solvente é uma solução. A propriedade que a água tem de atuar como solvente é fundamental para a vida. Várias substâncias transportadas pelo sangue — como sais minerais, vitaminas, açúcares, entre outras — são dissolvidas na água contida nele. Nas plantas, como já vimos, os sais minerais dissolvidos na água são levados das raízes às folhas, assim como o alimento da planta (açúcar) também é dissolvido em água e transportado para todas as partes desse organismo.

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No interior dos organismos vivos ocorrem inúmeras reações químicas indispensáveis à vida, como as que acontecem na digestão. A maioria dessas reações só acontece se as substâncias químicas estiverem dissolvidas em água.

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A água como regulador térmico Tim McGuire/Getty Images

A água tem a capacidade de absorver e conservar o calor. Durante o dia, a água absorve parte do calor do Sol e o conserva até a noite. Quando o Sol está iluminando o outro lado do planeta e a temperatura cai, essa água já devolve lentamente o calor absorvido ao ambiente. Ela funciona, assim, como regulador térmico. Por isso, em cidades próximas ao litoral, é pequena a diferença entre a temperatura durante o dia e à noite. Já em cidades distantes do litoral, essa diferença de temperatura é bem maior. É essa propriedade da água que torna a sudorese um mecanismo importante na manutenção da temperatura corporal do ser humano e de outros animais. Quando o suor evapora, perdemos calor, o que impede que a temperatura corporal aumente muito.

Glossário Reação química: reorganização de átomos que forma substâncias diferentes. Sudorese: eliminação do suor.

Quando o dia está muito quente, suamos mais. Pela evaporação do suor eliminado, liberamos o calor excedente no corpo. Isso também ocorre quando corremos, dançamos ou praticamos outros exercícios físicos.

A água exerce pressão

Para combater incêndios, os bombeiros usam mangueiras das quais a água sai sob alta pressão.

! Julija Sapic/Shutterstock

Você já tentou segurar com o dedo o jato de água de uma mangueira? O que acontece? A água, impedida pelo dedo de fluir, exerce maior pressão, projetando-se a uma distância maior.

Em Recife (Pernambuco), a diferença entre as temperaturas do dia e da noite é bem menor que em Boa Vista (Roraima). Você sabe explicar por quê?

Se lembrarmos que Recife está localizada no litoral de Pernambuco, e Boa Vista no interior de Roraima (portanto, mais distante do mar), fica fácil entendermos a influência da água na diferença de temperatura de um local.

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Quando uma pessoa mergulha, pode sentir dor na parte interna da orelha. Você sabe por que isso acontece? Quando mergulhamos, à medida que nos deslocamos para o fundo, a quantidade de água acima de nós aumenta e, consequentemente, aumenta a pressão exercida pelo líquido sobre nós. Por essa razão, a pressão da água nas profundezas dos oceanos é grande.

elmut Corneli/Alamy/Latinstock

Pressão da água sobre os seres vivos

Alguns seres vivos, como o peixe-diabo, são capazes de viver em grandes profundidades oceânicas, submetidos, portanto, à grande pressão da água. Essa espécie mede aproximadamente 30 cm de comprimento.

As usinas hidrelétricas Paulo César Pereira

Ao planejar as usinas hidrelétricas, os engenheiros  consideram a pressão da água. reservatório casa de força

linhas de transmissão

turbina

gerador

duto canal rio

Esquema da estrutura de uma usina hidrelétrica.

Nessas usinas, a força das águas represadas dos rios é utilizada para a produção de energia elétrica. Essas usinas são responsáveis por quase toda a energia elétrica gerada em nosso país e por cerca de 20% da eletricidade mundial. Você sabe como funciona uma usina hidrelétrica? Inicialmente, uma grande quantidade de água é represada em um reservatório.

Do reservatório, a água é conduzida por um canal e chega às turbinas, grandes máquinas cuja parte principal é uma roda. A passagem da água faz as turbinas girarem e, com esse movimento, os geradores produzem energia elétrica, que é distribuída para as cidades por linhas de transmissão. As turbinas ficam abaixo do nível do reservatório e, quanto maior a diferença de altura entre os dois, maior será a pressão exercida e mais energia será fornecida pelas águas. A energia hidrelétrica é considerada por muitos uma energia limpa, pois as usinas hidrelétricas não liberam fumaças tóxicas e não produzem lixo prejudicial à saúde como outras usinas. No entanto, a construção dos reservatórios causa alterações no ambiente, pois modifica o curso de rios, alaga áreas com florestas e comunidades ribeirinhas e impede a migração de muitos peixes.

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INTE

NDO   DISCIP AS

Esta atividade integra as disciplinas Ciências, Geografia, Língua Portuguesa e História.

RA

L IN

Impactos ambientais na construção de hidrelétricas

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CONEXÕES

Delfim Martins/Pulsar Imagens

Os impactos ambientais das usinas hidrelétricas é motivo de polêmica nas discussões atuais sobre desenvolvimento sustentável. A grande questão dos cientistas é saber qual a real dimensão dos impactos e como eles podem ser amenizados, já que, dentro das fontes energéticas atuais, as hidrelétricas são consideradas fontes de energia renovável, ao contrário das fontes energéticas à base de combustíveis fósseis, por exemplo. Os primeiros impactos ambientais acontecem durante a construção das hidrelétricas. [...] De uma hora para outra, a floresta vira lago. Essa mudança, se não for bem orientada, pode acabar com a flora local. Além do corte das árvores, muitas espécies acabam submersas e, consequentemente, morrem, criando uma espécie de limbo. [...] Muitas espécies animais acaba fugindo do seu hábitat natural durante a inundação. [...] Obviamente, a mitigação desse problema pode ser feita com o remanejamento antecipado das espécies, mesmo assim, algumas espécies correm o risco de não se adaptarem ao novo hábitat. Já as espécies aquáticas sofrem um impacto ainda maior. Como a hidrelétrica é composta de uma barragem, o fluxo natural dos peixes acaba sendo interrompido drasticamente. A consequência é a proliferação de determinadas espécies em relação a outras. [...] Soma-se a esse impacto, a eutrofização das águas, que é o excesso de nutrientes, aumenta a proliferação de micro-organismos, causa coVista aérea da Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior usina geradora mum de poluição de águas, podendo de energia do planeta, localizada na divisa entre Brasil e Paraguai, causar também consequências para o em Foz do Iguaçu, PR. homem, como, por exemplo, epidemias. Outro problema é a mudança climática que os lagos podem causar. Afinal, [...] onde havia floresta agora há um lago, o que pode elevar a temperatura ambiente e mudar o ciclo de chuvas. [...] A questão é saber se esse impacto é tão grande quanto o das termoelétricas movidas a carvão mineral, consideradas atualmente, junto com os veículos a gasolina, as grandes vilãs do aquecimento global. [...] Impactos ambientais na construção de hidrelétricas. Disponível em: . Acesso em: fev. 2015.

Pesquise, reflita e discuta com seus colegas. a) Além de impactos prejudiciais à natureza, a formação dos reservatórios requer o deslocamento de comunidades inteiras que residiam na área a ser inundada. Na região em que você vive, há casos desse tipo? Quais? b) Pesquise em jornais, revistas e sites, notícias relacionadas ao impacto econômico, social e ambiental da construção de hidrelétricas.

Glossário Combustível fóssil: material como carvão mineral, petróleo e gás natural, obtido de camadas subterrâneas e queimado para a obtenção de energia. Mitigação: ação de atenuar, tornar menos intenso.

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O princípio dos vasos comunicantes Fernando Favoretto

Você já teve a oportunidade de observar como os pedreiros nivelam uma parede utilizando uma mangueira com água?

A superfície da parede que queremos nivelar deve coincidir com o nível da água em ambas as pontas da mangueira. Caso contrário, a linha da superfície da parede está desnivelada.

O método é simples. A mangueira deve estar com bastante água e ser posicionada na forma de U na superfície da parede, como mostra a fotografia. Para verificar se o topo do muro está alinhado na horizontal, é preciso posicionar o nível da água de uma das extremidades da mangueira junto ao topo do muro. Se a parede estiver alinhada na horizontal, o nível da água na outra extremidade do tubo estará igualmente posicionado na superfície do muro.

Dawidson França

Essa técnica se baseia no princípio dos vasos comunicantes. Em vários recipientes que se comunicam, a água se comporta como se estivesse em um só recipiente, mantendo em todos eles o mesmo nível na horizontal.

Representação de sistema de vasos comunicantes vazios.

No sistema de vasos que se comunicam por uma base, o nível da água é o mesmo em todos os recipientes, independentemente da forma ou do diâmetro.

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caderno

EXPERIMENTANDO Vasos comunicantes Material necessário:

Dotta

• uma mangueira de material plástico transparente (com aproximadamente 40 cm de comprimento); • duas garrafas transparentes (outros recipientes, como copos, também podem ser usados); • um pouco de água. Procedimentos

1. Coloque as garrafas sobre uma superfície plana. 2. Coloque uma das pontas da mangueira em uma das garrafas. 3. Encha essa garrafa e a mangueira com água. 4. Coloque a outra ponta da mangueira na garrafa vazia. 5. Observe que a água passa de uma garrafa para outra. 6. Verifique, quando a água parar de passar de uma garrafa para outra, a altura do nível da água nos dois recipientes. Responda às questões a seguir.

1 O que você observou ao final do experimento? 2 Como você explica esse resultado?

O nível da água era o mesmo nos dois recipientes.

Em recipientes que se comunicam, a água se comporta como se estivesse em um só recipiente, mantendo o mesmo nível na horizontal.

Você já observou onde ficam as caixas-d’água das cidades, dos prédios e das casas? Por que elas foram instaladas nesses lugares?

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

Esquema de um sistema de distribuição de água. Nele há aplicação prática do princípio dos vasos comunicantes. A caixa-d’água é colocada em lugares altos (numa cidade, num prédio e numa casa), e os canos que a ligam às torneiras das casas comunicam-se. A água corre pelos encanamentos, chegando assim a todas as torneiras.

água proveniente da estação de tratamento armazenada em reservatório de água em local alto

Paulo César Pereira

A colocação de caixas-d’água em locais adequados leva em conta o conhecimento do comportamento da água nos vasos comunicantes. Observe com atenção o esquema a seguir.

água desloca-se pelos canos distribuição de água para as casas

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O princípio de Pascal

Ilustrações: Luis Moura

Pascal foi um cientista francês que viveu de 1623 a 1662. Entre muitas contribuições para a Ciência, ele formulou o seguinte princípio: “A alteração de pressão exercida sobre um líquido em equilíbrio é transmitida integralmente para todos os pontos do líquido e às paredes do recipiente que o contém”. Observe com atenção a figura ao lado.

Atenção!  Não tente reproduzir esse procedimento

sem a presença de um adulto.

Quando empurramos fortemente a rolha de um recipiente que contém líquido para dentro, essa pressão é transmitida integralmente ao líquido existente no recipiente e empurra a outra rolha para fora.

Aplicações do princípio de Pascal Vamos estudar algumas das importantes aplicações do princípio de Pascal: os freios hidráulicos de veículos automotivos e os elevadores hidráulicos. Para frear um veículo, o motorista pisa no pedal do freio. Essa pressão é transmitida por óleo a dois pistões, que empurram duas peças contra o tambor da roda, fazendo o veículo diminuir a velocidade ou parar. Esse equipamento é denominado freio hidráulico de automóveis. Nas ilustrações desta página foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

burrinho do freio

pedal de freio

Esquema simplificado de freio hidráulico para automóvel.

mola de retorno lonas

tambor de freio

pistão

depósito de óleo

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Elevador hidráulico. Fabio Colombini

Você sabe por que o inseto consegue “pousar” sobre a superfície da água parada? Uma característica da água no estado líquido é a tensão que ela apresenta em sua superfície. As moléculas da água se atraem, mantendo-se coesas (juntas), como se formassem uma finíssima membrana. Isso permite que insetos caminhem sobre a superfície da água.

Percevejo-d’água.

O percevejo-d'água tem em média 1 cm (comp.)

Coesão da água A coesão da água é uma de suas principais propriedades físicas. Uma molécula se une a outra por ligações que permitem, por exemplo, a formação da fina membrana em que o inseto pode pousar. Essa mesma propriedade possibilita que as moléculas de água permaneçam unidas quando a água sobe por um canudo ou por dentro do caule das plantas.

David W Hughes/Shutterstock

Tensão superficial

Pavel L Photo and Video/Shutterstock

O elevador hidráulico é muito utilizado para suspender os veículos em postos de troca de óleo ou lubrificação. Utiliza-se ar comprimido para exercer pressão sobre o óleo em um reservatório. O líquido então transmite integralmente a pressão para um cilindro que levanta o carro.

Copo com água e canudo.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS A água é uma substância formada por átomos de hidrogênio e de oxigênio. Ela dissolve e transporta substâncias, auxilia na manutenção da temperatura dos seres vivos e exerce pressão. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

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caderno

AGORA É COM VOCÊ

1 A água é uma substância indispensável à manutenção da vida. Em nosso corpo, que característica da água faz com que ela transporte substâncias no sangue? A água é um solvente capaz de dissolver muitas substâncias.

2 A água também é utilizada para gerar energia. Explique por que as turbinas das usinas hidrelétricas encontram-se abaixo do nível das represas. Porque, quanto maior for a profundidade, maior será a pressão exercida pela água. Quando as comportas são abertas, a água sai com grande pressão.

3 Os peixes abissais são capazes de suportar a grande pressão da água. Por que nas profundezas dos oceanos a pressão exercida pela água é tão grande? Porque nas profundezas dos oceanos a quantidade de água sobre os corpos é maior.

4 Uma das aplicações do princípio dos vasos comunicantes é a construção de caixas-d’água em locais altos e de canos que se comuniquem e liguem essas caixas às torneiras. Por quê? A caixa-d’água é colocada em lugares altos, e os canos que a ligam às torneiras das casas comunicam-se. A água corre pelos encanamentos, chegando assim a todas as torneiras.

5 De que maneira o nível de água utilizado pelos pedreiros pode informar se a superfície de um piso é regular? A água sempre mantém o mesmo nível na horizontal. Assim, se o piso estiver irregular, isso será visível na observação do nível de água.

6 A fórmula da água é H2O. O que significa essa representação?

Significa que uma molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio.

7 Neste capítulo vimos que a água exerce pressão. Cite algumas aplicações dessa característica da água utilizada pelo ser humano. Sugestões de resposta: funcionamento de usinas hidrelétricas; utilização de mangueiras para combater incêndios.

8 Cite duas aplicações práticas do princípio de Pascal. Sugestões de resposta: freios hidráulicos de veículos automotivos e elevadores hidráulicos.

9 Considerando o que você estudou neste capítulo, identifique o estado físico da água descrito nos itens a seguir. a) Nesse estado, a água adota a forma do recipiente em que está contida, mas mantém o mesmo volume. Líquido. b) A água mantém a mesma forma e o mesmo volume, independentemente do recipien­te em que está contida. Sólido. c) Apresenta forma e volume variáveis. Gasoso.

10 Que propriedade da água está relacionada aos fatos descritos a seguir? a) A água do mar é salgada. Solvente universal.

b) Em dias muito quentes ou quando praticamos atividades físicas, suamos muito. Regulador térmico.





Christies Images/Corbis/Latinstock

11 Observe ao lado a obra do pintor William Sharp, em que as plantas parecem “repousar” sobre a “pele” da água. Existem estruturas nas plantas que possibilitam essa flutuação. No entanto, visualmente, a obra chama a atenção pela forma de retratar uma película sobre a água. Que relação podemos estabelecer entre a imagem produzida pelo artista e uma das características da água? A “pele” da água poderia ser uma referência à tensão superficial da água.

William Sharp. Grande lírio aquático da América, 1854. Cromolitografia., 38 3 53 cm

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DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

1. Releia o texto "Impactos ambientais na construção de hidrelétricas", na seção Ciên­cia, tec1. c) Sugestões de resposta: destruição de nologia e sociedade, e responda às questões ou faça o que se pede: extensas áreas de vegetação natural e matas ciliares; desmoronamento

margens; assoreaa) De que maneira a energia elétrica gerada nas usinas é transportada até as cidades? das mento do leito dos rios; Pelos fios.

b) Cite duas vantagens da energia hidrelétrica.

Trata-se de uma fonte de energia renovável e não emite poluentes.

prejuízos à fauna e à flora locais; alterações no regime hidráulico dos rios; possibilidades de transmissão de doenças, como esquistossomose e malária; extinção de algumas espécies de peixes.

c) Indique dois exemplos de impactos ambientais resultantes da construção de usinas hidrelétricas. d) A construção de usinas hidrelétricas também gera problemas sociais. Que problemas são A inundação de áreas para a construção de barragens gera problemas de realocação de populações ribeirinhas, esses? comunidades indígenas e pequenos agricultores. 2. A água apresenta inúmeras propriedades que são fundamentais para os seres vivos. Qual das características da água a seguir é uma propriedade fundamental para os sistemas biológicos? Alternativa e. a) Sua temperatura varia com muita facilidade. b) Suas moléculas são formadas por hidrogênios de disposição espacial linear. c) Seu ponto de ebulição é entre 0 °C e 100 °C. d) É um solvente limitado, pois não é capaz de dissolver muitas substâncias. e) É solvente de muitas substâncias.

Luis Moura

3. Um engenheiro analisou o terreno em declive e apresentou ao proprietário um projeto para fazer um poço sem necessidade de usar bombas. Ele afirmou que a água jorraria naturalmente. Observe a figura abaixo, que representa um esquema do terreno em corte.

lençol freático

poço

Essa ilustração não segue a proporção real entre os tamanhos das estruturas reproduzidas. Foram utilizadas cores-fantasia.

O engenheiro informou que, na elaboração de seu projeto, usou como base o que ele sabia sobre Na situação apresentada, parte do lençol de água está situada em um nível superior ao local em que está vasos comunicantes. o poço e, segundo o princípio dos vasos comunicantes, os líquidos tendem a se nivelar. Portanto, a água jorrará sem necessidade do emprego de bomba.

a) Com suas palavras, explique por que a água desse poço jorrará sem a ajuda de bombas. b) Um dos objetivos de conhecer as propriedades e o comportamento da água é saber como podemos lidar com ela em nosso cotidiano. Liste, deste capítulo, três informações novas para você e relacione-as com situações do dia a dia nas quais elas podem ser aplicadas. Resposta pessoal.

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SUPERANDO DESAFIOS Responda em seu caderno às questões a seguir.

1 (UFRJ) Numa sauna é possível aumentar a umidade do ambiente simplesmente atirando água numa superfície aquecida (pedras, por exemplo). Quando isso ocorre, a temperatura da superfície corporal aumenta imediatamente. Por que ocorre esse aumento? Quando aumenta a umidade do ambiente, o suor na superfície da pele não evapora, o que elimina uma forma importante de refrigeração superficial.

2 (Enem) A água é um dos componentes mais importantes das células. A tabela a seguir mostra como a quantidade de água varia em seres humanos dependendo do tipo de célula. Em média, a água corresponde a 70% da composição química de um indivíduo normal. TIPO DE CÉLULA

QUANTIDADE DE ÁGUA

tecido nervoso – substância cinzenta

85%

tecido nervoso – substância branca

70%

medula óssea

75%

tecido conjuntivo

60%

tecido adiposo

15%

hemácias

65%

ossos (sem medula)

20%

Fonte: L. C. Junqueira e J. Carneiro. Histologia básica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1985.



Durante uma biópsia, foi isolada uma amostra de tecido para análise em um laboratório. Enquanto intacta, essa amostra pesava 200 mg. Após secagem em estufa, quando se retirou toda a água do tecido, a amostra passou a pesar 80 mg. Com base na tabela, escreva no caderno qual é a alternativa correspondente à amostra. Alternativa d. a) tecido nervoso – substância cinzenta. b) tecido nervoso – substância branca. c) hemácias.

d) tecido conjuntivo. e) tecido adiposo.

TRABALHO EM EQUIPE A energia elétrica em sua cidade é fornecida por uma usina hidrelétrica? Em caso positivo, qual é ela? • Localizem essa hidrelétrica no mapa de seu estado e município. • Façam um levantamento da história da construção dessa usina. • Pesquisem os impactos ambientais ocorridos com essa construção e as vantagens trazidas por essa usina para a região. • Apresentem para a turma os resultados do trabalho do grupo.

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CAPÍTULO 5

A importância da água para a vida humana Wagner Tavares/Pulsar Imagens

Objetivos específicos: • relacionar a vida do ser humano à disponibilidade de água e conscientizar-se da necessidade de cuidar dessa água, evitando seu desperdício e contaminação; • identificar as fontes de poluição da água; • compreender a importância da implantação de estações de tratamento de esgotos nas cidades; • perceber a importância do tratamento da água, garantindo a sua qualidade.

Catamarã com turistas no Cânion do Rio São Francisco, também conhecido como Cânion de Xingó, em Canindé de São Francisco, SE, 2012. Professor, em muitos estados os currículos de História e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do MEC

preveem a abordagem do tema “civilizações antigas”. Seria interessante propor uma integração de Ciências com essa disciplina e com Geografia, objetivando explorar de forma conjunta a importância da água e, portanto, dos rios para o ser humano em todos os tempos, especialmente na Antiguidade. Cada disciplina teria contribuições importantes a dar, oferecendo ao aluno uma visão mais ampla do assunto.

Desde o útero materno, a nossa vida encontra-se ligada à água.

A disponibilidade desse recurso natural teve grande influência na ocupação humana das diferentes regiões do planeta.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE • Na região em que você vive há escassez ou abundância de água? • O tratamento dessa água é adequado antes e após o uso? • Você sabe quais os cuidados que devemos ter com esse importante recurso natural?

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As primeiras civilizações surgiram às margens dos rios. Você sabe por quê?

A história de alguns povos e rios Os povos da Antiguidade, por milhares e milhares de anos, viveram em grupos, deslocando-se de um lugar para outro em busca de uma boa caça, mas sempre procuraram abrigar-se perto de rios ou lagos. Quando passaram a domesticar alguns animais e a cultivar determinadas plantas para se alimentar, deixaram de depender das caçadas incertas, ou seja, cujos resultados eram duvidosos. Já mais numerosas, as populações começaram a se fixar nas proximidades dos grandes rios. Observe, no mapa abaixo, a região do Oriente Médio.

Mar Negro

40°L

GEÓRGIA

EUROPA ARMÊNIA

AZERBAIJÃO

Mar Cáspio

TURQUIA ÁSIA

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Rio E ufr ate M es op SÍRIA ot â

©DAE/Sonia Vaz

Iraque Iraque-–Mesopotâmia Mesopotâmia

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FAIXA DE GAZA

JORDÂNIA

EGITO (Parte Asiática)

30°N

KUWAIT

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Região da Mesopotâmia

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Trópico de Câncer

0

200

400 km

Luis Salvatore/Pulsar Imagens

Fonte: Acesso em: jan. 2015 Fonte:http://www.nationalarchives.gov.uk/pathways/firstworldwar/maps/map_images/turkey_mesopotamia.gif. http://www.nationalarchives.gov.uk/pathways/firstworldwar/maps/map_images/turkey_mesopotamia.gif. Acesso em: jan. 2015

Esses lugares são considerados o berço de civilizações importantes. A Suméria, por exemplo, surgiu às margens dos rios Tigre e Eufrates, na antiga Mesopotâmia (que significa “terra entre dois rios”), hoje Irã e Iraque. A história antiga do Egito está ligada às cheias periódicas e regulares do Rio Nilo. Não é por acaso que Roma, Londres, Paris, São Paulo e outras grandes cidades nasceram às margens de rios, que forneciam a seus habitantes água para beber e fazer a higiene, além de peixes para a alimentação. Serviam também como meio Barcos pesqueiros em Quatipuru, PA, 2011. Muitos habitantes da região amazônica dependem da pesca para se alimentar e gerar renda.

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de navegação para comunicação e, depois, como meio para transporte das produções. A fotografia na página 77 mostra embarcação no Rio São Francisco, curso de água que nasce no estado de Minas Gerais e deságua no mar entre os estados de Alagoas e Sergipe. O São Francisco atinge cerca de 2 700 km de comprimento e é fundamental ao abastecimento da região semiárida no Nordeste brasileiro. Além de utilizar a água para beber, preparar alimentos, fazer a higiene pessoal e também navegar, as pessoas aprenderam a usar a água dos rios, lagos e mares para outras finalidades, como movimentar moinhos e outras máquinas. Quando os povos se instalavam em regiões distantes dos rios, eles junto com os professores de Geografia e de História, construíam canais e aquedutos. Professor, é possível fazer um trabalho relacionando a ocupação do terri-

Glossário Açude: barragem feita em rio, destinada a represar água, em geral construída para irrigação. Aqueduto: sistema de canais ou tubulações para captar e conduzir água de um lugar para outro.

Celso Pupo Rodrigues/Dreamstime.com

tório brasileiro com os recursos hídricos disponíveis.

!

A humanidade depende da água para sobreviver e realizar todas as suas atividades.

Para a irrigação de grandes áreas agrícolas e o abastecimento de vilas e cidades, os seres humanos aprenderam a erguer barragens, desviar o curso de rios e construir grandes açudes.

Rogério Reis/Pulsar Imagens

Os famosos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, foram construídos para levar água do Morro de Santo Antônio para o de Santa Teresa, seguindo o modelo dos históricos aquedutos romanos.

Posteriormente eles aprenderam a utilizar a força da água para movimentar as turbinas das usinas hidrelétricas.

Açude artificial em Gurinhém, PB, fevereiro de 2013. Açudes como o da fotografia fornecem água a animais de criação e a plantações em épocas de escassez de chuvas.

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Glossário Irrigação: rega artificial de lavouras, muito usada onde não há abundância de água. Manancial: nascente de água. Microrganismo: ser de alguns milímetros de tamanho ou menos, como bactérias e protozoários.

O que afeta a água afeta o ambiente e a humanidade A água é um dos recursos naturais mais utilizados pela humanidade. O gráfico a seguir mostra o panorama mundial do seu uso. Para beber, consumimos a água que chamamos de potável. Para ser bebida por nós, ela deve ser incolor, insípida (sem sabor) e inodora (sem cheiro), bem como estar livre de materiais tóxicos e microrganismos que possam ser prejudiciais, mas precisa conter sais minerais na quantidade adequada a nossa saúde.

Dawidson França

Diferentes usos da água pelo ser humano

A água potável é encontrada em pequena quantidade em nosso planeta e não está disponível infinitamente. Por ser um recurso limitado, o seu consumo deve ser planejado. O planejamento da utilização dos recursos hídricos deve ser adequado às características do manancial e às diversas finalidades a que se destina a água. É importante garantir água em quantidade suficiente e qualidade recomendável aos diversos tipos de consumo.

uso doméstico uso industrial agricultura

Esse planejamento de­ve assegurar proteção aos mananciais e às matas próximas, além de prever a re­­cuperação dos que foram prejudicados pela poluição, pela contaminação e outros fatores. Os sistemas de irrigação são uma das soluções pa­ ra levar água às grandes áreas de plantio; no entan­to, eles a têm consumido em excesso.

Cesar Diniz/Pulsar Imagens

Fonte: Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil. Brasília: ANA, 2013.

Área agrícola irrigada artificialmente por aspersão, em que a água é borrifada. Ibiúna, SP, fevereiro de 2013.

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Gal Eitan/Alamy/Latinstock

O Mar de Aral, na Ásia Central, está morrendo porque desviaram quase toda a água dos rios que nele desaguavam para irrigar o deserto e transformá-lo em campos de algodão, cereais e poc6151 vinhas. Outro exemplo semelhante é o de muitos açudes que foram construídos no Nordeste brasileiro para reservar água no período das chuvas. Eles estão se tornando lagos salga­dos por falta de técnica adequada para o manejo das águas. Na Ásia, há o famoso Mar Morto, que apreO sal se deposita nas margens do Mar Morto em Israel, 2014. senta um altíssimo nível de salinidade, isto é, uma enorme concentração de sais em sua água. Esse fenômeno ocorre por vários fatores, entre eles: pouca chuva aliada à evaporação intensa (clima quente e seco) e interrupção ou diminuição da água de rios (decorrente, por exemplo, da exploração excessiva de afluentes). A interferência humana pode provocar alterações sérias no equilíbrio ambiental do nosso planeta. Assim, é necessário conhecimento, planejamento e conscientização antes de serem executadas obras e outras atividades que possam interferir na natureza.

Fontes de poluição da água A água pode conter argila, areia e outras impurezas. Representam perigo de contaminação, por exemplo, produtos químicos tóxicos ou microrganismos que a tornam poluída. Há várias fontes de poluição, como veremos a seguir. A.Baêta/OIMP/D.A Press

Esgoto doméstico não tratado O grande volume de dejetos dos populosos centros urbanos descarregado em córregos, rios e mares provoca a poluição e a contaminação das águas. Febre tifoide, hepatite, cólera e muitas verminoses são doenças transmitidas por essas águas. Há rios, como o Tietê, na cidade de São Paulo (SP), e o Guaíba, em Porto Alegre (RS), que já estão comprometidos. Além des­­ses, há vários outros expostos à degradação ambiental. O Rio Anil, na zona urbana de São Luís, MA, é poluído pelo despejo de esgoto doméstico e pelo descarte de grandes volumes de lixo. Maio de 2012.

O uso de agrotóxicos Agrotóxicos são produtos utilizados em plantações a fim de preservá-las da ação de determinados seres vivos, que podem danificá-las. Os resíduos de agrotóxicos são uma das principais fontes de contaminação das águas brasileiras. Eles podem ser carregados pela água da chuva, ou pela irrigação dessas plantações, e atingir rios, lagos e os mares e afetar peixes e outros seres vivos, incluindo o ser humano que usar essa água. Além disso, a poluição das águas também afeta a própria agricultura. A utilização de águas contaminadas na irrigação pode infectar as plantas, ocasionando problemas de saúde às populações consumidoras e aos agricultores.

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Mineração, extração e transporte de petróleo

Glossário

Atividades econômicas importantes têm causado inúmeros acidentes ecológicos graves. O petróleo extraído dos mares e os metais pesados usados na mineração (por exemplo, o mercúrio, no Pantanal), lançados na água por acidente ou negligência, têm provocado a poluição das águas com prejuízos ambientais, muitas vezes, irreversíveis. Rogerio Santana/Reuters/Latinstock

Metal pesado: elementos como cobre, chumbo e mercúrio. Em excesso no organismo podem ser prejudiciais à saúde.

Explorando Água Sonia Salem, São Paulo: Ática, 2006. (Coleção De Olho na Ciência).

Editora Ática

O livro narra situações cotidianas de uma comunidade e sua relação com os corpos-d’água.

Na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, a prospecção de petróleo causou um grande derramamento desse óleo em novembro de 2011.

A poluição causada pelas indústrias Agência Nacional das Águas

Rubens Chaves/Pulsar Imagens

Explore o site e conheça melhor os recursos hídricos do Brasil.

Muitas indústrias continuam a lançar resíduos tóxicos em grande quantidade nos rios, mesmo havendo leis que proíbam essa prática. Na superfície da água é comum formar-se uma espuma, um indicador de água poluída. Essa espuma pode causar a mortandade da flora e da fauna desses rios. E esses agentes poluidores contaminam também o organismo de quem consome peixes ou quaisquer outros seres que habitam essas águas.

A poluição causada pela indústria tem provocado graves consequências no ambiente natural. Pirapora do Bom Jesus, SP, 2013.

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A água que chega à torneira

A água para o consumo humano, dos animais e para a irrigação deve ser tratada.

Nos rios e nas represas, ela geralmente é barrenta e cheia de restos de plantas e animais, além de conter muitos outros resíduos. Para que tenha qualidade, segundo os padrões de higiene e saúde, ela deve passar por um processo de tratamento, do manancial à torneira, que tem por finalidade eliminar as impurezas nocivas à saúde. Em muitas cidades, antes de ser distribuída à população, a água passa por uma estação de tratamento, onde recebe os cuidados necessários à sua purificação para torná-la adequada ao consumo humano.

O tratamento da água O tratamento da água ocorre em várias etapas, e são diversos os métodos utilizados para sua purificação. A água que chega à estação de tratamento recebe o nome de água bruta. Ela é oriunda de um manancial, que forma um rio, um lago, uma represa. Depois de tratada, a água é levada à população por uma rede distribuidora formada por tubulações especiais, cuja manutenção deve ser constante. O rompimento dessas tubulações causa desabastecimento, transtornos urbanos e desperdício de água.

Paulo César Pereira

Veja a seguir o esquema simplificado de uma estação de tratamento de água.

1. água bruta

sulfato de alumínio

2. floculação

água tratada

6. fluoretação

5. desinfecção

4. filtração 3. decantação

1. Á  gua bruta — água que chega à estação, proveniente de lagos, rios, represas ou aquíferos. 2. Floculação — é a parte do processo em que a água recebe uma substância química chamada sulfato de alumínio. Esse produto provoca a aglutinação das partículas de impurezas (isto é, as partículas ficam agregadas, juntas), formando flocos para serem mais facilmente removidos. 3. Decantação — como os flocos de sujeira são mais pesados do que a água, eles ficam depositados no fundo do decantador; somente a água da superfície sai dos decantadores. 4. Filtração — nessa fase, a água passa por várias camadas filtrantes, em que ocorre a retenção dos flocos menores que não foram retirados na decantação. A água então fica livre das impurezas. 5. Desinfecção — consiste na adição de um composto que, na maioria das vezes, contém cloro. Esse produto é usado para a destruição de microrganismos presentes na água. Essa etapa também pode ser realizada com a utilização de ozônio. 6. Fluoretação — é uma etapa adicional. O produto aplicado é uma substância que contém flúor, que colabora para a redução da incidência de cárie dentária na população.

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Glossário

Distribuição da água tratada

Fossa séptica: fosso onde é despejado o esgoto. A parte sólida do esgoto decanta-se no fundo e sofre decomposição, evitando contaminação do solo.

Depois de todo esse tratamento, a água chega às casas, às escolas, aos hospitais e a outros lugares.

Saneamento básico: serviço responsável pelo abastecimento de água potável, coleta e tratamento do esgoto e coleta de lixo.

Além disso, a água ainda necessita de cuidados especiais e constantes para estar adequada ao consumo. É necessário, por exemplo, estar atento à caixa-d’água, que deve ser limpa a cada seis meses e permanecer sempre tampada.

Sumidouro: buraco profundo no solo que recebe a porção líquida do esgoto da fossa séptica.

Atenção! VV Gelar a água não

a purifica!

Embora a água que sai das estações seja limpa, ela pode se contaminar nas tubulações, a caminho das residências. Por isso, é fundamental filtrar a água antes de bebê-la, a fim de purificá-la.

Lugares sem estação de tratamento de água Há lugares em que não há estação de tratamento de água, por isso ela precisa ser tratada de outra maneira. É o caso da água retirada de poços ou diretamente de rios e lagos. Para utilizá-la, é preciso primeiro filtrá-la. Mesmo que pareça limpa, essa água pode conter microrganismos causadores de doenças. Por isso, depois de filtrada, ela também deverá ser fervida. Esses dois processos são necessários, já que essa água não passou por uma estação de tratamento.

O destino da água utilizada O destino da água que já foi utilizada é um grande problema de saneamento básico que não está bem solucionado em muitas regiões do Brasil. Em pequenas comunidades, esse problema relativo ao tratamento da água utilizada pode ser resolvido ou minimizado com fossas sépticas e sumidouro. Nas regiões mais populosas, exige-se uma solução mais complexa. Isso ocorre porque, por exemplo, a fossa séptica e o sumidouro, em geral, não são suficientes para absorver as águas consumidas por moradores de um prédio de apartamentos. Imagine, então, uma grande cidade repleta de arranha-céus.

Dawidson França

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

Nesses casos, utilizam-se redes de esgoto, tubulações subterrâneas pelas quais é transportado o esgoto.

fossa

sumidouro

Esquema de fossa séptica. As fossas devem ficar perto do banheiro e longe de poços ou de qualquer outra fonte de captação de água, além de não usar curvas de canalização e atingir um nível baixo do terreno, evitando contaminações em caso de vazamento.

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O tratamento do esgoto Ao chegar à estação de tratamento, o esgoto passa por grades de metal que separam objetos (como plásticos, latas, tecidos, papéis, vidros etc.) da matéria orgânica, da areia e de outros tipos de partícula. O esgoto passa, lentamente, por grandes tanques, a fim de que a areia e as outras partículas se depositem no fundo deles. O lodo com a matéria orgânica pode seguir para um equipamento chamado biodigestor, onde sofre a ação decompositora das bactérias. Nesse processo, há desprendimento de gases, entre eles o metano, que pode ser utilizado na geração de energia. A parte líquida, que ficou acima do lodo, também sofre ação de bactérias, pois ainda apresenta matéria orgânica dissolvida; essa parte é agitada por grandes hélices que garantem a oxigenação da água. Também podem ser utilizadas para essa oxigenação bombas de ar ou mesmo certos tipos de algas, que produzirão gás oxigênio na fotossíntese. Só depois desse tratamento o esgoto pode ser lançado em rios, lagos ou mares.

Paulo César Pereira

A água já utilizada, após o tratamento, retorna ao ambiente com o seu efeito poluente diminuído. Caso contrário, pode estar gravemente contaminada e, assim, oferecer riscos à população que dela se utiliza.

Produção de esgoto. Líquido tratado é despejado no rio.

Lodo pode ser usado como adubo. Grades retêm lixo. Lodo aproveitado para produção de gás.

Decantador, onde os sólidos se depositam. Tanque de aeração.

Esgoto é agitado, aerado e tratado.

Esquema de tratamento de esgoto em uma estação coletora.

Gás.

Retirada de terra e areia que se depositam nos tanques.

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

A falta de tratamento de esgoto pode provocar a contaminação do solo e da água, causando a proliferação de várias doenças. Muitas delas podem levar à morte, principalmente de crianças no primeiro ano de vida. Assim, garantir o tratamento de esgoto em todo o Brasil é uma meta a ser alcançada na busca de saúde e qualidade de vida da população.

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Entenda sua conta de água 1. RGI: é o número de identificação do seu imóvel [...] 2. Economias: esse campo apresenta duas informações: uma é a identificação do tipo de ocupação do imóvel, que pode ser residencial, comercial etc., e a outra é a quantidade de unidades. Para a ocupação residencial, são consideradas as unidades independentes residenciais servidas por uma única ligação de água e/ou esgotos.

Arquivo pessoal/Foto: Léo Burgos

CIÊNCIAS E CIDADANIA

3. Mês de referência: mês e ano de referência da conta. 4. Data da leitura: é a data em que a Sabesp fez a leitura em seu hidrômetro. 5. Endereço: endereço e número do imóvel onde está a ligação de água e/ou esgotos. 6. Condição de leitura: mensagem que indica o que ocorreu no momento em que o profissional realizou a leitura do hidrômetro, se a leitura foi normal ou se apresentou algum problema que impediu sua realização. Se por algum motivo a Sabesp não pôde fazer a leitura de seu hidrômetro, a cobrança será calculada pela média de consumo dos últimos meses. 7. Leitura anterior: é a leitura do hidrômetro que foi feita no mês anterior. 8. Leitura atual: é a leitura do mês em curso. 9. Consumo/m³: é a diferença da leitura atual e a anterior, ou seja, a quantidade de água consumida no mês em metros cúbicos. 10. Número do hidrômetro: o número que consta na sua conta deve ser o mesmo do hidrômetro instalado na sua casa. 11. Próxima leitura: é o dia previsto para a realização da próxima leitura. Programe-se deixando alguém em sua casa ou facilitando o acesso ao hidrômetro. 12. Consumo dos últimos meses: apresenta o mês de referência e o consumo do seu imóvel nos últimos meses. 13. Média de consumo: é a média do item anterior. 14. Agência de atendimento: aqui você identifica a agência responsável pelo atendimento da região à qual seu imóvel pertence, o horário de funcionamento e o telefone de contato. 15. Vencimento: data para o pagamento de sua conta. Pagamentos efetuados após essa data terão acréscimo de multa, atualização monetária e juros que serão cobrados em conta futura. 16. Tarifas de água em que a cobrança é por faixa: é a cobrança por faixa de consumo; para cada uma delas existe uma tabela com os valores estabelecidos para o consumo de até 10 m³, de 11 a 20 m³, de 21 a 30 m³, de 31 a 40 m³, de 41 a 50 m³ e acima de 50 m³. Considerando o consumo do mês, a conta apresenta a distribuição dos metros cúbicos consumidos por faixa de consumo. 17. Discriminação do faturamento: apresenta os itens que fazem parte do valor total a pagar como o do fornecimento de água, dos serviços de coleta de esgotos, eventuais penalidades por atraso no pagamento e serviços. Disponível em: . Acesso em: mar. 2015.

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Professor, questões relativas ao tema “Saúde” são complexas

conta da sua natureza transversal e transdisciplinar, pois DOENÇAS VEICULADAS PELA ÁGUA por elas extrapolam o campo biológico. Além disso, apresentam uma dimensão individual e coletiva, incluindo políticas públicas.

Muitas doenças são transmitidas por água contaminada. A diarreia é um sintoma comum na maior parte dessas doenças. Com ou sem vômitos, ela pode provocar desidratação (perda excessiva de água do organismo) e ser bastante perigosa. Nos primeiros meses de vida, durante a fase em que a alimentação é feita exclusivamente com leite materno, deve-se evitar oferecer chás e água às crianças. É grande o risco de contaminação por água não tratada em certas regiões brasileiras, e os bebês são particularmente vulneráveis à desidraperder de vista essa complexidade, é importante estimular o aluno a ampliar seu quadro de referências e refletir tação por diarreias. Sem sobre suas ideias. Espera-se assim que adotem medidas e condutas de promoção, proteção e recuperação da saúde ao Mas não é só no primeiro ano de vida que devemos ter cuidados para evitar a contaminação da água. Se no local onde você mora a água vem de uma estação de tratamento, ainda assim ela deverá ser filtrada antes de ser consumida. Alimentos como frutas, verduras e legumes devem ser cuidadosamente lavados. Além do consumo de água e alimentos contaminados, o contato com água de enchenseu alcance, o que inclui, quando possível, a mobilização da família e tes também representa um grande risco para a saúde. da comunidade para essas ações pautadas no cuidado com si mesmo, com a coletividade e o ambiente. Entre as doenças que podem ser transmitidas pela água, podemos citar: cólera, infecção por rotavírus, leptospirose, esquistossomose (barriga-d’água) e hepatites A e E. Há também doenças transmitidas por mosquitos, cuja reprodução é favorecida pela água. Podemos citar como exemplo a malária, a dengue e a febre amarela. A maneira mais eficaz de evitar essas doenças, principalmente a dengue, é não deixar acumular água em recipientes deixados em espaços abertos (pneus velhos, caixas-d’água, garrafas e calhas de telhados), pois é aí que os mosquitos proliferam. A receita caseira que pode salvar vidas

Fernando Favoretto/Criar Imagem

O soro caseiro ajuda no tratamento da desidratação, que pode ser muito perigosa, principalmente para crianças e idosos. É bom lembrar que diarreias e vômitos são sintomas significativos, portanto o médico deverá ser consultado. Como preparar o soro caseiro: Misture em um litro de água mineral, de água filtrada ou de água fervida (mas já fria), uma colher pequena (tipo cafezinho) de sal e uma colher grande (tipo sopa) de açúcar. Misture bem e ofereça o dia inteiro ao doente em pequenas colheradas.1

Criança bebendo soro caseiro.

Pesquise em outras fontes para ampliar seu conhecimento sobre os riscos das doenças veiculadas pela água. Depois, com a ajuda do professor e dos colegas: • organize um mural com o material obtido pela turma; • elabore uma cartilha com linguagem acessível para informar a comunidade sobre os riscos dessas doenças; • convide profissionais que trabalham com saúde para uma palestra ou debate na escola; • entreviste-os e divulgue o resultado no mural ou jornal da escola. 1

Professor, consulte no Manual do Professor o tópico 11. Respostas de

Fonte: . Acesso em: 29 abr. 2015. atividades do Livro do Aluno.

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Água: direito de todos, realidade de alguns Glossário Unicef: Fundo Internacional das Nações Unidas para a Infância, instituído em 1946 com o objetivo de promover ajuda às crianças de países em desenvolvimento.

A Constituição brasileira, conjunto de normas e leis do nosso país, garante a todo cidadão o direito à saúde e afirma que é dever do Estado zelar por ela. Ela também garante como condição básica do cidadão viver em um ambiente ecologicamente equilibrado. Portanto, o acesso à água potável, um bem de uso comum, ou seja, de todos, também está incluído como direito.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo não tem acesso à água potável. Pense: Que tipos de problemas essas pessoas têm em seu dia a dia? Que riscos elas estão correndo? O Unicef também afirma: mais que o dobro desse número de pessoas não conta com medidas de saneamento básico adequado, que é fundamental para a qualidade de vida. É muito importante que a água seja protegida, tratada e distribuída a todos os cidadãos. Daí a importância da proteção ambiental e do atendimento à população pelos serviços de saneamento. Apesar de o planeta Terra apresentar um grande percentual de água, cerca de 75%, apenas uma pequena parte corresponde à água doce. Alguns países utilizam processos para melhor aproveitar a água disponível em seu território e são capazes, até mesmo, de retirar o sal da água do mar e aproveitá-la em suas atividades. No Brasil, determinadas regiões sofrem com a escassez de água. Em alguns lugares já está em prática a reutilização da água de esgotos. Essa água, após receber um tratamento específico, pode ser empregada, por exemplo, na irrigação de plantações e na criação de peixes. A água resultante de lavagens e banhos pode ser utilizada na descarga de vasos sanitários, em canteiros de obras ou para lavar pisos. Para se ter ideia da economia que isso representa, tomemos, por exemplo, uma casa com quatro moradores, na qual sejam consumidos cerca de 440 litros diários de água. Essa água é utilizada da seguinte forma: VV

27% para consumo geral, como cozinhar, beber etc.;

VV

25% para higiene, como tomar banho e escovar os dentes;

Diferentes formas de consumo doméstico da água

VV

12% para lavagem de roupas;

DAE

3% para outros usos secundários, como lavagem de carro;

VV

VV

33%

27%

33% para descarga de banheiro.

Nesse caso, a reutilização pode representar economia de cerca de 158 litros de água, que seriam gastos em descargas de banheiros e em usos secundários, como lavagem de carros e calçadas.

25%

3% 12%

Fonte: . Acesso em: mar. 2015.

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Pergunta: Como surgiu o seu interesse pelo trabalho com a água? Edgard: Durante minha gestão como secretário do Meio Ambiente de Jacareí pude conhecer mais de perto o problema do abastecimento e entender que a questão da água interliga-se a tudo: à saúde da população, ao ambiente natural, além de ser fundamental para a sobrevivência dos ecossistemas, de toda a biodiversidade.

Quem é Edgard Rocha Filho.

O que faz

Arquivo pessoal

COM A PALAVRA, O ESPECIALISTA

É advogado especializado em Direito Ambiental, atua na área de meio ambiente.

Pergunta: Estabeleça uma comparação entre os recursos hídricos de 20 anos atrás e os de hoje. Edgard: A situação piorou. A população aumentou e a utilização inadequada e o desperdício continuam. O abastecimento hoje só não é crítico porque nos últimos anos tem chovido em regiões de grande população. Porém, o problema se agrava em regiões de chuvas escassas. Pergunta: Como você vê o comportamento da população brasileira em relação ao uso da água doméstica? Edgard: Apesar das muitas informações e orientações, ainda há muito desperdício. Faltam, também, leis de incentivo fiscal ao reúso de água, para a fabricação de torneiras que fecham automaticamente e válvulas de descarga mais econômicas. Precisamos diminuir o tempo no banho e fechar o chuveiro enquanto estivermos nos ensaboando; instalar válvula de descarga econômica; não deixar a água escorrendo quando estiver escovando os dentes; reusar a água da máquina de lavar e da chuva (cisterna) para lavar quintais, veículos etc. Pergunta: Que relação você vê entre o avanço da indústria brasileira e a utilização e preservação da água? Edgard: As indústrias utilizam muita água, porém já existem sistemas de tratamento e reutilização em muitas delas. As iniciativas dependem do grau de conscientização ecológica do empresário, ocorrendo mais em médias e grandes indústrias do que em pequenas, que são a maioria. Porém a maior preocupação é quanto ao uso da água do subsolo, do aquífero, que tem aumentado vertiginosamente. Para agravar, não há uma lei federal ou mesmo estadual que obrigue as indústrias a instalar sistemas de reutilização. Pergunta: Que medidas deveriam ser tomadas para minimizar o impacto ambiental causado pelas indústrias? Edgard: Aumentar a fiscalização, restringir as áreas para a construção de indústrias em locais saturados populacionalmente, aprovar leis que exijam tratamento dos efluentes e reutilização da água, proibir a produção que utiliza componentes tóxicos. Pergunta: Fale um pouco sobre experiências de reutilização da água. Onde já estão acontecendo? Qual o custo de um projeto como esse? Que resultados podem oferecer? Edgard: As empresas fabricantes de produtos químicos exigem que os caminhões estejam limpos, o que resulta em um custo alto para a lavagem, que é terceirizada. Em Paulínia, região de Campinas (SP), uma empresa de transporte de produtos químicos instalou um sistema de lavagem dentro da transportadora, a um custo pequeno, tratando e reutilizando a água, e obtendo economia altamente significativa, além de novos clientes, atraídos pela gestão ambientalmente correta.

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EXPERIMENTANDO É possível remover impurezas da água utilizando materiais simples. Acompanhe.

Registre no

caderno

Material necessário:

• dois recipientes, de preferência transparentes; • um pouco de água misturada com areia.

Fotos: Dotta

Decantação

Procedimentos

1. Coloque a água em um dos recipientes e deixe-a em repouso durante algumas horas. Se puder, de um dia para outro. 2. Observe o que acontece com as impurezas. 3. Depois, com cuidado, despeje a água no outro recipiente sem agitá-la, deixando as impurezas no frasco original. 4. Descreva as etapas do experimento (reserve a água para o próximo experimento).

Filtração Material necessário:

• um filtro de papel poroso (o que se usa para coar café); • um funil; • um recipiente limpo (pode ser uma garrafa plástica); • lupa, se for possível; • a água que passou pela etapa anterior, de decantação. Procedimentos

1. Coloque o filtro no funil, que deve estar apoiado sobre o recipiente limpo. 2. Despeje cuidadosamente a água no filtro de papel poroso. 3. Observe as etapas do experimento e descreva-as. Responda às questões a seguir.

1 Qual é a qualidade da água filtrada, se comparada ao resultado do processo de decantação? Fica bem mais clara, limpa.

2 O que ficou no fundo do recipiente após a decantação? Ficaram os resíduos de areia.

3 O que ficou no filtro? (Se possível, verifique com uma lupa o que ficou nos poros, ou seja, nos minúsculos orifícios do papel.) Ficaram pequenos resíduos.

4 Os processos realizados nesse experimento são suficientes para tornar a água própria para consumo? Por quê?

Não, pois a água ainda pode conter microrganismos ou impurezas prejudiciais à saúde, o que indica a necessidade de adição de cloro, por exemplo.

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE Reúso da água no Brasil O abastecimento público de água doce já é um problema em algumas metrópoles brasileiras, como, por exemplo, Recife e São Paulo. Muitas empresas começam a buscar soluções que possam amenizar a situação. Uma das alternativas utilizadas em diversos estados brasileiros é o reúso da água, principalmente em montadoras de veículos, construtoras, fábricas de tintas, indústrias têxteis etc. Leia a seguir texto extraído de um artigo sobre o assunto: [...] Em São Paulo, algumas estações de tratamento de esgoto produzem água de reúso utilizada pela prefeitura de São Caetano do Sul, no ABC, para lavar ruas e irrigar jardins. [...]

Explorando Museu da Água de Piracicaba Av. Beira Rio Joaquim Miguel Dutra, 448 Piracicaba–SP Tel. (19) 3432-8063 Às margens do Rio Piracicaba, o prédio do Museu da Água já deu lugar à primeira estação de captação e bombeamento de água da cidade. O visitante conhece as antigas estruturas que pertenciam ao local e aprende a conservar os recursos hídricos.

[...] O Projeto de Reúso de Água, da Embrapa e da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, fornecerá 40 000 litros de água reciclada por hora para a agricultura. [...] [...] No Brasil há, ao mesmo tempo, falta e excesso de água. Nas áreas carentes, como nas cidades de São Paulo e do Recife, o potencial do reúso é enorme. Um estudo da Sanepar estima que, apenas na região metropolitana de Curitiba, dos 7 bilhões de litros de esgoto gerados por mês, 4,8 bilhões possam ser revendidos como água de reúso. O projeto custaria 30 milhões de reais, geraria 11,5 milhões de reais de receita anual e daria retorno em três anos. [...] À medida que a demanda de água aumentar e a cobrança pelo uso se expandir, a alternativa da reciclagem acabará fazendo parte do dia a dia das empresas

.

a) Com o professor e os colegas, organizem um debate sobre as ideias apresentadas nesse artigo. Pesquisem sobre iniciativas semelhantes e discutam as vantagens, os ganhos e as dificuldades de colocá-las em prática. b) Divulguem na comunidade as conclusões do trabalho realizado por vocês.

Delfim Martins/Pulsar Imagens

Ricardo Arnt. Hidrofuturo. Exame, São Paulo, Abril, jul. 2003. Disponível em: . Acesso em: 8 mar. 2015.

Cisterna utilizada para captação de água em comunidade indígena no Parque Nacional do Catimbau. Buíque – PE, 2013.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS Agora você sabe o que é o desperdício de água e quais danos isso pode causar ao meio ambiente. Você também consegue avaliar se o tratamento da água é adequado ou não. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

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Registre no

caderno

AGORA É COM VOCÊ 1 Além do uso doméstico, com que outras finalidades o ser humano utiliza a água? Na navegação, na agricultura, para mover moinhos e outras máquinas.

2 Cite três fontes de poluição da água. Sugestão de resposta: esgoto, mineração, extração e transporte de petróleo, despejos industriais.

3 Aponte os métodos indicados para purificar a água e torná-la adequada ao consumo humano. A água deve ser tratada, filtrada e, se não tiver passado por uma estação de tratamento, também deve ser fervida.

4 Na estação de tratamento, a água passa por uma série de etapas que têm como objetivo purificá-la antes da sua distribuição à população. Que etapas são essas? Filtração, floculação, decantação, nova filtração e, por fim, cloração e fluoretação.

Dawidson França

5 Por que é importante ferver a água quando ela é retirada diretamente de poços, rios ou lagos? Porque essa água não passou pela estação de tratamento e pode conter microrganismos causadores de doenças.

6 Que cuidados são necessários na construção de fossas sépticas e sumidouros? Por que esses cuidados devem ser tomados? Não construí-los próximo a fontes de água e, se o terreno for inclinado, a fossa deverá ficar em nível inferior ao do poço. Esses cuidados evitam a contaminação da água do poço.

7 As margens dos grandes rios favoreceram a instalação de comunidades que mais tarde originaram cidades. Por quê?O ser humano utilizava a água desses rios para beber, fazer a higiene pessoal, pescar e, mais tarde, como meio de navegação para se comunicar e transportar produtos.

8 As autoridades públicas municipais e estaduais devem providenciar a instalação das estações de tratamento de água. Qual é a função dessas estações?

poço fossa sumidouro

A função é, por meio do uso de diversos métodos, purificar a água (eliminar produtos químicos tóxicos e microrganismos nocivos à saúde) que vem de rios, represas etc. para ser utilizada em residências, escolas, hospitais e outros locais.

9 Qual é a solução mais adequada para resolver o problema de saneamento básico da água utilizada pelas residências, pelas escolas e pelos hospitais numa cidade? Rede de esgoto com estação de tratamento dessas águas.

10 O que acontece com o esgoto em uma estação de tratamento? Enumere e descreva as grades retêm lixo; (2) retirada de excesso de terra; etapas na ordem em que ocorrem. (1) (3) aproveitamento do lodo para produção de gás; (4) o esgoto é agitado, aerado e tratado antes de ser devolvido ao ambiente.

11 Por que a falta de tratamento de esgoto constitui um problema sério para a população?   A falta de tratamento de esgoto pode provocar a contaminação do solo e da água, causando a proliferação de várias doenças. Muitas dessas doenças podem levar à morte, principalmente de crianças no seu primeiro ano de vida.

12 O abastecimento público de água doce já é um problema em algumas metrópoles brasileiras, como Recife e São Paulo. Muitas empresas começam a buscar soluções que amenizem a situação. Uma das alternativas utilizadas em diversos estados brasileiros é o reúso da água. a) Cite três exemplos de utilização da água de reúso que não comprometam a saúde das pessoas. Utilização para a construção, lavagem de calçadas, uso em descargas de vasos sanitários, irrigação. b) Cite dois exemplos em que a água usada pelo ser humano não deve ser aproveitada para reúso. Água para beber, cozinhar e tomar banho.

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1. Floculação. A água recebe sulfato de alumínio, que provoca a aglutinação das partículas de impurezas para serem mais facilmente removidas. 2. Decantação. Os flocos de sujeira ficam depositados no fundo do decantador.

Registre no

caderno

3. Filtração. A água passa por várias camadas filtrantes, em que ocorre a retenção dos flocos pequenos. 4. Desinfecção. Adição de um composto à base de cloro que destrói microrganismos presentes na água. 5. Fluoretação. Aplicação de flúor na água para reduzir a incidência de cáries dentárias na população.

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

1. Analise com atenção a imagem a seguir, que representa simplificadamente uma estação de tratamento de água. Depois, identifique etapas do tratamento aplicado e explique a finalidade de cada uma delas. 3

1

5

Ilustrações: Dawidson França

4

2

2. O esquema abaixo representa o destino do esgoto. Identifique as etapas numeradas e descreva-as. Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

2 Esgoto

3 1 1. Grades retêm lixo. 2. Retirada de terra e areia que se depositam. 3. Lodo aproveitado para produção de gás. 4. Esgoto é agitado, aerado e tratado. 5. Gás. 6. Líquido tratado é despejado no rio. 7. Lodo pode ser usado como adubo.

5 4 7 6

SUPERANDO DESAFIOS Responda em seu caderno às questões a seguir. 1 (Pisa/Inep) É importante ter uma fonte de água potável de boa qualidade. A água encontrada no subsolo é conhecida como água subterrânea. Dê uma razão pela qual existem menos bactérias e partículas de poluição na água subterrânea do que na água proveniente de fontes da superfície, tais como lagos e rios.

2 (Pisa/Inep) Suponha que, na estação de tratamento da água, os cientistas encarregados de testar a água descubram que existem algumas bactérias perigosas na água depois de concluído o processo de tratamento. O que as pessoas deveriam fazer em casa com esta água antes de bebê-la? Professor, as respostas podem variar entre: fervê-la; aquecê-la para matar bactérias nocivas; filtrá-la; adicionar pastilhas de cloro ou usar um filtro.

Porque, quando a água atravessa o solo, é filtrada pelas pedras e pela areia.

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caderno

RESGATANDO CONTEÚDOS Agora responda:

Responda às questões em seu caderno.

r.classen/Shutterstock

1 Analise com atenção as imagens a seguir:

a) Que mudança de estado físico da água vemos na fotografia 1? Essa mudança ocorre quando há aumento ou perda de calor? Fusão. Ocorre quando há aumento de calor.

b) Qual das fotografias mostra o resultado de uma ação humana que traz apenas prejuízos ao ambiente? Por quê?

A fotografia 2. Mostra o resultado da poluição de um rio por despejo de lixo/esgoto.

c) Qual fotografia mostra um cuidado sendo tomado com a água do esgoto?

A fotografia 4 apresenta vista parcial de uma estação de tratamento de esgoto.

Igor Jandric/Shutterstock

Fotografia 1.

d) Qual é a contribuição para a vida do cidadão, nas pequenas e grandes cidades brasileiras, do que está retratado na fotografia 3?

A fotografia 3 retrata uma usina hidrelétrica, importante recurso para gerar energia elétrica por meio do movimento da água.

2 Pense no ciclo da água na natureza e responda: de onde vem a maior parte da água que cai sobre nós na forma de chuva? Da evaporação dos oceanos, pois representam 3/4 da superfície do nosso planeta.

Stefano Ember/Shutterstock

Fotografia 2.

3 O Brasil detém 8% da água doce da superfície do planeta. a) Essa água está distribuída de maneira homogênea no país? Explique. Não. A maior parte está concentrada na região Norte do país. b) Ainda assim é importante economizarmos água. Por quê? A água que existe no planeta não é uma água nova, e sim reciclada. A água doce é um recurso importante que não é infinito.

4 No interior dos organismos vivos, ocorrem inúmeras reações químicas indispensáveis à vida, como as que acontecem na digestão. Por que a água é fundamental nesses processos? A maioria dessas reações químicas no organismo só acontece se as substâncias químicas estiverem dissolvidas em água.

Peter Gudella/Shutterstock

Fotografia 3.

5 Quando colocamos uma bebida gelada, um suco, por exemplo, em um copo seco, rapidamente aparecem gotinhas de água na superfície externa do copo. Por quê? As gotinhas surgem da condensação do vapor de água da atmosfera ao entrar em contato com uma superfície mais fria.

6 Na construção de usinas hidrelétricas, as turbinas devem ser colocadas acima, abaixo ou no mesmo nível das represas? Justifique sua resposta.

Elas devem ser colocadas abaixo do nível da represa para que a queda da água as movimente.

Fotografia 4.

7 A sudorese, isto é, eliminação do suor, é um mecanismo importante na manutenção da temperatura corporal de alguns animais. Que característica da água explica isso? A água tem a capacidade de absorver e conservar o calor, por isso ela age como reguladora térmica.

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8 A água no estado líquido apresenta tensão superficial, ou seja, tem-se a impressão de haver uma finíssima membrana em sua superfície. Por que isso ocorre? Isso acontece porque as moléculas da água se atraem, mantendo-se coesas (juntas).

9 Alguns lagos “morrem” pelo excesso de salinidade, que dificulta ou inviabiliza a sobrevivência de seres naquelas condições. Que fatores contribuem para esse tipo de “morte” do lago? Pouca chuva aliada à evaporação intensa e corte ou diminuição do regime de escoamento de rios.

10 Para que a água que chega às nossas casas se mantenha em condições adequadas de uso são necessários cuidados básicos com a manutenção da caixa-d’água. Explique que cuidados são esses. A caixa-d’água deve ser limpa a cada seis meses e permanecer tampada.

11 Durante o tratamento de esgotos, parte do produto a ser tratado é utilizado no funcionamento de biodigestores. Como isso funciona e qual é a vantagem desse equipamento?  lodo com a matéria orgânica sofre ação decompositora das bactérias. Nesse processo, há desprendimento de gases, entre eles o metano, que O pode ser utilizado como combustível.

C

J.C. Ruzza

A

Samsnb/Dreamstime.com

12 Analise as imagens a seguir e identifique a mudança de estado físico da água que elas representam. Escreva o nome de cada mudança.

Vaporização.

Roman Sigaev/Shutterstock

B

D

Samsnb/Dreamstime.com

Condensação.

Fusão.

Evaporação.

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UNIDADE 3

O ar e a atmosfera O ar é essencial à nossa vida. Além de exercer esta função vital o ar é utilizado em aplicações da vida cotidiana. Ele entra e sai de nossos pulmões a todo momento e, mesmo assim, quase nem ­percebemos sua presença. Os seres humanos desenvolveram instrumentos que aproveitam o ar para realizar algumas tarefas, como é o caso das turbinas eólicas que observamos nestas páginas. Essas turbinas são construídas em locais ­abertos, como à beira-mar, para gerar energia elétrica e ­abastecer cidades. Para que a energia seja g ­ erada, as pás desses gigantescos moinhos precisam girar. Quanto mais elas girarem, mais energia elétrica será disponibilizada à população.

Turbinas eólicas do Parque Eólico Aracati. Aracati, CE, 2011.

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Rogerio Reis/Tyba

1 Que importante fenômeno natural é aproveitado na produção dessa energia? 2 Qual é a relação entre esse fenômeno e o ar? 3 Você diria que a energia eólica é renovável? 4 O aproveitamento da energia eólica também pode causar problemas ambientais? Explique. 5 A discussão sobre os tipos de energia utilizados deve envolver toda a sociedade? Por quê?

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Capítulo 6

Componentes e propriedades do ar Respostas das questões da página anterior no tópico 11 do Manual do Professor.

Objetivo geral da unidade: • reconhecer o ar como um dos fatores fundamentais na manutenção da vida no planeta Terra.

Se você já empinou pipa alguma vez, sabe que para essa tarefa é preciso estar em um lugar bem aberto, como num campo ou na orla de uma praia, longe de fios elétricos, casas e automóveis. Além disso, é essencial que haja vento, senão toda vez que você tentar empiná-la ela voltará a cair no chão.

Carlos E. Santa Maria/Shutterstock

Uma boa pipa, capaz de se manter bastante tempo nas alturas, deve ser feita de papel fino, ter formato adequado para voar e ser bem levinha. Quem costuma empiná-la sabe que, se realizar os movimentos adequados, o empuxo do ar atuará sobre ela, compensando o seu peso e pos­ sibilitando que o próprio ar a eleve para bem alto. Essa força de resistência do ar pode mantê-la no céu durante toda a brincadeira.

O ar oferece uma resistência que mantém a pipa em suspensão.

pense, responda e registre

Objetivos específicos: • identificar o ar como uma mistura de gases que contém principalmente nitrogênio e oxigênio na sua composição; • reconhecer a elasticidade, o peso e a pressão do ar em situações concretas.

• O que é o ar e onde ele está presente? • Em que situações de seu dia a dia você pode perceber a existência do ar?

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Você pode ver ou pegar o ar? Olhe à sua volta e perceba que o ar não pode ser visto nem tocado; no entanto, ao nos movimentarmos, sentimos que ele está em nosso redor. E, apesar de quase nem lembrarmos de que o ar existe, não viveríamos sem ele. Nós, os outros animais, as plantas e a maioria dos seres vivos precisamos do ar para viver. Além de saber como podemos percebê-lo, vamos estudar neste capítulo o que é o ar e onde ele está presente.

Explorando Ar Gabrielle Woolfitt. São Paulo: Scipione, 1996. (Série Os Elementos). O livro mostra o que é o ar e explica sua importância na natureza. Editora Scipione

O que é o ar?

YAY Media AS /Alamy/Latinstock

Não podemos ver o ar nem pegá-lo. Geralmente, ele é invisível, incolor (não tem cor) e inodoro (não tem cheiro). Mas existe, tem peso e ocupa lugar no espaço. A existência do ar pode ser comprovada de várias maneiras. Observe as fotografias de uma garrafa vazia em várias posições: em pé, de gargalo para baixo e deitada. Será que a garrafa está mesmo vazia?

Estamos tão acostumados com o ar que quase não nos damos conta da sua existência. Costumamos até dizer que “a garrafa está vazia, o armário está vazio” etc. Entretanto, por meio de observações do dia a dia e de experimentos simples que você e seus colegas poderão fazer com o auxílio do professor, é possível comprovar que o ar existe e ocupa lugar no espaço. Fernando Favoretto/Criar Imagem

Veja, na fotografia, o que acontece se mergulharmos, lentamente, uma garrafa sem tampa, de gargalo para baixo, levemente inclinada, até o fundo de um recipiente cheio de água. Podemos afirmar, então, que a garrafa não estava realmente vazia antes de ser colocada no recipiente com água. Ela estava cheia de ar! Para que a água entrasse na garrafa, o ar precisou sair, já que ambos são matéria, têm massa e, portanto, não podem ocupar, ao mesmo tempo, o mesmo lugar no espaço. Apesar de vermos na natureza a água e o solo e de não vermos o ar, ele também é um componente ambiental.

As bolhas que saem da garrafa à medida que a água entra nela são bolhas de ar. A garrafa, portanto, estava cheia de ar.

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Composição do ar

Explorando

Professor, se necessário, mostre o gráfico sobre a composição do ar, na página 111.

Já vimos que a matéria está presente na natureza nos estados sólido, líquido e gasoso. O ar se apresenta na natureza no estado gasoso.

Ar Brenda Walpole. São Paulo: Melhoramentos, 2002. (Ciência Divertida).

As misturas são compostas por duas ou mais substâncias diferentes. O ar é uma mistura de gases, entre eles o gás oxigênio. A maioria dos seres vivos utiliza o gás oxigênio do ar na sua respiração. Ao respirar, os peixes, por exemplo, utilizam o gás oxigênio do ar dissolvido na água.

A autora aborda a importância do gás oxigênio para os seres vivos. Editora Melhoramentos

Vamos estudar alguns dos gases que se misturam formando o ar.

Gás nitrogênio (N2)

Professor, é comum o equívoco de achar que os peixes, para respirar, utilizam o oxigênio que compõe a molécula da água (H2O), e não o gás que está misturado com a água. Lembre-os da diferença entre átomos e moléculas.

É o gás presente em maior quantidade no ar. Essa substância é fundamental para a vida na Terra, pois contém átomos do elemento nitrogênio, que faz parte da composição de diversas moléculas presentes em todos os organismos vivos. Os animais não podem obter o nitrogênio diretamente do ar, somente algumas bactérias são capazes de utilizar o gás nitrogênio, transformando-o em sais que são absorvidos pelas plantas. Os animais assimilam o nitrogênio somente por meio dos alimentos.

Discovery Channel, 1995. (Superinteressante Coleções: Corpo Humano, v. 10). O décimo volume da Coleção Corpo Humano aborda a participação do gás oxigênio no funcionamento do organismo humano.

Christian Draghici/Shutterstock

Respiração: os caminhos do ar

Muitos alimentos podem ser conservados por atmosfera modificada, uma técnica que extrai o gás oxigênio e mantém, principalmente, o gás nitrogênio dentro da embalagem.

Não utilizamos o nitrogênio do ar em nosso organismo. Quando respiramos, a quantidade desse gás que passa pelos nossos pulmões é toda devolvida ao meio ambiente, sem sofrer qualquer modificação.

Gás oxigênio (O2)

Professor, segundo o esquema taxonômico usado como referencial nesta obra, as algas pluricelulares, assim como as unicelulares, pertencem ao reino Protoctista, e não ao reino vegetal. Consulte o Manual do Professor em caso de dúvida.

As plantas absorvem gás oxigênio durante a respiração e também liberam esse gás durante a fotossíntese.

Divanir4a/Dreamstime.com

É um gás de fundamental importância para os processos vitais do nosso planeta, utilizado na respiração da maioria dos seres vivos. As algas e as plantas também absorvem oxigênio na respiração, mas, pela fotossíntese, liberam esse gás, possibilitando a sua renovação contínua no ambiente. A maior parte do gás oxigênio inspirado é utilizada pelos seres vivos na produção da energia que mantém seus sistemas vitais.

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Gás carbônico (CO2) Também chamado de dióxido de carbono, esse gás está presente na composição do ar em proporção muito pequena, mas é imprescindível para a vida no planeta. Ele é utilizado pelas plantas e algas no processo da fotossíntese. Na respiração, os seres vivos liberam gás carbônico para o ambiente. Outros processos que liberam gás carbônico são a combustão, que é, basicamente, a queima de materiais como madeira, gasolina e álcool; e a decomposição da matéria orgânica, que estudamos na Unidade 1. Dessa forma, é fácil deduzir que esse gás faz parte da mistura de gases que compõem o ar.

Mark Eaton/Dreamstime.com

Danny Alvarez/Shutterstock

Entretanto, como veremos mais tarde, esse gás favorece a retenção de calor na atmosfera, e o seu excesso, que segundo cientistas é causado pela ação do ser humano, pode ser uma das causas do aquecimento global, que vem provocando sérias consequências ambientais.

A madeira que queima em uma fogueira está sofrendo uma combustão. Um tomate mofado é um exemplo de decomposição.

Observe ao lado a composição dos gases que inalamos e exalamos na respiração. Compare o ar inspirado (colunas azuis) com o ar expirado (colunas vermelhas) e veja que a quantidade de gás oxigênio diminui na expiração. A quantidade de gás carbônico, que na inalação é muito baixa, é maior no gás expirado; e a quantidade de gás nitrogênio não se altera.

Vapor de água (H2O) Quando a roupa seca no varal, a água que estava presente nela evapora-se, passando para o estado gasoso e misturando-se com os demais componentes do ar. Assim como o gás carbônico, o vapor de água é importante para manter a temperatura do planeta, pois ambos colaboram na retenção de calor.

DAE

Porcentagem dos gases no ar inspirado e no ar expirado 80 Ar inspirado

70

Ar expirado

60 50 40 30 20 10 0

Gás nitrogênio

Gás oxigênio

Gás carbônico

Fonte: . Acesso em: mar. 2015. A quantidade de gás carbônico inspirada é tão pequena que mal pode ser vista.

O vapor de água presente no ar também se condensa, ou seja, passa para o estado líquido. Ao fazer isso, forma as nuvens, que, por sua vez, dão origem às chuvas.

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Glossário Gases nobres: esses gases são assim chamados em razão da dificuldade de seus átomos combinarem-se com outros. Exemplos: gás neônio e gás hélio.

Outros gases Além dos gases nitrogênio, oxigênio, carbônico e vapor de água, há outros que também fazem parte da composição do ar, como o hidrogênio e os gases nobres. É comum também que haja poeira, ou seja, minúsculas partículas de materiais sólidos misturadas ao ar. Como o ar é inodoro, quando sentimos cheiros, estes nos revelam a presença de outras substâncias, além dos gases que fazem parte da sua composição.

Propriedades do ar Compressibilidade e elasticidade Observe o que ocorre nas etapas do experimento a seguir.

Atenção!  Caso deseje fazer

você mesmo a atividade, use uma seringa nova e sem agulha.

V

Puxando o êmbolo (parte móvel) de uma seringa para trás, ela se enche de ar.

V

Colocando o dedo indicador na ponta da seringa e empurrando o êmbolo, conseguimos forçá-lo para dentro dela, mas somente até certo ponto.

Ao tamparmos a ponta da seringa e empurrarmos o êmbolo, o ar que há dentro comprime-se, passando a ocupar menos espaço. Isso ocorre em razão de uma propriedade do ar denominada compressibilidade. Quando o êmbolo é solto e a força que comprime o ar é cessada, o ar volta a ocupar seu volume inicial. Isso ocorre em razão de uma propriedade do ar chamada elasticidade.

Dawidson França

Fotos: Dotta

Nas ilustrações desta página foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

1

2 O esquema 1 representa moléculas de ar ocupando toda a seringa; e o esquema 2 representa as mesmas moléculas do ar ocupando espaço menor, comprimidas pelo êmbolo.

Dizemos que na seringa do esquema 1 o ar está rarefeito, com as moléculas bem espaçadas entre si. No esquema 2, temos ar comprimido, as moléculas estão bem próximas umas das outras.

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Ar comprimido e ar rarefeito O ar pode ser comprimido por bombas e compressores e então ser utilizado para as mais diversas finalidades, como: encher pneus; acionar pistolas de pintura e de vacinação, brocas de dentistas, pistolas de vacinação, britadeiras e buzinas.

Ocskay Mark/Shuttertock

Broca de dentista em uso.

Luiz Lentini

Já nas aplicações com ar rarefeito, também é utilizado um motor ou uma bomba, mas não para comprimir, e sim para extrair ar do recipiente, ficando menos moléculas que, assim, se espalham. Um exemplo é o aspirador de pó.

Ilustração esquemática de um aspirador de pó. O motor elétrico desse aparelho torna rarefeito o ar de seu interior. Assim, o ar do lado de fora é sugado (na realidade, empurrado por diferença de pressão) para dentro do aspirador, onde filtros retêm o pó.

Peso Como já vimos, o ar tem massa e ocupa lugar no espaço. Por causa da atração exercida pela força da gravidade na Terra, tudo o que tem massa tem peso. Então, por ter massa, o ar tem peso. Mas como comprovar isso?

Fotos: Dotta

Vamos comparar a massa de uma bola de plástico cheia com a massa de uma bola vazia colocando-as em uma balança. Observe nas imagens abaixo o que ocorre.

EXPERIMENTANDO Comparando os pesos de bexigas Amarre duas bexigas (balões de festas de aniversário), uma “cheia” e outra “vazia”, em extremidades opostas de um cabide de roupas leve, de plástico. Observe o que ocorre. Faça um desenho no caderno representando a montagem que você fez com as duas bexigas e, embaixo dele, escreva a explicação para o que aconteceu. O aluno poderá observar o desequilíbrio entre as duas bexigas e verificar qual delas tem mais massa (a que está cheia de ar), concluindo que é ela que tem mais peso na Terra.

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?

Você sabe dizer por que chamamos de pressão atmosférica a pressão do ar sobre a superfície da Terra?

Pressão O ar também exerce pressão, que é a ação dele sobre determinada superfície. Quanto maior a massa de ar em contato com essa superfície, maior será a pressão. Por meio de uma observação simples, você pode constatar que o ar exerce pressão. Ao encher, sem parar, uma bexiga de aniversário com ar, ela vai se esticando até estourar. Isso ocorre justamente em razão da pressão (força) que o ar exerce em suas paredes. A pressão exercida pelo ar na superfície da Terra chama-se pressão atmosférica.

Vagner Coelho

Movimentos na atmosfera: medindo a pressão atmosférica

Normalmente não sentimos a ação da pressão atmosférica sobre nosso corpo, pois ela é exercida igualmente em todos os lados. Além disso, nosso organismo também contém uma pressão interna que se iguala à pressão atmosférica.

Assista à animação e aprenda a medir a pressão atmosférica construindo seu próprio barômetro.

!

A pressão atmosférica recebe esse nome porque a atmosfera é a camada de ar que envolve o planeta. Nas imagens ao lado foram utilizadas cores­‑fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

Nas ilustrações desta página foram utilizadas cores­‑fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

Essa sensação é decorrente do desequilíbrio momentâneo entre a pressão que existe dentro do seu corpo e a do ambiente em que houve alteração. Logo adiante, estudaremos como a pressão varia com a altitude. A pressão atmosférica exerce força desigual sobre um dos lados da membrana timpânica, distendendo-a. membrana timpânica

membrana timpânica

Dawidson França

Explorando

Se você já viajou do interior para o litoral, ou vice-versa, desceu ou subiu uma serra, viajou de avião ou passou por alguma outra situação na qual mudou de altitude rapidamente, deve ter percebido uma sensação desagradável na parte interna da orelha.

pressão do ar interna (corpo) Esquema da orelha humana que mostra o efeito do aumento da pressão atmosférica sobre a membrana timpânica de uma pessoa que desceu a serra em direção ao nível do mar.

pressão do ar externa (ambiente)

pressão do ar interna (corpo)

Pressão exercida na serra (menor que ao nível do mar).

pressão do ar externa (ambiente) Pressão exercida ao nível do mar.

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Pressão atmosférica Material necessário:

• um canudo; • um recipiente com líquido. Procedimentos

Professor, dentro do recipiente, o líquido entra no canudo. Ao retirar o canudo, tapado, o líquido dentro dele desce um pouco. O líquido permanece dentro do canudo, pois é sustentado pela pressão do ar que está no lado de fora. Essa pressão é maior do que em seu interior.

Dotta

EXPERIMENTANDO

ar

Professor(a), o líquido sobe pelo canudo pela diferença de pressão. Ao sugarmos, diminuímos a pressão interna. A pressão de fora não se altera, mas fica maior que a de dentro do canudo, empurrando o líquido para cima.

líquido

1. Mergulhe o canudo no recipiente com líquido. ar

2. Tape o canudo com o dedo e retire-o.

líquido

3. Observe o que acontece com o líquido dentro do canudo. Relacione esse experimento com o que acontece quando tomamos uma bebida com canudinho. Explique com base no que aprendeu sobre pressão atmosférica

A pressão exercida pelas moléculas de ar fora do canudo é maior que a exercida pelo ar dentro dele. Isso não deixa a água sair.

A INVENÇÃO DO BARÔMETRO

tubo para medir pressão do ar pressão do ar

Artur Synenko/Shutterstock

Mais tarde, em 1843, o francês Lucien Vidie (18051866, Nantes) inventou outro tipo de barômetro, o aneroide, que não precisa de líquido para funcionar. Embora menos preciso que o barômetro de mercúrio, tem a vantagem de ser portátil e fácil de usar.

Luiz Lentini

O físico e matemático italiano Evangelista Torricelli (1608-1647) observou, em um de seus experimentos, a pressão exercida pelo ar e a possibilidade de medi-la, criando, assim, o primeiro barômetro. O funcionamento do aparelho consistia em mergulhar, em um recipiente com mercúrio, um tubo de vidro fechado numa extremidade e aberto na outra. O líquido do tubo subia ou descia de acordo com a pressão do ar. Verificou-se que a altura da coluna no barômetro era proporcional à pressão atmosférica, o que no nível do mar representa 760 milímetros de mercúrio (mm Hg).

pressão do ar

Esquema de barômetro: modelo de Torricelli.

Barômetro aneroide.

Nas ilustrações desta página foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

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Pressão e altitude O matemático francês Blaise Pascal (1623-1662) levou um barômetro para o alto de uma montanha. Após muitas observações, medições e anotações, ele verificou que a pressão do ar diminui com a altura. O ar vai ficando rarefeito (diminui a quantidade de moléculas nele presente), gradativamente, conforme aumenta a altitude. Com base nesse e em outros experimentos, os cientistas concluíram que a maioria dos gases está comprimida na parte mais próxima da superfície da Terra e que o ar fica rarefeito conforme a altitude aumenta, até um ponto em que não existe mais ar — esse é o limite da atmosfera de nosso planeta. Os avanços da ciência e da tecnologia têm possibilitado mais conhecimentos sobre a atmosfera. O nível do mar é utilizado como referencial quando se deseja calcular a pressão atmosférica.

Paulo César Pereira

Quanto maior a altitude, mais rarefeito é o ar e, assim, menor é a pressão que ele exerce sobre nós.

3 000 m

menor pressão atmosférica

2 000 m

1 000 m

0m

nível do mar maior pressão atmosférica

O esquema compara a pressão atmosférica ao nível do mar e a 3 mil metros de altitude. As colunas azuis representam quantidades de moléculas no ar: quanto mais intensa a cor, maior o número de moléculas. (Figura sem escala.)

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS O ar é uma mistura de gases presente na atmosfera, no solo e, também, na água. Muitas são as situações do nosso dia a dia em que percebemos a presença do ar: quando sentimos a brisa suave em nosso rosto, quando o vento sopra forte balançando os galhos das árvores, quando respiramos e sentimos o ar entrando e saindo dos nossos pulmões. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

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Registre no

caderno

AGORA É COM VOCÊ

1 Por que podemos afirmar que uma caixa de papelão sem nenhum objeto dentro não está de fato vazia? Porque ela está cheia de ar.

2 Cite exemplos de situações do seu dia a dia em que você pode perceber a presença do ar.

Sugestão de resposta: Quando sentimos o vento sobre a pele, quando sopramos algo, quando percebemos o balançar das folhas de uma árvore etc.

3 O ar é uma mistura. Quais são seus componentes?

Gás nitrogênio, gás oxigênio, gás carbônico, vapor de água, gás hidrogênio e outros.

4 Que gás da atmosfera é utilizado na nossa respiração? Como ele se renova na atmosfera? O gás oxigênio. Ele se renova por meio da fotossíntese.

5 Que gás está presente em maior quantidade na atmosfera terrestre? Ele é absorvido por nós? Justifique sua resposta. O gás nitrogênio. Não, todo o nitrogênio inspirado por nós é expirado, porque não somos capazes de aproveitar esse gás diretamente do ar.

6 Analise a tabela ao lado com dados sobre SUBSTÂNCIA AR INSPIRADO (%) AR EXPIRADO (%) a composição de diferentes substâncias no A 0,04 4,0 ar inspirado e expirado por uma pessoa: B 79,7 79,7 a) Qual dessas substâncias corresponde ao gás nitrogênio? Justifique. C 20,26 16,3 Substâncias C e A, respectivamente. b) Quais seriam as substâncias correspondentes ao gás oxigênio e ao gás carbônico respectivamente?

Porque, na verdade, o copo não está vazio, mas cheio de ar. Para entrar o líquido, o ar tem de sair do copo, pois ocupa espaço, daí a formação de bolhas.

7 O ar apresenta compressibilidade e elasticidade, propriedades que utilizamos em vários objetos, como estes a seguir. Faça uma pesquisa e escreva no caderno quais funcionam com ar comprimido e quais funcionam com ar rarefeito. a) britadeiras ar comprimido f) pistola de pintura. ar comprimido b) buzinas ar comprimido g) garrafa térmica ar rarefeito c) broca de dentista ar comprimido h) boia ar rarefeito d) aspirador de pó ar rarefeito I) bomba de ar ar comprimido e) pneus ar comprimido

Registre no

caderno

EXPERIMENTANDO Obtendo água líquida •

cubos de gelo;



um copo de vidro com água.

Procedimentos

Luiz Lentini

Material necessário:

1. Coloque os cubos de gelo num copo de vidro com água. 2. Deixe o copo em local onde ele possa ser aquecido pelos raios de Sol. 3. Aguarde e observe o que acontece. Você vai notar que aparecerão gotas de água no lado de fora do copo. De onde vêm as gotas de água que molham a superfície externa do copo? O vapor de água (presente no ar) condensa-se sobre o copo, ou seja, passa para o estado líquido.

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Registre no

caderno

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS 1. Identifique duas propriedades do ar que podem ser evidenciadas nas imagens a seguir.

1

2

Fotos: Misto Quente

O ar ocupa espaço e pode ser comprimido.

3

Dmitry Burlakov/Shutterstock

2. Recentemente foi divulgada a seguinte notícia no meio esportivo:

Estádio Hernando Siles, na cidade de La Paz, Bolívia, 2013.

Nessa imagem, observamos que a cidade fica ao nível da Cordilheira dos Andes, a 3 600 metros de altura. A comissão médica da Federação Internacional de Futebol (FIFA) confirmou a proibição de jogos de futebol em locais situados acima dos 2 750 metros de altitude, com exceção dos casos em que as equipes tiverem um período de adaptação entre três e sete dias. Essa medida recebeu protestos da Bolívia, cuja capital, La Paz, encontra-se a 3 600 metros de altitude. Jogadores de outros países, como o Brasil, comemoraram a medida, pois, quando jogam lá, sofrem com sintomas como dor de cabeça, náuseas, vômitos, tontura e falta de ar. O grande problema enfrentado pelo atleta é a baixa concentração do gás oxigênio no ar rarefeito em grandes altitudes. O período de adaptação tem por finalidade esperar o organismo aumentar o número médio de glóbulos vermelhos no sangue, permitindo maior rendimento na captação do gás oxigênio e, consequentemente, maior produção de energia.

a) Relacionando atmosfera e altitude, explique por que os atletas brasileiros apresentam os sintomas citados quando chegam a La Paz.                     Quanto maior a altitude, mais rarefeito é o ar. Assim, o organismo de quem vive em baixas altitudes ou ao nível do mar leva alguns dias para se adaptar à menor concentração de gás oxigênio disponível em lugares como La Paz.

é preciso esperar até que aumente o número de glóbulos vermelhos b)                               Porque Por que o período de adaptação é importante? no sangue dos atletas, possibilitando maior rendimento na captação do gás oxigênio.

c) Por que os jogadores bolivianos, acostumados com a altitude, levam vantagem em termos de rendimento físico quando jogam ao nível do mar?                                 Porque já têm maior número de glóbulos vermelhos no sangue, o que é vantagem extra ao nível do mar, onde há mais gás oxigênio disponível.

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Photos.com

Mikeuk/iStockphotos.com

3. Você aprendeu que a atmosfera exerce pressão sobre a Terra. Observe as fotografias a seguir e responda às questões.

Situação A: casal em região litorânea.

Situação B: alpinistas nos Alpes franceses, acima de 3 mil metros de altitude.

a) Em qual das situações apresentadas a pressão exercida pelo ar é maior e em qual é menor?

Maior: situação A, na praia (no nível do mar); menor: situação B, no lugar onde estão os alpinistas, a uma altitude acima de 3 mil metros.

b) Por que ocorrem essas diferenças de pressão nas duas situações? Porque quanto mais afastado do nível do mar, menor é a pressão do ar, já que o ar fica rarefeito.

4. A tarefa escolar de Ciências de Rita era organizar um jogo com cartas com o tema “composição e propriedades do ar”. Para compor metade das cartas, ela separou os tópicos a seguir.



a) oxigênio

d) vapor-d’água

g) expansibilidade

b) nitrogênio

e) peso

h) compressibilidade

c) gás carbônico

f ) pressão

Para compor as cartas do restante do jogo que correspondem a esses tópicos, listou algumas afirmativas, a seguir. Pense como Rita e associe-as aos tópicos da lista anterior com base no que estudamos neste capítulo. Registre no caderno sua resposta. 1. Capacidade de aumentar o volume ocupando espaço. 2. Assimilado pelos animais somente por meio da alimentação. 3. Produzido na fotossíntese e absorvido na respiração.

Resposta: 1-g, 2-b, 3-a, 4-h, 5-d, 6-e, 7-f, 8-c.

SUPERANDO DESAFIOS

4. Capacidade do ar de diminuir seu volume. 5. Após a condensação, forma as nuvens. 6. Resulta da atração exercida pela força da gravidade sobre a massa. 7. Diminui quando aumenta a altitude. 8. Produzido nas combustões.

Registre no

caderno

1 (Processo seletivo Senai-CGE 2032) Na composição do ar da atmosfera terrestre, os gases existentes em maior porcentagem são: Alternativa a. a) nitrogênio, oxigênio e dióxido de carbono. d) hélio, nitrogênio e dióxido de carbono. b) hélio, neônio e oxigênio. e) gás carbônico, neônio e hélio. c) nitrogênio, neônio e monóxido de carbono.

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CAPÍTULO 7

A atmosfera

Objetivos específicos: • conhecer a atmosfera; • distinguir as camadas atmosféricas.

Leia, a seguir, uma declaração de Ulf Merbold, que viajou num ônibus espacial em 1988. Veja por que esse astronauta se assustou: Pela primeira vez na minha vida, vi o horizonte como uma linha curva. Era acentuada por uma fina camada de luz azul-escura — a nossa atmosfera. Sem dúvida, não era o ‘oceano’ de ar de que me haviam falado tantas vezes na vida. Fiquei aterrorizado com sua aparência frágil.

Monika Wisniewska/Dreamstime.com

Carl Sagan. Pálido ponto azul: uma visão do futuro da humanidade no espaço. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 265.

Na imagem, vemos parte da Terra envolta em uma fina camada azulada, a atmosfera.

Nós, aqui da Terra, temos a impressão de estarmos mergulhados em um “oceano” de ar. Porém, para um astronauta que tem a oportunidade de observar do espaço a camada de ar que envolve o planeta, a percepção é bem diferente. No caso de Ulf Merbold, ele se assustou com a aparência frágil da atmosfera.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE A atmosfera terrestre apresenta as mesmas características em toda sua extensão? Por quê?

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A Terra envolta em gases O que retém a camada de ar em volta dos planetas é a força da gravidade, que atrai tudo o que existe neles para o seu centro, incluindo os gases. A atmosfera é diferente nos diversos planetas em razão do tipo e da quantidade de gases que a compõem. Esse é um dos fatores que contribuem para a diversidade de paisagens em diferentes planetas. Que gás existe em maior quantidade na atmosfera terrestre?

Anatoly Tiplyashin/Dreamstime.com

Reuters/Latinstock

Observe as duas figuras a seguir, de paisagens de Marte e da Terra.

Fotografia do Monte Sharp em Marte, obtida pelo robô Curiosity em 2012. As cores foram convertidas no computador para o modo como as enxergamos no planeta Terra.

Paisagem do planeta Terra.

Professor, o trabalho com gráficos, porcentagens e proporções representa uma ótima oportunidade de articulação com Matemática, o que é particularmente importante no 6o ano, em que muitos alunos ainda não têm esses conceitos construídos. Essa articulação pode ser muito produtiva para ambas as disciplinas.

Composição da atmosfera terrestre

Na atmosfera terrestre, a mistura de gases se apresenta na seguinte proporção: 78% de gás nitrogênio, 21% de gás oxigênio e 1% de outros gases. Composição do ar atmosférico 1% outros gases

Observe o gráfico ao lado. As quantidades de gás carbônico e de vapor de água existentes na atmosfera terrestre são muito pequenas em relação aos demais componentes (menos de 1%). Entretanto, como veremos mais adiante, esses dois componentes colaboram na retenção de calor na atmosfera. É o que chamamos efeito estufa. Sem essa retenção, a temperatura média da Terra seria baixíssima. A atmosfera terrestre se estende da superfície do nosso planeta até centenas de quilômetros em direção à vastidão do espaço.

DAE

O nitrogênio, portanto, é o gás existente em maior quantidade na atmosfera.

21% gás oxigênio

78% gás nitrogênio

Fonte: . Acesso em: mar. 2015.

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Professor, apresentamos aqui o esquema básico da estrutura da atmosfera. Não falaremos da tropo‑ pausa, a camada de transição entre a troposfera e a estratosfera.

Glossário Meteoroide: fragmento rochoso proveniente do espaço. Ozônio: gás cuja molécula é formada por três átomos de oxigênio (O3). Não confundir com gás oxigênio (O2).

Na ilustração desta página foram utilizadas cores­‑fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

As camadas da atmosfera A atmosfera terrestre não é exatamente igual em toda sua extensão. Ela apresenta variação de diversos componentes e aspectos. Para facilitar o estudo da atmosfera, os cientistas a dividem em camadas. A relação entre temperatura e altitude é um dos aspectos usados para classificar algumas dessas camadas.

Troposfera A troposfera é a camada mais próxima da superfície terrestre. Nela se formam as nuvens e ocorrem as chuvas, os ventos e os relâmpagos. Comparada às demais camadas atmosféricas, na troposfera concentra-se a maior quantidade do gás oxigênio que os seres vivos utilizam na respiração. Nessa camada, conforme aumenta a altitude, cai a temperatura, ou seja, em uma mesma região, ambientes montanhosos apresentam temperaturas mais baixas do que ambientes ao nível do mar.

Dawidson França

Estratosfera Nessa camada, a umidade (presença de vapor de água) é quase inexistente. Há baixa concentração de gás oxigênio e o ar, em geral, apresenta-se rarefeito. Na estratosfera encontra-se o gás ozônio, formando a camada de ozônio. Essa camada filtra os raios ultravioleta do Sol, evitando assim danos aos seres vivos. Na troposfera, porém, o ozônio, quando presente, é considerado um poluente.

exosfera

Nessa região atmosférica não ocorrem as turbulências provocadas pelos fenômenos meteorológicos, comuns na troposfera; por isso, os voos mais longos e feitos por grandes aviões ocorrem nessa camada. termosfera

Mesosfera É uma camada também rica em gás ozônio. Apresenta baixas temperaturas. Nela ocorre a combustão de meteoroides.

Termosfera mesosfera

estratosfera

A temperatura nessa camada é altíssima, chegando a 700 °C, por causa da alta incidência de raios solares. A radiação provoca alterações que tornam a camada carregada eletricamente, facilitando a transmissão de ondas de rádio.

Exosfera troposfera Esquema simplificado das camadas da atmosfera. Fonte: . Acesso em: mar. 2015.

É a última camada da atmosfera, isto é, o limite entre nosso planeta e o espaço cósmico. Nessa camada predomina o gás hidrogênio. O ar é muito rarefeito, e as moléculas de gás “escapam” constantemente para o espaço. É onde costumam ficar os satélites artificiais.

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CIÊNCIAS E CIDADANIA Balões: perigo no céu A ameaça representada pelos balões lançados ao ar durante festas juninas e outras comemorações é grande. Os balões podem atingir, por exemplo, instalações industriais, como as refinarias de petróleo, provocando graves incêndios. As florestas e as matas virgens também não escapam da destruição provocada pelo lançamento de balões. Por exemplo, em 2010, um levantamento do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro mostrou que, dos 4 653 incêndios florestais registrados, cerca de 31% deles foram provocados pela queda de balões. Somente em maio de 2011, houve 2 461 ocorrências, sendo as regiões Serrana e Metropolitana as mais atingidas. De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (no 9.605/98, no seu artigo 42) é crime ambiental fabricar, vender, transportar ou soltar balões, com pena de um a três anos e multa. O problema é agravado no outono, quando a umidade do ar é menor, época que também coincide com o aumento da atividade dos baloeiros motivada por datas comemorativas, como o Dia do Trabalho, o Dia das Mães e, sobretudo, as festas juninas. Também é grande o risco representado pelos balões que povoam o espaço aéreo nas diversas altitudes. Nas modernas aeronaves, os pilotos voam orientados por instrumentos e não pelo que veem, mesmo sob condições de céu claro, o que torna o risco de colidir com um balão ainda mais elevado. Além disso, há a possibilidade de explosões por causa de fogos de artifício e botijões de gás presentes em alguns balões. Até mesmo aves, que são bem mais leves, menores e não carregam combustíveis, já derrubaram aeronaves de grande porte, como um Boeing. Imagine então a ameaça que os balões representam.

Amauri Nehn/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

Dados extraídos de: Cartilha do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: mar. 2015. Site do Governo do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: mar. 2015.

Explorando Terra: a força do planeta Direção: Annabel Gillings. BBC, 2007. O episódio Atmosfera do documentário traz imagens incríveis que mostram a ação do vento e outros fenômenos atmosféricos.

Incêndio destrói fábrica de materiais plásticos em São Paulo, SP, 2014. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno responda que não soltará balão, não estimulará ninguém a soltá-lo e disponha-se a explicar quais os perigos dessa prática.

• Como você poderia contribuir para que situações como as expostas no texto não ocorram mais?

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INDO ALÉM Jill Helmuth/AP Photo/Glow Images

Furacão, tufão, ciclone ou tornado? O furacão é quase igual ao tufão. Na verdade, de acordo com Ernani de Lima Nascimento, doutor em Meteorologia pela Universidade de Oklahoma (EUA) e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o termo tufão se refere ao mesmo fenômeno – só que em outra localização geográfica. Quando ocorre no Oceano Atlântico ou Pacífico Leste, chama-se furacão. No Pacífico Oeste, tufão. E os dois fenômenos são classificados como ciclones, ambos com baixa pressão e ventos girando em torno de seus centros. Mas os ciclones não se restringem ao furacão e ao tufão. 'Existem também os ciclones extratropicais, como aqueles que atingem o litoral sul do Brasil e que trazem com eles as frentes frias que nos atingem com frequência. Esses ciclones extratropicais são completamente diferentes dos ciclones tropicais', pontua Nascimento. Mais intenso, o tornado também é uma coluna de ar giratória [...]. Contudo, seu tamanho e sua duração são menores em comparaTornado atinge a cidade de Watford ção com os furacões. 'Enquanto o furacão é um aglomerado de Dakota do Norte, EUA, 2014. centenas de tempestades que pode durar vários dias e apresentar um diâmetro de várias centenas de quilômetros, os tornados formam-se a partir da base de uma tempestade e têm diâmetro que raramente ultrapassa os 2 km e duração tipicamente menor que 10, 15 minutos', destaca o especialista em tempestades. Mesmo assim, embora seja menor e tenha curta duração, o tornado é bem mais destrutivo do que um furacão, e seus ventos podem ultrapassar 500 km/h. Qual a diferença entre furacão, ciclone, tornado e tufão? Como eles se formam? Disponível em: . Acesso em: mar. 2015.

RETOMANDO A QUESTÃO INICIAL As características da atmosfera variam de acordo com suas “camadas”, em razão da composição e da distância da superfície do planeta Terra. Releia a resposta que você deu à questão proposta no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare sua resposta com a dos colegas.

Explorando Museu Aeroespacial Av. Marechal Fontenelle, 2000 – Campo dos Afonsos – Rio de Janeiro – RJ

O museu tem um interessante acervo de aviões, equipamentos, documentos, fotos e filmes que contam a história da aviação no Brasil e do balão de Bartolomeu de Gusmão, por exemplo. As visitas com monitoramento devem ser agendadas na Seção de Recursos Educativos, com um mês de antecedência.

Museu de Geociências/Instituto de Geociências da Universidade de Brasília

O museu tem um valioso exemplar de meteorito constituído essencialmente de ferro e níquel, que pesa 279 kg. O meteorito foi encontrado em 1971, durante a excursão curricular do curso de Geologia, pelo professor Marcelo José Ribeiro, no município de Sanderlândia, estado de Goiás. Se não for possível visitar o museu, experimente explorá-lo virtualmente acessando o site: .

Universidade de Brasília – Campus Universitário Darcy Ribeiro – Brasília – DF

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Registre no

caderno

AGORA É COM VOCÊ 1 A atmosfera do planeta Terra é igual à dos outros planetas? Por quê?

7 Observe a figura a seguir. Ela representa as camadas que compõem a atmosfera terrestre. A representação das cama‑ das atmosféricas é uma ilustração para efeito didático. Verifique na imagem da página 110 a fina camada azulada que evidencia a presença da atmosfera.

Não. Alguns planetas não têm atmosfera, e outros têm atmosfera com composição de tipos de gases diferentes dos da Terra.

2 Qual é a importância do gás ozônio en‑ contrado na estratosfera?

O ozônio forma uma camada que filtra os raios ultravioleta do Sol.

Porque a troposfera é a camada da atmosfera em que se formam as nuvens e onde ocorrem as chuvas, os ventos e os relâmpagos dificultando o voo.

4 Que camada atmosférica apresenta maior quantidade de gás oxigênio?

A troposfera é a camada com maior quantidade de gás oxigênio.

Dawidson França

3 Por que os grandes aviões voam acima da troposfera?

termosfera 300 km

mesosfera 50 km

exosfera 400 km altitude

5 Pode-se dizer que a atmosfera terrestre é composta de camadas diferenciadas em razão de seu afastamento da super‑ fície da Terra. Considerando algumas de suas características, copie no caderno a resposta correta. Alternativa c. a) Temos quatro camadas na atmosfera, denominadas litosfera, troposfera, hi‑ drosfera e mesosfera. b) A pressão atmosférica sempre será maior quanto maiores forem a altitude e a temperatura. c) Na troposfera, a temperatura diminui com o aumento da altitude. É o que ocorre, por exemplo, em cidades ser‑ ranas. d) Nas camadas atmosféricas mais bai­xas, o ar é mais rarefeito por causa da baixa pressão atmosférica.

estratosfera 40 km

Esquema das camadas atmosféricas da Terra.



Escreva no caderno a qual (quais) dessa(s) camada(s) representada(s) se refere cada item a seguir. a) Presença de ozônio. Estratosfera e mesosfera. b) Predomínio do gás hidrogênio. Exosfera. c) Onde ficam satélites artificiais. Exosfera. d) Rica em gás oxigênio. Troposfera. e) Onde voam os grandes aviões. Estratosfera. f) Mais próxima da superfície da Terra. Troposfera. g) Mais distante da superfície da Terra. Exosfera. h) Onde ocorrem chuvas, ventos e relâm‑ pagos. Troposfera. i) Transmissão de ondas de rádio. Termosfera.

6 Analise as características descritas e es‑ creva no caderno a qual componente do ar elas se referem. a) Gás utilizado na respiração da maioria dos seres vivos. É liberado na fotos‑ síntese. Gás oxigênio. b) Não é absorvido por nós na respiração, mas é fundamental para a vida na Terra, pois é formado por um elemento que também é componente das proteínas. Gás nitrogênio. c) Absorvido pelos seres produtores na fotossíntese. Favorece a retenção de calor na atmosfera. Gás carbônico.

troposfera 10 km

8 No dia 22 de maio de 2014, após quatro horas fechado por conta de uma forte ne‑ blina, o Aeroporto Internacional Eduar­do Gomes, na cidade de Manaus, AM, teve quase 70 de seus voos atrasados ou cancelados.

Em qual camada da atmosfera se forma o nevoeiro? Na troposfera.

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caderno

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

1. b) Satélites e sondas desativados, fezes e urina de astronautas, combus‑ tíveis, lascas de tinta, fragmentos de mantas térmicas e foguetes, objetos metálicos e ferramentas perdidas em explorações espaciais.

O lixo espacial

Resposta pessoal.

b) Que tipos de materiais compõem esse lixo? c) Que tipo de ameaça o lixo espacial representa? d) O texto fala de satélites que orbitam em que camada da atmosfera terrestre? Exosfera. e) Que tal você formar um grupo com alguns colegas e, juntos, criarem uma imagem ou história em quadrinhos sobre esse tema? Vocês podem dar um tom crítico bem-humorado sobre o problema do lixo espacial. Depois, compartilhem suas produções em um mural ou jornal. Yuri Gagarin (1934-1968) foi o primeiro homem que viu a Terra do espaço, a bordo da nave russa Vostok 1, em 12 de abril de 1961. Ele fez a seguinte descrição da atmosfera terrestre: ’O céu é totalmente preto... A Terra­tem um halo azul muito bonito. Há uma transição harmoniosa de cores, do azul suave para o azul, depois para o azul-escuro e o violeta e, então, para a cor totalmente preta do espaço‘.





Carl Sagan. Pálido ponto azul: uma visão do futuro da humanidade no espaço. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 198.

Science Photo Library/Latinstock

2. 

Dawidson França

1. Os satélites artificiais lançados pelo ser humano na atmosfera podem ter dois destinos depois de terminar seu tempo útil. Os que orbitam até uma altura aproximada de 700 quilômetros são atraídos, depois de certo ponto, pela força da gravidade e desintegram-se na atmosfera terrestre. Fragmentos mais resistentes podem atingir a superfície da Terra. Os que orbitam em maiores altitudes (mais de 30 mil quilômetros de altura) não são atraídos pela gravidade da Terra. O grande problema do lixo espacial é a probabilidade de os fragmentos danificarem outros equipamentos em órbita, como aqueles responsáveis por transmitir dados, sinais de televisão, rádio e telefone, e por fornecer informações sobre mudanças climáticas etc. Segundo as agências espaciais, existem aproximadamente 18 mil objetos feitos pelo ser humano acima da atmosfera terrestre. Satélites e sondas desativados, fezes e urina de astronautas, combustíveis, lascas de tinta, fragmentos de mantas térmicas e foguetes, objetos metálicos e ferramentas perdidas em explorações espaciais formam uma grande nuvem de lixo espacial em torno da Terra.

a) Você já tinha ouvido falar de lixo espacial?

Astronauta russo Yuri Alekseyevich Gagarin fotografado no interior da espaçonave Vostok.

Nas palavras de Gagarin, o que sugere que a atmosfera pode ser dividida em camadas?

A transição de cores no halo azul. 1. c) Alguns fragmentos po‑ dem atingir a superfície da Terra, outros podem danificar equipamentos responsáveis por transmitir dados, sinais de televisão, rádio e telefone e por fornecer informações sobre mudanças climáticas etc.

Glossário Halo: Círculo luminoso, auréola.

Simulação computadorizada representando intenso tráfego de satélites e lixo espacial ao redor da Terra.

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caderno

SUPERANDO DESAFIOS

Dawidson França

1 (Pisa/Inep) Analise a figura a seguir e depois explique por que podemos dizer que, ao compararmos o ozônio com personagens de um filme, ele seria considerado o mocinho na estratosfera e o vilão na superfície terrestre? O ozônio na estratosfera tem efeito protetor contra a radiação solar. Na troposfera tem ação poluente.

raios solares que penetram a atmosfera

raios solares refletidos camada de ozônio

estratosfera

troposfera

TRABALHO EM EQUIPE Leiam o texto a seguir e, depois, façam a atividade proposta. Não faça do Sol um inimigo. Aprenda como aproveitar o verão sem estragar sua saúde.  om a redução da camada de ozônio, os raios ultravioleta irradiados pelo Sol atingem a Terra C com maior intensidade, agredindo sua pele e podendo até causar câncer. Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Disponível em: . Acesso em: mar. 2015.

1. Pesquisem e façam uma lista de cuidados que devemos tomar para nos proteger da radiação solar, principalmente nos dias de verão. Haverá variação de respostas, mas devem incluir: evitar exposição ao Sol entre 10h e 16h; usar protetor solar adequado mesmo em exposicão ao mormaço; usar chapéu e guarda-sol nas praias, entre outros.

2. Construam um mural que represente as camadas atmosféricas. Enriqueçam-no com desenhos, colagens e notícias, ilustrando as características principais de cada camada. 3. O costume de soltar balões e acender fogos de artifício durante os festejos juninos no Brasil foi trazido pelos colonizadores portugueses. Contudo, esse costume pode trazer riscos. Neste capítulo, estudamos que: • pela lei, soltar balões é considerado crime, assim como fabricar, vender ou transportar esses artefatos; • um balão pode cair aceso em florestas, residências e indústrias, produzindo grandes prejuízos materiais, ambientais e até mesmo colocando em risco a vida das pessoas; • os balões também representam sérios riscos à aviação, principalmente às pequenas aeronaves.  ostrem o que aprenderam e ajudem a conscientizar outras pessoas da comunidade acerca dessa M questão. Criem cartazes ou cartilhas com slogans e imagens educativas utilizando uma linguagem acessível. Usem a criatividade neste trabalho e caprichem no aspecto visual. Se possível, peçam ajuda aos professores de Língua Portuguesa e Arte. Outra forma de expressão interessante pode ser a música e a dramatização teatral. Socializem suas produções para a comunidade.

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CAPÍTULO 8

A previsão do tempo “Uma frente fria avança do sul pelo litoral e há previsão de que atingirá a Região Sudeste nas próximas horas”, informa o apresentador de um telejornal. Além da televisão, as emissoras de rádio, os jornais, as revistas e os sites com frequência Objetivo específico: anunciam a previsão do tempo. • relacionar os diferentes fatores envolvidos nas condições atmosféricas e na previsão do tempo. Veja um exemplo de mapa de previsão do tempo. Professor, o tema deste capítulo é interessante para um trabalho arti-

Editoria de Arte/Folhapress

culado com Geografia. Em um trabalho interdisciplinar, o aluno tem a oportunidade de perceber que o conhecimento não é compartimentado. É possível visualizar mais concretamente as conexões entre as diversas disciplinas em situações voltadas para a realidade do aluno.

Fonte: Folhapress, 10 fev. 2015.

Com certa margem de segurança, somos informados por jornais, programas de rádio e televisão se choverá ou não, se a temperatura vai cair ou subir. Podemos, assim, nos preparar para sair de casa com guarda-chuva ou agasalho, se for o caso.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE • Neste momento, quais são as condições do tempo onde você mora? Você saberia dizer se vai chover no próximo final de semana? Será que vai ventar muito amanhã à noite? • Qual será a temperatura na capital do seu estado no domingo? • A meteorologia pode responder a essas perguntas com exatidão?

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Observe a cor do céu na fotografia ao lado. Quando o céu fica avermelhado, indica tempo seco e ensolarado; no entanto, essa não é uma forma segura e precisa de se prever o tempo.

Gigapixel/Dreamstime.com

A importância da previsão do tempo

O ser humano sempre buscou compreender os fenômenos da natureza. Raios, secas, furacões e tempestades eram mistérios que assustavam e intrigavam as populações humanas. Ao longo da história, até sacrifícios humanos foram feitos para aplacar o que seria, para alguns povos, a ira dos deuses. Com base na observação do tempo e do clima, os seres humanos foram adaptando a agricultura, a caça e a pesca para garantir sua sobrevivência na Terra.

Pôr do sol na região de Big Sur, Califórnia, EUA.

Hoje, com o avanço da ciência, supercomputadores, satélites e modernos modelos numéricos utilizados pela meteorologia aumentaram a eficácia da previsão do tempo e diminuíram a margem de erro. As previsões do tempo ajudam o indivíduo e a sociedade a planejarem ações e estratégias fundamentais para sua sobrevivência e bem-estar, seja para ajudar o cidadão a escolher a roupa adequada à temperatura do dia, seja para alertar a população sobre furacões e outras grandes alterações climáticas, evitando possíveis catástrofes. Contudo, algumas previsões do tempo podem falhar, pois dependem de muitos fatores atmosféricos, e estes podem se alterar em um curto espaço de tempo.

?

Que tipo de profissional faz a previsão do tempo?

Tempo e clima É comum as pessoas confundirem os termos tempo e clima. Afinal, o que significa cada um deles? Tempo corresponde a uma situação de momento. Indica o estado atmosférico em determinado tempo e lugar. Hoje, onde você mora, pode estar chovendo, mas amanhã poderá estar ensolarado. Clima corresponde ao conjunto de condições atmosféricas que ocorrem com mais frequência em determinada região. Por exemplo, na Caatinga, no Nordeste brasileiro, o clima é quente e seco. Mesmo quando o tempo varia, ocorrendo chuvas, por exemplo, o clima permanece o mesmo.

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As previsões acerca do tempo são feitas por profissionais especializados em Meteorologia, os meteorologistas.

Glossário Cristais de gelo: formados pelo congelamento direto de vapores que chegam às grandes alturas, onde é muito frio. Nevoeiro: nebulosidade provocada pela suspensão de vapor de água nas camadas atmosféricas próximas ao solo. É também denominado cerração.

Fatores relacionados às condições meteorológicas As nuvens, a velocidade e a direção dos ventos, as massas de ar e a umidade do ar estão entre os principais fatores que indicam as condições do tempo. Esses fatores sofrem a influência da pressão e da temperatura.

Nuvens Muitos pescadores ainda preveem o tempo observando as nuvens para saber se podem sair para o mar sem o risco de serem surpreendidos por uma tempestade. As nuvens formam-se pela condensação dos vapores de água presentes na atmosfera, em diferentes altitudes e com diferentes aspectos. São indicadores para a previsão do tempo e podem variar em sua forma e características. Os estratos se assemelham a um nevoeiro, pois são formados por camadas superpostas. Podem indicar chuva. Wallace Garrison/Getty Images

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Explorando Guia do observador de nuvens

Nuvens estratos.

Gavin Pretor-Pinney

Jeremy Woodhouse/Getty Images

Os cúmulos são nuvens brancas, parecidas visualmente com flocos de algodão. Indicam tempo estável, sem chuva.

Editora Intrínseca

Descreve cada um dos diferentes tipos de nuvem, assinalando quais deles são presságio de tempo bom e quais indicam turbulências. Analisa o fascínio despertado por suas formas, desde a mitologia hindu e a Antiguidade Romana até as pinturas clássicas, incluindo a literatura de Shakespeare e os ícones da cultura e da música pop.

Nuvens cúmulos.

Os cirros são nuvens altas, largas e brancas formadas por cristais de gelo. Indicam ausência de chuva.

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Os nimbos são nuvens de cor cinza-escuro. Indicam chuva. Prever o tempo só pela observação das nuvens ou da cor do céu pode levar a erros, porque as condições do tempo dependem de vários fatores: frentes frias ou quentes, umidade do ar, temperatura do local, pressão atmosférica, entre outros. O conhecimento dos variados fenômenos que ocorrem na atmosfera possibilita prever se vai chover, se haverá geada, mudanças de temperatura etc. A previsão do tempo pode ser feita para um período próximo ou até com semanas de antecedência. A previsão para algumas horas é simples; já para períodos mais longos é mais complexa, pois podem ocorrer alterações imprevistas nas condições atmosféricas.

Nimbos indicam grande probabilidade de chuva. Florianópolis, SC.

Massas de ar

As massas de ar são aglomerados de ar em determinadas condições de temperatura, umidade e pressão. Podem ser quentes ou frias. As quentes, em geral, deslocam-se de regiões tropicais, e as frias originam-se nas regiões polares. As massas de ar podem ficar estacionadas em determinado local por dias e até semanas. Mas, quando se movem, provocam alteração no tempo, havendo choques entre massas de ar quente e frio: enquanto uma avança, a outra recua. O encontro entre duas massas de ar de temperaturas diferentes dá origem a uma frente, ou seja, a uma área de transição entre duas massas de ar. A frente pode ser fria ou quente. A frente fria ocorre quando uma massa de ar frio encontra uma massa de ar quente e a empurra, ocasionando nevoeiro, chuva e queda da temperatura. E a frente quente ocorre quando uma massa de ar quente encontra a camada de ar frio que estava estacionada sobre uma região e a empurra, provocando aumento da temperatura. Veja um esquema de formação de frente fria.

Vagner Coelho

No Brasil, as frentes frias, em geral, vêm da Região Sul e avançam sobre o litoral. Os ventos podem desviá-las para outras partes do país.

Esquema simplificado de formação de frente fria.

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

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A atmosfera terrestre Mario Tolentino, Romeu C. Rocha-Filho e Roberto Ribeiro da Silva. São Paulo: Moderna, 2004.

O movimento do ar na atmosfera corresponde ao vento. Sua direção e velocidade afetam as condições do tempo.

Joruba/Dreamstime.com

Explorando

Ventos

Os autores ressaltam a composição da atmosfera e os fenômenos envolvidos, como tempo e clima. Editora Moderna

Para se prever quando uma massa de ar chegará a uma determinada lo­calidade, é fundamental conhecer a velocidade dos ventos.

Anemômetro.

O movimento do ar, em relação à superfície da Terra, pode variar desde a calmaria e falta de vento até a formação de furacões que provocam destruições em razão de ventos com velocidade acima de 120 quilômetros por hora.

A velocidade dos ventos é medida com um aparelho denominado anemômetro, que é, basicamente, um tipo de cata-vento. No anemômetro, as pequenas conchas giram quando o vento bate nelas, fazendo toda a peça rodar. Um ponteiro se movimenta em uma escala graduada, em que é registrada a velocidade do vento. Eans/Dreamstime.com

Nos aeroportos, é comum ver a biruta, um instrumento muito simples que, além de ser usado para verificar a direção do vento, possibilita ter uma ideia de sua velocidade. Também podemos encontrar birutas na beira de praias para orientar pescadores, surfistas etc. Atualmente os aeroportos têm torres de controle, nas quais as informações sobre velocidade e direção do vento, obtidas por instrumentos específicos, são processadas por computadores que fornecem dados necessários para pouso e decolagem. Biruta.

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Temperatura do ar A temperatura do ar é medida por meio de termômetros. Os boletins meteorológicos costumam indicar as temperaturas máxima e mínima previstas para determinado período. O vapor de água presente no ar ajuda a reter calor. Assim verificamos que, em lugares mais secos, há menor retenção de calor na atmosfera, e a diferença entre temperatura máxima e mínima é maior. Simplificando, podemos dizer que nesses locais pode fazer muito calor durante o dia, graças ao calor do Sol, e muito frio à noite.

Gerson Sobreira/Terra Stock

Professor, no 6o ano optamos por não falar de calor específico ao explicar por que o vapor de água retém calor.

Explorando Clima e previsão do tempo Steve Parker. São Paulo: Melhoramentos, 1995. O livro mostra de maneira descontraída fenômenos relativos ao tempo e clima da Terra.

Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos

No site do CPTEC você pode consultar previsões do tempo para sua cidade, além de conhecer um pouco melhor os climas brasileiros e o monitoramento de fenômenos climáticos.

Ambientes de Caatinga são predominantemente secos, costumam ser muito quentes durante o dia e muito frios à noite.

Feije Riemersma/Dreamstime.com

Nas regiões secas, como a Caatinga ou os desertos, faz muito calor durante o dia e bastante frio à noite. As roupas usadas por beduínos, por exemplo, costumam ser de lã, um ótimo isolante térmico, que protege tanto do frio quanto do calor excessivo. Além disso, são bem folgadas no corpo, com espaço suficiente para criar o isolamento térmico.

Beduíno com roupas típicas, Tunísia.

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Umidade do ar

Quando falamos de umidade relativa, comparamos a umidade real, que é verificada por aparelhos como o higrômetro, e o valor teórico, estimado para aquelas condições. A umidade relativa pode variar de 0% (ausência de vapor de água no ar) a 100% (quantidade máxima de vapor de água que o ar pode dissolver, indicando que ele está saturado).

James Stevenson/SPL/LatinStock

A umidade do ar diz respeito à quantidade de vapor de água presente na atmosfera — o que caracteriza se o ar é seco ou úmido — e varia com o passar do tempo. A alta quantidade de vapor de água na atmosfera favorece a ocorrência de chuvas. Já com a umidade do ar baixa, é difícil chover.

Em regiões onde a umidade relativa do ar se mantém muito baixa por longos períodos, as chuvas são escassas. Isso caracteriza uma região de clima seco.

Luiz Cláudio Marigo/Opção Brasil Imagens

O instrumento que mede a umidade relativa do ar é o higrômetro (palavra que vem do grego higrós, que significa “umidade”, e metria, “medição”).

As matas de igapó, como esta em Novo Airão, AM, são florestas alagadas que têm como característica a alta umidade relativa do ar.

A atmosfera com umidade do ar muito alta é um fator que favorece a ocorrência de chuva. Quem mora, por exemplo, em Manaus sabe bem disso. Com clima úmido, na capital amazonense o tempo é frequentemente chuvoso.

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Como já vimos, a umidade do ar muito baixa causa clima seco pela escassez de chuvas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), valores de umidade abaixo de 30% oferecem risco à saúde, sendo recomendável a suspensão de atividades físicas, principalmente das 11 às 15 horas. A baixa umidade do ar em nosso organismo pode provocar sangramento nasal por causa do ressecamento das mucosas, entre outros efeitos. No entanto, também é comum pessoas não se sentirem bem em dias quentes e em lugares com umidade do ar elevada. Isso acontece porque, com o ar saturado de vapor de água, a evaporação do suor do corpo se torna difícil, inibindo a perda de calor. E nosso corpo se refresca quando o suor que eliminamos evapora, retirando calor da pele.

Pressão atmosférica

Nível pluviométrico É possível medir o nível pluviométrico, que é a quantidade de chuva que “cai” numa região durante determinado período. Para fazer essa medição é usado o pluviômetro. O pluviômetro mede a quantidade de chuva em milímetros. Se for menor que 0,5 milímetro por hora, o nível pluviométrico é baixo; chuvas fortes têm precipitações acima de 4 milímetros por hora.

No pluviômetro, 1 milímetro de chuva corresponde a 1 litro de água por metro quadrado. Fernando Favoretto

A pressão atmosférica está relacionada à umidade do ar. Quanto mais seco estiver o ar, maior será o valor dessa pressão. A diminuição da pressão atmosférica em dado local indica aumento da umidade do ar, que, por sua vez, indica a possibilidade de chuva. Como já vimos, a pressão atmosférica é medida pelo barômetro.

Os meteorologistas não consideram as características dos fenômenos atmosféricos isoladamente; elas são analisadas em conjunto, verificando qual é a influência de cada fator sobre os outros. Professor, o aluno dessa faixa etária pode ainda não ter construído os conceitos matemáticos relacionados a metro quadrado e a unidades de medida em geral. Um trabalho integrado com Matemática pode significar um estímulo e favorecer a aprendizagem nas duas disciplinas.

Pluviômetro. A palavra pluviômetro vem do latim pluvio, que significa “chuva”, e do grego metrio, que significa “medida”. Refere-se a um aparelho composto de um funil na parte superior de um tambor, por onde a água da chuva é recolhida e medida em um cilindro de vidro graduado.

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Estações meteorológicas Nas estações meteorológicas são registradas e analisadas as variações das condições atmosféricas por meio de equipamentos como termômetros, higrômetros, anemômetros, pluviômetros, entre outros. Os meteorologistas, profissionais que estudam as condições atmosféricas, contam com informações captadas por estações e satélites meteorológicos e radiossondas.

Fotos: GeoEye/AP/Glowimages

Os satélites meteorológicos são localizados em vários pontos do espaço, captam imagens da superfície e das camadas atmosféricas da Terra e podem mostrar a formação e o deslocamento de nuvens e das frentes frias ou quentes.

GeoEye/AP/Glowimages

Antes da passagem do furacão.

Depois da passagem do furacão. As duas imagens foram obtidas via satélite antes e depois da passagem do furacão Irene, Ilha Hatteras, Carolina do Norte, EUA, 2011.

As radiossondas são aparelhos que emitem sinais de rádio. São transportadas por balões, e sua função é medir a pressão, a umidade e a temperatura das camadas altas da atmosfera. Há aviões que também coletam e enviam informações sobre as condições do tempo.

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EXPERIMENTANDO

Atenção!

Montagem de um pluviômetro Material necessário:

• uma garrafa PET lisa de 2 litros; • pedrinhas ou bolinhas de gude (cerca de 10 unidades ou até superar o fundo ondulado da garrafa);

Fotos: Dotta

Só o professor deve manipular o estilete para evitar acidentes.

• régua de 30 centímetros; • fita adesiva colorida; • água; • anilina ou corante. Procedimentos

1. S olicite ao professor que, com um estilete, corte a garrafa PET na altura em que ela deixa de ser curva e começa a ficar reta, a uma distância aproximada de 10 centímetros do bico. 2. Preencha cerca de 5 centímetros da garrafa com as pedrinhas ou bolinhas de gude. Complete com água até cobrir as bolinhas (ou pedrinhas) e acrescente algumas gotas de corante. 3. Cole um pedaço de fita colorida na altura do nível da água fazendo uma marca. 4. Com a fita adesiva, fixe a régua na vertical do lado de fora da garrafa fazendo com que o número zero da régua coincida com o nível da água. Corte a parte que ficar além da garrafa. 5. E ncaixe o bico da garrafa de ponta-cabeça dentro da abertura do pluviômetro. 6. Por fim, coloque o pluviômetro em um lugar plano e aberto, sem que haja nada acima dele ou dos lados que impeça a chuva de atingi-lo. 7. Após a chuva, recolha o objeto, observando quantos milímetros o nível da água subiu na régua. Essa será a medida da chuva para o período em que a medição foi realizada. Professor, os pluviômetros oficiais têm dimensões padronizadas. Para esta atividade não julgamos necessária a precisão nas medições, mas os valores registrados pelos alunos ou grupos que fizerem o trabalho devem ser convertidos em milímetros. Os resultados obtidos podem ser analisados considerando-se baixo o nível pluviométrico menor que 0,5 mm por hora e alto quando acima de 4 mm por hora.

Fonte: Nova Escola, ed. 276. São Paulo, Abril, outubro, 2014.

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE Estações meteorológicas Das estações meteorológicas, os técnicos enviam os dados das condições do tempo para os distritos ou institutos meteorológicos a fim de fazer as previsões do tempo para as diversas regiões. No Brasil, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) fazem previsões que exigem maior precisão de dados. As informações sobre o tempo nas diferentes regiões do Brasil, divulgadas pelos noticiários, são obtidas desses institutos ou de outros similares. Muitas regiões do Brasil sofrem, por vezes, com enchentes e deslizamentos de terra provocados por fortes temporais, ou são castigadas por longos períodos de seca. Essas situações extremas costumam provocar mortes e grandes prejuízos financeiros. Por isso, os governantes têm buscado na tecnologia sistemas de previsão do tempo e de probabilidades de inundação de alta precisão. Existem programas de computador que utilizam modelos matemáticos nos quais os dados relativos ao relevo, à cobertura vegetal, urbanização, declividade das encostas, ao mapeamento de áreas de risco, às redes de drenagem, imagens de radares e de satélites, e ao índice de precipitação (quantidade de chuva) registrado por pluviômetros são relacionados, o que permite previsões de tempo e identifica os lugares da cidade com possibilidade de enchentes. Espera-se com esse tipo de programa, chamado de Previsão Meteorológica de Alta Resolução (PMAR), fazer previsões meteorológicas com até 48 horas de antecedência para que haja tempo suficiente de serem tomadas medidas e, assim, evitar perdas humanas e materiais. Um importante causador de enchentes nas grandes cidades é o lixo presente em vias públicas, que obstrui os canais de escoamento da água, que fica represada em diversos pontos da área urbana. O descarte de lixo, móveis, materiais de construção e outros materiais que não queremos mais deve ser feito corretamente, respeitando sempre os horários e pontos em que a coleta de cada tipo de material é feita para evitar transtornos à população, contaminação de águas e solos e poluição visual. a) Pesquise com os colegas outras formas de a população colaborar nessa questão. Indicação de site para pesquisa: Defesa Civil de Santa Catarina: . Acesso em: abr. 2015. b) Compartilhe com a turma suas informações. Se possível, divulguem-nas para a comunidade por meio de cartazes, folhetos, cartilhas informativas etc.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS A Meteorologia pode fazer previsões. Contudo, não são respostas exatas nem infalíveis, pois são vários os fatores envolvidos e que estão sujeitos a alterações. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

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Registre no

caderno

AGORA É COM VOCÊ gotículas de água resultantes da condensação 1 Do que são formadas as nuvens? De do vapor de água da atmosfera.

2 Leia a sentença a seguir: Ontem choveu à tarde na cidade de Brasília. A temperatura média foi de 27 °C. Agora responda: essa afirmação se refere à descrição de tempo ou de clima? Justifique pois corresponde a uma situação de momento, sua resposta. Tempo, ao estado atmosférico em determinado tempo e lugar. 3 O que provoca o aparecimento de uma frente fria?

A frente fria ocorre quando uma massa de ar frio encontra uma massa de ar quente e a empurra.

4 Cite dois aparelhos meteorológicos e as suas funções.

Sugestão para resposta: Termômetro, que é usado para medir a temperatura; anemômetro, que serve para medir a velocidade dos ventos.

5 Por que a biruta pode fornecer informações adicionais às do anemômetro?

Porque, além de reforçar as informações dadas pelo anemômetro acerca da velocidade do vento, ela indica também sua direção.

6 Luís ouviu no rádio pela manhã: “O barômetro da Rádio XXZY registrou 54% de umidade relativa do ar”. De acordo com o que estudamos sobre previsão do tempo, o que está errado aparelho que mede umidade do ar chama-se higrômetro; nesse informe? Oo barômetro registra a pressão atmosférica. 7 Qual é a importância das previsões meteorológicas para a sociedade? 8 Interessado em fazer um passeio com a família, Vicente consultou no jornal um “mapa do tempo”, com a previsão da meteorologia para o dia seguinte. O símbolo correspondente ao dia bom, mas com nuvens encobrindo em questão era este ao lado. Tempo o Sol em alguns períodos do dia. O que esse símbolo representa?

Dawidson França

Sugestão para resposta: Diminuir consequências desastrosas graças à tomada de decisões; planejamento de atividades (passeios, festas etc.); providências relativas à agricultura etc.

Chris Hackett/Getty Images

estratos

3

cirros

2

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cúmulos

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Wallace Garrison/Getty Images

9 Observe as fotografias a seguir e, no caderno, e classifique cada tipo de nuvem.

nimbos

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Registre no

caderno

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS 1. Leia o que um site noticiou em dezembro de 2011.

SP DECRETA ESTADO DE ATENÇÃO POR BAIXA UMIDADE DO AR A Defesa Civil decretou estado de atenção na cidade de São Paulo às 14h10, devido ao tempo seco. No horário, a umidade relativa do ar estava em torno de 27%, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). O órgão destaca as seguintes recomendações quando a umidade do ar está abaixo de 30%, índice considerado inadequado pela Organização Mundial da Saúde (OMS): evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas; umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, entre outros; sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas arborizadas; consumir bastante água. PREVISÃO - Nesta tarde o tempo segue com sol forte, poucas nuvens e altas temperaturas. Os termômetros nos principais aeroportos da cidade indicam 30 ° C. Entre o fim da tarde e início da noite são esperadas chuvas rápidas em forma de pancadas, em alguns pontos da capital e Grande São Paulo. A precipitação ocorre devido ao aquecimento e a entrada da brisa marítima. [...] Estadão, 13 dez. 2011. Disponível em: . Acesso em: abr. 2015.



Responda às questões a seguir. a) Por que é comum ocorrer sangramento nasal em moradores de cidades afetadas pelas condições meteorológicas indicadas na notícia? Porque o ar seco provoca ressecamento das mucosas, causando o sangramento. b) Por que, em situações como essa, adotam-se medidas como colocar uma bacia com água no ambiente onde se dorme? Para tornar o ambiente mais úmido com o vapor de água que sai da bacia.

2. Para estar bem informado, é fundamental saber ler e interpretar textos em diferentes linguagens. Um mapa do tempo também é um tipo de texto. Vamos aprender a interpretá-lo? a) Pesquise em jornais a seção referente à previsão do tempo. b) Recorte os símbolos usados e identifique o que cada um representa, por exemplo: chuva, tempo bom etc. c) Construa uma tabela com o cabeçalho a seguir e, ao longo de uma semana, cole os símbolos de acordo com o tempo na sua cidade. Dia da semana

Símbolo

Observação

d) Anote também as temperaturas máxima e mínima previstas para cada dia. e) Compare as previsões dos jornais com o que de fato aconteceu. f ) Ao final, registre suas conclusões e compare-as com as dos colegas para identificar as possíveis diferenças e os motivos que teriam determinado a divergência.

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Registre no

caderno

SUPERANDO DESAFIOS

Responda em seu caderno à questão a seguir. 1 (UNIFEI) A maior parte dos fenômenos meteorológicos, como as chuvas, os ventos e o deslocamento de massas de ar, ocorrem na: Alternativa: b. a) estratosfera

c) mesosfera

b) troposfera

d) termosfera

TRABALHO EM EQUIPE 1  Soltar pipas é uma brincadeira que faz a alegria de crianças e adultos. Há alguns cuidados, porém, que devem ser tomados para evitar acidentes nessa brincadeira. Pesquisem uma lista desses cuidados. Pete Oxford/Nature PL/Diomedia

2 Leiam o texto a seguir:  Segundo a cultura popular, se um grupo de maritacas estiver muito alvoroçado ou se as formigas se deslocarem de um ponto a outro em fila é porque o tempo está mudando e vai chover. Baseando-se na experiência adquirida ao observar a natureza, experiência esta que é passada de uma geração a outra, muitos agricultores brasileiros têm programado o manejo do solo, plantio e colheita ao longo de anos.  sses mitos fazem parte da história brasileira E e não devem ser ignorados ou desconsiderados, pois têm seu valor, mesmo que apenas como parte da cultura de um povo. No entanto, os avanços tecnológicos e científicos têm possibilitado previsões do tempo que, se aplicados à agricultura, permitem uma melhoria de produtividade e reduzem as perdas para o agricultor. [...]

Maritacas em árvore.

Fonte: G. R. Cunha. Meteorologia: fatos & mitos. 3. ed. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2003.

a) Se possível, conversem com agricultores ou pesquisem em livros, revistas e em sites confiáveis alguns mitos populares relativos à previsão do tempo e listem-nos. Compartilhem com seus colegas a lista elaborada. b) Conhecer as condições meteorológicas com antecedência é fundamental na programação do agricultor, que não precisa mais confiar apenas no conhecimento tradicional, mas pode lançar mão também dos fatos. Debatam com a turma se essas informações e a linguagem utilizada para divulgá-las são acessíveis à maioria da população.

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CAPÍTULO 9

A poluição do ar – a Terra em perigo A fotografia abaixo mostra um dia em que a qualidade do ar esteve especialmente crítica para os moradores do município de São Paulo. Nesse dia, provavelmente, os hospitais dessa grande metrópole atenderam muitos casos de complicações respiratórias. Esse fenômeno retratado, do qual falaremos adiante, é denominado inversão térmica. Embora seja um fenômeno natural, provocado por condições meteorológicas, suas consequências para a saúde podem ser sérias, em razão dos poluentes lançados na atmosfera, produtos da própria específicos: ação humana. Objetivos • associar alterações na composição do ar com a emissão de substâncias poluidoras e suas consequências; Lalo de Almeida/Folhapress

• avaliar as consequências da poluição atmosférica para o meio ambiente e para os seres vivos.

São Paulo, SP, 2014.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE •  O que é poluição do ar? • Que efeitos a poluição do ar causa sobre o ambiente? E sobre a nossa vida e a de outros seres?

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O papel protetor da atmosfera Quando estudamos a composição das camadas da atmosfera, vimos que elas atuam como um escudo, protegendo-nos da ação direta dos raios de Sol. Além disso, retêm calor, fornecem gás oxigênio aos seres vivos e desempenham outros papéis importantes para a manutenção da vida no planeta. Veremos a seguir dois fenômenos naturais relacionados à atmosfera que são fundamentais para a proteção da Terra: a camada de ozônio e o efeito estufa.

A camada de ozônio O ozônio (O3) é um gás cuja molécula é formada por três átomos de oxigênio. Como vimos, a camada de ozônio situa-se na estratosfera e serve de capa protetora para os seres vivos, pois filtra os raios ultravioleta do Sol. Em 1982 detectou-se, pela primeira vez, o desaparecimento de parte do ozônio em áreas sobre a Antártida. Várias medições sucessivas verificaram que a camada de ozônio estava ficando cada vez mais rarefeita nessa região. Atualmente, esse fenômeno pode ser percebido não só no Polo Sul mas também sobre o Ártico e em países como o Chile e a Argentina.

Explorando Buraco na camada de ozônio

Acesse o material educacional Buraco na camada de ozônio, na aba Mudanças climáticas, e assista à animação produzida pelo Inpe.

Os perigos do ozônio

O ozônio é um gás que na estratosfera protege os seres vivos, porém, mais próximo à superfície, ele pode ser tóxico.

Fernando Gonsales

Analise a charge a seguir. Ela interpreta a situação dos chamados “buracos” na camada de ozônio de modo humorístico.

Os cientistas apontam os gases clorofluorcarbonetos (CFCs), usados em aparelhos de refrigeração (geladeira e aparelho de ar condicionado) e em aerossóis, como os responsáveis pelo fenômeno. A falta de ozônio aumenta o risco de câncer de pele por causa da quantidade maior de radiação solar que nosso corpo recebe. A exposição prolongada aos raios UV também pode aumentar a incidência de enfermidades nos olhos, como catarata, e reduzir nossas defesas imunológicas. No meio ambiente, a radiação ultravioleta em excesso altera a taxa de crescimento de plantas e do fitoplâncton nos oceanos, o que afeta a produção de oxigênio e, por consequência, todos os seres vivos por conta das cadeias alimentares.

Glossário Aerossol: suspensão de partículas muito pequenas de líquidos ou sólidos que podem se espalhar facilmente no ar. É usado em embalagens spray de desodorantes, fixadores de cabelo, tintas, inseticidas, medicamentos, entre outros.

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Efeito estufa Graças ao efeito estufa, a temperatura da Terra se mantém, em média, em torno de 15 °C, o que é favorável à vida no planeta. Sem esse aquecimento, nosso planeta seria muito frio. O nome “efeito estufa” faz referência às estufas de vidro, em que se cultivam certas plantas. Nelas, a luz do Sol atravessa o vidro aquecendo o interior do ambiente. Apenas parte do calor consegue atravessar o vidro, saindo da estufa.

Espaço Ciência

O site do museu oferece um breve passeio virtual, além de planetário e laboratórios de ciências onde o visitante participa de experiências. Complexo de Salgadinho, s/n. – Parque 2, Olinda – PE Tel. (81) 3241-3226

Como já vimos, o efeito estufa é natural e benéfico por manter a temperatura da Terra e, em consequência, favorecer a sobrevivência dos seres vivos. No entanto, desde o surgimento das primeiras indústrias, no século XVIII, a quantidade de gás carbônico liberado para a atmosfera tem aumentado. A atmosfera fica saturada com esse tipo de gás, que provoca o agravamento do efeito estufa. Cientistas e ambientalistas alertam para esse fenômeno que parece ser a principal causa do aquecimento global. Observe a seguir um esquema simplificado do efeito estufa: 1

Na situação 1, o efeito estufa ocorre normalmente. Na situação 2, ocorre o agravamento desse fenômeno, em decorrência da maior retenção de calor. Nos dois esquemas, quanto mais grossa a linha, maior é a quantidade de radiação representada.

Luis Moura

Explorando

De modo semelhante ao vidro da estufa, a atmosfera deixa passar raios de Sol que aquecem a Terra. Uma parte desse calor volta e escapa para o espaço, atravessando a atmosfera, enquanto outra parte é absorvida por gases atmosféricos (como o gás carbônico) e permanece na Terra, mantendo-a aquecida.

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energia solar

energia solar

O gás carbônico e outros gases permitem a passagem da luz do Sol, mas

retêm o calor por ela gerado. O uso de combustíveis fósseis, as queimadas, a derrubada de florestas em

todo o mundo, a grande quantidade de rebanhos de gado e outros animais (que liberam gases produzidos na digestão) são alguns dos fatores que aumentam a quantidade de gases retidos na atmosfera, como o gás carbônico, o metano e o monóxido de carbono, agravando o efeito estufa. Por

meio da fotossíntese, as algas e plantas – que também liberam gás carbônico pela respiração – captam parte desse gás do ar.

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A poluição do ar Leia a seguir alguns efeitos da poluição na saúde humana. Problemas de curto prazo (nos dias de alta concentração de poluentes): VV

irritação nas mucosas do nariz e dos olhos;

VV

irritação na garganta (com presença de ardor e desconforto);

VV

problemas respiratórios com agravamento de enfisema pulmonar e bronquite.

Problemas de médio e longo prazo (15 a 30 anos vivendo em locais com muita poluição): VV

desenvolvimento de problemas pulmonares e cardiovasculares; [...]

VV

diminuição da expectativa de vida (em até dois anos);

VV

aumento das chances de desenvolver câncer, principalmente de pulmão. Fonte: Ministério da Saúde. Disponível em: . Acesso em: abr. 2015.

Gases poluentes

São também poluentes os gases clorofluorcarbonetos (CFCs), compostos dos seguintes elementos químicos: cloro, flúor e carbono. Quando chegam à estratosfera, os CFCs são decompostos pelos raios ultravioleta. O cloro resultante reage quimicamente com o ozônio, destruindo-o. Cada átomo de cloro de CFC pode destruir 100 mil moléculas desse gás, comprometendo a camada de ozônio e originando os chamados "buracos".

Will Rodrigues/Shutterstock

Atividades realizadas por indústrias e por veículos motorizados emitem gases, como o monóxido de carbono, na atmosfera. Quando há emissão excessiva desse gás, bem como do gás carbônico e de outros gases ricos em enxofre e nitrogênio, a composição do ar que respiramos é alterada, e isso pode provocar sérios danos à nossa saúde.

A diminuição do uso de CFCs já ocorre em vários países; mas, como são muito estáveis, anos depois de liberados eles ainda permanecem na atmosfera.

Vanessa Volk

Os cientistas preveem que, na metade do século XXI, por volta do ano 2050, a camada de ozônio ainda estará sofrendo os efeitos dos primeiros CFCs lançados na atmosfera.

A redução no uso de CFCs em produtos como os aerossóis é uma importante medida no combate à destruição da camada de ozônio.

Fumaça escura produzida em incêndio na cidade de Santos, SP, que começou em um tanque de combustível e provocou diversas explosões em tanques vizinhos. O incêndio estendeu-se por nove dias, durante os quais muitas pessoas procuraram os hospitais com problemas respiratórios, principalmente crianças e idosos. Abril, 2015.

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Orangestock

Chuva ácida O que provoca a chuva ácida? O enxofre e o nitrogênio são elementos químicos presentes em muitos poluentes atmosféricos, principalmente os resultantes da queima de carvão e derivados do petróleo, como gasolina e óleo diesel. Eles podem formar, mediante reações químicas na atmosfera, ácidos que poluem o ar. Quando chove, as águas carregam esses ácidos, que se espalham sobre a superfície da Terra, afetando o solo, a água, as plantas e outros seres vivos, corroendo prédios e monumentos e provocando vários efeitos danosos.

Inversão térmica

Professor, na verdade toda chuva é ácida, já que o CO2 da atmosfera reage com a água formando ácido carbônico (H2CO3), um ácido fraco (pH em torno de 5,6). Tratamos aqui da chuva ecologicamente ácida, de pH muitas vezes próximo a 3, pela presença dos ácidos nítrico e sulfúrico, resultado da reação da água com óxidos de nitrogênio e enxofre liberados por indústrias e automóveis.

Se a temperatura do ar for bastante baixa, a umidade se condensa, formando nevoeiro. Nas cidades industrializadas e com muita poluição, esse ar frio que não consegue se espalhar contém poluentes que podem fazer mal à saúde das pessoas. Ilustrações: Paulo César Pereira

Monumentos históricos, como o da fotografia (escultura portuguesa em homenagem a D. João III), vêm sendo danificados por ação da chuva ácida.

Os efeitos da poluição podem ser agravados por fenômenos meteorológicos como a inversão térmica. Em condições normais na troposfera, o ar próximo da superfície é mais quente que o das camadas mais altas, e sua tendência é subir (esquema 1 abaixo). Em seu lugar, entra ar frio que desce das camadas superiores. Durante a inversão térmica, uma camada de ar quente sobrepõe-se a uma camada de ar frio (esquema 2), formando uma espécie de tampa que impede a subida do ar próximo da superfície.

ar frio

ar quente

poluentes se dissipam

Nas ilustrações desta página foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

1 2 Inversão térmica ar frio

ar quente poluentes retidos ar frio

A imagem 1 mostra os poluentes se dissipando na atmosfera. Na imagem 2 há retenção de poluentes no ar próximo à superfície em consequência da inversão térmica.

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE O aquecimento global No mundo científico, já se levanta a hipótese de elevação da temperatura da atmosfera, consequência do aumento da emissão de gases, principalmente CO2 (gás carbônico) pelas atividades humanas. Essa hipótese baseia-se em observações da temperatura global do ar nos últimos 150 anos, no monitoramento da concentração de CO2 e em simulações com modelos matemáticos. Nestes últimos 150 anos, a quantidade de gás carbônico aumentou em cerca de 25%, e a temperatura média global aumentou em cerca de 0,5 °C. Os cientistas de todo o mundo monitoram as consequências do agravamento do efeito estufa e fazem cálculos (embora haja divergências e controvérsias entre eles) que apontam para um aumento da temperatura média do planeta. Isso pode provocar a subida do nível dos mares por causa do degelo de parte das calotas polares; a alteração dos regimes das chuvas e do clima em geral; e também a proliferação dos insetos, que se Glossário reproduzem melhor em clima quente. Calota polar: região localizada no ponto extremo dos hemisférios da Terra (polos Norte e Sul).

Os cientistas têm insistido no alerta quanto à necessidade de reduzir a liberação dos gases que contribuem para o agravamento do efeito estufa. Isso exige, porém, algumas medidas por parte dos países industrializados, como a redução da queima de combustíveis fósseis (por exemplo, o petróleo). Essas medidas esbarram nos grandes interesses econômicos, pois envolvem investimento em outras formas de energia, gasto com adaptações em instalações industriais e em veículos, mudanças no estilo de vida da população, entre outras ações. Por essas razões, há forte resistência às mudanças.

Imago/ZUMA Press/Easypix Brasil

É fundamental que cidadãos de todo o mundo procurem se organizar para pressionar os governantes a assumirem posições favoráveis à vida no planeta.

Manifestação na Cidade do México reivindicando maior comprometimento do governo com as questões das mudanças climáticas. A frase escrita no balão diz: “O tempo está acabando: salvem o clima!”, em 28 de agosto de 2009.

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Pergunta: Que qualidades deve ter um bom meteorologista? Maria Assunção: O bom meteorologista é alguém que gosta, antes de mais nada, de olhar para o céu, admira a natureza e tem capacidade de sintetizar uma quantidade enorme de informações. Além disso, tem de gostar de Física, Matemática e ser bom em Informática. Pergunta: O fato de ser mulher atrapalha ou ajuda na sua área de trabalho?

Quem é Maria Assunção Faus da Silva Dias.

Arquivo pessoal

COM A PALAVRA, A ESPECIALISTA

O que faz Formada em Matemática pela Universidade de São Paulo, trabalha como meteorologista no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Maria Assunção: A área de Meteorologia não tem restrição nenhuma ao sexo. E, de fato, é uma área onde há, aqui no Brasil, uma parcela considerável de mulheres trabalhando, seja em atividades profissionais, seja na pesquisa científica. Pergunta: Como o trabalho do meteorologista pode ajudar a sociedade? Maria Assunção: A Meteorologia trabalha de forma integrada a inúmeras atividades. A Defesa Civil, por exemplo, apoia-se de forma marcante nas previsões do tempo para suas ações de mitigação e prevenção. Os transportes aéreos, marítimos e terrestres são afetados pelo tempo e dependem das previsões meteorológicas. A agricultura e os recursos hídricos são setores que atuam em fortes ligações com a Meteorologia. O esporte e o lazer são também dependentes do tempo e precisam de informações confiáveis da Meteorologia. Enfim, todo cidadão preocupa-se com o tempo e acostuma-se rapidamente a um eficiente e preciso serviço de previsão do tempo. Pergunta: Em alguns países o índice de falha na previsão diária do tempo é quase zero. Como se consegue isso? Maria Assunção: O índice de acerto da previsão de 24 horas é muito alto, chegando a 98% em algumas épocas do ano e, principalmente, nas regiões mais distantes dos trópicos, onde o tempo é mais previsível. Mesmo aqui no Brasil, onde os fenômenos tropicais são mais difíceis de prever, o índice de acerto em 24 horas é da ordem de 97%. Uma previsão é considerada útil se o seu acerto for maior que 60% e, hoje, conseguimos isso com seis a sete dias de antecedência. Pergunta: É verdade que o Brasil é um dos “campeões” em acidentes com raios? Por que isso acontece? Maria Assunção: O Brasil é um país tropical onde ocorrem chuvas abundantes, provenientes de um tipo de nuvem que produz relâmpagos em excesso, levando a uma probabilidade maior de ocorrência de acidentes. Pergunta: Há algum tipo de cuidado especial que você recomendaria nesse tipo de acidente? Maria Assunção: Os cuidados são sempre no sentido de abrigar-se quando começa a ameaçar uma tempestade e continuar abrigado mesmo quando a chuva mais grossa já tiver passado. Os danos a propriedades são minimizados com o uso de bons para-raios.

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Professor, questões relativas ao tema “Saúde” são complexas por conta da sua natureza transversal e transdisciplinar, pois elas extrapolam o campo biológico. Além disso, apresentam uma dimensão individual e coletiva, incluindo políticas públicas. Sem perder de vista essa complexidade, é importante estimular o aluno a ampliar seu quadro de referências e refletir sobre suas ideias. Espera-se assim que adotem medidas e condutas de promoção, proe recuperação da saúde ao seu alcance, EFEITOS DOS POLUENTES SOBRE A SAÚDE teção o que inclui, quando possível, a mobilização da família e da comunidade para essas ações pautadas no cuidado com si mesmo, com a coletividade e o ambiente.

POLUENTES

FONTES

EFEITOS SOBRE A SAÚDE HUMANA

Monóxido de carbono (CO)

Combustão incompleta de materiais fósseis como o petróleo e o carvão, principalmente nas indústrias metalúrgicas, nas refinarias de petróleo e nos motores de combustão.

Dificuldade respiratória e até mesmo asfixia, provocadas por sua combinação com a hemoglobina no sangue, substituindo o gás oxigênio.

Dióxido de enxofre (SO2)

Centrais termoelétricas, fábricas, veículos automotivos, usinas.

Ação irritante nos canais respiratórios, provocando tosse e sufocação. Contribui para o agravamento da asma e da bronquite crônica.

Dióxido de nitrogênio (NO2)

Motores de combustão, aviões, fornos, incineradores, certos fertilizantes, queimadas e instalações industriais.

Redução da capacidade do sangue no transporte de gás oxigênio e das defesas do organismo contra as infecções. Pode ainda provocar problemas respiratórios.

Pesquise em outras fontes para ampliar as informações sobre os riscos da poluição do ar. Depois: • com os colegas, e com a ajuda do professor, organize um mural com o material obtido por Professor, consulte no Manual do Professor o tópico 11. vocês para divulgar essas informações na escola. Respostas de atividades do Livro do Aluno.

INDO ALÉM

Fontes alternativas de energia

Daniel Cymbalista/Pulsar Imagens

Para diminuir a poluição, é necessário maior investimento na busca de fontes alternativas de energias não poluentes, como a eólica (dos ventos) e a solar. Também são necessários: maior controle das queimadas, redução do desmatamento e investimento no reflorestamento de áreas já desmatadas.

A utilização de fontes alternativas de energia, como a solar, pode diminuir a emissão de gases poluentes na atmosfera. Acima, coletores desse tipo de energia. Andradina, SP, 2014.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS A poluição atmosférica corresponde às alterações na composição do ar capazes de causar danos ao ambiente e/ou à saúde dos demais seres vivos. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

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caderno

AGORA É COM VOCÊ 1 O que você entende por poluição do ar? É a alteração na composição do ar.

2 Cite dois exemplos de poluentes atmosféricos. Sugestão de resposta: monóxido de carbono e ozônio.

3 Que importância tem para o meio ambiente a redução do uso de CFCs? A redução no uso de CFCs diminui os riscos de destruição da camada de ozônio.

4 O que provoca a chuva ácida? A reação de substâncias que contêm enxofre e nitrogênio com a água presente na atmosfera leva à formação de ácidos que são trazidos à superfície pelas chuvas.

5 Quais são os efeitos da chuva ácida sobre o ambiente natural? A chuva ácida afeta os seres vivos, a composição do solo, da água e do ar.

6 Qual é a importância do efeito estufa para o planeta? Manter uma temperatura média favorável à vida.

7 Quais são os riscos decorrentes da intensificação do efeito estufa esquematizado a seguir?

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

luz do Sol

Luiz Lentini

Os riscos são o aquecimento global e as consequências ambientais provocadas por ele.

estufa de vidro luz refletida para fora da atmosfera

calor fica retido no ambiente

8 Que gases podem provocar a intensificação do efeito estufa?

Agravam o efeito estufa gases com carbono, como o gás carbônico, o metano e o monóxido de carbono.

9 Por que a inversão térmica pode agravar os efeitos da poluição do ar? Porque a camada de ar frio dificulta a dispersão dos poluentes.

Panagiotis Karapanagiotis/Dreamstime.com

10 Especialistas da Universidade de Atenas, na Grécia, têm constatado que a deterioração de famosas obras-primas feitas de mármore há milhares de anos tem sido, nas últimas décadas, superior à acumulada em dezenas de séculos. Uma das causas dessa deterioração é a poluição atmosférica, em especial pela formação de chuvas ácidas. Como se formam essas chuvas? 11 Ao ler reportagens sobre o tema, por vezes notamos certa confusão: Efeito estufa é a mesma coisa que aquecimento global? Explique. Não. O aquecimento global é uma consequência da intensificação do efeito estufa. A poluição e o lançamento de gases como metano, dióxido de carbono, entre outros, na atmosfera intensificam o efeito estufa, tornando o planeta gradativamente mais quente, fenômeno conhecido por aquecimento global.

10. Toda chuva é ácida, pois a presença do gás carbônico leva à formação de um ácido fraco na atmosfera. Contudo, a reação entre substâncias que contêm enxofre e nitrogênio, geralmente emitidas por chaminés industriais e escapamentos de automóveis, e a água presente na atmosfera leva à formação de ácidos fortes, nocivos ao ambiente e, consequentemente, às obras de arte que ficam expostas.

Estátua grega corroída por chuva ácida.

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Ilustrações: Paulo César Pereira

caderno

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS 1. O esquema ao lado representa o que ocorre no fenômeno da inversão térmica. a) Esse fenômeno é provocado pela poluição? Explique.

ar mais frio

ar frio

ar frio

ar quente

ar quente

ar frio

b) Elabore um esquema comparando a posição das camadas de ar frio e ar quente na situação sem inversão O esquema deverá indicar, com desenhos térmica. ou palavras: ar mais frio, ar frio, ar quente,

superfície da Terra. 1. a) Não. A inversão térmica é um fenômeno natural. Entretanto, pode provocar danos a nossa saúde quando há grande concentração de poluentes na atmosfera, pois, com a inversão, esses poluentes ficam retidos próximo à superfície da Terra.

2. Observe o esquema ao lado.

radiação solar

Ele representa o que vem ocorrendo em uma das camadas da atmosfera onde existe grande quantidade do gás ozônio, que tem importante papel na filtração de raios ultravioleta do Sol.

buracos na camada de ozônio s raio leta avio ultr

a) A que camada atmosférica refere-se essa descrição? Estratosfera. b) Que fenômeno, esquematizado ao lado, vem ocorrendo na atmosfera?

camada de ozônio troposfera

A formação de buracos na camada de ozônio.

c) Que gases agravam esse fenômeno? Os clorofluorcarbonetos (CFC).

CFC

CFC CFC

Esquema simplificado da ação de moléculas de CFC na atmosfera terrestre.

3. Leia o texto a seguir a respeito de uma lei pau­listana para o controle da poluição do ar. Na cidade de São Paulo, como medida para diminuir a poluição do ar, há uma lei municipal que estabelece o rodízio de carros. De acordo com o final da numeração da placa, o carro não pode rodar no centro expandido por algumas horas determinadas em um dia da semana estabelecido. Por exemplo, se a placa do carro tiver final 8, o veículo não poderá rodar às quintas-feiras em horário predeterminado. Com base no que você estudou, discuta com os colegas: a) Essa lei paulistana é eficiente, ou seja, resolve ou ameniza o problema? b) Que outras sugestões vocês teriam para solucionar ou amenizar esse problema? Respostas pessoais. Não deixe de anotar o re­su­mo das conclusões a que vocês chegaram sobre a referida medida. Socializem com o restante da turma. Se possível, elaborem uma carta com as sugestões e enviem à prefeitura de sua cidade, se a poluição do ar também for um problema local.

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4. Leia o texto a seguir e faça o que se pede. Sob a denominação geral de Material Particulado se encontra um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. As principais fontes de emissão de particulado para a atmosfera são: veículos automotores, processos industriais, queima de biomassa, ressuspensão de poeira do solo, entre outros. O material particulado pode também se formar na atmosfera a partir de gases como dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs), que são emitidos principalmente em atividades de combustão, transformando-se em partículas como resultado de reações químicas no ar. O tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à saúde, sendo que quanto menores maiores os efeitos provocados. O particulado pode também reduzir a visibilidade na atmosfera. [...] A concentração de poluentes está fortemente relacionada às condições meteorológicas. Alguns dos parâmetros que favorecem altos índices de poluição são: alta porcentagem de calmaria, ventos fracos e inversões térmicas a baixa altitude. Este fenômeno é particularmente comum no inverno paulista, quando as noites são frias e a temperatura tende a se elevar rapidamente durante o dia,

Lalo de Almeida/Folhapress

provocando alteração no resfriamento natural do ar.

Camada de poluição cobre a cidade de São Paulo, SP, em 7 ago. 2014.

 

Disponível em: . Acesso em: mar. 2015.

a) A maioria dos gases atmosféricos é invisível. A cor preta da fumaça que observamos é constituída, principalmente, de material particulado. Relacione o estilo de vida nas regiões urbanas à quantidade de material particulado presente na atmosfera. b) Um tipo de material particulado é o dióxido de enxofre. Ele resulta da queima de gasolina e óleo diesel. Ao se misturar com água, o dióxido de enxofre se transforma em ácido (o ácido sulfúrico). Descreva um importante fenômeno climático em que essa reação ocorre espontaneamente e seus impactos à sociedade e à natureza. c) Que condições tornam os ambientes mais sujeitos ao acúmulo de poluentes? 4. a) Em grandes áreas urbanizadas há uma maior concentração de fábricas e automóveis e, consequentemente, há maior emissão de materiais particulados. b) Esse fenômeno é a chuva ácida, em que a água da chuva reage com o dióxido de enxofre tornando-se ácida. Ao cair, essa água prejudica a fauna e a flora, além de contaminar água e solo. Diversas esculturas calcárias expostas às intempéries podem ser corroídas em decorrência dessas chuvas. c) Baixa altitude e ventos fracos.

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caderno

SUPERANDO DESAFIOS Responda em seu caderno às questões a seguir.

1 (Fatec-SP) Normalmente, o ar próximo ao solo é mais quente e menos denso que o ar das camadas superiores. A diferença de densidade faz surgirem duas correntes de ar em sentidos opostos: uma de ar quente, que sobe, e outra de ar frio, que desce, substituindo o ar que subiu. Geralmente, durante o inverno, ocorre o aquecimento de camadas superiores, interrompendo o fluxo de ar. Consequentemente, o ar poluído estaciona e as substâncias tóxicas se acumulam no ambiente. Responda no caderno qual fenômeno a seguir o texto descreve. Alternativa: c. d) Chuva ácida. a) Destruição da camada de ozônio. e) Eutrofização.

b) Efeito estufa. c) Inversão térmica.

Professor, mesmo sem o aluno conhecer o termo “densidade”, motive-o a ler o enunciado completo e a tentar compreender o texto como um todo, sem que ele se preocupe ao se deparar com uma palavra desconhecida.

2 (PUCCAMP-SP) A queima de combustíveis fósseis, como o carvão mineral, provoca poluição atmosférica responsável por um dos fenômenos abaixo. Escreva no caderno a alternativa correta. Alternativa c. a) Pelo efeito estufa, além de ser um dos responsáveis pelas inversões térmicas. b) Pelas ilhas de calor, além de contribuir para o aumento do buraco da camada de ozônio. c) Pela chuva ácida, além de ser um dos geradores do efeito estufa. d) Pelo aumento do buraco da camada de ozônio, além de contribuir para o aumento das amplitudes térmicas. e) Pelas inversões térmicas, além de ser um dos responsáveis pela formação das ilhas de calor.

TRABALHO EM EQUIPE 1. Várias doenças podem ser causadas ou agravadas por poluentes do ar. • Pesquisem algumas dessas doenças. • Identifiquem o principal poluente causador dessas doenças pesquisadas. • Façam um resumo dessas informações e divulguem para a comunidade. 2. Acordos internacionais entre países, como o Protocolo de Kyoto, preveem a diminuição progressiva da emissão de gases que agravam o efeito estufa. • Pesquisem sobre esse acordo e outras iniciativas nesse sentido. • Comparem a posição dos países, entre eles os Estados Unidos, em relação a tais acordos e discutam a importância de um maior compromisso e adesão, principalmente, por parte de nações fortemente industrializadas. • Registrem suas ideias e compartilhem com a turma. • Pesquisem notícias sobre o efeito estufa, divulgadas em jornais e revistas. • Com essas notícias, construam um mural sobre desequilíbrios ambientais observados no Brasil e no resto do planeta.

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RESGATANDO CONTEÚDOS

caderno

1 Se o ar é invisível, como pode ter peso? Sendo matéria, o ar tem massa e, portanto, peso.

2 Sabemos que o ar exerce pressão sobre a Terra. Como denominamos essa pressão? Pressão atmosférica.

3 A letra da música Copo vazio, composta pelo artista baiano Gilberto Gil, apresenta em sua primeira estrofe: É sempre bom lembrar Que um copo vazio Está cheio de ar  Disponível em: ‹www.gilbertogil.com.br/sec_musica.php?page=2›. Acesso em: mar. 2015.

4 Chamamos de formação de ilhas de calor a um fenômeno climático (representado na imagem) que ocorre nos centros urbanos, devido principalmente aos seguintes fatores: • muitos prédios e edifícios dificultando a circulação dos ventos;

Dawidson França

a) Que propriedade do ar está relacionada a essa estrofe? O ar ocupa lugar no espaço. b) Como você reescreveria o segundo verso – “Que um copo vazio” – para tornar o texto correto do ponto de vista científico? “Que um copo aparentemente vazio”. c) O que ocorre com o ar de um copo quando colocamos suco ou outro líquido dentro dele? O ar sai do copo, formando bolhas.

• absorção de calor de superfícies como o asfalto, paredes de tijolo ou concreto; • poucas áreas cobertas por vegetação, diminuindo a reflexão de calor; • impermeabilização dos solos pelo asfalto e calçamento das ruas e desvio da água por sistemas de bueiros e galerias, reduzindo sua evaporação, que “gastaria” calor; • maior emissão de poluentes na atmosfera que retêm calor.

Por causa da ação desses fatores, o ar no centro da cidade é mais quente do que nas a cobertura vegetal ajuda a refletir calor; há maior circulação de ar; a água pode se infiltrar áreas à sua volta. a) Pnoorque solo e evaporar; menos poluentes são lançados na atmosfera etc.

a) Por que as zonas rurais não formam ilhas de calor? b) A poluição do ar colabora na formação de ilhas de calor? Por quê? Sim, porque a maior parte desses poluentes colabora para a retenção de calor.

c) Que medidas podem evitar a formação de ilhas de calor?

Evitar a impermeabilização do solo urbano, aumentar áreas verdes na cidade, evitar a construção de prédios muito altos e muito próximos uns dos outros, diminuir a circulação de veículos movidos a combustíveis fósseis, substituir o uso de concreto por outros materiais, utilizar filtros para gases poluentes em chaminés de fábricas e escapamentos de veículos, proteger as águas dos rios e lagos, entre outros.

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5 Leia o texto a seguir. Quando se alerta para riscos relacionados ao efeito estufa, o que está em foco é a sua possível intensificação, causada pela ação do ser humano, e sua consequência para o clima da Terra. O Protocolo de Kyoto, fundamental no combate a essa intensificação, foi negociado em 1997, no Japão, e entrou em vigor em 2005. Oitenta e quatro países dispuseram-se, na época, a aderir ao Protocolo e o assinaram, comprometendo-se a implantar medidas com o intuito de diminuir a emissão de gases poluentes. Apesar dos dados alarmantes divulgados pelos cientistas em relação ao aquecimento global, por razões econômicas, os EUA sempre foram contrários às ações sugeridas no Protocolo, que exigem redução crescente da emissão de gases de efeito estufa.

Zuma Press/Easypix Brasil



Em 2009, em uma reunião sobre clima, realizada em Copenhague (Dinamarca), mais de 170 países industrializados comprometeram-se a fazer cortes ou limitar suas emissões de carbono até 2020, mas não garantiram um plano de ações efetivas para o cumprimento das promessas. Cartaz de campanha do Greenpeace em Copenhague faz críticas a líderes mundiais sobre suas decisões e omissões acerca do aquecimento global. Tradução do texto do cartaz: “Desculpe, poderíamos ter impedido mudanças climáticas catastróficas... e não o fizemos”.



Em 2012 a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável realizada no Rio de Janeiro, a Rio + 20, marcou os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. Entre as novidades apresentadas, destaca-se um ônibus movido a eletricidade e gás hidrogênio, desenvolvido pela Coppe/UFRJ, que não libera poluentes na atmosfera, apenas vapor de água.



Agora faça o que se pede.

a) O efeito estufa, em si, é maléfico ao planeta? Justifique.

Não. O efeito estufa é essencial para manter no planeta uma temperatura média favorável à vida. O risco está em sua intensificação.

b) Por que a redução no uso de combustíveis fósseis, como gasolina, óleo diesel , gás natural e carvão mineral, é parte fundamental no combate à intensificação do efeito estufa?

Porque a queima desses combustíveis libera gás carbônico, que agrava o efeito estufa.

c) Por que organizações ambientais costumam fazer campanhas criticando os líderes mundiais? Por causa da lentidão ou ineficácia dos acordos recentes sobre as mudanças climáticas e porque por vezes os governos defendem os interesses de uma minoria (em geral dos grandes empresários).

d) Pesquise e indique que posição o Brasil tem assumido nesses encontros acerca das mudanças climáticas no planeta. Socialize com a turma o resultado de sua pesquisa.

Professor, oriente os alunos a pesquisar em fontes confiáveis de notícias e em documentos públicos do governo federal.

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UNIDADE 4

A Terra e o solo Debulhar o trigo Recolher cada bago do trigo Forjar do trigo o milagre do pão E se fartar de pão. Decepar a cana Recolher a garapa da cana Roubar da cana a doçura do mel Se lambuzar de mel. Afagar a terra, Conhecer os desejos da terra Cio da terra, propícia estação E fecundar o chão.

O cio da Terra. Chico Buarque; Milton Nascimento. Geraes. EMI/ODEON, 1976. © 1977 by Cara Nova Editora Musical Ltda. e EMI Nascimento Editora Musical Ltda.

Sementes de planta em diferentes estágios de germinação.

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Aclicks/Dreamstime.com

1 O que os autores da letra querem dizer com “Afagar a terra, conhecer os desejos da terra [...]”? 2 Que relações podemos estabelecer entre os versos da música e os cuidados com o solo? 3 Que impactos ambientais as ações humanas têm causado ao solo? 4 A falta de cuidados com o solo pode prejudicar o ser humano? Explique.

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CAPÍTULO 10

O solo e o subsolo Objetivos gerais da unidade: • reconhecer o solo como um dos elementos da biosfera que abrigam a vida;

Respostas das questões da página anterior no tópico 11 do Manual do Professor.

• reconhecer que deve ser mantida a composição do solo e devem ser respeitados os ciclos vitais que nele ocorrem.

Quando pensamos em solo, geralmente o associamos apenas à terra na qual são feitas as plantações. Na verdade, solo é muito mais que isso. O solo corresponde à camada de terra que sustenta casas e edifícios, fornece suporte e nutrientes às raízes das plantas, abriga microrganismos e pequenos animais, além de ser a superfície onde sempre pisamos. Geralmente é constituído de partículas de rochas, plantas, animais e outros seres vivos, alguns deles em decomposição.

Denali55/Dreamstime.com

Mas o que existe abaixo desse solo em que pisamos?

Erupção do Vulcão Arenal, na Costa Rica, em 2012.

Objetivos específicos: • identificar e comparar os solos quanto aos tipos de partículas predominantes na sua composição; • distinguir os solos quanto à permeabilidade em relação à água.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE • Como é nosso planeta “por dentro”? • O que existe abaixo do chão que você pisa? • Quando você pensa em solo, a que você o associa? • Todos os solos são iguais?

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Professor, este assunto pode ser trabalhado de forma articulada com as disciplinas de Geografia e de Matemática para melhorar a compreensão dos fenômenos geológicos e, também, para desenvolver as noções de distância e proporção.

A estrutura do planeta Terra

A Terra tem forma aproximadamente esférica e é achatada nos polos. Ela é dividida em três camadas principais: crosta terrestre, manto e núcleo.

Explorando Terra

Observe com atenção o esquema simplificado a seguir, que representa a estrutura da Terra.

As dimensões das estruturas representadas estão fora de escala; as cores usadas não são as reais.

O vídeo da série ABC da Astronomia apresenta as principais características de nosso planeta, inclusive sua estrutura interna.

Dawidson França

Viagem ao centro da Terra

manto núcleo

crosta terrestre

Neste esquema representativo da estrutura da Terra podemos perceber a crosta como uma fina camada que forma a superfície e que é composta por rochas duras, e essas rochas são cobertas por solo, água ou ar.

A crosta terrestre é a camada mais superficial. É o nosso chão, ou seja, a parte do planeta sobre a qual andamos, vivemos, construímos nossas casas. Nos continentes, sua espessura pode ter de 30 a 80 km; já no fundo dos oceanos varia entre 5 e 10 km.

Acesse o infográfico e conheça algumas curiosidades das profundezas da Terra.

A parte mais externa do núcleo é composta principalmente de ferro em estado líquido; a parte mais interna tem principalmente ferro e níquel em estado sólido.

O manto fica abaixo da crosta terrestre e possui quase 3 mil km de espessura. É formado por material semelhante ao da crosta terrestre, porém de consistência mais pastosa em sua região inferior (interna), submetido à pressão intensa e à temperatura elevada (entre 1 000 °C e 3 000 °C). A parte mais externa do manto é mais sólida e, junto com a crosta terrestre, forma a litosfera (termo que vem da junção das palavras gregas lithos, que significa “pedra”, e sphaira, “esfera”, ou seja, “esfera de pedra”). O núcleo localiza-se na parte central da Terra, abaixo do manto. É formado basicamente de ferro e níquel, com temperaturas acima de 4 000 °C e pressões muito elevadas.

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Como se formaram os continentes? 180°O

120°O

60°O



OCEANO

60°L

GLACIAL

120°L

©DAE/Sonia Vaz

Mapa-múndi: placas tectônicas 180°L

ÁRTICO

Círculo Polar Ártico 60°N

PLACA EURO-ASIÁTICA PLACA NORTE-AMERICANA

30°N Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO

PLACA DE NAZCA

Trópico de Capricórnio 30°S N L 60°S S 0

2 400

PLACA DAS FILIPINAS

PLACA DO PACÍFICO

PLACA AFRICANA

OCEANO

PLACA DO PACÍFICO

O

PACÍFICO

PLACA ARÁBICA

PLACA DO CARIBE

Círculo Polar Antártico

OCEANO ÍNDICO

ATLÂNTICO PLACA SUL-AMERICANA

Meridiano de Greenwich



PLACA DE COCOS

Equador

OCEANO

PLACA IRANIANA

PLACA INDO-AUSTRALIANA

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

PLACA ANTÁRTICA

4 800 km

Área de choque de placas Área de afastamento de placas

Fonte: Atlas histórico escolar: Ensino Fundamental do 6o ao 9o ano. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

Os limites das placas tectônicas não coincidem com os limites dos continentes e oceanos que se localizam sobre elas.

A litosfera (camada sólida externa da Terra) está dividida em gigantescos blocos de rochas que se encaixam, como peças de um “quebra-cabeça”. Essas “peças” são denominadas placas tectônicas ou placas litosféricas. Como já vimos, o núcleo é a parte mais quente da estrutura da Terra. O calor que vem do núcleo esquenta o manto, que, pelas diferenças de temperatura, se movimenta: as partes mais quentes sobem e as menos quentes descem, criando correntes que movimentam muito lentamente as placas litosféricas. Ao se movimentarem, algumas placas se aproximam, outras se afastam. Embora os continentes, assim como os oceanos, estejam sobre as placas, nós não percebemos seu movimento, porque ele é muito lento, cerca de 2 a 10 centímetros por ano! No entanto, embora lento, o movimento das placas litosféricas tem alterado a posição dos continentes pelo processo de deriva continental, e mudado muito o nosso planeta.

Glossário Período geológico: divisão de todo o tempo decorrido desde o surgimento do planeta Terra até os dias de hoje. Um período pode durar mais de cem milhões de anos.

Os movimentos das placas tectônicas foram comprovados por pesquisas realizadas com satélites artificiais. A teoria que afirma que a litosfera é constituída de placas que se movimentam interagindo entre si é denominada teoria da tectônica de placas ou tectônica global. A seguir está representada a posição dos continentes durante alguns períodos geológicos: o Permiano, o Triássico, o Jurássico e o Quaternário, que é o período atual.

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Ilustrações: Antonio Eder

Origem dos continentes

LAURÁSIA

PANGEIA

GONDWANA

Permiano 225 milhões de anos atrás

Triássico 200 milhões de anos atrás

EUROPA AMÉRICA

ÁSIA

ÁFRICA OCEANIA ANTÁRTICA

Jurássico 135 milhões de anos atrás

Quaternário

Fonte: ‹http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/deriva-continental-pangeia-deu-origem-aos-continentes.htm›. Acesso em: mar. 2015.

Esse movimento das placas é responsável pela ocorrência de terremotos, tsunamis e vulcões. As bordas dessas placas são os principais locais em que ocorrem terremotos e vulcões. As ilhas que formam o Japão e as Filipinas, ou a costa oeste das Américas, por exemplo, estão localizadas sobre as extremidades de placas, o que explica a ocorrência frequente de terremotos e erupções vulcânicas nesses locais. Isso explica também por que não temos no Brasil muitos desses fenômenos naturais, pois seu território está localizado na parte central da Placa Sul-Americana.

INDO ALÉM Tsunamis

Fpolat69/Shutterstock

Os continentes se deslocaram e ainda se deslocam pela superfície do globo terrestre sobre o manto. Devido ao deslocamento das placas tectônicas, a posição atual dos continentes ou porções de continentes não é a mesma do passado e será diferente no futuro.

Destroços de casas após terremoto na Turquia, em 30 de outubro de 2011.

Professor, este assunto também costuma ser abordado pela Geografia. Assim, essa é uma excelente oportunidade para desenvolver um trabalho interdisciplinar abordando também, como evidências da teoria de evolução biológica e da tectônica de placas, as semelhanças e diferenças entre seres da fauna e flora dos diferentes continentes.

Tsunamis são ondas gigantes formadas nos oceanos, ou grandes lagos, pela movimentação de placas tectônicas no fundo das águas, empurrando massa de água para cima, ou então por ação de acidentes geológicos repentinos, como o deslocamento de terras e gelo sobre os corpos de água. Os terremotos marítimos, ou maremotos, também podem formar tsunamis. Atualmente, vários países têm equipamentos capazes de identificar a formação e propagação de tsunamis, podendo planejar o deslocamento da população de áreas de risco. 

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O chão em que pisamos A crosta terrestre apresenta várias camadas, compostas de três tipos de rochas que são formadas pela mistura de diferentes materiais. Essas rochas podem ser magmáticas, sedimentares ou metamórficas. Cada tipo de rocha é formado de maneira diferente e esse processo de formação das rochas é em ciclo, o que possibilita sua continuidade.

Glossário Lava: matéria em fusão que sai dos vulcões.

Rochas magmáticas As rochas magmáticas (também chamadas de ígneas) são originárias do interior da Terra, onde são fundidas em altíssimas temperaturas. Nas erupções vulcânicas, essas rochas são lançadas na forma de lava das camadas inferiores da crosta terrestre para a superfície. Sofrem, então, resfriamento rápido e se solidificam formando as rochas vulcânicas. Outras vezes, ficam nas proximidades da superfície, onde se resfriam lentamente e também se solidificam dando origem às rochas plutônicas.

Paura/Dreamstime.com

O basalto, a pedra-pomes e o granito são exemplos de rochas magmáticas que fazem parte de nosso dia a dia. O basalto e a pedra-pomes são rochas vulcânicas, formadas na superfície da crosta terrestre pela solidificação da lava vulcânica. O basalto é uma rocha escura muito utilizada na pavimentação de calçadas, ruas e estradas. A pedra-pomes, formada após rápido resfriamento e solidificação da espuma da lava, é rica em gases e, por isso, tem um aspecto poroso.

A pedra-pomes é utilizada para polir objetos e remover células mortas da pele.

Joseph Gough/Dreamstime.com

O granito se forma no interior da crosta terrestre por resfriamento lento e solidificação do magma, é um exemplo de rocha plutônica. É muito utilizado em revestimentos de pisos, paredes e pias. Valua Vitaly/Shutterstock

As faixas escuras das famosas calçadas de Copacabana, no Rio de Janeiro, são formadas por basalto.

O granito utilizado em bancadas de pia ou pisos é um exemplo de rocha magmática.

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Rochas sedimentares As rochas sedimentares são formadas por partículas provenientes da transformação e do desgaste de outros tipos de rochas. Os fragmentos de rochas são transportados pelo vento, pelas águas das chuvas e dos rios, e se depositam em camadas. As camadas de cima fazem pressão nas de baixo, tornando-as mais compactas. Assim, formam-se as rochas sedimentares, num processo que pode levar até milhões de anos.

Explorando Museu de minerais e rochas Heinz Ebert

O site apresenta inúmeras informações sobre os mais diversos minerais e rochas.

Observe abaixo o esquema de formação da rocha sedimentar.

Formato Comunicação

chuva, vento e outros fatores desgastam as rochas e carregam as partículas

essas partículas se depositam em mares e em outros terrenos

as camadas de cima comprimem as de baixo rochas sedimentares

Esquema simplificado de formação das rochas sedimentares.

Glossário

O calcário, o arenito e o argilito são exemplos de rochas sedimentares. Muitas cavernas se formam nas rochas calcárias e apresentam estruturas no teto e no piso denominadas espeleotemas.

Fóssil: resto ou vestígio preservado de seres vivos. Aprenda mais sobre os fósseis na seção Indo além da página 164. André Dib/Pulsar Imagens

Durante a formação dessas rochas, os fragmentos podem cobrir restos de animais e plantas, o que possibilita a formação dos fósseis e dos combustíveis fósseis. Por meio da análise dos fósseis, os cientistas podem estudar como era a vida no planeta em um passado distante.

Gruta do Janelão no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Januária, MG, 2012.

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Luiz Lentini

Luis Moura

A argila, tipo de partícula do argilito, é muito utilizada na produção de artesanato, tijolos, telhas e objetos de cerâmica.

Exemplos de rochas formadas de arenito.

A argila é utilizada na fabricação de diferentes utensílios, como filtros, moringas e artesanatos variados.

Glossário Argamassa: massa utilizada na indústria da construção para fixar tijolos e azulejos.

Renato Soares/Pulsar Imagens

O calcário pode ser aplicado a determinados tipos de solo para torná-los adequados ao plantio. Também é utilizado para obtenção da cal, matéria-prima da argamassa.

Vista da gruta do Janelão no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Januária, MG, 2012.

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Ostill/Shutterstock

Rochas metamórficas As rochas metamórficas resultam de transformações ocasionadas pelo aumento de pressão e temperatura das rochas magmáticas, sedimentares ou de outras rochas metamórficas. O mármore e a ardósia, tão comuns no revestimento de pisos e paredes, são rochas metamórficas. Quem mora nas regiões das serras do Mar e da Mantiqueira certamente tem sob os pés rochas metamórficas, pois grande parte dessas serras são formações de gnaisse, um outro exemplo desse tipo de rocha.

As imagens apresentadas nesta página estão sem escala.

Estátua feita de mármore representando Asclépio, o deus da medicina na mitologia greco-romana.

Lefteris Papaulakis/Dreamstime.com

Professor, um planejamento integrado com Geografia pode beneficiar as duas disciplinas, uma vez que é possível proporcionar ao aluno uma visão abrangente do conteúdo com maior economia de tempo, evitando que informações se repitam, transmitindo-as de forma integrada e complementar. Por isso, não aprofundamos o tema “rochas e minerais”. O objetivo, aqui, é apenas informar sobre a composição do subsolo.

A rocha do Morro do Corcovado, na cidade do Rio de Janeiro, é um exemplo de formação de gnaisse. A estátua é feita de pedra-sabão, com estrutura de ferro e concreto armado. Ambas são rochas metamórficas.

INDO ALÉM Gemas

Entre os materiais de origem orgânica existe uma grande variedade de gemas, muito embora não tão duráveis quanto os minerais, tais como o marfim […] e o âmbar […]. Outra gema importante é a pérola, substância de origem orgânica produzida por moluscos bivalves marinhos [...]. Ulbra – Museu de Ciências Naturais. Gemas. Disponível em: . Acesso em: jan. 2015.

Enlightened Media/Shutterstock

Gemas são substâncias geralmente naturais e inorgânicas, usadas para adorno pessoal. Além das gemas naturais, as mais abundantes e mais importantes, há gemas sintéticas, artificiais, reconstituídas e tratadas. O ideal é que sejam belas, raras e duráveis. Uma das gemas mais valiosas é o diamante. […]

A ametista representada na fotografia é um tipo de cristal encontrado no interior de rochas ígneas.

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O ciclo de formação das rochas

Magmáticas Transformação de rochas magmáticas em sedimentares Muitas rochas magmáticas, que se formam muitos quilômetros abaixo da superfície, acabam emergindo depois de milhares, até mesmo milhões de anos. Já na superfície, elas sofrem a ação de agentes externos, como da água, dos ventos, da exposição ao Sol e às chuvas, do gelo, entre outros. Esse processo de transformação do solo por agentes externos é denominado intemperismo. Quando toda essa matéria é transportada e acumulada em determinado local, sofrendo ação do frio ou calor, ocorre a transformação dos sedimentos em rochas sedimentares. Os locais mais comuns para a ocorrência desse processo são lagos, baías, lagunas e fundo de oceanos.

2

Sedimentares Transformação de rochas sedimentares em metamórficas

Tyler Boyes/Shutterstock

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Unidentified/Getty Images

A formação das rochas ocorre em ciclo, por isso não é possível definir quando uma rocha começou a se formar e quando ocorreu o fim do ciclo. Porém, para facilitar o estudo desse processo, vamos estabelecer o início do ciclo na transformação das rochas magmáticas em sedimentares no esquema a seguir.

Com o tempo, as camadas de terra vão se sobrepondo, e essas camadas formadas por rochas sedimentares se acumulam em profundidades cada vez maiores. Nas áreas mais profundas, sofrem a pressão da terra e de seu calor interno, tornando-se mais duras, o que origina as rochas metamórficas. O processo de aquecimento e endurecimento das rochas é chamado de metamorfismo.

3

Metamórficas Transformação de rochas metamórficas em magmáticas

Tyler Boyes/Shutterstock

Outras transformações Uma rocha magmática pode voltar a sofrer com o metamorfismo e tornar-se novamente metamórfica. Da mesma forma também é possível que as rochas metamórficas, em vez de se aquecerem ainda mais, se desloquem até a superfície, recebam as ações do intemperismo e se transformem em rochas sedimentares. Só não é possível que as rochas sedimentares se transformem diretamente em magmáticas, pois mesmo que esquentem muito, primeiro elas se tornam metamórficas para depois se transformarem em magmáticas.

As rochas metamórficas podem sofrer ainda mais com o calor e a pressão da terra e começar a derreter, formando lava. Com o endurecimento da lava, temos novamente a formação de rochas magmáticas. O processo de derretimento das rochas é chamado de fusão.

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O solo

Professor, é fundamental que a noção de solo e de seus diversos tipos seja construída mediante observação direta e experimentação. Essas atividades são importantes principalmente para os alunos que vivem em locais onde o calçamento, o asfalto etc. não lhes permitem o contato direto com a terra.

Luis Moura

O solo é a camada mais superficial da crosta terrestre, onde a maioria das plantas nasce e cresce. É no solo que as sementes germinam e é nele que as raízes se fixam e retiram água, oxigênio e nutrientes. Os sais minerais e a matéria orgânica que tornam o solo fértil são originados dos restos de organismos mortos que sofrem a ação de seres decompositores, como bactérias e fungos. Além disso, o solo também desempenha papel importante no armazenamento da água que nele se infiltra. O ser humano utiliza o solo em construções (casas, indústrias, estradas) e na Solo produção de objetos como cerâmica e artesanato. A camada abaixo da superfície é o subsolo, que além de apresentar materiais de origem orgânica, é constituído de partículas provenientes da fragmentação de rochas. Há também água e ar entre os grãos de solo.

Subsolo

Rocha compacta

Para muitos animais, o solo é moradia, refúgio, local seguro para pôr ovos. Nas paisagens retratadas, há grandes diferenças entre os tipos de solo. A seguir, você poderá observar algumas dessas diferenças.

Esquema simplificado que mostra camadas do solo, subsolo e rocha compacta em corte.

Plantação de alface. Teresópolis, RJ, 2012. Rubens Chaves/Pulsar Imagens

Praia em Santa Cruz Cabrália, BA, 2014.

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

Patrick Stollarz/AFP/Getty Images

Nesta ilustração foram utilizadas cores­‑fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

Plantação de cana-de-açúcar. Baía Formosa, RN, 2010.

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?

Existe relação entre o tamanho dos grãos de um tipo de solo e sua capacidade de reter água?

Diferentes tipos de solo

Os solos não são todos iguais. Podemos classificá-los levando em consideração diversos aspectos, como textura, composição, fertilidade, entre outros.

Textura

Professor, optamos por uma abordagem de classificação dos solos mais simples, considerando o nível cognitivo do aluno de 6o ano. Para possibilitar um olhar mais completo sobre o tema, sugerimos um trabalho interdisciplinar com Geografia.

O solo é composto por uma mistura de várias partículas. Sua textura depende da proporção das partículas que o formam. As partículas individuais do solo são argila, silte e areia e elas têm diferentes tamanhos: • argila – menor que 0,002 mm; • silte –de 0,05 a 0,002 mm; • areia – de 2 a 0,05 mm.

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De acordo com a textura, os solos podem ser classificados em muito argiloso, argiloso, siltoso, médio e arenoso. A composição das partículas presentes no solo (do que são formadas e seu tamanho) é um critério para a sua classificação.

35 a 60% de argila

siltoso

50% ou mais de silte, menos de 35% de argila e menos de 15% de areia

médio

menos de 35% de argila, mais de 15% de areia e menos de 50% de silte

arenoso

menos de 15% de argila e mais de 70% de areia

Solo muito argiloso (composto por mais de 60% de argila).

Solo argiloso (composto por 35% a 60% de argila).

Solo siltoso (composto por 50% ou mais de silte, menos de 35% de argila e menos de 15% de areia).

Solo médio (composto por menos de 35% de argila, mais de 15% de areia e menos que 50% de silte).

rSnapshotPhotos/Shutterstock

argiloso

fotocodp/Deposit Photos/Glow Images

mais de 60% de argila

Luísa Henriqueta/www.laeti.com.br

muito argiloso

smuay/Shutterstock

Proporção das partículas

Fabio Colombini

Solo

Solo arenoso (menos de 15% de argila e mais de 70% de areia).

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Alaen Lacroex/Dreamstime.com

O solo argiloso ou muito argiloso tem uma proporção grande de argila, cujos grãos são muito pequenos. Como os espaços entre os grãos, os poros, também são muito pequenos, eles retêm mais água. Assim, esses tipos de solo costumam ficar encharcados depois da chuva. Quando secos e compactos, sua porosidade diminui ainda mais, tornando-os duros e ainda menos arejados.

Professor, o fato de o solo ser composto de partículas variadas faz com que seu estudo envolva o conhecimento das partes e do todo, expresso por porcentagem. O aluno do 6o ano nem sempre tem construída essa noção matemática. Sugerimos que, para melhor entendimento do tema, seja feito um trabalho que relacione as porcentagens às ideias de maior que a metade, menor que a metade etc. Por exemplo: 70% de areia no solo significa que mais da metade de sua composição é de areia. A integração com Matemática é uma estratégia interessante para as duas disciplinas, pois o conteúdo contextualiza o aprendizado de forma produtiva e real.

Solo argiloso compactado pela falta de água.

O solo arenoso tem grandes poros por onde a água escoa rapidamente. Por essa razão, é um solo muito permeável e que seca rápido, mas costuma ser pobre porque, junto com a água, perde também nutrientes. As partículas que formam o solo são o resultado das constantes transformações das rochas. O tipo de grão depende da rocha-mãe da qual derivam suas características. Por exemplo, se a rocha-mãe for basalto (um tipo de rocha magmática), ao se decompor em partículas, com o passar do tempo será formada terra roxa, de cor vermelho-escura. Por ser rico em ferro, esse tipo de solo é apropriado para o cultivo de diversas espécies de plantas, como o café.

Glossário Nutriente: aquilo que nutre, como os sais minerais e a matéria orgânica presentes no solo. Permeável: que se deixa atravessar por outro tipo de substância.

Wagner Tavares/Pulsar Imagens

Um solo composto basicamente de argila e quartzo é conhecido como massapê, apropriado para o cultivo de cana-de-açúcar.

As dunas são acumulações de sedimentos arenosos, mas não constituem solo.

Dunas de Genipabu. Natal, RN, 2013.

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!

A capacidade de um solo reter mais ou menos água depende de sua textura, ou seja, do tamanho de seus grãos e dos espaços existentes entre eles.

Outros componentes do solo Além das partículas minerais de diferentes tamanhos, originadas da fragmentação das rochas, o solo também é composto de ar, água e húmus. A quantidade de cada um desses componentes varia de acordo com o tipo de solo. A água e o ar ocupam espaços (os poros) entre os grãos de solo. A água pode ser aproveitada pelas plantas que a obtêm pelas raízes. O ar presente no solo é fundamental para a respiração das raízes das plantas e dos outros seres vivos que vivem ali. Se o solo ficar encharcado, a água ocupa o lugar do ar, dificultando a respiração e o desenvolvimento das raízes e a vida dos animais. O húmus é constituído por matéria orgânica, como galhos, frutos, folhas, restos de animais e de outros organismos mortos. A decomposição desse material por fungos e bactérias devolve nutrientes ao solo. Solos que apresentam predominância de húmus em sua composição são chamados de orgânicos ou humosos.

Explorando O Cores da Terra é um projeto de pesquisa e extensão do Departamento de Solos que resgata a tradicional técnica do barreado e aperfeiçoa o processo de produção de tintas para residências usando solos como pigmento.

Nem todo solo escuro é orgânico, pois a matéria orgânica tende a colorir o solo mesmo em concentrações relativamente baixas. Os solos orgânicos ocorrem principalmente em regiões permanentemente alagadas ou em áreas de altitude muito elevada de serras, como a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira.

Fertilidade Fertilidade é a capacidade do solo de ceder nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas. A fertilidade natural decorre do processo de formação do solo e depende, entre outros fatores, do material de origem e do ambiente. Quanto à fertilidade natural, os solos podem ser classificados nas três categorias a seguir. • Muito férteis: por ter elevada disponibilidade de nutrientes para as plantas, podem ser cultivados muitos anos sem o uso de adubos ou corretivos. São raros no Brasil. • Moderadamente férteis: com correções simples podem gerar produ­ ções elevadas integrando agricultura, pecuária e floresta. • Pouco férteis: necessitam de elevada adição de adubos e corretivos, e mesmo assim ainda não alcançam elevada produtividade. São os mais comuns no Brasil. É importante saber que a baixa fertilidade do solo não significa que sua produtividade será insuficiente. Com o manejo adequado do solo, fornecendo a ele substâncias fertilizantes e corretivas, o agricultor pode obter excelente produtividade em suas culturas.

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Material:

• amostras de solos com cores diferentes (peneirados para tirar pedras e torrões);

• cola branca (tipo escolar); • água limpa; • dosadores (colheres ou tampinhas de refrigerantes, por exemplo);

• agitadores (colher de café, palitos de madeira ou plástico);

• recipientes para o preparo da tinta e

lavagem dos pincéis (como garrafas PET, potes vazios e limpos de iogurte, vidros de conserva etc.);

• pincéis; • materiais a serem pintados (tecido claro ou folha de papel sulfite ou cartolina);



panos para limpeza dos pincéis e da mesa.

INDO ALÉM

NDO   DISCIP AS

Os solos são diferentes e podem apresentar diversas cores dependendo de sua composição. Vamos fazer uma atividade artística aproveitando as diferentes cores do solo. Essa atividade pode ser individual ou em grupos.

Procedimentos

RA

L IN

Pintando com o solo

G

Professor, esta atividade interdisciplinar procura integrar o conteúdo em estudo (o solo) com Arte.

INTE

CONEXÕES

1. Para cada amostra de solo: junte uma colher de solo (terra), duas ou três colheres de água e meia colher de cola. Misture tudo em um pote plástico e a tinta estará pronta. 2. Utilize as diferentes cores de tinta para desenhar nos tecidos ou em folhas de papel. 3. Deixar secar a tinta. 4. Combine com o professor um espaço da escola para expor a produção e a coleção de solos que deu origem às tintas (em potes de plástico ou vidro transparente com identificação do local coletado). Responda no caderno. a) A que você atribui as diferenças de cores nas amostras dos solos? Às diferenças nos tipos e na composição dos solos.

b) Em sua opinião, é possível utilizar essa técnica na produção de tintas para pintar casas ou muros, por exemplo?

Sugestão de resposta: Sim, basta produzir um volume maior de tinta.

c) Que outras manifestações artísticas podem usar o solo como matéria-prima?

O artesanato, a produção de objetos de cerâmica e de esculturas.

Professor, combine com o professor de Arte uma pesquisa sobre essa expressão milenar da humanidade. Organize uma visita a uma fábrica, a uma olaria ou a um ateliê em que se trabalhe com argila (barro).

Se você der uma olhada à sua volta, com certeza verá muitas coisas feitas de argila. Geralmente, chamamos de barro esse componente do solo. A argila é usada na fabricação de telhas, tijolos, manilhas, azulejos, louças sanitárias, jarros, filtros, isoladores de eletricidade e também na produção de pratos, xícaras e demais utensílios de louça ou porcelana.

Jbor/Shutterstock

O uso social da argila

Os arqueólogos já encontraram, em escavações, vasos e outros objetos de barro que chegam a ter aproximadamente 9 mil A argila é amplamente usada em anos. Atualmente, há métodos industriais para produzir objetos artesanatos. de cerâmica, mas podemos encontrar ainda hoje quem use métodos simples e artesanais para criar obras de arte e utensílios domésticos. No Brasil, o artesanato de barro é rico. Existem no país muitas pessoas que se utilizam desse material para fazer objetos de cerâmica.

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O solo é um grande filtro Como já estudamos, alguns tipos de solo são capazes de reter bastante água entre suas partículas enquanto outros possibilitam a passagem de toda a água para o subsolo, retendo pouca umidade na superfície.

Eduardo Marques/Tempo Editorial

Christian Spoto/Spoto Filmes

Para as plantas é fundamental que haja água no solo.

Os grãos de terra são vistos assim quando usamos uma lente. Aqui aparecem ampliados 4 vezes.

Os pelos das raízes das plantas absorvem água do solo. Detalhe de horta, Araqueri, SC.

Dawidson França

Para que uma horta fique como a da imagem anterior, é necessário que o solo contenha água. A capacidade de retenção de água depende do tipo de solo. A água, por ser um líquido solvente, dissolve os sais existentes no solo, e assim as plantas podem absorvê-los. Nem toda a água da chuva flui diretamente para córregos, riachos e rios. Quando chove, parte da água infiltra-se e vai penetrando na terra até encontrar uma camada impermeável, encharcando o solo. Por exemplo, 1 metro cúbico (1 m3) de areia encharcada pode conter até 400 litros de água.

pelos absorventes

Se o solo estiver muito compactado, a água não se infiltrará com facilidade. Podem ocorrer, por exemplo, grandes enxurradas após uma chuva forte. A urbanização, com a pavimentação de ruas e estradas e a canalização de rios, impermeabiliza o solo e dificulta o escoamento da água das chuvas aumentando a possibilidade de alagamentos. O desmatamento de grandes áreas, por sua vez, contribui para o solo encharcar-se e tornar-se instável, pois retira a malha de raízes do solo dando origem a deslizamentos de terra, que podem causar perigosos acidentes. Esquema simplificado de raiz de planta.

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Registre no

caderno

EXPERIMENTANDO Como a água se infiltra no solo? Material necessário:

• três garrafas plásticas de embalagem de água mineral ou de refrigerante, de 1 ou 2 , transparentes; Fotos: Dotta

• três filtros de papel (coador de café) ou três pedaços de pano (de algodão ou tecido semelhante);

• um copo; • uma régua; • um pouco de água; • um pouco de areia, argila e terra preta (de jardim);

• um relógio digital ou analógico.

Água + terra preta

Água + argila

Água + areia

Procedimentos

1. Construa os funis e os recipientes com as três garrafas plásticas transparentes. Peça a um adulto que corte as garrafas conforme as indicações acima. 2. Coloque os filtros de papel nos três funis. Coloque em um filtro um pouco de areia, formando uma camada de aproximadamente 10 cm; no outro filtro, coloque uma camada de 10 cm de argila; e, no último, uma camada de 10 cm de terra preta. 3. Utilize o copo como medida e coloque a mesma quantidade de água sobre os três tipos de solo do experimento. Despeje a água com cuidado para não derramá-la fora do funil. 4. Anote o tempo que a água demorou para descer pelos filtros e marque o nível da água em cada recipiente. 5. Observe o que acontece e anote as etapas do experimento. Agora, responda às questões seguintes. 1 Em qual dos tipos de solo a água passou mais rapidamente? A água passou mais rapidamente pela garrafa com areia.

2 Qual dos tipos de solo reteve água por mais tempo? A garrafa com argila.

3 Em cada tipo de solo há alguma relação entre o tamanho das partículas (grãos) e o grau de permeabilidade à água? Se sim, qual é? Caso necessário, repita o experimento antes de responder. Quão menor o tamanho das partículas, menor a permeabilidade à água. Da mesma forma, a maior permeabilidade está relacionada a grãos maiores.

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Esta atividade integra as disciplinas Ciências e Geografia.

ndo   discip as

Já existiram vulcões no Brasil?

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Conexões

Paulo César Pereira

Sim. O vulcão mais antigo já encontrado até hoje, inclusive, é brasileiro. 'Um vulcão se forma geralmente em regiões onde há encontro de placas tectônicas. Essas placas ficam na camada mais superficial da Terra, que está sempre em movimento causando o afastamento de alguns centíme­ tros por ano entre os continentes', diz o geólogo Caetano Juliani, professor do Instituto de Geo­ ciências da USP. Isso aconteceu quando o Brasil estava justamente sobre uma área de encontro de placas, há milhões de anos. Hoje, ufa!, saímos da zona de perigo. Com a movimentação das placas, parte das rochas se funde, dando origem ao magma, substância viscosa que pode chegar a mais de 1 000 °C. Quando o magma emerge (junto com gases do interior do planeta), forma-se um vulcão – mas as paredes do cone, mais resistentes, não se fundem. Já o vulcanismo fissural rola quando as placas se afastam e abrem caminho para um magma mais líquido e menos explosivo. [...]

erupção (nuvem)

coluna eruptiva bombas

chuva ácida

cratera avalanche Nesta ilustração foram utilizadas cores­‑fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

água subterrânea derrames de lava

fraturas

Na erupção de um vulcão há liberação de gases, poeiras e magma (fluido composto de rochas derretidas) de dentro da Terra.

Gigante adormecido A região amazônica abriga o vulcão mais antigo já descoberto, com cerca de 1,89 bilhão de anos. Ele é parte de uma província de rochas vulcânicas chamada de Uatumã, que se espalhava sobre o Amazonas, Mato Grosso, Pará, Roraima e até Venezuela e Suriname. A altura original do vulcão, próximo ao rio Tapajós, pode ter chegado a 400 metros.

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Arquipélago vulcânico Quem curte as belas paisagens do arquipélago de Fernando de Noronha nem imagina que, há 12 milhões de anos, aquilo era um conjunto de vulcões, com base a 4 mil metros de profundidade. Geralmente, os vulcões submarinos se solidificam rapidamente por causa do choque com a água

Juca Martins/Olhar Imagens

fria, mas o vulcanismo intenso fez o magma emergir e formar as ilhas e ilhotas.

Vista aérea do arquipélago de Fernando de Noronha, PE, 2012.

Herança caliente Há 70 milhões de anos (quase nada em tempo geológico), a região onde fica a cidade mineira de Poços de Caldas estava a pleno vapor. A temperatura de 30 °C das águas de lá é herança dessa época. Quando o vulcão estava ativo, a lava cobriu a região e, com o tempo, se solidificou e foi coberta por rochas, que lentamente foram roubando o calor da lava. Já existiram vulcões no Brasil? O vulcão mais antigo já encontrado até hoje, inclusive, é brasileiro. Publicado na revista Mundo Estranho, edição 69, p. 65. nov. 2007.Crédito: Luiz Fujita Junior/Abril Comunicações S/A.



Pense, discuta com os colegas e faça o que se pede no caderno. a) Em um mapa da América do Sul, identifique as regiões em que os vulcões mencionados no texto se localizavam. Resposta pessoal. b) A atividade vulcânica pode modificar drasticamente a paisagem. Retire do texto um exemplo de modificação da paisagem causada por essa atividade. A formação do Arquipélago de Fernando de Noronha.

c) O vulcanismo também é responsável pela formação de novas rochas. Que tipo de rochas são originadas por esse processo? Rochas magmáticas ou ígneas.

d) Faça uma pesquisa sobre vulcões e descubra outras consequências que a atividade vulcânica pode causar ao ambiente, além de destruição e formação de novas rochas. Liberação de gases tóxicos e de partículas (cinzas) para a atmosfera. As cinzas também podem compor solos férteis.

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE O petróleo no Brasil O petróleo se formou há milhões de anos, quando as substâncias orgânicas de organismos marinhos e terrestres, depositadas em ambientes sedimentares, sofreram transformações pela ação de microrganismos e soterramentos.

Attila JANDI/Shutterstock

Formação do petróleo

O petróleo é um combustível fóssil, fonte de energia não renovável, matéria-prima da indústria petrolífera e petroquímica. No Brasil, a busca pelo "ouro negro" vem de longa data, desde os tempos coPlataforma de petróleo na Baía da Guanabara. loniais, mas a primeira jazida de petróleo Niterói, RJ, 2013. do País só foi descoberta em 1939, no bairro de Lobato, na periferia de Salvador (BA). Coincidentemente, o local tem o mesmo nome de um dos ícones da defesa da exploração petrolífera no Brasil, o escritor paulista Monteiro Lobato, que batalhou incansavelmente para mostrar que o país tinha potencial no setor e que o petróleo poderia dar ao povo brasileiro um melhor padrão de vida. É de Lobato, o escritor, a frase “O petróleo é nosso!“, que virou símbolo da campanha nacionalista lançada em 1946 em defesa da soberania brasileira sobre o recurso natural. [...] Conheça agora um pouco mais da história do petróleo no Brasil na linha de tempo abaixo: [...] 1939/1941 – Primeira Descoberta de Petróleo no Brasil Lobato, na Bahia, foi cenário da descoberta da primeira jazida de petróleo no País. Em 21 de janeiro de 1939, o poço DNPM-163 atinge camada petrolífera e o petróleo ocupa parte de sua coluna de perfuração, constituindo-se na primeira descoberta de petróleo no Brasil. O poço, apesar de ter sido considerado antieconômico, foi de importância fundamental para o desenvolvimento da atividade petrolífera na Bahia. A partir do resultado desse poço, houve uma grande concentração de esforços na Bacia do Recôncavo. Em 1941, é descoberta a primeira acumulação comercial de petróleo do País, no município de Candeias, na Bahia. [...] 1953 – Assinatura da Lei No 2004 O presidente da República Getúlio Vargas assina a Lei No 2.004 durante cerimônia no Palácio do Catete, em 3 de outubro de 1953, criando a Petrobras. A lei dispõe sobre a política nacional de petróleo e define as atribuições do Conselho Nacional de Petróleo. [...] 1968 – A Primeira Descoberta no Mar Realizada a primeira descoberta de petróleo no mar, no Campo de Guaricema, Sergipe. A plataforma Petrobras 1 (P-1) é construída [...] em Niterói (RJ) [...]. A P-1 deu início às atividades de perfuração no estado de Sergipe e foi a primeira plataforma de perfuração flutuante construída no Brasil, equipada com uma sonda capaz de perfurar poços de até 4 mil metros.

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1974/1975/1977 – O Início da Produção Em 1974, é descoberto petróleo na Bacia de Campos (RJ), no Campo de Garoupa. Em 1975, o governo federal autoriza a assinatura de contratos de serviços com cláusula de risco, o que permitiu a participação de empresas privadas na exploração. [...] Houve apenas uma pequena descoberta na Bacia de Santos com a aplicação deste tipo de contrato. Em 1977, entra em operação o Campo de Enchova, o primeiro a produzir na Bacia de Campos, com a utilização do Sistema de Produção Antecipada. Pela primeira vez produz-se no Brasil a 120 metros de lâmina d’água. No final do anos 70, essa era considerada uma grande profundidade. [...] 1997 – Fim do Monopólio do Petróleo Promulgação da Lei No 9.478 (Lei do Petróleo), de 6 de agosto de 1997, que flexibilizou o monopólio estatal do petróleo, criou o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), colocando sob a responsabilidade da ANP as concessões de exploração de petróleo, agora em regime de livre iniciativa. 1997 – 1 Milhão de Barris de óleo/Dia O País ingressa no seleto grupo dos 16 países que produzem mais de 1 milhão de barris de óleo por dia. É iniciada a construção do gasoduto Bolívia-Brasil. 2000 – O Recorde Mundial Petrobrás produz petróleo a 1.877 metros de profundidade, no Campo de Roncador. É um recorde mundial. 2003 – A Maior Jazida de Gás Natural Descoberta a maior jazida de gás natural na plataforma continental brasileira, o Campo de Mexilhão, na Bacia de Santos (SP). Produção no Brasil e no exterior supera a marca de dois milhões de barris de óleo equivalente por dia. 2005 – Os Primeiros Indícios de Petróleo no Pré-Sal Encontrados os primeiros indícios de petróleo no Pré-Sal na Bacia de Santos (SP). Conclusão das análises no segundo poço do bloco BM-S-11 (Tupi) indica volumes recuperáveis entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural. 2006 – A Autossuficiência O Brasil atinge a autossuficiência sustentável na produção de petróleo, com a entrada em operação do navio-plataforma P-50 nas novas descobertas, ocorridas em águas cada vez mais profundas. [...] 2008/2009 – Tupi. Extração do Primeiro óleo Em 2 de setembro de 2008, o navio-plataforma P-34 extraiu o primeiro óleo da camada Pré-Sal, no Campo de Jubarte, na Bacia de Campos (RJ). Em 1o de maio de 2009, deu-se início à produção de petróleo na descoberta de Tupi, por meio do Teste de Longa Duração (TLD).

Explorando Petróleo

Disponível em: ‹http://blog.planalto.gov.br/o-petroleo-no-brasil/›. Acesso em: abr. 2015.

a) Pesquise quais são as vantagens e desvantagens do uso do petróleo. Que outras fontes energéticas podem ser alternativas Consultar o Manual do Professor, viáveis para o Brasil? O que é o pré-sal? tópico 11. Respostas de atividades do Livro do Aluno.

b) Que consequências socioeconômicas e ambientais esse recurso pode trazer para o Brasil?

No site você encontrará informações sobre a extração, a utilização e os tipos de petróleo e a respeito do pré-sal, além de animações muito interessantes sobre o tema.

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INDO ALÉM Como se formam os fósseis? Fósseis são restos ou vestígios de animais e vegetais preservados em rochas. Restos são partes do animal (ex.: ossos, dentes, escamas) ou planta (ex.: troncos) e vestígios são evidências de sua existência ou de suas atividades (ex.: pegadas). Geralmente ficam preservadas as estruturas mais resistentes do animal ou planta, as chamadas partes duras, como dentes, ossos, conchas. As partes moles (vísceras, pele, vasos sanguíneos etc.) preservam-se com muito mais dificuldade. Pode ocorrer também o caso ainda mais raro de ficarem preservadas tanto as partes duras quanto as moles, como no caso de mamutes lanudos que foram encontrados intactos no gelo, e de alguns insetos que fossilizam em âmbar. Considera-se fóssil aquele ser vivo que viveu há mais de 11 000 anos, ou seja, antes do Holoceno, que é a época geológica atual. Restos ou evidências antigas mas com menos de 11 000 anos, como os sambaquis, são classificados como subfósseis. [...] A fossilização resulta da ação combinada de processos físicos, químicos e biológicos. Para que ela ocorra, ou seja, para que a natural decomposição e desaparecimento do ser que morreu sejam interrompidos e haja a preservação, são necessárias algumas condições, como rápido soterramento e ausência de ação bacteriana, que é a responsável pela decomposição dos tecidos. [...]

Paleontologia A paleontologia é a ciência que se ocupa da descrição e da classificação dos fósseis e da interação dos seres pré-históricos com seus antigos ambientes, da distribuição e da datação das rochas portadoras de fósseis, entre outros. A Paleontologia é uma ciência multidisciplinar, pois se relaciona com outras áreas do conhecimento, como Geologia, Biologia ou Oceanografia, que estudam as interações entre os organismos e o meio ambiente.

Fóssil pré-histórico de peixe.

Marcio José Bastos Silva/Shutterstock

Disponível em: . Acesso em: fev. 2015.

O cientista que estuda a vida pré-histórica com base nas evidências fornecidas por fósseis e rochas denomina-se paleontólogo. Os fósseis encontram-se, principalmente, nas rochas sedimentares.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS A estrutura de nosso planeta pode ser dividida em três partes principais: crosta terrestre, manto e núcleo. Vivemos, plantamos e construímos sobre o solo, na superfície da crosta terrestre. O solo é formado por grãos originados das rochas, restos de seres vivos, água e ar. Suas características dependem do tipo de rocha que o originou, do tamanho e da textura dos grãos que o compõem. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

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caderno

AGORA É COM VOCÊ 1 Considere a estrutura do planeta Terra e identifique os elementos que a constituem.

1

3

2

Christian Spoto/Spoto Filmes

1 – crosta terrestre, 2 – manto e 3 – núcleo.

Nesta ilustração foram utilizadas cores­‑fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

2 O basalto é um exemplo de rocha magmática. Explique como ele é formado.

O basalto é formado na superfície da crosta terrestre por meio da solidificação da lava vulcânica. As rochas magmáticas, que são fundidas a altíssimas temperaturas no interior da crosta terrestre, são lançadas à superfície, resfriam-se e solidificam-se.

3 Que relação existe entre as rochas sedimentares e os outros tipos de rocha? Cite dois exemplos de rochas sedimentares. Sugestão de resposta: as rochas sedimentares são formadas por fragmentos provenientes de outros tipos de rocha. São exemplos de rochas sedimentares o calcário e o arenito.

4 Cite exemplos de utilização de rochas metamórficas.

Sugestão de resposta: o mármore e a ardósia, que são exemplos desse tipo de rocha, são utilizados no revestimento de pisos e paredes.

5 Podemos citar o petróleo como exemplo de material orgânico fóssil. Qual é sua importância econômica? É utilizado como combustível fóssil na produção de energia, matéria-prima na indústria petrolífera e petroquímica.

6 Os fósseis constituem importante evidência de transformações que os seres vivos sofreram no decorrer do tempo em nosso planeta. Explique essa afirmativa. Os fósseis possibilitam ao ser humano descobrir fatos ocorridos, como a existência de seres em épocas muito antigas e que hoje estão extintos.

7 Os solos podem ser diferenciados, entre outros fatores, quanto à sua textura. Que fator determina a textura do solo? A textura do solo depende da proporção entre as partículas que o formam.

8 Comparando os tipos de solo que estudamos neste capítulo, responda: a) Qual deles seca mais rapidamente? O arenoso. b) Qual é o menos permeável? O argiloso. 9 Por que determinadas regiões do Brasil favoreceram o plantio de café enquanto outras se mostraram mais apropriadas para o plantio da cana-de-açúcar? Relacione esse fato com os tipos de solo adequados a cada plantio. Porque o café se desenvolve melhor na terra roxa e a cana-de-açúcar, no solo tipo massapê. Assim, as regiões de terra roxa favoreceram o plantio de café, enquanto nas regiões de solo massapê a cana-de-açúcar se desenvolveu melhor.

10 Por que o solo encharcado prejudica a sobrevivência das plantas e dos animais que nele vivem, como, por exemplo, a minhoca? Porque a água passa a ocupar todo o lugar do ar no solo, impedindo a respiração das plantas e dos animais.

11 Por que no Brasil não há terremotos de grande intensidade como os que acontecem no Japão, por exemplo? Porque o Brasil fica no meio de uma placa litosférica, enquanto o Japão se localiza na borda de outra placa.

12 Construa uma frase relacionando os seguintes termos: manto – temperatura – núcleo – movimento – placas litosféricas. Sugestão de resposta: o calor que vem do núcleo esquenta o manto que, pelas diferenças de temperatura, movimenta-se, criando correntes que movem muito lentamente as placas litosféricas.

13 Considerando o critério de fertilidade natural, que tipo de solo é mais comum no Brasil? É mais comum no Brasil o solo pouco fértil.

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DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

3. c) Sugestão de resposta: as pedrinhas no fundo do terrário possibilitam espaço para reserva de água (caso haja acúmulo); a areia (que é muito permeável) filtra a água para que a terra preta (menos permeável) não fique encharcada.

1. Releia o que você aprendeu sobre rochas, depois copie e complete o quadro a seguir. TIPOS DE ROCHAS magmáticas ou ígneas

COMO SE FORMAM

EXEMPLOS

Pelo resfriamento e solidificação da lava vulcânica.

basalto, pedra-pomes, granito Resultam de transformações de outras rochas ocasionadas pelo aumento de pressão e

mármore, ardósia

metamórficas temperatura. sedimentares

calcário, arenito

Por fragmentos provenientes do desgaste de outras rochas.

2. Leia o texto a seguir:

Cientistas perfuram poço e encontram magma incandescente "Pela primeira vez na história, pesquisadores norte-americanos atingiram uma camada de rocha incandescente após terem perfurado experimentalmente a crosta terrestre. O magma é normalmente observado durante as erupções vulcânicas, mas essa é a primeira vez que uma equipe de perfuração atinge a camada magmática." Disponível em: . Acesso em: fev. 2015.

O magma incandescente, ao atingir a superfície, transforma-se em lava. Qual é a consequência de seu resfriamento? Ele sofre solidificação, dando origem às rochas magmáticas (ou ígneas).

Na imagem do terrário ao lado, é possível perceber diferentes camadas de solo. c) De acordo com o que você estudou sobre o solo e sua capacidade de permeabilidade, justifique esse procedimento na montagem de um terrário.

Sandra Fanzeres

3. Na Unidade 1 foi sugerida a montagem de um terrário. a) Como está, hoje, o terrário da turma? Resposta pessoal. b) Recorde os tipos de solo que vocês usaram na composição do terrário.

3. b) Vocês colocaram no recipiente transparente algumas pedrinhas e as cobriram com uma camada de areia. Em seguida, puseram uma camada de terra preta sobre a areia.

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lençol freático solo

rio ou lago

Dawidson França

4. Os aquíferos são reservatórios subterrâneos naturais de água doce. Observe o esquema de parte da crosta terrestre, em corte, e responda: Por que a formação dos aquíferos é possível?

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O solo é composto de material permeável, o que permite a infiltração da água. Isso ocorre com as rochas presentes no subsolo, que são impermeáveis. Esse fato vai propiciar a ocorrência de depósito subterrâneo de água. Nesta ilustração foram utilizadas cores­‑fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

5. Observe a ilustração abaixo e responda às questões.

Nesta ilustração foram utilizadas cores­‑fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

Luis Moura

Na erupção de um vulcão, há liberação de gases, poeira e magma (fluido composto de rochas derretidas) de dentro da Terra.

a) A lava expelida pelo vulcão tem origem no núcleo terrestre? Explique. Não, a lava se origina de camadas profundas da crosta terrestre, muito distante do núcleo.

b) Qual é a relação entre vulcanismos e placas tectônicas?

O vulcanismo é mais frequente em regiões de fissuras ou encontros entre placas tectônicas.

c) Já existiram vulcões no Brasil? Explique. Hoje em dia não estão mais ativos, mas já existiram, sim, vulcões no Brasil durante a época em que o Brasil se encontrava em região de encontro entre placas tectônicas.

d) Após sua solidificação, a lava dá origem a um tipo de rocha. Que tipo de rocha é esse e como elas lava solidificada dá origem às rochas magmáticas, como o basalto e o granito, por são aproveitadas pelos seres humanos? Aexemplo. Essas rochas podem ser utilizadas na fabricação de pisos, azulejos e pias. 6. Roberta queria descobrir o tipo de solo presente em duas amostras diferentes. Veja o que ela fez: Usando luvas, manuseou com os dedos um tipo de solo de cada vez; Observou os grãos de cada tipo de solo através de uma lupa; Montou um pequeno filtro composto de um funil e um coador de café. Por esse filtro despejou um pouco de água e observou a permeabilidade de cada amostra. Após alguns testes, Roberta registrou as seguintes observações: Copie a tabela abaixo, preenchendo o tipo de solo de cada amostra.

• • •

Amostra

1 2

Características

grãos grandes muito aerado muito permeável grãos pequenos pouco aerado pouco permeável

Tipos de solo arenoso

argiloso ou muito argiloso

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caderno

SUPERANDO DESAFIOS Responda em seu caderno às questões a seguir.

1 (Fatec-SP) Um dos recursos minerais de maior importância histórica é o carvão mineral. Analise as afirmações a respeito de sua formação e de sua produção. I. O carvão mineral pode ser obtido através da queima de árvores e da exploração de reservas soterradas de rocha carbonífera. II. Trata-se de uma rocha sedimentar cuja formação iniciou-se há milhões de anos, a partir da decomposição de materiais orgânicos, como troncos e galhos, que se misturaram ao solo. III. A formação do carvão extraído atualmente ocorreu especialmente nas grandes florestas pantanosas da Europa, da Ásia e da América do Norte.

Anote no caderno a alternativa que apresenta apenas afirmações válidas. Alternativa c. a) I e II, apenas. c) II e III apenas. e) III, apenas. b) I e III, apenas. d) II, apenas. 2 (Unesp) Analise o mapa.

Placa Eurasiática Placa Arábica 3,7 Placa Africana

1,6 2,0

7,6 7,9 Placa Filipina

5,4

5,8 7,4 6,9

5,6

6,2 N

7,4

1,6

9,2

7,4

10,5

7,0 16,1

18,3 7,1 Dorsal do 3,7 Leste-Pacífico

Dorsal do Sudeste-Indiano 7,7 0

2,8

Placa Pacífico 11,7

Placa Australiana-Indiana

3 300

6 600 km

5,7

1,8 2,3

Dorsal Meso-Atlântica

5,5

2,7 4,0

1,3

5,4 Placa Norte-Americana

© DAE/Studio Caparroz

Distribuição geográfica das placas tectônicas da Terra

10,1

Placa Nazca 7,4 10,3

2,5 8,8

11,1 4,0 Placa Sul-Americana

3,3

Placa Antártica

Fonte: TEIXEIRA, W. ET. AL. Decifrando a Terra. São Paulo: Ibep, 2008.

Os números representam as velocidades em cm/ano entre as placas, e as setas, os sentidos dos movimentos. Os terremotos que abalaram o Haiti, em janeiro, e o Chile, em fevereiro, atingiram, respectivamente, 7,0 e 8,8 graus na escala Richter. A explicação para esses terremotos é o fato de que ambos os países a) estão posicionados no centro das placas tectônicas. Alternativa c. b) estão localizados em áreas que raramente sofrem abalos sísmicos, o que torna esses eventos catastróficos. c) estão situados nos limites convergentes entre placas tectônicas. d) têm todo o território situado em arquipélagos formados por cadeias de montanhas vulcânicas submarinas. e) estão em áreas de movimento de placas tectônicas divergentes.

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CAPÍTULO 11

Luciana Whitaker/Pulsar Imagens

O solo e os seres humanos

Objetivos específicos: • entender a importância dos cuidados com o solo para a agricultura; • reconhecer como é inadequada a forma de tratamento do lixo a céu aberto; • verificar que o lixo pode ser reciclado de diversas formas e que o seu tratamento correto é benéfico tanto à saúde quanto à conservação de recursos naturais; • relacionar a presença e as atividades decompositoras de bactérias e fungos com a fertilidade do solo.

Plantação de hortaliças em Teresópolis, RJ, 2014.

Quando a humanidade descobriu que, além de coletar alimentos, poderia cultivar o solo para obtê-los, o mundo se transformou. Atualmente, tornou-se um desafio plantar para atender à necessidade de produção de alimentos preservando o solo, cuidando do meio ambiente e respeitando-o. Isso porque as atividades agrícolas provocaram (e ainda provocam) no meio ambiente grandes modificações que podem ser prejudiciais, caso os recursos naturais do solo não sejam utilizados adequadamente. O solo serve de abrigo e de suporte para animais e outros seres vivos, mantém as plantas fixadas e fornece os nutrientes necessários para que elas possam crescer, além de abrigar as sementes até que germinem. As raízes das plantas absorvem do solo água e sais minerais de que necessitam para seus processos vitais. Essas plantas nos servem de alimento, como diz um dos versos da letra da música que está na abertura desta unidade: “roubar da cana a doçura do mel”.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE • A agricultura pode causar danos ao solo? • Que cuidados o solo deve receber para ser adequado ao plantio? • Que tipo de poluição pode atingir o solo? • Como podemos diminuir a quantidade de lixo produzido?

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?

De que maneira os fatores ambientais e os seres vivos influenciam na fertilidade do solo?

Os seres vivos interagem com o solo A vida se processa na constante interação entre os seres vivos e os fatores ambientais, tais como luz, temperatura, umidade, sais minerais, gases etc. Observe, a seguir, a descrição da interação entre fatores ambientais e seres vivos numa horta.

Haroldo Palo Jr./Brazil Image Bank

O solo fica úmido, pois armazena a água que nele se infiltra e que é necessária às plantas. Uma parte da energia que a Terra recebe do Sol fica guardada no solo na forma de calor. Além de armazenar calor, o solo também armazena ar. No solo, vivem pequenos animais, além de muitos e diversificados microrganismos — fungos, bactérias — que atuam na produção de componentes do solo fértil, como húmus e sais. O solo torna-se fértil pela ação dos microrganismos decompositores. Para obter energia e os sais de que necessitam, eles decompõem a matéria orgânica, presente em organismos mortos, partes deles ou seus resíduos.

Horta no município de Bonito, MS.

Glossário

Photo Researchers/John Kaprielian/Diomedia

Leguminosa: planta cujo fruto tem forma de vagem. São exemplos: feijão, soja, ervilha.

Os microrganismos decompositores degradam as substâncias, consumindo-as, e delas liberam a água e os sais minerais, que retornam ao ambiente. No solo, esses sais minerais tornam a terra mais fértil. Nos nódulos das raízes de leguminosas, como feijão, ervilha, soja e alfafa, encontram-se bactérias capazes de fixar o nitrogênio, isto é, transformar esse gás em sais de nitrogênio. Essa associação entre bactérias e leguminosas é muito importante para a fertilidade do solo.

Na fotografia, vemos a raiz de um pé de ervilha, que apresenta nódulos – estruturas arredondadas de aproximadamente 3 mm de diâmetro – formados pelo acúmulo de bactérias.

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Professor, aproveite para rever o estudo sobre os microrganismos decompositores por meio da observação do terrário da turma, no qual foi colocado um pedaço de fruta ou de pão para esse fim. Se tudo ocorreu como o previsto, não há mais vestígio desse material, e uma grande colônia de fungos já deve ter se espalhado pelo ambiente do terrário.

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“Afagar a terra, conhecer os desejos da terra”

!

De todas as terras emersas que formam os continentes e as ilhas de nosso planeta, apenas 10% aproximadamente são cultiváveis.

Delfim Martins/Pulsar Imagens

Assim, é importante “conhecer os desejos da terra”, ou seja, preparar o solo fornecendo água e nutrientes, a fim de torná-lo adequado para o desenvolvimento de grandes lavouras.

O solo fértil contém ar, água e sais minerais em abundância, o que assegura a sobrevivência dos seres que nele vivem. Esses seres vivos, em contrapartida, decompõem matéria orgânica e formam cavidades repletas de ar, enriquecendo o solo com sais minerais e ar. Professor, este é outro tema que enriquecerá as aulas se for articulado com o conteúdo de Geografia e também com o de História do Brasil (o ciclo da cana-de-açúcar, o solo massapê do Nordeste; o ciclo do café, a terra roxa de São Paulo e Paraná).

Pomar de laranja. Conchal, SP, 2010.

VV

areia, que deixa a água passar (pois é muito permeável);

VV

argila, que não deixa a água passar tão facilmente (pouco permeável), retendo a água para que a raiz a absorva;

VV

calcário, um tipo de rocha utilizado para neutralizar solos muito ácidos;

VV

húmus, que fornece à planta parte dos nutrientes necessários.

Fabio Colombini

O solo agrícola, adequado ao plantio, deve conter:

Esse conjunto de componentes costuma aparecer na seguinte proporção: Plantação de trigo. Foz do Iguaçu, PR, 2005.

DAE

Composição de solo agrícola 10% húmus

20% argila

5% calcário

65% areia

O gráfico representa um padrão de composição de solo agrícola. Fonte: . Acesso em: mar. 2015.

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Explorando Cuidados com o solo

Infográfico animado sobre os cuidados que devemos ter com o solo para garantir sua conservação.

Cuidados com o solo A fim de preparar o solo para o plantio, são necessários alguns cuidados especiais.

Adubação Adubar significa enriquecer o solo com nutrientes, quando ele está deficiente de minerais. Para isso, são utilizados adubos, substâncias capazes de fertilizar o solo. Os adubos podem ser de origem orgânica (por exemplo: esterco, farinha de osso, folhas, galhos enterrados) ou inorgânica (por exemplo: substâncias químicas que são aplicadas, como nitrato de sódio, um tipo de sal).

Aragem A aragem é outro cuidado que se deve ter para o solo não ficar compactado, “socado”. Revolver a terra, além de arejá-la, facilita a permeabilidade do solo, tornando possível a penetração das raízes das plantas, e leva o húmus existente para a superfície. Cesar Diniz/Pulsar Imagens

Adubação verde Algumas vezes, as leguminosas também são utilizadas como adubo. Quando crescem, são cortadas e enterradas no solo, enriquecendo-o com nitratos.

Cesar Diniz/Pulsar Imagens

Arado de tração animal com carro de bois, utilizado em Varginha, MG, 2013.

Trabalhador rural faz a aragem mecanizada de uma plantação de soja em Balsas, MA, 2014.

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A rotação de culturas consiste em alternar o plantio de leguminosas com outras variedades de plantas no mesmo local. Dessa forma, as leguminosas, pela associação com bactérias que vivem em suas raízes, abastecem o solo com nutrientes que serão utilizados por outras plantas, evitando o esgotamento do solo.

Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

Rotação de culturas

Plantação de milho e soja em fases distintas. Panambi, RS, 2011.

Irrigação e drenagem Irrigar e drenar são alguns dos cuidados que devem ser tomados para manter o nível de umidade necessário ao solo e para garantir que ele continue fértil. Com a irrigação, a água é levada a regiões ou áreas muito secas. Já com a drenagem, retira-se o excesso de água do solo, possibilitando que ele seja arejado. Com o aumento dos poros, abrem-se passagens de ar entre as partículas do solo. Há profissionais especializados, como agrô­nomos e engenheiros ambientais, que podem informar quais são as medidas a serem tomadas para os cuidados com o solo.

Dia de campo na TV

O vídeo da Embrapa apresenta os Sistemas Agroflorestais, um tipo de agricultura sustentável.

Cesar Diniz/Pulsar Imagens

As interferências do ser humano na natureza devem ocorrer somente após um estudo e um planejamento cuidadosos, para que essas ações não provoquem desequilíbrio no ambiente e, em consequência, na biosfera.

Explorando

Irrigação de lavoura pelo método de aspersão, que borrifa água sobre o solo. Ibiúna, SP, 2011.

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Agricultura sustentável

Explorando

Segundo a definição fornecida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), chamamos agricultura sustentável os sistemas agrícolas que são economicamente viáveis, socialmente aceitáveis e ambientalmente equilibrados.

Eduardo Ehlers. São Paulo: Brasiliense, 2009.

Editora Brasiliense

O livro explica como é possível conciliar a produção de alimentos com a preservação dos recursos naturais.

Agricultura sustentável Para obter mais informações sobre agricultura sustentável visite o site da Embrapa: . Acesso em: jan. 2015.

Isso significa que a produção de alimentos, em relação ao meio ambiente, deve procurar minimizar os prejuízos ao ambiente, não deve liberar substâncias tóxicas ou danosas no solo, na atmosfera, nas águas superficiais ou subterrâneas, deve preservar e restaurar a fertilidade do solo, prevenindo a erosão e deve usar a água de modo a permitir que se recarreguem as reservas subterrâneas, evitando que se esgotem. Produzir alimento implica também manter uma diversidade de culturas para não empobrecer o solo, usar, quando necessário, um controle biológico contra pragas agrícolas e tomar os devidos cuidados para evitar a contaminação do ambiente com substâncias químicas que possam se acumular, evitando o uso de agrotóxicos, por exemplo.

Glossário

Fabio Colombini

O que é agricultura sustentável?

Controle biológico: introdução de um organismo que seja inimigo natural da praga que se pretende combater. Erosão: fenômeno de desgaste de superfícies, como de rochas e solos, decorrente da ação da água ou do vento. Sistema agroflorestal que aproveita a sombra de árvores mais altas para o cultivo do café, que requer condições de baixa luminosidade. Teodoro Sampaio, SP, 2012.

INDO ALÉM Minhocas e suas galerias As minhocas têm a importante função de aerar o solo. Ao se movimentarem, elas abrem túneis e engolem parte da terra que deslocam, retirando daí seu alimento. Esses túneis, também denominados galerias, aumentam a porosidade do solo e, por isso, a circulação do ar e a infiltração de água intensificam-se. As suas fezes contribuem para a formação de húmus, matéria orgânica importantíssima para a fertilidade do solo, facilitando o desenvolvimento de microrganismos decompositores ou fixadores de nitrogênio.

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Os perigos da poluição do solo As autoridades e todo cidadão, e não só os ecologistas, devem ficar atentos aos perigos da poluição, que colocam em risco a vida no planeta Terra. Ministério do Meio Ambiente

O lixo das indústrias A poluição do solo pode ser ocasionada por produtos químicos lançados nele sem os devidos cuidados. Isso ocorre, muitas vezes, quando as indústrias se desfazem de seu lixo químico. Algumas dessas substâncias químicas utilizadas na produção industrial são poluentes e se acumulam no solo. Outro exemplo são os pesticidas, que combatem pragas nas lavouras e podem, pelo acúmulo, saturar o solo, ser dissolvidos pela água e depois ser absorvidos pelas raízes das plantas. Das plantas, passam para o organismo das pessoas e dos outros animais que delas se alimentam. Os fertilizantes, produtos químicos aplicados no solo para aumentar a produtividade das lavouras, são, em geral, tóxicos. Nesse caso, uma alternativa pode ser, por exemplo, o processo de rotação de cultura usando plantas leguminosas. Esse processo natural não satura o solo, é mais econômico que o uso de fertilizantes industrializados e não prejudica a saúde das pessoas. A poluição do solo, e da biosfera em geral, pode e deve ser evitada. Uma das providências necessárias é cuidar do destino do lixo.

Diversas campanhas publicitárias, como a registrada acima, são feitas com o objetivo de conscientizar a população dos riscos de agressões ao ambiente.

No início da história da humanidade, o “lixo” produzido era formado basicamente por folhas, frutos e galhos de plantas, pelas fezes e pelos demais resíduos do ser humano e dos outros animais. Esses restos eram naturalmente decompostos, isto é, reciclados, reutilizados nos ciclos do ambiente.

Moacyr Lopes Júnior/Folhapress

O lixo doméstico

Os rios sofrem as consequências da falta de tratamento e de reciclagem do lixo. Rio Pinheiros, São Paulo, SP, 2014.

Com as grandes aglomerações humanas, o crescimento das cidades, e com o desenvolvimento de indústrias e de tecnologia, cada vez mais se produzem resíduos (lixo) que se acumulam no meio ambiente.

Hoje, além do lixo orgânico, que é naturalmente decomposto, reciclado e “devolvido” ao ambiente, há o lixo industrial, o lixo eletrônico, o lixo hospitalar, as embalagens de papel e plástico, garrafas, latas etc., que, na maioria das vezes, não são biodegradáveis, isto é, não são decompostos por seres vivos e se acumulam na natureza. Professor, vale a pena ressaltar para os alunos que “lixo” aqui na verdade corresponde ao lixo que polui e sobrecarrega o ambiente.

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O destino do lixo O lixo das residências, das escolas e das fábricas difere quanto a seu destino. Se você mora em uma cidade, e ela conta com a coleta de lixo, um importante serviço de saneamento básico, possivelmente ele será transportado para longe do ambiente urbano. Contudo, vale lembrar que os depósitos de lixo a céu aberto ou mesmo os aterros comuns, onde o lixo é coberto de forma aleatória, não resolvem o problema da contaminação do ambiente, principalmente do solo.

Lixões a céu aberto A poluição do solo causada pelo lixo pode trazer diversos problemas.

Patogênico: que é capaz de provocar doenças.

O material orgânico quando sofre a ação dos decompositores — como é o caso de restos de alimentos —, produz um líquido fétido e ácido, denominado chorume. Esse caldo escuro, que contém microrganismos patogênicos, infiltra-se no solo. Quando em excesso, pode atingir as águas do subsolo, como os aquíferos, e, por consequência, contaminar as águas de poços e nascentes.

As cores usadas não correspondem às reais.

As correntezas de água das chuvas também podem carregar esse material para rios, mares etc. Luis Moura

Glossário

Esquema ilustrativo da poluição do solo e das águas pelo lixo que mostra como o deslocamento do chorume contamina o aquífero.

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Aterros sanitários

Dawidson França

Nos aterros sanitários, o lixo, coberto com terra e amassado, é colocado em grandes “buracos”. Esse procedimento é repetido várias vezes, formando­‑se camadas superpostas. Nos aterros há sistemas de drenagem, que retiram o excesso de líquido, e sistemas de tratamento de resíduos líquidos e gasosos.

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados.

1 2 3 4 5 3 argila 4 material impermeabilizante

5 argila

A construção de um aterro sanitário exige alguns cuidados: VV

o subsolo deve ser pouco permeável, isto é, deixar passar pouca água e lentamente;

VV

o solo deve ser impermeabilizado, para evitar contaminação;

VV

deve ser distante de qualquer local habitado;

VV

não deve haver lençol de água subterrâneo nas proximidades.

Esquema de aterro sanitário.

Delfim Martins/Pulsar Imagens

1 terra 2 lixo compactado

Por essas razões, a implantação e a manutenção de um aterro sanitário têm alto custo econômico.

Aterro sanitário. Caieiras, SP, 2013.

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Incineração

Explorando Lixo extraordinário Waste Land. (Brasil, Reino Unido, 2010). Direção: Lucy Walker, João Jardim, Karen Harley.

www.lixoextraordinario.net

O documentário acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro.

Lixo: de onde vem? Para onde vai?

A incineração é a queima do lixo, processo que reduz bastante o volume de resíduos e destrói organismos que causam doenças. É um processo caro, pois, para evitar a poluição do ar, é necessária a instalação de filtros e de equipamentos especiais para filtrar a fumaça resultante da incineração, que também é poluente. O lixo deve ser queimado em aparelhos e usinas especiais. Após a queima, o material que resta pode ser encaminhado para aterros sanitários.

Compostagem A compostagem é a transformação de restos orgânicos de lixo em adubo, também chamado de composto. Esse adubo é resultado da ação de seres decompositores (bactérias e fungos) nas substâncias orgânicas do lixo. Além do adubo, na usina de compostagem são produzidos gases que podem ser aproveitados como combustíveis. Juliana Santos/DB/D.A Press

Francisco Luiz Rodrigues e Vilma Maria Cavinatto. São Paulo: Moderna, 2003.

Editora Moderna

O livro é um retrato da situação brasileira em relação ao aumento da produção de lixo, que causa graves problemas ao ambiente e à saúde pública.

Alunas do curso de Biologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) realizando compostagem do lixo para produção de adubo orgânico. Campina Grande, PB, 2011. Professor, é interessante propor aos alunos que participem da coleta seletiva de sua região. Se em sua cidade não houver esse tipo de coleta, é importante incentivá-los a tomar essa iniciativa, propondo maneiras de introduzi-la na região, por exemplo, escrever cartas à secretaria do meio ambiente, câmara dos vereadores ou prefeitura solicitando a implantação da coleta seletiva.

Reciclagem Reciclar é uma boa alternativa, pois diversos componentes de nosso lixo diário podem ser reaproveitados. Em várias cidades brasileiras, há coleta seletiva e reciclagem de lixo, o que tem contribuído para diminuir o desperdício, além de proteger o solo de materiais não biodegradáveis. Objetos feitos de vidro, papel, plástico ou metal costumam ser recicláveis. Entretanto, é preciso estar atento a alguns materiais que não podem ser reciclados, como restos de alimentos, clipes de papel, latas de tinta, isopor, madeira e lâmpadas. O primeiro passo, com o qual todos podem colaborar, é separar o lixo reciclável do lixo orgânico (não reciclável).

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NDO   DISCIP AS

INTE

RA

L IN

O lixo é uma fonte de riquezas

Esta atividade integra as disciplinas Ciências, Matemática, Geografia e Língua Portuguesa.

G

CONEXÕES

O lixo é uma fonte de riquezas. As indústrias de reciclagem produzem papéis, folhas de alumínio, lâminas de borracha, fibras e energia elétrica, gerada com a combustão. No Brasil, a cada ano são desperdiçados R$ 4,6 bilhões porque não se recicla tudo o que poderia. O Brasil é considerado um grande “reciclador” de alumínio, mas ainda reaproveita pouco os vidros, o plástico, as latas de ferro e os pneus que consome. A cidade de São Paulo produz mais de 12 000 toneladas de lixo por dia, com este lixo, em uma semana dá para encher um estádio para 80 000 pessoas. Se toda água do planeta coubesse em um litro, a água doce corresponderia a uma colher de chá. Somente 37% do papel de escritório é realmente reciclado, o resto é queimado. [...] Um litro de óleo combustível usado pode contaminar 1 000 000 de litros de água. Menos de 50% de produção nacional de papel ondulado ou papelão é reciclado atualmente, o que corresponde a cerca de 720 mil toneladas de papel ondulado. O restante é jogado fora ou inutilizado.

Rogério Reis/Pulsar Imagens

Pesquisas indicam que cada ser humano produz, em média, um pouco mais de 1 quilo de lixo por dia. Atualmente, a produção anual de lixo em todo o planeta é de aproximadamente 400 milhões de toneladas. Perfil do lixo produzido nas grandes cidades brasileiras: 1. 39%: papel e papelão 2. 16%: metais ferrosos 3. 15%: vidro 4. 8%: rejeito 5. 7%: plástico filme 6. 2%: embalagens longa vida 7. 1%: alumínio

Cesto de coleta seletiva de garrafas PET. Rio de Janeiro, RJ, 2011.

O lixo é uma fonte de riquezas. Ambiente Brasil on-line. Disponível em: . Acesso em: abr. 2015.

1 Descreva o que você entende por lixo. 2 Para onde vai o lixo que sai de nossa casa?

Professor, este tipo de atividade que promove a pesquisa, o debate, a socialização de ideias e a reflexão é importante para a construção da autonomia do aluno. Ao compartilharem as conclusões do debate em uma mostra dos trabalhos para a comunidade escolar, os alunos assumem um papel atuante na própria formação e na da comunidade.

3 Qual é o volume de lixo produzido em sua casa a cada dia? E em uma semana? 4 Para onde vai o lixo de seu bairro? Ele passa por algum tipo de tratamento? 5 O volume de lixo produzido nas cidades gera algum problema? 6 Em sua opinião, qual é a melhor solução para o problema do lixo residencial?

Compartilhe suas respostas com os colegas. Após debaterem as ideias, organizem um mural para a comunidade escolar com as conclusões da turma.

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CIÊNCIAS E CIDADANIA Os 5 “Rs” ecologicamente corretos: reduzir, reutilizar, reciclar, repensar e recusar Hoje, um dos maiores problemas ambientais em quase todo o mundo é o destino do lixo. Uma postura ecologicamente correta deve levar em consideração o conceito mundial dos 5 “Rs”: reduzir, reutilizar, reciclar, repensar e recusar. Reduzir a produção de lixo significa dizer não ao desperdício e ao consumismo desenfreado, comprar menos e evitar as embalagens desnecessárias, como o excesso de sacos plásticos e de papel. Reutilizar é usar certos objetos mais de uma vez. Por exemplo: devolver garrafas de vidro às fábricas de bebida para serem reutilizadas; utilizar o material orgânico do lixo e estercos para a produção de húmus; usar o verso da folha de papel para escrever; aproveitar embalagens de alimentos, como potes e copos de vidro, para outras funções; utilizar sacolas retornáveis para fazer compras; e reutilizar livros, jornais e revistas ao invés de comprar novos. Cabe destacar também a importância da atitude solidária de doação, por exemplo, de roupas e brinquedos. Reciclar é reaproveitar certos materiais que podem ser utilizados na fabricação de outros produtos. A reciclagem evita a poluição do solo e da água; diminui o volume de lixo que vai para lixões e aterros sanitários; e gera trabalho para muita gente (ocupações na coleta de materiais, na indústria de reciclagem etc.). Podemos observar que a reciclagem hoje tem importância ecológica, econômica e social. Um exemplo disso é a existência de algumas cooperativas de catadores de papel, papelão e papéis recicláveis. Muitas dessas associações desenvolvem um trabalho de parceria com empresas, escolas, condomínios, órgãos públicos, entre outros, para a coleta de recicláveis. O material reciclado produzido pelos parceiros é doado às associações, que, por sua vez, podem gerar e sustentar postos de trabalho para catadores, muitos deles ex-moradores de rua. Esse tipo de organização contribui para o processo de resgate da autoestima e da cidadania de uma população historicamente excluída. Repensar nosso comportamento diário significa refletir sobre algumas questões:

• Realmente precisamos de determinados produtos que compramos ou ganhamos? • Compramos produtos duráveis/resistentes e evitamos comprar produtos descartáveis? • Evitamos a compra de produtos que possuem elementos tóxicos ou perigosos? • Evitamos queimar o lixo? • Lemos os rótulos dos produtos para conhecer as suas recomendações ou informações ambientais? • Usamos detergentes e produtos de limpeza biodegradáveis? • Utilizamos pilhas recarregáveis? • Compramos produtos provenientes de trabalho escravo? • Compramos produtos produzidos por crianças que são obrigadas a trabalhar? 184 poc6_173_189_u4_cap11.indd 184

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• Não compramos produtos de origem duvidosa? • Pegamos emprestado ou alugamos aparelhos/equipamentos que não usamos com frequência, ao invés de comprá-los?

• Não jogamos no lixo remédios, injeções e curativos feitos em casa, procuramos uma farmácia ou um posto de saúde como alternativa de descarte?

• Consertamos produtos em vez de descartá-los e substituí-los por novos? • Evitamos as pilhas de alto teor de chumbo, cádmio e mercúrio ou então, após o uso, descartamos nos coletores próprios para lixo tóxico?

• Junto aos outros consumidores, exigimos produtos sem embalagens desnecessárias, assim como vasilhames?

• Damos preferência a produtos e serviços que não agridem o ambiente, tanto na produção, quanto na distribuição, no consumo e no descarte final?

• Escolhemos produtos de empresas certificadas, isto é, que desenvolvam programas socioambientais e/ou que sejam responsáveis pelo produto após consumo?

Peeradach Rattanakoses/Shutterstock

Recusar produtos que agridem a saúde e o meio ambiente também é colaborar com o processo de conservação. a) Com base na leitura do texto, discuta com os colegas a importância do consumo consciente. Anotem as conclusões da discussão e divulguem, por meio de cartazes ou jornalzinho, os resultados na comunidade escolar. Resposta pessoal. b) Caso haja problemas de poluição no seu bairro ou em local próximo à sua escola, organize, com o grêmio estudantil, com a associação de moradores, com os membros das igrejas etc., um abaixo-assinado às autoridades da sua cidade solicitando soluções. Resposta pessoal.

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Professor, questões relativas ao tema “Saúde” são complexas por conta da sua natureza transversal e transdisciplinar, pois elas extrapolam o campo biológico. Além disso, apresentam uma dimensão individual e coletiva, incluindo políticas públicas. Sem perder de vista essa complexidade, é importante estimular o aluno a ampliar seu quadro de referências e refletir sobre suas ideias. Espera-se assim que adotem medidas e condutas de promoção, proteção e da saúde ao seu alcance, o que inclui, quando DOENÇAS VEICULADAS PELO SOLO recuperação possível, a mobilização da família e da comunidade para

O que afeta o ambiente tem consequência sobre os seres que nele vivem e, portanto, atinge o ser humano. Por essa e outras razões, devemos proteger o ambiente, preseressas ações pautadas no cuidado consigo mesmo, com a vando as paisagens naturais. coletividade e o ambiente. É fundamental não poluir o solo, o que evita, entre outros problemas, a propagação de doenças e danos ambientais. O acúmulo de lixo favorece a proliferação de alguns organismos como larvas de vermes, insetos e ratos. A falta de saneamento básico é outro fator importante de contaminação do solo. Entre os seres que vivem no solo, podem constar vermes e bactérias nocivos à saúde humana, como é o caso do ancilóstomo e da bactéria causadora do tétano, entre outros. Ancilostomose SPL/LatinStock

Essa doença é causada por um tipo de verme (o ancilóstomo) cujas larvas penetram no corpo através da pele. O pequeno verme perfura o intestino, fazendo o indivíduo perder muito sangue, o que o torna fraco e anêmico. Também conhecida por “amarelão”, a ancilostomose deixa a pessoa com a pele amarelada. Como se “pega”?

Se as fezes de uma pessoa doente entra em contato com o chão, o solo fica contaminado com os ovos e as larvas do verme ancilóstomo. Quem pisar descalço nesse chão corre o risco de ser penetrado, no pé, por uma larva, que pode chegar ao intestino. Como evitar o amarelão?

É recomendado andar sempre calçado. Outra providência importante é o uso de instalações sanitárias adequadas. Tétano O tétano pode levar a pessoa à morte, depois de violentas e dolorosas contrações musculares. A bactéria causadora do tétano ataca o sistema nervoso.

Região anterior do parasita ancilóstomo – Ancylostoma duodenale. Seu tamanho real varia de 0,8 cm a 1,3 cm. Imagem obtida por microscópio eletrônico e colorizada artificialmente.

Como se “pega”?

A bactéria causadora do tétano pode ser encontrada no solo, em fezes de animais, sob uma forma resistente (esporos). A infecção ocorre com a entrada de esporos por ferimento na pele. Ferimentos com objetos contaminados representam um grande risco. Uma lata, um prego ou um arame farpado jogado no canto do quintal pode contaminar o solo com a bactéria causadora do tétano. Se uma pessoa sofrer um ferimento profundo, causado por um desses objetos contaminados, pode contrair a doença. Como evitar?

Para a prevenção contra o tétano são realizadas campanhas públicas para que toda a população se vacine. Em geral, a vacina tríplice (que contém a antitetânica) é aplicada nas crianças; e a vacina antitetânica, nos adultos. • Pesquise outras doenças, além do tétano e da ancilostomose, que podem ser propagadas pela poluição do solo. Registre as medidas que devem ser tomadas para prevenir essas doenças. • Exponha o resultado do trabalho aos colegas e, após planejar com o professor, divulgue as Professor, consulte no Manual do Professor o tópico 11. informações para sua família e a comunidade. Respostas de atividades do Livro do Aluno.

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EXPERIMENTANDO Reciclagem de papel Material necessário:

• folhas de papel já usadas; • bacia com água; • liquidificador; • pano; • uma esponja grande; • uma peneira fina (ou tela).

Se quiser obter papel colorido, acrescente pó para refresco ou anilina.

Professor, se o material obtido com o processo da reciclagem não for utilizado, o aluno não incorporará a ideia básica e ecologicamente correta do que é reciclar/reaproveitar.

1. Deixe os pedacinhos de papel de molho numa bacia com água.

Fotos: Dotta

Procedimentos

2. Com a ajuda de um adulto, bata tudo no liquidificador. Você obterá uma pasta. 3. Segure a tela ou a peneira sobre a bacia. Jogue a mistura sobre a tela e tire o excesso de água com a esponja. Vire a tela sobre o pano. 4. A mistura sairá “inteira”, como uma folha. Deixe secar. O seu papel está pronto. Use-o com criatividade, para confeccionar cartões, murais, capas de caderno, caixas etc.

Retomando as questões iniciais Um solo fértil deve ser adubado, arado e, quando necessário, irrigado e drenado. A agricultura, quando mal administrada, pode contaminar o solo com fertilizantes e pesticidas. Resíduos domésticos ou de indústrias também contribuem com a poluição do solo. A redução da quantidade de lixo começa pela conscientização dos cidadãos, que devem reduzir seu consumo, reutilizar materiais, reciclar, repensar seus hábitos e também recusar produtos que agridem o meio ambiente. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

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caderno

AGORA É COM VOCÊ

1 Nem sempre o solo é apropriado para o cultivo. Dependendo das condições, algumas medidas podem torná-lo cultivável. Escreva que tipo de tratamento pode-se dar aos solos: a) encharcados; Drenagem. b) secos; Irrigação. c) pobres de nutrientes; d) compactados. Aragem.

Adubação.

2 Além de diminuir a poluição ambiental, o tratamento do lixo pode ter retorno econômico e social. a) Cite duas formas de se obterem produtos rentáveis do lixo. Reciclagem de alumínio, vidro, papel. Produção de húmus, adubo orgânico. b) Que tipo de retorno social o tratamento do lixo pode gerar? Sugestão de resposta: empregos na atividade de reciclagem, por exemplo.

3 De que maneira seres como bactérias e fungos (decompositores) contribuem para a ferPor meio da decomposição da matéria orgânica, esses seres promovem a reciclagem da matéria tilização do solo? e devolvem nutrientes ao solo. 4 Quais são os principais agentes de poluição do solo? Acúmulo de lixo e de produtos químicos.

5 Por que alternar o cultivo de leguminosas com outras plantas evita o empobrecimento as leguminosas, por meio da associação com bactérias nas suas raízes, devolvem ao solo nutrientes utilizados por do solo? Porque outros vegetais, evitando o seu esgotamento. 6 Cite duas vantagens da reciclagem de lixo.

Sugestão de resposta: diminui a poluição do solo e da água, gera empregos, diminui o volume de lixo que vai para os lixões e aterros sanitários.

7 Por que o chorume pode representar uma ameaça ao ambiente? Porque pode se infiltrar no solo e contaminar as águas subterrâneas, nascentes e poços.

8 Por que os lixões a céu aberto representam um grande risco ao ambiente e à população? Porque contaminam o solo, o ar, a água e as pessoas que tiveram acesso a esse ambiente.

9 Qual é o significado dos 5 “Rs” no combate à produção excessiva de lixo?

Reduzir: evitar o consumismo e o desperdício; reutilizar: utilizar certos objetos mais de uma vez; reciclar; repensar nossas atitudes e escolhas de consumo; e recusar produtos que agridem a saúde e o meio ambiente.

10 Como se contrai o “amarelão” (ancilostomose)?

Andando descalço num solo contaminado com larvas do verme. As larvas penetram na pele humana.

11 Cite duas medidas para evitar essa verminose.

Sugestão de resposta: andar sempre calçado e utilizar instalações sanitárias adequadas.

12 Os aterros sanitários constituem uma das possibilidades de destino final do lixo. No entanto, a construção de um aterro sanitário exige vários cuidados para não causar danos ao ambiente e aos seres vivos. Que cuidados são esses? O terreno do aterro deve ser preparado adequadamente de forma que fique pouco permeável, isto é, deve deixar passar pouca água lentamente; deve ser distante de qualquer local habitado; e não deve ter lençol de água subterrâneo em suas proximidades.

13 Escreva quais benefícios traz para o solo cada um dos cuidados citados nos seguintes itens: a) adubação; Repõe nutrientes do solo, tornando-o mais fértil. b) rotação de culturas; Repõe nutrientes do solo, tornando-o mais fértil. c) irrigação; Fornece a umidade necessária ao desenvolvimento das plantas. d) drenagem. Retira o excesso de água.

14 Por que os sebos (lojas de livros usados), brechós e bazares contribuem para minimizar o problema do excesso de lixo? Porque possibilitam a reutilização de livros e objetos em vez de descartá-los rapidamente.

15 Por que os aterros sanitários representam uma vantagem em relação aos lixões? Porque o lixo não fica exposto a céu aberto contaminando os seres vivos e o ambiente. Nos aterros sanitários, há certos cuidados com o lixo para minimizar a contaminação do ambiente.

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caderno

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS 1. Leia o texto e faça o que se pede a seguir.

Se não receberem manejo adequado, os dejetos gerados por unidades de saúde, necrotérios, consultórios e até clínicas veterinárias representam um grande perigo, tanto para a saúde das pessoas quanto para o meio ambiente. O Brasil gera cerca de 149 mil toneladas de resíduos urbanos por dia. [...] Dentre os dejetos que constituem resíduo hospitalar estão bolsas de sangue, seringas, agulhas, resto de medicamentos e curativos, material radioativo, lâminas de bisturis, membros humanos amputados e restos de comida servida a pacientes com doenças infecciosas. Quando a inadequação do descarte de resíduos se junta à falta de informação sobre o risco potencial desse tipo de material, surgem casos como o que aconteceu na semana passada, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Duas crianças se feriram enquanto brincavam de espetar uma à outra com agulhas de seringas que haviam sido jogadas num terreno baldio. Uma dona de casa tentou acabar com a brincadeira e também acabou ferida. No lixo, havia também outros materiais hospitalares, cuja origem é desconhecida. [...] Lixo hospitalar exige cuidados especiais. O Estado do Paraná, 8 fev. 2006. Disponível em: . Acesso em: abr. 2015.

Ulrich Mueller/Dreamstime.com

a) Por que o lixo hospitalar deve ser incinerado? b) Cite algumas vantagens e desvantagens da incineração. a) Porque ele oferece riscos à população, que pode se contaminar com microrganismos ou toxinas. b) A incineração reduz significativamente o volume de lixo produzido, além de eliminar vírus e bactérias que podem gerar doenças. Por outro lado, a incineração é cara e produz muita fumaça, contribuindo com a poluição atmosférica.

Usina de incineração do lixo na Alemanha, 2011.

Registre no

SUPERANDO DESAFIOS

caderno

1 (UFRJ) Dada a distribuição de nutrientes descrita nas figuras abaixo e sabendo que a pluviosidade média anual é maior na zona tropical, em que zona diminuiria mais rapidamente a produtividade de plantações instaladas após a retirada das árvores originais para utilização comercial da madeira? Justifique sua resposta. Na zona tropical, pois a maior parte dos nutrientes está localizada nas plantas. Esses nutrientes seriam retirados com a madeira, restando na região um solo muito pobre para a agricultura.

Zona tropical

Nutriente Nutrientena naplanta planta

Nutriente Nutrientena naplanta planta

Nutriente Nutrienteno nosolo solo

Nutriente Nutrienteno nosolo solo

Ilustrações: DAE

Zona temperada

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CAPÍTULO 12

Mudanças na paisagem Você conhece o ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”? Saiba que é real, e um exemplo disso é a formação rochosa Pedra Furada, na praia de Jericoacoara, no Ceará. Esse grande arco mostrado na fotografia abaixo foi formado pela força da água do mar, que choca constantemente na rocha e removeu, ao longo de milhares de anos, algumas partículas que compunham esse grande paredão.

Adam Gregor/Shutterstock

Adam Gregor/Shutterstock

No entanto, não é apenas a ação da água que modifica paisagens. A ocupação e a exploração de recursos pelo ser humano têm provocado alterações preocupantes.

Pedra Furada. Jericoacoara, CE, 2011.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE

Objetivos específicos: • relacionar a ação dos agentes de intemperismos à formação do solo e à sua erosão, principalmente em situações cotidianas; • relacionar as queimadas à morte dos decompositores e à perda de fertilidade do solo. • identificar a relação entre solo, vegetação e regime de chuvas; • identificar a água como um poderoso agente de erosão (sob forma de gelo, nas regiões glaciais, águas pluviais, fluviais e do mar); • identificar os efeitos e reconhecer a responsabilidade da ação do ser humano sobre o relevo e a vegetação do globo terrestre.

• Como ocorrem as alterações na paisagem? •Q  uais são as ações que modificam o ambiente: as provocadas pela natureza ou as provocadas pelo ser humano?

• É possível usufruir os recursos naturais sem agredir o ambiente?

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A ação da natureza: erosão

Ildi.Travel.Bolivia/Alamy/Latinstock

Quando olhamos a paisagem em nosso redor, temos a impressão de que uma montanha ao longe nunca sofreu modificações, ou de que um rio que passa perto de onde moramos sempre esteve ali e assim ficará para sempre.

Explorando Erosão

Infográfico interativo produzido pelo Inpe em que o internauta navega por paisagens erodidas e vê como ocorrem as erosões do solo.

Ruínas próximas ao lago Titicaca, Bolívia, 2014.

Além de sofrer a ação dos seres vivos, as rochas, por exemplo, quando expostas ao vento, ao calor do Sol, ao frio do gelo e à chuva, fragmentam-se, provocando formação ou modificação do solo. Assim, todos esses fatores, dia após dia, ano após ano, conseguem quebrar a estrutura de um bloco de arenito e até de um duro granito.

Fabio Colombini

A paisagem parece imutável. No entanto, sabemos que os seres vivos, por exemplo, ao longo de milhares e milhares de anos, vêm alterando a paisagem do planeta Terra.

Os liquens, quando se instalam em uma rocha, como nessa fotografia, liberam substâncias que a fragmentam, favorecendo sua fixação ali. Esse é um exemplo da ação biológica sobre o meio. Chapada dos Guimarães, MT, 2013.

OBSERVANDO

Registre no

caderno

Paisagens Procedimentos 1. Escolha um local próximo de sua casa ou da escola para fazer um exercício de observação. 2. Nesse local, escolha uma paisagem e desenhe-a. Não se esqueça de identificá-la, isto é, de anotar onde ela se localiza. 3. Analise alguns detalhes da paisagem que você desenhou e registre suas observações. Depois, responda às questões a seguir. 1 Há rochas à vista? 2 O chão está coberto por plantas? 3 Como é o solo desse lugar?

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?

Como a água, ao congelar, aumenta seu volume, nas regiões glaciais o gelo formado dentro da rachadura de uma rocha tem força suficiente para quebrá-la. Esse é um exemplo de erosão glacial. Outro exemplo é a erosão marinha, causada pelo atrito constante da água das ondas do mar que batem nas rochas, provocando-lhes desgaste. A ação das marés, das ondas e das correntezas do mar sobre as rochas costeiras pode desgastar as rochas até formar os grãos de areia, tipo de solo mais comum à beira-mar. Rogério Reis/Pulsar Imagens

Que fatores contribuem para a modificação da paisagem da Terra?

A ação da água sobre as rochas

O impacto da água do mar batendo nas rochas forma paredões denominados falésias. Praia de Cacimbinha, Tibau do Sul, RN, 2013.

A correnteza dos rios provoca constante erosão das margens, podendo mudar o curso e alterar a foz do rio, com o depósito de toneladas de lama e areia. A erosão provocada pelas águas dos rios é denominada erosão fluvial.

Haroldo Palo Jr./Brazil Image Bank

A água da chuva também arrasta, morro abaixo, os fragmentos das rochas, incluindo o húmus do solo, levando-os para os vales, onde são depositados. Esse é um exemplo de erosão pluvial.

As águas do Rio Amazonas provocam grande erosão em suas margens. Rio Juruá (afluente do Amazonas), Marechal Thaumaturgo, AC, 2013.

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Juca Martins/Olhar Imagem

A ação do vento sobre as rochas O vento, outro agente no processo de erosão, transporta a areia para lugares distantes. Os grãos de areia, movimentados pela força do vento, agem sobre as barreiras que encontram pela frente, como as rochas, por exemplo, desgastando-as. Essa erosão causada pelo vento é chamada erosão eólica. Soprando vezes seguidas para uma mesma direção, o vento carrega areia de praias e desertos, formando morros de areia, as dunas. No litoral do Nordeste brasileiro, onde o vento sopra constantemente, podemos assistir ao fenômeno de dunas que se movem, soterrando estradas, plantações e até casas.

Escultura natural rochosa em forma de taça. Vila Velha, Ponta Grossa, PR, 1985. J. L. Bulcão/Pulsar Imagens

Estudos recentes revelam que o principal agente erosivo nas formações rochosas de Vila Velha, como a da primeira imagem, é a água pluvial, e não o vento, como afirmam ainda alguns autores. Os cientistas afirmam que, geralmente, as montanhas mais altas e que têm os seus picos em forma de agulhas apontadas para cima são novas, considerando o aspecto geológico.

Palê Zuppani/Pulsar Imagens

As mais antigas, em geral, não Casa soterrada pelas dunas de Genipabu. Extremoz, RN, 2012. são tão altas e têm o cume (ou topo) arredondado, com suas rochas duras à vista. Elas vêm sofrendo há ! mais tempo a ação erosiva, que as desgastou bastante. Esse tipo de erosão Além dos seres vivos, é muito comum no território brasileiro, mas por ter uma ação lenta é quase fatores como vento, sempre imperceptível aos nossos olhos.

água e temperatura podem modificar a paisagem do planeta.

Montanha com cume arredondado: Pedra Azul, Domingos Martins, ES, abr. 2008. Essa montanha tem aproximadamente 1800 m de altura.

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Rochas transformadas por ação química

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Que tipos de ação humana podem degradar o solo?

Quando a água da chuva se precipita em direção ao solo, atravessando a atmosfera, incorporam-se a ela outras substâncias que a tornam ácida. A acidez tem grande poder corrosivo.

Ricardo Azoury/Olhar Imagem

Essa água mais ácida penetra, por exemplo, pelas fissuras da rocha calcária e, lentamente, a corrói, formando grutas e galerias.

Explorando Planeta Terra: cavernas Distribuição: BBC. Direção: Alastair Fothergill. (Brasil, Austrália, Nova Zelândia, México, 2006.)

BBC

O documentário da BBC exibe imagens fascinantes de cavernas pelo mundo e explica os processos que envolvem sua formação.

Caverna do Diabo. Eldorado Paulista, SP, 1999. Caverna com mais de 3 km de extensão.

A ação do ser humano A ação do ser humano pode, muitas vezes, interferir no equilíbrio natural do ambiente. Uma das consequências possíveis é a erosão. Exceto em situações de catástrofes, que deslocam toneladas de solo e rochas em poucos segundos, a erosão acelerada normalmente é provocada pela ação do ser humano, quando desmata encostas, por exemplo, para construir. Uma encosta coberta por vegetação conta com as raízes das plantas que seguram a terra, impedindo que ela seja transportada pela água. Além disso, as folhas caídas ao chão reduzem o impacto das gotas de chuva sobre o solo. Quando há cobertura vegetal, parte da água da chuva infiltra-se no solo. Outra parte evapora-se quando ainda está sobre as plantas. O volume de água que escorre pela superfície é diminuído e, por isso, a erosão é menor. O solo sob a vegetação mantém-se fresco, úmido e arejado graças à interação com as plantas e à ação de muitos seres que nele habitam.

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O perigo do desmatamento

O desmatamento é a remoção da vegetação de determinado local. Sem a cobertura vegetal, a água da chuva retira as camadas mais superficiais do solo, que são justamente as mais ricas em nutrientes, acelerando, assim, a erosão do solo.

Jorge Araújo/Folhapress

Professor, este é outro tema que deverá ser aprofundado no programa de Geografia. Um planejamento articulado ajudará o aluno a compreender os fenômenos físicos, químicos e biológicos que ocorrem no solo.

A água, quando cai diretamente no solo, desfaz a estrutura dele, separando as partículas e carregando as camadas mais superficiais, o que facilita a erosão. Além disso, as chuvas fortes num solo sem cobertura vegetal podem provocar as enxurradas, que levam terra em excesso para os rios, diminuindo sua profundidade e aumentando o risco de enchentes. A falta de vegetação pode ainda provocar a desertificação. O solo desprotegido se aquece demais e toda a água evapora. As águas mais profundas vêm à superfície e trazem vários tipos de substâncias minerais, como o ferro, formando crostas duras e impermeáveis, semelhantes a ladrilhos.

Fabio Colombini

Deslizamento de terra ocorrido em 7 jul. 2011, em São Paulo, SP. A remoção de cobertura vegetal para a construção de moradias pode trazer esses riscos à comunidade.

!

Vista de área desmatada da Floresta Amazônica, AM, 2000.

O desmatamento e as queimadas são exemplos de interferência humana que degradam o solo.

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A devastação causada pelas queimadas As queimadas remetem a uma antiga prática que utiliza o fogo para viabilizar a agricultura ou renovar as pastagens. Além das queimadas, que são realizadas para remover as plantações antigas ou pastagens, há também incêndios em áreas naturais, como florestas e campos. Nesse caso, o fogo é provocado pelo ser humano (intencionalmente ou por falta de cuidado) ou por uma causa natural, como os raios solares, por exemplo. A principal causa de incêndios na floresta tropical é a ação desordenada do ser humano, que, ao promover o desmatamento, cria condições favoráveis para a ocorrência de grandes incêndios.

Explorando Queimadas na Amazônia

O documentário produzido pelo Inpe mostra os impactos negativos das queimadas sobre as comunidades amazônicas.

A queima da vegetação causa grandes prejuízos à natureza. Ao vermos fotografias como a que segue, podemos ter, numa primeira impressão, a ideia de que apenas as árvores foram destruídas pelo fogo, mas não é exatamente assim. Todos os elementos que compunham esse ambiente foram atingidos. Os filhotes de pássaros nos ninhos e outros animais que não conseguem escapar do fogo morrem com as árvores, os arbustos, as ervas e todos os seres vivos desse ecossistema, inclusive os que vivem no solo. As queimadas, além de deixarem o solo desprotegido, destroem os microrganismos decompositores, impedindo a renovação dos nutrientes e tornando o solo árido. O uso de queimadas com fins agropecuários é uma prática cultural de difícil substituição, adotada também em outros países, não só no Brasil. Caso fossem observadas as normas para queimadas controladas e a população tivesse mais cuidado ao lidar com o fogo, como não jogar pontas de cigarro acesas nas margens das estradas e apagar restos de fogueira em acampamentos, seriam menores os índices de queimadas e incêndios florestais.

Joel Rodrigues/Folhapress

Esse problema tem motivado manifestações de ecologistas e mobilizado muitos segmentos sociais.

Queimada no Cerrado. Brasília, DF, 2014.

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Ciência, Tecnologia e Sociedade

Professor, esta é uma excelente oportunidade para conversar com o professor de Geografia e estabelecer uma atividade interdisciplinar sobre o tema.

Desenvolvimento sustentável A ideia de desenvolvimento sustentável propõe que o desenvolvimento econômico seja integrado à questão ambiental, ou seja, significa atender às necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas. É o desenvolvimento que não esgota os recursos, conciliando crescimento econômico e preservação da natureza. Isso significa, entre outras medidas, usar os recursos naturais com respeito ao próximo e ao meio ambiente, preservar os bens naturais e a dignidade humana. Segundo dados divulgados pela ONU, se todos os habitantes da Terra passassem a consumir como os americanos, precisaríamos de mais 2,5 planetas como o nosso. Estamos usando os recursos naturais em uma velocidade muito maior do que a natureza consegue repor. Se continuarmos nesse ritmo, em pouquíssimo tempo não teremos água nem energia suficiente para atender às nossas necessidades. Cientistas preveem que no futuro os conflitos serão decorrentes da escassez dos bens naturais. A primeira etapa para conquistar o desenvolvimento sustentável é reconhecer que os recursos naturais são finitos. A partir daí, é necessário e urgente buscar um novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade em que os bens naturais sejam usados com critério e planejamento.

O desenvolvimento sustentável está relacionado à qualidade, e não à quantidade; implica em mudanças nos padrões de consumo e aumento da conscientização.

Fernando Favoretto/Criar Imagem

Aquele tipo de desenvolvimento que depende do consumo crescente de energia e da exploração desenfreada dos recursos naturais, em que as atividades econômicas são estimuladas sem preocupação com o esgotamento dos recursos naturais do país, é insustentável e está fadado ao fracasso.

O consumo sustentável é um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais como também cuidar das necessidades das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos Produto com selo de certificação orgânica. com tecnologia e materiais menos ofensivos ao meio ambiente e pela utilização racional dos bens de consumo, evitando o desperdício e o excesso. Além disso, após o consumo, é fundamental cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem degradação ao meio ambiente. Concluindo, o desenvolvimento sustentável implica desenvolver ações no sentido de rever padrões insustentáveis de consumo e de diminuir as desigualdades sociais. a) Pesquise na internet, em livros, jornais e revistas possíveis ações individuais e coletivas que busquem o desenvolvimento sustentável. Se possível, entreviste pessoas sobre esse assunto. Pergunte se elas conhecem o significado da política dos 5 “Rs”. Resposta pessoal. b) Com base nos resultados de suas pesquisas, confeccione cartazes ou folhetos que esclareçam o assunto e divulgue essas informações na comunidade escolar. Resposta pessoal.

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Como evitar a erosão? Observe, na fotografia a seguir, a área cultivada em terreno inclinado. Técnicas como curvas de nível e degraus (ou terraceamento) são utilizadas pelos agricultores para facilitar a penetração da água no solo, evitando deslizamentos. Essas são algumas das alternativas para diminuir os riscos de erosão em terrenos inclinados. Marcos André/Opção Brasil Imagens

Curvas de nível Esse tipo de técnica pode ser aplicado quando o declive do terreno não é muito acentuado. Cada curva de nível é uma linha em que ficam as plantas. Essas linhas ocupam um mesmo nível (mesma altura) do terreno e há um espaço entre elas. A plantação em curvas de nível evita a erosão do solo, pois diminui a força da enxurrada.

Plantação de uva em curvas de nível. Bento Gonçalves, RS, 2012.

Terraceamento Quando o terreno em que se pretende plantar é muito inclinado, como no caso de encostas, o procedimento mais indicado é realizar o terraceamento, ou seja, o plantio em faixas planas, semelhantes a degraus de uma escada. O plantio em terraços de degraus diminui a velocidade de escoamento da água das enxurradas. Assim, a água arrasta menos solo.

Tomo/Shutterstock

Observe a imagem:

Técnica de plantio de arroz em terraços, ou terraceamento. Nagasaki, Japão, 2012.

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EXPERIMENTANDO Erosão causada pela chuva

O rio assoreado fica cada vez mais raso e isso pode trazer sérias consequências a todo o ecossistema do rio, dificultando a visibilidade dos peixes, diminuindo a quantidade de gás oxigênio dissolvido e, também, dificultando a navegação de embarcações. Para visualizarmos um dos processos que leva ao assoreamento, vamos realizar um experimento simulando a erosão causada pela chuva. Material necessário: prato ou pires; areia; moedas.

• • •

Zig Koch/Natureza Brasileira

O assoreamento é o acúmulo de sedimento nos leitos de rios ou lagos. Esse sedimento pode ser solo desprendido de áreas às margens e outros materiais que chegam aos corpos-d’água pelo vento ou pela chuva. Como esse processo é lento, quase não o percebemos.

O Rio Taquari, no Mato Grosso do Sul, sofre um grave problema de assoreamento em diversos pontos de seu curso.

Procedimentos

1. Coloque a areia sobre o prato, distribuindo-a de forma igual. 2. Faça montinhos de areia e coloque uma moeda sobre cada um deles. 3. Coloque seu experimento na chuva. 4. Após a chuva recolha seu experimento e observe o que aconteceu em volta das moedas. Agora responda. 1 O que aconteceu com a areia em volta das moedas? A areia em volta das moedas erodiu, pois a água, quando escorreu, arrastou Por quê? consigo a areia, depositando-a nas partes mais baixas do relevo.

Você também pode usar um regador para simular a chuva, mas é mais interessante observar como acontece na natureza.

A moeda continuou na mesma altura porque ela protegeu da erosão

2 Mas por que a moeda continuou lá em cima? a areia que estava embaixo dela. O mesmo acontece na natureza. Quando a chuva ou a água causa erosão nem todo solo sedimenta, pois ele é composto de diversas partículas diferentes, cada uma com mais ou com menos resistência à sedimentação.

3 Na natureza, que elementos poderiam fazer o papel da moeda? A mata ciliar.

Disponível em: . Acesso em: abr. 2015.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS As alterações na paisagem são provocadas tanto pela ação da natureza como pela ação humana. As ações humanas sobre o ambiente podem ser repensadas de forma que evite o desgaste dele e possa preservá-lo. Assim, a alteração da paisagem não precisa e não deve representar a degradação do ambiente natural e dos seres que nele vivem. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

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AGORA É COM VOCÊ

1 O terraceamento e as curvas de nível são exemplos de técnicas que minimizam os efeitos da erosão no solo. Explique simplificadamente no que consiste cada uma dessas técnicas. a) terraceamento; Realização do plantio em faixas planas, semelhantes aos degraus de uma escada. b) curvas de nível. Plantio em curvas, em linhas num mesmo nível do terreno. 2 Por que o desmatamento acelera a erosão do solo?

Porque, quando há cobertura vegetal, as raízes “seguram” a terra, impedindo que ela seja transportada pela água.

3 Que relação existe entre a formação do solo e a ação dos elementos climáticos como o vento e a chuva? Esses elementos provocam diversos tipos de erosão natural das rochas, resultando na formação e alterações do solo.

4 Erosão é o desgaste das rochas e do solo por diversos agentes. Cite uma medida que previne ou ameniza os efeitos da erosão. Sugestão de resposta: Manter a cobertura vegetal, servir-se de curvas de nível, adotar o terraceamento etc.

5 Que relação existe entre erosão e inclinação do terreno? Quanto maior a inclinação do terreno, maiores as possibilidades de erosão.

6 Por que um solo muito seco e desprotegido pode adquirir um aspecto semelhante ao de ladrilhos? O solo desprotegido se aquece demais, fazendo evaporar toda a água. As águas mais profundas vêm à superfície e trazem vários tipos de minerais, formando crostas duras e impermeáveis.

7 Uma das consequências das queimadas é, a médio prazo, a diminuição da fertilidade do solo. Explique por que isso ocorre. As queimadas destroem os microrganismos decompositores que reciclam os minerais, retiram a umidade e deixam o solo muito exposto à ação das chuvas e à erosão.

8 A água é um poderoso agente de erosão. Cite três exemplos de erosão que confirmem essa afirmação. Sugestão de resposta: erosões glacial, fluvial e pluvial.

Palê Zuppani/Pulsar Imagens

9 Geralmente as montanhas mais antigas apresentam cumes arredondados. Por que isso acontece? Porque vêm sofrendo há mais tempo a ação das erosões, que as desgastam bastante.

10. Soprando seguidamente para a mesma direção, o vento carrega a areia de praias e desertos, formando morros de areia.

J. L. Bulcão/Pulsar Imagens

Montanha com cume arredondado. Pedra Azul, em Domingos Martins, ES. Essa montanha tem aproximadamente 1800 m de altura.

10 No litoral do Nordeste do Brasil ocorre o fenômeno das dunas que se movem e chegam a soterrar estradas, casas e plantações. Explique como ocorre esse fenômeno. 11 Sabe-se que, quando um terreno é muito inclinado, a plantação em degraus é uma boa solução para evitar a erosão. Por quê? O plantio em terraços de degraus diminui a velocidade de escoamento da água das enxurradas. Assim, a água arrasta menos solo, evitando a erosão.

Extremoz, RN, 2012.

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caderno

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

Jesus Carlos/Imagenlatina

1. Observe com atenção a foto ao lado: a) Que tipo de degradação esse ambiente sofreu? Queimada.

b) Esse é um tipo de ação humana ou da natureza? Na maioria das vezes é resultado da ação humana, mas Explique. também pode ser natural, pois, em épocas de pouca

chuva e intenso calor, a vegetação fica mais vulnerável aos incêndios naturais.

c) Que seres vivos são afetados em uma situação como essa? Todos os que vivem nesse ambiente: animais, plantas e microrganismos.

d) Cite uma medida que evite acidentes como esse.

Observação das normas para queimada controlada; não jogar pontas de cigarro acesas nas margens das estradas; não deixar restos de fogo em acampamentos.

2. Leia o texto abaixo e responda às questões.

Queimada na região do Alto Juruá, AC.

Desertificação ameaça Caatinga A Caatinga, principal bioma da região Nordeste e exclusivamente brasileiro, ocupa mais de 10% do território nacional (844 453 km2). É considerado o bioma semiárido mais rico do mundo em biodiversidade. A conservação da Caatinga está diretamente associada ao combate da desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas e semiáridas. No Brasil, atinge principalmente a região Nordeste, pois mais de 60% das áreas suscetíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por Caatinga.

As principais causas da desertificação são o desmatamento inadequado; o sobrepastoreio (excesso de carga animal numa região); a contaminação química do solo, fauna e flora por agrotóxico; a caça predatória; a retirada de barro das Brasil: biomas Brasil: Biomas várzeas; e a mineração. VENEZUELA

a) Qual é a principal consequência da desertificação para a biodiversidade brasileira?

SURINAME

COLÔMBIA 0°

GUIANA

AMAPÁ

RORAIMA

Equador

EQUADOR Arq. de Fernando de Noronha

AMAZONAS

b) Quais são as principais causas da desertificação?

PARÁ

MARANHÃO

RIO GRANDE DO NORTE

CEARÁ

PARAÍBA

PIAUÍ

PERNAMBUCO

ACRE

ALAGOAS

10°S

SERGIPE

TOCANTINS

RONDÔNIA

PERU

a) A destruição dos hábitats e das condições de sobrevivência das espécies, em especial as endêmicas, perda de fertilidade do solo, da biodiversidade e êxodo rural. b) São o desmatamento inadequado; o sobrepastoreio; a contaminação química do solo, fauna e flora por agrotóxico; a caça predatória; a retirada de barro das várzeas e a mineração.

Guiana Francesa (FR)

©DAE/Sonia Vaz

Para a biodiversidade brasileira, a principal consequência da desertificação é a destruição dos hábitats e das condições de sobrevivência das espécies, em especial as endêmicas (nativas somente na Caatinga). Além disso, as consequências incluem perda de fertilidade do solo, da biodiversidade e êxodo rural.

BAHIA MATO GROSSO DF

20°S

MINAS GERAIS MATO GROSSO DO SUL

OCEANO PACÍFICO

Trópico de Capricórnio

ESPÍRITO SANTO SÃO PAULO

CHILE

N

RIO DE JANEIRO

PARAGUAI PARANÁ

Amazônia Mata Atlântica

SANTA CATARINA

Cerrado

ARGENTINA

Pantanal 30°S

OCEANO ATLÂNTICO

GOIÁS

BOLÍVIA

RIO GRANDE DO SUL

Caatinga

0

600

1 200 km

Pampa 70°O

60°O

URUGUAI

50°O

40°O

Fonte: Atlas geográfico escolar: Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

Fonte: Atlas geográfico escolar: Ensino Fundamental do 6 o ao 9 o ano. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

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SUPERANDO DESAFIOS

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caderno

Responda em seu caderno às questões a seguir.

1 (Pisa/Inep) O Grand Canyon está localizado em um deserto nos Estados Unidos. Ele é um cânion grande e profundo, formado por muitas camadas de rochas. No passado, os movimentos na crosta terrestre ergueram essas camadas. Atualmente, o Grand Canyon apresenta 1,6 km de profundidade em determinadas partes. O Rio Colorado percorre todo o fundo do cânion. Veja a foto abaixo do Grand Canyon tirada da margem sul. Várias camadas diferentes de rochas podem ser vistas nas paredes do cânion.

Charles Underwood/Dreamstime.com

Qual é a causa da grande profundidade do Grand Canyon?

O Rio Colorado atravessa as camadas, causando a erosão das rochas.

2 (Pisa/Inep) A temperatura no Grand Canyon varia de menos de 0 °C a mais de 40 °C. Embora ele esteja localizado em uma área desértica, as fendas das rochas, algumas vezes, contêm água. De que maneira essas mudanças de temperatura e a água contida nas fendas das rochas ajudam a acelerar a decomposição das rochas? a) A água congelada dissolve as rochas quentes. b) A água consolida as rochas entre si. c) O gelo torna lisa a superfície das rochas. d) A água congelada se expande nas fendas das rochas.

Alternativa d.

TRABALHO EM EQUIPE Com a orientação do professor, organizem-se em grupos e pesquisem se há problemas de erosão do solo ou de queimadas frequentes em sua região. Procurem saber:

• quais são as causas desses problemas nessa área; • que possíveis medidas poderiam amenizar ou ajudar a resolver os problemas.

Apresentem suas conclusões para o resto da turma.

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caderno

RESGATANDO CONTEÚDOS

Marcio Jose Bastos Silva/Shutterstock

1 Os fósseis são importantes “pistas” da evolução da vida no planeta Terra.

8 A erosão pela água da chuva pode prejudicar a cultura em lavouras? Explique.

Sim, a chuva carrega sedimentos que contêm nutrientes necessários ao bom desenvolvimento das culturas.

Rubens Chaves/Pulsar Imagens

9 A formação de dunas no Nordeste brasileiro é muito comum e, frequentemente, elas se movem. Explique como isso ocorre.

a) Em que tipo de rocha são encontrados? Nas rochas sedimentares. b) Como eles são formados? Durante a formação

dessas rochas, alguns fragmentos podem cobrir restos de animais e plantas, formando, assim, os fósseis.

OlegSam/Shutterstock

Phant/Shutterstock

2. Enquanto a pedra-pomes, uma rocha de baixa densidade, é formada na superfície terrestre pelo resfriamento de lava e gases vulcânicos, o granito, um material mais resistente e bastante denso, é formado pelo resfriamento do material Pedra-pomes. Granito. vulcânico sob a superfície.

Ocorre por erosão eólica, ou seja, o vento carrega grãos de areia que compõem as dunas e, assim, acabam deslocando grandes porções desses morros.

10 A reciclagem de materiais é uma importante ferramenta à preservação dos recursos naturais. O Brasil é o país que mais recicla latinhas de alumínio, o que, além de reduzir a exploração mineral do alumínio, garante o emprego de diversos trabalhadores. Sobre a reciclagem responda: Respostas no Manual do Professor.

Edson Grandisoli /Pulsar Imagens

2 A pedra-pomes e o granito são exemplos de rochas magmáticas, mas apresentam aspectos bem distintos. O que diferencia a formação desses dois tipos de rochas?

3 O solo muito compactado dificulta a sobrevivência das plantas. Por quê? Porque não deixa a água escoar com facilidade, ficando encharcado, o que dificulta a respiração das raízes das plantas.

4 Um jardineiro fez a seguinte afirmação:

“Geralmente, os solos mais escuros, como é o caso da terra preta, são melhores para as plantas que os solos mais claros”.



Como você explica essa afirmação? 5 Escreva algumas características dos solos: Respostas no Manual do Professor.

a) argiloso; 

b) arenoso;  c) orgânico.

6 Explique como as placas litosféricas influenciam: a) a posição dos continentes; O lento movimento das placas litosféricas sobre o manto provoca o deslocamento dos continentes. b) a ocorrência de terremotos; O contato entre placas litosféricas provoca tremores na Terra, conhecidos como terremotos. c) a erupção dos vulcões. Fissuras entre as placas litosféricas podem provocar a liberação de lava para a superfície terrestre. 7 A rotação de culturas é uma prática frequente na produção de alimentos. No que ela se baseia? Essa técnica viabiliza a reposição natural de nu-

trientes do solo. Após a colheita de uma cultura, é semeada no solo uma espécie diferente da anterior para que a terra “descanse”. Nessa técnica costuma-se usar plantas leguminosas, que possibilitam o enriquecimento do solo com alguns nutrientes.

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Etapa do trabalho de reciclagem de resíduos sólidos.

a) Qual é o papel do cidadão para que a reciclagem opere da maneira correta? b) Qual é o papel que as prefeituras exercem sobre a reciclagem nos municípios? c) Que materiais podem ser reciclados? d) Que tipo de material não é reciclado? 11 Sobre a poluição do solo, responda: Respostas no Manual do Professor.

a) Que riscos ela pode trazer à população? b) Quais são suas principais causas? c) De que maneiras pode ser evitada?

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UNIDADE 5

A Terra no Universo

Ao observarmos o céu noturno, podemos ver muitas estrelas, a Lua em suas diferentes fases, um ou outro planeta e, às vezes, cometas ou meteoros. A contemplação do céu desperta inúmeras perguntas como: Existem outros astros além dos que podemos avistar? O Universo tem um tamanho definido ou é infinito? Como terá surgido o Universo? Esses e outros questionamentos intrigam a humanidade desde as primeiras civilizações, que recorreram à investigação empírica, observando os astros e registrando alguns fenômenos, e às crenças religiosas para buscar respostas. A ciência e os avanços tecnológicos ajudaram a responder a várias perguntas sobre o Universo, mas ainda restam muitas outras perguntas à espera de resposta.

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Parte da Via Láctea (ao centro) em céu estrelado. Deserto de Atacama, Chile, 2010.

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Pitamitz Sergio/Hemis/Corbis/Latinstock

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Nesta unidade estudaremos o planeta Terra como elemento integrante do Universo e exploraremos, ao mesmo tempo, os conceitos básicos de Astronomia. 1 O que é Astronomia? 2 Qual é a diferença entre estrela e planeta? 3 A Terra faz parte do conjunto de astros. Onde nos situamos no Universo? 4 Qual é a relação entre o movimento da Terra ao redor do Sol e as variações climáticas?

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CAPÍTULO 13

O Universo

Respostas das questões da página anterior no tópico 11 do Manual do Professor.

Professor, apesar de ser uma tarefa de difícil realização, a observação noturna do céu é importante para a aprendizagem dos alunos.

?

Certamente você já olhou para o céu e, ao contemplar as estrelas, perguntou-se sobre o que vê no espaço para além da Terra. Em locais com pouca iluminação, de preferência em noites sem luar, procure observar os inúmeros pontos brilhantes no céu. David Nunuk/Visuals Unlimited/Glow Images

Se as estrelas são tão grandes, por que parecem pequenos pontos brilhantes no céu?

Os corpos celestes, desde a Antiguidade, têm despertado a curiosidade de pessoas de diferentes culturas.

No céu noturno podemos observar estrelas e outros astros que não são visíveis de dia.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE

Objetivo geral da unidade: • reconhecer, com base no estudo de conceitos básicos de Astronomia, a Terra como elemento integrante do Universo.

• Todos os pontos brilhantes que vemos no céu, à noite, são estrelas? • Você faz parte do Universo? •P  ara que se tenha uma ideia mais completa do que é o Universo, com quais recursos os específicos: cientistas contam atualmente? Objetivos • identificar o Universo como o conjunto de planetas, satélites, cometas, estrelas, nebulosas,

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galáxias e tudo o mais que está presente nele; • reconhecer o avanço tecnológico como um dos elementos facilitadores das descobertas científicas e de ampliação dos limites do conhecimento humano, especialmente no campo da Astronomia.

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Ao observar o céu a olho nu, ou seja, sem usar instrumentos como binóculos ou lunetas, conseguimos ver uma parte mínima do que chamamos Universo.

Glossário Telescópio: instrumento com lentes ou espelhos que amplia muitas vezes a imagem do objeto observado, possibilitando ver a grandes distâncias.

Michael Matisse/Thinkstock

European Southern Observatory/SPL/Latinstock

Já na observação do céu feita com o auxílio de um telescópio, é possível perceber corpos celestes invisíveis a olho nu. Além disso, o telescópio proporciona a visão de detalhes das formas desses astros.

Um telescópio como esse possibilita ampliar cerca de 500 vezes o que está sendo observado.

Explorando Céu noturno: uma introdução para crianças Michael Driscoll. São Paulo: Panda Books, 2010.

As pesquisas astronômicas atuais baseiam-se em informações que chegam à Terra por meio de diversos e sofisticados instrumentos. Esses instrumentos podem ser telescópios ou sondas espaciais, que orbitam a Terra ou viajam para regiões mais distantes e afastadas do nosso Sistema Solar. Outra maneira de obter informações é por meio dos robôs enviados a Marte, por exemplo, que exploram a superfície do planeta e mandam regularmente informações para estudo sobre o "planeta vermelho".

O livro traz curiosidades sobre o Universo, como o surgimento das estrelas, o deslocamento dos planetas, as fases da Lua, as constelações, as missões espaciais e muitas outras informações. Panda Books

A fotografia mostra uma imagem do céu obtida por telescópio. As cores resultam de diferentes técnicas de aplicações ou realce de cores sobre as imagens.

Para o estudo do Universo, os cientistas contam também com equipamentos de informática para cálculos, tratamento de dados e imagens, simulações etc. Esses recursos tecnológicos nos têm possibilitado responder a várias questões sobre a composição do Universo.

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OBSERVANDO O astrofísico norte-americano Edwin Powell Hubble (1889-1953) e outros cientistas constataram que as galáxias estão se afastando umas das outras, o que evidencia, segundo eles, o fenômeno da expansão do Universo. Para ter uma ideia do que seja a expansão do Universo, você pode realizar o procedimento indicado nas fotografias a seguir. O balão inflável é uma analogia indicada para entender a expansão do Universo: o Universo cresce, embora isso não ocorra com os corpos que o compõe (galáxias, Sol, Terra, por exemplo).

1

Com caneta colorida, pinte vários pontos numa bexiga (balão de festas de aniversário) vazia. Esses pontos vão representar as galáxias.

2

3 Observe que, conforme a bexiga (que representa o Universo) se expande, aumentam as distâncias entre os pontos que você pintou. Esse aumento das distâncias entre os pontos, que você pode medir com uma régua ou fita métrica, representa o afastamento da galáxias, devido à expansão do espaço entre elas.

Imagens: Joel Rocha

Sopre a bexiga para enchê-la de ar. O enchimento da bexiga representa a expansão do Universo.

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Como tudo surgiu?

A origem do Universo é um tema de debates religiosos, filosóficos e científicos. Atualmente, a teoria do Big Bang é a aceita, quase por unanimidade, no meio científico. Essa teoria é uma explicação de como ocorreu e ocorre a expansão do Universo, de estado minúsculo e muito denso para o que é hoje. Todo o conhecimento científico acumulado até agora não consegue explicar com exatidão o que aconteceu naquele milionésimo de segundo que deu origem ao Universo.

Glossário Big Bang: em inglês significa “grande explosão”. O termo foi inventado por Fred Hoyle, um dos cientistas que não aceitavam a teoria da expansão do Universo. O objetivo desse cientista era ridicularizar a teoria, no entanto ele acabou criando o nome com que ela se tornou popular.

Os defensores dessa teoria não afirmam que tenha havido uma “grande explosão” no sentido clássico do termo. Assim como não tentam explicar o que havia antes ou o que pode existir além do Universo.

Composição do Universo

Força da gravidade: é uma das forças da natureza resultante do fato de que “matéria atrai matéria”. É essa força que faz a Lua girar em torno da Terra e a Terra em torno do Sol. A gravidade faz com que os corpos próximos à superfície da Terra sejam atraídos para ela.

O Universo é constituído de aglomerados de galáxias, com nebulosas, estrelas, cometas, satélites, planetas e tudo o que neles existe — no caso do planeta Terra, por exemplo, plantas, animais e outros seres vivos, rochas, água, ar etc. Ou seja, o Universo é composto de toda a energia e matéria e tudo o que mais que existe. Professor, neste volume não abordaremos o estado plasmático da matéria.

As estrelas

K.Muller/Getty Images

As estrelas “nascem” a partir de nebulosas constituídas, em grande parte, por gases, poeira e plasma.

Matéria: é tudo que ocupa lugar no espaço. A matéria pode ter estado físico gasoso, líquido, sólido ou plasmática. De modo simplificado, podemos associar massa à quantidade de matéria de um corpo. Tem o mesmo valor em qualquer lugar do Universo. Já peso é a força com que uma massa é atraída por um planeta, por exemplo, e depende também da massa do planeta. Essa força é denominada força da gravidade. Nebulosa: palavra que se origina do termo latino nebula, que significa “nuvem”.

Fotografia da Nebulosa de Órion.

Os cientistas explicam que existe uma atração recíproca entre as partículas de matéria que compõem a grande nuvem — a nebulosa. Essa atração é denominada força de gravidade. Em razão da força de gravidade, a matéria que constitui uma nebulosa se aglomera, compondo uma massa compacta e formando os astros.

Plasma: é o quarto estado físico da matéria, ao lado dos estados sólido, líquido e gasoso. Não confunda com plasma sanguíneo, o componente líquido do sangue.

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Aldebarã Arturo Sírius

Sol

Pólux

Betelgeuse

Antares

Rígel

Mila Gligoric/Dreamstime.com

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia.

Vistas da Terra, as estrelas parecem muito pequenas. No entanto, elas geralmente são corpos imensos. A maioria delas tem dimensão aproximada à do Sol, cujo tamanho é considerado médio. Mas existem estrelas menores e outras que têm dimensões centenas ou até milhares de vezes maiores que a do Sol. Observe o esquema representativo da proporção aproximada do diâmetro de algumas estrelas em relação ao do Sol.

Arturo

Esquema simplificado: comparação de tamanho entre o Sol e outras estrelas.

Para você ter uma ideia, comparar o tamanho do Sol (1 390 000 quilômetros de diâmetro) com o da Terra (12 756 quilômetros de diâmetro) seria mais ou menos o mesmo que comparar uma laranja com a cabeça de um alfinete.

Sofisticados instrumentos e técnicas avançadas de observação do espaço têm possibilitado aos astrônomos conhecer “estrelas hipergigantes”, ou seja, milhões de vezes maiores que o Sol. No centro das estrelas, a pressão e o aquecimento se tornam tão intensos que uma grande quantidade de energia é liberada sob forma de calor e luz. Essa propriedade de produzir calor e luz próprios é que diferencia as estrelas dos planetas e de outros astros. O brilho das estrelas é produzido por parte de sua energia, que se irradia pelo espaço na forma de luz. Essa energia pode durar bilhões de anos. Quando ela acaba, a estrela “morre”. Assim, muitas estrelas que vemos hoje no céu podem ter sido extintas milhões ou bilhões de anos atrás.

INDO ALÉM

As distâncias astronômicas As unidades de medida mais usadas, como o metro e o quilômetro, não são adequadas para expressar as grandes distâncias entre os astros. Com base no conhecimento de que a luz se move com a velocidade de aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo, criou-se então o ano-luz, um padrão de medida próprio para distâncias astronômicas. Um ano-luz é a medida da distância que a luz percorre no espaço no período de um ano. Essa medida equivale a cerca de 9,5 trilhões de quilômetros. Vamos verificar: a estrela Alfa de Centauro está a 40 trilhões de quilômetros da Terra (40 ÷ 9,5 = 4,2), ou seja, sua luz leva cerca de 4,2 anos para chegar aqui, ou a Alfa de Centauro está a cerca de 4,2 anos‑luz da Terra. A luz do Sol, cuja distância de nosso planeta é de 149 500 000 quilômetros, chega à Terra em apenas 8 minutos. Existem estrelas a dezenas e a centenas de anos-luz de distância da Terra.

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A vida de uma estrela Luis Moura

As estrelas se formam numa nebulosa, por meio da concentração de poeira, gases e plasma. estágio semelhante ao Sol atualmente

os

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de

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os

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estrela vermelha

estrela

gigante vermelha protoestrela

Evolução de uma estrela anã branca nebulosa gasosa

anã negra

Esquema simplificado do processo de evolução de uma estrela. Nesse esquema, a proporção dos tamanhos não está de acordo com os dados reais. Foram usadas cores-fantasia.

Durante milhões ou bilhões de anos, as estrelas passam por transformações. Em seu processo evolutivo, elas podem adquirir e/ou perder massa, variar de tamanho e consumir seu próprio “combustível”. Elas morrem quando o “combustível” que processa sua energia acaba. O tempo de vida de uma estrela pode ser de bilhões de anos. No Universo, cada estrela está numa determinada etapa do processo de evolução. As estrelas “nascem”, evoluem e “morrem”. Esse mesmo processo ocorre com o Sol, pois ele também é uma estrela. Professor, utilizamos o termo combustível entre aspas por falta de um termo mais

conveniente. Como sabemos, o combustível pressupõe uma reação química exigindo comburente também. No entanto, no interior da estrela ocorrem reações de fusão nuclear, fenômeno cuja explicação é muito complexa para alunos deste nível escolar.

Imaginando figuras no céu A posição de uma estrela em relação a outra nos parece fixa. No entanto, o Sol e as demais estrelas estão se movendo, geralmente em grande velocidade. Em razão da imensa distância entre as estrelas e nós, só é possível perceber essa movimentação com o uso de instrumentos apropriados ou no decorrer de séculos. Por parecer que as estrelas estão fixas no céu, conseguimos imaginar agrupamentos delas formando constelações. Nesses agrupamentos, as estrelas parecem, para nós que as observamos da Terra, estar próximas entre si. Na verdade, elas podem estar muito distantes umas das outras, às vezes separadas por dezenas de anos-luz.

Glossário Constelação: do latim constellatio, que significa “reunião de estrelas”.

!

Porque, exceto o Sol, as estrelas estão muito distantes, a até trilhões de quilômetros da Terra.

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No passado, as constelações serviam de referência para delimitar as estações do ano, distinguir as épocas de seca e de plantio, construir calendários e para os navegadores identificarem a estrela-guia. Atualmente, os astrônomos também agrupam as estrelas em constelações e as têm como referência para identificar as diferentes regiões do céu. Ainda hoje a posição das estrelas é usada na orientação geográfica.

Glossário Mitológico: adjetivo referente a mitos, que são histórias criadas a partir do imaginário dos povos.

Diversos povos antigos, inclusive os indígenas das Américas, usando a imaginação, relacionaram alguns grupos de estrelas a figuras de animais, objetos ou seres mitológicos.

Como nasceram as estrelas Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

2

Dawidson França

Editora Rocco

O livro apresenta a origem das estrelas segundo 12 lendas brasileiras recontadas pela autora.

1

Photo Researchers/Larry Landolfi/Diomedia

Explorando

Photo Researchers/Babak Tafreshi/Diomedia

Observe a sequência de imagens a seguir.

3 Na sequência das imagens podemos ver: na primeira, uma região do céu; na segunda, os traços imaginados pelos povos antigos que ligavam um conjunto de estrelas de uma constelação; e na terceira, a figura de um escorpião, que, segundo os antigos, era formada por esse conjunto de estrelas.

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Observe nas imagens essa constelação. Esse grupo de cinco estrelas forma o desenho de uma cruz para quem as observa. Por esse motivo, ela recebeu esse nome no período das Grandes Navegações e da chegada dos portugueses ao Brasil, por volta do ano de 1500. A estrela que parece “atrapalhar” o desenho da cruz no céu é a Épsilon, mais conhecida pelo seu nome popular: Intrometida. Contudo, a Épsilon é muito importante para identificarmos o Cruzeiro do Sul, a única constelação em forma de cruz, entre tantas outras que existem com esse mesmo formato, que tem uma “estrela intrometida”.

NDO   DISCIP

INTE As dimensões das estruturas representadas estão fora de escala; as cores usadas não são as reais.

Rubídea = 87 anos-luz Pálida = 470 anos-luz

Intrometida = 125 anos-luz Mimosa = 589 anos-luz

Roger Ressmeyer/Corbis/Glow Images

Quem habita o Hemisfério Sul da Terra pode localizar no céu a constelação Cruzeiro do Sul.

RA

AS

A constelação Cruzeiro do Sul

G

Esta atividade integra as disciplinas de Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa.

L IN

CONEXÕES

Estrela de Magalhães = 410 anos-luz

Constelação Cruzeiro do Sul, com identificação das estrelas que a compõem e suas respectivas distâncias em relação à Terra, em anos-luz. Os dados relativos às distâncias, em anos-luz, das estrelas têm por fonte: Richard Dibon-Smith. StarList 2000. John Wiley & Sons, New York, 1992.

A estrela Alfa Cruz, que simboliza o “pé” da cruz, é também chamada de Estrela de Magalhães. Esse nome é uma homenagem ao navegador português Fernão de Magalhães, o primeiro a comandar uma viagem ao redor da Terra. Por volta de 1520, Fernão passou com suas embarcações perto da América do Sul e observou essa constelação. Entre março e setembro, é possível ver o Cruzeiro do Sul ao anoitecer. Nos meses de maio e junho, ele aparece no alto do céu.

Você sabe se orientar pelo Cruzeiro do Sul? Faça assim: prolongue o braço maior da cruz aproximadamente quatro vezes e meia, no sentido das estrelas Gama Cruz para Alfa Cruz, chegando ao ponto do Polo Sul Celeste, que é a projeção do Polo Sul Terrestre. Trace mentalmente uma linha desse ponto que seja perpendicular ao horizonte, e no final dessa linha, na interseção com o horizonte, Cruzeiro do Sul será o Ponto Cardeal Sul. Observe a ilustração. Polo Sul Celeste

• Por muito tempo, os astros foram a única referência importante para a orientação espacial das navegações. A partir do século XV foram criadas novas tecnologias. Pesquise algumas delas. Bússola, sistema de posicionamento global (em inglês, global positioning system, sigla: GPS).

Esquema simplificado de como se orientar pelo Cruzeiro do Sul.

Ponto Cardeal Sul linha do horizonte

Professor, esse tópico pode ser trabalhado de modo articulado com os professores de História e Geografia.

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Paulo César Pereira

Perto da Linha do Equador essa constelação fica menos tempo visível, apenas nos meses de maio e junho, período em que as pessoas que estão nas regiões Norte e Nordeste do Brasil podem identificá-la no céu ao anoitecer.

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Você sabe dizer (ou representar) qual é a forma de uma elipse? E de uma espiral?

As galáxias As galáxias são formadas por nuvens de gás e poeira, um grande número de estrelas, planetas, cometas, asteroides e diversos outros corpos celestes unidos pela ação da força gravitacional. Numa noite estrelada, podemos ver uma faixa esbranquiçada que corta o céu. Essa “faixa” de astros é apenas uma parte da galáxia onde está localizado o Sistema Solar do qual o planeta Terra faz parte. Os antigos denominaram-na Via Láctea, cujo significado em latim é “caminho de leite”. Babak Tafreshi/Photoresearchers/Latinstock

?

Glossário Galáxia: o termo se origina da palavra gala, que significa “leite” em grego. Inicialmente, era a denominação da nossa galáxia, a Via Láctea, e depois se generalizou como denominação de todas as demais.

Imagem do céu noturno em Foz do Iguaçu, PR, na qual se pode identificar, na parte superior, uma faixa esbranquiçada, que é uma grande concentração de estrelas: uma parte da Via Láctea. Professor, para enriquecer a aprendizagem dos conteúdos desta unidade, sugerimos levar os alunos a um planetário de sua região (ou local similar).

O céu de nossos avós Sistema Solar

Dawidson França

Explorando

A Via Láctea pertence a um conjunto, ou seja, a um aglomerado de diversas galáxias.

Direção e distribuição: Universidade do Estado do Amazonas/Museu da Amazônia. (Brasil/Portugal, 2009.) O vídeo apresenta o conhecimento indígena brasileiro sobre Astronomia, mostrando como os indígenas definiam o tempo da colheita, a contagem de dias, meses e anos, a duração das marés e a chegada das chuvas.

Representação figurativa da Via Láctea (vista lateral) com a localização do Sistema Solar.

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Dawidson França

Sistema Solar

!

Os povos antigos associavam à Via Láctea determinadas lendas. Por exemplo, para os vikings, povos do norte da Europa, a Via Láctea era um rio celeste prateado; e para os indígenas da América Pré-Colombiana, ela era o caminho percorrido pelos espíritos até o Sol.

Forma elíptica DAE

Representação figurativa da Via Láctea (vista frontal) com a localização do Sistema Solar.

Forma espiral

O Universo contém mais de 200 bilhões de galáxias de tamanho e forma variados. Há galáxias de forma elíptica, outras em espiral, como a Via Láctea, e muitas têm formas irregulares, ou seja, não definidas.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS Certamente você poderá concluir que muitos dos pontos que vemos brilhar no céu noturno são estrelas. Contudo, além delas podemos ver outros astros, pois o Universo, do qual o céu que vemos é uma pequena parte, é formado por conjuntos de galáxias constituídas por nuvens de gás e poeira, um grande número de estrelas e outros corpos celestes como cometas, asteroides e planetas. Como a Terra e tudo o que há nela fazem parte do Universo, nós também pertencemos ao Universo. Para conhecer o que há no Universo além do que podemos observar a olho nu, os cientistas contam com sofisticados telescópios, sondas espaciais e robôs, os enviados a Marte por exemplo, e também com outros recursos tecnológicos, como os equipamentos de informática. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

Explorando Centro de Divulgação Científica e Cultural da USP

Fundamentos de Astronomia Romildo Póvoa Faria. São Paulo: Papirus, 2005. O autor desse livro pretende veicular a Astronomia como um legado cultural. Para tal, expõe os princípios básicos e a história da Astronomia, descrevendo o fascínio que o estudo do Universo e dos objetos cósmicos sempre despertaram na humanidade.

O portal fornece informações atualizadas e é uma excelente fonte de pesquisas para dados de Astronomia.

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AGORA É COM VOCÊ

1. Professor, para esta pergunta podem surgir respostas cuja referência seja de cunho religioso, mitológico ou folclórico. Embora nenhuma dessas referências deva ser desqualificada, é importante que o aluno possa compará-las com a científica.

1 As questões sobre a origem do Universo sempre intrigaram a humanidade. Além da teoria científica apresentada neste livro, você conhece outra explicação para a origem do Universo? Se você conhece, faça um resumo dela, destacando, se houver, os pontos que a diferem da teoria estudada neste capítulo.

caderno

5 Por que sentimos o calor do Sol e não sentimos o calor das outras estrelas? Photos.com

Porque o Sol está muito mais próximo da Terra do que as demais estrelas.

Hubblesite

2 Observe a fotografia e a legenda.

Fotografia de um pôr do sol.

6 Um professor afirmou que, quando a imagem do Sol foi captada nessa fotografia, ele já tinha se posto no horizonte pelo menos 8 minutos antes. Explique o que isso significa. Em razão da distância do Sol à Terra, a luz leva

aproximadamente 8 minutos para chegar até nós. Logo, quando vemos o pôr do sol, na verdade ele já ocorreu há cerca de 8 minutos.

7 Os astrônomos afirmam que a estrela Alfa de Centauro está a 4,2 anos-luz da Terra. O ano-luz é uma medida de tempo ou de distância? O ano-luz é um padrão de medida 8

Explique por que se afirma que as nebulosas são os berços das estrelas. 3 Cite a principal característica que diferencia uma estrela de planetas e outros astros do Universo.

A principal característica que diferencia as estrelas de planetas e outros astros é a propriedade de produzir o próprio calor e a própria luz.

4 Qual das alternativas seguintes explica a distância correspondente ao ano-luz? a) É a distância que a luz percorre em um ano. Alternativa a. b) É a distância do Sol até nosso planeta, a Terra. c) É a distância que mede a galáxia Via Láctea. d) É a distância da Terra até seu satélite, a Lua.

9 No Universo existem bilhões de galáxias. Em qual delas estamos? Na Via Láctea.

10 No Universo há galáxias de tamanhos e formas variados. Observe as ilustrações abaixo. Qual dessas formas se assemelha mais à forma da galáxia em que vivemos? a)

DAE

Representação da nebulosa Olho de Gato.

próprio para distâncias astronômicas. Uma galáxia é o conjunto de O que é uma galáxia?estrelas, planetas, cometas, asteroides e diversos outros corpos celestes unidos pela ação da força gravitacional.

b)

c) Alternativa c (forma espiral).

2. Elas são assim chamadas porque as estrelas nascem, isto é, formam-se por meio da concentração de gases, poeira e partículas sólidas que constituem as nebulosas.

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Registre no

Leia a tirinha e, a seguir, responda às questões. O Cruzeiro do Sul é fácil de ver. Se você localizá-lo no céu, nunca se perderá.

Professor, mostre aos alunos a representação do Cruzeiro do Sul na Bandeira do Brasil e de outros países do Hemisfério Sul. Explique que a representação das estrelas em nossa bandeira é meramente ilustrativa e não retrata a posição de como são vistas da Terra.

caderno

Mas... e se você estiver perdido de dia?

Dawidson França

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

a) Desde os tempos antigos, as constelações, como a constelação Cruzeiro do Sul, são usadas para orientação. No entanto, a pergunta da menina da tirinha tem sentido. Por quê? b) Quando olhamos o céu e vemos as estrelas cintilando, podemos afirmar que estamos contemplando o passado muito remoto? Por quê? a) Tem sentido porque durante o dia não vemos as estrelas, logo não é possível localizar o Cruzeiro do Sul. Isso acontece porque o brilho das demais estrelas e de outros astros é ofuscado durante o dia pela luz do Sol.

b) Sim. Porque as estrelas estão milhares ou milhões de anos-luz distantes da Terra. Ou seja, o brilho que vemos das estrelas é a luz por elas emitida há muitos anos. Logo, estamos contemplando o que aconteceu no passado.

SUPERANDO DESAFIOS Responda em seu caderno à questão a seguir. (Inep) A LUZ DAS ESTRELAS Túlio gosta de olhar as estrelas. Entretanto, ele não pode observá-las muito bem à noite, porque mora numa cidade grande. No ano passado, Túlio visitou o campo e escalou uma montanha, de onde observou um grande número de estrelas que não conseguia ver quando estava na cidade. Por que é possível observar um número maior de estrelas no campo do que nas cidades, onde vive a maioria das pessoas?

a) A lua é mais brilhante nas cidades e bloqueia a luz de muitas estrelas. b) No ar do campo, há mais poeira para refletir a luz do que no ar da cidade. c) Na cidade, o brilho da iluminação pública dificulta ver várias estrelas. d) O ar é mais quente nas cidades devido ao calor emitido pelos carros, equipamentos e casas. Alternativa c.

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CAPÍTULO 14

Sistema Solar Objetivos específicos: • reconhecer o modelo de organização do Sistema Solar e localizar a posição da Terra nesse conjunto de astros;

Se você gosta de dar asas à imaginação, tente se imaginar viajando pelo espaço e observando compreender que a organização dos astros em movimento tem relação com determinado tipo de a Terra na imensidão do Universo. • força, por exemplo, a gravitacional;

Luis Moura

Nessa viagem espacial imaginária, logo após a partida você pode ver o pátio de sua escola. Fora da atmosfera, bem mais distante da Terra, você poderá localizar a América do Sul. Muito mais distante, você pode distinguir a Terra entre outros planetas do Sistema Solar, que está localizado na Via Láctea (siga os passos numerados).

5O

1O 6O

2O 4O

3O

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre as dimensões dos elementos representados.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE

• identificar as características de um planeta; • identificar as características de um satélite natural e os planetas do Sistema Solar que têm um ou mais satélites; • identificar as características básicas dos demais astros que fazem parte do Sistema Solar.

Com base na observação dessa sequência de imagens, você consegue localizar sua escola no Universo? Qual é, então, o endereço completo de sua escola?

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5/15/15 10:48 AM

O surgimento do Sistema Solar Como vimos no capítulo anterior, num dos “braços” da Via Láctea está situado o Sol, uma de suas estrelas, em torno do qual se movem vários astros, entre eles a Terra, com tudo o que nela existe. Esse conjunto de corpos celestes, mantidos ao redor do Sol pela força da gravidade, bem como o espaço entre eles, é o que denominamos Sistema Solar. Estima-se que o processo de formação do Sistema Solar iniciou-se há aproximadamente cinco bilhões de anos. Veja a seguir a explicação atualmente mais aceita sobre a origem do Sistema Solar.

Dawidson França

Representação ilustrativa do provável processo de surgimento do Sistema Solar

Nebulosa

1

2

3

(1) Em uma nebulosa de gás e poeira em rotação, sob a ação da força da gravidade, as partículas se aglomeraram, formando uma estrela, o Sol. (2) Ao redor do Sol, matéria em altíssimas temperaturas foi se aglomerando aos poucos. Conforme esses materiais se resfriavam, iniciava-se a formação dos planetas e demais astros do Sistema Solar. Alguns planetas se resfriaram o suficiente para apresentar a superfície sólida. Um deles é o planeta onde vivemos: a Terra. (3) A ação da força de gravidade do Sol mantém esses corpos celestes como um conjunto harmonioso, girando ao seu redor.

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Você já deve ter ouvido dizer que as estrelas são astros luminosos e que os planetas, os satélites e outros astros são iluminados. O que isso significa?

Os componentes do Sistema Solar O Sistema Solar é formado pelo Sol, pelos oito planetas (com mais de cem satélites), planetas-anões (que também podem ter satélites), cometas e centenas de outros corpos celestes. Luis Moura

?

Marte

Júpiter

Vênus Professor, para ajudar o aluno a compreender melhor as proporções de tamanho entre os astros do Sistema Solar, disponibilizamos no Manual do Professor, no item 9, a atividade “Representações, em escala, do Sistema Solar”.

Mercúrio

Terra Saturno

Urano Netuno

Explorando Viagem ao redor do Sol Samuel Murgel Branco. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2003.

Uma aventura no espaço Iara Jardim e Marcos Calil. São Paulo: Cortez, 2009.

Editora Cortez

Os autores falam sobre alguns dos componentes do Sistema Solar, à luz da Ciência, da História e da Mitologia.

O Sol e os oito planetas. Esquema simplificado do Sistema Solar.

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real dos tamanhos e distâncias entre os astros. E, devido à perspectiva do desenho, as órbitas planetárias estão representadas com forma elíptica mais acentuada do que realmente são e a configuração dos planetas no mesmo plano não corresponde à realidade.

O Sol Quando comparado a outras estrelas, o Sol é considerado de tamanho mediano. No entanto, se comparado com os demais astros que formam o Sistema Solar, ele pode ser considerado muito grande. O Sol tem 99,9% da matéria de todo o Sistema Solar. Isso significa que todos os demais astros do Sistema Solar juntos somam apenas 0,1% de matéria.

Science Photo Library/Latinstock

Editora Moderna

Nesta obra, o autor faz uma viagem pelo Sistema Solar, descrevendo a composição do Sol, dos planetas com suas luas e levantando hipóteses sobre como ele teria surgido.

Sol, a estrela do Sistema Solar.

Imagem obtida por telescópio.

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Os planetas

!

Um corpo celeste é considerado um planeta quando, além de não ter luz própria, gira ao redor de uma estrela, tem forma similar à esférica e é o principal corpo celeste em sua órbita. Seus movimentos principais são o de rotação e o de translação. No movimento de rotação, os planetas giram em torno do próprio eixo, uma linha imaginária que passa por seu centro. Já o movimento de translação é executado pelos planetas ao redor de sua estrela. O tempo que os planetas levam para dar essa volta completa é denominado período orbital. A Terra e os demais planetas do Sistema Solar, no movimento de translação, formam uma elipse pouco alongada (bem próxima à forma Professor, espera-se que o aluno identifique as principais características dos circular) ao redor do Sol. planetas, defina em linhas gerais o que é órbita e represente uma figura elíptica. Observe os dois tipos de órbitas esquematizadas nas ilustrações.

Luis Moura

Astro

Estrela

Terra

As estrelas, como o Sol, por exemplo, são consideradas astros luminosos porque produzem luz. Os planetas, seus satélites e outros astros que não produzem luz são iluminados por uma estrela, no caso do Sistema Solar, pelo Sol.

Glossário Órbita: é o “caminho” que um astro percorre em sua translação ao redor de outro. Luis Moura

Os planetas não produzem luz. Eles apenas refletem a luz de uma estrela. No caso do Sistema Solar, refletem a luz do Sol.

Sol

Explorando Ilustração simplificada da órbita da Terra. O Sol ocupa um dos focos da elipse próximo ao centro.

São oito os planetas clássicos do Sistema Solar. Na ordem de proximidade do Sol, são eles: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Os cincos primeiros, por serem visíveis a olho nu, eram conhecidos por povos das antigas civilizações. Urano e Netuno, porém, só foram descobertos entre os séculos XVIII e XIX, com auxílio de telescópio.

Planetas

O episódio da série ABC da Astronomia fala sobre os planetas e como surgiram os primeiros conhecimentos acerca desses corpos celestes na Antiguidade.

Nicku/Shutterstock

Esquema simplificado da órbita bastante alongada de um astro ao redor de uma estrela. A estrela ocupa um dos focos da elipse afastado do centro.

JOHANNES KEPLER

Por muito tempo pensava se que as órbitas dos planetas ao redor do Sol eram circulares. Foi Johannes Kepler quem descobriu que as órbitas dos corpos celestes são elípticas. Retrato de Johannes Kepler (1571-1630).

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Detlev Van Ravenwaay/SPL/Latinstock

Planetas do sistema solar Mercúrio É o planeta mais próximo do Sol e o menor do Sistema Solar. É rochoso, sem água e praticamente sem atmosfera. Sua temperatura varia muito, chegando a mais de 400 °C positivos, no lado voltado para o Sol, e a cerca de 180 °C negativos, no lado oposto. Mercúrio não tem satélite. Nasa

Mercúrio.

Vênus

Veja a definição de satélite na página 224.

É o segundo planeta mais próximo do Sol. É rochoso, não tem água no estado líquido, apresenta temperatura muito elevada e sua atmosfera, bem mais densa que a da Terra, é rica em gás carbônico. Vênus pode ser visto, com muito brilho no céu, no período próximo ao nascente ou ao poente. Por essa razão, pensava-se que ele fosse uma estrela e lhe deram os nomes de estrela-d’alva (da manhã) e estrela vespertina (da tarde).

Vênus.

Orangestock

Vênus não tem satélite. Terra É um planeta rochoso e o terceiro mais próximo do Sol. A Terra apresenta características próprias que lhe permitem ter: água, que se apresenta nos estados sólido, líquido e gasoso; atmosfera, que é composta de diferentes tipos de gases, entre eles o gás oxigênio; variação de temperatura, cuja média é de aproximadamente 15 °C. Essas condições possibilitam a existência de seres vivos as informações sobre o número de sacomo os que conhecemos. Professor, télites de cada planeta foram obtidas no site . Acesso em: mar. 2015.

Marte De constituição rochosa, é o quarto planeta mais próximo do Sol. Sua atmosfera, muito rarefeita, é constituída principalmente de gás carbônico. A temperatura de Marte varia entre 23 °C positivos e 180 °C negativos. Os cientistas confirmam a presença, em pequena quantidade, de água em Marte: vapor de água na atmosfera e gelo nos polos, conforme informações obtidas por meio de equipamentos enviados à superfície desse planeta. Tem dois satélites.

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Nasa

Júpiter É o quinto planeta na ordem de afastamento do Sol e o maior do Sistema Solar. Tem núcleo constituído de material sólido, mas sua maior parte é gasosa. A temperatura da superfície é de cerca de 150 °C negativos. Tem anéis e 67 satélites conhecidos.

Júpiter.

Photos.com

O número de satélites dos diferentes planetas não é definitivo. Com o avanço da ciência e da tecnologia espacial, novos dados podem tornar-se conhecidos. Saturno É o segundo maior planeta do Sistema Solar e o sexto na ordem de afastamento do Sol. Tem núcleo constituído de material sólido, mas sua maior parte é gasosa. Saturno é conhecido como o planeta dos anéis, que são formados por diversos gases e água congelados, além de rochas. Acredita-se que tenha 62 satélites.

É o sétimo planeta em ordem de distância do Sol, e o terceiro maior do Sistema Solar. Seu núcleo é formado de material sólido e acredita-se que a maior parte de sua esfera seja composta de uma densa mistura de hidrogênio e outros gases.

Saturno.

Nasa

Urano

Urano tem 27 satélites e também anéis muito tênues. Netuno Netuno é o planeta mais afastado do Sol e só é visível com ajuda de telescópio. Em composição e tamanho, é muito parecido com Urano.

Urano.

Nasa

Ele tem 13 satélites e também apresenta anéis muito tênues. Os planetas não ficam enfileirados, formando uma linha reta no espaço, embora isso possa acontecer, de vez em quando, com alguns deles. Os planetas podem estar em qualquer lugar de suas respectivas órbitas.

Netuno.

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Outros astros do Sistema Solar Planetas-anões

Professor, os avançados recursos técnico-científicos têm possibilitado, frequentemente, a descoberta de novos dados sobre o Universo e o Sistema Solar, em particular. Para atualizar-se, acesse o site do Observatório Nacional: . Acesso em: 13 mar. 2015.

NASA/Hubble Space Telescope/AP Photo/Glow Images

A União Astronômica Internacional (UAI) criou, em 2006, a categoria dos planetas-anões, conjunto de astros formado por: VV

Ceres, localizado no Cinturão de Asteroides entre a órbita de Marte e de Júpiter;

VV

Plutão, Makemake, Haumea e Éris, localizados na região além da órbita de Netuno, onde está situado o Cinturão de Kuiper, formado por milhões de objetos celestes que circundam o Sistema Solar.



Em junho de 2008, a União Astronômica Internacional decidiu que Plutão e demais corpos celestes a ele semelhantes que orbitam o Sol, localizados além da órbita de Netuno, seriam considerados plutoides. Plutão

Estige

Plutão

Cérbero

Plutão, cujo descobrimento foi anunciado em 1930 pelo astrônomo norte-americano Clyde W. Tombaugh (1906-1997), foi, a partir dessa data e até 2006, considerado o nono planeta do Sistema Solar.

Hidra Caronte

Plutão e suas cinco luas (ou satélites). Caronte, Nix, Hidra e mais duas descobertas feitas com o uso do telescópio espacial Hubble, respectivamente em 2011 e 2012, denominadas Cérbero e Estige.

Enquanto você lê este texto, é possível que a lista de planetas-anões esteja aumentando. Faça uma busca na internet para saber se há novidades quanto a reclassificações de corpos celestes. Fique atento às notícias dos meios de comunicação, pois muitos outros corpos do Sistema Solar são candidatos à categoria de planetas-anões.

Satélites

Professor, é importante aproveitar este momento para chamar a atenção dos alunos para o fato de que a Ciência é dinâmica e, por isso, as classificações e conceitos podem ser alterados, à medida que são obtidos novos dados e informações.

Até 1610, o único satélite conhecido era o da Terra – a Lua. Naquela ocasião, Galileu Galilei (1564-1642), com sua luneta, descobriu quatro satélites na órbita do planeta Júpiter. Hoje, devido aos avançados recursos tecnológicos, sabe-se da existência de mais de cem satélites orbitando os astros do Sistema Solar. Na Astronomia, satélite natural é um corpo celeste que se movimenta ao redor de um planeta graças à força gravitacional. O adjetivo natural é usado em contraposição a artificial. Os satélites artificiais são objetos construídos pelos seres humanos. Atualmente há vários satélites artificiais em órbita ao redor da Terra. O termo lua pode ser usado como sinônimo de satélite natural dos diferentes planetas.

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Corpos menores do Sistema Solar A expressão “corpos menores do Sistema Solar”, segundo a definição da União Astronômica Internacional, engloba todos os objetos que giram ao redor do Sol, mas que não são considerados planeta ou planeta-anão por serem pequenos (não são muito massivos). Nessa categoria estão os cometas e os asteroides, entre outros.

Cometas

Luis Moura

Cometas são astros formados por rocha, gelo e poeira e têm dimensões variadas. Geralmente estão distantes do Sol e, nesse caso, não são visíveis. Eles podem se tornar visíveis à medida que, em sua longa trajetória, aproximam-se do Sol. Com o calor do Sol ocorre a sublimação do gelo no núcleo no cometa. Com a liberação de gás e poeira forma-se a cabeleira e uma ou mais caudas que geralmente refletem a luz do Sol.

cabeleira

Glossário Sublimação: passagem de uma substância do estado sólido para o gasoso.

cauda

núcleo

Esquema simplificado de um cometa, quando se aproxima do Sol. Photo Researchers/Jerry Lodriguss/Diomedia

Nesta ilustração as proporções não correspondem à realidade

Fotografia do Cometa Halley quando passou pela região do Sistema Solar, próximo da Terra, em 1986.

O cometa mais conhecido é o Halley, que regularmente passa por nossa região no Sistema Solar. A cada 76 anos, em média, ele é visível da Terra. Ele foi visto pela última vez em 1986, quando passou próximo ao nosso planeta. O Halley deverá ser avistado novamente em 2062. O nome do cometa é uma homenagem ao astrônomo inglês Edmond Halley (1656-1742), que calculou em 1682 a passagem desse corpo celeste pela região do Sistema Solar próxima da Terra em períodos regulares de 76 anos.

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Explorando O Sistema Solar

O site apresenta informações e curiosidades sobre planetas, estrelas e outros corpos celestes presentes no Sistema Solar.

Asteroides São milhões de corpos rochosos que giram ao redor do Sol. Da Terra, só podem ser observados por meio de telescópio, os quais, à medida que se tornam mais sofisticados, fornecem novas informações sobre esses corpos celestes. Os asteroides estão localizados no cinturão de asteroides entre as órbitas dos planetas Marte e Júpiter e na região após a órbita do planeta Netuno, no Cinturão de Kuiper.

Meteoroides

Coleção Particular

São fragmentos de rochas ou de metais (ferro ou níquel), mas podem ser um composto de rochas e metais que se formam a partir de cometas e asteroides. O efeito luminoso é produzido quando fragmentos de corpos celestes incendeiam-se em con­tato com a atmosfera terrestre. Esses rastros de luz são denominados meteoros e popularmente são conhecidos como estrelas cadentes, mas não são estrelas.

Tasso Marcelo/Agência Estado

Atualmente, o Bendegó encontra-se em exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro/Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Quando alguns deles atingem a superfície da Terra são chamados meteoritos. Os meteoritos têm forma variada e irregular, e o tamanho da grande maioria deles é de microfragmentos. Poucos chegaram à superfície da Terra como pedaços de rochas de alguns metros de diâmetro. O maior meteorito que caiu no Brasil e está em exposição é, o Bendegó. Com mais de 5 000 kg, ele foi encontrado no interior da Bahia em 1784.

A fotografia mostra a dificuldade, na ocasião, para transportar o meteorito Bendegó pelo interior da Bahia em 1784.

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INDO ALÉM Planetas extrassolares ou exoplanetas Temos acompanhado, por diversos meios de comunicação, que astrônomos de vários países têm detectado a existência de centenas de planetas ao redor de estrelas distantes do Sol. São os planetas extrassolares ou exoplanetas. Segundo os astrônomos “caçadores de planetas extrassolares”, já foram detectados planetas extrassolares com dimensões maiores do que as de Júpiter, outros menores do que Mercúrio e até de tamanho equivalente ao da Lua. Vários deles estão em órbita muito próximos à sua estrela central. Outra característica desses astros é que, em seu caminho orbital, traçam órbitas elípticas bem alongadas, semelhantes às órbitas dos cometas e não às dos planetas do nosso Sistema Solar, cujas órbitas têm forma de elipse pouco acentuada. Imagine-se, à noite, tentando ver mosquitos em torno de uma lâmpada de poste acesa a vários quarteirões de distância. Mesmo se você usar um binóculo, você não os verá. A luz da lâmpada ofusca tudo a sua volta. Ver planetas em torno de uma estrela é algo semelhante. A luz da estrela, muito mais “forte” do que a luz (também da estrela) que reflete no planeta e vem em nossa direção, ofusca tudo a sua volta. Para vermos um planeta semelhante a Júpiter (tamanho e órbita) orbitando uma estrela a cerca de 10 anos-luz do Sol, necessitaríamos, comparativamente, de um equipamento que de Belo Horizonte pudesse ver, à noite, moscas em torno de uma lâmpada acesa no Rio de Janeiro. As buscas de planetas extrassolares são realizadas com equipamentos sofisticados e técnicas de observação complexas. Esses astros são detectados a partir de sua interferência no movimento da estrela que eles orbitam e pela diminuição da quantidade de luz recebida na Terra, quando o planeta se interpõe entre a estrela e a Terra. Hoje, sabemos que existem outros sistemas planetários, contudo persiste a pergunta formulada desde tempos distantes: existem outros planetas habitáveis? Teremos de aguardar um pouco mais para termos a resposta dessa pergunta. Atualmente, julga-se que um planeta, para ser habitável, deve ter características semelhantes às da Terra. Os cientistas informam que a maioria dos planetas já detectados são imensos corpos gasosos, portanto não são adequados ao desenvolvimento de seres multicelulares. Todavia, novos conhecimentos do Universo podem nos revelar realidades distintas das que

ESO/L.Calçada

atualmente conhecemos.

Planetas

Estrela Gliese 581

Representação artística do sistema planetário com três planetas em órbita da estrela Gliese 581, que está situada a mais de 20 anos-luz do Sistema Solar.

Esse texto foi elaborado com base em: Sylvio Ferraz Mello. Planetas extrassolares. Disponível em: . Acesso em: mar. 2015; Renato Las Casas. Planetas extrassolares. Disponível em: . Acesso em: mar. 2015.

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE O Brasil na Era Espacial A história dos conhecimentos astronômicos registrou um grande avanço com a invenção do telescópio no século XVII. Muitas informações são atualmente coletadas por telescópios espaciais, como o Hubble, que ficam em órbita em volta da Terra, e por Glossário radiotelescópios, que captam ondas de rádio emitidas pelas Sensoriamento remoto: técnica estrelas. Os lançamentos de satélites, naves e sondas espaciais utilizada para coletar dados de toda possibilitaram ampliar ainda mais o conhecimento do espaço. a superfície terrestre, permitindo o

Boeing

monitoramento de diversas áreas

No dia 4 de outubro de 1957 foi realizado o lançamento do do planeta. primeiro satélite feito pelo ser humano, o Sputnik I, da então União Soviética. Esse acontecimento marcou o início da Era Espacial. No Brasil, a primeira base espacial foi inaugurada em 1965, na Barreira do Inferno, perto de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte. Sondas espaciais têm sido lançadas dessa base para estudar as camadas altas da atmosfera. Na década de 1970 criou-se o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) foi aprovada e se estabeleceu a base de lançamento de foguetes em Alcântara, no Maranhão.

Representação do Brasilsat, satélite brasileiro de comunicação na órbita da Terra. Ele mede 2,9 m de diâmetro e 7,09 m de altura.

O Brasil tem um acordo assinado com a China para a construção de satélites de sensoriamento remoto; possui satélites de telecomunicação de fabricação própria, os Brasilsat, colocados em órbita na década de 1980, com o apoio de empresas internacionais. Graças aos Brasilsat, podemos telefonar para os lugares mais distantes do planeta e receber imagens televisivas transmitidas de pontos longínquos. Além de proporcionar um eficiente sistema de comunicação, os satélites artificiais possibilitam monitorar e conhecer o ambiente, pois o sensoriamento torna possível a obtenção de informações com alto índice de precisão sobre a superfície terrestre por meio de dados coletados a distância, ou seja, sem interferência direta no ambiente.

Dados informativos precisos são fundamentais para a tomada de decisões dos gestores das políticas socioambientais. Podemos ter acesso, na internet, a dados e mapas produzidos por meio do sensoriamento remoto. a) Pesquise informações sobre o tema “Satélites e suas aplicações”. Registre no caderno As aplicações podem ser verificadas em diferentes sistemas de telecoaquelas que você pode utilizar no dia a dia.municação, como televisão, internet e telefones, assim como em outros aparelhos elétricos e eletrônicos.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS Com base no que você estudou, ao anotar seu endereço completo, além das referências da rua, bairro, cidade, estado e país, você deve ter registrado: América do Sul,Terra, Sistema Solar,Via Láctea. Releia a resposta que você deu à questão proposta no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare sua resposta com a dos colegas.

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Professor, espera-se que, além de registrar o número da escola, o nome da rua, do bairro, da cidade e do país onde estuda, o aluno seja capaz de se localizar no continente, no planeta Terra, no Sistema Solar, na Via Láctea (nossa galáxia) e no Universo.

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caderno

AGORA É COM VOCÊ

1 O Sistema Solar é formado por uma estrela, o Sol, alguns planetas, entre eles a Terra, e outros astros. Represente o Sistema Solar por meio de um desenho. Professor, espera-se que o aluno produza um desenho no qual sejam identificados o Sol e os demais astros que compõem o Sistema Solar, em suas respectivas posições em relação à estrela central.

2 Todos os astros do Sistema Solar estão em movimento. Por que esses corpos não se astros não se espalham graças à ação da força gravitacional espalham pelo Universo? Os presente no Sistema Solar, que os mantém agregados. 3 Segundo os astrônomos, um corpo celeste é considerado planeta quando apresenta deplaneta é um astro com forma esférica, não tem luz própria, terminadas características. Cite quais são elas. Ogira ao redor de uma estrela e não compartilha sua órbita com outros corpos celestes.

4 A Lua é o satélite natural da Terra. Que outros planetas de nosso Sistema Solar têm satélites? Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. 5 Reveja a ilustração do esquema do Sistema Solar da página 220. a) Verifique a posição dos planetas em relação ao Sol. Qual dos oito planetas é o mais distante do Sol? Netuno. b) A Terra está situada entre as órbitas de dois planetas. Quais são eles? Vênus e Marte. 6 Os planetas executam dois movimentos principais. Quais são eles? O de rotação, que fazem em torno do próprio eixo, e o de translação, que fazem ao redor do Sol.

7 O que é órbita? Cite um exemplo.

Órbita é o “caminho” que um astro percorre ao redor de outro. Ao girar em torno do Sol, por exemplo, a Terra percorre uma órbita.

8 Sobre a classificação dos planetas em rochosos ou gasosos, responda às questões a seguir. Dawidson França

a) Quais são os planetas rochosos e quais são os consi­derados gasosos? Rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Gasosos: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. b) Quais são suas características em relação:

• ao tamanho? • à distância do Sol?

Planetas rochosos, como a Terra, são proporcionalmente menores que os considerados “gigantes gasosos”, como Júpiter.

Os rochosos são os quatro planetas mais próximos do Sol e, consequentemente, os gasosos são os mais distantes do Sol. Assim, a Terra está mais próxima do Sol do que Júpiter.

Representação esquemática: Terra e Júpiter.

9 Além do Sol, dos planetas e seus satélites, que outros corpos celestes fazem parte do Sistema Solar? Os asteroides, os cometas e os planetas-anões. 10 Da Terra, os asteroides só são vistos por telescópio. Em quais regiões do Sistema Solar se encontram os cinturões de asteroides? Entre as órbitas dos planetas Marte e Júpiter e depois da órbita de Netuno. 11 E xplique o que é um meteorito.

Meteorito é o nome dado aos fragmentos de meteoroides (que, por sua vez, são fragmentos de rochas oriundas de cometas e asteroides) que caem na superfície da Terra.

12 De que materiais os meteoritos podem ser compostos? Alternativa d. a) Rochas. b) Mistura de rochas e metais. c) Metais. d) Rochas, mistura de rochas e metais.

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caderno

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS 1. Leia o texto a seguir.

Os cientistas e técnicos da Nasa estão trabalhando em dois projetos de lançamento de sondas espaciais, veículos não tripulados. A sonda X3, projetada para ser enviada a Mercúrio, usará a energia solar para se movimentar. Para a sonda Y3, os técnicos projetam o uso de energia nuclear para que ela chegue ao planeta Urano. Relacionando essa “notícia” com o que você aprendeu sobre a posição dos planetas no Sistema Solar, você saberia explicar por que os projetistas das sondas X3 e Y3 optaram por utilizar difeA sonda que segue para Mercúrio, pela posição desse planeta em relação ao Sol, pode usar a energia solar. rentes fontes de energia? Já Urano está muito distante do Sol, então a sonda cujo destino é esse planeta não pode utilizar a energia solar porque ela não seria suficiente; logo, precisará de outro tipo de energia para se movimentar.

2. Analise a situação abaixo. Após assistirem a um filme sobre a exploração do Sistema Solar, Pedro e Paulo discutem. Paulo acha que é viável enviar naves espaciais para pousar em Júpiter ou em Saturno. Pedro acha que não, porque teriam problema para pousar.

Pedro está com a razão, porque esses dois planetas têm um núcleo sólido, mas a maior parte

Qual dos dois tem razão e por quê? de sua composição é gasosa. Logo, a possibilidade de que uma nave aterrisse neles é mínima.

3. Observe a representação esquemática dos planetas Terra e Vênus. Vênus não tem satélite e não apresenta as condições que possibilitam a existência de vida, diferentemente da Terra, que apresenta essas condições: há água nos três estados (sólido, líquido e gasoso), sua atmosfera contém um bom percentual de gás oxigênio em sua composição e a temperatura média é propícia à manutenção dos seres vivos.

Dawidson França

Por muito tempo afirmou-se que Vênus e Terra eram planetas gêmeos. Hoje, está constatado que as semelhanças se reduzem apenas ao tamanho e à quantidade de massa.

Terra

Vênus

Releia o tópico Planetas do Sistema Solar e relacione as diferenças existentes entre esses dois planetas.

4. Júpiter tem satélites enormes. Europa é o maior deles. Saturno tem o satélite Titã, que também é enorme. Esses satélites, entre outros, têm tamanhos maiores do que os dos planetas-anões. Será que os astrônomos classificarão Europa e Titã, por exemplo, na categoria de planeta-anão? 5. A ilustração ao lado representa de forma humorística a preocupação da Terra com os asteroides.

a) Em que regiões do Sistema Solar se localizam os grandes conjuntos de asteroides?

Você se preocupa demais com os asteroides!

Ilustra Cartoon

Não. Uma das principais características de um astro para ser classificado na categoria de planeta é orbitar ao redor de uma estrela central. Europa, Titã e outros astros que não orbitam uma estrela não poderão ser incluídos na categoria planeta.

Entre as órbitas dos planetas Marte e Júpiter e após a órbita do planeta Netuno.

b) Você concorda com o Sol, na tirinha, quando ele diz que na Terra há preocupação demasiapessoal. Na realidade, não há motivo para pânico, pois poucos fragmentos de da com os asteroides? Por quê? Resposta asteroides podem atingir a Terra, e eles são em geral relativamente muito pequenos. 6. Segundo a crença popular, quando se vê uma estrela cadente cruzar o céu é hora de fazer o pedido para que se realize aquele grande ou importante desejo. Na crença popular, as estrelas cadentes são seres mitológicos do bem. De acordo com a Astronomia, o que são esses “riscos” luminosos que vez por outra podem ser vistos no céu? Explique.

Os rastros de luz que popularmente são conhecidos como estrelas cadentes são meteoros. O efeito luminoso é produzido quando fragmentos de corpos celestes – meteoroides, por exemplo – se incendeiam em contato com a atmosfera terrestre.

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SUPERANDO DESAFIOS

caderno

Responda em seu caderno à questão a seguir. 1 (UFPE) Leia atentamente as afirmações e copie as verdadeiras. I. A Terra é um astro iluminado por uma estrela, em torno da qual desenvolve um movimento de rotação. II. As galáxias, que existem aos milhares, são formadas por estrelas, planetas, satélites, asteroides e outros astros. III. As estrelas, devido a frequentes explosões, liberam energia, provocando fortíssimo calor. IV. Os meteoros são pequenos astros, formados por três partes: núcleo, cabeleira e cauda. V. A Lua, na fase minguante, vai passando de cheia a nova e sua superfície, vista da Terra, vai diminuindo. São verdadeiras II, III, V. 2 [SME-RJ] Galileu Galilei, astrônomo italiano [1564-1642], apontou para o céu uma luneta construída por ele, observou-o várias vezes e fez várias descobertas importantes que ajudaram a entender como estava formado o Sistema Solar. Que descoberta explica a formação do Sistema Solar? Alternativa c. a) Júpiter não tem satélites, assim como o planeta Mercúrio. b) A Lua apresentava uma única fase: a de Lua cheia. c) Os planetas giravam em torno do Sol. d) A Terra era o centro do Universo.

TRABALHO EM EQUIPE Na madrugada de 6 de agosto de 2012, a sonda espacial Curiosity, da Agência Espacial Americana – Nasa, pousou em solo marciano. Há décadas a NASA se dedica às investigações em Marte, enviando missões espaciais que investigam a atmosfera e o solo do planeta, recolhendo amostras e registrando todas as informações. Existe grande expectativa de se encontrar vestígios que indiquem que já houve vida em Marte. Isso porque especialistas afirmam que Marte esteve na zona habitável do Sistema Solar há bilhões de anos. Essa zona é a faixa do espaço em que há condições propícias ao surgimento da vida, onde a Terra está. A foto ao lado, segundo pesquisadores, indica que essa superfície tenha sido coberta por um rio, há bilhões de anos. Marte e outros planetas, coletadas por essas e outras missões espaciais.

• Depois organize, com os colegas, um mural que exponha o resultado dessas pesquisas.

As cavidades encontradas na região Nepenthes Mensae em Marte parecem leitos de rios, sugerindo que já existiu água no "planeta vermelho". À frente, a imagem mostra uma estrutura parecida com uma foz de rio em forma de delta, em que as bordas estão a aproximadamente 300 metros acima do chão da depressão, 22 jan. 2008.

Science Photo Library/Latinstock

• Procure em revistas, jornais ou em outras fontes mais reportagens com informações sobre

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CAPÍTULO 15

A Terra e a Lua As fotografias abaixo foram tiradas em uma mesma época do ano. A primeira foi tirada no Hemisfério Norte e apresenta uma praça em Paris com neve sobre o chão, algumas árvores sem folhas ao fundo e diversas pessoas agasalhadas. Já a fotografia seguinte foi tirada no Hemisfério Sul e apresenta uma situação muito diferente, com muitas pessoas vestindo roupas leves a pleno Sol. Em uma mesma época do ano é inverno no Hemisfério Norte e verão no Hemisfério Sul. Guiziou Franck/Getty Images

Objetivos específicos: • identificar a posição da Terra em relação ao Sol e reconhecer que a inclinação de seu eixo de rotação em relação a seu plano orbital torna possível a variação no recebimento de luz e calor, o que forma as estações do ano; • intuir, por meio de analogias com vivências do dia a dia e observação de modelos, a relação entre os movimentos aparentes do Sol, da Lua e demais astros e o movimento real de rotação da Terra – formação dos dias e das noites; • compreender que o desenvolvimento e a manutenção da vida na Terra dependem da posição dela no Sistema Solar e de seus movimentos; • identificar, no Sistema Solar, o sistema específico Terra/Lua; • identificar as fases da Lua como um acontecimento cíclico.

Rogério Reis/Pulsar Imagens

Jardim Tuileries, em Paris, coberto de neve. França, 2012.

Professor, verifique com os alunos, num globo terrestre, as localizações referentes às fotografias apresentadas nesta página. Se precisar, solicite a ajuda do professor de Geografia.

Pessoas se exercitando no calçadão da Praia de Ipanema na cidade do Rio de Janeiro, RJ, 2011.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE •Q  ue relação existe entre as variações climáticas, por exemplo, e os movimentos da Terra ao redor do Sol? •P  or que pode acontecer de, no mesmo dia, ser verão no sul do Brasil e inverno, com nevasca, na França?

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Professor, as questões, aqui, têm o objetivo de motivar o diálogo com os alunos, a fim de verificar a compreensão deles, ou seja, suas concepções sobre a ligação, por exemplo, das estações do ano com o movimento de translação e com a posição inclinada do eixo da Terra em relação a seu plano de órbita. Objetiva, também, verificar a compreensão da formação dos dias e das noites, relacionando-os com o movimento de rotação da Terra.

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Os movimentos da Terra Tudo que existe no Universo está em contínuo movimento, desde as partículas que formam a matéria até as galáxias. Os astros que compõem o Sistema Solar, por exemplo, além de seus próprios movimentos, acompanham o Sol em seu movimento por nossa galáxia. A Terra também não está estática; ela realiza, simultaneamente, vários movimentos. A história da Astronomia relata que vários modelos foram criados para explicar os movimentos dos astros. Eles foram sendo reformulados ao longo dos séculos, e ainda hoje a busca do conhecimento sobre o Universo continua. Veremos, neste capítulo, dois dos movimentos da Terra, considerando o Sol como referencial. São movimentos que têm consequências imediatas em nosso cotidiano. O Sol é uma estrela que irradia energia para o espaço, em todas as direções, mas apenas uma pequena porção dessa energia chega a nosso planeta. As figuras não estão proporcionais em tamanho e distâncias. Para que os elementos desta ilustração fossem desenhados de acordo com as devidas proporções, a Terra teria de ser desenhada a metros de distância do desenho do Sol e deveria ser representada tão pequena que só poderia ser vista por meio de um microscópio. Ilustrações: Luis Moura

Observe o esquema a seguir.

Esquema representativo da iluminação da Terra pelos raios solares.

Para entender a sucessão tanto dos dias e das noites quanto das estações do ano, é preciso conhecer os movimentos da Terra.

Movimento aparente do Sol Em nossa experiência cotidiana, a Terra parece estática e o movimento que nos é familiar é o do deslocamento do Sol e seus efeitos sobre sombras e objetos.

Reveja as referências espaciais de orientação e localização (direções cardeais). Se precisar, solicite a ajuda do professor de Geografia.

Professor, é interessante que o aluno relacione esse fato com o fenômeno da sombra que se projeta em direção diferente ao longo do dia, o que também o ajudará na localização das direções cardeais.

Dawidson França

Você certamente já percebeu que daqui da Terra o Sol, do amanhecer ao anoitecer, parece se mover de leste a oeste. O mesmo acontece à noite com a Lua, as estrelas e demais astros que vemos no céu. Observe o esquema ao lado. região oeste região leste Esquema representativo do movimento aparente do Sol de leste para oeste.

Esse fenômeno é denominado movimento aparente do Sol e dos demais astros. Ele resulta, na realidade, do movimento de rotação da Terra, de oeste para leste.

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Fotos: Fernando Favoretto

Em dias ensolarados, você pode observar fatos do dia a dia semelhantes ao descrito a seguir.

Às 9 horas, Carlos estacionou seu carro à sombra de uma árvore.

Às 15 horas Carlos voltou, seu carro estava ao Sol, e ele percebeu que a temperatura interna do veículo estava muito alta.

Ao entrar no carro, Carlos ficou contrariado. A temperatura interna do veículo estava muito elevada. Ele resmungou: “Eu estava tão apressado de manhã que nem me lembrei que o Sol passa do Leste para o Oeste no decorrer do dia”.

?

Observe a sequência de fotografias. Você acha que a afirmação de Carlos está correta? Justifique sua resposta.

O observador terrestre tem dificuldade de perceber o movimento de rotação da Terra. Esse foi um dos fatores que levaram os povos das antigas civilizações a pensar que o Sol girava ao redor da Terra. Portanto, quando você observar o Sol aparecendo no horizonte, lembre-se: não é o Sol que está “subindo no horizonte de leste para oeste”, mas é a Terra que está girando em sentido oposto.

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Dawidson França

Movimento de rotação da Terra

!

Sol dia noite

eixo imaginário de rotação Ilustração representando a Terra com seu eixo imaginário e a seta que indica a direção do movimento de rotação – do oeste para leste. Mostrando a formação do ciclo dos dias e das noites.

Nesse esquema, a distância entre os astros representados e a proporção entre seus tamanhos não estão de acordo com os dados reais. Foram usadas cores-fantasia.

Rotação é o movimento que a Terra faz em torno de seu eixo imaginário e que dura, aproximadamente, 24 horas — o que corresponde a um dia. A Terra, por ser geoide, não é toda iluminada de uma só vez. Conforme a Terra gira em torno de seu eixo, os raios de luz solar incidem sobre uma parte do planeta, enquanto a outra fica à sombra. O ciclo dos dias e das noites ocorre graças ao movimento de rotação. Enquanto o planeta está girando sobre seu próprio eixo é dia nas regiões que estão iluminadas pelo Sol (período claro) e, simultaneamente, é noite nas regiões não iluminadas (período escuro). Observe a ilustração acima.

A afirmação de Carlos não está correta. Ele considerou o movimento aparente do Sol (da direção leste para oeste), no decorrer do dia. No entanto, o que ocorre de fato é o movimento de rotação da Terra, de oeste para leste.

Glossário Eixo: é a reta que passa pelo centro de um corpo e em volta da qual esse corpo executa o movimento de rotação. Esse eixo pode ser real ou fictício. No caso da Terra é fictício, ou seja, imaginário.

A palavra dia também pode se referir ao período de iluminação solar, que é variável conforme o local da Terra.

Você já deve ter observado que quando estamos em um carro, ônibus ou trem em movimento e observamos a paisagem pela janela, temos a impressão de que os postes, a calçada e os demais elementos externos estão se movimentando, quando, na verdade, nós é que estamos nos deslocando. As sensações podem enganar os sentidos, e foi exatamente por essa razão que se acreditou por muito tempo que o Sol girava em torno da Terra, e que ela estaria imóvel, e não o contrário.

SPL/Latinstock

Assim como a Terra, os outros planetas do Sistema Solar têm dias e noites, pois eles também apresentam movimento de rotação. Logo, ao girarem sobre seu próprio eixo de rotação, eles mantêm uma face voltada para o Sol (dia) e alternadamente a outra à sombra (noite). No entanto, o período de rotação varia de um planeta para outro, por exemplo, o período de rotação de Júpiter é de 9 horas e 55 minutos, já o de Mercúrio equivale a 58 dias terrestres.

Modelo geoide da forma da Terra. O modelo geoide é, segundo descobertas da ciência, a mais exata forma da Terra. Geoide é uma forma aproximada à esférica, que é como representamos frequentemente nosso planeta.

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Registre no

caderno

OBSERVANDO Rotação da Terra

Fernando Favoretto

Material:

• globo terrestre; • uma lanterna. Procedimentos

1. Coloque um globo sobre uma mesa e escureça bem o ambiente.

3. Agora localize sua cidade ou seu estado no globo e simule o movimento de rotação da Terra, girando o globo lentamente. 4. Feche a mão direita e, com o polegar para cima, gire o globo terrestre no mesmo sentido em que fechamos os dedos da mão, como indicado na figura, e observe que: • em certo momento, a parte do globo onde está situada sua cidade fica iluminada, representando o dia; simultaneamente, o lado oposto, que está à sombra, indica a noite; • como o globo está girando, a região da sua cidade vai passando da luz para a sombra e da sombra para a luz novamente, num ciclo de luz e sombra, ou seja, de dias e noites; • quando um ponto do globo passa da sombra para a parte iluminada, isso significa que está amanhecendo ali; quando um ponto passa da parte iluminada para a parte que está à sombra, está anoitecendo.

Professor, nesta atividade, simulamos o sentido do movimento da Terra quando o polegar da mão direita (perpendicular ao eixo terrestre) aponta para a direção do Polo Norte celeste (continuação do Polo Norte geográfico). Do lado oposto estará indicando o Polo Sul.

Mauricio Morais/DAE

2. Acenda a lanterna e ilumine o globo. Você poderá simular o movimento de rotação da Terra e observar o ciclo dos dias e das noites.

Gire o globo terrestre no mesmo sentido em que fechamos os dedos da mão direita.

Trajetória aparente do Sol Escolha um ponto de referência – pode ser um morro, uma árvore ou outro local qualquer – e identifique a posição da direção do nascente e do poente no mês de junho. Depois observe o mesmo ponto em setembro. Anote o que você constatou ou faça um desenho para que o aluno constate o fato de que, durante o ano, a trajetória aparente do Sol se modifica, isto é, o Sol ilustrar o que observou. Espera-se nasce e se põe em pontos distintos. Anote o que você aprendeu com essa atividade de observação. Em seguida, compare suas anotações com as de alguns colegas. Se achar necessário, peça orientação ao professor.

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Movimento de translação da Terra Movimento de translação é o movimento que a Terra realiza ao redor do Sol. Ao transladar ao redor do Sol, a Terra descreve uma órbita elíptica quase circular. O tempo para a Terra concluir o movimento de translação é cerca de 365 dias e aproximadamente 6 horas — o período de um ano no calendário adotado pelo Brasil, denominado calendário gregoriano. Nesse calendário, o ano corresponde ao período de translação da Terra ao redor do Sol, que dura por volta de 365 dias. As 6 horas não contadas no calendário são compensadas a cada quatro anos com o acréscimo de um dia no mês de fevereiro (dia 29), formando o ano bissexto, que tem 366 dias. Ao desenvolver o movimento de translação ao redor do Sol, o nosso planeta locomove-se a uma velocidade de aproximadamente 108 mil km por hora. Nesse percurso, o afastamento existente entre a Terra e o Sol oscila, ou seja, sofre alteração ao longo do ano. Durante todo o percurso ao redor do Sol, a Terra mantém o eixo de rotação inclinado cerca de 23 graus em relação a uma linha perpendicular a seu plano orbital, apontando para uma mesma região do espaço. Observe o esquema a seguir:

Glossário Perpendicular: configuração geométrica de uma reta que, em interseção com outra, forma um ângulo reto. Observe a linha tracejada em vermelho na figura em destaque. Plano orbital: região plana (imaginária) formada pela trajetória da órbita de um objeto (corpo celeste) em torno de outro (sua estrela ou planeta). Observe o esquema ilustrativo. Transladar: é o ato de mudar de um lugar para outro.

plano da órbita terrestre órbita terrestre Na ilustração desta página foram utilizadas cores-fantasia. Não

Terra Sol

23º eixo terrestre

Dawidson França

foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos e distâncias dos elementos representados.

plano da órbita terrestre

Esquema simplificado da Terra ao efetuar o movimento de translação ao redor do Sol.

linha perpendicular ao plano da órbita Observe, no destaque ampliado da Terra, a posição do eixo terrestre inclinado em relação a uma linha perpendicular a seu plano orbital.

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As estações do ano Em razão do movimento de translação e da posição de inclinação do eixo da Terra, cada hemisfério fica, alternadamente, mais exposto aos raios solares durante um período do ano. Isso resulta nas quatro estações do ano: verão, outono, inverno e primavera.

Professor, para enriquecer a experiência em sala de aula, proponha uma abordagem conjunta do tema com as disciplinas de Geografia e Matemática que envolva conceitos como linhas imaginárias, hemisférios, bem como Geometria.

20 de março de 2004

22 de setembro de 2004

21 de junho de 2003

Tom Ruen/Full Sky Observatory

Observe a incidência da radiação solar na Terra nas quatro estações:

22 de dezembro de 2013

As imagens evidenciam as regiões iluminadas pelo Sol nas diferentes estações do ano. Observe o que ocorre nas regiões polares.

Nos esquemas desta página as distâncias entre os astros representados e a proporção entre seus tamanhos não correspondem aos dados reais. Foram usadas cores-fantasia.

Esquema da incidência de raios solares sobre a Terra, no período de verão no Hemisfério Sul. Observe o que ocorre nas regiões polares.

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Professor, é comum ocorrer equívoco em relação ao fenômeno Sol a pino, que é a posição do Sol em seu movimento aparente, no momento em que um objeto por ele iluminado não apresenta nenhuma sombra. Há quem entenda que o Sol, ao meio-dia, obrigatoriamente está a pino e que esse fenômeno ocorre em todos os lugares e todos os dias. Entretanto, isso só acontece em localidades entre os trópicos de Capricórnio e Câncer. Há duas datas, uma de “ida”

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Luis Moura

Nos meses de dezembro a março, o Hemisfério Sul — localizado ao sul da Linha do Equador — fica mais exposto ao Sol. Nesse período os raios solares incidem perpendicularmente sobre alguns pontos do Hemisfério Sul. É verão nesse hemisfério. Após seis meses a Terra já percorreu metade de sua órbita. Círculo Polar Ártico Trópico de Câncer Linha do Equador

Sol

Trópico de Capricórnio Círculo Polar Antártico

De junho a setembro o Hemisfério Norte — localizado ao norte da Linha do Equador — fica mais exposto ao Sol e, assim, os raios solares incidem perpendicularmente sobre alguns pontos do Hemisfério Norte, ocasionando o verão nesse Hemisfério.

do Sol até o trópico, passando pelo paralelo da localidade, e outra dele “voltando”. Por exemplo, em Brasília o Sol fica a pino em 6 de fevereiro, às 12h25min, e em 6 de novembro, às 11h55min. Já em Porto Alegre nunca ocorre Sol a pino

porque a cidade está localizada ao sul do Trópico de Capricórnio. O anuário do Observatório Nacional disponibiliza os horários de ponto médio do Sol, PM (ao meio-dia) e os dias e horários de Sol a pino, nas diferentes cidades.

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As estações do ano são invertidas entre os hemisférios Norte e Sul. Enquanto é verão no Hemisfério Norte, com dias mais longos e noites mais curtas, é inverno no Hemisfério Sul, onde os dias tornam-se mais curtos e as noites mais longas, e vice-versa.

http://aa.usno.navy.mil/ data/ docs/ earthview.html

A ilustração do mapa-múndi abaixo mostra como a Terra é iluminada durante o inverno no Hemisfério Sul. Observe que o Polo Sul não está iluminado. No mapa-múndi a Terra é representada em um plano. A sombra cobre as regiões do globo menos iluminadas durante o inverno do Hemisfério Sul. Observe o Sol representado próximo à linha do Trópico de Câncer, situado ao norte da Linha do Equador e que delimita a zona tropical norte.

Em dois períodos do ano (de março a junho e de setembro a dezembro) há posições da Terra, em sua órbita, em que os dois hemisférios são iluminados igualmente, como mostra a segunda ilustração. Nessas épocas ocorrem, de forma alternada nos dois hemisférios, as estações climáticas primavera, que antecede o verão (período de acasalamentos e de flores) e outono, que precede o inverno (período dos frutos maduros, das colheitas e do plantio das sementes). Nas áreas perto da Linha do Equador, como as regiões Norte e Nordeste do Brasil, ocorre a incidência constante dos raios do Sol e faz calor durante todo o ano. Há apenas a estação das chuvas (chamada, no norte do Brasil, de inverno) e a estação da seca. Professor, aqui é importante que o aluno relacione a http://aa.usno.navy.mil/data/docs/earthview.html

incidência do fluxo da radiação solar sobre as diferentes regiões (hemisférios) da Terra com o movimento de translação e a manutenção da posição do eixo da Terra em relação ao plano de órbita.

Atenção! As variações aqui referidas são pouco perceptíveis nos locais próximos à linha do Equador. Por isso, no Brasil, as diferenças climáticas e variações da duração dos dias e das noites são mais percebidas nas regiões Sul e Sudeste do que nas regiões Norte e Nordeste.

Por um longo período do ano, os raios solares não chegam aos polos. Para os moradores dessas regiões há apenas duas estações do ano: o inverno, ou seja, o longo período em que os raios solares não atingem o polo; e o verão, quando o Sol não se põe durante meses.

Anton Ivanov/Shutterstock

Neste mapa-múndi, vemos como a Terra é iluminada durante a primavera no Hemisfério Sul e durante o outono no Hemisfério Norte. Observe o Sol representado sobre a Linha do Equador.

Paisagem do Polo Sul no período de verão, quando a região fica constantemente exposta à luz do Sol (entre os meses de dezembro e março).

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A Lua

Por que a Lua se mantém girando ao redor da Terra?

Nasa

?

A Lua é o satélite natural da Terra, um corpo rochoso com 3 476 km de diâmetro, quase um terço do tamanho de nosso planeta. A Lua é o astro mais próximo da Terra.

Lua

Professor, espera-se que o aluno compreenda que o movimento dos astros tem relação com a força gravitacional.

Professor, para ajudar o aluno a compreender melhor as proporções de tamanho e distância entre a Terra e a Lua, trabalhe com eles a atividade Comparações entre a Terra e a Lua, item 9. Sugestões de atividades complementares para o 6o ano, que disponibilizamos no Manual do Professor.

Terra

Esquema mostrando a Terra e a Lua vistas do espaço.

A distância da Terra à Lua é de aproximadamente 384 400 km, mas varia de acordo com os dias.

Nosso satélite não tem uma atmosfera para proteger os seres vivos da exposição direta às radiações solares, como a radiação ultravioleta. Na Lua também não existe água no estado líquido. A temperatura em sua superfície varia, em média, de 100 °C a –150 °C. Todas essas condições impossibilitam a existência de seres vivos no satélite.

órbita da Lua Lua

Dawidson França

Os principais movimentos da Lua são a translação (ao redor da Terra) e a rotação (em seu próprio eixo). Esses dois movimentos têm praticamente o mesmo tempo de duração: aproximadamente 27 dias e 8 horas. Devido à coincidência do tempo de duração de seus movimentos de rotação e translação, a Lua tem sempre o mesmo lado voltado para a Terra, enquanto o outro lado fica oculto.

Sol Terra

Nos esquemas desta página, a distância entre os astros representados e a proporção entre seus tamanhos não estão de acordo com os dados reais. Foram usadas cores-fantasia.

órbita da Terra

Esquema do sistema Lua-Terra-Sol. Observe que a posição da órbita da Lua ao redor da Terra é inclinada em relação ao plano de órbita de nosso planeta. O traçado orbital elíptico da Lua ao redor da Terra é pouco excêntrico, aproximando-se de uma circunferência.

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As fases da Lua Alamy/Other Images

O brilho da Lua é o reflexo da luz do Sol. Assim como os planetas do Sistema Solar, ela não tem luz própria. O observador terrestre vê partes diferentes do mesmo lado da Lua iluminadas pelo Sol, enquanto ela se movimenta ao redor da Terra. Esses diferentes aspectos, denominados fases da Lua, são: Lua nova, quarto crescente, Lua cheia e quarto minguante. Em razão de a Lua estar em constante movimento, antes e depois desses instantes, seu aspecto se modifica continuamente. A fase de Lua nova ocorre quando sua face iluminada está do lado oposto à Terra. Para nós, está voltada a face não iluminada. Nessa fase a Lua não é vista no céu noturno. Nos dias seguintes, a Lua tem a aparência de arco iluminado e pode ser vista no fim da tarde. À medida que a Lua translada ao redor da Terra, aumenta a parte iluminada.

Quarto crescente.

Photos.com

Após cerca de sete dias, a Lua está na fase quarto crescente. O Sol sempre ilumina metade da esfera lunar e, durante essa fase, vemos apenas a metade da porção iluminada por ele, isto é, aproximadamente um quarto da Lua. A Lua segue sua órbita. A cada dia aumenta a região iluminada vista da Terra. Quando a Lua está em posição oposta à posição do Sol em relação à Terra, cerca de sete dias depois da Lua nova, ela fica com a face voltada para nós completamente iluminada. É a fase da Lua cheia. Nesse período, a Lua surge no céu no início da noite.

Lua cheia.

Photos.com

Nas noites subsequentes, podemos observar que a parte iluminada da Lua começa a diminuir até que seja possível ver apenas metade de sua face. Ela aparece no céu bem mais tarde da noite e pode ser vista ao amanhecer. É a fase quarto minguante. A Lua segue em sua translação, mudando de posição em relação à Terra e ao Sol. Quem a observa da Terra notará que a parte iluminada vai diminuindo até não ser mais vista novamente no céu. Ela completa o seu ciclo e retorna à fase de Lua nova. As quatro fases da Lua ocorrem em ciclos contínuos, num período de aproximadamente 29 dias, ou seja, cerca de um mês. Devido à posição inclinada do plano de órbita da Lua em relação ao plano da órbita da Terra, os eclipses acontecem de vez em quando. Se as duas órbitas estivessem no mesmo plano, teríamos dois eclipses por mês: um eclipse solar, quando a Lua ficasse entre o Sol e a Terra, na Lua nova; e um eclipse lunar, na Lua cheia, quando a Terra estivesse entre o Sol e a Lua.

Quarto minguante.

!

A força gravitacional entre os dois astros mantém a Lua girando em torno da Terra.

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Eclipses O eclipse é um fenômeno em que um astro deixa de ser visível (totalmente ou em parte) devido à interposição de outro astro entre ele e o observador. Há também eclipse quando um astro sem luz própria penetra na sombra de outro também sem luz própria. No caso da Terra os eclipses podem ser lunares ou solares. Neste esquema, a distância entre os astros representados e as proporções entre seus tamanhos não correspondem aos dados reais. Foram usadas cores-fantasia que favorecem o contraste.

Eclipse lunar O eclipse lunar acontece quando a Lua, na fase cheia, passa pela região da sombra da Terra. Luis Moura

Lua Terra penumbra Sol

sombra

penumbra

trajetória da Lua Esquema simplificado de eclipse lunar que ocorre na fase de Lua cheia.

A Terra, nessa ocasião, bloqueia os raios solares que iluminam a Lua. A sombra da Terra se projeta na Lua, cobrindo-a parcial (eclipse parcial) ou totalmente (eclipse total).

Eclipse solar

Ilustrações: Luis Moura

Atenção!

Ocorre quando a Lua se interpõe entre o Sol e a Terra. Esse fenômeno só pode se dar na fase de Lua nova. Nessa ocasião, a Lua bloqueia os raios solares que iluminam parte da Terra.

Nunca olhe

diretamente para o Sol. Se for olhar em direção a ele, proteja-se adequadamente, pois sua luz é muito forte para os olhos, podendo causar cegueira. Nunca, nunca mesmo, olhe para o Sol com binóculo ou luneta.

A

Terra

Sol Lua B

Esquema simplificado de eclipse solar que ocorre na fase de Lua nova.

C

Nesses esquemas, a distância entre os astros representados e a proporção entre seus tamanhos não estão de acordo com os dados reais. Foram usadas cores-fantasia que favorecem o contraste.

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De acordo com o esquema anterior, um observador na região A, que está na sombra, verificaria um eclipse total. O que se encontra na região de penumbra, assinalado no esquema com B, constataria um eclipse parcial, e um terceiro observador, na região C, totalmente iluminado, não veria o eclipse. O eclipse solar pode ser parcial para algumas regiões e total para outras.

Silkenphotography/Dreamstime.com

Esse fenômeno ocorre pelo menos duas vezes ao ano; no entanto, raramente acontece num mesmo local da Terra.

Fotografia de um eclipse total do Sol.

Registre no

OBSERVANDO

caderno

Fases da Lua 1.  Em uma cartolina faça o calendário do mês, com espaços em cada dia para o desenho da Lua em seus diversos aspectos. 2. Durante esse período observe os aspectos da Lua. 3. Desenhe diariamente a Lua mostrando a parte mais iluminada e a parte sombreada. 4.  Caso o tempo fique nublado ou chuvoso por mais de uma semana, pergunte ao professor se será necessário recomeçar a observação em outro mês. Após a observação, responda às questões ou faça o que se pede. 1 Após a fase da Lua nova, quantos dias passam até ocorrer a fase da Lua quarto crescente? Sete dias, aproximadamente.

2 A Lua aparece no céu só à noite? Não. Dependendo da fase, ela aparece antes do pôr do sol, ao amanhecer e mesmo ao meio-dia.

3 Há alguma fase em que a Lua não é vista no céu durante a noite? Sim. Na fase de Lua nova.

4 Por quanto tempo você precisou observar o céu até que a Lua voltasse à mesma fase do início da observação? Por 29 dias. (O ciclo lunar dura, aproximadamente, 29 dias e 12 horas.)

5 Verifique a seção de alguns jornais em que são apresentados, diariamente, a fase lunar, o horário em que a Lua aparece e o horário em que ela desaparece no céu. Descubra quando a Lua pode ser vista no céu durante o dia. Registre em que fases lunares e em que período do dia esse fenômeno ocorre. Na fase quarto minguante, durante a manhã, e na fase quarto crescente, no período da tarde.

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A ASTRONOMIA E OS AVANÇOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS Photos.com

Os egípcios, os chineses e os povos da região que atualmente corresponde ao Irã e ao Iraque, chamados caldeus, deixaram numerosos registros de suas observações do céu. Os maias, os incas e os astecas, povos da América Pré-Colombiana, também tinham conhecimentos dos astros. Os filósofos gregos do século V a.C. também se dedicaram a discutir e a formular explicações sobre o Universo. Da Antiguidade até nossos dias, os conhecimentos sobre o Universo passaram por revisões e ampliações.

O modelo elaborado pelo sábio grego Claudius Ptolomeu (100-170 d.C.) representa a ideia da Terra no centro do Universo. O sistema geocêntrico – em que a Terra situa-se no centro da órbita dos outros planetas e também do Sol – foi aceito por mais de mil anos. Na Europa, no século XII, foram estudadas as primeiras traduções dos escritos dos sábios gregos e árabes. Muitos desses estudos eram de Astronomia e discutiam teorias diferentes do geocentrismo. No século XV, com as Grandes Navegações surgiram várias questões, entre elas a discussão sobre o que estava no centro do sistema celeste: a Terra ou o Sol?

Fotografia de ruínas de um observatório maia, obra arquitetônica construída antes da chegada de Cristóvão Colombo à América, na cidade de Chichén Itza, território do atual México.

Esfera das estrelas

Saturno Sol Vênus

Dawidson França

Um dos temas de discussão era o lugar da Terra no Universo. O movimento aparente da Lua, do Sol e de outras estrelas – que aparecem a leste e desaparecem a oeste – induziu os sábios, até aproximadamente o século XV, a acreditar que a Terra estava no centro do Universo e que todos os astros circulavam à sua volta.

Mercúrio Terra e Lua Júpiter Marte

O modelo de Ptolomeu, denominado geocêntrico, procurava explicar a organização do Universo tendo a Terra como centro do Universo.

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Dawidson França

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Sol

No heliocentrismo, o Sol ocupa o centro do sistema, e a Terra, sendo apenas um dos planetas, gira à sua volta acompanhada de seu satélite – a Lua. Essa teoria ocasionou uma reviravolta nos debates científicos da época. Avanços científicos e tecnológicos confirmaram o modelo de Copérnico. Até o século XVII, as teorias da Astronomia se apoiavam no que podia ser visto a olho nu, em suposições, em modelos e em outros recursos teóricos.

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Nicolau Copérnico (1473-1543), astrônomo e matemático polonês, defendia uma teoria diferente da de Ptolomeu: a do sistema heliocêntrico, cujo termo significa “Sol no centro”, pois Helios é o deus do Sol na mitologia grega.

No modelo de Nicolau Copérnico, a Terra gira ao redor do Sol, que é o centro do Universo.

Em 1609, Galileu Galilei (1564-1642) adaptou uma luneta e a apontou para o céu. As lentes desse primeiro telescópio ampliaram a imagem da Lua aproximadamente trinta vezes e foi possível constatar que na Lua há montanhas e vales. Utilizando a luneta, Galileu pôde, ainda, identificar que há manchas no Sol, que existem satélites ao redor de Júpiter e que o planeta Vênus apresenta fases semelhantes às da Lua. As observações de Galileu reforçavam a teoria de Copérnico. Com base na análise das anotações de pesquisas e observações celestes realizadas pelo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601), o alemão Johannes Kepler (1571-1630) comprovou, por cálculos matemáticos, que as órbitas dos planetas são elípticas, e não circulares, como eram apresentadas nos modelos de Ptolomeu e de Copérnico.

Atualmente são construídos poderosos telescópios e observatórios em vários países. O maior telescópio brasileiro está localizado no município mineiro de Brazópolis. O Brasil também participa de consórcios internacionais, o que possibilita, por exemplo, a utilização por pesquisadores brasileiros do Observatório Astronômico de Cerro Tololo, no Chile. Os estudos do Universo são desenvolvidos por cientistas dos diversos campos da Ciência – Astronomia, Física, Química, Astrofísica, Matemática, entre outras. Os cientistas contam com contínuos avanços tecnológicos que têm possibilitado novas descobertas.

Ismar Ingber/Pulsar Imagens

Nos séculos seguintes, os avanços científicos e tecnológicos ocorreram de forma mais rápida e o heliocentrismo foi confirmado. A utilização da tecnologia, particularmente dos telescópios, na observação do céu tem possibilitado conhecer, com mais precisão, todo o Sistema Solar.

Observatório Nacional do Rio de Janeiro.

Professor, estimule os alunos a ver os noticiários de jornais, revistas e televisão, pois eles apresentam com frequência informações sobre pesquisas e conquistas espaciais. Caso seja possível, peça que façam buscas na internet.

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COM A PALAVRA, A ESPECIALISTA Pergunta: Há quem afirme ser a Astronomia a ciência mais popular no Brasil. Você concorda com essa afirmação? Por quê?

Quem é Flávia Pedroza Lima.

O que faz Flávia: Concordo. Você já ouviu falar em “asÉ astrônoma da Fundação Planetário da Cidade do Rio trônomos amadores”? O que mais encanta essas de Janeiro. pessoas é observar o céu. No Brasil, a Astronomia amadora se tornou bastante popular nos últimos anos. São pessoas das mais diversas profissões, idades e níveis culturais, que têm grande interesse pelo assunto. Em geral gostam de ler livros e revistas que tratam de Astronomia e demais temas científicos. Alguns possuem telescópios, o que torna a observação do céu ainda mais interessante. No Brasil, atualmente, quase todas as cidades têm clubes de Astronomia. Pergunta: É difícil quem não se sensibilize ao contemplar o céu numa noite estrelada. Um céu estrelado inspira poetas e outros artistas. Como é possível constatar que no céu há muito mais que estrelas? Flávia: Olhando para o céu podemos perceber muitas coisas interessantes, por exemplo, o ciclo de fases da Lua e os mares lunares (regiões na Lua onde o solo tem uma cor mais escura). Alguns planetas podem também estar visíveis no céu. Eles geralmente são mais brilhantes que as estrelas e não cintilam muito. Se você criar o hábito de observar a paisagem celeste regularmente, vai perceber que, conforme os dias, semanas e meses vão passando, o céu também vai mudando. Por exemplo, no início das noites de verão vemos bem alto no firmamento as Três Marias, que ficam na Constelação de Órion. No início das noites de inverno já não vemos as Três Marias, mas vemos a bela Constelação do Escorpião. Junte seus amigos do colégio e proponha uma noite de observação do céu, na escola ou em casa. Peça ao professor ou a alguém mais experiente que os ajude. Garanto que sua “festa das estrelas” vai ser um sucesso! Pergunta: Qual é a importância de ensinar Astronomia nas escolas de Ensino Fundamental? Flávia: O conhecimento dos conceitos básicos de Astronomia ajuda a formar uma consciência planetária, de modo que, estudando a Terra, como integrante do Sistema Solar, e este, do Universo, passamos a perceber que fazemos parte de algo muito maior. Além disso, a beleza do céu e seu estudo é um prato cheio para despertar a curiosidade científica nos alunos, uma vez que os movimentos cíclicos dos astros estão relacionados com fenômenos na natureza que afetam nossa vida cotidiana, como as estações do ano, as marés etc. Pergunta: O que você tem a dizer sobre o desenvolvimento do conhecimento humano ao longo do tempo no campo da Astronomia? Flávia: A história da Astronomia nos fornece um material rico e farto para o estudo de História e de Ciências. Os saberes sobre o céu são uma construção cultural de cada povo. Citando um exemplo, na região do céu entre as constelações do Cruzeiro do Sul e do Escorpião, os índios guaranis veem a Constelação da Ema. Cada povo desenvolveu diferentes olhares sobre o céu e maneiras de perceber o tempo. Com o desenvolvimento da escrita e da matemática, alguns povos foram capazes de registrar observações regulares dos astros ao longo de várias gerações e conseguiram refinar seus conhecimentos de Astronomia a ponto de criar calendários muito sofisticados, como o calendário maia.

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Pergunta: Sabemos que nenhuma ciência é neutra e que o conhecimento e a tecnologia também podem ser utilizados para provocar danos e sofrimento. Como isso pode ocorrer no caso da Astronomia? Flávia: Na Astronomia nos deparamos com questões éticas na área da exploração espacial. Vejamos: Seria justificável a exploração de minerais na Lua? Ou, ainda, temos o direito de transformar consideravelmente as condições ambientais de um planeta como Marte, por exemplo, para que possa abrigar uma colônia humana? Essas e outras são questões que envolvem interesses políticos e econômicos, e, ao mesmo tempo, podem significar a sobrevivência da espécie humana no longo prazo. São assuntos difíceis, com argumentos prós e contras, e que teremos de discutir com critério ético definido num futuro próximo. Pergunta: Você trabalha num planetário. O que vem a ser um planetário? Flávia: Os planetários são instituições criadas para divulgar e ensinar Astronomia. Nesses lugares, podemos assistir às “sessões de cúpula”,  shows que acontecem em uma sala grande com o teto redondo, a que chamamos cúpula. No interior dessas salas há um aparelho chamado planetário (daí o nome do prédio também ser planetário), que projeta estrelas na cúpula, formando um céu artificial, que simula o céu de verdade que vemos à noite. Podemos aprender a identificar estrelas e constelações, as características do Sistema Solar, das estrelas, das galáxias etc. Nos planetários aprendemos Astronomia de uma forma diferente e divertida. Existem muitos planetários no Brasil.

RETOMANDO AS QUESTÕES INICIAIS A alternância das estações do ano nos hemisférios Sul e Norte ocorre devido à incidência do fluxo da radiação solar sobre as diferentes regiões (hemisférios) da Terra. Esse fato está relacionado com o movimento de translação da Terra ao redor do Sol e com a posição inclinada de seu eixo em relação a uma linha perpendicular a seu plano de órbita. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

Explorando Observatório Astronômico Antares da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) Rua da Barra, 925, Jardim Cruzeiro Feira de Santana – BA Tel. (75) 3624-1921

Observatório do Morro Santana da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Avenida Osvaldo Aranha, s/n. Porto Alegre – RS Tel. (51) 3316-3352

É aberto ao público para observação do céu e visitas ao acervo instrumental e histórico. Centro de pesquisas das ciências astronômicas, onde várias atividades são desenvolvidas, como observações astronômicas, palestras e sessões especiais no planetário.

Parque Cientec-USP Avenida Miguel Stéfano, 4200, Água Funda São Paulo – SP Tel. (11) 5077-6312

O parque oferece a seus visitantes programas educacionais orientados para o aprendizado da ciência e da tecnologia.

Museu de Astronomia e Ciências Afins – Mast Rua General Bruce, 586, São Cristóvão Rio de Janeiro – RJ Tel. (21) 3514-5200

Há uma programação nos fins de semana para os visitantes, como palestras sobre Astronomia, Cine Ciência, Cozinhando com a Química, entre outros.

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AGORA É COM VOCÊ

caderno

1 Enquanto é dia no Brasil, é noite em outras regiões do planeta, como o Japão. Explique por que isso acontece. O Japão situa-se em uma região do globo terrestre oposta à região do Brasil. Conforme a Terra gira em torno de seu próprio eixo (movimento de rotação), o Sol ilumina apenas uma parte da Terra, ou seja, ele ilumina uma face da esfera da Terra e deixa de iluminar a face oposta.

2 Sobre as estações climáticas, veja o tópico Movimento de translação da Terra. Depois, leia o pequeno texto a seguir e responda à questão.

Não. Porque em janeiro é inverno no Hemisfério Norte, quando a região entre o Círculo Polar Ártico e o Polo Norte não é iluminada pelo Sol.

Um amigo da família de Laura viajou em julho para o norte da Europa. De volta ao Brasil, mostrou fotos e contou como foi interessante presenciar o “Sol da meia­‑noite” quando estava entre o Círculo Polar Ártico e o Polo Norte. A menina pediu ao pai que programasse uma viagem para o mesmo lugar, nas férias de janeiro, para poder ver, também, o “Sol da meia-noite”. Age Fotostock/Easypix Brasil.



Cidade de Ilulissat, Groenlândia, às 2h30 da madrugada, no período do verão.



Em janeiro, Laura poderá ver o “Sol da meia-noite” no norte da Europa? Por quê? 3 As estações do ano são verão, outono, inverno e primavera. Elas resultam de que fatores? Elas resultam do movimento de translação e também da posição inclinada do eixo da Terra em relação ao plano de sua órbita, ficando assim cada hemisfério, alternadamente, mais exposto aos raios solares durante um período do ano.

4 O que mantém a Lua em órbita ao redor da Terra? A força gravitacional que existe entre os dois astros.

5 Observando diariamente a Lua, satélite natural da Terra, podemos notar que sua porção iluminada varia. Esses diversos aspectos são denominados fases da Lua. Explique por que isso acontece. Isso acontece por causa da posição da Lua em relação ao Sol e à Terra, que resulta em uma variação na porção iluminada da Lua vista pelo observador terrestre.

6 Em quantos dias após a fase quarto crescente ocorrerá a noite de Lua cheia? Aproximadamente 7 dias.

7 Os astronautas constataram que é impossível que haja seres vivos na Lua. Explique porque isso ocorre. Sugestão para resposta: O satélite da Terra não tem atmosfera para proteger o ser humano e outros seres vivos da exposição direta às radiações solares, por exemplo, a radiação ultravioleta; a temperatura em sua superfície varia, em média, de 100 °C positivos a 150 °C negativos; não existe água em estado líquido.

8 Qual é o fenômeno resultante dos fatores descritos a seguir?

Às vezes o Sol, a Terra e a Lua se alinham. A Terra bloqueia parte dos raios solares que iluminam a Lua. O eclipse lunar.

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DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

caderno

Calvin & Hobbes, Bill Watterson © 1988 Watterson / Dist. by Universal Uclick

1. Leia a história a seguir e depois responda.

1. Temos a sensação de que o Sol “nasce” pela manhã, desloca-se pelo céu no decorrer do dia e se põe à tarde. Essa sensação se deve ao fato de estarmos na superfície da Terra e girarmos com ela em seu movimento de rotação. Resposta para a segunda pergunta: O movimento aparente do Sol de leste para oeste resulta do movimento de rotação da Terra, que ocorre de oeste para leste.



De modo semelhante ao que é apresentado na tirinha, existem adultos que tentam “enrolar” quando não sabem responder às perguntas das crianças, não?

Com base no que estudou, como você responderia às perguntas de Calvin?

Francisco Caruso/Luisa Daou

2. O autor da tirinha reproduzida a seguir utilizou a figura de destaque da obra A primavera, do pintor renascentista italiano Sandro Botticelli (1445-1510), para representar a primavera (personagem do primeiro quadrinho). Leia a história e responda às questões ou faça o que se pede.

a) Há de fato diferença entre a primavera e o outono? Explique.

Sim. A primavera é o período climático que precede o verão, é o tempo da reprodução (dos acasalamentos e das flores); o outono é o período climático que precede o inverno, é o tempo do fruto maduro (da colheita e plantio das sementes).

b) No segundo quadrinho, o autor quis representar o esquema das estações climáticas da Terra; no entanto, ele cometeu um equívoco. Qual? Ele representou a Terra em três momentos, mas na verdade são quatro os períodos (ou estações) climáticos.

c) Observe a inclinação do eixo imaginário da Terra, no esquema representado no terceiro quadrinho. Depois, copie a afirmação, entre estas abaixo, que provavelmente explica o que o desenhista produziu (sem muita precisão).

• Concluiu a história ilustrando a incidência dos raios solares, no período de outono, no Hemisfério Sul; no período da primavera, no Hemisfério Norte.

• Representou a incidência dos raios solares sobre a Terra e a respectiva alternância dos períodos de verão e inverno nos hemisférios Norte e Sul. Alternativa correta.

• Representou a diferença entre a primavera e o outono, respondendo à questão feita pelo personagem “primavera” do primeiro quadrinho.

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caderno

SUPERANDO DESAFIOS Responda em seu caderno às questões a seguir.

Nasa

1 (SME-RJ) A imagem mostra o telescópio Hubble e parte da superfície terrestre. Sobre a Terra, é correto afirmar que: a) a Terra apresenta forma oval e achatada nos polos, e gira no Sistema Solar junto com a Lua, no movimento de rotação. b) a Terra apresenta uma forma cilíndrica e gira no Sistema Solar, junto com a Lua. c) a Terra apresenta aparência azulada, tem forma arredondada e achatada nos polos e gira ao redor do Sol, com o movimento de translação. d) a Terra apresenta uma forma oval e se movimenta sozinha no Sistema Solar. Alternativa c.

1. Modelo geocêntrico



Royal Astronomical Society/SPL/Latinstock

Royal Astronomical Society/SPL/Latinstock

2 (SME-RJ) Os pensadores da Antiguidade observavam o Sol, a Lua e os demais astros do céu à procura de explicações sobre o Universo. Os desenhos (modelos) a seguir representam as principais ideias desses pensadores.

2. Modelo heliocêntrico

Compare o modelo geocêntrico com o modelo heliocêntrico e responda: Qual é a principal diferença entre eles? a) O centro do Universo é representado pelo Sol no modelo 1 e pela Terra no modelo 2 e, em ambos, os astros giram ao redor deles. b) O centro do Universo é representado pela Terra no modelo 1 e pelo Sol no modelo 2 e, em ambos, os astros se movimentam ao redor deles. c) Os dois modelos apresentam a Terra como o centro do Universo e os astros estão parados. d) Os dois modelos apresentam o Sol como o centro do Universo e os astros estão parados. Alternativa b.

Silkenphotography/ Dreamstime.com

3 (OBA-2014 – Nível III) Simplificadamente, dizemos que um eclipse do Sol ocorre quando a Lua passa na frente dele e o da Lua quando ela passa dentro da sombra da Terra, a qual é opaca e iluminada pelo Sol, como você sabe. Copie as afirmações corretas. a) Eclipses lunares só ocorrem na Lua Cheia. b) Quando os eclipses solares estão ocorrendo podem ser vistos por todos na Terra. c) O tipo de eclipse mostrado ao lado é um eclipse solar. d) Os eclipses solares e lunares estão relacionados com os solstícios e equinócios, respectivamente. Estão corretas a e c.

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INDO ALÉM As marés Ao longo de um dia na praia é possível observar que o nível do mar se altera. Durante algumas horas suas águas ficam baixas, expondo largos trechos de areia ao ar. Em outros momentos, as águas se elevam, podendo cobrir a faixa de areia e, até mesmo, a área ao redor, como as calçadas. Mas por que o nível do mar oscila desse jeito? Essa explicação não está na força das ondas, como pode parecer mas sim nos astros ao redor da Terra. No Sistema Solar, os planetas orbitam ao redor da estrela Sol devido à força de atração existente entre esses corpos. Em contrapartida, o Sol também é atraído pela Terra. Isso também ocorre com relação à Lua, nosso satélite natural. Assim, a força gravitacional da Lua também atrai a Terra, o que pode ser observado na água dos oceanos, pois as maiores marés são causadas pela Lua, o astro mais próximo da Terra. A porção oceânica que fica do lado da Terra voltada para a Lua é por ela atraída e se eleva, gerando a maré alta. Quando isso ocorre na parte dos oceanos que fica na direção perpendicular à do alinhamento Terra–Lua, o nível da água abaixa, isto é, ocorre a maré baixa. As marés são os movimentos periódicos de elevação e declínio que as águas executam quando influenciadas pela força de atração gravitacional de outros astros próximos, como o Sol e a Lua. (A crosta terrestre e a atmosfera também são afetadas pela força da gravidade desses astros, mas os movimentos delas são imperceptíveis.) Portanto, a porção da Terra voltada para o Sol também tem maré alta, mas a influência solar é menor por causa de sua maior distância em relação ao nosso planeta. Devido ao movimento de rotação da Terra, as marés altas e baixas se alternam continuamente.

Como a posição da Lua se altera ao longo do dia, as marés também se alteram, distribuindo-se por todo o globo ao longo dos dias.

quarto crescente

maré baixa

maré baixa Sol

Sol Terra

quarto minguante

maré alta Na ilustração ao lado, os astros e as distâncias entre eles foram representados sem escala; foram usadas cores-fantasia.

Dawidson França

Observe o esquema a seguir, que representa o movimento de translação da Lua em torno da Terra e a formação das marés.

Sol

maré alta Sol

Lua nova

Lua cheia

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caderno

RESGATANDO CONTEÚDOS

1 Há várias unidades de medida para temperatura. A utilizada no Brasil é a escala centígrada, que usa como padrão o ponto de fusão (0 °C) e o de ebulição (100 °C) da água pura ao nível do mar. Sua unidade de medida é o grau Celsius, cujo símbolo é °C. O nome Celsius é uma homenagem ao físico e astrônomo sueco Anders Celsius (17011744), que criou a escala centesimal. O aparelho que mede a temperatura é o termômetro. a) Você já observou em livros, filmes ou viagens que tenha feito outras unidades de medida de temperatura? Professor, alguns alunos já devem ter ouvido falar na escala Fahrenheit de temperatura ou, ainda, na escala Kelvin, pouco utilizada cotidianamente. b) Pesquise outra unidade de medida de temperatura e em que países é utilizada. Existem as escalas Fahrenheit (usada nos Estados Unidos e em Belize) e Kelvin, utilizada no estudo da Física.

2 Mesmo que não tenhamos tratado especificamente de algumas questões, certamente você, a) Sim. Todos os planetas do Sistema Solar com o que estudou, poderá responder às seguintes perguntas. 2. têm movimento de rotação. Logo, nos outros planetas também ocorre a sucessão de dias

a) Os outros planetas do Sistema Solar têm dias e noites? Explique. e noites: dia – na metade da superfície iluminada pela luz do Sol; noite b) Paulo jura que viu estrelas no céu de dia. Isso é possível? Explique. – na outra metade não iluminada. Sim. Durante o eclipse solar total. Fenômeno no qual a luz do Sol é bloqueada, quando a Lua se interpõe entre o Sol e a Terra, o que possibilita ver as outras estrelas. c) O tanque de ar comprimido não pode faltar no conjunto de equipamentos de um astroO tanque de ar comprimido é importante porque na Lua não existe atmosfera, nauta que pretenda ir à Lua. Por quê? como na Terra, cuja composição contém gás oxigênio, fundamental para o nosso processo respiratório. d) Há quem afirme que ocorre o verão quando a Terra, em seu movimento de translação, se aproxima do Sol, e o inverno quando ela se afasta dele. Essa afirmação está correta? Por quê? Não, porque o movimento de translação e a posição inclinada do eixo da Terra, em relação ao seu plano de órbita, são os principais fatores que determinam a ocorrência do verão e do inverno de forma alternada nos hemisférios Norte e Sul. Se fossem a proximidade e o afastamento do Sol os determinantes dessas estações climáticas, teríamos em um mesmo período calor e em outro período frio nos dois hemisférios.

3 Com base nas informações dadas, identifique os corpos celestes representados nas figuras.

Luis Moura

b) Astro formado por rocha, gelo, poeira e gases. Cometa.

Photos.com

Luis Moura

Galáxia.

c) Astro que não tem luz própria, gira ao redor de uma estrela e não compartilha sua órbita com outros corpos celestes. Planeta.

d) Corpos rochosos que estão localizados entre as órbitas de Marte e Júpiter e depois da órbita de Netuno. Asteroides. Stocktrek/Getty Images

a) Aglomerado de estrelas, nuvens de gás e poeira, unidos pela ação gravitacional.

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Oficina de Educação através de Quadrinhos e Tirinhas, site www.cbpf.br/eduhq

4 Leia a história em quadrinhos e faça o que se pede.

Entre as afirmativas a seguir identifique a incorreta e reescreva-a no caderno corrigindo-a. a) No primeiro quadro, o desenho representa a Lua se interpondo entre o Sol e a Terra. b) A Lua, na posição representada no quadro 1, bloqueia os raios solares que iluminam parte da Terra. c) No quadro 3, o desenho representa a sombra da Lua no local onde o personagem pretendia “curtir” um dia ensolarado. d) O fenômeno do alinhamento do Sol, da Lua e da Terra só é possível na fase de Lua nova. e) O fenômeno representado nessa tirinha é o eclipse lunar, que ocorre pelo menos duas vezes ao ano. Alternativa e. O fenômeno representado na tirinha é o eclipse solar.

5 As estações do ano são verão, outono, inverno e primavera. Elas resultam de que fatores? Elas resultam do movimento de translação e também da posição inclinada do eixo da Terra em relação ao plano de sua órbita, ficando assim cada hemisfério, alternadamente, mais exposto aos raios solares durante um período do ano.

6 O que mantém a Lua em órbita ao redor da Terra?

Observando os habitantes 1, 2 e 3 da figura e sabendo que é dezembro, responda: a) Qual deles está sujeito à temperatura mais baixa? Por quê? b) Por que as pessoas que habitam próximo à Linha do Equador não percebem grandes alterações de temperatura durante todo ano?

Dawidson França

A força gravitacional entre os dois astros.

7 Identifique, na representação figurativa do globo terrestre, os hemisférios Norte e Sul e, também, a Linha do Equador.

1

2

3

7. a) O habitante 1, por se encontrar próximo à região do Círculo Polar Norte no período de inverno no Hemisfério Norte.

7. b) Porque nas regiões próximas à Linha do Equador ocorre constantemente a incidência dos raios solares, ou seja, faz calor o ano inteiro e a temperatura apresenta pouquíssima variação.

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real dos tamanhos entre os elementos representados.

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BAGAGEM CULTURAL Constelações indígenas A observação dos astros é um hábito arraigado à cultura de diversos povos, incluindo os indígenas brasileiros. Diferentes etnias indígenas “criaram” e nomearam suas próprias constelações. Com base na aparição de certas constelações no céu, grupos indígenas desenvolveram calendários sincronizando a posição das estrelas com a época mais adequada para o desenvolvimento de atividades cotidianas, como plantio, colheita, pesca, entre outras.  Conheça algumas constelações indígenas e hábitos relacionados à época em que elas estão aparentes no céu.

A Constelação da Ema pode ser vista por completo  no início do inverno no Hemisfério Sul. A presença dela  indica o começo da estação seca para os indígenas que vivem no norte do país. Nessa época ocorre o plantio da mandioca, que faz parte da base da alimentação indígena. Os guaranis contam que a Constelação do Cruzeiro do Sul segura a cabeça da ema e que, se ela se soltar, a ema beberá toda a água da Terra, e todos nós morreremos de sede.

A Constelação do Veado surge no céu do Hemisfério Sul no início do outono, no mês de março. Para muitos indígenas de origem guarani, essa é a época da pesca de camarões nas marés altas.

Normalmente se utiliza o Cruzeiro do Sul para estimar, de forma aproximada, o Polo Sul Celeste (PSC), que é o prolongamento do eixo de rotação da Terra em nosso céu.

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Os indígenas brasileiros criaram, também, diversas lendas relacionadas à origem do mundo, ao fenômeno dos dias e das noites, às estações do ano, entre outros temas. Leia a síntese de duas delas. • Mito da criação – O deus Tupã desceu à Terra, com a ajuda da deusa Aracy, em um monte da Região Areguá (Paraguai). Nesse local, eles criaram tudo que existe e colocaram as estrelas no céu. • Mito da criação da noite – Nas aldeias de todo o mundo era sempre dia. O Sol ia do leste ao oeste e depois fazia o caminho contrário, do oeste ao leste, sem nunca desaparecer. Um dia, porém, quando Tupã havia saído para caçar, um homem tocou no frágil Sol para saber como funcionava, quebrando-o em muitos pedaços. A partir daí, as trevas cobriram as aldeias. Tupã, penalizado com a situação, recriou o Sol, mas ele não voltava mais do oeste para o leste. Para iluminar a noite, Tupã criou a Lua e as estrelas. Com a orientação do professor, pesquise outras lendas ou mitos dos povos tupi-guarani, bororo e caiapó. Selecione três delas e registre-as resumidamente no caderno.

Carlos Caminha

Ao anoitecer da segunda quinzena de dezembro, surge ao leste a Constelação do Homem Velho, marcando o início da estação chuvosa para os indígenas do norte do Brasil. Além dos fortes temporais que ocorrem no verão, essa época é marcada também pela colheita do milho. A Constelação do Homem Velho é formada por muitas estrelas. Conta a lenda que ela representa um homem que foi morto pela própria esposa. Os deuses sentiram pena dele e o transformaram em constelação.

Professor, a etnoastronomia é um tema que oferece oportunidades de enriquecer suas aulas e trabalhar em conjunto com Língua Portuguesa (interpretação das lendas), Arte (reprodução das imagens das constelações e criação de outras) e História (do Brasil).

A  Constelação da Anta do Norte  s u rg e n a s e g u n d a quinzena de setembro, início da primavera e período de transição entre a seca e a chuva para os indígenas do norte, como os do Alto Xingu, que nesse período realizam o ritual  Kwarup, uma cerimônia funerária que envolve várias etnias e se estende por muito tempo, encerrando-se na estação seca.

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Links de acesso aos materiais da seção Explorando Dumbo Octopus: .....................................17 Cadeia alimentar do mar: .33 Cadeias alimentares: ...........................................................................................33 Agência Nacional das Águas: ......................................82 Movimentos na atmosfera: medindo a pressão atmosférica: ..........................................................................104 Museu Aeroespacial: ..................................................................114 Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos: ...............................123 Buraco na camada de ozônio: .................................133 Os perigos do ozônio: ............................................133 Espaço Ciência: .........................................................................134 Viagem ao centro da Terra: .......149 Terra: .....................................149 Museu de minerais e rochas Heinz Ebert: .153 Petróleo: ......................................................167 Adubação verde: ................................176 Dia de campo na TV: .............................................177 Agricultura sustentável ............................................................178 Erosão: ................................................191 Queimadas na Amazônia: .........196 O céu de nossos avós: ......................214 Centro de Divulgação Científica e Cultural da USP: ...215 Planetas: .........................221 O Sistema Solar: .........226 Observatório Astronômico Antares da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS): ...............................247 Observatório do Morro Santana da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): .........................................................................................247 Observatório Cientec – USP: .......................................................247 Museu de Astronomia e Ciências Afins – Mast: ................................................247

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Manual do

Professor

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6 CIÊNCIAS

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Sumário 1. Introdução.................................................................................................. 260 2. Concepção de ciência.................................................................................. 260 3. O ensino de Ciências ................................................................................... 261 3.1 Alfabetização e letramento científicos.................................................................................................. 263 3.2 Um olhar atento ao aluno do 6o ao 9o ano............................................................................................. 266

4. A coleção................................................................................................... 268 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 4.10

A pluralidade metodológica no ensino de Ciências................................................................................ 268 O estímulo à curiosidade e ao questionamento..................................................................................... 269 A importância da contextualização e da interdisciplinaridade................................................................ 271 Um olhar sobre a diversidade na educação em Ciências........................................................................ 274 A importância das linguagens midiáticas no ensino e na aprendizagem de Ciências............................. 276 A interação com a comunidade e com os profissionais da escola.......................................................... 280 Estrutura da coleção e organização dos volumes.................................................................................. 281 Recursos gráficos: as imagens no ensino e na aprendizagem de Ciências............................................. 283 Detalhamento das seções..................................................................................................................... 287 Atividades diversificadas....................................................................................................................... 293

5. Organização dos conteúdos na coleção.......................................................... 296 5.1 Plano anual para o 6o ano..................................................................................................................... 298

6. Orientações gerais sobre os temas abordados no volume................................. 301 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5

Ecologia: seres vivos e ambiente.......................................................................................................... 301 Água: substância vital.......................................................................................................................... 305 O ar e a atmosfera................................................................................................................................ 307 A Terra e o solo..................................................................................................................................... 309 A Terra no Universo............................................................................................................................... 314

7. Avaliação................................................................................................... 318 8. Textos de apoio ao professor......................................................................... 324 9. Sugestões de atividades complementares...................................................... 341 9.1 Atividades práticas............................................................................................................................... 341 9.2 Outras atividades.................................................................................................................................. 350

10. Indicações de fontes ao professor............................................................... 356 10.1 Leituras indicadas................................................................................................................................ 356 10.2 Instituições (centros de ciências, museus, jardins botânicos)............................................................... 360 10.3 Indicações de sites............................................................................................................................... 361

11. Respostas de atividades do Livro do Aluno................................................... 363 Referências................................................................................................... 366

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Apresentação Prezado colega professor Apresentamos, com muita satisfação, esta nova coleção de Ciências. O projeto desta coleção teve o cuidado de contemplar situações propícias ao trabalho pedagógico de estimular a curiosidade do aluno e seu desejo de aprender, pois acreditamos que a aprendizagem e a alegria podem e devem caminhar juntas na escola. A produção dos novos conhecimentos gerados pela ciência e suas aplicações, bem como questões contemporâneas, servem de contexto para articulações teórico-práticas e para indicações de atividades e projetos interdisciplinares. Cientes do desafio de desenvolver a autonomia do aluno e da necessidade de ampliar seu quadro de referências, investimos em atividades diversificadas, mobilizando e ampliando dessa maneira competências e habilidades necessárias não só ao aprendizado de Ciências como à aquisição da consciência de cidadania. Portanto, discussões que envolvem a dimensão social da ciência e da tecnologia estão presentes, assim como aspectos da pintura, da poesia, da música, da literatura, do cinema e de outras produções culturais que se articulam a conceitos científicos, expandindo o universo sociopolítico e cultural do aluno. Nesse sentido, propomos situações nas quais ele é levado a investigar, interpretar, debater, observar, registrar, experimentar, falar e trabalhar em equipe. Para que este material alcance o objetivo para o qual foi elaborado, sua mediação pedagógica será essencial. Use criatividade e autonomia ao explorar a obra, planejar e conduzir as atividades, incentivar o debate e levantar questões que reforcem a autoestima dos alunos. Desejamos a você um bom trabalho! Pode contar conosco. Os autores

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1. Introdução A prática do ensino de Ciências traz grande responsabilidade social para o docente, pois suas ações e concepções têm impacto decisivo na visão que os alunos constroem sobre a ciência, o conhecimento científico e tecnológico e seus reflexos na sociedade. Na sociedade atual, a presença da ciência e da tecnologia impõe-se em praticamente todos os campos e exige de nós, professores de Ciências, a contribuição na preparação de nossos alunos para uma visão crítica perante o impacto da produção científico-tecnológica no mundo em que vivemos, bem como para perceberem o quanto a sociedade também influencia na construção do conhecimento científico.

2. Concepção de ciência

MANUAL DO PROFESSOR

A ciência compreende um acervo de conhecimentos relevantes para viver no mundo, compreendê-lo e atuar nele. A história da ciência é parte da história da humanidade, o que remete ao entendimento de que o processo de produção do conhecimento, que caracteriza a ciência e a tecnologia, constitui uma atividade humana coletiva sócio-histórica. A produção científica é fruto do momento histórico em que foi construída. O contexto de sua criação é determinado por uma conjuntura política, econômica e cultural de determinado tempo e lugar. Além disso, influências da história pessoal – subjetividade e criatividade – do cientista, imprimidas nesse processo, não podem ser ignoradas, pois justificam que as explicações de mundo e as teorias delas resultantes apresentem diferentes abordagens do fenômeno científico. Uma das questões essenciais quando tratamos do ensino de Ciências e que fundamenta o trabalho do professor nessa disciplina é a concepção de ciência.

Consideramos as três concepções de ciência a seguir, elaboradas ao longo da história da ciência, como as principais para iniciarmos uma discussão a respeito desse assunto: a racionalista, a empirista e a construtivista.

Concepção racionalista Afirma que a ciência é um conhecimento racional, dedutivo e demonstrativo como a Matemática, portanto, capaz de provar a verdade necessária e universal de seus enunciados e resultados. CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2003. p. 320.

O papel da experiência, nessa visão, é confirmar o conhecimento, mas este se fez originalmente com base no pensamento.

Concepção empirista A ciência é uma interpretação dos fatos ba­ seada em observações e experimentos que permitem estabelecer induções e  que, ao serem completadas, oferecem a definição do objeto, suas propriedades e suas leis de funcionamento. Ibidem, p. 221.

De acordo com esse ponto de vista, as experiências são responsáveis pela produção do conhecimento científico. Para os empiristas, a formulação de leis científicas se dá com base em evidências empíricas, e o método científico – sequência de procedimentos que, por meio de experimentos, validam uma hipótese elaborada com base em observações – é visto como um método indutivo. Assim, a observação de um número razoável de ocorrências de um fenômeno leva à concepção da lei geral e universal. Os empiristas consideram, também, que o observador não está sujeito a nenhum tipo de influência prévia. Por isso, uma quantidade cada vez maior de observações leva ao que se considera a “verdadeira” explicação do fenômeno. Nessa concepção, a ciência é considerada neutra e objetiva, imune a influências

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Essa visão de que a ciência retrata a "verdade", ou seja, a "realidade" da natureza, é denominada Realismo e se contrapõe à visão de ciência construída por modelos, que apenas representam a realidade, sem, de fato, descrevê-la como é de fato. É essa visão que apresentaremos a seguir.

Concepção construtivista A concepção denominada construtivista, elaborada em meados do século XX, considera: [...] a ciência uma construção de modelos explicativos para a realidade e não uma re­ presentação da própria realidade. [...] Não espera, portanto, apresentar uma verdade absoluta e sim uma verdade aproximada que pode ser corrigida, modificada, abandonada por outra mais adequada. Ibidem, p. 221.

Filósofos da ciência do século XX questionaram sua concepção empirista. Thomas Kuhn, Paul Feyerabend e Gaston Bachelard, entre outros, apresentam uma concepção da ciência vista não mais como neutra, na qual apenas a bagagem formativa do observador direciona o processo de construção do conhecimento científico. Para esses teóricos, fatores sociais, políticos e psicológicos influenciam a produção científica. De acordo com Kuhn, a teoria antecede a observação e, portanto, os fundamentos teóricos que norteiam o olhar do observador não são neutros, mas sujeitos a influências externas. Essa concepção entende que o processo de construção do conhecimento científico e a ciência são: [...] um processo social, e uma grande varie­ dade de valores não epistêmicos (políticos, econômicos, ideológicos – em resumo, o

contexto social), que se acentuam na explica­ ção da origem, da mudança e da legitimação das teorias científicas! BAZZO, W.; LISINGEN, I. V.; PEREIRA, L. T. do V. Introdução aos estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Cadernos de Ibero-América. Madri: Organização dos Estados Ibero­ ‑Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2003. p. 231.

Com base nisso, temos que: [...] o conhecimento [científico] deve ser aco­ modado ao lado de outros conhecimentos, ser encarado como inseparável das conexões social e institucional, e deve ser valorizado não tanto em função de referências a sua validade universal, mas por sua utilidade em resolver um problema mais à mão. CRUZ, S. M. S. C. de; ZYLBERSZTAJN, A. O enfoque ciência, tecnologia e sociedade e aprendizagem centrada em eventos. In: PIETROCOLA, M. (Org.). Ensino de Física. Florianópolis: UFSC, 2001. p. 171-196.

Esta coleção se alinha com a concepção construtivista de ciência, por considerarmos que a dinâmica da produção do conhecimento científico envolve transformações na compreensão do comportamento da natureza, fato que torna questionável a caracterização do conhecimento como pronto, verdadeiro e acabado, mesmo que as teorias produzidas constituam, historicamente, os fundamentos reconhecidos pela sociedade para a explicação dos diversos fenômenos.

3. O ensino de Ciências O acervo de conhecimentos científicos e tecnológicos não se constitui de maneira linear, contínua e sucessiva. Entretanto, os resultados do conhecimento científico e tecnológico circulam e produzem efeitos no mundo contemporâneo de modo sem precedentes. É cada vez maior a influência da ciência e da tecnologia em nossa vida, e as inovações chegam a nosso dia a dia com muita rapidez; somos beneficiados com as recentes descobertas na medicina, com o desenvolvimento de novos equipamentos eletrônicos etc.

MANUAL DO PROFESSOR

sociais ou psicológicas. Em suma, para os empiristas, a ciência é um conhecimento produzido de forma cumulativa e linear, que descobre “a verdade” por meio do método científico.

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Enfim, sempre vale lembrar que a ciência não é boa nem má, mas o uso que fazemos dela define seu papel na sociedade. Há numerosos problemas que afetam cotidianamente nossa vida e cujas soluções a sociedade ainda atribui à ciência. Dentre os questionamentos que estes problemas levantam, podemos citar: • O que fazer para conter a destruição dos ecossistemas, provocada por ações humanas e acidentes que resultam em poluição de grandes áreas do planeta, afetando e até reduzindo a biodiversidade? • É possível desenvolver tratamentos e medicação para a cura de diversas doenças que assolam as populações?

ferramenta para despertar no aluno uma atitude crítica, estimulando-o a questionar respostas e soluções que surgem a cada dia, que podem não espelhar o interesse social, ou que são de fato controversas, necessitando que nos posicionemos a respeito. O desafio é incorporar à prática de ensino os conhecimentos de ciência e tecnologia relevantes para a formação de atitudes cidadãs. Para tanto, o ensino de Ciências, além do compromisso com as informações e com a técnica competente, deve se basear em valores comprometidos com a responsabilidade social e com os princípios éticos de respeito a todos os seres vivos: valores que contemplem não só a espécie humana mas também a natureza. Um entre muitos exemplos dessa proposta, que surgem ao longo da coleção, consta na página reproduzida a seguir, na seção Ciências e cidadania, que aborda o tema “as técnicas de tratamento do lixo”, levantando questões sobre lixões, aterro sanitário e reciclagem, entre outras. CIÊNCIAS E CIDADANIA

MANUAL DO PROFESSOR

• Quais as soluções para resolver, de forma sustentável, o problema energético no planeta?

Técnicas de tratamento do lixo Algumas das atuais técnicas de coleta, processamento e disposição final do lixo no Brasil vão desde o improviso até modelos com elevados investimentos financeiros. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), foram geradas em 2013 cerca de 210 mil toneladas de lixo por dia. “Além disso, quase metade do que os brasileiros jogam fora (41,7%) ainda vai para lixões, sem controle adequado e com altos índices de poluição”. Segundo a Abrelpe, o país vem aumentando o consumo e o descarte de resíduos.

Para que essas e outras questões de tamanha relevância social sejam compreendidas, é necessário que as pessoas tenham acesso ao conhecimento científico, de maneira a efetivar o princípio da participação e do exercício da cidadania. Afinal, em uma sociedade democrática é fundamental que o cidadão tenha condições de participar tanto das decisões que dizem respeito a seus interesses individuais como daquelas que afetam toda a coletividade. Espera-se que a escola possa, em conjunto com diversos outros agentes sociais – como os meios de comunicação e os espaços não formais de divulgação científica –, promover o acesso ao conhecimento científico crítico, qualificando indivíduos para a leitura e o entendimento do mundo. Nesse contexto, cabe ao ensino de Ciências constituir-se numa

Compare agora as principais técnicas de tratamento do lixo e suas implicações ambientais. Lixões – Os depósitos instalados a céu aberto em grandes terrenos são ainda hoje um dos principais métodos de disposição de lixo no país (é utilizado em 59% dos municípios). Sua proliferação desordenada acarreta uma série de problemas ambientais, além de desperdiçar recursos e comprometer seriamente a qualidade de vida e a saúde humana. Aterro sanitário – Nesta técnica (utilizada em 30,9% dos municípios), o lixo (ao contrário dos lixões) é comprimido e enterrado, exigindo procedimentos como análise do lençol freático, terraplenagem, impermeabilização do solo, destinação do chorume (líquido escuro derivado do lixo), entre outros. Além disso, após esgotar sua vida útil, o aterro deve permanecer em observação, pois ainda continua a produzir biogases e chorume por um período de até 30 anos ou mais*. 1. Escavação de um grande buraco. Sobre a superfície da terra compactada por tratores é colocada uma manta impermeável e, sobre ela, pedra britada para os líquidos passarem e serem coletados em canos. 2. Canos para coleta dos gases 1 liberados do lixo. 3. O líquido coletado pelos canos é tratado antes de ser lançado no esgoto. 4. Aterro esgota a sua capacidade; dá origem a áreas verdes. No entanto o lixo continua produzindo gás e líquido.

4 3 2 Luis Moura

Contudo, é fundamental priorizar o debate de questões que envolvam a dimensão social da ciência e da tecnologia. Se tais avanços podem trazer melhorias, por outro lado demandam reflexões sobre sua relação com valores éticos, por exemplo, nas questões relacionadas às modificações do código genético de seres vivos – inclusive do ser humano.

Usinas de compostagem – Transformam os resíduos orgânicos em adubo (composto) e separam os materiais presentes no lixo (metais, papelão, trapos, plásticos, vidros etc.) para envio posterior aos aterros ou usinas de reciclagem (usadas em apenas 0,4% dos municípios). Incineradores – O fogo é tradicionalmente utilizado para queimar o lixo, o que reduz o risco de poluição do solo e o volume de lixo nos aterros. Entretanto, a incineração (utilizada em 0,2% do total de municípios) também pode produzir gases nocivos à saúde, exigindo filtros e torres de lavagem antes de serem liberados na atmosfera por meio de chaminés. Reciclagem – Trata-se de um processo industrial que recupera ou converte o lixo descartado em um produto semelhante ao inicial ou em outro. A reciclagem economiza energia, reduz os detritos e poupa recursos naturais. * Fonte: . Acesso em: 10 maio 2015.

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Página 306 do Livro do Aluno do 9o ano.

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Em virtude de sua relevância, essa proposta merece destaque nas discussões relativas ao processo ensino-aprendizagem escolar no Ensino Fundamental. Tomando como base o texto dos PCN, esperamos que ao término do Ensino Fundamental os alunos sejam capazes de: • compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive, em relação com os demais seres vivos e componentes do ambiente; • identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica; • formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais com base em elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar; • saber utilizar conceitos científicos básicos, associados a energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida; • saber combinar leituras, observações, experimentações, registros etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações;

• valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento; • conhecer o próprio corpo, valorizando hábitos e atitudes que contribuam para a saúde individual e comum que deve ser promovida pela ação coletiva; • compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao ser humano. A seleção desses objetivos se dá no entendimento de que a escola é um dos espaços onde as explicações e as linguagens são construídas. O aluno, ser social, sujeito de sua aprendizagem, nasce em um ambiente mediado por outros seres humanos, pela natureza e por artefatos tecnológicos e sociais; aprende nas relações com o ambiente, construindo linguagem, explicações e conceitos que variam ou se ampliam ao longo da vida.

3.1 Alfabetização e letramento científicos Muito se discute nos encontros docentes sobre a importância da alfabetização e do letramento científicos. Que papel nós, professores de Ciências, temos nesses processos? Encontramos na literatura (MATTHEWS, 1994; AULER e DELIZOICOV, 2001; LORENZETTI e DELIZOICOV, 2001; KEMP, 2000, 2002; CHASSOT, 2003 apud ROSA e MARTINS, 2007) diferentes significados e sentidos para a expressão science literacy. Para alguns autores, uma tradução mais fiel seria “letramento em ciências” em vez de “alfabetização científica”. Nos textos em português de Portugal é comum encontrarmos “literacia”. Acerca da alfabetização científica, Chassot (2003) considera-a domínio de conhecimentos científicos e tecnológicos necessários para o cidadão desenvolver-se na vida diária. Dessa forma, pode-se dizer que, enquanto a

MANUAL DO PROFESSOR

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 1998, p. 32-33) (6º ao 9º ano), referência ainda importante, os objetivos das Ciências Naturais no Ensino Fundamental foram concebidos pensando-se na formação de um aluno capaz de compreender melhor o mundo e atuar como indivíduo e cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica. Esse documento, elaborado pelo MEC, apresenta uma série de propostas para o ensino de Ciências Naturais e para o trabalho com os denominados temas transversais – meio ambiente, saúde, orientação sexual, ética, pluralidade cultural, trabalho e consumo –, traça objetivos e contém sugestões de estratégias de trabalho.

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Como diz Santos (2007b, p. 480):

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[...] o letramento dos cidadãos vai desde o letramento no sentido do entendimento de princípios básicos de fenômenos do cotidiano até a capacidade de tomada de decisão em questões relativas à ciência e tecnologia em que estejam diretamente envolvidos, sejam decisões pessoais ou de interesse público. Assim, uma pessoa funcionalmente letrada em ciência e tecnologia saberia, por exemplo, preparar adequadamente diluições de produ­ tos domissanitários; compreender satisfato­ riamente as especificações de uma bula de um medicamento; adotar profilaxia para evi­ tar doenças básicas que afetam a saúde pú­ blica; exigir que as mercadorias atendam às exigências legais de comercialização, como especificação de sua data de validade, cui­ dados técnicos de manuseio, indicação dos componentes ativos; operar produtos ele­ troeletrônicos etc. Além disso, essa pessoa saberia posicionar-se, por exemplo, em uma assembleia comunitária para encaminhar providências junto aos órgãos públicos sobre problemas que afetam a sua comunidade em termos de ciência e tecnologia.

Brown, Reveles e Kelly (2005 apud SANTOS, 2007, p. 484) afirmam que alfabetização/letramento científico corresponde ao “uso de termos técnicos, à aplicação de conceitos científicos, à avaliação de argumentos baseados em evidências e ao estabelecimento de conclusões a partir de argumentos apropriados”. Percebe-se nesse sentido a importância de a escola promover a vivência de situações que desenvolvam nos alunos a capacidade de compreender e utilizar adequadamente a linguagem científica e de fazer uso da argumentação científica. O ensino (e a avaliação) de Ciências nem de longe deve limitar-se a exigir a memorização de

termos científicos e fórmulas, pois, dessa maneira, os alunos não são capazes de compreender essa linguagem e dela extrair os significados científicos. A alfabetização e o letramento científicos representam maior chance ao aluno de uma inserção cidadã, mediante um processo pelo qual a linguagem das Ciências Naturais adquire significados, constituindo-se meio para o indivíduo ampliar seu universo de conhecimento. Atividades propostas nesta coleção, como esta a seguir, colaboram nesses aspectos. DOENÇAS VEICULADAS PELA ÁGUA

Muitas doenças são transmitidas por água contaminada. A diarreia é um sintoma comum na maior parte dessas doenças. Com ou sem vômitos, ela pode provocar desidratação (perda excessiva de água do organismo) e ser bastante perigosa. Nos primeiros meses de vida, durante a fase em que a alimentação é feita exclusivamente com leite materno, deve-se evitar oferecer chás e água às crianças. É grande o risco de contaminação por água não tratada em certas regiões brasileiras, e os bebês são particularmente vulneráveis à desidratação por diarreias. Mas não é só no primeiro ano de vida que devemos ter cuidados para evitar a contaminação da água. Se no local onde você mora a água vem de uma estação de tratamento, ainda assim ela deverá ser filtrada antes de ser consumida. Alimentos como frutas, verduras e legumes devem ser cuidadosamente lavados. Além do consumo de água e alimentos contaminados, o contato com água de enchentes também representa um grande risco para a saúde. Entre as doenças que podem ser transmitidas pela água, podemos citar: cólera, infecção por rotavírus, leptospirose, esquistossomose (barriga-d’água) e hepatites A e E. Há também doenças transmitidas por mosquitos, cuja reprodução é favorecida pela água. Podemos citar como exemplo a malária, a dengue e a febre amarela. A maneira mais eficaz de evitar essas doenças, principalmente a dengue, é não deixar acumular água em recipientes deixados em espaços abertos (pneus velhos, caixas-d’água, garrafas e calhas de telhados), pois é aí que os mosquitos proliferam. A receita caseira que pode salvar vidas O soro caseiro ajuda no tratamento da desidratação, que pode ser muito perigosa, principalmente para crianças e idosos. É bom lembrar que diarreias e vômitos são sintomas significativos, portanto o médico deverá ser consultado.

Fernando Favoretto/Criar Imagem

alfabetização pode ser considerada o processo mais simples do domínio da linguagem científica, o letramento, além desse domínio, exigiria o da prática social, uma educação científica que envolve processos cognitivos e domínios de alto nível.

Como preparar o soro caseiro: Misture em um litro de água mineral, de água filtrada ou de água fervida (mas já fria), uma colher pequena (tipo cafezinho) de sal e uma colher grande (tipo sopa) de açúcar. Misture bem e ofereça o dia inteiro ao doente em pequenas colheradas.1

Criança bebendo soro caseiro.

Pesquise em outras fontes para ampliar seu conhecimento sobre os riscos das doenças veiculadas pela água. Depois, com a ajuda do professor e dos colegas: • organize um mural com o material obtido pela turma; • elabore uma cartilha com linguagem acessível para informar a comunidade sobre os riscos dessas doenças; • convide profissionais que trabalham com saúde para uma palestra ou debate na escola; • entreviste-os e divulgue o resultado no mural ou jornal da escola. 1

Fonte: . Acesso em: 29 abr. 2015.

Página 87 do Livro do Aluno do 6o ano.

87

Sem ter a pretensão de formar cientistas, os currículos deste nível de ensino podem e devem promover o desenvolvimento de competências que são favorecidas na aprendizagem científica, e cuja importância e aplicação ultrapassam os limites desse campo do conhecimento e dos muros da escola. Afinal, interpretar, analisar, inferir, registrar, relacionar e classificar, por exemplo, são operações mentais que qualquer pessoa

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Registre no

caderno

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS

EXPERIMENTANDO Montagem de um terrário Montar um terrário é uma ótima oportunidade para observar algumas interações de seres vivos entre si e com o ambiente. Organizem-se em grupos para essa atividade e usem luva para manusear terra e areia. Material:

• recipiente transparente como aquário,

Ararinhas­azuis no Pantanal. (A ave mede cerca de 57 cm de comprimento.) Fotos: Dotta

vidro ou garrafa plástica cortada (a quantidade dos demais materiais dependerá do tamanho do recipiente);

• pedaço de folha ou sacola plástica transparente;

• fita adesiva; • recipiente pequeno (copinho plástico de café ou uma tampa de garrafa);

• balança como as de cozinha ou banheiro; • areia; • terra preta (de jardim); • algumas pedras pequenas; • sementes (feijão, por exemplo); • plantas pequenas (musgo ou grama, por

• • •

exemplo);

Procedimentos

O filme aborda uma questão importantíssima: a defesa da biodiversidade e o combate ao tráfico de espécies. Contudo, há um equívoco científico nesse filme. A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) nunca foi carioca. Vivia na Caatinga nordestina. A espécie era encontrada numa região que vai do extremo norte da Bahia ao sul do Rio São Francisco. Alimenta-se prepequenos animais vivosde (tatuzinhos dede buriti. Faz dominantemente sementes jardim, caracóis, por altas, exemplo); seusminhocas, ninhos em árvores como as caraiumbeiras, poucoatinge de águaa para regar; sexual entre 3 e 4 maturidade galhinhos plantas, pedaço de pão, anos ede forma casais monogâmicos. A fêmea de coloca laranja ou dede 3 atomate. 4 ovos a cada ninhada. Por serem aves de beleza única, as ararinhas-azuis são muito cobiçadas como animais de

1. Coloquem as pedras no recipiente transparente e cubram-nas com uma camada de areia (cerca de 2 cm de espessura).

2. Coloquem uma camada de terra preta 26 (aproximadamente 4 cm) sobre a areia. 3. Juntem os galhos das plantas. 4. Plantem, na terra preta, as plantas e as sementes. 5. Coloquem, com cuidado, os animais. 6. Coloquem água no recipiente pequeno e reguem o terrário, com o cuidado de não encharcá-lo, fechando o sistema com a fita adesiva e o plástico transparente.

Esta coleção pretende colaborar com a superação do desafio de promover o letramento científico apresentando atividades diversificahyacinthinus) e estimular os alunos a dasa) Arara-azul que (Anodorhynchus lhe possibilitam ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) são aves de espécies diferentes. Elas podem cruzar realizar reflexões e propostas de intervenção, entre si e ter filhotes capazes de se reprodubemzir?como identificar e aplicar conceitos cienPor quê? b) Qual era o hábitat natural dessa ave? girinos são presas fáceis para diversas espétíficos em diferentes situações contextualizacies de peixes. Por isso, sua reprodução é c) Descreva o nicho da ararinha-azul com bem-sucedida em lagoas temporárias (que das.base Destas, citamos dois exemplos seguir. nas informações do texto. secam durante o a inverno), onde não há

9. Mantenham o terrário em lugar iluminado, mas não diretamente exposto aos raios solares.

2. Phyllomedusa distincta é uma espécie de perereca encontrada na Mata Atlântica de Santa Catarina, Paraná e sul de São Paulo. Ela vive nas árvores e tem coloração verde. A destruição dos locais apropriados para sua reprodução está levando a espécie à extinção. A formação de lagoas nas áreas de brejo para criação de peixes provoca o rápido extermínio dessa perereca, pois seus girinos são presas fáceis para diversas espécies de peixes. Por isso, sua reprodução é bem-sucedida em lagoas temporárias (que secam durante o inverno), onde não há possibilidade dos peixes e outros predadores se desenvolverem.

Perereca Phyllomedusa distincta.

Com basesignifica nessa observação, esse estudante a) O que dizer que determinada espécie de ser vivo está ampesquisador obteve os adaptada seguintesaodados: O ANIMAIS DE INDIVÍDUOS IDENTIFICADOS b) Além da estratégiaNreprodutiva, que outra característica da filomedusa citada no siri texto favorece sua sobrevivência161 no ambiente?

ostra

3. Releia o tópico ”Os níveis de organização dos berbigão 84 seres vivos” para responderoàs questões. Um estudante de Biologia realizou uma ativiaratu 68 dade de observação e entrevista com moradoresunha-de-velho para análise do manguezal localizado à 63 margem do Rio Camaragibe (litoral norte do estado detaioba Alagoas). 51

Parte das páginas 26 e 27 do Livro do Aluno do 6 ano.

CIÊNCIAS E CIDADANIA

marisco

Quais são esses fatores? Sim. A luz e o calor do Sol, a umidade (água), o ar e o solo com nutrientes. 2 Como é obtida, no terrário, a energia de que os seres vivos necessitam? O material transparente com o qual o terrário foi confeccionado possibilita a pas­ sagem da luz, que é absorvida na fotossíntese pelos produtores.

3 Por que a água não acaba no terrário?

Registre no

caderno

O insuficiente nível de letramento científico5 Respondam dos adolescentes brasileiros vem sendo às perguntas anteriores imaginando, no lugar do terrário, o planeta Terra. As respostas são semelhantes? Por quê? constatado pelos resultados do Brasil na ava6 O que aconteceu com os pedaços de pão, tomate ou laranja após: a) doisinternacional dias? b) cinco dias? corresponde c) dez dias? ao Proliação que 7 Imaginem que, na montagem de outro terrário, algo não deu certo; as plantas e os bichinhos grama Internacional de Avaliação de Alunos morreram e as sementes não germinaram. Nessas circunstâncias, o “peso” do terrário deve se manter o mesmo, aumentar ou diminuir em relação ao “peso” observado no dia em que ele foi monta(Pisa). O exame, feito pela Organização para a do? Por quê? 8 E quanto ao terrário noe qualo as sementes germinaram e/ou as plantas cresceram? Seu “peso” perCooperação Desenvolvimento Econômimaneceu o mesmo, aumentou ou diminuiu? Por quê? co (OCDE), avaliou em 2012 o conhecimento deRETOMANDO estudantes AS QUESTÕES de INICIAIS65 países em leitura, CiênEm relação às interações entre seres que podem nas imagens da cias e Matemática. Ovivos Brasil foiseroidentificadas 59º colocado página de abertura do capítulo, podemos citar: agrupamento, busca de água e alimento, busca de parceiros reprodutivos e trocas gasosas. Com base no que você estudou, releia a resposta dada nonoranking não tendo início do capítulo ede faça asCiências, adequações necessárias. Compare sua resposta alcançado com a dos colegas. Porque o ciclo da água (com mudança do estado líquido para o gasoso e vice­versa) acontece naturalmente e ela fica retida dentro do terrário vedado.

4 Por que o gás oxigênio também não acaba no terrário?

Porque no terrário há os mesmos processos que ocorrem em um ecossistema, isto é, as plantas, pela fotossíntese, renovam o gás oxigênio e obtêm gás carbônico, liberado pela respiração realizada por elas (plantas) e pelos outros seres, como os animais do terrário.

Sim, porque o terrário é um modelo do que acontece na Terra. Os fenômenos acontecem de forma semelhante. Aparecem os primeiros sinais de decomposição (o tomate está estragado).

Surgem os fungos (bolor).

O tomate se decom­ põe e restam água e partes duras, como sementes e casca.

O peso deve se manter o mesmo, porque nada foi retirado do terrário ou acrescentado a ele.

Permaneceu o mesmo, porque nada foi retirado do terrário ou acrescentado a ele. O que houve foi a transformação de uma coisa em outra.

Explorando

41 30

Fique por dentro da ecologia

Paul Bennett. São Paulo: Moderna, 2003.

David Burnie. São Paulo: Cosac Naify, 2001.

O livro aborda a reciclagem da matéria na Terra e discute a postura do ser humano com o ambiente.

Aborda com objetividade questões fundamentais acerca das interações entre os seres vivos e o ambiente.

123

berbigão

84

aratu

68

unha-de-velho

63

taioba

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marisco

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caranguejo-uçá

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guaiamum

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PLANTAS

20

NO DE INDIVÍDUOS IDENT

mangue-vermelho

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siribá (ou siriúba)

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mangue-preto

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mangue-branco (ou mangue-verdadeiro)

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praturá

10

bolota

8

a) Quantas populações de animai

Glossário quantos indivíduos ou organismos? compreender as funções exercidas por eles nos ecossisa)possível O que significa melhor dizer que determinada sururu Exploração predatória:20 temas, evitando quevivo causemos desequilíbrios e possibilitanb) Quantas populações de plantas espécie de ser está adaptada ao ecológicos amextração de recursos do, por exemplo, a descoberta de novos remédios e a identificação de naturais de maneira quantos indivíduos ou organismos biente onde vive? supera animais ainda desconhecidos. PLANTAS exagerada, NO que DE INDIVÍDUOS IDENTIFICADOS c) Quantas populações no total com a capacidade natural de Quaseda todos os dias, os noticiários nos alertam b) Além estratégia reprodutiva, que ou- sobre a diminuição reposição desse recurso. tos indivíduos ou organismos? 16; 7 mangue-vermelho 25 datra biodiversidade no planeta e, de formacitada preocupante, Garimpo: extração de característica da filomedusa no no Brasil. d) Quantas comunidades? 1. que envolve, Manguezal no Rio minerais Camaragibe, em Alagoas, 2010. A maior parte dos problemas ambientais Amazônia, do Pantanal texto favorece sua sobrevivência nodaamsiribá (ou siriúba) 23 muitas vezes, o uso de e de outros ecossistemas brasileiros é resultado de ações do ser humano substâncias tóxicas aos biente? ligadas às atividades econômicas: exploração predatória da madeira, seres vivos, como o mangue-preto 21 mercúrio no garimpo do 3. Releia tópico ”Os níveis de organização dossolo e problemas cauavançoodos garimpos, ocupação desordenada do ouro. mangue-branco (ou sados pela implantação de agroindústrias e construção de hidrelétricas. seres vivos” para responder às questões. 19 mangue-verdadeiro) decorrência da diminuição da biodiversidade, Um Em estudante de Biologia realizou uma ativi- a preocupação com o desaparecimento de espécies que ainda nem praturá 10 dade de observação e entrevista com moraconhecemos tem aumentado muito. Por isso, é urgente avandores análisedos do seres manguezal localizado bolota 8 çar na para classificação vivos e no estudo daàsistemática margem douma Rio classificação Camaragibemais (litoral norte do que permita eficiente. estado de Alagoas). De acordo com esses dados, responda às Atualmente, existe um programa internacional, denominado Systematics-Agenda 2000, que procura conhecer e conquestões no caderno. servar a biodiversidade do planeta. Embora parciais e limitados a um período de Os objetivos desse programa são: espaço e tempo de observação, pode-se dizer • conhecer as espécies existentes, suas características, que foi (foram) observada(s): onde ocorrem e como se relacionam;

• organizar essas informações, para servir à ciência e à sociedade.

a) Quantas populações de animais com quantos indivíduos ou organismos? 10; 683.

b) Quantas populações de plantas com a) Com a orientação do professor, reúna-se com os colegas e, juntos, procurem informações sobre a existência quantos 6; 106. indivíduos ou organismos? A queimada, muitas vezes criminosa, é um dos fatores mais alarmantes de de algum grupo ou alguma instituição que trabalha na destruição da biodiversidade da Terra. c) Quantas populações no total com quandefesa e na proteção da biodiversidade local. tos indivíduos ou organismos? 16; 789.

b) Convidem um funcionário do órgão da prefeitura responsável pelo meio ambiente para visitar a escola e fornecer informações sobre 2010. as ações de proteção à biodiversidade da região. d) Quantas comunidades? 1. Manguezal no Rio Camaragibe, em Alagoas,

RETOMANDO Página 51ASdoQUESTÕES Livro INICIAIS do Aluno do 7o ano.

27

A classificação científica é importante para o estudo e o conhecimento da diversidade dos seres vivos, e as nomenclaturas estabelecidas pelos especialistas servem para facilitar os estudos e a comunicação científica. Releia as respostas que você deu às questões propostas no início deste capítulo e faça as adequações necessárias. Compare suas respostas com as dos colegas.

51

Terra: uma incrível máquina de reciclagem

poc6_mp_260_295_comum.indd 265

guaiamum Ter maior conhecimento sobre a diversidade dos seres vivos torna

42

161

ostra

De acordo com esses dados, respo questões no caderno. Embora parciais e limitados a um perí espaço e tempo de observação, pode-s que foi (foram) observada(s):

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

Depois de observar e discutir o que aconteceu no terrário, respondam às questões.

Página 36 e parte da página 37 do Livro do Aluno do 6o ano. 1 No terrário, estão garantidos os fatores mínimos necessários para a sobrevivência dos seres vivos?

Perereca . VocêPhyllomedusa sabe por que édistincta importante classificar os seres vivos?

Rita Moura/Futura Press

10. Para o acompanhamento da atividade com o terrário, vocês devem construir uma ficha na qual possam registrar, com textos e desenhos, as observações feitas periodicamente. Anotem na ficha elaborada por vocês a data da montagem do terrário e o “peso” verificado. Deixe um espaço em branco para registro de cada data de observação, com a descrição e/ou desenho da situação do terrário (o que aconteceu com as sementes, com a água, com as plantas e os bichinhos; se houve alteração de “peso” etc.). Utilize sempre a mesma balança para verificação do “peso” do terrário em todos os dias de observação para checar se houve variação. Isso é mais importante que a precisão da balança em si.

123

NO DE INDIVÍDUOS IDENT

siri

sururu

biente onde vive?

A classificação e a preservação da biodiversidade caranguejo-uçá

36

ANIMAIS

possibilidade dos peixes e outros predadores se desenvolverem.

d) Quais são as principais causas da extinção da ararinha-azul?

7. Coloquem o terrário na balança e anotem seu “peso” . 8. Façam uma etiqueta de identificação com o nome dos alunos do grupo e, a data em que o terrário foi montado e o “peso” verificado. Colem-na no terrário.

Com base nessa observação, esse est pesquisador obteve os seguintes dad

MANUAL DO PROFESSOR

6o ano – Unidade 1

Para saber mais informações sobre o Pisa, acesse: . Acesso em: 10 fev. 2015.

Fabio Colombini

Claus Meyer/Tyba

Diversas atividades da coleção mobilizam essas operações mentais. Observe:

o patamar mínimo desejável de letramento nos alunos da faixa etária em questão.

Rita Moura/Futura Press

utiliza para resolver situações-problema em diferentes contextos ao longo da vida.

estimação, o que provocou o tráfico dessas aves. A remoção desses animais de seu hábitat natural reduziu drasticamente suas populações naturais. Além do comércio ilegal das aves, a degradação progressiva de seus hábitats foi decisiva para que a população de ararinhas-azuis fosse incapaz de se recuperar, sendo considerada extinta na natureza pelo Ibama desde 2002, ano em que foi encontrado o último exemplar conhecido em vida livre. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, atualmente existem apenas cerca de 90 indivíduos da espécie em cativeiro, no mundo todo. Encontram-se na Fundação Loro Parque, nas Ilhas Canárias, da Espanha; na Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP), na Alemanha; e na Fundação Lymington e no Zoológico de São Paulo, no Brasil. O sheik Saoud Bin Ali Al-Thani, no Qatar, criou a Al Wabra Wildlife Conservation, também parceira do programa e que possui 55 ararinhas.

Fabio Colombini

1. Em 2011 foi lançado o filme Rio, animação em 3D dirigida pelo brasileiro João Saldanha. Esse filme conta a história de uma ararinha-azul macho que teria nascido no Parque Nacional da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. Vítima de tráfico ilegal, ela é capturada e levada para os Estados Unidos, onde ganha o nome de Blu. Adulta, é trazida ao país natal para cruzar com uma fêmea e evitar a extinção da espécie. No Rio de Janeiro, Blu vive várias aventuras, faz amigos e se apaixona.

265 265 5/15/15 11:32 AM

3.2 Um olhar atento ao aluno do 6o ao 9o ano

Registre no

Também são propostas questões caderno que AGORA É COM VOCÊ

envolvem interpretações de textos em di1 Por que podemos afirmar que uma caixa de papelão sem nenhum objeto dentro não está de fato vazia? ferentes linguagens, visando promover a 2 Cite exemplos de situações do seu dia a dia em que você pode perceber a presença do ar. Registre no construção de habilidades como análises de caderno 3 O ar é uma são seus componentes? AGORA É mistura. COM Quais VOCÊ tabelas efazemgráficos, charges, esquemas, entre Quais parte do reinona Monera? 41 Que gásseres da atmosfera é utilizado nossa respiração? Como ele se renova na atmosfera? outros. Veja osmaior exemplos a seguir: Citegás duas características seres do reino Monera. 52 Que está presente emdos quantidade na atmosfera terrestre? Ele é absorvido por

No segundo segmento do Ensino Fundamental, ou seja, do 6º ao 9º ano, a maioria dos alunos demonstra grande curiosidade em relação aos temas desenvolvidos em Ciências.

Ilustrações: Dawidson França

nós? Justifique sua resposta. 3 A forma das bactérias é um critério usado pelos cientistas para classificá-las. Com base na forma, como classificamos as bactérias causadoras do cólera e da tuberculose? 6 Analise a tabela ao lado com dados sobre SUBSTÂNCIA AR INSPIRADO (%) AR EXPIRADO (%) a composição de diferentes substâncias no A 0,04 4,0 ar inspirado e expirado por uma pessoa:

B 79,7 79,7 a) Qual dessas substâncias corresponde ao gás nitrogênio? Justifique. C 20,26 16,3 b) Quais seriam as substâncias correspondentes ao gás oxigênio e ao gás carbônico respectivamente?

Contudo, o 6º ano é, para eles, o início de uma etapa que demanda grande adaptação às crescentes mudanças relacionadas a uma nova organização de sua vida escolar: em geral, é a série em que eles passam a ter vários professores – um para cada disciplina –, que exigem mais deles no que diz respeito à autonomia e à organização pessoal.

Parte da página 107 do Livro do Aluno do 6 ano.

Niquel Nausea de Fernando Gonsales

o utilizamos em vários 7 O ar apresenta compressibilidade e elasticidade, propriedades que como estes seguir. umaépesquisa e escreva no caderno quais funcionam 4 objetos, O que significa dizeraque umaFaça bactéria patogênica? com ar comprimido e quais funcionam com ar rarefeito. 5 a)Cite ar comprimido ar comprimido um exemplo que mostre a importância econômica ecológica bactérias. britadeiras f) pistolaede pintura.das b) buzinas ar comprimido g) garrafa térmica ar rarefeito 6 Observe a tirinha: 6. No gráfico, todos os valores para gasolina estão em 100, ou seja, é possível considerar diretamente 100%. Para o cálculo da utilização ar comprimido c) broca de dentista h) boia ar rarefeito do álcool como substituto, basta que se diminua de 100 o valor indicado em cada poluente. CO: 100 – 51 = 49% HC: 100 – 53 = 47% NO : 100 – 86 = 14% ar rarefeito os valores relativos aos I) comprimido aspirador desão pó descritos bomba de arearde 5. Nad)tabela a seguir pontos de fusão ebulição Registre no caderno e) substâncias pneus ar comprimido das representadas pelas letras A, B, C, D e E. Com base nesses valores, copie e preencha a tabela no caderno indicando em que estado físico cada uma dessas substâncias estaria à temperatura de 50 ºC e pressão ambiente de 1 atm. x

Registre no

EXPERIMENTANDO SUBSTÂNCIA PONTO DE FUSÃO (°C)

caderno

PONTO DE EBULIÇÃO

A –65 líquida Obtendo água

SUBSTÂNCIA

ESTADO FÍSICO

A

líquido

70

gasoso B 40 MaterialBnecessário: –120 Que relação bem-humorada ela faz com a forma como se reproduz a maioria dos moneras? cubos de gelo;–112 líquido C C 82um copo de vidro com água. 7 Esquematize uma teia alimentar indicando o papel decompositor o das bactérias. Preste Procedimentos sólido D D 80 270 atenção na orientação das setas. 1. Coloque os cubos de gelo num copo de vidro com água. gasoso 8 As leguminosas, E E –111 35 como feijão, soja, 2. Deixe o copo em local onde ele possa ser aquecido pelos raios de Sol. vagem etc., são ricas em proteí3. Aguarde e observe o que acontece. nas. Que relação existe entre esse Você vai notar que aparecerão gotas 6. Noalto Brasil, a política governamental dede mistuEmissões de poluentes segundo o proteico e afora existência de teor água no lado de do copo. Emissões de poluentes rarnódulos álcool à gasolina traz grandes benefícios à combustível utilizado segundo o combustível utilizado formados por bactérias De onde vêm as gotas de água que molham a superfície externa do copo? 140 nas raízes dessas plantas? redução dos poluentes que são lançados na O vapor de água (presente no ar) condensa-se sobre o copo, ou seja, passa para o estado líquido. atmosfera pelos veículos automotivos. Den120 100 100 100 104 tre eles se destacam o monóxido de carbono 100 86 85 (CO), os hidrocarbonetos (HC), que são subs80 80 9tâncias Se o formadas intestino pelos de uma pessoa químicos está repleto de bactérias ela deve, obrigatoriamente, se elementos medicar para combater essas bactérias? Explique. 60 53 51 carbono e hidrogênio, e os óxidos de nitrogê-

nio (NOx). Observe o gráfico que ilustra os benefícios ambientais da utilização do álcool ou da adição do álcool anidro à gasolina, quando se compara à redução de emissões dos poluentes produzidos por um motor que utiliza gasolina pura.

DAE

Luiz Lentini Dennis Kunkel Microscopy/Latinstock

Wally Eberhart/Visuals Unlimited/ Corbis/Latinstock

• • Parte da página 100 do Livro do Aluno do 7 ano.

Se tiver percorrido a trajetória escolar sem interferência de fatores que geraram maiores dificuldades e atrasos que refletiram em sua progressão, ao chegar ao 6º ano, o aluno tem cerca de 10 a 12 anos. Nessa fase, ele ainda apresenta algumas dificuldades relacionadas à abstração. Por isso, as atividades práticas re107presentam importante estratégia para a compreensão de determinados assuntos.

40 20 0

NOx HC CO gasolina pura gasolina com 22% de álcool álcool puro

99

Fonte: Anfavea, 2005.

Analise o gráfico e calcule o valor percentual relativo às reduções de emissão dos poluentes CO, HC e NOx, respectivamente, quando comparadas à utilização da gasolina pura e do álcool puro.

No entanto, vale lembrar que a forma com a qual as atividades práticas são trabalhadas, seja em sala de aula, seja no laboratório didático de Ciências, é fundamental para a construção eficiente do conhecimento científico.

7. Observe as imagens a seguir:

Dotta

Fernando Favoretto/Criar Imagem

A mediação docente é essencial também nesse processo. Espera-se assim instrumentalizar o aluno para uma leitura do mundo Elas descrevem propriedades específicas da no matéria.senso Quais são elas? não pautada apenas comum. Divisibilidade, elasticidade e impenetrabilidade.

Registre no

Veja, porLINGUAGENS exemplo, esta atividade: DIVERSIFICANDO

caderno

311

Faça o que se pede a seguir. 1. Analisem a tirinha abaixo: Calvin & Hobbes, Bill Watterson © 1993 Watterson/Dist. by Universal Uclick

MANUAL DO PROFESSOR

Sodapix/Tips Images/Glow Images

Parte da página 311 do Livro do Aluno do 9o ano.

Pelo jeito, Calvin está em um local em que a temperatura está muito baixa! E Haroldo parece que nem responde, de tanto frio. Entre as formas de propagação de calor que você estudou, qual delas você considera que predomina quando Calvin levanta a coberta de Haroldo, fazendo-o sentir frio? 2. (Unifesp) O texto a seguir foi extraído de uma matéria sobre congelamento de cadáveres para sua preservação por muitos anos, publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 21.07.2002.

d) Celsius, pois só ela tem valores numéricos

Após a morte clínica, o corpo é resfriado com gelo. Uma injeção de anticoagulantes é aplicada e um fluido especial é bombeado para o coração, espalhando-se pelo corpo e empurrando para fora os fluidos naturais. O corpo é colocado numa câmara com gás nitrogênio, onde os fluipoc6_mp_260_295_comum.indd 266

3. (Unesp) Massas iguais de cinco líquidos distintos, cujos calores específicos estão dados na tabela adiante, encontram-se armazenadas, separadamente e à mesma temperatura, dentro de cinco recipientes com boa isolação e capacidade térmica desprezível. Se cada líquido receber a mes-

o Parte da página 132 do Livro do negativos Aluno para do a9indicação ano.de temperaturas.

266

e) Celsius, por tratar-se de uma matéria publicada em língua portuguesa e essa ser a unidade adotada oficialmente no Brasil.

Nesse sentido, esta coleção apresenta atividades que atendem a esse aspecto, por exemplo, as encontradas na seção Experimentando.

Sob esse aspecto, as questões propostas nas atividades práticas da coleção podem e devem ser ampliadas para estimular um ambiente de curiosidade, questionamento e reflexão na sala de aula. Na reflexão sobre o ensino de Ciências em qualquer etapa da escolarização, é necessário, como ponto de partida, olharmos de perto o aluno do ano escolar em questão. Quais são seus interesses? O que já sabe acerca dos fenômenos relacionados ao conteúdo que será estudado? Que tipo de dificuldades apresenta

4/20/16 8:02 PM

Artur Synenko/Shutt

Rolo de fio de cobre.

Panela produzida com alumínio.

nesta etapa de sua formação? Quais são suas expectativas neste ano escolar? Levando isso em consideração, a coleção procura contribuir inserindo perguntas no início de cada capítulo que favorecem o olhar sobre o que o aluno traz. Eis alguns exemplos de perguntas que iniciam capítulos dos livros:

CAPÍTULO 10

O solo e o subsolo Mas o que existe abaixo desse solo em que pisamos? CAPÍTULO 1

A história da vida na Terra Objetivo geral da unidade. • reconhecer as características da espécie humana e sua integração com os ecossistemas da Terra.

Professor, consulte no Manual do Professor o tópico 11. Respostas de atividades do Livro do Aluno.

Denali55/Dreamstime.com

Quando pensamos em solo, geralmente o associamos apenas à terra na qual são feitas as plantações. Na verdade, solo é muito mais que isso. O solo corresponde à camada de terra que sustenta casas e edifícios, fornece suporte e nutrientes às raízes das plantas, abriga microrganismos e pequenos animais, além de ser a superfície onde sempre pisamos. Geralmente é constituído de partículas de rochas, plantas, animais e outros seres vivos, alguns deles em decomposição.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE • Sabemos que uma panela pode ser fabricada com alumínio e que fios elétricos podem ser feitos de cobre. Mas o que são alumínio e cobre? • Uma cadeira pode ser feita de madeira, mas o que há nesse material que o torna diferente do alumínio da panela ou do cobre do fio elétrico? • O ouro das alianças de compromisso é, por sua vez, diferente do alumínio, do cobre e da madeira. Como essa diferença pode ser explicada?

212

Parte da página 212 do Livro do Aluno do 9o ano.

Esse levantamento do que o aluno traz pode servir como ponto de partida para um trabalho que possibilite ampliar seu quadro de referências. Nesta coleção, apesar de não termos direcionado as questões da abertura dos capítulos para a sondagem de concepções alternativas1, a listagem de conhecimentos prévios, contemplada a todo momento na coleção, pode trazer à tona muitas dessas concepções. A abordagem histórica, embora não represente o único recurso de sondagem de conAs balanças de farmácia com ponteiro seguem o mesmo princípio dos dinamômetros, porém a mola é comprimida. cepções alternativas, constitui um espaço férNas balanças desse tipo, a pessoa sobe numa plataforma e comprime uma mola. E essa compressão é proporcional ao deslocamento tildopara ponteiro. esse trabalho. Veja o exemplo a seguir. Fernando Favoretto

Há cerca de 4,5 bilhões de anos ocorreu a formação do planeta Terra, que era uma esfera incandescente girando ao redor de uma estrela, o Sol. Essa esfera incandescente levou cerca de 1,5 bilhão de anos para se resfriar o suficiente e se solidificar com uma resistente “casca”, que forma a crosta terrestre.

Cadeira de madeira.

Dawidson França

Veja a seguir uma representação de como era nosso planeta, possivelmente.

No 9º ano, Unidade 2, Capítulo 3, ao introduzirmos as Leis de Newton, comentamos: Balança de farmácia.

Professor, estimule os alunos a registrar a resposta no caderno. Essa anotação será importantíssima para que você possa, após o trabalho com as ideias de Galileu ou com as leis de Newton, verificar se houve agregação de conhecimento à concepção prévia do aluno.

O que mantém o movimento? Para que possamos entender o que é o movimento e perceber a importância das leis de Newton, retomaremos algumas ideias sobre o movimento concebidas ao longo da história da ciência.

148

Há aproximadamente 3 bilhões de anos, a parte da superfície não coberta pelas águas “moro nas” dos oceanos primitivos era formada por rochas áridas. A atmosfera primitiva — composta de vapor de água e gases, em sua maioria diferentes dos que temos na atmosfera atual — era repleta de relâmpagos. Além disso, o planeta recebia diretamente muitas radiações vindas do Sol. Não havia ainda a camada de ozônio (O3) atuando como um filtro para essas radiações, pois não existia o gás oxigênio na atmosfera.

Página 148 do Livro do Aluno do 6 ano.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE • Como devem ter sido os primeiros seres vivos da Terra? • Como eles se alimentavam?

12

Parte da página 12 do Livro do Aluno do 8o ano.

O que é necessário acontecer para que um corpo fique em movimento para sempre?

Aristóteles (384-322 a.C.) afirmava que o movimento “natural” dos objetos celestes era circular. Já os objetos que se situavam na Terra tinham como movimento espontâneo a queda livre. Após “cair”, ficavam parados porque isso é “natural”. Segundo Aristóteles, para haver movimento era necessário ter uma força atuando no corpo que se movia. A “força” permanecia no corpo mesmo após perder o contato com ele, mas ia perdendo intensidade até desaparecer. Quando isso acontecia, o corpo ficava em repouso, que era o “estado natural” dos corpos, e não sendo possível o movimento continuar para sempre.

Isaac Newton, em 1687, escreveu um livro que contém as principais ideias da Mecânica Clássica intitulado: Os princípios matemáticos da filosofia natural. Nesse livro, Newton enuncia as três leis que respondem às grandes perguntas sobre o movimento.

No século XIV, os franceses Jean Buridan (c. 1295-1358) e Nicole Oresme (c. 1323-1382) desenvolveram outra maneira de encarar o movimento. Era a chamada teoria do ímpeto. De acordo com essa teoria, a força que colocava o corpo em movimento se incorporava ao corpo e permanecia constante. No caso de o corpo encontrar alguma resistência, ele iria parando. Caso não encontrasse, continuaria seu movimento para sempre. Essa visão do final da Idade Média é, ainda hoje, a visão de muitas pessoas.

No final do século XVI até meados do século XVII, Galileu Galilei (1564-1642) entrou em cena. o Para ele, a teoria do ímpeto estava correta, mas precisava ser aprimorada. Galileu acrescentou a ela, em uma de suas obras, afirmações como “se um corpo já estiver em movimento e não encontrar nenhuma resistência, permanecerá indefinidamente em movimento”.

Parte da página 67 do Livro do Aluno do 9 ano.

O cientista também desenvolveu as primeiras hipóteses sobre a relatividade dos movimentos. Ele afirmava que, caso dois móveis descrevessem o mesmo movimento com velocidade constante, não seria possível para ambos dentro desse referencial perceberem se estavam em movimento ou em repouso.

Essa visão do fim da Idade Média é, ainda Finalmente chegamos a Isaac Esse cientista enunciou as três grandes leis do movimento. hoje, a visão deNewton. muitas pessoas. 67

1 De acordo com Sônia S. Peduzzi (1999), as concepções alternativas, também chamadas de erros conceituais, ideias intuitivas ou concepções espontâneas, são estruturas conceituais elaboradas que cobrem uma vasta gama de conteúdos, têm amplo poder explicativo, diferem das ideias expressas por meio dos conceitos, são muito difíceis de ser mudadas e resistem ao ensino de conceitos que conflitam com elas. Essas concepções alternativas correspondem aos modelos que uma pessoa utiliza como explicação para os fenômenos que a cercam. É a “leitura do mundo” que o indivíduo faz para compreender os processos do cotidiano. Esses modelos influenciam muito o processo de aprendizagem e, por isso, foram tema de muita pesquisa, em especial na área de ensino de Ciências.

MANUAL DO PROFESSOR

PENSE, RESPONDA E REGISTRE • Como é nosso planeta “por dentro”? • O que existe do chão que vocêdapisa? Reprodução fictícia abaixo das prováveis características “Terra primitiva”. • Quando você pensa em solo, a que você o associa? •Boa Todos os solos são iguais? parte da água que se apresentava na atmosfera primitiva, sob a forma de vapor, tornou-se líquida e ocupou parte da superfície do planeta.

V

DEA/G. NIMATALLAH/ De Agostini/Getty Images

Antes, porém, tente responder você mesmo à pergunta: Erupção do Vulcão Arenal, na Costa Rica, em 2012.

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Na perspectiva da formação cidadã e de um indivíduo crítico, a obra busca colaborar também na formação de um indivíduo consciente, solidário, capaz de intervir na sociedade e fazer suas próprias escolhas, respeitando a si próprio, ao outro e ao ambiente onde vive. Entre os vários momentos em que isso ocorre, vale destacar a seção Ciência, tecnologia e sociedade. Outro aspecto que merece seu olhar atento é o estímulo à curiosidade, criatividade e investigação por parte do aluno, por meio de atividades que possam não só Registre no caderno e levá-lo compreender melhor o mundo SUPERANDOa DESAFIOS No caderno, faça o que se pede a seguir. suas transformações mas também a refle1 (Unicamp-SP) “Erro da Nasa pode ter destruído sonda” (Folha de S.Paulo, 1/10/1999) tir Para sobre a dimensão social da ciência e da muita gente, as unidades em problemas de Física representam um mero detalhe sem importância. No entanto, o descuido ou a confusão com unidades pode ter conse­ tecnologia. quências catastróficas, como aconteceu recentemente com a Nasa. A agência espacial americana admitiu que a provável causa da perda de uma sonda enviada a Marte estaria relacionada com um problema de conversão de unidades. Foi fornecido ao sistema de na­ vegação da sonda o raio de sua órbita em METROS, quando, na verdade, este valor deveria estar em PÉS. O raio de uma órbita circular segura para a sonda seria r  2,1  105 m, mas o sistema de navegação interpretou esse dado como sendo em pés. Como o raio da órbita ficou menor, a sonda desintegrou­se em função do calor gerado pelo atrito com a atmosfera marciana. a) Calcule, para essa órbita fatídica, o raio em metros. Considere 1 pé  0,30 m. 0,63  10 m b) Considerando que a velocidade linear da sonda é inversamente proporcional ao raio da órbita, determine a razão entre as velocidades lineares na órbita fatídica e na órbita segura. v(fatídica)/v(segura): 3,33

Nesta coleção propomos algumas atividades que podem favorecer essa tarefa, como a apresentada no 9º ano, Unidade 1, Capítulo 1. 5

TRABALHO EM EQUIPE O avanço da ciência, em particular da Física, mudou muito a vida das pessoas no último século. Podemos verificar isso conversando com pessoas idosas com as quais convivemos. Entrevistem seus avós ou outras pessoas idosas. Perguntem sobre os aspectos positivos e negativos do que mudou no dia a dia deles devido às contribuições da Física e o que pensam dessas mudanças.

MANUAL DO PROFESSOR

Como era antes das máquinas de lavar?

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Boyan Dimitrov/Shutterstock

John Warner/Shutterstock

Lilyana Vynogradova/Shutterstock

1 Façam um resumo de todas as entrevistas, separando os aspectos positivos dos nega­ tivos. Apresentem­no para a turma.

O que mudou com a chegada dos telefones celulares?

E quando não havia ferro elétrico?

Parte da página 40 do Livro do Aluno do 9o ano.

Cabe também destacar que, a cada tema trabalhado, é importante fazer o aluno perceber que o conhecimento científico é uma construção humana e fruto do contexto histórico, que influencia a sociedade e é influenciado por ela.

4. A coleção As escolhas feitas nesta coleção foram fundamentadas na perspectiva de favorecer a aprendizagem de Ciências e a formação cidadã. As opções metodológicas apoiam-se em nossa experiência como professores militantes de sala de aula, procurando incorporar as contribuições dos estudos e debates sobre o ensino de Ciências Naturais. Todo o material objetiva apoiá-lo, em uma parceria (livro didático-professor-aluno) benéfica ao cotidiano da sala de aula, estimulando a autonomia docente para o uso criativo e flexível do livro didático. Como qualquer recurso didático, o l­ivro tem limites e possibilidades. Sua adoção produzirá efeitos significativos se o material for usado com a sua mediação para apoiar ­situações em que o aluno possa questionar, levantar hipóteses, experimentar, investigar e buscar respostas, e não simplesmente “consumir” informações prontas. As competências2 fundamentais na formação integral do ­aluno não são desenvolvidas por um conteúdo isoladamente. São as situações de aprendizagem que têm o potencial de desenvolvê-las.

4.1 A pluralidade metodológica no ensino de Ciências Nós, idealizadores desta coleção, somos partidários das ideias de Nardi, Bastos e Diniz (2004) quanto à necessidade de um pluralismo de alternativas para pensarmos o ensino e a aprendizagem em Ciências, cujos contextos e processos são extremamente diversificados. Isso enfatiza a necessidade de uma pluralidade de perspectivas teórico-práticas que lhe pos­ sibilitam compreender de maneira mais aberta e rica o trabalho educativo a ser empreendido pelo ensino escolar de disciplinas científicas. Para os autores mencionados, os processos e os contextos que caracterizam o ensino

2 Entendem-se, aqui, competências como esquemas mentais de caráter cognitivo, socioafetivo ou psicomotor que utilizamos para estabelecer relações com sujeitos, objetos e situações, mobilizando conhecimentos e experiências anteriores a fim de enfrentar determinada situação.

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5/15/15 11:33 AM

Considerando esses pontos, a proposta didática desta coleção oferece diferentes sugestões de atividades, objetivando o planejamento de situações de aprendizagem diversificadas, tanto em termos de informações e estratégias quanto de recursos. Entendemos que analogias e modelos, considerando seus limites e alcance, são ferramentas eficazes no ensino e aprendizagem de Ciências – seja pela função explicativa, quando convertem conceitos e princípios novos em termos familiares, seja pela função criativa,

quando estimulam a solução de um problema, a identificação de um problema novo e a generalização de hipóteses. Contudo, vale lembrar que modelos são apenas representações de processos ou objetos do mundo real, não constituindo propriamente a realidade. Em diversas ocasiões, lançamos mão dessas ferramentas na coleção. A leitura de textos complementares, a elaboração e a interpretação de representações em diferentes linguagens (textos, ilustrações, esquemas, charges, cartazes etc.) são estimuladas, bem como o debate acerca de questões sociais e técnico-científicas, possibilitando acesso à fala direta de cientistas. A intenção é possibilitar situações nas quais os alunos identifiquem a forma de trabalho de diferentes estudiosos e as influências sociais, políticas e culturais sobre a produção da ciência. As intervenções dos alunos na realidade concreta, são realizadas na forma de atividades que propõem entrevistas, campanhas de esclarecimento, socialização de informações e outras estratégias exequíveis e viáveis. Esperamos, também, colaborar para uma perspectiva multicultural do currículo, destacando e valorizando a diversidade em seus diferentes aspectos: etnia, religião, gênero e outros. Tal preocupação determinou a elaboração dos textos, bem como a seleção de imagens da coleção. Aqui vale lembrar a polissemia do termo multiculturalismo e suas diversas abordagens.

4.2 O estímulo à curiosidade e ao questionamento Entendemos que, mais que recursos sofisticados e laboratórios equipados para as aulas de Ciências, é preciso valorizar a perspectiva dialógica em sala de aula. Pretendemos, ao fornecer textos com temas atuais e situações cotidianas, favorecer a expressão de diferentes vozes do conhecimento, as quais se articulam e se confrontam no processo de elaboração conceitual pelos alunos.

MANUAL DO PROFESSOR

de Ciências são complexos, e qualquer modelo interpretativo ou norteador da ação que exclua alternativas plausíveis é empobrecedor da realidade. Eles lembram que isso nem sempre é observado pelos pesquisadores da área, gastando-se tempo exaltando um modelo em detrimento de outros, como se fosse possível estabelecer explicações únicas e eternas contemplassem todas as situações. Compartilhamos com esses pesquisadores a visão de que os debates e estudos ocorridos nas décadas de 1980 e 1990 devem ser reavaliados sob a ótica do pluralismo, isto é, evitando-se glorificar ou demonizar objetos de discussão como construtivismo, ensino por mudança conceitual, estratégias visando conflito cognitivo, teoria da mudança conceitual, ensino por pesquisa, noção de perfil conceitual etc. Assim sendo, as atividades propostas ao longo desta coleção foram pensadas para ser coerentes com essa visão metodológica pluralista. Nossa experiência docente mostra-nos que há espaço no ensino de Ciências tanto para aulas expositivas quanto para atividades experimentais, demonstrações, trabalhos individuais e coletivos, projetos, debates e outras estratégias que enriquecem o ambiente de aprendizagem ao desenvolver e mobilizar nos alunos competências diversificadas. Cabe a você, no contexto pedagógico de tempo, espaço e em face dos recursos disponíveis, selecionar as atividades que julgar mais oportunas e interessantes para a aprendizagem dos alunos, incrementando-as sempre que possível, para ampliar os limites que qualquer recurso didático – incluindo o livro – apresenta.

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O trabalho com os alunos do Ensino Fundamental tem características próprias. Nas situações propostas, eles aprendem ao se envolver progressivamente com as manifestações dos fenômenos naturais, ao fazer conjecturas, experimentar, errar, interagir com os colegas e os professores, expor suposições, pontos de vista e confrontá-los com outros. Seria inadequado, por exemplo, exigir que percorram todo o ciclo investigativo; igualmente negativo seria considerar a vivência do método científico como estratégia metodológica absoluta e linear nas atividades experimentais propostas.

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Nesta coleção, propomos no início e ao longo de cada capítulo perguntas destacadas em boxes para identificar conhecimentos que o aluno traz sobre o assunto a ser estudado e despertar sua curiosidade. Ao fim dos capítulos essas questões são retomadas, e o aluno é estimulado a rever suas respostas verificando se houve mudança e/ou ampliação em relação aos conceitos estudados. Além disso, buscamos oferecer atividades de discussão e debates sobre temas contemporâneos e estimular o envolvimento do aluno com seu entorno social. Respeitando as peculiaridades cognitivas dos alunos nesta etapa escolar, sugerimos atividades diversificadas, em relação a duração, nível de compreensão etc. na forma de experimentos, observações orientadas, debates, entre outros. Uma sala de aula onde o aluno se sinta estimulado a fazer perguntas, a expressar sua curiosidade, a avançar além do senso comum, sem, entretanto, ter seu conhecimento prévio desqualificado, provavelmente será um espaço favorável ao aprendizado. Nesse sentido, concordamos com Pavão (2008, p. 18) quando diz: É importante propiciar situações, tanto co­ letivas como individuais, para observações, questionamentos, formulação de hipóteses, experimentação, análise e registro, estabele­ cendo um processo de troca professor-classe para gerar novas indagações.

O mesmo autor (2008, p. 18), embora reconhecendo a importância do laboratório,

dá sugestões para estimular a curiosidade e o espírito investigativo dos alunos sem dispor de recursos sofisticados. Não é a falta de recursos, de um laboratório ou de qualquer outra infraestrutura física que impede o desenvolvimento de um programa de iniciação científica na escola. Que escola não tem formigas? E quantas patas têm uma formiga? O que elas comem? Existem outros animais na escola? E os que vivem fora da escola? Há mamíferos entre eles? E ainda há o Sol, as plantas, o vento, as pedras do pátio [...]. Qualquer objeto pode ser explorado cientifica­ mente. Por exemplo, peça para que cada aluno recolha uma pedra do pátio (ou pode ser uma folha de alguma planta, uma semente ou ou­ tros objetos disponíveis na escola) e a observe cuidadosamente, registrando suas caracte­ rísticas de tamanho, peso, cor [...], tudo que for observável. Em seguida misture todas as pedras por eles coletadas e solicite que o aluno descubra qual é sua pedra no meio de todas. Depois experimente trocar os registros entre os alunos e repetir a experiência de identificar as pedras. Mesmo simples esta é uma prática científica básica, que exercita a observação, medidas e registros, aspectos fundamentais na pesquisa científica. A  observação de tudo que nos cerca é sempre um bom começo, e é algo que tem um começo, mas que não tem fim. [...] Ao observar, os alunos começam a me­ dir, experimentar, fazer contas, ler, escrever, desenhar, divulgar, trocar e levantar hipóteses.

Também acerca da importância do questionamento e de como nós, professores, podemos ajudar os alunos a desenvolverem sua capacidade de fazer perguntas, Ward et al. (2010) sugerem que devemos ouvir suas questões, analisá-las para tentar descobrir a razão para a questão e se ela pode ser respondida por meio de uma investigação prática e fazer outras perguntas. Segundo essas autoras (2010, p. 73): Ajudando as crianças a esclarecer, a qualifi­ car e a refinar a questão, aperfeiçoa-se o pa­ pel do professor. Lançar o problema de volta para os alunos, perguntando “o que faz você

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As autoras citadas (2010, p. 168-169) sugerem ainda, como uma das estratégias de caráter lúdico para estimular a capacidade de fazer perguntas, o jogo do fale sobre. Cartões ou perguntas começando com “fale sobre” podem ajudar os alunos com ideias ou conceitos científicos difíceis relacionados a suas vidas cotidianas, podendo ser usados para desafiar erros comuns. Comece escrevendo uma questão no quadro para dar início à discussão: “Por que um cientista acharia estranho se sua mãe lhe dissesse para abaixar o volume da televisão?” ou “O que uma pessoa doente faria?”. Também funciona fornecer algumas frases verdadeiras e falsas sobre um tema, como o tabagismo ou as drogas, para desafiar um ponto de vista. Por exemplo, “Todas as pessoas que fumam morrem”, “Fumar emagrece”, “Fumar escurece os dentes”, “Fumar faz você ser aceito na turma”. Os alunos devem debater e avaliar as ideias fornecidas para refinar suas visões e opiniões, garantindo que possam usar evidências para sustentar suas visões.

4.3 A importância da contextualização e da interdisciplinaridade Um dos desafios que se apresentam ao ensino de Ciências consiste em transformar

o cotidiano em objeto de investigação e pesquisa. Assim: Pensar o ensino de ciências em íntima conexão com o cotidiano não significa ficarmos no nível do senso comum. O senso comum há que ser explicitado, problematizado e retificado. BACHELARD, G. A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

É preciso ultrapassar a ideia de ciência fácil, simples e em continuidade com o senso comum. Entrar na cultura dos cientistas implica em conhecer uma outra forma de pensar, falar e de explicar o mundo cotidiano. MORTIMER, E. F.; SCOTT, P. H. Atividade discursiva nas salas de aula de Ciências: uma ferramenta sociocultural para analisar e planejar o ensino. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre: UFRGS, v. 7, n. 3, p. 7, 2002.

É preciso ficar atento para que, no afã de construir uma prática docente mais crítica, menos reprodutivista e, portanto, menos centrada na “transmissão de conteúdos”, não se caia no outro extremo: um currículo esvaziado, que promove espaço para debates sem, entretanto, fornecer instrumentos ao aluno para deles participar de modo qualificado e crítico. Afinal, é válida a ideia de que: [...] não cabe defender uma guetização do ensino, direcionando o olhar apenas às coisas locais, ou valorizar o utilitarismo simplista visando ensinar apenas aquilo que se considera ter alguma serventia. Isso teria um caráter provisório, ao passo que a escola deve deixar marcas permanentes no aluno, ampliando seu repertório cognitivo. CHASSOT, A. Para que(m) é útil o ensino? 2. ed. Canoas: Ulbra, 2004.

A contextualização como princípio educacional por vezes é tratada de modo equivocado ou inadequado. Esse princípio nos currículos escolares implica problematizar o conteúdo a ser ensinado em um contexto, isto é, em um campo do conhecimento, tempo e espaço definidos. Portanto, não representa apenas um tipo de estratégia didática. Tampouco deve estar limitado à dimensão concreta ou local de determinado problema.

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perguntar isso?” ou “o que você quer dizer com isso?”, pode levar a uma aprendizagem mais significativa e mais duradoura do que responder à questão diretamente, quando a resposta pode ou não ser adequada ao nível de compreensão do aluno. É comum, mesmo na idade adulta, as pessoas não fazerem mais perguntas porque a resposta à questão inicial, mesmo que correta, não foi compreendida. Responder às perguntas dos alunos no nível correto, com diferenciação, é uma habilidade instrucional muito difícil e, com frequência, provavelmente será do interesse do aluno descobrir a resposta por conta própria.

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Ainda que trate de uma situação abstrata ou de alcance global, o conteúdo, quando contextualizado, tende a ser mais significativo. Nesta coleção, sempre que possível, contextualizamos os conceitos estudados e procuramos ampliar o quadro de referências do aluno, para favorecer seu trânsito em contextos próximos e distantes, relacionando problemáticas locais (como o lixo no bairro) com as globais (como o agravamento do efeito estufa). Veja um exemplo a seguir. 5 Leia o texto a seguir.

Zuma Press/Easypix Brasil

Quando se alerta para riscos relacionados ao efeito estufa, o que está em foco é a sua possível intensificação, causada pela ação do ser humano, e sua consequência para o clima da Terra. O Protocolo de Kyoto, fundamental no combate a essa intensificação, foi negociado em 1997, no Japão, e entrou em vigor em 2005. Oitenta e quatro países dispuseram-se, na época, a aderir ao Protocolo e o assinaram, comprometendo-se a implantar medidas com o intuito de diminuir a emissão de gases poluentes. Apesar dos dados alarmantes divulgados pelos cientistas em relação ao aquecimento global, por razões econômicas, os EUA sempre foram contrários às ações sugeridas no Protocolo, que exigem redução crescente da emissão de gases de efeito estufa. Em 2009, em uma reunião sobre clima, realizada em Copenhague (Dinamarca), mais de 170 países industrializados comprometeram-se a fazer cortes ou limitar suas emissões de carbono até 2020, mas não garantiram um plano de ações efetivas para o cumprimento das promessas. Cartaz de campanha do Greenpeace em Copenhague faz críticas a líderes mundiais sobre suas decisões e omissões acerca do aquecimento global. Tradução do texto do cartaz: “Desculpe, poderíamos ter impedido mudanças climáticas catastróficas... e não o fizemos”.

Em 2012 a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável realizada no Rio de Janeiro, a Rio + 20, marcou os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. Entre as novidades apresentadas, destaca-se um ônibus movido a eletricidade e gás hidrogênio, desenvolvido pela Coppe/UFRJ, que não libera poluentes na atmosfera, apenas vapor de água. Agora faça o que se pede.

a) O efeito estufa, em si, é maléfico ao planeta? Justifique. b) Por que a redução no uso de combustíveis fósseis, como gasolina, óleo diesel , gás natural e carvão mineral, é parte fundamental no combate à intensificação do efeito estufa? c) Por que organizações ambientais costumam fazer campanhas criticando os líderes mundiais? d) Pesquise e indique que posição o Brasil tem assumido nesses encontros acerca das mudanças climáticas no planeta. Socialize com a turma o resultado de sua pesquisa.

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Página 145 do Livro do Aluno do 6o ano.

Entendemos que, na escola, o aluno deve ser estimulado a aprender conceitos científicos de Biologia, Química e Física, entre outros, para que tenha mais condições de ser protagonista na sociedade onde vive, fazendo escolhas, tomando decisões acerca da saúde, do meio ambiente e do uso das tecnologias, entre outras. A abordagem interdisciplinar, sempre que julgada pertinente, foi adotada ou sugerida ao aluno e a você ao longo da coleção. Entendemos interdisciplinaridade como a interação entre disciplinas na qual estas mantêm

sua identidade, mas dialogam, ampliando o olhar e a abordagem de questões. A interdisciplinaridade não anula a disciplinaridade. Cada disciplina tem sua identidade, seu objeto de estudo, sua forma de pesquisar e produzir conhecimento. A abordagem interdisciplinar amplia as possibilidades de contextualização. Nesse sentido, citamos Mello, s/d (p. 8), a seguir. [...] o trabalho interdisciplinar implica atividades de aprendizagem que favoreçam a vivência de situações reais ou simulem problemas e contextos da vida real que, para serem enfrentados, necessitarão de determinados conhecimentos e competências. Por exemplo, entender como a poluição se tornou um problema político na sua cidade e por que as diferentes soluções, aparentemente apenas técnicas, estão comprometidas com diferentes formas de organizar o espaço urbano. Isso remete ao conceito de contextualização.

De modo geral, um currículo escolar mínimo e fragmentado ainda predomina nas escolas brasileiras. Com o currículo estruturado disciplinarmente, a visão do todo, a comunicação e o diálogo entre os saberes não são favorecidos pela prática pedagógica; os conteúdos pouco se integram ou complementam. Para amenizar esse distanciamento entre a disciplina Ciências e as demais de forma direta, propomos atividades e seções específicas desta coleção (Bagagem cultural e Conexões). Nelas são 145 apresentadas discussões sobre temas contemporâneos, cuja complexidade exige uma visão global, contextualizada e interdisciplinar. De que adianta sobrecarregar nossos alunos com conteúdos desprovidos de significado e desarticulados? Ainda que de modo incipiente, buscamos uma aproximação com as ideias que Edgar Morin (2009, p. 21) tão bem destaca: [...] mais vale uma cabeça bem-feita que bem cheia. O significado de “uma cabeça bem cheia” é óbvio: é uma cabeça onde o saber é acumulado, empilhado, e não dispõe de um princípio de seleção e organização que lhe dê sentido. “Uma cabeça bem-feita” significa

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• Qual potência você acredita que seja melhor para o desempenho de um carro?

que, em vez de acumular o saber, é mais importante dispor ao mesmo tempo de: – uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas; – princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido.

2. Corpo humano e alavancas Oficina de Educação através de Quadrinhos e Tirinhas, site www.cbpf.br/eduhq

Dawidson França

Se quisermos as alavancas, nãooprecisamos ir muito 4 Leia a históriaentender em quadrinhos e faça que se pede. longe. Basta olhar para nós mesmos! Veja seu braço, seu pé, seu maxilar. Entre outras partes, são todas alavancas! força resistente Seu pé pode ser considerado uma alavanca inter-resistente. O apoio é a ponta do pé. Os músculos da perna sustentam os ossos. Portanto, os músculos exercem a força potente e os ossos, a resistente. força Já o antebraço é uma alavanca interpotente. O apoio é o co- potente tovelo. O braço, por meio do bíceps, exerce a força potente, e a ponto de apoio força resistente é o que estamos sustentando com a mão. Por isso, o médico ortopedista, o professor de ginástica, força potente o fisioterapeuta, entre outros profissionais, também usam os conhecimentos da Física. • Em qual dos esportes que você pratica as alavancas de seu Entre as afirmativas a seguir(ou identifique a incorreta e reescreva-a no caderno corrigindo-a. corpo são mais requisitadas utilizadas)? Resposta pessoal.quadro, o desenho representa a Lua se interpondo entre o Sol e a Terra. a) No primeiro • Se você não pratica esportes, indique quais utiliza b) A Lua, na posição representada no quadroalavancas 1, bloqueia os raios solares que iluminam parte da ponto de força em uma atividade de que goste, por exemplo, dançar. apoio Terra. resistente

Dawidson França

Assim, além da importância de não subestimar as oportunidades de articulação e contextualização dos saberes no ensino de ciências, lembramos que cabe à escola e seus c) No quadro 3, o desenho representa a sombra da Lua no local onde o personagem pretendia professores selecionar os conceitos/princípios “curtir” um dia ensolarado. d) O fenômeno do alinhamento do Sol, da Lua e da Terra só é possível na fase de Lua nova. Chuva ácida que possibilitem essa conexão, usando os li- 104 2.Parte oocorre pelo menos duas e) O fenômeno representado nessa tirinha édo o eclipse lunar, daautomotivos página do Livro Aluno doque9produtos ano.poluentes: os gases Osvezes veículos e104 as indústrias em geral jogam na atmosfera ao ano. dióxido de enxofre e monóxido de nitrogênio. vros didáticos como apoio e não como deter5 As estações do ano são verão, outono, inverno e primavera. Elas resultam de que fatores? O dióxido de enxofre (SO ) reage com o oxigênio da atmosfera, formando o trióxido de enxofre (SO ). minantes de tudo que se deve aprender. A6 água damantém chuva, aoaentrar em contato com o dióxido de enxofre e com o trióxido de enxofre, reage proO que Lua em órbita ao redor da Terra? A interação com o professor de Educação Física dá o tom interdisciplinar dessa atividade. Recomendamos que a busca pela resposta a essas perguntas sejam trabalhadas em parceria com o professor dessa disciplina.

2

Dawidson França

Luis Moura

Temas como “os ecossistemas brasileiros”, no 6º ano, integram Biologia e Geografia; a Astronomia, também no 6º ano, possibilita uma interface com Geografia e Matemática; no 7º ano, a Revolta da Vacina (Unidade 2 do 7º ano) traz o contexto histórico; os tipos de alavanca, fotossíntese e chuva ácida envolvem Física, Química e Biologia, no 9º ano.

3

duzindo ácido sulfuroso (H2SO3) e ácido sulfúrico (H2SO4). Ao atingir a superfície terrestre, a chuva espalha 7 Identifique, na representação figuraesses ácidos pelo solo, pela água de rios, represas, lagos e mares e pelas plantações. O mesmo ocorre tivaosdo globo osconforme hemisfé- pode ser visto nas reações abaixo. com gases deterrestre, nitrogênio, rios Norte e Sul e, também, a Linha 1 do Equador. Observando os habitantes 1, 2 e 3 da figura e sabendo que é dezembro, SO2  H2O ➝ H2SO3 responda:

2

a) Qual deles está à2SO temperaSO3 sujeito H2O ➝ H 4 tura mais baixa? Por quê? b) Por que as pessoas que habitam próximo à Linha do Equador não percebem grandes alterações de temperatura durante todo ano?

3

Esquema dos processos envolvidos na formação da chuva ácida.

Brasil - Biomas

Nesta ilustração foram utilizadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real dos tamanhos entre os elementos representados.

Por causa disso, o solo perde a fertilidade, os animais têm seu hábitat alterado, e até monumentos são destruídos progressivamente pela ação corrosiva do ácido presente na chuva. o Hoje a legislação regulamenta as emissões das indústrias, obrigando-as a recolher esses gases e neutralizá-los por meio de reações químicas, reduzindo assim os impactos ambientais.

Veja, no mapa a seguir, a localização dos principais biomas encontrados no Brasil.

Parte da página 253 do Livro do Aluno do 6 ano.

©DAE/Sonia Vaz

Brasil – Biomas

AMAPÁ

Equador

Não somente a atividade humana é responsável pela emissão de gases de enxofre na atmosfera. Há também uma fonte natural relevante: os vulcões, que lançam grande quantidade desse material na atmosfera.

Arq. de Fernando de Noronha

BAHIA

MATO GROSSO GOIÁS

OCEANO PACÍFICO

MATO GROSSO DO SUL SÃO PAULO

OCEANO ATLÂNTICO ESPÍRITO SANTO RIO DE JANEIRO

PARANÁ

Mata Atlântica

Trópico N

SANTA CATARINA

Cerrado Caatinga

DISTRITO FEDERAL MINAS GERAIS

Amazônia

Pantanal

ALAGOAS SERGIPE

TOCANTINS

RONDÔNIA

O

RIO GRANDE DO SUL

BAGAGEM CULTURAL

de Capricó

rnio

L

Da força bruta à conscientização

Detalhe da escultura de Tritão no Parque Buenos Aires, São Paulo, dez. 2011. A queda no SP, número de mortes por sa- quais a relação entre cientistas, autoridades A obra demonstra desgaste por rampo noácida. Brasil demonstra o benefício e sociedade foi turbulenta. Umácida, dos out. episóintempérie e chuva Mata na Polônia demonstrando efeitos da chuva 2009.

S 0

Pampa

440

880 km

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em: . Acesso em: 25 abr. 2015.

Amazônia

dios mais marcantes ficou conhecido como a Revolta da Vacina. No dia 10 de novembro de 1904, a população do Rio de Janeiro o levante contra o goiniciou um enfurecido verno da República. Isso ocorreu porque no dia anterior, sem procurar ouvir a opinião do povo ou debater o assunto, havia sido publicado decreto do presidente Rodrigues Alves regulamentando a lei da vacina obrigatória contra a varíola.

Fabio Colombini

Eu não vou deixar a ação sem fazer o meu barulho Os doutores da ciência terão mesmo que ir no embrulho

Estúdio Carochinha

A canção Vacina obrigatória (1904), de Mario Pinheiro, relata episódios da Revolta da Vacina com muito humor.

A seringueira tem em média 30 m de altura. Com látex, líquido branco e espesso extraído dessa planta, produz-se a borracha natural.

O peixe-boi adulto tem em média 4,5 m de comprimento. É um mamífero aquático encontrado em quase todos os rios da Amazônia.

Página 19 do Livro do Aluno do 6o ano.

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Caricatura “Vacina obrigatória”. Revista da Semana, 2 out. 1904. Exemplo de cartum publicado na época em que a vacina contra varíola era obrigatória.

Oswaldo Cruz

o Parte da página 126 do Livro doEm Aluno do 7Cruz, ano. 1903, Oswaldo diretor-geral de Saúde

Pública, prometeu que combateria as epidemias do Rio de Janeiro. Na época, a cidade tinha péssimas condições sanitárias.Contra a varíola,ele adotou uma medida radical: criou uma lei que tornava a vacina obrigatória. Os profissionais da saúde passaram a vacinar as pessoas à força. Muito criticado pela atitude autoritária, o médico sanitarista colaborou para a eclosão de uma rebelião: a Revolta da Vacina.

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Parte da página 355 do Livro do Aluno do 9 ano.

Estende-se para outros países vizinhos ao nosso, região onde ocorrem chuvas frequentes e abundantes. É a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma do Brasil – ocupa Fonte: http://7a12.ibge.gov.br/images/7a12/mapas/Brasil/biomas.pdf. Acesso em: jan. 2015 quase metade (49,29%) do território nacional. Apresenta flora exuberante, com espécies como a seringueira, o guaraná, a vitória-régia, e é habitada por inúmeras espécies de animais, por exemplo, o peixe-boi, o boto, o pirarucu, a arara. Fabio Colombini

conquistado com o controle da doença. Em 1980, essa doença provocou 3 236 mortes. No ano de 1999, ocorreram as últimas duas mortes por sarampo no país, o que denota a interrupção da transmissão do vírus. Esses dados reforçam a importância de medidas como a vacinação. Embora atualmente as autoridades procurem conscientizar a população para a necessidade de imunização, ao longo da história houve momentos nos

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PIAUÍ ACRE

RIO GRANDE DO NORTE PARAÍBA PERNAMBUCO CEARÁ

Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens

MARANHÃO

PARÁ

AMAZONAS

Coleção Joaquim Vidal, Rio de Janeiro

RORAIMA 0°

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Zuma Press/Easypix Brasil

50° O

273 273 5/20/15 11:46 AM

Quando poesias, trechos de livros da literatura brasileira e estrangeira, letras de música, reprodução de obras de arte como pintura e escultura etc. são analisadas, amplia-se não só essa a visão interdisciplinar como também o acesso do aluno a referências culturais diversificadas. CONEXÕES G

NDO DISCIP AS

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L IN

Quando o lixo vira objeto de reflexão e arte

O aumento do consumo desenfreado, nas últimas décadas, principalmente nos países industrializados, vem ampliando a quantidade de materiais que comumente são descartados pela população, principalmente papéis e plásticos utilizados nas embalagens.

Atenção!

Deneir Martins/Arquivo pessoal

Uma das consequências desse consumismo é a intensificação da extração de recursos ou matérias-primas da natureza (como madeira e outros materiais vegetais e minérios) e da produção de lixo.

 Você aprenderá mais

sobre os resíduos e seu destino na Unidade 4.

Nessa situação, várias campanhas de educação ambiental são produzidas visando educar a população para o consumo consciente, essencial para resolver o problema do lixo nos grandes centros urbanos e evitar o esgotamento dos recursos naturais.

Balão foguete. Alumínio, alfinetes e madeira, 120 cm × 30 cm × 50 cm. Obra do artista plástico e arte-educador Deneir com o qual são fabricados Materiais descartados pela sociedade Martins, que transforma os variados bens. Pode ser resíduos descartados em como lixo, e outros sem valor material de origem animal, como a brinquedos sustentáveis. lã das ovelhas; de origem aparente, são usados para compor obras O artista propicia uma vegetal, como o látex com que, além de esteticamente interessantes, reflexão sobre contínuo que se faz a borracha, ou 3 (UFRJ) No mundo as antigas “câmaras descarte característico da artístico, ampliam os movimentos que denunciam de origem mineral, como indústria de brinquedos: o à moda. Uma câmara escura é escuras” voltaram orifício problemas socioambientais. Cria-se assim o minério de ferro. presente cai umafavorito caixahoje fechada de paredes opacas que possui no esquecimento amanhã, uma conexão que busca sensibilizar o ciDesigners: profissionais um orifícioquanto em uma de suas faces. Na face oposta h 3m tão rapidamente o responsáveis – entre dadão, levando-a a repensar à do orifício fica preso um filme fotográfico, onde suas ideias e crescimento das crianças. outras atividades - pela suasdos atitudes. se formam as imagens objetos localizados no concepção, isto é, ideia exterior da caixa, comoVeja mostra a figura. original de um produto ou a seguir obras de alguns artistas processo. 6 cm 5m que participam dessas ações.

Dawidson França

Entre os segmentos que contribuem com propostas de discussão sobre a valorização excessiva do consumo e o rápido descarte do que se compra, estão grupos de artistas, designers e arte-educadores cujas produções, direta ou indiretamente, atuam como agentes de reflexão sobre a Glossário preservação ambiental. Matéria-prima: material

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Explorando

4 (IFSC) Leia a história em quadrinhos a seguir e depois responda.

Cadeira feita com pneu reaproveitado.

FalaCultura

Tênis produzido com solado de pneu.

Peanuts, de Charles Schulz © Peanuts Worldwide LLC. / Dist. by Universal Uclick

Calcule a altura h da imagem. h = 3,6 × 10

Éder Medeiros/Folhapress

Rita Barretot

Suponha que um objeto de 3 m de altura esteja a uma distância de 5 m do orifício, e que a distância entre as faces seja de 6 cm.

Espaço virtual dedicado a divulgar o saber cultural.

Um objeto, como um relógio de sol, ao amanhecer de Florianópolis, tende a projetar sua sombra para: o a) o sul, pois o Sol “nasce” em uma posição a norte. Alternativa c. b) o leste, pois o Sol “nasce” em uma posição a oeste. Em relação à Terra, o movimento do Sol é de leste para oeste. Assim, ao amanhecer, o Sol está a c) o oeste, pois o Sol “nasce” em uma posição a leste. leste, projetando a sombra do gnomon para oeste. d) o norte, pois o Sol “nasce” em uma posição a sul. e) o norte no inverno e para o sul no verão, pela influência da rotação da Terra na posição que o Sol ocupa durante o ano.

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Instituto de Arte de Chicago, IL

MANUAL DO PROFESSOR

O conhecimento científico sobre luz e cores influenciou também a arte da pintura. Dos movimentos artísticos destacamos o Impressionismo e sua vasta produção de belos quadros, como o trabalho do pintor impressionista-pontilhista francês Seurat, ao lado. O pontilhismo é uma técnica de pintura na qual as cores são organizadas por justapoGeorges Pierre Seurat. Domingo à tarde na Ilha de sição de pinceladas (pontinhos). A impressão La Grande Jatte, 1884-1886. Óleo sobre tela, 207,5  308 cm. das formas e áreas coloridas fica por conta do sentido da visão do espectador. Essas pinturas, vistas de perto, são pontinhos de diferentes cores, mas a distância formam belas imagens.

1 Com um colega, escolha um pintor impressionista. Pesquisem sua vida, sua obra e o significado da cor em seu trabalho. Sob orientação do professor, apresentem seu trabalho à classe.

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Parte da página 187 do Livro do Aluno do 9 ano. o

Sabemos que ciência e educação em Ciên­cias são atividades e produções humanas e, como tais, são condicionadas por fatores sociais, refletindo e influenciando o contexto histórico no qual estão inseridas. Sendo assim, consideramos importante refletir sobre como a escola e, em especial, os currículos de Ciências vêm lidando com a questão da diversidade e como o livro didático nesse contexto pode colaborar na desconstrução ou na legitimação de preconceitos. Que grupos sociais e étnicos têm sido historicamente representados de maneira estereotipada e distorcida? Etnia, gênero, classe social, religião, identidade, bem como outras categorias de análise atravessam a discussão do currículo desenvolvido historicamente em nossas escolas, um currículo ainda predominantemente branco, eurocêntrico e masculino. Como consequência, a percepção do mundo por parte da criança acaba se formando com base nos esquemas dominantes. Nesse cenário, sabemos da importância de que, nos livros didáticos, mulheres não sejam retratadas apenas como mães e esposas; ciência e trabalho como coisa de menino; ou que afrodescendentes e indígenas apareçam em situações de miséria e degradação. Se analisarmos a relação entre gênero e ciência, por exemplo, devemos lembrar que nossos alunos, meninos e meninas, são expostos, desde pequenos, a diferentes estímulos e que fatores socioculturais, e não apenas cognitivos, estão em jogo no entendimento dessas diferenças. Neste sentido, a Unesco3 nos alerta que:

Página 41 do Livro do Aluno do 6 ano.

TRABALHO EM EQUIPE

4.4 Um olhar sobre a diversidade na educação em Ciências

[...] É importante desenhar os novos programas de ensino da ciência e da tecnologia para atender às necessidades dos alunos, para atraí-los às carreiras científicas e tecnológicas e melhorar a equidade entre os gêneros. Consta-nos que, embora o número

3 CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE CIÊNCIA, 1999, Santo Domingo. A ciência para o século XXI: uma visão nova e uma base de ação. Unesco, 1999; Declaração sobre Ciências e a utilização do conhecimento científico, Budapeste, 1999.

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UNIDADE 2 nosso dia a dia As bases em

Química

Bióloga trabalhando em laboratório. jornais televisão, e por experimendebamente aquelas justificadas e comprovadas professores, temos consciência dee que silenciar tes nas escolas. Muitos produtos de limpeza contêm hidróxido de amônio. talmente. Por fim, uma certeza temos: pode a busca pelo questões étnico-culturais no livro didático Assim, as pessoas são instigadas a questionar-se e a opinar sobre assuntos como clonaconhecimento acompanhará o ser humano colaborar para ainda o cerceamento de referenciais gem, organismos transgênicos, células-tronco, epidemias, efeito estufa e outros. São assuntos relacionados à sobrevivência neste planeta e à vida em sociedade, fundamentais para viverpor longo tempo, seja naquilo que ainda não po318 Parte da página 318 do Livro do Aluno do 9o ano. positivos necessários à formação da autoestima mos com mais qualidade e sermos cidadãos plenos. demos alcançar, como a extensão do Sistena criança não branca e reforçar preconceitos. ma Solar, seja naquilo que nos cerca no A tivemos Químicacuidado Atentos a essas questões, dia a dia. com seleção de imagens A Química é a ciência que especial e proposi-

estuda os materiais — suas

ções de atividades – especialmente na ediscuspropriedades transformações. sexuais/sociais. são da sexualidade e dos papéis Assim como a Física e a

Os químicos investigam as características da matéria, como elas são formadas e as reações que transformam um tipo de matéria em outro. 

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Assim, as pessoas são instigadas a questionar-se e a opinar sobre assuntos como clonagem, organismos transgênicos, células-tronco, epidemias, e outros. Partes da página 15 doefeito Livro estufa do Aluno do 9o São ano.assuntos relacionados à sobrevivência neste planeta e à vida em sociedade, fundamentais para vivermos com mais qualidade e sermos cidadãos plenos.

Esperamos, assim, colaborar para a cons-

A Química é a ciência que trução de currículos e práticas pedagógicas estuda os materiais — suas Parte da página 210 do Livro do Aluno do 9o ano. e transforma- que expressem a riqueza das identidades e propriedades Apresentando a cientista brasileirações. Niède Guidon, Darren Baker/Shutterstock

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A Química

MANUAL DO PROFESSOR

Armando ArmandoFavaro/Estadão Favaro/Estadão Conteúdo Conteúdo

de forma natural e contínua. cicloilustram natural de transformação da matéria é interminável: uma matéria transformada está Seguem abaixo imagensOque alguPara melhor compreender constantemente dando origem a outra. mas dessas abordagens. seuAobjeto de estudo, a Biolo- principalmente, pela pesquisa baseada em experimentação, Química desenvolve-se, gia deve manter permanente observação, análise e interpretação dos resultados obtidos. diálogo com outros campos Graças a novascomo descobertas de conhecimento, a Ma- e ao avanço de tecnologia ocorreram grandes melhoras na qualidade de vida das pessoas, com a obtenção de materiais eficientes utilizados em temática, a Física e a Química. confecção de roupas, revestimentos de moradias, fabricação de equipamentos domésticos, Essa área deve manter produção de remédios e cosméticos, conservação de alimentos. constante diálogo com a sociedade. Questões antes restritas aos cientistas são hoje trazidas para o cotidiano de todos os cidadãos pela divulgação científica, realizada por meios de comunicação, como Bióloga trabalhando em laboratório. jornais e televisão, e por debates nas escolas.

fstop123/Getty Images

Esses cuidados foram observados na forBiologia, a Química está presente emna nosso cotidiano, emma de abordar e retratar o corpo, desconsbora às vezes não tenhamos trução do conceito ainda difundido de “raças consciência disso. Em nosso corpo acontecem diversas humanas”, na voz dada a mulheres cientistas transformações químicas. No entrevistadas, bem como nas fotografias que processo digestivo, por exemplo, algumas substâncias retratam situações não estereotipadas (mu- são transformadas em outras. Na lheres trabalhadoras em ciência, homens cuinatureza, ocorre um grande número de reações químicas dando de filhos etc.) –, entre outros aspectos.

Darren Baker/Shutterstock

V hidróxido de magnésio (Mg(OH)2), presente no leite de magnésia utilizado para combater das estudantes tenha crescido nas faculdaa acidez estomacal; Para melhor compreender des de ciências e nas escolas de engenharia, seu objeto de estudo, BioloV cal hidratada (Ca(OH) ), usada comoaarga2 chegando a igualar ou mesmo a superar o gia deve manter permanente massa na construção civil; diálogo com outros campos dos rapazes, as jovens são menos numeroconhecimento, como para a MaV hidróxido de sódiode(NaOH), utilizado sas em matemática, física, ciências dae aterra temática, a Física Química. Pesquisadores procuram, até hoje, saber limpeza de materiais, no desentupimento a origem de tudo e engenharia. [...] Além da Essa orientação área deve manter que existe nacanos Terrae largamente e no Universo. A indiviexistência da matéria é de empregado naa inconstante diálogo com dual, essa distorção pode ser corrigida com soalgo comum, mas de que ciedade. é composta vemressendo motivo de Questões antes dústria; o planejamento de conteúdos tritas aos curriculares cientistas são hoje discussãoV desde a Grécia Antiga, comcotidiano seus filósofos, até os hidróxido de amônio comtrazidas (NH para 4oOH), que sejam mais atraentes para as alunas [...]. de todos os cidadãos pela e divuldias atuais. Muitas de teorias foram aceitas depois derruponente váriosjá produtos de limpeza gação científica, realizada por vendidos no comércio. badas. permanecem válidas até hoje, EmOutras relação à etnia, nós,meios como autores ecomoprincipalde comunicação,

VGstockstudio/Shutterstock fstop123/Getty Images

Algumas bases são encontradas nas substâncias usadas em nosso cotidiano, por exemplo:

da diversidade cultural presente na escola e Biologia, a Química está pre- na sociedade.

pesquisadora do Parque Nacional da Serra Capivara. Assimda como a Física e a

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sente em nosso cotidiano, embora às vezes não tenhamos consciência disso. Em nosso corpo acontecem diversas transformações químicas. No processo digestivo, por exem-

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4.5. A importância das linguagens midiáticas no ensino e na aprendizagem de Ciências A chamada Sociedade da Informação e do Conhecimento é resultado do acelerado ritmo de inovações tecnológicas e da convergência de informação e comunicação. Nesta, cada vez mais ampliam-se as possibilidades de utilização das mídias, consolidando sua importância na escola e na sociedade em geral. Não há como ignorar o impacto da mídia na vida das pessoas e dos grupos sociais, já que suas produções trabalham com base nas projeções de necessidades, expectativas e desejos dessas pessoas (incluindo nossos alunos) e grupos.

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Entendemos mídia como um conjunto de instituições, organizações e negócios voltados para a produção e a difusão de informações para públicos diversos. A mídia tem como papel social transmitir informação, opinião, entretenimento, publicidade e propaganda. Esse papel de modo algum é neutro, mas imbuído de valores e poder, legitimando socialmente e qualificando determinados saberes, ideias, valores, crenças e atitudes, em detrimento de outros. A abrangência da mídia vai desde veículos impressos (revistas, jornais, cartazes, folhetos etc.) e audiovisuais (televisão em canais abertos ou por assinatura, filmes, vídeo, rádio etc.) até o que denominamos TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), que se caracterizam pela convergência de diversos veículos, tais como a internet, sistemas digitais e recursos interativos. Duarte (2008) lembra que as mudanças na tecnologia e nas relações dos homens entre si e com o mundo são concomitantes a mudanças nas atividades linguísticas. E que as mudanças acarretadas pela dinamicidade de produção e circulação da informação escrita, por um lado, e pela necessidade de consumo rápido dessa informação, por outro, levam a

um resultado que, grosso modo, por vezes caracteriza-se pelo “máximo no mínimo”. Assim, condensa-se a informação tornando-a visual, mediante as técnicas de computação, informações quantitativas, na forma de gráficos e infográficos; a cena ou o objeto referido, na forma de fotografias; o local referido, em um mapa etc. Esses são alguns exemplos de gêneros textuais constituídos de signos de naturezas distintas (imagens, fórmulas, ícones, números, formas geométricas, palavras etc.) que circulam em diversos meios na sociedade e que demandam o letramento multimodal de nossos alunos. A leitura de gráficos, por exemplo, é uma habilidade importante do dia a dia, tendo em vista a carga de informações visuais e quantitativas que circula na mídia com função de resumir, enfatizar ou mesmo substituir uma mensagem em sua forma verbal. Estudos como os de Bonamino, Coscarelli e Franco (2002, p. 108) indicam que, apesar das múltiplas possibilidades de uso dos gráficos em variados campos do conhecimento, o desempenho dos leitores em idade escolar tem demonstrado que eles têm pouco contato com o gênero. No trecho a seguir, os autores citados fazem um alerta, em um relatório, sobre os resultados dos exames do Saeb e do Pisa. [...] as dificuldades dos estudantes brasileiros com tarefas de níveis de proficiência mais abrangentes envolvem limitações em lidar com a diversidade textual, principalmente com textos que se apresentam na forma de gráficos e tabelas. Essa constatação do Pisa não é um caso isolado e se mostra consistente com os resultados verificados no Saeb. Ela revela a di­ ficuldade dos alunos em interpretar elementos não verbais e de integrar informações do texto e do material gráfico. Indica também que essas habilidades não estão sendo suficientemente trabalhadas nas escolas brasileiras.

Cientes da necessidade de mudar esse ce­nário e sabendo da importância de se formarem leitores competentes em gráficos e

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[...] compreender e produzir textos não se res­ tringe ao trato do verbal oral e escrito, mas à capacidade de colocar-se em relação às diver­ sas modalidades de linguagens – oral, escrita, imagem, imagem em movimento, gráficos, infográficos etc. – para delas tirar sentido.

Esse papel da escola de promover o multiletramento é potencializado na educomunicação, que representa um campo de confluência da comunicação e da educação, bem como em outros espaços de produção do conhecimento. Sua proposta questiona a lógica que restringe o leitor de jornal ou o expectador de TV ao simples papel de consumidor, valorizando as possibilidades de autonomia e participação do cidadão nas diversas produções midiáticas. Assim, a educomunicação favorece o desenvolvimento e o aprimoramento de metodologias de uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) nos processos educativos, pois estimula alunos e professores a utilizarem a mídia também como instrumento de mobilização social, focando o trabalho em uma educação para uso crítico dos meios nos diferentes contextos sociais. São exemplos de atividades de educomunicação: o uso do jornal em sala de aula, a produção de fanzines, a adoção de fotografias, vídeos e sites em processos educativos. Na educação, as TICs orientam-se para a produção compartilhada de conhecimento, com base na resolução de problemas e desenvolvimento de projetos contextualizados e interdisciplinares. Com a navegação em sistemas hipermidiáticos, torna-se possível ao aluno percorrer múltiplos caminhos, criar conexões entre informações, textos e imagens, e até entre contextos, outras mídias e recursos, além de ampliar as fronteiras de tempo e espaço de aprendizagem. Dessa

maneira, o aluno torna-se ao mesmo tempo receptor e emissor de informações, leitor, escritor e comunicador. A televisão, em especial, ganha maior destaque nessa formação nos meios sociais caracterizados pela exclusão de outras formas de lazer, bem como no acesso a bens culturais. Quando informa, a TV e outras formas de mídia também promovem (re)construções culturais, que colaboram na constituição da identidade de nossos alunos e podem reforçar estereótipos e padrões, de modo geral caracterizados pela visão homogeneizante da sociedade de consumo. No contexto educacional, percebe-se que, embora as escolas já encarem o desafio do uso educativo das novas TICs, as velhas tecnologias e recursos ainda são subutilizados no planejamento de situações de aprendizagem. Vale lembrar que ainda há espaço e importância para o uso de lousa, murais de parede, retroprojetores etc. Será que nossa escola usa todo o potencial de programas como os produzidos pela TV Escola, por exemplo? Muitos documentários e outras produções disponíveis, inclusive na TV aberta, podem incrementar as aulas de Ciências, pois se aprofundam em temas como clonagem, efeito estufa e nanotecnologia, entre outros. Jornais e revistas fazem diariamente reportagens capazes de render interessantes atividades de revisão conceitual com os alunos, ampliando o estudo de vários assuntos abordados. Por meio da proposta de leitura e interpretação de imagens, mapas, infográficos, tabelas etc., promove-se a construção de competências essenciais. Portanto, “velhos” recursos – de baixo custo e fácil acesso – podem ser revisitados e agregar valor pedagógico a outros que estejam disponíveis. Se a escola não tiver computadores, TV e outros recursos tecnológicos similares, um caminho é buscar parcerias na comunidade na forma de doação ou empréstimo desses recursos e espaços para sua utilização, além de incrementar as aulas com materiais de maior acessibilidade, como jornais impressos.

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na leitura crítica de diferentes textos informativos midiáticos, pretendemos com esta coleção, no ensino de Ciências, colaborar de alguma forma para o multiletramento, o que, aqui, significa que, segundo Rojo (2004, p. 31):

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Como o professor de Ciências pode explorar o potencial pedagógico das TICs? Nossa experiência docente mostra que já existe – independentemente da classe social – intensa atividade e interesse por parte dos alunos na produção de fotologs, blogs e podcasts, exemplos de espaços virtuais nos quais ocorre comunicação e “convivência”. Nesses ambientes estabelecem-se comunidades nas quais há troca de informações, de ideias e de sentimentos, criando inclusive vínculos afetivos. Embora esses recursos já sejam adotados, inclusive para divulgação de trabalhos escolares, muitos professores, por diversas razões, ainda não utilizam (ou subutilizam) as potencialidades desses espaços na atividade escolar. Essa lacuna entre professores e alunos no conhecimento e uso dos recursos tecnológicos é um desafio a ser superado. Entre as numerosas possibilidades de estratégias para motivar o aluno ao aprendizado de Ciências empregando diferentes linguagens midiáticas, podemos citar: criação de jornal impresso e virtual com a mediação docente na seleção de temáticas, delimitação dos assuntos, adequação da linguagem, programação visual e gráfica etc.; simulações de fenômenos e experimentos; animações; maquetes virtuais; elaboração de mapas conceituais; produção com recursos da informática, de mapas, tabelas e gráficos demonstrativos sobre pesquisas feitas; montagem ou reestruturação de “radioescola”, com elaboração coletiva da programação; exposição de ilustrações, charges, pinturas e fotografias explorando diferentes aspectos de um tema; construção de homepages da escola ou da turma; elaboração de fotologs, blogs, podcasts etc. sobre assuntos estudados e outros de interesse dos alunos; impressão ou digitalização de textos produzidos; lista de discussão e fóruns sobre questões polêmicas (por exemplo, pesquisa com células-tronco); produção de vídeos com base em entrevistas feitas com a comunidade e a socialização desse material em espaços virtuais e outros. A sua interferência nas atividades potencializa a conexão aluno-mídia-aprendizagem,

evitando que os alunos fujam do tema proposto. É importante explicar os mecanismos de busca na internet, sugerindo, por exemplo, a elaboração de breves resumos dos conteúdos abordados, pois pesquisas muito extensas podem reduzir-se apenas a comandos de copiar e colar. O desenvolvimento de atitudes pautadas na ética tem espaço nas discussões acerca de questões sobre direitos autorais, plágio, respeito à privacidade, acesso a sites recomendados para a faixa etária etc. Aos poucos, com a frequência das atividades, você pode interferir menos na condução do trabalho coletivo, poupando tempo para oferecer um atendimento mais individualizado. Uma dica é problematizar antes da pesquisa ou da apresentação das mídias e estabelecer uma discussão após sua utilização. O debate proporciona ao grupo novas possibilidades e caminhos de pesquisa. Lembre-se de que a iniciação dos alunos no uso correto dessas ferramentas contribuirá efetivamente em sua formação para além da escola. Concluindo, cabe reforçar que as TICs e outras mídias devem ser vistas como meios para a construção de competências e habilidades para a promoção da autonomia intelectual do aluno. Embora sejam recursos poderosos e sedutores, as técnicas e tecnologias não representam por si só garantia de aprendizagem, sendo a mediação docente fundamental para o sucesso da ação educativa. Tampouco devemos ignorar a dimensão afetiva dos processos cognitivos. A relação com você e com os colegas é essencial na aprendizagem e na formação do aluno. Sabemos que a aprendizagem pode ocorrer em diversos espaços extraescolares e com diferentes atores sociais. Mas a escola representa o lugar no qual a sociedade espera que a aprendizagem ocorra de forma planejada, intencional, sistemática, organizada e para todos. Valorizando a diversidade cultural entre os alunos, abrindo espaço para a expressão de suas vozes, interesses e expectativas no currículo, colaboramos não só para a educação em Ciências mas também para a construção de uma sociedade solidária e menos excludente.

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plas linguagens midiáticas é dado nasfioseções condutor fio condutor Explorando, bem como em diferentes momentos nos quais exploramos leitura de gráficos, tabelas, esquemas etc. comomaterial pode ser material isolante isolante fluxo de ilustrado nos exemplos a seguir, do 6º ano. fluxo de elétrons

Dawidson França

A Terra é considerada grande fornecedora e também receptora de elétrons. Quando um corpo carregado positivamente é colocado em contato com a Terra por meio de um fio condutor, elétrons passam dela para o corpo, neutralizando-o. Quando um corpo carregado negativamente é colocado em contato com a Terra, elétrons passam do Na coleção, um destaque para ascaso. múlticorpo para a Terra, deixando-o neutro também nesse

elétrons

• Exemplo de gráfico do 6o ano. Terra

Terra

Glossário

O que afeta a água afeta o Esquemas de dois corpos ligados à Terra, ainda em ambiente eeletrizados a humanidade

Explorando Perigo: energia elétrica

Nesse site, o corpo de bombeiros divulga cuidados básicos para evitar acidentes com energia elétrica.

Economize energia

Irrigação: rega artificial de lavouras, muito usada onde não há abundância de água.

processo de eletrização. O corpo da esquerda está eletrizado A água é um dos recursos naturais mais utilizados pela humanidade. negativamente e o da direita, positivamente.

Manancial: nascente de água.

O gráfico a seguir mostra o panorama mundial do seu uso.

Para beber, consumimos a água que chamamos de potável. Para ser

Microrganismo: ser de alguns milímetros de tamanho ou menos, como bactérias e protozoários.

bebida por nós, ela deve ser incolor, insípida (sem sabor) e inodora (sem Em outras palavras, corpos condutores carregados, quando ligados cheiro), bem como estar livre de materiais tóxicos e microrganismos que possam ser prejudiciais, mas facilidade. precisa conter sais minerais na quanà Terra, descarregam-se com muita tidade adequada a nossa saúde.

Dawidson França

Dawidson França

Os corpos também podem serpotável eletrizados porpequena indução. As figuras A água é encontrada em quanDiferentes usos da água pelo ser humano tidade em nosso planeta e não está disponível infia seguir mostram esse processo. Nele, um bastão eletrizado negativanitamente. Por ser um recurso limitado, o seu condeve ser planejado. mente, chamado indutor, ésumo aproximado de um corpo condutor neutro O planejamento da utilização dos recursos híisolado da Terra. Os elétrons do corpo se deslocam para o lado oposto dricos deve ser adequado às características do mae às diversas finalidades se destina a espacial de ao do indutor. Observe quenancial houve apenas umaa que separação água. É importante garantir água em quantidade cargas. O corpo como um todo continua neutro. aos diversos suficiente e qualidade recomendável

Parte da página 191 do Livro do Aluno do 9o ano.

Esse site apresenta dicas rápidas para economizar energia em diversos ambientes.

tipos de consumo. uso doméstico uso industrial

Esse planejamento deve assegurar proteção aos mananciais e às matas próximas, além de prever a recuperação dos que foram prejudicados pela poluição, pela contaminação e outros fatores. Os sistemas de irrigação são uma das soluções para levar água às grandes áreas de plantio; no entanto, eles a têm consumido em excesso.

agricultura

Além dos recursos da coleção, indicamos a seguir alguns caminhos para você obter subsídios para a integração das linguagens e uso das TICs em sala de aula.

Fonte: Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil. Brasília: ANA, 2013. Cesar Diniz/Pulsar Imagens

!

Como a matéria do átomo está Sugestões de conteúdos sobre TICs praticamente toda Etapas de um processo de eletrização por indução. no núcleo, Sitesconcluiu-se que o núcleo era Porém, ao ligarmos o lado oposto ao do indutor à Terra, os elétrons es100 mil vezes do menor • Portal professor coam para ela. Ao afastarmos o indutor, o corpo fica carregado positivamente. que ohttp://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/ átomo, ou Os corpos também podem ser eletrizados por contato. Por exemplo, seja, a matéria era se tivermos dois corpos idênticos, um carregado e outro não, ao colocárecursos/recursos_educacionais.pdf praticamente oca. -los em contato haverá troca de cargasextração entre eles atéeque ambos fiquemde petróleo Mineração, transporte Área agrícola irrigada artificialmente por aspersão, em que a água é borrifada. Ibiúna, SP, fevereiro de 2013.

Exemplos do que pode ser encontrado nesse portal.

Glossário carregados com cargas iguais. Nesse caso, cada um ficará com carga

Atividades econômicas importantes têm causado inúmeros acidenMetal pesado: 80 equivalente à metade do valor que o corpo carregado tinha. elementos como cobre, tes ecológicos graves. O petróleo extraído dos mares e os metais pesachumbo e mercúrio. Em Página 80 do Livro dodos Aluno dona 6o mineração ano. usados (por exemplo, o mercúrio, no Pantanal), lanexcesso no organismo çados na água por acidente ou negligência, têm provocado a poluição podem ser prejudiciais à saúde. das águas com prejuízos ambientais, muitas vezes, irreversíveis.



Água Sonia Salem, São Paulo: Ática, 2006. (Coleção De Olho na Ciência). O livro narra situações cotidianas de uma comunidade e sua relação com os corpos-d’água. Editora Ática

• Portal Conexão Professor do SEE/RJ: www.conexaoprofessor.rj.gov.br/ Exemplo de conteúdo disponibilizado nesse portal:

Como criar um blog: passo a passo da criação de um blog Na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, a prospecção de petróleo causou um grande derramamento desse óleo em novembro de 2011. www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especial. asp?EditeCodigoDaPagina=4388

A poluição causada pelas indústrias Agência Nacional das Águas

Livro do Aluno do 6 ano.

a1n1/art10.pdf Rubens Chaves/Pulsar Imagens

Explore o site e conheça melhor os recursos hídricos do Brasil.

• Site da revista Tecnologias na Educação

Muitas indústrias continuam a lançar resíduos tóxicos em grande http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/ quantidade nos rios, mesmo havendo leis que proíbam essa prática. Na superfície da água é comum formar-se uma espuma, um indicaExemplo de conteúdo disponibilizado nesse site: dor de água poluída. Essa espuma pode causar a mortandade da flora e Blogs na Educação: blogando algumas da fauna desses rios. E esses agentes poluidores contaminam também o organismo de quem consome peixes ou quaisquer outrospossibilidades seres que pedagógicas. Parte da página 82 do habitam essas águas. http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/revista/ o

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Explorando

Ciência no cotidiano: diversos textos que exploram a aplicação dos conhecimentos 191 científicos em nossa vida cotidiana. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ linksCursosMateriais.html?categoria=51 Estratégias pedagógicas: diversas propostas para subsidiar o planejamento didático do professor. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ linksCursosMateriais.html?categoria=84 Rogerio Santana/Reuters/Latinstock



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• Portal da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/ Exemplo de conteúdo disponibilizado nesse site:

Gire o mundo num clique – navegando pelo Google Earth: instruções para navegar pelo Google Earth. www.portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Projetos/ ie/Documentos/LivroTec/impressao/gire_o_ mundo.pdf

Leituras • BONAMINO, A.; COSCARELLI, C.; FRANCO, C. Avaliação e letramento: concepções de aluno letrado subjacentes ao Saeb e ao Pisa. Dossiê: Letramento. Educação & Sociedade – Revista da Ciência da Educação, São Paulo; Campinas, v. 23, n. 81, p. 91-113, dez. 2002. • DUARTE, V. M. Textos multimodais e letramento. Belo Horizonte, 2008. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais. • ROJO, R. H. R. Linguagens códigos e suas tecnologias. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Departamento de Políticas do Ensino Médio. Orientações curriculares do Ensino Médio. Brasília, 2004.

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4.6 A interação com a comunidade e com os profissionais da escola Entendemos que o ensino de Ciências é parte integrante do currículo e do projeto político-pedagógico escolar. Nessa perspectiva, são propostas na coleção algumas atividades que podem favorecer a interação entre alunos, professores, outros profissionais da escola e a população local, tais como: • projetos interdisciplinares; • feira de ciências ou similares; • exposição de trabalhos dos alunos; • elaboração e divulgação de materiais informativos; • exibição de filmes com debates associados;

• entrevistas com pessoas da população para levantamento de opiniões e concepções; • ocupação de diferentes espaços de aprendizagem (até mesmo fora da escola), entre outros. Nesse sentido, destacaremos a seguir algumas sugestões. • No trabalho com o conteúdo fungos e bactérias, sugere-se convidar o profissional da cantina para uma discussão com a turma sobre os problemas de contaminação cruzada de alimentos e a importância das boas práticas de higiene, manipulação e preparo. Esse profissional também pode ser parceiro no estudo sobre tipos de alimentos e a importância de uma dieta equilibrada, sem ignorar diferenças regionais e referências culturais. • No âmbito de promoção da saúde e prevenção de doenças, o profissional encarregado da limpeza e conservação na escola pode colaborar nas discussões a respeito de condutas básicas, como lavar as mãos após usar o banheiro e a importância de manter limpas as dependências da escola. Os alunos da turma podem se tornar parceiros desse profissional, como “agentes verdes”, atuando em campanhas de coleta seletiva de lixo, trocando a pichação de paredes pelo grafite (o professor de Arte pode ajudar nessa tarefa), colaborando com o uso racional da água, enfim, promovendo ações pautadas na sustentabilidade que envolvem a comunidade. • No estudo da água, pode-se convidar a pessoa responsável pelo tratamento e limpeza de cisternas e caixas-d’água, discutindo a importância desse processo e de manter a caixa-d’água fechada. • Ao trabalhar conceitos relativos ao solo e/ou plantas, o profissional que atua nos jardins e nas hortas pode auxiliar acrescentando informações sobre os cuidados e procedimentos adequados nesses espaços.

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Vital para o desenvolvimento da economia e da indústria, a educação científica e tecnoló­ gica é também essencialmente importante no processo de promoção da cidadania e inclusão social, uma vez que propicia às pessoas opor­ tunidades para discutir, questionar, compreen­ der o mundo que as cerca, respeitar os pontos de vista alheios, resolver problemas, criar solu­ ções e melhorar sua qualidade de vida. Além disso, a aprendizagem dos alunos na área cien­ tífica é reconhecidamente importante, uma vez que está relacionada à qualidade de todas as aprendizagens, contribuindo para desenvolver competências e habilidades que favorecem a construção do conhecimento em outras áreas. Portanto, quando se melhora a educação cien­ tífica não se melhora só a aprendizagem de Ciências: o seu impacto atinge outros campos. WERTHEIN, J.; CUNHA, C. (Org.). Educação científica e desenvolvimento: o que pensam os cientistas. Brasília: Unesco; Instituto Sangari, 2005.

Com base nessas reflexões, reforçamos a importância de investir na produção de materiais didáticos que efetivamente sejam bons parceiros do professor no trabalho de educação científica. Esta coleção é composta de quatro volumes, destinados ao segundo segmento do Ensino Fundamental. Cada volume está dividido em unidades e estas são compostas de capítulos,

180°O

120°O

60°O



OCEANO

60°L

GLACIAL

120°L

180°L

ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

60°N

PLACA EURO-ASIÁTICA

PLACA NORTE-AMERICANA

30°N Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO



PLACA DE COCOS

Equador

PLACA DE NAZCA

30°S

N

L

60°S

S

0

2 400

PACÍFICO

PLACA DAS FILIPINAS

PLACA ARÁBICA

PLACA DO PACÍFICO

PLACA AFRICANA

OCEANO

PLACA DO PACÍFICO

Trópico de Capricórnio

O

OCEANO

PLACA IRANIANA

PLACA DO CARIBE

Círculo Polar Antártico

OCEANO ÍNDICO

ATLÂNTICO

PLACA SUL-AMERICANA

PLACA INDO-AUSTRALIANA

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

PLACA ANTÁRTICA

4 800 km

Área de choque de placas

Área de afastamento de placas

Fonte: Atlas histórico escolar: Ensino Fundamental do 6o ao 9o ano. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

Os limites das placas tectônicas não coincidem com os limites dos continentes e oceanos que se localizam sobre elas.

A litosfera (camada sólida externa da Terra) está dividida em gigantescos blocos de rochas que se encaixam, como peças de um “quebra-cabeça”. Essas “peças” são denominadas placas tectônicas ou placas litosféricas. Como já vimos, o núcleo é a parte mais quente da estrutura da Terra. O calor que vem do núcleo esquenta o manto, que, pelas diferenças de temperatura, se movimenta: as partes mais quentes sobem e as menos quentes descem, criando correntes que movimentam muito lentamente as placas litosféricas. Ao se movimentarem, algumas placas se aproximam, outras se afastam. Embora os continentes, assim como os oceanos, estejam sobre as placas, nós não percebemos seu movimento, porque ele é muito lento, cerca de 2 a 10 centímetros por ano! No entanto, embora lento, o movimento das placas litosféricas tem alterado a posição dos continentes pelo processo de deriva continental, e mudado muito o nosso planeta.

Glossário Período geológico: divisão de todo o tempo decorrido desde o surgimento do planeta Terra até os dias de hoje. Um período pode durar mais de cem milhões de anos.

Os movimentos das placas tectônicas foram comprovados por pesquisas realizadas com satélites artificiais. A teoria que afirma que a litosfera é constituída de placas que se movimentam interagindo entre si é denominada teoria da tectônica de placas ou tectônica global. A seguir está representada a posição dos continentes durante alguns períodos geológicos: o Permiano, o Triássico, o Jurássico e o Quaternário, que é o período atual.

150

Parte da página 150 do Livro do Aluno do 6o ano.

Entendemos que explicar o termo na própria página em que ele aparece pela primeira vez facilita a compreensão do texto sem a necessidade de consultar um glossário no fim do volume. Contudo, sabemos que o recurso não substitui o uso adequado do dicionário, uma habilidade a ser desenvolvida tanto pelo professor de Língua Portuguesa como pelo de Ciências, em que o aluno aprende a identificar o significado mais adequado, considerando o contexto do termo em questão. Recados destinados ao aluno, na forma de bilhetes, também aparecem ao longo da coleção, fornecendo dicas, sugestões, destaques etc.

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Que conteúdos deve abordar um currículo de Ciências que alfabetize cientificamente e prepare para a cidadania? Para Hodson (1994), os alunos devem aprender ciência, aprender a fazer ciência e aprender sobre a ciência. A Unesco é contundente em suas considerações sobre o risco de uma educação científica deficiente.

Procuramos apresentar os conteúdos com o máximo de atualização possível, respeitando o nível de desenvolvimento cognitivo dos alunos. Nesse sentido, embora se tenha busComousar se formaram os continentes? cado uma linguagem acessível, certos Mapa-múndi: placas tectônicas termos apresentam maior complexidade ou podem ser desconhecidos deles. Assim, para ampliar o vocabulário científico e auxiliar na compreensão do texto, quando julgamos pertinente, inserimos na coluna de apoio textos curtos, com definições ou outras informações. Com esse mesmo recurso, apresentamos a origem etimológica de certos termos. Segue um exemplo do comentado recurso. ©DAE/Sonia Vaz

4.7 Estrutura da coleção e organização dos volumes

que têm seus focos indicados em subtítulos. Tal divisão visa facilitar a organização dos temas.

Meridiano de Greenwich

Enfim, sem pretender esgotar possibilidades de mobilização de diferentes espaços, atores e campos de conhecimento, reafirmarmos aqui a importância de explorar momentos e atividades favoráveis a essa interação.

Nesta coleção, os conteúdos obedecem a uma sequência considerada tradicional nos

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MANUAL DO PROFESSOR

currículos de Ciências. A opção por essa organização se justifica pelo desejo de apresentar um material didático que atenda à realidade da maioria das escolas brasileiras, levando em conta sua diversidade. Buscamos evitar a fragmentação desses conteúdos, retomando-os, sempre que possível, em outros níveis de profundidade nos diferentes volumes. Além disso, cabe ressaltar a importância da autonomia e criatividade do professor para reorganizar os temas propostos de maneira mais adequada e significativa a fim de atingir os objetivos de seu planejamento. Ao longo da coleção, estabelecemos um diálogo frequente com você, no volume que lhe é especialmente destinado, em que são apresentados os objetivos dos capítulos e das unidades, sugestões e esclarecimentos, além de respostas cabíveis para os exercícios e demais atividades. No livro do 6o ano desenvolvemos, distribuído em quatro unidades, o tema “ambiente terrestre”, relacionando os fatores físicos (como ar, água e solo) com os biológicos (seres vivos). Trabalhamos os conceitos em Ecologia com o objetivo de romper com uma visão antropocêntrica e determinista da natureza. Na Unidade 5 apresentamos noções elementares de Astronomia, objetivando que o aluno reconheça que o planeta Terra, com suas características, integra um ambiente bem mais amplo – o Universo. Nesse volume, os assuntos tratados oferecem grandes possibilidades de abordagem interdisciplinar e de um trabalho integrado com diferentes áreas do conhecimento. No livro do 7o ano propomos o estudo da biodiversidade, caracterizando os seres vivos em sua anatomia e fisiologia, numa retomada dos conceitos trabalhados no livro do 6o ano, mas com ênfase em suas inter-relações. O enfoque ecológico e evolutivo reforça a importância de estudar os seres vivos e o ambiente onde vivem, destacando o papel das adaptações para a sobrevivência. Ao optarmos por partir do âmbito microscópico para o macroscópico, buscamos abordar o tema “vida” segundo o provável caminho evolutivo das espécies em nosso planeta. Reforçamos

aqui a importância da contextualização para facilitar o aprendizado, principalmente quando os alunos estudam aspectos que exigem maior abstração. Tivemos o cuidado de não hierarquizar os seres vivos, evitando com isso reforçar uma visão utilitária ou uma perspecti­ va antropocêntrica da natureza. No livro do 8o ano, ao abordar o estudo do corpo humano, embora tenhamos dedicado capítulos em separado aos diferentes sistemas, buscamos apresentar as relações entre eles e mostramos exemplos de sua ação integrada, reforçando a importância de cada um na homeostase orgânica. Sempre que possível, retomamos conceitos trabalhados nos volumes anteriores, lembrando ao aluno as características humanas comuns a outros animais e a relação de nossa espécie com o ambiente e os demais seres vivos. As ilustrações não se limitam a mostrar cortes longitudinais ou transversais, ou apenas o interior dos órgãos. São oferecidas também representações de corpos inteiros com as estruturas externas visíveis a fim de que o aluno possa reconhecer seu próprio corpo nas imagens. Evitamos ainda analogias que reforcem a visão mecanicista – a qual procura representar o corpo como “máquina”, que requer “combustíveis” – e outras similares. A fim de ressaltar a necessidade de conhecer o corpo e cuidar dele, destacamos as questões para se ter uma vida mais prazerosa. Na unidade relativa à sexualidade, por exemplo, discutimos o tema de uma perspectiva mais ampla que o simples recorte anatomopatológico. Ao longo do volume, outros conteúdos relativos à saúde estão relacionados a vários contextos, nas dimensões individual, coletiva e global. Também é feita nesse volume uma introdução ao estudo da genética, apresentando e discutindo conceitos básicos e algumas das questões da atualidade referentes a esse campo. No livro do 9o ano, um desafio maior ainda se faz presente – o primeiro contato com duas novas áreas das Ciências da Natureza: a Química e a Física. Nessa fase, o aluno aprenderá a refletir ainda mais sobre fenômenos e transformações que ocorrem na natureza e

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em seu cotidiano, que fatores os influenciam e como funcionam alguns equipamentos. Um dos principais objetivos desse ano escolar é sensibilizar o aluno para a questão do conhecimento científico e estimulá-lo a trabalhar com disciplinas com as quais terá um contato mais aprofundado no Ensino Médio. Por isso, o foco está na construção de conceitos, contextualizando-os em situações familiares ao aluno, evitando-se a matematização excessiva ou o “adestramento” na utilização de fórmulas. Buscando uma “leitura” da natureza mais “eficiente”, trabalhamos conteúdos que possibilitam ao aluno identificar e compreender os fenômenos físicos e químicos que ocorrem a sua volta, em seu próprio corpo, em outros seres vivos, no ambiente e na sociedade. Estimulamos o debate em torno de como o conhecimento dessas ciências representa a base de grande parte da tecnologia produzida. Por exemplo, na seção Ciência, tecnologia e sociedade disponibilizamos um texto que trata da emissão de CO2 e de seus impactos sociais. CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE O gás carbônico e o efeito estufa O dióxido de carbono, CO2, é um gás de grande importância em nosso planeta. Além de ser parte do ar atmosférico, ele é um dos responsáveis pelo efeito estufa. Muitas pessoas acreditam que o efeito estufa somente prejudica o meio ambiente; no entanto, sem ele a Terra seria muito fria. Estima-se que, sem essa proteção natural do efeito estufa, a temperatura média da Terra seria 33 °C menor, ficando em torno de 15 °C, o que inviabilizaria a existência de seres vivos.

Pesquise o assunto. Depois o professor dividirá a turma em dois grupos. Junte-se com os colegas e promovam um debate sobre a questão abaixo.

• Você acredita que no Brasil, por dominarmos a tecnologia de produção de etanol em larga

escala, deveria haver intervenção governamental proibindo ou dificultando o uso de gasolina, ou essa escolha deveria ficar a critério de cada cidadão?

324

Página 324 do Livro do Aluno do 9o ano.

Diversos estudos exploram o papel das imagens no ensino e na aprendizagem de Ciências e mostram que, além da importância como recursos para a visualização, contribuindo para a inteligibilidade de diversos textos científicos, as imagens desempenham papel fundamental na constituição das ideias científicas e em sua conceitualização. As imagens sem dúvida podem constituir bons recursos para facilitar a aprendizagem dos conhecimentos, mas deve ser compre­ endida a relação entre o texto escrito e as figuras, as quais também têm por vezes um caráter científico. Nesse sentido, deve-se cuidar para não supervalorizar a ilustração em detrimento das funções dos textos escri­ tos na aprendizagem.

Atentos a essas considerações, usamos nesta obra imagens, como fotografias, quadros, gráficos e ilustrações, que, articuladas com outros tipos de textos, buscam favorecer o estabelecimento de relações significativas entre os conceitos. Sempre que possível, associamos fotografias com esquemas, buscando agregar valor didático sem deixar de retratar a realidade. Consideramos as imagens particularmente importantes quando estudamos seres ou estruturas visíveis somente ao microscópio. Chamamos a atenção para a questão das proporções e das cores-fantasia, a fim de não reforçar no aluno representações mentais equivocadas. As legendas têm a função de acrescentar valor informativo, além de dados descritivos.

MANUAL DO PROFESSOR

Pelo texto acima, percebe-se o quanto a emissão de CO2 em excesso é prejudicial ao meio ambiente! É frequente entre as pessoas o debate voltado à escolha do etanol como combustível em vez da gasolina.

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

ssuaphotos/Shutterstock

É importante que todos os povos se unam para tentar solucionar ou minimizar esse problema que ameaça a vida no planeta. Uma solução é utilizar biocombustíveis e evitar as queimadas.

Na atualidade, é fundamental considerar as motivações sociais envolvidas nas questões de ciência e tecnologia. É preciso questionar o rumo que a humanidade está tomando no atual milênio. Cada vez mais, a vida de grande parte da humanidade depende dos recursos tecnológicos, que, por sua vez, tornam-se mais populares. Por isso, as decisões acerca de questões científicas e tecnológicas não devem se restringir a cientistas, governantes ou grandes empresas. Aos cidadãos do século XXI, cabe opinar, influenciar e tomar grandes decisões nesse sentido. E você é um deles.

4.8 Recursos gráficos: as imagens no ensino e na aprendizagem de Ciências

SILVA, H. C. et al. Cautela ao usar imagens em aulas de Ciências. Ciência e Educação, Bauru: Unesp, v. 12, n. 2, p. 219-233, 2006.

O dióxido de carbono (CO2) é o maior responsável pelo efeito estufa, e o fato de sua concentração estar aumentando com o passar dos anos, provoca uma maior quantidade de calor do Sol retida na Terra, causando o aumento na temperatura. Entre os fatores que contribuem para a maior concentração de CO2, destacam-se a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e as queimadas.

A emissão de CO2 na atmosfera é muito prejudicial ao ambiente. À esquerda, automóvel emitindo gases. À direita, incêndio na Mata Atlântica em período de seca. Petrópolis, RJ, out. 2014.

Observe que, no final dessa seção, um debate é proposto aos alunos e, depois, solicita-se a cada um que manifeste sua opinião a respeito do tema.

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Borboleta.

Serg/Shutterstock

Abelha.

Os besouros medem entre 1 cm e 22 cm (compr.).

As abelhas têm em média 1,5 cm (compr.).

mandíbula

Alzay/Dreamstime.com

Paulo César Pereira

abdome

pernas

Esquema simplificado do corpo de uma formiga – parte dorsal. Quando as asas estão presentes, elas se inserem no tórax dos insetos.

Aparelho bucal: componente da boca utilizado na alimentação.

Gafanhoto

Tubos que furam os organismos e sugam o sangue. Mosca doméstica

Mandíbula de quitina que corta folhas.

recebe energia (calor) Palpos que seguram a folha.

vaporização

A joaninha mede entre 5 mm e 1 cm (compr.).

Mosquito

Tubo oco que suga néctar das flores.

Podemos esquematizar a mudança de estado físico da água, e de qualquer outra substância, da seguinte maneira:

Joaninha.

tação do inseto e é utilizado pelos cientistas como um dos principais critérios de classificação. Vejamos alguns exemplos:

Borboleta

Mudanças de estado físico

glândula salivar Tubo que suga comida e despeja saliva. comida

músculo palpo

Alguns exemplos de aparelhos bucais são o tipo sugador (como o das borboletas); o picador­sugador (como o dos mosquitos); o triturador (como o dos gafanhotos); e o lambedor (como o das moscas). Fotos: Sandra Fanzeres

Darydenko Yullia/ Shutterstock

fusão

Emanuel Corso/Dreamstime.com

Besouro rola­bosta.

antenas

Mesmo que se faça a demonstração prática do fenômeno de mudança de estado físico da água, a esquematização do processo é um recurso didático importante na sistematização do conhecimento. É interessante informar ao aluno que o processo de mudança de estado de qualquer outra substância pode ser representado com esquematização semelhante a esta.

A mosca tem em média 1 cm (compr.).

O primeiro esquema compara, de forma simplificada, os diferentes tipos de aparelhos bucais dos insetos, possibilitando relacioná-los aos hábitos alimentares desses animais. A elaboração de um insetário virtual, com imagens obtidas em sites, além da observação com auxílio de lupa de exemplares trazidos pelos alunos, Na cabeça, há um par de antenas e um par de olhos, além do apaGlossário pode complementar estudo desse aotópico. relho bucal. O tipoo de aparelho bucal relaciona-se tipo de alimencabeça tórax

6º ano: Os estados físicos da água

Mosca.

A borboleta tem em média 10 cm de envergadura.

Ilustrações: Dawidson França

A) Quando se trabalha com esquemas

7º ano: Artrópodes – aparelhos bucais dos insetos Fabio Colombini

Sugerimos a seguir aspectos que podem ser explorados na análise de algumas imagens da coleção.

Sari ONeal/Shutterstock

!

A aranha tem oito pernas locomotoras, ausência de antenas e corpo dividido em cefalotórax e abdome. Já os insetos têm seis pernas, antenas e corpo dividido em cabeça, tórax e abdome.

As imagens apresentadas nesta página estão sem escala, e as cores usadas não correspondem às reais.

As tão doloridas picadas de abelha não são feitas pelo aparelho bucal, mas sim pelo ferrão localizado na extremidade do abdome, ligado a o uma glândula que produz o veneno.

Parte da página 178 do Livro do Aluno do 7 ano.

178 sólido

líquido

gasoso

solidificação

8º ano: Estrutura interna do sistema genital masculino

condensação perde energia (calor)

Fusão: passagem do estado sólido para o líquido.

Vaporização: passagem do estado líquido para o gasoso.

Solidificação: passagem do estado líquido para o sólido.

Condensação: passagem do estado gasoso para o líquido.

Observe que, no cotidiano, a mudança de temperatura pode alterar a forma com que a água se apresenta na natureza, isto é, o estado físico da substância água.

Para ocorrer a fusão e a vaporização, é necessário fornecer energia (calor) à água, ou seja, aquecê-la. Para ocorrer a solidificação e a condensação, é preciso retirar energia (calor) da água, ou seja, resfriá-la. Na o passagem do estado líquido para o estado gasoso, dois tipos de vaporização se destacam: a evaporação e a ebulição.

Glossário

Parte da página 53 do Livro do Aluno do 6 ano. menor concentração de

O solo e o subsolo

gases.

Pressão atmosférica: pressão exercida pelo ar sobre todos os corpos na superfície da Terra. Joel Rocha

A evaporação da água em seu ciclo natural ocorre à temperatura ambiente e é lenta. Já à temperatura de 100 °C e pressão atmosférica ao nível do mar é alcançado o ponto de ebulição, ou seja, a água ferve. Nesse processo, denominado ebulição, a água passa do estado líquido para o gasoso de forma muito mais rápida.

Ar rarefeito: ar com

Considerando que há vários tipos de solo, apresenta-se, aqui, um esquema-padrão para facilitar o estudo da estrutura do solo e Ebulição e evaporação são, desse modo, tipos de vaporização. Diferentemente a evaporaçãodos pode do subsolo e ada ebulição, formação aquíferos. ocorrer em diversas temperaturas e não forma bolhas. A seEm locais situados acima do nível do mar, a água ferve em temperaturas mais baixas. Isso ocorre porque, com o aumento da altitude, o ar se torna mais rarefeito e a pressão atmosférica diminui. Com isso, o ponto de ebulição e a temperatura em que ocorrem outras mudanças de estado físico também se alteram.

A toalha aberta seca mais rapidamente que uma

Quando uma substância passa do estado sólido ao líquitoalha enrolada, pois a superfície de contato com do, ela se encontra em seu ponto de fusão. No caso da água ao nível do o ar é maior. mar, a fusão ocorre a uma temperatura de 0 °C. O solo é a camada mais superficial da crosta terrestre, onde a maioria das plantas nasce e cresce. É no solo que as sementes germinam e é nele que as raízes se fixam e retiram água, oxigênio e nutrientes. Os sais minerais e a matéria orgânica que tornam o solo fértil são originados dos restos de organismos mortos que sofrem a ação de seres decompositores, como bactérias e fungos. Além disso, o solo também desempenha papel importante no armazenamento da água que nele se infiltra. O ser humano utiliza o solo em construções (casas, indústrias, estradas) e na Solo produção de objetos como cerâmica e artesanato.

53

Luis Moura

O solo

A camada abaixo da superfície é o subsolo, que além de apresentar materiais de origem orgânica, é constituído de partículas provenientes da fragmentação de rochas. Há também água e ar entre os grãos de solo.

Subsolo

Rocha compacta

Para muitos animais, o solo é moradia, refúgio, local seguro para pôr ovos. Nas paisagens retratadas, há grandes diferenças entre os tipos de solo. A seguir, você poderá observar algumas dessas diferenças.

Esquema simplificado que mostra camadas do solo, subsolo e rocha compacta em corte.

Parte da página 157 do Livro do Aluno do 6o ano.

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

Nesta ilustração foram utilizadas cores­fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real entre os tamanhos dos elementos representados. Patrick Stollarz/AFP/Getty Images

MANUAL DO PROFESSOR

cagem das roupas no varal é um exemplo de evaporação.

Estão representadas no esquema as principais estruturas que compõem o sistema genital masculino humano, em corte longitudinal e de perfil. É importante destacar o papel de cada órgão não só na “função” reprodutiva mas no desenvolvimento do menino a homem adulto. É essencial que os adolescentes se reconheçam no corpo estudado. Assim, sugere-se complementar a exploração dessa imagem com o estudo dos órgãos vistos externamente para que os alunos integrem as informações. Vale a pena investir em um clima favorável ao diálogo a fim de que a turma se sinta à vontade para trocar ideias e conversar sobre o tema. Provavelmente, os alunos desconhecem os termos técnicos para as estruturas. Pode-se começar explorando seus conhecimentos prévios, não ignorando o que já sabem, mas ampliando seu vocabulário. Vale lembrar que, em muitos casos, só neste espaço os alunos terão acesso a informações corretas sobre sua anatomia e fisiologia.

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Plantação de alface. Teresópolis, RJ, 2012. es/Pulsar Imagens

Praia em Santa Cruz Cabrália, BA, 2014.

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B) Quando se trabalha com quadros, tabelas e ilustrações que completam o texto

O corpo masculino por dentro bexiga (pertence ao sistema urinário)

7º ano: Algumas diferenças entre peixes cartilaginosos e peixes ósseos A imagem localiza nos peixes ósseos e nos cartilaginosos alguns aspectos anatômicos que os diferenciam.

uretra pênis glande

próstata

epidídimo

Se possível, para explorar as características destacadas na imagem, observe com os alunos exemplares obtidos em feiras e mercados, Nosaquários quadros a seguir apresentadas algumas características que diferenciam os peixes ousãonos próprios ambientes naturais.

testículo

Fonte: Gerard J. Tortora. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2010. Esquema simplificado do sistema genital masculino em corte longitudinal. As dimensões das estruturas representadas estão fora de escala; as cores usadas não são as reais.

Testículos Os testículos são as glândulas sexuais masculinas. São formados por tubos finos e enovelados,

chamados túbulos seminíferos. É nesses órgãos que na puberdade, sob a ação de hormônios, iniciaConteúdo apresentado no capítulo 5 da Unidade 3 do Livro -se no corpo masculino a produção de gametas (os espermatozoides). Essa produção permanece por o a vida, podendo alterações na quantidade e qualidade dos gametas por diversos fatores. dotodaAluno do 8haver ano. O hormônio testosterona estimula o aparecimento das características sexuais secundárias masculinas: pelos no rosto e no restante do corpo, modificações na voz etc. Os espermatozoides que acabaram de ser formados ficam armazenados no epidídimo, outro enovelado de túbulos localizado sobre os testículos. Partindo do epidídimo, saem os canais deferentes, dois vasos ou canais que levam os espermatozoides até a uretra. Os espermatozoides são bem menores que os gametas femininos, os óvulos. Na cabeça do espermatozoide há o acrossomo (ou acrossoma) e o núcleo, que guarda o material genético. O acrossomo assemelha-se a um capuz, que facilita a penetração do espermatozoide no óvulo, pois contém substâncias (enzimas) que “decompõem” as proteínas e os glicídios do envoltório externo do gameta feminino. As caucauda ou peça das, ou flagelos, dos espermatozoides permitem flagelo intermediária que esses gametas se movimentem no líquido seminal. A energia propulsória é obtida pelas micabeça tocôndrias (com a respiração celular) localizadas na peça intermediária, que se situa entre a cabeça Esquema de espermatozoide. e a cauda.

cartilaginosos dos peixes ósseos, além do tipo de esqueleto.

PEIXES CARTILAGINOSOS

9º ano: Roldanas móveis

As escamas são dentadas.

As roldanas móveis diminuem a intensidade do esforço necessário para sustentar um corpo, pois parte desse esforço é feito pelo teto, que sustenta o conjunto.

40 kgf

40 kgf

órgão copulador presente no macho

fendas branquiais

Dawidson França

A fecundação é interna. escama dentada em detalhe

boca ventral

40 kgf

As imagens apresentadas nesta página estão sem escala, e as cores usadas não correspondem às reais.

80 kgf

T3  200 N

Com três, é dividida por oito (23), e assim sucessivamente.

T3  200 N

Veja o esquema ao lado. Portanto, se tivermos n roldanas móveis, a força necessária para equilibrar a carga P será: F

P 2n

Agora já sabemos a razão de haver tantas polias em uma sala de musculação. Elas tornam viáveis o esforço que queremos realizar, em geral mudando a direção da força necessária para levantar os pesos, a fim de trabalhar a musculatura desejada.

Com duas roldanas móveis, divide­se por 4 a força necessária para levantar um peso.

98

T3  200 N

T2  400 N

A boca é anterior, ou seja, localiza-se na frente do corpo.

Dawidson França

Dawidson França

F  200 N

T2  400 N

T2  400 N

As escamas são circulares e achatadas.

escamas circulares em detalhe

Com uma roldana móvel, a força necessária para equilibrar a carga é dividida por dois (21). Com duas roldanas móveis, a força necessária é dividida por quatro (22).

O fígado grande, rico em óleos, favorece a flutuação por sua baixa densidade na água. Os tubarões equilibram-se mexendo constantemente o corpo.

PEIXES ÓSSEOS

Observe, no esquema ao lado, como a roldana móvel pode facilitar o trabalho.

O conjunto apresenta uma roldana móvel associada a uma roldana fixa. A força necessária para levantar a carga é menor que o peso da carga.

A boca é ventral, com várias fileiras de dentes pontiagudos, que são repostos à medida que caem. As brânquias não têm opérculo (exceto a quimera, que apresenta opérculo membranoso).

Dawidson França

Roldanas móveis

Dawidson França

O esquema busca facilitar, com as cores e representações das forças, o momento do trabalho com as roldanas móveis. Esse esquema demanda algum tempo para ser desenhado na lousa caso você não disponha 64 de um artefato equivalente à roldana para manuseio dos alunos.

As brânquias são protegidas pelo opérculo.

opérculo

A fecundação geralmente é externa. boca

A maioria possui a bexiga natatória, uma bolsa sob a coluna vertebral que se enche de ar. De acordo com a quantidade de ar retida, conseguem regular a sua flutuação, o que auxilia na manutenção em determinada profundidade.

T1  800 N

Parte da página 203 do Livro do Aluno do 7o ano. T1  800 N

P  800 N

MANUAL DO PROFESSOR

canal deferente vesículas seminais

Dawidson França

Vamos verificar, agora, como são os órgãos sexuais masculinos internos e qual é a importânressalte para a turma que canal deferente é escrito com a letra e cia de cada um. Veja o esquema a seguir: Professor, mesmo.

203

Parte da página 98 do Livro do Aluno do 9o ano.

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D) Quando se trabalha com fotografias e textos

C) Q uando se trabalha com recursos como a linha do tempo

As imagens associadas a uma linha do tempo, como esta a seguir, possibilitam explorar tópicos como a evolução dos seres vivos na Terra e da espécie humana nesse contexto. Vale a pena retomar na análise, ainda que brevemente, o que os alunos lembram do estudo dos seres vivos feito no 7º ano, em especial dos que são citados no infográfico.

9º ano: Destilação simples e fracionada Por meio das imagens é possível observar e diferenciar as aparelhagens usadas nos processos laboratoriais que envolvem destilação simples e fracionada, por exemplo. 2. Destilação simples

Sandra Fanzeres

8º ano: Evolução: dos primeiros seres vivos até o surgimento dos hominídeos

8 7 3

10 4

Uma atividade interessante seria solicitar que elaborem uma história ilustrada, em quadrinhos ou com outra técnica, dos eventos evolutivos estudados. Além de verificar o nível de compreensão do assunto, essa atividade favorece a construção de competências no uso de recursos comunicativos.

5

2 9 1

7

aquecedor (fonte de energia térmica) mistura a ser destilada tubo lateral por onde sai o vapor condensador (região fria) saída de líquido destilado após condensação proveta para coleta de líquido destilado suportes termômetro entrada de água fria da torneira, que evita o aquecimento do condensador 10 saída de água do condensador

Aparelhagem para destilação simples, que permite separar substâncias sólidas dissolvidas em líquidos.

Sandra Fanzeres

3. Destilação fracionada

Alguns prováveis “capítulos” da história da vida na Terra

A destilação fracionada é utilizada quando se deseja isolar dois ou mais componentes de uma mistura homogênea líquida. O aparelho para esse tipo de destilação é semelhante ao apresentado no item anterior, com a diferença de que há uma coluna de destilação antes do condensador, na qual as substâncias serão separadas uma a uma, à medida que forem condensando, de acordo com o ponto 9 de ebulição.

4

A destilação fracionada baseia-se no fato de cada tipo de substância ter seu Ponto de Ebulição (PE), que ocorre em uma temperatura constante e definida.

11 5

Nas ilustrações desta página foram utilizadas cores­fantasia. A proporção entre os tamanhos dos seres vivos representados não é a real.

... 600 milhões de anos

1 2 3 4 5 6 7 8 9

6

7

A vida só existe no mar. Os poríferos (esponjas), os cnidários (água­viva, anêmona etc.) e os primeiros artrópodes surgem e ocupam os oceanos.

10

3 8

6 7

2 1

400 milhões de anos

É comum utilizar a destilação simples para separar uma mistura homogênea de um sólido dissolvido em um líquido. Em aparelhos especiais, submete-se a mistura ao aquecimento até provocar a ebulição do líquido. Seus vapores se condensam e o líquido é recolhido em outro recipiente. A outra parte da mistura fica retida no balão de vidro. Diferentemente da evaporação, a fase líquida não é vaporizada para o ambiente, pois, após passar para o estado gasoso, é conduzida e condensada na região fria do aparelho (condensador).

Surgem os primeiros peixes. As imensas planícies ficam cobertas de verde, de gigantescas samambaias.

8

1 aquecedor (fonte de energia térmica) 2 mistura a ser fracionada 3 coluna de Vigreaux (de destilação) 4 tubo lateral por onde sai o vapor 5 condensador (região fria) 6 saída de líquido destilado após condensação 7 proveta para coleta do líquido destilado 8 suporte 9 termômetro 10 entrada de água fria da torneira, que evita o aquecimento do condensador e resfria o vapor que passa pelo tubo em seu interior 11 saída de água do condensador

Aparelhagem para destilação fracionada, que permite separar substâncias líquidas.

302 300 milhões de anos

MANUAL DO PROFESSOR

POC8003c

100 milhões de anos

Início da ocupação do ambiente terrestre por animais (artrópodes e ancestrais dos anfíbios). Aparecem os primeiros insetos voadores, e o solo pantanoso abriga os primeiros répteis (lagartos).

Página 302 do Livro do Aluno do 9o ano.

Uma extinção em massa destrói cerca de 60% da biodiversidade terrestre (incluindo os últimos dinossauros). A Terra cobre­se de plantas com flores e frutos, em um solo que se torna mais seco.

50 milhões de anos até hoje

POC8003e

Os mamíferos foram bem­sucedidos na ocupação do planeta, graças a algumas vantagens que garantiram o sucesso evolutivo desses animais, tais como: a fecundação interna; o desenvolvimento do feto dentro do corpo da mãe; a garantia de alimento na fase inicial de vida (o leite materno); o cuidado com os filhotes. Estima­se que há cerca de 7 milhões de anos tenham surgido os primeiros hominídeos.

Há uma hipótese de que os primatas — por exemplo, os hominídeos, gorilas e chimpanzés — têm um ancestral comum exclusivo. Essa hipótese se baseia nas semelhanças genéticas, no aspecto físico e comportamental comum a esses seres.

14

Parte da página 14 do Livro do Aluno do 8o ano.

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As atividades e as seções complementares têm funções diversas, como: verificar o conhecimento; propor a aplicação de conceitos ou a realização de procedimentos em situações concretas; estimular o aluno a formular opiniões e argumentar; aprimorar sua capacidade de leitura e comunicação escrita e possibilitar o desenvolvimento de atitudes. Inseridas em cada capítulo do livro-texto, as atividades e as seções complementares são exequíveis nas condições de sala de aula e têm o propósito de favorecer a participação do aluno na própria aprendizagem e em sua formação cidadã. Elas estão descritas a seguir.

PENSE, RESPONDA E REGISTRE No início de cada capítulo há o boxe Pense, responda e registre, cujos objetivos são, por meio de perguntas, levar o aluno a trocar ideias com os colegas, refletir sobre o tema que vai ser abordado, estimulando-o a dizer o que sabe, levantar hipóteses e registrar suas ideias. Essa é uma ferramenta importante que permite ao professor conhecer melhor o seu aluno, como ele pensa, que conceitos já estão construídos ou não e, assim, orientar com maior chance de sucesso o trabalho em sala de aula. No final de cada capítulo, o boxe Retomando as questões iniciais traz respostas às perguntas do boxe Pense, responda e registre. Nesse momento, é necessário que o aluno retome os registros feitos no início do capítulo e, se for o caso, reformule as respostas elaboradas naquele momento. Esta atitude propiciará uma melhor compreensão do processo de aprendizagem e do próprio conhecimento em construção.

INDO ALÉM Nesta seção, o texto apresentado visa ampliar, com informações complementares, o conteúdo estudado no capítulo ou unidade em

questão. Esse material pode ser utilizado em situações de aprendizagem, mediadas por você em sala de aula, como ilustração ou como deflagrador de um projeto escolar, por exemplo.

CONEXÕES A proposta dessa seção é problematizar conteúdos relacionados ao tema em estudo na unidade e abordá-los em uma perspectiva interdisciplinar. Geralmente são temas que se articulam com questões contemporâneas que exigem um olhar menos fragmentado por parte do aluno. Essa proposta coaduna-se com a realização de um trabalho pedagógico voltado à preparação do aluno para uma visão integrada da realidade e pautada na complexidade, como defende Edgard Morin (MORIN, 2009). O professor pode aproveitar as questões e propostas de trabalho para uma ação articulada com colegas de outras disciplinas. Em uma situação em que essa articulação não seja possível, em termos de trabalho, o professor de Ciências poderá comentar com o aluno algumas extrapolações que o tema alcança em outras disciplinas e fontes de consulta. É importante indicar ao aluno essas articulações possíveis no âmbito do tema, evidenciando o caráter interdisciplinar da discussão em questão.

BAGAGEM CULTURAL A seção Bagagem cultural traz temas que favorecem uma abordagem interdisciplinar. Para isso, é importante a problematização, recurso que utilizamos ao propor questionamentos sobre o tema. O professor pode e deve ampliar este rol de questões, a partir do seu planejamento docente. Sem a problematização, o tratamento do tema fica restrito a um enfoque multidisciplinar, que pode ser interessante, mas ainda é fragmentado.

MANUAL DO PROFESSOR

4.9 Detalhamento das seções

São utilizados infográficos com informações, ilustrados de maneira divertida,

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indicando possibilidades de conexão entre as diferentes disciplinas do currículo escolar. O trabalho com a seção pode ser desenvolvido em grupos e associado a pesquisas complementares que reforcem a base conceitual. Atividades como essas ampliam o olhar do aluno e sua leitura de mundo e favorecem sua preparação para imprevistos, incertezas e mudanças, exigências de uma realidade marcada pela complexidade, como nos lembra Morin (2000, 2001).

Explorando Esta seção indica materiais complementares – como livros, animações, infográficos, filmes e textos – que contribuem para a aprendizagem de conteúdos do capítulo e enriquecem o repertório do aluno a respeito de temas correlatos. Além de materiais educativos, a seção recomenda diversos centros de visitação distribuídos por diversas cidades brasileiras, como museus, jardins botânicos, entre outros. • Leituras São indicações bibliográficas complementares para o acervo pessoal dos alunos (ou, em maior abrangência, do “canto do livro” da turma ou da biblioteca da escola).

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A seleção e a leitura poderão ser encaminhadas de várias maneiras, de acordo com a disponibilidade de acesso, o interesse dos alunos e a demanda do planejamento. Ressaltamos ainda que a atividade de leitura e interpretação favorece a construção de competências diversas, amplia a visão de mundo e deve, portanto, ser sempre estimulada. É importante que o aluno, ao ler um livro ou uma revista, explore ao máximo seu potencial, bem como reflita sobre o que está lendo, analise as imagens que são apresentadas, seja curioso e crie o hábito de ler as notas de capa, os rodapés, informações sobre os autores, o ano em que foi editado etc., anote as dúvidas e procure no dicionário as palavras que não conhece. Julgamos que isso pode colaborar para torná-lo um leitor mais crítico.

• Vídeos e filmes Coerente com a ideia de que o livro-texto não deve ser o único e exclusivo recurso didático disponível para o professor, indica-se aqui o uso de outros recursos. Concordamos com Trivelato e Silva (2011, p. 43), para quem: [...] tanto os programas de televisão comer­ cial como educativa, vídeos didáticos ou comerciais, bem como o cinema, podem ser utilizados em sala de aula, com a adequada mediação do professor, para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

Torna-se necessário que a escola, ao adotar os filmes, os desenhos animados e as notícias divulgadas pela mídia visual como recurso didático, aproveite a oportunidade para explorar os conteúdos de ciência envolvidos (muitas vezes tratados nessas produções de modo equivocado), refletir sobre as interações ciência-tecnologia-sociedade, discutir ideias acerca da natureza da ciência e desenvolver no estudante a capacidade de análise crítica da informação. Apesar da importância das produções especialmente dirigidas à divulgação científica, é nas ficções científicas que pensamos primeiro quando se fala sobre ciência no cinema. Mas este não é o único gênero de filme a projetar imagens sobre a ciência, os cientistas ou as sociedades neles centradas. Filmes de aventuras, dramas, comédias e desenhos têm também sua parcela de contribuição para formar, muitas vezes, concepções sobre a ciência, inclusive distorcidas (como es­te­reó­ ti­pos, modelos tratados como "realidade" e valorização excessiva de determinados personagens, não os considerando como parte de um contexto sócio-histórico). Essas produções se constituem como referências comuns pelas quais a ciência e a técnica são percebidas por grande parte da sociedade, compondo assim o universo simbólico no qual a opinião pública vislumbra e discute os rumos e os limites dos empreendimentos científicos e tecnológicos. Esses recursos podem ser utilizados para introduzir um novo assunto, a fim de despertar

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Contudo, é preciso atentar para a importância da mediação entre o conteúdo científico e as diferentes formas em que é representado socialmente para que esses recursos não assumam o papel de simples entretenimento esporádico na escola. Como qualquer recurso didático, a eficiência e o significado das mídias audiovisuais no ensino de Ciências dependerão de seu uso articulado com o currículo. Nesta seção apresentamos várias sugestões. Como todo recurso, elas também devem ser trabalhadas de modo seletivo, estimulando a postura crítica por parte dos alunos. Como sugestão de planilha para auxiliar o planejamento de atividade com vídeo, temos:

Programa Público-alvo Objetivos do trabalho com o vídeo Conteúdos que o vídeo aborda Antes de exibir o vídeo Encaminhamento com os alunos

Durante a exibição Após a exibição

Trechos que destacaria com os alunos Atividades desencadeadas pelo vídeo

• Sites A disponibilidade de computadores na escola amplia as possibilidades de alunos e professores terem acesso a informações atualizadas e em grande quantidade. Nesta seção há indicações de sites que divulgam resultados de experimentos, apresentam centros de divulgação científica e disponibilizam várias informações bibliográficas etc. No entanto, é fundamental que você oriente os alunos quanto aos critérios de seleção e defina a rota a ser seguida em cada navegação, afinal, o desafio nesta época dominada pelas tecnologias é transformar tanta informação disponível em conhecimento. A internet não deve se constituir como única fonte de pesquisa. É preciso estimular o aluno a complementar seus trabalhos com informações obtidas em livros, revistas, jornais, entrevistas com profissionais ou visitas a instituições especializadas. Além disso, pesquisar não é simplesmente recortar e colar. O aluno deve analisar o que leu, complementar, ­rees­cre­ver, incrementar com recursos visuais e sempre citar as fontes onde obteve conteúdos como textos e imagens, indicando o endereço eletrônico e a data de acesso ao site. • Locais para visitação De modo geral, percebe-se que os centros e museus de ciência – espaços não formais de aprendizado em Ciências – desempenham um importante papel, por estarem atualmente mais próximos do cotidiano das escolas, servindo como extensão da sala de aula. Esses locais especialmente voltados à ciência se integram a um conjunto de espaços e ações que envolve bibliotecas públicas, televisão, mídia impressa e outras instituições. Concordamos com Krasilchik e Marandino (2004) quando afirmam: [...] a tão almejada alfabetização científica não pode prescindir, no mundo de hoje, de ações de parceria entre os diferentes espaços des­ tinados à divulgação e ao ensino de Ciências. Escolas, museus, centros de interpretação da cultura científica e do patrimônio cultural,

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a curiosidade ou a motivação para novos temas. Ajudam a visualizar o que é apresentado em sala de aula, inclusive cenários desconhecidos dos alunos. Krasilchik (2004 apud TRIVELATO e SILVA, 2011) lembra que recursos audiovisuais podem ilustrar ou simular, por exemplo, experimentos que apresentariam riscos ou exigiriam muito tempo e recursos bem sofisticados, processos muito lentos ou rápidos demais, paisagens exóticas e comportamentos de animais e plantas. Destaca, ainda, que esses recursos também se mostram essenciais para a possibilidade de ver desde o infinitamente pequeno até o imensamente grande; multiplicar pontos de vista sobre uma mesma interpretação da realidade e possibilitar uma aproximação dirigida, conhecer outras culturas e contextos, entre outros exemplos.

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meios de comunicação de massa, entre outros, devem promover cada vez mais ações conjun­ tas, as quais, respeitando as especificidades de cada um, ampliem o efeito de seus programas.

Nesta seção estão indicadas instituições de todo o Brasil. Contudo, é importante fazer, com os alunos, um levantamento de instituições, similares às indicadas, mais próximas da escola. Ao fazer uma visita a algum desses espaços, é interessante que demonstrem atitude investigativa e registrem suas observações por escrito. Sugerimos também separar um tempo a fim de que os alunos possam registrar suas impressões e até mesmo desenhar durante a visita ou, se não for possível, depois, em sala de aula. A produção de fotografias e vídeos (atualmente mais viável com o uso dos telefones celulares ou máquinas fotográficas digitais) também pode ser uma ótima estratégia didática. Após a visita, tendo por base as fotografias, os vídeos e/ou desenhos, eles poderão apresentar individualmente ou em grupo (oralmente ou por escrito) os elementos observados que mais chamaram sua atenção e por quê. Assim, poderá ser feita uma avaliação bastante rica e dinâmica, ampliando ou até substituindo outras formas avaliativas mais convencionais. Depois, ainda podem comparar seus registros com os dos colegas e verificar se as impressões e percepções foram semelhantes ou não.

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O boxe-pergunta antecipa para o aluno um questionamento a respeito de algum conteúdo, assunto ou fato a ser abordado na leitura do texto que está sendo trabalhado, com o objetivo de estimular a curiosidade do aluno e levá-lo a levantar hipóteses sobre a questão. No boxe-resposta é apresentada a resposta à pergunta inicial, fechando o elo pergunta-texto-resposta, ou seja, possibilitando estabelecer uma relação dialógica com o texto.

Glossário A aprendizagem está intimamente ligada à ampliação do vocabulário. No Glossário o aluno encontra a definição de termos que poderiam comprometer sua compreensão do texto didático. Entendemos que quando o aluno encontra o significado de uma palavra desconhecida na primeira página em que ela aparece, a leitura e o entendimento do texto se tornam mais ágeis e eficientes. Apesar disso, esse recurso não substitui a consulta ao dicionário. O uso adequado do dicionário como referência não deve ser subestimado, e sim estimulado sempre que necessário. O desenvolvimento desta habilidade é fundamental no Ensino Fundamental II.

CIÊNCIAS E CIDADANIA Como já exposto neste manual, consideramos que a ciência não é uma atividade neutra, e seu desenvolvimento está diretamente imbricado com os aspectos sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais. A exclusão social, a luta pelos direitos humanos e a conquista da melhoria da qualidade de vida não podem ficar à margem dos currículos de Ciências. A escola assume importância cada vez maior e não pode excluir seus alunos da discussão sobre clonagem, células-tronco, fontes alternativas de energia etc. e de decisões políticas como as referentes a protocolos internacionais que regulam a emissão de carbono no monitoramento do aquecimento global. Entendemos também que as questões sociais, por sua urgência e importância na contemporaneidade, devem ser problematizadas e abordadas de modo interdisciplinar e ao longo de todo o currículo do Ensino Fundamental. Com a preocupação de preparar o aluno para o exercício da cidadania, esta coleção propõe que em sala de aula sejam debatidas questões que deixaram de ter importância apenas no espaço dos grandes institutos e laboratórios de pesquisa

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE Buscamos, nesta seção, enfatizar as discussões que envolvem a dimensão social da Ciência e da Tecnologia. O movimento CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) foi uma rea­ção originada na academia e decorrente de uma série de movimentos sociais e políticos de contestação do sistema vigente no fim da década de 1960, na Europa e nos Estados Unidos. Um dos alvos desses protestos era a cultura tecnocrática dominante nas décadas anteriores. Segundo Walter Bazzo (1993, p. 119), os estudos CTS devem ser entendidos como: “uma reação acadêmica contra a tradicional concepção essencialista e triunfalista da ciência e da tecnologia, subjacente aos modelos clássicos de gestão política”. O mesmo autor (1993, p. 125) afirma: Os estudos CTS buscam compreender a dimensão social da ciência e da tecnologia, tanto desde o ponto de vista dos seus antece­ dentes sociais como de suas consequências sociais e ambientais, ou seja, tanto no que diz respeito aos fatores de natureza social, política ou econômica que modulam a mu­ dança científico-tecnológica como pelo que concerne às repercussões éticas, ambientais ou culturais dessa mudança.

As questões que envolvem as inter-relações entre ciência, tecnologia e sociedade atingem uma dimensão política cada vez

mais significativas: as que envolvem aspectos bioéticos (como transgênicos, clonagem e pesquisas com células-tronco), fontes alternativas de energia, energia nuclear, qualidade do ar, preservação das florestas, consequências do uso de celulares, entre outras. O meio educacional apropriou-se dessa discussão não só por sua adequação inquestionável à formação cidadã como também para aproximar a ciência dos interesses dos alunos e da sociedade. São adequados para trabalhar em um ensino com ênfase em contextos eminentemente controversos – que demandam posicionamento –, relacionados a questões de ordem social. Em um Estado democrático, o exercício da cidadania é condicionado à qualificação para a participação nas decisões. E muitas delas envolvem questões de ordem tecnocientífica. É esse o ponto central de que tratam os estudos CTS. Atualmente, o campo CTS procura colaborar, por meio da ação educativa, com propostas de políticas públicas voltadas para qualificar a participação popular na tomada de decisões em questões que envolvam ciência e tecnologia. Os estudos CTS aparecem cada vez mais na pesquisa em ensino de Ciências. A opção por um ensino com ênfase em CTS implica, por parte de educadores, uma prática pedagógica que possibilita um encaminhamento de grande apelo para a maioria dos alunos, mesmo entre aqueles que não apresentam muita afinidade com as questões científicas. Nesse sentido, esta seção do livro pretende apresentar propostas de reflexões e atividades para a sala de aula de Ciências voltadas para explorar temas controversos que envolvem a dimensão social da ciência e da tecnologia. O trabalho com temas deste tipo, em uma perspectiva dialógica, promove maior integração entre os alunos e destes com o professor, possibilitando a mudança de uma postura mais individualista para uma que considera o coletivo, admitindo e valorizando a existência de opiniões e

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e atualmente “invadem” a vida do cidadão comum. São assuntos que dizem respeito à saúde, ao meio ambiente e ao uso de tecnologias, entre outros, para os quais o estudante deve estar atento, emitir opiniões e fazer escolhas. A seção Ciências e cidadania é um espaço de destaque para questões desse tipo. Esperamos que alunos e professores, sensibilizados pelas problemáticas levantadas nesta seção, possam desenvolver projetos e trabalhos que envolvam a comunidade escolar e extraescolar.

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pontos de vista diferentes. Além disso, ajuda a promover a reflexão e o posicionamento dos alunos, preparando-os para o exercício da cidadania (SILVA, 2003 apud TRIVELATO e SILVA, 2011, p. 95). Em geral, inicia-se o trabalho com um breve texto, referente a um tema apresentado com ênfase em CTS, em que se destacam possíveis pontos de vista, geralmente polêmicos e controversos, pelo menos na ótica das vantagens e das desvantagens para a sociedade do tema científico abordado. Por fim, uma atividade para a sala de aula é apresentada. Propostas como debates simulados, trabalhos, projetos etc. voltados para uma intervenção na comunidade, entre outros, são sugeridas a fim de contribuir para a prática pedagógica do professor que considera importante trabalhar em prol da construção de uma visão crítica da ciência e da tecnologia por parte dos alunos.

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É fundamental o aluno identificar que as relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida são resultado de um processo histórico. Objetivamos assim, com textos, reflexões ou atividades, levar o aluno a perceber que ciência é produção humana, sendo, como tal, fruto do contexto histórico-social. Na seção Ciência tem história pretende-se mostrar, portanto, ainda que pontualmente, o processo histórico de construção de alguns conceitos estudados na coleção, ilustrando seus diferentes contextos histórico-sociais de produção. Descrevemos, assim, alguns episódios históricos, com o objetivo de possibilitar ao aluno a compreensão de que a aceitação ou não de uma teoria tem grande relação com as forças sociais, políticas, filosóficas ou religiosas do contexto em que foi produzida.

COM A PALAVRA, O ESPECIALISTA Nesta seção apresentamos uma entrevista com um cientista cujo trabalho está relacionado à unidade em estudo. O objetivo é mostrar como trabalham e pensam os cientistas, tentando desconstruir o estereótipo da imagem masculina, mítica e detentora exclusiva do poder de conhecimento científico atribuída a esses profissionais. Tal imagem distorcida costuma ser reforçada nas produções voltadas ao público infantojuvenil, como desenhos animados e revistas em quadrinhos, e na mídia em geral. Dialogamos com pesquisadores de várias regiões do país. Tivemos ainda a preocupação de incluir mulheres de modo equitativo no grupo de entrevistados, atentos à questão entre gênero e ciência.

O campo da saúde, como outros da sociedade, tem fronteiras imprecisas. Encontra-se ligado intimamente a outros setores sociais, como educação, trabalho e seguridade social, e dependente dos setores econômicos. Além disso, os indicadores de saúde são componentes essenciais de indicadores mais complexos de qualidade de vida. Constata-se, portanto, que no âmbito de uma abordagem pautada no pensamento complexo transdisciplinar proposto por Morin (2000), é preciso olhar para as questões relativas à saúde em uma dimensão mais ampla, não restrita à simples biologização, tampouco a resultado de capricho pessoal. Pretendemos trabalhar na perspectiva da promoção da saúde admitindo sua dimensão coletiva e social. O conceito de saúde aqui adotado reconhece como fatores determinantes da vida saudável as condições ambientais, econômicas, políticas, psicológicas,

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Nossa proposta é sensibilizar o aluno para a importância do cuidado com o corpo e o ambiente. Estimulamos a busca de informações complementares, a participação e a mobilização do aluno na comunidade da qual faz parte.

4.10 Atividades diversificadas As atividades propostas nesta coleção não exigem materiais de alto custo ou de difícil acesso, pois elas têm o objetivo de atender à realidade da maioria das escolas brasileiras. Considerando a diversidade de conceitos e de competências a serem construídos e/ou desenvolvidos, essas atividades também se mostram variadas e com diferentes níveis de dificuldade. São elas:

OBSERVANDO É importante o aluno aprender a combinar leituras, observações e experimentações e também comparar explicações. Espera-se que ele desenvolva habilidades de organização, comunicação e discussão de fatos e informações. Na coleção, apesar de em determinados momentos termos optado por atividades práticas tradicionais, apresentadas com roteiros, perguntas e processos previamente orientados, buscamos contemplar, sempre que possível, na seção Observando, o caráter investigativo tão fundamental ao processo ensino-aprendizagem de Ciências. Em alguns momentos dessa seção, nossa escolha se baseia em práticas educativas

que se voltam para a ação do aluno durante o processo ensino-aprendizagem e que, conforme ressalta Azevedo (2004, p. 21-22), ajudam a: [...] levar o aluno a participar de seu processo de aprendizagem, sair de uma postura pas­ siva e começar a perceber e a agir sobre o seu objeto de estudo, relacionando o objeto com acontecimentos e buscando as causas dessa relação, procurando, portanto, uma explicação causal para o resultado de suas ações e/ou interações.

O papel do aluno se altera muito nesses momentos de investigação. Ele não é o agente passivo do processo de aprendizagem, mas o agente promotor de seu próprio conhecimento. Segundo Azevedo (2004, p. 25): Deixa de ser um apenas conhecedor de conteúdos, vindo a “aprender” atitudes, de­ senvolver habilidades, como argumentação, interpretação, análise entre outras.

Com base na atividade inicial, são propostos desdobramentos que, em geral, incluem registro e análise das observações feitas. Entre os momentos da coleção em que exploramos as atividades de forma mais investigativa, citamos alguns exemplos a seguir. • No 6º ano, na Unidade 1, Capítulo 2, os alunos desenvolvem uma atividade de caráter investigativo ao observar a ação dos decompositores. • Ainda no 7º ano, na Unidade 4, Capítulo 16, os alunos desenvolvem uma atividade para observação dos répteis. • No 8º ano, Unidade 4, Capítulo 9, na seção Trabalho em equipe, os alunos analisam a qualidade nutricional dos alimentos por meio dos rótulos com essas informações. • No 9º ano, Unidade 1, Capítulo 7, os alunos analisam, de forma investigativa, o comportamento do som propagando-se em diferentes materiais.

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sociais, culturais e comportamentais, agregando-as a ela. Se abordados fora de um contexto apropriado, os temas referentes à saúde podem parecer um tanto alheios à realidade e, dessa maneira, comprometer a adoção de estilos de vida saudáveis e a conscientização para aspectos e questões fundamentais.

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EXPERIMENTANDO Consideramos importante que os alunos participem de aulas em que aconteçam atividades práticas. Assim, podem discutir ideias, manipular materiais, ser desafiados a observar e interpretar resultados para alcançar as conclusões de modo prazeroso. As atividades práticas propostas ao longo da coleção observam as orientações apresentadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998): As atividades experimentais em laborató­ rio ou em sala de aula devem obedecer às normas de segurança relativas à manipu­ lação de fogo, experimentos com produtos químicos e eletricidade. Há restrições a experimentos com sangue humano e às ob­ servações de tecidos humanos, entre outros. E também são previstos cuidados especiais com os equipamentos.

Os exercícios propostos ao fim de cada capítulo apresentam-se nas seções a seguir.

AGORA É COM VOCÊ

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Apresenta questões que abordam os principais conceitos e as ideias básicas trabalhadas no capítulo, possibilitando uma visão geral do conteúdo estudado. Tem, portanto, papel de revisão e fixação, preparando o aluno para atividades mais desafiadoras.

DIVERSIFICANDO LINGUAGENS Atividade cujo foco é o desenvolvimento das competências de leitura, análise e reflexão com base em textos de diferentes gêneros, incluindo charges, quadrinhos, divulgação científica, textos informativos, entre outros. São também explorados textos multimodais, formados por duas ou mais modalidades linguísticas, como texto verbal e imagens variadas: gráficos, esquemas ilustrados, tabelas, legendas etc.

As respostas não são diretas, exigindo que aluno se proponha a refletir sobre as questões apresentadas. Inclui também atividades que apresentam situações do cotidiano (não necessariamente o imediato), propondo aos alunos que articulem o conhecimento adquirido na aula de Ciências com as questões da vida real. Buscamos aqui, mais uma vez, a abordagem interdisciplinar e contextualizada do conhecimento. Em geral, mobilizam no estudante competências mais complexas, como análise, síntese, inferência, relação etc.

SUPERANDO DESAFIOS É apresentada aqui uma seleção de alguns exercícios de vestibulares ou exames feitos pelo MEC, como o Enem e o Pisa, como recurso opcional ao professor que quiser familiarizar sua turma com questões de concursos e/ou aprofundar determinados conceitos trabalhados. Salientamos, no entanto, que não é nossa intenção atribuir ao Ensino Fundamental papel propedêutico para as diferentes formas de processo seletivo. Apesar de serem em sua maioria extraídas de exames de uma etapa posterior (Ensino Médio), e por isso terem o caráter de “desafios” para o aluno de Ensino Fundamental, as questões propostas avaliam competências e conceitos trabalhados ao longo da coleção, não exigindo necessariamente que você complemente o conteúdo para explorá-las com a turma.

TRABALHO EM EQUIPE Reúne atividades cujo foco é a sinergia, o trabalho coletivo de busca e sistematização de informações em fontes diversificadas, assim como o debate sobre questões instigantes. As tarefas propostas buscam valorizar o trabalho coletivo e estimular as relações interpessoais e a prática de ação crítica e ­cooperativa. Para favorecer o trabalho coope­ ra­ti­vo, as atividades dessa seção preveem

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grupos de trabalho. Esperamos contribuir para desenvolver nos alunos atitudes como saber ouvir, se expressar, debater argumentando e respeitar as diferenças.

Frequentemente, o aluno não consegue sozinho relacionar adequadamente os assuntos abordados em diferentes capítulos. Por exemplo, a compreensão de conceitos relacionados à qualidade da água deve abranger outros que atuam como pré-requisitos à aprendizagem, como as propriedades básicas da água e noções acerca de sua relação com a vida no planeta Terra. Para consolidar a compreensão dos principais temas de cada livro, a seção Resgatando conteúdos, no final de cada unidade, tem como objetivo revisar e conectar conceitos estudados em todos os seus capítulos. As atividades propostas são diversificadas e apresentam imagens, textos e questões de exames oficiais.

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A avaliação desse tipo de atividade não deve se limitar à análise da produção final do grupo, pois é importante também a observação de como é conduzido o processo de trabalho, que inclui discussão, negociação, organização, comunicação efetiva entre os membros etc. Por isso, sugere-se que seja reservado tempo em sala para sua execução. A fim de ganhar tempo, pode-se solicitar aos alunos que realizem fora da escola etapas como a organização do material e a pesquisa prévia para coleta de informações. É interessante atentar ainda para a importância de desfazer as famosas “panelinhas” e estimular o entrosamento entre alunos com diferentes habilidades e ideias.

RESGATANDO CONTEÚDOS

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5. Organização dos conteúdos na coleção Mesmo havendo especificidade na seleção de conteúdos curriculares em Ciências para cada ano escolar, é importante não perder de vista a articulação dos conceitos estudados. Com esse objetivo, você deve atentar para a retomada, ainda que de forma sintética, de conceitos básicos já estudados pelo aluno em anos anteriores. Para facilitar esse trabalho, sugerimos, paralelamente ao quadro de conteúdos a seguir, uma seleção de temas que julgamos ser importante retomar.

6o ano UNIDADE 1 – ECOLOGIA: SERES VIVOS E AMBIENTE 1. O mundo dos seres vivos 2. Os seres vivos e suas interações UNIDADE 2 – ÁGUA: SUBSTÂNCIA VITAL 3. A água no ambiente e nos seres vivos 4. Água, uma substância fundamental 5. A importância da água para a vida humana UNIDADE 3 – O AR E A ATMOSFERA 6. Componentes e propriedades do ar 7. A atmosfera 8. A previsão do tempo 9. A poluição do ar – a Terra em perigo

UNIDADE 4 – A TERRA E O SOLO 10. O solo e o subsolo 11. O solo e os seres humanos 12. Mudanças na paisagem

Conteúdos a serem retomados: • comparações entre elementos dos ambientes (particularmente o solo e a água); • fontes e transformações de energia; • interferências do ser humano no ambiente e consequências; • tecnologias versus exploração de recursos naturais; • reciclagem de materiais.

UNIDADE 5 – A TERRA NO UNIVERSO 13. O Universo 14. Sistema Solar 15. A Terra e a Lua

7o ano

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UNIDADE 1 – BIODIVERSIDADE E CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS 1. Os seres vivos e o ambiente 2. A vida do planeta Terra 3. Classificação dos seres vivos 4. O trabalho científico UNIDADE 2 – VÍRUS, MONERAS, PROTOCTISTAS E FUNGOS 5. Vírus 6. Reino dos moneras 7. Reino dos protoctistas 8. Reino dos fungos UNIDADE 3 – OS ANIMAIS INVERTEBRADOS 9. Poríferos e cnidários 10. Platelmintos e nematoides 11. Anelídeos e moluscos 12. Artrópodes 13. Equinodermos

UNIDADE 4 – OS ANIMAIS VERTEBRADOS 14. Peixes 15. Anfíbios 16. Répteis 17. Aves 18. Mamíferos

UNIDADE 5 – REINO DAS PLANTAS 19. Plantas 20. B riófitas e pteridófitas – plantas sem semente 21. G imnospermas – plantas com semente e sem fruto 22. Angiospermas – raiz, caule e folha 23. A ngiospermas – flor, fruto e semente

Conteúdos a serem retomados: • ciclos climáticos; • estações do ano; • biodiversidade; • adaptação ao ambiente; • ecossistemas; • cadeias e teias alimentares; • espécie; • relação entre ambiente e saúde.

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8o ano UNIDADE 1 – NÓS, SERES HUMANOS 1. A história da vida na Terra 2. O ser humano no ambiente

UNIDADE 4 – FUNÇÕES DA NUTRIÇÃO 9. Os alimentos 10. Sistema digestório 11. Sistema respiratório 12. Sistemas cardiovascular e linfático 13. Sistema urinário

UNIDADE 2 – COMO É FORMADO O NOSSO CORPO 3. As células constituem os seres vivos 4. As células se organizam – os tecidos

UNIDADE 5 – ÓRGÃOS DOS SENTIDOS, SISTEMAS NERVOSO E ENDÓCRINO 14. Sistema sensorial 15. Sistema nervoso 16. Sistema endócrino

UNIDADE 3 – SEXUALIDADE E VIDA 5. Adolescência 6. Da concepção ao nascimento 7. Saúde e sexualidade 8. A hereditariedade

UNIDADE 6 – LOCOMOÇÃO – OSSOS E MÚSCULOS 17. Sistema ósseo 18. Sistema muscular

Conteúdos a serem retomados: • espécie; • adaptação; • evolução; • características dos seres vivos; • reprodução sexuada; • variabilidade genética; • características e funções vitais dos mamíferos; • organismos patogênicos.

9o ano

UNIDADE 1 – FÍSICA 1. Conhecendo a Física 2. Descrevendo movimentos 3. As leis de Newton 4. Gravitação 5. Máquinas simples, trabalho e energia 6. Calor 7. Ondas e som 8. Luz 9. Eletricidade e magnetismo

UNIDADE 2 – QUÍMICA 10. A estrutura atômica da matéria 11. Os elementos químicos e sua classificação periódica 12. Ligações químicas 13. O estudo da matéria 14. Funções químicas 15. As reações químicas

Conteúdos a serem retomados: • o trabalho científico; • composição, estados físicos e propriedades da matéria; • energia e suas transformações; • força gravitacional; • sistema solar; • processo químico da fotossíntese, digestão e outros relacionados à vida e ao ambiente.

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AS CIÊNCIAS DA NATUREZA Ciência, tecnologia e sociedade

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5.1 Plano anual para o 6o ano UNIDADE 1 – ECOLOGIA: SERES VIVOS E AMBIENTE Objetivo geral • Reconhecer a importância das interações entre os diversos seres vivos e destes com os diferentes ambientes como fatores fundamentais na manutenção da biodiversidade na Terra.

CAPÍTULOS

CONTEÚDOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1 – O mundo dos seres vivos

• Biodiversidade; conceito de espécie. • Como os seres vivos ocupam o planeta – a biodiversidade no globo terrestre. • Adaptação e seleção natural. • Conceitos de nicho ecológico e hábitat. • Os seres vivos nos ecossistemas. • Os biomas. • Os principais biomas brasileiros e suas características. • Os níveis de organização dos seres vivos – de indivíduo a comunidade.

• Reconhecer a biosfera como um grande ecossistema. • Reconhecer a diversidade ambiental no planeta Terra. • Relacionar a biodiversidade com as diferentes condições ambientais. • Caracterizar os principais tipos de biomas brasileiros e as formas de adaptação dos seres que neles vivem.

2 – Os seres vivos e suas interações

• Obtendo energia para a sobrevivência – níveis tróficos. • Ocupando diferentes papéis: cadeias e teias alimentares.

• Compreender as diversas relações entre os elementos da biosfera. • Reconhecer, em situações naturais ou apresentadas em textos ou imagens, que os seres vivos mantêm relações tróficas entre si.

UNIDADE 2 – ÁGUA: SUBSTÂNCIA VITAL Objetivo geral • Identificar a água como componente fundamental dos seres vivos e em seus processos vitais.

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CAPÍTULOS

CONTEÚDOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

3 – A água no ambiente e nos seres vivos

• A presença da água nos seres vivos. • A presença da água no ambiente. • O ciclo da água em nosso planeta.

• Reconhecer a presença da água em diferentes estados físicos na Terra. • Reconhecer a participação da água nos processos e fenômenos que ocorrem tanto no ambiente quanto nos seres vivos.

4 – Água, uma substância fundamental

• • • • • • • •

O que é a água? Estados físicos da matéria. Flutuar ou afundar? A água é um solvente. A água como regulador térmico. A água exerce pressão. O princípio dos vasos comunicantes. O princípio de Pascal: tensão superficial.

• Identificar os elementos químicos que compõem a molécula da água. • Identificar as propriedades da água e seu comportamento na natureza.

5 – A importância da água para a vida humana

• • • • • •

A história de alguns povos e rios. O que afeta a água afeta o ambiente e a humanidade. Fontes de poluição da água. A água que chega à torneira: o tratamento da água. O destino da água utilizada: o tratamento de esgoto. Água: direito de todos, realidade de alguns.

• Relacionar a vida do ser humano à disponibilidade de água e conscientizar-se da necessidade de cuidar dessa água, evitando seu desperdício e sua contaminação. • Identificar as fontes de poluição da água. • Compreender a importância da implantação de estações de tratamento de esgotos nas cidades. • Perceber a importância do tratamento da água, garantindo a sua qualidade.

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UNIDADE 3 – O AR E A ATMOSFERA Objetivo geral • Reconhecer o ar como um dos fatores fundamentais na manutenção da vida no planeta Terra.

CAPÍTULOS

CONTEÚDOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

6 – Componentes e propriedades do ar

• Composição do ar. • Outras características: massa, compressibilidade, elasticidade, peso, pressão atmosférica. • Relação entre pressão e altitude.

• Identificar o ar como uma mistura de gases que contém principalmente nitrogênio e oxigênio na sua composição. • Reconhecer a elasticidade, o peso e a pressão do ar em situações concretas.

7 – A atmosfera

• Composição da atmosfera terrestre. • As camadas da atmosfera.

• Conhecer a atmosfera. • Distinguir as camadas atmosféricas.

8 – A previsão do tempo

• • • • • • •

Tempo e clima. Fatores relacionados à previsão do tempo. Tipos de nuvens, massas de ar. Ventos, temperatura e umidade do ar. Pressão atmosférica, nível pluviométrico. Estações meteorológicas. Aparelhos meteorológicos.

• Relacionar os diferentes fatores envolvidos nas condições atmosféricas e na previsão do tempo.

9 – A poluição do ar – a Terra em perigo

• • • • • • • • • •

O papel protetor da atmosfera. O que causa a poluição do ar. Poluentes e seus efeitos sobre a saúde. Buracos na camada de ozônio. Efeito estufa. Chuva ácida. Inversão térmica. Aquecimento global. Protocolos internacionais. Fontes alternativas de energia.

• Associar alterações na composição do ar com a emissão de substâncias poluidoras e suas consequências. • Avaliar as consequências da poluição atmosférica para o meio ambiente e para os seres vivos.

UNIDADE 4 – A TERRA E O SOLO Objetivos gerais • Reconhecer o solo como um dos elementos da biosfera que abrigam a vida. • Reconhecer que deve ser mantida a composição do solo e devem ser respeitados os ciclos vitais que nele ocorrem.

10 – O solo e o subsolo

11 – O solo e os seres humanos

CONTEÚDOS • • • • • • •

• • • • •

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A estrutura do planeta Terra. O chão em que pisamos. Rochas magmáticas. Rochas sedimentares. Rochas metamórficas. O solo. Diferentes tipos de solo.

• Identificar e comparar os solos quanto aos tipos de partículas predominantes na sua composição. • Distinguir os solos quanto à permeabilidade em relação à água.

A interação entre os fatores ambientais e os seres vivos. Cuidados com o solo. Agricultura sustentável. Os perigos da poluição do solo. O destino do lixo.

• Entender a importância para a agricultura dos cuidados com o solo. • Reconhecer como é inadequada a forma de tratamento do lixo a céu aberto. • Verificar que o lixo pode ser reciclado de diversas formas e que o seu tratamento correto é benéfico tanto à saúde quanto à conservação dos recursos naturais. • Relacionar a presença e as atividades decompositoras de bactérias e fungos com a fertilidade do solo.

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CAPÍTULOS

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UNIDADE 4 – A TERRA E O SOLO CAPÍTULOS

12 – Mudanças na paisagem

CONTEÚDOS

• • • • • •

A ação do vento e da água sobre as rochas. A ação na natureza: erosão. Rochas transformadas por ação química. O perigo do desmatamento. A devastação causada pelas queimadas. Como evitar a erosão?

OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Relacionar a ação dos agentes de intemperismos à formação do solo e à sua erosão, principalmente em situações cotidianas. • Relacionar as queimadas à morte dos decompositores e à perda da fertilidade do solo. • Identificar a relação entre o solo, a vegetação e o regime de chuvas. • Identificar a água como um poderoso agente de erosão (sob forma de gelo, nas regiões glaciais, águas pluviais, fluviais e do mar). • Identificar os efeitos e reconhecer a responsabilidade da ação do ser humano sobre o relevo e a vegetação do globo terrestre.

UNIDADE 5 – A TERRA NO UNIVERSO Objetivo geral • Reconhecer, com base no estudo de conceitos básicos de Astronomia, a Terra como elemento integrante do Universo.

CAPÍTULOS

13 – O Universo

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14 – Sistema Solar

15 – A Terra e a Lua

CONTEÚDOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• O que é o Universo? • As teorias relativas ao surgimento do Universo. • Composição do Universo. –– As estrelas. –– As galáxias – entre elas a Via Láctea.

• Identificar o Universo como o conjunto de planetas, satélites, cometas, estrelas, nebulosas, galáxias e tudo o mais que está presente nele. • Reconhecer o avanço tecnológico como um dos elementos facilitadores das descobertas científicas e de ampliação dos limites do conhecimento humano, especialmente no campo da Astronomia.

• O surgimento do Sistema Solar. • Os componentes do Sistema Solar. –– Os planetas. –– Outros astros do Sistema Solar.

• Reconhecer o modelo de organização do Sistema Solar e localizar a posição da Terra nesse conjunto de astros. • Compreender que a organização dos astros em movimento tem relação com determinado tipo de força, por exemplo, a gravitacional. • Identificar as características de um planeta. • Identificar as características de um satélite natural e os planetas do Sistema Solar que têm um ou mais satélites. • Identificar as características básicas dos demais astros que fazem parte do Sistema Solar.

• Os movimentos da Terra. –– Movimento aparente do Sol. –– Movimento de rotação. –– Ciclo dos dias e das noites. –– Movimento de translação. –– Ciclo das estações do ano. • A Lua – satélite natural da Terra. –– Fases da Lua. –– Eclipses – lunar e solar.

• Identificar a posição da Terra em relação ao Sol e reconhecer que a inclinação do seu eixo de rotação em relação a seu plano orbital torna possível a variação no recebimento de luz e calor, o que forma as estações do ano. • Intuir, por meio de analogias com vivências do dia a dia e observações de modelos, a relação entre os movimentos aparentes do Sol, da Lua e dos demais astros e o movimento real de rotação da Terra – formação dos dias e das noites. • Compreender que o desenvolvimento e a manutenção da vida na Terra dependem da posição dela no Sistema Solar e de seus movimentos. • Identificar, no Sistema Solar, o sistema específico Terra/Lua. • Identificar as fases da Lua como um acontecimento cíclico.

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6.1 Ecologia: seres vivos e ambiente Atividades de campo como estratégias de enfoque interdisciplinar na Educação Ambiental  As questões ambientais da contemporaneidade, em um mundo complexo e interligado, refletem problemas igualmente complexos e interligados. Não só a Ciência e os cientistas, mas toda a sociedade se defronta com a necessidade de um diálogo constante e profundo com os diferentes campos do saber. No cenário atual, de significativas alterações produzidas na biosfera pela imposição do modelo de desenvolvimento dominante, marcado por mudanças nas relações sociais e econômicas da sociedade globalizada, a exclusividade do enfoque biológico ao meio ambiente não tem mais sentido. Diante de sua função social, a escola não deve perder de vista essa perspectiva integrada ao discutir e planejar o currículo que propõe a seus alunos. Sem cair no extremo de uma visão antropocentrista, é importante trazer o ser humano, sua vida, na cidade ou no campo, para o estudo dos conceitos ecológicos. Assim, é preciso discutir com os alunos nossa participação nas teias alimentares, o impacto de nossas ações e a responsabilidade com a sustentabilidade. Os estudos recentes em Educação Ambiental recomendam que, na escola e em outros espaços de aprendizagem, ressalte-se a importância da abordagem sistêmica, possibilitando uma compreensão das inter-relações de diversos subsistemas que compõem o meio ambiente (natural, econômico, social, cultural etc.).

Autores como E. Morin, E. Leff, H. Maturana, N. Medina, entre outros, representam uma vertente emergente pautada na construção do “pensamento complexo” e sua incidência na educação formal. Sob essa vertente, os processos de ensino e de aprendizagem representam espaços para o exercício da crítica construtiva, do diálogo e afetividade. Dessa forma, potencializa-se a compreensão da complexidade do pensamento sistêmico, a elaboração de consensos e mediação entre os diversos modelos e explicações (possíveis e não imutáveis), para os diferentes campos de conhecimento. Devemos, pois, pensar o problema do ensino, considerando, por um lado, os efeitos cada vez mais graves da compartimentação dos saberes e da incapacidade de articulá-los, uns aos outros; por outro lado, considerando que a aptidão para contextualizar e integrar é uma qualidade fundamental da mente humana, que precisa ser desenvolvida, e não atrofiada (MORIN, 2009, p. 16).

O estudo da Ecologia no currículo mostra-se como um campo fértil em possibilidades de articulação. É importante que seja resgatada a natureza transversal e interdisciplinar do meio ambiente, buscando uma abordagem que parta de problematizações, favorecendo a efetiva interação entre disciplinas. Os diferentes conceitos estudados nesta unidade não precisam ficar restritos ao ensino de Ciências. Um trabalho integrado com Geo­gra­fia, Arte, Matemática, Língua Portuguesa e outras disciplinas do currículo é possível e enriquecedor. Para evitar que os alunos façam trabalhos com enfoque tradicional, evite sugerir apenas temas fechados, como “poluição”, “camadas atmosféricas”, “lixo” etc. Materiais acessíveis, como notícias de jornais, sites, vídeos, documentários, animações, fotografias e outros, podem ser ponto de partida para, por exemplo, investigar se a incidência de alergias e doenças respiratórias na comunidade próxima à escola tem alguma relação com os índices de poluição ambiental. Ao serem sugeridos temas mais abertos, diferentes

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6. Orientações gerais sobre os temas abordados no volume

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campos do conhecimento são mobilizados sem inserção artificial, avançando-se da multidisciplinaridade para o âmbito de integração interdisciplinar no currículo.

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Em coerência com a abordagem pluralista desta coleção, sugerimos a leitura do texto a seguir para reflexão e subsídio na prática pedagógica. A diversificação das modalidades didáticas na prática pedagógica pode atender a distintas necessidades e interesses dos alunos e contribuir para motivá-los e envolvê-los no processo de ensino/ aprendizagem. A motivação é fundamental para que ocorra uma aprendizagem significativa e, além disso, não há um único caminho que conduza com segurança à aprendizagem, pois são inúmeras as variáveis que se interpõem nesse processo. Assim, o pluralismo de estratégias pode garantir maiores oportunidades para a construção do conhecimento ao fornecer aos alunos diferentes abordagens do conteúdo, ou seja, os alunos vivenciam um maior número de atividades que melhor os ajudem a compreender o tema estudado (SANMARTÍ, 20024; BUENO, 20035). Dentre as diversas estratégias a que o professor da área das Ciências pode recorrer (aulas expositivas, discussões, demonstrações, aulas práticas de laboratório, entre outras), a atividade de campo pode constituir uma excelente alternativa metodológica que permite explorar múltiplas possibilidades de aprendizagem dos alunos, desde que bem planejada e elaborada. [...] Fernandes (2007, p. 22)6 define atividade de campo em Ciências como “toda aquela que envolve o deslocamento dos alunos para um ambiente alheio aos espaços de estudo contidos na escola”. Quando

nos referimos às atividades de campo no ensino de Ciências, nos reportamos à ideia de uma estratégia de ensino em que se substitui a sala de aula por outro ambiente, natural ou não, onde existam condições para estudar as relações entre os seres vivos ali presentes, incluindo a interação do homem nesse espaço, explorando aspectos naturais, sociais, históricos, culturais, entre outros. Pode ocorrer em um jardim, uma praça, um museu, uma indústria, uma área de preservação, um bairro, incluindo desde saídas rápidas ao entorno da escola até viagens que ocupam vários dias. [...] Muitos autores ressaltam as potencialidades das atividades de campo. Carbonell (2002) 7, citando Gardner (2000), discute que a mente tem a capacidade de aprender e reter melhor as informações quando o corpo interage de maneira ativa na exploração de lugares, enquanto experiências em que o sujeito é passivo tendem a ter impacto de curta duração e atenuam-se com o tempo. Assim, afirma que são necessários espaços físicos, simbólicos, mentais e afetivos diversificados e estimulantes [...], aulas fora da classe, em outros espaços da escola, do campo e da cidade. Porque o bosque, o museu, o rio, o lago [...], bem aproveitados, convertem-se em excelentes cenários de aprendizagem (CARBONELL, 2002, p. 88).

As atividades de campo permitem o contato direto com o ambiente, possibilitando que o estudante se envolva e interaja em situações reais, confrontando teoria e prática, além de estimular a curiosidade e aguçar os sentidos. Além disso, uma atividade de campo permite que “o aluno se sinta protagonista de seu ensino, que é

SANMARTÍ, N. Didáctica de las ciencias en la educación secundaria obligatoria. Madrid: Sintesis Educación, 2002. BUENO, A. de P. La construcción del conocimiento científico y los contenidos de ciencias. In: ALEIXANDRE, M. P. J. (Coord.). Enseñar ciencias. Barcelona: Editorial GRAÓ, p.33-54, 2003. 6 FERNANDES, J. A. B. Você vê essa adaptação? A aula de campo em ciências entre o retórico e o empírico. São Paulo, 2007. 326 p. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. 7 CARBONELL, J. A aventura de inovar: a mudança na escola. Porto Alegre: Artmed, 2002. (Coleção Inovação Pedagógica.) 4 5

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[...] É importante salientar que uma atividade de campo compreende não só a saída propriamente dita, mas as fases de planejamento, execução, exploração dos resultados e avaliação. Limitar essa atividade apenas à visita constitui-se em um desperdício das potencialidades passíveis de serem trabalhadas por meio dessa modalidade didática. Lopes e Allain (2002) 9 lembram que a complexidade que envolve uma atividade de campo, em que os educandos se deparam com uma grande quantidade de fenômenos que ainda não compreendem, pode confundi-los na construção do conhecimento; lidar com essa complexidade requer o prévio estabelecimento de objetivos claros, além de um educador bem preparado. O professor “deve conhecer o produto e o processo que se dispõe a compartilhar com seus estudantes” (BUENO, 2003)10. Sobretudo, os alunos devem saber que a saída não é apenas lazer, mas outra forma de aprender e conhecer lugares, novos ou não (CARVALHO, 1989) 11. A escolha do local para uma aula de campo também é importante. Quanto maior for a diversidade do ambiente escolhido para o

estudo, maior a gama de conteúdos que poderão ser tratados, enriquecendo-se assim o contexto das aulas (CARVALHO, 1989) 12. No caso das visitas monitoradas oferecidas por uma instituição, com um itinerário predeterminado, o trabalho do educador é aparentemente facilitado, uma vez que se supre a necessidade de que conheça detalhadamente todo o ambiente visitado. Entretanto, De Frutos, juntamente com outros autores (1996)13, lembra que, frequentemente, o conteúdo abordado durante uma visita desse tipo não é totalmente adequado aos objetivos de cada série e de cada professor. Portanto, sugere que o educador aproveite as informações trabalhadas pelos guias ou monitores e proponha tarefas a serem realizadas durante a atividade de campo, de modo a adequar ao máximo a visita às suas necessidades. As atividades de campo podem ser utilizadas também como importante estratégia em programas de EA, uma vez que o contato com o ambiente permite a sensibilização acerca dos problemas ambientais. Além disso, surgem oportunidades de reflexão sobre valores, imprescindíveis às mudanças comportamentais e, sobretudo, atitudinais (CARVALHO, 1998)14. Assim, uma caminhada nos arredores da escola, por exemplo, pode constituir uma ótima atividade para desencadear um programa de EA a partir da observação e exploração dos problemas locais. Conhecimentos de todas as áreas podem ser acionados para a compreensão e a discussão sobre o entorno ambiental. É importante salientar que o ensino interdisciplinar no campo

DE FRUTOS, J. A. et al. Sendas ecológicas: un recurso didáctico para el conocimiento del entorno. Madrid: Editorial CCS, 1996. LOPES, G. C. L. R.; ALLAIN, L. R. Lançando um olhar crítico sobre as saídas de campo em biologia através do relato de uma experiência. In: ENCONTRO PERSPECTIVAS DO ENSINO DE BIOLOGIA, 8., 2002, São Paulo. Anais... São Paulo: FEUSP, 2002. 1 CD-ROM. 10 BUENO, 2003, p. 50. 11 CARVALHO, L. M. A temática ambiental e a escola do 1o grau. São Paulo, 1989. 286 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 1989. 12 Ibidem. 13 DE FRUTOS, 1996. 14 CARVALHO, I. C. M. Em direção ao mundo da vida: interdisciplinaridade e educação ambiental. Brasília: IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, 1998. (Cadernos de Educação Ambiental.) 8 9

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um elemento ativo e não um mero receptor de conhecimento” (DE FRUTOS et al., 1996, p. 15)8. Para além de conteúdos específicos, uma atividade de campo permite também estreitar as relações de estima entre o professor e seus alunos, favorecendo um companheirismo resultante da experiência em comum e da convivência agradável entre os sujeitos envolvidos que perdura na volta ao ambiente escolar.

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ambiental deve focar o ”estudo das relações entre processos naturais e sociais, dependendo da capacidade das Ciências para articular-se, oferecendo uma visão integradora da realidade” (LEFF, 2001, p. 228)15. Nessa perspectiva, a interdisciplinaridade “se traduz como um trabalho coletivo que envolve conteúdos, disciplinas e a própria organização da escola” (LOUREIRO, 2004, p. 76)16. Para que isso se concretize, no entanto, não é possível pensar em EA no currículo dos diferentes componentes curriculares, inclusive em Ciências, como um apêndice – onde o ambiente é visto como um complemento dos conteúdos programáticos convencionais –, ou como eixo paralelo – onde os conteúdos ambientais são abordados por meio de projetos extracurriculares de forma paralela e desconexa. É preciso pensar a EA como eixo integrador, tomando-se “o ambiente como tema gerador, articulador e unificador, programático e metodológico, de todo o currículo de Ciências” (AMARAL, 2001, p. 90)17. Ao pensar em EA como uma prática educativa, é preciso inserir as atividades de campo dentro de um horizonte onde o ambiental “é pensado como sistema complexo de relações e interações da base natural e social e, sobretudo, definido pelos modos de sua apropriação pelos diversos grupos, populações e interesses sociais, políticos e culturais que aí se estabelecem” (CARVALHO, 2001, p. 45) 18. Nesse contexto, há uma nova ênfase para a educação escolar diante da necessidade de repensar as relações entre sociedade e natureza, quando as atividades de campo são

[...] fundamentais à compreensão das questões ambientais em sua complexidade, propiciando uma visão articulada das diferentes esferas de repercussão de um problema ambiental em estudo. Isto favorece a compreensão dos problemas socioambientais na escola, bem como contribui para a formação de cidadãos críticos e participativos em busca da melhoria da qualidade de vida (SANTOS; COMPIANI, 2005, p. 2).19

Desse modo, [...] apoiados na observação direta da realidade [...], os alunos podem fazer uma releitura crítico-construtiva da [...] realidade, identificar seus problemas socioambientais, estabelecer relações entre as informações levantadas, bem como elaborar propostas para a transformação da mesma (op. cit., p.5). [...] VIVEIRO, Alessandra Aparecida; DINIZ, Renato Eugênio da Silva. As atividades de campo no ensino de Ciências: reflexões a partir das perspectivas de um grupo de professores. In: NARDI, R. (Org.). Ensino de ciências e matemática, I: temas sobre a formação de professores [on-line]. São Paulo: Unesp; Cultura Acadêmica, 2009. 258 p.

Sugestões de conteúdo sobre ecologia e educação ambiental Sites Nos endereços eletrônicos a seguir, você encontra sugestões, textos e outros materiais que podem contribuir para sua formação continuada e favorecer práticas pedagógicas permeadas por uma abordagem integrada e significativa de conceitos em Ecologia. • Portal da Revista Escola

Navegue pelo menu à esquerda para encontrar o conteúdo desejado ou clique nos destaques.

 EFF, E. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis: Vozes, 2001. L LOUREIRO, C. F. B. Trajetória e fundamentos da educação ambiental. São Paulo: Cortez, 2004. 17 AMARAL, I. A. Educação ambiental e ensino de Ciências: uma história de controvérsias. Pro-Posições, Campinas, v.12, n.1, p.73-93, mar. 2001. 18 CARVALHO, I. C. M. Qual educação ambiental? Elementos para um debate sobre educação ambiental e extensão rural. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v. 2, n. 2, 2001. 19 SANTOS, V. M. N.; COMPIANI, M. Formação de professores: desenvolvimento de projetos escolares de educação ambiental com o uso integrado de recursos de sensoriamento remoto e trabalhos de campo para o estudo do meio ambiente e exercício da cidadania. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 5., 2005. Bauru. Anais... Bauru: Abrapec, 2005. 1 CD-ROM. 15 16

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• Vamos cuidar do Brasil – Conceitos e práticas em Educação Ambiental na escola

• Congresso Brasileiro de Qualidade na Educação: formação de professores – Educação ambiental – 2001 – publicação da SEF/MEC

• Estratégias para Educação Ambiental: oficinas e materiais paradidáticos para o ensino/ aprendizagem de fitoplâncton

• A educação ambiental a partir de jogos: aprendendo de forma prazerosa e espontânea

Embora destinado a professores de Geografia, esse texto traz sugestões de jogos que podem ser utilizados nas aulas de ciências ou em um trabalho integrado com professores de outras disciplinas.

6.2 Água: substância vital Estudando a água sob a ótica da contextualização O tema “água” faz parte do cotidiano do aluno e, desde as séries iniciais do Ensino Fundamental, já é abordado sob alguns aspectos. O grande desafio é estimular o aluno a assumir o protagonismo de sua aprendizagem, buscando articular as novas informações com o já vivenciado por ele. Uma importante e valiosa estratégia é aproveitar as oportunidades de integrar os olhares de diferentes disciplinas, proporcionando uma visão contextualizada e interdisciplinar desse conteúdo. A esse respeito, leia o texto reproduzido a seguir.

A água tem fundamental importância para a manutenção da vida no planeta, e, portanto, falar da relevância dos conhecimentos sobre a água, em suas diversas dimensões, é falar da sobrevivência da espécie humana, da conservação e do equilíbrio da biodiversidade e das relações de dependência entre seres vivos e ambientes naturais. A presença ou ausência de água escreve a história, cria culturas e hábitos, determina a ocupação de territórios, vence batalhas, extingue e dá vida às espécies, determina o futuro de gerações. Nosso planeta não teria se transformado em ambiente apropriado para a vida sem a água. Desde a sua origem, os elementos hidrogênio e oxigênio se combinaram para dar origem ao elemento-chave da existência da vida. Em condição privilegiada, deu possibilidade às espécies de evoluírem e ao homem de existir e habitar esse planeta. Ao longo de milhares de anos, nossa espécie ocupou territórios, cresceu e desenvolveu com base nesse bem natural tão importante e valioso que é a água. No entanto, ao longo da história, modificações aconteceram na relação do homem com a natureza e, por consequência, na sua relação com a água. Na sociedade em que vivemos, a água passou a ser vista como recurso hídrico e não mais como um bem natural, disponível para a existência humana e das demais espécies. Passamos a usá-la indiscriminadamente, encontrando sempre novos usos, sem avaliar as consequências ambientais em relação à quantidade e qualidade da água. Somada ao aumento populacional em escala mundial no último século, a intensidade da escassez aumentou em determinadas regiões do planeta, especialmente por fatores antrópicos ligados à ocupação do solo, à poluição e contaminação dos corpos de águas superficiais e subterrâneos. Em nossa sociedade, a exploração dos recursos naturais, dentre eles a água, de

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• Projeto Salas Verdes – Ministério do Meio Ambiente

O Projeto Sala Verde, coordenado pelo Departamento de Educação Ambiental, do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA), consiste no incentivo à implantação de espaços socioambientais para atuarem como potenciais centros de informação e formação ambiental.

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forma bastante agressiva e descontrolada, levou a uma crise socioambiental bastante profunda. Hoje deparamos com uma situação na qual estamos ameaçados por essa crise, que pode se tornar um dos mais graves problemas a serem enfrentados neste século. Crise essa embasada numa multiplicidade de aspectos – sociais, econômicos, culturais, tecnológicos e ambientais – retratados no aumento da pobreza, na falta de saneamento básico, na poluição dos rios e aquíferos, na derrubada das matas, na expansão agropecuária, na urbanização e industrialização, na ocupação das áreas de mananciais, na má gestão dos recursos hídricos disponíveis. Crise deflagrada pela visão de mundo centrada no utilitarismo dos bens naturais, a qual é descrita por diversos autores, dentre eles, Soffiati (1992)20, Grün (1996)21, Carvalho (2004)22, Loureiro (2004)23, Guimarães (2004, 2006)24 e no modo de desenvolvimento escolhido pela sociedade e suas relações atuais com o ambiente (Jacobi, 1999, 2005)25.

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Segundo Tundisi (2006)26, o desenvolvimento econômico e a complexidade da organização das sociedades humanas produziram inúmeras alterações no ciclo hidrológico e na qualidade da água, a qual é afetada até mesmo pelas atividades de cunho religioso. A resolução de problemas complexos, como a miséria, a proliferação de desastres ambientais, a escassez de recursos naturais, dentre outros, configura-se

como um desafio que tem mobilizado cientistas, políticos e membros de comunidades de todas as regiões do planeta. A água é um tema amplo e pode ser tratado a partir de diferentes enfoques. No presente artigo, optamos por tratar a educação para água a partir de duas dimensões: espacial e temporal (esta última tratando o tempo geológico e a história humana). A decisão de abordar a educação para a água a partir dessas dimensões se dá pelo fato de que sem elas não é possível enfrentar a fragmentação do conhecimento que predomina no ambiente escolar, impedindo a análise integrada de problemas reais, dificultando a relação de conceitos, procedimentos e atitudes nas diferentes disciplinas. Nessa perspectiva, faz-se necessário compreender a relação homem-natureza ao longo do tempo. BACCI, Denise de La Corte; PATACA, Ermelinda Moutinho. Educação para a água. Estudos Avançados [on-line], São Paulo: USP, n. 63, v. 22, 2008, p. 211-226. Disponível em: . Acesso em: 20 fev. 2015.

Sugestões de conteúdo sobre água Site • Portal da Revista Escola . Acesso em: fev. 2015. Apresenta um programa de sequências didáticas sobre água e meio ambiente para serem trabalhadas nas aulas de Ciências do 1o ao 9o ano. As aulas têm como objetivo discutir com os alunos temas como oferta de água, consumo consciente e geração de energia.

 OFFIATI, A. As raízes da crise ecológica atual. Ciência e Cultura, v. 39, n.10, p. 951-954, 1992. S GRÜN, M. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. Campinas: Papirus, 1996. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). 22 CARVALHO, I. C. M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004. 23 LOUREIRO, C. F. B. Educação ambiental transformadora. In: LAYRARGUES, Philippe (Coord.). Identidade da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. p. 65-84. 24 GUIMARÃES, M. Educação ambiental crítica. In: LAYRARGUES, Philippe (Coord.). Identidade da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. p. 25-34. . Armadilha paradigmática na educação ambiental. In: LOUREIRO, C. F. L. B. et al. (Org.). Pensamento complexo, dialética e educação ambiental. São Paulo: Cortez, 2006. 25 JACOBI, P. R. A cidade e o meio ambiente. São Paulo: Annablume, 1999. . Educação ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo e reflexivo. Educação e Pesquisa, v. 31, n.2, p. 233-250, 2005. 26 TUNDISI, J. G. Novas perspectivas para a gestão de recursos hídricos. Revista USP, São Paulo, n. 70, p. 24-35, 2006. 20 21

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• A água também se esgota Alerta para a situação atual de estresse dos recursos hídricos em termos globais e apela para uma gestão mais eficiente desse recurso. Divulgado no site da Parceria Portuguesa para a Água. Disponível em: . Acesso em: fev. 2015.

6.3 O ar e a atmosfera Situação de Estudo: a atmosfera Os conceitos estudados nessa unidade nem sempre são de fácil apropriação pelos alunos do Ensino Fundamental. Aspectos relativos à composição química e às propriedades do ar, bem como características e fenômenos que ocorrem na atmosfera, exigem um nível de abstração que muitos adolescentes ainda não detêm. Além disso, muitas concepções iniciais nesse campo estão fortemente arraigadas e exigem um trabalho pedagógico bem conduzido para ocorrer mudança conceitual. Constata-se, assim, a necessidade de buscar metodologias e recursos que facilitem o aprendizado e a contextualização dos conceitos. Uma sugestão interessante pode ser obtida no artigo de Gehlen, Maldaner e Delizoicov (2012), que trata de situações focadas na problematização, relacionadas à vivência dos estudantes, denominadas de Situação de Estudo. Veja, a seguir, um trecho do referido artigo abordando o tema “atmosfera”. Embora se refira a disciplinas do Ensino Médio, a condução docente proposta pode ser adaptada para as aulas de Ciências no Ensino Fundamental.

[...] Na Situação de Estudo, a primeira etapa da dinâmica de sala de aula também é denominada problematização, que, segundo Auth (2002)27, busca explicitar o primeiro entendimento que os alunos têm sobre uma determinada problemática, em

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que fica posta a necessidade de novos conhecimentos. É nesse momento em que os estudantes também são desafiados acerca de entendimentos sobre algum aspecto relacionado ao tema que faça parte de sua vivência. Nessa etapa, o professor traz para a discussão algumas palavras que mostram outras possibilidades de se compreender a situação problemática. Essas palavras, sempre conceitos sob o ponto de vista vygotskyano, começam a produzir algum sentido novo e podem vir a se tornar conceitos no decorrer do estudo. Elas orientam a discussão, embora os estudantes tenham total autonomia para usar suas palavras na produção dos entendimentos próprios. Cria-se, assim, a necessidade do estudo para se compreen­der a situação. Nessa etapa, problematiza-se o conceito espontâneo do estudante mediante a introdução do conceito científico, para se abordar um problema que está vinculado a uma situação real do contexto do estudante, como o efeito estufa, a camada de ozônio e a chuva ácida. Ao se questionarem aspectos relacionados a essas situações, denominadas de problema no âmbito da Situação de Estudo, o professor vai fazer referência a uma palavra que, no decorrer das demais etapas, vai se tornar um conceito para o estudante. Isso não significa que o questionamento realizado na problematização tenha como referência os conceitos científicos, pois é preciso proporcionar uma interação dialógica que será possível se os estudantes se sentirem desafiados por meio das questões relacionadas às situações que lhes são familiares. Em suma, a problematização na Situação de Estudo tem a função de significar as linguagens que vão se tornar uma discussão conceitual. Então, o professor precisa saber os conceitos científicos centrais sobre os quais necessita

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Documentário

 UTH, M. A. Formação de professores de ciências naturais na perspectiva temática e unificadora. Florianópolis, 2002. 200 f. Tese A (Doutorado em Educação) – Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina.

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trabalhar e introduzir a palavra necessária. Um exemplo disso é apresentado por Maldaner (2007) 28 na Situação de Estudo “Ar Atmosférico”, a qual está estruturada a partir da disciplina de Química. A atmosfera é uma situação da vivência e permite a significação de muitos conceitos iniciais de química. Os estudantes têm muito a dizer sobre ela e conhecem os problemas que estão ligados à atmosfera, como: a presença do ozônio na alta e na baixa atmosfera, a chuva ácida em centros urbanos, o efeito estufa na regulação da temperatura da superfície da Terra, entre outros. Esses problemas, no entanto, só serão compreendidos se alguns conceitos básicos de química, física e biologia forem significados nesse contexto, adquirindo sentido. As perguntas que caracterizam a problematização são, por exemplo: “De que é feita ou constituída uma porção de ar atmosférico?”; “Como se constituiu e se mantém a atmosfera terrestre?”; “Como podemos modificar a composição de uma amostra original de ar atmosférico?”.

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Maldaner (2007)29 explica que: Ao fazer essas perguntas em sala de aula sobre a composição do ar, costumam aparecer respostas como: gases, poeira, fumaça, poluentes, etc. Essas não são, ainda, respostas que interessam sob o ponto de vista da Química. Uma nova pergunta, por exemplo, [quais gases?], permite encaminhar respostas mais interessantes sob o ponto de vista de significação dos primeiros conceitos químicos, pois os estudantes começam a nomear substâncias que compõem a porção gasosa do ar atmosférico: oxigênio, nitrogênio,

gás carbônico, vapor de água e outras. (MALDANER, 2007, p. 21 – grifos do autor)

Como o aluno precisa formar um pensamento sobre uma determinada situação real, a exemplo do ”Ar atmosférico”, a introdução da palavra é necessária para permitir o pensamento sistematizado. É importante que a palavra representativa do conceito esteja presente, que seja utilizada na interação, que docentes e estudantes se detenham nela, discutam sentidos e significados que deverão ter em um contexto específico de uma disciplina ou no contexto interdisciplinar (MALDANER et al., 2001) 30. Vale lembrar que a palavra em Vygotsky (2001)31, no início, é apenas um som, mas já apresenta algum sentido para o estudante em um determinado contexto, isso porque o sentido sempre é contextual e subjetivo. Desta forma, já existe a intencionalidade de introduzir uma palavra, e em torno dela vai se desenvolver o conceito, consequentemente, o entendimento da situa­ção problemática. Em vista do exposto, o processo da significação conceitual tem início na problematização – primeira etapa da Situação de Estudo –, o que faz com que sua configuração seja conceitual. Isto é, seu objetivo é trazer à tona um problema que está presente na vivência dos estudantes, em que o seu equacionamento necessita de novas palavras representativas de conceitos, sendo este o primeiro passo da significação conceitual. [...] GEHLEN, S. T.; MALDANER, O. A.; DELIZOICOV, D. Momentos pedagógicos e as etapas da situação de estudo: complementaridades e contribuições para Educação em Ciências. Ciência e Educação, v. 18, n. 1, 2012. Disponível em: . Acesso em: 1o maio 2015.

 ALDANER, O. A. Ar atmosférico: uma porção do mundo material sobre a qual se deve pensar. In: FRISON, M. D. (Org.). Programa M de melhoria e expansão do Ensino Médio: curso de capacitação de professores da área de Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Ijuí: Editora Unijuí, 2007. p. 18-46. 29 MALDANER, 2007. p. 21. 30 MALDANER, O. A. et al. Situação de estudo como possibilidade concreta de ações coletivas interdisciplinares no Ensino Médio: ar atmosférico. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 3., 2001. Atibaia: Anais... São Paulo: Abrapec, 2001. 31 VYGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 28

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Vídeo O vídeo sugerido a seguir pode contribuir para sua formação continuada e favorecer práticas pedagógicas permeadas por uma abordagem integrada e significativa de conceitos em Ecologia. Assista. • Planeta Terra: o poder do planeta – Atmosfera Duração: 49min11s Série: Planeta Terra: o poder do planeta Nível de ensino: Ensino Fundamental II Sinopse A atmosfera, uma mistura complexa de gases como nitrogênio, oxigênio e dióxido de carbono, é tudo o que nos protege do vácuo frio e sem vida do espaço. Esse episódio se aventura pela atmosfera utilizando um clássico avião a jato dos anos 1960, que foi projetado para operar em grandes altitudes. Viaja para a Sibéria e descobre porque a Argentina é o lugar do planeta mais sujeito a tempestades. Tudo para mostrar por que nossa atmosfera é única e crucial à vida. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2015. Publicação da TV Escola com sugestões pedagógicas sobre esse vídeo: . Acesso em: 7 fev. 2015.

6.4 A Terra e o solo A horta escolar como estratégia para o trabalho de educação ambiental O ensino de Ciências busca, entre outros objetivos, conscientizar os alunos a respeito da importância da preservação do ambiente. Essa reflexão e as ações dela decorrentes podem ser iniciadas e desenvolvidas nas escolas. Ao trabalhar o conteúdo de solo, é possível desenvolver uma abordagem interdisciplinar e contextualizada da Educação Ambiental, por exemplo, por meio da construção de uma horta. Esse tipo de trabalho propicia despertar e promover a consciência dos alunos em relação aos solos e torna possível (re)construir

O texto a seguir trata da relação entre ensino, saúde e ambiente evidenciada por atividades como a elaboração de uma horta escolar.

[...] A questão ambiental vem sendo amplamente debatida e ganhando cada vez mais atenção em muitos e diferentes contextos sociais, assumindo crescente importância nas instâncias política, acadêmica e na mídia. A partir da revolução científica o homem passou a se relacionar com a natureza de forma dominadora. O modelo de desenvolvimento definido a partir da Revolução Industrial acarretou uma intensificação da destruição dos recursos naturais provocando reações e a organização de parcelas da sociedade em torno da preservação da natureza. A partir da década de 70 do século XX os debates sobre a questão ambiental aumentaram, surgiram os movimentos ambientalistas, que compreendiam a problemática ambiental como uma crise que já atingia toda a civilização frente à degradação ambiental. Após a realização de vários encontros nacionais e internacionais, envolvendo instituições governamentais e não governamentais, foi indicado nos documentos resultantes destes eventos que uma das estratégias utilizadas para conter o processo de destruição da natureza seria a educação. Através de uma nova dimensão – a Educação Ambiental – que surge como um processo educativo que conforma um conhecimento ambiental que se traduz em valores éticos. Cabe destacar que estamos falando da Educação Ambiental Crítica, cujo objetivo é “contribuir para uma mudança de valores e atitudes, contribuindo para a formação de um sujeito ecológico ”

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Sugestões de conteúdo sobre ar e atmosfera

valores e atitudes que possam contribuir para atenuar sua degradação.

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(CARVALHO, 2004, p. 18-19)32. Ou nas palavras de Guimarães (2004, p. 25)33 “capaz de contribuir com a transformação de uma realidade que historicamente se coloca em uma grave crise socioambiental”. A Educação Ambiental Crítica também denominada Emancipatória (LOUREIRO, 2009, p. 32)34

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é o meio reflexivo, crítico e autocrítico contínuo, pelo qual podemos romper com a barbárie do padrão vigente de sociedade e de civilização, em um processo que parte do contexto societário em que nos movimentamos, do ”lugar” ocupado pelo sujeito, estabelecendo experiências formativas, escolares ou não, em que a reflexão problematizadora da totalidade, apoiada numa ação consciente e política, propicia a construção de sua dinâmica. [...] Emancipar não é estabelecer o caminho único para a salvação, mas sim a possibilidade de construirmos os caminhos que julgamos mais adequados à vida social e planetária, diante da compreensão que temos destes em cada cultura e forma de organização societária, produzindo patamares diferenciados de existência.

A Educação Ambiental representa uma ferramenta fundamental para estabelecer uma ligação mais estreita entre o ser humano e a natureza. Uma transformação social de caráter urgente que busque, conforme Sorrentino (2005)35, a superação das injustiças ambientais e sociais na humanidade. Representa também aquilo que Boff (2008, p. 11-12) 36 manifesta acerca de

uma busca de outras visões de futuro para o planeta e para a humanidade. Visões que se apoiem em um ethos cuja essência fundamental é o cuidado, onde haja princípios, valores e atitudes que façam da vida ”um bem-viver e das ações um reto agir”. Precisamos ter mais atitudes para com a vida do planeta e com o próximo que se traduzam em cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro (BOFF, 2008, p. 33).

Esta abordagem requer uma visão interdisciplinar, isto é, uma compreensão para além da ecologia, da biologia e da química. Gallo (2000)37 cita como exemplo os problemas ecológicos e menciona que estes não podem mais ser abarcados apenas pela perspectiva de uma disciplina como a biologia, ou a geografia, ou a química, ou a política etc. A ecologia constitui-se num novo território de saber, marcado pela interseção de vários campos de saberes, como estes já citados, além de muitos outros. Podemos chamar os problemas ecológicos de problemas híbridos (GALLO, 2000, p. 6).38

A interdisciplinaridade tem como estratégia a união de diferentes disciplinas em busca da compreensão e da resolução de um problema. Nesse âmbito as diversas disciplinas não precisam se afastar de seus conceitos e métodos para contribuir com

 ARVALHO, I. C. M. Educação Ambiental Crítica: nomes e endereçamentos da educação. In: LAYRARGUES, P. P. (Coord.). C Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Diretoria de Educação Ambiental, 2004. 33 GUIMARÃES, M. Educação Ambiental crítica. In: LAYRARGUES, P.P. (Coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Edições MMA, 2004. 34 LOUREIRO, C. F. B. Trajetória e fundamentos da Educação Ambiental. São Paulo: Editora Cortez, 2009. 35 SORRENTINO, M. et al. Educação ambiental como política pública. Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 31, n. 2, 2005. Disponível em: . Acesso em: 29 abr. 2015. 36 BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes, 2008. 37 GALLO, S. Transversalidade e educação: pensando uma educação não-disciplinar. In: ALVES, N.; GARCIA, R. L. (Org.). O Sentido da Escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2015. 38 Ibidem, p. 6. 32

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o sentido geral da interdisciplinaridade é a consciência da necessidade de um inter-relacionamento explícito entre as disciplinas todas. Em outras palavras, a interdisciplinaridade é a tentativa de superação de um processo histórico de abstração do conhecimento que culmina com a total desarticulação do saber que nossos estudantes (e também nós, professores) têm o desprazer de experimentar.

Nesse sentido o papel do educador ambiental no ensino fundamental é muito relevante, já que a Educação Ambiental não é uma matéria somada àquelas existentes e sim um tema transversal que exige a união das disciplinas do currículo além do conhecimento de vários temas da atualidade, o que se constitui num desafio, que obrigatoriamente leva a uma constante pesquisa por parte dos profissionais. Tal desafio (GALLO, 2001)41 faz com que os cientistas comecem a explorar as fronteiras entre as ciências e a partir dessa exploração se constrói a proposta da interdisciplinaridade, numa tentativa de restabelecer as ligações perdidas com as especializações. Assim, podemos depreender que a interdisciplinaridade é um processo de cooperação e intercâmbio entre as diversas áreas do conhecimento e de campos profissionais, que enriquecem a abordagem de um tema, sem privilegiar uma disciplina ou outra, pois envolve um trabalho que exige parcerias constantes. Para Japiassu (1976, p. 75)42,

Estamos diante de um processo interdisciplinar todas as vezes em que ele conseguir incorporar os resultados de várias especialidades, que tomar de empréstimo a outras disciplinas certos instrumentos e técnicas metodológicas, fazendo uso dos esquemas conceituais e das análises que se encontram nos diversos ramos do saber, a fim de fazê-los integrarem e convergirem, depois de terem sido comparados e julgados. Donde podemos dizer que o papel específico da atividade interdisciplinar consiste, primordialmente, em lançar uma ponte para religar as fronteiras que haviam sido estabelecidas anteriormente entre as disciplinas com o objetivo preciso de assegurar a cada uma seu caráter propriamente positivo, segundo modos particulares e com resultados específicos.

A Educação Ambiental requer conhecimento de caráter social como: valores culturais, morais, justiça, saúde, a noção de cidadania, entre outros aspectos que conformam a totalidade social. Deve ser tratada a partir de uma matriz que conceba a educação como elemento de transformação social apoiada no diálogo e no exercício da cidadania. Mais do que isto, ”no fortalecimento dos sujeitos, na superação das formas de dominação capitalistas e na compreensão do mundo em sua complexidade e da vida em sua totalidade” (LOUREIRO, 2009, p. 24)43. A educação para a cidadania requer uma abordagem que seja cada vez menos fragmentada, que envolva metodologias interdisciplinares e inclua as questões sociais e que estas sejam submetidas à aprendizagem e à reflexão dos alunos, a partir de um tratamento didático que perceba a sua complexidade e dinâmica, atribuindo-lhes

 HILIPPI JR., A. (Org.). Interdisciplinaridade em Ciências Ambientais. São Paulo: Cegos, 2000. P GALLO, 2000, p. 26. 41 GALLO, S. Transversalidade e meio ambiente. In: CICLO DE PALESTRAS SOBRE O MEIO AMBIENTE. Brasília: MEC/SEF, 2001. 42 JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976. 43 LOUREIRO, 2009, p. 24. 39 40

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um projeto ou com a solução de algum problema como já foi mencionado. Num processo interdisciplinar (PHILIPPI, JR., 2000)39 é importante que haja a união, a participação, o espírito de grupo, o engajamento, a comunicação e a ação. Nas palavras de Gallo (Idem)40,

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a mesma importância das áreas convencionais. Desta forma o currículo ganha em flexibilidade e abertura, já que os temas podem ser contextualizados e priorizados conforme as diversas realidades locais e regionais, possibilitando ainda a inclusão de novos temas (GALLO, 2001)44. [...] A Educação Ambiental contribui fortemente para o processo de conscientização levando a mudanças de hábitos e atitudes do homem e sua relação com o ambiente. Destacamos ainda que a Educação Ambiental traz a questão de que há uma necessidade de se buscar a democratização da cultura, do acesso e permanência na escola bem como da melhora do nível cultural da população para compreender o que é ciência, os avanços científicos e tecnológicos e as possibilidades de solução para diversos problemas de nossa época. Loureiro (2004, p. 89)45 compartilha da mesma ideia ao expressar que a Educação Ambiental deve possuir um conteúdo emancipatório, onde

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as alterações da atividade humana, vinculadas ao fazer educativo possam conferir mudanças individuais e coletivas, locais e globais, estruturais e conjunturais, econômicas e culturais.

A ideia expressa por Freire (2000)46 é a de que temos que assumir o dever de lutar pelos princípios éticos fundamentais, como o respeito à vida humana, aos animais, aos rios e às florestas. Portanto, deve estar presente em qualquer prática educativa de caráter crítico ou libertador. Uma das coisas que tem sido fonte de preocupação é o consumo de alimentos sem agrotóxicos, produtos químicos usados na lavoura, na pecuária com o objetivo de combater insetos fungos, ácaros que causam algum tipo de dano à lavoura. [...]

Ruscheinsky (2002)47, aponta para a necessidade de conferir à agricultura um caráter mais autossustentável e menos agressivo à natureza como atualmente é a agricultura convencional. Nesse sentido a chamada agricultura ecológica surge como uma alternativa que confere inúmeros benefícios aos produtores, aos consumidores e para o meio ambiente como um todo. Este tipo de agricultura exclui do seu sistema de produção o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal. A recomendação é que sejam utilizados estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Este sistema procura manter a estrutura e produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza. A importância da Educação Ambiental proporciona aos alunos conhecimentos sobre um tipo de agricultura mais natural, o perigo da utilização de agrotóxicos e o mal que estas substâncias causam à saúde humana, aos animais e aos ecossistemas. Também é uma maneira dos estudantes descobrirem a importância dos legumes e verduras para a nossa saúde. Além disso, a possibilidade de sair da sala para assistir à aula em um espaço aberto, e estar em contato direto com a terra, com a água, poder preparar o solo, conhecer e associar os ciclos alimentares de semeadura, plantio, cultivo, ter cuidado com as plantas e colhê-las torna-se uma diversão. Além de representar um momento em que os alunos aprendem a respeitar a terra. Sem dúvida a combinação destes conhecimentos leva os alunos à compreensão de que o solo fértil contém bilhões de organismos vivos e que estes são microrganismos que

 ALLO, 2001. G LOUREIRO, 2009. 46 FREIRE, P. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora Unesp, 2000. 47 RUSCHEINSKY, A. Educação ambiental, abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002. 44 45

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Nesse sentido afirmamos que a horta escolar é o espaço propício para que as crianças aprendam os benefícios de formas de cultivo mais saudáveis. Além disso, aprendem a se alimentar melhor, pois como se sabe, as crianças geralmente não gostam de comer verduras e legumes e o fato de cultivar o alimento que levarão para casa as estimula a comê-los, especialmente quando conhecem a origem dos vegetais e sabem que são cultivados sem a adição de insumos químicos [...] O espaço da horta escolar é caracterizado por Capra (idem)49 como um local capaz de religar as crianças aos fundamentos básicos da comida e ao mesmo tempo integra e enriquece todas as atividades escolares. As atividades na horta despertam para não depredar, mas para conservar o ambiente e a trilhar os caminhos para alcançar o desenvolvimento sustentável. [...] As atividades desenvolvidas na horta também promovem a oportunidade de muitas crianças estabelecerem contato com a natureza, pois muitas delas perderam esta possibilidade, devido a muitas

famílias residirem em edifícios ou em casas cujos quintais são muito pequenos e cimentados. Ao manipularem a terra muitos estudantes adquiri­ram também maior habilidade manual, melhoram a coordenação motora, a habilidade manual além de adquirir mais força nas mãos. A questão ambiental possui um caráter amplo e complexo, pois envolve diversos campos do saber. Tal aspecto exige uma abordagem cada vez menos fragmentada, carecendo da utilização de métodos interdisciplinares, com uma visão sistêmica, um pensamento holístico (CAPRA, 198250; LEFF, 200151) que possibilite restabelecer uma determinada realidade na sua totalidade. [...] As atividades na horta escolar e sobretudo a partir da Educação Ambiental representam aquilo que Oliveira (2004)52 considera como um modo diferente de reinventar o fazer pedagógico, através da criação cotidiana de uma alternativa curricular emancipatória, cujo resultado vai ao encontro da ideia de uma educação para a (e na) cidadania onde podemos compreender melhor que cada um de nós se forma enquanto uma rede de sujeitos, e sendo assim, a fragmentação tanto dos saberes quanto das dimensões da vida tanto não faz sentido como prejudica a formação (PACHECO, 200453; OLIVEIRA, 200454). [...] CRIBB, S. L. S. P. Contribuições da educação ambiental e horta escolar na promoção de melhorias ao ensino, à saúde e ao ambiente. Revista Eletrônica do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente. Niterói: Unipli, v. 3, n. 1, p. 42‑60, abr. 2010. Disponível em: . Acesso em: 20 fev. 2015.

 APRA, F. et al. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Editora Pensamento; C Cultrix, 2005. 49 CAPRA, 2005. 50 CAPRA, F. O ponto de mutação. São Paulo: Editora Cultrix, 1982. 51 LEFF, E. Epistemologia ambiental. São Paulo: Editora Cortez, 2001. 52 OLIVEIRA, I. B. (Org.). Alternativas emancipatórias em currículo. São Paulo: Cortez Editora, 2004. (Série Cultura, Memória e Currículo, 4). 53 PACHECO, J. Fazer a Ponte. In: OLIVEIRA, I. B. (Org.). Alternativas emancipatórias em currículo. São Paulo: Cortez Editora, 2004. (Série Cultura, Memória e Currículo, vol. 4). 54 OLIVEIRA, 2004. 48

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realizam transformações químicas fundamentais para a manutenção da vida na Terra. Conforme prepondera Capra (2005)48 em razão da natureza do solo vivo temos que preservar a integridade dos grandes ciclos ecológicos em nossas práticas agrícolas e de jardinagens. Essa perspectiva apoia-se num profundo respeito pela vida e faz parte de muitos métodos tradicionais de cultivo da terra que estão sendo atualmente resgatados pela agricultura ecológica, pela agricultura orgânica, pela agricultura biodinâmica, entre outros.

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Sugestões de conteúdo sobre Terra e solo Sites • Experimentoteca do Projeto de Extensão Universitária Solo na Escola – Universidade Federal do Paraná – Departamento de Solos e Engenharia Agrícola. . Acesso em: fev. 2015. • Construção coletiva de uma horta escolar: repercussões entre os alunos participantes. (Dissertação de mestrado) . Acesso em: 10 fev. 2015. Vídeo Projeto Horta na Escola: uma alternativa para viver melhor no semiárido Duração: 11min15s Sinopse O Projeto Horta na Escola: uma alternativa para viver melhor no semiárido é um documentário que afirma o compromisso com o ensino-aprendizagem e a formação cidadã por meio de ações socioeducativas que integram a escola, os alunos, docentes e a comunidade em geral. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2015.

6.5 A Terra no Universo

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Estudo da Astronomia sob a ótica das diversidades culturais O ensino de Astronomia no espaço escolar garante como legado às futuras gerações o conhecimento elaborado por diferentes civilizações. Já em seus primórdios os seres humanos percebiam a existência do Sol, da Lua, de incontáveis pontos brilhantes que pensavam ser fixos (estrelas) numa abóboda e identificavam cinco pontos brilhantes (planetas) que se moviam em relação aos demais. Observavam os fenômenos celestes: a precisão cíclica dos dias e noites, das fases da Lua e das estações climáticas, entre outros. Desde então, procuraram descrevê-los e entendê-los, relacionando-os com os eventos cotidianos da vida. Tida como a mais antiga das ciências, a Astronomia é, ao mesmo tempo, uma das mais

atuais. Com avanços científicos e tecnológicos constantes, os conhecimentos de astronomia foram sempre associados à compreensão dos fenômenos naturais – nosso planeta e seu ambiente – e à inserção do ser humano na natureza, no universo. Além disso, é fundamental relacionar a influência da Astronomia no desenvolvimento não só das civilizações antigas, como também das contemporâneas. A abordagem do Universo e de sua grandiosidade comumente desperta fascínio nas pessoas e grande interesse nos alunos. A pluralidade dos temas estudados nessa unidade – A Terra no Universo – possibilita-nos abordá-los de forma diversificada e relacioná-los com as experiências cotidianas do aluno. Na perspectiva da ampliação da bagagem cultural do aluno, propomos a abordagem de aspectos da Astronomia dos indígenas e dos afro-brasileiros, por concordar com Afonso (2006, p. 79) quando afirma que: Devemos ressaltar o valor pedagógico do ensino de etnoastronomia, principalmente a dos indígenas e a dos afro-brasileiros, para os alunos do ensino fundamental de todo o Brasil, por se tratar de uma astronomia baseada em elementos sensoriais (como as Plêiades e Via Láctea) [...] e também por fazer alusão a elementos da nossa Natureza (sobretudo fauna e flora) e história, promovendo autoestima e valorização dos saberes antigos, salientando que as diferentes interpretações da mesma região do céu, feitas por diversas culturas, auxiliam na compreensão das diversidades culturais.

O texto a seguir tem como propósito fornecer subsídios para que você trabalhe o tema do infográfico fornecido no final dessa unidade. Astronomia indígena Os conhecimentos astronômicos empíricos dos indígenas, relativos aos movimentos do Sol, da Lua, da Via Láctea e de suas constelações, associados à biodiversidade local, suficientes para a sobrevivência

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Em 1632, Galileu Galilei publicou o livro: “Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo; ptolomaico e copernicano”, onde afirmava que a principal causa do fenômeno das marés seriam os dois movimentos circulares da Terra: o de rotação em torno de seu eixo (diurno) e o de translação em torno do Sol (anual), desconsiderando a influência da Lua. Em 1612, o missionário capuchinho francês Claude d’Abbeville passou quatro meses entre os tupinambá do Maranhão, da família tupi-guarani, localizados perto da Linha do Equador. Seu livro Histoire de la mission de pères capucins en l’Isle de Maragnan et terres circonvoisines, publicado em Paris em 1614, é considerado uma das mais importantes fontes da etnografia dos indígenas do tronco tupi. Nesse livro, publicado dezoito anos antes do livro Diálogo de Galileu, D’Abbeville55 escreveu: Os tupinambá atribuem à Lua o fluxo e o refluxo do mar e distinguem muito bem as duas marés cheias que se verificam na lua cheia e na lua nova ou poucos dias depois. Além disso, a maioria dos antigos mitos indígenas sobre o fenômeno da pororoca, que traz uma grande onda do mar

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para os rios volumosos da Amazônia, mostra que ele ocorre perto da lua cheia e da lua nova, demonstrando o conhecimento, por esses povos, da relação entre as marés e as fases da Lua.

Somente em 1687, setenta e três anos após a publicação de D’Abbeville, Isaac Newton demonstrou que a causa das marés é a atração gravitacional do Sol e, principalmente, da Lua sobre a superfície da Terra. Esses fatos mostram que, muito antes da Teoria de Galileu, que não considerava a Lua, os indígenas que habitavam o Brasil já sabiam que ela é a principal causadora das marés. Os indígenas observavam os movimentos aparentes do Sol para determinar, o meio dia solar, os pontos cardeais e as estações do ano utilizando o Gnômon, [...] um dos mais simples e antigos instrumentos de Astronomia, sendo chamado de Kuaray Ra'anga, em guarani e Cuaracy Raangaba, em tupi antigo. Um tipo de gnômon indígena, que temos encontrado no Brasil, em diversos sítios arqueológicos, é constituído de uma rocha [...] com cerca de 1,50 metros de altura, aproximadamente em forma de tronco de pirâmide e talhada para os quatro pontos cardeais. Ele aponta verticalmente para o ponto mais alto do céu (chamado zênite), sendo que as suas faces maiores ficam voltadas para a linha norte-sul e as menores para a leste-oeste. Em volta do gnômon indígena há rochas menores (seixos) que formam uma circunferência e três linhas orientadas para as direções dos pontos cardeais e do nascer e do pôr do sol nos dias do início de cada estação do ano (solstícios e equinócios). [...] Chamamos esse monumento de rochas [...] de Observatório Solar Indígena, devido à sua relação com os movimentos aparentes do Sol.

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em sociedade, são desconhecidos por muitos historiadores da ciência. Nesta conferência, apresentamos uma parte desses conhecimentos, que conseguimos resgatar, utilizando documentos históricos, que relatam a importância da astronomia no cotidiano das famílias indígenas; vestígios arqueológicos, tais como a arte rupestre e os monumentos rochosos, que possuem conotação astronômica; diálogos informais e observações do céu com pajés de todas as regiões brasileiras; além de cursos de Etnociência, que ministramos para professores indígenas.

D'ABBEVILLE, C. Histoire de la mission des Pères Capucins en l’sle du Marignan ET terres circonvoisines ou est traicté dês singularites admirables & des moeurs merveilleuses des indiens habitans de ce pais. Disponível em: . Acesso em: 1995.

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Em 1614, Claude d'Abbeville escreveu que os tupinambá também observavam o movimento do nascer e do pôr do sol e o seu deslocamento na linha do horizonte, que efetua entre os dois trópicos, limites que jamais ultrapassam. [...] Eles contavam perfeitamente os anos, pelo conhecimento do deslocamento do Sol de um trópico a outro e vice-versa. [...] Além da orientação geográfica, um dos principais objetivos práticos da astronomia indígena era sua utilização na agricultura. Os indígenas associavam as estações do ano e as fases da Lua com a biodiversidade local, para determinarem a época da caça, de plantio e da colheita, bem como para a melhoria da produção e o controle natural das pragas. Eles consideram que a melhor época para certas atividades, tais como a caça, o plantio e o corte de madeira, é perto da lua nova, pois perto da lua cheia os animais se tornam mais agitados devido ao aumento de luminosidade, por exemplo, a incidência dos percevejos que atacam a lavoura.

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Os indígenas que habitam o litoral também conhecem a relação das fases da Lua com as marés. Eles associam as marés às estações do ano para a pesca artesanal. Em geral, quando saem para pescar, seja no rio ou no mar, já sabem quais as espécies de peixe mais abundantes, em função da época do ano e da fase da Lua. [...] As constelações indígenas diferem das concepções das sociedades exteriores ocidentais principalmente em três aspectos. Primeiro, as principais constelações ocidentais registradas pelos povos antigos são aquelas que interceptam o caminho imaginário que chamamos de eclíptica, por onde aparentemente passa o Sol [...]. Essas constelações são chamadas zodiacais. As principais constelações indígenas estão localizadas na Via Láctea, [...] onde as estrelas e as nebulosas aparecem em maior quantidade, facilmente visível à noite.

Segundo, os desenhos das constelações ocidentais são feitos pela união de estrelas. Mas, para os indígenas, as constelações são constituídas pela união de estrelas e, também, pelas manchas claras e escuras da Via Láctea, sendo mais fáceis de imaginar. [...] O terceiro aspecto que diferencia as constelações indígenas das ocidentais está relacionado ao número delas conhecido pelos indígenas. A União Astronômica Internacional (UAI) utiliza um total de 88 constelações, [...] enquanto certos grupos indígenas já nos mostraram mais de cem constelações, vistas de sua região de observação. Quando indagados sobre quantas constelações existem, os pajés dizem que tudo que existe no céu existe também na Terra, que nada mais seria do que uma cópia imperfeita do céu. Assim, cada animal terrestre tem seu correspondente celeste, em forma de constelação. O Cruzeiro do Sul fica em plena Via Láctea, sendo a constelação mais conhecida dos indígenas do Hemisfério Sul, que a utilizam para determinar os pontos cardeais, as estações do ano e a duração do tempo à noite. As Plêiades ficam em segundo lugar, sendo utilizadas para calendário. Segundo D’Abbeville, os tupinambá conheciam muito bem o aglomerado estelar das Plêiades e o denominavam “Seichu”. Quando elas apareciam no lado leste, ao anoitecer, afirmavam que as chuvas chegariam como chegavam, efetivamente, poucos dias depois. [...] Da mesma maneira, atualmente para os tembé, que habitam o norte do Brasil, o surgimento das Plêiades anuncia a estação da chuva e o seu ocaso [...]. Para os guarani do sul do país, o aparecimento das Plêiades anuncia o verão, enquanto o seu desaparecimento indica a proximidade do inverno. Além dessas duas constelações, há outras que servem para calendário e orientação geográfica, tais como o Colibri, o

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Devemos ressaltar o valor pedagógico do ensino da astronomia indígena para os alunos do ensino fundamental de todo o Brasil, por se tratar de uma astronomia baseada em elementos sensoriais (como as Plêiades e a Via Láctea), e não em elementos geométricos e abstratos, e também por fazer alusão a elementos da nossa natureza (sobretudo fauna e flora) e história, promovendo autoestima e valorização dos saberes antigos, salientando que as diferentes interpretações da mesma região do céu, feitas por diversas culturas, auxiliam na compreensão das diversidades culturais. AFONSO, G. B. Astronomia Indígena. In: 61a REUNIÃO ANUAL DA SBPC. Manaus, MS. Anais... jul. 2009. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2015.

Consideramos que, em virtude do distanciamento da natureza imposto pela vida urbana, os fenômenos astronômicos de um pôr do sol, em seu movimento aparente, da fase de Lua cheia, do surgimento de Vênus (ou estrela-d’alva) nas madrugadas, do verão alternado com o inverno nos diferentes hemisférios, entre outros, nem sempre são observados e/ou entendidos pelas pessoas. Esse limite é um dos desafios apresentados ao educador, os quais poderão ser superados, ainda que parcialmente, com atividades práticas que utilizem modelos tridimensionais, que promovam a observação do céu noturno a olho nu, visitas a planetários etc. A observação é um importante procedimento, mas o aluno deverá perceber que, em relação à escala de tempo humano, os fenômenos celestes ocorrem com significativa lentidão. Portanto, professor, para a atividade de observação há necessidade de planejá-la com antecedência durante o ano letivo; ter método e persistência para acompanhar, por exemplo, a variação na posição e no horário do nascer ou pôr do sol, no horizonte, no

decorrer de um ano; as fases da Lua, ao longo de quase um mês; quando e onde planetas estarão visíveis; as diferentes posições da constelação do Cruzeiro do Sul, ao anoitecer, no início de cada estação do ano. Sugerimos a estratégia de analisar, com os alunos, como ocorreu (e ocorre), ao longo da história da humanidade, o processo de construção dos diferentes modelos para explicar o funcionamento do Universo, e desenvolver com eles um debate crítico sobre as possíveis hipóteses alternativas ou do senso comum que possam ter. A história da Astronomia ilustra, de forma exemplar, como ocorre o avanço da ciência, por isso, favorece o entendimento de que todo conhecimento atual é resultado do trabalho (observação, estudo e pesquisa com seus avanços, superações e impasses) coletivo e sócio-histórico. O estudo da Astronomia envolve a aplicação de conhecimento das ciências exatas, naturais e humanas, o que lhe atribui um forte caráter interdisciplinar. Favorece o planejamento conjunto com os colegas de Geografia em vários temas; de Matemática, no estudo de medidas, da Geometria e de proporções, por exemplo; além de História, Arte e Língua Portuguesa, entre outras. E contribui para o desenvolvimento da consciência socioambiental que depende, sem dúvida, da percepção de nosso pertencimento planetário. A articulação com as diferentes áreas do conhecimento certamente contribuirá para a construção de um processo educativo abrangente e de qualidade. Medeiros (2010), em consonância com outros autores, propõe que devemos, no ensino de Astronomia, além de apresentar aspectos teóricos e técnicos — atendendo às disposições legais de desenvolver competências e habilidades por meio dos conteúdos a ela associados —, ressaltar o que ela proporciona ao ser humano de compreensão de sua inserção planetária e cosmológica. Sugere, por isso, especial atenção didático-pedagógica nesse momento em que o aluno da educação básica, possivelmente pela primeira vez, tem contato sistemático e formal com a Astronomia.

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Homem Velho, a Ema e a Cervo-do-Pantanal, todas elas localizadas na Via Láctea.

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Sugestões de conteúdo sobre Universo Nos endereços eletrônicos a seguir, você encontra sugestões, textos e outros materiais que, além de contribuir para sua formação continuada, podem favorecer práticas pedagógicas permeadas por uma abordagem integrada e significativa de conceitos da Astronomia. Sites • Sites com textos relativos à História da Astronomia . . • Software para observação do céu

O céu é um laboratório natural e acessível a todos. Em sala de aula, pode se utilizar o “planetário” Stellarium, software livre (em inglês). • Visita a planetários é sempre muito enriquecedor, caso não haja planetário em sua cidade ou região, faça, com os alunos, passeios virtuais a dois deles.

• AFONSO, G. B. Astronomia afro-indígena.

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• DORNELES, Caroline F. A Astronomia nas culturas da América pré-colombiana.

7. Avaliação Quando discutimos ensino e aprendizagem, a avaliação surge entre os aspectos a serem considerados. Veja a seguir algumas perguntas que são norteadoras na reflexão sobre os processos avaliativos.

O que é avaliar? Para além das práticas escolares, avaliar, em linhas gerais, é emitir juízo de qualidade sobre algo ou alguém visando valorar seus

atributos, quer sejam positivos, quer sejam negativos ou, ainda, potenciais, e indicar as ações, caso seja necessário ou desejável, para aperfeiçoá-los. Concordando com Vasconcellos (2008), afirmamos que, no agir cotidiano quando podemos acertar ou errar, a avaliação ajuda a:





a) Tomar consciência de seus acertos, o que fortalece sua autoestima, amplia e consolida sua visão de mundo, amplia seu leque de estratégias de ação e prepara novas aprendizagens (ajuda a criar zona de desenvolvimento proximal); b) Tomar consciência de seus limites ou erros, o que possibilita a revisão de práticas, procedimentos e atitudes, a fim de superá-los; c) Perceber suas potencialidades, o emergente, o novo, o que fortalece seu processo de crescimento, sua vocação ontológica de ser mais, portanto, quando já não há comparação com um referencial externo (como no caso do acerto ou erro), mas a si mesma. VASCONCELLOS, C. S. Professor defende uso da nota apenas como indicativo. Jornal do Professor, Brasília, 17 dez. 2008. Entrevista. Disponível em: ‹http://portaldoprofessor. mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=282›. Acesso em: 10 fev. 2015.

Aqui nos referimos à avaliação escolar, considerando-a uma prática social, inserida em um conjunto de outras práticas sociais mais amplas. Se em seu sentido mais amplo a avaliação é um julgamento de valor, em sala de aula é uma aferição para saber até que ponto os alunos atingem os objetivos previamente propostos – objetivos de aprendizagens diversificadas em relação aos conteúdos gerais e específicos que se julgam necessários ao desenvolvimento intelectual e pessoal dos alunos. A avaliação escolar revela, também, como os alunos constroem – competências e habilidades – os conhecimentos e quais atitudes e valores desenvolvem. Avaliação escolar é, pois, mais que medir ou acumular dados obtidos por questionários, testes e provas, instrumentos válidos, mas não suficientes num processo avaliativo, no qual é fundamental fazer inferências e comparações, analisar

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Por que avaliar? Como discutimos anteriormente, a avaliação é componente fundamental de um plano de ação, logo, é parte intrínseca do processo de ensino e aprendizagem. Os critérios de avaliação devem ser coerentes com os objetivos estabelecidos no plano de curso e planejamento de aula. A avaliação possibilita traçar os perfis, identificar quais aspectos se devem reforçar ou abandonar; que conteúdos, competências e habilidades devem ser privilegiados; quais assuntos necessitam de complementação; e qual é o momento de avançar, segundo o ritmo da turma. Em outras palavras, a avaliação favorece reflexões sobre o andamento do processo e reformulações nos procedimentos e estratégias, tendo como finalidade o sucesso efetivo do aluno e do grupo.

Quando avaliar? Avaliações restritas ao fim do bimestre ou trimestre, do mês ou da unidade impedem a visão da aprendizagem como um processo. Portanto, na perspectiva aqui apresentada, a avaliação do aluno deve ser continuada, variada, com instrumentos e atividades diversificados, criativos, e realizada no próprio processo de ensino, algo que é decorrente dessas atividades, inerente a elas e a seu serviço, na meta de aprendizagens cognitivo-sociais significativas para os alunos. O fluxo contínuo de informações precisas sobre o aprendizado dos alunos, fornecidas pelas avaliações rápidas em sala de aula, possibilita verificar e analisar as dificuldades e os progressos deles, identificar falhas do processo e intervir para eliminá-las ou minimizá-las. A avaliação contínua possibilita intervir de forma eficaz na turma (individual e coletivamente), rever seus procedimentos e

estratégias de ensino e redirecionar seus objetivos e formas de apresentar os conteúdos, adequando-os para que os alunos melhor compreendam e assimilem as informações relevantes no âmbito necessário. A avaliação contínua não só orienta o professor no processo de ensino como também orienta os alunos em relação a seu desenvolvimento no processo de aprendizagem.

O que avaliar? A avaliação, como já foi afirmado, deve estar a serviço da aprendizagem, reorientando as estratégias didáticas. A avaliação não deve ser classificatória ou adotada como forma de coerção ou instrumento de poder. A intencionalidade da avaliação escolar deve estar relacionada ao compromisso com a efetiva aprendizagem necessária a todos os alunos. "O que" e "como" se pretende avaliar devem ser explicitados previamente aos alunos a fim de que tenham parâmetros para orientar seus estudos e demais afazeres da vida escolar. O erro do aluno deve ser considerado elemento de reflexão e revisão com vistas à aprendizagem. Como nos lembra Perrenoud (1999): O professor deve se interessar pelos erros, aceitando-os como etapas estimáveis do esforço de compreender, evitando simplesmente corrigi-los, proporcionando ao aluno, porém, os meios para tomar consciência deles, identificar sua origem e transpô-los. PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

Esteban (2001) também corrobora essa perspectiva enfatizando que o erro, muitas vezes mais do que o acerto, revela o que o aluno “sabe”, colocando esse saber numa perspectiva processual e indicando também aquilo que ele ainda “não sabe”, portanto, o que pode “vir a saber”. Nesse sentido, diz ainda a autora, o erro dá pistas sobre como cada um está organizando seu pensamento e articulando seus diversos saberes, as diversas lógicas que atravessam a dinâmica

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consequências, examinar o contexto, estabelecer valores, aquilatar atitudes, rever formas de comunicação, fazer autocrítica etc. em um trabalho integrado entre professor e alunos e articulado com os demais agentes escolares.

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ensino-aprendizagem, as muitas possibilidades de interpretação dos fatos, a existência de vários percursos coletivos, a tensão individual/coletivo. Deixa de representar a ausência de conhecimentos, a deficiência, a impossibilidade, a falta. Nessa perspectiva, é importante atentar para o fato de que, assim como as situações de aprendizagem devem ser diversificadas, também é fundamental buscar instrumentos e estratégias por meio dos quais os alunos possam ser avaliados em diferentes aspectos.

Como avaliar? Considerando a eficácia da avaliação contínua, entendemos que o professor precisa se valer de diversos meios, recursos e atividades que possam ser utilizados no decorrer das aulas e que ensejem avaliação de processos de aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de atitudes, de formas de estudo e trabalho, individual ou coletivamente.

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Nos PCN de Ciências Naturais (1998, p. 124-125), lê-se: Os instrumentos de avaliação comportam, por um lado, a observação sistemática durante as aulas sobre as perguntas feitas pelos estudantes, as respostas dadas, os registros de debates, de entrevistas, de pesquisas, de filmes, de experimentos, os desenhos de observações, etc.; por outro lado, as atividades específicas de avaliação, como comunicações de pesquisas, participação em debates, relatórios de leitura, de experimentos e provas dissertativas ou de múltipla escolha.

Essas indicações dos PCN pressupõem a necessidade de professores e alunos se familiarizarem com o uso de meios variados e instrumentos diversificados a fim de ajustar procedimentos avaliativos que sejam os mais adequados aos objetivos de ensino previamente definidos, à linguagem dos conteúdos específicos e à dos alunos, e que possam contribuir para situar o aluno (individual e coletivamente) em relação à sua aprendizagem e ao estímulo a essa aprendizagem.

O uso de instrumentos diversificados que contemplam as diferentes características dos alunos favorece seu desenvolvimento cognitivo, social e afetivo. A experiên­cia de sala de aula revela que, ao avaliar, por exemplo, os alunos com muita frequência por meio de seminários, corre-se o risco de prejudicar aquele que tem dificuldade para se expressar oralmente. Embora a avaliação deva ser feita por meio de instrumentos diversificados e não apenas por testes e provas, esses “velhos” instrumentos não precisam ser abandonados. Quando bem elaborados, colaboram na tarefa avaliativa. Questões contextualizadas, com linguagem clara e, se possível, com textos, leitura de imagens etc., são sempre mais significativas. A introdução de elementos desconhecidos dos alunos perturba o processo avaliativo e distorce os resultados; logo, não é aconselhável. Provas com consulta, em dupla, interdisciplinares etc. são alternativas que podem enriquecer pedagogicamente o processo avaliativo. Entendemos que a avaliação só faz sentido se cumprir seu papel de apontar caminhos para melhorar a aprendizagem respeitando o papel mediador do professor, que é buscar a convergência máxima de significados, pela aproximação com o aluno e pelo entendimento de suas dificuldades, para ajudá-lo a superá-las por meio de processos dialógicos e interativos. Listamos a seguir algumas sugestões de formas e instrumentos de avaliação. 1) A avaliação deve contar com o envolvimento ativo do aluno, ou seja, a autoavaliação deve ser estimulada. Ela possibilita a reflexão do aluno sobre o próprio processo de aprendizagem de modo que ele tome consciência daquilo que sabe e de como aprende, e assim possa definir formas eficazes de aprender. Consideramos isso positivo, sob a perspectiva da metacognição. Este conceito, abordado sob mais de uma dimensão na literatura, diz respeito, entre outras coisas, ao conhecimento do próprio conhecimento, à avaliação, à regulação e à organização dos

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2) Os portfólios individuais ou feitos em grupo são coleções de trabalhos concluídos ou em desenvolvimento, dos quais constam as reflexões dos alunos em relação às escolhas dos trabalhos e no que eles consistem. Os portfólios representam uma opção para o acompanhamento das experiências, dificuldades e progressos dos alunos e registro de suas aprendizagens ao longo do ano letivo, promovendo uma avaliação continuada formativa mais contextualizada e mais reflexiva. São diversas as vantagens do uso desse recurso de aprendizagem e avaliação: abrange mais processos e objetos de avaliação, faz coincidir tarefas de avaliação e de aprendizagem contextualizando a avaliação, facilita ao professor a identificação dos progressos e das dificuldades dos alunos ao longo do processo de ensino e aprendizagem, o que possibilita tomadas de decisões mais eficazes, favorece o desenvolvimento de competências de autoavaliação por parte dos alunos, incentiva-os a participar mais

efetivamente no processo de avaliação e incentiva maior envolvimento e responsabilidade deles em relação à aprendizagem. Essa é mais uma ação que estimula o protagonismo discente e fornece à escola um registro mais preciso do percurso de aprendizagem dos alunos. Como essa estratégia avaliativa requer planejamento, organização e revisão sistemática dos trabalhos cotidianos deles, é a sua mediação que garante que a utilização dos portfólios resulte numa estratégia de avaliação alternativa mais reflexiva. Complemente as informações com a leitura do texto de apoio ao professor “Elaboração de ­portfólio”, na página 329.

3) O mapa conceitual, comumente usado como recurso didático apropriado ao processo de aprendizagem, é proposto como instrumento que possibilita integrar avaliação e aprendizagem. Com a construção do mapa conceitual relativo a cada unidade de estudo, por exemplo, obtêm-se informações sobre a aprendizagem qualitativamente superiores às respostas memorizadas dadas a um teste convencional. Ao discutir com os alunos o mapa conceitual por eles elaborado, este se torna um instrumento que lhe possibilita identificar em que fase da aprendizagem eles estão, ou seja, facilita a avaliação do processo ensino-aprendizagem. A proposta de avaliação por meio de mapas conceituais não tem o objetivo de testar conhecimento e atribuir nota; a ideia principal é verificar o que eles sabem em termos conceituais. Ao se definir com base em qual conceito o mapa será organizado e desenvolvido, mobilizam-se e se constroem diversas competências, por exemplo: análise, síntese, relação, classificação, inferência, representação etc. Então, pelo mapa conceitual também se pode avaliar como o aluno estrutura, hierarquiza, diferencia, relaciona, discrimina e integra

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próprios processos cognitivos. Quando os alunos percebem que estão envolvidos no processo de atuar na gestão dos próprios processos cognitivos, amplia-se a confiança nas próprias capacidades. Embora de modo incipiente, essas atividades de retomada de ideias e reflexão sobre aprendizagens propostas na coleção colaboram para o processo metacognitivo e para a autonomia intelectual – o aprender a aprender – do aluno (PEREIRA, 2012). Com o retorno criterioso que ele deve receber a respeito das avaliações feitas pelo professor, a autoavaliação constitui um excelente recurso na construção do autoconhecimento e um modo efetivo de participação em seu processo avaliativo. Os critérios da autoavaliação podem ser estabelecidos em conjunto, por professor e alunos. Esses critérios deverão também estar referendados nos objetivos previamente estabelecidos para a aprendizagem.

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conceitos de determinada unidade de estudo, de um capítulo, de uma aula etc. Isso posto, entende-se que os mapas conceituais poderão ser instrumentos úteis na identificação dos conhecimentos prévios dos alunos e das mudanças em suas estruturas cognitivas durante o processo de ensino e aprendizagem. E fornecem, inclusive, informações que podem determinar a revisão do plano de ensino do professor e de estudo dos alunos.

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Complemente as informações com a leitura do texto de apoio ao professor “Construção de um mapa conceitual”, na página 327.

4) A Feira de Ciências é uma ocasião na qual professores e alunos se aproximam das atividades científicas desenvolvidas no meio escolar, o que contribui para a autonomia intelectual deles e desperta a criatividade e a capacidade de construir conhecimento. É uma ocasião que também possibilita aos familiares e à sociedade em geral conhecer a produção científica da escola. Como seu objetivo é divulgar a ciência e o aprendizado na escola, não convém atribuir notas ou conceitos por essa atividade isoladamente. Contudo, a Feira de Ciências pode ser uma boa oportunidade de avaliação da aprendizagem. Considerando que a avaliação não deve se pautar apenas no produto final, e sim no processo, definem-se critérios para avaliar o rigor conceitual e quesitos como: espírito de equipe, participação, organização, criatividade, comunicação e relatório das atividades. 5) Na produção do relatório, o aluno aprende a elaborar composições com as quais registra por escrito seu pensamento, a articular ideias e explicar procedimentos, a identificar e/ou criticar os processos utilizados. A persistência do aluno ao selecionar dados para o respectivo registro – o que o leva a desenvolver capacidades de raciocínio e comunicação – contribui

para a construção da própria visão ou de uma nova visão dos textos lidos, filmes, eventos – como Feira de Ciências –, visitas a museus e centros de ciências, fatos e/ou fenômenos observados, experimentos etc. O relatório escrito é um dos instrumentos que possibilitam a integração da avaliação com o processo de aprendizagem. Analisando os relatórios dos alunos, você poderá avaliar individualmente a capacidade deles tanto de raciocínio e articulação das ideias quanto de descrição, análise e crítica de uma situação ou atividade. A produção do relatório – registros por escrito, com desenhos e/ou fotografias – pode ser realizada de forma individual ou em pequenos grupos. 6) Ainda considerando a importância da avaliação continuada, relacionamos a avaliação rápida em aula, na qual você utiliza recursos que não demandam muito tempo e que possam ser usados de forma contínua. Nessa modalidade de avaliação, você pode criar estratégias para acompanhar o progresso da aprendizagem dos alunos em relação aos trabalhos desenvolvidos em sala de aula, a fim de estimular essas aprendizagens e oferecer condições para que possam exprimir o que realmente sabem, compreendendo e superando suas dificuldades ou ampliando seus conhecimentos. Por se caracterizar como avaliação de um contexto específico, ela é adaptável a variáveis relativas às especificidades da turma, como estilo e experiência do professor, necessidades pontuais de aprendizagem e características de determinado conteúdo. Além disso, por acompanhar o andamento da aula, esse tipo de avaliação é planejada para manter um fluxo de informação constante entre alunos e professor. Há diversas maneiras de processar avaliações rápidas no decorrer das aulas, as quais você pode adaptar às suas necessidades específicas e, com base nelas, criar outras: por exemplo, interromper a aula por alguns minutos e perguntar aos

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A vantagem da avaliação rápida em aula é que, com um pequeno investimento de tempo, você consegue perceber qual é o nível de compreensão dos alunos de partes específicas das aulas e, de acordo com os resultados obtidos, se for o caso, alterar sua estratégia de ensino. Essa avaliação continuada, integrada às atividades de ensino em sala de aula, voltada para a verificação dos avanços/dificuldades dos alunos, entendemos, é a própria essência de um bom ensino e da melhoria das aprendizagens.

Nesta coleção, há diversas propostas de atividades passíveis de serem utilizadas estrategicamente, servindo como instrumentos de avaliação durante os processos de ensino e aprendizagem. Uma avaliação inicial é sugerida na seção Pense, responda e registre, na página de apresentação de cada capítulo, nas quais, além das imagens, há textos e indagações cujo objetivo é provocar o aluno, levando-o a debater questões relativas ao tema e aos conteúdos que serão apresentados a seguir. Esse momento é a oportunidade de os alunos manifestarem seus conhecimentos prévios – resultantes de suas experiências pessoais e das interações com seu meio natural, social e tecnológico, estimulando-os a levantar hipóteses sobre as questões apresentadas, além de você identificar, conhecer e compreender melhor o modo de pensar dos alunos. Essa avaliação inicial poderá dar indicações ao professor sobre a abordagem que deverá fazer dos conteúdos, textos e atividades, além de (re)adequar estratégias e recursos planejados para suas aulas. Esse momento não pode ser cansativo e formal, mas deve ser breve e favorável à espontaneidade, valorizando a participação dos alunos. A proposta da seção Retomando as questões iniciais, no final de cada capítulo, é motivar o aluno a revisar seus registros e avaliar se reformulou algumas ideias e concepções

ao longo do estudo, podendo assim acompanhar e compreender o seu processo de aprendizagem. Atividades como as das seções Observando e Experimentando podem ser utilizadas ao longo do processo de ensino e aprendizagem para avaliação do aluno em relação a competências e habilidades – como observar, analisar, comparar, relacionar dados, sistematizar, interpretar resultados, elaborar conclusões, organizar, selecionar informações e elaborar explicações sobre fatos e/ou fenômenos observados – e também em relação à capacidade de argumentação, expressão oral e escrita, colaboração com os colegas etc. Nos exercícios, há focos diferenciados. Na seção Agora é com você, que tem papel de revisão e fixação, o objetivo é verificar de modo mais abrangente se os conceitos e a terminologia do capítulo estudado foram apropriados pelo aluno. Já a maioria das questões da seção Diversificando linguagens possibilita avaliar a construção de competências mais complexas no aluno, como análise, síntese, inferência, relação etc. Nelas, além de aplicar os conceitos e termos que foram trabalhados, exige-se que o aluno relacione diferentes informações, identifique-as num dado contexto ou, ainda, elabore suas próprias conclusões. Também há questões em que ele é solicitado a interpretar tabelas e gráficos, bem como a analisar esquemas e outros tipos de imagem. As atividades da seção Trabalho em equipe, cuja finalidade é estimular relações interpessoais e a prática de ação crítica e cooperativa, dão a oportunidade de avaliar a competência e as habilidades dos alunos, por exemplo: trabalhar em equipe e saber ouvir, expressar suas opiniões, debater argumentando, respeitar as diferenças etc. Seria interessante, após cada capítulo ou unidade, retomar as questões iniciais e verificar se os alunos conseguiram respondê-las satisfatoriamente, avaliando, com eles, pontos como as atividades nas quais apresentaram mais dificuldade e aquelas nas quais apresentaram mais facilidade e o porquê, além

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alunos, que devem responder brevemente, o que de mais importante eles aprenderam naquela aula e se ficou alguma questão importante sem resposta.

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de outros aspectos que interferiram no andamento dos trabalhos. A análise desses dados facilitará a definição das prioridades e estratégias para a superação dos aspectos avaliados como negativos que influenciaram o desenvolvimento do processo de aprendizagem. Ao sugerirmos formas ou instrumentos e propormos atividades nas diversas seções, não temos a pretensão de esgotar a diversidade e as possibilidades avaliativas. São opções às quais você poderá recorrer no desempenho de sua tarefa de educador. A intenção é somar, entendendo que há outros instrumentos e métodos avaliativos com suas próprias finalidades e perspectivas. A avaliação da aprendizagem na perspectiva da inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais é um desafio à escola e, em particular, aos professores. Entre outras tarefas desafiadoras, há as que consistem na seleção de técnicas e instrumentos avaliativos de acordo com a identificação das necessidades educacionais especiais deles.

 ugestões de conteúdo sobre S a avaliação Leituras • Avaliação escolar em geral:

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 que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem?, de O Cipriano Carlos Luckesi. Disponível em: . • Uma leitura sobre avaliação no Ensino Fundamental, de Dione Batista Ribeiro. Disponível em: . • Avaliação na perspectiva da inclusão escolar:  RASIL. Ministério da Educação. Secretaria de B Educação Especial. Saberes e práticas da inclusão: avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais. 2. ed. Brasília, 2006. Disponível em: .

8. Textos de apoio ao professor Apresentamos textos que abordam questões relativas à educação e ao ensino de Ciências que podem enriquecer o trabalho docente.

TEXTO 1 A nomenclatura anatômica De modo geral, procuramos utilizar na coleção a versão determinada pela Comissão de Terminologia da Sociedade Brasileira de Anatomia. Contudo, tal qual a maioria dos autores desse nível de ensino, optamos por não incorporar todos os termos novos, receosos de dificultar a aprendizagem de conceitos em razão do estranhamento por parte do aluno. Contudo, listamos a seguir alguns desses termos para que você, se julgar necessário, informe o novo nome à turma. Nome antigo

Nome atual

alça de Henle amígdala bainha de mielina célula de Schwann circunvoluções cerebrais corpo amarelo cristalino complexo de Golgi fibra muscular fibras nervosas fossa nasal gânglio linfático globo ocular hipoderme líquido cefalorraquidiano nervos raquidianos nódulo de Ranvier ouvido paratireoide

alça néfrica tonsila estrato mielínico oligodendrócito sulcos e giros cerebrais corpo lúteo lente complexo golgiense miócito neurofibras cavidade nasal linfonodo bulbo do olho tela subcutânea líquido cerebroespinhal nervos espinhais nó neurofibroso orelha glândula paratireóidea

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retículo endoplasmático rugoso ou granular sistema circulatório sistema digestivo sistema excretor sistema reprodutor tecido muscular cardíaco tecido muscular estriado tecido muscular liso tireoide/tiroide trompa de Eustáquio trompa de Falópio vulva

retículo endoplasmático não granuloso retículo endoplasmático granuloso sistema cardiovascular sistema digestório sistema urinário sistema genital tecido muscular estriado cardíaco tecido muscular estriado esquelético tecido muscular não estriado glândula tireóidea tuba auditiva tuba uterina pudendo feminino

TEXTO 2 Organização de feiras de Ciências Historicamente, as feiras de Ciências ganharam força na década de 1960, no auge da tendência do ensino científico experimental. Por vezes, foram utilizadas de forma equivocada, como atividades de “culminância” de “projetos” desenvolvidos com base em temas estanques ou de exibição de trabalhos feitos apenas para concursos. Quase todos nós já tivemos a oportunidade de ver – como alunos, professores ou visitantes – feiras nas quais sobram estandes em que são expostos cartazes e maquetes coloridos e onde alunos repetem falas mecânicas memorizadas. Entretanto, essas distorções e equívocos não invalidam pedagogicamente esse tipo de atividade, que pode ser adotada para repetição de experimentos feitos em sala de aula; para a montagem de exposições com fins demonstrativos; como estímulo para aprofundar estudos e para a busca de novos conhecimentos; como oportunidade de proximidade com a comunidade científica; como espaço para iniciação científica; para o desenvolvimento do espírito criativo; para a discussão de problemas sociais e para integração escola-sociedade. Acima de tudo, a feira deve estar incorporada ao currículo. As exposições

selecionadas em feiras de Ciências são rico material para equipar laboratórios e tornar mais agradável o ambiente escolar. Atentos aos argumentos favoráveis e contrários em relação à realização das feiras de Ciências, apresentamos a seguir alguns tópicos que consideramos importantes para a reflexão sobre sua importância. 1. Por que fazer? • Por seu caráter pedagógico e cultural, favorece a participação efetiva dos alunos e a integração de professores de diferentes disciplinas. Possibilita a divulgação, para toda a comunidade, das produções dos alunos elaboradas no contexto educativo. • Por fortalecer a autonomia, a criatividade, o raciocínio lógico, a capacidade de pesquisa e a construção de conhecimento nos participantes. • Por estimular a vocação científica e promover o desenvolvimento de competências e habilidades. • É importante ter em mente que projetos não devem se basear em temas isolados, mas em problematizações. É fundamental partir de questões significativas para os alunos, que os intriguem e despertem sua curiosidade. 2. Quem participa? • O trabalho começa com a definição, no planejamento anual da escola, do período de realização da feira. Com base nisso, os diferentes grupos – direção, coordenação, professores, alunos e demais membros da comunidade local – assumirão papéis e tarefas específicos. • Diretores e coordenadores deverão, por exemplo, discutir o planejamento com os professores, definindo quais turmas participarão do projeto. • As problematizações, que serão a base dos projetos, dificilmente terão caráter estritamente disciplinar. Assim, é importante estimular a participação de professores de outras disciplinas, sem, contudo, “forçar” uma integração artificial.

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retículo endoplasmático liso

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3. Como planejar? • Do ponto de vista metodológico, as feiras devem estar integradas ao currículo, sendo preparadas desde o início do período letivo para que o momento da apresentação seja a culminância de todo um trabalho desenvolvido durante o ano, e não um fim em si mesmo. • No planejamento, é necessário prever recursos e infraestrutura.

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• É importante divulgar para as equipes uma série de informações (ou regulamento), como data e duração da feira, forma de exposição dos trabalhos, espaço, tempo de apresentação, materiais disponíveis pela organização do evento e se haverá avaliação dos trabalhos. 4. Como expor e divulgar? • Antes de tudo é preciso escolher bem o local onde será a exposição, com acessibilidade, segurança e boa iluminação. • Na apresentação devem ser utilizados aparelhos e equipamentos que demonstrem claramente o projeto e chamem a atenção do visitante. • Uma ideia simples e de baixo custo é usar mesas, adaptando uma estrutura de papelão ou compensado fino para fixar o material a ser exposto. • Para transmitir as informações essenciais no espaço e tempo limitados devem ser utilizados recursos de comunicação variados e interessantes. Como uma parte do público desconhece o tema abordado, a exposição, além de ter visual atraente, deve se valer de uma linguagem acessível e ser bem clara e didática. • É preciso elaborar folhetos explicativos para os visitantes. O impresso pode conter uma síntese breve do projeto, o material e a técnica empregados, alguns dados obtidos, bibliografia, identificação da equipe e um meio de comunicação da escola ( e-mail , por exemplo) para mais informações.

• Pode-se levar a feira para o ambiente virtual e divulgar os trabalhos para visitantes de outros lugares. Com a montagem de um site ou link de página com essa finalidade, é interessante disponibilizar aos internautas acesso a fotografias, vídeos e detalhes dos projetos, além de um espaço para que deixem recados (ou scraps, na linguagem virtual) e comentários. • Os trabalhos mais bem avaliados podem ser inscritos em outras mostras. 5. Como avaliar? • Como o objetivo é divulgar Ciências e estimular seu aprendizado na escola, não convém atribuir notas ou conceitos por essa atividade isoladamente. • Prêmios podem ser ofertados por agentes patrocinadores, sociedades beneficentes, agremiações, empresas locais, prefeitura etc. • Caso haja uma comissão julgadora, os critérios devem ser claros para todos, de preferência divulgados e detalhados previamente entre os participantes. O conjunto de critérios precisa valorizar o esforço empreendido pelos alunos, e não simplesmente a apresentação visual ou recursos sofisticados. Quanto mais as normas estabelecidas previamente forem assimiladas e compreendidas pelo grupo, melhor a qualidade dos produtos e menor a antiga confusão feita por alguns, que se contentam principalmente com uma boa apresentação visual. É importante ter em foco o rigor conceitual, a demonstração de envolvimento de todos os componentes do grupo, a clareza do objetivo da atividade na apresentação e os resultados atingidos. • A avaliação da aprendizagem não deve se pautar apenas no produto final, mas no processo, fundamentada em quesitos como espírito de equipe, participação, organização e relatório das atividades.

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6. Como evitar acidentes? • Experimentos com fogo devem ser evitados. Quando imprescindíveis, devem ser realizados sob a supervisão de adultos. • Experimentos com eletricidade devem se restringir ao uso de pilhas e baterias, com corrente contínua e tensão máxima de 9 volts. • Na educação básica, vivissecções são proibidas por lei. • Do mesmo modo, a legislação não autoriza experimentos ou demonstrações que envolvam a manipulação de sangue humano, tal como tipagem sanguínea ou obtenção de esfregaços para análise com microscópio. • Atividades de observação microscópica de tecidos humanos devem ser feitas apenas com material fixado em lâminas devidamente preparadas. • A manipulação de substâncias químicas, mesmo as diluídas, deve ser feita acompanhada por adultos capacitados e com uso de material de segurança, como proteção para os olhos, mãos, braços e tronco, bem como em local apropriado para evitar inalação de vapores e gases. • Devem ser proibidos experimentos com substâncias químicas concentradas, em especial ácidos e bases, bem como substâncias tóxicas ou de elevada periculosidade, como metais pesados e substâncias de efeito neurotóxico. 7. Como fazer parcerias e/ou obter mais informações? • Programa Nacional de Apoio às Feiras de Ciências da Educação Básica (Fenaceb): .

• Prêmio Jovem Cientista: . • Bolsa de Iniciação Científica Júnior: . • Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace): . • ABC na Educação Científica – Mão na Massa: .

 ugestões de conteúdo sobre feira S de Ciências Leituras • PAVÃO, A. C. Estudantes cientistas. Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, set. 2005. •

. Feira de Ciências: revolução pedagógica. Espaço Ciência, maio 2007. Disponível em: .

TEXTO 3 Construção de um mapa conceitual Propostos por Novak (1980), com base em contribuições de Ausubel (1980), os mapas conceituais representam, na forma de diagramas, relações consideradas significativas entre conceitos de uma disciplina ou entre unidades de ensino. No ensino de Ciências e outras disciplinas, eles podem ser úteis no planejamento, na avaliação e nos demais processos da prática pedagógica. De acordo com Novak (1996), um mapa conceitual é constituído por um conjunto de conceitos inter-relacionados segundo uma hierarquia. Nele, as relações mais importantes entre os conceitos – representados, em sua maioria, por uma palavra ou um símbolo – são enfatizadas com o uso de recursos gráficos. Para Ausubel (1980), aprendizagem significativa seria um processo em que se relaciona uma nova informação com estruturas cognitivas já existentes no aluno. A nova informação chega à memória e estabelece novas conexões com os dados que

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• As feiras que envolvem a participação de diferentes níveis de ensino da escola costumam definir critérios de avaliação específicos para cada um deles.

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ali estão armazenados mediante aprendizagens prévias (MOREIRA, 1999). Isso quer dizer, em suma, que nosso aluno aprende um novo conteúdo de ciências na escola com base nas referências que traz do contato com a Ciência em seu dia a dia, seja em casa, seja no supermercado, seja na brincadeira com os amigos etc. Pode-se identificar uma relação entre a elaboração de um mapa conceitual e o processo de construção do conhecimento. Quando definimos o conceito com base no qual vamos organizar e desenvolver o mapa, mobilizamos e construímos diversas competências, por exemplo: análise, síntese, relação, classificação, inferência, representação etc. Além disso, demonstramos, no mapa, nossa interpretação do conteúdo trabalhado e as relações que identificamos entre os conceitos, ou seja, como o conceito A se relaciona de maneira lógica com o conceito B.

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Como representam os conceitos-chave conectados, os mapas conceituais possibilitam visualizar a lógica que leva a organizar, de determinada maneira e não de outra, os conteúdos de Ciências no currículo escolar; a forma com a qual está estruturado um projeto; e, até mesmo, a compreensão de textos. Sem ter a pretensão de apontar para um único caminho possível, esse tipo de mapa pode auxiliar professor e aluno a identificar que conteúdos são essenciais para a aprendizagem de outros. Com o mapeamento, também se torna mais fácil perceber como se relacionam os conceitos, que serão desenvolvidos em diferentes aulas/ unidades. Com base nisso, o trabalho interdisciplinar pode ocorrer sem a necessidade de fazer a tradicional aproximação artificial entre campos do conhecimento, baseada em temas e justaposição de conteúdos. Ao estabelecer redes, o mapa evita reforçar a linearidade e a fragmentação nos programas das disciplinas, pois possibilita ver como um mesmo tópico pode aparecer mais de uma vez com diferentes modos de representação e em diferentes níveis de profundidade, indicando múltiplas abordagens curriculares. Para a construção de um mapa conceitual, pode-se adotar os seguintes procedimentos:

• identificar os conceitos-chave do conteúdo a ser desenvolvido; • definir a posição hierárquica dos conceitos selecionados (dos mais gerais e inclusivos para os mais específicos e exclusivos); • escolher uma forma para representar graficamente (por meio de caixas, círculos etc.) os conceitos mais gerais no início do mapa; • buscar relações entre os conceitos (ex.: X causa Y, Z depende de N etc.); • conectar os conceitos relacionados por linhas ou setas. Nelas, podem-se registrar palavras ou expressões que explicitem a relação a ser apontada. Isso facilita a leitura e o uso do mapa após sua elaboração. Não há apenas uma forma de representação ao elaborar um mapa conceitual. Várias formas são possíveis e desejáveis. Use sua criatividade. O importante é que os conceitos selecionados sejam realmente os mais significativos e que fiquem claras as relações entre eles. Lembre-se de que construir um mapa conceitual em grupo é um ótimo meio de promover a troca de ideias. Respeitando a individualidade, valorizando as experiências e as impressões de cada um, pode-se fortalecer o coletivo. Veja também sugestões de estratégias didáticas envolvendo mapas conceituais que podem favorecer o aprendizado de Ciências e que podem ser feitas individualmente ou em grupo: 1. Ampliando e aprofundando conhecimento a) Solicite aos alunos que utilizem os conceitos listados por você e do conhecimento prévio deles sobre determinado tema para demonstrar ligações entre eles por meio da montagem de um mapa conceitual. b) Com base na leitura de texto do livro didático ou de outra fonte acerca do tema escolhido, peça que identifiquem quais são as palavras-chave do texto e como essas palavras se rela-

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cionam. Solicite que representem essa relação em um mapa conceitual.

os conceitos conectados (ex.: origina; são formados por etc.).

c) Os alunos devem comparar os dois mapas conceituais, verificar se houve modificações e, em caso positivo, se foi consequência de maior aprofundamento sobre o tema.

e) Procure por referências cruzadas no mapa (crosslinks) entre conceitos em diferentes seções do mapa, identificando novas relações.

a) Apresente aos alunos um mapa conceitual já elaborado do assunto escolhido. b) Solicite que, com base na leitura e análise desse mapa, construam um texto sobre o tema usando exclusivamente os conceitos e as relações apresentados. c) Organize uma apresentação dos textos para toda a turma a fim de que sejam identificadas semelhanças e diferenças entre eles. d) Sugira aos alunos que construam um novo mapa conceitual com base nos textos redigidos por eles. e) Solicite a apresentação e análise do material construído por toda a turma. 3. Revisão de conteúdos a) Apresente aos alunos um mapa conceitual hierarquizando os conceitos estudados. b) Solicite que elaborem uma questão que pode ser respondida pelos mapas. 4. Crosslinks: referências cruzadas no mapa conceitual O mapa pode ser feito em uma folha de papel em branco ou com o uso de um software específico para a construção de mapas. a) Liste os conceitos-chave identificados acerca do tema no quadro. b) Escreva os conceitos separadamente em cartões para facilitar a manipulação deles. c) Oriente os alunos a representar os conceitos dos mais gerais, no topo do mapa, para os mais específicos, na base do mapa. d) Os alunos devem relacionar os conceitos por meio de linhas. Sobre a linha deve ser escrita uma palavra ou frase pequena que explicite a relação entre

Para instruções de uso desse software em português, acesse: .

TEXTO 4 Leia o texto a seguir, de Shores e Grace (2001): Elaboração de portfólio Todos querem saber “O que deve fazer parte de um portfólio”. Na verdade, dois portfólios nunca são iguais, porque as crianças são todas diferentes e, assim, suas atividades pedagógicas também devem ser diferentes. Da mesma forma, dois professores não deveriam criar portfólios que sejam exatamente iguais, embora possam utilizar os mesmos princípios e as mesmas estratégias de montagem desse material. O portfólio é definido como uma coleção de itens que revelam, conforme o tempo passa, os diferentes aspectos do crescimento e do desenvolvimento de cada criança: essa é a melhor resposta que podemos dar aos professores.

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2. Construção de textos

Dicas Estimule aprimoramentos nos mapas (adicionar, remover ou mudar conceitos). Um mapa conceitual poderá mudar continua­mente, acompanhando o desenvolvimento do conteúdo. Utilize qualquer uma das estratégias apresentadas nos itens anteriores e depois reúna toda a turma como uma única equipe. Com base na análise de todos os mapas elaborados, peça aos alunos que construam um único mapa coletivo. Experimente usar o software CmapTools para a construção de mapas conceituais. Ele está disponível gratuitamente para download no link: .

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Essas coleções podem ser iniciadas com um único tipo de item, como amostras de trabalhos, e gradualmente ser amplificadas, de modo que incluam mais tipos de itens. Isso garante a você mais tempo para testar, adaptar e dominar cada nova estratégia de avaliação, antes de avançar para a próxima etapa. ◆

Tipos de portfólio

Os três tipos de portfólio são: • O portfólio particular • O portfólio de aprendizagem • O portfólio demonstrativo

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O primeiro tipo de portfólio, o particular, é um dos que você provavelmente já compila. O que compreende o segundo tipo – o de aprendizagem – motivará a reflexão sobre o seu programa e oportunizará uma comunicação mais rica com os pais; além disso, sua implantação será a mais divertida e a mais gratificante. O portfólio demonstrativo é uma versão condensada dos outros dois, o qual ajudará os futuros professores e demais integrantes da equipe escolar a aprender mais sobre as particularidades de cada criança. Esses três modelos de portfólio possuem funções justapostas, mas diferentes. Dividindo suas informações sobre cada criança nos três portfólios, mantém-se a confidencialidade de informações privadas, proporciona-se às crianças um constante acesso aos projetos em andamento e garante-se que amostras de trabalho críticas não sejam perdidas acidentalmente.

O portfólio particular Como professor você deve ter mantido registros escritos a respeito de seus alunos. Alguns desses, como históricos médicos e o número de telefone dos pais, são confidenciais. A confidencialidade também é importante, tendo em vista que você coleta tipos adicionais de registros escritos. Você, com certeza, deseja guardar registros sistemáticos, registros de casos e anotações de entrevistas com pais

separadamente dos portfólios de aprendizagem das crianças. Embora esses registros não sejam arquivados nos portfólios de aprendizagem das crianças, eles são uma parte importante da avaliação por portfólio, pois fornecem evidências do progresso de cada criança à medida que o tempo passa. Cada tipo de registro escrito aprofunda e amplia o conhecimento do professor em relação a cada criança. Entretanto, é importante ser salientado que decisões sobre a aprovação, o nível de desenvolvimento ou outras questões relativas à criança não devem ser tomadas com base em nenhum tipo de registro escrito. Os portfólios particulares das crianças devem ser mantidos em um armário ou em uma gaveta segura para proteger a privacidade delas e a de suas famílias.

O portfólio de aprendizagem Este, além de ser o maior portfólio, é aquele que você e as crianças usam com maior frequência. Ele contém anotações, rascunhos, esboços preliminares de projetos em andamento, amostras de trabalhos recentes e o diário de aprendizagem da criança. Quando você começar a conduzir as consultas formais de portfólio com as crianças, esse será o arquivo que você e a criança irão consultar. Arquivos de gaita, ou com repartições, são uma boa escolha para portfólios de aprendizagem, porque são fortes. As crianças podem guardá-los em escaninhos individuais ou em ordem alfabética em uma prateleira. Lembre-se: o portfólio de aprendizagem é a coleção da criança.

O portfólio demonstrativo As amostras representativas de trabalho, as quais demonstram avanços importantes ou problemas persistentes, devem fazer parte do portfólio demonstrativo. A princípio, você provavelmente irá selecionar as amostras, mas as crianças e os pais também podem escolher itens para o portfólio demonstrativo. As fotografias, as gravações e as cópias selecionadas de relatos narrativos dos alunos também pertencem a essa coleção. Você, a criança ou

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Itens do portfólio

A criatividade é a única limitação imposta aos conteúdos de portfólios de crianças. A variedade de itens que você pode colecionar e preservar para documentar o desenvolvimento de uma criança é maravilhosamente rica. Todos os itens irão proporcionar informações a respeito do crescimento e do desenvolvimento de cada criança. Os itens mais frequentes são amostras de trabalhos. Entre eles, desenhos e registros escritos são os mais comuns. Contudo, o portfólio se torna mais rico e mais útil à medida que outros tipos de itens são coletados como, por exemplo, fotografias, gravações de áudio e vídeo e diários de aprendizagem. ◆

 s portfólios encorajam o aprendiO zado centrado na criança

A avaliação baseada em portfólios pode e deve concentrar a atenção de todos (das crianças, dos professores e dos familiares) nas tarefas importantes do aprendizado. O processo pode estimular o questionamento, a discussão, a suposição, a proposição, a análise e a reflexão. ◆

Envolva as famílias

Enfatizamos o fato de que o portfólio pode abrir o processo de ensino para pais, irmãos e outros membros da família, encorajando-os a fazer parte da vida da sala de aula ou do centro educacional. Dessa forma, o portfólio se torna uma ferramenta para o desenvolvimento curricular centrado na família. Educadores e pais que já estão rotineiramente se comunicando com as famílias percebem essa troca como sendo uma oportunidade para desenvolver um círculo de aprendizado que se estende da escola até o lar

e vice-versa. Para aqueles professores que não estão se comunicando de modo sistemático com as famílias, a coleta e reunião de tópicos, materiais e projetos que sejam baseados no lar ou na família podem iniciar uma comunicação significativa entre a escola e o lar. ◆

I nstruções para a construção do portfólio do aluno:

• Envolver a família no processo de construção do portfólio do aluno; • Comunicar a família sobre a importância deste material, esclarecendo seu objetivo, demonstrando assim que os educadores desta unidade escolar estão interessados na maneira como o aluno, em particular, cresce e aprende; • Utilizar métodos variados para observar e documentar o progresso do aluno. Organizar o portfólio significa guardar, colecionar os trabalhos que o aluno desenvolve em sala de aula ou em outro ambiente; • Registrar através de fotos, registro de observação do professor e atividade do aluno; • Levar em conta que o portfólio tem caráter avaliativo e deve registrar o desenvolvimento do aluno; • As atividades selecionadas (textos escritos, fotos, atividades do aluno etc.) deverão ser significativas, apontando gradativamente o desenvolvimento do aluno. Enfim, desenvolver bons portfólios ajuda a todos. A avaliação com portfólio aumenta a cooperação e o entendimento entre professores e pais, individualiza as experiências de aprendizagem para ajudar cada criança a crescer no seu próprio potencial máximo e encoraja o desenvolvimento profissional do professor. SHORES, E.; GRACE, C. Manual de portfólio: um guia passo a passo para o professor. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

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os pais podem apresentar o portfólio demonstrativo para a professora da série seguinte. Um dos benefícios de portfólios demonstrativos é que as crianças e os seus futuros professores podem rever seus trabalhos anteriores e encontrar pistas para novos projetos.

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TEXTO 5  nsino de Ciências e a construção de E competências e habilidades no aluno Em documentos como Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais e em exames como Saeb, Pisa e Enem para diferentes níveis de ensino, encontramos propostas pedagógicas e avaliações formuladas de maneira semelhante às de outros países: currículos que têm como foco o exercício da autonomia intelectual dos alunos. Para que isso ocorra, o desenvolvimento de competências e habilidades tomam o lugar da valorização do restrito aprendizado de conceitos.

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Diante do ritmo acelerado de produção de conhecimento, não é possível simplesmente acrescentar tópicos ao conteúdo programático. A escola deve ter como objetivo a promoção da autonomia intelectual do aluno, propondo situações favoráveis à aprendizagem que abordem conceitos-chave em cada disciplina. Eles precisam ser devidamente contextualizados, dando sentido a eles, e também estar articulados com outros campos do conhecimento sempre que possível. No ensino de Ciências, certos conceitos são essenciais para compreender fenômenos e processos que permitem ao aluno, quando efetivamente dominados, fazer extrapolações e agregar outros mais periféricos. Entre os fundamentais, podemos citar os conceitos de metabolismo, gene, adaptação, homeostasia, tempo, espaço, força, velocidade, enzimas e reação. A partir deles, é possível elaborar problematizações contemporâneas relacionadas às aplicações biotecnológicas e às discussões ambientais, entre outras questões importantes para a vida em sociedade. Parece consenso que não é necessário nem imprescindível que os alunos aprendam na escola tudo o que é produzido no campo da ciência. Mais do que passar conteúdos, o desafio da escola é levar o aluno a aprender a aprender. Para isso, é preciso que a escola possa garantir, de modo sistemático e planejado, situações que levem o aluno a comparar, interpretar, classificar, analisar, sintetizar, discutir,

debater, descrever, esquematizar, opinar, julgar, fazer generalizações, analogias, diagnósticos etc., em diferentes contextos. Não se deve ter medo de investir em atividades diversificadas, ainda que o conteúdo trabalhado no ano letivo seja menor, se comparado ao de anos anteriores. Se o aluno desenvolve mais autonomia, ele tem condições de aprender além dos muros da escola, buscando o conteúdo que não foi trabalhado no currículo escolar quando houver necessidade ou interesse pessoal. Contudo, constata-se na prática, que, embora muitas escolas e professores afirmem que seus currículos e planos de ensino têm como eixo a construção de competências e habilidades, ainda há confusão em torno desses dois conceitos. ◆

 que distingue a competência da haO bilidade?

De modo simplificado pode-se dizer que enquanto a competência apresenta caráter geral, aplicável a contextos diversos, a habilidade relaciona-se mais diretamente a situações específicas. Por exemplo, a competência de construir argumentações é exigida em diversos momentos e em diferentes áreas do conhecimento. Argumenta-se em um debate oral, em uma redação, em uma apresentação de trabalhos etc. No entanto, para argumentar é preciso também utilizar conceitos específicos, dependendo da disciplina. É necessário, por exemplo, ter conhecimentos acerca de anatomia, legislação e bioética para argumentar com propriedade contra ou a favor do direito ao aborto em casos de fetos anencefálicos. Toda competência é composta por habilidades não exclusivas, ou seja, uma habilidade pode estar na composição de competências diferentes. Argumentar, por exemplo, envolve as habilidades de expressar-se adequadamente de modo oral ou escrito, de demonstrar coerência de ideias e de articular conceitos. Por outro lado, argumentar pode ser considerada uma das habilidades envolvidas na competência de debater argumentando. O limite conceitual entre o saber e o saber-fazer é tênue e contextual. O mais importante

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 omo posso ajudar meu aluno a consC truir competências e habilidades?

O professor deve estar atento e disposto a propor situações de aprendizagem diversificadas, que exercitem o uso das competências e habilidades pelos alunos, aliadas a conceitos disciplinares selecionados para aquele nível de ensino. O desenvolvimento de competências, e não somente a transmissão do conteúdo, precisa ser o objetivo do ensino. Para planejar aulas e projetos, sugere-se selecionar inicialmente qual competência e/ou habilidade será o foco. A elaboração da atividade parte da competência ou habilidade escolhida e, só então, o conteúdo envolvido, também indispensável, é definido. A competência de ler e interpretar gráficos, por exemplo, pode ser desenvolvida em aulas sobre ecologia, enzimas, calor, crescimento bacteriano, entre outros assuntos. No ensino de cinemática, ao propor atividades como análise de situações-problema, leitura/interpretação de gráficos, demonstrações, exibição de um vídeo ou leitura de textos, o professor estará promovendo o desenvolvimento de competências e habilidades diversificadas nos alunos ancorado em conceitos da Física. A avaliação deve ser elaborada da mesma maneira que os momentos destinados à construção das competências e habilidades em momentos destinados à aprendizagem. Devido à sua natureza, provas e testes escritos só permitem verificar se algumas destas

competências e habilidades evoluíram com sucesso. O professor precisa avaliar, por meio de outras estratégias, se os alunos desenvolveram ou não outras habilidades como trabalhar em equipe, expressar-se oralmente etc. É preciso escolher conceitos, nos extensos programas, que instrumentalizem o aluno a emitir opiniões e posicionar-se criticamente, baseado não apenas no senso comum, diante de questões relativas ao corpo, à saúde, ao meio ambiente, ao trabalho, à ciência e tecnologia e seu impacto sobre a sociedade. O desafio é fazer o aluno reconhecer a necessidade de ampliar seu quadro de referências, apropriando-se de conceitos e competências que permitam a ele transitar em diferentes contextos, que vão desde a realidade cotidiana, local, concreta, até a distante, global, mais abstrata. Ele deve se ver como cidadão do bairro e do mundo e articular o que aprende na escola com a vida cotidiana para fazer suas escolhas. Assim, não basta, por exemplo, estudar a poluição local, sem entender que relação isso tem com o aquecimento global. Para favorecer esse entendimento, a escola precisa incorporar aspectos que fazem parte do universo do aluno e envolvê-lo na aprendizagem. Dentre muitos destes aspectos destacam-se as novas tecnologias e as redes sociais. Um aluno competente no uso crítico de múltiplas modalidades de linguagens e tecnologias poderá exercer com mais propriedade sua cidadania e ser protagonista de sua história. ◆

Habilidades sociais

Atualmente, muito se discute sobre evidência de que as competências/habilidades sociais (também chamadas de competências não cognitivas) desempenham um papel considerável na promoção do sucesso individual e coletivo em vários contextos da vida. Em 2014, um fórum internacional intitulado Educar para as competências do Século 21 organizado pelo Ministério da Educação (MEC) em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e outros parceiros, debateu o tema.

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é perceber que não se constrói competências no vazio conceitual, isto é, quem argumenta de forma competente mobiliza esquemas mentais, conceitos, experiências anteriores, valores e outros recursos cognitivos. Nenhum conceito por si só faz alguém desenvolver uma competência. O indivíduo precisa vivenciar situações que coloquem este saber/fazer em ação. Só se aprende a argumentar, vivenciando situações que exijam argumentação, sejam elas durante aulas de Ciências, de História, de Arte ou em contextos fora da escola. No entanto, uma vez que se saiba argumentar, essa competência poderá ser utilizada durante a vida acadêmica/profissional e pessoal.

Constata-se que a educação escolar em diversos países já procura contemplar programas

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de desenvolvimento emocional e interpessoal, motivados pelos mesmos paradigmas que associam a qualidade de vida à qualidade dos relacionamentos interpessoais conforme lemos em Del Prette e Del Prette (2006), Caballo (2003) e Murta (2005). Para Caballo (1996, p. 365) o comportamento socialmente habilidoso pode ser definido como:

refletir sentimentos; expressar apoio; coordenar grupo; falar em público; resolver problemas, tomar decisões e mediar conflitos; fazer amizade e expressar a solidariedade.

O conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em um contexto interpessoal que expresse os sentimentos, as atitudes, os desejos, as opiniões ou os direitos desse indivíduo, de um modo adequado à situação, respeitando esses comportamentos nos demais, e que geralmente resolve os problemas imediatos da situação enquanto minimiza a probabilidade de futuros problemas.

A escola apresenta contingências que mantêm ou acentuam comportamentos indesejáveis, como a agressividade e a esquiva, o que requer do professor um conjunto de habilidades sociais para conduzir interações educativas saudáveis com e entre alunos, para além da modelagem e da modelação de comportamentos de esquiva, como mentira e ausência prolongada da sala de aula, ou de indisciplina, como quebra de regra, comportamentos opositivos e desafiantes.

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Para diferentes autores que abordam esse tema, o ambiente escolar, por contemplar uma rede complexa de relacionamentos interpessoais e intergrupais, representa um espaço favorável à implantação de programas de habilidades sociais. Estes programas são elaborados de maneira que favoreçam a diminuição dos conflitos interpessoais e promovam a valorização da escola e do professor, baseados no desenvolvimento de relações interpessoais efetivas de educadores e educandos, importantes para a vida em grupo. Habilidades assim favoreceriam relações pessoais e profissionais mais produtivas, satisfatórias e duradouras, além de bem-estar físico e mental. Os referidos autores organizaram as habilidades sociais em conjuntos. Dentre as listadas, podemos destacar: observar, descrever e regular os próprios pensamentos, sentimentos e comportamentos em situações sociais; fazer e responder perguntas; pedir feedback; gratificar, elogiar; dar feedback; iniciar, manter e encerrar conversação; dizer por favor; agradecer; apresentar-se; cumprimentar; despedir-se; manifestar opinião, concordar, discordar; fazer, aceitar e recusar pedidos; desculpar-se, admitir falhas; interagir com autoridade; estabelecer relacionamento afetivo; expressar raiva, desagrado e pedir mudança de comportamento; interagir com autoridades; lidar com críticas; parafrasear;

O desenvolvimento das habilidades sociais dos alunos é mais um desafio e também exige habilidades sociais do professor. Afinal, como destaca Corrêa (2008, p. 40):

Esta coleção – dentro do ensino de Ciências, propõe diversas atividades que podem colaborar para o desenvolvimento de habilidades sociais, destacando-se as que promovem trabalho em equipe, discussão de ideias e resultados, realização de atividades práticas, entrevistas com colegas e comunidade, participação em palestras dadas por terceiros, visitas a outros espaços educativos, apresentação de trabalhos em sala ou em feiras/seminários, debates sobre temas controversos, autoavaliação e coavaliação, compartilhamento de dados e informações obtidos em pesquisas, comparação de respostas, dentre outras. Assim, apesar do tempo escasso no cotidiano escolar, é preciso dar importância a atividades como as citadas, que vão além das práticas pedagógicas tradicionais.

TEXTO 6 Trabalho com projetos O trabalho com projetos é uma boa estratégia para a construção coletiva do conhecimento no currículo, tomando como ponto de partida a problematização de contextos significativos para o aluno. Isso vale para qualquer disciplina, e não apenas para Ciências. Tendo como um dos focos promover o

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A vivência de situações de aprendizagem diversificadas favorece a ampliação do repertório cognitivo do aluno. O conceito de sala de aula deve ser ampliado para ambiente de aprendizagem, desmistificando a ideia de que uma visita à feira, um trabalho de campo no parque ou a exibição de um filme não sejam aulas, isto é, não possam ser também situações de aprendizagem de Ciências. O trabalho com projetos provoca a reflexão acerca das relações de poder na escola, pois exige negociação e cooperação entre os envolvidos, além de levar cada docente a repensar sua prática pedagógica. Mais do que nunca, nesse tipo de trabalho não cabe considerar o aluno “tábula rasa” ou “esponja”, que deve simplesmente absorver conteúdos prontos. Ao “aprender a aprender”, o conhecimento disciplinar para o aluno torna-se meio, e não fim, e o instrumentaliza para analisar, problematizar e provocar intervenções na realidade, favorecendo o exercício da cidadania. Outro aspecto não menos importante é o desafio de trabalhar com projetos em relação a paradigmas educacionais que colocam o foco no processo de ensino, e não no de aprendizagem, bem como na linearidade e fragmentação que historicamente caracterizam nossos currículos. É preciso reorganizar tempos e espaços escolares, por vezes cristalizados pelas grades curriculares. Torna-se essencial garantir espaço e tempo físico para que professores das diferentes áreas possam se encontrar, planejar e realizar atividades coletivas, favorecendo a interdisciplinaridade. Por exemplo, em um projeto cujo ponto de partida seja o aumento do número de casos de verminoses na comunidade, os professores de Ciências, Geografia, Matemática e Língua Portuguesa podem realizar juntos com suas

turmas atividades como trabalho de campo, visita à estação de tratamento de água e esgoto, entrevistas com a população, elaboração de uma cartilha informativa etc. A organização do projeto deve considerar o conhecimento, as crenças e dúvidas que o aluno apresenta em relação à questão levantada. Os temas transversais propostos pelo MEC, ao tratarem de questões sociais, abrem caminho para diversas problematizações, embora por si só não sirvam de base para um projeto. É importante, porém, não descaracterizar o que tem natureza transversal (e que, portanto, deve “atravessar” o cur­rículo), cometendo o equívoco de isolar esses temas em domínios disciplinares. Não existe um tema transversal de responsabilidade exclusiva do ensino de Ciências. O que pode levar ao desenvolvimento de um projeto? A contaminação por metais pesados do rio que banha a região onde fica a escola, o alto índice de poluição do ar, que provoca doenças respiratórias, a desinformação da comunidade em relação à prevenção de doenças, o uso de anabolizantes por adolescentes e suas conse­ quências. Essas e outras questões podem ser problematizadas de modo interdisciplinar. Afinal, o que demanda a atividade de investigação e pesquisa, inerente a um projeto, é justamente a problematização. Sem isso, como identificar os conhecimentos disciplinares necessários ao entendimento da questão e garantir a inserção significativa e articulada das disciplinas? A esse respeito, vale refletir: Será que todas as disciplinas precisam participar do mesmo projeto? Quando a escola desenvolve “projetos” intitulados “Lixo”, “Olimpíadas”, “Água” etc., como temas isolados, é comum ver alunos e professores passarem o ano letivo preparando cartazes e maquetes para serem exibidos, desenvolvendo atividades desarticuladas e por vezes desprovidas de significado curricular. Sem a problematização como ponto de partida, não há uma questão a ser investigada, e cria-se uma articulação disciplinar artificial e superficial. Destacaremos a seguir alguns aspectos que podem favorecer um trabalho efetivamente interdisciplinar.

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desenvolvimento da autonomia do aluno, cabe à escola propor um currículo que contemple e valorize seus interesses e expectativas, seu saber e suas referências culturais. Contudo, é importante salientar que projetos não devem ser eventos pontuais ou meramente festivos, mas efetivamente inseridos no projeto escolar.

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• Problematização inicial. • Pesquisa e seleção de fontes de informação em diferentes formas e suportes (inclusive virtual) e áreas de conhecimento. • Relação da problemática levantada com outras disciplinas, aproximando saberes diferentes. • Vivência em atividades que favoreçam a cooperação e o trabalho em equipe e aceitem e valorizem a heterogeneidade. • Registro do percurso feito por meio de diferentes recursos técnicos e linguagens. A memória do projeto servirá de subsídio para outros trabalhos. É bom lembrar que cada aprendizagem fornece recursos cognitivos para as posteriores. • Avaliação processual que não se restrinja à simples culminância do projeto, não se detendo apenas no conteúdo programático desenvolvido ou no “trabalho final”. A autoavaliação dos alunos deve ser incentivada. O portfólio é um excelente recurso para registro/avaliação desse tipo de trabalho. • Propostas de intervenção na realidade e o levantamento de novas questões com base no conhecimento construído.

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• O projeto pode favorecer a integração da escola com a comunidade. Vale lembrar que não se trata de estabelecer etapas rígidas, “engessando” ou conferindo linearidade ao projeto, mas de traçar um planejamento dos objetivos a serem atingidos, favorecendo a seleção de recursos e estratégias adequadas. O objetivo maior, porém, deve ser a aprendizagem. Esta, com construção/ampliação de esquemas mentais, não se desenvolve ancorada no vazio, por isso a mobilização de conteú­ dos no enfrentamento das situações-problema levantadas é fundamental. Um currículo que garanta espaço para práticas pedagógicas criativas e integradoras, como o desenvolvimento de projetos,

provavelmente será mais capaz de envolver os alunos em sua própria aprendizagem, tanto de Ciências como de outros campos do conhecimento. Ao longo da coleção, diferentes temas abordados possibilitam problematizações que podem estimular a realização de projetos. Exemplos: • Qual é a relação da poluição de minha cidade com o aquecimento global? • Identificação de espécies da fauna e flora em risco de extinção na região onde fica a escola. • Qual é o grau de informação dos jovens da comunidade acerca da prevenção de DSTs e aids? • A chuva ácida e sua relação com o crescimento industrial.

TEXTO 7 Discussão sobre as visões deformadas do trabalho científico Em um dos artigos que destacamos na bibliografia sugerida, denominado “Para uma imagem não deformada do trabalho científico”, de Daniel Gil-Pérez e outros, os autores apresentam uma pesquisa feita com professores que buscou conscientizá-los de que há deformações no modo de entendimento da construção do conhecimento científico e da própria ciência, mesmo entre nós, professores. Sugerimos a leitura desse artigo. Assumimos aqui a mesma preocupação dos autores da pesquisa, por considerarmos que essas distorções podem trazer sérias consequências para a relação dos alunos com a ciência. Podemos exemplificar como essas distorções refletem diretamente na aprendizagem deles em episódios nos quais um professor, ao abordar determinado conteúdo, passa a ideia de que aquele conhecimento científico foi construído exclusivamente por cientistas específicos. Isso reforça a visão de que a ciência é feita por homens dotados de dons excepcionais, que, independentemente do contexto no qual viviam e exclusivamente por seus méritos, construíram suas teorias e suas explicações para os fenômenos

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A primeira distorção apontada pelos autores é a questão da concepção empírico-indutivista da ciência. Como vimos no item 2 deste manual, quando tratamos da questão da concepção de ciência, a pesquisa aponta o quanto ainda é forte entre nós, docentes, a visão de que a origem de toda a construção do conhecimento científico está na observação e na experimentação “neutra”, como se a visão de mundo e os conhecimentos prévios do cientista não influenciassem decisivamente a formulação de suas hipóteses e, ainda, como se esse profissional conseguisse uma espécie de “blindagem” da realidade socioeconômica e cultural em que está imerso. Temos de ter muita clareza dessa questão, pois como afirmam os autores do artigo (2001, p. 129) a respeito dela: Convém assinalar que esta ideia, que atribui a essência da atividade científica à experimentação, coincide com a de “descoberta” científica, transmitida, por exemplo, pelas histórias em quadrinhos, pelo cinema e, em geral, pelos meios de comunicação, imprensa, revistas, televisão [...]. Dito de outra maneira, parece que a visão dos professores – ou a que é proporcionada pelos livros de textos [...] – não é muito diferente, no que se refere ao papel atribuído à experiência, daquilo que temos denominado imagem “ingênua” da ciência, socialmente difundida e aceite.

Nesse contexto, se nós, professores de Ciências, não buscarmos mostrar aos alunos “o outro lado da moeda”, ou seja, a ciência como uma construção humana e o cientista como uma pessoa “de carne e osso”, restarão a eles poucas oportunidades de olharem de forma crítica para todos esses estereótipos e distorções.

Bastante afinada com essas questões que acabamos de analisar, está a visão distorcida a respeito do método científico. Surgiu na pesquisa boa quantidade de professores que ainda entendem o método científico como algo rígido, cujas etapas devem ser seguidas mecanicamente e, mais grave ainda, como algo infalível. Com esse conceito apresentado dessa forma, o aluno é privado de perceber que as conclusões científicas foram alcançadas com boas doses de criatividade e dúvidas. Ligada a essa visão distorcida está a questão do risco de transmissão de uma visão de que os conceitos científicos “caíram do céu” e não que tiveram origem em determinados problemas enfrentados com dificuldades e limitações e em certo momento histórico. Outra deformação apontada – e fortemente presente em nossa estrutura escolar – é a divisão parcelar dos estudos, como campos desconectados uns dos outros. Essa questão tem sido bastante explorada pelos defensores da interdisciplinaridade. Destacam, porém, os autores do artigo que seria bastante adequado que os alunos pudessem perceber em quantos momentos a História mostra que determinadas questões, denominadas “problemas-ponte”, unificaram áreas de conhecimento. E criticam a forma de tratar certas ações interdisciplinares, quando consideram como ponto de partida dessa prática questões já unificadas, sem levar em conta que essa unidade foi conquistada a duras penas. Dão como exemplo, em Biologia, a teoria da evolução e, em Química, a síntese orgânica. Afirmam os autores (2001, p. 132): Em todo caso, a desvalorização e mesmo o esquecimento dos processos de unificação como característica fundamental da evolução dos conhecimentos científicos constitui um verdadeiro obstáculo na educação científica habitual. De fato, temos podido constatar [...] que mais de 80% dos professores e dos livros de textos incorrem, implicitamente, nessa visão deformada, esquecendo-se de destacar, por exemplo, a unificação que supõe a síntese newtoniana das mecânicas celeste e terrestre, recusada durante mais de um século com a condenação das obras de Copérnico e de Galileu.

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da natureza. Aos olhos de um aluno, que se considera uma pessoa comum, a ciência passa a ser vista como algo que será sempre inalcançável, digna somente de pessoas geniais. É fácil perceber que essas concepções têm consequência direta na aprendizagem e podem influenciar fortemente a relação dele com a ciência por toda a vida, inclusive fora da escola.

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Uma distorção que surgiu também na pesquisa é a visão de que a ciência “evolui linearmente”, como a imagem dos degraus de uma escada que são alcançados a cada nova contribuição, fazendo o conhecimento científico sempre “evoluir” e entendendo que cada descoberta aumenta o conhecimento acumulado, sempre de forma crescente. Essa visão desconsidera as crises, as teorias rivais, as controvérsias e as profundas reformulações ocorridas ao longo da história da ciência. Já comentado no início deste texto, cabe ressaltar o risco de tratar a ciência como construção individualista e elitista, obra de gênios “separados” do mundo. A ciência sempre foi obra de trabalho coletivo e da troca entre pares. No campo do gênero, por exemplo, a visão de que “ciência é coisa masculina” contribui para o afastamento de tantas mentes femininas interessadas nela. Também é comum e igualmente equivocada a visão de que “aprender Ciências é difícil e para poucos mais bem-dotados”. Por fim, vale ressaltar o descompromisso – constatado na pesquisa – em dar em sala de aula um tratamento mais contextualizado às relações entre ciência, tecnologia e sociedade, destacando que tanto a ciência influencia a sociedade, como também é fortemente influenciada por ela.

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Nesta coleção, em vários momentos buscamos evitar as concepções distorcidas às quais nos referimos. Citamos dois exemplos a seguir. No 7º ano, no Capítulo 4 da Unidade 1, ao discutir “como trabalham os cientistas”, após o quadro descritivo do método científico, afirmamos: “Ao observar esse quadro, com as etapas previstas de forma linear, parece fácil pesquisar. Mas há pesquisas que consomem anos e até décadas de trabalho dos cientistas, nem sempre chegando às respostas procuradas”. No 9º ano, na Introdução do Capítulo 1 da Unidade 1, afirmamos: “Entretanto, é importante compreender que o conhecimento científico é uma das formas de explicar os fenômenos que ocorrem na natureza, e não deve ser considerado verdade absoluta e inquestionável. Isso

significa que os conhecimentos científicos são colocados à prova o tempo todo, e em muitas situações, são alterados ou substituídos por outras ideias bem diferentes”. Ainda nesse mesmo capítulo, na Introdução, incluímos o texto: “Há formas diferentes de fazer ciência. Algumas vezes, com base em ideias e teorias de sua cultura, o cientista levanta suposições sobre o problema que investiga e segue etapas ordenadas e controladas de experimentações e observações, procurando chegar a conclusões e leis gerais sobre o fenômeno estudado. Esse caminho é conhecido como método científico. Outras vezes, raciocinando com base em ideias ou até mesmo em intuições, o cientista chega a diversas conclusões e usa a experimentação para testá-las e validá-las. O conhecimento científico pode, ainda, ter origem no acaso, situação em que o cientista depara-se com certas situações relacionadas ao problema investigado”. O fato é que a ciência é uma construção humana que busca explicar o mundo que nos cerca. Não é a verdade, não é neutra, não é a realidade propriamente dita. O cientista sofre influência do contexto sociopolítico que o cerca. A ciência, portanto, representa um conjunto de conhecimentos que busca explicar a realidade e é corrigida e modificada com frequência ao longo do tempo.

TEXTO 8 (O texto a seguir faz parte do documento Museu e escola: educação formal e não formal, do programa Salto para o Futuro.) Museu como lugar de cidadania Martha Marandino (org.) [...] Para que as visitas escolares aproveitem intensamente o potencial educativo dos museus, é muito importante que os professores conheçam as particularidades desse local ao desenvolver sua interface com o público. Desse modo, o texto apresenta algumas das características

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A dimensão educativa dos museus [...] Que tipo de concepção ou tendência pedagógica orienta as ações dos museus onde atuamos? A resposta a essa pergunta não é simples e certamente a riqueza das atividades educativas desenvolvidas pelos museus poderia ser entendida em várias perspectivas pedagógicas, sejam elas liberais ou progressistas (LIBÂNEO, 199456). Por outro lado, ter clareza sobre quais concepções embasam nossas práticas torna nosso trabalho mais relevante e aumenta as chances de sua eficácia. Algumas pesquisas já vêm identificando essas concepções e vale a pena consultá-las para melhor fundamentar a prática pedagógica museal. Ao definir os objetivos educativos da atividade, ao selecionar os conteúdos que serão enfatizados, ao planejar as formas e estratégias usadas na visita e durante a mediação, ao definir os papéis do mediador, do público, do professor ou dos demais participantes da ação e como se relacionam, estaremos fazendo opções que remetem a determinadas concepções pedagógicas. Do ponto de vista do planejamento das ações educativas nos museus, é importante que os educadores, incluindo nesse grupo os mediadores, identifiquem os aspectos mencionados e façam opções conscientes sobre os modelos pedagógicos preponderantes em suas práticas. Museu e escola: educação formal e não formal. Salto para o Futuro, ano XIX, n. 3, maio 2009. Disponível em: .

TEXTO 9 Educação inclusiva, ensino de Ciências e linguagem científica: possíveis relações [...] Hoje, a Educação Inclusiva (EI) é um dos temas mais discutidos no campo educacional em todo o mundo, haja vista sua incidência nas propostas políticas nacionais e internacionais. Para além do desafio de implementar as mais variadas estratégias de inclusão (programas, políticas, etc.), pesquisadores da área advogam a necessidade de transformação da escola, cabendo a ela adaptar-se às características de todo aluno, o que leva, necessariamente, a uma ruptura, por parte dos protagonistas, com o “status quo” e com as posturas mais resignadas dentro do modelo tradicional de ensino (MANTOAN, 200657). A palavra de ordem na EI é o reconhecimento das diferenças individuais que se encontram no ambiente educacional, entendendo estas como uma construção pessoal e intransferível, pois “a diferença é, antes de mais nada, uma construção social histórica e culturalmente situada” (RODRIGUES, 2006, p. 30558). [...] Neste contexto, necessário é identificar quem são os excluídos do processo de escolarização, já que a escola, tradicionalmente, tem apresentado uma forte tendência seletiva. Nesse sentido, a história da educação brasileira é marcada pela exclusão e essa questão se complexifica porque a desigualdade acaba se compondo por mecanismos de rejeição e estigmatização, atingindo indivíduos em situação com necessidades educativas especiais, negros, índios, migrantes e trabalhadores braçais (HADDAD, 200759).

 IBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. L MANTOAN, M. T. E. Igualdade e diferença na escola: como andar no fio da navalha. In: AMORIM, V. (Org.). Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006. 58 RODRIGUES, D. Dez ideias (mal) feitas sobre a Educação Inclusiva. In: RODRIGUES, D. (Org.). Inclusão e educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006. p. 299-318. 59 HADDAD, S. Educação e exclusão no Brasil. Em Questão, v. 3, 2007. 56 57

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educativas desses espaços, no intuito de levar o professor a refletir, planejar e avaliar suas atividades de visitas aos museus.

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[...]

Sobre a especificidade do ensino de Ciências na educação inclusiva

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Considerando que a cidadania se refere à participação efetiva dos indivíduos, tenham eles necessidades educativas especiais ou não, em todas as esferas da sociedade, torna-se evidente a necessidade do ensino de Ciências. Deve-se ensinar Ciências para permitir ao cidadão ser protagonista do mundo que vive.

interpretação, justificativas, produção de registros pessoais ou comunicações à comunidade científica. Desta forma, é a linguagem científica que distingue a ciência de outras formas de conhecimento e esta se efetiva como uma barreira potencial para o aprendizado de ciências e como fator de controle de acesso à ciência (BENITE et al., 2008 e 2009; PROCÓPIO et al., 2010). [...]

Dada a especificidade do ensino de ciências, alguns problemas lhes são característicos e recorrentes, tais como a dificuldade da transposição da linguagem científica, a falta de licenciados em ciências e o excesso de conteúdos. Por sua vez, resultados de nossas pesquisas demonstram que a principal dificuldade para ensinar ciências na sala de aula inclusiva é a falta de compreensão sobre a natureza do conhecimento científico (BENITE et al., 200860 e 200961; PROCÓPIO et al., 201062).

A temperatura cai quando o nitrato de ammonium se dissolve na água, porque as entalpias de hidratação dos íons ammonium e nitrato são menores que a energia de rede do nitrato de ammonium (HODSON, 2009, p. 163).

[...] Consideramos, apoiados em Hodson (200963), que, para aprender Ciências, se deve considerar que a investigação científica se compõe de quatro fases: • a fase de design e planejamento, que envolve: identificação de problemas, formular questões, etc.; • a fase de realização, que envolve: operações de coleta de dados e checagem destes; • a fase de reflexão, que envolve: interpretação dos resultados em termos de bases teóricas, considerações dos argumentos estabelecidos, etc.; • e a fase de relato e revisão , que envolve: racionalizar os resultados,

a) É expressa em linguagem muito especializada e não em termos coloquiais. A linguagem científica inclui palavras construídas em contextos particulares, com raízes gregas e latinas, tais como ammonium. Em geral, a utilização destas palavras pode representar dificuldades para os alunos se o professor não introduzi-las com a preocupação de significá-las. Hodson (2005) argumenta que, até mesmo palavras mais comuns, tais como: contrato, eficiente e abundância e ambos seus opostos, em geral, se não explicadas não são compreendidas.

Sobre a linguagem científica e o ensino de Ciências

Esta afirmação apresenta aspectos que podem ser entendidos como as principais características da linguagem científica:

BENITE, A. M. C. et al. Parceria colaborativa na formação de professores de Ciências: a Educação Inclusiva em questão. In: GUIMARÃES, O. M. (Org.). Conhecimento químico: desafios e possibilidades na ação docente: Encontro Nacional de Ensino de Química. Curitiba: Imprensa Universitária da UFPR, v. 1, p. 1-12, 2008. 61  . Formação de professores de Ciências em Rede Social: uma perspectiva dialógica na Educação Inclusiva. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências. v. 9, n. 3, 2009. 62 PROCÓPIO, M. V. R. et al. Formação de professores em ciências: um diálogo acerca das altas habilidades e superlotação em rede colaborativa. Revista Eletrônica Enzenanza de la Ciências, v. 9, p. 435-456, 2010. 63 HODSON, D. Teaching and Learning about Science. Rotterdam: Sense Publishers, 2009. 60

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No contexto da educação inclusiva, esses pressupostos devem ser mais evidentes ainda, com a finalidade de tornar o conhecimento científico acessível a todas às pessoas, englobando as diferentes necessidades de aprendizagem de cada sujeito. BENITE, A. M. C.; BENITE, C. R. M.; VILELA‑RIBEIRO, E. B. Revista Educação Especial, v. 28, n. 51, jan./abr. 2015 (p. 83-92). Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2015.

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9.1 Atividades práticas 1. R EPRESENTAÇÕES GRÁFICAS E MODELOS TRIDIMENSIONAIS ASTRONÔMICOS As atividades a seguir consistem na elaboração, em escalas aproximadas, de gráficos que representem a distância entre o Sol e os planetas do Sistema Solar e de modelos tridimensionais que permitem comparar as dimensões dos planetas e da Lua em relação à Terra. Práticas como as propostas se justificam como recurso didático para superar as dificuldades na aprendizagem. Vênus

Saturno Terra

Sol Mercúrio

Marte

Cinturão de asteroides

Júpiter Urano

Netuno

Esquema simplificado do Sistema Solar, mostrando o Sol e planetas. Nesta ilustração foram usadas cores-fantasia. Não foi obedecida a proporcionalidade real dos tamanhos e distâncias entre os astros representados.

O estudo da Astronomia, principalmente do Sistema Solar, é de comum interesse para Ciências e Geografia, mas também faz diálogo constante com Matemática, pois a linguagem astronômica é transpassada por conteúdos como formas geométricas, medidas, proporções etc. As atividades sugeridas a seguir possibilitam que o aluno participe ativamente das etapas previstas recebendo auxílio de professores

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c) É uma integração sinérgica de palavras, gráficos, diagramas, figuras, equações, tabelas e outras formas de expressão matemática (Lemke, 199864). [...] Por sua vez, a comunicação científica é expressa na voz passiva e no passado. A enculturação científica implica em ser capaz de usar a linguagem científica de forma adequada e ser capaz de apresentar ideias e resultados nos diferentes gêneros da ciência, incluindo relatórios científicos, tais como, relatórios de trabalho em laboratório. [...]

9. S ugestões de atividades complementares

Luís Moura

b) Contém mais palavras essenciais por frase do que a linguagem cotidiana. [...] A linguagem científica é muito mais densa que a linguagem coloquial, pois as palavras utilizadas têm significado dentro do corpo teórico que as sustenta. A ciência também faz uso de palavras do cotidiano, mas as utiliza dentro de contexto especializado, ou seja, o contexto científico. São exemplos o uso dos termos: força, energia e trabalho, na física; elemento, condutor ou composto, em química. O sentido conferido a estas palavras no contexto social pode representar um desafio para os estudantes em significá-las no contexto científico.

LEMKE, J. L. Teaching all the languages of science: words symbols, images, and actions. Disponível em: . Acesso em: 13 abr. 2015.

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I) Representação, em escala aproximada, da distância dos planetas em relação ao Sol Etapa Preparatória • Retome o capítulo referente ao Sistema Solar, no livro de Ciências, particularmente os planetas e a ordem de afastamento de cada um em relação ao Sol.

Desenvolvimento da atividade Material: • fita métrica ou régua de, no mínimo, 30 cm; • tira de papel com cerca de 10 cm de largura e 5 m de comprimento; • canetas ou lápis de várias cores; • 1 caneta com tinta azul ou preta.

2. Na extremidade da tira de papel, peça que os alunos representem uma secção do Sol. A partir do limite definido para o Sol, eles devem medir e marcar as distâncias entre o Sol e os planetas, calculadas previamente, e desenhar esferas que retratem os planetas, identificando os astros com seus respectivos nomes. A figura ao lado ilustra como ficaria uma parte do trabalho pronto, com os três planetas mais próximos do Sol. Analisando a tira de papel completamente esticada, os alunos podem comparar as distâncias relativas dos planetas entre si e deles em relação ao Sol. Comente com os alunos que os planetas não ficam enfileirados, formando uma linha reta no espaço, embora isso possa ocorrer de vez em quando com alguns deles.

Dawidson França

de diferentes disciplinas. Dessa maneira, para um ótimo aproveitamento, é necessário um planejamento articulado por parte dos professores das disciplinas citadas e de outras, como Arte, Língua Portuguesa e Educação Física.

Sol

Mercúrio

Procedimentos

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1. Verifiquem os dados da tabela a seguir. Planeta

Distância real do Sol* (km)

Distância em escala reduzida (cm)

Mercúrio

57 910 000

5,8

Vênus

108 200 000

10,8

Terra

149 600 000

15,0

Marte

227 940 000

22,8

Júpiter

778 330 000

77,8

Saturno

1 429 400 000

142,9

Urano

2 870 990 000

287,1

Netuno

4 504 300 000

450,4

* Valores aproximados. (A indicação da escala é que cada 10 milhões de quilômetros sejam representados por 1 centímetro na tira de papel.)

A indicação da escala é que cada 10 milhões de quilômetros sejam representados por 1 centímetro na tira de papel.

Vênus

As distâncias e tamanhos, nessas atividades, estão em escalas aproximadas, com o objetivo de dar noções elementares das respectivas proporções.

Terra

II) Representação, em modelo tridimensional, dos tamanhos dos planetas do Sistema Solar, em escala aproximada Podemos ter uma ideia aproximada do tamanho de cada planeta comparando bolas de diferentes tamanhos.

Etapa preparatória • Convide o(a) professor(a) de Educação Física para auxiliar na separação das diversas bolas listadas como material necessário para esta atividade.

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Desenvolvimento da atividade Material: • 1 balão (inflável, daqueles que se usam para “esconder” as surpresas em festas infantis); • 1 bola de gude pequena;

de basquete, Júpiter; a bola de vôlei, Saturno; a bola de beisebol, Urano e a bola de tênis, Netuno. Faça com que eles organizem as bolas segundo a ordem de distância do Sol (representado pelo balão, embora não ­proporcionalmente), identificando cada uma com uma etiqueta onde será escrito o nome do planeta que ela representa.

III) Representação dos tamanhos da Terra e da Lua por modelo tridimensional

• 1 bola de vôlei;

Material: • clipes; • massa de modelar colorida, argila ou papel machê; • tinta guache; • tampinhas de refrigerante.

• 1 bola de tênis;

Procedimentos

• 1 bola de gude média; • 1 bola de pingue-pongue; • 1 bola de beisebol; • 1 bola de basquete;

• 1 bola de golfe. Procedimentos 1. As escalas de redução utilizadas estão entre 1:400 000 000 a 1:600 000 000 para que a proporção se adaptasse às bolas esportivas. Verifique os dados na tabela a seguir:

1. Reproduzam as esferas que representam a Terra, com 13 cm de diâmetro, e a Lua, com 3,5 cm de diâmetro, usando massa de modelar colorida, argila ou papel machê. A escala de redução utilizada é 1:100 000 000. Astro

Diâmetro real (km)*

Diâmetro da bola modelo em escala reduzida (cm)*

Diâmetro real (km)*

Diâmetro da bola modelo em escala reduzida (cm)*

Terra

13 000

13

Mercúrio

4 880

1

Lua

3 500

3,5

Vênus

12 100

3,8

* Valores aproximados.

Terra

12 760

4,3

Veja imagem.

Marte

6 790

1,5

Júpiter

142 980

24,5

Saturno

120 540

21,0

Urano

51 120

7,3

Netuno

49 500

6,5

Luiz Lentini

Planeta

Terra Lua

* Valores aproximados.

2. Solicite que os alunos analisem a tabela de diâmetros dos planetas e associem cada bola disponível com os planetas. Nessa etapa, eles devem deduzir que a bola de gude pequena pode representar Mercúrio; a bola de pingue-pongue, Vênus; a bola de golfe, a Terra; a bola de gude média, Marte; a bola

2. Usando as tampinhas de refrigerante, a massa de modelar e os clipes (para fixá-los, a massa deverá estar mole), monte a base de sustentação das bolas que representam os astros.

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• Como alternativa à coleção de bolas, ou às bolas indisponíveis, solicite ao(à) professor(a) de Arte que modele e decore com os alunos bolas de argila ou de massa de modelar, reproduzindo as esportivas em tamanho natural.

3. Decore os modelos.

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Material: • uma fita métrica (ou régua); • um pedaço de barbante ou fita de 4 metros; • modelos da Terra e da Lua feitos durante a atividade III. Procedimentos 1. Utilizando a mesma escala da atividade III, 1:100 000 000, a distância dos modelos em escala reduzida deve ser de 384 cm, considerando que distância Terra-Lua aproximada é de 384.000 km. Corte um pedaço de barbante (ou de fita) com 3,84 m. 2. Estique-o no chão e prenda em uma das pontas o modelo da Terra e, na outra, o modelo da Lua. Assim, estará representada, em escala, a distância entre a Terra e a Lua. Conexões interdisciplinares

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Com base no resultado de trabalho(s) sobre planetas do Sistema Solar, outras atividades podem ser realizadas integrando professores de outras disciplinas. Seguem algumas sugestões: • O professor de Língua Portuguesa pode solicitar que os alunos pesquisem poemas, letras de músicas e/ou textos literários (infantojuvenis) que façam referência aos astros do Sistema Solar. Além disso, pode adaptar propostas de redação, nas quais os alunos devam escrever textos, poemas ou contos criativos sobre um planeta ou sobre o Sol. • Os professores de Arte e História podem trabalhar o Sistema Solar relacionando-o com a mitologia greco-romana, solicitando pesquisas, elaboração de cartazes e/ou maquetes. As atividades podem ser realizadas, após a orientação do professor responsável, em casa, na biblioteca ou na sala de aula. Para finalizar, é interessante que os alunos apresentem e/ou

exponham suas criações com apoio de fotografias e desenhos aos colegas de turma.

2. DESPERDÍCIO DE ÁGUA Por meio de um experimento simples, esta atividade tem como objetivo a conscientização do aluno em relação ao desperdício de água. A proposta conta com a participação direta do aluno, desde a experimentação propriamente dita até a realização dos cálculos para estabele­ cer as conclusões com base nos resultados obtidos. Há possibilidade de um planejamento articulado com o professor de Matemática.

Glenn Jenkinson/Dreamstime.com

IV) Representação da distância entre a Terra e a Lua por modelo tridimensional

Material: • 2 garrafas de água de 500mL, sendo uma cheia de água e outra vazia. • relógio ou cronômetro; • calculadora; • caneta para escrever em CD. Procedimentos 1. Coloque as garrafas lado a lado e façam uma marca com a caneta na garrafa vazia, indicando o nível de água caso ela esteja cheia. Utilize o nível de água da garrafa cheia como referência. 2. Feito isso, dirija-se até um local onde haja uma torneira. Abra a torneira cuidadosamente até que ela comece a gotejar. O gotejamento deve ser constante. 3. Peça que coloquem a garrafa vazia destampada sob a torneira de modo a recolher a água que goteja. Nesse momento, inicie a marcação do tempo com o relógio ou, preferencialmente, com o cronômetro. 4. Quando a água recolhida alcançar a marcação feita, observem o tempo gasto para isso e registrem a informação. Para refletir Pergunte a eles: a) Vocês acham que uma torneira com defeito, com um pequeno vazamen-

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Antes disso solicite que observem as relações a seguir: 1 ano

12 meses

1 mês

30 dias

1 dia

24 horas 60 minutos

1 hora

Com base no tempo gasto para encher a garrafa de água mineral vazia, proponha mais alguns cálculos. b) Qual seria o volume de água que teria como destino o esgoto após 1 hora de gotejamento, caso uma torneira apresentasse vazamento igual ao do experimento feito por vocês? Faça esse cálculo. c) Da mesma forma, faça o cálculo para 1 dia, 1 mês e 1 ano. d) Copie a tabela a seguir no caderno e complete-a com os valores encontrados em seus cálculos.

Conexões interdisciplinares Com base no resultado do trabalho, pode-se solicitar aos alunos que, com o apoio de outras disciplinas, como Língua Portuguesa, Matemática e Arte, exponham os resultados em cartazes na escola, demonstrando o quanto representa, em relação ao desperdício de água, uma torneira defeituosa ou mal fechada. Pode-se ainda usar essa atividade como disparadora de uma campanha contra o desperdício em toda a escola.

3. CONSTRUINDO UMA MINI-HORTA NA GARRAFA PET Esta atividade propõe a reutilização de garrafa PET na construção de uma mini-horta de ervas, que poderão ser usados na preparação de alimentos. Utilize você a tesoura, para evitar acidentes com os alunos. Material: • uma tampa de caixa de ovo (embalagem de uma dúzia feita de papelão);

Cálculo do volume de água Tempo

Volume

• uma garrafa PET de 2 litros;

15 minutos 1 hora 1 dia 1 mês 1 ano e) Sabendo que uma pessoa deve ingerir, ao menos, 2 L de água por dia, quantas pessoas, por dia, poderiam beber a água que seria destinada ao esgoto durante 1 ano devido ao vazamento de uma torneira com defeito?

• uma tesoura; • terra adubada; • sementes ou mudas (hortelã, manjericão, salsa, cebolinha, rúcula etc.). Procedimentos

1.

O que ocorre O desperdício de água é um problema de grande impacto ambiental. Por essa razão se

Corte um retângulo na parte superior da garrafa. Depois faça furos na base dela.

MANUAL DO PROFESSOR

Para que eles possam refletir a respeito dessa pergunta, recomendamos que faça alguns cálculos. Eles podem pedir ajuda ao professor.

faz necessária a conscientização de que apenas um pequeno vazamento de uma torneira, ao longo de 1 ano, pode significar a necessidade de água diária de muitas pessoas.

Luis Moura

to de água, um gotejamento apenas, pode significar desperdício de água?

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Ilustrações: Luis Moura

2.

Coloque terra adubada (húmus de minhoca com terra) dentro da garrafa e, depois, apoie-a sobre a tampa de uma caixa de ovo de papelão (para absorver a água que sairá pelos furos).

4. OBSERVANDO O AMBIENTE E OS SERES QUE NELE HABITAM No processo de desenvolvimento do conhecimento científico, um dos aspectos importantes é a coleta de informações. A observação direta de um canto de jardim ou da margem de um rio oferece inúmeras informações e possibilita muitas perguntas. Material: • 1 caderno de anotações; • 1 lápis; • barbante (para delimitar a área a ser observada);

3.

• lupa (opcional, mas as condições de observação são melhores com ela). Procedimentos 1. Organize os alunos em pequenos grupos (de até cinco pessoas) e defina com eles: Enterre as sementes (1 cm de profundidade) ou plante suas mudas, cobrindo bem as raízes.

4.

• os lugares que poderão ser observados – sala de aula, pátio, praça perto da escola ou o quintal de casa; • os limites do local de observação – na praça, por exemplo, delimite um canteiro (do canteiro pode-se, ainda, definir apenas uma parte, que será o campo de observação).

Para refletir a) Oriente os alunos a anotar todas as modificações que observarem na mini-horta ao longo dos dias. b) Vale a pena discutir com eles a vantagem de colocar na terra restos de cascas de alimento, por exemplo. Aproveite a oportunidade para trabalhar a importância de irrigar o solo e adubá-lo.

2. Com o campo de observação definido, devem ser adotados alguns procedimentos: • os grupos saem em busca de um local; • eles devem mapear o campo de observação; • eles podem delimitar com barbante o campo de observação. Dawidson França

Para a planta crescer bastante, é importante regar uma vez ao dia, mas sem encharcar demais a terra.

MANUAL DO PROFESSOR

• que tipo de ambiente será observado;

c) Eles poderão ainda pesquisar e divulgar receitas de fácil preparo, que empreguem as hortaliças plantadas.

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3. Peça a eles que registrem os dados coletados. O registro é importante para reunir as informações e organizá-las.

Dawidson França

Descrição do setor 1

• Descrevam o local, isto é, registrem detalhadamente como é cada objeto, cada planta etc. É possível tanto desenhar quanto fotografar o local escolhido. A imagem deve ser anexada ao trabalho. • Mapeiem o local da observação. O uso da legenda é importante, pois facilita a leitura dos dados representados no mapa.

Dawidson França

4. Subdividam o local em setores e nomeiem cada ser vivo ou objeto.

1.  Grama. 2.  M argaridas brancas. Pequeno inseto pousado em seu “miolo” amarelo. 3.  Duas borboletas voam por todo o canteiro. 4.  H  á uma árvore. Exemplo:

5.  No tronco da árvore há um ninho.

2. Vegetação de médio porte (arbustiva). 3. Vegetação de pequeno porte (herbácea). 4. Flores. 5. Pedras. 6. Solo bem úmido. 7. Solo seco. 8. Animais no solo.

6. Solicitem que observem, no setor, e anotem se foram encontrados: um tatuzinho-de-jardim, uma minhoca que entrou no chão, um casulo sobre folhas etc. Peça que não levantem pedras nem mexam em tocas, buracos no chão, em troncos ou similares. Eles podem abrigar animais peçonhentos.

9. Insetos.

Sugestão de itens para registro dos alunos

10. Cerca.

a) Quantos seres vivos foram identificados por vocês?

11. Hera (no muro).

b) Descrevam três deles: Setores (cada participante do grupo ficará responsável por um dos setores e pela identificação do que for observado). Veja o modelo a seguir.

• as características externas; • onde vivem (local seco, úmido ou dentro da água; em local iluminado ou não etc.);

MANUAL DO PROFESSOR

1. Vegetação de grande porte (arbórea).

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• como esses seres se alimentam (obtêm os nutrientes de que necessitam); • a interação deles com outros seres vivos (exemplo: os cogumelos vivem na madeira velha da cerca).

c) Copiem e preencham a ficha anotando a data ou período de realização da observação e assinalando um X nas colunas referentes aos dados climáticos do local na ocasião da observação:

Data: / /  Temperatura

baixa < 10 ºC

média 10 a 30 ºC

Tempo

alta > 30 ºC

ensolarado

nublado

d) Verifiquem se as informações obtidas respondem ao que vocês desejam saber sobre o ambiente observado. Conversem com os colegas de grupo e depois anotem a conclusão de vocês. e) Anotem as dúvidas que surgiram durante a atividade de observação para saná-las consultando o professor ou pesquisando em livros.

chuvoso

com vento

Observações

sem vento

observando-o, por algum tempo, para registrar sua relação com o ambiente e com outros seres vivos (para se alimentar, conseguir abrigo, reproduzir-se). Completem as informações sobre os seres vivos escolhidos pesquisando em livros, revistas, sites e outras fontes ou pedindo explicações ao professor. g) Organizem um painel, no qual cada um de vocês apresentará os dados coletados, as demais informações e as conclusões relativas ao ser vivo observado.

MANUAL DO PROFESSOR

f) Cada um dos participantes do grupo pode “adotar” um ser vivo encontrado no campo de observação e continuar

Vento

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Ficha de observação de animais Local de observação:   Data:   Grupo de alunos:  



1. Tamanho do animal (pequeno, médio ou de grande porte):   2. Revestimento do corpo (pelos, penas, casca etc.):  



3. Número de patas:   4. Formas de reprodução:

a) No solo ou na água?



b) Põe ovos?



c) Com ou sem casca?

  5. Hábitos:

a) Noturnos ou diurnos?



b) Isolado ou em grupo?

Ilustração ou foto do animal observado (a ser providenciado pelo aluno).



c) Carnívoro, herbívoro ou onívoro?







7. Apresenta coluna vertebral?



Identificação do animal: Nome vulgar:   Filo:   Classe:   Ordem:  

MANUAL DO PROFESSOR

6. Ambiente onde vive:

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9.2 Outras atividades UNIDADE 1 – ECOLOGIA: SERES VIVOS E AMBIENTE 1. (Enem 2012) O menor tamanduá do mundo é solitário e tem hábitos noturnos, passa o dia repousando, geralmente em um emaranhado de cipós, com o corpo curvado de tal maneira que forma uma bola. Quando em atividade, se locomove vagarosamente e emite som semelhante a um assobio. A cada gestação, gera um único filhote. A cria é deixada em uma árvore à noite e é amamentada pela mãe até que tenha idade para procurar alimento. As fêmeas adultas têm territórios grandes e o território de um macho inclui o de várias fêmeas, o que significa que ele tem sempre diversas pretendentes à disposição para namorar! Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n. 174, nov. 2006 (adaptado). 

Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito ao seu: a) hábitat b) biótopo c) nível trófico

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d) nicho ecológico e) potencial biótico Alternativa d. 2. A sopa de barbatana de tubarão é muito consumida na China há vários séculos, o que causou o desaparecimento de algumas espécies desse animal. A consequência foi uma crise na indústria de pesca da lagosta, pois os polvos são o alimento preferido dos tubarões; sem predadores, a população de polvos aumentou consideravelmente e praticamente extinguiu as lagostas, crustáceo do qual se alimenta. Agora responda: a) Quantos predadores diferentes podemos identificar na situação descrita no texto? Quais são eles? Dois, o tubarão e o polvo.

b) Explique o desequilíbrio na população de presas e predadores por causa da pesca indiscriminada de tubarões. A população de tubarões diminuiu, por causa da pesca indiscriminada. Assim, a população de sua presa, o polvo, cresceu demasiadamente, por não haver predadores. A população numerosa de polvos necessita de mais lagostas para se alimentar, praticamente extinguindo esses crustáceos. 3. (UFRN 2010) Em um trecho de seu livro Viagem do Beagle, Charles Darwin relata: “Dormimos no vilarejo de Luján... da província de Mendoza... [Argentina]. À noite, sofri um verdadeiro ataque... de benchucas, uma espécie de Reduviídeo, o grande percevejo preto dos Pampas”. O inseto referido por Darwin corresponde ao que se chama, no Brasil, de barbeiro. O barbeiro se alimenta de sangue de vertebrados e pode ser encontrado em frestas de paredes de casas de taipa. Nesse caso, essas frestas constituem: a) sua biosfera.  b) sua biocenose.  c) seu nicho ecológico. d) seu hábitat. Alternativa d.

UNIDADE 2 – ÁGUA: SUBSTÂNCIA VITAL 1. Explique como ocorre o processo de formação das nuvens. Após a evaporação da água, o vapor de água sobe, mistura-se com o ar e, ao entrar em contato com as camadas mais frias da atmosfera, condensa-se, formando as nuvens. 2. O ciclo da água na natureza possibilita sua presença nos diversos estados físicos em toda a biosfera, mas a maior parte da água na Terra se encontra no estado líquido. Explique por que isso ocorre. (Dica: pense na temperatura média do planeta.)

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3. Cite exemplos em que a água tem participação fundamental nos processos vitais: a) de uma planta; b) de um animal. Sugestão de respostas: a) Fotossíntese, transporte de substâncias, constituição e circulação das seivas. b) Transporte de nutrientes e oxigênio, eliminação de substâncias tóxicas, digestão, excreção, proteção do embrião durante seu desenvolvimento. 4. Explique a seguinte afirmativa: Ao contrário do que muita gente pensa, a geada não “cai” do céu. A geada é o resultado do congelamento, após condensação, do vapor de água presente no ar, em contato com superfícies frias. 5. É possível encontrar em nosso planeta algum lugar em que haja água nos estados sólido, líquido e de vapor? Explique. Nas regiões polares encontramos água em estado sólido nas geleiras; em estado líquido nos mares e em forma de vapor na atmosfera. 6. A hidroginástica, atividade física realizada dentro da água, tem feito muito sucesso entre os praticantes porque, entre outras razões, “cansa menos” ou dá a impressão de “sobrecarregar” menos o corpo, mas, na realidade, trabalha-se tanto ou mais que em atividade física fora da água. Por que a atividade física dentro da água causa a impressão de “cansar menos”? Por causa do empuxo, que “empurra” os corpos para cima, dando a sensação de leveza na água. 7. Dê o significado das expressões a seguir. a) Água potável: água limpa, livre de materiais tóxicos e microrganismos. Ela contém sais minerais na quantidade adequada ao consumo humano.

b) Água destilada: água obtida por aquecimento, em que somente o vapor constituído exclusivamente por moléculas dessa substância passa para o estado gasoso, condensando em seguida em outro recipiente. Os sais dissolvidos ou outras impurezas não passam para a fase gasosa e ficam retidos no recipiente de origem. c) Água poluída: água contaminada por produtos químicos tóxicos ou por microrganismos, imprópria para qualquer tipo de consumo. 8. O destino da água utilizada, por exemplo, no banho, na limpeza das residências, na descarga dos banheiros é um grande problema de saneamento básico. A construção de fossas sépticas e de sumidouros é uma solução adequada para as cidades que tenham comunidade de médio e grande porte? Por quê? Não, pois as fossas sépticas e os sumidouros não são suficientes para absorver grande ou média quantidade de poluentes da água. 9. Quais são as características da água apropriada para o consumo humano? A água deve ser potável, ou seja, incolor, inodora, sem sabor e com quantidade adequada de sais minerais.

UNIDADE 3 – O AR E A ATMOSFERA 1. Observe o gráfico abaixo, que representa a composição do ar, e responda às questões no caderno. outros 1% oxigênio 21%

nitrogênio 78% Fonte: . Acesso em: 8 mar. 2015.

MANUAL DO PROFESSOR

Isso ocorre porque entre 0 °C e 100 °C, sob pressão de 1 atm, a água se apresenta no estado líquido e é nessa faixa que oscilam as temperaturas médias do planeta.

DAE



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a) Que gás existe em maior quantidade? O que acontece quando esse gás é inspirado por nós? Nitrogênio. Ele é eliminado para o ambiente pelo ar expirado, pois não o absorvemos. b) Que gás é absorvido na respiração? Por que ele não se esgota na atmosfera? O oxigênio, porque ele é renovado graças ao processo de fotossíntese. c) Que gás, dentre os outros gases do ar que constituem 1% da atmosfera, é absorvido na fotossíntese? O gás carbônico. 2. Quando estava regando as plantas da horta no quintal de casa, Maria notou que, ao penetrar na terra a água formava bolhas. a) Por que isso ocorre? A água ocupa no solo o lugar do ar, que, ao sair, forma as bolhas. b) Quanto mais fofa a terra da horta, o número de bolhas formadas será maior ou menor? Explique. Maior, pois há mais ar na terra fofa, o que provoca a formação de mais b ­ olhas.

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3. Analise o esquema a seguir, que representa as altitudes de três diferentes cidades do estado de São Paulo. Cidade

Altitude

Campos do Jordão

1 600 metros

São Paulo

730 metros

Santos

0 metros

Alarmados com a situação, alguns países industrializados elaboraram uma carta de intenções em que se comprometem a promover amplos reflorestamentos, como uma estratégia para reduzir o efeito estufa e conter o aquecimento global. Tal estratégia baseia-se na hipótese de que o aumento das áreas de floresta promoverá maior: a) liberação de gás oxigênio, com aumento da camada de ozônio e redução da radiação ultravioleta. b) retenção do carbono na matéria orgânica das árvores, com diminuição do gás carbônico atmosférico responsável pelo efeito estufa. c) disponibilidade de combustíveis renováveis e, consequentemente, menor queima de combustíveis fósseis, que liberam CFC (clorofluorcarbono). d) absorção de CFC, gás responsável pela destruição da camada de ozônio. e) sombreamento do solo, com resfriamento da superfície terrestre. Alternativa b. O texto refere-se à hipótese de que o aumento das áreas de floresta promoverá maior retenção do carbono na matéria orgânica das árvores, em razão da fotossíntese. Assim, haveria diminuição do gás carbônico livre na atmosfera, um dos principais responsáveis pelo efeito estufa. 5. Foi noticiado, em 6 de março de 2015, no Diário Catarinense:

b) Em qual delas a pressão atmosférica é maior? Santos.

Frente fria avança e sexta-feira tem chance de temporais em Santa Catarina. A sexta-feira segue com condição de chuva em Santa Catarina, devido ao avanço de uma frente fria pelo Litoral Sul do Brasil [...]

4. (Fuvest-2001) A recente descoberta de uma vasta região de mar descongelado no Polo Norte é um exemplo dos efeitos do aquecimento global pelo qual passa o planeta.

Disponível em: . Acesso em: 8 mar. 2015.

a) Em qual delas o ar é mais rarefeito? Campos do Jordão.

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b) No Brasil, em que região costumam se formar as frentes frias? Analise o texto da notícia e veja se o caso confirma essa tendência. Na Região Sul, avançando para o litoral. A notícia confirma a tendência.

UNIDADE 4 – A TERRA E O SOLO 1. Apesar da exuberância apresentada pela Floresta Amazônica, os solos nos quais está fixada não apresentam grande riqueza em nutrientes. Como você explica isso? Embora o solo seja relativamente pobre, a decomposição da matéria orgânica pelos microrganismos decompositores repõe no solo os nutrientes de que as plantas necessitam. 2. Sabendo que existem vários tipos de erosão, escreva, no caderno, qual é o agente causador das formas a seguir. a) eólica: vento b) glacial: gelo c) pluvial: chuva d) fluvial: água dos rios 3. Indique a afirmativa correta. Alternativa b. a) A lava vulcânica é composta de material pertencente ao núcleo terrestre. 
 b) O solo agrícola apresenta água e sais minerais abundantes e deve ser poroso e arejado. 
 c) As minhocas são pragas que prejudicam a agricultura. 
 d) A maneira mais adequada de lidar com o lixo doméstico é depositá-lo em lixões a céu aberto. 
 e) Aterros sanitários são depósitos inesgotáveis de lixo urbano, que devem estar próximos a rios ou reservatórios subterrâneos de água. 


4. O tétano é uma doença causada por bactéria. a) Como se contrai o tétano? A bactéria causadora do tétano pode ser encontrada no solo, em fezes de animais, sob uma forma resistente (esporos). A infecção ocorre com a entrada de esporos por ferimento na pele, contaminado por areia ou terra. Se uma pessoa sofrer um ferimento profundo, causado por um desses objetos contaminados, pode contrair a doença. b) Como é possível evitar essa doença? A prevenção contra o tétano é realizada por meio da vacinação. Em geral, a vacina tríplice (que contém a antitetânica) é dada às crianças; e a vacina antitetânica, aos adultos. 5. Considerando o ciclo das rochas, que processos podem originar a transformação das rochas: a) metamórficas em sedimentares? Intemperismo e sedimentação. b) sedimentares em metamórficas? Metamorfismo. c) magmáticas em sedimentares? Intemperismo e sedimentação. d) magmáticas em metamórficas? Metamorfismo. 6. O que são tsunamis? Como são formados? Os tsunamis são ondas gigantes com grande concentração de energia, que podem ocorrer nos oceanos ou em grandes lagos. Eles podem ser provocados por movimentação das placas tectônicas no fundo do mar; pelo deslocamento de terras e gelo; por erupções vulcânicas ou ainda pelo impacto de um meteorito no mar. 7. O que é húmus? Qual é sua importância para a fertilidade do solo? O húmus é constituído por matéria orgânica, como galhos, frutos, folhas, restos de animais e de outros organismos mortos. A decomposição desse material por fungos e bactérias devolve nutrientes ao solo.

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a) Explique como se forma uma frente fria. Uma frente fria se forma quando uma massa de ar frio encontra uma massa de ar quente, empurrando-a.

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d) compostagem; Materiais orgânicos sofrem decomposição por microrganismos, resultando em adubo. Esse adubo pode ser utilizado para fertilizar áreas verdes e plantações, mas a compostagem só pode ser utilizada com parte do lixo urbano, o lixo orgânico.

8. Esquematize o ciclo das rochas de modo simplificado, indicando os principais processos envolvidos.

o

sm



o

am

et

m

Rochas metamórficas

fi or

intemperismo

metamorfismo

fu

Rochas sedimentares

9. Dependendo do tipo de resíduo e, também, dos serviços disponíveis nos municípios, é dada uma destinação diferente ao lixo urbano. Explique como funciona cada uma delas e quais são suas vantagens e desvantagens.

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a) lixão a céu aberto; São depósitos de lixo em terrenos ao ar livre. Os lixões são muito comuns pelo baixo custo de construção e por durar bastante tempo. Resíduos do lixo, como o chorume, podem penetrar no solo e, consequentemente, nas camadas mais profundas que reservam água. b) aterro sanitário; São áreas impermeáveis em que o lixo é depositado e, em seguida, recoberto. Essas condições impedem que resíduos provenientes do lixo contaminem o solo e, possivelmente suas águas subterrâneas. Além disso, o gás produzido naturalmente pelo lixo em decomposição é aproveitado para a geração de energia. c) reciclagem; Coleta e aproveitamento de materiais descartados, como plásticos, metais, vidros e papéis, para a produção de novos materiais. Essa técnica gera renda à população e poupa recursos naturais. Entretanto, nem todos os municípios brasileiros dispõem de serviços de coleta de materiais recicláveis.

e) incineração. Resíduos que possam conter substâncias ou microrganismos nocivos, como o lixo de hospitais, são queimados até virarem cinzas inofensivas. A queima desse lixo, além de cara, resulta em fumaça tóxica, que contribui com a poluição atmosférica de grandes cidades. 10. Quais são os principais métodos que um agricultor pode utilizar para evitar a erosão do solo? Realizando o plantio em curvas de rio ou em degraus. 11. Quais são as possíveis consequências de queimadas e de desmatamento do solo?

Área da Floresta Amazônica desmatada por produtores de soja. Sinop, MT, 10 dez. 2008.



Rodrigo Baleia/Folhapress

intemperismo

Rochas ígneas ou magmáticas

Ambos os processos removem a vegetação e deixam o solo descoberto. Assim, ele se torna suscetível à erosão, seja pela água da chuva, seja pelo vento. Além disso, ainda há o risco de desertificação.

12. Quando observamos montanhas rochosas cujo cume é arredondado, podemos afirmar que se trata de formações mais antigas que cumes pontiagudos? Por quê? Sim, porque essas formações são lentamente erodidas pelo vento. Um morro com cume arredondado sofreu, portanto, erosão eólica por mais tempo que um morro de cume pontiagudo.

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Caverna do Diabo. Eldorado Paulista, SP, 1999. Essa caverna tem mais de 3 km de extensão.



A água ácida, muitas vezes proveniente da chuva, penetra no solo e, ao atingir a rocha calcária subterrânea, passa a dissolver seus componentes e a perfurar essas formações. Com o passar do tempo, esse processo dá origem a grandes cavidades subterrâneas, as cavernas.

14. Como a erosão glacial pode provocar o desgaste das rochas? A água acumulada em frestas de rochas, ao congelar, expande-se, causando fissuras na rocha e desgastando-a. 15. O assoreamento dos rios é muito comum perto de áreas intensamente exploradas pela agricultura. Sem a proteção da vegetação em suas margens, o rio recebe continuamente sedimentos que se depositam no fundo do leito. Assim, o rio se torna cada vez menos profundo e, em casos mais graves, alguns trechos do rio podem secar. a) Que tipo de erosão do solo é responsável por carregar partículas para os rios? A erosão pela água é uma das principais causas do carregamento de substâncias da superfície, mas o vento também atua nesse processo. b) Como pode ser evitado o assoreamento dos rios? A conservação da vegetação de galeria, localizada às margens dos rios, contribui para reter os sedimentos que são carregados pela chuva. As técnicas de

terraceamento e curvas de nível também podem contribuir para reduzir a erosão do solo e, consequentemente, a quantidade de sedimentos que atinge o rio. c) Faça uma pesquisa e investigue rios brasileiros que apresentem pontos em situação de assoreamento. Professor, essa resposta é variável. Alguns rios brasileiros assoreados são: Rio Taquari, Rio Paraguai, Rio Paraíba e Rio Piquiri.

UNIDADE 5 – A TERRA NO UNIVERSO 1. João Ubaldo, famoso escritor baiano, em seu livro Um brasileiro em Berlim, narra: Na ilha de Itaparica, onde eu morava no Brasil, minha fama de mentiroso deve-se muito [...] aos invernos alemães, americanos e canadenses que testemunhei e descrevi. Uma vez, depois que contei como rios e cachoeiras ficam congelados, como se faz buracos no gelo de um lago para pescar e como é ainda escuro às nove horas da manhã, um pescador amigo meu pôs as mãos em minha testa. – Só para ver se você não está com febre – explicou ele [...] – Você acha que eu vou acreditar nessa conversa, eu sou besta? Eu posso não ter estudo como você, mas não sou besta. – Mas é verdade! O lago congela, o sujeito vai lá, serra um buraco no gelo, enfia a linha e por ali pesca. – E o peixe já sai congelado, escamadinho, desossadinho e empacotado, não sai não? [...] Essa conversa toda é chute [...] esse negócio de ainda estar escuro às 9 horas da manhã [...]. – [...] Nessa época do ano, às quatro horas da tarde já está escuro outra vez. – [...] Quer dizer que quatro horas da tarde já é noite! Essa nem aqui, nem na China, não está vendo que não pode ser? [...] RIBEIRO, J. U. Um brasileiro em Berlim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. p. 83-85.

a) Localize, num globo terrestre ou num mapa-múndi, os lugares que são citados no texto:

MANUAL DO PROFESSOR

Ricardo Azoury/Olhar Imagem

13. No estado de São Paulo é possível encontrar diversas cavidades como esta, representada na fotografia. Explique como se formam as cavernas calcárias.

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10. I ndicações de fontes ao professor

• Bahia, Região Nordeste do Brasil, na América do Sul; • Alemanha, na Europa; • Estados Unidos e Canadá, na América do Norte.

10.1 Leituras indicadas

b) O pescador da Ilha de Itaparica não acredita no que o amigo escritor conta sobre os invernos alemães, americanos e canadenses. Ele não pode sequer imaginar o que o amigo descreve.

Para complementar informações, aprofundar conhecimentos e obter sugestões de atividades, indicamos os títulos a seguir, sobre várias áreas da Ciência.

Por que na Região Nordeste do Brasil, onde se localiza a ilha de Itaparica, não ocorre inverno como o descrito por João Ubaldo Ribeiro? Porque na Região Nordeste do Brasil, por estar próxima à Linha do Equador, a temperatura varia pouco. Os dias são quentes e ensolarados quase o ano todo. Diferentemente dos locais citados, que se localizam ao norte do Trópico de Câncer, onde ocorrem temperaturas muito baixas no inverno.

Educação CANDAU, V.; MOREIRA, A. F. B. M. (Org.). Currí. culo, conhecimento e cultura. In: Indagações sobre o currículo: currículo, conhecimento e cultura. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica, 2007. CHERVEL, A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria e educação, Porto Alegre: Pannonica, n. 2, 1990.

c) Identifique no globo terrestre ou no mapa-múndi onde está situada a Patagônia, na Argentina. Lá, no inverno, também acontecem fenômenos semelhantes aos descritos pelo autor.

CONTRERAS, J. A autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002. DEMO, P. Educar pela pesquisa. 9. ed. Campinas: Autores Associados, 2011. (Coleção Educação Contemporânea). ESTEBAN, M. T.; AFONSO, A. J. (Org.). Olhares e interfaces: reflexões críticas sobre avaliação. São Paulo: Cortez, 2010.

Martin Good/Shutterstock

MANUAL DO PROFESSOR

Agora responda no caderno: O inverno na Patagônia ocorre na mesma época que no Canadá? Por quê? Não. Porque a Patagônia está situada no Hemisfério Sul, e o Canadá no Hemisfério Norte, e as estações do ano são invertidas entre os hemisférios.

FIORENTINI, D.; GERA LDI, C. M. G.; PEREIRA, E. M. A. (Org.). Cartografias do trabalho docente: professor(a) – pesquisador(a). Campinas: Mercado de Letras, 1998. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 50. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. . Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. . Pedagogia da autonomia: saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

Ottawa, Canadá, durante o inverno. Observe que a paisagem fica coberta de neve.

GADOTTI, M. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. 10. ed. São Paulo: Cortez, 1991.

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GADOTTI, M. História das ideias pedagógicas. 8. ed. São Paulo: Ática, 1999. (Série Educação).

tituto Piaget, 2001. (Coleção Horizontes Pedagógicos).

GALIAZZI, M. C. Professor-pesquisador: é preciso mudar de paradigma. In: CHASSOT, Attico; OLIVEIRA, Renato J. de (Org.). Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos, 1998.

BEJARANO, N. R. R.; CARVALHO, A. M. P. Tornando-se professor de Ciências: crenças e conflitos. Ciência e Educação, Bauru: Unesp, v. 9, n. 1, p. 1-15, 2003.

HADJI, C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001. MAGALHAES, S. M. O.; SOUZA, R. C. C. R. (Org.). Formação de professores: elos da dimensão complexa e transdisciplinar. Goiânia: Liber Livros, 2012.

BORGES, A. T. Novos rumos para o laboratório escolar de Ciências. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 19, n. 3, p. 291-313, dez. 2002. BORGES, R. M. R. Repensando o ensino de Ciências. In: MORAES, R. (Org.). Construtivismo e ensino de Ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. Porto Alegre: Sagra, 2000. BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Algumas razões para ser um cientista. Brasília,1984.

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

CACHAPUZ, A. et al. A necessária renovação do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 2005.

. Introdução ao Pensamento Complexo. 4. ed. Porto Alegre: Sulinas, 2011.

; PRAIA, J.; JORGE, M. Da educação em ciência às orientações para o ensino das Ciências: um repensar epistemológico. Ciência & Educação, v. 10(3), p. 363-381, 2004.

et al. Educar na Era Planetária. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco, 2003. (Org.). A Religação dos Saberes: O desafio do século XXI. 7. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. PERRENOUD, P. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002.

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SCHÖN, D. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

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GIACOIA JR., O. Ética, técnica, educação. In: BIGNOTTO, N.; MORAES, E. J. (Org.). Hannah Arendt: diálogos, reflexões, memórias. Belo Horizonte: UFMG, 2001.

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GUIMARÃES, M.; VASCONCELLOS M. M. N. Relações entre educação ambiental e educação em Ciências na Complementaridade dos Espaços Formais e Não Formais de Educação. Educar, Curitiba, n. 27, p. 147-162, 2006. KANBACHA, B. G.; LABURÚB, C. D.; SILVA, O. H. M. Razões para a não utilização de atividades práticas por professores de Física no Ensino Médio. Disponível em: ‹www.sbf1.sbfisica. org.br/eventos/snef/xvi/cd/resumos/T03731.pdf›. Acesso em: 17 mar. 2015. KRAPAS, S.; QUEIROZ, G.; COLINVAUX, D.; FRANCO, C.; ALVES, F. Modelos: uma análise de sentidos na literatura de pesquisa em ensino de Ciências. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre: Instituto de Física/UFRGS, v. 2, n. 3, mar. 2015. LOPES A. C.; MACEDO, E. (Org.). Currículo de ciências em debate. Campinas: Papirus, 2004. MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química: professores/ pesquisadores. 3. ed. Ijuí: Unijuí, 2006. (Coleção Educação Química). MANCUSO, R. Feiras de ciências: produção estudantil, avaliação, consequências. Contexto Educativo – Revista Digital de Educación y Nuevas Tecnologías, n. 6, abr. 2000. Disponível em: ‹http://contexto-educativo.com.ar/2000/4/ nota-7.htm›. Acesso em: 17 mar. 2015.

MANUAL DO PROFESSOR

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MORIN, E. Ciências com Consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

TENREIRO-VIEIRA, C. Formação em pensamento crítico de professores de Ciências: impacto nas práticas de sala de aula e no nível de pensamento crítico dos alunos. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 3, n. 3, 2004.

MORTIMER, E. F.; SANTOS, F. M. T. Comunicação não verbal em sala de aula. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Porto Alegre, v. 1, n. 1, p. 18-30, 2001.

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BARNES, R. D.; RUPPERT, E. E. Zoologia dos invertebrados. 7. ed. São Paulo: Roca, 2005. NIELSEN, K. S. Fisiologia animal. 5. ed. São Paulo: Santos, 2002. NULTSCH, W. Botânica geral. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. ODUM, E. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. POUGH, F. H. A vida dos invertebrados. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2008. PURVES, W. K. et al. Vida: a ciência da Biologia. 8. ed. São Paulo: Artmed, 2009. RAVEN, P. H. et al. Biologia vegetal. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. RIDLEY, M. Evolução. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2006. STORER, T. et al. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. TOWNSEND; BEGON; HARPER. Fundamentos em ecologia. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2010. WILSON, E. Biodiversidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

Química ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. BRADY, J. E.; HOLUM, J. R.; RUSSELL, J. W. Química: a matéria e suas transformações. 5. ed. Rio de Janeiro: LCT, 2009. BROWN, T. L.; LEMAY H. E.; BURSTEN B. E. Química, a ciência central. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. CHAVANNES, I. Aulas de Marie Curie Anotadas por Isabelle Chavannes em 1907. São Paulo: Edusp, 2007. FISHER, L. A Ciência no cotidiano: Como aproveitar a ciência nas atividades do dia a dia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. KOT Z, J. C.; TREICHEL, J. P. Química geral 1 e 2 e reações químicas. 6. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 2 v. LENZI E.; FAVERO L. O. B. Introdução à química da atmosfera: ciência, vida e sobrevivência. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

; . Introdução à química da água: ciência, vida e sobrevivência. Rio de Janeiro: LTC, 2012. MASTERTON, W. L.; SLOWINSKI, E. J.; STANITSKI, C. L. Princípios de Química. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1990. RUSSELL, J. B. Química geral. Trad. Márcia Guekezian et al. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994. 2 v. SHRIVER, D. F.; ATKINS, P. W. Química Inorgânica. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.

Física BARTHEM, R. Luz: temas atuais de Física. São Paulo: Livraria da Física, 2005. CARVALHO, R. P. C. Micro-ondas: temas atuais de Física. São Paulo: Livraria da Física, 2005. CRUZ, S. M. S. C. S.; ZYLBERSZTAJN, A. O enfoque ciência, tecnologia e sociedade e a aprendizagem centrada em eventos. In: PIETROCOLA, M. (Org.). Ensino de Física. Florianópolis: UFSC, 2001. EISBERG, R. M. Fundamentos da Física moderna. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1979. FEYNMAN, R.; LEIGHTON, R.; SANDS, M. Lições de Física de Feynman. Porto Alegre: Artmed, 2008. GONICK, L.; HUFFMAN, A. Introdução ilustrada à Física. São Paulo: Harbra, 1994. GRUPO DE REELABORAÇÃO DE ENSINO DE FÍSICA. Mecânica. São Paulo: Edusp, 1995. . Óptica e Física Térmica. São Paulo: Edusp, 1995. . Eletromagnetismo. São Paulo: Edusp, 1995. HARVARD PHYSICS PROJECT. Luz e eletromagnetismo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1985. HEWITT, P. G. Física conceitual. 11. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. MENEZES, L. C. A matéria: uma aventura do espírito. São Paulo: Livraria da Física, 2005.

MANUAL DO PROFESSOR

Biologia

NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física básica. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. 4 v.

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TIPLER, P. A. Física. 4. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2000. 4 v. WALTER, J. O grande circo da Física. Lisboa: Gradiva, 1990. ZANETIC, J. Física e arte: uma ponte entre duas culturas. In: VIII ENCONTRO DE PESQUISA EM ENSINO DE FÍSICA, São Paulo. Atas... São Paulo: SBF, 2002.

Ensaio – Pesquisa em educação em ciências, do Centro de Ensino de Ciências e Matemática (Cecimig) e FAE/UFMG.

Astronomia

Episteme – Grupo interdisciplinar em Filosofia e História das Ciências – GIFHC, do Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados da UFRGS.

CANARO, F. A parábola do planeta azul. São Paulo: FTD, 1996. 2 v.

Física na Escola – Sociedade Brasileira de Física (SBF).

DELERUE, A. Rumo às estrelas: guia prático para a observação do céu. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.

Química Nova na Escola – Sociedade Brasileira de Química (SBQ).

FARIA, R. P. Astronomia a olho nu. São Paulo: Brasiliense, 1986. . (Org.). Fundamentos de astronomia. 4. ed. Campinas: Papirus, 1997. . Iniciação à Astronomia. 12. ed. São Paulo: Ática, 2004. GLEISER, Marcelo. A dança do Universo: dos mitos de criação ao Big-Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. LONGHINI, M. D. (Org.). Astronomia na escola: concepções, ideias e práticas. Campinas: Editora Átomo, 2014. MOURÃO, R. R. F. Atlas celeste. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. . Manual do astrônomo. 4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999. NICOLINI, J. Manual do astrônomo amador. 2. ed. Campinas: Papirus, 1991.

MANUAL DO PROFESSOR

Ciência Hoje, Ciência Hoje das Crianças e Ciência Hoje na Escola. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC.

Revistas e outras publicações (diversas áreas) Caderno Brasileiro de Ensino de Física (Caderno Catarinense de Ensino de Física, até o v. 18) do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina, SC. Cadernos Cedes – Centro de Estudos Educação e Sociedade. Campinas: Papirus. Cadernos de História e Filosofia da Ciência – Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, CLE, Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.

Revista Brasileira de Ensino de Física – Sociedade Brasileira de Física (SBF). Scientific American Brasil. Edição especial: Etno­ astronomia, v.14, 2006.

10.2 Instituições (centros de ciências, museus, jardins botânicos) No ano de 2000 foi criada a Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC), com a intenção de compartilhar experiências, consolidar ideias e possibilitar um intercâmbio entre os diferentes projetos. A ABCMC publicou recentemente um catálogo com informações sobre a maioria dos centros de divulgação científica no país. Você pode ter acesso ao catálogo no site: . É fundamental e enriquecedora a articulação da escola com outros setores engajados em programas de popularização da ciência. Se possível, organize visitas aos centros e museus de ciência que existem em sua região e em vários pontos do país ou procure interagir com eles. Listamos a seguir alguns deles. • Casa da Ciência – UFRJ Endereço: R. Lauro Müller, 3, Botafogo Rio de Janeiro, RJ, CEP 22290-160 Telefax: (21) 2542-7494 E-mail: [email protected]

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Endereço: R. Aristeu de Andrade, 452, Farol Maceió, AL, CEP 57021-960 Tel.: (82) 3221-8488 Salas de exposição com maquetes, experimentos interativos de Física, Química, jogos matemáticos, globos e mapas geográficos. Mostra de animais e laboratórios de Química, Física e Informática. • Museu de Ciência e Tecnologia Endereço: Av. Jorge Amado, s/n, Boca do Rio Salvador, BA, CEP 41710-050 Tel.: (71) 3231-9368 Mostras temporárias, divulgação de ciência e tecnologia, seminários, oficinas, projeção de vídeos e peças teatrais. • Museu de Ciências da Universidade Federal do Ceará Endereço: R. Paulino Nogueira, 315, Bloco I, Térreo, Benfica Fortaleza, CE, CEP 60020-270 Tel.: (85) 3366-7375/3366-7376 Exposições interativas de ciência. Apresentação do show de química A magia da Química nas escolas e em outros espaços educacionais.

Tem como objetivo difundir a Astronomia, as ciências afins e desenvolver projetos culturais. Promove diversas atividades, como sessões de cúpula, experimentos interativos, observações ao telescópio, cursos, palestras e exposições. Para mais informações sobre o trabalho com essas instituições, sugerimos as leituras a seguir. CRESTANA, S.; HAMBURGER, E. W.; SILVA, D. M.; MASCARENHAS, S. (Org.). Educação para a ciência: curso para treinamento em centros e museus de ciência. São Paulo: Livraria da Física, 2001. MASSARANI, L.; MOREIRA, I. C.; BRITO, F. (Org.). Ciência e público: caminhos da divulgação científica no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Ciência; Fórum de Ciência e Cultura, 2002.

10.3 Indicações de sites Todos os sites a seguir foram acessados em março de 2015, portanto, nessa data todos os links estavam em conformidade com as descrições que se seguem. • TV Escola ‹http://tvescola.mec.gov.br›

• Estação Ciência – Centro de Difusão Científica, Tecnológica e Cultural da USP Endereço: R. Guaicurus, 1394, Lapa São Paulo, SP, CEP 05033-002 Tel.: (11) 3871-6750 Site: .

Nesse site são exibidos os programas da grade diária da TV Escola do MEC. Além disso, estão disponíveis videoteca, roteiros de aulas e experimentos, revista da TV Escola, entrevistas, agenda de eventos e muito mais.

• Espaço Ciência Viva – Museu participativo de ciências do Brasil Endereço: Av. Heitor Beltrão, 321 Rio de Janeiro, RJ, CEP 20550-000 Telefax: (21) 2204-0599 Site: .

• Uniescola ‹www.uniescola.ufrj.br/fisica/unies cola6.html›

• Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro Rua Vice-Governador Rubens Bernardo, 100 Rio de Janeiro, RJ, CEP 22451-070 Tel.: (21) 2274-0046 Site: .

Página destinada à formação continua­ da de professores, a distância, visando à atualização em conteúdos de várias áreas correlatas à Física, assim como aspectos didáticos de seu ensino. O site agrupa grande parte do material disponível na internet, facilitando o acesso, de forma imediata e útil, ao trabalho didático do professor.

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• Usina Ciência – Ufal

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• Grupo de Reelaboração do Ensino de Física – Gref ‹www.if.usp.br/gref/pagina01.html› Disponibiliza o vasto material resultante de muitos anos de trabalho do Grupo de Reelaboração do Ensino de Física. Consiste em uma proposta diferenciada denominada Leituras em Física, voltada para a sala de aula do Ensino Médio. • Portal do Ministério de Ciência e Tecnologia ‹http://ctjovem.mct.gov.br› Apresenta as ações do Ministério da Ciência e Tecnologia voltadas para a política nacional de pesquisa científica, tecnológica e inovação; planejamento, coordenação, supervisão e controle das atividades da ciência e tecnologia; política de desenvolvimento de informática e automação; política nacional de biossegurança; política espacial; política nuclear e controle da exportação de bens e serviços sensíveis.

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• Domínio Público ‹www.dominiopublico.gov.br› Esse portal constitui um ambiente virtual que possibilita a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham sua divulgação devidamente autorizada, as quais constituem o patrimônio cultural brasileiro e universal.

• Feira de Ciências ‹www.feiradeciencias.com.br› Esse site apresenta uma série de sugestões de experimentos destinados não apenas à construção de feiras de Ciências mas também ferramentas que ajudam a ilustrar os conceitos em sala de aula no dia a dia. Apresenta ainda textos muito interessantes a respeito de iniciação científica. • Revista Química Nova na Escola ‹http://qnesc.sbq.org.br› A revista Química Nova na Escola ( QNEsc ), de periodicidade semestral, propõe-se a divulgar o trabalho, a formação e a atualização da comunidade do ensino de Química. A QNEsc integra-se à linha editorial da Sociedade Brasileira de Química, que publica também a revista Química Nova e o Journal of the Brazilian Chemical Society. A Química Nova na Escola é um espaço aberto ao educador, que suscita debates e reflexões sobre o ensino e a aprendizagem de Química. Assim, contribui para a tarefa fundamental de formar verdadeiros cidadãos. Nesse sentido, a Divisão de Ensino disponibiliza nesse portal, na íntegra, e de forma totalmente gratuita, os artigos publicados. • Portal Química ‹www.quimicaederivados.com.br› O site disponibiliza informações com foco na indústria química e seus derivados. Também são acessíveis reportagens que podem servir como base para o tratamento de questões sociais, econômicas e ambientais.

• Rede Internacional Virtual de Educação – Rived ‹http://rived.mec.gov.br›

• Química-UFSC-Revista brasileira de química na internet ‹www.qmc.ufsc.br/quimica/index.html›

O Rived é um programa da Secretaria de Educação a Distância (Seed) que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem.

O site traz entrevistas, arquivos, curiosidades e muita interação dentro do universo da química. Destaca-se pela qualidade das reportagens que disponibiliza para leitura.

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O Banco Internacional de Objetos Educacionais é um repositório criado em 2008 pelo Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, Rede Latino-Americana de Portais Educacionais (Relpe), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e outros. Esse banco tem o propósito de manter e compartilhar recursos educacionais digitais de livre acesso, mais elaborados e em diferentes formatos – como áudio, vídeo, animação, simulação, software educacional –, além de imagem, mapa e hipertexto considerados relevantes e adequados à realidade da comunidade educacional local, respeitando-se as diferenças de língua e as culturas regionais. Esse repositório está integrado ao Portal do Professor, também do Ministério da Educação. • Webeduc ‹http://webeduc.mec.gov.br› O site Webeduc, portal de conteúdos educacionais do Ministério da Educação, oferece material de pesquisa, objetos de aprendizagem e outros conteúdos educacionais de livre acesso. • Salto para o futuro ‹http://tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo› Transmitido de segunda a sexta-feira pela TV Escola, o programa Salto para o futuro tem como proposta a formação continuada de professores do ensino básico. O programa utiliza diferentes mídias – TV, internet, fax, telefone e material impresso – no debate de questões relacionadas à prática pedagógica e à pesquisa no campo da educação. São produzidos textos de apoio aos programas, que estão disponíveis no site da atração. Entre os temas abordados há vários que podem ser interessantes para o professor de Ciências.

Um deles é a iniciação científica. Confira em: ‹http://tvbrasil.org.br/fotos/salto/ series/150744IniciacaoCient.pdf›. • Fundação Biblioteca Nacional ‹www.bn.br› A Fundação Biblioteca Nacional disponibiliza, em sua Biblioteca Digital, livros eletrônicos para download . O Portal Institucional possibilita o acesso aos catálogos on-line. Em 2006, foi criada a Biblioteca Nacional Digital, concebida de forma ampla como um ambiente em que estão integradas todas as coleções digitalizadas, colocando a Fundação Biblioteca Nacional na vanguarda das bibliotecas da América Latina e igualando-a às maiores bibliotecas do mundo no processo de digitalização de acervos e acesso às obras e aos serviços via internet. Página inicial do site da Fundação Biblioteca Nacional.

11. Respostas de atividades do Livro do Aluno Nesta seção apresentamos as respostas das questões de abertura de Unidade, bem como respostas de algumas atividades que, por insuficiência de espaço, não foram inseridas no Livro do Aluno. Página 11 – Abertura da Unidade 1 1. Converse com os alunos sobre a legislação que contempla essa atividade. • O Ibama estabelece o período do defeso, que proíbe a coleta durante a época de reprodução de caranguejos com carapaças menores de 6 centímetros. • É proibido também por lei usar a redinha (armadilha feita com um emaranhado de fios de náilon), que é presa nas raízes das árvores e colocada na entrada da toca do caranguejo. Esse método acarreta vários

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• Banco Internacional de Objetos Educacionais ‹http://objetoseducacionais2.mec. gov.br›

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problemas: não seleção das presas, corte das raízes e poluição pelas redinhas não recolhidas. Provoca ainda impactos sociais: conflitos porque os caranguejeiros tradicionais não aceitam deixar de usar a armadilha, e perda da cultura das técnicas tradicionais. Orientações para o professor Projetos focados na preservação têm mostrado a importância de incluir e ouvir as comunidades humanas que também compõem o ecossistema. O catador profissional, orientado, é a melhor garantia de sustentabilidade. O maior perigo é o catador esporádico, com atitude predatória. Em várias comunidades, os catadores recebem cartilhas sobre seus direitos, cuidados com a saúde e orientações legais. Além disso, têm direito a seguro-desemprego durante o período de defeso ou são apoiados para exercerem outra atividade econômica neste período. É uma importante questão socioambiental, que deve considerar as diferentes dimensões e segmentos envolvidos. Se na região onde está localizada a escola há uma comunidade de catadores, estimule os alunos a obterem mais informações sobre essa atividade. Página 47 – Abertura da Unidade 2

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1. Nas cachoeiras, mares e oceanos, nos aquíferos, na atmosfera na forma de vapor, nas geleiras, nas nuvens, nos seres vivos. 2. Não. Todos ingerem água, mas alguns também a usam para se refrescar, para se reproduzir, outros para nadar. Certos animais (como alguns anfíbios, por exemplo) passam a fase jovem da vida no ambiente aquático. 3. Não. Infelizmente, grande parte da população mundial sofre com a seca e a falta de acesso à água potável. Página 97 – Abertura da Unidade 3 1. O vento. 2. Espera-se que o aluno reconheça que o vento é resultado do movimento do ar. 3. Sim.

4. É importante o aluno reconhecer que as questões e decisões relacionadas à energia são muito complexas e têm um caráter interdisciplinar. Essa visão faz com que vários aspectos que a compõem – ambientais, econômicos, sociais, políticos, entre outros – devam ser abordados nos debates. É importante a sociedade ser informada e mobilizada para poder opinar e ser devidamente representada nas tomadas de decisão que a afetam, assim como ao ambiente em geral. Página 144 – Atividade 4. b) Porque geralmente nessas áreas não existem tantas construções que impedem a circulação do vento, e também o solo não se encontra tão impermeabilizado, permitindo que a água infiltre nele. Além disso, as árvores, mais frequentes nas regiões rurais, auxiliam no controle da temperatura e do fluxo de água, do solo para a atmosfera. Página 147 – Abertura da Unidade 4 1. É importante conhecer o solo, suas necessidades e dedicar a ele os cuidados fundamentais, preservando-o. 2. É possível plantar, colher e cuidar do solo, por exemplo, adubando-o (“fecundar o chão”), mantendo sua fertilidade. 3. Alguns exemplos: desmatamento, desertificação, erosão, poluição. 4. Sim. O solo, além de ser fundamental na produção de alimentos, também faz parte da paisagem onde o ser humano vive, constrói suas moradias. Também armazena água nos aquíferos. Página 167 – Ciência, Tecnologia e Sociedade a) Vantagens: alta densidade de energia (uma pequena quantidade do óleo pode produzir uma grande quantidade de energia); fácil disponibilidade; infraestrutura de transportes e uso; crucial para uma ampla variedade de indústrias; fácil de refinar; constante fonte de alimentação e confiabilidade. Desvantagens: emissões de gases de efeito estufa; poluição da água e da terra; emissão de substâncias nocivas; chuva ácida;

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b) A exploração do pré-sal poderá tornar o Brasil um dos grandes exportadores de petróleo promovendo o desenvolvimento econômico e social do país. Por outro lado, além dos prejuízos da utilização de combustíveis fósseis, há uma grande preocupação com possíveis impactos ambientais durante o processo de exploração. Por serem feitas perfurações a grandes profundidades, os riscos de vazamentos são significativos. Página 203 – Atividade 4 Geralmente os solos com a coloração mais escura possuem maior quantidade de matéria orgânica, e são mais férteis que aqueles mais claros. Página 203 - Atividade 5 a) solo argiloso: contém partículas muito pequenas que dificultam a penetração da água, tornando-se facilmente encharcado. b) solo arenoso: contém partículas maiores que as do solo argiloso, e o espaço entre elas é maior. Assim, a água penetra no solo com facilidade, passando a camadas mais profundas. c) solo humífero: é rico em matéria orgânica e se caracteriza pela cor preta. Página 203 - Atividade 10 a) Todo cidadão deve separar devidamente o lixo em, ao menos, duas classes: lixo orgânico e lixo reciclável. O lixo reciclável deve ser encaminhado a um posto de coleta seletiva. b) Disponibilizar centrais de coleta de lixo reciclável ou realizar a coleta na porta das casas e edifícios de maneira segura e ecologicamente correta. Deve também

informar a população sobre horários e pontos de coleta seletiva do lixo. c) Papéis, metais, plásticos e vidros. d) Materiais de origem orgânica, lixo hospitalar ou contaminado e outros materiais como lâmpadas e isopor. Página 203 – Atividade 11 a) O solo contaminado pode transmitir doenças e prejudicar as plantações. b) O despejo inadequado de lixo e de produtos químicos usados na agricultura, como fertilizantes e pesticidas. c) O descarte adequado do lixo em aterros ou incineradores e o uso moderado de agrotóxicos. Página 205 – Abertura da Unidade 5 1. A Astronomia é uma ciência natural que, articulando diferentes áreas do conhecimento, estuda estrelas, planetas, cometas, nebulosas, galáxias etc. e o movimento desses corpos celestes. Estuda também a formação e a evolução do Universo. 2. Entre outras diferenças básicas, a estrela contém muito mais massa que o planeta e emite luz produzida em seu núcleo, enquanto o planeta não tem luz própria, só reflete a luz da estrela que ele orbita. No caso de nosso sistema planetário, os planetas refletem a luz emitida pelo Sol. 3. Nosso planeta está situado no Sistema Solar e este se localiza em um dos braços – o de Órion – da Via Láctea. 4. As estações do ano, quatro subdivisões do ano baseadas em padrões climáticos, são ocasionadas pelo movimento da Terra ao redor do Sol e pelo fato de o eixo imaginário da Terra se manter inclinado cerca de 23° em relação a uma linha perpendicular a seu plano orbital, apontado para a mesma região do espaço. Esses fatores determinam a maneira e a intensidade com que os raios solares atingem a Terra ao longo do ano.

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conduz à produção de materiais muito perigosos e tóxicos durante a refinação. Respostas possíveis: energia elétrica, álcool, biodiesel. O pré-sal é uma camada de petróleo localizada em grandes profundidades, sob as águas oceânicas, abaixo de uma espessa camada de sal.

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Este livro didático é um bem reutilizável da escola e deve ser devolvido em bom estado ao final do ano para uso de outra pessoa no próximo período letivo. ISBN XXXXXXXXXXXX-X

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