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Portuguese Pages [76] Year 2019
O MANUAL SECRETO DAS FALÁCIAS ESQUERDISTAS por Alessandro Loiola
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Sobre a obra: Ao longo de décadas e com grande eficiência, o Esquerdismo se infiltrou em todas as esferas possíveis da sociedade brasileira: na mídia, na literatura, no teatro, na música, no cinema, nas escolas, nas universidades, na filosofia de vida e na mente de cada um dos brasileiros. Apesar desta “infiltração”, as pessoas um pouco mais lúcidas sempre se sentiram desconfortáveis com as narrativas que eram apresentadas: alguma coisa parecia estar fora do lugar... E causa desta estranheza poderia ser resumida em uma única palavra: FALÁCIAS. Eram as Falácias da Esquerda que nos incomodavam. Mas exatamente como elas eram (e continuam sendo) apresentadas? Como detectá-las? E, mais importante: como desconstruí-las? Esta obra tem como objetivo responder a estas questões. Ela foi elaborada a partir do conteúdo postado em um curso online gratuito veiculado no Youtube, cujos links constam ao final do livro e estarão livremente disponíveis enquanto a plataforma não os censurar. Caso tenha interesse em conhecer outros conteúdos produzidos por ManhoodBrasil, teremos grande prazer em receber sua visita: Site: www.manhoodbrasil.com.br Facebook: https://web.facebook.com/manhoodbrasil/
ÍNDICE: 1. Introdução 2. O que são Falácias? 3. As Falácias Emocionais 3.1. Medo 3.2. Esperança 3.3. Compaixão 3.4. Elogio 3.5. Testemunho 4. As Falácias Mentais 4.1. Autoridade 4.2. Bom Senso 4.3. Tradição 4.4. Novidade 4.5. Dinheiro 5. As Falácias de Causa e Efeito 5.1. Causa Única 5.2. Associação Remota 5.3. Generalização 5.4. Lógica Circular 6. As Falácias Dedutivas 6.1. Conclusões Precipitadas 6.2. Divisão-Composição 6.3. Relativismo 6.4. Destino 7. As Falácias de Manipulação de Conteúdo 7.1. Revisão Infinita 7.2. Amostragem 7.3. Falso Dilema 7.4. Impossibilidade de Prova 7.5. Mentira Insistente
8. As Falácias de Ataque 8.1. Desrespeito 8.2. Espantalho 9. Conclusão 10. Links Para as Aulas Online
1. INTRODUÇÃO Não sou exatamente o que se pode chamar de um sujeito religioso, mas existem duas passagens na Bíblia que acho muito valiosas, e elas dizem o seguinte: Em Gênesis 1:3, consta: “E disse Deus: Haja luz. E houve Luz”. E em João 1:1, lê-se: “No princípio era o Verbo”. Preste atenção nisso: “e disse Deus”. E dizer é um Verbo. O Verbo é princípio de tudo. Se considerarmos que a luz é a ideia, o pensamento, devemos então aceitar que o raciocínio que está em nós vem depois do Verbo. Precisamos do verbo para pensar, para ter e irradiar luz. E o Verbo é a ação da Linguagem – seja ela escrita, falada, musicada ou simbólica –, que por sua vez apresenta aquilo que iremos entender e como iremos entender. Portanto, se traduzirmos verbo e palavra como linguagem, é válido considerar que a linguagem antecede o entendimento. Os psicólogos, os coaches e os profissionais de neurolinguística entenderam isso com perfeição: eles empregam a Linguagem para mudar comportamentos, treinar novos hábitos e produzir mudanças na sua vida. E funciona! A Linguagem, junto com o bipedismo e o domínio do fogo, foi uma das ferramentas mais poderosas colocadas à disposição de nossa espécie. O peso da Linguagem está expresso em várias formas de cultura e arte. Considere, por exemplo, uma obra cinematográfica que aprecio muito: o filme A Chegada, de 2016. Na película, uma raça alienígena (os heptapods) chega à terra e tenta se comunicar conosco. (Se você não assistiu ao filme, eu lamento informar, mas aqui vão alguns spoilers...). Um grupo de cientistas é encarregado de desvendar o que os heptapods estão falando. Os sons que eles emitem e a forma como eles escrevem não se parecem com nada do que eles já ouviram ou leram! A escrita dos extraterrestres não é linear como as línguas humanas, de um lado para o outro ou de cima para baixo. Em seu idioma, todas as palavras se juntam em símbolos circulares onde os
verbos não têm conjugação, e tampouco parece haver uma correspondência entre a língua que os heptapods falam e os símbolos que eles escrevem... Uma série de confusões na tradução deste idioma desconhecido faz com que os cientistas concluam que os heptapods vieram trazer uma arma para a humanidade. Uma arma que será dada aos que primeiro conseguirem entender o que eles dizem. Esta conclusão causa grande pânico, e os países que até então trabalhavam cooperativamente fecham-se em suas redomas. No final, depois de algumas tensões, todos endentem que a arma era a própria Linguagem: ao desvendar o verbo dos heptapods, os cientistas experimentam uma nova e inusitada forma de enxergar o mundo, o espaço, o tempo e nosso propósito como uma só espécie, com consequências extraordinárias para a existência humana. O que as citações da Bíblia, os especialistas da mente e filmes como A Chegada mostram de maneira inegável é que utilizamos a Linguagem para formar nossa visão de mundo. A teoria sobre como as palavras e a linguagem fazem isso recebeu até um nome: Hipótese Sapir-Whorf. Conscientemente ou não, líderes e políticos de todo mundo há milênios se utilizam do relativismo linguístico de Sapir-Whorf para ganhar votos e fazer valer suas agendas. No começo do século XX, um teórico esquerdista compreendeu a importância do Verbo que antecede a Luz. Seu nome: Antonio Gramsci. Gramsci atinou que a melhor maneira para o comunismo dominar o mundo seria por meio de algo chamado Hegemonia Cultural. Esta hegemonia poderia ser alcançada sem uma gota de sangue, apenas utilizando a linguagem para distorcer nossas crenças, nossas percepções, nossos valores, nossa Moralidade e, derradeiramente, subverter cada uma de nossas escolhas em prol da supremacia Comunista. E foi exatamente isto que a Esquerda fez, utilizando um recurso chamado Falácias. Quando você entende isso, é como se um véu fosse tirado da frente dos seus olhos, e é quase inevitável tomar um susto com o tamanho da Hegemonia Cultural Esquerdista à nossa volta. Se
quiser saber mais sobre este tema, recomendo a leitura do sensacional A Nova Era e a Revolução Cultural, de Olavo de Carvalho, publicado em 1994. Ao longo deste livro, você aprenderá o que são falácias; como a Esquerda utilizou e tem utilizado este subterfúgio para ganhar terrenos importantes na Guerra Cultural, e se tornará capaz de identificar e refutar essas narrativas com garbo e elegância. Não obstante, entenda que a intenção desta obra não é lhe dizer o que pensar. Não quero ser dono das suas conclusões. Assim como os heptapods, quero apenas lhe ensinar uma nova ferramenta, um novo modo de raciocinar. Tenho certeza de que isto tornará suja vida mais rica e tornará você uma pessoa mais Soberana de suas próprias Verdades, de seus discernimentos e, por conseguinte, seu próprio destino. 2. O QUE SÃO FALÁCIAS? Exatamente o que é uma “Falácia”? Uma Falácia é uma trapaça, uma mentira, um fingimento cujo objetivo é fundamentar um determinado ponto de vista a partir de argumentos que não correspondem aos fatos e não resistem à Lógica. É uma vergonha admitir isso, mas todo mundo utiliza falácias, quase o tempo todo – e você inclusive. As falácias são quase como um protocolo de interações sociais que nos acompanha há milhares e milhares de anos. Mais de 300 anos antes de Cristo, Aristóteles investigou extensamente as artimanhas que empregamos para refutar nossos interlocutores. Em Organon, o filósofo de Estagira definiu treze grupos de falácias, observando que essas refutações às vezes produzem conclusões válidas, mas nem sempre: alguns argumentos podem parecer mais atraentes que a realidade, mas, caso não se correlacionem à realidade, eles representam nada além de fantasias inconscientes ou equívocos intencionais – algo que modernamente passamos a chamar de Metanarrativas. Foi em Organon que Aristóteles explorou, entre outras coisas, a falácia conhecida como “O Paradoxo do Mentiroso”. Este
paradoxo consiste na seguinte afirmação: “Estou mentindo agora”, ou “Esta afirmação é falsa”. Ora, se “Estou mentindo agora” ou "Esta afirmação é falsa" for verdadeiro, então a frase apresenta ao mesmo tempo tanto uma mentira quanto uma verdade. O Paradoxo do Mentiroso está presente quando alguém afirma que “Todas as pessoas mentem” ou “Não existe uma verdade absoluta”. Sendo você uma pessoa, como saber se você não está mentindo ao afirmar que “Todas as pessoas mentem”? E se “Todas as pessoas mentem” for verdadeiro, e sendo você uma pessoa, então isto corresponde simultaneamente a uma verdade e a uma mentira... Finalmente, se “Não existe uma verdade absoluta” for verdadeiro, então esta afirmação também representa uma contradição em si, tornando-a simultaneamente uma verdade e uma mentira. Como todo recurso falacioso, este tipo de argumentação não visa desvendar a Verdade ou estabelecer o que é Correto. Seu único objetivo é travar o debate em uma contenda inútil, desviando o foco da argumentação daquilo que realmente interessa. No século XVII, Francis Bacon (1561-1626) teceu alguns comentários sobre as Falácias ao afirmar que nossos “falsos ídolos” estão para a Natureza assim como as Falácias estão para a Lógica. Os ídolos correspondem às peculiaridades de cada indivíduo e suas diferentes habilidades, convicções e níveis de Inteligência. Segundo Bacon, estes atributos podem corromper a compreensão com inúmeras controvérsias equivocadas. As Falácias também foram escrutinadas pelo filósofo inglês John Locke (1632-1804). Locke identificou três falácias comuns (ad verecundiam ou o apelo à falsa modéstia; ad ignorantiam ou o apelo à ignorância; e ad hominem, ou apelo ao desrespeito), mostrando como os sentimentos são a fonte primária de nossas ideias e interpretações do mundo. Por meio dos sentimentos e emoções, repetimos, comparamos e unimos as narrativas que colhemos da realidade, gerando variações complexas quase infinitas sobre ela. Não raramente, para que façam algum sentido para nossa mente racional, estas variações são recheadas com Falácias de todo tipo. A influência das
Emoções sobre a Lógica, e a maneira como isso resulta em ponderações desacertadas, recebeu a atenção do excelente pelo filósofo David Hume (1711-1776) em Tratado da Natureza Humana (1740) – um de meus livros prediletos. O teólogo inglês Isaac Watts (1674-1748) levou as ideias de Locke adiante, adicionando outras três falácias: argumentum ad fidem (apelo à fé), argumentum ad passiones (apelo às paixões), e argumentum ad populum (apelo ao senso comum). O termo “Falácia do Espantalho” provavelmente se originou das ideias expostas por Watts. Mais tarde, o iluminista Jeremy Bentham (1748-1832) expôs de maneira brilhante os métodos que parlamentares e legisladores utilizavam para derrubar ou retardar as reformas políticas em andamento. Além das falácias já conhecidas, Bentham identificou argumentos como ad odium (apelo para o ódio), ad metum (apelo para o medo ou ameaça), ad quietem (apelo para a inércia), e ad judicium (apelo para a procrastinação). Na sequência, John Stuart Mill (1806-1873), contemporâneo e aluno de Bentham, separou as falácias segundo suas causas (Morais ou Intelectuais), descrevendo ainda as falácias por generalização e por indução. Finalmente, um pouco mais atual, o filósofo norte-americano Irving Copi (1917-2002) ofereceu uma boa exposição (porém superficial) das dezoito Falácias mais comuns em nosso meio. Apesar de não serem muito divertidos, os escritos de Copi certamente são interessantes. Com tantos estudos clássicos e valorosos sobre o tema, é impressionante como os brasileiros o dominam tão pouco este assunto, ainda mais quando nos damos conta de que vivemos esta Era da Pós-Verdade, onde os fatos objetivos têm menos influência que os apelos às emoções na hora de criar e modelar a opinião pública. Apesar de as Falácias serem comuns e muitas vezes não intencionais, nem sempre é fácil percebê-las. Além disso, nem sempre o que você acha que é uma falácia, é uma falácia de fato: algumas vezes, você e outra pessoa estão defendendo o mesmo ponto de vista, porém assumem entendimentos diferentes para uma mesma palavra ou um mesmo conceito. Quando isto ocorre,
não se trata de uma falácia propriamente dita, mas de apenas um problema de comunicação que pode ser resolvido se vocês tiverem boa vontade para tanto. Desfazer esse tipo de desentendimento é essencial para evitar que jogos bobos de palavras se transformem em longos debates improdutivos. Por este motivo, o primeiro passo que você deve tomar ao entrar em uma argumentação consiste em estabelecer com a maior clareza possível a definição dos conceitos que se relacionam diretamente ao tema que está sendo abordado. Seja objetivo e, se viável, anote os juízos da matéria em um papel, letra por letra. Isso evitará contendas supérfluas no decorrer da conversa. O segundo passo consiste em ligar seu radar de detecção de Falácias. As Falácias são como minas terrestres: se você não souber exatamente o que está procurando e quais os riscos que podem estar ocultos no terreno, tropeçará em uma delas e aprenderá da maneira mais difícil sobre o que elas são. É por isso que muitas escolas em países desenvolvidos possuem aulas discurso e debate, onde os alunos apresentam seus argumentos e são questionados quanto a eles. Por orientação prévia, tanto o apresentador quanto a plateia utilizam recursos falaciosos; e todos são treinados para reconhecer esses expedientes e aprendem a lidar com eles. Deveríamos instituir algo parecido por aqui. A Esquerda é mestre em utilizar Falácias para insinuar interpretações e torcer nossos entendimentos. Ser capaz de perceber e manusear este artifício representa uma estratégia incrível para desmontar cada uma das metanarrativas socialistas, além de representar uma habilidade fundamental para blindar seu próprio raciocínio com Lógica e Congruência. Devido à variedade de estruturas e aplicações, separar as Falácias por gênero é um desafio ingrato. Dependendo do autor e da fonte, você encontrará diversas classificações, níveis e subníveis. Por motivos didáticos, optei por separá-las neste livro em categorias segundo a forma de apelo do argumento. Estas categorias são: 1. Emocionais 2. Mentais
3. 4. 5. 6.
Causa-Efeito Dedutivas Manipulação de Conteúdo Ataque
Nos capítulos a seguir, exploraremos em detalhes cada uma deltas. 3. AS FALÁCIAS EMOCIONAIS A palavra emoção vem do latim emovere, significando energia, movimento. As emoções são um componente-chave da mente humana e, provavelmente, da mente de quase todos os animais. Até onde a neurociência foi capaz de descobrir, as emoções são inconscientes, enquanto que os sentimentos são uma espécie de juízo consciente que fazemos sobre essas emoções: se as emoções são respostas químicas e neurais que derivam das memórias que temos, os sentimentos são nossas reações às estas emoções. Os psicólogos dividem as emoções em Primárias e Secundárias. As Emoções Primárias incluem o medo, a raiva, a tristeza e a alegria. As Emoções Secundárias são representadas pelo ciúme, pela inveja e pela vergonha. Juntas, emoções primárias e secundárias produzem sentimentos como ódio, hostilidade, frustração, desespero, felicidade, humor, surpresa, amor, gratidão, compaixão e esperança. Como o próprio nome sugere sem fazer muito mistério, a forma de apelo das Falácias Emocionais é a Emoção: antes de sermos “racionais”, somos seres hiperemocionais, verdadeiras caixas de ressonância de sentimentos. Não é de admirar então que as Falácias que invocam respostas emocionais sejam artifícios tão corriqueiros. As Falácias Emocionais podem ser divididas em 5 tipos mais comuns: Medo, Esperança, Compaixão, Elogio e Testemunho.
3.1. MEDO A principal característica da Falácia do Medo está na ameaça, que pode ser apresentada de duas maneiras: 1. Quando a intenção é estabelecer um vínculo inexorável entre o argumento proposto e os resultados terríveis que ele pode ocasionar, a Falácia do Medo é denominada argumentum ad consequentiam. 2. Quando a intenção é apresentar alguma forma de coerção, a Falácia do Medo é denominada argumentum ad baculum. O termo ad baculum poderia ser traduzido como “apelar para o bastão”: nesta forma de argumentação, a intenção é demonstrar uma disposição para partir para a violência física caso o outro não concorde com suas alegações. Antes das eleições presidenciais de 2018, diversos veículos de impressa inundaram as redes sociais e as mentes dos mais vulneráveis com manchetes sensacionalistas fundamentadas na Falácia do Medo. Observe alguns exemplos: "A eleição, o fascismo e os limites da democracia" – Carta Capital, setembro de 2018. "Planos de Bolsonaro para Amazônia preocupam defensores do meio ambiente” – Revista Exame, outubro de 2018. "Eleições de 2018: uma eleição à sombra do medo" – Jornal El País, outubro de 2018. "Bolsonaro usa táticas fascistas como Trump"– Folha de São Paulo, outubro de 2018. "Jornais do mundo alertam para risco Bolsonaro" – Jornal GGN, outubro de 2018. "Haddad prega coragem contra o medo" – Revista Veja, outubro de 2018.
Após a vitória do Conservador Jair Bolsonaro, a mídia esquerdopata intensificou sua metralhadora giratória de Falácias do Medo com manchetes como: "Reforma da Previdência sacrifica os mais pobres, diz CNBB" – Portal Tudo Notícias, abril de 2019. “Projeto de Bolsonaro é sacrificar os mais pobres” – Portal do PT, abril de 2019. "As ameaças sombrias de Bolsonaro para o meio ambiente" – Portal Página 22, outubro de 2019. Como em qualquer Falácia, nunca são fornecidas evidências razoáveis o bastante de que o evento ameaçador irá ocorrer: o falacioso apenas “se sente” assim com relação ao assunto e apela emocionalmente para os ouvintes, tentando ganhar a simpatia da plateia e intimidar seu oponente para favorecer seu próprio ponto de vista. 3.2. ESPERANÇA A Falácia da Esperança tem como combustível um desejo intenso de que algo seja real ou corresponda à verdade. Por trás da Falácia da Esperança, ocultam-se duas premissas: o pensamento mágico e o retorno dos investimentos. O Pensamento Mágico (wishful thinking) é uma característica da mente do Homo sapiens: entre vários efeitos colaterais, nosso cérebro formatou uma cultura que inclui preces, sacrifícios, conjurações e rituais “sobrenaturais” que acreditamos serem capazes de influenciar o mundo físico segundo nossos desejos e expectativas. Infelizmente, o mundo físico não é um gênio da lâmpada, ele não existe para realizar seus desejos ou adaptar-se magicamente às suas vontades. O Mundo Físico apenas há, e será necessário ação, empenho, esforço, disciplina e consistência para que suas vontades se concretizem – e mesmo
assim não existe qualquer segurança de que isso ocorrerá. Tudo que você pode fazer é uma aposta de que as coisas darão certo. (Se Deus tem planos para você, quem garante que você sabe exatamente quais são eles?). Em alguma medida, a esperança é um bom horizonte, uma boa companheira de viagem, mas ela pode paralisar você na inatividade, especialmente quando você insiste em viver no universo dos pensamentos mágicos ao invés de viver na realidade. Quando isso ocorre, a frustração em lidar com a realidade tende apenas a aprofundar a esperança de que seus desejos – e não a realidade – estejam corretos. A segunda premissa da Falácia da Esperança – o Retorno dos Investimentos – pode ocorrer associada ou não ao pensamento mágico. Não raramente, fazemos grandes investimentos emocionais em projetos, compromissos, relacionamentos e ideologias, e fazemos isso com tal intensidade que nos recusamos a abandonar o barco mesmo quando as evidências nos contradizem. Psicologicamente, queremos obter algum tipo de retorno por nossa dedicação. Quando esses retornos não ocorrem dentro do esperado, insistimos naquilo que não está dando certo ou que está evidentemente errado e fadado ao naufrágio. Insistimos, pois já investimos tanto de nosso tempo naquilo!, e então continuamos a roer o osso na esperança de que um dia teremos carne ali. A esperança no Retorno dos Investimentos é o que faz muitos relacionamentos tóxicos se arrastarem por anos a fio; faz alguns empreendedores embrenharem em um pântano de dívidas, e faz jogadores compulsivos venderem até a mãe em uma mesa de apostas. Agora observe como os esquerdistas utilizam a Falácia da Esperança para manipular a opinião pública. Em várias manchetes ao longo dos últimos anos, fomos bombardeados com coisas como: "A esperança venceu o medo, diz Lula" – Folha de São Paulo, outubro de 2002.
"A esperança e o amor por esse povo vencem o ódio, diz Dilma Rousseff" – Portal Jornal Grande Bahia, setembro de 2010. "Dilma diz que responde com 'esperança' a 'ódio' de adversários" – Portal G1, outubro de 2014. "Não vão prender a esperança, diz Lula em lançamento de pré-candidatura em BH" – Jornal Brasil de Fato, fevereiro de 2018. "Lula representa a esperança do povo brasileiro" – Slogan utilizado pelo PT nas eleições presidenciais em 2002, e repetido por Gleisi Hoffman em sua coluna no Portal Rádio Peão Brasil, em maio de 2018. "Para Dilma, Lula representa esperança” – Portal do PT, agosto de 2018. "A esperança vencerá o ódio" – Jornal Vermelho, setembro de 2018. Toda vez que você se deparar com algo assim, aponte o dedo e acuse: “Ei, você vai argumentar comigo com seriedade, inteligência, maturidade e fatos, ou vai continuar se escondendo atrás desse monte de Falácias de Criança Esperança aí?”. 3.3. COMPAIXÃO A Falácia da Compaixão consiste em induzir um sentimento de pena para angariar simpatia e imunizar o argumento que está sendo exposto. Entretanto, sentir compaixão não confere um nível de evidência à retidão de um raciocínio: dentro de um argumento, o apelo à compaixão é um apelo emocional e não mais que isso. Ela não está ali para representar um fato. O quanto você está disposto a levar sua compaixão em consideração no seu julgamento sobre uma determinada alegação
é uma decisão sua, mas isso não significa que a compaixão é uma varinha mágica capaz de tornar qualquer proposição honesta. Na verdade, quase sempre a Falácia da Compaixão é empregada como uma distração, para “passar pano” para a desonestidade e a crueldade, desviando o foco dos fatos e ideias que realmente merecem ser debatidos. Lembre-se: a função de uma Falácia é desviar sua atenção sobre o centro da questão. É como a assistente de palco de um mágico: ela está ali para ajudar o mágico a distrair você enquanto ele faz o truque bem debaixo do seu nariz. Alguns exemplos comuns de Falácia da Compaixão: Como você pode comer carne? Você não sabe que os animais também têm sentimentos? Ok, e como você pode comer uma pobre cenoura inocente? Ela foi arrancada do chão quando ainda era jovem, quimicamente tratada, cortada, enfiada em uma caixa claustrofóbica e então enviada para ser vendida, cozida e mastigada. Que mal aquela cenoura cometeu para ser submetida a tamanho martírio? Isso para não mencionar que a Ordem Carnívora é composta por 126 gêneros e 286 espécies de mamíferos, e 35% dos insetos são “carnívoros”. Além disso, existem mais de 15 gêneros e 600 espécies de plantas carnívoras na Terra. Por uma questão de igualitarismo, todos estes deveriam ser moralmente condenados também? O fato é que animais têm emoções e sentimentos. Sim, eles têm. Mas eles também são feitos de carne. E a Natureza deixou o organismo humano plenamente preparado para metabolizar carne. Isso quer dizer alguma coisa... porque, se não fosse para utilizar animais como fonte de alimento, a Natureza os teria feito de isopor ou vento ou alguma outra substância que seu intestino não é capaz de digerir. Ah, eu tive uma infância muito pobre e minha vida é muito sofrida, então o que você queria que eu fizesse?
Algumas pessoas utilizam esse tipo de Falácia da Compaixão para isentar a elas mesmas ou a outras pessoas de condutas absolutamente condenáveis. Mas é o seguinte: existem escolhas boas e escolhas más, e cabe a você optar por umas ou outras. Quando tornamos a pobreza e o sofrimento pretextos aceitáveis para a patifaria e a crueldade, estamos condenando todas as pessoas à selvageria, e qualquer civilização à barbárie. Seu sofrimento não é nem nunca foi uma carta branca para você ser uma pessoa imbecil, ou uma autorização para provocar sofrimento em outras pessoas. A Esquerda é hábil em iludir a audiência apelando para a compaixão como uma forma de ninguém prestar atenção em suas trapaças, delitos e perversidades. Considere as seguintes manchetes: "Convalescente de grave doença, Fidel Castro diz que não é mais uma pessoa apegada ao poder" – Portal NSC Total, dezembro de 2007. "Genoíno entra no Supremo com pedido de prisão domiciliar definitiva. Defesa do ex-deputado alega 'risco de morte' devido problemas cardíacos caso ele volte para a cadeia" – Portal G1, fevereiro de 2014. "Dilma e outras torturadas protagonizam filme sobre presídio na ditadura" – Portal UOL, setembro de 2019. "Greta Thunberg sofre ataques machistas" – Carta Capital, outubro de 2019. Nos casos citados de Fidel, Genoíno e Dilma, o que está sendo solicitado é que, em nome da compaixão pelo sofrimento deles, você se sinta culpado em sequer pensar nos genocídios da ditadura cubana, nos crimes cometidos pelo partido que saqueou os cofres públicos, ou na responsabilidade de uma pessoa incompetente que quebrou a economia de um país inteiro. No caso da doente mental sueca Greta Thunberg, o que a Esquerda globalista tentou foi dizer o seguinte: “Como você ousa
agredir essa militante pelo bem estar do planeta? Ela é só uma menina! E tem Autismo!”. Mas olha só: se você se dispõe a tornar suas opiniões públicas perante uma audiência de adultos, então está se colocando à disposição também para ouvir críticas públicas e adultas desta mesma audiência. Quem não suporta o calor, não deveria ir almoçar na cozinha. Quem não aguenta a brincadeira, não deveria descer para o play. É assim que a vida é. Acostume-se. 3.4. ELOGIO Nós somos facilmente seduzidos por elogios, especialmente quando esses aplausos nos permitem continuar sendo vulgares e ordinários, isentando-nos da obrigação de esboçar qualquer esforço para alcançar Virtudes mais elevadas. Alguns exemplos de Falácias do Elogio incluem alegações como: Prefiro quem rouba, mas faz. Eu pergunto: por quê? Por acaso é impossível fazer sem roubar? E é imprescindível roubar para fazer? Optar por quem “rouba, mas faz” diz mais sobre o Caráter implícito em suas escolhas que sobre a competência do outro. Mulheres briguentas e nervosas são as que mais valem à pena. Errado. Isso é romantizar o desequilíbrio emocional e validar relacionamentos tóxicos. Pessoas mais equilibradas são as que mais valem à pena. Pessoas desequilibradas deveriam agendar um tratamento psicológico. Pessoas mais inteligentes são mais preguiçosas e desorganizadas.
Sem aplicação, disciplina e coordenação para alcançar resultados, de que vale a Inteligência? Isso é o mesmo que dizer que alguém é um “gênio incompreendido” Se uma pessoa é de fato um “gênio”, o mínimo que ela deveria ser capaz de fazer é ser compreendida. A Esquerda adora utilizar a Falácia do Elogio para glorificar suas próprias falsas virtudes, associando a si mesma com ideias nobres como Liberdade, Democracia, Educação e Soberania nacional. Mas nada disso está nas atitudes da Esquerda. Veja alguns exemplos de como os socialistas, comunistas e progressistas apelam para a Falácia do Elogio: "Para Boulos, defender liberdade de Lula é uma questão democrática" – Portal Terra, seção Política, março de 2019. "Para Gleisi Hoffman, Lula e educação são pautas inseparáveis" – Portal Terra, junho de 2019. "Após 488 dias como preso político, Lula segue decidido a lutar pela soberania do Brasil" – Portal Diálogos do Sul, agosto de 2019. Liberdade, Democracia, Educação, Soberania, Nacionalismo... está tudo lá. Mas só em palavras, mesmo. Por que quando você vai para os fatos... Em 2002, um estudo conduzido pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa entrevistou mais de dois mil brasileiros entre 15 e 64 anos de idade, residentes em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do país. A pesquisa mostrou que nada menos de 92% dos brasileiros possuem uma dificuldade enorme para se expressar e entender informações simples em português. Ou seja: 92% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos funcionais. E, de acordo com o Indicador de Alfabetismo Funcional de 2017, 38% dos estudantes do ensino superior também não dominam habilidades básicas de leitura e escrita.
Depois de quase 20 anos do socialismo petista, o Brasil permaneceu entre os 10 piores sistemas do mundo de ensino segundo a avaliação PISA. Realmente, Hoffman está certa: o comunopetismo de Lula e a educação brasileira são pautas inseparáveis. Ambos são ineficientes e fazem a gente passar uma vergonha danada. Quanto à Democracia e à Liberdade que os esquerdistas dizem defender, curiosamente, nenhum país governado pelo tipo de regime louvado por eles experimenta grande coisa de ambas. Por exemplo: em uma lista organizada pela revista The Economist, classificando 167 países segundo o grau de Democracia, a Venezuela ocupa a 99ª posição. Cuba, a 129ª posição. A Coreia do Norte, a última. O Brasil aparece na 45ª posição. Quanto a liberdade, basta citar o seguinte: de acordo com um ranking de 180 nações elaborado pela entidade Repórteres Sem Fronteiras, a Venezuela aparece na posição de número 148 no quesito de Liberdade de Imprensa. Cuba, na posição de número 169. E o Estado socialista da Coreia do Norte aparece, novamente, na última posição. Os esquerdistas adoram desfilar com suas narrativas autoelogiosas, mas esta é uma Falácia que não resiste a uma pesquisa honesta de 5 minutos no Google. Sempre que você vir um esquerdista louvando algo em sua ideologia nefasta, considere imediatamente que você pode estar bem diante de uma Falácia do Elogio. Em geral, você está mesmo. 3.5. TESTEMUNHO A Falácia do Testemunho também pode ser chamada de Falácia da Evidência Anedótica, e consiste no seguinte: no lugar de evidências e raciocínios lógicos, o argumentador apresenta exemplos de sua própria experiência emocional apostando que seu testemunho será suficiente para convencer a audiência. Costumamos utilizar a Falácia do Testemunho com crianças pequenas, por exemplo, quando queremos que elas comam algo não muito saboroso ou que tomem um remédio amargo: você
finge provar a “guloseima”, faz uma expressão de “hum... que delícia!”, e então empurra a colher com a substância pela garganta abaixo do bambino. Com alguma sorte, os protestos só ocorrem depois de ele (ou ela) ter engolido o que quer que seja. Atente para a maneira como os esquerdistas costumam se aproveitar da Falácia do Testemunho: "Não tem uma viva alma mais honesta do que eu', afirma Lula" – Estadão, janeiro de 2016. "Gleisi Hoffmann diz que “o PT nasceu influenciado por Cristo” – Conexão Política, abril de 2019. "Para Gleisi Hoffmann, É o Foro de São Paulo que defende a democracia" – Portal Vermelho, julho de 2019. "Marta Suplicy faz mea-culpa e afirma: “Lula é um preso político” – Revista Exame, setembro de 2019. Parece uma piada, mas não é. São apenas Falácias de Testemunho. A piada é o fato de essas Falácias serem eficazes como ferramenta de doutrinamento. Na verdade, nem é exatamente uma piada: isto está mais para uma tragédia. 4. AS FALÁCIAS MENTAIS Se as Falácias emocionais apelam para a emoção, as Falácias mentais apelam para valores que trazemos impregnados em nossas mentes. Assim, os 5 tipos mais comuns de Falácias Mentais incluem: Autoridade, Bom Senso, Tradição, Novidade e Dinheiro. Vamos a elas: 4.1. AUTORIDADE
A Falácia da Autoridade (chamada pelos eruditos de ad verecundiam) caracteriza-se por empregar argumentos como: “especialista diz que”, ou “de acordo com cientistas”, ou “segundo estudo”, ou “a maioria das pessoas entrevistadas diz que”, e coisas desse tipo. Ao apelar para a “competência” de um painel de especialistas, ou uma pessoa famosa, ou um instituto, uma universidade, ou uma publicação de “prestígio”, a Falácia da Autoridade procura blindar o argumento como se a homologação de um agente externo – e não os fatos em si – representasse uma certeza inviolável. Uma autoridade instila Conhecimento e Poder. E citar uma autoridade em geral é visto como uma cartada informativa que certifica do nível de seriedade com que o argumentador está abordando o tema. Não obstante, se tudo que você tem a favor do seu argumento é a opinião de “autoridades no assunto”, e nenhuma outra evidência concreta de que aquelas autoridades estão corretas, então o que está sendo solicitado é que você simplesmente “acredite” naquilo – e apelar para a credulidade é uma estratégia ingênua, frágil e fácil de ser desconstruída... Mesmo autoridades que dominam um determinado tópico podem se equivocar com relação a ele. Por exemplo: No século XVI, os “especialistas” afirmavam que a terra era o centro do universo. Eles estavam errados. Há 200 anos, os especialistas a afirmavam que vida surgir do nada. Era a chamada Teoria da Abiogênese ou Teoria da Geração espontânea. Alguns cientistas da época apresentavam até mesmo receita sobre como produzir vermes, moscas e ratos a partir de camisas suadas e sementes de trigo. Eles estavam errados. Até o começo do Século XX, os cientistas acreditavam que a Via Láctea era a única galáxia do universo. Na década de 1920, Edwin Hubble provaria que eles estavam errados. Em 2006, no documentário “Uma Verdade Inconveniente”, o ex-presidente estadunidense Al Gore fez uma série de previsões catastróficas para o clima em nosso planeta para os 10 anos seguintes. Ele estava redondamente errado. É sempre recomendável tratar com uma boa dose de ceticismo os argumentos que utilizam uma Autoridade como
fiadora de sua honestidade. Se a história da humanidade mostrou algo foi que os erros humanos parecem ser uma constante em nossa caminhada cognitiva evolucionária. Erramos com uma frequência constrangedora para a inteligência que atribuímos à nossa espécie. Mas isso não deveria ser motivo de vergonha: até mesmo o leão, o rei da selva, obtém sucesso em apenas 17% de suas investidas quando caça sozinho. Quando em bando, os leões alcançam no máximo 30% de eficiência. Isso significa que em 70% das tentativas de conseguir um almoço, os leões falham. Algo similar poderia ser aplicado aos pareceres de especialistas fundamentados em “painéis” e “consensos”, e não em fatos e evidências. Em alguns casos, presumimos que uma afirmação é verdadeira devido à inexistência de autoridades que a contradigam: “se ninguém diz que algo é mentira, então aquilo deve ser verdade”, você pensa. Nestas situações, é prudente recordar a recomendação de Carl Sagan: alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias, e a ausência de evidências não significa evidência de ausência. Não denunciar uma mentira não torna aquela mentira uma verdade. A Falácia da Autoridade é amplamente empregada em propagandas onde pessoas jovens são utilizadas para conferir um ar de frescor a um produto ou serviço, onde supermodelos anunciam cosméticos, e onde famílias felizes aparecem espalhando margarina em seus pães. A Esquerda é exímia em utilizar meios de comunicação para disseminar Falácias da Autoridade apoiando seu sistema político catastrófico. Por exemplo, em uma entrevista ao historiador Marco Antonio Villa na Rádio Jovem Pan durante a campanha presidencial de 2018, o candidato Ciro Gomes afirmou o seguinte: “A Venezuela é uma democracia tão democrática quanto a brasileira e a americana”. O Sr. Gomes é advogado, já foi deputado estadual duas vezes, deputado federal, prefeito de Fortaleza, governador do Ceará e Ministro de Estado; atuou como professor universitário de direito
tributário e direito constitucional, e escreveu livros sobre economia política. Ele seria uma autoridade confiável para falar sobre o que é uma Democracia, não? Porém, vale lembrar que o partido do Sr. Gomes, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), ostenta em seu currículo o fato de ser o único partido brasileiro oficialmente afiliado à Internacional Socialista, uma organização mundial de ideologia marxista e profundamente antidemocrática. A Autoridade do Sr. Ciro Gomes para falar sobre Democracia não resiste às incongruências da própria ideologia que ele segue. Observe outros exemplos Esquerdistas de Falácias de Autoridade publicadas em revistas, universidades, institutos de pesquisa e portais de notícia com qualidade duvidosa: “Haddad tem 99,4% de chances de ser o novo presidente, diz matemático da USP” – Revista Fórum, setembro de 2018. “Bolsonaro e Haddad estão empatados no 2º turno, diz Datafolha” – Catraca Livre, outubro de 2018. "Lula, um preso político e uma mostra de cartas escritas por vários artistas" – Portal O Cafezinho, 01 de abril de 2019. Pelo menos aqui a data da manchete foi correta: ela foi publicada no dia da mentira. "Associação brasileira de juízes considera Lula preso político" – Portal Prensa Latina, julho de 2019 “Para órgão da ONU, política ambiental do governo Bolsonaro é insustentável” – Portal Brasil 247 e Portal Rede Brasil Atual, agosto de 2019. “Espaço democrático no Brasil está encolhendo, alerta representante da ONU” – Portal da Coordenação Socialista Latino-Americana, setembro de 2019.
“Pesquisa Ibope mostra que 34% das pessoas consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo” – Revista Veja, setembro de 2019. “Moro tem ‘estratégia permanente’ de acuar instituições, diz Rodrigo Maia” – Revista Veja, outubro de 2019. “Governo ‘não deu a menor atenção’ à Previdência, diz Alessandro Vieira” – Revista Veja, outubro de 2019. À época, Alessandro Vieira encontrava-se senador pelo Partido Popular Socialista. "Associação Juízes para a Democracia considera Lula preso político" – Portal do Sindicomerciários Viamão, outubro de 2019, repetindo após 3 meses uma notícia publicada em outro portal, para manter a falácia circulando na internet. O primeiro passo para desconstruir uma Falácia da Autoridade consiste em identificá-la. Na sequência, considere o grau de autoridade da autoridade citada: um ator que fez um filme denunciando os “males do capitalismo” não é exatamente um especialista em Capitalismo. Para que uma autoridade seja minimamente válida, é preciso que ela seja uma autoridade no campo de conhecimento do assunto em pauta. O segundo passo é manter o ceticismo com relação à legitimidade do parecer da “autoridade”. Não é raro constatar como os vieses ideológicos têm mania de substituir os fatos, e muitas vezes o parecer do “especialista” não passa de uma falácia para corroborar suas convicções políticas pessoais, mesmo e especialmente quando essas convicções remam na direção contrária das evidências. Uma autoridade pode até merecer ser ouvida e levada em consideração, mas você não tem a obrigação Moral de acreditar em algo apenas porque aquilo foi citado por uma revista, uma instituição de ensino ou uma autoridade política. Lembre-se sempre que o simples parecer de uma autoridade não é suficiente para tornar aquele argumento verdadeiro. Uma autoridade sem
fatos e evidências comprováveis por diferentes meios não tem um parecer: ela tem um palpite, uma sugestão. Um instituto de pesquisa de opinião que repetidamente apresenta dados que não correspondem à realidade, não é um instituto de pesquisa, mas uma agremiação de fofocas cujo objetivo é enganar você e manipular suas conclusões a partir de fraudes grosseiras disfarças de “evidências”. 4.2. BOM SENSO Em termos gerais, a Falácia do Bom Senso é bastante similar à Falácia da Autoridade, mas com uma diferença importante: ela tenta parecer o máximo impessoal possível. Seu argumento não procura ancorar-se em uma instituição, uma associação ou uma autoridade específica, mas na opinião pública. Por isso, a Falácia do Bom Senso também é conhecida como Falácia ad populum. Neste recurso de linguagem, o argumentador sugere que, uma vez que “todos parecem concordar” com uma determinada proposição, então aquela alegação corresponde à verdade, como se a Verdade pudesse ser eleita pela opinião majoritária ou por algum um consenso de “autoridades sem autoridades”. O fato é que aquilo que chamamos de bom senso nem sempre corresponde a informações rigorosamente acuradas, detalhadas, verificadas, pensadas ou coerentes. Por exemplo, se eu lhe perguntasse: “sem olhar em um livro ou na internet ou consultar um especialista, você saberia dizer aqui e agora quais cogumelos são comestíveis?”. No aperto, você provavelmente responderia: “Ué, basta usar o bom senso!”. Ao que eu lhe diria: “Mas todos os cogumelos são comestíveis. O problema é que alguns cogumelos você só irá comer uma vez, morrendo logo em seguida”. O bom senso não é um guia de botânica. E confiar de maneira absoluta neste tipo de bússola é sujeitar-se ao risco do Efeito Manada: todos nós temos desejamos o reconhecimento e a estima das outras pessoas. Queremos nos sentir parte do grupo. E nada melhor para conquistar popularidade junto ao grupo que concordar com as coisas que a maioria do grupo parece
concordar, ou falar as coisas que a maioria do grupo deseja ouvir. Então, o falacioso apresenta seu argumento como se ele fosse o “senso comum” de um grande grupo, quando não é. Você encontra exemplos da lógica indutiva da Falácia do Bom Senso quando ouve coisas do tipo: Você deveria ler tal livro: todo mundo está lendo! Três de cada quatro pessoas recomendam... Certas coisas nem precisam ser ensinadas... Verde é a cor da nova estação. Mas alguns livros de sucesso podem muito bem ser uma porcaria. A única coisa com relação à opinião da maioria é que ela é a opinião da maioria (daí a corresponder à Verdade ou ao que é Bom e Correto vai uma distância enorme chamada Deliberação Crítica). Quando alguém fala que certas coisas nem precisam ser ensinadas, quem irá determinar quais são essas coisas? A maioria? Por último: exatamente quem determinou que verde, abóbora ou fúcsia é a “cor da estação”? Os Esquerdistas, esses mestres do engodo, adoram utilizar Falácias do Bom Senso Comum. Mas adoram muito! Veja as seguintes notícias: “Todo mundo sabe que a Direita não quer que filhos de pobre estudem” – Teor da coluna assinada por Pedro Breier no portal O Cafezinho, em 24 de julho de 2017. Pera lá: todo mundo quem? "É óbvio que o governo Bolsonaro vai ruir” – Lobão em entrevista para a Revista Veja São Paulo em maio de 2019. Óbvio para quem?
"Bolsonaro age com a falta de técnica e inteligência que lhe é bem evidente" – Folha UOL, 29 de novembro de 2018. Evidente para quem? "O mundo inteiro sabe que Bolsonaro é um extremista perigoso" – Jornal Gazeta do Povo, 07 de outubro de 2019. O mundo inteiro inclui os habitantes da ilha sentinela do norte, a ilha mais isolada do mundo? E os moradores das Ilhas Cocos, na Austrália? E os pescadores do Kiribati? Ou o mundo inteiro inclui apenas o mundo inteiro que queria ver uma dupla de socialistas-comunistas como presidente e vice-presidente deste grande país? Fique atento: a expressão “o mundo inteiro” não é empregada como uma simples figura de linguagem ou generalização inocente. Quando a esquerda usa expressões assim, está utilizado a Falácia do Bom Senso como uma ferramenta de manipulação de massas. Sempre que estiver em dúvida, procure os fatos, não as pessoas – e menos ainda confie cegamente naquilo que as pessoas dizem ser apenas “bom senso”. 4.3. TRADIÇÃO A Tradição é uma herança preciosa para nossa espécie. Ela representa a condensação de milhares de princípios e valores que foram submetidos às pressões evolucionárias durante eras. Não raramente, as tradições expressam verdades importantes para nossa sobrevivência como indivíduos, grupos e sociedade. Porém, viver debaixo de dogmas não é viver segundo SUA dedução da realidade, mas segundo as ideias de outras pessoas – que podem estar certas ou não. O dogmatismo traz consigo o grave risco de defender o que é não com base nos fatos, mas a partir do nosso desejo sobre como os fatos deveriam ser. A Esquerda explora a tradição empregando argumentos que inspiram sentimentos que
consideramos valiosos, tais como Legado, Herança, Lealdade e Liberdade. Por exemplo: "O PT sempre defendeu políticas sociais e o combate às injustiças" – João Grandão, político petista do Mato Grosso do Sul, em entrevista para a Voz do Brasil em 21 de novembro de 2002. "O PT sempre fez um governo para aqueles que mais precisam" – Portal do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal, 22 de junho de 2013. "O PT sempre defendeu a redução das desigualdades sociais no nosso país" – Deputado Federal Zeca Dirceu no 6o Congresso Nacional do PT, em junho de 2017. Certo. Curiosamente, segundo um estudo realizado por um dos mais renomados pesquisadores de desigualdade do mundo, o irlandês Marc Morgan, e publicado em setembro de 2017 no "World Wealth and Income Database", a distância entre os mais ricos e os mais pobres se manteve igual durante os governos de Lula e Dilma. Quem perdeu espaço foi a classe média, que se distanciou dos ricos e se aproximou dos pobres. "Mais ética e mais democracia é um clamor do PT, é algo que o PT sempre defendeu" – Dilma Rousseff no 5o Congresso Nacional do PT, em 12 de dezembro de 2013. Certo. E durante décadas, nem uma palavra condenando veementemente a imoralidade dos massacres em países socialistas e antidemocráticos como Cuba, China, Coreia do Norte, Venezuela... "O PT sempre lutou pela democracia, sempre defendeu a Petrobrás e a classe trabalhadora" – Deputada Estadual Teresa Leitão em entrevista ao Portal Leia Já, em 11 março de 2015.
"O PT sempre defendeu a autonomia da Polícia Federal e do Ministério Público" – Jornal O Povo Online, 02 de setembro de 2015. "O PT sempre defendeu a execução da pena após condenação em segunda instância" – O então Senador Cristovam Buarque em entrevista ao Portal Leia Já, em 12 de abril de 2018. "O PT sempre defendeu o direito de evangélicos de expressar sua fé" – Rui Costa, Governador da Bahia, em entrevista à Veja, em 13 de setembro de 2019. "É de Lula a tradição de respeito ao Ministério Público" – Portal Brasil 247, setembro de 2019. Quem foi mesmo que disse que “nós temos uma suprema corte totalmente acovardada”? "O PT sempre defendeu os direitos de todos os cidadãos, inclusive o direito à segurança" – Coluna de Charles Nisz no portal Diário do Centro do Mundo, 6 de outubro de 2019. Segundo o Atlas da Violência de 2017, com base em dados juntados pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 1996 o Brasil sofria com uma taxa anual de homicídios por 100 mil habitantes da ordem de 24,7. Em 2017, alcançamos o índice recorde de 31,5 mortes para cada 100 mil habitantes – um índice mais ou menos 10 vezes maior que a média dos países que pertencem à OCDE. Isso para não contabilizar os mais de 50 mil estupros que ocorrem no Brasil todo ano, e o fato de termos um número de assaltos duas vezes maior que a média mundial. Que grande “defesa do direito à segurança de todos os cidadãos”... Muitas argumentações esquerdistas procuram criar uma tradição, um legado, onde não existe nenhum, e então convencer a opinião pública deste mesmo legado. Manipulando a linguagem, eles tentam convencer você de que o esquerdismo “sempre defendeu” e “sempre esteve do lado” da lei, da justiça, da classe trabalhadora, dos desfavorecidos, da
democracia, da ética, da liberdade religiosa e do direito à vida. Na prática, o que ocorreu sempre foi exatamente o inverso disso. Sem embargo, neste meio tempo, você recebeu e continua recebendo uma intensa programação para acreditar nas “tradições virtuosas” que o Esquerdismo jamais teve e jamais terá. Mas agora você já sabe reconhecer isso ;) 4.4. NOVIDADE A Falácia da Novidade seria mais ou menos o contrário da Falácia da Tradição: ela sugere que algo é certo, melhor ou mais verdadeiro apenas porque é mais novo. Este tipo de recurso também pode ser utilizado de maneira invertida, também, sugerindo que uma coisa é errada, pior ou falsa justamente por ser nova. No final, o truque é o mesmo: tornar a característica de novidade de algo uma balança que define todas as demais qualidades daquele algo. Assim como ocorre com a tradição, uma novidade pode parecer benéfica, mas isto não basta para que ela seja considerada legítima, boa, correta ou positiva. Como escreveu o filósofo Baltasar Gracián em 1647, no livro A Arte da Prudência, “o mistério da novidade, por ter a característica de segredo, tende a provocar veneração”. A Falácia da Novidade em geral tenta explorar essa veneração, esse nosso deslumbramento. Ao provocar estupefação, a Novidade pode deixar a mente vulnerável para a mensagem que ela traz: ficamos babando na forma e nos esquecemos de prestar a devida atenção ao conteúdo. Na campanha de 2018, a esquerda utilizou a Falácia da Novidade associada a um apelo emocional do medo para atacar a campanha do presidente Bolsonaro com slogans como: “Bolsonaro é uma novidade, e o fato de ele ter uma chance de ser eleito é um sinal de tempos desesperados” – Portal InfoMoney, 28 de junho de 2018.
“Bolsonaro é uma ameaça à democracia brasileira” – Portal Vermelho, 05 de outubro de 2018. "Bolsonaro é ameaça para democracia do Brasil, diz imprensa estrangeira" – Revista Veja, outubro de 2018. “Bolsonaro colocará em risco a democracia no Brasil" – Revista Exame, outubro de 2018. Em todos estes casos, muito mais que uma Falácia do Medo, o que estava implícita era uma exploração do lado negativo de uma Falácia da Novidade. Uma vez eleito, Bolsonaro se concretizou em algo que as pessoas vivas no Brasil jamais viram: um governo de Direita Conservador. E a Falácia da Novidade continuou sendo explorada pela esquerda: "Bolsonaro é uma ameaça para a Amazônia" – Jornal Folha de São Paulo, agosto de 2019. "Bolsonaro ameaça o acordo do Mercosul com a União Europeia" – Portal UOL Notícias, agosto de 2019. "Bolsonaro é uma ameaça para as terras indígenas" – Revista IstoÉ, setembro de 2019. "Bolsonaro é grave ameaça ao futuro do Brasil" – Portal do PT, setembro de 2019 "Governo Bolsonaro é uma ameaça ao Fundeb" – Portal Amazonas Atual, setembro de 2019 Em todas estas notícias, a maior ameaça estava na novidade. Um governo de Direita é uma novidade. E uma novidade pode ser ruim, afinal, ninguém sabe para onde ela vai... Então, a esquerda apela para isso prenunciado uma tragédia! Com base nos fatos? Não, com base na novidade.
Recentemente, a Direita se deixou levar por uma sequência enorme de Falácias da Novidade. O Conservadorismo estava dormente no nosso país desde a constituição de 1891. Em março de 2015, um sentimento de revolta com os crimes e os abusos da Esquerda sacudiu o berço esplêndido da pátria amada, fazendo o Conservadorismo despertar. Novas vozes e novas lideranças surgiram, se fizeram ouvir, e culminaram com a eleição de um Presidente da República com um programa de governo e ideias de gestão fundamentalmente de Direita. Contudo, na onda que trouxe este Presidente, e na onda que ele mesmo provocou com sua vitória nas eleições, algumas novidades vieram na garupa. Muitas dessas novidades (pessoas, celebridades e políticos que pareciam ser de Direita e haviam sido saudados como boas novidades Conservadoras) não passavam de Falácias e tiveram seus narcisismos oportunistas desmascarados. Algumas ainda estão por aí, ensaiando seus voos de galinha, mas não devem ir longe. Nossa curiosidade humana nos faz gostar de algumas coisas novas, mas esta mesma natureza humana também nos faz ter um apreço ainda maior por coisas antiquadas como Honra, Lealdade e pela Amizade com pessoas realmente virtuosas. Um Conservador não é contra a novidade. Ele é apenas criterioso quando lida com modismos, tendo por princípio escolher e separar com sabedoria as novidades que são legítimas daquelas que não passam de fogo de palha. Seja atento e prudente: uma novidade não é boa ou ruim. Ela é apenas nova. Não julgue algo pela originalidade: julgue pelas atitudes, pelos fatos e pelos resultados reais. É assim que você evitará tropeçar e se tornará capaz de desconstruir este tipo de Falácia. 4.5. DINHEIRO Poderíamos considerar a Falácia do Dinheiro como a uma variação quantitativa da falácia da Novidade: algo é apresentado como mais legítimo e confiável não porque é novo, mas porque é mais caro que sua alternativa.
Ter dinheiro é ótimo. Dinheiro pode comprar apoio, segurança e proteção, mas não basta para comprar a Lógica, a Razão, a Congruência e muito menos a Verdade. Não acredite em algo porque foi dito ou feito por alguém mais rico ou que gasta mais dinheiro que você. Observe este exemplo: Em valores corrigidos segundo a cotação do dólar ao final de cada ano de referência, e utilizando apenas dados oficiais registrados no TSE, temos que a campanha do criminoso Lula para Presidência da República em 2002 custou US$ 11 milhões (R$ 39 milhões). Em 2006, o condenado Lula reelegeu-se gastando US$ 48 milhões (R$ 104 milhões). Em 2010, a comunopetista Dilma Rousseff se elegeu Presidente da República gastando US$ 92 milhões (R$ 153 milhões). Em 2014, a terrorista Rousseff se reelegeu aos custos de US$ 132 milhões (R$ 350 milhões). Em 2018, Jair Bolsonaro conquistou a Presidência da República investindo US$ 0,48 milhão em sua campanha (R$ 1,7 milhões de reais) – ou 20 vezes menos que a dupla socialistacomunista da esquerda. Se fôssemos considerar o Dinheiro como balizador da qualidade de um político, cometeríamos a burrice imperdoável de considerar que uma Rousseff é 275 vezes mais competente que um Bolsonaro. Parafraseando o sermão “Christ and His Co-Workers”, datado de 1886 e de autoria do pregador batista britânico Charles Haddon Spurgeon, podemos dizer que “a Verdade é como um leão: você não precisa defendê-la. Deixe-a solta e ela se defenderá a si mesma” – com ou sem vinténs no bolso. As evidências que apoiam os argumentos devem ser fatos, mas estes fatos não incluem contracheques, qualquer que sejam seus valores deles. No final, não quero saber quanto você tem: quero saber quanto você anda fazendo com quem você é. E é assim que se desmonta uma Falácia do Dinheiro. 5. CAUSA-EFEITO
As Falácias de Causa-Efeito não apelam para emoções ou valores, mas para autênticos sofismos. Em filosofia, sofismo (ou silogismo sofista) é um raciocínio onde o argumentador procura defender sua alegação empregando associações aparentemente lógicas, mas que, no fundo, são absolutamente incongruentes. Em alguns casos, o sofismo pode ocorrer por ignorância, e não configura exatamente um sofismo, mas um paralogismo. É um engano bobo, sem intenção. Na maioria das vezes, entretanto, os sofismos de CausaEfeito derivam de pura má fé mesmo. Aqui vale uma observação: é comum diferentes categorias de falácias se misturarem. Podemos ter Falácias Emocionais que se apresentam com roupas de Falácias Mentais, e vice-versa. Uma Falácia Mental de Autoridade pode vir com temperos de Falácia Emocional do Medo; uma Falácia Mental de Bom Senso pode acompanhar-se de uma Falácia Emocional de Esperança, e por aí vai. Desde que você saiba que estas Falácias existem, e mantenha o radar ligado para detectá-las, seu raciocínio lógico estará protegido desse tipo de influência. No caso das Falácias de Causa-Efeito, você verá que muitas delas fazem apelos Emocionais e Mentais, e isso é esperado. Afinal, se você tem uma faca e um fuzil, porque escolher um dos dois para o campo de batalha quando pode usar ambos ao mesmo tempo? Saia bem armado de mentiras e você terá mentiras para qualquer situação! Assim funciona a mentalidade esquerdista. Os 4 tipos mais comuns de Falácias de Causa-Efeito incluem: Causa Única, Associação Remota, Generalização e Lógica Circular. Vamos a elas: 5.1. CAUSA ÚNICA A Falácia de Causa Única propõe que depois de tal coisa aconteceu tal coisa (correlação), ou que junto a tal coisa aconteceu tal coisa (associação).
Em ambos os casos, o argumentador observa dois eventos, A e B, e descarta quaisquer contextos prévios ou correlacionados, assumindo de maneira irrevogável que o evento A necessariamente causou o evento B. Porém, Correlação e Associação não são o mesmo que causa. Se um sujeito coçou a orelha e depois infartou, isso não significa que coçar a orelha causa infartos. De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano, mais de 70 pessoas morrem por infarto no Brasil. Pessoas infartadas chegam às salas de emergência dos hospitais brasileiros todos os dias, aos montes. A imensa maioria delas têm sobrancelhas. Então poderíamos dizer que sobrancelhas – e não orelhas – causam infarto? Pode parecer engraçado, mas é dessa maneira que a Falácia de Causa Única funciona. E, por coisas assim, a falácia da Causa Única é o que está por trás das superstições e do uso amuletos e objetos da sorte: Eu entrei com o pé direito na sala de aula e tirei uma nota boa em matemática. Entrar como o pé direito na sala de aula antes das provas é fundamental pra ter você se sair bem! “Sorte” e “azar” não são classificações exatamente coerentes ou científicas para as contingências do mundo. Nossas interpretações de sorte ou azar são apenas significados que colamos nas coisas que nos acontecem para que elas tenham um sentido mais agradável ou previsível. Você pode ter tido um dia péssimo, mas isso dificilmente estará relacionado ao fato de ter passado debaixo de uma escada ou ter quebrado um espelho alguns anos atrás. Ah, o capitalismo produz miséria e violência. O fato de haver miséria ou violência em países capitalistas não condiciona um ao outro: tanto países capitalistas quanto países não-capitalistas apresentam miséria e violência. Na verdade, países mais capitalistas tendem a apresentar menos miséria que países menos capitalistas. E o conjunto dos 20
Países Mais Capitalistas do Mundo apresenta taxas de homicídio intencional 600% menores que aquelas observadas no conjunto dos 20 Países Menos Capitalistas. Ou seja: parece que, se for para associar o capitalismo a alguma coisa, o mais sensato é associá-lo a condições de vida mais prósperas e pacíficas. “Lula foi preso para que o PT não ganhasse no primeiro turno”. Quem disse isso foi Adolfo Pérez Esquivel, argentino ganhador do Nobel da Paz de 1980, em entrevista para o Jornal El País, outubro de 2018. Esquivel tentou construir uma narrativa falaciosa como se a única explicação para a prisão do criminoso, a única causa, fossem as eleições presidenciais. O molusco não cometeu crime algum, imagina... “tá serto”... O processo que o condenou em julho de 2017 tem 230 páginas e mais de mil itens. Em 2018, o nove dedos foi condenado em 2ª instância em decisão unânime, de 3 desembargadores que revisaram todo o processo. E eles não apenas mantiveram a condenação, como aumentaram a pena para 12 anos e 1 mês no caso do tríplex em Guarujá. Mas todo este rito processual só ocorreu e teve o desfecho que teve só por causa da eleição. Só por causa disso. Nada a ver com provas contundentes de corrupção, tráfico de influências ou recebimento de propinas... Quê isso. Pergunta lá pra Marina e ela te conta a verdade. Em 2019, a deputada Tábata Amaral, herdeira do trono de musa socialista que já pertenceu à comunista Manuela D´Ávila, propôs que a reserva de cadeiras para mulheres no Parlamento seria a única forma de garantirmos que as mulheres tivessem uma representação igualitária no congresso. Bem, de acordo com a Justiça Eleitoral, o Brasil tem 147 milhões de eleitores, sendo que mais de 77 milhões são mulheres. Ou seja: as mulheres correspondem a 52% do eleitorado brasileiro. No entanto, as candidaturas femininas em geral representaram apenas cerca de 30% do total de candidaturas. Este limite mínimo de 30% está resguardado pela Lei nº 9.504/97, a chamada Lei das Eleições, que determina que cada
partido ou coligação preencha o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Já existe uma lei garantindo espaço para as candidaturas femininas. E as mulheres representam a maioria dos eleitores. Se elas são apenas 15% dos membros do Congresso, isso não se deve à falta de candidatas, mas às preferências das mulheres que votam: as mulheres elegem 85% dos seus representantes políticos entre os homens. Isso não decorre exatamente da “misoginia tóxica da comunidade machista branca opressora”. É muito mais uma decorrência da escolha das mulheres livres por quem elas irão votar a cada eleição e de uma praga chamada Coeficiente Eleitoral. As Falácias de Causa Única também podem vir disfarçadas de preocupação ambiental, como no seguinte raciocínio torto: Ah, quando o Bolsonaro assumiu, ocorreram queimadas na Amazônia. Por causa do Bolsonaro, a floresta está sendo destruída! Por mais absurdo que possa parecer, passamos recentemente por esta histeria, quando o silogismo esquerdista convenientemente descartou as ocorrências de queimadas sazonais, o período de seca e as aferições que mostravam que as áreas de incêndio estavam até um pouco abaixo da média da série história. Todas estas evidências foram jogadas no lixo em nome de uma narrativa de Causa-Efeito que mostrasse, acima de qualquer dúvida, que o Presidente eleito Jair Bolsonaro estava navegando pela bacia Amazônica armado com um lança-chamas e queimando girafas e elefantes nativos da região. Uma Falácia de Causa Única para ninguém botar defeito. Não demora, irão acusá-lo também de espalhar óleo nas praias do nordeste, do calor do sol, do frio do inverno, da chuva molhada, do fim dos dinossauros e da Extinção do Permiano. Nas mãos da esquerda, as adaptações do enredo da Falácia da Causa Única ultrapassam com facilidade os limites de qualquer surto esquizofrênico. Jamais se surpreenda com isso.
5.2. ASSOCIAÇÃO REMOTA A Falácia da Associação Remota compara similaridades entre eventos completamente distintos tentando fundamentar uma conclusão “lógica”. Por exemplo: você joga uma moeda 10 vezes e ela cai 10 vezes com a “cara” para cima. Na 11ª primeira vez, ela dá “coroa”. Você então produz um raciocínio prevendo que as próximas 9 vezes serão coroa também. Afinal, deve haver um “equilíbrio” entre as probabilidades... É um fato que passado, presente e futuro possuem relações de causa-efeito, mas apenas raramente somos capazes entender todas as causas e de prever com exatidão todos os efeitos. Um bom exemplo de Associação Remota é a frase clássica: O galo sempre canta antes do nascer do Sol. Logo, o sol nasce porque o galo canta. A Falácia da Associação Remota também aparece em alegações do tipo: Pílula anticoncepcional engorda. Os efeitos colaterais mais comuns da pílula anticoncepcional incluem menstruações fora de hora, mamas doloridas, náuseas e dores de cabeça. Em algumas poucas mulheres, a pílula pode resultar em um pequeno ganho de peso devido retenção de líquidos. Todavia, dezenas de estudos científicos de boa qualidade realizados nos últimos 50 anos não encontraram qualquer evidência de que a pílula cause ganhe ponderal na maioria das usuárias. Naqueles raros casos em que ocorre, o ganho de peso é irrisório, mínimo e temporário, desaparecendo em 2 a 3 meses. O mais provável é que o início do uso da pílula contraceptiva também marque o início de algumas mudanças de estilo de vida, maior independência na escolha dos alimentos, e hábitos mais sedentários. A causa do ganho de peso estaria aí, não na pílula. Se pílula engordasse, deveríamos levar pílulas para as crianças famintas na África, e não comida.
Outras duas Falácias de Associação Remota comuns incluem declarações como: Ah, antigamente não havia tanto câncer. Com a industrialização, a incidência de câncer aumentou no mundo todo. O aumento dos casos de câncer foi causado pela industrialização. Ah, antigamente, não existiam tantos casos de autismo. Depois que as crianças passaram a ser vacinadas, os casos de autismo explodiram. As vacinas causam autismo! Quanto à epidemia de câncer no mundo moderno: será que o câncer é uma doença exclusiva das sociedades pós-industriais ou antigamente as pessoas simplesmente morriam de câncer, mas não havia recursos tecnológicos e acesso a atendimentos médicos suficientes para determinar o diagnóstico corretamente? Talvez a Industrialização não tenha exatamente detonado sua saúde, mas tenha melhorado a eficiência da medicina e facilitado o acesso a recursos que permitem diagnósticos mais precisos: hoje, somos 7 vezes mais populosos e vivemos em média 20 anos a mais que nossos avós. Deve ser porque o câncer tá matando todo mundo, né? Quanto à associação entre autismo e vacinas: a Vacina Tríplice Viral é feita com vírus vivos atenuados de sarampo, rubéola e caxumba. Para ser considerado protegido, é preciso tomar duas doses na vida, com intervalo mínimo de um mês entre uma e outra. No Brasil, a primeira dose de vacina tríplice é aplicada a partir dos 6 meses de idade, e a segunda dose é dada entre 1 e 2 anos de idade. Pois bem: Em 1998 um médico britânico, Andrew Wakefield, publicou um pequeno estudo na revista The Lancet envolvendo 12 pacientes, sugerindo uma associação entre o autismo e a vacina tríplice viral. Após a publicação do trabalho Wakefield, se seguiu uma onda de pânico que levou muitos pais a deixarem de vacinar seus filhos. Como resultado, epidemias de sarampo começaram a pipocar pelo mundo.
Com o pânico e desordem instalados, vários investigadores tentaram confirmar a ligação entre a tríplice viral e os casos de autismo, mas nenhum teve sucesso. O estudo de Wakefield acabou por se revelar nada mais do que uma fraude, e foi retirado do ar no site da revista onde foi publicado. Mais tarde se descobriu que Wakefield tinha recebido dinheiro para provar a ligação entre o autismo e a vacina tríplice: ele havia desenvolvido uma vacina concorrente e esperava estourar nas vendas caso conseguisse abalar a confiança de todo mundo na segurança da vacina tradicional. Infelizmente, a notícia da fraude de Wakefield não teve tanta repercussão, e o estrago estava feito. Por causa de uma fraude e de paranoias irracionais, muitas vidas foram e continuam a ser colocadas em risco. Quanto ao médico estelionatário Wakefield, ele se mudou para os EUA, onde tem uma excelente qualidade de vida patrocinada por celebridades, além de ser visto como um mártir do movimento anti-vacinação. Outros exemplos de Falácia Causa-Efeito do tipo Associação Remota incluem coisas do tipo: "(a candidatura Bolsonaro) abriu espaço para o assassinato do querido mestre de capoeira Moa do Catendê, o estupro a outra universitária que usava o adesivo ELE NÃO e outros mais de 50 casos de violência relacionados a apoiadores dele. A violência chegou junto com intolerância, preconceito e discriminação” – Daniela Mercury, Jornal El País, outubro de 2018. “Apoiadores de Bolsonaro realizaram pelo menos 50 ataques em todo o país” – Portal Agência Pública, outubro de 2018. Sim, tudo isso foi ordenado por quem desejava ver o Bolsonaro eleito, né? Nada a ver com os terroristas da esquerda que assaltaram, sequestraram e torturaram pessoas durante
décadas em diversos países para fazer valer sua ideologia genocida... Faz bastante sentido pessoas que querem ver um candidato eleito se comportarem dessa maneira para conquistar votos a favor do mesmo candidato, realmente. Pode falar “tá serto” de novo? Então “tá serto”. 5.3. A FALÁCIA DA GENERALIZAÇÃO A Falácia da Generalização propõe que ocorrências heterogêneas e aleatórias podem ser agrupadas por meio da trivialização de crenças. Ela poderia ser considerada um cruzamento da Falácia da Causa Única e da Falácia da Associação Remota. Veja alguns exemplos: Pessoas que usam óculos são mais inteligentes. Negros são melhores no atletismo. Mulheres não sabem dirigir. Ricos são esnobes. Matemática é troço complicado. Perder peso é difícil. O amor supera tudo, etc. A Falácia da Generalização também pode ser encontrada em nomes de seriados famosos na TV (Todo mundo odeia o Chris), em lendas urbanas (Lei de Murphy), e em discursos que abusam de termos como feminismo, machismo, fascismo, racismo, opressão, discriminação, preconceito, empoderamento, desigualdade social, certeza, global, sempre, nunca, tudo, todos, “em prol da paz” e “nunca antes na história desse país”... Como
essas expressões podem se referir a quase qualquer coisa, elas se referem especificamente a mais ou menos quase nada. Outros exemplos de falácia da generalização incluem manchetes e notícias como: “Bolsonaro não é nome certo para o segundo turno” – Carta Capital, 14 de setembro de 2018. “O governo de Bolsonaro tem tudo para ser uma catástrofe para o meio ambiente” – Portal Vice, 24 de outubro de 2018. “Governo Bolsonaro é definido como catástrofe global” – Blog da Cidadania, 02 de janeiro de 2019. “Bolsonaro sempre sinalizou que afrouxaria preservação ambiental” – Folha de São Paulo, setembro de 2019. “Governo Bolsonaro é o mais entreguista da nossa história” – Blog da Cidadania, 10 de outubro de 2019. A Falácia da Generalização é sedutora como retórica, mas não passa de mais uma distração para corromper a Lógica, eliminando a obrigação de investigar os dados relevantes. Infelizmente, devido à natureza de nossas interações e à urgência que temos por aceitação, nos tornamos tornaram mestres em generalizar tudo, o tempo todo. E isto é, em si, uma generalização. 5.4. LÓGICA CIRCULAR Sem dúvida alguma, a Lógica Circular é a forma mais divertida de Falácia de Causa-Efeito. Basicamente, a Falácia da Lógica Circular se apresenta com argumentos do tipo: “A é verdadeiro porque B é verdadeiro; e B é verdadeiro por que A é
verdadeiro”. Ou seja: uma conclusão deriva de uma premissa que deriva da... conclusão! Nesta Falácia, o enganador pode dizer coisas como: O direito de recusar uma revista policial só interessa para pessoas com algo para esconder, porque apenas pessoas com algo para esconder se recusam a ser revistadas pela polícia. De acordo com minha mente, minha mente é confiável e infalível. O socialismo é bom porque os socialistas dizem que ele é justo, e eu sei que ele é justo porque os socialistas dizem que ele é bom. Marx estava certo, por isso você não deve duvidar do comunismo. O Aborto deveria ser legalizado, pois as mulheres devem ter o direito de abortar. Você não deve reagir a uma agressão, porque pessoas que reagem são agredidas. É lógico que o porte de armas deve ser proibido! Afinal de contas, portar armas é contra a lei! Apenas alguém com problemas mentais tentaria matar outra pessoa, então qualquer pessoa que mate outra automaticamente pode ser considerada um doente mental. E por aí vai. Quando alguém apresenta um argumento que apenas repete o que foi pressuposto, esta pessoa não está chegando a qualquer
conclusão. Ela está apenas utilizando sua própria conclusão como premissa. Isso é no mínimo desonesto. A Falácia da Lógica Circular, também chamada de petitio principii (ou “petição de princípio”), não passa de uma atitude presunçosa disfarçada de argumento. Não caia nessa e denuncie esse truque todas as vezes em que esbarrar com ele. 6. AS FALÁCIAS DEDUTIVAS As Falácias Dedutivas são uma mistura de Falácias de Generalização com Falácias do Testemunho, mas apresentam características um pouco mais elaboradas que uma simples generalização, e sem um apelo tão abertamente pessoal como as falácias de testemunho. As Falácias Dedutivas podem ser divididas em 4 tipos principais: Conclusões Precipitadas, Divisão-Composição, Relativismo e Destino Vamos a elas: 6.1. CONCLUSÕES PRECIPITADAS Na Falácia da Conclusão Precipitada, o argumentador projeta em você ou na plateia o modo como ele mesmo se sente em relação ao tema levantado. Os julgamentos de valor são apresentados como se fossem propriedades inerentes de um determinado objeto ou assunto, e não percepções pessoais do próprio argumentador. Uma pergunta típica dessa Falácia pode ser exemplificada por: Por que você acha que o governo esconde a verdade sobre a presença de extraterrestres no nosso planeta? Perceba que, neste caso, o argumentador está assumindo que (a) existem provas irrefutáveis sobre a presença alienígenas, (b) que o governo sabe disso, e (c) que ele tem se dado nó em pingo d´água para ocultar o fato. Ele simplesmente pula as etapas para
provar que (a), (b) ou (c) são verdadeiros, oferecendo uma dedução antecipada sobre o fato e ainda a joga no seu colo, para que você explique por que você pensa daquela forma. Uma maneira bastante simples para detectar a Falácia da Conclusão Precipitada é prestar atenção em frases, colocações e perguntas que começam com alegações como: Isso é o mesmo que afirmar que... Então você está falando que... O que eu percebo é que você está tentando dizer que... De acordo com seu ponto de vista, isso significa que..., etc. Na mídia, a Falácia da Conclusão Precipitada costuma ser apresentada de maneira sorrateira: “Se Bolsonaro ganhar, estaríamos entrando em um período de escuridão que teria consequências não só para o Brasil. Seria a vitória do preconceito e da intolerância” – Walter Salles, cineasta. Jornal El País, outubro de 2018. “Se Jair Bolsonaro vencer o segundo turno das eleições será uma fissura profunda em nossa sociedade, no país e no mundo” – Alice Braga, atriz. Jornal El País, outubro de 2018. "Bolsonaro colocará em risco a democracia" – Financial Times, outubro de 2018. "Reforma da Previdência vai privilegiar bancos e prejudicar mulheres" – Portal da CUT, março de 2019. “Para Maia, Governo Bolsonaro é deserto de ideias” – Revista Exame, 23 de março de 2019.
Percebe como as conclusões dos argumentos tentam se exibir como uma deduções aparentemente “lógicas, isentas e abnegadas”? Mas a Conclusão Precipitada não é nada lógica. Muito menos isenta ou altruísta. Ela é um engodo. Se o argumentador estivesse realmente interessado em sua opinião sobre o tema, ele não sairia tirando as próprias conclusões e rotulando-as como se fossem suas, e não dele como de fato são. Se ele estivesse honestamente em busca da Verdade sobre o que você entende ou deduz acerca de um assunto, ele simplesmente perguntaria, sem papas na língua: “E o que você pensa sobre isso?”. 6.2. DIVISÃO-COMPOSIÇÃO Na Falácia da Divisão, o argumentador presume que as características de um grupo podem ser automaticamente divididas entre todos as pessoas individuais daquele grupo. A Falácia da Composição é o inverso da Divisão: o argumentador presume que as características de uma pessoa individual podem ser aplicadas ao conjunto (composição) de todas as pessoas daquele grupo: Por exemplo, ele poderá dizer: Pessoas que são contra o aborto são completamente intolerantes e preconceituosas, e se você é contra o aborto, então você é um desses. (Divisão) Pessoas que são a favor da liberação de armas são violentas, e se você é favor das armas, então você é um desses. (Divisão) Eu tenho um amigo de Direita que é homofóbico. Mas é assim mesmo: todo mundo de Direita odeia gays. (Composição)
Conheço um sujeito que votou no Bolsonaro que é um grosso ignorante. Mas é assim mesmo: todo mundo que votou no Bolsonaro é desse jeito. (Composição) Na mídia, a esquerda costuma explorar a Falácia da Divisão-Composição publicando manchetes doutrinárias como: “Eleitor de Bolsonaro agride ex-reitor em biblioteca” – Revista Fórum, outubro de 2018. “Eleitores de Bolsonaro atacam mulher transexual” – Jornal GGN, outubro de 2018. “Eleitor de Bolsonaro ameaça jovem com arma de fogo após marcar encontro no Grindr” – Portal UOL, outubro de 2018. “Eleitores de Bolsonaro são suspeitos de agressões no Recife” – Portal Folha de Pernambuco, outubro de 2018. “Manifestantes de extrema direita ameaçam e agridem imigrantes” – Jornal Esquerda Diário, outubro de 2018. “Miliciano acusado de matar Marielle é apoiador de Bolsonaro; outro acusado mora no mesmo condomínio do presidente” – Portal Politika, 12 março de 2019. “Militar da Aeronáutica que dava apoio à comitiva de Bolsonaro foi preso na Espanha com drogas” – O Globo, 26 de junho de 2019. “Suposto hacker preso pela PF é apoiador Bolsonaro” – Brasil 247, 25 de julho de 2019.
de
Percebe como em todos estes casos a intenção é transmitir a característica de um grupo para a pessoa ou de uma pessoa para
um grupo? E é assim que a Falácia da Divisão-Composição funciona. 6.3. RELATIVISMO A Falácia do Relativismo parte da dedução de que não existe uma verdade absoluta, e de que todas as CERTEZAS que nós dizemos existir devem ser sempre abordadas levando-se em consideração o contexto, a cultura, as equivalências improváveis, as emoções particulares, etc. “Ah, isso pode ser verdade para você, mas não é para mim”, dizem os relativistas. Ao que eles costumam completar: “Não sou petista, mas o governo do PT não foi tão ruim assim: podia ser pior”. Se esse tipo de Relativismo Moral estivesse correto, deveríamos perdoar a ladroagem do petismo devido à existência de problemas maiores ou mais importantes que isso. Quais seriam exatamente esses problemas é um segredo nunca revelado. Os esquerdistas são craques em utilizar o Relativismo para retirar o foco do assunto principal sendo debatido. Por meio deste recursos, eles tentam equivaler a autodefesa a um crime. Eles equivalem roubos e assaltos a uma “apropriação socialmente justificável”. E equivalem o criminoso a uma vítima da sociedade No mundo das falácias esquerdistas, tudo pode ser relativo. Entretanto, existe outro grupo que tem empregado bastante a Falácia do Relativismo Moral e da indignação seletiva: o grupo dos Isentões. Quando dois argumentos são opostos, os isentões assumem que a resposta deve estar em algum lugar entre os dois. Para eles, entre o crime e a honestidade, deve haver um meio termo negociável. Entre o Certo e o Errado, deve haver um ponto onde podemos equilibrar ambos. Segundo os Isentões, no ônibus da Direita e da Esquerda, existe um lugar que não está nem à Direita, nem à Esquerda. Como isso é possível, eu não sei. E acho que nem eles sabem. Utilizando o Relativismo, os isentões se
sentem à vontade para criticar tudo, ao mesmo tempo em que se acham imunes a qualquer crítica. Eles gostam dizer coisas como: Ah, você fala isso porque é de Direita... Ah, você fala isso porque é de Esquerda... E acham mesmo que uma Guerra Cultural é relativa, e que é possível estar dos dois lados do combate estando em lado algum. No final, a lacrosfera dos Isentões utiliza o Relativismo para mirar sua artilharia apenas no que é cômodo. O partido deles é se achar uma ideologia acima das ideologias, um partido imune ao tabuleiro do partidarismo. Eles são as virgens na casa de meretrício, as crianças de mãozinhas limpas brincando na lama. Eles são uns palhaços ou apenas covardes. Ou ambos. Algumas manchetes exemplificam bem o tipo de estratégia de Falácia do Relativismo dos Isentões. Veja só: “Por mais pecados que o PT tenha cometido em 13 anos, e não são poucos, o fato de ter dado foco aos desvalidos o redime” – Coluna de Paulo Nogueira no Portal O Diário do Centro do Mundo, em 13 de dezembro de 2015. “Sou a favor do porte de arma, mas não faz sentido a pessoa comprar um fuzil e uma metralhadora, como nos Estados Unidos” – João Amoedo, em entrevista ao jornal El País, 24 de abril de 2018. Sob a ameaça de ver a esquerda de volta ao poder nas eleições presidenciais de 2018, o presidente do partido Novo, Moisés Jardim, disse o seguinte: “Não deixamos de nos posicionar contra o PT por entender que temos programas antagônicos. Mas não é nosso papel apoiar outro candidato agora” – Jornal O Antagonista, 15 de outubro de 2018.
Ué... Você é contra o PT, mas não se posiciona abertamente contra ele? Dá pra ser contra sem ser contra? Um caso clássico de Falácia do Relativismo. “O presidente Bolsonaro atua em várias frentes e dá muita ênfase a assuntos que não são prioritários. Muitas vezes há ataques às instituições, como vimos com relação à imprensa, ao Supremo Tribunal Federal, aos partidos, e ao Congresso” – João Amoêdo, em entrevista ao jornal O Antagonista, 13 de outubro de 2019. É preciso governar o país com Honestidade e sabendo estabelecer prioridades, mas não é honesto nem prioritário denunciar os incessantes ataques da imprensa, os desmandos dos ministros do STF, as traições partidárias e os esquemas de corrupção no Congresso. Honestidade e Prioridades são relativos. Relativos a quê? Ao que é conveniente? Então o comportamento Ético deve ser negociado para diminuir o número de frentes em que seu Caráter se posiciona em nome do que é Bom e Correto? Isso não é ser Digno ou Virtuoso. É apenas ser mais um Relativista. Os isentões são assim. Não compre essa Fanta como sendo Coca-Cola. 6.4. DESTINO A Falácia do Destino presume que tudo ocorre por um motivo, ainda que este motivo seja misterioso. Esse tipo de Falácia também faz com que divulguemos um pequeno número de sucessos de um determinado processo sem prestar atenção ao imenso número de insucessos daquele mesmo processo: você está pensando em um amigo, e seu amigo liga no seu telefone. Você concluiu que forças misteriosas do destino promoveram uma conexão mágica entre seu pensamento e a realidade. A Esquerda utiliza a Falácia do Destino para fazer apelações salvacionistas para suas argumentações, como por exemplo:
“Para Hugo Chávez, construir o caminho venezuelano ao socialismo é o único caminho à redenção e à salvação da pátria” – G1, 10 de janeiro de 2007. “Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, compara Hugo Chávez a Jesus” – Portal Gospel Mais, 6 de agosto de 2013. “Presidente do PT de Mato Grosso do Sul MS acredita que ‘Lula ministro’ é a salvação do governo petista” – Portal Midiamax, 16 de março de 2016. “Dizendo-se perseguido, Lula afirma que não chegou à presidência sem o dedo de Deus” – Portal Notícias Gospel, 04 de setembro de 2017. “Vitória de Haddad seria a salvação democrática nacional” – declaração do filósofo Marcos Nobre, em reportagem da Revista Forum, em 18 de outubro de 2018. “Haddad diz que sua campanha se baseia na Bíblia” – Portal Gospel Prime, 25 de outubro de 2018. “Eu sou um trabalhador como Jesus Cristo” – Nicolás Maduro, em reunião com oficiais militares na Venezuela, 3 de fevereiro de 2019. É curioso como progressistas, socialistas e comunistas gostam de apelar para Deus e Cristo em suas falas, ainda que desde Stálin venham trabalhando pelo extermínio da fé e das religiões, causando dezenas e dezenas de milhões de mortes e sendo responsáveis por atrocidades absurdas ao longo do século XX e do século XXI. Mesmo fazendo tudo isto, os esquerdistas se acham os Escolhidos, os apontados por Deus para conduzir a humanidade ao paraíso na Terra. E enquanto espalham suas Falácias do Destino, vão causando nada além de miséria, fome, sofrimento, dor e mortes.
7. AS FALÁCIAS DE MANIPULAÇÃO DE CONTEÚDO O modo de funcionamento destas Falácias está no seu próprio nome: o argumentador manipula sua alegação de maneira a construir um beco sem saída – que não tem nada de beco, e muito menos é sem saída. Não passa de mais uma estratégia de desatenção, para impedir que o debate se desenvolva de maneira lógica sobre o tema principal. As Falácias de Manipulação de Conteúdo se dividem em 5 tipos principais: Revisão Infinita, Amostragem, Falso Dilema, Impossibilidade de Prova e Mentira Insistente. Vamos a elas: 7.1. REVISÃO INFINITA O mecanismo da Falácia da Revisão Infinita é bem simples: o sujeito introduz um argumento e na sequência coloca um MAS ou um PORÉM para conduzir o argumento a alguma alegação que o invalide. O grande lance aqui é a possibilidade de levar a argumentação a uma regressão infinita de MAS e PORÉMS: Bolsonaro se esforça, MAS não atinge 20% das metas prometidas. Ao invés de se concentrar no que foi feito, o argumentador aqui salienta o que não foi feito. Porém, vivemos em um país imenso, o 5º mais populoso do mundo, e o 6º maior do mundo em área territorial e economia. SEMPRE haverá algo para ser fazer. Se você for expressar seu argumento fundamentando-se sobre o que não foi feito, entrará em uma regressão infinita de alegações que se estenderá até o fim dos tempos. É uma maneira bem fácil de nunca reconhecer os méritos de alguém. Bolsonaro pode ter sido eleito democraticamente, MAS é um dos populistas mais fascistas que eu conheço!
Será que o sujeito sabe o que é fascismo? Será que ele sabe quem falou “Tudo no Estado, nada contra o Estado, e nada fora do Estado”? Quem falou isso foi o esquerdista sociopata Benito Mussolini. Sob a ditadura fascista de Mussolini, que se estendeu de 1922 a 1943, a Itália se tornou um regime com fortíssima repressão militar e imenso controle do Estado sobre a Economia. Em 1935, o Duce invadiu a Abissínia (atual Etiópia), executando mais de 30 mil pessoas. Apoiador de Hitler, deportou mais de 7 mil judeus italianos para os campos de concentração na Alemanha aproximadamente 6 mil destes morreram. A participação da Itália como uma das potências do Eixo na Segunda Guerra mundial resultou na morte de mais de 400 mil italianos durante o conflito. Se Bolsonaro é um fascista, por que estreitou alianças com Israel? Por que alguém que defende “Tudo no Estado e nada fora do Estado” colocaria um sujeito como o Paulo Guedes no Ministério da Economia? Se Bolsonaro é um fascista que deseja “nada contra o Estado”, por que ele tem lutado para garantir ao cidadão de bem a posse de armas? Quem quer “nada contra o Estado” lá vai querer uma população armada? Desarmamento é coisa de Socialista e Comunista: os esquerdistas precisam deixar o cidadão vulnerável, precisam criar dificuldades para vender facilidades. Bolsonaro criou o ministério da Família e Direitos Humanos, MAS é um machista que vive ofendendo as mulheres! É, a geração bisnaguinha da Esquerda não sabe viver sem um mimimi. Praticamente qualquer coisa que você disser pode ser torcida pela Falácia da Revisão Infinita para parecer que está ofendendo alguém de alguma maneira. Você elogia os altos, MAS porque odeia os baixinhos.
Você gosta de futebol, MAS porque não conhece o hóquei no gelo. Se Bolsonaro escolhe café ao invés de suco de laranja, é acusado de querer acabar com a indústria agrícola de laranja no Brasil. Se ele pega uma panqueca e não coloca mel em cima, é porque tem ódio dos apicultores. A Revisão Infinita sempre dá um jeito de desdobrar sua fala em algo que não está exatamente relacionado ao tema principal sendo debatido, conduzido a discussão para uma segunda pauta desmerecendo o argumento principal. 7.2. AMOSTRAGEM A Falácia da Amostragem consiste em estabelecer um argumento a partir da seleção cuidadosa apenas das evidências que suportem aquela alegação. Em muitos casos, se parece muito com uma Falácia Dedutiva do tipo Composição: o “erro” da amostragem está associado à variabilidade da amostra: ao estudar apenas uma amostra de um todo, assume-se que a amostra representa com confiança o todo. Também podemos dizer que a Falácia de Amostragem se assemelha a uma Falácia de Associação Remota, pois produz associações distorcidas relacionando variáveis malucas. Um bom exemplo de Falácia de Amostragem está nas embalagens de morango: os morangos de cima da caixa parecem bons, então você conclui, por meio desta amostra, que a caixa inteira deve estar boa. Quando você chega em casa, descobre que os morangos podres estavam escondidos no fundo... Eu não vou cortar o açúcar da dieta: meu avô comeu açúcar a vida inteira e morreu com mais de 90 anos de idade.
E desde quando seu avô, uma única pessoa com características e hábitos bem peculiares, pode ser considerado ele apenas uma amostragem confiável da população geral? A Esquerda utiliza a Falácia da Amostragem direto. Por exemplo: eles citam que uma das provas de que o socialismo funciona é o fato de Cuba ter um dos melhores sistemas de saúde do mundo. A primeira coisa a ser observada aqui é que ter um bom sistema de saúde não é uma amostra suficiente de que o sistema político é bom e próspero em seu todo. Você pode ter a melhor educação do mundo e viver em um país sem liberdade de expressão, sem liberdade pessoal e sem direito à propriedade privada. Pegar a educação como “amostragem” das benesses daquele regime é uma desonestidade para com o sofrimento das pessoas que vivem sob uma tirania. A segunda coisa a ser observada é que Cuba não possui um dos melhores sistemas de saúde do mundo. Em 2018, um estudo excelente e detalhado publicado na revista The Lancet, utilizando dados de diversas fontes, incluindo da Organização Mundial de Saúde, listou 195 nações segundo a qualidade de seus sistemas de saúde. As 10 primeiras posições foram ocupadas por: França, Itália, San Marino, Andorra, Malta, Singapura, Espanha, Oman, Áustria e Japão. Cuba aparece apenas na posição 35. O Brasil ocupa a posição 125 Outros exemplos de Falácia da Amostragem incluem manchetes esquerdistas como coisas como: “Haddad tem 99,4% de chances de ser o novo presidente, diz matemático da USP” – Revista Forum, 26 de setembro de 2018. “Bolsonaro perde de Haddad por 45% a 39% no 2º turno, diz Datafolha” – Revista Veja, 10 de outubro de 2018. “Se eleição fosse hoje, Haddad venceria Bolsonaro, diz Datafolha” – Revista Veja, 2 de setembro de 2019.
Em 2014, O Datafolha errou 63% por cento das previsões de intenção de votos válidos para cargos executivos envolvendo os principais candidatos no primeiro turno. Nas eleições municipais de 2016 em São Paulo, as pesquisas de intenção de voto sempre trouxeram Paulo Skaf (MDB) entre os dois primeiros colocados, mas o candidato acabou fora da disputa. O candidato a prefeito João Doria (PSDB) tinha 38% das intenções de voto em pesquisa Datafolha divulgada no dia anterior à votação. O tucano, no entanto, foi eleito ainda no primeiro turno, com 53% dos votos válidos. Nas eleições presidenciais de 2018, segundo o Ibope, Bolsonaro tinha 36% dos votos e Haddad aparecia com 22%. Mas o que se viu na apuração das urnas foi Bolsonaro com 46% e Haddad com 29% dos votos. Mesmo considerando todas as margens de erros possíveis, a única conclusão sensata (garantindo-se uma improvável presunção de inocência...) é que estes institutos, matemáticos e estatísticos estão sofrendo com um caso grave de Falácia da Amostragem. 7.3. FALSO DILEMA Na Falácia do Falso Dilema, o conteúdo é manipulado para parecer que só existem duas opções em um determinado argumento. Particularmente, considero o mundo binário, sim. Até se você questionar dizendo que o mundo não é binário, você está realizando um raciocínio binário: ou o mundo é binário ou não é. Então, as coisas são isso ou aquilo. Ah, mas existe o centro... Não, meu amigo. O Centro não existe. O centro é um armário onde os medíocres se escondem para não arcar com os custos da responsabilidade de emitir uma opinião clara e direta.
Até mesmo o equilíbrio é um sistema binário, onde algo cai para um lado e então para o outro, parecendo estar estático. Basta um ventinho ou uma balançada, e o “equilíbrio” se desfaz. Se desfaz porque ele nunca houve: o que havia era uma dinâmica incrível alternando um estado de desequilíbrio com um estado de equilíbrio. Ou seja: binarismo novamente. Porém, na falácia do Falso Dilema, o esquema binário é apresentando como uma maneira de fechar o argumento fora de si mesmo. Como sempre, não se trata de uma busca pela Verdade, para diferenciar o que é bom do que é ruim. A Falácia do Falso Dilema é uma distração, um engodo para limitar seu raciocínio dentro de duas opções simplistas que não são necessariamente condicionantes uma da outra. Um bom exemplo da Falácia do Falso Dilema propagado pela mídia esquerdista pode ser visto na afirmação: “Ainda prefiro acreditar numa vitória de Fernando Haddad. A outra hipótese seria um desastre para o Brasil e uma vergonha para os brasileiros” – Chico Buarque, Jornal El País, outubro de 2018. Outro exemplo: em um debate, o sujeito pode dizer Ou o governo faz um contingenciamento da educação, ou ele melhora a qualidade da educação. Mas quem disse que mais dinheiro compra melhor educação? Conheço centenas de pessoas alfabetizadas que não leem um livro inteiro há vários anos. Ah, mas livro é caro... Certo. Alguns livros são. Mas eu já cheguei a distribuir gratuitamente alguns livros em formato eletrônico para elas. E elas continuaram sem ler. A boa educação não é uma questão de dinheiro, unicamente. Ela é muito mais uma questão de Interesse e Disciplina.
Outro exemplo de Falso Dilema: Ou o governo faz um contingenciamento da educação, ou ele melhora a qualidade do ensino. Neste caso, uma coisa parece necessariamente condicionar outra, ao mesmo tempo em que elimina da equação a parte mais fundamental: o interesse do sujeito em adquirir conhecimento. Sem o interesse do sujeito, meu amigo, você pode investir 1 trilhão em boas escolas e vai tudo continuar a mesma porcaria. Outros argumentos no estilo da Falácia do Falso Dilema incluem afirmações como: Ou você é contra a violência ou você é a favor do porte de armas. Se você defende as armas, então você é a favor da violência. O problema não está em ter mais armas, mas em termos mais armas nas mãos de bandidos enquanto os cidadãos de bem estão desarmados. Sou a favor das armas e contra a violência, porque quero justamente equacionar essa situação, dando ao cidadão de bem o direito de se defender em pé de igualdade. Se você é contra a política cotas nas universidades, então você é um burguês preconceituoso que deseja que os pobres continuem pobres. Para começo de conversa, um Conservador não é a favor da pobreza. Um Conservador simplesmente aceita que existem diferenças de habilidades e vontades entre as pessoas e que não cabe ao Estado regulamentar isso. Um Conservador é a favor de que, se um sujeito pobre quiser estudar e enriquecer, ele não deve ser privado disso ou encontrar obstáculos burocráticos institucionalizados impedindo seu progresso. Mas não é papel do estado empurrar o camarada para frente. Ele vai se ele quiser.
Além disso, a política de cotas viola o próprio artigo 5º da constituição federal brasileira, que diz que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Quando criamos uma distinção para retirar o espaço de um grupo e facilitar o acesso de outro grupo aos estudos, não estamos estabelecendo um Direito constitucional, mas instituindo um Privilégio imoral que viola o princípio da “igualdade perante a lei”. No mundo das Falácias Esquerdistas, o Falso Dilema mostra bem que, para os socialistas, todas as pessoas são iguais, mas algumas são mais iguais que as outras. 7.4. IMPOSSIBILIDADE DE PROVA Na Falácia da Impossibilidade de Prova, o argumentador faz uma afirmação que não pode ser checada se é falsa ou não. Um argumento típico da Falácia da Impossibilidade de Prova consiste em dizer algo como: Você não pode falar que o Comunismo não funciona, porque nunca houve um país comunista no mundo. Em parte, este argumentador está certo. Fundamentalmente falando, nunca houve um país comunista no mundo. O que tivemos foram países que instalaram o socialismo com a desculpa de que este seria um caminho para o comunismo. E, em todas as vezes em que essa maluquice foi tentada, ela produziu os frutos de sempre: escassez, fome, miséria, pobreza e mortes aos milhões. Entretanto, apelar para a impossibilidade de prova não prova coisa alguma exceto que ainda não sabemos de algo. Curiosa e divertidamente, a Falácia da Impossibilidade de prova exibe a peculiaridade de poder ser utilizada nos dois sentidos. Por exemplo, imagine as seguintes premissas: Ninguém jamais provou que extraterrestres EXISTEM, então eles não existem.
E Ninguém jamais provou que extraterrestres NÃO EXISTEM, então eles existem. Quando a mesma estratégia de argumento serve para dizer duas coisas absolutamente opostas, então esta certamente não é uma estratégia confiável. Se você diz que inventou um dispositivo antigravidade, não cabe a mim provar que o dispositivo é impossível: cabe a você apresentar a máquina e mostrar que ela funciona. O ônus de demonstrar que você está certo não compete a ninguém, além de você mesmo. A Falácia da impossibilidade de prova é uma tática infantil para tentar transferir ao outro a responsabilidade de provar que algo é verdadeiro ou não. Se você não é capaz de sustentar suas afirmações, então não deveria sequer mostrá-las aos outros. Evidentemente, este tipo de honestidade e decência não faz parte do Caráter da Esquerda, então você irá encontrar Falácias da Impossibilidade de prova aos montes. Um bom exemplo exagerado da Falácia de Impossibilidade de Prova foi representado pelo teatro dos Ministros do STF no final de 2019: No campo do Direito e da Lei, existe um lema que diz: in dubio, pro reo (em caso de dúvida, aja a favor do réu). Este princípio visa evitar que pessoas inocentes sejam condenadas sem provas. Todavia, ao extrapolar este princípio ao nível do delírio, o STF não aprovou a prisão em 2ª Instância. O que o STF fez foi enfiar goela abaixo da sociedade uma imensa Falácia da Impossibilidade de Prova. Nossa mídia esquerdista costuma utilizar este tipo de Falácia em afirmações como: “Caso Bolsonaro vire presidente, sua gestão deverá reforçar a lógica racista da violência” – Suellen Guariento em sua coluna no portal Folha Uol, 23 de setembro de 2018.
Na época da fala da Sra. Guariento, as eleições ainda não haviam ocorrido, e simplesmente não havia como provar que o racismo e a violência seriam a tônica de um governo sob Bolsonaro. Todavia, Bolsonaro jamais havia sido presidente. Para ser ainda mais sincero, a Direita Conservadora jamais havia ocupado a cadeira de Presidência da República no Brasil. Então como saber como isso iria se desenrolar? Por outro lado, a cadeira da Presidência já foi ocupada pelos criminosos petistas em nosso país, e sabemos bem o desastre que eles implantaram: segundo o IPEA, a taxa anual de homicídios intencionais por 100 mil habitantes em 2002 (início do 1º mandato de Lula) era de 28,5. Em 2017 (segundo mandato da Presidente petista Dilma), alcançamos 31,6 homicídios para cada 100 mil habitantes. Isso significa que, após quase 15 anos de Reinado Petista, chegamos ao recorde de mais de 170 homicídios por dia. Ou algo como a queda de um Airbus A320 cheio, todo dia. Vale lembrar que, no Reinado Petista, a população negra representava 71% das vítimas de homicídio: a taxa de assassinatos entre negros no Reinado Petista chegou a 43,1 por 100 mil pessoas, a mais alta de nossa história. Entre jovens chegou a 69,9 homicídios por 100 mil pessoas. Os indicadores de Racismo e Violência apenas pioraram durante o império do comunopetismo. Isto é um fato. Mas dizer que estes indicadores iriam necessariamente piorar durante o governo do Presidente Jair Bolsonaro não passava de uma Falácia em setembro de 2018: Jair Bolsonaro assumiria a Presidência apenas em janeiro de 2019. Digno de nota é observar que os dados consolidados já nos primeiros 6 meses do governo Bolsonaro mostraram exatamente o oposto do previsto pela Sra. Guariento: quando comparadas as estatísticas de violência entre janeiro e julho de 2019 com os dados do mesmo período em 2018, vimos uma redução de 10% nos casos de estupro; 22% nos casos de homicídio; 22% nos casos de latrocínio, e de 35% nos casos de roubo a instituições financeiras. De um modo geral, os primeiros 6 meses de gestão do Presidente Bolsonaro, a “lógica racista da violência” foi
subvertida como nunca antes. A Falácia da Impossibilidade de Prova da Sra. Guariento foi desmascarada justamente pelas provas! Nada é mais tóxico para as narrativas da Esquerda que a Verdade pura e simples dos fatos. Uma variante da Falácia da Impossibilidade de Prova seria quando o argumentador acha que seu argumento não precisa de comprovação: não que o argumento seja impossível de ser comprovado, mas (segundo o narcisismo do argumentador falacioso) é absolutamente desnecessário oferecer qualquer evidência fundamentando-o além da apresentação do próprio argumento em si – por mais absurdo que o argumento ou essa atitude seja. Este tipo de variante da Falácia da Impossibilidade de Prova é conhecida como Falácia ad lapidem – ou Falácia da Prova Dispensável. Observe alguns exemplos de ad lapidem na mídia: "O golpe (contra a ex-presidente Dilma) é machista e misógino" – Gleisi Hoffman, Portal Rádio Peão Brasil, março de 2018. "Bolsonaro comanda a escalada do desmatamento da Amazônia" – Jornal Água Verde, agosto de 2019. “O governo Bolsonaro não existe” – O Antagonista, 09 de maio de 2019. Neste último caso, eu quase concordo: o governo Bolsonaro parece simplesmente bom demais para ser verdade. Mas, para felicidade de nossa nação, ele existe, sim. E tem produzido frutos preciosíssimos para este país, a despeito dos ataques falaciosos da Esquerda – a mesma Esquerda que disseminou morte, corrupção, racismo, ignorância e miséria durante sua longa e tenebrosa noite comunopetista de quase duas décadas no comando do Brasil.
7.5. MENTIRA INSISTENTE A Falácia da Mentira Insistente vai muito além de um equívoco ou uma tentativa ingênua de enganar: ela é simplesmente uma inverdade de cabo a rabo. E ela não está ali como um equívoco ingênuo ou um mero ato falho: aquele argumento mentiroso está ali com a intenção de ser uma mentira mesmo, na cara dura. Ainda que nenhuma forma de manipulação de conteúdo esteja acima de uma mentira franca, a Falácia da Mentira insistente nem sempre se apresenta às claras. Por exemplo, observe a pergunta: Será que Bolsonaro ainda é um fascista? Esta é uma dissimulação clássica da Falácia da Mentira Insistente, pois a resposta a isso implica, de uma maneira ou outra, que Bolsonaro foi fascista (ou racista, ou machista, ou qualquer-ista) algum dia. Preste atenção ao AINDA na frase: ele está ali para imprimir um caráter de “verdade” a algo que não passa de uma mentira descarada. A mídia esquerdista usa e abusa da Falácia da Mentira insistente. Observe mais alguns exemplos: “Bolsonaro 'jamais terá base' para vencer eleição” – BBC Brasil, 2 de maio de 2017. “Bolsonaro não tem chances em 2018” – Jornal GGN, 5 de maio de 2017. "Lula defende-se de cabeça erguida, com a clareza de sua inocência" – Portal Rádio Peão Brasil, março de 2018. “Bolsonaro bateu no teto e não tem força para se eleger” – Gazeta do Povo, 16 de junho de 2018.
"Até Paulo Guedes reconhece que Lula é inocente, contrariando Moro e Bolsonaro" – Portal Central dos Trabalhadores do Brasil, abril de 2019. "Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, prefere “proteger o desenvolvimento” ao invés de proteger o meio ambiente" – Jornal Nacional, julho de 2019. "Bolsonaro vai montando a sua ditadura" – Revista IstoÉ, setembro de 2019. "Cuba diz que Bolsonaro delira e anseia pela ditadura militar" – Revista Veja, setembro de 2019. “Nunca fui bolsonarista, diz João Doria” – Estadão, 3 de outubro de 2019. No segundo semestre de 2019, a rede globolixo se envolveu em uma narrativa absolutamente mentirosa, tentando incriminar o presidente Bolsonaro no trágico assassinato da vereadora carioca Marielle. Mais um exemplo inquestionável de Falácia da Mentira Insistente. Mentir está na natureza do caráter da Esquerda. Foi assim no comunismo, foi assim nazismo, é assim no petismo brasileiro e em todos seus herdeiros ideológicos. 8. AS FALÁCIAS DE ATAQUE Por motivos óbvios, as Falácias de Ataque dispensam uma apresentação conceitual. Basta dizer que as Falácias de Ataque de se dividem em 2 tipos principais Desrespeito e Espantalho. Vamos a elas: 8.1. DESRESPEITO
A Falácia do Desrespeito, que os eruditos chamam de Falácia Ad Hominem, é a Falácia de Ataque mais simples e comum: quando o argumentador se vê frente a frente com uma alegação que ele discorda ou não tem como refutar, sua reação é atacar o portador da mensagem, não a mensagem em si. É o famoso “se você não gosta da carta, atire no carteiro”. Ao invés de argumentar de maneira lógica, utilizando fatos e evidências em busca da verdade, o sujeito simplesmente opta por jogar pedras no outro, tentando fazê-lo parecer ridículo por causa de características pessoais, currículo, status socioeconômico ou qualquer coisa que sirva. A intenção não é abordar o argumento, mas desconstruir o outro. Por exemplo: um amigo seu está bem obeso e você recomenda a ele que faça uma dieta e atividades físicas regularmente para perder peso. Então ele lhe responde: “Mas olha quem fala!, logo você com essa barriga de chope aí” Bem, isso é uma falácia ad hominem. A Falácia ad hominem é utilizar insultos como se insultos fossem evidências suficientes para fundamentar uma conclusão. Bolsonaro fascista! Bolsonaro homofóbico! Ah, o Escritório do ódio! Na mídia esquerdista, você já deve ter se deparado com vários exemplos de Falácia Ad Hominem. Caso não tenha prestado atenção, vou lhe mostrara alguns: "Bolsonaro diz e representa tudo o que abomino e de que discordo" – Caetano Veloso, Jornal El País, outubro de 2018. “Bolsonaro e filhos 'não têm mais nenhuma autoridade' para falar de corrupção, diz José Dirceu” – BBC News, 12 de dezembro de 2018.
"País é Governado por um bandido, afirma Gleisi Hoffmann" – Brasil de Fato em julho de 2019. Como em todos os demais tipos de Falácia, a intenção da Falácia ad hominem é deslocar o foco da argumentação para informações que são irrelevantes para a essência do tópico em debate, mas apresentando estas informações de maneira que elas sejam capazes de influenciar decisivamente o debate. A melhor maneira de se livrar de um ad hominem é não provoca-lo inserindo você mesmo uma falácia assim durante um debate. Porém, eventualmente, pode acontecer de seu oponente fazer isso. Neste caso, existem três maneiras de reagir a uma Falácia ad hominem: 1. Ignorar o ataque. Uma falácia ad hominem não é exatamente um ataque pessoal a você: ela representa a exaustão da capacidade de argumentação e raciocínio do outro. Manter-se impassível na frente de um ataque desses costuma aumentar sua credibilidade, mostrando que você se recusa a nivelar-se por baixo com seu oponente. Entretanto, em alguns casos, abandonar a discussão ou fingir ignorar o ataque não é uma opção viável, especialmente quando não responder significa de que você, de alguma maneira, concorda com o que foi exposto pelo atacante – ainda que isso não seja relevante para o argumento principal. 2. Apontar a irrelevância do ataque, dizendo que aquele desrespeito pessoal não tem absolutamente qualquer relação com o argumento sendo debatido. De um modo elegante, você pode sair da defensiva sem ser ofensivo, dizendo algo como: “Usar uma falácia ad hominem comigo não vai adiantar, nem serve de evidência para sustentar seu ponto de vista, meu caro”. Outra resposta adequada poderia ser: “Eu entendi que você acha que eu (ou fulano) é X, mas isso não tem coisa alguma a ver com o assunto que estamos debatendo, então não vou perder meu tempo discutindo essa bobagem”. 3. Responder diretamente ao ataque, usando um ad hominem contra o outro. Isso, em geral, assinala o final do debate razoável e o início de uma série de insultos e xingamentos que irão adicionar pouca coisa à firmeza do seu ponto de vista ou ao esclarecimento da discussão. Lembre-se: a violência
frequentemente é o principal (e único) recurso à disposição da ignorância. Trocar socos não mostra que você está necessariamente mais certo que o outro. Mostra apenas que você também tem punhos. Um chimpanzé também tem. E isso não o torna mais infalível, pertinente ou inteligente que você. 8.2. ESPANTALHO A Falácia do Espantalho consiste em criar uma caricatura distorcida da alegação principal e então argumentar contra esta caricatura ao invés de criticar a alegação inicial em si. Em debates com esquerdistas, a Falácia do Espantalho é um recurso sutil empregado com frequência, e é preciso manter um alto grau de atenção para não cair nessa armadilha. Por exemplo, vamos dizer que, por um desses azares do destino, você se vê no meio de uma discussão com um esquerdopata e ele joga algo como: Você diz que Bolsonaro é gente boa porque entregou mais de 4 mil casas para a população carente no sertão de Pernambuco. Isso é típico de políticos populistas. Eu não gosto de políticos populistas, eles são um bando de canalhas falsos. Se você defende Bolsonaro, então você deve ser mais um desses adoradores de canalhas, né? É fácil perceber como a Falácia do Espantalho e a Falácia ad hominem andam juntas. Na verdade, eu diria até que essas duas falácias são gêmeas siamesas, elas são inseparáveis. Em outros casos, você pode deparar com alguma assim: Eduardo Bolsonaro usou dinheiro do fundo partidário para realizar um encontro de Conservadores. Esse dinheiro é dos pagadores de impostos, e os impostos deveriam ser usados para coisas mais importantes, não com gastos fúteis. Tem gente morrendo nesse país, gente que poderia ser salva com o dinheiro desses
impostos. Você não se importa de ver essas pessoas morrendo? Isso é típico de pessoas de Direita! Nesse caso, a gente tem uma Falácia do Espantalho, com uma Falácia Ad Hominem e uma Falácia de Generalização, tudo junto. Eu poderia até dizer que a Falácia do espantalho é um tipo elaborado de Falácia de Associação remota, mas o Espantalho vai além. Na Falácia do Espantalho, o sujeito sai criando um desvio depois do outro em cima do argumento principal, e então o começa a atacar o espantalho que ele mesmo colocou na mesa como se aquele raciocínio maluco fosse uma opinião SUA, e não dele. 9. CONCLUSÃO Você certamente percebeu que as falácias todas se parecem bastante, e isso não é surpresa alguma. As Falácias podem se apresentar como raciocínios superficialmente razoáveis e honestos. É fácil comprá-las pelo que não são e se perder no meio delas, enveredando em camadas sobrepostas de incongruência e se perdendo da busca da Verdade. Por isso, as falácias se parecem bastante: nenhuma delas tem a Verdade como objetivo. O objetivo da Falácia – e do argumentador Falacioso – é apenas convencer a audiência. E talvez esta seja a coisa mais importante de todas que você deve manter bem clara na sua mente. Muitas vezes, os debates ocorrem por mensagens de texto em redes sociais. É bem complicado transmitir nuances de intenção por este meio de comunicação: como fazer o outro perceber que você está sendo irônico ou intencionalmente exagerado apenas para mostrar sua concordância com o que o outro está falando? Para evitar perdas de tempo assim, mostre seu posicionamento com transparência, e sempre pergunte ao outro “o que exatamente você quis dizer com isso?”. Além de otimizar o debate, isto pode ser útil para que você determine se o que está
ocorrendo é um problema de comunicação ou uma Falácia de verdade. Caso o que esteja ocorrendo não seja um problema de conceitos ou alguma outra falha de comunicação, então o mais provável é que seu argumentador esteja apresentando uma Falácia. Sempre que perceber isso, sua primeira medida é compreender que todo argumento é composto de premissas que são então dispostas de maneira a apoiar a conclusão apresentada. Ao deparar com um argumento que você não concorda, sempre vá devagar com a emoção e empregue sua Razão em 3 passos: 1. Analise a solidez das Premissas. As premissas apresentadas baseiam-se em fatos e evidências? Afirmações que utilizam palavras “todos”, “nenhum”, “todo mundo”, “ninguém”, “sempre” ou “nunca” podem parecer apropriadas algumas vezes, mas elas necessitam um volume de provas muito maior que afirmações utilizando termos como “alguns”, “uma parte”, “poucos”, “algumas vezes” ou “em geral”. Recomendo inclusive que redobre seu cuidado quando se deparar com argumentos que falam de “um estudo” ou “segundo uma pesquisa” ou coisas assim. Quando isto ocorrer, exija a identificação do estudo ou da pesquisa, e não enverede pelo debate antes de obter esta informação com toda exatidão possível. 2. Analise a relevância das Premissas. Se as premissas têm boa qualidade, será que elas estão correta e diretamente relacionadas ao assunto em debate? 3. Analise a aptidão Falaciosa das Premissas. Caso as premissas serão solidas e mais ou menos relevantes, ainda assim será que elas não passam de um desvio do assunto principal sendo debatido? Elas por acaso podem ser classificadas como algum tipo de Falácia? No primeiro e no segundo caso, tudo que você precisa dizer é ao outro é: “As premissas que você está apresentando não são relevantes, não se baseiam em fatos ou na realidade, e não estão diretamente relacionadas ao assunto em debate. Portanto, elas não passam de achismos superficiais da sua parte. Que tal
melhorar seu raciocínio e fundamentar de verdade seu ponto de vista dentro do assunto que estamos debatendo? Tenho certeza de que você é capaz disso”. No terceiro caso, recomendo que consulte este livro. Fique sabendo que praticamente todas as vezes em que você identificar uma Falácia no discurso do esquerdista à sua frente, ou fizer um comentário na internet apontando este tipo de falha, a reação do argumentador em geral será imediata e agressiva: ele fugirá do constrangimento de ter sido desmascarado acusando você de fascista, machista, opressor, preconceituoso, burro ou intolerante. A explicação para isto pode ser encontrada nos trabalhos de Freud: As Falácias costumam brotar como mecanismos de defesa do Ego. Ao ser confrontado com a possibilidade de ter suas convicções desmascaradas ou refutadas de modo inegável, o sujeito planta armadilhas, vícios e desvios na argumentação em curso para escapar da saia justa. É particularmente fácil comprar ou vender uma Falácia quando possuímos um vínculo emocional forte com o tópico sendo debatido. Quanto mais sentimentos são colocados na mesa, mais as partes lutarão para que uma ou outra crença prevaleça, a despeito de toda e qualquer evidência em contrário. Por isso, quando você for expor seus próprios argumentos, pare por alguns segundos e reveja os três passos mencionados anteriormente: será que seu raciocínio pode ser derrubado por algum deles? Utilizar a Lógica para expor as incongruências e desconstruir os argumentos esquerdistas é algo que está ao alcance de qualquer pessoa, tudo depende de você ter disposição e controle emocional para praticar esta “arte”. Mas, uma vez dominada, você deixará de ser um Eco e se tornará uma Voz. Se eu consegui pelo menos mostrar a direção geral que leva a este caminho, então acredito que este pequeno livro terá sido válido. 10. LINKS PARA AS AULAS ONLINE
A seguir, seguem os links no Youtube para as aulas do Curso “O MANUAL SECRETO DAS FALÁCIAS ESQUERDISTAS” e suas datas de publicação. Enquanto a plataforma não aos censurar de alguma maneira, todas as aulas permanecerão online e gratuitas para quem se interessar por elas. As aulas complementam este livro e viceversa. Quem sabe, talvez sejam um investimento válido para o seu tempo assisti-las. Ou pelo menos, assim espero. :) AULA 01 – INTRODUÇÃO (publicada em 02/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=1gyaHF1Qkvc&t=26s AULA 02 – O QUE SÃO FALÁCIAS? (publicada em 02/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=05Q1lThDSOw&t=9s AULA 03 – FALÁCIAS EMOCIONAIS E A FALÁCIA DO MEDO (publicada em 03/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=GTipkg9Mft4 AULA 04 – A FALÁCIA DA ESPERANÇA (publicada em 03/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=pDdvPkdqm88 AULA 05 – A FALÁCIA DA COMPAIXÃO (publicada em 04/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=wwJqpTbdCZc AULA 06 – A FALÁCIA DO ELOGIO (publicada em 04/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=jyoXxaOlg2Y AULA 07 – A FALÁCIA DO TESTEMUNHO (publicada em 04/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=Nc7EcjyWYzE
AULA 08 – FALÁCIAS MENTAIS E A FALÁCIA DA AUTORIDADE (publicada em 07/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=hanBsijGwhg AULA 09 – A FALÁCIA DO SENSO COMUM (publicada em 08/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=bpxrQnnTjdU AULA 10 – A FALÁCIA DA TRADIÇÃO (publicada em 09/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=rok_pKMHaKE AULA 11 – A FALÁCIA DA NOVIDADE (publicada em 09/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=f6x0s1ME4qU AULA 12 – A FALÁCIA DO DINHEIRO (publicada em 10/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=tNw-PT4gZ40 AULA 13 – FALÁCIAS DE CAUSA-EFEITO E FALÁCIA DA CAUSA ÚNICA (publicada em 10/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=BBeLn1otoh4 AULA 14 – FALÁCIA DA ASSOCIAÇÃO REMOTA (publicada em 15/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=cfRJzsELBjI AULA 15 – FALÁCIA DA GENERALIZAÇÃO (publicada em 15/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=hdZzvSeJHtI AULA 16 – FALÁCIA DA LÓGICA CIRCULAR (publicada em 15/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=jXgqk_p8EqM&t=11s
AULA 17 – FALÁCIAS DEDUTIVAS E AS CONCLUSÕES PRECIPITADAS (publicada em 25/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=aFFtGUvnkxI AULA 18 – FALÁCIAS DE DIVISÃO-COMPOSIÇÃO (publicada em 25/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=48wwrquO-J4 AULA 19 – A FALÁCIA DO RELATIVISMO MORAL (publicada em 27/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=d_HBtdhQRAU AULA 20 – A FALÁCIA DO DESTINO (publicada em 27/10/2019) https://www.youtube.com/watch?v=FhsjECkNQHc AULA 21 – AS FALÁCIAS DE MANIPULAÇÃO DE CONTEÚDO E A REVISÃO INFINITA (publicada em 01/11/2019) https://www.youtube.com/watch?v=beq42-gX6ss AULA 22 – A FALÁCIA DA AMOSTRAGEM (publicada em 01/11/2019) https://www.youtube.com/watch?v=TbYtuhU63P4 AULA 23– A FALÁCIA DO FALSO DILEMA (publicada em 01/11/2019) https://www.youtube.com/watch?v=RqvAlXV_mWI AULA 24 – A FALÁCIA DA IMPOSSIBILIDADE DE PROVA (publicada em 20/11/19) https://www.youtube.com/watch?v=_DIr056Gqdw AULA 25 – A FALÁCIA DA MENTIRA INSISTENTE (publicada em 20/11/19)
https://www.youtube.com/watch?v=fz4jBOYmm_4 AULA 26 – AS FALÁCIAS DE ATAQUE E A FALÁCIA DO DESRESPEITO (publicada em 22/11/19) https://www.youtube.com/watch?v=LWowlV5uDXY AULA 27 – A FALÁCIA DO ESPANTALHO (publicada em 22/11/19) https://www.youtube.com/watch?v=RmJYNHcWdr0 AULA 28 – CONCLUSÃO (publicada em 08/12/19) https://www.youtube.com/watch?v=PZktQc_2II8