O Templo Satânico: uma Introdução

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O Templo Satânico: Uma Introdução

Lucien Greaves Lilith Starr Greg Stevens Amber Saurus Rex

Organização e Tradução: Amon Denotefer Fenrys

AVISO: Esqueça tudo o que os filmes de Hollywood ensinaram a você sobre os satanistas: eles não sacrificam bodes, muito menos bebês ou virgens; não vendem a alma; não fazem pactos e nem adoram o Diabo: eles nem mesmo acreditam nele! O satanismo é uma religião não-teísta de empatia e compaixão, que defende a liberdade pessoal, o ceticismo e a luta contra o autoritarismo. Neste livro, você encontrará os fundamentos da filosofia e da prática satânicas, conforme os ensinamentos do Templo Satânico e de organizações derivadas dele, explicados de forma simples e direta. Não há nada o que temer: apenas mantenha a mente aberta e boa leitura!

I: INTRODUÇÃO AO SATANISMO

1. MISSÃO A missão do Templo Satânico é encorajar a benevolência e a empatia entre todas as pessoas, rejeitar a autoridade tirânica, defender o senso comum prático, opor-se à injustiça e engajar-se em atividades nobres. O Templo Satânico tem confrontado publicamente grupos de ódio; lutado pela abolição de castigos corporais em escolas públicas; tentado oferecer uma representação igualitária quando instalações religiosas são colocadas em espaço público; fornecido isenção religiosa e proteção legal contra leis que restringem, sem base científica, a autonomia reprodutiva das mulheres; exposto profissionais pseudocientíficos e nocivos nos serviços de saúde mental; organizado clubes que atuam paralelamente a outros clubes escolares religiosos, em escolas cercadas por organizações proselitistas; e se engajado em outras frentes de acordo com nossos princípios.

2. EXISTEM SETE PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS I Devemos nos esforçar para agir com compaixão e empatia por todas as criaturas, de acordo com a razão. II A luta pela justiça é uma busca constante e necessária, que deve prevalecer sobre as leis e instituições. III O corpo de uma pessoa é inviolável, sujeito apenas à sua própria vontade. IV As liberdades alheias devem ser respeitadas, inclusive a liberdade de ofender. Invadir voluntária e injustamente a liberdade de outros é renunciar à sua própria. V Crenças devem estar de acordo com a melhor compreensão científica do mundo. Devemos tomar cuidado para nunca distorcer fatos científicos para que se adequem às nossas crenças. VI As pessoas são falíveis. Se cometermos um erro, devemos fazer o nosso melhor para corrigilo e reparar qualquer dano que tenha sido causado. VII Cada princípio é uma orientação concebida para inspirar nobreza em ação e pensamento. O espírito de compaixão, sabedoria e justiça deve sempre prevalecer sobre a palavra escrita ou falada.

3. INVOCAÇÃO Levantemo-nos agora, insubmissos e libertos das doutrinas arcanas nascidas de mentes apavoradas em tempos sombrios. Abracemos o impulso luciferino de comer da Árvore do Conhecimento para dissipar nossas antigas ilusões, jubilosas e confortáveis. Exijamos que indivíduos sejam julgados por suas ações concretas, não por sua lealdade a normas sociais arbitrárias e categorizações ilusórias. Pensemos em nossas soluções com agnosticismo em todas as coisas, agarrando-nos com firmeza apenas àquilo que se puder demonstrar verdadeiro. Levantemo-nos tenazes contra toda e qualquer autoridade arbitrária que ameace a soberania de Um ou de Todos. Aquilo que não se flexiona deve se quebrar, e aquilo que pode ser destruído pela verdade jamais deve ter sua derrocada impedida. Está Feito. Salve Satã.

1. Satã como um Anjo Caído. Sir Thomas Lawrence

4. PERGUNTAS FREQUENTES VOCÊS ADORAM SATÃ? O posicionamento do Templo Satânico (TS) é que a religião pode, e deve, ser divorciada da superstição. Assim, nós não promovemos a crença em um Satã pessoal. Aceitar o nome de Satã é aceitar a investigação racional desprovida de sobrenaturalismo e superstições arcaicas baseadas na tradição. O satanista deve trabalhar ativamente para afiar seu pensamento crítico e empregar um agnosticismo razoável em todas as coisas. Nossas crenças devem ser moldáveis segundo o melhor entendimento científico disponível a respeito do mundo material - nunca o contrário. VOCÊS PROMOVEM O MAL? O Templo Satânico defende a premissa básica de que o sofrimento indevido é ruim, e aquilo que reduz o sofrimento é bom. Não acreditamos em um "mal" simbólico. Aceitamos a blasfêmia como uma expressão legítima da independência pessoal com relação a normas tradicionais contraproducentes. O QUE SATÃ SIGNIFICA PARA O TS? Satã é um símbolo do Eterno Rebelde em oposição à autoridade arbitrária, sempre defendendo a soberania pessoal mesmo em face de adversidades intransponíveis. Satã é um ícone da vontade insubmissa do questionador que não é silenciado… do herege que questiona as leis sagradas e rejeita imposições tirânicas. O nosso é o Satã literário, melhor exemplificado por Milton e os satanistas românticos, de Blake a Shelley a Anatole France. SE VOCÊS NÃO ACREDITAM NO SOBRENATURAL, COMO O TS É UMA RELIGIÃO? A ideia de que a religião pertence aos sobrenaturalistas é ignorante, retrógrada e ofensiva. O construto satânico metafórico não é mais arbitrário para nós do que são as crenças que mantemos firmemente e que defendemos de forma ativa. Deveríamos acreditar que aqueles que clamam submissão a uma deidade sobrenatural etérea mantêm seus valores de forma mais firme do que nós? Deveríamos admitir que apenas os supersticiosos são recipientes adequados da isenção e privilégio religiosos? De fato, o satanismo nos fornece tudo o que uma religião deve fornecer, sem um apego compulsório a itens inalcançáveis da crença baseada na fé: ele fornece uma estrutura narrativa pela qual contextualizamos nossas vidas e trabalhos. Ele fornece um corpo de simbolismo e prática religiosos - um sentido de identidade, cultura, comunidade e valores comuns. O TS É UM GOLPE/FARÇA/PROVOCAÇÃO MIDIÁTICA? Algumas pessoas concluíram de modo conveniente, depois de observar a cobertura que O Templo Satânico recebe da mídia, que a atenção midiática em si é o objetivo principal das atividades do TS. Embora a divulgação na mídia ajude a aumentar a atenção dada a campanhas que iniciamos, essas campanhas têm objetivos ulteriores relacionados a questões que são importantes para nós e nossa filiação.

O grande público está tão acostumado com a ideia de que há apenas uma voz monolítica "da" agenda religiosa que qualquer tentativa de contrabalançar - ou afirmação de uma voz minoritária - é muitas vezes vista como uma mera provocação endereçada contra aqueles que desfrutam de uma suposição tácita e inquestionada de que são únicos possuidores de direitos no diálogo político-religioso. NO QUE VOCÊS ACREDITAM? Nós acreditamos na busca de conhecimento e na liberdade da Vontade. Acreditamos em nossos Sete Princípios. Materialmente, não acreditamos em nada que não seja demonstravelmente verdadeiro, e mantemos mesmo essas crenças junto com o entendimento de que também elas devem permanecer abertas à revisão em face de novas compreensões científicas.

NO QUE VOCÊS SÃO DIFERENTES DOS HUMANISTAS? Um atributo que unifica todos os satanistas é nossa aceitação da condição de forasteiros. Somado a isso, satanistas aderem aos princípios de soberania individual e rejeição da

autoridade tirânica. Essas preocupações são de primordial importância para nós, mas não são componentes fundamentais do humanismo. COMO VOCÊS SÃO DIFERENTES DE OUTRAS ORGANIZAÇÕES SATÂNICAS? Muitas organizações satânicas se concentram em esforços sem sentido e mal orientados de estabelecer um monopólio sobre a visão do único satanismo "verdadeiro". Essa obsessão com direito de propriedade fomentou uma cultura infeliz na qual os críticos mais ácidos do satanismo são com frequência indivíduos que se autoidentificam como satanistas. O Templo Satânico não está interessado em se estabelecer como o único árbitro da prática satânica. Ao invés disso, estamos abertos a trabalhar com outras organizações que se autoidentificam como satânicas para promover um reconhecimento geral da legitimidade satânica. Enquanto muitas organizações satânicas parecem se deleitar com hierarquias superficiais, ao mesmo tempo em que se isolam em uma autocracia organizacional mesquinha, o Templo Satânico evita a autoridade centralizada, rígida e concentra seus esforços em efetuar mudanças construtivas tangíveis. Acreditamos na construção de um movimento satânico politicamente ativo e convidamos outros a se juntar a nós nesses esforços. QUEM É LUCIEN GREAVES? Lucien Greaves é o porta-voz do Templo Satânico. EM QUE O SATANISMO DO TS É DIFERENTE DO SATANISMO LAVEYANO? O TS tem seus próprios princípios e orientações, distintos dos da escola laveyana, que nós sentimos representar uma evolução natural no pensamento satânico. O princípio primordial exige a utilização da melhor evidência científica disponível para que se tome as decisões mais racionais no mundo real. Para este fim, nós rejeitamos a retórica social-darwinista laveyana, que falha em concordar com o que atualmente se conhece sobre evolução social, em particular no que isso se relaciona a pesquisas em biologia evolutiva, teoria dos jogos, altruísmo recíproco, ciência cognitiva, etc. O TS também rejeita incisivamente a fetichização laveyana do autoritarismo. Acreditamos que isso é incompatível com as noções satânicas de soberania individual. Além disso, enquanto o satanismo laveyano é ateu - no sentido de que rejeita a noção de que Satã é uma entidade consciente -, ainda é sobrenaturalista. O TS não propaga teorias sobrenaturais do universo e encontra pouco valor em editos laveyanos tais como aquele que instrui que se deve "reconhecer o poder da magia se você a empregou com sucesso para obter seus desejos. Se negar o poder da magia após tê-la usado com sucesso, você perderá tudo aquilo que obteve." (Das Onze Regras Satânicas da Terra, Anton LaVey).

5. CÂNONE Lucien Greaves O Templo Satânico adota uma filosofia antiautoritária não-sobrenatural que vê o construto literário metafórico de Satã como um libertador da mente e do corpo. Nosso cânone incorpora o satanismo romântico de Milton, Blake, Shelley e, em particular, Anatole France, cuja A Rebelião dos Anjos é um texto basilar no TS. Desde sua concepção, o satanismo moderno, tal como veio a ser definido na Era Revolucionária dos românticos, foi basicamente um movimento não-teísta alinhado com a Liberdade, a Igualdade e o Racionalismo. (...) A afiliação religiosa do satanismo não-teísta tem um contexto cultural que é profundamente significativo e está longe de ser arbitrário - dito de outra forma, nós não poderíamos simplesmente renomeá-lo por uma questão de diplomacia, e fazer isso também não seria leal aos nossos princípios. A narrativa do rebelde definitivo contra a tirania, o uso da blasfêmia como uma ferramenta de libertação contra superstições santificadas, frívolas, que nos foram impostas; o cultivo da vontade individual e do racionalismo desembaraçado da "fé" ou da subjugação cega; a inclinação de se posicionar como um forasteiro com um senso de justiça independe de leis e instituições; tudo está personificado pelo Satã literário. Aqueles dentre nós que foram sobrecarregados por dogmas arcaicos baseados na tradição, especialmente na era do Pânico Satânico, foram inculcados com uma aversão irracional e um medo com relação ao "outro", o satânico. Quebrar essa barreira, desafiar tal programação cultural tão profundamente entranhada, abraçar os símbolos, a narrativa e a condição de forasteiro do Adversário, pode ser uma experiência pessoal supremamente libertadora, não só incidentalmente apartada da superstição, mas emblemática e vital para o rompimento com a superstição. Interpretando-o literalmente ou não, o pano de fundo mitológico com o qual cada um de nós contextualiza nossa fundamentação existencial é profundamente importante em nossas vidas. Eu sinto que os teístas são subjugados por seus mitos, enquanto nós somos empoderados pelos nossos. Os satanistas literários da Era Revolucionária entenderam isso, e seu poder de mudar o mundo através da alteração da estrutura mitológico-cultural certamente não se perdeu com eles. Podemos ler uma exposição habilidosa desse ponto em Uma Defesa da Poesia, de Shelley. Explicando isso, eu só posso ter esperança de fazer algumas pessoas entenderem que, apesar das percepções comuns, o satanismo é (ou pode ser) profundamente enriquecedor a nível pessoal, e isso não é meramente uma tática de choque direcionada a expectadores para se chamar a atenção. Quando as câmeras não estão funcionando, quando os jornalistas já deixaram todos o espetáculo, nós ainda somos, de fato, satanistas. Eu sei que isso não responde exatamente, de forma direta, a questão de como a literatura e a arte servem como ícones para crenças profundamente arraigadas; mas o poder da metáfora, a necessidade vital da narrativa para se cultivar e definir o senso pessoal de ser e de propósito, o desejo atávico por arte são todos autoevidentes para mim. Eu passei por maus bocados tentando entender a noção bizarra, mas aparentemente prevalente, de que a identidade, prática e ética religiosas devem ser dependentes de superstições intelectualmente incapacitadoras. Não posso compreender por que se tornou a norma acreditar que fundamentalistas de intelecto atrofiado têm uma pretensão mais autêntica a crenças profundamente arraigadas.

(Fonte: https://hautemacabre.com/2017/06/never-let-your-activism-be-artless-an-interviewwith-lucien-greaves-of-the-satanic-temple/)

A Rebelião dos Anjos por Anatole France

Em última instância uma meditação sobre a corrupção do poder, a Rebelião dos Anjos de Anatole France (1914) utiliza a metáfora teológica de Satã como uma força que favorece o questionamento livre, a Guerra no Céu sendo a batalha metafísica contra a tirania universal. Arcade, um anjo que se desviou do Céu para estudar filosofia e história na Terra, busca reunir a legião de Lúcifer para destronar o desapegado e intolerante Deus do Céu. Por fim, Satã, depois de contemplar sua provável vitória, conclui: "Não, não conquistemos os céus. Já basta ter o poder de fazê-lo. Guerra gera guerra, e vitória, derrota. Deus, conquistado, tornarse-á Satã; Satã, conquistador, tornar-se-á Deus. Que o destino me poupe desta terrível 2. A Revolta de Lúcifer e os Anjos Rebeldes.

sorte!"

Délacroix

LEITURA RECOMENDADA: O Paraíso Perdido, John Milton. (1667) O Casamento do Céu e do Inferno, William Blake. (1790) Essay on the Devil and Devils, Percy Bysshe Shelley. (1819) Prometeu Desacorrentado, Percy Bysshe Shelley. (1820) Caim: um Mistério, Lord Byron. (1821) As Flores do Mal, Charles Baudelaire. (1857) Là-bas, Joris-Karl Huysmans. (1891) A Rebelião dos Anjos, Anatole France. (1914) O mestre e Margarida, Mikhail Bulgakov. (1973) Romantic Satanism, Peter Schock. (2003) The Satanic Epic, Neil Forsyth. (2003) The Enemy Within, John Demos. (2008) The Devil's Party: Satanism in Modernity, Per Faxneld & Jesper Petersen. (2012)

The Happy Satanist: Finding Self-Empowerment, Lilith Starr. (2015) Children of Lucifer: the Origins of Modern Religious Satanism, Ruben van Luijk. (2016) Speak of the Devil, Joseph P. Laycock. (2020)

6. SATANISMO COMO UMA RELIGIÃO Lilith Starr Eu vejo que um dos maiores mal-entendidos a respeito do Templo Satânico (além daquele de que nós acreditamos em/adoramos Satã) é que nós somos uma religião "feita para provocar" ou "piada", estabelecida apenas para irritar a direita religiosa. E eu percebo que tenho MUITO a oferecer para contradizer esse mal-entendido, se eu achar tempo para sentar e escrever sobre meu caminho satânico pessoal. Eu vivo 24/7 em um espaço satânico sagrado, e eu dediquei minha vida anos atrás para servir como uma sacerdotisa em tempo integral. Esta é minha religião; ela não é uma piada. É o que me deu forças para largar a heroína e o vício de uma vez por todas. É o que me permite dar um impulso através da dor e da depressão todo dia na busca por sobrevivência e serviço ao TS. Eu compreendo completamente como as pessoas podem entender errado o propósito do TS, então não me irrita ver o equívoco sobre a provocação. Ele geralmente é usado em um contexto positivo, onde pessoas estão nos parabenizando por "provocar" a direita religiosa. Mas eu penso que seria útil se eu pudesse divulgar minha perspectiva. É um exemplo de como o satanismo pode ser um caminho profundamente religioso. (Fonte: https://www.lilithstarr.com/post/2016-1-15-satanism-as-religion).

II: A PRÁTICA SATÂNICA

1. OS FERIADOS DO TEMPLO SATÂNICO Nossos feriados foram observados e celebrados por muitos membros antes de seu reconhecimento oficial, e são ricos em tradições antigas que antecedem o TS. LUPERCÁLIA – 15 DE FEVEREIRO Baseado no festival romano de mesmo nome, a Lupercália cai em 15 de fevereiro. Em sintonia com a antiga tradição, os dias 13 e 14 de fevereiro são observados como dias de festa que levam ao feriado propriamente dito. Nós o consideramos dentro do TS como um dia de "saudar a si mesmo". Essa ideia oferece um paralelo às tradições "centradas nos outros" do Sol Invictus. Representação: Celebração da autonomia corporal, liberação sexual e reprodução. Contexto Histórico: Um festival pastoral anual pré-romano que deriva seu nome do Pã Liceu romano (não confundir com o Pã faunesco dos gregos, este tem características lupinas). Tradicionalmente, a celebração ocorria na caverna lupercal, perto do santuário de Rumina, a deusa da amamentação e da figueira selvagem. A celebração geralmente começava com o açoitamento de alguns indivíduos usando-se tiras de pele de bode ou cachorro sacrificado. Ser açoitado era visto como uma honra e que poderia "promover" partos saudáveis ou ajudar as estéreis a engravidar. HEXENNACHT – 30 DE ABRIL No Fausto: uma Tragédia (1808), de Johann Wolfgang von Goethe, Mefisto e Fausto participam da folia de Walpurgisnacht (a festa de Santa Valburga), no topo do monte Brocken. Já a Hexennacht do Templo Satânico é um feriado solene em honra àqueles que foram vítimas da superstição. Hexennacht significa "Noite das Bruxas" em alemão.

Representação: Uma ocasião para honrar aqueles que foram vítimas da superstição e da pseudociência, seja por meio de uma caça às bruxas, do Pânico Satânico, ou por meio de outras injustiças. Contexto Histórico: Santa Valburga estabeleceu um monastério na Alemanha. Os habitantes da cidade rezavam para ela afastar doenças, tais como coqueluche e raiva, assim como para repelir a bruxaria. Tradicionalmente, acreditava-se que durante a Walpurgisnacht as bruxas comungavam com o diabo, e que seus poderes malignos estavam no ápice. Para afastar o mal e proteger a si mesmos e ao gado, as pessoas tradicionalmente acendiam fogueiras no topo das colinas. DIA DO DESVELAR – 25 DE JULHO Uma peça central do nosso movimento religioso e ícone do satanismo moderno, a estátua do Baphomet com Crianças foi encomendada pelo Templo Satânico em 2014 e criada por Mark Porter tendo o "respeito pela diversidade e minorias religiosas" em mente. Celebramos este marco na história satânica comemorando o Dia do Desvelar. Representação: Celebração da pluralidade religiosa e da redução da superstição arcaica. Contexto Histórico: Em 25 de julho de 2014, O Templo Satânico revelou Baphomet para uma grande multidão de devotos em Detroit, sinalizando o início da nova era satânica. HALLOWEEN – 31 DE OUTUBRO O Halloween é descrito de modo consistente como maligno, demoníaco e satânico por aqueles imiscuídos em dogma religioso. Fantasias, doces e o enfrentamento de medos devem ser abraçados. Representação: Um feriado para celebrar o prazer e abraçar a escuridão e sua estética. Contexto Histórico: Um festival que marca o início do inverno na Irlanda gaélica. Na mitologia irlandesa, Samhain era o tempo em que as portas para o outro lado seriam abertas, e demônios, espíritos dos mortos, etc. poderiam voltar para o nosso mundo e insuflar o caos. SOL INVICTUS – 25 DE DEZEMBRO Traduzido, Sol Invictus significa o Sol Não Conquistado. Embora esse feriado caia de fato em 25 de dezembro, os dias 23 e 24 de dezembro são observados como dias de festa. Representação: Uma celebração por não termos sido conquistados pela superstição e por termos perseverado na busca e no compartilhamento do conhecimento.

Contexto Histórico: O culto a Sol existia em Roma desde seus antigos dias como uma república, e Invictus era um epíteto usado para Júpiter, Marte e Apolo (dentre outros). O festival celebrava esses deuses e pode ter sido usado para celebrar o solstício de inverno, embora isso seja questionável. OBSERVÂNCIAS Além dos cinco feriados, o TS reconhece quatro dias de observância: 22 de janeiro: Roe v. Wade [N. do T.: Roe versus Wade foi uma decisão histórica da Suprema Corte dos EUA em 1973, em que se decidiu proteger a liberdade de escolha de uma mulher grávida com relação ao aborto, sem restrições excessivas por parte do governo.] 6 de junho: Noite do Diabo 30 de setembro: Dia da Blasfêmia [N. do T.: O Dia da Blasfêmia foi instituído como uma celebração mundial em 2009, pelo Center for Inquiry. A blasfêmia é crime em seis estados americanos e em vários países, como Alemanha, Grécia, Irlanda, Espanha, Itália, Portugal, Polônia e Dinamarca. No Afeganistão, Paquistão e na Arábia Saudita, é um crime punido com a morte.] (Data móvel): O próprio Aniversário

2. RITUAIS O Templo Satânico não possui nenhum ritual obrigatório, mas alguns membros escolhem participar de rituais que eles acham pessoalmente significativos. Não há uma forma "correta" de se praticar qualquer um deles. Tipicamente, eles são compostos pelos próprios membros, concordam com os princípios do TS, e são feitos sob medida para atender as necessidades individuais ou locais. Rituais nunca envolvem a propagação do sofrimento, não envolvem animais, e sempre exigem o consentimento de todos os participantes. Alguns dos rituais que já foram realizados pelos membros do TS incluem: o Missa Negra — uma celebração da blasfêmia, que pode ser uma expressão da liberdade e libertação pessoal o Desbatismo — os participantes renunciam as superstições que possam ter sido impostas a eles sem seu consentimento durante a infância o Ritual de destruição — os participantes destroem um objeto que eles possuem e que simbolize uma fonte de dor em suas vidas o Ritual de desafio — uma promessa de desafiar o status quo numa forma que seja pessoalmente significativa

N. do T.: Algumas sugestões, baseadas em rituais já realizados em capítulos do Templo Satânico. Além dos rituais citados, pode haver rituais de benção a uma pessoa ou animal, rituais para celebrar um aniversário ou casamento, para se lembrar de uma pessoa já falecida, ou por quaisquer razões que o grupo ache adequadas. Ritual de desbatismo: o participante a ser desbatizado pode falar um pouco sobre suas experiências religiosas passadas, e suas mãos podem ser atadas simbolizando seu batismo ou filiações religiosas anteriores. O oficiante pergunta se o participante está disposto a renunciar esse passado e aceitar integralmente o caminho satânico. Após a confirmação, as amarras são cortadas e o participante as joga, junto com sua certidão de batismo ou equivalente, em uma fogueira. Ritual de destruição: Cada participante traz um objeto que está fortemente associado a uma pessoa, emoção ou acontecimento negativo. O participante pode escrever em um pedaço de papel vários sentimentos e pensamentos negativos dos quais quer se livrar e colocar esse papel em uma garrafa de vidro. Faz-se uma Invocação em que se afirma que os sentimentos e pensamentos associados aos objetos serão destruídos junto com eles. Os objetos são destruídos com várias armas (martelos, tacos, tesouras) ou são arremessados em uma fogueira. Então os participantes celebram sua libertação bebendo uma taça de vinho ou de outra bebida de sua preferência.

3. PRÁTICAS DIÁRIAS Dedicação Satânica Diária Lilith Starr [Acenda a vela.] Ave Satanas! [Toque o sino.] Que a luz de Lúcifer guie minha mente. Que a força de Satã anime minha vontade. Que o trabalho de justiça e compaixão seja feito por meio das minhas mãos. Que os fios da grande teia sombria corram através de meu coração. Eu juro seguir o caminho satânico com total devoção, a cada respiração, a todo momento. E assim é. [Toque o sino.] Salve Satã! [Apague a vela.]

3. Satã em Sua Glória Original. William Blake

Amon Fenrys Mantras Um mantra é um som, palavra ou conjunto de palavras usado em um contexto religioso por seu poder espiritual ou por seu efeito psicológico. Mantras são muito associados ao hinduísmo (tradição que possui o mais famoso dos mantras: om) e ao budismo, mas eles são encontrados em diversas tradições religiosas ao redor do mundo. O uso de mantras pode ser adaptado ao satanismo sem qualquer conotação teísta, apenas pelo valor psicológico que muitos praticantes reportam. Eles são usados prioritariamente como uma ferramenta para concentração, como uma forma de expressão identitária satânica ou como técnica de relaxamento. Podem ser repetidos vocal ou mentalmente, durante as atividades cotidianas rotineiras, em um momento do dia reservado para esta prática ou em "caminhadas com mantra", em que se faz uma lenta caminhada e se repete mentalmente o mantra durante o percurso, o que pode ter um poderoso efeito calmante. Mas o que pode ser usado como mantra exclusivamente satânico? Podemos usar uma das saudações satânicas feitas em línguas mortas, pelo seu efeito dramático e por sua sonoridade, podemos usar frases curtas retiradas do cânone, ou podemos compor nós mesmos os mantras que sejam mais significativos. A maioria das saudações satanistas é feita em latim: Ave Satana/Ave Satanas!: Salve Satã! (equivalente ao inglês Hail Satan) Rege Satana(s)!: Reine Satã! Ave Domine inferni: Salve o Senhor do inferno Ave Domine Magistreque obscure: Salve o Senhor e Mestre das Trevas! Salutate omnes Satanan, dominum obscurum nostrum!: Todos saúdam Satã, nosso Senhor das Trevas! In nomine Dei nostri Luciferi: Em nome de nosso Deus Lúcifer. Outras sugestões: podemos usar a expressão hebraica "B'shem Heylel ben shahar, b'shem hassatan" (Em nome de Heylel, filho do sol, em nome de Satã) ou adaptar um mantra do sânscrito, "Om namah Shaitan". Meditação A meditação, usada como prática espiritual por muitas religiões, tem sido também amplamente utilizada em contextos seculares, por seu efeito positivo na saúde física e mental dos praticantes. Muitos satanistas fazem uso dessa prática e reportam resultados satisfatórios. Existem muitas técnicas diferentes, que podem ser aprendidas em cursos e livros específicos, mas também se pode utilizar a ampla quantidade de material disponível em sites e vídeos na internet. Uma técnica inicial básica que pode ser praticada por qualquer pessoa é a seguinte meditação para concentração: Sente-se em uma cadeira confortável, mantendo as costas eretas, e os pés bem firmes no chão. Respire lenta e profundamente, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Escolha

um elemento para se concentrar: pode ser uma parte do seu corpo, como o ponto entre os olhos; pode ser em seu mantra, caso você tenha um (nesse caso sincronize o mantra com a respiração e faça repetições vocais ou mentais); ou foque na respiração em si. Sempre que um pensamento se fizer presente, volte gentilmente sua atenção para o objeto de sua concentração, sem lutar com o pensamento. Como sugestão de tempo, pratique por dez minutos, caso seja iniciante, ou trinta minutos, caso já tenha mais experiência. Uma variante dessa técnica é a chamada "meditação com passagem". Para isso, é preciso que se decore com antecedência algum pequeno trecho considerado significativo. Para deixarmos a meditação especificamente satânica, a passagem a ser usada pode ser a Invocação, apresentada no terceiro capítulo da primeira parte deste livro, ou algum trecho de um dos livros do cânone, um que seja inspirador para o praticante. Uma vez que a passagem foi decorada, fazemos a meditação segundo os passos da técnica anterior, usando a passagem como objeto de concentração. Para isso, nós a repetimos de forma bem lenta em nossas mentes, nos concentrando em um pequeno pedaço por vez. Por exemplo, se estamos usando a Invocação, nós a passamos por nossa mente dessa forma: Levantemo-nos…… agora…… insubmissos…… e libertos…… das doutrinas….. arcanas…… nascidas….. de mentes….. apavoradas….. em tempos….. sombrios…. Continuamos dessa forma até esgotarmos o tempo reservado para a meditação. Se chegarmos ao final da passagem antes de esgotado o tempo, nós a recomeçamos. Vale aqui a recomendação anterior: quando um pensamento invade nossas mentes, nós voltamos nossa atenção com gentileza e suavidade para o ponto da passagem onde estávamos nos concentrando. Se o pensamento invasor nos fez esquecer por completo onde estávamos, recomenda-se reiniciar a recitação mental.

4. ALTARES SATÂNICOS: UMA VISÃO DE DENTRO Lilith Starr Alguns satanistas acham que ter um altar satânico em suas casas é uma forma de expressão útil. Um altar satânico não é dedicado à adoração de uma deidade real; satanistas não-teístas não fazem oferendas a nenhum deus nem esperam resultados sobrenaturais. Mas altares podem oferecer outras vantagens. Ter um espaço deliberadamente reservado para representar seu caminho satânico pode ajudá-lo a se lembrar desse caminho diariamente, fornecer um espaço para meditação e concentração, servir como um ponto focal para rituais, e para qualquer outro propósito que você considere útil. Eu pedi para que alguns satanistas nos dessem um vislumbre de seus altares. Embora houvesse alguns temas comuns, como o uso de velas, ossos, e representações de Baphomet, cada satanista teve uma pegada única sobre o que era significativo para si. Isso se encaixa com o tema geral do satanismo: ao invés de reforçar um conjunto rígido de regras e tradições, o caminho satânico nos encoraja a criar nossas próprias práticas individuais. O consenso geral foi que construir seu altar deve ser um empreendimento muito pessoal, ao se escolher de forma orgânica itens e símbolos que ressoam o mais fortemente possível com você. Aqui está o que os colegas satanistas tinham a dizer a respeito de seus altares: Praticante: Scott Street P: O que o satanismo significa para você? R: Pra mim, satanismo engloba a descrição de não apenas ser um Satã, "alguém que acusa ou se opõe", mas alguém que ativamente busca tudo aquilo que for capaz mentalmente e fisicamente. Bruce Lee se referia a isso como a arte da máxima autoexpressão, ou realizar cada aspecto individual na busca da perfeição. P: Você considera esse um altar satânico? R: Eu considero esse um altar satânico no sentido de ele tem uma representação das minhas próprias interpretações pessoais do satanismo. P: Seu altar serve a qual propósito? R: O propósito dele é que ele cria um ponto focal de meditação, é uma coleção de gatilhos subconscientes, uma declaração de fé/crenças, e também é um modo de expressão artística.

P: Nos conte sobre os itens no seu altar. R: A bandeira de Baphomet é uma representação da linha de pensamento de "levantar uma bandeira", o Baphomet de LED age como uma manipulação emocional/psicológica do subconsciente para um estado meditativo, as velas negras gêmeas representam a chama negra de Satã, e a estátua de Baphomet é uma representação do conhecimento aplicado. Os broches variados e colares representam minhas próprias interpretações pessoais assim como interpretações convencionais, como os broches da série de filmes "A profecia"/do personagem Damien Thorn - sem maquiagem/couro preto/vulgaridades expressas de forma obscena direcionadas ao cristianismo, mas muito intensos, muito inteligentes, muito focados em ser exatamente quem eles são, que para mim é uma descrição muito precisa de um satanista. A adaga de Baphomet é basicamente outra peça focal, criando uma mentalidade particular. P: O seu altar muda com as estações? R: Eu normalmente não o mudo para os feriados sazonais, só talvez acrescentando algumas velas extras. P: Que conselho você tem para aqueles que estão montando seu altar pela primeira vez? R: Para qualquer um montando seu altar pela primeira vez, eu aconselho estudar outros altares para criar a base geral, então ir adicionando peças que refletem seus próprios gostos individuais, preferências, e interpretações do satanismo. Não tem que ser necessariamente algo muito elaborado; o único requisito verdadeiro é que ele seja um reflexo de sua própria individualidade pessoal.

Praticante: Tabitha Slander P: O que o satanismo significa para você? R: É o conjunto de princípios orientadores nos quais eu baseio meu entendimento do mundo à minha volta. P: Você considera esse um altar satânico? R: Sim, muito; é meu primeiro altar. P: Seu altar serve a qual propósito? R: Eu construí ele quando a gente teve nossa primeira noite de artes e (habilidades) sombrias. Minha esperança era que isso fosse ativar os propósitos criativos e nos aproximar mais como um grupo. Eu ainda o uso com essa intenção mas eu também gosto de só olhar para ele. Ele me lembra de quem eu sou e no que acredito. P: Nos conte sobre os itens no seu altar. A: A maioria das coisas tem um valor sentimental para mim. A fluorita e o quartzo foram presentes do meu pai, o azulejo e a maior parte da iconografia cristã foram da minha vó

(postumamente), o incensário do meu melhor amigo, a lista realmente vai longe. Isso me ajuda a lembrar que os melhores presentes são as pessoas ao meu redor e as lembranças que os objetos podem carregar. Eu acho que altares são profundamente pessoais, então o meu se formou mais pelo sentimento do que por qualquer pesquisa, e uma vez que eu uso ele mais para reflexão/intenção a maior parte dele é estética por natureza, ao invés de ter um sentido prático. P: O seu altar muda com as estações? R: A única vez que ele muda é quando eu pego itens emprestado para trazer para os rituais. P: Que conselho você tem para aqueles que estão montando seu altar pela primeira vez? R: Vá em frente! O único jeito de fazer isso errado é não fazendo. Na verdade, tenha certeza que sua mesa é robusta, de resto qualquer coisa serve! Praticante: Tor J Keyes P: O que o satanismo significa para você? R: Liberdade para ser eu mesmo numa sociedade que odeia múltiplos aspectos da minha existência. P: Você considera esse um altar satânico? R: Sim. É uma homenagem à minha própria história de crenças e eu considero ele um conforto esperado há muito tempo no fim de uma jornada pessoal. Um acampamento quente em um cume, para usar uma metáfora. P: Seu altar serve a qual propósito para você? R: Principalmente artístico, mas em última instância uma manifestação física da minha fé e crenças satânicas.

P: Nos conte sobre os itens no seu altar. R: Eu tenho vários objetos, então eu vou explicar meus favoritos. No lado esquerdo do meu altar eu tenho manifestações artísticas de fés pagãs - grega, nórdica e egípcia. Essas representam meu amor e apreciação por história antiga. No lado direito tem uma figura de deidade tríplice de minha autoria. Esculturas de argila primitivas de 3 entidades modernas autoinventadas personificando os conceitos de Inocência, Conhecimento e Sabedoria, fitando uma "fogueira" de pirita. Essas figuras são um lembrete para se ver o terreno comum entre as diferenças e reconhecer a importância do crescimento pessoal. P: O seu altar muda com as estações? R: Meu altar não muda muito. É uma boa constante entre as estações. Apesar disso eu posso adicionar ou remover itens por conta de um capricho satânico! P: Que conselho você tem para aqueles que estão montando seu altar pela primeira vez? R: Não se preocupe com deixar chique. Minha toalha de altar é uma cortina de chuveiro. Tem também uma maçaneta velha. Também um bode de plástico de brinquedo e alguns ossos velhos de alguma coisa ou outra assada que eu limpei. Metade disso é arte que eu fiz sem nem mesmo planejar que terminasse ali. O comum pode se tornar extraordinário quando é permitido a ele se reunir em um local reservado, sob a luz tremeluzente de uma vela Yankee Candle que você comprou no shopping com sua mãe.

Praticante: Jon Winningham P: O que o satanismo significa para você? R: Satanismo representa força de vontade para mim, e é um lembrete de que eu controlo meu mundo e ninguém pode tirar isso de mim. Isso ajuda a me dar coragem quando eu estou diante da adversidade. P: Você considera esse um altar satânico? R: Com certeza. P: Seu altar serve a qual propósito?

R: Meu altar serve como um lembrete diário das minhas crenças satânicas. Ele também serve como um local para o "culto" aos ancestrais. Ele geralmente engloba todas as coisas que você mencionou nos seus exemplos (um espaço para reflexão ou meditação, uma celebração de um feriado, um local para focar seus pensamentos e sentimentos, uma invocação de arquétipos, uma exibição artística). P: Nos conte sobre os itens no seu altar. R: O athame (adaga), as galhadas (objeto fálico), o sino e a estátua de Baphomet são todos usados durante a prática ritual. O resto é apenas várias decorações. P: O seu altar muda com as estações? R: Ele não muda sazonalmente. P: Que conselho você tem para aqueles que estão montando seu altar pela primeira vez? R: Da mesma forma que não existe uma única maneira verdadeira de ser satanista (embora haja aqueles que vão dizer para você que existe sim; não dê ouvidos a eles), não existe uma única maneira verdadeira de montar um altar. Que ele seja um reflexo de quem você é e do que você acredita. Praticante: Daniel Walker P: O que o satanismo significa para você? R: Empregar o mito de Satã para gratificação pessoal, construção de uma comunidade, e ação pública no espírito do revolucionário original. P: Seu altar serve a qual propósito? R: Eu vou ser honesto, parte do motivo do altar é só para ter um lugar para guardar as coisas que usamos nos rituais em grupo. Mas ele também é um lembrete persistente: dos nossos valores satânicos, do fato de que eu posso parar de vez em quando e tirar um tempo para me recompor, para saber que eu tenho recursos interiores que me ajudaram a chegar até esse ponto, etc. Pode ser difícil manter essas coisas na frente da sua mente em alguns dias, então ter um altar em um lugar visível fornece uma atualização mental toda vez que eu o vejo ou passo por ele.

P: Nos conte sobre os itens no seu altar. R: O Baphomet está lá servindo como uma peça central. Nós temos uma versão menor, o "Baph de Viagem", para uso diário, e reservamos esse maior para ocasiões cerimoniais mais importantes. Eu tenho um preto do mesmo molde mas decidi que esse acabamento falso "bronze" parecia mais dramático. As velas são só para iluminação e para dar o clima, embora eu tenha descoberto que quando elas estão acesas elas criam uma silhueta móvel do Baphomet no teto que pode ser bem relaxante de observar, na verdade. Eu não sou do tipo que é paciente o bastante na meditação mas às vezes, quando o cansaço está batendo, alguns minutos disso podem ser relaxantes. A vasilha de barro vidrado na verdade é um almofariz, mas eu a uso para queimar incenso. Eu honestamente não sei onde o pistilo foi parar. O crânio é um guaxinim, selecionado porque ele cabe perfeitamente em cima da vasilha e porque eu queria alguma coisa sobre a mesa que servisse para me lembrar que, bem, a vida é curta. Da mesma forma, eu não sou tão chegado em tarô, mas o baralho está lá para reconhecer que a vida é aleatória e imprevisível, e às vezes as imagens da carta do topo me dão algo em que pensar quando eu estou tentando não pensar em mais nada. O estojo de vidro tem terra coletada de vários lugares que eu visitei - nada particularmente especial, só uma lembrança dessas viagens. A pedra em cima foi um presente de um amigo, supostamente recolhida de uma praia que amaldiçoa qualquer um que (adivinha) roubar pedras dela, e eu realmente fiquei bem doente quase imediatamente depois que ele me deu ela. Mas eu melhorei em alguns dias, então agora a rocha é um lembrete útil de que maldições são uma besteira de qualquer forma. O cálice nós usamos em vários rituais para conter o que quer que a gente precise, geralmente sangue ou vinho, às vezes água, uma vez leite porque a gente estava fazendo uma cena do "A Bruxa" e tem muitas imagens de amamentação nesse filme, etc. O sino também é para uso cerimonial. A gente vive falando de fazer uma melhoria para um gongo, que eu acho que não vai caber na mesa. A faca na verdade não tem muito uso, mas é um aparato ritual comum para várias pessoas, então eu mantenho uma perto para o caso de ser necessário alguma hora. O pingente foi um presente da Tabitha; eu uso ele sempre que a gente está tratando de assuntos de Satã mas eu deixo ele aqui no resto do tempo (e assim eu não o perco). E sobre a garra de peru… eu admito que só pensei que ela parecia legal. Eu presumi que a gente acharia algum uso para ela uma hora ou outra, mas nada até agora. Eu falo para as pessoas que ela está lá mais para o caso de que se alguém invadir e encontrar o altar, eles fiquem assustados o bastante para sair sem roubar nada, e realmente eu posso não estar brincando. P: O seu altar muda com as estações? R: Não, ele basicamente muda com meus caprichos.

P: Que conselho você tem para aqueles que estão montando seu altar pela primeira vez? R: É perfeitamente aceitável usar o de alguém como uma referência ou modelo mas não se sinta constrangido a seguir as instruções de ninguém.

Praticante: Lilith Starr Eu quis incluir minha própria montagem como um exemplo de altar temporário. Se você não tem um espaço permanente para montar seu altar, você pode usar um altar portátil simples que pode ser facilmente montado e guardado. Essa é a situação na minha casa; não tem um espaço amplo e plano disponível permanentemente para um altar. Então eu tenho um tecido preto, símbolos do TS e uma pintura ritualística que eu fiz numa parede como uma instalação permanente, e eu simplesmente coloco minha representação em papel de Baphomet, minha vela e meu sino temporariamente numa mesa de computador na frente da parede durante meu ritual de dedicação diário. Então eu guardo eles quando eu termino de forma que eu possa usar o notebook. Como podemos ver, o altar de cada um é uma forma única de autoexpressão. Pegue o que quer que atraia você e crie um espaço que reflita seu satanista interior. (Fonte: https://www.lilithstarr.com/single-post/2019/03/11/Satanic-Altars-An-InsideLook?fbclid=IwAR2xFC85TxWjujwPG850CgmShNGzrfYV8NKyomQ3NHix7C0urwf_ckV OQTU)

5. O RITUAL MAIS SATÂNICO Greg Stevens As paredes, teto e chão da sala estavam todos pintados de preto. O altar no centro da sala exibia representações simbólicas do outono: romãs, maçãs, cabaças e trigo. O altar também continha ingredientes chave para a cerimônia de comunhão a ser feita no fim do ritual: um conjunto de taças de vinho, algumas cheias de vinho tinto e outras cheias de cidra espumante não-alcóolica, e algumas fatias de pão, algumas de trigo e outras sem glúten . B’shem heylel ben-shakhar, b’shem hassatan. Em nome do Reluzente, Filho da Manhã. Em nome de Satã. In nomine domini inferni Luciferi Satanas. Em nome do Senhor Infernal, Lúcifer Satã. Avete vosmetipsos! Ave Satanas! Salve vós mesmos! Salve Satã! Três figuras em trajes cerimoniais estão em pé atrás do altar, com o da esquerda entoando as linhas de abertura do ritual. A plateia, reunida em volta solenemente, permanece em arrebatada atenção. À medida que a cerimônia prossegue, os celebrantes são chamados para rememorar os frutos do trabalho do ano que passou, e para apreciar a natureza carnal e passageira dessas vidas através do compartilhamento de comida e bebida e com festejos. Por causa da natureza carnal da folia - comer, beber, se divertir, pois amanhã podemos estar mortos - essa celebração tem sido chamada há muito tempo de Dia do Diabo. O ponto alto do ritual é a comunhão: o consumo ritual de comida e bebida, uma atividade relembrando o momento quando Satã primeiro ofereceu uma comida muito específica para os primeiros humanos como uma forma de libertá-los da prisão da ignorância no Éden. Assim falou Mefistófeles: Vocês serão como deus, conhecedores do bem e do mal. Eritis sicut Deus, scientes bonus et malum. Salve Satã! "Salve Satã!" a plateia responde avidamente. Uma figura de capa e capuz emerge da multidão para pegar a comida e a bebida do altar e entregá-la aos celebrantes. Seus movimentos são calculados e deliberados, e às vezes ele hesita: ele está se certificando que as pessoas certas recebam ou vinho ou cidra, ou o pão de trigo ou o que é sem glúten. Quando a comida e bebida foi toda distribuída, os líderes erguem suas taças e dizem em uníssono: Ave Satanas! Salve Templários! Salve Satã! A plateia devolve um "Salve Satã!" e a cerimônia está concluída. ******* Enquanto eu fico sorvendo meu vinho e mordiscando meu pão de trigo, eu penso comigo mesmo: O que tem nesse ritual que o torna satânico? É o fato de que invocamos o nome de Satã que faz dele um ritual satânico? Para alguns, o nome pode ser o bastante. Palavras significam coisas, afinal de contas. Para um satanista, escolher adotar o nome de Satã não é arbitrário ou por mero capricho. Nós reconhecemos a rica história do personagem dentro da mitologia, e o poder que ele tem em nossa cultura como consequência. Satanistas são ateus, e a maioria dos satanistas não acredita em um misticismo metafísico de nenhum tipo; como consequência, não acreditamos que

invocar o nome de Satã vai atrelar qualquer tipo de "energia mágica" ou causar algum tipo de "distúrbio da força". Ainda assim, reconhecemos o poder da palavra dentro das mentes daqueles que acreditam na existência real de um Satã literal, e mesmo o poder simbólico que a palavra tem dentro da mente de qualquer um que entre contato com sua história. Quando eu digo "salve Satã", isto é portanto um resumo de uma rede de associações e símbolos muito maiores do que eu mesmo, e muito maiores do que qualquer grupo de pessoas vivas hoje. Isso perpassa séculos de história humana. Então talvez, para alguns, a palavra "Satã" isolada já é o suficiente para tornar o ritual satânico. O ritual usa outras palavras também. Ele chama os celebrantes para pensar sobre os valores e traços de caráter que os satanistas admiram. Ao se referir a Satã como a estrela da manhã, o ritual nos lembra que Satã é um anjo punido por desafiar o patriarcado do céu. Ele se refere à natureza carnal da humanidade, nos lembrando que nós somos corpos, não almas, e que a beleza, a sabedoria e o potencial que temos, todos vieram da atuação dos nossos corpos físicos dentro de um universo físico. Assim o ritual é deixado mais satânico ao usarmos nossa iconografia comum que reflete as crenças e valores que compartilhamos como satanistas. Mas nenhuma dessas coisas é, na minha opinião, a característica mais satânica desse ritual. Para mim, a característica mais satânica do ritual é o pão sem glúten. ******* Tudo bem, espere aí: me deixe ser mais específico. A característica mais satânica do ritual é o fato do pão sem glúten ser uma opção. A figura de capa e capuz tinha, antes do início da cerimônia, se aproximado silenciosamente de cada um dos celebrantes e perguntado se eles preferiam bebida alcoólica ou sem álcool, e pão de trigo ou sem glúten. Dessa forma, a cerimônia poderia ser ajustada de acordo com a comunidade formada pelos participantes, para assegurar que nada impedisse cada indivíduo de criar uma experiência pessoal do evento que fosse profundamente congruente com si mesmo. Isso pode parecer trivial, e não muito satânico ou rebelde, até você lembrar que a Igreja Católica tem repetido insistentemente que as bolachas da comunhão não podem ser sem glúten, porque o glúten é uma das substâncias químicas necessárias para o pão se transformar, literalmente, na carne de um pregador de rua judeu morto há 2000 anos. (Essa pode não ser a maneira como a Igreja Católica explica isso oficialmente, mas é a ideia geral básica do argumento). É especificamente dentro destes contextos - as prescrições autoritárias bizarras das religiões teístas, nascidas de crenças supersticiosas ainda mais bizarras sobre a transformação mágica da matéria - que o simples ato de falar para um celebrante "vou deixar você escolher para a comunhão a comida e a bebida que são melhores para você" é profundamente satânico. ******* O ritual descrito aqui foi realizado em 52 Anno Satanas (2017 E.C.). Nunca foi realizado antes, e provavelmente nunca vai ser realizado exatamente do mesmo jeito de novo. Muitas pessoas cometem o erro de achar que um "ritual" deve ser composto de ações que são

repetidas exatamente da mesma maneira, de novo e de novo. Talvez religiões teístas sem imaginação tenham reforçado essa ideia. Mas "ritual" vem da palavra latina ritus, que pode se referir a qualquer atividade cerimonial executada com solenidade religiosa. Satanistas têm o direito absoluto de construir nossas próprias práticas rituais: nós decidimos por nós mesmos como melhor adorar a nós mesmos. De uma certa maneira, o ritual mais satânico é o ritual que é executado apenas uma vez: um evento projetado para criar o máximo de significado para um grupo específico de pessoas em um momento específico da história. A criação do ritual, então, se torna uma parte do ritual em si: o ritual de criação ritual. Isto é ousado? É blasfemo? Talvez… mas é também uma narrativa tão antiga quanto a história humana. Um grupo de pessoas se reúne, sob a sombra da noite ou talvez em volta de uma fogueira de acampamento, para compartilhar uma história. Eles decidem naquele momento qual história contar. Eles decidem a forma que ela irá tomar. Eles usam símbolos e invocam nomes com os quais todos estão familiarizados, e isso sincroniza seus pensamentos, desejos e valores. Mas ela é também moldada pelo grupo, por eventos recentes, por suas necessidades. A história que eles contam é a história de cada indivíduo, e ao mesmo tempo é a história da mente comunitária que eles criam, mesmo que essa mente exista por apenas um momento, apenas enquanto eles assim escolherem. Eles criam algo que é simultaneamente familiar e completamente novo. E quando isso é feito, cada indivíduo prossegue no caminho satânico: sozinhos, e ainda assim tendo recebido o benefício que a experiência religiosa do ritual criou para eles. Salve Satã! (Fonte: https://thesatanictemplearizona.com/the-most-satanic-ritual/)

6. MISSA NEGRA Satanic Bay Area Historicamente, o termo "Missa Negra" se referia a rituais religiosos que apresentavam uma paródia ou subversão de uma missa católica, ou talvez de algum outro ritual religioso ortodoxo. Apesar de nossa cerimônia de fato empregar alguns elementos de sátira e inversão das práticas de outros grupos religiosos, nós definimos o termo de forma muito mais geral como simplesmente um ritual em grupo para que satanistas compartilhem de sua autoexpressão, declarações de identidade e independência de normas culturais tóxicas e ultrapassadas, ou simplesmente para que se divirtam. Assim como a palavra mass ("missa", em inglês) no sentido eucarístico deriva da palavra em inglês medieval significando "dispensar" - no sentido de que os crentes são por fim devolvidos ao mundo mais firmes em sua fé - nossa missa, de forma similar, tem o objetivo de fornecer ferramentas que afirmem e validem os satanistas modernos. *** Elementos necessários: • Altar. • Ao menos uma pessoa para conduzir a cerimônia • Um recipiente À PROVA DE FOGO. • Fósforos, álcool • Biscoitos para a comunhão • Vinho tinto • Água • Copo, tigela ou taça. Sugeridos: • Entre quatro e doze velas. Preto é o tradicional, mas pode ser de qualquer cor que sirva para você. • Sino ou gongo. • Faca ou espada. • Incenso. • Livro Negro • Uma ou duas pessoas adicionais para ajudar a conduzir • Lenços higiênicos Montagem do altar: O altar deve ser uma mesa alta o suficiente para que você possa alcançar tudo nela confortavelmente, mas baixa o suficiente para que seja visível de toda a sala. Posicione o altar ou no centro da sala ou no final. Se preferir conduzir sem um altar, de qualquer modo certifique-se de que todos os seus implementos estão à mão. Nós recomendamos uma peça central para o altar, algo grande e chamativo para dar o clima. No passado, nós usamos um crânio de bode ou uma estátua de Baphomet, mas o que for apropriado para você pode servir os mesmos fins.

Cubra a mesa com uma toalha de altar ou mesmo uma simples toalha de mesa - preto geralmente é a cor padrão, mas vermelho, azul escuro, roxo ou mesmo branco pode funcionar, dependendo do seu humor. O altar deve conter todos os seus implementos. Ele pode ter também elementos adicionais para criar o clima - velas, incenso, decorações, etc. Se você está usando um livro na sua montagem, certifique-se de que ele esteja aberto. Sequência: -Introdução -Oração do Senhor das Trevas -Invocação -Profanação da hóstia -Marca da Besta -Encerramento Parte 0: Introdução Gaste um minuto ou dois dando as boas vindas aos seus participantes e orientando-os sobre o que esperar. Explique porque vocês estão todos aqui e estabeleça qualquer regra. Explique que este é um ritual ateu e que não se pretende invocar nenhum suposto poder sobrenatural. Fale que não há nada a temer nos procedimentos ritualísticos. Se você precisar de voluntários, selecione-os agora. Participação em uma coisa como essa deve ser baseada em consentimento, então dê a todos a ideia mais clara possível sobre o que consistirá o ritual de modo que eles possam tomar uma decisão consciente sobre se incluir. (O que eles deveriam ter feito antes de aparecer, com certeza, mas ainda assim). Nós recomendamos fortemente que alguma música acompanhe o ritual, e se você está usando uma trilha sonora, este é o momento de dar nela o pontapé inicial. Parte 1: A Oração do Senhor das Trevas Você ou um voluntário devem ficar de pé na frente do altar ou no centro do círculo para guiar a "oração". Uma vez que essa é uma tarefa fácil, é uma boa maneira de incluir mais alguém. Conduza no estilo chamado e resposta, primeiro recitando um verso e então deixando todo mundo repetir de volta: Pai Nosso, que estais no inferno, Profanado seja o vosso nome. Veio a nós o vosso reino. Foi feita a vossa vontade, assim na terra como abaixo. O que nos é legitimamente devido nós pegamos esta noite E ofendemos por meio de ímpios tabus. Deixai-nos cair em tentação. Mas livrai-nos da falsa devoção. Pois vosso é o mundo, as riquezas e a glória, Para sempre. Salve Satã!

Parte 2: A Invocação Um ou mais de vocês podem dar o "sermão" (por falta de uma palavra melhor), dividindo o texto conforme você achar adequado. Nós o produzimos esperando que fosse razoavelmente fácil mover, remover ou adicionar trechos. Onde quer que a invocação use a expressão "Salve Satã", é tradicional e apropriado que todos os participantes respondam de volta "Salve Satã". Com um grupo grande o suficiente, isso pode ficar bem enérgico, o que é fantástico. Se você tiver um sino ou um gongo, pontue o "Salve Satã" com ele. Pode ser útil ter um voluntário que fica responsável apenas pelo sino. *** Satã: Deus justo, deus razoável, administrador de pecados suntuosos, nós nos dirigimos a você. Você, o esteio do negligenciado, do perseguido, do exilado, quem nos defende contra os filhos de deus que são os ricos, os poderosos e os corruptos. Você mantém a determinação daqueles a quem a injustiça esmagaria. Padroeiro da virilidade, você não exige nem castidade nem privação. Apenas você ouve as súplicas das famílias pobres mas ambiciosas, concedendo a elas os dons da ingratidão e do orgulho. (Salve Satã!) Assegure-nos a alegria dos malfeitos deliciosos, ó Satã, e nos guie para a glória, riqueza e poder, você, o rei dos deserdados, o filho que destronará seu inexorável pai. Séculos choraram esperando a salvação dos deuses mudos e fugidos, e a todo tempo seus sacerdotes ordenavam, "Seja paciente e sofra." Agora os sacerdotes se esqueceram da pobreza que seu deus pregava e se tornaram os servos das riquezas e do privilégio. Eles observam as massas esmagadas sob o peso da riqueza, ouvem as súplicas dos tímidos, e oferecem somente desculpas, evasivas, promessas e fraude, e então nos condenam em nome dos pecados que apenas eles percebem. E então nós dizemos, (Salve Satã!) Você respira, ó Satã, em nossas palavras, quando desafiamos pontífices perversos e reis sanguinários. Arte e poesia ganharam vida por você: Azazel, Leviatã, Mastema, Sammael, Ahriman, Babalon, Urian, Lilith, Lúcifer. Ao mesmo tempo belo e terrível, você abarca os oceanos e a terra, e ouvimos sua voz que sussurra no vento: "o Grande Satã está passando", trazendo bênçãos de um lugar para o outro. Um refugiado da mente, as pessoas saúdam você entre seus deuses domésticos, e você enche seus corações com fervor. Você inspirou a bruxa, o alquimista, o feiticeiro, o acadêmico, o cientista, revelando novos céus brilhantes além dos confins de claustros sonolentos, e mentes mais lúgubres fugiram das coisas materiais, onde você sempre habitou. Você, no sangue brilhante das uvas, pelo qual a alegria transiente persiste, restaurando a vida fugaz, mantendo o pesar encurralado, e inspirando-nos com amor. (Salve Satã!) Satã: O mais sábio e mais belo dos Anjos, traído pelo destino e privado de louvores, Príncipe do Exílio, você foi prejudicado, mas quando derrotado sempre se ergue de novo mais forte. Você, que conhece a todos, grande rei das coisas ocultas, o médico conhecido dos sofrimentos humanos, Você que com a Morte, sua amante velha e forte, gerou a Esperança. Você que dá ao criminoso sentenciado e à bruxa condenada seu olhar calmo e altivo que amaldiçoa toda a multidão ao redor de seus cadafalsos. Você que sabe em quais recantos da terra avarenta um deus ciumento escondeu suas pedras preciosas.

Ministro gentil para a humanidade, rei poderoso, que nos ensina a amar para que conheçamos a doçura do paraíso nesta nossa única vida. (Salve Satã!) Cajado dos exilados, lamparina do inventor, pai adotivo daqueles a quem, numa ira imunda, deus deixou órfãos. Preces, glória e louvores a você, ó Satã, nas alturas do Céu onde reinou e nas profundezas do Inferno onde, derrotado, você sonha em silêncio! Permita que minha alma possa algum dia repousar junto a você sob a Árvore do Conhecimento, quando acima de sua fronte, Seus galhos se espalhem como um novo Templo. (Salve Satã!) Parte 3: A Profanação da Hóstia Os biscoitos da comunhão ou algum substituto apropriado devem estar presentes no altar ou prontamente disponíveis. Se você mesmo os está distribuindo, pegue-os agora. Se um assistente ou voluntário irá distribuí-los, ele deve deixá-los prontos. "Vamos interromper seu sermão para uma breve aula de história: No ano 1247 na cidade alemã de Beelitz, os registros municipais lembram que um homem judeu não identificado foi sentenciado à morte na fogueira. A acusação: ele foi acusado de profanar e destruir a hóstia sagrada, o mais antigo registro da chamada "profanação da hóstia", a partir de então considerada um dos mais ultrajantes e perigosos de todos os pecados mortais. A reverência supersticiosa pelo suposto poder mágico do biscoito levou governos históricos a promulgar as punições mais horrendas e cruéis naqueles condenados por essas profanações. Mas nós argumentamos que um ataque ao suposto corpo de um deus é de fato a própria definição de um crime sem vítimas. Para expressar nossa independência dos evangelhos arcaicos e suas punições desumanas, nós convidamos todos os participantes a se aproximar e tratar o corpo pálido e insubstancial deste deus da maneira que vocês julgarem adequado." Chame os membros participantes até o altar um a um e apresente o biscoito, que eles devem esmagar, quebrar, queimar, cuspir em cima, pisotear, etc., do modo que eles acharem mais gratificante. As sobras devem ser depositadas na vasilha à prova de fogo. Uma vez que todos participaram, encharque os destroços com álcool e ateie fogo. "Assim como muitos no passado foram sentenciados a queimar injustamente, nós também entregamos estes mitos às chamas. (Salve Satã!)" Parte 4: A Marca da Besta O vinho deve estar à mão, em um recipiente acessível. Enquanto no passo anterior os participantes se aproximaram do altar, dessa vez você deve ir até o círculo ou aos participantes sentados para administrar a marca. (Alternativamente, a marca pode ser feita com uma mistura de água, carvão e lavanda).

Pergunte a cada pessoa onde ela quer ser marcada. Uma simples mancha ou um X na testa ou na mão direita é o suficiente, no entanto sinta-se livre para ser mais criativo. Após cada marca, peça ao participante para repetir depois de você: "Salve Satã!" Ou outro sentimento apropriado. Pode-se oferecer a cada pessoa marcada uma taça de vinho ou de água. Um ou dois voluntários podem ajudar a encher as taças de vinho e água. A borda da taça deve ser limpa com um lenço higiênico depois que cada participante se servir. Uma vez que isso foi feito com todo mundo, retorne ao altar para a conclusão. Parte 5: Conclusão Retornando ao altar, apague as velas ou outras luzes uma a uma, até que apenas uma permaneça. Nesse ponto, toque o sino uma vez, feche o livro e antes de apagar a última luz diga: "Então dizemos todos: Salve Satã." Depois que todos repetiram, assopre a última vela. Fim. (Fontes: http://www.satanicbayarea.com/2019/03/20/satanic-bay-area-black-mass-2018/ E http://www.satanicbayarea.com/2019/03/20/birthday-black-mass/)

III: ARTIGOS DIVERSOS

1. SIMBOLOGIA SATÂNICA Amon Fenrys Pentagramas

Um símbolo usado em inúmeras culturas, em particular na Grécia e na Babilônia, onde era um dos símbolos da deusa Ishtar. Possui diversos significados, dependendo do grupo que o utilize, podendo representar o ser humano. À direita vemos o pentagrama como parte do “Sigilo de Astaroth”. O pentagrama invertido é o símbolo mais associado ao satanismo. A ponta de baixo é considerada como símbolo do espírito, e as quatro pontas de cima como representando os quatro elementos, ou seja, a matéria. Assim, esse é um símbolo da vitória da matéria sobre a espiritualidade. De acordo com o ocultista Éliphas Lévi, "é o bode da luxúria atacando os céus com seus chifres". Cruzes satânicas

A cruz invertida é originalmente um símbolo cristão, a chamada cruz de São Pedro. No satanismo, é usada como símbolo de repúdio a valores e práticas perpetrados por certos grupos cristãos, como intolerância religiosa, fanatismo, machismo, homofobia, repressão da sexualidade, condenação do corpo, restrição dos direitos reprodutivos, dentre outros. As outras são símbolos alquímicos para o enxofre, considerado um elemento abundante no inferno, sendo que a da direita é também chamada de Cruz de Leviatã ou Cruz de Satã.

Outros símbolos

O sigilo de Lúcifer aparece em um texto do século XVIII chamado Grimorium Verum. Como um sigilo supostamente desenhado pelo próprio Lúcifer, é um dos principais símbolos a representar o satanismo. O ouroboros é um símbolo que se originou no Egito, mas foi popular entre os gregos, gnósticos e alquimistas. Pode ser visto como um símbolo de fertilidade, onde a cauda da serpente representa um falo e a boca uma vagina. Pode ser visto como um símbolo da natureza cíclica do universo ou o autoaperfeiçoamento do indivíduo através da transmutação. A serpente (ou dragão) é às vezes considerada como o próprio Leviatã. Lista demoníaca Ao longo da história, várias listas e classificações de entidades demoníacas foram preparadas por teólogos e ocultistas. Apesar de sua descrença em Satã também se aplicar a todos os outros demônios e espíritos, satanistas podem usar esses nomes por seu valor simbólico, ou apenas pela reação que causam em pessoas mais crédulas. Abaixo incluí alguns dos demônios mais proeminentes dessas listas, junto com uma breve descrição do simbolismo associado a eles. Lúcifer: o Portador da Luz, em latim. O equivalente em grego é Eósphoros e em hebraico, Heylel. A Estrela da Manhã (Vênus). Na idade média, foi associado ao pecado do orgulho, e considerado um Príncipe do Inferno. Satã: seu nome significa "o Adversário" ou "o Acusador", em hebraico. Este nome é usado na Bíblia para se referir a qualquer acusador, humano ou sobrenatural; como um "filho de Deus", responsável por tentar os seres humanos, no livro de Jó; ou como uma figura mais próxima da do Diabo propriamente dito, no Novo Testamento. Relacionado ao pecado da ira, e considerado um Príncipe do Inferno. "Satã" e "Lúcifer" são basicamente sinônimos para os satanistas modernos. Belzebul: também "Beelzebub". Seu nome é derivado de um deus filisteu, e associado ao deus cananeu Baal e a Baal Berith. Chamado de "o Senhor das Moscas". Considerado um Príncipe do Inferno, associado à gula na influente lista de demônios de Peter Binsfeld, mas também associado à inveja. Às vezes seu nome é considerado sinônimo de Satã. Asmodeus: também chamado de Ashmedai, seu nome talvez derive do persa, significando "demônio da ira", embora seja muito associado à luxúria em textos cristãos medievais.

Representado como um jovem belo e de boas maneiras, é classificado como um dos Sete Príncipes do Inferno. Mammon: significa "dinheiro" em hebraico, usado na Bíblia com o sentido de busca gananciosa por riquezas ou ganhos materiais. Foi depois personificado como um Príncipe do Inferno, associado à ganância. Belphegor: com origens bíblicas, associado à licenciosidade e orgias, cultuado como uma forma fálica. Na idade média foi considerado um Príncipe do Inferno, relacionado ao pecado da preguiça na classificação de Binsfeld, ou à gula. Como curiosidade, existe um número chamado de Primo de Belphegor, um número primo palíndromo contendo 666 no centro e cercado por treze zeros e um número 1 de cada lado: 1000000000000066600000000000001. Leviatã: um monstro marinho na mitologia judaica, e um reflexo de uma criatura cananeia anterior chamada de Lotan. É considerado um Príncipe do Inferno na classificação de Binsfeld, associado à inveja, associação feita anteriormente por Tomás de Aquino. Leviatã já foi considerado equivalente à Serpente do Éden e como objeto de culto da seita gnóstica dos ofitas, sendo representado como o Ouroboros. Abaddon: nome hebraico significando "condenação", equivalente ao grego Apollyon. Seria o anjo do Abismo sem fundo, a terra dos mortos. Em alguns textos, o nome "Abaddon" é considerado um sinônimo para Satã; em outros, substitui Leviatã como Príncipe do Inferno, associado à preguiça. As Testemunhas de Jeová consideram este um nome para Jesus depois de sua ressurreição. Astaroth: seu nome deriva da deusa fenícia Astarte, equivalente à babilônica Ishtar e à suméria Inanna, deusas associadas à fertilidade, sexo, amor e guerra, e à Estrela da Manhã deificada. Ele é o Grande Duque do Inferno, às vezes colocado junto com Lúcifer e Belzebul na Trindade Infernal. Em tratados de demonologia, aparece como mestre de matemática e artes manuais, e incitador da dúvida, seduzindo através de filosofias racionalistas. Lilith: seu nome está relacionado a um termo babilônico para demônios femininos. Dentre sua riquíssima tradição mitológica, a história mais famosa é a de que foi criada por Deus do barro, como Adão, de quem foi a primeira esposa. Mas Lilith não queria ficar por baixo, submissa, na hora do sexo, o que gerou revolta em Adão. Lilith então foge e se torna um demônio. Ela teria se casado com Asmodeus, e eles seriam o Rei e a Rainha dos demônios, gerando sem cessar filhos infernais. O termo lullaby ("canção de ninar", em inglês) pode ter vindo de um amuleto hebraico com a inscrição Lilith abei ("Lilith, vá-se embora"), colocado nos quartos das crianças. Samael: seu nome significa "veneno de Deus". Ele é um acusador, sedutor e destruidor. Muitas vezes identificado com Satã e às vezes com a serpente do paraíso. Belial: este termo hebraico, significando "sem valor", era usado para denotar homens perversos, como os que adoravam outros deuses, praticavam imoralidades sexuais, ou incitavam controvérsias. As três redes que Belial usaria para prender as pessoas são: riquezas, fornicação e profanação. Algumas vezes é identificado com o próprio Satã. Azazel: seu nome está associado a uma prática presente na Bíblia, onde um bode era oferecido a Jeová, enquanto outro bode era oferecido a "Azazel", que pode ser um termo para representar o bode expiatório em si. Seu nome pode ser um sinônimo para Satã. Mastema: seria o resultado da união entre um anjo caído e uma mulher humana, a personificação da hostilidade, e um opositor a Deus e perseguidor de seus fiéis.

Behemoth: teria origem em mitos babilônicos que o descrevem como um gigantesco elefante ou hipopótamo, uma criatura do caos primitivo. É tido como a grande Besta da terra, enquanto Leviatã é a Besta do oceano. Amon: também chamado de Aamon e Nahum. É o Grande Marquês do Inferno. É aquele que gera a avidez, um dos espíritos da Goetia, invocado por aqueles que querem obter amor ou reconciliar amigos e inimigos. Seu nome provavelmente deriva do deus egípcio Amun. Valac: também escrito Volach. É representado como um menino angelical com asas, cavalgando um dragão de duas cabeças. Seria o presidente de uma legião de espíritos domésticos e serpentes, e teria o poder de encontrar tesouros. Temeluchus: alternativamente, Tartaruchus, é um demônio atormentador, às vezes visto como um epíteto para Satã. Possui a surpreendente atribuição de cuidar das crianças desde o nascimento e durante sua infância.

A estátua de Baphomet do TS A Primeira Emenda afirma que o governo dos EUA deve tratar todas as religiões igualmente. Depois que uma estátua dos Dez Mandamentos foi doada para a Cidade de Oklahoma pelo deputado federal Mike Ritze e colocada do lado de fora do Capitólio Estadual de Oklahoma, O Templo Satânico se ofereceu para doar uma estátua religiosa. O Templo escolheu Baphomet - um ídolo pagão associado aos Cavaleiros Templários, que foi concebido no século XI e cuja representação tem mudado dramaticamente ao longo do tempo. A mais famosa representação de Baphomet como um "Bode Sabático" não apareceu até 1856, quando Eliphas Lévi publicou Dogma e Ritual da Alta Magia. O Templo Satânico continuou a tradição de adaptar a imagem da figura mítica. A diferença mais notável é que o Baphomet agora tem um peitoral masculino. Isso foi feito por razões práticas, como para que os governos estaduais não pudessem rejeitar a estátua sob a alegação de que ela poderia ser considerada obscena.

A Suprema Corte da Cidade de Oklahoma ordenou a remoção da estátua dos Dez Mandamentos porque a lei estadual de Oklahoma proibiu o uso de propriedade estadual para promover religiões. A oferta de doar a estátua de Baphomet para Oklahoma foi então retirada; entretanto, ela pode potencialmente encontrar seu lugar de descanso final no terreno do Capitólio de Arkansas, junto com o monumento dos Dez Mandamentos do senador Jason Rapert; o julgamento está pendente em 2020. O Baphomet do Templo Satânico permanecerá em exposição para o público no Salem Art Gallery até que seja colocado junto a outros monumentos religiosos em propriedade pública. Esta representação foi criada por Mark Porter e apresenta antecedentes que incluem elementos do zoroastrismo, gnosticismo, a figura de Melek Taus e a capa do álbum de estreia do Slayer. No seu núcleo está a união dos opostos e a linha de sombra e luz. Construído em bronze, pesando mais de 3000 libras [mais de 1360 quilos] e medindo oito pés e meio [2,59 m], o Salem Art Gallery é o lar temporário de "Baphomet" - a escultura mais politicamente carregada de nosso tempo. O nome Baphomet O nome remonta à Inquisição e à tortura dos Cavaleiros Templários em cerca de 1100 e que, de acordo com cronistas franceses das Cruzadas, confessaram adorar um ídolo pagão chamado Baphomet. Alguns acadêmicos acreditam que "Baphomet" era uma simples corruptela de "Mahomet" - o Profeta Muhammad. Mas ao longo dos anos, à medida que o mistério e a especulação a respeito dos Templários crescia, cresciam também as interpretações da palavra e seu significado. O Baphomet de Lévi A imagem moderna mais bem conhecida de Baphomet foi desenhada em 1856 pelo ocultista francês Eliphas Lévi, no seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia. Ele concebeu um hermafrodita alado com uma tocha entre seus chifres e um pentagrama em sua fronte. Seus braços traziam as palavras em latim SOLVE (separar) e COAGULA (juntar novamente) - os poderes de "atar e soltar" usurpados de Deus. O desenho de Levi foi a inspiração para o novo monumento do Templo Satânico. 'Ele contém todos esses opostos binários - acima e abaixo, parte animal, parte humano. Masculino e feminino,' diz Greaves. 'Ele personifica opostos e celebra contrastes.' Saudação com dois dedos Dois dedos da mão direita apontam para cima e dois da mão esquerda apontam para baixo, significando 'assim como é em cima, é embaixo'. Essas palavras e os respectivos gestos são familiares para os ocultistas. Elas foram retiradas das obras de Hermes Trismegisto, cujos escritos se tornaram populares durante o Renascimento e a Reforma. A expressão também é usada com relação à ciência, o universo e Deus, mas Lévi escreveu que, ao fazer o gesto, seu Baphomet "expressa a harmonia perfeita entre misericórdia e justiça".

Duas jovens crianças 'Temos esperança de que as crianças vão ver isso como uma bela obra de arte - não há nada para temer. É isso o que as crianças simbolizam', diz Greaves. 'A cara de bode tem uma expressão neutra. Não é demoníaca, feroz ou monstruosa - como as pessoas a fazem ser - se você olhar para ela sem a bagagem cultural.' Mas as crianças realmente não tem nada a temer vindo de Satã? 'Eu não acho que as crianças que se aproximarem do monumento sem ter sido preparadas pela propaganda irão achar qualquer coisa de horrível nele,' diz Greaves. 'Mas nós acreditamos em não doutrinar as crianças. Em grande parte dos casos as crianças vão forçadas para a religião. Isso é algo que nós decididamente não queremos fazer.' O Caduceu Sobre o estômago de Baphomet está um velho símbolo grego com duas serpentes entrelaçadas sobre um bastão - o bastão que é carregado por Hermes e arautos em geral. O Caduceu simboliza o comércio, negociação e reciprocidade e foi escolhido para Baphomet por Levi. "Para nós ele simboliza a reconciliação dos opostos - tais como ter um monumento satânico no lado oposto a de um cristão,' diz Greaves. 'Achamos que é uma mensagem poderosa ele estar oposto aos Dez Mandamentos - você pode ter essas dualidades, diferenças sem conflito.' (...) Pentagrama Visto tanto na testa de Baphomet quanto sobre o trono atrás dele, o pentagrama é um símbolo satânico altamente reconhecido - e com frequência aparece invertido. A cruz de São Pedro é frequentemente invertida também - como durante a cerimônia de desvelar do Templo Satânico. 'Essa inversão é a percepção de Satã. Ela pede às pessoas que reconsiderem suas bases culturais, olhem para as evidências e reconsiderem seus valores,' diz Greaves. 'Você tem essa visão unilateral, com a religião institucionalizada agindo como os árbitros do moralmente correto. 'Isso os impede de considerar se eles poderiam estar errados hoje em questões como o casamento gay e os direitos reprodutivos. 'É verdade que você não tem que se identificar com Satã para apoiar essas causas. Mas a imagem de Satã ressoa com a gente.' Tocha entre os chifres 'A tocha do conhecimento é o chifre do meio - ele glorifica a busca de conhecimento. Nós damos um valor enorme a isso - é realmente central para as nossas crenças em geral,' diz Greaves. Como Levi escreveu: 'A chama da inteligência brilhando entre seus chifres é a luz mágica do equilíbrio universal, a imagem da alma elevada acima da matéria, como a chama, que enquanto ligada à matéria, brilha acima dela.'

Inscrições Essas ainda tem que ser adicionadas, mas o Templo Satânico deu detalhes de seus planos em uma declaração no ano passado. Na frente da estátua, acima do pentagrama invertido, ficará um dos sete princípios fundamentais do Templo Satânico: 'O espírito de compaixão, sabedoria e justiça deve sempre prevalecer sobre a palavra escrita ou falada.' O verso da laje de pedra exibirá uma passagem da obra dramática de Lord Byron que diz: "Então quem foi o Demônio? Aquele que não vos deixaria viver, ou aquele que vos faria viver para sempre, na alegria e poder do conhecimento?' (Fonte: https://www.bbc.com/news/magazine-33682878)

2. MÚSICA SATÂNICA Amon Fenrys Lucien Greaves, em uma entrevista para a NME (que pode ser acessada no seguinte link: https://www.nme.com/features/songs-about-the-devil-lucien-greaves-satanic-templehail-satan-2542560?amp), escolheu sete de suas músicas satânicas favoritas: "The Devil is Fine" (Zeal & Ardor) "Mind Made God" (ohGr) "Sympathy For The Devil" (The Rolling Stones) "The Number of the Beast" (Iron Maiden) "Plague Walk My Earth" (In Slaughter Natives) "The Devil To Pay" (Johnny Cash) "Devil’s Haircut" (Beck) Resolvi expandir a lista, acrescentando 20 das minhas músicas favoritas, todas satânicas em um sentido amplo. Estão listadas em ordem alfabética. O objetivo é tentar provar o antigo adágio de que "o Diabo possui as melhores melodias". "All the Good Girls Go to Hell" (Billie Eilish) "Call me Satan" (Omnia) "Dance Macabre" (Camille Saint-Saëns) "Devil in disguise" (Elvis Presley) "Devil's Child" (Judas Priest) "Devil's Trill Sonata" (Giuseppe Tartini) "Friend of the Devil" (Grateful Dead) "(Ghost) Riders in the Sky" (Johnny Cash) "God and Satan" (Biffy Clyro) "He is" (Ghost) "Highway to Hell" (AC/DC) "Lucifer's the Light of the World" (King Dude) "Me and the Devil Blues" (Robert Johnson) "N.I.B." (Black Sabbath) "O father O Satan O Sun" (Behemoth) "Poeme Satanique Op. 36" (Alexander Scriabin) "Square Hammer" (Ghost) "The Devil" (Jess and the Ancient Ones) "The Devil Went Down to Georgia" (The Charlie Daniels Band) "The Opposition" (Ancient VVisdom)

3. CARTAS A SATÃ Lucien Greaves Cartas a Satã foi uma coluna (principalmente) semanal escrita por Lucien Greaves, publicada no Detroit's Metro Times e no Orlando Weekly de setembro de 2014 até abril de 2016. Como você responde às acusações generalizadas de abuso satânico ritual e de crimes ocultos satânicos? Durante os anos 1980 e começo dos 90, os Estados Unidos viram a emergência de uma embaraçosa caça às bruxas que agora é chamada por sociólogos de "Pânico Satânico". Abastecida por relatos sensacionalistas de convidados em programas de auditório - de Geraldo Rivera até Oprah Winfrey -, a ilusão de uma conspiração satânica internacional teve temporariamente um grau perturbador de aceitação pública. As razões para essa regressão à insensatez e ao pânico têm sido objeto de escrutínio acadêmico e de vários livros excelentes. Para nossos propósitos, o fato importante é que nenhuma evidência acreditável para essa máfia oculta homicida nunca apareceu, e em um número enorme de casos, alegações de crime satânico foram completamente desmascaradas. Algumas das alegações poderiam ser atribuídas à paranoia religiosa ou às explorações oportunistas de vigaristas. Entretanto, um bom número de relatos de abuso satânico veio de pessoas que se submeteram a um modismo, um tipo da psicoterapia que buscava "recuperar" as "memórias" traumáticas - tidas como reprimidas, à espreita, em suas mentes subconscientes - geralmente por meio da hipnose. Eram essas "memórias recuperadas" que frequentemente revelavam histórias de abuso satânico. Na maior parte dos casos, as "memórias" recuperadas por meio de hipnose são só imaginações confabulatórias que notoriamente tendem a corresponder às expectativas e suposições do terapeuta conduzindo a sessão. Se encorajadas, essas imaginações podem se alastrar, transformando-se em memórias falsas, entranhadas, alucinatórias. Durante o Pânico Satânico, certos terapeutas - com as cabeças cheias da então popular propaganda antissatânica paranoide - involuntariamente levaram seus clientes a forjar recordações falsas de abuso satânico. Dessa forma, a "evidência" anedótica para uma conspiração satânica corresponde exatamente à qualidade das histórias contadas pelas autoproclamadas vítimas de abdução alienígena. Para ficar claro, afirmações com respeito a abuso satânico ritual, e afirmações de abdução alienígena são ambas narrativas altamente dependentes do suporte das "memórias recuperadas". Não há evidência acreditável que embase nenhuma das duas. O Halloween é um feriado satânico? Sim. O Halloween é reconhecido e celebrado por satanistas como um feriado próprio. E, da mesma forma que podemos esperar todos os anos o ultraje teatral com respeito à "Guerra no Natal", podemos esperar da mesma forma - em maior ou menor grau - uma cruzada hipócrita que faça a Guerra no Halloween. Com os beatos nós ainda encontramos

contos populares para induzir o medo a respeito de doces envenenados e predadores do Abuso Ritual, embora a tolerância com esse tipo de histeria pedante tenha diminuído desde os anos 1980. Hoje em dia, felizmente, a tendência geral é rir ou sentir nojo desses fanáticos arcaicos anti-Halloween, e eles de fato merecem nosso escárnio e desprezo, mas não devemos pensar neles como completamente inofensivos. Só no ano passado, a Time Magazine relatou um número de escolas públicas por todo o país tentando banir os doces e fantasias sob as alegações mais espúrias, algumas mais descaradamente preconceituosas do que outras. Um diretor de escola justificou a proibição em uma nota aos pais dizendo, "Alguns feriados, como o Halloween, são vistos… como tendo uma conotação religiosa." Naturalmente, nenhuma dessas preocupações foram expressas com respeito ao supostamente muito caluniado feriado de Natal. O Halloween é um grande feriado satânico no sentido de que ele permite que as pessoas explorem abertamente suas naturezas mais sombrias, até mesmo talvez antissociais, de uma maneira divertida e catártica. Ele permite que as pessoas saiam de si mesmas por uma noite, pondo de lado várias normas sociais sufocantes. Ao invés de ver o aval satânico ao Halloween como uma evidência do poder insidioso do feriado de corromper espiritualmente os jovens e vulneráveis, é muito mais racional entender o Halloween como uma janela para compreender o que, afinal de contas, compele as pessoas a se autoidentificar como satanistas. O típico satanista autoproclamado gravita em torno da estética sombria comum a festividades com temática de Halloween - e igual aos celebrantes do Halloween, eles tendem a fazer isso de uma forma que não cause qualquer tipo de mal às pessoas a sua volta e que não os associe a nenhuma atividade criminosa.

O que é a Missa Negra? A Missa Negra, como uma ideia, originou-se com a propaganda histérica católica contra o temido "outro". Era uma história contada sobre uma afronta ritualística horrível contra toda a cristandade decente, e essa narrativa era usada como justificativa para que se matassem todos os assim percebidos inimigos da sociedade - hereges. Ironicamente, pagãos romanos acusaram os cristãos primitivos de praticar rituais noturnos secretos nos quais se diziam ocorrer sacrifícios de crianças. Mais tarde os cristãos demonizaram os pagãos, e fizeram alegações quase idênticas com respeito ao "Sabá das Bruxas". Libelos de sangue medievais contra os judeus nos contam sobre ritos durante os quais uma hóstia consagrada seria conspurcada de uma forma ou de outra. Eles elementos se juntaram numa teoria da conspiração de crimes satânicos imaginários que por fim se tornaram um elemento crucial da mitologia satânica: a blasfema Missa Negra Como às vezes acontece com essas coisas, algumas pessoas se sentiram atraídas pela ideia deste ritual proibido, e há alguma evidência de que certas partes trabalharam para encenar rituais ultrajantes inspirados por essa mitologia. O escritor francês Joris-Karl Huysmans publicou um livro intitulado La-Bas, no final do século XIX, no qual ele descreve o relato de uma testemunha ocular de uma Missa Negra, que serviu como um diagrama detalhado para sua prática real. Agora, a Missa Negra, quando é praticada, é um reaproveitamento da mitologia, tornada uma declaração de independência pessoal da parte de seus participantes. É um ato de libertação dos preceitos supersticiosos, sufocantes e opressivos que foram provavelmente instilados em tenra idade. É geralmente uma coisa que as pessoas se sentem motivadas a fazer em algum momento dos estágios introdutórios do satanismo, quando elas estão se sentindo simplesmente empoderadas pelo fato de que podem se engajar em blasfêmia - esses atos simbólicos proibidos - sem sofrer consequências. A ironia máxima ocorre quando católicos criticam a Missa Negra como um "discurso de ódio" direcionado contra eles. A Missa Negra se originou no discurso de ódio católico, agora reaproveitado para expressar os valores afirmativos dos satanistas. Você descreve O Templo Satânico como um "satanismo ateu". Existe algum espaço para o ocultismo e a magia? Nós nos agarramos firmemente a um conjunto de valores que seguem uma narrativa cultural que usamos para definir a nós mesmos. Como um de nossos princípios defende que "Crenças devem estar de acordo com a nossa melhor compreensão científica do mundo", e que "devemos tomar cuidado para nunca distorcer fatos científicos para que se adequem às nossas crenças", não sentimos ser responsabilidade de ninguém ditar interpretações metafísicas sobre a natureza do universo para nossos membros, muito menos para o resto do mundo. O Templo Satânico luta especificamente por um ambiente secular no qual todos que aderem aos nossos valores básicos podem expressar suas crenças como desejarem. Se alguns de nossos membros aderem a ideias de forças etéreas, nós sentimos que não temos nada a dizer a respeito, contanto que isso não entre em conflito com a habilidade pessoal de considerar a melhor evidência científica e empírica disponível com respeito a qualquer

assunto. Tais crenças, como todas as crenças, devem ser abordadas com um agnosticismo razoável, mas não se deve fingir que uma falha em se saber algo com 100% de certeza signifique que probabilidades iguais possam ser atribuídas a todas as proposições. Isso geralmente resulta em alguma forma do argumento "Deus das lacunas" - preencher lacunas reconhecidas do conhecimento científico com declarações especulativas, admitidamente improváveis acerca de poderes de outro mundo. Alguns de nós gravitam em torno do anômalo - as exceções obscuras de uma regra - formando interpretações metafísicas amplas. Contanto que nosso pensamento permaneça aberto à possibilidade de correção, isso pode ser na verdade um exercício intelectual interessante. Não deveria ser algo completamente sério, mas não deveria ser considerado inteiramente como uma piada. Eu preferiria me referir ao nosso ocultismo satânico como uma 'patafísica satânica, na tradição dos 'patafísicos franceses do século XIX.

Não preocupa vocês que ao associar causas específicas - tais como os direitos das mulheres e o secularismo - ao satanismo, vocês estejam fazendo mais mal do que bem a essas causas?

Existe um certo tipo de imbecil falso moralista - que depois de definir a si mesmo ou si mesma com relação a uma questão social específica - age como um juiz autoproclamado de tudo o que representa aquela questão. Quer seja direitos das mulheres, direitos dos gays, secularismo, ou qualquer número de causas, eles imaginam que eles mesmos passaram a possuir o movimento inteiro. Esses esnobes hipócritas acham apropriado testar e ditar as filiações políticas, atividades e mesmo as convicções religiosas ideais daqueles que abraçam "sua" causa. Isso é tão ignorante quanto é contraproducente. Muitas vezes o argumento vem numa forma de preocupação condescendente e protetora a respeito do que a oposição vai pensar. Agora os supersticiosos amedrontados vão achar que todos os ateus são satanistas, condenam alguns secularistas afrontados. Da mesma forma para os direitos dos gays e os direitos das mulheres. Implícita nesse argumento está a noção ridícula de que existe uma voz uniforme, "verdadeira", para a causa. Pior ainda, o argumento sugere que os satanistas não têm o direito de defender a si mesmos em seus próprios termos. Ofensivamente, somos solicitados a aceitar como imutáveis, ou inquestionáveis, os libelos com respeito ao satanismo. Sugerem que nós deveríamos nos retirar de assuntos que inquestionavelmente se intersectam com nossos valores. E pior, o argumento sugere ainda que os membros do Templo Satânico que são ativistas gays, feministas, secularistas, etc., deveriam buscar definir a si mesmos em termos religiosos mais aceitáveis para aqueles que os excluiriam. Em resumo, O Templo Satânico continuará a defender questões em concordância com nossas convicções. Outras pessoas e organizações são livres para minar seus esforços progressivos ao seguir apologeticamente agendas que não vão erguer a ira daqueles que discordam deles. De nossa parte, temos pouca preocupação que sua falta de fibra seja confundida com nossas ações. Por que O Templo Satânico quer colocar sua exposição de feriado na rotunda do Capitólio da Flórida? O Natal é um feriado cristão. Na semana passada, O Templo Satânico finalmente obteve permissão do Florida's Department of Management Services (DMS, Departamento de Serviços de Gestão da Flórida) para montar uma exposição de feriado na rotunda do Capitólio onde uma cena da natividade e várias outras exposições de feriado já tinham sido representadas. Curiosamente, a mesmíssima exposição foi submetida na última temporada festiva e foi rejeitada por ser "grosseiramente ofensiva", sem maiores elaborações. Nesse ano nós voltamos representados por uma equipe de advogados da Americans United for the Separation of Church and State (AU, Americanos Unidos pela Separação entre Igreja e Estado), o que aparentemente ajudou a balançar a opinião do DMS de que nossa exposição não é tão terrivelmente ofensiva, afinal de contas. Os AU, da parte deles, prefeririam com certeza que exposições religiosas não fossem de forma alguma colocadas em terreno público, mas uma vez que a separação entre Igreja e Estado foi quebrada, é importante assegurar que o governo permaneça neutro, sem dar preferência a uma perspectiva religiosa em detrimento de qualquer outra. Um tumulto previsível se seguiu, e ainda está ganhando impulso. O falador paranoide conspiracionista, Glenn Beck, vê em nossa exposição a desgraça iminente, avisando em uma transmissão que "a destruição está vindo em nossa direção". O principal ex-candidato

republicano à presidência, Herman Cain, foi ao Facebook para mostrar sua ignorância constitucional, castigando a Flórida por não se envolver em discriminação contra um ponto de vista (sem tentar dar qualquer justificativa legal). Tucker Carlson, da Fox News, em um discurso infantil que foi ao ar, agiu como um autodesignado árbitro das "reais" motivações do Templo Satânico, decidindo - sem fazer referência a qualquer fato que seja - que "essa é apenas uma tentativa de enfiar um dedo no olho dos cristãos da Flórida." O fato é que ninguém detém o monopólio dos feriados, nem nossa exposição faz qualquer referência ao Natal. Alguém poderia divagar na história para explorar as raízes pagãs do Natal, ou observar com deleite que os próprios antigos puritanos americanos baniram o feriado como uma afronta a Deus, mas nada disso vem ao caso. O fato é, nossa felicitação no feriado dificilmente constitui alguma infração ou insulto sobre a capacidade de qualquer pessoa de celebrar qualquer feriado que ela celebre, por mais que se pense que constitua. Nós nos recusamos a nos sentar, carrancudos, silenciosos e excluídos quando poderia, ao invés disso, haver celebração (satanistas são religiosamente a favor da diversão). Como eu afirmei num trecho para o Jezebel.com, "[...] esperamos que nossa exposição, junta das várias outras, contribua para um entendimento geral e crescente da pluralidade. Se existe diversão disponível, nós a teremos - e desejamos o mesmo para todos, independentemente de afiliação religiosa, ou da falta dela." O Templo Satânico deseja a todos Boas Festas!

Vocês acreditam que a "liberdade de expressão" protege discursos de ódio e declarações falsas? A liberdade de expressão permite inquérito e escrutínio crítico por meio dos quais as falsidades são expostas. A liberdade de expressão não protege, e nem deveria, calúnia intencional e/ou difamação. A American Bar Association define "discurso de ódio" como "discurso que ofende, ameaça, ou insulta grupos, baseado em raça, cor, religião, origem nacional, orientação sexual, incapacidade, ou outras características." Devemos ter o cuidado de nunca permitir que um órgão governante limite até mesmo o "discurso de ódio" a não ser pelas razões mais convincentes - tais como quando o discurso em questão provavelmente vai incitar diretamente violência imediata contra a parte para a qual o discurso é dirigido. A liberdade de expressão incorpora a liberdade de cometer "heresia", e a liberdade de ofender. A liberdade de expressão não deve ser confundida com ausência de crítica, de averiguação ou de zombaria. Pelo contrário, a liberdade de expressão protege todas essas coisas, e expor más ideias por meio do escárnio fundamentado é servir a uma função legítima no mercado das ideias. Nós acreditamos em transparência. A liberdade de expressão significa muito pouco em um diálogo desinformado, e nem toda opinião tem igual valor. Opiniões baseadas mais exclusivamente em conclusões advindas de evidências têm o maior peso. Os governos que escondem suas atividades para propósitos próprios, para além das preocupações razoáveis e estritamente definidas com a segurança nacional, não podem dizer que governam uma sociedade livre. Organizações que mantêm doutrinas secretas quase certamente o fazem por reconhecer que seus ensinamentos são muito ridículos para resistir ao escrutínio crítico de fiéis não doutrinados. Liberdade de expressão só tem significado em conjunto com a liberdade de informação, e ambas são essenciais para se manter uma estrutura de governo antiautocrática. A transparência organizacional pode e deve respeitar a privacidade individual. Eu acredito em fortalecer os mecanismos de anonimato na comunicação e eu apoio a Neutralidade da rede (acreditando que muitos outros no TS também o fazem). Acreditamos na primazia do conhecimento científico. Assim como a justiça é louvada por ser "cega" - aplicando a igualdade a todos os indivíduo independente de raça, credo, ou religião -, a educação deveria ser igualmente cega para os três, persistentemente despreocupada se fatos empíricos podem insultar aqueles comprometidos com mitologias envelhecidas e indignas. Enquanto é adequado apreciar o fato de que há muito que não sabemos, e muito a respeito do qual pode-se provar que estávamos errados, não é adequado tratar respostas metafísicas especulativas que presumem para preencher essas lacunas como tendo igual ou maior valor que os fatos empíricos. Nem deveria a possibilidade de erro em qualquer avaliação de probabilidades ser usada para alavancar um relativismo que permite ao grosseiramente improvável ter uma posição igual em questões de fato. (Fonte: https://luciengreaves.com/letters-to-satan/)

4. HISTÓRIA DO TEMPLO SATÂNICO: O Templo Satânico foi fundado em 2013, por Malcolm Jarry e Lucien Greaves. A organização ganhou a atenção da mídia pela primeira vez em janeiro de 2013, depois que um grupo de satanistas se reuniu no Capitólio Estadual da Flórida para mostrar sua aprovação a um projeto de lei que o governador Rick Scott havia assinado no ano anterior, o projeto de lei do Senado 98, que permitia orações conduzidas por estudantes em assembleias escolares. O grupo declarou ainda que como o projeto de lei não especificava uma religião, as orações poderiam ser conduzidas por um estudante de qualquer religião incluindo o satanismo. Os membros do TS anunciaram que eles estavam "saindo para dizer quão felizes estávamos agora que nossas crianças satânicas poderiam rezar para Satã na escola". Em julho de 2013, O Templo Satânico realizou uma "Missa Rosa" sobre o túmulo de Catherine Johnston, a mãe do fundador da Westboro Baptist Church, Fred Phelps. A missa foi realizada depois que a Westboro Baptist Church anunciou sua intenção de fazer piquete nos funerais das vítimas do atentado à Maratona de Boston. O Queerty.com sugeriu que eles basearam a ideia da missa em atividades similares realizadas por facções do movimento dos Santos dos Últimos Dias, onde eles celebrariam batismos por meio de uma representação. A Missa Rosa foi conduzida por Greaves e consistiu em dois homens gays se beijando sobre o túmulo de Johnston enquanto Greaves tocava a lápide com seus genitais e recitava um encantamento com a intenção de mudar a orientação sexual da falecida. Uma multa por contravenção foi emitida contra Greaves e ele foi informado que se retornasse ao condado de Lauderdale, Mississippi (onde o túmulo de Johnston está localizado), ele seria preso. Um pouco antes da morte de Phelps em 19 de março de 2014, O Templo Satânico expressou interesse em realizar uma cerimônia similar para o fundador da igreja. A benção de casamento para casais de mesmo sexo é permitida no Templo Satânico. A escultura monumental de Baphomet foi encomendada em 2014, com financiamento coletivo e desvelada no ano seguinte.

O Protect Children Project ("Projeto Proteja as Crianças") é uma iniciativa lançada pelo Templo Satânico na primavera de 2014. Os objetivos do projeto foram declarados como "oferecer a proteção da Primeira Emenda para dar suporte a crianças que possam estar em risco de sofrer abuso físico e mental nas escolas por professores e administradores através do

uso de confinamento solitário, retenções e punição corporal." O site do Protect Children Project pede aos participantes que imprimam cartas pré-escritas para enviar aos seus respectivos conselhos escolares em um dia designado como "Dia do Proteja as Crianças", como uma forma de protesto. Em março de 2017, O Templo Satânico lançou uma campanha antiespancamento contra castigos corporais em escolas, como parte do Protect Children Project. Eles divulgaram painéis publicitários no Texas, onde se lia "Nunca mais apanhe na escola. Exerça seus direitos religiosos." O Capítulo de Los Angeles do Templo protestou contra a canonização de Junípero Serra pelo Papa Francisco e em outubro de 2015 seus membros realizaram uma cerimônia onde eles "demonizaram" o missionário cristão, afirmando que Serra ajudou a escravizar milhares de nativos americanos e que ele "também comandou a Inquisição espanhola em seus territórios, julgando residentes das Missões pelos crimes de feitiçaria, bruxaria e culto ao diabo." Em 6 de junho de 2016, o Templo realizou um Ritual do Pentagrama nos arredores da cidade de Lancaster na Califórnia, no condado de Los Angeles, para apoiar o candidato ao senado pelo estado da Califórnia, Steve Hill, que se esperava ser o primeiro membro do Templo Satânico eleito para o cargo público. Hill recebeu 13% dos votos, mais do que um candidato republicano. Em 14 de janeiro de 2017, uma semana antes da posse presidencial de Trump, o Templo organizou o que ele notificou como o maior encontro satânico da história, esperando dobrar o público do encontro de 2015 em Detroit para o desvelar de Baphomet. Equipes técnicas de filmagem da VICE e da NatGeo estavam à disposição para documentar o evento. A Missa Negra incluía três partes: Ritual de Invocação, Ritual de Destruição e um Ritual de Sangria. A mídia local de Los Angeles também estava disponível para cobrir o evento, chamando o evento de "divertido pra caramba" [N. do T.: a bloody good time, no original. Literalmente "um tempo sangrentamente bom"]. Em 25 de abril de 2019, o Templo anunciou que foi concedida a ele a condição de isento de impostos depois de ser formalmente reconhecido como uma igreja pela Receita Federal americana. (Adaptado de: https://en.m.wikipedia.org/wiki/The_Satanic_Temple)

4. Satã e Morte com o Pecado Intervindo. John Henry Fuseli

5. POR QUE EU (NUNCA) VOU DEIXAR O TEMPLO SATÂNICO Amber Saurus Rex Meu nome é Amber, e eu sou uma satanista. "Como você se tornou uma satanista?" Nós recebemos bastante essa. É uma decisão dura para muitos, especialmente para aqueles que foram doutrinados jovens pelo cristianismo. Eu posso atestar isso - eu cresci como uma batista do sul; sempre havia música gospel na casa da minha avó e Deus estava sempre presente, de forma mais ameaçadora na programação religiosa sinistra, tarde da noite, no único canal que a pequena TV do meu quarto conseguia sintonizar, onde Jack Van Impe a sua esposa gargalhavam toda noite a respeito de quão excitados eles estavam para morrer no Arrebatamento. Eu achava tudo isso traumático e aterrorizante. Eu me lembro de ter por volta de 7 anos, no carro com minha avó. Eu perguntei para ela como ela sabia que Deus existia. "Bom," ela disse, franzindo os lábios como a Senhora da Igreja representada por Dana Carvey. "Você não deveria questionar Deus". "Se a gente não deveria questionar Deus, por que a gente consegue? Por que ele deixa a gente fazer?" Ela ligou a ignição e mudou o assunto, e naquele momento eu soube sem sombra de dúvida que eu seria a ovelha negra religiosa da minha família. Sabe o que nunca funciona bem comigo? Testes de amor e obediência. Eu parei de acreditar em Deus apenas há alguns anos, quando meus pais morreram na mesma semana de causas não relacionadas. A espiritualidade era uma grande parte da minha vida até aquele ponto, e a decisão foi muito simples. Foi como abrir uma porta, sabendo que a verdade estava o tempo todo do outro lado: ninguém está conduzindo essa coisa. Se Deus existe, ele está numa pausa pro cigarro esse tempo todo - pelo menos durante minha vida inteira. Eu não senti nenhum tipo de liberdade, na verdade eu me senti como uma lousa vazia. Meu vazio me seguiu por um tempo, e eu reconheci que a crença religiosa te dá um sentido de propósito que outras coisas não dão. Uma vez que você não confia mais no PapaiDoCéu para te segurar, você percebe que não há nenhum outro jeito de achar seu propósito a não ser sendo o Deus na sua própria vida. VOCÊ é o canal. É você agora, e quando você fode com tudo, você tem que assumir a responsabilidade. Quando você precisa que algo aconteça, você tem que fazer acontecer. Eu fui familiarizada com o satanismo desde a infância. A Igreja de Satã nunca funcionou direito para mim - a ideia de autoveneração parecia um pouco ridícula para mim, especialmente quando tanta satisfação pode ser tirada da ajuda aos outros. Como muitos de vocês, na primeira vez que eu li os 7 princípios, eu sabia que tinha achado algo. Mergulhar na literatura clássica da mão esquerda - mais especificamente o La-Bas de Huysmans (uma discussão para outra hora) - trouxe tudo de volta para casa.

Tudo bem, então eu era uma satanista! Puta merda! O quê?!? Como eu contaria para o meu marido, meus amigos, meus familiares? Como poderia explicar essa coisa que eu estava eu mesma só começando a entender? Uma noite, eu andava sozinha pelo estacionamento escuro que levava até o meu prédio, e eu tive um pensamento aleatório - eu sou uma satanista, eu sou provavelmente a coisa mais assustadora nesse estacionamento escuro. Eu morri de rir, e foi um momento realmente ótimo. Apenas ter esse único pensamento bobo que resumiu toda a experiência para mim - as pessoas são levadas a acreditar em TANTAS coisas ridículas, e o satanismo é sobre questionar tudo, abrir seu próprio caminho e criar a felicidade e o sucesso a que você tem direito na sua própria vida. "Por que Satã?" Bom, porque ensinaram a tantos de nós uma narrativa, em idades críticas para o desenvolvimento mental, que nos puxou para um estilo de vida onde nos tornamos prisioneiros. Tema a Deus, seja casto, não procure conhecimento profano, não faça perguntas, se submeta, se submeta, se submeta. Como muitas pessoas, eu não tenho problema com o ato da submissão quando apropriado, mas eu tenho uma certeza dos diabos que eu quero dar consentimento a isso. As pessoas deixam O Templo Satânico porque sentem que estão indo em uma direção diferente, ou chegaram a crenças filosóficas diferentes. Uma vez ou outra, é pura e simplesmente porque alguém se sentiu ofendido, o que é o impulso para muitas dicotomias religiosas. Para mim, não há religião perfeita, não há solução perfeita e não há um jeito de viver uma vida perfeita. Nós temos até um princípio sobre isso. É sobre arregaçar as mangas e fazer o esforço para tornar algo tão grandioso quanto possível, para oferecer às pessoas o tipo de conexão que é uma parte de nossa humanidade, e para deixar algo ainda maior para aqueles que virão depois de nós. Em dias como hoje, quando soubemos que nós fomos reconhecidos oficialmente como uma igreja pelo governo dos EUA, todo o esforço vale a pena, e as vozes que tentaram tanto parar nosso progresso e mesmo nos fazer mal, parecem muito distantes. Eu estou tão orgulhosa de fazer parte disso hoje. Salve Satã, Salve Vocês Próprios, e Salve O Templo Satânico. Com amor, Amber Saurus Rex (Fonte: https://medium.com/@tstaustin/why-im-never-leaving-the-satanic-templee9b0c4ff62f0)

6. TRECHOS DO CÂNONE As Ladainhas de Satã por Charles Baudelaire (de As Flores do Mal, 1857. Tradução: Mário Laranjeira)

5. O Gênio do Mal. Guillaume Geefs Ó tu, o mais sábio dos Anjos e o mais lindo, Deus traído da sorte e sem louvor infindo, Ó Satã tem piedade da minha miséria! Ó Príncipe do exílio, a quem se fez tão mal,

E que, vencido, sempre se levanta igual, Ó Satã tem piedade da minha miséria! Tu que conheces tudo, rei das subterrâneas Coisas, e sanas todas as mágoas humanas Ó Satã tem piedade da minha miséria! Tu que, mesmo aos leprosos, aos párias malditos, Ensinas pelo amor como é o Paraíso, Ó Satã tem piedade da minha miséria! Ó tu que pela Morte, velha e forte amante, Engendraste a Esperança - a louca fascinante! Ó Satã tem piedade da minha miséria! Tu que dás ao proscrito esse olhar calmo e alto A condenar um povo em torno ao cadafalso, Ó Satã tem piedade da minha miséria! Tu que sabes quais são as terras invejosas Onde Deus escondeu as pedras preciosas, Ó Satã tem piedade da minha miséria! Tu de quem o olhar claro vê os arsenais Onde dorme sepulto o povo dos metais, Ó Satã tem piedade da minha miséria! Tu cuja vasta mão esconde os precipícios Ao sonâmbulo a errar no alto dos edifícios, Ó Satã tem piedade da minha miséria! Tu que, mágico, fazes cada osso macio Às patas dos cavalos, do bêbado tardio, Ó Satã tem piedade da minha miséria!

Tu que, pra consolar o homem fraco que sofre, Ensinaste a mesclar o salitre e o enxofre, Ó Satã tem piedade da minha miséria! Tu que pões tua marca, ó cúmplice sutil, Na fronte do rei Cresus impiedoso e vil. Ó Satã tem piedade da minha miséria! Tu que pões no olhar e na alma das garotas O culto da ferida e o amor das coisas rotas, Ó Satã tem piedade da minha miséria! Bastão dos exilados, luz dos inventores, Confessor de enforcados e conspiradores, Ó Satã tem piedade da minha miséria! Pai postiço dos que em sua ira fatal A Deus Pai expulsou do paraíso terreal! Ó Satã tem piedade da minha miséria! Oração Glória e louvor a ti, Satã, lá nas alturas Do Céu, onde reinaste, e também nas funduras Do Inferno, onde, vencido, sonhas em silêncio! Faz que minha alma, sob a Árvore da Ciência, Junto de ti repouse, na hora em que tua fronte Qual novo Templo irá expandir sua fronde! Os Provérbios do Inferno William Blake 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.

No tempo de semear, aprende; na colheita, ensina, e no inverno, goza. Conduz teu carro e teu arado sobre os ossos dos mortos. O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria. A Prudência é uma velha solteirona, rica e feia, cortejada pela Incapacidade. Aquele que deseja e não age engendra a peste. O verme perdoa o arado que o parte. Imerge nas correntes o que se delicia com as águas. O tolo não vê a mesma árvore que o sábio.

9. A Eternidade vive enamorada dos frutos do tempo. 10. A abelha laboriosa não tem tempo para pesares. 11. As horas da tolice são medidas por ponteiros, mas as da sabedoria, não há relógio que as meça. 12. Todo alimento saudável se recolhe com redes ou ardis. 13. Muni-vos de números, pesos e medidas em ano de estio. 14. Nenhum pássaro perfura as alturas se o faz com suas próprias asas. 15. Um morto não revida injúrias. 16. Se o louco persistisse em sua loucura, tornar-se-ia sábio. 17. Tolice, manto da sordidez. 18. Vergonha, manto do orgulho. 19. As masmorras são erguidas com as pedras da Lei; os bordéis, com os tijolos da Religião. 20. A altivez do pavão é a glória de Deus. 21. A lascívia do bode é a dádiva de Deus. 22. A fúria do leão é a sabedoria de Deus. 23. A nudez da mulher é obra de Deus. 24. O excesso de pranto ri. O excesso de riso chora. 25. O rugir dos leões, o uivo dos lobos, a fúria do mar revolto e a espada devastadora são porções de eternidade demasiado grandes para o olho humano. 26. A raposa culpa a armadilha, jamais a si mesma. 27. O gozo fecunda. A tristeza dá a luz. 28. Vista o homem a pele do leão. E a mulher, o velo do carneiro. 29. A ave, um ninho; a aranha, uma teia; o homem, a amizade. 30. O tolo sorridente e egoísta e o tolo sisudo e obstinado serão ambos tidos como sábios para servirem de azougue. 31. O que hoje é evidência foi outrora imaginação. 32. O rato, o camundongo, a raposa e o coelho espreitam as raízes; o leão, o tigre, o cavalo e o elefante espreitam os frutos. 33. A cisterna contém, a fonte transborda. 34. Um pensamento abarca a imensidão. 35. Estejas sempre pronto a dar tua opinião e os vis te evitarão. 36. Tudo o que é passível de crença é uma imagem da verdade. 37. Nunca a águia perdeu tanto tempo, como quando quis aprender com o corvo. 38. A raposa a si mesma supre, mas Deus supre o leão. 39. Meditai pela manhã, agi ao meio-dia, comei ao entardecer, dormi à noite. 40. Quem sofreu o teu domínio te conhece. 41. Os tigres da ira sabem mais do que os cavalos da instrução. 42. Espere veneno da água estagnada. 43. Jamais saberás o que é bastante, se não souberes o que é mais que bastante. 44. Escuta as críticas dos imbecis. É um nobre elogio. 45. Os olhos, de fogo; as narinas, de ar; a boca, de água; e a barba, de terra. 46. O fraco em coragem é forte em astúcia.

47. A macieira jamais indaga à faia como crescer, nem o leão ao cavalo como agarrar sua presa. 48. Seríamos tolos, se outros já não o fossem. 49. A alma imersa em delícias jamais será maculada. 50. Ergue a cabeça ao avistares uma águia. Estarás vendo uma porção do Gênio. 51. Assim como a lagarta escolhe as melhores folhas para depositar seus ovos, o sacerdote arroja suas maldições sobre as mais sublimes alegrias. 52. Fazer uma pequena flor é um trabalho de eras. 53. Maldição revigora. Bênção relaxa. 54. O melhor vinho é o mais velho. A melhor água, a mais nova. 55. Como o ar ao pássaro, e o mar ao peixe, o desprezo ao desprezível. 56. Quisera o corvo que tudo fosse negro. E puro alvor a coruja. 57. Exuberância é beleza. 58. Se o leão seguisse os conselhos da raposa, seria astuto. 59. O aprimoramento endireita os caminhos, mas as sendas rudes e tortuosas são as do Gênio. 60. Quem não irradia luz jamais será uma estrela. 61. Como o arado segue seu comando, Deus recompensa o rezador. 62. Teu ato mais sublime é colocar outro em sua frente. 63. Preces não aram, louvores não colhem. 64. Cabeça, o Sublime; Coração, o Pathos; Genitais, a Beleza; Mãos & Pés, a Proporção. 65. Alegrias não riem. Tristezas não choram. 66. Antes que nutra desejos irrealizáveis, é melhor matar a criança no berço. 67. Quem grato recebe, abundante colheita obtém. 68. Onde não está o homem, é estéril a natureza. 69. A verdade jamais pode ser proferida de modo que seja compreendida e não acreditada. 70. Suficiente! Ou demais.

NOTA Todos os artigos não atribuídos são traduções de textos oficiais do Templo Satânico, disponíveis no site https://thesatanictemple.com/ Para maiores informações, além do site referido acima, recomendo o excelente documentário chamado "Hail Satan?", lançado em 2019 e dirigido por Penny Lane, e o podcast Black Mass Appeal (em inglês) que pode ser acessado em: https://blackmassappeal.com/

O Templo Satânico está sediado em Salem, Massachusetts, contando com capítulos em 21 outras cidades americanas, um capítulo em Ottawa, Canadá e um em Londres, Inglaterra. Novos capítulos devem ser inaugurados em breve. O contato de todos eles está no site oficial. Você pode se tornar um membro do TS, gratuitamente, e passar a receber o boletim de notícias oficial, através da seguinte página (em inglês): https://thesatanictemple.com/pages/join-us Este material visa exclusivamente à divulgação da filosofia e das atividades relacionadas ao Templo Satânico em língua portuguesa. Sua comercialização ou qualquer forma de lucro utilizando este material é expressamente proibida. Utilizamos apenas material publicamente disponível na internet, citando todas as fontes. Nenhuma violação de direitos autorais pretendida.

6. Cruz de Leviatã: Capítulo do Arizona

AVE SATANA! AVE DOMINI INFERNI!