Las Sociedades Del Miedo

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K ees K o o n in g s y D irk K r u ijt (eds.)

LAS SOCIEDADES DEL MIEDO El legado de la guerra civil, la violencia y el terror en América Latina

Adiciones l n ivm id ad

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LAS SOCIEDADES DEL MIEDO E l legado de la guerra civil, la violencia y el terror en A m érica Latina

Traducción de:

Jesús Torres del Rey M a. Rosario Martín Ruano Jo rge J. Sánchez Iglesias

E D IC IO N E S U N IV E R S ID A D D E S A L A M A N C A

A CT A S A L M A N T I C E N S I A

BIBLIO TECA D E PEN SAM IEN TO Y SOCIEDAD, 84

© de esta edición: Ediciones Universidad de Salamanca y los autores

© de la traducción: Jesús Torres del Rey, M* Rosario Martin Ruano y Jorge J. Sánchez Iglesias

1 a edición: noviembre, 2002 I.S.B .N .: 84-7800-867-^ Depósito legal: S. 1.44; 2002

Ediciones Universidad de Salamanca Apartado Postal $25 57080 Salamanca

Impreso en España-Printed in Spain I m p r e n t a C a i . a t r . w a , S o c . Cooi>.

Pol. Ind. El Montalvo Tel. v Fax 925 19 02 15 Salamanca

Tudas los derechas reservadas. N i la totalidad ni partt de este libro puede reproducirse ni transmitirse sin perm iso escrito de Ediciones Universidad de Salamanca..

CEP. Servicio de Bibliotecas Las S O C IE D A D E S del miedo : el legado de la guerra civil, la violencia y el terror en América Latina / Kees Koonings y Dirk Kruijt (eds.),; traducción, Jesús Torres del Rey, M. Rosario Martin Ruano, Jo rg e J . Sánchez Iglesias. — i.a ed. Salamanca : Ediciones Universidad de Salamanca, 2001 17 x 24 cm.— (Acta Salmanticensia. Biblioteca de Pensamiento y Sociedad ; 84) Actas de congreso 1. Violencia-América Latina Congresos- 2- Revoluciones-Aspecto socialAm éricaLatina-Siglo 2o.0-Congresos. 1. Koonings, Kees. II. Kruijt, Dirk. )23.27/.28(8)”i9”(o6i.3)

ÍNDICE

P r e á m b u lo A g ra d e c im ie n to s

13 i5

So b r e lo s a u t o r es N o ta de lo s tr a d u c to r e s

17

I.

«9

IN T R O D U C C IÓ N : L A V IO L E N C IA Y E I. M IE D O E N A M É R IC A L A T IN A Dirk K ruijt y Kees K oonings

21

L a VIOLENCIA Y EL D ESARRO LLO DE LAS NACIONES EN AM ÉRICA L a t in a L a VIOLENCIA EN E L O RDEN TRADICIO NAL P o l í t i c a d e m a s a s , v i o l e n c i a p o l í t i c a y «g u e r r a s i n t e r n a s » L a v i o l e n c i a e n l a A m é r i c a L a t i n a ps t - a u t o r i t a r i a L

a s a m e n a z a s a l o r d e n s o c ia l p a c íf ic o : p o b r e z a , m a r g in a -

L

a s s o c ie d a d e s d e l m ie d o : c a u s a s y c o n s e c u e n c ia s

24

2-7 28 32

34

lid a d y e x c lu s ió n

37

Los c o n te n id o s d e l lib r o

P r im e r a

41

parte:

L A S D IM E N S IO N E S S O C IA L E S , P O L ÍT IC A S Y É T N IC A S D E L A G U E R R A C IV IL

II.

E JE R C IC IO S D E T E R R O R IS M O D E E ST A D O : L A S C A M ­ P A Ñ A S C O N T R A R R E V O L U C IO N A R IA S E N G U A T E ­ M ALA Y PERÚ Dirk K ruijt Perú:

la

G

uerra

A rm ad as G u a t e m a l a : b a jo

C

iv il ,

S e n d e r o L u m in o s o

y las

53

F u erzas

54 e l f u e g o p e r m a n e n t e d e b a ja in t e n s id a d

64



In d i o :

III.

IV.

A pi j n t e s f i n a i .e s A p é n d ic e 1 . E j e c u t i v o s n a c i o n a l e s e n P e r ú ( 1 9 3 0 -2 0 0 1 ) A p é n d i c e II. E j e c u t i v o s n a c i o n a l e s d e G u a t e m a l a ( 1 9 3 0 -2 0 0 1 )

75 78 79

CO SECH AN D O T E M P E ST A D E S: LA S R O N D A S C A M P E ­ S I N A S Y L A D E R R O T A D E S B N D E R O L U M IN O S O EN A YA CU CH O Carlos Iván Degregori

81

L o s jó v e n e s r u r a l e s y e l c a m p e s in a d o L a o r g a n i z a c i ó n d e l a p r o d u c c ió n E l NUEVO PODER R a c io n a l id a d a n d in a f r e n t e a r a c io n a l id a d s e n d e r is t a L a s e g u r i d a d d e l a p o b l a c ió n A d a p t a c ió n -e n - r e s is t e n c ia E x t e r io r iz a c ió n R e s is t e n c ia c a m p e sin a y r o n d a s c a m p e s in a s P u n t o s c ie g o s y d e r r o t a d e S e n d e r o L u m in o so E s e n c i a s e n a c c ió n C o n c e p c io n e s d e l t ie m p o y e l e s p a c io

81 84 85 87 92 95 94 95 99

L A CULTURA ANDINA

ioi

« B IE N V E N ID O S A L A P E S A D IL L A » : R E F L E X I O N E S S O B R E L O S G U E R R E R O S SIN R O ST R O D E L A R E -V U E L ­ TA D E L A C A N D O N A (C H IA PA S, M É X IC O , 1994) Arij Ouweneel

105

P e r s p e c t iv a e n d ó g e n a , p e r sp e c t iv a V o ces d e la selva V o ces d e la m o ntañ a L a r e s t a u r a c ió n d e l o r d e n

105 108 i 10 115

Segund a

exó g en a

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ioi

parte:

L A S C O N S E C U E N C IA S A L A R G O P L A Z O D E L A V IO L E N C IA , E L T E R R O R Y E L M IE D O

V.

V IO L E N C IA P O L ÍT IC A E N E L M É X IC O P O S T -R E V O L U C IO N A R IO Alan K night

121

ÍNDICE

VI.

E L M I E D O A L A I N DI F E R E N C I A : L O S T E M O R E S DE L OS C O M B A T I E N T E S SOBRF: L A I D E N T I D A D P O L Í ­ T IC A D E LO S C IV IL E S D U R A N T E I.A G U E R R A SU C IA A R G E N T IN A Antonius R o b b e n L a a p a r ic i ó n d e l a v i o l e n c i a p o l í t i c a e n A r g e n t i n a L a e s t r u c t u r a d e l a r iv a lid a d d u r a n te lo s s e te n ta

V il.

9

141

142 146 149

R i v a l i d a d , a l i a n z a f. i n d i f e r e n c i a L o s i n d e c i d ib le s y l o s i n i e s t r o

i 5}

V

155

io l e n c ia y m o r a l id a d

D E L A B A N A L ID A D D E L A V IO L E N C IA A L T E R R O R R E A L : E L C A SO D E C O L O M B IA Daniel Pécaut La La

c o n e x ió n e n t r e l o s d is t in t o s t ip o s d e v io l e n c ia

15 7 15 9

v i o l e n c i a c o t i d i a n a : l a t r a y e c t o r i a d e i .o s i n d i v i d u o s y

L A LÓ GICA D E I.A PROTECCIÓN

L a s fo rm as d e terro r E l t e r r r s i l e n t e C o n c l u s ió n

16 4

169 i

75

18 1

T

e r c e r a partf.

¿T R A N S IC IO N E S D E M O C R Á T IC A S PA C ÍFIC A S? P E R S P E C T IV A S Y P R O B L E M A S

V III.

M E M O R IA C O L E C T IV A , M IE D O Y C O N S E N S O : PSIC O ­ L O G ÍA P O L ÍT IC A DF. L A T R A N S IC IÓ N D E M O C R Á T IC A E N C H IL E Patricio Silva E

l p e r s i s t e n t e r e c u e r d o d f .i . p a s a d o

L a amenaza del otro Una sociedad saturada L a INSTITUCION A LIZACIÓN D E L MIEDO

Protección ante la inseguridad Entre la gratitud y el temor C onsumismoy apatía T

r a n s ic ió n a l a i n c e r t id u m b r e

E l despertar de la sociedad civil Renovación ideológica E l plebiscito de 1988y sus consecuencias

185 187 18 8 18 9 190 190 19 2 19 3 195

19 5 197 198

ÍN D IC E

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c o n f ia n z a y c o n s e n s o

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L a vigencia delpasado: la cuestión de los derechos humanos R

IX .

20 3 206

e f l e x io n e s f in a l e s

P o s t S c r ip t u m

206

S O M B R A S D E V IO L E N C IA Y T R A N S IC IÓ N P O L ÍT IC A E N B R A S IL : D E L R É G IM E N M IL IT A R A L G O B IE R N O D E M O C R Á T IC O K eesK oon in gs

¿11

A

2 12

s c e n s o y c a íd a d e l a u t o r it a r is m o m il it a r

L a militarización de la política L a consolidación del régimen militar Violenciay represión bajo el régimen militar La lógica del miedo controlado: ¡a transición democrdticay el ejército E j ÉRCITO Y POLÍTICA D ESD E 198-5 Blproblem a de la tutela E l legado de represión y la cuestión de los derechos humanos D

im e n s io n e s

p o l ít ic a s

e

in s t it u c io n a l e s

de

la

nueva

DEMOCRACIA

Política civil tras 198 ¡ L a consolidación de la democracia: balance provisional L A AM ENAZA ACTUAL D E LA VIOLENCIA

Conflictos socialesy violencia L a nueva guerra: crimen contra la sociedad

X.

212 zt; 216 2 21 226 227 230 232 232 236 239 240 24 3

C o n c l u s ió n

245

T R A N S IC IÓ N Y V IO L E N C IA . R E F L E X IO N E S S O B R E E L C A M B IO P O L ÍT IC O E N M É X IC O Wil Pansters

247

LO S PILARES D EL AUTORITARISMO MEXICANO A u t o r it a r is m o y c a m b io I n t e r r o g a n d o i .a E l e c c io n e s C o r p o r a t iv is m o

t r a n s ic ió n m e x ic a n a

E l h o r iz o n t e t e m p o r a l E l u n i v e r s o d e l e a l t a d e s PRIMORDIAI.ES T r a n s ic ió n , v io l e n c ia y m ie d o A p u n t e s f in a l e s

249 252 25 5 256 260 262

264 268 272

ÍNDICE

XI.

UN PAIS A LA DERIVA: CRISIS Y TRANSICION EN CUBA Gert Oostindie

275

E L

276 277

l o c a so d e

LA REVOLUCIÓN

a s c r is is r e g is t r a d a s a m e d ia d o s d e l o s n o v e n t a

D e c l i v e e c o n ó m ic o D is id e n c ia y r e p r e s ió n L a c r is is in t e r n a E l RESURGIR D E LA «R A ZA » L a CRISIS IN TERN A : SUFRIM IENTO, IRA Y MIEDO L

a

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abana

V

287

ie ja

L a RESISTENCIA D EL RÉGIM EN

289

E

PO ST ScRIPTU M , 19 98

29 1 293 295

E P ÍL O G O : R E F L E X I O N E S S O B R E E L T E R R O R , L A V IO L E N C IA , E L M IE D O Y L A D E M O C R A C IA Edelbcrto Torres-Rivas

297

s c e n a r io s p a r a l a t r a n s ic ió n

F in d u s ié c l u

X II.

L a d e m o c r a c ia n o es i r r e v e r s i b l e L a v i o l e n c i a n o t i e n e PUNTO d e p a r t i d a e n LA HISTORIA L a u b ic u id a d d e l a v i o l e n c i a

297 298

E stad o L a tr iv ia liz a c ió n d e l h o r r o r

299 301 303

T r a n s ic io n e s c o n m ie d o D e m o c r a c ia y p o d e r sin P o s t S c r ip t u m

306 308 3 12

E

B

2 78 279 280 283 286

l t e r r o r ism o d e

ib l io g r a f ía

v io l e n c ia

3'5

R E A L ID A D E S LATINOAMERICANAS: ¿EN QUÉ MANOS ESTÁ EL PODER?

Ustedes me piden unas garantías específicas para las que yo no puedo darles res­ puestas adecuadas. N o está en mi mano prom eterles una solución inequívoca siguiendo sus finos parámetros europeos. He sido un destacado periodista durante los años de la represión y la dictadura militar. Estuve amenazado y tuve que huir al extranjero para ponerme a salvo. Ahora soy el vicepresidente, incluso presidente en funciones de este país. He redactado las partes fundamentales de nuestra Constitu­ ción. Aparentemente estoy investido con todo el poder político. Pero, en realidad, amigos míos, me veo en la necesidad de compartir el poder con otras muchas ins­ tancias, alguna de ellas invisible. En este país todavía mandan los militares. Esto es Guatemala, amigos, y no se puede poner en marcha un proyecto de gobierno sin con­ tar con su autorización implícita. Por otra parte están, por supuesto, las fuerzas paramilitares o los escuadrones de la muerte, com o ustedes los llaman. ¿Pueden sugerirme qué se puede hacer con ellos? Están presentes y ausentes al mismo tiempo. Están por todas partes y en ninguna; y piden lo que les corresponde. También están los narcotraficantes con sus mafias. Naturalmente, podría negar su existencia, y lo mismo podría hacer con los militares, con la policía, con los criminales y con los capos de la droga. Pero estamos en Guatemala y la presencia de todos ellos es una cruda realidad. Y a esto se añade el problema de la C A C 1 F, la Cámara Nacional de Comercio e Industria, que tilda de comunismo cualquier mínimo incremento de impuestos de un 2 o un 3 por ciento, ¡y los militares les creen! La C A C IF controla toda la economía nacional. Asi pues, reconsiderando estos hechos, ¿qué clase de garantías piden ustedes? Un

e x -v ic e p r e s id e n t e d e

G

u atem ala

A GRA D ECIM IENTO S

Este volumen surge como colofón del congreso internacional que organizamos los editores en colaboración con el profesor de la Universidad de Leiden Raymond Bu ve y que se celebró en la Universidad de Utrecht en septiembre de 1995. El obje­ tivo del congreso era analizar el influjo de los distintos tipos de violencia social y política, especialmente la guerra civil y el terrorismo de Estado, en el desarrollo social y político de América Latina. El interés, en nuestra opinión, estaba más que justificado, pues el debate sobre la situación latinoamericana actual por lo general se ha centrado en las perspectivas que tiene la democracia para afianzarse y en cues­ tiones relativas a lo que se ha dado en llamar «ajuste y gobernabilidad». Una vez caída la mayoría de los regímenes militares de la zona, y prácticamen­ te concluida la formalización de los acuerdos de paz en Centroamérica tras la firma del ambicioso tratado de paz en diciembre de 1996 en Guatemala, uno se siente ten­ tado a pensar que la violencia, la represión y la guerra civil forman parte del pasado latinoamericano. Sin em bargo, no parece que vaya a borrarse de un plumazo la estela de varias décadas de violencia, terrorismo de Estado y guerra civil. El con­ greso de Utrecht, titulado «Las sociedades del miedo», pretendía evaluar hasta qué punto afectan las diversas formas que ha tomado y toma la violencia en el marco más amplio de la dinámica política y social de la zona, especialmente en lo que se refiere a la cuestión primordial de la gobernabilidad en un contexto democrático. En total, en el congreso se presentaron veintiocho ponencias, cuyos autores procedían de países tan diversos como Alemania, España, los Estados Unidos, Francia, Gran Bretaña, Guatemala, Holanda, México, Perú o Surinam. Éstas se agruparon en redes temáticas, por ejemplo, sobre las guerras civiles étnicas, las transiciones políticas, la violencia y la sociedad civil, y en sesiones centradas en los distintos países o zonas, como las dedicadas a Argentina, Centroamérica, México y Surinam. En este volu ­ men se ofrece una selección de diez artículos, que en todos los casos se han revisa­ do substancialmente o se han reescrito por completo. Tres de ellos tuvieron que traducirse al inglés para la edición originalmente publicada por Zed Books. E l capítulo que versa sobre Brasil no se presentó como ponencia en el congreso; se escribió con posterioridad a él específicamente para incluirse en el libro. Finalmen­ te, añadimos un primer capítulo que hace las veces de introducción a la obra. En un proyecto tan amplio como éste, los organizadores del congreso y los edi­ tores del volumen contraen deudas de todo tipo, no siempre de carácter académico. En primer lugar, queremos expresar nuestra gratitud a una serie de instituciones que hicieron viable el congreso desde un punto de vista económico: la Fundación Holandesa para el Fom ento de Investigaciones Tropicales (W O TR O ), la Real

l6

AGRADECIMIENTOS

Academ ia Holandesa de Ciencias y Letras (K N A W ), la Asociación Holandesa de Estudios Latinoamericanos y del Caribe (N A L A C S ), la Junta de Gobierno de la U niversidad de Utrecht, la Facultad de Ciencias Sociales de la Universidad de Utrecht y su Departamento de Antropología, el Centro de Investigación C E R E S , el Centro de Estudios Latinoamericanos y Caribeños de la Universidad de Utrecht, el Departamento de Estudios Latinoamericanos de la Universidad de Leiden y el Cen­ tro de Investigación y Estudios no Occidentales de la Universidad de I .eiden. E n segundo lugar, querem os hacer constar nuestro reconocim iento a un número considerable de personas que pusieron a nuestra disposición su tiempo y su esfuerzo antes del congreso, durante la celebración del mismo y a la hora de preparar este volumen. Estamos inmensamente agradecidos a Raymond Buve, con quien fue un placer coordinar conjuntamente el encuentro. Asim ismo, contamos en todo m om ento con el apoyo de Lietcke van Vucht Tijssen, m iembro de la Junta de Gobierno de la Universidad de Utrecht. Suzette de Boer, Camie van de Brug y Machtel Ooijens nos proporcionaron una ayuda incalculable en lo relativo a la organiza­ ción, al ocuparse de la vorágine de los detalles del congreso. Respecto a la preparación de este volumen, debemos expresar nuestra gratitud a los autores por aceptar nuestras indicaciones a la hora de revisar los artículos, y por concedernos un amplio margen de maniobra sobre el texto final. Chris Follett, Mario Fumerton, Helen Hintjens, Jo Kingsfield, Patrick Loftman y John Schaechter hicie ron un esfuerzo considerable y una excelente labor de traducción y corrección lin­ güística. Flora de G root nos ayudó con la bibliografía en un momento crucial. Petra Nesselaar se encargó del procesamiento del texto con suma destreza y paciencia. Finalmente, debemos agradecer la amabilidad y la eficiencia que demostraron Robert Molteno y sus colegas de Zed Books en la fase final de preparación y edición del libro. K f ;i :s K o o n i n g s , D i r k K r u i j t

Utrecht, diciembre de

199SÍ

S O B R E L O S AUTORES

C a r l o s I v á n D e g r e g o r i es profesor de Antropología en la Universidad de San Marcos e investigador del Instituto de Estudios Peruanos (IEP) de Lima. Sus publicaciones comprenden una amplia gama de temas: la sociedad andina, la etnicidad, los orígenes de Sendero Lum inoso, las rondas campesinas y la situación de Perú tras la guerra. A l a n K n i g h t es profesor de Historia latinoamericana en la Universidad de O xford. Sus numerosas obras y artículos se centran en la revolución mexicana y en la vida social y política de México tras la revolución. K e e s K o o n i n g s es profesor asociado de D esarrollo latinoamericano en la Universidad de Utrecht. Es antropólogo y sociólogo, y ha escrito sobre cuestiones relativas al desarrollo, la industrialización de Brasil y el militarismo en América Latina. D i r k K r u i j t es profesor de Estudios del Caribe en la Universidad de Utrecht. Desde los ámbitos en los que es experto, la sociología política y la antropología social, sus publicaciones se centran fundamentalmente en la pobreza y la marginalidad, la guerra y la paz, y los gobiernos militares. G e e r t O o ST L N D IE es profesor de Estudios del Caribe en la Universidad de Utrecht y Director del Departamento del Real Instituto de Lingüística y Antropo­ logía, en Leiden. E s historiador y antropólogo social, y sus numerosas publicaciones se centran en las sociedades dependientes de las plantaciones, en la etnicidad y en la construcción del concepto de nación en el Caribe.

A r J O U W E N E E L es investigador principal en el Centro de Estudios y D ocu­ mentación Latinoamericana de Amsterdam (C E D L A ), y profesor de Historia de los pueblos indígenas en la Universidad de Utrecht. Ha escrito sobre diferentes cues­ tiones relacionadas con la población indígena de México, Guatemala y los países andinos durante los periodos colonial y poscolonial. W lL PAN STERS es profesor asociado de Estudios latinoamericanos en la Univer­ sidad de Utrecht. Es especialista en geografía humana, y sus obras se centran en la historia de las regiones, el desarrollo regional y la cultura política en México.

IK

SOBRE LOS Al'TORHS

D a n i e i . P r c a u t es profesor de Estudios latinoamericanos en la Ecoledes l ian­ tes Études en Sciences Sociales, de Paris. Es sociólogo, y ha publicado numerosas obras sobre cuestiones relacionadas con la violencia política en América Latina, especialmente en Colombia. A n t o n i u s Ri >BR¡;n es profesor de Estudios latinoamericanos en la Universidad de Utrecht. Desde el enfoque de la antropología cultural, ha publicado sobre las comunidades locales en Brasil y los efectos psicoantropológicos de la violencia en América Latina. P A T R IC K >Sll.VA es profesor asociado de Relaciones políticas latinoamericanas en la Universidad de Leiden. Desde el ámbito de las ciencias políticas, tiene nume­ rosas publicaciones sobre los regímenes (post)totalitarios del Cono Sur, especial­ mente en relación con la democratización y el papel de los tecnócratas. ED ELBERTO T o r r e s - R i v a s es en la actualidad investigador principal del Insti­ tuto de Investigaciones de las Naciones Unidas para el Desarrollo Social (U N R 1 SD). E s sociólogo, ocupó el cargo de secretario general de la Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLA C SO ) y sus numerosas publicaciones abarcan todo tipo de cuestiones relacionadas con la política latinoamericana, la historia política y social de Centroamérica y la guerra civil y el proceso de paz en Guatemala.

NOTA DE LOS T RA D U C TO RES

Desde la aparición del texto original, Societies o f Fear. The Legacy o f C ivil tf'ar, Violence and Terror in Latin America, en 1999, son muchos los cambios que se han pro­ ducido en las distintas sociedades latinoamericanas. El tiempo se ha encargado de hacer realidad las predicciones que apuntaban algunos de los trabajos recogidos en este volumen. En otros casos se ha considerado la oportunidad de actualizar el contenido de los artículos gracias a la generosa disposición de los autores, que se han brindado a añadir observaciones y comentarios adicionales cuando lo han creído necesario. De igual m odo, nos gustaría agradecer la atenta ayuda y amabilidad de los editores, Kees K oonings y Dirk Kruijt, profesores de la Universidad de Utrecht, durante la labor de traducción y documentación. Por último, queremos expresar nuestro reconocimiento a los profesores Román Alvarez y Africa Vidal, de la Universidad de Salamanca, por su valiosísima colabo­ ración y asesoramiento a lo largo de este proyecto; y a Jo sé M. Bustos Gisbert, Director del Servicio de Publicaciones de la misma Universidad, por depositar su confianza en este equipo. J esú s T o r r e s d e l R e y M . R o s a r io M a r t ín R u a n o J o r g e J . S á n c h e z Ig l e s ia s

I

INTRODUCCIÓN: LA VIO LENCIA Y E L MIEDO EN AMÉRICA LATIN A Dirk Kruijt y Kees Koonings

1989 UNO DE I.OS AUTORES, en calidad de miembro de una misión negociadora con el gobierno democratacristiano de Guatemala, par­ ticipó en una larga conversación con el entonces vicepresidente del país, el licenciado Roberto Carpió Nicolle. El gobierno nacional, el primer gobierno civil tras un largo período de dictadura militar, intentaba conseguir de los países euro­ peos ayudas de carácter técnico y financiero. Guatemala podía hacerse perfecta­ mente con esas ayudas: por un lado, porque necesitaba ser reconstruida después de la terrible guerra civil y de la crisis de los años ochenta; por otro, porque, después de muchos años de haber sido un país paria para la comunidad internacional, de alguna manera ahora se le veía como un destinatario que estaba de moda en términos políticos. Carpió había presidido el comité de reforma constitucional durante la transición de un gobierno militar a otro civil. Como vicepresidente constitucional, estaba al frente del sector público de la nación y, en el momento de la entrevista, era además presidente en funciones. Al término de la última ronda negociadora, en la que se abordaba su propuesta de ayuda para un ambicioso programa de erradica­ ción de la pobreza y de fomento de la pequeña empresa, surgió el delicado asunto de los derechos humanos. Cuando el jefe de la delegación insistió en la necesidad de garantizarlos frente a las fuerzas paramilitares y los escuadrones de la muerte duran­ te el tiempo de ejecución del proyecto, el vicepresidente de Guatemala enrojeció y, un tanto sofocado, comenzó a enhebrar las siguientes argumentaciones:

E

N SEPTIEM BRE D E

U stedes m e piden unas garantías especificas para las que yo no puedo darles respues­ tas adecuadas. N o está en mi m ano prom eterles una solución inequívoca sigu iend o sus finos parám etros europeos. H e sido un destacado periodista durante los años de la repre­ sió n y la d ictad u ra m ilitar. E s tu v e am enazado y tu v e que h u ir al e x tra n je ro para p onerm e a salvo . A h o ra soy el vicepresidente, incluso presidente en funciones de este país. H e redactado las partes fundam entales de nuestra C on stitu ción . A paren tem en ­ te esto y in vestid o con todo el p od er p olítico. P ero , en realidad, am igos m ios, me veo en la necesidad de com p artir el poder con otras m uchas instancias, algu n a de ellas

22

DIRK KRL 1JT Y KP.ES KOON1NGS

in visible. E n este país tod avía m andan los m ilitares. E s to es G u atem ala, am igos, y no se puede poner en m archa un p ro yecto de g o b iern o sin contar con su autorización im plícita. P o r otra parte están, p or supuesto, las fuerzas param ilitares o los escu ad ro­ nes de la m uerte, com o ustedes los llaman. ¿Pueden sugerirm e qué se puede hacer con ellos? Están presentes y ausentes al m ism o tiem po. Están p o r todas partes y en n in g u ­ na; y piden lo que les co rre sp o n d e . T am b ié n están los n a rco traflcan tes co n sus mafias. N aturalm ente, podría negar su existencia, y lo m ism o podría hacer con los m ili­ tares, con la policía, con los crim inales v con los capos de la d roga. Pero estam os en G uatem ala y la presencia de todos ellos es una cruda realidad. V a esto se añade el p ro ­ blem a de la C A C 1F la Cám ara N acional de C om ercio e Industria, que tilda de co m u ­ nism o cualquier m ínim o increm ento de im puestos de un 2 o un 3 p or ciento, ¡y los m ilitares les creen! La C A C I 1' con trola toda la econom ía nacional. A si pues, reconsi­ deran do estos hechos, ¿qué clase de garantías piden ustedes?

De este modo, en pocas palabras, dejó claro el problema que constituye el prin­ cipal objeto de este estudio. América Latina arrastra un legado de terror, miedo y violencia. D e todos los países del continente, Guatemala es uno de los ejemplos que más claramente ilustran la situación de las «sociedades del miedo». La constitución de este tipo de sociedad y la per vivencia de sus características (en otras palabras, las consecuencias a largo plazo de la violencia, la represión y la arbitrariedad) son recu­ rrentes en el panorama político latinoamericano. Por desgracia, estos problemas no han desaparecido de la escena social y política del continente a pesar de casi dos déca­ das de esfuerzos por erradicar el autoritarismo y las guerras fratricidas, y a pesar de los intentos por restaurar la democracia y legitimar un gobierno civil. Desde finales de los años setenta, América Latina ha experimentado profundos, y con frecuencia dolorosos, procesos de cambio económico, político y social. La zona tuvo que hacer frente a un doble desafio: combatir la peor crisis económica des­ de los años treinta y, al mismo tiempo, caminar por la senda de la transición y con­ solidación democráticas. Y estos cambios se vieron complicados por la presencia de numerosos conflictos y contradicciones internos, tanto sociales com o políticos. No resulta, pues, sorprendente que los avances por esa senda hayan sido en muchos casos ambiguos, parciales e inestables. En la mayoría de las ocasiones la transición hacia la «normalidad» ha tenido una trayectoria zigzagueante. La recuperación eco­ nómica llegó tarde, resultó frágil y no produjo el resultado tan esperado de reducir con rapidez la pobreza y las desigualdades. En teoría la democratización ha tenido un desarrollo impresionante en algunos aspectos, pero en la práctica el proceso se ha vis­ to continuamente complicado por la confusión institucional, por las turbulencias políticas, los conflictos y la violencia. En las postrimerías del siglo X X la región se encuentra en una encrucijada y marcada por un dilema fundamental. Por un lado, la mayoría de los países se han esforzado durante los últimos diez o quince años para establecer gobiernos civiles y democráticos que reemplazaran a los regímenes autoritarios que, en mayor o menor medida, se habían sustentado en la arbitrariedad y en la violencia institucionalizada. La que se ha dado en llamar «consolidación democrática» ha estado acompañada, en algunos países, de una aparente recuperación económica que ha puesto fin al ciclo de estancamiento, deuda y empobrecimiento de los años ochenta. Pero, por otra 1

La C A C IF aglutina a la burguesía terrateniente, comercial y financiera.

INTRODUCCIÓN: LA VIOLENCIA Y EL MIEDO EN AM ÉRICA LATINA

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parte, muchos problemas sociales y políticos siguen amenazando América Latina. Estos problemas no pasan inadvertidos y generan serias dudas acerca de si en reali­ dad se trata de una prometedora zona de «nuevas democracias» y de «mercados emergentes» \ si bien aún se ven ignorados en el reciente cúmulo de publicaciones en torno a la redemocratización de América I-atina. Los debates académicos acerca del desarrollo de la América Latina de nuestros días se han centrado fundamentalmente hasta el momento en la economía política de ajustes, en los mecanismos de transición y consolidación democráticas, o en las rela­ ciones entre ambas vertientes (sobre todo a través de las nociones de buen gobierno y gobernabilidad)?. Mucha menos atención se ha venido prestando a las actuales manifestaciones del conflicto, la violencia, la represión y el terror, y a sus conse­ cuencias, así como a las condiciones sociales, políticas y culturales existentes. Estos fenómenos parecen estar en contradicción con la habitual imagen de gradual des­ arrollo económico y político, supuestamente emprendido en pos de un estatus de «modernidad» liberal y democrática. N o es ni mucho menos seguro que las formas de gobierno y de integración social cívicas y estables vayan a perdurar y prevalecer en América Latina. Esta sospecha se fundamenta en el legado de las guerras civiles y las dictaduras represoras, sin olvidar la presencia de signos de pobreza, desigualdad y exclusión política y social. Estas últimas son el telón de fondo de nuevas e inquie­ tantes formas de violencia que parecen cobrar nuevo impulso en las sociedades postautoritarias latinoamericanas. Este volum en intenta poner de relieve un aspecto especialmente angustioso del problema: las formas pasadas y presentes de violencia, conflicto y terror. En los siguientes capítulos, varios autores abordan la violencia de los conflictos tanto sociales com o políticos que se producen en América Latina, y analizan la diversi­ dad de sus orígenes, manifestaciones y consecuencias. En este capítulo introduc­ torio trataremos de enmarcar las cuestiones relativas a los conflictos, a la violencia y al miedo que han asediado a las sociedades latinoamericanas en el pasado y que siguen haciéndolo en el presente. En realidad, sostenemos que la violencia social y política ha sido endémica y de carácter permanente en la configuración de las naciones latinoamericanas y en los conflictos consustanciales a este proceso. Suge­ rimos una distinción tipológica entre tres tipos de violencia a lo largo de la his­ toria: la violencia relacionada con el mantenimiento del orden social tradicional, rural y oligárquico; la violencia derivada de la modernización del Estado y de la incorporación de las masas a la política; y, finalmente, la violencia relacionada con las dificultades actuales a la hora de consolidar la estabilidad democrática, el pro­ greso económico y la participación social. Después abordaremos dos características 2 Véase Tbe Economista 50 de noviembre de 1996, págs. 25 26. The Economistaplaude la «la victoria de las políticas razonables y juiciosas trente al populismo» (en referencia a las políticas de ajuste estructu­ ral promovidas por casi todos los gobiernos de la zona), pero llama la atención acerca de los problemas endémicos de pobreza, exclusión social y violencia generalizada. 3 Acerca de los complejos problemas a la hora de combinar la democratización y los ajustes eco­ nómicos, véanse Stallings y Kaufman, Dcbt and Democracy, Haggard y kaufman, Political heonomy ; y Smith, Acuña y Gamarra, I Mtin American Political heonomy. Uno de los problemas básicos que surgen es el de la amenaza que suponen las políticas de ajuste socialmentc insostenibles para la viabilidad de la democracia política, teniendo en cuenta los parámetros de pobreza y desigualdad existentes en América Latina.

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D IR k K R U IJT Y KHKS KOONINGS

que, a nuestro modo de ver, subyacen a la persistencia de la violencia social y polí­ tica en América Latina, y la vertebran. Hn primer lugar, esta violencia se nutre de los patrones tradicionales que generan la exclusión social de grandes sectores de la población. Se ha puesto de relieve que América Latina ha sufrido relativamente pocas revoluciones sociales importantes, a pesar del carácter «pre-revolucionario» casi permanente que ha marcado las profundas divisiones sociales operadas en el tejido social de la zona 4. Puede ser cierto que las actuales desigualdades sociales raras veces desembocan en masivas reacciones violentas protagonizadas por los más des­ favorecidos; las protestas violentas suelen estar muy localizadas, centrarse en obje­ tivos muy claros y ser de corta duración Aun así, estas fisuras conducen a lo que llamamos la «inform alización» de la sociedad y a la subsiguiente erosión de la noción de ciudadanía. Creemos que esta tendencia va en contra de la posibilidad de institucionalizar y pacificar la vida política. Hn segundo lugar, nos fijaremos en el legado de la violencia arraigada en la propia dinámica del E stado y de la polí­ tica. N os referiremos de manera especial a la institucionalización de la violencia arbitraria dentro del propio Listado y al modo en que esta generalización del terror afecta a la política y a la vida social en general. Finalmente, exponemos las líneas generales del libro, utilizando nuestras ¡deas sobre la violencia y el miedo a m odo de marco conceptual para situar los temas que se tratan en cada uno de los restantes capítulos.

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a v io l e n c ia y e l d e s a r r o l l o d e l a s n a c io n e s e n

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m é r ic a

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a t in a

Por supuesto, el problema de la violencia y la presencia continua de conflictos violentos que frustran el sentido de la democracia y la estabilidad de las institu­ ciones, y que, en última instancia, terminan por socavar el orden social, no son una novedad en la gestación y desarrollo de los estados modernos. Tam poco son fenó­ menos específicos de América Latina. En realidad, la pasada década fue testigo de una nueva ola de violencia, algo consustancial a las múltiples maneras en que se manifiestan los conflictos sociales, regionales, étnicos o religiosos que han desafia­ do las formas establecidas de la legítima autoridad «nacional». Lstas tendencias se oponen a las imágenes convencionales de «construcción nacional», que acentúan la pacificación y la resolución institucional paulatina de los conflictos en el seno de las sociedades modernas. Se supone que el Estado encarna este tipo de progreso, no sólo haciéndose cargo del monopolio de los medios legítimos de violencia colec­ tiva, sino también instaurando un marco de referencia en el que asentar la noción de 4

Véase Touraine, América 1 Mima. \ Podrían mencionarse aqui los llamados disturbios del pan en contra de las políticas de ajustes

estructurales que tuvieron lugar en países como Argentina, Brasil y Venezuela durante los años ochenta y principios de los noventa. Otros ejemplos podrian ser las sublevaciones indígenas en Ecuador a comien­ zos de los noventa o el movimiento de los sin tierra en Brasil. Es discutible hasta qué punto el m ovi­ miento del Ejército Zapatista de Liberación Nacional (E Z L N ) en Chiapas, M éxico, puede ser considerado como una reacción violenta, limitada y puntual, puesto que no sólo demandaba cuestiones de carácter especifico para las poblaciones indígenas de Chiapas y de otras regiones, sino que también pro ponía una reforma del sistema político mexicano. Solamente las guerras de guerrillas en Centroamérica, Perú y, en menor medida, Colombia en los años ochenta, se acercan a lo que podría denominarse «proyectos revolucionarios».

INTRC >DUCCIÓN: LA VIOLENCIA Y E l. MIEDt >EN AMÉRICA L ATINA

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ciudadanía y hallar una solución pacífica para las diferencias sociales dentro de la sociedad c iv il6. Desde esta perspectiva, resulta tentador, aunque erróneo, contem plar las recientes formas de violencia bien como una «desviación», es decir, como algo depen­ diente del subdesarrollo o de una modernidad aún incompleta, bien como algo transitorio que implicaría el retorno en un futuro próximo al orden civil legítimo y «normal» una vez reinstauradas las condiciones básicas. En realidad, un buen núme­ ro de investigadores ha centrado su atención en el estudio de la violencia especí­ fica que lleva aparejada la construcción del mundo m oderno. M oore, siguiendo a los clásicos, ha demostrado que la llamada «modernización», es decir, el paso de las sociedades agrícolas a los estados-nación urbanizados, por lo general se acompaña de determinadas formas violentas de eliminación y reajuste de las clases sociales. Los complejos procesos de formación de los estados modernos se basaron, en bue­ na medida, en el despliegue de la violencia militar por parte de los gobiernos, como ha demostrado Tilly. Sin embargo, para él esto supone una fase previa a la moder­ nidad en la que prevalece «una ausencia relativa de violencia en la vida civil». Keane, por el contrario, nos ofrece una imagen trascendental del delicado equilibrio entre lo «cívico» y la violencia que subvace en toda la historia moderna desde la Ilustra­ ción hasta después de la guerra fr ía 7. A la luz de estas explicaciones, parece que la persistencia de la violencia en América Latina no es un fenómeno único, si bien ha tenido características específicas, como demostraremos más adelante. La violencia social y la violencia política han sido elementos recurrentes en el cambio social de América Latina. Estoes particularmente relevante porque el carác­ ter con frecuencia violento de la sociedad latinoamericana ha de ser contrastado con el telón de fondo de las normas «modernas» del consenso civil y la estabilidad insti­ tucional, aspectos ambos a los que oficialmente se adscriben las naciones latinoame­ ricanas. La violencia ha estado presente en todas partes. Pero durante la primera mitad del siglo XX en Europa (Occidental), por ejemplo, ha asumido la forma de conflictos arm ados entre naciones diferentes. Ultimamente, en algunos lugares de la ELuropa del Este, en África y Asia, la violencia ha surgido ante la ausencia o el colapso de las instituciones, y de las normas sociales y políticas aceptadas. Por el contrario, la violencia en América Latina ha sido algo endémico, a pesar de la esta­ bilidad de los sistemas políticos y de la existencia de estructuras institucionales ofi­ ciales que, al menos sobre el papel, debieran garantizar el orden, la estabilidad y las bases del consenso. E n realidad, la violencia ha sido la característica histórica fundamental en el des­ arrollo y evolución de las sociedades de América Latina. La conquista de esta zona por parte de los europeos se basó sobre todo en la destrucción de los esquemas 6 Para una revisión muy atinada de los elementos intrínsecos que condicionan la formación de los estados modernos, véase la obra de (iiddens Nation-State and I táleme, en la que, entre otras cosas, alude a la importancia de la organización militar en la gestación de los estados modernos y al papel de las gue­ rras modernas en el fortalecimiento interno de las sociedades y ciudadanías nacionales. Rn los estadosnación consolidados, la ciudadanía es el principal ámbito de oposición donde las clases y los intereses contrapuestos se negocian por canales legítimos y regulados. Vcase Turner, (.itiqensbip and C.apJtalisw, como una introducción útil para el debate del concepto de ciudadanía. 7 Véanse Moore, Social Origns\ Tilly, (.oercion (la cita es de la pág. 68); y Keane, Reflections on

Violence.

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sociales existentes y en el uso sistemático de la violencia (tanto física como psico­ lógica) contra los pueblos indígenas, a fin de lograr imponerles el nuevo orden colonial. La represión fue un factor esencial a la hora de someter a los esclavos, los campesinos y los trabajadores forzados; fue también un instrumento de expresión del malestar social y del deseo de cambio que se percibía en parte de la población, mani­ festados de forma paradigmática en las rebeliones indígenas, en las sublevaciones de los campesinos y artesanos y en la resistencia de los esclavos. La sociedad colonial, sí bien teóricamente estructurada en un orden jerarquizado y un fuerte control monopolístico, presentaba en la práctica una textura más bien frágil. La indepen­ dencia latinoamericana conoció a menudo episodios de violencia. En la América hispana (y sobre todo en Haití) la formación de estados independientes hubo de ser conquistada en los campos de batalla. Después de la independencia la violencia fue una pieza clave en la lucha entre los distintos aspirantes al poder: los caudillos de la zona, las facciones políticas, los grupos insurgentes, o las distintas clases y elites en liza. La consolidación de un estado nacional era un proceso lento, dados los conti­ nuos desafíos y peligros que surgían por doquier para su integridad institucional y para el monopolio del uso legítimo de la violencia. A lo largo del siglo XX, el empleo de la fuerza militar y política para lograr o para conservar el poder ha sido una constante en múltiples sistemas políticos, regímenes y movimientos: desde los regí­ menes caudillistas a principios de siglo hasta los años de la depresión, siguiendo con los regímenes militares burocrático-autoritarios hasta llegar a los movimientos revolucionarios de los años sesenta y setenta. La violencia, sin em bargo, no se ha visto reducida de modo exclusivo al ámbi­ to del poder político y de las instituciones gubernamentales, aunque sea ésta la clase a la que se ha dedicado mayor atención. Tampoco las formas más claras y abiertas de violencia física son las únicas que inciden en las relaciones sociales de América Latina. La desigualdad socioeconómica y la miseria, la discriminación étnica, la violencia asociada a la delincuencia, los escuadrones de la muerte, los secuestros, etc., van en paralelo con los típicos pronunciamientos, cuartelazos y golpes perpetrados por los militares, a los que acompañan los habituales asesinatos políticos, represiones, torturas y desapariciones, luchas armadas revolucionarias e intervenciones externas que tan frecuentemente se asocian a la política de Am éri­ ca Latina. En conjunto, estas formas representan un amplio abanico de amenazas para lo que puede denominarse la «seguridad de la propia supervivencia». La fal­ ta sistemática de ciertos parámetros básicos de esa seguridad conduce a la instau­ ración del miedo com o condición endémica. Ese miedo es un fenómeno, latente unas veces, palpable otras, que ha afectado a una gran parte de la población has­ ta nuestros días. Aquí no vamos a abordar lo que algunos denominan la «violencia estructural», sino la violencia y el miedo directamente relacionados con el modo de utilización del poder político. E n realidad, vamos a sugerir tres amplios tipos o ciclos de violencia que pueden distinguirse en la historia social y política de Am é­ rica Latina desde mediados del siglo XIX. Estos tres ciclos se caracterizan no sólo por la propia naturaleza de la violencia ejercida, sino, sobre todo, por la manera en que se relacionan con las pautas de interacción y dominación política y social. Estas son también históricas, pero no resulta fácil ponerlas en un orden cronoló­ gico, como verem os a continuación.

INTRODUCCIÓN: LA VIOLENCIA V EL MIEDO EN AMERICA LATINA

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a v io l e n c ia e n e l o r d e n

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T R A D IC IO N A L

E l primer ciclo hace referencia al tipo de violencia implícita, y casi presupuesta, en el dominio social y político que ejercen unas elites cerradas gracias a la exclusión sistemática de las «masas, castas y clases». Este tipo de violencia, que hunde sus raí­ ces en la historia colonial, hizo su aparición en el siglo XIX. Y como tal, venia imbui­ do de la básica ambivalencia que ha constituido la característica distintiva de las sociedades latinoamericanas hasta nuestros días. Por un lado, apreciamos afinidades de estas elites con las sociedades burguesas, con el progreso y el liberalismo de la Europa civilizada; por otro, esta civilidad se inspiraba en jerarquías sociales muy acusadas y sustentadas en la lógica de la exclusión. Después de medio siglo, tras la década independentista de 1810-20, cuajada de violencia (guerras civiles, cuestionamientos al caudillaje y sublevaciones populares de carácter disperso), la formación de los estados se estabilizó bajo la fórmula del orden oligárquico y en n\uchos países lati­ noamericanos se buscó el consenso entre los grupos más importantes de la esfera política. Algunos hablan incluso de una situación de hegemonía oligárquica8. Apro­ ximadamente entre 1870 y 1950 en la mayoría de los países latinoamericanos aparen­ temente prevalecía el estado de derecho y el orden interno (México después de 1910 sería la gran excepción). Incluso Colombia experimentó bajo el gobierno del par­ tido conservador un período de relativa tranquilidad política, interrumpida tan sólo por la Guerra de los Mil Días (1899-1902). N o obstante, este orden estaba marcado por la violencia. La fuerza y la coac­ ción se ponían de manifiesto en diferentes niveles y de formas variadas. E n la interacción entre protectores y protegidos a través de la división jerárquica de las cla­ ses con frecuencia se daban por igual la lealtad (basada en la extensión de recursos) y la alianza conseguida mediante la coacción. El clientelismo se ha identificado como un importante mecanismo de reproducción de las jerarquías de clase en América Latina 9. Los sistemas laborales, sobre todo en el campo, comportaban a menudo métodos coercitivos de reclutamiento, contrataciones abusivas e incluso trabajos forzados. A las huelgas convocadas por las incipientes clases urbanas se les solían aplicar medidas fuertemente represivas El adagio más popular entre los políticos de la República Vieja en Brasil era: «el problema social es un problema policial». La represión violenta de las insurrecciones sociales, regionales y étnicas fue algo normal durante todo el siglo XIX y comienzos del XX. Podríamos destacar las rebe­ liones regionales anteriores a 1850 en Brasil, las sublevaciones campesinas en M éxi­ co y en los países andinos, las insurrecciones provocadas por políticas étnicas (como la del Oriente en Cuba) o por fervores religiosos populares (como la campaña de Canudos en Bahía, Brasil) " . Quizás sea una característica común a este tipo de vio­ lencia sociopolítica el hecho de que las movilizaciones de las clases «peligrosas» se percibieran como una amenaza para el frágil proceso de consolidación del Estado. Como las grandes masas de población quedaban social y culturalmente excluidas de 8 9 10 11

Véase Nun, «Middle Class Military í'nup». Véase Flynn, «Class, Clientelism and Coercion». Véase Koonings, Kruijt y Wils, «Very Long March». Véase Batid rt al., Etnicidadcomo estrategia.

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los proyectos nacionales de las elites criollas, éstas no eran capaces de ver en las expresiones colectivas populares sino un enorme peligro para el estado oligárquico. Además, a pesar de la hegemonía a veces atribuida al poder de las oligarquías, éstas no dudaban en pedir ayuda a los militares para reforzar el sistema siempre que fuera necesario: el Porfiriato mexicano, la República Vieja en Brasil, la Pax Conser­ vadora en Colombia, la República aristocrática en Perú y las dictaduras personales en Venezuela, Nicaragua, Cuba o la República Dominicana se asentaron en estrechas alianzas entre la oligarquía y el ejército. Como consecuencia, sólo unos pocos goza­ ban del privilegio acorazado de una vida civica, mientras que la violencia contra las masas desfavorecidas constituía un hecho habitual. E l concepto de ciudadanía era inexistente. Resulta tentador considerar esta clase de violencia como «tradicional», como algo propio del siglo XIX y de las primeras décadas del XX. Sin embargo, no es nece­ sario asumir en su conjunto el argumento determinista de Wiarda u , entre otros, para darse cuenta de que persiste en la actualidad bajo diferentes formas. E n rea­ lidad, al reconocer la trayectoria específica del recorrido de Am érica Latina en pos de la modernidad, Wiarda considera que esta violencia ya viene culturaimente predeterminada. Sostiene que está arraigada en el legado ibérico, católico y gue­ rrero, en el sentido patrim onial y en la autonom ía corporativa de las Fuerzas Arm adas, entre otros factores. Sin ánimo de entrar aquí en el debate, nos parece más relevante considerar este tema como una cuestión de pervivencia de la «apro­ piación privada del poder público» y la problemática que ello plantea. Si bien algu­ nas de sus raíces quizá se hundan en el patrim onialism o colonial ibérico, se ha reproducido bajo condiciones cambiantes, echando mano al mismo tiempo de viejos y nuevos artefactos y justificaciones de carácter tanto social como político. Hagopian indica que muchas de las prácticas del denom inado «gobierno tradicional» se han modernizado constantemente para poder adaptarse a las nuevas condiciones sociales y políticas, inclusive a las recientes oleadas de transiciones democráticas

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l ít ic a d e m a s a s , v io l e n c ia p o l ít ic a y

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El segundo ciclo de violencia que querríamos señalar viene determinado por lo que W effort denomina «el problem a de la incorporación de las masas» al pro­ ceso político latinoam ericano M. El auge de nuevas elites antioligárquicas y el aumento de presiones procedentes de sectores populares organizados que desean participar en la configuración del poder cuestionan el orden oligárquico estable­ cido ” . La transición -abrupta unas veces y gradual otras- hacia una mayor par­ ticipación popular en la política llevó al poder a regímenes populistas caracterizados por el corporativism o y por una democracia limitada, sólo oficial 1 ’. Pero, con

12 Vcasc Wiarda, C orporativa; y rambién Politics. 15 Véase I lagopían, «Traditional Power Structures». 14 Véase Weffort, Populismo. 15 Una de las primeras formulaciones acerca de esta cuestión t*uc adelantada por Telia en «Populism and Reform». 16 Para una distinción esclarecedora entre las variedades de populismo democrático y autoritario en América Latina, véase Dix, «Populismo».

INTRODUCCIÓN: I.A VIOLENCIA V EL MIEDO EN AMÉRICA LATINA

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independencia del modo en que los regímenes populistas alcanzaran el poder o sus características consiguientes, siempre se registró algún grado de violencia, bien fue­ ra como resultado del derrocamiento del sistema anterior o, como en el caso de Argentina y Perú en los años treinta, para mantener el populismo reformista aparta­ do de la contienda política. Lo importante para nuestro debate, sin embargo, es que la violencia social se politizó y se tiñó de ideología al tiempo que se producía la aper­ tura del ámbito político. E l tipico ciclo de violencia entre los años treinta y setenta, aproximadamente, se inicia con los que Touraine llama «regímenes nacional-populares» y sus aliados, pasa por un período de inestabilidad y cambios, y culmina con el surgimiento de los regímenes autoritarios «contrarrevolucionarios», respaldados por las Fuerzas Armadas '7. Este ciclo es típico, aunque no característico, de todos y cada uno de los países de América Latina. No en vano, Colombia, Costa Rica, M éxico, Perú y Venezuela se desvían considerablemente en algunos aspectos de esta pauta generali­ zada. Por otro lado, esa trayectoria típica se trasluce en las experiencias históricas de Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Guatemala, Honduras y Uruguay. E l populismo clásico no se manifestó de igual modo en todos los países, pero si se abordaron en mayor o menor medida los problemas de la participación popular y la reforma polí­ tica, que en un momento dado desencadenaron una reacción en la que la lógica de la violencia política llegó a sus últimas consecuencias. Analicemos en detalle la violen­ cia desatada dentro de ese círculo nefasto de populismo y autoritarismo. Con la excepción de México, la violencia que se desató en paralelo a la ascensión de los regímenes populistas fue limitada tanto en extensión como en duración. En paí­ ses como Chile, Costa Rica y Uruguay, el proceso fue paulatino e institucional a la vez. En Argentina, el ascenso de Perón vino acompañado de un cierto número de altercados urbanos y protestas contra sus oponentes. En Brasil, el movimiento revo­ lucionario liderado por Vargas en 1930 llegó al poder tras una breve campaña militar. En Colombia el fin de la Pax Conservadora reavivó la violencia social y polí­ tica ya existente, ante lo cual algunas facciones del Partido Liberal se adhirieron a la plataforma populista-reformista. En Costa Rica tuvo lugar en 1948 una breve gue­ rra civil que trajo consigo la abolición del ejército, lo cual tuvo unas implicaciones políticas que han llegado hasta nuestros días. En Bolivia y Guatem ala los inten­ tos reformistas de los años cincuenta marcaron el inicio de un largo período de vio­ lencia y represión de baja intensidad que en el caso de Guatemala explotó en los años setenta, dando lugar a uno de los conflictos civiles más brutales del siglo. Tal vez la novedad resida en que la Finalidad de la violencia consistía en alean zar y conservar el poder político. El sustrato ideológico era cada vez más «naciona­ lista», pero dentro de este nacionalism o latinoamericano surgieron distintas variedades, contrapuestas entre sí. Bajo el populismo, los sentimientos naciona­ listas se orientaron hacia la formación de una amplia e inclusiva alianza que trató de impulsar un cambio en el sentido de la nación y que abrió un espacio político para nuevos sectores sociales (urbanos sobre todo), como el industrial, las clases medias profesionales o la mano de obra organizada. Los militares se incorporaron de forma activa en el seno de estas alianzas y comenzaron a asumir un papel de árbitros del orden nacional, de la estabilidad y el progreso. En muchos casos, el proceso político 17

Vcasc Touraine, América Latina.

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logró incorporar hasta cierto punto unos mecanismos democráticos. Pero en el fon­ do, y por lo que nos atañe en el presente debate, sobrevoló siempre la sombra del conflicto político y de la violencia. Todo esto tiene que ver con una de las caracte­ rísticas más notables de estos modelos políticos inclusivos (generalmente denomi­ nados «estados de compromiso»), a saber: la falta de un consenso a largo plazo y la inestabilidad real y potencial que lleva aparejada inevitablemente esta circunstan­ cia. Esta inestable fragilidad se relaciona con la falta de confianza entre los principa les responsables políticos y sociales que actúan dentro del populismo. Los intereses eran a menudo contrapuestos -continuism o frente a reforma, lucha entre los dife­ rentes sectores económicos, entre el elitismo y el incremento de la participación popular, etc.-; de ahí que los principales protagonistas parecieran sumidos en un esta­ do de perpetuo anquilosamiento. Todo esto se vio agravado por el papel determi­ nante del Estado a la hora de definir y mediar en las relaciones entre los diterentes grupos sociales. En otras palabras, todos los sectores políticos y sociales implica­ dos consideraban fundamental acceder al poder político. De ahí que se tuviera la impresión generalizada de que todo lo que ganaban unos era a costa de otros, lo que solía interpretarse en términos absolutos, cuando no con catastrofismo. Ea pérdida del control político se consideraba como una auténtica amenaza para la situación ocupada por los grupos o clases en el marco de la nación ' . Resulta significativo que México, el país que mejor supo resolver el problema de la inestabilidad política derivada del populismo, haya sido también el que sufrió la irrupción más violenta de las masas en la contienda política. La Revolución mexica­ na supuso un despliegue masivo y prolongado de violencia social y política, cuyas com plejidades se han visto a menudo oscurecidas por las implicaciones que ha tenido a largo plazo De todos m odos, lo reseñable es que, corno colofón a dos décadas de guerra intestina y violencia política generalizada, se hiciera un esfuerzo prolongado para tratar de dar cauce a la institucionalizacion política y a las reformas sociales. Las condiciones del com prom iso mexicano I ueron establecidas, tanto en lo oficial como en lo oficioso, bajo los auspicios del P R I, y constituyen un ejemplo único; en parte a ellas hay que atribuir la relativa ausencia de violencia política en el ámbito nacional hasta 1994. Como resultado, México ha sido una excepción al para­ digma propuesto por O Donnell, según el cual los procesos relativamente av anzados de desarrollo industrial y modernización en América Latina han desembocado en el establecimiento de regímenes burocrático-autoritarios represivos y, por tan­ to, violentos10. N o es necesario repetir aquí los argumentos que refutan la formula­ ción inicial de esa tesis 21 para colegir que las tensiones insertas en las alianzas populistas propiciaron en muchos casos la subida al poder de dictaduras militares y civiles que recurrieron a la violencia sistemática para mantenerse, para neutralizar a sus oponentes y para llevar a cabo determinados proyectos de desarrollo económico y social. De nuevo afloraba la lógica de la exclusión social, que en este caso reside en las inclinaciones estructurales de los modelos de desarrollo adoptados por los 18

Este aspecto lo trata en profundidad l.echncr en «Some People Die o f Fean>, en especial en las

págs. 28-19. . 19 Véase Knight, Alexican Revolution. 20 Véase O’Donnell, Moderni^ation. 21 Véanse los distintos colaboradores en el volumen de Oillier, Ntw Autbontariamsm.

INTRODUCCION: LA VIOLENCIA V F.L MI E l * ) EN AMÉRICA LATINA

regímenes autoritarios, es decir, en el cierre del sistema político a todo grupo o inte­ rés opuesto al régimen o a los proyectos que éste promueve. Independientemente de las diferencias entre los distintos «proyectos» burocrático-autoritarios (como, por ejemplo, las existentes entre Brasil y Chile), todos ellos tenían en común una cierta noción conservadora de lo que constituía el «inte­ rés nacional» o los «objetivos nacionales inmutables», que se percibían bajo la amenaza de los enemigos internos más radicales, a saber, los comunistas. A estos ene­ migos (los p( ipulistas de antes y los izquierdistas que posteriormente encontraron su inspiración en la revolución cubana) se les respondió con la lógica de la guerra inter­ na, sin que tuviera demasiado peso la valoración real de las fuerzas enemigas22. Des­ de Guatemala hasta Argentina las dictaduras declararon la guerra a sus ciudadanos en nombre de la libertad y de la necesidad de conservar la cultura cristiana occiden­ tal Esta violencia se basó en directrices muy claras y en nociones estratégicas, lo mismo que en una guerra convencional, pero sus efectos perversos fueron inevita­ bles en el sentido de que la guerra interna desembocó en el terrorismo de Estado. Una de sus características fundamentales es la multiplicación de las arbitrarieda­ des. Ningún principio de seguridad nacional ni ningún concepto de «democracia fuerte» serán nunca capaces de conseguir que los ejecutores de la violencia de Esta­ do se limiten a las prácticas habituales de «guerra sucia». El estratega más relevan­ te del régimen militar brasileño, el general Golbery do Couto e Silva, aludía a este problema como «el agujero negro» del sistema de seguridad de Brasil, es decir, algo fuera de todo control y sin dirección aparente, algo que a la postre podía incluso ame­ nazar la estabilidad del propio régimen m ilitarZ4. Como veremos más adelante, la continuidad de la lógica de la represión arbitra­ ria por parte de las fuerzas de seguridad es uno de los problemas candentes que aún perviven como legado de los regímenes autoritarios del pasado reciente. Esto no 22 Para un detallado análisis de las revoluciones armadas durante la segunda mitad del siglo x x , véase Wickham-Crowley, Guerrillas and Revolution. La lucha armada de la izquierda latinoamericana cons­ tituyó a la larga un fracaso, pero hizo posible la entrada de la izquierda en las fuerzas pro-democráticas de muchos países a partir de 1980. Vcase también Angelí, «Incorporating the Left». 23 En esta obra ponemos énfasis en la dimensión interna de los regímenes autoritarios V represivos de los años sesenta, setenta y ochenta. Esto no quiere decir que las influencias externas no sean relevantes para el auge y consolidación de estos regímenes, asi como para la puesta en marcha de sus prácticas repre­ sivas. Durante los años sesenta y setenta era habitual referirse a la todopoderosa influencia de los Estados Unidos como responsables de una larga lista de dictaduras militares, asi como de la orquestación de cam­ pañas para hacer frente a los insurgentes. N o hay duda de que los Estados Unidos respaldaron de varias maneras a los militares por medio de programas de ayuda, de cooperación para el desarrollo, de alianzas diplomáticas y de complicidades con los servicios de inteligencia. Sin embargo, Rouquié señala que esto no quiere decir que los regímenes militares latinoamericanos fueran el «sexto lado del Pentágono» (véa­ se Rouquié, M ilitary). Sobre todo en Brasil y en los paises del cono Sur lo que los Estados Unidos ofre­ cieron fue el nibtl obstat a la militarización de una política asentada en un pensamiento geopolítico desarrollado en el ámbito nacional y en las doctrinas relacionadas con el papel del ejército en la política (véase Child, «Geopolítica! Thinking»), Por otro lado, se puede ver claramente la mano norteamericana en el Caribe y en América Central. Desde las aventuras de William Walker en la Nicaragua del siglo XIX hasta las intervenciones en Panamá y Haiti a principios de los noventa, los Estados Unidos han manteni do una práctica constante y sistemática de interferencias tanto en los aspectos políticos como en las guc rras civiles. A partir de los años ochenta el Pentágono y la CIA han ido dejando paso a la D E A , cuyas actividades requieren la colaboración de los ejércitos de varios paises (especialmente en la región Andina) para llevar a cabo su «guerra contra las drogas». 24 Véase Alves, Hstado e oposi(áo.

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D IR k K R U iJT \ KKKiSKOONINGS

quiere decir que el proceso de restauración de la democracia, y en algunos casos el final de la guerra civil sellado mediante pactos de reconciliación y tratados oficiales de paz, no se haya culminado con éxito. Al contrario, lo que resulta evidente es que las experiencias anteriores de represión y violencia han generalizado la convicción de que el sistema democrático puede y debe resolver a largo plazo los problemas de América Latina. En este sentido, es notorio el progreso experimentado cara a la consolidación de marcos democráticos y en lo relativo al consenso entre las fuerzas políticas que es necesario para la consecución de esos principios. Con todo, ello no significa necesariamente que se hayan cumplido todas las condiciones precisas para un gobierno estable 15. E l buen gobierno se ve amenazado por un gran número de enemigos, uno de los cuales es, sin duda, la pervivencia de la violencia y de los con­ flictos sociales.

La

v io l e n c ia e n l a

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m é r ic a

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a t in a p o s t - a u t o r it a r ia

La llegada de la democracia, que oficialmente reina ahora en todos los países salvo Cuba, no implicó necesariamente el fin de la violencia entendida como pro­ blema político y social. Muy al contrario, podria decirse que ahora la violencia se ha democratizado en América Latina. Ya no es el recurso de los que fueran otrora los todopoderosos o los guardianes armados de la nación. Ahora la violencia se pre­ senta como una opción para todos los que persiguen unos fines determinados. El ejemplo paradigmático al respecto es Colombia, por supuesto, donde el recur­ so a la violencia se ha hecho tan habitual que el propio Estado colombiano ha deja­ do de existir en el sentido weberiano del término, es decir, como monopolizador legítim o del uso de la violencia. N o sólo los militares, los paramilitares, las gue­ rrillas y los carteles de la droga recurren a ella de modo sistemático; también en los estratos inferiores de la sociedad la violencia se convierte en una forma de vida o en un instrumento de movilidad social, o incluso en un medio de transformación del orden jerárquico tradicional. Por ejem plo, en la ciudad de Medellín la expansión de la violencia no sólo posibilitó el progreso de jóvenes «marginales» desde los tugurios, sino que creó nuevos espacios para que las asociaciones de vecinos se enfren­ taran a una administración municipal tradicional y conservadora Brasil ofrece otros muchos ejemplos en este sentido. Este país muestra una situación ambivalen­ te en la cual la redemocratización parece haber avanzado considerablemente y goza de apoyos y legitimidad. A lo largo de las últimas décadas la sociedad brasileña se ha politizado considerablemente y ha permitido el desarrollo de una sociedad civil muy dinámica. Pero, al mismo tiempo, la violencia y las injusticias sobreviven y forman parte de la existencia habitual. Estas formas de violencia, tanto en Brasil como en cualquier otra parte, no son nue­ vas, pero se han hecho más palpables en los últimos diez años. Además, impregnan 21 Nos referimos a la cuestión del buen gobierno no en el sentido estricto aplicado, entre otros, por el Banco Mundi al (la capacidad para llevar a cabo programas de ajuste razonables y crear a largo plazo las condiciones necesarias para el desarrollo de los mercados), sino como algo que permite fomentar In par­ ticipación democrática, la responsabilidad y la legitimidad. 26 Así lo sostiene Roldan en «Ctmenship, Class and Violence».

INTR< >nt CCIÓN: LA VIOLENCIA V I X MIEDO EN AMÉRICA LATINA

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el ambiente general, especialmente en lo que concierne a la aplicación cotidiana de las leyes, y, a pesar de la desaparición de los regímenes autoritarios, persisten en forma de actos esporádicos. Este tipo de violencia no sólo afecta a los delincuentes comu­ nes, sino también a los activistas sociales, a los sin tierra cuando ocupan una pro­ piedad estatal, a los trabajadores del metal en huelga, a los garimpeíros a los que se expulsa de sus terrenos, etc. En la zona fronteriza de la Amazonia brasileña, sobre todo, la violencia cotidiana es algo endémico y demuestra la incapacidad del Estado a la hora de garantizar y legitimar el orden interno. Todo ello propicia un clima general (cuyas raíces se encuentran en las arbitrariedades cometidas por las dictaduras pasa­ das) en el que la violencia pasa a ser una opción normal como forma de defender una serie de intereses, como método para alcanzar el poder o como vía de resolución de conflictos. La «nueva violencia» en América Latina enfrenta los instintos represivos de las elites tradicionales y de las fuerzas de seguridad a la cada vez mayor variedad de actores que también recurren a ella aun cuando oficialmente esté vigente un régi­ men democrático. Este nuevo tipo de inseguridad social y política está, en primer lugar, exacerbado por la fragmentación social que se ha venido acentuando en casi toda América Latina durante las dos últimas décadas; en segundo lugar, el tin de las dictaduras militares no abolió las prerrogativas y el papel que las Fuerzas Armadas se atribuyeron como garantes del orden ante cualquier «amenaza», según ha demos­ trado sobradamente Lovemann 11. listo quiere decir que los coletazos violentos ante cualquier «levantamiento» o movilización social siguen siendo una caracte­ rística generalizada en la Am érica Latina post-autoritaria. Además, los años y décadas de dominio autoritario y abusivo han hecho que reine un clima de impu­ nidad entre quienes componen las fuerzas de seguridad (sobre todo la policía y las unidades especiales antisubversivas) que con frecuencia han logrado que se cum­ pliera la ley en las nuevas democracias por métodos dudosos, cuando no delictivos. Somos testigos de cómo los representantes estatales recurren a la violencia indiscri­ minada a pesar de la instauración de la democracia y de la adopción de políticas en favor de los derechos humanos por parte de los gobiernos respectivos. Vemos cómo prolifera la violencia organizada e indiscriminada al mismo ritmo que se crean pla­ taformas cívicas y pacifistas. El peligro radica en que la ambigüedad estructural que, como decíamos anteriormente, caracteriza a America I .atina se pueda reprodu­ cir una y otra vez: los avances democratizadores y el fortalecimiento del poder de la ciudadanía corren parejos con la erosión de la legitimidad del Estado debido a que éste no puede garantizar ni la participación social ni el imperio de la ley. Esto provoca «vacíos de gobierno» que son ocupados por quienes propugnan la ley del más fuerte. Y como resultado pueden aparecer de nuevo reacciones autoritarias, o desvirtuarse las formas de gobierno civil. En los dos aparrados que siguen abor­ daremos con mayor detalle ambos componentes en el seno de las denominadas «sociedades del miedo».

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Vcase Lovemann, «Protectcd Democracias».

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DIRK K R U IJT Y KEES KOONINGS

A M E N A Z A S A L O R D E N SO C IA L PACÍFICO: P O B R E ZA ,

M A R C IN A L ID A D Y EX C L U SIÓ N

El empobrecimiento, la miseria generalizada, la marginalidad y la exclusión social se han convertido en fenómenos crecientes como secuela de las dictaduras militares de principios de los ochenta. Estos elementos se extendieron como resul­ tado de la crisis económica y se agravaron muv pronto a causa de las medidas de ajuste estructural que tuvieron que adoptar la mayoría de los países latinoamerica­ nos. Históricamente caracterizada por una pobreza endémica y por condiciones extremas de desigualdad, América Latina ha visto cómo a los que tradicional mente vivían en la miseria se les han unido los «nuevos pobres», las clases trabajadoras y las clases medias bajas, que últimamente se han visto afectadas por la crisis económica y por las políticas de ajuste llevadas a cabo a mediados y finales de los ochenta. Los nuevos pobres proceden de la clase trabajadora y de las clases medias urbanas, a las que ahora se suman los pequeños terratenientes y los campesinos. Desde los años setenta la pobreza en América Latina se ha hecho cada vez más urbana, lo cual incrementa las posibilidades de que se originen conflictos sociales y desórdenes, o de que se radicalice la política. Sin embargo, si una cosa hay que des­ tacar de las estrategias de los pobres que viven en emplazamientos urbanos es su naturaleza ingeniosa y pacífica a la hora de asegurarse la supervivencia cotidiana. La pobreza se asocia al «sector marginal», todo un complejo dentro de la economía y de la sociedad estatal. Desde Monterrey, en México, hasta Puerto Mont, en Chile, ese sector ha crecido y se ha visto reflejado en una ingente cantidad de actividades a pequeña escala que han copado las capitales y los grandes núcleos urbanos. La mitad de la población de ciudades de M éxico, Am érica Central y los países andinos se inscribiría en esta economía marginal. Vista desde dentro, esa «marginalidad» fun­ ciona ajena a las instituciones sociales y económicas establecidas, y por tanto a los derechos civiles elementales que a ellas se asocian, es decir, sin tener en cuenta el em pleo y los salarios regulados, las organizaciones sindicales y la legislación social; y se encuentra fuera de instituciones tales como la sanidad pública, la edu­ cación o la vivienda. V isto desde fuera, «el sector privado de los pobres» de Am é­ rica Latin a (el ám bito de la pobreza y la exclusión social) crece a un ritm o vertiginoso y supone una seria amenaza para los gobiernos, sea cual fuere su com ­ posición e ideología. Sí bien esto no lleva necesariamente a la violencia, sí puede decirse que este largo proceso de marginalidad y exclusión social socava la legitimidad del orden civil, político y gubernamental oficialmente vigente, al contribuir a la creación de instituciones paralelas y a la «privatización» de las administraciones públicas. Por ejemplo, durante los años ochenta en América Central y en la región andina, las Cámaras de Comercio, los gremios, las asociaciones de abogados y de otras profe­ siones típicas de la clase media, y las otrora poderosas organizaciones sindicales, vieron mermados tanto el número de afiliados como su presencia política 1 . En Argentina, Brasil y M éxico tuvo lugar el mismo proceso, si bien a una escala más 28

Rela tion s.

Véase Koonings, Kruijt y VC'ils, «Vcry Long March»; también Kruijt et al., (.'banging Labour

INTRODUCCIÓN: LA VIOLENCIA V EL MIEDO EN AMÉRICA LATINA

reducida. A principios de los ochenta, el antropólogo peruano Matos M arl,> escribió un ensayo profético acerca de «la otra cara de la sociedad». En él se describe el ocaso de las organizaciones que sustentan la sociedad civil y se apunta la aparición, tímida todavía, de toda una gama de organizaciones relacionadas con la pequeña empresa: cámaras locales y regionales de artesanos, institucional¡zación de los come­ dores de beneficencia y otras organizaciones similares que abastecen de alimentos económicos los suburbios metropolitanos, etc.; iniciativas todas ellas ligadas a orga­ nizaciones de desarrollo de carácter privado, iglesias e instituciones de beneficencia fundadas por sociedades privadas y sin conexión alguna con las autoridades locales o nacionales. La margínalídad comienza a percibirse igualmente en la escena política. Duran­ te los años ochenta, en Perú y en otros países latinoamericanos los partidos políticos perdieron la confianza de sus votantes. Ante la gravedad de la crisis económica y social, y como respuesta al desgaste de los partidos políticos tradicionales, el pueblo puso sus miras en «los políticos sin partido» que entraron en escena ofreciendo la for­ mación de gobiernos eficaces y laboriosos. La primera señal electoral de este nuevo cambio de rumbo fue la elección del alcalde de Lim a, un empresario del sector tele­ visivo. Durante las elecciones presidenciales de 1990, Mario Vargas Llosa, afamado escritor completamente apolítico, creó todo un movimiento a su alrededor y se pre­ sentó a sí mismo como candidato. Sin embargo, su llegada a la escena política fue precipitada, y durante la campaña se le llegó a asociar al sistema de partidos oficia­ les debido a las alianzas con los partidos tradicionales. En el último minuto otro candidato hizo acto de presencia: el desconocido Alberto Fujim ori, sin programa político y sin candidatos para las carteras ministeriales. La elección de Fujimori fue la expresión, aún incipiente, del sentir de todo un país, el modo de manifestar su rechazo a los partidos políticos. Pero también contribuyeron otros factores, no sólo en Perú sino también en Guatemala, donde se repitió el fenómeno del desco­ nocido que llega a la presidencia; tal fue el caso de Serrano. Resulta curioso que en ambas naciones el candidato ganó con el apoyo de los sectores marginales y de las nuevas iglesias evangélicas, las cuales habían aglutinado a muchos seguidores per­ tenecientes a los sectores menos favorecidos de la población urbana. E l peligro que para la consolidación democrática supone ese incremento del poder político por parte de los sectores marginales se manifiesta en la tendencia denominada neopopulista, apreciable en toda América Latina. Esos «antipolíticos» que reniegan del sistema político y llegan al poder con el apoyo directo de las masas logran incluso dejar de lado las instituciones democráticas y reinstaurar una modalidad de poder excepcional. La naturaleza plebiscitaria de su legitimidad se puede ver reforzada mediante la alianza con las fuerzas de seguridad en un inten­ to por solucionar los problemas más acuciantes. Está claro que el autogolpe que protagonizó Fujim ori en 1992 en connivencia con el ejército -especialmente con los servicios de inteligencia controlados por el ex-capitán Vladimiro M ontesinos-pue­ de ejemplificar ese peligro al que nos estamos refiriendo. Con esa actuación, Fujimori neutralizó al parlamento, a la judicatura y a los partidos políticos con el pretexto de «poner fin a la corrupción y a la ineficacia», y así de paso tener las manos libres para 29

Véase Matos Mar, Desborde popular.

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imponer planes de austeridad y acosar a Sendero Luminoso. Un consecuencia, Fuji­ mori se granjeó el apoyo generalizado de las masas urbanas limeñas. E l crecim iento de la m arginalidad en la sociedad también implica la rees­ tructuración de las fuerzas de orden público. En Perú, por ejemplo, se han semiinstitucionalizado las «rondas campesinas» como cuerpo armado anejo a la policía y al ejército. Cuando a principios de los noventa se convirtieron en una especie de ejército privado, lo hicieron siguiendo el mismo sistema que las bandas armadas de trabajadores que actuaban en los barrios pobres o al servicio de los sindicatos lega­ les de izquierdas; primero con palos, después con armas de fabricación casera y final­ mente con armamento convencional. En paralelo a estos grupos populares de autodefensa y pacificación, se fueron formando otros cuerpos privados de parecida estructura. Se trata de compañías privadas de seguridad cuyos miembros proceden tanto de los sectores reconocidos como marginales de la sociedad, cuando no del ejército o de la policía, una vez que abandonan el cuerpo por jubilación u otros moti­ vos. E sto s vigilantes privados encuentran trabajo custodiando bancos, casas, barrios, supermercados e incluso ministerios y otros edificios públicos. También hay que mencionar las bandas paramilitares, a veces muy próximas a los partidos políticos y en ocasiones vinculadas también a complejas redes de narcotraficantes. ' i , finalmente, deben ser tenidas en cuenta las consecuencias derivadas de la introduc­ ción en Lima del «serenazgo», es decir, una policía de barrio formada por ciudadanos armados. Estos cuerpos armados los componen gentes de clase media y tienen como fin proteger los bienes y propiedades; en su funcionamiento complementan al res­ to de las fuerzas policiales de la capital. En Colombia los «milicianos», o vigilantes armados cuyos miembros proceden de la guerrilla, se han hecho también un hueco en los últimos años, y actúan en los barrios pobres de las grandes ciudades, allí donde ni la policía ni el ejército se atreven a entrar ,c. Uno de los problemas más conflictivos es el de los «escuadrones de la muerte». ¿Quién conoce con todo detalle los vínculos entre las fuerzas de la ley y el orden y esas siniestras organizaciones paramilitares y cuasi-policiales que operan en Brasil, Colom bia, El Salvador y Guatemala? Cada vez es mayor su poder, se esta­ blecen en los intersticios del enfrentamiento con la contrainsurgencia y combaten el delito eliminando no sólo a los enemigos del Estado sino también a los peque­ ños delincuentes, aun cuando no se trate sino de jovenes o incluso de niños. Para com ­ pletar el cuadro, no debemos olvidar el papel desempeñado por los «narcos», cuyas bandas armadas administran y controlan provincias y departamentos en varios paí­ ses latinoamericanos. Tal vez resulte cínico decir que en América Latina se ha producido una cierta «democratización de la violencia». Antiguamente el uso de la violencia estaba reser­ vado a unos sectores determinados: la aristocracia, las elites, el ejército, la policía. Ahora la mayor parte de las sociedades urbanas (y ciertos sectores de la sociedad rural) tienen acceso a las armas. La proliferación de la violencia, incluso en sus for­ mas más anómicas, ha alcanzado el estadio de la producción y el consumo masivos.

¡ o Para la situación en Colombia, véase el séptimo capítulo de este libro, escrito por Daniel Pécaut. Kntre las publicaciones en lengua española más recientes se encuentran también Bétancourt \ García, C untrabandistas; Guerrero, Arlos del olvido', I.ara, Siembra vientos; Palacio, Irrupción; Sala/ar, .\ o nacimos pa semi­ lla; Salazar, Mujeres; Salazar y Jaramillo, Medelh'n; Torres Arias, Mercaderes.

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a s s o c ie d a d e s d e l m ie d o

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c a u s a s y c o n s e c u e n c ia s

El miedo es la repercusión psicológica, cultural e institucional de la violencia. Se trata de una respuesta a la desestabilización de las instituciones, a la exclusión social, a la ambigüedad y la incertidumbre de los individuos. En América Latina existe una cultura del miedo latente, y a veces declarada, que ha alcanzado dimensiones ins­ titucionales inducida por una violencia indiscriminada pero sistemática; violencia que a menudo se gesta en los propios aparatos del Estado o se organiza desde las mismas autoridades y se reproduce en el seno de las fuerzas del orden. Asi pues, como sostiene Edelberto Torres-Rivas en el último capítulo de este libro, la cultura del miedo está inserta en un clima general caracterizado por la «trivialización del horror». El segundo ciclo de la violencia política y de las contiendas internas al que anteriormente hacíamos referencia está marcado por el perfeccionamiento del terro­ rismo de Estado y la proliferación de una represión indiscriminada pero sujeta a una lógica sistemática. Sin el apoyo de las doctrinas de la guerra de baja intensidad con­ tra los enemigos internos del Estado, no podría haberse dado en América Latina ni la «cosecha de violencia»31 ni tampoco el «psicoanálisis de la violencia» u . El ambien­ te casi anómico de ansiedad, característico del tercer ciclo de violencia que anterior­ mente hemos señalado, seria mucho menos agudo sin el apogeo de una represión basada en el terror y la tortura. Varios capítulos de este volumen se ocupan de la maquinaria y del legado de la «guerra sucia» en Argentina, Chile y Brasil, de las gue­ rras civiles de Guatemala, de las campañas de la guerrilla y de la contrainsurgencia en Perú. La creación de un aparato de represión sistemática con el consiguiente clima de miedo, sancionado por las Fuerzas Armadas y consentido por los gobiernos y las administraciones de justicia, fue el resultado de una combinación de políticas explí­ citas y de rutinas implícitas. Aunque provenientes del proceso de form ación de los estados allá por la segunda mitad del siglo X IX , los principios de un estado poli­ cial en el que las fuerzas de la ley y el orden se transformaron en batallones de bruta­ lidad y represión se asentaron durante el ciclo de autoritarismo, es decir, entre los años sesenta y ochenta. Así es como se formó la columna vertebra! de estas «socie­ dades del miedo» en las que el clima de inseguridad, ansiedad y suspense se super­ puso a cualquier otro sentimiento. En último extremo, el centro de la maquinaria del terror se situó en el funcionamiento independiente, legitimado y a veces legali­ zado délas Fuerzas Armadas y en otras instancias correlativas aun más siniestras: los servicios de inteligencia, las fuerzas de seguridad, las organizaciones paramilitares, los variopintos y subordinados cuerpos de la policía local y los escuadrones de la muerte Después de las transiciones oficiales hacia formas de gobierno democrá­ ticas, una parte sustancial de todo el aparato represivo permaneció inalterado. L o ve­ mann señala con gran acierto la amenaza que para el fortalecim iento de las democracias supuso la continua supervisión de la vida política y social por parte de los militares que, acogidos a legislaciones de carácter excepcional, se erigieron en ;i jj

Harvest o f I 'iotencr e s el título de un magnifico libro de Carmack sobre la tragedia de Guatemala. Véase Rodríguez Rabal, 1 iolemia, Véase Garretón, «Fear in Military Regimesip; igualmente Alves, listado t ofiosifdo, pígs. 1Í16 y ss.

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guardianes de los ob jetivos nacionales inmutables: «F,l mantenim iento de las líneas generales de la legislación sobre la seguridad nacional [...] contribuyó a alterar de manera significativa el sentido de la democracia en América Latina, pues se impusieron graves limitaciones, tanto psicológicas como legales, al desarro­ llo de la vida pública en lo tocante a protestas, competencia electoral y oposición a los gobiernos» 5‘*. Pero no sólo los mecanismos constitucionales y jurídicos en los que se asienta la tutela militar ensombrecen la democracia y la vida civil en general; el hecho de que, de Jacto, las fuerzas de seguridad sean autónomas y la aplicación del derecho civil deba someterse a las directrices del ejército sobre la seguridad ayuda también a per­ petuar esa sensación de violencia y miedo. A la hora de desmantelar, con infinitos cuidados y esfuerzos, la maquinaria del terror (tarea tan sólo acometida muy recien­ temente) es preciso tener siempre en cuenta la ubicua presencia de los poderes mili­ tares que por sistema se oponen a todo mecanismo de control c iv ilM. La superioridad de las fuerzas de seguridad sobre la sociedad civil latinoameri­ cana durante décadas de dictaduras civiles-militares o estrictamente militares se basó en la lógica interna de la organización castrense y en la noción de «nuevo profe­ sionalismo» surgida tras la Segunda Guerra Mundial. Ésta supuso la apropiación moral por parte de los ejércitos de los valores fundamentales y del destino de las naciones, y animó al ejército a capitanear un acercamiento tecnocrático a la plani­ ficación nacional (de corte «estratégico») y a la administración pública (de factu­ ra «jerárquica») ,f\ Estas estrategias se basaron en doctrinas abarcadoras relativas a la seguridad y estabilidad de las naciones; doctrinas ideadas por los intelectuales mili­ tares y difundidas por instituciones dedicadas a la formación castrense. Es preciso hacer notar que en tres de los países que padecieron gobiernos militares durante las décadas pasadas, Brasil, Guatemala y Perú, se crearon centros de estudios de pos­ grado sumamente influyentes en los que investigó, enseñó, escribió y prosperó la intelectualidad militar. Concluidas las dictaduras, la influencia de esas escuelas para la guerra se desvaneció casi completamente en Brasil y Perú, pero su papel fue asumido por los herederos directos: los servicios de inteligencia. En Brasil el Ser­ vicio Nacional de Inteligencia (SN I) desempeñó un importantísimo papel en la politica durante el último gobierna militar de Jo áo Figueiredo (1979-85) y el gobierno civil de Jo sé Sarney (1985-90). El jefe de la inteligencia peruana. Montesinos, ha sido clave para el gobierno de Fujim ori. En Guatemala se fundó a finales de los ochenta el Centro E S T N A (Centro de Estudios de la Estabilidad Nacional). Con­ trariamente a lo sucedido en otros países, este centro tiende más al desarrollo de una doctrina de referencia para las relaciones post-autoritarias entre militares y civiles que a apuntalar el anómalo gobierno de las Fuerzas Armadas. Aun así, en G uate­ mala está plenamente institucionalizado el papel de los militares como supervisores de la consolidación democrática. Com o consecuencia de todo lo anterior, los militares mantienen un control importante sobre la política en determinadas áreas consideradas «delicadas»; y para ello adoptan los servicios de inteligencia como principal vehículo. Salvo en el caso

54 Véase Lovemann, «Protecced Democtacies», pág. 141. i 5 Véase Stepan, Rithinkjng M ilitary Politics', también Kruijt, «Politicians in Uniform». a,í> Véase Ría!, «Armed Torces»; y Lovemann, «Prometed Democraeies».

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excepcional de M éxico,7, son muy estrechos los vínculos entre la inteligencia civil y la militar, generalmente en los casos en los que hay un claro predominio del ejército. Debido al concepto del «enemigo interno», tanto la inteligencia militar como la civil orientan sus investigaciones hacia las hipotéticas «fuerzas subversivas» que se hallan dentro del territorio nacional. F.n países como Brasil, Chile, Guatemala y Perú (al menos hasta 1989), los presidentes electos o designados son rehenes de sus respec­ tivos asesores en temas de inteligencia. En Chile el comité de enlace con el jefe supremo de las Fuerzas Armadas mantiene una relación fluida con el presidente y los miembros cíel gabinete. En Brasil los ministros da casa, entre los que se encuentra el ministro-cheje de la inteligencia nacional, ejercieron una influencia decisiva tanto durante la dictadura militar que se extendió entre los años 1964V 1985 como duran­ te el régimen civil de Sarney ( 198 5-90). En Guatemala los ministros de defensa tienen siempre a un general como asesor presidencial y jefe del Estado Mayor. Los presi­ dentes civiles Cereso, Serrano, De León Carpió y Arzú recibieron «informes con­ sultivos» de sus obligados asesores de inteligencia acerca del futuro de la nación y de las prioridades en materia de seguridad, tal y como las entendía el ejército. El pre­ sidente peruano Fujimori, que en 1990 resultó elegido sin haber adelantado ni la lis­ ta de miembros del gabinete ni las directrices de su plan de gobierno, tue obsequiado con la cálida hospitalidad del Círculo M ilitar durante el período de transición y las primeras semanas de su mandato. Allí la inteligencia militar le instruyó en mate­ ria de tácticas antiguerrilla, derechos humanos, estrategias de desarrollo y toda una serie de objetivos políticos y económicos prioritarios a largo plazo. Su mentor Mon­ tesinos, presidente del recién creado Consejo Estratégico de Estado, ha venido actuando como jefe virtual del servicio nacional de inteligencia. I.a inteligencia mili­ tar proporciona los resultados de las encuestas de opinión que cada dos semanas pulsan la popularidad presidencial: voxpopu/i, vox Dei. Otro legado de la militarización de la política en la mayor parte de los paises lati­ noamericanos, esta vez con la excepción de (.hile, es la supeditación de la policía a las Fuerzas Armadas. Es habitual que los mandos militares ostenten puestos clave en el organigrama de la policía, así como que la responsabilidad política de la policía nacional sea objeto de reparto entre el poder civil y el militar. A veces un general del ejército es nombrado ministro del interior o de la seguridad nacional. F.n otros casos el viceministro o el director de la policía sólo es un antiguo militar. En ocasio­ nes, como en Guatemala, tanto la policía nacional como la regional o la local están subordinadas al ejército; así, la policía local tiene que coordinarse con el comandan­ te militar del lugar y depende por completo de los servicios de inteligencia e infor­ mación de las Fuerzas Armadas. Resulta evidente que esta situación está en la base de la inmunidad e impunidad de que gozan las fuerzas de seguridad. F.n el caso de los militares existe una base legal. La yuxtaposición oficial de las Fuerzas Armadas y la ciudadanía, la mera existencia de tribunales militares y la excusa precaria, aunque siempre válida, de la «situación de emergencia» impiden todo conato de iniciar cual­ quier tipo de investigación sobre las violaciones de los derechos humanos perpetra­ das en el pasado. La inviolabilidad de los altos cargos durante las campañas contra la 37 Aunque las Fuerzas Armadas están incorporadas oficialmente a una estructura corporativa supervisada por el PRI, la influencia del ejército mexicano ha ido en aumento desde que el monopolio del PRI se viera erosionado por la rebelión de Chiapas. Véase Piñeyro, «Fuerzas Armadas».

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guerrilla y los narcotraficantes en las últimas décadas en Colombia, E l Salvador, Guatemala y Perú ilustra a la perfección con qué tipo de obstáculos crónicos se topa cualquier intento de reforma. En la Am érica Latina post-autoritaria la implicación de la policía en brutales actos de violencia y el fracaso de las autoridades civiles a la hora de proponer sanciones son factores importantes que afianzan la sensación de miedo hacia las autoridades entre la ciudadanía5*. El problem a del miedo, tanto en su dim ensión social com o individual, ha comenzado a abordarse muy recientemente. La investigación académica al respecto se limita a estudios comparativos entre distintos casos concretos. Algunos estudios han llegado a describir con detalle el desarrollo de los instrumentos y la dinámica del terrorismo de Estado, así como la respuesta de las víctim as,9. El estudio de las con secuencias traumáticas de experiencias tales como la intimidación y la tortura, las des­ apariciones, ejecuciones y arrestos indiscrim inados, así com o la minuciosa descripción de situaciones violentas padecidas, ayudan a elaborar una fenomenolo­ gía de respuestas individuales ante situaciones de violencia colectiva40. Sin embargo, las respuestas subjetivas e inicialmente individuales pasan a ser colectivas durante las etapas siguientes del terrorismo de Estado, y a la larga adoptan la forma de caracte­ rísticas sociales4'. Los registros domiciliarios, los arrestos basados en acusaciones infundadas y rodeados de una desinformación total sobre el paradero de los deteni­ dos, las torturas y la difusión generalizada de noticias acerca del sufrimiento que por estos medios se inflige a las víctimas, etc., todo ello contribuye a generar en los individuos un clima permanente de inseguridad y vigilancia al que es imposible sus­ traerse, un ambiente de impotencia colectiva, de falta de control sobre la vida coti­ diana y el futuro inmediato, de percepción distorsionada de la realidad, en suma. Los hechos y las certezas se difuminan, las noticias se tornan amenazadoras y las fronte­ ras entre el bien y el mal se esfuman. La felicidad y la esperanza se sustituyen por fan­ tasías sobre el sufrimiento, por sensaciones de vulnerabilidad, por angustias, fobias y sentimientos de culpa. A la culpabilidad le sigue la autocensura y la instauración de una cultura del silencio, el recelo hacia el debate y el secretismo en torno a triviali­ dades. El horror se convierte en un fenómeno social rutinario. Un reciente estudio antropológico de la vida diaria en una Guatemala devastada por la guerra describe al detalle cómo la rutina del terror y la socialización de la vio­ lencia condicionan la vida diaria en los municipios indios del departamento de Chimaltenango 4i. La rutina, com o apunta el autor del trabajo, hace que el pueblo viva en un estado permanente de miedo tras una fachada de normalidad. E l mie­ do aflora en los sueños y en las enfermedades crónicas. Circulan cuchicheos, insi­ nuaciones y rumores de listas de ejecutados; se institucionaliza la ambigüedad. La gente vive en perpetua vigilia. El campamento militar camuflado se asienta en una colina próxim a. E spías, com isarios y patrullas de civiles conform an el organigram a de la supervisión militar. Las autoridades tradicionales de las localidades dependen 3S Véase Nacía, «Injusticc for All». 59 Véase Weiss Fagen, «Repression»; igualmente Rial, «Makers and Guardians o f Fear». 40 Véase Norstrom y Robben, Fieldwork undrr Fire. 41 Tal como han señalado Salimovich, Lira y Weinstein en «Victims o f Fear», pág. 72, refi­ riéndose a sus análisis de las experiencias en Chile durante la dictadura y también en el periodo postautoritario. 42 Véase Green, «Living in a State o f Fear».

INTRODUCCIÓN: LA VIOLENCIA V EL MIEDO EN AMÉRICA LATIN A

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ahora del comandante militar de la zona. El terror se filtra por medio de mensajes muy sutiles, y mediante el lenguaje y los símbolos se mitiga la todopoderosa presen­ cia militar. La militarización mental afecta incluso a los niños. E l uso de tejidos con motivos de camuflaje en la ropa habitual, carteras militares, llaveros, cinturones, gorras e incluso helicópteros de juguete pone de manifiesto esa mezcolanza de aspec­ tos militares y civiles en el día a día. Antiguos soldados de ascendencia maya, reclu­ tados a la fuerza, vuelven a la escena en calidad de comisarios militares, informadores a sueldo o cabecillas de patrullas civiles. Las lealtades familiares se quiebran aunque en apariencia se mantenga la frágil unidad de los poblados. El silencio y el secretismo sirven de escudos protectores, y transforman los pueblos en una especie de micro­ cosmos del miedo. N o resulta fácil superar el legado de violencia y miedo en la América Latina postautoritaria, y no sólo porque la permanente situación de inestabilidad política e institucional amenace con el resurgir de regímenes arbitrarios en cualquier momen­ to. Los gobiernos democráticos V civiles actuales encuentran serias dificultades para borrar los rastros de esa violencia arbitraria e institucionalizada tan incrustada en el propio Estado. Adem ás, las desigualdades sociales, cada vez más profundas, y la aparición de vacíos de gobierno a la hora de mantener el orden, la paz social y el imperio de la ley alimentan el rescoldo de la violencia y del miedo latentes en toda América Latina.

L O S C O N T E N ID O S D E L LIB R O

Los capítulos aquí reunidos abordan distintos aspectos relativos a los d iver­ sos problemas hasta ahora mencionados. Como ya hemos dicho, los casos concretos de violencia y miedo en América Latina no pueden ser resumidos en una tipología de la violencia como la que hemos apuntado anteriormente. Aunque existen razones de peso para establecer ciclos temporales, en la práctica los distintos tipos de vio­ lencia, al igual que sus causas y consecuencias, se superponen unos a otros: aparecen nuevas formas que coexisten con las anteri( >res, y las alteran. Esto quiere decir que el espectro de la violencia en América Latina se ha complicado mucho, sobre todo en las últimas décadas. Por esta razón, los contenidos de este libro se orientan hacia una gran variedad de casos y características sobresalientes del problema que consti­ tuye nuestro objeto de estudio, adoptándose en la mayoría de las ocasiones una pers­ pectiva histórica que permite dilucidar las actuales dimensiones del miedo y la violencia. En vez de utilizar nuestra tipología de la violencia com o modo de estructura­ ción de los contenidos del libro, hemos optado por un enfoque algo distinto basado en la distinción empírica entre los diferentes escenarios actuales. En la primera parte, el libro estudia varios ejemplos extraídos de las guerras civiles. Estas situa­ ciones son únicas en cuanto implican el enfrentamiento bélico por el control del Estado entre dos partes perfectamente identificadas. La segunda parte analiza casos en los que la violencia sistemática resulta menos evidente, bien sea porque oficial­ mente se la ignora o se niega su existencia, o porque las confrontaciones tienen lugar entre unas fuerzas estatales contrainsurgentes de carácter más o menos secreto y un oponente poco definido, a veces elusivo, tal vez incluso imaginario. La tercera

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parte del libro se centra en casos en los que los regímenes de transición, actuales o futuros, dan la impresión de encaminarse por la senda institucional. Los colabora­ dores indagan en las posibilidades y problemas que supone la eliminación del fan­ tasma del miedo y la violencia mediante la instauración de gobiernos democráticos civiles y el consiguiente imperio de la ley. A lo largo del libro, los distintos capítulos mostrarán diferentes modos de enfrentarse a las cuestiones que se abordan. A lgu n os se basan en investigaciones de campo o en reinterpretaciones minuciosas de las fuentes secundarias. En otros capí­ tulos se adopta un enfoque más ensayístico, derivado del exhaustivo conocimiento que de las circunstancias y situaciones tienen sus autores. En lo que resta de este capítulo introductorio trataremos de explicar brevemente el porqué de la selección a la que nos acabamos de referir. La primera parte del libro trata de las múltiples dimensiones que se aprecian en las recientes guerras civiles de América Latina. Una de las características más rele­ vantes de este tipo de conflictos es que se aprecia un cam bio gradual entre los años setenta y noventa, durante los cuales la clásica confrontación entre los gobier­ nos conservadores y autoritarios de derechas, por un lado, y las fuerzas de las gue­ rrillas revolucionarias socialistas, por otro, desembocó en un upo de conflicto mucho más complejo. Los tres capítulos se centran en las dimensiones cada vez más diver­ sificadas del conflicto en el sur de México, en América Central y Perú, tanto desde el punto de vista social como cultural y político. En lo referente a las fuerzas del Esta­ do observamos cómo en las guerras civiles de Centroamérica se ha operado un cam­ bio gradual que va desde la intransigencia autoritaria hasta posiciones de mayor compromiso; tal es el caso de El Salvador y Guatemala. Esto ha tenido lugar como resultado del proceso de paz y de democratización que en paralelo se ha ¡do abrien­ do paso poco a poco en la zona. A l mismo tiempo, la oposición armada ha dejado un poco de lado su orientación revolucionaria para adoptar una nueva platafor­ ma basada en conceptos tales como el de democracia civil, derechos humanos, justi­ cia social y multiculturalismo. El resultado ha sido una convergencia gradual entre las partes en litigio y la firma de tratados de paz bajo los auspicios de la comunidad internacional. El caso de Perú es muy distinto. Allí surgió una guerrilla muy poderosa en 1980, precisamente cuando en el país se había instalado un gobierno de civiles; una guerri­ lla intransigente que no era partidaria del diálogo con el Estado. Como respuesta, los gobiernos electos democráticamente de Belaúnde, García y Fujimori recurrieron a turbias tácticas antiguerrilla, dando rienda suelta a las fuerzas contrainsurgentes. El segundo capítulo, escrito por Dirk Kruijt, establece una comparación entre los ejem­ plos peruano y guatemalteco. En él se centra especialmente en las estrategias emplea­ das por las fuerzas de seguridad para demostrar cómo a pesar de las diferencias constatables en la dinámica política de cada una de estas guerras civiles la autonomía virtual de las fuerzas de seguridad permite establecer sospechosos paralelismos en ambos casos en lo que a brutalidad y violaciones de los derechos humanos se refiere. Otra de las similitudes entre lo acontecido en Perú y en Guatemala tiene que ver con la importancia del factor étnico. Últimamente ha sido habitual destacar el papel del componente étnico en los conflictos violentos de casi todo el planeta. Por lo que respecta a América Latina, las desigualdades socioeconómicas han coinci­ dido en muchos países con la subordinación de las categorías étnicas, definidas por

INTRODUCCIÓN: I.A Vl< >LENCI A V EL MIEDO EN AMÉRICA LATINA

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lo general en términos de «color». Curiosamente, las profundas divisiones étnicas apreciables en las distintas sociedades latinoamericanas muy pocas veces han sido las causantes de revueltas étnicas. Durante los años sesenta y setenra las principales vías de conflicto asumidas por las guerrillas rebeldes tenían que ver con cuestio­ nes socioeconómicas o de clase social; de ahí que las plataformas reivindicativas adoptadas fueran las del socialismo o el anti-imperialismo. Tan sólo durante los últi­ mos diez o quince años han saltado a la palestra en las confrontaciones armadas los componentes étnicos. En Perú y Guatemala el elemento étnico ha sido introducido, en parte, desde fuera de las propias comunidades indígenas, que, si bien funda­ mentalmente ocupan el papel de víctimas, también se han convertido en protago­ nistas, bien porque se han visto obligadas a ello por parte del Estado bien a modo de autodefensa. En el tercer capítulo, Carlos lván Degregori estudia el papel de los ejércitos que se han dado en llamar las «rondas campesinas» durante el período de la guerra civil peruana. Hay que resaltar que Sendero I .uminoso nunca llegó a aban­ donar sus rígidas doctrinas maoistas revolucionarias, entre las que se incluía un cierto desdén hacia las poblaciones indígenas. Esto contradice las frecuentes afir­ maciones referidas al carácter indígena de la rebelión liderada por Sendero Lum ino­ so; afirmaciones que muy posiblemente tuvieron su fundamento en los esfuerzos de los rebeldes por instaurar sus propias estructuras de control y apoyo político y mili­ tar en las comunidades campesinas. En cambio, los grupos armados formados por campesinos indígenas entraron en el conflicto como enemigos de Sendero Lumino­ so debido en buena medida a la intensificación de la violencia, justificada por la propia guerrilla como un fin en sí misma, y también porque el movimiento guerri­ llero no supo asumir e integrar algunos aspectos de vital importancia para la cultu­ ra de las comunidades andinas. E l componente netamente étnico de la oposición armada está mucho más claro en el caso del levantamiento del E Z L N que se inició en Chiapas en enero de 1994. Si bien en un principio se invocaron razones de opresión imperialista y capitalista, los rebeldes esgrimieron muy pronto argumentos que resaltaban las dimensiones socia­ les y culturales de la exclusión de la población indígena de Chiapas. Además, los zapatistas reclamaban la «democratización» del sistema político mexicano como paso previo para la emancipación del campesinado indígena. Hasta ahora la mayor parte de las publicaciones en torno al conflicto de Chiapas ha hecho hincapié en el contex­ to socioeconómico de la rebelión y en sus implicaciones políticas, cuestionando, al mismo tiempo, la dimensión étnica del asunto. N o en vano, esta vertiente étnica suele verse como un argumento estratégico acuñado por una serie de revoluciona­ rios profesionales de extracción urbana, clase media y formación intelectual que se comunican por fax o por internet con sus numerosos simpatizantes en la comunidad internacional. En el cuarto capítulo, Arij Ouweneel parte de posiciones muy distin­ tas para explorar las relaciones existentes entre la plataforma reivindicativa y el dis­ curso del É Z L N , de un lado, y el legado del simbolismo y la cosmología maya, de otro. Este autor sostiene que la cosmología y el simbolismo han sido decisivos en la toma de posturas por parte del E Z L N , que con estos elementos ha adaptado y asu­ mido otras doctrinas revolucionarias más convencionales, tales como el marxismo o la teología de la liberación. La violencia actual en Chiapas, desde esta perspectiva, no es más que una manifestación del vaivén cíclico entre el bien v el mal, el orden y el caos, la destrucción y la reconstrucción, que ya contemplaba la clásica cosm ovisión

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DIRK K R U IJT y KEES KOONINGS

de los mayas. Ouweneel concluye que esta fusión de doctrinas forma parte del pro­ ceso de construcción de una nueva identidad emancipadora para la cultura maya, tan­ to en Chiapas como en Guatemala. La segunda parte del libro consta de tres capítulos que abordan situaciones de conflictos y violencia muy específicas de cada nación. El denominador común de estos escenarios es la ausencia de una guerra civil abierta y declarada en la que el bando armado opositor tenga posibilidades reales de derrocar al régimen en el poder. Más bien, el uso de la violencia, ya sea para denunciar los conflictos políticos y socia­ les existentes ya para mantener el orden establecido, es - o ha sido- mucho menos evidente y está más disimulado en países como Argentina, Colombia y M éxico, en los que el poder del régimen nunca se ha visto seriamente amenazado a pesar del con­ siderable grado de violencia imperante. Sin embargo, estas tres naciones permiten postular la existencia de una posible continuidad entre la violencia, el terror y la presencia de una guerra no declarada. El impacto de esta violencia se ha infravalo­ rado o encubierto sistemáticamente, como en México, cuando no se ha disfrazado de mero problema coyuntural de «seguridad interna», como en el caso de la guerra sucia en Argentina. En Colombia, los enfrentamientos entre el Estado y los m ovi­ mientos revolucionarios se acercan más a lo que podría calificarse de guerra civil declarada, aunque el Estado colombiano y sus dirigentes nunca han retirado su adhe­ sión oficial a los fundamentos democráticos ni a la «normalidad» institucionalizada. Por tanto, los conflictos violentos permanecen de algún modo relegados al lado oscuro de la vida nacional. En México el PRI siempre ha alardeado de la naturaleza pacífica, regulada y civil de un gobierno legitimado por el legado revolucionario y por las estructuras que han permitido la incorporación popular. N o obstante, como demuestra Alan K n igh t en el quinto capítulo, este modelo de partido único que ejerce el poder de un modo corporativista está basado en formas de violencia por lo general poco evi­ dentes, y manifiestas por el contrario en los estallidos rebeldes, sobre todo después de la consolidación oficial del movimiento revolucionario bajo el mandato de Calles y Cárdenas en los años treinta. K n igh t resalta las com plejas interrelaciones entre los diversos tipos de violencia mencionados anteriormente. Los «caciques», detentores del poder local, han seguido recurriendo a la coacción para mantener sus posi­ ciones, aun cuando hayan acatado los procesos de pacificación sellados en el nivel federal. El Estado central, por su parte, consiguió arreglárselas para mantener una apariencia de pacífica normalidad (al menos hasta los años ochenta), si bien al mismo tiempo establecía un discreto aparato represivo. A la postre, determinadas instan­ cias locales y regionales decidieron recurrir a la acción armada en los intersticios de la p ax priísta. Al contrario que México, Argentina ha experimentado una continua inestabili­ dad política desde los años treinta. El origen de esta situación se remonta a la cada vez más profunda fractura que se dio entre los sectores sociales más comprometidos políticamente. En realidad, Argentina ofrece un panorama sorprendente, pues en ella se combinan desde finales del siglo XIX el legado económico, social y cultural de corte europeo-que incluye, al menos en apariencia, una sociedad civil regulada-con la herencia de una polarización social y política especialmente agudizada tras la Segunda Guerra Mundial. Este proceso desembocó en un periodo de represión esta­ tal denominado «guerra sucia» (1976-82), cuya brutalidad y número de víctimas

INTRODUCCIÓN: I.A VIOLENCIA V EL MIEDO EN AMÉRICA LATINA

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probablemente tan sólo han sido superados por la barbarie de las guerras civiles de El Salvador y Guatemala. En el sexto capítulo, Antonius Robben analiza hasta qué punto la guerra sucia ha contribuido a la formación de un clima generalizado de ansiedad y miedo en el pais. Su estudio demuestra que los límites aparentes del con­ flicto se fueron rebasando a medida que la brutalidad y la contumacia de los que se enfrentaban en el conflicto iban eliminando los espacios de neutralidad en la esfera social y cultural. La obcecación de los contendientes amenazó con engullir todo ves­ tigio de neutralidad ciudadana en medio de un torbellino de temores y espantos, todo lo cual dificultó sobremanera la restauración de la democracia y del imperio de la ley en Argentina. E l caso de Colombia nos presenta un ejemplo en el que la violencia continua y rutinaria ha calado en todos ios niveles de la vida política y social. Desde el mismo momento de su independencia, Colombia ha estado permanentemente sacudida por periodos recurrentes de desórdenes y violencia. El país ha estado siempre al borde de la anarquía y la guerra civil, si exceptuamos un interludio de relativa estabilidad pos­ terior a la Guerra de los Mil Días (1899-1902), tras el cual la violencia renació con fuerza com o resultado de las tensiones entre liberales y conservadores durante los años cuarenta. I .os liberales adoptaron posturas reformistas y populistas, mien­ tras que los conservadores defendían los intereses de las elites en el poder. La guerra civil consiguiente, conocida como La Violencia, enfrento a los partidarios de una y otra causa, pero además se caracterizó por el establecimiento de feudos familiares, el antagonismo entre las distintas comunidades y el bandidaje4’ . Una vez se decretó el fin de las hostilidades en 1958, el estandarte de la resistencia violenta ante los gobiernos del Frente Nacional fue enarbolado por diferentes movimientos guerri­ lleros de tendencia marxista-castrista-maoísta44. Pero a partir de los setenta, y espe­ cialmente después de los ochenta, la violencia en Colombia fue adquiriendo una morfología cada vez más compleja. En el séptimo capítulo, Daniel Pécaut demues­ tra con exactitud cómo la violencia se ha generalizado y, al mismo tiempo, se ha diversificado de tal modo que cada vez resulta más difícil establecer unas pautas que expliquen el conflicto colombiano. Pécaut llama a este fenómeno «la banalidad de la violencia», y en él incluye a la guerrilla, a los carteles de la droga, a las bandas urba­ nas de delincuentes, a los escuadrones de la muerte, a las fuerzas paramilitares que defienden a los hacendados y a las fuerzas de seguridad del Estado. La violencia ha escogido sus víctimas entre opositores políticos, señores de la droga, fiscales y jueces, líderes sindicales, campesinos e indígenas, periodistas e incluso viandan­ tes anónimos que caen víctimas de los atentados con coche bomba que preparan los narcotraficantes cuando inician sus campañas para disuadir al gobierno de todo pro­ pósito de extraditar a los capos de la droga que se encuentran detenidos. El gobier­ no colombiano ha perdido en este proceso una buena parte del control sobre su propio territorio, así como el monopolio del uso legítimo de la violencia. En conse­ cuencia, la nación contempla impotente el desgaste de las instituciones públicas, la mordaza de la opinión pública y la rutina del terror de cada día. 43 Véase Guzmán Campos, Fals Borda V Umafta Luna, I■''telenda en Colombia. 44 Los más importantes que aún están operativos son las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC), el lijército Revolucionario del Pueblo (liR P) y el Ejército de Liberación Nacional (ELN).

4: I AS CAMPAÑAS

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Velasco. La ciudad de Ayacucho, durante siglos capital de una región mísera de haciendas medianas y comunidades indígenas olvidadas, consiguió una universidad regional en los años cincuenta. Muy pronto, sus licenciados empezarían a competir con los estudiantes de veinte universidades provinciales más. La m ayor parte de los estudiantes de este segundo grupo entraba fácilmente en contacto directo con las estructuras institucionales de generación laboral y socioeconómica, mientras que los estudiantes indígenas regresaban, por lo general, a sus pueblos de origen. A comienzos de los años sesenta, un filósofo provinciano, Abimael Cíuzmán, empezó a enseñar en la universidad de Ayacucho, en su escuela de magisterio. Guzmán se convirtió en el lider indiscutible de una escisión del Partido Comunista del Perú, el Sendero Luminoso io. Al contrario del ala pro-moscovita de la izquierda peruana, que, aliada con el gobierno de Velasco y otros lideres neomarxistas del partido, par­ ticipó con éxito en las elecciones de los años ochenta, la dirección de Sendero Lumi­ noso eligió el anonimato de una ágil estructura de células, los embriones que habrían de incubar con vistas a una «guerra del pueblo» definitiva. Guzmán supo aguardar pacientemente para fortalecer su organización y establecer profundas raíces entre el campesinado. Finalmente, estuvo acertado al elegir el momento de su primera apa­ rición armada. Tu vo lugar en el poblado provincial de Chuschi, en Ayacucho, el 17 de mayo de 1980, durante las elecciones nacionales para elegir al primer presidente civil, cuando el poder militar estaba debilitado y el futuro gobierno civil de Lima se vería sin capacidad de respuesta " . Sendero Luminoso creció despacio pero sin pausa durante el periodo relativa­ mente próspero de los gobiernos militares. Guzmán se tomó su tiempo, dejando que madurara el movimiento semiclandestino en el espacio de quince años antes de lanzarlo a la lucha armada. La importancia que se dio a la estructura celular, la pure­ za ideológica, el lento proselitismo, la lealtad y dedicación absoluta, y la estricta moralidad -una disciplina de hierro impuesta a los estudiantes universitarios por su líder carismático y cuasirreligioso, Guzm án- procuró al movimiento un entorno protector y contribuyó fundamentalmente a su impenetrabilidad durante los años que siguieron. Sendero Luminoso había logrado finalmente hacerse con una fuerte base popular. Así, comenzó la «guerra del pueblo» en su propia región. Dos hechos, mencionados anteriormente, fomentaron el crecimiento sostenido del movimiento guerrillero en el breve periodo comprendido entre 1980 y 1982. En primer lugar, el nuevo gobierno civil de Belaúnde no confiaba en el ejército perua­ no y prefirió mantenerlo al margen: las Fuerzas Armadas habían estado bajo el mando de los generales velasquistas, y la inteligencia militar se consideraba un

Sobre ti volcán; Tello, Perú. Dos excelentes ensayos sobre Sendero Luminoso son Degregori, Que difícil es str Pior, y Flores Galindo, Buscando un Inca, págs. 287-310. Véase también el capitulo ( de este libro, de Degregori. 10 Oficialmente denominado el «Partido Comunista del Perú, por el Sendero Luminoso de José Carlos Mariátegui», en Honor al teórico marxista más original e influyente de Perú. I.etts ha descrito los procesos de escisión de los grupos izquierdistas del país en Izquierda ¡teruana. 11 El alto mando militar de Lima, ante la quema de las urnas electorales de Chuschi, procedió a con­ sultar al palacio presidencial y obtuvo un «no se preocupe» c: LAS CAMPAÑAS

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se produjo principalmente entre los jóvenes y los marginados, los indios, campesinos y pobladores. Entre los componentes de las columnas guerrilleras había muchos de catorce a dieciocho años y mujeres '4. E l mensaje ideológico de Sendero Luminoso era el crudo y simple «abracadabra» de un movimiento con base en la zona desolada donde habitaban pobladores y campesinos indígenas en la miseria. La organización simbolizaba: una justicia directa y violenta, desplegada por medio del asesinato selec­ tivo de personas «malas» y una moralidad cruel que proponía, entre otras cosas, el castigo público de adúlteros y bebedores; una redistribución agraria sin contempla­ ciones, despiadada, que hacía hincapié en la necesidad de pequeñas parcelas de terre­ no y el mínimo de comida y ganado para la supervivencia; y una pedagogía desnuda y panfletaria para educar a personas humildes y aquiescentes, con una tradición de respeto profundo hacia los maestros y apóstoles ' 5. Sendero Luminoso utilizaba un vocabulario que variaba de una región a otra, de un segmento de la población al otro. Atrajo a sus simpatizantes y reclutó nuevos miembros mediante incentivos y coacción, aplicando un grado cada vez mayor de violencia y terror. Los procedi­ mientos empleados por Sendero Luminoso en las provincias eran los siguientes: I.as bases rurales son verdaderas escuelas m ilitares in si/u. Sus m iem bros reciben tam ­ bién p reparación teórico-práctica con base al pensam iento de G u zm án y a las caracte­ rísticas de la zona. Se hace una identificación de sus enem igos p o lítico s y m ilitares. Se les entrena en el uso de arm as de co rto y m ediano alcance, se les capacita en el uso de la dinam ita y bom bas caseras. Se les inicia en acciones d e espionaje y vigilan cia, de proselitism o, y delación y d ifu sión del ru m or que sob revalora su potencia para lu ego hacerles participar en operaciones bélicas y de terrorism o urbano. Para las acciones m ilitares se constituyen gru p o s de 6-8 personas, donde el con tacto es só lo a través de uno de sus m iem bros. Gn el ám bito rural, la desestructuración co n flictiva es m ás p ro ­ funda que en el m edio urbano. Las m edianas propiedades son abandonadas p o r sus p ropietarios m erced a la am enaza de Sen dero, las com unidades son presionadas para cam biar sus directivas con personas obedientes, los pequeños pro pietarios son in du­ cidos a p agar cuotas de ap o yo . I.o s pequeños com erciantes son o b ligad o s a acatar las d irectivas de Sen dero, pues, en caso con trario, corren p elig ro sus vid as y sus bienes. L o s se rv icio s técnicos de A gricu ltu ra u otras entidades públicas son im pedidos de actuar en el m edio rural p o r la am enaza o la acción directa contra personas y bienes. Lo s se rv icio s religiosos son con trolados y previam ente autorizad os para atender a su feligresía. Hl prin cipio fundam ental es establecer áreas de seguridad p olítico-m ilitar para lu ego co n tro lar la p ro ducción y, con ello, el abastecim iento de los centros urba­ nos pequeños y grandes que perm itan posteriorm ente su estrangu lación y fácil captu­ ra. E n este sentido se procede de la m anera siguiente: • detección de ám bitos de con flictos, sea entre d irectivos y socio s, pro pietarios y asa­ lariad os, du eñ os de parcelas y cam pesinos sin tierra, o entre com u n eros ricos y pobres; • presencia m ilitar para inclinar el con flicto favorablem ente hacia gru p o s o personas que son accesibles o sim patizantes de Sen dero;

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Sobre la atracción que ejercía Sendero Luminoso en chicas jóvenes, véase k irk , (¡rabudo en

piedra. 15 Degregori,¿*f'¿: LAS CAMPAÑAS

permitiendo sólo ataques expresamente planeados contra unidades aisladas y pues­ tos de policía provinciales. Hasta finales de los años ochenta, Sendero Lum inoso siguió fundamental­ mente una sencilla estrategia de ataque y defensa, con una estructura informal de columnas militares. Existían algunas formaciones no uniformadas y sin complica­ das jerarquías de mando. Un o una comandante (el porcentaje de mujeres en los ran­ gos superiores era sorprendentemente elevado) controlaba una unidad pequeña y versátil de leales ideológicamente inmaculados y enormemente motivados. Esta célula básica (un núcleo duro calculado en 3.000 a 7.000 personas en 1992) tenía el apoyo de los simpatizantes y guerrilleros locales recientemente incorporados, y reclutaba a sus miembros por lo general en las zonas «liberadas» de los departamen­ tos del altiplano o en los poblados chabolistas metropolitanos. Había una red secun­ daria de apoyo com puesta por abogados, personal médico y de ambulancia, estudiantes y otras organizaciones atines, incluyendo una especie de representación diplomática en el extranjero. Cuando Sendero Luminoso trató de ampliar su área operativa a Boli via, Ecuador y Chile en 1992, las primeras personas y organizaciones «tanteadas» fueron las O N G y los médicos locales 1 . Durante los primeros años de «guerra del pueblo», las tácticas contrarrevolu­ cionarias partían en lo conceptual de unas cuantas ideas vagas sobre la lucha anti­ subversiva lS. Además, hasta diciembre de 1982, el gobierno no mostró ningún interés por definir una estrategia antiguerrillera concreta. Gustavo Gorrití, un inves­ tigador que tuvo acceso tanto a las declaraciones escritas de las sesiones del Comité Político de Sendero Luminoso a comienzos de los años ochenta como a los informes confidenciales del gobierno del mismo periodo, cuenta un sinfín de incidentes cier­ tamente inverosímiles: luchas de poder rocambolescas dentro de la policía; órdenes de «recopilar información acerca de los asesores cubanos, chilenos, ecuatorianos y rusos» del movimiento guerrillero; la rotunda negativa del ministro de las Fuerzas Aéreas a poner helicópteros a disposición de la policía en Ayacucho; y las órdenes a los servicios de inteligencia de las Fuerzas Armadas y la policía de «utilizar los telé­ fonos públicos» para llamar a sus cuarteles Incluso después de que se culpara a las Fuerzas Armadas de la campaña anti­ guerrillera de diciembre de 1982, la situación no cambió sustancialmente. Belaúnde, que a la vez temía y estaba profundam ente resentido con el ejército, dism inuyó de manera deliberada la capacidad de su aparato de inteligencia al considerarla un reducto velasquista. Pero como el gobierno no había formulado ninguna estrategia antisubversiva, el poder militar no hizo más que empeorar las cosas al introducirse en el campo de batalla contrarrevolucionario sin saber en qué consistía dicha guerra. Obando cuenta que la base conceptual de las operaciones contra Sendero Luminoso de los años ochenta se reducía a dos manuales antisubversivos del ejército estadou­ nidense escritos en la década de los cincuenta y traducidos al español10. A falta de un 17 Para documentarme, utilice algunos artículos concretos de SI. y entrevisté a representantes diplomáticos y de fomento del desarrolle» en septiembre y octubre de 1992. 18 La mejor descripción de la estrategia contrarrevolucionaria al uso la proporciona Obando Arbulú, «Diez años de guerra» y «Subversión and Antisubversion». Otro documento valioso es Basombrio Iglesias, «Estrategia del chino». 19 Gorrití, Sendero Luminoso, págs. 7*-76, »17-12». 2*3. 225, 308 ss. 20 Obando Arbulú, «Subversión and Antisubversion», pág. 521.

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DIRK K RUIJT

concepto estratégico coherente, los jefes militares de las zonas de emergencia (prim ero Ayacucho, y luego la mayoría de los departamentos andinos) actuaban por su cuenta. Consecuentemente, la mayor parte de las actividades regionales y locales se llevaban a cabo sin la mínima coordinación con los jefes militares de las otras regiones. De hecho, la estrategia que, desde un punto de vista empírico, empezó a predo­ minar fue el uso indiscrim inado de la fuerza militar contra las guerrillas y sus supuestos aliados civiles, en su mayor parte comuneros indígenas. A principios del año 19R1, el gobierno envió a «los Sinchis» a la ciudad de Ayacucho «para restaurar el orden». Este «batallón especial antisubversivo», creado y entrenado especificamente para combatir la violencia urbana, el descontento laboral, las manifestaciones popula­ res y los desórdenes públicos, organizó en el espacio de diez días una orgía de violen­ cia, asesinatos y violaciones inigualable, que serviría a Sendero Luminoso como punto de referencia para su futuro de brutalidad desaforada contra la población civil. El general Huamán, nombrado jefe militar de la zona de emergencia de Ayacucho, comenzó su ejercicio tratando de ganarse la simpatía de la población regional: E l go b ie rn o había ordenado el toque de queda. L o que sign ifica que la gente debia quedarse en casa después de las diez. ¿P or qué razón? me pregunté. Una de las prim e­ ras cosas que hice fue retom ar la norm alidad. A la gente le gusta d isfru tar de la m úsi­ ca, el baile, las fiestas, y no sentir el con trol. L o que quieren es recuperar la confianza. Y bien, si yo les d e vu e lvo la confianza y la seguridad, em piezo a ganar la g u e r r a 11 .

Pero el general Huamán solicitó nuevos fondos para proyectos de desarrollo local. El gobierno decidió no conceder más dinero para desarrollo sino que pidió que se mantuvieran las operaciones de acoso a las guerrillas y sus seguidores. Al criticar esta decisión, el jefe militar de Ayacucho fue inmediatamente sustituido por un nue­ vo comandante regional que no tardó en volver a la política «normal» de destrucción y «desapariciones» en masa de los sospechosos. Parecido trato recibió el general Arciniega, nombrado comandante militar del Alto Hualíaga, al tratar de ganarse la confianza de los campesinos cultivadores de coca, que se encontraban bajo el control de Sendero Luminoso. Finalmente, tuvo que dimitir al ser acusado de narcotráfico por la D E A norteamericana. Unos meses más tarde, Sendero Luminoso pudo refor­ zar su hegemonía en la región del A lto Hualíaga. En general, la estrategia antiguerrillera llevada a cabo durante los años ochenta consistió en el uso indiscriminado y brutal de la violencia contra la «población sub­ versiva», como se consideraba a la etnia quechua del altiplano peruanoJ i . Los que­ chuas, a los que no tenia por qué atraer la ideología de Sendero Luminoso sino por la fuerza, también se negaron a decantarse por el gobierno o los militares. Pero a fina­ les de la década. Sendero Luminoso comenzó a causar des afección entre la población indígena simpatizante. Cuando para aislar Lima y otras áreas metropolitanas de sus «graneros del interior», el movimiento senderista prohibió por primera vez la venta de los excedentes locales, y para asegurarse la obediencia de los indígenas comenzó í i Entrevista del autor con el general Adrián Huamán, el 4 de febrero de 1991. Citado en Kruijt, «Perú», p á g .109. 22 Más detalles en Kruijt, «Ethnic Civil \X nr».

EJERCICIOS DE TE RR()RISM O D F. ESTADO: LA S CAMPAÑAS

una campaña de ejecuciones con el fin de aterrorizar a los campesinos que incum­ plían sus ordenanzas, la población local empezó a rebelarse. I -a respuesta de Sende­ ro Luminoso: exterminar comunidades enteras. Esta estrategia probablemente supusiera, en retrospectiva, el punto de inflexión déla guerra civil. La animosidad generalizada contra Sendero Luminoso obligó a los campesinos a unirse en las denominadas «rondas campesinas» l K Dichas organiza­ ciones de campesinos surgieron espontáneamente a mediados de los años setenta durante la reforma agraria de Velasco, fundamentalmente como agrupaciones de defensa en las regiones del norte de Perú. Desde los años ochenta, comenzaron a actuar como organizaciones locales, y después regionales, para el ejercicio de la auto­ ridad y la autoprotección a pequeña escala. D urante las elecciones locales, la izquierda organizada y el partido de García, APR A, se disputaron su control políti­ co. Cuando empezaron a proliferar las rondas por todas las regiones indígenas, sus líderes, en ausencia de ninguna otra institución pública, pidieron que se les propor­ cionara armamento. El gobierno, creyéndolas unas milicias rurales, distribuyó armas de fuego viejas por medio de los líderes campesinos. En 1990, un recién llegado a la política, A lb e rto Fujimori, ganó la campaña pre­ sidencial contra todo pronóstico. El presidente electo, sin una lista de personas para su gabinete ni un plan de gobierno coherente, se buscó aliados duraderos. El Círculo Militar no dudó en dispensarle un cálido recibimiento durante el periodo de transición y la primera semana de su presidencia. Se le facilitó abundante informa­ ción sobre tácticas antiguerrilleras y derechos humanos, estrategias de desarrollo y prioridades políticas y económicas a largo plazo. Su guía político y mentor en cues­ tiones de inteligencia, Vladimiro Montesinos, presidente del Consejo Estratégico del Estado, de nueva creación, actuó desde entonces casi como el jefe del sistema nacio­ nal de inteligencia. Una de las primeras iniciativas del nuevo gobierno fue reconocer a las rondas campesinas como el semi-institucionalizado cuarto brazo de las Fuerzas Armadas. Grupos de campesinos armados marchaban ahora junto al ejército regular, la armada y las fuerzas aéreas durante el desfile del Dia de la Independencia. Desde entonces, las rondas han estado subordinadas fundamentalmente a la estructura de mando militar regional, de la que han recibido su principal influencia. Desde comienzos de los años noventa, Sendero Luminoso cedió la iniciativa estratégica en el altiplano indio. Guzmán, según parece comprendiendo que la gue­ rra se le estaba escapando en los Andes, decidió concentrar sus esfuerzos en Lima. A partir de ese momento, Sendero Lum inoso intentó cercar y penetrar la capital, haciendo visible su presencia en los poblados chabolistas metropolitanos y distri­ buyendo tierra y animales en algunos de los valles rurales de la costa de Lima. E l movimiento, sin embargo, no pudo infiltrarse fácilmente en los sindicatos y organi­ zaciones corporativas. Con todo, una ola selectiva de terror contra la izquierda lega­ lizada y el tejido de organizaciones independientes de pobladores se unió al paro armado que llevó a Lima a la parálisis total en torno al Día de la Independencia, en 1992, incrementando la sensación de desmoralización. Entonces de repente, en sep­ tiembre de ese año, Guzmán y la mayoría de los miembros del Comité Central fueron arrestados. Desde la detención del líder guerrillero, el carácter y la intensidad de la 2 3 El origen y la evolución de estas organizaciones se describen en Starn, Rondas Campesinas ld .y «Noches de ronda»; Id., (.on los llanques; Id., Hablan ¡os Ronderos.

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DIRKKRL'IJT

guerra civil han cambiado sustancialmcnte. El 60% del Comité Central de Sendero Luminoso fue capturado: de los veinticinco miembros, nueve fueron excarcelados M. En el ámbito regional, ia maquinaria de combate de Sendero Luminoso permaneció en su mayoría intacta: sólo el Comité Norte resultó «neutralizado», mientras que a los otros cuatro no se les llegó a detectar. 1 ,0 mismo se puede decir de los comités zona­ les y subzonales. Según los cálculos de D IN C O T É en febrero de 1994, el número de guerrilleros alcanzaba los 3.000, en su mayoría organizados en pequeñas colum­ nas y células. La detención de Guzmán fue resultado de un meticuloso trabajo detectivesco lle­ vado a cabo por D IN C O T E , una división policial antiterrorista creada a comienzos de los años ochenta. Cuando Fujimori llegó a la presidencia, D IN C O T E decidió concentrarse exclusivamente en los miembros de mayor rango de Sendero Lum ino­ so, lo que formaba parte de un cambio más general dentro de la estrategia antisub­ versiva. Además, esta nueva táctica, ideada por las fuerzas conjuntas «estratégicas y de inteligencia», concedía mucha más importancia a las rondas campesinas. Los resultados no se hicieron esperar. En primer lugar, se otorgaba una iniciativa mucho mayor a D IN C O T E y al sistema militar de inteligencia; además, se diferenciaban los aspectos militares de los políticos (más amplios) de la guerra15. Los principios clave de la nueva doctrina antisubversiva consistían en ganarse la simpatía y la confianza de la población, establecer programas locales de desarrollo, asegurar la protección de los ciudadanos y restaurar el orden público a escala local. Esta nueva estrategia y las insti­ tuciones que le sirvieron de base (una estructura de mando antisubversiva y un sistema de inteligencia unificados, y la creación de un Consejo de Defensa Nacional) resultaron eficaces sobre todo desde el golpe de estado de Fujimori en 1992. Dentro de las Fuer­ zas Armadas, se calculaba que la intervención estrictamente militar seria cuestión de uno o dos años. Sendero Luminoso, como grupo político clandestino organizado, se fragmentó en elementos más pequeños. Como organización militar quedó reducida al ámbito regional, aunque algunas de sus unidades, con un nombre nuevo, siguen mostrando la misma violencia y utilizando la táctica de la sorpresa de siempre.

G

u a t e m a l a : b a jo e l fu eg o p e r m a n e n t e d e b a ja in ten sid a d

Cuando el presidente de E E .U U ., Eisenhower, el vicepresidente Nixon y el secretario de Estado Dulles autorizaron a la CIA en 1954 a ejecutar el plan denomi­ nado «Operation Success» (Operación Éxito) con el fin de derrocar al presidente constitucional de Guatemala, Jacobo Arbenz, no se trataba de defender los intereses de las etnias indias de Guatemala ni los de la población criolla. La decisión de susti­ tuir al presidente constitucional de Guatemala por un régimen encabezado por un «militar de paja» casi desconocido, llamado Castillo Armas, buscaba proteger los intereses de una empresa frutera estadounidense, la United Fruit Corporation. Durante los prim eros años de los cincuenta, los terrenos de esta compañía en Guatemala se vieron amenazados de confiscación con la reforma agraria de Arbenz. 24 Estos datos provienen de un informe confidencial del general Carlos Domínguez Solís, direc­ tor nacional de H IN C O TE, a representantes del cuerpo diplomático, el 8 de febrero de 1994. 25 Véase Obando Arbulú, «Subversión and Antisubversión», pág. 326.

EJERCICK >S DE TERRORISM O DE ESTAD»): LAS CAMPAÑAS

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Veinte años después, en 1972, la misma empresa vendió todas las posesiones que le quedaban a la corporación Del Monte durante su no muy rentable fusión con otro grupo, United Brands. Toriello, embajador de Guatemala en Estados Unidos y, durante los últimos meses del gobierno de Arbenz, ministro guatemalteco de Asuntos Exteriores, reve­ la en sus memorias la inmensa ignorancia de los líderes estadounidenses sobre la situación de Guatemala 2n los primeros años de la intervención militar se formó toda una mitología alrededor de la marina. Se decía que contaba con mercenarios extranjeros, argentinos tal vez, porque ni siquiera los campesinos peor pensados imaginaban que sus propios compatriotas pudieran tratarlos de ese modo. En abril de 1994, en una camioneta que se dirigía a la feria de Chaca, en las alturas de Huanta, conversé con un dirigente de esa comu­ nidad, que había estado en el río Apurímac en los peores años de la violencia, y que recordaba el pánico que despertaban esos supuestos mercenarios: Bajaban del helicóptero disparando sus ráfagas. Aunque sea una hoja que cae del árbol y ya estaban ráfagas disparando. No sabían caminar, no conocían el monte, eran sobra de la guerra de las Malvinas que habían pedido asesoramíento. Paraban tirados oyendo otra música. También tenían a los Matadores. En una jaula no más paraban, no salian. Por una ventanita les daban alimento. Eran varones pero hasta acá [señala la cintura| tenían el pelo. Una vez a un tuco lo metieron a la jaula y le abrieron el corazón y la sangre que salía chupaban, chupaban, «qué rico» diciendo ' 5.

En Chaca nos topamos con un solitario oficial del ejército paseándose entre cien­ tos de feriantes, campesinos y comerciantes «como pez en el agua», con sólo una pis­ tola y dos pim ías (granadas) al cinto, «por si acaso». I labia llovido mucho ya. En San Jo sé de Secce, capital de distrito, los reclutas que hacían el servicio militar en el cuar­ tel eran campesinos quechuahablantes del lugar. Por su parte, Sendero Luminoso terminó por ser identificado en muchos sitios con el anticristo o con el temible ñakaq o pisbtaco*°. En igual o mayor medida que las masacres de com uneros, el hecho que m ejor ejem plifica la «exteriorización» de Sendero Lum inoso en la región es el «quinteo» (ruleta rusa) a la que sometieron hacia 1991 a los camioneros de la ruta Ayacucho-San Francisco. En uno de los fre­ cuentes bloqueos que Sendero Luminoso realizaba en dicha carretera para exigir aranceles y saldar «cuentas de sangre», uno de los chóferes escapó e informó de la presencia guerrillera a un destacamento militar, que cayó sobre los senderistas produciéndoles varias bajas. Como represalia, Sendero Luminoso inició en distintas carreteras una matanza indiscriminada de transportistas a los que escogía práctica­ mente al azar4'. Este tipo de acción refleja fue empleada por las Fuerzas Armadas únicamente en el periodo de 198 3 a 1984.

38 PCP, «Documentos fundamentales». 39 Si alguien cree que esos personajes, mezcla de pisbtacos y Rambos de video, son un mero pro­ ducto de la imaginación alucinada de nuestro interlocutor, le recomiendo la lectura del espeluznante tes­ timonio de «Pancho», infante de marina que sirvió por esos años en Ayacucho -véase en un manuscrito de futura publicación de Degregori y López Ricci- . 40 Ln Purus, en el año 1994, recordando la forma en la que mataba Sendero Luminoso, un antiguo líder comunal insistia en que los senderistas no eran humanos sino demonios. 41 T V Cultura grabó en video una fila de vehículos atacados, varios de ellos incendiados, en la carretera de «Los Libertadores» (Avacucho-Pisco) en 1991.

COSECHANDO TEM PESTADES: LAS RONDAS C -IM PIM N AS

Puntos

c ie g o s y d e r r o t a d f.

S e. n

dero

L

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u m in o s o

Parece extraño que los propios senderistas no advirtieran el significado del aumento de las rondas y la aparición de un nuevo lazo de unión entre el campesina­ do y las Fuerzas Armadas. Las guerrillas no lograron verlo como la derrota que real­ mente suponia, pues en ese mismo año proclamaban que ya estaban alcanzando el «equilibrio estratégico». Hasta 1991, en los documentos de Sendero Luminoso no aparece ningún análisis exhaustivo sobre la masificación de las rondas. Ese mismo año, en el documento titu­ lado /JQue el equilibrio estratégico remenea más elpais!, se define a las rondas como parte de los mecanismos de la «guerra de baja intensidad» contrarrevolucionaria, desarro­ llada por Fujim ori, los militares y el «imperialismo yanqui» 4Z. A esto le sigue un tedioso análisis legal (¡de todos los aspectos!) del decreto que legalizaba los Comités de Defensa Civil, por entonces aún en proceso de debate4’ . La edición de hn de año del órgano oficial de partido, H l Diario, va más allá de la mera definición de las rondas para realizar un balance muy alejado de la situación real, afirmando que estas organizacio­ nes «tocaron fondo»: «sólo el 5% se mantiene desde que fueron creadas por la marina o el ejército. Las demás han sido recompuestas muchas veces y últimamente decenas se debaten sin rumbo entre disolverse o enfilarse contra sus mentores». Fue en 1992 cuando Sendero Luminoso comenzó a darse cuenta del peligro que representaban las rondas, al afirmar lo siguiente en el III Pleno del Comité Central: E l pro blem a es que se expresa una in flexió n , ése es el problem a [...] han ocu p ad o algu n os pun tos y nos han desalojado. E n ton ces han som etido a las m asas [ ...] con am enazas hasta de m uerte y ahora son masas presionadas p o r el enem igo. E n ton ces nuestro p roblem a aquí, ¿cuál es?, que estam os restringidos en nuestro trabajo de in fil­ tración en las mesnadas44 y esto debem os co rregirlo para penetrarlas, desenm ascararlas, socavarlas, hasta hacerlas v o la r 4’ .

La directiva, que también hacia un mayor hincapié en la estrategia de la persua­ sión, llegó demasiado tarde. Esta desorientación total tiene que ver con varios «puntos ciegos» dentro del partido (que ya se han señalado al analizar el periodo de 1982 a 1983) y que ahora parecen haberse vuelto más agudos. Estos puntos ciegos comprendían: el culto des­ medido a la violencia; el «fatalismo optimista» de su concepción teleológica de la historia; su com prensión de los actores sociales y políticos com o «esencias en acción», portadores de estructuras que determinan inapelablemente su trayectoria; su comprensión del campesinado como un actor incapaz de tomar la iniciativa; su estrategia de guerra prolongada a través de la construcción de bases de apoyo y zonas liberadas; su desprecio por la cultura andina 4Í’. 42 PCP, «Equilibrio estratégico», pág. 52. 45 Es evidente que al menos esa parte del documento es una transcripción literal de una intervención oral de Guzmán. El decreto se analiza casi articulo por articulo, con numerosas acotaciones muy detalladas. 44 Término empleado por Sendero Luminoso para reterirse a las rondas. 4í PCP, «III Pleno del Comité Central». 46 En otras palabras, la lectura de la situación peruana y mundial llevada a cabo por Sendero Luminoso no se ajustaba a la dinámica real del Perú y del mundo.

CARLO S IVÁN DEGREGOR!

IOO

Este capítulo ya ha tratado el tema de la violencia y la discordancia entre la lógi­ ca del partido y la dinámica de la sociedad. Es obvio que, en 1982, la decisión del aparato partidario de intensificar una violencia que no servía ningún propósito social real y el consiguiente inicio de una campaña de «justicia» dura contribuyeron a agrandar las fisuras entre Sendero Lum inoso y la población. Hacia finales de la década de los 80, la escalada de la violencia contra las rondas fue un factor importante para reafirmar las creencias de los ya convencidos, convencer a los indecisos y empu­ jar a comunidades enteras a una alianza con las Fuerzas Armadas.

E

s e n c i a s e n a c c ió n

Según los documentos de Sendero Luminoso, la historia no avanza de manera lineal, sino con zigzags y retrocesos temporales. Estos últimos se dan, no obstante, estrictamente dentro de una trayectoria general predeterminada e inevitable: más que un libreto, un destino. Las Fuerzas Armadas, por ejemplo, etiquetadas una y otra vez en la documenta­ ción senderista como «especialistas en derrotas», no iban a cambiar. Más bien, sólo podían mostrar con mayor claridad su esencia genocida y su dependencia del impe­ rialismo. En la realidad más diáfana, sin embargo, las Fuerzas Armadas dejaron a Sendero Lum inoso literalmente fuera de juego al abandonar la intensificación de la represión indiscriminada, evitando así, en contra de lo que cabía esperar, que ésta continuara en los años noventa. N o pretendo sobrevalorar 1s cambios introducidos por las Fuerzas Armadas, como tampoco olvidar el grado de desmoralización en el que parecían estar sumidas hacia el cambio de la década. Tampoco es posible saber lo que habría pasado si Guzmán no hubiera sido capturado. Hacia finales de la déca­ da de 1980, la actitud antisubversiva de las Fuerzas Armadas parecía abocarse hacia una «solución guatemalteca». Afortunadamente, la historia siguió otro rumbo, y las Fuerzas Armadas desarrollaron una estrategia que podría describirse como «autori­ taria no-genocida» 47. L os campesinos, por su parte, eran «la arena de contienda ente revolución y contrarrevolución» **, actores pasivos, ceros que sólo adquirían valor al ser suma­ dos a uno u otro bando. Sendero Lum inoso era el depositario de la Verdad, con un líder que representaba la «garantía de triunfo» en tanto que era capaz de inter­ pretar las leyes de la historia: estaban «condenados a triunfar». Tarde o temprano, a través del ejercicio prolongado de la guerra popular, los campesinos seguirían el camino trazado por su destino y gravitarían hacia Sendero Lum inoso, com o las m ariposas hacia la luz, porque «objetivam ente ellos [la contrarrevolución] no representan los intereses del pueblo, nosotros sí, ellos no pueden ganar a la masa, tienen que forzarla, oprim irla para que los sigan y eso engendra resistencia; en nuestro caso sí podemos ser seguidos porque podemos hacerles ver lo que es obje­ tivo, que representamos sus intereses». De ese modo no habia ningún problema. Al menos no un problema demasiado serio. Según Sendero, al establecimiento del «nuevo poder» en una determinada zona le seguiría el restablecimiento del viejo

47

48

Degrcgori y Rivera, Peni 19X0-1990. PCP, «Equilibrio estratégico», pág. 4.

a>SECHANDri, Qué difícil es ser Dios.

COSliCIIAND O TEMPESTADES: LAS K O X P IV C IM PLStX. IJT

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acontecimiento no hubiera estado acompañado por el orgullo que se apoderó de los estudiantes puquianos. E s impactante advertir cómo en los años ochenta en la sierra peruana se repro­ duce en cierta medida el conflicto entre mistis e indios de Yawar Fiesta y cómo, una vez más, los mistis convertidos en revolucionarios son derrotados por los indios transformados en ronderos.

IV

«BIEN VEN ID O S A LA PESADILLA»: R E F L E X IO N E S SO BRE LOS G U ER R ER O S SIN ROSTRO D E LA R E V U E L T A D E LACAND O NA (CHIAPAS, MÉXICO, 1994) Arij Ouweneel

• T ' V O R QUÉ SE PRODUCE E L A LZ A M IEN T O ARMADO D E LOS CAM PESIN O S?, se

^ I preguntan sociólogos e historiadores desde hace décadas. Cuando se inviC JL ta a un(a) mexicanista, cualquiera que sea, a dar una charla, no le queda mas remedio que abordar este problema ya clásico y responder a preguntas sobre el levantamiento de Chiapas de Año N uevo de 1994 '. Chiapas, que ya ha recibido a más antropólogos que comunidades tiene, se ha convertido en un objeto de moda editorial comparable con las revoluciones cubana y nicaragüense, las gue­ rrillas centroamericanas o los aniversarios de Bolívar y Colón hace unos añ o sz. A simple vista, parece fácil encontrar una explicación a la revuelta y los orígenes de la misma*.

P e r s p e c t iv a

en d ó gen a

,

p e r s p e c t iv a e x ó g e n a

Con todo, se aprecian discrepancias en la literatura existente sobre el levan­ tamiento. Se pueden identificar dos bloques de analistas: los que adoptan una pers­ pectiva «endógena» y los que se decantan por la «exógena». E l prim er grupo construye su narrativa de la revuelta en torno a la Selva Lacandona, el bosque t

Para más información, véanse Ouweneel, A lwttr die ¡ndianen-, y Gosner y Ouweneel, lndigenous

Revolts. 2 Véanse, entre otros, Aubry, «Lenta acumulación»; (Autonomedia), ¡Zapatistas!', Camú, Urzúa y Tótoro Taulis, Collier, fías/a!; Ciuillermoprieto, «Letter from México»; Harvey, Retid ¡ion, Rome­ ro jacobo. Altos de Chiapas; Ross, Rebellion ; Rovira, ¡Zapata vive!. Rus, «Local Adaptation». 3 Una de las mejores historiografías recientes, de poderosa brevedad, es la de Alma Guillermoprieto: «The Shadow War».

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ARI J O U WE N K K l .

tropical en la frontera con Guatemala, y dirige su análisis a los problemas del cam­ pesinado en esta zona de frontera real: en el oeste del Lacandón se halla la región de Las Cañadas, uno de los focos principales de este movim iento; y cerca de la ciudad de Simojovel se encuentra otra de las áreas revolucionarias más importantes, la loca­ lizada al norte de San Cristóbal de Las C asas4. Los analistas «endógenos» hacen un repaso general a los factores de pobreza y superpoblación, y finalizan con una narra­ ción detallada de los orígenes del E jército Zapatista de Liberación N acional (E Z L N ). Por su parte, los estudiosos del bloque «exógeno» centran su visión histó­ rica en los desastres económicos de las décadas pasadas en el conjunto del estado de Chiapas y, más en concreto, pintan un cuadro desolador del avance de la pobreza y la explotación en todos sus municipios rurales, presentando la revuelta zapatista como una de sus principales consecuencias. Hojeando la literatura sobre el tema, se obser­ va que el prim er grupo prefiere hablar de «la revuelta de la Selva Lacandona», mientras que el segundo tiende a quedarse con la denominación del «levantamiento de Chiapas». En este capítulo he adoptado la perspectiva «endógena». Después de todo, los rebeldes surgieron de la selva tropical nororiental y no de la altiplanicie, o Los Altos, como los llaman en Chiapas. Según parece. Los Altos sí fue en cierta época la zona de origen de los rebeldes: los campesinos de la Selva Lacandona son inmigrantes o hijos de inmigrantes que dejaron las comunidades superpobladas de los Altos entre las décadas de los cincuenta a los setenta. Fue una diáspora de tzeltales y tzotziles, que tuvieron que hacer de la selva su hábitat y acabaron aceptándola como último recur­ so. Su tierra prometida. Así y todo, parece poco adecuado titular un libro sobre el levantamiento Los A ltos de Chiapas, como ha hecho Rom ero Jacobo, porque de esa manera se ignora el meollo de la cuestión. La decisión radical de declarar la guerra fue exclusiva del Lacandón. E s cierto que había empeorado el estado de miseria en todo Chiapas. Las desigualdades y la cruel­ dad de las injusticias vividas en esta zona ponen los pelos de punta: Chiapas tiene las tasas de mortalidad infantil y analfabetismo más altas, y en ningún otro estado son tan precarias el agua corriente y la electricidad. La pobreza y la represión hacen de la vio­ lencia algo cotidiano. Según Guillerm oprieto: «Este estado, de abundantes ríos, proporciona una quinta parte de la electricidad del país y un tercio de la producción de café, pero ni una gota de esta riqueza revierte a los diferentes pueblos mayas» A pesar de ser «vergonzosamente, los pobres más ignorados de todo México», los habi­ tantes de los Altos de Chiapas no tomaron la decisión extrema de entrar en guerra. En vez de ello, se aferraron a los mecanismos legales para hacer frente a sus problemas: litigios, elecciones, protestas y marchas políticas. Algunas comunidades disponían de armas pero no llegaron a utilizarlas. Tuvieron que soportar la ocupación de sus con­ sistorios sin disparar una sola bala. D e hecho, durante el segundo ataque armado de enero y febrero de 1995, el E Z L N no recibió ayuda militar de las comunidades de los Altos. Antes bien, en la mayor parte de los pueblos que pudieron visitar los perio­ distas, ondeaban banderas blancas en las diminutas chabolas de los campesinos. La pobreza por sí sola, ya lo sabemos, no ocasiona un levantamiento armado. 4 5

Conversación privada de Jan de Vos con el autor. Guillermoprieto, «The Shadow War», pág. 34.

«BIENVENIDOS A LA PESADILLA»; REFLEXIONES SOBRE LOS GUERREROS

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Al leer la mayoría de las obras del segundo grupo de analistas, y a pesar de lo correcto de su narración de los sucesos de Chiapas, no puedo sino discrepar cada vez más de su presentación de los mismos. Da la impresión de que falta algo, como si sus análisis estuvieran excesivamente centrados en lo económico. Los sociólogos «endó­ genos» serian los estudiosos que mejor conocen Chiapas. Tienen listas extensas de publicaciones, conocen personalmente a familias enteras, y han viv id o allí duran­ te años consecutivos. Pero, ante todo, su atención se ha dirigido a las comunidades asentadas en la parte central del altiplano, la zona montañosa de Los Altos. Asi, por ejemplo, G eorge Collier, Neil Harvey y Jan Rus, entre otros, apuntan a los proble­ mas generales del desarrollo: el crecimiento demográfico, la distribución desigual de los recursos nacionales, el desmoronamiento de los precios del café y la anulación por parte de la administración de la reforma agraria 6. También prestan la atención nece­ saria a la política del presidente Carlos Salinas de Gortari (1988-94) en favor del des­ arrollo neoliberal de México y su integración oficial en la economía norteamericana a través del Acuerdo de Libre Comercio Norteamericano (N A FT A ) para explicar los problemas rurales de todo México y de Chiapas en particular. Afortunadamente, de estos trabajos no hay apenas ninguno basado en el discurso de la «leyenda negra» que tan popular fue en tiempos de autores com oG errit Huizer o Hrnest Feder, quie­ nes hace más de treinta años buscaron el origen de todos los problemas de las zonas rurales mexicanas en el periodo de la Conquista y los hacendados, o en algún con­ flicto entre latifundistas y minifundistas, lo que teóricamente constituiría la esencia de la herencia recibida por M éxico7. A pesar de su enfoque moderno (se considera América Latina como una sociedad en su evolución, pero tampoco se descuidan aspectos como la desigualdad y la repre­ sión que forman parte del México de la actualidad), estos análisis dejan sin contestar una pregunta crucial: ¿ se produjo la sublevación de los campesinos de La Selva Lacandona para luchar contra N A F T A o laglobalización de la economía mexicana? ¿Cuáles fueron sus motivos? ¿Por qué no participaron sus supuestos compañeros de armas de fuera de la selva? Para responder a estas preguntas acude en mi ayuda el boom editorial sobre Chiapas anteriormente mencionado. La mayor parte de los libros escritos están elaborados a partir de recortes de prensa, reportajes sobre la vida en la selva y entrevistas con algún miembro de los rebeldes. Cientos de pági­ nas del periódico de Ciudad de México, lu í Jornada, publicadas durante los primeros meses de 1994, se pueden utilizar también como documentación histórica. Sus perio­ distas, todavía conm ocionados por lo ocurrido en ese periodo, se introdujeron en las profundidades de la selva para entrevistar a todo indio con el que se toparan, y escribieron páginas y más páginas repletas de sus impresiones. Reprodujeron las declaraciones de los campesinos y publicaron todos los comunicados del E Z L N y el gobierno. Pocas veces encuentran los historiadores semejante volumen de informa­ ción acerca de un grupo tan pequeño de personas. El investigador dispone así de la mejor oportunidad de leer el material de forma crítica y hacer cotejos y confronta­ ciones documentales.

6 Por ejemplo, Collier, Basta!, Id., «Background»; Rus, «Local Adaptation»; Harvey, Rebrillan. 7 Peder, Rape ofthe 1‘easantry, I luizer, «Emiliano Zapata». Sobre este tema, véase Ouwenecl, Ünder-

broktn ¡roe! in Anábuat.

ARIJOUW F.NEEI.

V o ces

d e la selva

E l E Z L N era algo más que un ejército. Un importante número de sus jóvenes soldados hizo afirmaciones semejantes a la siguiente de la capitana Elisa: «cuando yo vivia en mi casa con mi familia, yo no sabía nada. N o sabía leer, no fui a la escuela, pero cuando me integré al E Z L N , aprendí a leer y a escribir, todo lo que sé hablar español, escribir y me entrené para hacer la guerra» B. Los guerrilleros ofrecían una educación, centrada sobre todo en el idioma, la his­ toria y la política. Según una mujer que dijo haber sido reclutada cuando estaba en la selva trabajando la tierra: entonces «llegaban asesores para el estudio y entendimos y avanzamos». N o se conoce el tipo de educación ofrecida, pero podemos deducir de las declaraciones y «leyes» del E Z L N que tenía un carácter radical y utópico, aun­ que también muy mexicano y nacionalista. A l cabo, todos los guerrilleros decían haber aprendido que tenían que luchar por los denominados «Diez Puntos»: tierra, trabajo, techo, sanidad, educación y pan dignos, libertad, democracia, paz y justicia. Las declaraciones realizadas en la selva en relación con los Diez Puntos dejaban muy clara la naturaleza utópica de las voces indígenas. N o cabe duda de que para sobrevivir en entornos difíciles hacen falta visiones utópicas. Pero en el I.acandón existían tres grupos que estaban intensificando o, cuando menos, instituyendo ese carácter utópico. En primer lugar, los diáconos y voluntarios seglares inscritos en la teología de la liberación se habían adentrado en la tierra baja de la selva a iniciati­ va del obispo de San Cristóbal, Samuel Ruiz García. Desde finales de los sesenta en adelante, este obispo fue uno de los principales teólogos de la liberación en México, si no de América I.atina. En octubre de T974 organizó un Congreso Indígena en San Cristóbal para conmemorar el 500 aniversario del nacimiento de Fray Bartolomé de Las Casas. Desde entonces, una red de seglares ha venido trabajando con los pione­ ros en la selva para construir una teología de la liberación y ayudar a los pobres. E l mensaje que se quería enviar era que la «salvación» sólo sería alcanzable mediante un igualitarismo radical. Los seglares esperaban crear una sociedad libre de lo que deno­ minaban el pecado social de la sociedad mexicana. Después, llegaron los maoístas a iniciativa del catedrático de la Universidad de Ciudad de México, A d olfo O rive Berlinguer9. E stos voluntarios políticos dedi­ caron una década (de 1974 a 1984) a organizar las comunidades de colonos con el fin de ganar batallas burocráticas, presionar para la obtención de créditos, sub­ venciones, educación y tierra. Fue una lucha sin armas. I.os voluntarios maoístas también establecieron un sistema de toma de decisiones en el quej>articipara cada una de las voces de la comunidad, incluidas las de niños y niñas. Este es el sentido de la «democracia» contem plado en los Diez Puntos. N o obstante, las propues­ tas se preparaban desde las asambleas chicas, compuestas de entre cinco y diez líde­ res pertenecientes a la vanguardia maoísta. Evidentem ente, algunos líderes eran «más iguales» que otros: los maoístas señalaban en un principio el camino a los 8 l-ajortuida, 18 de enero de 1994. 9 Es curioso comprobar cómo, más tarde, Orive colaboró con el gobierno de Salinas en el puesto de coordinador de los consejeros expertos en políticas sociales y rurales, e incluso después con el gobierno de Zedillo.

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campesinos IO, porque de otro modo sólo se tomarían decisiones tras semanas o meses de debate. E n resumidas cuentas, los maoistas habían inculcado una men­ talidad política particular a los habitantes de la Selva Lacandona. Los seglares católicos y los gru po s maoistas crearon la Unión de Uniones (ULT), una organización destinada a coordinar su lucha sociopolítica. Pero en el transcurso de los años, la organización se escindió más de una ve2. Una facción, dom inada por los seglares y con el apoyo de la Iglesia, consideraba que su principal demanda debía ser la tierra. D esconfiaba com pletam ente del gob iern o y se m anifestó a fav o r del camino de «salvación» más radical. La otra facción más im portante pensaba que, dada la tasa de crecim iento de la población, seria im posible solucionar los problem as únicamente con la tierra, y tendrían que utilizar m ecanism os de m arketing y crediti cios a la vez que sus habilidades negociadoras con el gobierno. L o s maoistas, que encabezaban esta escisión, suponían que estas acciones reform istas eran las que lle­ varían a la «salvación», y reorganizaron a sus m iem bros dentro de la A sociación Rural de Interés C o lectivo (A R IC ) " . Posteriorm ente, la UU se divid ió de nuevo, esta vez con respecto a la opción de la resistencia violenta. E n opinión de G u ille r­ moprieto, el gru p o más radical, que optó por la lucha armada en 1989, aglutinaba a un 60% de la población de esta zona

Para entonces, un tercer grupo, que llevaba un tiempo instituyendo o intensifi­ cando el carácter utópico de las comunidades, ya había hecho su trabajo. Estaba for­ mado por guerrilleros y, en la actualidad, lideran el E Z L N . Eran y continúan siendo independientes de la UU y la A R IC y se componen de un pequeño grupo de doce - o cinco, com o insistió el subcomandante M arcos- activistas políticos procedentes de la parte central del altiplano mexicano. Desde el año 1983 en ade­ lante, se ofrecieron para entrenar a la población local para la guerra de guerrillas y proclamaron la necesidad de una nueva revolución armada en M éxico. A guarda­ ron en el interior del área montañosa de la selva tropical hasta que los líderes indí­ genas se manifestaron dispuestos a entrar en guerra. Tuvieron que esperar casi una década entera porque durante los años setenta y ochenta los campesinos lucha­ ron por un futuro mejor con la ayuda foránea de los maoistas y la Iglesia. Sólo una vez pasado el año 1992, con el M ovim iento 500 Años de Resistencia Indígena, y tras las conmemoraciones del aniversario del viaje de Colón y las reform as del gobierno de Salinas ~en especial la revisión del artículo 27 de la Constitución lle­ vada a cabo a principios de 1992, con la que se pretendía «modernizar» la agricultu­ ra mexicana y abolir el sistema de ejidos de agricultura colectiva porque, según los tecnócratas del gobierno de Salinas, a finales del siglo XX era un anacronismo que impedía el progreso económico en las zonas rurales li_ se unieron los jóvenes a los guerrilleros, cuando se hacía difícil el futuro en la selva y la expansión era im posi­ ble. Y lo hicieron con la facción más radical de las escindidas de la UU. Sólo un 40 % 10 Oficialmente, la máxima autoridad zapatista recibe el nombre de Comité Clandestino Revolu­ cionario Indígena - Coordinadora General (CCRI-CG). La impresión que tengo al leer los periódicos es de que cada comunidad tiene varios representantes en este órgano. 11 En algún momento, la AR IC recibió el nombre de Asociación Rural de Iniciativa Colectiva o incluso de Asociación Regional Indígena Campesina. Acerca del discurso de la «salvación», véase una ponencia presentada por |an de Vos, «Encuentro de los Mayas de Chiapas». 12 Guillermoprieto, «The Shadow War», pág. 38. 1 5 Véase Ouwenecl, «Away from Prving Eyes».

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AHIJ OUWENEEI

de los miembros restantes de la A R 1 C y los minúsculos grupos protestantes rehu­ saron votar a favor de la guerra. A finales de la década de los ochenta la posición de los campesinos se había exa­ cerbado aún más como consecuencia de otras dos medidas anteriores. Va en 1972, el presidente Luis Echeverría había presentado un decreto por el que se concedía a setenta familias mayas del Lacandón el control de una gran extensión de la selva tropical. Se pretendía así tomar una medida ecológica para preservar la selva, pero lo que se consiguió fue impedir a los primeros colonos su expansión a otros terrenos. Unos quince años más tarde, el gobierno de Salinas declinó subvencionar los pre­ cios del café tras su descalabro de 1989 en todo el mundo. Esto supuso un golpe a los pequeños cultivadores de café de Chiapas, productores de un tercio de las exporta­ ciones cafeteras del pais. Qué duda cabe de que ciertos acontecimientos internacio­ nales como N A F T A y las políticas neoliberales tenían mucho que ver en esto, pero a los ojos de los campesinos se trataba sencillamente de otro ejemplo de «mal gobier­ no». Tras décadas de apoyo, se sintieron traicionados. Se había traicionado a la revo­ lución. La reforma contemplada en el artículo 27, por la que se sacaban a la venta los ejidos, no hizo sino confirmarlo: se aproximaba el «caos». Así y todo, la respuesta utópica a esta situación sólo podía producirse, dentro del contexto mexicano, en las comunidades del Lacandón. La educación revolucionaria apeló, frente a la desespe­ ración del pueblo, al pasado glorioso de los aztecas y los mayas, al triste presente del rincón olvidado de México en el que vivían, y al futuro inexistente. Al mismo tiem­ po, extendió el sentimiento de indignación ante las últimas derrotas y humillaciones sufridas en la capital.

V

o ces d e la m ontaña

FU m ovim iento zapatista no sólo es de carácter utópico en el plano político. Adem ás, es abiertamente indígena. Al principio esto no se hizo muy explícito en las proclamaciones del E Z L N , pero existía una conciencia clara de ello entre los mismos combatientes. E l primer día de la revuelta, uno de los guerrilleros declaró a un periodista: «No olviden esto: somos un movimiento étnico» '4. En realidad, los nuevos integrantes indígenas habían modificado el carácter del E Z L N original de Marcos, y sus líderes blancos tuvieron que ajustar sus puntos de vista. Los tzeltales, tzotziles, tojolabales y mames no presentaban su lucha en términos de «burgueses y proletarios», sino de «mal y bien». Esto se aprecia claramente en una cita (a continuación) de un comunicado que hizo el Com ité Clandestino R evolucion ario In dígena-C oordin adora General (C C R I-C G ) el 27 de febrero de T994. El C C R I-C G estaba compuesto por líderes indígenas procedentes de las com unidades del Lacandón. En su declaración, mencionan a los líderes no indígenas, seglares maoistas y guerrilleros del E Z L N que acudieron en su socorro en tiempos de caos (que describen como la noche): C u an d o el E Z L N era tan sólo una som bra arrastrándose entre la niebla y la oscuridad de la m ontaña, cuando las palabras «justicia», «libertad» y «dem ocracia» eran sólo eso: 14

(Autonnmedia), ¡Z apatistas! %pág. 71.

«BIENVENIDOS A LA PESADILLA»; REFLEXIONES SOBRE LOS GUERREROS

palabras. A penas un sueño que los ancianos de nuestras com unidades, gu ardianes verd ad eros de la palabra de nuestros m uertos, nos habían entregado en el tiem po jus­ to en que el día cede su paso a la noche, cuando el o d io y la m uerte em pezaban a crecer en nuestros p echos, cu ando nada había más que desesperanza. C uand o los tiem pos se repetían sobre sí m ism os, sin salida, sin puerta alguna, sin m añana, cuando tod o era com o in justo, hablaron los hom bres verdaderos, los sin rostro, los que en la noche andan, los que son m ontaña [...] E s el m un do o tro m un do, no gob ierna ya la razón y vo lun tad de los hom bres verd a­ d ero s, p o co s som os y o lv id ad o s, encim a nuestro cam inan la m uerte y el desprecio, som os pequeños, nuestra palabra se apaga, el silencio lleva m ucho tiem po habitando nuestra casa, llega ya la hora de hablar para nuestro corazón y para otros corazones, de la noche y la tierra deben ven ir nuestros m uertos, los sin rostro, los que son m ontaña, que se vistan de gu erra para que su voz se escuche, que calle después su palabra y vu elvan otra vez a la noche y a la tierra, que hablen a otros hom bres y m ujeres que cam inan otras tierras, que lleve verdad su palabra, que no se pierda en la m entira 11.

Las principales revueltas mayas (la sublevación tzeltal de 1712, la de Cuzcat de 1868-89, la Guerra de Castas del Yucatán de 1848-1901) se han visto caracterizadas todas ellas por importantes elementos sagrados o sobrenaturales '6. Se trataba siem­ pre de restaurar el orden sagrado por el que luchaban estos guerreros, entre lo que se encontraba el «buen» ordenamiento de la sociedad, y evitar y luchar contra el mis­ mo «caos» '7. E l «caos», lógicamente, se presentaba en forma de: hambruna, enfer­ medades (neum onía, gripe, anemia), falta de una educación y de ropa digna, desesperación e indignación, y una política gubernam ental que excluía a los pobres del Lacandón. «Bienvenido a la pesadilla», escribió el subcomandante Mar­ cos, del E Z L N , al nuevo presidente de México, Ernesto Zedillo Ponce de León, justo antes de su toma de posesión en diciembre de 1994. Los indios del Lacandón comprendieron exactamente lo que eso significaba. Pero ¿por qué «los sin rostro»? Según el antropólogo Munro Edmonson, conoci­ do por haber publicado dos de los documentos indígenas más importantes acer­ ca de la fe maya, el Popo! Vuh y el Libro de Chilam Balan/ de Chumayel, el rostro es para ellos elyo visible de cada individuo N o es solamente la fisonomía y el ropaje de una persona, sino su actitud ante el mundo. E s la proyección más importante del ego de cada uno, y ha de protegerse bien de los insultos, las críticas y el ridículo. Destruir al enemigo es destruir su rostro. En el arte maya, los rostros aparecen a menudo destruidos; literalmente se borra la faz de los retratos de los gobernantesdivinizados al final de una dinastía. A l percibirse la apariencia y el habla como las manifestaciones externas del alma dentro de la fe maya, existe una íntima unión entre rostro y boca. L a importancia de las máscaras y las vestimentas en los rituales mayas, sigue diciendo Edm onson, y el rígido formulismo y formalismo discursivos entran

i ) «Comunicado del Comité Clandestino Revolucionario Indígena - Coordinadora General del Ejército Zapatista de Liberación Nacional (C C R 1-C G del EZ LN )», hecho público por fax, correo electrónico y en papel el 27 de febrero de 1994. También se publicó en CulturalSttrvhialQ uarterly 1 8 ( 1) ‘ 994 . pág- »*• 16 Véanse los ensayos incluidos en Gosner y Ouweneel, Indi&ennus Rei’oltr, véanse también Bricker, Indian Cbrist\ Vogt, «Possible Sacred Aspects»; Ouweneel, «Verleden leefde voort». 17 Acerca de esta mentalidad, véase la obra de Gossen. 18 Edmonson, «Mayan Eaith», pág. 71.

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ARIJO UW K NEI-I.

en oposición frontal con el lugar común de que las cosas son lo que parecen. La ausencia de rostro y la presencia de las máscaras no sólo sirven de escudo frente al insulto y el ridículo, o contra las agresiones; mediante estos artilugios los mayas también pueden transformarse ritualmente en guerreros-divinizados. Estos guerre­ ros son hombres sacrificados ante Dios y los Santos, que son los poderes espiritua­ les que gobiernan la vida y la muerte, la existencia misma de las familias humanas y el renacer de la sociedad. El sacrificio de los guerreros es una parte central de la fe maya. En el lenguaje ancestral maya, no existe una palabra unitaria para designar el sacrificio, concluye Edmonson, porque es el lugar de la nada, el punto en el que el cero de la muerte equivale al uno de la vida. E l hombre, según los mayas, no es capaz de asumir la opacidad que caracteriza el acceso humano a la realidad ‘9. Forma parte de la condición humana que, en la gran ordenación general, las personas no tengan nunca la entrada franca al «verda­ dero orden de las cosas». E l hombre sólo puede responder a una aproximación de la realidad. Los mayas creen que siempre hay algo más allá y afuera. Por tanto, es de vital importancia comprender que el concepto de azar o accidente les es ajeno. A pesar de la educación utópica recibida para luchar contra el «pecado social», y a pesar de la formación maoísta y las tácticas guerrilleras, los inmigrantes del Lacandón también saben que cualquier suceso se puede interpretar desde una perspectiva espi­ ritual. Es como si escrutaran el mundo tras una ventana empañada. D e este modo llego a la conclusión de que puedo estar interpretando incorrec­ tamente algunas de las expresiones del E Z L N por mi modo de entendimiento occi­ dental. Por ejemplo, el E Z L N no sólo tiene su base en la selva tropical, sino que ante todo la tiene en una montaña. Sus soldados no cesaron de repetir: «La montaña nos protege, la montaña ha sido nuestra compañera durante años» 2°. Una montaña en la cosm ovisión indígena no es únicamente un sitio estratégico para ocultarse de los helicópteros del ejército federal mexicano. Antes al contrario, muchos soldados entrevistados por la prensa afirmaban continuamente que en la montaña no podían ser localizados. Según la información militar del bando opuesto, esto no es verdad: el ejército mexicano publicó fotografías de sus campamentos de la montaña. Pero los indios insisten en que la montaña, una criatura femenina, es como su madre en la infancia. E s la fuente de toda vida, e incluso la puerta del «cielo». De su vientre, nun­ ca saldrán derrotados. En la misma montaña, los hombres sobreviven. A sí llegam os a la figura de E m iliano Zapata, introducida por la com andan­ cia blanca del E Z L N . ¿Tiene algún poder de invocación para los indígenas del m ovim iento del Lacandón este sím bolo de la revolución mexicana de 1910? El antropólogo E v o n Z ogt se extrañaba de que aún no se hubiera encontrado ninguna capilla en la selva que contenga la imagen de un nuevo santo con la forma de Zapa­ ta y que se llame San E m ilian o21. Pmtre mis fuentes sólo di con una referencia per­ sonal: el guerrillero A ngel, un maya tzeltal, estaba orgulloso de haber leído la

19 Extraído de Tedlock, fíreatb on tbr M irror ; también Gossen, «Who is the Comandante»; y Gossen, «Maya Zapatistas». 20 Del segundo dosier-comunicado que dio el E Z L N a la prensa. Se trata de un dosier que circu la entre un gran número de periodistas e incluso científicos. Contiene canas y documentos fechados entre el 17 y el 26 de enero de 1994. 21 Vogt, «Possible Sacred Aspects», pág. 54.

«BIENVENIDOS A LA PESADILLA»; REPLEXK>NES S( IBRk L< >SGUERREROS

traducción al español del libro de John Womack sobre Zapata. Le habia costado tres años acabarlo Es posible que, para los comandantes no indígenas, Zapata fuera una especie de encarnación apoteósica de la ideología revolucionaria del siglo X X , pero no para los indios. Pudiera ser que el libro de Womack se hubiera difundido de la mano de la comandancia mestiza del E Z L N , y que ésta hubiera uti­ lizado el símbolo de Zapata para desacreditar a la administración presidencial de Ciu­ dad de México: cada presidente recién elegido se presentaba como una tase nueva de la revolución, pero los zapatistas, al apropiarse de los mismos símbolos, invalidaron dicho ritual. En general, supongo que este símbolo está vacio de significación para los habitantes de la Selva l.acandona. Al referirse Marcos al patrimonio histórico de México, apenas me percaté de que se aludiera a Zapata como el héroe revolucionario de cualquier guerrillero. Sin embargo, en una declaración colectiva oficial del C C R I-C G del 10 de abril de 1994, sí surgió Zapata como el principal guerrero-divinizado del E Z L N . De hecho, se materializa en la misma fuente de la vida: Votán Zapata, luz que de lejos vino y aquí nació en nuestra tierra. Votán Zapata, nom­ brado nombre de nuevo entre nuestras gentes. Votán Zapata, tímido fuego que en nuestra muerte vivió 501 años. Votán Zapata, nombre que camina, hombre sin rostro, tierna luz que nos ampara. Nombre sin nombre. Votán Zapata miró con los ojos de Miguel, anduvo con los pies de José María, fue Vicente, se hizo llamar con el nom­ bre de Benito, pasó volando como pájaro, gritó con la voz de Francisco, visitó a Pedro. Es y no es todo en nosotros. Uno y muchos es. Ninguno y todos. Estando vie­ ne. Sin nombre se hace nombrar, cara sin rostro, todo y nadie, uno y muchos, estando muerto. Tapacamino, siempre frente a nosotros. Votán, guardián y corazón del pue­ blo, señor de la montaña z\

Tam bién descubrim os que este V otán Zapata llegó a «nuestra montaña» para renacer. Fue Votán Zapata quien adoptó la faz de los sin rostro. Gracias a su presencia, según el C C R I-C G , una paz injusta se transformó en una guerra justa: la muerte que nace. Se trata del orden vuelto a nacer del caos, un tema clásico de la cul­ tura mesoamericana24.

22 Womack, Zapata. Pese a su antigüedad (1969), está considerada aún como el estudio más impor­ tante sobre Emiliano Zapata. 23 I-a Jornada, 11 de abril de 1994. Se mencionan los nombres de Miguel Hidalgo, José Maria Morelos y Vicente Guerrero, héroes del movimiento de independencia de 1810 a 1821. También se hace referencia a Benito Juárez, del movimiento de reforma de la década de 1870, el gran héroe de la nación mexicana, y a Emiliano Zapata y Francisco Villa. El nombre de Votán se conoce a partir de la obra de trav Ramón deOrdóñez y Aguilar. En 1775, este canónigo de la ciudad catedralicia de Ciudad Real de Chia­ pas (en la actualidad, San Cristóbal de Las Casas) visitó Palenque. Las ruinas le causaron tal impacto que decidió escribir un libro sobre el lugar y su historia. Según él, habia tomado el material de un libro escri­ to por el mismo Votán en Quiché. Se decía que Votán se habia desplazado desde la tierra de Chivim, en alguna parte de Oriente Próximo, hasta las Américas, y que se habia establecido en Palenque. También que había subyugado a los indios y fundado las ciudades cuyas ruinas quedan hoy. Según Ordóñcz, Chivim sería la ciudad de Trípoli en Fenicia. Flsta historia intrigó a escritores especulativos como Constance Irwin, Fair Gods and Stone l aces (1963) y Peter Tompkins, M ysteries o f tlie Mexican Pyramids (1976). Es curioso comprobar cómo los indios de la región mantuvieron el nombre de Votán; o quizá lo conocieran allí antes e inspirara la excéntrica narrativa de Ordóñez. 24 Tedlock, Breatb on the M trror, también los ensayos incluidos en Daníen y Sharer, New Theories.

ARIJ OUW ENEEL

Las referencias al «momento justo» de las acciones destinadas a «vencer a la noche» se refieren a lo que el antropólogo Gari Gossen denomina la «tiranía del tiempo» 2'. K 1 gobierno divino de los ciclos solares y lunares, y de Venus, combina­ do con los ciclos del calendario de 260 días, influían poderosamente en la manera en que se presentaba cada día para cada individuo y para la comunidad en el antiguo mundo maya. Esta perspectiva cronovisionaria no supone una divinización del tiem­ po, sino el reconocimiento de que todas las cosas, tanto humanas como naturales, están programadas con valencias cambiantes de causa y efecto según el dictado de los ciclos divinos, que son externos al cuerpo. A los seres humanos no les queda más alternativa que ajustar su forma de actuar en consecuencia. De este modo, Gossen llega a la conclusión de que así se abre «una posibilidad casi ilimitada en el ejercicio de las destrezas interpretativas y el control político de los shamanes y los líderes seculares que dicen tener una visión menos opaca que la gente convencional». N o debería extrañarnos que estos lideres sean blancos, según dice Gossen en otro en sayolb. Y es que, de acuerdo con la cosmología tzotzil de Chamula (ciudad materna de muchos colonos de la Selva Lacandona), los creadores de la vida, la Luna/Virgen María y el Sol/Cristo, son de raza blanca; los vigilantes y guardianes de la vida, los Santos, también lo son; del mismo modo que los Señores de la Tierra, que controlan tierra y agua. Gossen nos muestra cómo los propios indios apenas recuerdan a los líderes de antiguos movimientos indígenas, al contrario de lo que ocurre con los comandantes mestizos. Esto es así, nos previene, no porque Chamu­ la deba interpretarse como una creación colonial: «el argumento no puede ser tan simple». Una respuesta viable puede encontrarse en la concepción cíclica del tiem­ po, ya que esto permite la incorporación y la comprensión selectiva de nuevos actores y nuevas ideas mediante su emplazamiento moral en el pasado. O, más apro­ piadamente, en un ciclo pretérito. Cada destrucción en tiempo de caos y cada res­ tauración del orden produce una nueva realidad, m ejor y más auténticamente indígena. Los hombres de raza blanca de una época anterior se han transformado en Sol y Luna, Santos y Señores de la Tierra. Estos «antiguos hombres y mujeres» son formulados históricamente para resaltar y encuadrar un presente indígena siempre emergente. Es una renovación temporal que se equipara al renacer del presente indí­ gena. En resumen, durante el periodo de caos, ya se ha instalado la destrucción y, por lo tanto, ha puesto en constelación unos hombres históricos, como aquellos hombres convertidos en Santos tras un ciclo previo. Así, llegam os al mismo subcomandante M arcos. E l subcomandante transmi­ tió los comunicados escritos al mundo exterior y se enzarzó en un fuerte debate con la prensa mexicana. Según parece, sus reacciones se produjeron tras leer todo lo publicado en el país acerca del m ovim iento. M arcos se consideraba un servidor del C C R I-C G y, de hecho, puede que no fuera más que eso. En algunas entrevis­ tas, otros comandantes del E Z L N confirmaron su posición. Sin embargo, hubo guerrilleros que le describieron como un gato capaz de escapar de los ataques mili­ tares a través de la selva; o, en forma de águila, alzándose en el aire para evaluar el desarrollo de la lucha. Obviamente, en consonancia con la metafísica maya de la per­ sonalidad, Marcos era a la vez el líder militar y su «co-esencia». La co-esencia de la 25 26

Gossen, «Who is the Comandante». Gossen, «Othcr in Chamula Tzotzil Cosmology», pág. 462-468.

«BIENVENIDOS A LA PESAD ILLA»: REFLEXIO NESSOBRK LOS GUERREROS

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persona consistía en la compañía espiritual externa a su cuerpo y que se suele identificar con un animal. Estos espíritus son recibidos al nacer y acompañan a cada individuo en su trayectoria vital, desde el nacimiento hasta la muerte 1 . F.l hombre comparte su destino con su co-esencia, que quizá sea conocedora del mis­ mo. Por tanto, un subcomandante Marcos «sin rostro» se vería como un ser espiri tual que com prende el m undo «más allá» de los sentidos accesibles de forma inmediata. Blancos «no-humanos» como Marcos eran indispensables para guiar a los «sin rostro» a este combate divino. Dado que la realidad es opaca, es indispensable que haya intérpretes y líderes de confianza para que puedan influir o incluso alterar dicha realidad. Fin consecuencia, los hombres blancos del ciclo previo, que operan en tiempos de caos, son los siguientes en volver. Ahora bien, para poder regresar, estas personas de confianza han de «conocer» la realidad escondida, incluida la «sagrada tiranía del tiempo». Pueden hacerlo porque al ser hombres blancos históricos, ya pertenecen al ciclo anterior. En resumen, el subcomandante M arcos no hubiera tenido tanto éxito si no se le hubiera formulado como algo destinado a ocurrir, en primer lugar, y a recibir su iniciación de la mano de una comandancia espiritual del mundo sobrenatural. La derrota del «caos» y la recre­ ación del «orden» se presentaban como parte de un combate mágico y trascendental en el que las personas involucradas en la lucha se transformaban en guerreros-divi­ nizados. Estos mismos guerreros son parte del ciclo que se destruye en la transición del caos al orden. Se funden en el otro mundo cuando el nuevo orden ya no los nece­ sita. N o hay más que recordar las palabras del C C R I-C G , citadas anteriormente: de la noche y la tierra deben venir nuestros muertos, los sin rostro, los que son mon­ taña, que se vistan de guerra para que su voz se escuche, que calle después su palabra y vuelvan otra vez a la noche y a la tierra, que hablen a otros hombres y mujeres que caminan otras tierras, que lleve verdad su palabra, que no se pierda en la mentira.

Aquí se produce una curiosa coincidencia entre el destino predestinado y sagra­ do indígena y la teoría maoísta de la transición del socialismo al comunismo. Según ambos constructos ideológicos, Marcos y sus guerreros sin rostro terminarán sien­ do superfluos también.

La

r e s t a u r a c ió n d e l o r d e n

Desde este punto de vista, podríamos afirmar con Gossen que la operación zapa­ tista no es sino uno de los actos dramáticos de un m ovim iento general pan-maya de afirmación político-cultural que está ya bien avanzado en México y Guatem a­ la «Sólo en ocasiones excepcionales», escribe Gossen, «los movimientos políticos y religiosos indios [...] han atravesado barreras étnicas y lingüísticas en sus m ovili­ zaciones militares y la com posición de sus comunidades» í¡). E so es lo que ocurre en la actualidad en Chiapas y Guatemala. Según Gossen: «los grupos pan-indios van

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A este respecto, véase el resumen de Gossen, «Who is the Comandante».

Ibid. Gossen, «Maya Zapatistas», páf;. 5 56.

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desde organizaciones intelectuales, educativas y religiosas hasta gremios artesanales [...] dedicados al sector turístico y la exportación. También hay numerosas coopera­ tivas de escritores y artistas en las que sus miembros están tratando de crear un corpus de literatura en los idiomas mayas a la vez que arte gráfico y dramático que represen­ te temas tradicionales y contemporáneos mayas» '°. El movimiento pan-indio está buscando un nuevo orden social indígena, una disciplina y jerarquía renovadas. G u a­ temala está yendo hacia la creación de un sistema educativo indígena paralelo. Com o quedó claro desde el principio, el programa de los zapatistas -es decir, el movimiento en general, no sólo su brazo militar, el E Z L N - es de un marcado carác­ ter político. Si nos remontamos a mediados de marzo de 1994, vemos cómo llegaron a Palenque, la antigua ciudad del Señor Pacal (Escudo Solar), los shamanes en repre­ sentación de los cinco principales grupos mayas de Chiapas. Pacal fue enterrado en el conocido Tem plo de las Inscripciones en el año 683. Más de 1.300 años des­ pués, estos shamanes formaron un trono sagrado con cirios multicolores, incienso de pom de copal (considerado como «el corazón del cielo y el corazón de la tierra» y el «alimento para los ancestros del interior de la montaña») y plantas silvestres. El Quinto Sol había terminado, dijeron después; el hambre y la enfermedad acabarían pronto. Había comenzado el Sexto Sol, una era de esperanza y unidad para los pue­ blos indios Con independencia de esto, pero con obvias conexiones, tuvo lugar la Decla­ ración de Autonomía el 12 de octubre de 1994, Día de la Raza o de Colón. En la declaración se hablaba de la proyección de los denominados «grupos parlamentarios regionales». De hecho, y lo que es muy importante y se repitió constantemente, el E Z L N exige un estatus diferenciado para las comunidades indígenas. En diciembre de 1994, más de cuarenta comunidades mayas, la mayoría fuera de la zona del E Z L N , habían respondido ya a ese llamamiento con la formación de cuatro regiones autó­ nomas, que habrían de gobernarlas un consejo de grupos ¡ndígenas locales proce­ dentes de varios municipios. Pero ¿por qué dar tanta importancia a esta cuestión política, y legitimarla con rituales sagrados, cuando los principales problem as son la superpoblación, la pobreza y el abandono? Ante todo, el regreso de los tradicionales pueblos de indios supone la vuelta del orden y la derrota del caos. El orden trae instituciones de gobier­ no autogestionadas, una distribución «justa» de la tierra, una sanidad moderna y una buena educación. Pero el orden también significa el establecimiento de centros de com ercio para que los campesinos puedan comprar y vender a un «precio justo», y centros de esparcimiento en los que reposar «dignamente», sin cantinas ni burdeles. Uno de los miembros del C C R I-C G declaró a Iut Jornada en febrero de 1994 que no hay por qué «llevarnos de la mano. Estam os convencidos de que nuestra gente es capaz de gobernarse a sí misma porque son conscientes. Por eso no necesitamos un gobierno que sólo quiere manipularnos, tenernos bajo sus pies. Como indios, necesitamos nuestra propia autonomía, necesitamos esa identidad, esa dignidad» ' . E l pueblo es autonomía, identidad y dignidad; es orden social. Esas mismas pala­ bras se habían oído en el siglo X V III.

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Ibid. Vogt, «Possiblc sacred aspeets». /m Jornada , 4 de febrero de 1994.

«BIENVENIDOS A LA PESADILLA»; REFLEXIONES SOBRE LOS GUERREROS

El CCRI-CG está encargado del establecimiento del orden en las comunidades Hay un profundo eco del tradicional cabildo de indios del periodo colonial en las tareas que se ha marcado este comité gobernante, Sus miembros tienen que resolver los problemas que surjan en sus propias comunidades. Se preocupan de que la gen­ te asista a las asambleas de su municipio. Los comités prohibieron el alcohol en toda la zona y no permiten a sus compañeros emborracharse. Castigan a los hombres que maltratan a sus mujeres multándoles u obligándoles a realizar actividades como cor­ tar leña. Los actos homosexuales deben seguirse de una autocrítica pública. En enero de 1994, el E Z L N instituvó una serie de leyes y reglamentos válidos para «todo el territorio nacional». Estas «leyes» también tienen resonancias de vie­ jas regulaciones de los pueblos: la propiedad comunal de toda la tierra y la distribución de pequeñas parcelas entre todos los miembros de la organización. La Ley de R efor­ ma Agraria estableció que todas las propiedades de más de 10 0 hectáreas en terreno de mala calidad o de más de 50 de buena calidad entrarían en el proceso de redistri­ bución. Los propietarios tuvieron derecho a permanecer como minifundistas y se les aconsejó que se asociaran a las cooperativas que quería establecer el E Z L N . En resumen, se trata de la autodeterminación en el ámbito de la gestión y distribución d éla tierra. Un libro sobre la revuelta del I .acandón comenzaba con la frase: «el tiempo de la revolución no ha pasado» M. Por cierto que sea, sin embargo, tengo mis dudas acerca del caso mexicano. Es verdad que el descontento general con el gobierno mexicano, la ira por la represión y la desesperación tras muchos años de crisis eco­ nómica estuvieron en la raiz de los movimientos rurales, organizados o no, del esta­ do de Chiapas. Pero estos factores sólo condujeron a la resistencia armada en la Selva Lacandona. La situación de aislamiento de esta selva tropical la convirtió en un labo­ ratorio para que determinados grupos radicales transformaran la mentalidad de la gente. La ideología maoísta, la teología de la liberación y la fe tradicional maya en el tiempo predestinado se conjugaron en una postura única con respecto al miedo al caos y al fin del mundo. Así salieron a la palestra los guerreros sin rostro del E Z L N . Jóvenes, hombres y mujeres pobres, estaban dispuestos a «transformarse» (según su expresión) para derrotar a la noche y fundirse en el «ciclo pasado». Esta combinación ideológica única no tiene lugar en ninguna otra zona de Chiapas. La decisión de optar por una solución radical se realizó en el micronivel de la Selva Lacandona.

j } (Autonomcdia), ¡Z apatillas!, pág. 285-289. Por razones metodológicas y de crítica histórica, he dejado aparte, por lo general, las declaraciones de Marcos acerca del CCRI CG y la vida en la selva, y me he centrado por completo en entrevistas con otras personas, preferiblemente en ocasiones en las que Marcos no estaba involucrado. F.l papel de Marcos, i|ue tan bien ha tratado Guillermopricto en su «The Shadow War», requiere un análisis aparte. Acerca del Cabildo de Indios, véase Ouwcneel, Shadows

orrr Anáhuac. 34

(Autonomcdia), ¡Z apatistas!, pág. 1 1.

S egund a pa rte:

LA S CONSECUENCIAS A L A R G O PLAZO D E L A VIO LEN CIA, E L T E R R O R Y E L MIEDO

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VIO LEN CIA POLÍTICA EN E L MÉXICO POST-REVOLUCIONARIO Alan Knight

y su incidencia en los países latinoamericanos ha sufrido bruscos virajes. E s posible que la vio­ lencia en la sociedad haya mostrado una mayor uniformidad. Pero, aunque la conexión entre violencia política y violencia en la sociedad posee una gran signi­ ficación, su relación es muy compleja Sin embargo, si nos limitamos a la violencia política (es decir, violencia perpetrada con objetivos políticos) 1, su irregularidad temporal se antoja sorprendente y, com o mínimo, pondría en tela de juicio aque­ llas teorías que otorgan una predisposición profunda y determinista a la violencia (o a su opuesto: el pacifismo político, ¿o civismo?); una violencia sanguínea que rezu­ maría, dentro de las arterias del organism o político, un A D N profundam ente determinador de las personalidades. A lo largo del siglo X IX , México y Venezuela estuvieron marcados por la inesta­ bilidad y la violencia, y por ser víctimas de constantes guerras civiles e intervencio­ nes foráneas. En el siglo X X , se volvieron más estables y menos violentas, lo que no significa que pudieran presumir de una democracia impecable. En México, el

H

is t ó r ic a m e n t e , e l g r a d o d e v io l e n c ia p o l ít ic a

1 En este capitulo no pretendo abordar el complicado problema de la violencia en la sociedad: lo que Romanucci-Ross denomina violencia «desvinculada» (unbuunit), es decir, una violencia (como las reyertas de bar) en la que «los individuos actúan exclusivamente por su cuenta y no como miembros de una unidad o grupo mayor» (véase Romanucci-Ross, C onflict, págs. 28-29). Se trata de una cuestión muy importante en México, que cuenta con una extensa bibliografía. Habría que señalar, no obstante, que no se puede estahlecer una separación nitida entre violencia en la sociedad o «desvinculada» y violencia «poli tica» o «vinculada». Las animosidades políticas siempre pueden interrelacionarse y confundirse con las personales, y, como demuestran fehacientemente muchas pruebas documentales, una gran parte de la vio­ lencia política tiene lugar tras unas copas de más. 2 De nuevo hay que decir que los límites de lo que sería «político» son discutibles. Mi definición de trabajo es lo suficientemente amplia para incluir aquellos conflictos en los que participan partidos y fac­ ciones políticas, sindicatos y grupos de clase, étnicos, religiosos y residenciales. Por falta de espacio y de familiaridad con el tema, no incluyo la violencia «patriarcal» (como el maltrato doméstico a las mujeres), que algunas personas podrían considerar también «política».

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proceso comenzó con la institucionalización del gobierno revolucionario a partir del año 1917, y en Venezuela con el acuerdo nacional de Punto Fijo de 1958. Am bos paí­ ses evitaron el gobierno pretotiano y la consiguiente escalada de la violencia «cupular» (de arriba abajo) oficial que caracterizó a gran parte del continente en las décadas de los sesenta y setenta. Por el contrario, entre los principales representantes del modo pretoriano, o «burocrático-autoritario» se encontraban Chile y Uruguay, reco­ nocidos desproporcionadamente durante gran parte de su historia como países esta­ bles, pacíficos y civiles. Y sin embargo, Uruguay, la antigua «Suiza de Sudamérica», tenía a comienzos de los años setenta el mayor número relativo de presos políticos de todo el mundo \ En la actualidad, Chile y Uruguay están considerados como las democracias civiles más estables y consolidadas, mientras que Venezuela ha coque­ teado con la insurgencia militar en diversas ocasiones y México ha vivido toda una serie de magnicidios políticos. ¿Estarán volviéndose las tornas de nuevo:' En el caso mexicano, no podemos negar el descenso de la violencia política des­ de 1920, pero sí debemos matizar. E s cierto que la última insurrección armada que se saldó con éxito tuvo lugar en 1920 (la rebelión de Agua Prieta, que instauro la dinas­ tía sonorense); también que pudieron contener la sublevación de De la Huerta en 1923-24, aunque con apuros; que sofocaron el proyecto de levantamiento militar de 1927 y la revuelta ya montada de 1929; que consiguieron detener a los cristeros, que se mantuvieron sublevados durante tres años y que, pese a tener fuerza y contar con numerosos apoyos en sus bastiones del centro-oeste, nunca llegaron a poner en un aprieto al gobierno nacional. Desde entonces, las amenazas insurgentes al régi­ men fueron relativamente pocas y tímidas. Fue fácil deponer a Cedillo en 19 3 8 V eliminar a un puñado de rebeldes aimazamstas, espoleados por su jefe desde el exilio, en 1940. La conspiración quijotesca de Celestino Gasea en 1961 constituyó casi el último estertor del largo ciclo de pronunciamientos revolucionarios Aunque las sublevaciones populares continuaron después de 1961, sobre todo en el rebelde esta­ do de Guerrero, pocas objeciones se le pueden formular a la imagen que se ha pro­ yectado de un régimen que, al contrario de sus predecesores, ha logrado alcanzar la estabilidad y resolver el problema sucesorio. De hecho, los «defenestrados» de la elite política se convencieron de que, en este nuevo régimen de gobierno, el conform ism o era la solucíon más sabia. Al contrario de quienes, tras ver frustrada su esperanza presidencial, se rebelaron en 1920, 1923, 1927 y 1929, lo normal después fue que los perdedores aceptaran gene­ rosamente su derrota política, asegurando así su supervivencia tísica y, quizá, posi­ bilitando su posterior rehabilitación política. Así, de 1934 a 195 2 (una tase clave en la evolución del sistema político), la amenaza electoral al partido dominante provino de tránsfugas del P N R /P R M /P R l, que habían improvisado partidos electoreros de oposi­ ción: Villarreal en 1934, Almazán en 1940, Padilla en 1946 y Henríquez Guzmán en 19 5 2 ’ . Todos resultaron derrotados, aunque Almazán y Henriquez Guzmán, en lo que fueron unas elecciones particularmente duras, llegaron a poner nervioso al partido gobernante, y acabaron sufriendo el acoso oficial junto con todos sus mili­ tantes. En contraposición a sus predecesores de la década de 1920 (De la Huerta, 3 4 5

Lowenthal, Partners in Conflict, pág. 4. Martínez Assad, «Nava», pág. 61. Molinar Horcasitas, Tiempo de legitimidad.

VIOLENCIA POLÍTICA EN KL MÉXICO P( )ST--REVOLUCIONARIO

Góm ez, Serrano, Escobar), aquellos no quisieron constituir una amenaza armada a un régimen que había conseguido ya establecer, en términos weberianos, un duro «monopolio de violencia coercitiva», particularmente en el ámbito nacional. E l pro­ pio régimen reconoció este cambio: la eliminación brutal de los conspiradores de 1927 por parte de Calles (con el fusilamiento de catorce altos mandos en los bosques cercanos a Huitzilac al atardecer) contrastó con el trato firme pero benévolo por parte de Cárdenas al propio Calles nueve años después, cuando el antiguo jefe m áxi­ mo, en lugar de saludar al alba con los ojos vendados y la espalda contra la pared, fue expedido en un avión hacia Estados Unidos y un agradable exilio. Más tarde volve­ ría para posar hombro con hombro junto a Cárdenas y Avila Camacho en el balcón del Palacio Nacional durante el desfile militar de 1943. E n consecuencia, podemos distinguir tres etapas en la evolución del partido ofi­ cial, que logró su consolidación con el apogeo del PRI de los años cincuenta y sesen­ ta: en primer lugar, un periodo dar\viniano(i9i7-i929) de conflicto interno, jalonado de sublevaciones desde las mismas filas del ejército revolucionario; una época en la que la recurrencia de las victorias del gobierno central permitió reducir las filas de los disidentes y disuadir a la insurgencia potencial. Después hubo un largo periodo de transición (1929-52), en el que las revueltas fueron pocas y tímidas, y los disidentes del P N R /PR M /P R I constituyeron una importante (aunque fallida) amenaza electo­ ral para el candidato oficial. En tercer lugar, el apogeo del P R I (1952-1987), en el que la maquinaria del partido, manejada por fuertes grupos de financiación, mantuvo la cohesión interna, evitó escisiones y derrotó a los verdaderos partidos de oposi­ ción con relativa f a c ilid a d L a división del P R I en 1987, seguida de las muy dispu­ tadas elecciones de 1988, supuso, en algunos aspectos, una vuelta a la segunda fase, aunque en circunstancias socioeconómicas muy diferentes. Mientras tanto, dicha evolución se tradujo en cambios estructurales evidentes: se profesionalizó y se puso bajo control el poder militar, un proceso ya iniciado en los años veinte y con­ sumado en los cuarenta; y como contrapunto, surgió una nueva elite política y tecnocrática de carácter civil que suplantó a la antigua generación de altos cargos militares revolucionarios. Entre aquéllos se encontraban Pañi, Góm ez Morín y el resto de tecnócratas callistas de los años veinte; en los treinta, el «segundo poder» de los expertos civiles cardenistas (de los que Ramón Beteta es un ejemplo clásico); y, a finales de los cuarenta, el organigrama de jóvenes y civiles sobradamente preparados que saltaron al poder con el también «joven civil» Miguel Alemán. Además, se modi­ ficaron las facultades requeridas para el gobierno: los militares se vieron sustituidos por abogados y, posteriormente, economistas. México se convirtió, a escala estatal, en un lugar más amable y agradable. Pero éste era un fenómeno nacional o cupular. Como he señalado en otra parte, esta estabilización y «civilización» progresiva no llegó de forma uniforme al México

6 Al establecer el «apogeo» del P R I entre 19 (2)' 1987 se alarga dicho periodo de forma muy dis­ cutible. 1952, con la derrota del henriquismo y el inicio del desarrollo estabilizador , es un punto de arranque apropiado, pero el fin del apogeo priista presenta más dudas: ¿1968 (Tlatelolco)? ¿ 1976 (la crisis de «fin de sexenio»)? ¿1982 (la crisis de «fin de scxeniowj' económica? ¿1987 (la escisión interna del PRI que llevó a las elecciones de 1988)? ¿O incluso 1994-1995 (Chiapas, Colosio, nueva crisis económica)? Está claro que se iraia de una caida política gradual aunque nada homogénea, y que la elección de una fecha de terminación posiblemente requiera más tiempo, perspectiva c investigación.

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profundo y tradicional o a las provincias7. Las nuevas reglas políticas afectaron tam­ bién, claro está, a estos últimos sectores. Pero las mismas reglas, aunque vetaban la violencia a escala nacional, la permitían e incluso a veces la fomentaban en el ámbi­ to local. El quinto mandamiento perdía su fuerza más allá de los limites del distrito federa!. De hecho, se podría llegar a sugerir que la eliminación de la violencia en el contexto nacional comportó su desplazamiento a las provincias. Los provincianos se batían para que la aristocracia nacional pudiera retozar en la civilidad más estable. Es cierto que la alta incidencia de violencia local fue, en gran medida, conse­ cuencia de la revolución armada de 1910-1917. Pero aquí, como en todo, debemos tener cuidado para no exagerar el factor causal de la revolución. Puede que el Porfiriato no hubiera sido tan pacífico. Y es verdad que en algunas regiones la violencia de la década de 1910 (violencia «revolucionaria») se quedó chica al lado de la de los años veinte y treinta (violencia «post-revolucionaria»). El Porfiriato cultivó delibe­ radamente una imagen de paz y estabilidad (y el PRI de los ochenta y noventa pro­ yectó rasgos «neoporfírianos» no sólo en su política económ ica, neoliberal y «neocientífica», sino también, y con bastante éxito, en sus llamamientos retóricos a la paz y la estabilidad social). A los ojos de los países extranjeros, por ejemplo, los rurales fueron ejemplares en su labor porfiriana de mantenimiento y consolidación de la paz (comparables, como se ha dicho irónicamente, al «lrish Constabulary o ese cuerpo tan esplén­ dido de la Guardia Civil española» \ La Pax Porfiriana fue tal que se podía viajar por casi todo México sin el miedo a los bandidos y asaltadores de caminos que había sido endémico las décadas anteriores del siglo X IX . Pero si la violencia delictiva y popular había disminuido, esto era en parte porque la violencia estatal había aumentado. 1 .a Pax Porfiriana fue, en cierto modo, una paz romana: el régimen porfiriano -que disponía de ferrocarriles, telégrafos, ametralladoras, artillería e incluso caño­ neras (de hecho, la mayoría del armamento típico de los estados coloniales de la época)- tenía mejores medios de represión que cualquier otro gobierno anterior: sometió a yaquis y mayas con métodos violentos; frenó las protestas esporádicas de campesinos y trabajadores; e incluso, cuando iba demasiado lejos, la clase media también probaba el sabor de los sables de la caballería (por ejemplo, en Monterrey, en 1 9 0 ;) 9. E s imposible calcular el grado de violencia porfiriana, o calibrar el punto de equilibrio entre la mayor seguridad de la que disfrutaban las clases acomodadas y la coacción (real o potencial) que sufrían las clases bajas. En los panegíricos que dedicaban a la Pax Porfiriana los observadores (especialmente extranjeros) más bené­ volos con el régimen se hacía la vista gorda al aparato de coacción y amenazas que se daba sobre todo en las zonas rurales. La imagen de un Porfiriato amable, bucólico y paternalista -una proyección de las comedias rancheras y parte de la historiografía revisionista reciente- es, si no totalmente falsa, cuando menos, muy exagerada. Y es que a modelos de fincas campestres como La G avia hay que contraponer haciendas rudas y coercitivas como La Guaracha, por no hablar de las plantaciones del Valle Nacional o las monterías de Chiapas ,0. Pero no hacía falta que estas últimas fueran 7 8 9 10

Véase también Knight, «Hahitus and Homicide», Hans Gatkrw, citado en Knight, Mixtean Revolution (vol. 1), pág. 1 5. Knight, Mexican Revolution (vol. 1), pág. 49. Véanse Avila Palafox, Revolución, págs. 14 4 -14 1; Gledhill, (.atinada, págs. 71-80.

V IO L E N C IA P O L ÍT IC A I N E I. M ÉX IC O P O ST -R EV O LU C IO N A R IO

mayoría para que se produjeran graves tensiones sociales, tanto dentro de las hacien­ das como, lo que es más importante, entre haciendas y comunidades vecinas. De ahí, según mi análisis, la repentina e inesperada caída del régimen en 19 10 -19 11, que, por entonces, dependía en muchas regiones de dicha estructura de coacción y de una forma de imposición ya tambaleante -una combinación muy poco legitimadora y escasamente duradera- . La revolución -huelga decir- utilizó exhaustivamente el recurso de la violencia, que acabó propagándose por todo el país en múltiples formas: guerras de guerrillas y otras formas bélicas convencionales, bandidismo social y antisocial, tumultos y acciones delictivas urbanas " . La más que evidente transformación de la Pax Porfiriana en un huracán revolucionario se produjo de modo radical: no solo supuso un salto cuántico en el grado de violencia, sino también una nueva direccionalidad, ya que ahora la cúspide social no sólo perpetraba sino que también sufría la violencia; o, dándole la vuelta a este argumento, durante un tiempo los grupos populares devol­ vían todo lo que recibían. En efecto, los campesinos ocupaban terrenos en acciones «espontáneas» y aisladas '2; los bandidos se metamorfoseaban en opositores políticos; los artesanos de las decadentes ciudades del Bajío causaban tumultos, en los que saqueaban las casas de empeño y atacaban a los mandatarios locales y tenderos^í/r^wpines. L os terratenientes se dieron cuenta de que les era imposible resistir y, en muchos casos, emprendieron la huida a las ciudades y Estados Unidos. El ejército federal, resurgente y reforzado por Huerta, había acabado derrotado y en desban­ dada en 1914. En su lugar gobernaba una hueste de caudillos con sus bandas de esbi­ rros. N o existía un Estado, ni mucho menos un monopolio estatal de la violencia. Incluso los líderes liberales de la revolución, comenzando por Madero, se desenten­ dieron de las consecuencias de sus acciones; empezaron a recordar a Sarmiento y sus lamentos sobre el barbarismo que subyacia en el tenue barniz de civilización mexicana y fueron dando su apoyo a las medidas más duras, que coartaban los principios liberales para acabar con sus oponentes conservadores y controlar a sus seguidores (reclutamientos a la fuerza, ejecuciones sumarias, censura de prensa, amaño de elecciones). E l liberalism o dulce de 19 11- 13 dio paso a una amarga rtalpolitik que infectó la política mexicana de arriba abajo ,'1. Madero se rendía así al modelo político de M aquiavelo 15. Las víctimas del periodo revolucionario fueron, claro está, numerosísimas, aun­ que, como en gran parte de las guerras, la mayoría se produjo, más que en el comba­ te directo, por la conjunción de las enfermedades y la desnutrición durante la fase

11 Knight, Mexican Revolutwn(v ol. 1), págs. 208-227 y 333-581. 12 En realidad, es difícil decir que las formas de protesta campesinas fueran «espontáneas» en el sen­ tido de repentinas e inesperadas. Normalmente, se gestaron durante años o décadas, en los que fueron agotándose las manifestaciones más pacificas. Pero sí fueron «espontáneas» en el sentido de ser autóno­ mas, basarse en los recursos específicos de cada lugar y momento, y tener muy poco que ver con «grupos organizados de vanguardia» o «agitadores externos» ~ variables exogenas que tanto les gustan a los ana­ listas de izquierda y derecha, respectivamente-. 13 Además de M ad ero, también se quejaron de lo mismo José Vasconcelos y Martin Luis Guzmán. Véase Knight, Mexican Revolution (vol. 2), págs. 291, 297. 14 Knight, Mexican Revolution (v ol. 2), págs. 13, 102. 1; De ahí la presencia de Maquiavelo a la vez como una referencia émica y un modelo ético para Friedrich, P rm cesof Naranja, pag. 191.

A L A N K N IG H T

última del conflicto ,6. Si el pueblo llano sufrió, no lo hizo (desde mi punto de vista en cierto modo «tradicional») totalmente en vano, dado que la revolución supuso una movilización «espontánea» del pueblo con unos objetivos populares genuinos. El reclutamiento revolucionario, al menos hasta los últimos años (alrededor de 19 n 20), era voluntario; y si el ejército revolucionario (un concepto de cuño específico) atrajo una buena parte de reclusos, oportunistas e incluso psicópatas (como Margarito de JL osde A b a ja n josé Inés Chávez García, el azote del Bajío)17, la mayoría de los combatientes luchó por razones políticas, a menudo relacionadas con agravios socia­ les y políticos locales. La violencia revolucionaria, por lo tanto, fue más racional que gratuital8; y también tuvo cierta cualidad democrática, como en las guerras civi­ les de mediados del siglo XIX '9. Esto fue fruto, esencialmente, de las circunstancias políticas (el desmoronamiento del Estado, la movilización generalizada de las fuer­ zas populares y locales) y, en segundo lugar, de las necesidades militares de la época: un caballo y una 503 eran los d e s id e r a ta principales (lo que no significa que fuera fácil conseguirlos); el poder aéreo era incipiente; el naval, casi irrelevante; la artille­ ría, el armamento fundamental, más caro y de más alta tecnología que necesitaban (pero del que a menudo no disponían) las fuerzas revolucionarias. Esta «democratización» de la violencia continuó vigente durante el periodo de reconstrucción e institucionalización posterior a 1917. Como dijo Cobb de la R evo­ lución Francesa: «siempre ha de pasar un tiempo para que las personas abandonen su disposición revolucionaria cuando ya no se las necesita» 10. Lo mismo ocurrió en México después de 1917. Sencillamente, había demasiada población armada para que el Estado pudiera reafirmar rápidamente el monopolio de la violencia. Cuando la ciu­ dad huasteca de Pisadores se vio sometida a un ataque rebelde en octubre de 1922, a la guarnición local se unieron, como recuerda un testigo presencial, «muchos de nuestros propios hijos, que aún tenían pistolas de la Revolución»11. Armas aparte, la revolución dejó cierto legado psicológico y político. Un sector de la generación más joven, la «generación del volcán» de San Jo sé de Gracia, que se crió entre la violen­ cia y los tumultos, era irrespetuosa, chulesca y ruda Los difíciles tiempos de la revolución, hoy retratados graciosamente en decenas de narraciones orales, se con­ fabularon con las infancias más miserables para crear una raza de hombres duros 16 I.a población de México en 1910 era de 1 5,2 millones; en 1921, de 14,3, cuando debería haber ron­ dado los 17 millones si se hubiera mantenido la usa de natalidad de la primera década del siglo X X . No obstante, es muy probable que el censo de 1921 hubiera excluido a una gran parte de la población. T.a revo­ lución podría haber causado un descenso en la población de unos dos millones. I.as enfermedades, la pobreza y la desnutrición, sobre lodo en los últimos años, fueron las principales causames de las muertes y abortos. Véase Knight, Mexican Revolution (yol. 2), págs. 419-422. 17 Véase Knight, Mexican Revolution (vol. 2), págs. 397-402, sobre la figura de Chávez García, quien, al igual que Margarito de Los de abajo, de Azuela, pareció ser un bandido especialmente antisocial y sanguinario. 18 En general, la fase armada de la revolución, aunque causara muchas muertes, no parece haber producido mucha violencia gratuita ni sádica, como en la Primera Guerra Mundial. Por el contrario, la violencia endémica (y fundamentalmente rural) de los años veinte y treinta si fue de este último tipo, quí zá porque atrajo a pistoleros mercenarios, los equivalentes mexicanos de los sanguinarios pájaros colom­ bianos; véanse, por ejemplo, Friedrlch, P rincesof Naranja, págs. 7 ,1 16. Knight, «Habitus and Homicíde». 19 Buve, «Peasant Movements», pág. n 8. 20 Cobb, Pólice, pág. B5, 21 Schrycr, Rancheros, pág. 79. 22 González y González, SanJosé'de Gracia, págs. 128-138.

VIOLENCIA POLITICA EN EL MÉXICO POST REVOLUCIONARIO

que, como los «príncipes de naranja» de Paul Friedrich, se sumaron a una ética bru­ tal de lucha e interés personal2*. La política revolucionaria más dura podría decirse que era la del bien limitado, fundada en el concepto de que «la vida es una lucha»24. La nueva elite revolucionaria, formada en la guerra, también se diferenciaba clara­ mente de la generación precedente de tecnócratas porfirianos y licenciados: Am aro, un general surgido por sí mismo de la oscuridad provincial que hubo de salir a calmar los ánimos del ejército revolucionario en la década de los veinte, no tenía ningún reparo en castrar a sus rivales de amoríos, y arrojarlos por las esquinas de Ciudad de M éxico1 ’ . Zuño, el cabecilla revolucionario de Jalisco, participó personalmente en algunos de los interrogatorios policiales más violentos2 . Los caciques locales (unos surgidos de la plebe mexicana, otros peces gordos que lograban afectar maneras y aspecto populares) hacían uso frecuente de la violencia, la intimidación e incluso la tortura para conseguir sus objetivos27. Si sus predecesores porfirianos habían hecho lo mismo, probablemente había sido a menor escala, y habían ocultado mejor sus propias huellas. De hecho, el recurso porfiriano a la intimidación camuflada fue menos necesario y más discreto. N o es que los caciques porfirianos fueran unos santos comparados con sus sucesores revolucionarios. Más bien, lo cierto es que los tiempos habían cambiado y la política se había vuelto más violenta, canallesca y camorrista. La intimida­ ción, a veces pública y ejemplar, desempeñaba una función importante en estos nuevos aires políticos. De todos modos, la publicidad quedaba garantizada por el gran despliegue de la prensa y la rum orología política, que contaban con menos trabas y estaban más generalizadas que en la época anterior a 1910 2“. Por todo el país, y de forma local, proliferaron las fuerzas de «seguridad» denominadas defen­ sas sociales. Creadas para proteger a las comunidades de los ataques de los «bandi­ dos» (algo que sí llegaron a hacer en alguna ocasión), las defensas sociales se convirtieron en instituciones clave en el proceso de socialización, prom oción y lucha política. Algunas de las carreras políticas más brillantes (como la de Jesús Anto­ nio Almeida, gobernador de Chihuahua de 1924 a 1927) comenzaron en las lilas de las defensas. El principal rival de Alm eida, Ignacio Enríquez, aunque no surgió pre­ cisamente de estas instituciones, «basó su fuerza política en el control de las defen­ sas sociales [. . .] en las sierras occidentales»*9. Los cacicazgos más duraderos, como los de la familia Prado en la región de Chilchota, en Michoacán, también depen­ dían del control de la defensa local, cuyos miembros a veces casi no se distinguían de la población más amplia de pistoleros (esbirros políticos a sueldo) que rodeaban a los

23 Friedrich, Princes o f Naranja', Romanucci Ross, Conflict, págs. 14-20; González y Patino, Memoría campesina, págs. 23, 69 ss. 24 Foster, T^tint^unt^án, pág. 94. 2 5 De sobra es conocido que el protag< mista de ¡ m sombra del caudillo , de Gu/.mán, está basado en la figura de Amaro. 26 Acta levantada de Genovevo Alatorre, 22 de marzo de 1927, Dirección General de Información Política y Social (Gobernación), caja 34.095.0-62, Archivo General de la Nación, Ciudad de México. 27 Schryer, Rancheros, págs. 89-92,99-100. 28 La cobertura informativa de la prensa fue, sin lugar a dudas, más completa después de 1910; la rumorología política es, lógicamente, más difícil de medir. Pero hay buenas razones (aunque algo intui tivas) para creer que la transformación sociopolitica forjada por la revolución supuso una mayor activi­ dad y participación políticas, y (es de suponer) más rumorología asociada. 29 Wasserman, Persistent Oligarchs. págs. 37, 45, 96, 127.

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caciques locales ,0. N o es sorprendente que los protagonistas de esta forma de dominación política fueran - independientemente de sus denominaciones ideoló­ gicas form ales, de derecha o izquierda 31 - crueles paquidermos políticos. Las denuncias de analfabetism o, brutalidad e inm oralidad fueron legión E n el México más profundo y tradicional, practicaron un tipo de juego sucio, la política cochina 5), ofensiva para la opinión pública más respetable pero muy difícil de erra­ dicar. La política cochina local consistía, entre otras cosas, en el uso recurrente de la fuerza y la intimidación; en asesinatos, emboscadas y «expediciones punitivas»; en un vocabulario especial, muy alejado de la retórica progresista y de intencio­ nes elevadas de la revolución, y plagado de acotes, atropellos balaceados, chanchullos, esbirros, mangoneadores, mn^ps de confianza, puñaladas y zafarranchos-, en una casta de villanos (siempre hom bres), cada cual con un apodo sign ificativo y evocador (Huesos, Caracortada, el Muerte, el Sapo, M ano Negra); incluso un sentido del humor malsano -elementos que pueden encontrarse en las picarescas páginas de las memorias de G onzalo N . S a n to s-i4. Durante los años veinte y treinta, esta política cochina no se limitó a las zonas rura­ les más apartadas, sino que caracterizó toda la política nacional y estatal. Chihuahua, un estado mestizo norteño, relativamente «moderno», sufrió repetidos actos de violencia, rebeliones, golpes de Estado y asesinatos de altos cargos A lo largo y ancho de México, las elecciones estatales causaban frecuentes conflictos, enfrenta­ mientos, duplicidad de gobiernos y, muchas veces, la intervención federal Ni siquiera el gobierno central era inmune a todo esto. Es cierto que pudo capear la importante revuelta de 1923 (en parte gracias al reclutamiento generalizado para las Fuerzas Armadas en cada localidad, y de defensas, agraristas y batallones rojos, que, por supuesto, continuaron el ciclo de violencia local) y que, en años sucesivos, nun­ ca llegó a ver amenazado su poder por la fuerza de las armas. Pero la política nacio­ nal tampoco tenía mucho de civil, elegante o decorosa. Obregón fue asesinado en 1928. Pascual Ortiz Rubio recibió un disparo en la boca según salía del Palacio Nacio­ nal su primer día al frente del gobierno (lo que fue reflejado con deliciosa ironía en el epígrafe del capítulo de Dulles: «Triste Día de Estreno para el Presidente Ortiz 30 Acerca de los Prado, véanse Jiménez Castillo, 1 iuánátú, págs. 1 37-165; y la correspondencia de A G N , Fondo Presidentes-Lázaro Cárdenas, 541/1783. 31 El caciquismo fue sobre todo una forma de dominación local que se basaba en la violencia, el personalismo y el clientelísmo: podía disponer de los medios a su alcance para fines políticos muy dife­ rentes. Los caciques, por lo tanto, eran, desde un punto de vista político, de lo más variopinto: algu­ nos eran populares, agraristas y de izquierdas (como Cárdenas); muchos, conservadores y próximos a los terratenientes. Los caciques más avispados se dejaban llevar por el viento político que más fuerte sopla­ ba. La coherencia ideológica no era una virtud característica de estas personas. 3 1 A G N , Fondo Presidentes-Lázaro Cárdenas, 541/1783 (Ernesto Prado de Chilchota y Heliodoro Charis de J uchitán). 3} Schryer, Rancixros,p 95. 34 Knight, «i labitus and Homicide»; Santos, Memorias. 35 Wasserman, Persisten! Oligarchs. Menciono este caso, por una parte, porque está hien docu­ mentado y, por otra, para refutar la idea de que la violencia y el caos políticos eran características fun­ damentalmente del «viejo» México, «tradicional», «atrasado» e «indígena» del centro y el sur. F.ste prejuicio se asienta a veces en los débiles cimientos de la teoría de la modernización, y aún lo sacan a menudo a colación, entre otros, muchos priístas que tratan de justificar los apaños electorales en Michoacán, por ejemplo. 36 Gruening, México, págs. 399 ss.

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R ubio»),7. La violencia provincial también se contagió a la capital federal, en parte porque los caciques y jefes locales, en su carrera por conseguir codiciados puestos en el Congreso, se llevaban consigo las disputas provinciales al corazón del distrito federal. En 1936, dos agraristas huastecas (uno de ellos, diputado federal) fueron ase­ sinados a balazos en un restaurante de Ciudad de México al que habian ido para soli­ citar una entrevista con Cárdenas; el mismo año, el radical de Veracruz, Manlio Fabio Altamirano, murió en el chic Café Tacuba por los disparos de los pistoleros a sueldo de la familia Armenta ,8. Al cabo de un tiempo, como ya he señalado, el gobierno federal dejó, poco a poco, de estar expuesto a la amenaza de la violencia. Aún se produjeron algunos incidentes esporádicos: el priista Jo rg e Meixueiro se saltó la tapa de los sesos mien­ tras estaba en el estrado durante el congreso del partido en 1943; en los años setenta, los priistas todavía iban arm ados con pistolas al Congreso i33

resultado fue una fase prolongada de «compresión» (por utilizar el término de Tutino) agraria, un encontronazo entre la agricultura capitalista y la campesina, en el que se repitieron algunas características de la anterior fase porfiriana de «compre­ sión» 51. Pero también hubo diferencias. En primer lugar, habían cambiado los cul­ tivos y los hábitos locales: el pastoreo había aumentado en importancia, al igual que el cultivo del café, la fruta, las verduras y, posteriormente, las drogas, mientras que los cultivos industriales, como la goma y el henequén, eran ya productos del pasado; y las actividades no agrícolas, com o el turismo, también contaban. En segundo lugar, se estaban incorporando rápidamente a los mercados capitalistas las zonas hasta entonces marginales, algunas de las cuales eran «regiones de refugio» indígenas partes de Oaxaca, Nayarit, la Huasteca y la Selva Lacandona de Chiapas. Los conflictos resultantes, por tanto, solían adquirir un carácter étnico y racista. En tercer lugar, y teniendo en cuenta la variación tan acusada en la ratio «tierra/mano de obra» producida desde el Porfiriato, a los agricultores capitalistas normalmente no les faltaban trabajadores, pero codiciaban determinados recursos campesinos como la tierra y el agua. De ahí el progresivo ataque al ejido (y la comunidad cam­ pesina en general) perpetrado en forma de enajenaciones ilegales de terrenos, ventas, subarriendos y, más directamente, expropiaciones. O, en una estrategia que tuvo lugar por toda América Latina, los compradores e intermediarios monopsonistas se aprovechaban del trabajo de los productores campesinos que sobrevivían sólo a costa de convertirse en cuasiproletarios trabajando a destajo' En cuarto lugar, cabe destacar la diferencia más visible: el sistema político se había transformado, y aun­ que el régimen «revolucionario» cada vez parecía menos «revolucionario» e incluso más «neoporfiriano», hasta finales de los años ochenta no se atrevió a concluir la reforma agraria y finiquitar el ejido. La reforma, por lo tanto, se mantuvo en pie como un constante incentivo para los campesinos, una amenaza para los terrate­ nientes y una tentación para los políticos. Algunos de estos últimos la secundaron con un idealismo genuino (aunque confuso); otros se rindieron a la presión popular; y otros cuantos vieron en ella un instrumento útil para controlar los votos de los campesinos y, quizá, desgastar a sus oponentes del colectivo de terratenientes, quienes ya no disfrutaban en el ámbito político del mismo cheque en blanco que durante el P o rfiriato ,4. Ahora tenían que esforzarse para conseguir favores politícos: competir personalmente por los puestos de mando, prom over a sus amigos, compadres y clientes, presionar para obtener el apoyo del Estado y los peces go r­ dos nacionales, colonizar los organism os federales que proliferaron por todas las zonas rurales, sobre todo durante los años setenta M. También tuvieron que utilizar 51 Tu ti no, lnsurrection. 52 Aguirrc Bcltrán, Regiones de refugio. 53 Paré, Proletariado. 54 Quizás esté exagerando un p«>co, pero no demasiado. El régimen portiriano tue en gran medi­ da un gobierno de terratenientes, por los terratenientes y para los terratenientes. O, dicho de otro modo, el Estado porfiriano dispuso de una «autonomía relativa» muy limitada frente a la clase dominante. La revolución de ningún modo instituyó un Listado «proletario-campesino», pero si debilitó fuertemente el ascendiente político de la clase terrateniente y, en cierto grado, aumentó la autonomía relativa de todas las clases sociales dentro del Estado. 55 La relación entre los terratenientes locales y el aparato político mereceria un estudio más detallado: en algunos casos, los terratenientes continuaron disponiendo del control a través de inter­ mediarios; en otros, mantenían el poder ellos mismos; en algunas ocasiones, acabaron marginados

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form as de represión mercenarias: com o no había rurales ni un ejército al estilo guatemalteco a su disposición, tuvieron que confiaren sus propios pistoleros y guar­ dias blancas. Debido a la variedad de motivos y experiencias locales, también se consiguieron resultados muy diversos. Sheridan, en su estudio de una comunidad campesina fron­ teriza en el norte de Sonora, identifica una atmósfera de tensión, pero también la ausencia de violencia significativa o de conflictos étnicos, además de cierta movilidad social y un sistema político que perm itió algún espacio para la protesta y las rei­ vindicaciones ,r>. En contraposición, tanto el distrito de Juquila, en el sur de Oaxaca, según las investigaciones de G reenberg, como la Huasteca Hidalguense de Schryer, se han convertido en hervideros de violencia en décadas recientes. La Huas­ teca fue el escenario de expropiaciones generalizadas de tierras, conflictos políticos y represión en los años ochenta (reflejando en parte lo que había ocurrido en el sur de Sonora y otras regiones del noroeste una década antes). Los pueblos de Juquila se vieron atrapados en una guerra hobbesiana de todos contra todos (comunidad con­ tra comunidad, facción contra facción, familia contra familia) donde, aunque no hubo una única causa principal, tuvo gran parte de culpa el aumento del cultivo del café >7. A sí, aunque la sublevación zapatista de 1994 fue excepcional por sus pro­ porciones, su éxito y su sofisticación, también formaba parte de un síndrome bien conocido: la creciente tensión étnica y clasista, caracterizada por la com erciali­ zación agraria; la desposesión y el embargo de tierras de los campesinos; el pistole­ rismo', y la incidencia cada vez mayor de la violencia y las protestas. En Chiapas, la legendaria capacidad de mediación de! P R I fracasó estrepitosamente, principalmen­ te porque el partido estaba maniatado por una serie de grupos e intereses locales (los ganaderos chiapanecos y sus aliados políticos) que se opusieron a la reforma con el beneplácito del distante gobierno central, al que sólo le preocupaba el tro­ feo de N A F T A . Esta situación es diametralmente opuesta a la de la Huasteca o Sonora, donde en los años setenta y ochenta coexistieron la reforma y la represión, y el PRI se mostró capaz de generar medidas intervencionistas progresistas en lugar de limitarse a apuntalar el poder de los núcleos duros provinciales. La alternancia de ciclos de protesta y represión hizo que nunca imperara la paz en las zonas rurales. Al remitir parcialmente el conflicto endémico de la déca­ da de los treinta y consolidarse el gobierno central, se pudo evitar graves cismas

políticamente. Schryer, Rancheros, pág. 1 jg, muestra cómo por Insanos setenta los adinerados rancheros de la I luasteca Hidalguense ya no te-'.! un que ensuciarse las manos en la política local porque el sistema res­ petaba sus intereses de todos modos. Acerca de las reacciones locales ante las organizaciones y organismos federales, véase Jiménez Castillo, Huáncito, págs. 267-288. 16 Sheridan, W'htn tbe Dovt Calis, págs. 143-145. Í7 Schryer, l:tfm tnty; Greenberg, tiloodTies. La existencia de cultivos cafeteros en Juquila (al igual que en la Huasteca Hidalguense de Schryer) plantea algunos análisis comparativos interesantes si tenemos en cuenta la correlación entre dicho cultivo y las regiones más afectadas por la violencia colombiana, y la importancia del café en el valle de I .a Convención de Perú. El catees un cultivo apropiado para el trabajo campesino: crece bien en las laderas de clima suave y solía ser marginal en la agricultura de labranza, [is, en cierto modo, un cultivo de Fri intera que disfrutó de la bonanza délos mercados durante los años cuarenta y cincuenta. Parece razonable inferir que estos factores podían generar graves tensiones entre campesinos cultivadores, ricos terratenientes rivales e intermediarios comerciales en el contexto de las (a veces poco definidas) zonas de asentamiento recientes.

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nacionales (como en las elecciones presidenciales de 1940 y 19 52) al menos hasta 1987-1988. México se convirtió así en un ejemplo típico de gobierno civil y estable frente a los regímenes autoritarios del Cono Sur. Pero la estabilidad mexicana, aun­ que no era un mito, se asentaba en unos cimientos poco sólidos. Dicha estabilidad nacional coexistía con la violencia y la represión endémicas, y a veces dependía de ellas. Esto último, en mi opinión, contribuyó a mantener la disciplina interna del PRI a la vez que servía para advertir tanto al pueblo como a las elites de los peligros del conflicto social. El miedo a la revuelta civil no procedía solamente del recuerdo cada vez más difuminado de la revolución o el caso centroamericano, sino también de los sucesos (periféricos y anónimos) del propio México. El llamamiento del P R I a la pa% social se aprovechó de este miedo, que había aumentado claramente por los últi­ mos acontecimientos. Adem ás, el gobierno central sacó partido de los conflictos locales, algo que de todas formas no podía atajar completamente. Mediante inter­ venciones muy selectivas del ejecutivo, a veces del ejército federal, se recordaba a los miem bros de las localidades quién tenía el control. El presidente se co n ver­ tía en el árbitro supremo de las disputas locales, unos conflictos que podían llegar precisamente hasta ese ámbito, aunque no se les permitía ir más allá (en concreto, sospecho que las disputas de los estados del norte no podían llegar tan lejos como las de los sureños: el mantenimiento de unas buenas relaciones con Estados Uni­ dos exigía que se redujeran los abusos políticos y los choques armados, por ejem ­ plo, en Sonora, mientras que se despreocupaban de Chiapas por completo). Asi, se toleraba una pequeña licencia contra el teórico monopolio de la violencia que tenia el gobierno central porque, al fin y al cabo, esto reforzaba el poder de discreción del ejecutivo. A la luz de estas observaciones, podríamos atrevernos a trazar algunas breves comparaciones con otros regímenes latinoamericanos, y quizá ponderar la sign i­ ficación de los sucesos más recientes en México. Como apunté al comienzo, México evitó, al contrario que Argentina, Brasil, Chile y Uruguay en las décadas de los sesenta y setenta, que se produjeran golpes militares y un régimen «burocráticoautoritario». El gobierno mexicano presumía de su carácter civil e institucional, y el país se con virtió en un santuario para refugiados políticos del Cono Sur. México también evitó la rebelión popular y la represión militar tan prolongadas que caracterizaron a E l Salvador y Guatemala, y, de nuevo, desempeño una (un­ ción moderadamente progresista en sus relaciones con América Central. ¿Cómo se puede interpretar, a la vista de lo expuesto anteriormente, este com prom iso (rela­ tivo) por mantener un gobierno civil (algunos dirían democrático) y sus institu­ ciones, sobre todo si tenemos en cuenta que el M éxico de Santa Anna, Díaz e incluso Obregón y Calles no tenía un aspecto muy civilizado, institucional o demo­ crático en comparación, digam os, con la Argentina de Sarmiento e lrigoyen, o el Uruguay de Batlle? De entre los muchos argumentos que se pueden proponer, hay en mi opinión que distinguir el punto de vista positivo del negativo. El positivo, que se correspon­ dería con ía línea oficial (y que no habría que descartarlo simplemente por serlo), pondría especial énfasis en la peculiaridad de la cultura política de México, produc­ to de la revolución y comprometida con la reforma social, la participación popular y el gobierno institucional. Comparada con la «fobia roja» y el racismo que caracteri­ zó la política de la cúpula gobernante en Guatemala, o la doctrina de la seguridad

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nacional que, en consonancia con las antiguas tradiciones culturales justificó la guerra sucia en Argentina, la ideología oficial mexicana era relativamente progre­ sista, iluminada, inclusiva y reformista. F.sta ideología, por supuesto, está contenida en el «guión público» oficial del país, enunciado basta la extenuación en discursos, prensa y medios electrónicos. Su puesta en práctica ya es otro asunto (como comen­ taré enseguida). Pero, como la mayoría de los «guiones públicos», no es algo com ­ pletamente hipócrita: a veces se traduce en actuaciones (por ejemplo, algún impulso de reforma social) y también puede, hasta cierto punto, disuadir a los agentes polí­ ticos de llevar a cabo acciones del tipo de la masacre de Tlatelolco de 1968, que, al ir contra el guión público, pueden acabar deslegitimándolo. (Dicho de otro modo, la discordancia entre la política y el guión público no puede ser excesivamente amplia durante demasiado tiempo a riesgo de que la última pierda toda su legiti­ midad, com o ocurrió, por ejem plo, en Europa del E s te ),5. A sí, durante su apo­ geo, aproximadamente entre 1950 y 1970 (un apogeo más corto de lo que suele parecer), el PRI consiguió hacer valer alguno de los ideales que profesaba; pero a la vez se desdijo, sin ningún reparo, de otros. Aun con Salinas, el Programa Nacional de Solidaridad, pese a su retórica fanfarrona, su sesgo político y discrecionalidad, supuso un intento, no del todo fallido, de reducir el impacto de las políticas macroeconómicas neoliberales y recomponer el maltrecho esqueleto de la autoridad presi­ dencial 0 A sí, aunque no concedería una importancia desmesurada a este factor, sí opino que la ideología de la revolución y su influencia en la acción política contri­ buyeron a mantener a México fuera del franco autoritarismo militar de, por ejemplo, Argentina o Guatemala. Pero también hay un argum ento negativo, quizá de m ayor fuerza. E n térm i­ nos generales, M éxico no experimentó un giro burocrático-autoritario, con su con­ siguiente violencia y represión, porque no le hacía falta: ya poseía un sistema más discretamente autoritario, «inclusivo», civil e institucional; pero, con todo, autori­ tario. Una «dictablanda» a la mexicana era el mejor antidoto contra una «dictadura» a la argentina (recuérdeseel famoso comentario de Vargas Llosa)6'. N o quiero entrar en la espinosa cuestión de los orígenes históricos de los regímenes «burocráticoautoritarios» del Cono Sur. La tesis de O ’ Donnell (de que el autoritarismo buro­ crático representa una alternativa al callejón sin salida del capitalism o cuando llega a su fin la cómoda fase de industrialización basada en el modelo de sustitución de importaciones) se antoja excesivamente esquemática y funcional, y posiblemente sea incierta desde un punto de vista empírico Sin embargo, no parece que sea una coincidencia que la opción autoritaria se ejerciera en los países del Cono Sur más «desarrollados», que habían disfrutado de un sistema político electoral competitivo desde comienzos del siglo X X (algo que no había ocurrido en México). El proble­ ma de incorporar el movimiento sindical al sistema político se hizo urgente ya en tiempos de la Primera Guerra Mundial. En Argentina el advenimiento posterior s 8 S hu m\vay, Invention o f A rgpntirta. 59 Przeworski, Democracy, págs. 2-6. 60 Dresser, «Bringing the Poor Back ln», págs. 145-166. 61 Insinuaba que el PRI era la «perfecta dictadura». Esta frase «para la galería» no da cuenta del hecho de que, aun cuando el régimen mexicano fuera una «dictablanda», la «dictablanda» seguiría siendo muy diferente de la «dictadura». 62 Collier» New Authoritananism.

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del peronismo convirtió la cuestión en algo aparentemente insoluble. En Brasil y Chile, la tardía incorporación pública del campesinado en los años cincuenta y sesen­ ta aumentó la rivalidad, polarización, tensión e inestabilidad políticas. Y estos fenó­ menos, a su vez, agravaron el viejo dilema inversión/consumo: los contendientes, en su búsqueda de apoyos electorales en un escenario político cada vez mayor, acaba­ ban, por lo general, fabricando más dinero e impulsando el empleo en el sector públi­ co más allá de lo que dictaba la lógica económica. En México, por el contrario, la revolución y su institucionalización tuvieron el efecto inusual de producir un régimen que incorporaba un amplio sector de la sociedad civil (y, en particular, los sindicatos y el campesinado) a su enorme conglomerado. La participación de los tra­ bajadores (la clave explicativa de Collier)6’ fomentó la estabilidad y permitió con­ trolar las demandas salariales. L o temprano de la incorporación del campesinado, en los años veinte y treinta, impidió una crisis tardía de la misma, como la que ocurrió en Brasil o Chile en los sesenta y setenta. La ideología inclusiva de la revolución mexicana tenía, de este modo, su equivalente organizativo, y el régimen de la revo­ lución, aunque marginó a importantes sectores de la población 64, tenia suficiente monopolio de poder político y de patronazgo para mantener una coalición amplia V mayoritaria. Por decirlo de algún m odo, congregaba a los partidos liberal y conservador de Colombia en una amplia iglesia única, y enterraba el peronismo potencial en las mismas entrañas del partido, bajo la forma de la CTM . Sin embargo, mantener esta coalición comportó una fuerte dosis de violencia (real y potencial). Com o Díaz, el PRI no sólo puso la zanahoria delante sino que también manejó el palo. Así, como he insinuado sucintamente, el régimen perpetró o toleró un grado constante de violencia política: contra los grupos políticos disi­ dentes (almazanistas, henriquistas), contra los sindicatos independientes (ferrovia­ rios a finales de los años cincuenta, electricistas a mediados de los setenta), contra periodistas (el más célebre fue Manuel Buendía), contra estudiantes (en 1968, como ejemplo más llamativo) y, de manera incesante, ubicua y endémica, contra los cam­ pesinos, individual y colectivamente. En este breve capítulo me resulta imposible calcular todas las manifestaciones de la violencia y compararlas, por ejemplo, con los niveles de represión del Cono Sur. La violencia pe>1ítica mexicana parece menos extrema y significativa, pero esto se explica en parte porque es más discreta, anó­ nima, prolongada y cotidiana. Se produce en numerosos actos de violencia menor (y a menudo locales), en lugar de campañas masivas y centralizadas de represión. La lle­ van a cabo especialistas contratados para la ocasión {pistoleros, guardias blancas, halco­ nes) más que el ejército federal, que en ocasiones puede actuar como una fuerza de mantenimiento de la paz. Y dado que contradice el guión público, no se proclama desde los altares políticos, sino que se niega, denuncia, evade e ignora oficialmente. Los generales argentinos pueden justificar públicamente su guerra sucia. Los mexi­ canos, sin embargo, se mantienen callados y dejan a los poderes civiles (puede que verdaderamente comprometidos como Jo rg e Carpizo) a cargo de los discursos y los gestos políticos. En México, el debate público acerca de Tlatelolco se ha conver­ tido en un «pasarse el muerto» oficial de unos a otros; en algunos países y culturas (por ejemplo, China) sería una cuestión de orgullo más que de cargar con la culpa. En 6) Gíllitrr y Collier, Sbaping tbe Political Arena. 64 Por ejemplo, a políticos católicos y liberales de clase media.

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resumidas cuentas, el sistema mexicano ha dado con mecanismos sutiles para intimi­ dar a los disidentes sin tener que recurrir a una represión a gran escala que dañaría profundamente la menguante legitimidad del régimen: Echeverría trató desespera­ damente de construir puentes con la oposición a partir de 1969; y después de su inicial respuesta chapucera a la sublevación zapatista, la administración de Salinas optó por el diálogo antes que la represión. Pero 1968 y 1994 fueron excepciones a la regla, grie­ tas de un sistema - por otra parte sólido - del «palo y la zanahoria». Durante la mayor parte de su larga vida institucional, el PRI, al sancionar la violencia agotiías, tapada, anónima, provincial, ha conseguido disuadir a la oposición, apuntalar su monopolio político nacional y evitar el uso de una forma de represión brutal y draconiana. La toma periódica y discreta de una aspirina de violencia al día ha contribuido a ahuyen­ tar el riesgo de parada cardiaca del autoritarismo burocrático. E s imposible, en conclusión, pasar por alto los recientes episodios de violencia en M éxico: Chiapas (y otras m anifestaciones menores en otros lugares como Guerrero) y los magnicidios de Colosio y Ruiz Massieu, entre otros. Chiapas y, a fortiori, Guerrero son casos extremos de un problema recurrente: «compresión» agra­ ria, protesta popular y represión. La utilización por parte del subcomandante Marcos de fax y módem puede amplificar el efecto de la publicidad y seducir a la nueva izquierda americana, pero las raices de la revuelta chiapaneca se hunden mucho tiempo atrás, e incluso la denominación elegida (Ejército Zapatista) apunta a prece­ dentes y tradiciones históricas. En cierta medida, por lo tanto, el régimen se encuen­ tra con una variable conocida. La novedad de la situación reside, en parte, en la escala y duración de la revuelta (ninguna fuerza rebelde había conseguido tal éxito desde la de los cristeros en los años veinte) y, también, en el carácter del régimen que le hace frente. (Por crear cierta polém ica, se podría decir que los revolucionarios de los noventa no son los zapatistas, sino los salinistas.) Mientras que los anterio­ res gobiernos podían responder a la protesta popular con la combinación tradicional de represión, cooptación y reforma social (véase cómo finalizó la rebelión de los cristeros, en 1929: con un nuevo reparto de tierras, una táctica que Echeverría emuló en Sonora, en 1976), el gobierno actual lo tiene más difícil, y quizá sea incapaz de apli­ car dichos métodos. Ha detenido la reforma agraria, ha privatizado el ejido, ha pues­ to toda su fe en N A F T A y el neoliberalism o, y ha llevado a cabo una alianza con la gran empresa y el capital transnacional. La lógica política de la macroeconomía neoliberal exige sacrificar el tradicional voto campesino (el voto cabresto mexicano) a fav o r del de las clases medias urbanas, una estrategia que tuvo éxito en agosto de 1994. Pero al haber abrazado el neoliberalismo y enterrado el «populismo», al régimen le resultará muy difícil combinar el palo y la zanahoria para manejar el des­ contento rural. Com o indican Chiapas, G uerrero, El Barzón y toda la lógica de N A F T A , la insatisfacción podría aumentar más que remitir. Así, Chiapas sería la prueba de fuego de la política oficial: ¿resucitará el P R I sus políticas tradicionales («populistas»), incluso en un periodo de nueva austeridad, aliviando el descontento sin recurrir a la represión generalizada? O, com o parece sugerir Riordan Roett, ¿requiere el nuevo modelo económico una respuesta dura, más palo que zanahoria? La solidaridad demostró, en mi opinión, que las políticas neopopulistas fueron, en cierta medida y por un tiempo, compatibles con una economía neoliberal 6'. Pero 65

Dresser, «Bringing the Poor Back In»; Knight, «Obrigo», págs. 69-72-

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hacia 1995, con la reaparición de la crisis económica y la permanente tensión social, se ha hecho más difícil cerrar el círculo. Es probable, por lo tanto, que el palo se muestre más que la zanahoria. Esta conclusión tan pesimista se ve corroborada por los últimos asesinatos polí­ ticos. Entre 1920 y 1950, se redujo seriamente la violencia política entre las élites del poder, y los presidentes comenzaron a gobernar y elegir sus sucesores sin miedo a la rebelión; incluso, los gobernadores estatales y los legisladores federales, víctimas y culpables de la violencia regular de los años precedentes, comenzaron a ver sus puestos como algo relativamente seguro, civilizado y firm e66. Los políticos podían tomarse un café en el Tacuba sin tener que mirar a todos los lados. La violencia se había desplazado de las cúpulas a las bases, de las capitales a las provincias. En la actualidad, sin embargo, las cúpulas han vuelto a conocer la violencia, y los políticos tienen que mirar a su alrededor cuando salen de los hoteles de Ciudad de México. Las causas de esta fase (si es que es sólo una fase) son evidentemente oscuras y quizá no se conozcan nunca. N i siquiera está claro si hay que buscar el porqué dentro de la misma elite política (el hecho de que los «dinosaurios» traten de repeler las refor­ mas) o si los tratos faustianos de la elite política con los narcotraficantes exigen aho­ ra un precio mayor por la connivencia y tolerancia política. En cualquiera de los dos casos (y, por supuesto, ninguna de las dos explicaciones excluye a la otra), se produce una ironía macabra: si los miembros de la elite cruzan disparos por razo­ nes políticas, no hacen más que ponerse a la altura de sus bases, que lo llevan hacien­ do durante décadas. «Los soldados mueren, los generales viven», le dijo el viejo cacique «Caracortada» a Paul Friedrich 67: ahora también mueren los generales. Y si los capos del negocio de la droga están haciendo uso de una violencia selectiva (para eliminar amenazas reales o alejar las potenciales), lo hacen, en cierto sentido, siguien­ do una manida receta del manual político mexicano. Aun si estos sucesos implican una forma perversa de equidad, son preocupantes para el P R I: son una amenaza para la seguridad individual, alarman a la opinión pública e indican una ruptura de la disciplina de la elite del partido, que siempre fue uno de los pilares del régimen. La deslegitimación externa se combina de este modo con el fraccionamiento interno. Durante años, la violencia ha ido perforando gota a gota, como lava, afectando principalmente las faldas más bajas del volcán político, mientras que el cráter de la cima se había mantenido dormido. Ahora se pueden ver las erupciones en la cumbre, aunque la columna de humo nos impide discernir su escala o su importancia. N o queda claro, por lo tanto, sí el volcán volverá a la latencía o entrará en una autodestructora erupción final.

66 Hubo, por supuesto, algunos accidentes de avión y coche desafortunados. Carlos Madrazo y Manuel Clouthier fueron algunas de la victimas más notables. Las pruebas con las que se cuenta no nos permiten presumir que se tratara de asesinatos politicos, aunque se ha denunciado dicha posibilidad. 67 Friedrich, P rincesof Naranja, pág. 11.

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E L MIEDO A LA IN D IFEREN CIA : LOS T EM O R ES D E LOS CO M BATIENTES SO BRE LA ID EN TID A D POLÍTICA D E LOS CIVILES D U R A N T E LA G U E R R A SUCIA A R G E N T IN A Antonius Robben

OS CO M BATIEN TES D E UN CONFLICTO ARM ADO, o b c e c a d o s en la v io le n c ia ,

esperan que los civiles tomen partido por uno de los bandos. Confían en que la población defina claramente sus simpatías políticas y determine quién está en posesión de la verdad, la justicia y la moralidad. Como suele ocurrir siempre que estalla un conflicto de envergadura, también las partes enfrentadas en la A rgen­ tina de los años setenta creían que estaba justificado el empleo de la fuerza. Tanto para los mandos del ejército como para las organizaciones de la guerrilla, lo inmo­ ral precisamente era no pronunciarse. A m bos bandos trataron de llevarse a su terreno a los argentinos y de convencerlos de que el recurso a la violencia era una necesidad histórica. La fuerza con que se difundió este discurso público consiguió eclipsar ei agudo temor que les inspiraba la indecisión de los civiles a quienes se dis­ putaban el poder. Se ha escrito mucho sobre el terrorismo de Estado y las culturas del miedo de América Latina, si bien apenas hay nada publicado sobre los miedos y temores que asaltaron a quienes ejercieron la violencia. Ciertamente, estos miedos y temores son insignificantes en comparación con el sufrimiento, incalculablemente mayor, que padecieron los civiles que fueron víctimas del terrorismo de Estado. N o obs­ tante, también deben analizarse los sentimientos de los verdugos, pues el estudio de las complejas y ambiguas relaciones que mantienen las fuerzas contrincantes y la población civil añade una perspectiva más a nuestra visión de las sociedades del mie­ do latinoamericanas. Durante el enfrentamiento que mantuvieron en la década de los setenta las fuer­ zas gubernamentales y la guerílla revolucionaria argentinas, los civiles que parecían mantenerse indiferentes despertaban en ambos bandos sentimientos de desprecio y ansiedad, amén de un cierto temor e intranquilidad. E l miedo que sentían no era al

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terror _del que, en otro orden, eran maestros ; era más bien un miedo a la derrota, que se acrecentaba por la inseguridad que les causaba el elevado número de civiles no comprometidos. A los protagonistas de la situación argentina, efectivamente, les preocupaban quienes se resistían a batallar activamente a favor de uno de los dos ban­ dos. N o en vano, los imparciales no encajaban en ninguna de las categorías sociales que habían quedado establecidas tras tanto derramamiento de sangre. De hecho, minaban la estructura de rivalidad característica de un conflicto violento que se había presentado como una necesidad histórica. Según pensaban los combatientes, el hecho de que se mantuvieran al margen podia determinar, por defecto, su derro­ ta. E stos civiles se situaban en el extremo opuesto a los hombres de acción, los militares y los revolucionarios que habían tomado en las propias manos su destino y el del resto. El neologismo acuñado por Derrida indecidible describe, en mi opinión, a estos civiles Particularmente, prefiero este térm ino a «indeciso» porque la indecibilidad no implica necesariamente la indecisión, la pasividad ni la parálisis. I.a indecibilidad también puede nacer de una actitud moral activa contra la violen­ cia. La mayoría de los argentinos puede catalogarse de «indecidible no comprome­ tida». Por su parte, los activistas argentinos que lucharon en pro de los derechos humanos y que se opusieron enérgicamente a los medios violentos empleados por los militares y las fuerzas de la guerrilla representan el sector de los «indecidibles comprometidos».

L

a a p a r ic ió n d f. l a v io l e n c ia p o l ít ic a e n

A

r g e n t in a

Según Elaine Scarry, «La guerra», según Elaine Scarry, «es [...] una estructura que persigue la desrealización de los constructos culturales y, simultáneamente, su reconstitución final. Con la guerra se trata de determinar en último extremo cuál de esos dos constructos culturales enfrentados va a gozar de la autorización de ambas partes para convertirse en real»'. La revolución que los guerrilleros argentinos tra­ taron de culminar en los setenta y las instituciones culturales y políticas que defen­ dían los militares eran constructos culturales antagónicos '. La suya no era una lucha por el poder, sino por el espacio de la cultura, por determinar los márgenes y las condiciones culturales en los que iba a desarrollarse la vida de los argenti­ nos. Éstos se manifestaban en instituciones sociales, convenciones, costumbres, i V éase Derrida, l a diseminación; Posiciones, z Véase Scarry, The fíody in Pain, pág. 137.

3 1.a violencia política de los setenta o, por decirlo más claramente, el régimen militar vigente en Argentina entre 1976 y 198} ha recibido denominaciones muy diferentes, que remiten a concepciones dis­ tintas sobre las presuntas causas, las condiciones y las consecuencias. Los militares han utilizado términos como «guerra sucia», «guerra contrarrevolucionaria», «lucha contra la subversión» o «Proceso de Reor­ ganización Nacional». Los grupos que luchan a favor de los derechos humanos han preferido hablar de «terrorismo de Estado», «represión» o «dictadura militar», l.as primeras organizaciones revolucionarias emplean los términos utilizados por estos grupos a favor de los derechos humanos, y ademas hablan de «guerra civil», «guerra de liberación» o «lucha anti imperialista». Para los grupos implicados son tunda mentales los términos con que se hace referencia a la violencia política acaecida en Argentina durante los años setenta (ya sea «guerra contrarrevolucionaria», «guerra civil» o «terrorismo de Estado»), pues cada una de estas designaciones lleva implícita una serie de juicios mi >rales e historíeos que puede convertir a los patriotas en opresores, a las victimas en ideólogos o a los héroes en subversores.

E L M IED O A LA IN D IF E R E N C IA : LO S T E M O R E S D K LOS C O M B A T IE N T E S

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creencias, símbolos y significados. Kn palabras del general Díaz Bessone: «Yo sos­ tengo que cuando los valores son totalmente opuestos sobreviene la guerra. N o hay más remedio. N o se puede convivir. Por eso sobreviene la guerra en el medio, porque hay valores contrapuestos. [...] La subversión significa el cambio de los valores, el cambio de la cultura nacional. I-a cultura no es solamente el arte y la pin­ tura. N o, no. La cultura es todo» 4. Los mandos militares y los revolucionarios argentinos arriesgaron sus vidas por imponer un molde cultural determinado en la sociedad. Sólo con mucho sacrificio podía conseguirse la victoria, porque ambas partes estaban convencidas de que los males que aquejaban a Argentina estaban muy arraigados. Los orígenes de la estructura de rivalidad característica de la oposición polí­ tica argentina se remontan a la primera mitad del siglo X IX , cuando las guerras civi­ les asolaron un país que, a la vez, se encontraba en plena Guerra de la Independencia contra España. Los caudillos de las distintas regiones se opusieron a la hegemonía de que gozaba la elite poscolonial bonaerense; de iguai modo, las luchas por las condi­ ciones que debían respetar el gobierno y los representantes políticos enfrentaron durante décadas a federalistas y centralistas. Argentina iba a sufrir varios estallidos de violencia más durante el siglo X X , ya fuera en virtud de los golpes de Estado o por causa de la represión con que se sofocaron las huelgas sindicales y las manifestacio­ nes estudiantiles. La violencia política alcanzó unos niveles sin precedente durante los setenta, un periodo que sólo puede compararse al de las guerras civiles del siglo anterior. La tensión política que había ido en aumento desde el golpe de Estado que derrocó en 195 5 al presidente populista Juan Dom ingo Perón fue degenerando en una rivalidad antagónica a lo largo de los sesenta, a medida que los dictadores mili­ tares endurecieron el control sobre la clase obrera y los estudiantes. Este conflicto político dio paso a la lucha abierta durante los setenta. Tras la salida del poder de Perón, se generalizó en Argentina un sentimiento de insatisfacción p o lítíca'. La persistencia de la frustración entre la clase obrera por la proscripción del movimiento peronista y la aparición de una generación más joven con conciencia de clase que deseaba tomar parte activa en la política se fun­ dieron entre 1969 y 1973, engendrando una fuerza de oposición imparable al gobier­ no militar que entonces ocupaba el poder. Los sindicatos convocaron huelgas generales. Las asociaciones de jóvenes peronistas se manifestaron en las calles. A ni­ mados por Perón, ciertos grupitos paramilitares bombardearon las sedes de las gran­ des compañías extranjeras y se hicieron durante unas horas con el control de pequeñas ciudades, creando una sensación general de inseguridad en el país. Esta movilización popular dio sus frutos. A finales de 1972, el gobierno militar negoció con Perón la cesión del poder mediante la convocatoria de elecciones generales, que se celebraron en marzo de 1973. Algunos grupos marxistas sacaron partido de la ola de protesta del movimiento peronista, logrando atraer a un sector de población pequeño pero muy vigoroso. En su opinión, la conciencia revolucionaria de las masas populares había alcanzado unos niveles decisivos. El Ejército Revolucionario del Pueblo (ERP) -el brazo arma­ 4 Entrevista del autor con el general Díaz Bessone, 12 de junio de 1989. 5 Véanse Crasswcller, Perón and tbe ¡-.minias; James, Resísteme and Integra/ion; Munck, Argentina-, Pagc, Perón: A Biography.

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do del Partido Revolucionario de los Trabajadores (PRT)~ surgió a principios de los setenta y se convirtió en la organización más importante de la guerrilla Esta orga­ nización siguió perpetrando ataques armados, incluso después de que la dictadura permitiera en 1973 la subida al poder de un gobierno democrático peronista. Sus dirigentes estaban convencidos de que era posible lograr una insurrección popular, aunque sabían que la victoria definitiva podía retrasarse aún varios años. El opti­ mismo que demostraban estas organizaciones marxistas emanaba de lo que para ellos era una evaluación objetiva y científica de las fuerzas políticas de Argentina . Pedro Cazes Camarero, un ex-dirigente del ERP, hablaba dos décadas más tarde de este marco político de la siguiente manera: Lo que pasa es que adicionalmente a eso [a este escenario], nosotros teníamos una dialéctica de acumulación de fuerzas. Esta dialéctica de acumulación de fuerzas pasa­ ba en parte porque la lucha contra un enemigo tendía a fortalecernos, no a debilitarnos, porque aunque algún golpe recibiésemos nosotros producíamos un efecto político demostrativo que tendía a polarizar las fuerzas políticas alrededor de nuestra propia fuerza*.

Esta seguridad sobre lo inevitable de un proceso político dialéctico y la certeza sobre un desenlace revolucionario se transmitió a las Fuerzas Armadas y la población argentina: «Debemos atacar al ejército enemigo ya, ahora, siempre, hasta destruirlo para poder tener entonces un verdadero gobierno obrero y popular»9. Las Fuerzas Armadas se tomaron estas amenazas en serio. Desde la revolución cubana de 1959, y especialmente desde que el argentino Ernesto «Che» G uevara iniciara una lucha de guerrilla en Bolivia a mediados de los sesenta, los militares argentinos habían comenzado a plantearse la posibilidad de acometer acciones pare­ cidas en su tierra. El ataque de la guerrilla del E R P en septiemhre de 1973 a una base militar situada cerca de Buenos Aires terminó por convencer a las Fuerzas Arm adas de que el viraje hacia la democracia no había instaurado la paz en la sociedad argentina. t^l ambiente político estaba muy enrarecido a finales de 1973. Perón no podía garantizar la estabilidad política que le exigían los militares y la clase dominante. El movimiento peronista estaba dividido en varias facciones, y esto se traslucía en toda una serie de maquinaciones políticas, luchas intestinas en el propio gobierno, pro­ testas callejeras, huelgas, campañas de intimidación dirigidas contra los sindicalistas y asesinatos en m asalo. A sí las cosas, la organización marxista P R T -E R P anunció 6 7

Véanse Mattíni, 1 lumbres y Mujeres; Santucho, I j í s últimos gmvaristas; Seoane, lodo o nada. I.a critica de la ideología que hace 1lannah Arendt (Arendt, l-os orígenes del totalitarismo. ). Tota­ litarismo, pág. 694) se aplica en este caso tanto a los revolucionarios como a los mandos militares que jus­ tificaron el golpe de Estado de 1976 por entenderlo como un nuevo comienzo: «Las ideologías pretenden conocer los misterios de todo el proceso histórico -los secretos del pasado, las complejidades del presen­ te, las incertidumbres del futuro- merced a la lógica inherente a sus respectivas ideas. Las ideologías nunca se hallan interesadas por el milagro de la existencia. Son históricas, se preocupan del devenir y del perecer, de la elevación y de la caída de las culturas, incluso si tratan de explicar la Historia por alguna ‘leyde la Naturaleza’» (Trad.: Guillermo Solana). 8 Entrevista del autor con el ex-dirigente del E R P Pedro Cazes Camarero, 29 de mayo de 1991. 9 E l Combatiente 6 (63), 1973, pág. 4. 10 Véase Robbcn, «Deadly Alliance».

Kl. MIEDO A LA INDIFERENCIA: LOS TEM O RES D E LOS COMBATIENTES

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su decisión de crear una zona liberada en la provincia norteña de Tucumán, y de continuar atacando las bases militares del resto del país. Al sentirse cada vez más vul­ nerables, las Fuerzas Armadas comenzaron a prepararse para el contraataque. La espiral de violencia se intensificó tras el fallecimiento de Perón, acaecido el i de julio de 1974. Entre julio de 1974 y marzo de 1976, se registraron más de dos mil actos violentos y más de mil personas perdieron la vida víctimas de la violencia polí­ tica Mientras las Fuerzas Armadas concentraron su lucha en las organizaciones marxistas, la derecha peronista y la policía se enfrentaron a la izquierda peronista, en particular a una organización paramilitar muy poderosa llamada los Montoneros . Los militares recrudecieron las acciones contrainsurgentes a mediados de 1974, procediéndose a la captura, la tortura y la ejecución de los guerrilleros. En represalia, el Ejército Revolucionario Popular (LR P) anunció la matanza indiscriminada de man­ dos militares. La muerte de un capitán del ejército y de su hija de tres años en diciem­ bre de 1974 impresionó a los militares, y convenció a los altos mandos de que había llegado el momento de abordar acciones más decisivas. En numerosas de las entre­ vistas que, quince años más tarde, mantuve con los mandos del gobierno militar, aún se dejaba sentir el tremendo temor, por no decir pánico, que asaltaba a mis entrevis­ tados sólo de pensar que sus familias podían haber sido los objetivos de estas repre­ salias. El asesinato en 1976 del general Cardozo, jefe de la Policía Federal, víctima de la explosión de una bomba colocada debajo de su lecho por una compañera de cla­ se de su hija es uno de los terroríficos ejemplos que mejor ilustra este miedo. E l con­ traalmirante H oracio M ayorga recordaba que estaba obligado a cam biar de residencia cada quince días tras retirarse de la Marina en 1974: Lo que ustedes los europeos no van a entender jamás es que nos era tan agobiante la guerra antisubversiva, nos era tan agobiante. Usted está hablando con un almirante que es del montón. A mí me trataron de secuestrarme una hija mía, la fueron a buscar al colegio. En la guardia acá le pegaron un tiro a un custodia mío, y me mandaron a avisar de Puerto Belgrano que mi mucama en una clase de catequismo en esta igle­ sia que está acá al lado se le había levantado un guerrillero del ER P para que pusiera como a Cardozo una bomba [debajo de la cama]

La beligerancia de las partes combatientes eclipsaba las llamadas a la modera­ ción que hacían ciertos personajes destacados de la sociedad tanto de uno como del otro lado de la línea divisoria. En los panfletos revolucionarios se fraguó un discurso público en el que se denominaba explotadores, gusanos, sabandijas y pará­ sitos de la población a los militares; los revolucionarios, por su parte, aparecían presentados en los periódicos nacionales como salvajes, subversores, terroristas, nihilistas, nómadas de la crueldad e impulsores de la destrucción. Con el uso de tér­ minos peyorativos se buscaba deshumanizar al enemigo y presentar el bando propio como el más humano, a pesar de toda la violencia que entrañaba esa humanidad. Estos térm inos establecieron un tono irreconciliable que alcanzó su culmen con 1 1 Véase Marín, Los hechos arenados, págs. 110, 114. 12 Para una perspectiva critica de los Montoneros desde dentro, véanse Gasparini, Montoneros: Giussani. Montoneros. Para un relato desde el punto de vista del ejercito, véanse Día/ Ressone, Guerra revo­ lucionaria y Orsolini, Montoneros. Gillespie, Soldiersof Perón, ofrece una perspectiva externa. 1 \ Entrevista del autor con el contraalmirante I loracio M ayorga,; de octubre de 1990.

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la llamada a las armas. El vocabulario incendiario cosificaba al oponente, que quedaba convertido en poco más que un peligroso obstáculo que entorpecía la lle­ gada de un futuro glorioso. Los responsables de la inestabilidad que caracterizaba el ambiente de los años anteriores al golpe de Estado de 1976 arropaban sus actos de violencia con un discurso beligerante plagado de connotaciones apocalípticas. La combinación de este discurso bélico, los actos de violencia y el antagonismo ideoló­ gico con el miedo de cada bando por el potencial militar del otro dio lugar a ese complejo contexto en el que comenzó a definirse el enemigo y a establecerse los objetivos. En 1975, el conflicto armado culminó en la oposición hostil de dos ban­ dos: las Fuerzas Armadas y la policía, por un lado, y, por otro, la frágil alianza que formaban los grupos revolucionarios con el E R P y los Montoneros. Ambas partes estaban dispuestas a luchar hasta el final.

La

estr u c tu r a df.

i. a

r i v a l i d a d d u r a n t e i .o s s e t e n t a

Algunos agentes y analistas políticos han presentado las Fuerzas Armadas argén tinas y las organizaciones revolucionarias como dos demonios enfrentados en una dialéctica feroz de destrucción mutua, totalmente aislados del contexto histórico y político más amplio en el que se hallaban '4. 1 .a activista en pro de los derechos huma­ nos Graciela Fernández Meijide hace la siguiente puntualización; En esta sociedad siempre se intenta todo dividirlo por dos; en dos posiciones. Enton­ ces vos tenes la teoría de los dos demonios, las dos veredas, los dos bandos, que para mi es maniqueísta, absolutamente maniqueísta, y no ayuda para nada a un desenvol­ vimiento de una posición tercera si se pudiera que seguramente comprende a la mayo­ ría de los argentinos11.

Fernández Meijide subraya el carácter maniqueo de la cultura argentina, que sigue generando nuevos conflictos y oposiciones sin resolver los existentes. Por esta razón, sería demasiado simplista describir la compleja situación política que se vivió en Argentina durante los setenta como un conflicto armado entre los militares y los revolucionarios. Desde luego, las organizaciones revolucionarias argentinas no eran análogas a las Brigadas Rojas italianas o a la Facción del Ejército Rojo alemán, que operaron en un vacío político ajenas a las preocupaciones de las clases obreras ita liana y alemana. Más bien, los revolucionarios argentinos actuaban en un clima generalizado de conmoción popular. «La violencia de arriba genera la violencia de abajo», rezaba un lema popular en aquella época. Efectivam ente, se produjeron enfrentamientos en fábricas, universidades, parroquias, cuarteles militares y en las calles de las principales ciudades industriales. I .os militares denunciaban la agitación alimentada por los comunistas y la infiltración de extranjeros, y las organizaciones revolucionarias, por su parte, apuntaban como causas de la violencia la explotación que sufría la clase obrera a consecuencia del imperialismo de las potencias interna­ cionales y de la burguesía nacional. Estas denuncias de gran calado dejaban entrever 14 15

Véase Schitlcr et al. , ¿Hubo dos terrorismost Entrevista del autor con Graciela Fernández Meijide, 16 de mayo de 1990.

F.l. M ir .n o A LA INDIFERENCIA: LOS TEM ORES DE L.47

la sensación de amenaza que suscitaban los parámetros culturales que trataba de imponer mediante el uso de la fuerza cada bando en la sociedad argentina. El análisis del discurso público muestra que esta sensación de amenaza persistió a lo largo de los setenta -el comunismo frente al imperialismo capitalista-, si bien el blanco de las operaciones fue variando con el transcurrir de los años en consonancia con los cambios experimentados por las diferentes fuerzas políticas 1 ’. I.os enemi­ gos cobran existencia cuando el miedo que causa lo que se percibe como una ame­ naza deriva en una acción violenta dirigida contra un objetivo específico. La amenaza se interpretaba en términos geopolíticos, pero el enemigo se identifica­ ba en el seno de la nación, no tanto como una quinta columna que colaboraba con una potencia extranjera, sino más bien como un enemigo interno al servicio de una ideología que miraba por intereses ajenos, bien capitalistas bien comunistas. La per­ cepción de un enem igo nacional determinó la selección de los objetivos, convirtió a casi todo el mundo en un sospechoso potencial y transformó el conflicto en una lucha encubierta por definir la cultura y la identidad nacional. Esta situación recuer­ da la obra de Ernesto Sábato Sobre héroesy tumbas, un relato fascinante sobre la para­ noia y la conspiración: «Todos estaban recelosos de todos, las gentes hablaban lenguajes diferentes, los corazones no latían al mismo tiempo (como sucede en cier­ tas guerras nacionales, en ciertas glorias colectivas): había dos naciones en el mis­ mo país, y esas naciones eran mortales enemigas, se observaban torvamente, estaban resentidas entre sí» '7. E l rencor de las organizaciones revolucionarías nacía de un odio de clase que se tradujo en acciones paramilítares. Entre las organizaciones revolucionarias peronistas, sobre todo la que había pasado a ser la más im portan­ te, los Montoneros, y las guerrillas de orientación marxista, especialmente el PR 1 E R P , cundía la misma sensación de amenaza: «el im perialism o, las empresas monopolísticas, las oligarquías nativas, los gorilas activos, los traidores al Frente y al Movimiento, los restos de la camarilla militar proimperialista» Todo el que no estaba con el pueblo era una amenaza, porque «donde no está el pueblo, sólo está el antipueblo» E l Ejército Revolucionario del Pueblo (ER P) y los Montoneros se consideraban la encarnación del pueblo argentino, e imputaban al imperialismo y al capitalismo la dependencia económica que sufría Argentina a escala internacional. Las dos organizaciones tenían fines políticos distintos, pero hubo de cambiar la situación para que se hicieran notar sus diferencias ideológicas. En aras de sus respectivas metas, ambos grupos dirigieron sus ataques contra compañías m ulti­ nacionales, bancos, empresas nacionales de envergadura y la policía. En lugar de atacar a los militares, entre 197} y 1974 los Montoneros centraron su lucha contra la derecha peronista, pero secundaron al E R P en 1975 en su ataque contra lo que lla­ maban la guardia pretoriana de la clase dominante. A finales de 1975, los M onto­ neros comenzaron a atacar bases militares e instalaciones de la Marina y las Fuerzas 16 Ln «Militarv’s Perccption», Perelli confunde la sensación de amenaza con la definición de riva­ lidad en un artículo por otra parte muy interesante sobre el papel de los militares en tanto agentes políti­ cos. Pion-Berlin ( Ideology, págs. 5-7) sugiere que la reacción violenta de los militares argentinos al movimiento contrainsurgente no partía de una evaluación objetiva de la verdadera magnitud de la ame­ naza, sino que tuvo su origen en las ideas que presuponían la existencia de una amenaza. 17 Sábato, Sobre héroes y tumbas. 18 FJ Descamisado 1 (4), 1975, pág. 5. 19 Ibtd.

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Aéreas. Esta coordinación entre las dos organizaciones revolucionarias a la hora de llevar a cabo sus acciones armadas resultaba, a ojos de los militares, un paso deci­ sivo, fatídico, que exigía la represión total. ül inicio de este ataque sistemático contra la izquierda revolucionaria se pro­ dujo en febrero de 1975, cuando un decreto difundido en secreto entre los militares ordenó la aniquilación de los campamentos que los insurrectos marxistas tenían en Tucumán. En lo que constituye un ejemplo de considerable dramatismo histórico, la campaña recibió el nombre de Operación Independencia. La decisión de empren­ der acciones militares fue estratégica. El jefe de la operación, el general Vilas, creía que la forma más eficaz de erradicar las guerrillas no era atacarlas en las colinas y la selva de Tucumán, sino más bien aislar a los combatientes de las gentes que los ayudaban 2°. El general Vilas daba asi la vuelta a la conocida sentencia de Mao Tse Tung según la cual un luchador de la guerrilla tiene que moverse como pez en el agua. La estrategia de los represores consistía en matar al pez al dejarle sin agua. Los llamados grupos de tarea allanaron casas y secuestraron a los sospechosos; por su parte, las unidades contrainsurgentes regulares, uniformadas, peinaron las zonas rurales poco pobladas. Esta táctica resultó tan eficaz que decidió emplearse en todo el país un año más tarde. La nueva estrategia aplicada por las fuerzas contrainsurgentes transformó el teatro de la contienda en un ambiente cargado con las brumas de la sospecha, en el que cualquier persona podía ser acusada de colaboración con el enemigo. I .a fron­ tera que otrora separara a los aliados de los enemigos se vio drásticamente alterada. La tortura era el juez que decidía el destino de la población, y el miedo fue el castigo impuesto a todos sin distinción. Las colinas de Tucumán dejaron paso a las calles de Buenos Aires, Córdoba, Rosario y La Plata una vez se ordenó secretamente extender la represión en octubre de 1975 con el fin de «aniquilar el accionar de los elementos subversivos en todo el territorio del país»11. E l Decreto ponía en marcha un plan coherente de acción con claros objetivos que permitía al ejército sistematizar las acciones que venía reali­ zando de forma encubierta al menos desde finales de 1974. Se había polarizado el enfrentamiento, quedando así dos bandos: las Fuerzas de Seguridad y las Fuerzas Armadas, por un lado, y, por otro, la frágil alianza de las organizaciones de la gue­ rrilla revolucionaria. Estos dos bandos no estaban en absoluto al mismo nivel, pero sí igual de convencidos de que iban a salir victoriosos de la lucha. Esta división en dos facciones enfrentadas caracteriza la mayoría de los con­ flictos armados. Según Scarry, «los combatientes se introducen en una estrucmra de dualidad autoexcluyente. Se engranan en una dualidad categórica, aun cuando rodos la consideren provisional e inadmisible» Cada bando trata de causar más daño que su contrario, de forma que el vencedor pueda imponer sus condiciones al vencido. Por otra parte, no procede suponer que cada bando se encuentra dividido rigurosamente en mandos y combatientes; ambas partes tratan de involucrar al res­ to de la sociedad en el conflicto. El apoyo físico, político e ideológico prestado por 20 Véanse FAMUS, Operación Independencia, y C JE , Ejército da boy, para una exposición de la lucha desde el punto de vista de Jas Fuerzas Armadas. 21 22

Poder Ejecutivo Nacional, Decreto 2770-72, 6 de octubre de 1975. Scarry, The Bodyin Pain , pág. 87,

I-I. MIEDO A LA INDIFERENCIA: LOS TEM O RES DE LOS COM BATIENTES

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la mayoría de la población -qu e en muchos casos preferiría simplemente seguir plácidamente el curso de la vida- puede resultar decisivo a la hora de garantizar la victoria. Nadie queda a salvo de la violencia, pues incluso los que logran sustraerse de participar activamente en el conflicto pueden terminar siendo sus víctimas, l.as sociedades que se ven divididas en dos bandos irreconciliables, como ocurrió duran­ te los setenta en Argentina, invalidan la posibilidad de mantenerse neutral. Las organizaciones guerrilleras veian esta división de la sociedad argentina en dos bandos enemigos como el resultado inevitable de la lucha revolucionaria. N o existía un término medio legítimo entre las partes enfrentadas donde situarse: «La agudización de la represión y la entrada a una situación de guerra civil generaliza­ da polarizará los campos desterrando las posiciones intermedias»*5. La violencia política trataba de acelerar la polarización de la sociedad argentina. Las Fuerzas Armadas también pensaban que el enfrentamiento violento era inevitable. Aun admitiendo que la definición que da Scarry de la guerra como una dualidad autoexcluyente es importante a la hora de entender la pugna entre mundos cultura­ les opuestos, esta propia estructura de la rivalidad es a su vez un producto social, que, ciertamente, se trasluce en los temores que infunde la existencia de indecidibles. Fn efecto, los indecidibles cuestionan los constructos culturales, ya existentes ya utópi­ cos, al no suscribir ninguno, y ponen en entredicho la supuesta inevitabilidad de la estructura de la rivalidad. De ahí que el gran número de argentinos que decidieron mantenerse al margen en la incipiente guerra civil que comenzó a gestarse durante los setenta preocupara tanto a los bandos enfrentados.

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a l i a n z a f: i n d i f e r e n c i a

Las organizaciones que luchaban en pro de los derechos humanos suscitaban una reacción ambigua entre la guerrilla argentina. Por un lado, se les aplaudía por sacar a la luz pública las conculcaciones de los derechos humanos y civiles en que incu­ rrían las fuerzas gubernamentales, pero, por otro, en el fondo se las consideraba ins­ tituciones burguesas incapaces de percibir lo justificada que estaba para la revolución la necesidad de recurrir a la violencia. En esta línea, por ejemplo, increpaba el escri­ tor y periodista Osvaldo Bayer a sus coetáneos intelectuales. En su opinión, el éxito de la dura represión acometida por los militares se debía a que la mayoría de los argentinos los apoyaba fervorosamente, era cómplice con su silencio o ejercía «una oposición constructiva» al entablar un diálogo con la dictadura. Denunciaba, por el contrario, «la linca neutralista» de ciertos políticos e intelectuales que se declaraban «contra la violencia de cualquier signo» y que trataban de demostrar «que tienen el chaleco libre de manchas con sospechas de ideas subversivas o com unistas»i4. E l ex presidente Raúl Alfonsín y el escritor Ernesto Sábato se mencionaban como ejemplos de esta neutralidad reprobable. Se diría, por tanto, que las partes enfrenta­ das no podían tolerar las llamadas a la moderación y al diálogo que ansiaban poner fin a las hostilidades. 23 24

F J Combatiente, 9 (221), 1976, pág. 11. Bayer, «Pequeño recordatorio», págs, 205, 208.

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En el discurso oficial del gobierno también empezó a quebrarse ese convenci­ miento de que la polarización de la sociedad argentina resultaba inevitable. Si bien en 1975 los combatientes armados aún se veían como el enemigo principal, a partir de 1976 los militares comenzaron a incluir entre sus objetivos a los llamados ideólo­ gos y simpatizantes. El general Vilas, que había abandonado Tucumán para insta­ larse en la provincia de Bahía Blanca, en la Patagonia, declaraba lo siguiente en agosto de 1976: «La lucha contra la subversión [...] se ha llevado hasta ahora contra la cabeza visible que es el delincuente subversivo, pero no contra el ideólogo que genera, que forma y moldea esta nueva clase de delincuentes» 2\ Los objetivos se encontraban, pues, tanto en los frentes armados com o en los ideológicos. La doctrina militar, muy influida por las acciones contrainsurgen­ tes puestas en práctica por los franceses durante las guerras de independencia de Argelia e Indochina, inculcaba al ejército argentino que la lucha contra la guerrilla siempre se libraba en estos dos frentes. E n un documento de 1967 puede leerse que «si bien es cierto que el objetivo de la subversión es la mente del hombre, no es menos cierto que para su conquista se emplean las armas además de las ideas. En consecuencia, quedan m arcados dos campos en lo que hace al desarrollo de la subversión: el de la lucha mental y el de la lucha armada» l(>. Los militares eran cons­ cientes de que esta ampliación de la definición de rival requería un ajuste considera­ ble en el ámbito de la opinión pública, en el que la guerra aún se configuraba como un enfrentamiento entre dos ejércitos regulares. Los miembros de la Junta Militar subrayaron una y otra vez a lo largo de 1976, 1977 y 1978 que «no solamente es considerado como agresor el que agrede a través de la bomba, del disparo o del secuestro, sino también aquél que en el plano de las ideas quiere cambiar nuestro sis­ tema de vida» í7. En 1977, se acusaba a los ideólogos de ser más peligrosos que los propios combatientes: «A mí me preocupa mucho más un ideólogo que un hom­ bre que está en el combate; el hombre que está en el combate tiene peligrosidad porque destruye, porque su bomba puede cegar muchas vidas. Pero el ideólogo es el que envenena, el que roba los hijos, el que destruye la familia, el que puede crear el caos»2*. ¿Qué diferencia había entre los ideólogos y los simpatizantes? ¿Se referían a los estrategas políticos de las organizaciones de la guerrilla o a los editores de publica­ ciones clandestinas como E l Combatiente, Estrella Roja o Evita Montonera, quienes trataban de incitar, con sus incendiarias plumas, a las masas a protagonizar un levantamiento general? Jaim e Swart, ministro del gobierno de la provincia de Bue­ nos Aires, especificaba que los ideólogos eran «políticos, sacerdotes, periodistas, profesores de todas las categorías de la enseñanza» *9. Todo el que participara en cualquier tipo de activismo político, todo el que hiciese un llamamiento público a la justicia social y al respeto de los derechos humanos y civiles podía considerarse un ideólogo. Los simpatizantes eran los que sentían afinidad por algunos de los ideales utópicos de la izquierda revolucionaria. L'na aplastante mayoría de los de entre 25 26 27 28 29

I m Nadan, j tic agosto de 1976. Masi, «Lucha contra la subversión», pág. 38. (Jeneral V’idela, citado en /m Nación, 18 de diciembre de 1977. General Chasseing, citado en ! m Nación, 19 de septiembre de 1976. Citado en 1 .a Nación, 12 de diciembre de 1976.

1: 1. MIEDO A I.A IND IFERENCIA: LOS TEM ORES DE l.l >S COM BATIENTES

lo.ooo y 30.000 «desaparecidos» durante los años de la represión estaban catalogados como ideólogos y simpatizantes; de hecho, la mayoría de ellos jamás había empuñado un arma ni había participado en un ataque armado. Los militares los consideraban peligrosos porque creían que eran los responsables de difundir ideas subversivas, de distribuir panfletos ilegales y de dar cobijo y apoyo a los guerrilleros, o simplemen­ te porque se consideraba que engrosaban los amplísimos grupos de gente entre los que la guerrilla reclutaba a sus combatientes. Se entendía que todo el que no se manifestaba claramente a favor de los militares apoyaba al enemigo: «El enemigo no son sólo los terroristas, también son enemi­ gos de la República los impacientes, los que ponen por encima del país los intereses del sector, los asustados, los indiferentes» Toda la nación argentina se incorpo­ raba al conflicto, hasta el extremo de que el general Ibérico Saint-Jean, el gobernador de la provincia de Buenos Aires, declaró en mayo de 1976: «Primero mataremos a todos los subversores; luego a sus colaboradores; luego [...] a sus simpatizantes, y después [...] a los que permanecen indiferentes; finalmente mataremos al cobarde» Meter en el mismo saco a los indiferentes, a los asustados, a los acobardados por los combatientes enemigos, a los ideólogos y a los colaboradores fue un intento bru­ tal de imponer la estructura de la rivalidad sobre un amplio sector de la sociedad argentina que no encajaba en la dualidad autoexcluyente. A ojos de los combatientes, los indiferentes se negaban a tomar partido en el conflicto armado; los asustados y los cobardes, por su parte, se evadían de las hostilidades abiertas al encerrarse en una esfera privada hermética. Los indiferentes, los cobardes y los asustados no consti­ tuían una amenaza política o militar, sino más bien moral y conceptual; una amena­ za implícita en la estructura polar de la rivalidad y en la moralidad partisana que traía consigo. Ponían de manifiesto que la violencia no era inevitable, sino el resul­ tado de una elección y una acción humanas. Mientras el enemigo podía ser definido y definible por la violencia política, los indiferentes escapaban a la lógica de la dife­ rencia, para hacerse inclasificables. Se habían convertido así, para decirlo con Douglas, en «anomalías», y, con Derrida, «indecidibles» que minaban la oposición no cuestionada entre enemigo y aliado En este sentido, apunta Bauman lo siguiente: Son ese «tercer elemento» que no debería ser. Los verdaderos híbridos, los mons­ truos; no sólo inclasíficados, sino inclasificables. No cuestionan, por tanto, esta opo­ sición concreta [entre aliado y enemigo); cuestionan las oposiciones como tales, el propio principio de la oposición, la admisibilidad de la dicotomía que lleva aparejada. Desenmascaran la frágil artificialidad de la división-destruyen el mundo-i!. Los indiferentes minaban, al mantenerse al margen, una dualidad que se había proclamado como un fundamento de la sociedad y, lo que es aún más peligroso, socavaban esa jerarquía moral que separa el bien del mal implícita en la oposición entre aliado y enemigo. Derrida sostiene que las dicotomías -com o las que oponen vida y muerte, bien y mal, cultura y naturaleza, alma y cuerpo, masculino y femenino, habla y escritura, 1 o Almirante Massera, citado en / A 'ación, 4 de diciembre de 1976. 51 General Ibérico Saint-Jean, citado en Simpson y Bennctt, Tht Disappeared. pág, 66. 5 í Véanse Doujrlas, Purity and D tinger; Derrida, /_•; diseminación. j 3 Sau m in ,«Modern ity and Ambivalente», pág, 148-9.

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amo y esclavo, interior y exterior- son siempre construcciones culturales jerarqui­ zadas en las que el primer término se considera superior al segundo. Frente a estas dicotomías, Derrida plantea los que denomina indecidibles, que albergan valores con­ tradictorios cuyos significados sólo pueden extraerse de su sintaxis. Los indeci­ dibles tienen propiedades «falsas» que obstaculizan su inclusión en las oposiciones binarias, sin llegar a constituir por separado un tercer término. Más bien, desmante­ lan estas dicotomías al residir en ellasi4. Basándose en la reveladora interpretación de Freud de das Unheimliche (lo siniestro, lo ominoso), Derrida resalta otras palabras que combinan significados antitéticos. Por ejemplo, el vocablo griego pbarmakon significa veneno, bebedizo y maleficio, y a la vez remedio, medicina y filtro. Su ambivalencia es comparable a la voz inglesa drug, que en lenguaje coloquial se utili­ za para referirse tanto a los medicamentos beneficiosos como a los narcóticos más nocivos. Del mismo modo, el sustantivo alemán G ift significa tanto veneno como regalo, presente5’ . La desconstrucción léxica que lleva a cabo D errida con el vocablo griego pbarmakon le lleva hasta la voz pbarmakos, que significa brujo, mago, envenenador y chivo expiatorio. El brujo es el señor de lo oculto que vive entre la oscuridad y la luz, en la frontera entre la realidad y la imaginación. Puede curar y envenenar. E l chi­ vo expiatorio también vive en los márgenes de la sociedad. Es la encarnación del pbarmakon: «Benéfico en tanto que cura -y por eso venerado, rodeado de cuidados-, maléfico en tanto que encarna los poderes del mal, y por eso temido, rodeado de pre­ cauciones» 5 . En la antigua G recia, los esclavos, los criminales, los indigentes y los deformes eran utilizados como chivos expiatorios. Las autoridades de Atenas mantenían a los parias y los marginados con dinero público para sacrificarlos como ch ivo s expiatorios cuando la ciudad se veía asolada por plagas, hambrunas o sequías ,7. E l chivo expiatorio era la víctim a inocente que supuestamente iba a restaurar el orden social y natural con su muerte. «El chivo expiatorio sugiere tanto la inocencia de las víctim as, la polarización colectiva que surge por oposición a ellas, y el fin colectivo que resulta de esa polarización», afirma Girard ' 8. A la asus­ tada población de a pie no se la acusa de causar la violencia, aunque, puesto que no declaraba abiertamente su condición de aliada o de enemiga, se la acusa de situar­ se al margen de la estructura dicotóm ica establecida, de desestabilizar con ello el reparto de la sociedad en bandos antagónicos al dejar al descubierto que se trata de una construcción social y de hacer peligrar también el (des)orden social con su posi­ ción ambivalente e indeterminada: «La diferencia que existe fuera del sistema es terrorífica porque revela la verdad de dicho sistema, su relatividad, su fragilidad y la moral que lo rige» ' 9. Cabría sostener que los argentinos indiferentes fueron utiliza­ dos como chivos expiatorios del conflicto político, si no fuera porque no se les perseguía para restaurar la paz al orden existente sino para mantener un orden pola­ rizado de destrucción.

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Véanse Derrida, I m diseminación, pág. 335; Posiciones, pág. s4Vcase Mauss, Tbe G ift, págs. 59-62. Derrida, I m diseminación , pág. 201. Trazer, Golden ttough, págs. 670-2. Girard, Tbe Scapegoat, pág. 39. lbid. .pág. 21.

EL MIEDO A LA INDIFERENCIA: LO ST EM O R ESD E LOS COMBATIENTES

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L O S IN D E C 1D IB L E S Y LO S IN IE S T R O

Una vez los indecidibles pasaron a considerarse enemigos de la sociedad argen­ tina, cada vez resultó más complicado para las partes enfrentadas a partir de media­ dos de los setenta distinguir a los aliados de los enemigos, e incluso descubrir si no se habría subvertido la identidad propia que habían adoptado en la contienda. El ene­ migo se hizo tan difuso que las Fuerzas Armadas argentinas empezaron a dudar de si mismos, y a definirse a través de los contornos de sus oponentes. Uno era todo lo que no era el otro. E l Brigadier general Agosti proclamó en 1978: «Ahora identi­ ficamos a nuestros enemigos, sabemos cómo actúan y conocemos sus objetivos. Constatamos que son fundamentalmente diferentes a nosotros, unos en su proceder, otros conceptual e ideológicamente. En aquellas oportunidades en que tengamos dudas sobre nuestra identidad podemos encontrarla analizando la identidad de nues­ tro enemigo» 4C'. El enemigo había avanzado hasta situarse en el perímetro del «nosotros». N o era sólo el que atacaba o subvertía la sociedad, el que se infiltraba para envenenar a la familia propia, sino la negación del «nosotros». Un «nosotros» que sólo podía evitar derrumbarse por completo manteniéndose unido. La pobla­ ción tuvo que hacer fuerza común contra la subversión, de manera que «quisiéramos ver a cada ciudadano vistiendo, en lo intimo de su corazón, el uniforme de combate que la gravedad de la hora nos exige a todos»4'. Las organizaciones revolucionarias de orientación marxista también comen­ zaron a tener dudas sobre su identidad según aumentó el número de víctimas a medida que se desarrollaba el conflicto. Las pérdidas se justificaban esgrim iendo la dudosa lealtad o pureza ideológica y el sospechoso bagaje de clase que tenían tan­ to algunos miembros de las organizaciones como sus líderes. La alianza marxista del P R T y el E R P fomentaba el ascenso a las posiciones de poder de los miembros que provenían de la clase obrera. El prototipo de identidad comenzó a ser el individuo de padres de clase obrera curtido por la lucha revolucionaria. La cuestión de la identidad también era m otivo de preocupación para los Montoneros peronistas. De hecho, trataron de infundir en sus adeptos un espíritu revolucionario, e instituyeron tribunales con el fin de garantizar el cumplim ien­ to de su doctrina política. Un caso notable es la suerte corrida por Tulio Valenzuela, un mando de los Montoneros que fue capturado por el ejército argentino en 1978. Para salvar su propia vida y la de su mujer, fingió acatar un plan para asesi­ nar a M ario Firm enich, el principal dirigente de los M ontoneros. Valenzuela debía conducir a un infiltrado al lugar donde se escondía Firm enich en M éxico. Estando ya en este país, Valenzuela escapó de sus captores, inform ó a Firm enich del plan y evitó así su muerte. Pero los dirigentes de los M ontoneros comenzaron a dudar de Valenzuela. ¿Quién era? ¿Era un miembro leal que, luchando contra todos los obstáculos, había arruinado el plan de acabar con la cabeza del m ovi­ miento o era un desertor? ¿De qué lado estaba realmente? Valenzuela fue som eti­ do a un consejo de guerra y condenado por traición. N o fue ejecutado, dados los evidentes atenuantes, pero se le aplicó la pena de degradación, pasando de oficial 40 41

Agosti, Discursos, págs. 66-8. Almirante Massera, citado en I jt Nación, 4 de marzo de 1977.

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m ayor a subteniente, y fue obligado a autoinculparse. Valenzuela se autoinculpó por la arrogancia de creer que podía combatir por sí solo al enemigo desde dentro, de quebrantar la doctrina revolucionaria y de intentar fusionar sus intereses per­ sonales con los del movimiento revolucionario. Tratando de demostrar su lealtad a la organización guerrillera en una misión cuasi-suicida, cruzó la frontera argen­ tina con documentación falsa para proseguir la resistencia contra la dictadura. Poco tiempo después, fue apresado y asesinado 4\ Según los militares y la guerrilla, la sociedad debía estar por encima de uno mismo para que ambos pudieran sobrevivir. Un individuo sólo tenía garantiza­ da la salvación del derrumbamiento total si la sociedad se mantenía unida, bien a la izquierda bien a la derecha. Hombres y mujeres tenían que movilizarse en esta gue­ rra e ingresar en las fuerzas nacionales de defensa o, en el caso de los líderes de la guerrilla, en una milicia popular. Si cualquiera de las dos partes lograba esa unión nacional, el oponente estaría ante una fuerza in vencible. E l discurso de la rivalidad era en realidad una narrativa sobre la diferencia, que surgió de la oposición entre dos concepciones culturales sobre el individuo y la sociedad, y de la oposición entre dos modos diferentes de entender qué camino debía tomar Argentina, sus instituciones políticas y la identidad nacional. La vio­ lencia se convirtió en el lenguaje con el que conseguir la sociedad que, según man­ tenían ambos bandos haciendo gala de un talante mesiánico y utópico, deseaba tener la población. Esta narrativa debió alentarse durante el conflicto armado, no sólo para justificar el uso de la fuerza, sino también para obligar a las partes a actuar, a recrudecer sus opiniones políticas, a mantener vivo el deseo de matar a leas congé­ neres que se definían como la negación de la propia existencia. El filósofo político alemán Cari Schmitt, un defensor reconocido del nazismo, definía al enemigo como un Otro tan diferente desde un punto de vista existencial que hace inviable la posibilidad de que un tercero imparcial arbitre los conflictos que pue­ dan surgir con él. Schmitt afirmó que «la guerra surge del antagonismo porque es la negación existencial de otro ser»4'. Esta concepción del enemigo como la negación del yo aboca a la conclusión fatal de que la rivalidad es consustancial a la sociedad y de que todos los enemigos deben eliminarse para garantizar la supervivencia. La presencia de una mayoría indecidible en Argentina, que parecía ser indife­ rente a la lucha política, intensificó los temores por la posibilidad de la derrota. Por lo menos al enemigo beligerante se le podía hacer frente, porque su visión del mun­ do era la diametralmente opuesta a la propia. Pero los indiferentes y los activistas que luchaban en pro de los derechos humanos, por el contrario, sembraban el caos en el orden paradoxal del antagonismo. Como dice Langer, «el hombre puede adaptarse de algún modo a todo lo que pueda concebir su imaginación, pero no puede hacer frente al Caos. Dado que su función característica y su principal baza es el entendi­ miento, su mayor miedo es encontrarse con algo que no puede interpretar, lo ‘sinies­ tro’, como se dice comúnmente»44. Los indecidibles no estaban ni a favor de un bando ni en contra del otro. N o eran ni diferentes ni iguales. Resultaban familiares y, 42 Véanse Bonasso, Recuerdo de la muerte , pígs. 181-99, 217-2?; Gasparini, Montoneros, págs. 219-20. 4; Véase Cari Sclitnitt, O er Bre/iff des Po/itischen, págs. 27, 5;. Véase también Schmitz, l'remtd-

l ’eitid Tbeorie. 44

I .anger, Pbtlosophy, pág. 255.

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a la vez, extraños. N o sólo hacían peligrar la estructura de la rivalidad que enfrenta­ ba a enemigos y aliados, sino que ponían de manifiesto una identidad ambigua y oscura. Esta indeterminación y rareza suscitaba un sentimiento que Langer deno­ mina «lo siniestro», das Unbeimliche. Unbeimlich significa terrible, horrible, pavoroso y raro. En muchos de sus sig­ nificados coincide con su opuesto, das Heimliche. Heimlicb significa doméstico, ínti­ mo, familiar, privado, pero también escondido, secreto y oculto. Das Unbeimliche «es esa clase de sentimiento estremecedor que remite a lo conocido, a lo acostum­ brado, a lo fam iliar»4*. En este sentido, los indecidibles suscitan sentimientos de ansiedad, extrañeza y pavor, porque revelan lo que supuestamente debería perma­ necer escondido, a saber, que las estructuras sociales, ya sean de rivalidad o de orden, son construcciones culturales. Julia Kristcva ha sugerido que el extranjero suscita el asombrojiorquees la encar­ nación de nuestro yo oculto. El otro es mi propio subconsciente4 , afirma esta auto­ ra. Los indecidibles producen tanto temor y desprecio porque los demás proyectan sobre ellos su propio subconsciente. Aquéllos no separan el yo de su contrario, ni parecen elegir entre el bien y el mal. Aparentemente borran las fronteras de un uni­ verso moral, minan la fe de las personas en las verdades absolutas, en la ética y la jus­ ticia, y por tanto parecen ser extranjeros en la sociedad.

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io l e n c ia y m o r a l id a d

Ser indecidible no significa necesariamente permanecer pasivo frente a la vio­ lencia política, porque en tal situación no pueden retrasarse las cuestiones relativas a la moral. Por el contrario, éstas se hacen más urgentes en los momentos de con­ flicto, precisamente porque entonces se abandonan los códigos y las prácticas socia­ les habituales, y la moral que llevan implícita. La mayoría de los civiles trata de seguir el curso de la vida en épocas de violencia aceptando las condiciones que le son impuestas. En el fondo, pueden tener afinidades con algunos de los involucrados en el conflicto, si bien no se sienten lo suficientemente comprometidos para tomar parte activa en él. Los indedicibles no comprometidos eran aquéllos que los milita­ res argentinos denominaban los asustados, los cobardes, los indiferentes. El hecho de que se incluyan en la categoría de los enemigos revela la aprehensión inconscien­ te que causa una oposición proclamada como fundamental. Los indiferentes ocupa­ ban una posición inclasificable. Minaban así la oposición no cuestionada entre enemigo y aliado al poner en entredicho su inevitabilidad. Sin em bargo, los indecidibles también pueden luchar contra las condiciones que la sociedad trata de imponerles. En Argentina, algunos de ellos, hartos de la violencia, decidieron unirse activamente a organizaciones en pro de los derechos humanos, arriesgando sus vidas por tal causa. Estos valientes se convirtieron en indecidibles declarados, que eligieron situarse entre ambos bandos. Condenaron el sinsentido de la violencia, y solicitaron el respeto de los derechos humanos y civiles de los ciudadanos. 45 46

Freuil, «The uncanny», pág. 220. Kristeva, Étrangtrs, pág. 271.

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Las luchas sociales y el sufrimiento humano son inevitables, pero sigue estando en manos de los seres humanos causarlos y solucionarlos. La decisión de permanecer como indecidible en un conflicto armado no convierte a quienes la toman en meros espectadores, sino que los implica en la violencia en tanto cuestiona la destrucción totalizadora en que se engrana la diferencia en una sociedad presa del miedo. Los militares y los revolucionarios lo sembraron, pero tampoco estaban libres de sentir­ lo. N o en vano, los indecidibles despertaban en ellos temores y siniestros senti­ mientos, que amenazaban con socavar el uso no cuestionado de la violencia en el seno de la sociedad argentina. La mayoría de la población civil fue criticada por fal­ ta de patriotismo, y los activistas que luchaban en pro de los derechos humanos, por su parte, fueron acusados de sabotear una guerra justa. Estos grupos recordaban a las partes enfrentadas que toda interacción social, incluida la violencia, siempre tie­ ne una dimensión moral, y que incluso el enemigo es una construcción social. Si estas desmistificaciones suscitaban sentimientos tan pavorosos en los combatien­ tes, no era tanto porque corroboraran lo esencial de su diferencia, sino precisa­ mente porque revelaban lo que tenían en común.

Vil D E LA BA N A LID A D D E LA VIO LENCIA A L T ER R O R REA L: E L CASO D E COLOMBIA Daniel Pécaut 1980, C o l o m b i a h a s u f r i d o d e n u e v o el azote de la violencia. La media nacional de homicidios es una de las más elevadas del mundo, con fre­ cuencia por encima de los 70 muertos por cada 100.000 habitantes. En cier­ tas localidades y regiones, el Índice asciende hasta las 400 bajas por cada 100.000 personas. Entre 1980 y 1995, la cifra total superó las 300.000 muertes Son nu­ merosas las matanzas que se cobran más de cinco vidas; sólo entre 1988 y 1993, se registraron casi 900 incidentes de ese tipo, con un total de 5.000 víctimas 2. Otros índices también confirman esta tendencia. Miles de sindicalistas y activistas polí­ ticos han muerto asesinados. Un partido político, la Unión Patriótica (UP), se vio diezmado a causa de los asesinatos, y estuvo a punto de desaparecer del mapa políti­ co. El número de secuestros denunciados oficialmente aumentó del millar regis­ trado en 1990 a los 1.717 de 1991. En total, más de medio millón de personas se han visto obligadas a huir de su lugar de residencia. En amplias franjas del país, las prác­ ticas chantajistas y las actividades delictivas se han convertido en moneda corriente. E n muchas áreas urbanas y rurales, este tipo de violencia ha degenerado en una serie de manifestaciones particulares del terror. Así ocurre especialmente en el valle medio del río Magdalena o en Urabá, donde varios grupos armados compiten por el mismo territorio \ En estas zonas, la población civil está sujeta a la ley del silencio, y las masacres, el éxodo de los civiles, la brutalidad, las atrocidades, el miedo y la sos­ pecha siguen siendo la norma. Es más, de 1987 a 1993 se registró una intensificación de los actos terroristas, bien dirigidos contra personas concretas bien aleatorios, que llevan a cabo los narcotraficantes y sus truculentos aliados.

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1 Esta cifra resulta de la suma de los homicidios registrados oficialmente, según los datos de la poli­ cía. Véase Policia Nacional, Criminalidad 1991 (Bogotá). Estas cifras parecen aproximarse a la situación «normal» en Colombia. Ni siquiera durante li >s sesenta solía situarse el índice de homicidios por debaje >de las 15 victimas por cada 100.000 habitantes. 2 Véase Uribe y Vásquez, Enterrar y callar. 3 El número de muertos en Uraba oscila entre los 1.500 y los 3.000, según los datos.

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Dadas las circunstancias, resulta realmente sorprendente que la situación no haya suscitado una reacción más contundente de la opinión pública, nacional e inter­ nacional. Si es cierto que determinados acontecimientos, como el asesinato de des­ tacadas figuras políticas o algunas masacres particularmente sangrientas, causan una profunda impresión. Sin em bargo, este tipo de reacción es efímero, sin que haya indicios de que, en general, la situación esté alimentando la ira que, por ejem­ plo, ha desatado este tipo de atrocidades en Argentina, III Salvador o Guatemala. Esta relativa falta de reacción, este silencio, puede imputarse a varios facto­ res. En este capítulo resaltaré uno en especial: la banalidad o cotidianeidad de la violencia, que tiende a ocultar la existencia de situaciones de terror. Cuando me refiero a la «banalidad de la violencia», no pretendo remitirme a esa idea de una «cul­ tura de la violencia» que a menudo utilizan los analistas de la situación colombiana. El hecho de apelar a la cultura como marco explicativo, y más si cabe en el caso de la violencia, puede ser reflejo de una cierta pereza, y asumir un carácter tautológico. E s ciertf) que Colombia tiene una larga historia de acontecimientos violentos. En la época contemporánea, el recuerdo de La Violencia de la década de los cincuenta aún sigue vivo entre la población, y a menudo se invoca como justificación por parte de los que continúan ejerciendo la violencia en el presente. Sin embargo, no pueden ignorarse las nuevas características de la violencia. Su trivialidad y cotidianidad están vinculadas a una serie de factores específicos de la coyuntura actual: en parti­ cular, la naturaleza extremadamente heterogénea de la violencia impide que pueda articularse en torno a un solo eje vertebrador del conflicto. Entre estas peculiari­ dades podrían citarse las siguientes: la falta de conexión con formas preexistentes de identidad grupal; las redes de control que establece; las numerosas oportunidades que brinda; y la compatibilidad con el imperio de la ley que rige oficialmente en el Estado. De esta manera, tanto la continuidad como la discontinuidad están presen­ tes en esta transición que va desde la violencia diaria, banal, hasta el terror. En este capítulo trataré de demostrar en que medida ha generado la marcada continuidad de las diversas formas de violencia la percepción de ella como algo preexistente, y no como algo nuevo. Ningún marco ni disciplina académicos o políticos puede explicar aisladamente esta violencia, ni mucho menos encontrarle sentido. N o voy a detenerme una vez más en el contexto en el que se originó la v io ­ lencia actual4. M ás bien, en la primera sección de este artículo me ocuparé de las relaciones que se establecen entre sus múltiples y variadas formas. En la siguiente sección estudiaré con más detalle algunos rasgos de su carácter banal, y en la ter­ cera consideraré las condiciones específicas en las que se produjo la transición a una situación de terror. En la última, trataré de averiguar por qué el terror, que por otra parte es real, carece de historia y por qué no ha suscitado una profunda indignación moral

4 De obligada referencia son los libros de la Comisión de Estudios sobre la Violencia, incluido el de Deas y Gaitán Daza, Colombia, violencia y democracia: dos ensayos especulativos. Véanse asi mismo los dos volúmenes de la publicación Controversia, titulados l ?npa/sen construcción. Véase también Pécaut, «Préscnt, passé, futur de la violence». o tercer tipde expor­ taciones más importantes del país. Durante siglos, las zonas dedicadas a la producción de esmeraldas han estado azotadas por un problema crónico de violencia. Gran parte de los delincuentes más conocidos del pais príxredia de estas zonas. Actualmente las minas están cedidas a compañías privadas por contrato, pero

D E L A BAN ALIDAD D E LA VIOLENCIA A LT ER RO R REAL: ELCA SO D E COLOMBIA

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los delitos perpetrados con violencia en el país, tanto organizados como desorgani­ zados, suelen darse en las zonas dedicadas a los productos básicos9. La estrategia de la guerrilla, que ha convertido en su objetivo prioritario la extensión de su control a los centros de la actividad económica, ha transformado las relaciones que anteriormente mantenían los grupos armados. En las zonas de culti­ vo y procesamiento de los estupefacientes, resulta esencial que exista una cierta coo­ peración entre las guerrillas y los narcotraficantes. Hasta cierto punto, también es necesaria la complicidad implícita de otras fuerzas locales, incluidos el ejército, la policía y la clase política. Evidentemente, tampoco las relaciones entre las guerrillas y los narcotraficantes están totalmente exentas de conflictos. Así quedó de manifiesto cuando se produjo la ruptura del acuerdo tácito que mantenían las F A R C y los traficantes, que fue el origen de un enfrentamiento despiadado entre las primeras y los grupos paramilitares establecidos por Gonzalo Rodríguez Gacha Así mismo, también puede estallar el conflicto entre las guerrillas y las Fuerzas Armadas cuando el precio del soborno que exigen éstas es excesivo11. Excepto en las zonas productoras de cocaína, donde se hace necesaria su coope­ ración, los grupos guerrilleros y las bandas relacionadas con la droga general­ mente tienen intereses encontrados. Puesto que los narcotraficantes suelen invertir en terrenos y en ganadería (se calcula que ya han adquirido más de cinco millones de hectáreas de las mejores tierras), pasan a convertirse, como el resto de los terrate­ nientes, en objetivos de los grupos de la guerrilla, cuya táctica se basa en la recauda­ ción del im puesto revolucionario o en la confiscación de los bienes de los hacendados. En las zonas en las que se da esta situación, se produce sistemáticamen­ te un enfrentamiento entre estos dos grupos. En otras partes del país, donde hay ade­ más otras fuentes de riqueza, las relaciones se caracterizan tanto por la cooperación como por el conflicto. Las fuerzas de la guerrilla en ningún momento han paraliza­ do la producción, lo que parece indicar que tienen interés por seguir conservando sus fuentes de financiación. Incluso llegan a ofrecer protección a las compañías y a los terratenientes que no se retrasan en el pago de los «impuestos» que les obligan a abonarles. Además de estas formas de interacción, también destacan el cohecho entre la clase política y los narcotraficantes o las presiones que ejercen los grupos guerrilleros sobre el gobierno IJ. De esta manera se va redefinicndo el marco en el

la mayoría de las exportaciones son de contrabando, lista combinación de actividades legales e ilegales en una zona próxima a Bogotá, que a pesar de todo está bastante aislada, deja entrever que la zona desempeña un papel decisivo en las estrategias de ia violencia. Gonzalo Rodríguez Gacha, muy relacionado con Pablo Escobar, procedía de esta región. A finales de los ochenta, como resultado de una encarnizada dis­ puta entre dos bandos rivales por el control de la zona, se registraron varios miles de muertos. 9 Véase Echandia, «Colombie: dimensiones économíques». 10 Las FARC lograron destruir a los grupos paramilitares establecidos en Putumayo, un departa­ mento que tiene un papel decisivo en las actividades relacionadas con la droga. Sin embargo, en otras regiones, y especialmente en el Magdalena Medio, los paramilitares de Rodríguez Gacha lograron elimi­ nar a los colaboradores y los aliados de las FARC, incluidos los militantes de la UP. 11 No es casual que las emboscadas más sanguinarias que prepararon las guerrillas al ejército tuvie­ ran lugar en Putumayo y Caquetá, principales centros de la producción de cocaína, junto con Guaviare. 12 En los últimos tiempos, los grupos de la guerrilla han tratado de hacerse con el control de las inversiones locales; para ello han intentado imponer su influencia sobre los alcaldes, independientemen­ te de su credo político.

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que tienen lugar estas interacciones estratégicas en función de una serie diversa y variable de condiciones. Esta situación genera fundamentalmente una fragmentación del territorio nacio­ nal colombiano en la que se trasluce el poder relativo de los diversos actores impli­ cados. La reorganización del territorio nacional, que refleja la interacción entre los grupos armados, respeta los límites de las fronteras en buena medida invisibles que separan las zonas controladas por cada uno de esos grupos. Por encontrarse bajo el control de éstos y por ser el escenario de sus enfrentamientos, una serie de regio­ nes como Urabá o el bajo valle del Cauca se ha forjado una identidad particular. De esto se deduce que la violencia parece haber adoptado un carácter marcada­ mente prosaico. En realidad, en semejante conflicto queda escaso margen para las ideologías políticas o la disparidad de creencias. Ciertamente, los grupos de la gue­ rrilla siguen operando en la esfera política; de hecho, lo garantizan con su presen­ cia militar, que a su vez les permite tener una presencia simbólica en la mitad de los municipios del país, inclusive en las afueras de Bogotá Sin embargo, la credibili­ dad política que inspiran estos grupos es mínima. Su prestigio se ha ido desgastando paulatinamente desde 198 5, y la opinión pública cada vez está más hastiada de su cau­ sa, aparentemente limitada a la sucesión de amenazas y sin visos de que, a la larga, vaya a llegarse a ninguna parte. Tncluso mucho antes de que finalizara la Guerra Fría, ya habían perdido estos grupos de la guerrilla la capacidad de transmitir sus aspi­ raciones para mejorar el futuro. Su silencio incita a pensar que creen que sus acciones bastan para indicar claramente sus pretensiones y lo que representan. La violencia organizada, por su parte, nunca ha suscitado demasiada controversia política. Inclu­ so en las zonas en que están bien establecidos y gozan de considerable influencia, estos grupos se han mostrado reticentes a presentarse a las urnas. Sin duda esto se debe en parte al clima de terror y violencia existente, pero en cierta medida también refleja el temor que les produce la perspectiva de no conseguir los votos de los que supuestamente les apoyan '4. Todavía es posible establecer una diferencia entre la violencia organizada y la esporádica, pero ambas han entrado en una relación recí­ proca que ha degenerado en una situación de violencia generalizada. Ésta afecta a las relaciones sociales e interpersonales desde el momento en que altera el funcio­ namiento tanto de las instituciones como de los valores establecidos y cierra la puer­ ta a cualquier elemento externo, incluida, por tanto, la intervención de terceros. La interacción entre los diversos tipos de violencia alimenta su propia lógica, sus propias modalidades de conflicto y los sistemas que regulan sus relaciones. Esta violencia no está basada en las divisiones de clase o en otras formas colectivas de identidad social. En cualquier caso, en la actualidad persiste una serie de tensiones sociales, que se da en todas las regiones del país. De hecho, quizá hoy sea más visible que nunca. En su momento, la economía del café garantizaba en buena medida la estabilidad del 15 Para un análisis del punto de vista de un estratega militar, véase Rangel Suárez, «Colombia: la guerra irregular». 14 En muchas zonas cjue están bajo el control de la guerrilla, las listas políticas vinculadas a estos grupos han logrado cada vez menos votos en los últimos diez años aproximadamente. Atribuir esto sólo al terror supondría ignorar la desconfianza del electorado ante estos partidos políticos en cierta medida ambiguos. Las guerrillas sacan partido de esta situación apoyando a los candidatos de los partidos tradi­ cionales y ejerciendo un férreo control sobre ellos una vez resultan elegidos.

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régimen colombiano, pero la producción de café parece encontrarse estancada en un estado de crisis permanente y de declive a largo plazo. Tampoco el resto del sector agropecuario ha corrido mejor suerte, especialmente desde que la liberalización del mercado llevada a cabo con cierta improvisación en 1991 dejara todos los productos del pais a merced de la competencia extranjera. Durante los dos últimos años, el des­ em pleo urbano ha aumentado de manera constante, acom pañándose esta cir­ cunstancia del estancamiento o incluso del descenso de los salarios en términos reales. Una vez ha tocado a su fin el auge económico que trajo consigo la droga, el gobierno se ha visto así mismo obligado a adoptar medidas de austeridad. Todos estos factores han agravado la propensión al enfrentamiento. Cada vez son más esca­ sos los grupos sociales organizados, que siguen desintegrándose en parte por razo­ nes que también se dan en otros países pero también como reacción a la violencia generalizada. Los actores sociales sufren la manipulación a manos de los grupos armados o bien simplemente se ven arrastrados por la ola de violencia. La industria platanera de Urabá ilustra una situación en la que el profundo malestar social no se ha traducido en ninguna iniciativa pública encabezada por los grupos sociales o los sindicatos. Durante mucho tiempo, la represión sufrida por estos últimos fue muy severa, y su influencia, por tanto, muy débil. Oficialmente vieron incrementa­ da su capacidad de negociación y representación a partir de 1985, con la firma de una serie de acuerdos que fueron muy favorables para todos los grupos de presión de Colombia. Sin embargo, en realidad los sindicatos se encuentran totalmente supe­ ditados a los dos movimientos de guerrilla que están establecidos en la región de Ura­ bá. Por esta razón, están expuestos a sufrir tanto las posibles repercusiones de las luchas intestinas que mantienen los dos grupos guerrilleros como los actos de terror que llevan a cabo los paramilitares M. Las identidades culturales son incluso más vulnerables que los movimientos sociales. Ciertamente, siempre han sido algo inestables en un pais de las característi­ cas ile Colombia, donde son frecuentes las relaciones mixtas y notable la influencia de la emigración. Aun así, sin ninguna duda se atisban diferencias culturales importan­ tes entre las regiones. En cualquier caso, si bien estas diferencias pueden ser el origen de una serie de prejuicios, apenas influyen en la situación de la violencia. Quizá la única excepción se localice en las regiones que tienen una población indígena consi­ derable, especialmente en Cauca. Ahí precisamente surgió el grupo guerrillero indígena «Quintín Lame». Sin embargo, resulta difícil asegurar que esta organiza­ ción refleja una política de identidad concreta y no está vinculada al empleo táctico e inteligente de la identidad cultural para otros fines. En otros lugares de Colombia se mantienen bastante estables las identidades políticas y partisanas cuyo origen se remonta al siglo X IX y que se fortalecieron durante La Violencia de los años cin­ cuenta. Estas son en la actualidad las únicas formas de identidad que puede adoptar gran parte de la población. Ciertamente, es evidente que estas formas de identidad están muy definidas. Sin embargo, la forma que cobran actualmente depende del tipo de vínculos que mantengan con las autoridades locales o con otras fuerzas socia­ les que operen a ese nivel, puesto que en último extremo no son sino un tipo de leal­ tad que fácilmente se puede trasladar de un dirigente o clan a otros. N o obstante, ni 15

Para unas explicaciones sobre las relaciones sociales en Urabá, véanse Martin, Desarrollo econó­

mico: Botero, Urabá: Colonización; García, Urabá: región, actores y conflicto.

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siquiera estas alianzas partisanas impiden necesariamente la formación de una red local de poder basada en los grupos armados. Esta labor de infiltración cada vez resulta más sencilla, dada la crisis que asóla el sistema de partidos tradicional.

L A V IO L E N C IA C O T ID IA N A : L A T R A Y E C T O R IA D E LO S IN D IV ID U O S Y LA L Ó G IC A D E LA P R O T E C C IÓ N

El concepto de violencia generalizada también lleva aparejado el hecho de que, al menos en un principio, la violencia no se identifique con la guerra, ni con algo catastrófico. Tam poco se percibe como la consecuencia de actuaciones incorrectas de ciertos individuos. Como todo proceso normalizado, la violencia que se da en estas circunstancias parece brindar una serie de oportunidades, incluida la perspec­ tiva de comprometerse con una causa, y de generar unos criterios y normas pro­ pios. La cotidianeidad de esta violencia reside no sólo en la baja estofa de quienes la abanderan, sino también en la escasa originalidad de la mayoría de las relaciones políticas, así como en la falta de innovación a la hora de imaginar el futuro. I lasta hace poco la violencia apenas había interrumpido la marcha de la econo­ mía de mercado '6. Colombia puede enorgullecerse de haber salido mejor parada de la década perdida de los ochenta que el resto de los países latinoamericanos, incluido Chile. La rápida expansión de la economía de la droga ciertamente causó muchos trastornos, pero también hizo posible eludir el déficit de la balanza de pagos. En ese clima de violencia, los mercados no estaban «liberalizados» en el sentido habitual del término, sino que estaban supeditados a unas condiciones impuestas por la fuer­ za, por lo que muchos contratos no eran vinculantes desde el punto de vista legal. Sin embargo, esta situación no era del todo nueva, puesto que, ya de antemano, la precariedad del Estado había fomentado el aumento de las actividades clandesti­ nas, incluidas el contrabando, el chantaje a cambio de protección política y el clientelismo, lo que, desde luego, interfiere en el funcionamiento normal de la eco­ nomía l?. Por supuesto, la violencia aumentó los costes adicionales de las opera­ ciones, si bien como contrapartida se produjo un inmenso aumento de la liquidez. L os hacendados reciben ofertas para que vendan sus tierras a los narcotraficantes, a lo que generalmente acceden por una buena cantidad. Cuando los propietarios de las industrias y minas más importantes eran víctimas de este tipo de extorsión, no resul­ taba infrecuente que traspasaran los costes a los consumidores. Estos incrementos y la incapacidad del Estado de garantizar un nivel mínimo de protección han llevado a la gente a «ir por libre» y evitar los riesgos que lleva aparejada la participación en cualquier tipo de acción social o protesta política colectivas l8. Aunque pueda parecer sorprendente, hasta ahora ni siquiera los miles de secues­ tros perpetrados por los diferentes grupos armados han generado protestas genera­ lizadas. Más bien, los que pueden convertirse en víctimas recurren a sistemas cada vez más sofisticados de autoprotección, entre los que se encuentra la firma de un con­ trato de protección a modo de seguro. Esas estrategias individuales parecen más 16 17 18

Véase Thoumi, Economía,política y narcotráfico. Ésta es la tesis del libro de Edgar Reveiz, Democratizar para sobrevivir. Bejarano, en «Democracia», ilustra muy bien este problema.

D E I. A BANALIDAD DE LA VIOLENCIA AL TERRO R REAL: EL CASO D E COLOMBIA

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lógicas que las formas de protesta simbólica. E s más, los secuestros son tan nume­ rosos que se ven como una rutina, y ya no sorprenden. A pesar de que muchos secuestros tienen un desenlace trágico, se perciben como una dimensión más de la violencia. Todo el mundo está obligado a reconocer que nadie está libre de ser vícti­ ma. En este sentido es significativo, por ejemplo, que un político que permaneció secuestrado durante varios meses por las PA R C y que debió pagar un elevado resca­ te terminara aliándose con la Unión Patriótica (UP) durante las elecciones, a pesar de que la UP está financiada por las FARC. Es más, el predominio de la ilegalidad y la violencia brindan una serie de nuevas oportunidades, que resultan evidentes dada la inmensa variedad de actividades eco­ nómicas asociadas con la economía de la droga. Se calcula que más de un millón de personas vive directa o indirectamente de esta industria, y que muchos más están a favor de la movilidad social que lleva aparejada. Por supuesto, esto no quiere decir que todo el mundo se beneficie de la marcha de la economía ilegal y de los meca­ nismos de la violencia. Ciertos estudios sugieren que la violencia está unida a la prosperidad, puesto que su incidencia coincide con las zonas que más riqueza pro­ ducen del país. La afirmación no deja de ser simplista, puesto que no tiene en cuen­ ta el inm enso sector de población que por su causa se ve desfavorecido y empobrecido, que vive en un clima de violencia pero que no está invitado a com­ partir el botín. Por otra parte, los inmensos recursos financieros que controlan los grupos de guerrilla dan pie a otros estudiosos a postular que la violencia puede inter­ pretarse como una forma injusta de redistribución de la renta. Sin embargo, todos los indicios parecen señalar que, por el contrario, por causa de la violencia comienza ahora a incrementarse la desigualdad social, tras haberse reducido en cierto modo entre 1978 y 1985. La economía de la violencia también genera la marginación de una serie de grupos sociales. Con todo, involucrarse en el mundo de la violencia ofrece una serie de oportunidades particularmente atractivas para los jóvenes. En muchos aspectos, una trayectoria de este tipo puede parecer simplemente una de las muchas que pueden elegirse en el sector de la ilegalidad. Los ingresos medios en este sector, según un economista, habrían subido al ritmo del 10,5% anual entre 1984 y 1992, en comparación con el mero 3,1 % registrado en el sector legal. Cada vez son menores las garantías de conseguir un tuturo próspero con una formación académica. Por el contrario, los beneficios obtenidos por los que toman parte en actividades delictivas se multiplicaron por tres entre 1980 y 1993- Por tan­ to, no resulta sorprendente que cada vez más jóvenes abandonen su educación para embarcarse en actividades ilegales. Es más, dada la ineficacia del sistema jurídico penal, muchos delitos salen impunes. Por ejemplo, sólo se investiga uno de cada tres asesinatos de los que se tiene conocimiento oficialmente, y en sólo cuatro de cada cíen se aplica una pena. Los incentivos para probar suerte en el mundo de la ilega­ lidad son cada vez mayores, dada la suerte que corren algunos de los empresarios del crimen más importantes. E l Código Penal de 1980 redujo la condena que se reco­ mendaba aplicar a los culpables de asesinatos políticos, frente a los homicidios comunes, entre tres y seis años '9. Alistarse en las fuerzas de la guerrilla o en los grupos paramilitares es una forma de vida como cualquier otra. N o sólo en ambos sectores se obtiene una serie de 19

Los datos se han tomado dedos estudios de Rubio, Homicidios y (Zapita! social.

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ingresos y constituye un medio de vida; también permite escalar en la jerarquía, lo que tiene su expresión simbólica en los uniformes y armas de la organización. Por encima de todo, en esas organizaciones el individuo puede convertirse en parte de una unidad mayor. La desarticulación de las estructuras familiares y la fractura social hacen que sea muy atractivo formar parte de grupos que tienen un código de con­ ducta y una disciplina propios. Para los quinceañeros e incluso para otros más jóve­ nes, la autoridad de sus mandos suple la falta de autoridad de sus propios padres. I .o mismo ocurre con las milicias urbanas que agrupan a los jóvenes de un distrito con­ creto. Además, el ingreso en las guerrillas o en los paramilitares a menudo es una alternativa al servicio militar. De esta manera, muchas familias tienen los hijos repar­ tidos entre el ejército, los grupos de la guerrilla y el resto de organizaciones armadas. Por tanto, los caminos que se pueden seguir son todo menos rectos. Durante los más de veinte años que lleva reinando la violencia, se han producido una serie de cambios. Pasar del narcotráfico a los grupos paramilitares o incluso a las activida­ des delictivas de diversos tipos resulta relativamente fácil. El camino que siguen los guerrilleros puede ser igualmente enrevesado. Algunos operan con los narcotra­ ficantes durante un tiempo; parte de ellos vuelve a integrarse en la vida civil, y otros cambian de bando para unirse a los paramilitares. Esto último no es del todo infrecuente, y es la opción más interesante de todas. De hecho, buena parte de los dirigentes y de los paramilitares proviene de los grupos de la guerrilla. En algu­ nos casos, el cambio se produce cuando una región concreta cae bajo el control de los paramilitares; en otros, las circunstancias de cada cual, la amenaza implícita o evi­ dente de recibir un castigo y las rivalidades entre las diferentes guerrillas pueden motivar ese cambio de lealtad. En las diferentes zonas, este trasiego de personas simplemente prolonga y acentúa la fase del terror. L o fácilmente intercambiables que son todos estos caminos posibles sugiere que, en virtud de la naturaleza cotidiana de la violencia, los individuos tienden a ir pasando de las actividades legales a las paralegales, y de ahí a las ilegales. Ese mismo proceso se da también en los nive­ les más altos, donde la corrupción es un fenómeno generalizado. En otros regímenes, la presencia de un grupo armado en el ámbito local no siem­ pre implica la existencia de un enfrentamiento violento, pues a menudo lo que la m otiva es la necesidad de protección. En su obra sobre la mafia siciliana20, Gambetta sostiene que estos grupos pueden considerarse como un sistema de protec­ ción, ya que garantizan que las relaciones se basen en la confianza en una situación donde, por otro lado, impera la desconfianza. Dentro de unos límites, y en ciertos casos, esta hipótesis podría aplicarse a las redes armadas colombianas, particular­ mente a las que tienen el control de ciertas zonas delimitadas territorialmente. Son numerosos los lugares en los que los habitantes, por miedo al estallido de la vio ­ lencia desorganizada, han solicitado voluntariamente la protección de quienes pue­ den asegurar algo parecido al imperio de la ley y el orden. Esta situación se ha dado fundamentalmente en las zonas productoras de la dro­ ga. A principios de los ochenta, el traslado hacia esas zonas de un importante sector de población al que le atraía la perspectiva de prosperar rápidamente se tradujo en un acentuado incremento del número de homicidios. En estas circunstancias, tuvo muy buena acogida la llegada de las FA R C , que consiguieron establecer la ley y el orden 20

Véase Gam betta, S icih an Aia fia.

D E LA BAN ALIDAD D E LA VU )LENC 1A Al. TERROR REAL: ELCA SC) DE COLOMBIA

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reclamados y proteger los intereses de los productores agrícolas, compensando así en cierto modo la ausencia en la práctica de estructuras estatales. Para ello, las PARC impusieron un código regulador propio, que estipulaba las condiciones de acceso a las tierras21: así, garantizaron que una parte del terreno cultivable siguiera destinán­ dose a la producción de alimentos; controlaron todos los intercambios con los narcotraficantes; defendieron la zona contra los ataques de los militares. Pero los grupos de la guerrilla no son los únicos agentes sociales que proporcionan este tipo de pro­ tección. Un el valle medio del Magdalena, los grupos paramilitares que desbancaron a las P A R C a mediados de 1985 se encargaron de proteger a aquéllos que, en lugar de huir, tuvieron la posibilidad de quedarse en la zona, hn las afueras de num ero­ sas localidades, donde impera la violencia arbitraria de los sicarios y de otros grupos delictivos, las milicias populares desempeñaron un papel semejante, al asumir la vigilancia de la zona. E l acceso al mundo del empleo a menudo se ve supeditado a la adhesión a algu­ na de las redes que controlan el territorio, como si se tratara de un sistema hermé­ tico de afiliación sindical obligatoria. Hn Urabá, por ejemplo, una finca dedicada al cultivo del plátano se considera propiedad privada de las PARC., y otra del E P L . L o mismo ocurre con las minas de oro, con la mayoría de explotaciones ganaderas y de las industrias ubicadas en las localidades controladas por las guerrillas o los paramilitares. Se espera que todos los trabajadores de estos sectores cumplan con las normas que rigen en su propia red. El continuo sabotaje de los oleoductos por parte del E L N , por ejem plo, no era sino un modo más de creación de empleo: de hecho, el E L N seleccionaba de antemano a quienes iban a ocuparse de limpiar los vertidos. Aceptar la protección no significa automáticamente una afinidad ideológica con quienes la proporcionan. Hay toda una gama de relaciones posibles, desde la parti­ cipación activa por parte de grupos auxiliares, como en el caso de las milicias arma­ das que disponen de armamento ligero o de los civiles que son simpatizantes ya abiertamente ya de un m odo velado, a la afiliación directa y las múltiples formas de aquiescencia pasiva. E n ciertas zonas en las que llevan algún tiempo estable­ cidos los grupos armados, como es el caso de diversos grupos guerrilleros en algu­ nas regiones, se consolidan ciertos hábitos, y la poblacion a menudo pasa a ver el mundo exterior con recelo. Si bien todos están supeditados a las restricciones que les imponen sus «protectores», muchos interpretan esta relación en términos prácti­ cos. Las estrategias que emplean los individuos para acomodarse a esta situación son muy diversas, pero no es infrecuente que sopesen racionalmente las ventajas que extraen de la continua presencia de estos grupos armados en la zona y el cos­ te que supone obedecer sus reglas. Una evaluación negativa puede traducirse en el cambio de adhesión a otro protector, como ha ocurrido en el valle medio del M ag­ dalena, al que ya nos hemos referido anteriormente. La naturaleza de la «protección» no impide que cada cual idee sus propias estra­ tegias de acomodación y adaptación, pero prohíbe terminantemente cualquier tipo de acción colectiva autónoma. Ya he adelantado algo sobre el debilitamiento que 21 Incluso las PARC están supeditadas a las leyes de la acumulación de capital. F.n ciertos departa­ mentos, y especialmente en Guaviare, ha surgido una forma de cultivo de cocaína en amplios territorios, en los que actualmente se genera gran parte de la producción total.

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están sufriendo las categorías existentes de agencia social, que es visible incluso con respecto a las formas tradicionales de solidaridad social. Los habitantes de las zonas de residencia solían cooperar en la ejecución y construcción de las obras públicas ele­ mentales. Las juntas de acción comunal eran instituciones que gozaban de un evidente prestigio. Pero estas formas de acción colectiva tienden a desaparecer, puesto que los que toman la iniciativa a la hora de organizarías probablemente se han visto obliga­ dos a alistarse en las Fuerzas Armadas; de otro modo, se exponen a sufrir represalias. De ahí que el estado en que se encuentran las obras públicas, incluso en las zonas donde abundan los recursos, sea chocante. Cada vez es más frecuente que lasjuntas de acción comuna/ pasen simplemente a estar bajo el control de los grupos armados. Cier­ tamente, en algunos casos en las regiones que han sido objeto de «protección» se experimenta el auge de formas colectivas de movilización de las masas. Entre 1987 y 1988, por ejemplo, se presenciaron unas marchas de campesinos muy concurridas. En realidad, eran los grupos de la guerrilla los que las patrocinaban: el E L N en el primer caso y las P A R C en el segundo y más reciente. La participación en estas mar­ chas, sin embargo, ha sido todo menos voluntaria. Los agricultores se suman a ellas espontáneamente, sin lugar a dudas, si sienten que favorecen sus propios intereses. N o obstante, ven mermar su entusiasmo cuando las marchas se repiten una tras otra, con todo el sufrimiento y riesgo que implican para sus personas. Puede ser que tomen parte más por obligación que por convencimiento. Este sistema de movilización no es del todo nuevo o desconocido. Los partidos políticos tradicionales se han com portado de un modo similar en muchas locali­ dades colombianas. Los clanes y facciones que tenían el poder a menudo coaccio­ naban a los habitantes para asegurarse su adhesión. Este era el precio que se les exigía pagar para acceder a los recursos, o incluso para v iv ir en paz, sin verse obligados a huir. Una serie de autores hablan de la existencia de un «clientelismo armado», para resaltar así la continuidad que tiene con otras formas preexistentes de clientelismo. La diferencia más visible entre estas formas de «movilización por la fuerza» reside en el grado de integración que logra cada una de ellas con las estruc­ turas oficiales de la vida política. En cierto modo, la división del país en diversas zonas controladas por los grupos armados y sus redes de poder puede verse como una situación común, banal. Sin em bargo, resulta imposible entender que la lógica de la protección responde mera y simplemente a una demanda que se ha traducido en la puesta en marcha de un meca­ nismo que garantiza la confianza. Según el análisis de Gambetta, muchos expertos en el tema de la mafia siciliana señalan que la «oferta» disponible de protección es sin lugar a dudas mucho mayor que la «demanda» existente. E s más, dicha «oferta» se manifiesta a través del uso de la violencia, que en lugar de poner fin a una situación de desconfianza simplemente continúa alimentando el malestar “ . Si cabe, esto se agrava aún más en Colom bia, donde las redes no se asientan sobre la tradición, y se encuentran, además, enfrentadas entre ellas. La lógica de la protección tiene como telón de fondo un clima de violencia gene­ ralizada y las relaciones entre los diferentes grupos armados. La noción de la «oferta» de protección, con toda la violencia que lleva aparejada, es al menos tan importante com o la «demanda». La aceptación generalizada del control de la guerrilla en las 22

Véase Catanzaro, «La mafia».

D B I.A BANALIDAD DE LA VIOLENCIA AL TERRO R REA L: E L CASO D E COLOMBIA

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zonas dedicadas al culuvo de la droga no es, ni mucho menos, lo normal. En muchos casos, la imposición de la protección no responde a ningún tipo de demanda, ni siquiera a que se sienta su necesidad. Cuando un «protector» sustituye a otro en una zona en concreto, no se consulta a la población. 1.a multiplicidad de redes armadas pone de relieve que las fronteras que las separan son complejas y fluidas al mismo tiempo. Por ejemplo, rara vez separan esas fronteras zonas perfectamente delimita­ das unas de otras; más bien, atraviesan distritos enteros, ciudades y barrios. Barrancabermeja, una ciudad importante donde se encuentran unas de las principales refinerías de petróleo, está dividida en barrios controlados, entre otros, por los paramilitares, el E L N y las FA R C . Las divisiones pueden llegar incluso a atravesar los bloques de pisos y las urbanizaciones de una sola ciudad. Ésa es la situación que se vive en Medellín y Bogotá, donde el control de cada grupo puede estar confinado a pequeñas subáreas. En Urabá, las fincas están separadas en virtud del grupo al que estén encomendadas. La territorialidad, por tanto, está íntimamente ligada a las actividades de los grupos armados. De hecho, el control territorial a menudo es la base sobre la que reside la acumulación de poder, incluido el militar. De esta mane­ ra se han establecido muchas de las milicias urbanas: el control de ciertos barrios o zonas residenciales les ha permitido conseguir ser reconocidas y, por otra parte, esta­ blecer contactos y entablar negocios con otros grupos armados. En todos los casos, la protección armada tiene como contrapartida la transformación del territorio en un mosaico de microterritorios, cada uno de ellos supeditado al control de una organi­ zación concreta. La violencia que es consustancial a esta forma de organización territorial puede seguir siendo ordinaria y banal. Poca cosa se requiere, sin embargo, para que la balanza se incline y degenere en terror.

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as fo rm as d e terro r

Como en el caso de la propia violencia, es útil distinguir dos tipos de terror. El primero carece de base territorial; el segundo está expresamente ligado a una zona concreta. La primera de las formas que puede tomar el conflicto no tiene nada que ver con la lógica de la protección; la segunda es una m anifestación degenerada de dicha lógica. Me centraré fundamentalmente en ese último tipo de terror, no sin antes referirme sucintamente al primero. L os narcotraficantes, apoyándose en la intermediación de los grupos paramili­ tares, ponen a menudo en práctica una forma de terror que tiene una base territorial. Con todo, la campaña de terror a gran escala que se desarrolló de 1987 a 1993 y que fue la que registró las repercusiones más trágicas no estuvo en absoluto ligada a una cuestión territorial. Más bien, dicha campaña trataba de desestabilizar el Estado, y crear así un malestar en la opinión pública que forzara la abolición de las medidas de extradición. Éste era el propósito principal de los intentos de asesinato que fue­ ron dirigidos contra toda una serie de figuras destacadas, dirigentes políticos, jueces, e incluso de los atentados indiscrim inados que emplearon la técnica del coche bomba entre otras 2*. Sin lugar a dudas, la creciente canalización de la violencia 23

Entre éstas se encuentra la explosión de un avión a medio vuelo.

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facilitó que se recurriera a estos métodos. Ya en 1984, el cartel de Medellín mató a un ministro de justicia sin que se generara un sentimiento duradero de repulsa. Esta acción, por su parte, tampoco fue impedimento para que, al poco tiempo, ciertas figuras preponderantes entablaran por su cuenta negociaciones con este cartel. Ade­ más, este caso puso de manifiesto que se había producido un cambio. Por primera vez, un grupo armado hacía uso de la violencia con objeto de desestabilizar el propio Estado. Nunca había ocurrido nada semejante en la larga historia de la violencia en Colombia. Algunas personas clave habían sido asesinadas, como Gaitán en 1948, y otras se habían visto obligadas a salir del p a ís24, pero nunca se había tratado de atacar la propia marcha del E stad o por medio de actos violentos de este tipo. Además, durante bastante tiempo los grupos de la guerrilla se habían jactado de ser distintos de cualquier otro tipo de terrorismo. Se había roto una especie de tabú, y a raíz de aquello se reestructuró todo el ámbito de la violencia. El terror dirigido contra los militantes de la Unión Patriótica, otras organiza­ ciones sindicales y activistas políticos tampoco tiene una base territorial. Su princi­ pal objetivo es meramente político. Ante todo, se trata de una alianza entre los narcotraficantes, el ejército y los dirigentes políticos locales para tratar de eliminar una fuerza de la oposición que tiene su origen en el escenario siempre cambiante de la guerrilla. Ciertamente, los narcotraficantes tienen otros objetivos, entre ellos mer­ mar la influencia de la guerrilla en las áreas que se encuentran bajo su control. Sin embargo, la práctica sistemática de un tipo desterritoriahzado de terror político des­ de luego constituye un alejamiento de las formas preestablecidas de violencia. Las masas campesinas en buena medida imputaban la responsabilidad de ese terror al ejército. Esta acusación general no puede achacarse únicamente a los numerosos abusos que el ejército cometió durante sus operaciones rutinarias. Des­ de luego, es importante tener en cuenta que para muchos individuos éste era el úni­ co nexo de unión que tenían con el Estado, y que el Estado no se com portó como era de esperar. E n parte puede deberse a que el ejército tiende a realizar incursiones militares sólo de form a ocasional, no se establece en un territorio y apenas se esfuerza por crear redes de protección. Este m odo de actuar en cierto modo buro­ crático, que se basa en el m ovim iento continuo de las tropas, impide que las Fuer­ zas Arm adas se fam iliaricen con determ inados gru p os de habitantes de una localidad. E l ejército a menudo obra a ciegas, agrupando a las masas campesinas y las guerrillas si resulta conveniente para sus propósitos, pero dejando de nuevo campo abierto a las guerrillas cuando se retiran. Quienes viven en estas condicio­ nes no tienen ningún margen de maniobra. E s más, el ejército engloba también a los paramilitares, en quienes delegan las Fuerzas Armadas la mayoría de las ope­ raciones de masacres a gran escala, así como la tarea de controlar los territorios. En comparación con el ejército, las fuerzas de la policía urbana tienen una reputación aún peor. Durante el curso de las operaciones en la «guerra» contra el cartel de M edellín, apenas se diferenció su comportamiento del de los ejércitos de las zonas rurales: llegaron a irrum pir brutalmente en las barriadas donde se sospechaba que vivían quienes daban cobijo a los sicarios, y a asesinar y torturar sin ningún mira­ miento. Apenas cabe duda de que estos abusos de poder que cometieron las fuer­ zas de la ley y el orden están en el origen de la tolerancia que muestra la población 24

A partir de 1950, asi les ha ocurrido a algunos de los principales dirigentes del partido liberal.

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hacia las peticiones y excesos de otros grupos armados mientras no vayan más allá de lo que se considera admisible. Ocupémonos ahora del otro tipo de terror, que está ligado a las relaciones entre las redes y sus bases de control territorial. Ya nos hemos referido a la relación de complementariedad que se entabla entre la protección y la violencia. Pero incluso cuan­ do no se dan enfrentamientos entre los grupos armados es posible que la violencia cotidiana, banal, se vea transformada en terror. La degeneración de los grupos armados puede venir como consecuencia de la continuación de la violencia, y en muchos casos se manifiesta en algo más que en mero cohecho y corrupción. Así sucede también en el caso del narcotráfico: por ejemplo, en su fase final, el cartel de Medellin se vio envuelto con frecuencia en ajus­ tes de cuentas internos. Los grupos de la guerrilla y los paramilitares tampoco han sido capaces de evitar esos arranques justicieros. T o d o gu errillero presencia algún violento episodio de derramamiento de sangre. Desde los setenta, Fabio Vásquez Castaño, el líder del E L N , estableció un precedente al matar a la mayoría de los universitarios que se habían unido a su organización. Las FA R C han sido capaces de salvaguardarse de esas purgas. Sin embargo, los asesinatos de este tipo eran nume­ rosos y constantes, y se encargaban de ellos el secretariado central o el bloque local, los dirigentes de primera línea. Se sabe, por ejemplo, que Braulio Herrera, a quien se le encomendó recuperar el control del valle medio del Magdalena a finales de los ochenta, fue responsable de tantas ejecuciones que al final fue expulsado del país. Más recientemente, durante los enfrentamientos con los paramilitares en Urabá, un dirigente de las F A R C ordenó que se matara a todo el que no mostrara el suficiente coraje en la lucha. E l caso más intranquilizador y siniestro, sin embargo, se produjo en 1987, cuando dos de los dirigentes del frente de Ricardo Franco (un disidente de las FA R C que durante algún tiempo había tenido relación con el M 19) ejecutaron personalmente en Tacueyo a casi todos los miembros de sus tropas (cerca de dos­ cientos hombres), llevado por la sospecha de que entre ellos podía haber agentes secretos infiltrados. Esta masacre provocó tal clamor e indignación que influyó en la decisión del M 19 de entablar negociaciones con el gobierno, y también contribuyó a que las guerrillas perdieran credibilidad. Aunque el terror puede restringirse al interior de los propios grupos armados, y de hecho lo hace, esto afecta aún más a la población civil. Una facción de las FA R C , atrincherada en Puerto Boyacá a principios de los ochenta, exigió indiscriminada­ mente unos impuestos desorbitados y elevadísimos rescates a los familiares de los secuestrados, incluso a los más pobres. Ante esto, el pueblo se alió con los paramili­ tares y se supeditó a su protección, que de todos modos se basaba en el miedo y en la práctica de la denuncia. De hecho, la existencia de informantes dispuestos a delatar a cualquier «sospechoso» está presente en la definición misma de las redes de pro­ tección. Una vez se acostumbra a la ley del silencio, la población termina por apren­ der a no fiarse de nadie. Simplemente cruzar las fronteras que separan las redes de protección de las del rival, incluso en las actividades cotidianas, basta para generar una acusación de traición. La inseguridad puede aumentar en una situación de terror. Ya hemos aludido anteriormente al cambio de lealtades en la zona de Puerto Boyacá. También se dan casos de desertores que cambian de bando. Esta práctica se ha hecho tan común que ha llevado a las poblaciones de distintos lugares a desconfiar de rodas las redes,

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incluso de las que aparentemente son más sólidas y están mejor establecidas. En esos casos, los desertores pueden hacerse con ciertas informaciones que les permitirían vengarse sin compasión si la zona se viera obligada a cambiar su adhesión. En este sentido, destaca lo ocurrido en la pequeña localidad de I.a India en Santander, un corregimiento de Cimitarra M. Las F A R C llevaban mucho tiempo en el poder en esta zona, im poniendo su p rotección , no sin excesos. Cuando ciertos m iem bros comenzaron a desertar para alistarse después con los paramilitares, el máximo cargo se vengó intensificando los castigos contra la población civil. Algún tiempo des­ pués, sin embargo, también él desertó para unirse a las fuerzas paramilitares. I-as situaciones de este tipo fomentan la desconfianza no sólo hacia la red, sino también hacia el vecino. Una situación donde está instaurado el terror se hace más evidente cuando se produce un conflicto territorial entre varios de los grupos involucrados. La «pro­ tección» puede convertirse en un modo de enfrentamiento bélico, y las «fronteras» pueden convertirse en el lugar donde se producen conflictos y combates indiscrimi­ nados. N o es casualidad que donde más ha azotado el terror, llegando a ser casi crónico, sea la región de Urabá. Todos los grupos armados están presentes en la región porque, además de ser un centro productor de plátano, también está estraté­ gicamente emplazado en la frontera con Panamá. Esto significa que gran parte de la droga y las armas pasa por el puerto de Turbo y por otras rutas comerciales del lugar. Durante algún tiempo los grupos armados rivales consiguieron el objetivo prio­ ritario de mantener el tráfico. Las F A R C , las milicias, los narcotraficantes, los paramilitares y su líder Fidel Castaño (un miembro del cartel de Medellín antes de convertirse en el enem igo número uno de Pablo Escobar) se plegaron a una espe­ cie de modus vivendien el propio puerto de Turbo. Pero eso no impidió que varios gru­ pos lucharan, en paralelo, por el control. E l conflicto se desarrolló en torno a una serie de ejes que fueron cambiando con el tiempo. A principios de los ochenta, los propietarios de las plantaciones de plátano llevaron a cabo una profunda campaña de desgaste contra las organizaciones de trabajadores. Dos organizaciones de la guerrilla instaladas en Urabá se enzarzaron en un enfrentamiento entre 1985 y 1987. Los sindicatos también entraron en el conflicto, puesto que cada grupo guerrillero pretendía extender su radio de acción. A partir de 1987, animados por los narcotraficantes y el ejército, los grupos paramilitares comenzaron a dar luz verde a la violencia. La cantidad de medios que tenían a su disposición quedó de manifiesto al año siguiente en una serie de masa­ cres de las que fueron víctimas sobre todo los miembros del E P L . El E P L final­ mente depuso las armas en 1991, momento a partir del cual las F A R C y un brazo disidente del E P I. han tratado de hacerse con el control del territorio que ante­ riormente controlaba el E P L . Las masacres se sucedieron rápidamente, a veces, como ocurrió en agosto de 1995, produciéndose más de una por semana. Volvieron a las armas muchos veteranos del E P L , esta vez aliados con el ejército y los paramilitares. Desde 1995, una gran ofensiva de los paramilitares, con el nombre de las Autodefensas Unidas de Córdoba y Urabá, reconquistó toda la región, expulsó a las F A R C (que se vieron obligadas a refugiarse en las montañas) y provocó el éxo­ do de miles de personas de la zona. 25

Véase G arcía, H ijos de la violencia.

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Este tipo de cambios y confluencias en los ejes en torno a los cuales se articu­ lan los conflictos y las alianzas se traduce en una serie de atrocidades. Sin lugar a dudas, los paramilitares son los máximos responsables de ellas. Pero todos los gru­ pos armados siembran el terror, y ninguno de ellos monopoliza las frecuentes y violentas masacres que a menudo se desatan por simple venganza. Todos los gru­ pos llegan a requerir los servicios de los sicarios para asesinar sin temor a ser des­ cubiertos. L o s cam bios en la situación del ejército tienden a fom entar las deserciones, que a su vez agudizan los sentimientos de inseguridad. Durante la ofensiva que llevaron a cabo en 1996, los paramilitares eliminaron numerosas de las fuerzas que estaban aliadas con las guerrillas, mientras que animaron a los miembros de otras a unirse a sus filas ofreciéndoles más del doble de la cantidad que les pagaban aquéllas. Docenas de guerrillas abandonaron sus propias organi­ zaciones, lo que facilitó atacar con gran precisión. D e esta manera, no es inusual que los asesinos lleguen a una barriada determinada con una lista ya hecha de los indi­ viduos «condenados». E sto no es óbice para que también lleven a cabo atentados aleatorios e indiscriminados. Como se ha adelantado en las páginas anteriores, quie­ nes forman parte de las redes están organizados en capas concéntricas. Además, los asesinos no siempre distinguen entre los que son militantes y los civiles que por casualidad viven en los lugares próximos. De hecho, el uso del terror trata preci­ samente de intimidar al conjunto de la población. La intensidad que ha alcanzado el terror en Urabá no se debe únicamente a las masacres y otros horrores del estilo. También está relacionada con las pautas heteróclitas de rivalidad que son consecuencia de la forma en que se intercalan los terri­ torios controlados por los diferentes grupos arm ados. Las fincas vecinas, las diferentes zonas de un mismo pueblo o incluso los miembros de una sola familia pueden pertenecer a redes diferentes. Esto crea una situación de desconfianza gene­ ralizada, incluso en el interior de las familias. Las redes no precisan imponer la «ley del silencio»; más bien, son los propios individuos quienes la adoptan como medida de seguridad en sus relaciones diarias con el prójimo. Poco margen de actua­ ción tienen estos individuos que prefieren «no ver ni oír nada malo». El éxodo al que se han visto obligados los habitantes de pueblos y de barrios enteros demues­ tra que el concepto del «enemigo» puede llegar a ser muy amplio. En otras zonas, la población tiene la posibilidad de ponerse en las manos de otro «protector». A los paramilitares no les falta el apoyo del pueblo. Los terratenientes y la pequeña bur­ guesía de las ciudades no son los únicos que en el fondo se alegran de la expulsión de los grupos de la guerrilla y de sus aliados. Buena parte de la población normal también comparte este sentimiento, hastiada como está de sus exigencias y de su enfrentamiento sin fin. La región de Urabá no es como el resto, en primer lugar por la guerra intestina que libran los grupos guerrilleros y en segundo lugar porque ninguno de los sectores que recurren a la violencia puede permitirse perder el control de esta zona sumamen­ te estratégica. Sin embargo, la mezcla de terror y protección que se da en la zona es más típica: la misma combinación se encuentra en el valle medio del Magdalena y en otras del país. En los entornos urbanos, es común que los grupos de la milicia se trans­ formen en bandas y comiencen a practicar el chantaje y la delincuencia. A menudo dicen estar atacando barriadas próximas, cuando en realidad están protegiendo las suyas. En cualquier caso, el resultado es el mismo: una situación cotidiana de terror.

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Para evitar que la población considere siquiera la posibilidad de manifestar algún tipo de resistencia, el terror se acompaña de terribles escenas de horror. Durante una época, el uso de armas más sofisticadas puso fin al penoso ritual de mutilar los cuerpos que va caracterizó a La Violencia de los años cincuenta. El simbolismo de los asesinatos en masa debe mucho a las series de televisión norteamericanas y mexi­ canas. De hecho, parte del entrenamiento que recibían los sicarios de Medellin con­ sistía en imitar las acciones de los protagonistas de dichas series. En este contexto, las prácticas de la etapa anterior, como la intensificación paulatina de las amenazas o el anuncio anticipado de las muertes con la emisión de listas negras y otros avisos pasa­ ron a ser reliquias del pasado. Sin em bargo, últimamente el terror, y en particular el que implantan los grupos paramilitares, ha reinstaurado esas antiguas prácticas. De forma regular aparece en algún lugar público un cuerpo desmembrado, a modo de aviso para los posibles enemigos. Los que viven supeditados a este terror no tienen dónde volver los ojos. Las autoridades públicas no ofrecen protección alguna. Es más, las fuerzas de la ley y el orden también tienen un papel destacado en estos actos terroristas, y, como hemos visto, la justicia brilla por su ausencia. En este contexto, la prohibición de empren­ der acciones colectivas es más significativa que las que imponen las redes armadas. Un grupo de alcaldes afiliados a la UP, que en principio contaban con el apoyo de las F A R C , trataron de ofrecer servicios de apoyo a la población local. En la práctica, sufrieron tanto las amenazas de los paramilitares como las exigencias y la interven­ ción armada de las FA R C . De hecho, casi todo este grupo de alcaldes ha sido asesi­ nado. Las F A R C a menudo han mostrado su escepticismo hacia la adhesión que dicen tener estos políticos con la paz permitiéndoles que puedan ser considerados «mártires». Hay, sin embargo, toda una serie de líderes locales que ha tratado de m ovilizar a la población contra la violencia y que ha conseguido que los grupos armados reconozcan su neutralidad. Hasta ahora, las iniciativas de este tipo han sido inevitablemente efímeras. E n 1987, los dirigentes de La India, una localidad a la que nos hemos referido anteriormente, trataron de asumir este reto y, con el apoyo de algunos sectores de la Iglesia, pidieron a los paramilitares y a los grupos de la gue­ rrilla que respetaran la neutralidad de su territorio. Pero el imperio del miedo volvió a instaurarse en 1990 con el asesinato de esos líderes y de un buen número de habi­ tantes de la zona. En virtud de un acuerdo entre los principales partidos políticos, entre los que se encontraban los comunistas, resultó elegida en 1995 en Apartado, la capital de Urabá, una alcaldesa, Gloria Cuartas. Su designación había sido fruto de un amplio consenso contrae! terror. Como respuesta, se intensificó ese terror: los paramilitares mostraron su total indiferencia a la alcaldía con un acto de terror particu­ larmente desalmado los comunistas denunciaron el acuerdo entre partidos y, al final, el terror no sólo no se redujo, sino que aumentó. En Aguachica, un municipio de César, también se intentó establecer la neutralidad apelando al apoyo moral inter­ nacional. Pero las actividades de los paramilitares se han extendido igualmente a esta región, donde se presencian hoy en día asesinatos y masacres. El terror puede interpretarse como un paso más en un proceso más amplio de desinstitucionalización de la violencia. E l hecho de que este análisis ponga más 26 En el acto de barbarie mencionado se produjo la decapitación de una criatura de corta edad ante la presencia de Gloria Cuartas V los niños de un colegio del lugar.

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énfasis en el papel de los paramilitares que en el del ejército propiamente dicho no es gratuito. E l ejército ha puesto de manifiesto repetidamente su incompetencia ope­ rativa. Si bien el presupuesto que se le destina se ha quintuplicado en los últimos años, esto no se ha traducido en una mayor eficacia. Aun cuando en algunos casos se hayan tomado medidas disciplinarias contra los más altos cargos, cuando se ha pro­ bado su participación en las atrocidades o su apoyo a los paramilitares, ha surgido un problema que se ha dado en llamar en las altas esferas «el síndrome del Procurador», que a menudo fomenta una actitud «a la espera». El síndrome no evita, y en algunos casos incluso fomenta, la continuidad de las actividades clandestinas de las fuer­ zas paramilitares más eficaces. El ejército no es el único que delega en agentes particulares la tarea de combatir las guerrillas. Desde 1995 hay un amplio consenso implícito sobre el tema, parti­ cularmente entre las asociaciones relacionadas con el sector ganadero y en el seno de algunos m ovim ientos políticos. Toda esta situación se ha agravado con la merma de autoridad que han sufrido las organizaciones gubernamentales y con el consi­ guiente descrédito que se han granjeado todas las instituciones públicas.

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La difusión del terror debería traducirse en el fin del carácter cotidiano y banal de la violencia. Los afectados por ella viven experiencias intolerables. Los actos de crueldad y barbarismo extremos son elementos importantes que emplean los dife­ rentes grupos en la persecución racional de sus metas estratégicas. Sin embargo, dichos actos constituyen a su vez una especie de abuso que se hurta a esta raciona­ lidad. Y esto es, si cabe, más chocante por cuanto las referencias al antagonismo no se articulan en ningún momento en torno a conceptos de «idealismo» (idéalités) 27, que a su vez están integrados en la naturaleza más común de la violencia y que ponen en entredicho tanto cualquier forma de relación social como una naturaleza común a los individuos. Así, lejos está de ser cierto que la instauración del terror lleva necesaria­ mente aparejado el final de la banalidad de la violencia. En esta última sección, expondré las razones que lo explican. La primera razón se halla en el contexto institucional más amplio, donde se inte­ gran dos aspectos que coadyuvan a lograr la invisibilidad del terror. Por una par­ te, las normas institucionales han sufrido los efectos de la violencia. I-a ineficacia de la ley y de la justicia penal, a la que ya nos hemos referido, colabora en la banalización del terror, si bien no es el único factor. Puesto que el sistema judicial penal se ha vis­ to supeditado a las reglas de la negociación y el regateo, las normas legales y jurídi­ cas han perdido su función reguladora. El sistema de reducción de las penas, que se implantó en 1991, pasó pronto a encubrir una sutil forma de pactar con los narcotra­ ficantes. Ni que decir tiene, el hecho de que a éstos se les aplicaran, al menos duran­ te un tiempo :8, unas penas irrisorias, alimentó el sentimiento generalizado de 27 Este tipo de conflicto (en tomo a las tdéalités) es crucial en la reflexión de Balibar en su trabajo «Violencia: idéalité et cruauté». Para este autor, es importante establecer una conexión entre la expresión de los ideales de la violencia y la propia violencia. 28 A los principales miembros del cartel de Medellin, como los hermanos Ochoa, se les impusieron penas de sólo dos años. A una figura fundamental del cartel del norte del Valle del Cauca, sospechoso de

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impotencia. En 1993 fue revisado el Código Penal, previo acuerdo con los represen­ tantes legales de los narcotraficantes. D e un modo más general, la corrupción de la clase política incluso en las instancias más altas, da prueba de que la ilegalidad y la iniquidad son la norma en las instituciones públicas. De todo ello se deduce que estas instituciones están implicadas en la violencia. Por otra parte, Colombia sigue insistiendo en que se le reconozca como un pais donde gobierna el imperio de la ley. La Constitución de 1991 avanzó mucho en lo que se refiere a la ampliación y consolidación de los mecanismos necesarios para la pro­ tección de la cultura democrática. Las organizaciones que luchan en pro de los dere­ chos humanos han comenzado a estar presentes en todas las instituciones de las autoridades públicas, incluido el ejercito. Aunque éste tiene un amplio margen de maniobra a la hora de elegir las tácticas y estrategias que sigue, no puede eludir el control de esas autoridades ltJ. Com o ya se ha adelantado, se han impuesto medidas disciplinarias a algunos altos mandos de! ejército; también la policía ha sido objeto de una depuración. Durante los dos últimos años, las actividades de la Fiscalía han ser­ vido, cuando menos, para minar el grado de aceptación social de que gozaban los narcotraficantes y para arrojar luz sobre los niveles que alcanza la corrupción políti­ ca en el pais. E l Tribunal Constitucional, amparándose en la ley, ha impugnado la declaración del estado de emergencia. Podría decirse que este tipo de medida no es usual en los países latinoamericanos, a pesar de la batalla que se libra contra la «sub­ versión». Tanto el gobierno como los medios de comunicación tienen prohibido el empleo de la palabra «guerra» en sus declaraciones. Desde 1982, el gobierno ha dia­ logado con los representantes de la guerrilla en varias ocasiones. Rstas charlas, ade­ más de conseguir que el M 19, el E L N y el grupo guerrillero Quintín 1 .ame aceptasen decretar un alto el fuego y deponer las armas, también trajeron como consecuencia, cuando menos, una pérdida de la credibilidad política de los grupos de la guerrilla que siguieron utilizándolas. La opinión pública rechaza de plano un enfrentamiento frontal contra las guerrillas y otros grupos armados. A veces esto deja entrever el deseo de que se alcance una solución pacífica v negociada, pero en muchas ocasiones tiene su origen en el miedo que suscita la perspectiva de un enfrentamiento militar

haber llevado a cabo varios asesinatos masivos, al principio se le impuso una pena de prisión de sólo tres años, que más tarde se ampliaron hasta seis. A finales de 1996, ante la perspectiva de la desautorización de los Estados Unidos, el gobierno y el Congreso colombianos aumentaron estas penas y tomaron medidas para confiscar los bienes a los narcotraficantes. No parece que, a corto plazo, la última medida haya teni­ do mucho efecto, dada la sofisticación del sistema que emplean para poner sus propiedades a nombre de diversos testaferros para ocultar su verdadero valor. 29 Algunos autores sugieren que el ejército colombiano es casi «autónomo». Uno de ellos es Leal liukrago, en E l oficio de la guerra ; Aunque el término «autonomía» no es demasiado clarores necesario distinguir entre las fuerzas militares con capacidad para imponer su propio programa social a las autoridades civiles (como, por ejemplo, el ejército argentino o brasileño), y una autonomía operativa tlirecta. El ejér­ cito ha sido incapaz de lograr hacerse un puesto en la vida política, al pesar sobre sí el desprecio de las d ites encarceladas durante la tradición civilista. La formación geopolítica del ejército se limita a la que se proporciona en las academias militares, y su presupuesto, que durante mucho tiempo ha sido muy redu­ cido, debe ser aprobado por el Congreso Nacional. Como contrapartida, las el ¡tes le concedieron toda la libertad necesaria para realizar sus operaciones militares. Esto fue un cáliz envenenado, puesto que, sin un programa político claro, el ejército actuó desorientado, viéndose obligado a improvisar día a día su res­ puesta ante los acontecimientos. La referencia a la «seguridad nacional» es puramente retórica. Ninguno de los cargos militares parece haber dado una definición clara de lo que significa esta «seguridad».

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definitivo, con todas las consecuencias que ello podria acarrear en lo relativo a las libertades civiles. Pero este respeto «teórico» al imperio de la ley no puede acabar con la violencia. A l contrario, deja la puerta abierta a que se extienda aún más su lógica, dado que «orden» y «violencia» llegan a verse como si estuvieran inextri­ cablemente relacionados Y, sobre todo, una situación como la actual empaña la visibilidad tanto de la violencia como del terror, que terminan por asumirse como los últimos e inevitables reductos del imperio de la ilegalidad. La segunda de las razones que explican por qué el terror no pone fin a la banali­ dad o cotidianidad de la violencia radica en el hecho de que el terror no puede explicarse únicamente a través de relaciones de alianza y hostilidad. Indudablemen­ te, en ciertas zonas y momentos puede darse la situación descrita. Los enfrenta­ mientos entre las guerrillas y los paramilitares se configuran como una guerra frontal despiadada que interrumpe toda la normalidad de las actividades comerciales. Esos conflictos reflejan así mismo un problema de polarización social. En otras regiones, sin embargo, prosiguen las relaciones entre los diversos grupos armados, como de hecho requiere el funcionamiento ininterrumpido de la economía de la droga. N o obstante, es posible que esté disminuyendo la rentabilidad de este sector económico. Entre las causas pueden apuntarse la variación que han sufrido los precios internos como resultado de la desorganización de las redes de la droga a raíz de la detención de un buen número de jefes de los diferentes carteles, y la diversificación del tráfico hacia otros países, particularmente hacia México. Sin embargo, los datos no indican que se haya producido una reducción de la superficie destinada al cultivo de coca, y sí una ampliación de la dedicada al cultivo de la adormidera. El influjo de las FA R C en estas tendencias es considerable. En realidad, el cultivo de coca está bajo su con­ trol, y son los campesinos a pequeña escala, que tradicionalmente se han visto muy afectados por la influencia de la guerrilla, los que han empezado a producir heroína. Así continúa, pues, este juego de múltiples vertientes, en el que los traficantes y las FA R C son socios en ciertos sitios y enemigos en otros. N i siquiera el terror pone en duda la naturaleza prosaica de la violencia. Hay muchos intereses ocultos tras las intervenciones de los paramilitares. Tras la recuperación de los terrenos invadidos, el terror se rentabiliza, en la medida en que el precio de la tierra y de los negocios en tales regiones sufre siempre un aumento considerable. Las relaciones de rivalidad y alianza, aunque se den en ciertos lugares, general­ mente no establecen una frontera definida entre los grupos armados y los que los apoyan. En las zonas azotadas por el terror, la población sin lugar a dudas se encuen­ tra atrapada entre dos bandos antagónicos. La mayor parte de las veces, sin embar­ go, estos dos bandos no se diferencian claramente en términos políticos. Las distinciones políticas han perdido casi todo su significado para el pueblo. Las tasas de abstención en los comicios, que ya han alcanzado el 80% , lo indican claramente. E l escaso valor que se otorga a la vida política lo ponen de manifiesto las guerrillas cuando tratan de m ovilizar a la población sin asegurarse todo su apoyo, o cuando renuncian una y otra vez a proponer a candidatos en su línea y apoyan, en lugar de eso, a los candidatos de los partidos tradicionales (aunque sólo sea para tenerlos bajo su control). En muchos sentidos, nos encontramos ante una sociedad en la que se encuentran en proceso de desaparición muchos de los aspectos institucionales de la 50

El lector puede remitirse a mi propio estudio, L'Ordre et la vtoUnct.

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cultura política moderna. Hn ciertos aspectos, se perciben vestigios de las formas políticas del siglo XIX, basadas en las identidades colectivas y en las relaciones de clientelismo 5‘ . La única diferencia estriba en que en muchas áreas estos dos rasgos se mantienen en la actualidad simplemente gracias a la coerción. Los conflictos y las relaciones de poder en el ámbito local son una realidad que estructura la sociedad. Éstos no hacen referencia alguna a una realidad imaginaria, ni tampoco presentan el conflicto político como algo irremediable e inevitable. La tercera de las razones por las que la violencia puede seguir siendo banal, a pesar de la instauración del terror, está relacionada con el recuerdo de la violencia de otros periodos, especialmente el de La Violencia, de 1946 a 1964, cuyos aconteci­ mientos perviven en la memoria colectiva de diversas formas. En primer lugar se encuentra el recuerdo de la guerra civil entre dos bandos establecidos, cuyas rela­ ciones se enmarcan en una imaginería de amor y odio. Por causa de los horrores que trajo consigo este conflicto, dicha memoria pervive en la actual oposición que des­ pierta cualquier posibilidad de que vuelva a producirse un enfrentamiento frontal. A la vez, esta memoria colectiva no se plasma en ninguna forma socialmente recono­ cida. Con el acuerdo que en 1958 puso fin al conflicto y dio paso a un gobierno del Frente Nacional, se corrió un tupido velo sobre lo sucedido. A lo sumo, se llego a admitir que había prosperado una forma determinada de la barbarie. De hecho, esta idea de la barbarie sirvió para exonerar a las elites del papel fundamental que habían desempeñado en la generalización de la violencia, que se atribuyó casi por completo a la supuesta inmadurez de la clase obrera y los campesinos. Estos últimos, de hecho, sólo sacaron del conflicto el sabor amargo de la humillación y la derrota. Se habían enfrentado entre si para los Otros (es decir, las elites), en un marco que los ataba a aquéllos. La mayoría de las bajas del combate pertenecía a la clase obrera y al cam­ pesinado, para acabar en el banquillo de los acusados. Su experiencia formaba parte de una historia sin sentido. Pasó a integrarse en la «intrahistoria», la historia oculta que no podía contarse a las claras. N o es casualidad que el recuerdo de la Violencia se manifieste de tres formas diferentes, que apenas guardan parecido entre sí. La primera es la oposición que suscitan los dos partidos políticos. Esta explicación permite rebajar la importancia del resto de los factores, incluidos los intereses socioeconóm icos, y también per­ mite eclipsar la subordinación de la clase obrera y los campesinos a las elites. Las posturas políticas ligadas a un partido han perdido parte de su importancia, pues­ to que el sufrim iento de aquellos tiempos ya resulta algo arcano. La segunda for­ ma en que se manifiestan estos recuerdos es en el modo en que cada cual articula su experiencia particular, que no forma parte de ninguna reconstrucción colectiva del periodo de La Violencia. Esta situación deriva de la naturaleza fragmentada y singularizada de estas experiencias individuales. Sin embargo, también ilustra que no se ha conseguido construir un marco más amplio para explicar los hechos, en los que podrían, al menos parcialmente, integrarse los puntos de vista particulares. En su lugar, sólo constan los relatos privativos de cada individuo, que están mezclados con los detalles empíricos de los propios sucesos. La tercera forma en que emerge la memoria del periodo es a través de una reelaboracíón mítica de su significado, que es la única forma posible para que se configuren las experiencias compartidas. 31

Véanse G uerra, L e Mexique; Demélas, L ' Inventionpolittque.

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Las víctim as, en este sentido, resaltan la continuidad de la violencia, y subrayan que «siempre ha existido». Desde esta perspectiva, la violencia de 1946 fue una extensión de la que se vivió en 1932 y 1935, que, por su parte, fue una continuación de la Guerra de los Mil Días (1899-1902), a su vez un conflicto que prosiguió la vio­ lencia de las guerras civiles del siglo XIX. La Violencia, de este modo, llega a ver­ se como una circunstancia azarosa, o como un tipo de desastre, un desastre natural. Todo lo que les ha ocurrido a las victimas desde entonces -m igraciones, cambio de las pautas de trabajo y transformación de los valores- se achaca a la violencia de este periodo. En este caso, la violencia ha tomado las características de un mito. Este recuerdo fragmentario del pasado es determinante a la hora de estructurar la forma de percibir los acontecimientos actuales. Se nota todavía la pervivencia de un sentimiento de humillación perceptible en la ira de las clases obreras y de los jóvenes campesinos involucrados en la violencia de una forma u otra. Esta ira les impulsa a retomar el curso de los acontecimientos previos, tanto para conseguir un resultado final diferente, como para ahondar más en las veredas ocultas de la intrahistoria del pasado. La desconfianza que les inspira el Estado y los dirigentes políti­ cos se asienta sobre unos sentimientos muy enraizados de resentimiento. A pesar de todo, las antiguas divisiones políticas entre los partidos siguen moviendo las con­ ciencias de gran parte de la población. E s notoria la fragmentación de opiniones. Las formas de acción colectiva han quedado desbancadas por la violencia, y esto obliga a la población a encerrarse en sí misma, una vuelta ésta a la interioridad que también está relacionada con el amplio legado de la disolución de los lazos sociales. En este contexto, las representaciones míticas del pasado pierden parte de su prestancia y de su atractivo. Si acaso, ahora más que nunca goza de aceptación la idea de que la violencia actual no difiere de la del pasado, y la de que la sociedad está basada fun­ damentalmente en relaciones de fuerza. A este tipo de recuerdo puede responsabilizársele en parte del proceso de la banali^ación de la violencia, pues hace que ésta se perciba como si siempre hubiera existi­ do en unas form as más o menos parecidas a las actuales, como si formara parte de la naturaleza misma de las cosas. Esto es una complicación añadida cuando se trata de decidir qué es novedoso en la situación actual y a la hora de hacerse una idea de qué ocurre realmente. Esta confusión es generalizada en Colombia: no sólo en las regiones donde sólo recientemente se ha asentado la población, en las que el Estado apenas ejerce control, si es que lo ejerce, sino también en las principales ciudades y en otras regiones que ya llevan algún tiempo plenamente integradas en la economía comercial. Un ejemplo muy ilustrativo es el de la pequeña localidad de Trujillo, al norte del departamento de Valle, situada muy cerca de una de las principales rutas de transporte y de un centro muy importante de producción de café 5Í, que no puede ilustrar mejor las continuidades y discontinuidades que caracterizan los fenómenos violentos en Colombia. E l municipio de Trujillo se fundó en 1931. Al principio estaba controlado por grupos liberales elitistas que se aseguraron que la mayoría de los habitantes perte­ neciese a su partido, llegando incluso hasta el extremo de reclutar miembros entre los presos. Los prim eros conflictos sociales surgieron cuando una persona notable 32 La crónica uue sigue a continuación se basa en gran medida en el excelente trabajo de León Atehortua Cruz, t i l poder y la sangre.

DANIELPÉCAUT

reclamó un terreno que se consideraba hasta entonces propiedad pública, alegando una serie de títulos de propiedad que databan de la época colonial. A partir de 1942, los dirigentes conservadores trataron de establecer una red de relaciones basada en el clientelismo. Los años de La Violencia les brindaron la oportunidad que necesita­ ban para ello, y una serie de incidentes en los que se produjeron masacres y se ins­ tauró el terror permitió al conservadurism o apoderarse de toda la localidad. La mayoría de la población se vio obligada a huir o a unirse al partido conservador. Uno de sus dirigentes adquirió las tierras «abandonadas» a un precio irrisorio, de suerte que amasó una fortuna y a la vez acumuló el poder que le permitió mantener su posi­ ción indiscutible como el mayor terrateniente y optar más tarde a ocupar puestos en la política a nivel departamental y nacional. Aunque el 90% del electorado local seguía apoyando a los conservadores por estas fechas, la violencia seguía siendo la norma, y pasó a asociarse con las luchas internas entre las diversas facciones conser­ vadoras. El terrateniente local pudo mantener su posición privilegiada alimentando constante y estratégicamente el terror. Dependiendo de las ocasiones, él mismo ase­ sinaba a los miembros de la oposición, o contrataba los servicios de mercenarios para eliminarlos, logrando así que los partidarios de la oposición huyeran y que su control siguiera siendo absoluto en la zona. A pesar de estas fechorías, los dirigentes nacionales del partido le homenajearon en 1978. Sin embargo, a partir de 1980, apa­ recieron una serie de fuerzas en el municipio de Trujillo avaladas por nuevas formas de violencia. Un frente del E L N se instaló en la zona, granjeándose el apoyo de num erosos campesinos. A la vez, un poderoso narcotraficante, instalado en un municipio vecino, comenzó a acumular tierras. L o s sucesores de aquel gran terrateniente emplearon todos los medios a su alcance para mantener su dominio en la zona. La presencia del ejército y un sacer­ dote del lugar también trataron de mantener el modus vivendi. Sin embargo, el miedo se hizo una realidad omnipresente; todos eran conscientes de que podía desencade­ narse el terror en cualquier momento. Tres incidentes, sin embargo, consiguieron cambiar la situación drásticamente. Una rama disidente del M 19 llegó a la zona en 1990, asegurando tener secuestrados a los narcotraficantes. Al mismo tiempo, el E L N organizó una marcha a la Playa de Trujillo, a la que se obligó a ír a los campe­ sinos. Finalmente, a principios de 1991, un miembro del ejército colombiano murió en una emboscada. Durante los días siguientes, todos los «sospechosos» murieron uno a uno a manos del ejército y de los grupos paramilitares vinculados a los nar­ cotraficantes. Com o consecuencia de una acción del ejército y de los paramilitares se registraron más de 120 muertos, entre los que se encontraba el sacerdote local. E stos hechos se mantuvieron en secreto durante algún tiempo, pero terminaron saliendo a la luz. Por primera vez, el Estado se ha visto obligado a asumir res­ ponsabilidades por la situación. A la luz de este ejemplo, cabe hacer una serie de observaciones generales: 1.

Se ob se rvan claras diferencias en las sucesivas décadas en lo que se refiere a los o b je tiv o s de la violen cia y los agentes que han tom ado parte en ella: en los años treinta, en los cincuenta, los sesenta y los noventa. L o s episodios de violen cia se han su ced id o con la suficien te regu larid ad co m o para p ro d u cir una sensación general de con tinu idad. La ausencia de sign os claros o de hitos h istóricos com p li­ ca la reconstru cción social de la m em oria y su inserción en una secuencia histórica de acontecim ientos.

DE I.A BANALIDAD DE LA VIOLENCIA A l. TERROR REAL: EL CASO DE COLOMBIA

i.

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1 .a violencia explícita ha pasado claram ente a estar presente en todas las relaciones de poder que rigen en la sociedad colom biana. Estas relaciones de violencia están p o r encim a de las instituciones existentes. E n 1978, cuando el g o b ie rn o del F re n ­ te N acional llevaba en el p od er veinte años, no se con sideró que los asesinatos organizad os p or un lider local conculcaran el im perio de la ley. Peligra in clu so el um bral m ínim o de derechos civiles ya alcanzado. A titulo ilus­ trativo basta señalar que el procedim ien to para con segu ir los derechos sobre la p ro pied ad es co m p lejo , y que la violen cia surte el efecto de lim itar el alcance de la legislación a los que tienen en su poder títulos de propiedad acreditados, p or ejem plo a los hacendados de las zonas productoras de café. C o m o consecuencia, otros cam pesinos se encuentran en un estado de inseguridad perm anente en sus vidas cotidianas. L a ciudadanía política es tan frágil com o los derechos civiles: no tiene protección alguna. O cu rre lo m ism o con las form as colectivas de identidad, que están supe­ ditadas al control de las diferentes redes y que han pasado a estar caracterizadas por una com pleta heterogeneidad. A penas hay diferencias entre las relaciones que vin ­ culan a determ inados pueblos con un terrateniente, con los gru p o s de la gu errilla o con cualquier o tro gru p o. A u nque el terror es el que acapara los titulares, la transición de la violencia com ún al terror tiene lu gar de una form a bastante paulatina, sin excesivas discontin uida­ des. I .a m asacre sucedida en 1991 se reconoció oficialm ente, p ero esto no es sino una excepción. E s más frecuente que se considere que este tipo de incidentes es ajeno a toda secuencia firm em ente trabada de acontecim ientos. E n un m unicipio com o T ru jillo , se hace difícil hablar de la existencia de fronteras, aun in visibles, en relación con la violencia. I.a población está perm anentem ente atrapada en las relaciones que m antienen los diferentes gru p o s arm ados. E l terror que se da a este nivel ciertam ente se engrana en un fen óm en o más am plio de alcan ce n acion al, (ion to d o , el en to rn o g lo b a l apenas es sig n itte a tiv o para los que están inm ersos en la realidad diaria del terror. E ste dato ayuda a explicar p o r q u é el te rro r no p u ed e in te g ra rse sin p ro b le m a s en una se cu e n cia m ás am plia de acontecim ientos h istóricos. L a representación del terro r no term ina de m aterializarse.

n c l u s ió n

Algunos de los principales aspectos que he tratado de recalcar son la banalidad de la violencia y la imposibilidad de construir una representación significativa del terror. Entre los efectos colaterales de estas características, destacaría dos: la fragmentación de la percepción del individuo y el carácter deslavazado de la opinión pública. Este trabajo se ha centrado en la experiencia que los individuos tienen de la vio­ lencia y el terror. Ahora bien, ¿de qué individuos estamos hablando? Todos se encuentran en la confluencia de una serie de fuerzas contrapuestas. El individuo, a un mismo tiempo, está encerrado en las redes de control y a la vez obligado por una estrategia de supervivencia; es escéptico en cuanto a las instituciones públicas, pero por otra parte también busca «amparo estatal». Estas diversas presiones no llegan a fundirse. Com o consecuencia, ni siquiera puede darse por supuesta la permanen­ cia de la identidad individual H. N o es de extrañar que la única forma en que se 33

Sobre este tema, véase Ricoeur, Soi-mtme enmme Autre.

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manifiesta una identidad estable es en una concepción de las cosas en la que la pasi­ vidad del individuo le lleva de una situación a otra. La situación en que se encuentra la opinión pública es algo mejor. La población reacciona ante los acontecimientos cuando éstos tienen una importante dimen­ sión simbólica. Pero incluso en estos casos los sucesos pronto caen en el olvido, pues se suceden entre sí a gran velocidad. F.l sentimiento colectivo vuelve a su estado inicial. Excepto en momentos muy trágicos, apenas ha habido signos de malestar social. La opinión pública sobre una diversidad de temas (incluido el narco­ tráfico), y las políticas adoptadas con respecto a las guerrillas, la violencia y la corrup­ ción, bien no se manifiestan de ninguna manera especial, bien van cambiando según las circunstancias (lo que viene a ser lo mismo). También van variando sus exigen­ cias, pasándose de la defensa acérrima de las negociaciones a la solicitud de que se recurra a la fuerza. Ocurre lo mismo, afortiori, con relación al terror. En este sentido, los que manejan la opinión pública apenas están expuestos a él. El recuerdo de los asesinatos colectivos en serie que ocurren en Urabá se vuelve muy nebuloso. Si bien los primeros incidentes impactaron mucho a la gente, según fueron sucediéndose han ido reduciéndose a articulitos en la sección de «noticias breves» del periódico. 1 .a implantación de la violencia en las ciudades aumenta el desorden y socava todos los puntos de referencia tradicionales. La nula reacción a los avances de los paramilítares y a la estela de horrores que van dejando que se percibe en la actualidad demues­ tra a qué niveles llegan el desorden y la desorientación. Según se ha expuesto, la violencia se convierte en un modo de operar que soca­ va los cimientos de todas las instituciones sociales establecidas. Aunque legalmen­ te el Estado sigue existiendo, parece que tiene escaso control, o ninguno, sobre el curso de los acontecimientos. La intervención de los Estados Unidos introdujo a la fuerza un tercer elemento en los conflictos de la zona, al forjar una imagen en la que los grupos armados locales se configuraban como una comunidad de delincuentes. Y el empleo del ultimátum también tiene sus límites: puede alterar la percepción de la situación, pero a menudo significa introducir un elemento más en el conflicto. Independientemente dei poder militar que pueda demostrar, cabe preguntarse has­ ta qué punto los Estados Unidos pueden erigirse en representantes del imperio de la ley, y menos imponerlo en Colom bia, por muchas deficiencias que presente el orden legal vigente.

T

ercera parte

TRA N SIC IO N ES DEM O CRÁTICAS PACÍFICAS? PERSPECTIVAS Y PRO BLEM AS

VIII MEMORIA COLECTIVA, MIEDO Y CONSENSO: PSICOLOGÍA POLÍTICA D E LA TRANSICIÓ N DEM O CRÁTICA EN CHILE Patricio Silva

D esde hace vario s años, C hile está d ivid id o en dos paises claram ente definidos que no se m iran, no se tocan y no se conocen; p ero se intuyen y se tem en. Esta situación encie­ rra - s in d u d a - un en orm e rie sg o , p o rq u e pasar del m ied o al o d io y del o d io a la agresió n es una e v o lu c ió n casi natural que nos lleva in evitablem en te a la ló g ica de la gu erra, com o sucedió en septiem bre de 1973

a transición democrática chilena es considerada como una de las más exitosas de la ola dem ocratizados que experimentó América Latina en la década de los ochenta. Desde un punto de vista político, el traspaso de poder de un gobier­ no militar a otro civil surgido de las urnas se llevó a cabo de forma ordenada y sin convulsiones políticas o sociales. A esto hay que añadir el alto grado de consenso alcanzado entre las principales fuerzas políticas del país tras la restauración demo­ crática \ A su vez, en lo referido al crecimiento y la estabilidad fiscal, la evolución económica de Chile ha recibido continuas alabanzas por parte de los organismos financieros internacionales 5. En el ámbito social, los gobiernos democráticos han desarrollado, con evidente éxito, sendos programas para ampliar el acceso a la salud, la educación y la vivienda de los sectores sociales de menores recursos. Además, la eliminación de la extrema pobreza ha sido declarada objetivo prioritario del país, y su consecución, se ha previsto para el año 2010, cuando se cumpla el bicentenario de su independencia. No obstante, bajo la urdimbre de esta prom etedora escena política se adivina un profundo y difícil proceso de aprendizaje que, marcado por una batería de factores psicológicos y emocionales, ha dado lugar a un comportamiento y una

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Politzer,

Miedo en (.'hile, pág. 1 1 .

2 Véanse Allamand, C.entroderecba; Foxley, ficonnmiapolítica. 5

Véase Bosworth et al., C. bilcan lieonomy.

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P A T R I C I O S I I .V A

serie cié actitudes fácilmente identificables entre los principales actores de este pro­ ceso de cambio. Se podría decir que la sociedad chilena en su conjunto sigue trau­ matizada por su historia política más reciente. N o obstante, este trauma nacional tiene un rostro diferente según la tendencia política e ideológica de cada perso­ na. Entre los sectores derechistas, el recuerdo de la radicalización del conflicto social, las huelgas, la violencia callejera, la escasez de alimentos y bienes de consumo, y la amenaza comunista (real o imaginaria) que constituía el gobierno de L nidad Popular tuvo un fuerte impacto psicológico. Desde fuera es muy difícil com ­ prender su apoyo incondicional, apasionado y explícito al gobierno militar si no se tienen en cuenta los efectos políticos de este trauma. Por su parte, el recuerdo im borrable del martes 11 de septiembre de 1973 no ha dejado de causar una tris­ teza y una amargura profundas entre los entusiastas partidarios de Allende. La «irreversibilidad del proceso socialista», de la que todos estaban convencidos, quedó hecha trizas de un cruel plumazo. Tras ello, la persecución, los maltratos y la tortura física, la inseguridad laboral, la represión ideológica y, para muchos, la dolorosa experiencia del exilio que siguieron al golpe acabaron por conmocionar a la izquierda chilena. En este capítulo nos proponemos analizar los componentes principales del mie­ do político en Chile y de qué formas ha influido este factor psicológico en las acti­ tudes y el comportamiento de los actores políticos más importantes de la transición democrática. En mi opinión, la búsqueda casi obsesiva de acuerdos y consenso entre la coalición democrática y la oposición -que, de hecho, ha sido fundamental en el éxi­ to del camino a la democracia- revela la profunda aprehensión arraigada en ambas partes, producto no sólo de las experiencias pasadas sino de las muchas incertidumbres que suelen generarse en los procesos de transición. N o pretendo, claro está, reducir la explicación de la transición democrática chilena a la lógica del miedo porque es obvio que dicho proceso se ha visto condicionado por numerosos facto­ res políticos, institucionales, económicos y culturales 4. Sencillamente, quiero subra­ yar el papel que desempeñan los componentes psicológicos en los cambios de régimen; un papel que hasta ahora no ha recibido suficiente atención en el estudio de la transición a la democracia en Chile. E n la primera parte del capítulo, indago en la memoria colectiva de la experien­ cia democrática que concluyó bruscamente con el golpe militar y que está presen­ te en diversos sectores de la sociedad chilena. Me centraré en dos aspectos del miedo producido por la crisis del sistema político chileno en los primeros años de los setenta: la «percepción de amenaza» y el «llamamiento a la autoridad». Por otro lado, mencionaré el arduo y amargo debate producido en el seno de la izquierda chilena sobre las causas de la debacle de la experiencia del gobierno de Allende. En la segun­ da parte del capítulo, comento los principales mecanismos utilizados por el gobier­ no militar para mantener el sentimiento de temor instalado en la población como base de su propia legitimación ante sus afines y como un instrumento de disuasión contra sus adversarios. En la tercera parte, analizo el comportamiento político de los seguidores del régimen militar durante los años que precedieron a la restauración democrática; unos años en los que los recuerdos y temores del pasado condiciona­ ron su actitud frente a Pinochet y las fuerzas democráticas. En la parte final de este 4

Véase D rakev (aksic, \truggle for L^tmocran.

MEMORIA COLECTIVA, MIEDO V CONSENSO: PSICOLOGIA POLITICA

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capitulo, describo el esfuerzo realizado por los gobiernos democráticos para acabar con las ansiedades y convencer a los grupos financieros, las Fuerzas Armadas y los partidos políticos de derecha de su capacidad para gobernar el país y de la bondad de sus objetivos.

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p e r s is t e n t e r e c u e r d o d e l p a sa d o

En su influyente estudio sobre la aparición de regímenes burocrático-autoritaríos en el Cono Sur, O ’Donnell centra su atención en las profundas crisis econó­ micas y políticas que precedieron la toma de poder de los militares en Brasil (1964) y A rgentina (19 6 6 )! . E ste elemento de interpretación se aplicó posteriorm ente a los golpes de Estado de Chile (1973), Uruguay (1973) y, de nuevo, Argentina (1976), en los que se descubre un periodo previo de conflicto sociopolítico gene­ ralizado que se vio acompañado de una grave crisis económica y fiscal. Esta situa­ ción produjo una aguda «percepción de amenaza» entre las élites económicas, que pensaron que la crisis ponía en peligro el orden político y económico existente. Según O ’Donnell: C uan to más se siente la am enaza, m ayor es la polarización y la explicitud del conteni­ d o de clase de los con flictos anteriores a la im plantación de los regím enes burocráticoautoritarios. F.sto, a su vez, suele aum entar la cohesión de las clases dom inantes y la subordinación a ellas de la m ayor parte de las clases m edias, ahondando el sentim ien­ to y los efectos de la derrota de la clase pop u lar y sus aliados. L a explicación es m últi­ ple: en prim er lu gar, una p ercepción m ayor de am enaza o to rga, dentro de las Fuerzas A rm adas, m ayor peso a los sectores d u ros no preocupados [. . .] p o r la consecución inmediata de la «integración social»; en segu n d o lu gar, v m uy en relación con lo ante­ rior, el aum ento de la sensación de am enaza hace crecer el ap o yo al uso sistem ático de m étodos rep resivos para lo g ra r la desactivación política de las clases populares y la su b o rd in ació n de sus o rgan izacio n es de clase, fundam entalm ente los sin dicatos .

i^a percepción de amenaza constituye un factor clave para entender la for­ mación de una coalición golpista en Chile que acabó derivando en el golpe de Estado de septiembre de 1973. N o obstante, sus repercusiones van más lejos. Para empezar, el sentimiento de amenaza no se limitaba a los grupos sociales dom i­ nantes, sino que era percibido también por las clases medias y algunos sectores de la popular. Además, se trata de un elemento importante no sólo para entender el golpe militar, sino también el comportamiento político de los seguidores de Pino­ chet durante su régimen en general, y durante el periodo de transición en particular. Dicho de otro modo, la percepción de amenaza se convierte en una experiencia histórica que hace que se generen y reproduzcan durante mucho tiempo senti­ mientos de lealtad y desconfianza, impidiendo la form ación de un clima de con­ senso nacional.

5 O ’Donnell, Modernizai ion. 6 O ’ Donnell, «Retlections», p á g .

7.

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PATRICIO SILVA

I m amenaza del otro Si nos remontamos a los últimos días de la democracia chilena previa a Pinochet, nos encontramos con una nación muy dividida, excesivamente politizada y polarizada, en la que un gobierno de izquierda tenía la firme determinación de esta­ blecer un modelo socialista en el país, algo a lo que una amplia oposición interpuso por todos los medios una resistencia encarnizada 7. Si lo comparamos con otros casos similares del subcontinente, nos damos cuenta de que el grado de crisis pregolpista y la percepción de amenaza fueron altísimos en Chile. En palabras de Remmer, «no hay otro lugar en el Cono Sur donde haya habido una percepción de crisis más generalizada, ni haya sido tan palmaria la ‘amenaza ejercida desde abajo’ como en Chile»8. Al contrario de otros países del Cono Sur, en Chile este sentimiento no sólo lo provocaron determinados sectores políticos y sociales, sino también el propio gobier­ no al tratar de cambiar de forma explícita el orden sociopolítico y económico exis­ tente. Además, la percepción de amenaza de las élites económicas no sólo se debió al temor a que se actuara contra sus intereses, algo que ya había ocurrido con las expropiaciones de tierras, empresas y bancos. L o que realmente estaba en juego era su propia supervivencia como clase social así como la del sistema capitalista. La lucha entre Unidad Popular y las fuerzas antiallendistas fue especialmente virulenta en las zonas rurales, donde el proceso de expropiación de tierras generó un clima de con­ frontación total entre los terratenientes y los campesinos9. Las clases medias fueron clave en la caida de Allende. Aunque al principio el gobierno de Unidad Popular contó con el apoyo de un sector de este amplio grupo social, hacia fines de 1971 se hacía patente el desencanto de la clase media con el gobierno. La radicalización, movilización y combatividad crecientes de las capas urbanas marginales intimidaron claramente a la clase media, que vio en la agitación popular una verdadera «rebelión de las masas». Por otra parte, la profunda crisis económica y el consiguiente desabastecimiento de alimentos y productos de consu­ mo habían causado un gran temor en los sectores pudientes, que veían sus hábitos de consumo y su forma de vida seriamente amenazados lo. Más importante aún, dicha percepción se había propagado hacia el interior del sec­ tor uniformado, que temía el establecimiento de un poder militar paralelo desde de los sectores más radicalizados de la izquierda. Así mismo, los lideres militares tenían mie­ do a que se infiltraran en su institución agitadores izquierdistas y a que se produjera una insurrección desde las mismas filas del ejército y la marina. Por último, las Fuerzas Armadas estaban especialmente sensibilizadas ante la idea de su propia participación en el gobierno de Unidad Popular, como había pedido Allende en noviembre de 1972, ya que esto podía conducir a la politización de las instituciones militares' 1. 7 Véase (iarretón y Moulian, Unidad Popular. H Rcmmcr, M ilitary Rule, pág. 1 16. y Véase Silva, «The State, Politics and the Peasant L nions». 10 Véase Vylder, Allende s Chile. Lin este sentido, la prensa, que estaba en su mayoría en manos de las fuerzas opositoras, llegó a desempeñar un papel decisivo al generar, e intensificar, los temores de las clases medias. (Véase también Dooner, Periodismo ypolítica.) 1 1 Valenzuela, fíreakdou n o f Democratic Redimes, págs. 98-103.

MEMORIA COLECTIVA, MIEDO Y CONSENSO: PSICOLOGIA POLITICA

Una sociedad saturada Desde una perspectiva sociológica más amplia, la crisis generalizada del país produjo un clima de inseguridad colectiva en toda la población. Tironi, siguiendo un enfoque durkheimiano, define el problema de la siguiente manera: L a efervescencia, la desestabilización de la vida ordinaria, el desvanecim iento del lím i­ te entre in d iv id u o y colectividad, no pueden ser sino transitorios; a la larga producen agotam ien to, hastío, y después de un tiem po, una reacción im previsible. E n C hile, hacia 19 7 }, en vastos sectores de la sociedad cundió un incontenible cansancio. Ante la falta de canales capaces de ritualizar la efervescencia, para que así la sociedad recu­ perara la unidad y la rutina, ella se trastocó abruptam ente en una fuerte dem anda auto­ ritaria. D esde el pun to de vista p o lítico , en efecto , la situación chilena parecía sin salida [ ...]. A m ediados del año 19 7 3 , m ucha gente com enzó a inclinarse p or buscar una salida, la que fuese, a una situación psicológica angustiante. Las salidas, lógica­ m ente, eran extraconstitucionales u .

De un lado, los sectores izquierdistas más radicalizados exigieron a Allende mano dura contra la oposición sediciosa para restablecer su autoridad presidencial. Del otro, la oposición adoptó una estrategia claramente putehista diseñada para el derrocamiento violento del gobierno por parte de las Fuerzas Armadas, para poner fin a lo que se consideraba una situación de anarquía y para reponer el principio de autoridad. Al final, no quedó espacio en Chile para aquellos sectores moderados que apoyaban una solución negociada entre las principales fuerzas políticas que evi­ tara el desmoronamiento de la democracia chilena. El gobierno de Salvador Allende y su triste final son de amargo recuerdo tanto para adversarios como partidarios, ya que supuso el fracaso de la sociedad chilena en su conjunto. Este sentimiento es más agudo aún en la izquierda, que tras el golpe de Estado inició un largo y doloroso debate para descubrir las causas de la caída de Allen­ de -un debate que se convirtió en un verdadero ejercicio de terapia colectiva- . Los primeros ensayos al respecto, en su mayoría informes de partidos en el exilio, tuvie­ ron un carácter excesivamente ideológico y recriminatorio, ya que los partidos izquierdistas se acusaban los unos a los otros del trágico final. De puertas afuera, la izquierda utilizaba la palabra derrota para hablar del golpe de Estado, resaltando así el carácter netamente militar de la caída de Allende y con la intención de presentar las instituciones armadas como un diabulus ex machina que interrumpió de manera ines­ perada la consolidación del socialismo en Chile. Con el paso del tiempo, sin embargo, tuvo lugar un proceso de desmitificación y secularización de la experiencia de Unidad Popular, con lo que los análisis empezaron a centrarse en los errores y falencias del gobierno de Allende. Llegado un momento, algunos líderes políticos comenzaron a hablar abiertamente de fracaso en relación con el experimento de Unidad Popular, poniendo el acento en la responsabilidad que tuvo la propia coalición en la debacle ‘ 5. Hubo numerosos líderes políticos de izquierda que no sólo constataron los errores

12 13

Tironi, Autoritarismo, págs. 125-126. Véanse Garretón, «Evolución política»; Silva, «Social Democracy».

PATRICIO SI IVA

colectivos, sino que asumieron el golpe de Estado como un fracaso personal. De esta experiencia traumática había una lección muy importante y dolorosa que aprender: el día en que llegara el final de la dictadura habría que evitar a toda costa que se repitie­ ran los errores que condujeron a esta tragedia colectiva. Las profundas marcas deja­ das por esta página de la historia no cesaron de salir a flote en las palabras y los pensamientos de los líderes de izquierda durante el periodo de transición y tras la restauración de la democracia en 1990 ‘4. Com o veremos a continuación, el temor al retorno de la crisis política y econó­ mica del periodo pre-golpista condicionó el comportamiento político de la mayor parte de los actores políticos chilenos. También en la actualidad continúa ejerciendo una fuerte influencia.

LA IN S T IT U C IO N A L IZ A C IÓ N D E L M IE D O Tras el golpe de Estado, el poder militar comenzó una brutal campaña de repre­ sión de todos los sectores sociales y políticos que habían apoyado al depuesto gobier­ no de Unidad Popular. Nunca antes en América Latina se habia producido una ola de represiones parecida tras la toma del poder por parte de los militares. Miles de chile­ nos fueron encarcelados, torturados y asesinados por las fuerzas de seguridad. El increíble grado de violencia empleado por las Fuerzas Armadas generó un profundo sentimiento de terror entre quienes anteriormente habían apoyado al gobierno de Unidad Popular M. Protección ante la inseguridad Con vistas a otorgar legitimidad al nuevo gobierno militar, las autoridades ini­ ciaron una amplia campaña de información mediática contra el anterior régimen, al que acusaron de la inestabilidad social y política de los años precedentes l6. Como recuerdan Constable y Valenzuela: La propaganda oficial dio una relevancia especial a la violencia y el caos de los años de gobierno de Allende, y presentó el golpe como un acto glorioso de liberación. En cierto folleto se mostraba una fila de personas aguardando al racionamiento de pan 14 El ministro secretario general del gobierno de Aylwin, Enrique Correa, figura de gran rele vancia dentro del partido socialista chileno, expresó sin ambigüedades este sentimiento en una entrevis­ ta: «I iemos hecho muchas concesiones, pero por esas concesiones hemos ido construyendo la democracia que tenemos [ . . .] Hemos construido un orden político y económico que será muy estable. Y el aporte del socialismo quedará vinculado a este éxito, asi como antes estuvo vinculado al fracaso de la experiencia del ‘ 70. Los socialistas del futuro serán herederos del éxito de esta coalición, no del fracaso del pasado», H l Mercurio , 2 de febrero de 1992. 15 Politzer, en Fearin Chile , reproduce las historias y las palabras de algunos ciudadanos chilenos, de los que se desprende el profundo miedo creado por la dictadura militar. 16 También para legitimar el golpe de Estado y extender el miedo entre la población, el gobierno mili­ tar anunció la existencia del denominado «Plan Z», mediante el cual el gobierno depuesto habría planeado el asesinato de algunos líderes destacados de la oposición, empresarios y altos mandos militares influyentes, y sus familias. A pesar de que no se aportaron datos convincentes sobre el citado plan, muchos chilenos esta­ ban más que dispuestos a creer cualquier tipo de acusación contra el gobierno de Allende.

MEMORIA COLECTIVA. MIEDO Y CONSENSO: PSICOLOGIA POLITICA

m ientras A llen de am onton aba w h isky y porn o grafía en escondites secretos. E n otro libro se confrontaban escenas del pasado y el presente de C hile, utilizando textos hiper­ b ólico s: ayer había escasez, «caos, am bulancias, violencia», y h oy hay orden, abun­ dancia y «una n u eva m oralidad» ' 7.

De este modo, el nuevo gobierno militar se presentaba como el único garante de! orden, la seguridad de los ciudadanos y la autoridad. Es lo que Samuel Valenzuela ha denominado la «legitimación inversa» del gobierno militar. El propósito era otorgar validez al nuevo régimen e incluso recabar apoyo para el mismo, señalando los defec­ tos reales o exagerados del anterior lS. De hecho, la propuesta de restablecimiento del orden tras un periodo de intensos cambios y movilizaciones sociales fue muy bien recibida al principio por numerosos chilenos como una alternativa al periodo anterior de polarización y confrontación social. En este contexto, la dictadura se veía como un «mal menor» en comparación con las incertidumbres y el miedo pro­ ducidos por el gobierno de Unidad Popular '9. Aunque los militares utilizaron su supuesta capacidad para garantizar la segu­ ridad a la ciudadanía como una de sus bases de legitimación, en realidad las nuevas autoridades generaron de form a consciente el temor y la inseguridad entre la población a través de diversos mecanismos. E l gobierno trató así de convencer a los chilenos de que la existencia y la continuidad de un régimen autoritario eran nece­ sarias para enfrentarse adecuadamente a las persistentes amenazas del pasado. En lugar de intentar norm alizar la situación política lo antes posible, las Fuerzas Armadas trataron de institucionalizar el estado de emergencia inicial otorgando a la «amenaza comunista» un carácter permanente en la vida nacional. La idea era que el enemigo había perdido una batalla pero no la guerra, y que estaba aguardando el momento preciso para v o lver a atacar a la nación. Com o consecuencia, el país permaneció en estado de guerra durante un año, a lo que siguieron dos años más de estado de sitio. Posteriormente, además, se consolidó esta situación de excepción institucionalizada en un estado de conmoción nacional. Durante muchos años se aplicó el toque de queda en las principales ciudades para mantener la sensación de anoma­ lía y amenaza entre la población 1D. Con el objetivo de despertar el patriotismo chileno y el apoyo al gobierno, se apuntó al «comunismo internacional», personi­ ficado por Cuba y la Unión Soviética, como la principal amenaza para el país. Según el gobierno, estos países nunca perdonarían a Chile que hubiera terminado con la dominación comunista en el país y, por lo tanto, permanecerían al acecho ante una nueva oportunidad para atacar. E n junio de 1974, Pinochet creó la Dirección Nacional de Inteligencia (D IN A ), para coordinar las actividades represivas de las secciones de seguridad de los diver­ sos cuerpos de las Fuerzas Armadas. Las facultades otorgadas a la D IN A eran casi ilimitadas, al operar sin cortapisas en la represión de los disidentes. Fue la organiza­ ción responsable de la mayor parte de los casos de «desaparecidos» durante el perio­ do de go b iern o m ilitar. La D IN A se co n v irtió rápidam ente en el principal 17 Constable y V alenzuela, Nation o f Iinemies. 18 Valenzuela, «Democratic Consolidation», págs. 78-79. 19 Lcchncr, Patios interiores, pág. 102. 20 Véase Tapia, Terrorismo de estado.

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instrumento de Pinochet para la consolidación de su mandato personal. Como seña­ la Arriagada: Sería d ifícil llegar a e xagerar so b re el g rad o de poder que adquiría el Je fe del E sta d o m ediante el con trol de la D I N A . D esde m ediados de 1974 [ . .. ] la D I N A se c o n v irtió en la co lu m n a v e rte b ra l del rég im en . N in g ú n o tro ó rg a n o ch ile n o tenía m a y o r in fluencia en la vida nacional. L a autoridad absolu ta del presidente sobre la D I Ñ A anulaba de fo rm a efe ctiva cu alquier ilusión de paridad entre aquél y quienes en los m eses inm ediatam ente p osteriores al golp e de E stad o habían sido sus com pañeros de arm as e iguales *«.

En 1977, tras una amplia serie de condenas internacionales y críticas de la Igle­ sia católica chilena, la D IN A fue sustituida por la Central Nacional de Inteligen­ cia (CNI) con el objetivo de «legalizar» la represión. Es importante subrayar que tanto la D IN A com o la C N I tenían com o misión el mantenimiento del miedo entre la población. Según Garretón, tras la creación de la D IN A : L a represión se hizo m ás se lectiva, com b in an d o actos en cu biertos de asesin ato o secuestro con acciones espectaculares que, presenciadas p or la totalidad de la p o b la­ ción, estaban destinadas a crear m iedo (...) (I.]a C N I sigu ió a la D I N A en casi todos sus m étodos [...] E n tre 19 77 y 1980, m ientras estaba siendo d efinido el m odelo p olítico, la represión fue más d irigid a y destinada a p ro vo car tem or y queb rar la m oral. P redo­ m inaron las detenciones m asivas, las deportaciones internas, las expulsiones y la to r­ tura, aunque hubo tam bién algunas ejecuciones, llevadas a cab o con el pretexto de enfrentar resistencia arm ada

El mismo Pinochet también mencionaba sistemáticamente los peligros a los que se enfrentaba la nación. E n un amplio estudio, Munizaga señala la incitación al mie­ do como un tema recurrente en los discursos públicos de Pinochet. Según ella: E l d iscu rso de Pinochet tiene com o finalidad la in tensificación del sentim iento de in seguridad y tem or [...] La inseguridad, el m iedo y la ansiedad -q u e son elem entos que acom pañan siem pre y ejercen una profunda influencia en la vid a de los hom bres y en la sociedad, así com o en las incertidum bres creadas en todo proceso de crecim ien­ to eco n ó m ico y cam bio so c ia l- son los pilares en los que el gob iern o m ilitar pretende sustentarse o bten iend o la adhesión incondicional de sus seguidores M.

Entre la gratitud y el temor El miedo fue también un factor decisivo en la actitud de los empresarios chi­ lenos hacia el gobierno militar. Los empresarios industriales y agrícolas fueron los más proclives a aceptar los sacrificios contenidos en el plan del gobierno para rees­ tructurar la economía en conformidad con los principios del libre mercado. Dos gestos fueron suficientes para que pudieran expresar su confianza y optimismo hacia las medidas adoptadas por la junta militar: la nueva seguridad que lograban con 21 22 23

Arriagada, Pinochet, págs. 18-19, Garretón, «Evolución política», pág. 161. Munizaga, Discurso público, págs. 19-20.

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respecto a sus tierras y la desarticulación de los sindicatos y el movimiento campesi­ no. A pesar de los riesgos evidentes de las nuevas medidas económicas (reducción de aranceles, supresión de la protección estatal, etc.), los empresarios chilenos acep­ taron el nuevo modelo económico sin reservas ~4. Esta actitud no sólo se debía a su gratitud hacia las Fuerzas Armadas por haberles librado de un «régimen castrista», sino también a sus propios temores a una recuperación de las fuerzas de izquierda y su eventual vuelta al poder. Como señala Stepan: La persistencia del tem or en la alta burguesía fue un factor im portante que contribu­ yó a que la burguesía aceptara las decisiones políticas que iban contra las clases altas [...] pero eran, a sus ojos, el coste necesario para proteger sus intereses generales. E s im posible com prender la pasividad del sector industrial de la burguesía chilena (una pasividad que, p or supuesto, increm entó la autonom ía política del Estad o) si no es dentro el contexto del te m o r1 ’ .

Al retirarse de forma incondicional la clase empresarial de la gestión política y económica del país, surgió inesperadamente una nueva estructura de toma de deci­ siones en torno a los denominados «Chicago Boys», una tecnocracia civil de corte neoliberal que a menudo mostraba un total desinterés por la opinión de los empre­ sarios zG. Cuando, al cabo de un tiempo, las organizaciones empresariales empezaron a criticar tímidamente algunos aspectos de la política económica, siempre trataron de mantener diferenciada a la tecnocracia civil neoliberal de los militares al frente del gobierno. Cada vez que protestaban por una determinada medida económica, dirigían la crítica explícitamente a los «Chicago Boys» mientras reafirmaban su apoyo al «honorable gobierno de las Fuerzas Armadas». Sin embargo, esta dualidad en su discurso no dio los resultados esperados. La alianza entre el poder militar y los tecnócratas neoliberales se había hecho muy estrecha y los uniformados no tenían ninguna intención de interferir en la formulación y ejecución de las medidas econó­ micas 11. Según Constable y Valenzuela: L o s em presarios respondían con deferencia a las críticas que pudieran proceder de los n uevos gobernadores. La memoria del reciente trauma les hacía permanecer leales a sus liberadores, y ni siquiera los empresarios más influyentes se atrevían a ofender a los militares p or m iedo a quedar m arcados co m o disidentes o traidores. A pesar del papel tan relevante que desempeñaron en su oposición a Allende, los líderes empresa­ riales se encontraron con que contaban m uy p o co para los altos cargos militares y sus poderosos colaboradores en materia económ ica

Consumismoy apatía La aplicación de las duras medidas económicas y financieras llevadas a cabo durante el periodo de 1975 a 1977 por los «Chicago Boys» (reducción de funcionarios 24 25 26 27

Campero, Gremios empresariales', y Campero, «lintrepreneurs». Stepan, «State Power», pág. J21. Véase Silva, «Technocrats and Politics». Véase Moulian y Vergara, «Estado, ideología y políticas». 28 Constable y Valenzuela, Nalion o f Unemies, pág. 202.

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del Estado, rebajas salariales y arancelarias, supresión de subvenciones, incre­ mentos de precio, etc.) se vio acompañada de una escalada represiva por parte de los servicios de seguridad para evitar las manifestaciones de descontento entre la pobla­ ción. Sin embargo, con el paso del tiempo, la reducción del peligro de «subversión» desbarató una de las formas más importantes de justificar la represión necesaria para el control político de la clase popular. La desaparición del temor planteó un grave problema para el gobierno al tener que buscar nuevas fz. Com o verem os en el apartado siguiente, las incertidumbres provoca­ das por la contienda política tuvieron mucho que ver con la reaparición de los temo­ res de la transición democrática.

T

r a n s ic ió n a l a in c e r t id u m b r e

La gran importancia otorgada al crecimiento y la estabilidad económica como formas de legitimación del régimen se convirtió en el talón de Aquiles del mismo. Al contrario de otros conceptos ideológicas menos claros, como los usados tradicio­ nalmente por los regímenes populistas, los objetivos económicos del gobierno se podían medir fácilmente y habían sido reducidos a unas variables muy precisas: alto crecimiento del P N B , baja tasa de inflación, aumento de las exportaciones, etc. Por ello, hacia finales de los setenta, en algunos círculos de izquierda se dio por hecho que con la primera crisis económica se produciría la caída del gobierno mili­ tar. Pero este análisis economicista de la realidad social olvidaba al menos dos facto­ res importantes. Kn primer lugar, la población chilena no estaba dispuesta a que cayera el gobierno militar aun en el caso de una crisis económica si no había una alternativa política aceptable. Y en segundo lugar, una crisis económica profun ­ da no sólo sembraría el descontento entre las clases alta y media sino también la agitación social y la movilización política entre las clases populares, listo último se toparía con la intransigencia de los grupos dominantes, para los que esta «amenaza ejercida desde abajo» vendría a revivir los viejos temores de los primeros años de la década de los setenta. Com o argumentaré a continuación, esto queda confirmado por la situación política chilena al comienzo de los años ochenta.

E l despertar de la sociedad civil El repentino descalabro de uno de los principales grupos financieros en 1981 produjo una onda expansiva de especulación que, a su vez, provocó el pánico general en los círculos empresariales. Fue el comienzo de lo que se convertiría en una profunda crisis económica. Durante los meses siguientes, muchas financieras y empre­ sas entraron en bancarrota, la producción cayó dramáticamente y el desempleo alcanzó niveles críticos. Hacia fines de año, el PN B había descendido un 14 % H. 32 53

Brunner, «Cultura política». Véase Angelí, «Chile since 1958», págs. 189 ss.

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El desencadenamiento de esta crisis económica hizo «resucitar» el multipartidismo en el país. Después de casi una década, los ¡legalizados partidos políticos comenzaron a restablecer paulatinamente sus actividades de forma cada vez más abierta, a la vez que el gobierno militar, que mostraba signos evidentes de debilidad, procedía a buscar una fórmula para afrontar la nueva situación p olíticaS4. Una protesta masi­ va contra el gobierno, el tt de mayo de 1983, marcó la reactivación de la sociedad civil chilena. Tras la histórica manifestación, se organizaron «días de protesta nacio­ nal» cada mes en las principales ciudades chilenas para pedir la restauración de la democracia. Al principio, el m ovimiento de protesta consiguió m ovilizar no sólo a los sectores populares, sino también a una parte importante de las clases medias urbanas que ya sentían las consecuencias de la recesión económica. Sin embargo, los «días de protesta nacional» tomaron rápida c inesperadamente un cariz radical al ser incapaz la oposición democrática de canalizar y guiar al m ovi­ miento de masas. Esto ocurrió sobre todo en los barrios marginales {poblaciones) de la periferia de Santiago, donde por momentos las protestas antigubernamentales alcan­ zaron el carácter de insurrección. Las facciones radicales de la oposición, como el Partido Comunista y el Movimiento de Izquierda Revolucionaria (M 1 R), apoyaron de forma activa las violentas acciones de los pobladores, unas operaciones que forma­ ban parte de una estrategia de «insurrección popular» para derribar la dictadura. El gobierno reaccionó ante este desafío popular con la movilización de fuerzas milita­ res en las poblaciones, dando muerte a decenas de sus habitantes. Esta demostración de poder militar provocó una fuerte conmoción entre los pobladores al recordarles los métodos utilizados por las fuerzas militares inmediatamente después del golpe de 1973 5'. Com o señala T ironi, «la violencia que estalló con las ‘protestas’ de los años 1983/84, automáticamente reavivó en la memoria colectiva el recuerdo de la cri­ sis traumática de 1973» E l gobierno militar utilizó hábilmente los medios de comunicación de masas para transmitir la imagen de la violencia de los pobladores y resucitar los miedos de las clases medias al caos y la insurrección. A finales de 1984, las protestas, que habían comenzado en los barrios de clase media de Santiago, casi habían desaparecido. Tanto la «amenaza desde abajo» como la fuerte recuperación económica experimentada en Chile desde mediados de 1984 habían calmado las protestas de la clase media, con lo que Pinochet pudo recuperar el control de la situación. La oposición democrática había aprendido lecciones importantes de las «jorna­ das de protesta», unas lecciones que serían decisivas en la posterior estrategia políti­ ca para acabar con el orden militar en el país. En primer lugar, las protestas habían dem ostrado que la movilización de masas no podía acabar con la dictadura, que aún tenía fuerza y podía contar con un apoyo muy importante de la población en general. Tras esta experiencia, los partidos de oposición democrática optaron por un m anejo cupular (de arriba abajo) buscando acuerdos en el seno de las más altas instancias políticas en lugar de la movilización política de las masas. En segun­ do lugar, el fom ento de la violencia resultó contraproducente porque también 34 55 36

Véanse Valenzuela, Military Rule\ Cavarozzi y Garrctón, Muertey resurrección, Mart íncz, « M iede >al estad» »>; Sal azar, I 'falencia política. Tironi, Autoritarismo, pág. 181.

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legitimaba la represión militar y reavivaba el miedo al regreso de las antiguas formas de confrontación. Las protestas colectivas también dejaron muy claro que la idea de form ar un frente unido anti-Pinochet era poco realista: las fuerzas extrem istas de izquierda habían elegido, sin lugar a dudas, el camino armado y de la violencia, mientras que el resto del movimiento de oposición había optado por una solución política. En tercer lugar, la oposición democrática se dio cuenta de que su prioridad era formar lo antes posible una coalición de partidos que pudiera ofrecer una alter­ nativa moderada y creíble al régimen militar. Por último, era muy improbable que el gobierno militar estuviera dispuesto a abandonar la estructura institucional impues­ ta por el mismo y contenida en la Constitución de 1980. Esto significaba que antes o después la oposición democrática tendría que aceptar la validez de esta polémica Constitución, y hacer uso del reducido espacio político que aún permitía dicha for­ ma de legislación autoritaria.

Renovación ideológica N os equivocaríamos, no obstante, si dijéramos que la intención de la oposición de desarrollar una estrategia política moderada tuvo únicamente que ver con lo aprendido de las protestas. Más bien, esta experiencia sirvió de catalizador del lar­ go y penoso proceso de acercamiento entre democratacristianos y socialistas. Indi­ caré brevemente aquí los principales rasgos de este fenómeno, dado que se vio fuertemente influido por el trauma golpista y la subsiguiente represión. Com o he señalado anteriormente, lo primero a lo que tuvo que enfrentarse la izquierda chilena fue a su propia responsabilidad en la caída de Unidad Popular. Los debates en el exilio sobre la dictadura y la democracia a la luz de lo sucedido con el golpe de Estado y el gobierno autoritario de Pinochet tampoco fueron nada fáciles. La brutalidad del golpe y las atrocidades cometidas por los militares dejaron una profunda huella en la conciencia de los partidos de izquierda y sus seguidores. Esto tuvo consecuencias ideológicas. La eliminación de determinados derechos huma­ nos fundamentales y de las garantías de la ciudadania fue algo totalmente nuevo para los chilenos. Cuando los militantes de izquierda luchaban por el estableci­ m iento de una dictadura del proletariado en Chile, muy pocos de ellos habían llegado a plantearse cuál era el verdadero significado y las consecuencias en la práctica del concepto «dictadura». Desde septiembre de 1973, '° s chilenos tuvie­ ron la amarga oportunidad de com probar lo que significaba vivir realmente bajo una dictadura. El régimen militar hizo que muchos chilenos tanto dentro como fue­ ra del pais adoptaran una posición firmemente antiautoritaria. Aunque al princi­ pio se trató de una reacción directa al régimen de Pinochet, pronto tuvo lugar una reformulación sustancial de las actitudes acerca de temas fundamentales como la libertad, la democracia, la dictadura, el pluralismo y la tolerancia política. La restauración de la democracia se convirtió en la principal demanda de la oposición chilena. Muchos se dieron cuenta de que esta exigencia no podía utilizarse sólo para acabar con Pinochet. Así, numerosos socialistas abandonaron su antigua pos­ tura de considerar la democracia simplemente como un instrumento para alcanzar el poder, y empezaron a verla como un fin en sí misma. Como consecuencia de lo que se denominaría un proceso de «renovación», los socialistas chilenos comenzaron a

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considerar la democracia, según Arrate, como «el espacio y límite de la acción política» ,7. A principios de la década de los ochenta, muchos lideres socialistas empezaron a ver la creación de una alianza de centro-izquierda con los democratacristianos como la única manera de formar un gobierno amplio, sólido y estable con mayoria electoral. A sí mismo, se dieron cuenta de que dicha alianza sólo sería posible si sus objetivos políticos se limitaban a la restauración de la democracia (el principal obje­ tivo común), lo que significaba que habría que evitar toda demanda socialista que pudiera poner en peligro esta alianza ,l1. Un el interior del Partido Demócrata Cris­ tiano (PDC) se produjo en esa época un proceso similar de «renovación ideológica». Esto activó la autocrítica en cuestiones como la decisión de gobernar como «partido único» durante el gobierno de Eduardo Freí M ontalva (1964-70) por no haber agotado todas las posibilidades de diálogo con el gobierno de Unidad Popular para evitar la desintegración del sistema democrático, y por su propia responsabilidad en la caída de Allende. El PD C también llegó a la conclusión de que una alianza con los sectores moderados de los socialistas chilenos era una postura factible y deseable si se quería que la izquierda tomara el camino de la dem ocraciai9.

E l plebiscito de 198$ y sus consecuencias La Constitución de 1980 establecía que en 1988 se llevaría a cabo un plebiscito para que los chilenos decidieran si querían que se prolongara o no el mandato de Pinochet durante otros ocho años. Cuando se aprobó la Constitución, en 1980, la economía chilena estaba en tuerte progresión y la confianza del régimen y el triuntalismo se hallaban en su apogeo. El gobierno había previsto que para 1988 Chile estaría disfrutando de un mayor nivel de prosperidad económica y que, por lo tan­ to, la población apoyaría con entusiasmo la continuidad del régimen militar ‘,0. Nadie hubiera esperado que unos años más tarde el modelo neoliberal sufriría una grave crisis, y que el gobierno militar tendría que hacer frente a una creciente oposición política. En agosto de 1983, democratacristianos, socialistas y otros partidos políticos pequeños form aron la Alianza D em ocrática (A D ), de centro-izquierda, con el }7 Arrate, luer^a democrática, pág. 234. 38 Walker, «Nuevo socialismo»; Silva, «Social Democracy». 39 Véase Hunceus, «Partidos políticos». Algunos lideres democratacristianos como Alejandro loxley comenzaron a hablaren esa época de la necesidad de dibujar un «proyecto nacional», aunque éste se dio cuenta que no seria fácil debido a los muchos temores que dividían al pueblo chileno: «La expe­ riencia traumática de los últimos años ha dejado demasiadas heridas. Impide a algunos olvidar para ponerse asi a disposición de los requerimientos del futuro. Bloquea a otros por el miedo y la incertidumbre ante lo que viene. Dificulta para la sociedad en su conjunto la concreción de un acto racional colectivo: tomar la decisión de convivir pacíficamente y de construir a partir de todos un país» (Foxley, Democracia estable, pág. 35). 40 En aquellos años, el profesor Arnold I iarberger, uno de los principales mentores intelectuales de los «Chicago Boys», había afirmado: «se puede predecir que dentro de diez años los chilenos disfruta­ rán de un nivel de vida similar al de F.spaña, que tiene en la actualidad un producto interior que duplica el de Chile, y dentro de 20 años los chilenos posiblemente gozarán de los mismos niveles de vida de Holan­ da» (Citado en ( VBrien v Roddick, Chile %pág. 68).

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objetivo de ser la base para un futuro gobierno democrático. Exactamente dos años más tarde, tras la exitosa mediación de la Iglesia católica, la mayoría de las fuerzas de oposición, incluidos sectores de la derecha, firmó un «Acuerdo Nacional para la Transición a la Plena Democracia». Sin embargo, fue la cercanía cada vez mayor del propio plebiscito (programado para el 5 de octubre de 1988) lo que verdaderamen­ te movilizó a las fuerzas democráticas con vistas a esta histórica prueba de fuerza entre el gobierno militar y la oposición. Paradójicamente, el que sólo hubiera un candidato (Pinochet) y que la gente sólo pudiera decir «sí» o «no» facilitó la unidad de las fuerzas democráticas de oposición en torno a una única cuestión común: el «no» a Pinochet. Esto llevó a la formación del «Comando por el No» en febrero de 1988, que aglutinó a la mayoría de los grupos opositores, con la excepción de los comunistas, que rechazaron la idea de participar en un plebiscito organizado por el gobierno militar. Hn los meses previos al plebiscito de octubre, aumentó el miedo al cambio y la incertidumbre entre la población en general. Las fuerzas de oposición del pasado temían también la reacción de Pinochet en caso de que venciera el «no». Les preocu­ paba que pudiera utilizar medios fraudulentos para 110 aceptar su derrota o, lo que sería peor, restaurar en toda su intensidad la represión del pasado. La televisión tuvo un papel fundamental en las campañas tanto del gobierno como de la oposición. De hecho, esta prueba de fuerza se presentó como un «acon­ tecimiento electrónico». Para darle cierta credibilidad a la contienda electoral, el gobierno militar permitió que, por primera vez en quince años, las fuerzas de la oposición pudieran comunicarse libremente con el pueblo chileno por medio de un espacio televisivo diario de quince minutos durante las tres semanas previas al ple­ biscito. La mayoría de los analistas convienen en la gran importancia de este hecho en la victoria de la oposición en el histórico referendo4'. Com o indica Hirmas, el miedo tuvo un papel muy destacado en la campaña oficia! por televisión a favor del «sí», mientras que la campaña de la oposición tuvo como objetivo neutralizar el temor del pueblo a las consecuencias que podría tener la victoria del «no»4*. Durante años, Pinochet había afirmado una y «tra vez que no había ninguna alternativa viable a su mandato, y lo había hecho con el eslogan «Yo o el caos». En tanto que la campaña por el «sí» fue tremendamente negativa y basada en el pasado, la del «no» se centró en la esperanza, el optimismo y la reconci­ liación. Los anuncios del «sí» alternaron escenas de un Chile brillante y próspero con imágenes de archivo que mostraban colas de racionamiento y escenas de violen­ cia durante el gobierno de Allende. En una desagradable «recreación» aparecían una madre y su hijo escapando de una turba con palos y banderas rojas: «si regresa­ mos al pasado, la primera víctima inocente podría ser de tu familia», advertía la voz del anuncio a la vez que la cámara congelaba la imagen de rotura de cristales y del gri­ to mudo de la m u jer45. Este material contrastaba fuertemente con los anuncios de la oposición, superiores técnicamente y en contenido. Los fragmentos del «no», con su gran fuerza y creatividad, capturaron la imaginación del país. Todas las 41 Véanse Angelí» «Chile since 1958», pág. 194; Constable y Valenzuela, Nation of Bnemies, pág. 307; Portales y Sunkel, Política enpantalla, pág. 108. 4 z Hirmas, Franja, pág. 110. 43 Constable y Valenzuela, Nation of hnemies, pág. 505.

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noches, un caleidoscopio de chilenos, desde conductores de autobús a bailarinas, se movían al ritmo de la sintonía «¡La alegría ya viene!». K 1 mensaje era una llamada sen­ cilla y optimista a la dignidad y la democracia, y Patricio Bañados, un importante pre­ sentador de informativos que había abandonado la televisión estatal como protesta contra la censura, pedía: «sin odio, sin miedo, vota por el No». Constable y Vaienzuela concluyen de forma categórica: «el gobierno había perdido el control de la verdad y la oposición se había fugado con ella de la mano»44. El triunfo de la oposición demostró que un considerable sector de la población chilena se había sacudido el temor que tan influyente había sido antes, y había optado por la restauración democrática. I ,os partidos democráticos de la oposición habían obtenido la confianza del pueblo con la promesa de que no deseaban una vuelta al pasado. Tras el plebiscito, los once partidos que formaban el «Comando por el No» decidieron establecer la coalición electoral Concertación de Partidos por la Democracia para disputar las elecciones generales programadas para diciembre de 1989. El que no se produjera caos ni violencia tras el plebiscito y la actitud de recon­ ciliación adoptada por la oposición ante el derrotado régimen convencieron a muchas personas de que la coalición de Concertación era de confianza y de que diciembre de 1989 podría marcar el comienzo de una transición pacífica a ia demo­ cracia en el país.

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c o n f ia n z a

y co n sen so

Tras la victoria de Concertación en las elecciones generales de diciembre de 1989, Chile comenzó un nuevo capítulo de su historia política. El sentimiento de opti­ mismo y alivio se apoderó de un país en el que, sólo unos años antes, era inconce­ bible que el régimen de Pinochet pudiera llegar a su fin por medios pacíficos. Existía la impresión de que la nación tenía una oportunidad única para construir una demo­ cracia moderna sobre los cimientos de un sólido sistema económico. Uno de los aspectos más sobresalientes de la nueva democracia chilena fue la buena disposición por parte de gobierno y oposición para llegar a acuerdos amplios y soluciones negociadas en asuntos económicos, políticos y sociales. Como aciertan a señalar Tulchin y Varas: D espués de diecisiere años de dictadura m ilitar, los líderes chilenos de tod o el espectro político em pezaron a poner fin a una larga tradición de am arga confrontación, y a v a lo ­ rar cada vez más la estabilidad dem ocrática a costa de sacrificios políticos. Ya durante el régim en autoritario se había p ro ducido cierta m odernización con un enfoque p olíti­ co m ás p rag m ático y m enos id eo ló g ic o y con un co m p ro m iso p o r el m antenim iento de las reglas dem ocráticas. E l traum a del go lp e m ilitar y el largo p erio d o p osterior de violencia fueron poderosam ente disuasivos para que ningún sector político recreara las condiciones que llevaron al fin de la dem ocracia4'.

44

Ibid.. p á g .

J0 7 .

Tulchin y Varas, Dictatorsbip to Democracy, pág. 4 . Como apuntó Alejandro Foxlev, ministro de Finanzas en el gobierno de Avlwin: «Floy vivimos una coyuntura histórica excepcional: nos aferramos a una experiencia nueva de paz social, de ánimos constructivos, de optimismo; condiciones que se 4;

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E l gobierno democrático, y en particular el mismo presidente Patricio Aylwin, tuvo muchísimo cuidado en cada paso que daba para no poner en peligro la delicada estabilidad política que el país había logrado desde marzo de 1990. E s cierto que Chile, al contrario que otros países de la región, había inaugura­ do el orden dem ocrático en circunstancias bien halagüeñas. Durante años, la economía del país había crecido sin interrupción mientras que la situación finan­ ciera estaba relativamente saneada. Por otra parte, O ’ Donnell y Schmitter señalan que aquellos países que ya habían tenido una larga experiencia democrática pre via, y, por lo tanto, estaban familiarizados con el funcionamiento de sus institucio­ nes, poseen muchas ventajas con respecto a otros que tienen que construir un orden dem ocrático por prim era v e z 46. Tanto los políticos com o el ciudadano medio en Chile veían como algo suyo el ritual democrático y confiaban en su res­ tablecimiento, algo que fue como la «vuelta a las raíces de la nación». Sin embargo, en el caso particular de Chile, permanecían en la memoria los dolorosos recuerdos del periodo que concluyó con la caída del antiguo sistema democrático. Com o apunta Valenzuela: E s to s casos de re co n so lid ació n de la d em ocracia se ven [. . .] en to rp ecid o s p o r el re c u e rd o p asad o de la crisis q ue lle v ó al fracaso d e m o crá tico , unas im ágen es que lo s detractores del p ro ceso dem ocrático casi siem pre tratan de subrayar. Para que los intentos de redem ocratización tengan éxito , p o r lo tanto, es necesario un esfuerzo consciente p o r parte de los principales actores de dicho p ro ceso para e vitar que rea­ parezcan los sím bolos, las im ágenes, las conductas y los program as políticos asociados con los con flictos que llevaron a la quiebra d e m o crática47.

Com o ya hemos mencionado, uno de los recuerdos más dolorosos del periodo pre-golpista fueron los efectos de la crisis económica (hiperinflación, desabasteci­ miento de alimentos, etc.). Entre las principales preocupaciones de la nueva era democrática se encontraba la duda de si el gobierno de Aylwin sería capaz de man­ tener la estabilidad económica y financiera heredada del gobierno militar. Había miedo en particular a la postura que adoptarían los sindicatos frente al gobierno y los empresarios al tener libertad en el ejercicio de sus derechos (incluido el de huelga) para reclamar mejoras salariales y laborales. El gobierno, no obstante, tenía la inten­ ción declarada de controlar la economía eficazmente. La coalición de Concertación quería acabar con el mito de que los gobiernos autoritarios tienen m ayor capaci­ dad que los dem ocráticos para prom over el crecimiento económ ico y el desarro­ llo. Si el gobierno de Aylwin podía mostrar su habilidad para llegar a niveles de desarrollo social y económ ico aún m ayores, no sólo conseguiría legitim ar el orden democrático sino también despejar el temor que planeaba entre los chilenos a una posible vuelta al pasado. E l fervor y el trabajo intensivo que pusieron el ministro de Hacienda, Alejandro Foxley, y su equipo para preservar y aumentar la

impusieron casi por necesidad de supervivencia, luego de vivir por un periodo prolongado en una socie­

dad profundamente escindida e inestable. El momento debe ser aprovechado y proyectado hacia adelan te» (Foxley, Economía política , pág. 42). 46 Vcase O'Donnell y Schmitter, Transiciones: conclusiones tentativas, págs. 40-4}. 47 Valenzuela, «Democratic Consolidation», pág. 79.

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prosperidad económica son incomprensibles si no se toma en consideración la cues­ tión de la memoria colectiva. Como señala Oppenheim: I .os chilenos se acordaban muy bien del caos y la turbulencia que precedieron la eaida de Salvador Allende y la violencia subsiguiente. El pais había sufrido un trauma colee tivo, lo que hacía que los chilenos fueran extremadamente sensibles a las situaciu nes que parecieran que podían recrear las crisis pasadas. Por ejemplo, muchos chilenos asociaban la inflación y el caos económico con el gobierno de Allende; como conse cuencia, el gobierno de Aylwin hizo del monitoreo diario de la estabilidad económica una prioridad jS. El gobierno de Aylw in inauguró la costumbre de llevar a cabo consultas regu­ lares con los partidos de la oposición, organizaciones empresariales y sindicatos para obtener un apoyo político y social amplio a su política económica. Esta prácti­ ca, que ha continuado el gobierno de Eduardo Frei Ruiz-Tagle, ha contribuido cla­ ramente a reducir el tradicionalmente alto grado de desconfianza en la política chilena. La política de acuerdos, como se la denominó, posibilitó, entre otras cosas, subidas de impuestos para financiar programas sociales, el aumento del salario mínimo y mejoras en la legislación laboral49. El consenso alcanzado entre gobierno, oposición y empresarios con respecto a la política económica tiene una relación indudable con el hecho de que el gobierno de Concertación continuara aplicando políticas n e o l i b e r a l e s De hecho, los gobiernos de Aylwin y Frei aceptaron postu­ lados económicos importantes que habían introducido los «Chicago Boys», como el rol subsidiario del Estado en las actividades económicas, el replanteamiento de la importancia e incidencia del capital extranjero y el sector privado nacional en el des­ arrollo económico, la adopción de mecanismos de mercado y de criterios de eficien­ cia económica como los instrumentos principales para la distribución de recursos o la im portancia de mantener las finanzas públicas en orden y de consolidar la esta­ bilidad macroeconómica. Así, los partidos de derechas y los círculos empresariales permanecieron, en general, satisfechos con el rumbo económico prom ovido por los gobiernos civiles. Además, estos grupos tampoco eran proclives a adoptar una postura de mayor oposición al gobierno, ya que temían que esto condujera al forta­ lecimiento de los sectores más radicales de Concertación, que, a su vez, provocaría un abandono parcial o absoluto de las políticas económicas neoliberales. El gobierno de Concertación se dio cuenta, sin embargo, de que no se podría alcanzar la estabilidad política garantizando la estabilidad financiera y el crecimien­ to económico solamente. También había que hacer algo para mejorar las condiciones de vida de millones de chilenos que habían sido excluidos de los beneficios del cre­ cimiento económico. N o obstante, había que abordar esta cuestión con gran cuida­ do porque los círculos derechistas podían interpretar las iniciativas del gobierno para combatir la pobreza como un plan encubierto para llegar a objetivos populistas e incluso socialistas. 1 .os gobiernos de Concertación habían despolitizado el proble­ ma social chileno de forma consciente para evitar la radicalización o incluso la con­ frontación en este asunto. En oposición al periodo pre-golpista, las desigualdades 48 49 50

Oppenheim, Politics in Chile, pág. 207. Fox lev, Economía política ; Cortázar, Política laboral. Petras y l.eiva, Democracy and Poverty.

MEMORIA COLECTIVA. MIEDO V CONSENSO: PSIO «.O C IA l> ,i. 64 lamounier, «Brazil: Inequality against Democracy», pág. 160. Para un desarrollo posterior de este concepto, véase lamounier, «Brazil: the I lyperactivc Paralysis Syndromc». 65 Véase Santos tt al.. Que Brasil e este?

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subyacente a los debates constitucionales demostraba una serie de lo que podrían considerarse «imperfecciones». I.a postura en relación con las cuestiones más impor­ tantes ocasionó una constante remodelación de alianzas y lealtades dentro y entre las distintas facciones del Congreso y los individuos concretos. Especialmente, el pro­ pio gobierno se sirvió del clientelismo y el favoritismo para influir en la mayoría par­ lamentaria en diversas cuestiones específicas (tales como la duración del mandato presidencial). Las alianzas en el Congreso se fundaron más en los pactos y las lealta­ des personales que en la coherencia y en los programas de los partidos66. Tras 1990, este fenómeno parecía haber declinado en cierta medida, aunque Collor intentó uti­ lizar el clientelismo en un intento de impedir su destitución en 1992, N i siquiera Cardoso consiguió permanecer totalmente al margen de las prácticas clientelistas para la ejecución de su plan de sustanciales reform as administrativas y políticas, y para ganar su reelección. En particular, el patronazgo a todos los niveles, desde la política local hasta la forja de alianzas de votos en el Congreso, sigue siendo impor­ tante. Una razón fundamental para esta situación es la generalización del personalis­ mo, al que ya nos hemos referido, en combinación con la endémica inestabilidad de la estructura de partidos. Esta situación crece por el constante peso político del nor­ este, donde tales prácticas son consustanciales a los partidos políticos; por ejemplo, el poderoso cacique del P I11 , de Bahía, Antonio Carlos Magalhaes, ha estado impli­ cado en todos los proyectos políticos importantes desde 1985. Aun así, durante el gobierno Cardoso, la alianza social-liberal del propio partido de Cardoso, el Partido Social Democrático Brasilerio (PSD B), el P F L y parte del PM D B, que aglutina impor­ tantes fuerzas políticas de Sao Paulo, del noreste (Bahía, Pernambuco, Ceara), Minas Gerais y de los opulentos estados del sur (Paraná, Santa Catarina y Rio Grando do Sul), pareció suficientemente sólida para seguir con su plan de reformas. En los niveles regional y local se da una amplia gama de situaciones políticas, desde las habi­ tuales oligarquías regionales y los caciques locales hasta las alianzas regionales pro­ gresistas (como las de Ceara y Rio Grande do Sul) o la política participari'va de los gobiernos municipales del P T en importantes ciudades como Porto Alegre. En cuanto a las bases socio-políticas del consenso democrático, se puede obser­ var que la m ayor parte de los grupos y clases sociales parecen comprometidos con los procedimientos dem ocráticos67. Las elites empresariales y los grandes terrate­ nientes están bien representados en las distintas facciones del Congreso. Especial­ mente, la denominada «nueva derecha» (políticos neoliberales del Partido Liberal, propietarios de pequeñas y medianas empresas, y grandes terratenientes de la Unido Democrática Rural, U D R , que, de hecho, dejó de existir en 1995) se ha integrado en la política democrática y civil, y parecen distanciarse de las inclinaciones autori­ tarias ’ . La clase media y trabajadora, e incluso parte de los sectores urbanos y rura­ les menos favorecidos han conseguido incrementar su acceso a la esfera pública mediante sindicatos y todo tipo de asociaciones cívicas de voluntarios. Los niveles de 66 67

Véase Campello de Souza, «Brazilian “ New Republic” », págs. 370 ss. Véase por ejemplo las declaraciones de destacadas figuras recogidas en DaMatta et al.%Brasi¡eiro: C.idadáo? En 1993, el 60% de los brasileños expresaron su preferencia por la democracia como sis­ tema de gobierno, pese a los varios retrasos de los años anteriores; véase M oisés, B rasileños e a Democracia , pág. 264. 68 Véase Campello de Souza, «Contemporarv Faces».

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organización y movilización política de la sociedad brasileña se consideran altos, aunque se encuentran en gran medida disociados de la práctica diaria de los partidos políticos. El movimiento sindicalista se ha debilitado últimamente en parte por la continua crisis económica, las actividades de la economía marginal y la liberalizació n 69. Los sectores pobres del ámbito rural, especialmente los campesinos sin tie­ rras y su movimiento, mantuvieron lazos con el PT, si bien alternaron entre acciones pacíficas e iniciativas más radicales y violentas, tales como la ocupación de hacien­ das rurales y los enfrentamientos con la policía estatal. Volveré sobre este problema en la próxima sección. Para resumir, entonces, en líneas generales, parece que la democracia institu­ cional (y los derechos civiles y políticos fundamentales) están hrmemente asentados, si bien se aprecian algunas deficiencias. La práctica y la cultura políticas se han hecho congruentes con la democracia pero, al mismo tiempo, una serie de peculiaridades tales como el personalismo, el clientelismo y el cambio a d boc de las lealtades entre los partidos siguen reñidas con lo que uno entiende por una democracia «madura».

La

a m e n a z a a c t u a l d e l a v io l e n c ia

Una de las grandes paradojas de la transición brasileña es que el final del régimen autoritario y la restauración de la democracia hicieron poco para disminuir los pro­ blemas de violencia, arbitrariedad e inseguridad dentro de la sociedad. Por el con­ trario, aunque es virtualmente imposible de comprobar, puede afirmarse que los niveles y la extensión de la violencia social se han incrementado con la democracia. Esto bien puede ser una cuestión de percepción: quienes en Brasil tienden a expresar su saudade respecto a los años de «ley y orden» bajo el dominio del ejército obvia­ mente olvidan que los propios militares estaban entre los principales responsables de esa violencia arbitraria. Además, el incremento de los delitos comunes comenzó mucho antes del reciente retorno de la democracia, e incluso pudo haber recibido un importante empuje bajo la dictadura. En cualquier caso, lo realmente significativo en relación con este trabajo es que la percepción de la violencia y la inseguridad se ha intensificado durante los últi­ mos diez o quince años. Probablemente, esta situación se puede explicar por el hecho de que fue exactamente la vuelta a la democracia lo que aumentó las expec­ tativas de que mejoraran la seguridad y el imperio de la ley. A esto cabe añadir la naturaleza aparentemente más «multiforme» de la violencia y de los conflictos sociales. Brasil, de hecho, presenta el caso más destacado de esa «nueva violencia» que afecta a las sociedades latinoamericanas en el periodo post-autoritario. Ya no son los radicales de izquierda, ni los pobres (que siempre han estado sujetos a dis­ tintas formas de violencia -d e Estado-) los que están expuestos a la violencia y la inseguridad. Especialmente desde mediados de los ochenta, la violencia se ha con­ vertido en una opción habitual para propietarios de tierras, comerciantes, agentes del orden, bandas crimínales, señores de la droga y, en algunos casos, políticos del interior. 69 Véase Costa, Tendencias, para una revisión de los últimos desarrollos en los movimientos sindicalistas brasileños.

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Se puede discutir si la actual ola de conflictos sociales amenaza la viabilidad de la democracia en Brasil a largo plazo. En todo caso, su influencia parece ser mucho mayor que la del legado de un pasado de represión a la hora de sembrar dudas sobre la capacidad del Estado para mantener los derechos civiles y el imperio de la ley. Los temores que despiertan los conflictos sociales y las distintas formas de violencia están hoy en claro contraste con la relativa indiferencia general que suscitaban el terror y la violencia en el pasado. Así, mientras las dimensiones institucional y política de la democracia parecen ya firmemente establecidas en Brasil, la continua violencia y los problemas en el campo de los derechos humanos siguen cuestionan­ do la calidad de la democracia brasileña en relación con muchos de sus ciudadanos. Revisaré brevemente las manifestaciones fundamentales del problema en dos áreas: violencia y conflictos sociales, y crimen y fuerzas del orden.

Conflictos sociales y violencia En el meollo del asunto está, por supuesto, un patrón profundamente arraigado en la sociedad brasileña de desigualdad y exclusión social. Esto se refiere no sólo al problema de la generalizada pobreza, sino al completo síndrome de exclusión siste­ mática de los recursos básicos (tierra, trabajo, salario), de los esquemas públicos de bienestar, de la participación política, e incluso de la nación como colectivo social y construcción cultural. Esta exclusión se basa en distintas combinaciones de divisio­ nes de clase y étnicas, y se complica más con la importancia persistente de los víncu­ los personales que pueden determinar si uno está «dentro» o «fuera» en términos de ciudadanía plena70. De manera directa, lo que está en juego es la cuestión de la «ciudadanía social». A largo plazo, la pobreza y la exclusión van en contra del consenso democrático y la estabilidad7I. N o sólo instauran una «violencia estructural» visible en todas las difi­ cultades cotidianas producidas por la desigualdad y la privación72; también alimen­ tan el estallido de conflictos violentos. El papel de la violencia en los conflictos sociales, e incluso en la vida cotidiana y la cultura, tiene, por supuesto, una larga historia en Brasil. La sociedad colonial se basó en la coerción, representada de forma crucial en la institución de la esclavitud. En el Brasil del siglo X IX , la represión de la protesta social y de las revueltas se añadio al espectro de la violencia *. Hasta el presente, la resolución de los intereses opuestos de diferentes grupos o agentes a menudo implica el uso de la violencia, normalmente por parte del más poderoso. Una violencia endémica prevaleció especialmente en las áreas rurales más p eriféricas74. Por regla general, las elites

70

Véase DcMatta, Casa e a rúa , págs. 71 ss; también DcMatta, Carnavais%capitulo 4.

Véase Lam ounier, «Brazil: Inetjuality against Democracy». 72 E sto se hace dolorosam ente real en las vidas de los más pobres, com o en el noreste, dramática­ mente analizado en Scheper-H ughes, Death uitbout Wetping. 71

7 3 Véase Oliven, Violencia e cultura, pág. 13. 74 Véase lowcraker, Strugglefor luind , para un análisis de la larga historia de violencia en la frontera agraria brasileña. Véase IstoH, n° 1233, i9de mayorde 1995,para un informe sobre la «guerra» entre pisto­ leros y ocupantes y sus defensores en la región de Bico do Papagaio, conocida por su violencia en el ámbito rural desde principios de los años ochenta; aproximadamente mil personas murieron entre 1982 y 1992.

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privadas podían contar con el compromiso o la complicidad activa de los represen­ tantes del Estado. La violencia perpetrada tanto por los grupos de particulares como por las denominadas «fuerzas de la ley» ha afectado a activistas sociales tales como los campesinos sin tierra que ocupaban una propiedad, los trabajadores del metal en huelga, las com unidades indígenas, o los mineros del oro (¿arimpeiros) que fue­ ron expulsados de sus emplazamientos. Especialmente en la frontera amazónica, la violencia cotidiana es endémica, y demuestra la incapacidad del Estado para mante­ ner un orden interno lega! y pacífico. Esto podría contribuirá un clima general en el que la violencia se considera como la opción normal a la hora de defender intereses o resolver conflictos. En particular, algunos segmentos de la elite, como los propie­ tarios de tierras que se enfrentan con ocupantes ilegales, o los comerciantes hostiga­ dos por los niños de la calle, recurren a la violencia de manera habitual. Durante la República N ueva, fueron fundamentalmente las huelgas obreras las que provocaron las reacciones represivas por parte de las autoridades. Ya he men­ cionado el vivo interés del SN I por los asuntos laborales. Sin embargo, el sindicalis­ mo disfrutó de mayor margen de acción durante la República Nueva que durante los años de gobiern o militar. L o s sindicalistas consideraron que había llegado el momento de reclamar compensaciones por la veloz disminución de poder adquisi­ tivo experimentada por los asalariados antes de 1985. E l resultado fue una impre­ sionante oleada de huelgas durante los años del gobierno de Sarney. En algunos casos destacados, las huelgas fueron violentamente reprimidas por las autoridades. En marzo de 1987, el ejército y la marina se desplegaron para terminar con las gran­ des huelgas de los trabajadores portuarios y de refinerías. En noviembre de 1988, una huelga en la planta metalúrgica estatal de Volta Redonda, en el estado de Río de Janiero, fue violentamente reprimida por el ejército, con el resultado de tres muer­ tos y dos docenas de heridos75. A partir de 1990, el principal movimiento que suscitó reacciones violentas fue el movimiento de los «sin tierra» (Alorí mentó dos Trabalhadores Rurais Sem-I'erra, M ST). Mientras las Fuerzas Armadas se mantuvieron a distancia, la tarea de controlar y reprimir el movimiento recayó en la policía militar, que en Brasil se encarga de las tareas habituales de la policía en el mantenimiento del orden público, bajo el mando de los gobernadores de los estados. El movimiento comenzó a primeros de los ochenta en Rio Grande do Sul y se fortaleció durante el breve periodo en el que el gobierno de Sarney intentó poner en vigor la reforma de la tierra. Bajo la República Nueva, la cuestión de la tierra animó a los terratenientes a formar grupos armados privados contra el M ST, organizados en la U D R y financiados mediante subastas de ganado celebradas bajo sus auspicios. Durante los noventa, el M S T aumentó su militancia y recurrió a la ocupación de propiedades pertenecientes a los grandes terra­ tenientes o al Estado, pero considerados «improductivos» v por tanto expuestas a la expropiación 16. El M ST ha seguido operando a través de un delicado equilibrio entre estrategias institucionales (manteniendo ciertos lazos con el P T y la Centra! Única dos Trabalhadores, CU T), protestas civiles (como la marcha campesina sobre Brasilia en abril de 1997), y ocupaciones por la fuerza de la tierra que, en los casos en que han sido exitosas, se han visto seguidas de esfuerzos en favor del desarrollo 75 76

Véase Hunter, Eroding M ilitary Influente, págs. 89-90. Vcase Navarro, Política.

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comunitario de dichas propiedades 17. Las ocupaciones de tierra y otras acciones militantes han llevado frecuentemente a enfrentamientos violentos, especialmente cuando se ha enviado a la policía militar para contener la situación, pero también en los casos en que los terratenientes han enviado a pistoleros. Durante el gobierno Cardoso, este tipo de enfrentamientos se hizo más fre­ cuente. Aunque Cardoso realizó esfuerzos para implementar la reforma de la tierra que había prometido durante su campaña electoral de 1994, los lideres del M ST con­ sideraron que la reforma no estaba progresando lo suficientemente rápido, al mismo tiempo que se iban agudizando los problemas sociales en el ámbito rural. E l íMST no rechazó la noción de diálogo en sí misma, pero las ocupaciones de tierras y las acciones militantes se consideraron necesarias para inducir al gobierno a acelerar la reforma de la tierra y para abandonar el «neo-liberalismo» -el principal «oponente» político e ideológico del N1 S T -. En agosto de 1997, el líder del M ST, Jo ao Pedro Stedile, hablaba de la marcha sobre Brasilia de abril de 1997 y de la rebelión de Chiapas en M éxico en los siguientes términos: C o n la m archa, fo rzam o s al go b ie rn o a cam b iar de táctica. H asta entonces, habían a d o p tad o la política de aislar al M ST . E s o se acabó. A h o ra el g o b ie rn o habla y d e s­ pués ataca. E s una p o lítica de una de cal y otra de arena [...] C h iapas desem peñ ó un im p ortan te papel h istó rico al m ostrar al m un do que el n eo lib eralism o había fraca­ sado en M é xico . A n te s, las élites d en tro y fu era de B rasil presen tab an al país com o un m o d elo , p e ro ahora ya nadie habla de eso. E n cierta m anera, C h iapas fue la caída del m u ro de B erlín para el capital fin an ciero in te rn ac io n al7*.

A mediados de los noventa, el uso de la fuerza por parte de los miembros del M ST se hizo más frecuente, pero la reacción de las fuerzas del orden fue casi siempre desproporcionada. En julio de 1995, la policía militar emprendió el violento desalo­ jo de un grupo «aislado» de sem-terra (trabajadores rurales sin tierra) que había ocupado una propiedad cerca de Corumbiara, Rondónia, durante el que murieron nueve activistas rurales y tres policías. La policía militar fue acusada de haber tor­ turado a los detenidos Menos de un año después, se desató el escándalo general por una acción de la policía militar del estado de Para en la que murieron 19 ocupan­ tes muertos y otros 51 resultaron heridos. Para disolver a 1.500 sem-terra que habían formado una barrera cerca del municipio de Eldorado do Carajás en protesta por el lento avance de la reforma de la tierra, unos 268 policías armados con rifles y ame­ tralladoras rodearon a los manifestantes y abrieron fuego deliberadamente sobre la multitud, en ocasiones a quemarropa. La acción se produjo tras el fracaso de las negociaciones fallidas y ante la creciente impaciencia de las autoridades8o. En rela­ ción con los problemas rurales, el gobierno parece estar atrapado entre la militancia de los sem-terra y la poderosa facción del Congreso que representa a los terratenientes 77 Véase los reportajes en Veja , n° 1491, 16 de abril de 1997, especialmente «A longa marcha» (La larga marcha), págs. 54-35; «Condenados a luta» (Condenados a la lucha), págs. 36-41; y «O radical da tradigáo» (El radical de tradición), págs. 46-48, en el que se retrata al líder del MST, Joáo Pedro Stedile. 78 Citado de una entrevista concedida a \ e ja y ntt 1507, 6 de agosto de 1997, págs. 12-13. 79 Véase Veja, nQ1405, 16 de agosto de 1995, págs. 37-38. 80 Véase el detallado reportaje en Vtja, n° 1441, 14 de abril de 1996 («Sangue em Eldorado»), págs. 34-39.

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e intenta evitar una modernización más rápida de las relaciones sociales en las zonas rurales. Al mismo tiempo, los estallidos de violencia contra los manifestantes y los ocupantes rurales ponen seriamente en duda la efectividad del imperio de la ley en Brasil.

L a nuera guerra: crimen contra ¡a sociedad En el Brasil urbano, los problemas de la violencia y el miedo están igualmente ligados al problema del mantenimiento del imperio de la ley. En las ciudades, el pro­ blema de la violencia criminal ha sido muy importante durante los últimos diez o quince años. Para los analistas, la violencia urbana en Brasil puede ser una expresión de «dominio y resistencia de clase» en el contexto de una forma muy excluyeme de capitalismo; o podría significar un impedimento para la extensión de la ciudadanía a los pobres y los excluidos8|. Para los ciudadanos normales, pronto adquirió las pro­ porciones de una psicosis colectiva. E l aspecto más desazonador de los problemas de la criminalidad y la inseguridad no radica sólo en la aparente incapacidad del Estado para garantizar la seguridad de los ciudadanos, ni la recurrente y deliberada violación de los derechos de los estratos pobres de la población por las fuerzas policiales, sino la complicidad activa de un amplio número de fuerzas del orden (posiblemente inclu­ so unidades enteras) con la desenfrenada violencia cotidiana ligada al crimen orga­ nizado. E s cierto que este problema es especialmente destacado en Rio de Janeiro y que muchos inform es sobre la violencia urbana, el crimen organizado y la arbi­ trariedad policial en esta metrópoli no son necesariamente representativos de la situación global brasileña. Sin embargo, este problema se manifiesta también en muchas otras grandes ciudades de Brasil, y la situación de Río ciertamente contri­ buye a una sensación general de temor en el país que es compartida tanto por la cla­ se media como por los más desfavorecidos, especialmente los favetados (habitantes de lasJarelas). En cualquier caso, la manera en la que estos dos grupos experimentan la «guerra urbana» es muy diferente, y refleja la separación social fundamental que divide a la sociedad brasileña. La criminalidad urbana y la violencia ligada al crimen tienen una larga historia en Brasil, no sólo en Río de Janeiro sino en todas las grandes ciudades brasileñas. La delincuencia ligada al narcotráfico ha aumentado considerablemente desde tíñales de los años setenta, cuando Brasil (especialmente Río) se convirtió en ruta de paso para la cocaína de los países andinos a los mercados europeos, y también en merca­ do de consumo 8\ El aumento cuantitativo de los grupos de traficantes de cocaína en lasfavelas de R ío de Janeiro, cada uno encabezado por un señor de la droga local, trajo consigo la rápida proliferación de sofisticado armamento entre los miembros de las bandas de las favelas. Al mismo tiempo, las actividades delictivas, especial­ mente el secuestro y el tráfico de drogas, adquirieron una forma cada vez más orga­ nizada. Durante los noventa, los enfrentamientos entre las bandas y la policía en Río de Janeiro adquirieron los perfiles de una guerra civil. Ello no sólo llevó al mar­ cado incremento de los niveles de violencia y a la generalización del sentimiento de 81 82

Véase Oliven, I 'ioléncia e cultura, también Paixáo, «Crime». Leeds, «Cocaine and Parallel Politics», págs. 54-58.

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temor entre la población de la ciudad, sino que también difuminó en buena medida la distinción entre orden y violencia «oficial» y «criminal». En primer lugar, el aumento de las actividades criminales relacionadas con la droga incitó a la policía a incrementar su ya arraigado hábito de utilizar la violen­ cia indiscriminada contra los habitantes de las Javelas durante las denominadas ope­ raciones relám pago contra las bandas y los señores de la droga. Tales métodos operativos están, en parte, engranados en las prácticas policiales tradicionales y están además estimulados por la presión de los políticos y la opinión pública de clase media para enfrentarse al problema de la delincuencia y la ilegalidad. En segundo lugar, lleva a una situación en la que los habitantes pobres de las Javelas viven en un cons­ tante estado de temor a quedar atrapados en la violencia que surge de los enfrenta­ mientos entre bandas rivales, o entre los criminales y los garantes oficiales de la ley y el orden. Esto, a su vez, dio a las bandas de narcotraficantes organizadas en lasJarelas la oportunidad de instaurar en ellas estructuras alternativas de ley y orden. Leeds ha documentado cómo los líderes de las bandas imponen su control mediante el uso de distintas combinaciones de servicios y amenazas, dando lugar a una estructura de poder paralela en los vecindarios pobres controlados por los líderes de la delincuen­ cia y sus bandas armadas. En algunos casos, como en la conocida favela de Roginha, estas prácticas se extendieron a los vecindarios próximos de clase media-alta cuando los habitantes acomodados también se dirigieron a los líderes de las bandas en bus­ ca de orden y de un cierto grado de seguridad. Por último, en Río de Janeiro especialmente, numerosos miembros de las fuer­ zas policiales civil y militar han estado implicados en actividades delictivas como ase­ sinatos, secuestros y tráfico de drogas. Esto se hizo evidente en los resultados de la explosión más infame de violencia de los noventa: el asesinato de veintiún habitan­ tes de la favela Vicário Geral el 30 de agosto de 1993. Inmediatamente se sospechó que el grupo de pistoleros fuertemente armados y enmascarados que había llevado a cabo los asesinatos estaba formado por miembros de las fuerzas policiales militares y civiles '. En el curso de la investigación, se obtuvo una serie de declaraciones que im plicaban a oficiales de la policía en asuntos de extorsión y tráfico de cocaína. Se extendió la sensación de que la policía de Río era incapaz de cumplir con sus fun­ ciones. Se dibujaron estampas poco prometedoras (por ejemplo, en la Escola Superior de Guerra), en las que se veía cóm o, en un futuro próxim o, la ciudad estaría gober­ nada por los mafiosos y sus ejércitos privados, de manera que «[l]os poderes cons­ tituidos [...] tendrán que solicitar la participación de las Fuerzas Arm adas para emprender la difícil tarea de enfrentarse a esta horda de bandidos, para neutrali­ zarlos, e incluso para aniquilarlos, de manera que se puedan mantener la Lev v el O rden»,'4. Un año después, en noviem bre de 1994, las autoridades estatales y federa­ les decidieron lanzar una intervención federal en Río de Janeiro enviando unidades armadas a lasJavelas para enfrentarse a las bandas de narcos. I.a intervención, denomi­ nada Operando Rio, repetía una breve experiencia anterior en la que se habia utilizado

83 Véase ///o/;, n9 1249, especialmente el repórtale «Exterminio em gotas». Véase también [.eeds, «Cocaine and Parallel Politics», págs. 65-66, y Ventura, (.¡darlepartida. 84 Citado de un documento no publicado del ESG en IstoÉ, n° 1249, 8 de septiembre de t99J, págs. ?4 -}j.

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a las tropas federales para mantener el orden durante la conferencia de la U N C E D de 1992. La Operafáo Rio se realizó hasta mediados de 1995 sin tener efectos a largo pla­ zo en la lucha contra el crimen o en la reducción de la violencia. Sólo contribuyó a la confusión en cuanto a cómo debía manejarse el problema del cumplimiento de la ley: mediante una fuerza policial debidamente reformada bajo el control de los gobiernos locales democráticos o mediante el ejército. Resumiendo esta breve y en forma alguna exhaustiva revisión de la situación actual de Brasil, se puede ver que, aunque la escalada de la violencia y la subsi­ guiente desaparición del gobierno democrático efectivo en Río de Janeiro representa un caso extremo, está claro que el problema de la violencia, el miedo y la inseguridad no se han planteado de manera adecuada en Brasil, especialmente en lo que se refie­ re a los segmentos pobres y de excluidos de la sociedad '. F.sto ensombrece el avan­ ce de la democracia por la que el país ha estado luchando durante las dos décadas anteriores. Los informes recientes sobre la situación de los derechos humanos en Brasil confirman la paradoja de un empeoramiento en el mantenimiento efectivo de la ley, pese a la consolidación de la democracia política en el país . En Brasil, la transición democrática ha terminado con la sistemática desatención de la libertad individual y los derechos humanos por parte del gobierno; pero también ha genera­ do formas de violencia y violaciones de los derechos humanos más difusas y tal vez también más difundidas, en las que ya no son los oponentes al régimen autoritario sino un fragmentado conjunto de agentes (algunos ligados al Estado) quienes apa­ recen al tiempo como autores y víctimas de un nuevo tipo de violencia que parece haberse convertido en endémico *7.

C o n c l u s ió n

E l régimen militar de Brasil fue el primero de un conjunto de gobiernos autori­ tarios que introdujeron la represión y el terrorismo de Estado como rasgo sistemá­ tico y doctrinal de gobierno en América Latina. En cualquier caso, la dictadura brasileña conservó una curiosa naturaleza híbrida en la que se m antuvo parte de la estructura institucional oficialmente democrática para sostener la «legalidad» del gobierno militar. Comparado con sus vecinos del Cono Sur, la escala y la extensión 85 Véase Pinheiro, «Democracies without Citizenship». 86 Véase por ejemplo. Departamento de Estado de EE.U U ., Brazil Country Report on Human Rights Practices for 1996 (Bureau of Democracy, Human Rights, and Labor, Enero >997 )* ^ slc informe es en general favorable en cuanto a las dimensiones institucionales de los derechos civiles y la democracia política, pero es crítico sobre los derechos humanos en lo que se refiere a los problemas vinculados con la violencia policial arbitraria, escuadrones de la muerte, niños de la calle, trabajo infantil, violencia doméstica contra las mujeres y violencia contra las poblaciones indígenas. El reconocimiento oficial por parte del gobierno de Cardoso de la existencia de pn >blemas en relación cn los derechos humanos ha teni­ do como resultado un programa nacional global sobre esta cuestión. En el programa se presta una aten­ ción especial a aspectos relativos a la violencia policial, las competencias policiales y la reforma del sistema judicial. Una línea de acción a corto plazo que se propone en dicho programa es «un proyecto de ley que regule el uso de armas de fuego v munición por parte de los oficiales de policía fuera de servicio e incre­ mente el control durante las horas de trabajo» (cursivas del autor). Véase el resumen en internet, www.mj.gov.br/pndh (1997)* del Programa Nacional de Dereitos Humanos. 87 Véase para este concepto Panizza y Barahona de Brito, «Politics of Human Rights in Brazil».

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de la violencia represiva bajo los gobiernos militares brasileños fueron limitadas, pero esto fue en gran medida se contrarresta con el gran tamaño y el alcance del sis­ tema de seguridad del Listado. La creciente autonomía e incontrolabilidad de este sistema fue una de las razones por las que el propio régimen decidió adoptar una tra­ yectoria de liberalizaciún gradual a partir de mediados de los años setenta. La con­ servación de cierto grado de institucionalidad civil permitió al ejército la posibilidad de controlar la transición en buena medida, y de asegurar una parte sustancial de sus prerrogativas institucionales y políticas tras el retorno del gobierno civil en 198 5. Al adherirse a las reglas de la transición impuestas por el régimen, al tiempo que cons­ truía efectivas alianzas políticas y una fuerte base de apoyo social, la oposición al régimen consiguió asumir el poder gubernamental contra las preferencias del ejér­ cito, terminando de ese modo con un régimen que hacía de la arbitrariedad uno de sus recursos básicos. Desde 1985, el proceso de consolidación democrática ha sido exitoso en cierto número de aspectos, especialmente en relación con la total restauración de las liber­ tades individuales y políticas y la naturaleza de las políticas electorales. Por otra parte, los defectos persistentes en el sistema de partidos y en la cultura política, jun­ to a las continuas incertidumbres en relación con la definitiva composición institu­ cional del sistema político brasileño han contribuido a instaurar una permanente sensación de intranquilidad respecto a la viabilidad de la política democrática, al menos hasta 1995. Con la llegada del gobierno de Cardoso, la estabilidad políti­ ca mejoró significativamente, y la adopción de un ambicioso plan de reformas augu­ ra perspectivas favorables a largo plazo para la democracia política, pese a las dificultades para llevar las reformas a la práctica. A finales del siglo X X , las principales sombras proyectadas sobre el gobierno democrático de Brasil no están fundadas en el legado de ía represión pasada, al igual que sucede en países como Argentina, Chile, El Salvador y Guatemala. Al contrario, surgen de la combinación de los problemas de pobreza y exclusión social, por una parte, y de la difusión de violencia cotidiana y el fracaso en la práctica del imperio de la ley, por otra. Este doble síndrome sigue socavando la efectiva ciudadanía para sec­ tores significativos de la población brasileña. Cualquier comprobación futura del éxito de la política democrática en Brasil necesariamente se referirá a la manera en la que se aborda el trauma fundamental de la inseguridad.

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TRANSICIÓ N Y VIO LENCIA. R E F L E X IO N E S SO BRE E L CAMBIO POLÍTICO EN MÉXICO Wil Pansters ¿Q ue han dicho los doctores? D icen que en lu gar de curar ciertas enferm edades, hay que aprender a v iv ir con ellas [... | Por lo dem ás, el organ ism o del Señ o r Presidente, a pesar de su edad, tiene una capacidad asom brosa de recuperación y las crisis hasta le sir­ ven de catarsis em ocional . N SU Ú L T IM O M E N S A JE A L PA ÍS, EN 1 9 2 8 , el presidente Plutarco Elias Calles anunció el final de una era: la de los caudillos; y el comienzo de otra: la de la política institucional. Se refería así al asesinato ese mismo año del presidente electo, O bregón, y el intento consiguiente de fundar el Partido Nacional Revolu­ cionario, precursor del Partido Revolucionario Institucional (PR I), que durante décadas fue el único partido gobernante en México. De ese modo reaccionaba la eli­ te política a la crisis que se cernía sobre ellos: tratando de unir a los miembros de la familia revolucionaria —que durante los últimos años se había convertido en una «fraternidad mal avenida y fraccionada»- y de evitar el m ism o clima de violen ­ cia por la sucesión presidencial de 1 9 1 9 , 1 9 2 3 y 1 9 2 7 2. Iambién se buscaba la incor­ poración de los caciques y los movimientos políticos provinciales a la esfera de influencia del gobierno central. El gran empeño con el que se impulsó esta iniciati­ va chocó con la oposición de ciertas facciones hasta el punto de desembocar en una breve revuelta militar a principios del año 1 9 2 9 , pero también logró reducir sustan­ cialmente y durante décadas el riesgo que suponían las ambiciones y rivalidades per­ sonales y sus formas concomitantes de violencia pretoriana. Sesenta años después de la declaración de Calles, en diciembre de 1988, el presi­ dente Salinas de Gortari sugirió con orgullo que la era del partido único había pasado a la historia. A continuación, presentó un ambicioso program a de liberalización

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1 L a cita proviene de la novela corta de Solis, h ! jiran elector (pág. 1 5), en la que el autor describe las conversaciones mantenidas entre un presidente que lleva en el poder más de sesenta años y su secretario personal. 2 K n ig h t, «M exico’ s Elite Settlement», pág. 121.

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económica, modernización política y reforma del Estado. Paralelamente, la oposi­ ción, que había salido fortalecida de las elecciones fraudulentas de julio de 1988, se encontraba con muchas ganas de presentar batalla. En concreto, la coalición que habia mantenido la candidatura de Cuauhtémoc Cárdenas (y que más adelante se trans­ formaría en el Partido de Revolución Democrática, PRD ) estaba, si no convencida, al menos sí trabajando seriamente con la hipótesis de la inminente quiebra del proceso político. Esta coyuntura crítica marcó el nacimiento de un discurso de cambio y m ovi­ miento La elite en el poder encontró acomodo político tras la apología de la moder­ nización, que suponía una mayor liberalización económica, la reforma del Estado, del partido gobernante y una reorientación de las relaciones entre el Estado y la sociedad civil. La oposición de izquierda, a veces en consonancia con la de centroderecha del Partido de Acción Nacional (PAN), luchaba por consolidar la capacidad e influencia política que acababa de adquirir. E l lenguaje que estructuró su estilo y su proyecto político fue el de la democratización o la ruptura (social) democrática, la derrota del PRI y una reorientación de las políticas socioeconómicas. A su vez, los discursos de la modernización y la democratización se articulaban en torno a un ter­ cero: el de la transición. Dependiendo del punto de vista ideológico con el que se eva­ luaran las causas, las consecuencias y las posibilidades de actuación política a finales del año 1988, estos discursos proponían la necesidad del cambio y la transición mediante el paso de un modelo de populism o estatista a otro de pluralismo basado en el mercado, o bien de un modelo de autoritarismo y economía neoliberal a otro de reforma democrática apoyada en una distribución más equitativa de los recursos. Como ocurrió cuando la idea del punto de inflexión que propuso Calles se apo­ deró del discurso político, los m otivos de la «modernización», la «democratiza­ ción» y la «transición» se erigieron en los puntos de referencia del debate público y académico. E l discurso de la modernización y la modernidad tuvo unos efectos tan profundos durante el que ya parece lejano apogeo del salinismo que en 1992 uno de los más reconocidos comentaristas mexicanos de la cultura y la política, Carlos Monsiváis, comentó irónicamente: «la modernidad [...] es ahora la estrella resplandecien­ te, la única meta [...] De la modernidad depende lo que en rigor nadie discute, el porvenir nacional»4. Es significativa la ausencia de toda forma de debate reaIacerca de la irreversibilidad de la «modernidad». En los últimos años se ha invertido en México un gran esfuerzo por parte tanto de políticos e intelectuales com o de periodistas (todos aquellos a los que se les puede catalogar como los «principales definidores» del debate público) por conver­ tir la idea de la modernización y la transición en un hecho inevitable e indiscutible. Téngase en cuenta, por ejemplo, la observación de otro de los más respetados comen­ taristas de la cultura mexicana, Héctor Aguilar Camin: «Aun para los más reacios a inclinar la cabeza ante los hechos duros de la historia, es evidente hoy que México ha tom ado, decididamente, el rum bo de este paradigma de la m odernidad» '. Los «hechos duros» se traslucen en las características de la sociedad civil mexicana 3 En 1991, Fernando Pérez Correo escribió: «En México hay un debate abierto, auspiciado por la cultura del cambio» (citado en Barros Horcasita seta l., Transición, pág. 284). 4 Monsiváis, «Duración de la eternidad», pág. 39. 5 Camin, «La obligación del mundo», pág. 49 (énfasis añadido).

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(moderna, participativa, educada) y en sus relaciones con el Estado, y se ven refren­ dados por la orientación político-económica del pais (N A F T A , privatización, indus­ trialización basada en las exportaciones). Sólo han pasado unos pocos años desde que se plasmaron aquellas palabras, y ya ha quedado de manifiesto que la modernización mexicana (también) quería decir violencia, luchas políticas intestinas, levantamien­ tos rurales armados y crisis económica. Del mismo modo que hace casi setenta años, en la actualidad conviene no con­ fundir los hechos históricos con la interpretación política. En este capítulo describi­ ré brevem ente, en primer lugar, las principales características del autoritarismo mexicano (el punto de partida para el supuesto proceso de «transición») y los pro­ blemas con los que se ha encontrado en los últimos años. Después investigaré la naturaleza del proceso de transición en México y en qué medida se puede considerar com o tal. Aunque ya se han avanzado algunos temas que pueden ser significati­ vos para dicho análisis, yo me centraré aquí en la importancia de los actores políticos, sus estrategias y opciones en relación con cuestiones tales com o los resultados electorales, la legislación electoral y el corporativismo. Con el fin de ampliar nuestro conocimiento sobre los factores que influyen en el funcionamiento del sistema polí­ tico mexicano, abarcaré gran parte de la literatura sobre la transición, criticaré sus prejuicios institucionales y me fijaré en las dimensiones cultural y pragmática de la política. E n la sección final de este capítulo, aprovecharé esta perspectiva para analizar los sucesos recientes que han desencadenado un notable incremento de la violencia.

L O S P IL A R E S D E L A U T O R IT A R ISM O M E X IC A N O

L a gran mayoría de los autores convendría en que la característica más sobresa­ liente del régimen autoritario surgido de la conflagración revolucionaria es su natu­ raleza institucional e inclusiva6. Los principios fundamentales del marco politico y jurídico oficial del régimen mexicano están consagrados en la Constitución aproba­ da en 1917. En ella se recogen principios liberales que protegen los derechos políticos individuales y, al mismo tiempo, otros que sancionan un fuerte intervencionismo estatal. E l primero de los principios es el de la soberanía popular, que se ha de con­ cretar en elecciones periódicas en todos los ámbitos del Estado. Esta estructura elec­ toral se ha mantenido vigente en México desde la aprobación de la Constitución7. El principio revolucionario de la no-reelección, que expresa el rechazo popular a la degeneración que sufrió la Constitución liberal de 1857 durante el Porfiriato, tam­ bién ha permanecido intacto . La obcecación con la que se ha mantenido esta norma ofrece la ventaja obvia de la continua circulación de la elite. La rotación de las dife­ rentes facciones políticas ha garantizado al sistema un cierto grado de vitalidad en la 6 César Cansino publicó recientemente una lista de variaciones en las definiciones propuestas del autoritarismo mexicano. Por lo general, M éxico se considera un caso excepcional. Véase Cansino, (onstruir la democracia, págs. 17 1-17 2 . 7 Hay elecciones casi para todas las posiciones oficiales en M éxico, y también para puestos no administrativos. 8 Cuando Salinas de G ortari pareció siquiera coquetear con la idea de la posible reelección, el ex presidente suscitó inmediatamente el rechazo general.

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medida en que ha m ovilizado las energías y abierto oportunidades para quienes bus­ can acceder a los círculos políticos. Durante las décadas inmediatamente posteriores a la fase armada de la revolución, este principio se tradujo en que los componentes de las hasta entonces clases subordinadas tuvieron la posibilidad de escalar a los puestos más altos del Estado póst-revolucionario 9. Dicho grado de institucionalización política y jurídica contrasta claramente con la eliminación de garantías constitucio­ nales ejercida frecuentemente por los gobiernos militares autoritarios en otras partes de América I.atina. También ha supuesto un dique de contención frente a lo que Whitehead denomina «manifestaciones de inestabilidad plebiscitaria» en periodos de transición,0. El espacio reservado a la soberanía popular se redujo a la mínima expresión desde el momento mismo de su proclamación debido a la fuerza expansiva del intervencio­ nismo estatal. Los artículos constitucionales que permitían la intervención del Estado surgieron como colofón al proyecto social de la revolución y, desde entonces, han constituido una poderosa forma de legitimación. Durante décadas, la ideología revo­ lucionaria ha marcado de manera efectiva los límites del debate público, conteniendo así la aparición de discursos políticos alternativos. Dicho ideario actuó como una fuerza unificadora y supuso el fundamento de legitimación exclusiva del poder políti­ co, obstaculizando de ese modo el desarrollo del pluralismo ideológico. Para poder materializar los derechos sociales constitucionales (en especial con respecto a la tierra, el trabajo y la educación), el Estado se adjudicó una importante prerrogativa sobre los recursos del país y la autoridad para redistribuirlos. El vastísimo programa de repar­ to de tierras, en particular durante la presidencia de Lázaro Cárdenas, en la segunda mitad de los años treinta, es un claro ejemplo de cómo una burocracia inmensa, con­ trolada desde la capital federal, organizó y supervisó la reforma agraria. Los campesinos que lograron beneficiarse de la reforma agraria se organizaron en agrupaciones corporativistas vinculadas orgánicamente al partido revoluciona­ rio. De este modo, el fortalecimiento de la posición negociadora del m ovimiento sindical se debió también a su conexión con el régimen y el partido revoluciona­ rio. Sin embargo, la estructuración del campesinado, los trabajadores y otros grupos populares en movimientos corporativistas convirtió a estos mismos grupos en recep­ tores subordinados de las políticas gubernamentales. En la medida en que estos mecanismos de incorporación organizativa quedaban ligados a unas políticas de reforma y distribución que también fomentaban la emancipación política y cultural, aunque de forma paternalista, el gobierno se aseguraba el apoyo de las bases socia­ les. Pero cuando se fueron abandonando estas medidas reformistas, lo que había comenzado como un proceso de transferencia de poder al pueblo se transformó en un instrumento de control, con lo que las formas activas de participación ciudadana se redujeron drásticamente. El pacto corporativísta surgido en los años veinte y treinta, y consolidado en los cuarenta, constituye uno de los pilares del régimen autoritario mexicano, además de ser el responsable de su carácter inclusivo y, en parte, de la longevidad del sistema. 9 Un relato ficticio de este tipo de ascensión política se puede encontrar en Cam p, Memorias. La narración encuentra su hase en los am plios estudios de Cam p acerca del desarrollo de la elite p o líti­ ca mexicana en el siglo XX. 10 Whitehead, «The Peculiaritíes o f T ransitiona ¡a mexicana», pág. i i) .

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A pesar de que el corporativismo ha funcionado como un mecanismo de control, tam­ bién ha servido, en la práctica, de campo de mediación. Hace medio siglo, las orga­ nizaciones corporativistas representaban los intereses de la mayor parte de los grupos sociales. A ellas les correspondía distribuir los beneficios del crecimiento económico. A cambio, estas agrupaciones tenían la misión de transformar dichos beneficios en apoyos al sistema (tanto electorales como organizativos). E l éxito de esta función hizo de las elecciones meros rituales de legitimación del régimen " . La fuerza del PRI se basaba también en la desarticulación intencionada de la oposición (es decir, en la falta de alternativas electorales viables). Si los colectivos organizados llegaron a desempeñar un papel subordinado dentro del partido revolucionario, este último ocupó una posición subalterna con respecto al ejecutivo. La consolidación de un poderosísimo sistema presidencialista, asentado tanto en prerrogativas constitucionales como meta-constitucionales, está intimamente relacionada con la construcción de una base popular organizada. Esto fue posible al crearse unos vínculos jerárquicos (mediados por el partido gubernati­ vo) entre la presidencia y las masas populares. Se trata de un sistema surgido como consecuencia de! conflictivo desplazamiento en los años veinte y treinta de bloques de base territorial por partidos políticos definidos según estructuras sociales y cla­ sistas (corporativism o)l2. Aunque el poder ejecutivo siempre ha prevalecido sobre el partido gobernante, esta tendencia se ha visto acentuada durante los últimos años. La llegada al poder de una tecnocracia administrativa a comienzos de la década de los ochenta ha reducido la importancia del partido como foro de negociación política. E l predominio político del ejecutivo, un fenómeno que tiene su reflejo en otros nive­ les de la jerarquía administrativa (gobernadores, presidentes municipales), también es trasladable a los órganos legislativo y judicial. Durante la mayor parte del perio­ do post-revolucionario, estas instituciones, que deberían funcionar como los prin­ cipales contrapesos al poder y a los posibles abusos del ejecutivo, estuvieron bajo el control del presidente y del líder del partido gracias a un extensísimo sistema de patronazgo y lealtades. El presidencialismo ha socavado gravemente el principio del federalismo con­ sagrado en la Constitución. Técnicamente, el municipio Ubre es la base de la jerarquía administrativa, pero aunque los estados federales poseen un enorme grado de auto­ nomía, la realidad es que los administradores y los órganos de gobierno locales dependen en gran medida de la política y la financiación de las instancias superio­ res. Así, el federalismo mexicano se ha visto neutralizado en la práctica por las fuer­ zas telúricas del corporativismo y el presidencialismo, los principales pilares de uno de los sistemas políticos más centralizados de Am érica Latina ' 5. Al contrario de 11 Vcasc el perspicaz articulo de I lernández Rodríguez «Difícil transición», págs. 258-240. Otros autores sostienen que es difícil aceptar que las elecciones de las primeras décadas fueran meros rituales. Véase Molinar Horcasitas, Tiempo de la legitimidad. También refrendan este argumento los estudios reali­ zados sobre procesos políticos regionales. Véase, porej., Rubin, «Popular Mobilization»; Pansters, «Citizens with Dignity». 12 Como he señalado en otra parte, no se trató de un proceso de «borrón y cuenta nueva». Los blo­ ques de poder con base territorial han seguido desempeñando un importante papel en el funcionamiento del sistema politico mexicano, pero desde el final de los años treinta dejaron de ser el único pivote sobre el que giraba el poder político. Véase Pansters, Politics and Power. 13 FJ desarrollo histórico del federalismo está recogido en los capítulos de Carmagnani, Federalis­ mos latinoamericanos, dedicados a México.

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lo que se ha insinuado, las recientes medidas descentralizadoras no han modificado esta situación de manera sustancial ‘4. E l centralismo político y administrativo está apuntalado por la ideología del nacionalismo revolucionario, fundamental en el intento por conseguir la unidad y el monopolio del espacio político. La exaltación de la ra%a cósmica tiene mucho que ver con la unificación de la familia revolucionaria y la exclusión de proyectos políticos alternativos. Las ideas tan ensalzadas de la mexicanidad y la construcción nacional han tenido su epítome en el partido revolucionario y, sobre todo, en la fuerza centrípeta de la presidencia. Si el ámbito preeminente de la expresión ciudadana es el municipio, la organización centralista de facto del poder político y la posición subordinada de las instituciones en teoría representantes de la soberanía popular (el parlamento) y garantes de los derechos individuales y colecti­ vos (el poder judicial) son serios obstáculos para la realización de ios principios libe­ rales de la Constitución. En suma, el presidencialismo ubicuo, el corporativism o estatal, el centralismo rampante, el carácter secundario de las elecciones como forma de legitimación política y la cerrazón discursiva (todo ello articulado por un pode­ roso partido único) han constituido, en términos generales, las piedras angulares del autoritarismo mexicano. Junto con el crecimiento económico sostenido, estas instituciones políticas cla­ ve han sido las artífices de la estabilidad política en el México de la posguerra. La cara más fea del autoritarismo, la represión violenta por parte del Estado, permaneció oculta la m ayor parte del tiempo, al menos en el ámbito político nacional (véase también el capítulo 5 de este volumen). N o obstante, si la elite gobernante lo consi­ deraba necesario, se recurría a la fuerza sin dudarlo. Se reclamaba al ejército y la policía para disolver huelgas, expulsar a campesinos y reprimir las protestas estu­ diantiles y demás formas de manifestación. También se utilizaba la violencia contra la oposición política, por lo general en el ámbito local, y de manera especial con los disidentes dentro del mismo PRI. Según muestra esta panorámica del autoritarismo mexicano, el Estado colonizó la sociedad civil hasta el punto de obstaculizar la constitución misma de actores sociales con capacidad de expresión y representación política propias " . Frente al poderoso Leviatán, la sociedad civil mexicana no parecía sino una frágil criatura. Según Loaeza, la autonomía decisiva del Estado, frente a la posición subordinada y dependiente de la sociedad civil, forma el núcleo del autoritarismo mexicano l6.

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u t o r it a r is m o y c a m b io

La caracterización que acabamos de presentar del autoritarismo mexicano pue­ de servir de punto de partida para centrar el debate sobre los sucesos y las políti­ cas que han aumentado las presiones sobre este régimen y que han contribuido a las quiebras del sistema de mediación y representación '7. La paradoja más importante del desarrollo sociopolítico de México a partir de los años cuarenta fue que el buen 14 15 16

Véase Rodríguez, «Politics o f Decentralization». Véase Bizberg, «Crisis», páj». 702.

Loaeza, «M éxico, 1968», pág. 27. Analizaré en este apartado la dimensión político-cultural que se echaba en falta en la exposición precedente. 17

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funcionamiento del sistema entre aproximadamente 1940 y 1970 creara las condi­ ciones para una disfunción cada vez mayor del mismo. El éxito del modelo mexica­ no de desarrollo basado en la sustitución de importaciones, un sistema fomentado de manera decisiva por el régimen político, tuvo un profundo impacto en la estructura social del país. La aparición de una clase media urbana y de una burguesía fuerte­ mente protegida alteró el paisaje social en el que se había gestado el sistema político durante el mandato de Lázaro Cárdenas. Entonces, México era todavía una socie­ dad predominantemente rural, con un número significativo de bolsas urbanas industriales y con una memoria reciente de la confrontación civil que había destro­ zado el país. Las instituciones corporativistas creadas en el periodo cardenista se correspon­ dían grosso modo con la estructura social existente; una ordenación que también se veía reflejada en la consolidación de un sistema presidencial fuerte y centralizado como respuesta a las amenazas de levantamientos militares y fragmentación política. Pero los procesos de industrialización y urbanización del país dieron lugar a una sociedad más diversificada y compleja. Los efectos políticos se pudieron comprobar enseguida. Ya en 1946, el presidente Avila Camacho incluyó al sector popular en la organización interna del P R I, y desde ese momento su participación en el partido no ha hecho sino crecer. El primero en experimentar los efectos de las cambiantes relaciones entre las fuerzas sociales y políticas fue el sector del campesinado (la Confederación Nacional Campesina, CN C). En el momento en que las políticas desarrollistas empezaron a tener cada vez menos arraigo dentro del sector industrial y de la agricultura comercial a gran escala, los ejidataríos y pequeños propietarios perdieron rápidamente una gran parte de su poder de influencia y negociación. N o es de extrañar, por lo tanto, que el sindicalismo organizado se beneficiara del forta­ lecimiento del sector urbano e industrial. E l cambio socioeconómico también con­ tribuyó a aumentar el nivel educativo y de alfabetismo, el acceso a la información y mayores posibilidades para viajar. Después de más de tres décadas de desarrollo vigoroso en el plano socioeco­ nómico, los pequeños y medianos empresarios, los profesionales, los empleados «informales» y los desempleados entendieron que no tenían cabida en el sistema corporativista de mediación de intereses |S, y que los principales receptores y bene­ ficiarios eran las clases medias urbanas. El movimiento estudiantil de 1968 se consi­ dera, por lo general, la primera expresión (violenta) de las tensiones que fueron acumulándose entre las cada vez más diversificadas fuerzas sociales y las institucio­ nes políticas del país. Dado que en 1968 los estudiantes exigieron el reconocimiento de sus derechos civiles y atacaron la monopolización del espacio público ordenada por el Estado, se ha tomado esta fecha com o el prim er signo de emancipación de la sociedad civil. El régimen reaccionó con la reforma política de 1977-78, que preten­ día canalizar el descontento hacia el sistema electoral. El entonces presidente Eche­ verría apuntó en aquella ocasión que la reforma trataba de «incorporar a un mayor número de ciudadanos y fuerzas sociales al proceso político institucional» ‘9. Se esperaba que la reforma política diera fruto de una manera gradual, pero la cri­ sis económica de 1982 no sólo abortó esa posibilidad sino que agudizó sensiblemente 18 19

Véase Bizberg, «Crisis». Citado en Rodríguez Araújo, Reforma política , pág. 56.

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el descontento social. Las fuerzas sociales que habían estado fermentando durante las décadas previas consiguieron articularse politicamente tanto dentro como fuera del ámbito del partido gubernativo. También se multiplicaron las alternativas electo­ rales, aunque en muchos casos fueron volátiles y de carácter contestatario. Uno de los logros más significativos fue la victoria del PAN en algunas ciudades importan­ tes del estado de Chihuahua en 1985, lo que provocó la aparición, por todo el norte del país, de un sector panista más agresivo con una gran influencia en el ámbito nacional. De este modo, las elecciones se estaban empezando a convertir en la única forma de legitimación y soberanía política para políticos y analistas, un aspecto que se vio reflejado en las repetidas disputas post-electorales (la aceptación tranquila de las figuras oficiales parece ser la excepción hoy en día) y en el modo en que se vio obligado el gobierno de Salinas a negociar con la oposición algunos aspectos tras­ cendentales de la reforma electoral. Además, la insistencia de la elite gubernativa por llevar a cabo la reforma del P R 1 para mejorar sus resultados en las urnas y la presen­ cia generalizada de comités ciudadanos como observadores del proceso electoral (a veces asistidos por delegaciones extranjeras) apuntan a la creciente importancia de las elecciones. Por otra parte, las múltiples reformas de la legislación electoral en los últi mos años han reducido el margen de maniobra y la posibilidad de fraude de quienes están en el poder. Las elecciones presidenciales de 1994, y sobre todo las de 1997, en las que el P R 1 perdió el control de la capital del pais y su mayoría en la Cámara de los Diputados, son una prueba fehaciente de ello. Desde este punto de vista, habría que concluir que la creciente competitividad y la reforma electoral han contribuido a redefinir la relación de desequilibrio entre el Estado y la sociedad c iv ilio. Si la emancipación de la escena electoral supone una prueba del «despertar» de la sociedad civil, las reacciones populares ante los terremotos de 1985 han reafirmado este argumenta. La aparición espontánea de numerosas organizaciones de «autoayuda» como respuesta a este desastre transmitió la imagen más negativa de un Estado mal equipado y escasamente preparado para hacer frente a este tipo de situaciones, y reforzó la idea de que era posible resolver los problemas más graves sin su media­ ción Los m ovimientos populares surgen de cada rincón de la sociedad, muchos de ellos con el o b jetivo de reivindicar determ inados derechos y conseguir fo r­ mas más efectivas de representación política. Recientemente, Foweraker ha señala­ do que estos colectivos han dejado de rechazar el sistema político per se, y, en su lugar, tratan de asegurarse el reconocimiento institucional. Con ese objetivo, cons­ truyen vínculos con los sistemas legal e institucional de gobierno, siempre en con­ junción con acciones directas y m ovilizaciones colectivas **. Según Haber, los m ovim ientos populares han sido parte integrante del cam biante paisaje p olíti­ co mexicano y su función principal ha sido de control del gobierno í5. E stos y 20 Este artículo fue escrito originalmente en 1998. La pérdida de las elecciones presidenciales en 2000 por el P R 1 la primera en más de siete décadas- no hace sino subrayar la anterior argumentación (N. del Autor para esta traducción). 21 Este y otros ejemplos de organización popular hicieron que algunos autores señalaran que la sociedad civil se estaba organizando en realidad desde abajo. Este argumento fue refutado más tarde por Zermeño, quien apuntó certeramente que la mayoría de estas organizaciones no fueron muy duraderas. Véase Zermeño, «Crisis, Neoliberalism and Disorder». 22 Foweraker, Popular Aiove mentí. 23 Haber, «Cárdenas», pág. 242.

TRANSICIÓN Y VIOLENCIA. REFLEXIONES SOBRE EL CAMBIO POLÍTICO UN MF.XICO

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otros procesos (a los que me referiré en el apartado siguiente) han desestabilizado, de un modo u otro, el legado autoritario mexicano y han creado oportunidades para proseguir el cambio. A la vez, son la materia prima con la que se han construido los discursos de la modernización y la transición.

In t e r r o g a n d o

l a t r a n s ic ió n m e x ic a n a

Las polémicas elecciones presidenciales de 1988 están consideradas en general como la culminación política de un largo ciclo de cambio económico y social. La urbanización, la diferenciación socioeconómica y demográfica, el creciente nivel educativo y la proliferación de medios de comunicación modernos (es decir, cambios seculares que han transformado profundamente la estructura social de M éxico), terminaron invadiendo el ámbito político y electoral. Dado que estas tendencias estructurales se consideran irreversibles, parece probable que sus consecuencias polí­ ticas, como el aumento de las alternativas electorales y un mayor pluralismo, acaben con el unipartidismo y el control corporativista. A finales de 1980, «muchas de las verdades axiomáticas e inquebrantables acerca del sistema mexicano» habían sido desmanteladas *4. En comparación con otros países latinoamericanos, en los que los golpes militares y las guerras civiles, por ejemplo, consiguieron desestabilizar las relaciones sociales y políticas, México llevaba décadas dando la imagen de una socie­ dad que había evolucionado sin cambios traumáticos E l autoritarismo estaba bien arraigado y adaptado a las particularidades mexicanas. Pero desde 1988, el imagina­ rio político mexicano empezó a dinamizarse, con lo que comenzaba a ser concebible la caída gradual o repentina de la elite revolucionaria y la subsiguiente instalación de un sistema más democrático. Sin em bargo, el optimismo sobre la posibilidad de una transición democrática empezó pronto a desvanecerse. Este fenómeno de «desencanto democrático» se ha percibido más que en otro sitio, aunque por diferentes razones, en América Lati­ na, y en particular en el Cono S u r i6. En México, comenzó con las elecciones parla­ mentarias de 1991, en las que el P R 1 recuperó la mayor parte del terreno perdido en 1988. En el ámbito regional, las elecciones siguieron siendo muy disputadas, con gobiernos del PA N en la Baja California, Chihuahua, Guanajuato y Jalisco. Pero en el discurso académico empezaban a aparecer ya las dudas acerca del esperado fin del PRI y, en consecuencia, el paso a una sociedad más democrática. Desde el ini­ cio de los años noventa, la idea de la transición comenzó a diluirse con numerosos adjetivos. Las incertidumbres tenían mucho que ver con ciertas características del sistema mexicano y con la política de reformas gubernamentales estratégica y opor­ tunamente calculadas para reducir el riesgo de una desarticulación del régimen. D iversos analistas se han sentido obligados a definir la «transición» mexicana con la ayuda de conceptos que reflejan am bivalencia e incertidum bre. Más de diez años después de que Enrique Krauze pidiera que se instaurara una «demo­ cracia sin adjetivos», la mayor parte de los observadores perciben la necesidad de 24 25 26

Cornelius, «Overview», pág. 2. Con la importante excepción de la revuelta estudiantil de 1968. Munck, «After the Transition».

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«adjetivar» la transición mexicana ’ 7. Según el análisis de Neil Harvey, se trata de una situación de «difícil transición», en la que las fuerzas desencadenadas por las políticas económicas neoliberales interaccionan con otras fórmulas neocorporativistas de representación política 2B. En 1991, Sánchez Susarrey la denominó la «transición incierta» y dos años más tarde apareció un libro llamado / m transición interrumpida. En 1994, Whitehead enumeraba los enormes obstáculos institucionales y culturales (inherentes a este tipo especial de autoritarismo) que dificultan la consecución de una verdadera democratización, pero concluía que la ruptura democrática era posible. Javier Romero se referia al pantano de la transición para analizar la situación posterior a 1991. E l optimismo de 1988 dio lugar gradualmente a una interpretación mucho más cauta de las posibilidades y limitaciones de una transición democrática. Rome­ ro señaló la debilidad del sistema de partidos mexicano y criticó la incapacidad de la coalición disidente liderada por Cuauhtémoc Cárdenas (que posteriormente pasó a ser el P R D ) para trascender su postura radical antisistema, una actitud que le impi­ dió participar en el debate nacional para conseguir una mayor democratización y liberalización política. Como consecuencia, el centro-izquierda, que se había cata­ pultado al centro de la escena electoral en 1988, comenzó a perder terreno mientras el P R I y el PAN se embarcaban en una estrategia de concertación. N o obstante, para Rom ero, la consolidación de un partido fuerte de centro-izquierda es un prerrequisito para el afianzamiento del pluralismo político19. E l hecho de que la oposición de centro-izquierda haya rechazado participar en negociaciones con el régimen (al menos hasta 1995) justifica implícitamente la idea de que el régimen si ha llevado a cabo determinadas iniciativas para crear espacios polí­ ticos desde los que construir un proceso de transición. Pero ¿cómo probar la validez de dicha hipótesis? ¿Cómo calibrar el grado de transición? ¿De qué manera encaja el caso mexicano en el debate general sobre la transición? O ’ Donnell y Schmitter han sugerido el principio de que la instauración de un sistema político democrático sue­ le venir precedida de una serie de medidas de liberalización política 5°, como, por ejemplo, las de reforma del proceso electoral, la reorganización del partido guber­ nativo y la reestructuración del corporativismo. Desde este punto de vista, los acon­ tecimientos de los últimos años conceden cierta credibilidad a la idea de que México está pasando por un proceso de liberalización. En las secciones que siguen, analiza­ ré este argumento con mayor detenimiento.

E l e c c io n e s

En el ámbito electoral, el régimen de Salinas demostró una mayor tolerancia hacia la oposición de lo que habían imaginado tanto críticos como afines. El reco­ nocimiento de la victoria del PA N en las elecciones al gobierno de la Baja California en 1989, y más tarde en Chihuahua, supuso una clara ruptura con el pasado, cuando el P R I aún conducía un carro completo. El presidente Zedillo ha continuado con esta 27 28 29 50

K rauze, Democracia sin adjetinos. Harvey, «Difficult Transition». Véase Nexos, 176, agosto de 1992, págs. 57-45. Véase O'Donnell y Schmitter, Transiciones: Conclusiones tentativas.

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política, como prueba la nueva victoria del PAN en la Baja California y su espec­ tacular conquista de los importantes estados de Jalisco (que cuenta con la segunda ciudad más grande del pais, Guadalajara), N uevo León (con la próspera Monterrey) y Querétaro. De esta manera, ha quedado bien de manifiesto que el PAN tiene la capacidad de penetrar políticamente en el corazón de México. Pero este avance aparentemente claro en la dirección del pluralismo político presenta un lado más oscuro que pone en entredicho su verdadero alcance. Las vic­ torias electorales del PAN en las provincias no se pueden disociar de los aconteci­ mientos políticos sucedidos en el ámbito nacional. En este caso, el gobierno de Salinas se vio obligado a negociar con la dirección del PA N (algo, de suyo, salu­ dable desde un punto de vista democrático) algunas cuestiones políticas fundamen­ tales. Las largas y difíciles discusiones entre el PAN y el P R 1 acerca de la reforma electora] sólo llegaron a su fin a comienzos de 1989, cuando se alcanzó un acuerdo entre la dirección del PAN y el ministerio del Interior (pero no en el parlamento). Estas negociaciones condujeron a la creación de la denominada «carta de intención», por la que el gobierno suscribía las modificaciones de la ley electoral que contemplaba el PAN . E l P R I negó, en primera instancia, la existencia de tal acuerdo, que en las filas del PAN también dio lugar a conflictos entre facciones 5‘ . Se cree que a cambio del apoyo parlamentario panista a las iniciativas políticas del gobierno (que se encontraron por lo general con el rechazo de la oposición de centro-izquierda), el gobierno aceptó las victorias electorales del PAN tras negociar con la dirección de este partido. Así, lo que parece aperturismo democrático es, a la vez, el resultado de los pactos suscritos entre las elites políticas y entre bloques corporativos. Este argumento se confirma si nos fijamos en la polvareda que se levantó entre las agru­ paciones locales de priistas por lo que éstos interpretaron como actos de traición de la elite nacional. En 1989, los miembros del PRI de la Baja California consideraron que el presidente del partido, Luis Donaldo Colosio, había roto las reglas (oficiosas) del mismo al reconocer la victoria del candidato panista en las elecciones a gober­ nador, Ernesto R uffo, cuando ellos ya habían anunciado la victoria del P R I ,2. El presidente m unicipal de M érida (Yucatán) fue depuesto en 1993 quince días después de hacerse cargo de su puesto. En medio de las protestas de fraude y en un claro intento por resaltar los esfuerzos democratizadores de México poco antes de la entrada en vigo r del N A F T A , se decidió en los despachos gubernamentales de Ciudad de México que el candidato del PA N , Correa Mena, fuera el nuevo alcalde. Esta decisión enfureció a los priistas locales, que organizaron una serie de concen­ traciones de protesta H. La conquista de espacios políticos por parte de la oposición fue, por lo tanto, una transición «elitista y negociada», dirigida en último término al mantenimiento de las condiciones y los mecanismos que permitían a la elite perma­ necer en el poder en el ámbito nacionali4. La política mantenida hacia la oposición no sólo dependía de los pactos entre las elites sino que también era selectiva ” . Mientras el PA N y Salinas dialogaban, el 31 Gómez y Bailey, «Transición política», pág. 85. 32 Guillen López, «Ba|a California», págs. 162-163. 3 3 Estos datos se basan en Oemmers, trien ds and Bitter Enemies. 34 Hurtado, «Características», págs. 136-137. 3 5 Véase Meyer, Secunda muerta, pág. 123.

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PRD tenía que hacer frente a las viejas estrategias del PRI y de los grupos locales y regionales de poder. Los casos de Michoacán y Guerrero, y más tarde los de Nayarit, Chiapas y Tahasco, demuestran que el régimen aplica criterios diferentes a cada opo­ sitor político. Esta situación de ambivalencia concede veracidad a la hipótesis de que aunque se está consolidando cierta forma de legitimidad electoral en algunas regiones mexicanas, en general, el resultado de los com icios sigue dependiendo de los pactos políticos. Durante la presidencia de Salinas, la lógica democrática de la legitimidad electoral, que presupone la ocupación de un cargo únicamente en virtud de los sufragios em itidos por jos ciudadanos, seguía subordinada a la lógica de los pactos entre los diferentes actores políticos. N o es ninguna sorpresa que el único partido opositor capaz de capitalizar sus resultados electorales haya sido el úni­ co dispuesto a alcanzar acuerdos en temas de gran importancia para el régimen. Este argumento no pretende subestimar los esfuerzos organizativos y electorales del PAN o el índice de apoyo popular obtenido por este partido, como tampoco sobrevalora los resultados electorales ni el grado de seguimiento del P R D . Solamente indica que en la trastienda del acceso de la oposición al poder se están llevando a cabo pactos silenciosos, unas prácticas políticas que probablemente estén teniendo lugar en los despachos del ministerio del Interior en la Ciudad de México. La disputa electoral de San Luis Potosí, en 1991, puede arrojar más luz sobre este particular. Allí, ni el PAN ni el P R D salieron victoriosos, sino un verdadero m ovi­ miento político regional, el Frente Cívico Potosino, liderado por Salvador Nava. Las elecciones a gobernador de 1991 en San Luis Potosí y el estado vecino de Guanajuato coincidieron con las importantes elecciones parlamentarias intermedias (a la mitad del sexenio presidencial). En San Luis Potosí, los comicios confrontaron al priista Fausta Zapata con el anciano y prestigioso Nava, que había logrado crear una excep­ cional coalición con el P R D , el PA N y el PD M . Las elecciones se vieron salpicadas por distintas formas de fraude, y la inscripción de votantes estuvo condicionada por fuertes intereses partidistas. San Luis Potosí es un ejemplo claro de un estado en el que las principales áreas urbanas están dominadas por la oposición, mientras que las zonas rurales más atrasadas, sobre todo la Huasteca, votan al PR I. Com o era de suponer, los bastiones del P R I registraron, con diferencia, el número mayor de ins­ cripciones de votantes. Durante la campaña, el P R I utilizó sus conocidas estrategias para influir en el sentido del voto: control absoluto de los medios de comunicación locales, fondos desmesurados para propaganda electoral, acusaciones contra la opo­ sición por incitar a la violencia, etc. El fraude pre-electoral continuó con un fraude aún mayor durante las propias elecciones ,6. Sin embargo, la prensa local declaró vencedor a Zapata incluso antes de cerrarse los colegios. Aunque había suficientes pruebas de fraude, Nava se negó a meterse en el laberinto jurídico-electoral y, en su lugar, organizó un m ovimiento de resistencia civil. La tensa situación de San Luis Potosí cobró un inesperado interés cuando el candidato a gobernador por el PRI en el estado vecino de Guanajuato presentó su dimisión tras unas elecciones también fraudulentas y un panista asumió el puesto con interinidad. Dado que el gobierno federal se mostraba dispuesto o se veía forzado a 36 Un informe de dos organizaciones independientes, que observaron las elecciones en 750 cole­ gios electorales, concluía que en más de la mitad délos colegios se Había producido algún tipo de irregu­ laridad. Citado en Aziz, «San Luis Potosí», pág. 15.

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sacrificar a su candidato en Guanajuato, también aumentaron las expectativas en San Luis Potosí. Se celebraron concentraciones y marchas silenciosas, se bloquea­ ron carreteras y, en el último discurso del gobernador saliente, las seguidoras de N ava se manifestaron aporreando utensilios de cocina al tiempo que otros se con­ centraban de manera permanente delante del palacio de gobierno. Mientras que N ava iba y volvía repetidamente a Ciudad de México, catapultándose a la esfera nacional. Zapata dejó de aparecer en público. Durante una de sus visitas, Nava reci­ bió una oferta de mediación: Zapata sería el gobernador y Nava ocuparía un puesto importante en su gobierno, o N ava se convertiría en el gobernador y los puestos clave serían para los priistas. N ava rechazó esta solución ' 7. Cuando Zapata juró su cargo oficialmente el 26 de septiembre de 1991 en presencia del presidente Salinas, un N ava enfermo y envejecido se embarcó en la muy publicitada «Marcha de la dignidad» hasta la Ciudad de México. Un grupo de mujeres impidió a Zapata entrar en su despacho. Se le exigía la dimisión. Menos de dos semanas después lo hizo. N ava suspendió la marcha y regresó a San Luis Potosí, donde le recibieron como a un héroe. 111 mismo día, el priista Gonzalo Martínez Corbalá se dirigió a la capital potosina para hacerse cargo del gobierno. La situación de San Luis Potosí se había vuelto tan reñida como la de Guanajuato, y el diferente desenlace sólo se puede explicar desde una lógica externa a las relaciones de poder regionales. La presencia del PAN en las mesas negociadoras en Ciudad de México y la renuncia de Nava a pac­ tar fueron clave en la decisión de conceder el gobierno provisional de Guanajuato al PAN y en San Luis Potosí al PRI. Si la lógica de Guanajuato se hubiera aplicado tam­ bién a San Luis Potosí, el gobierno habría ido a c a ra r al movimiento navista. lis obvio que esto no interesaba ni al P R I ni al PAN * . E l proceso electoral mexicano lleva mucho tiempo sometido a sofisticados can­ dados yuúdxcas que han dificultado la participación de los grupos de oposición, la pre­ sentación de determinados candidatos y el recurso contra las decisiones arbitrarias (o, dicho de otro modo, el ejercicio de los derechos constitucionales). N o sorprende, pues, que la reforma de la legislación electoral lleve un tiempo figurando en los pla­ nes de las fuerzas políticas opositoras. Desde que entraron en vigor las importantes modificaciones políticas y electorales de 1977, se han ido intensificando las negocia­ ciones y los reajustes a la reforma electoral. Aunque sí hubo algunos cambios posi­ tivos, la aprobación del Código Federal Electoral en 1986 por el presidente De la Madrid supuso el aumento del control por parte del ejecutivo y una serie de garan­ tías de que el partido gobernante seguiría teniendo una influencia fundamental en los aspectos más importantes del proceso electoral. En muchos sentidos, la reforma de 1986 supuso un retroceso en comparación con la liberalización política de 1977. Como elemento más destacado, esta ley otorgaba carácter constitucional al concep­ to de gobernabilidad, por la que un partido podía obtener la mayoría absoluta en la Cámara de Diputados aun cuando hubiera obtenido menos del 51 % de los votos. La importancia de esta reforma, que fue el marco legal en el que se desarrollaron las elecciones presidenciales de 1988, no es para tomarla a la ligera. Según cierto

57 Véase Granados Chapa. ¡N ava sí, ¿apata no!, pág. 168. 58 Poco después de este episodio, las relaciones entre el movimiento navista y el PAN se deterioraron rápidamente. Un análisis más detallado de esta situación se puede encontrar en Panster, «Citizcns with Dignity».

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analista, Salinas no hubiera podido llegar a presidente sin ella ,9. Tras estas eleccio­ nes, com enzaron los preparativos para una nueva reform a, que el parlamento aprobó en 1990. Pese a que se produjeron algunos avances, como el aumento de la financiación de los partidos y una mayor regulación del acceso partidista a los medios de comunicación de masa, el Código Federal de Instituciones y Procedimientos Elec­ torales contenía muchas cláusulas que salvaguardaban el control presidencial y priista del proceso electoral: la cláusula de gobernabilidad fue modificada pero no eliminada; los miembros del Tribunal Federal Electoral se elegían a partir de una lis­ ta elaborada por el presidente; el Instituto Federal Electoral estaba controlado por personas nombradas por el presidente y por delegados priistas; y los miembros de las mesas electorales eran elegidos por los presidentes de distrito, quienes, a su vez, dependían de un aparato burocrático controlado desde las instancias federales. Como respuesta al aumento de alternativas políticas, el régimen introdujo una aparente liberalización de las leyes electorales, que, sin embargo, no consistía sino en una mayor sofisticación legislativa con el fin de reforzar «los mecanismos de seguridad del sistema para mantener controlados los resultados electorales y garantizar al PRI la presidencia y una mayoría en la Cámara de D iputados»40. En 1996, después de veinte meses de tensas y duras negociaciones, el gobierno de Zedillo y algunas fuer­ zas principales de oposición aprobaron otro nuevo conjunto de reformas electorales. Entre las características más importantes de este bloque de reformas se encuentra la que establece que las elecciones ya no las organizarían los funcionarios del gobierno sino los ciudadanos, y que el Instituto Electoral Federal pasaría del ministerio del Interior al poder judicial. Estas nuevas reglas dieron sus frutos en las elecciones par­ lamentarias de 1997. Pero pese a los avances logrados con las reformas electorales, hay que tener en cuenta la otra cara de la moneda. Cansino ya señaló recientemente lo paradójico de los efectos y las funciones del reformismo electoral continuado. Según su acertado análisis, mientras que los sistemas políticos basados en una demo­ cracia consolidada pueden adaptar sus instituciones a un medio cambiante para per­ feccionar sus funciones (eficiencia y logros del sistema), en aquellas sociedades cuyo sistema está inundado de prácticas antidemocráticas, como en México, el reformis­ mo institucional es, principalmente, un mecanismo de legitimación. Así, en lugar de considerar las continuas enmiendas a los aspectos legales e institucionales del siste­ ma político como un signo de verdadera democratización, también se han de ver como consecuencia de la necesidad que tienen las reticentes elites de obtener (pro­ visionalmente) consenso y legitimidad 41. C O R P O R A T 1V ISM O

Tratándose de un aspecto fundamental del régimen autoritario mexicano, la evolución del pacto corporativista debería ser un buen indicador del grado de liberalización y democratización del sistema político42. Al comienzo de su sexenio, el 59 Gómez Tagle, «Electoral Reform», pág. 80. Otro análisis excelente y detallado de la reforma electoral de 1986 es el de Emilio Krieger, «Derecho electoral». 40 Gómez Tagle, «Electoral Reform», pág. 86. 41 Cansino, Construir la democracia, págs. 191-192. 42 Hurtado, «Características», pág. 155.

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gobierno de Salinas acometió un proceso de reducción de la influencia corporati vista dentro del PR I. La espectacular eliminación de dos caciques sindicalistas, particu­ larmente poderosos y corruptos, fue, qué duda cabe, un paso firme en ese sentido4’ . Pero cuando el gobierno se dispuso a reformar el partido, algo que hubiera tenido consecuencias institucionales a corto y largo plazo, sobre todo con respecto a la función política del movimiento sindical organizado, la firmeza y la visión de futu­ ro dejaron lugar a las medías tintas y al pragmatismo. Durante años, el pacto corporativista había cumplido dos funciones primordia­ les: en primer lugar, la de organizar el apoyo (electoral) para el partido en el poder a cambio de la distribución de bienes y servicios a las capas populares; y, en segundo lugar, la de asegurar la estabilidad económica a lo largo del periodo de industriali­ zación acelerada, en particular durante la crisis económica de los años ochenta. A finales de esta década, se hacia patente que las organizaciones corporativistas esta­ ban fracasando en ambos aspectos, a lo que la elite en el poder respondió con cier­ tas iniciativas reformistas destinadas a reestructurar las relaciones entre el Estado, los sectores corporativistas, el partido gubernativo, la economía y el ámbito electoral. E n 1989, el presidente del P R I, Luis Donaldo Colosio, señaló que para mantener la fuerza electoral de su partido, los dirigentes no podían depender ya (únicamente) de las agrupaciones corporativistas. En su lugar, había que establecer una relación más directa entre el partido y los ciudadanos (en tanto que individuos)44. El contacto con estos últimos se organizó a través de una versión remozada de la estructura territo­ rial del partido, lo que convirtió al Sector Popular del PRI en el principal campo de pruebas. Pero al final el proyecto fracasó. Tras unas décadas de cambio organizativo, el Sector Popular, ahora denominado Federación Nacional de Organizaciones y Ciudadanos, ha vuelto a la estructura básica de 1988, aunque con una burocracia aligerada. Las prácticas políticas han continuado igual, pero los conflictos entre modernizadores y tradicionalistas en el interior del partido se han agudizado 4'. Mientras que, por lo general, los experimentos a los que fue sometido el Sector Popular estaban orientados a la captación de votos y el acceso a nuevas circunscrip­ ciones, la clase trabajadora se convirtió en un objetivo prioritario por su im por­ tancia económica. La reestructuración de la economía y el sector industrial requería una mayor efectividad, productividad y flexibilidad. Esto fomentó las privatiza­ ciones y la rescisión de los contratos laborales colectivos como soluciones más comu­ nes, algo que entraba en conflicto con la burocracia corporativista tradicional4*'. Si la ciite tecnocrática gobernante quería continuar su proyecto de reestructuración económica, parecía fundamental limitar el ascendiente político del sindicalismo den­ tro del partido. La reorganización de los sectores corporativistas se discutió en la X IV Asam blea General del P R I en 1990, donde quedó claro que el sector sindical no accedería a quitarse de en medio para facilitar los cambios organizativos. La CTM amenazó con boicotear el congreso si sólo se le concedía el 8% de los delegados 43 La decisión de sacar de la circulación a estos dirigentes sindicalistas no respondía a ningún pro­ yecto democratizados El encarcelamiento del líder de los petroleros, Hernández Galicia, tuvo mucho que ver con su oposición activa a la candidatura presidencial de Salinas. 44 Cornelius et al., México's huturts, págs. 28-29. 4} Craske, «Dismantling or Rctrenchment?» 46 Los trabajos recientes de llán Bizberg poseen aqui una gran relevancia. Véase su «Crisis», y tam­ bién «El régimen político mexicano» y «Modertiization and Corporatism».

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asamblearios, como se propuso en principio, ni poder de influencia del sindicato de trabajadores fue lo suficientemente fuerte para conseguir casi el doble de delega­ dos. De este modo, la Asamblea se clausuró con ambivalencia e hibridación organi­ zativa. Los antiguos pilares corporativistas y las nuevas unidades organizativas territoriales habían de coexistir hombro con hombro. Esto tenía poco de transición o democratización. En su análisis de las relaciones entre Salinas y el partido guber­ nativo, Hernández Rodríguez demuestra convincentemente que la retórica de modernización y democratización del PRI estaba, de hecho, subordinada al objetivo general de poner todo el partido bajo el control de una elite que mantiene una rela­ ción cada vez más funcional con el partido47. E l descenso del grado de influencia de las organizaciones corporativistas tradi­ cionales en la escena política global (como consecuencia de su mal funcionamiento y de la intervención política de las esferas superiores) se fue compensando con las fases de reestructuración neo-corporativista durante el gobierno de Salinas. En los sectores industrial y de servicios, surgió una nueva forma de sindicalismo que el gobierno veía con buenos ojos. Al contar con una mayor autonomía, estos sindica­ tos (como claramente ilustran el de los telefonistas y los electricistas) se ocupan fun­ damentalmente de la negociación de salarios, beneficios extraordinarios y condiciones laborales por incremento de la productividad48. Esta variante neo-cor­ porativista muestra a la vez una postura pragmática acerca de los derechos sindicales fundamentales y un «deseo de aliarse con el capital en una búsqueda conjunta de mayor productividad y calidad [que] le mereció el reconocimiento como interlocu­ tor válido en este tipo de asuntos»4V. Fuera ya del ámbito de las relaciones laborales, Craske destaca el Program a Nacional de Solidaridad (P R O N A S O L ) com o una variante neo-corporativista. Según ella, a pesar de que P R O N A S O L se ha dedicado a cuestiones novedosas como los servicios urbanos, el desarrollo regional, las muje­ res y las escuelas, también ha reforzado el centralismo de los sectores corporati­ vistas a la vez que ha reproducido sus jerarquías organizativas. Su análisis de los barrios populares de Guadalajara concluía que P R O N A S O L «ha hecho poco por acabar con las prácticas priistas tradicionales del clientelismo, la arbitrariedad y las fallas del estado de derecho» ’°.

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H O R IZ O N T E T E M P O R A L

De acuerdo con las ideas de O ’Donnell y Schmitter, los cambios en el ámbito electoral y en su legislación y la reestructuración de los pactos corporativistas pueden verse como piezas básicas del entramado de la transición En este sentido, las polé­ micas elecciones presidenciales de julio de 1988, que llevaron al poder a Salinas de G ortari, suelen considerarse el punto de arranque de dicho proceso. Pero 1988 no 47 Hernández Rodríguez, «What to Do with the PRI?». 4» A iniciativa del líder del sindicato de telefonistas, otras agrupaciones sindicales que formaban parte (aunque de forma independiente) del pacto corporativista más tradicional, se unieron a esta nueva estrategia sindical y fundaron la federación de Servicios y Bienes. 49 Garza Toledo, «Rcstructuring», pág. 2 14. Véase también Harvey, «Difficult Transition», págs. 19-25. 50 Craske, Corporatism Rensited, pág. 42.

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supuso una ruptura comparable con la retirada de los generales del poder en Sudamérica, com o tampoco se puede comparar con los dramáticos acontecimientos que pusieron término a la guerra civil en Centroamérica. En España, el pistoletazo de salida de la transición fue la muerte del caudillo y en Hlipinas, el derrocamiento de la dictadura. En el caso de México, no hay una opinión unánime sobre la delimita­ ción temporal. Según Cisneros, no se trata de un asunto meramente académico por­ que afecta directamente a nuestra interpretación del fenómeno de la liberalización política y la transición Afortunadamente, el reciente proceso político mexicano dispone de otros hitos para localizar el comienzo liberalizados En un artículo ante­ rior a las espectaculares elecciones de 1988, Kevin Middlebrook situaba el arranque del proceso de liberalización democrática en la iniciativa de reforma política del gobierno de López Portillo entre 1977 y 1978. Esta reforma facilitaba la inscripción de partidos opositores y, en general, ampliaba los cauces de movilización y repre­ sentación política. Se trataba también de la respuesta del gobierno y el partido gubernativo a una serie de elementos que mermaban la capacidad y legitimación del PR I. Aunque los efectos generales de este proceso de liberalización política fue­ ron limitados, según Middlebrook, esto «marcó un importante punto de partida para la política mexicana» % E n el contexto de lo que en ocasiones parece una búsqueda neurótica del comienzo de la supuesta transición política mexicana, se ha propuesto repetidamen­ te el año 1968 como un importantísimo punto de inflexión. Según estos argumentos, el movimiento estudiantil (con el apoyo implícito de la clase media) constituyó la pri­ mera forma de contestación abierta al sistema de gobierno de partido único. Las demandas de una mayor participación ciudadana y de transparencia y responsabi­ lidad política por parte del gobierno plantearon un conflicto acerca de la dirección política de la sociedad mexicana. Se trataba de un movimiento que iba mucho más allá de las cuestiones de autonomía universitaria y que buscaba potenciar un ejerci­ cio de la ciudadanía más efectivo. Aunque el turbulento verano de 1968 acabó con una brutal represión, sus electos a largo plazo son tan profundos que existe, «entre esta experiencia [ 1968] y la eclosión electoralista que desde julio de 1988 preten­ de poner fin a la hegemonía del partido oficial, una línea de continuidad» ' 4. Estas consecuencias van desde la modificación de determinados valores y actitudes, pasan­ do por una reorganización de las alianzas de clase dentro de la elite gobernante (en favor de las clases medias urbanas y en detrimento de los sectores corporati vistas tra­ dicionales), hasta el afianzamiento de la opinión pública como factor político. Para algunos, fue la violenta represión del movimiento estudiantil de 1968 la que provo­ có la aparición de ideologías y líderes de lo más diverso por toda la sociedad. En los barrios urbanos y las comunidades campesinas, entre los profesores y los trabajado­ res, estaba oculta la semilla de una nueva cultura política que abonó el terreno para lo que sería, en último término, el brote electoral de 1988 " . Aunque no se debe infravalorar la importancia política y simbólica de los sucesos de 1968 ni sus conse­ cuencias en la evolución posterior, queda sujeta a debate la cuestión de si fue en 51

Véase O ’Donnell y Schmittcr, Transiciones: Conclusiones tentativas.

52 o

Cisneros, «Modelos». Middlebrook. Political Ijberaü^ation, pág. 51.

54

Loaeza, «México, 1968», pág. 16.

15

Ver. por ejemplo, Pérez Arce, «Enduring Struggle».

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realidad el movimiento estudiantil la primera expresión de protesta que combinaba una identidad corporativa (la autonomía universitaria) con la movilización a favor de la demanda más general de los derechos civiles. N o seria muy complicado afirmar que los grandes movimientos sindicales de finales de los años cincuenta también lucharon por una combinación de derechos corporativos y políticos (participación y capacidad de decisión). En este caso como en 1968 dispusieron de la Constitución como referente y también sufrieron la represión más despiadada. En el contexto de los efectos polarizadores de la revolución cubana y los ajustes del bloque de poder en el país, se podría afirmar incluso que la coyuntura política de 1958-59 supuso una ruptura mayor que la de 1968. Si tomamos en consideración la confluencia de circunstancias tan variadas, se pue­ den proponer para el comienzo del proceso de üheralización polítíca y, posterior­ mente, de transición, las fechas de 1988, 1978, 1968 y quizá también 1958 ’ 6. ¿Pero adonde nos lleva todo esto? ¿N o sería más adecuado considerar todo el periodo como una fase continua de transformaciones con determinadas coyunturas identificables como crisis políticas o, según Cisneros, ciclos políticos?57 El concepto de transición lo definieron O ’Donnell y Schmitter como un periodo «delimitado, de un lado, por el inicio del proceso de disolución de un régimen autoritario, y del otro, por el esta­ blecimiento de alguna forma de democracia, el retorno a algún tipo de régimen auto­ ritario o el surgimiento de una alternativa revolucionaria». Formulado en dichos términos, este concepto parece tener poco que ver con el caso m exicanos . La cues­ tión quizá debiera ser por qué tras décadas de crisis, seguidas de procesos de liberalización y aperturism o político, no ha sido posible (aún) consolidar un orden democrático. Quisiera proponer que las dificultades para determinar una cronología y el ritmo de la transición guardan relación con la naturaleza ambivalente del mismo sistema político mexicano. Así, parece necesario analizar el caso mexicano desde otra perspectiva.

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l u n iv e r s o d f . l e a l t a d e s p r im o r d ia l e s

Al prestar demasiada atención al carácter institucional del autoritarismo mexi­ cano se suele pasar por alto la existencia de otros principios organizativos que tam­ bién estructuran la sociedad y la política mexicanas. El régimen de este país inhabilita de hecho el sistema de la tríada política, el principio de responsabilidad administra­ tiva, el control político, la soberanía electoral, el federalismo, el pluralismo ideoló­ gico y la ciudadanía. Pero si el análisis formal del autoritarismo mexicano se centra exclusivamente en el marco legal e institucional, será imposible comprender sus i 6 Después de la elección de Cárdenas como alcalde de Ciudad de México, es posible que algunos autores establezcan 1997 como el «verdadero» punto de partida de la transición. 57 Cisneros, «Modelos»,págs. 75 76. ; S O ’ Donnell y Schmitter, Transiciones: Conclusiones tentativas, pág. 19. Pérez Correa afirma que en México no hay, en realidad, necesidad de transición (democrática) ya que si hubiera una definición amplia de democracia que fuera de aplicación a las esferas social, económica, cultural y política, México llevaría tiempo atravesando un prolongado proceso de «democratización gradual y sostenida». Véase Pérez Correa, «Reflexiones». Espero poder demostrar más adelante por qué no estoy de acuerdo con esta interpretación.

TR ANS 1CIÓN V VIOLENCIA, REFLEXIONES SOBRE EL CAMBIO POI.tTICO F.N MÉX ICO

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reglas de funcionamiento cotidiano. Además de la estructura institucional, habría que incluir en el análisis la praxis política. El sistema presidencial mexicano no sólo se asienta en los amplios poderes que le otorga la Constitución, sino también, y quizá fundamentalmente, en la posición central que ocupa en el universo de relacio­ nes personales informales. El presidente se halla en la cúspide de una red de camari­ llas piramidales interconexas que extiende su poder por los diferentes ámbitos del sistema político y social. Las camarillas no están delimitadas institucional, ideológi­ ca, social o sectorialmente, y se sustentan gracias a las lealtades personales. Su natu­ raleza informal las hace invisibles al ojo público y consigue explicar la fluidez y adaptabilidad de la política mexicana. La camarilla presidencial articula en torno a sí a los líderes de un espectro amplio de sub-camarillas políticas y sociales, como las que forman la dirección del partido, la burocracia sindical, los grupos empresaria­ les y los intelectuales. De este modo, la competencia legal del presidente de nombrar colaboradores para los puestos clave de la administración se ve complementada y ampliada gracias a otras prerrogativas discretas que le sitúan en el centro de un uni­ verso de lealtades personales que alcanza más allá de los ámbitos formales de la auto­ ridad presidencial. Dos semanas después de que Ernesto Zedillo asumiera la presidencia, llegué al remoto pueblo de Tancanhuitz, en la Huasteca Potosina, para efectuar algunas entre­ vistas. Visité la sede local del Instituto Nacional Indigenista, cuya directora había prometido ayudarme a localizar a personas que pudiera entrevistar. Consciente de las posibles consecuencias de un cambio presidencial, le pregunté si estaba satisfecha con su vida en Tancanhuitz. Ella respondió afirmativamente, pero añadió ensegui­ da que unas semanas antes había presentado su dimisión, cumpliendo así con el prin­ cipio oficioso que obliga a los em pleados no sindicados de una institución gubernamental a dimitir con cada cambio de presidente. Si Zedillo mantuviera al director general del Instituto Nacional Indígena, también continuaría el delegado en San Luis Potosí, y la directora de Tancanhuitz tendría igualmente muchas posibili­ dades de conservar su puesto. Si, por el contrario, el nuevo presidente nombrara a un nuevo director general, se produciría un efecto en cadena de nuevos nombramien­ tos hacia los ámbitos inferiores de la jerarquía administrativa, inclusive en aquellas zonas más remotas de México, con lo que la carta de dimisión seria aceptada. La significación de las reglas informales vinculadas a la presidencia de México se presenta en toda su crudeza durante el periodo sucesorio, no sólo en la escala inferior de la pirámide administrativa, sino especialmente en la misma cúspide. El cambio presidencial de 1995-94 se vio acompañado desde el principio por una serie de inci­ dentes sin precedente que sacaron a la luz las consecuencias tan despiadadas que comporta ignorar estos principios oficiosos. Cuando los líderes del P R I anunciaron oficialmente (después de decidirlo Salinas) a Luis Donaldo Colosio como candidato presidencia], se puso fin a meses de tensión. Pero, al contrario de lo que solia ocurrir, su principal rival, Manuel Camacho Solís, no hizo público su apoyo inequívoco a Colosio. En su lugar, esperó unos días antes de presentarse en público y declarar que su candidatura había ido en serio. Así, rompía la regla de la cargada, la expresión unánime de apoyo al candidato por parte de sus antiguos rivales y de los diversos sec­ tores del partido. Unas semanas después, se produjo el levantamiento armado de Chiapas y Cam acho Solís fue nom brado p or el presidente portavoz oficial y negociador del gobierno. Como consecuencia, fue Camacho y no Colosio quien

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monopolizó los medios de comunicación de masas, creando de ese modo serios pro­ blemas para los directores de campaña de este último. Cuando Colosio murió asesi­ nado unos meses más tarde, las tensiones entre Camacho y los líderes del partido alcanzaron un grado desconocido. Durante el entierro de Colosio, Camacho estu­ vo a punto de sufrir el ataque (físico) de una multitud de priístas enfurecidos. En esos momentos, abundaban los rumores acerca de su posible participación en el ase­ sinato e incluso en la revuelta de Chiapas. Al haber roto voluntariamente las reglas informales del juego de poder, y haber intentado sobrevivir a su derrota en la can­ didatura presidencial, Camacho recibió su acta de defunción política con la muerte de Colosio ’ 9. La articulación de «intermediarios de poder» por medio de sofisticadas redes personalistas es uno de los factores que mejor pueden explicar la falta de indepen­ dencia de los órganos legislativo y judicial, un elemento fundamental del autorita­ rismo mexicano. Los puestos clave dentro de estas instituciones (magistrados, líder de la mayoría parlamentaria, presidentes de comités parlamentarios importantes) recaen casi siempre en personas nombradas directamente por el presidente o con la mediación del partido gubernamental. En ambos casos, pertenecen a los círculos de la «familia revolucionaria». La metáfora familiar es importante aquí porque se refie­ re a un universo en el que las relaciones políticas están reguladas por el parentesco (real o no), la amistad y las relaciones personales60. La lealtad personal al lider de la camarilla o al presidente mismo, y no (necesariamente) el impersonal trabajo buro­ crático, constituyen la esencia de estas relaciones. Esto no quiere decir que la gestión administrativa o burocrática sea irrelevante, sino simplemente una función del cum­ plimiento de las lealtades personales. Eficiente es quien lleva a cabo un trabajo que le ha delegado su superior sin causar ningún problema político para éste, su camarilla o facción. Si el éxito de dicha misión supone alguna vez tener que hacer algo en el limite de la ley, o incluso fuera de ella, el funcionario puede estar seguro de que contará con la protección de su superior. Las relaciones de lealtad personal, por lo tanto, están basadas en último término en la reciprocidad y la confianza mutua, una presuposición que permite a las personas mantener operaciones de intercambio en circunstancias inciertas, cambiantes y extrem as6'. Si las camarillas son un vehículo importante de cohesión para el régimen en el vértice superior de la pirámide, los mecanismos que las vinculan con los órdenes interiores de la jerarquía social, desde la fábrica hasta el ejido y el mercado, son el clientelismo y la «intermediación». Como mecanismo de intercambio entre personas de diferente posición social, el clientelismo o patronazgo ha funcionado siempre en México en circunstancias muy diversas desde un punto de vista histórico y social. Tanto si el intercambio se producía en los años treinta entre un funcionario del Departamento A grario y campesinos pobres, entre pobladores urbanos y un res­ ponsable de distrito del partido gobernante en Chalco, como si lo hacía entre un rector de universidad y sus estudiantes, en todos los casos se trataba de relaciones de 59

Véase el interesante-aunnueparcial- relato de estos acontecimientos, en Márquez, Par qué per­

dió Camacho. 60 Los acontecimientos de los últimos meses de gobierno de Salinas de Gortari, en los cjue se vio involucrada su familia (y, en particular, su hermano Raúl y su antiguo cuñado, Ruiz Massieu) dieron a la metáfora de la «familia revolucionaria» un nuevo sentido, más prosaico y literal. 61 Roniger, Hierarcby and Trust, pág. 10.

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reciprocidad desiguales, asimétricas. Quienes participan en estas redes tienen así la oportunidad de conseguir determinadas ventajas y recursos que de otro modo estarían fuera de su alcance. El poder de negociación dentro del espacio político y la capacidad de acceso a los recursos se estructuran de acuerdo a las amistades (instru­ mentales) y las obligaciones mutuas. La pertenencia a un grupo se convierte así en un bien preciado. Una persona sin conexiones y sin amigos es un don nadie. En un país como M éxico, con un poder político muy centralizado, la proximidad de éste es un factor clave para quien quiera ser un líder o un pez gordo de algún tipo. El partido gubernativo y la administración del Estado son desde hace mucho tiempo los cami­ nos principales para conseguirlo. En el caso de M éxico, el fenómeno del clientelismo está ligado inextricable­ mente a la figura del cacique, el hom bre fuerte cuya ley inform al, personalista y a menudo arbitraria viene respaldada por un «séquito» popular. El cacique normal­ mente com bina la amenaza de la violencia con alguna forma de «moralidad pri­ vada de o b ligacion es», com o reflejaba gráficam ente el personaje de Lázaro Pizarro en la novela de Aguilar Camín sobre un cacique del sindicato de los petro­ leros6*. En las figuras del cacique y el presidente se condensa la personalización del poder y las ambivalencias del sistema político mexicano. El caciquismo ha pene­ trado el marco institucional del Estado pero a la vez se resiste a la institucionalización Ju nto con el clientelismo es el elemento del que se nutre principalmente el corporativism o, y los dos representan, por lo tanto, fenómenos clave en la estructu­ ra de las relaciones entre el Estado y la sociedad en M éxicoí>4. Constituyen mecanis­ mos de mediación o intercambio tanto entre los ámbitos federal y local/regionai como entre diferentes grupos sociales (por ejemplo, la clase funcionarial y los cam­ pesinos). Las formas de intermediación político-cultural también sirvieron para defi­ nir el sistema de mediación del siglo X IX , que en este caso se situaba entre el universo de los letrados liberales y el mundo provincial de las lealtades primordiales tradicio­ nales, un ám bito poco preparado para asumir las concepciones de la ideología liberal6*. La concentración efectiva de poder y recursos políticos en manos del eje­ cutivo (a escala nacional, regional y local) y el carácter inclusivo del autoritaris­ mo mexicano durante el siglo X X han reproducido la necesidad de intermediarios para mantener los vínculos entre las masas y el Estado. También han (re)creado espacios privilegiados de transmisión (intermediación), a través de los cuales cual­ quier persona puede obtener acceso a dichos recursos . El cacique trata de mono­ polizar y proteger dichos espacios, a veces mediante el uso de la violencia. Mantiene relaciones personales con sus seguidores, y se proyecta hasta los escalones supe­ riores de la jerarquía apoyándose en éstos, su séquito grupal (en tanto que actor colectivo). Para obtener recursos del Estado, se mantienen relaciones grupales, cor­ porativistas y personalizadas. Según su estudio del proceso electoral, Ciuillén López ha observado que los procesos de mediación corporativa y caciquista forman parte de 62 La primera parte de la definición es de Friedrich, «Legitimation of a Cacique», pág. 247; la segunda parte es de Clapham, «Clientelism», pág. 5. La novela de Aguilar Camín es Morir en elgolfo. 63 Knight, «Historical Continuities», pág. 96. 64 Véase Foweraker, Popular Movements, pág. 16. 65 Guerra, México, pág. 167. 66 Véase el interesante repaso que se da a las funciones de un caciqueen tanto que intermediario de poder, en Peña, «Poder local».

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una cultura política que reconoce la existencia de un poder establecido indepen­ diente, con el que hay que negociar. Por el contrario, la cultura política liberal pre­ supone una relación política directa entre la ciudadanía y el Estado. De este modo, el poder no es una entidad establecida y externa, sino determinada y regulada por el pueblo mediante elecciones67. Aunque este universo de lealtades primordiales es aplicable sobre todo al Esta­ do y al partido gubernativo, el PR I, su importancia no queda ahí. La lógica perso­ nalista no remite a una ideología política, unos partidos o personas especificas, sino a una cultura política en general. De ahí que no sorprenda que los partidos de oposición v las organizaciones no gubernamentales reproduzcan unas prácticas muy similares . La omnipresencia de estas formas de mediación personalista ha tenido profundas consecuencias en la constitución de la ciudadanía y en el discurso de la transición.

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r a n s ic ió n

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v io l e n c ia y m ie d o

La idea de que la lógica personalista forma parte del engranaje cotidiano del sis­ tema político no es algo exclusivo de México. Pero el hecho de que el sistema políti­ co autoritario de M éxico esté tan centralizado, el poder tan concentrado en la presidencia en perjuicio de las otras divisiones del poder, y que los grupos organi­ zados dominantes participen en el partido gubernativo, o estén vinculados de algún modo a él, hace de México un país especialmente susceptible a la dinámica y las características de la lógica personalista. Esto tiene importantes efectos en los discur­ sos de la modernización y la transición democrática. E l sesgo institucionalista de estos discursos arroja luz sobre la necesidad de que se produzcan determinados cam­ bios de carácter legal e institucional para poder construir una sociedad más plural, abierta y democrática. Pero si así se ignora el fenómeno político de las camarillas, será difícil lograr el objetivo democrático por com pleto. La efectividad del cambio y la reform a institucional dependen tanto de los procesos socioeconóm icos como de los códigos culturales que regulan el universo de lealtades primordiales. La pobreza de una gran parte del debate actual sobre la transición reside precisamen­ te en limitar la noción de democracia al ámbito de las elecciones y calibrar «la salud moral de la nación únicamente teniendo en cuenta si las últimas elecciones fueron justas y “ transparentes” » 69. A lo largo de la historia post-revolucionaria de México, el funcionamiento del sistema político, de la economía y del repertorio cultural personalista ha conseguido crear cierta forma estable de articulación (autoritaria). La política de camarillas se infiltró en la burocracia del Estado, pero el ritmo electoral y el principio de «no reelección» se ocupó de que hubiera una circulación continua de la elite, aunque siempre dentro de los confines del partido gobernante. La latitud ideológica del PRI permitió que se produjeran cambios pendulares de orientación en la acción polí­ tica, lo que hizo posible que los diferentes grupos y sectores adquirieran cierto 67 68 69

Guillen López, «Social Basis», pág. 255. Véase también su articulo «Political Culture». Véase Guillen López, «Political Culture». Craske, «Dismantling or Retrenchmcnt?», pág. 90.

TRANSICIÓN Y VIOLENCIA. REFLEXIONES SOBRE EL CAMBK) Ps sobre este periodo se encuentran el de Balovra y Morris, C'onflict andChan&e\ el de Domínguez, Cuba: Order and Rerolution; el de Mesa Lago, Cuba after tbe Co/d l l ar ; y el de Perez-Lópcz, Cuba a ta C.rnssroads.

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En cualquier caso, en un momento dado comenzó a ser cada vez menos impor­ tante hacer balance de los logros de la Revolución cubana, pues los hechos tomaron la delantera. La política estatal, basada en buena medida en el modelo soviético, no había conseguido aún en 1970 diversificar la economía de modo significativo. El azúcar seguía siendo el producto principal, y la relación de dependencia que se estableció con respecto al bloque del Este llegaba a los extremos de la que anterior­ mente se había mantenido con los Estados Unidos. Las diversas políticas económi­ cas instrumentadas a partir de 1959 se caracterizaron por una reducida producción y una mala distribución, y por una escasez crónica de bienes de consumo. Ya durante el periodo de 1986 a 1990, con anterioridad a la desintegración del bloque soviético, Cuba había comenzado a experimentar un crecimiento económico negativo. lina vez cesó el apoyo que el Este de Europa había proporcionado a lo que se había considerado un ejemplo del modelo soviético, no procedía seguir haciendo balance de los pros y los contras. En pocos meses, excepto para los incondicionales se hizo evidente que muchos de los logros de la revolución habían sido financia­ dos por el bloque socialista. Cuando se retiraron las ayudas recibidas, quedaron al des­ cubierto la debilidad e ineficacia palmarias de la economía planificada cubana. Hacia T99 ">»d volumen de la economía se había reducido a la mitad del de 1989, y a pesar de las actuales tasas de crecimiento, aparentemente asombrosas, el ritmo al que está produciéndose la recuperación es, en realidad, de una lentitud espantosa.

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a s c r i s i s r e g i s t r a d a s a m i -d i a d o s d e l o s n o v e n t a

Con el desmoronamiento del bloque socialista y la consiguiente interrupción de las ayudas soviéticas a Cuba, se hizo notoria en la isla la crisis económica que había permanecido latente. Se generalizó el malestar social, un fenómeno que ciertamente no había caracterizado el periodo posterior a 1959. El empobrecimiento, la frustra­ ción y la desmoralización crecientes socavaron drásticamente la legitimidad del régimen y la del propio Fidel Castro. Aunque podía percibirse que algo estaba pasando, las tensiones tardaron en estallar. Hasta 1994 sólo se habían registrado incidentes aislados, casi siempre fuera de La Habana. Sin embargo, a pesar de que se reprimieron rápidamente, los disturbios que se produjeron en la capital el 5 de agos­ to de 1994 constituyeron una novedad y una señal inequívoca. Una vez más, el régi­ men aplicó la técnica de la «válvula de seguridad»: se suspendieron los controles costeros como ya se hiciera durante la emigración del Mariel en 1980, cuando más de 100.000 cubanos lograron salir del país. Esta vez, unos jo .000 refugiados (balseros) aprovecharon la ocasión para cruzar el mar en todo tipo de embarcaciones. Durante las siguiente semanas, las intensas negociaciones entre Cuba y los Esta­ dos Unidos se saldaron con un acuerdo por el que Cuba se comprometía a frenar el éxodo. A los 30.000 balseros que se encontraban en la base militar norteamericana de Guantánamo, en la costa del sudeste de Cuba, se les permitió establecerse en los Estados Unidos. Sin embargo, Clinton anunció que serían los últimos admitidos sin un visado en regla, abandonando así la línea diplomática que se había seguido duran­ te más de 3 ^ años de Guerra Fría: a los refugiados cubanos ya no se les dispensaría automáticamente el tratamiento de refugiados políticos. Si bien algunos albergaban la esperanza de que con este acuerdo se iniciaría una etapa más pragmática en las

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relaciones entre ambos países, no se cumplieron las expectativas. De hecho, más bien ocurrió lo contrario, com o ilustra el recrudecimiento del em bargo con la aprobación de la Ley I lelm s-Burton. Tras ser atacadas por las fuerzas cubanas dos avionetas que iban desarmadas pertenecientes a la organización cubanoamericana Hermanos al Rescate, el gobierno de Clinton endureció la política de relaciones con Cuba para tratar de controlar la situación. Al mismo tiempo, tanto en América Latina como en la Unión Europea cada vez crece más la indignación por la intransigencia y el inmovilismo del régimen cubano. E n 1996, estos dos bloques vieron frustrarse sus respectivas políticas de «diálogo constructivo» con Cuba por la falta de voluntad del régimen de abrazar una política económica dirigida a la liberalización. La posición de Cuba en la toma de decisiones mundial, de nuevo, se caracteriza por el aislamiento. El deseo de Castro de visitar el Vaticano a finales de 1996 y el anuncio de la visita del Papa a Cuba a principios de 1998 no hacen sino resaltar dicho aislamiento. E l entusiasmo que mostró el régi­ men por una visita con tanto potencial de riesgo es prueba de que Castro se ve a sí mismo como un marginado. En realidad, una década después de la caída del muro de Berlín, Cuba sigue atra­ pada entre los ajustes económicos parciales que provienen de los de arriba y el males­ tar creciente que emana de los de abajo, una apertura politica casi inexistente y una posición de aislamiento en la escena política mundial.

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e c l iv e e c o n ó m ic o

El derrumbamiento que ha sufrido la economía a partir de 1989 ha sido devas­ tador para Cuba. Num erosos estudios se han ocupado de la destrucción progresi­ va de la infraestructura económica de la isla, la decadencia de la industria azucarera, la incapacidad que han mostrado otros sectores para restablecer la economía y, por supuesto, la disminución de los ingresos per cápita a niveles inferiores a la mitad de los ya de por sí modestos que se registraron a mediados de los ochenta. Las consecuencias de la crisis se dejaron sentir rápidamente en toda Cuba. Los habitantes de la isla pronto se dieron cuenta de que las directrices oficiales se tradu­ cían en una reducción de los bienes y servicios que se habían dado por supuestos durante mucho tiempo. La desastrosa situación alimentaria ilustra a la perfección el fracaso de la economía planificada. Cuba es uno de los países menos poblados del Caribe, y uno de los más fértiles. Sin embargo, los productos agrícolas que podían conseguirse a principios de los noventa eran escasísimos, tanto en términos de can­ tidad como de variedad. Exceptuando Haití, ningún otro país del Caribe ha fracasa­ do de una manera tan estrepitosa a la hora de abastecer al pueblo de alimentos. La apertura de mercados agropecuarios ha conseguido paliar hasta cierto punto los peores efectos de la crisis alimentaria, aun cuando los productos continúan siendo limitados y caros en relación con su cantidad y calidad. En los últimos años, el régi­ men ha puesto en marcha una serie de medidas que habrían sido inconcebibles hace sólo una década, com o la visible dolarización de la economía, el fomento de consorcios empresariales con sociedades extranjeras y actuaciones innovadoras en los mercados «capitalistas» nacionales. Ahora bien, hav muchas razones para pre­ guntarse si estas transformaciones económicas inspirarán la suficiente confianza a los

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inversores extranjeros que Cuba está tratando de atraer por todos los medios, y a su vez si éstos lograrán solucionar, o al menos aliviar, la crisis en un plazo relativamen­ te breve. De todos m odos, hay signos de que las reformas están teniendo cierto éxito. En 1995, las tasas de crecimiento económico indicaban una pequeña recupe­ ración, y en enero de 1997 el régimen anunció una previsión para la tasa de creci­ miento anual de casi un 8% . En cualquier caso, está por ver si las reformas y el consiguiente crecimiento serán suficientes para calmar el malestar del pueblo. La introducción de una «economía del dólar» paralela junto con una serie de medidas que se asemejan a las de una economía de mercado ha conducido inevita­ blemente a la creación de una doble economía y a la división de la población entre ricos y pobres. Quienes consiguen operar en el sector «capitalista» corren mucha mejor suerte. Pocos siguen poniendo en duda la necesidad de ampliar las actividades orientadas a una economía de mercado, y poquísim os los que no participan en el sector semiclandestino extraoficial. En cualquier caso, el desarrollo de esta doble economía suscita el lógico resentimiento de quienes constituyen todavía una mayo­ ría, que han ido acumulando más y más pérdidas desde 1989, sin que por otra parte haya habido otras mejoras que las contrarresten. ¿Quién se beneficia de la apertura económica? Los que tienen acceso al dólar, ya por tener familiares en el extranjero, ya por participar en esa «economía del dólar» que se da en Cuba. Quienes conozcan la isla estarán familiarizados con la inmensa gama de servicios legales, semiclandestinos e ilícitos que ofrecen los cubanos para hacerse con los dólares del turismo. Menos visible es la actuación de las organizaciones esta­ tales, como el ejército cubano, que actualmente operan en estos mercados.

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is id e n c ia y r e p r e s ió n

Tras la decadente fachada de la Cuba socialista crece un malestar que, como pusieron de relieve los acontecimientos sucedidos en 1994, puede estallar en cual­ quier momento. Sin embargo, está produciéndose un cambio más profundo. Los cubanos nunca habían expresado sus quejas contra el régimen tan abiertamente como ahora. El país se enfrenta al riesgo de toda una generación de jóvenes que vuelve la espalda a la educación, a la economía de mercado y a muchos de los valores funda­ mentales de la revolución. Todo esto ha minado severamente la legitimidad y el poder del régimen. En este sentido, es preciso hacerse una idea de los efectos ideológicos de la crisis económica. El «periodo especial» decretado algo después de 1989 ha sido un caldo de cultivo para la desobediencia civil. Puesto que resulta imposible sobrevivir si no es ignorando la letra e incluso el espíritu de las leyes, los cubanos han aprendido a com­ portarse de un modo semiclandestino, lo cual acarrea importantes implicaciones. Socialm ente, la ciudadanía se enfrenta al problem a que supone tener una escala de valores laxa. Comprar o vender un huevo en el mercado negro puede considerarse una infracción insignificante, pero para algunos individuos abre la puerta a un com­ portamiento delictivo potencialmente grave. Desde la perspectiva del régimen, las implicaciones políticas de este comportamiento son aún más preocupantes. La nece­ sidad de sortear la ley pone de manifiesto, de modo evidente, la incapacidad que mues­ tra el régimen para ayudar a los ciudadanos. Al mismo tiempo, el hecho de estar

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GERT OOSTIN DI H

infringiendo la ley puede llevar a muchos cubanos a tomar conciencia de que el con­ trol del Estado no es en último extremo omnipotente. Claramente, ésta es una de las conclusiones que puede extraerse de los incidentes de 1994 y de la crisis de los balseros. La reacción del Estado ante el mercado negro ha sido pragmática, y se ha optado por legalizar las actividades de los ciudadanos (para así controlarlas y gravarlas) en lugar de establecer normas obsoletas desde el primer momento. Por el contrario, la reacción ante la disidencia política se ha carac­ terizado por todo menos por la flexibilidad. A pesar del creciente descontento que origina la inexistencia de libertad política, es mínima la voluntad del gobierno de libe­ ralizar la actividad política. Sigue predominando el estilo totalitario. Puede que la violencia no llegue a los extremos de otros regímenes autoritarios del mundo, pero se mantiene una rigurosa vigilancia sobre todo tipo de instituciones que puedan ser independientes como las iglesias, las universidades y los centros culturales. Lo mis­ mo ocurre con los individuos que tratan de formar partidos políticos o sindicatos independientes. La oposición no encuentra espacio para organizarse, como pudo comprobar la que iba a ser su plataforma, el Concilio Cubano, cuando se suspendió en el último momento su asamblea pública en el culmen de la crisis desatada en 1996 por el incidente acontecido a los Hermanos al Rescate. El régimen está sufriendo los efectos de una dicotomía que él mismo ha impues­ to. Por un lado, no hay voluntad de acabar con un sistema que no sólo favorece a las elites confiriéndoles numerosas prerrogativas y considerable autoridad, sino que además ha logrado con los años que gran parte de la población se sienta psicoló­ gicamente identificada con sus ideas. Por otro, las propias elites temen que, tan pronto como se vea remitir la represión y se produzca una verdadera apertura polí­ tica, inexorablemente sobrevendrá la caída de los líderes actuales y del sistema que representan. La historia reciente del bloque del Este da pie a pensar que estos miedos no son infundados.

L A C R IS IS I N T K R N A

El declive económico de la Cuba socialista tiene también una preocupante ver­ tiente social. El gradual derrumbamiento de la economía y el progresivo incumpli­ miento de las grandes ilusiones que había alimentado la revolución han originado un sentimiento de desesperanza y una desintegración social que previsiblem en­ te seguirá atribulando a Cuba por mucho tiempo, con independencia del ritmo que se imprima a la transición y en último extremo de su carácter. Así lo ilustran cier­ tos aspectos de la economía clandestina, del abismo generacional o de las relaciones entre las razas y entre los géneros. En primer lugar, los éxitos instantáneos de los nuevos «empresarios» (entre los que cabe incluir desde prostitutas y proxenetas hasta taxistas y comerciantes ilegales) parecen confirmar que han perdido terreno las estrategias respetables y a largo pla­ zo con las que se trataba de medrar en el pasado. La educación superior y las titu­ laciones universitarias no garantizan un empleo y, en caso de que lo hagan, se trata de trabajos mal remunerados. Y ¿qué hay del ingreso en el cuerpo de funcionarios y en los órganos del partido? ¿Quién cree aún en ellos? Cada vez son menos los que lamentan la erosión del Partido Comunista y de sus instituciones. Con todo, algo

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que puede plantear problem as cara al futuro es el hecho de que la prolongada situación de parálisis que se vive actualmente no sólo ha instaurado la desmoraliza­ ción, sino que probablemente implique que se eche a perder buena parte de una generación de jóvenes, cuando menos. Muchos de los individuos que han crecido entre las ruinas del comunismo sin tener una imagen precisa de lo que puede espe­ rarse de una sociedad capitalista terminan por dejarse llevar, al carecer por com­ pleto de ambiciones. El coste para la sociedad es evidente. En ciertos casos, el precio que se paga puede ser aún mayor. Un ejemplo drástico serían lasjineteras, el eufemis mo con el que los cubanos se refieren a las mujeres que trabajan como prostitutas. En los últimos años, el régimen ha favorecido el turismo en tanto que uno de los principales sectores de crecimiento de la economía, aunque no sin grandes reser­ vas y preocupación por las previsibles consecuencias que lleva aparejado. De hecho, Castro se ha quejado con frecuencia de la pérdida de la «pureza virginal» de la revolución \ N o le han faltado razones. E l desarrollo aún modesto del turismo ine%ntablemente pasaba por la convivencia con el ostentoso capitalismo de los turis­ tas, generalmente blancos y relativamente acomodados, la exotización de la cultura local y la irremediable expansión de las actividades ilegales en los sectores m argi­ nales. El fenómeno de las jineteras seguramente ha venido a corroborar los peores temores de Fidel. Los hoteles, las discotecas y playas a los que acuden los turistas están, sin excepción, llenos de varones y mujeres jóvenes que ofrecen su cuerpo a cambio de dinero. Y apenas hay dudas de que no sólo los cargos cubanos, sino también cier­ tas organizaciones estatales, se están lucrando a costa del turismo sexual. Las jineteras son una metáfora de la decadencia. N o se ven a sí mismas como prostitutas. Como afirma Carmen: «Estoy puteando, sí, pero no soy puta». Durante el rodaje de un documental sobre estas mujeres para la televisión, tuvimos la oportu­ nidad de entrevistar y rodar no sólo a numerosas jineteras, sino también a sus abuelos, a varones que habían conocido unos tiempos anteriores a la revolución en los que La 1 labana se había convertido en un burdel para los norteamericanos, y que ahora veian repetirse la historia. Las conversaciones, y particularmente las discusiones entre ambas generaciones, estaban cargadas de fuertes sentimientos y de tensión. L o tris­ te es que, en la mayoría de los casos, cada una de las partes tenía argumentos tan con­ vincentes, o al menos tan comprensibles, como los de la contraria. Ella: «No tengo dinero / no tengo para comer / no tenemos nada / tengo que mirar por mi hijo». É l: «Las cosas no están tan mal / siempre hay una alternativa / te comportas como una prostituta / estás echando a perder tu dignidad». Y otros del estilo. En las agitadas conversaciones no sólo era palpable la acri­ tud, sino también el afecto y el cariño mutuos -un a de las razones que hacen tan penosa la situación-. Uno llegaba a preguntarse si no eran aún más deprimentes los casos en los que los familiares cercanos admitían lo que hacían sus hijas, sus nietas o sus hermanas. Pero ¿por qué es tan preocupante el fenómeno de la prostitución en Cuba? El negocio del sexo está extendido por todo el mundo. Ciertamente, a las chicas y muje­ res que merodean por los hoteles y discotecas cubanos en busca de clientes les impul­ san las mismas razones que a las de ciudades como Bangkok, Lagos, Manila o Santo 2

Vcase, por ejemplo, Granma, 1 5 de noviembre de 1993.

GERT OO ST 1NDIC

Dom ingo: carecen de recursos para seguir adelante; en su opinión no tienen otras salidas; han de socorrer a sus familias, etc. Sin embargo, no es el fenómeno en sí ni sus causas lo que agrava la presencia de las jineteras en las calles de La Habana, sino la cer­ teza de que se ha entrado en un círculo vicioso. Hoy, el lema revolucionario que acusaba al régimen de Batista de permitir que La Habana se hubiera convertido en el burdel de los Estados Unidos ha quedado reducido a una triste parodia de sí mismo. ¿Cuántas veces ha denominado Castro la «antigua» Cuba el prostíbulo de los Estados Unidos durante los más de treinta y cinco años que lleva al frente de la isla? La revolución no iba a ofrecer al país únicamente un futuro mejor, sino que además iba a restaurar la dignidad perdida durante la pseudorrepública. Hoy en día, Cuba se encuentra en las mismas. N o hay hotel que no esté inundado de jóvenes prostitutas y de turistas lascivos. Y si cada vez es más frecuente y menos discreto el regateo en el vestíbulo de los hoteles de unos precios ineludiblemente elevados, no se hace con intención de que este sector salga de la esfera de ilegalidad, sino de que otros cuantos cubanos saquen partido de ello. N o es que el fenómeno sea único. Pero el elevadísimo número de jineteras indica con claridad que éste es el final de una era. Se ha des­ moronado un sueño, y no hace falta haber creído en él para darse cuenta de lo trágico del asunto. Efectivamente, se ha desmoronado un sueño, y para hacerse una idea más clara de lo que esto significa, basta hablar con los mayores, con esos cubanos que han vivid o bajo el corrupto régimen del predecesor de Castro, de Batista, y que ahora ven a sus nietas «haciendo la calle». Esta prostitución semi-profesional quizá sea la manifestación más extrema de la crisis cubana. Con todo, en un sentido más amplio, la predisposición a ofrecer un ser­ vicio siempre que haya dólares por medio no se restringe al caso de las jineteras. Tampoco se limita la prestación a bienes materiales o servicios tangibles, como los que ofrecen clandestinamente los taxistas o los vendedores de puros. Otros indivi­ duos, como los artistas o incluso los profesionales de la religión afrocubanos, tam­ bién buscan el mercado del dólar, poniendo así de manifiesto una mentalidad que en ocasiones sólo difiere de la estampa cínica y desesperada que ofrecen las jineteras en grado, v no en lo sustancial. El «Che» Guevara solía predicar que el Hombre N uevo nacería, o mejor dicho se produciría, en Cuba. Se equivocaba. De todos m odos, la sensación de que muchas cosas se han echado a perder hace pensar que, efectivamente, fueron numero­ sos los logros. E l declive es dolorosamente visible, como lo es, por ejemplo, la reti­ rada del apoyo institucional hacia los más desfavorecidos desde el punto de vista económico, especialmente los ancianos. Pero hay muchas más manifestaciones. El movimiento de liberación de la mujer es uno de ellos. Las principales conquistas obtenidas gracias a la línea emprendida por la revolución se produjeron fundamen­ talmente en la esfera pública -los cubanos moderaron poco su maebismo en la vida pri­ vada-, pero al menos se consiguió eso. En la actualidad cada vez son más las cubanas que ven cómo sus parejas se desentienden del cuidado de la casa y de los hijos con toda tranquilidad, quizá más que en el pasado, cuando justamente ahora resulta tan com ­ plicado llevar un hogar. De nuevo, tras todo esto se oculta un problema de fondo, reconocido oficialmen­ te incluso antes de que se iniciara la crisis actual. Según la campaña correctora iniciada en 1986, la familia cubana era precisamente una de las áreas prioritarias cuyas «ten­ dencias negativas» debían enmendarse. Para cualquiera que estudie temas relacionados

U N P A ÍS A L A D E R IV A : C R IS IS Y T R A N S I C I Ó N E N C U B A

con América Latina y el Caribe -y con la «crisis en el interior de las ciudades» de los Estados Unidos, o con las minorías de origen caribeño en E uropa- la lista de pro­ blemas le resultará penosamente familiar: embarazos de adolescentes, matrimonios tempranos, una proporción de divorcios elevada, familias monoparentales o a cargo de la mujer, etc. Al parecer, la revolución no ha tenido más éxito que otros sistemas sociales. Ya por 1987, personajes como Vilma Espín, presidenta de la Federación de Mujeres Cubanas (además de esposa de Raúl Castro), deploraban abiertamente el hedonismo y la falta de responsabilidad y de espíritu revolucionario de las genera­ ciones más jóven es5. Ciertamente, cabe preguntarse si tiene sentido hablar del macbismo como un fenó­ meno anterior a la revolución, y no como una característica profundamente arraiga­ da en la sociedad cubana (y latinoamericana). E n cualquier caso, se diría que la revolución no ha conseguido acabar con este fantasma. Es más, todo parece indicar que, en la situación actual, los rigores de la crisis están afectando más a las mujeres que a los varones. A sí lo manifiestan muchas cubanas, y a juzgar por ciertos detalles se diría que no les taita razón. Por ejemplo, en relación con la situación que actual­ mente atraviesan las cubanas, no parece ser del todo anecdótico el hecho de que entre los balseros de 1994 el grupo más numeroso estuviera compuesto por varones jóvenes que viajaban solos, en muchos casos dejando mujer o novia e hijos en la isla. Igualmente, es significativo que muchas de las jóvenes que trabajan como jineteras en las playas de La Habana o de Varadero tengan que sacar adelante a sus hijos solas porque ya no cuentan con la ayuda del padre, si es que alguna vez la tuvieron.

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La raza, un problema presente en la sociedad cubana a pesar de no estar recono­ cido oficialmente, es otra estera más de la vida que queda cubierto de preocupan­ tes enigmas en la historia anterior a la revolución y en su posterior legado, o en los lemas y la realidad de la revolución. La tendencia dominante a partir de 1959 ha sido la de no hacer distinciones en razón de la raza. Ciertamente, la liberación de la comunidad afrocubana ha sido una constante en la política oficial del gobierno. Se prohibió oficialmente la discriminación racial, y se ha producido un aumento inne­ gable del número de afrocubanos en los colegios y las universidades, así com o en los puestos ocupados tradicionalmente por blancos. Es más, está demostrado que la redistribución de la riqueza y de las oportunidades llevada a cabo por la revolución, en proporción, ha beneficiado más a la población afrocubana. De todos modos, esos logros no revelan por sí mismos una preocupación espe­ cial por la suerte de la comunidad negra. De hecho, en el famoso discurso que pro­ nunció en 195 3, «La historia me absolverá». Castro ni siquiera mencionó a los afrocubanos com o grupo específico. Es más, tras los primeros meses de 1959, hasta mediados de los ochenta no volvió a aflorar en los discursos oficiales la cuestión potencialmente explosiva del racism o4. Más bien, la liberación socioeconómica de } Cf. Smith y Padula, «Cuban Family», pág. 182. Sobre la cultura de los jóvenes cubanos, véase también el articulo de Fernández titulado «Youth». 4 Para más información, véase Moore, Castro, tht B/acks and Africa, pág. 28.

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los negros so explica gracias al propósito de la revolución de mejorar la situación del conjunto de las clases inferiores, entre las que «casualmente» se encontraba una pro­ porción elevada de afrocubanos. Con todo, los cargos principales seguían estando en manos de la población blanca, y entre esa elite no se planteaba la cuestión de la raza, ni en la esfera pública ni mucho menos en las relaciones personales. E ra discutible si los avances tenían que ser sólo cuestión de tiempo, como esperaban o prometían muchos. De hecho, se han publicado obras muy críticas con la persistencia del racismo en la Cuba revolucionaria, escritas tanto por exiliados afrocubanos como por intelectuales negros norteamericanos ’ . En la actual situación de profunda crisis, Fidel necesita a la población negra más que nunca para asegurarse la supervivencia. N o hay datos fiables, pero no es desca­ bellado calcular que el porcentaje de afrocubanos se encuentra en torno al 60% de la población total. Esto representa un incremento considerable desde 1959, en bue­ na medida porque los emigrantes han sido mayoritariamente blancos. En este contexto, no resulta extraño que se haya instrumentado una política específicamen­ te dirigida a granjearse el apoyo de la población negra, patente por ejemplo en el hecho de que ahora se califique de afrolatina a Cuba, se resalte la historia de la escla­ vitud en la isla y se muestre más tolerancia de la habitual hacia la cultura afrocubana. Cierto es que con esta estrategia se ha tratado, al mismo tiempo, de ejercer un mayor control sobre los cubanos negros. En este sentido es muy ilustrativo el tratamiento que han recibido las religiones afrocubanas por parte del régimen 6. En consonancia tanto con la ortodoxia marxista-leninista como con la orientación hacia el pleno control de la sociedad y con el modo en que la elite tradicional entendía Cuba -com o una nación occidental e inclu­ so totalmente blanca—, durante gran parte del periodo revolucionario se prohibió o al menos se trató de reprimir cualquier iniciativa que tratase de fomentar la cultu­ ra afrocubana como un tipo de cultura diferenciada de la dominante. De hecho, todavía a principios de los ochenta la participación en ritos religiosos afrocubanos podía considerarse un «comportamiento patológico», al mismo nivel que el consu­ mo de drogas, el abuso de menores o la delincuencia juvenil. A mediados de los ochenta, comenzó a darse un giro radical en el tratamiento de este tema. Las religio­ nes afroamericanas como la santería pasaron a aceptarse como componentes de la cultura cubana. Durante gran parte del periodo revolucionario, sus fieles habían tenido serios problemas con las autoridades cada vez que trataban de exteriorizar sus creencias, incluso en sus más discretas manifestaciones. Pero repentinamente el Estado comenzó a acercarse a los líderes religiosos afrocubanos. Hoy en día, los 5 Véase especialmente la obra Castro, the Blacksand Africa, escrita por el exiliado at'rocubano Car­ los Moore. Como no era de extrañar, sus polémicos trabajos y opiniones han provocado un acalorado debate tanto entre los detensores del régimen como entre los anticastristas. En una breve introducción al libro, Domínguez recalca algunos de los argumentos de Moore, pero sus propias opiniones son más comedidas (Cf. Domínguez, Cuba: Order and Revolutton, págs. 7-8, 224-225, 48 j -485). En Brock y Cunningham, «Race», pueden encontrarse severas críticas. Alejandro de la Fuente evalúa con deteni­ miento y con mucha prudencia los avances materiales conseguidos por los cubanos negros durante la revolución. Véase Fuente, «Race and Inequality»; Cf. Kníght, «Ethnícíty». 6 Cf. la referencia retórica a un pasado «compartido» de esclavitud en el discurso que Castro diri­ gió a Nelson Mandela en Matanzas (Mándela y Castro, f /oir Far If'V Stares H an Come!). Sobre la trascen­ dencia política del reconocimiento oficial de las religiones afrocubanas, véanse Moore, Castro, tbe fílacks and Africa, pigs. 34 ^- 54 s; Oppenheimer, C.astro's fina/ f/our, págs. NFIL BATALLA, G u illerm o , l /topiay revolución. F.l pensamiento político contemporáneo de ¡os indios en America l^atina, M éxico , N u e va Im agen, 1981. México profundo, t Jna civilización negada, M éxico, C y A y G rija lb o , 1990. — Pensar nuestra cultura. Hnsayos, M éxico, A lianza, 1991. 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