Mundo Oriental

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O MUNDO

DA ARTE

MUNDO ORIENTAL Índia

e Sudeste

JEANNINE Diretora

do Museu

Asiático

AUBOYER Guimet,

Paris

Coréia e Japão

China, ROGER

GOEPPER

Diretor do Museu de Antigiidades do Extremo

Oriente,

EDITÔRA

Colônia

EXPRESSÃO E CULTURA

2 2.002702.0.008 0

Mundo

PLANO

da

GERAL

Arte

DA

A ARTE PRÊÉ-HISTÓRICA Dr. Andreas Lommel,

al

O

OBRA

E PRIMITIVA Diretor do Mnseu

MUNDO ANTIGO Professor Giovanni Garbini, Universidade de Roma

do

de Etnologia de Munique

do Oriente

de Estudos

Instituto

ANTIGUIDADE CLÁSSICA

Dr. Donald Strong, Diretor-Assistente do Departamento e Romana do Museu Britânico, Londres

de Antigiiidades Grega

CRISTANDADE CLÁSSICA E BIZANTINA Professor Jean Lassus, do Instituto de Arte e Arqueologia, MUNDO ISLÂMICO Dr. Ernst J. Grube, Diretor do Departamento Metropolitano de Arte, Nova York

Islâmico,

MUNDO ORIENTAL Jeannine Auboyer, Diretora do Museu Guimet, Paris Dr. Roger Goepper, Diretor do Museu de Antiguidades

Próximo,

Paris

Sorbonne,

Museu

do

Oriente,

Extremo

Colônia

MUNDO

Peter

MEDIEVAL

Kidson,

Instituto

do

Courtauld

O RENASCIMENTO Andrew Martindale, Catedrático Universidade de Fast Anglia O BARROCO Michael Kitson,

de

Escola

de História

Catedrático

Courtauld

Instituto

da

de Arte,

Arte,

de

Londres

Belas

da Arte,

Artes,

do

Londres

ARTE MODERNA Norbert Lyton, Diretor do Departamento 'de Arte Histórica e Estudos Gerais,

da

Escola

Chelsea

de

Arte,

1966, THE HAMLYN COPYRIGHT, PLANEJAMENTO GERAL DA OBRA:

REVISÃO ORTOGRÁFICA:

Edição em

Londres

PUBLISHING GROUP LIMITED TREWIN COPPLESTONE E BERNARD

S. MYERS

1978

língua portuguêsa

— Supervisão Técnica: Aracy Abreu do Amaral e José Roberto Teixeira Leite E Revisão do Texto: Milton Pinto, Roberto Mello, Vanede Nobre e Joaquim Gonçálvez Pereira M Tradutores: Álvaro Cabral, Aurea Weissenberg,

Donaldson

Garschagen, Henrique Benevides, Lélia Contijo Soares, Sílvia Jambeiro e Vera N. Pedroso E Produção Editorial: EXPED — Expansão Editorial E Composição, Impressão e Acabamento: AGGS — Indústrias Gráficas S.A. Sobre ilustração da figura na página 67

página

anterior,

ver

1

Índice ÍNDIA E SUDESTE ASIÁTICO 8 Introdução 11

Pré-liistória, Proto-História e História Primitiva

História Primitiva da Índia —

Comércio

Budismo



Sociedade, Vedismo e Bramanismo Reflexo de Civilização.

e Intercâmbio

e Bramanismo



da

Base

Religião:



A Arte como

As Grandes Cidades Proto-Históricas — Fim da Proto-História — História Primitiva — A Dinastia Maurya — O Surgimento da Arte Monumental.

l5 Escolas Antigas e

História — Arte, Arquitetura, Escultura — A Dinastia dos Kushans Norte — Os Reinos do Decão — Estilos de Transição — Tipos de Buda Diversidade e Semelhança de Estilos.

no —

41

História: O Apogeu Estilo Pala.



O

Estilos de Transição Estilos

Clássicos:

Gupta,

Pós-Gupta

da Cultura Indiana — Estilos Gupta e Pós-Gupta

e Pala-Sena

48 Período 69 Arte

Medieval

Muçulmana

82 Conclusão

Apêndice

História —

O Desenvolvimento

da Arte:

Formas

da Arquitetura —

Livros

A Conquista Muçulmana — Artes Menores — Ilustração de lações com a Europa, Decadência e Influências Recíprocas. Leis

As A

do

Dominantes

Influência

no

Índia



O Estado



Re-

Era

Clás-

Indiano.

Caráter

da

Escultura.

Sudeste

Asiático.

CHINA, CORÉIA E JAPÃO 90 Introdução 92 China

Fase

Arcaica

sica das Dinastias

Unificado

Sui e Tang



e o Período

de

Cisão



A

As Cinco Dinastias e o Período

Período Recente: da Época Mongol até a Era Presente.

-

Sung



124 Coréia

138 Japão

Japão Pré-Histórico — Os Períodos Asuka e Nara — O Período Heian — O Período Kamakura — Os Períodos Muromachi e Momóyama — O Período

a

Edo.

Índice das

1 2 3

4

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Relevo

de

Ilustrações

Bharhut

Stupa I, em Sachi Torana setentrional da Stupa I Frontão da Escola de Gandhara A história de Dipankara Bodhisattva da Escola de Gandhara Placa de Marfim de Begram Fragmento de cadeira Nagaraja ou o Deus-Serpente Chakrartin. Escola Amaravati O Ataque de Mara. Escola Amaravati Cabeça de Buda. Escola Amaravati Torso de Bodhisattva. Estilo Gupta Cabeça de Avalokitesvara Bodhisattva

O Grande

Bodhisattva

Mriga Jataka Sutasoma Jataka A História do Príncipe Mahajanaka Templos de Mamallapuram Incursão ao Ganges Templo da praia, Mamallapuran Templo de Kailasanath, Ellura Escultura em Kumbakonam Mosteiro de Ratnagiri Templo de Muktesvara, Bhuvanesvar Torana do Templo Muktesvara, Bhuvanesvar Vajrapani de Bodhisattva Mãe e filho Gopuram do Templo Kailasanath, Kanchipuram Templo Brihadisvara, Tanjore Siva Bhairava, Tanjore Relevo do Templo Brihadisvara Siva Vinadhara Templo de Surya, Konarak Detalhe da roda Templo Chenakesvar, Belur O monge Jain, Kalaka Vishnu. Estilo Mysore Gopuram do Templo Irirangam Grande Templo de Madura 42 Painel de madeira esculpida, charretes de cortejo Punho de espada em forma de cabeça eqiiina Coluna de Akbar, Fatehpur Sikri Vista geral de Fatehpur Sikri O Imperador Babur com Bedi Az-Zaman Mirza Pastores e seus rebanhos Um príncipe e sua favorita O planeta Saturno Casal no jardim

Detalhe de manuscrito birmanês Angkar Wat Dançarina Divina Machado Cerimonial Vaso Vaso

ritual do tipo Lei ritual do tipo Hu

Caixa com tampa para toucador

a Cores

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73 74 74 76 716 77 77 78 78 78 79 80 80 95 97 97 98

58 Turíbulo 59 Monólito com Sakyamuni e Prabhutaratna 60 Bodhijattva 61 Prato de prata e dourados 62 Dama da corte, sentada com espelho 63 Lótus e gansos 64 O grande rei de Monte Tai 65 Kuan-Yin, Bodhisattva da Misericórdia 66 A câmara da suprema harmonia 67 Garrafa de porcelana Chun 68 Vaso em formato Mei-P'ing 69 Wu Pin. 4 Chegada da Primavera 70 Cântaro. Dinastia Ming 71 Ch'in Ying, Imperador Kuang-Wu atravessando um rio . 72 Câmara das oferendas no altar celeste 73 Interior da cúpula da câmara de oferendas 74 Figura sentada de Lo-Han 75 Trono de laca 76 K'un-ts'an. Paisagem. Dinastia Ch'ing 77 Jarro da rosa. Dinastia Ch'ing 18 Mural da tumba de Ulhyon-Ni 79 Coroa de ouro com pingentes ornamentais 80 Bodhisattva Maitreya 81 Pagode Prabhutaratna 82 Palácios de Kyungbok-Gung 83 Pavilhão no jardim secreto 84 Salão do trono 85 Sin Yun-Bok. Cena típica 86 Jarro para vinho 87 Sino japonês ou Dokatu 88 Cabeça de mulher Haniva 89 Pagode de Yakushi-ji, Nara 90 O sacerdote Ganjin 91 Biwa. Período Nara 92 Shukongo-Shin 93 A lenda de Genji 94 Caixa para cosméticos 95 Bato Kannon. Período Heian 96,97 Câmara do fênix 98 Amida Buda 99 As aventuras de Kibi na China 100 Tosa Hirokata. 4 lenda do jovem príncipe celestial 101 Jardins de pedra de Daisen-in 102 Pavilhão dourado 103 Portugueses chegando ao Japão 104 Hazegawa Kyuzo. Flores de cerejeiras 105 Oyota Korin. Flores de ameixeiras 106 Honnami Koestsu. Folha de álbum com caligrafia 107 Tasu-ita. Traje masculino para teatro No 108 Tigela para chá (Chawan) 109 Nonomura Ninjei. Vaso com flores vermelhas de ameixeiras 110 Púcaro de porcelana 111 Suzuki Harunobu. Mulher com leque no muro do jardim 112 Sharaku. O ator Morita Kanya VIII no papel de Uiguisu no Jirosaku

98

99 100 100 101 103 103 104 105 105 105 106 106 107 108 109 110 111 112 112 129 129 130 131 131 131 132 133 133 134 135 135 136 146 146 147 147 148 149 150 151 151 152 153 154 154 155 155 156 157

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cão-parte da seqiiência do rei de Mriga em busca do gamo sagrado (ver lâmina 1).

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(ver fig. 2).

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8. Detalhe da Balaustrada Bharhut. Séc. I, a.C . Arenito, 42 cm. Museu Indiano, Calcutá. Detalhe de uma stupa com narrativa identificada pela inscrição do alto. Cada episódio é circunscrito por uma guirlanda de flores, frutos e jóias. O friso superior apresenta flores de lótus; o relevo

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revela, além do intuito narrativo, o gosto pelo pit oresco, a preocupação pelas minúcias e acabamento. A DINASTIA

DOS

KUSHANS

NO

NORTE

No século I da Era Cristã, uma nova força começou a crescer nas regiões noroeste: eram os nômades Tokharianos, os Kushans que vinham de Khotan na Ásia Central, e que tinham afinidades com o povo do Irã do leste. Sob uma liderança hábil e bem assessorada, eles conquistaram os partianos, confiscando Kabul, Arachosia e todo o Punjab, arrojando-se em direção ao leste e ao sul. Seu império se expandiu desde o Oxus até a planície do Ganges, fundindo, assim, sob seu domínio, as antigas possessões dos indo-gregos e dos Sunga. O ápice do seu poderio veio com

o reinado

de

Kanishka,

seu

terceiro

sobe-

de

Devaputra

(Filho

do Céu).

Em

seus

retratos



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rano. Embora as datas não sejam conhecidas com exatidão, acreditamos que tenha vivido talvez quarenta anos, em meados do século II. De tendências ecléticas, Kanishka dedicou esforços à difusão do budismo, ao qual foi convertido, mas dava igualmente proteção ao jainismo e ao bramanismo. Foi o primeiro soberano da Índia a fazer cunhar a efígie do Buda em suas moedas, mas também fez cunhar as imagens de divindades iranianas. Adotou o título imperial indiano de Maharaja, ou Grande Rei, o título partiano de Rajatiraja (Rei dos Reis) e o chinês

a

coincidir

oficiais,

15 conservou a indumentária tribal; a túnica iraniana, capacete citiano, e as botas altas dos cavaleiros nômades. Ficamos sabendo, através de uma inscrição grafada em eteo-

tokhariano do período Kotal — colina e ao

tíguos.

(derivada diretamente do grego falado no Irã Partiano), que ele fundou-o templo de Surkh templo dinástico, construído no alto de uma qual se tinha acesso através de três pátios con

Contudo,

a arte budista contemporânea

em

seu

reinado, que é especialmente o de Mathura, conservou o estilo primitivo, sem evidenciar qualquer sinal de influências externas. OS

REINOS

DO

DECÃO

Tal como aconteceu no norte, também o território dravidiano, do Sul da Índia, testemunhou a formação de rei-

nados que iriam desfrutar de extrema magnificência. Foram fundados, em sua maioria, no período anterior, e o mais

importante

entre

o

todos,

de

Andhras,

ocupou

região localizada entre os extremos sulinos do Godavari

a

e do Kistna. Restós de uma fulgurante civilização, concentrada em Amaravati, comprovam a existência de um poderoso. Estado nesta região. Possivelmente, terão trans18 (página anterior). A História do príncipe Mahajanaka. Detalhe de afresco decorativo da parede esquerda da

entrada da Gruta I em Ajanta

(fotografia de uma cópia

feita por G. C. Haloi) sécs. V e VI. Uma das inúmeras cenas da iconografia indiana com danças e músicos; os instrumentos são flautas, címbalos, tambores e uma harpa

“(que mal se percebe na ilustração). As dançarinas executam os movimentos

“numa mímica

manuais

do ritual

(mudras)

especial o poder da ação.

simbolizando

9.

Medalhão da Balaustrada de sharhut. Séc. II, Arenito,

49 cm. Museu Indiano, Calcutá. Representa uma cabeça

humana dentro de um círculo de pétalas de lótus, mostrando a habilidade decorativa dos escultores Bharhut. 10. Medalhão com Pavão Bharhut. Séc. II, Arenito, 49 cm. Museu Indiano, Calcutá. Este belo pavão estilizado atesta.

mais uma vez, o talento do artista Bharhut.

decoravam

as balaustradas.

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11. Detalhe da torana oriental da Stupa I, em Sanchi. Séc. I, d.C./séc. I, era cristã. Mais uma vez, são ilustradas as vidas anteriores do Buda: o de Jataka é representado

cada

12. Relevos da torana norte da Stupa I, em Sanchi. Séc. I a.C./séc. I, era cristã. Dois painéis com episódios da vida do Buda — a Iluminação simbolizada por um trono colocado sob a árvore sagrada, e a travessia do Ganges. O segundo episódio relata a jornada do Buda a Benares para pregação da doutrina; não tendo dinheiro para pagar a travessia e em barco, ele transpõe o rio num único salto.

13. Yakshini na torana ocidental da Stupa I, em Sanchi. Tema da mulher-árvore simbolizando a fertilidade, Telacionado com o culto popular de adoração à árvore trazido para a iconografia budista; esta escultura tem toda a finura e graça da mulher indiana; aparece na atitude canônica da flexão

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como

florida,

encimada

por

uma

sombrinha;

árvore

é ladeada

por veneradores,

tendo

gênios alados; mais abaixo, o Buda Sakyamuni, príncipe de Vessantara que renuncia ao mundo fazendo oferendas e abandonando a família aos brâmanes.

tripla, a tribbhanga,

constante

dos tratados da época.

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Caracterizam-se pela posição hierática, corpulência e qualidades estáticas. Notável observação de detalhes nas vestes

e jóias

ornamentais.

formado em vassalos os poderosos Satavahana que haviam reinado durante uma extensa parte do Decão; atingindo mesmo Malwa e Maharastra. ESTILOS DE TRANSIÇÃO

Embora a arte bramânica, que até então não havia participado do cenário cultural da Índia, tenha feito então seu s sua o ívd per te nes que tar sal res s mo ve de , nto ime aparec características eram essencialmente budistas. Conservou as antigas tradições, representadas em Bharhut e Sanchi, mas ao mesmo tempo prenunciou o novo estilo que estava

por surgir. Foi um período extremamente produtivo, qualificado como “transitório”, e durante novos temas iconográficos e uma nova tica foi desenvolvida. A arte passou a exatidão, não somente a complexidade

o qual se criaram característica estérefletir com mais política da época,

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14. Yaksha de Patna. Séc. II, a.C. Arenito, 1,82 m. Museu Indiano, Calcutá. Estátua das mais primitivas dedicadas ao culto, representando divindades populares oriundas dos antigos cultos animistas e adotadas pelo budismo.

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15. Rei Kanishka. Escola de Mathura; provavelmente meados do séc. II d.C., arenito, 1,85 m. Museu Arqueológico, Mathura. Graças à inscrição gravada na barra do manto foi possível a identificação desta peça com o Rei Kushan

Kanishka; que, embora radicados no norte da Índia por mais

de um século, os Kushan conservavam o uniforme de sua tribo: chapéu cônico, longo manto e pesadas botas de feltro, típicas dos cavaleiros nômades das estepes.

mas também o triunfo do budismo a que se propunha glorificar. Cobrindo toda a Índia, o budismo atingiu a plena florescência, conservando o caráter narrativo que o faz tão precioso e útil no campo do estudo daquela era. O aspecto mais importante desta arte veio a ser o aparecimento da imagem do Buda, pela primeira vez representado figurativamente. Havia três escolas artísticas contemporâneas e elementares: a das possessões indogregas (do atual Paquistão e Afeganistão), conhecida como a escola de Gandhara; a de Mathura e da planície gangética correspondendo ao território conquistado pelos Kushans — e, no sudeste, a escola de Amaravati, que se refere ao território de Andhras. O aparecimento da imagem do Buda se deu simultaneamente

pouco

em

Gandhara

e Mathura;

em

Amaravati,

um

mais tarde. É possível que a idéia da criação da

16 (acima, à esquerda). Buda em oração. De Loriyan Tangai, escola Gandhara, séc. II. Xisto, 85 cm. Museu Indiano, Calcutá. O sincretismo indo-grego serve bem a este tipo de Buda em que as feições helenísticas e orientais se fundem. A fisionomia grave e meditativa de olhar distante reflete

o ideal budista de uma vida piedosa em superado por total desprendimento.

que o desejo é

17 (acima). Buda em pé de Nagarjunakonda. c. do séc. II d.€. Museu de Madrasta. Este Buda da Escola Amaravati está vestido com traje monacal, que deixa o ombro direito a descoberto. O braço esquerdo erguido levanta o pano, de maneira que cai fazendo pregas. 18 (à esquerda). Figura feminina

em

estilo Greco-Budista.

Séc. II, d.C. Xisto, 1,31 m. Museu Arqueológico, Mathura.

Peça incontestavelmente Gandhara, embora tenha sido encontrada em Mathura. As feições, o cabelo ondulado e O drapeado

lembram

a escultura helenística;

a estátua seja da divindade Kambojika,

satrapia

de

Rajuvula.

acredita-se que

rainha da

37

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19.Interior do Chaitya, em Karli. Sécs. I e II, d.C. A evolução dos chaityas foi muito lenta. Pouco a pouco a

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e o aspecto

reflete essa origem.

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As bases das colunas têm forma

de vasos.

estrutura ganhou maiores proporções: a nave tem 17,7 m de altura por 12,9 m de largura. A construção originalmente

Os capitéis trabalhados, em forma de figura humana cabeças de animais, lembram a arte aquemênia.

imagem budista tenha sido grega, enquanto a sua realização tivesse por autores os artistas greco-romanos da

Ásia até os dias atuais. A divindade traja o quimono mo-

Ásia ocidental. Foi introduzido então, no esquema das cenas, um ponto focal que progressivamente simetrizou a composição aítística, embora o número de temas em geral

não

TIPOS

DE

tenha

sofrido

alterações

sensíveis.

BUDA

Na chamada escola greco-budista de Gandhara, a figura ló do Buda apresenta inicialmente as habituais características helenísticas, mescladas com alguns toques e traços fisionômicos especificamente orientais. O Buda é representado como um jovem de tipo apolíneo, nariz reto, testa ampla e boca de linhas firmes, mas com pálpebras pesadas, cobrindo parcialmente os olhos salientes; face carnuda e os lóbulos das orelhas alongados, sob o peso das jóias preciosas usadas como brincos. As marcas de representadas; sua natureza sagrada estão nitidamente entre os olhos está a urna, ou madeixa encaracolada, e nas mãos a imagem traz o chakra — círculo sagrado que simboliza a evolução da lei budista. Os cabelos arrumados

numa ondulação regular são arrepanhados no alto da cabeça em um nó préso por um atilho de ouro; este nó capilar foi mais tarde deturpado, terminando por transformar-se numa protuberância craniana (ushnisha) que passou a integrar todas as imagens do Buda através da

ou

nástico e o manto drapeado. A escola de Mathura também teve este Buda de tipo apolíneo, embora tenha igualmente criado um tipo diver-

so,

peculiar:

cabeça redonda

e expressão

sorridente

de

manequim; na cabeça calva, há um barrete que esconde o ushnisha; seu traje monástico sugere material de mais fina qualidade do que o de Gandhara e é aderente ao corpo, tendo o suave relevo marcado por pregas paralelas marginadas por um claro friso duplo; o ombro direito é deixado a descoberto. É uma figura de compleição robusta que tem gestos singelos e atitudes simples, que mais tarde se transformariam nos gestos do ritual ou mudras. Esta imagem do Buda é a mais aproximada do yaksha do 14 período anterior e pertence inteiramente à tradição indiana. O Buda da escola de Amaravati, assim como o de Mathura, é profundamente indiano em sua aparência, evidenciando as lições herdadas do passado. Contudo, de início, é uma concepção altamente desenvolvida e seme-

lhante ao tipo que seria adotado por escolas posteriores.

O rosto alongado é tipicamente dravidiano; a protuberância craniana, assim como o resto da cabeça, coberta 12 por pequenos anéis de cabelo, arrumados da esquerda

para

manto

a

direita,

monástico

de

acordo, com

sempre

as convenções

deixando

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rituais;

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superior de balaustrada budista. Escola de Mathura, séc. II. Arenito rosado; 80 cm. Museu Arqueológico, Mathura. A simplicidade e clareza de linhas desta peça valorizam as feições que são muito mais individualizadas do que nos períodos precedentes.

, bi

a

à esquerda)

e

21 (acima). Moeda Kushan. Ouro, 2 cm. Museu Guimet, Paris. Os regentes Kushan são representados no anverso das

moedas,

enquanto

no

reverso

aparecem divindades iranianas ou indianas. Aqui o deus Siva está diante do touro Nandin.

22 (à esquerda). Três Yakshi. Detalhe de balaustrada budista em Mathura. Escola Mathura, séc. II, d.C. Arenito rosado, 1,20 m. Museu Indiano Calcutá. ' O emprego de figuras profanas na decoração de edifícios religiosos pode parecer inadequado, mas estas esculturas com seu magnífico equilíbrio e harmonia de linhas refletem a crença do artista na importância da graça € da vitalidade imprescindíveis na arte.

39

17

e caindo em panejamento regular, preso no ombro esquerdo. A mão direita esboça o gesto de destemor (abhaya-mudra).

Nos

relevos

desta

escola,

nota-se

o em-

prego de duas iconografias: uma em que o Buda é substituído por símbolos, e outra em que é represen tado sem Os sinais tradicionais. A escola Amaravati teve um a atuação importante, especialmente na exportação de obr as de arte indiana para os países dos mares do Sul. Im agens do Buda no estilo Maravati foram encontradas em todas as regiões alcançadas pelos navegadores indianos e imitaç ões locais destas imagens têm sido descobertas, principalmen te no centro e no norte da Tailândia. DIVERSIDADE

E

SEMELHANÇAS

DE

ESTILOS

Apesar de suas variações, devemos

admitir que houve

uni-

dade na arte deste período. Existem elementos que são comuns

a todas

as três escolas:

as formas

arquitetônicas

e as características da pintura e escultura sofriam ligeiras 4,5

alterações

A

escola

corrente

em

função

de Gandhara,

de

de

hábitos

porém,

desenvolvimento

e

costumes

se afastou

estético

indiano

regionais.

A escola Amaraviti era inteiramente diversa: seu estilo conseguia ser simultâneamente mais dinâmico e mais re- 24,25 quintado do que o Mathra. Foi no relevo narrativo que esta escola atingiu seu ápice; executado em pedra calcária, 10,11

semelhante

ao

mármore,

originária

da

região,

são

de

grande beleza, não apenas pela sutileza da composição, como pela segurança da execução das formas. As figuras

assumem poses extremamente elegantes — entre elas, a atitude de prosternação é a mais bela na arte indiana. 26 Estas características diferenciais são encontradas igualmente na arte pictórica, nas pinturas da caverna X em Ajanta, por exemplo, onde se pode observar a mesma scgurança nas realizações e idêntica habilidade na representação das atitudes das figuras. As qualidades herdadas do período antecedente foram elevadas ao máximo da perfeição por esta fase transitória, tão rica em novas realizações e pesquisas. E assim foi preparado o caminho para a plena florescência do período Gupta.

da principal por

causa

de seu relacionamento com o mundo helenístico. Quer executada em xisto ou em estuque, toda uma sequência de decoração clássica ficou eternizada pelo enfoque de 6,18 figuras secundárias acompanhantes do Buda. Estas figu-

ras acessórias representam com grande vivacidade os tipos

físicos que povoavam o mundo helenístico da fronteira noroeste

eurasiano. Este estilo da Índia viria exercer

uma influência preponderante por toda a Ásia, onde se infiltrou no repertório da arte budista e perdurou por

muito tempo depois do políticas que o geraram. A arquitetura talhada

desaparecimento

das

estruturas

na rocha foi, praticamente, o único tipo de construção sobrevivente. Os santuários conservariam o mesmo projeto basilar anterior e continuariam a imitar os sistemas de edificações de madeira, embora 19 introduzindo algumas estilizações — Karli, Kanheri, Nasik III — de que restam apenas fragmentos das stupas que eram em proporções maiores do que as comuns. Sabemos, pelas representações nos relevos, que estes relicários eram mais altos, os pedestais mais elevados e as cúpulas mais esféricas. Foi a escultura que atingiu uma perfeição, do ponto de vista estético e técnico, extremamente variada, já que cada

escola era dotada de sensibilidade artística diferente, além 20 da pluralidade de dimensões e materiais empregados. A arte de Mathura reproduzia tanto a austeridade dos 15 reis de Kushan com a alegre sensualidade das mulheres indianas,

robustos

são

apresentados

em

gra-

ritual: a tribhanga ou flexão tripla. O arenito vermelho empregado por esta escola dá às suas esculturas um encanto adicional. Placas de marfim gravadas € entalhadas, descobertas no Afeganistão, em Begram ou Kapisa — antiga capital de Kushan — parecem oriundas do mesmo estilo. A técnica destas placas, assim como O Te-

22 ciosa pose

7,8 23

cujos corpos

quinte

estilístico,

vêm

confirmar

a brilhante

fama

dos

artífices indianos especializados em marfim, tão elogiados na literatura antiga.

23. Jovem brincando com ganso. Marfim entalhado, de Begram, séc. II, d.C. 75 x 65 cm. Museu Kabul, Afeganistão. Esta graciosa jovem está vestida apenas pelas jóias, e tem na mão direita uma flor que parece atrair o ganso cuja cabeça se volta para fitá-la. Os gansos estão entre os animais domésticos que viviam nos alojamentos das mulheres.

24 (à esquerda). A subjugação do elefante Nalagiri. Medalhão da balaustrada de stupa Amaravati, séc. II, d.C. Mármore calcário, 80 cm. Museu Madras; o escultor representou com talento este episódio da vida de Buda. A naturalidade das poses, o equilíbrio da composição, o domínio dos planos de perspectiva, tudo concorre para tornar

vivaz a história do milagre. 25

(à esquerda,

embaixo).

A

conversão

do rei-serpente, Escola de Amaravati, séc. III. Mármore, calcário; relevo de Nagarjunakonda, mostrando a conversão de Nagaraja, O rei-serpente,

por Sagata, discípulo de Buda; o rei aparece entre as esguias e graciosas mulheres do seu harém, tem forma humana e apenas uma cabeça de serpente insinua sua verdadeira natureza; à esquerda, o monge Sagata converte o rei. 26 (embaixo). Mulher prosternada. Detalhe da balaustrada em Amaravati, séc. II. Mármore calcário. Os escultores

de Amaravati aproveitaram a lição Sanchi, desenvolvendo o estilo e

aperfeiçoando-o, especialmente com relação às formas da anatomia feminina. A atitude de prosternação uma das manifestações mais belas da

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arte indiana.

de

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Estilos Clássicos:

Gupta, Pós-Gupta e Pala-Sena O APOGEU

DA

CULTURA

INDIANA

O

período

referimos

no

fulgurante capítulo

de

transição

anterior,

foi

artística, seguido

a que

nos

de uma

fase

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NO

HISTÓRIA:

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de dissidência política que parece ter debilitado o vigor intelectual e artístico da Índia. Aproximadamente no ano 320, um novo poder apareceu:

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o dos Gupta. Esta dinastia

teve sua origem em Magadha, a terra sagrada do budismo,

onde em Pataliputra — velha capital Maurya — o palácio de Asoka ainda podia ser visto. Não terá sido por simples coincidência que o seu fundador, Chandragupta, trazia o mesmo nome que o fundador da dinastia Maurya, à qual

ele pretendia agregar a sua própria. Seus sucessores iriam expandir o império por uma parte imensa da Índia, e sua

influência sobre o sudeste indiano e os mares do Sul ria ser verdadeiramente relevante. A dinastia Gupta atingiu o apogeu nos reinados de Chandragupta II (c. 375-414) e Kamargupta I c. 41455). Foi então que a Índia desfrutou de um dos mais

períodos

gloriosos

de

sua

história,

cultura

e civiliza-

ção. A música e a escultura atingiram sua feição clássica e eram praticadas pela elite indiana, inclusive até mesmo pelo próprio rei. Foi então que uma unidade notável de estilo e um requinte extremo foram adquiridos. Houve simultaneamente uma florescência inigualável nos campos da literatura e da filosofia. Grandes evoluções aconteceram na arte dramática, já que foi nesta época que o magnífico poeta Kalidasa escreveu suas famosas peças, entre elas O reconhecimento de Sakuntala. Uma tolerância religiosa muito elástica facultou o surgimento livre de tôdas as seitas: o sentimento religioso da época era

caracterizado por uma forte tendência ao misticismo e a um

sincretismo crescente. A filosofia se mostrou igualmente

budistas

e

indianos.

Os

principais

fulgurante

sistemas

entre Os

filosóficos

hindus foram desenvolvidos nesta fase, e a elaboração das obras de Asanga e Vasubandhu iriam cimentar os alicerces do credo budista do Grande Transporte (Mahayana) nos séculos posteriores. Além do mais, o budismo, agora plenamente maduro, iria, branda e pacificamente, con-

quistar os pontos mais distantes da Ásia. Ainda que ela-

foi Gupta estilo o passadas, experiências sobre borado a expressão de novas preocupações: O idealismo absoluto da filosofia budista, a primazia da mente nos sistemas uma atingindo humana forma da representaç a ão hindus,

nova estatura idealística. É provável que a pureza de for-

importamanha merecido tenha jamais linhas de e mas protância, assim como o relacionamento entre massas € porcionalidade. Tratados sobre estética foram escritos em baseaseriam quais os sobre cânones os definiam que se das todas as normas e regras futuras. Infelizmente, os hunos brancos da Bactria surgiram

nas

fronteiras do império Gupta. Shandragupta conseguiu Te-

chaçá-los

(455-67), mas a invasão viria a ser O começo

conde clima Um Gupta. poderio do do enfraquecimento fusão se estabeleceu então dentro da família imperial que, ao que parece, viu-se fragmentada em diversas-rami-

ficações e já sem capacidade para resistir ao avanço arrà-

sador das hordas bárbaras que voltavam revigoradas € se

27. Stupa principal de Nalanda. Depois de restaurada. Nalanda, fundada em 467-73, foi sede de famosa universidade e muitos mosteiros foram erguidos ali, entre os quais os

construídos pelos nativos de Sumatra, mostrando a importância das relações entre a Índia e as Índias Ocidentais. Peregrinos chineses vinham à Índia visitar os locais budistas sagrados e estudar filosofia Mahayana em Nalanda. Os mais destacados foram Hsuan-tsang e Yi-tsing, que aí permaneceram no século VII.

expandiam em direção ao vale do Ganges. Os cinquenta anos seguintes iriam assistir a uma série de cenas horripilantes: universidades e mosteiros budistas seriam destruídos completamente e os sacerdotes sofreriam dura perseguição. A dinastia dos Gupta sobreviveu melancólicamente, e seus príncipes não passariam de simples régulos. A influência marcante deste período, no entanto, seria tão

poderosa que iria perdurar por muito tempo, mesmo depois que a própria dinastia tivesse desaparecido. Os Estados do norte, aproveitando o enfraquecimento dos Gupta, reafirmaram

sua posição

de poder.

Entre

estes,

estava

Thanésar, no extremo leste de Doab (uma região entre o Ganges e seu afluente Jumna) e do qual Kanauj se tornou a capital. Foi sob o poder do rei Harsha de Kanauj

(605-47) que a Índia do Norte e centro Voltou à unifica-

ção e ao domínio de um mesmo regente pela última vez rantes do período medieval. Desta vez, o império conse vou e respeitou as tradições artísticas e culturais dos foi ão cipaç parti cuja a, Harsh de ade nalid perso A . Gupta tos escri rios relató em ada revel é nos , ância relev da maior

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28 (acima). Fachada da Gruta, em Ajanta. Séc. VI. A gruta I é um mosteiro, com um plano retangular abrindo para uma varanda; as colunas de sustentação do telhado têm capitéis trabalhados e consolo com detalhes ornamentais.

29 (acima, à direita). Interior da Gruta I, em Ajanta. Séc. VI. O vestíbulo principal é cercado de colunas que formam um quadrângulo, cujos modilões e cornijas são ricamente esculpidos. As paredes, entre as portas que levam à capela, contêm afrescos classificados como obras-primas da arte indiana (ver lâminas 15, 18).

30 (à direita). Fachada da Gruta XXVI, em Ajanta. Séc. VI. Arquitetura talhada na rocha, que atingiu o máximo no período Gupta. O santuário conserva as características originais, embora esteja agora coberto de esculturas, até mesmo na superfície das colunas.

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por Hsuan-Tsang, andarilho budista chinês. Foi um rei bem dentro das tradições indianas: protetor da cultur a religiosa, eclético e tolerante. A magnitude imperial da Índia que ele conseguiu restaurar, porém, não sobrevive u. Depois de sua morte, o império desmoronou. Enquanto isto, os reinados do Decão prosseguiam expandindo seu poder, principalmente o Pallava, nas regiões de Tamil e Chalukya ocidentais em Maharastra. Éstes últimos,

e

seus

sucessores,

os

Rashtrakuta,

locupletaram

seus reinados com tesouros artísticos de valor inestimável, dos quais, os mais famosos se encontram em Ajanta, Aihole, Badami, Nasik, Elefanta e Ellura. No século VII, no sudeste, foi erguido por Pallava o extraordinário conjunto arquitetônico da Mamallapuram, o que manteve o esplendor dos Gupta até o período medieval. ESTILOS

GUPTA

O período

pelo

Gupta,

de um

novo

estilo que,

no entanto,

se

as normas de mutação que caracterizam a arte indiana. Percebe-se aí, porém, um espírito diferente, que se denuncia, talvez, devido ao desenvolvimento da arie bra-

mânica. De fato, a distinção entre as concepções estéticas do budismo e as dos hindus se ampliaria: as primeiras, com a predominância de um espírito de paz e serenidade, . e as seguintes, pelo dinamismo e certo senso de majestade divina. Tal diferença está mais nítida e evidente

nas composições figuras simples. lam um notável de grandiosidade. A arquitetura,

narrativas do que na decoração e nas Os relevos hindus, principalmente, reveclima monumental, um senso marcante tal

como

nos períodos

anteriores,

com-

preendia stupas e santuários talhados na rocha. Foi guando surgiu uma alteração evolutiva notável: pela primeira vez, estruturas arquitetônicas erguidas livremente foram construídas com material de durabilidade. te des as up st as s da to te en am ic át pr am ír ru st de s Os huno as mais

antigas

(Charsada,

tijolos é recobertas com

Mirpur

Khas),

cons-

estuque, eram uma

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no pedestal indianizados

circular. Este tipo, pelos Gupta, seria

introduzido nos países eternizado por todo o

| . co ti iá As Sudeste rior, te an a rm fo a m su ra mi su as re a dr pe de os Os santuári

code e lh ta en m, ré po o, nd te ), ca di sí ap (quadrangular ou

rativo

muito

A

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do ponto de vista artístico, se destacou

relacionava aos estilos precedentes. Esta é uma das etapas mais importantes do desenvolvimento estético na Índia. Diante de uma das inúmeras obras-primas deste período, pode-se apreciar devidamente o sistema de mutação progressiva que é tão característico dos indianos e no qual um único tema decorativo pode proporcionar uma ampla variedade de interpretações. No campo da escultura, os estilos Chalukya e Pallava 23 adotaram temas Gupta, transformando-os de acordo com

truídas com

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E PÓS-GUPTA

aparecimento

período;

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mais

profuso,

especialmente

nos

ábacos

dos

31. Templo de Lakshmana, Sirpur. Séc. VI e VII. Este templo parece ter sido o protótipo dos santuários de linhas curvas que viriam a se difundir amplamente no período medieval (ver figs. 42, 43, 44). Tal formato era obtido pela colocação de amalakas arredondando as arestas,

capitéis. Os mais famosos são os de Ajanta —

alguns 28,29,30|

deles possuem, como decoração, afrescos maravilhosos, como os de Badami e Ellura. Os santuários erguidos por planejamento arquitetônico variavam bastante em formato, mas tinham em comum as características de simplicidade e pequenas dimensões. As soluções que seriam encontradas pelos arquitetos da época medieval já começavam a se esboçar e compreendiam celas retangulares cobertas por telhados planos, precedidas por um vestíbulo colunário (Ruínas XVII em

Sanchi), pavimento térreo coberto por uma cúpula cônica

(como no templo de Kapotesvara em Chebarla, o templo de Trivikrama em Ter e o templo de Durga em Aihole),

torres quadriláteras encimadas duas partes

(como no templo

por telhado

de Gop,

piramidal

em Kathiawad).

em O

estilo arquitetônico se caracteriza igualmente pela transformação de certas formas ornamentais e pela elaboração de certos detalhes, como o dos telhados. Assim é que a janela

da

sacada,

em

feitio

de

ferradura,

era muito remota da madeira para uma

passando

em

versão de pedra,

se transformou finalmente em motivo de decoração, e nos diversos planos dos telhados havia um embelezamento

por meio destas miniaturas puramente ornamentais. O indiscutível efeito original assim conseguido parece estar mais no campo da escultura do que no da arquitetura; além disso, obedecendo aos textos sagrados, ali estava um reflexo do cosmo. Apesar da importância atribuída à escultura naquele

período, a arquitetura e a escultura

eram sempre com-

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32. Buda no estilo Gupta. Sécs. IV e VI. Arenito, Museu Guimet, Paris. A arte Gupta usava as formas como tema principal. Este exemplar foi tratado com simplicidade, e mantendo a rigidez das formas. O aparece com total ausência de drapeados, daí a figura parecer despida,

90 cm. humanas grande manto

34. Cabeça do Buda Gupta. Sécs. IV e VI. Arenito, Museu Guimet, Paris. O estilo Gupta clássico aparece no sorriso desprendido deste Buda de expressão meditativa e misteriosa.

33. Relevo de Sarnath. Estilo Gupta: sécs. V e VI. Arenito 89 cm. Museu Nacional da Índia. Nova Deli. Relevo ilustrativo dos principais episódios da vida do Buda, datado dos fins do período Gupta, quando a inventividade e a capacidade imaginativa começavam a ceder a certo convencionalismo. Este monólito ilustra as fases da concepção,

nascimento, primeiros passos, grande renúncia, corte do cabelo e Iluminação. O testemunho terrestre da iniciação e o primeiro sermão estão na parte superior, bastante danificados.

plementares e compensavam reciprocamente tal equilíbrio. As rochas de Mamallapuram, talhadas em formato de templo, escavadas e trabalhadas, são afinal esculturas enor- 19 mes, como também acontece com o Kailasanath de Ellura 22 que, resguardado por paredes de rocha viva, se apresenta dentro do pedernal em que foi talhado. Outro tipo de santuário, com planos retangulares, parece ter surgido nos séculos VI e VII, aproximadamente. Com o encorajante emprego de tijolos, os telhados escalonados foram gradativamente adquirindo uma curvatura em direção ao topo e recebendo uma decoração com arremates de almofadas debruadas (amalaka). Um dos mais antigos destes templos, é o de Lakshmana, em Sirpur, que 31

pode ser considerado como o arquétipo dos santuários com

tetos curvos

(sikhara).

No período entre 600 e 750, os estilos regionais começaram a se desenvolver cobrindo ampla área do território. As sikharas surgiram em Orissa. Simultaneamente, o sistema dravidiano, caracterizado pelo teto piramidal, evoluiu com Chalukya (Badami, Pattadakal) e em seguida

com

Rashtrakuta

(Ellura).

No

reino de Pallava

(Ma-

35.

Maheshamurti,

de

Elefanta.

Fim

do séc. VI, começo

do VII. A ilha de Elefanta, diante de Bombaim, tem um santuário na rocha contendo a colossal efígie de Maheshamurti,

a tríade Bramânica, que une em um corpo as três cabeças de Siva; o deus aqui é representado em seus três aspectos, o majestoso, o feminino, o terrífico. É o exemplar mais expressivo da escultura rupestre pós-Gupta, tanto pelas proporções como pelo impacto emocional.

também se evidenciou tal mallapuram, Kanchipuram) 19,29 desenvolvimento. Versões variadas do mesmo templo iriam provocar a criação sempre crescente de formas diversas. Na escultura, como na pintura, os artistas Gupta elegeram a figura humana como temática principal. E, de maneira magnífica, expressavam a serenidade majestosa do budismo; os nus aparecem quase transfigurados, mas conservando a expressão tranquila e altiva, de quase sobe , Buda O : tuas está de s tipo dois m ste Exi za. nde gra rana Bodhique se harmoniza com as tradições precedentes, e O s sattva e as divindades bramânicas, cujas ornamentaçõe liciprincipescas contrastavam sensivelmente com à simp dade budista. criados Os exemplares mais belos desta arte seriam

Os a. hur Mat e h nat Sar las: esco s dua por te men pal nci pri ciras éol aur las amp com s, alto to mui , pre sem são, 32,34 Budas do culares, e assentados sobre monólitos. A partir, talvez,

pelas do eri sug é s mai não já to men eja pan o V, ulo séc conta ese apr se mas do, teci do tan imi dobras do material vas e lante, revelando as formas anatômicas. Os Bodhisatt prêsas 13,14 as divindades bramânicas usavam túnicas singelas,

36. Detalhe da incursão séc. VII; os brâmanes, carregam cântaros para o rio com a dedicação

ao Ganges. Relevo em Mamallapuram, pacíficos, aguardam à beira do rio; encher com a água sagrada e adoram de sacerdotes.

à cintura por uma faixa, deixando desnuda a parte superior do tronco; seus ornamentos, embora pouco numerosos, revelam um

detalhismo

cuidadoso.

O estilo Gupta, partindo dos séculos VI e VII, evoluiu para o chamado estilo pós-Gupta. Pouco a pouco as ca-

racterísticas foram sofrendo mutações, os contornos se tornaram mais fortes, as normas iconográficas, mais numerosas e severas, a ornamentação mais complicada e os tipos físicos mais impessoais. O Buda pós-Gupta, con-

tudo, conservou as características iconográficas do Buda Gupta, e milhares de exemplos deste tipo podem ser encontrados por toda a Índia e mesmo nos países do Sudeste Asiático. A tendência narrativa dos escultores primitivos continuou

a se mostrar

nos

relevos,

mas

em

execução

muito

mais aprimorada; há muito menos detalhismo pictórico e muito maior domínio de composição. Se o relevo bu- 33 dista parece degenerar para estereótipos, o relevo bramânico é caracterizado por acentuado senso monumental e muito afetado pelo gosto típico da época moderado, inicialmente, pela elegância e morigeração dos budistas.

37.

O

sono

de

Mamallapuram;

Vishnu.

séc.

VII.

Relevo

Vishnu

da

gruta

repousa

de

Avatara

sobre

o

em

corpo

Serpente da Eternidade, cujas múltiplas cabeças formam um pálio em volta da cabeça do deus adormecido, cuja majestade é equilibrada pela figura da mulher genuflexa que ora a seus pés.

da

Nos séculos VI e VII, foi atingido o ápice de potencialidade e beleza artísticas. Os principais centros eram Ele35 fanta, próximo a Bombaim (fins do século VI e começo 36,37 do século VII), Mamaldapuram na costa leste do Decão 20

38,39

(primeira

do século VII)

e Ellura

em

Maharastra

(séculos VII e VIII). Cada uma destas regiões possuía características próprias: pureza de linhas e formas em Elefanta, elegância moderada, naturalismo e dignidade em

15,16 17,18

metade

Mamallapuram,

A pintura

mural

força

e intensidade

também

alcançou

em

Ellura.

a máxima

estatura

artística nesta mesma época, através da beleza de suas composições, assim como na perfeição das formas, na firmeza dos desenhos e no uso expressivo das cores. Os afrescos do grupo Ajanta são de qualidade marcante. Os de outras regiões (Sigiryia, no Ceilão; Bagh, Badami Sittanavasal) são menos requintados, embora tenha carac-

terísticas próprias muito interessantes.

Os temas das ilustrações são religiosos (budistas em Ajanta, Sigiriya e Bagh, jainistas em Sittanavasal, bramãnicos em Ellura). Estes afrescos servem como fonte de informações sobre a vivência daquela época, desde a suntuosidade das cerimônias oficiais à intimidade das cenas

familiais. O sagrado e o profano estavam sempre interligados na vida social da antiga Índia. Ajanta constitui a mais perfeita expressão da arte requintada e elegante do período Gupta e é provável que apresente um quadro bem realístico e fiel da vida na corte, coincidindo com as descrições da exagerada e pretensiosa literatura da

época. A pintura tinha como característica a utilização integral da superfície disponível na obra, sem qualquer separação linear ou interrupção da continuidade cromática. Entre o emaranhado de figuras e detalhes, torna-se penoso, à primeira vista, estabelecer uma linha esquemática. Pouco a pouco, porém, os olhos se vão acostumando e começam a distinguir diferentes grupos e elementos. Saltando de um a outro dos planos e atitudes figurativos, chega-se a conseguir uma objetivação plástico-visual. O relacionamento entre um grupo e o seguinte é conseguido por mei de figuras secundárias, tal como no relevo os meios-ton: servem de transição entre luz e sombra. Obedecendo aos velhos preceitos das épocas antigas, os artistas de Ajanta empregavam vários pontos de fuga numa mesma composição, o que lhe dava certa mobilidade. A perspectiva se assemelha à idéia de movimento sugerida na composição circular. Em realidade, muitos dos grupos são arrumados num esquema em círculo ou em forma oval que se revela apenas na disposição das figuras, na direção de um membro ou de um olhar e no movimento das curvas e linhas. Cada grupo converge para o centro, tal como as pétalas de uma flor para o seu cálice. Os artistas de Ajanta conseguiam utilizar a composição circular com notável habilidade e sutileza. Esta modalidade apareceu pela primeira vez durante o período Bharhut e atingiu um nível de perfeição em Amaravati. Além da objetivação estética, esta forma de composição também possui simbolismo de valor místico, de significação profícua, pois se trata de um círculó mágico, uma abstração da mandala — forma imaginária do cos-

38 (acima). Ravana abalando o Monte Kailasa. Templo de

Kailasa, Ellura, séc. VIII. Erigido intencionalmente como réplica do Monte Sagrado de Kailasa, em cujo cimo Siva residia com a mulher Parvati, Com seus múltiplos braços, o gigante Ravana pressiona em diversas direções, a fim de abalar, os alicerces, mas Siva, com um simples toque do pé, restaura o equilíbrio da montanha, aprisionando o gigante nas profundezas terrestres.

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