Las escuelas históricas 8476008406

Citation preview

B O U R D É

Y

H E R V É M A R T I N N DE PASCAL BALMAND

S ESCUELAS HISTÓRICAS Traducido por R o s i n a L a j o y Victoria F rigola R e v i s i ó n científica p o r E l e n a H e r n á n d e z Sandoica

G U Y B O U R D É Y H E R V É M A R T I N CON LA COLABORACIÓN DE PASCAL BALMAND

Maqueta: R A G Título original: Les écoles

historiques

LAS ESCUELAS HISTÓRICAS Reservados todos los derechos. De acuerdo a lo dispuesto en el art. 534-bis, a), del Código Penal, podrán ser castigados con penas de multa y privación de libertad quienes reproduzcan o plagien, en todo o en parte, una obra literaria, artística o científica fijada en cualquier tipo de soporte sin la preceptiva autorización.

© Éditions du Seuil, 1990 © Ediciones Akal, 1992 Para todos los países de habla hispana Los Berrocales del Jarama Apdo. 400 - Torxejón de Ardoz Teléis.: 656 56 11 - 656 49 11 Fax: 656 49 95 Madrid - España ISBN: 84-7600-840-6 Depósito legal: M. 22.074-1992 Impreso en Anzos, S. A. Fuenlabrada (Madrid)

Traducido por R o s i n a L a j o y Victoria F rigola R e v i s i ó n científica p o r E l e n a H e r n á n d e z Sandoica

G U Y B O U R D É Y H E R V É M A R T I N CON LA COLABORACIÓN DE PASCAL BALMAND

Maqueta: R A G Título original: Les écoles

historiques

LAS ESCUELAS HISTÓRICAS Reservados todos los derechos. De acuerdo a lo dispuesto en el art. 534-bis, a), del Código Penal, podrán ser castigados con penas de multa y privación de libertad quienes reproduzcan o plagien, en todo o en parte, una obra literaria, artística o científica fijada en cualquier tipo de soporte sin la preceptiva autorización.

© Éditions du Seuil, 1990 © Ediciones Akal, 1992 Para todos los países de habla hispana Los Berrocales del Jarama Apdo. 400 - Torxejón de Ardoz Teléis.: 656 56 11 - 656 49 11 Fax: 656 49 95 Madrid - España ISBN: 84-7600-840-6 Depósito legal: M. 22.074-1992 Impreso en Anzos, S. A. Fuenlabrada (Madrid)

Traducido por R o s i n a L a j o y Victoria F rigola R e v i s i ó n científica p o r E l e n a H e r n á n d e z Sandoica

i P R Ó L O G O

íj i

1

E n F r a n c i a , l a h i s t o r i a o c u p a u n l u g a r e s t r a t é g i c o e n la e n c r u c i j a d a d e las c i e n c i a s h u m a n a s , y o f r e c e la i m a g e n d e u n a d i s c i p l i n a q u e s e f u n d a m e n t a en u n a sólida tradición y q u e h a a l c a n z a d o la m a d u r e z . E n t é r m i n o s g e n e r a l e s , l o s h i s t o r i a d o r e s se d e c a n t a n p o r l a p r á c t i c a e m p í r i c a y r e h u s a n , c o n c i e r t o m e n o s p r e c i o , l a r e f l e x i ó n t e ó r i c a . B a s t a l e e r la o b r a d e M a r c F e r r o , Comment on raconte Fhistoire aux enfants á travers le monde ( 1 9 8 1 ) , p a r a d a r s e c u e n t a d e q u e , e n t o d a s p a r t e s , e n Á f r i c a d e l S u r , e n el I r á n , e n l a U n i ó n S o v i é t i c a , e n l o s E s t a d o s U n i d o s , e n el J a p ó n y e n o t r o s p a í s e s , l a c i e n c i a h i s t ó r i c a r e s p o n d e , e n el f o n d o , a u n d i s c u r s o i d e o l ó g i c o m á s o m e n o s consciente. D e ahí la necesidad imperiosa q u e tiene el historiador d e i n t e r r o g a r s e s o b r e las c o n d i c i o n e s , l o s m e d i o s y l o s l í m i t e s d e sus c o n o c i m i e n t o s . A d e m á s , d e s d e h a c e a l g u n o s a ñ o s , a l g u n o s p r o f e s i o n a l e s d e la h i s t o r i a s e d e d i c a n a l a d u d a s i s t e m á t i c a , c a y e n d o a v e c e s e n el h i p e r c r i t i c i s m o c o m o l o d e m u e s t r a n l o s e n s a y o s , m u y d i f e r e n t e s e n t r e sí, d e P a u l V e y n e , Comment on écrit l'histoire ( 1 9 7 1 ) , y d e J e a n C h e s n e a u x , Dupassé, faisons table rasel ( 1 9 7 6 ) . E n h i s t o r i a , l a c u e s t i ó n d e l m é t o d o p u e d e ser e n f o c a d a d e s d e d i v e r s o s á n g u l o s . Se p u e d e e l e g i r u n a ó p t i c a filosófica, c u e s t i o n á n d o s e l o s p r o b l e m a s f u n d a m e n t a l e s : ¿ C u á l es el o b j e t o d e l a h i s t o r i a ? ¿ E s p o s i b l e a l c a n z a r la v e r d a d e n e s t e c a m p o ? ¿ C ó m o s e p e r c i b e el t r a n s c u r s o d e l t i e m p o ? ¿ Q u é r e l a c i ó n s e e s t a b l e c e e n t r e el p a s a d o y el p r e s e n t e ? ¿ T i e n e a l g u n a finalidad la a v e n t u r a h u m a n a ? Se p u e d e preferir la vía epistemológica, e x a m i n a n d o las r e l a c i o n e s e x i s t e n t e s e n t r e l a h i s t o r i a y las c i e n c i a s h e r m a n a s : g e o g r a fía, d e m o g r a f í a , e c o n o m í a , s o c i o l o g í a , e t n o g r a f í a , l i n g ü í s t i c a , p s i c o a n á l i s i s , e t c é t e r a . O t r a e l e c c i ó n p o s i b l e es l i m i t a r s e a m e j o r a r « e l i n s t r u m e n t o d e t r a b a j o » , h a c i e n d o i n v e n t a r i o d e las t é c n i c a s a u x i l i a r e s d e la h i s t o r i a , t a l e s . c o m o l a a r q u e o l o g í a , l a e p i g r a f í a , la p a l e o g r a f í a , l a c a r t o g r a f í a , l a e s t a d í s t i c a y , h o y , l a i n f o r m á t i c a . O t r a e l e c c i ó n p u e d e ser c o n s i d e r a r el p a p e l s o cial d e l a h i s t o r i a , e v a l u a n d o l a e n s e ñ a n z a d e e s t a d i s c i p l i n a e n l a u n i v e r s i d a d , e n las e n s e ñ a n z a s m e d i a s o e n l a e s c u e l a , o b i e n s u d i f u s i ó n p o r m e dio d e libros y revistas, p o r m e d i o del cine, la r a d i o , la televisión. T o d o s estos enfoques son legítimos y m e r e c e n ser analizados e n profundidad. E n e s t e v o l u m e n se h a a d o p t a d o u n a p e r s p e c t i v a f u n d a m e n t a l m e n t e his5

i P R Ó L O G O

íj i

1

E n F r a n c i a , l a h i s t o r i a o c u p a u n l u g a r e s t r a t é g i c o e n la e n c r u c i j a d a d e las c i e n c i a s h u m a n a s , y o f r e c e la i m a g e n d e u n a d i s c i p l i n a q u e s e f u n d a m e n t a en u n a sólida tradición y q u e h a a l c a n z a d o la m a d u r e z . E n t é r m i n o s g e n e r a l e s , l o s h i s t o r i a d o r e s se d e c a n t a n p o r l a p r á c t i c a e m p í r i c a y r e h u s a n , c o n c i e r t o m e n o s p r e c i o , l a r e f l e x i ó n t e ó r i c a . B a s t a l e e r la o b r a d e M a r c F e r r o , Comment on raconte Fhistoire aux enfants á travers le monde ( 1 9 8 1 ) , p a r a d a r s e c u e n t a d e q u e , e n t o d a s p a r t e s , e n Á f r i c a d e l S u r , e n el I r á n , e n l a U n i ó n S o v i é t i c a , e n l o s E s t a d o s U n i d o s , e n el J a p ó n y e n o t r o s p a í s e s , l a c i e n c i a h i s t ó r i c a r e s p o n d e , e n el f o n d o , a u n d i s c u r s o i d e o l ó g i c o m á s o m e n o s consciente. D e ahí la necesidad imperiosa q u e tiene el historiador d e i n t e r r o g a r s e s o b r e las c o n d i c i o n e s , l o s m e d i o s y l o s l í m i t e s d e sus c o n o c i m i e n t o s . A d e m á s , d e s d e h a c e a l g u n o s a ñ o s , a l g u n o s p r o f e s i o n a l e s d e la h i s t o r i a s e d e d i c a n a l a d u d a s i s t e m á t i c a , c a y e n d o a v e c e s e n el h i p e r c r i t i c i s m o c o m o l o d e m u e s t r a n l o s e n s a y o s , m u y d i f e r e n t e s e n t r e sí, d e P a u l V e y n e , Comment on écrit l'histoire ( 1 9 7 1 ) , y d e J e a n C h e s n e a u x , Dupassé, faisons table rasel ( 1 9 7 6 ) . E n h i s t o r i a , l a c u e s t i ó n d e l m é t o d o p u e d e ser e n f o c a d a d e s d e d i v e r s o s á n g u l o s . Se p u e d e e l e g i r u n a ó p t i c a filosófica, c u e s t i o n á n d o s e l o s p r o b l e m a s f u n d a m e n t a l e s : ¿ C u á l es el o b j e t o d e l a h i s t o r i a ? ¿ E s p o s i b l e a l c a n z a r la v e r d a d e n e s t e c a m p o ? ¿ C ó m o s e p e r c i b e el t r a n s c u r s o d e l t i e m p o ? ¿ Q u é r e l a c i ó n s e e s t a b l e c e e n t r e el p a s a d o y el p r e s e n t e ? ¿ T i e n e a l g u n a finalidad la a v e n t u r a h u m a n a ? Se p u e d e preferir la vía epistemológica, e x a m i n a n d o las r e l a c i o n e s e x i s t e n t e s e n t r e l a h i s t o r i a y las c i e n c i a s h e r m a n a s : g e o g r a fía, d e m o g r a f í a , e c o n o m í a , s o c i o l o g í a , e t n o g r a f í a , l i n g ü í s t i c a , p s i c o a n á l i s i s , e t c é t e r a . O t r a e l e c c i ó n p o s i b l e es l i m i t a r s e a m e j o r a r « e l i n s t r u m e n t o d e t r a b a j o » , h a c i e n d o i n v e n t a r i o d e las t é c n i c a s a u x i l i a r e s d e la h i s t o r i a , t a l e s . c o m o l a a r q u e o l o g í a , l a e p i g r a f í a , la p a l e o g r a f í a , l a c a r t o g r a f í a , l a e s t a d í s t i c a y , h o y , l a i n f o r m á t i c a . O t r a e l e c c i ó n p u e d e ser c o n s i d e r a r el p a p e l s o cial d e l a h i s t o r i a , e v a l u a n d o l a e n s e ñ a n z a d e e s t a d i s c i p l i n a e n l a u n i v e r s i d a d , e n las e n s e ñ a n z a s m e d i a s o e n l a e s c u e l a , o b i e n s u d i f u s i ó n p o r m e dio d e libros y revistas, p o r m e d i o del cine, la r a d i o , la televisión. T o d o s estos enfoques son legítimos y m e r e c e n ser analizados e n profundidad. E n e s t e v o l u m e n se h a a d o p t a d o u n a p e r s p e c t i v a f u n d a m e n t a l m e n t e his5

t o r i o g r á f i c a , e n t e n d i d a c o m o e x a m e n d e l o s d i f e r e n t e s discursos del método histórico y d e las d i f e r e n t e s formas de escritura de la historia d e s d e la alta E d a d M e d i a hasta nuestros días. A u n q u e se h a y a escrito hace p o c o s a ñ o s q u e el m é t o d o d e la h i s t o r i a n o h a b í a e x p e r i m e n t a d o n i n g ú n c a m b i o d e s d e H e r o d o t o y T u c í d i d e s , n o s p a r e c e , p o r el c o n t r a r i o , q u e l a p r á c t i c a d e la h i s t o r i a y el d i s c u r s o s o b r e ella h a n e v o l u c i o n a d o c o n s i d e r a b l e m e n t e , p o r no decir c a m b i a d o en m u c h a s ocasiones, desde G r e g o r i o d e T o u r s h a s t a l a « n u e v a h i s t o r i a » . Sin t a l e s c a m b i o s , e v i d e n t e m e n t e , e s t e l i b r o c a r e c e r í a d e o b j e t o . R e c o n o z c a m o s , sin e m b a r g o , a f a v o r d e P a u l V e y n e , el a u t o r d e la f r a s e c i t a , q u e l o s g r a n d e s m a e s t r o s d e la h i s t o r i a e r u d i t a d e l siglo X I X — F u s t e l d e C o u l a n g e s el p r i m e r o — h a n d e s t a c a d o a l g u n o s d e los p r i n c i p i o s e x p u e s t o s p o r T u c í d i d e s e n las p r i m e r a s p á g i n a s d e la Historia de la guerra del Peloponeso. E l historiador, dice Tucídides, d e b e dedicarse a l a b ú s q u e d a d e la v e r d a d y p o r t a n t o d e b e e x a m i n a r l o s d o c u m e n t o s m á s seguros — p o r t a n t o los m á s p r ó x i m o s a los h e c h o s r e l a t a d o s — , confrontar t e s t i m o n i o s d i v e r g e n t e s , d e s c o n f i a r d e los e r r o r e s r e p e t i d o s p o r la c o m ú n opinión... T o d o s estos preceptos siguen siendo válidos y, e n este sentido, es u n d e b e r i n e l u d i b l e p a r a l o s h i s t o r i a d o r e s a c t u a l e s l e e r y r e l e e r a T u c í dides. P e r o ¿quiénes se a v e n t u r a r í a n hoy, p o r ínfimo q u e sea su conocimiento de Fustel de Coulanges, de Langlois y de Seignobos, a reescribir, c o m o le g u s t a b a hacer a Tucídides, los discursos de los p r o t a g o n i s t a s d e su r e l a t o p r e s t á n d o l e s las p a l a b r a s q u e d e b í a n p r o n u n c i a r ? ¿ Q u i é n e s se a r r i e s g a r í a n a r e d u c i r la e x p e d i c i ó n d e A l c i b í a d e s a Sicilia a b e l l a s a n t i l o g í a s y al c h o q u e d e d o s a m b i c i o n e s c o n t r a r i a s ( c o n q u i s t a r - n o ser e s c l a v i z a d o ) , o m i t i e n d o d e l i b e r a d a m e n t e l a n a r r a c i ó n d e u n a p a r t e d e las o p e r a c i o n e s m i l i t a r e s ? ¿ Q u i é n e s o s a r í a n p r o c l a m a r q u e l a h i s t o r i a es l a m a d r e d e l a c i e n cia e n la m e d i d a e n q u e n o p u e d e d e j a r d e t r a t a r s i e m p r e l o s m i s m o s a c o n t e c i m i e n t o s s i g u i e n d o l a ley d e l d e v e n i r h u m a n o ? S e g u r a m e n t e n a d i e , p o r q u e los p r o c e d i m i e n t o s d e la historia h a n c a m b i a d o m u c h o d e s d e q u e fue e n u n c i a d a p o r v e z p r i m e r a al p i e d e la A c r ó p o l i s .

d e la h i s t o r i o g r a f í a a t r a v é s d e l o s c a s o s q u e n o s h a n p a r e c i d o m á s signific a t i v o s , e v i t a n d o r e p e t i r el l i b r o d e L . E h r a r d y d e G . P a l m a d e L'Histoire (1964) y el d i c c i o n a r i o d e La Nouvelle Histoire, dirigido p o r J a c q u e s L e G o f f ( 1 9 7 8 ) . H e m o s p r e t e n d i d o p o n e r u n a o b r a d e fácil a c c e s o a d i s p o s i c i ó n d e l o s e s t u d i a n t e s y d e c u a n t o s se i n t e r e s a n p o r l a p r o b l e m á t i c a d e las c i e n c i a s h u m a n a s e n g e n e r a l y p o r las r e l a c i o n e s q u e h a y e n t r e ellas e n p a r t i c u l a r . L o s s i g u i e n t e s c a p í t u l o s h a b r á n c u m p l i d o p l e n a m e n t e su m i s i ó n si s i r v e n p a r a s i t u a r m e j o r l a h i s t o r i a a c t u a l e n r e l a c i ó n a sus p i o n e r o s y p a r a corregir algunos p u n t o s de vista anticuados. R e n n e s , e n e r o 1983 P . S. P a r a r e d a c t a r e s t e p r ó l o g o h e c o p i a d o p a r c i a l m e n t e u n p r i m e r t e x to d e G u y B o u r d é , escrito en septiembre de 1981, m e n o s de u n año antes d e su fallecimiento. Quisiera q u e q u e d a r a p a t e n t e e n estas líneas prelimin a r e s , e s c r i t a s a l t e r n a t i v a m e n t e p o r c a d a u n o d e n o s o t r o s , la p r o f u n d a a m i s t a d q u e n o s u r n a y el t e s t i m o n i o d e n u e s t r a c o l a b o r a c i ó n , q u e l a m u e r te ha interrumpido. H. M.

E l e x a m e n d e la p r o d u c c i ó n histórica ( e s e n c i a l m e n t e francesa) d e s d e la alta E d a d M e d i a evidencia q u e h a h a b i d o m á s rupturas q u e continuidades. E n t r e las c e s u r a s q u e n o s h a n p a r e c i d o m á s r e l e v a n t e s d e s t a c a m o s el siglo X H , l a s e g u n d a m i t a d d e l siglo x v , los a ñ o s 1 6 6 0 - 1 6 8 0 , 1 8 7 6 - 1 8 9 8 , 1930 y t a m b i é n , sin d u d a , 1 9 7 0 - 1 9 7 5 . E n e s t a ú l t i m a f a s e d e r e n o v a c i ó n , l a a n t r o p o l o g í a h i s t ó r i c a se h a s i t u a d o c o m o « s u s t i t u t o d i l a t a d o » d e la h i s t o r i a y h a m u l t i p l i c a d o p a r a l e l a m e n t e los l í m i t e s d e l a escuela de la sospecha, q u e s o m e t e a u n a crítica a b r a s i v a t a n t o los p r o c e d i m i e n t o s d e l a h i s t o r i a científica c o m o las r e g l a s n o e x p l í c i t a s q u e s i g u e el establishment universitario. Nosotros h e m o s d a d o especial importancia a estas dos corrientes contemporáneas. A este estudio se le p u e d e hacer u n r e p r o c h e obvio: gravita excesivam e n t e sobre la p r o d u c c i ó n del h e x á g o n o francés y, p o r e n d e , a d o l e c e de cierta miopía m u y francesa, e n parte corregida por algunas páginas dedic a d a s a los filósofos d e la h i s t o r i a e x t r a n j e r o s ( H e g e l , T o y n b e e , S p e n g l e r ) y p o r a l g u n a s l í n e a s r e s e r v a d a s a las críticas p r o c e d e n t e s d e l e x t r a n j e r o c o n t r a e l i m p e r i a l i s m o d e la a c t u a l e s c u e l a f r a n c e s a . D i g a m o s sin e m b a r g o , como atenuante, que no t e n e m o s ninguna pretensión enciclopédica y que n u e s t r a p r i n c i p a l i n t e n c i ó n e r a p l a n t e a r los p r o b l e m a s d e g r a n e n v e r g a d u r a 6

7

t o r i o g r á f i c a , e n t e n d i d a c o m o e x a m e n d e l o s d i f e r e n t e s discursos del método histórico y d e las d i f e r e n t e s formas de escritura de la historia d e s d e la alta E d a d M e d i a hasta nuestros días. A u n q u e se h a y a escrito hace p o c o s a ñ o s q u e el m é t o d o d e la h i s t o r i a n o h a b í a e x p e r i m e n t a d o n i n g ú n c a m b i o d e s d e H e r o d o t o y T u c í d i d e s , n o s p a r e c e , p o r el c o n t r a r i o , q u e l a p r á c t i c a d e la h i s t o r i a y el d i s c u r s o s o b r e ella h a n e v o l u c i o n a d o c o n s i d e r a b l e m e n t e , p o r no decir c a m b i a d o en m u c h a s ocasiones, desde G r e g o r i o d e T o u r s h a s t a l a « n u e v a h i s t o r i a » . Sin t a l e s c a m b i o s , e v i d e n t e m e n t e , e s t e l i b r o c a r e c e r í a d e o b j e t o . R e c o n o z c a m o s , sin e m b a r g o , a f a v o r d e P a u l V e y n e , el a u t o r d e la f r a s e c i t a , q u e l o s g r a n d e s m a e s t r o s d e la h i s t o r i a e r u d i t a d e l siglo X I X — F u s t e l d e C o u l a n g e s el p r i m e r o — h a n d e s t a c a d o a l g u n o s d e los p r i n c i p i o s e x p u e s t o s p o r T u c í d i d e s e n las p r i m e r a s p á g i n a s d e la Historia de la guerra del Peloponeso. E l historiador, dice Tucídides, d e b e dedicarse a l a b ú s q u e d a d e la v e r d a d y p o r t a n t o d e b e e x a m i n a r l o s d o c u m e n t o s m á s seguros — p o r t a n t o los m á s p r ó x i m o s a los h e c h o s r e l a t a d o s — , confrontar t e s t i m o n i o s d i v e r g e n t e s , d e s c o n f i a r d e los e r r o r e s r e p e t i d o s p o r la c o m ú n opinión... T o d o s estos preceptos siguen siendo válidos y, e n este sentido, es u n d e b e r i n e l u d i b l e p a r a l o s h i s t o r i a d o r e s a c t u a l e s l e e r y r e l e e r a T u c í dides. P e r o ¿quiénes se a v e n t u r a r í a n hoy, p o r ínfimo q u e sea su conocimiento de Fustel de Coulanges, de Langlois y de Seignobos, a reescribir, c o m o le g u s t a b a hacer a Tucídides, los discursos de los p r o t a g o n i s t a s d e su r e l a t o p r e s t á n d o l e s las p a l a b r a s q u e d e b í a n p r o n u n c i a r ? ¿ Q u i é n e s se a r r i e s g a r í a n a r e d u c i r la e x p e d i c i ó n d e A l c i b í a d e s a Sicilia a b e l l a s a n t i l o g í a s y al c h o q u e d e d o s a m b i c i o n e s c o n t r a r i a s ( c o n q u i s t a r - n o ser e s c l a v i z a d o ) , o m i t i e n d o d e l i b e r a d a m e n t e l a n a r r a c i ó n d e u n a p a r t e d e las o p e r a c i o n e s m i l i t a r e s ? ¿ Q u i é n e s o s a r í a n p r o c l a m a r q u e l a h i s t o r i a es l a m a d r e d e l a c i e n cia e n la m e d i d a e n q u e n o p u e d e d e j a r d e t r a t a r s i e m p r e l o s m i s m o s a c o n t e c i m i e n t o s s i g u i e n d o l a ley d e l d e v e n i r h u m a n o ? S e g u r a m e n t e n a d i e , p o r q u e los p r o c e d i m i e n t o s d e la historia h a n c a m b i a d o m u c h o d e s d e q u e fue e n u n c i a d a p o r v e z p r i m e r a al p i e d e la A c r ó p o l i s .

d e la h i s t o r i o g r a f í a a t r a v é s d e l o s c a s o s q u e n o s h a n p a r e c i d o m á s signific a t i v o s , e v i t a n d o r e p e t i r el l i b r o d e L . E h r a r d y d e G . P a l m a d e L'Histoire (1964) y el d i c c i o n a r i o d e La Nouvelle Histoire, dirigido p o r J a c q u e s L e G o f f ( 1 9 7 8 ) . H e m o s p r e t e n d i d o p o n e r u n a o b r a d e fácil a c c e s o a d i s p o s i c i ó n d e l o s e s t u d i a n t e s y d e c u a n t o s se i n t e r e s a n p o r l a p r o b l e m á t i c a d e las c i e n c i a s h u m a n a s e n g e n e r a l y p o r las r e l a c i o n e s q u e h a y e n t r e ellas e n p a r t i c u l a r . L o s s i g u i e n t e s c a p í t u l o s h a b r á n c u m p l i d o p l e n a m e n t e su m i s i ó n si s i r v e n p a r a s i t u a r m e j o r l a h i s t o r i a a c t u a l e n r e l a c i ó n a sus p i o n e r o s y p a r a corregir algunos p u n t o s de vista anticuados. R e n n e s , e n e r o 1983 P . S. P a r a r e d a c t a r e s t e p r ó l o g o h e c o p i a d o p a r c i a l m e n t e u n p r i m e r t e x to d e G u y B o u r d é , escrito en septiembre de 1981, m e n o s de u n año antes d e su fallecimiento. Quisiera q u e q u e d a r a p a t e n t e e n estas líneas prelimin a r e s , e s c r i t a s a l t e r n a t i v a m e n t e p o r c a d a u n o d e n o s o t r o s , la p r o f u n d a a m i s t a d q u e n o s u r n a y el t e s t i m o n i o d e n u e s t r a c o l a b o r a c i ó n , q u e l a m u e r te ha interrumpido. H. M.

E l e x a m e n d e la p r o d u c c i ó n histórica ( e s e n c i a l m e n t e francesa) d e s d e la alta E d a d M e d i a evidencia q u e h a h a b i d o m á s rupturas q u e continuidades. E n t r e las c e s u r a s q u e n o s h a n p a r e c i d o m á s r e l e v a n t e s d e s t a c a m o s el siglo X H , l a s e g u n d a m i t a d d e l siglo x v , los a ñ o s 1 6 6 0 - 1 6 8 0 , 1 8 7 6 - 1 8 9 8 , 1930 y t a m b i é n , sin d u d a , 1 9 7 0 - 1 9 7 5 . E n e s t a ú l t i m a f a s e d e r e n o v a c i ó n , l a a n t r o p o l o g í a h i s t ó r i c a se h a s i t u a d o c o m o « s u s t i t u t o d i l a t a d o » d e la h i s t o r i a y h a m u l t i p l i c a d o p a r a l e l a m e n t e los l í m i t e s d e l a escuela de la sospecha, q u e s o m e t e a u n a crítica a b r a s i v a t a n t o los p r o c e d i m i e n t o s d e l a h i s t o r i a científica c o m o las r e g l a s n o e x p l í c i t a s q u e s i g u e el establishment universitario. Nosotros h e m o s d a d o especial importancia a estas dos corrientes contemporáneas. A este estudio se le p u e d e hacer u n r e p r o c h e obvio: gravita excesivam e n t e sobre la p r o d u c c i ó n del h e x á g o n o francés y, p o r e n d e , a d o l e c e de cierta miopía m u y francesa, e n parte corregida por algunas páginas dedic a d a s a los filósofos d e la h i s t o r i a e x t r a n j e r o s ( H e g e l , T o y n b e e , S p e n g l e r ) y p o r a l g u n a s l í n e a s r e s e r v a d a s a las críticas p r o c e d e n t e s d e l e x t r a n j e r o c o n t r a e l i m p e r i a l i s m o d e la a c t u a l e s c u e l a f r a n c e s a . D i g a m o s sin e m b a r g o , como atenuante, que no t e n e m o s ninguna pretensión enciclopédica y que n u e s t r a p r i n c i p a l i n t e n c i ó n e r a p l a n t e a r los p r o b l e m a s d e g r a n e n v e r g a d u r a 6

7

CAPÍTULO 1

PERSPECTIVAS SOBRE LA HISTORIOGRAFÍA ANTIGUA

N a d i e e s p e r e d e l a p r e s e n t e o b r a l a s o l u c i ó n d e la f a m o s a p o l é m i c a a c e r c a d e l n a c i m i e n t o d e l g é n e r o h i s t o r i o g r á f i c o e n el m u n d o g r i e g o . ¿ H e m o s d e c r e e r q u e fue la c o n s e c u e n c i a d e u n a p r á c t i c a í n t i m a m e n t e u n i d a al d e s p e r t a r d e la d e m o c r a c i a , u n a f o r m a d e l a t o m a d e c o n c i e n c i a q u e el h o m b r e a l c a n z a d e su p r o p i a c o n d i c i ó n d e a n i m a l p o l í t i c o , u n a m a n i f e s t a c i ó n i n t e l e c t u a l y e s c r i t u r a r i a d e l a d i s t a n c i a r e c o r r i d a e n r e l a c i ó n al a p a r e n t e c a o s d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s ? ¿ D e r i v ó , s i m p l e m e n t e , d e la a p a r i c i ó n d e u n n u e v o «género literario», p r o g r e s i v a m e n t e e m a n c i p a d o de la e p o p e y a ? Y a e n el siglo v i a. J . C , el p o e t a P a n y a s s i s , t í o d e H e r o d o t o , d e d i c a b a sus Jónicas a r e l a t a r l a s f u n d a c i o n e s d e las c i u d a d e s e n las c o s t a s d e l A s i a M e n o r . T o d a v í a es m á s significativo el c a s o d e R e c a t e o d e M i l e t o : p a r t í c i p e e n l a r e v u e l t a d e J o n i a a finales d e e s t e m i s m o siglo V I , e s c r i t o r d e l e y e n d a s s o b r e l o s o r í g e n e s d e las c i u d a d e s , a u t o r d e u n a d e s c r i p c i ó n d e l a t i e r r a o Perigesis, l o g r a c o m b i n a r el t a l e n t o d e l g e ó g r a f o c o n l a p a r t i c i p a c i ó n a c t i v a e n el p r o c e s o d e c r e a c i ó n d e l a h i s t o r i a y e n la p r e o c u p a c i ó n p o r r e l a t a r las h a z a ñ a s q u e s e r á c o m p a r t i d a p o r l o s l o g ó g r a f o s d e l siglo V . T u c í d i d e s , el v e r d a d e r o f u n d a d o r d e l a h i s t o r i a c r í t i c a , p o r n o d e c i r d e l a h i s t o r i a clásica e n g e n e r a l , a p e n a s le i n s p i r a m á s c o n f i a n z a q u e los p o e t a s , r e p r o c h á n d o l e q u e d e d i c a r a m a y o r e s f u e r z o a c a u t i v a r el o í d o q u e a s e r v i r a la v e r d a d . « R e ú n e n , s e g ú n s u o p i n i ó n , h e c h o s q u e n o es p o s i b l e v e r i f i c a r rig u r o s a m e n t e y q u e d e s e m b o c a n finalmente, l a m a y o r í a d e l a s v e c e s , e n u n relato increíble y m a r a v i l l o s o . » N o s r e m o n t a r e m o s p r i m e r o a los relatos de H e r o d o t o , el p r e c u r s o r d e l a e t n o h i s t o r i a , a n t e s d e a d e n t r a r n o s e n l a a u s tera y límpida lección d e Tucídides. «Debéis pensar q u e mis informaciones p r o c e d e n d e l a s f u e n t e s m á s s e g u r a s y q u e o f r e c e n , d a d a su a n t i g ü e d a d , s u ficiente c e r t e z a . » P o l i b i o , p a d r e p u t a t i v o d e la c i e n c i a p o l í t i c a , c o n t i n u ó sus m i s m o s p r i n c i p i o s , fielmente s e g u i d o s p o r l o s a u t o r e s r o m a n o s d e s d e T i t o L i v i o a A m i a n o M a r c e l i n o . A . M o m i g l i a n o n o s r e c u e r d a q u e e s t o s hist o r i a d o r e s r o m a n o s y g r i e g o s n o c o n s t i t u í a n u n g r u p o social d i f e r e n c i a d o . M i e n t r a s q u e las o b r a s d e l o s p o e t a s y d r a m a t u r g o s c o n s e r v a b a n u n c i e r t o c a r á c t e r r e l i g i o s o , a l o s h i s t o r i a d o r e s n o s e les c o n s i d e r a b a « d e p o s i t a r i o s de u n género definido d e conocimiento». G e n e r a l m e n t e eran gentes de e d a d m a d u r a , « r e t i r a d o s » d e la v i d a p o l í t i c a o e x i l i a d o s , d e s e o s o s d e s u p e :

9

CAPÍTULO 1

PERSPECTIVAS SOBRE LA HISTORIOGRAFÍA ANTIGUA

N a d i e e s p e r e d e l a p r e s e n t e o b r a l a s o l u c i ó n d e la f a m o s a p o l é m i c a a c e r c a d e l n a c i m i e n t o d e l g é n e r o h i s t o r i o g r á f i c o e n el m u n d o g r i e g o . ¿ H e m o s d e c r e e r q u e fue la c o n s e c u e n c i a d e u n a p r á c t i c a í n t i m a m e n t e u n i d a al d e s p e r t a r d e la d e m o c r a c i a , u n a f o r m a d e l a t o m a d e c o n c i e n c i a q u e el h o m b r e a l c a n z a d e su p r o p i a c o n d i c i ó n d e a n i m a l p o l í t i c o , u n a m a n i f e s t a c i ó n i n t e l e c t u a l y e s c r i t u r a r i a d e l a d i s t a n c i a r e c o r r i d a e n r e l a c i ó n al a p a r e n t e c a o s d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s ? ¿ D e r i v ó , s i m p l e m e n t e , d e la a p a r i c i ó n d e u n n u e v o «género literario», p r o g r e s i v a m e n t e e m a n c i p a d o de la e p o p e y a ? Y a e n el siglo v i a. J . C , el p o e t a P a n y a s s i s , t í o d e H e r o d o t o , d e d i c a b a sus Jónicas a r e l a t a r l a s f u n d a c i o n e s d e las c i u d a d e s e n las c o s t a s d e l A s i a M e n o r . T o d a v í a es m á s significativo el c a s o d e R e c a t e o d e M i l e t o : p a r t í c i p e e n l a r e v u e l t a d e J o n i a a finales d e e s t e m i s m o siglo V I , e s c r i t o r d e l e y e n d a s s o b r e l o s o r í g e n e s d e las c i u d a d e s , a u t o r d e u n a d e s c r i p c i ó n d e l a t i e r r a o Perigesis, l o g r a c o m b i n a r el t a l e n t o d e l g e ó g r a f o c o n l a p a r t i c i p a c i ó n a c t i v a e n el p r o c e s o d e c r e a c i ó n d e l a h i s t o r i a y e n la p r e o c u p a c i ó n p o r r e l a t a r las h a z a ñ a s q u e s e r á c o m p a r t i d a p o r l o s l o g ó g r a f o s d e l siglo V . T u c í d i d e s , el v e r d a d e r o f u n d a d o r d e l a h i s t o r i a c r í t i c a , p o r n o d e c i r d e l a h i s t o r i a clásica e n g e n e r a l , a p e n a s le i n s p i r a m á s c o n f i a n z a q u e los p o e t a s , r e p r o c h á n d o l e q u e d e d i c a r a m a y o r e s f u e r z o a c a u t i v a r el o í d o q u e a s e r v i r a la v e r d a d . « R e ú n e n , s e g ú n s u o p i n i ó n , h e c h o s q u e n o es p o s i b l e v e r i f i c a r rig u r o s a m e n t e y q u e d e s e m b o c a n finalmente, l a m a y o r í a d e l a s v e c e s , e n u n relato increíble y m a r a v i l l o s o . » N o s r e m o n t a r e m o s p r i m e r o a los relatos de H e r o d o t o , el p r e c u r s o r d e l a e t n o h i s t o r i a , a n t e s d e a d e n t r a r n o s e n l a a u s tera y límpida lección d e Tucídides. «Debéis pensar q u e mis informaciones p r o c e d e n d e l a s f u e n t e s m á s s e g u r a s y q u e o f r e c e n , d a d a su a n t i g ü e d a d , s u ficiente c e r t e z a . » P o l i b i o , p a d r e p u t a t i v o d e la c i e n c i a p o l í t i c a , c o n t i n u ó sus m i s m o s p r i n c i p i o s , fielmente s e g u i d o s p o r l o s a u t o r e s r o m a n o s d e s d e T i t o L i v i o a A m i a n o M a r c e l i n o . A . M o m i g l i a n o n o s r e c u e r d a q u e e s t o s hist o r i a d o r e s r o m a n o s y g r i e g o s n o c o n s t i t u í a n u n g r u p o social d i f e r e n c i a d o . M i e n t r a s q u e las o b r a s d e l o s p o e t a s y d r a m a t u r g o s c o n s e r v a b a n u n c i e r t o c a r á c t e r r e l i g i o s o , a l o s h i s t o r i a d o r e s n o s e les c o n s i d e r a b a « d e p o s i t a r i o s de u n género definido d e conocimiento». G e n e r a l m e n t e eran gentes de e d a d m a d u r a , « r e t i r a d o s » d e la v i d a p o l í t i c a o e x i l i a d o s , d e s e o s o s d e s u p e :

9

r a r las p e r s p e c t i v a s l o c a l e s y d e h a c e r m e d i t a r a u n p ú b l i c o a m p l i o a c e r c a d e los g r a n d e s c a m b i o s p o l í t i c o s y m i l i t a r e s . S e p r o p o n í a n c o m o p r i m e r a t a r e a , a u n q u e la t r a d i c i ó n h u m a n i s t a n o s h a y a t r a n s m i t i d o la i m a g e n c o n t r a r i a p o r c o n s i d e r a r l o s g a r a n t e s d e v a l o r e s e t e r n o s , r e l a t a r el p a s a d o r e c i e n t e y d e s c r i b i r el m u n d o e n q u e v i v í a n . S u s o b r a s , i m á g e n e s d e l c a m b i o , s o n t a m b i é n e s p e j o s . e n l o s q u e se r e f l e j a l a d i v e r s i d a d d e los p u e b l o s y las costumbres..

1.

H E R O D O T O O C Ó M O PENSAR «LO OTRO»

E l a u t o r d e las Historias ( e n t i é n d a n s e e n el s e n t i d o d e r e l a t o s e i n v e s tigaciones) nos p a r e c e u n a figura enigmática: ¿es u n etnógrafo anticipado o u n h i s t o r i a d o r ? ¿ H a r e s p e t a d o l a p r i m e r a r e g l a d e l oficio d e l h i s t o r i a d o r : d e c i r la v e r d a d ? ¿ H a y u n o o d o s H e r o d o t o s ? U n o , el a u t o r d e l o s c u a t r o p r i m e r o s l i b r o s , s e r í a u n « e t n ó g r a f o » t e n t a d o e x c l u s i v a m e n t e p o r la c u r i o s i d a d . S e g ú n H . v a n E f f e n t e r e , se h a b r í a t r a n s f o r m a d o e n h i s t o r i a d o r . E l s e g u n d o H e r o d o t o , el n a r r a d o r d e las g u e r r a s m é d i c a s ( l i b r o s V al I X ) , se caracterizaría p o r u n a composición m á s firme y p o r u n a selección m á s sev e r a d e l o s h e c h o s , sin d a r m u e s t r a s , sin e m b a r g o , d e u n g r a n e s p í r i t u crítico. L a respuesta a estas p r e g u n t a s p r o c e d e , e n lo esencial, d e Francois H a r t o g , Le Miroir d'Hérodote (París, 1980). H e r o d o t o n a c i ó h a c i a el a ñ o 480 e n H a l i c a r n a s o , A s i a M e n o r , u n a ciud a d d o m i n a d a p o r los p e r s a s d o n d e s e m e z c l a b a n g r i e g o s y c a r i o s . L o s d e s ó r d e n e s le d e c i d i e r o n a t r a s l a d a r s e a S a m o s . M á s t a r d e v i a j ó p o r el P r ó x i m o O r i e n t e , p o r las orillas d e l M a r N e g r o , G r e c i a , I t a l i a d e l S u r y A t e n a s . S u v i d a , t r a n s c u r r i d a e n t r e d o s c o n f l i c t o s , las g u e r r a s m é d i c a s y l a g u e r r a d e l P e l o p o n e s o , t e r m i n ó h a c i a el a ñ o 4 2 0 , e n T h o u r i o i o e n A t e n a s . E s p r e ciso d e s t a c a r d o s c a r a c t e r í s t i c a s d e l p e r s o n a j e . E r a o r i g i n a r i o d e J o n i a , c u n a d e l a ciencia g r i e g a e n el siglo v i , d o n d e n a c i e r o n l a s ' m a t e m á t i c a s , la filosofía y la g e o g r a f í a , e n las p e r s o n a s d e T a l e s , A n a x i m a n d r o y H e c a t e o d e M i l e t o . A d e m á s , H e r o d o t o e s u n e x i l i a d o , u n no-ciudadano, l o q u e le p r o c u r a u n a c i e r t a d i s t a n c i a r e s p e c t o a a q u e l l o s q u e se h a n s u m e r g i d o e n el f u e g o d e l a a c c i ó n . A l r e d a c t a r las Historias p e r s i g u e u n o b j e t i v o m u y clar o : « A l p r e s e n t a r al p ú b l i c o sus i n v e s t i g a c i o n e s , H e r o d o t o d e H a l i c a r n a s o q u i e r e p r e s e r v a r d e l o l v i d o lo q u e h a n h e c h o l o s h o m b r e s , c e l e b r a r las g r a n d e s y m a r a v i l l o s a s a c c i o n e s d e l o s g r i e g o s y d e l o s b á r b a r o s y, s o b r e t o d o , d e s a r r o l l a r los m o t i v o s q u e les c o n d u j e r o n a h a c e r s e l a g u e r r a . » C o n e s t a d o b l e finalidad, l u c h a r c o n t r a el o l v i d o y d i s p e n s a r l a g l o r i a , r e d a c t ó n u e v e l i b r o s , c u y o s c i n c o ú l t i m o s r e l a t a n las g u e r r a s m é d i c a s y l o s c i n c o p r i m e r o s v e r s a n s o b r e c ó m o a f e c t ó el p o d e r í o p e r s a a l o s g r i e g o s y a l o s b á r b a r o s . D a d o q u e H e r o d o t o es « e s e n c i a l m e n t e d i g r e s i v o » ( F . H a r t o g ) , s u r e l a t o se e n c u e n t r a e s m a l t a d o d e d e s c r i p c i o n e s y v a r i a c i o n e s e t n o g r á f i c a s s o b r e las costumbres. L a a c t i t u d d e H e r o d o t o s e d u c e p o r su g r a n c u r i o s i d a d p o r t o d a s las c o sas. ¿ N o se f o r m u l a p r e g u n t a s , p o r e j e m p l o , s o b r e las c r e c i d a s d e l N i l o ? , ¿ p o r q u é se p r o d u c e n e n v e r a n o y a o e n i n v i e r n o ? A c o s t u m b r a d o s al fen ó m e n o , los e g i p c i o s n o e s t á n e n c o n d i c i o n e s d e e x p l i c a r l o . P o r t a n t o , int e n t a r á r e s p o n d e r c o n l a a y u d a d e l a c i e n c i a j ó n i c a , a p e l a n d o a los m o v i m i e n t o a p a r e n t e s d e l sol. C r e e q u e c u a n d o é s t e se h a l l a e n el c é n i t d e u n 10

l u g a r , l a lluvia es i m p o s i b l e . C u a n d o e n el i n v i e r n o el s o l , e n su c é n i t , llega a L i b i a , c o n s e c u e n t e m e n t e el N i l o s e e n c u e n t r a e n s u n i v e l m á s b a j o . P r e t e n d e r e c o n s t r u i r el c u r s o d e e s t e r í o , c u y a c r e c i d a es vital p a r a E g i p t o . E s t a v e z n e c e s i t a u t i l i z a r el r a z o n a m i e n t o p o r a n a l o g í a , b a s á n d o s e e n el r e c o r r i d o d e l I s t r o s ( D a n u b i o ) . C r e e q u e el N i l o , a t r a v é s d e L i b i a , y el Istros, a través de E u r o p a , tienen u n curso idéntico, hallándose ambas desembocaduras una frente a otra. G e n i o u n i v e r s a l , H e r o d o t o se a n t i c i p a a l a s c i e n c i a s d e l f u t u r o . A n u n cia la g e o g r a f í a p o r su s e n t i d o d e la o b s e r v a c i ó n : « E l s u e l o d e E g i p t o — h a c e n o t a r c o n a g u d e z a — e s u n a t i e r r a n e g r a , a g r i e t a d a y q u e b r a d i z a , c o m o si s e h u b i e r a f o r m a d o c o n el l i m o p r o c e d e n t e d e E t i o p í a q u e el N i l o l e h a aportado y que ha acumulado por medio de sus desbordamientos; mientras q u e s a b e m o s q u e la t i e r r a d e L i b i a es m á s r o j a y a r e n o s a , y q u e l a d e A r a b i a y S i r i a es m á s a r c i l l o s a y p e d r e g o s a . » N o c o n t e n t o c o n d e s c r i b i r , q u i e r e m e d i r el e s p a c i o , c o m o u n a g r i m e n s o r . E s t i m a q u e h a y d e s d e el m a r h a s t a H e l i ó p o l i s 1.500 e s t a d i o s ( d e 177,6 m . c a d a u n o ) , q u e la d i s t a n c i a e n t r e A t e n a s y P i s a , c e r c a d e O l i m p i a , p u e d a ser d e u n o s 15 e s t a d i o s . P o d e m o s o b s e r v a r e n H e r o d o t o u n a e s p e c i e d e o b s e s i ó n p o r las cifras, m a n e r a e l e m e n t a l d e c o n c e p t u a l i z a r la r e a l i d a d . L e i n t e r e s a t o d o : las d i s t a n c i a s , las d i m e n s i o n e s d e los m o n u m e n t o s , e t c . S e a d e l a n t a a la z o o l o g í a , d e s c r i b i é n d o n o s al c o c o d r i l o o al h i p o p ó t a m o , y a l a e t n o g r a f í a , al p i n t a r n o s las c o s t u m b r e s de los escitas, los egipcios y o t r o s p u e b l o s q u e viven en la periferia d e l m u n d o g r i e g o : « L o s s a c e r d o t e s ( d e E g i p t o ) — o b s e r v a — se a f e i t a n t o d o el c u e r p o c a d a t r e s d í a s , a fin d e q u e n o se e n g e n d r e n p i o j o s n i c u a l q u i e r o t r o p a r á s i t o e n los h o m b r e s q u e sirven a los dioses. Sólo llevan u n a t ú n i c a d e l i n o y s a n d a l i a s d e p a p i r o . N o les p e r m i t e n t e n e r n i n g u n a o t r a p r e n d a ni calzado ( . . . ) . A c a m b i o de ello disfrutan d e grandes ventajas. N o g a s t a n n i c o n s u m e n n a d a d e s u s b i e n e s p r o p i o s . C a d a u n o d e ellos p a r t i c i p a d e los m a n j a r e s s a g r a d o s , q u e se les e n t r e g a n c o c i d o s ; e, i n c l u s o , se les d i s t r i b u y e c a d a d í a u n a g r a n c a n t i d a d d e c a r n e d e b u e y y d e o c a ( . . . ) . » L a s p r á c t i c a s rituales, l a s e x i g e n c i a s v e s t i m e n t a r i a s , el e s t a t u s e c o n ó m i c o , n a d a e s c a p a a su s a g a c i d a d . P o d r í a m o s c i t a r p á g i n a s i g u a l m e n t e p i n t o r e s c a s a p r o p ó s i t o d e l ritual d e e m b a l s a m a m i e n t o , d e las fiestas c e l e b r a d a s e n h o n o r d e l falo d e D i o n i s o s , y d e las a l e g r e s p e r e g r i n a c i o n e s al t e m p l o d e A r t e m i s a en Bubastis. L a m i r a d a d e H e r o d o t o , a veces divertida, siempre es c o m p r e n s i v a . P o s e e u n s e n t i d o i n n a t o d e la r e l a t i v i d a d d e las c o s t u m b r e s , m á x i m a f u n d a m e n t a l d e la e t n o g r a f í a . C o m o si f u e r a u n p r e c u r s o r d e M o n t a i g n e o b s e r v a : « T o d o s e s t á n c o n v e n c i d o s d e q u e sus p r o p i a s c o s t u m - ' bres son, con m u c h o , las m e j o r e s . » Si n o s fijamos m á s p a r t i c u l a r m e n t e e n el h i s t o r i a d o r , v e m o s q u e es m u y c o n s c i e n t e d e la d i v e r s i d a d d e s u s f u e n t e s d e i n f o r m a c i ó n : « H e d i c h o h a s t a a q u í lo q u e h e v i s t o , lo q u e h e s a b i d o p o r m í m i s m o , o lo q u e h e c o n o c i d o g r a c i a s a m i s i n v e s t i g a c i o n e s . V o y a h a b l a r a h o r a d e e s t e p a í s s e g ú n lo q u e m e h a n d i c h o d e él l o s e g i p c i o s ; a ñ a d i r é t a m b i é n a m i r e l a t o a l g o q u e h e v i s t o p o r m í m i s m o . » F r e c u e n t a c o n a s i d u i d a d l o s l u g a r e s m e m o r a b l e s : el t e m p l o d e M e n f i s , d e s p u é s H e l i ó p o l i s y T e b a s , p a r a v e r si las e x p l i c a c i o n e s d e los h a b i t a n t e s d e e s t a s d o s ú l t i m a s c i u d a d e s « s e c o r r e s p o n d í a n c o n las d e los s a c e r d o t e s d e M e n f i s » . A s i m i s m o r e c o g e f r a g m e n t o s d e c i e n c i a e s c r i t a : « L o s s a c e r d o t e s ( d e M e n f i s ) t a m b i é n m e l e y e r o n e n sus a n a l e s los n o m b r e s d e o t r o s t r e s c i e n t o s t r e i n t a r e y e s q u e r e i n a r o n d e s p u é s d e él ( M i n , 11

x

r a r las p e r s p e c t i v a s l o c a l e s y d e h a c e r m e d i t a r a u n p ú b l i c o a m p l i o a c e r c a d e los g r a n d e s c a m b i o s p o l í t i c o s y m i l i t a r e s . S e p r o p o n í a n c o m o p r i m e r a t a r e a , a u n q u e la t r a d i c i ó n h u m a n i s t a n o s h a y a t r a n s m i t i d o la i m a g e n c o n t r a r i a p o r c o n s i d e r a r l o s g a r a n t e s d e v a l o r e s e t e r n o s , r e l a t a r el p a s a d o r e c i e n t e y d e s c r i b i r el m u n d o e n q u e v i v í a n . S u s o b r a s , i m á g e n e s d e l c a m b i o , s o n t a m b i é n e s p e j o s . e n l o s q u e se r e f l e j a l a d i v e r s i d a d d e los p u e b l o s y las costumbres..

1.

H E R O D O T O O C Ó M O PENSAR «LO OTRO»

E l a u t o r d e las Historias ( e n t i é n d a n s e e n el s e n t i d o d e r e l a t o s e i n v e s tigaciones) nos p a r e c e u n a figura enigmática: ¿es u n etnógrafo anticipado o u n h i s t o r i a d o r ? ¿ H a r e s p e t a d o l a p r i m e r a r e g l a d e l oficio d e l h i s t o r i a d o r : d e c i r la v e r d a d ? ¿ H a y u n o o d o s H e r o d o t o s ? U n o , el a u t o r d e l o s c u a t r o p r i m e r o s l i b r o s , s e r í a u n « e t n ó g r a f o » t e n t a d o e x c l u s i v a m e n t e p o r la c u r i o s i d a d . S e g ú n H . v a n E f f e n t e r e , se h a b r í a t r a n s f o r m a d o e n h i s t o r i a d o r . E l s e g u n d o H e r o d o t o , el n a r r a d o r d e las g u e r r a s m é d i c a s ( l i b r o s V al I X ) , se caracterizaría p o r u n a composición m á s firme y p o r u n a selección m á s sev e r a d e l o s h e c h o s , sin d a r m u e s t r a s , sin e m b a r g o , d e u n g r a n e s p í r i t u crítico. L a respuesta a estas p r e g u n t a s p r o c e d e , e n lo esencial, d e Francois H a r t o g , Le Miroir d'Hérodote (París, 1980). H e r o d o t o n a c i ó h a c i a el a ñ o 480 e n H a l i c a r n a s o , A s i a M e n o r , u n a ciud a d d o m i n a d a p o r los p e r s a s d o n d e s e m e z c l a b a n g r i e g o s y c a r i o s . L o s d e s ó r d e n e s le d e c i d i e r o n a t r a s l a d a r s e a S a m o s . M á s t a r d e v i a j ó p o r el P r ó x i m o O r i e n t e , p o r las orillas d e l M a r N e g r o , G r e c i a , I t a l i a d e l S u r y A t e n a s . S u v i d a , t r a n s c u r r i d a e n t r e d o s c o n f l i c t o s , las g u e r r a s m é d i c a s y l a g u e r r a d e l P e l o p o n e s o , t e r m i n ó h a c i a el a ñ o 4 2 0 , e n T h o u r i o i o e n A t e n a s . E s p r e ciso d e s t a c a r d o s c a r a c t e r í s t i c a s d e l p e r s o n a j e . E r a o r i g i n a r i o d e J o n i a , c u n a d e l a ciencia g r i e g a e n el siglo v i , d o n d e n a c i e r o n l a s ' m a t e m á t i c a s , la filosofía y la g e o g r a f í a , e n las p e r s o n a s d e T a l e s , A n a x i m a n d r o y H e c a t e o d e M i l e t o . A d e m á s , H e r o d o t o e s u n e x i l i a d o , u n no-ciudadano, l o q u e le p r o c u r a u n a c i e r t a d i s t a n c i a r e s p e c t o a a q u e l l o s q u e se h a n s u m e r g i d o e n el f u e g o d e l a a c c i ó n . A l r e d a c t a r las Historias p e r s i g u e u n o b j e t i v o m u y clar o : « A l p r e s e n t a r al p ú b l i c o sus i n v e s t i g a c i o n e s , H e r o d o t o d e H a l i c a r n a s o q u i e r e p r e s e r v a r d e l o l v i d o lo q u e h a n h e c h o l o s h o m b r e s , c e l e b r a r las g r a n d e s y m a r a v i l l o s a s a c c i o n e s d e l o s g r i e g o s y d e l o s b á r b a r o s y, s o b r e t o d o , d e s a r r o l l a r los m o t i v o s q u e les c o n d u j e r o n a h a c e r s e l a g u e r r a . » C o n e s t a d o b l e finalidad, l u c h a r c o n t r a el o l v i d o y d i s p e n s a r l a g l o r i a , r e d a c t ó n u e v e l i b r o s , c u y o s c i n c o ú l t i m o s r e l a t a n las g u e r r a s m é d i c a s y l o s c i n c o p r i m e r o s v e r s a n s o b r e c ó m o a f e c t ó el p o d e r í o p e r s a a l o s g r i e g o s y a l o s b á r b a r o s . D a d o q u e H e r o d o t o es « e s e n c i a l m e n t e d i g r e s i v o » ( F . H a r t o g ) , s u r e l a t o se e n c u e n t r a e s m a l t a d o d e d e s c r i p c i o n e s y v a r i a c i o n e s e t n o g r á f i c a s s o b r e las costumbres. L a a c t i t u d d e H e r o d o t o s e d u c e p o r su g r a n c u r i o s i d a d p o r t o d a s las c o sas. ¿ N o se f o r m u l a p r e g u n t a s , p o r e j e m p l o , s o b r e las c r e c i d a s d e l N i l o ? , ¿ p o r q u é se p r o d u c e n e n v e r a n o y a o e n i n v i e r n o ? A c o s t u m b r a d o s al fen ó m e n o , los e g i p c i o s n o e s t á n e n c o n d i c i o n e s d e e x p l i c a r l o . P o r t a n t o , int e n t a r á r e s p o n d e r c o n l a a y u d a d e l a c i e n c i a j ó n i c a , a p e l a n d o a los m o v i m i e n t o a p a r e n t e s d e l sol. C r e e q u e c u a n d o é s t e se h a l l a e n el c é n i t d e u n 10

l u g a r , l a lluvia es i m p o s i b l e . C u a n d o e n el i n v i e r n o el s o l , e n su c é n i t , llega a L i b i a , c o n s e c u e n t e m e n t e el N i l o s e e n c u e n t r a e n s u n i v e l m á s b a j o . P r e t e n d e r e c o n s t r u i r el c u r s o d e e s t e r í o , c u y a c r e c i d a es vital p a r a E g i p t o . E s t a v e z n e c e s i t a u t i l i z a r el r a z o n a m i e n t o p o r a n a l o g í a , b a s á n d o s e e n el r e c o r r i d o d e l I s t r o s ( D a n u b i o ) . C r e e q u e el N i l o , a t r a v é s d e L i b i a , y el Istros, a través de E u r o p a , tienen u n curso idéntico, hallándose ambas desembocaduras una frente a otra. G e n i o u n i v e r s a l , H e r o d o t o se a n t i c i p a a l a s c i e n c i a s d e l f u t u r o . A n u n cia la g e o g r a f í a p o r su s e n t i d o d e la o b s e r v a c i ó n : « E l s u e l o d e E g i p t o — h a c e n o t a r c o n a g u d e z a — e s u n a t i e r r a n e g r a , a g r i e t a d a y q u e b r a d i z a , c o m o si s e h u b i e r a f o r m a d o c o n el l i m o p r o c e d e n t e d e E t i o p í a q u e el N i l o l e h a aportado y que ha acumulado por medio de sus desbordamientos; mientras q u e s a b e m o s q u e la t i e r r a d e L i b i a es m á s r o j a y a r e n o s a , y q u e l a d e A r a b i a y S i r i a es m á s a r c i l l o s a y p e d r e g o s a . » N o c o n t e n t o c o n d e s c r i b i r , q u i e r e m e d i r el e s p a c i o , c o m o u n a g r i m e n s o r . E s t i m a q u e h a y d e s d e el m a r h a s t a H e l i ó p o l i s 1.500 e s t a d i o s ( d e 177,6 m . c a d a u n o ) , q u e la d i s t a n c i a e n t r e A t e n a s y P i s a , c e r c a d e O l i m p i a , p u e d a ser d e u n o s 15 e s t a d i o s . P o d e m o s o b s e r v a r e n H e r o d o t o u n a e s p e c i e d e o b s e s i ó n p o r las cifras, m a n e r a e l e m e n t a l d e c o n c e p t u a l i z a r la r e a l i d a d . L e i n t e r e s a t o d o : las d i s t a n c i a s , las d i m e n s i o n e s d e los m o n u m e n t o s , e t c . S e a d e l a n t a a la z o o l o g í a , d e s c r i b i é n d o n o s al c o c o d r i l o o al h i p o p ó t a m o , y a l a e t n o g r a f í a , al p i n t a r n o s las c o s t u m b r e s de los escitas, los egipcios y o t r o s p u e b l o s q u e viven en la periferia d e l m u n d o g r i e g o : « L o s s a c e r d o t e s ( d e E g i p t o ) — o b s e r v a — se a f e i t a n t o d o el c u e r p o c a d a t r e s d í a s , a fin d e q u e n o se e n g e n d r e n p i o j o s n i c u a l q u i e r o t r o p a r á s i t o e n los h o m b r e s q u e sirven a los dioses. Sólo llevan u n a t ú n i c a d e l i n o y s a n d a l i a s d e p a p i r o . N o les p e r m i t e n t e n e r n i n g u n a o t r a p r e n d a ni calzado ( . . . ) . A c a m b i o de ello disfrutan d e grandes ventajas. N o g a s t a n n i c o n s u m e n n a d a d e s u s b i e n e s p r o p i o s . C a d a u n o d e ellos p a r t i c i p a d e los m a n j a r e s s a g r a d o s , q u e se les e n t r e g a n c o c i d o s ; e, i n c l u s o , se les d i s t r i b u y e c a d a d í a u n a g r a n c a n t i d a d d e c a r n e d e b u e y y d e o c a ( . . . ) . » L a s p r á c t i c a s rituales, l a s e x i g e n c i a s v e s t i m e n t a r i a s , el e s t a t u s e c o n ó m i c o , n a d a e s c a p a a su s a g a c i d a d . P o d r í a m o s c i t a r p á g i n a s i g u a l m e n t e p i n t o r e s c a s a p r o p ó s i t o d e l ritual d e e m b a l s a m a m i e n t o , d e las fiestas c e l e b r a d a s e n h o n o r d e l falo d e D i o n i s o s , y d e las a l e g r e s p e r e g r i n a c i o n e s al t e m p l o d e A r t e m i s a en Bubastis. L a m i r a d a d e H e r o d o t o , a veces divertida, siempre es c o m p r e n s i v a . P o s e e u n s e n t i d o i n n a t o d e la r e l a t i v i d a d d e las c o s t u m b r e s , m á x i m a f u n d a m e n t a l d e la e t n o g r a f í a . C o m o si f u e r a u n p r e c u r s o r d e M o n t a i g n e o b s e r v a : « T o d o s e s t á n c o n v e n c i d o s d e q u e sus p r o p i a s c o s t u m - ' bres son, con m u c h o , las m e j o r e s . » Si n o s fijamos m á s p a r t i c u l a r m e n t e e n el h i s t o r i a d o r , v e m o s q u e es m u y c o n s c i e n t e d e la d i v e r s i d a d d e s u s f u e n t e s d e i n f o r m a c i ó n : « H e d i c h o h a s t a a q u í lo q u e h e v i s t o , lo q u e h e s a b i d o p o r m í m i s m o , o lo q u e h e c o n o c i d o g r a c i a s a m i s i n v e s t i g a c i o n e s . V o y a h a b l a r a h o r a d e e s t e p a í s s e g ú n lo q u e m e h a n d i c h o d e él l o s e g i p c i o s ; a ñ a d i r é t a m b i é n a m i r e l a t o a l g o q u e h e v i s t o p o r m í m i s m o . » F r e c u e n t a c o n a s i d u i d a d l o s l u g a r e s m e m o r a b l e s : el t e m p l o d e M e n f i s , d e s p u é s H e l i ó p o l i s y T e b a s , p a r a v e r si las e x p l i c a c i o n e s d e los h a b i t a n t e s d e e s t a s d o s ú l t i m a s c i u d a d e s « s e c o r r e s p o n d í a n c o n las d e los s a c e r d o t e s d e M e n f i s » . A s i m i s m o r e c o g e f r a g m e n t o s d e c i e n c i a e s c r i t a : « L o s s a c e r d o t e s ( d e M e n f i s ) t a m b i é n m e l e y e r o n e n sus a n a l e s los n o m b r e s d e o t r o s t r e s c i e n t o s t r e i n t a r e y e s q u e r e i n a r o n d e s p u é s d e él ( M i n , 11

x

el p r i m e r r e y d e E g i p t o , f u n d a d o r d e M e n f i s ) . » D a d o q u e t e n í a q u e r e c u r r i r a t r a d u c t o r e s , H e r o d o t o s o l a m e n t e p u d o llevar a c a b o u n a i n v e s t i gación limitada. Viviendo en u n m u n d o de «cultura escrita limitada» ( F . H a r t o g ) , c o n s e c u e n t e m e n t e n o c r e í a «ni e n la n e c e s i d a d , n i e n l a s u p e r i o r i d a d d e lo e s c r i t o » . P o d r í a m o s , d e n o t a r o t r a s l i m i t a c i o n e s e n s u inform a c i ó n , e s p e c i a l m e n t e s u v i s i ó n m u y r e s t r i n g i d a d e l c a m p o p o l í t i c o , e n el q u e se e r i g e la f i g u r a d e l t i r a n o , m o v i d o p o r el d e s e o , v í c t i m a d e l a d e s m e s u r a , t r a n s g r e d i e n d o c o n s t a n t e m e n t e t o d a s las r e g l a s s o c i a l e s y m o r a l e s . N u n c a s a t i s f e c h o , s i e m p r e d e s e a m á s . E s t e m i s m o p r i n c i p i o e x p l i c a t i v o lo v o l v e m o s a e n c o n t r a r e n Tucídides:. T a l c o m o l o h a d e m o s t r a d o e n s u m o g r a d o F . H a r t o g , el « p r o b l e m a » e s e n c i a l d e H e r o d o t o , s e m e j a n t e a a q u e l c o n el q u e s e e n f r e n t a c u a l q u i e r e t n ó l o g o o c u a l q u i e r h i s t o r i a d o r , . c o n s i s t e e n p e n s a r lo otro, l o l e j a n o , l o d i f e r e n t e . A l d e s c r i b i r a l o s e s c i t a s , p o r e j e m p l o , « c o n s t r u y ó u n a figura d e l n ó m a d a q u e convierte e n p e n s a b l e su alteridad». Pasa d e u n a alteridad o p a ca a u n a a l t e r i d a d p o r t a d o r a d e s e n t i d o . P a r a c o n s e g u i r l o , i n t r o d u c e u n a r e t ó r i c a c u y o s p r o c e d i m i e n t o s se r e d u c e n a d e t e r m i n a d o n ú m e r o d e figur a s e l e m e n t a l e s , b r i l l a n t e m e n t e a n a l i z a d a s p o r el a u t o r d e l Miroir d'Hérodote. T o d o p a r t e , p u e s , d e la c o n s t a t a c i ó n d e q u e a (el m u n d o g r i e g o ) e s d i f e r e n t e d e b (el m u n d o n o g r i e g o ) . ¿ C u á l s e r á l a a c t i t u d d e l n a r r a d o r ? ¿ C o n sistirá t a n s ó l o e n r e d u c i r l o o t r o a l o p r o p i o , e n t r a d u c i r b e n t é r m i n o s d e al S e ñ a l e m o s , e n p r i m e r l u g a r , d o s c o m p o r t a m i e n t o s d e H e r o d o t o s o b r e los q u e F . H a r t o g i n s i s t e p o c o . E l p r i m e r o c o n s i s t e e n c o n s i d e r a r q u e b es m a r a v i l l o s o , p r o d i g i o s o , t o t a l m e n t e d i f e r e n t e d e a, f u n d a m e n t a l m e n t e i r r e d u c t i b l e al m u n d o c o n o c i d o . E n su v i r t u d , l o s m o n u m e n t o s l l e g a n a a l c a n z a r p r o p o r c i o n e s e x t r a o r d i n a r i a s ; a l g u n o s p r o d u c t o s p r e c i o s o s se r e c o g e n e n c i r c u n s t a n c i a s s o r p r e n d e n t e s , c o m o el ladanum ( r e s i n a a r o m á t i c a ) ¡en la m i s m í s i m a b a r b a d e l o s m a c h o s c a b r í o s ! L a s e g u n d a a c t i t u d c o n s i s t e e n e s t i m a r q u e b es el a n t e p a s a d o d e a. E g i p t o h a s i d o la c u n a d e m u c h a s c r e e n c i a s : « C a s i t o d o s los n o m b r e s d e los d i o s e s ( e n t r e ellos el d e D i o n i sos) h a n l l e g a d o a G r e c i a p r o c e d e n t e s d e E g i p t o . » E s t e c a m i n o n o s c o n duce en cierta forma a reconocer q u e , en d e t e r m i n a d o s c a m p o s , b es sup e r i o r a a. E n m a t e r i a d e c a l e n d a r i o , p o r e j e m p l o , se c o n s i d e r a a los e g i p cios « m á s h á b i l e s q u e l o s g r i e g o s » . L l e g u e m o s a la o p e r a c i ó n p r i n c i p a l d e H e r o d o t o , q u e c o n s i s t e e n i n t e n t a r t r a d u c i r b e n t é r m i n o s d e a. D i c h a o p e r a c i ó n p u e d e r e v e s t i r v a r i a s f o r m a s : 1) P r i m e r o , l a d e la o p o s i c i ó n , t é r m i n o a t é r m i n o , d e l e s q u e m a , h a s t a su t o t a l i n v e r s i ó n . L a f a m o s a d e s c r i p c i ó n d e las c o s t u m b r e s d e los egipcios (Historias, l i b r o I I , 35-37) c o n s t i t u y e su m e j o r e j e m p l o : « L a s m u j e r e s s o n las q u e v a n al m e r c a d o y r e a l i z a n el p e q u e ñ o c o m e r c i o ; l o s h o m b r e s se q u e d a n e n c a s a y t e j e n . » E l c o n j u n t o d e l t e x t o p r e s e n t a u n e s q u e m a binario, puesto d e manifiesto en una serie de imágenes contrastadas: a l t o - b a j o , d e n t r o - f u e r a , p e l u d o - a f e i t a d o . F o r m a s i m p l e y eficaz d e s u p e r a r la o p a c i d a d d e l m u n d o d e e n f r e n t e . C o m o n o t o d o s los h e c h o s n o d a n p i e a un tratamiento tan sumario, H e r o d o t o elabora esquemas de inversión m á s s u t i l e s , c o m o c u a n d o se r e f i e r e a las a m a z o n a s , v í r g e n e s g u e r r e r a s y f e r o c e s , a n t í t e s i s v i v i e n t e s d e las m u j e r e s c a s a d a s g r i e g a s : c u a n d o los escitas p r e f i e r e n e n g e n d r a r l e s h i j o s a n t e s q u e g u e r r e a r c o n e l l a s , ¿ n o se c o m p o r t a n i g u a l q u e los g r i e s g o s ? 2 ) P a r a el a u t o r d e las Historias, las c o m p a 12

r a c i o n e s y a n a l o g í a s c o n s t i t u y e n t a m b i é n f o r m a s d e « r e d u c i r l o o t r o a lo p r o p i o » . N o s dirá, p o r e j e m p l o , q u e la c a r r e r a d e los m e n s a j e r o s del r e v d e P e r s i a , p a s á n d o s e el c o r r e o el u n o al o t r o , r e c u e r d a a q u e l l a o t r a d e l o s portadores de antorchas en h o n o r de Hefaistos. O establecerá u n paralel i s m o e n t r e l a g e o g r a f í a d e l o s e s c i t a s y la d e l Á t i c a . 3 ) T r a d u c e p o c o , e x c e p t o c u a n d o se t r a t a d e n o m b r e s p r o p i o s . Xerxes, p r e c i s a , significa el g u e r r e r o . E n c u a n t o al t é r m i n o l i b i o Batios, n o significa el t a r t a m u d o , c o m o u n g r i e g o se i n c l i n a r í a a p e n s a r , s i n o el Rey. 4 ) D e s c r i b i r e i n v e n t a r i a r c o n s t i t u y e u n a ú l t i m a m a n e r a d e c o l o n i z a r l o d i f e r e n t e , h a l l a n d o e n ello e l e m e n t o s c o n o c i d o s , s o m e t i d o s a i n s ó l i t o s a r r e g l o s . E l n a r r a d o r t r a n s f i e r e su léxico a o t r a r e a l i d a d y sus p a l a b r a s c o l o n i z a n las c o s a s d e l o t r o c a m p o . Si n o s a t e n e m o s a l a s e s t r u c t u r a s d e l t e x t o , h a b r í a q u e h a b l a r d e u n ú n i c o H e r o d o t o y n o d e d o s . L a o p o s i c i ó n e n t r e ellos y nosotros es p a t e n t e e n el c o n j u n t o d e l a o b r a , t a n t o e n l o s v i a j e s c o m o e n el r e l a t o d e las g u e r r a s . T a m p o c o c o n o c e n i n g u n a a l t e r a c i ó n su m a n e r a d e r e l a t a r los h e c h o s y los a c t o s m a r a v i l l o s o s . T r á t e s e d e a c c i o n e s o d e c o s t u m b r e s , se m a n t i e n e s i e m p r e el m i s m o p r i n c i p i o d e s e l e c c i ó n . H e r o d o t o e l i g e «lo m á s dign o d e ser c o n t a d o » . F u e m a l e n j u i c i a d o p o r T u c í d i d e s , q u i e n s ó l o v i o e n él u n n a r r a d o r d e f á b u l a s , u n « m e n t i r o s o » c u y a ú n i c a p r e o c u p a c i ó n e r a c o m p l a c e r a sus l e c t o r e s . P e r o , c o m o si q u i s i e r a p r e c a v e r s e c o n t r a e s t a o b j e c i ó n , se e s f o r z ó e n r e c o r d a r n o s q u e . n a d i e e s t a b a o b l i g a d o a c r e e r sus r e l a t o s : «¡Mi d e b e r es d a r a c o n o c e r l o q u e s e d i c e , p e r o y o n o e s t o y o b l i g a d o e n a b s o l u t o a c r e e r e n e l l o ! Y e s t o es v á l i d o p a r a t o d a m i h i s t o r i a . » H e r o d o t o , q u e todavía n o es prisionero d e las categorías del conocimiento h i s t ó r i c o , c o n s t i t u y e , d e h e c h o , u n i n s u s t i t u i b l e e s p e j o e n e l q u e el h i s t o riador p u e d e c o n t e m p l a r l a i n c e r t i d u m b r e d e s u e s t a t u t o . ¿ E n u n c i a la r e a l i d a d o t a n s ó l o ficciones v e r o s í m i l e s , c o m o le g u s t a b a d e c i r a M i c h e l d e C e r t e a u ? E n el « e s p e j o d e H e r o d o t o » t a m b i é n s e r e f l e j a n l o s b á r b a r o s , p e r o c o m o u n a i m a g e n i n v e r t i d a d e l o s g r i e g o s . P a r a é l , t a n t o el m u n d o c o n o c i d o c o m o el p a s a d o r e c i e n t e se h a l l a n c o n t e n i d o s d e n t r o d e l e s p a c i o griego del saber ( F . H a r t o g ) .

2.

TUCÍDIDES: LA DEFINICIÓN CONJUNTA D E UN MÉTODO Y D E UNA ESCRITURA

A l calificar T u c í d i d e s a s u p r o p i a o b r a c o m o d e « b i e n p a r a s i e m p r e » , ¿ t e n d r í a el p r e s e n t i m i e n t o d e l e x t r a o r d i n a r i o e s t a t u t o q u e le r e s e r v a b a n los siglos f u t u r o s ? L a Historia de la guerra del Peloponeso todavía suscita en la a c t u a l i d a d u n t e m o r r e v e r e n c i a l y s i g u e s i e n d o c o n s i d e r a d a c o m o el m o delo absoluto del m é t o d o histórico. U n reciente artículo de Nicole L o v a u x , « T h u c y d i d e n ' e s t p a s u n c o l l é g u e » (Quaderni di storia, XII, 1980, p p . 5 5 - 8 1 ) , n o s h a r e c o r d a d o o p o r t u n a m e n t e q u e el e s c r i t o r a t e n i e n s e n o c o n c e b í a la h i s t o r i a c o m o n o s o t r o s . T o d a v í a n o se t r a t a b a d e u n g é n e r o diferenciado ni d e u n a o b r a escolar e l a b o r a d a según u n a s condiciones precis a s . L a h i s t o r i a f o r m a b a p a r t e d e los g é n e r o s cívicos, d e las i n s t i t u c i o n e s o r a l e s r e c o n o c i d a s e n l a polis, c o m o l a t r a g e d i a y la e l o c u e n c i a . N o aspir a b a a ser u n a « e x p r e s i ó n t r a n s p a r e n t e d e l a v e r d a d d e los h e c h o s » . P o r tanto, carecería de sentido pretender t o m a r a Tucídides por u n honorable m i e m b r o d e la c o r p o r a c i ó n d e l o s h i s t o r i a d o r e s y r e p r o c h a r l e s u s o m i s i o 13

el p r i m e r r e y d e E g i p t o , f u n d a d o r d e M e n f i s ) . » D a d o q u e t e n í a q u e r e c u r r i r a t r a d u c t o r e s , H e r o d o t o s o l a m e n t e p u d o llevar a c a b o u n a i n v e s t i gación limitada. Viviendo en u n m u n d o de «cultura escrita limitada» ( F . H a r t o g ) , c o n s e c u e n t e m e n t e n o c r e í a «ni e n la n e c e s i d a d , n i e n l a s u p e r i o r i d a d d e lo e s c r i t o » . P o d r í a m o s , d e n o t a r o t r a s l i m i t a c i o n e s e n s u inform a c i ó n , e s p e c i a l m e n t e s u v i s i ó n m u y r e s t r i n g i d a d e l c a m p o p o l í t i c o , e n el q u e se e r i g e la f i g u r a d e l t i r a n o , m o v i d o p o r el d e s e o , v í c t i m a d e l a d e s m e s u r a , t r a n s g r e d i e n d o c o n s t a n t e m e n t e t o d a s las r e g l a s s o c i a l e s y m o r a l e s . N u n c a s a t i s f e c h o , s i e m p r e d e s e a m á s . E s t e m i s m o p r i n c i p i o e x p l i c a t i v o lo v o l v e m o s a e n c o n t r a r e n Tucídides:. T a l c o m o l o h a d e m o s t r a d o e n s u m o g r a d o F . H a r t o g , el « p r o b l e m a » e s e n c i a l d e H e r o d o t o , s e m e j a n t e a a q u e l c o n el q u e s e e n f r e n t a c u a l q u i e r e t n ó l o g o o c u a l q u i e r h i s t o r i a d o r , . c o n s i s t e e n p e n s a r lo otro, l o l e j a n o , l o d i f e r e n t e . A l d e s c r i b i r a l o s e s c i t a s , p o r e j e m p l o , « c o n s t r u y ó u n a figura d e l n ó m a d a q u e convierte e n p e n s a b l e su alteridad». Pasa d e u n a alteridad o p a ca a u n a a l t e r i d a d p o r t a d o r a d e s e n t i d o . P a r a c o n s e g u i r l o , i n t r o d u c e u n a r e t ó r i c a c u y o s p r o c e d i m i e n t o s se r e d u c e n a d e t e r m i n a d o n ú m e r o d e figur a s e l e m e n t a l e s , b r i l l a n t e m e n t e a n a l i z a d a s p o r el a u t o r d e l Miroir d'Hérodote. T o d o p a r t e , p u e s , d e la c o n s t a t a c i ó n d e q u e a (el m u n d o g r i e g o ) e s d i f e r e n t e d e b (el m u n d o n o g r i e g o ) . ¿ C u á l s e r á l a a c t i t u d d e l n a r r a d o r ? ¿ C o n sistirá t a n s ó l o e n r e d u c i r l o o t r o a l o p r o p i o , e n t r a d u c i r b e n t é r m i n o s d e al S e ñ a l e m o s , e n p r i m e r l u g a r , d o s c o m p o r t a m i e n t o s d e H e r o d o t o s o b r e los q u e F . H a r t o g i n s i s t e p o c o . E l p r i m e r o c o n s i s t e e n c o n s i d e r a r q u e b es m a r a v i l l o s o , p r o d i g i o s o , t o t a l m e n t e d i f e r e n t e d e a, f u n d a m e n t a l m e n t e i r r e d u c t i b l e al m u n d o c o n o c i d o . E n su v i r t u d , l o s m o n u m e n t o s l l e g a n a a l c a n z a r p r o p o r c i o n e s e x t r a o r d i n a r i a s ; a l g u n o s p r o d u c t o s p r e c i o s o s se r e c o g e n e n c i r c u n s t a n c i a s s o r p r e n d e n t e s , c o m o el ladanum ( r e s i n a a r o m á t i c a ) ¡en la m i s m í s i m a b a r b a d e l o s m a c h o s c a b r í o s ! L a s e g u n d a a c t i t u d c o n s i s t e e n e s t i m a r q u e b es el a n t e p a s a d o d e a. E g i p t o h a s i d o la c u n a d e m u c h a s c r e e n c i a s : « C a s i t o d o s los n o m b r e s d e los d i o s e s ( e n t r e ellos el d e D i o n i sos) h a n l l e g a d o a G r e c i a p r o c e d e n t e s d e E g i p t o . » E s t e c a m i n o n o s c o n duce en cierta forma a reconocer q u e , en d e t e r m i n a d o s c a m p o s , b es sup e r i o r a a. E n m a t e r i a d e c a l e n d a r i o , p o r e j e m p l o , se c o n s i d e r a a los e g i p cios « m á s h á b i l e s q u e l o s g r i e g o s » . L l e g u e m o s a la o p e r a c i ó n p r i n c i p a l d e H e r o d o t o , q u e c o n s i s t e e n i n t e n t a r t r a d u c i r b e n t é r m i n o s d e a. D i c h a o p e r a c i ó n p u e d e r e v e s t i r v a r i a s f o r m a s : 1) P r i m e r o , l a d e la o p o s i c i ó n , t é r m i n o a t é r m i n o , d e l e s q u e m a , h a s t a su t o t a l i n v e r s i ó n . L a f a m o s a d e s c r i p c i ó n d e las c o s t u m b r e s d e los egipcios (Historias, l i b r o I I , 35-37) c o n s t i t u y e su m e j o r e j e m p l o : « L a s m u j e r e s s o n las q u e v a n al m e r c a d o y r e a l i z a n el p e q u e ñ o c o m e r c i o ; l o s h o m b r e s se q u e d a n e n c a s a y t e j e n . » E l c o n j u n t o d e l t e x t o p r e s e n t a u n e s q u e m a binario, puesto d e manifiesto en una serie de imágenes contrastadas: a l t o - b a j o , d e n t r o - f u e r a , p e l u d o - a f e i t a d o . F o r m a s i m p l e y eficaz d e s u p e r a r la o p a c i d a d d e l m u n d o d e e n f r e n t e . C o m o n o t o d o s los h e c h o s n o d a n p i e a un tratamiento tan sumario, H e r o d o t o elabora esquemas de inversión m á s s u t i l e s , c o m o c u a n d o se r e f i e r e a las a m a z o n a s , v í r g e n e s g u e r r e r a s y f e r o c e s , a n t í t e s i s v i v i e n t e s d e las m u j e r e s c a s a d a s g r i e g a s : c u a n d o los escitas p r e f i e r e n e n g e n d r a r l e s h i j o s a n t e s q u e g u e r r e a r c o n e l l a s , ¿ n o se c o m p o r t a n i g u a l q u e los g r i e s g o s ? 2 ) P a r a el a u t o r d e las Historias, las c o m p a 12

r a c i o n e s y a n a l o g í a s c o n s t i t u y e n t a m b i é n f o r m a s d e « r e d u c i r l o o t r o a lo p r o p i o » . N o s dirá, p o r e j e m p l o , q u e la c a r r e r a d e los m e n s a j e r o s del r e v d e P e r s i a , p a s á n d o s e el c o r r e o el u n o al o t r o , r e c u e r d a a q u e l l a o t r a d e l o s portadores de antorchas en h o n o r de Hefaistos. O establecerá u n paralel i s m o e n t r e l a g e o g r a f í a d e l o s e s c i t a s y la d e l Á t i c a . 3 ) T r a d u c e p o c o , e x c e p t o c u a n d o se t r a t a d e n o m b r e s p r o p i o s . Xerxes, p r e c i s a , significa el g u e r r e r o . E n c u a n t o al t é r m i n o l i b i o Batios, n o significa el t a r t a m u d o , c o m o u n g r i e g o se i n c l i n a r í a a p e n s a r , s i n o el Rey. 4 ) D e s c r i b i r e i n v e n t a r i a r c o n s t i t u y e u n a ú l t i m a m a n e r a d e c o l o n i z a r l o d i f e r e n t e , h a l l a n d o e n ello e l e m e n t o s c o n o c i d o s , s o m e t i d o s a i n s ó l i t o s a r r e g l o s . E l n a r r a d o r t r a n s f i e r e su léxico a o t r a r e a l i d a d y sus p a l a b r a s c o l o n i z a n las c o s a s d e l o t r o c a m p o . Si n o s a t e n e m o s a l a s e s t r u c t u r a s d e l t e x t o , h a b r í a q u e h a b l a r d e u n ú n i c o H e r o d o t o y n o d e d o s . L a o p o s i c i ó n e n t r e ellos y nosotros es p a t e n t e e n el c o n j u n t o d e l a o b r a , t a n t o e n l o s v i a j e s c o m o e n el r e l a t o d e las g u e r r a s . T a m p o c o c o n o c e n i n g u n a a l t e r a c i ó n su m a n e r a d e r e l a t a r los h e c h o s y los a c t o s m a r a v i l l o s o s . T r á t e s e d e a c c i o n e s o d e c o s t u m b r e s , se m a n t i e n e s i e m p r e el m i s m o p r i n c i p i o d e s e l e c c i ó n . H e r o d o t o e l i g e «lo m á s dign o d e ser c o n t a d o » . F u e m a l e n j u i c i a d o p o r T u c í d i d e s , q u i e n s ó l o v i o e n él u n n a r r a d o r d e f á b u l a s , u n « m e n t i r o s o » c u y a ú n i c a p r e o c u p a c i ó n e r a c o m p l a c e r a sus l e c t o r e s . P e r o , c o m o si q u i s i e r a p r e c a v e r s e c o n t r a e s t a o b j e c i ó n , se e s f o r z ó e n r e c o r d a r n o s q u e . n a d i e e s t a b a o b l i g a d o a c r e e r sus r e l a t o s : «¡Mi d e b e r es d a r a c o n o c e r l o q u e s e d i c e , p e r o y o n o e s t o y o b l i g a d o e n a b s o l u t o a c r e e r e n e l l o ! Y e s t o es v á l i d o p a r a t o d a m i h i s t o r i a . » H e r o d o t o , q u e todavía n o es prisionero d e las categorías del conocimiento h i s t ó r i c o , c o n s t i t u y e , d e h e c h o , u n i n s u s t i t u i b l e e s p e j o e n e l q u e el h i s t o riador p u e d e c o n t e m p l a r l a i n c e r t i d u m b r e d e s u e s t a t u t o . ¿ E n u n c i a la r e a l i d a d o t a n s ó l o ficciones v e r o s í m i l e s , c o m o le g u s t a b a d e c i r a M i c h e l d e C e r t e a u ? E n el « e s p e j o d e H e r o d o t o » t a m b i é n s e r e f l e j a n l o s b á r b a r o s , p e r o c o m o u n a i m a g e n i n v e r t i d a d e l o s g r i e g o s . P a r a é l , t a n t o el m u n d o c o n o c i d o c o m o el p a s a d o r e c i e n t e se h a l l a n c o n t e n i d o s d e n t r o d e l e s p a c i o griego del saber ( F . H a r t o g ) .

2.

TUCÍDIDES: LA DEFINICIÓN CONJUNTA D E UN MÉTODO Y D E UNA ESCRITURA

A l calificar T u c í d i d e s a s u p r o p i a o b r a c o m o d e « b i e n p a r a s i e m p r e » , ¿ t e n d r í a el p r e s e n t i m i e n t o d e l e x t r a o r d i n a r i o e s t a t u t o q u e le r e s e r v a b a n los siglos f u t u r o s ? L a Historia de la guerra del Peloponeso todavía suscita en la a c t u a l i d a d u n t e m o r r e v e r e n c i a l y s i g u e s i e n d o c o n s i d e r a d a c o m o el m o delo absoluto del m é t o d o histórico. U n reciente artículo de Nicole L o v a u x , « T h u c y d i d e n ' e s t p a s u n c o l l é g u e » (Quaderni di storia, XII, 1980, p p . 5 5 - 8 1 ) , n o s h a r e c o r d a d o o p o r t u n a m e n t e q u e el e s c r i t o r a t e n i e n s e n o c o n c e b í a la h i s t o r i a c o m o n o s o t r o s . T o d a v í a n o se t r a t a b a d e u n g é n e r o diferenciado ni d e u n a o b r a escolar e l a b o r a d a según u n a s condiciones precis a s . L a h i s t o r i a f o r m a b a p a r t e d e los g é n e r o s cívicos, d e las i n s t i t u c i o n e s o r a l e s r e c o n o c i d a s e n l a polis, c o m o l a t r a g e d i a y la e l o c u e n c i a . N o aspir a b a a ser u n a « e x p r e s i ó n t r a n s p a r e n t e d e l a v e r d a d d e los h e c h o s » . P o r tanto, carecería de sentido pretender t o m a r a Tucídides por u n honorable m i e m b r o d e la c o r p o r a c i ó n d e l o s h i s t o r i a d o r e s y r e p r o c h a r l e s u s o m i s i o 13

n e s o sus síntesis. E s p r e c i s o r e c o n o c e r q u e t o d o s e h a l l a s o m e t i d o e n él a la l ó g i c a d e l r e l a t o d e g u e r r a y a u n i m p l a c a b l e r a c i o n a l i s m o . E n c o n s e c u e n c i a , n o s e n s e ñ a t a n t o a p r o p ó s i t o d e la e s c r i t u r a d e la h i s t o r i a e n el siglo V c o m o d e l o s t r á g i c o s a c o n t e c i m i e n t o s d e los q u e f u e r o n v í c t i m a s l o s contemporáneos de Pericles. T u c í d i d e s n a c i ó h a c i a el a ñ o 4 6 0 e n el s e n o d e u n a familia e m p a r e n t a d a con C i m ó n y con Milcíades, propietaria de minas de o r o en Tracia. F u e eleg i d o e s t r a t e g a e n el a ñ o 4 2 4 y n o p u d o e v i t a r l a c a í d a d e A n f í p o l i s , l o q u e le v a h ó s e r c o n d e n a d o al e x i l i o . V i v i ó e n T r a c i a h a s t a el a ñ o 4 0 4 , n o sin v i a j a r a Sicilia y a l a M a g n a G r e c i a . A p e s a r d e su a m a r g u r a , se m a n t u v o v i n c u l a d o a l a d e m o c r a c i a h a s t a s u m u e r t e , o c u r r i d a h a c i a el a ñ o 3 9 5 . D e d i c ó s e a e s c r i b i r la Historia de la guerra del Peloponeso, que enfrentó a Aten a s y a sus a l i a d o s d e l E g e o c o n t r a E s p a r t a y la C o n f e d e r a c i ó n d e l P e l o p o n e s o e n t r e l o s a ñ o s 4 3 1 y 404 a. J . C . E l r e l a t o , d i v i d i d o e n o c h o l i b r o s — e l ú l t i m o d e los c u a l e s fue e s c r i t o a t o d a p r i s a — , c o n c l u y e c o n l a e x p e d i c i ó n d e A l c i b í a d e s a Sicilia ( 4 1 5 - 4 1 3 ) . L a c o n t i n u a c i ó n del conflicto fue r e l a t a d a p o r J e n o f o n t e e n las Helénicas. E n l a i n t r o d u c c i ó n d e su o b r a , calificada d e a r q u e o l ó g i c a p o r q u e v e r s a s o b r e l o s o r í g e n e s d e G r e c i a , T u c í d i d e s e x p u s o su m é t o d o d e h i s t o r i a d o r e n u n t e x t o f a m o s o ( v e r el t e x t o e n el a n e x o , Historia de la guerra del Peloponeso, l i b r o I , X X - X X I I T ) . D u d a r d e c u a n t o e s t á a d m i t i d o c o n s t i t u y e el p u n t o d e p a r t i d a d e su d e c i s i ó n . L a h i s t o r i a se inicia c o n la s o s p e c h a : « E s difícil d a r c r é d i t o a l o s d o c u m e n t o s e n s u c o n j u n t o ( . . . ) . L o s h o m b r e s a c e p t a n l a s c o s a s sin p r e v i o e x a m e n . » P a r a l l e g a r a ser h i s t o r i a d o r es p r e c i s o distanciarse d e la o p i n i ó n c o m ú n , g e n e r a d o r a d e t a n t o s errores acerca del p a s a d o y d e l p r e s e n t e . P o r t a n t o , n o se d e b e a c e p t a r l a p r i m e r a i n f o r m a c i ó n q u e n o s l l e g a . T a m p o c o d e b e m o s ser v í c t i m a s d e l a i l u s i ó n q u e e n g e n d r a el h e c h o d e h a b e r p a r t i c i p a d o e n l o s a c o n t e c i m i e n t o s . E n e f e c t o , «los h o m b r e s c o m p r o m e t i d o s e n la g u e r r a c o n s i d e r a n s i e m p r e la m á s i m p o r t a n t e a q u e l l a e n la q u e p a r t i c i p a n » ( X X I ) . R e a p a r e c e s u a r t e d e l a d u d a e n l a c r í t i c a d e las f u e n t e s . A l r e c h a z a r a l o s p o e t a s q u e « a m p l i f i c a n l o s a c o n t e c i m i e n t o s » , T u c í d i d e s v a m á s allá q u e H e r o d o t o , m a n t e n i é n d o s e , n o o b s t a n t e , circunspecto r e s p e c t o a los r e l a t o s é p i c o s . N o d e j a d e u t i l i z a r l o s p a r a e x t r a e r d e ellos los c a r a c t e r e s d e las c o s t u m b r e s , s o b r e l a p i r a t e r í a p o r e j e m p l o , o p a r a d e d u d i r el n ú m e r o d e h o m b r e s e n v i a d o s c o n t r a T r o y a . E n l o s u c e s i v o q u e d a n d i f e r e n c i a d o s el p l a n o d e l o m a r a v i l l o s o m í t i c o y el d e la r e a l i d a d h i s t ó r i c a . A l d e s p r e c i a r a los l o g ó g r a f o s , c o m o h e m o s v i s t o a n t e s , T u c í d i d e s s ó l o c o n s e r v a «las f u e n t e s m á s s e g u r a s » , e n t e n d i e n d o p o r t a l e s las m á s p r ó x i m a s a los h e c h o s q u e se r e l a t a n . ¡ H e a q u í lo q u e s u c e d e c o n el p a s a d o l e j a n o ! E n c u a n t o a l o s a c o n t e c i m i e n t o s c o n t e m p o r á n e o s , se r e s e r v a c u a l q u i e r o p i n i ó n a priori, c o n s e r v a n d o ú n i c a m e n t e lo q u e h a visto o lo q u e h a d a d o p o r s e n t a d o d e s p u é s d e c o n t r a s t a r los t e s t i m o n i o s e n p r o o e n c o n t r a . T a m p o c o d e j a d e r e c u r r i r a d o c u m e n t o s oficiales: el t e x t o d e la p a z d e N i c i a s ( 4 2 2 ) , g r a b a d o e n m á r m o l , se c o r r e s p o n d e casi p a l a b r a a p a l a b r a c o n el d e T u c í d i d e s . E s t a b l e c e r los h e c h o s e i n s e r t a r l o s e n las c o r r e s p o n d i e n t e s c a d e n a s c a u sales c o n s t i t u y e la e t a p a d e c i s i v a d e l a o p e r a c i ó n h i s t ó r i c a . D e t e r m i n a d a s e x p r e s i o n e s n o d e j a n l u g a r a d u d a s : « p a r a e x a m i n a r l o s h e c h o s » ; « v e r clar o e n l o s h e c h o s p a s a d o s » ; « c o n f i r m a d o s p o r los h e c h o s » . ¿ H a b l a r á n d e o t r a m a n e r a los m a e s t r o s d e l siglo XIX? L o s h e c h o s , c o n t a n t o c u i d a d o r e 14

c o n s t i t u i d o s , es p r e c i s o t a m b i é n j u z g a r l o s y e v a l u a r su i m p o r t a n c i a , d e d o n d e p r o c e d e el p a r a l e l i s m o e n t r e las g u e r r a s m é d i c a s y l a d e l P e l o p o n e s o ( X X J J I ) . Q u e d a l o e s e n c i a l : e s t a b l e c e r las c a u s a s d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s . E n u n a s l í n e a s d e c i s i v a s , el e s t r a t e g a e x i l i a d o d i s t i n g u e e n t r e las r a z o n e s i n m e d i a t a s d e l c o n f l i c t o (el e n f r e n t a m i e n t o e n t r e l o s h a b i t a n t e s d e C o r c i r a , a l i a d o s d e A t e n a s , y l o s c o r i n t i o s , a l i a d o s d e E s p a r t a ) y su c a u s a p r o f u n d a : el t e m o r q u e s e n t í a n l o s l a c e d e m o n i o s a n t e l o s p r o g r e s o s d e l i m perialismo a t e n i e n s e . M á s allá d e los m o t i v o s e x p u e s t o s p o r los p r o p i o s p r o t a g o n i s t a s , m á s a l l á d e l e n c a d e n a m i e n t o s u p e r f i c i a l d e los h e c h o s , s e i n t e r r o g a s o b r e los m e c a n i s m o s p r o f u n d o s del m o v i m i e n t o histórico. T a m b i é n e n u n c i a T u c í d i d e s d e p a s o las r e g l a s d e u n a f o r m a d e e s c r i b i r la h i s t o r i a . S e t r a t a d e u n a v e r d a d e n c o n s t r u c c i ó n , d e u n r e l a t o c o n s t r u i d o a partir d e un cierto nivel d e información, q u e comporta siempre u n a p a r t e d e l o n o - e s t a b l e c i d o : «así e r a , s e g ú n m i s i n v e s t i g a c i o n e s » ( X X ) ; « n o n o s e q u i v o c a m o s al j u z g a r l o s h e c h o s , a p r o x i m a d a m e n t e t a l c o m o l o s h e i n f o r m a d o » ( X X I ) . C o m o r e c h a z a c u a n t o es m a r a v i l l o s o , el h i s t o r i a d o r a t e n i e n s e se d e c a n t a p o r u n e s t i l o s o b r i o , d e s p r o v i s t o d e c u a l q u i e r artificio lit e r a r i o , a d e c u a d o a la f i n a l i d a d p e r s e g u i d a : « v e r c l a r o e n l o s h e c h o s d e l p a s a d o » . S i n e m b a r g o s e p e r m i t e , i n v o c a n d o l a l ó g i c a d e la v e r o s i m i l i t u d , r e c o n s t r u i r «los d i s c u r s o s p r o n u n c i a d o s p o r c a d a u n o d e los b e l i g e r a n t e s » . Su n a r r a c i ó n s e h a l l a así e s m a l t a d a c o n t r e i n t a y n u e v e a r e n g a s d e b i d a s a P e r i c l e s , A l c i b í a d e s , N i c i a s y a o t r o s . E n v e z d e « c i t a r c o n e x a c t i t u d las p a l a b r a s q u e f u e r o n p r o n u n c i a d a s , e x p o n e el p e n s a m i e n t o c o m p l e t o d e c a d a u n o d e e l l o s » , su s u b s t a n c i a . S e g ú n n u e s t r o c r i t e r i o , se t r a t a r í a d e u n a r t e u n p o c o s o s p e c h o s o , si e s t o s d i s c u r s o s r e e l a b o r a d o s d i e r a n l u g a r a a l g u n a parcialidad. Jacqueline de Romilly absuelve totalmente a Tucídides de este r e p r o c h e y n o s a p o r t a l a s r a z o n e s p o r l a s c u a l e s se t o m ó e s t a s l i b e r t a d e s c o n la m a t e r i a p r i m a d e l a h i s t o r i a . E s t o s f r a g m e n t o s d e g r a n e l o c u e n c i a , t a n n o r m a l e s e n la v i d a p o l í t i c a a t e n i e n s e , c o n s t i t u í a n u n m e d i o i d e a l d e esbozar, en pocas líneas, u n p e r s o n a j e y u n a política. T a m b i é n era u n a man e r a d e c o n s t r u i r u n s i s t e m a d e r e l a c i o n e s lógicas e n t r e los p e r s o n a j e s , sit u a n d o l o s d i s c u r s o s e n p a r a l e l o o e n o p o s i c i ó n . L a p r á c t i c a d e las a n t i l o gías o confrontaciones d e r a z o n a m i e n t o s era n o r m a l e n t r e los sofistas. Tuc í d i d e s s e a d a p t a a e l l a , p o r e j e m p l o , c u a n d o d a s u c e s i v a m e n t e la p a l a b r a a u n s i r a c u s a n o y a u n a t e n i e n s e p a r a e x p o n e r tesis rigurosamente contrarias, c o r r e s p o n d i e n d o e n t o n c e s al l e c t o r e l p a p e l d e a r b i t r o . E s t e t e x t o , c r e a d o r del g é n e r o histórico, nos p e r m i t e precisar, c o n la a y u d a d e l J a c q u e l i n e d e R o m i l l y (Histoire et raison chez Thucydide, p . 272), las t r e s e t a p a s d e l a o b r a d e l h i s t o r i a d o r a t e n i e n s e : a) u n t r a b a j o crítico q u e e s t a b l e c e las f u e n t e s y l o s h e c h o s ; b ) u n a a c t i v i d a d l ó g i c a q u e c o m p o n e s i s t e m a s d e p r u e b a s ; c) f i n a l m e n t e , u n a a c t i v i d a d o r g a n i z a d o r a q u e c o n s tituye conjuntos c o h e r e n t e s , en los que cada hecho y cada discurso partic i p a n d e u n m i s m o s i s t e m a . P e r o la m i s i ó n d e l h i s t o r i a d o r n o c o n c l u y e a q u í : e s p r e c i s o q u e t a m b i é n s e a útil a sus s e m e j a n t e s y q u e e s t i m u l e sus m e d i taciones. A m b i c i ó n justificada, e n la m e d i d a e n q u e los h e c h o s q u e relata s e s o m e t e n a l a ley d e l e t e r n o r e t o r n o q u e g o b i e r n a el c u r s o d e las c o s a s h u m a n a s . S e m e j a n t e c o n v i c c i ó n , q u e p u e d e ser calificada c o m o d e t e r m i n i s m o r a c i o n a l i s t a , s e r e l a c i o n a c o n u n a c o n c e p c i ó n cíclica d e l t i e m p o y c o n la fe e n la p e r e n n i d a d d e l a n a t u r a l e z a h u m a n a . P o r t a n t o , l o s m i s m o s 15

n e s o sus síntesis. E s p r e c i s o r e c o n o c e r q u e t o d o s e h a l l a s o m e t i d o e n él a la l ó g i c a d e l r e l a t o d e g u e r r a y a u n i m p l a c a b l e r a c i o n a l i s m o . E n c o n s e c u e n c i a , n o s e n s e ñ a t a n t o a p r o p ó s i t o d e la e s c r i t u r a d e la h i s t o r i a e n el siglo V c o m o d e l o s t r á g i c o s a c o n t e c i m i e n t o s d e los q u e f u e r o n v í c t i m a s l o s contemporáneos de Pericles. T u c í d i d e s n a c i ó h a c i a el a ñ o 4 6 0 e n el s e n o d e u n a familia e m p a r e n t a d a con C i m ó n y con Milcíades, propietaria de minas de o r o en Tracia. F u e eleg i d o e s t r a t e g a e n el a ñ o 4 2 4 y n o p u d o e v i t a r l a c a í d a d e A n f í p o l i s , l o q u e le v a h ó s e r c o n d e n a d o al e x i l i o . V i v i ó e n T r a c i a h a s t a el a ñ o 4 0 4 , n o sin v i a j a r a Sicilia y a l a M a g n a G r e c i a . A p e s a r d e su a m a r g u r a , se m a n t u v o v i n c u l a d o a l a d e m o c r a c i a h a s t a s u m u e r t e , o c u r r i d a h a c i a el a ñ o 3 9 5 . D e d i c ó s e a e s c r i b i r la Historia de la guerra del Peloponeso, que enfrentó a Aten a s y a sus a l i a d o s d e l E g e o c o n t r a E s p a r t a y la C o n f e d e r a c i ó n d e l P e l o p o n e s o e n t r e l o s a ñ o s 4 3 1 y 404 a. J . C . E l r e l a t o , d i v i d i d o e n o c h o l i b r o s — e l ú l t i m o d e los c u a l e s fue e s c r i t o a t o d a p r i s a — , c o n c l u y e c o n l a e x p e d i c i ó n d e A l c i b í a d e s a Sicilia ( 4 1 5 - 4 1 3 ) . L a c o n t i n u a c i ó n del conflicto fue r e l a t a d a p o r J e n o f o n t e e n las Helénicas. E n l a i n t r o d u c c i ó n d e su o b r a , calificada d e a r q u e o l ó g i c a p o r q u e v e r s a s o b r e l o s o r í g e n e s d e G r e c i a , T u c í d i d e s e x p u s o su m é t o d o d e h i s t o r i a d o r e n u n t e x t o f a m o s o ( v e r el t e x t o e n el a n e x o , Historia de la guerra del Peloponeso, l i b r o I , X X - X X I I T ) . D u d a r d e c u a n t o e s t á a d m i t i d o c o n s t i t u y e el p u n t o d e p a r t i d a d e su d e c i s i ó n . L a h i s t o r i a se inicia c o n la s o s p e c h a : « E s difícil d a r c r é d i t o a l o s d o c u m e n t o s e n s u c o n j u n t o ( . . . ) . L o s h o m b r e s a c e p t a n l a s c o s a s sin p r e v i o e x a m e n . » P a r a l l e g a r a ser h i s t o r i a d o r es p r e c i s o distanciarse d e la o p i n i ó n c o m ú n , g e n e r a d o r a d e t a n t o s errores acerca del p a s a d o y d e l p r e s e n t e . P o r t a n t o , n o se d e b e a c e p t a r l a p r i m e r a i n f o r m a c i ó n q u e n o s l l e g a . T a m p o c o d e b e m o s ser v í c t i m a s d e l a i l u s i ó n q u e e n g e n d r a el h e c h o d e h a b e r p a r t i c i p a d o e n l o s a c o n t e c i m i e n t o s . E n e f e c t o , «los h o m b r e s c o m p r o m e t i d o s e n la g u e r r a c o n s i d e r a n s i e m p r e la m á s i m p o r t a n t e a q u e l l a e n la q u e p a r t i c i p a n » ( X X I ) . R e a p a r e c e s u a r t e d e l a d u d a e n l a c r í t i c a d e las f u e n t e s . A l r e c h a z a r a l o s p o e t a s q u e « a m p l i f i c a n l o s a c o n t e c i m i e n t o s » , T u c í d i d e s v a m á s allá q u e H e r o d o t o , m a n t e n i é n d o s e , n o o b s t a n t e , circunspecto r e s p e c t o a los r e l a t o s é p i c o s . N o d e j a d e u t i l i z a r l o s p a r a e x t r a e r d e ellos los c a r a c t e r e s d e las c o s t u m b r e s , s o b r e l a p i r a t e r í a p o r e j e m p l o , o p a r a d e d u d i r el n ú m e r o d e h o m b r e s e n v i a d o s c o n t r a T r o y a . E n l o s u c e s i v o q u e d a n d i f e r e n c i a d o s el p l a n o d e l o m a r a v i l l o s o m í t i c o y el d e la r e a l i d a d h i s t ó r i c a . A l d e s p r e c i a r a los l o g ó g r a f o s , c o m o h e m o s v i s t o a n t e s , T u c í d i d e s s ó l o c o n s e r v a «las f u e n t e s m á s s e g u r a s » , e n t e n d i e n d o p o r t a l e s las m á s p r ó x i m a s a los h e c h o s q u e se r e l a t a n . ¡ H e a q u í lo q u e s u c e d e c o n el p a s a d o l e j a n o ! E n c u a n t o a l o s a c o n t e c i m i e n t o s c o n t e m p o r á n e o s , se r e s e r v a c u a l q u i e r o p i n i ó n a priori, c o n s e r v a n d o ú n i c a m e n t e lo q u e h a visto o lo q u e h a d a d o p o r s e n t a d o d e s p u é s d e c o n t r a s t a r los t e s t i m o n i o s e n p r o o e n c o n t r a . T a m p o c o d e j a d e r e c u r r i r a d o c u m e n t o s oficiales: el t e x t o d e la p a z d e N i c i a s ( 4 2 2 ) , g r a b a d o e n m á r m o l , se c o r r e s p o n d e casi p a l a b r a a p a l a b r a c o n el d e T u c í d i d e s . E s t a b l e c e r los h e c h o s e i n s e r t a r l o s e n las c o r r e s p o n d i e n t e s c a d e n a s c a u sales c o n s t i t u y e la e t a p a d e c i s i v a d e l a o p e r a c i ó n h i s t ó r i c a . D e t e r m i n a d a s e x p r e s i o n e s n o d e j a n l u g a r a d u d a s : « p a r a e x a m i n a r l o s h e c h o s » ; « v e r clar o e n l o s h e c h o s p a s a d o s » ; « c o n f i r m a d o s p o r los h e c h o s » . ¿ H a b l a r á n d e o t r a m a n e r a los m a e s t r o s d e l siglo XIX? L o s h e c h o s , c o n t a n t o c u i d a d o r e 14

c o n s t i t u i d o s , es p r e c i s o t a m b i é n j u z g a r l o s y e v a l u a r su i m p o r t a n c i a , d e d o n d e p r o c e d e el p a r a l e l i s m o e n t r e las g u e r r a s m é d i c a s y l a d e l P e l o p o n e s o ( X X J J I ) . Q u e d a l o e s e n c i a l : e s t a b l e c e r las c a u s a s d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s . E n u n a s l í n e a s d e c i s i v a s , el e s t r a t e g a e x i l i a d o d i s t i n g u e e n t r e las r a z o n e s i n m e d i a t a s d e l c o n f l i c t o (el e n f r e n t a m i e n t o e n t r e l o s h a b i t a n t e s d e C o r c i r a , a l i a d o s d e A t e n a s , y l o s c o r i n t i o s , a l i a d o s d e E s p a r t a ) y su c a u s a p r o f u n d a : el t e m o r q u e s e n t í a n l o s l a c e d e m o n i o s a n t e l o s p r o g r e s o s d e l i m perialismo a t e n i e n s e . M á s allá d e los m o t i v o s e x p u e s t o s p o r los p r o p i o s p r o t a g o n i s t a s , m á s a l l á d e l e n c a d e n a m i e n t o s u p e r f i c i a l d e los h e c h o s , s e i n t e r r o g a s o b r e los m e c a n i s m o s p r o f u n d o s del m o v i m i e n t o histórico. T a m b i é n e n u n c i a T u c í d i d e s d e p a s o las r e g l a s d e u n a f o r m a d e e s c r i b i r la h i s t o r i a . S e t r a t a d e u n a v e r d a d e n c o n s t r u c c i ó n , d e u n r e l a t o c o n s t r u i d o a partir d e un cierto nivel d e información, q u e comporta siempre u n a p a r t e d e l o n o - e s t a b l e c i d o : «así e r a , s e g ú n m i s i n v e s t i g a c i o n e s » ( X X ) ; « n o n o s e q u i v o c a m o s al j u z g a r l o s h e c h o s , a p r o x i m a d a m e n t e t a l c o m o l o s h e i n f o r m a d o » ( X X I ) . C o m o r e c h a z a c u a n t o es m a r a v i l l o s o , el h i s t o r i a d o r a t e n i e n s e se d e c a n t a p o r u n e s t i l o s o b r i o , d e s p r o v i s t o d e c u a l q u i e r artificio lit e r a r i o , a d e c u a d o a la f i n a l i d a d p e r s e g u i d a : « v e r c l a r o e n l o s h e c h o s d e l p a s a d o » . S i n e m b a r g o s e p e r m i t e , i n v o c a n d o l a l ó g i c a d e la v e r o s i m i l i t u d , r e c o n s t r u i r «los d i s c u r s o s p r o n u n c i a d o s p o r c a d a u n o d e los b e l i g e r a n t e s » . Su n a r r a c i ó n s e h a l l a así e s m a l t a d a c o n t r e i n t a y n u e v e a r e n g a s d e b i d a s a P e r i c l e s , A l c i b í a d e s , N i c i a s y a o t r o s . E n v e z d e « c i t a r c o n e x a c t i t u d las p a l a b r a s q u e f u e r o n p r o n u n c i a d a s , e x p o n e el p e n s a m i e n t o c o m p l e t o d e c a d a u n o d e e l l o s » , su s u b s t a n c i a . S e g ú n n u e s t r o c r i t e r i o , se t r a t a r í a d e u n a r t e u n p o c o s o s p e c h o s o , si e s t o s d i s c u r s o s r e e l a b o r a d o s d i e r a n l u g a r a a l g u n a parcialidad. Jacqueline de Romilly absuelve totalmente a Tucídides de este r e p r o c h e y n o s a p o r t a l a s r a z o n e s p o r l a s c u a l e s se t o m ó e s t a s l i b e r t a d e s c o n la m a t e r i a p r i m a d e l a h i s t o r i a . E s t o s f r a g m e n t o s d e g r a n e l o c u e n c i a , t a n n o r m a l e s e n la v i d a p o l í t i c a a t e n i e n s e , c o n s t i t u í a n u n m e d i o i d e a l d e esbozar, en pocas líneas, u n p e r s o n a j e y u n a política. T a m b i é n era u n a man e r a d e c o n s t r u i r u n s i s t e m a d e r e l a c i o n e s lógicas e n t r e los p e r s o n a j e s , sit u a n d o l o s d i s c u r s o s e n p a r a l e l o o e n o p o s i c i ó n . L a p r á c t i c a d e las a n t i l o gías o confrontaciones d e r a z o n a m i e n t o s era n o r m a l e n t r e los sofistas. Tuc í d i d e s s e a d a p t a a e l l a , p o r e j e m p l o , c u a n d o d a s u c e s i v a m e n t e la p a l a b r a a u n s i r a c u s a n o y a u n a t e n i e n s e p a r a e x p o n e r tesis rigurosamente contrarias, c o r r e s p o n d i e n d o e n t o n c e s al l e c t o r e l p a p e l d e a r b i t r o . E s t e t e x t o , c r e a d o r del g é n e r o histórico, nos p e r m i t e precisar, c o n la a y u d a d e l J a c q u e l i n e d e R o m i l l y (Histoire et raison chez Thucydide, p . 272), las t r e s e t a p a s d e l a o b r a d e l h i s t o r i a d o r a t e n i e n s e : a) u n t r a b a j o crítico q u e e s t a b l e c e las f u e n t e s y l o s h e c h o s ; b ) u n a a c t i v i d a d l ó g i c a q u e c o m p o n e s i s t e m a s d e p r u e b a s ; c) f i n a l m e n t e , u n a a c t i v i d a d o r g a n i z a d o r a q u e c o n s tituye conjuntos c o h e r e n t e s , en los que cada hecho y cada discurso partic i p a n d e u n m i s m o s i s t e m a . P e r o la m i s i ó n d e l h i s t o r i a d o r n o c o n c l u y e a q u í : e s p r e c i s o q u e t a m b i é n s e a útil a sus s e m e j a n t e s y q u e e s t i m u l e sus m e d i taciones. A m b i c i ó n justificada, e n la m e d i d a e n q u e los h e c h o s q u e relata s e s o m e t e n a l a ley d e l e t e r n o r e t o r n o q u e g o b i e r n a el c u r s o d e las c o s a s h u m a n a s . S e m e j a n t e c o n v i c c i ó n , q u e p u e d e ser calificada c o m o d e t e r m i n i s m o r a c i o n a l i s t a , s e r e l a c i o n a c o n u n a c o n c e p c i ó n cíclica d e l t i e m p o y c o n la fe e n la p e r e n n i d a d d e l a n a t u r a l e z a h u m a n a . P o r t a n t o , l o s m i s m o s 15

p r o c e s o s p s i c o l ó g i c o s d e b e n t e n e r n e c e s a r i a m e n t e , c o m o c o n s e c u e n c i a , el r e t o r n o d e los m i s m o s a c o n t e c i m i e n t o s . D e s p u é s d e e s t a h e r m o s a l e c c i ó n s o b r e el m é t o d o , s ó l o n o s r e s t a a p r e ciar el r e s u l t a d o : la c e l e b é r r i m a Guerra del Peloponeso. V e m o s manifest a r s e e n ella las c u a l i d a d e s f u n d a m e n t a l e s d e l h i s t o r i a d o r , e m p e z a n d o p o r u n a i n f o r m a c i ó n e x t e n s a , a b i e r t a a u n a f o r m a inicial d e a r q u e o l o g í a , c u a n d o el a u t o r d e s c r i b e las a n t i g u a s s e p u l t u r a s d e D é l o s , o c u a n d o se i n t e r r o g a a c e r c a d e los v e s t i g i o s q u e E s p a r t a p u e d e d e j a r . P a r e c e q u e c u a n d o c i t a d o c u m e n t o s ló h a c e c o n e x a c t i t u d . E n a l g u n o s c a s o s s e p u e d e c o m p r o b a r . Su v e r s i ó n d e l t r a t a d o d e a l i a n z a firmado e n t r e los h a b i t a n t e s d e A t e n a s , A r g o s , M a n t i n e a y E l e a , e n el a ñ o 4 2 0 - 4 1 9 , se c o r r e s p o n d e , c o n í n f i m a s v a r i a n t e s , c o n el t e x t o e n c o n t r a d o e n u n a e s t e l a d e la A c r ó p o l i s . E n c u a n t o a su i m p a r c i a l i d a d , es difícil r e c u s a r l a , e n la m e d i d a e n q u e d e j a h a b l a r a los c o n t e n d i e n t e s . M a n i f i e s t a , sin e m b a r g o , c i e r t a m o r o s i d a d r e s p e c t o a la d e m o c r a c i a a t e n i e n s e y n o d i s i m u l a sus s i m p a t í a s p o r los h o m b r e s d e e s t a d o m o d e r a d o s c o m o P e r i c l e s o N i c i a s . I n c l u s o n o s p o d e m o s p r e g u n t a r si n o e n n e g r e c i ó el c u a d r o d e l i m p e r i a l i s m o a t e n i e n s e . L e y é n d o l e , el a t a q u e l a n z a d o c o n t r a los h a b i t a n t e s d e M e l o s s e r í a t a n s ó l o u n a o d i o s a a g r e s i ó n d e l f u e r t e c o n t r a el d é b i l . Si t e n e m o s q u e d a r fe a las i n s c r i p c i o n e s r e c i e n t e m e n t e d e s c u b i e r t a s , ¡los h a b i t a n t e s d e M e l o s h a b r í a n f o r m a d o p a r t e d e l I m p e r i o y h a b r í a n s i d o c a s t i g a d o s p o r su r e b e l i ó n ! E n c u a l q u i e r c a s o , n o n o s s e r í a p o s i b l e n e g a r el s e n t i d o d e l a e v o c a c i ó n d e T u c í d i d e s , m a e s t r o e n el a r t e d e l r e t r a t o , e x p e r t o e n el r e l a t o d e b a t a l l a s , y e n el análisis d e l a p s i c o l o g í a c o l e c t i v a ( t a n t o si se t r a t a d e la m o r a l d e los a t e n i e n s e s d e s p u é s d e l d e s a s t r e d e Sicilia c o m o d e la r u i n a g e n e r a l d e l s i s t e m a d e v a l o r e s a t r i b u i b l e a la g u e r r a ) . Esta narración, perfectamente controlada, enriquecida con un agudo análisis d e las c a u s a s y d e las c o n s e c u e n c i a s ( i n m e d i a t a s y l e j a n a s ) d e los a c o n t e c i m i e n t o s , se e s t r u c t u r a t a m b i é n c o m o u n s i s t e m a c e r r a d o . J a c q u e l i n e d e R o m i l l y e x h u m ó e s t a lógica d e l t e x t o e n Histoire et raison chez Thucydide. B a j o l a sencilla a p a r i e n c i a d e u n r e l a t o l i n e a l se o c u l t a , d e h e c h o , u n « d i s c u r s o » e m i n e n t e m e n t e c o h e r e n t e y p e r s o n a l , e n el q u e t o d o s los e p i s o d i o s se r e m i t e n el u n o al o t r o y s e h a l l a n c a r g a d o s d e u n a signific a c i ó n i n t e r n a al s i s t e m a . P o r e j e m p l o , T u c í d i d e s n o se p i e r d e , c u a n d o c u e n t a el sitio d e S i r a c u s a , e n el r e l a t o d e las o c h o v i c t o r i a s a t e n i e n s e s . S e c o n t e n t a con centrarlo t o d o e n t o r n o a la lucha d e dos intenciones o p u e s t a s : sitiar S i r a c u s a / n o d e j a r s e sitiar. L e j o s d e p e r d e r s e e n el follaje d e los acontecimientos, construye, d e hecho, u n p e q u e ñ o d r a m a . E n líneas gener a l e s , q u i e r e h u i r d e l d e s o r d e n d e los h e c h o s n o a n a l i z a d o s p a r a q u e d a r s e ú n i c a m e n t e c o n los e l e m e n t o s q u e los v i n c u l a n e n t r e sí. S u estilo o t o r g a a estas r e l a c i o n e s u n r i g o r casi m a t e m á t i c o . L a s c o n c l u s i o n e s c o r r e s p o n d e n a los p r o y e c t o s . C a d a i d e a y c a d a h e c h o a d q u i e r e n u n c a r á c t e r d e f i n i d o a lo l a r g o d e l r e l a t o e n el q u e , n o sin r e p e t i c i o n e s , s i e m p r e h a c e r e f e r e n c i a a las m i s m a s n o c i o n e s c o n las m i s m a s p a l a b r a s . E n e s t a o b r a « l l e n a d e e c o s , de r e c u e r d o s , d e c o r r e s p o n d e n c i a s » , d e s c u b r i m o s u n a c o h e r e n c i a d e estilo y d e f o r m a q u e r e f u e r z a la i l a c i ó n d e los h e c h o s . A u n c u a n d o el a u t o r siga n o r m a l m e n t e el o r d e n c r o n o l ó g i c o , e n r e a l i d a d c o n s t r u y e u n a d e m o s t r a c i ó n e n la q u e los h e c h o s o c u p a n el l u g a r p r o p i o d e l o s a r g u m e n t o s e n u n r a z o n a m i e n t o . T o d o a d q u i e r e forma de n e c e s i d a d , a costa de u n a simplificación e x c e s i v a . E n L Archeologie, el c o n j u n t o gira e n t o r n o a la g é n e s i s 16

del Imperio ateniense, en d e t r i m e n t o de la Confederación espartana. E l c o n j u n t o d e la o b r a s e h a l l a s o m e t i d o a u n « r a c i o n a l i s m o o r g a n i z a d o r » q u e se p o n e d e r e l i e v e al clarificar l o s a c o n t e c i m i e n t o s y al r e l a c i o n a r l o s siguiendo un encadenamiento coherente. U n a o b r a a n t e r i o r d e J a c q u e l i n e d e R o m i l l y , Thucydide et l'Imperiaiisme athénien, h a b í a m o s t r a d o c u á l e s e r a n l a filosofía y la m o r a l c o n t e n i d a s e n l a Historia de la guerra del Peloponeso. E l imperialismo ateniense se conv i e r t e e n ella e n u n a f u e r z a a b s t r a c t a q u e g o b i e r n a el c u r s o d e la h i s t o r i a , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e las c o n d i c i o n e s q u e le d i e r o n o r i g e n . L a c i u d a d d e A t e n a s e n su c o n j u n t o e s t á a m i m a d a d e u n a v o l u n t a d p u r a y u n a ; e s t á p r e s e n t a d a c o m o i m p e r i a l i s t a , e n b l o q u e , sin d i s t i n c i ó n d e t e n d e n c i a s . T a l a m b i c i ó n c o l e c t i v a s e e j e r c e m e d i a n t e el s i s t e m a d e la t a l a s o c r a c i a , a p r o p ó sito d e l c u a l el h i s t o r i a d o r n o p r e c i s a n i l o s f u n d a m e n t o s n i la z o n a d e exp a n s i ó n . S e t r a t a d e u n a p u r a v o l u n t a d d e p o d e r s o b r e el m a r , q u e h a l l a e n sí m i s m a su f i n a l i d a d sin t e n e r e n c u e n t a el p r o b l e m a d e l a p r o v i s i o n a m i e n t o del trigo y la n e c e s i d a d d e subvenir a las escaseces de la clase p o b r e . E n s u m a , t a l v o l u n t a d d e c o n q u i s t a es u n a f u e r z a a b s t r a c t a q u e se n u t r e d e sí m i s m a . E s u n a p a s i ó n q u e t i e n d e a l a « g l o r i a » . L o s a t e n i e n s e s s e a b a n d o n a n a ella ú n i c a m e n t e p o r m o t i v o s p s i c o l ó g i c o s : p l a c e r e n la a c c i ó n , n e c e s i d a d d e a u t o r i d a d y b ú s q u e d a d e la f a m a . A l m i s m o t i e m p o h a l l a n e n ella algo así c o m o l a c u l m i n a c i ó n d e s u l i b e r t a d d e c i u d a d a n o s . A u n q u e p u e d a n aislarse las sucesivas formas del imperialismo ateniense ( P e r i c l e s o la p o t e n c i a c o n c i l i a d a c o n l a m e s u r a ; C l e ó n y A l c i b í a d e s o los d e s e n c a d e n a m i e n t o s d e l a hybris, el a b a n d o n o a las a m b i c i o n e s ilimitadas), éste presenta u n a u n i d a d fundamental, expresada en u n a simple f ó r m u l a : «los a t e n i e n s e s d e s e a b a n m á s » . E n c o n s e c u e n c i a , su c o m p o r t a m i e n t o se d o b l e g a a n t e u n a l ó g i c a i m p l a c a b l e : m a n i f e s t a r s u f u e r z a p a r a h a c e r s e t e m e r ; c o n v e r t i r l a e n el i m p u l s o n o r m a l d e las r e l a c i o n e s h u m a n a s ; a p l a s t a r a los d é b i l e s . ¿ P r o c e d e e s t a v i s i ó n d e l m u n d o d e l a e x p e r i e n c i a d e l historiador o d e la e n s e ñ a n z a d e los sofistas? E n cualquier caso, respira u n p r o f u n d ó p e s i m i s m o . C u a l q u i e r p o d e r , c u a l q u i e r d o m i n a c i ó n , sufre l a t e n t a c i ó n d e la d e s m e s u r a . A l a c o m e t e r l a h a s t a m á s allá d e sus f u e r z a s , c o r r e h a c i a su p e r d i c i ó n . L a hybris (la d e s m e s u r a ) l l a m a a la Némesis (el d e s t i n o , la f a t a l i d a d ) . R i c a e n e n s e ñ a n z a s filosóficas, o r g a n i z a d a c o m o u n a r e d c o h e r e n t e d e s i g n o s , l a o b r a d e T u c í d i d e s n o e s u n s i m p l e d o c u m e n t o a c e r c a d e l conflict o e n t r e las d o s m a y o r e s p o t e n c i a s d e l m u n d o g r i e g o . D e h e c h o , es p r e c i s o v e r e n ella u n m o n u m e n t o - p a n t a l l a , e l e v a d o a n t e la r e a l i d a d p a r a edificac i ó n d e las f u t u r a s g e n e r a c i o n e s . E s t a « t u m b a e s c r i t u r a r i a » , e r i g i d a a l a g l o r i a d e A t e n a s , i n v i t a al l e c t o r a r e c o r d a r y l e a s i g n a t a r e a s p a r a el p r e s e n t e . E n e s t e s e n t i d o , l a f u n c i ó n d e t o d a l a o b r a es c o m p a r a b l e a l a d e l a c é l e b r e o r a c i ó n f ú n e b r e p r o n u n c i a d a erí el a ñ o 4 3 1 p o r P e r i c l e s , r e e s c r i t a p o r T u c í d i d e s e n h o n o r d e las p r i m e r a s v í c t i m a s d e l c o n f l i c t o : « E n u n a p a l a b r a , lo a f i r m o , n u e s t r a c i u d a d e n su c o n j u n t o e s la e s c u e l a d e G r e c i a ( . . . ) . A s í e s la c i u d a d d e la q u e , c o n r a z ó n , e s t o s h o m b r e s n o q u i s i e r o n d e j a r s e d e s p o j a r y p o r la q u e m u r i e r o n v a l e r o s a m e n t e e n el c o m b a t e ; p o r d e f e n d e r l a , n u e s t r o s d e s c e n d i e n t e s e s t a r á n d i s p u e s t o s a h a c e r t o d a c l a s e d e sacrificios» ( l i b r o I I , 4 1 ) . 17

p r o c e s o s p s i c o l ó g i c o s d e b e n t e n e r n e c e s a r i a m e n t e , c o m o c o n s e c u e n c i a , el r e t o r n o d e los m i s m o s a c o n t e c i m i e n t o s . D e s p u é s d e e s t a h e r m o s a l e c c i ó n s o b r e el m é t o d o , s ó l o n o s r e s t a a p r e ciar el r e s u l t a d o : la c e l e b é r r i m a Guerra del Peloponeso. V e m o s manifest a r s e e n ella las c u a l i d a d e s f u n d a m e n t a l e s d e l h i s t o r i a d o r , e m p e z a n d o p o r u n a i n f o r m a c i ó n e x t e n s a , a b i e r t a a u n a f o r m a inicial d e a r q u e o l o g í a , c u a n d o el a u t o r d e s c r i b e las a n t i g u a s s e p u l t u r a s d e D é l o s , o c u a n d o se i n t e r r o g a a c e r c a d e los v e s t i g i o s q u e E s p a r t a p u e d e d e j a r . P a r e c e q u e c u a n d o c i t a d o c u m e n t o s ló h a c e c o n e x a c t i t u d . E n a l g u n o s c a s o s s e p u e d e c o m p r o b a r . Su v e r s i ó n d e l t r a t a d o d e a l i a n z a firmado e n t r e los h a b i t a n t e s d e A t e n a s , A r g o s , M a n t i n e a y E l e a , e n el a ñ o 4 2 0 - 4 1 9 , se c o r r e s p o n d e , c o n í n f i m a s v a r i a n t e s , c o n el t e x t o e n c o n t r a d o e n u n a e s t e l a d e la A c r ó p o l i s . E n c u a n t o a su i m p a r c i a l i d a d , es difícil r e c u s a r l a , e n la m e d i d a e n q u e d e j a h a b l a r a los c o n t e n d i e n t e s . M a n i f i e s t a , sin e m b a r g o , c i e r t a m o r o s i d a d r e s p e c t o a la d e m o c r a c i a a t e n i e n s e y n o d i s i m u l a sus s i m p a t í a s p o r los h o m b r e s d e e s t a d o m o d e r a d o s c o m o P e r i c l e s o N i c i a s . I n c l u s o n o s p o d e m o s p r e g u n t a r si n o e n n e g r e c i ó el c u a d r o d e l i m p e r i a l i s m o a t e n i e n s e . L e y é n d o l e , el a t a q u e l a n z a d o c o n t r a los h a b i t a n t e s d e M e l o s s e r í a t a n s ó l o u n a o d i o s a a g r e s i ó n d e l f u e r t e c o n t r a el d é b i l . Si t e n e m o s q u e d a r fe a las i n s c r i p c i o n e s r e c i e n t e m e n t e d e s c u b i e r t a s , ¡los h a b i t a n t e s d e M e l o s h a b r í a n f o r m a d o p a r t e d e l I m p e r i o y h a b r í a n s i d o c a s t i g a d o s p o r su r e b e l i ó n ! E n c u a l q u i e r c a s o , n o n o s s e r í a p o s i b l e n e g a r el s e n t i d o d e l a e v o c a c i ó n d e T u c í d i d e s , m a e s t r o e n el a r t e d e l r e t r a t o , e x p e r t o e n el r e l a t o d e b a t a l l a s , y e n el análisis d e l a p s i c o l o g í a c o l e c t i v a ( t a n t o si se t r a t a d e la m o r a l d e los a t e n i e n s e s d e s p u é s d e l d e s a s t r e d e Sicilia c o m o d e la r u i n a g e n e r a l d e l s i s t e m a d e v a l o r e s a t r i b u i b l e a la g u e r r a ) . Esta narración, perfectamente controlada, enriquecida con un agudo análisis d e las c a u s a s y d e las c o n s e c u e n c i a s ( i n m e d i a t a s y l e j a n a s ) d e los a c o n t e c i m i e n t o s , se e s t r u c t u r a t a m b i é n c o m o u n s i s t e m a c e r r a d o . J a c q u e l i n e d e R o m i l l y e x h u m ó e s t a lógica d e l t e x t o e n Histoire et raison chez Thucydide. B a j o l a sencilla a p a r i e n c i a d e u n r e l a t o l i n e a l se o c u l t a , d e h e c h o , u n « d i s c u r s o » e m i n e n t e m e n t e c o h e r e n t e y p e r s o n a l , e n el q u e t o d o s los e p i s o d i o s se r e m i t e n el u n o al o t r o y s e h a l l a n c a r g a d o s d e u n a signific a c i ó n i n t e r n a al s i s t e m a . P o r e j e m p l o , T u c í d i d e s n o se p i e r d e , c u a n d o c u e n t a el sitio d e S i r a c u s a , e n el r e l a t o d e las o c h o v i c t o r i a s a t e n i e n s e s . S e c o n t e n t a con centrarlo t o d o e n t o r n o a la lucha d e dos intenciones o p u e s t a s : sitiar S i r a c u s a / n o d e j a r s e sitiar. L e j o s d e p e r d e r s e e n el follaje d e los acontecimientos, construye, d e hecho, u n p e q u e ñ o d r a m a . E n líneas gener a l e s , q u i e r e h u i r d e l d e s o r d e n d e los h e c h o s n o a n a l i z a d o s p a r a q u e d a r s e ú n i c a m e n t e c o n los e l e m e n t o s q u e los v i n c u l a n e n t r e sí. S u estilo o t o r g a a estas r e l a c i o n e s u n r i g o r casi m a t e m á t i c o . L a s c o n c l u s i o n e s c o r r e s p o n d e n a los p r o y e c t o s . C a d a i d e a y c a d a h e c h o a d q u i e r e n u n c a r á c t e r d e f i n i d o a lo l a r g o d e l r e l a t o e n el q u e , n o sin r e p e t i c i o n e s , s i e m p r e h a c e r e f e r e n c i a a las m i s m a s n o c i o n e s c o n las m i s m a s p a l a b r a s . E n e s t a o b r a « l l e n a d e e c o s , de r e c u e r d o s , d e c o r r e s p o n d e n c i a s » , d e s c u b r i m o s u n a c o h e r e n c i a d e estilo y d e f o r m a q u e r e f u e r z a la i l a c i ó n d e los h e c h o s . A u n c u a n d o el a u t o r siga n o r m a l m e n t e el o r d e n c r o n o l ó g i c o , e n r e a l i d a d c o n s t r u y e u n a d e m o s t r a c i ó n e n la q u e los h e c h o s o c u p a n el l u g a r p r o p i o d e l o s a r g u m e n t o s e n u n r a z o n a m i e n t o . T o d o a d q u i e r e forma de n e c e s i d a d , a costa de u n a simplificación e x c e s i v a . E n L Archeologie, el c o n j u n t o gira e n t o r n o a la g é n e s i s 16

del Imperio ateniense, en d e t r i m e n t o de la Confederación espartana. E l c o n j u n t o d e la o b r a s e h a l l a s o m e t i d o a u n « r a c i o n a l i s m o o r g a n i z a d o r » q u e se p o n e d e r e l i e v e al clarificar l o s a c o n t e c i m i e n t o s y al r e l a c i o n a r l o s siguiendo un encadenamiento coherente. U n a o b r a a n t e r i o r d e J a c q u e l i n e d e R o m i l l y , Thucydide et l'Imperiaiisme athénien, h a b í a m o s t r a d o c u á l e s e r a n l a filosofía y la m o r a l c o n t e n i d a s e n l a Historia de la guerra del Peloponeso. E l imperialismo ateniense se conv i e r t e e n ella e n u n a f u e r z a a b s t r a c t a q u e g o b i e r n a el c u r s o d e la h i s t o r i a , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e las c o n d i c i o n e s q u e le d i e r o n o r i g e n . L a c i u d a d d e A t e n a s e n su c o n j u n t o e s t á a m i m a d a d e u n a v o l u n t a d p u r a y u n a ; e s t á p r e s e n t a d a c o m o i m p e r i a l i s t a , e n b l o q u e , sin d i s t i n c i ó n d e t e n d e n c i a s . T a l a m b i c i ó n c o l e c t i v a s e e j e r c e m e d i a n t e el s i s t e m a d e la t a l a s o c r a c i a , a p r o p ó sito d e l c u a l el h i s t o r i a d o r n o p r e c i s a n i l o s f u n d a m e n t o s n i la z o n a d e exp a n s i ó n . S e t r a t a d e u n a p u r a v o l u n t a d d e p o d e r s o b r e el m a r , q u e h a l l a e n sí m i s m a su f i n a l i d a d sin t e n e r e n c u e n t a el p r o b l e m a d e l a p r o v i s i o n a m i e n t o del trigo y la n e c e s i d a d d e subvenir a las escaseces de la clase p o b r e . E n s u m a , t a l v o l u n t a d d e c o n q u i s t a es u n a f u e r z a a b s t r a c t a q u e se n u t r e d e sí m i s m a . E s u n a p a s i ó n q u e t i e n d e a l a « g l o r i a » . L o s a t e n i e n s e s s e a b a n d o n a n a ella ú n i c a m e n t e p o r m o t i v o s p s i c o l ó g i c o s : p l a c e r e n la a c c i ó n , n e c e s i d a d d e a u t o r i d a d y b ú s q u e d a d e la f a m a . A l m i s m o t i e m p o h a l l a n e n ella algo así c o m o l a c u l m i n a c i ó n d e s u l i b e r t a d d e c i u d a d a n o s . A u n q u e p u e d a n aislarse las sucesivas formas del imperialismo ateniense ( P e r i c l e s o la p o t e n c i a c o n c i l i a d a c o n l a m e s u r a ; C l e ó n y A l c i b í a d e s o los d e s e n c a d e n a m i e n t o s d e l a hybris, el a b a n d o n o a las a m b i c i o n e s ilimitadas), éste presenta u n a u n i d a d fundamental, expresada en u n a simple f ó r m u l a : «los a t e n i e n s e s d e s e a b a n m á s » . E n c o n s e c u e n c i a , su c o m p o r t a m i e n t o se d o b l e g a a n t e u n a l ó g i c a i m p l a c a b l e : m a n i f e s t a r s u f u e r z a p a r a h a c e r s e t e m e r ; c o n v e r t i r l a e n el i m p u l s o n o r m a l d e las r e l a c i o n e s h u m a n a s ; a p l a s t a r a los d é b i l e s . ¿ P r o c e d e e s t a v i s i ó n d e l m u n d o d e l a e x p e r i e n c i a d e l historiador o d e la e n s e ñ a n z a d e los sofistas? E n cualquier caso, respira u n p r o f u n d ó p e s i m i s m o . C u a l q u i e r p o d e r , c u a l q u i e r d o m i n a c i ó n , sufre l a t e n t a c i ó n d e la d e s m e s u r a . A l a c o m e t e r l a h a s t a m á s allá d e sus f u e r z a s , c o r r e h a c i a su p e r d i c i ó n . L a hybris (la d e s m e s u r a ) l l a m a a la Némesis (el d e s t i n o , la f a t a l i d a d ) . R i c a e n e n s e ñ a n z a s filosóficas, o r g a n i z a d a c o m o u n a r e d c o h e r e n t e d e s i g n o s , l a o b r a d e T u c í d i d e s n o e s u n s i m p l e d o c u m e n t o a c e r c a d e l conflict o e n t r e las d o s m a y o r e s p o t e n c i a s d e l m u n d o g r i e g o . D e h e c h o , es p r e c i s o v e r e n ella u n m o n u m e n t o - p a n t a l l a , e l e v a d o a n t e la r e a l i d a d p a r a edificac i ó n d e las f u t u r a s g e n e r a c i o n e s . E s t a « t u m b a e s c r i t u r a r i a » , e r i g i d a a l a g l o r i a d e A t e n a s , i n v i t a al l e c t o r a r e c o r d a r y l e a s i g n a t a r e a s p a r a el p r e s e n t e . E n e s t e s e n t i d o , l a f u n c i ó n d e t o d a l a o b r a es c o m p a r a b l e a l a d e l a c é l e b r e o r a c i ó n f ú n e b r e p r o n u n c i a d a erí el a ñ o 4 3 1 p o r P e r i c l e s , r e e s c r i t a p o r T u c í d i d e s e n h o n o r d e las p r i m e r a s v í c t i m a s d e l c o n f l i c t o : « E n u n a p a l a b r a , lo a f i r m o , n u e s t r a c i u d a d e n su c o n j u n t o e s la e s c u e l a d e G r e c i a ( . . . ) . A s í e s la c i u d a d d e la q u e , c o n r a z ó n , e s t o s h o m b r e s n o q u i s i e r o n d e j a r s e d e s p o j a r y p o r la q u e m u r i e r o n v a l e r o s a m e n t e e n el c o m b a t e ; p o r d e f e n d e r l a , n u e s t r o s d e s c e n d i e n t e s e s t a r á n d i s p u e s t o s a h a c e r t o d a c l a s e d e sacrificios» ( l i b r o I I , 4 1 ) . 17

3.

POLIBIO O LA RECONSTRUCCIÓN LÓGICA DEL PASADO

F r e c u e n t e m e n t e se h a c o n s i d e r a d o a P o l i b i o c o m o el alter ego d e T u c í d i d e s . D e estilo m e n o s , b r i l l a n t e , n o s p a r e c e t o d a v í a m á s s i s t e m á t i c o e n l o q u e a la i n t e r p r e t a c i ó n d e l p a s a d o se r e f i e r e . N o s s e r v i r á d e h i l o c o n d u c t o r la l ó g i c a i m p l a c a b l e q u e t e s t i m o n i a : « C o n s i d e r o p u e r i l n o s ó l o t o d o l o q u e se a p a r t a d e u n p r i n c i p i o l ó g i c o , s i n o m á s a ú n l o q u e e s t á f u e r a d e l o p o sible.» A falta d e u n análisis r a c i o n a l d e l p a s a d o , p o r lo m e n o s es n e c e s a rio p r o p o n e r u n a l e c t u r a v e r o s í m i l .

la l e t r a c o m o al e s p í r i t u d e las p a l a b r a s , y sus e r r o r e s g e o g r á f i c o s . E n su o p i n i ó n , el h i s t o r i a d o r d e b e a s o c i a r c a p a c i d a d crítica y a m p l i a i n f o r m a c i ó n e n el t e r r e n o p o l í t i c o , m i l i t a r y g e o g r á f i c o . S u m é t o d o crítico n o t i e n e n a d a d e e s p e c i a l m e n t e o r i g i n a l . P a r a é l , n a d a p u e d e s u s t i t u i r al t e s t i m o n i o d i r e c t o . C o n s i d e r a m á s fiable la v i s t a q u e el oído. D a d o que h a b í a asistido a m u c h o s grandes acontecimientos, tenía efectivamente amplia experiencia política y diplomática. C u a n d o n o h a sido testigo presencial d e tal o cual h e c h o , r e c u r r e a los i n f o r m a d o r e s , confront a n d o sus t e s t i m o n i o s . E s t a n d o e n R o m a e n t r e los a ñ o s 167 y 1 5 0 , p u d o conocer a exiliados, viajeros y p r o t a g o n i s t a s e m i n e n t e s d e la c o n q u i s t a ,

A)

La obra de u n viajero exiliado (¿2087-126 a. J. C.) e n el m o m e n t o de la transición entre el m u n d o griego y el m u n d o r o m a n o

N a c i d o e n M e g a l ó p o l i s , e n la A r c a d i a , e n el s e n o d e u n a familia aristocrática, Polibio recibió u n a formación polivalente e n política, estrategia y elocuencia. C o m o s o l d a d o , c o m b a t i ó con los r o m a n o s p a r a o p o n e r s e a A n t í o c o I I I , el r e y s e l é u c i d a q u e p e n e t r ó e n G r e c i a l l a m a d o p o r los e t o l i o s e n 190-188. M á s t a r d e s e m a n t u v o p r u d e n t e d u r a n t e la r e v u e l t a d e P e r s e o c o n t r a los r o m a n o s ( 1 7 0 - 1 6 9 ) . A p e s a r d e t o d o fue d e p o r t a d o a R o m a , d o n d e p e r m a n e c i ó d u r a n t e ¡diecisiete a ñ o s ! A l l í se c o n v i r t i ó e n el p r o t e g i d o y a m i g o d e E s c i p i ó n E m i l i a n o , y se r e l a c i o n ó m u c h o c o n C a t ó n . O b s e r v a n d o las i n s t i t u c i o n e s r o m a n a s m a d u r ó el p r o y e c t o d e e s c r i b i r las Historias, A p r o v e c h ó su exilio p a r a v i s i t a r la G a l i a d e l S u r y E s p a ñ a . E n el a ñ o 150 r e g r e s ó f i n a l m e n t e a su G r e c i a n a t a l , lo q u e n o le i m p i d i ó s e g u i r a E s c i p i ó n h a s t a las m u r a l l a s d e C a r t a g o e n 146. C u a n d o l o s a q u e o s s e r e b e l a r o n de nuevo contra R o m a consiguió u n a solución de compromiso. C o n o c e m o s m a l el final d e s u v i d a : v i a j ó a E g i p t o , asistió al sitio d e N u m a n c i a e n el a ñ o 133 y m u r i ó p r o b a b l e m e n t e e n el a ñ o 1 2 6 . A d e m á s de obras secundarias y perdidas, como u n t r a t a d o de táctica, P o l i b i o n o s h a d e j a d o c u a r e n t a l i b r o s d e Historias. L a primera parte, redactada en R o m a y r e e l a b o r a d a p o s t e r i o r m e n t e , r e l a t a la conquista del m u n d o p o r l o s r o m a n o s d e s d e el a ñ o 2 2 0 al 168 y, p o r t a n t o , las g u e r r a s p ú n i c a s . L a s e g u n d a p a r t e r e l a t a las c o n m o c i o n e s s o b r e v e n i d a s al m u n d o g r e c o - r o m a n o d e s d e el a ñ o 168 al 146, o s e a , h a s t a l a d e s t r u c c i ó n d e C a r t a g o . Se t r a t a d e u n r e l a t o c r o n o l ó g i c o , c e n t r a d o p r i m e r o e n O c c i d e n t e y m á s t a r d e en O r i e n t e , d o n d e los a c o n t e c i m i e n t os o c u p a n u n espacio p r o p o r c i o n a l a s u i m p o r t a n c i a . D e h e c h o , el v e r d a d e r o o b j e t i v o d e e s t a s Historias c o n s i s t e e n r e l a t a r la c o n q u i s t a r o m a n a y a n a l i z a r la c o n s t i t u c i ó n q u e la hizo p o s i b l e . P o l i b i o p r e t e n d i ó e x p o n e r «la e c o n o m í a g e n e r a l y g l o b a l d e los a c o n t e c i m i e n t o s » , r e f u n d i e n d o las h i s t o r i a s p a r t i c u l a r e s e n l a h i s t o ria u n i v e r s a l e n v i r t u d d e l o s g r a n d e s c o n f l i c t o s , c o m o la p r i m e r a g u e r r a p ú n i c a , p a r a h a c e r , a t r a v é s d e é s t a , la h i s t o r i a d e l a e x p a n s i ó n r o m a n a .

B)

M é t o d o crítico y afán de saber

P o l i b i o p r e t e n d e e v i t a r l o s d e f e c t o s d e sus p r e d e c e s o r e s , e s p e c i a l m e n t e d e C a l í s t e n e s y T i m e o . L e s r e p r o c h a su n a r r a c i ó n i n c o n e x a , sus r e l a t o s ing e n u o s , su t o m a d e p o s i c i ó n , sus d i s c u r s o s i r r e s p e t u o s o s , t a n t o r e s p e c t o a 18

c o m o L e l i o , p a r i e n t e d e E s c i p i ó n , o d e la vida política, c o m o C a t ó n . P u d o consultar los anales d e la R e p ú b l i c a r o m a n a , convertidos i n m e d i a t a m e n t e e n los Anales

maximi.

T a m b i é n t u v o acceso a libros p r o c e d e n t e s d e los cam-

pos opuestos. Polibio p l a n t e a a los diferentes testimonios d e los q u e d i s p o n e p r e g u n tas llenas d e sentido c o m ú n : ¿ h a asistido su a u t o r a los a c o n t e c i m i e n t o s ? , ¿tiene experiencia política y militar? D a n d o p r u e b a s de innegable sentido crítico, r e h u s a aquello q u e s i m p l e m e n t e se dice. A v e n t a j a en este aspecto a sus p r e d e c e s o r e s , i n c l u y e n d o a T u c í d i d e s . C i t a los t r a t a d o s , l o s d e c r e t o s , las c a r t a s , q u e v o l v i ó a c o p i a r e n l o s « a r c h i v o s oficiales» r o m a n o s , el Tabularium.

T a m b i é n l e i n t e r e s a n l a s cifras. C u a n d o i n t e n t a e v a l u a r las fuer-

zas d e A n í b a l , p r e f i e r e f u n d a m e n t a r s e m e j o r e n u n a i n s c r i p c i ó n q u e n o e n las e s t i m a c i o n e s a p o r t a d a s p o r d i f e r e n t e s t e s t i g o s . ¿ L e falta i n f o r m a c i ó n s o b r e t a l o c u a l t e m a ? E x p o n e e n t o n c e s lo q u e l e p a r e c e m á s v e r o s í m i l . A l s o m e t e r así la h i s t o r i a a l a l ó g i c a , se m a n t i e n e e n c o n c o r d a n c i a c o n l o q u e es n a t u r a l , c o n l a e x p e r i e n c i a c o m ú n . S i e m p r e e n n o m b r e d e l a v e r o s i m i litud, y forzando e x t r e m a d a m e n t e este principio, llega a «deducir h e c h o s desconocidos a partir de hechos conocidos» (Pédech). E l « a f á n d e s a b e r » d e P o l i b i o s e m a n i f i e s t a e s p e c i a l m e n t e e n el d o m i nio geográfico. Se fue c o n v i r t i e n d o , p o c o a p o c o , a la geografía, utilizánd o l a al p r i n c i p i o c o m o u n h i s t o r i a d o r q u e s e p r e o c u p a p o r c o n o c e r l o s lug a r e s d o n d e se d e s a r r o l l a n l o s a c o n t e c i m i e n t o s , h a s t a l l e g a r a p r a c t i c a r l a p o r sí m i s m a . L e g u s t a d e s c r i b i r l o s p a í s e s q u e h a r e c o r r i d o : G r e c i a , B í z a n c i o , I t a l i a , i n c l u i d a Sicilia, E s p a ñ a , l a G a l i a , Á f r i c a d e l N o r t e , E g i p t o . Si el P o l i b i o « p r i m e r e s t i l o » se c o m p o r t a c o m o u n s o l d a d o y c o m o u n t u r i s t a , q u e a m a las c u r i o s i d a d e s y a p r e c i a las v e n t a j a s e s t r a t é g i c a s d e u n e n c l a v e , el P o l i b i o « s e g u n d o e s t i l o » c u l t i v a l a g e o g r a f í a p o r ella m i s m a . O b s e r v a q u e Sicilia t i e n e u n a f o r m a t r i a n g u l a r . I n t r o d u c e e n su o b r a n o t i c i a s d e s c r i p t i v a s s o b r e I t a l i a , s o b r e l a C i s a l p i n a , el R ó d a n o ( I I I , 4 7 , 2 - 4 ) . I n clusive lleva a c a b o u n e s t u d i o oceanógrafico del P o n t o E u x i n o ( I V , 39-42): ¿ a q u é se d e b e s u e n c e n a g a m i e n t o ? , ¿ a q u é las c o r r i e n t e s d e l o s e s t r e c h o s p ó n t i c o s ? C o n s i d e r a q u e el e n c e n a g a m i e n t o e s i n e v i t a b l e , d a d a la i m p o r t a n c i a d e las a p o r t a c i o n e s f l u v i a l e s . E n c u a n t o a las c o r r i e n t e s , s o n r e s u l t a d o d e l d e s a g ü e d e u n m a r al q u e l o s r í o s h a n h e c h o c r e c e r e n e x c e s o . P o l i b i o , n o s a t i s f e c h o c o n d e s c r i b i r , r a z o n a . I n c l u s o se p r e g u n t a a p r o p ó s i t o d e la f o r m a y d e los l í m i t e s d e l m u n d o , así c o m o d e la p o s i b l e e x i s t e n c i a de un continente austral. 19

3.

POLIBIO O LA RECONSTRUCCIÓN LÓGICA DEL PASADO

F r e c u e n t e m e n t e se h a c o n s i d e r a d o a P o l i b i o c o m o el alter ego d e T u c í d i d e s . D e estilo m e n o s , b r i l l a n t e , n o s p a r e c e t o d a v í a m á s s i s t e m á t i c o e n l o q u e a la i n t e r p r e t a c i ó n d e l p a s a d o se r e f i e r e . N o s s e r v i r á d e h i l o c o n d u c t o r la l ó g i c a i m p l a c a b l e q u e t e s t i m o n i a : « C o n s i d e r o p u e r i l n o s ó l o t o d o l o q u e se a p a r t a d e u n p r i n c i p i o l ó g i c o , s i n o m á s a ú n l o q u e e s t á f u e r a d e l o p o sible.» A falta d e u n análisis r a c i o n a l d e l p a s a d o , p o r lo m e n o s es n e c e s a rio p r o p o n e r u n a l e c t u r a v e r o s í m i l .

la l e t r a c o m o al e s p í r i t u d e las p a l a b r a s , y sus e r r o r e s g e o g r á f i c o s . E n su o p i n i ó n , el h i s t o r i a d o r d e b e a s o c i a r c a p a c i d a d crítica y a m p l i a i n f o r m a c i ó n e n el t e r r e n o p o l í t i c o , m i l i t a r y g e o g r á f i c o . S u m é t o d o crítico n o t i e n e n a d a d e e s p e c i a l m e n t e o r i g i n a l . P a r a é l , n a d a p u e d e s u s t i t u i r al t e s t i m o n i o d i r e c t o . C o n s i d e r a m á s fiable la v i s t a q u e el oído. D a d o que h a b í a asistido a m u c h o s grandes acontecimientos, tenía efectivamente amplia experiencia política y diplomática. C u a n d o n o h a sido testigo presencial d e tal o cual h e c h o , r e c u r r e a los i n f o r m a d o r e s , confront a n d o sus t e s t i m o n i o s . E s t a n d o e n R o m a e n t r e los a ñ o s 167 y 1 5 0 , p u d o conocer a exiliados, viajeros y p r o t a g o n i s t a s e m i n e n t e s d e la c o n q u i s t a ,

A)

La obra de u n viajero exiliado (¿2087-126 a. J. C.) e n el m o m e n t o de la transición entre el m u n d o griego y el m u n d o r o m a n o

N a c i d o e n M e g a l ó p o l i s , e n la A r c a d i a , e n el s e n o d e u n a familia aristocrática, Polibio recibió u n a formación polivalente e n política, estrategia y elocuencia. C o m o s o l d a d o , c o m b a t i ó con los r o m a n o s p a r a o p o n e r s e a A n t í o c o I I I , el r e y s e l é u c i d a q u e p e n e t r ó e n G r e c i a l l a m a d o p o r los e t o l i o s e n 190-188. M á s t a r d e s e m a n t u v o p r u d e n t e d u r a n t e la r e v u e l t a d e P e r s e o c o n t r a los r o m a n o s ( 1 7 0 - 1 6 9 ) . A p e s a r d e t o d o fue d e p o r t a d o a R o m a , d o n d e p e r m a n e c i ó d u r a n t e ¡diecisiete a ñ o s ! A l l í se c o n v i r t i ó e n el p r o t e g i d o y a m i g o d e E s c i p i ó n E m i l i a n o , y se r e l a c i o n ó m u c h o c o n C a t ó n . O b s e r v a n d o las i n s t i t u c i o n e s r o m a n a s m a d u r ó el p r o y e c t o d e e s c r i b i r las Historias, A p r o v e c h ó su exilio p a r a v i s i t a r la G a l i a d e l S u r y E s p a ñ a . E n el a ñ o 150 r e g r e s ó f i n a l m e n t e a su G r e c i a n a t a l , lo q u e n o le i m p i d i ó s e g u i r a E s c i p i ó n h a s t a las m u r a l l a s d e C a r t a g o e n 146. C u a n d o l o s a q u e o s s e r e b e l a r o n de nuevo contra R o m a consiguió u n a solución de compromiso. C o n o c e m o s m a l el final d e s u v i d a : v i a j ó a E g i p t o , asistió al sitio d e N u m a n c i a e n el a ñ o 133 y m u r i ó p r o b a b l e m e n t e e n el a ñ o 1 2 6 . A d e m á s de obras secundarias y perdidas, como u n t r a t a d o de táctica, P o l i b i o n o s h a d e j a d o c u a r e n t a l i b r o s d e Historias. L a primera parte, redactada en R o m a y r e e l a b o r a d a p o s t e r i o r m e n t e , r e l a t a la conquista del m u n d o p o r l o s r o m a n o s d e s d e el a ñ o 2 2 0 al 168 y, p o r t a n t o , las g u e r r a s p ú n i c a s . L a s e g u n d a p a r t e r e l a t a las c o n m o c i o n e s s o b r e v e n i d a s al m u n d o g r e c o - r o m a n o d e s d e el a ñ o 168 al 146, o s e a , h a s t a l a d e s t r u c c i ó n d e C a r t a g o . Se t r a t a d e u n r e l a t o c r o n o l ó g i c o , c e n t r a d o p r i m e r o e n O c c i d e n t e y m á s t a r d e en O r i e n t e , d o n d e los a c o n t e c i m i e n t o s o c u p a n u n espacio p r o p o r c i o n a l a s u i m p o r t a n c i a . D e h e c h o , el v e r d a d e r o o b j e t i v o d e e s t a s Historias c o n s i s t e e n r e l a t a r la c o n q u i s t a r o m a n a y a n a l i z a r la c o n s t i t u c i ó n q u e la hizo p o s i b l e . P o l i b i o p r e t e n d i ó e x p o n e r «la e c o n o m í a g e n e r a l y g l o b a l d e los a c o n t e c i m i e n t o s » , r e f u n d i e n d o las h i s t o r i a s p a r t i c u l a r e s e n l a h i s t o ria u n i v e r s a l e n v i r t u d d e l o s g r a n d e s c o n f l i c t o s , c o m o la p r i m e r a g u e r r a p ú n i c a , p a r a h a c e r , a t r a v é s d e é s t a , la h i s t o r i a d e l a e x p a n s i ó n r o m a n a .

B)

M é t o d o crítico y afán de saber

P o l i b i o p r e t e n d e e v i t a r l o s d e f e c t o s d e sus p r e d e c e s o r e s , e s p e c i a l m e n t e d e C a l í s t e n e s y T i m e o . L e s r e p r o c h a su n a r r a c i ó n i n c o n e x a , sus r e l a t o s ing e n u o s , su t o m a d e p o s i c i ó n , sus d i s c u r s o s i r r e s p e t u o s o s , t a n t o r e s p e c t o a 18

c o m o L e l i o , p a r i e n t e d e E s c i p i ó n , o d e la vida política, c o m o C a t ó n . P u d o consultar los anales d e la R e p ú b l i c a r o m a n a , convertidos i n m e d i a t a m e n t e e n los Anales

maximi.

T a m b i é n t u v o acceso a libros p r o c e d e n t e s d e los cam-

pos opuestos. Polibio p l a n t e a a los diferentes testimonios d e los q u e d i s p o n e p r e g u n tas llenas d e sentido c o m ú n : ¿ h a asistido su a u t o r a los a c o n t e c i m i e n t o s ? , ¿tiene experiencia política y militar? D a n d o p r u e b a s de innegable sentido crítico, r e h u s a aquello q u e s i m p l e m e n t e se dice. A v e n t a j a en este aspecto a sus p r e d e c e s o r e s , i n c l u y e n d o a T u c í d i d e s . C i t a los t r a t a d o s , l o s d e c r e t o s , las c a r t a s , q u e v o l v i ó a c o p i a r e n l o s « a r c h i v o s oficiales» r o m a n o s , el Tabularium.

T a m b i é n l e i n t e r e s a n l a s cifras. C u a n d o i n t e n t a e v a l u a r las fuer-

zas d e A n í b a l , p r e f i e r e f u n d a m e n t a r s e m e j o r e n u n a i n s c r i p c i ó n q u e n o e n las e s t i m a c i o n e s a p o r t a d a s p o r d i f e r e n t e s t e s t i g o s . ¿ L e falta i n f o r m a c i ó n s o b r e t a l o c u a l t e m a ? E x p o n e e n t o n c e s lo q u e l e p a r e c e m á s v e r o s í m i l . A l s o m e t e r así la h i s t o r i a a l a l ó g i c a , se m a n t i e n e e n c o n c o r d a n c i a c o n l o q u e es n a t u r a l , c o n l a e x p e r i e n c i a c o m ú n . S i e m p r e e n n o m b r e d e l a v e r o s i m i litud, y forzando e x t r e m a d a m e n t e este principio, llega a «deducir h e c h o s desconocidos a partir de hechos conocidos» (Pédech). E l « a f á n d e s a b e r » d e P o l i b i o s e m a n i f i e s t a e s p e c i a l m e n t e e n el d o m i nio geográfico. Se fue c o n v i r t i e n d o , p o c o a p o c o , a la geografía, utilizánd o l a al p r i n c i p i o c o m o u n h i s t o r i a d o r q u e s e p r e o c u p a p o r c o n o c e r l o s lug a r e s d o n d e se d e s a r r o l l a n l o s a c o n t e c i m i e n t o s , h a s t a l l e g a r a p r a c t i c a r l a p o r sí m i s m a . L e g u s t a d e s c r i b i r l o s p a í s e s q u e h a r e c o r r i d o : G r e c i a , B í z a n c i o , I t a l i a , i n c l u i d a Sicilia, E s p a ñ a , l a G a l i a , Á f r i c a d e l N o r t e , E g i p t o . Si el P o l i b i o « p r i m e r e s t i l o » se c o m p o r t a c o m o u n s o l d a d o y c o m o u n t u r i s t a , q u e a m a las c u r i o s i d a d e s y a p r e c i a las v e n t a j a s e s t r a t é g i c a s d e u n e n c l a v e , el P o l i b i o « s e g u n d o e s t i l o » c u l t i v a l a g e o g r a f í a p o r ella m i s m a . O b s e r v a q u e Sicilia t i e n e u n a f o r m a t r i a n g u l a r . I n t r o d u c e e n su o b r a n o t i c i a s d e s c r i p t i v a s s o b r e I t a l i a , s o b r e l a C i s a l p i n a , el R ó d a n o ( I I I , 4 7 , 2 - 4 ) . I n clusive lleva a c a b o u n e s t u d i o oceanógrafico del P o n t o E u x i n o ( I V , 39-42): ¿ a q u é se d e b e s u e n c e n a g a m i e n t o ? , ¿ a q u é las c o r r i e n t e s d e l o s e s t r e c h o s p ó n t i c o s ? C o n s i d e r a q u e el e n c e n a g a m i e n t o e s i n e v i t a b l e , d a d a la i m p o r t a n c i a d e las a p o r t a c i o n e s f l u v i a l e s . E n c u a n t o a las c o r r i e n t e s , s o n r e s u l t a d o d e l d e s a g ü e d e u n m a r al q u e l o s r í o s h a n h e c h o c r e c e r e n e x c e s o . P o l i b i o , n o s a t i s f e c h o c o n d e s c r i b i r , r a z o n a . I n c l u s o se p r e g u n t a a p r o p ó s i t o d e la f o r m a y d e los l í m i t e s d e l m u n d o , así c o m o d e la p o s i b l e e x i s t e n c i a de un continente austral. 19

C)

Una lógica implacable y sus límites

L a b ú s q u e d a d e las causas d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s c o n s t i t u y e l a t a r e a p r i ­ m o r d i a l d e los h i s t o r i a d o r e s . N o b a s t a c o n r e l a t a r . E s n e c e s a r i o e x p l i c a r , sin o c u l t a r y sin r e m i t i r s e a l a s u e r t e m á s q u e in extremis. L a a c t i t u d d e P o libio se i n s c r i b e e n la l í n e a d e c o n t i n u i d a d d e T u c í d i d e s y d e A r i s t ó t e l e s . T u c í d i d e s h a b í a d i f e r e n c i a d o las c a u s a s c o n f e s a d a s ( a p a r e n t e s ) , l a s r a z o n e s v e r d a d e r a s y las leyes « e t e r n a s » d e la h i s t o r i a . E n s u o p i n i ó n , los i n d i v i ­ d u o s a c t u a b a n p o r d e l e g a c i ó n d e las f u e r z a s h i s t ó r i c a s . P a r a A r i s t ó t e l e s , « c o n o c e r es c o n o c e r las c a u s a s » . D i s t i n g u e l a c a u s a m a t e r i a l (el m e t a l p e r m i t e la e s t a t u a , t a l e s m e d i o s h a c e n ^posible u n a g u e r r a ) ; la c a u s a f o r m a l (el c o n c e p t o y sus g é n e r o s ; p o r e j e m p l o e n T u c í ­ d i d e s , el i m p e r i a l i s m o y sus c o n s e c u e n c i a s ) ; la c a u s a m o t r i z (el p a d r e es la c a u s a d e l h i j o ; el i m p u l s o inicial q u e d e s e n c a d e n a l o s a c o n t e c i m i e n t o s , la c a d e n a d e las r e s p o n s a b i l i d a d e s , su e x a c t a c r o n o l o g í a ) ; la c a u s a final (la sa­ l u d es l a causa d e l p a s e o ; u n p e r í o d o h i s t ó r i c o e s t á c o n s i d e r a d o c o m o l a r e a l i z a c i ó n d e u n p l a n ) . E n la Política d e s a r r o l l ó u n a t e o r í a d e las r e v o l u ­ c i o n e s , r e d u c i é n d o l a s a t r e s ó r d e n e s d e c a u s a s : m o r a l e s ( p o r e j e m p l o , las a s p i r a c i o n e s d e las clases i n f e r i o r e s ) ; finales ( c a m b i a r la s o c i e d a d ) ; i n m e ­ d i a t a s (las p r i m e r a s a l t e r a c i o n e s , f r e c u e n t e m e n t e m í n i m a s , q u e e n g e n d r a n grandes efectos). El pensamiento de Polibio aparece m u y bien expuesto en un texto re­ f e r e n t e a las c a u s a s d e la s e g u n d a g u e r r a p ú n i c a ( P é d e c h , p p . 7 8 - 7 9 ) , e n la q u e d i s t i n g u e el inicio, el p r e t e x t o y la c a u s a v e r d a d e r a . — L a c a u s a , aitía, s o n los p l a n e s , r a z o n a m i e n t o s y s e n t i m i e n t o s q u e c o n d u c e n a la d e c i s i ó n y al p r o y e c t o . E n s u m a , las o p e r a c i o n e s m e n t a l e s q u e p r e c e d e n a la a c c i ó n . E s t a t e o r í a i n t e l e c t u a l i s t a s u b o r d i n a la v o l u n t a d al e n t e n d i m i e n t o . C o r r e s p o n d e al h i s t o r i a d o r c o m p r o b a r si los r e s u l t a d o s h a n r e s p o n d i d o a los p r o y e c t o s i n i c i a l e s . — E l p r e t e x t o , prophasis, es la r a z ó n i n v o c a d a . E j e m p l o : A l e j a n d r o q u i e r e c a s t i g a r el a t a q u e d e los p e r s a s a G r e c i a ; l o s r o m a n o s b u s c a n u n a r a z ó n p a r a a t a c a r C a r t a g o . C a d a p o l í t i c a d e b e j u s t i f i c a r s e a n t e el a d v e r s a ­ rio y a n t e su p r o p i a o p i n i ó n . C o r r e s p o n d e al h i s t o r i a d o r r a s g a r el v e l o d e las a p a r i e n c i a s . — L o s inicios ( e n s i n g u l a r , arché) s o n l o s « p r i m e r o s a c t o s d e las c o s a s y a d e c i d i d a s » ( e j e m p l o : l a t o m a d e S a g u n t o inicia l a s e g u n d a g u e r r a p ú n i ­ ca). E s t e «análisis lógico» d e los a c o n t e c i m i e n t o s se a p l i c a e s p e c i a l m e n t e a las g u e r r a s y a la d i p l o m a c i a . Las causas invocadas por Polibio son siempre de o r d e n intelectual (con­ cepciones, planes, razonamientos, etc.). Tal intelectualismo histórico otorga n e c e s a r i a m e n t e u n gran espacio a los « d i s c u r s o s r e a l m e n t e p r o n u n c i a d o s » p o r l o s p r o t a g o n i s t a s : e n e l l o s se m a n i f i e s t a el i n d i v i d u o p e n s a n t e y se e x p r e s a n los p r o y e c t o s q u e d e t e r m i ­ n a n el p a s o h a c i a los a c t o s . E l d i s c u r s o es la a c c i ó n e n p o t e n c i a ( p a r a P é ­ d e c h , «el e q u i v a l e n t e d e la a c c i ó n » ) . U n e s l a b ó n e s e n c i a l e n la t r a m a d e los h e c h o s . P o l i b i o p r o c u r a a t e n e r s e a las p a l a b r a s r e a l m e n t e p r o n u n c i a d a s y e v i t a r e s t e r e o t i p o s . D e h e c h o , h a i m p r e s o e n m u c h o s d e los d i s c u r s o s l a h u e l l a d e sus p r o p i a s c o n c e p c i o n e s . R e f e r i d o el d i s c u r s o , «es p r e c i s o d e s 20

c u b r i r l a c a u s a e n v i r t u d d e l a c u a l las p a l a b r a s o los a c t o s c o n d u c e n , final­ m e n t e , al f r a c a s o o al é x i t o » . S i e m p r e e n n o m b r e d e e s t e i n t e l e c t u a l i s m o h i s t ó r i c o , se c o n c e d e u n g r a n e s p a c i o a la a c c i ó n d e l o s g r a n d e s p e r s o n a j e s . E n P o l i b i o , el i n d i v i d u o p e n ­ s a n t e o c u p a el p r i m e r p l a n o d e l a c a u s a l i d a d h i s t ó r i c a . P r í n c i p e s y j e f e s d e e s t a d o c o n t r o l a n el j u e g o p o l í t i c o . F o r j a n p l a n e s q u e r e a l i z a n e n f o r m a d e l e y e s , d e g u e r r a s , e t c . T o d o d e p e n d e d e s u e s p í r i t u (nosotros), d e su c a p a ­ c i d a d d e c á l c u l o y d e p r e v i s i ó n . A q u í t r i u n f a l a r a z ó n (el logos). L o s e l e ­ m e n t o s afectivos y p a s i o n a l e s n o o c u p a n u n g r a n e s p a c i o . L a f u e r z a física de los individuos c u e n t a p o c o . Polibio distingue dos tipos de personajes históricos: — l o s r a z o n a b l e s , q u e o b t i e n e n r e s u l t a d o s c o n f o r m e a sus p l a n e s ; — los i r r a c i o n a l e s , los a p a s i o n a d o s , q u e f r a c a s a n . P o r t a n t o , l o s h é r o e s s o n los fríos, los p o s i t i v o s , l o s c a l c u l a d o r e s ; c o m o A m í l c a r B a r c a , s a g a z , a u d a z , a c t u a n d o kata logon; c o m o A n í b a l , «la l ó g i c a m i s m a d e l a h i s t o r i a e n a c c i ó n » ( P é d e c h , 2 1 7 ) . A n t e s d e p a s a r a I t a l i a , A n í b a l se i n f o r m a a c e r ­ c a d e los A l p e s , d e l P o , d e l o s r e c u r s o s d e l p a í s , y d e l e s t a d o d e á n i m o d e la p o b l a c i ó n . E s c i p i ó n , g e n i o c a l c u l a d o r , a c t ú a d e m a n e r a p a r e c i d a : u n a m a t a n z a p a r a a t e r r o r i z a r , u n g e s t o d e c l e m e n c i a p a r a g a n a r s e los c o r a z o ­ n e s ( . . . ) . E n c u a n t o a los p e r d e d o r e s d e l a h i s t o r i a , q u e s e e c h e n l a c u l p a a sí m i s m o s , a las f a l t a s q u e c o m e t i e r o n c o n t r a l a r a z ó n , a sus a r r e b a t o s (cf. F i l i p o d e M a c e d o n i a , i r a s c i b l e e i m p u l s i v o ) . E s t a p s i c o l o g í a p u e d e p a r e c e r e x c e s i v a m e n t e clásica y c o n v e n c i o n a l . E l p e n s a m i e n t o p r e c e d e a l a a c c i ó n . T o d o s e r e d u c e al conflicto e n t r e l a r a ­ z ó n y la s i n r a z ó n . T o d o a q u e l q u e se a b a n d o n a a las f u e r z a s o b s c u r a s (Thymos), i n e v i t a b l e m e n t e f r a c a s a . A d m i t i d o e s t o , el v o c a b u l a r i o p s i c o l ó ­ gico d e P o l i b i o es e x t e n s o : P é d e c h h a e n u m e r a d o e n él d o s c i e n t o s d i e z t é r ­ minos que designan sentimientos y operaciones mentales. « E l análisis l ó g i c o » d e l p a s a d o , p r ó x i m o o l e j a n o , t a m b i é n r e q u i e r e b o s ­ q u e j a r g r a n d e s s í n t e s i s . P o l i b i o s e c o m p l a c e e n insistir s o b r e la r e l a c i ó n d e fuerzas, a veces recurriendo a grandes composiciones oratorias. Sirven p a r a p r e s e n t a r las p o l í t i c a s p o s i b l e s e n u n m o m e n t o d a d o , p a r a e x p o n e r l o s t é r ­ m i n o s d e u n a a l t e r n a t i v a . T a m b i é n p r a c t i c a el m é t o d o c o m p a r a t i v o , p o ­ n i e n d o e n p a r a l e l o la f a l a n g e m a c e d ó n i c a y l a l e g i ó n r o m a n a , l a c o n s t i t u ­ c i ó n e s p a r t a n a y la r o m a n a ( c u y o e q u i l i b r i o h a h e c h o p o s i b l e l a c o n q u i s t a del m u n d o ) . E s t a v i s i ó n r a c i o n a l i s t a d e la c a u s a l i d a d h i s t ó r i c a t i e n e sus l í m i t e s , q u e ­ d a r e s q u e b r a j a d a a n t e la e x p e r i e n c i a c o n c r e t a d e l d e r r u m b a m i e n t o d e las m o n a r q u í a s y los i m p e r i o s ( C a r t a g o , A n t í o c o I I I , etc.). P o r t a n t o , h a y q u e d e j a r u n e s p a c i o p a r a l a F o r t u n a y p a r a el A z a r , p a r a t o d o a q u e l l o q u e p u e ­ d e h a c e r f r a c a s a r las p r e v i s i o n e s y h a c e r c a m b i a r , d e f o r m a i m p r e v i s t a , el curso d e los a c o n t e c i m i e n t o s . . . E n P o l i b i o , l a F o r t u n a (Tyché) a d q u i e r e r o s t r o s d i f e r e n t e s d e s d e el a c o n t e c i m i e n t o m á s i m p o r t a n t e h a s t a el m á s n i m i o a c c i d e n t e , c l i m á t i c o o d e c u a l q u i e r o t r o g é n e r o . P o r u n a p a r t e , se t r a t a d e u n p o d e r r e g u l a d o r , a p e n a s d i s t i n t o d e la P r o v i d e n c i a d e B o s s u e t . P o r o t r a , ú n i c a m e n t e i n v o c a el a z a r p a r a c o l m a r l o s v a c í o s d e la e x p l i c a c i ó n c o n c e r n i e n t e a los a c o n t e ­ cimientos ínfimos. P o l i b i o c a e , a v e c e s , e n el

finalismo,

al c o n c e d e r a la Fortuna

un plan 21

C)

Una lógica implacable y sus límites

L a b ú s q u e d a d e las causas d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s c o n s t i t u y e l a t a r e a p r i ­ m o r d i a l d e los h i s t o r i a d o r e s . N o b a s t a c o n r e l a t a r . E s n e c e s a r i o e x p l i c a r , sin o c u l t a r y sin r e m i t i r s e a l a s u e r t e m á s q u e in extremis. L a a c t i t u d d e P o libio se i n s c r i b e e n la l í n e a d e c o n t i n u i d a d d e T u c í d i d e s y d e A r i s t ó t e l e s . T u c í d i d e s h a b í a d i f e r e n c i a d o las c a u s a s c o n f e s a d a s ( a p a r e n t e s ) , l a s r a z o n e s v e r d a d e r a s y las leyes « e t e r n a s » d e la h i s t o r i a . E n s u o p i n i ó n , los i n d i v i ­ d u o s a c t u a b a n p o r d e l e g a c i ó n d e las f u e r z a s h i s t ó r i c a s . P a r a A r i s t ó t e l e s , « c o n o c e r es c o n o c e r las c a u s a s » . D i s t i n g u e l a c a u s a m a t e r i a l (el m e t a l p e r m i t e la e s t a t u a , t a l e s m e d i o s h a c e n ^posible u n a g u e r r a ) ; la c a u s a f o r m a l (el c o n c e p t o y sus g é n e r o s ; p o r e j e m p l o e n T u c í ­ d i d e s , el i m p e r i a l i s m o y sus c o n s e c u e n c i a s ) ; la c a u s a m o t r i z (el p a d r e es la c a u s a d e l h i j o ; el i m p u l s o inicial q u e d e s e n c a d e n a l o s a c o n t e c i m i e n t o s , la c a d e n a d e las r e s p o n s a b i l i d a d e s , su e x a c t a c r o n o l o g í a ) ; la c a u s a final (la sa­ l u d es l a causa d e l p a s e o ; u n p e r í o d o h i s t ó r i c o e s t á c o n s i d e r a d o c o m o l a r e a l i z a c i ó n d e u n p l a n ) . E n la Política d e s a r r o l l ó u n a t e o r í a d e las r e v o l u ­ c i o n e s , r e d u c i é n d o l a s a t r e s ó r d e n e s d e c a u s a s : m o r a l e s ( p o r e j e m p l o , las a s p i r a c i o n e s d e las clases i n f e r i o r e s ) ; finales ( c a m b i a r la s o c i e d a d ) ; i n m e ­ d i a t a s (las p r i m e r a s a l t e r a c i o n e s , f r e c u e n t e m e n t e m í n i m a s , q u e e n g e n d r a n grandes efectos). El pensamiento de Polibio aparece m u y bien expuesto en un texto re­ f e r e n t e a las c a u s a s d e la s e g u n d a g u e r r a p ú n i c a ( P é d e c h , p p . 7 8 - 7 9 ) , e n la q u e d i s t i n g u e el inicio, el p r e t e x t o y la c a u s a v e r d a d e r a . — L a c a u s a , aitía, s o n los p l a n e s , r a z o n a m i e n t o s y s e n t i m i e n t o s q u e c o n d u c e n a la d e c i s i ó n y al p r o y e c t o . E n s u m a , las o p e r a c i o n e s m e n t a l e s q u e p r e c e d e n a la a c c i ó n . E s t a t e o r í a i n t e l e c t u a l i s t a s u b o r d i n a la v o l u n t a d al e n t e n d i m i e n t o . C o r r e s p o n d e al h i s t o r i a d o r c o m p r o b a r si los r e s u l t a d o s h a n r e s p o n d i d o a los p r o y e c t o s i n i c i a l e s . — E l p r e t e x t o , prophasis, es la r a z ó n i n v o c a d a . E j e m p l o : A l e j a n d r o q u i e r e c a s t i g a r el a t a q u e d e los p e r s a s a G r e c i a ; l o s r o m a n o s b u s c a n u n a r a z ó n p a r a a t a c a r C a r t a g o . C a d a p o l í t i c a d e b e j u s t i f i c a r s e a n t e el a d v e r s a ­ rio y a n t e su p r o p i a o p i n i ó n . C o r r e s p o n d e al h i s t o r i a d o r r a s g a r el v e l o d e las a p a r i e n c i a s . — L o s inicios ( e n s i n g u l a r , arché) s o n l o s « p r i m e r o s a c t o s d e las c o s a s y a d e c i d i d a s » ( e j e m p l o : l a t o m a d e S a g u n t o inicia l a s e g u n d a g u e r r a p ú n i ­ ca). E s t e «análisis lógico» d e los a c o n t e c i m i e n t o s se a p l i c a e s p e c i a l m e n t e a las g u e r r a s y a la d i p l o m a c i a . Las causas invocadas por Polibio son siempre de o r d e n intelectual (con­ cepciones, planes, razonamientos, etc.). Tal intelectualismo histórico otorga n e c e s a r i a m e n t e u n gran espacio a los « d i s c u r s o s r e a l m e n t e p r o n u n c i a d o s » p o r l o s p r o t a g o n i s t a s : e n e l l o s se m a n i f i e s t a el i n d i v i d u o p e n s a n t e y se e x p r e s a n los p r o y e c t o s q u e d e t e r m i ­ n a n el p a s o h a c i a los a c t o s . E l d i s c u r s o es la a c c i ó n e n p o t e n c i a ( p a r a P é ­ d e c h , «el e q u i v a l e n t e d e la a c c i ó n » ) . U n e s l a b ó n e s e n c i a l e n la t r a m a d e los h e c h o s . P o l i b i o p r o c u r a a t e n e r s e a las p a l a b r a s r e a l m e n t e p r o n u n c i a d a s y e v i t a r e s t e r e o t i p o s . D e h e c h o , h a i m p r e s o e n m u c h o s d e los d i s c u r s o s l a h u e l l a d e sus p r o p i a s c o n c e p c i o n e s . R e f e r i d o el d i s c u r s o , «es p r e c i s o d e s 20

c u b r i r l a c a u s a e n v i r t u d d e l a c u a l las p a l a b r a s o los a c t o s c o n d u c e n , final­ m e n t e , al f r a c a s o o al é x i t o » . S i e m p r e e n n o m b r e d e e s t e i n t e l e c t u a l i s m o h i s t ó r i c o , se c o n c e d e u n g r a n e s p a c i o a la a c c i ó n d e l o s g r a n d e s p e r s o n a j e s . E n P o l i b i o , el i n d i v i d u o p e n ­ s a n t e o c u p a el p r i m e r p l a n o d e l a c a u s a l i d a d h i s t ó r i c a . P r í n c i p e s y j e f e s d e e s t a d o c o n t r o l a n el j u e g o p o l í t i c o . F o r j a n p l a n e s q u e r e a l i z a n e n f o r m a d e l e y e s , d e g u e r r a s , e t c . T o d o d e p e n d e d e s u e s p í r i t u (nosotros), d e su c a p a ­ c i d a d d e c á l c u l o y d e p r e v i s i ó n . A q u í t r i u n f a l a r a z ó n (el logos). L o s e l e ­ m e n t o s afectivos y p a s i o n a l e s n o o c u p a n u n g r a n e s p a c i o . L a f u e r z a física de los individuos c u e n t a p o c o . Polibio distingue dos tipos de personajes históricos: — l o s r a z o n a b l e s , q u e o b t i e n e n r e s u l t a d o s c o n f o r m e a sus p l a n e s ; — los i r r a c i o n a l e s , los a p a s i o n a d o s , q u e f r a c a s a n . P o r t a n t o , l o s h é r o e s s o n los fríos, los p o s i t i v o s , l o s c a l c u l a d o r e s ; c o m o A m í l c a r B a r c a , s a g a z , a u d a z , a c t u a n d o kata logon; c o m o A n í b a l , «la l ó g i c a m i s m a d e l a h i s t o r i a e n a c c i ó n » ( P é d e c h , 2 1 7 ) . A n t e s d e p a s a r a I t a l i a , A n í b a l se i n f o r m a a c e r ­ c a d e los A l p e s , d e l P o , d e l o s r e c u r s o s d e l p a í s , y d e l e s t a d o d e á n i m o d e la p o b l a c i ó n . E s c i p i ó n , g e n i o c a l c u l a d o r , a c t ú a d e m a n e r a p a r e c i d a : u n a m a t a n z a p a r a a t e r r o r i z a r , u n g e s t o d e c l e m e n c i a p a r a g a n a r s e los c o r a z o ­ n e s ( . . . ) . E n c u a n t o a los p e r d e d o r e s d e l a h i s t o r i a , q u e s e e c h e n l a c u l p a a sí m i s m o s , a las f a l t a s q u e c o m e t i e r o n c o n t r a l a r a z ó n , a sus a r r e b a t o s (cf. F i l i p o d e M a c e d o n i a , i r a s c i b l e e i m p u l s i v o ) . E s t a p s i c o l o g í a p u e d e p a r e c e r e x c e s i v a m e n t e clásica y c o n v e n c i o n a l . E l p e n s a m i e n t o p r e c e d e a l a a c c i ó n . T o d o s e r e d u c e al conflicto e n t r e l a r a ­ z ó n y la s i n r a z ó n . T o d o a q u e l q u e se a b a n d o n a a las f u e r z a s o b s c u r a s (Thymos), i n e v i t a b l e m e n t e f r a c a s a . A d m i t i d o e s t o , el v o c a b u l a r i o p s i c o l ó ­ gico d e P o l i b i o es e x t e n s o : P é d e c h h a e n u m e r a d o e n él d o s c i e n t o s d i e z t é r ­ minos que designan sentimientos y operaciones mentales. « E l análisis l ó g i c o » d e l p a s a d o , p r ó x i m o o l e j a n o , t a m b i é n r e q u i e r e b o s ­ q u e j a r g r a n d e s s í n t e s i s . P o l i b i o s e c o m p l a c e e n insistir s o b r e la r e l a c i ó n d e fuerzas, a veces recurriendo a grandes composiciones oratorias. Sirven p a r a p r e s e n t a r las p o l í t i c a s p o s i b l e s e n u n m o m e n t o d a d o , p a r a e x p o n e r l o s t é r ­ m i n o s d e u n a a l t e r n a t i v a . T a m b i é n p r a c t i c a el m é t o d o c o m p a r a t i v o , p o ­ n i e n d o e n p a r a l e l o la f a l a n g e m a c e d ó n i c a y l a l e g i ó n r o m a n a , l a c o n s t i t u ­ c i ó n e s p a r t a n a y la r o m a n a ( c u y o e q u i l i b r i o h a h e c h o p o s i b l e l a c o n q u i s t a del m u n d o ) . E s t a v i s i ó n r a c i o n a l i s t a d e la c a u s a l i d a d h i s t ó r i c a t i e n e sus l í m i t e s , q u e ­ d a r e s q u e b r a j a d a a n t e la e x p e r i e n c i a c o n c r e t a d e l d e r r u m b a m i e n t o d e las m o n a r q u í a s y los i m p e r i o s ( C a r t a g o , A n t í o c o I I I , etc.). P o r t a n t o , h a y q u e d e j a r u n e s p a c i o p a r a l a F o r t u n a y p a r a el A z a r , p a r a t o d o a q u e l l o q u e p u e ­ d e h a c e r f r a c a s a r las p r e v i s i o n e s y h a c e r c a m b i a r , d e f o r m a i m p r e v i s t a , el curso d e los a c o n t e c i m i e n t o s . . . E n P o l i b i o , l a F o r t u n a (Tyché) a d q u i e r e r o s t r o s d i f e r e n t e s d e s d e el a c o n t e c i m i e n t o m á s i m p o r t a n t e h a s t a el m á s n i m i o a c c i d e n t e , c l i m á t i c o o d e c u a l q u i e r o t r o g é n e r o . P o r u n a p a r t e , se t r a t a d e u n p o d e r r e g u l a d o r , a p e n a s d i s t i n t o d e la P r o v i d e n c i a d e B o s s u e t . P o r o t r a , ú n i c a m e n t e i n v o c a el a z a r p a r a c o l m a r l o s v a c í o s d e la e x p l i c a c i ó n c o n c e r n i e n t e a los a c o n t e ­ cimientos ínfimos. P o l i b i o c a e , a v e c e s , e n el

finalismo,

al c o n c e d e r a la Fortuna

un plan 21

«para sacar a d e l a n t e los acontecimientos del m u n d o » . L e atribuye — l o mism o r e p e t i r á B o s s u e t — el h a b e r r e u n i d o t o d a s l a s p a r t e s c o n o c i d a s d e la t i e r r a b a j o u n ú n i c o i m p e r i o y u n ú n i c o d o m i n i o » (el r o m a n o ) . L a F o r t u n a p r e s i d e la e v o l u c i ó n d e la h i s t o r i a , g o b i e r n a «la e c o n o m í a » y d i s p e n s a l a r e c o m p e n s a y el c a s t i g o . E s t a p o t e n c i a s u p e r i o r , q u e s e p a r e c e m u c h o a u n a d i v i n i d a d , se s u p e r p o n e , n o o b s t a n t e , a las c a u s a s h u m a n a s sin l l e g a r a r e e m p l a z a r l a s .

D)

U n filósofo de la historia y u n precursor de la sociología política

E l p r o p ó s i t o e s e n c i a l d e P o l i b i o , e n su c é l e b r e l i b r o V I , c o n s i s t e e n e s t u d i a r los r e g í m e n e s p o l í t i c o s , a fin d e s i t u a r el s i s t e m a r o m a n o e n t r e los d e m á s , p e r o t a m b i é n p o r q u e l a politeia d e u n E s t a d o t i e n e u n a f u n c i ó n e s e n c i a l e n l o r e f e r e n t e a e n g e n d r a r los a c o n t e c i m i e n t o s . U n a c o n s t i t u c i ó n , n o s d i c e , es «la c a u s a m á s a m p l i a e n c u a l q u i e r a s u n t o » . L a clasificación t e r n a r i a d e los s i s t e m a s p o l í t i c o s e l a b o r a d a p o r P o l i b i o contiene formas puras y formas degradadas: — F o r m a s puras: realeza!aristocracia/democracia. — F o r m a s degradadas: monarquía! oligarquía! oclocracia, o gobierno de la m u c h e d u m b r e . E s t a s c a t e g o r í a s p r o c e d e n d i r e c t a m e n t e d e A r i s t ó t e l e s . E s t o s r e g í m e n e s p o l í t i c o s se h a l l a n s o m e t i d o s a u n ciclo. A l p r i n c i p i o , e n u n m u n d o c a ó t i c o , los h o m b r e s se r e ú n e n e n b a n d a s , d i r i g i d a s p o r u n j e f e . D e s p u é s se i n s t a u r a u n a a u t o r i d a d c o n s e n t i d a , l a r e a l e z a , q u e d e g e n e r a en tiranía. Ésta provoca u n a reacción aristocrática, q u e p r o n t o degen e r a e n o l i g a r q u í a , d e r r i b a d a p o r l a d e m o c r a c i a (el p o d e r d e t o d o s , f u n d a m e n t a d o e n la m o r a l y las l e y e s ) . T a l e s t a d o d e c o s a s n o p u e d e d u r a r : al final d e d o s g e n e r a c i o n e s se i n s t a u r a u n r é g i m e n p o p u l a c h e r o y s e v u e l v e al d e s p o t i s m o p r i m i t i v o . L a s s u c e s i v a s r e v o l u c i o n e s p r o c e d e n s o b r e t o d o d e c a u s a s p s i c o l ó g i c a s y m o r a l e s , q u e , i n e v i t a b l e m e n t e , d e g e n e r a n la c o n ducta d e los dirigentes. E l r é g i m e n i d e a l q u e , e n u n p r i n c i p i o , d e b e r í a e s c a p a r al ciclo es u n a m i x t u r a , u n a c o m b i n a c i ó n d e los t r e s p r i n c i p i o s ( r e a l e z a , a r i s t o c r a c i a y d e mocracia). Solución i m a g i n a d a p o r Licurgo en E s p a r t a y realizada p o r los r o m a n o s . S o l u c i ó n c o n f o r m e a las e x i g e n c i a s d e l e q u i l i b r i o y d e l j u s t o m e d i o . E n E s p a r t a , p o r t a n t o , el p u e b l o e q u i l i b r a b a a los r e y e s ; los g e r o n t e s a y u d a b a n a los r e y e s a c o n t r a r r e s t a r al p u e b l o . E s t a c o n s t i t u c i ó n p e r m i t i ó la c o n c o r d i a i n t e r i o r , p e r o n o c o n t u v o el a p e t i t o d e d o m i n a c i ó n e x t e r i o r . D e a h í su f r a c a s o . L o s r o m a n o s s u p e r a r o n el e j e m p l o e s p a r t a n o . E s t r u c t u r a r o n u n r é g i m e n a la v e z r e a l , ( p o r los c ó n s u l e s ) , a r i s t o c r á t i c o ( p o r el S e n a d o ) y d e m o c r á t i c o ( p o r la f u n c i ó n c o n f e r i d a al p u e b l o ) . E s t a s i n s t i t u c i o n e s d e s a r r o l l a r o n e n sí m i s m a s las v i r t u d e s d e l p u e b l o ( b ú s q u e d a d e l a g l o ria; i n t e g r i d a d a l i m e n t a d a p o r el t e m o r r e l i g i o s o ) . A l e l o g i a r así l a c o n s t i t u c i ó n r o m a n a , P o l i b i o r e p i t e las tesis p r o p i a s d e l c í r c u l o d e l o s E s c i p i o n e s . E l m o d e l o d e P o l i b i o p e r m i t e el c o n o c i m i e n t o d e l f u t u r o , h a c i e n d o p r e visible, c o n s e g u r i d a d a b s o l u t a , l a e v o l u c i ó n d e u n r é g i m e n . L a s l e y e s funcionan de acuerdo con u n a inexorable mecánica. E n este sentido, Polibio es m á s d e t e r m i n i s t a q u e T u c í d i d e s . P e r o d e b e m o s f i j a r n o s , m á s q u e e n e s t e d e t e r m i n i s m o , e n l a u t i l i z a c i ó n d e l m é t o d o c o m p a r a t i v o q u e a n u n c i a la s o 22

c i o l o g í a p o l í t i c a a c t u a l . V é a s e l a c o m p a r a c i ó n e n t r e E s p a r t a y R o m a (la ú n i c a q u e fue c a p a z d e m o v i l i z a r l o s m e d i o s n e c e s a r i o s p a r a la c o n q u i s t a ) y e n t r e R o m a y C a r t a g o : el r é g i m e n d e la s e g u n d a se d e s e q u i l i b r ó d e b i d o a la p r e p o n d e r a n c i a a d q u i r i d a p o r el p u e b l o . L a p r o b i d a d r o m a n a s e o p o n e a la v e n a l i d a d c a r t a g i n e s a . E l t e m o r a los d i o s e s e s t á m á s d e s a r r o l l a d o e n R o m a q u e en la c i u d a d p ú n i c a . C a d a r é g i m e n es u n o r g a n i s m o q u e v i v e , q u e se a d a p t a al « m o d e l o b i o l ó g i c o » : n a c e , c r e c e , a l c a n z a s u f a s e d e e q u i l i b r i o , d e s p u é s se d e b i l i t a y se d e r r u m b a . E n l a p r o p i a R o m a l a a v a r i c i a , la i n t r i g a y l a i n d i s c i p l i n a d e s e m b o c a n e n la o c l o c r a c i a (el g o b i e r n o d e l a s m a s a s ) . E s t a v i s i ó n s e a v i e n e m a l q u e b i e n c o n la t e o r í a d e l o s c i c l o s , q u e p r e v a l e c e e n el e s p í r i t u d e P o libio. F i n a l m e n t e r e t e n d r e m o s d e e s t e i m p o r t a n t e a u t o r q u e su h e r e n c i a p a r e c e h a b e r s i d o d o b l e : p o r u n a p a r t e , la h i s t o r i a r a c i o n a l i s t a , s e g ú n l a c u a l el p e n s a m i e n t o p r e c e d e a l a a c c i ó n y l o s i n d i v i d u o s s o n d u e ñ o s d e su a c t u a c i ó n ; p o r o t r a p a r t e , l o s g r a n d e s f r e s c o s u n i v e r s a l e s , las g r a n d e s s í n t e s i s frágiles, al e s t i l o d e T o y n b e e y d e S p e n g l e r . P e r o l a g r a n d e z a d e P o l i b i o quizá resida, p o r e n c i m a d e t o d o , en su afán d e saber. R e ú n e , e n igual grad o , l a c u r i o s i d a d d e l e x p l o r a d o r q u e v i a j a a l o l a r g o d e las c o s t a s d e M a r r u e cos y la erudición, y manifiesta d e s p r e c i o p o r los c o m p i l a d o r e s . D e s d e su p u n t o d e v i s t a , la i n f o r m a c i ó n a t r a v é s d e l o s l i b r o s « s ó l o c o n s t i t u y e el p r i m e r estadio del c o n o c i m i e n t o histórico. E n efecto, ¿sería suficiente h a b e r « c o n t e m p l a d o las o b r a s d e l o s p i n t o r e s a n t i g u o s » p a r a c o n s i d e r a r s e « u n b u e n pintor y un maestro del arte pictórico»?

4.

E N BUSCA D E LA «VERDADERA NATURALEZA» D E LA HISTORIOGRAFÍA ROMANA

Bajo este ambicioso título, reuniremos algunas consideraciones generales ( e n g r a n p a r t e i n s p i r a d a s e n A r n a l d o M o m i g l i a n o , Problémes d'historiographie ancienne et moderne) s o b r e l o s h i s t o r i a d o r e s r o m a n o s , s i n insistir e s p e c i a m e n t e e n T i t o Livio, T á c i t o u o t r o s a u t o r e s clásicos. L a s r e l a c i o n e s d e los h i s t o r i a d o r e s c o n el p o d e r , b a s t a n t e d é b i l e s e n el m u n d o griego, fueron más apremiantes en R o m a , d o n d e cualquiera que d e s a g r a d a s e p o d í a m c u r r i r e n el exilio o e n a l g o p e o r . E l r é g i m e n i m p e r i a l vigiló d e c e r c a m u y e s p e c i a m e n t e a l o s h i s t o r i a d o r e s y les i m p u s o u n a e s p e c i e d e l í n e a oficial. D u r a n t e l a é p o c a d e T i b e r i o , i n c l u s o s e l l e g a r o n a q u e m a r las o b r a s d e l s e n a d o r C r e m u t i u s C o r d u s , al q u e i m p u l s a r o n al suic i d i o . E l l o e x p l i c a las p r e c a u c i o n e s a d o p t a d a s p o r F l a v i o J o s e f o , h a c i e n d o a u t e n t i f i c a r p o r el e m p e r a d o r sus l i b r o s s o b r e l a g u e r r a j u d í a , y p o r S o z ó m e n e s , q u e s o m e t i ó s u o b r a a T e o d o s i o I I , o t o r g á n d o l e la f a c u l t a d d e « a ñ a d i r y r e c o r t a r a d i s c r e c i ó n » . T a l e s s e r v i d u m b r e s , i m p u e s t a s p o r el p o d e r , n o n o s a u t o r i z a n sin e m b a r g o a a f i r m a r l a e x i s t e n c i a d e h i s t o r i a d o r e s ofic i a l e s . S ó l o los i n f o r m e s d e l a s c a m p a ñ a s m i l i t a r e s m e r e c e n tal c a l i f i c a t i v o . E n l a A n t i g ü e d a d , c o m o e n la E d a d M e d i a o c o m o e n n u e s t r o s d í a s , p e r o c o n m o d a l i d a d e s e s p e c í f i c a s , la h i s t o r i a f o r m a b a p a r t e d e l e n t o r n o político y cultural. L o s a u t o r e s p r e t e n d í a n satisfacer u n a cierta f o r m a d e « d e m a n d a s o c i a l » . L a b i o g r a f í a , e s p e c i a l m e n t e i l u s t r a d a p o r l a Vida de los doce Césares, d e S u e t o n i o , c o n s t i t u í a u n g é n e r o p a r t i c u l a r m e n t e e s t i m a d o . 23

«para sacar a d e l a n t e los acontecimientos del m u n d o » . L e atribuye — l o mism o r e p e t i r á B o s s u e t — el h a b e r r e u n i d o t o d a s l a s p a r t e s c o n o c i d a s d e la t i e r r a b a j o u n ú n i c o i m p e r i o y u n ú n i c o d o m i n i o » (el r o m a n o ) . L a F o r t u n a p r e s i d e la e v o l u c i ó n d e la h i s t o r i a , g o b i e r n a «la e c o n o m í a » y d i s p e n s a l a r e c o m p e n s a y el c a s t i g o . E s t a p o t e n c i a s u p e r i o r , q u e s e p a r e c e m u c h o a u n a d i v i n i d a d , se s u p e r p o n e , n o o b s t a n t e , a las c a u s a s h u m a n a s sin l l e g a r a r e e m p l a z a r l a s .

D)

U n filósofo de la historia y u n precursor de la sociología política

E l p r o p ó s i t o e s e n c i a l d e P o l i b i o , e n su c é l e b r e l i b r o V I , c o n s i s t e e n e s t u d i a r los r e g í m e n e s p o l í t i c o s , a fin d e s i t u a r el s i s t e m a r o m a n o e n t r e los d e m á s , p e r o t a m b i é n p o r q u e l a politeia d e u n E s t a d o t i e n e u n a f u n c i ó n e s e n c i a l e n l o r e f e r e n t e a e n g e n d r a r los a c o n t e c i m i e n t o s . U n a c o n s t i t u c i ó n , n o s d i c e , es «la c a u s a m á s a m p l i a e n c u a l q u i e r a s u n t o » . L a clasificación t e r n a r i a d e los s i s t e m a s p o l í t i c o s e l a b o r a d a p o r P o l i b i o contiene formas puras y formas degradadas: — F o r m a s puras: realeza!aristocracia/democracia. — F o r m a s degradadas: monarquía! oligarquía! oclocracia, o gobierno de la m u c h e d u m b r e . E s t a s c a t e g o r í a s p r o c e d e n d i r e c t a m e n t e d e A r i s t ó t e l e s . E s t o s r e g í m e n e s p o l í t i c o s se h a l l a n s o m e t i d o s a u n ciclo. A l p r i n c i p i o , e n u n m u n d o c a ó t i c o , los h o m b r e s se r e ú n e n e n b a n d a s , d i r i g i d a s p o r u n j e f e . D e s p u é s se i n s t a u r a u n a a u t o r i d a d c o n s e n t i d a , l a r e a l e z a , q u e d e g e n e r a en tiranía. Ésta provoca u n a reacción aristocrática, q u e p r o n t o degen e r a e n o l i g a r q u í a , d e r r i b a d a p o r l a d e m o c r a c i a (el p o d e r d e t o d o s , f u n d a m e n t a d o e n la m o r a l y las l e y e s ) . T a l e s t a d o d e c o s a s n o p u e d e d u r a r : al final d e d o s g e n e r a c i o n e s se i n s t a u r a u n r é g i m e n p o p u l a c h e r o y s e v u e l v e al d e s p o t i s m o p r i m i t i v o . L a s s u c e s i v a s r e v o l u c i o n e s p r o c e d e n s o b r e t o d o d e c a u s a s p s i c o l ó g i c a s y m o r a l e s , q u e , i n e v i t a b l e m e n t e , d e g e n e r a n la c o n ducta d e los dirigentes. E l r é g i m e n i d e a l q u e , e n u n p r i n c i p i o , d e b e r í a e s c a p a r al ciclo es u n a m i x t u r a , u n a c o m b i n a c i ó n d e los t r e s p r i n c i p i o s ( r e a l e z a , a r i s t o c r a c i a y d e mocracia). Solución i m a g i n a d a p o r Licurgo en E s p a r t a y realizada p o r los r o m a n o s . S o l u c i ó n c o n f o r m e a las e x i g e n c i a s d e l e q u i l i b r i o y d e l j u s t o m e d i o . E n E s p a r t a , p o r t a n t o , el p u e b l o e q u i l i b r a b a a los r e y e s ; los g e r o n t e s a y u d a b a n a los r e y e s a c o n t r a r r e s t a r al p u e b l o . E s t a c o n s t i t u c i ó n p e r m i t i ó la c o n c o r d i a i n t e r i o r , p e r o n o c o n t u v o el a p e t i t o d e d o m i n a c i ó n e x t e r i o r . D e a h í su f r a c a s o . L o s r o m a n o s s u p e r a r o n el e j e m p l o e s p a r t a n o . E s t r u c t u r a r o n u n r é g i m e n a la v e z r e a l , ( p o r los c ó n s u l e s ) , a r i s t o c r á t i c o ( p o r el S e n a d o ) y d e m o c r á t i c o ( p o r la f u n c i ó n c o n f e r i d a al p u e b l o ) . E s t a s i n s t i t u c i o n e s d e s a r r o l l a r o n e n sí m i s m a s las v i r t u d e s d e l p u e b l o ( b ú s q u e d a d e l a g l o ria; i n t e g r i d a d a l i m e n t a d a p o r el t e m o r r e l i g i o s o ) . A l e l o g i a r así l a c o n s t i t u c i ó n r o m a n a , P o l i b i o r e p i t e las tesis p r o p i a s d e l c í r c u l o d e l o s E s c i p i o n e s . E l m o d e l o d e P o l i b i o p e r m i t e el c o n o c i m i e n t o d e l f u t u r o , h a c i e n d o p r e visible, c o n s e g u r i d a d a b s o l u t a , l a e v o l u c i ó n d e u n r é g i m e n . L a s l e y e s funcionan de acuerdo con u n a inexorable mecánica. E n este sentido, Polibio es m á s d e t e r m i n i s t a q u e T u c í d i d e s . P e r o d e b e m o s f i j a r n o s , m á s q u e e n e s t e d e t e r m i n i s m o , e n l a u t i l i z a c i ó n d e l m é t o d o c o m p a r a t i v o q u e a n u n c i a la s o 22

c i o l o g í a p o l í t i c a a c t u a l . V é a s e l a c o m p a r a c i ó n e n t r e E s p a r t a y R o m a (la ú n i c a q u e fue c a p a z d e m o v i l i z a r l o s m e d i o s n e c e s a r i o s p a r a la c o n q u i s t a ) y e n t r e R o m a y C a r t a g o : el r é g i m e n d e la s e g u n d a se d e s e q u i l i b r ó d e b i d o a la p r e p o n d e r a n c i a a d q u i r i d a p o r el p u e b l o . L a p r o b i d a d r o m a n a s e o p o n e a la v e n a l i d a d c a r t a g i n e s a . E l t e m o r a los d i o s e s e s t á m á s d e s a r r o l l a d o e n R o m a q u e en la c i u d a d p ú n i c a . C a d a r é g i m e n es u n o r g a n i s m o q u e v i v e , q u e se a d a p t a al « m o d e l o b i o l ó g i c o » : n a c e , c r e c e , a l c a n z a s u f a s e d e e q u i l i b r i o , d e s p u é s se d e b i l i t a y se d e r r u m b a . E n l a p r o p i a R o m a l a a v a r i c i a , la i n t r i g a y l a i n d i s c i p l i n a d e s e m b o c a n e n la o c l o c r a c i a (el g o b i e r n o d e l a s m a s a s ) . E s t a v i s i ó n s e a v i e n e m a l q u e b i e n c o n la t e o r í a d e l o s c i c l o s , q u e p r e v a l e c e e n el e s p í r i t u d e P o libio. F i n a l m e n t e r e t e n d r e m o s d e e s t e i m p o r t a n t e a u t o r q u e su h e r e n c i a p a r e c e h a b e r s i d o d o b l e : p o r u n a p a r t e , la h i s t o r i a r a c i o n a l i s t a , s e g ú n l a c u a l el p e n s a m i e n t o p r e c e d e a l a a c c i ó n y l o s i n d i v i d u o s s o n d u e ñ o s d e su a c t u a c i ó n ; p o r o t r a p a r t e , l o s g r a n d e s f r e s c o s u n i v e r s a l e s , las g r a n d e s s í n t e s i s frágiles, al e s t i l o d e T o y n b e e y d e S p e n g l e r . P e r o l a g r a n d e z a d e P o l i b i o quizá resida, p o r e n c i m a d e t o d o , en su afán d e saber. R e ú n e , e n igual grad o , l a c u r i o s i d a d d e l e x p l o r a d o r q u e v i a j a a l o l a r g o d e las c o s t a s d e M a r r u e cos y la erudición, y manifiesta d e s p r e c i o p o r los c o m p i l a d o r e s . D e s d e su p u n t o d e v i s t a , la i n f o r m a c i ó n a t r a v é s d e l o s l i b r o s « s ó l o c o n s t i t u y e el p r i m e r estadio del c o n o c i m i e n t o histórico. E n efecto, ¿sería suficiente h a b e r « c o n t e m p l a d o las o b r a s d e l o s p i n t o r e s a n t i g u o s » p a r a c o n s i d e r a r s e « u n b u e n pintor y un maestro del arte pictórico»?

4.

E N BUSCA D E LA «VERDADERA NATURALEZA» D E LA HISTORIOGRAFÍA ROMANA

Bajo este ambicioso título, reuniremos algunas consideraciones generales ( e n g r a n p a r t e i n s p i r a d a s e n A r n a l d o M o m i g l i a n o , Problémes d'historiographie ancienne et moderne) s o b r e l o s h i s t o r i a d o r e s r o m a n o s , s i n insistir e s p e c i a m e n t e e n T i t o Livio, T á c i t o u o t r o s a u t o r e s clásicos. L a s r e l a c i o n e s d e los h i s t o r i a d o r e s c o n el p o d e r , b a s t a n t e d é b i l e s e n el m u n d o griego, fueron más apremiantes en R o m a , d o n d e cualquiera que d e s a g r a d a s e p o d í a m c u r r i r e n el exilio o e n a l g o p e o r . E l r é g i m e n i m p e r i a l vigiló d e c e r c a m u y e s p e c i a m e n t e a l o s h i s t o r i a d o r e s y les i m p u s o u n a e s p e c i e d e l í n e a oficial. D u r a n t e l a é p o c a d e T i b e r i o , i n c l u s o s e l l e g a r o n a q u e m a r las o b r a s d e l s e n a d o r C r e m u t i u s C o r d u s , al q u e i m p u l s a r o n al suic i d i o . E l l o e x p l i c a las p r e c a u c i o n e s a d o p t a d a s p o r F l a v i o J o s e f o , h a c i e n d o a u t e n t i f i c a r p o r el e m p e r a d o r sus l i b r o s s o b r e l a g u e r r a j u d í a , y p o r S o z ó m e n e s , q u e s o m e t i ó s u o b r a a T e o d o s i o I I , o t o r g á n d o l e la f a c u l t a d d e « a ñ a d i r y r e c o r t a r a d i s c r e c i ó n » . T a l e s s e r v i d u m b r e s , i m p u e s t a s p o r el p o d e r , n o n o s a u t o r i z a n sin e m b a r g o a a f i r m a r l a e x i s t e n c i a d e h i s t o r i a d o r e s ofic i a l e s . S ó l o los i n f o r m e s d e l a s c a m p a ñ a s m i l i t a r e s m e r e c e n tal c a l i f i c a t i v o . E n l a A n t i g ü e d a d , c o m o e n la E d a d M e d i a o c o m o e n n u e s t r o s d í a s , p e r o c o n m o d a l i d a d e s e s p e c í f i c a s , la h i s t o r i a f o r m a b a p a r t e d e l e n t o r n o político y cultural. L o s a u t o r e s p r e t e n d í a n satisfacer u n a cierta f o r m a d e « d e m a n d a s o c i a l » . L a b i o g r a f í a , e s p e c i a l m e n t e i l u s t r a d a p o r l a Vida de los doce Césares, d e S u e t o n i o , c o n s t i t u í a u n g é n e r o p a r t i c u l a r m e n t e e s t i m a d o . 23

L o s retares e x t r a í a n a b u n d a n t e s e j e m p l o s d e l a v i d a d e los h o m b r e s ilust r e s y d e l o s r e l a t o s d e las h a z a ñ a s d e l a c o l e c t i v i d a d . C o m o m u e s t r a d e s t a c a d a d e l i n t e r é s o t o r g a d o al g é n e r o h i s t o r i o g r á f i c o se l e í a n a l g u n a s o b r a s e n p ú b l i c o o p o r el p r o p i o a u t o r ( T i m á g e n e s e n el siglo I, A m i a n o M a r c e lino e n el siglo r v ) o p o r a l g u n a o t r a p e r s o n a a t í t u l o d e h o m e n a j e . T a m b i é n h a b í a o t r a f o r m a d e c o n s a g r a c i ó n : las b i b l i o t e c a s p ú b l i c a s g u a r d a b a n las o b r a s h i s t ó r i c a s y los g r a n d e s d e e s t e m u n d o se las p r o c u r a b a n . E l c o m ú n d e los m o r t a l e s p o d í a r e c u r r i r a r e s ú m e n e s d e o b r a s m a y o r e s , y t e n e r a c c e s o , p o r e j e m p l o , a H e r o d o t o p o r m e d i a c i ó n d e T r o g o P o m p e y o (siglo i a. J. C ) . C o n s i d e r a d a e n su n i v e l m á s p r o f u n d o , l a a c t i v i d a d h i s t o r i o g r á f i c a se r e v e l a c o m o u n a t e n t a t i v a d e p e n s a r c o n j u n t a m e n t e el t i e m p o y el e s p a c i o , e n s u m u t u a i n t e r d e p e n d e n c i a . U n a o b r a l o d e m u e s t r a b r i l l a n t e m e n t e : las Res Gestae, e s c r i t a s p o r el p r o p i o A u g u s t o p a r a c e l e b r a r el g l o r i o s o d e s t i n o a s i g n a d o p o r el cielo a R o m a : d o m i n a r , pacificar y o r g a n i z a r el m u n d o . Estos relatos, destinados a ser grabados sobre tablas d e b r o n c e colocadas a n t e el m a u s o l e o d e A u g u s t o , d e s c r i b e n u n e s p a c i o d e l i m i t a d o y d o m i n a d o , u n a e s p e c i e d e e s t a d o final d e l a c o n q u i s t a d e l m u n d o (cf. ¿ l a u d e N i c o l e t , L'Inventaire du Monde, P a r í s , 1 9 8 8 ) . E l t e x t o s e e s t a b l e c i ó el 13 d. J . C , a p a r t i r d e a n t e r i o r e s v e r s i o n e s . S e t r a t a d e u n a f o r m a d e h i s t o r i a e l e m e n t a l , p r ó x i m a a l o s elogia o t o r g a d o s a los t r i u n f a d o r e s q u e c e l e b r a n u n o t r a s o t r o los c a r g o s e j e r c i d o s , los g a s t o s a s u m i d o s y las c o n q u i s t a s r e a lizadas p o r A u g u s t o . J u n t o a t a l e s r u d i m e n t o s d e h i s t o r i a , h a y algo d e g e o grafía, e n f o r m a d e e l e m e n t a l n o m e n c l a t u r a r e f e r e n t e a c i n c u e n t a y c i n c o n o m b r e s p r o p i o s : catorce provincias, veinticuatro p u e b l o s , e n t r e los cuales los Britanni y los Cimbri, c u a t r o r í o s , u n a s o l a m o n t a ñ a (los A l p e s ) , t r e s m a r e s , seis c i u d a d e s . B a g a j e l i g e r o , p e r o i d e o l ó g i c a m e n t e significativo, e s t a s u m a r i a g e o g r a f í a a t e s t i g u a el d o m i n i o s o b r e la t i e r r a h a b i t a d a , c u y o s lím i t e s se s i t ú a n e n E t i o p í a y J u t l a n d i a , r e v e l a a s i m i s m o las p r e t e n s i o n e s e c u ménicas de los r o m a n o s , manifestadas i g u a l m e n t e e n la a r q u i t e c t u r a y la i c o n o g r a f í a . D e m a n e r a e j e m p l a r y casi s i m b ó l i c a , las Res Gestae n o s h a c e n asistir a l a c o n s t r u c c i ó n d e u n s a b e r h i s t ó r i c o - g e o g r á f i c o , h e c h o p o s i b l e gracias a u n a s e r i e d e f a c t o r e s . E n p r i m e r l u g a r , g r a c i a s a l a c o n q u i s t a r o m a n a e n sí m i s m a : c o m e r c i a n t e s y m i l i t a r e s a b r i e r o n n u e v o s p a s o s , t o m a r o n la m e d i d a d e l m u n d o e h i c i e r o n d e él u n a d e t a l l a d a d e s c r i p c i ó n . G r a cias t a m b i é n al c o n t r o l a d m i n i s t r a t i v o d e l e s p a c i o p o r m e d i o d e l o s c e n s o s y los e m p a d r o n a m i e n t o s q u e r e s p o n d í a n a p r o p ó s i t o s fiscales. F i n a l m e n t e , g r a c i a s a l a p r o p i a v o l u n t a d d e l e m p e r a d o r : e n el a ñ o 14 d e n u e s t r a e r a h a c e r e d a c t a r u n B r e v i a r i o d e l I m p e r i o c o n f i n a l i d a d e s a d m i n i s t r a t i v a s , financieras y militares. D o m i n a r , inventariar y explotar forman u n a tríada inseparable. S e g ú n V i t r u b i o , la p r o p i a geografía p r e d e s t i n a b a a R o m a a gob e r n a r el u n i v e r s o : « C i e r t a m e n t e el p u e b l o r o m a n o t i e n e sus f r o n t e r a s e n el c e n t r o d e l e s p a c i o d e l m u n d o y e n s u z o n a m e d i a . D e e s t a m a n e r a , l a P r o v i d e n c i a o t o r g ó al e s t a d o r o m a n o u n a s i t u a c i ó n e x c e l e n t e y u n c l i m a t e m p l a d o , d e s t i n á n d o l o a s e r el i m p e r i o d e l m u n d o . T a n s u g e s t i v a g r a n d e z a n o s p e r m i t e c o m p r e n d e r la a p t i t u d d e l o s h i s t o r i a d o r e s p a r a v e r c o n a m plia p e r s p e c t i v a , a e s c a i a d e n a c i o n e s , i m p e r i o s o del u n i v e r s o e n t e r o c o m o T r o g o P o m p e y o . C o n t r i b u y e r o n a ello l a u n i f i c a c i ó n d e l ecumene a q u e d i o l u g a r la c o n q u i s t a r o m a n a y la i d e a e s t o i c a d e la u n i d a d d e l a h u m a n i d a d . E n c o n t r a d e lo q u e se h a c r e í d o d u r a n t e m u c h o t i e m p o , los h i s t o r i a 24

d o r e s antiguos n o e r a n e s e n c i a l m e n t e los d e p o s i t a r i o s ni los g a r a n t e s d e la tradición. A c t u a b a n , por encima de t o d o , como atentos observadores de l o s g r a n d e s c a m b i o s p o l í t i c o s y m i l i t a r e s a c a e c i d o s e n su t i e m p o . M o m i g l i a n o lo d e m u e s t r a d e m a n e r a c o n v i n c e n t e . E n e f e c t o , l o s g r a n d e s h i s t o r i a d o r e s e s c r i b e n s o b r e el p r ó x i m o p a s a d o , c o m o S a l u s t i o (86-35 a. J . C ) , q u e relata la g u e r r a d e Y u g u r t a y la c o n j u r a c i ó n de Catilina, o c o m o T á cito (55-120 d. J . C ) , q u e d e d i c a sus Historias y sus Anales a l o s e m p e r a d o r e s d e l siglo I. E l c a s o d e T i t o L i v i o n o d e b e e n g a ñ a r n o s al r e s p e c t o . N o t a b l e , p a r t i d a r i o d e A u g u s t o , v i e n d o e n l a h i s t o r i a u n a e s c a p a t o r i a a n t e los « f u n e s t o s e s p e c t á c u l o s » d e las g u e r r a s civiles, s e p r o p u s o n a r r a r l a h i s t o r i a de" R o m a d e s d e s u f u n d a c i ó n , ab urbe condita. D e los ciento c u a r e n t a y d o s l i b r o s q u e e s c r i b i ó e n t r e l o s a ñ o s 2 7 a. J . C . y 17 d. J. C , s ó l o n o s q u e d a n t r e i n t a , d e l o s c u a l e s d i e z v e r s a n s o b r e l o s o r í g e n e s y v e i n t e s o b r e la c o n q u i s t a r o m a n a d e s d e el a ñ o 2 1 8 a l 167 a n t e s d e n u e s t a e r a . S u r e l a t o , d e h e c h o , se p r o l o n g a b a h a s t a el p e r í o d o d e A u g u s t o e i n c l u í a p o r t a n t o u n a t a b l a c o n t e m p o r á n e a . N o n o s d e b e m o s d e j a r e n g a ñ a r ni a p r o p ó s i t o d e l a a u t é n t i c a n a t u r a l e z a d e s u o b r a n i p o r su r e s p e t o p a r a c o n l o s m i t o s d e l o r i g e n ( l l e g a d a d e E n e a s , R ó m u l o y R e m o ) , ni p o r su afición a las c o s t u m b r e s d e o t r a s é p o c a s . C u a n d o c e l e b r a a l o s h é r o e s (los H o r a c i o s , H o racios Cocles), p r e t e n d e ofrecer a sus c o n t e m p o r á n e o s ejemplos de valor, d e r e s p e t o a l o s d i o s e s y d e d e v o c i ó n p o r el e s t a d o , c o n t r i b u y e n d o a s í a la regeneración moral emprendida por Augusto. L a p r i o r i d a d o t o r g a d a al p r ó x i m o p a s a d o l a r e e n c o n t r a m o s e n A m i a n o M a r c e l i n o ( h a c i a 3 3 0 - 4 0 0 d e n u e s t r a e r a ) . Si d e d i c a t r e c e l i b r o s a r e l a t a r l o s a ñ o s 9 6 - 3 5 2 , r e s e r v a d i e c i o c h o al p e r í o d o 3 5 2 - 3 7 8 , q u e e n c i e r t o m o d o es « e l s u y o » . L o s h i s t o r i a d o r e s r o m a n o s s o n « c o n t e m p o r a n e í s t a s » o i n c l u s o «inmediatistas» p o r razones m u y simples: ¿no es preciso informar, en prim e r l u g a r , s o b r e l o q u e s e h a v i s t o y o í d o ? , ¿ n o es p r e c i s o p o d e r c o t e j a r los relatos d e m u c h o s testigos?, ¿ n o es legítimo e x p o n e r los h e c h o s d e los q u e s e p u e d e m e d i r su i m p o r t a n c i a : g u e r r a s , r e v o l u c i o n e s , t r a n s f o r m a c i o nes institucionales y m o r a l e s ? L a o b s e r v a c i ó n y la n a r r a c i ó n del c a m b i o ocup a b a n p o r t a n t o u n a p o s i c i ó n c e n t r a l e n el d i s c u r s o d e l o s h i s t o r i a d o r e s : « S u m i s i ó n c o n s i s t í a e n c o n s i g n a r las m o d i f i c a c i o n e s , t a n t o las p r o f u n d a s c o m o las r e l a t i v a m e n t e r á p i d a s q u e a f e c t a b a n a l c u e r p o p o l í t i c o . » ( A . M o migliano.) S e p r i v i l e g i a n d o s t i p o s d e c a m b i o s : las g u e r r a s , n a t u r a l m e n t e , p e r o t a m b i é n las r e v o l u c i o n e s p o l í t i c a s y las i n n o v a c i o n e s c o n s t i t u c i o n a l e s . P o r el c o n t r a r i o , p a r e c e q u e s e p e r c i b e n m e n o s las l e n t a s e v o l u c i o n e s d e las c o s t u m b r e s y del d e r e c h o . Tácito p a r e c e ser u n a excepción a esta regla. E n u n a n o t a b l e p á g i n a d e l o s Annales ( l i b r o I I I , 55 a 5 7 ) , s e p r e g u n t a s o b r e las r a z o n e s p o r las c u a l e s el l u j o d e l a m e s a , e x t e n d i d o sin f r e n o e n t r e los a ñ o s q u e v a n d e l 3 1 a. J . C . al 6 8 d. J . C , c a y ó e n d e s u s o p o c o a p o c o . Y n o s o f r e c e al r e s p e c t o t o d o u n a b a n i c o d e r a z o n e s : p o l í t i c a s (el e v e r g e t i s m o s e h a b í a h e c h o s o s p e c h o s o ) , p s i c o l ó g i c a s (el t e m o r i n s p i r a d o p o r las l e y e s s u n t u a r i a s ) , s o c i o l ó g i c a s (los h o m b r e s n u e v o s , p r o c e d e n t e s d e l o s m u n i c i p i o s y d e las p r o v i n c i a s , se m a n t i e n e n fieles a sus c o s t u m b r e s a u s t e r a s ) y m o r a l e s (el e j e m p l o d a d o p o r V e s p a s i a n o , r e s t a u r a d o r d e las t r a d i c i o n e s e n t r e el 69 y el 7 9 ) . A l t é r m i n o d e e s t a s a g a z e n c u e s t a s o b r e u n t e m a q u e e r a m o r a l , d e s d e su p e r s p e c t i v a , y q u e a p a r e c e c o m o e t n o g r á f i c o d e s d e la n u e s t r a — l a s c o s t u m b r e s d e m e s a — , T á c i t o se c o n t e n t a c o n u n a r e f e r e n c i a 25

L o s retares e x t r a í a n a b u n d a n t e s e j e m p l o s d e l a v i d a d e los h o m b r e s ilust r e s y d e l o s r e l a t o s d e las h a z a ñ a s d e l a c o l e c t i v i d a d . C o m o m u e s t r a d e s t a c a d a d e l i n t e r é s o t o r g a d o al g é n e r o h i s t o r i o g r á f i c o se l e í a n a l g u n a s o b r a s e n p ú b l i c o o p o r el p r o p i o a u t o r ( T i m á g e n e s e n el siglo I, A m i a n o M a r c e lino e n el siglo r v ) o p o r a l g u n a o t r a p e r s o n a a t í t u l o d e h o m e n a j e . T a m b i é n h a b í a o t r a f o r m a d e c o n s a g r a c i ó n : las b i b l i o t e c a s p ú b l i c a s g u a r d a b a n las o b r a s h i s t ó r i c a s y los g r a n d e s d e e s t e m u n d o se las p r o c u r a b a n . E l c o m ú n d e los m o r t a l e s p o d í a r e c u r r i r a r e s ú m e n e s d e o b r a s m a y o r e s , y t e n e r a c c e s o , p o r e j e m p l o , a H e r o d o t o p o r m e d i a c i ó n d e T r o g o P o m p e y o (siglo i a. J. C ) . C o n s i d e r a d a e n su n i v e l m á s p r o f u n d o , l a a c t i v i d a d h i s t o r i o g r á f i c a se r e v e l a c o m o u n a t e n t a t i v a d e p e n s a r c o n j u n t a m e n t e el t i e m p o y el e s p a c i o , e n s u m u t u a i n t e r d e p e n d e n c i a . U n a o b r a l o d e m u e s t r a b r i l l a n t e m e n t e : las Res Gestae, e s c r i t a s p o r el p r o p i o A u g u s t o p a r a c e l e b r a r el g l o r i o s o d e s t i n o a s i g n a d o p o r el cielo a R o m a : d o m i n a r , pacificar y o r g a n i z a r el m u n d o . Estos relatos, destinados a ser grabados sobre tablas d e b r o n c e colocadas a n t e el m a u s o l e o d e A u g u s t o , d e s c r i b e n u n e s p a c i o d e l i m i t a d o y d o m i n a d o , u n a e s p e c i e d e e s t a d o final d e l a c o n q u i s t a d e l m u n d o (cf. ¿ l a u d e N i c o l e t , L'Inventaire du Monde, P a r í s , 1 9 8 8 ) . E l t e x t o s e e s t a b l e c i ó el 13 d. J . C , a p a r t i r d e a n t e r i o r e s v e r s i o n e s . S e t r a t a d e u n a f o r m a d e h i s t o r i a e l e m e n t a l , p r ó x i m a a l o s elogia o t o r g a d o s a los t r i u n f a d o r e s q u e c e l e b r a n u n o t r a s o t r o los c a r g o s e j e r c i d o s , los g a s t o s a s u m i d o s y las c o n q u i s t a s r e a lizadas p o r A u g u s t o . J u n t o a t a l e s r u d i m e n t o s d e h i s t o r i a , h a y algo d e g e o grafía, e n f o r m a d e e l e m e n t a l n o m e n c l a t u r a r e f e r e n t e a c i n c u e n t a y c i n c o n o m b r e s p r o p i o s : catorce provincias, veinticuatro p u e b l o s , e n t r e los cuales los Britanni y los Cimbri, c u a t r o r í o s , u n a s o l a m o n t a ñ a (los A l p e s ) , t r e s m a r e s , seis c i u d a d e s . B a g a j e l i g e r o , p e r o i d e o l ó g i c a m e n t e significativo, e s t a s u m a r i a g e o g r a f í a a t e s t i g u a el d o m i n i o s o b r e la t i e r r a h a b i t a d a , c u y o s lím i t e s se s i t ú a n e n E t i o p í a y J u t l a n d i a , r e v e l a a s i m i s m o las p r e t e n s i o n e s e c u ménicas de los r o m a n o s , manifestadas i g u a l m e n t e e n la a r q u i t e c t u r a y la i c o n o g r a f í a . D e m a n e r a e j e m p l a r y casi s i m b ó l i c a , las Res Gestae n o s h a c e n asistir a l a c o n s t r u c c i ó n d e u n s a b e r h i s t ó r i c o - g e o g r á f i c o , h e c h o p o s i b l e gracias a u n a s e r i e d e f a c t o r e s . E n p r i m e r l u g a r , g r a c i a s a l a c o n q u i s t a r o m a n a e n sí m i s m a : c o m e r c i a n t e s y m i l i t a r e s a b r i e r o n n u e v o s p a s o s , t o m a r o n la m e d i d a d e l m u n d o e h i c i e r o n d e él u n a d e t a l l a d a d e s c r i p c i ó n . G r a cias t a m b i é n al c o n t r o l a d m i n i s t r a t i v o d e l e s p a c i o p o r m e d i o d e l o s c e n s o s y los e m p a d r o n a m i e n t o s q u e r e s p o n d í a n a p r o p ó s i t o s fiscales. F i n a l m e n t e , g r a c i a s a l a p r o p i a v o l u n t a d d e l e m p e r a d o r : e n el a ñ o 14 d e n u e s t r a e r a h a c e r e d a c t a r u n B r e v i a r i o d e l I m p e r i o c o n f i n a l i d a d e s a d m i n i s t r a t i v a s , financieras y militares. D o m i n a r , inventariar y explotar forman u n a tríada inseparable. S e g ú n V i t r u b i o , la p r o p i a geografía p r e d e s t i n a b a a R o m a a gob e r n a r el u n i v e r s o : « C i e r t a m e n t e el p u e b l o r o m a n o t i e n e sus f r o n t e r a s e n el c e n t r o d e l e s p a c i o d e l m u n d o y e n s u z o n a m e d i a . D e e s t a m a n e r a , l a P r o v i d e n c i a o t o r g ó al e s t a d o r o m a n o u n a s i t u a c i ó n e x c e l e n t e y u n c l i m a t e m p l a d o , d e s t i n á n d o l o a s e r el i m p e r i o d e l m u n d o . T a n s u g e s t i v a g r a n d e z a n o s p e r m i t e c o m p r e n d e r la a p t i t u d d e l o s h i s t o r i a d o r e s p a r a v e r c o n a m plia p e r s p e c t i v a , a e s c a i a d e n a c i o n e s , i m p e r i o s o del u n i v e r s o e n t e r o c o m o T r o g o P o m p e y o . C o n t r i b u y e r o n a ello l a u n i f i c a c i ó n d e l ecumene a q u e d i o l u g a r la c o n q u i s t a r o m a n a y la i d e a e s t o i c a d e la u n i d a d d e l a h u m a n i d a d . E n c o n t r a d e lo q u e se h a c r e í d o d u r a n t e m u c h o t i e m p o , los h i s t o r i a 24

d o r e s antiguos n o e r a n e s e n c i a l m e n t e los d e p o s i t a r i o s ni los g a r a n t e s d e la tradición. A c t u a b a n , por encima de t o d o , como atentos observadores de l o s g r a n d e s c a m b i o s p o l í t i c o s y m i l i t a r e s a c a e c i d o s e n su t i e m p o . M o m i g l i a n o lo d e m u e s t r a d e m a n e r a c o n v i n c e n t e . E n e f e c t o , l o s g r a n d e s h i s t o r i a d o r e s e s c r i b e n s o b r e el p r ó x i m o p a s a d o , c o m o S a l u s t i o (86-35 a. J . C ) , q u e relata la g u e r r a d e Y u g u r t a y la c o n j u r a c i ó n de Catilina, o c o m o T á cito (55-120 d. J . C ) , q u e d e d i c a sus Historias y sus Anales a l o s e m p e r a d o r e s d e l siglo I. E l c a s o d e T i t o L i v i o n o d e b e e n g a ñ a r n o s al r e s p e c t o . N o t a b l e , p a r t i d a r i o d e A u g u s t o , v i e n d o e n l a h i s t o r i a u n a e s c a p a t o r i a a n t e los « f u n e s t o s e s p e c t á c u l o s » d e las g u e r r a s civiles, s e p r o p u s o n a r r a r l a h i s t o r i a de" R o m a d e s d e s u f u n d a c i ó n , ab urbe condita. D e los ciento c u a r e n t a y d o s l i b r o s q u e e s c r i b i ó e n t r e l o s a ñ o s 2 7 a. J . C . y 17 d. J. C , s ó l o n o s q u e d a n t r e i n t a , d e l o s c u a l e s d i e z v e r s a n s o b r e l o s o r í g e n e s y v e i n t e s o b r e la c o n q u i s t a r o m a n a d e s d e el a ñ o 2 1 8 a l 167 a n t e s d e n u e s t a e r a . S u r e l a t o , d e h e c h o , se p r o l o n g a b a h a s t a el p e r í o d o d e A u g u s t o e i n c l u í a p o r t a n t o u n a t a b l a c o n t e m p o r á n e a . N o n o s d e b e m o s d e j a r e n g a ñ a r ni a p r o p ó s i t o d e l a a u t é n t i c a n a t u r a l e z a d e s u o b r a n i p o r su r e s p e t o p a r a c o n l o s m i t o s d e l o r i g e n ( l l e g a d a d e E n e a s , R ó m u l o y R e m o ) , ni p o r su afición a las c o s t u m b r e s d e o t r a s é p o c a s . C u a n d o c e l e b r a a l o s h é r o e s (los H o r a c i o s , H o racios Cocles), p r e t e n d e ofrecer a sus c o n t e m p o r á n e o s ejemplos de valor, d e r e s p e t o a l o s d i o s e s y d e d e v o c i ó n p o r el e s t a d o , c o n t r i b u y e n d o a s í a la regeneración moral emprendida por Augusto. L a p r i o r i d a d o t o r g a d a al p r ó x i m o p a s a d o l a r e e n c o n t r a m o s e n A m i a n o M a r c e l i n o ( h a c i a 3 3 0 - 4 0 0 d e n u e s t r a e r a ) . Si d e d i c a t r e c e l i b r o s a r e l a t a r l o s a ñ o s 9 6 - 3 5 2 , r e s e r v a d i e c i o c h o al p e r í o d o 3 5 2 - 3 7 8 , q u e e n c i e r t o m o d o es « e l s u y o » . L o s h i s t o r i a d o r e s r o m a n o s s o n « c o n t e m p o r a n e í s t a s » o i n c l u s o «inmediatistas» p o r razones m u y simples: ¿no es preciso informar, en prim e r l u g a r , s o b r e l o q u e s e h a v i s t o y o í d o ? , ¿ n o es p r e c i s o p o d e r c o t e j a r los relatos d e m u c h o s testigos?, ¿ n o es legítimo e x p o n e r los h e c h o s d e los q u e s e p u e d e m e d i r su i m p o r t a n c i a : g u e r r a s , r e v o l u c i o n e s , t r a n s f o r m a c i o nes institucionales y m o r a l e s ? L a o b s e r v a c i ó n y la n a r r a c i ó n del c a m b i o ocup a b a n p o r t a n t o u n a p o s i c i ó n c e n t r a l e n el d i s c u r s o d e l o s h i s t o r i a d o r e s : « S u m i s i ó n c o n s i s t í a e n c o n s i g n a r las m o d i f i c a c i o n e s , t a n t o las p r o f u n d a s c o m o las r e l a t i v a m e n t e r á p i d a s q u e a f e c t a b a n a l c u e r p o p o l í t i c o . » ( A . M o migliano.) S e p r i v i l e g i a n d o s t i p o s d e c a m b i o s : las g u e r r a s , n a t u r a l m e n t e , p e r o t a m b i é n las r e v o l u c i o n e s p o l í t i c a s y las i n n o v a c i o n e s c o n s t i t u c i o n a l e s . P o r el c o n t r a r i o , p a r e c e q u e s e p e r c i b e n m e n o s las l e n t a s e v o l u c i o n e s d e las c o s t u m b r e s y del d e r e c h o . Tácito p a r e c e ser u n a excepción a esta regla. E n u n a n o t a b l e p á g i n a d e l o s Annales ( l i b r o I I I , 55 a 5 7 ) , s e p r e g u n t a s o b r e las r a z o n e s p o r las c u a l e s el l u j o d e l a m e s a , e x t e n d i d o sin f r e n o e n t r e los a ñ o s q u e v a n d e l 3 1 a. J . C . al 6 8 d. J . C , c a y ó e n d e s u s o p o c o a p o c o . Y n o s o f r e c e al r e s p e c t o t o d o u n a b a n i c o d e r a z o n e s : p o l í t i c a s (el e v e r g e t i s m o s e h a b í a h e c h o s o s p e c h o s o ) , p s i c o l ó g i c a s (el t e m o r i n s p i r a d o p o r las l e y e s s u n t u a r i a s ) , s o c i o l ó g i c a s (los h o m b r e s n u e v o s , p r o c e d e n t e s d e l o s m u n i c i p i o s y d e las p r o v i n c i a s , se m a n t i e n e n fieles a sus c o s t u m b r e s a u s t e r a s ) y m o r a l e s (el e j e m p l o d a d o p o r V e s p a s i a n o , r e s t a u r a d o r d e las t r a d i c i o n e s e n t r e el 69 y el 7 9 ) . A l t é r m i n o d e e s t a s a g a z e n c u e s t a s o b r e u n t e m a q u e e r a m o r a l , d e s d e su p e r s p e c t i v a , y q u e a p a r e c e c o m o e t n o g r á f i c o d e s d e la n u e s t r a — l a s c o s t u m b r e s d e m e s a — , T á c i t o se c o n t e n t a c o n u n a r e f e r e n c i a 25

d e p u r a f ó r m u l a a l a v i s i ó n cíclica d e la h i s t o r i a : « T a l v e z e x i s t a u n a e s p e cie d e ciclo p a r a t o d a s las c o s a s , y las c o s t u m b r e s t e n g a n , al i g u a l q u e las e s t a c i o n e s , sus v i c i s i t u d e s . » C r e e m o s d e s c u b r i r u n a e s p e c i e d e « r u p t u r a » e n t r e las c o n c e p c i o n e s filosóficas p r o c l a m a d a s y el e x a m e n p r e c i s o d e los h e c h o s e n el q u e r e s i d e la v e r d a d e r a e x p l i c a c i ó n .

5.

L A HERENCIA HISTORIOGRÁFICA ANTIGUA

L a t r a d i c i ó n h i s t o r i o g r á f i c a , t a l c o m o s e p u e d e a p r e c i a r a finales d e l p e ríodo r o m a n o , se r e d u c e a a l g u n o s p r i n c i p i o s e s e n c i a l e s . L a h i s t o r i a n o e s m á s q u e l a n a r r a c i ó n d e los h e c h o s v e r d a d e r o s y c o n t r o l a b l e s . A m i a n o M a r c e l i n o n o s d i c e : « A l s e g u i r el o r d e n d e l o s d i v e r s o s a c o n t e c i m i e n t o s , h e r e l a t a d o ( e n l a m e d i d a e n q u e m e h a s i d o p o s i b l e b u s c a r la v e r d a d ) l o s h e c h o s d e los q u e h e p o d i d o ser t e s t i g o o c u l a r , d e b i d o a m i e d a d , o d e l o s q u e h e p o d i d o i n f o r m a r m e , i n t e r r o g a n d o m i n u c i o s a m e n t e a los q u e partic i p a r o n e n e l l o s . » E n c u a n t o a S o z ó m e n e s , justifica, e n l a i n t r o d u c c i ó n d e s u Histoire ecclésiastique, la u t i l i z a c i ó n d e t e x t o s h e r é t i c o s e n s u a f á n d e b ú s q u e d a d e l a v e r d a d : « D a d o q u e es n e c e s a r i o b u s c a r c u i d a d o s a m e n t e l a v e r d a d del relato, m e p a r e c e necesario examinar aquellos escritos tan a fondo c o m o m e sea posible.» L a distinción e n t r e m i t o e historia está sólidamente establecida: p o r ejemplo, Eusebio de Cesárea y San Jerónimo consideran que, en relación al p e r í o d o a n t e r i o r a A b r a h a m , « n o e n c o n t r a m o s v e r d a d e r a m e n t e , h a b l a n d o en t é r m i n o s g e n e r a l e s , n i n g u n a historia, ni griega, ni b á r b a r a , ni pagan a » . D e a h í l a e l e c c i ó n d e l p r i m e r h i s t o r i a d o r l l a m a d o a d e s c r i b i r «la s u c e s i ó n d e l o s t i e m p o s » , d e s d e A b r a h a m y N i n u s h a s t a su é p o c a . N a d i e c o n f u n d e la b i o g r a f í a , q u e i n t e n t a d e s c r i b i r a las p e r s o n a s , c o n l a h i s t o r i a , d e s t i n a d a a n a r r a r los h e c h o s . L o s a u t o r e s d e la b a j a A n t i g ü e d a d se c o m p l a c e n e n v i n c u l a r s e a s u s p r e decesores, c o m o A m i a n o Marcelino o Tácito. Así se encuentra m e j o r aseg u r a d a l a c o n t i n u i d a d d e los m o d e l o s h i s t o r i o g r á f i c o s . L a s o b r a s d e r e f e r e n c i a se c o n s e r v a n e n las g r a n d e s b i b l i o t e c a s y las r e p r o d u c e n l o s c o p i s t a s ( p o r e j e m p l o e n C o n s t a n t i n o p l a e n el siglo r v ) . N o c o n t e n t o s c o n r e c o r d a r l o s g r a n d e s e j e m p l o s , los h i s t o r i a d o r e s d e l B a j o I m p e r i o t i e n e n u n g r a n s e n t i d o d e la o b s e r v a c i ó n . S o l d a d o s , e m b a j a d o r e s o relores, v i a j a n m u c h o al i n t e r i o r d e u n m u n d o c a d a v e z m á s a m e n a z a d o p o r los b á r b a r o s , « p r e t e x to» ideal p a r a hacer consideraciones geográficas y etnográficas. A m i a n o M a r c e l i n o ( h a c i a 330-400) p u e d e s e r c o n s i d e r a d o c o m o el a u t o r m á s r e p r e s e n t a t i v o d e e s t a é p o c a . D e o r i g e n g r i e g o , e s t u v o al s e r v i c i o d e C o n s t a n c i o y a c o m p a ñ ó a J u l i a n o e n su c a m p a ñ a c o n t r a los p a r t o s . Su o b r a Rerum gestarum libri XXXI, q u e v a d e s d e el a d v e n i m i e n t o d e N e r v a a l a m u e r t e d e V a l e n t e ( 9 6 - 3 7 8 ) , se i n s c r i b e e n la c o n t i n u i d a d d e la o b r a d e T á c i t o . S u s p r i n c i p i o s s o n p r ó x i m o s a los d e sus p r e d e c e s o r e s (cf. G u y S a b b a h , La Méthode d'Ammien Marcellin, P a r í s , 1 9 7 8 ) . D a d o q u e la e x p o s i c i ó n d e la v e r d a d le p a r e c e u n i d e a l i n a c c e s i b l e , h a c e e s c a s a r e f e r e n c i a a ella. N o r m a l m e n t e se m a n t i e n e d e n t r o d e la v e r a c i d a d . P r e t e n d e e n u n c i a r u n a v e r o s i m i l i t u d c a p a z d e c o n v e n c e r ; p r e t e n d e i n s p i r a r la fides, l a c o n fianza. L a n o c i ó n d e v e r d a d o b j e t i v a n o c o n s t i t u y e u n d a t o e s e n c i a l e n él: se c o n s t i t u y e e n el m a r c o d e u n e s f u e r z o , c u y o o b j e t i v o c o n s i s t e e n d e p u 26

r a r l a n o c i ó n d e v e r d a d r e t ó r i c a m á s a p r o p i a d a p a r a p e r s u a d i r , « c o n el p r o p ó s i t o d e a p l i c a r l a al c o n o c i m i e n t o d e l p a s a d o » . H i j a d e l a e l o c u e n c i a , l a h i s t o r i a d e b e i n c l i n a r s e h a c i a l a h o n e s t i d a d , la i n t e g r i d a d ( n o o m i t i e n d o n a d a ) y la m e s u r a ( e v i t a n d o t o d a e x a g e r a c i ó n ) . P a r a e s t a b l e c e r l a v e r d a d o l a v e r a c i d a d d e los h e c h o s , el h i s t o r i a d o r a v a n z a las p r u e b a s s u m i n i s t r a d a s p o r l a s o b s e r v a c i o n e s p e r s o n a l e s y p o r l o s d a t o s a p o r t a d o s p o r los p r o t a g o n i s t a s d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s . C o n s i d e r a n d o s i e m p r e q u e la v i s t a es m á s s e g u r a q u e el o í d o , l o s s i t ú a e n c i e r t a m a n e r a e n el m i s m o p l a n o , e n l a m e d i d a e n q u e t o d o d e s c a n s a finalmente s o b r e la a u t o r i d a d del h i s t o r i a d o r , fuente d e u n a relación d e confianza c o n el l e c t o r . ¿ E r a de primera m a n o la información d e A m i a n o Marcelino? U n o s h a n a s e g u r a d o q u e se l i m i t ó a p l a g i a r a u n o s c u a n t o s p r e c u r s o r e s , m i e n t r a s q u e otros h a n considerado q u e recopiló i n n u m e r a b l e s d a t o s tal c o m o e r a n . G u y Sabbah nos demuestra q u e , de h e c h o , recurría frecuentemente a fuentes d e p r i m e r a m a n o : traducciones griegas, inscripciones jeroglíficas, m o n u m e n t o s f i g u r a d o s , d o c u m e n t o s oficiales c o n s u l t a d o s e n el Tabularium (tab l a s i t i n e r a r i a s , listas d e p r e f e c t u r a s ) o , i n c l u s o , a r c h i v o s f a m i l i a r e s y p r i vados. E n r e s u m e n , recurrió a d o c u m e n t o s originales con más frecuencia d e l o q u e s e h a d i c h o , p e r o a p e n a s a l g o m á s q u e sus c o n t e m p o r á n e o s . E u sebio de Cesárea utilizaba t a m b i é n textos de leyes, cartas de e m p e r a d o r e s y d e obispos, actas conciliares, etc. Sin e m b a r g o , d e b e m o s m e n c i o n a r u n a p a r t i c u l a r i d a d d e A m i a n o : oficial c o n v e r t i d o e n h i s t o r i a d o r , r e u n i ó l o s r e c u e r d o s d e sus c o l e g a s ; u t i l i z ó t a m b i é n l o s b r e v e s y c o n c i s o s i n f o r m e s q u e l a b u r o c r a c i a d e l B a j o I m p e r i o h a c í a c o n s t a r a c e r c a d e las o p e r a c i o n e s m i litares. E n s u r e l a t o , A m i a n o M a r c e l i n o c o n s e r v a t a n s ó l o los h e c h o s m e m o r a bles, d e s e c h a n d o los detalles h u m i l d e s e i n n o b l e s , p a r a p r e s t a r t o d a su atenc i ó n a los a c o n t e c i m i e n t o s p r e ñ a d o s d e c o n s e c u e n c i a s . A s í s e e l a b o r a la g r a n h i s t o r i a , q u e p r e t e n d e s e r scientia plena. E n g e n e r a l , es n e c e s a r i o r e s p e t a r e n e l l a el o r d e n c r o n o l ó g i c o , s a b i e n d o r e n u n c i a r a él c u a n d o l a simultaneidad de los acontecimientos, ocurridos en lugares alejados, p u e d e i n d u c i r a c o n f u s i ó n . E n t a l c a s o , e x i s t e el r i e s g o d e s o m e t e r s e a las e x i g e n cias d e u n a « p r o g r e s i ó n d r a m á t i c a » . M á s r e p r e s e n t a t i v o q u e original, n u t r i d o su espíritu e n u n a tradición q u e se r e m o n t a a P o l i b i o , v i s c e r a l m e n t e v i n c u l a d o al o r d e n r o m a n o , q u e se c o m p l a c í a e n c o n t r a s t a r c o n la a n a r q u í a b á r b a r a , A m i a n o M a r c e l i n o r e n u n c i a a p r o c l a m a r la u t i l i d a d d e l a h i s t o r i a . D e b e l i m i t a r s e é s t a a u n a cognitio plena ( u n c o n o c i m i e n t o c o m p l e t o ) , al n o p o d e r ser u n a magistra vitae ( m a e s t r a d e la v i d a ) . P r e s u m e d e h i s t o r i a d o r p u r o e n u n m u n d o e n el q u e f r e c u e n t e m e n t e los g e n e r a l e s son b á r b a r o s a c u l t u r a d o s y los políticos u n o s c í n i c o s sin e s c r ú p u l o s , y e n el q u e las c o s t u m b r e s e s t á n t a n d e g r a d a d a s q u e ya n o e s p o s i b l e c r e e r e n l a v i r t u d e j e m p l a r d e u n g é n e r o s o m e t i d o a l o s asaltos r e p e t i d o s , y r á p i d a m e n t e victoriosos, d e la historia cristiana. Sería e n g a ñ o s o i m a g i n a r q u e se h a p a s a d o i n s e n s i b l e m e n t e , m e d i a n t e u n a e s p e cie d e d e s l i z a m i e n t o p r o g r e s i v o , d e s d e las f ó r m u l a s a n t i g u a s a las c o n c e p c i o n e s m e d i e v a l e s . D e h e c h o , e n el siglo r v , s e p r o d u j o u n a r e n o v a c i ó n m u y p r o f u n d a d e las p e r s p e c t i v a s . D e s p u é s d e la v i c t o r i a d e C o n s t a n t i n o e n el a ñ o 3 1 2 , n o s d i c e M o m i g l i a n o , la I g l e s i a « s e i r g u i ó v i c t o r i o s a m e n t e p a r a r e a f i r m a r , c o n r e l e v a n t e a u t o r i d a d , el m o d e l o e v i d e n t e d e l a i n t e r v e n 27

d e p u r a f ó r m u l a a l a v i s i ó n cíclica d e la h i s t o r i a : « T a l v e z e x i s t a u n a e s p e cie d e ciclo p a r a t o d a s las c o s a s , y las c o s t u m b r e s t e n g a n , al i g u a l q u e las e s t a c i o n e s , sus v i c i s i t u d e s . » C r e e m o s d e s c u b r i r u n a e s p e c i e d e « r u p t u r a » e n t r e las c o n c e p c i o n e s filosóficas p r o c l a m a d a s y el e x a m e n p r e c i s o d e los h e c h o s e n el q u e r e s i d e la v e r d a d e r a e x p l i c a c i ó n .

5.

L A HERENCIA HISTORIOGRÁFICA ANTIGUA

L a t r a d i c i ó n h i s t o r i o g r á f i c a , t a l c o m o s e p u e d e a p r e c i a r a finales d e l p e ríodo r o m a n o , se r e d u c e a a l g u n o s p r i n c i p i o s e s e n c i a l e s . L a h i s t o r i a n o e s m á s q u e l a n a r r a c i ó n d e los h e c h o s v e r d a d e r o s y c o n t r o l a b l e s . A m i a n o M a r c e l i n o n o s d i c e : « A l s e g u i r el o r d e n d e l o s d i v e r s o s a c o n t e c i m i e n t o s , h e r e l a t a d o ( e n l a m e d i d a e n q u e m e h a s i d o p o s i b l e b u s c a r la v e r d a d ) l o s h e c h o s d e los q u e h e p o d i d o ser t e s t i g o o c u l a r , d e b i d o a m i e d a d , o d e l o s q u e h e p o d i d o i n f o r m a r m e , i n t e r r o g a n d o m i n u c i o s a m e n t e a los q u e partic i p a r o n e n e l l o s . » E n c u a n t o a S o z ó m e n e s , justifica, e n l a i n t r o d u c c i ó n d e s u Histoire ecclésiastique, la u t i l i z a c i ó n d e t e x t o s h e r é t i c o s e n s u a f á n d e b ú s q u e d a d e l a v e r d a d : « D a d o q u e es n e c e s a r i o b u s c a r c u i d a d o s a m e n t e l a v e r d a d del relato, m e p a r e c e necesario examinar aquellos escritos tan a fondo c o m o m e sea posible.» L a distinción e n t r e m i t o e historia está sólidamente establecida: p o r ejemplo, Eusebio de Cesárea y San Jerónimo consideran que, en relación al p e r í o d o a n t e r i o r a A b r a h a m , « n o e n c o n t r a m o s v e r d a d e r a m e n t e , h a b l a n d o en t é r m i n o s g e n e r a l e s , n i n g u n a historia, ni griega, ni b á r b a r a , ni pagan a » . D e a h í l a e l e c c i ó n d e l p r i m e r h i s t o r i a d o r l l a m a d o a d e s c r i b i r «la s u c e s i ó n d e l o s t i e m p o s » , d e s d e A b r a h a m y N i n u s h a s t a su é p o c a . N a d i e c o n f u n d e la b i o g r a f í a , q u e i n t e n t a d e s c r i b i r a las p e r s o n a s , c o n l a h i s t o r i a , d e s t i n a d a a n a r r a r los h e c h o s . L o s a u t o r e s d e la b a j a A n t i g ü e d a d se c o m p l a c e n e n v i n c u l a r s e a s u s p r e decesores, c o m o A m i a n o Marcelino o Tácito. Así se encuentra m e j o r aseg u r a d a l a c o n t i n u i d a d d e los m o d e l o s h i s t o r i o g r á f i c o s . L a s o b r a s d e r e f e r e n c i a se c o n s e r v a n e n las g r a n d e s b i b l i o t e c a s y las r e p r o d u c e n l o s c o p i s t a s ( p o r e j e m p l o e n C o n s t a n t i n o p l a e n el siglo r v ) . N o c o n t e n t o s c o n r e c o r d a r l o s g r a n d e s e j e m p l o s , los h i s t o r i a d o r e s d e l B a j o I m p e r i o t i e n e n u n g r a n s e n t i d o d e la o b s e r v a c i ó n . S o l d a d o s , e m b a j a d o r e s o relores, v i a j a n m u c h o al i n t e r i o r d e u n m u n d o c a d a v e z m á s a m e n a z a d o p o r los b á r b a r o s , « p r e t e x to» ideal p a r a hacer consideraciones geográficas y etnográficas. A m i a n o M a r c e l i n o ( h a c i a 330-400) p u e d e s e r c o n s i d e r a d o c o m o el a u t o r m á s r e p r e s e n t a t i v o d e e s t a é p o c a . D e o r i g e n g r i e g o , e s t u v o al s e r v i c i o d e C o n s t a n c i o y a c o m p a ñ ó a J u l i a n o e n su c a m p a ñ a c o n t r a los p a r t o s . Su o b r a Rerum gestarum libri XXXI, q u e v a d e s d e el a d v e n i m i e n t o d e N e r v a a l a m u e r t e d e V a l e n t e ( 9 6 - 3 7 8 ) , se i n s c r i b e e n la c o n t i n u i d a d d e la o b r a d e T á c i t o . S u s p r i n c i p i o s s o n p r ó x i m o s a los d e sus p r e d e c e s o r e s (cf. G u y S a b b a h , La Méthode d'Ammien Marcellin, P a r í s , 1 9 7 8 ) . D a d o q u e la e x p o s i c i ó n d e la v e r d a d le p a r e c e u n i d e a l i n a c c e s i b l e , h a c e e s c a s a r e f e r e n c i a a ella. N o r m a l m e n t e se m a n t i e n e d e n t r o d e la v e r a c i d a d . P r e t e n d e e n u n c i a r u n a v e r o s i m i l i t u d c a p a z d e c o n v e n c e r ; p r e t e n d e i n s p i r a r la fides, l a c o n fianza. L a n o c i ó n d e v e r d a d o b j e t i v a n o c o n s t i t u y e u n d a t o e s e n c i a l e n él: se c o n s t i t u y e e n el m a r c o d e u n e s f u e r z o , c u y o o b j e t i v o c o n s i s t e e n d e p u 26

r a r l a n o c i ó n d e v e r d a d r e t ó r i c a m á s a p r o p i a d a p a r a p e r s u a d i r , « c o n el p r o p ó s i t o d e a p l i c a r l a al c o n o c i m i e n t o d e l p a s a d o » . H i j a d e l a e l o c u e n c i a , l a h i s t o r i a d e b e i n c l i n a r s e h a c i a l a h o n e s t i d a d , la i n t e g r i d a d ( n o o m i t i e n d o n a d a ) y la m e s u r a ( e v i t a n d o t o d a e x a g e r a c i ó n ) . P a r a e s t a b l e c e r l a v e r d a d o l a v e r a c i d a d d e los h e c h o s , el h i s t o r i a d o r a v a n z a las p r u e b a s s u m i n i s t r a d a s p o r l a s o b s e r v a c i o n e s p e r s o n a l e s y p o r l o s d a t o s a p o r t a d o s p o r los p r o t a g o n i s t a s d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s . C o n s i d e r a n d o s i e m p r e q u e la v i s t a es m á s s e g u r a q u e el o í d o , l o s s i t ú a e n c i e r t a m a n e r a e n el m i s m o p l a n o , e n l a m e d i d a e n q u e t o d o d e s c a n s a finalmente s o b r e la a u t o r i d a d del h i s t o r i a d o r , fuente d e u n a relación d e confianza c o n el l e c t o r . ¿ E r a de primera m a n o la información d e A m i a n o Marcelino? U n o s h a n a s e g u r a d o q u e se l i m i t ó a p l a g i a r a u n o s c u a n t o s p r e c u r s o r e s , m i e n t r a s q u e otros h a n considerado q u e recopiló i n n u m e r a b l e s d a t o s tal c o m o e r a n . G u y Sabbah nos demuestra q u e , de h e c h o , recurría frecuentemente a fuentes d e p r i m e r a m a n o : traducciones griegas, inscripciones jeroglíficas, m o n u m e n t o s f i g u r a d o s , d o c u m e n t o s oficiales c o n s u l t a d o s e n el Tabularium (tab l a s i t i n e r a r i a s , listas d e p r e f e c t u r a s ) o , i n c l u s o , a r c h i v o s f a m i l i a r e s y p r i vados. E n r e s u m e n , recurrió a d o c u m e n t o s originales con más frecuencia d e l o q u e s e h a d i c h o , p e r o a p e n a s a l g o m á s q u e sus c o n t e m p o r á n e o s . E u sebio de Cesárea utilizaba t a m b i é n textos de leyes, cartas de e m p e r a d o r e s y d e obispos, actas conciliares, etc. Sin e m b a r g o , d e b e m o s m e n c i o n a r u n a p a r t i c u l a r i d a d d e A m i a n o : oficial c o n v e r t i d o e n h i s t o r i a d o r , r e u n i ó l o s r e c u e r d o s d e sus c o l e g a s ; u t i l i z ó t a m b i é n l o s b r e v e s y c o n c i s o s i n f o r m e s q u e l a b u r o c r a c i a d e l B a j o I m p e r i o h a c í a c o n s t a r a c e r c a d e las o p e r a c i o n e s m i litares. E n s u r e l a t o , A m i a n o M a r c e l i n o c o n s e r v a t a n s ó l o los h e c h o s m e m o r a bles, d e s e c h a n d o los detalles h u m i l d e s e i n n o b l e s , p a r a p r e s t a r t o d a su atenc i ó n a los a c o n t e c i m i e n t o s p r e ñ a d o s d e c o n s e c u e n c i a s . A s í s e e l a b o r a la g r a n h i s t o r i a , q u e p r e t e n d e s e r scientia plena. E n g e n e r a l , es n e c e s a r i o r e s p e t a r e n e l l a el o r d e n c r o n o l ó g i c o , s a b i e n d o r e n u n c i a r a él c u a n d o l a simultaneidad de los acontecimientos, ocurridos en lugares alejados, p u e d e i n d u c i r a c o n f u s i ó n . E n t a l c a s o , e x i s t e el r i e s g o d e s o m e t e r s e a las e x i g e n cias d e u n a « p r o g r e s i ó n d r a m á t i c a » . M á s r e p r e s e n t a t i v o q u e original, n u t r i d o su espíritu e n u n a tradición q u e se r e m o n t a a P o l i b i o , v i s c e r a l m e n t e v i n c u l a d o al o r d e n r o m a n o , q u e se c o m p l a c í a e n c o n t r a s t a r c o n la a n a r q u í a b á r b a r a , A m i a n o M a r c e l i n o r e n u n c i a a p r o c l a m a r la u t i l i d a d d e l a h i s t o r i a . D e b e l i m i t a r s e é s t a a u n a cognitio plena ( u n c o n o c i m i e n t o c o m p l e t o ) , al n o p o d e r ser u n a magistra vitae ( m a e s t r a d e la v i d a ) . P r e s u m e d e h i s t o r i a d o r p u r o e n u n m u n d o e n el q u e f r e c u e n t e m e n t e los g e n e r a l e s son b á r b a r o s a c u l t u r a d o s y los políticos u n o s c í n i c o s sin e s c r ú p u l o s , y e n el q u e las c o s t u m b r e s e s t á n t a n d e g r a d a d a s q u e ya n o e s p o s i b l e c r e e r e n l a v i r t u d e j e m p l a r d e u n g é n e r o s o m e t i d o a l o s asaltos r e p e t i d o s , y r á p i d a m e n t e victoriosos, d e la historia cristiana. Sería e n g a ñ o s o i m a g i n a r q u e se h a p a s a d o i n s e n s i b l e m e n t e , m e d i a n t e u n a e s p e cie d e d e s l i z a m i e n t o p r o g r e s i v o , d e s d e las f ó r m u l a s a n t i g u a s a las c o n c e p c i o n e s m e d i e v a l e s . D e h e c h o , e n el siglo r v , s e p r o d u j o u n a r e n o v a c i ó n m u y p r o f u n d a d e las p e r s p e c t i v a s . D e s p u é s d e la v i c t o r i a d e C o n s t a n t i n o e n el a ñ o 3 1 2 , n o s d i c e M o m i g l i a n o , la I g l e s i a « s e i r g u i ó v i c t o r i o s a m e n t e p a r a r e a f i r m a r , c o n r e l e v a n t e a u t o r i d a d , el m o d e l o e v i d e n t e d e l a i n t e r v e n 27

c i ó n d i v i n a e n l a h i s t o r i a y la i m p l a c a b l e e l i m i n a c i ó n d e las d e s v i a c i o n e s » . L a historia providencial, n u t r i d a d e c e r t i d u m b r e s , se p r o p u s o s u p l a n t a r la simple n a r r a c i ó n d e los c a m b i o s d e b i d o s a los h o m b r e s , q u e e r a la preferida d e l o s a u t o r e s p a g a n o s .

DOCUMENTOS « X X . A s í e r a , s e g ú n m i s i n v e s t i g a c i o n e s , la a n t i g u a s i t u a c i ó n d e G r e cia. E s difícil c o n c e d e r c r é d i t o a los d o c u m e n t o s e n s u c o n j u n t o . L o s h o m b r e s a c e p t a n sin p r e v i o e x a m e n l o s r e l a t o s d e l o s h e c h o s p a s a d o s , i n c l u s i v e los c o n c e r n i e n t e s a s u p a í s . A s í , la m a y o r í a d e l o s a t e n i e n s e s c r e e q u e fue H i p a r c o q u i e n p e r e c i ó , b a j o los g o l p e s d e A r m o d i o y A r i s t o g i t ó n , p o r la s i m p l e r a z ó n d e q u e e s t a b a e n el p o d e r ; i g n o r a n q u e fue H i p i a s , el h i j o m a y o r d e P i s í s t r a t o , q u i e n se h a l l a b a a la c a b e z a d e l g o b i e r n o ; H i p a r c o y T é salos e r a n sus h e r m a n o s . E l d í a fijado p a r a el a s e s i n a t o y e n el m o m e n t o d e a c t u a r , A r m o d i o y A r i s t o g i t ó n s o s p e c h a r o n q u e a l g u n o s d e los c o n j u r a d o s h a b í a n p r e v e n i d o a H i p i a s ; así q u e n o le a t a c a r o n p o r q u e le s u p o n í a n a d v e r t i d o ; p e r o , n o q u e r i e n d o p a s a r sin h a b e r h e c h o n a d a , m a t a r o n a H i p a r c o , a quien habían e n c o n t r a d o cerca del t e m p l o de L e o k o r i o n , just o e n el m o m e n t o e n q u e o r g a n i z a b a la p r o c e s i ó n d e las P a n a t e n e a s . A propósito de otras m u c h a s cuestiones c o n t e m p o r á n e a s , m e refiero a c u e s t i o n e s q u e el t i e m p o n o h a p o d i d o h a c e r o l v i d a r , el r e s t o d e G r e c i a n o t i e n e i d e a s e x a c t a s : s e i m a g i n a n q u e los r e y e s d e E s p a r t a d i s p o n e n d e d o s sufragios y n o d e u n o s o l o o q u e t i e n e n a su d i s p o s i c i ó n u n c u e r p o d e t r o p a s p r o c e d e n t e d e la t r i b u d e P i t a n é ; c o s a s q u e j a m á s h a n o c u r r i d o . V e m o s c o n c u á n t a n e g l i g e n c i a la m a y o r í a d e l a g e n t e b u s c a la v e r d a d y c ó m o a c o g e n las p r i m e r a s i n f o r m a c i o n e s q u e les l l e g a n . X X I . S e g ú n los i n d i c i o s q u e h e s e ñ a l a d o , n o n o s e q u i v o c a r e m o s al j u z g a r los h e c h o s , m á s o m e n o s , c o m o los h e r e l a t a d o . N o o t o r g a r e m o s n u e s t r a c o n f i a n z a a los p o e t a s , q u e a m p l i f i c a n los a c o n t e c i m i e n t o s , n i a los l o g ó g r a f o s , q u i e n e s r e ú n e n , m á s p a r a c a u t i v a r los o í d o s q u e p a r a s e r v i r a l a v e r d a d , h e c h o s q u e es i m p o s i b l e c o m p r o b a r r i g u r o s a m e n t e y q u e d e s e m b o c a n , f i n a l m e n t e , e n u n r e l a t o q u e r e s u l t a i n c r e í b l e y m a r a v i l l o s o p a r a la m a y o r í a . D e b e m o s p e n s a r q u e m i s i n f o r m a c i o n e s p r o c e d e n d e las f u e n t e s m á s s e g u r a s y q u e o f r e c e n b a s t a n t e c e r t e z a p o r su a n t i g ü e d a d . L o s h o m b r e s c o m p r o m e t i d o s en la g u e r r a s i e m p r e consideran q u e la q u e ellos h a c e n es la m á s i m p o r t a n t e , y c u a n d o h a n d e p u e s t o las a r m a s , su a d m i r a c i ó n se d e c a n t a e s p e c i a l m e n t e p o r las h a z a ñ a s d e a n t a ñ o ; n o o b s t a n t e , al e x a m i n a r l o s h e c h o s , e s t a g u e r r a a p a r e c e r á c o m o l a m á s g r a n d e de todas. X X I I . E n lo q u e se r e f i e r e a l o s d i s c u r s o s p r o n u n c i a d o s p o r c a d a u n o d e los b e l i g e r a n t e s , y a s e a a n t e s d e c o m e n z a r la g u e r r a , o c u a n d o e s t a b a ya e m p e z a d a , t a m b i é n m e e r a difícil r e p e t i r c o n e x a c t i t u d las p a l a b r a s p r o n u n c i a d a s , t a n t o las q u e y o m i s m o h e o í d o c o m o a q u é l l a s s o b r e las q u e se m e h a i n f o r m a d o p o r diferentes lados. C o m o m e h a p a r e c i d o q u e los orad o r e s d e b í a n h a b l a r p a r a d e c i r lo q u e e r a m á s a d e c u a d o , s e g ú n las c i r c u n s t a n c i a s , m e h e e s f o r z a d o e n r e s t i t u i r (lo m á s e x a c t a m e n t e p o s i b l e ) el p e n s a m i e n t o c o m p l e t o d e las p a l a b r a s e x a c t a m e n t e p r o n u n c i a d a s . E n c u a n t o a los a c o n t e c i m i e n t o s b é l i c o s , n o m e h a p a r e c i d o c o r r e c t o r e -

l a t a r l o s , s i g u i e n d o el t e s t i m o n i o d e c u a l q u i e r a , n i m i p r o p i a o p i n i ó n ; s ó l o h e escrito aquello q u e yo m i s m o h e p r e s e n c i a d o o q u e sabía p o r informac i o n e s lo m á s e x a c t a s p o s i b l e s . E s t a i n v e s t i g a c i ó n e n t r a ñ a b a sus dificultades, ya q u e los q u e h a b í a n asistido a los a c o n t e c i m i e n t o s n o i n f o r m a b a n t o d o s d e la m i s m a m a n e r a s o b r e e l l o s y h a b l a b a n s e g ú n los i n t e r e s e s d e s u p a r t i d o o s u s v a r i a b l e s r e c u e r d o s . L a a u s e n c i a d e lo m a r a v i l l o s o e n m i s r e l a t o s q u i z á l o s h a r á m e n o s a g r a d a b l e s al o í d o . S e r á s u f i c i e n t e p a r a m í si j u z g a n útil m i h i s t o r i a a q u e l l o s q u e q u i e r e n v e r c l a r o e n los h e c h o s p a s a d o s y t a m b i é n , c o n s e c u e n t e m e n t e , e n o t r o s a n á l o g o s q u e , d e a c u e r d o c o n la l e y d e las c o s a s h u m a n a s , el p o r v e n i r n o p u e d e d e j a r d e v o l v e r a t r a e r . E s u n a obra de sólido y d u r a d e r o p r o v e c h o antes q u e u n a pieza d e gran p o m p o s i d a d c o m p u e s t a p a r a la satisfacción d e u n i n s t a n t e . X X I I I . E l a c o n t e c i m i e n t o m á s i m p o r t a n t e e n t r e l o s q u e p r e c e d e n fue la g u e r r a contra los m e d o s ; n o o b s t a n t e , t u v o r á p i d a solución m e d i a n t e dos c o m b a t e s n a v a l e s y d o s t e r r e s t e s . P e r o l a d u r a c i ó n d e la p r e s e n t e g u e r r a fue c o n s i d e r a b l e ; d u r a n t e su t r a n s c u r s o l a s d e s g r a c i a s se p r e c i p i t a r o n s o b r e G r e c i a e n p r o p o r c i ó n h a s t a e n t o n c e s d e s c o n o c i d a . N u n c a se t o m a r o n y d e s t r u y e r o n t a n t a s c i u d a d e s , u n a s p o r los b á r b a r o s , otras p o r los p r o p i o s griegos, e n lucha los u n o s c o n t r a los o t r o s ; algunas fueron t o m a d a s y c a m b i a ron d e habitantes, n u n c a tantas gentes fueron exiliadas, nunca h u b o tantos a s e s i n a t o s , u n o s d e b i d o s a l a s g u e r r a s , o t r o s a las r e v o l u c i o n e s . D e s g r a c i a s q u e s e c o n t a b a n , p e r o q u e r a r a m e n t e e r a n c o n f i r m a d a s p o r los h e c h o s , lleg a r o n a ser i n c r e í b l e s : t e m b l o r e s d e t i e r r a , los m á s v i o l e n t o s j a m á s v i s t o s , s a c u d i e r o n a la m a y o r p a r t e d e l a t i e r r a ; e c l i p s e s d e sol, m á s n u m e r o s o s q u e los h a s t a e n t o n c e s e x p e r i m e n t a d o s ; a v e c e s t e r r i b l e s s e q u í a s y, e n c o n secuencia, t a m b i é n h a m b r u n a s , y, p o r e n c i m a de t o d o ello, aquella terrible p e s t e q u e s o b r e v i n o e h i z o p e r e c e r a u n a p a r t e d e los g r i e g o s . T o d o s a q u e llos m a l e s se a b a t i e r o n s o b r e G r e c i a al m i s m o t i e m p o q u e la g u e r r a . C o m e n z ó la g u e r r a c u a n d o l o s a t e n i e n s e s y l o s h a b i t a n t e s d e l P e l o p o n e s o r o m p i e r o n la t r e g u a d e t r e i n t a a ñ o s q u e h a b í a n firmado d e s p u é s d e la t o m a d e E u b e a . H e e m p e z a d o p o r e s c r i b i r las c a u s a s d e e s t a r u p t u r a y las d i f e r e n c i a s q u e la p r o d u j e r o n , p a r a q u e u n d í a n o t e n g a m o s q u e p r e g u n t a r n o s d e d ó n d e p r o v i n o u n a g u e r r a así. L a v e r d a d e r a c a u s a , n u n c a c o n f e s a d a , f u e , s e g ú n m i c r i t e r i o , el p o d e r q u e h a b í a n a l c a n z a d o l o s a t e n i e n ses y el t e m o r q u e i n s p i r a b a n a l o s l a c e d e m o n i o s , l o s c u a l e s f o r z a r o n a a q u é llos a la g u e r r a . » ( T u c í d i d e s , Historia

de la guerra

del Peloponeso,

libro I.)

Polibio: L a teoría de las c a u s a s I I L 6 . « A l g u n o s d e l o s h i s t o r i a d o r e s d e A n í b a l , al p r e t e n d e r e x p o n e r nos p o r q u é causas (xág a i n a g ) estalló esa guerra e n t r e R o m a y C a r t a g o , s e ñ a l a n , e n p r i m e r l u g a r , el s i t i o d e S a g u n t o p o r l o s c a r t a g i n e s e s . E n seg u n d o l u g a r , la v i o l a c i ó n d e l t r a t a d o al c r u z a r el río q u e l o s i n d í g e n a s llam a n E b r o . E n m i o p i n i ó n , é s t o s f u e r o n l o s c o m i e n z o s ( x a ; á g / á g ) d e la g u e r r a , p e r o en m o d o a l g u n o p u e d o a d m i t i r q u e f u e r a n las c a u s a s . ¡Ni m u c h o m e n o s ! D e l o c o n t r a r i o , h a b r í a m o s d e d e c i r t a m b i é n q u e el p a s o d e A l e j a n d r o a A s i a fue l a c a u s a d e l a g u e r r a c o n t r a P e r s i a , y el d e s e m b a r c o 29

c i ó n d i v i n a e n l a h i s t o r i a y la i m p l a c a b l e e l i m i n a c i ó n d e las d e s v i a c i o n e s » . L a historia providencial, n u t r i d a d e c e r t i d u m b r e s , se p r o p u s o s u p l a n t a r la simple n a r r a c i ó n d e los c a m b i o s d e b i d o s a los h o m b r e s , q u e e r a la preferida d e l o s a u t o r e s p a g a n o s .

DOCUMENTOS « X X . A s í e r a , s e g ú n m i s i n v e s t i g a c i o n e s , la a n t i g u a s i t u a c i ó n d e G r e cia. E s difícil c o n c e d e r c r é d i t o a los d o c u m e n t o s e n s u c o n j u n t o . L o s h o m b r e s a c e p t a n sin p r e v i o e x a m e n l o s r e l a t o s d e l o s h e c h o s p a s a d o s , i n c l u s i v e los c o n c e r n i e n t e s a s u p a í s . A s í , la m a y o r í a d e l o s a t e n i e n s e s c r e e q u e fue H i p a r c o q u i e n p e r e c i ó , b a j o los g o l p e s d e A r m o d i o y A r i s t o g i t ó n , p o r la s i m p l e r a z ó n d e q u e e s t a b a e n el p o d e r ; i g n o r a n q u e fue H i p i a s , el h i j o m a y o r d e P i s í s t r a t o , q u i e n se h a l l a b a a la c a b e z a d e l g o b i e r n o ; H i p a r c o y T é salos e r a n sus h e r m a n o s . E l d í a fijado p a r a el a s e s i n a t o y e n el m o m e n t o d e a c t u a r , A r m o d i o y A r i s t o g i t ó n s o s p e c h a r o n q u e a l g u n o s d e los c o n j u r a d o s h a b í a n p r e v e n i d o a H i p i a s ; así q u e n o le a t a c a r o n p o r q u e le s u p o n í a n a d v e r t i d o ; p e r o , n o q u e r i e n d o p a s a r sin h a b e r h e c h o n a d a , m a t a r o n a H i p a r c o , a quien habían e n c o n t r a d o cerca del t e m p l o de L e o k o r i o n , just o e n el m o m e n t o e n q u e o r g a n i z a b a la p r o c e s i ó n d e las P a n a t e n e a s . A propósito de otras m u c h a s cuestiones c o n t e m p o r á n e a s , m e refiero a c u e s t i o n e s q u e el t i e m p o n o h a p o d i d o h a c e r o l v i d a r , el r e s t o d e G r e c i a n o t i e n e i d e a s e x a c t a s : s e i m a g i n a n q u e los r e y e s d e E s p a r t a d i s p o n e n d e d o s sufragios y n o d e u n o s o l o o q u e t i e n e n a su d i s p o s i c i ó n u n c u e r p o d e t r o p a s p r o c e d e n t e d e la t r i b u d e P i t a n é ; c o s a s q u e j a m á s h a n o c u r r i d o . V e m o s c o n c u á n t a n e g l i g e n c i a la m a y o r í a d e l a g e n t e b u s c a la v e r d a d y c ó m o a c o g e n las p r i m e r a s i n f o r m a c i o n e s q u e les l l e g a n . X X I . S e g ú n los i n d i c i o s q u e h e s e ñ a l a d o , n o n o s e q u i v o c a r e m o s al j u z g a r los h e c h o s , m á s o m e n o s , c o m o los h e r e l a t a d o . N o o t o r g a r e m o s n u e s t r a c o n f i a n z a a los p o e t a s , q u e a m p l i f i c a n los a c o n t e c i m i e n t o s , n i a los l o g ó g r a f o s , q u i e n e s r e ú n e n , m á s p a r a c a u t i v a r los o í d o s q u e p a r a s e r v i r a l a v e r d a d , h e c h o s q u e es i m p o s i b l e c o m p r o b a r r i g u r o s a m e n t e y q u e d e s e m b o c a n , f i n a l m e n t e , e n u n r e l a t o q u e r e s u l t a i n c r e í b l e y m a r a v i l l o s o p a r a la m a y o r í a . D e b e m o s p e n s a r q u e m i s i n f o r m a c i o n e s p r o c e d e n d e las f u e n t e s m á s s e g u r a s y q u e o f r e c e n b a s t a n t e c e r t e z a p o r su a n t i g ü e d a d . L o s h o m b r e s c o m p r o m e t i d o s en la g u e r r a s i e m p r e consideran q u e la q u e ellos h a c e n es la m á s i m p o r t a n t e , y c u a n d o h a n d e p u e s t o las a r m a s , su a d m i r a c i ó n se d e c a n t a e s p e c i a l m e n t e p o r las h a z a ñ a s d e a n t a ñ o ; n o o b s t a n t e , al e x a m i n a r l o s h e c h o s , e s t a g u e r r a a p a r e c e r á c o m o l a m á s g r a n d e de todas. X X I I . E n lo q u e se r e f i e r e a l o s d i s c u r s o s p r o n u n c i a d o s p o r c a d a u n o d e los b e l i g e r a n t e s , y a s e a a n t e s d e c o m e n z a r la g u e r r a , o c u a n d o e s t a b a ya e m p e z a d a , t a m b i é n m e e r a difícil r e p e t i r c o n e x a c t i t u d las p a l a b r a s p r o n u n c i a d a s , t a n t o las q u e y o m i s m o h e o í d o c o m o a q u é l l a s s o b r e las q u e se m e h a i n f o r m a d o p o r diferentes lados. C o m o m e h a p a r e c i d o q u e los orad o r e s d e b í a n h a b l a r p a r a d e c i r lo q u e e r a m á s a d e c u a d o , s e g ú n las c i r c u n s t a n c i a s , m e h e e s f o r z a d o e n r e s t i t u i r (lo m á s e x a c t a m e n t e p o s i b l e ) el p e n s a m i e n t o c o m p l e t o d e las p a l a b r a s e x a c t a m e n t e p r o n u n c i a d a s . E n c u a n t o a los a c o n t e c i m i e n t o s b é l i c o s , n o m e h a p a r e c i d o c o r r e c t o r e -

l a t a r l o s , s i g u i e n d o el t e s t i m o n i o d e c u a l q u i e r a , n i m i p r o p i a o p i n i ó n ; s ó l o h e escrito aquello q u e yo m i s m o h e p r e s e n c i a d o o q u e sabía p o r informac i o n e s lo m á s e x a c t a s p o s i b l e s . E s t a i n v e s t i g a c i ó n e n t r a ñ a b a sus dificultades, ya q u e los q u e h a b í a n asistido a los a c o n t e c i m i e n t o s n o i n f o r m a b a n t o d o s d e la m i s m a m a n e r a s o b r e e l l o s y h a b l a b a n s e g ú n los i n t e r e s e s d e s u p a r t i d o o s u s v a r i a b l e s r e c u e r d o s . L a a u s e n c i a d e lo m a r a v i l l o s o e n m i s r e l a t o s q u i z á l o s h a r á m e n o s a g r a d a b l e s al o í d o . S e r á s u f i c i e n t e p a r a m í si j u z g a n útil m i h i s t o r i a a q u e l l o s q u e q u i e r e n v e r c l a r o e n los h e c h o s p a s a d o s y t a m b i é n , c o n s e c u e n t e m e n t e , e n o t r o s a n á l o g o s q u e , d e a c u e r d o c o n la l e y d e las c o s a s h u m a n a s , el p o r v e n i r n o p u e d e d e j a r d e v o l v e r a t r a e r . E s u n a obra de sólido y d u r a d e r o p r o v e c h o antes q u e u n a pieza d e gran p o m p o s i d a d c o m p u e s t a p a r a la satisfacción d e u n i n s t a n t e . X X I I I . E l a c o n t e c i m i e n t o m á s i m p o r t a n t e e n t r e l o s q u e p r e c e d e n fue la g u e r r a contra los m e d o s ; n o o b s t a n t e , t u v o r á p i d a solución m e d i a n t e dos c o m b a t e s n a v a l e s y d o s t e r r e s t e s . P e r o l a d u r a c i ó n d e la p r e s e n t e g u e r r a fue c o n s i d e r a b l e ; d u r a n t e su t r a n s c u r s o l a s d e s g r a c i a s se p r e c i p i t a r o n s o b r e G r e c i a e n p r o p o r c i ó n h a s t a e n t o n c e s d e s c o n o c i d a . N u n c a se t o m a r o n y d e s t r u y e r o n t a n t a s c i u d a d e s , u n a s p o r los b á r b a r o s , otras p o r los p r o p i o s griegos, e n lucha los u n o s c o n t r a los o t r o s ; algunas fueron t o m a d a s y c a m b i a ron d e habitantes, n u n c a tantas gentes fueron exiliadas, nunca h u b o tantos a s e s i n a t o s , u n o s d e b i d o s a l a s g u e r r a s , o t r o s a las r e v o l u c i o n e s . D e s g r a c i a s q u e s e c o n t a b a n , p e r o q u e r a r a m e n t e e r a n c o n f i r m a d a s p o r los h e c h o s , lleg a r o n a ser i n c r e í b l e s : t e m b l o r e s d e t i e r r a , los m á s v i o l e n t o s j a m á s v i s t o s , s a c u d i e r o n a la m a y o r p a r t e d e l a t i e r r a ; e c l i p s e s d e sol, m á s n u m e r o s o s q u e los h a s t a e n t o n c e s e x p e r i m e n t a d o s ; a v e c e s t e r r i b l e s s e q u í a s y, e n c o n secuencia, t a m b i é n h a m b r u n a s , y, p o r e n c i m a de t o d o ello, aquella terrible p e s t e q u e s o b r e v i n o e h i z o p e r e c e r a u n a p a r t e d e los g r i e g o s . T o d o s a q u e llos m a l e s se a b a t i e r o n s o b r e G r e c i a al m i s m o t i e m p o q u e la g u e r r a . C o m e n z ó la g u e r r a c u a n d o l o s a t e n i e n s e s y l o s h a b i t a n t e s d e l P e l o p o n e s o r o m p i e r o n la t r e g u a d e t r e i n t a a ñ o s q u e h a b í a n firmado d e s p u é s d e la t o m a d e E u b e a . H e e m p e z a d o p o r e s c r i b i r las c a u s a s d e e s t a r u p t u r a y las d i f e r e n c i a s q u e la p r o d u j e r o n , p a r a q u e u n d í a n o t e n g a m o s q u e p r e g u n t a r n o s d e d ó n d e p r o v i n o u n a g u e r r a así. L a v e r d a d e r a c a u s a , n u n c a c o n f e s a d a , f u e , s e g ú n m i c r i t e r i o , el p o d e r q u e h a b í a n a l c a n z a d o l o s a t e n i e n ses y el t e m o r q u e i n s p i r a b a n a l o s l a c e d e m o n i o s , l o s c u a l e s f o r z a r o n a a q u é llos a la g u e r r a . » ( T u c í d i d e s , Historia

de la guerra

del Peloponeso,

libro I.)

Polibio: L a teoría de las c a u s a s I I L 6 . « A l g u n o s d e l o s h i s t o r i a d o r e s d e A n í b a l , al p r e t e n d e r e x p o n e r nos p o r q u é causas (xág a i n a g ) estalló esa guerra e n t r e R o m a y C a r t a g o , s e ñ a l a n , e n p r i m e r l u g a r , el s i t i o d e S a g u n t o p o r l o s c a r t a g i n e s e s . E n seg u n d o l u g a r , la v i o l a c i ó n d e l t r a t a d o al c r u z a r el río q u e l o s i n d í g e n a s llam a n E b r o . E n m i o p i n i ó n , é s t o s f u e r o n l o s c o m i e n z o s ( x a ; á g / á g ) d e la g u e r r a , p e r o en m o d o a l g u n o p u e d o a d m i t i r q u e f u e r a n las c a u s a s . ¡Ni m u c h o m e n o s ! D e l o c o n t r a r i o , h a b r í a m o s d e d e c i r t a m b i é n q u e el p a s o d e A l e j a n d r o a A s i a fue l a c a u s a d e l a g u e r r a c o n t r a P e r s i a , y el d e s e m b a r c o 29

d e A n t í o c o e n D e m e t r i a s la c a u s a d e la g u e r r a c o n los r o m a n o s ; n o es v e r o s í m i l n i c i e r t o , n i lo u n o n i lo o t r o . E n e f e c t o , ¿ q u i é n p o d r í a c r e e r q u e f u e r o n a q u é l l a s las c a u s a s d e las m e d i d a s y d e los p r e p a r a t i v o s a d o p t a d o s p o r A l e j a n d r o , o p o r Filipo, c u a n d o éste vivía, p a r a luchar c o n t r a Persia, e i g u a l m e n t e los a d o p t a d o s p o r los etolios,.antes d e la llegada d e A n t í o c o , p a r a luchar contra R o m a ? E s t a s ideas son propias d e los q u e n o h a n comp r e n d i d o q u é d i f e r e n c i a y q u é d i s t a n c i a e x i s t e n e n t r e el c o m i e n z o {áQ%r\), l a c a u s a ( a r r í a ) y el p r e t e x t o ( j i o o c p a a i g ) , n i é s t o s s o n l o s p r i m e r o s t é r m i n o s d e t o d a l a s e r i e , y el c o m i e n z o , el ú l t i m o . Y o d e n o m i n o c o m i e n z o s d e u n h e c h o c u a l q u i e r a a los p r i m e r o s i n t e n t o s y los p r i m e r o s a c t o s d e c o s a s y a d e c i d i d a s ; y d e n o m i n o c a u s a s a los a n t e c e d e n t e s e n m a t e r i a d e j u i c i o s y r e f l e x i o n e s , q u i e r o d e c i r las i d e a s , s e n t i m i e n t o s y r a z o n a m i e n t o s q u e e s t á n r e l a c i o n a d o s , c o n e l l o y las o p e r a c i o n e s q u e h a c e n d e s e m b o c a r e n u n a d e c i s i ó n y e n u n p r o y e c t o . L o q u e d i g o s e h a r á e v i d e n t e m e d i a n t e l o s sig u i e n t e s e j e m p l o s . ¿ C u á l e s f u e r o n v e r d a d e r a m e n t e las c a u s a s d e l a g u e r r a contra Persia y de d ó n d e surgió? Cualquiera tiene la posibilidad de comp r e n d e r l o . L a p r i m e r a fue l a r e t i r a d a d e los g r i e g o s c o n J e n o f o n t e d e s d e las s a t r a p í a s d e l i n t e r i o r , r e t i r a d a d u r a n t e l a c u a l , a t r a v e s a n d o t o d a A s i a , a u n q u e h o s t i l , n i n g ú n b á r b a r o se a t r e v i ó a h a c e r l e s f r e n t e . L a s e g u n d a fue el p a s o a A s i a d e l r e y d e E s p a r t a , A g é s i l a s , q u e se vio o b l i g a d o a r e g r e s a r sin r e s u l t a d o a c a u s a d e l a crisis d e G r e c i a , a u n q u e al a c t u a r n o e n c o n t r ó resistencia alguna i m p o r t a n t e . D e acuerdo con estos h e c h o s , Filipo reflexion ó y r a z o n ó la molicie y debilidad d e los p e r s a s , c o m p a r a n d o la fuerza mil i t a r d e é s t o s y l a d e M a c e d o n i a ; i m a g i n ó la g r a n d e z a y la b e l l e z a d e l e n v i t e f u t u r o d e l a g u e r r a . I g u a l m e n t e , el f a v o r u n á n i m e q u e h a b í a a d q u i r i d o a n t e l o s g r i e g o s ; t o m ó i n m e d i a t a m e n t e , c o m o p r e t e x t o , q u e se v e í a o b l i g a d o a c a s t i g a r los p e r j u i c i o s q u e l o s p e r s a s o c a s i o n a b a n a l o s g r i e g o s ; sint i ó el d e s e o y c o n c i b i ó el p r o y e c t o d e h a c e r la g u e r r a y lo p r e p a r ó t o d o c o n e s t e fin. P o r ello es p r e c i s o c o n s i d e r a r l o s p r i m e r o s d a t o s c o m o las c a u s a s d e la g u e r r a c o n t r a P e r s i a , la s e g u n d a c o m o el p r e t e x t o , y el p a s o d e A l e j a n d r o a A s i a c o m o el c o m i e n z o . E n c u a n t o a l a g u e r r a e n t r e A n t í o c o y l o s r o m a n o s , es e v i d e n t e q u e h a y q u e atribuir la causa a la cólera d e los etolios. É s t o s , c r e y e n d o h a b e r sufrido m ú l t i p l e s a f r e n t a s p o r p a r t e d e l o s r o m a n o s al final d e l a g u e r r a c o n t r a F i l i p o , c o m o y a h e d i c h o a n t e s , n o s o l a m e n t e a p e l a r o n a A n t í o c o , sino q u e r e s o l v i e r o n h a c e r l o t o d o y s o p o r t a r l o t o d o b a j o el e f e c t o d e l a c ó l e r a q u e les e m b a r g a b a e n a q u e l l a s c i r c u n s t a n c i a s . H a y q u e c o n s i d e r a r c o m o p r e t e x t o la l i b e r a c i ó n d e G r e c i a , q u e a b s u r d a y f a l s a m e n t e p r o c l a m a b a n al r e c o r r e r las c i u d a d e s c o n A n t í o c o , y c o m o c o m i e n z o el d e s e m b a r c o d e A n tíoco en D e m e t r i a s . » ( F r a g m e n t o t o m a d o d e P a u l P é d e c h , La Méthode p p . 78-79.)

historique

de

Polybe,

CAPÍTULO 2

L A H I S T O R I A E N L A E D A D M E D I A (I): LA HISTORIA CRISTIANA

E l c o n c e p t o d e la h i s t o r i a e n el p e n s a m i e n t o d e l o s h o m b r e s d e la E d a d M e d i a h a d a d o lugar a apreciaciones contradictorias. Según E t i e n n e Gils o n , el c r i s t i a n i s m o i n t r o d u j o u n a n u e v a v i s i ó n d e l d e v e n i r h u m a n o , al r o m p e r las v i e j a s c a d e n a s d e l a v i s i ó n cíclica d e l a h i s t o r i a e i m p o n e r u n a concepción lineal de la m i s m a : la historia h u m a n a c o m i e n z a con la C r e a ción, c o m p o r t a u n m o m e n t o c e n t r a l , la E n c a r n a c i ó n , y está o r i e n t a d a h a cia u n fin (la P a r u s í a s e g u i d a d e l J u i c i o F i n a l ) . E l t i e m p o n o es m á s q u e l a i m a g e n móvil d e la e t e r n i d a d . Se p e r c i b e la historia c o m o u n i t i n e r a r i o , c o m o el c a m i n o q u e c o n d u c e a l a h u m a n i d a d h a c i a s u r e a l i z a c i ó n , h a c i a el r e e n c u e n t r o d e la J e r u s a l é n t e r r e s t r e c o n l a J e r a s a l é n c e l e s t e . O t r o s a u t o r e s , p o r el c o n t r a r i o , i n s i s t e n e n l a i n c a p a c i d a d i n h e r e n t e a la m e n t a l i d a d m e d i e v a l p a r a p e n s a r la h i s t o r i a c o m o devenir y e n la p e r s i s t e n t e i n f l u e n c i a d e las r e p r e s e n t a c i o n e s cíclicas m i l e n a r i s t a s ( p a s a d o s m i l a ñ o s , el M a l se d e s e n c a d e n a ; s ó l o el s e l l o d e u n n u e v o p a c t o c o n D i o s p e r m i t e a las fuerzas d e l B i e n t r i u n f a r y e n c a d e n a r a las f u e r z a s d e l M a l d u r a n t e o t r o n u e v o m i l e n i o ) . G e o r g e s D u b y c r e e , p o r e j e m p l o , q u e el m o n j e c l u n i a c e n s e R a o u l G l a b e r , u n a d e las m e n t e s m á s r e p r e s e n t a t i v a s d e l A ñ o M i l , e s t á « p e n e t r a d o del s e n t i m i e n t o d e q u e la historia está o r d e n a d a p o r cadencias r e g u l a r e s » ; l o s h e c h o s o c u r r i d o s n o t i e n e n p a r a él o t r a f u n c i ó n q u e n u t r i r s u m e d i t a c i ó n y la d e l o s fieles. Sin p r e t e n d e r i n t e r r u m p i r el d e b a t e , v a m o s a a p o r t a r a l g u n o s e j e m p l o s p a r a e x p o n e r la g r a n v a r i e d a d d e l o s g é n e r o s h i s t ó r i c o s p r a c t i c a d o s d e s d e la a l t a E d a d M e d i a y el c o m i e n z o d e l a « c o n s c i e n c i a a c t i v a d e l a h i s t o r i a » ( a p a r t i r d e l siglo X I I ) , q u e n o s e l i b e r a sin e m b a r g o d e su s u b o r d i n a c i ó n r e s p e c t o a la t e o l o g í a . I g u a l m e n t e v a m o s a i n d a g a r a c e r c a d e la c o n s c i e n cia c o m ú n d e l t i e m p o q u e d e j a m a r c a d a s u i m p r o n t a e n l a a c t i v i d a d d e l o s historiadores.

1.

NACIMIENTO D E LA HISTORIA CRISTIANA EN LA ALTA E D A D

MEDIA

L a v a r i e d a d d e las o b r a s h i s t ó r i c a s d e s d e los p r i m e r o s siglos d e la E d a d M e d i a es g r a n d e . S e g ú n la o p i n i ó n d e a u t o r e s u n t a n t o s u p e r f i c i a l e s s o n s i m 30

31

d e A n t í o c o e n D e m e t r i a s la c a u s a d e la g u e r r a c o n los r o m a n o s ; n o es v e r o s í m i l n i c i e r t o , n i lo u n o n i lo o t r o . E n e f e c t o , ¿ q u i é n p o d r í a c r e e r q u e f u e r o n a q u é l l a s las c a u s a s d e las m e d i d a s y d e los p r e p a r a t i v o s a d o p t a d o s p o r A l e j a n d r o , o p o r Filipo, c u a n d o éste vivía, p a r a luchar c o n t r a Persia, e i g u a l m e n t e los a d o p t a d o s p o r los etolios,.antes d e la llegada d e A n t í o c o , p a r a luchar contra R o m a ? E s t a s ideas son propias d e los q u e n o h a n comp r e n d i d o q u é d i f e r e n c i a y q u é d i s t a n c i a e x i s t e n e n t r e el c o m i e n z o {áQ%r\), l a c a u s a ( a r r í a ) y el p r e t e x t o ( j i o o c p a a i g ) , n i é s t o s s o n l o s p r i m e r o s t é r m i n o s d e t o d a l a s e r i e , y el c o m i e n z o , el ú l t i m o . Y o d e n o m i n o c o m i e n z o s d e u n h e c h o c u a l q u i e r a a los p r i m e r o s i n t e n t o s y los p r i m e r o s a c t o s d e c o s a s y a d e c i d i d a s ; y d e n o m i n o c a u s a s a los a n t e c e d e n t e s e n m a t e r i a d e j u i c i o s y r e f l e x i o n e s , q u i e r o d e c i r las i d e a s , s e n t i m i e n t o s y r a z o n a m i e n t o s q u e e s t á n r e l a c i o n a d o s , c o n e l l o y las o p e r a c i o n e s q u e h a c e n d e s e m b o c a r e n u n a d e c i s i ó n y e n u n p r o y e c t o . L o q u e d i g o s e h a r á e v i d e n t e m e d i a n t e l o s sig u i e n t e s e j e m p l o s . ¿ C u á l e s f u e r o n v e r d a d e r a m e n t e las c a u s a s d e l a g u e r r a contra Persia y de d ó n d e surgió? Cualquiera tiene la posibilidad de comp r e n d e r l o . L a p r i m e r a fue l a r e t i r a d a d e los g r i e g o s c o n J e n o f o n t e d e s d e las s a t r a p í a s d e l i n t e r i o r , r e t i r a d a d u r a n t e l a c u a l , a t r a v e s a n d o t o d a A s i a , a u n q u e h o s t i l , n i n g ú n b á r b a r o se a t r e v i ó a h a c e r l e s f r e n t e . L a s e g u n d a fue el p a s o a A s i a d e l r e y d e E s p a r t a , A g é s i l a s , q u e se vio o b l i g a d o a r e g r e s a r sin r e s u l t a d o a c a u s a d e l a crisis d e G r e c i a , a u n q u e al a c t u a r n o e n c o n t r ó resistencia alguna i m p o r t a n t e . D e acuerdo con estos h e c h o s , Filipo reflexion ó y r a z o n ó la molicie y debilidad d e los p e r s a s , c o m p a r a n d o la fuerza mil i t a r d e é s t o s y l a d e M a c e d o n i a ; i m a g i n ó la g r a n d e z a y la b e l l e z a d e l e n v i t e f u t u r o d e l a g u e r r a . I g u a l m e n t e , el f a v o r u n á n i m e q u e h a b í a a d q u i r i d o a n t e l o s g r i e g o s ; t o m ó i n m e d i a t a m e n t e , c o m o p r e t e x t o , q u e se v e í a o b l i g a d o a c a s t i g a r los p e r j u i c i o s q u e l o s p e r s a s o c a s i o n a b a n a l o s g r i e g o s ; sint i ó el d e s e o y c o n c i b i ó el p r o y e c t o d e h a c e r la g u e r r a y lo p r e p a r ó t o d o c o n e s t e fin. P o r ello es p r e c i s o c o n s i d e r a r l o s p r i m e r o s d a t o s c o m o las c a u s a s d e la g u e r r a c o n t r a P e r s i a , la s e g u n d a c o m o el p r e t e x t o , y el p a s o d e A l e j a n d r o a A s i a c o m o el c o m i e n z o . E n c u a n t o a l a g u e r r a e n t r e A n t í o c o y l o s r o m a n o s , es e v i d e n t e q u e h a y q u e atribuir la causa a la cólera d e los etolios. É s t o s , c r e y e n d o h a b e r sufrido m ú l t i p l e s a f r e n t a s p o r p a r t e d e l o s r o m a n o s al final d e l a g u e r r a c o n t r a F i l i p o , c o m o y a h e d i c h o a n t e s , n o s o l a m e n t e a p e l a r o n a A n t í o c o , sino q u e r e s o l v i e r o n h a c e r l o t o d o y s o p o r t a r l o t o d o b a j o el e f e c t o d e l a c ó l e r a q u e les e m b a r g a b a e n a q u e l l a s c i r c u n s t a n c i a s . H a y q u e c o n s i d e r a r c o m o p r e t e x t o la l i b e r a c i ó n d e G r e c i a , q u e a b s u r d a y f a l s a m e n t e p r o c l a m a b a n al r e c o r r e r las c i u d a d e s c o n A n t í o c o , y c o m o c o m i e n z o el d e s e m b a r c o d e A n tíoco en D e m e t r i a s . » ( F r a g m e n t o t o m a d o d e P a u l P é d e c h , La Méthode p p . 78-79.)

historique

de

Polybe,

CAPÍTULO 2

L A H I S T O R I A E N L A E D A D M E D I A (I): LA HISTORIA CRISTIANA

E l c o n c e p t o d e la h i s t o r i a e n el p e n s a m i e n t o d e l o s h o m b r e s d e la E d a d M e d i a h a d a d o lugar a apreciaciones contradictorias. Según E t i e n n e Gils o n , el c r i s t i a n i s m o i n t r o d u j o u n a n u e v a v i s i ó n d e l d e v e n i r h u m a n o , al r o m p e r las v i e j a s c a d e n a s d e l a v i s i ó n cíclica d e l a h i s t o r i a e i m p o n e r u n a concepción lineal de la m i s m a : la historia h u m a n a c o m i e n z a con la C r e a ción, c o m p o r t a u n m o m e n t o c e n t r a l , la E n c a r n a c i ó n , y está o r i e n t a d a h a cia u n fin (la P a r u s í a s e g u i d a d e l J u i c i o F i n a l ) . E l t i e m p o n o es m á s q u e l a i m a g e n móvil d e la e t e r n i d a d . Se p e r c i b e la historia c o m o u n i t i n e r a r i o , c o m o el c a m i n o q u e c o n d u c e a l a h u m a n i d a d h a c i a s u r e a l i z a c i ó n , h a c i a el r e e n c u e n t r o d e la J e r u s a l é n t e r r e s t r e c o n l a J e r a s a l é n c e l e s t e . O t r o s a u t o r e s , p o r el c o n t r a r i o , i n s i s t e n e n l a i n c a p a c i d a d i n h e r e n t e a la m e n t a l i d a d m e d i e v a l p a r a p e n s a r la h i s t o r i a c o m o devenir y e n la p e r s i s t e n t e i n f l u e n c i a d e las r e p r e s e n t a c i o n e s cíclicas m i l e n a r i s t a s ( p a s a d o s m i l a ñ o s , el M a l se d e s e n c a d e n a ; s ó l o el s e l l o d e u n n u e v o p a c t o c o n D i o s p e r m i t e a las fuerzas d e l B i e n t r i u n f a r y e n c a d e n a r a las f u e r z a s d e l M a l d u r a n t e o t r o n u e v o m i l e n i o ) . G e o r g e s D u b y c r e e , p o r e j e m p l o , q u e el m o n j e c l u n i a c e n s e R a o u l G l a b e r , u n a d e las m e n t e s m á s r e p r e s e n t a t i v a s d e l A ñ o M i l , e s t á « p e n e t r a d o del s e n t i m i e n t o d e q u e la historia está o r d e n a d a p o r cadencias r e g u l a r e s » ; l o s h e c h o s o c u r r i d o s n o t i e n e n p a r a él o t r a f u n c i ó n q u e n u t r i r s u m e d i t a c i ó n y la d e l o s fieles. Sin p r e t e n d e r i n t e r r u m p i r el d e b a t e , v a m o s a a p o r t a r a l g u n o s e j e m p l o s p a r a e x p o n e r la g r a n v a r i e d a d d e l o s g é n e r o s h i s t ó r i c o s p r a c t i c a d o s d e s d e la a l t a E d a d M e d i a y el c o m i e n z o d e l a « c o n s c i e n c i a a c t i v a d e l a h i s t o r i a » ( a p a r t i r d e l siglo X I I ) , q u e n o s e l i b e r a sin e m b a r g o d e su s u b o r d i n a c i ó n r e s p e c t o a la t e o l o g í a . I g u a l m e n t e v a m o s a i n d a g a r a c e r c a d e la c o n s c i e n cia c o m ú n d e l t i e m p o q u e d e j a m a r c a d a s u i m p r o n t a e n l a a c t i v i d a d d e l o s historiadores.

1.

NACIMIENTO D E LA HISTORIA CRISTIANA EN LA ALTA E D A D

MEDIA

L a v a r i e d a d d e las o b r a s h i s t ó r i c a s d e s d e los p r i m e r o s siglos d e la E d a d M e d i a es g r a n d e . S e g ú n la o p i n i ó n d e a u t o r e s u n t a n t o s u p e r f i c i a l e s s o n s i m 30

31

p i e s i m i t a c i o n e s d e g e n e r a d a s d e l o s m o d e l o s a n t i g u o s , al i g u a l q u e o c u r r e e n las l e t r a s y las a r t e s . P e r o , e n r e a l i d a d , s e p e r c i b e u n c l a r o c a m b i o d e perspectiva. - E s e v i d e n t e la s o b r e a b u n d a n c i a d e l a producción hagiográfica, ya verse s o b r e v i d a s d e s a n t o s , r e l a t o s d e m i l a g r o s , t r a s l a d o s d e r e l i q u i a s o d e listas e p i s c o p a l e s s L o s h e c h o s d e D i o s y d e sus s e r v i d o r e s p a s a n a ser l o s p r o t a g o n i s t a s d e la e s c e n a h i s t ó r i c a . P a r t i c u l a r m e n t e p r o p i c i o al florecimiento d e los r e l a t o s m i l a g r o s o s es el p e r í o d o c a r o l i n g i o , c u a n d o m u c h a s c o m u n i d a d e s m o n á s t i c a s h u y e n c o n sus r e l i q u i a s a c a u s a d e l a s i n c u r s i o n e s v i k i n g a s . E s t a m b i é n la é p o c a d e la r e d a c c i ó n d e l o s Gesta episcop'orum, cuya doble función ha p u e s t o de manifiesto r e c i e n t e m e n t e Michel Sot: fundar u n p s e u d o l i n a j e e p i s c o p a l y p e r s u a d i r al o b i s p o d e q u e es el p a d r e d e l o s fieles. E l m o d e l o familiar d e l p a d r e n u t r i c i o , e n c a r g a d o d e v e l a r p o r el p a t r i m o n i o , e s t r u c t u r a e n p r o f u n d i d a d e l r e l a t o . A s í se e s t a b l e c e la p r i m a c í a d e l a r q u e t i p o s o b r e el h e c h o p a r t i c u l a r q u e se d e s c r i b e , p r i m a c í a q u e m a r cará d u r a d e r a m e n t e la historiografía clerical. P o r o t r a p a r t e , las vidas d e los santos t i e n e n f r e c u e n t e m e n t e u n a función l e g i t i m a d o r a . Se h a d e m o s t r a d o , d e f o r m a c o n v i n c e n t e , q u e la Vie de Saint Samson de Dol, q u e s e g ú n a l g u n o s a u t o r e s h a b í a s i d o r e d a c t a d a a finales d e l siglo VH o p r i n c i p i o s d e l siglo v m , es sin n i n g u n a d u d a u n a e l a b o r a c i ó n d e l siglo IX d e s t i n a d a a f u n d a m e n t a r con a r g u m e n t o s históricos la p r e t e n s i ó n d e los obispos d e D o l d e ser r e c o n o c i d o s c o m o m e t r o p o l i t a n o s d e B r e t a ñ a a e x p e n s a s d e l o s a r z o b i s p o s d e T o u r s . D e a h í l a b i o g r a f í a h e r o i c a d e S a n S a m s o n , c a l c a d a al p i e d e la l e t r a d e la d e S a n M a r t í n p o r S u l p í c i o S e v e r o . O t r o g é n e r o b i e n r e p r e s e n t a d o e s el d e l o s A n a l e s y el d e las C r ó n i c a s . L o s A n a l e s c o n s i g n a n s e c a m e n t e l o s h e c h o s a ñ o p o r a ñ o , o c u p a n d o u n lug a r d e s t a c a d o e n t r e ellos los a c o n t e c i m i e n t o s p o l í t i c o s y m i l i t a r e s , c o m o las g u e r r a s s a j o n a s d e C a r l o m a g n o o su c o r o n a c i ó n . S i n e m b a r g o , e s t o s A n a les f u e r o n e s c r i t o s n o r m a l m e n t e e n l o s m o n a s t e r i o s y d e n o t a n c u á l e s e r a n las p r e o c u p a c i o n e s d e sus a u t o r e s . L a s C r ó n i c a s c o n s t i t u y e n , d e s d e su inic i o , u n g é n e r o c o n g r a n d e s a m b i c i o n e s . P o r e j e m p l o , l a Chronica de sex altatibus mundi, r e d a c t a d a p o r B e d a el V e n e r a b l e , es u n a i m i t a c i ó n d e E u sebio d e C e s á r e a , q u e h a b í a r e l a t a d o la historia universal d e s d e A b r a h a m h a s t a el a ñ o 3 2 4 . M á s p r ó x i m a s a los m o d e l o s a n t i g u o s p u e d e n p a r e c e m o s a p a r e n t e m e n t e las Historias i n s p i r a d a s e n las d e T á c i t o : l a Histoire des Francs, d e G r e g o r i o d e T o u r s , y la Histoire de Lombards, d e Pablo D i á c o n o . E n realid a d , el r e l a t i v o c l a s i c i s m o d e l a c o m p o s i c i ó n n o d i s i m u l a el e v i d e n t e d e s p l a z a m i e n t o d e l p u n t o d e m i r a al e n f o c a r el p a s a d o . G r e g o r i o d e T o u r s c o n s t i t u y e u n b u e n e j e m p l o al r e s p e c t o . E n m u c h o s a s p e c t o s , e s t e h i j o d e familia s e n a t o r i a l d e l a A u v e r n i a , e d u c a d o p o r sus d o s t í o s o b i s p o s , o r d e n a d o d i á c o n o e n el a ñ o 563 y n o m b r a d o o b i s p o d e T o u r s e n el 5 7 3 , se e s c a p a d e l u n i v e r s o m e n t a l g r e c o r r o m a n o . N o p o r sus p r e t e n s i o n e s u n i v e r sales q u e l e i n d u c e n a c o m e n z a r su r e l a t o a p a r t i r d e l a C r e a c i ó n h a s t a lleg a r al a ñ o 5 9 1 , o s e a , h a s t a t r e s a ñ o s a n t e s d e s u m u e r t e : e n ello es el c o n - , t i n u a d o r d e E u s e b i o d e C e s á r e a y d e O r o s i o , q u i z á m á s b i e n p o r su p e r cepción, esencialmente religiosa, d e los a c o n t e c i m i e n t o s y p o r su a r r a i g a d a fe e n los m i l a g r o s , q u e h a c e n d e él u n fiel e s p e j o d e las c r e e n c i a s d e s u t i e m p o . A p e s a r d e e s t o s a priori c l e r i c a l e s , s u f o r m a d e n a r r a r es p r e c i s a y e v o c a d o r a . B a s t a r í a p a r a m e r e c e r e s t e j u i c i o el r e l a t o d e l a p e s t e q u e a s o l ó a 32

M a r s e l l a e n el a ñ o 5 8 8 : l a p r o c e d e n c i a d e l a e n f e r m e d a d , el c o n t a g i o , l o s e s t r a g o s q u e c a u s a , las e t a p a s , t o d o e s t á c l a r a m e n t e d e s c r i t o . E n m e d i o d e l d e r r u m b a m i e n t o g e n e r a l s ó l o s e m a n t i e n e n e n h i e s t o s el r e y y el o b i s p o , q u e a s u m e n p l e n a m e n t e s u p a p e l d e i n t e r c e s o r e s a n t e el m u n d o d i v i n o . E n a d e l a n t e , los p r o t a g o n i s t a s del t e a t r o histórico s e r á n D i o s y sus agentes sobre la tierra, reyes o p r e l a d o s , únicos seres en condiciones d e interc e d e r p a r a a p a c i g u a r s u c ó l e r a . L a d i a l é c t i c a d e l c a s t i g o y d e la i n t e r c e s i ó n s e r á la ley d e la h i s t o r i a d u r a n t e m u c h o s s i g l o s . P e r o G r e g o r i o d e T o u r s , p o r m á s c u i d a d o s o q u e s e a a la h o r a d e l e e r los signos d e la i n t e r v e n c i ó n d i v i n a e n e s t e m u n d o , es t a m b i é n u n a t e n t o o b s e r v a d o r d e l a r e a l i d a d q u e s e c o m p l a c e e n e s c r i b i r , c o m o l o p r u e b a la s i g u i e n t e d e s c r i p c i ó n p r e c i s a d e D i j o n y d e sus a l r e d e d o r e s (Histoire des Francs, l i b r o I I I , X I X ) . «Es una plaza fuerte provista de poderosos muros, situada en medio de una llanura muy agradable; en ella las tierras son fértiles y fecundas, aunque sólo se pase una vez el arado, se echa la semilla y enseguida se obtiene una grande y opulenta cosecha. A l sur se halla la ribera del Ouche, que es muy rico en peces; del lado del aquilón penetra otro riachuelo que entra por u n a puerta, se desliza bajo un puente y sale p o r otra puerta; después de haber regado todo el entorno del muro con su plácida undulación, hace girar, delante de la puerta, los molinos con prodigiosa velocidad. E n los cuatro extremos se hallan colocadas cuatro puertas, y treinta y tres torres ornamentan el m u r o del recinto; el muro ha sido edificado con sillares hasta una altura de veinte pies y mas allá con argamasa y guijarros; tiene treinta pies de altura y quince pies de anchura. Ignoro por qué esta localidad no ha merecido la calificación de ciudad. E n sus alrededores se hallan preciosos manantiales. Por el lado de occidente hay fértiles colinas llenas de viñas que producen un Falerno tan noble que los habitantes desdeñan el Ascalón. Los antiguos atribuyen al emperador Aurelio su edificación.» * S e p a r e c e e s t a p á g i n a a la c é l e b r e d e s c r i p c i ó n q u e h i z o el o b i s p o d e T r é v e r i s , N i c e t o , d e su c i u d a d . P o r su e s p o n t a n e i d a d , el a u t o r d e l a Histoire des Francs n o s s u m i n i s t r a i n f o r m a c i o n e s i r r e m p l a z a b l e s s o b r e a q u e l t r á g i c o siglo vi e n el q u e se d e s i n t e g r a el E s t a d o , y la m u e r t e y el b a n d i d a j e h a c e n e s t r a g o s e n t o d o s los s e c t o r e s d e l a s o c i e d a d . N o h a y q u e c o n f u n d i r su sinceridad con ingenuidad p o r q u e confronta diferentes fuentes a propósito de los o r í g e n e s d e l a d i n a s t í a f r a n c a , p o r q u e s a b e d e s m a r c a r s e d e l o s t e s t i m o nios dudosos m e d i a n t e u n simple «muchos d i c e n . . . » , con lo q u e d e m u e s t r a poseer u n agudo sentido crítico. T a m b i é n las biografías o l a s autobiografías e s t á n i n s p i r a d a s e n las o b r a s a n t i g u a s . ¿ C ó m o n e g a r l a c o n t i n u i d a d e n t r e las Confesiones, de San Agust í n , y la Historia de mis desgracias, d e A b e l a r d o ? , ¿ o e n t r e la Vida de los doce Césares, d e S u e t o n i o , y la Vida de Carlomagno, d e E g i n a r d o ? E n esta ú l t i m a o b r a se l e c o n f i e r e n , a r b i t r a r i a m e n t e , al e m p e r a d o r c a r o l i n g i o a l g u n o s d e los r a s g o s d e c a r á c t e r d e sus a n t e p a s a d o s r o m a n o s . S i n e m b a r g o , u n a l e c t u r a s o s e g a d a p e r m i t e c o n s t a t a r q u e el t r a z o d e l r e t r a t o i n t e l e c t u a l

* N. de T. Falemo, del nombre de la ciudad italiana de Campania. Antiguo vino de ios alrededores de Falerno, muy estimado en la Antigüedad. 33

p i e s i m i t a c i o n e s d e g e n e r a d a s d e l o s m o d e l o s a n t i g u o s , al i g u a l q u e o c u r r e e n las l e t r a s y las a r t e s . P e r o , e n r e a l i d a d , s e p e r c i b e u n c l a r o c a m b i o d e perspectiva. - E s e v i d e n t e la s o b r e a b u n d a n c i a d e l a producción hagiográfica, ya verse s o b r e v i d a s d e s a n t o s , r e l a t o s d e m i l a g r o s , t r a s l a d o s d e r e l i q u i a s o d e listas e p i s c o p a l e s s L o s h e c h o s d e D i o s y d e sus s e r v i d o r e s p a s a n a ser l o s p r o t a g o n i s t a s d e la e s c e n a h i s t ó r i c a . P a r t i c u l a r m e n t e p r o p i c i o al florecimiento d e los r e l a t o s m i l a g r o s o s es el p e r í o d o c a r o l i n g i o , c u a n d o m u c h a s c o m u n i d a d e s m o n á s t i c a s h u y e n c o n sus r e l i q u i a s a c a u s a d e l a s i n c u r s i o n e s v i k i n g a s . E s t a m b i é n la é p o c a d e la r e d a c c i ó n d e l o s Gesta episcop'orum, cuya doble función ha p u e s t o de manifiesto r e c i e n t e m e n t e Michel Sot: fundar u n p s e u d o l i n a j e e p i s c o p a l y p e r s u a d i r al o b i s p o d e q u e es el p a d r e d e l o s fieles. E l m o d e l o familiar d e l p a d r e n u t r i c i o , e n c a r g a d o d e v e l a r p o r el p a t r i m o n i o , e s t r u c t u r a e n p r o f u n d i d a d e l r e l a t o . A s í se e s t a b l e c e la p r i m a c í a d e l a r q u e t i p o s o b r e el h e c h o p a r t i c u l a r q u e se d e s c r i b e , p r i m a c í a q u e m a r cará d u r a d e r a m e n t e la historiografía clerical. P o r o t r a p a r t e , las vidas d e los santos t i e n e n f r e c u e n t e m e n t e u n a función l e g i t i m a d o r a . Se h a d e m o s t r a d o , d e f o r m a c o n v i n c e n t e , q u e la Vie de Saint Samson de Dol, q u e s e g ú n a l g u n o s a u t o r e s h a b í a s i d o r e d a c t a d a a finales d e l siglo VH o p r i n c i p i o s d e l siglo v m , es sin n i n g u n a d u d a u n a e l a b o r a c i ó n d e l siglo IX d e s t i n a d a a f u n d a m e n t a r con a r g u m e n t o s históricos la p r e t e n s i ó n d e los obispos d e D o l d e ser r e c o n o c i d o s c o m o m e t r o p o l i t a n o s d e B r e t a ñ a a e x p e n s a s d e l o s a r z o b i s p o s d e T o u r s . D e a h í l a b i o g r a f í a h e r o i c a d e S a n S a m s o n , c a l c a d a al p i e d e la l e t r a d e la d e S a n M a r t í n p o r S u l p í c i o S e v e r o . O t r o g é n e r o b i e n r e p r e s e n t a d o e s el d e l o s A n a l e s y el d e las C r ó n i c a s . L o s A n a l e s c o n s i g n a n s e c a m e n t e l o s h e c h o s a ñ o p o r a ñ o , o c u p a n d o u n lug a r d e s t a c a d o e n t r e ellos los a c o n t e c i m i e n t o s p o l í t i c o s y m i l i t a r e s , c o m o las g u e r r a s s a j o n a s d e C a r l o m a g n o o su c o r o n a c i ó n . S i n e m b a r g o , e s t o s A n a les f u e r o n e s c r i t o s n o r m a l m e n t e e n l o s m o n a s t e r i o s y d e n o t a n c u á l e s e r a n las p r e o c u p a c i o n e s d e sus a u t o r e s . L a s C r ó n i c a s c o n s t i t u y e n , d e s d e su inic i o , u n g é n e r o c o n g r a n d e s a m b i c i o n e s . P o r e j e m p l o , l a Chronica de sex altatibus mundi, r e d a c t a d a p o r B e d a el V e n e r a b l e , es u n a i m i t a c i ó n d e E u sebio d e C e s á r e a , q u e h a b í a r e l a t a d o la historia universal d e s d e A b r a h a m h a s t a el a ñ o 3 2 4 . M á s p r ó x i m a s a los m o d e l o s a n t i g u o s p u e d e n p a r e c e m o s a p a r e n t e m e n t e las Historias i n s p i r a d a s e n las d e T á c i t o : l a Histoire des Francs, d e G r e g o r i o d e T o u r s , y la Histoire de Lombards, d e Pablo D i á c o n o . E n realid a d , el r e l a t i v o c l a s i c i s m o d e l a c o m p o s i c i ó n n o d i s i m u l a el e v i d e n t e d e s p l a z a m i e n t o d e l p u n t o d e m i r a al e n f o c a r el p a s a d o . G r e g o r i o d e T o u r s c o n s t i t u y e u n b u e n e j e m p l o al r e s p e c t o . E n m u c h o s a s p e c t o s , e s t e h i j o d e familia s e n a t o r i a l d e l a A u v e r n i a , e d u c a d o p o r sus d o s t í o s o b i s p o s , o r d e n a d o d i á c o n o e n el a ñ o 563 y n o m b r a d o o b i s p o d e T o u r s e n el 5 7 3 , se e s c a p a d e l u n i v e r s o m e n t a l g r e c o r r o m a n o . N o p o r sus p r e t e n s i o n e s u n i v e r sales q u e l e i n d u c e n a c o m e n z a r su r e l a t o a p a r t i r d e l a C r e a c i ó n h a s t a lleg a r al a ñ o 5 9 1 , o s e a , h a s t a t r e s a ñ o s a n t e s d e s u m u e r t e : e n ello es el c o n - , t i n u a d o r d e E u s e b i o d e C e s á r e a y d e O r o s i o , q u i z á m á s b i e n p o r su p e r cepción, esencialmente religiosa, d e los a c o n t e c i m i e n t o s y p o r su a r r a i g a d a fe e n los m i l a g r o s , q u e h a c e n d e él u n fiel e s p e j o d e las c r e e n c i a s d e s u t i e m p o . A p e s a r d e e s t o s a priori c l e r i c a l e s , s u f o r m a d e n a r r a r es p r e c i s a y e v o c a d o r a . B a s t a r í a p a r a m e r e c e r e s t e j u i c i o el r e l a t o d e l a p e s t e q u e a s o l ó a 32

M a r s e l l a e n el a ñ o 5 8 8 : l a p r o c e d e n c i a d e l a e n f e r m e d a d , el c o n t a g i o , l o s e s t r a g o s q u e c a u s a , las e t a p a s , t o d o e s t á c l a r a m e n t e d e s c r i t o . E n m e d i o d e l d e r r u m b a m i e n t o g e n e r a l s ó l o s e m a n t i e n e n e n h i e s t o s el r e y y el o b i s p o , q u e a s u m e n p l e n a m e n t e s u p a p e l d e i n t e r c e s o r e s a n t e el m u n d o d i v i n o . E n a d e l a n t e , los p r o t a g o n i s t a s del t e a t r o histórico s e r á n D i o s y sus agentes sobre la tierra, reyes o p r e l a d o s , únicos seres en condiciones d e interc e d e r p a r a a p a c i g u a r s u c ó l e r a . L a d i a l é c t i c a d e l c a s t i g o y d e la i n t e r c e s i ó n s e r á la ley d e la h i s t o r i a d u r a n t e m u c h o s s i g l o s . P e r o G r e g o r i o d e T o u r s , p o r m á s c u i d a d o s o q u e s e a a la h o r a d e l e e r los signos d e la i n t e r v e n c i ó n d i v i n a e n e s t e m u n d o , es t a m b i é n u n a t e n t o o b s e r v a d o r d e l a r e a l i d a d q u e s e c o m p l a c e e n e s c r i b i r , c o m o l o p r u e b a la s i g u i e n t e d e s c r i p c i ó n p r e c i s a d e D i j o n y d e sus a l r e d e d o r e s (Histoire des Francs, l i b r o I I I , X I X ) . «Es una plaza fuerte provista de poderosos muros, situada en medio de una llanura muy agradable; en ella las tierras son fértiles y fecundas, aunque sólo se pase una vez el arado, se echa la semilla y enseguida se obtiene una grande y opulenta cosecha. A l sur se halla la ribera del Ouche, que es muy rico en peces; del lado del aquilón penetra otro riachuelo que entra por u n a puerta, se desliza bajo un puente y sale p o r otra puerta; después de haber regado todo el entorno del muro con su plácida undulación, hace girar, delante de la puerta, los molinos con prodigiosa velocidad. E n los cuatro extremos se hallan colocadas cuatro puertas, y treinta y tres torres ornamentan el m u r o del recinto; el muro ha sido edificado con sillares hasta una altura de veinte pies y mas allá con argamasa y guijarros; tiene treinta pies de altura y quince pies de anchura. Ignoro por qué esta localidad no ha merecido la calificación de ciudad. E n sus alrededores se hallan preciosos manantiales. Por el lado de occidente hay fértiles colinas llenas de viñas que producen un Falerno tan noble que los habitantes desdeñan el Ascalón. Los antiguos atribuyen al emperador Aurelio su edificación.» * S e p a r e c e e s t a p á g i n a a la c é l e b r e d e s c r i p c i ó n q u e h i z o el o b i s p o d e T r é v e r i s , N i c e t o , d e su c i u d a d . P o r su e s p o n t a n e i d a d , el a u t o r d e l a Histoire des Francs n o s s u m i n i s t r a i n f o r m a c i o n e s i r r e m p l a z a b l e s s o b r e a q u e l t r á g i c o siglo vi e n el q u e se d e s i n t e g r a el E s t a d o , y la m u e r t e y el b a n d i d a j e h a c e n e s t r a g o s e n t o d o s los s e c t o r e s d e l a s o c i e d a d . N o h a y q u e c o n f u n d i r su sinceridad con ingenuidad p o r q u e confronta diferentes fuentes a propósito de los o r í g e n e s d e l a d i n a s t í a f r a n c a , p o r q u e s a b e d e s m a r c a r s e d e l o s t e s t i m o nios dudosos m e d i a n t e u n simple «muchos d i c e n . . . » , con lo q u e d e m u e s t r a poseer u n agudo sentido crítico. T a m b i é n las biografías o l a s autobiografías e s t á n i n s p i r a d a s e n las o b r a s a n t i g u a s . ¿ C ó m o n e g a r l a c o n t i n u i d a d e n t r e las Confesiones, de San Agust í n , y la Historia de mis desgracias, d e A b e l a r d o ? , ¿ o e n t r e la Vida de los doce Césares, d e S u e t o n i o , y la Vida de Carlomagno, d e E g i n a r d o ? E n esta ú l t i m a o b r a se l e c o n f i e r e n , a r b i t r a r i a m e n t e , al e m p e r a d o r c a r o l i n g i o a l g u n o s d e los r a s g o s d e c a r á c t e r d e sus a n t e p a s a d o s r o m a n o s . S i n e m b a r g o , u n a l e c t u r a s o s e g a d a p e r m i t e c o n s t a t a r q u e el t r a z o d e l r e t r a t o i n t e l e c t u a l

* N. de T. Falemo, del nombre de la ciudad italiana de Campania. Antiguo vino de ios alrededores de Falerno, muy estimado en la Antigüedad. 33

y m o r a l d e l s o b e r a n o se c o r r e s p o n d e c o n el m o d e l o c u l t u r a l c a r o l i n g i o , o s e a , c o n el d e u n h u m a n i s m o d e v o t o i m p r e g n a d o d e t r a d i c i ó n l a t i n a q u e i g n o r a casi t o d o lo a p o r t a d o p o r el h e l e n i s m o . Se p o d r í a p r o l o n g a r el a n á l i s i s , p e r o q u e d a p a t e n t e y a q u e , a p a r t i r d e l siglo V I y q u i z á a n t e s , se h a c o n s t i t u i d o u n n u e v o e s p a c i o h i s t o r i o g r á f i c o . D e s d e e n t o n c e s , la i n t e r p r e t a c i ó n d e los designios divinos p r e c e d e a la b ú s q u e d a d e los m ó v i l e s h u m a n o s , p r i m a el a r q u e t i p o m o r a l o e s p i r i t u a l s o b r e lo v i v i d o , p e r o n o e s t á p r o h i b i d o r e u t i l i z a r l o s r e l a t o s a n t e r i o r e s . L o s h e c h o s d e l p a s a d o n o s o n d a t o s i n t a n g i b l e s . L a h i s t o r i a es u n a r s e n a l d e l q u e s e e x t r a e n h e c h o s - p r u e b a s , h e c h o s - a r g u m e n t o s q u e p o s e e n , d e n t r o d e l disc u r s o r e l i g i o s o , u n a c r e d i b i l i d a d c o m p a r a b l e c o n la d e las a u t o r i d a d e s b í b l i cas.

2.

¿ S E PUEDE CONSIDERAR POR TANTO QUE LOS AUTORES D E L A A L T A E D A D M E D I A (QUE D U R A HASTA E L SIGLO XH H A C E N G A L A D E U N A GENERAL CARENCIA D E SENTIDO HISTÓRICO? E N CASO AFIRMATIVO, ¿POR Q U É RAZONES?, ¿SON ÉSTAS CONTINGENTES O ESTRUCTURALES?

E l historiador a m e r i c a n o W . J. B r a n d t m a n t i e n e , en su o b r a titulada The Shape Medieval History, q u e los h o m b r e s d e la E d a d M e d i a e r a n p a r t í c i p e s d e u n a m e n t a l i d a d r a d i c a l m e n t e r e b e l d e a la h i s t o r i a . S e g ú n e s t e a u t o r , p e r c i b í a n la n a t u r a l e z a d e f o r m a d i s c o n t i n u a . C u a l q u i e r o b j e t o e r a a sus o j o s ú n i c o , d o t a d o d e u n a e s e n c i a p r o p i a y d e u n a v i r t u d p a r t i c u l a r p o r q u e h a c í a r e f e r e n c i a a u n a i d e a d i v i n a . P o r ello r e s u l t a b a t a n difícil e s t a b l e c e r r e l a c i o n e s d e c a u s a l i d a d e n el o r d e n físico. L o m i s m o h a b r í a o c u r r i d o e n el o r d e n d e la h i s t o r i a , p e r c i b i é n d o s e los a c o n t e c i m i e n t o s d e f o r m a a i s l a d a , s e p a r a d o s los u n o s d e l o s o t r o s , t o d o s ellos p r o d u c t o d e l a a r b i t r a r i e d a d d i v i n a . Si n o h a y c o h e r e n c i a n i e n la n a t u r a l e z a ni e n la h i s t o r i a , n a d a i m p i d e e n c a m b i o l a r e l a c i ó n d e los d o s p l a n o s . S e p u e d e r e l a c i o n a r , p o r ejemplo, u n acontecimiento histórico con u n f e n ó m e n o climático, a c o n d i c i ó n d e r e c u r r i r a l o s c a m i n o s s i n u o s o s d e la v o l u n t a d d i v i n a , q u e p u e d e a d v e r t i r d e la i n m i n e n c i a d e l p r i m e r o p o r m e d i o d e l s e g u n d o . 1

Cualquier h e c h o , cualquier o b j e t o , son p o r t a d o r e s de u n sentido ocult o . P e r o , a p a r e n t e m e n t e , c a r e c e n d e c o h e r e n c i a , t a n t o e n la n a t u r a l e z a c o m o e n la a c t i v i d a d h u m a n a . T a m b i é n r e i n a lo d i s c o n t i n u o e i n e s p e r a d o e n l a n a r r a c i ó n h i s t ó r i c a : m e r a s u c e s i ó n c r o n o l ó g i c a e n e s t a d o p u r o , sin c o n c a t e n a c i ó n d e c a u s a s y e f e c t o s . E n r e a l i d a d los h i l o s d e la i n t r i g a e s t á n e n m a n o s d e la v o l u n t a d d i v i n a . O t r o s a u t o r e s , c o m o B . G u e n é e , se r e f i e r e n a r a z o n e s c o n t i n g e n t e s (la mediocridad intelectual d e m u c h o s cronistas) o institucionales (no se enseñ a b a h i s t o r i a e n las e s c u e l a s ; l a h i s t o r i a s ó l o s e r v í a a la e x é g e s i s d e l o s t e x t o s s a g r a d o s ) p a r a e x p h c a r l a d é b i l c a l i d a d d e las o b r a s h i s t ó r i c a s . M i r a d , n o s d i c e n , c u a n l i m i t a d a s s o n las a m b i c i o n e s d e s u s a u t o r e s , q u e se c o n -

1

La tesis de este autor ha sido expuesta por Bernard Guenée, artículo citado de los Aúnales ESC, 1973. Nos limitamos aquí a dar el argumento esencial, el cual constituye el punto de partida de nuestras reflexiones personales. 34

t e n t a n c o n r e l a t a r l o s h e c h o s , c o m o O r d e n c o V i t a l érl et*srgro*xn: « A p e tición d e mis c o m p a ñ e r o s , escribo u n a historia sencilla, en la q u e r e l a t o los hechos año p o r a ñ o . . . Y o n o p u e d o discernir la voluntad divina en virtud d e l a c u a l o c u r r e t o d o . N o p u e d o d i v u l g a r las c a u s a s d e l a s c o s a s . » P e r o la r a z ó n p r o f u n d a p o r la q u e la m e n t a l i d a d m e d i e v a l h a sido cons i d e r a d a c o m o « a h i s t ó r i c a » p o d r í a r e s i d i r e n el h e c h o d e q u e el h o m b r e n o h a llegado, en este p e r í o d o , a a p r o p i a r s e d e la historia, p u e s t o q u e ésta se r e d u c e a l a r e a l i z a c i ó n d e l o s d e s i g n i o s d i v i n o s p a r a c o n la h u m a n i d a d . P o r o t r a p a r t e , el género hagiográfico p e s a e n o r m e m e n t e s o b r e el género histórico, c o r r i e n d o el riesgo d e c o n f u n d i r s e a m b o s . M u c h o s a u t o r e s , e n t r e e l l o s A . Sigal ( v e r Amales de Bretagne et des Pays de l'Ouest, 1 9 8 0 - 8 2 ) , d e f i e n d e n la t e s i s d e l a i d e n t i d a d e s e n c i a l e n t r e h a g i o g r a f í a e h i s t o r i o g r a f í a , s e g ú n l a c u a l e x i s t e u n s o l o espectro historiográfico q u e c o m p r e n d e l o s l i b r o s d e l o s Milagros, las Historias y l a s Crónicas. A m b o s g é n e r o s t i e n e n e n c o m ú n , e f e c t i v a m e n t e , l a m i s m a p r e o c u p a c i ó n p o r la v e r d a d y p o r la a u t e n t i c i d a d d e l o s h e c h o s , s i e m p r e e n v u e l t o s e n t o d a c l a s e d e g a r a n t í a s d e l u g a r y f e c h a . A m b o s p e r s i g u e n el m i s m o fin: e v i t a r q u e l o s h e c h o s n o t a b l e s c a i g a n e n o l v i d o . A d e m á s h a y o t r a s a c a b a l l o e n t r e l o s d o s ' g é n e r o s , c o m o las c r ó n i c a s e n q u i s t a d a s e n l a s s e r i e s d e l o s Milagros o a l a i n v e r s a . E l e x t r a c t o d e l o s Miracles de Saint Philibert q u e s e h a l l a e n el a n e x o a p o y a e s t a t e s i s . E l m o n j e E r m e n t a r i o fue el a u t o r de esta o b r a después del a ñ o 862. L a crónica monástica está imbricada en l a g r a n h i s t o r i a . L a s p r i n c i p a l e s e t a p a s d e la p e r e g r i n a c i ó n d e los m o n j e s , q u e h u y e n c o n las r e l i q u i a s d e s u s a n t o a n t e l a i n v a s i ó n d e l o s v i k i n g o s , s o n las s i g u i e n t e s : e n t r e l o s a ñ o s 847 y 8 5 8 , d e s d e S a i n t P h i l i b e r t d e G r a n d lieu a C u n a u l t , c e r c a d e S a u m u r ; a ñ o 8 6 2 , d e s d e C u n a u l t a M e s s a y , e n el P o i t o u ; e n el a ñ o 875 t e r m i n a , f i n a l m e n t e , c o n la l l e g a d a a T o u r n u s . M u cho m á s valiosas son las informaciones suministradas p o r el texto acerca de las f a s e s d e l a i n v a s i ó n n o r m a n d a y d e l a a c t i t u d d e las p o b l a c i o n e s . E r m e n t e r i o d i s t i n g u e c l a r a m e n t e las d o s o f e n s i v a s d e los p i r a t a s , a u n q u e n o r e s p e t a el d e s a r r o l l o c r o n o l ó g i c o d e las m i s m a s . E n p r i m e r l u g a r , l o s a t a q u e s d e los a ñ o s 848-856 s e e x t i e n d e n e s p e c i a l m e n t e s o b r e L a A q u i t a n i a y la r e g i ó n d e l . L o i r a ( B u r d e o s , T o u r s , A n g e r s , O r l e a n s ) . D e s p u é s , l a i n v a s i ó n d e l o s a ñ o s 856-862 a f e c t a s o b r e t o d o a las riberas d e l S e n a y el M a r n e y t a m b i é n las d e l S o m m e , R h i n , L o i r a y G a r o n a . C o n t o r n e a n d o E s p a ñ a , los v i k i n g o s l l e g a n a s a q u e a r L a C a m a r g u e y l a T o s c a n a . E v o c a s u s f e c h o rías d e f o r m a e s t e r e o t i p a d a : m a t a n z a s , d e v a s t a c i o n e s , r o b o s , i n c e n d i o s , e t c . Se trata del cumplimiento de u n castigo divino: «una plaga p r o c e d e n t e del N o r t e a l c a n z a r á a t o d o s l o s h a b i t a n t e s d e l a t i e r r a » . L a s p o b l a c i o n e s l a sufren c o n p a s i v i d a d t o t a l . « T o d o s los h a b i t a n t e s e m p r e n d e n la fuga y p o c o s osan decir: " P e r m a n e c e d , p e r m a n e c e d , resistid, luchad p o r v u e s t r o país, p o r vuestros hijos y p o r v u e s t r a familia".» A n t e s p a g a r tributo q u e t o m a r las a r m a s . El relato d e E r m e n t a r i o tiene valor histórico — n a d i e osaría discutírsel o — e i g u a l m e n t e otros m u c h o s escritos hagiográficos. Sin e m b a r g o , a n o sotros nos parece q u e existen diferencias estructurales entre hagiografía e historiografía. E l p r i m e r o de estos dos géneros n o recoge n e c e s a r i a m e n t e h e c h o s v e r í d i c o s , p e r o « c o n s t i t u y e » la v e r d a d d e los f e n ó m e n o s m a r a v i l l o s o s , r o d e á n d o l e s d e t o d a s las g a r a n t í a s d e s e a b l e s . L a c r ó n i c a , e n c a m b i o , c o n s i g n a h e c h o s v e r í d i c o s j u n t o a o t r o s q u e n o lo s o n . A d e m á s c a m b i a l a

y m o r a l d e l s o b e r a n o se c o r r e s p o n d e c o n el m o d e l o c u l t u r a l c a r o l i n g i o , o s e a , c o n el d e u n h u m a n i s m o d e v o t o i m p r e g n a d o d e t r a d i c i ó n l a t i n a q u e i g n o r a casi t o d o lo a p o r t a d o p o r el h e l e n i s m o . Se p o d r í a p r o l o n g a r el a n á l i s i s , p e r o q u e d a p a t e n t e y a q u e , a p a r t i r d e l siglo V I y q u i z á a n t e s , se h a c o n s t i t u i d o u n n u e v o e s p a c i o h i s t o r i o g r á f i c o . D e s d e e n t o n c e s , la i n t e r p r e t a c i ó n d e los designios divinos p r e c e d e a la b ú s q u e d a d e los m ó v i l e s h u m a n o s , p r i m a el a r q u e t i p o m o r a l o e s p i r i t u a l s o b r e lo v i v i d o , p e r o n o e s t á p r o h i b i d o r e u t i l i z a r l o s r e l a t o s a n t e r i o r e s . L o s h e c h o s d e l p a s a d o n o s o n d a t o s i n t a n g i b l e s . L a h i s t o r i a es u n a r s e n a l d e l q u e s e e x t r a e n h e c h o s - p r u e b a s , h e c h o s - a r g u m e n t o s q u e p o s e e n , d e n t r o d e l disc u r s o r e l i g i o s o , u n a c r e d i b i l i d a d c o m p a r a b l e c o n la d e las a u t o r i d a d e s b í b l i cas.

2.

¿ S E PUEDE CONSIDERAR POR TANTO QUE LOS AUTORES D E L A A L T A E D A D M E D I A (QUE D U R A HASTA E L SIGLO XH H A C E N G A L A D E U N A GENERAL CARENCIA D E SENTIDO HISTÓRICO? E N CASO AFIRMATIVO, ¿POR Q U É RAZONES?, ¿SON ÉSTAS CONTINGENTES O ESTRUCTURALES?

E l historiador a m e r i c a n o W . J. B r a n d t m a n t i e n e , en su o b r a titulada The Shape Medieval History, q u e los h o m b r e s d e la E d a d M e d i a e r a n p a r t í c i p e s d e u n a m e n t a l i d a d r a d i c a l m e n t e r e b e l d e a la h i s t o r i a . S e g ú n e s t e a u t o r , p e r c i b í a n la n a t u r a l e z a d e f o r m a d i s c o n t i n u a . C u a l q u i e r o b j e t o e r a a sus o j o s ú n i c o , d o t a d o d e u n a e s e n c i a p r o p i a y d e u n a v i r t u d p a r t i c u l a r p o r q u e h a c í a r e f e r e n c i a a u n a i d e a d i v i n a . P o r ello r e s u l t a b a t a n difícil e s t a b l e c e r r e l a c i o n e s d e c a u s a l i d a d e n el o r d e n físico. L o m i s m o h a b r í a o c u r r i d o e n el o r d e n d e la h i s t o r i a , p e r c i b i é n d o s e los a c o n t e c i m i e n t o s d e f o r m a a i s l a d a , s e p a r a d o s los u n o s d e l o s o t r o s , t o d o s ellos p r o d u c t o d e l a a r b i t r a r i e d a d d i v i n a . Si n o h a y c o h e r e n c i a n i e n la n a t u r a l e z a ni e n la h i s t o r i a , n a d a i m p i d e e n c a m b i o l a r e l a c i ó n d e los d o s p l a n o s . S e p u e d e r e l a c i o n a r , p o r ejemplo, u n acontecimiento histórico con u n f e n ó m e n o climático, a c o n d i c i ó n d e r e c u r r i r a l o s c a m i n o s s i n u o s o s d e la v o l u n t a d d i v i n a , q u e p u e d e a d v e r t i r d e la i n m i n e n c i a d e l p r i m e r o p o r m e d i o d e l s e g u n d o . 1

Cualquier h e c h o , cualquier o b j e t o , son p o r t a d o r e s de u n sentido ocult o . P e r o , a p a r e n t e m e n t e , c a r e c e n d e c o h e r e n c i a , t a n t o e n la n a t u r a l e z a c o m o e n la a c t i v i d a d h u m a n a . T a m b i é n r e i n a lo d i s c o n t i n u o e i n e s p e r a d o e n l a n a r r a c i ó n h i s t ó r i c a : m e r a s u c e s i ó n c r o n o l ó g i c a e n e s t a d o p u r o , sin c o n c a t e n a c i ó n d e c a u s a s y e f e c t o s . E n r e a l i d a d los h i l o s d e la i n t r i g a e s t á n e n m a n o s d e la v o l u n t a d d i v i n a . O t r o s a u t o r e s , c o m o B . G u e n é e , se r e f i e r e n a r a z o n e s c o n t i n g e n t e s (la mediocridad intelectual d e m u c h o s cronistas) o institucionales (no se enseñ a b a h i s t o r i a e n las e s c u e l a s ; l a h i s t o r i a s ó l o s e r v í a a la e x é g e s i s d e l o s t e x t o s s a g r a d o s ) p a r a e x p h c a r l a d é b i l c a l i d a d d e las o b r a s h i s t ó r i c a s . M i r a d , n o s d i c e n , c u a n l i m i t a d a s s o n las a m b i c i o n e s d e s u s a u t o r e s , q u e se c o n -

1

La tesis de este autor ha sido expuesta por Bernard Guenée, artículo citado de los Aúnales ESC, 1973. Nos limitamos aquí a dar el argumento esencial, el cual constituye el punto de partida de nuestras reflexiones personales. 34

t e n t a n c o n r e l a t a r l o s h e c h o s , c o m o O r d e n c o V i t a l érl et*srgro*xn: « A p e tición d e mis c o m p a ñ e r o s , escribo u n a historia sencilla, en la q u e r e l a t o los hechos año p o r a ñ o . . . Y o n o p u e d o discernir la voluntad divina en virtud d e l a c u a l o c u r r e t o d o . N o p u e d o d i v u l g a r las c a u s a s d e l a s c o s a s . » P e r o la r a z ó n p r o f u n d a p o r la q u e la m e n t a l i d a d m e d i e v a l h a sido cons i d e r a d a c o m o « a h i s t ó r i c a » p o d r í a r e s i d i r e n el h e c h o d e q u e el h o m b r e n o h a llegado, en este p e r í o d o , a a p r o p i a r s e d e la historia, p u e s t o q u e ésta se r e d u c e a l a r e a l i z a c i ó n d e l o s d e s i g n i o s d i v i n o s p a r a c o n la h u m a n i d a d . P o r o t r a p a r t e , el género hagiográfico p e s a e n o r m e m e n t e s o b r e el género histórico, c o r r i e n d o el riesgo d e c o n f u n d i r s e a m b o s . M u c h o s a u t o r e s , e n t r e e l l o s A . Sigal ( v e r Amales de Bretagne et des Pays de l'Ouest, 1 9 8 0 - 8 2 ) , d e f i e n d e n la t e s i s d e l a i d e n t i d a d e s e n c i a l e n t r e h a g i o g r a f í a e h i s t o r i o g r a f í a , s e g ú n l a c u a l e x i s t e u n s o l o espectro historiográfico q u e c o m p r e n d e l o s l i b r o s d e l o s Milagros, las Historias y l a s Crónicas. A m b o s g é n e r o s t i e n e n e n c o m ú n , e f e c t i v a m e n t e , l a m i s m a p r e o c u p a c i ó n p o r la v e r d a d y p o r la a u t e n t i c i d a d d e l o s h e c h o s , s i e m p r e e n v u e l t o s e n t o d a c l a s e d e g a r a n t í a s d e l u g a r y f e c h a . A m b o s p e r s i g u e n el m i s m o fin: e v i t a r q u e l o s h e c h o s n o t a b l e s c a i g a n e n o l v i d o . A d e m á s h a y o t r a s a c a b a l l o e n t r e l o s d o s ' g é n e r o s , c o m o las c r ó n i c a s e n q u i s t a d a s e n l a s s e r i e s d e l o s Milagros o a l a i n v e r s a . E l e x t r a c t o d e l o s Miracles de Saint Philibert q u e s e h a l l a e n el a n e x o a p o y a e s t a t e s i s . E l m o n j e E r m e n t a r i o fue el a u t o r de esta o b r a después del a ñ o 862. L a crónica monástica está imbricada en l a g r a n h i s t o r i a . L a s p r i n c i p a l e s e t a p a s d e la p e r e g r i n a c i ó n d e los m o n j e s , q u e h u y e n c o n las r e l i q u i a s d e s u s a n t o a n t e l a i n v a s i ó n d e l o s v i k i n g o s , s o n las s i g u i e n t e s : e n t r e l o s a ñ o s 847 y 8 5 8 , d e s d e S a i n t P h i l i b e r t d e G r a n d lieu a C u n a u l t , c e r c a d e S a u m u r ; a ñ o 8 6 2 , d e s d e C u n a u l t a M e s s a y , e n el P o i t o u ; e n el a ñ o 875 t e r m i n a , f i n a l m e n t e , c o n la l l e g a d a a T o u r n u s . M u cho m á s valiosas son las informaciones suministradas p o r el texto acerca de las f a s e s d e l a i n v a s i ó n n o r m a n d a y d e l a a c t i t u d d e las p o b l a c i o n e s . E r m e n t e r i o d i s t i n g u e c l a r a m e n t e las d o s o f e n s i v a s d e los p i r a t a s , a u n q u e n o r e s p e t a el d e s a r r o l l o c r o n o l ó g i c o d e las m i s m a s . E n p r i m e r l u g a r , l o s a t a q u e s d e los a ñ o s 848-856 s e e x t i e n d e n e s p e c i a l m e n t e s o b r e L a A q u i t a n i a y la r e g i ó n d e l . L o i r a ( B u r d e o s , T o u r s , A n g e r s , O r l e a n s ) . D e s p u é s , l a i n v a s i ó n d e l o s a ñ o s 856-862 a f e c t a s o b r e t o d o a las riberas d e l S e n a y el M a r n e y t a m b i é n las d e l S o m m e , R h i n , L o i r a y G a r o n a . C o n t o r n e a n d o E s p a ñ a , los v i k i n g o s l l e g a n a s a q u e a r L a C a m a r g u e y l a T o s c a n a . E v o c a s u s f e c h o rías d e f o r m a e s t e r e o t i p a d a : m a t a n z a s , d e v a s t a c i o n e s , r o b o s , i n c e n d i o s , e t c . Se trata del cumplimiento de u n castigo divino: «una plaga p r o c e d e n t e del N o r t e a l c a n z a r á a t o d o s l o s h a b i t a n t e s d e l a t i e r r a » . L a s p o b l a c i o n e s l a sufren c o n p a s i v i d a d t o t a l . « T o d o s los h a b i t a n t e s e m p r e n d e n la fuga y p o c o s osan decir: " P e r m a n e c e d , p e r m a n e c e d , resistid, luchad p o r v u e s t r o país, p o r vuestros hijos y p o r v u e s t r a familia".» A n t e s p a g a r tributo q u e t o m a r las a r m a s . El relato d e E r m e n t a r i o tiene valor histórico — n a d i e osaría discutírsel o — e i g u a l m e n t e otros m u c h o s escritos hagiográficos. Sin e m b a r g o , a n o sotros nos parece q u e existen diferencias estructurales entre hagiografía e historiografía. E l p r i m e r o de estos dos géneros n o recoge n e c e s a r i a m e n t e h e c h o s v e r í d i c o s , p e r o « c o n s t i t u y e » la v e r d a d d e los f e n ó m e n o s m a r a v i l l o s o s , r o d e á n d o l e s d e t o d a s las g a r a n t í a s d e s e a b l e s . L a c r ó n i c a , e n c a m b i o , c o n s i g n a h e c h o s v e r í d i c o s j u n t o a o t r o s q u e n o lo s o n . A d e m á s c a m b i a l a

concepción del t i e m p o . Los historiadores, por m á s providencialistas que s e a n , d e f i n e n la h i s t o r i a c o m o u n relato verídico fundamentado en la cronología. E n c a m b i o , la h a g i o g r a f í a n o s e p r e o c u p a d e la c r o n o l o g í a : s u a m b i c i ó n q u e d a l i m i t a d a a a p o r t a r u n c o n j u n t o d e hechos-pruebas que dan validez a u n a i n s t i t u c i ó n o l e g i t i m i d a d a u n c u l t o . S e p r o p o n e i l u s t r a r l a e j e m p l a r i d a d d e u n s a n t o o su c a p a c i d a d d e h a c e r m i l a g r o s a p o r t a n d o h e c h o s p e r m u t a b l e s y m a n i p u l a b l e s . El t i e m p o circular de la liturgia ejerce su m a g n e t i s m o s o b r e l a h a g i o g r a f í a . E n c a m b i o , el s e n t i d o d e la d u r a c i ó n es a l g o p e r c e p t i b l e e n la h i s t o r i a . P o r último, n o s o t r o s c r e e m o s q u e la a b u n d a n c i a de la p r o d u c c i ó n hagiográfica h a c o n s t i t u i d o u n freno al a d v e n i m i e n t o d e u n a h i s t o r i a q u e o t o r g a r á t o d a s u a t e n c i ó n al d e v e n i r h u m a n o e n el t i e m p o . Sin e m b a r g o , e s t e « r e p r o c h e » n o afecta n e c e s a r i a m e n t e a las g r a n d e s c o n s t r u c c i o n e s t e o l ó g i c a s . P o r q u e , si b i e n las v i d a s d e los s a n t o s y los l i b r o s d e l o s m i l a g r o s t i e n e n f r e c u e n t e m e n t e la c a d e n c i a r e p e t i t i v a d e l a l i t u r g i a , e n c a m b i o la t e o logía p r o p o n e u n a v i s i ó n u n i f i c a d o r a y o r i e n t a d a d e la h i s t o r i a .

3.

¿ L A T E O L O G Í A ( P A R T I C U L A R M E N T E E N E L S I G L O xn)

AL SERVICIO D E

LA HISTORIA?

L a r e p r e s e n t a c i ó n d e l p u e b l o c r i s t i a n o c a m i n a n d o h a c i a su b e a t i t u d — a u t é n t i c a filosofía d e la h i s t o r i a — h a c o n t r i b u i d o a i n s t a u r a r u n a v i s i ó n lineal y finalista d e l d e v e n i r h u m a n o . E s t o es p a r t i c u l a r m e n t e e v i d e n t e e n el siglo x n , c u a n d o la t e o l o g í a t o p a c o n u n m o v i m i e n t o social r e a l y c o n t r i b u y e a la e c l o s i ó n d e u n a c o n c e p c i ó n d i n á m i c a d e l a h i s t o r i a . A ) D u r a n t e la a l t a E d a d M e d i a , el e s q u e m a d o m i n a n t e p a r a p e n s a r la h i s t o r i a p r o c e d e d e la Ciudad de Dios, d e S a n A g u s t í n . R e c o r d e m o s sus l í n e a s d i r e c t r i c e s : la c i u d a d t e r r e s t r e , d i v i d i d a e n t r e c r i s t i a n o s y p a g a n o s , y r e u n i f i c a d a b a j o l a f o r m a d e I m p e r i o r o m a n o , c a m i n a h a c i a la C i u d a d C e l e s t e . L a Civitas Dei e s t á y a p r e s e n t e , b a j o l a f o r m a d e I g l e s i a , e n l a C i u d a d T e r r e s t r e , p a r a g u i a r l a . E l s e n t i d o p r o f u n d o d e l a h i s t o r i a se r e d u c e a las c o n q u i s t a s d e e s t a i n s t i t u c i ó n f u n d a d a p o r D i o s p a r a a s o c i a r a l o s h o m b r e s a su p r o p i a b e a t i t u d . D e e s t a visión se d e s p r e n d e el p a r t i c u l a r e s t a t u t o p o l í t i c o e h i s t ó r i c o d e los c r i s t i a n o s : m i e m b r o s d e l a c i u d a d d e D i o s , s o n p e r e g r i n o s d e e s t e m u n d o , q u e se s i r v e n d e la p a z r e l a t i v a d e la C i u d a d T e r r e s t r e p a r a a l c a n z a r la p a z c e l e s t e . L o s teólogos h a n tejido múltiples variaciones s o b r e esta visión grandiosa. S e g ú n G i l s o n , su c o n c e p c i ó n d e la h i s t o r i a s e c a r a c t e r i z a e s e n c i a l m e n t e p o r l a c o m ú n r e f e r e n c i a a la E n c a r n a c i ó n , c o n c e b i d a c o m o p u n t o final d e los t i e m p o s p a s a d o s y p u n t o d e p a r t i d a d e u n a e r a n u e v a ; y t a m b i é n p o r u n « f i n a l i s m o » e s e n c i a l , e n v i r t u d d e l c u a l la a v e n t u r a h u m a n a se v a defin i e n d o c o m o construcción progresiva d e la C i u d a d d e D i o s . D e esta m a n e r a a d q u i e r e sentido la s u c e s i ó n d e las g e n e r a c i o n e s y d e l o s a c o n t e c i m i e n tos. Se p u e d e d e s c u b r i r e n c u a l q u i e r h e c h o la a c c i ó n r e c t o r a d e la P r o v i d e n c i a , p o r q u e el d e s e n v o l v i m i e n t o d e los a c o n t e c i m i e n t o s d e p e n d e d e la p r e v i s i ó n d i v i n a e n o r d e n a la S a l v a c i ó n . S e g ú n G i l s o n , d a d o q u e la h i s t o r i a d e l m u n d o e s t á c o n c e b i d a c o m o la 36

d e l p r o g r e s o ( a q u í m o r a l y e s p i r i t u a l ) o r i e n t a d o h a c i a u n a d e t e r m i n a d a fin a l i d a d , se p u e d e h a b l a r d e u n orden lineal q u e s u s t i t u y e el- orden cíclico d e los p e n s a d o r e s g r e c o r r o m a n o s . L a c o n c e p c i ó n d e la historiografía m e d i e v a l d e G i l s o n , i n d u d a b l e m e n t e j u s t a , si c o n s i d e r a m o s s u c u m b r e (el m u n d o d e l o s p r e l a d o s y d e l o s g r a n d e s a b a d e s c a r o l i n g i o s , f o r m a d o s , c o m o el a r z o b i s p o d e R e i m s , H i n c m a r , d e a c u e r d o c o n el p e n s a m i e n t o d e S a n A g u s t í n ) , r e s u l t a m á s d i s c u t i b l e e n r e l a c i ó n a h i s t o r i a d o r e s m á s m o d e s t o s , c o m o R a o u l G l a b e r . H a s t a el siglo XII, s e p u e d e h a b l a r d e u n a g r a n i n d i f e r e n c i a h a c i a el t i e m p o , c o n c e b i d o y v i v i d o e s e n c i a l m e n t e c o m o tiempo natural (el ciclo d e l a s e s t a c i o n e s y d e l o s m e s e s ) y c o m o tiempo litúrgico ( o r g a n i z a d o t a m b i é n e n f e c h a s fij a s ) . L o s a c o n t e c i m i e n t o s h i s t ó r i c o s i n t e r e s a n m á s p o r s u carga simbólica q u e p o r sus a n t e c e d e n t e s y c o n s e c u e n c i a s . P e r o , e n el siglo x n , n a c e r á u n nuevo sentido del tiempo, q u e c o n m o c i o n a r á de alguna m a n e r a los marcos d e esta historia eclesiológica a la q u e n o s h e m o s referido a n t e r i o r m e n t e . B ) E l n a c i m i e n t o d e u n a « c o n s c i e n c i a a c t i v a » d e l a h i s t o r i a e n el siglo x n (cf. M . D . C h e n u , La Théologie au XII'. siécle). L a a p a r i c i ó n d e u n nuevo sentido del tiempo v a u n i d a a la a p a r i c i ó n d e u n nuevo sentido de la naturaleza, o m á s e x a c t a m e n t e , del h o m b r e q u e act ú a e n el s e n o d e la n a t u r a l e z a : homo faber, homo artifex, e n r e l a c i ó n c o n el d e s a r r o l l o d e l c o m e r c i o y c o n el c r e c i m i e n t o u r b a n o . A l h o m b r e , s e g ú n los t e ó l o g o s d e l siglo XII ( G i l b e r t d e la P o r r e e , H u g o d e S a i n t - V i c t o r ) , n o le b a s t a c o n sufrir el m u n d o e x t e r i o r , s i n o q u e i n t e n t a m e d i a n t e s u activid a d y t r a b a j o t r a n s f o r m a r l o (ars s e i m p o n e a natura). Así nace también u n a nueva visión de la historia, q u e se c a r a c t e r i z a p o r : 1. L a a t e n c i ó n c o n c e d i d a a las obras y a l o s actos d e l a h u m a n i d a d , b a j o l a é g i d a d e la P r o v i d e n c i a . M u c h o s s o n los q u e se p r e o c u p a n p o r l a h i s t o r i a , g e n e r a l m e n t e c l é r i g o s q u e v i v e n c e r c a d e los p r í n c i p e s : O t ó n d e Freisingen respecto a los e m p e r a d o r e s germánicos, Orderico Vital y J o h n d e S a l i s b u r y e n la c o r t e a n g l o n o r m a n d a . 2 . E l d e s e o d e b e n e f i c i a r s e d e l a h e r e n c i a d e las g e n e r a c i o n e s a n t e riores, q u e e x p r e s a B e r n a r d d e C h a r t r e s c o n e s t a s p a l a b r a s : « L a v e r d a d es hija d e l t i e m p o . » E n a n o s e n c a r a m a d o s s o b r e l o s h o m b r o s d e l o s g i g a n t e s (los a u t o r e s a n t i g u o s y l o s P a d r e s d e l a I g l e s i a ) , los p e n s a d o r e s d e l siglo x n d e s e a n sin e m b a r g o m i r a r m á s a l l á . S e a l u m b r a u n a n o c i ó n c o n f u s a d e l p r o g r e s o e n la h i s t o r i a , e s p e c i a l m e n t e e n el d o m i n i o d e las i n s t i t u c i o n e s e c l e siásticas y d e las r e g l a s m o r a l e s . 3 . L a r e f l e x i ó n s o b r e la Historia, especialmente por parte de H u g o de S a i n t - V i c t o r , el c u a l p r e c i s a su d o b l e s e n t i d o . D e u n a p a r t e , la s e r i e d e a c o n t e c i m i e n t o s q u e son p r o d u c t o d e la p r e v i s i ó n d i v i n a e n o r d e n a l a s a l v a c i ó n y e s t á n o r g a n i z a d o s d e f o r m a q u e c o n d u c e n a u n fin p r e c o n c e b i d o . D e o t r a p a r t e , la disciplina intelectual q u e t r a t a d e estos a c o n t e c i m i e n t o s , o histor i a e s c r i t a , c o n c e b i d a c o m o series narrationis, como sucesión organizada, como continuidad articulada. 4 . L a e l a b o r a c i ó n d e u n bagaje conceptual p a r a p e n s a r el t i e m p o histórico y e l a b o r a r u n a periodización global d e la a v e n t u r a h u m a n a . O b i e n la d i v i s i ó n d e l a h i s t o r i a es l a m i s m a q u e la d e l o s d í a s d e la s e m a n a , q u e s o n t a m b i é n l o s d e l a C r e a c i ó n , seis d í a s , seis e d a d e s d e la h u m a n i d a d (la d e A d á n , l a d e N o é , e t c . ) , s i e n d o el s é p t i m o el d e l r e p o s o y la b e a t i t u d . 37

concepción del t i e m p o . Los historiadores, por m á s providencialistas que s e a n , d e f i n e n la h i s t o r i a c o m o u n relato verídico fundamentado en la cronología. E n c a m b i o , la h a g i o g r a f í a n o s e p r e o c u p a d e la c r o n o l o g í a : s u a m b i c i ó n q u e d a l i m i t a d a a a p o r t a r u n c o n j u n t o d e hechos-pruebas que dan validez a u n a i n s t i t u c i ó n o l e g i t i m i d a d a u n c u l t o . S e p r o p o n e i l u s t r a r l a e j e m p l a r i d a d d e u n s a n t o o su c a p a c i d a d d e h a c e r m i l a g r o s a p o r t a n d o h e c h o s p e r m u t a b l e s y m a n i p u l a b l e s . El t i e m p o circular de la liturgia ejerce su m a g n e t i s m o s o b r e l a h a g i o g r a f í a . E n c a m b i o , el s e n t i d o d e la d u r a c i ó n es a l g o p e r c e p t i b l e e n la h i s t o r i a . P o r último, n o s o t r o s c r e e m o s q u e la a b u n d a n c i a de la p r o d u c c i ó n hagiográfica h a c o n s t i t u i d o u n freno al a d v e n i m i e n t o d e u n a h i s t o r i a q u e o t o r g a r á t o d a s u a t e n c i ó n al d e v e n i r h u m a n o e n el t i e m p o . Sin e m b a r g o , e s t e « r e p r o c h e » n o afecta n e c e s a r i a m e n t e a las g r a n d e s c o n s t r u c c i o n e s t e o l ó g i c a s . P o r q u e , si b i e n las v i d a s d e los s a n t o s y los l i b r o s d e l o s m i l a g r o s t i e n e n f r e c u e n t e m e n t e la c a d e n c i a r e p e t i t i v a d e l a l i t u r g i a , e n c a m b i o la t e o logía p r o p o n e u n a v i s i ó n u n i f i c a d o r a y o r i e n t a d a d e la h i s t o r i a .

3.

¿ L A T E O L O G Í A ( P A R T I C U L A R M E N T E E N E L S I G L O xn)

AL SERVICIO D E

LA HISTORIA?

L a r e p r e s e n t a c i ó n d e l p u e b l o c r i s t i a n o c a m i n a n d o h a c i a su b e a t i t u d — a u t é n t i c a filosofía d e la h i s t o r i a — h a c o n t r i b u i d o a i n s t a u r a r u n a v i s i ó n lineal y finalista d e l d e v e n i r h u m a n o . E s t o es p a r t i c u l a r m e n t e e v i d e n t e e n el siglo x n , c u a n d o la t e o l o g í a t o p a c o n u n m o v i m i e n t o social r e a l y c o n t r i b u y e a la e c l o s i ó n d e u n a c o n c e p c i ó n d i n á m i c a d e l a h i s t o r i a . A ) D u r a n t e la a l t a E d a d M e d i a , el e s q u e m a d o m i n a n t e p a r a p e n s a r la h i s t o r i a p r o c e d e d e la Ciudad de Dios, d e S a n A g u s t í n . R e c o r d e m o s sus l í n e a s d i r e c t r i c e s : la c i u d a d t e r r e s t r e , d i v i d i d a e n t r e c r i s t i a n o s y p a g a n o s , y r e u n i f i c a d a b a j o l a f o r m a d e I m p e r i o r o m a n o , c a m i n a h a c i a la C i u d a d C e l e s t e . L a Civitas Dei e s t á y a p r e s e n t e , b a j o l a f o r m a d e I g l e s i a , e n l a C i u d a d T e r r e s t r e , p a r a g u i a r l a . E l s e n t i d o p r o f u n d o d e l a h i s t o r i a se r e d u c e a las c o n q u i s t a s d e e s t a i n s t i t u c i ó n f u n d a d a p o r D i o s p a r a a s o c i a r a l o s h o m b r e s a su p r o p i a b e a t i t u d . D e e s t a visión se d e s p r e n d e el p a r t i c u l a r e s t a t u t o p o l í t i c o e h i s t ó r i c o d e los c r i s t i a n o s : m i e m b r o s d e l a c i u d a d d e D i o s , s o n p e r e g r i n o s d e e s t e m u n d o , q u e se s i r v e n d e la p a z r e l a t i v a d e la C i u d a d T e r r e s t r e p a r a a l c a n z a r la p a z c e l e s t e . L o s teólogos h a n tejido múltiples variaciones s o b r e esta visión grandiosa. S e g ú n G i l s o n , su c o n c e p c i ó n d e la h i s t o r i a s e c a r a c t e r i z a e s e n c i a l m e n t e p o r l a c o m ú n r e f e r e n c i a a la E n c a r n a c i ó n , c o n c e b i d a c o m o p u n t o final d e los t i e m p o s p a s a d o s y p u n t o d e p a r t i d a d e u n a e r a n u e v a ; y t a m b i é n p o r u n « f i n a l i s m o » e s e n c i a l , e n v i r t u d d e l c u a l la a v e n t u r a h u m a n a se v a defin i e n d o c o m o construcción progresiva d e la C i u d a d d e D i o s . D e esta m a n e r a a d q u i e r e sentido la s u c e s i ó n d e las g e n e r a c i o n e s y d e l o s a c o n t e c i m i e n tos. Se p u e d e d e s c u b r i r e n c u a l q u i e r h e c h o la a c c i ó n r e c t o r a d e la P r o v i d e n c i a , p o r q u e el d e s e n v o l v i m i e n t o d e los a c o n t e c i m i e n t o s d e p e n d e d e la p r e v i s i ó n d i v i n a e n o r d e n a la S a l v a c i ó n . S e g ú n G i l s o n , d a d o q u e la h i s t o r i a d e l m u n d o e s t á c o n c e b i d a c o m o la 36

d e l p r o g r e s o ( a q u í m o r a l y e s p i r i t u a l ) o r i e n t a d o h a c i a u n a d e t e r m i n a d a fin a l i d a d , se p u e d e h a b l a r d e u n orden lineal q u e s u s t i t u y e el- orden cíclico d e los p e n s a d o r e s g r e c o r r o m a n o s . L a c o n c e p c i ó n d e la historiografía m e d i e v a l d e G i l s o n , i n d u d a b l e m e n t e j u s t a , si c o n s i d e r a m o s s u c u m b r e (el m u n d o d e l o s p r e l a d o s y d e l o s g r a n d e s a b a d e s c a r o l i n g i o s , f o r m a d o s , c o m o el a r z o b i s p o d e R e i m s , H i n c m a r , d e a c u e r d o c o n el p e n s a m i e n t o d e S a n A g u s t í n ) , r e s u l t a m á s d i s c u t i b l e e n r e l a c i ó n a h i s t o r i a d o r e s m á s m o d e s t o s , c o m o R a o u l G l a b e r . H a s t a el siglo XII, s e p u e d e h a b l a r d e u n a g r a n i n d i f e r e n c i a h a c i a el t i e m p o , c o n c e b i d o y v i v i d o e s e n c i a l m e n t e c o m o tiempo natural (el ciclo d e l a s e s t a c i o n e s y d e l o s m e s e s ) y c o m o tiempo litúrgico ( o r g a n i z a d o t a m b i é n e n f e c h a s fij a s ) . L o s a c o n t e c i m i e n t o s h i s t ó r i c o s i n t e r e s a n m á s p o r s u carga simbólica q u e p o r sus a n t e c e d e n t e s y c o n s e c u e n c i a s . P e r o , e n el siglo x n , n a c e r á u n nuevo sentido del tiempo, q u e c o n m o c i o n a r á de alguna m a n e r a los marcos d e esta historia eclesiológica a la q u e n o s h e m o s referido a n t e r i o r m e n t e . B ) E l n a c i m i e n t o d e u n a « c o n s c i e n c i a a c t i v a » d e l a h i s t o r i a e n el siglo x n (cf. M . D . C h e n u , La Théologie au XII'. siécle). L a a p a r i c i ó n d e u n nuevo sentido del tiempo v a u n i d a a la a p a r i c i ó n d e u n nuevo sentido de la naturaleza, o m á s e x a c t a m e n t e , del h o m b r e q u e act ú a e n el s e n o d e la n a t u r a l e z a : homo faber, homo artifex, e n r e l a c i ó n c o n el d e s a r r o l l o d e l c o m e r c i o y c o n el c r e c i m i e n t o u r b a n o . A l h o m b r e , s e g ú n los t e ó l o g o s d e l siglo XII ( G i l b e r t d e la P o r r e e , H u g o d e S a i n t - V i c t o r ) , n o le b a s t a c o n sufrir el m u n d o e x t e r i o r , s i n o q u e i n t e n t a m e d i a n t e s u activid a d y t r a b a j o t r a n s f o r m a r l o (ars s e i m p o n e a natura). Así nace también u n a nueva visión de la historia, q u e se c a r a c t e r i z a p o r : 1. L a a t e n c i ó n c o n c e d i d a a las obras y a l o s actos d e l a h u m a n i d a d , b a j o l a é g i d a d e la P r o v i d e n c i a . M u c h o s s o n los q u e se p r e o c u p a n p o r l a h i s t o r i a , g e n e r a l m e n t e c l é r i g o s q u e v i v e n c e r c a d e los p r í n c i p e s : O t ó n d e Freisingen respecto a los e m p e r a d o r e s germánicos, Orderico Vital y J o h n d e S a l i s b u r y e n la c o r t e a n g l o n o r m a n d a . 2 . E l d e s e o d e b e n e f i c i a r s e d e l a h e r e n c i a d e las g e n e r a c i o n e s a n t e riores, q u e e x p r e s a B e r n a r d d e C h a r t r e s c o n e s t a s p a l a b r a s : « L a v e r d a d es hija d e l t i e m p o . » E n a n o s e n c a r a m a d o s s o b r e l o s h o m b r o s d e l o s g i g a n t e s (los a u t o r e s a n t i g u o s y l o s P a d r e s d e l a I g l e s i a ) , los p e n s a d o r e s d e l siglo x n d e s e a n sin e m b a r g o m i r a r m á s a l l á . S e a l u m b r a u n a n o c i ó n c o n f u s a d e l p r o g r e s o e n la h i s t o r i a , e s p e c i a l m e n t e e n el d o m i n i o d e las i n s t i t u c i o n e s e c l e siásticas y d e las r e g l a s m o r a l e s . 3 . L a r e f l e x i ó n s o b r e la Historia, especialmente por parte de H u g o de S a i n t - V i c t o r , el c u a l p r e c i s a su d o b l e s e n t i d o . D e u n a p a r t e , la s e r i e d e a c o n t e c i m i e n t o s q u e son p r o d u c t o d e la p r e v i s i ó n d i v i n a e n o r d e n a l a s a l v a c i ó n y e s t á n o r g a n i z a d o s d e f o r m a q u e c o n d u c e n a u n fin p r e c o n c e b i d o . D e o t r a p a r t e , la disciplina intelectual q u e t r a t a d e estos a c o n t e c i m i e n t o s , o histor i a e s c r i t a , c o n c e b i d a c o m o series narrationis, como sucesión organizada, como continuidad articulada. 4 . L a e l a b o r a c i ó n d e u n bagaje conceptual p a r a p e n s a r el t i e m p o histórico y e l a b o r a r u n a periodización global d e la a v e n t u r a h u m a n a . O b i e n la d i v i s i ó n d e l a h i s t o r i a es l a m i s m a q u e la d e l o s d í a s d e la s e m a n a , q u e s o n t a m b i é n l o s d e l a C r e a c i ó n , seis d í a s , seis e d a d e s d e la h u m a n i d a d (la d e A d á n , l a d e N o é , e t c . ) , s i e n d o el s é p t i m o el d e l r e p o s o y la b e a t i t u d . 37

O b i e n s e h a c e u n a t r i p a r t i c i ó n d e l a h i s t o r i a : ante legem, sub legem, sub gratia ( a n t e s d e la l e y , b a j o l a l e y , b a j o l a g r a c i a ) . E s t e e s q u e m a e x p r e s a c l a r a m e n t e «el d i s p o s i t i v o d e la p r e v i s i ó n d e la s a l v a c i ó n » . A s i m i s m o , o t r a v i s i ó n t r i p a r t i t a c o r r e s p o n d e a las t r e s p e r s o n a s d e la T r i n i d a d (la e d a d d e l P a d r e , la e d a d del H i j o , la e d a d del E s p í r i t u ) . H a y o t r o s d o s e s q u e m a s , m e n o s i n f l u i d o s p o r la t e o l o g í a , i g u a l m e n t e m u y e x t e n d i d o s . E l p r i m e r o es el d e la translatio imperii (la t r a n s f e r e n c i a d e la s o b e r a n í a i m p e r i a l s e g ú n el t r a n s c u r r i r d e los s i g l o s ) . L a s o b e r a n í a h a r e c a í d o s u c e s i v a m e n t e e n los r o m a n o s , l o s b i z a n t i n o s , los f r a n c o s y , p o r ú l t i m o , e n los g e r m a n o s , a p a r t i r d e l a c o r o n a c i ó n d e O t ó n I . E l s e g u n d o es el d e la translatio studii (la t r a n s f e r e n c i a d e l s a b e r ) , o s e a , el d e s p l a z a m i e n t o d e l a civilización d e l E s t e al O e s t e . L a A t e n a s d e P e r i c l e s c o n s t i t u y ó el p r i m e r h o g a r d e l a c u l t u r a o c c i d e n t a l , d e s p u é s l a R o m a d e A u g u s t o , a n t e s d e q u e el s a b e r r e n a c i e r a e n A q u i s g r á n c o n C a r l o m a g n o , p a r a a f i n c a r s e i n m e d i a t a m e n t e , e n el siglo X I I , e n las e s c u e l a s cat e d r a l i c i a s s i t u a d a s e n t r e el L o i r a y el R h i n . S e p e r c i b e q u e el d e s t i n o d e O c c i d e n t e se forja a p a r t i r d e l p o d e r y d e l a c u l t u r a . P o r e s t a s r a z o n e s se c o m p r e n d e f á c i l m e n t e q u e el relato de los acontecimientos pasados gane en coherencia e n t r e los historiadores y cronistas del siglo X I I . A l g u n o s se p r e o c u p a n p o r l a b ú s q u e d a d e las r e l a c i o n e s c a u s a l e s e n t r e l o s h e c h o s . P o r e j e m p l o , G u i l l a u m e d e C o n c h e s : « H a y q u e b u s c a r la r a z ó n d e t o d a s las c o s a s . » P o r e j e m p l o , G u i b e r t d e N o g e n t {Gesta Dei per Francos): « H e c r e í d o d e b e r e x p o n e r e n p r i m e r l u g a r los m o t i v o s y las circ u n s t a n c i a s q u e h a c í a n u r g e n t e t a l e x p e d i c i ó n » (se t r a t a d e l a s e g u n d a c r u z a d a ) . P o r e j e m p l o , G u i l l a u m e d e T y r , q u e se p r e g u n t a p o r las r a z o n e s d e los é x i t o s d e s p u é s d e l o s f r a c a s o s d e las C r u z a d a s (la d i s c i p l i n a m i l i t a r , la u n i ó n d e los e n e m i g o s , e t c . ) . Sin e m b a r g o , e n su p e n s a m i e n t o , las c a u s a s h u m a n a s e s t á n s i e m p r e t o c a d a s p o r l o s d e s i g n i o s d i v i n o s : «la p r i m e r a c a u sa n o s r e m i t e h a c i a D i o s , a u t o r d e t o d a s las c o s a s » .

4.

VISIÓN D E LA HISTORIA Y SENTIDO COMÚN DEL TIEMPO

D e s p u é s d e h a b e r c o n s i d e r a d o las c o n e x i o n e s e n t r e las e s p e c u l a c i o n e s t e o l ó g i c a s y l a a c t i v i d a d h i s t o r i o g r á f i c a , v e a m o s las r e l a c i o n e s e x i s t e n t e s e n t r e el b a g a j e m e n t a l c o m ú n , p a r t i c u l a r m e n t e la c o n c e p c i ó n c o r r i e n t e d e l t i e m p o p a s a d o , y la v i s i ó n d e l p a s a d o d o m i n a n t e e n t r e los m e m o r i a l i s t a s . L a s f u e n t e s a las q u e r e c u r r i r s o n los r e l a t o s d e p e r e g r i n a c i ó n a T i e r r a S a n t a (siglos X l l - x r v ) , las d e c l a r a c i o n e s d e l o s t e s t i m o n i o s e n l a s i n v e s t i g a c i o n e s j u d i c i a l e s e n el M e d i o d í a d e F r a n c i a (1250-1350) y los t e s t i m o n i o s i c o n o g r á f i c o s . N o s o t r o s u t i l i z a r e m o s las a c t a s d e l c o l o q u i o Le tetnps et la histoire, T o u r s , 1 9 7 5 , p u b l i c a d a e n Annales de Bretagne et des Pays de l'Ouest, 1976/2, y e s p e c i a l m e n t e e n los a r t í c u l o s d e C . D e l u z , M . G r a m a i n y C. Schaeffer. L o s a u t o r e s d e los r e l a t o s d e p e r e g r i n a c i ó n l l e g a n a t e n e r u n a i d e a d e la m e d i d a d e l t i e m p o v i v i d o e n r e l a c i ó n a su c a m i n a r h a c i a J e r u s a l é n . I n d i c a n las p r i n c i p a l e s e t a p a s d e s u v i a j e , a v e c e s s e ñ a l a n d o l a f e c h a y h o r a d e l l e g a d a . P e r o su s e n t i d o d e l p a s a d o e s t á p o c o d e s a r r o l l a d o . E v o c a n d e f o r m a i m p r e c i s a y s i e m p r e u t i l i z a n d o los m i s m o s a d v e r b i o s ( « a n t a ñ o » , « d e s d e h a c e t i e m p o » , « h a c e m u c h í s i m o t i e m p o » . . . ) . S i n e m b a r g o , la c o n t e m -

p l a c i ó n d e a l g u n o s m o n u m e n t o s a g u d i z a a v e c e s s u c u r i o s i d a d p o r el p a s a d o . D e d i c a n b r e v e s n o t i c i a s h i s t ó r i c a s a las c i u d a d e s c u y a s r u i n a s s o n m á s n o t a b l e s . « L l e g u é a R o m a , q u e e n o t r o t i e m p o fue i n m e n s a , c o m o p a r e c e p o r las r u i n a s d e sus e d i f i c i o s . » R o d a s , C h i p r e y C i t e r e a d a n p i e a l a e v o cación de seres mitológicos. Se despierta u n cierto sentido crítico: c u a n d o u n a u t o r l l e g a a s o s t e n e r , e n 1 3 3 5 , q u e s e p u e d e v e r a ú n la e s t a t u a d e sal d e L o t , u n n a r r a d o r , al a ñ o s i g u i e n t e , e x p r e s a sus d u d a s («yo n o sé si q u e da algún testimonio de ello»). U n a característica más general es la representación de los grandes acontecimientos de la historia sagrada: « E n este l u g a r (el C a l v a r i o ) . . . C r i s t o e s d e s n u d a d o , c r u c i f i c a d o , c l a v a d o e n l a c r u z . . . » T o d o l o q u e h a c e r e f e r e n c i a a l a s a l v a c i ó n se r e v i v e r e g u l a r m e n t e e n la r e p r e s e n t a c i ó n s a g r a d a . E s t e p r e s e n t e es el t i e m p o del m i t o s i e m p r e activo. Las fuentes jurídicas del L a n g u e d o c revelan t a m b i é n un d o m i n i o inseg u r o d e l p a s a d o . D a n c u e n t a d e i n v e s t i g a c i o n e s t e s t i m o n i a l e s a c e r c a d e los límites d e l o s p u e b l o s , p o r e j e m p l o , o d e las c a u s a s d e l o s c o n f l i c t o s e n t r e las c o m u n i d a d e s r u r a l e s . P r e f e r e n t e m e n t e s e i n t e r r o g a a los a n c i a n o s y a los n o t a b l e s . L a « c a l i d a d d e l r e c u e r d o » g e n e r a l m e n t e e s d e f i c i e n t e . E s t a s m e m o r i a s i m p r e c i s a s , y, c u r i o s a m e n t e , p o c o a n e c d ó t i c a s , p o c o e m o t i v a s , a p e n a s se o c u p a n d e l a s c a l a m i d a d e s y r a r a m e n t e c i t a n f e c h a s y n o m b r e s p r o p i o s , si b i e n a p o r t a n t e s t i m o n i o s c o n c o r d a n t e s s o b r e lo e s e n c i a l . H a y m á s p r e c i s i ó n e n los c l é r i g o s , e n l o s a n t i g u o s c ó n s u l e s e , i n c l u s o , e n a q u e llos q u e s e d e d i c a n a a c t i v i d a d e s m e r c a n t i l e s , lo q u e v i e n e a a c r e d i t a r la i d e a d e la construcción social de la memoria. E n t é r m i n o s g e n e r a l e s , la m e d i d a del t i e m p o p a s a d o es i m p r e c i s a . E n t r e l o s h e c h o s m á s r e p e t i d o s se e n c u e n t r a el c a l e n d a r i o d e a c t i v i d a d e s r u r a l e s , l a s u c e s i ó n d e fiestas r e l i g i o sas y los ritos i n s t i t u c i o n a l e s , c o m o el t i e m p o e n el q u e f u l a n o e r a « b a y l e » u o b i s p o . H a b i t u a l m e n t e , se r e d o n d e a n las e d a d e s y las d i s t a n c i a s e n el t i e m p o p o r t r a m o s d e c i n c o o d i e z a ñ o s . S e c o n s i d e r a i n m e m o r i a l t o d o lo q u e es a n t e r i o r a la v i d a d e l t e s t i m o n i o . M u y r a r a m e n t e se h a c e r e f e r e n c i a a l o s a c o n t e c i m i e n t o s e x t e r i o r e s al t i e m p o c e r r a d o d e l p u e b l o . F i n a l m e n t e r e c u r r i r e m o s al t e s t i m o n i o i c o n o g r á f i c o p a r a d e m o s t r a r la c o n f l u e n c i a d e l e t e r n o p r e s e n t e d e l t i e m p o r e l i g i o s o y d e los a c o n t e c i m i e n t o s c o n t e m p o r á n e o s d e final d e l a E d a d M e d i a . C o n s i d e r e m o s la r e p r e s e n t a c i ó n d e l a a d o r a c i ó n d e l o s M a g o s d e J e a n F o u q u e t e n las Horas, d e E t i e n n e Chevalier, d e e n t r e 1452 y 1457. Schaeffer distingue en esta p i n t u r a : de u n a p a r t e , el a c o n t e c i m i e n t o l i t ú r g i c o , el h e c h o i n m u t a b l e d e l a r e v e l a c i ó n , o s e a , u n a s e r i e d e elementos fuera del tiempo; p o r o t r a p a r t e , t o d o l o q u e manifiesta la «proyección d e este a c o n t e c i m i e n t o en la historia del r e i n a d o d e C a r l o s V I I » . G a s p a r p a r e c e c o n f u n d i r s e c o n el s o b e r a n o , M e l c h o r c o n el delfín L u i s , B a l t a s a r c o n C a r l o s d e F r a n c i a . L a g u a r d i a p e r s o n a l d e l r e y está representada con u n sentido exigente del detalle (vestido, a r m a m e n t o ) . E n el ú l t i m o p l a n o , l a t o m a d e u n p a l a c i o c o n m e m o r a p r o b a b l e m e n t e la l i b e r a c i ó n d e P o n t - A u d e m e r p o r las t r o p a s r e a l e s . E n esta e s c e n a c o h a b i t a el r e p o r t a j e c o n l a e v o c a c i ó n d e lo i n m u t a b l e . N o b a s t a c o n d e c i r q u e el p i n t o r p r e s t a « i n g e n u a m e n t e » a l o s r e y e s m a g o s l a a p a r i e n c i a , las vestid u r a s y la e s c o l t a d e l o s s o b e r a n o s d e su t i e m p o . P e r o l o c i e r t o e s q u e se p r o d u c e a q u í « e l c a b a l g a m i e n t o e n t r e u n h e c h o d e la r e v e l a c i ó n y u n h e cho d e la historia c o n t e m p o r á n e a » . S e m e j a n t e s e n t r e c r u z a m i e n t o s e n t r e el p r e s e n t e y el p a s a d o , s e m e j a n -

38 39

O b i e n s e h a c e u n a t r i p a r t i c i ó n d e l a h i s t o r i a : ante legem, sub legem, sub gratia ( a n t e s d e la l e y , b a j o l a l e y , b a j o l a g r a c i a ) . E s t e e s q u e m a e x p r e s a c l a r a m e n t e «el d i s p o s i t i v o d e la p r e v i s i ó n d e la s a l v a c i ó n » . A s i m i s m o , o t r a v i s i ó n t r i p a r t i t a c o r r e s p o n d e a las t r e s p e r s o n a s d e la T r i n i d a d (la e d a d d e l P a d r e , la e d a d del H i j o , la e d a d del E s p í r i t u ) . H a y o t r o s d o s e s q u e m a s , m e n o s i n f l u i d o s p o r la t e o l o g í a , i g u a l m e n t e m u y e x t e n d i d o s . E l p r i m e r o es el d e la translatio imperii (la t r a n s f e r e n c i a d e la s o b e r a n í a i m p e r i a l s e g ú n el t r a n s c u r r i r d e los s i g l o s ) . L a s o b e r a n í a h a r e c a í d o s u c e s i v a m e n t e e n los r o m a n o s , l o s b i z a n t i n o s , los f r a n c o s y , p o r ú l t i m o , e n los g e r m a n o s , a p a r t i r d e l a c o r o n a c i ó n d e O t ó n I . E l s e g u n d o es el d e la translatio studii (la t r a n s f e r e n c i a d e l s a b e r ) , o s e a , el d e s p l a z a m i e n t o d e l a civilización d e l E s t e al O e s t e . L a A t e n a s d e P e r i c l e s c o n s t i t u y ó el p r i m e r h o g a r d e l a c u l t u r a o c c i d e n t a l , d e s p u é s l a R o m a d e A u g u s t o , a n t e s d e q u e el s a b e r r e n a c i e r a e n A q u i s g r á n c o n C a r l o m a g n o , p a r a a f i n c a r s e i n m e d i a t a m e n t e , e n el siglo X I I , e n las e s c u e l a s cat e d r a l i c i a s s i t u a d a s e n t r e el L o i r a y el R h i n . S e p e r c i b e q u e el d e s t i n o d e O c c i d e n t e se forja a p a r t i r d e l p o d e r y d e l a c u l t u r a . P o r e s t a s r a z o n e s se c o m p r e n d e f á c i l m e n t e q u e el relato de los acontecimientos pasados gane en coherencia e n t r e los historiadores y cronistas del siglo X I I . A l g u n o s se p r e o c u p a n p o r l a b ú s q u e d a d e las r e l a c i o n e s c a u s a l e s e n t r e l o s h e c h o s . P o r e j e m p l o , G u i l l a u m e d e C o n c h e s : « H a y q u e b u s c a r la r a z ó n d e t o d a s las c o s a s . » P o r e j e m p l o , G u i b e r t d e N o g e n t {Gesta Dei per Francos): « H e c r e í d o d e b e r e x p o n e r e n p r i m e r l u g a r los m o t i v o s y las circ u n s t a n c i a s q u e h a c í a n u r g e n t e t a l e x p e d i c i ó n » (se t r a t a d e l a s e g u n d a c r u z a d a ) . P o r e j e m p l o , G u i l l a u m e d e T y r , q u e se p r e g u n t a p o r las r a z o n e s d e los é x i t o s d e s p u é s d e l o s f r a c a s o s d e las C r u z a d a s (la d i s c i p l i n a m i l i t a r , la u n i ó n d e los e n e m i g o s , e t c . ) . Sin e m b a r g o , e n su p e n s a m i e n t o , las c a u s a s h u m a n a s e s t á n s i e m p r e t o c a d a s p o r l o s d e s i g n i o s d i v i n o s : «la p r i m e r a c a u sa n o s r e m i t e h a c i a D i o s , a u t o r d e t o d a s las c o s a s » .

4.

VISIÓN D E LA HISTORIA Y SENTIDO COMÚN DEL TIEMPO

D e s p u é s d e h a b e r c o n s i d e r a d o las c o n e x i o n e s e n t r e las e s p e c u l a c i o n e s t e o l ó g i c a s y l a a c t i v i d a d h i s t o r i o g r á f i c a , v e a m o s las r e l a c i o n e s e x i s t e n t e s e n t r e el b a g a j e m e n t a l c o m ú n , p a r t i c u l a r m e n t e la c o n c e p c i ó n c o r r i e n t e d e l t i e m p o p a s a d o , y la v i s i ó n d e l p a s a d o d o m i n a n t e e n t r e los m e m o r i a l i s t a s . L a s f u e n t e s a las q u e r e c u r r i r s o n los r e l a t o s d e p e r e g r i n a c i ó n a T i e r r a S a n t a (siglos X l l - x r v ) , las d e c l a r a c i o n e s d e l o s t e s t i m o n i o s e n l a s i n v e s t i g a c i o n e s j u d i c i a l e s e n el M e d i o d í a d e F r a n c i a (1250-1350) y los t e s t i m o n i o s i c o n o g r á f i c o s . N o s o t r o s u t i l i z a r e m o s las a c t a s d e l c o l o q u i o Le tetnps et la histoire, T o u r s , 1 9 7 5 , p u b l i c a d a e n Annales de Bretagne et des Pays de l'Ouest, 1976/2, y e s p e c i a l m e n t e e n los a r t í c u l o s d e C . D e l u z , M . G r a m a i n y C. Schaeffer. L o s a u t o r e s d e los r e l a t o s d e p e r e g r i n a c i ó n l l e g a n a t e n e r u n a i d e a d e la m e d i d a d e l t i e m p o v i v i d o e n r e l a c i ó n a su c a m i n a r h a c i a J e r u s a l é n . I n d i c a n las p r i n c i p a l e s e t a p a s d e s u v i a j e , a v e c e s s e ñ a l a n d o l a f e c h a y h o r a d e l l e g a d a . P e r o su s e n t i d o d e l p a s a d o e s t á p o c o d e s a r r o l l a d o . E v o c a n d e f o r m a i m p r e c i s a y s i e m p r e u t i l i z a n d o los m i s m o s a d v e r b i o s ( « a n t a ñ o » , « d e s d e h a c e t i e m p o » , « h a c e m u c h í s i m o t i e m p o » . . . ) . S i n e m b a r g o , la c o n t e m -

p l a c i ó n d e a l g u n o s m o n u m e n t o s a g u d i z a a v e c e s s u c u r i o s i d a d p o r el p a s a d o . D e d i c a n b r e v e s n o t i c i a s h i s t ó r i c a s a las c i u d a d e s c u y a s r u i n a s s o n m á s n o t a b l e s . « L l e g u é a R o m a , q u e e n o t r o t i e m p o fue i n m e n s a , c o m o p a r e c e p o r las r u i n a s d e sus e d i f i c i o s . » R o d a s , C h i p r e y C i t e r e a d a n p i e a l a e v o cación de seres mitológicos. Se despierta u n cierto sentido crítico: c u a n d o u n a u t o r l l e g a a s o s t e n e r , e n 1 3 3 5 , q u e s e p u e d e v e r a ú n la e s t a t u a d e sal d e L o t , u n n a r r a d o r , al a ñ o s i g u i e n t e , e x p r e s a sus d u d a s («yo n o sé si q u e da algún testimonio de ello»). U n a característica más general es la representación de los grandes acontecimientos de la historia sagrada: « E n este l u g a r (el C a l v a r i o ) . . . C r i s t o e s d e s n u d a d o , c r u c i f i c a d o , c l a v a d o e n l a c r u z . . . » T o d o l o q u e h a c e r e f e r e n c i a a l a s a l v a c i ó n se r e v i v e r e g u l a r m e n t e e n la r e p r e s e n t a c i ó n s a g r a d a . E s t e p r e s e n t e es el t i e m p o del m i t o s i e m p r e activo. Las fuentes jurídicas del L a n g u e d o c revelan t a m b i é n un d o m i n i o inseg u r o d e l p a s a d o . D a n c u e n t a d e i n v e s t i g a c i o n e s t e s t i m o n i a l e s a c e r c a d e los límites d e l o s p u e b l o s , p o r e j e m p l o , o d e las c a u s a s d e l o s c o n f l i c t o s e n t r e las c o m u n i d a d e s r u r a l e s . P r e f e r e n t e m e n t e s e i n t e r r o g a a los a n c i a n o s y a los n o t a b l e s . L a « c a l i d a d d e l r e c u e r d o » g e n e r a l m e n t e e s d e f i c i e n t e . E s t a s m e m o r i a s i m p r e c i s a s , y, c u r i o s a m e n t e , p o c o a n e c d ó t i c a s , p o c o e m o t i v a s , a p e n a s se o c u p a n d e l a s c a l a m i d a d e s y r a r a m e n t e c i t a n f e c h a s y n o m b r e s p r o p i o s , si b i e n a p o r t a n t e s t i m o n i o s c o n c o r d a n t e s s o b r e lo e s e n c i a l . H a y m á s p r e c i s i ó n e n los c l é r i g o s , e n l o s a n t i g u o s c ó n s u l e s e , i n c l u s o , e n a q u e llos q u e s e d e d i c a n a a c t i v i d a d e s m e r c a n t i l e s , lo q u e v i e n e a a c r e d i t a r la i d e a d e la construcción social de la memoria. E n t é r m i n o s g e n e r a l e s , la m e d i d a del t i e m p o p a s a d o es i m p r e c i s a . E n t r e l o s h e c h o s m á s r e p e t i d o s se e n c u e n t r a el c a l e n d a r i o d e a c t i v i d a d e s r u r a l e s , l a s u c e s i ó n d e fiestas r e l i g i o sas y los ritos i n s t i t u c i o n a l e s , c o m o el t i e m p o e n el q u e f u l a n o e r a « b a y l e » u o b i s p o . H a b i t u a l m e n t e , se r e d o n d e a n las e d a d e s y las d i s t a n c i a s e n el t i e m p o p o r t r a m o s d e c i n c o o d i e z a ñ o s . S e c o n s i d e r a i n m e m o r i a l t o d o lo q u e es a n t e r i o r a la v i d a d e l t e s t i m o n i o . M u y r a r a m e n t e se h a c e r e f e r e n c i a a l o s a c o n t e c i m i e n t o s e x t e r i o r e s al t i e m p o c e r r a d o d e l p u e b l o . F i n a l m e n t e r e c u r r i r e m o s al t e s t i m o n i o i c o n o g r á f i c o p a r a d e m o s t r a r la c o n f l u e n c i a d e l e t e r n o p r e s e n t e d e l t i e m p o r e l i g i o s o y d e los a c o n t e c i m i e n t o s c o n t e m p o r á n e o s d e final d e l a E d a d M e d i a . C o n s i d e r e m o s la r e p r e s e n t a c i ó n d e l a a d o r a c i ó n d e l o s M a g o s d e J e a n F o u q u e t e n las Horas, d e E t i e n n e Chevalier, d e e n t r e 1452 y 1457. Schaeffer distingue en esta p i n t u r a : de u n a p a r t e , el a c o n t e c i m i e n t o l i t ú r g i c o , el h e c h o i n m u t a b l e d e l a r e v e l a c i ó n , o s e a , u n a s e r i e d e elementos fuera del tiempo; p o r o t r a p a r t e , t o d o l o q u e manifiesta la «proyección d e este a c o n t e c i m i e n t o en la historia del r e i n a d o d e C a r l o s V I I » . G a s p a r p a r e c e c o n f u n d i r s e c o n el s o b e r a n o , M e l c h o r c o n el delfín L u i s , B a l t a s a r c o n C a r l o s d e F r a n c i a . L a g u a r d i a p e r s o n a l d e l r e y está representada con u n sentido exigente del detalle (vestido, a r m a m e n t o ) . E n el ú l t i m o p l a n o , l a t o m a d e u n p a l a c i o c o n m e m o r a p r o b a b l e m e n t e la l i b e r a c i ó n d e P o n t - A u d e m e r p o r las t r o p a s r e a l e s . E n esta e s c e n a c o h a b i t a el r e p o r t a j e c o n l a e v o c a c i ó n d e lo i n m u t a b l e . N o b a s t a c o n d e c i r q u e el p i n t o r p r e s t a « i n g e n u a m e n t e » a l o s r e y e s m a g o s l a a p a r i e n c i a , las vestid u r a s y la e s c o l t a d e l o s s o b e r a n o s d e su t i e m p o . P e r o l o c i e r t o e s q u e se p r o d u c e a q u í « e l c a b a l g a m i e n t o e n t r e u n h e c h o d e la r e v e l a c i ó n y u n h e cho d e la historia c o n t e m p o r á n e a » . S e m e j a n t e s e n t r e c r u z a m i e n t o s e n t r e el p r e s e n t e y el p a s a d o , s e m e j a n -

38 39

tes c a b a l g a m i e n t o s e n t r e los p l a n o s d i v i n o c r ó n i c a s . I g u a l m e n t e se e n c u e n t r a e n ellas d o , las fluctuaciones d e la c r o n o l o g í a y la e n cifras q u e c o n s t i t u y e n el d e n o m i n a d o r d e la época. L e a m o s a h o r a a Joinville.

5.

y h u m a n o se e n c u e n t r a n e n las el d o m i n i o i m p e r f e c t o d e l p a s a i n e x a c t i t u d d e las e v a l u a c i o n e s , c o m ú n d e la m e n t a l i d a d p r o p i a

Joinville p o s e e cierta capacidad d e observación, u n a « a s o m b r o s a m e m o r i a d e l d e t a l l e v i s u a l » , s e g ú n A n d r é e D u b y , y p r e s t a a t e n c i ó n a l a difer e n c i a e n t r e las f o r m a s d e v i d a y las c o s t u m b r e s . E v o c a c o n t r a z o s p r e c i s o s las c o s t u m b r e s d e l o s b e d u i n o s , e n s u r a d i c a l a l t e r i d a d d e n ó m a d a s . «No habitan en sus pueblos, ciudades o castillos, sino que duermen siempre en el campo. D u r a n t e la noche, o durante el día cuando hace mal tiempo, establecen sus enseres, sus mujeres y sus hijos en una especie de abrigos hechos con aros de toneles, atados a varas largas, como los carros de los demás. Por encima, se echan pieles de cordero, llamadas pieles de Damasco, preparadas con alumbre. Los beduinos portan también abrigos de piel que les cubren el cuerpo, piernas y pies. Cuando llueve por la noche o cuando hace mal tiempo, se envuelven en sus abrigos de piel, quitan las riendas a sus caballos y los dejan pacer cerca de ellos. Después, por la mañana, extienden su abrigos de piel al sol, los frotan, los tratan con alumbre y enseguida parece que no se hayan mojado la noche anterior.

JOINVILLE, CRONISTA Y MORALISTA

J e a n , s e ñ o r d e J o i n v i l l e ( h a c i a 1224-1317), p r o c e d í a d e u n a familia d e la m á s a l t a n o b l e z a . F u e , c o m o su p a d r e , s e n e s c a l d e C h a m p a g n e . A c o m p a ñ ó a L u i s I X a E g i p t o e n 1 2 4 8 , c o m b a t i ó a su l a d o e n L a M a n s u r a y fue h e c h o p r i s i o n e r o . E n c a m b i o n o siguió al s o b e r a n o e n la e x p e d i c i ó n a T ú n e z d e 1270. F u e y a al final d e su v i d a c u a n d o d e c i d i ó h a c e r « u n l i b r o d e santas palabras y b u e n o s hechos» del rey S a n Luis, e n cuya p r o x i m i d a d hab í a v i v i d o . A c a b ó d e d i c t a r sus Memorias e n 1309. G r a n d e es la p a r t e d e los r e c u e r d o s p e r s o n a l e s , p e r o la c o m p i l a d a n o es t a m p o c o p e q u e ñ a . J o i n ville t o m ó m u c h a s c o s a s d e u n a v i d a d e S a n L u i s e s c r i t a p o r G u i l l a u m e d e N a n g i s , el c u a l se f u n d a m e n t a b a a su v e z e n e s c r i t o s d e l c o n f e s o r d e l a c o r t e . J o i n v i l l e f o r m a p a r t e d e a q u e l l o s c r o n i s t a s q u e h a n t r a b a j a d o p a r a la fut u r a h i s t o r i a m i t o l ó g i c a d e l o s f r a n c e s e s . N o s h a d e j a d o g r a b a d o p o r l o s siglos d e los siglos el r e t r a t o i d e a l d e e s t e r e y e n el q u e v e í a la e n c a r n a c i ó n d e las a s p i r a c i o n e s m á s e l e v a d a s d e su t i e m p o . « E s t e s a n t o v a r ó n a m a a D i o s c o n t o d o s u c o r a z ó n e i m i t a sus o b r a s . . . E n p a l a b r a s , el r e y s a n t o fue m o d e r a d o : j a m á s le oí m e n t a r al d i a b l o . . . T o m a b a su v i n o c o n m e s u r a , s e g ú n l o q u e c o n s i d e r a b a q u e p o d í a s o p o r t a r , e t c . » D e j e m o s a q u í las i m á g e n e s d e E p i n a l , la e n c i n a d e V i n c e n n e s y t o d o l o d e m á s . H a g i ó g r a f o y c r o n i s t a a la v e z , J o i n v i l l e a t r i b u y e a D i o s c o n s t a n t e s i n t e r v e n c i o n e s e n el t r a n s c u r s o d e las a c c i o n e s h u m a n a s : « D i o s t o d o p o d e r o s o n o s c o n c e d i ó u n a g r a n g r a c i a , c u a n d o n o s salvó d e la m u e r t e y d e l p e l i g r o . . . G r a n g r a c i a n o s c o n dedió Nuestro Señor entregándonos Damiette, que no habríamos podido t o m a r sin r e n d i r l a p o r h a m b r e . » C a b a l l e r o , s e c o m p l a c e e n n a r r a r l o s h e c h o s h e r o i c o s y e x a l t a las p r o e z a s m i l i t a r e s d e l r e y , d e su c o r t e , casi las suyas p r o p i a s , en L a M a n s u r a : « Y o decidí, d e a c u e r d o con mis caballeros, p e r s e g u i r a los m u c h o s t u r c o s q u e e n s u p r o p i o c a m p o c a r g a b a n sus i m p e d i m e n t a s c o n la m a n o i z q u i e r d a . » N o s r e l a t a , a m a n e r a d e b a t a l l a , u n a s e r i e d e p r o e z a s i n d i v i d u a l e s . E l a r d o r e n p e r s e g u i r a los infieles (¡a p o r e l l o s , a p o r ellos!) es tal q u e d i s t o r s i o n a l o s p l a n e s m e j o r t r a z a d o s , sin q u e n i n g u n o a c e p t e c o m b a t i r e n la r e t a g u a r d i a . T o d a s estas observaciones son triviales, p e r o válidas p a r a otros m u c h o s m e m o r i a l i s t a s c o n t e m p o r á n e o s . H a y o t r o J o i n v i l l e m e n o s c o n o c i d o , el q u e r e l a t a d e t a l l a d a m e n t e los t r a t a d o s s u b s i g u i e n t e s a l a t o m a d e D a m i e t t e p o r los c r u z a d o s . ¿ C ó m o se v a a r e p a r t i r el b o t í n ? ¿ S e s e g u i r á el p a r e c e r d e l l e g a d o , p a r t i d a r i o d e r e s e r v a r p a r a el s o b e r a n o la m a y o r p a r t e , o s e r e s p e t a r á n las c o s t u m b r e s d e T i e r r a S a n t a , c o m o p i d e n l o s c o m b a t i e n t e s ? « C u a n d o se c o n q u i s t a n las c i u d a d e s a los e n e m i g o s , d e l o s b i e n e s q u e se e n c u e n t r a n e n ellas, u n t e r c i o d e b e s e r p a r a el r e y , y p a r a los p e r e g r i n o s l o s o t r o s d o s . » N o h a b i e n d o d a d o satisfacción L u i s I X a e s t e r e q u e r i m i e n t o « m u c h o s s e s i n t i e r o n i n s a t i s f e c h o s d e q u e el r e y d e s a f i a r a las b u e n a s c o s t u m bres antiguas». 40

Creen que nadie p u e d e morir antes de que le llegue su hora, se niegan a portar armadura y, cuando maldicen a sus hijos, dicen: "Maldito seas, como el franco que se pone u n a armadura por miedo a la m u e r t e . " Sólo portan, en la batalla, la lanza y la espada. Casi todos se visten con sobrepelliz, como los sacerdotes. Su cabeza está envuelta con telas que les llegan hasta debajo del m e n t ó n , lo que les hace parecer a nuestros ojos muy feos y repugnantes p o r q u e sus cabellos y su barba son muy negros. Se alimentan de la leche de sus animales y compran a los ricos de las llanuras del país el pasto de sus praderas para que pazcan en ellas sus rebaños. Su n ú m e r o nadie sabría calcularlo, porque háylos en el reino de Egipto, en el de Jerusalén y en todas las otras tierras de sarracenos y de infieles, a quienes pagan grandes tributos cada año.» (Edición A . Duby, col. 10/18, p p . 64-65.)

A p a r t e de los detalles pintorescos q u e p o d í a m o s e s p e r a r , algunas a n o taciones c o n c i e r n e n a la vida e c o n ó m i c a , p a r t i c u l a r m e n t e la o b h g a c i ó n de a l q u i l a r l o s p a s t o s a l o s a g r i c u l t o r e s ricos s e d e n t a r i o s y la d e p a g a r t r i b u t o al E s t a d o . ¿ M i r a d a d e c o n q u i s t a d o r , o d e s e ñ o r q u e a l g o s a b e d e e c o n o m í a rural? P o s i b l e m e n t e se t r a t a d e la visión d e u n c r u z a d o q u e participab a p l e n a m e n t e d e l o s i d e a l e s d e l a c r i s t i a n d a d e n f r e n t a d a al m u n d o m u s u l mán.

6.

Los

ÚLTIMOS ESPLENDORES D E L A HISTORIA CRISTIANA:

BOSSUET

L a c o n c e p c i ó n p r o v i d e n c i a l i s t a d e l a h i s t o r i a h u m a n a , s e g ú n la c u a l D i o s p o s e e c a p a c i d a d p a r a i n t e r v e n i r e n t o d o i n s t a n t e p a r a m o d i f i c a r su c u r s o , h a d e j a d o su i m p r o n t a , m á s allá d e l a E d a d M e d i a , d u r a n t e la E d a d M o d e r n a . G e n e r a l m e n t e , B o s s u e t e s t á c o n s i d e r a d o c o m o su m e j o r r e p r e s e n t a n t e . V e r d a d e r a m e n t e , s u Discours sur 1'Histoire Universelle (primera edic i ó n e n 1 6 8 1 , s e g u i d a d e o t r a , r e f u n d i d a , e n 1700) n o d e b e s e r c o n s i d e r a d a c o m o u n a afirmación triunfante d e la historia providencialista, sino m á s b i e n c o m o u n a r e s p u e s t a a las a m e n a z a s q u e p e s a b a n s o b r e e l l a . E n e f e c t o 41

tes c a b a l g a m i e n t o s e n t r e los p l a n o s d i v i n o c r ó n i c a s . I g u a l m e n t e se e n c u e n t r a e n ellas d o , las fluctuaciones d e la c r o n o l o g í a y la e n cifras q u e c o n s t i t u y e n el d e n o m i n a d o r d e la época. L e a m o s a h o r a a Joinville.

5.

y h u m a n o se e n c u e n t r a n e n las el d o m i n i o i m p e r f e c t o d e l p a s a i n e x a c t i t u d d e las e v a l u a c i o n e s , c o m ú n d e la m e n t a l i d a d p r o p i a

Joinville p o s e e cierta capacidad d e observación, u n a « a s o m b r o s a m e m o r i a d e l d e t a l l e v i s u a l » , s e g ú n A n d r é e D u b y , y p r e s t a a t e n c i ó n a l a difer e n c i a e n t r e las f o r m a s d e v i d a y las c o s t u m b r e s . E v o c a c o n t r a z o s p r e c i s o s las c o s t u m b r e s d e l o s b e d u i n o s , e n s u r a d i c a l a l t e r i d a d d e n ó m a d a s . «No habitan en sus pueblos, ciudades o castillos, sino que duermen siempre en el campo. D u r a n t e la noche, o durante el día cuando hace mal tiempo, establecen sus enseres, sus mujeres y sus hijos en una especie de abrigos hechos con aros de toneles, atados a varas largas, como los carros de los demás. Por encima, se echan pieles de cordero, llamadas pieles de Damasco, preparadas con alumbre. Los beduinos portan también abrigos de piel que les cubren el cuerpo, piernas y pies. Cuando llueve por la noche o cuando hace mal tiempo, se envuelven en sus abrigos de piel, quitan las riendas a sus caballos y los dejan pacer cerca de ellos. Después, por la mañana, extienden su abrigos de piel al sol, los frotan, los tratan con alumbre y enseguida parece que no se hayan mojado la noche anterior.

JOINVILLE, CRONISTA Y MORALISTA

J e a n , s e ñ o r d e J o i n v i l l e ( h a c i a 1224-1317), p r o c e d í a d e u n a familia d e la m á s a l t a n o b l e z a . F u e , c o m o su p a d r e , s e n e s c a l d e C h a m p a g n e . A c o m p a ñ ó a L u i s I X a E g i p t o e n 1 2 4 8 , c o m b a t i ó a su l a d o e n L a M a n s u r a y fue h e c h o p r i s i o n e r o . E n c a m b i o n o siguió al s o b e r a n o e n la e x p e d i c i ó n a T ú n e z d e 1270. F u e y a al final d e su v i d a c u a n d o d e c i d i ó h a c e r « u n l i b r o d e santas palabras y b u e n o s hechos» del rey S a n Luis, e n cuya p r o x i m i d a d hab í a v i v i d o . A c a b ó d e d i c t a r sus Memorias e n 1309. G r a n d e es la p a r t e d e los r e c u e r d o s p e r s o n a l e s , p e r o la c o m p i l a d a n o es t a m p o c o p e q u e ñ a . J o i n ville t o m ó m u c h a s c o s a s d e u n a v i d a d e S a n L u i s e s c r i t a p o r G u i l l a u m e d e N a n g i s , el c u a l se f u n d a m e n t a b a a su v e z e n e s c r i t o s d e l c o n f e s o r d e l a c o r t e . J o i n v i l l e f o r m a p a r t e d e a q u e l l o s c r o n i s t a s q u e h a n t r a b a j a d o p a r a la fut u r a h i s t o r i a m i t o l ó g i c a d e l o s f r a n c e s e s . N o s h a d e j a d o g r a b a d o p o r l o s siglos d e los siglos el r e t r a t o i d e a l d e e s t e r e y e n el q u e v e í a la e n c a r n a c i ó n d e las a s p i r a c i o n e s m á s e l e v a d a s d e su t i e m p o . « E s t e s a n t o v a r ó n a m a a D i o s c o n t o d o s u c o r a z ó n e i m i t a sus o b r a s . . . E n p a l a b r a s , el r e y s a n t o fue m o d e r a d o : j a m á s le oí m e n t a r al d i a b l o . . . T o m a b a su v i n o c o n m e s u r a , s e g ú n l o q u e c o n s i d e r a b a q u e p o d í a s o p o r t a r , e t c . » D e j e m o s a q u í las i m á g e n e s d e E p i n a l , la e n c i n a d e V i n c e n n e s y t o d o l o d e m á s . H a g i ó g r a f o y c r o n i s t a a la v e z , J o i n v i l l e a t r i b u y e a D i o s c o n s t a n t e s i n t e r v e n c i o n e s e n el t r a n s c u r s o d e las a c c i o n e s h u m a n a s : « D i o s t o d o p o d e r o s o n o s c o n c e d i ó u n a g r a n g r a c i a , c u a n d o n o s salvó d e la m u e r t e y d e l p e l i g r o . . . G r a n g r a c i a n o s c o n dedió Nuestro Señor entregándonos Damiette, que no habríamos podido t o m a r sin r e n d i r l a p o r h a m b r e . » C a b a l l e r o , s e c o m p l a c e e n n a r r a r l o s h e c h o s h e r o i c o s y e x a l t a las p r o e z a s m i l i t a r e s d e l r e y , d e su c o r t e , casi las suyas p r o p i a s , en L a M a n s u r a : « Y o decidí, d e a c u e r d o con mis caballeros, p e r s e g u i r a los m u c h o s t u r c o s q u e e n s u p r o p i o c a m p o c a r g a b a n sus i m p e d i m e n t a s c o n la m a n o i z q u i e r d a . » N o s r e l a t a , a m a n e r a d e b a t a l l a , u n a s e r i e d e p r o e z a s i n d i v i d u a l e s . E l a r d o r e n p e r s e g u i r a los infieles (¡a p o r e l l o s , a p o r ellos!) es tal q u e d i s t o r s i o n a l o s p l a n e s m e j o r t r a z a d o s , sin q u e n i n g u n o a c e p t e c o m b a t i r e n la r e t a g u a r d i a . T o d a s estas observaciones son triviales, p e r o válidas p a r a otros m u c h o s m e m o r i a l i s t a s c o n t e m p o r á n e o s . H a y o t r o J o i n v i l l e m e n o s c o n o c i d o , el q u e r e l a t a d e t a l l a d a m e n t e los t r a t a d o s s u b s i g u i e n t e s a l a t o m a d e D a m i e t t e p o r los c r u z a d o s . ¿ C ó m o se v a a r e p a r t i r el b o t í n ? ¿ S e s e g u i r á el p a r e c e r d e l l e g a d o , p a r t i d a r i o d e r e s e r v a r p a r a el s o b e r a n o la m a y o r p a r t e , o s e r e s p e t a r á n las c o s t u m b r e s d e T i e r r a S a n t a , c o m o p i d e n l o s c o m b a t i e n t e s ? « C u a n d o se c o n q u i s t a n las c i u d a d e s a los e n e m i g o s , d e l o s b i e n e s q u e se e n c u e n t r a n e n ellas, u n t e r c i o d e b e s e r p a r a el r e y , y p a r a los p e r e g r i n o s l o s o t r o s d o s . » N o h a b i e n d o d a d o satisfacción L u i s I X a e s t e r e q u e r i m i e n t o « m u c h o s s e s i n t i e r o n i n s a t i s f e c h o s d e q u e el r e y d e s a f i a r a las b u e n a s c o s t u m bres antiguas». 40

Creen que nadie p u e d e morir antes de que le llegue su hora, se niegan a portar armadura y, cuando maldicen a sus hijos, dicen: "Maldito seas, como el franco que se pone u n a armadura por miedo a la m u e r t e . " Sólo portan, en la batalla, la lanza y la espada. Casi todos se visten con sobrepelliz, como los sacerdotes. Su cabeza está envuelta con telas que les llegan hasta debajo del m e n t ó n , lo que les hace parecer a nuestros ojos muy feos y repugnantes p o r q u e sus cabellos y su barba son muy negros. Se alimentan de la leche de sus animales y compran a los ricos de las llanuras del país el pasto de sus praderas para que pazcan en ellas sus rebaños. Su n ú m e r o nadie sabría calcularlo, porque háylos en el reino de Egipto, en el de Jerusalén y en todas las otras tierras de sarracenos y de infieles, a quienes pagan grandes tributos cada año.» (Edición A . Duby, col. 10/18, p p . 64-65.)

A p a r t e de los detalles pintorescos q u e p o d í a m o s e s p e r a r , algunas a n o taciones c o n c i e r n e n a la vida e c o n ó m i c a , p a r t i c u l a r m e n t e la o b h g a c i ó n de a l q u i l a r l o s p a s t o s a l o s a g r i c u l t o r e s ricos s e d e n t a r i o s y la d e p a g a r t r i b u t o al E s t a d o . ¿ M i r a d a d e c o n q u i s t a d o r , o d e s e ñ o r q u e a l g o s a b e d e e c o n o m í a rural? P o s i b l e m e n t e se t r a t a d e la visión d e u n c r u z a d o q u e participab a p l e n a m e n t e d e l o s i d e a l e s d e l a c r i s t i a n d a d e n f r e n t a d a al m u n d o m u s u l mán.

6.

Los

ÚLTIMOS ESPLENDORES D E L A HISTORIA CRISTIANA:

BOSSUET

L a c o n c e p c i ó n p r o v i d e n c i a l i s t a d e l a h i s t o r i a h u m a n a , s e g ú n la c u a l D i o s p o s e e c a p a c i d a d p a r a i n t e r v e n i r e n t o d o i n s t a n t e p a r a m o d i f i c a r su c u r s o , h a d e j a d o su i m p r o n t a , m á s allá d e l a E d a d M e d i a , d u r a n t e la E d a d M o d e r n a . G e n e r a l m e n t e , B o s s u e t e s t á c o n s i d e r a d o c o m o su m e j o r r e p r e s e n t a n t e . V e r d a d e r a m e n t e , s u Discours sur 1'Histoire Universelle (primera edic i ó n e n 1 6 8 1 , s e g u i d a d e o t r a , r e f u n d i d a , e n 1700) n o d e b e s e r c o n s i d e r a d a c o m o u n a afirmación triunfante d e la historia providencialista, sino m á s b i e n c o m o u n a r e s p u e s t a a las a m e n a z a s q u e p e s a b a n s o b r e e l l a . E n e f e c t o 41

fue e n 1678 c u a n d o R i c h a r d S i m ó n p u b l i c ó u n a Histoire critique du Vieux Testament, i n t r o d u c i e n d o el conflicto e n t r e la c i e n c i a p r o f a n a d e los t e x t o s y l a t e o l o g í a d o g m á t i c a . L a s e g u n d a p a r t e d e l Discours d e B o s s u e t e s t á dirigida c o n t r a a q u é l y c o n t r a S p i n o z a , q u i e n , n e g a n d o el m i l a g r o , p r e t e n d e s o m e t e r a D i o s a las l e y e s d e la n a t u r a l e z a . E l o b i s p o d e M e a u x « n o es el c o n s t r u c t o r a p a c i b l e d e u n a s u n t u o s a c a t e d r a l (...) s i n o , m á s b i e n , el o b r e ro q u e r e c o r r e , a t a r e a d o , a p r e s u r a d o , a r e p a s a r brechas c a d a día m á s a m e nazadoras.» (Paul H a z a r d ) . Se p u e d e encontrar en cualquier m a n u a l de historia literaria u n a biografía d e B o s s u e t ( 1 6 2 7 - 1 7 0 4 ) , q u e fue el j e f e i n d i s c u t i d o d e l a I g l e s i a gal i c a n a s o m e t i d a a la M o n a r q u í a , y t e ó l o g o oficial f r e n t e a las a m e n a z a s d e l p r o t e s t a n t i s m o , d e l j a n s e n i s m o y d e l q u i e t i s m o . P r e l a d o c o r t e s a n o , fue el e n c a r g a d o d e las o r a c i o n e s f ú n e b r e s y d e l a e d u c a c i ó n d e l D e l f í n , al q u e d e d i c ó el Discours sur l'Histoire Universelle. Esta obra pretendía liberar a la h i s t o r i a d e p r e c e p t o s d e s a b i d u r í a m o r a l y p o l í t i c a , y e s c l a r e c e r a l g u n a s c o n s t a n t e s d e la n a t u r a l e z a h u m a n a . E r a t a m b i é n u n e j e r c i c i o r e t ó r i c o , e n el q u e la b ú s q u e d a d e u n e s t i l o g a l l a r d o p r e v a l e c í a s o b r e l a p r e o c u p a c i ó n e r u d i t a . L a p r e o c u p a c i ó n l i t e r a r i a y la p r e o c u p a c i ó n u t i l i t a r i a , t a n n e f a s t a e n la h i s t o r i a d e l a é p o c a clásica, s e g ú n E h r a r d y P a l m a d e , e s t á n s i e m p r e presentes e n él. E l Discours a d o p t a t r e s f o r m a s s u c e s i v a s : p r i m e r o , l a d e u n s i m p l e r e s u m e n d e la h i s t o r i a u n i v e r s a l ; d e s p u é s , la d e l e c c i o n e s s o b r e la h i s t o r i a d e l a r e l i g i ó n , y, f i n a l m e n t e , la d e u n c u r s o d e filosofía d e la h i s t o r i a d o n d e se e x p l i c a el a u g e y l a d e c a d e n c i a d e l o s i m p e r i o s p o r el e s t a d o d e las l e y e s y d e las i n s t i t u c i o n e s . E l c o n j u n t o d a l u g a r a u n l i b r o d i v i d i d o e n t r e s p a r t e s : Les Epoques (o s e a , u n a c r o n o l o g í a ) ; La Suite de la Religión ( u n h e r m o s o s e r m ó n d o n d e v e m o s c ó m o la Iglesia p e r m a n e c e enhiesta e n m e d i o d e l a r u i n a d e l o s I m p e r i o s ) ; finalmente, Les Empires, la p a r t e m á s v i v a , sólidamente f u n d a m e n t a d a en acontecimientos, según J. Calvet, t e n i e n d o e n c u e n t a los Kmites d e l a c i e n c i a d e l a é p o c a . E n l o s c o m i e n z o s d e e s t a t e r c e r a p a r t e e x p o n e c ó m o los I m p e r i o s sucesivos h a n servido a los design i o s d e D i o s p a r a su p u e b l o , p e r m i t i e n d o el a d v e n i m i e n t o y el t r i u n f o d e la Iglesia. E s t a s p á g i n a s d e m u e s t r a n q u e l a v i s i ó n d e la h i s t o r i a d e B o s s u e t es utilitaria. E n e f e c t o , d e b e r s u p o n e r u n a e n s e ñ a n z a p a r a l o s p r í n c i p e s y p a r a sus s u b d i t o s , r e v e l á n d o l e s el p l a n d i v i n o p a r a la h u m a n i d a d . P e r o i g u a l m e n t e es r e t ó r i c a l i t e r a r i a p o r q u e s e a f e r r a a los grandes objetivos. Se p r e s e n t a c o m o u n a s e r i e s i s t e m á t i c a d e c u a d r o s (la serie de la verdadera Iglesia, la serie de los Imperios) q u e i n c l u y e t e o r e m a s b á s i c o s . (En primer lugar, estos Imperios poseen, para la mayoría, una vinculación necesaria con la historia del pueblo de Dios.) L a h i s t o r i a e s t á r e g i d a p o r l a n e c e s i d a d , n o p o r la q u e p r o c e d e d e los d e t e r m i n i s m o s n a t u r a l e s o s o c i a l e s , s i n o p o r la q u e se d e d u c e d e l p l a n d i v i n o p a r a la h u m a n i d a d . La demostración del t e o r e m a de b a s e se o p e r a e n tres tiempos. E l prim e r o p u e d e t i t u l a r s e : los I m p e r i o s y el p u e b l o d e D i o s . A s i r i o s , b a b i l o n i o s , p e r s a s , e t c . , s o n m a n i p u l a d o s p o r D i o s p a r a sus p r o p i o s fines s u c e s i v o s : « c a s t i g a r , r e s t a b l e c e r , p r o t e g e r , e j e r c e r , s o s t e n e r su l i b e r t a d » . F i n a l m e n t e , los r o m a n o s « p r e s t a n sus m a n o s a la v e n g a n z a d i v i n a » . L a h i s t o r i a h u m a n a q u e d a r e d u c i d a a las r e l a c i o n e s d e D i o s c o n el p u e b l o e l e g i d o , p o s e e u n c e n t r o d e g r a v e d a d e n t o r n o d e l c u a l g r a v i t a t o d o l o d e m á s , d e for-

m a subordinada. Los grandes agentes históricos están desprovistos absolut a m e n t e d e a u t o n o m í a , t a n t o s u s p u e b l o s c o m o sus j e f e s . N o a c t ú a n , e s t á n d i r i g i d o s c o m o m a r i o n e t a s ( p o r e j e m p l o : «han servido para...», «han prestado sus manos»). N o t i e n e n s i q u i e r a c o n c i e n c i a c l a r a d e lo q u e h a c e n (no piensan en ello). A s i m i s m o , m u c h o s a c t o r e s h i s t ó r i c o s s e e n c u e n t r a n e n el e j e r c i c i o d e u n a m i s m a f u n c i ó n a c t u a n t e , q u e c o n s i s t e e n servir d e a u x i l i a r e s a l a p e d a g o g í a d i v i n a r e s p e c t o al p u e b l o d e I s r a e l . S e g u n d o t i e m p o : el I m p e r i o r o m a n o h a f a v o r e c i d o d e d i v e r s a s f o r m a s l a d i f u s i ó n d e l c r i s t i a n i s m o . E n l o s p l a n o s e s p a c i a l y é t n i c o (el comercio entre tantos pueblos diferentes), h a p u e s t o los f u n d a m e n t o s d e l u n i v e r s a l i s m o c r i s t i a n o . L a s p e r s e c u c i o n e s s e h a n v u e l t o c o n t r a él y h a n s e r v i d o p a r a r e v a l o r i z a r l a I g l e s i a . F i n a l m e n t e s o m e t i d o , p a s a a e s t a r al s e r v i c i o d e é s t a , c o m o u n a b e s t i a d o m a d a . T e r c e r t i e m p o : la I g l e s i a fue la a u t é n t i c a h e r e d e r a d e l I m p e r i o . D e p o s i t a r í a d e l a m a j e s t a d r o m a n a , s u p o i m p o n e r su ley a l o s b á r b a r o s . E l r e i n a d o d e l a a r b i t r a r i e d a d d i v i n a se h a e x p r e s a d o m e d i a n t e f ó r m u l a s c a r a c t e r í s t i c a s («debía caer», «debía sufrir su destino»). E s t e providencialismo rígido tiene formas grandiosas p o r q u e hace dep e n d e r a la h i s t o r i a d e u n a m o q u e t i e n e e n sus m a n o s el d e s a r r o l l o d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s y el p r o p i o t i e m p o . E l d e s o r d e n d e los h e c h o s es p u r a a p a riencia: t o d o e s t á o r d e n a d o d e c o n f o r m i d a d c o n la p e r s e c u c i ó n d e u n fin. P e r o e s t a v i s i ó n d e la h i s t o r i a es m u y u n i l a t e r a l . S ó l o o casi s ó l o s e c o n s i g n a n h e c h o s c o n c e r n i e n t e s al m u n d o j u d e o - c r i s t i a n o . J e r u s a l é n s i g u e c o n s t i t u y e n d o , c o m o e n l a E d a d M e d i a , el c e n t r o d e l m u n d o . L a h i s t o r i a n o c o m i e n z a a n t e s d e l a ñ o 2 5 0 0 a. J. C , t a l es l a c r o n o l o g í a q u e B o s s u e t m a n t i e n e e n c o n t r a d e l o s c o n o c i m i e n t o s científicos d e su t i e m p o . A d e m á s , su p e r i o d i z a c i ó n d e l a h i s t o r i a h u m a n a , d e s d e la C r e a c i ó n h a s t a el a ñ o 8 0 0 , consta sólo d e d o c e é p o c a s , definidas e s e n c i a l m e n t e p o r criterios religios o s : d e s p u é s d e la é p o c a d e A d á n , l a d e N o é , d e s p u é s l a d e A b r a h a m , e t c . A p a r e n t e m e n t e , n a d a h a c a m b i a d o d e s d e el siglo x n . L a v e r d a d es q u e sólo u n a sucesión de el q u e actúan causas d e los principios del

B o s s u e t d i c e a c o n t i n u a c i ó n q u e l a h i s t o r i a n o es t a n m i l a g r o s . E n el t e x t o s i g u i e n t e d e f i n e u n d o m i n i o e n secundarias y enuncia, con gran perspicacia, algunos análisis h i s t ó r i c o .

«Pues este mismo Dios, que es todopoderoso por sí mismo, que ha obrado la concatenación del universo, ha querido, para establecer el orden, que las partes de u n todo inmenso dependan las unas de las otras; este mismo Dios ha querido también que el decurso de las cosas humanas tuviera su periodización y sus proporciones; pretendo decir que los hombres y las naciones han alcanzado una calidad proporcional al nivel al que estaban destinados, y que, dejando aparte algunos momentos extraordinarios en los cuales Dios desea que sea patente la intervención de su m a n o , no llega ningún gran cambio que no tenga sus causas en los siglos precedentes. Y de la misma manera que en todos los asuntos hay quien los prepara, quien decide emprenderlos y quien consigue hacerlos triunfar, así la verdadera ciencia de la historia consiste en destacar, en cada época, las secretas disposiciones, que han preparado los grandes cambios, y las circunstancias importantes que los han hecho posibles. E n efecto, no basta mirar lo que se tiene delante de los ojos, es decir, no basta con considerar los grandes acontecimientos que deciden de pron-

42 43

fue e n 1678 c u a n d o R i c h a r d S i m ó n p u b l i c ó u n a Histoire critique du Vieux Testament, i n t r o d u c i e n d o el conflicto e n t r e la c i e n c i a p r o f a n a d e los t e x t o s y l a t e o l o g í a d o g m á t i c a . L a s e g u n d a p a r t e d e l Discours d e B o s s u e t e s t á dirigida c o n t r a a q u é l y c o n t r a S p i n o z a , q u i e n , n e g a n d o el m i l a g r o , p r e t e n d e s o m e t e r a D i o s a las l e y e s d e la n a t u r a l e z a . E l o b i s p o d e M e a u x « n o es el c o n s t r u c t o r a p a c i b l e d e u n a s u n t u o s a c a t e d r a l (...) s i n o , m á s b i e n , el o b r e ro q u e r e c o r r e , a t a r e a d o , a p r e s u r a d o , a r e p a s a r brechas c a d a día m á s a m e nazadoras.» (Paul H a z a r d ) . Se p u e d e encontrar en cualquier m a n u a l de historia literaria u n a biografía d e B o s s u e t ( 1 6 2 7 - 1 7 0 4 ) , q u e fue el j e f e i n d i s c u t i d o d e l a I g l e s i a gal i c a n a s o m e t i d a a la M o n a r q u í a , y t e ó l o g o oficial f r e n t e a las a m e n a z a s d e l p r o t e s t a n t i s m o , d e l j a n s e n i s m o y d e l q u i e t i s m o . P r e l a d o c o r t e s a n o , fue el e n c a r g a d o d e las o r a c i o n e s f ú n e b r e s y d e l a e d u c a c i ó n d e l D e l f í n , al q u e d e d i c ó el Discours sur l'Histoire Universelle. Esta obra pretendía liberar a la h i s t o r i a d e p r e c e p t o s d e s a b i d u r í a m o r a l y p o l í t i c a , y e s c l a r e c e r a l g u n a s c o n s t a n t e s d e la n a t u r a l e z a h u m a n a . E r a t a m b i é n u n e j e r c i c i o r e t ó r i c o , e n el q u e la b ú s q u e d a d e u n e s t i l o g a l l a r d o p r e v a l e c í a s o b r e l a p r e o c u p a c i ó n e r u d i t a . L a p r e o c u p a c i ó n l i t e r a r i a y la p r e o c u p a c i ó n u t i l i t a r i a , t a n n e f a s t a e n la h i s t o r i a d e l a é p o c a clásica, s e g ú n E h r a r d y P a l m a d e , e s t á n s i e m p r e presentes e n él. E l Discours a d o p t a t r e s f o r m a s s u c e s i v a s : p r i m e r o , l a d e u n s i m p l e r e s u m e n d e la h i s t o r i a u n i v e r s a l ; d e s p u é s , la d e l e c c i o n e s s o b r e la h i s t o r i a d e l a r e l i g i ó n , y, f i n a l m e n t e , la d e u n c u r s o d e filosofía d e la h i s t o r i a d o n d e se e x p l i c a el a u g e y l a d e c a d e n c i a d e l o s i m p e r i o s p o r el e s t a d o d e las l e y e s y d e las i n s t i t u c i o n e s . E l c o n j u n t o d a l u g a r a u n l i b r o d i v i d i d o e n t r e s p a r t e s : Les Epoques (o s e a , u n a c r o n o l o g í a ) ; La Suite de la Religión ( u n h e r m o s o s e r m ó n d o n d e v e m o s c ó m o la Iglesia p e r m a n e c e enhiesta e n m e d i o d e l a r u i n a d e l o s I m p e r i o s ) ; finalmente, Les Empires, la p a r t e m á s v i v a , sólidamente f u n d a m e n t a d a en acontecimientos, según J. Calvet, t e n i e n d o e n c u e n t a los Kmites d e l a c i e n c i a d e l a é p o c a . E n l o s c o m i e n z o s d e e s t a t e r c e r a p a r t e e x p o n e c ó m o los I m p e r i o s sucesivos h a n servido a los design i o s d e D i o s p a r a su p u e b l o , p e r m i t i e n d o el a d v e n i m i e n t o y el t r i u n f o d e la Iglesia. E s t a s p á g i n a s d e m u e s t r a n q u e l a v i s i ó n d e la h i s t o r i a d e B o s s u e t es utilitaria. E n e f e c t o , d e b e r s u p o n e r u n a e n s e ñ a n z a p a r a l o s p r í n c i p e s y p a r a sus s u b d i t o s , r e v e l á n d o l e s el p l a n d i v i n o p a r a la h u m a n i d a d . P e r o i g u a l m e n t e es r e t ó r i c a l i t e r a r i a p o r q u e s e a f e r r a a los grandes objetivos. Se p r e s e n t a c o m o u n a s e r i e s i s t e m á t i c a d e c u a d r o s (la serie de la verdadera Iglesia, la serie de los Imperios) q u e i n c l u y e t e o r e m a s b á s i c o s . (En primer lugar, estos Imperios poseen, para la mayoría, una vinculación necesaria con la historia del pueblo de Dios.) L a h i s t o r i a e s t á r e g i d a p o r l a n e c e s i d a d , n o p o r la q u e p r o c e d e d e los d e t e r m i n i s m o s n a t u r a l e s o s o c i a l e s , s i n o p o r la q u e se d e d u c e d e l p l a n d i v i n o p a r a la h u m a n i d a d . La demostración del t e o r e m a de b a s e se o p e r a e n tres tiempos. E l prim e r o p u e d e t i t u l a r s e : los I m p e r i o s y el p u e b l o d e D i o s . A s i r i o s , b a b i l o n i o s , p e r s a s , e t c . , s o n m a n i p u l a d o s p o r D i o s p a r a sus p r o p i o s fines s u c e s i v o s : « c a s t i g a r , r e s t a b l e c e r , p r o t e g e r , e j e r c e r , s o s t e n e r su l i b e r t a d » . F i n a l m e n t e , los r o m a n o s « p r e s t a n sus m a n o s a la v e n g a n z a d i v i n a » . L a h i s t o r i a h u m a n a q u e d a r e d u c i d a a las r e l a c i o n e s d e D i o s c o n el p u e b l o e l e g i d o , p o s e e u n c e n t r o d e g r a v e d a d e n t o r n o d e l c u a l g r a v i t a t o d o l o d e m á s , d e for-

m a subordinada. Los grandes agentes históricos están desprovistos absolut a m e n t e d e a u t o n o m í a , t a n t o s u s p u e b l o s c o m o sus j e f e s . N o a c t ú a n , e s t á n d i r i g i d o s c o m o m a r i o n e t a s ( p o r e j e m p l o : «han servido para...», «han prestado sus manos»). N o t i e n e n s i q u i e r a c o n c i e n c i a c l a r a d e lo q u e h a c e n (no piensan en ello). A s i m i s m o , m u c h o s a c t o r e s h i s t ó r i c o s s e e n c u e n t r a n e n el e j e r c i c i o d e u n a m i s m a f u n c i ó n a c t u a n t e , q u e c o n s i s t e e n servir d e a u x i l i a r e s a l a p e d a g o g í a d i v i n a r e s p e c t o al p u e b l o d e I s r a e l . S e g u n d o t i e m p o : el I m p e r i o r o m a n o h a f a v o r e c i d o d e d i v e r s a s f o r m a s l a d i f u s i ó n d e l c r i s t i a n i s m o . E n l o s p l a n o s e s p a c i a l y é t n i c o (el comercio entre tantos pueblos diferentes), h a p u e s t o los f u n d a m e n t o s d e l u n i v e r s a l i s m o c r i s t i a n o . L a s p e r s e c u c i o n e s s e h a n v u e l t o c o n t r a él y h a n s e r v i d o p a r a r e v a l o r i z a r l a I g l e s i a . F i n a l m e n t e s o m e t i d o , p a s a a e s t a r al s e r v i c i o d e é s t a , c o m o u n a b e s t i a d o m a d a . T e r c e r t i e m p o : la I g l e s i a fue la a u t é n t i c a h e r e d e r a d e l I m p e r i o . D e p o s i t a r í a d e l a m a j e s t a d r o m a n a , s u p o i m p o n e r su ley a l o s b á r b a r o s . E l r e i n a d o d e l a a r b i t r a r i e d a d d i v i n a se h a e x p r e s a d o m e d i a n t e f ó r m u l a s c a r a c t e r í s t i c a s («debía caer», «debía sufrir su destino»). E s t e providencialismo rígido tiene formas grandiosas p o r q u e hace dep e n d e r a la h i s t o r i a d e u n a m o q u e t i e n e e n sus m a n o s el d e s a r r o l l o d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s y el p r o p i o t i e m p o . E l d e s o r d e n d e los h e c h o s es p u r a a p a riencia: t o d o e s t á o r d e n a d o d e c o n f o r m i d a d c o n la p e r s e c u c i ó n d e u n fin. P e r o e s t a v i s i ó n d e la h i s t o r i a es m u y u n i l a t e r a l . S ó l o o casi s ó l o s e c o n s i g n a n h e c h o s c o n c e r n i e n t e s al m u n d o j u d e o - c r i s t i a n o . J e r u s a l é n s i g u e c o n s t i t u y e n d o , c o m o e n l a E d a d M e d i a , el c e n t r o d e l m u n d o . L a h i s t o r i a n o c o m i e n z a a n t e s d e l a ñ o 2 5 0 0 a. J. C , t a l es l a c r o n o l o g í a q u e B o s s u e t m a n t i e n e e n c o n t r a d e l o s c o n o c i m i e n t o s científicos d e su t i e m p o . A d e m á s , su p e r i o d i z a c i ó n d e l a h i s t o r i a h u m a n a , d e s d e la C r e a c i ó n h a s t a el a ñ o 8 0 0 , consta sólo d e d o c e é p o c a s , definidas e s e n c i a l m e n t e p o r criterios religios o s : d e s p u é s d e la é p o c a d e A d á n , l a d e N o é , d e s p u é s l a d e A b r a h a m , e t c . A p a r e n t e m e n t e , n a d a h a c a m b i a d o d e s d e el siglo x n . L a v e r d a d es q u e sólo u n a sucesión de el q u e actúan causas d e los principios del

B o s s u e t d i c e a c o n t i n u a c i ó n q u e l a h i s t o r i a n o es t a n m i l a g r o s . E n el t e x t o s i g u i e n t e d e f i n e u n d o m i n i o e n secundarias y enuncia, con gran perspicacia, algunos análisis h i s t ó r i c o .

«Pues este mismo Dios, que es todopoderoso por sí mismo, que ha obrado la concatenación del universo, ha querido, para establecer el orden, que las partes de u n todo inmenso dependan las unas de las otras; este mismo Dios ha querido también que el decurso de las cosas humanas tuviera su periodización y sus proporciones; pretendo decir que los hombres y las naciones han alcanzado una calidad proporcional al nivel al que estaban destinados, y que, dejando aparte algunos momentos extraordinarios en los cuales Dios desea que sea patente la intervención de su m a n o , no llega ningún gran cambio que no tenga sus causas en los siglos precedentes. Y de la misma manera que en todos los asuntos hay quien los prepara, quien decide emprenderlos y quien consigue hacerlos triunfar, así la verdadera ciencia de la historia consiste en destacar, en cada época, las secretas disposiciones, que han preparado los grandes cambios, y las circunstancias importantes que los han hecho posibles. E n efecto, no basta mirar lo que se tiene delante de los ojos, es decir, no basta con considerar los grandes acontecimientos que deciden de pron-

42 43

to la fortuna de los imperios. Quien pretenda comprender a fondo las cosas humanas debe de adoptar una perspectiva más amplia; debe observar inclinaciones y costumbres o, dicho más brevemente, el carácter tanto de los pueblos dominantes en general como de los príncipes en particular y de todos los hombres extraordinarios que, por la importancia del personaje que han tenido que interpretar en el mundo, han contribuido, para bien o para mal, al cambio de los Estados y de la fortuna pública.» Se c o n s t a t a e n e s t a s l í n e a s q u e el p r o v i d e n c i a l i s m o d e B o s s u e t n o es el r e i n o d e la a r b i t r a r i e d a d , s i n o el d e l o r d e n , q u e se i m p o n e t a n t o al c o s m o s c o m o al t i e m p o . E x i s t e u n a o r d e n a c i ó n d e las c o s a s h u m a n a s , q u e r i d a i n i c i a l m e n t e p o r D i o s , q u e le d i s p e n s a d e i n t e r v e n i r c o n s t a n t e m e n t e e n l a h i s t o r i a . P o r e l l o , es p o s i b l e d e l i m i t a r u n c a m p o d e la h i s t o r i a , o s e a , u n a o b s e r v a c i ó n s i t u a d a al n i v e l d e la c o n c a t e n a c i ó n d e las c a u s a s s e c u n d a r i a s . B o s s u e t s u g i e r e u n análisis e n t r e s t i e m p o s d e l o s grandes cambios: causas r e m o t a s , m ó v i l e s i n m e d i a t o s , r e s u l t a d o s . P a r a c o n s e g u i r l o , se i m p o n e sab e r e s c a p a r a l a f a s c i n a c i ó n d e l t i e m p o b r e v e , r e m o n t a r s e al p a s a d o y l a n z a r s e al e s t u d i o d e los r a s g o s específicos d e los pueblos dominantes y d e los hombres extraordinarios. H e aquí q u e estos principios nos recuerdan a Tucídides. N o s q u e d a p o r s a b e r si «la v e r d a d e r a c i e n c i a d e la h i s t o r i a » n o e s t á , e n B o s s u e t , n e c e s a riamente v i c i a d a p o r el p r o v i d e n c i a l i s m o , p o r la c o n v i c c i ó n d e q u e D i o s o r d e n a , e n ú l t i m a i n s t a n c i a , el d e v e n i r h u m a n o . ¿ P o d e m o s e s t a r d e a c u e r d o c o n J . C a l v e t c u a n d o a s e g u r a q u e l a t e o l o g í a d e la h i s t o r i a d e B o s s u e t se s u p e r p o n e a su r e l a t o h i s t ó r i c o , sin a f e c t a r l e r e a l m e n t e ? ¿ D e b e m o s c r e e r q u e su m í s t i c a t e o l ó g i c a d e b e s i t u a r s e e n el m i s m o p l a n o q u e la m í s t i c a d e m o c r á t i c a d e M i c h e l e t p o r e j e m p l o ? A fin d e c u e n t a s , su i n f o r m a c i ó n d e h i s t o r i a d o r es s ó l i d a , los m a t e r i a l e s q u e u t i l i z a , d e b u e n a l e y , y n a d i e o s a ría n e g a r su p e r s p i c a c i a . E n c u a l q u i e r c a s o , b a j o la a p a r e n t e p e r m a n e n c i a d e los e s q u e m a s d e la h i s t o r i a c r i s t i a n a , d e s d e el siglo v al x v n , se o c u l t a una mutación profunda.

DOCUMENTO Ernienterio: Milagros de S a n Filiberto (después del a ñ o 862) E l n ú m e r o d e n a v i o s a u m e n t a ; la i n c a l c u l a b l e m u l t i t u d d e n o r m a n d o s n o cesa d e crecer; p o r t o d o s lados los cristianos son víctimas de m a t a n z a s , saqueos, devastaciones, incendios, cuyos manifiestos testimonios d u r a r á n e n t a n t o e x i s t a el m u n d o . S e a p o d e r a n d e t o d a s las c i u d a d e s q u e a t r a v i e s a n sin q u e n a d i e les r e s i s t a ; s e a p o d e r a n d e las d e B u r d e o s , P é r i g u e u x , L i m o g e s , A n g u l e m a y T o l o s a . A n g e r s , T o u r s , así c o m o O r l e a n s s o n a n i q u i l a d a s ; se r o b a n m u c h a s c e n i z a s d e s a n t o s ; así se r e a l i z a casi e x a c t a m e n t e la a m e n a z a q u e el s e ñ o r h a p r o f e r i d o p o r b o c a d e s u p r o f e t a : « U n a p l a g a p r o c e d e n t e d e l N o r t e a l c a n z a r á a t o d o s los h a b i t a n t e s d e la t i e r r a . »

p e r m a n e c í a t o d a v í a e n el m o n a s t e r i o d e D e a s , a p e s a r d e q u e h u b i e s e s i d o i n c e n d i a d o y a é s t e p o r l o s n o r m a n d o s ; p e r o l a t i e r r a d e H e r b a u g e n o se resignaba a dejarse despojar de tan grandioso patrón en tanto q u e u n a part e d e los m o n j e s p u d i e r a p e r m a n e c e r a ú n s o b r e su s u e l o . Algunos años después, u n n ú m e r o incalculable de navios n o r m a n d o s rem o n t a el río S e n a . E l m a l a u m e n t a e n l a r e g i ó n . L a c i u d a d d e R u á n es invadida, s a q u e a d a , i n c e n d i a d a : las de París, Beauvais y M e a u x son t o m a d a s ; la p l a z a f u e r t e d e M e l u n es d e v a s t a d a ; C h a r t r e s es o c u p a d a ; E v r e u x es s a q u e a d a al i g u a l q u e B a y e u x , y las d e m á s c i u d a d e s s o n s u c e s i v a m e n t e invadidas. A p e n a s q u e d a localidad, ni m o n a s t e r i o , q u e h a y a n sido respet a d o s ; t o d o s los h a b i t a n t e s e m p r e n d e n la f u g a y r a r o s s o n a q u e l l o s q u e o s a n decir: « P e r m a n e c e d , p e r m a n e c e d , resistid, luchad p o r vuestro país, p o r v u e s t r o s h i j o s y p o r v u e s t r a f a m i l i a . » E n s u t o r p o r , i n m e r s o s e n m u t u a s rivalidades, rescatan m e d i a n t e tributos lo q u e d e b í a n d e h a b e r defendido con las a r m a s e n l a m a n o y d e j a n z o z o b r a r el r e i n o d e l o s c r i s t i a n o s . R á p i d a m e n t e l o s n o r m a n d o s p a s a n a E s p a ñ a , d e s c i e n d e n p o r el R ó d a n o y d e v a s t a n I t a l i a . E l a ñ o 8 5 7 d e la E n c a r n a c i ó n d e C r i s t o t r a n s c u r r i ó e n m e d i o d e e s t e d e s e n c a d e n a m i e n t o g e n e r a l d e g u e r r a s civiles y e x t r a n j e ras, p e r o conservamos alguna esperanza d e volver a nuestra casa, esperanza q u e e s m a n i f i e s t a m e n t e i l u s o r i a h a s t a el m o m e n t o p r e s e n t e . Y m i e n t r a s q u e las p e r i p e c i a s d e n u e s t r a h u i d a n o s o b l i g a b a n a a l o j a r n o s e n d i v e r s o s l u g a r e s , el c u e r p o d e S a n F i l i b e r t o h a b í a s i d o d e j a d o e n s u l u g a r , c o m o acab a m o s de decir, p o r q u e e n r a z ó n d e los m a l e s q u e se a c u m u l a b a n , n o hab í a m o s c o n s e g u i d o l a g a r a n t í a d e u n a s i l o s e g u r o . N o o f r e c i é n d o s e n o s ning ú n r e f u g i o e n n i n g u n a p a r t e , n o p o d í a m o s s o p o r t a r q u e el c u e r p o d e l s a n t o n o s s i g u i e r a e n n u e s t r o s d e s p l a z a m i e n t o s ; t a m b i é n es m á s e x a c t o d e c i r q u e casi h a s i d o a r r a n c a d o s u b r e p t i c i a m e n t e d e las m a n o s d e l o s p r o p i o s normandos que no hablar de u n traslado solemne acompañado de cantos d e g l o r i a c u a n d o se l e h a c o l o c a d o e n l a c i u d a d d e C u n a u l t c i t a d a m á s a r r i b a . S e h a h e c h o t o d o a fin d e p o d e r l o t r a s l a d a r d e s d e q u e las c i r c u n s t a n cias lo e x i g í a n . E s t o h a o c u r r i d o , c o m o s e s a b e , e n el a ñ o 862 d e l a E n c a r n a c i ó n , c u a n d o se le h a h e c h o a b a n d o n a r C u n a u l t p a r a t r a n s p o r t a r l o a su d o m i n i o d e Messay. Se c o n s i g n a r á n d e s p u é s p a r a divulgarlos los milagros q u e sus m é r i t o s h a n h e c h o r e s p l a n d e c e r allí, d e s p u é s d e r e l a t a r t o d o s los q u e , c o m o y o h e d i c h o , n o h a n c a b i d o e n el l i b r o p r e c e d e n t e . P e r o h e a q u í q u e l o s p a g a n o s p r o s i g u e n sin d e s c a n s o s u s p e r s e c u c i o n e s ; h e a q u í q u e la r u e d a del t i e m p o r e h u s a d e t e n e r s e y q u e yo v e o a m e n g u a r s e d e m a s i a d o ráp i d a m e n t e el n ú m e r o d e a ñ o s q u e m e q u e d a n . A ú n es t i e m p o y las circunstancias exigen q u e estos milagros sean publicados. e

( E d i c i ó n R . L a t o u c h e . T e x t e s d ' H i s t o i r e m é d i é v a l e , V - X T siécle)

Nosotros también huimos a u n a localidad de n o m b r e Cunault, situada e n A n j o u , e n la ribera d e l L o i r a , q u e C a r l o s , el g l o r i o s o r e y c i t a d o m á s a r r i b a , n o s h a b í a d o n a d o c o m o r e f u g i o a n t e s d e la t o m a d e A n g e r s , a c a u sa d e l p e l i g r o q u e n o s a m e n a z a b a , m i e n t r a s q u e el c u e r p o d e S a n F i l i b e r t o 44

45

to la fortuna de los imperios. Quien pretenda comprender a fondo las cosas humanas debe de adoptar una perspectiva más amplia; debe observar inclinaciones y costumbres o, dicho más brevemente, el carácter tanto de los pueblos dominantes en general como de los príncipes en particular y de todos los hombres extraordinarios que, por la importancia del personaje que han tenido que interpretar en el mundo, han contribuido, para bien o para mal, al cambio de los Estados y de la fortuna pública.» Se c o n s t a t a e n e s t a s l í n e a s q u e el p r o v i d e n c i a l i s m o d e B o s s u e t n o es el r e i n o d e la a r b i t r a r i e d a d , s i n o el d e l o r d e n , q u e se i m p o n e t a n t o al c o s m o s c o m o al t i e m p o . E x i s t e u n a o r d e n a c i ó n d e las c o s a s h u m a n a s , q u e r i d a i n i c i a l m e n t e p o r D i o s , q u e le d i s p e n s a d e i n t e r v e n i r c o n s t a n t e m e n t e e n l a h i s t o r i a . P o r e l l o , es p o s i b l e d e l i m i t a r u n c a m p o d e la h i s t o r i a , o s e a , u n a o b s e r v a c i ó n s i t u a d a al n i v e l d e la c o n c a t e n a c i ó n d e las c a u s a s s e c u n d a r i a s . B o s s u e t s u g i e r e u n análisis e n t r e s t i e m p o s d e l o s grandes cambios: causas r e m o t a s , m ó v i l e s i n m e d i a t o s , r e s u l t a d o s . P a r a c o n s e g u i r l o , se i m p o n e sab e r e s c a p a r a l a f a s c i n a c i ó n d e l t i e m p o b r e v e , r e m o n t a r s e al p a s a d o y l a n z a r s e al e s t u d i o d e los r a s g o s específicos d e los pueblos dominantes y d e los hombres extraordinarios. H e aquí q u e estos principios nos recuerdan a Tucídides. N o s q u e d a p o r s a b e r si «la v e r d a d e r a c i e n c i a d e la h i s t o r i a » n o e s t á , e n B o s s u e t , n e c e s a riamente v i c i a d a p o r el p r o v i d e n c i a l i s m o , p o r la c o n v i c c i ó n d e q u e D i o s o r d e n a , e n ú l t i m a i n s t a n c i a , el d e v e n i r h u m a n o . ¿ P o d e m o s e s t a r d e a c u e r d o c o n J . C a l v e t c u a n d o a s e g u r a q u e l a t e o l o g í a d e la h i s t o r i a d e B o s s u e t se s u p e r p o n e a su r e l a t o h i s t ó r i c o , sin a f e c t a r l e r e a l m e n t e ? ¿ D e b e m o s c r e e r q u e su m í s t i c a t e o l ó g i c a d e b e s i t u a r s e e n el m i s m o p l a n o q u e la m í s t i c a d e m o c r á t i c a d e M i c h e l e t p o r e j e m p l o ? A fin d e c u e n t a s , su i n f o r m a c i ó n d e h i s t o r i a d o r es s ó l i d a , los m a t e r i a l e s q u e u t i l i z a , d e b u e n a l e y , y n a d i e o s a ría n e g a r su p e r s p i c a c i a . E n c u a l q u i e r c a s o , b a j o la a p a r e n t e p e r m a n e n c i a d e los e s q u e m a s d e la h i s t o r i a c r i s t i a n a , d e s d e el siglo v al x v n , se o c u l t a una mutación profunda.

DOCUMENTO Ernienterio: Milagros de S a n Filiberto (después del a ñ o 862) E l n ú m e r o d e n a v i o s a u m e n t a ; la i n c a l c u l a b l e m u l t i t u d d e n o r m a n d o s n o cesa d e crecer; p o r t o d o s lados los cristianos son víctimas de m a t a n z a s , saqueos, devastaciones, incendios, cuyos manifiestos testimonios d u r a r á n e n t a n t o e x i s t a el m u n d o . S e a p o d e r a n d e t o d a s las c i u d a d e s q u e a t r a v i e s a n sin q u e n a d i e les r e s i s t a ; s e a p o d e r a n d e las d e B u r d e o s , P é r i g u e u x , L i m o g e s , A n g u l e m a y T o l o s a . A n g e r s , T o u r s , así c o m o O r l e a n s s o n a n i q u i l a d a s ; se r o b a n m u c h a s c e n i z a s d e s a n t o s ; así se r e a l i z a casi e x a c t a m e n t e la a m e n a z a q u e el s e ñ o r h a p r o f e r i d o p o r b o c a d e s u p r o f e t a : « U n a p l a g a p r o c e d e n t e d e l N o r t e a l c a n z a r á a t o d o s los h a b i t a n t e s d e la t i e r r a . »

p e r m a n e c í a t o d a v í a e n el m o n a s t e r i o d e D e a s , a p e s a r d e q u e h u b i e s e s i d o i n c e n d i a d o y a é s t e p o r l o s n o r m a n d o s ; p e r o l a t i e r r a d e H e r b a u g e n o se resignaba a dejarse despojar de tan grandioso patrón en tanto q u e u n a part e d e los m o n j e s p u d i e r a p e r m a n e c e r a ú n s o b r e su s u e l o . Algunos años después, u n n ú m e r o incalculable de navios n o r m a n d o s rem o n t a el río S e n a . E l m a l a u m e n t a e n l a r e g i ó n . L a c i u d a d d e R u á n es invadida, s a q u e a d a , i n c e n d i a d a : las de París, Beauvais y M e a u x son t o m a d a s ; la p l a z a f u e r t e d e M e l u n es d e v a s t a d a ; C h a r t r e s es o c u p a d a ; E v r e u x es s a q u e a d a al i g u a l q u e B a y e u x , y las d e m á s c i u d a d e s s o n s u c e s i v a m e n t e invadidas. A p e n a s q u e d a localidad, ni m o n a s t e r i o , q u e h a y a n sido respet a d o s ; t o d o s los h a b i t a n t e s e m p r e n d e n la f u g a y r a r o s s o n a q u e l l o s q u e o s a n decir: « P e r m a n e c e d , p e r m a n e c e d , resistid, luchad p o r vuestro país, p o r v u e s t r o s h i j o s y p o r v u e s t r a f a m i l i a . » E n s u t o r p o r , i n m e r s o s e n m u t u a s rivalidades, rescatan m e d i a n t e tributos lo q u e d e b í a n d e h a b e r defendido con las a r m a s e n l a m a n o y d e j a n z o z o b r a r el r e i n o d e l o s c r i s t i a n o s . R á p i d a m e n t e l o s n o r m a n d o s p a s a n a E s p a ñ a , d e s c i e n d e n p o r el R ó d a n o y d e v a s t a n I t a l i a . E l a ñ o 8 5 7 d e la E n c a r n a c i ó n d e C r i s t o t r a n s c u r r i ó e n m e d i o d e e s t e d e s e n c a d e n a m i e n t o g e n e r a l d e g u e r r a s civiles y e x t r a n j e ras, p e r o conservamos alguna esperanza d e volver a nuestra casa, esperanza q u e e s m a n i f i e s t a m e n t e i l u s o r i a h a s t a el m o m e n t o p r e s e n t e . Y m i e n t r a s q u e las p e r i p e c i a s d e n u e s t r a h u i d a n o s o b l i g a b a n a a l o j a r n o s e n d i v e r s o s l u g a r e s , el c u e r p o d e S a n F i l i b e r t o h a b í a s i d o d e j a d o e n s u l u g a r , c o m o acab a m o s de decir, p o r q u e e n r a z ó n d e los m a l e s q u e se a c u m u l a b a n , n o hab í a m o s c o n s e g u i d o l a g a r a n t í a d e u n a s i l o s e g u r o . N o o f r e c i é n d o s e n o s ning ú n r e f u g i o e n n i n g u n a p a r t e , n o p o d í a m o s s o p o r t a r q u e el c u e r p o d e l s a n t o n o s s i g u i e r a e n n u e s t r o s d e s p l a z a m i e n t o s ; t a m b i é n es m á s e x a c t o d e c i r q u e casi h a s i d o a r r a n c a d o s u b r e p t i c i a m e n t e d e las m a n o s d e l o s p r o p i o s normandos que no hablar de u n traslado solemne acompañado de cantos d e g l o r i a c u a n d o se l e h a c o l o c a d o e n l a c i u d a d d e C u n a u l t c i t a d a m á s a r r i b a . S e h a h e c h o t o d o a fin d e p o d e r l o t r a s l a d a r d e s d e q u e las c i r c u n s t a n cias lo e x i g í a n . E s t o h a o c u r r i d o , c o m o s e s a b e , e n el a ñ o 862 d e l a E n c a r n a c i ó n , c u a n d o se le h a h e c h o a b a n d o n a r C u n a u l t p a r a t r a n s p o r t a r l o a su d o m i n i o d e Messay. Se c o n s i g n a r á n d e s p u é s p a r a divulgarlos los milagros q u e sus m é r i t o s h a n h e c h o r e s p l a n d e c e r allí, d e s p u é s d e r e l a t a r t o d o s los q u e , c o m o y o h e d i c h o , n o h a n c a b i d o e n el l i b r o p r e c e d e n t e . P e r o h e a q u í q u e l o s p a g a n o s p r o s i g u e n sin d e s c a n s o s u s p e r s e c u c i o n e s ; h e a q u í q u e la r u e d a del t i e m p o r e h u s a d e t e n e r s e y q u e yo v e o a m e n g u a r s e d e m a s i a d o ráp i d a m e n t e el n ú m e r o d e a ñ o s q u e m e q u e d a n . A ú n es t i e m p o y las circunstancias exigen q u e estos milagros sean publicados. e

( E d i c i ó n R . L a t o u c h e . T e x t e s d ' H i s t o i r e m é d i é v a l e , V - X T siécle)

Nosotros también huimos a u n a localidad de n o m b r e Cunault, situada e n A n j o u , e n la ribera d e l L o i r a , q u e C a r l o s , el g l o r i o s o r e y c i t a d o m á s a r r i b a , n o s h a b í a d o n a d o c o m o r e f u g i o a n t e s d e la t o m a d e A n g e r s , a c a u sa d e l p e l i g r o q u e n o s a m e n a z a b a , m i e n t r a s q u e el c u e r p o d e S a n F i l i b e r t o 44

45

CAPÍTULO 3

L A H I S T O R I A E N L A E D A D M E D I A (II): LOS CRONISTAS D E LOS SIGLOS XIV Y XV

L a h i s t o r i a , hija d e l a d e s g r a c i a , es t a m b i é n s e r v i d o r a del p o d e r , y m á s q u e n u n c a e n l o s d o s ú l t i m o s siglos d e la E d a d M e d i a . L a s c r ó n i c a s e s t á n l l e n a s d e g r a n d e s h e c h o s y g r a n d e s c a l a m i d a d e s : l a p e s t e m e r o d e a y la g u e r r a se e t e r n i z a . A p e n a s t e r m i n ó el c o n f l i c t o f r a n c o - i n g l é s , c u a n d o se inicia el e n f r e n t a m i e n t o f r a n c o - b o r g o ñ ó n . A c a u s a d e sus r i v a l i d a d e s , l o s p r í n cipes n o p u e d e n prescindir d e los servicios d e los historiógrafos, q u e t i e n e n la misión d e exaltarlos y d e d e f e n d e r sus d e r e c h o s . N i Froissart, ni los cron i s t a s b o r g o ñ e s e s , n i i n c l u s o T h o m a s B a s i n o C o m m y n e s e s c a p a n a e s t a serv i d u m b r e . Sin e m b a r g o , e n e s t o s d o s ú l t i m o s a p a r e c e u n t o n o n u e v o , q u e p r o c e d e d e u n c i e r t o distanciamiento d e l o b j e t o q u e t r a t a n . E s t e gesto de separar a n u n c i a l a h i s t o r i o g r a f í a d e l o s t i e m p o s m o d e r n o s . Y lo m i s m o el h e c h o d e q u e l a h i s t o r i a p l a n t e e , a p a r t i r d e l siglo x r v , c a d a v e z m á s aspiraciones colectivas y se convierta en el «vehículo privilegiado del sentimiento nacional».

1.

FROISSART, HERALDO D E LA DECLINANTE SOCIEDAD

CABALLERESCA

Sin r e l a t a r d e t a l l a d a m e n t e la larga existencia d e J e a n F r o i s s a r t (1337-1410), r e t e n g a m o s d e ella algunos aspectos esenciales: su v e r t i e n t e d e historiador protegido (va d e u n a c o r t e principesca a o t r a ) , la inestabilid a d d e sus e l e c c i o n e s p o l í t i c a s ( p r i m e r o p r o i n g l é s , t o m ó p a r t i d o p o r los f r a n c e s e s d e s p u é s d e 1370) y, f i n a l m e n t e , s u s n u m e r o s o s v i a j e s ( a I n g l a t e r r a , E s c o c i a , B r e t a ñ a , A q u i t a n i a ; a la c o r t e d e G a s t ó n P h e b u s , c o n d e d e Foix, en O r t h e z ) , q u e le p e r m i t i e r o n reunir u n a información b a s t a n t e amp l i a . D e d o n d e p r o c e d e c i e r t a d o s i f i c a c i ó n q u e h a y e n él e n t r e la c o m p i l a c i ó n ( e n el p r i m e r l i b r o d e sus c r ó n i c a s s i g u e m u y d e c e r c a el r e l a t o d e s u c o m p a t r i o t a J e a n L e B e l ) y d a t o s o b t e n i d o s d e los a c t o r e s d e l o s p r o p i o s a c o n t e c i m i e n t o s e n l o s d i f e r e n t e s t e a t r o s d e l conflicto f r a n c o - i n g l é s . L o s t r e s l i b r o s d e las Crónicas c o m p r e n d e n el p e r í o d o q u e se e x t i e n d e e n t r e 1328 y 1400. S u c o m p o s i c i ó n s e d i s t r i b u y e e n m á s o m e n o s m e d i o siglo. F r o i s s a r t d e f i n i ó su o b r a , n o sin a m b i c i ó n , c o m o u n a « c r ó n i c a h i s t o r i a 47

CAPÍTULO 3

L A H I S T O R I A E N L A E D A D M E D I A (II): LOS CRONISTAS D E LOS SIGLOS XIV Y XV

L a h i s t o r i a , hija d e l a d e s g r a c i a , es t a m b i é n s e r v i d o r a del p o d e r , y m á s q u e n u n c a e n l o s d o s ú l t i m o s siglos d e la E d a d M e d i a . L a s c r ó n i c a s e s t á n l l e n a s d e g r a n d e s h e c h o s y g r a n d e s c a l a m i d a d e s : l a p e s t e m e r o d e a y la g u e r r a se e t e r n i z a . A p e n a s t e r m i n ó el c o n f l i c t o f r a n c o - i n g l é s , c u a n d o se inicia el e n f r e n t a m i e n t o f r a n c o - b o r g o ñ ó n . A c a u s a d e sus r i v a l i d a d e s , l o s p r í n cipes n o p u e d e n prescindir d e los servicios d e los historiógrafos, q u e t i e n e n la misión d e exaltarlos y d e d e f e n d e r sus d e r e c h o s . N i Froissart, ni los cron i s t a s b o r g o ñ e s e s , n i i n c l u s o T h o m a s B a s i n o C o m m y n e s e s c a p a n a e s t a serv i d u m b r e . Sin e m b a r g o , e n e s t o s d o s ú l t i m o s a p a r e c e u n t o n o n u e v o , q u e p r o c e d e d e u n c i e r t o distanciamiento d e l o b j e t o q u e t r a t a n . E s t e gesto de separar a n u n c i a l a h i s t o r i o g r a f í a d e l o s t i e m p o s m o d e r n o s . Y lo m i s m o el h e c h o d e q u e l a h i s t o r i a p l a n t e e , a p a r t i r d e l siglo x r v , c a d a v e z m á s aspiraciones colectivas y se convierta en el «vehículo privilegiado del sentimiento nacional».

1.

FROISSART, HERALDO D E LA DECLINANTE SOCIEDAD

CABALLERESCA

Sin r e l a t a r d e t a l l a d a m e n t e la larga existencia d e J e a n F r o i s s a r t (1337-1410), r e t e n g a m o s d e ella algunos aspectos esenciales: su v e r t i e n t e d e historiador protegido (va d e u n a c o r t e principesca a o t r a ) , la inestabilid a d d e sus e l e c c i o n e s p o l í t i c a s ( p r i m e r o p r o i n g l é s , t o m ó p a r t i d o p o r los f r a n c e s e s d e s p u é s d e 1370) y, f i n a l m e n t e , s u s n u m e r o s o s v i a j e s ( a I n g l a t e r r a , E s c o c i a , B r e t a ñ a , A q u i t a n i a ; a la c o r t e d e G a s t ó n P h e b u s , c o n d e d e Foix, en O r t h e z ) , q u e le p e r m i t i e r o n reunir u n a información b a s t a n t e amp l i a . D e d o n d e p r o c e d e c i e r t a d o s i f i c a c i ó n q u e h a y e n él e n t r e la c o m p i l a c i ó n ( e n el p r i m e r l i b r o d e sus c r ó n i c a s s i g u e m u y d e c e r c a el r e l a t o d e s u c o m p a t r i o t a J e a n L e B e l ) y d a t o s o b t e n i d o s d e los a c t o r e s d e l o s p r o p i o s a c o n t e c i m i e n t o s e n l o s d i f e r e n t e s t e a t r o s d e l conflicto f r a n c o - i n g l é s . L o s t r e s l i b r o s d e las Crónicas c o m p r e n d e n el p e r í o d o q u e se e x t i e n d e e n t r e 1328 y 1400. S u c o m p o s i c i ó n s e d i s t r i b u y e e n m á s o m e n o s m e d i o siglo. F r o i s s a r t d e f i n i ó su o b r a , n o sin a m b i c i ó n , c o m o u n a « c r ó n i c a h i s t o r i a 47

d a » . Si l a c r ó n i c a es s ó l o u n r e l a t o r e s u m i d o d e los a c o n t e c i m i e n t o s , la h i s t o r i a t r a t a l a m a t e r i a ad plenum. F r o i s s a r t n o s e x p o n e su d e s e o d e « c r o n i c a r e h i s t o r i a r a lo l a r g o d e t o d a la m a t e r i a » , sin l i m i t a r s e a d e c i r : « E n aquel t i e m p o sucedió esto y aquello.» ¿ S u p o v e r d a d e r a m e n t e e s c a p a r a los h'mites d e l g é n e r o n a r r a t i v o y « e s c l a r e c e r la m a t e r i a » e n t e n d i e n d o p o r ello e x p l i c a r los h e c h o s ? I n d u d a b l e m e n t e , F r o i s s a r t t u v o la «preocupación de informarse» exact a m e n t e . C o n s i d e r e m o s e n p r i m e r l u g a r el c a s o d e l a g u e r r a d e S u c e s i ó n d e B r e t a ñ a (1341-1364), q u e todavía n o h a b í a t e r m i n a d o c u a n d o Froissart llegó a l a c o r t e d e E d u a r d o I I I d e I n g l a t e r r a e n 1 3 6 1 . N o s d i c e ( e d i c i ó n S. L u c e , t o m o I I , X X J J , X X I I I ) q u e n o p u d o c o n t e n t a r s e c o n los r e l a t o s p r o p a l a d o s p o r « m u c h o s j u g l a r e s y p o e t a s c a l l e j e r o s » , q u e e n sus « c a n c i o n e s d e g e s t a f a n t a s i o s a y p o e m a s m e n t i r o s o s h a b í a n e v o c a d o el p r o b l e m a d e B r e t a ñ a y el d e s c o n t e n t o d e J u a n el H e r m o s o , e n el q u e se i n s p i r a b a , y su p r o p i o d e s c o n t e n t o . R e a l m e n t e , e s t o s p o e m a s y e s t a s c a n c i o n e s n o se r e f e r í a n , e n a b s o l u t o , a los « h e c h o s r e a l e s » , c u y o r e l a t o c o n s t i t u í a su o b j e t i v o . Y a ñ a d e : « H e v i s i t a d o y r e c o r r i d o la m a y o r p a r t e d e B r e t a ñ a , h e llev a d o a c a b o u n a i n v e s t i g a c i ó n c e r c a d e los s e ñ o r e s y l o s h e r a l d o s a p r o p ó sito d e las g u e r r a s , las c o n q u i s t a s , los a s a l t o s , las i n c u r s i o n e s , las b a t a l l a s , l o s s o c o r r o s y t o d o s los h e r o i c o s h e c h o s d e a r m a s a c o n t e c i d o s d e s d e 1340 h a s t a el final d e l l i b r o ; m e h e i m p u e s t o e s t a t a r e a t a n t o a r e q u e r i m i e n t o y a e x p e n s a s d e m i s e ñ o r y m a e s t r o (Eduard III) c o m o p a r a s a t i s f a c e r m e a m í m i s m o , p a r a d a r a u t e n t i c i d a d y b a s e s s ó l i d a s a m i t r a b a j o : e n t o d o lo cual mis esfuerzos h a n sido a m p l i a m e n t e r e c o m p e n s a d o s . » E s t a s p o c o con o c i d a s l í n e a s n o s r e v e l a n u n método q u e a s o c i a c o m p i l a c i ó n e i n v e s t i g a c i ó n s o b r e el t e r r e n o ; u n a condición d e c r o n i s t a r e t r i b u i d o p o r el p o d e r , y finalmente u n objetivo, o s e a , r e l a t a r l a v e r d a d d e los h e c h o s . ¿ H a y q u e derivar de esta proclamación de espíritu «positivo» u n a cierta precisión en la n a r r a c i ó n d e las g u e r r a s b r e t o n a s , n o e x e n t a sin e m b a r g o d e b u r d o s e r r o res? P o r e j e m p l o : Froissart analiza c o n b a s t a n t e a g u d e z a los e r r o r e s q u e s u r g e n e n l a c i u d a d d e R e t i n e s s i t i a d a p o r C a r l o s d e B l o i s e n m a y o d e 1342: l o s b u r g u e s e s y el m u n i c i p i o p r e t e n d e n r e n d i r s e , p e r o el r e p r e s e n t a n t e d e la c o n d e s a d e M o n t f o r t q u i e r e resistir. Ú n i c a m e n t e s u a r r e s t o h i z o p o s i b l e q u e los h a b i t a n t e s d e l a c i u d a d p u d i e r a n n e g o c i a r c o n el j e f e d e l o s sitiad o r e s , c u y o c o m p o r t a m i e n t o fue a p r e c i a d o d e m a n e r a i m p a r c i a l . N o se le i m p u t ó n i n g u n a c r u e l d a d ; d e j ó s a n o s y s a l v o s a t o d o s los p a r t i d a r i o s d e Montfort. N u e s t r o c r o n i s t a p r a c t i c a b a c o n t a l e n t o la i n v e s t i g a c i ó n o r a l , lo q u e le s u p o n e c i e r t a r e c u p e r a c i ó n d e i n t e r é s e n n u e s t r o s d í a s y el h o n o r d e s e r m e n c i o n a d o e n t r e los p r e c u r s o r e s d e la «historia i n m e d i a t a » . P á g i n a céleb r e e n t r e todas, h e aquí la entrevista con u n forajido gascón, B a s c o t d e M a u l é o n , q u e F r o i s s a r t e n c o n t r ó c o n o c a s i ó n d e su e s t a n c i a e n la c o r t e d e O r t h e z e n 1388-89: Vi venir allí a un escudero gascón, que se llamaba Bascot de Mauléon, y que podía tener unos cincuenta y cinco años, con aspecto de hombre de armas atrevido. Y se alojó con gran arrogancia, en el mismo albergue que yo, el de la Luna, en Ernuaulton du Pin y pidió yacijas dignas de un gran barón, y tanto a él como a su gente se le sirvió en vajilla (de plata)... (...) Me preguntó: 48

—Señor Jehon, ¿hay lugar en vuestra historia para lo que yo os hablaré? (...) Con estas palabras empezó su relato y dijo así... —La primera vez que fui a r m a d o , fue bajo el caudillaje de Bouck en la batalla de Poitiers, y. para empezar, conseguí en este día tres prisioneros, un caballero y dos escuderos, que me supusieron entre todos tres mil francos. H a y q u e destacar la brillante e n t r a d a en escena d e B a sc o t. P a r e c e q u e fue él q u i e n h a b r í a s o l i c i t a d o al h i s t o r i a d o r u n l u g a r e n s u r e l a t o . ¿ C ó m o e x p l i c a r í a m o s e s t a i n v e r s i ó n d e las r e a l e s p o s i c i o n e s o c u p a d a s p o r el actor y el narrador! ¿Es posible que Froissart n o quiere presentarse como busc a d o r d e t e s t i m o n i o s ? ¿ O se t r a t a d e u n s u b t e r f u g i o d e c o m p o s i c i ó n d e s t i n a d o a crear u n «efecto directo»? Froissart se desdibuja detrás d e este testigo de excepción, cuya narrac i ó n e n p r i m e r a p e r s o n a es t a n v i v a y c o l o r i s t a . E l c r o n i s t a s e s i e n t e visib l e m e n t e f a s c i n a d o p o r el d e s t i n o f u e r a d e lo c o m ú n y el é x i t o m a t e r i a l d e e s t e h o m b r e d e g u e r r a sin e s c r ú p u l o s ( p a r a l a c o n t i n u a c i ó n d e l r e l a t o , v e r la e d i c i ó n M i r o t , t o m o X I I , p p . 95 a 1 0 0 ) . E l o b j e t i v o c o n f e s a d o d e F r o i s s a r t l o c o n s t i t u y e la e x a l t a c i ó n d e las p r o e z a s d e los c o m b a t i e n t e s del conflicto franco-inglés. A fin de que las grandes maravillas y los bellos hechos de armas que han tenido lugar a causa de las grandes guerras de Francia y de Inglaterra y de los reinos vecinos... sean registradas y vistas y conocidas en la actualidad y en el porvenir, yo m e quiero responsabilizar de ordenarlas y ponerlas en prosa... P a r a i l u s t r a r e s t e a s p e c t o b i e n c o n o c i d o d e las Crónicas, b a s t a c o n m e n c i o n a r l a h e r o i c a r e s i s t e n c i a d e l a c o n d e s a d e M o n t f o r t e n H o n n e b o u t , sit i a d a p o r las t r o p a s d e C a r l o s d e B l o i s , e n 1 3 4 2 : Y la condesa que llevaba armadura e iba montada en u n buen corcel, cabalgaba de calle en calle por la ciudad, y exhortaba a sus gentes para que la defendieran. Y hacía que todas las mujeres de la ciudad levantasen las calzadas y llevasen las piedras a las almenas para lanzarlas a los enemigos. Y hacía llevar bombardas y grandes recipientes llenos de cal viva para lanzarlos sobre los asaltantes. E l e s t u d i o d e t a l l a d o d e la m u y c o n o c i d a n a r r a c i ó n d e la Jacquerie de 1 3 5 8 , e n el p r i m e r l i b r o d e las Crónicas, e n el c u a l F r o i s s a r t se i n s p i r a dir e c t a m e n t e e n el c a n ó n i g o d e L i e j a , J e a n L e B e l , n o s p e r m i t e d e s c u b r i r lag u n a s e n el h i s t o r i a d o r e n c u a n t o a l a i n f o r m a c i ó n , la a b s o l u t a p r i m i c i a d e l a n a r r a c i ó n s o b r e l a i n v e s t i g a c i ó n d e las c a u s a s , y f i n a l m e n t e u n a t o m a d e posición m u y clara e n favor d e los partidarios del o r d e n aristocrático. Los hechos se relatan de manera muy incompleta. E n 1356, d e s p u é s d e l a d e r r o t a d e P o i t i e r s , el r e y J u a n el B u e n o se e n c u e n t r a p r i s i o n e r o e n I n g l a t e r r a . E l delfín, d u q u e d e N o r m a n d í a , y f u t u r o C a r l o s V , es el r e g e n t e . Se e n f r e n t a c o n l a h o s t i l i d a d d e l o s e s t a d o s g e n e r a l e s , q u e se n i e g a n a a u t o r i z a r la c o n c e s i ó n d e l o s s u b s i d i o s n e c e s a r i o s p a r a p a g a r el r e s c a t e d e l r e y sin o b t e n e r c o n t r a p a r t i d a s p o l í t i c a s ( c o n t r o l s o b r e la g e s t i ó n d e l o s ofi49

d a » . Si l a c r ó n i c a es s ó l o u n r e l a t o r e s u m i d o d e los a c o n t e c i m i e n t o s , la h i s t o r i a t r a t a l a m a t e r i a ad plenum. F r o i s s a r t n o s e x p o n e su d e s e o d e « c r o n i c a r e h i s t o r i a r a lo l a r g o d e t o d a la m a t e r i a » , sin l i m i t a r s e a d e c i r : « E n aquel t i e m p o sucedió esto y aquello.» ¿ S u p o v e r d a d e r a m e n t e e s c a p a r a los h'mites d e l g é n e r o n a r r a t i v o y « e s c l a r e c e r la m a t e r i a » e n t e n d i e n d o p o r ello e x p l i c a r los h e c h o s ? I n d u d a b l e m e n t e , F r o i s s a r t t u v o la «preocupación de informarse» exact a m e n t e . C o n s i d e r e m o s e n p r i m e r l u g a r el c a s o d e l a g u e r r a d e S u c e s i ó n d e B r e t a ñ a (1341-1364), q u e todavía n o h a b í a t e r m i n a d o c u a n d o Froissart llegó a l a c o r t e d e E d u a r d o I I I d e I n g l a t e r r a e n 1 3 6 1 . N o s d i c e ( e d i c i ó n S. L u c e , t o m o I I , X X J J , X X I I I ) q u e n o p u d o c o n t e n t a r s e c o n los r e l a t o s p r o p a l a d o s p o r « m u c h o s j u g l a r e s y p o e t a s c a l l e j e r o s » , q u e e n sus « c a n c i o n e s d e g e s t a f a n t a s i o s a y p o e m a s m e n t i r o s o s h a b í a n e v o c a d o el p r o b l e m a d e B r e t a ñ a y el d e s c o n t e n t o d e J u a n el H e r m o s o , e n el q u e se i n s p i r a b a , y su p r o p i o d e s c o n t e n t o . R e a l m e n t e , e s t o s p o e m a s y e s t a s c a n c i o n e s n o se r e f e r í a n , e n a b s o l u t o , a los « h e c h o s r e a l e s » , c u y o r e l a t o c o n s t i t u í a su o b j e t i v o . Y a ñ a d e : « H e v i s i t a d o y r e c o r r i d o la m a y o r p a r t e d e B r e t a ñ a , h e llev a d o a c a b o u n a i n v e s t i g a c i ó n c e r c a d e los s e ñ o r e s y l o s h e r a l d o s a p r o p ó sito d e las g u e r r a s , las c o n q u i s t a s , los a s a l t o s , las i n c u r s i o n e s , las b a t a l l a s , l o s s o c o r r o s y t o d o s los h e r o i c o s h e c h o s d e a r m a s a c o n t e c i d o s d e s d e 1340 h a s t a el final d e l l i b r o ; m e h e i m p u e s t o e s t a t a r e a t a n t o a r e q u e r i m i e n t o y a e x p e n s a s d e m i s e ñ o r y m a e s t r o (Eduard III) c o m o p a r a s a t i s f a c e r m e a m í m i s m o , p a r a d a r a u t e n t i c i d a d y b a s e s s ó l i d a s a m i t r a b a j o : e n t o d o lo cual mis esfuerzos h a n sido a m p l i a m e n t e r e c o m p e n s a d o s . » E s t a s p o c o con o c i d a s l í n e a s n o s r e v e l a n u n método q u e a s o c i a c o m p i l a c i ó n e i n v e s t i g a c i ó n s o b r e el t e r r e n o ; u n a condición d e c r o n i s t a r e t r i b u i d o p o r el p o d e r , y finalmente u n objetivo, o s e a , r e l a t a r l a v e r d a d d e los h e c h o s . ¿ H a y q u e derivar de esta proclamación de espíritu «positivo» u n a cierta precisión en la n a r r a c i ó n d e las g u e r r a s b r e t o n a s , n o e x e n t a sin e m b a r g o d e b u r d o s e r r o res? P o r e j e m p l o : Froissart analiza c o n b a s t a n t e a g u d e z a los e r r o r e s q u e s u r g e n e n l a c i u d a d d e R e t i n e s s i t i a d a p o r C a r l o s d e B l o i s e n m a y o d e 1342: l o s b u r g u e s e s y el m u n i c i p i o p r e t e n d e n r e n d i r s e , p e r o el r e p r e s e n t a n t e d e la c o n d e s a d e M o n t f o r t q u i e r e resistir. Ú n i c a m e n t e s u a r r e s t o h i z o p o s i b l e q u e los h a b i t a n t e s d e l a c i u d a d p u d i e r a n n e g o c i a r c o n el j e f e d e l o s sitiad o r e s , c u y o c o m p o r t a m i e n t o fue a p r e c i a d o d e m a n e r a i m p a r c i a l . N o se le i m p u t ó n i n g u n a c r u e l d a d ; d e j ó s a n o s y s a l v o s a t o d o s los p a r t i d a r i o s d e Montfort. N u e s t r o c r o n i s t a p r a c t i c a b a c o n t a l e n t o la i n v e s t i g a c i ó n o r a l , lo q u e le s u p o n e c i e r t a r e c u p e r a c i ó n d e i n t e r é s e n n u e s t r o s d í a s y el h o n o r d e s e r m e n c i o n a d o e n t r e los p r e c u r s o r e s d e la «historia i n m e d i a t a » . P á g i n a céleb r e e n t r e todas, h e aquí la entrevista con u n forajido gascón, B a s c o t d e M a u l é o n , q u e F r o i s s a r t e n c o n t r ó c o n o c a s i ó n d e su e s t a n c i a e n la c o r t e d e O r t h e z e n 1388-89: Vi venir allí a un escudero gascón, que se llamaba Bascot de Mauléon, y que podía tener unos cincuenta y cinco años, con aspecto de hombre de armas atrevido. Y se alojó con gran arrogancia, en el mismo albergue que yo, el de la Luna, en Ernuaulton du Pin y pidió yacijas dignas de un gran barón, y tanto a él como a su gente se le sirvió en vajilla (de plata)... (...) Me preguntó: 48

—Señor Jehon, ¿hay lugar en vuestra historia para lo que yo os hablaré? (...) Con estas palabras empezó su relato y dijo así... —La primera vez que fui a r m a d o , fue bajo el caudillaje de Bouck en la batalla de Poitiers, y. para empezar, conseguí en este día tres prisioneros, un caballero y dos escuderos, que me supusieron entre todos tres mil francos. H a y q u e destacar la brillante e n t r a d a en escena d e B a sc o t. P a r e c e q u e fue él q u i e n h a b r í a s o l i c i t a d o al h i s t o r i a d o r u n l u g a r e n s u r e l a t o . ¿ C ó m o e x p l i c a r í a m o s e s t a i n v e r s i ó n d e las r e a l e s p o s i c i o n e s o c u p a d a s p o r el actor y el narrador! ¿Es posible que Froissart n o quiere presentarse como busc a d o r d e t e s t i m o n i o s ? ¿ O se t r a t a d e u n s u b t e r f u g i o d e c o m p o s i c i ó n d e s t i n a d o a crear u n «efecto directo»? Froissart se desdibuja detrás d e este testigo de excepción, cuya narrac i ó n e n p r i m e r a p e r s o n a es t a n v i v a y c o l o r i s t a . E l c r o n i s t a s e s i e n t e visib l e m e n t e f a s c i n a d o p o r el d e s t i n o f u e r a d e lo c o m ú n y el é x i t o m a t e r i a l d e e s t e h o m b r e d e g u e r r a sin e s c r ú p u l o s ( p a r a l a c o n t i n u a c i ó n d e l r e l a t o , v e r la e d i c i ó n M i r o t , t o m o X I I , p p . 95 a 1 0 0 ) . E l o b j e t i v o c o n f e s a d o d e F r o i s s a r t l o c o n s t i t u y e la e x a l t a c i ó n d e las p r o e z a s d e los c o m b a t i e n t e s del conflicto franco-inglés. A fin de que las grandes maravillas y los bellos hechos de armas que han tenido lugar a causa de las grandes guerras de Francia y de Inglaterra y de los reinos vecinos... sean registradas y vistas y conocidas en la actualidad y en el porvenir, yo m e quiero responsabilizar de ordenarlas y ponerlas en prosa... P a r a i l u s t r a r e s t e a s p e c t o b i e n c o n o c i d o d e las Crónicas, b a s t a c o n m e n c i o n a r l a h e r o i c a r e s i s t e n c i a d e l a c o n d e s a d e M o n t f o r t e n H o n n e b o u t , sit i a d a p o r las t r o p a s d e C a r l o s d e B l o i s , e n 1 3 4 2 : Y la condesa que llevaba armadura e iba montada en u n buen corcel, cabalgaba de calle en calle por la ciudad, y exhortaba a sus gentes para que la defendieran. Y hacía que todas las mujeres de la ciudad levantasen las calzadas y llevasen las piedras a las almenas para lanzarlas a los enemigos. Y hacía llevar bombardas y grandes recipientes llenos de cal viva para lanzarlos sobre los asaltantes. E l e s t u d i o d e t a l l a d o d e la m u y c o n o c i d a n a r r a c i ó n d e la Jacquerie de 1 3 5 8 , e n el p r i m e r l i b r o d e las Crónicas, e n el c u a l F r o i s s a r t se i n s p i r a dir e c t a m e n t e e n el c a n ó n i g o d e L i e j a , J e a n L e B e l , n o s p e r m i t e d e s c u b r i r lag u n a s e n el h i s t o r i a d o r e n c u a n t o a l a i n f o r m a c i ó n , la a b s o l u t a p r i m i c i a d e l a n a r r a c i ó n s o b r e l a i n v e s t i g a c i ó n d e las c a u s a s , y f i n a l m e n t e u n a t o m a d e posición m u y clara e n favor d e los partidarios del o r d e n aristocrático. Los hechos se relatan de manera muy incompleta. E n 1356, d e s p u é s d e l a d e r r o t a d e P o i t i e r s , el r e y J u a n el B u e n o se e n c u e n t r a p r i s i o n e r o e n I n g l a t e r r a . E l delfín, d u q u e d e N o r m a n d í a , y f u t u r o C a r l o s V , es el r e g e n t e . Se e n f r e n t a c o n l a h o s t i l i d a d d e l o s e s t a d o s g e n e r a l e s , q u e se n i e g a n a a u t o r i z a r la c o n c e s i ó n d e l o s s u b s i d i o s n e c e s a r i o s p a r a p a g a r el r e s c a t e d e l r e y sin o b t e n e r c o n t r a p a r t i d a s p o l í t i c a s ( c o n t r o l s o b r e la g e s t i ó n d e l o s ofi49

d a l e s , etc.). Las corporaciones parisienses, dirigidas p o r E t i e n n e M a r c e l , c o n t r o l a n e n p a r t e el C o n s e j o r e a l . P a r a l e l a m e n t e , G a r l o s el M a l o , r e y d e N a v a r r a , d e s c e n d i e n t e d e u n a r a m a d i r e c t a d e los C a p e t o , i n t r i g a e n b e n e ficio p r o p i o a p r o v e c h á n d o s e d e l v a c í o d e p o d e r . S u l i b e r a c i ó n se r e m o n t a al m e s d e n o v i e m b r e d e 1357 y n o t u v o n i n g u n a r e l a c i ó n c o n el d e s e n c a d e n a m i e n t o d e l a Jacquerie, e n S a i n t - L e u - d ' E s s e r e n t , c e r c a d e C r e i l , el 2 1 ó 22 d e m a y o d e 1358. U n o s c a m p e s i n o s a t a c a n a u n o s caballeros y m a t a n a n u e v e . P a r a e s c a p a r a la r e p r e s i ó n , se m a n t i e n e n a r m a d o s . L a tribulación s e e x t i e n d e r á p i d a m e n t e d e c i u d a d e n c i u d a d . E l B e a u v a i s y las r e g i o n e s c e r c a n a s e n t r a n e n i n s u r r e c c i ó n : l a B r i e , el V a l o i s , el L a o n n a i s , el S o i s s o n n a i s . U n a t a l l l a m a r a d a p r o c e d e d e u n d e s c o n t e n t o m u y p r o f u n d o c o n t r a la n o b l e z a , a c u s a d a de h a b e r traicionado a P o i t i e r s , y c o n t r a l a fiscalidad r e a l . E l p r o g r a m a d e los s u b l e v a d o s es exp e d i t i v o : destruirlos a todos. D e s p u é s d e h a b e r a t a c a d o a l g u n o s castillos y h a b e r c o m e t i d o i n e v i t a b l e s v i o l e n c i a s , e l i g i e r o n u n j e f e , « J a c q u e s B o n h o m m e » . E s t e n o m b r e es despreciativo . Se t r a t a b a e n efecto de un tal G u i l l a u m e Carie, c a m p e s i n o a c o m o d a d o p r o c e d e n t e d e M e l l o , cerca d e Creil. O t r a s fuentes n o s lo p r e sentan como muy capaz y «preparado», rodeado de u n verdadero estado mayor. 2

C u a n d o la revuelta alcanzó su p u n t o c u l m i n a n t e , e n los p r i m e r o s días d e j u n i o d e 1 3 5 8 , c u b r í a u n á r e a m u c h o m á s v a s t a d e lo q u e F r o i s s a r t n o s p e r m i t e c r e e r . D e h e c h o , u n a q u i n c e n a d e d e p a r t a m e n t o s d e l a Isla d e F r a n cia, d e s d e N o r m a n d í a a A n x o i s , f u e r o n p a s t o d e la r e b e l i ó n . L a e v a l u a c i ó n d e los d a ñ o s p a r a la r e g i ó n d e C o r b i e y A m i e n s ( m á s d e s e s e n t a c a s a s y m u c h o s castillos) es p l a u s i b l e . H a y q u e d e s t a c a r , n o o b s t a n t e , q u e n i n g u n o d e e s t o s d e s p e r f e c t o s e s t á d a t a d o y l o c a l i z a d o e x a c t a m e n t e . Se m a n t i e n e la d u d a : ¿ s e t r a t a d e h a b l a d u r í a s o d e h e c h o s c i e r t o s ? D e s d e los p r i m e r o s d í a s d e j u n i o d e 1 3 5 8 , se o r g a n i z ó l a r e a c c i ó n s e ñ o r i a l o contra-Jacquerie; los n o b l e s d e la I s l a d e F r a n c i a a p e l a r o n a los d e l Imperio y de Flandes. L a solidaridad aristocrática actuó a fondo en esta g u e r r a d e c l a s e s . F r o i s s a r t i n v i e r t e a l g o el o r d e n d e los a c o n t e c i m i e n t o s . D e h e c h o , el r e f l u j o d e l a Jacquerie n o e m p e z ó h a s t a d e s p u é s d e la d e r r o t a d e C a t e n o y , el 10 d e j u n i o d e 1358. C a r l o s el M a l o , q u e d e s p u é s d e h a b e r d a d o la m o m e n t á n e a i m p r e s i ó n d e a p o y a r a los c a m p e s i n o s s u b l e v a d o s s e e n t r e g ó a la c a u s a a r i s t o c r á t i c a , h a b í a l o g r a d o a t r a e r a G u i l l a u m e C a r i e a u n a t r a m p a . D e s a p a r e c i d o s u j e f e , los c a m p e s i n o s se d e s b a n d a r o n . E n t o c e r e m p e z ó la contra-Jacquerie {empezaron a matar y a descuartizar a estas gentes malvadas). L a f a s e m á s s a n g r i e n t a d u r ó h a s t a el 20 d e j u n i o d e 1358. L a revuelta campesina no había d u r a d o más de tres meses o cuatro seman a s . S u a p l a s t a m i e n t o fue s e g u i d o d e u n a r e p r e s i ó n j u d i c i a l . L a contra-Jacquerie p r o d u j o u n a s v e i n t e m i l v í c t i m a s f r e n t e a a l g u n o s c e n t e n a r e s d e b i d a s a los c a m p e s i n o s . F r o i s s a r t n o d i c e n i p a l a b r a d e t o d o e s t o . Este relato está tejido d e inexactitudes y de imprecisiones. Lo c o m p r o b a m o s e n las cifras a v a n z a d a s p o r el c r o n i s t a . Fueron más de seis mil c o n s t i t u y e u n a e v a l u a c i ó n q u i z á a c e p t a b l e p a r a la r e g i ó n d e B e a u v a i s , p a r a las t r o p a s d e c h o q u e d e J a c q u e s B o n h o m m e , 2

El término Jacques procede sin duda del jubón de tejido ribeteado de cuero (jacques) que los campesinos llevaban en el combate.

p e r o d e m a s i a d o b a j a p a r a el c o n j u n t o d e l m o v i m i e n t o al n i v e l a l c a n z a d o a finales d e l m e s d e m a y o y p r i n c i p i o s d e j u n i o . P o r el c o n t r a r i o , pudieran ser más de cien mil a v a n z a u n a cifra d e m a s i a d o e l e v a d a . F r o i s s a r t se h a c e e c o d e l t e m o r s u s c i t a d o e n t r e los n o b l e s p o r e s t a m o v i l i z a c i ó n c a m p e s i n a . P o d r í a m o s p r o f u n d i z a r e n e s t e análisis c o n f r o n t a n d o e l r e l a t o d e F r o i s s a r t c o n l o s c o n o c i m i e n t o s a d q u i r i d o s p o r los h i s t o r i a d o r e s a c t u a l e s ( s o b r e t o d o g r a c i a s al e s t u d i o s i s t e m á t i c o d e l o s d o c u m e n t o s j u d i c i a l e s ) . E l c r o n i s t a , e s t á v i s t o , f r e c u e n t e m e n t e se e q u i v o c a . E l r e p r o c h e se extiende t a m b i é n a J e a n L e Bel. O t r o s historiógrafos c o n t e m p o r á n e o s , tales c o m o el c a r m e l i t a J e a n d e B e n e t t e , n o s o f r e c e n u n r e l a t o m á s d o c u m e n t a d o d e la Jacquerie, al m o s t r a r q u e e s t a l l a m a r a d a d e r e v u e l t a t e n í a su o r i g e n e n la g r a n m i s e r i a d e l c a m p o y e n u n a c o m p r e n s i b l e h o s t i l i d a d h a c i a l o s n o b l e s , a la v e z q u e d e n u n c i a n l o s e x c e s o s c o m e t i d o s p o s t e r i o r m e n t e . « E n e f e c t o , n i n g ú n n o b l e s e a t r e v í a a salir f u e r a d e l o s c a s t i l l o s , y a q u e si los c a m p e s i n o s lo h u b i e r a n v i s t o o h u b i e r a c a í d o e n t r e sus m a n o s , h u b i e r a sido a s e s i n a d o , o h u b i e r a e s c a p a d o m u y m a l t r e c h o . . . Y a q u e a q u e l l o s q u e i n i c i a l m e n t e s e h a b í a n l a n z a d o a e s t a e m p r e s a p o r a m o r a la j u s t i c i a y p o r q u e sus s e ñ o r e s , l e j o s d e d e f e n d e r l e s , les o p r i m í a n , s e r e b a j a r o n a c o m e t e r a c t o s viles y a b o m i n a b l e s » , e t c . E s t e fraile m e n d i c a n t e n o es t o t a l m e n t e i n s e n s i b l e a los s u f r i m i e n t o s d e l p u e b l o y s u b r a y a los e x c e s o s d e l a v e n g a n z a d e l o s n o b l e s : « r e c o r r i e n d o l o s c a m p o s , i n c e n d i a r o n l a m a y o r p a r t e d e las p r o p i e d a d e s ; d e c a p i t a r o n m i s e r a b l e m e n t e a los c a m p e s i n o s , t a n t o a los traid o r e s c o m o a los d e m á s , e n sus c a s a s o t r a b a j a n d o e n las v i ñ a s o e n l o s c a m p o s » . F r o i s s a r t , p o r el c o n t r a r i o , t i e n e u n a v i s i ó n m á s social q u e i n t e l e c t u a l . M a n i f i e s t a s e r u n p o r t a d o r d e la i d e o l o g í a c a b a l l e r e s c a . E s t e t e x t o p r o c e d e d e u n defensor del orden aristocrático c o m o lo p r u e b a n m ú l t i p l e s d e t a l l e s . T a n t o e n lo q u e s e r e f i e r e a s u a p a r i c i ó n c o m o a su d e s a r r o l l o , d e s p o j a a l a r e b e l i ó n c a m p e s i n a d e t o d a lógica. V e m o s c ó m o se s u c e d e n a c o n t e c i m i e n t o s a i s l a d o s (se reunieron algunas gentes...; entonces se fueron a la casa de un caballero; después se fueron a otro castillo), antes de q u e se p r o d u z c a u n f e n ó m e n o d e tipo «bola d e nieve». N o hay n i n g u n a c o h e r e n c i a e n t o d o e l l o , m á s q u e l a q u e m a n t i e n e el h i l o d e l a n a r r a c i ó n . P o r l o d e m á s , s e g ú n F r o i s s a r t , l a i n s u r r e c c i ó n d e los c a m p e s i n o s es t a n i r r a c i o n a l c o m o d e s o r g a n i z a d a . A l p r i n c i p i o s e t r a t a d e u n r u m o r (decían que) d e c u y a c o m p r o b a c i ó n n o se p r e o c u p a n (sin otro consejo). D e s d e la d e s o r g a n i z a c i ó n t o t a l (reunidos sin jefe) se p a s a a u n a p a r o d i a d e p o d e r e n la p e r s o n a d e J a c q u e s B o n h o m m e . E l n o r e s p e t a r el c ó d i g o m i l i t a r d e la c a b a l l e r í a (sin más armas que estacas, bastones herrados y cuchillos; sin armadura) d e s e m b o c a e n u n a v i o l e n c i a (actuaban como locos, o sea, u n a vuelta a la animalidad). S a q u e o , violación, asesinato, canibalism o , n o falta n i n g ú n i n g r e d i e n t e p a r a d e s c r i b i r e s t a v u e l t a a la b a r b a r i e . L o s u b r a y a n las m ú l t i p l e s i n t e r v e n c i o n e s d e l n a r r a d o r d u r a n t e e l r e l a t o . L o s c a m p e s i n o s s o n c a l i f i c a d o s a s í (gentes malvadas, eligieron al peor de entre los malos), s u c o m p o r t a m i e n t o así (como perros rabiosos) o se r e c u r r e a la h i p ó c r i t a o m i s i ó n d e c i e r t o s d e t a l l e s p o r d e c e n c i a (no osaría escribir). A s í se v a p r e p a r a n d o al l e c t o r p a r a q u e c o n s i d e r e l e g í t i m o el c a s t i g o d e los s u b l e v a d o s . L a c o a l i c i ó n s e ñ o r i a l es p r e s e n t a d a c o m o e v i d e n t e . L a s p e o res crueldades vengativas n o son más que u n a justa consecuencia (empezaron a matar y a descuartizar a estas gentes malvadas). Se p r e s c i n d e d e la c o n t a b i l i d a d d e e s t a s m a t a n z a s . A los o j o s d e F r o i s s a r t lo ú n i c o q u e i m -

50 51

d a l e s , etc.). Las corporaciones parisienses, dirigidas p o r E t i e n n e M a r c e l , c o n t r o l a n e n p a r t e el C o n s e j o r e a l . P a r a l e l a m e n t e , G a r l o s el M a l o , r e y d e N a v a r r a , d e s c e n d i e n t e d e u n a r a m a d i r e c t a d e los C a p e t o , i n t r i g a e n b e n e ficio p r o p i o a p r o v e c h á n d o s e d e l v a c í o d e p o d e r . S u l i b e r a c i ó n se r e m o n t a al m e s d e n o v i e m b r e d e 1357 y n o t u v o n i n g u n a r e l a c i ó n c o n el d e s e n c a d e n a m i e n t o d e l a Jacquerie, e n S a i n t - L e u - d ' E s s e r e n t , c e r c a d e C r e i l , el 2 1 ó 22 d e m a y o d e 1358. U n o s c a m p e s i n o s a t a c a n a u n o s caballeros y m a t a n a n u e v e . P a r a e s c a p a r a la r e p r e s i ó n , se m a n t i e n e n a r m a d o s . L a tribulación s e e x t i e n d e r á p i d a m e n t e d e c i u d a d e n c i u d a d . E l B e a u v a i s y las r e g i o n e s c e r c a n a s e n t r a n e n i n s u r r e c c i ó n : l a B r i e , el V a l o i s , el L a o n n a i s , el S o i s s o n n a i s . U n a t a l l l a m a r a d a p r o c e d e d e u n d e s c o n t e n t o m u y p r o f u n d o c o n t r a la n o b l e z a , a c u s a d a de h a b e r traicionado a P o i t i e r s , y c o n t r a l a fiscalidad r e a l . E l p r o g r a m a d e los s u b l e v a d o s es exp e d i t i v o : destruirlos a todos. D e s p u é s d e h a b e r a t a c a d o a l g u n o s castillos y h a b e r c o m e t i d o i n e v i t a b l e s v i o l e n c i a s , e l i g i e r o n u n j e f e , « J a c q u e s B o n h o m m e » . E s t e n o m b r e es despreciativo . Se t r a t a b a e n efecto de un tal G u i l l a u m e Carie, c a m p e s i n o a c o m o d a d o p r o c e d e n t e d e M e l l o , cerca d e Creil. O t r a s fuentes n o s lo p r e sentan como muy capaz y «preparado», rodeado de u n verdadero estado mayor. 2

C u a n d o la revuelta alcanzó su p u n t o c u l m i n a n t e , e n los p r i m e r o s días d e j u n i o d e 1 3 5 8 , c u b r í a u n á r e a m u c h o m á s v a s t a d e lo q u e F r o i s s a r t n o s p e r m i t e c r e e r . D e h e c h o , u n a q u i n c e n a d e d e p a r t a m e n t o s d e l a Isla d e F r a n cia, d e s d e N o r m a n d í a a A n x o i s , f u e r o n p a s t o d e la r e b e l i ó n . L a e v a l u a c i ó n d e los d a ñ o s p a r a la r e g i ó n d e C o r b i e y A m i e n s ( m á s d e s e s e n t a c a s a s y m u c h o s castillos) es p l a u s i b l e . H a y q u e d e s t a c a r , n o o b s t a n t e , q u e n i n g u n o d e e s t o s d e s p e r f e c t o s e s t á d a t a d o y l o c a l i z a d o e x a c t a m e n t e . Se m a n t i e n e la d u d a : ¿ s e t r a t a d e h a b l a d u r í a s o d e h e c h o s c i e r t o s ? D e s d e los p r i m e r o s d í a s d e j u n i o d e 1 3 5 8 , se o r g a n i z ó l a r e a c c i ó n s e ñ o r i a l o contra-Jacquerie; los n o b l e s d e la I s l a d e F r a n c i a a p e l a r o n a los d e l Imperio y de Flandes. L a solidaridad aristocrática actuó a fondo en esta g u e r r a d e c l a s e s . F r o i s s a r t i n v i e r t e a l g o el o r d e n d e los a c o n t e c i m i e n t o s . D e h e c h o , el r e f l u j o d e l a Jacquerie n o e m p e z ó h a s t a d e s p u é s d e la d e r r o t a d e C a t e n o y , el 10 d e j u n i o d e 1358. C a r l o s el M a l o , q u e d e s p u é s d e h a b e r d a d o la m o m e n t á n e a i m p r e s i ó n d e a p o y a r a los c a m p e s i n o s s u b l e v a d o s s e e n t r e g ó a la c a u s a a r i s t o c r á t i c a , h a b í a l o g r a d o a t r a e r a G u i l l a u m e C a r i e a u n a t r a m p a . D e s a p a r e c i d o s u j e f e , los c a m p e s i n o s se d e s b a n d a r o n . E n t o c e r e m p e z ó la contra-Jacquerie {empezaron a matar y a descuartizar a estas gentes malvadas). L a f a s e m á s s a n g r i e n t a d u r ó h a s t a el 20 d e j u n i o d e 1358. L a revuelta campesina no había d u r a d o más de tres meses o cuatro seman a s . S u a p l a s t a m i e n t o fue s e g u i d o d e u n a r e p r e s i ó n j u d i c i a l . L a contra-Jacquerie p r o d u j o u n a s v e i n t e m i l v í c t i m a s f r e n t e a a l g u n o s c e n t e n a r e s d e b i d a s a los c a m p e s i n o s . F r o i s s a r t n o d i c e n i p a l a b r a d e t o d o e s t o . Este relato está tejido d e inexactitudes y de imprecisiones. Lo c o m p r o b a m o s e n las cifras a v a n z a d a s p o r el c r o n i s t a . Fueron más de seis mil c o n s t i t u y e u n a e v a l u a c i ó n q u i z á a c e p t a b l e p a r a la r e g i ó n d e B e a u v a i s , p a r a las t r o p a s d e c h o q u e d e J a c q u e s B o n h o m m e , 2

El término Jacques procede sin duda del jubón de tejido ribeteado de cuero (jacques) que los campesinos llevaban en el combate.

p e r o d e m a s i a d o b a j a p a r a el c o n j u n t o d e l m o v i m i e n t o al n i v e l a l c a n z a d o a finales d e l m e s d e m a y o y p r i n c i p i o s d e j u n i o . P o r el c o n t r a r i o , pudieran ser más de cien mil a v a n z a u n a cifra d e m a s i a d o e l e v a d a . F r o i s s a r t se h a c e e c o d e l t e m o r s u s c i t a d o e n t r e los n o b l e s p o r e s t a m o v i l i z a c i ó n c a m p e s i n a . P o d r í a m o s p r o f u n d i z a r e n e s t e análisis c o n f r o n t a n d o e l r e l a t o d e F r o i s s a r t c o n l o s c o n o c i m i e n t o s a d q u i r i d o s p o r los h i s t o r i a d o r e s a c t u a l e s ( s o b r e t o d o g r a c i a s al e s t u d i o s i s t e m á t i c o d e l o s d o c u m e n t o s j u d i c i a l e s ) . E l c r o n i s t a , e s t á v i s t o , f r e c u e n t e m e n t e se e q u i v o c a . E l r e p r o c h e se extiende t a m b i é n a J e a n L e Bel. O t r o s historiógrafos c o n t e m p o r á n e o s , tales c o m o el c a r m e l i t a J e a n d e B e n e t t e , n o s o f r e c e n u n r e l a t o m á s d o c u m e n t a d o d e la Jacquerie, al m o s t r a r q u e e s t a l l a m a r a d a d e r e v u e l t a t e n í a su o r i g e n e n la g r a n m i s e r i a d e l c a m p o y e n u n a c o m p r e n s i b l e h o s t i l i d a d h a c i a l o s n o b l e s , a la v e z q u e d e n u n c i a n l o s e x c e s o s c o m e t i d o s p o s t e r i o r m e n t e . « E n e f e c t o , n i n g ú n n o b l e s e a t r e v í a a salir f u e r a d e l o s c a s t i l l o s , y a q u e si los c a m p e s i n o s lo h u b i e r a n v i s t o o h u b i e r a c a í d o e n t r e sus m a n o s , h u b i e r a sido a s e s i n a d o , o h u b i e r a e s c a p a d o m u y m a l t r e c h o . . . Y a q u e a q u e l l o s q u e i n i c i a l m e n t e s e h a b í a n l a n z a d o a e s t a e m p r e s a p o r a m o r a la j u s t i c i a y p o r q u e sus s e ñ o r e s , l e j o s d e d e f e n d e r l e s , les o p r i m í a n , s e r e b a j a r o n a c o m e t e r a c t o s viles y a b o m i n a b l e s » , e t c . E s t e fraile m e n d i c a n t e n o es t o t a l m e n t e i n s e n s i b l e a los s u f r i m i e n t o s d e l p u e b l o y s u b r a y a los e x c e s o s d e l a v e n g a n z a d e l o s n o b l e s : « r e c o r r i e n d o l o s c a m p o s , i n c e n d i a r o n l a m a y o r p a r t e d e las p r o p i e d a d e s ; d e c a p i t a r o n m i s e r a b l e m e n t e a los c a m p e s i n o s , t a n t o a los traid o r e s c o m o a los d e m á s , e n sus c a s a s o t r a b a j a n d o e n las v i ñ a s o e n l o s c a m p o s » . F r o i s s a r t , p o r el c o n t r a r i o , t i e n e u n a v i s i ó n m á s social q u e i n t e l e c t u a l . M a n i f i e s t a s e r u n p o r t a d o r d e la i d e o l o g í a c a b a l l e r e s c a . E s t e t e x t o p r o c e d e d e u n defensor del orden aristocrático c o m o lo p r u e b a n m ú l t i p l e s d e t a l l e s . T a n t o e n lo q u e s e r e f i e r e a s u a p a r i c i ó n c o m o a su d e s a r r o l l o , d e s p o j a a l a r e b e l i ó n c a m p e s i n a d e t o d a lógica. V e m o s c ó m o se s u c e d e n a c o n t e c i m i e n t o s a i s l a d o s (se reunieron algunas gentes...; entonces se fueron a la casa de un caballero; después se fueron a otro castillo), antes de q u e se p r o d u z c a u n f e n ó m e n o d e tipo «bola d e nieve». N o hay n i n g u n a c o h e r e n c i a e n t o d o e l l o , m á s q u e l a q u e m a n t i e n e el h i l o d e l a n a r r a c i ó n . P o r l o d e m á s , s e g ú n F r o i s s a r t , l a i n s u r r e c c i ó n d e los c a m p e s i n o s es t a n i r r a c i o n a l c o m o d e s o r g a n i z a d a . A l p r i n c i p i o s e t r a t a d e u n r u m o r (decían que) d e c u y a c o m p r o b a c i ó n n o se p r e o c u p a n (sin otro consejo). D e s d e la d e s o r g a n i z a c i ó n t o t a l (reunidos sin jefe) se p a s a a u n a p a r o d i a d e p o d e r e n la p e r s o n a d e J a c q u e s B o n h o m m e . E l n o r e s p e t a r el c ó d i g o m i l i t a r d e la c a b a l l e r í a (sin más armas que estacas, bastones herrados y cuchillos; sin armadura) d e s e m b o c a e n u n a v i o l e n c i a (actuaban como locos, o sea, u n a vuelta a la animalidad). S a q u e o , violación, asesinato, canibalism o , n o falta n i n g ú n i n g r e d i e n t e p a r a d e s c r i b i r e s t a v u e l t a a la b a r b a r i e . L o s u b r a y a n las m ú l t i p l e s i n t e r v e n c i o n e s d e l n a r r a d o r d u r a n t e e l r e l a t o . L o s c a m p e s i n o s s o n c a l i f i c a d o s a s í (gentes malvadas, eligieron al peor de entre los malos), s u c o m p o r t a m i e n t o así (como perros rabiosos) o se r e c u r r e a la h i p ó c r i t a o m i s i ó n d e c i e r t o s d e t a l l e s p o r d e c e n c i a (no osaría escribir). A s í se v a p r e p a r a n d o al l e c t o r p a r a q u e c o n s i d e r e l e g í t i m o el c a s t i g o d e los s u b l e v a d o s . L a c o a l i c i ó n s e ñ o r i a l es p r e s e n t a d a c o m o e v i d e n t e . L a s p e o res crueldades vengativas n o son más que u n a justa consecuencia (empezaron a matar y a descuartizar a estas gentes malvadas). Se p r e s c i n d e d e la c o n t a b i l i d a d d e e s t a s m a t a n z a s . A los o j o s d e F r o i s s a r t lo ú n i c o q u e i m -

50 51

p o r t a es el r e s t a b l e c i m i e n t o d e l o r d e n a r i s t o c r á t i c o . L o a t r i b u y e , e n ú l t i m a i n s t a n c i a , a la i n t e r v e n c i ó n d e la P r o v i d e n c i a : «Si D i o s n o h u b i e r a p u e s t o r e m e d i o p o r su g r a c i a , el i n f o r t u n i o se h u b i e r a m u l t i p l i c a d o t a n t o . . . » S i n d u d a a l g u n a n o se t r a t a d e u n s i m p l e r e c u r s o d e e s t i l o . A p a r e n t e m e n t e n o se e n c a d e n a b a n a q u í m á s q u e a c t o s h u m a n o s , sin u n a c a u s a b i e n d e f i n i d a . ¿ N o es en ú l t i m a i n s t a n c i a D i o s el q u e s o s t i e n e l o s h i l o s d e la i n t r i g a ? F r o i s s a r t , m e j o r q u e n i n g ú n o t r o , n o s m u e s t r a q u e l a c r ó n i c a d e la b a j a E d a d M e d i a p u e d e t r a n s m i t i r u n e x p l í c i t o m e n s a j e i d e o l ó g i c o b a j o la a p a r e n t e m e n t e i n g e n u a f o r m a d e l s i m p l e r e l a t o , e n el q u e el f r e c u e n t e u s o d e l p r e t é r i t o i n d e f i n i d o r e f u e r z a l a ilusión d e u n e n c a d e n a m i e n t o a u t o m á t i c o d e los h e c h o s y d e los g e s t o s . D e s p u é s d e l s e r v i c i o a D i o s , p r i n c i p a l p r e o c u p a c i ó n d e los h i s t o r i ó g r a f o s d e l siglo x n , s e i m p o n e el s e r v i c i o a los s e ñ o r e s y a los p r í n c i p e s .

2.

LOS CRONISTAS DEPENDIENTES DE LOS PRÍNCIPES

L a d e p e n d e n c i a d e los h i s t o r i ó g r a f o s c o n r e s p e c t o al p r í n c i p e l l e g a a v e ces h a s t a tal p u n t o , q u e se h a c e difícil d i s t i n g u i r l o s d e l o s p a n e g i r i s t a s . Si t e n e m o s en c u e n t a su relativa i n d e p e n d e n c i a , C o m m y n e s y T h o m a s Basin parecen constituir casos peculiares. L o s s o b e r a n o s V a l o i s , c o m o e n o t r o t i e m p o los C a p e t o , t u v i e r o n su h i s t o r i a d o r , e n c a r g a d o d e r e d a c t a r las Grandes Chroniques de France. D u r a n t e el r e i n a d o d e C a r l o s V I I t i e n e e s t a r e s p o n s a b i l i d a d J e a n C h a r t i e r , m o n j e d e S a i n t - D e n i s . L u i s X I e s t a b l e c e d o s c a r g o s : « p o r u n a p a r t e , la a u t o r i d a d d e c r o n i c a r » ( e s d e c i r , d e s e g u i r el hilo d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s c o n t e m p o r á n e o s ) , q u e s u p o n d r á u n a p e n s i ó n fija, y , p o r o t r a p a r t e , l a m i s i ó n d e ser « h i s t o r i a d o r del r e y » , r e t r i b u i d a c o n g r a t i f i c a c i o n e s e x t r a o r d i n a r i a s , c u y o t r a b a j o consistiría e n « r e c o g e r y b u s c a r las h i s t o r i a s y l e y e n d a s r e l a c i o n a d a s c o n los h e c h o s d e e s t e r e i n o » . T h o m a s B a s i n j a m á s t u v o u n c a r g o p a r e c i d o , a u n q u e h a y a v i v i d o e n el e n t o r n o i n m e d i a t o d e C a r l o s V I L S e p a s ó a la h i s t o r i a al final d e s u c a r r e r a p o l í t i c a y e c l e s i á s t i c a . N a c i d o e n el s e n o d e u n a familia d e c o m e r c i a n t e s d e C a n d e b e c , d o t a d o d e u n a s ó l i d a formación universitaria, se convirtió e n 1441 en o b i s p o - c o n d e de Lisieux. D e s p u é s de h a b e r s e a d a p t a d o d u r a n t e algunos años a la ocupación inglesa, s u p o elegir o p o r t u n a m e n t e el c a m p o f r a n c é s e n 1 4 4 9 . T e r m i n a d a l a r e c o n q u i s t a d e N o r m a n d í a , C a r l o s V I I le c o l m ó d e f a v o r e s y le h i z o su c o n s e j e r o . P e r o p e r d i ó esta p r i v i l e g i a d a p o s i c i ó n d u r a n t e el r e i n a d o d e L u i s X I p o r p a r t i c i p a r e n la r e v u e l t a f e u d a l l l a m a d a d e l B i e n P ú b l i c o . E n 1465 t u v o q u e exiliarse y, e s t a n d o e n U t r e c h t , r e d a c t ó s u c e s i v a m e n t e la Histoire de Charles VII (1471-1472) y la Histoire de Louis XI ( a p a r t i r d e 1 4 7 3 ) , o s e a , un panegírico y un arreglo de cuentas. E n c u a n t o a P h i l i p p e d e C o m m y n e s , n a c i ó e n 1447 e n u n a familia d e f u n c i o n a r i o s d e los d u q u e s d e B o r g o ñ a . E n 1464 e n t r ó al s e r v i c i o d e l c o n d e d e C h a r o l á i s (el f u t u r o C a r l o s el T e m e r a r i o ) c o n v i r t i é n d o s e e n su c h a m b e l á n . D e s p u é s d e h a b e r l e s e r v i d o d i l i g e n t e m e n t e , e n 1472 se u n i ó a L u i s X I , q u e le c o l m ó d e h o n o r e s . D i s f r u t ó d e l f a v o r d e l r e y h a s t a 1 4 7 7 , f e c h a e n la q u e c a y ó e n u n a s e m i d e s g r a c i a , q u e p r o c u r ó d i s i m u l a r e n sus Memorias, a n t e s d e ser a d m i t i d o a c o m p a r t i r los ú l t i m o s d í a s d e s u s e ñ o r . E n 1484, t o m ó p a r t i d o a f a v o r d e ios E s t a d o s G e n e r a l e s c o n t r a la r e g e n t e 52

A n a d e B e a u j e u , l o q u e le v a l i ó e s t a r e n c a r c e l a d o d u r a n t e a l g u n o s m e s e s . R e c u p e r ó el f a v o r d u r a n t e el r e i n a d o d e C a r l o s V I I I , q u e le c o n f i ó d i v e r sas m i s i o n e s d i p l o m á t i c a s , e n u n a d e las c u a l e s fue a V e n e c i a . E n t r e 1489 y 1492 e s c r i b i ó sus Memorias, pensadas como materiales preparatorios para u n a o b r a e n latín, q u e t e n í a q u e redactar A n g e l o C a t o , arzobispo d e V i e n a . L o s libros I-VI están dedicados a Luis X I . L o s libros V I I y V I I I , q u e n a r r a n l a e x p e d i c i ó n a I t a l i a , f u e r o n e s c r i t o s e n t r e 1495 y 1498. N o s d i c e C o m m y n e s q u e , m e d i a n t e esta o b r a , «se p o d r á conocer la g r a n d e z a del p r í n c i p e » , p e r o n u n c a p i e r d e d e v i s t a la p r e o c u p a c i ó n d e h a c e r s u p r o p i a apología. Pocos príncipes protegieron o estimularon a tantos historiógrafos c o m o l o s d u q u e s d e B o r g o ñ a . D e l a lista d e los c r o n i s t a s d e s t a c a n l o s n o m b r e s de Monstrelet, Mathieu d'Escouchy, Jacques du Clercq, Jean de Wavrin, Georges Chastellain, Olivier de L a M a r c h e y J e a n Molinet. A l g u n o s de ellos o s t e n t a b a n a m e n u d o a l t a s f u n c i o n e s e n la c o r t e , t a l e s c o m o J e a n L e F é v r e ( t 1468), h e r a l d o d e a r m a s d e la o r d e n del Toisón d e O r o , o cierto Chastellain (1405-1475), p r i m e r o e n c a r g a d o d e la g u a r d a y distribución del p a n , m á s tarde historiógrafo, cronista gratificado con u n a pensión anual de 657 l i b r a s , o i n c l u s o O l i v i e r d e L a M a r c h e ( h a c i a 1 4 2 5 - 1 5 0 2 ) , h o m b r e d e armas y maestro de ceremonias. Su misión estaba claramente definida: «rec o g e r e n f o r m a d e c r ó n i c a l o s h e c h o s n o t a b l e s , d i g n o s d e ser r e c o r d a d o s , q u e h a y a n o c u r r i d o y q u e p u e d a n o c u r r i r e n el f u t u r o » . P o d í a s u c e d e r q u e , c o n e s t e o b j e t i v o , los p r í n c i p e s l e s a b r i e s e n s u s a r c h i v o s , t a l c o m o h i z o C a r l o s el T e m e r a r i o p a r a J e a n d e W a v r i n . S e e s p e r a b a d e los c r o n i s t a s , p o r l o m e n o s , d o s t i p o s d e s e r v i c i o s . P r i m e r o , e x a l t a r las h a z a ñ a s d e l o s p r í n c i p e s y d e s u d i n a s t í a , c o m o M o l i n e t , q u e q u i e r e h o n r a r «la m u y i l u s t r e y r e f u l g e n t e c a s a d e B o r g o ñ a » y l a n z a u n a n a t e m a c o n t r a sus e n e m i g o s . A d e m á s , c o n t r i b u i r a l a c o h e s i ó n d e l o s E s t a d o s b o r g o ñ e s e s , c o n j u n t o h e t e r o g é n e o y d e r e c i e n t e c o n s t i t u c i ó n , inv o c a n d o a n t e c e d e n t e s h i s t ó r i c o s , c o m o el r e i n o b u r g u n d i o o el r e i n o b o r g o ñ ó n d e l siglo X. E l i n t e r é s m u y a c e n t u a d o p o r el p a s a d o d e las p r o v i n cias r e c i e n t e m e n t e i n t e g r a d a s , c o m o H o l a n d a , F r i s i a o B r a b a n t e , r e v e l a l a m i s m a p r e o c u p a c i ó n . E l d i s c u r s o h i s t o r i o g r á f i c o p e r m i t e c o l o c a r b a j o el sign o d e la n e c e s i d a d las felices a d q u i s i c i o n e s t e r r i t o r i a l e s r e a l i z a d a s p o r F e l i p e el B u e n o , o f r e c i e n d o u n a v e r s i ó n conforme d e sus o r í g e n e s y d e s u vinc u l a c i ó n al c o n j u n t o b o r g o ñ ó n . T a m b i é n e n B r e t a ñ a a p a r e c e n l o s c r o n i s t a s oficiales, a u n q u e u n p o c o m á s t a r d í a m e n t e q u e e n B o r g o ñ a . T o d a v í a a finales d e l siglo XIV, el t r a b a j o h i s t o r i o g r á f i c o se c o n f í a a c l é r i g o s sin d i r e c t a r e l a c i ó n c o n l a c o r t e d u c a l . L o p r u e b a la Chronique de Saint-Brieuc, r e d a c t a d a e n t r e 1389 y 1416 p o r u n c a n ó n i g o , q u e b e b e e n las f u e n t e s d e las a n t i g u a s t r a d i c i o n e s a c e r c a d e los orígenes b r e t o n e s . N o s i n f o r m a m á s , a u n q u e i n v o l u n t a r i a m e n t e , acerca d e su p r o p i a m e n t a l i d a d q u e acerca del p a s a d o d e la provincia. D u r a n t e el g o b i e r n o d e J u a n V d e s t a c a G u i l l e r m o G r u e l , a u t o r d e l a Chronique d'Arthur de Richmond, al q u e h a b í a s e g u i d o d u r a n t e u n a p a r t e d e su existencia. E s u n panegírico del condestable, q u e acumula «flagrantes error e s , a p r e c i a c i o n e s falsas, l a g u n a s c o n s i d e r a b l e s » y q u e silencia l o s e p i s o d i o s m o l e s t o s . G r u e l , b a s t a n t e b i e n i n f o r m a d o a c e r c a d e las o p e r a c i o n e s m i l i t a r e s , t r a t a los a c o n t e c i m i e n t o s d i p l o m á t i c o s d e m a n e r a d e s e n v u e l t a : « Y a c o r d a r o n lo q u e les p a r e c i ó o p o r t u n o » , s i r v e d e análisis p a r a las c l á u s u l a s 53

p o r t a es el r e s t a b l e c i m i e n t o d e l o r d e n a r i s t o c r á t i c o . L o a t r i b u y e , e n ú l t i m a i n s t a n c i a , a la i n t e r v e n c i ó n d e la P r o v i d e n c i a : «Si D i o s n o h u b i e r a p u e s t o r e m e d i o p o r su g r a c i a , el i n f o r t u n i o se h u b i e r a m u l t i p l i c a d o t a n t o . . . » S i n d u d a a l g u n a n o se t r a t a d e u n s i m p l e r e c u r s o d e e s t i l o . A p a r e n t e m e n t e n o se e n c a d e n a b a n a q u í m á s q u e a c t o s h u m a n o s , sin u n a c a u s a b i e n d e f i n i d a . ¿ N o es en ú l t i m a i n s t a n c i a D i o s el q u e s o s t i e n e l o s h i l o s d e la i n t r i g a ? F r o i s s a r t , m e j o r q u e n i n g ú n o t r o , n o s m u e s t r a q u e l a c r ó n i c a d e la b a j a E d a d M e d i a p u e d e t r a n s m i t i r u n e x p l í c i t o m e n s a j e i d e o l ó g i c o b a j o la a p a r e n t e m e n t e i n g e n u a f o r m a d e l s i m p l e r e l a t o , e n el q u e el f r e c u e n t e u s o d e l p r e t é r i t o i n d e f i n i d o r e f u e r z a l a ilusión d e u n e n c a d e n a m i e n t o a u t o m á t i c o d e los h e c h o s y d e los g e s t o s . D e s p u é s d e l s e r v i c i o a D i o s , p r i n c i p a l p r e o c u p a c i ó n d e los h i s t o r i ó g r a f o s d e l siglo x n , s e i m p o n e el s e r v i c i o a los s e ñ o r e s y a los p r í n c i p e s .

2.

LOS CRONISTAS DEPENDIENTES DE LOS PRÍNCIPES

L a d e p e n d e n c i a d e los h i s t o r i ó g r a f o s c o n r e s p e c t o al p r í n c i p e l l e g a a v e ces h a s t a tal p u n t o , q u e se h a c e difícil d i s t i n g u i r l o s d e l o s p a n e g i r i s t a s . Si t e n e m o s en c u e n t a su relativa i n d e p e n d e n c i a , C o m m y n e s y T h o m a s Basin parecen constituir casos peculiares. L o s s o b e r a n o s V a l o i s , c o m o e n o t r o t i e m p o los C a p e t o , t u v i e r o n su h i s t o r i a d o r , e n c a r g a d o d e r e d a c t a r las Grandes Chroniques de France. D u r a n t e el r e i n a d o d e C a r l o s V I I t i e n e e s t a r e s p o n s a b i l i d a d J e a n C h a r t i e r , m o n j e d e S a i n t - D e n i s . L u i s X I e s t a b l e c e d o s c a r g o s : « p o r u n a p a r t e , la a u t o r i d a d d e c r o n i c a r » ( e s d e c i r , d e s e g u i r el hilo d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s c o n t e m p o r á n e o s ) , q u e s u p o n d r á u n a p e n s i ó n fija, y , p o r o t r a p a r t e , l a m i s i ó n d e ser « h i s t o r i a d o r del r e y » , r e t r i b u i d a c o n g r a t i f i c a c i o n e s e x t r a o r d i n a r i a s , c u y o t r a b a j o consistiría e n « r e c o g e r y b u s c a r las h i s t o r i a s y l e y e n d a s r e l a c i o n a d a s c o n los h e c h o s d e e s t e r e i n o » . T h o m a s B a s i n j a m á s t u v o u n c a r g o p a r e c i d o , a u n q u e h a y a v i v i d o e n el e n t o r n o i n m e d i a t o d e C a r l o s V I L S e p a s ó a la h i s t o r i a al final d e s u c a r r e r a p o l í t i c a y e c l e s i á s t i c a . N a c i d o e n el s e n o d e u n a familia d e c o m e r c i a n t e s d e C a n d e b e c , d o t a d o d e u n a s ó l i d a formación universitaria, se convirtió e n 1441 en o b i s p o - c o n d e de Lisieux. D e s p u é s de h a b e r s e a d a p t a d o d u r a n t e algunos años a la ocupación inglesa, s u p o elegir o p o r t u n a m e n t e el c a m p o f r a n c é s e n 1 4 4 9 . T e r m i n a d a l a r e c o n q u i s t a d e N o r m a n d í a , C a r l o s V I I le c o l m ó d e f a v o r e s y le h i z o su c o n s e j e r o . P e r o p e r d i ó esta p r i v i l e g i a d a p o s i c i ó n d u r a n t e el r e i n a d o d e L u i s X I p o r p a r t i c i p a r e n la r e v u e l t a f e u d a l l l a m a d a d e l B i e n P ú b l i c o . E n 1465 t u v o q u e exiliarse y, e s t a n d o e n U t r e c h t , r e d a c t ó s u c e s i v a m e n t e la Histoire de Charles VII (1471-1472) y la Histoire de Louis XI ( a p a r t i r d e 1 4 7 3 ) , o s e a , un panegírico y un arreglo de cuentas. E n c u a n t o a P h i l i p p e d e C o m m y n e s , n a c i ó e n 1447 e n u n a familia d e f u n c i o n a r i o s d e los d u q u e s d e B o r g o ñ a . E n 1464 e n t r ó al s e r v i c i o d e l c o n d e d e C h a r o l á i s (el f u t u r o C a r l o s el T e m e r a r i o ) c o n v i r t i é n d o s e e n su c h a m b e l á n . D e s p u é s d e h a b e r l e s e r v i d o d i l i g e n t e m e n t e , e n 1472 se u n i ó a L u i s X I , q u e le c o l m ó d e h o n o r e s . D i s f r u t ó d e l f a v o r d e l r e y h a s t a 1 4 7 7 , f e c h a e n la q u e c a y ó e n u n a s e m i d e s g r a c i a , q u e p r o c u r ó d i s i m u l a r e n sus Memorias, a n t e s d e ser a d m i t i d o a c o m p a r t i r los ú l t i m o s d í a s d e s u s e ñ o r . E n 1484, t o m ó p a r t i d o a f a v o r d e ios E s t a d o s G e n e r a l e s c o n t r a la r e g e n t e 52

A n a d e B e a u j e u , l o q u e le v a l i ó e s t a r e n c a r c e l a d o d u r a n t e a l g u n o s m e s e s . R e c u p e r ó el f a v o r d u r a n t e el r e i n a d o d e C a r l o s V I I I , q u e le c o n f i ó d i v e r sas m i s i o n e s d i p l o m á t i c a s , e n u n a d e las c u a l e s fue a V e n e c i a . E n t r e 1489 y 1492 e s c r i b i ó sus Memorias, pensadas como materiales preparatorios para u n a o b r a e n latín, q u e t e n í a q u e redactar A n g e l o C a t o , arzobispo d e V i e n a . L o s libros I-VI están dedicados a Luis X I . L o s libros V I I y V I I I , q u e n a r r a n l a e x p e d i c i ó n a I t a l i a , f u e r o n e s c r i t o s e n t r e 1495 y 1498. N o s d i c e C o m m y n e s q u e , m e d i a n t e esta o b r a , «se p o d r á conocer la g r a n d e z a del p r í n c i p e » , p e r o n u n c a p i e r d e d e v i s t a la p r e o c u p a c i ó n d e h a c e r s u p r o p i a apología. Pocos príncipes protegieron o estimularon a tantos historiógrafos c o m o l o s d u q u e s d e B o r g o ñ a . D e l a lista d e los c r o n i s t a s d e s t a c a n l o s n o m b r e s de Monstrelet, Mathieu d'Escouchy, Jacques du Clercq, Jean de Wavrin, Georges Chastellain, Olivier de L a M a r c h e y J e a n Molinet. A l g u n o s de ellos o s t e n t a b a n a m e n u d o a l t a s f u n c i o n e s e n la c o r t e , t a l e s c o m o J e a n L e F é v r e ( t 1468), h e r a l d o d e a r m a s d e la o r d e n del Toisón d e O r o , o cierto Chastellain (1405-1475), p r i m e r o e n c a r g a d o d e la g u a r d a y distribución del p a n , m á s tarde historiógrafo, cronista gratificado con u n a pensión anual de 657 l i b r a s , o i n c l u s o O l i v i e r d e L a M a r c h e ( h a c i a 1 4 2 5 - 1 5 0 2 ) , h o m b r e d e armas y maestro de ceremonias. Su misión estaba claramente definida: «rec o g e r e n f o r m a d e c r ó n i c a l o s h e c h o s n o t a b l e s , d i g n o s d e ser r e c o r d a d o s , q u e h a y a n o c u r r i d o y q u e p u e d a n o c u r r i r e n el f u t u r o » . P o d í a s u c e d e r q u e , c o n e s t e o b j e t i v o , los p r í n c i p e s l e s a b r i e s e n s u s a r c h i v o s , t a l c o m o h i z o C a r l o s el T e m e r a r i o p a r a J e a n d e W a v r i n . S e e s p e r a b a d e los c r o n i s t a s , p o r l o m e n o s , d o s t i p o s d e s e r v i c i o s . P r i m e r o , e x a l t a r las h a z a ñ a s d e l o s p r í n c i p e s y d e s u d i n a s t í a , c o m o M o l i n e t , q u e q u i e r e h o n r a r «la m u y i l u s t r e y r e f u l g e n t e c a s a d e B o r g o ñ a » y l a n z a u n a n a t e m a c o n t r a sus e n e m i g o s . A d e m á s , c o n t r i b u i r a l a c o h e s i ó n d e l o s E s t a d o s b o r g o ñ e s e s , c o n j u n t o h e t e r o g é n e o y d e r e c i e n t e c o n s t i t u c i ó n , inv o c a n d o a n t e c e d e n t e s h i s t ó r i c o s , c o m o el r e i n o b u r g u n d i o o el r e i n o b o r g o ñ ó n d e l siglo X. E l i n t e r é s m u y a c e n t u a d o p o r el p a s a d o d e las p r o v i n cias r e c i e n t e m e n t e i n t e g r a d a s , c o m o H o l a n d a , F r i s i a o B r a b a n t e , r e v e l a l a m i s m a p r e o c u p a c i ó n . E l d i s c u r s o h i s t o r i o g r á f i c o p e r m i t e c o l o c a r b a j o el sign o d e la n e c e s i d a d las felices a d q u i s i c i o n e s t e r r i t o r i a l e s r e a l i z a d a s p o r F e l i p e el B u e n o , o f r e c i e n d o u n a v e r s i ó n conforme d e sus o r í g e n e s y d e s u vinc u l a c i ó n al c o n j u n t o b o r g o ñ ó n . T a m b i é n e n B r e t a ñ a a p a r e c e n l o s c r o n i s t a s oficiales, a u n q u e u n p o c o m á s t a r d í a m e n t e q u e e n B o r g o ñ a . T o d a v í a a finales d e l siglo XIV, el t r a b a j o h i s t o r i o g r á f i c o se c o n f í a a c l é r i g o s sin d i r e c t a r e l a c i ó n c o n l a c o r t e d u c a l . L o p r u e b a la Chronique de Saint-Brieuc, r e d a c t a d a e n t r e 1389 y 1416 p o r u n c a n ó n i g o , q u e b e b e e n las f u e n t e s d e las a n t i g u a s t r a d i c i o n e s a c e r c a d e los orígenes b r e t o n e s . N o s i n f o r m a m á s , a u n q u e i n v o l u n t a r i a m e n t e , acerca d e su p r o p i a m e n t a l i d a d q u e acerca del p a s a d o d e la provincia. D u r a n t e el g o b i e r n o d e J u a n V d e s t a c a G u i l l e r m o G r u e l , a u t o r d e l a Chronique d'Arthur de Richmond, al q u e h a b í a s e g u i d o d u r a n t e u n a p a r t e d e su existencia. E s u n panegírico del condestable, q u e acumula «flagrantes error e s , a p r e c i a c i o n e s falsas, l a g u n a s c o n s i d e r a b l e s » y q u e silencia l o s e p i s o d i o s m o l e s t o s . G r u e l , b a s t a n t e b i e n i n f o r m a d o a c e r c a d e las o p e r a c i o n e s m i l i t a r e s , t r a t a los a c o n t e c i m i e n t o s d i p l o m á t i c o s d e m a n e r a d e s e n v u e l t a : « Y a c o r d a r o n lo q u e les p a r e c i ó o p o r t u n o » , s i r v e d e análisis p a r a las c l á u s u l a s 53

d e u n t r a t a d o . Sólo a partir d e los r e i n a d o s de Francisco II y d e A n a d e B r e t a ñ a p o d e m o s h a b l a r d e h i s t o r i a d o r e s oficiales. D e s p u é s d e J e a n d e Saint Paul ( t después d e 1476), cuya narración incide sobre t o d o acerca d e l a g u e r r a e n t r e Blois y M o n t f o r t , h a y q u e c i t a r a F i e r r e L e B a u d , c a n ó n i g o d e V i t r é , c o n s e j e r o y l i m o s n e r o d e la d u q u e s a A n a , q u i e n e n 1498 le e n c a r g ó q u e e s c r i b i e r a la h i s t o r i a d e B r e t a ñ a . R e c u p e r a m u c h a s d e las a n t i guas leyendas, pero también sabe apoyarse en d o c u m e n t o s auténticos. Su f a m a es m e n o s q u e la d e A l a i n B o u c h a r t , a b o g a d o e n el P a r l a m e n t o d e B r e t a ñ a , secretario d e Francisco I I , e s t i m u l a d o p o r la d u q u e s a A n a d u r a n t e la r e d a c c i ó n d e sus Grandes Chroniques de Bretaigne ( 1 5 1 4 ) . L a Épistole, que sirve d e inicio al l i b r o , d e l a c u a l d a m o s f r a g m e n t o s e n el a n e x o , es m u y r e v e l a d o r a d e su concepto de la historia, en algunos aspectos m e d i e v a l , r e n a c e n t i s t a e n o t r o s . C o n m e m o r a c i ó n d e las « c o s a s d i g n a s d e r e c o r d a r » , l a h i s t o r i a es t a m b i é n u n a l e c c i ó n m o r a l q u e n o s p e r m i t e v e r « c ó m o h a n llegado a suceder unos y otros haciendo bien o haciendo mal». Escribirla const i t u y e u n a m i s i ó n c o n r e s p e c t o al p a í s n a t a l , al q u e h a y q u e d e v o l v e r el r e c u e r d o d e sus o r í g e n e s , d a d o q u e se c a r e c e d e « t e x t o c o m p l e t o a c e r c a d e l noble país bretón». Enraizado en un sentimiento nacional profundo («yo q u e soy b r e t ó n , d e B r e t a ñ a , h e q u e r i d o e x a m i n a r las h i s t o r i a s a n t i g u a s y las c r ó n i c a s » ) , el t r a b a j o h i s t o r i o g r á f i c o d e B o u c h a r t c o n t i e n e t r e s t i e m p o s p r i n c i p a l e s : i n v e s t i g a c i ó n , c o m p i l a c i ó n y síntesis r e s u m i d a . I n v e s t i g a c i ó n , d o n d e se h a n c o n s e r v a d o « v i e j o s v o l ú m e n e s y r e g i s t r o s » ( ¿ e n l o s m o n a s t e r i o s , c o m o el d e L e B a u d e n S a i n t - M a t h i e u d e F i n e t e r r e ; e n l a c a n c i l l e r í a d u c a l ? ) . C o m p i l a c i ó n : «y lo q u e y o h a y a p o d i d o e n c o n t r a r y e x t r a e r , lo h e p u e s t o p o r escrito d e m a n e r a r e s u m i d a » . A l a i n B o u c h a r t t a n p r o n t o resum e los t e x t o s c o m o se i m p o n e c i t a r l o s e x a c t a m e n t e , i n c l u y e n d o e n su o b r a , n o s d i c e , « s e n t e n c i a s , t a l e s c o m o las h e e n c o n t r a d o sin a ñ a d i r n a d a p o r e s c r i t o q u e n o h a y a visto y l e í d o » . C o n f í a p a r a los a c o n t e c i m i e n t o s r e c i e n t e s e n los t e s t i m o n i o s o r a l e s , y r e c o g e u n a p a r t e d e su i n f o r m a c i ó n « d e l o q u e l o s a n c i a n o s le h a n d i c h o e i n f o r m a d o » . S í n t e s i s , e n fin, q u e B o u c h a r t c o n c i b e c o m o u n a n a r r a c i ó n o r d e n a d a s i g u i e n d o el d e s a r r o l l o d e los r e i n a d o s . E s t a b l e c i ó « o r d e n a d a m e n t e l o s n o m b r e s d e los r e y e s , d u q u e s y p r í n c i p e s d e este n o b l e país» hasta Francisco I I . U n a o b r a d e este tipo m e r e c e , e n su o p i n i ó n , el n o m b r e d e crónica. S e t r a t a d e u n g é n e r o n o b l e , q u e r e l a t a los hechos y gestos de tiempos diversos, p o r o p o s i c i ó n a la historia, q u e se l i m i t a a n a r r a r los hechos presentes al escritor. D e la d e p e n d e n c i a d e la h i s t o r i a c o n r e s p e c t o al p o d e r se d e r i v a n m u c h a s s e r v i d u m b r e s p a r a el m e m o r i a l i s t a : l a e s t r e c h e z d e s u c a m p o d e v i s i ó n ( q u e s e l i m i t a a los h e c h o s m i l i t a r e s , a l a v i d a d e l a c o r t e y a las g r a n d e s c e r e m o n i a s religiosas o civiles, i g n o r a n d o p o r c o m p l e t o al p u e b l o ) , la u t i l i z a c i ó n d e l estilo n o b l e ( o la a m p u l o s a e s c r i t u r a d e l o s b o r g o ñ e s e s , o l a i m i t a c i ó n d e los a u t o r e s a n t i g u o s c o m o T h o m a s B a s i n ) , y , f i n a l m e n t e , t o m a r p a r t i d o p o r el p r í n c i p e q u e e n c a r g a b a la o b r a o q u e , p o r l o m e n o s , l a financiaba. N o h a y q u e fiarse d e m a s i a d o d e los p r i n c i p i o s e n u n c i a d o s p o r l o s c r o n i s t a s . C h a s t e l l a i n d i c e q u e q u i e r e e v i t a r la a d u l a c i ó n servil, p e r o es u n a v o z a i s l a d a e n el c o r o d e l o s p a n e g i r i s t a s b o r g o ñ e s e s . E n c u a n t o a B a s i n y C o m m y n e s , u n o y o t r o s e e r i g e n e n c a m p e o n e s d e la v e r d a d . E s c u c h e m o s c ó m o B a s i n d e f i n e su m i s i ó n e n el p r e f a c i o a la Histoire de Charles VII: « e s cribir y t r a n s m i t i r a l a p o s t e r i d a d , e n f o r m a d e a u t é n t i c o s r e l a t o s , la h i s t o -

r i a d e l p a s a d o y s o b r e t o d o la v i d a d e l o s p e r s o n a j e s i l u s t r e s » . Y c e n s u r a r a los a d u l a d o r e s q u e son legión: « P e r o son m u c h o s los q u e escriben tales r e l a t o s m á s c o n la e s p e r a n z a d e u n b e n e f i c i o , o p a r a g a n a r s e c o n la a d u l a c i ó n el f a v o r d e l v u l g a r i g n o r a n t e , d e l o s r e y e s o d e l o s p r í n c i p e s , q u e p o r el a r d i e n t e d e s e o d e p r o c l a m a r y s a c a r a la l u z l a v e r d a d . » I m b u i d o d e sus r e s p o n s a b i l i d a d e s c o n r e s p e c t o a las f u t u r a s g e n e r a c i o n e s , se a s i g n a c o m o t a r e a el r e l a t a r a q u e l l o d e l o q u e h a s i d o « t e s t i g o o c u l a r » y lo q u e h a s a b i d o « p o r a u t o r e s al a b r i g o d e t o d a s o s p e c h a » . E s c u c h e m o s a C o m m y n e s , q u e q u i e r e h a b l a r «lo m á s c e r c a p o s i b l e d e l a v e r d a d » , sin o c u l t a r c i e r t a s debilidades de Luis X I , e n cuyo e n t o r n o h a vivido d u r a n t e m u c h o s a ñ o s , p e r o c o n c e d i é n d o l e a l a v e z el l u g a r e m i n e n t e q u e se m e r e c e e n t r e l o s s o b e r a n o s d e su t i e m p o , y a q u e n o h a c o n o c i d o «ningún príncipe q u e , e n su c o n j u n t o , h a y a t e n i d o m e n o s vicios q u e él». F r e c u e n t e m e n t e , las o b r a s n o se c o r r e s p o n d e n c o n los principios. S o n a b u n d a n t e s los silencios h á b i l e s y las v e r s i o n e s p a r t i d i s t a s d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s , c o m o c u a n d o a t r i b u y e n el a s e s i n a t o d e L u i s d e O r l e a n s ( e n 1407) n o a l o s s e c u a c e s d e J u a n Sin M i e d o , s i n o a u n v i e n t o a d v e r s o q u e p r e c i p i t ó al p r í n c i p e e n t i e r r a . S e l a n z a n c o n t r a J u a n a d e A r c o y c o n t r a a q u e l l o s q u e l a s i g u i e r o n : «ellos creyeron que era cosa angélica aquella que tenía el diablo en su seno» (Livre des trahisons de France envers la maison de Bourgogne). A l a i n B o u c h a r t , p o r s u p a r t e , t o m a e x p l í c i t a m e n t e p a r t i d o e n c o n t r a d e P i e r r e L a n d a i s , el t o d o p o d e r o s o t e s o r e r o d e F r a n c i s c o I I d e B r e t a ña, cuya vertiente de advenedizo le repugna. D e m a n e r a más discreta, C o m m y n e s tiene silencios llenos d e significado, p o r e j e m p l o c u a n d o relega entre bastidores aquellos q u e le suplantaron cerca de Luis X I , después de 1 4 7 7 . E n s u s r e l a t o s p a r a l e l o s d e l r e y d e F r a n c i a y d e C a r l o s el T e m e r a r i o , o t o r g a t o d o s l o s s i g n o s d e s u p e r i o r i d a d al p r i m e r o , m i e n t r a s q u e a b r u m a al s e g u n d o : m a l s o l d a d o , m a l t á c t i c o , a p a s i o n a d a m e n t e v e n g a t i v o e n l o q u e r e s p e c t a a las c i u d a d e s r e b e l d e s ; e n r e s u m e n , « p r í n c i p e d e l f r a c a s o » , c u y o d e s m e s u r a d o o r g u l l o d e s e n c a d e n a l a v e n g a n z a d i v i n a . ¿ N o fue s i m p l e m e n t e el s e n t i d o c o m ú n l o q u e l l e v ó a C o m m y n e s a a b a n d o n a r a u n s e ñ o r así p a r a u n i r s e al r e y d e F r a n c i a ? O t r a p r u e b a , t a m b i é n reveladora del escaso grado de objetividad de C o m m y n e s - y de Basin, consiste e n confrontar sus apreciaciones acerca de Luis X I . Q u e haya divergencias acerca del balance del conjunto del reinad o , se p u e d e c o m p r e n d e r : si C o m m y n e s t i e n e u n a o p i n i ó n f a v o r a b l e , B a sin, p o r el c o n t r a r i o , e s d e los m á s e x p e d i t i v o s e n su « B r i é v e E p i t a p h e d e Louis».

«Insigne bribón conocido desde aquí hasta los infiernos. A b o m i n a b l e tirano de un pueblo admirable.»

P e r o es s o r p r e n d e n t e q u e l o s d o s a u t o r e s j u z g u e n d e m a n e r a t a n difer e n t e la v e s t i m e n t a d e l s o b e r a n o : m o d e s t a e n e x c e s o s e g ú n su a n t i g u o c h a m b e l á n ; g r o t e s c a e i n d i g n a d e u n r e y p a r a el o b i s p o L i s i e u x : « S e h a b r í a podido pensar en u n bufón o en u n b o r r a c h o , m á s q u e en u n rey o en u n a p e r s o n a d e distinción.» Sería a b u r r i d o seguir la confrontación e n t r e estos d o s t e s t i g o s , s i e m p r e e n d e s a c u e r d o a c e r c a d e casi t o d o . 55

54

d e u n t r a t a d o . Sólo a partir d e los r e i n a d o s de Francisco II y d e A n a d e B r e t a ñ a p o d e m o s h a b l a r d e h i s t o r i a d o r e s oficiales. D e s p u é s d e J e a n d e Saint Paul ( t después d e 1476), cuya narración incide sobre t o d o acerca d e l a g u e r r a e n t r e Blois y M o n t f o r t , h a y q u e c i t a r a F i e r r e L e B a u d , c a n ó n i g o d e V i t r é , c o n s e j e r o y l i m o s n e r o d e la d u q u e s a A n a , q u i e n e n 1498 le e n c a r g ó q u e e s c r i b i e r a la h i s t o r i a d e B r e t a ñ a . R e c u p e r a m u c h a s d e las a n t i guas leyendas, pero también sabe apoyarse en d o c u m e n t o s auténticos. Su f a m a es m e n o s q u e la d e A l a i n B o u c h a r t , a b o g a d o e n el P a r l a m e n t o d e B r e t a ñ a , secretario d e Francisco I I , e s t i m u l a d o p o r la d u q u e s a A n a d u r a n t e la r e d a c c i ó n d e sus Grandes Chroniques de Bretaigne ( 1 5 1 4 ) . L a Épistole, que sirve d e inicio al l i b r o , d e l a c u a l d a m o s f r a g m e n t o s e n el a n e x o , es m u y r e v e l a d o r a d e su concepto de la historia, en algunos aspectos m e d i e v a l , r e n a c e n t i s t a e n o t r o s . C o n m e m o r a c i ó n d e las « c o s a s d i g n a s d e r e c o r d a r » , l a h i s t o r i a es t a m b i é n u n a l e c c i ó n m o r a l q u e n o s p e r m i t e v e r « c ó m o h a n llegado a suceder unos y otros haciendo bien o haciendo mal». Escribirla const i t u y e u n a m i s i ó n c o n r e s p e c t o al p a í s n a t a l , al q u e h a y q u e d e v o l v e r el r e c u e r d o d e sus o r í g e n e s , d a d o q u e se c a r e c e d e « t e x t o c o m p l e t o a c e r c a d e l noble país bretón». Enraizado en un sentimiento nacional profundo («yo q u e soy b r e t ó n , d e B r e t a ñ a , h e q u e r i d o e x a m i n a r las h i s t o r i a s a n t i g u a s y las c r ó n i c a s » ) , el t r a b a j o h i s t o r i o g r á f i c o d e B o u c h a r t c o n t i e n e t r e s t i e m p o s p r i n c i p a l e s : i n v e s t i g a c i ó n , c o m p i l a c i ó n y síntesis r e s u m i d a . I n v e s t i g a c i ó n , d o n d e se h a n c o n s e r v a d o « v i e j o s v o l ú m e n e s y r e g i s t r o s » ( ¿ e n l o s m o n a s t e r i o s , c o m o el d e L e B a u d e n S a i n t - M a t h i e u d e F i n e t e r r e ; e n l a c a n c i l l e r í a d u c a l ? ) . C o m p i l a c i ó n : «y lo q u e y o h a y a p o d i d o e n c o n t r a r y e x t r a e r , lo h e p u e s t o p o r escrito d e m a n e r a r e s u m i d a » . A l a i n B o u c h a r t t a n p r o n t o resum e los t e x t o s c o m o se i m p o n e c i t a r l o s e x a c t a m e n t e , i n c l u y e n d o e n su o b r a , n o s d i c e , « s e n t e n c i a s , t a l e s c o m o las h e e n c o n t r a d o sin a ñ a d i r n a d a p o r e s c r i t o q u e n o h a y a visto y l e í d o » . C o n f í a p a r a los a c o n t e c i m i e n t o s r e c i e n t e s e n los t e s t i m o n i o s o r a l e s , y r e c o g e u n a p a r t e d e su i n f o r m a c i ó n « d e l o q u e l o s a n c i a n o s le h a n d i c h o e i n f o r m a d o » . S í n t e s i s , e n fin, q u e B o u c h a r t c o n c i b e c o m o u n a n a r r a c i ó n o r d e n a d a s i g u i e n d o el d e s a r r o l l o d e los r e i n a d o s . E s t a b l e c i ó « o r d e n a d a m e n t e l o s n o m b r e s d e los r e y e s , d u q u e s y p r í n c i p e s d e este n o b l e país» hasta Francisco I I . U n a o b r a d e este tipo m e r e c e , e n su o p i n i ó n , el n o m b r e d e crónica. S e t r a t a d e u n g é n e r o n o b l e , q u e r e l a t a los hechos y gestos de tiempos diversos, p o r o p o s i c i ó n a la historia, q u e se l i m i t a a n a r r a r los hechos presentes al escritor. D e la d e p e n d e n c i a d e la h i s t o r i a c o n r e s p e c t o al p o d e r se d e r i v a n m u c h a s s e r v i d u m b r e s p a r a el m e m o r i a l i s t a : l a e s t r e c h e z d e s u c a m p o d e v i s i ó n ( q u e s e l i m i t a a los h e c h o s m i l i t a r e s , a l a v i d a d e l a c o r t e y a las g r a n d e s c e r e m o n i a s religiosas o civiles, i g n o r a n d o p o r c o m p l e t o al p u e b l o ) , la u t i l i z a c i ó n d e l estilo n o b l e ( o la a m p u l o s a e s c r i t u r a d e l o s b o r g o ñ e s e s , o l a i m i t a c i ó n d e los a u t o r e s a n t i g u o s c o m o T h o m a s B a s i n ) , y , f i n a l m e n t e , t o m a r p a r t i d o p o r el p r í n c i p e q u e e n c a r g a b a la o b r a o q u e , p o r l o m e n o s , l a financiaba. N o h a y q u e fiarse d e m a s i a d o d e los p r i n c i p i o s e n u n c i a d o s p o r l o s c r o n i s t a s . C h a s t e l l a i n d i c e q u e q u i e r e e v i t a r la a d u l a c i ó n servil, p e r o es u n a v o z a i s l a d a e n el c o r o d e l o s p a n e g i r i s t a s b o r g o ñ e s e s . E n c u a n t o a B a s i n y C o m m y n e s , u n o y o t r o s e e r i g e n e n c a m p e o n e s d e la v e r d a d . E s c u c h e m o s c ó m o B a s i n d e f i n e su m i s i ó n e n el p r e f a c i o a la Histoire de Charles VII: « e s cribir y t r a n s m i t i r a l a p o s t e r i d a d , e n f o r m a d e a u t é n t i c o s r e l a t o s , la h i s t o -

r i a d e l p a s a d o y s o b r e t o d o la v i d a d e l o s p e r s o n a j e s i l u s t r e s » . Y c e n s u r a r a los a d u l a d o r e s q u e son legión: « P e r o son m u c h o s los q u e escriben tales r e l a t o s m á s c o n la e s p e r a n z a d e u n b e n e f i c i o , o p a r a g a n a r s e c o n la a d u l a c i ó n el f a v o r d e l v u l g a r i g n o r a n t e , d e l o s r e y e s o d e l o s p r í n c i p e s , q u e p o r el a r d i e n t e d e s e o d e p r o c l a m a r y s a c a r a la l u z l a v e r d a d . » I m b u i d o d e sus r e s p o n s a b i l i d a d e s c o n r e s p e c t o a las f u t u r a s g e n e r a c i o n e s , se a s i g n a c o m o t a r e a el r e l a t a r a q u e l l o d e l o q u e h a s i d o « t e s t i g o o c u l a r » y lo q u e h a s a b i d o « p o r a u t o r e s al a b r i g o d e t o d a s o s p e c h a » . E s c u c h e m o s a C o m m y n e s , q u e q u i e r e h a b l a r «lo m á s c e r c a p o s i b l e d e l a v e r d a d » , sin o c u l t a r c i e r t a s debilidades de Luis X I , e n cuyo e n t o r n o h a vivido d u r a n t e m u c h o s a ñ o s , p e r o c o n c e d i é n d o l e a l a v e z el l u g a r e m i n e n t e q u e se m e r e c e e n t r e l o s s o b e r a n o s d e su t i e m p o , y a q u e n o h a c o n o c i d o «ningún príncipe q u e , e n su c o n j u n t o , h a y a t e n i d o m e n o s vicios q u e él». F r e c u e n t e m e n t e , las o b r a s n o se c o r r e s p o n d e n c o n los principios. S o n a b u n d a n t e s los silencios h á b i l e s y las v e r s i o n e s p a r t i d i s t a s d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s , c o m o c u a n d o a t r i b u y e n el a s e s i n a t o d e L u i s d e O r l e a n s ( e n 1407) n o a l o s s e c u a c e s d e J u a n Sin M i e d o , s i n o a u n v i e n t o a d v e r s o q u e p r e c i p i t ó al p r í n c i p e e n t i e r r a . S e l a n z a n c o n t r a J u a n a d e A r c o y c o n t r a a q u e l l o s q u e l a s i g u i e r o n : «ellos creyeron que era cosa angélica aquella que tenía el diablo en su seno» (Livre des trahisons de France envers la maison de Bourgogne). A l a i n B o u c h a r t , p o r s u p a r t e , t o m a e x p l í c i t a m e n t e p a r t i d o e n c o n t r a d e P i e r r e L a n d a i s , el t o d o p o d e r o s o t e s o r e r o d e F r a n c i s c o I I d e B r e t a ña, cuya vertiente de advenedizo le repugna. D e m a n e r a más discreta, C o m m y n e s tiene silencios llenos d e significado, p o r e j e m p l o c u a n d o relega entre bastidores aquellos q u e le suplantaron cerca de Luis X I , después de 1 4 7 7 . E n s u s r e l a t o s p a r a l e l o s d e l r e y d e F r a n c i a y d e C a r l o s el T e m e r a r i o , o t o r g a t o d o s l o s s i g n o s d e s u p e r i o r i d a d al p r i m e r o , m i e n t r a s q u e a b r u m a al s e g u n d o : m a l s o l d a d o , m a l t á c t i c o , a p a s i o n a d a m e n t e v e n g a t i v o e n l o q u e r e s p e c t a a las c i u d a d e s r e b e l d e s ; e n r e s u m e n , « p r í n c i p e d e l f r a c a s o » , c u y o d e s m e s u r a d o o r g u l l o d e s e n c a d e n a l a v e n g a n z a d i v i n a . ¿ N o fue s i m p l e m e n t e el s e n t i d o c o m ú n l o q u e l l e v ó a C o m m y n e s a a b a n d o n a r a u n s e ñ o r así p a r a u n i r s e al r e y d e F r a n c i a ? O t r a p r u e b a , t a m b i é n reveladora del escaso grado de objetividad de C o m m y n e s - y de Basin, consiste e n confrontar sus apreciaciones acerca de Luis X I . Q u e haya divergencias acerca del balance del conjunto del reinad o , se p u e d e c o m p r e n d e r : si C o m m y n e s t i e n e u n a o p i n i ó n f a v o r a b l e , B a sin, p o r el c o n t r a r i o , e s d e los m á s e x p e d i t i v o s e n su « B r i é v e E p i t a p h e d e Louis».

«Insigne bribón conocido desde aquí hasta los infiernos. A b o m i n a b l e tirano de un pueblo admirable.»

P e r o es s o r p r e n d e n t e q u e l o s d o s a u t o r e s j u z g u e n d e m a n e r a t a n difer e n t e la v e s t i m e n t a d e l s o b e r a n o : m o d e s t a e n e x c e s o s e g ú n su a n t i g u o c h a m b e l á n ; g r o t e s c a e i n d i g n a d e u n r e y p a r a el o b i s p o L i s i e u x : « S e h a b r í a podido pensar en u n bufón o en u n b o r r a c h o , m á s q u e en u n rey o en u n a p e r s o n a d e distinción.» Sería a b u r r i d o seguir la confrontación e n t r e estos d o s t e s t i g o s , s i e m p r e e n d e s a c u e r d o a c e r c a d e casi t o d o . 55

54

3.

U N A D I F E R E N T E PERCEPCIÓN D E LAS REALIDADES POLÍTICAS Y MILITARES

E n e s t e - c a m p o , la o p o s i c i ó n se s i t ú a , p o r u n a p a r t e , e n t r e los c r o n i s t a s b o r g o ñ e s e s , t o d a v í a p r i s i o n e r o s d e l s u e ñ o c a b a l l e r e s c o y, p o r o t r a , e n B a sin y C o m m y n e s , m u c h o m á s q u e e n el r e l a t o d e las p r á c t i c a s p o l í t i c a s y g u e r r e r a s . E n t r e e s t o s ú l t i m o s se o p e r a u n c i e r t o d i s t a n c i a m i e n t o c o n r e s p e c t o al o b j e t o d e l q u e t r a t a n , a c t i t u d q u e a n u n c i a los t i e m p o s m o d e r n o s , al c o n s i d e r a r al p a s a d o c o m o o b j e t o d i s t a n c i a d o d e l h i s t o r i a d o r . E x a m i n a m o s p r i m e r o c ó m o se e v o c a l a v i d a d e c o r t e . D e l l a d o b o r g o ñ ó n , asistimos a la «puesta en escena de u n s u e ñ o » . N o h a y m á s q u e torn e o s , fiestas, b a n q u e t e s y e n t r a d a s p r i n c i p e s c a s d e h e r m é t i c o s i m b o l i s m o , t o d o ello r e l a t a d o c o n t o d o l u j o d e d e t a l l e s . O l i v i e r d e L a M a r c h e d e d i c a l a m i t a d d e s u r e l a t o d e l r e m a d o d e l T e m e r a r i o , q u e t i e n e d o s c i e n t a s cinc u e n t a p á g i n a s , a la b o d a d e l d u q u e c o n M a r g a r i t a d e Y o r k . ¡ N e c e s i t ó n o m e n o s d e s e s e n t a p á g i n a s p a r a r e l a t a r el f a m o s o b a n q u e t e d e l faisán q u e t u v o l u g a r e n Lille e n 1454! P o r el c o n t r a r i o , e n C o m m y n e s n o q u e d a g r a n c o s a d e e s t e c e r e m o n i a l a r i s t o c r á t i c o . L a s fiestas s e r e l a t a n b r e v e m e n t e , l a a l e g r í a q u e se d e s p r e n d e d e ellas es e f e c t i v a m e n t e r e l a t i v a e n u n m u n d o v i o l e n t o e n el q u e los p r í n c i p e s sin e s c r ú p u l o s i n t e n t a n d e s t r u i r s e . L a s p a r a d a s principescas son m á s c a r a s q u e e s c o n d e n sórdidos m a n e j o s ; los grandes matrimonios n o son más que transacciones interesadas. P o r añadidura, e s t o s f e s t e j o s s o n r u i n o s o s p a r a el E s t a d o y c o r r u p t o r e s p a r a los p r í n c i p e s , y a q u e d e g r a d a n y d e b i l i t a n el c a r á c t e r y l a i n t e l i g e n c i a . E n c o n t r a m o s el m i s m o c o n t r a s t e c u a n d o se t r a t a d e la g u e r r a . L o s c r o nistas b o r g o ñ e s e s exaltan los «grandes h e c h o s d e a r m a s » c o n i n a g o t a b l e p r o l i j i d a d ( o c h e n t a p á g i n a s p a r a el sitio d i r i g i d o p o r N e u s s e n M o l i n e t ) . E v o c a n c o m p l a c i d a m e n t e l o s h o r r o r e s d e la g u e r r a a t r a v é s d e i m á g e n e s estereotipadas de débil carga emocional: «unos m o r í a n de h a m b r e , otros se p u d r í a n e n la m i s e r i a » ( M o l i n e t ) . C o m m y n e s , p o r su p a r t e , es m e n o s e l o c u e n t e a c e r c a d e las o p e r a c i o n e s m i l i t a r e s ; se c i r c u n s c r i b e b á s i c a m e n t e a los t r a t a d o s d i p l o m á t i c o s y a la e v o l u c i ó n d e l d e s a r r o l l o d e las f u e r z a s ; m á s q u e c e l e b r a r los g r a n d e s h e c h o s d e a r m a s n o s m u e s t r a a l o s c o m b a t i e n t e s e n l u c h a c o n el h a m b r e , el frío y el b a r r o ( c o n o c a s i ó n d e las g u e r r a s d e I t a l i a ) . E n s u s Memorias y a n o se r e a l i z a n h e r o i c a s l o c u r a s , n o se p r o n u n cian h i s t ó r i c a s frases e n p l e n a b a t a l l a , la « g u e r r a y a n o es u n a c o s a a l e g r e » . R e i n a l a fría m i r a d a d e l m e m o r i a l i s t a , q u e se c o m p l a c e e n m i n i m i z a r los éxitos. T h o m a s Basin da p r u e b a s d e u n a perspicacia igual c u a n d o n o s relata la o c u p a c i ó n i n g l e s a d e N o r m a n d í a . Su e v o c a c i ó n d e l o s c a m p o s d e v a s t a d o s , h a c i a 1420, es d e lo m á s d e s g a r r a d o r . E n 1436, e s t a l l a el l e v a n t a m i e n t o d e los c a m p e s i n o s d e C a u x , a g o t a d o s p o r el a u m e n t o d e la p r e s i ó n fiscal. P e r o n o e n c o n t r a r o n ningún a p o y o p o r p a r t e d e los « h o m b r e s d e a r m a s franceses o d e los s e ñ o r e s d e l p a í s q u e a c u d i e r o n a e s t o s p a r a j e s » . C o n s o r p r e n d e n t e l u c i d e z , B a s i n n o s r e v e l a el m o t i v o : « E l l o s (los n o b l e s ) e n v i d i a b a n al p u e b l o p o r h a b e r i n i c i a d o t a n b i e n la a c c i ó n » , c u y o é x i t o h a b r í a a m e n a z a d o su p r o p i o p o d e r e n el f u t u r o . E s t a s l í n e a s , d e la m i s m a m a n e r a q u e ciertas páginas d e C o m m y n e s , nos p e r m i t e n p e n s a r q u e la historiografía f r a n c e s a d e fines d e l siglo X V h a b í a a l c a n z a d o a q u e l « m o m e n t o m a q u i a v é lico» a p a r t i r d e l c u a l se p l a n t e a c o m o p r i n c i p a l m i s i ó n el a n a l i z a r l o s c o m 56

p i e j o s j u e g o s d e l a v i d a p o l í t i c a , d e j a n d o d e l a d o el d e s c i f r a r l o s m e n s a j e s e n v i a d o s p o r D i o s a los h o m b r e s a través d e los a c o n t e c i m i e n t o s . C o m m y n e s s o b r e t o d o e s el d i g n o c o n t e m p o r á n e o d e M a q u i a v e l o . L e i n t e r e s a n los análisis d e p s i c o l o g í a c o m p a r a d a d e l o s p u e b l o s , se m u e s t r a m u y s e n s i b l e a las r e l a c i o n e s d e f u e r z a s e n t r e l o s e s t a d o s q u e se e n f r e n t a n s o b r e el t a b l e r o e u r o p e o , a la v e z q u e q u i e r e d a r l e c c i o n e s a los g o b e r n a n t e s . A p a r t i r d e a h o r a el h i s t o r i a d o r e m p i e z a a t e n e r «su p a p e l d e t é c n i c o - s u s t i t u t o del príncipe» ( M . d e C e r t e a u ) .

4.

L A HISTORIA, «VEHÍCULO PRIVILEGIADO D E L SENTIMIENTO NACIONAL»

D e s d e fines d e l siglo X I V se r e v e l a c l a r a m e n t e e s t a t e n d e n c i a , q u e se r e f u e r z a e n el X V , a l a q u e n o e s a j e n a la g u e r r a f r a n c o - i n g l e s a . N o s lo d e m u e s t r a l a r e d a c c i ó n d e las o b r a s t i t u l a d a s Brevis Tractatus (Tratado Breve) o Compendium (Resumen) q u e a n u n c i a n los f u t u r o s m a n u a l e s d e h i s t o r i a y d e g e o g r a f í a . N o s facilitan c u a d r o s c r o n o l ó g i c o s a c e r c a d e l o s s o b e r a n o s d e F r a n c i a y d e las n a c i o n e s v e c i n a s , j u n t o c o n a l g u n a s c o n s i d e r a c i o n e s r e s p e c t o a la p o t e n c i a r e s p e c t i v a d e s u s r e i n o s . P o r e j e m p l o , el Brevis Tractatus, de E t i e n n e de C o n t y ( t 1413), estudiado p o r Philippe Cont a m i n e , q u e o f r e c e u n c u a d r o d e la c r i s t i a n d a d l a t i n a h a c i a 1 4 0 0 . E n el corazón de ésta, Francia, dividida en tres idiomas (flamenco, b r e t ó n y f r a n c é s ) , c o n c i e n t o u n a c i u d a d e s y m á s d e m i l villas a m u r a l l a d a s . C i u d a d e s c o m o B a r c e l o n a y C r a c o v i a m e r e c e n u n a s p o c a s l í n e a s f u n d a d a s e n los «comentarios d e m u c h o s n o b l e s y m e r c a d e r e s » q u e estuvieron e n ellas. Se e n u m e r a n d e m a n e r a r e s u m i d a los recursos d e los diferentes p a í s e s , tales c o m o l a c e r a y las p i e l e s p o l a c a s . S e r e p a r t e n c e n s u r a s y e l o g i o s e n t r e los d i s t i n t o s p u e b l o s y a p u n t a y a el chauvinismo francés. H a y que destacar que el r e y d e F r a n c i a es c o n s i d e r a d o c o m o «el m á s g r a n d e , el m á s p o d e r o s o , el m á s n o b l e , el m á s s a n t o y el m á s r a z o n a b l e e n t r e t o d o s los r e y e s cristianos». L a elaboración de arquetipos históricos, que más tarde serán recuperad o s p o r l a t r a d i c i ó n e s c o l a r , c o m o las figuras i d e a l e s d e C l o d o v e o ( C l o v i s ) y S a n L u i s , v a e n el m i s m o s e n t i d o . S e g ú n C o l e t t e B e a u n e , fue a p r i n c i p i o s d e l siglo X I V c u a n d o C l o v i s e m p e z ó a ser c o n s i d e r a d o c o m o e l s a n t o f u n d a d o r d e l a m o n a r q u í a f r a n c e s a . E n el siglo x v q u e d a e s t a b l e c i d a ya su i m a g e n c o n l o s r a s g o s s i g u i e n t e s : e n p r i m e r l u g a r , C l o v i s e s u n g u e r r e r o y, e n c o n s e c u e n c i a , e s «el a u t o r d e las f r o n t e r a s f r a n c e s a s t a l c o m o s o n y s e r á n p o r t o d a la e t e r n i d a d » , p e r o es t a m b i é n u n m o n j e p r ó x i m o a l o s p o b r e s . E s el r e y c r i s t i a n í s i m o p o r e x c e l e n c i a , u n g i d o c o n el ó l e o d e l a S a n t a A m p o l l a y c u y a s a r m a s c o n las f l o r e s d e lis p r o c e d e n d e l c i e l o . E n t i e m p o s d e C a r l o s V I L él o s t e n t a « t o d o s l o s a t r i b u t o s d e l a m o n a r q u í a » . F i n a l m e n t e , ciertas obras se a p o y a n e n u n p r o f u n d o sentimiento nacional. Se p u e d e citar, a d e m á s del caso e s t u d i a d o a n t e r i o r m e n t e de A l a i n B o u c h a r t , el d e l h u m a n i s t a R o b e r t G a g u i n , a u t o r d e u n Compendium de Francorum origine et gestis ( 1 4 9 5 ) e n el q u e v i b r a « e l a m o r d e la g l o r i a d e su p a t r i a » . P r o c l a m a m u y a l t o la s u p e r i o r i d a d c u l t u r a l d e F r a n c i a s o b r e I t a l i a , c o n t r a r i a m e n t e a la o p i n i ó n f o r m u l a d a p o r P e t r a r c a e n el siglo a n t e r i o r : «no se p u e d e n buscar o r a d o r e s y p o e t a s fuera d e Italia.» E s angiófobo c o m o 57

3.

U N A D I F E R E N T E PERCEPCIÓN D E LAS REALIDADES POLÍTICAS Y MILITARES

E n e s t e - c a m p o , la o p o s i c i ó n se s i t ú a , p o r u n a p a r t e , e n t r e los c r o n i s t a s b o r g o ñ e s e s , t o d a v í a p r i s i o n e r o s d e l s u e ñ o c a b a l l e r e s c o y, p o r o t r a , e n B a sin y C o m m y n e s , m u c h o m á s q u e e n el r e l a t o d e las p r á c t i c a s p o l í t i c a s y g u e r r e r a s . E n t r e e s t o s ú l t i m o s se o p e r a u n c i e r t o d i s t a n c i a m i e n t o c o n r e s p e c t o al o b j e t o d e l q u e t r a t a n , a c t i t u d q u e a n u n c i a los t i e m p o s m o d e r n o s , al c o n s i d e r a r al p a s a d o c o m o o b j e t o d i s t a n c i a d o d e l h i s t o r i a d o r . E x a m i n a m o s p r i m e r o c ó m o se e v o c a l a v i d a d e c o r t e . D e l l a d o b o r g o ñ ó n , asistimos a la «puesta en escena de u n s u e ñ o » . N o h a y m á s q u e torn e o s , fiestas, b a n q u e t e s y e n t r a d a s p r i n c i p e s c a s d e h e r m é t i c o s i m b o l i s m o , t o d o ello r e l a t a d o c o n t o d o l u j o d e d e t a l l e s . O l i v i e r d e L a M a r c h e d e d i c a l a m i t a d d e s u r e l a t o d e l r e m a d o d e l T e m e r a r i o , q u e t i e n e d o s c i e n t a s cinc u e n t a p á g i n a s , a la b o d a d e l d u q u e c o n M a r g a r i t a d e Y o r k . ¡ N e c e s i t ó n o m e n o s d e s e s e n t a p á g i n a s p a r a r e l a t a r el f a m o s o b a n q u e t e d e l faisán q u e t u v o l u g a r e n Lille e n 1454! P o r el c o n t r a r i o , e n C o m m y n e s n o q u e d a g r a n c o s a d e e s t e c e r e m o n i a l a r i s t o c r á t i c o . L a s fiestas s e r e l a t a n b r e v e m e n t e , l a a l e g r í a q u e se d e s p r e n d e d e ellas es e f e c t i v a m e n t e r e l a t i v a e n u n m u n d o v i o l e n t o e n el q u e los p r í n c i p e s sin e s c r ú p u l o s i n t e n t a n d e s t r u i r s e . L a s p a r a d a s principescas son m á s c a r a s q u e e s c o n d e n sórdidos m a n e j o s ; los grandes matrimonios n o son más que transacciones interesadas. P o r añadidura, e s t o s f e s t e j o s s o n r u i n o s o s p a r a el E s t a d o y c o r r u p t o r e s p a r a los p r í n c i p e s , y a q u e d e g r a d a n y d e b i l i t a n el c a r á c t e r y l a i n t e l i g e n c i a . E n c o n t r a m o s el m i s m o c o n t r a s t e c u a n d o se t r a t a d e la g u e r r a . L o s c r o nistas b o r g o ñ e s e s exaltan los «grandes h e c h o s d e a r m a s » c o n i n a g o t a b l e p r o l i j i d a d ( o c h e n t a p á g i n a s p a r a el sitio d i r i g i d o p o r N e u s s e n M o l i n e t ) . E v o c a n c o m p l a c i d a m e n t e l o s h o r r o r e s d e la g u e r r a a t r a v é s d e i m á g e n e s estereotipadas de débil carga emocional: «unos m o r í a n de h a m b r e , otros se p u d r í a n e n la m i s e r i a » ( M o l i n e t ) . C o m m y n e s , p o r su p a r t e , es m e n o s e l o c u e n t e a c e r c a d e las o p e r a c i o n e s m i l i t a r e s ; se c i r c u n s c r i b e b á s i c a m e n t e a los t r a t a d o s d i p l o m á t i c o s y a la e v o l u c i ó n d e l d e s a r r o l l o d e las f u e r z a s ; m á s q u e c e l e b r a r los g r a n d e s h e c h o s d e a r m a s n o s m u e s t r a a l o s c o m b a t i e n t e s e n l u c h a c o n el h a m b r e , el frío y el b a r r o ( c o n o c a s i ó n d e las g u e r r a s d e I t a l i a ) . E n s u s Memorias y a n o se r e a l i z a n h e r o i c a s l o c u r a s , n o se p r o n u n cian h i s t ó r i c a s frases e n p l e n a b a t a l l a , la « g u e r r a y a n o es u n a c o s a a l e g r e » . R e i n a l a fría m i r a d a d e l m e m o r i a l i s t a , q u e se c o m p l a c e e n m i n i m i z a r los éxitos. T h o m a s Basin da p r u e b a s d e u n a perspicacia igual c u a n d o n o s relata la o c u p a c i ó n i n g l e s a d e N o r m a n d í a . Su e v o c a c i ó n d e l o s c a m p o s d e v a s t a d o s , h a c i a 1420, es d e lo m á s d e s g a r r a d o r . E n 1436, e s t a l l a el l e v a n t a m i e n t o d e los c a m p e s i n o s d e C a u x , a g o t a d o s p o r el a u m e n t o d e la p r e s i ó n fiscal. P e r o n o e n c o n t r a r o n ningún a p o y o p o r p a r t e d e los « h o m b r e s d e a r m a s franceses o d e los s e ñ o r e s d e l p a í s q u e a c u d i e r o n a e s t o s p a r a j e s » . C o n s o r p r e n d e n t e l u c i d e z , B a s i n n o s r e v e l a el m o t i v o : « E l l o s (los n o b l e s ) e n v i d i a b a n al p u e b l o p o r h a b e r i n i c i a d o t a n b i e n la a c c i ó n » , c u y o é x i t o h a b r í a a m e n a z a d o su p r o p i o p o d e r e n el f u t u r o . E s t a s l í n e a s , d e la m i s m a m a n e r a q u e ciertas páginas d e C o m m y n e s , nos p e r m i t e n p e n s a r q u e la historiografía f r a n c e s a d e fines d e l siglo X V h a b í a a l c a n z a d o a q u e l « m o m e n t o m a q u i a v é lico» a p a r t i r d e l c u a l se p l a n t e a c o m o p r i n c i p a l m i s i ó n el a n a l i z a r l o s c o m 56

p i e j o s j u e g o s d e l a v i d a p o l í t i c a , d e j a n d o d e l a d o el d e s c i f r a r l o s m e n s a j e s e n v i a d o s p o r D i o s a los h o m b r e s a través d e los a c o n t e c i m i e n t o s . C o m m y n e s s o b r e t o d o e s el d i g n o c o n t e m p o r á n e o d e M a q u i a v e l o . L e i n t e r e s a n los análisis d e p s i c o l o g í a c o m p a r a d a d e l o s p u e b l o s , se m u e s t r a m u y s e n s i b l e a las r e l a c i o n e s d e f u e r z a s e n t r e l o s e s t a d o s q u e se e n f r e n t a n s o b r e el t a b l e r o e u r o p e o , a la v e z q u e q u i e r e d a r l e c c i o n e s a los g o b e r n a n t e s . A p a r t i r d e a h o r a el h i s t o r i a d o r e m p i e z a a t e n e r «su p a p e l d e t é c n i c o - s u s t i t u t o del príncipe» ( M . d e C e r t e a u ) .

4.

L A HISTORIA, «VEHÍCULO PRIVILEGIADO D E L SENTIMIENTO NACIONAL»

D e s d e fines d e l siglo X I V se r e v e l a c l a r a m e n t e e s t a t e n d e n c i a , q u e se r e f u e r z a e n el X V , a l a q u e n o e s a j e n a la g u e r r a f r a n c o - i n g l e s a . N o s lo d e m u e s t r a l a r e d a c c i ó n d e las o b r a s t i t u l a d a s Brevis Tractatus (Tratado Breve) o Compendium (Resumen) q u e a n u n c i a n los f u t u r o s m a n u a l e s d e h i s t o r i a y d e g e o g r a f í a . N o s facilitan c u a d r o s c r o n o l ó g i c o s a c e r c a d e l o s s o b e r a n o s d e F r a n c i a y d e las n a c i o n e s v e c i n a s , j u n t o c o n a l g u n a s c o n s i d e r a c i o n e s r e s p e c t o a la p o t e n c i a r e s p e c t i v a d e s u s r e i n o s . P o r e j e m p l o , el Brevis Tractatus, de E t i e n n e de C o n t y ( t 1413), estudiado p o r Philippe Cont a m i n e , q u e o f r e c e u n c u a d r o d e la c r i s t i a n d a d l a t i n a h a c i a 1 4 0 0 . E n el corazón de ésta, Francia, dividida en tres idiomas (flamenco, b r e t ó n y f r a n c é s ) , c o n c i e n t o u n a c i u d a d e s y m á s d e m i l villas a m u r a l l a d a s . C i u d a d e s c o m o B a r c e l o n a y C r a c o v i a m e r e c e n u n a s p o c a s l í n e a s f u n d a d a s e n los «comentarios d e m u c h o s n o b l e s y m e r c a d e r e s » q u e estuvieron e n ellas. Se e n u m e r a n d e m a n e r a r e s u m i d a los recursos d e los diferentes p a í s e s , tales c o m o l a c e r a y las p i e l e s p o l a c a s . S e r e p a r t e n c e n s u r a s y e l o g i o s e n t r e los d i s t i n t o s p u e b l o s y a p u n t a y a el chauvinismo francés. H a y que destacar que el r e y d e F r a n c i a es c o n s i d e r a d o c o m o «el m á s g r a n d e , el m á s p o d e r o s o , el m á s n o b l e , el m á s s a n t o y el m á s r a z o n a b l e e n t r e t o d o s los r e y e s cristianos». L a elaboración de arquetipos históricos, que más tarde serán recuperad o s p o r l a t r a d i c i ó n e s c o l a r , c o m o las figuras i d e a l e s d e C l o d o v e o ( C l o v i s ) y S a n L u i s , v a e n el m i s m o s e n t i d o . S e g ú n C o l e t t e B e a u n e , fue a p r i n c i p i o s d e l siglo X I V c u a n d o C l o v i s e m p e z ó a ser c o n s i d e r a d o c o m o e l s a n t o f u n d a d o r d e l a m o n a r q u í a f r a n c e s a . E n el siglo x v q u e d a e s t a b l e c i d a ya su i m a g e n c o n l o s r a s g o s s i g u i e n t e s : e n p r i m e r l u g a r , C l o v i s e s u n g u e r r e r o y, e n c o n s e c u e n c i a , e s «el a u t o r d e las f r o n t e r a s f r a n c e s a s t a l c o m o s o n y s e r á n p o r t o d a la e t e r n i d a d » , p e r o es t a m b i é n u n m o n j e p r ó x i m o a l o s p o b r e s . E s el r e y c r i s t i a n í s i m o p o r e x c e l e n c i a , u n g i d o c o n el ó l e o d e l a S a n t a A m p o l l a y c u y a s a r m a s c o n las f l o r e s d e lis p r o c e d e n d e l c i e l o . E n t i e m p o s d e C a r l o s V I L él o s t e n t a « t o d o s l o s a t r i b u t o s d e l a m o n a r q u í a » . F i n a l m e n t e , ciertas obras se a p o y a n e n u n p r o f u n d o sentimiento nacional. Se p u e d e citar, a d e m á s del caso e s t u d i a d o a n t e r i o r m e n t e de A l a i n B o u c h a r t , el d e l h u m a n i s t a R o b e r t G a g u i n , a u t o r d e u n Compendium de Francorum origine et gestis ( 1 4 9 5 ) e n el q u e v i b r a « e l a m o r d e la g l o r i a d e su p a t r i a » . P r o c l a m a m u y a l t o la s u p e r i o r i d a d c u l t u r a l d e F r a n c i a s o b r e I t a l i a , c o n t r a r i a m e n t e a la o p i n i ó n f o r m u l a d a p o r P e t r a r c a e n el siglo a n t e r i o r : «no se p u e d e n buscar o r a d o r e s y p o e t a s fuera d e Italia.» E s angiófobo c o m o 57

l a m a y o r í a d e sus c o m p a t r i o t a s , j u z g a c o n p o n d e r a c i ó n a l o s c a s t e l l a n o s , d e q u i e n e s a p r e c i a sus v i r t u d e s g u e r r e r a s , a u n q u e s e a n i n f e r i o r e s a las d e l o s f r a n c e s e s , y d a u n a i m a g e n f a v o r a b l e d e los a l e m a n e s , i n v e n t o r e s d e l a i m p r e n t a , y q u e f o r m a n p a r t e d e l o s poetae christiani, c o m o los f r a n c e s e s , e n o p o s i c i ó n a los i t a l i a n o s , i m p r e g n a d o s t o d o s d e p a g a n i s m o a n t i g u o . T a l c o m o lo h a s e ñ a l a d o M i r e i l l e S c h m i d t - C h a z a n ( L e Métier d'histoiren au Mojen Age, d i r e c . B e r n a r d G u e n é e , p p . 2 3 3 - 3 0 1 ) , el s e n t i m i e n t o n a c i o n a l d e G a g u i n a s o c i a al a m o r d e la t i e r r a c a r n a l , c u y a f e r t i l i d a d a l a b a , el o r g u l l o d e pertenecer a u n país cargado de historia que h a g e n e r a d o tantos h o m b r e s i l u s t r e s , s o b r e t o d o « p o r la b r i l l a n t e z d e las l e t r a s » , y la v i n c u l a c i ó n a u n o s r e y e s a q u i e n e s p r e s t a t o d o s los t r i b u t o s q u e les c o n f i e r e la p r o p a g a n d a oficial: g r a n d e s p o r las v i c i s i t u d e s q u e h a n sufrido y p o r su p o d e r í o a c t u a l , s e r v i d o r e s d e l a v e r d a d e r a f e , p r o t e c t o r e s d e las l e t r a s , e t c . A l e x a l t a r l a m o n a r q u í a , G a g u i n d e d i c a p o c o e s p a c i o al p u e b l o f r a n c é s , d e l q u e d e s t a c a l a c a p a c i d a d d e o b e d i e n c i a al p r í n c i p e y a la I g l e s i a , p e r o d e l q u e d e n u n c i a c o n d u r e z a la r a p a c i d a d y las i n c l i n a c i o n e s l u j u r i o s a s . Su v i s i ó n d e la e n t i d a d n a c i o n a l , a u n q u e m á s e l a b o r a d a q u e l a d e l o s h i s t o r i ó g r a f o s d e p r i n c i p i o s d e l siglo XV, s i g u e s i e n d o i n c o m p l e t a y c o n t i n ú a r e l e g a n d o a las m a s a s e n t r e los b a s t i d o r e s d e l a g r a n h i s t o r i a . E x p r e s a las c o n c e p c i o n e s d e u n e s t r e c h o c e n á c u l o d e r e l i g i o s o s , u n i v e r s i t a r i o s y g r a n d e s oficiales d e l r e y , c u y o p a t r i o t i s m o es a l a v e z p o l í t i c o y c u l t u r a l , p o r el d e s e o d e l i b e r a r s e d e la t u t e l a i t a l i a n a . En conclusión, sin d u d a n o r e s u l t a e x c e s i v o d e c i r q u e el siglo XV e s t á m a r c a d o p o r p r o f u n d o s c a m b i o s e n las p r á c t i c a s h i s t o r i o g r á f i c a s . C i e r t a m e n t e , s i g u e s i e n d o d o m i n a n t e la e x p r e s i ó n e s t e r e o t i p a d a d e la v i d a p o l í t i c a y m i l i t a r , p e r o a p a r t i r d e a h o r a y a se l a n z a n m i r a d a s p e r s p i c a c e s s ó b r e l o s j u e g o s d e la g u e r r a y d e l a d i p l o m a c i a . A j u s t o t í t u l o p o d e m o s c o n s i d e r a r q u e C o m m y n e s p r o c e d i ó a u n a v e r d a d e r a « r e e s c r i t u r a » d e las c r ó n i c a s c o n t e m p o r á n e a s , p o r s u a g u d a m i r a d a q u e h a c e r e c a e r s o b r e los p r í n c i p e s , p o r s u d e s c o n f i a n z a h a c i a las b r i l l a n t e s a p a r i e n c i a s y p o r su cín i c o análisis d e u n m u n d o g o b e r n a d o p o r l a c o d i c i a y el e n g a ñ o . A l r e d e d o r d e l 1500, la o t r a g r a n e v o l u c i ó n r e s i d e e n la a c e n t u a c i ó n d e la v e r t i e n t e l i t e r a r i a y r e t ó r i c a d e la h i s t o r i a . P o r i n f l u e n c i a d e l h u m a n i s m o , l o s a u t o r e s se c o m p l a c e n e n calificarse d e orador o noble orador, se d e f i e n d e n c o n t r a los r e p r o c h e s d e falta d e e l o c u e n c i a o d e «estilo a g r a d a b l e » ( p o r e j e m p l o , A l a i n B o u c h a r t « t e n i e n d o e n c u e n t a q u e es n a t i v o d e B r e t a ñ a » ) , f i n a l m e n t e b u s c a n el e q u i l i b r i o d e la c o m p o s i c i ó n . E s significativo el v e r c ó m o R o b e r t G a g u i n e n u n c i a , e n 1 4 7 8 , la r e g l a d e o r o d e la h i s t o r i a d e s c r i p t i v a d e s t i n a d a a e x p o n e r la c o n c a t e n a c i ó n d e l o s h e c h o s : « E l q u e escrib a e s t o s a c o n t e c i m i e n t o s n o s a t i s f a r á a la h i s t o r i a , si n o c o n o c e los h e c h o s , l o s d a t o s , los p r o y e c t o s y los r e s u l t a d o s . »

Post-scriptum H a b í a m o s t e r m i n a d o la r e d a c c i ó n d e e s t o s d o s p r i m e r o s c a p í t u l o s , c u a n d o a p a r e c i ó la o b r a m a e s t r a d e B e r n a r d G u e n é e , Histoire et culture historíque dans l'Occident medieval, P a r í s , A u b i e r , 1980, 439 p á g i n a s . E x t r a e remos aquí algunas ideas maestras de aquella obra, p a r a completar algunas d e n u e s t r a s t e o r í a s o p a r a c o r r e g i r sus p e r s p e c t i v a s . B e r n a r d G u e n é e n o s

dice q u e los h o m b r e s d e la E d a d M e d i a t i e n e n u n a i d e a clara d e la historia, c o n s i d e r a d a c o m o « u n r e l a t o c l a r o y v e r d a d e r o » , c o n t r a r i a a l a f á b u l a , « q u e t r e n z a ficciones». H u g o d e S a i n t - V í c t o r ( t 1 1 4 1 ) , p o r e j e m p l o , a s i g n ó u n p r o g r a m a m u y c l a r o al c o n o c i m i e n t o h i s t ó r i c o : « L a s p e r s o n a s p o r las c u a l e s t i e n e n l u g a r l o s a c o n t e c i m i e n t o s , l o s l u g a r e s d o n d e s u c e d e n y el t i e m p o e n el q u e s u c e d e n . » L o s h i s t o r i a d o r e s m e d i e v a l e s , p o c o p r e o c u p a d o s p o r l o s l u g a r e s , q u i s i e r o n b á s i c a m e n t e a b r a z a r t o d o el d e s a r r o l l o d e l t i e m p o y s u final [ab initio seculi usque adfinem). N o r e t u v i e r o n m á s q u e los h e c h o s [gesta) r e a l i z a d o s p o r e m i n e n t e s a c t o r e s . E l i n g l é s R a n u l f H i g d e n (1299-1364) d i c e : « H a y s i e t e c l a s e s d e p e r s o n a s c u y o s a c t o s s o n r e c o r d a d o s p o r l o s h i s t o r i a d o r e s , a s a b e r : el p r í n c i p e e n su r e i n o , el c a b a l l e r o e n la g u e r r a , el j u e z e n el t r i b u n a l , el o b i s p o e n t r e los c l é r i g o s , el p o l í t i c o e n la s o c i e d a d , el a m o e n s u c a s a , e l m o n j e e n s u m o n a s t e r i o . A los c u a l e s c o r r e s p o n d e n s i e t e clases d e a c t i v i d a d e s , a s a b e r : l a c o n s t r u c c i ó n d e c i u d a d e s , l a v i c t o r i a s o b r e los e n e m i g o s , l a a p l i c a c i ó n d e l d e r e c h o , el castigo d e l o s crím e n e s , la o r g a n i z a c i ó n d e la res publica, la g e s t i ó n e n el á m b i t o f a m i l i a r , la c o n q u i s t a d e la s a l v a c i ó n . » H e a q u í el « a r m a r i o f e u d a l » e n el q u e l a m a teria histórica está dispuesta e n función d e la j e r a r q u í a d e los a c t o r e s , antes del cuestionario universal d e los historiadores positivistas, i r ó n i c a m e n t e calificado p o r L u d e n F e b v r e d e « c ó m o d a b u r g u e s a » c o n l o s c a j o n e s b i e n e t i q u e t a d o s . T a l c o m o h e m o s v i s t o , l a h i s t o r i a a s í c o n c e b i d a n o e s u n a disciplina a u t ó n o m a , es u n a ciencia auxiliar d e la m o r a l , d e la teología y del d e r e c h o , c o m o lo p r u e b a n las n u m e r o s a s c r ó n i c a s i n c l u i d a s e n l o s c a r t u l a r i o s m o n á s t i c o s , q u e t i e n e n , c o m o e s t o s ú l t i m o s , p o r o b j e t i v o el j u s t i f i c a r la p o s e s i ó n d e c i e r t o s d e r e c h o s y p r i v i l e g i o s . P a r a q u e la h i s t o r i a a c c e d a a u n a cierta a u t o n o m í a h a y q u e e s p e r a r a los p r o g r e s o s d e la reflexión polít i c a e n l a b a j a E d a d M e d i a , a fin d e q u e t e n g a , p o r e j e m p l o , u n a s e c c i ó n s e p a r a d a e n las b i b l i o t e c a s . L a E d a d M e d i a h a c o n o c i d o u n a gran v a r i e d a d d e tipos de historiador e s . E n lo s u c e s i v o y a n o n o s p o d r e m o s c o n t e n t a r c o n r e c o r d a r , c o m o h e m o s h e c h o , a los s e m p i t e r n o s R a o u l G l a b e r , Joinville, Froissart y o t r o s c o m o C o m m y n e s . B e r n a r d G u e n é e h a establecido u n a v e r d a d e r a sociología d e l s a b e r h i s t ó r i c o , d i s t i n g u i e n d o l o s t i p o s d e h i s t o r i a d o r m á s p o r l o s l u g a r e s d o n d e e j e r c e n s u t r a b a j o q u e e n f u n c i ó n d e é p o c a s . P r i m e r o : el monje g u a r d i á n d e los m a n u s c r i t o s y l o s l i b r o s d e l m o n a s t e r i o , l i g a d o a l a d e f e n s a d e su c l a u s t r o y a v e c e s t a m b i é n a las g r a n d e s c a u s a s n a c i o n a l e s (los c i s t e r c i e n s e s i n g l e s e s e s t á n i n f l a m a d o s d e u n a r d i e n t e p a t r i o t i s m o a n ti-escocés). F r e c u e n t e m e n t e , tiene éste u n a vertiente erudita: escribe yuxt a p o n i e n d o r e s ú m e n e s d e t e x t o s , a veces c o n t r a p u e s t o s p a r a buscar la vers i ó n m á s s e g u r a , d e u n a m a n e r a q u e a n u n c i a la h i s t o r i a m e t ó d i c a d e l siglo x r x ; sufre l a o b s e s i v a p r e o c u p a c i ó n p o r l a c r o n o l o g í a , a d q u i r i d a e n el ejercicio del c ó m p u t o litúrgico. S e g ú n B . G u e n é e , siempre tiene algo de h a g i ó g r a f o , a u n q u e n o p a r e c e q u e le s e a a j e n o el s e n t i d o d e la d i s t i n c i ó n d e g é n e r o s . A l e s c r i b i r l a Vie du roi Robert le Pieux, H e l g a u d d e F l u e r y (1004-1041) se e x t e n d e r á a m p l i a m e n t e a c e r c a d e sus v i r t u d e s , p e r o p a s a r á p o r a l t o «el r e s t o , es d e c i r , sus c o m b a t e s , sus e n e m i g o s v e n c i d o s , l o s h o n o r e s c o n s e g u i d o s p o r s u f u e r z a e i n t e l i g e n c i a , d e j a n d o (él) a l o s h i s t o r i a d o r e s el c u i d a d o d e e s c r i b i r » . S e g u n d o t i p o e s p e c i f i c a d o : el historiador de corte y de calle. A s í , l o s j u g l a r e s q u e c a n t a n «los h e c h o s d e los p r í n c i p e s y l o s s a n t o s » , los c a p e l l a n e s y l o s s e c r e t a r i o s q u e n a r r a n l o s éxitos d e s u s p r o 59

58

l a m a y o r í a d e sus c o m p a t r i o t a s , j u z g a c o n p o n d e r a c i ó n a l o s c a s t e l l a n o s , d e q u i e n e s a p r e c i a sus v i r t u d e s g u e r r e r a s , a u n q u e s e a n i n f e r i o r e s a las d e l o s f r a n c e s e s , y d a u n a i m a g e n f a v o r a b l e d e los a l e m a n e s , i n v e n t o r e s d e l a i m p r e n t a , y q u e f o r m a n p a r t e d e l o s poetae christiani, c o m o los f r a n c e s e s , e n o p o s i c i ó n a los i t a l i a n o s , i m p r e g n a d o s t o d o s d e p a g a n i s m o a n t i g u o . T a l c o m o lo h a s e ñ a l a d o M i r e i l l e S c h m i d t - C h a z a n ( L e Métier d'histoiren au Mojen Age, d i r e c . B e r n a r d G u e n é e , p p . 2 3 3 - 3 0 1 ) , el s e n t i m i e n t o n a c i o n a l d e G a g u i n a s o c i a al a m o r d e la t i e r r a c a r n a l , c u y a f e r t i l i d a d a l a b a , el o r g u l l o d e pertenecer a u n país cargado de historia que h a g e n e r a d o tantos h o m b r e s i l u s t r e s , s o b r e t o d o « p o r la b r i l l a n t e z d e las l e t r a s » , y la v i n c u l a c i ó n a u n o s r e y e s a q u i e n e s p r e s t a t o d o s los t r i b u t o s q u e les c o n f i e r e la p r o p a g a n d a oficial: g r a n d e s p o r las v i c i s i t u d e s q u e h a n sufrido y p o r su p o d e r í o a c t u a l , s e r v i d o r e s d e l a v e r d a d e r a f e , p r o t e c t o r e s d e las l e t r a s , e t c . A l e x a l t a r l a m o n a r q u í a , G a g u i n d e d i c a p o c o e s p a c i o al p u e b l o f r a n c é s , d e l q u e d e s t a c a l a c a p a c i d a d d e o b e d i e n c i a al p r í n c i p e y a la I g l e s i a , p e r o d e l q u e d e n u n c i a c o n d u r e z a la r a p a c i d a d y las i n c l i n a c i o n e s l u j u r i o s a s . Su v i s i ó n d e la e n t i d a d n a c i o n a l , a u n q u e m á s e l a b o r a d a q u e l a d e l o s h i s t o r i ó g r a f o s d e p r i n c i p i o s d e l siglo XV, s i g u e s i e n d o i n c o m p l e t a y c o n t i n ú a r e l e g a n d o a las m a s a s e n t r e los b a s t i d o r e s d e l a g r a n h i s t o r i a . E x p r e s a las c o n c e p c i o n e s d e u n e s t r e c h o c e n á c u l o d e r e l i g i o s o s , u n i v e r s i t a r i o s y g r a n d e s oficiales d e l r e y , c u y o p a t r i o t i s m o es a l a v e z p o l í t i c o y c u l t u r a l , p o r el d e s e o d e l i b e r a r s e d e la t u t e l a i t a l i a n a . En conclusión, sin d u d a n o r e s u l t a e x c e s i v o d e c i r q u e el siglo XV e s t á m a r c a d o p o r p r o f u n d o s c a m b i o s e n las p r á c t i c a s h i s t o r i o g r á f i c a s . C i e r t a m e n t e , s i g u e s i e n d o d o m i n a n t e la e x p r e s i ó n e s t e r e o t i p a d a d e la v i d a p o l í t i c a y m i l i t a r , p e r o a p a r t i r d e a h o r a y a se l a n z a n m i r a d a s p e r s p i c a c e s s ó b r e l o s j u e g o s d e la g u e r r a y d e l a d i p l o m a c i a . A j u s t o t í t u l o p o d e m o s c o n s i d e r a r q u e C o m m y n e s p r o c e d i ó a u n a v e r d a d e r a « r e e s c r i t u r a » d e las c r ó n i c a s c o n t e m p o r á n e a s , p o r s u a g u d a m i r a d a q u e h a c e r e c a e r s o b r e los p r í n c i p e s , p o r s u d e s c o n f i a n z a h a c i a las b r i l l a n t e s a p a r i e n c i a s y p o r su cín i c o análisis d e u n m u n d o g o b e r n a d o p o r l a c o d i c i a y el e n g a ñ o . A l r e d e d o r d e l 1500, la o t r a g r a n e v o l u c i ó n r e s i d e e n la a c e n t u a c i ó n d e la v e r t i e n t e l i t e r a r i a y r e t ó r i c a d e la h i s t o r i a . P o r i n f l u e n c i a d e l h u m a n i s m o , l o s a u t o r e s se c o m p l a c e n e n calificarse d e orador o noble orador, se d e f i e n d e n c o n t r a los r e p r o c h e s d e falta d e e l o c u e n c i a o d e «estilo a g r a d a b l e » ( p o r e j e m p l o , A l a i n B o u c h a r t « t e n i e n d o e n c u e n t a q u e es n a t i v o d e B r e t a ñ a » ) , f i n a l m e n t e b u s c a n el e q u i l i b r i o d e la c o m p o s i c i ó n . E s significativo el v e r c ó m o R o b e r t G a g u i n e n u n c i a , e n 1 4 7 8 , la r e g l a d e o r o d e la h i s t o r i a d e s c r i p t i v a d e s t i n a d a a e x p o n e r la c o n c a t e n a c i ó n d e l o s h e c h o s : « E l q u e escrib a e s t o s a c o n t e c i m i e n t o s n o s a t i s f a r á a la h i s t o r i a , si n o c o n o c e los h e c h o s , l o s d a t o s , los p r o y e c t o s y los r e s u l t a d o s . »

Post-scriptum H a b í a m o s t e r m i n a d o la r e d a c c i ó n d e e s t o s d o s p r i m e r o s c a p í t u l o s , c u a n d o a p a r e c i ó la o b r a m a e s t r a d e B e r n a r d G u e n é e , Histoire et culture historíque dans l'Occident medieval, P a r í s , A u b i e r , 1980, 439 p á g i n a s . E x t r a e remos aquí algunas ideas maestras de aquella obra, p a r a completar algunas d e n u e s t r a s t e o r í a s o p a r a c o r r e g i r sus p e r s p e c t i v a s . B e r n a r d G u e n é e n o s

dice q u e los h o m b r e s d e la E d a d M e d i a t i e n e n u n a i d e a clara d e la historia, c o n s i d e r a d a c o m o « u n r e l a t o c l a r o y v e r d a d e r o » , c o n t r a r i a a l a f á b u l a , « q u e t r e n z a ficciones». H u g o d e S a i n t - V í c t o r ( t 1 1 4 1 ) , p o r e j e m p l o , a s i g n ó u n p r o g r a m a m u y c l a r o al c o n o c i m i e n t o h i s t ó r i c o : « L a s p e r s o n a s p o r las c u a l e s t i e n e n l u g a r l o s a c o n t e c i m i e n t o s , l o s l u g a r e s d o n d e s u c e d e n y el t i e m p o e n el q u e s u c e d e n . » L o s h i s t o r i a d o r e s m e d i e v a l e s , p o c o p r e o c u p a d o s p o r l o s l u g a r e s , q u i s i e r o n b á s i c a m e n t e a b r a z a r t o d o el d e s a r r o l l o d e l t i e m p o y s u final [ab initio seculi usque adfinem). N o r e t u v i e r o n m á s q u e los h e c h o s [gesta) r e a l i z a d o s p o r e m i n e n t e s a c t o r e s . E l i n g l é s R a n u l f H i g d e n (1299-1364) d i c e : « H a y s i e t e c l a s e s d e p e r s o n a s c u y o s a c t o s s o n r e c o r d a d o s p o r l o s h i s t o r i a d o r e s , a s a b e r : el p r í n c i p e e n su r e i n o , el c a b a l l e r o e n la g u e r r a , el j u e z e n el t r i b u n a l , el o b i s p o e n t r e los c l é r i g o s , el p o l í t i c o e n la s o c i e d a d , el a m o e n s u c a s a , e l m o n j e e n s u m o n a s t e r i o . A los c u a l e s c o r r e s p o n d e n s i e t e clases d e a c t i v i d a d e s , a s a b e r : l a c o n s t r u c c i ó n d e c i u d a d e s , l a v i c t o r i a s o b r e los e n e m i g o s , l a a p l i c a c i ó n d e l d e r e c h o , el castigo d e l o s crím e n e s , la o r g a n i z a c i ó n d e la res publica, la g e s t i ó n e n el á m b i t o f a m i l i a r , la c o n q u i s t a d e la s a l v a c i ó n . » H e a q u í el « a r m a r i o f e u d a l » e n el q u e l a m a teria histórica está dispuesta e n función d e la j e r a r q u í a d e los a c t o r e s , antes del cuestionario universal d e los historiadores positivistas, i r ó n i c a m e n t e calificado p o r L u d e n F e b v r e d e « c ó m o d a b u r g u e s a » c o n l o s c a j o n e s b i e n e t i q u e t a d o s . T a l c o m o h e m o s v i s t o , l a h i s t o r i a a s í c o n c e b i d a n o e s u n a disciplina a u t ó n o m a , es u n a ciencia auxiliar d e la m o r a l , d e la teología y del d e r e c h o , c o m o lo p r u e b a n las n u m e r o s a s c r ó n i c a s i n c l u i d a s e n l o s c a r t u l a r i o s m o n á s t i c o s , q u e t i e n e n , c o m o e s t o s ú l t i m o s , p o r o b j e t i v o el j u s t i f i c a r la p o s e s i ó n d e c i e r t o s d e r e c h o s y p r i v i l e g i o s . P a r a q u e la h i s t o r i a a c c e d a a u n a cierta a u t o n o m í a h a y q u e e s p e r a r a los p r o g r e s o s d e la reflexión polít i c a e n l a b a j a E d a d M e d i a , a fin d e q u e t e n g a , p o r e j e m p l o , u n a s e c c i ó n s e p a r a d a e n las b i b l i o t e c a s . L a E d a d M e d i a h a c o n o c i d o u n a gran v a r i e d a d d e tipos de historiador e s . E n lo s u c e s i v o y a n o n o s p o d r e m o s c o n t e n t a r c o n r e c o r d a r , c o m o h e m o s h e c h o , a los s e m p i t e r n o s R a o u l G l a b e r , Joinville, Froissart y o t r o s c o m o C o m m y n e s . B e r n a r d G u e n é e h a establecido u n a v e r d a d e r a sociología d e l s a b e r h i s t ó r i c o , d i s t i n g u i e n d o l o s t i p o s d e h i s t o r i a d o r m á s p o r l o s l u g a r e s d o n d e e j e r c e n s u t r a b a j o q u e e n f u n c i ó n d e é p o c a s . P r i m e r o : el monje g u a r d i á n d e los m a n u s c r i t o s y l o s l i b r o s d e l m o n a s t e r i o , l i g a d o a l a d e f e n s a d e su c l a u s t r o y a v e c e s t a m b i é n a las g r a n d e s c a u s a s n a c i o n a l e s (los c i s t e r c i e n s e s i n g l e s e s e s t á n i n f l a m a d o s d e u n a r d i e n t e p a t r i o t i s m o a n ti-escocés). F r e c u e n t e m e n t e , tiene éste u n a vertiente erudita: escribe yuxt a p o n i e n d o r e s ú m e n e s d e t e x t o s , a veces c o n t r a p u e s t o s p a r a buscar la vers i ó n m á s s e g u r a , d e u n a m a n e r a q u e a n u n c i a la h i s t o r i a m e t ó d i c a d e l siglo x r x ; sufre l a o b s e s i v a p r e o c u p a c i ó n p o r l a c r o n o l o g í a , a d q u i r i d a e n el ejercicio del c ó m p u t o litúrgico. S e g ú n B . G u e n é e , siempre tiene algo de h a g i ó g r a f o , a u n q u e n o p a r e c e q u e le s e a a j e n o el s e n t i d o d e la d i s t i n c i ó n d e g é n e r o s . A l e s c r i b i r l a Vie du roi Robert le Pieux, H e l g a u d d e F l u e r y (1004-1041) se e x t e n d e r á a m p l i a m e n t e a c e r c a d e sus v i r t u d e s , p e r o p a s a r á p o r a l t o «el r e s t o , es d e c i r , sus c o m b a t e s , sus e n e m i g o s v e n c i d o s , l o s h o n o r e s c o n s e g u i d o s p o r s u f u e r z a e i n t e l i g e n c i a , d e j a n d o (él) a l o s h i s t o r i a d o r e s el c u i d a d o d e e s c r i b i r » . S e g u n d o t i p o e s p e c i f i c a d o : el historiador de corte y de calle. A s í , l o s j u g l a r e s q u e c a n t a n «los h e c h o s d e los p r í n c i p e s y l o s s a n t o s » , los c a p e l l a n e s y l o s s e c r e t a r i o s q u e n a r r a n l o s éxitos d e s u s p r o 59

58

t e c t o r e s , los l i t e r a t o s c o m o F r o i s s a r t y J e a n L e m a i r e d e s B e l g e s , p r e o c u p a d o s p o r g a n a r s e u n p ú b l i c o , y a q u e p a r a ellos l a h i s t o r i a es u n m e d i o d e existir. L e e n p o c o s l i b r o s , p e r o s a c a n p r o v e c h o d e la t r a d i c i ó n o r a l y b e b e n e n las f u e n t e s d e las e p o p e y a s . L e s a c e c h a n m u c h o s d e f e c t o s , c o m o e x c e d e r s e e n el p a n e g í r i c o , c o m p o n e r e s c r i t o s d e p r o p a g a n d a y n o p r e o c u p a r s e d e m a s i a d o p o r la e x a c t i t u d d e los h e c h o s . T e r c e r a c a t e g o r í a : el historiador burócrata, p e r s o n a j e c a r a c t e r í s t i c o d e la b a j a E d a d M e d i a , e n la q u e se d e s a r r o l l a n l o s servicios a d m i n i s t r a t i v o s , e s p e c i a l m e n t e las c a n c i l l e rías. A s í , J e a n d e M o n t r e u i l , d u r a n t e el r e i n a d o d e C a r l o s V I , y L e o n a r d o B r u n i , c a n c i l l e r d e F l o r e n c i a e n t r e 1427 y 1444, s o n l i t e r a t o s q u e e s c r i b e n h i s t o r i a d e la m i s m a m a n e r a q u e r e d a c t a n c o n t r a t o s o t r a t a d o s d i p l o m á t i c o s , s e m b r á n d o l a d e f r a g m e n t o s d e o r a t o r i a p a r e c i d o s a l o s d i s c u r s o s oficiales, c u y a r e d a c c i ó n t i e n e n a s u c a r g o . Sin e m b a r g o , su i n f o r m a c i ó n d e p e n d e d e la i n s t i t u c i ó n e n la q u e d e s a r r o l l a n s u l a b o r , y s u o b r a t i e n e q u e ser a v a l a d a p o r e s t a ú l t i m a : así v e m o s c ó m o los p a t r o n o s d e la U n i v e r s i d a d d e P a d u a a p r u e b a n s o l e m n e m e n t e la h i s t o r i a d e la c i u d a d e s c r i t a p o r u n n o t a r i o e n 1262. E s t a r i c a v a r i e d a d d e h i s t o r i a d o r e s h a c e p a l i d e c e r e s p e c i a l m e n t e el brillo d e l i t e r a t o s t i p o F r o i s s a r t , d e m a s i a d o a m e n u d o t o m a d o s c o m o r e f e r e n c i a , y a q u e la h i s t o r i a d e l p o r v e n i r , e r u d i t a y p r e o c u p a d a p o r la v e r d a d , n o n a c e e n las c o r t e s , s i n o e n l o s scriptoria m o n á s t i c o s y e n los d e s p a c h o s . S e g ú n B . G u e n é e , e s , e n e s t e s e n t i d o , q u e se p u e d e d e c i r q u e la e r u d i c i ó n m o d e r n a t i e n e r a í c e s m e d i e v a l e s . ¡ Q u é s i n g u l a r i n v e r s i ó n de perspectiva! Sin e m b a r g o , la h i s t o r i o g r a f í a m e d i e v a l sufre s e r i o s handicaps en cuant o a las f u e n t e s y t o d a v í a m á s e n c u a n t o a su t r a t a m i e n t o . P e r o n o p r e c i s a m e n t e p o r el h e c h o d e c o n c e d e r l a p r i m a c í a a lo v i s t o y o í d o s o b r e l o leíd o . E n n u e s t r a h i s t o r i a i n m e d i a t a , e n t é r m i n o s g e n e r a l e s d u r a n t e el ú l t i m o m e d i o siglo o u n p o c o m á s , n o s d a m o s c u e n t a d e l p a p e l p r i v i l e g i a d o d e l o o r a l p a r a c o n o c e r el p r ó x i m o p a s a d o . P a r a ir m á s a l l á , h a y q u e b a s a r s e e n los t e s t i m o n i o s i n d i r e c t o s y e n la m e m o r i a c o l e c t i v a , a r i e s g o d e c a e r e n la l e y e n d a . L a casi g e n e r a l i n c a p a c i d a d p a r a d a t a r l o s m o n u m e n t o s y d e s c i frar las inscripciones c o n s t i t u y e u n p r o b l e m a m á s g r a v e , así c o m o el c a r á c t e r r e d u c i d o d e l a d o c u m e n t a c i ó n d e l o s a r c h i v o s , q u e m u y f r e c u e n t e m e n t e se limita a u n solo establecimiento m o n á s t i c o o a u n a única casa principesca. Sin e m b a r g o , a p a r t i r d e l siglo x i n y , t o d a v í a m á s e n los siglos x r v y x v , la m e j o r clasificación d e los a r c h i v o s p e r m i t e e x c e p c i o n a l m e n t e i n v e s t i g a ciones m á s amplias c o m o la d e Pierre L e B a u d , llevada a c a b o a partir d e 1498 a t r a v é s d e m á s d e v e i n t e b i b l i o t e c a s m o n á s t i c a s p a r a e s c r i b i r s u h i s toria de B r e t a ñ a . F i n a l m e n t e , el ú l t i m o handicap lo c o n s t i t u y e l a p o b r e z a y el d e f i c i e n t e m a n t e n i m i e n t o d e las b i b l i o t e c a s h a s t a p o r l o m e n o s finales d e l siglo x i n : n i n g u n a clasificación d e o b r a s , m u y p o c o s l i b r o s d e h i s t o r i a ( L u c a n o , S a l u s t i o , E u s e b i o , O r o s i o y a l g u n o s o t r o s ) , u n a c i r c u l a c i ó n m u y l e n t a d e las o b r a s c o n t e m p o r á n e a s , e t c . S ó l o a p a r t i r d e l a s e g u n d a m i t a d d e l siglo XV m e j o r a v e r d a d e r a m e n t e la s i t u a c i ó n d e s d e el m o m e n t o e n q u e c o m i e n z a la difusión d e l a i m p r e n t a : e n a d e l a n t e , la d i s m i n u c i ó n d e l p r e c i o d e las o b r a s y la m e j o r clasificación d e f o n d o s m á s s u r t i d o s p e r m i t e n u n a u t i l i z a c i ó n m á s m a s i v a d e los l i b r o s a n t i g u o s y m o d e r n o s ( q u e se c o n o c e n m á s r á p i d a m e n t e ) . T a l c o m o h a b í a m o s a n u n c i a d o en las p á g i n a s a n t e r i o r e s , a p a r t i r d e l o s 60

a ñ o s 1450, h a y u n a r e n o v a c i ó n d e c i s i v a d e l p a n o r a m a i n t e l e c t u a l y d e la producción historiográfica.

DOCUMENTO A l a i n Bouchart: Les Grandes Chroniques de Bretagne (Societé des B i bliophiles B r e t o n s , N a n t e s , 1896; t e x t o m o d e r n i z a d o p o r n o s o t r o s ) .

Epístoia P a r a l l e g a r m á s f á c i l m e n t e al m a y o r h o n o r , es c o s a m u y c o n v e n i e n t e , p a r a a q u e l q u e d e s e a h a c e r su t e s o r o y s u r i q u e z a d e l p r e c i o s o d o n d e la s a b i d u r í a , v o l v e r a t r a e r f r e c u e n t e m e n t e a su m e m o r i a l o s h e c h o s d e los h o m b r e s n o t a b l e s p r e c e d e n t e s , q u e h a n d i c h o o h e c h o c o s a s d i g n a s d e ser r e c o r d a d a s y conservadas: ya q u e h a c i e n d o esto y r e c o r d a n d o las historias q u e h a n s i d o e s c r i t a s , p o d e m o s v e r c u á l h a s i d o s u fin, s e g ú n si h a n o b r a d o bien o mal... A h o r a bien, ocurre que, leyendo y examinando muchas crónicas e historias, a lo q u e h e q u e r i d o dedicar algún t i e m p o p a r a evitar la o c i o s i d a d , q u e es l a m a d r a s t r a d e l a v i r t u d , d e s p u é s d e h a b e r m e d e d i c a d o al e s t u d i o d e m i v o c a c i ó n e n l o s t i e m p o s y e s t a c i o n e s d i s p u e s t a s p a r a el r e p o s o , h e visto y leído m u c h a s crónicas, historias y o t r o s libros, q u e t r a t a n d e los h e c h o s y g e s t a s d e m u y g r a n n ú m e r o d e e m p e r a d o r e s , r e y e s y o t r o s p r í n c i p e s , d e los l u g a r e s d e d o n d e p r o c e d í a n , d e los o r í g e n e s y p r i m e r a s creaciones d e sus i m p e r i o s , reinos y p r i n c i p a d o s , d e su larga y b r e v e durac i ó n . P e r o t o d a v í a n o h e v i s t o n i n g ú n t r a t a d o d e d i c a d o p o r c o m p l e t o al n o b l e p a í s d e B r e t a ñ a , q u e a n t i g u a m e n t e r e c i b i ó el n o m b r e d e r e i n o d e A r m ó r i c a , n i d e los n o m b r e s d e r e y e s y d e p r í n c i p e s q u e o c u p a r o n y p o s e y e r o n e s t e p a í s d e s d e q u e se l l a m ó B r e t a ñ a . P o r e s t o , y t e n i e n d o e n c u e n t a la b e l l a p r o p o s i c i ó n d e T u l i o (Cicerón) e n el p r i m e r l i b r o d e los oficios (De offtciis), e n el q u e d i c e q u e e s t a m o s , d e s d e n u e s t r o n a c i m i e n t o , o b l i g a d o s n o s ó l o c o n r e s p e c t o a n u e s t r o s p r o g e n i t o r e s , s i n o t a m b i é n c o n r e s p e c t o al país d o n d e h e m o s nacido (...) y o , q u e soy b r e t ó n n a c i d o en B r e t a ñ a , h e q u e r i d o e x a m i n a r las a n t i g u a s h i s t o r i a s y c r ó n i c a s y l o s v i e j o s v o l ú m e n e s y m o s t r a r los registros, q u e y o h e investigado y b u s c a d o en los lugares d o n d e s e a c o s t u m b r a n a g u a r d a r c a r t a s d e p e r p e t u a m e m o r i a ; y d e lo q u e h e p o d i d o e n c o n t r a r y e x t r a e r h e e s c r i t o y r e d a c t a d o , d e m a n e r a r e s u m i d a (ya q u e l a b r e v e d a d e s la a m i g a d e l a m e m o r i a ) q u i é n fue el p r i m e r b r e t ó n , c ó m o I n g l a t e r r a se l l a m ó p r i m e r o B r e t a ñ a , la m a n e r a y l a é p o c a e n la q u e l o s b r e t o n e s c o n q u i s t a r o n el r e i n o d e A r m ó r i c a e n l a G a l i a , al c u a l d e s d e e n t o n c e s l l a m a r o n B r e t a ñ a , y h e e s t a b l e c i d o p o r o r d e n l o s n o m b r e s d e los reyes, duques y príncipes de este noble país hasta tiempos de Francisco II, ú l t i m o d u q u e d e B r e t a ñ a . . . y e n el p e r í o d o c o r r e s p o n d i e n t e al r e i n a d o d e c a d a u n o d e e s t o s p r í n c i p e s , a ñ a d i r é , p a r a el d i s f r u t e e s p i r i t u a l d e l e c t o r e s y oyentes, algunos hechos dignos de memoria, sucedidos en otras partes, y a l g u n a s s e n t e n c i a s y d e c i s i o n e s c o r r e s p o n d i e n t e s a los p r o p ó s i t o s q u e se t r a t a r á n , tal c o m o las h e e n c o n t r a d o , sin a ñ a d i r n a d a q u e y o n o h a y a v i s t o y leído. 61

t e c t o r e s , los l i t e r a t o s c o m o F r o i s s a r t y J e a n L e m a i r e d e s B e l g e s , p r e o c u p a d o s p o r g a n a r s e u n p ú b l i c o , y a q u e p a r a ellos l a h i s t o r i a es u n m e d i o d e existir. L e e n p o c o s l i b r o s , p e r o s a c a n p r o v e c h o d e la t r a d i c i ó n o r a l y b e b e n e n las f u e n t e s d e las e p o p e y a s . L e s a c e c h a n m u c h o s d e f e c t o s , c o m o e x c e d e r s e e n el p a n e g í r i c o , c o m p o n e r e s c r i t o s d e p r o p a g a n d a y n o p r e o c u p a r s e d e m a s i a d o p o r la e x a c t i t u d d e los h e c h o s . T e r c e r a c a t e g o r í a : el historiador burócrata, p e r s o n a j e c a r a c t e r í s t i c o d e la b a j a E d a d M e d i a , e n la q u e se d e s a r r o l l a n l o s servicios a d m i n i s t r a t i v o s , e s p e c i a l m e n t e las c a n c i l l e rías. A s í , J e a n d e M o n t r e u i l , d u r a n t e el r e i n a d o d e C a r l o s V I , y L e o n a r d o B r u n i , c a n c i l l e r d e F l o r e n c i a e n t r e 1427 y 1444, s o n l i t e r a t o s q u e e s c r i b e n h i s t o r i a d e la m i s m a m a n e r a q u e r e d a c t a n c o n t r a t o s o t r a t a d o s d i p l o m á t i c o s , s e m b r á n d o l a d e f r a g m e n t o s d e o r a t o r i a p a r e c i d o s a l o s d i s c u r s o s oficiales, c u y a r e d a c c i ó n t i e n e n a s u c a r g o . Sin e m b a r g o , su i n f o r m a c i ó n d e p e n d e d e la i n s t i t u c i ó n e n la q u e d e s a r r o l l a n s u l a b o r , y s u o b r a t i e n e q u e ser a v a l a d a p o r e s t a ú l t i m a : así v e m o s c ó m o los p a t r o n o s d e la U n i v e r s i d a d d e P a d u a a p r u e b a n s o l e m n e m e n t e la h i s t o r i a d e la c i u d a d e s c r i t a p o r u n n o t a r i o e n 1262. E s t a r i c a v a r i e d a d d e h i s t o r i a d o r e s h a c e p a l i d e c e r e s p e c i a l m e n t e el brillo d e l i t e r a t o s t i p o F r o i s s a r t , d e m a s i a d o a m e n u d o t o m a d o s c o m o r e f e r e n c i a , y a q u e la h i s t o r i a d e l p o r v e n i r , e r u d i t a y p r e o c u p a d a p o r la v e r d a d , n o n a c e e n las c o r t e s , s i n o e n l o s scriptoria m o n á s t i c o s y e n los d e s p a c h o s . S e g ú n B . G u e n é e , e s , e n e s t e s e n t i d o , q u e se p u e d e d e c i r q u e la e r u d i c i ó n m o d e r n a t i e n e r a í c e s m e d i e v a l e s . ¡ Q u é s i n g u l a r i n v e r s i ó n de perspectiva! Sin e m b a r g o , la h i s t o r i o g r a f í a m e d i e v a l sufre s e r i o s handicaps en cuant o a las f u e n t e s y t o d a v í a m á s e n c u a n t o a su t r a t a m i e n t o . P e r o n o p r e c i s a m e n t e p o r el h e c h o d e c o n c e d e r l a p r i m a c í a a lo v i s t o y o í d o s o b r e l o leíd o . E n n u e s t r a h i s t o r i a i n m e d i a t a , e n t é r m i n o s g e n e r a l e s d u r a n t e el ú l t i m o m e d i o siglo o u n p o c o m á s , n o s d a m o s c u e n t a d e l p a p e l p r i v i l e g i a d o d e l o o r a l p a r a c o n o c e r el p r ó x i m o p a s a d o . P a r a ir m á s a l l á , h a y q u e b a s a r s e e n los t e s t i m o n i o s i n d i r e c t o s y e n la m e m o r i a c o l e c t i v a , a r i e s g o d e c a e r e n la l e y e n d a . L a casi g e n e r a l i n c a p a c i d a d p a r a d a t a r l o s m o n u m e n t o s y d e s c i frar las inscripciones c o n s t i t u y e u n p r o b l e m a m á s g r a v e , así c o m o el c a r á c t e r r e d u c i d o d e l a d o c u m e n t a c i ó n d e l o s a r c h i v o s , q u e m u y f r e c u e n t e m e n t e se limita a u n solo establecimiento m o n á s t i c o o a u n a única casa principesca. Sin e m b a r g o , a p a r t i r d e l siglo x i n y , t o d a v í a m á s e n los siglos x r v y x v , la m e j o r clasificación d e los a r c h i v o s p e r m i t e e x c e p c i o n a l m e n t e i n v e s t i g a ciones m á s amplias c o m o la d e Pierre L e B a u d , llevada a c a b o a partir d e 1498 a t r a v é s d e m á s d e v e i n t e b i b l i o t e c a s m o n á s t i c a s p a r a e s c r i b i r s u h i s toria de B r e t a ñ a . F i n a l m e n t e , el ú l t i m o handicap lo c o n s t i t u y e l a p o b r e z a y el d e f i c i e n t e m a n t e n i m i e n t o d e las b i b l i o t e c a s h a s t a p o r l o m e n o s finales d e l siglo x i n : n i n g u n a clasificación d e o b r a s , m u y p o c o s l i b r o s d e h i s t o r i a ( L u c a n o , S a l u s t i o , E u s e b i o , O r o s i o y a l g u n o s o t r o s ) , u n a c i r c u l a c i ó n m u y l e n t a d e las o b r a s c o n t e m p o r á n e a s , e t c . S ó l o a p a r t i r d e l a s e g u n d a m i t a d d e l siglo XV m e j o r a v e r d a d e r a m e n t e la s i t u a c i ó n d e s d e el m o m e n t o e n q u e c o m i e n z a la difusión d e l a i m p r e n t a : e n a d e l a n t e , la d i s m i n u c i ó n d e l p r e c i o d e las o b r a s y la m e j o r clasificación d e f o n d o s m á s s u r t i d o s p e r m i t e n u n a u t i l i z a c i ó n m á s m a s i v a d e los l i b r o s a n t i g u o s y m o d e r n o s ( q u e se c o n o c e n m á s r á p i d a m e n t e ) . T a l c o m o h a b í a m o s a n u n c i a d o en las p á g i n a s a n t e r i o r e s , a p a r t i r d e l o s 60

a ñ o s 1450, h a y u n a r e n o v a c i ó n d e c i s i v a d e l p a n o r a m a i n t e l e c t u a l y d e la producción historiográfica.

DOCUMENTO A l a i n Bouchart: Les Grandes Chroniques de Bretagne (Societé des B i bliophiles B r e t o n s , N a n t e s , 1896; t e x t o m o d e r n i z a d o p o r n o s o t r o s ) .

Epístoia P a r a l l e g a r m á s f á c i l m e n t e al m a y o r h o n o r , es c o s a m u y c o n v e n i e n t e , p a r a a q u e l q u e d e s e a h a c e r su t e s o r o y s u r i q u e z a d e l p r e c i o s o d o n d e la s a b i d u r í a , v o l v e r a t r a e r f r e c u e n t e m e n t e a su m e m o r i a l o s h e c h o s d e los h o m b r e s n o t a b l e s p r e c e d e n t e s , q u e h a n d i c h o o h e c h o c o s a s d i g n a s d e ser r e c o r d a d a s y conservadas: ya q u e h a c i e n d o esto y r e c o r d a n d o las historias q u e h a n s i d o e s c r i t a s , p o d e m o s v e r c u á l h a s i d o s u fin, s e g ú n si h a n o b r a d o bien o mal... A h o r a bien, ocurre que, leyendo y examinando muchas crónicas e historias, a lo q u e h e q u e r i d o dedicar algún t i e m p o p a r a evitar la o c i o s i d a d , q u e es l a m a d r a s t r a d e l a v i r t u d , d e s p u é s d e h a b e r m e d e d i c a d o al e s t u d i o d e m i v o c a c i ó n e n l o s t i e m p o s y e s t a c i o n e s d i s p u e s t a s p a r a el r e p o s o , h e visto y leído m u c h a s crónicas, historias y o t r o s libros, q u e t r a t a n d e los h e c h o s y g e s t a s d e m u y g r a n n ú m e r o d e e m p e r a d o r e s , r e y e s y o t r o s p r í n c i p e s , d e los l u g a r e s d e d o n d e p r o c e d í a n , d e los o r í g e n e s y p r i m e r a s creaciones d e sus i m p e r i o s , reinos y p r i n c i p a d o s , d e su larga y b r e v e durac i ó n . P e r o t o d a v í a n o h e v i s t o n i n g ú n t r a t a d o d e d i c a d o p o r c o m p l e t o al n o b l e p a í s d e B r e t a ñ a , q u e a n t i g u a m e n t e r e c i b i ó el n o m b r e d e r e i n o d e A r m ó r i c a , n i d e los n o m b r e s d e r e y e s y d e p r í n c i p e s q u e o c u p a r o n y p o s e y e r o n e s t e p a í s d e s d e q u e se l l a m ó B r e t a ñ a . P o r e s t o , y t e n i e n d o e n c u e n t a la b e l l a p r o p o s i c i ó n d e T u l i o (Cicerón) e n el p r i m e r l i b r o d e los oficios (De offtciis), e n el q u e d i c e q u e e s t a m o s , d e s d e n u e s t r o n a c i m i e n t o , o b l i g a d o s n o s ó l o c o n r e s p e c t o a n u e s t r o s p r o g e n i t o r e s , s i n o t a m b i é n c o n r e s p e c t o al país d o n d e h e m o s nacido (...) y o , q u e soy b r e t ó n n a c i d o en B r e t a ñ a , h e q u e r i d o e x a m i n a r las a n t i g u a s h i s t o r i a s y c r ó n i c a s y l o s v i e j o s v o l ú m e n e s y m o s t r a r los registros, q u e y o h e investigado y b u s c a d o en los lugares d o n d e s e a c o s t u m b r a n a g u a r d a r c a r t a s d e p e r p e t u a m e m o r i a ; y d e lo q u e h e p o d i d o e n c o n t r a r y e x t r a e r h e e s c r i t o y r e d a c t a d o , d e m a n e r a r e s u m i d a (ya q u e l a b r e v e d a d e s la a m i g a d e l a m e m o r i a ) q u i é n fue el p r i m e r b r e t ó n , c ó m o I n g l a t e r r a se l l a m ó p r i m e r o B r e t a ñ a , la m a n e r a y l a é p o c a e n la q u e l o s b r e t o n e s c o n q u i s t a r o n el r e i n o d e A r m ó r i c a e n l a G a l i a , al c u a l d e s d e e n t o n c e s l l a m a r o n B r e t a ñ a , y h e e s t a b l e c i d o p o r o r d e n l o s n o m b r e s d e los reyes, duques y príncipes de este noble país hasta tiempos de Francisco II, ú l t i m o d u q u e d e B r e t a ñ a . . . y e n el p e r í o d o c o r r e s p o n d i e n t e al r e i n a d o d e c a d a u n o d e e s t o s p r í n c i p e s , a ñ a d i r é , p a r a el d i s f r u t e e s p i r i t u a l d e l e c t o r e s y oyentes, algunos hechos dignos de memoria, sucedidos en otras partes, y a l g u n a s s e n t e n c i a s y d e c i s i o n e s c o r r e s p o n d i e n t e s a los p r o p ó s i t o s q u e se t r a t a r á n , tal c o m o las h e e n c o n t r a d o , sin a ñ a d i r n a d a q u e y o n o h a y a v i s t o y leído. 61

CAPÍTULO 4

HISTORIADORES Y GEÓGRAFOS DEL RENACIMIENTO

E n el siglo X V I s e h a l l a y a m u y e x t e n d i d o el g u s t o p o r l a h i s t o r i a e n F r a n cia. A p a r e c e n m i l e s d e o b r a s , s e g ú n H e n r i H a u s e r (Les Sources de ¡'histoire de France au XVI' siécle, P a r í s , 1 9 1 2 ) . P o r su p a r t e , G . H u p p e r t h a h e c h o u n a lista d e m á s d e s e t e c i e n t o s l i b r o s d e h i s t o r i a p u b l i c a d o s e n t r e 1550 y 1 6 1 0 , e s t i m a n d o q u e c o n s t i t u y e n el t r e i n t a p o r c i e n t o d e los e d i t a d o s e n P a r í s a c o m i e n z o s d e l siglo x v n . L a n e c e s i d a d d e u n a c u l t u r a f u n d a m e n t a d a e n l a h i s t o r i a se m a n i f i e s t a d e d o s f o r m a s d i s t i n t a s . E n g e n e r a l , a t r a e n los c o m p e n d i o s , l a s e x p o s i c i o n e s s i n t e t i z a d a s , a l g o así c o m o « m o d e l o s r e d u c i d o s d e la i n m e n s i d a d » . E s t a s o b r a s se p r o p o n e n estimular u n s a b e r u n i t a r i o , d e s t a c a n d o las l í n e a s m a e s t r a s . E n r e a l i d a d , e s c e n i f i c a n l a h i s t o r i a c o m o si d e u n « g r a n e s p e c t á c u l o » se t r a t a r a . B o s q u e j a n p a i s a j e s h i s t ó r i c o s , e n los q u e l a s f e c h a s - h i t o s c o r r e s p o n d e n a l u g a r e s d e s t a c a d o s d e la geografía. E n c a d a e s c e n a i n t e r v i e n e n los c o r r e s p o n d i e n t e s p e r s o n a j e s , a c t o r e s d e u n « v e r d a d e r o » d r a m a . M á s c o n c r e t a m e n t e , a t r a e t o d o lo q u e s e r e l a c i o n a c o n l o c o t i d i a n o , l o s a n a l e s , l o s d i a r i o s , l a s m e m o r i a s . L o s dif e r e n t e s a m b i e n t e s t i e n e n , c a d a u n o , sus n e c e s i d a d e s e s p e c í f i c a s : l o s n o b l e s , el r e l a t o m i l i t a r ; el c l e r o , l a h i s t o r i a r e l i g i o s a ; l o s p a r l a m e n t a r i o s , la historia política. L a historia está fraccionada, c o m p r e n d i e n d o distintos campos. E n o t r o p l a n o , florecen los h i s t o r i a d o r e s locales o regionales.

1.

CUESTIONES D E MÉTODO

U n a d e las g r a n d e s i n n o v a c i o n e s i n t r o d u c i d a s p o r l o s h i s t o r i a d o r e s d e l siglo X V I c o n s i s t i ó e n n o c o n t e n t a r s e c o n el r e l a t o d e l a res gestae, p o n i e n d o e n p r á c t i c a u n a p r i m e r a f o r m a d e c u e s t i o n a m i e n t o e n r e l a c i ó n al m é t o d o histórico, con la a m b i c i ó n , a v e c e s , d e evocar la t o t a l i d a d d e la r e a l i d a d y d e e x p o n e r las l e y e s d e s u f u n c i o n a m i e n t o . Interesa destacar, en primer lugar, algunas tendencias generales, emp e z a n d o p o r el r e c h a z o d e l d o g m a t i s m o e s c o l á s t i c o , m o t i v a d o p o r el d e s c u b r i m i e n t o d e l a r e l a t i v i d a d d e las c o s a s y d e l o s s i s t e m a s p o l í t i c o s , q u e se i n t e n t a s o m e t e r a las l e y e s . S e p r e t e n d e , t a m b i é n , a r r a n c a r a la h i s t o r i a d e l t e r r e n o d e l a f á b u l a , i n v e s t i g a n d o y s o m e t i e n d o a la crítica l o s v e s t i g i o s 63

CAPÍTULO 4

HISTORIADORES Y GEÓGRAFOS DEL RENACIMIENTO

E n el siglo X V I s e h a l l a y a m u y e x t e n d i d o el g u s t o p o r l a h i s t o r i a e n F r a n cia. A p a r e c e n m i l e s d e o b r a s , s e g ú n H e n r i H a u s e r (Les Sources de ¡'histoire de France au XVI' siécle, P a r í s , 1 9 1 2 ) . P o r su p a r t e , G . H u p p e r t h a h e c h o u n a lista d e m á s d e s e t e c i e n t o s l i b r o s d e h i s t o r i a p u b l i c a d o s e n t r e 1550 y 1 6 1 0 , e s t i m a n d o q u e c o n s t i t u y e n el t r e i n t a p o r c i e n t o d e los e d i t a d o s e n P a r í s a c o m i e n z o s d e l siglo x v n . L a n e c e s i d a d d e u n a c u l t u r a f u n d a m e n t a d a e n l a h i s t o r i a se m a n i f i e s t a d e d o s f o r m a s d i s t i n t a s . E n g e n e r a l , a t r a e n los c o m p e n d i o s , l a s e x p o s i c i o n e s s i n t e t i z a d a s , a l g o así c o m o « m o d e l o s r e d u c i d o s d e la i n m e n s i d a d » . E s t a s o b r a s se p r o p o n e n estimular u n s a b e r u n i t a r i o , d e s t a c a n d o las l í n e a s m a e s t r a s . E n r e a l i d a d , e s c e n i f i c a n l a h i s t o r i a c o m o si d e u n « g r a n e s p e c t á c u l o » se t r a t a r a . B o s q u e j a n p a i s a j e s h i s t ó r i c o s , e n los q u e l a s f e c h a s - h i t o s c o r r e s p o n d e n a l u g a r e s d e s t a c a d o s d e la geografía. E n c a d a e s c e n a i n t e r v i e n e n los c o r r e s p o n d i e n t e s p e r s o n a j e s , a c t o r e s d e u n « v e r d a d e r o » d r a m a . M á s c o n c r e t a m e n t e , a t r a e t o d o lo q u e s e r e l a c i o n a c o n l o c o t i d i a n o , l o s a n a l e s , l o s d i a r i o s , l a s m e m o r i a s . L o s dif e r e n t e s a m b i e n t e s t i e n e n , c a d a u n o , sus n e c e s i d a d e s e s p e c í f i c a s : l o s n o b l e s , el r e l a t o m i l i t a r ; el c l e r o , l a h i s t o r i a r e l i g i o s a ; l o s p a r l a m e n t a r i o s , la historia política. L a historia está fraccionada, c o m p r e n d i e n d o distintos campos. E n o t r o p l a n o , florecen los h i s t o r i a d o r e s locales o regionales.

1.

CUESTIONES D E MÉTODO

U n a d e las g r a n d e s i n n o v a c i o n e s i n t r o d u c i d a s p o r l o s h i s t o r i a d o r e s d e l siglo X V I c o n s i s t i ó e n n o c o n t e n t a r s e c o n el r e l a t o d e l a res gestae, p o n i e n d o e n p r á c t i c a u n a p r i m e r a f o r m a d e c u e s t i o n a m i e n t o e n r e l a c i ó n al m é t o d o histórico, con la a m b i c i ó n , a v e c e s , d e evocar la t o t a l i d a d d e la r e a l i d a d y d e e x p o n e r las l e y e s d e s u f u n c i o n a m i e n t o . Interesa destacar, en primer lugar, algunas tendencias generales, emp e z a n d o p o r el r e c h a z o d e l d o g m a t i s m o e s c o l á s t i c o , m o t i v a d o p o r el d e s c u b r i m i e n t o d e l a r e l a t i v i d a d d e las c o s a s y d e l o s s i s t e m a s p o l í t i c o s , q u e se i n t e n t a s o m e t e r a las l e y e s . S e p r e t e n d e , t a m b i é n , a r r a n c a r a la h i s t o r i a d e l t e r r e n o d e l a f á b u l a , i n v e s t i g a n d o y s o m e t i e n d o a la crítica l o s v e s t i g i o s 63

d e j a d o s p o r el p a s a d o , a fin d e l l e g a r a r e c o n s t r u i r los h e c h o s d e la f o r m a m á s v e r í d i c a p o s i b l e . U n t e s t i m o n i o d e ello lo c o n s t i t u y e l a e n c u e s t a d e l j u r i s t a E t i e n n e P a s q u i e r , a b o g a d o d e l P a r l a m e n t o d e P a r í s , e n Les Recherches de la France (1560 y s i g . ) . U n a v e z e s t a b l e c i d o s los h e c h o s ( ¿ a c a s o n o es la h i s t o r i a l a v e r d a d d e las c o s a s s i n g u l a r e s ? ) , e s p r e c i s o r e a g r u p a r l o s e n c o n j u n t o s p a r a c o n s e g u i r u n a e x p o s i c i ó n c o r r e c t a , u n o r d e n l ó g i c o e n el r e l a t o , q u e r e q u i e r e u n análisis d e las c a u s a s . S e g ú n J e a n W o l f , e n su Recueil de l'art historique, p u b l i c a d o e n 1579, d e s p u é s d e h a b e r e l a b o r a d o el h e c h o c o n a b s o l u t a s e g u r i d a d , es p r e c i s o s i t u a r l o e n u n a c a d e n a d e r a z o n e s h i s tóricas y lógicas. A l g u n o s historiadores alientan m a y o r e s ambiciones y pret e n d e n c o n s t r u i r u n a h i s t o r i a u n i v e r s a l d e l a civilización o d e las civilizac i o n e s , a b a r c a n d o t o d o s sus a s p e c t o s . L a « v e r d a d e r a » h i s t o r i a d e b e r á c o m p r e n d e r l o N a t u r a l , l o s h á b i t o s , las c o s t u m b r e s y «las f o r m a s d e a c t u a r d e l p u e b l o a q u e se r e f i e r e » ( H u p p e r t , p . 1 4 8 ) . E s p r e c i s o l o g r a r «la r e p r e s e n t a c i ó n d e l T o d o » ( L a P o p e l i n i é r e ) , sin d e j a r n a d a al m a r g e n d e l a e x p l i c a c i ó n r a c i o n a l . L a s a m b i c i o n e s d e Jean B o d i n ( 1 5 3 0 - 1 5 9 6 ) , o r i u n d o d e A n g e r s , a b o g a do del P a r l a m e n t o de París, p r o c u r a d o r del rey a partir de 1588, magistrad o , t a n i n t e r e s a d o p o r la p o l í t i c a c o m o p o r la h i s t o r i a , e x p r e s a d a s e n s u Méthode pour une connaissance aisée de l'histoire (Methodus ad facilem historiarum cognitionem, 1 5 6 6 ) , p u e d e n r e s u m i r s e e n lo s i g u i e n t e : u n i f i c a r r a c i o n a l m e n t e la d i v e r s i d a d d e l a r e a l i d a d . E l h i s t o r i a d o r se d e c a n t a p o r l o s h e c h o s s i n g u l a r e s , p e r o p a r a r e s t a b l e cerlos e n lo universal y p a r a reducirlos a leyes, definidas c o m o « p r o d u c t o s q u e se d e r i v a n d e la n a t u r a l e z a d e las c o s a s » . S e m e j a n t e t a r e a es difícil si n o i m p o s i b l e , p o r q u e la h i s t o r i a d e los s e r e s h u m a n o s es u n a i n n o v a c i ó n p e r p e t u a : « C a d a , d í a . nacen_ n u e v a s J e y e s , . n u e v a s c o l u m b r e s , . n u e y a s - i n s t i m d o n e s . » . C i e n d a . a b i e r t a a~desarrollos i m p r e v i s i b l e s , l a h i s t o r i a es c o n t r a riaba las c i e n c i a s c e r r a d a s q u e p u e d e n r e d u c i r s e a p r i n c i p i o s y l e y e s . - A p a r e n t e m e n t e , l a h i s t o r i a se n o s o f r e c e c o m o u n c a o s . E s p r e c i s o sab e r d e s c u b r i r e n ella el o r d e n y d e s c o m p o n e r l a d e f o r m a c o h e r e n t e , p r o y e c t a n d o , « s o b r e la m a s a i n f o r m e d e l o s h e c h o s , l o s m a r c o s r a c i o n a l e s d e l e s p í r i t u » ( D u b o i s ) . Su e x i g e n c i a d e r a c i o n a l i d a d se c o m b i n a c o n la d e u n i v e r s a l i d a d , y a q u e t o d a s las civilizaciones i n t e r v i e n e n e n u n t i e m p o ú n i c o . P a r a B o d i n , el h i s t o r i a d o r e s , p o r t a n t o , u n a e s p e c i e d e d e m i u r g o q u e o r d e n a c o n c r e c i o n e s q u e s o n d i v e r s a s e n su e s e n c i a . E l c l i m a c o n t r i b u y e d e f o r m a d e c i s i v a a la d i v e r s i d a d , e n l a m e d i d a e n l a q u e rige el h u m o r i n t e r n o ; p o r t a n t o , las m e n t a l i d a d e s . E s p e c i a l m e n t e el sol e j e r c e u n a i n f l u e n cia d e t e r m i n a n t e . S e g ú n B o d i n , l o s m e r i d i o n a l e s (australes) s o n fríos, s e cos, d u r o s , l a m p i ñ o s , débiles, bajos y tienen la voz a g u d a ; los n ó r d i c o s , p o r el c o n t r a r i o , s o n c á l i d o s , h ú m e d o s , v e l l u d o s , r o b u s t o s , t i e n e n la c a r n e t i e r n a , la p i e l b l a n c a y la v o z g r a v e . D e e s t o s c a r a c t e r e s se d e r i v a n las dif e r e n c i a s p s i c o l ó g i c a s . L a s f o r m a s d e c a d a civilización e s t á n e n r a i z a d a s e n las c i r c u n s t a n c i a s n a t u r a l e s . N o s h a l l a m o s a q u í e n los a n t í p o d a s d e la e r u d i c i ó n . B o d i n se c o m p l a c e e n u t i l i z a r c a t e g o r í a s a b s t r a c t a s . P r e t e n d e clasificar a l o s h o m b r e s y a las c o s a s , c o n c i b i e n d o p a r a ello u n Tableau du droit universel, r e g i d o p o r la r e g l a d e los c o n t r a r i o s , e n v i r t u d d e l a c u a l , «si el m e r i d i o n a l es m o r e n o , el s e p t e n t r i o n a l es b l a n c o ; si la t a l l a d e l ú l t i m o es g r a n d e , l a d e l p r i m e r o es p e q u e ñ a » , e t c . (Methodus, V , 3 3 3 ) . L l e v a n d o M n m á s l e j o s la s i s t e m a 64

t i z a c i ó n , i n v e s t i g a la i n f l u e n c i a q u e h a n e j e r c i d o l o s n ú m e r o s e n l a c o n s t i t u c i ó n d e l o s i m p e r i o s , e s p e c u l a n d o a c e r c a d e las f e c h a s d e las b a t a l l a s y d e l a e d a d d e los h é r o e s e n el m o m e n t o d e s u m u e r t e . ¿ N o m u r i e r o n A r i s tóteles, E r a s m o y L u t e r o e n su s e x a g é s i m o tercer a ñ o ? T a l delirio a r i t m é t i c o le h i z o c r e e r q u e la cifra 4 9 6 e r a d e t e r m i n a n t e p a r a el c u r s o d e l a historia. ¿ N o habían transcurrido 496 años desde A u g u s t o hasta R ó m u l o Augústulo, desde Constantino h a s t a C a r l o m a g n o y desde Siagrio hasta H u g o C a p e t o ? S u s d i s t a n c i a s c o n s t a n t e s , sus r e g u l a r i d a d e s a r i t m é t i c a s p e r m i t e n p r e v e r el p o r v e n i r . E l m u n d o sufre l a l e y d e las cifras (sin q u e d a r reducido a una ecuación, c o m o dicen algunos comentaristas). Corresponde al i n t e l e c t u a l d e s c u b r i r el o r d e n o c u l t o . L a s r e v o l u c i o n e s h u m a n a s s e r e l a cionan, siempre en virtud d e este o r d e n , con los cambios astrales y climáticos. B o d i n h a c e , a la v e z q u e e s t o s l a b o r i o s o s a n á l i s i s , g e n i a l e s a n t i c i p a c i o n e s . P o r e j e m p l o , i n t u y ó q u e el t a b ú d e l i n c e s t o i n c i t a b a a e x t e n d e r las alianzas m a t r i m o n i a l e s . Q u i s o edificar u n a ciencia política, siguiendo a P o libio y a d e l a n t á n d o s e a M o n t e s q u i e u (cf. La République, auténtica suma p o l í t i c a ) . I n t u y ó , o b s c u r a m e n t e , l a e x i s t e n c i a d e u n a s l e y e s q u e r e g í a n el c o m p o r t a m i e n t o del h o m b r e en sociedad. L a n c e l o t d e l a P o p e l i n i é r e ( 1 5 4 0 7 - 1 6 0 8 ) s e d e d i c a a l a b ú s q u e d a d e L'Idée de l'histoire accomplie (1599). N o s d a u n a definición tradicional d e la h i s t o r i a : u n a n a r r a c i ó n g e n e r a l , e l o c u e n t e y j u i c i o s a d e las a c c i o n e s m á s n o t a b l e s d e l o s h o m b r e s y d e o t r o s a c c i d e n t e s significativos s e g ú n el t i e m p o , los l u g a r e s , c a u s a s , p r o g r e s o y a c o n t e c i m i e n t o s . R e c u r r i e n d o a p r e g u n t a s , e s b o z a u n p r o g r a m a m u y a m p l i o y m u y n u e v o p a r a el c o n o c i m i e n t o h i s t ó r i c o : « ¿ C u á l e s f u e r o n las d i f e r e n c i a s e x i s t e n t e s e n t r e l o s p u e b l o s , e n t r e g a l o s , r o m a n o s y g e r m a n o s e n l a p r o p i a G a ñ a ? ¿ C u á l (la d i f e r e n c i a ) e n t r e f r a n c e s e s y g e r m a n o s ? ¿ C u á n d o , c ó m o y p o r q u é p e n e t r ó , se a c e p t ó , c r e c i ó , se d e b a t i ó y m a n t u v o l a r e l i g i ó n c r i s t i a n a e n las G a l i a s . . . ? ¿ C ó m o e r a la n o b l e z a , c u á l s u a u t o r i d a d , p o d e r , a c t u a c i ó n , d e b e r y f u n c i o n e s e n t o d a s estas naciones? ¿Por m e d i o de q u é leyes, costumbres, formas d e vida, justicia y p o l i c í a s e m a n t u v i e r o n e s t o s p u e b l o s , t a n t o e n l a p a z c o m o e n la g u e r r a , b a j o la d e p l o r a b l e p a c i e n c i a d e n u e s t r o s a n t i g u o s p a d r e s ? » Francois H o t m a n (1524-1590) t a m b i é n tenía g r a n d e s aspiraciones. Jurisconsulto, profesor d e d e r e c h o r o m a n o , calvinista c o n v e n c i d o , g r a n viaj e r o , p o s e í a u n a v a s t a e x p e r i e n c i a . D e b i ó s u c e l e b r i d a d a la Franco-Galia ( 1 5 7 3 ) , e n la q u e se m o s t r a b a h o s t i l a las i n t e r v e n c i o n e s d e l p o d e r r e a l e n el d o m i n i o e s p i r i t u a l . E n el p l a n o h i s t ó r i c o , d e b e m o s r e c o r d a r la n o v e d a d d e l p r o y e c t o f o r m u l a d o e n el p r i m e r c a p í t u l o y l a p r e o c u p a c i ó n , c l a r a m e n t e e x p r e s a d a , d e q u e la i n v e s t i g a c i ó n s o b r e el p a s a d o t e n g a u t i l i d a d p a r a el p r e s e n t e : « H a b i é n d o m e p r o p u e s t o e s c r i b i r a c e r c a d e las c o s t u m b r e s y d e la p o l í t i c a d e n u e s t r a F r a n c i a g a l a , e n t a n t o p u e d a servir p a r a u s o d e n u e s t r a cosa«pública y c o m o d i d a d d e los t i e m p o s actuales, m e p a r e c e conv e n i e n t e c o m e n z a r p o r d e d u c i r c u á l fue el a n t i g u o e s t a d o d e l a G a l i a , a n tes d e q u e se viera d o m i n a d a y r e d u c i d a p o r los r o m a n o s a u n a Provincia.» E l r e s u l t a d o n o e s t á a l a a l t u r a d e sus a m b i c i o n e s . A u n q u e f u n d a m e n t a d o e n g r a n d e s a u t o r e s ( C é s a r , T á c i t o , e t c . ) , el c u a d r o d e l a G a l i a s e r e v e l a a n a c r ó n i c o , h a l l á n d o s e a p l i c a d o el v o c a b u l a r i o p o l í t i c o p r o p i o del A n t i g u o R é g i m e n , sin s o m e t e r l o a p r o c e s o a l g u n o , a las t r i b u s g a l a s : c a d a a ñ o , n o s d i c e H o t m a n , se r e u n í a u n a « a s a m b l e a g e n e r a l d e t o d o el p a í s , d o n d e se 65

d e j a d o s p o r el p a s a d o , a fin d e l l e g a r a r e c o n s t r u i r los h e c h o s d e la f o r m a m á s v e r í d i c a p o s i b l e . U n t e s t i m o n i o d e ello lo c o n s t i t u y e l a e n c u e s t a d e l j u r i s t a E t i e n n e P a s q u i e r , a b o g a d o d e l P a r l a m e n t o d e P a r í s , e n Les Recherches de la France (1560 y s i g . ) . U n a v e z e s t a b l e c i d o s los h e c h o s ( ¿ a c a s o n o es la h i s t o r i a l a v e r d a d d e las c o s a s s i n g u l a r e s ? ) , e s p r e c i s o r e a g r u p a r l o s e n c o n j u n t o s p a r a c o n s e g u i r u n a e x p o s i c i ó n c o r r e c t a , u n o r d e n l ó g i c o e n el r e l a t o , q u e r e q u i e r e u n análisis d e las c a u s a s . S e g ú n J e a n W o l f , e n su Recueil de l'art historique, p u b l i c a d o e n 1579, d e s p u é s d e h a b e r e l a b o r a d o el h e c h o c o n a b s o l u t a s e g u r i d a d , es p r e c i s o s i t u a r l o e n u n a c a d e n a d e r a z o n e s h i s tóricas y lógicas. A l g u n o s historiadores alientan m a y o r e s ambiciones y pret e n d e n c o n s t r u i r u n a h i s t o r i a u n i v e r s a l d e l a civilización o d e las civilizac i o n e s , a b a r c a n d o t o d o s sus a s p e c t o s . L a « v e r d a d e r a » h i s t o r i a d e b e r á c o m p r e n d e r l o N a t u r a l , l o s h á b i t o s , las c o s t u m b r e s y «las f o r m a s d e a c t u a r d e l p u e b l o a q u e se r e f i e r e » ( H u p p e r t , p . 1 4 8 ) . E s p r e c i s o l o g r a r «la r e p r e s e n t a c i ó n d e l T o d o » ( L a P o p e l i n i é r e ) , sin d e j a r n a d a al m a r g e n d e l a e x p l i c a c i ó n r a c i o n a l . L a s a m b i c i o n e s d e Jean B o d i n ( 1 5 3 0 - 1 5 9 6 ) , o r i u n d o d e A n g e r s , a b o g a do del P a r l a m e n t o de París, p r o c u r a d o r del rey a partir de 1588, magistrad o , t a n i n t e r e s a d o p o r la p o l í t i c a c o m o p o r la h i s t o r i a , e x p r e s a d a s e n s u Méthode pour une connaissance aisée de l'histoire (Methodus ad facilem historiarum cognitionem, 1 5 6 6 ) , p u e d e n r e s u m i r s e e n lo s i g u i e n t e : u n i f i c a r r a c i o n a l m e n t e la d i v e r s i d a d d e l a r e a l i d a d . E l h i s t o r i a d o r se d e c a n t a p o r l o s h e c h o s s i n g u l a r e s , p e r o p a r a r e s t a b l e cerlos e n lo universal y p a r a reducirlos a leyes, definidas c o m o « p r o d u c t o s q u e se d e r i v a n d e la n a t u r a l e z a d e las c o s a s » . S e m e j a n t e t a r e a es difícil si n o i m p o s i b l e , p o r q u e la h i s t o r i a d e los s e r e s h u m a n o s es u n a i n n o v a c i ó n p e r p e t u a : « C a d a , d í a . nacen_ n u e v a s J e y e s , . n u e v a s c o l u m b r e s , . n u e y a s - i n s t i m d o n e s . » . C i e n d a . a b i e r t a a~desarrollos i m p r e v i s i b l e s , l a h i s t o r i a es c o n t r a riaba las c i e n c i a s c e r r a d a s q u e p u e d e n r e d u c i r s e a p r i n c i p i o s y l e y e s . - A p a r e n t e m e n t e , l a h i s t o r i a se n o s o f r e c e c o m o u n c a o s . E s p r e c i s o sab e r d e s c u b r i r e n ella el o r d e n y d e s c o m p o n e r l a d e f o r m a c o h e r e n t e , p r o y e c t a n d o , « s o b r e la m a s a i n f o r m e d e l o s h e c h o s , l o s m a r c o s r a c i o n a l e s d e l e s p í r i t u » ( D u b o i s ) . Su e x i g e n c i a d e r a c i o n a l i d a d se c o m b i n a c o n la d e u n i v e r s a l i d a d , y a q u e t o d a s las civilizaciones i n t e r v i e n e n e n u n t i e m p o ú n i c o . P a r a B o d i n , el h i s t o r i a d o r e s , p o r t a n t o , u n a e s p e c i e d e d e m i u r g o q u e o r d e n a c o n c r e c i o n e s q u e s o n d i v e r s a s e n su e s e n c i a . E l c l i m a c o n t r i b u y e d e f o r m a d e c i s i v a a la d i v e r s i d a d , e n l a m e d i d a e n l a q u e rige el h u m o r i n t e r n o ; p o r t a n t o , las m e n t a l i d a d e s . E s p e c i a l m e n t e el sol e j e r c e u n a i n f l u e n cia d e t e r m i n a n t e . S e g ú n B o d i n , l o s m e r i d i o n a l e s (australes) s o n fríos, s e cos, d u r o s , l a m p i ñ o s , débiles, bajos y tienen la voz a g u d a ; los n ó r d i c o s , p o r el c o n t r a r i o , s o n c á l i d o s , h ú m e d o s , v e l l u d o s , r o b u s t o s , t i e n e n la c a r n e t i e r n a , la p i e l b l a n c a y la v o z g r a v e . D e e s t o s c a r a c t e r e s se d e r i v a n las dif e r e n c i a s p s i c o l ó g i c a s . L a s f o r m a s d e c a d a civilización e s t á n e n r a i z a d a s e n las c i r c u n s t a n c i a s n a t u r a l e s . N o s h a l l a m o s a q u í e n los a n t í p o d a s d e la e r u d i c i ó n . B o d i n se c o m p l a c e e n u t i l i z a r c a t e g o r í a s a b s t r a c t a s . P r e t e n d e clasificar a l o s h o m b r e s y a las c o s a s , c o n c i b i e n d o p a r a ello u n Tableau du droit universel, r e g i d o p o r la r e g l a d e los c o n t r a r i o s , e n v i r t u d d e l a c u a l , «si el m e r i d i o n a l es m o r e n o , el s e p t e n t r i o n a l es b l a n c o ; si la t a l l a d e l ú l t i m o es g r a n d e , l a d e l p r i m e r o es p e q u e ñ a » , e t c . (Methodus, V , 3 3 3 ) . L l e v a n d o M n m á s l e j o s la s i s t e m a 64

t i z a c i ó n , i n v e s t i g a la i n f l u e n c i a q u e h a n e j e r c i d o l o s n ú m e r o s e n l a c o n s t i t u c i ó n d e l o s i m p e r i o s , e s p e c u l a n d o a c e r c a d e las f e c h a s d e las b a t a l l a s y d e l a e d a d d e los h é r o e s e n el m o m e n t o d e s u m u e r t e . ¿ N o m u r i e r o n A r i s tóteles, E r a s m o y L u t e r o e n su s e x a g é s i m o tercer a ñ o ? T a l delirio a r i t m é t i c o le h i z o c r e e r q u e la cifra 4 9 6 e r a d e t e r m i n a n t e p a r a el c u r s o d e l a historia. ¿ N o habían transcurrido 496 años desde A u g u s t o hasta R ó m u l o Augústulo, desde Constantino h a s t a C a r l o m a g n o y desde Siagrio hasta H u g o C a p e t o ? S u s d i s t a n c i a s c o n s t a n t e s , sus r e g u l a r i d a d e s a r i t m é t i c a s p e r m i t e n p r e v e r el p o r v e n i r . E l m u n d o sufre l a l e y d e las cifras (sin q u e d a r reducido a una ecuación, c o m o dicen algunos comentaristas). Corresponde al i n t e l e c t u a l d e s c u b r i r el o r d e n o c u l t o . L a s r e v o l u c i o n e s h u m a n a s s e r e l a cionan, siempre en virtud d e este o r d e n , con los cambios astrales y climáticos. B o d i n h a c e , a la v e z q u e e s t o s l a b o r i o s o s a n á l i s i s , g e n i a l e s a n t i c i p a c i o n e s . P o r e j e m p l o , i n t u y ó q u e el t a b ú d e l i n c e s t o i n c i t a b a a e x t e n d e r las alianzas m a t r i m o n i a l e s . Q u i s o edificar u n a ciencia política, siguiendo a P o libio y a d e l a n t á n d o s e a M o n t e s q u i e u (cf. La République, auténtica suma p o l í t i c a ) . I n t u y ó , o b s c u r a m e n t e , l a e x i s t e n c i a d e u n a s l e y e s q u e r e g í a n el c o m p o r t a m i e n t o del h o m b r e en sociedad. L a n c e l o t d e l a P o p e l i n i é r e ( 1 5 4 0 7 - 1 6 0 8 ) s e d e d i c a a l a b ú s q u e d a d e L'Idée de l'histoire accomplie (1599). N o s d a u n a definición tradicional d e la h i s t o r i a : u n a n a r r a c i ó n g e n e r a l , e l o c u e n t e y j u i c i o s a d e las a c c i o n e s m á s n o t a b l e s d e l o s h o m b r e s y d e o t r o s a c c i d e n t e s significativos s e g ú n el t i e m p o , los l u g a r e s , c a u s a s , p r o g r e s o y a c o n t e c i m i e n t o s . R e c u r r i e n d o a p r e g u n t a s , e s b o z a u n p r o g r a m a m u y a m p l i o y m u y n u e v o p a r a el c o n o c i m i e n t o h i s t ó r i c o : « ¿ C u á l e s f u e r o n las d i f e r e n c i a s e x i s t e n t e s e n t r e l o s p u e b l o s , e n t r e g a l o s , r o m a n o s y g e r m a n o s e n l a p r o p i a G a ñ a ? ¿ C u á l (la d i f e r e n c i a ) e n t r e f r a n c e s e s y g e r m a n o s ? ¿ C u á n d o , c ó m o y p o r q u é p e n e t r ó , se a c e p t ó , c r e c i ó , se d e b a t i ó y m a n t u v o l a r e l i g i ó n c r i s t i a n a e n las G a l i a s . . . ? ¿ C ó m o e r a la n o b l e z a , c u á l s u a u t o r i d a d , p o d e r , a c t u a c i ó n , d e b e r y f u n c i o n e s e n t o d a s estas naciones? ¿Por m e d i o de q u é leyes, costumbres, formas d e vida, justicia y p o l i c í a s e m a n t u v i e r o n e s t o s p u e b l o s , t a n t o e n l a p a z c o m o e n la g u e r r a , b a j o la d e p l o r a b l e p a c i e n c i a d e n u e s t r o s a n t i g u o s p a d r e s ? » Francois H o t m a n (1524-1590) t a m b i é n tenía g r a n d e s aspiraciones. Jurisconsulto, profesor d e d e r e c h o r o m a n o , calvinista c o n v e n c i d o , g r a n viaj e r o , p o s e í a u n a v a s t a e x p e r i e n c i a . D e b i ó s u c e l e b r i d a d a la Franco-Galia ( 1 5 7 3 ) , e n la q u e se m o s t r a b a h o s t i l a las i n t e r v e n c i o n e s d e l p o d e r r e a l e n el d o m i n i o e s p i r i t u a l . E n el p l a n o h i s t ó r i c o , d e b e m o s r e c o r d a r la n o v e d a d d e l p r o y e c t o f o r m u l a d o e n el p r i m e r c a p í t u l o y l a p r e o c u p a c i ó n , c l a r a m e n t e e x p r e s a d a , d e q u e la i n v e s t i g a c i ó n s o b r e el p a s a d o t e n g a u t i l i d a d p a r a el p r e s e n t e : « H a b i é n d o m e p r o p u e s t o e s c r i b i r a c e r c a d e las c o s t u m b r e s y d e la p o l í t i c a d e n u e s t r a F r a n c i a g a l a , e n t a n t o p u e d a servir p a r a u s o d e n u e s t r a cosa«pública y c o m o d i d a d d e los t i e m p o s actuales, m e p a r e c e conv e n i e n t e c o m e n z a r p o r d e d u c i r c u á l fue el a n t i g u o e s t a d o d e l a G a l i a , a n tes d e q u e se viera d o m i n a d a y r e d u c i d a p o r los r o m a n o s a u n a Provincia.» E l r e s u l t a d o n o e s t á a l a a l t u r a d e sus a m b i c i o n e s . A u n q u e f u n d a m e n t a d o e n g r a n d e s a u t o r e s ( C é s a r , T á c i t o , e t c . ) , el c u a d r o d e l a G a l i a s e r e v e l a a n a c r ó n i c o , h a l l á n d o s e a p l i c a d o el v o c a b u l a r i o p o l í t i c o p r o p i o del A n t i g u o R é g i m e n , sin s o m e t e r l o a p r o c e s o a l g u n o , a las t r i b u s g a l a s : c a d a a ñ o , n o s d i c e H o t m a n , se r e u n í a u n a « a s a m b l e a g e n e r a l d e t o d o el p a í s , d o n d e se 65

d i s c u t í a n l o s a s u n t o s d e l e s t a d o y los c o n c e r n i e n t e s al b i e n g e n e r a l d e la c o s a p ú b l i c a » . N o n o s d e j e m o s p a r a l i z a r p o r la d i s c o r d a n c i a e n t r e las p a l a b r a s y las c o s a s . R e t e n g a m o s l a n o v e d a d d e l c u e s t i o n a m i e n t o ( l u e g o H o t m a n se p r e g u n t a q u é l e n g u a h a b l a b a n l o s g a l o s ) y l a a g u d e z a d e su s e n t i d o c r í t i c o , q u e ridiculiza l a l e y e n d a d e l o r i g e n t r o y a n o d e los f r a n c o s .

2.

L E J A N O S INDICIOS D E LA N U E V A HISTORIA

P o d e m o s e s t i m a r , d e f o r m a m u y a m p l i a , q u e las a n t i c i p a c i o n e s d e l siglo X V I m a n t i e n e n a l g u n o s n e x o s c o n l a e x a l t a c i ó n s u r g i d a d e los g r a n d e s d e s c u b r i m i e n t o s , c o n el s e n t i m i e n t o d e vivir e n u n m u n d o e n el q u e t o d o s los e l e m e n t o s s o n i n t e r d e p e n d i e n t e s , u n m u n d o e n m u t a c i ó n . . . L a a n t i c o m p a r t i m e n t a c i ó n i n t e l e c t u a l a c o m p a ñ a a la a p e r t u r a e c o n ó m i c a . S e r í a c o m p l e t a m e n t e i n g e n u o p r e t e n d e r d e s i g n a r , e n t r e l o s a u t o r e s d e l siglo X V I , a u n p r e c u r s o r d e F e r n a n d B r a u d e l ( e n la p e r s o n a d e J e a n B o d i n ) o a u n h e r m a n o m a y o r d e E m m a n u e l L e R o y L a d u r i e (¿en la p e r s o n a d e A n d r é T h e v e t ? ) , p e r o n o es g r a t u i t o el insistir e n las a p r o x i m a c i o n e s h a b i d a s e n e s t e siglo e n t r e l a h i s t o r i a y o t r a s r a m a s d e l s a b e r , c o m o la e c o n o m í a p o l í t i c a ( t o d a v í a e n e s t a d o b a l b u c i e n t e ) y la g e o g r a f í a .

A)

Historia y e c o n o m í a política

L a p r i n c i p a l r e f e r e n c i a e n e s t a m a t e r i a la c o n s t i t u y e e v i d e n t e m e n t e « L a R e s p o n s e d e J e a n B o d i n á M . d e M a l e s t r o i t » , p u b l i c a d a e n 1568. E l j u r i s t a a n g e v i n o t r a t a e n ella u n t e m a e x t r a o r d i n a r i a m e n t e n u e v o , «la c a r e s t í a d e l a v i d a e n el siglo x v i » , s e g ú n la e x p r e s i ó n d e H e n r i H a u s e r . D i s t i n g u e clar a m e n t e t r e s c a u s a s p r i n c i p a l e s : la a b u n d a n c i a d e l o r o y d e l a p l a t a p r o c e d e n t e s d e l N u e v o M u n d o ; los m o n o p o l i o s d e m e r c a d e r e s , a r t e s a n o s y a s a l a r i a d o s q u e i m p u l s a n al a l z a las m e r c a n c í a s y l o s s u e l d o s ; y l a « e s c a s e z » que resulta de exportaciones excesivas, destinadas especialmente a Españ a . Sin e n t r a r e n el d e t a l l e d e u n a a r g u m e n t a c i ó n rigurosa ( p p . 9-17) citar e m o s t a n s ó l o la o p i m ó n d e H e n r i H a u s e r : « A l g u n a s i d e a s d e B o d i n , a u n ' q u e su e s t i l o s e a o b s c u r o y , a v e c e s , i n c o r r e c t o . . . , s o b r e el p a p e l r e a l d e l a m o n e d a , l o s m e c a n i s m o s d e l o s i n t e r c a m b i o s i n t e r n a c i o n e s , o la i n f l u e n c i a d e los m e t a l e s p r e c i o s o s . . . , s o n t a n c l a r a s c o m o l a s d e u n e c o n o m i s t a m o d e r n o . D e s c u b r e e n la d i v i s i ó n g e o g r á f i c a d e l t r a b a j o u n a ley p r o v i d e n c i a l o n a t u r a l , d e s t i n a d a a p r o m o v e r los i n t e r c a m b i o s y a p r o c u r a r la p a z . » (pp. L i l i y LIV.)

B)

Historia y geografía: u n a u n i ó n p r o m e t e d o r a

E n e s t a m a t e r i a fue e j e m p l a r el m u n d o g e r m á n i c o . G e n e r a l m e n t e s e c o n s i d e r a q u e s u p r i m e r g r a n h i s t o r i a d o r fue u n h u m a n i s t a d e S e l e s t a t , B e a t u s R h e n a n u s ( 7 - 1 5 4 7 ) , a u t o r d e u n a Historia de Alemania e n 1531 e n l a q u e cita t e x t o s e s c r i t o s e n u n a l e m á n a r c a i c o , d e m o s t r a n d o u n g r a n s e n t i d o d e la crítica d o c u m e n t a l , a d q u i r i d o al e s t u d i a r las o b r a s d e P l i n i o , T á c i t o y T i t o L i v i o , d e los q u e fue e d i t o r . T a m b i é n se r e c o n o c e , e n g e n e r a l , a S e 66

b a s t í a n M ü n s t e r ( 1 4 8 9 - 1 5 5 2 ) c o m o el p r i m e r g e ó g r a f o , c o m o el E s t r a b ó n a l e m á n . C o r d e l i e r , c o n v e r t i d o al l u t e r a n i s m o , e n s e ñ ó t e o l o g í a y h e b r e o e n B a s i l e a a p a r t i r d e 1 5 2 8 . E s p í r i t u e n c i c l o p é d i c o , p u b l i c ó e n 1544 u n a e n o r m e Cosmografía, especie de geografía universal. L a descripción del conj u n t o d e los c o n t i n e n t e s c o m i e n z a c o n u n libro d e geografía g e n e r a l s o b r e los c í r c u l o s ( p o l a r e s , t r o p i c a l e s , e t c . ) y s o b r e los v o l c a n e s y l o s g l a c i a r e s , d e s c r i t o s c o n b a s t a n t e e x a c t i t u d ( v é a s e N u m a B r o c , La Geógraphie de la Renaissance, p . 71). L a o b r a contiene comentarios desenvueltos acerca de l o s d i f e r e n t e s p a í s e s , c o m o las islas B r i t á n i c a s , a t r a v e s a d a s p o r d o s ríos p r i n c i p a l e s , el H u m b e r y el T á m e s i s . M ü n s t e r se c o m p l a c e a s i m i s m o e n l o s p a r a l e l o s ( p o r e j e m p l o , c o m p a r a la G a l i a , « f e c u n d a d a p o r c a n t i d a d d e lluv i a s » , y E s p a ñ a , o b l i g a d a a « u t i l i z a r riegos s a c a n d o a g u a s d e los g r a n d e s ríos a t r a v é s d e f o s o s » . P o s e e el a r t e d e p e r c i b i r las c u a l i d a d e s p r o p i a s d e las d i f e r e n t e s r e g i o n e s , c o m o E s c a m a , L a p o n i a o M o s c o v i a : « E l p a í s , a d o r n a d o c o n m u c h o s y b e l l o s ríos, e s l l a n o , sin m o n t a ñ a s ; n o o b s t a n t e , h a y m u c h o s b o s q u e s y p a n t a n o s casi p o r t o d a s p a r t e s . . . » ( B r o c , p . 8 0 ) . C o n s i d e r a q u e la l e n g u a p e r m i t e , m e j o r q u e los ríos o q u e las m o n t a ñ a s , i n d i v i d u a l i z a r las n a c i o n e s . E s t a p e r c e p c i ó n d e l o s h e c h o s l i n g ü í s t i c o s p a r e c e m u y nueva. E n lo c o n c e r n i e n t e a A l e m a n i a , las n o t i c i a s d e d i c a d a s p o r M ü n s t e r a las d i f e r e n t e s r e g i o n e s r e ú n e n o b s e r v a c i o n e s g e o g r á f i c a s e i n f o r m a c i o n e s h i s t ó r i c a s , r e l a c i o n á n d o s e a m b o s s a b e r e s m u t u a m e n t e . S i n e m b a r g o , ciertas evocaciones regionales d e s e m b o c a n en un confuso enciclopedismo en el q u e se m e z c l a n l a e t i m o l o g í a , l a t o p o g r a f í a , la e n u m e r a c i ó n d e las p r i n c i p a l e s c i u d a d e s y el c a t á l o g o d e l a s « m a r a v i l l a s » . ¿ N o es n e c e s a r i o dist r a e r , i n s t r u i r y e d i f i c a r a l a v e z ? D e h e c h o , la Cosmographie, descripción r a z o n a d a d e l g l o b o , fue l e í d a a l a v e z c o m o u n a e n c i c l o p e d i a y c o m o u n a o b r a de edificación. A u n q u e s e m a n t i e n e t r i b u t a r i o d e l o s a n t i g u o s y d e los v i a j e r o s d e la E d a d M e d i a , S e b a s t i a n M ü n s t e r fue u n i n n o v a d o r a l i n i c i a r u n a a m p l i a e n c u e s t a d e s t i n a d a a r e c o g e r i n f o r m a c i o n e s c e r c a d e l o s p r í n c i p e s , d e las ciud a d e s y d e l o s s a b i o s . C o n e l l o f a v o r e c i ó e n A l e m a n i a el d e s a r r o l l o d e la t o p o g r a f í a y d e las c r ó n i c a s e n l a s q u e se m u l t i p l i c a r o n l o s m a p a s y l a s p e r s p e c t i v a s c a b a l l e r a s d e las c i u d a d e s . E n t r e los s u c e s o r e s f r a n c e s e s d e M ü n s t e r p o d e m o s c i t a r a B e l l e f o r e s t , Thevet y Bodin. El gascón Francois de Belleforest, historiador del rey, p o l í g r a f o , e s c r i b i ó u n a Histoire genérale de France, s e g u i d a d e u n a Histoire universelle du monde y d e u n a Cosmographie ( 1 5 7 5 ) , a d a p t a c i ó n d e la d e M ü n s t e r , p e r o a m p l i a d a c o n u n a s e r i e d e c o n s i d e r a c i o n e s s o b r e la g l o r i a y la c a í d a d e los r e i n o s . S u p o l o g r a r l a c o l a b o r a c i ó n d e l o s e r u d i t o s d e las provincias. A n d r é Thevet, otro franciscano, cosmógrafo e historiador del rey, tamb i é n e s c r i b i ó u n a Cosmographie universelle e n 1575, d e s p u é s d e h a b e r viaj a d o p o r el P r ó x i m o O r i e n t e y A m é r i c a . P r o p o r c i o n a n o t i c i a s t o p o n í m i c a s , h i s t ó r i c a s y g e o g r á f i c a s p o r p a í s e s , c i t a sus f u e n t e s y h a c e s u y o s , p o r n e c e s i d a d , los e r r o r e s d e M ü n s t e r . T h e v e t p r o v o c a u n a v i o l e n t a p o l é m i c a c o n el s e d e n t a r i o B e l l e f o r e s t , al d e f e n d e r q u e l a g e o g r a f í a d e b e e s t a r r e s e r v a d a p a r a los v i a j e r o s , l o s ú n i c o s q u e t i e n e n e x p e r i e n c i a d e l m u n d o . T h e v e t s a b e e x p r e s a r su p l e t ó r i c a v i t a l i d a d , n o e x e n t a d e c i e r t a i n g e n u i d a d , c u a n d o c o n 67

d i s c u t í a n l o s a s u n t o s d e l e s t a d o y los c o n c e r n i e n t e s al b i e n g e n e r a l d e la c o s a p ú b l i c a » . N o n o s d e j e m o s p a r a l i z a r p o r la d i s c o r d a n c i a e n t r e las p a l a b r a s y las c o s a s . R e t e n g a m o s l a n o v e d a d d e l c u e s t i o n a m i e n t o ( l u e g o H o t m a n se p r e g u n t a q u é l e n g u a h a b l a b a n l o s g a l o s ) y l a a g u d e z a d e su s e n t i d o c r í t i c o , q u e ridiculiza l a l e y e n d a d e l o r i g e n t r o y a n o d e los f r a n c o s .

2.

L E J A N O S INDICIOS D E LA N U E V A HISTORIA

P o d e m o s e s t i m a r , d e f o r m a m u y a m p l i a , q u e las a n t i c i p a c i o n e s d e l siglo X V I m a n t i e n e n a l g u n o s n e x o s c o n l a e x a l t a c i ó n s u r g i d a d e los g r a n d e s d e s c u b r i m i e n t o s , c o n el s e n t i m i e n t o d e vivir e n u n m u n d o e n el q u e t o d o s los e l e m e n t o s s o n i n t e r d e p e n d i e n t e s , u n m u n d o e n m u t a c i ó n . . . L a a n t i c o m p a r t i m e n t a c i ó n i n t e l e c t u a l a c o m p a ñ a a la a p e r t u r a e c o n ó m i c a . S e r í a c o m p l e t a m e n t e i n g e n u o p r e t e n d e r d e s i g n a r , e n t r e l o s a u t o r e s d e l siglo X V I , a u n p r e c u r s o r d e F e r n a n d B r a u d e l ( e n la p e r s o n a d e J e a n B o d i n ) o a u n h e r m a n o m a y o r d e E m m a n u e l L e R o y L a d u r i e (¿en la p e r s o n a d e A n d r é T h e v e t ? ) , p e r o n o es g r a t u i t o el insistir e n las a p r o x i m a c i o n e s h a b i d a s e n e s t e siglo e n t r e l a h i s t o r i a y o t r a s r a m a s d e l s a b e r , c o m o la e c o n o m í a p o l í t i c a ( t o d a v í a e n e s t a d o b a l b u c i e n t e ) y la g e o g r a f í a .

A)

Historia y e c o n o m í a política

L a p r i n c i p a l r e f e r e n c i a e n e s t a m a t e r i a la c o n s t i t u y e e v i d e n t e m e n t e « L a R e s p o n s e d e J e a n B o d i n á M . d e M a l e s t r o i t » , p u b l i c a d a e n 1568. E l j u r i s t a a n g e v i n o t r a t a e n ella u n t e m a e x t r a o r d i n a r i a m e n t e n u e v o , «la c a r e s t í a d e l a v i d a e n el siglo x v i » , s e g ú n la e x p r e s i ó n d e H e n r i H a u s e r . D i s t i n g u e clar a m e n t e t r e s c a u s a s p r i n c i p a l e s : la a b u n d a n c i a d e l o r o y d e l a p l a t a p r o c e d e n t e s d e l N u e v o M u n d o ; los m o n o p o l i o s d e m e r c a d e r e s , a r t e s a n o s y a s a l a r i a d o s q u e i m p u l s a n al a l z a las m e r c a n c í a s y l o s s u e l d o s ; y l a « e s c a s e z » que resulta de exportaciones excesivas, destinadas especialmente a Españ a . Sin e n t r a r e n el d e t a l l e d e u n a a r g u m e n t a c i ó n rigurosa ( p p . 9-17) citar e m o s t a n s ó l o la o p i m ó n d e H e n r i H a u s e r : « A l g u n a s i d e a s d e B o d i n , a u n ' q u e su e s t i l o s e a o b s c u r o y , a v e c e s , i n c o r r e c t o . . . , s o b r e el p a p e l r e a l d e l a m o n e d a , l o s m e c a n i s m o s d e l o s i n t e r c a m b i o s i n t e r n a c i o n e s , o la i n f l u e n c i a d e los m e t a l e s p r e c i o s o s . . . , s o n t a n c l a r a s c o m o l a s d e u n e c o n o m i s t a m o d e r n o . D e s c u b r e e n la d i v i s i ó n g e o g r á f i c a d e l t r a b a j o u n a ley p r o v i d e n c i a l o n a t u r a l , d e s t i n a d a a p r o m o v e r los i n t e r c a m b i o s y a p r o c u r a r la p a z . » (pp. L i l i y LIV.)

B)

Historia y geografía: u n a u n i ó n p r o m e t e d o r a

E n e s t a m a t e r i a fue e j e m p l a r el m u n d o g e r m á n i c o . G e n e r a l m e n t e s e c o n s i d e r a q u e s u p r i m e r g r a n h i s t o r i a d o r fue u n h u m a n i s t a d e S e l e s t a t , B e a t u s R h e n a n u s ( 7 - 1 5 4 7 ) , a u t o r d e u n a Historia de Alemania e n 1531 e n l a q u e cita t e x t o s e s c r i t o s e n u n a l e m á n a r c a i c o , d e m o s t r a n d o u n g r a n s e n t i d o d e la crítica d o c u m e n t a l , a d q u i r i d o al e s t u d i a r las o b r a s d e P l i n i o , T á c i t o y T i t o L i v i o , d e los q u e fue e d i t o r . T a m b i é n se r e c o n o c e , e n g e n e r a l , a S e 66

b a s t í a n M ü n s t e r ( 1 4 8 9 - 1 5 5 2 ) c o m o el p r i m e r g e ó g r a f o , c o m o el E s t r a b ó n a l e m á n . C o r d e l i e r , c o n v e r t i d o al l u t e r a n i s m o , e n s e ñ ó t e o l o g í a y h e b r e o e n B a s i l e a a p a r t i r d e 1 5 2 8 . E s p í r i t u e n c i c l o p é d i c o , p u b l i c ó e n 1544 u n a e n o r m e Cosmografía, especie de geografía universal. L a descripción del conj u n t o d e los c o n t i n e n t e s c o m i e n z a c o n u n libro d e geografía g e n e r a l s o b r e los c í r c u l o s ( p o l a r e s , t r o p i c a l e s , e t c . ) y s o b r e los v o l c a n e s y l o s g l a c i a r e s , d e s c r i t o s c o n b a s t a n t e e x a c t i t u d ( v é a s e N u m a B r o c , La Geógraphie de la Renaissance, p . 71). L a o b r a contiene comentarios desenvueltos acerca de l o s d i f e r e n t e s p a í s e s , c o m o las islas B r i t á n i c a s , a t r a v e s a d a s p o r d o s ríos p r i n c i p a l e s , el H u m b e r y el T á m e s i s . M ü n s t e r se c o m p l a c e a s i m i s m o e n l o s p a r a l e l o s ( p o r e j e m p l o , c o m p a r a la G a l i a , « f e c u n d a d a p o r c a n t i d a d d e lluv i a s » , y E s p a ñ a , o b l i g a d a a « u t i l i z a r riegos s a c a n d o a g u a s d e los g r a n d e s ríos a t r a v é s d e f o s o s » . P o s e e el a r t e d e p e r c i b i r las c u a l i d a d e s p r o p i a s d e las d i f e r e n t e s r e g i o n e s , c o m o E s c a m a , L a p o n i a o M o s c o v i a : « E l p a í s , a d o r n a d o c o n m u c h o s y b e l l o s ríos, e s l l a n o , sin m o n t a ñ a s ; n o o b s t a n t e , h a y m u c h o s b o s q u e s y p a n t a n o s casi p o r t o d a s p a r t e s . . . » ( B r o c , p . 8 0 ) . C o n s i d e r a q u e la l e n g u a p e r m i t e , m e j o r q u e los ríos o q u e las m o n t a ñ a s , i n d i v i d u a l i z a r las n a c i o n e s . E s t a p e r c e p c i ó n d e l o s h e c h o s l i n g ü í s t i c o s p a r e c e m u y nueva. E n lo c o n c e r n i e n t e a A l e m a n i a , las n o t i c i a s d e d i c a d a s p o r M ü n s t e r a las d i f e r e n t e s r e g i o n e s r e ú n e n o b s e r v a c i o n e s g e o g r á f i c a s e i n f o r m a c i o n e s h i s t ó r i c a s , r e l a c i o n á n d o s e a m b o s s a b e r e s m u t u a m e n t e . S i n e m b a r g o , ciertas evocaciones regionales d e s e m b o c a n en un confuso enciclopedismo en el q u e se m e z c l a n l a e t i m o l o g í a , l a t o p o g r a f í a , la e n u m e r a c i ó n d e las p r i n c i p a l e s c i u d a d e s y el c a t á l o g o d e l a s « m a r a v i l l a s » . ¿ N o es n e c e s a r i o dist r a e r , i n s t r u i r y e d i f i c a r a l a v e z ? D e h e c h o , la Cosmographie, descripción r a z o n a d a d e l g l o b o , fue l e í d a a l a v e z c o m o u n a e n c i c l o p e d i a y c o m o u n a o b r a de edificación. A u n q u e s e m a n t i e n e t r i b u t a r i o d e l o s a n t i g u o s y d e los v i a j e r o s d e la E d a d M e d i a , S e b a s t i a n M ü n s t e r fue u n i n n o v a d o r a l i n i c i a r u n a a m p l i a e n c u e s t a d e s t i n a d a a r e c o g e r i n f o r m a c i o n e s c e r c a d e l o s p r í n c i p e s , d e las ciud a d e s y d e l o s s a b i o s . C o n e l l o f a v o r e c i ó e n A l e m a n i a el d e s a r r o l l o d e la t o p o g r a f í a y d e las c r ó n i c a s e n l a s q u e se m u l t i p l i c a r o n l o s m a p a s y l a s p e r s p e c t i v a s c a b a l l e r a s d e las c i u d a d e s . E n t r e los s u c e s o r e s f r a n c e s e s d e M ü n s t e r p o d e m o s c i t a r a B e l l e f o r e s t , Thevet y Bodin. El gascón Francois de Belleforest, historiador del rey, p o l í g r a f o , e s c r i b i ó u n a Histoire genérale de France, s e g u i d a d e u n a Histoire universelle du monde y d e u n a Cosmographie ( 1 5 7 5 ) , a d a p t a c i ó n d e la d e M ü n s t e r , p e r o a m p l i a d a c o n u n a s e r i e d e c o n s i d e r a c i o n e s s o b r e la g l o r i a y la c a í d a d e los r e i n o s . S u p o l o g r a r l a c o l a b o r a c i ó n d e l o s e r u d i t o s d e las provincias. A n d r é Thevet, otro franciscano, cosmógrafo e historiador del rey, tamb i é n e s c r i b i ó u n a Cosmographie universelle e n 1575, d e s p u é s d e h a b e r viaj a d o p o r el P r ó x i m o O r i e n t e y A m é r i c a . P r o p o r c i o n a n o t i c i a s t o p o n í m i c a s , h i s t ó r i c a s y g e o g r á f i c a s p o r p a í s e s , c i t a sus f u e n t e s y h a c e s u y o s , p o r n e c e s i d a d , los e r r o r e s d e M ü n s t e r . T h e v e t p r o v o c a u n a v i o l e n t a p o l é m i c a c o n el s e d e n t a r i o B e l l e f o r e s t , al d e f e n d e r q u e l a g e o g r a f í a d e b e e s t a r r e s e r v a d a p a r a los v i a j e r o s , l o s ú n i c o s q u e t i e n e n e x p e r i e n c i a d e l m u n d o . T h e v e t s a b e e x p r e s a r su p l e t ó r i c a v i t a l i d a d , n o e x e n t a d e c i e r t a i n g e n u i d a d , c u a n d o c o n 67

signa sus o b s e r v a c i o n e s ( p o r e j e m p l o s o b r e la b a h í a d e R í o , s o b r e el t a b a c o , las c o s t u m b r e s d e l o s t u p i n a m b a , cf. B r o c , p . 9 1 ) . F i n a l m e n t e , J e a n B o d i n se r e v e l a t a n s i s t e m á t i c o e n l a g e o g r a f í a c o m o e n la h i s t o r i a : las c o s t u m b r e s y las i n s t i t u c i o n e s v a r í a n , n o s d i c e , s e g ú n l o s l u g a r e s ; s e c o r r e s p o n d e n c o n las t r e s g r a n d e s z o n a s c l i m á t i c a s d e p u e b l o s ( B r o c , p . 9 3 ) . D e n t r o d e e s t a división, la m o n t a ñ a i n t r o d u c e sus c o r r e c t i v o s ( h a y n i e v e s e n el e c u a d o r ) y sus v e n t a j a s . D a d o q u e el d e t e r m i n i s m o d e B o d i n se c a r a c t e r i z a p o r la falta t o t a l d e rigidez, n o es p o s i b l e c o n v e r tirlo e n « p a d r e » d e l m e d i o a m b i e n t a l i s m o c o n t e m p o r á n e o . . B o d i n c o n s i d e r ó s i e m p r e la g e o g r a f í a c o m o u n a e s p e c i e d e « m e m o r i a artificial» d e la h i s t o r i a , y a q u e incita a i n j e r t a r i n f o r m a c i o n e s y r e c u e r d o s e n los sitios. A su m a n e r a , p r e t e n d i ó c o n s t r u i r u n a c i e n c i a t o t a l , q u e e n globase t o d o cuanto p r o c e d e de la n a t u r a l e z a y d e la actividad h u m a n a . L e j o s d e l i m i t a r s e a la c r o n o l o g í a , c o n c i b i ó su d e s p l e g a m i e n t o e n el e s p a c i o . D e h e c h o , fue u n geohistoriador, producto c o n s u m a d o del m a t r i m o n i o (¿por a m o r o p o r interés?) entre a m b a s disciplinas. C o n v e n c i d o d e la rel a c i ó n q u e e x i s t e e n t r e t o d o s los h o m b r e s , f o r t a l e c i d a a c a u s a d e l o s g r a n des descubrimientos, B o d i n presintió ya la n o c i ó n b r a u d e l i a n a d e e c o n o m í a - m u n d o (cf. F . L e s t r i n g a n t , Jean Bodin cosmographe, Colloque d'Ang e r s , 133-147). C ) L o s a u t o r e s d e l siglo X V I t a m b i é n s o n los p r i m e r o s e n o f r e c e r n o s e j e m p l o s , a ú n b a l b u c i e n t e s , d e la h i s t o r i a - p r o b l e m a , g é n e r o c u l t i v a d o c o n p r e d i l e c c i ó n p o r los m a e s t r o s d e los Annales ESC. S i r v a c o m o t e s t i m o n i o , e s t e h e r m o s o p a s a j e d e la Franco-Galia o La Gaule frangaise, e n el q u e H o t m a n se p r e g u n t a c u á l e r a la l e n g u a q u e u s a b a n l o s g a l o s : «A mi juicio, la opinión que tiene más probabilidad de verosimilitud es la de aquellos que escriben que los galos tenían un lenguaje aparte y apenas algo diferente del de los antiguos ingleses. Y hay dos razones que me obligan a creerlo así. La primera, por aquello que escribe César de que tenían por costumbre trasladarse nomalmente a Inglaterra los que querían tener u n conocimiento perfecto de la disciplina de los druidas. Ahora bien, existía la máxima entre ellos de no poner nada p o r escrito, y no se utilizaba ningún género de libros, ni de escrituras. Por lo tanto, necesariamente, debían de hablar la misma lengua, o al menos, alguna parecida a la que se hablaba en la Galia. La otra, según afirma C. Tácito, en la Vida de Agrícola, es que no había gran diferencia entre la lengua de los ingleses y la de los galos. Y si podemos fundar cualquier juicio sobre simples conjeturas, no m e parece demasiado impertinente la de Beatas Rhenanus, quien opina que la jerga vulgar de aquéllos a los que llamamos bretones breton-mants * es todavía un vestigio de nuestra antigua lengua. E n cuanto a las razones en las que se fundamenta, vale más buscarlas en el libro, donde él mismo las deduce, que reiterarlas aquí. Esto es todo lo que podemos decir, con cierta verosimilitud, de la antiua lengua de nuestro primeros galos. Pero, respecto a la lengua que usamos hoy, resulta bastante fácil descubrir que está compuesta por otras muchas. Y para decirlo claramente y con certeza, es preciso dividir nuestra lengua francesa en cuatro; y de estas cuatro p a n e s , primero tendremos que restar exactamente la mitad, restituirla a los romanos, reconociendo

* N . de T . Se llama así a aquel que habla bretón y siente verdadero apego por lo bretón. 68

que se la debemos a ellos, como bien saben los que h a n saboreado, por poquito que sea, la lengua latina. Porque sabemos que, p o r una parte, los galos, sometidos a los romanos, se adaptaban, ya fuera de forma natural o por necesidad, a su manera de ser y a su lengua, y que, por otra parte, los romanos estaban muy interesados en imponer su lengua latina donde habían plantado sus armas, a fin de que fuera recibida por doquier (tal como lo atestigua Valerio el Grande) y, con este fin. construían colegios y universidades en todas las ciudades grandes, como en A u t u n , Besancpn, Lyón y otras partes, lo que se puede saber por Tácito y p o r el poeta Ausonio.» (Páginas 20-21, texto modernizado p o r nosotros.) D e s t a c a r e m o s l a n o v e d a d d e l a c u e s t i ó n p l a n t e a d a y su a r t e d e a r g u m e n t a r , b a s á n d o s e e n a u t o r e s ( e n t r e e l l o s B e a t u s R h e n a n u s ) , a u n q u e sin d e j a r d e s e r p r u d e n t e . E l r a z o n a m i e n t o se l a b r a u n a m p l i o e s p a c i o e n el análisis h i s t ó r i c o . H o t m a n a n u n c i a la m o d e r n a n o c i ó n d e a c u l t u r a c i ó n d e los g a l o s p o r p a r t e d e l o s r o m a n o s , p e r o s u v i s i ó n d e l o r i g e n d e l f r a n c é s es todavía bastante ingenua.

3.

E L DESARROLLO DE LA HISTORIA REGIONAL. E L CASO DEL BRETÓN BERTRAND D'ARGENTRÉ

D e s p u é s d e u n e c l i p s e d e casi s e t e n t a a ñ o s , el j u r i s t a B e r t r a n d d ' A r g e n t r é , s o b r i n o n i e t o d e P i e r r e L e B a u d , r e s t a b l e c e l a g r a n t r a d i c i ó n d e las c r ó n i c a s b r e t o n a s , p u b l i c a n d o , e n 1 5 8 2 , u n a Histoire de Bretagne q u e l e h a b í a sido e n c a r g a d a p o r l o s e s t a d o s d e l a p r o v i n c i a . E l s e n e s c a l d e R e n n e s , e d i t o r d e l a Nouvelle Coutume de Bretagne ( 1 5 8 0 ) , es u n h o m b r e c u l t i v a d o : ¡ g e ó g r a f o , l i n g ü i s t a , h u m a n i s t a ! Se d e s m a r c a d e l o s v u l g a r e s c r o n i s t a s y d e n u n c i a sin m i r a m i e n t o s sus e r r o r e s . D e d i c ó s e a r e a l i z a r u n a a m p l i a i n v e s t i g a c i ó n a p r o p ó s i t o d e las h a z a ñ a s d e los b r e t o n e s , i n c l u s o e n I t a l i a y e n E s c o c i a . H i z o u n a s e l e c c i ó n e n t r e las f á b u las y los d o c u m e n t o s a u t é n t i c o s , p r o f u s a m e n t e citados. N o carece d e sentido crítico, a u n q u e n o p o r ello deje d e c o m e t e r errores etimológicos, adrninistrativos, geográficos, etc. M u y v i n c u l a d o a su p a í s , c e l e b r a el p a r t i c u l a r i s m o c o m o sus p r e d e c e sores d e la E d a d M e d i a : u n a tierra, descrita c o n u n cierto sentido geográfico; u n a l e n g u a , q u e t e n d r í a o r i g e n g a l o , i d e a t o m a d a d e H o t m a n y B e a tus R h e n a n u s ; u n p u e b l o , cuyos d u q u e s garantizaron su i n d e p e n d e n c i a durante mucho tiempo. A u n a c e p t a n d o d e m u y b u e n g r a d o la i n t e g r a c i ó n d e su p r o v i n c i a e n el r e i n o d e F r a n c i a , c a e e n l a c e l t o m a n í a , e n el d e l i r i o g a l o d e l siglo X V I , h a c i e n d o d e él u n u s o s u b v e r s i v o e n l a m e d i d a e n q u e u t i l i z a la c u e s t i ó n célt i c a e n el s e n t i d o d e p r o v i n c i a , f r e n t e a a q u e l l o s q u e se s i r v e n d e e l l a e n el s e n t i d o r e a l . D e e s t a m a n e r a l l e g a a o p o n e r s e a l o s j u r i s t a s f r a n c e s e s q u e d e s c o n f í a n d e las tesis q u e a ñ o r a n e l f e u d a l i s m o . E l l o e x p l i c a q u e el P a r l a m e n t o d e P a r í s c o n d e n a r a su o b r a e n 1 5 8 2 , y q u e l a c o n d e n a f u e s e r e t i r a d a e n 1 5 8 8 , a p e s a r d e h a b e r s i d o la o b r a r e t o c a d a . L a s o b r a s d e A r g e n t r é f u e r o n i n v o c a d a s , h a s t a el siglo X V I I I , p a r a d e f e n d e r ios p r i v i l e g i o s d e l d u c a d o ( v é a s e e n L'Histoire Littéraire et culturelle de la Bretagne, t o m o I, 69

signa sus o b s e r v a c i o n e s ( p o r e j e m p l o s o b r e la b a h í a d e R í o , s o b r e el t a b a c o , las c o s t u m b r e s d e l o s t u p i n a m b a , cf. B r o c , p . 9 1 ) . F i n a l m e n t e , J e a n B o d i n se r e v e l a t a n s i s t e m á t i c o e n l a g e o g r a f í a c o m o e n la h i s t o r i a : las c o s t u m b r e s y las i n s t i t u c i o n e s v a r í a n , n o s d i c e , s e g ú n l o s l u g a r e s ; s e c o r r e s p o n d e n c o n las t r e s g r a n d e s z o n a s c l i m á t i c a s d e p u e b l o s ( B r o c , p . 9 3 ) . D e n t r o d e e s t a división, la m o n t a ñ a i n t r o d u c e sus c o r r e c t i v o s ( h a y n i e v e s e n el e c u a d o r ) y sus v e n t a j a s . D a d o q u e el d e t e r m i n i s m o d e B o d i n se c a r a c t e r i z a p o r la falta t o t a l d e rigidez, n o es p o s i b l e c o n v e r tirlo e n « p a d r e » d e l m e d i o a m b i e n t a l i s m o c o n t e m p o r á n e o . . B o d i n c o n s i d e r ó s i e m p r e la g e o g r a f í a c o m o u n a e s p e c i e d e « m e m o r i a artificial» d e la h i s t o r i a , y a q u e incita a i n j e r t a r i n f o r m a c i o n e s y r e c u e r d o s e n los sitios. A su m a n e r a , p r e t e n d i ó c o n s t r u i r u n a c i e n c i a t o t a l , q u e e n globase t o d o cuanto p r o c e d e de la n a t u r a l e z a y d e la actividad h u m a n a . L e j o s d e l i m i t a r s e a la c r o n o l o g í a , c o n c i b i ó su d e s p l e g a m i e n t o e n el e s p a c i o . D e h e c h o , fue u n geohistoriador, producto c o n s u m a d o del m a t r i m o n i o (¿por a m o r o p o r interés?) entre a m b a s disciplinas. C o n v e n c i d o d e la rel a c i ó n q u e e x i s t e e n t r e t o d o s los h o m b r e s , f o r t a l e c i d a a c a u s a d e l o s g r a n des descubrimientos, B o d i n presintió ya la n o c i ó n b r a u d e l i a n a d e e c o n o m í a - m u n d o (cf. F . L e s t r i n g a n t , Jean Bodin cosmographe, Colloque d'Ang e r s , 133-147). C ) L o s a u t o r e s d e l siglo X V I t a m b i é n s o n los p r i m e r o s e n o f r e c e r n o s e j e m p l o s , a ú n b a l b u c i e n t e s , d e la h i s t o r i a - p r o b l e m a , g é n e r o c u l t i v a d o c o n p r e d i l e c c i ó n p o r los m a e s t r o s d e los Annales ESC. S i r v a c o m o t e s t i m o n i o , e s t e h e r m o s o p a s a j e d e la Franco-Galia o La Gaule frangaise, e n el q u e H o t m a n se p r e g u n t a c u á l e r a la l e n g u a q u e u s a b a n l o s g a l o s : «A mi juicio, la opinión que tiene más probabilidad de verosimilitud es la de aquellos que escriben que los galos tenían un lenguaje aparte y apenas algo diferente del de los antiguos ingleses. Y hay dos razones que me obligan a creerlo así. La primera, por aquello que escribe César de que tenían por costumbre trasladarse nomalmente a Inglaterra los que querían tener u n conocimiento perfecto de la disciplina de los druidas. Ahora bien, existía la máxima entre ellos de no poner nada p o r escrito, y no se utilizaba ningún género de libros, ni de escrituras. Por lo tanto, necesariamente, debían de hablar la misma lengua, o al menos, alguna parecida a la que se hablaba en la Galia. La otra, según afirma C. Tácito, en la Vida de Agrícola, es que no había gran diferencia entre la lengua de los ingleses y la de los galos. Y si podemos fundar cualquier juicio sobre simples conjeturas, no m e parece demasiado impertinente la de Beatas Rhenanus, quien opina que la jerga vulgar de aquéllos a los que llamamos bretones breton-mants * es todavía un vestigio de nuestra antigua lengua. E n cuanto a las razones en las que se fundamenta, vale más buscarlas en el libro, donde él mismo las deduce, que reiterarlas aquí. Esto es todo lo que podemos decir, con cierta verosimilitud, de la antiua lengua de nuestro primeros galos. Pero, respecto a la lengua que usamos hoy, resulta bastante fácil descubrir que está compuesta por otras muchas. Y para decirlo claramente y con certeza, es preciso dividir nuestra lengua francesa en cuatro; y de estas cuatro p a n e s , primero tendremos que restar exactamente la mitad, restituirla a los romanos, reconociendo

* N . de T . Se llama así a aquel que habla bretón y siente verdadero apego por lo bretón. 68

que se la debemos a ellos, como bien saben los que h a n saboreado, por poquito que sea, la lengua latina. Porque sabemos que, p o r una parte, los galos, sometidos a los romanos, se adaptaban, ya fuera de forma natural o por necesidad, a su manera de ser y a su lengua, y que, por otra parte, los romanos estaban muy interesados en imponer su lengua latina donde habían plantado sus armas, a fin de que fuera recibida por doquier (tal como lo atestigua Valerio el Grande) y, con este fin. construían colegios y universidades en todas las ciudades grandes, como en A u t u n , Besancpn, Lyón y otras partes, lo que se puede saber por Tácito y p o r el poeta Ausonio.» (Páginas 20-21, texto modernizado p o r nosotros.) D e s t a c a r e m o s l a n o v e d a d d e l a c u e s t i ó n p l a n t e a d a y su a r t e d e a r g u m e n t a r , b a s á n d o s e e n a u t o r e s ( e n t r e e l l o s B e a t u s R h e n a n u s ) , a u n q u e sin d e j a r d e s e r p r u d e n t e . E l r a z o n a m i e n t o se l a b r a u n a m p l i o e s p a c i o e n el análisis h i s t ó r i c o . H o t m a n a n u n c i a la m o d e r n a n o c i ó n d e a c u l t u r a c i ó n d e los g a l o s p o r p a r t e d e l o s r o m a n o s , p e r o s u v i s i ó n d e l o r i g e n d e l f r a n c é s es todavía bastante ingenua.

3.

E L DESARROLLO DE LA HISTORIA REGIONAL. E L CASO DEL BRETÓN BERTRAND D'ARGENTRÉ

D e s p u é s d e u n e c l i p s e d e casi s e t e n t a a ñ o s , el j u r i s t a B e r t r a n d d ' A r g e n t r é , s o b r i n o n i e t o d e P i e r r e L e B a u d , r e s t a b l e c e l a g r a n t r a d i c i ó n d e las c r ó n i c a s b r e t o n a s , p u b l i c a n d o , e n 1 5 8 2 , u n a Histoire de Bretagne q u e l e h a b í a sido e n c a r g a d a p o r l o s e s t a d o s d e l a p r o v i n c i a . E l s e n e s c a l d e R e n n e s , e d i t o r d e l a Nouvelle Coutume de Bretagne ( 1 5 8 0 ) , es u n h o m b r e c u l t i v a d o : ¡ g e ó g r a f o , l i n g ü i s t a , h u m a n i s t a ! Se d e s m a r c a d e l o s v u l g a r e s c r o n i s t a s y d e n u n c i a sin m i r a m i e n t o s sus e r r o r e s . D e d i c ó s e a r e a l i z a r u n a a m p l i a i n v e s t i g a c i ó n a p r o p ó s i t o d e las h a z a ñ a s d e los b r e t o n e s , i n c l u s o e n I t a l i a y e n E s c o c i a . H i z o u n a s e l e c c i ó n e n t r e las f á b u las y los d o c u m e n t o s a u t é n t i c o s , p r o f u s a m e n t e citados. N o carece d e sentido crítico, a u n q u e n o p o r ello deje d e c o m e t e r errores etimológicos, adrninistrativos, geográficos, etc. M u y v i n c u l a d o a su p a í s , c e l e b r a el p a r t i c u l a r i s m o c o m o sus p r e d e c e sores d e la E d a d M e d i a : u n a tierra, descrita c o n u n cierto sentido geográfico; u n a l e n g u a , q u e t e n d r í a o r i g e n g a l o , i d e a t o m a d a d e H o t m a n y B e a tus R h e n a n u s ; u n p u e b l o , cuyos d u q u e s garantizaron su i n d e p e n d e n c i a durante mucho tiempo. A u n a c e p t a n d o d e m u y b u e n g r a d o la i n t e g r a c i ó n d e su p r o v i n c i a e n el r e i n o d e F r a n c i a , c a e e n l a c e l t o m a n í a , e n el d e l i r i o g a l o d e l siglo X V I , h a c i e n d o d e él u n u s o s u b v e r s i v o e n l a m e d i d a e n q u e u t i l i z a la c u e s t i ó n célt i c a e n el s e n t i d o d e p r o v i n c i a , f r e n t e a a q u e l l o s q u e se s i r v e n d e e l l a e n el s e n t i d o r e a l . D e e s t a m a n e r a l l e g a a o p o n e r s e a l o s j u r i s t a s f r a n c e s e s q u e d e s c o n f í a n d e las tesis q u e a ñ o r a n e l f e u d a l i s m o . E l l o e x p l i c a q u e el P a r l a m e n t o d e P a r í s c o n d e n a r a su o b r a e n 1 5 8 2 , y q u e l a c o n d e n a f u e s e r e t i r a d a e n 1 5 8 8 , a p e s a r d e h a b e r s i d o la o b r a r e t o c a d a . L a s o b r a s d e A r g e n t r é f u e r o n i n v o c a d a s , h a s t a el siglo X V I I I , p a r a d e f e n d e r ios p r i v i l e g i o s d e l d u c a d o ( v é a s e e n L'Histoire Littéraire et culturelle de la Bretagne, t o m o I, 69

las c o n t r i b u c i o n e s d e J . K e r h e r v é y d e J. M e y e r ) . L a h i s t o r i a c o n t i n ú a r i n d i e n d o e m i n e n t e s servicios a l a p o l í t i c a , s i g u i e n d o el i m p u l s o i n i c i a d o e n la E d a d M e d i a .

CAPÍTULO 5

LAS FILOSOFÍAS D E LA

HISTORIA

CONCLUSIÓN

Concluiremos formulando algunas preguntas: ¿ N o c o n s t i t u y e u n a a r b i t r a r i e d a d d i s t i n g u i r la h i s t o r i a y l a g e o g r a f í a e n el c o n j u n t o d e las o b r a s d e l siglo XVI? A l g u n o s a u t o r e s , c o m o T h e v e t a p r o pósito d e E n r i q u e I I , ¿ n o son a la vez cosmógrafos e historiadores? ¿ S e p u e d e r e d u c i r e s t a h i s t o r i a ( e n el a m p l i o s e n t i d o d e l t é r m i n o ) a u n a « e l a b o r a c i ó n d e clase c u l t u r a l » d o m i n a n t e , i d e n t i f i c a d a c o n l o s t o g a d o s , es d e c i r , a b o g a d o s , j u e c e s , oficiales, q u e h a n e s t u d i a d o e n c o l e g i o s d e h u m a n i d a d e s y e n f a c u l t a d e s d e d e r e c h o , e n las q u e d e s c u b r i e r o n l a crítica filológica e histórica? ¿ P r o c e d e ú n i c a m e n t e d e su f o r m a c i ó n y d e su c o n c i e n c i a n a c i o n a l el i n t e r é s p o r l a h i s t o r i a d e e s t o s j u r i s t a s , e s t i m u l a d o s p o r la h e r i d a d e las g u e r r a s d e r e l i g i ó n ? ¿ N o es p r e c i s o r e s e r v a r u n e s p a c i o a l a i n f l u e n c i a i t a l i a n a , e s p e c i a l m e n t e a la d e l j u r i s t a f l o r e n t i n o G u i c h a r d i n o ( 1 4 8 3 - 1 5 4 0 ) , a u t o r d e u n a Storia d'Italia e n t r e 1537 y 1 5 4 0 , r e c o n o c i d o p o r B o d i n c o m o el p a d r e d e la h i s t o r i a ?

70

L a s filosofías d e l a h i s t o r i a s u r g i e r o n e n el siglo x v n i , e n la é p o c a d e las L u c e s . E n t o n c e s n a c e n l a s i d e a s d e l d e v e n i r d e l a m a t e r i a , d e l a e v o l u c i ó n d e las e s p e c i e s , d e l p r o g r e s o d e los s e r e s h u m a n o s . P e n s a d o r e s c o m o V o l t a i r e , K a n t o C o n d o r c e t c r e í a n e n el m o v i m i e n t o a s c e n d e n t e d e la h u m a n i d a d h a c i a u n e s t a d o i d e a l . E n el siglo x i x , b a j o el i m p a c t o d e l a R e v o l u c i ó n f r a n c e s a y o t r a s r e v o l u c i o n e s e u r o p e a s , florecen las filosofías d e la historia. T o d a s , s e a n religiosas o a t e a s , optimistas o pesimistas, t i e n e n e n c o m ú n el i n t e n t a r d e s c u b r i r u n s e n t i d o a l a h i s t o r i a . L a s d o c t r i n a s d e H e g e l y d e C o m t e se p u e d e n c o n s i d e r a r c o m o los m o d e l o s d e l g é n e r o : o r g a n i z a n los p e r í o d o s , a p r e c i a n l o s c a m b i o s o l a s p e r m a n e n c i a s , i n t e r p r e t a n l a e v o l u c i ó n g e n e r a l d e l m u n d o c o n a y u d a d e u n ú n i c o p r i n c i p i o : el p r o greso del espíritu o d e la «ley d e los tres e s t a d o s » . E n cierta m a n e r a , M a r x , q u e h a c e d e l m a t e r i a l i s m o h i s t ó r i c o u n a t e o r í a científica l i g a d a a u n a p r á c t i c a r e v o l u c i o n a r i a , n o a b a n d o n a p o r c o m p l e t o el m a r c o d e l a filosofía d e l a h i s t o r i a e n l a m e d i d a e n q u e , p a r a é l , l a e v o l u c i ó n d e la h u m a n i d a d sig u e e s t a n d o o r i e n t a d a h a c i a u n fin. E n el siglo x x , l o s h i s t o r i a d o r e s d e l a e s c u e l a m e t ó d i c a e n j u i c i a r o n el p r o c e s o d e las filosofías d e la h i s t o r i a y, g l o - . b a l m e n t e , g a n a r o n el p l e i t o . D e s p u é s d e l a S e g u n d a G u e r r a M u n d i a l , R . A r o n t u v o q u e a d m i t i r q u e «la i n c e r t i d u m b r e d e l a d o c u m e n t a c i ó n , la inm e n s i d a d d e las c o n c e p c i o n e s , l a p r e t e n s i ó n d e s o m e t e r l a c o m p l e j i d a d d e lo r e a l a u n e s q u e m a r í g i d o , t o d o s e s t o s d e f e c t o s , q u e s e a t r i b u y e n a los s i s t e m a s c l á s i c o s , s o n c a r a c t e r í s t i c o s d e la filosofía d e la h i s t o r i a » . D e s d e e n t o n c e s los historiadores profesionales sólo se p e r m i t e n u n a reflexión d e o r d e n e p i s t e m o l ó g i c o a c e r c a d e la s i t u a c i ó n d e l c o n o c i m i e n t o h i s t ó r i c o . Sin e m b a r g o , e n p l e n o siglo XX, t o d a v í a e x i s t e n filosofías d e l a h i s t o r i a : s o n las i n t e r p r e t a c i o n e s cíclicas d e l d e s t i n o d e las c i v i l i z a c i o n e s tal c o m o las form u l a n O . S p e n g l e r o A . T o y n b e e ; o b i e n las r e p e r c u s i o n e s d e l p e n s a m i e n t o m a r x i s t a , c o m o las t e o r í a s q u e G . L u k a c s e x p o n e e n Historia y conciencia de clase.

71

las c o n t r i b u c i o n e s d e J . K e r h e r v é y d e J. M e y e r ) . L a h i s t o r i a c o n t i n ú a r i n d i e n d o e m i n e n t e s servicios a l a p o l í t i c a , s i g u i e n d o el i m p u l s o i n i c i a d o e n la E d a d M e d i a .

CAPÍTULO 5

LAS FILOSOFÍAS D E LA

HISTORIA

CONCLUSIÓN

Concluiremos formulando algunas preguntas: ¿ N o c o n s t i t u y e u n a a r b i t r a r i e d a d d i s t i n g u i r la h i s t o r i a y l a g e o g r a f í a e n el c o n j u n t o d e las o b r a s d e l siglo XVI? A l g u n o s a u t o r e s , c o m o T h e v e t a p r o pósito d e E n r i q u e I I , ¿ n o son a la vez cosmógrafos e historiadores? ¿ S e p u e d e r e d u c i r e s t a h i s t o r i a ( e n el a m p l i o s e n t i d o d e l t é r m i n o ) a u n a « e l a b o r a c i ó n d e clase c u l t u r a l » d o m i n a n t e , i d e n t i f i c a d a c o n l o s t o g a d o s , es d e c i r , a b o g a d o s , j u e c e s , oficiales, q u e h a n e s t u d i a d o e n c o l e g i o s d e h u m a n i d a d e s y e n f a c u l t a d e s d e d e r e c h o , e n las q u e d e s c u b r i e r o n l a crítica filológica e histórica? ¿ P r o c e d e ú n i c a m e n t e d e su f o r m a c i ó n y d e su c o n c i e n c i a n a c i o n a l el i n t e r é s p o r l a h i s t o r i a d e e s t o s j u r i s t a s , e s t i m u l a d o s p o r la h e r i d a d e las g u e r r a s d e r e l i g i ó n ? ¿ N o es p r e c i s o r e s e r v a r u n e s p a c i o a l a i n f l u e n c i a i t a l i a n a , e s p e c i a l m e n t e a la d e l j u r i s t a f l o r e n t i n o G u i c h a r d i n o ( 1 4 8 3 - 1 5 4 0 ) , a u t o r d e u n a Storia d'Italia e n t r e 1537 y 1 5 4 0 , r e c o n o c i d o p o r B o d i n c o m o el p a d r e d e la h i s t o r i a ?

70

L a s filosofías d e l a h i s t o r i a s u r g i e r o n e n el siglo x v n i , e n la é p o c a d e las L u c e s . E n t o n c e s n a c e n l a s i d e a s d e l d e v e n i r d e l a m a t e r i a , d e l a e v o l u c i ó n d e las e s p e c i e s , d e l p r o g r e s o d e los s e r e s h u m a n o s . P e n s a d o r e s c o m o V o l t a i r e , K a n t o C o n d o r c e t c r e í a n e n el m o v i m i e n t o a s c e n d e n t e d e la h u m a n i d a d h a c i a u n e s t a d o i d e a l . E n el siglo x i x , b a j o el i m p a c t o d e l a R e v o l u c i ó n f r a n c e s a y o t r a s r e v o l u c i o n e s e u r o p e a s , florecen las filosofías d e la historia. T o d a s , s e a n religiosas o a t e a s , optimistas o pesimistas, t i e n e n e n c o m ú n el i n t e n t a r d e s c u b r i r u n s e n t i d o a l a h i s t o r i a . L a s d o c t r i n a s d e H e g e l y d e C o m t e se p u e d e n c o n s i d e r a r c o m o los m o d e l o s d e l g é n e r o : o r g a n i z a n los p e r í o d o s , a p r e c i a n l o s c a m b i o s o l a s p e r m a n e n c i a s , i n t e r p r e t a n l a e v o l u c i ó n g e n e r a l d e l m u n d o c o n a y u d a d e u n ú n i c o p r i n c i p i o : el p r o greso del espíritu o d e la «ley d e los tres e s t a d o s » . E n cierta m a n e r a , M a r x , q u e h a c e d e l m a t e r i a l i s m o h i s t ó r i c o u n a t e o r í a científica l i g a d a a u n a p r á c t i c a r e v o l u c i o n a r i a , n o a b a n d o n a p o r c o m p l e t o el m a r c o d e l a filosofía d e l a h i s t o r i a e n l a m e d i d a e n q u e , p a r a é l , l a e v o l u c i ó n d e la h u m a n i d a d sig u e e s t a n d o o r i e n t a d a h a c i a u n fin. E n el siglo x x , l o s h i s t o r i a d o r e s d e l a e s c u e l a m e t ó d i c a e n j u i c i a r o n el p r o c e s o d e las filosofías d e la h i s t o r i a y, g l o - . b a l m e n t e , g a n a r o n el p l e i t o . D e s p u é s d e l a S e g u n d a G u e r r a M u n d i a l , R . A r o n t u v o q u e a d m i t i r q u e «la i n c e r t i d u m b r e d e l a d o c u m e n t a c i ó n , la inm e n s i d a d d e las c o n c e p c i o n e s , l a p r e t e n s i ó n d e s o m e t e r l a c o m p l e j i d a d d e lo r e a l a u n e s q u e m a r í g i d o , t o d o s e s t o s d e f e c t o s , q u e s e a t r i b u y e n a los s i s t e m a s c l á s i c o s , s o n c a r a c t e r í s t i c o s d e la filosofía d e la h i s t o r i a » . D e s d e e n t o n c e s los historiadores profesionales sólo se p e r m i t e n u n a reflexión d e o r d e n e p i s t e m o l ó g i c o a c e r c a d e la s i t u a c i ó n d e l c o n o c i m i e n t o h i s t ó r i c o . Sin e m b a r g o , e n p l e n o siglo XX, t o d a v í a e x i s t e n filosofías d e l a h i s t o r i a : s o n las i n t e r p r e t a c i o n e s cíclicas d e l d e s t i n o d e las c i v i l i z a c i o n e s tal c o m o las form u l a n O . S p e n g l e r o A . T o y n b e e ; o b i e n las r e p e r c u s i o n e s d e l p e n s a m i e n t o m a r x i s t a , c o m o las t e o r í a s q u e G . L u k a c s e x p o n e e n Historia y conciencia de clase.

71

1.

K A N T Y LAS LUCES

E l p e n s a m i e n t o t e l e o l ó g i c o q u e p o s t u l a u n s e n t i d o a la h i s t o r i a t i e n e s u o r i g e n e n u n t e x t o d e P l a t ó n : el Fedón. E n s u d i á l o g o , P l a t ó n h a c e q u e S ó c r a t e s e n u n c i e las s i g u i e n t e s p r o p o s i c i o n e s : « a ) h a y o r d e n e n el u n i v e r s o ; b ) t o d o e s t á o r d e n a d o p a r a l o g r a r u n r e s u l t a d o m e j o r ; c) u n a i n t e l i g e n c i a o r d e n a d o r a a p l i c a e s t e c o n c e p t o al m u n d o ; d ) lo m e j o r se s i t ú a a n i v e l i n t e l e c t u a l y n o m a t e r i a l ; e ) e x i s t e n l a B e l l e z a , la V e r d a d y el B i e n e n sí m i s m o s . » M a n t e n i e n d o las p r o p o r c i o n e s , B o s s u e t e s b o z a u n a t e l e o l o g í a — m e j o r dicho u n a t e o l o g í a — d e la historia c u a n d o afirma « q u e D i o s h a h e c h o el e n c a d e n a m i e n t o d e l u n i v e r s o (...) y h a q u e r i d o q u e el c u r s o d e las c o s a s h u m a n a s t e n g a sus c o n s e c u e n c i a s y sus p r o p o r c i o n e s (...) q u e la d i v i n a P r o v i d e n c i a p r e s i d a el d e s t i n o d e los I m p e r i o s , s u e x p a n s i ó n y su c a í d a » (Discurso sobre la historia universal). D e la m i s m a m a n e r a , Leibniz se i n t e r r o g a s o b r e la t e n d e n c i a h a c i a lo m e j o r : s u b r a y a l a c o n t r a d i c c i ó n e n t r e l a existencia de u n dios c r e a d o r , a b s o l u t a m e n t e sabio y t o d o p o d e r o s o , y la const a n t e m a n i f e s t a c i ó n d e l m a l — l a s g u e r r a s , las e p i d e m i a s y o t r a s c a t á s t r o f e s — ; sin e m b a r g o , se p r o n u n c i a p o r la r a c i o n a l i d a d d e la e l e c c i ó n d i v i n a : «Si e s t u v i é r a m o s e n la m e d i d a d e c o m p r e n d e r la a r m o n í a u n i v e r s a l , v e r í a m o s q u e aquello, a lo q u e nos sentimos t e n t a d o s a censurar, h a sido digno d e s e r e l e g i d o » (...) « V i v i m o s e n el m e j o r d e l o s m u n d o s p o s i b l e s » (Ensayos de Teodicea). Sin e m b a r g o , la filosofía d e las L u c e s f r e c u e n t e m e n t e es a h i s t ó r i c a . E s significativa a e s t e r e s p e c t o la o b r a d e J . J. R o u s s e a u . E n p r i n c i p i o , e n el Discurso sobre el origen de la desigualdad se e s b o z a u n a t e o r í a d e l a h i s t o r i a . J. J . R o u s s e a u p a r t e d e u n a c o n s i d e r a c i ó n m o r a l : « C u a n d o o b s e r v a m o s l a c o n s t i t u c i ó n n a t u r a l d e las c o s a s , e v i d e n t e m e n t e , p a r e c e q u e el h o m b r e e s t é d e s t i n a d o a ser la m á s feliz d e las c r i a t u r a s ; c u a n d o c o n t e m p l a m o s s u e s t a d o a c t u a l p a r e c e q u e la e s p e c i e h u m a n a s e a l a m á s d i g n a d e l á s t i m a . P a r e c e q u e la m a y o r í a d e sus m a l e s s o n o b r a s u y a . » E s t a b l e c i d o e s t e p r e s u p u e s t o , el filósofo v a p o r p r o g r e s i ó n r e g r e s i v a , d e s p o j a n d o al h o m b r e d e t o d o lo q u e v i e n e d e l e x t e r i o r p a r a r e m o n t a r s e h a s t a el e s t a d o n a t u r a l . E n e s t e e s t a d i o ( q u e es u n a ficción y n o u n a r e a l i d a d ) , el h o m b r e v i v e e n u n a s i t u a c i ó n n o confiictiva, e n e s t a d o d e e q u i l i b r i o y a r m o n í a . E s es e n el m o m e n t o e n el q u e el e q u i l i b r i o se r o m p e e n t r e las f a c u l t a d e s y las n e c e s i d a d e s c u a n d o el h o m b r e e n t r a e n l a h i s t o r i a , e n l a q u e d e b e a c t u a r . « A m e d i d a q u e el g é n e r o h u m a n o se e x t e n d i ó , las p e n a s se m u l t i p l i c a r o n p a r a los h o m b r e s . . . A ñ o s e s t é r i l e s , i n v i e r n o s l a r g o s y d u r o s , v e r a n o s a r d i e n t e s e x i g i e r o n d e ellos u n a n u e v a i n d u s t r i a . » D e s d e e n t o n c e s , l a h u m a n i d a d evoluciona hacia u n a sociedad cada vez m á s organizada; poco a p o c o v a a p a r e c i e n d o la p r o p i e d a d ; se a h o n d a n las d e s i g u a l d a d e s e n t r e ric o s y p o b r e s ; e n i n s t i t u c i o n e s j u r í d i c a s s a n c i o n a n las r e l a c i o n e s d e f u e r z a . A g r a n d e s r a s g o s , e s t e es el p a s o d e l e s t a d o n a t u r a l al e s t a d o civil. E n la r e f l e x i ó n d e R o u s s e a u , l a h i s t o r i a n o es m á s q u e u n a a b s t r a c c i ó n (el n e g a t i v o d e l a n a t u r a l e z a ) p u e s t a al s e r v i c i o d e u n a d e m o s t r a c i ó n m o r a l . E l p e n s a m i e n t o d e K a n t mezcla u n a teleología p r o c e d e n t e d e la tradic i ó n c r i s t i a n a y u n a r e f l e x i ó n é t i c a p r o p i a d e la e r a d e las L u c e s . K a n t r e c o n c i l i a así la h e r e n c i a d e B o s s u e t y el l e g a d o d e R o u s s e a u c o m o lo d e m u e s t r a e s t e f r a g m e n t o : « L a h i s t o r i a d e la n a t u r a l e z a se inicia c o n el b i e n , y a q u e es o b r a d e D i o s ; l a h i s t o r i a d e l a l i b e r t a d se inicia c o n el m a l , y a 72

q u e e s o b r a d e l h o m b r e . P o r lo q u e s e r e f i e r e al i n d i v i d u o q u e , h a c i e n d o u s o d e s u l i b e r t a d , n o p i e n s a m á s q u e e n sí m i s m o , se h a s a l i d o p e r d i e n d o c o n e s t e c a m b i o . P o r lo q u e s e r e f i e r e a l a n a t u r a l e z a , p r e o c u p a d a p o r o r i e n t a r el fin q u e ella r e s e r v a al h o m b r e c o n v i s t a s a su e s p e c i e , f u e u n a v e n t a j a . P o r t a n t o , el i n d i v i d u o t i e n e r a z ó n e n r e g i s t r a r a s u c u e n t a , c o m o falt a s s u y a s , t o d o s los m a l e s q u e s o p o r t a . . . , p e r o al m i s m o t i e m p o , c o m o m i e m b r o d e u n a e s p e c i e , t i e n e r a z ó n e n a d m i r a r la s a b i d u r í a d e l o r d e n . . . » (Conjeturas sobre los orígenes de la historia humana). A diferencia de R o u s s e a u , q u e c o n c i b e u n a h i s t o r i a ficticia, K a n t q u i e r e p e n s a r «la h i s t o r i a r e a l » . . . « c o m p r e n d i d a d e m a n e r a e m p í r i c a » . P e r o la historia del filósofo n o es e x a c t a m e n t e l a d e l h i s t o r i a d o r ; . e s u n a h i s t o r i a d e l s e n t i d o d e l a v i d a h u m a n a . P a r a K a n t , l a filosofía d e l a h i s t o r i a se a f i r m a c o m o u n a p a r t e d e la M o r a l . K a n t expresó su reflexión s o b r e la historia e n u n a serie de opúsculos, s o b r e t o d o e n la Idea de una Historia Universal desde un punto de vista cosmopolita ( 1 7 8 4 ) . S e g ú n l a h i p ó t e s i s d e K a n t , e x i s t e u n a f i n a l i d a d e n el a b s u r d o c u r s o d e l o s a s u n t o s h u m a n o s , e n l a a c u m u l a c i ó n d e los h e c h o d e l a h i s t o r i a e m p í r i c a . S i n e m b a r g o , e s t a finalidad n o la h a c o n c e b i d o n i n g u n a inteligencia s u p r e m a ; n o la h a q u e r i d o n i n g u n a sociedad h u m a n a ; corresp o n d e a u n «plan d e la n a t u r a l e z a » . P a r a d ó j i c a m e n t e , la n a t u r a l e z a realiza sus fines a t r a v é s d e l o s h o m b r e s : « L o s i n d i v i d u o s e i n c l u s o los p u e b l o s n o s u e ñ a n m á s q u e e n l o g r a r sus o b j e t i v o s p a r t i c u l a r e s d e c o n f o r m i d a d c o n sus d e s e o s p e r s o n a l e s y a m e n u d o p e r j u d i c a n d o al p r ó j i m o , c o n s p i r a n d o sin s a b e r l o (ellos) c o n t r a el p l a n d e l a n a t u r a l e z a » ( p . 6 0 ) . L a r a z ó n es el p o d e r c o n el q u e e s t á d o t a d o el h o m b r e p a r a r e a l i z a r sus p r o y e c t o s . Y a q u e el p l a n p r e v i s t o p a r a el h o m b r e n o c o n s i s t e e n q u e é s t e a l c a n c e el e s t a d o n a t u r a l , s i n o q u e c o n s i g a el e s t a d o c u l t u r a l , e n e s t e a s p e c t o , K a n t s e o p o n e a R o u s s e a u . H a y q u e p o n e r d e r e l i e v e q u e la n a t u r a l e z a n o e s m u y g e n e r o s a e n lo q u e r e s p e c t a a e s t o s d o n e s : si confía l a r a z ó n a l a h u m a n i dad, es q u e n o tiene p a r a ésta n i n g u n a función precisa. C u a n d o K a n t h a b l a d e l h o m b r e , s e r e f i e r e a la e s p e c i e y n o al i n d i v i d u o . C i e r t a m e n t e , la n a t u r a l e z a n e c e s i t a u n a l í n e a i n t e r m i n a b l e d e g e n e r a c i o n e s p a r a l o g r a r sus fines. L a m u e r t e s ó l o e s u n a c c i d e n t e p a r a el ind i v i d u o , p e r o n o a f e c t a al d e s a r r o l l o d e l a e s p e c i e . A u n m á s , l a n a t u r a l e z a o b l i g a al i n d i v i d u o a l i m i t a r s u v i d a , a e s f o r z a r s e y a a p l i c a r s e al t r a b a j o . L a c o n s e c u e n c i a d e s u l i m i t a c i ó n v i t a l o b l i g a al i n d i v i d u o a salir d e su p e r e z a , l e i m p u l s a a a c t u a r . K a n t s u b r a y a c l a r a m e n t e q u e el i n d i v i d u o e s t á al s e r v i c i o d e l a e s p e c i e : «lo q u e e n l o s s e r e s i n d i v i d u a l e s n o s s o r p r e n d e , p o r s u f o r m a i n t r i n c a d a e i r r e g u l a r , p o d r á n o o b s t a n t e s e r c o n o c i d o e n el c o n j u n t o d e l a e s p e c i e , b a j o el a s p e c t o d e u n d e s a r r o l l o c o n t i n u o , a u n q u e l e n t o , d e las d i s p o s i c i o n e s i n i c i a l e s » ( p . 5 9 ) . E l filósofo t o d a v í a p r e c i s a : « E n el h o m b r e — c o m o ú n i c a c r i a t u r a r a z o n a b l e s o b r e l a t i e r r a — , las d i s p o s i c i o n e s n a t u r a l e s q u e t i e n d e n al u s o d e l a r a z ó n n o d e b i e r o n r e c i b i r su d e s a r r o l l o c o m p l e t o e n el i n d i v i d u o , s i n o s o l a m e n t e e n l a e s p e c i e » ( p r o p o s i c i ó n 1 ) . A l o l a r g o d e la o b r a d e K a n t , el p o s t u l a d o d e la v i d a e t e r n a d e la e s p e c i e h u m a n a , a f i r m a d o e n l a filosofía d e l a h i s t o r i a , j u e g a el m i s m o p a p e l q u e el p o s t u l a d o d e l a i n m o r t a l i d a d d e l a l m a e n la filosofía m o r a l . L a n a t u r a l e z a h a d a d o al h o m b r e « e l i m p u l s o h a c i a l a h u m a n i d a d » , p e r o n o su h u m a n i d a d . « A l p r o v e e r al h o m b r e d e r a z ó n , l a r a z ó n i n d i c a b a clar a m e n t e s u p l a n (...) E l h o m b r e n o d e b í a s e r g o b e r n a d o p o r el i n s t i n t o , n i 73

1.

K A N T Y LAS LUCES

E l p e n s a m i e n t o t e l e o l ó g i c o q u e p o s t u l a u n s e n t i d o a la h i s t o r i a t i e n e s u o r i g e n e n u n t e x t o d e P l a t ó n : el Fedón. E n s u d i á l o g o , P l a t ó n h a c e q u e S ó c r a t e s e n u n c i e las s i g u i e n t e s p r o p o s i c i o n e s : « a ) h a y o r d e n e n el u n i v e r s o ; b ) t o d o e s t á o r d e n a d o p a r a l o g r a r u n r e s u l t a d o m e j o r ; c) u n a i n t e l i g e n c i a o r d e n a d o r a a p l i c a e s t e c o n c e p t o al m u n d o ; d ) lo m e j o r se s i t ú a a n i v e l i n t e l e c t u a l y n o m a t e r i a l ; e ) e x i s t e n l a B e l l e z a , la V e r d a d y el B i e n e n sí m i s m o s . » M a n t e n i e n d o las p r o p o r c i o n e s , B o s s u e t e s b o z a u n a t e l e o l o g í a — m e j o r dicho u n a t e o l o g í a — d e la historia c u a n d o afirma « q u e D i o s h a h e c h o el e n c a d e n a m i e n t o d e l u n i v e r s o (...) y h a q u e r i d o q u e el c u r s o d e las c o s a s h u m a n a s t e n g a sus c o n s e c u e n c i a s y sus p r o p o r c i o n e s (...) q u e la d i v i n a P r o v i d e n c i a p r e s i d a el d e s t i n o d e los I m p e r i o s , s u e x p a n s i ó n y su c a í d a » (Discurso sobre la historia universal). D e la m i s m a m a n e r a , Leibniz se i n t e r r o g a s o b r e la t e n d e n c i a h a c i a lo m e j o r : s u b r a y a l a c o n t r a d i c c i ó n e n t r e l a existencia de u n dios c r e a d o r , a b s o l u t a m e n t e sabio y t o d o p o d e r o s o , y la const a n t e m a n i f e s t a c i ó n d e l m a l — l a s g u e r r a s , las e p i d e m i a s y o t r a s c a t á s t r o f e s — ; sin e m b a r g o , se p r o n u n c i a p o r la r a c i o n a l i d a d d e la e l e c c i ó n d i v i n a : «Si e s t u v i é r a m o s e n la m e d i d a d e c o m p r e n d e r la a r m o n í a u n i v e r s a l , v e r í a m o s q u e aquello, a lo q u e nos sentimos t e n t a d o s a censurar, h a sido digno d e s e r e l e g i d o » (...) « V i v i m o s e n el m e j o r d e l o s m u n d o s p o s i b l e s » (Ensayos de Teodicea). Sin e m b a r g o , la filosofía d e las L u c e s f r e c u e n t e m e n t e es a h i s t ó r i c a . E s significativa a e s t e r e s p e c t o la o b r a d e J . J. R o u s s e a u . E n p r i n c i p i o , e n el Discurso sobre el origen de la desigualdad se e s b o z a u n a t e o r í a d e l a h i s t o r i a . J. J . R o u s s e a u p a r t e d e u n a c o n s i d e r a c i ó n m o r a l : « C u a n d o o b s e r v a m o s l a c o n s t i t u c i ó n n a t u r a l d e las c o s a s , e v i d e n t e m e n t e , p a r e c e q u e el h o m b r e e s t é d e s t i n a d o a ser la m á s feliz d e las c r i a t u r a s ; c u a n d o c o n t e m p l a m o s s u e s t a d o a c t u a l p a r e c e q u e la e s p e c i e h u m a n a s e a l a m á s d i g n a d e l á s t i m a . P a r e c e q u e la m a y o r í a d e sus m a l e s s o n o b r a s u y a . » E s t a b l e c i d o e s t e p r e s u p u e s t o , el filósofo v a p o r p r o g r e s i ó n r e g r e s i v a , d e s p o j a n d o al h o m b r e d e t o d o lo q u e v i e n e d e l e x t e r i o r p a r a r e m o n t a r s e h a s t a el e s t a d o n a t u r a l . E n e s t e e s t a d i o ( q u e es u n a ficción y n o u n a r e a l i d a d ) , el h o m b r e v i v e e n u n a s i t u a c i ó n n o confiictiva, e n e s t a d o d e e q u i l i b r i o y a r m o n í a . E s es e n el m o m e n t o e n el q u e el e q u i l i b r i o se r o m p e e n t r e las f a c u l t a d e s y las n e c e s i d a d e s c u a n d o el h o m b r e e n t r a e n l a h i s t o r i a , e n l a q u e d e b e a c t u a r . « A m e d i d a q u e el g é n e r o h u m a n o se e x t e n d i ó , las p e n a s se m u l t i p l i c a r o n p a r a los h o m b r e s . . . A ñ o s e s t é r i l e s , i n v i e r n o s l a r g o s y d u r o s , v e r a n o s a r d i e n t e s e x i g i e r o n d e ellos u n a n u e v a i n d u s t r i a . » D e s d e e n t o n c e s , l a h u m a n i d a d evoluciona hacia u n a sociedad cada vez m á s organizada; poco a p o c o v a a p a r e c i e n d o la p r o p i e d a d ; se a h o n d a n las d e s i g u a l d a d e s e n t r e ric o s y p o b r e s ; e n i n s t i t u c i o n e s j u r í d i c a s s a n c i o n a n las r e l a c i o n e s d e f u e r z a . A g r a n d e s r a s g o s , e s t e es el p a s o d e l e s t a d o n a t u r a l al e s t a d o civil. E n la r e f l e x i ó n d e R o u s s e a u , l a h i s t o r i a n o es m á s q u e u n a a b s t r a c c i ó n (el n e g a t i v o d e l a n a t u r a l e z a ) p u e s t a al s e r v i c i o d e u n a d e m o s t r a c i ó n m o r a l . E l p e n s a m i e n t o d e K a n t mezcla u n a teleología p r o c e d e n t e d e la tradic i ó n c r i s t i a n a y u n a r e f l e x i ó n é t i c a p r o p i a d e la e r a d e las L u c e s . K a n t r e c o n c i l i a así la h e r e n c i a d e B o s s u e t y el l e g a d o d e R o u s s e a u c o m o lo d e m u e s t r a e s t e f r a g m e n t o : « L a h i s t o r i a d e la n a t u r a l e z a se inicia c o n el b i e n , y a q u e es o b r a d e D i o s ; l a h i s t o r i a d e l a l i b e r t a d se inicia c o n el m a l , y a 72

q u e e s o b r a d e l h o m b r e . P o r lo q u e s e r e f i e r e al i n d i v i d u o q u e , h a c i e n d o u s o d e s u l i b e r t a d , n o p i e n s a m á s q u e e n sí m i s m o , se h a s a l i d o p e r d i e n d o c o n e s t e c a m b i o . P o r lo q u e s e r e f i e r e a l a n a t u r a l e z a , p r e o c u p a d a p o r o r i e n t a r el fin q u e ella r e s e r v a al h o m b r e c o n v i s t a s a su e s p e c i e , f u e u n a v e n t a j a . P o r t a n t o , el i n d i v i d u o t i e n e r a z ó n e n r e g i s t r a r a s u c u e n t a , c o m o falt a s s u y a s , t o d o s los m a l e s q u e s o p o r t a . . . , p e r o al m i s m o t i e m p o , c o m o m i e m b r o d e u n a e s p e c i e , t i e n e r a z ó n e n a d m i r a r la s a b i d u r í a d e l o r d e n . . . » (Conjeturas sobre los orígenes de la historia humana). A diferencia de R o u s s e a u , q u e c o n c i b e u n a h i s t o r i a ficticia, K a n t q u i e r e p e n s a r «la h i s t o r i a r e a l » . . . « c o m p r e n d i d a d e m a n e r a e m p í r i c a » . P e r o la historia del filósofo n o es e x a c t a m e n t e l a d e l h i s t o r i a d o r ; . e s u n a h i s t o r i a d e l s e n t i d o d e l a v i d a h u m a n a . P a r a K a n t , l a filosofía d e l a h i s t o r i a se a f i r m a c o m o u n a p a r t e d e la M o r a l . K a n t expresó su reflexión s o b r e la historia e n u n a serie de opúsculos, s o b r e t o d o e n la Idea de una Historia Universal desde un punto de vista cosmopolita ( 1 7 8 4 ) . S e g ú n l a h i p ó t e s i s d e K a n t , e x i s t e u n a f i n a l i d a d e n el a b s u r d o c u r s o d e l o s a s u n t o s h u m a n o s , e n l a a c u m u l a c i ó n d e los h e c h o d e l a h i s t o r i a e m p í r i c a . S i n e m b a r g o , e s t a finalidad n o la h a c o n c e b i d o n i n g u n a inteligencia s u p r e m a ; n o la h a q u e r i d o n i n g u n a sociedad h u m a n a ; corresp o n d e a u n «plan d e la n a t u r a l e z a » . P a r a d ó j i c a m e n t e , la n a t u r a l e z a realiza sus fines a t r a v é s d e l o s h o m b r e s : « L o s i n d i v i d u o s e i n c l u s o los p u e b l o s n o s u e ñ a n m á s q u e e n l o g r a r sus o b j e t i v o s p a r t i c u l a r e s d e c o n f o r m i d a d c o n sus d e s e o s p e r s o n a l e s y a m e n u d o p e r j u d i c a n d o al p r ó j i m o , c o n s p i r a n d o sin s a b e r l o (ellos) c o n t r a el p l a n d e l a n a t u r a l e z a » ( p . 6 0 ) . L a r a z ó n es el p o d e r c o n el q u e e s t á d o t a d o el h o m b r e p a r a r e a l i z a r sus p r o y e c t o s . Y a q u e el p l a n p r e v i s t o p a r a el h o m b r e n o c o n s i s t e e n q u e é s t e a l c a n c e el e s t a d o n a t u r a l , s i n o q u e c o n s i g a el e s t a d o c u l t u r a l , e n e s t e a s p e c t o , K a n t s e o p o n e a R o u s s e a u . H a y q u e p o n e r d e r e l i e v e q u e la n a t u r a l e z a n o e s m u y g e n e r o s a e n lo q u e r e s p e c t a a e s t o s d o n e s : si confía l a r a z ó n a l a h u m a n i dad, es q u e n o tiene p a r a ésta n i n g u n a función precisa. C u a n d o K a n t h a b l a d e l h o m b r e , s e r e f i e r e a la e s p e c i e y n o al i n d i v i d u o . C i e r t a m e n t e , la n a t u r a l e z a n e c e s i t a u n a l í n e a i n t e r m i n a b l e d e g e n e r a c i o n e s p a r a l o g r a r sus fines. L a m u e r t e s ó l o e s u n a c c i d e n t e p a r a el ind i v i d u o , p e r o n o a f e c t a al d e s a r r o l l o d e l a e s p e c i e . A u n m á s , l a n a t u r a l e z a o b l i g a al i n d i v i d u o a l i m i t a r s u v i d a , a e s f o r z a r s e y a a p l i c a r s e al t r a b a j o . L a c o n s e c u e n c i a d e s u l i m i t a c i ó n v i t a l o b l i g a al i n d i v i d u o a salir d e su p e r e z a , l e i m p u l s a a a c t u a r . K a n t s u b r a y a c l a r a m e n t e q u e el i n d i v i d u o e s t á al s e r v i c i o d e l a e s p e c i e : «lo q u e e n l o s s e r e s i n d i v i d u a l e s n o s s o r p r e n d e , p o r s u f o r m a i n t r i n c a d a e i r r e g u l a r , p o d r á n o o b s t a n t e s e r c o n o c i d o e n el c o n j u n t o d e l a e s p e c i e , b a j o el a s p e c t o d e u n d e s a r r o l l o c o n t i n u o , a u n q u e l e n t o , d e las d i s p o s i c i o n e s i n i c i a l e s » ( p . 5 9 ) . E l filósofo t o d a v í a p r e c i s a : « E n el h o m b r e — c o m o ú n i c a c r i a t u r a r a z o n a b l e s o b r e l a t i e r r a — , las d i s p o s i c i o n e s n a t u r a l e s q u e t i e n d e n al u s o d e l a r a z ó n n o d e b i e r o n r e c i b i r su d e s a r r o l l o c o m p l e t o e n el i n d i v i d u o , s i n o s o l a m e n t e e n l a e s p e c i e » ( p r o p o s i c i ó n 1 ) . A l o l a r g o d e la o b r a d e K a n t , el p o s t u l a d o d e la v i d a e t e r n a d e la e s p e c i e h u m a n a , a f i r m a d o e n l a filosofía d e l a h i s t o r i a , j u e g a el m i s m o p a p e l q u e el p o s t u l a d o d e l a i n m o r t a l i d a d d e l a l m a e n la filosofía m o r a l . L a n a t u r a l e z a h a d a d o al h o m b r e « e l i m p u l s o h a c i a l a h u m a n i d a d » , p e r o n o su h u m a n i d a d . « A l p r o v e e r al h o m b r e d e r a z ó n , l a r a z ó n i n d i c a b a clar a m e n t e s u p l a n (...) E l h o m b r e n o d e b í a s e r g o b e r n a d o p o r el i n s t i n t o , n i 73

s e c u n d a d o p o r u n c o n o c i m i e n t o i n n a t o ; d e b í a e x t r a e r l o t o d o d e sí m i s m o » ( p r o p o s i c i ó n 3 ) . P o r t a n t o , la n a t u r a l e z a h a d e j a d o al h o m b r e la p r e o c u p a c i ó n d e i n v e n t a r su v i d a m a t e r i a l , s a t i s f a c e r sus n e c e s i d a d e s , a s e g u r a r sus o c i o s , p e r o t a m b i é n e x t r a e r d e sí m i s m o «su i n t e l i g e n c i a h a s t a l a b o n d a d d e su v o l u n t a d » . E n e s t a s c o n d i c i o n e s , el h o m b r e d e b e vivir e n s o c i e d a d . E s e n t o n c e s c u a n d o se e n c u e n t r a e n u n a s i t u a c i ó n c o n t r a d i c t o r i a : p o r u n a p a r t e , u n d e s e o le e m p u j a a vivir c o n o t r o s h o m b r e s , a a n u d a r l a z o s social e s ; . p o r o t r a , u n i m p u l s o le c o n d u c e a a i s l a r s e , a e n c o n t r a r s e s o l o . E s l o q u e K a n t l l a m a « i n c l i n a c i ó n a e n t r a r e n s o c i e d a d a la v e z q u e r e p u l s i ó n a h a c e r l o » . E n r e a l i d a d , el a n t a g o n i s m o e n t r e la s o c i a b i l i d a d y la i n s o c i a b i l i d a d es el m e d i o d e q u e se s i r v e l a n a t u r a l e z a p a r a l l e v a r a b u e n p u e r t o el d e s a r r o l l o d e t o d a s las d i s p o s i c i o n e s d e la h u m a n i d a d . L a d i s c o r d i a a n i v e l d e la e s p e c i e n o es d e l t o d o n e g a t i v a , m á s b i e n a p a r e c e c o m o u n f a c t o r d e p r o g r e s o . E l d e s t i n o d e l h o m b r e n o es l a f e l i c i d a d a c u a l q u i e r p r e c i o . E n e s t a p e r s p e c t i v a , l a h o s t i l i d a d e n t r e l o s i n d i v i d u o s los o b l i g a a salir d e u n estado d e beatitud m á s o m e n o s primitiva y a c o m p r o m e t e r s e e n la r e a l i z a c i ó n d e t a r e a s difíciles p e r o g r a n d i o s a s . L a r e a l i z a c i ó n d e l a s o c i e d a d civil e s el p r o b l e m a e s e n c i a l c o n el q u e s e e n f r e n t a r á l a r a z ó n a lo l a r g o d e l a h i s t o r i a , « a d m i n i s t r a n d o el d e r e c h o d e f o r m a u n i v e r s a l » . K a n t o b s e r v a : « E n l í n e a s g e n e r a l e s , se p u e d a p l a n t e a r l a h i s t o r i a d e la e s p e c i e h u m a n a c o m o l a r e a l i z a c i ó n d e u n p l a n o c u l t o d e l a naturaleza p a r a producir u n a perfecta constitución política» (proposic i ó n 8 ) . P o r t a n t o , se t r a t a d e e s t a b l e c e r u n a o r g a n i z a c i ó n civil t a l q u e las l e y e s p u e d a n r e g u l a r l o s a n t a g o n i s m o s e i n s t i t u i r las l i b e r t a d e s . A h o r a b i e n , e s t a c o m p l e j a e m p r e s a s e e n f r e n t a c o n d o s o b s t á c u l o s . E l p r i m e r o es la c u e s t i ó n d e la a u t o r i d a d . D a d a l a d u a l i d a d d e la n a t u r a l e z a h u m a n a divid i d a e n t r e l a a s p i r a c i ó n h a c i a el b i e n y l a a t r a c c i ó n p o r el m a l , h a y q u e i m p o n e r a los h o m b r e s « u n s o b e r a n o q u e b a t a e n la b r e c h a las v o l u n t a d e s p a r t i c u l a r e s » n e c e s a r i a m e n t e e g o í s t a s . S i n e m b a r g o , e s t e s o b e r a n o , q u e a la v e z es u n h o m b r e , d e b e c o m p o r t a r s e c o m o u n j e f e j u s t o , r e s p e t a n d o a los d e m á s h o m b r e s . C r e e m o s q u e n o es fácil d e s c u b r i r u n i n d i v i d u o p r o v i s t o d e c u a l i d a d e s t a n e x c e p c i o n a l e s . E l s e g u n d o e s c o l l o es el p r o b l e m a d e la entente e n t r e las n a c i o n e s . L o s p u e b l o s se d e s g a r r a n , se a g r e d e n , s e h a c e n l a g u e r r a , f r e c u e n t e m e n t e d e f o r m a s a n g r i e n t a p a r a las p e r s o n a s y d e s a s t r o s a p a r a las p r o p i e d a d e s . N o o b s t a n t e , K a n t n o se i n m u t a : i n t e r p r e t a l o s conflictos « c o m o o t r a s t a n t a s t e n t a t i v a s p a r a e s t a b l e c e r n u e v a s r e l a c i o n e s e n t r e los e s t a d o s » . D e los i n s e n s a t o s e n f r e n t a m i e n t o s a los q u e se e n t r e g a n l o s h o m b r e s a c a b a r á p o r s u r g i r « u n a c o m u n i d a d civil u n i v e r s a l ( . . . ) q u e a d m i n i s t r a r á el d e r e c h o i n t e r n a c i o n a l d e m a n e r a q u e el e s t a d o m á s p e q u e ñ o p u e d a l o g r a r la g a r a n t í a d e su s e g u r i d a d (...) a p a r t i r d e u n a f u e r z a u n i d a y de u n a confluencia de voluntades». C o m o p o d e m o s s u p o n e r , el c o n c e p t o d e u n s o b e r a n o j u s t o , a r b i t r o e n t r e los i n t e r e s e s p a r t i c u l a r e s , y el d e u n a « s o c i e d a d d e n a c i o n e s » g a r a n t e d e la s e g u r i d a d d e los e s t a d o s , s o n « i d e a l e s » e n el s e n t i d o k a n t i a n o , u n d o b l e o b j e t i v o m o r a l q u e l a h u m a n i d a d d e b e fijarse y e s f o r z a r s e p o r r e a l i z a r . P o r a h o r a , la e s p e c i e h u m a n a t o d a v í a n o h a a l c a n z a d o la « c o n s t i t u c i ó n p e r f e c t a » ; ú n i c a m e n t e e s t á « e n m a r c h a h a c i a la e r a d e las L u c e s » . C i e r t a m e n t e , la é p o c a d e la I l u s t r a c i ó n n o es el p a r a í s o r e c u p e r a d o ; r e c u e r d a m á s u n a « e d a d d e m a d u r e z » , e n la q u e la e s p e c i e h u m a n a e m p i e z a a l i b r a r s e d e t u t e l a s , c o m p r e n d i d a la d e la d o m i n a c i ó n d i v i n a . K a n t p e r c i b e s i g n o s 74

a n u n c i a d o r e s d e l a v a n c e ¡fcacia l a s L u c e s : l a e x t e n s i ó n d e las l i b e r t a d e s e c o n ó m i c a s , civiles, r e l i g i o s a s e n I n g l a t e r r a , e n A l e m a n i a o e n A u s t r i a a fines d e l siglo x v n i ; y , al m i s m o t i e m p o , l a R e v o l u c i ó n e n F r a n c i a . E l filósofo celebra este acontecimiento histórico en t é r m i n o s entusiásticos: « N u n c a se o l v i d a r á u n f e n ó m e n o así, y a q u e h a d e s c u b i e r t o q u e e x i s t e e n el f o n d o d e la n a t u r a l e z a h u m a n a , u n a p o s i b i l i d a d d e p r o g r e s o m o r a l q u e h a s t a el p r e s e n t e n i n g ú n h o m b r e p o l í t i c o h a b í a s o s p e c h a d o » {El conflicto de las facultades, 1 7 9 8 ) .

2.

H E G E L Y LA DIALÉCTICA

G e o r g W . F . H e g e l nació e n Stuttgart en 1770; su p a d r e e r a funcionario d e F i n a n z a s . H i z o sus e s t u d i o s s e c u n d a r i o s e n S t u t t g a r t , e m p r e n d i ó e s t u d i o s d e t e o l o g í a e n T u b i n g a , p e r o a b a n d o n ó su i d e a d e ser p a s t o r . T o d a s u v i d a e s t u v o m a r c a d a p o r s u f o r m a c i ó n r e l i g i o s a l u t e r a n a . E n t r e 1793 y 1800 t r a b a j ó c o m o p r e c e p t o r e n B e r n a y F r a n c f o r t ; d e 1801 a 1806 e n s e ñ ó e n l a u n i v e r s i d a d d e J e n a ; e n t r e 1806-1807 a c t u ó c o m o r e d a c t o r e n la Gazette de Bamberg; d i r i g i ó el l i c e o d e N u r e m b e r g d e 1808 a 1 8 1 6 . C o n t r a j o m a t r i m o n i o fue p a d r e d e f a m i l i a . D u r a n t e el c u r s o d e su c a r r e r a c o m o e n s e ñ a n t e , H e g e l a s i m i l ó las o b r a s filosóficas d e sus c o n t e m p o r á n e o s : K a n t , F i c h t e y S c h e l l i n g . C o m o t o d a l a élite i n t e l e c t u a l a l e m a n a , H e g e l se s i e n t e m u y i n f l u i d o p o r el p e n s a m i e n t o d e las L u c e s , a d m i r a l a R e v o l u c i ó n f r a n c e s a y e s p e r a m u c h o d e s u d i f u s i ó n a t r a v é s d e E u r o p a , g r a c i a s a las c o n q u i s t a s n a p o l e ó n i c a s . E l t r a u m a d e la b a t a l l a d e J e n a ( o c t u b r e d e 1 8 0 6 ) , que despierta en Fichte un virulento nacionalismo prusiano, no quebranta l a c o n f i a n z a d e H e g e l e n las « i d e a s f r a n c e s a s » . T r a s l a g u e r r a , e n 1 8 1 7 , H e gel o b t i e n e u n a c á t e d r a d e filosofía e n H e i d e l b e r g ; d e s p u é s s u s t i t u y e a ficht e e n la c á t e d r a d e filosofía d e B e r l í n e n t r e 1818 y 1 8 3 1 . A l l í a c c e d e a la fama, se r o d e a d e discípulos — V o n H e n n i n g , E . G a n s , B . B a u e r , etcéter a — y actúa c o m o ideólogo del estado p r u s i a n o . M u e r e a causa de u n a epidemia de cólera en 1831. H e g e l p e r t e n e c e , i n d u d a b l e m e n t e , al m u n d o d e la I l u s t r a c i ó n : c r e e e n la f u e r z a d e l a r a z ó n . A l d i r i g i r s e a sus a l u m n o s les r e c o m i e n d a « c o n f i a r e n l a c i e n c i a , t e n e r fe e n la r a z ó n » . N o o b s t a n t e , H e g e l s i g u e v i n c u l a d o a la r e l i g i ó n ; c o n t e m p l a el d e s a r r o l l o d e l p r o t e s t a n t i s m o e n la filosofía q u e p r o f e s a ; p o r e l l o se p r o p o n e e l e v a r la fe d e s d e el s e n t i m i e n t o s u b j e t i v o a la c e r t e z a r a c i o n a l . S e a n c u a l e s f u e r e n las i n f l u e n c i a s q u e le m a r c a r o n , la obra de Hegel constituye un grandioso intento de construir u n sistema en el q u e t o d o el u n i v e r s o p u e d a s e r p e n s a d o . E l p r o y e c t o d e l p r o f e s o r d e B e r lín se p r e s e n t a b a j o f o r m a d e u n a a m p l i a d e d u c c i ó n q u e a b r a z a t o d o s los c o n o c i m i e n t o s posibles. Se distinguen tres secciones: l ) la lógica, q u e trata d e l a i d e a a b s t r a c t a d e l a f o r m a c i ó n d e c a t e g o r í a s i n t e l e c t u a l e s ; 2) l a filosofía d e la n a t u r a l e z a , q u e e x a m i n a la d i f u s i ó n d e l a i d e a en el m u n d o n a t u r a l , y 3) la filosofía d e l e s p í r i t u , q u e se i n t e r e s a p o r l a t o m a d e c o n c i e n cia d e l e s p í r i t u a t r a v é s d e la h i s t o r i a u n i v e r s a l . E n v i d a d e H e g e l s ó l o se p u b l i c a r o n t r e s o b r a s : La fenomenología del espíritu ( 1 8 0 7 ) ; La lógica 3 v o l ú m e n e s ( 1 8 1 2 - 1 8 1 7 ) ; y La filosofía del derecho ( 1 8 2 1 ) . D e s p u é s d e l a m u e r t e d e l m a e s t r o , a l g u n o s d e sus d i s c í p u l o s — G a n s , M a r h e i n e k e y o t r o s — t r a n s c r i b i e r o n sus n o t a s d e c l a s e , las r e o r g a n i z a r o n y p u b l i c a r o n ( e n t r e 1838 75

s e c u n d a d o p o r u n c o n o c i m i e n t o i n n a t o ; d e b í a e x t r a e r l o t o d o d e sí m i s m o » ( p r o p o s i c i ó n 3 ) . P o r t a n t o , la n a t u r a l e z a h a d e j a d o al h o m b r e la p r e o c u p a c i ó n d e i n v e n t a r su v i d a m a t e r i a l , s a t i s f a c e r sus n e c e s i d a d e s , a s e g u r a r sus o c i o s , p e r o t a m b i é n e x t r a e r d e sí m i s m o «su i n t e l i g e n c i a h a s t a l a b o n d a d d e su v o l u n t a d » . E n e s t a s c o n d i c i o n e s , el h o m b r e d e b e vivir e n s o c i e d a d . E s e n t o n c e s c u a n d o se e n c u e n t r a e n u n a s i t u a c i ó n c o n t r a d i c t o r i a : p o r u n a p a r t e , u n d e s e o le e m p u j a a vivir c o n o t r o s h o m b r e s , a a n u d a r l a z o s social e s ; . p o r o t r a , u n i m p u l s o le c o n d u c e a a i s l a r s e , a e n c o n t r a r s e s o l o . E s l o q u e K a n t l l a m a « i n c l i n a c i ó n a e n t r a r e n s o c i e d a d a la v e z q u e r e p u l s i ó n a h a c e r l o » . E n r e a l i d a d , el a n t a g o n i s m o e n t r e la s o c i a b i l i d a d y la i n s o c i a b i l i d a d es el m e d i o d e q u e se s i r v e l a n a t u r a l e z a p a r a l l e v a r a b u e n p u e r t o el d e s a r r o l l o d e t o d a s las d i s p o s i c i o n e s d e la h u m a n i d a d . L a d i s c o r d i a a n i v e l d e la e s p e c i e n o es d e l t o d o n e g a t i v a , m á s b i e n a p a r e c e c o m o u n f a c t o r d e p r o g r e s o . E l d e s t i n o d e l h o m b r e n o es l a f e l i c i d a d a c u a l q u i e r p r e c i o . E n e s t a p e r s p e c t i v a , l a h o s t i l i d a d e n t r e l o s i n d i v i d u o s los o b l i g a a salir d e u n estado d e beatitud m á s o m e n o s primitiva y a c o m p r o m e t e r s e e n la r e a l i z a c i ó n d e t a r e a s difíciles p e r o g r a n d i o s a s . L a r e a l i z a c i ó n d e l a s o c i e d a d civil e s el p r o b l e m a e s e n c i a l c o n el q u e s e e n f r e n t a r á l a r a z ó n a lo l a r g o d e l a h i s t o r i a , « a d m i n i s t r a n d o el d e r e c h o d e f o r m a u n i v e r s a l » . K a n t o b s e r v a : « E n l í n e a s g e n e r a l e s , se p u e d a p l a n t e a r l a h i s t o r i a d e la e s p e c i e h u m a n a c o m o l a r e a l i z a c i ó n d e u n p l a n o c u l t o d e l a naturaleza p a r a producir u n a perfecta constitución política» (proposic i ó n 8 ) . P o r t a n t o , se t r a t a d e e s t a b l e c e r u n a o r g a n i z a c i ó n civil t a l q u e las l e y e s p u e d a n r e g u l a r l o s a n t a g o n i s m o s e i n s t i t u i r las l i b e r t a d e s . A h o r a b i e n , e s t a c o m p l e j a e m p r e s a s e e n f r e n t a c o n d o s o b s t á c u l o s . E l p r i m e r o es la c u e s t i ó n d e la a u t o r i d a d . D a d a l a d u a l i d a d d e la n a t u r a l e z a h u m a n a divid i d a e n t r e l a a s p i r a c i ó n h a c i a el b i e n y l a a t r a c c i ó n p o r el m a l , h a y q u e i m p o n e r a los h o m b r e s « u n s o b e r a n o q u e b a t a e n la b r e c h a las v o l u n t a d e s p a r t i c u l a r e s » n e c e s a r i a m e n t e e g o í s t a s . S i n e m b a r g o , e s t e s o b e r a n o , q u e a la v e z es u n h o m b r e , d e b e c o m p o r t a r s e c o m o u n j e f e j u s t o , r e s p e t a n d o a los d e m á s h o m b r e s . C r e e m o s q u e n o es fácil d e s c u b r i r u n i n d i v i d u o p r o v i s t o d e c u a l i d a d e s t a n e x c e p c i o n a l e s . E l s e g u n d o e s c o l l o es el p r o b l e m a d e la entente e n t r e las n a c i o n e s . L o s p u e b l o s se d e s g a r r a n , se a g r e d e n , s e h a c e n l a g u e r r a , f r e c u e n t e m e n t e d e f o r m a s a n g r i e n t a p a r a las p e r s o n a s y d e s a s t r o s a p a r a las p r o p i e d a d e s . N o o b s t a n t e , K a n t n o se i n m u t a : i n t e r p r e t a l o s conflictos « c o m o o t r a s t a n t a s t e n t a t i v a s p a r a e s t a b l e c e r n u e v a s r e l a c i o n e s e n t r e los e s t a d o s » . D e los i n s e n s a t o s e n f r e n t a m i e n t o s a los q u e se e n t r e g a n l o s h o m b r e s a c a b a r á p o r s u r g i r « u n a c o m u n i d a d civil u n i v e r s a l ( . . . ) q u e a d m i n i s t r a r á el d e r e c h o i n t e r n a c i o n a l d e m a n e r a q u e el e s t a d o m á s p e q u e ñ o p u e d a l o g r a r la g a r a n t í a d e su s e g u r i d a d (...) a p a r t i r d e u n a f u e r z a u n i d a y de u n a confluencia de voluntades». C o m o p o d e m o s s u p o n e r , el c o n c e p t o d e u n s o b e r a n o j u s t o , a r b i t r o e n t r e los i n t e r e s e s p a r t i c u l a r e s , y el d e u n a « s o c i e d a d d e n a c i o n e s » g a r a n t e d e la s e g u r i d a d d e los e s t a d o s , s o n « i d e a l e s » e n el s e n t i d o k a n t i a n o , u n d o b l e o b j e t i v o m o r a l q u e l a h u m a n i d a d d e b e fijarse y e s f o r z a r s e p o r r e a l i z a r . P o r a h o r a , la e s p e c i e h u m a n a t o d a v í a n o h a a l c a n z a d o la « c o n s t i t u c i ó n p e r f e c t a » ; ú n i c a m e n t e e s t á « e n m a r c h a h a c i a la e r a d e las L u c e s » . C i e r t a m e n t e , la é p o c a d e la I l u s t r a c i ó n n o es el p a r a í s o r e c u p e r a d o ; r e c u e r d a m á s u n a « e d a d d e m a d u r e z » , e n la q u e la e s p e c i e h u m a n a e m p i e z a a l i b r a r s e d e t u t e l a s , c o m p r e n d i d a la d e la d o m i n a c i ó n d i v i n a . K a n t p e r c i b e s i g n o s 74

a n u n c i a d o r e s d e l a v a n c e ¡fcacia l a s L u c e s : l a e x t e n s i ó n d e las l i b e r t a d e s e c o n ó m i c a s , civiles, r e l i g i o s a s e n I n g l a t e r r a , e n A l e m a n i a o e n A u s t r i a a fines d e l siglo x v n i ; y , al m i s m o t i e m p o , l a R e v o l u c i ó n e n F r a n c i a . E l filósofo celebra este acontecimiento histórico en t é r m i n o s entusiásticos: « N u n c a se o l v i d a r á u n f e n ó m e n o así, y a q u e h a d e s c u b i e r t o q u e e x i s t e e n el f o n d o d e la n a t u r a l e z a h u m a n a , u n a p o s i b i l i d a d d e p r o g r e s o m o r a l q u e h a s t a el p r e s e n t e n i n g ú n h o m b r e p o l í t i c o h a b í a s o s p e c h a d o » {El conflicto de las facultades, 1 7 9 8 ) .

2.

H E G E L Y LA DIALÉCTICA

G e o r g W . F . H e g e l nació e n Stuttgart en 1770; su p a d r e e r a funcionario d e F i n a n z a s . H i z o sus e s t u d i o s s e c u n d a r i o s e n S t u t t g a r t , e m p r e n d i ó e s t u d i o s d e t e o l o g í a e n T u b i n g a , p e r o a b a n d o n ó su i d e a d e ser p a s t o r . T o d a s u v i d a e s t u v o m a r c a d a p o r s u f o r m a c i ó n r e l i g i o s a l u t e r a n a . E n t r e 1793 y 1800 t r a b a j ó c o m o p r e c e p t o r e n B e r n a y F r a n c f o r t ; d e 1801 a 1806 e n s e ñ ó e n l a u n i v e r s i d a d d e J e n a ; e n t r e 1806-1807 a c t u ó c o m o r e d a c t o r e n la Gazette de Bamberg; d i r i g i ó el l i c e o d e N u r e m b e r g d e 1808 a 1 8 1 6 . C o n t r a j o m a t r i m o n i o fue p a d r e d e f a m i l i a . D u r a n t e el c u r s o d e su c a r r e r a c o m o e n s e ñ a n t e , H e g e l a s i m i l ó las o b r a s filosóficas d e sus c o n t e m p o r á n e o s : K a n t , F i c h t e y S c h e l l i n g . C o m o t o d a l a élite i n t e l e c t u a l a l e m a n a , H e g e l se s i e n t e m u y i n f l u i d o p o r el p e n s a m i e n t o d e las L u c e s , a d m i r a l a R e v o l u c i ó n f r a n c e s a y e s p e r a m u c h o d e s u d i f u s i ó n a t r a v é s d e E u r o p a , g r a c i a s a las c o n q u i s t a s n a p o l e ó n i c a s . E l t r a u m a d e la b a t a l l a d e J e n a ( o c t u b r e d e 1 8 0 6 ) , que despierta en Fichte un virulento nacionalismo prusiano, no quebranta l a c o n f i a n z a d e H e g e l e n las « i d e a s f r a n c e s a s » . T r a s l a g u e r r a , e n 1 8 1 7 , H e gel o b t i e n e u n a c á t e d r a d e filosofía e n H e i d e l b e r g ; d e s p u é s s u s t i t u y e a ficht e e n la c á t e d r a d e filosofía d e B e r l í n e n t r e 1818 y 1 8 3 1 . A l l í a c c e d e a la fama, se r o d e a d e discípulos — V o n H e n n i n g , E . G a n s , B . B a u e r , etcéter a — y actúa c o m o ideólogo del estado p r u s i a n o . M u e r e a causa de u n a epidemia de cólera en 1831. H e g e l p e r t e n e c e , i n d u d a b l e m e n t e , al m u n d o d e la I l u s t r a c i ó n : c r e e e n la f u e r z a d e l a r a z ó n . A l d i r i g i r s e a sus a l u m n o s les r e c o m i e n d a « c o n f i a r e n l a c i e n c i a , t e n e r fe e n la r a z ó n » . N o o b s t a n t e , H e g e l s i g u e v i n c u l a d o a la r e l i g i ó n ; c o n t e m p l a el d e s a r r o l l o d e l p r o t e s t a n t i s m o e n la filosofía q u e p r o f e s a ; p o r e l l o se p r o p o n e e l e v a r la fe d e s d e el s e n t i m i e n t o s u b j e t i v o a la c e r t e z a r a c i o n a l . S e a n c u a l e s f u e r e n las i n f l u e n c i a s q u e le m a r c a r o n , la obra de Hegel constituye un grandioso intento de construir u n sistema en el q u e t o d o el u n i v e r s o p u e d a s e r p e n s a d o . E l p r o y e c t o d e l p r o f e s o r d e B e r lín se p r e s e n t a b a j o f o r m a d e u n a a m p l i a d e d u c c i ó n q u e a b r a z a t o d o s los c o n o c i m i e n t o s posibles. Se distinguen tres secciones: l ) la lógica, q u e trata d e l a i d e a a b s t r a c t a d e l a f o r m a c i ó n d e c a t e g o r í a s i n t e l e c t u a l e s ; 2) l a filosofía d e la n a t u r a l e z a , q u e e x a m i n a la d i f u s i ó n d e l a i d e a en el m u n d o n a t u r a l , y 3) la filosofía d e l e s p í r i t u , q u e se i n t e r e s a p o r l a t o m a d e c o n c i e n cia d e l e s p í r i t u a t r a v é s d e la h i s t o r i a u n i v e r s a l . E n v i d a d e H e g e l s ó l o se p u b l i c a r o n t r e s o b r a s : La fenomenología del espíritu ( 1 8 0 7 ) ; La lógica 3 v o l ú m e n e s ( 1 8 1 2 - 1 8 1 7 ) ; y La filosofía del derecho ( 1 8 2 1 ) . D e s p u é s d e l a m u e r t e d e l m a e s t r o , a l g u n o s d e sus d i s c í p u l o s — G a n s , M a r h e i n e k e y o t r o s — t r a n s c r i b i e r o n sus n o t a s d e c l a s e , las r e o r g a n i z a r o n y p u b l i c a r o n ( e n t r e 1838 75

y 1845) c o n el n o m b r e d e H e g e l d i e c i o c h o v o l ú m e n e s , e n t r e los q u e s e e n c u e n t r a n La estética, La filosofía de la religión y Lecciones sobre la filosofía de la historia. El pensamiento de Hegel preconiza un idealismo absoluto, que supone u n a i d e n t i d a d e n t r e el s u j e t o y el o b j e t o , e n t r e el c o n o c e r y el s e r . E n e s t e s e n t i d o , H e g e l r e e c u e n t r a el « r e a l i s m o » d e la A n t i g ü e d a d , q u e b r a n t a d o m o m e n t á n e a m e n t e p o r el « n o m i n a l i s m o » d e la E d a d M e d i a . P o d e m o s a p r e ciar e s t e ' p u r o i d e a l i s m o e n e s t e p a s a j e d e las Lecciones sobre la filosofía de la historia: « E l e s p í r i t u t i e n e su c e n t r o e n sí m i s m o ; c a r e c e d e u n i d a d f u e r a d e é l , p e r o la h a e n c o n t r a d o , está e n sí m i s m o y c o n sí m i s m o . . . E l e s p í r i t u se c o n o c e a sí m i s m o ; es el j u i c i o d e su p r o p i a n a t u r a l e z a ; t a m b i é n es la a c t i v i d a d a t r a v é s d e la c u a l se f o r m a a sí m i s m o , se p r o d u c e , s e h a c e lo q u e es e n sí m i s m o . » S e g ú n e s t a d e f i n i c i ó n , p o d e m o s d e c i r d e l a h i s t o r i a u n i v e r s a l q u e es la r e p r e s e n t a c i ó n d e l e s p í r i t u e n s u e s f u e r z o p o r a d q u i r i r el c o n o c i m i e n t o d e l o q u e es ( I n t r o d u c c i ó n , p . 2 7 ) . E n e s t a s c o n d i c i o n e s , la filosofía d e la h i s t o r i a n o p o d r í a d e c i r lo q u e d e b e ser el m u n d o , n i p r o d u c i r e s t e m u n d o a fortiori. « L a filosofía d e la h i s t o r i a s ó l o significa s u c o n s i d e r a c i ó n r e f l e x i o n a d a . . . » L a ú n i c a i d e a q u e a p o r t a la filosofía es q u e la r a z ó n g o b i e r n a el m u n d o y q u e , e n c o n s e c u e n c i a , «la h i s t o r i a d e l m u n d o es el m o v i m i e n t o g r a c i a s al c u a l la s u b s t a n c i a e s p i r i t u a l e n t r a e n p o s e s i ó n d e s u r e a l i d a d » . E s difícil i m a g i n a r u n a c o n s t r u c c i ó n m á s a b s t r a c t a : la h i s t o r i a d e l e s p í r i t u se c o n f u n d e c o n l a h i s t o r i a d e l u n i v e r s o . H e g e l , s i g u i e n d o a B o s s u e t , a c e n t u a n d o a K a n t , se m a n t i e n e r e s u e l t a m e n t e e n u n a p e r s p e c t i v a t e l e o l ó g i c a : n o a d m i t e q u e el m u n d o s e h a y a lib e r a d o al a z a r . « T e n e m o s q u e b u s c a r e n l a h i s t o r i a u n o b j e t i v o u n i v e r s a l , el o b j e t i v o final d e l m u n d o , n o u n o b j e t i v o p a r t i c u l a r d e l e s p í r i t u s u b j e t i v o o del s e n t i m i e n t o h u m a n o . D e b e m o s captarla con la r a z ó n , ya q u e ésta n o p u e d e encontrar interés en ningún objetivo particular, sino ú n i c a m e n t e e n el a b s o l u t o . » L a r e a l i z a c i ó n p r o f a n a d e la f i n a l i d a d d e l u n i v e r s o se o p e r a p o r el p r o g r e s o d e l e s p í r i t u . « S e t r a t a p o r t a n t o d e l o b j e t i v o final q u e p e r s i g u e la h u m a n i d a d , q u e el e s p í r i t u se p r o p a g u e e n el m u n d o y q u e s e r e a lice i m p u l s a d o p o r u n a f u e r z a infinita. Su o b j e t i v o e s llegar a la c o n s c i e n cia d e u n o m i s m o , d e a d e c u a r el m u n d o a u n o m i s m o . » Y la e v o l u c i ó n d e l e s p í r i t u v a e n el s e n t i d o d e l p r o g r e s o . L a n a t u r a l e z a s ó l o c o n o c e u n r e t o r n o cíclico d e l a s e s t a c i o n e s ; la r a z ó n se d i r i g e h a c i a u n ú l t i m o fin: « E n l a n a t u r a l e z a , l a r e s u r r e c c i ó n s ó l o es l a r e p e t i c i ó n d e lo m i s m o , u n a m o n ó t o n a h i s t o r i a q u e s i g u e u n i d é n t i c o ciclo. N o h a y n a d a n u e v o b a j o el sol. N o s u c e d e lo m i s m o c o n el sol d e l e s p í r i t u . S u m a r c h a , su m o v i m i e n t o n o es u n a a u t o r r e p e t i c i ó n . E l a s p e c t o c a m b i a n t e q u e r e v i s t e el e s p í r i t u e s e s e n c i a l m e n t e el p r o g r e s o (La razón de la historia). H e g e l i n t r o d u c e la d i m e n s i ó n d e la t e m p o r a l i d a d . E n la t r a d i c i ó n m e d i e v a l , el t i e m p o se c o n c e b í a c o m o u n a d e g r a d a c i ó n o n t o l ó g i c a . E n l a c o n c e p c i ó n h e g e l i a n a , el t i e m p o d e v i e n e u n a c a t e g o r í a d e i n t e l i g i b i l i d a d . « E l e s p í r i t u s e m a n i f i e s t a n e c e s a r i a m e n t e e n el t i e m p o ; d u r a n t e t o d o el t i e m p o q u e n e c e s i t a su c o n c e p t o p u r o . . . » (Fenomenología del espíritu). E l e s p í r i t u , a c t o r p r i n c i p a l d e la h i s t o r i a , n o t o m a d i r e c t a m e n t e c o n s c i e n c i a d e sí m i s m o , s i n o p o r u n m o v i m i e n t o d i a l é c t i c o , p o r u n a o p e r a c i ó n a ritmo t e r n a r i o . E l m o v i m i e n t o d i a l é c t i c o s u p o n e t r e s m o m e n t o s : la tesis (el s e r ) ; la antítesis (el n o - s e r ) ; la síntesis (el d e v e n i r ) . E n su m o v i m i e n t o , el e s p í r i t u 76

s e p o s a e n sí m i s m o , s e d e s a r r o l l a f u e r a d e sí m i s m o , p a r a v o l v e r a sí m i s m o ; a t r a v é s d e e s t a s m u t a c i o n e s , el e s p í r i t u l l e g a a u n a f o r m a n u e v a , l o g r a c o n s t i t u i r u n a u n i d a d s u p e r i o r : « E l e s p í r i t u q u e se f o r m a m a d u r a , l e n t a y silenciosamente h a s t a su n u e v a figura, desintegra fragmento a f r a g m e n t o el edificio d e s u m u n d o p r e c e d e n t e . . . E s t a c o n t i n u a f r a g m e n t a c i ó n , q u e n o a l t e r a b a la fisonomía d e l t o d o , s e v e b r u s c a m e n t e i n t e r r u m p i d a p o r l a sal i d a d e l sol q u e , c o n su s u b d i t a l u z , d i b u j a u n a v e z m á s la f o r m a d e l m u n d o n u e v o » (Fenomenología del espíritu). H e g e l n o se h m i t a a e n u n c i a r u n p u r o i d e a l i s m o , h e c h o c o r r i e n t e e n el siglo x v í n ; i n v e n t a el m o v i m i e n t o d i a l é c t i c o , q u e d o m i n a r á el p e n s a m i e n t o d e l siglo XTX. H e g e l se inspira en K a n t c u a n d o percibe u n «plan oculto», q u e escapa a la c o n s c i e n c i a d e l a e s p e c i e h u m a n a . L a l i b e r t a d , r e a l i z a c i ó n p o r el e s p í ritu d e su p r o p i a e s e n c i a , e s l a f i n a l i d a d a b s o l u t a d e l a h i s t o r i a . ¿ P o r q u é m e d i o p r o g r e s a l a l i b e r t a d e n l a h i s t o r i a ? L a s a c c i o n e s d e los h o m b r e s se d e r i v a n d e sus i n t e r e s e s e g o í s t a s c o n m a y o r f r e c u e n c i a q u e d e sus v i r t u d e s . A p a r e n t e m e n t e , l a h i s t o r i a e s t r á g i c a , y a q u e l a v i o l e n c i a d e las p a s i o n e s p a r e c e d e t e r m i n a r el c u r s o d e l o s a s u n t o s h u m a n o s : las g u e r r a s , las l u c h a s s o c i a l e s , l o s conflictos e n t r e e s t a d o s , e t c . E n r e a l i d a d , el e s p í r i t u r e a l i z a l o s fines r a c i o n a l e s a t r a v é s d e l a s a c c i o n e s d e los h o m b r e s : « I n t e r v i e n e n d o s e l e m e n t o s : u n o e s l a i d e a ; o t r o , l a s p a s i o n e s h u m a n a s ; u n o es l a c a d e n a , el o t r o es l a t r a m a d e l g r a n t a p i z q u e c o n s t i t u y e l a h i s t o r i a u n i v e r s a l . . . p r e s e n t á n d o s e a s í , b a j o f o r m a d e e s e n c i a d e l a v o l u n t a d d e la n a t u r a l e z a . . . , l a n e c e s i d a d , el i n s t i n t o , l a p a s i ó n , el i n t e r é s p a r t i c u l a r q u e e x i s t e i n m e d i a t a m e n t e p o r sí m i s m o . . . E s t a i n m e n s a a m a l g a m a d e v o l u n t a d , d e i n t e r é s , d e a c t i v i d a d , c o n s t i t u y e el c o n j u n t o d e i n s t r u m e n t o s y m e d i o s d e q u e se sirv e el g e n i o d e l u n i v e r s o p a r a r e a l i z a r s u fin, e l e v a r l o a la c o n s c i e n c i a y r e a l i z a r l o . . . » (Lecciones sobre filosofía de la historia). F i n a l m e n t e , la historia universal aparece c o m o u n p r o c e s o , lento, obscuro, doloroso, a través del c u a l l a h u m a n i d a d p a s a d e l i n c o n s c i e n t e al c o n s c i e n t e . E s e n t o n c e s c u a n d o H e g e l a v a n z a l a i d e a d e la « t r a m p a d e l a r a z ó n » . E n el c u r s o d e l a h i s t o r i a d e las a c c i o n e s d e los h o m b r e s s e d e r i v a a l g o dif e r e n t e d e a q u e l l o q u e p r o y e c t a r o n , d e l o q u e s a b e o d e lo q u e d e s e a n . L o s i n d i v i d u o s c r e e n r e a l i z a r sus p r o p i o s o b j e t i v o s , d e f e n d e r sus i n t e r e s e s , y n o h a c e n m á s q u e r e a l i z a r , sin d a r s e c u e n t a d e e l l o , u n d e s t i n o m á s v a s t o , q u e les s u p e r a . L a r a z ó n , m e d i a n t e u n a a r t i m a ñ a , s a c a p a r t i d o d e l i n s t i n t o c o l e c t i v o p a r a h a c e r a v a n z a r a la h u m a n i d a d p o r la vía d e la p e r f e c c i ó n . U n c a s o h i s t ó r i c o n o s h a r á c o m p r e n d e r m e j o r el m e c a n i s m o . A l final d e l a R e p ú b l i c a r o m a n a , a C é s a r le m u e v e l a p a s i ó n d e l p o d e r ; a c c e d e a las p r i n c i p a l e s m a g i s t r a t u r a s , al m a n d o d e las l e g i o n e s , al g o b i e r n o d e las provincias (tesis). Sus e n e m i g o s — P o m p e y o , C r a s o , e t c . — , q u e t a m b i é n t i e n e n a m b i c i o n e s p e r s o n a l e s , p o n e n o b s t á c u l o s e n su c a m i n o ; las c o n s e c u e n c i a s s o n v i o l e n t a s g u e r r a s civiles ( a n t í t e s i s ) . C é s a r t r i u n f a s o b r e s u s riv a l e s , se i m p o n e e n R o m a c o m o ú n i c o d u e ñ o e i n s t a u r a el p r i n c i p a d o , seg ú n el m o d e l o d e u n a m o n a r q u í a h e l e n í s t i c a ( s í n t e s i s ) . D u r a n t e e s t e e n f r e n t a m i e n t o , q u e i n c e n d i a t o d o el m u n d o m e d í t a r r á n e o , l o s p r o t a g o n i s t a s s o n m o v i d o s p o r f u e r z a s p r o f u n d a s , sin t e n e r c l a r a m e n t e c o n s c i e n c i a d e sus o b j e t i v o s . C é s a r c r e ó el I m p e r i o sin h a b e r l o q u e r i d o e x p l í c i t a m e n t e . Se p o n e d e r e l i e v e , a l a v e z , c o m o lo c o n c i b e H e g e l , el p a p e l d e l o s « g r a n d e s h o m b r e s » . Según él, los individuos fuera d e lo c o m ú n — A l e j a n d r o , C é s a r , N a p o l e ó n , e t c . — s o n l o s q u e «el t i e m p o r e c l a m a » , a q u e l l o s c u y a s a m b i c i o 77

y 1845) c o n el n o m b r e d e H e g e l d i e c i o c h o v o l ú m e n e s , e n t r e los q u e s e e n c u e n t r a n La estética, La filosofía de la religión y Lecciones sobre la filosofía de la historia. El pensamiento de Hegel preconiza un idealismo absoluto, que supone u n a i d e n t i d a d e n t r e el s u j e t o y el o b j e t o , e n t r e el c o n o c e r y el s e r . E n e s t e s e n t i d o , H e g e l r e e c u e n t r a el « r e a l i s m o » d e la A n t i g ü e d a d , q u e b r a n t a d o m o m e n t á n e a m e n t e p o r el « n o m i n a l i s m o » d e la E d a d M e d i a . P o d e m o s a p r e ciar e s t e ' p u r o i d e a l i s m o e n e s t e p a s a j e d e las Lecciones sobre la filosofía de la historia: « E l e s p í r i t u t i e n e su c e n t r o e n sí m i s m o ; c a r e c e d e u n i d a d f u e r a d e é l , p e r o la h a e n c o n t r a d o , está e n sí m i s m o y c o n sí m i s m o . . . E l e s p í r i t u se c o n o c e a sí m i s m o ; es el j u i c i o d e su p r o p i a n a t u r a l e z a ; t a m b i é n es la a c t i v i d a d a t r a v é s d e la c u a l se f o r m a a sí m i s m o , se p r o d u c e , s e h a c e lo q u e es e n sí m i s m o . » S e g ú n e s t a d e f i n i c i ó n , p o d e m o s d e c i r d e l a h i s t o r i a u n i v e r s a l q u e es la r e p r e s e n t a c i ó n d e l e s p í r i t u e n s u e s f u e r z o p o r a d q u i r i r el c o n o c i m i e n t o d e l o q u e es ( I n t r o d u c c i ó n , p . 2 7 ) . E n e s t a s c o n d i c i o n e s , la filosofía d e la h i s t o r i a n o p o d r í a d e c i r lo q u e d e b e ser el m u n d o , n i p r o d u c i r e s t e m u n d o a fortiori. « L a filosofía d e la h i s t o r i a s ó l o significa s u c o n s i d e r a c i ó n r e f l e x i o n a d a . . . » L a ú n i c a i d e a q u e a p o r t a la filosofía es q u e la r a z ó n g o b i e r n a el m u n d o y q u e , e n c o n s e c u e n c i a , «la h i s t o r i a d e l m u n d o es el m o v i m i e n t o g r a c i a s al c u a l la s u b s t a n c i a e s p i r i t u a l e n t r a e n p o s e s i ó n d e s u r e a l i d a d » . E s difícil i m a g i n a r u n a c o n s t r u c c i ó n m á s a b s t r a c t a : la h i s t o r i a d e l e s p í r i t u se c o n f u n d e c o n l a h i s t o r i a d e l u n i v e r s o . H e g e l , s i g u i e n d o a B o s s u e t , a c e n t u a n d o a K a n t , se m a n t i e n e r e s u e l t a m e n t e e n u n a p e r s p e c t i v a t e l e o l ó g i c a : n o a d m i t e q u e el m u n d o s e h a y a lib e r a d o al a z a r . « T e n e m o s q u e b u s c a r e n l a h i s t o r i a u n o b j e t i v o u n i v e r s a l , el o b j e t i v o final d e l m u n d o , n o u n o b j e t i v o p a r t i c u l a r d e l e s p í r i t u s u b j e t i v o o del s e n t i m i e n t o h u m a n o . D e b e m o s captarla con la r a z ó n , ya q u e ésta n o p u e d e encontrar interés en ningún objetivo particular, sino ú n i c a m e n t e e n el a b s o l u t o . » L a r e a l i z a c i ó n p r o f a n a d e la f i n a l i d a d d e l u n i v e r s o se o p e r a p o r el p r o g r e s o d e l e s p í r i t u . « S e t r a t a p o r t a n t o d e l o b j e t i v o final q u e p e r s i g u e la h u m a n i d a d , q u e el e s p í r i t u se p r o p a g u e e n el m u n d o y q u e s e r e a lice i m p u l s a d o p o r u n a f u e r z a infinita. Su o b j e t i v o e s llegar a la c o n s c i e n cia d e u n o m i s m o , d e a d e c u a r el m u n d o a u n o m i s m o . » Y la e v o l u c i ó n d e l e s p í r i t u v a e n el s e n t i d o d e l p r o g r e s o . L a n a t u r a l e z a s ó l o c o n o c e u n r e t o r n o cíclico d e l a s e s t a c i o n e s ; la r a z ó n se d i r i g e h a c i a u n ú l t i m o fin: « E n l a n a t u r a l e z a , l a r e s u r r e c c i ó n s ó l o es l a r e p e t i c i ó n d e lo m i s m o , u n a m o n ó t o n a h i s t o r i a q u e s i g u e u n i d é n t i c o ciclo. N o h a y n a d a n u e v o b a j o el sol. N o s u c e d e lo m i s m o c o n el sol d e l e s p í r i t u . S u m a r c h a , su m o v i m i e n t o n o es u n a a u t o r r e p e t i c i ó n . E l a s p e c t o c a m b i a n t e q u e r e v i s t e el e s p í r i t u e s e s e n c i a l m e n t e el p r o g r e s o (La razón de la historia). H e g e l i n t r o d u c e la d i m e n s i ó n d e la t e m p o r a l i d a d . E n la t r a d i c i ó n m e d i e v a l , el t i e m p o se c o n c e b í a c o m o u n a d e g r a d a c i ó n o n t o l ó g i c a . E n l a c o n c e p c i ó n h e g e l i a n a , el t i e m p o d e v i e n e u n a c a t e g o r í a d e i n t e l i g i b i l i d a d . « E l e s p í r i t u s e m a n i f i e s t a n e c e s a r i a m e n t e e n el t i e m p o ; d u r a n t e t o d o el t i e m p o q u e n e c e s i t a su c o n c e p t o p u r o . . . » (Fenomenología del espíritu). E l e s p í r i t u , a c t o r p r i n c i p a l d e la h i s t o r i a , n o t o m a d i r e c t a m e n t e c o n s c i e n c i a d e sí m i s m o , s i n o p o r u n m o v i m i e n t o d i a l é c t i c o , p o r u n a o p e r a c i ó n a ritmo t e r n a r i o . E l m o v i m i e n t o d i a l é c t i c o s u p o n e t r e s m o m e n t o s : la tesis (el s e r ) ; la antítesis (el n o - s e r ) ; la síntesis (el d e v e n i r ) . E n su m o v i m i e n t o , el e s p í r i t u 76

s e p o s a e n sí m i s m o , s e d e s a r r o l l a f u e r a d e sí m i s m o , p a r a v o l v e r a sí m i s m o ; a t r a v é s d e e s t a s m u t a c i o n e s , el e s p í r i t u l l e g a a u n a f o r m a n u e v a , l o g r a c o n s t i t u i r u n a u n i d a d s u p e r i o r : « E l e s p í r i t u q u e se f o r m a m a d u r a , l e n t a y silenciosamente h a s t a su n u e v a figura, desintegra fragmento a f r a g m e n t o el edificio d e s u m u n d o p r e c e d e n t e . . . E s t a c o n t i n u a f r a g m e n t a c i ó n , q u e n o a l t e r a b a la fisonomía d e l t o d o , s e v e b r u s c a m e n t e i n t e r r u m p i d a p o r l a sal i d a d e l sol q u e , c o n su s u b d i t a l u z , d i b u j a u n a v e z m á s la f o r m a d e l m u n d o n u e v o » (Fenomenología del espíritu). H e g e l n o se h m i t a a e n u n c i a r u n p u r o i d e a l i s m o , h e c h o c o r r i e n t e e n el siglo x v í n ; i n v e n t a el m o v i m i e n t o d i a l é c t i c o , q u e d o m i n a r á el p e n s a m i e n t o d e l siglo XTX. H e g e l se inspira en K a n t c u a n d o percibe u n «plan oculto», q u e escapa a la c o n s c i e n c i a d e l a e s p e c i e h u m a n a . L a l i b e r t a d , r e a l i z a c i ó n p o r el e s p í ritu d e su p r o p i a e s e n c i a , e s l a f i n a l i d a d a b s o l u t a d e l a h i s t o r i a . ¿ P o r q u é m e d i o p r o g r e s a l a l i b e r t a d e n l a h i s t o r i a ? L a s a c c i o n e s d e los h o m b r e s se d e r i v a n d e sus i n t e r e s e s e g o í s t a s c o n m a y o r f r e c u e n c i a q u e d e sus v i r t u d e s . A p a r e n t e m e n t e , l a h i s t o r i a e s t r á g i c a , y a q u e l a v i o l e n c i a d e las p a s i o n e s p a r e c e d e t e r m i n a r el c u r s o d e l o s a s u n t o s h u m a n o s : las g u e r r a s , las l u c h a s s o c i a l e s , l o s conflictos e n t r e e s t a d o s , e t c . E n r e a l i d a d , el e s p í r i t u r e a l i z a l o s fines r a c i o n a l e s a t r a v é s d e l a s a c c i o n e s d e los h o m b r e s : « I n t e r v i e n e n d o s e l e m e n t o s : u n o e s l a i d e a ; o t r o , l a s p a s i o n e s h u m a n a s ; u n o es l a c a d e n a , el o t r o es l a t r a m a d e l g r a n t a p i z q u e c o n s t i t u y e l a h i s t o r i a u n i v e r s a l . . . p r e s e n t á n d o s e a s í , b a j o f o r m a d e e s e n c i a d e l a v o l u n t a d d e la n a t u r a l e z a . . . , l a n e c e s i d a d , el i n s t i n t o , l a p a s i ó n , el i n t e r é s p a r t i c u l a r q u e e x i s t e i n m e d i a t a m e n t e p o r sí m i s m o . . . E s t a i n m e n s a a m a l g a m a d e v o l u n t a d , d e i n t e r é s , d e a c t i v i d a d , c o n s t i t u y e el c o n j u n t o d e i n s t r u m e n t o s y m e d i o s d e q u e se sirv e el g e n i o d e l u n i v e r s o p a r a r e a l i z a r s u fin, e l e v a r l o a la c o n s c i e n c i a y r e a l i z a r l o . . . » (Lecciones sobre filosofía de la historia). F i n a l m e n t e , la historia universal aparece c o m o u n p r o c e s o , lento, obscuro, doloroso, a través del c u a l l a h u m a n i d a d p a s a d e l i n c o n s c i e n t e al c o n s c i e n t e . E s e n t o n c e s c u a n d o H e g e l a v a n z a l a i d e a d e la « t r a m p a d e l a r a z ó n » . E n el c u r s o d e l a h i s t o r i a d e las a c c i o n e s d e los h o m b r e s s e d e r i v a a l g o dif e r e n t e d e a q u e l l o q u e p r o y e c t a r o n , d e l o q u e s a b e o d e lo q u e d e s e a n . L o s i n d i v i d u o s c r e e n r e a l i z a r sus p r o p i o s o b j e t i v o s , d e f e n d e r sus i n t e r e s e s , y n o h a c e n m á s q u e r e a l i z a r , sin d a r s e c u e n t a d e e l l o , u n d e s t i n o m á s v a s t o , q u e les s u p e r a . L a r a z ó n , m e d i a n t e u n a a r t i m a ñ a , s a c a p a r t i d o d e l i n s t i n t o c o l e c t i v o p a r a h a c e r a v a n z a r a la h u m a n i d a d p o r la vía d e la p e r f e c c i ó n . U n c a s o h i s t ó r i c o n o s h a r á c o m p r e n d e r m e j o r el m e c a n i s m o . A l final d e l a R e p ú b l i c a r o m a n a , a C é s a r le m u e v e l a p a s i ó n d e l p o d e r ; a c c e d e a las p r i n c i p a l e s m a g i s t r a t u r a s , al m a n d o d e las l e g i o n e s , al g o b i e r n o d e las provincias (tesis). Sus e n e m i g o s — P o m p e y o , C r a s o , e t c . — , q u e t a m b i é n t i e n e n a m b i c i o n e s p e r s o n a l e s , p o n e n o b s t á c u l o s e n su c a m i n o ; las c o n s e c u e n c i a s s o n v i o l e n t a s g u e r r a s civiles ( a n t í t e s i s ) . C é s a r t r i u n f a s o b r e s u s riv a l e s , se i m p o n e e n R o m a c o m o ú n i c o d u e ñ o e i n s t a u r a el p r i n c i p a d o , seg ú n el m o d e l o d e u n a m o n a r q u í a h e l e n í s t i c a ( s í n t e s i s ) . D u r a n t e e s t e e n f r e n t a m i e n t o , q u e i n c e n d i a t o d o el m u n d o m e d í t a r r á n e o , l o s p r o t a g o n i s t a s s o n m o v i d o s p o r f u e r z a s p r o f u n d a s , sin t e n e r c l a r a m e n t e c o n s c i e n c i a d e sus o b j e t i v o s . C é s a r c r e ó el I m p e r i o sin h a b e r l o q u e r i d o e x p l í c i t a m e n t e . Se p o n e d e r e l i e v e , a l a v e z , c o m o lo c o n c i b e H e g e l , el p a p e l d e l o s « g r a n d e s h o m b r e s » . Según él, los individuos fuera d e lo c o m ú n — A l e j a n d r o , C é s a r , N a p o l e ó n , e t c . — s o n l o s q u e «el t i e m p o r e c l a m a » , a q u e l l o s c u y a s a m b i c i o 77

n e s y ; a c c i o n e s s é ; a d a p t a n m e j o r a l a s c i r c u n s t a n c i a s históricas^(Lecciones•• sobre filosofía de la historia). E n d e f i n i t i v a , H e g e l d e j a e n t r e v e r el o b j e t i v o final h a c i a el q u e la R a ­ z ó n g u í a a la h u m a n i d a d . E l filósofo, p r o t e g i d o p o r la m o n a r q u í a p r u s i a n a , e x p u s o s u t e o r í a d e l e s t a d o b á s i c a m e n t e e n La filosofía del derecho ( 1 8 2 1 ) . L a f a m i l i a , l a s o c i e d a d civil, el e s t a d o s e p r e s e n t a n c o m o l o s t r e s e s t a d i o s d e u n a a s c e n s i ó n h a c i a lo a b s o l u t o . L a familia e s t á u n i d a p o r l a z o s n a t u ­ r a l e s , p e r o s ó l o c o n o c e sus i n t e r e s e s p a r t i c u l a r e s . P a r a s a t i s f a c e r l a s n e c e ­ s i d a d e s m a t e r i a l e s d e los h o m b r e s , l a s o c i e d a d civil s e v e o b l i g a d a a e s t r u c ­ t u r a r instituciones e c o n ó m i c a s , sociales y jurídicas, q u e n o p u e d e n ser p e r ­ fectas t o d a s . E l e s t a d o p e r m i t e acceder, a u n nivel s u p e r i o r : l a a d m i n i s t r a ­ c i ó n , q u e s e a p o y a e n la «clase u n i v e r s a l » (los f u n c i o n a r i o s ) , l o g r a c o n c i ­ liar los i n t e r e s e s p r i v a d o s y l o s fines g e n e r a l e s . « E l e s t a d o e s la r e a l i d a d p o r m e d i o d e l a c u a l el i n d i v i d u o p o s e e s u l i b e r t a d y d i s f r u t a d e e l l a . . . E l e s t a d o es la v i d a v e r d a d e r a m e n t e m o r a l , y a q u e es l a u n i d a d d e la v o l u n ­ t a d g e n e r a l . . . E n la historia universal, sólo se p u e d e h a b l a r d e p u e b l o s q u e f o r m a n u n e s t a d o . E n e f e c t o , h a y q u e s a b e r q u e u n E s t a d o es l a r e a l i z a ­ c i ó n d e l a l i b e r t a d , es d e c i r , d e l o b j e t i v o final a b s o l u t o » (Lección sobre fi­ losofía de la historia). La conclusión hegeliana parece bastante decepcio­ n a n t e : l a l a r g a m a r c h a d e l e s p í r i t u , a c o m p a s a d a p o r l o s m o v i m i e n t o s d e la dialéctica, c o n d u c e a la creación d e u n e s t a d o m o d e r n o , b u r o c r á t i c o , q u e se s u p o n e q u e e n c a r n a l a m o r a l , l a l i b e r t a d y la r a z ó n , l a f o r m a ú l t i m a d e l progreso.

3.

COMTE Y EL POSITIVISMO

A u g u s t o C o m t e n a c i ó e n M o n t p e f i i e r e n 1798. H i z o e s t u d i o s s e c u n d a ­ rios e n su c i u d a d n a t a l , fue a l a c a p i t a l y e n t r ó e n la E s c u e l a P o l i t é c n i c a e n 1814, d e la q u e fue e x p u l s a d o p o r i n d i s c i p l i n a e n 1816. T u v o q u e g a ­ n a r s e l a v i d a d a n d o l e c c i o n e s d e m a t e m á t i c a s , m á s t a r d e fue s e c r e t a r i o d e S a i n t - S i m o n . F u e e n e s t a é p o c a , e n t r e 1817 y 1824, c u a n d o A . C o m t e «se e m a n c i p a d e las c r e e n c i a s r e l i g i o s a s » , se a d h i e r e a las i d e a s r a c i o n a l i s t a s y se d e s l i z a p o c o a p o c o h a c i a i d e a s « s o c i a l i s t a s » . A p a r t i r d e e n t o n c e s , d u ­ r a n t e u n c u a r t o d e siglo, A . C o m t e c o n s t r u y e s u g r a n o b r a : Cursos de fi­ losofía positiva, q u e , e n u n a s s e s e n t a l e c c i o n e s , t r a t a d e la f o r m a c i ó n d e las c i e n c i a s y la e v o l u c i ó n d e las s o c i e d a d e s . L a p u b l i c a c i ó n d e l o s seis v o ­ l ú m e n e s d e l « c u r s o » , se e x t i e n d e d e 1830 a 1852 a c a u s a d e las c o r r e c c i o ­ n e s , c o m p l e m e n t o s , p r o l o n g a c i o n e s , etc. E n su vida p r i v a d a , A . C o m t e co­ n o c i ó g r a v e s d i f i c u l t a d e s : t u v o p e n o s a s r e l a c i o n e s c o n su e s p o s a , C a r o l i n e M a s s i n ; sufrió p r o b l e m a s m e n t a l e s q u e l e c o n d u j e r o n a u n a t e n t a t i v a d e sui­ c i d i o , s e g u i d a d e u n i n t e r n a m i e n t o t e m p o r a l ; f i n a l m e n t e , se e n a m o r ó p e r ­ d i d a m e n t e , sin é x i t o , d e C l o t i l d e d e V a u x , y su a m o r c o n t r a r i a d o s e c o n ­ v i r t i ó e n e x a l t a c i ó n m í s t i c a . A . C o m t e t e r m i n a su r e f l e x i ó n c o n d o s o b r a s d e t o n o r e l i g i o s o : Catecismo positivista, e n 1 8 5 2 , y El sistema de política po­ sitiva, e n 1853-1854. E l n u e v o p r o f e t a d e l a « r e l i g i ó n d e l a h u m a n i d a d » m u r í o e n P a r í s e n 1857. A u g u s t o C o m t e p u e d e s e r c o n s i d e r a d o , l e g í t i m a m e n t e , c o m o el « i n v e n ­ t o r » d e la s o c i o l o g í a . S u m a e s t r o — y j e f e — , H . d e S a i n t - S i m o n , a f i r m a la p o s i b i l i d a d d e u n a c i e n c i a d e l h o m b r e , c o n c e b i d a c o m o u n a fisiología a m 78

p l i a d a d e l o o r g á n i c o a l o s o c i a l , e n El catecismo de los industriales (1823). A . C o m t e r e c u p e r a l a i d e a d e u n a c i e n c i a d e la s o c i e d a d — l a «física s o ­ c i a l » — q u e s e r í a a n á l o g a a las o t r a s r a m a s d e la física o , m á s a m p l i a m e n t e , a las c i e n c i a s d e l a n a t u r a l e z a . L a física social d e b e s e r «la c i e n c i a d e la es­ pecie... e n t e n d i d a c o m o u n a i n m e n s a y e t e r n a u n i d a d social». A partir d e l a l e c c i ó n 4 7 d e «filosofía p o s i t i v a » , A . C o m t e d e n o m i n a « s o c i o l o g í a » a e s t e n u e v o sector del saber y la define c o m o la « v e r d a d e r a ciencia d e la natu­ r a l e z a h u m a n a . . . y la c l a v e d e l a filosofía p o s i t i v a » . S e g ú n G . G u r v i t c h , A . C o m t e es el p a d r e d e l a s o c i o l o g í a : e n e f e c t o , el a p ó s t o l d e l p o s i t i v i s m o p u s o e n e v i d e n c i a el c a r á c t e r i r r e d u c t i b l e d e la r e a l i d a d s o c i a l ; i n t e n t ó d e ­ t e r m i n a r la p o s i c i ó n d e la s o c i o l o g í a e n t r e las d e m á s c i e n c i a s h u m a n a s , y e n r e l a c i ó n a l a s c i e n c i a s d e la n a t u r a l e z a ; p u d o e n r i q u e c e r la s o c i o l o g í a c o n los d e s c u b r i m i e n t o s d e la h i s t o r i a y d e la e t n o g r a f í a ; finalmente, o b ­ s e r v ó l a d i f i c u l t a d m e t o d o l ó g i c a d e u n a c i e n c i a e n la q u e el s u j e t o y el o b ­ j e t o p u e d e n c o n f u n d i r s e , e n la q u e u n h o m b r e se e n t r e g a al e s t u d i o d e l o s demás hombres. P o r t a n t o , s e g ú n A . C o m t e , l a s o c i o l o g í a es « e l e s t u d i o p o s i t i v o d e l c o n ­ j u n t o d e leyes f u n d a m e n t a l e s p r o p i a s d e los f e n ó m e n o s sociales». L a suso­ d i c h a c i e n c i a se d i v i d e e n d o s r a m a s s e g ú n se t r a t e d e e s t a b l e c e r « l e y e s e s ­ t á t i c a s » — q u e c o n c i e r n e n a la e x i s t e n c i a d e la s o c i e d a d — o d e t e r m i n a «le­ y e s d i n á m i c a s » — q u e se r e l a c i o n a n c o n el m o v i m i e n t o d e la s o c i e d a d — . L a « e s t á t i c a social» s e r í a l a t e o r í a d e l o r d e n ; l a « d i n á m i c a social» s e r í a la t e o r í a d e l p r o g r e s o . A e s t e n i v e l , A . C o m t e d e s v e l a , d e s d e la p r i m e r a e d i ­ c i ó n d e l c u r s o d e filosofía p o s i t i v a , l a «ley d e l o s t r e s e s t a d i o s » : « A l e s t u ­ d i a r el d e s a r r o l l o t o t a l d e l a i n t e l i g e n c i a h u m a n a e n sus d i v e r s a s e s f e r a s d e a c t i v i d a d , d e s d e su p r i m e r y m á s s i m p l e d e s a r r o l l o h a s t a n u e s t r o s d í a s , c r e o h a b e r d e s c u b i e r t o u n a ley f u n d a m e n t a l a l a q u e e s t á s u j e t o p o r u n a i n v a ­ riable n e c e s i d a d , y q u e m e p a r e c e s ó l i d a m e n t e e s t a b l e c i d a , s e a p o r las p r u e ­ b a s r a c i o n a l e s s u m i n i s t r a d a s p o r el c o n o c i m i e n t o d e n u e s t r a o r g a n i z a c i ó n , s e a p o r las v e r i f i c a c i o n e s h i s t ó r i c a s s u r g i d a s d e u n a t e n t o e x a m e n d e l p a ­ s a d o . E s t a ley c o n s i s t e e n q u e c a d a u n a d e n u e s t r a s c o n c e p c i o n e s p r i n c i ­ pales, cada r a m a d e nuestros conocimientos, pasa sucesivamente p o r tres e s t a d i o s t e ó r i c o s d i f e r e n t e s : el e s t a d i o t e o l ó g i c o o ficticio; el e s t a d i o m e t a físico o a b s t r a c t o ; el e s t a d i o científico p o s i t i v o . . . »

E n el estadio teológico, el espíritu h u m a n o , al dirigir esencialmente sus investigaciones hacia la naturaleza íntima de los seres, las causas pri­ meras y finales de todos los efectos que le afectan; en una palabra, hacia todos los conocimientos absolutos, se representan los fenómenos como producidos por la acción directa y continua de agentes sobrenaturales más o menos numerosos, cuya intervención arbitraria explica todas las ano­ malías aparentes del universo. E n el estadio metafísico, que en el fondo no es más que una simple modificación del primero, los agentes sobrena­ turales son sustituidos por fuerza abstractas, verdaderas entidades (abs­ tracciones personificadas), inherentes a los diversos seres del mundo y concebidas como capaces de generar por sí mismas todos los fenómenos observados, cuya explicación consiste entonces en asignar a cada uno la entidad correspondiente. Finalmente, en el estadio positivo, el espíritu hu­ m a n o , al reconocer la imposibilidad de obtener nociones absolutas, re­ nuncia a buscar el origen y destino del universo y a conocer las causas íntimas de los fenómenos, para dedicarse únicamente a descubrir sus le79

n e s y ; a c c i o n e s s é ; a d a p t a n m e j o r a l a s c i r c u n s t a n c i a s históricas^(Lecciones•• sobre filosofía de la historia). E n d e f i n i t i v a , H e g e l d e j a e n t r e v e r el o b j e t i v o final h a c i a el q u e la R a ­ z ó n g u í a a la h u m a n i d a d . E l filósofo, p r o t e g i d o p o r la m o n a r q u í a p r u s i a n a , e x p u s o s u t e o r í a d e l e s t a d o b á s i c a m e n t e e n La filosofía del derecho ( 1 8 2 1 ) . L a f a m i l i a , l a s o c i e d a d civil, el e s t a d o s e p r e s e n t a n c o m o l o s t r e s e s t a d i o s d e u n a a s c e n s i ó n h a c i a lo a b s o l u t o . L a familia e s t á u n i d a p o r l a z o s n a t u ­ r a l e s , p e r o s ó l o c o n o c e sus i n t e r e s e s p a r t i c u l a r e s . P a r a s a t i s f a c e r l a s n e c e ­ s i d a d e s m a t e r i a l e s d e los h o m b r e s , l a s o c i e d a d civil s e v e o b l i g a d a a e s t r u c ­ t u r a r instituciones e c o n ó m i c a s , sociales y jurídicas, q u e n o p u e d e n ser p e r ­ fectas t o d a s . E l e s t a d o p e r m i t e acceder, a u n nivel s u p e r i o r : l a a d m i n i s t r a ­ c i ó n , q u e s e a p o y a e n la «clase u n i v e r s a l » (los f u n c i o n a r i o s ) , l o g r a c o n c i ­ liar los i n t e r e s e s p r i v a d o s y l o s fines g e n e r a l e s . « E l e s t a d o e s la r e a l i d a d p o r m e d i o d e l a c u a l el i n d i v i d u o p o s e e s u l i b e r t a d y d i s f r u t a d e e l l a . . . E l e s t a d o es la v i d a v e r d a d e r a m e n t e m o r a l , y a q u e es l a u n i d a d d e la v o l u n ­ t a d g e n e r a l . . . E n la historia universal, sólo se p u e d e h a b l a r d e p u e b l o s q u e f o r m a n u n e s t a d o . E n e f e c t o , h a y q u e s a b e r q u e u n E s t a d o es l a r e a l i z a ­ c i ó n d e l a l i b e r t a d , es d e c i r , d e l o b j e t i v o final a b s o l u t o » (Lección sobre fi­ losofía de la historia). La conclusión hegeliana parece bastante decepcio­ n a n t e : l a l a r g a m a r c h a d e l e s p í r i t u , a c o m p a s a d a p o r l o s m o v i m i e n t o s d e la dialéctica, c o n d u c e a la creación d e u n e s t a d o m o d e r n o , b u r o c r á t i c o , q u e se s u p o n e q u e e n c a r n a l a m o r a l , l a l i b e r t a d y la r a z ó n , l a f o r m a ú l t i m a d e l progreso.

3.

COMTE Y EL POSITIVISMO

A u g u s t o C o m t e n a c i ó e n M o n t p e f i i e r e n 1798. H i z o e s t u d i o s s e c u n d a ­ rios e n su c i u d a d n a t a l , fue a l a c a p i t a l y e n t r ó e n la E s c u e l a P o l i t é c n i c a e n 1814, d e la q u e fue e x p u l s a d o p o r i n d i s c i p l i n a e n 1816. T u v o q u e g a ­ n a r s e l a v i d a d a n d o l e c c i o n e s d e m a t e m á t i c a s , m á s t a r d e fue s e c r e t a r i o d e S a i n t - S i m o n . F u e e n e s t a é p o c a , e n t r e 1817 y 1824, c u a n d o A . C o m t e «se e m a n c i p a d e las c r e e n c i a s r e l i g i o s a s » , se a d h i e r e a las i d e a s r a c i o n a l i s t a s y se d e s l i z a p o c o a p o c o h a c i a i d e a s « s o c i a l i s t a s » . A p a r t i r d e e n t o n c e s , d u ­ r a n t e u n c u a r t o d e siglo, A . C o m t e c o n s t r u y e s u g r a n o b r a : Cursos de fi­ losofía positiva, q u e , e n u n a s s e s e n t a l e c c i o n e s , t r a t a d e la f o r m a c i ó n d e las c i e n c i a s y la e v o l u c i ó n d e las s o c i e d a d e s . L a p u b l i c a c i ó n d e l o s seis v o ­ l ú m e n e s d e l « c u r s o » , se e x t i e n d e d e 1830 a 1852 a c a u s a d e las c o r r e c c i o ­ n e s , c o m p l e m e n t o s , p r o l o n g a c i o n e s , etc. E n su vida p r i v a d a , A . C o m t e co­ n o c i ó g r a v e s d i f i c u l t a d e s : t u v o p e n o s a s r e l a c i o n e s c o n su e s p o s a , C a r o l i n e M a s s i n ; sufrió p r o b l e m a s m e n t a l e s q u e l e c o n d u j e r o n a u n a t e n t a t i v a d e sui­ c i d i o , s e g u i d a d e u n i n t e r n a m i e n t o t e m p o r a l ; f i n a l m e n t e , se e n a m o r ó p e r ­ d i d a m e n t e , sin é x i t o , d e C l o t i l d e d e V a u x , y su a m o r c o n t r a r i a d o s e c o n ­ v i r t i ó e n e x a l t a c i ó n m í s t i c a . A . C o m t e t e r m i n a su r e f l e x i ó n c o n d o s o b r a s d e t o n o r e l i g i o s o : Catecismo positivista, e n 1 8 5 2 , y El sistema de política po­ sitiva, e n 1853-1854. E l n u e v o p r o f e t a d e l a « r e l i g i ó n d e l a h u m a n i d a d » m u r í o e n P a r í s e n 1857. A u g u s t o C o m t e p u e d e s e r c o n s i d e r a d o , l e g í t i m a m e n t e , c o m o el « i n v e n ­ t o r » d e la s o c i o l o g í a . S u m a e s t r o — y j e f e — , H . d e S a i n t - S i m o n , a f i r m a la p o s i b i l i d a d d e u n a c i e n c i a d e l h o m b r e , c o n c e b i d a c o m o u n a fisiología a m 78

p l i a d a d e l o o r g á n i c o a l o s o c i a l , e n El catecismo de los industriales (1823). A . C o m t e r e c u p e r a l a i d e a d e u n a c i e n c i a d e la s o c i e d a d — l a «física s o ­ c i a l » — q u e s e r í a a n á l o g a a las o t r a s r a m a s d e la física o , m á s a m p l i a m e n t e , a las c i e n c i a s d e l a n a t u r a l e z a . L a física social d e b e s e r «la c i e n c i a d e la es­ pecie... e n t e n d i d a c o m o u n a i n m e n s a y e t e r n a u n i d a d social». A partir d e l a l e c c i ó n 4 7 d e «filosofía p o s i t i v a » , A . C o m t e d e n o m i n a « s o c i o l o g í a » a e s t e n u e v o sector del saber y la define c o m o la « v e r d a d e r a ciencia d e la natu­ r a l e z a h u m a n a . . . y la c l a v e d e l a filosofía p o s i t i v a » . S e g ú n G . G u r v i t c h , A . C o m t e es el p a d r e d e l a s o c i o l o g í a : e n e f e c t o , el a p ó s t o l d e l p o s i t i v i s m o p u s o e n e v i d e n c i a el c a r á c t e r i r r e d u c t i b l e d e la r e a l i d a d s o c i a l ; i n t e n t ó d e ­ t e r m i n a r la p o s i c i ó n d e la s o c i o l o g í a e n t r e las d e m á s c i e n c i a s h u m a n a s , y e n r e l a c i ó n a l a s c i e n c i a s d e la n a t u r a l e z a ; p u d o e n r i q u e c e r la s o c i o l o g í a c o n los d e s c u b r i m i e n t o s d e la h i s t o r i a y d e la e t n o g r a f í a ; finalmente, o b ­ s e r v ó l a d i f i c u l t a d m e t o d o l ó g i c a d e u n a c i e n c i a e n la q u e el s u j e t o y el o b ­ j e t o p u e d e n c o n f u n d i r s e , e n la q u e u n h o m b r e se e n t r e g a al e s t u d i o d e l o s demás hombres. P o r t a n t o , s e g ú n A . C o m t e , l a s o c i o l o g í a es « e l e s t u d i o p o s i t i v o d e l c o n ­ j u n t o d e leyes f u n d a m e n t a l e s p r o p i a s d e los f e n ó m e n o s sociales». L a suso­ d i c h a c i e n c i a se d i v i d e e n d o s r a m a s s e g ú n se t r a t e d e e s t a b l e c e r « l e y e s e s ­ t á t i c a s » — q u e c o n c i e r n e n a la e x i s t e n c i a d e la s o c i e d a d — o d e t e r m i n a «le­ y e s d i n á m i c a s » — q u e se r e l a c i o n a n c o n el m o v i m i e n t o d e la s o c i e d a d — . L a « e s t á t i c a social» s e r í a l a t e o r í a d e l o r d e n ; l a « d i n á m i c a social» s e r í a la t e o r í a d e l p r o g r e s o . A e s t e n i v e l , A . C o m t e d e s v e l a , d e s d e la p r i m e r a e d i ­ c i ó n d e l c u r s o d e filosofía p o s i t i v a , l a «ley d e l o s t r e s e s t a d i o s » : « A l e s t u ­ d i a r el d e s a r r o l l o t o t a l d e l a i n t e l i g e n c i a h u m a n a e n sus d i v e r s a s e s f e r a s d e a c t i v i d a d , d e s d e su p r i m e r y m á s s i m p l e d e s a r r o l l o h a s t a n u e s t r o s d í a s , c r e o h a b e r d e s c u b i e r t o u n a ley f u n d a m e n t a l a l a q u e e s t á s u j e t o p o r u n a i n v a ­ riable n e c e s i d a d , y q u e m e p a r e c e s ó l i d a m e n t e e s t a b l e c i d a , s e a p o r las p r u e ­ b a s r a c i o n a l e s s u m i n i s t r a d a s p o r el c o n o c i m i e n t o d e n u e s t r a o r g a n i z a c i ó n , s e a p o r las v e r i f i c a c i o n e s h i s t ó r i c a s s u r g i d a s d e u n a t e n t o e x a m e n d e l p a ­ s a d o . E s t a ley c o n s i s t e e n q u e c a d a u n a d e n u e s t r a s c o n c e p c i o n e s p r i n c i ­ pales, cada r a m a d e nuestros conocimientos, pasa sucesivamente p o r tres e s t a d i o s t e ó r i c o s d i f e r e n t e s : el e s t a d i o t e o l ó g i c o o ficticio; el e s t a d i o m e t a físico o a b s t r a c t o ; el e s t a d i o científico p o s i t i v o . . . »

E n el estadio teológico, el espíritu h u m a n o , al dirigir esencialmente sus investigaciones hacia la naturaleza íntima de los seres, las causas pri­ meras y finales de todos los efectos que le afectan; en una palabra, hacia todos los conocimientos absolutos, se representan los fenómenos como producidos por la acción directa y continua de agentes sobrenaturales más o menos numerosos, cuya intervención arbitraria explica todas las ano­ malías aparentes del universo. E n el estadio metafísico, que en el fondo no es más que una simple modificación del primero, los agentes sobrena­ turales son sustituidos por fuerza abstractas, verdaderas entidades (abs­ tracciones personificadas), inherentes a los diversos seres del mundo y concebidas como capaces de generar por sí mismas todos los fenómenos observados, cuya explicación consiste entonces en asignar a cada uno la entidad correspondiente. Finalmente, en el estadio positivo, el espíritu hu­ m a n o , al reconocer la imposibilidad de obtener nociones absolutas, re­ nuncia a buscar el origen y destino del universo y a conocer las causas íntimas de los fenómenos, para dedicarse únicamente a descubrir sus le79

yes efectivas, es decir, sus relaciones invariables de sucesión y similitud, gracias al uso bien combinado del razonamiento y de la observación. La explicación de los hechos, reducida a sus términos reales, no.es desde entonces más que la relación establecida entre los distintos fenómenos particulares y algunos hechos generales, cuyo número disminuye cada vez más gracias a los progresos de la ciencia (Curso de filosofía positiva, Primera lección, t. I, ed. 1864, pp. 8-10).

E n p r i n c i p i o , la «ley d e los t r e s e s t a d i o s » c o r r e s p o n d e ai u n a c i e r t a e s t r u c t u r a d e la i n t e l i g e n c i a h u m a n a . A . C o m t e o b s e r v a : « C a d a u n o d e n o s o t r o s , al c o n t e m p l a r su p r o p i a h i s t o r i a , ¿ n o r e c u e r d a q u e h a s i d o , suc e s i v a m e n t e , e n s u i n f a n c i a t e ó l o g o , e n s u j u v e n t u d m e t a f í s i c o y e n su m a d u r e z físico?» (Curso, t. I, p . 11). D e h e c h o , la «ley d e l o s t r e s e s t a d i o s » c a r a c t e r i z a el m o d o d e c o n s t i t u c i ó n d e las c i e n c i a s . C a d a r a m a d e l c o n o c i m i e n t o p a s a p o r los t r e s e s t a d i o s y n o llega a s e r c i e n c i a m á s q u e e n el e s t a d i o p o s i t i v o . P o r o t r o l a d o , la e m e r g e n c i a p r o g r e s i v a d e l e s t a d i o p o s i t i v o e n el s a b e r p e r m i t e clasificar las c i e n c i a s p o r o r d e n d e a p a r i c i ó n c r o n o l ó gica, d e g e n e r a l i d a d d e c r e c i e n t e y c o m p l e j i d a d c r e c i e n t e . L a s c i e n c i a s fund a m e n t a l e s , a las q u e se i n c o r p o r a n las c i e n c i a s a p l i c a d a s , se clasifican e n el s i g u i e n t e o r d e n j e r á r q u i c o : m a t e m á t i c a s , a s t r o n o m í a , física, q u í m i c a , b i o l o g í a . S e g ú n A . C o m t e , h a l l e g a d o el m o m e n t o d e a ñ a d i r u n a s e x t a a la lista: la s o c i o l o g í a (o física s o c i a l ) . C o n e s t a n u e v a c i e n c i a p o s i t i v a , el h o m b r e d e s c u b r e q u e es u n a n i m a l social y q u e e s t á e n s i t u a c i ó n d e c o m p r e n d e r las i n s t i t u c i o n e s r e l i g i o s a s , m o r a l e s , e d u c a t i v a s , p o l í t i c a s , j u r í d i c a s , e t c . , las c u a l e s r e g u l a n el f u n c i o n a m i e n t o d e las s o c i e d a d e s h u m a n a s . A p r i m e r a v i s t a , la «ley d e los t r e s e s t a d i o s » se p r e s e n t a c o m o u n a t e o ría d e l c o n o c i m i e n t o ; si l a c o n t e m p l a m o s m á s c e r c a , t a m b i é n se r e v e l a c o m o u n a filosofía d e la h i s t o r i a . E n e f e c t o , c u a n d o H e g e l s e p l a n t e a el p r o g r e s o d e l E s p í r i t u s e g ú n los t r e s t i e m p o s d e la d i a l é c t i c a , C o m t e i m a g i n a l a p r o g r e s i ó n d e l e s p í r i t u h u m a n o p o r e t a p a s , s e g ú n el ritmo i g u a l m e n t e t e r n a r i o , p e r o d i f e r e n t e e n su e s e n c i a , d e los t r e s e s t a d i o s . E n sus ú l t i m o s e s c r i t o s , A . C o m t e t a m b i é n p a r e c e a p l i c a r la «ley d e l o s t r e s e s t a d i o s » a la e v o l u c i ó n d e las s o c i e d a d e s o c c i d e n t a l e s . E n l a E d a d M e d i a , el e s p í r i t u t e o l ó g i c o h a b r í a i m p u e s t o el r e c o n o c i m i e n t o d e u n a a u t o r i dad sacralizada, u n a confusión de poderes espirituales y t e m p o r a l e s , u n a e s t r i c t a j e r a r q u í a s o c i a l , i n f l u e n c i a n d o t o d a l a o r g a n i z a c i ó n d e las i n s t i t u c i o n e s f e u d a l e s . E n los t i e m p o s m o d e r n o s , d e l R e n a c i m i e n t o al Siglo d e las L u c e s , el e s p í r i t u m e t a f í s i c o h a b r í a e m p r e n d i d o u n a crítica r a d i c a l d e las f o r m a s d e l p e n s a m i e n t o y d e las o r g a n i z a c i o n e s s o c i a l e s , p e r o f u n d á n d o s e e n e n t i d a d e s a b s t r a c t a s , c o m o los d e r e c h o s d e l h o m b r e , el e s t a d o c o n s t i t u c i o n a l , e t c . E n el siglo XIX, c u a n d o l a s o c i e d a d e u r o p e a e s t á c o m p r o m e t i d a e n la e r a i n d u s t r i a l , el e s p í r i t u p o s i t i v o d e b e r í a p r o m o v e r las c i e n cias y las t é c n i c a s e i n s t a u r a r u n n u e v o o r d e n e n el q u e los p o d e r e s s e r í a n c o m p a r t i d o s e n t r e l o s s a b i o s filósofos y l o s c a p i t a n e s d e i n d u s t r i a . L a «ley d e los t r e s e s t a d i o s » p e r m i t e p o r t a n t o i n t e r p r e t a r l a a v e n t u r a h u m a n a , e n sus g r a n d e s l í n e a s , p o r lo m e n o s e n O c c i d e n t e . D e s p u é s de h a b e r fundado u n a sociología, u n a ciencia de observación, A . C o m t e a m b i c i o n a edificar u n a p o l í t i c a , u n m é t o d o d e a c c i ó n . A s í l o exp o n e e n el Sistema de política positiva, p u b l i c a d o e n 1853-1854. E n e f e c t o , el c o n o c i m i e n t o científico d e los h e c h o s s o c i a l e s c o n f i e r e el m e d i o d e a c 80

tuar s o b r e ellos, d e modificarlos, d e o r d e n a r l o s d e m a n e r a racional. Sin e m b a r g o , la p u e s t a en m a r c h a d e u n a política positiva implica la fundación d e u n a religión positiva. E n este estadio, A . C o m t e t o m a p r e s t a d a u n a idea a su m a e s t r o Saint-Simon, s e g ú n la cual sólo u n a n u e v a religión, a d a p t a d a a l a e r a i n d u s t r i a l , p u e d e d a r s a t i s f a c c i ó n al a l t r u i s m o i n h e r e n t e a la n a t u r a l e z a h u m a n a . A p a r t i r d e e n t o n c e s s e v u e l c a e n el d e l i r i o m í s t i c o : c e l e b r a la «Religión d e la H u m a n i d a d » , cuyo d o g m a descansa s o b r e u n a curiosa t r i n i d a d : E l G r a n E n t o r n o (el E s p a c i o ) , el G r a n F e t i c h e (la T i e r r a ) , el G r a n S e r (la H u m a n i d a d ) ; s u c u l t o s u p o n e la e x i s t e n c i a d e s a c e r d o t e s , d e t e m p l o s , d e s a c r a m e n t o s y s e o r i e n t a h a c i a l a a d o r a c i ó n d e la M u j e r ( q u e se p a r e c e c u r i o s a m e n t e a C l o t i l d e d e V a u x ) . E l p e n s a m i e n t o d e A . C o m t e , m a r c a d o i n i c i a l m e n t e p o r u n c i e r t o r a c i o n a l i s m o , finaliza e n u n a e x a l t a d a r e l i g i o s i d a d . E l c a s o n o es a i s l a d o . A m e d i a d o s d e l siglo XIX, l a m a y o r p a r t e d e l o s s o c i a l i s t a s u t ó p i c o s — H . d e S a i n t - S i m o n y sus d i s c í p u los C h . F o u r i e r , V . C o n s i d e r a n t , P . L e r o u x , e t c . — mezclan e s t r e c h a m e n t e l o s análisis c o n c r e t o s , d e s v e l a n d o l o s m e c a n i s m o s d e la s o c i e d a d c a p i t a l i s t a i n d u s t r i a l y l o s s u e ñ o s m á s d e s b o c a d o s r e f e r e n t e s a la o r g a n i z a c i ó n a r m ó n i c a d e los s i s t e m a s e c o n ó m i c o s , p o l í t i c o s y r e l i g i o s o s , p r e t e n d i e n d o t o d o s a s e g u r a r l a felicidad d e l o s h o m b r e s .

4.

SPENGLER Y EL DESTINO ORGÁNICO

O . S p e n g l e r n a c i ó e n 1880 e n l a A l e m a n i a c e n t r a l , e n la r e g i ó n d e l H a r z . A d q u i e r e u n a f o r m a c i ó n c i e n t í f i c a , l o q u e le p e r m i t e e n s e ñ a r m a t e máticas en distintos colegios secundarios, s o b r e t o d o en H a m b u r g o . D u r a n t e e s t o s a ñ o s d e l a Belle Époque acumula un bagaje de conocimientos l i b r e s c o s y e m p i e z a a r e d a c t a r su Boceto para una morfología de la historia universal. L a P r i m e r a G u e r r a M u n d i a l r e t r a s ó l a e l a b o r a c i ó n d e la o b r a , q u e n o s e p u b l i c ó h a s t a 1 9 1 8 , al m i s m o t i e m p o q u e l a d e r r o t a d e A l e m a n i a , b a j o u n t í t u l o t a n a t r a y e n t e c o m o i n q u i e t a n t e : La decadencia de Occidente. E l p r i m e r v o l u m e n s e p r e s e n t a c o m o u n a r e f l e x i ó n t e ó r i c a a c e r c a d e l o s f u n d a m e n t o s d e l a c i e n c i a y d e l a r t e a t r a v é s d e t o d a s las civilizacion e s (el l i b r o , c o m p a c t o , d e c o m p r e n s i ó n difícil, t i e n e m á s d e 875 p á g i n a s en la edición francesa). E l segundo v o l u m e n , de peso m e n o s agobiante, d e l e c t u r a m á s fácil, t r a t a e x c l u s i v a m e n t e d e l o s p r o b l e m a s d e la A l e m a n i a c o n t e m p o r á n e a . L a o b r a t u v o i n m e d i a t a m e n t e g r a n é x i t o : su t i r a d a a l c a n z ó c e r c a d e cien m i l e j e m p l a r e s , es d e c i r , q u e s u p e r ó l a c o m u n i d a d c i e n t í fica p a r a a l c a n z a r u n a f r a c c i ó n b a s t a n t e a m p l i a d e la o p i n i ó n p ú b l i c a . M á s t a r d e , O . Spengler publicó panfletos políticos — p o r e j e m p l o , «Prusianísimo y s o c i a l i s m o » e n 1 9 2 0 , y a r t í c u l o s s o b r e la a c t u a l i d a d , r e u n i d o s b a j o el e p í g r a f e d e « E s c r i t o s h i s t ó r i c o s y filosóficos». D u r a n t e la r e p ú b l i c a d e W e i m a r , e l a n t i g u o p r o f e s o r d e m a t e m á t i c a s a c t ú a d e « i d e ó l o g o » d e la d e r e c h a m o n á r q u i c a n a c i o n a l i s t a , a n t i r r e p u b l i c a n a y a n t i s o c i a l i s t a . N o e s c o n d e ciert a s s i m p a t í a s p o r l o s n a z i s h a s t a s u l l e g a d a al p o d e r e n 1 9 3 3 , p e r o s e s e p a r a d e ellos d e s p u é s d e la « n o c h e d e l o s c u c h i l l o s l a r g o s » e n 1 9 3 4 . O . S p e n g l e r m u r i ó en M u n i c h e n 1936. E n La decadencia de Occidente, el a u t o r u t i l i z a c o n s t a n t e m e n t e u n m é t o d o c o m p a r a d o : r e l a c i o n a c o n f u s a m e n t e t o d a s las c i v i l i z a c i o n e s a p a r e c i d a s s o b r e el p l a n e t a y t o d o s l o s c a m p o s d e las a c t i v i d a d e s h u m a n a s . J u z 81

yes efectivas, es decir, sus relaciones invariables de sucesión y similitud, gracias al uso bien combinado del razonamiento y de la observación. La explicación de los hechos, reducida a sus términos reales, no.es desde entonces más que la relación establecida entre los distintos fenómenos particulares y algunos hechos generales, cuyo número disminuye cada vez más gracias a los progresos de la ciencia (Curso de filosofía positiva, Primera lección, t. I, ed. 1864, pp. 8-10).

E n p r i n c i p i o , la «ley d e los t r e s e s t a d i o s » c o r r e s p o n d e ai u n a c i e r t a e s t r u c t u r a d e la i n t e l i g e n c i a h u m a n a . A . C o m t e o b s e r v a : « C a d a u n o d e n o s o t r o s , al c o n t e m p l a r su p r o p i a h i s t o r i a , ¿ n o r e c u e r d a q u e h a s i d o , suc e s i v a m e n t e , e n s u i n f a n c i a t e ó l o g o , e n s u j u v e n t u d m e t a f í s i c o y e n su m a d u r e z físico?» (Curso, t. I, p . 11). D e h e c h o , la «ley d e l o s t r e s e s t a d i o s » c a r a c t e r i z a el m o d o d e c o n s t i t u c i ó n d e las c i e n c i a s . C a d a r a m a d e l c o n o c i m i e n t o p a s a p o r los t r e s e s t a d i o s y n o llega a s e r c i e n c i a m á s q u e e n el e s t a d i o p o s i t i v o . P o r o t r o l a d o , la e m e r g e n c i a p r o g r e s i v a d e l e s t a d i o p o s i t i v o e n el s a b e r p e r m i t e clasificar las c i e n c i a s p o r o r d e n d e a p a r i c i ó n c r o n o l ó gica, d e g e n e r a l i d a d d e c r e c i e n t e y c o m p l e j i d a d c r e c i e n t e . L a s c i e n c i a s fund a m e n t a l e s , a las q u e se i n c o r p o r a n las c i e n c i a s a p l i c a d a s , se clasifican e n el s i g u i e n t e o r d e n j e r á r q u i c o : m a t e m á t i c a s , a s t r o n o m í a , física, q u í m i c a , b i o l o g í a . S e g ú n A . C o m t e , h a l l e g a d o el m o m e n t o d e a ñ a d i r u n a s e x t a a la lista: la s o c i o l o g í a (o física s o c i a l ) . C o n e s t a n u e v a c i e n c i a p o s i t i v a , el h o m b r e d e s c u b r e q u e es u n a n i m a l social y q u e e s t á e n s i t u a c i ó n d e c o m p r e n d e r las i n s t i t u c i o n e s r e l i g i o s a s , m o r a l e s , e d u c a t i v a s , p o l í t i c a s , j u r í d i c a s , e t c . , las c u a l e s r e g u l a n el f u n c i o n a m i e n t o d e las s o c i e d a d e s h u m a n a s . A p r i m e r a v i s t a , la «ley d e los t r e s e s t a d i o s » se p r e s e n t a c o m o u n a t e o ría d e l c o n o c i m i e n t o ; si l a c o n t e m p l a m o s m á s c e r c a , t a m b i é n se r e v e l a c o m o u n a filosofía d e la h i s t o r i a . E n e f e c t o , c u a n d o H e g e l s e p l a n t e a el p r o g r e s o d e l E s p í r i t u s e g ú n los t r e s t i e m p o s d e la d i a l é c t i c a , C o m t e i m a g i n a l a p r o g r e s i ó n d e l e s p í r i t u h u m a n o p o r e t a p a s , s e g ú n el ritmo i g u a l m e n t e t e r n a r i o , p e r o d i f e r e n t e e n su e s e n c i a , d e los t r e s e s t a d i o s . E n sus ú l t i m o s e s c r i t o s , A . C o m t e t a m b i é n p a r e c e a p l i c a r la «ley d e l o s t r e s e s t a d i o s » a la e v o l u c i ó n d e las s o c i e d a d e s o c c i d e n t a l e s . E n l a E d a d M e d i a , el e s p í r i t u t e o l ó g i c o h a b r í a i m p u e s t o el r e c o n o c i m i e n t o d e u n a a u t o r i dad sacralizada, u n a confusión de poderes espirituales y t e m p o r a l e s , u n a e s t r i c t a j e r a r q u í a s o c i a l , i n f l u e n c i a n d o t o d a l a o r g a n i z a c i ó n d e las i n s t i t u c i o n e s f e u d a l e s . E n los t i e m p o s m o d e r n o s , d e l R e n a c i m i e n t o al Siglo d e las L u c e s , el e s p í r i t u m e t a f í s i c o h a b r í a e m p r e n d i d o u n a crítica r a d i c a l d e las f o r m a s d e l p e n s a m i e n t o y d e las o r g a n i z a c i o n e s s o c i a l e s , p e r o f u n d á n d o s e e n e n t i d a d e s a b s t r a c t a s , c o m o los d e r e c h o s d e l h o m b r e , el e s t a d o c o n s t i t u c i o n a l , e t c . E n el siglo XIX, c u a n d o l a s o c i e d a d e u r o p e a e s t á c o m p r o m e t i d a e n la e r a i n d u s t r i a l , el e s p í r i t u p o s i t i v o d e b e r í a p r o m o v e r las c i e n cias y las t é c n i c a s e i n s t a u r a r u n n u e v o o r d e n e n el q u e los p o d e r e s s e r í a n c o m p a r t i d o s e n t r e l o s s a b i o s filósofos y l o s c a p i t a n e s d e i n d u s t r i a . L a «ley d e los t r e s e s t a d i o s » p e r m i t e p o r t a n t o i n t e r p r e t a r l a a v e n t u r a h u m a n a , e n sus g r a n d e s l í n e a s , p o r lo m e n o s e n O c c i d e n t e . D e s p u é s de h a b e r fundado u n a sociología, u n a ciencia de observación, A . C o m t e a m b i c i o n a edificar u n a p o l í t i c a , u n m é t o d o d e a c c i ó n . A s í l o exp o n e e n el Sistema de política positiva, p u b l i c a d o e n 1853-1854. E n e f e c t o , el c o n o c i m i e n t o científico d e los h e c h o s s o c i a l e s c o n f i e r e el m e d i o d e a c 80

tuar s o b r e ellos, d e modificarlos, d e o r d e n a r l o s d e m a n e r a racional. Sin e m b a r g o , la p u e s t a en m a r c h a d e u n a política positiva implica la fundación d e u n a religión positiva. E n este estadio, A . C o m t e t o m a p r e s t a d a u n a idea a su m a e s t r o Saint-Simon, s e g ú n la cual sólo u n a n u e v a religión, a d a p t a d a a l a e r a i n d u s t r i a l , p u e d e d a r s a t i s f a c c i ó n al a l t r u i s m o i n h e r e n t e a la n a t u r a l e z a h u m a n a . A p a r t i r d e e n t o n c e s s e v u e l c a e n el d e l i r i o m í s t i c o : c e l e b r a la «Religión d e la H u m a n i d a d » , cuyo d o g m a descansa s o b r e u n a curiosa t r i n i d a d : E l G r a n E n t o r n o (el E s p a c i o ) , el G r a n F e t i c h e (la T i e r r a ) , el G r a n S e r (la H u m a n i d a d ) ; s u c u l t o s u p o n e la e x i s t e n c i a d e s a c e r d o t e s , d e t e m p l o s , d e s a c r a m e n t o s y s e o r i e n t a h a c i a l a a d o r a c i ó n d e la M u j e r ( q u e se p a r e c e c u r i o s a m e n t e a C l o t i l d e d e V a u x ) . E l p e n s a m i e n t o d e A . C o m t e , m a r c a d o i n i c i a l m e n t e p o r u n c i e r t o r a c i o n a l i s m o , finaliza e n u n a e x a l t a d a r e l i g i o s i d a d . E l c a s o n o es a i s l a d o . A m e d i a d o s d e l siglo XIX, l a m a y o r p a r t e d e l o s s o c i a l i s t a s u t ó p i c o s — H . d e S a i n t - S i m o n y sus d i s c í p u los C h . F o u r i e r , V . C o n s i d e r a n t , P . L e r o u x , e t c . — mezclan e s t r e c h a m e n t e l o s análisis c o n c r e t o s , d e s v e l a n d o l o s m e c a n i s m o s d e la s o c i e d a d c a p i t a l i s t a i n d u s t r i a l y l o s s u e ñ o s m á s d e s b o c a d o s r e f e r e n t e s a la o r g a n i z a c i ó n a r m ó n i c a d e los s i s t e m a s e c o n ó m i c o s , p o l í t i c o s y r e l i g i o s o s , p r e t e n d i e n d o t o d o s a s e g u r a r l a felicidad d e l o s h o m b r e s .

4.

SPENGLER Y EL DESTINO ORGÁNICO

O . S p e n g l e r n a c i ó e n 1880 e n l a A l e m a n i a c e n t r a l , e n la r e g i ó n d e l H a r z . A d q u i e r e u n a f o r m a c i ó n c i e n t í f i c a , l o q u e le p e r m i t e e n s e ñ a r m a t e máticas en distintos colegios secundarios, s o b r e t o d o en H a m b u r g o . D u r a n t e e s t o s a ñ o s d e l a Belle Époque acumula un bagaje de conocimientos l i b r e s c o s y e m p i e z a a r e d a c t a r su Boceto para una morfología de la historia universal. L a P r i m e r a G u e r r a M u n d i a l r e t r a s ó l a e l a b o r a c i ó n d e la o b r a , q u e n o s e p u b l i c ó h a s t a 1 9 1 8 , al m i s m o t i e m p o q u e l a d e r r o t a d e A l e m a n i a , b a j o u n t í t u l o t a n a t r a y e n t e c o m o i n q u i e t a n t e : La decadencia de Occidente. E l p r i m e r v o l u m e n s e p r e s e n t a c o m o u n a r e f l e x i ó n t e ó r i c a a c e r c a d e l o s f u n d a m e n t o s d e l a c i e n c i a y d e l a r t e a t r a v é s d e t o d a s las civilizacion e s (el l i b r o , c o m p a c t o , d e c o m p r e n s i ó n difícil, t i e n e m á s d e 875 p á g i n a s en la edición francesa). E l segundo v o l u m e n , de peso m e n o s agobiante, d e l e c t u r a m á s fácil, t r a t a e x c l u s i v a m e n t e d e l o s p r o b l e m a s d e la A l e m a n i a c o n t e m p o r á n e a . L a o b r a t u v o i n m e d i a t a m e n t e g r a n é x i t o : su t i r a d a a l c a n z ó c e r c a d e cien m i l e j e m p l a r e s , es d e c i r , q u e s u p e r ó l a c o m u n i d a d c i e n t í fica p a r a a l c a n z a r u n a f r a c c i ó n b a s t a n t e a m p l i a d e la o p i n i ó n p ú b l i c a . M á s t a r d e , O . Spengler publicó panfletos políticos — p o r e j e m p l o , «Prusianísimo y s o c i a l i s m o » e n 1 9 2 0 , y a r t í c u l o s s o b r e la a c t u a l i d a d , r e u n i d o s b a j o el e p í g r a f e d e « E s c r i t o s h i s t ó r i c o s y filosóficos». D u r a n t e la r e p ú b l i c a d e W e i m a r , e l a n t i g u o p r o f e s o r d e m a t e m á t i c a s a c t ú a d e « i d e ó l o g o » d e la d e r e c h a m o n á r q u i c a n a c i o n a l i s t a , a n t i r r e p u b l i c a n a y a n t i s o c i a l i s t a . N o e s c o n d e ciert a s s i m p a t í a s p o r l o s n a z i s h a s t a s u l l e g a d a al p o d e r e n 1 9 3 3 , p e r o s e s e p a r a d e ellos d e s p u é s d e la « n o c h e d e l o s c u c h i l l o s l a r g o s » e n 1 9 3 4 . O . S p e n g l e r m u r i ó en M u n i c h e n 1936. E n La decadencia de Occidente, el a u t o r u t i l i z a c o n s t a n t e m e n t e u n m é t o d o c o m p a r a d o : r e l a c i o n a c o n f u s a m e n t e t o d a s las c i v i l i z a c i o n e s a p a r e c i d a s s o b r e el p l a n e t a y t o d o s l o s c a m p o s d e las a c t i v i d a d e s h u m a n a s . J u z 81

g u e m o s p o r e s t e f r a g m e n t o e l e g i d o al a z a r : « U n a m e z q u i t a n o t i e n e f a c h a d a , d e b i d o a q u e la t e m p e s t a d i c o n o c l a s t a d e los m u s u l m a n e s y d e l o s c r i s tianos paulinos, que arrasó también Bizancio en tiempos de L e ó n III, dest e r r ó d e l a r t e p l á s t i c o el r e t r a t o , p a r a n o d e j a r d e s p u é s m á s q u e u n f o n d o sólido de arabescos h u m a n o s . E n E g i p t o , la p a r t e frontal d e u n a e s t a t u a e s , c o m o el p i l o n o d e u n t e m p l o p a r a la f a c h a d a d e su t e m p l o , u n a g r a n d i o s a a p a r i c i ó n q u e e m e r g e d e la m a s a p é t r e a d e l c u e r p o , c o m o v e m o s e n la esfinge h i k s a d e T a n i s , r e t r a t o d e A m e n e m h e t I I I . E n C h i n a , p a r e c e u n paisaje lleno d e surcos y p e q u e ñ a s cicatrices cargadas d e significación.» E n m e n o s d e d i e z l í n e a s , el e r u d i t o c o m p a r a las f o r m a s d e las m e z q u i t a s , l o s t e m p l o s , las e s t a t u a s , p a s a n d o d e s d e el I s l a m a B i z a n c i o , d e s d e el E g i p t o faraónico a la C h i n a imperial. E s t e e n f o q u e estético nos h a c e s o ñ a r con « E l M u s e o i m a g i n a r i o » , d e A n d r é M a l r a u x , q u e y u x t a p o n e las o b r a s d e arte a través del t i e m p o y del espacio. L a reflexión p o r analogía, tal c o m o s e p r a c t i c a e n e s t a o b r a , d e j a el flanco a b i e r t o a l a crítica, e n la m e d i d a e n q u e i n e v i t a b l e m e n t e se a p o y a s o b r e c o n o c i m i e n t o s d e s e g u n d a m a n o q u e n o siempre son m u y seguros. P e r o , c o m o dice L . F e b v r e , la v o l u n t a d d e síntesis, incluso c u a n d o p e c a p o r exceso d e ambición, s u p o n e u n a g r a d a b l e c a m b i o a n t e la m i n u c i a e s t é r i l d e las m o n o g r a f í a s d e m a s i a d o e s p e c i a l i z a d a s p o r las q u e se i n c l i n a b a n l o s u n i v e r s i t a r i o s « p o s i t i v i s t a s » , e n A l e m a n i a y e n F r a n c i a , a fines del siglo x i x y p r i n c i p i o s d e l x x .

m i e n t o d e u n a s o c i e d a d s i n c i a s e s . P a r a S p e n g l e r , «los h o m b r e s s o n l o s e s clavos- d e l a v o l u n t a d d e l a h i s t o r i a , l o s ó r g a n o s a u x i l i a r e s e j e c u t i v o s d e u n d e s t i n o o r g á n i c o » . E n e f e c t o , e n l a c o n c e p c i ó n s p e n g l e r i a n a , la t o d o p o d e rosa n a t u r a l e z a s o m e t e a los vivos a i m p u l s o s irresistibles. L o o r g á n i c o rein a e n e s t a d o b r u t o . C o m o l o s g r a n d e s á r b o l e s a h o g a n a los p e q u e ñ o s p a r a a c c e d e r a la l u z , l o s s e r e s h u m a n o s d e b e n m a n i f e s t a r su « v o l u n t a d d e p o d e r » , i m p o n e r su f u e r z a f r e n t e a s u s s e m e j a n t e s m e n o s p r o v i s t o s d e e n e r gía n a t u r a l , m á s r e s i g n a d o s a d e j a r s e d o m i n a r o a n i q u i l a r . Y las s o c i e d a d e s son a n i m a d a s c o m o v e g e t a c i o n e s e x t r a o r d i n a r i a s : t i e n e n la p r i m a v e r a q u e confiere e s p e r a n z a , q u e ve florecer la c r e a c i ó n ; u n v e r a n o q u e p e r m i t e la m a d u r a c i ó n , a s e g u r a el p r o g r e s o ; u n o t o ñ o q u e h a c e a l c a n z a r su p l e n i t u d a l o s f r u t o s d e u n a c u l t u r a ; finalmente, u n i n v i e r n o q u e c o r r e s p o n d e a i a d e g e n e r a c i ó n y l a m u e r t e . E l a u t o r d e La decadencia de Occidente llega a a f i r m a r : « P a r a m í , l a h u m a n i d a d e s la g r a n d e z a z o o l ó g i c a . » E l v i t a l i s m o d e Spengler, q u e nos p u e d e s o r p r e n d e r e n la actualidad, n o d e b i ó s o r p r e n d e r a sus c o n t e m p o r á n e o s . A finales d e l siglo x r x y p r i n c i p i o s d e l x x , u n a i n fluyente corriente de pensamiento, ilustrada por Shopenhauer, Bergson y o t r o s , t i e n d e a edificar l o s s i s t e m a s filosóficos, i n s p i r á n d o s e e n l o s r e s u l t a d o s d e las c i e n c i a s n a t u r a l e s . L o « o r g á n i c o s p e n g l e r i a n o » c o r r e s p o n d e a este universo mental.

E n c i e r t o s e n t i d o , O . S p e n g l e r a n u n c i a el e s t r u c t u r a l i s m o . S u p o s t u l a d o inicial es q u e la c i e n c i a n o es u n i v e r s a l . P a r a d e m o s t r a r l o , se v e o b l i g a d o a s e g m e n t a r l a h u m a n i d a d e n b l o q u e s a b s o l u t a m e n t e e x t r a ñ o s e n t r e sí. E n e s t a p e r s p e c t i v a , las civilizaciones f u n c i o n a n c o m o e s t r u c t u r a s c e r r a d a s q u e n o se c o m u n i c a n e n t r e sí e n el p l a n o d e las i d e a s r a c i o n a l e s . N o o b s t a n t e , e n el s e n o d e u n a civilización c o n c r e t a , l o s e l e m e n t o s se c o r r e s p o n d e n : las m e n t a l i d a d e s c o l e c t i v a s , las e x p r e s i o n e s a r t í s t i c a s , las t é c n i c a s p r o d u c t i v a s , ¡as i n s t i t u c i o n e s p o l í t i c a s , t o d a s las c r e a c i o n e s c u l t u r a l e s y m a t e riales t i e n e n a f i n i d a d e s e n t r e sí. E s p o r e s t a r a z ó n q u e e n c o n t r a m o s e n el m u n d o g e r m á n i c o : « L a p r o f u n d a i n t e r d e p e n d e n c i a física e n t r e l a s t e o r í a s físico-químicas m á s m o d e r n a s y l a s a n c e s t r a l e s r e p r e s e n t a c i o n e s d e l o s g e r m a n o s ; la p e r f e c t a c o n c o r d a n c i a e n t r e el estilo d e la t r a g e d i a , l a t é c n i c a d i n á m i c a y la c i r c u l a c i ó n m o n e t a r i a d e n u e s t r o s d í a s ; l a i d e n t i d a d p r i m e r o c u r i o s a , m á s t a r d e e v i d e n t e , e n t r e l a p e r s p e c t i v a d e la p i n t u r a al ó l e o , l a i m p r e n t a , el s i s t e m a d e c r é d i t o , las a r m a s d e f u e g o , el c o n t r a p u n t o m u s i c a l . . . » E n e s t a s c o n d i c i o n e s , d a d o q u e c a d a civilización f o r m a u n a e n t i d a d h o m o g é n e a , c e r r a d a e n sí m i s m a , i r r e d u c t i b l e a las d e m á s , l a h i s t o r i a u n i v e r s a l s e e n c u e n t r a s i t u a d a b a j o el s i g n o d e l a d i s c o n t i n u i d a d . Se c u e s t i o n a la v i s i ó n , q u e h a b í a d o m i n a d o el p e n s a m i e n t o d e l siglo x i x , d e u n a h i s t o ria c o n t i n u a , l i n e a l , p r o g r e s i v a . C o n u n a p e r s p e c t i v a d e i r o n í a , O . S p e n gler r e c h a z a al t r a s t e r o l a t r a d i c i o n a l p e r i o d i f i c a c i ó n — A n t i g ü e d a d , E d a d M e d i a , T i e m p o s M o d e r n o s — s o b r e la q u e d e s c a n s a la e n s e ñ a n z a d e la h i s t o r i a e n las u n i v e r s i d a d e s .

S e g ú n O . S p e n g l e r , «la c i v i l i z a c i ó n e s el i n e v i t a b l e d e s t i n o d e uría cult u r a » . E n o t r a s p a l a b r a s , c a d a s o c i e d a d n a c e b a j o la f o r m a d e u n a « c u l t u r a » p a r a d e g r a d a r s e d e s p u é s b a j o l a f o r m a d e u n a «civilización». S p e n g l e r i n s i s t e e n el f a m o s o e j e m p l o d e G r e c i a y d e R o m a . E n t r e l o s siglos VI y rv a. J. C , y e n t o r n o al m a r E g e o , l o s g r i e g o s i n v e n t a r o n u n a filosofía — c o n A n a x á g o r a s , Platón, Aristóteles—, u n a literatura — c o n Esquilo y Sófocles, Tucídides, Jenofonte e Isócrates—, una escultura — c o n Scopas, Praxítel e s , L i s i p o — , u n a a r q u i t e c t u r a — c o n los t e m p l o s d e P a r t e n ó n , D e l f o s , É f e so, E p i d a u r o — , etc. L a e p o p e y a de A l e j a n d r o extendió el helenismo a t o d o el P r ó x i m o O r i e n t e . F u e e n t o n c e s c u a n d o , e n t r e l o s siglos III y I a. J . C , los r o m a n o s , d o t a d o s d e t a l e n t o m i l i t a r y a b s o l u t a m e n t e i n c u l t o s h a s t a e n t o n c e s , c o n q u i s t a r o n y s o m e t i e r o n , a s a n g r e y f u e g o , el c o n j u n t o d e los reinos helenísticos. N o o b s t a n t e , los r o m a n o s n o d e s t r u y e r o n c o m o s i m p l e s b á r b a r o s ; t o m a r o n p r e s t a d o s l o s m o d e l o s c u l t u r a l e s d e la c i u d a d , l a m i t o l o g í a r e l i g i o s a , las t é c n i c a s d e l a a r q u i t e c t u r a , d e l a e s c u l t u r a y d e l a p i n t u r a y las i m p u s i e r o n sin r e n o v a r l a s a t o d o el m u n d o m e d i t e r r á n e o . L a c u l t u r a g r i e g a a c a b a e n l a civilización r o m a n a . D e s d e h a c e v e i n t e siglos, d e Polibio a M o m m s e n , los escritores están m á s o m e n o s d e a c u e r d o a c e r c a d e la e v o l u c i ó n g e n e r a l d e l « m u n d o h e l e n í s t i c o y r o m a n o » . S p e n gler n o a p o r t a n i n g ú n e l e m e n t o n u e v o al t e m a . S u o r i g i n a l i d a d c o n s i s t e e n q u e a p l i c a el m e c a n i s m o p r o p i o d e l m u n d o g r e c o r r o m a n o a t o d a s las s o c i e d a d e s , e n B a b i l o n i a , E g i p t o , I n d i a , C h i n a . . . y e n el O c c i d e n t e cristian o . . . q u e , d e m a n e r a i r r e m e d i a b l e , h a b r í a n p a s a d o d e la « c u l t u r a » a l a «civilización».

D e s p u é s d e H e g e l , M a r x y o t r o s «faros» d e l a filosofía a l e m a n a , S p e n gler i n t e n t a o f r e c e r u n a i n t e r p r e t a c i ó n g l o b a l d e l a h i s t o r i a . S e g ú n H e g e l , l a h i s t o r i a se i l u m i n a p o r l a a c t i v i d a d r a c i o n a l d e l e s p í r i t u d e l m u n d o h a c i a la l i b e r t a d . S e g ú n M a r x , la h i s t o r i a s e c o m p r e n d e p o r el j u e g o d e las c o n t r a d i c c i o n e s e n t r e los n i v e l e s d e i n f r a e s t r u c t u r a y s u p e r e s t r u c t u r a h a s t a el a d v e n i 82

Si t o d a s las s o c i e d a d e s t i e n e n q u e r e c o r r e r el m i s m o ciclo « o r g á n i c o » , e s t á n a b o c a d a s a l a d e c a d e n c i a y, m á s t a r d e , a s u d e s a p a r i c i ó n . P o r t a n t o , S p e n g l e r a n u n c i a u n a filosofía d e l a h i s t o r i a r a d i c a l m e n t e p e s i m i s t a . A f i r m a : « n o v e o n i p r o g r e s o n i o b j e t i v o p a r a l a h u m a n i d a d , si n o es e n el c e 83

g u e m o s p o r e s t e f r a g m e n t o e l e g i d o al a z a r : « U n a m e z q u i t a n o t i e n e f a c h a d a , d e b i d o a q u e la t e m p e s t a d i c o n o c l a s t a d e los m u s u l m a n e s y d e l o s c r i s tianos paulinos, que arrasó también Bizancio en tiempos de L e ó n III, dest e r r ó d e l a r t e p l á s t i c o el r e t r a t o , p a r a n o d e j a r d e s p u é s m á s q u e u n f o n d o sólido de arabescos h u m a n o s . E n E g i p t o , la p a r t e frontal d e u n a e s t a t u a e s , c o m o el p i l o n o d e u n t e m p l o p a r a la f a c h a d a d e su t e m p l o , u n a g r a n d i o s a a p a r i c i ó n q u e e m e r g e d e la m a s a p é t r e a d e l c u e r p o , c o m o v e m o s e n la esfinge h i k s a d e T a n i s , r e t r a t o d e A m e n e m h e t I I I . E n C h i n a , p a r e c e u n paisaje lleno d e surcos y p e q u e ñ a s cicatrices cargadas d e significación.» E n m e n o s d e d i e z l í n e a s , el e r u d i t o c o m p a r a las f o r m a s d e las m e z q u i t a s , l o s t e m p l o s , las e s t a t u a s , p a s a n d o d e s d e el I s l a m a B i z a n c i o , d e s d e el E g i p t o faraónico a la C h i n a imperial. E s t e e n f o q u e estético nos h a c e s o ñ a r con « E l M u s e o i m a g i n a r i o » , d e A n d r é M a l r a u x , q u e y u x t a p o n e las o b r a s d e arte a través del t i e m p o y del espacio. L a reflexión p o r analogía, tal c o m o s e p r a c t i c a e n e s t a o b r a , d e j a el flanco a b i e r t o a l a crítica, e n la m e d i d a e n q u e i n e v i t a b l e m e n t e se a p o y a s o b r e c o n o c i m i e n t o s d e s e g u n d a m a n o q u e n o siempre son m u y seguros. P e r o , c o m o dice L . F e b v r e , la v o l u n t a d d e síntesis, incluso c u a n d o p e c a p o r exceso d e ambición, s u p o n e u n a g r a d a b l e c a m b i o a n t e la m i n u c i a e s t é r i l d e las m o n o g r a f í a s d e m a s i a d o e s p e c i a l i z a d a s p o r las q u e se i n c l i n a b a n l o s u n i v e r s i t a r i o s « p o s i t i v i s t a s » , e n A l e m a n i a y e n F r a n c i a , a fines del siglo x i x y p r i n c i p i o s d e l x x .

m i e n t o d e u n a s o c i e d a d s i n c i a s e s . P a r a S p e n g l e r , «los h o m b r e s s o n l o s e s clavos- d e l a v o l u n t a d d e l a h i s t o r i a , l o s ó r g a n o s a u x i l i a r e s e j e c u t i v o s d e u n d e s t i n o o r g á n i c o » . E n e f e c t o , e n l a c o n c e p c i ó n s p e n g l e r i a n a , la t o d o p o d e rosa n a t u r a l e z a s o m e t e a los vivos a i m p u l s o s irresistibles. L o o r g á n i c o rein a e n e s t a d o b r u t o . C o m o l o s g r a n d e s á r b o l e s a h o g a n a los p e q u e ñ o s p a r a a c c e d e r a la l u z , l o s s e r e s h u m a n o s d e b e n m a n i f e s t a r su « v o l u n t a d d e p o d e r » , i m p o n e r su f u e r z a f r e n t e a s u s s e m e j a n t e s m e n o s p r o v i s t o s d e e n e r gía n a t u r a l , m á s r e s i g n a d o s a d e j a r s e d o m i n a r o a n i q u i l a r . Y las s o c i e d a d e s son a n i m a d a s c o m o v e g e t a c i o n e s e x t r a o r d i n a r i a s : t i e n e n la p r i m a v e r a q u e confiere e s p e r a n z a , q u e ve florecer la c r e a c i ó n ; u n v e r a n o q u e p e r m i t e la m a d u r a c i ó n , a s e g u r a el p r o g r e s o ; u n o t o ñ o q u e h a c e a l c a n z a r su p l e n i t u d a l o s f r u t o s d e u n a c u l t u r a ; finalmente, u n i n v i e r n o q u e c o r r e s p o n d e a i a d e g e n e r a c i ó n y l a m u e r t e . E l a u t o r d e La decadencia de Occidente llega a a f i r m a r : « P a r a m í , l a h u m a n i d a d e s la g r a n d e z a z o o l ó g i c a . » E l v i t a l i s m o d e Spengler, q u e nos p u e d e s o r p r e n d e r e n la actualidad, n o d e b i ó s o r p r e n d e r a sus c o n t e m p o r á n e o s . A finales d e l siglo x r x y p r i n c i p i o s d e l x x , u n a i n fluyente corriente de pensamiento, ilustrada por Shopenhauer, Bergson y o t r o s , t i e n d e a edificar l o s s i s t e m a s filosóficos, i n s p i r á n d o s e e n l o s r e s u l t a d o s d e las c i e n c i a s n a t u r a l e s . L o « o r g á n i c o s p e n g l e r i a n o » c o r r e s p o n d e a este universo mental.

E n c i e r t o s e n t i d o , O . S p e n g l e r a n u n c i a el e s t r u c t u r a l i s m o . S u p o s t u l a d o inicial es q u e la c i e n c i a n o es u n i v e r s a l . P a r a d e m o s t r a r l o , se v e o b l i g a d o a s e g m e n t a r l a h u m a n i d a d e n b l o q u e s a b s o l u t a m e n t e e x t r a ñ o s e n t r e sí. E n e s t a p e r s p e c t i v a , las civilizaciones f u n c i o n a n c o m o e s t r u c t u r a s c e r r a d a s q u e n o se c o m u n i c a n e n t r e sí e n el p l a n o d e las i d e a s r a c i o n a l e s . N o o b s t a n t e , e n el s e n o d e u n a civilización c o n c r e t a , l o s e l e m e n t o s se c o r r e s p o n d e n : las m e n t a l i d a d e s c o l e c t i v a s , las e x p r e s i o n e s a r t í s t i c a s , las t é c n i c a s p r o d u c t i v a s , ¡as i n s t i t u c i o n e s p o l í t i c a s , t o d a s las c r e a c i o n e s c u l t u r a l e s y m a t e riales t i e n e n a f i n i d a d e s e n t r e sí. E s p o r e s t a r a z ó n q u e e n c o n t r a m o s e n el m u n d o g e r m á n i c o : « L a p r o f u n d a i n t e r d e p e n d e n c i a física e n t r e l a s t e o r í a s físico-químicas m á s m o d e r n a s y l a s a n c e s t r a l e s r e p r e s e n t a c i o n e s d e l o s g e r m a n o s ; la p e r f e c t a c o n c o r d a n c i a e n t r e el estilo d e la t r a g e d i a , l a t é c n i c a d i n á m i c a y la c i r c u l a c i ó n m o n e t a r i a d e n u e s t r o s d í a s ; l a i d e n t i d a d p r i m e r o c u r i o s a , m á s t a r d e e v i d e n t e , e n t r e l a p e r s p e c t i v a d e la p i n t u r a al ó l e o , l a i m p r e n t a , el s i s t e m a d e c r é d i t o , las a r m a s d e f u e g o , el c o n t r a p u n t o m u s i c a l . . . » E n e s t a s c o n d i c i o n e s , d a d o q u e c a d a civilización f o r m a u n a e n t i d a d h o m o g é n e a , c e r r a d a e n sí m i s m a , i r r e d u c t i b l e a las d e m á s , l a h i s t o r i a u n i v e r s a l s e e n c u e n t r a s i t u a d a b a j o el s i g n o d e l a d i s c o n t i n u i d a d . Se c u e s t i o n a la v i s i ó n , q u e h a b í a d o m i n a d o el p e n s a m i e n t o d e l siglo x i x , d e u n a h i s t o ria c o n t i n u a , l i n e a l , p r o g r e s i v a . C o n u n a p e r s p e c t i v a d e i r o n í a , O . S p e n gler r e c h a z a al t r a s t e r o l a t r a d i c i o n a l p e r i o d i f i c a c i ó n — A n t i g ü e d a d , E d a d M e d i a , T i e m p o s M o d e r n o s — s o b r e la q u e d e s c a n s a la e n s e ñ a n z a d e la h i s t o r i a e n las u n i v e r s i d a d e s .

S e g ú n O . S p e n g l e r , «la c i v i l i z a c i ó n e s el i n e v i t a b l e d e s t i n o d e uría cult u r a » . E n o t r a s p a l a b r a s , c a d a s o c i e d a d n a c e b a j o la f o r m a d e u n a « c u l t u r a » p a r a d e g r a d a r s e d e s p u é s b a j o l a f o r m a d e u n a «civilización». S p e n g l e r i n s i s t e e n el f a m o s o e j e m p l o d e G r e c i a y d e R o m a . E n t r e l o s siglos VI y rv a. J. C , y e n t o r n o al m a r E g e o , l o s g r i e g o s i n v e n t a r o n u n a filosofía — c o n A n a x á g o r a s , Platón, Aristóteles—, u n a literatura — c o n Esquilo y Sófocles, Tucídides, Jenofonte e Isócrates—, una escultura — c o n Scopas, Praxítel e s , L i s i p o — , u n a a r q u i t e c t u r a — c o n los t e m p l o s d e P a r t e n ó n , D e l f o s , É f e so, E p i d a u r o — , etc. L a e p o p e y a de A l e j a n d r o extendió el helenismo a t o d o el P r ó x i m o O r i e n t e . F u e e n t o n c e s c u a n d o , e n t r e l o s siglos III y I a. J . C , los r o m a n o s , d o t a d o s d e t a l e n t o m i l i t a r y a b s o l u t a m e n t e i n c u l t o s h a s t a e n t o n c e s , c o n q u i s t a r o n y s o m e t i e r o n , a s a n g r e y f u e g o , el c o n j u n t o d e los reinos helenísticos. N o o b s t a n t e , los r o m a n o s n o d e s t r u y e r o n c o m o s i m p l e s b á r b a r o s ; t o m a r o n p r e s t a d o s l o s m o d e l o s c u l t u r a l e s d e la c i u d a d , l a m i t o l o g í a r e l i g i o s a , las t é c n i c a s d e l a a r q u i t e c t u r a , d e l a e s c u l t u r a y d e l a p i n t u r a y las i m p u s i e r o n sin r e n o v a r l a s a t o d o el m u n d o m e d i t e r r á n e o . L a c u l t u r a g r i e g a a c a b a e n l a civilización r o m a n a . D e s d e h a c e v e i n t e siglos, d e Polibio a M o m m s e n , los escritores están m á s o m e n o s d e a c u e r d o a c e r c a d e la e v o l u c i ó n g e n e r a l d e l « m u n d o h e l e n í s t i c o y r o m a n o » . S p e n gler n o a p o r t a n i n g ú n e l e m e n t o n u e v o al t e m a . S u o r i g i n a l i d a d c o n s i s t e e n q u e a p l i c a el m e c a n i s m o p r o p i o d e l m u n d o g r e c o r r o m a n o a t o d a s las s o c i e d a d e s , e n B a b i l o n i a , E g i p t o , I n d i a , C h i n a . . . y e n el O c c i d e n t e cristian o . . . q u e , d e m a n e r a i r r e m e d i a b l e , h a b r í a n p a s a d o d e la « c u l t u r a » a l a «civilización».

D e s p u é s d e H e g e l , M a r x y o t r o s «faros» d e l a filosofía a l e m a n a , S p e n gler i n t e n t a o f r e c e r u n a i n t e r p r e t a c i ó n g l o b a l d e l a h i s t o r i a . S e g ú n H e g e l , l a h i s t o r i a se i l u m i n a p o r l a a c t i v i d a d r a c i o n a l d e l e s p í r i t u d e l m u n d o h a c i a la l i b e r t a d . S e g ú n M a r x , la h i s t o r i a s e c o m p r e n d e p o r el j u e g o d e las c o n t r a d i c c i o n e s e n t r e los n i v e l e s d e i n f r a e s t r u c t u r a y s u p e r e s t r u c t u r a h a s t a el a d v e n i 82

Si t o d a s las s o c i e d a d e s t i e n e n q u e r e c o r r e r el m i s m o ciclo « o r g á n i c o » , e s t á n a b o c a d a s a l a d e c a d e n c i a y, m á s t a r d e , a s u d e s a p a r i c i ó n . P o r t a n t o , S p e n g l e r a n u n c i a u n a filosofía d e l a h i s t o r i a r a d i c a l m e n t e p e s i m i s t a . A f i r m a : « n o v e o n i p r o g r e s o n i o b j e t i v o p a r a l a h u m a n i d a d , si n o es e n el c e 83

3

r e b r o d e los Homais progresistas de O c c i d e n t e . Ni siquiera veo u n espíritu y , m e n o s t o d a v í a , u n a u n i d a d d e e s f u e r z o s y s e n t i m i e n t o s ( . . . ) e n l a m a s a d e las p o b l a c i o n e s » . E l filósofo s e e s f u e r z a p o r m a t e n e r s e i m p á v i d o a n t e el c a o s : « E i n c l u s o c u a n d o p e r e c e n p u e b l o s e n t e r o s y se h u n d e n e n la r u i n a viejas civilizaciones, la t i e r r a c o n t i n ú a s i e m p r e g i r a n d o y los p l a n e t a s s i g u i e n d o su c u r s o . » A h o r a b i e n , el t é r m i n o i r r e v o c a b l e t a m b i é n e x i s t e p a r a la civilización o c c i d e n t a l : « F r a n c i a e I n g l a t e r r a h a n r e a l i z a d o , A l e m a n i a e s t á a p u n t o d e r e a l i z a r , u n p a s o d e g i g a n t e h a c i a l o a n o r g á n i c o , h a c i a el fin.» L a o b r a , q u e p r o c l a m a la « d e c a d e n c i a d e O c c i d e n t e » , l l e g a a s u h o r a , e n el m o m e n t o d e l a r m i s t i c i o d e R e t h o n d e s y d e l t r a t a d o d e V e r s a r l e s . L a p o d e r o s a A l e m a n i a , e n p l e n a a s c e n s i ó n e n l a Belle Époque, h a p e r d i d o la g u e r r a m u n d i a l , se h a l l a c o n u n e j é r c i t o v e n c i d o , u n t e r r i t o r i o o c u p a d o y parcialmente a m p u t a d o , u n a m o n e d a despreciada, u n r é g i m e n político conv u l s i o n a d o . L a i n s u r r e c c i o n e s c o m u n i s t a s y los putschs n a c i o n a l i s t a s e s t á n a p u n t o d e derribar la república s o c i a l d e m ó c r a t a e n cualquier m o m e n t o . El libro de Spengler, q u e , en otras épocas habría p o d i d o dormitar en cualq u i e r b i b l i o t e c a , e n c u e n t r a u n g r a n a u d i t o r i o e n el p ú b l i c o a l e m á n , á v i d o d e j u s t i f i c a r su p r o p i o d e s a s t r e a c a u s a d e la t e o r í a g e n e r a l d e las c a t á s t r o fes.

5.

TOYNBEE Y EL CICLO DE LAS CIVILIZACIONES

A r n o l d T o y n b e e , historiador y ensayista, nació en los últimos años del siglo XIX e n G r a n B r e t a ñ a . E n a g o s t o d e 1914, c u a n d o e s t a b a e n s e ñ a n d o e n O x f o r d , se d a c u e n t a d e q u e é l , T o y n b e e , s e e n c u e n t r a s u m e r g i d o e n l a P r i m e r a G u e r r a M u n d i a l c o m o Tucídides en la g u e r r a del P e l o p o n e s o . D e c i d i ó , p a r a el r e s t o d e su v i d a , ser a la v e z a c t o r y e s p e c t a d o r , « t e n e r s i e m p r e u n p i e e n el p r e s e n t e y o t r o e n el p a s a d o » . D e h e c h o y d u r a n t e d é c a d a s , T o y n b e e t r a b a j ó e n el A n u a r i o d e A s u n t o s E x t e r i o r e s p a r a el F o r e i g n Office; l l e v a a c a b o m i s i o n e s , r e d a c t a e s t u d i o s a c e r c a d e l « Á f r i c a á r a b e y el Á f r i c a n e g r a » , «la c u l t u r a d e C h i n a y d e J a p ó n » , « e l p a p e l d e las c i u d a d e s e n l a h i s t o r i a » , e t c . A l m i s m o t i e m p o e l a b o r a u n i n m e n s a síntesis a c e r c a d e l n a c i m i e n t o , d e s a r r o l l o y d e c a d e n c i a d e las c i v i l i z a c i o n e s . L a m o n u m e n t a l o b r a A Study of History se p u b l i c ó e n d o c e v o l ú m e n e s e n t r e 1934 y 1 9 6 1 . E n el o c a s o d e s u v i d a , p o r d e s e o d e l l e g a r a u n p ú b l i c o m á s a m p l i o , el a u t o r p u b l i c ó el v o l u m e n d e c i m o t e r c e r o , q u e r e s u m e los a n t e r i o r e s . E s t a v e z el l i b r o s e t r a d u j o a v a r i o s i d i o m a s . R . A r o n s e ñ a l a q u e la p r i n c i p a l o b r a d e T o y n b e e es «la o b r a m á s c é l e b r e y c o n t r o v e r t i d a d e la historiografía c o n t e m p o r á n e a » , y « q u e es r e c h a z a d a con u n a m e z c l a d e indignación, envidia y desprecio p o r la m a y o r í a de los historiadores profesionales». E n e f e c t o , T o y n b e e c u e s t i o n a f r a n c a m e n t e la t r a y e c t o r i a s e g u i d a p o r los h i s t o r i a d o r e s f r a n c e s e s d e s d e l o s « p o s i t i v i s t a s » t r a d i c i o n a l e s a los i n n o v a d o r e s d e l o s Anuales. E l ensayista británico c o n s i d e r a q u e la j e r a r q u i z a -

3

Homais. Uno de los personajes de M. Bovary, que simula un anticlericaüsmo volteriano y tiene pretensiones científicas. Personifica la pequeña burguesía a la que Fiaubert fustiga por sus lugares comunes. (N. del T.) 84

c i ó n d e las t a r e a s e n e l p l a n o i n t e l e c t u a l r e f l e j a f a l s a m e n t e l a d i v i s i ó n d e l t r a b a j o e n la s o c i e d a d i n d u s t r i a l . A h o r a b i e n , c o n s i d e r a q u e la e s c u e l a h i s tórica francesa funciona a tres niveles: p r i m e r o , n u m e r o s o s historiadores se d e d i c a n a la laboriosa r e c o g i d a d e « m a t e r i a s p r i m a s » —vestigios a r q u e o lógicos, recogida de inscripciones, uniformes, correspondencias, periódic o s , s e r i e s e s t a d í s t i c a s , d o c u m e n t o s d e t o d o t i p o — ; d e s p u é s , la m a y o r p a r t e d e los investigadores e l a b o r a n estudios c o n carácter monográfico a c e r c a d e u n p e r s o n a j e , u n g r u p o social, u n a r e g i ó n , u n sector d e la actividad d e n t r o d e u n o s e s t r e c h o s l í m i t e s a r q u e o l ó g i c o s ; finalmente, a l g u n o s « m a e s t r o s » , q u e p r e t e n d e n s a b e r m á s , y u x t a p o n e n las o b s e r v a c i o n e s d e las m o n o g r a f í a s p a r a r e d a c t a r o b r a s d e s í n t e s i s . S e g ú n T o y n b e e , se d e d u c e d e e s t e m é t o d o q u e : 1) la i m p o r t a n c i a d e l a s f u e n t e s d e t e r m i n a los c o n o c i m i e n t o s (así e s t a m o s b i e n i n f o r m a d o s a c e r c a d e l E g i p t o p t o l e m a i c o , y a q u e l a s e q u e d a d d e las orillas d e l v a l l e d e l N i l o h a p e r m i t i d o c o n s e r v a r g r a n n ú m e r o d e p a p i r o s , m i e n t r a s q u e i g n o r a m o s casi t o d o a c e r c a d e l a Siria s e l é u c i d a , y a q u e las c o n d i c i o n e s d e c o n s e r v a c i ó n d e l o s d o c u m e n t o s e r a n m e n o s f a v o r a b l e s e n el C r e c i e n t e F é r t i l ) ; 2 ) q u e l o s h i s t o r i a d o r e s f r e c u e n t e m e n t e se c o n t e n t a n c o n p u n t o s d e v i s t a p a r c i a l e s , r e d u c i d o s al h o r i z o n t e d e s u e s p e c i a l i d a d . P a r a T o y n b e e , l o q u e c u e n t a es l a v i s i ó n d e c o n j u n t o ; p r e f i e r e l o s a m p l i o s h o r i z o n t e s , l a r e f l e x i ó n p l a n e t a r i a , s u p e r p o n i e n d o l o s siglos y l o s c o n t i n e n t e s , a fin d e q u e el « e s p í r i t u a b a r q u e el u n i v e r s o e n t e r o » . Por t a n t o , T o y n b e e realiza u n a historia c o m p a r a d a , p o r influencia d e Spengler, que descansa sobre u n a documentación de segunda m a n o , y usa, y a veces abusa, del r a z o n a m i e n t o p o r analogía. El ensayista británico, c o m o el p e n s a d o r a l e m á n , p r e f i g u r a el « e s t r u c t u r a h s m o » e n las c i e n c i a s h u m a n a s . E n A Study of History, l a e v o l u c i ó n d e l a s s o c i e d a d e s d e j a d e ser c o n t i n u a , l i n e a l , o r i e n t a d a . T o y n b e e s ó l o s e i n t e r e s a p o r la u n i d a d h i s t ó r i c a , l a m á s a m p l i a e n el e s p a c i o , l a m á s l a r g a e n el t i e m p o , a s a b e r , «la civ i l i z a c i ó n » . L o q u e d e f i n e c o m o «la t e n t a t i v a d e c r e a r u n e s t a d o d e s o c i e d a d e n el q u e t o d o s los h o m b r e s p u e d a n vivir j u n t o s , e n a r m o n í a , c o m o m i e m b r o s d e u n a m i s m a y ú n i c a f a m i l i a » . E n a l g u n o s a s p e c t o s , la v i s i ó n d e T o y n b e e n o e s t a b a m u y a l e j a d a d e l a d e M a r x . C u a n d o el h i s t o r i a d o r b r i t á n i c o e s c r i b e : «los c o m p o n e n t e s d e l a s o c i e d a d n o s o n l o s s e r e s h u m a n o s , s i n o las r e l a c i o n e s q u e e x i s t e n e n t r e e l l o s » , l o p o d e m o s t r a n s c r i b i r e n la t e m i n o l o g í a m a r x i s t a c o m o : «la s o c i e d a d e s t á e n c e r r a d a e n u n a r e d d e r e l a c i o n e s s o c i a l e s d e p r o d u c c i ó n » . F u e r e l o q u e f u e r e , el a u t o r d e A Study of History p e r c i b e l a s c i v i l i z a c i o n e s c o m o e n t i d a d e s c e r r a d a s , c o m p a r t i m e n tadas unas en relación a otras, m e n c i o n a alrededor de treinta y cuatro « g r a n d e s civilizaciones» d e s d e el a ñ o 3000 a. J . C . h a s t a n u e s t r o s d í a s : p o r e j e m p l o , el E g i p t o f a r a ó n i c o , M e s o p o t a m i a ( d e S u m e r a A s s u r ) , la C h i n a i m p e r i a l , el P e r ú d e l o s i n c a s , el I m p e r i o o t o m a n o , e t c . U n a « g r a n civiliz a c i ó n » p u e d e t e n e r « s a t é l i t e s » ; p o r e j e m p l o , a l r e d e d o r d e la civilización c h i n a , l o s s a t é l i t e s c o r e a n o , j a p o n é s y v i e t n a m i t a . Y las c i v i l i z a c i o n e s n o se s u c e d e n i n e v i t a b l e m e n t e , p u e d e n c o e x i s t i r . E n el siglo x x , c i n c o g r a n d e s civilizaciones s e d i v i d e n el p l a n e t a : O c c i d e n t e , la U n i ó n S o v i é t i c a y s u s z o n a s d e i n f l u e n c i a , el I s l a m , la I n d i a y el E x t r e m o O r i e n t e . T o y n b e e s e p r e g u n t a a c e r c a d e l n a c i m i e n t o d e las c i v i l i z a c i o n e s . E s a q u í d o n d e s e i n t r o d u c e su m o d e l o m á s o r i g i n a l : el m e c a n i s m o d e l « c h a l l e n g e a n d r e s p o n s e » , d e l d e s a f í o y l a r e s p u e s t a . U n a civilización p u e d e a p a r e c e r 85

3

r e b r o d e los Homais progresistas de O c c i d e n t e . Ni siquiera veo u n espíritu y , m e n o s t o d a v í a , u n a u n i d a d d e e s f u e r z o s y s e n t i m i e n t o s ( . . . ) e n l a m a s a d e las p o b l a c i o n e s » . E l filósofo s e e s f u e r z a p o r m a t e n e r s e i m p á v i d o a n t e el c a o s : « E i n c l u s o c u a n d o p e r e c e n p u e b l o s e n t e r o s y se h u n d e n e n la r u i n a viejas civilizaciones, la t i e r r a c o n t i n ú a s i e m p r e g i r a n d o y los p l a n e t a s s i g u i e n d o su c u r s o . » A h o r a b i e n , el t é r m i n o i r r e v o c a b l e t a m b i é n e x i s t e p a r a la civilización o c c i d e n t a l : « F r a n c i a e I n g l a t e r r a h a n r e a l i z a d o , A l e m a n i a e s t á a p u n t o d e r e a l i z a r , u n p a s o d e g i g a n t e h a c i a l o a n o r g á n i c o , h a c i a el fin.» L a o b r a , q u e p r o c l a m a la « d e c a d e n c i a d e O c c i d e n t e » , l l e g a a s u h o r a , e n el m o m e n t o d e l a r m i s t i c i o d e R e t h o n d e s y d e l t r a t a d o d e V e r s a r l e s . L a p o d e r o s a A l e m a n i a , e n p l e n a a s c e n s i ó n e n l a Belle Époque, h a p e r d i d o la g u e r r a m u n d i a l , se h a l l a c o n u n e j é r c i t o v e n c i d o , u n t e r r i t o r i o o c u p a d o y parcialmente a m p u t a d o , u n a m o n e d a despreciada, u n r é g i m e n político conv u l s i o n a d o . L a i n s u r r e c c i o n e s c o m u n i s t a s y los putschs n a c i o n a l i s t a s e s t á n a p u n t o d e derribar la república s o c i a l d e m ó c r a t a e n cualquier m o m e n t o . El libro de Spengler, q u e , en otras épocas habría p o d i d o dormitar en cualq u i e r b i b l i o t e c a , e n c u e n t r a u n g r a n a u d i t o r i o e n el p ú b l i c o a l e m á n , á v i d o d e j u s t i f i c a r su p r o p i o d e s a s t r e a c a u s a d e la t e o r í a g e n e r a l d e las c a t á s t r o fes.

5.

TOYNBEE Y EL CICLO DE LAS CIVILIZACIONES

A r n o l d T o y n b e e , historiador y ensayista, nació en los últimos años del siglo XIX e n G r a n B r e t a ñ a . E n a g o s t o d e 1914, c u a n d o e s t a b a e n s e ñ a n d o e n O x f o r d , se d a c u e n t a d e q u e é l , T o y n b e e , s e e n c u e n t r a s u m e r g i d o e n l a P r i m e r a G u e r r a M u n d i a l c o m o Tucídides en la g u e r r a del P e l o p o n e s o . D e c i d i ó , p a r a el r e s t o d e su v i d a , ser a la v e z a c t o r y e s p e c t a d o r , « t e n e r s i e m p r e u n p i e e n el p r e s e n t e y o t r o e n el p a s a d o » . D e h e c h o y d u r a n t e d é c a d a s , T o y n b e e t r a b a j ó e n el A n u a r i o d e A s u n t o s E x t e r i o r e s p a r a el F o r e i g n Office; l l e v a a c a b o m i s i o n e s , r e d a c t a e s t u d i o s a c e r c a d e l « Á f r i c a á r a b e y el Á f r i c a n e g r a » , «la c u l t u r a d e C h i n a y d e J a p ó n » , « e l p a p e l d e las c i u d a d e s e n l a h i s t o r i a » , e t c . A l m i s m o t i e m p o e l a b o r a u n i n m e n s a síntesis a c e r c a d e l n a c i m i e n t o , d e s a r r o l l o y d e c a d e n c i a d e las c i v i l i z a c i o n e s . L a m o n u m e n t a l o b r a A Study of History se p u b l i c ó e n d o c e v o l ú m e n e s e n t r e 1934 y 1 9 6 1 . E n el o c a s o d e s u v i d a , p o r d e s e o d e l l e g a r a u n p ú b l i c o m á s a m p l i o , el a u t o r p u b l i c ó el v o l u m e n d e c i m o t e r c e r o , q u e r e s u m e los a n t e r i o r e s . E s t a v e z el l i b r o s e t r a d u j o a v a r i o s i d i o m a s . R . A r o n s e ñ a l a q u e la p r i n c i p a l o b r a d e T o y n b e e es «la o b r a m á s c é l e b r e y c o n t r o v e r t i d a d e la historiografía c o n t e m p o r á n e a » , y « q u e es r e c h a z a d a con u n a m e z c l a d e indignación, envidia y desprecio p o r la m a y o r í a de los historiadores profesionales». E n e f e c t o , T o y n b e e c u e s t i o n a f r a n c a m e n t e la t r a y e c t o r i a s e g u i d a p o r los h i s t o r i a d o r e s f r a n c e s e s d e s d e l o s « p o s i t i v i s t a s » t r a d i c i o n a l e s a los i n n o v a d o r e s d e l o s Anuales. E l ensayista británico c o n s i d e r a q u e la j e r a r q u i z a -

3

Homais. Uno de los personajes de M. Bovary, que simula un anticlericaüsmo volteriano y tiene pretensiones científicas. Personifica la pequeña burguesía a la que Fiaubert fustiga por sus lugares comunes. (N. del T.) 84

c i ó n d e las t a r e a s e n e l p l a n o i n t e l e c t u a l r e f l e j a f a l s a m e n t e l a d i v i s i ó n d e l t r a b a j o e n la s o c i e d a d i n d u s t r i a l . A h o r a b i e n , c o n s i d e r a q u e la e s c u e l a h i s tórica francesa funciona a tres niveles: p r i m e r o , n u m e r o s o s historiadores se d e d i c a n a la laboriosa r e c o g i d a d e « m a t e r i a s p r i m a s » —vestigios a r q u e o lógicos, recogida de inscripciones, uniformes, correspondencias, periódic o s , s e r i e s e s t a d í s t i c a s , d o c u m e n t o s d e t o d o t i p o — ; d e s p u é s , la m a y o r p a r t e d e los investigadores e l a b o r a n estudios c o n carácter monográfico a c e r c a d e u n p e r s o n a j e , u n g r u p o social, u n a r e g i ó n , u n sector d e la actividad d e n t r o d e u n o s e s t r e c h o s l í m i t e s a r q u e o l ó g i c o s ; finalmente, a l g u n o s « m a e s t r o s » , q u e p r e t e n d e n s a b e r m á s , y u x t a p o n e n las o b s e r v a c i o n e s d e las m o n o g r a f í a s p a r a r e d a c t a r o b r a s d e s í n t e s i s . S e g ú n T o y n b e e , se d e d u c e d e e s t e m é t o d o q u e : 1) la i m p o r t a n c i a d e l a s f u e n t e s d e t e r m i n a los c o n o c i m i e n t o s (así e s t a m o s b i e n i n f o r m a d o s a c e r c a d e l E g i p t o p t o l e m a i c o , y a q u e l a s e q u e d a d d e las orillas d e l v a l l e d e l N i l o h a p e r m i t i d o c o n s e r v a r g r a n n ú m e r o d e p a p i r o s , m i e n t r a s q u e i g n o r a m o s casi t o d o a c e r c a d e l a Siria s e l é u c i d a , y a q u e las c o n d i c i o n e s d e c o n s e r v a c i ó n d e l o s d o c u m e n t o s e r a n m e n o s f a v o r a b l e s e n el C r e c i e n t e F é r t i l ) ; 2 ) q u e l o s h i s t o r i a d o r e s f r e c u e n t e m e n t e se c o n t e n t a n c o n p u n t o s d e v i s t a p a r c i a l e s , r e d u c i d o s al h o r i z o n t e d e s u e s p e c i a l i d a d . P a r a T o y n b e e , l o q u e c u e n t a es l a v i s i ó n d e c o n j u n t o ; p r e f i e r e l o s a m p l i o s h o r i z o n t e s , l a r e f l e x i ó n p l a n e t a r i a , s u p e r p o n i e n d o l o s siglos y l o s c o n t i n e n t e s , a fin d e q u e el « e s p í r i t u a b a r q u e el u n i v e r s o e n t e r o » . Por t a n t o , T o y n b e e realiza u n a historia c o m p a r a d a , p o r influencia d e Spengler, que descansa sobre u n a documentación de segunda m a n o , y usa, y a veces abusa, del r a z o n a m i e n t o p o r analogía. El ensayista británico, c o m o el p e n s a d o r a l e m á n , p r e f i g u r a el « e s t r u c t u r a h s m o » e n las c i e n c i a s h u m a n a s . E n A Study of History, l a e v o l u c i ó n d e l a s s o c i e d a d e s d e j a d e ser c o n t i n u a , l i n e a l , o r i e n t a d a . T o y n b e e s ó l o s e i n t e r e s a p o r la u n i d a d h i s t ó r i c a , l a m á s a m p l i a e n el e s p a c i o , l a m á s l a r g a e n el t i e m p o , a s a b e r , «la civ i l i z a c i ó n » . L o q u e d e f i n e c o m o «la t e n t a t i v a d e c r e a r u n e s t a d o d e s o c i e d a d e n el q u e t o d o s los h o m b r e s p u e d a n vivir j u n t o s , e n a r m o n í a , c o m o m i e m b r o s d e u n a m i s m a y ú n i c a f a m i l i a » . E n a l g u n o s a s p e c t o s , la v i s i ó n d e T o y n b e e n o e s t a b a m u y a l e j a d a d e l a d e M a r x . C u a n d o el h i s t o r i a d o r b r i t á n i c o e s c r i b e : «los c o m p o n e n t e s d e l a s o c i e d a d n o s o n l o s s e r e s h u m a n o s , s i n o las r e l a c i o n e s q u e e x i s t e n e n t r e e l l o s » , l o p o d e m o s t r a n s c r i b i r e n la t e m i n o l o g í a m a r x i s t a c o m o : «la s o c i e d a d e s t á e n c e r r a d a e n u n a r e d d e r e l a c i o n e s s o c i a l e s d e p r o d u c c i ó n » . F u e r e l o q u e f u e r e , el a u t o r d e A Study of History p e r c i b e l a s c i v i l i z a c i o n e s c o m o e n t i d a d e s c e r r a d a s , c o m p a r t i m e n tadas unas en relación a otras, m e n c i o n a alrededor de treinta y cuatro « g r a n d e s civilizaciones» d e s d e el a ñ o 3000 a. J . C . h a s t a n u e s t r o s d í a s : p o r e j e m p l o , el E g i p t o f a r a ó n i c o , M e s o p o t a m i a ( d e S u m e r a A s s u r ) , la C h i n a i m p e r i a l , el P e r ú d e l o s i n c a s , el I m p e r i o o t o m a n o , e t c . U n a « g r a n civiliz a c i ó n » p u e d e t e n e r « s a t é l i t e s » ; p o r e j e m p l o , a l r e d e d o r d e la civilización c h i n a , l o s s a t é l i t e s c o r e a n o , j a p o n é s y v i e t n a m i t a . Y las c i v i l i z a c i o n e s n o se s u c e d e n i n e v i t a b l e m e n t e , p u e d e n c o e x i s t i r . E n el siglo x x , c i n c o g r a n d e s civilizaciones s e d i v i d e n el p l a n e t a : O c c i d e n t e , la U n i ó n S o v i é t i c a y s u s z o n a s d e i n f l u e n c i a , el I s l a m , la I n d i a y el E x t r e m o O r i e n t e . T o y n b e e s e p r e g u n t a a c e r c a d e l n a c i m i e n t o d e las c i v i l i z a c i o n e s . E s a q u í d o n d e s e i n t r o d u c e su m o d e l o m á s o r i g i n a l : el m e c a n i s m o d e l « c h a l l e n g e a n d r e s p o n s e » , d e l d e s a f í o y l a r e s p u e s t a . U n a civilización p u e d e a p a r e c e r 85

c u a n d o s e enfrenta a r i a o b s t á c u l o , a u n a p r u e b a ; n a c e de la dificultad y n o d e la facilidad: F r e c u e n t e m e n t e , el desafío p r o c e d e del e n t o r n o natural. C u a n d o , desp u é s d e la g l a c i a c i ó n , los d e s i e r t o s s u s t i t u y e r o n a las r i c a s p r a d e r a s d e l S a h a r a y d e l P r ó x i m o O r i e n t e , las c o m u n i d a d e s d e g a n a d e r o s se n e g a r o n a d e s a p a r e c e r , se h u n d i e r o n e n los m a l s a n o s v a l l e s d e l N i l o y d e l E u f r a t e s , y s e l a n z a r o n a d r e n a r , a h a c e r d i q u e s y c a n a l e s d e las z o n a s p a n t a n o s a s p a r a t r a n s f o r m a r l a s e n c a m p o s c u l t i v a d o s . F u e así c o m o e m e r g i e r o n las civilizaciones d e E g i p t o y d e C a l d e a . D e l a m i s m a m a n e r a , los m a y a s t u v i e r o n q u e d e s f o r e s t a r la selva v i r g e n a n t e s d e c o n s t r u i r las c i u d a d e s d e l Y u c a t á n ; los i n c a s i n s t a l a r o n sus t e m p l o s y sus p a l a c i o s e n el a l t i p l a n o , m u y p o c o h o s p i t a l a r i o , d e los A n d e s ; l o s p r u s i a n o s r e c u p e r a r o n las t i e r r a s frías y h ú m e d a s d e l B r a n d e b u r g o . A v e c e s , el d e t e r n i n i s m o p u e d e ser d e o r d e n h u m a n o . L o s a q u e o s , a ú n b á r b a r o s , a p l a s t a r o n a l o s c r e t e n s e s , m á s refin a d o s , s u p e r a r o n el o b s t á c u l o d e l e s p a c i o m a r í t i m o y e d i f i c a r o n la b r i l l a n t e civilización h e l é n i c a a l r e d e d o r d e la c u e n c a d e l E g e o . L o s t u r c o s sufrier o n el e s p a n t o s o c h o q u e d e los m o g o l e s , l o g r a r o n s o b r e v i v i r y , m e d i o siglo m á s t a r d e , i n i c i a r o n la c o n s t r u c c i ó n d e l I m p e r i o o t o m a n o . Si s e g u i m o s a T o y n b e e , « c u a n t o m a y o r es la d i f i c u l t a d , m á s p o d e r o s o se h a c e el e s t í m u l o » . P e r o n o s p o d e m o s p r e g u n t a r si la l e y d e « c h a l l e n g e a n d r e s p o n s e » a c t ú a en c u a l q u i e r c i r c u n s t a n c i a . L a civilización c r i s t i a n a o c c i d e n t a l , q u e flor e c i ó a l r e d e d o r d e P a r í s y L o n d r e s , se e s t a b l e c i ó e n t i e r r a s f é r t i l e s , d e clim a t e m p l a d o y n o h a sufrido i n v a s i o n e s d o l o r o s a s . E n e s t e c a s o , c o n o c e m o s la « r e s p u e s t a » , p e r o b u s c a m o s e n v a n o el « d e s a f í o » . :

D e s p u é s d e l decisivo m o m e n t o d e l n a c i m i e n t o , t o d a civilización se c o m p r o m e t e e n u n p r o c e s o d e c r e c i m i e n t o . A v e c e s , el d e s a f í o es d e m a s i a d o difícil d e s u p e r a r y la civilización « a b o r t a » o « q u e d a e n s u s p e n s o » : así l o s e s q u i m a l e s i n t e n t a r o n v e n c e r el e n t o r n o p o l a r d e m a s i a d o i n h u m a n o , y s ó l o h a n l o g r a d o m a n t e n e r rígidas e s t r u c t u r a s d e s u p e r v i v e n c i a ; l o s p o l i n e s i o s d e la isla d e P a s c u a n o p u d i e r o n d o m i n a r la i n m e n s i d a d d e l P a c í f i c o , se m a n t u v i e r o n aislados y d e s a p a r e c i e r o n ; los celtas t u v i e r o n q u e enfrentarse a d e m a s i a d o s a s a l t o s — l o s r o m a n o s , los g e r m a n o s , l o s v i k i n g o s — y sus i n s t i t u c i o n e s n o l o g r a r o n a l c a n z a r la m a d u r e z . C u a n d o el e s t í m u l o es suficient e , sin ser e x c e s i v o , la civilización se d e s a r r o l l a : c o n t r o l a c a d a v e z m á s el e n t o r n o n a t u r a l y a u m e n t a las p r o d u c c i o n e s m a t e r i a l e s ; e l a b o r a i n s t i t u c i o n e s civiles, m i l i t a r e s y r e l i g i o s a s c a d a v e z m á s c o m p l e j a s ; c r e a a b u n d a n t e s o b r a s l i t e r a r i a s y a r t í s t i c a s . E l m o v i m i e n t o es l a n z a d o p o r p e r s o n a l i d a d e s excepcionales —Confucio, San Pablo, M a h o m a , Lenin, e t c . — o por minorías i n n o v a d o r a s — l o s a r i s t ó c r a t a s g r i e g o s , los j u n k e r s p r u s i a n o s , l o s b o l c h e v i q u e s , e t c . — . E n el p e r í o d o d e c r e c i m i e n t o p o d e m o s d i s t i n g u i r t r e s v a riantes p r i n c i p a l e s : 1) el m o d e l o h e l é n i c o , c a r a c t e r i z a d o p o r el p a s o d e u n i d a d e s p o l í t i c a s r e s t r i n g i d a s , las c i u d a d e s - e s t a d o , a u n i m p e r i o m u n d i a l ( e n e s t e c a s o , el M e d i t e r r á n e o h e l e n í s t i c o y r o m a n o ) ; 2 ) el m o d e l o c h i n o , m a r c a d o p o r la a l t e r n a n c i a , e n p e r í o d o s d e l a r g a d u r a c i ó n , d e d e c a d e n c i a s y d e r e n a c i m i e n t o s d e u n e s t a d o c o n v o c a c i ó n u n i v e r s a l ; 3) el m o d e l o j u d í o , l i g a d o al f e n ó m e n o d e la « d i á s p o r a » , e n el q u e el g r u p o h u m a n o , p r i v a d o d e u n t e r r i t o r i o n a c i o n a l , i n t e n t a p r e s e r v a r su i d e n t i d a d g r a c i a s a l a e s t r i c t a o b s e r v a n c i a d e u n a r e l i g i ó n y d e u n a m a n e r a d e vivir.

n e s » . M i e n t r a s q u e , s e g ú n S p e n g l e r , u n a civilización p e r e c e p o r q u e es víct i m a d e l e n v e j e c i m i e n t o b i o l ó g i c o , s e g ú n T o y n b e e , u n a civilización d e c l i n a p o r q u e q u i e r e , p o r q u e se a b a n d o n a . A t e n a s , V e n e c i a o C o n s t a n t i n o p l a s e h u n d i e r o n , r e n u n c i a r o n a d e f e n d e r s e p o r q u e s ó l o s o ñ a b a n c o n sus p a s a d a s g l o r i a s . E s p e l i g r o s o p a r a u n a c i v i l i z a c i ó n d o r m i r s e e n sus l a u r e l e s . L o s signos p r e c u r s o r e s d e la d e g e n e r a c i ó n son los conflictos sociales, las g u e r r a s civiles o la f o r m a c i ó n d e i m p e r i o s m i l i t a r e s : l o s d e los a q u e m é n i d a s , d e l o s r o m a n o s , de los g u p t a s . E n el ú l t i m o e s t a d i o , dos agentes se p u e d e n enc a r g a r d e la e j e c u c i ó n : o b i e n u n p r o l e t a r i a d o i n t e r i o r , o b i e n u n p r o l e t a r i a d o e x t e r i o r , o l o s d o s a l a v e z . A s í , d e l o s siglos n i al V d. J. C , las r e v u e l t a s d e l o s c r i s t i a n o s , l o s b a g a u d a s y o t r a s c a p a s p o p u l a r e s e n el i n t e r i o r d e las p r o v i n c i a s y las i n v a s i o n e s d e l o s g o d o s , l o s a l a m a n o s , v á n d a l o s y o t r o s b á r b a r o s q u e f r a n q u e a r o n las f r o n t e r a s , s u m a r o n s u s e f e c t o s p a r a p r o v o c a r la c a í d a d e l I m p e r i o r o m a n o . E n n u e s t r a é p o c a , e n el siglo XX, l o s d e r r a m a m i e n t o s d e s a n g r e y las d e s t r u c c i o n e s d e l a s d o s g r a n d e s g u e r r a s y l o s c h o q u e s d e las l u c h a s o b r e r a s , q u e a n u n c i a n las r e v o l u c i o n e s socialist a s , i n c l u s o c o m u n i s t a s ( c u r i o s a m e n t e , el a u t o r n o d i c e n i p a l a b r a d e las a t r o c e s m a q u i n a c i o n e s f a s c i s t a s ) , e v i d e n c i a n el d e b i l i t a m i e n t o d e la E u r o p a o c c i d e n t a l . E n d e f i n i t i v a , t a n t o T o y n b e e c o m o S p e n g l e r c o n s t a t a n el r e t r o c e s o d e la V i e j a E u r o p a y l a a s c e n s i ó n al p o d e r d e l o s E s t a d o s U n i d o s y d e la U n i ó n Soviética. L o h e m o s s e ñ a l a d o , S p e n g l e r p u b l i c ó La decadencia de Occidente al d í a siguiente d e la d e r r o t a del S e g u n d o R e i c h a l e m á n . T o y n b e e r e d a c t a su A Study of History, d e s d e l o s i n i c i o s d e l o s a ñ o s t r e i n t a a finales d e l o s cinc u e n t a , e n la é p o c a e n q u e l a G r a n B r e t a ñ a p e r d í a su i m p e r i o c o l o n i a l . N o s o n s i m p l e s c o i n c i d e n c i a s . L o s d o s a u t o r e s d e d u c e n d e sus p r o p i a s e x p e riencias la c o n v i c c i ó n d e q u e « l a s c i v i l i z a c i o n e s s o n m o r t a l e s » . S i n e m b a r go, mientras que Spengler cae en u n nihilismo fuertemente teñido d e r a c i s m o y x e n o f o b i a , T o y n b e e n o se a b a n d o n a al p e s i m i s m o y se v u e l v e h a c i a el d e í s m o . A l final d e s u o b r a , T o y n b e e se i n t e r e s a p o r las r e l i g i o n e s u n i v e r s a l e s — e l b u d i s m o , el i s l a m , el c r i s t i a n i s m o — q u e s o b r e v i v e n a l o s i m p e r i o s , h a c e n nacer n u e v a s civilizaciones y p e r m i t e n acceder a realidad e s e s p i r i t u a l e s s u p e r i o r e s . C i e r t a m e n t e , l a I g l e s i a t e r r e n a l n u n c a s e r á la p e r f e c t a t r a s p o s i c i ó n d e l a C i u d a d d e D i o s . P e r o T o y n b e e llega a l a c o n c l u s i ó n d e q u e el o b j e t i v o d e la r e l i g i ó n es s a l v a r las a l m a s , n o las i n s t i t u c i o n e s : « E l s e n t i d o d e la h i s t o r i a e s h a c e r d e l m u n d o u n a p r o v i n c i a d e l r e i n o d e D i o s (...) L o s h o m b r e s s o n s ó l o p e o n e s r e d u c i d o s a la i m p o t e n c i a , e n l a g r a n p a r t i d a q u e D i o s j u e g a s o b r e el t a b l e r o d e l o s d í a s y d e l a s n o ches, m o v i é n d o l o s en t o d o s los sentidos, inmovilizándolos, r e t i r á n d o l o s y v o l v i é n d o l o s a p o n e r , u n o a u n o , e n s u c a j a . » A Study of History, q u e al p r i n c i p i o se p r e s e n t a c o m o u n a filosofía d e l a h i s t o r i a , e n s e ñ a d a d e m a n e r a e m p í r i c a , d e s e m b o c a al final e n u n a t e o l o g í a d e la h i s t o r i a , f u n d a d a s o bre u n providencialismo de aspecto arcaico.

D e s p u é s del n a c i m i e n t o y del crecimiento v i e n e la d e c a d e n c i a . C o m o se h a s u b r a y a d o i r ó n i c a m e n t e , T o y n b e e es « u n g r a n a s e s i n o d e civilizacio86

87

c u a n d o s e enfrenta a r i a o b s t á c u l o , a u n a p r u e b a ; n a c e de la dificultad y n o d e la facilidad: F r e c u e n t e m e n t e , el desafío p r o c e d e del e n t o r n o natural. C u a n d o , desp u é s d e la g l a c i a c i ó n , los d e s i e r t o s s u s t i t u y e r o n a las r i c a s p r a d e r a s d e l S a h a r a y d e l P r ó x i m o O r i e n t e , las c o m u n i d a d e s d e g a n a d e r o s se n e g a r o n a d e s a p a r e c e r , se h u n d i e r o n e n los m a l s a n o s v a l l e s d e l N i l o y d e l E u f r a t e s , y s e l a n z a r o n a d r e n a r , a h a c e r d i q u e s y c a n a l e s d e las z o n a s p a n t a n o s a s p a r a t r a n s f o r m a r l a s e n c a m p o s c u l t i v a d o s . F u e así c o m o e m e r g i e r o n las civilizaciones d e E g i p t o y d e C a l d e a . D e l a m i s m a m a n e r a , los m a y a s t u v i e r o n q u e d e s f o r e s t a r la selva v i r g e n a n t e s d e c o n s t r u i r las c i u d a d e s d e l Y u c a t á n ; los i n c a s i n s t a l a r o n sus t e m p l o s y sus p a l a c i o s e n el a l t i p l a n o , m u y p o c o h o s p i t a l a r i o , d e los A n d e s ; l o s p r u s i a n o s r e c u p e r a r o n las t i e r r a s frías y h ú m e d a s d e l B r a n d e b u r g o . A v e c e s , el d e t e r n i n i s m o p u e d e ser d e o r d e n h u m a n o . L o s a q u e o s , a ú n b á r b a r o s , a p l a s t a r o n a l o s c r e t e n s e s , m á s refin a d o s , s u p e r a r o n el o b s t á c u l o d e l e s p a c i o m a r í t i m o y e d i f i c a r o n la b r i l l a n t e civilización h e l é n i c a a l r e d e d o r d e la c u e n c a d e l E g e o . L o s t u r c o s sufrier o n el e s p a n t o s o c h o q u e d e los m o g o l e s , l o g r a r o n s o b r e v i v i r y , m e d i o siglo m á s t a r d e , i n i c i a r o n la c o n s t r u c c i ó n d e l I m p e r i o o t o m a n o . Si s e g u i m o s a T o y n b e e , « c u a n t o m a y o r es la d i f i c u l t a d , m á s p o d e r o s o se h a c e el e s t í m u l o » . P e r o n o s p o d e m o s p r e g u n t a r si la l e y d e « c h a l l e n g e a n d r e s p o n s e » a c t ú a en c u a l q u i e r c i r c u n s t a n c i a . L a civilización c r i s t i a n a o c c i d e n t a l , q u e flor e c i ó a l r e d e d o r d e P a r í s y L o n d r e s , se e s t a b l e c i ó e n t i e r r a s f é r t i l e s , d e clim a t e m p l a d o y n o h a sufrido i n v a s i o n e s d o l o r o s a s . E n e s t e c a s o , c o n o c e m o s la « r e s p u e s t a » , p e r o b u s c a m o s e n v a n o el « d e s a f í o » . :

D e s p u é s d e l decisivo m o m e n t o d e l n a c i m i e n t o , t o d a civilización se c o m p r o m e t e e n u n p r o c e s o d e c r e c i m i e n t o . A v e c e s , el d e s a f í o es d e m a s i a d o difícil d e s u p e r a r y la civilización « a b o r t a » o « q u e d a e n s u s p e n s o » : así l o s e s q u i m a l e s i n t e n t a r o n v e n c e r el e n t o r n o p o l a r d e m a s i a d o i n h u m a n o , y s ó l o h a n l o g r a d o m a n t e n e r rígidas e s t r u c t u r a s d e s u p e r v i v e n c i a ; l o s p o l i n e s i o s d e la isla d e P a s c u a n o p u d i e r o n d o m i n a r la i n m e n s i d a d d e l P a c í f i c o , se m a n t u v i e r o n aislados y d e s a p a r e c i e r o n ; los celtas t u v i e r o n q u e enfrentarse a d e m a s i a d o s a s a l t o s — l o s r o m a n o s , los g e r m a n o s , l o s v i k i n g o s — y sus i n s t i t u c i o n e s n o l o g r a r o n a l c a n z a r la m a d u r e z . C u a n d o el e s t í m u l o es suficient e , sin ser e x c e s i v o , la civilización se d e s a r r o l l a : c o n t r o l a c a d a v e z m á s el e n t o r n o n a t u r a l y a u m e n t a las p r o d u c c i o n e s m a t e r i a l e s ; e l a b o r a i n s t i t u c i o n e s civiles, m i l i t a r e s y r e l i g i o s a s c a d a v e z m á s c o m p l e j a s ; c r e a a b u n d a n t e s o b r a s l i t e r a r i a s y a r t í s t i c a s . E l m o v i m i e n t o es l a n z a d o p o r p e r s o n a l i d a d e s excepcionales —Confucio, San Pablo, M a h o m a , Lenin, e t c . — o por minorías i n n o v a d o r a s — l o s a r i s t ó c r a t a s g r i e g o s , los j u n k e r s p r u s i a n o s , l o s b o l c h e v i q u e s , e t c . — . E n el p e r í o d o d e c r e c i m i e n t o p o d e m o s d i s t i n g u i r t r e s v a riantes p r i n c i p a l e s : 1) el m o d e l o h e l é n i c o , c a r a c t e r i z a d o p o r el p a s o d e u n i d a d e s p o l í t i c a s r e s t r i n g i d a s , las c i u d a d e s - e s t a d o , a u n i m p e r i o m u n d i a l ( e n e s t e c a s o , el M e d i t e r r á n e o h e l e n í s t i c o y r o m a n o ) ; 2 ) el m o d e l o c h i n o , m a r c a d o p o r la a l t e r n a n c i a , e n p e r í o d o s d e l a r g a d u r a c i ó n , d e d e c a d e n c i a s y d e r e n a c i m i e n t o s d e u n e s t a d o c o n v o c a c i ó n u n i v e r s a l ; 3) el m o d e l o j u d í o , l i g a d o al f e n ó m e n o d e la « d i á s p o r a » , e n el q u e el g r u p o h u m a n o , p r i v a d o d e u n t e r r i t o r i o n a c i o n a l , i n t e n t a p r e s e r v a r su i d e n t i d a d g r a c i a s a l a e s t r i c t a o b s e r v a n c i a d e u n a r e l i g i ó n y d e u n a m a n e r a d e vivir.

n e s » . M i e n t r a s q u e , s e g ú n S p e n g l e r , u n a civilización p e r e c e p o r q u e es víct i m a d e l e n v e j e c i m i e n t o b i o l ó g i c o , s e g ú n T o y n b e e , u n a civilización d e c l i n a p o r q u e q u i e r e , p o r q u e se a b a n d o n a . A t e n a s , V e n e c i a o C o n s t a n t i n o p l a s e h u n d i e r o n , r e n u n c i a r o n a d e f e n d e r s e p o r q u e s ó l o s o ñ a b a n c o n sus p a s a d a s g l o r i a s . E s p e l i g r o s o p a r a u n a c i v i l i z a c i ó n d o r m i r s e e n sus l a u r e l e s . L o s signos p r e c u r s o r e s d e la d e g e n e r a c i ó n son los conflictos sociales, las g u e r r a s civiles o la f o r m a c i ó n d e i m p e r i o s m i l i t a r e s : l o s d e los a q u e m é n i d a s , d e l o s r o m a n o s , de los g u p t a s . E n el ú l t i m o e s t a d i o , dos agentes se p u e d e n enc a r g a r d e la e j e c u c i ó n : o b i e n u n p r o l e t a r i a d o i n t e r i o r , o b i e n u n p r o l e t a r i a d o e x t e r i o r , o l o s d o s a l a v e z . A s í , d e l o s siglos n i al V d. J. C , las r e v u e l t a s d e l o s c r i s t i a n o s , l o s b a g a u d a s y o t r a s c a p a s p o p u l a r e s e n el i n t e r i o r d e las p r o v i n c i a s y las i n v a s i o n e s d e l o s g o d o s , l o s a l a m a n o s , v á n d a l o s y o t r o s b á r b a r o s q u e f r a n q u e a r o n las f r o n t e r a s , s u m a r o n s u s e f e c t o s p a r a p r o v o c a r la c a í d a d e l I m p e r i o r o m a n o . E n n u e s t r a é p o c a , e n el siglo XX, l o s d e r r a m a m i e n t o s d e s a n g r e y las d e s t r u c c i o n e s d e l a s d o s g r a n d e s g u e r r a s y l o s c h o q u e s d e las l u c h a s o b r e r a s , q u e a n u n c i a n las r e v o l u c i o n e s socialist a s , i n c l u s o c o m u n i s t a s ( c u r i o s a m e n t e , el a u t o r n o d i c e n i p a l a b r a d e las a t r o c e s m a q u i n a c i o n e s f a s c i s t a s ) , e v i d e n c i a n el d e b i l i t a m i e n t o d e la E u r o p a o c c i d e n t a l . E n d e f i n i t i v a , t a n t o T o y n b e e c o m o S p e n g l e r c o n s t a t a n el r e t r o c e s o d e la V i e j a E u r o p a y l a a s c e n s i ó n al p o d e r d e l o s E s t a d o s U n i d o s y d e la U n i ó n Soviética. L o h e m o s s e ñ a l a d o , S p e n g l e r p u b l i c ó La decadencia de Occidente al d í a siguiente d e la d e r r o t a del S e g u n d o R e i c h a l e m á n . T o y n b e e r e d a c t a su A Study of History, d e s d e l o s i n i c i o s d e l o s a ñ o s t r e i n t a a finales d e l o s cinc u e n t a , e n la é p o c a e n q u e l a G r a n B r e t a ñ a p e r d í a su i m p e r i o c o l o n i a l . N o s o n s i m p l e s c o i n c i d e n c i a s . L o s d o s a u t o r e s d e d u c e n d e sus p r o p i a s e x p e riencias la c o n v i c c i ó n d e q u e « l a s c i v i l i z a c i o n e s s o n m o r t a l e s » . S i n e m b a r go, mientras que Spengler cae en u n nihilismo fuertemente teñido d e r a c i s m o y x e n o f o b i a , T o y n b e e n o se a b a n d o n a al p e s i m i s m o y se v u e l v e h a c i a el d e í s m o . A l final d e s u o b r a , T o y n b e e se i n t e r e s a p o r las r e l i g i o n e s u n i v e r s a l e s — e l b u d i s m o , el i s l a m , el c r i s t i a n i s m o — q u e s o b r e v i v e n a l o s i m p e r i o s , h a c e n nacer n u e v a s civilizaciones y p e r m i t e n acceder a realidad e s e s p i r i t u a l e s s u p e r i o r e s . C i e r t a m e n t e , l a I g l e s i a t e r r e n a l n u n c a s e r á la p e r f e c t a t r a s p o s i c i ó n d e l a C i u d a d d e D i o s . P e r o T o y n b e e llega a l a c o n c l u s i ó n d e q u e el o b j e t i v o d e la r e l i g i ó n es s a l v a r las a l m a s , n o las i n s t i t u c i o n e s : « E l s e n t i d o d e la h i s t o r i a e s h a c e r d e l m u n d o u n a p r o v i n c i a d e l r e i n o d e D i o s (...) L o s h o m b r e s s o n s ó l o p e o n e s r e d u c i d o s a la i m p o t e n c i a , e n l a g r a n p a r t i d a q u e D i o s j u e g a s o b r e el t a b l e r o d e l o s d í a s y d e l a s n o ches, m o v i é n d o l o s en t o d o s los sentidos, inmovilizándolos, r e t i r á n d o l o s y v o l v i é n d o l o s a p o n e r , u n o a u n o , e n s u c a j a . » A Study of History, q u e al p r i n c i p i o se p r e s e n t a c o m o u n a filosofía d e l a h i s t o r i a , e n s e ñ a d a d e m a n e r a e m p í r i c a , d e s e m b o c a al final e n u n a t e o l o g í a d e la h i s t o r i a , f u n d a d a s o bre u n providencialismo de aspecto arcaico.

D e s p u é s del n a c i m i e n t o y del crecimiento v i e n e la d e c a d e n c i a . C o m o se h a s u b r a y a d o i r ó n i c a m e n t e , T o y n b e e es « u n g r a n a s e s i n o d e civilizacio86

87

CAPÍTULO 6

LA HISTORIA ERUDITA DESDE MABILLON FUSTEL D E

A

COULANGES

L o s límites impuestos a este capítulo son n e c e s a r i a m e n t e un t a n t o arbitrarios, a u n q u e n o falten a r g u m e n t o s p a r a justificarlos. D e e n t r a d a , n o s a p o y a r e m o s e n la a u t o r i d a d d e M a r c B l o c h q u e v e í a e n el a ñ o 1 6 8 1 , a ñ o d e l a p u b l i c a c i ó n d e l De re diplomática, de D o m Mabillon, un gran hito e n la h i s t o r i a d e l e s p í r i t u h u m a n o , « y a q u e e n e s t a o c a s i ó n » se e s t a b l e c i ó d e f i n i t i v a m e n t e la crítica d e l o s d o c u m e n t o s d e a r c h i v o . Y h a y q u e s a l u d a r e s t e m o m e n t o e n el q u e la d u d a s i s t e m á t i c a s e c o n v i e r t e e n m é t o d o d e i n v e s t i g a c i ó n y n o s v i m o s l i b e r a d o s d e l v i e j o « s e d i c e » . Sin e m b a r g o , n a d a n o s i m p i d e r e m o n t a r n o s m á s a t r á s e n n u e s t r a i n v e s t i g a c i ó n . D e s d e el siglo XVI se o b s e r v a u n a e r u d i c i ó n m e t ó d i c a j u n t o a o t r a « c o n f u s a y d e s o r d e n a d a » . Se a p o y a la p r i m e r a en textos m á s s e g u r o s , u s a diccionarios, se p r e o c u p a d e l a epigrafía y l a n u m i s m á t i c a , i n v a l i d a v i e j a s l e y e n d a s , c o m o la del origen t r o y a n o d e los francos. Y a J e a n B o d i n , p r e o c u p a d o p o r r e m o n t a r s e d e s d e l o s h e c h o s a s u s c a u s a s , s e i n t e r r o g a a c e r c a d e l «oficio d e l historiador»; t o d a v í a m á s L a n c e l o t d e la P o p e l i n i é r e , p a r a q u i e n u n simple r e l a t o n o s e r í a u n a historia perfecta. Se asigna la t a r e a d e « m e n o s c o n t a r y m á s c o m p r e n d e r y h a c e r c o m p r e n d e r » . E n c u a n t o al K m i t e i n f e r i o r p o d e m o s invocar la a u t o r i d a d d e Fustel d e C o u l a n g e s . ¿ A c a s o n o escribía e n 1872: « L a h i s t o r i a q u e a m a m o s es l a v e r d a d e r a c i e n c i a f r a n c e s a d e a n t a ñ o , la e r u d i c i ó n t a n t r a n q u i l a , t a n s i m p l e , t a n a l t a d e n u e s t r o s b e n e d i c t i n o s , d e n u e s t r a A c a d e m i a d e I n s c r i p c i o n e s (...) q u e s e m b r a r o n , p o r así d e c i r l o , t o d a la e r u d i c i ó n d e n u e s t r o s d í a s » ? E n las p á g i n a s s i g u i e n t e s p r e t e n d e m o s d e m o s t r a r q u e l o s o r í g e n e s d e la escuela metódica de los historiadores profesionales, f r e c u e n t e m e n t e llam a d a « p o s i t i v i s t a » , e s t á m á s e n r e l a c i ó n c o n l o s e r u d i t o s d e l siglo x v m q u e c o n los escritos d e A u g u s t o C o m t e . E n s e g u n d o lugar, esta escuela, q u e sin d u d a u t i l i z ó a l g u n a s f ó r m u l a s d e é s t e , h e r e d ó d e los p r i m e r o s sus p r o c e d i m i e n t o s d e la crítica t e x t u a l y la p r á c t i c a d e la d u d a m e t ó d i c a e n el e x a m e n d e los t e s t i m o n i o s . A d e m á s , n o p o d r e m o s i g n o r a r u n a c i e r t a r e l a c i ó n i n s t i t u c i o n a l e n t r e i o s c í r c u l o s e r u d i t o s d e l siglo x v i l l y las s o c i e d a d e s c i e n tíficas d e l x i x . H a y q u e m e n c i o n a r q u e e n t r e 1680 y 1 7 8 0 , a l g u n o s h i s t o riadores se s i n t i e r o n t e n t a d o s p o r p e r s p e c t i v a s m á s a m p l i a s q u e las d e l a e r u d i c i ó n s i l e n c i o s a . A s p i r a r o n a e s t u d i a r las c o s t u m b r e s y l a civilización 89

CAPÍTULO 6

LA HISTORIA ERUDITA DESDE MABILLON FUSTEL D E

A

COULANGES

L o s límites impuestos a este capítulo son n e c e s a r i a m e n t e un t a n t o arbitrarios, a u n q u e n o falten a r g u m e n t o s p a r a justificarlos. D e e n t r a d a , n o s a p o y a r e m o s e n la a u t o r i d a d d e M a r c B l o c h q u e v e í a e n el a ñ o 1 6 8 1 , a ñ o d e l a p u b l i c a c i ó n d e l De re diplomática, de D o m Mabillon, un gran hito e n la h i s t o r i a d e l e s p í r i t u h u m a n o , « y a q u e e n e s t a o c a s i ó n » se e s t a b l e c i ó d e f i n i t i v a m e n t e la crítica d e l o s d o c u m e n t o s d e a r c h i v o . Y h a y q u e s a l u d a r e s t e m o m e n t o e n el q u e la d u d a s i s t e m á t i c a s e c o n v i e r t e e n m é t o d o d e i n v e s t i g a c i ó n y n o s v i m o s l i b e r a d o s d e l v i e j o « s e d i c e » . Sin e m b a r g o , n a d a n o s i m p i d e r e m o n t a r n o s m á s a t r á s e n n u e s t r a i n v e s t i g a c i ó n . D e s d e el siglo XVI se o b s e r v a u n a e r u d i c i ó n m e t ó d i c a j u n t o a o t r a « c o n f u s a y d e s o r d e n a d a » . Se a p o y a la p r i m e r a en textos m á s s e g u r o s , u s a diccionarios, se p r e o c u p a d e l a epigrafía y l a n u m i s m á t i c a , i n v a l i d a v i e j a s l e y e n d a s , c o m o la del origen t r o y a n o d e los francos. Y a J e a n B o d i n , p r e o c u p a d o p o r r e m o n t a r s e d e s d e l o s h e c h o s a s u s c a u s a s , s e i n t e r r o g a a c e r c a d e l «oficio d e l historiador»; t o d a v í a m á s L a n c e l o t d e la P o p e l i n i é r e , p a r a q u i e n u n simple r e l a t o n o s e r í a u n a historia perfecta. Se asigna la t a r e a d e « m e n o s c o n t a r y m á s c o m p r e n d e r y h a c e r c o m p r e n d e r » . E n c u a n t o al K m i t e i n f e r i o r p o d e m o s invocar la a u t o r i d a d d e Fustel d e C o u l a n g e s . ¿ A c a s o n o escribía e n 1872: « L a h i s t o r i a q u e a m a m o s es l a v e r d a d e r a c i e n c i a f r a n c e s a d e a n t a ñ o , la e r u d i c i ó n t a n t r a n q u i l a , t a n s i m p l e , t a n a l t a d e n u e s t r o s b e n e d i c t i n o s , d e n u e s t r a A c a d e m i a d e I n s c r i p c i o n e s (...) q u e s e m b r a r o n , p o r así d e c i r l o , t o d a la e r u d i c i ó n d e n u e s t r o s d í a s » ? E n las p á g i n a s s i g u i e n t e s p r e t e n d e m o s d e m o s t r a r q u e l o s o r í g e n e s d e la escuela metódica de los historiadores profesionales, f r e c u e n t e m e n t e llam a d a « p o s i t i v i s t a » , e s t á m á s e n r e l a c i ó n c o n l o s e r u d i t o s d e l siglo x v m q u e c o n los escritos d e A u g u s t o C o m t e . E n s e g u n d o lugar, esta escuela, q u e sin d u d a u t i l i z ó a l g u n a s f ó r m u l a s d e é s t e , h e r e d ó d e los p r i m e r o s sus p r o c e d i m i e n t o s d e la crítica t e x t u a l y la p r á c t i c a d e la d u d a m e t ó d i c a e n el e x a m e n d e los t e s t i m o n i o s . A d e m á s , n o p o d r e m o s i g n o r a r u n a c i e r t a r e l a c i ó n i n s t i t u c i o n a l e n t r e i o s c í r c u l o s e r u d i t o s d e l siglo x v i l l y las s o c i e d a d e s c i e n tíficas d e l x i x . H a y q u e m e n c i o n a r q u e e n t r e 1680 y 1 7 8 0 , a l g u n o s h i s t o riadores se s i n t i e r o n t e n t a d o s p o r p e r s p e c t i v a s m á s a m p l i a s q u e las d e l a e r u d i c i ó n s i l e n c i o s a . A s p i r a r o n a e s t u d i a r las c o s t u m b r e s y l a civilización 89

e n g e n e r a l . V o l t a i r e es r e p r e s e n t a t i v o a e s t e r e s p e c t o : c o m o los e r u d i t o s , se p r e o c u p a p o r la n a r r a c i ó n e x a c t a ; c o m o filósofo, e s t á a b i e r t o a t o d o lo q u e es h u m a n o . H a b r á q u e m e n c i o n a r a q u í a t o d o s l o s q u e p r e s i n t i e r o n las exigencias d e la historia global.

1.

O B S T Á C U L O S P A R A E L D E S A R R O L L O D E L A HISTORIA M E T Ó D I C A (XVH y XVHI)

-

A l g u n a s d e e s t a s t r a b a s s o n « h e r e d a d e s » , t a l e s c o m o el f r e n o i n t e l e c t u a l c o n s t i t u i d o p o r la h i s t o r i a p r o v i d e n c i a l i s t a , c u y o s e s q u e m a s d e p e n s a m i e n t o p r o c e d e n d e los t e ó l o g o s m e d i e v a l e s , c o m o el f u n c i o n a m i e n t o circ u l a r d e l p e n s a m i e n t o s i m b ó l i c o , t o d a v í a e n b o g a e n el siglo x v i : « E l m u n d o s e e n r o s c a b a e n sí m i s m o ; la t i e r r a r e f l e j a b a el c i e l o , los r o s t r o s se m i r a b a n e n las e s t r e l l a s , y l a h i e r b a e n v o l v í a e n sus t a l l o s los s e c r e t o s q u e s e r v í a n al h o m b r e » ( M . F o u c a u l t ) . L a s a b i d u r í a se c o n v e r t í a así e n p r i s i o n e r a d e las « g r a n d e s figuras c i r c u l a r e s » . E l e s f u e r z o d e l e s p í r i t u c o n s i s t e e n « r e v e l a r las firmas», p u e s t a s s o b r e las c o s a s , y p r o c e d e r a su « d e s c i f r a m i e n t o » . H a y o t r a s t r a b a s p r o p i a s d e l p e n s a m i e n t o c l á s i c o , el c u a l es p o c o f a v o r a b l e a la h i s t o r i a . A q u é l « t i e n d e a lo p e r m a n e n t e y a lo u n i v e r s a l » , m i e n t r a s q u e la h i s t o r i a « p a r e c e el l u g a r d e l o c o n t i n g e n t e y lo p a r t i c u l a r » . A s í s e c o m p r e n d e q u e l a n o c i ó n d e Orden t o m e el r e l e v o al d e Similitud como c a t e g o r í a f u n d a m e n t a l d e l p e n s a m i e n t o . A h o r a b i e n , el o r d e n se a c o m o d a m a l al c a m b i o , ley i m p e r i o s a d e la h i s t o r i a . A d e m á s , las c i e n c i a s d e l a n a t u r a l e z a a v a n z a n r á p i d a m e n t e y s u p r e s t i g i o s u p e r a al d e l a h i s t o r i a , c o n s i d e r a d a c o m o l a p a r i e n t e p o b r e , c i e n c i a s e p u l t a d a e n los l i b r o s , t o t a l m e n t e d e p e n d i e n t e d e la m e m o r i a , según Pascal. P o r t a n t o , la h i s t o r i a e s t á r e l a c i o n a d a c o n las l e t r a s . E n f u n c i ó n d e e s t e p r e j u i c i o l i t e r a r i o , se i n t e n t a h a c e r u n a o b r a b e l l a a n t e s q u e u n a o b r a e x a c t a y m i n u c i o s a . H a s t a el p u n t o d e q u e los h i s t o r i a d o r e s f a m o s o s d e s p r e c i a n la e r u d i c i ó n y h a c e n p o c o c a s o d e l o s d o c u m e n t o s o r i g i n a l e s . E l g é n e r o h i s t ó r i c o t i e n e a s í sus o r a d o r e s , p a r a los q u e la h i s t o r i a s ó l o es « u n c o n j u n t o d e a c o n t e c i m i e n t o s m a r a v i l l o s o s (...) d r a m a s d e t o d a s c l a s e s , g u e r r a s , r e b e l i o n e s , a l t e r a c i o n e s , p r o c e s o s , a m o r e s » ( P . H a z a r d ) . T i e n e t a m b i é n sus c o m p i l a d o r e s , c o m o R o l l i n , d e n u n c i a d o p o r V o l t a i r e e n sus Nouvelles considérations sur l'Histoire, e n 1774, q u e p l a g i a a d i f e r e n t e s a u t o r e s p a r a c o m p o n e r su Histoire ancienne, repitiendo «célebres tonterías que a b u n d a n en l o s h i s t o r i a d o r e s a n t i g u o s » , y t i e n e a a q u e l l o s q u e p o n e n «la h i s t o r i a e n pild o r a s » r e s u m i e n d o la h i s t o r i a civil, n a t u r a l , p o l í t i c a , e t c . , d e t o d o s l o s p u e b l o s , c o m o el p a d r e B u f f i e r , q u e p r e t e n d e q u e sólo l a p a l a b r a Rabismaf perm i t e r e c o r d a r la s u c e s i ó n d e los r e y e s d e A r a g ó n y d e sus c o n q u i s t a s . O t r o s p o n e n la h i s t o r i a d e F r a n c i a e n v e r s o . A s í se a f i r m a a c e r c a d e F a r a m o n d , p r e s u n t o f u n d a d o r d e l e s t a d o f r a n c o e n el a ñ o 4 8 0 , d. J. C : « P o r l a ley sálica, q u e s i e m p r e se s i g u i ó , p r o h i b i ó a las m u j e r e s a c c e d e r al t r o n o . » O t r o s c o m p o n e n listas d e n o m b r e s y r e s ú m e n e s c r o n o l ó g i c o s , l l e n o s d e f e c h a s inexactas y d e acontecimientos d u d o s o s . Se p r e o c u p a r o n s o b r e t o d o p o r escribir Disertaciones para ser leídas, y p r o c l a m a n , c o m o el a b a d G o y e r e n 1755: « L a e r u d i c i ó n , las e s p i n o s a s i n v e s t i g a c i o n e s n o s f a t i g a n , y p r e f e r i m o s c o r r e r l i g e r a m e n t e s o b r e las s u p e r f i c i e s q u e e n c e r r a r n o s p e s a d a m e n t e e n las p r o f u n d i d a d e s . » 90

T a m b i é n h a y o t r o p e l i g r o q u e a m e n a z a a l a h i s t o r i a : su s u b o r d i n a c i ó n a l a t e o l o g í a o a l a filosofía. E s t e p r e j u i c i o u t i l i t a r i o c o n d u j o a e s p e r a r l e c c i o n e s d e la h i s t o r i a y a c o n f u n d i r l a p a r c i a l m e n t e c o n l a m o r a l . « E s n e c e s a r i o q u e m u e s t r e l a d e r r o t a d e l vicio y el t r i u n f o d e la v i r t u d , l o s b u e n o s s i e m p r e s e r á n r e c o m p e n s a d o s , los m a l o s s i e m p r e castigados» ( P a u l H a z a r d ) . L o s filósofos d e l siglo X V I I I n o s e l i b r a r o n d e e s t a c o n c e p c i ó n . L e e n la h i s t o r i a c o n m u c h o s p r e j u i c i o s a n t i p a p i s t a s y a n t i c l e r i c a l e s . A s u s o j o s , l a E d a d M e d i a es m á s u n e r r o r a r e c h a z a r q u e u n h e c h o h i s t ó r i c o a c o m p r e n d e r . S e g ú n B o l i n g b r o k e , «la h i s t o r i a es l a filosofía q u e , a t r a v é s d e e j e m p l o s , n o s s e ñ a l a c ó m o t e n e m o s q u e c o n d u c i r n o s e n t o d a s las c i r c u n s t a n c i a s d e l a v i d a p ú b l i c a y p r i v a d a » ( 1 7 5 1 ) . D u r a n t e e s t o s d o s s i g l o s , es t a m b i é n m u y e v i d e n t e l a s u b o r d i n a c i ó n d e l a h i s t o r i a a l a p o l í t i c a , t a n t o si se t r a t a d e d e f e n d e r al a b s o l u t i s m o r e a l c o m o — a l a i n v e r s a — d e a p o y a r las p r e t e n s i o n e s d e los P a r l a m e n t o s . L o s filósofos d i r i g e n p r e f e r e n t e m e n t e su m e n s a j e a los p r í n c i p e s « c o n d e n a d o s a v e r a l o s h o m b r e s s ó l o b a j o la m á s c a r a » , e s p e r a n d o así a n i m a r l o s a t r a b a j a r p o r l a f e l i c i d a d d e sus p u e blos.

2.

Los

P R E C U R S O R E S D E L A P O S T U R A CRÍTICA (FINES D E L SIGLO xvii)

M a r c Bloch ha reconstruido brillantemente esta «generación q u e n a c e h a c i a el m o m e n t o e n q u e s e p u b l i c ó el Discurso del método», la d e M a b i llon y d e Spinoza, nacidos en 1632; t a m b i é n la de L e N a i n d e Tillemont y d e R i c h a r d S i m ó n , n a c i d o s , r e s p e c t i v a m e n t e , e n 1637 y e n 1 6 3 8 . ¿ C a r t e s i a n o s ? N o d e l t o d o , sin d u d a ; m á s b i e n e s p í r i t u s i n f l u i d o s p o r l a filosofía c a r t e s i a n a « a t r a v é s d e u n a e s p e c i e d e o s m o s i s » , h a s t a el p u n t o d e q u e , c u a n d o e l l o s p u b l i c a r o n sus l i b r o s e n t r e 1680 y 1 6 9 0 , el « p i r r o n i s m o h i s t ó rico» e r a l a m o d a i n t e l e c t u a l . U n a . p a l a b r a c l a v e califica su g e s t i ó n , l a crítica, la c u a l d e s i g n a l a a c t i t u d d e l e s p í r i f t f q u e « c o n s i s t e e n n o c r e e r c o n l i g e r e z a y e n s a b e r d u d a r e n m u c h a s o c a s i o n e s » . E s t a c r í t i c a se e x t i e n d e a t o d o s l o s c a m p o s d e la a c t i v i d a d i n t e l e c t u a l ; h a c i e n d o « t a b l a r a s a d e l a f e » , d e j a n d o d e a p o y a r s e e n las a u t o r i d a d e s t r a d i c i o n a l e s , i n t e n t a « l l e g a r p o r este m e d i o a nuevas certezas (o a grandes probabilidades), d e b i d a m e n t e c o m p r o b a d a s a p a r t i r d e e n t o n c e s » . D e e s t e m o d o t o m a c o m o b l a n c o la t r a d i c i o n a l c r e e n c i a e n el milagro, q u e la r a z ó n n o p u e d e admitir en la m e d i d a e n q u e v a e n c o n t r a d e las l e y e s d e la n a t u r a l e z a . P r i m e r o o c u r r i ó el a s u n t o d e los c o m e t a s d e 1680-1681, c o n s i d e r a d o s p o r la g e n t e crédula c o m o p r e s a g i o s e n v i a d o s d e s d e lo a l t o . B a y l e d e n u n c i ó e n e l l o la s u p e r v i v e n c i a d e s u p e r s t i c i o n e s p a g a n a s . D e s p u é s fue F o n t e n e l l e el q u e s e d e d i c ó a l a c u e s t i ó n d e l o s o r á c u l o s y d e las sibilas e n 1 6 8 6 . E s t o s o r á c u l o s , d i c e , p r o c e d e n d e la picardía h u m a n a y n o d e u n a i n t e r v e n c i ó n divina. S o n i m p o s t u r a s , p o s i b i l i t a d a s p o r l a i g n o r a n c i a d e las m u l t i t u d e s . Y al r e l a t a r l a h i s t o r i a d e l diente de oro, q u e a l g u n o s c r e y e r o n e n t r e g a d o p o r D i o s a u n n i ñ o d e Silesia p a r a c o n s o l a r a l o s c r i s t i a n o s afligidos p o r l o s t u r c o s ( e n 1 5 9 3 ) , se c o m p r o b ó f i n a l m e n t e q u e « e r a u n a h o j a d e o r o a p l i c a d a al d i e n t e c o n m u c h a d e s t r e z a » . F o n t e n e l l e d e d u c e d e e l l o , c o n fría i r o n í a : « A s e g u r é m o n o s b i e n d e l h e c h o , a n t e s d e i n q u i e t a m o s p o r la c a u s a . » L a s S a g r a d a s E s c r i t u r a s n o p o d í a n q u e d a r al m a r g e n d e e s t a c r í t i c a g e 91

e n g e n e r a l . V o l t a i r e es r e p r e s e n t a t i v o a e s t e r e s p e c t o : c o m o los e r u d i t o s , se p r e o c u p a p o r la n a r r a c i ó n e x a c t a ; c o m o filósofo, e s t á a b i e r t o a t o d o lo q u e es h u m a n o . H a b r á q u e m e n c i o n a r a q u í a t o d o s l o s q u e p r e s i n t i e r o n las exigencias d e la historia global.

1.

O B S T Á C U L O S P A R A E L D E S A R R O L L O D E L A HISTORIA M E T Ó D I C A (XVH y XVHI)

-

A l g u n a s d e e s t a s t r a b a s s o n « h e r e d a d e s » , t a l e s c o m o el f r e n o i n t e l e c t u a l c o n s t i t u i d o p o r la h i s t o r i a p r o v i d e n c i a l i s t a , c u y o s e s q u e m a s d e p e n s a m i e n t o p r o c e d e n d e los t e ó l o g o s m e d i e v a l e s , c o m o el f u n c i o n a m i e n t o circ u l a r d e l p e n s a m i e n t o s i m b ó l i c o , t o d a v í a e n b o g a e n el siglo x v i : « E l m u n d o s e e n r o s c a b a e n sí m i s m o ; la t i e r r a r e f l e j a b a el c i e l o , los r o s t r o s se m i r a b a n e n las e s t r e l l a s , y l a h i e r b a e n v o l v í a e n sus t a l l o s los s e c r e t o s q u e s e r v í a n al h o m b r e » ( M . F o u c a u l t ) . L a s a b i d u r í a se c o n v e r t í a así e n p r i s i o n e r a d e las « g r a n d e s figuras c i r c u l a r e s » . E l e s f u e r z o d e l e s p í r i t u c o n s i s t e e n « r e v e l a r las firmas», p u e s t a s s o b r e las c o s a s , y p r o c e d e r a su « d e s c i f r a m i e n t o » . H a y o t r a s t r a b a s p r o p i a s d e l p e n s a m i e n t o c l á s i c o , el c u a l es p o c o f a v o r a b l e a la h i s t o r i a . A q u é l « t i e n d e a lo p e r m a n e n t e y a lo u n i v e r s a l » , m i e n t r a s q u e la h i s t o r i a « p a r e c e el l u g a r d e l o c o n t i n g e n t e y lo p a r t i c u l a r » . A s í s e c o m p r e n d e q u e l a n o c i ó n d e Orden t o m e el r e l e v o al d e Similitud como c a t e g o r í a f u n d a m e n t a l d e l p e n s a m i e n t o . A h o r a b i e n , el o r d e n se a c o m o d a m a l al c a m b i o , ley i m p e r i o s a d e la h i s t o r i a . A d e m á s , las c i e n c i a s d e l a n a t u r a l e z a a v a n z a n r á p i d a m e n t e y s u p r e s t i g i o s u p e r a al d e l a h i s t o r i a , c o n s i d e r a d a c o m o l a p a r i e n t e p o b r e , c i e n c i a s e p u l t a d a e n los l i b r o s , t o t a l m e n t e d e p e n d i e n t e d e la m e m o r i a , según Pascal. P o r t a n t o , la h i s t o r i a e s t á r e l a c i o n a d a c o n las l e t r a s . E n f u n c i ó n d e e s t e p r e j u i c i o l i t e r a r i o , se i n t e n t a h a c e r u n a o b r a b e l l a a n t e s q u e u n a o b r a e x a c t a y m i n u c i o s a . H a s t a el p u n t o d e q u e los h i s t o r i a d o r e s f a m o s o s d e s p r e c i a n la e r u d i c i ó n y h a c e n p o c o c a s o d e l o s d o c u m e n t o s o r i g i n a l e s . E l g é n e r o h i s t ó r i c o t i e n e a s í sus o r a d o r e s , p a r a los q u e la h i s t o r i a s ó l o es « u n c o n j u n t o d e a c o n t e c i m i e n t o s m a r a v i l l o s o s (...) d r a m a s d e t o d a s c l a s e s , g u e r r a s , r e b e l i o n e s , a l t e r a c i o n e s , p r o c e s o s , a m o r e s » ( P . H a z a r d ) . T i e n e t a m b i é n sus c o m p i l a d o r e s , c o m o R o l l i n , d e n u n c i a d o p o r V o l t a i r e e n sus Nouvelles considérations sur l'Histoire, e n 1774, q u e p l a g i a a d i f e r e n t e s a u t o r e s p a r a c o m p o n e r su Histoire ancienne, repitiendo «célebres tonterías que a b u n d a n en l o s h i s t o r i a d o r e s a n t i g u o s » , y t i e n e a a q u e l l o s q u e p o n e n «la h i s t o r i a e n pild o r a s » r e s u m i e n d o la h i s t o r i a civil, n a t u r a l , p o l í t i c a , e t c . , d e t o d o s l o s p u e b l o s , c o m o el p a d r e B u f f i e r , q u e p r e t e n d e q u e sólo l a p a l a b r a Rabismaf perm i t e r e c o r d a r la s u c e s i ó n d e los r e y e s d e A r a g ó n y d e sus c o n q u i s t a s . O t r o s p o n e n la h i s t o r i a d e F r a n c i a e n v e r s o . A s í se a f i r m a a c e r c a d e F a r a m o n d , p r e s u n t o f u n d a d o r d e l e s t a d o f r a n c o e n el a ñ o 4 8 0 , d. J. C : « P o r l a ley sálica, q u e s i e m p r e se s i g u i ó , p r o h i b i ó a las m u j e r e s a c c e d e r al t r o n o . » O t r o s c o m p o n e n listas d e n o m b r e s y r e s ú m e n e s c r o n o l ó g i c o s , l l e n o s d e f e c h a s inexactas y d e acontecimientos d u d o s o s . Se p r e o c u p a r o n s o b r e t o d o p o r escribir Disertaciones para ser leídas, y p r o c l a m a n , c o m o el a b a d G o y e r e n 1755: « L a e r u d i c i ó n , las e s p i n o s a s i n v e s t i g a c i o n e s n o s f a t i g a n , y p r e f e r i m o s c o r r e r l i g e r a m e n t e s o b r e las s u p e r f i c i e s q u e e n c e r r a r n o s p e s a d a m e n t e e n las p r o f u n d i d a d e s . » 90

T a m b i é n h a y o t r o p e l i g r o q u e a m e n a z a a l a h i s t o r i a : su s u b o r d i n a c i ó n a l a t e o l o g í a o a l a filosofía. E s t e p r e j u i c i o u t i l i t a r i o c o n d u j o a e s p e r a r l e c c i o n e s d e la h i s t o r i a y a c o n f u n d i r l a p a r c i a l m e n t e c o n l a m o r a l . « E s n e c e s a r i o q u e m u e s t r e l a d e r r o t a d e l vicio y el t r i u n f o d e la v i r t u d , l o s b u e n o s s i e m p r e s e r á n r e c o m p e n s a d o s , los m a l o s s i e m p r e castigados» ( P a u l H a z a r d ) . L o s filósofos d e l siglo X V I I I n o s e l i b r a r o n d e e s t a c o n c e p c i ó n . L e e n la h i s t o r i a c o n m u c h o s p r e j u i c i o s a n t i p a p i s t a s y a n t i c l e r i c a l e s . A s u s o j o s , l a E d a d M e d i a es m á s u n e r r o r a r e c h a z a r q u e u n h e c h o h i s t ó r i c o a c o m p r e n d e r . S e g ú n B o l i n g b r o k e , «la h i s t o r i a es l a filosofía q u e , a t r a v é s d e e j e m p l o s , n o s s e ñ a l a c ó m o t e n e m o s q u e c o n d u c i r n o s e n t o d a s las c i r c u n s t a n c i a s d e l a v i d a p ú b l i c a y p r i v a d a » ( 1 7 5 1 ) . D u r a n t e e s t o s d o s s i g l o s , es t a m b i é n m u y e v i d e n t e l a s u b o r d i n a c i ó n d e l a h i s t o r i a a l a p o l í t i c a , t a n t o si se t r a t a d e d e f e n d e r al a b s o l u t i s m o r e a l c o m o — a l a i n v e r s a — d e a p o y a r las p r e t e n s i o n e s d e los P a r l a m e n t o s . L o s filósofos d i r i g e n p r e f e r e n t e m e n t e su m e n s a j e a los p r í n c i p e s « c o n d e n a d o s a v e r a l o s h o m b r e s s ó l o b a j o la m á s c a r a » , e s p e r a n d o así a n i m a r l o s a t r a b a j a r p o r l a f e l i c i d a d d e sus p u e blos.

2.

Los

P R E C U R S O R E S D E L A P O S T U R A CRÍTICA (FINES D E L SIGLO xvii)

M a r c Bloch ha reconstruido brillantemente esta «generación q u e n a c e h a c i a el m o m e n t o e n q u e s e p u b l i c ó el Discurso del método», la d e M a b i llon y d e Spinoza, nacidos en 1632; t a m b i é n la de L e N a i n d e Tillemont y d e R i c h a r d S i m ó n , n a c i d o s , r e s p e c t i v a m e n t e , e n 1637 y e n 1 6 3 8 . ¿ C a r t e s i a n o s ? N o d e l t o d o , sin d u d a ; m á s b i e n e s p í r i t u s i n f l u i d o s p o r l a filosofía c a r t e s i a n a « a t r a v é s d e u n a e s p e c i e d e o s m o s i s » , h a s t a el p u n t o d e q u e , c u a n d o e l l o s p u b l i c a r o n sus l i b r o s e n t r e 1680 y 1 6 9 0 , el « p i r r o n i s m o h i s t ó rico» e r a l a m o d a i n t e l e c t u a l . U n a . p a l a b r a c l a v e califica su g e s t i ó n , l a crítica, la c u a l d e s i g n a l a a c t i t u d d e l e s p í r i f t f q u e « c o n s i s t e e n n o c r e e r c o n l i g e r e z a y e n s a b e r d u d a r e n m u c h a s o c a s i o n e s » . E s t a c r í t i c a se e x t i e n d e a t o d o s l o s c a m p o s d e la a c t i v i d a d i n t e l e c t u a l ; h a c i e n d o « t a b l a r a s a d e l a f e » , d e j a n d o d e a p o y a r s e e n las a u t o r i d a d e s t r a d i c i o n a l e s , i n t e n t a « l l e g a r p o r este m e d i o a nuevas certezas (o a grandes probabilidades), d e b i d a m e n t e c o m p r o b a d a s a p a r t i r d e e n t o n c e s » . D e e s t e m o d o t o m a c o m o b l a n c o la t r a d i c i o n a l c r e e n c i a e n el milagro, q u e la r a z ó n n o p u e d e admitir en la m e d i d a e n q u e v a e n c o n t r a d e las l e y e s d e la n a t u r a l e z a . P r i m e r o o c u r r i ó el a s u n t o d e los c o m e t a s d e 1680-1681, c o n s i d e r a d o s p o r la g e n t e crédula c o m o p r e s a g i o s e n v i a d o s d e s d e lo a l t o . B a y l e d e n u n c i ó e n e l l o la s u p e r v i v e n c i a d e s u p e r s t i c i o n e s p a g a n a s . D e s p u é s fue F o n t e n e l l e el q u e s e d e d i c ó a l a c u e s t i ó n d e l o s o r á c u l o s y d e las sibilas e n 1 6 8 6 . E s t o s o r á c u l o s , d i c e , p r o c e d e n d e la picardía h u m a n a y n o d e u n a i n t e r v e n c i ó n divina. S o n i m p o s t u r a s , p o s i b i l i t a d a s p o r l a i g n o r a n c i a d e las m u l t i t u d e s . Y al r e l a t a r l a h i s t o r i a d e l diente de oro, q u e a l g u n o s c r e y e r o n e n t r e g a d o p o r D i o s a u n n i ñ o d e Silesia p a r a c o n s o l a r a l o s c r i s t i a n o s afligidos p o r l o s t u r c o s ( e n 1 5 9 3 ) , se c o m p r o b ó f i n a l m e n t e q u e « e r a u n a h o j a d e o r o a p l i c a d a al d i e n t e c o n m u c h a d e s t r e z a » . F o n t e n e l l e d e d u c e d e e l l o , c o n fría i r o n í a : « A s e g u r é m o n o s b i e n d e l h e c h o , a n t e s d e i n q u i e t a m o s p o r la c a u s a . » L a s S a g r a d a s E s c r i t u r a s n o p o d í a n q u e d a r al m a r g e n d e e s t a c r í t i c a g e 91

n e r a l d e l m i l a g r o . D e l l a d o p r o t e s t a n t e , u n p r o f e s o r d e O x f o r d l l e g ó a asim i l a r las S a g r a d a s E s c r i t u r a s c o n las f á b u l a s d e O r i e n t e ( e n 1 6 9 5 ) ; d e l l a d o judío, Spinoza sugiere i n t e r p r e t a r la Biblia del m i s m o m o d o q u e la n a t u r a l e z a , e i n t e r r o g a r s e a c e r c a d e «las d i v e r s a s s u e r t e s q u e h a y a n p o d i d o sufrir los l i b r o s d e los p r o f e t a s ( . . . ) , l a v i d a , l o s e s t u d i o s d e l a u t o r d e c a d a l i b r o » ; d e l l a d o c a t ó l i c o , M a b i l l o n y el a b a t e F l e u r y i n v a l i d a n c i e r t o n ú m e r o d e l e y e n d a s . P e r o fue el o r a t o r i a n o R i c h a r d S i m ó n el q u e r e a l i z ó la ruptura crítica: « L o s q u e h a c e n p r o f e s i ó n d e c r í t i c o s n o d e b e n d e t e n e r s e m á s q u e p a r a e x p l i c a r el s e n t i d o l i t e r a l d e sus a u t o r e s y e v i t a r t o d o lo q u e es i n ú t i l p a r a su p l a n » (Histoire Critique du Vieux Testament, 1678). D e orig e n h u m i l d e , R i c h a r d S i m ó n e n t r ó e n los o r a t o r i a n o s e n 1 6 6 2 . A t r a í d o p o r l a e r u d i c i ó n e s t u d i a h e b r e o , se s u m e r g e e n los l i b r o s o r i e n t a l e s , v a d i r e c t a m e n t e a las f u e n t e s . C o n v e n c i d o c o n e s t a e x p e r i e n c i a q u i e r e h a c e r r e c o n o c e r los d e r e c h o s d e la crítica. E s t a d e b e e s t a b l e c e r , e n p r i m e r l u g a r , el g r a d o d e seguridad y autenticidad d e los textos e s t u d i a d o s : « P r i m e r a m e n t e , es i m p o s i b l e e n t e n d e r p e r f e c t a m e n t e los l i b r o s s a g r a d o s a m e n o s q u e se s e p a p o r a n t i c i p a d o l o s d i s t i n t o s e s t a d o s e n q u e se h a n e n c o n t r a d o los t e x t o s d e e s t o s l i b r o s , s e g ú n las d i s t i n t a s é p o c a s y l o s d i f e r e n t e s l u g a r e s . » A c o n t i n u a c i ó n , l a crítica e x c l u y e las c o n s i d e r a c i o n e s e s t é t i c a s y m o r a l e s , lo m i s m o q u e , apriori, las t e o l o g í a s , a f i r m á n d o s e p l e n a m e n t e d u e ñ a d e sus p r o p i a s a c t u a c i o n e s . F i n a l m e n t e , l a crítica se a p o y a a n t e t o d o e n la filología, a la q u e s e c o n f i e r e la c o n d i c i ó n d e c i e n c i a s o b e r a n a . E s t a p r e o c u p a c i ó n p o r l a c o r r e c t a c o m p r e n s i ó n d e l o s t e x t o s a n u n c i a la crítica interna, q u e s e r í a d e f i n i d a p o r los m a e s t r o s d e l siglo XIX. G r a c i a s a e s t a m e t ó d i c a l a b o r , R i c h a r d S i m ó n a p o r t a r e s p u e s t a s m u y n u e v a s al p r o b l e m a d e la i n s p i r a c i ó n d i v i n a d e los t e x t o s s a g r a d o s . P r e s e n t a n , d i c e , r a s t r o s d e a l t e r a c i o n e s ; su c r o n o l o g í a e s i n c o m p l e t a y n o m e n c i o n a a l o s s o b e r a n o s s e ñ a l a d o s p o r los a u t o r e s p r o f a n o s . Si c o n s i d e r a m o s el c a s o d e l P e n t a t e u c o , h a y q u e r e c o n o c e r q u e se a t r i b u y ó f a l s a m e n t e a M o i s é s , y a q u e fue o t r o el q u e procedió a p o n e r l o p o r escrito. «¿Se p o d r á decir, p o r e j e m p l o , q u e Moisés s e a el a u t o r d e l ú l t i m o c a p í t u l o d e l D e u t e r o n o m i o , e n el q u e se d e s c r i b e su m u e r t e y s e p u l t u r a ? » I g u a l m e n t e d e s c u b r e i n c o h e r e n c i a s e n el r e l a t o d e la C r e a c i ó n . E l e s p í r i t u crítico p r e v a l e c e e n él s o b r e el e s p í r i t u d e la fe. A p e s a r d e e l l o , R i c h a r d S i m ó n n o d e j a r á n u n c a d e c o n s i d e r a r s e fiel a la o r t o d o x i a . D e h e c h o , n o n i e g a la i n s p i r a c i ó n d i v i n a d e l o s l i b r o s s a g r a d o s e, i n c l u s o , la e x t i e n d e a los q u e r e t o c a r o n l o s t e x t o s . N o o b s t a n t e , fue p e r s e g u i d o p o r las a u t o r i d a d e s r e l i g i o s a s y civiles: e x c l u s i ó n d e l O r a t o r i o e n 1678; s e c u e s t r o d e su o b r a p o r o r d e n d e l C o n s e j o d e l R e y ; i n c l u s o e n el í n d i c e e n 1 6 8 3 ; a t a q u e s d e B o s s u e t , e t c . A p e s a r d e t o d o c o n t i n ú a s u o b r a , p u b l i c a n d o e n 1690 u n a Histoire critique du Text du Nouveau Testament. C o n s i d e r a q u e l a g r a m á t i c a t i e n e q u e i m p o n e r s e a l a t e o l o g í a p a r a l o g r a r e x p l i c a r b i e n el N u e v o T e s t a m e n t o , d e s p u é s d e h a b e r e s t a b l e c i d o el s e n t i d o l i t e r a l . C a d a v e z m á s s o s p e c h o s o a l o s o j o s d e las a u t o r i d a d e s , R i c h a r d S i m ó n s e e x t i n g u i ó c r i s t i a n a m e n t e e n 1712. R e t e n g a m o s s o b r e t o d o d e su o b r a el h e c h o d e q u e fustiga l a t r a d i c i ó n , f u n d a m e n t a d a e n q u e «siempre se ha creído; ha sido constantemente enseñado», y q u e afirma, con v i g o r , los d e b e r e s y los d e r e c h o s d e l a c r í t i c a , c u y o s p r i n c i p i o s s o n los m i s m o s t a n t o si se t r a t a d e la Ilíada c o m o d e l P e n t a t e u c o . E n a l g u n o s historiadores e n c o n t r a m o s u n a actitud s e m e j a n t e , p e r o dicho con m e n o s audacia. 92

D o m M a b i U o n ( 1 6 3 2 - 1 7 0 1 ) se s i t ú a e n p r i m e r a fila e n t r e é s t o s ; b e n e dictino d e la c o n g r e g a c i ó n d e San M a u r o , establecido en S a i n t - G e r m a i n d e s - P r é s . a q u i e n se d e b e n las Acta sanctorum ordinis sancti Benedicti (nuev e v o l ú m e n e s , 1688-1701) y s o b r e t o d o el De re diplomática ( 1 6 8 1 ) , q u e fund ó la ciencia d e la d i p l o m á t i c a , s u m i n i s t r a n d o los m e d i o s d e distinguir los diplomas auténticos d e los q u e f u e r o n falsificados, r e e l a b o r a d o s o i n t e r p o l a d o s . H e a q u í p r e c i s a m e n t e u n p a s a j e d e l Librorum de re diplomática supplementum ( P a r í s , 1 7 0 4 ) , e n el q u e M a b i l l o n t r a t a l a i n t e r p o l a c i ó n c o n m u cha sagacidad: «¿Por qué medios se hace la interpolación? Hay una gran diferencia entre los documentos falsos y los documentos interpolados (interpolare = alterar, falsificar). Nada p u e d e justificar las falsificaciones, pero la interpolación es excusable la mayoría de las veces. Puede producirse por añadidura, por cambio o por error. Tomemos el caso de los que reunían las cartas auténticas de u n a iglesia o de un monasterio en una sola obra que llamamos cartulario: si encontraban en alguna parte la mención de los años del reinado de papas, reyes o emperadores, puesta en la parte inferior de antiguos documentos, ellos mismos añadían los años de la encarnación o incluso de la indicción para que se conociera con exactitud la fecha de un documento dado. E n este asunto, pecaban frecuentemente contra las reglas de la cronología, pero no contra las leyes de la justicia. Una práctica parecida constituye la interpolación por adjunción. Otra categoría procede de una modificación aportada al documento, así cuando una palabra se traduce por otra o se retoca de manera temeraria, lo que a veces sucede a investigadores poco experimentados que se creen expertos, tales como los que leían fevun en los antiguos documentos y lo sustituían por la palabra feodum, que todavía no se usaba en aquellos tiempos. Finalmente, la interpolación procede sobre todo de u n error del escriba, o bien poco versado en la difícil lectura de un documento auténtico, o víctima de u n error ocular, o que se salta una línea o que transcribe una o dos palabra por otras distintas. Y de aquí proceden las diversas lecturas de los documentos transmitidos de mano en m a n o ; su diversidad no debe lesionar la autoridad de los documentos auténticos.» (Traducido del latín.) ¿ Q u i é n , c o n la m í n i m a e x p e r i e n c i a d e t r a b a j o e n a r c h i v o s y e s p e c i a l m e n t e e n el e s t u d i o d e d o c u m e n t o s m e d i e v a l e s , n o s u s c r i b i r í a e s t o s p e r t i n e n t e s c o m e n t a r i o s ? ¿ N o es u n a r e g l a d e o r o d e la d i s c i p l i n a h a c e r l a g u e r r a a los e r r o r e s y a las f a l s i f i c a c i o n e s ? L e N a i n de Tillemont, digno c o n t e m p o r á n e o de Mabillon (1637-1698), a n t i g u o a l u m n o d e l o s S o l i t a r i o s d e P o r t - R o y a l , p u b l i c a p r i m e r o la Histoire des Empereurs... qui ont régné durant les sixpremiers siécles a l'Eglise ( 1 6 9 1 y sigs.) e i n m e d i a t a m e n t e las Mémoires pour servir á l'histoire ecclésiatique des six premiers siécles, justifiés par les citations des autors originaux avec une chronologie ou Fon fait un abrégé de l'histoire ecclésiastique et avec des notes pour éclaircir les difficultés des faits et de la chronologie (1693 y sigs). T í t u l o l a r g o , d e a c u e r d o c o n la c o s t u m b r e d e la é p o c a , p e r o m u y signific a t i v o ; n o h a y h i s t o r i a fiable sin m a t e r i a l d e b u e n a ley, r e v a l i d a d o p o r u n escrupuloso e x a m e n q u e d e m u e s t r a u n naciente espíritu crítico. I n m e d i a t a m e n t e , e n el p r e f a c i o , las g r a n d e s l í n e a s d e su p r o c e d i m i e n t o . L e j o s d e 93

n e r a l d e l m i l a g r o . D e l l a d o p r o t e s t a n t e , u n p r o f e s o r d e O x f o r d l l e g ó a asim i l a r las S a g r a d a s E s c r i t u r a s c o n las f á b u l a s d e O r i e n t e ( e n 1 6 9 5 ) ; d e l l a d o judío, Spinoza sugiere i n t e r p r e t a r la Biblia del m i s m o m o d o q u e la n a t u r a l e z a , e i n t e r r o g a r s e a c e r c a d e «las d i v e r s a s s u e r t e s q u e h a y a n p o d i d o sufrir los l i b r o s d e los p r o f e t a s ( . . . ) , l a v i d a , l o s e s t u d i o s d e l a u t o r d e c a d a l i b r o » ; d e l l a d o c a t ó l i c o , M a b i l l o n y el a b a t e F l e u r y i n v a l i d a n c i e r t o n ú m e r o d e l e y e n d a s . P e r o fue el o r a t o r i a n o R i c h a r d S i m ó n el q u e r e a l i z ó la ruptura crítica: « L o s q u e h a c e n p r o f e s i ó n d e c r í t i c o s n o d e b e n d e t e n e r s e m á s q u e p a r a e x p l i c a r el s e n t i d o l i t e r a l d e sus a u t o r e s y e v i t a r t o d o lo q u e es i n ú t i l p a r a su p l a n » (Histoire Critique du Vieux Testament, 1678). D e orig e n h u m i l d e , R i c h a r d S i m ó n e n t r ó e n los o r a t o r i a n o s e n 1 6 6 2 . A t r a í d o p o r l a e r u d i c i ó n e s t u d i a h e b r e o , se s u m e r g e e n los l i b r o s o r i e n t a l e s , v a d i r e c t a m e n t e a las f u e n t e s . C o n v e n c i d o c o n e s t a e x p e r i e n c i a q u i e r e h a c e r r e c o n o c e r los d e r e c h o s d e la crítica. E s t a d e b e e s t a b l e c e r , e n p r i m e r l u g a r , el g r a d o d e seguridad y autenticidad d e los textos e s t u d i a d o s : « P r i m e r a m e n t e , es i m p o s i b l e e n t e n d e r p e r f e c t a m e n t e los l i b r o s s a g r a d o s a m e n o s q u e se s e p a p o r a n t i c i p a d o l o s d i s t i n t o s e s t a d o s e n q u e se h a n e n c o n t r a d o los t e x t o s d e e s t o s l i b r o s , s e g ú n las d i s t i n t a s é p o c a s y l o s d i f e r e n t e s l u g a r e s . » A c o n t i n u a c i ó n , l a crítica e x c l u y e las c o n s i d e r a c i o n e s e s t é t i c a s y m o r a l e s , lo m i s m o q u e , apriori, las t e o l o g í a s , a f i r m á n d o s e p l e n a m e n t e d u e ñ a d e sus p r o p i a s a c t u a c i o n e s . F i n a l m e n t e , l a crítica se a p o y a a n t e t o d o e n la filología, a la q u e s e c o n f i e r e la c o n d i c i ó n d e c i e n c i a s o b e r a n a . E s t a p r e o c u p a c i ó n p o r l a c o r r e c t a c o m p r e n s i ó n d e l o s t e x t o s a n u n c i a la crítica interna, q u e s e r í a d e f i n i d a p o r los m a e s t r o s d e l siglo XIX. G r a c i a s a e s t a m e t ó d i c a l a b o r , R i c h a r d S i m ó n a p o r t a r e s p u e s t a s m u y n u e v a s al p r o b l e m a d e la i n s p i r a c i ó n d i v i n a d e los t e x t o s s a g r a d o s . P r e s e n t a n , d i c e , r a s t r o s d e a l t e r a c i o n e s ; su c r o n o l o g í a e s i n c o m p l e t a y n o m e n c i o n a a l o s s o b e r a n o s s e ñ a l a d o s p o r los a u t o r e s p r o f a n o s . Si c o n s i d e r a m o s el c a s o d e l P e n t a t e u c o , h a y q u e r e c o n o c e r q u e se a t r i b u y ó f a l s a m e n t e a M o i s é s , y a q u e fue o t r o el q u e procedió a p o n e r l o p o r escrito. «¿Se p o d r á decir, p o r e j e m p l o , q u e Moisés s e a el a u t o r d e l ú l t i m o c a p í t u l o d e l D e u t e r o n o m i o , e n el q u e se d e s c r i b e su m u e r t e y s e p u l t u r a ? » I g u a l m e n t e d e s c u b r e i n c o h e r e n c i a s e n el r e l a t o d e la C r e a c i ó n . E l e s p í r i t u crítico p r e v a l e c e e n él s o b r e el e s p í r i t u d e la fe. A p e s a r d e e l l o , R i c h a r d S i m ó n n o d e j a r á n u n c a d e c o n s i d e r a r s e fiel a la o r t o d o x i a . D e h e c h o , n o n i e g a la i n s p i r a c i ó n d i v i n a d e l o s l i b r o s s a g r a d o s e, i n c l u s o , la e x t i e n d e a los q u e r e t o c a r o n l o s t e x t o s . N o o b s t a n t e , fue p e r s e g u i d o p o r las a u t o r i d a d e s r e l i g i o s a s y civiles: e x c l u s i ó n d e l O r a t o r i o e n 1678; s e c u e s t r o d e su o b r a p o r o r d e n d e l C o n s e j o d e l R e y ; i n c l u s o e n el í n d i c e e n 1 6 8 3 ; a t a q u e s d e B o s s u e t , e t c . A p e s a r d e t o d o c o n t i n ú a s u o b r a , p u b l i c a n d o e n 1690 u n a Histoire critique du Text du Nouveau Testament. C o n s i d e r a q u e l a g r a m á t i c a t i e n e q u e i m p o n e r s e a l a t e o l o g í a p a r a l o g r a r e x p l i c a r b i e n el N u e v o T e s t a m e n t o , d e s p u é s d e h a b e r e s t a b l e c i d o el s e n t i d o l i t e r a l . C a d a v e z m á s s o s p e c h o s o a l o s o j o s d e las a u t o r i d a d e s , R i c h a r d S i m ó n s e e x t i n g u i ó c r i s t i a n a m e n t e e n 1712. R e t e n g a m o s s o b r e t o d o d e su o b r a el h e c h o d e q u e fustiga l a t r a d i c i ó n , f u n d a m e n t a d a e n q u e «siempre se ha creído; ha sido constantemente enseñado», y q u e afirma, con v i g o r , los d e b e r e s y los d e r e c h o s d e l a c r í t i c a , c u y o s p r i n c i p i o s s o n los m i s m o s t a n t o si se t r a t a d e la Ilíada c o m o d e l P e n t a t e u c o . E n a l g u n o s historiadores e n c o n t r a m o s u n a actitud s e m e j a n t e , p e r o dicho con m e n o s audacia. 92

D o m M a b i U o n ( 1 6 3 2 - 1 7 0 1 ) se s i t ú a e n p r i m e r a fila e n t r e é s t o s ; b e n e dictino d e la c o n g r e g a c i ó n d e San M a u r o , establecido en S a i n t - G e r m a i n d e s - P r é s . a q u i e n se d e b e n las Acta sanctorum ordinis sancti Benedicti (nuev e v o l ú m e n e s , 1688-1701) y s o b r e t o d o el De re diplomática ( 1 6 8 1 ) , q u e fund ó la ciencia d e la d i p l o m á t i c a , s u m i n i s t r a n d o los m e d i o s d e distinguir los diplomas auténticos d e los q u e f u e r o n falsificados, r e e l a b o r a d o s o i n t e r p o l a d o s . H e a q u í p r e c i s a m e n t e u n p a s a j e d e l Librorum de re diplomática supplementum ( P a r í s , 1 7 0 4 ) , e n el q u e M a b i l l o n t r a t a l a i n t e r p o l a c i ó n c o n m u cha sagacidad: «¿Por qué medios se hace la interpolación? Hay una gran diferencia entre los documentos falsos y los documentos interpolados (interpolare = alterar, falsificar). Nada p u e d e justificar las falsificaciones, pero la interpolación es excusable la mayoría de las veces. Puede producirse por añadidura, por cambio o por error. Tomemos el caso de los que reunían las cartas auténticas de u n a iglesia o de un monasterio en una sola obra que llamamos cartulario: si encontraban en alguna parte la mención de los años del reinado de papas, reyes o emperadores, puesta en la parte inferior de antiguos documentos, ellos mismos añadían los años de la encarnación o incluso de la indicción para que se conociera con exactitud la fecha de un documento dado. E n este asunto, pecaban frecuentemente contra las reglas de la cronología, pero no contra las leyes de la justicia. Una práctica parecida constituye la interpolación por adjunción. Otra categoría procede de una modificación aportada al documento, así cuando una palabra se traduce por otra o se retoca de manera temeraria, lo que a veces sucede a investigadores poco experimentados que se creen expertos, tales como los que leían fevun en los antiguos documentos y lo sustituían por la palabra feodum, que todavía no se usaba en aquellos tiempos. Finalmente, la interpolación procede sobre todo de u n error del escriba, o bien poco versado en la difícil lectura de un documento auténtico, o víctima de u n error ocular, o que se salta una línea o que transcribe una o dos palabra por otras distintas. Y de aquí proceden las diversas lecturas de los documentos transmitidos de mano en m a n o ; su diversidad no debe lesionar la autoridad de los documentos auténticos.» (Traducido del latín.) ¿ Q u i é n , c o n la m í n i m a e x p e r i e n c i a d e t r a b a j o e n a r c h i v o s y e s p e c i a l m e n t e e n el e s t u d i o d e d o c u m e n t o s m e d i e v a l e s , n o s u s c r i b i r í a e s t o s p e r t i n e n t e s c o m e n t a r i o s ? ¿ N o es u n a r e g l a d e o r o d e la d i s c i p l i n a h a c e r l a g u e r r a a los e r r o r e s y a las f a l s i f i c a c i o n e s ? L e N a i n de Tillemont, digno c o n t e m p o r á n e o de Mabillon (1637-1698), a n t i g u o a l u m n o d e l o s S o l i t a r i o s d e P o r t - R o y a l , p u b l i c a p r i m e r o la Histoire des Empereurs... qui ont régné durant les sixpremiers siécles a l'Eglise ( 1 6 9 1 y sigs.) e i n m e d i a t a m e n t e las Mémoires pour servir á l'histoire ecclésiatique des six premiers siécles, justifiés par les citations des autors originaux avec une chronologie ou Fon fait un abrégé de l'histoire ecclésiastique et avec des notes pour éclaircir les difficultés des faits et de la chronologie (1693 y sigs). T í t u l o l a r g o , d e a c u e r d o c o n la c o s t u m b r e d e la é p o c a , p e r o m u y signific a t i v o ; n o h a y h i s t o r i a fiable sin m a t e r i a l d e b u e n a ley, r e v a l i d a d o p o r u n escrupuloso e x a m e n q u e d e m u e s t r a u n naciente espíritu crítico. I n m e d i a t a m e n t e , e n el p r e f a c i o , las g r a n d e s l í n e a s d e su p r o c e d i m i e n t o . L e j o s d e 93

b u s c a r e l e f e c t o l i t e r a r i o , se i n c l i n a p o r u n e s t i l o s i m p l e y n o t e m e l a a b u n dancia d e detalles: « C o n vistas a suministrar datos a aquellos q u e q u i e r a n e m p r e n d e r algún trabajo acerca d e éste, se h a considerado o p o r t u n o reun i r t o d o l o q u e se e n c u e n t r a e n l o s a u t o r e s a fin d e q u e p u e d a n j u z g a r ellos m i s m o s lo q u e es o p o r t u n o d e c i r y c a l l a r . » Y a q u e l a o b r a n o v a d i r i g i d a a u n p ú b l i c o a m p l i o , s i n o a « a q u e l l o s q u e q u i e r e n s a b e r d e las c o s a s a fond o , s e a s i m p l e m e n t e p a r a c o n o c e r la v e r d a d y n u t r i r s e d e e l l a , s e a p a r a c o m p o n e r a c o n t i n u a c i ó n u n a o b r a m á s i m p o r t a n t e » , l a d i s t r i b u c i ó n d é e s t e lib r o lo destina a los eruditos: lejos d e ser u n a n a r r a c i ó n c o n t i n u a , está div i d i d o « p o r t í t u l o s e n l o s q u e s ó l o s e v e u n a c o s a a l a v e z » , así l a b i o g r a f í a d e u n s a n t o o el r e l a t o d e u n a p e r s e c u c i ó n , sin m a n t e n e r r e l a c i ó n c o n l o s d e m á s a c o n t e c i m i e n t o s r e l i g i o s o s . H e a q u í el a n u n c i o d e u n a c i e r t a h i s t o ria q u e t e n d r á p o r m i s i ó n e s t u d i a r , s e p a r a d a m e n t e , las d i s t i n t a s c a t e g o r í a s de hechos, teniendo en cuenta que la cronología debe reinar como señora e n c a d a u n o d e los p e q u e ñ o s c o m p a r t i m e n t o s así d e f i n i d o s . L e N a i n d e T i l l e m o n t n o p r e t e n d e o t r a cosa q u e « r e p r e s e n t a r la v e r d a d d e lo q u e p a s ó d u r a n t e l o s p r i m e r o s siglos y e s t a b l e c e r l a s i e m p r e q u e s e a p o s i b l e p o r el t e s t i m o n i o d e los a u t o r e s m á s a n t i g u o s » ( c o n s i d e r a d o s c o m o l o s m á s s e g u r o s ) . P o r t a n t o , las f u e n t e s h a n s i d o s o m e t i d a s a u n a s e v e r a s e l e c c i ó n : j u n to a piezas originales, L e Nain d e Tillemont h a conservado otras q u e pres e n t a n « u n a i r e d e a n t i g ü e d a d q u e h a c e a v e n t u r a r q u e p o r lo m e n o s el f o n d o procede de d o c u m e n t o s originales», p e r o n o le concede u n a confianza i l i m i t a d a ( « s e h a t e n i d o c u i d a d o e n d i s t i n g u i r é s t a s d e las p r i m e r a s y e n m a r c a r , b i e n e n el t e x t o o b i e n e n las n o t a s , el c a s o q u e se les d e b e h a c e r » ) . F i n a l m e n t e , t r a t a sin c o n s i d e r a c i o n e s l o s d o c u m e n t o s m á s t a r d í o s , p r o c e d e n t e s d e u n a é p o c a « e n la q u e l a v e r d a d d e l a h i s t o r i a se v e a l t e r a d a p o r d i v e r s a s t r a d i c i o n e s p o p u l a r e s y, f r e c u e n t e m e n t e , p o r ficciones i n v e n t a d a s a p r o p ó s i t o » . P a r e c e q u e , a sus o j o s , l a c a l i d a d b á s i c a d e l h i s t o r i a d o r r e s i d e e n u n c i e r t o a r t e p a r a d i s t i n g u i r lo v e r d a d e r o d e l o falso. E s u n a e s p e c i e d e o l f a t o a d q u i r i d o p o r la e x p e r i e n c i a . ¿ C ó m o d i s c e r n i r , s e p r e g u n t a , l a s v e r d a d e r a s v i d a s d e los s a n t o s d e las falsas? A l l e e r las v e r d a d e r a s « s e a d quiere u n especial olfato p a r a discernir lo q u e tiene cierto a r o m a d e antig ü e d a d y d e v e r d a d , frente a lo q u e h u e l e a fábula y a tradición p o p u l a r » . A s í , p o c o a p o c o , s e a p r e n d e a j u z g a r lo q u e p u e d e h a b e r s i d o e s c r i t o e n u n a é p o c a y lo q u e i n d u d a b l e m e n t e e s t á m u y a l e j a d o d e e l l a . E l h i s t o r i a dor está ya a p u n t o d e convertirse en u n profesional.

3.

E L NACIMIENTO D E LA ERUDICIÓN ( F I N E S D E L S I G L O X V I I Y P R I N C I P I O S D E L XVHT)

D a d o q u e e s t e f e n ó m e n o h a s i d o m u y b i e n e s t u d i a d o e n el p l a n o instit u c i o n a l p o r los a u t o r e s p r e c e d e n t e s ( t a l e s c o m o E h r a r d P a l m a d e ) , n o s lim i t a r e m o s a s e ñ a l a r las c r e a c i o n e s d e a c a d e m i a s y b i b l i o t e c a s , q u e p e r m i t e n el n a c i m i e n t o d e u n a v i d a científica c o l e c t i v a , y a m e n c i o n a r los t r a b a jos d e los jesuítas bollandistas especializados e n la publicación d e vidas d e s a n t o s (Acta sanctorum), las d e l o s o r a t o r i o s ( e d i c i ó n y r e v i s a d o d e l a c o m p i l a c i ó n d e l a Gallia Christiana) y , s o b r e t o d o , las d e los b e n e d i c t i n o s d e l a C o n g r e g a c i ó n d e S a n M a u r o . F i e l e s a la e n s e ñ a n z a d e D o m M a b i l l o n , se lanzan a grandes e m p r e s a s d e edición d e d o c u m e n t o s antiguos. D e s p u é s 94

d e l o s Monuments de la Monarchie Frangaise ( 1 7 2 9 - 1 7 3 3 ) , d e B e r n a r d d e M o n t f a n c o n , v i e n e n L'Histoire littéraire de la France ( a p a r t i r d e 1733) y el Recuil des Histoirens des Gaules et de la France, i n i c i a d o p o r D o m B o u q u e t e n 1 7 3 8 , sin o l v i d a r L'art de vérifier les datos des faits historiques, des chartes, des Chroniques et autres anciens monuments, depuis la Naissance de Nótre Seigneur ( p r i m e r a e d i c i ó n , 1 7 5 0 ) . U n a p r o v i n c i a c o m o B r e t a ñ a d i s fruta i g u a l m e n t e d e esta erudición b e n e d i c t i n a , c o m o lo p r u e b a n p o r ejemp l o las Mémoires pour servir de Preuves a l'Histoire de Bretagne (París, 1 7 4 2 ) , d e D o m P . - H . M o r i c e , y Les Vies des saints de Bretagne, de D o m Alexis L o b i n e a u , del c o n v e n t o de S a n t a M e l a n i a d e R e n n e s (1666-1727). F u e r a d e l o s c l a u s t r o s , l a e r u d i c i ó n oficial n a c i ó c o n l a Académie royale des Inscriptions et Belles-Lettres (1663), q u e tiene p r i m e r o u n a precisa func i ó n al s e r v i c i o d e l p o d e r m o n á r q u i c o : « r e d a c t a r las divisas d e las m e d a l l a s y las i n s c r i p c i o n e s d e los m o n u m e n t o s » a la m a y o r g l o r i a d e L u i s X I V . M u y p r o n t o se convirtió en caldo d e cultivo d e e r u d i t o s , e inició la publicación d e Mémoires e n 1 7 1 7 , a s í c o m o e l Recueil des Ordonnances des Rois de France. T o d o s e s t o s t r a b a j o s , p o r i m p o r t a n t e s q u e h a y a n s i d o p a r a el n a cimiento d e la ciencia histórica, e n g e n e r a l f u e r o n p o c o c o n s i d e r a d o s p o r los c o n t e m p o r á n e o s . A t í t u l o d e e j e m p l o , h e a q u í c ó m o el p r e s i d e n t e d e B r o s s e s c u e n t a u n a v i s i t a q u e h i z o al i l u s t r e M u r a t o r i e n s u b i b l i o t e c a d e M ó d e n a : « E n c o n t r a m o s a aquel b u e n viajero con sus cuatro pelos blancos y s u c a l v a c a b e z a , t r a b a j a n d o ( . . . ) e n a q u e l l a g a l e r í a glacial e n m e d i o d e u n m o n t ó n de antigüedades, d e trastos viejos italianos, ya q u e n o m e atrev o a calificar d e a n t i g ü e d a d a t o d o l o q u e se r e l a c i o n a c o n a q u e l l o s o b s c u r o s siglos d e i g n o r a n c i a . » E x a m i n e m o s c o n m a y o r d e t a l l e l o s procedimientos d e esta historia erudita, q u e p a r e c e n a n u n c i a r m u c h a s d e las características q u e i m p o n d r á la e s c u e l a m e t ó d i c a d e s p u é s d e 1 8 7 6 . P r i m e r a c a r a c t e r í s t i c a : el c u l t o a l o s d o c u m e n t o s originales, m a p a s , d o c u m e n t o s r e a l e s , bulas pontificias, etc., así c o m o l o s sellos y las a r m a s , l i g a d o s u n o s y o t r o s a l a o b s e s i ó n p o r a c l a r a r los o r í g e n e s d e los p o d e r e s y d e las i n s t i t u c i o n e s . E n s e g u n d o l u g a r , la p r e o c u p a c i ó n p o r i n t e r p r e t a r c o r r e c t a m e n t e estos d o c u m e n t o s r e q u i e r e la p u b l i c a c i ó n d e i n s t r u m e n t o s d e t r a b a j o a d a p t a d o s , t a l e s c o m o el g l o s a r i o d e l a t í n m e d i e v a l d e D u C a n g e ( 1 6 7 8 ) , l a Paléographie grecque, de Montfauc o n , o el Grand Dictionnaire historique, de M o r e r i (veinte ediciones de 1674 a 1 7 5 9 ) . D e s d e e n t o n c e s , l a i n v e s t i g a c i ó n h i s t ó r i c a s e d e f i n e a n t e t o d o c o m o u n t r a b a j o s o b r e los t e x t o s , t o m a n d o c o m o b a s e los m é t o d o s d e la g r a m á t i c a y l a e x é g e s i s . T i e n d e e s e n c i a l m e n t e , y é s t a es su t e r c e r a c a r a c t e r í s t i c a , a c o n s t r u i r u n cronología exacta, a t r a v é s d e l a c o n f r o n t a c i ó n sist e m á t i c a d e los t e s t i m o n i o s . V e a m o s el P r e f a c i o L'Art de vérifier les dates (p. 1): «La importancia de este arte, que nos enseña a establecer el orden de los acontecimientos en el tiempo, está tan generalmente reconocida, que es ocioso reyelar aquí sus ventajas. Nadie ignora que la cronología y la geografía son como los dos ojos de la historia que, guiada por sus luces, pone en sus relatos la distribución y la claridad convenientes y q u e , sin ellas, el conjunto de los hechos, cuyo conocimiento nos ha llegado, no es más que un caos tenebroso, que sobrecarga la memoria sin iluminar el espíritu. ¡Cuántos errores se introdujeron en la historia, tanto eclesiástica como pagana, a causa de la privación de estas dos ciencias! Son 95

b u s c a r e l e f e c t o l i t e r a r i o , se i n c l i n a p o r u n e s t i l o s i m p l e y n o t e m e l a a b u n dancia d e detalles: « C o n vistas a suministrar datos a aquellos q u e q u i e r a n e m p r e n d e r algún trabajo acerca d e éste, se h a considerado o p o r t u n o reun i r t o d o l o q u e se e n c u e n t r a e n l o s a u t o r e s a fin d e q u e p u e d a n j u z g a r ellos m i s m o s lo q u e es o p o r t u n o d e c i r y c a l l a r . » Y a q u e l a o b r a n o v a d i r i g i d a a u n p ú b l i c o a m p l i o , s i n o a « a q u e l l o s q u e q u i e r e n s a b e r d e las c o s a s a fond o , s e a s i m p l e m e n t e p a r a c o n o c e r la v e r d a d y n u t r i r s e d e e l l a , s e a p a r a c o m p o n e r a c o n t i n u a c i ó n u n a o b r a m á s i m p o r t a n t e » , l a d i s t r i b u c i ó n d é e s t e lib r o lo destina a los eruditos: lejos d e ser u n a n a r r a c i ó n c o n t i n u a , está div i d i d o « p o r t í t u l o s e n l o s q u e s ó l o s e v e u n a c o s a a l a v e z » , así l a b i o g r a f í a d e u n s a n t o o el r e l a t o d e u n a p e r s e c u c i ó n , sin m a n t e n e r r e l a c i ó n c o n l o s d e m á s a c o n t e c i m i e n t o s r e l i g i o s o s . H e a q u í el a n u n c i o d e u n a c i e r t a h i s t o ria q u e t e n d r á p o r m i s i ó n e s t u d i a r , s e p a r a d a m e n t e , las d i s t i n t a s c a t e g o r í a s de hechos, teniendo en cuenta que la cronología debe reinar como señora e n c a d a u n o d e los p e q u e ñ o s c o m p a r t i m e n t o s así d e f i n i d o s . L e N a i n d e T i l l e m o n t n o p r e t e n d e o t r a cosa q u e « r e p r e s e n t a r la v e r d a d d e lo q u e p a s ó d u r a n t e l o s p r i m e r o s siglos y e s t a b l e c e r l a s i e m p r e q u e s e a p o s i b l e p o r el t e s t i m o n i o d e los a u t o r e s m á s a n t i g u o s » ( c o n s i d e r a d o s c o m o l o s m á s s e g u r o s ) . P o r t a n t o , las f u e n t e s h a n s i d o s o m e t i d a s a u n a s e v e r a s e l e c c i ó n : j u n to a piezas originales, L e Nain d e Tillemont h a conservado otras q u e pres e n t a n « u n a i r e d e a n t i g ü e d a d q u e h a c e a v e n t u r a r q u e p o r lo m e n o s el f o n d o procede de d o c u m e n t o s originales», p e r o n o le concede u n a confianza i l i m i t a d a ( « s e h a t e n i d o c u i d a d o e n d i s t i n g u i r é s t a s d e las p r i m e r a s y e n m a r c a r , b i e n e n el t e x t o o b i e n e n las n o t a s , el c a s o q u e se les d e b e h a c e r » ) . F i n a l m e n t e , t r a t a sin c o n s i d e r a c i o n e s l o s d o c u m e n t o s m á s t a r d í o s , p r o c e d e n t e s d e u n a é p o c a « e n la q u e l a v e r d a d d e l a h i s t o r i a se v e a l t e r a d a p o r d i v e r s a s t r a d i c i o n e s p o p u l a r e s y, f r e c u e n t e m e n t e , p o r ficciones i n v e n t a d a s a p r o p ó s i t o » . P a r e c e q u e , a sus o j o s , l a c a l i d a d b á s i c a d e l h i s t o r i a d o r r e s i d e e n u n c i e r t o a r t e p a r a d i s t i n g u i r lo v e r d a d e r o d e l o falso. E s u n a e s p e c i e d e o l f a t o a d q u i r i d o p o r la e x p e r i e n c i a . ¿ C ó m o d i s c e r n i r , s e p r e g u n t a , l a s v e r d a d e r a s v i d a s d e los s a n t o s d e las falsas? A l l e e r las v e r d a d e r a s « s e a d quiere u n especial olfato p a r a discernir lo q u e tiene cierto a r o m a d e antig ü e d a d y d e v e r d a d , frente a lo q u e h u e l e a fábula y a tradición p o p u l a r » . A s í , p o c o a p o c o , s e a p r e n d e a j u z g a r lo q u e p u e d e h a b e r s i d o e s c r i t o e n u n a é p o c a y lo q u e i n d u d a b l e m e n t e e s t á m u y a l e j a d o d e e l l a . E l h i s t o r i a dor está ya a p u n t o d e convertirse en u n profesional.

3.

E L NACIMIENTO D E LA ERUDICIÓN ( F I N E S D E L S I G L O X V I I Y P R I N C I P I O S D E L XVHT)

D a d o q u e e s t e f e n ó m e n o h a s i d o m u y b i e n e s t u d i a d o e n el p l a n o instit u c i o n a l p o r los a u t o r e s p r e c e d e n t e s ( t a l e s c o m o E h r a r d P a l m a d e ) , n o s lim i t a r e m o s a s e ñ a l a r las c r e a c i o n e s d e a c a d e m i a s y b i b l i o t e c a s , q u e p e r m i t e n el n a c i m i e n t o d e u n a v i d a científica c o l e c t i v a , y a m e n c i o n a r los t r a b a jos d e los jesuítas bollandistas especializados e n la publicación d e vidas d e s a n t o s (Acta sanctorum), las d e l o s o r a t o r i o s ( e d i c i ó n y r e v i s a d o d e l a c o m p i l a c i ó n d e l a Gallia Christiana) y , s o b r e t o d o , las d e los b e n e d i c t i n o s d e l a C o n g r e g a c i ó n d e S a n M a u r o . F i e l e s a la e n s e ñ a n z a d e D o m M a b i l l o n , se lanzan a grandes e m p r e s a s d e edición d e d o c u m e n t o s antiguos. D e s p u é s 94

d e l o s Monuments de la Monarchie Frangaise ( 1 7 2 9 - 1 7 3 3 ) , d e B e r n a r d d e M o n t f a n c o n , v i e n e n L'Histoire littéraire de la France ( a p a r t i r d e 1733) y el Recuil des Histoirens des Gaules et de la France, i n i c i a d o p o r D o m B o u q u e t e n 1 7 3 8 , sin o l v i d a r L'art de vérifier les datos des faits historiques, des chartes, des Chroniques et autres anciens monuments, depuis la Naissance de Nótre Seigneur ( p r i m e r a e d i c i ó n , 1 7 5 0 ) . U n a p r o v i n c i a c o m o B r e t a ñ a d i s fruta i g u a l m e n t e d e esta erudición b e n e d i c t i n a , c o m o lo p r u e b a n p o r ejemp l o las Mémoires pour servir de Preuves a l'Histoire de Bretagne (París, 1 7 4 2 ) , d e D o m P . - H . M o r i c e , y Les Vies des saints de Bretagne, de D o m Alexis L o b i n e a u , del c o n v e n t o de S a n t a M e l a n i a d e R e n n e s (1666-1727). F u e r a d e l o s c l a u s t r o s , l a e r u d i c i ó n oficial n a c i ó c o n l a Académie royale des Inscriptions et Belles-Lettres (1663), q u e tiene p r i m e r o u n a precisa func i ó n al s e r v i c i o d e l p o d e r m o n á r q u i c o : « r e d a c t a r las divisas d e las m e d a l l a s y las i n s c r i p c i o n e s d e los m o n u m e n t o s » a la m a y o r g l o r i a d e L u i s X I V . M u y p r o n t o se convirtió en caldo d e cultivo d e e r u d i t o s , e inició la publicación d e Mémoires e n 1 7 1 7 , a s í c o m o e l Recueil des Ordonnances des Rois de France. T o d o s e s t o s t r a b a j o s , p o r i m p o r t a n t e s q u e h a y a n s i d o p a r a el n a cimiento d e la ciencia histórica, e n g e n e r a l f u e r o n p o c o c o n s i d e r a d o s p o r los c o n t e m p o r á n e o s . A t í t u l o d e e j e m p l o , h e a q u í c ó m o el p r e s i d e n t e d e B r o s s e s c u e n t a u n a v i s i t a q u e h i z o al i l u s t r e M u r a t o r i e n s u b i b l i o t e c a d e M ó d e n a : « E n c o n t r a m o s a aquel b u e n viajero con sus cuatro pelos blancos y s u c a l v a c a b e z a , t r a b a j a n d o ( . . . ) e n a q u e l l a g a l e r í a glacial e n m e d i o d e u n m o n t ó n de antigüedades, d e trastos viejos italianos, ya q u e n o m e atrev o a calificar d e a n t i g ü e d a d a t o d o l o q u e se r e l a c i o n a c o n a q u e l l o s o b s c u r o s siglos d e i g n o r a n c i a . » E x a m i n e m o s c o n m a y o r d e t a l l e l o s procedimientos d e esta historia erudita, q u e p a r e c e n a n u n c i a r m u c h a s d e las características q u e i m p o n d r á la e s c u e l a m e t ó d i c a d e s p u é s d e 1 8 7 6 . P r i m e r a c a r a c t e r í s t i c a : el c u l t o a l o s d o c u m e n t o s originales, m a p a s , d o c u m e n t o s r e a l e s , bulas pontificias, etc., así c o m o l o s sellos y las a r m a s , l i g a d o s u n o s y o t r o s a l a o b s e s i ó n p o r a c l a r a r los o r í g e n e s d e los p o d e r e s y d e las i n s t i t u c i o n e s . E n s e g u n d o l u g a r , la p r e o c u p a c i ó n p o r i n t e r p r e t a r c o r r e c t a m e n t e estos d o c u m e n t o s r e q u i e r e la p u b l i c a c i ó n d e i n s t r u m e n t o s d e t r a b a j o a d a p t a d o s , t a l e s c o m o el g l o s a r i o d e l a t í n m e d i e v a l d e D u C a n g e ( 1 6 7 8 ) , l a Paléographie grecque, de Montfauc o n , o el Grand Dictionnaire historique, de M o r e r i (veinte ediciones de 1674 a 1 7 5 9 ) . D e s d e e n t o n c e s , l a i n v e s t i g a c i ó n h i s t ó r i c a s e d e f i n e a n t e t o d o c o m o u n t r a b a j o s o b r e los t e x t o s , t o m a n d o c o m o b a s e los m é t o d o s d e la g r a m á t i c a y l a e x é g e s i s . T i e n d e e s e n c i a l m e n t e , y é s t a es su t e r c e r a c a r a c t e r í s t i c a , a c o n s t r u i r u n cronología exacta, a t r a v é s d e l a c o n f r o n t a c i ó n sist e m á t i c a d e los t e s t i m o n i o s . V e a m o s el P r e f a c i o L'Art de vérifier les dates (p. 1): «La importancia de este arte, que nos enseña a establecer el orden de los acontecimientos en el tiempo, está tan generalmente reconocida, que es ocioso reyelar aquí sus ventajas. Nadie ignora que la cronología y la geografía son como los dos ojos de la historia que, guiada por sus luces, pone en sus relatos la distribución y la claridad convenientes y q u e , sin ellas, el conjunto de los hechos, cuyo conocimiento nos ha llegado, no es más que un caos tenebroso, que sobrecarga la memoria sin iluminar el espíritu. ¡Cuántos errores se introdujeron en la historia, tanto eclesiástica como pagana, a causa de la privación de estas dos ciencias! Son 95

innumerables. Pero, gracias a los trabajos de los cronologistas (hay que decir lo mismo de los geógrafos), que desde hace más de u n siglo se han dedicado a estudiar la historia en las fuentes, muchos de estos errores han sido corregidos o por lo menos reconocidos como tales. N o obstante, sus sabias y penosas investigaciones no han disipado todas las nubes y allanado todas las dificultades. Por el contrario dejaron pendientes cantidad de espinosas cuestiones cuya solución depende menos de la sagacidad del espíritu que del auxilio del arte. Por tanto, es hacer un favor esencial a . la República de las Letras el establecer reglas generales y seguras para comprobar las fechas de los monumentos históricos, marcar las épocas de los acontecimientos y conciliar, cuando se pueda, a los autores, que tampoco están de acuerdo entre sí y a veces ni siquiera parecen estarlo consigo mismos.» L a misión ya está t r a z a d a p a r a los historiadores del futuro: considerar á n a c a b a d a la historia c u a n d o h a y a n constituido i n i n t e r r u m p i d a s c a d e n a s d e hechos. E s t a cronología hay q u e distribuirla j e r á r q u i c a m e n t e , dedicánd o s e p r i m e r o a las i n s t i t u c i o n e s m á s i m p o r t a n t e s , p a r a t e n e r e n c u e n t a m á s t a r d e las d e m e n o r r a n g o . P r i m e r o , la lista d e c o n c i l i o s « q u e i n f o r m a a c e r c a d e las é p o c a s d e l o s t r i u n f o s q u e la I g l e s i a h a l o g r a d o s o b r e las h e r e j í a s y las d e los c a m b i o s q u e h a h e c h o e n s u d i s c i p l i n a » . S ó l o d e s p u é s « s e p a s a a la h i s t o r i a civil. L o s e m p e r a d o r e s r o m a n o s a b r e n l a e s c e n a ( . . . ) . D e O r i e n t e (...) p a s a m o s a O c c i d e n t e , d e l q u e se r e c o r r e n p r i m e r o y s u c e s i v a m e n t e t o d a s las m o n a r q u í a s y , a c o n t i n u a c i ó n , l o s p r i n c i p a d o s s u b a l t e r n o s q u e se d e r i v e n d e ellas. E n t r e las m o n a r q u í a s o c c i d e n t a l e s , F r a n c i a es el p r i m e r t e m a q u e se t r a t a y a q u e l e n el q u e se e n t r e t i e n e n c o n m a y o r c o m p l a c e n c i a . E l i n t e r é s q u e i n s p i r a la p a t r i a n o es el ú n i c o m o t i v o d e e s t a p r e dilección y estaremos d e a c u e r d o , d e j a n d o d e lado cualquier prejuicio, q u e n o h a y ningún reino de E u r o p a q u e m e r e z c a m á s q u e F r a n c i a la a t e n c i ó n y la c u r i o s i d a d d e l l e c t o r » . U n a d i s t r i b u c i ó n así p r e f i g u r a d i r e c t a m e n t e l a d e los m a n u a l e s d e h i s t o r i a d e los a ñ o s 1880-1940; n o falta n a d a , n i s i q u i e r a el chauvinismo nacional. Esta secuencia d e hechos, repartidos con arreglo a d e t e r m i n a d o s apriori, e s t á b a s a d a e n f u e n t e s m á s s e g u r a s : « E n l a e l e c c i ó n d e los a u t o r e s n o n o s h e m o s d e j a d o a r r a s t r a r n i p o r l a p r e v e n c i ó n n i p o r la r e p u t a c i ó n , q u e m u c h o s a d q u i r i e r o n con t o d a justicia. H e m o s b u s c a d o la v e r d a d p o r t o d a s p a r t e s , y allí d o n d e se h a c r e í d o v e r l a , h e m o s c o n s i d e r a d o u n d e b e r i n d i s p e n s a b l e el s e g u i r l a . » S e r v i r l a v e r d a d , e x t i r p a r el error, r e c h a z a n d o cualquier prejuicio e i l u m i n á n d o s e con la « a n t o r c h a d e la c r í t i c a » , é s t a es l a c u a r t a c a r a c t e r í s t i c a b á s i c a d e l a h i s t o r i a e r u d i t a . E s p r e c i s a m e n t e e n n o m b r e d e l a v e r d a d q u e D o m M o r i c e se m u e s t r a m u y crít i c o c o n r e s p e c t o al c r o n i s t a A l a i n B o u c h a r t e n el p r e f a c i o d e L'Histoire ecclésiastique et civile de Bretagne ( P a r í s , 1 7 5 0 ) : « E l a u t o r h a a d m i t i d o fáb u l a s , q u e e r a n m o n e d a " c o r r i e n t e e n su t i e m p o ( . . . ) , C o n r e s p e c t o a l o s hechos, p o d e m o s decir q u e t r a t a con ligereza lo q u e hay d e v e r d a d e r o y se d e t i e n e m u c h o e n lo q u e es falso.» N u e s t r o b e n e d i c t i n o es d i g n o c o n t e m p o r á n e o d e V o l t a i r e , q u e se m o f a d e las « c é l e b r e s t o n t e r í a s q u e r e p i t e n l o s historiadores antiguos», y de D i d e r o t , q u e subraya: « Q u i e n dice historiad o r dice n a r r a d o r fiel, r e l a t o r e x a c t o y s i n c e r o d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s , q u e se a p o y a e n su p r o p i o t e s t i m o n i o o e n el i n f o r m e d e p e r s o n a s d i g n a s d e c r é d i t o . » A p a r t i r d e e n t o n c e s , es p r á c t i c a c o r r i e n t e el s o m e t e r l o s t e s t i m o nios a u n a serie d e p r e g u n t a s d e sentido c o m ú n , q u e constituyen los pri96

m e r o s e l e m e n t o s d e u n m é t o d o histórico: « ¿ Q u i é n e s son los testigos?, ¿ q u é valor t i e n e n ? , ¿son i n s t r u i d o s ? , ¿ s o n c o n t e m p o r á n e o s d e los h e c h o s relat a d o s ? » Se a c o n s e j a n o c o n s e r v a r m á s q u e l o q u e es i n d u d a b l e . L a d u d a o la s o s p e c h a c r e c e n y se e x t i e n d e n , s o b r e t o d o e n l o q u e se r e f i e r e a p e r í o dos m u y antiguos. U n a m e m o r i a p r e s e n t a d a a la A c a d e m i a d e Inscripcion e s e n 1723 a v a n z a q u e « n o s a b e m o s n a d a s e g u r o a c e r c a d e R ó m u l o » y d e los orígenes d e R o m a e n g e n e r a l . L a i n c e r t i d u m b r e t a m b i é n afecta a la E d a d M e d i a y , m á s a m p l i a m e n t e , s e e x t i e n d e al c o n j u n t o d e h e c h o s m a ravillosos contados p o r los historiadores del p a s a d o . P e r o o c u r r e q u e esta a c t i v i d a d crítica s e d e t i e n e a m i t a d d e c a m i n o . A s í , D o m L o b i n e a u r e c h a z a a l g u n o s m i l a g r o s a t r i b u i d o s a S a n S a m s o n d e D o l p o r su b i ó g r a f o m e r o v i n g i o ( « n o p o d e m o s p r e s t a r a t e n c i ó n a l o q u e d i c e el a u t o r ( . . . ) n i n o s p o d e m o s c r e e r el m i l a g r o d e u n a h o r r i b l e s e r p i e n t e q u e se d i c e q u e él e x p u l s ó » ) , p e r o r e c o n o c e o t r o s q u e s e s i t ú a n e n el p l a n o e s p i r i t u a l . S ó l o h a c u e s t i o n a d o u n a p a r t e d e la l e y e n d a p r i m i t i v a , sin d e s t r u i r l a p o r c o m p l e t o . L o s h i s t o r i a d o r e s d e l siglo x r x i r á n m á s allá e n s u a p l i c a c i ó n d e l a s o s p e c h a a t o d o lo q u e se r e f i e r a a h e c h o s i r r a c i o n a l e s . N o s q u e d a p o r m e n c i o n a r u n a ú l t i m a particularidad d e la erudición d e los t i e m p o s clásicos: se d e d i c a n c o n m a y o r f r e c u e n c i a a t r a b a j o s c o n c r e t o s , sin « l a n z a r s e a l o s e s p a cios infinitos y a l o s t i e m p o s i l i m i t a d o s » . S e c u l t i v a , e n p r i m e r l u g a r , l a h i s t o r i a n a c i o n a l o p r o v i n c i a l , casi l a m o n o g r a f í a , d e l a c u a l l a Histoire de Charles XII, d e V o l t a i r e , c o n s t i t u y e u n b u e n e j e m p l o . E s t a t e n d e n c i a a l o s e s t u d i o s f r a g m e n t a r i o s florecerá y a p l e n a m e n t e e n el siglo x r x , siglo e n el q u e l a h i s t o r i o g r a f í a se e n r a i z a r á e n el s u e l o n a c i o n a l y e n el t e r r u ñ o c a m pesino.

4.

VOLTAIRE Y LA AMPLIACIÓN D E LAS PERSPECTIVAS HISTÓRICAS

V o l t a i r e (1694-1778) s e c o n v i r t i ó p r o g r e s i v a m e n t e a l a h i s t o r i a . S u f a m a de p o e t a ya e s t a b a s ó l i d a m e n t e f u n d a d a c u a n d o se lanzó a escribir su o b r a Historia de Carlos XII ( 1 7 3 1 ) . S e a f i c i o n ó al e s t u d i o d e l p a s a d o al c o m p o n e r sus g r a n d e s e p o p e y a s Edipo (1718) y La Herniada ( 1 7 2 3 ) . A l final d e l r e i n a d o d e L u i s X I V , m u c h o s c o n t e m p o r á n e o s t e n í a n el s e n t i m i e n t o d e h a b e r vivido u n a gran época, y q u e r í a n pintarla p a r a la posterioridad. L a s desg r a c i a s d e 1709-1710, t a n t o m á s d o l o r o s a m e n t e s e n t i d a s , p u e s t o q u e F r a n cia s e h a b í a c o n s t i t u i d o ( p o r el h e c h o d e la c e n t r a l i z a c i ó n m o n á r q u i c a ) e n « u n t o d o r e g u l a r , c a d a u n a d e c u y a s l í n e a s c o n d u c e al c e n t r o » ( R e n e P o m e a u ) , n o h a c í a n m á s q u e a v i v a r e s t e s e n t i m i e n t o . M á s allá d e e s t a s r a z o n e s c o y u n t u r a l e s , se p r e s t a b a a t e n c i ó n m á s e s p e c í f i c a a la v i d a e n s o c i e d a d y a los s i s t e m a s p o l í t i c o s . V o l t a i r e , p a r t i c i p a n d o d e e s t e e n t u s i a s m o , a b o r d a c o m o l i t e r a t o y m o r a l i s t a e s t e c a m p o d e e s t u d i o n u e v o p a r a él. A s u s o j o s , l a h i s t o r i a d e b e e s t u d i a r l o s m o t i v o s y las G a s i o j e ^ m i e ^ u í a n j a ^ a c c i o n e j j m m a ñ a s T T J e b e p r e s e n t a r grandes h é r o e s , c o m o Carlos X I I se Suecia, e l e g i d o p o r q u e e r a « e x c e s i v a m e n t e g r a n d e , d e s g r a c i a d o y l o c o » . H é r o e s e n f r e n t a d o s q u e p u e d e n d a r l u g a r a b e l l a s a n t í t e s i s , c o m o la q u e s e d e s a r r o l l a e n t r e el c o n q u i s t a d o r s u e c o y el z a r P e d r o el G r a n d e , s u a d v e r s a r i o e n P o l t o v a e n 1709: C a r l o s X I I , i l u s t r e p o r los n u e v e a ñ o s d e v i c t o rias; P e d r o A l e x i e v i c h , p o r l o s n u e v e a ñ o s d e d i f i c u l t a d e s q u e p a d e c i ó t r a 97

innumerables. Pero, gracias a los trabajos de los cronologistas (hay que decir lo mismo de los geógrafos), que desde hace más de u n siglo se han dedicado a estudiar la historia en las fuentes, muchos de estos errores han sido corregidos o por lo menos reconocidos como tales. N o obstante, sus sabias y penosas investigaciones no han disipado todas las nubes y allanado todas las dificultades. Por el contrario dejaron pendientes cantidad de espinosas cuestiones cuya solución depende menos de la sagacidad del espíritu que del auxilio del arte. Por tanto, es hacer un favor esencial a . la República de las Letras el establecer reglas generales y seguras para comprobar las fechas de los monumentos históricos, marcar las épocas de los acontecimientos y conciliar, cuando se pueda, a los autores, que tampoco están de acuerdo entre sí y a veces ni siquiera parecen estarlo consigo mismos.» L a misión ya está t r a z a d a p a r a los historiadores del futuro: considerar á n a c a b a d a la historia c u a n d o h a y a n constituido i n i n t e r r u m p i d a s c a d e n a s d e hechos. E s t a cronología hay q u e distribuirla j e r á r q u i c a m e n t e , dedicánd o s e p r i m e r o a las i n s t i t u c i o n e s m á s i m p o r t a n t e s , p a r a t e n e r e n c u e n t a m á s t a r d e las d e m e n o r r a n g o . P r i m e r o , la lista d e c o n c i l i o s « q u e i n f o r m a a c e r c a d e las é p o c a s d e l o s t r i u n f o s q u e la I g l e s i a h a l o g r a d o s o b r e las h e r e j í a s y las d e los c a m b i o s q u e h a h e c h o e n s u d i s c i p l i n a » . S ó l o d e s p u é s « s e p a s a a la h i s t o r i a civil. L o s e m p e r a d o r e s r o m a n o s a b r e n l a e s c e n a ( . . . ) . D e O r i e n t e (...) p a s a m o s a O c c i d e n t e , d e l q u e se r e c o r r e n p r i m e r o y s u c e s i v a m e n t e t o d a s las m o n a r q u í a s y , a c o n t i n u a c i ó n , l o s p r i n c i p a d o s s u b a l t e r n o s q u e se d e r i v e n d e ellas. E n t r e las m o n a r q u í a s o c c i d e n t a l e s , F r a n c i a es el p r i m e r t e m a q u e se t r a t a y a q u e l e n el q u e se e n t r e t i e n e n c o n m a y o r c o m p l a c e n c i a . E l i n t e r é s q u e i n s p i r a la p a t r i a n o es el ú n i c o m o t i v o d e e s t a p r e dilección y estaremos d e a c u e r d o , d e j a n d o d e lado cualquier prejuicio, q u e n o h a y ningún reino de E u r o p a q u e m e r e z c a m á s q u e F r a n c i a la a t e n c i ó n y la c u r i o s i d a d d e l l e c t o r » . U n a d i s t r i b u c i ó n así p r e f i g u r a d i r e c t a m e n t e l a d e los m a n u a l e s d e h i s t o r i a d e los a ñ o s 1880-1940; n o falta n a d a , n i s i q u i e r a el chauvinismo nacional. Esta secuencia d e hechos, repartidos con arreglo a d e t e r m i n a d o s apriori, e s t á b a s a d a e n f u e n t e s m á s s e g u r a s : « E n l a e l e c c i ó n d e los a u t o r e s n o n o s h e m o s d e j a d o a r r a s t r a r n i p o r l a p r e v e n c i ó n n i p o r la r e p u t a c i ó n , q u e m u c h o s a d q u i r i e r o n con t o d a justicia. H e m o s b u s c a d o la v e r d a d p o r t o d a s p a r t e s , y allí d o n d e se h a c r e í d o v e r l a , h e m o s c o n s i d e r a d o u n d e b e r i n d i s p e n s a b l e el s e g u i r l a . » S e r v i r l a v e r d a d , e x t i r p a r el error, r e c h a z a n d o cualquier prejuicio e i l u m i n á n d o s e con la « a n t o r c h a d e la c r í t i c a » , é s t a es l a c u a r t a c a r a c t e r í s t i c a b á s i c a d e l a h i s t o r i a e r u d i t a . E s p r e c i s a m e n t e e n n o m b r e d e l a v e r d a d q u e D o m M o r i c e se m u e s t r a m u y crít i c o c o n r e s p e c t o al c r o n i s t a A l a i n B o u c h a r t e n el p r e f a c i o d e L'Histoire ecclésiastique et civile de Bretagne ( P a r í s , 1 7 5 0 ) : « E l a u t o r h a a d m i t i d o fáb u l a s , q u e e r a n m o n e d a " c o r r i e n t e e n su t i e m p o ( . . . ) , C o n r e s p e c t o a l o s hechos, p o d e m o s decir q u e t r a t a con ligereza lo q u e hay d e v e r d a d e r o y se d e t i e n e m u c h o e n lo q u e es falso.» N u e s t r o b e n e d i c t i n o es d i g n o c o n t e m p o r á n e o d e V o l t a i r e , q u e se m o f a d e las « c é l e b r e s t o n t e r í a s q u e r e p i t e n l o s historiadores antiguos», y de D i d e r o t , q u e subraya: « Q u i e n dice historiad o r dice n a r r a d o r fiel, r e l a t o r e x a c t o y s i n c e r o d e l o s a c o n t e c i m i e n t o s , q u e se a p o y a e n su p r o p i o t e s t i m o n i o o e n el i n f o r m e d e p e r s o n a s d i g n a s d e c r é d i t o . » A p a r t i r d e e n t o n c e s , es p r á c t i c a c o r r i e n t e el s o m e t e r l o s t e s t i m o nios a u n a serie d e p r e g u n t a s d e sentido c o m ú n , q u e constituyen los pri96

m e r o s e l e m e n t o s d e u n m é t o d o histórico: « ¿ Q u i é n e s son los testigos?, ¿ q u é valor t i e n e n ? , ¿son i n s t r u i d o s ? , ¿ s o n c o n t e m p o r á n e o s d e los h e c h o s relat a d o s ? » Se a c o n s e j a n o c o n s e r v a r m á s q u e l o q u e es i n d u d a b l e . L a d u d a o la s o s p e c h a c r e c e n y se e x t i e n d e n , s o b r e t o d o e n l o q u e se r e f i e r e a p e r í o dos m u y antiguos. U n a m e m o r i a p r e s e n t a d a a la A c a d e m i a d e Inscripcion e s e n 1723 a v a n z a q u e « n o s a b e m o s n a d a s e g u r o a c e r c a d e R ó m u l o » y d e los orígenes d e R o m a e n g e n e r a l . L a i n c e r t i d u m b r e t a m b i é n afecta a la E d a d M e d i a y , m á s a m p l i a m e n t e , s e e x t i e n d e al c o n j u n t o d e h e c h o s m a ravillosos contados p o r los historiadores del p a s a d o . P e r o o c u r r e q u e esta a c t i v i d a d crítica s e d e t i e n e a m i t a d d e c a m i n o . A s í , D o m L o b i n e a u r e c h a z a a l g u n o s m i l a g r o s a t r i b u i d o s a S a n S a m s o n d e D o l p o r su b i ó g r a f o m e r o v i n g i o ( « n o p o d e m o s p r e s t a r a t e n c i ó n a l o q u e d i c e el a u t o r ( . . . ) n i n o s p o d e m o s c r e e r el m i l a g r o d e u n a h o r r i b l e s e r p i e n t e q u e se d i c e q u e él e x p u l s ó » ) , p e r o r e c o n o c e o t r o s q u e s e s i t ú a n e n el p l a n o e s p i r i t u a l . S ó l o h a c u e s t i o n a d o u n a p a r t e d e la l e y e n d a p r i m i t i v a , sin d e s t r u i r l a p o r c o m p l e t o . L o s h i s t o r i a d o r e s d e l siglo x r x i r á n m á s allá e n s u a p l i c a c i ó n d e l a s o s p e c h a a t o d o lo q u e se r e f i e r a a h e c h o s i r r a c i o n a l e s . N o s q u e d a p o r m e n c i o n a r u n a ú l t i m a particularidad d e la erudición d e los t i e m p o s clásicos: se d e d i c a n c o n m a y o r f r e c u e n c i a a t r a b a j o s c o n c r e t o s , sin « l a n z a r s e a l o s e s p a cios infinitos y a l o s t i e m p o s i l i m i t a d o s » . S e c u l t i v a , e n p r i m e r l u g a r , l a h i s t o r i a n a c i o n a l o p r o v i n c i a l , casi l a m o n o g r a f í a , d e l a c u a l l a Histoire de Charles XII, d e V o l t a i r e , c o n s t i t u y e u n b u e n e j e m p l o . E s t a t e n d e n c i a a l o s e s t u d i o s f r a g m e n t a r i o s florecerá y a p l e n a m e n t e e n el siglo x r x , siglo e n el q u e l a h i s t o r i o g r a f í a se e n r a i z a r á e n el s u e l o n a c i o n a l y e n el t e r r u ñ o c a m pesino.

4.

VOLTAIRE Y LA AMPLIACIÓN D E LAS PERSPECTIVAS HISTÓRICAS

V o l t a i r e (1694-1778) s e c o n v i r t i ó p r o g r e s i v a m e n t e a l a h i s t o r i a . S u f a m a de p o e t a ya e s t a b a s ó l i d a m e n t e f u n d a d a c u a n d o se lanzó a escribir su o b r a Historia de Carlos XII ( 1 7 3 1 ) . S e a f i c i o n ó al e s t u d i o d e l p a s a d o al c o m p o n e r sus g r a n d e s e p o p e y a s Edipo (1718) y La Herniada ( 1 7 2 3 ) . A l final d e l r e i n a d o d e L u i s X I V , m u c h o s c o n t e m p o r á n e o s t e n í a n el s e n t i m i e n t o d e h a b e r vivido u n a gran época, y q u e r í a n pintarla p a r a la posterioridad. L a s desg r a c i a s d e 1709-1710, t a n t o m á s d o l o r o s a m e n t e s e n t i d a s , p u e s t o q u e F r a n cia s e h a b í a c o n s t i t u i d o ( p o r el h e c h o d e la c e n t r a l i z a c i ó n m o n á r q u i c a ) e n « u n t o d o r e g u l a r , c a d a u n a d e c u y a s l í n e a s c o n d u c e al c e n t r o » ( R e n e P o m e a u ) , n o h a c í a n m á s q u e a v i v a r e s t e s e n t i m i e n t o . M á s allá d e e s t a s r a z o n e s c o y u n t u r a l e s , se p r e s t a b a a t e n c i ó n m á s e s p e c í f i c a a la v i d a e n s o c i e d a d y a los s i s t e m a s p o l í t i c o s . V o l t a i r e , p a r t i c i p a n d o d e e s t e e n t u s i a s m o , a b o r d a c o m o l i t e r a t o y m o r a l i s t a e s t e c a m p o d e e s t u d i o n u e v o p a r a él. A s u s o j o s , l a h i s t o r i a d e b e e s t u d i a r l o s m o t i v o s y las G a s i o j e ^ m i e ^ u í a n j a ^ a c c i o n e j j m m a ñ a s T T J e b e p r e s e n t a r grandes h é r o e s , c o m o Carlos X I I se Suecia, e l e g i d o p o r q u e e r a « e x c e s i v a m e n t e g r a n d e , d e s g r a c i a d o y l o c o » . H é r o e s e n f r e n t a d o s q u e p u e d e n d a r l u g a r a b e l l a s a n t í t e s i s , c o m o la q u e s e d e s a r r o l l a e n t r e el c o n q u i s t a d o r s u e c o y el z a r P e d r o el G r a n d e , s u a d v e r s a r i o e n P o l t o v a e n 1709: C a r l o s X I I , i l u s t r e p o r los n u e v e a ñ o s d e v i c t o rias; P e d r o A l e x i e v i c h , p o r l o s n u e v e a ñ o s d e d i f i c u l t a d e s q u e p a d e c i ó t r a 97

1

t a n d o d e f o r m a r t r o p a s i g u a l e s a las s u e c a s ; el m o n a r c a s u e c o , l i b e r a l p o r g r a n d e z a d e a l m a , l l e n o d e g l o r i a p o r h a b e r civilizado a los s u y o s ( . . . ) , el m o s c o v i t a sin a p e n a s m á s h a b e r q u e las apariencias¿_El h i s t o r i a d o r d e b e t e n e r l a p r e o c u p a c i ó n d e c o m p l a c e r , e s c r i b i e n d o b r e v e m e n t e y sin l l e n a r s u r e l a t o d e d e t a l l e s i n ú t i l e s » ) C i e r t a m e n t e , s u i n f o r m a c i ó n t i e n e q u e s e r sólida,; « S e h a r e d a c t a d o e s t a h i s t o r i a s o b r e r e l a t o s d e p e r s o n a s c o n o c i d a s , q u e p a s a r o n m u c h o s a ñ o s j u n t o a C a r l o s X I I y P e d r o el G r a n d e , e m p e r a d o r d e Moscovia, y que, habiéndose retirado a un país libre, m u c h o tiempo desp u é s d e la m u e r t e d e estos príncipes, n o tenían n i n g ú n interés en disfrazar la v e r d a d . » D e h e c h o , V o l t a i r e s e d o c u m e n t ó c o n c i e n z u d a m e n t e ; a d e m á s d e o b r a s h i s t ó r i c a s , c o n s u l t ó l i b r o s d e g e o g r a f í a y m a p a s , lo q u e n o i m p i d e q u e su v i s i ó n d e P o l o n i a n o s e a m á s q u e u n a s e r i e d e l u g a r e s c o m u n e s . D e e n t r e la i n g e n t e información r e u n i d a realizó u n a severa selección: «Sólo se h a n e l e g i d o los a c o n t e c i m i e n t o s m á s i n t e r e s a n t e s d e su vida.¿ E s t a m o s c o n v e n c i d o s d e q u e la h i s t o r i a d e u n p r í n c i p e n o c o n s i s t e e n t o d o l o q u e h a h e c h o , s i n o e n t o d o lo h e c h o q u e s e a d i g n o d e ser t r a n s m i t i d o a l a p o s t e ridad.»" E s u n a delicia l e e r las r é p l i c a s d e V o l t a i r e a l o s c o m e n t a r i o s p o c o a g r a d a b l e s q u e M . d e L a M o t r a y e h a b í a h e c h o a su o b r a . A su c o n t r a d i c tor, q u e se l a m e n t a d e q u e n o c u e n t e la historia d e los prisioneros rusos l i b e r a d o s p o r los s u e c o s d e s p u é s d e « h a b e r l e s c o r t a d o e n d o s l a c i n t u r a d e sus c a l z a s , las c u a l e s se v e í a n o b l i g a d o s a s o s t e n e r c o n las d o s m a n o s » , V o l t a i r e r e s p o n d e m o r d a z m e n t e : « E s t á p o r v e r si es u n a falta i m p o r t a n t e el h a b e r o m i t i d o la a v e n t u r a d e los c a l z o n e s d e los m o s c o v i t a s . » A p e s a r d e las m ú l t i p l e s p o d a s , el r e l a t o d e las g u e r r a s o c u p a t o d a v í a u n l u g a r e s e n c i a l e n la o b r a , y el a u t o r lo l a m e n t a r á a l g u n o s a ñ o s m á s t a r d e : « M e a v e r g ü e n zo de haber hablado tanto de c o m b a t e s , de tantos hechos negativos p a r a los h o m b r e s ( . . . ) . H a b r í a h e c h o m e j o r e v i t a n d o t o d o s e s t o s d e t a l l e s d e c o m b a t e s l i b r a d o s e n el p a í s d e l o s s á r m a t a s y h u b i e r a d e b i d o insistir c o n m a y o r p r o f u n d i d a d a c e r c a d e lo q u e h a h e c h o el z a r p o r el b i e n d e l a h u m a nidad. M e interesa más u n a legua cuadrada roturada que una llanura cubierta de cadáveres.» V o l t a i r e h i z o j u s t i c i a a la h i s t o r i a d e la civilización c o n El siglo de Luis XIV, i n i c i a d o e n 1 7 3 2 , casi a c a b a d o e n 1739 y p u b l i c a d o e n 1751 e n B e r l í n , tal c o m o lo a n u n c i a e n s u c a r t a al a b a t e D u b o s d e l 30 d e o c t u b r e d e 1738, c a r t a q u e es m u y r e v e l a d o r a d e la g é n e s i s d e l a o b r a : « N o s o n los a n a l e s d e su r e m a d o ; es m á s b i e n l a h i s t o r i a d e l e s p í r i t u h u m a n o e x t r a í d a d e l siglo m á s g l o r i o s o q u e h a h a b i d o p a r a el e s p í r i t u h u m a n o . » P e r o l o s a c o n t e c i m i e n t o s d i p l o m á t i c o s y m i l i t a r e s c o n t i n ú a n o c u p a n d o e n e l l a u n lug a r e s e n c i a l . V o l t a i r e e n u m e r a a su c o r r e s p o n s a l la lista d e l o s c a p í t u l o s d e su o b r a : h a y v e i n t e p a r a l o s « g r a n d e s a c o n t e c i m i e n t o s » , u n o p a r a la v i d a p r i v a d a d e L u i s XTV, d o s p a r a la « p o l í t i c a i n t e r i o r » d e l r e i n o , c o m p r e n d i d o el c o m e r c i o , o t r o s d o s p a r a los a s u n t o s e c l e s i á s t i c o s , c i n c o o seis p a r a la h i s t o r i a d e l a r t e . E n e s t a m i s m a c a r t a e x p r e s a u n a g r a n p r e o c u p a c i ó n p o r ir a lo e s e n c i a l y d e c i r l o c o n c o n c i s i ó n e x t r e m a : « P a r a la v i d a p r i v a d a d e L u i s X I V t e n g o las M e m o r i a s d e M . D a n g e a u e n c u a r e n t a v o l ú m e n e s , d e las q u e h e e x t r a í d o c u a r e n t a p á g i n a s . » V o l t a i r e e s t á al a c e c h o d e las c o n fidencias d e los « v i e j o s c o r t e s a n o s , a y u d a s d e c á m a r a , g r a n d e s s e ñ o r e s y o t r o s » ; i n c l u s o p e r s i g u e , si c a b e , m á s los d o c u m e n t o s i n é d i t o s , c o m o el Memorial écrit de la main de Louis XTV q u e d e s e a r í a p o d e r c o n s u l t a r , c o m o las M e m o r i a s d e los i n t e n d e n t e s d e las q u e o b t i e n e i n f o r m a c i o n e s a c e r c a 98

d e los entresijos del reino. C o n c i b e s u o b r a c o m o u n a s e r i e d e c u a d r o s , a riesgo d e n o r e s p e t a r s i e m p r e la c r o n o l o g í a , y d e p r e s e n t a r a v e c e s a n t e s el e f e c t o q u e la c a u s a . E n e s t o n o h a c e m á s q u e p l e g a r s e a las r e g l a s clásicas d e l a « p i n t u r a h i s t ó r i c a » . B u s c a , l o m i s m o e n el c o n j u n t o d e l l i b r o q u e en cada u n o d e los c u a d r o s en particular, u n cierto efecto d e perspect i v a ( e n p r i m e r p l a n o , el t u m u l t o d e las g u e r r a s ; e n s e g u n d o , l o s e s p l e n d o r e s d e l a c o r t e ; al f o n d o , las q u e r e l l a s r e l i g i o s a s ) : « L o s p r i n c i p a l e s p e r s o n a j e s e s t á n e n p r i m e r p l a n o ; la m u l t i t u d , al f o n d o . » E s p i n t o r a l a v e z q u e d r a m a t u r g o , al t r a t a r la h i s t o r i a c o m o el d e s a r r o l l o d e u n a i n t r i g a . P r e s e n t a c i ó n , n u d o y d e s e n l a c e se s u c e d e n e n la p r i m e r a p a r t e del Siglo; y ya la Historia de Carlos XII e s t a b a d i s t r i b u i d a c o m o u n a t r a g e d i a e n c i n c o a c t o s . V o l t a i r e m a n t i e n e a s a b i e n d a s l a i n t r i g a : « M i s e c r e t o c o n s i s t e e n f o r z a r al lector a preguntarse ¿será destruida H o l a n d a ? , ¿sucumbirá Luis XTV?» T o d o e s t o n o e s t a b a d e s p r o v i s t o d e s e g u n d a s i n t e n c i o n e s i n t e r e s a d a s : se t r a t a b a d e llamar la a t e n c i ó n del e s t a d o c o m p o n i e n d o g r a n d e s c u a d r o s históricos y r e d a c t a n d o l a c r ó n i c a d e l o s h e c h o s c o n t e m p o r á n e o s . E n 1 7 4 5 , se c o n f i ó a V o l t a i r e el c a r g o d e h i s t o r i ó g r a f o d e l r e y , p e r o p o r p o c o t i e m p o . F u e e n t o n c e s c u a n d o p u s o las b a s e s d e u n a h i s t o r i a u n i v e r s a l l l a m a d a Ensayo sobre las costumbres y el espíritu de las naciones, redactada entre 1740 y 1 7 5 6 , e n l a q u e V o l t a i r e e x p r e s ó c l a r a m e n t e su a m b i c i ó n d e r e n o v a r el g é n e r o h i s t ó r i c o . E n e f e c t o , las Nuevas consideraciones sobre la historia (1744) se i n i c i a n c o n u n a v e r d a d e r a p r o f e s i ó n d e f e , e n l a q u e a l g u n o s h a n v i s t o el p r i m e r m a n i f i e s t o d e l a h i s t o r i a t o t a l . V o l t a i r e n o s d i c e d e e n t r a d a é t q u e la h i s t o r i a n o es u n g é n e r o i n m u t a b l e . L a m a n e r a d e c o n c e b i r l a e s t á r e l a c i o n a d a c o n el m o v i m i e n t o científico g e n e r a l . E l d e s p e r t a r d e l e s p í r i t u crítico está a p u n t o d e a r r u i n a r algunas persistentes leyendas. E n este a m p l i o p r o c e s o d e d e s m i t i f i c a c i ó n s e i n c l u y e t a n t o la m i t o l o g í a a n t i g u a c o m o el m u n d o s o b r e n a t u r a l m e d i e v a l y , p o r t a n t o , c r i s t i a n o . T a m b i é n h a y q u e dedicarse a la historia m o d e r n a , d i g a m o s c o n t e m p o r á n e a . M a l d i t o s s e a n l o s i n n u m e r a b l e s r e l a t o s d e b a t a l l a s y fiestas, m a l d i t o s s e a n l o s c o m a d r e o s d e la c o r t e q u e l l e n a n t a n t a s o b r a s ; ¿ d e j e m o s sitio p a r a l o s h e c h o s l l e n o s de&~ e n s e ñ a n z a s y p a r a los « c o n o c i m i e n t o s d e m a y o r utilidad y m á s d u r a d e r o s » ^ ¿ P o r q u é n o d e d i c a r s e a e d i f i c a r «la h i s t o r i a d e los h o m b r e s » e n l u g a r d e l a d e «los r e y e s y las c o r t e s » ? H a y q u e i n t e n t a r e v a l u a r las v e n t a j a s y d e s v e n t a j a s d e las g u e r r a s y d e las c o n q u i s t a s c o l o n i a l e s . H a y q u e e s t a b l e c e r , sobre t o d o , las bases d e u n a ciencia demográfica, p a r a atajar u n d e b a t e q u e i n q u i e t a a m u c h o s : ¿ e s c i e r t o q u e l a t i e r r a se d e s p u e b l a , c o m o lo s o s t i e n e M o n t e s q u i e u e n las Cartas Persas! D e s p u é s d e h a b e r a v a n z a d o n u m e r o s a s p r u e b a s d e l o c o n t r a r i o , V o l t a i r e d e n u n c i a el c a r á c t e r a n t i c u a d o y m o r a l i z a n t e d e la t e s i s d e la d e s p o b l a c i ó n . E s p e r a q u e c o n f i r m e n sus p u n t o s d e v i s t a los p r i m e r o s b a l b u c e o s d e l a d e m o g r a f í a y, s o b r e t o d o , la aplic a c i ó n d e la r e g l a d e l h o l a n d é s K e r s s e b o o m ( 1 6 9 1 - 1 7 7 1 ) , s e g ú n l a c u a l b a s t a c o n m u l t i p l i c a r el n ú m e r o d e n a c i m i e n t o s p o r t r e i n t a y c u a t r o p a r a o b t e n e r l a cifra t o t a l d e l a p o b l a c i ó n . C o n l o s a ñ o s , los c r i t e r i o s s e a f i n a n . H a c i a 1 7 6 0 , el a b a t e E x p i l l y e s t i m a q u e h a y q u e m u l t i p l i c a r l a m e d i a a n u a l d e n a c i m i e n t o s p o r v e i n t i c i n c o p a r a c o n o c e r el n ú m e r o d e h a b i t a n t e s . E n A n j o u , l o s i n t e n d e n t e s a p l i c a n el c o e f i c i e n t e d e 2 3 2 / 3 , q u e , s e g ú n u n e s pecialista c o n t e m p o r á n e o , p e r m i t e o b t e n e r u n a p r i m e r a aproximación ver o s í m i l . V o l t a i r e f o r m u l a m á s t a r d e o t r a s e x i g e n c i a s . L a p r i m e r a se m a n t i e n e d e n t r o d e los e s q u e m a s a n t i g u o s d e la h i s t o r i a c o m o j u e z : « S e b u s 99

1

t a n d o d e f o r m a r t r o p a s i g u a l e s a las s u e c a s ; el m o n a r c a s u e c o , l i b e r a l p o r g r a n d e z a d e a l m a , l l e n o d e g l o r i a p o r h a b e r civilizado a los s u y o s ( . . . ) , el m o s c o v i t a sin a p e n a s m á s h a b e r q u e las apariencias¿_El h i s t o r i a d o r d e b e t e n e r l a p r e o c u p a c i ó n d e c o m p l a c e r , e s c r i b i e n d o b r e v e m e n t e y sin l l e n a r s u r e l a t o d e d e t a l l e s i n ú t i l e s » ) C i e r t a m e n t e , s u i n f o r m a c i ó n t i e n e q u e s e r sólida,; « S e h a r e d a c t a d o e s t a h i s t o r i a s o b r e r e l a t o s d e p e r s o n a s c o n o c i d a s , q u e p a s a r o n m u c h o s a ñ o s j u n t o a C a r l o s X I I y P e d r o el G r a n d e , e m p e r a d o r d e Moscovia, y que, habiéndose retirado a un país libre, m u c h o tiempo desp u é s d e la m u e r t e d e estos príncipes, n o tenían n i n g ú n interés en disfrazar la v e r d a d . » D e h e c h o , V o l t a i r e s e d o c u m e n t ó c o n c i e n z u d a m e n t e ; a d e m á s d e o b r a s h i s t ó r i c a s , c o n s u l t ó l i b r o s d e g e o g r a f í a y m a p a s , lo q u e n o i m p i d e q u e su v i s i ó n d e P o l o n i a n o s e a m á s q u e u n a s e r i e d e l u g a r e s c o m u n e s . D e e n t r e la i n g e n t e información r e u n i d a realizó u n a severa selección: «Sólo se h a n e l e g i d o los a c o n t e c i m i e n t o s m á s i n t e r e s a n t e s d e su vida.¿ E s t a m o s c o n v e n c i d o s d e q u e la h i s t o r i a d e u n p r í n c i p e n o c o n s i s t e e n t o d o l o q u e h a h e c h o , s i n o e n t o d o lo h e c h o q u e s e a d i g n o d e ser t r a n s m i t i d o a l a p o s t e ridad.»" E s u n a delicia l e e r las r é p l i c a s d e V o l t a i r e a l o s c o m e n t a r i o s p o c o a g r a d a b l e s q u e M . d e L a M o t r a y e h a b í a h e c h o a su o b r a . A su c o n t r a d i c tor, q u e se l a m e n t a d e q u e n o c u e n t e la historia d e los prisioneros rusos l i b e r a d o s p o r los s u e c o s d e s p u é s d e « h a b e r l e s c o r t a d o e n d o s l a c i n t u r a d e sus c a l z a s , las c u a l e s se v e í a n o b l i g a d o s a s o s t e n e r c o n las d o s m a n o s » , V o l t a i r e r e s p o n d e m o r d a z m e n t e : « E s t á p o r v e r si es u n a falta i m p o r t a n t e el h a b e r o m i t i d o la a v e n t u r a d e los c a l z o n e s d e los m o s c o v i t a s . » A p e s a r d e las m ú l t i p l e s p o d a s , el r e l a t o d e las g u e r r a s o c u p a t o d a v í a u n l u g a r e s e n c i a l e n la o b r a , y el a u t o r lo l a m e n t a r á a l g u n o s a ñ o s m á s t a r d e : « M e a v e r g ü e n zo de haber hablado tanto de c o m b a t e s , de tantos hechos negativos p a r a los h o m b r e s ( . . . ) . H a b r í a h e c h o m e j o r e v i t a n d o t o d o s e s t o s d e t a l l e s d e c o m b a t e s l i b r a d o s e n el p a í s d e l o s s á r m a t a s y h u b i e r a d e b i d o insistir c o n m a y o r p r o f u n d i d a d a c e r c a d e lo q u e h a h e c h o el z a r p o r el b i e n d e l a h u m a nidad. M e interesa más u n a legua cuadrada roturada que una llanura cubierta de cadáveres.» V o l t a i r e h i z o j u s t i c i a a la h i s t o r i a d e la civilización c o n El siglo de Luis XIV, i n i c i a d o e n 1 7 3 2 , casi a c a b a d o e n 1739 y p u b l i c a d o e n 1751 e n B e r l í n , tal c o m o lo a n u n c i a e n s u c a r t a al a b a t e D u b o s d e l 30 d e o c t u b r e d e 1738, c a r t a q u e es m u y r e v e l a d o r a d e la g é n e s i s d e l a o b r a : « N o s o n los a n a l e s d e su r e m a d o ; es m á s b i e n l a h i s t o r i a d e l e s p í r i t u h u m a n o e x t r a í d a d e l siglo m á s g l o r i o s o q u e h a h a b i d o p a r a el e s p í r i t u h u m a n o . » P e r o l o s a c o n t e c i m i e n t o s d i p l o m á t i c o s y m i l i t a r e s c o n t i n ú a n o c u p a n d o e n e l l a u n lug a r e s e n c i a l . V o l t a i r e e n u m e r a a su c o r r e s p o n s a l la lista d e l o s c a p í t u l o s d e su o b r a : h a y v e i n t e p a r a l o s « g r a n d e s a c o n t e c i m i e n t o s » , u n o p a r a la v i d a p r i v a d a d e L u i s XTV, d o s p a r a la « p o l í t i c a i n t e r i o r » d e l r e i n o , c o m p r e n d i d o el c o m e r c i o , o t r o s d o s p a r a los a s u n t o s e c l e s i á s t i c o s , c i n c o o seis p a r a la h i s t o r i a d e l a r t e . E n e s t a m i s m a c a r t a e x p r e s a u n a g r a n p r e o c u p a c i ó n p o r ir a lo e s e n c i a l y d e c i r l o c o n c o n c i s i ó n e x t r e m a : « P a r a la v i d a p r i v a d a d e L u i s X I V t e n g o las M e m o r i a s d e M . D a n g e a u e n c u a r e n t a v o l ú m e n e s , d e las q u e h e e x t r a í d o c u a r e n t a p á g i n a s . » V o l t a i r e e s t á al a c e c h o d e las c o n fidencias d e los « v i e j o s c o r t e s a n o s , a y u d a s d e c á m a r a , g r a n d e s s e ñ o r e s y o t r o s » ; i n c l u s o p e r s i g u e , si c a b e , m á s los d o c u m e n t o s i n é d i t o s , c o m o el Memorial écrit de la main de Louis XTV q u e d e s e a r í a p o d e r c o n s u l t a r , c o m o las M e m o r i a s d e los i n t e n d e n t e s d e las q u e o b t i e n e i n f o r m a c i o n e s a c e r c a 98

d e los entresijos del reino. C o n c i b e s u o b r a c o m o u n a s e r i e d e c u a d r o s , a riesgo d e n o r e s p e t a r s i e m p r e la c r o n o l o g í a , y d e p r e s e n t a r a v e c e s a n t e s el e f e c t o q u e la c a u s a . E n e s t o n o h a c e m á s q u e p l e g a r s e a las r e g l a s clásicas d e l a « p i n t u r a h i s t ó r i c a » . B u s c a , l o m i s m o e n el c o n j u n t o d e l l i b r o q u e en cada u n o d e los c u a d r o s en particular, u n cierto efecto d e perspect i v a ( e n p r i m e r p l a n o , el t u m u l t o d e las g u e r r a s ; e n s e g u n d o , l o s e s p l e n d o r e s d e l a c o r t e ; al f o n d o , las q u e r e l l a s r e l i g i o s a s ) : « L o s p r i n c i p a l e s p e r s o n a j e s e s t á n e n p r i m e r p l a n o ; la m u l t i t u d , al f o n d o . » E s p i n t o r a l a v e z q u e d r a m a t u r g o , al t r a t a r la h i s t o r i a c o m o el d e s a r r o l l o d e u n a i n t r i g a . P r e s e n t a c i ó n , n u d o y d e s e n l a c e se s u c e d e n e n la p r i m e r a p a r t e del Siglo; y ya la Historia de Carlos XII e s t a b a d i s t r i b u i d a c o m o u n a t r a g e d i a e n c i n c o a c t o s . V o l t a i r e m a n t i e n e a s a b i e n d a s l a i n t r i g a : « M i s e c r e t o c o n s i s t e e n f o r z a r al lector a preguntarse ¿será destruida H o l a n d a ? , ¿sucumbirá Luis XTV?» T o d o e s t o n o e s t a b a d e s p r o v i s t o d e s e g u n d a s i n t e n c i o n e s i n t e r e s a d a s : se t r a t a b a d e llamar la a t e n c i ó n del e s t a d o c o m p o n i e n d o g r a n d e s c u a d r o s históricos y r e d a c t a n d o l a c r ó n i c a d e l o s h e c h o s c o n t e m p o r á n e o s . E n 1 7 4 5 , se c o n f i ó a V o l t a i r e el c a r g o d e h i s t o r i ó g r a f o d e l r e y , p e r o p o r p o c o t i e m p o . F u e e n t o n c e s c u a n d o p u s o las b a s e s d e u n a h i s t o r i a u n i v e r s a l l l a m a d a Ensayo sobre las costumbres y el espíritu de las naciones, redactada entre 1740 y 1 7 5 6 , e n l a q u e V o l t a i r e e x p r e s ó c l a r a m e n t e su a m b i c i ó n d e r e n o v a r el g é n e r o h i s t ó r i c o . E n e f e c t o , las Nuevas consideraciones sobre la historia (1744) se i n i c i a n c o n u n a v e r d a d e r a p r o f e s i ó n d e f e , e n l a q u e a l g u n o s h a n v i s t o el p r i m e r m a n i f i e s t o d e l a h i s t o r i a t o t a l . V o l t a i r e n o s d i c e d e e n t r a d a é t q u e la h i s t o r i a n o es u n g é n e r o i n m u t a b l e . L a m a n e r a d e c o n c e b i r l a e s t á r e l a c i o n a d a c o n el m o v i m i e n t o científico g e n e r a l . E l d e s p e r t a r d e l e s p í r i t u crítico está a p u n t o d e a r r u i n a r algunas persistentes leyendas. E n este a m p l i o p r o c e s o d e d e s m i t i f i c a c i ó n s e i n c l u y e t a n t o la m i t o l o g í a a n t i g u a c o m o el m u n d o s o b r e n a t u r a l m e d i e v a l y , p o r t a n t o , c r i s t i a n o . T a m b i é n h a y q u e dedicarse a la historia m o d e r n a , d i g a m o s c o n t e m p o r á n e a . M a l d i t o s s e a n l o s i n n u m e r a b l e s r e l a t o s d e b a t a l l a s y fiestas, m a l d i t o s s e a n l o s c o m a d r e o s d e la c o r t e q u e l l e n a n t a n t a s o b r a s ; ¿ d e j e m o s sitio p a r a l o s h e c h o s l l e n o s de&~ e n s e ñ a n z a s y p a r a los « c o n o c i m i e n t o s d e m a y o r utilidad y m á s d u r a d e r o s » ^ ¿ P o r q u é n o d e d i c a r s e a e d i f i c a r «la h i s t o r i a d e los h o m b r e s » e n l u g a r d e l a d e «los r e y e s y las c o r t e s » ? H a y q u e i n t e n t a r e v a l u a r las v e n t a j a s y d e s v e n t a j a s d e las g u e r r a s y d e las c o n q u i s t a s c o l o n i a l e s . H a y q u e e s t a b l e c e r , sobre t o d o , las bases d e u n a ciencia demográfica, p a r a atajar u n d e b a t e q u e i n q u i e t a a m u c h o s : ¿ e s c i e r t o q u e l a t i e r r a se d e s p u e b l a , c o m o lo s o s t i e n e M o n t e s q u i e u e n las Cartas Persas! D e s p u é s d e h a b e r a v a n z a d o n u m e r o s a s p r u e b a s d e l o c o n t r a r i o , V o l t a i r e d e n u n c i a el c a r á c t e r a n t i c u a d o y m o r a l i z a n t e d e la t e s i s d e la d e s p o b l a c i ó n . E s p e r a q u e c o n f i r m e n sus p u n t o s d e v i s t a los p r i m e r o s b a l b u c e o s d e l a d e m o g r a f í a y, s o b r e t o d o , la aplic a c i ó n d e la r e g l a d e l h o l a n d é s K e r s s e b o o m ( 1 6 9 1 - 1 7 7 1 ) , s e g ú n l a c u a l b a s t a c o n m u l t i p l i c a r el n ú m e r o d e n a c i m i e n t o s p o r t r e i n t a y c u a t r o p a r a o b t e n e r l a cifra t o t a l d e l a p o b l a c i ó n . C o n l o s a ñ o s , los c r i t e r i o s s e a f i n a n . H a c i a 1 7 6 0 , el a b a t e E x p i l l y e s t i m a q u e h a y q u e m u l t i p l i c a r l a m e d i a a n u a l d e n a c i m i e n t o s p o r v e i n t i c i n c o p a r a c o n o c e r el n ú m e r o d e h a b i t a n t e s . E n A n j o u , l o s i n t e n d e n t e s a p l i c a n el c o e f i c i e n t e d e 2 3 2 / 3 , q u e , s e g ú n u n e s pecialista c o n t e m p o r á n e o , p e r m i t e o b t e n e r u n a p r i m e r a aproximación ver o s í m i l . V o l t a i r e f o r m u l a m á s t a r d e o t r a s e x i g e n c i a s . L a p r i m e r a se m a n t i e n e d e n t r o d e los e s q u e m a s a n t i g u o s d e la h i s t o r i a c o m o j u e z : « S e b u s 99

c a r a c u á l h a sido el vicio r a d i c a l y la v i r t u d d o m i n a n t e d e u n a n a c i ó n . » L a s e g u n d a es m u y n u e v a , y a q u e u r g e la n e c e s i d a d d e l o g r a r u n « c á l c u l o g l o bal» d e la r i q u e z a c o m e r c i a l e i n d u s t r i a l d e c a d a p a í s , u t i l i z a n d o f u e n t e s h a s t a e n t o n c e s sin e x p l o t a r , c o m o los r e g i s t r o s d e e x p o r t a c i o n e s . F i n a l m e n t e , d e f i n e el g r a n o b j e t o d e la h i s t o r i a d e l p o r v e n i r , o s e a , «los c a m b i o s e n las c o s t u m b r e s y e n las l e y e s » . A p a r t i r d e B o s s u e t , e s t e o b j e t i v o se h a b í a d e s p l a z a d o n o t a b l e m e n t e , d e m o d o q u e y a n o se t r a t a d e e v o c a r ¡as a c c i o n e s d e l o s g r a n d e s h o m b r e s n i los g r a n d e s golpes d e l a P r o v i d e n c i a , s i n o l o s e l e m e n t o s r e g u l a d o r e s d e la s o c i e d a d civil e n su c o n j u n t o . A p a r t i r d e é l , la h i s t o r i a d e b e a b r i r s e a t o d o lo q u e es h u m a n o y, p o r t a n t o , a l a d i v e r s i d a d d e las c i v i l i z a c i o n e s . P o r lo d e m á s , e n el Ensayo sobre las costumbres..., V o l t a i r e d e n u n c i a el j u d e o c e n t r i s m o d e B o s s u e t ( « p a r e c e h a b e r e s c r i t o ú n i c a m e n t e p a r a insin u a r q u e t o d o se h a h e c h o e n el m u n d o e n t o r n o a l a n a c i ó n j u d í a » ) , y l e r e p r o c h a h a b e r « o l v i d a d o e n t e r a m e n t e a los a n t i g u o s p u e b l o s d e O r i e n t e , a los i n d i o s y a los c h i n o s , q u e h a n sido t a n i m p o r t a n t e s a n t e s d e q u e n a c i e r a n las o t r a s n a c i o n e s » . . D i c e , e n l a m i s m a o b r a , q u e h a y q u e c o n c i l i a r el c o n o c i m i e n t o d e la n a t u r a l e z a h u m a n a , q u e « s e p a r e c e d e s d e u n e x t r e m o al o t r o d e l u n i v e r s o » , y el c o n o c i m i e n t o d e la d i v e r s i d a d d e las c o s t u m b r e s , y a q u e «la c u l t u r a p r o d u c e f r u t o s d i v e r s o s » . T a l e s s o n las v í a s q u e p e r m i t e n «escribir h i s t o r i a m o d e r n a v e r d a d e r a m e n t e p o l í t i c a y v e r d a d e r a m e n t e filosófica». C o n s i d e r e m o s q u e el c o n o c i m i e n t o d e l h o m b r e y l a a d m i n i s t r a c i ó n d e la c i u d a d g a n a r á n c o n e l l o . E x p u e s t o el p r o g r a m a , d e n t r o d e su r a d i c a l n o v e d a d , s u r g e l a i n e v i t a b l e p r e g u n t a : ¿ q u é se h i z o d e l a p r á c t i c a d e V o l t a i r e c o m o h i s t o r i a d o r ? ¿ F u e fiel a los p r i n c i p i o s q u e d e c l a r a b a ? ¿ Q u i é n le d i s c u t i r í a s u p r e o c u p a ción p o r desmitificar a l g u n a s p i a d o s a s l e y e n d a s a n t e sus c o m p a ñ e r o s ? ¿ N o arruinó, p o r e j e m p l o , la h e r o i c a versión del cruce del R h i n p o r los ejércit o s d e L u i s XTV, q u e h a b í a n f o r j a d o B o i l e a u y B o s s u e t ? ¿ N o p r o c e d i ó a pacientes investigaciones d o c u m e n t a l e s , d e a c u e r d o c o n la regla cartesiana d e l o s c e n s o s c o m p l e t o s ? ¿ N o t u v o , e n s u m o g r a d o , el a r t e d e a u n a r el r e l a t o y los c o n o c i m i e n t o s ú t i l e s ? H e m o s v i s t o q u e se m a n t i e n e c e r c a d e l o s h e c h o s , b u s c a n d o s i e m p r e el d e t a l l e significativo. V o l t a i r e s i g u e d e d i c á n d o s e a m p l i a m e n t e a la c r ó n i c a m i l i t a r y d i p l o m á t i c a ; a s í , e n su Historia del Imperio de Rusia bajo Pedro el Grande (1759) a ú n c o n s a g r a l a m i t a d d e su d e s a r r o l l o a las g u e r r a s d e l z a r ; e n el Tratado del siglo de Luis XTV ú n i c a m e n t e l a c o n c l u s i ó n e v o c a «los p r o g r e s o s d e l e s p í r i t u h u m a n o » . P e r o V o l t a i r e , al i n t e r e s a r s e p o r l o s p r o b l e m a s d e m o g r á f i c o s y e c o n ó m i c o s , a b r i ó u n a vía h a c i a el p o r v e n i r . P o r l i m i t a d a s q u e n o s p a r e z c a n sus i n f o r m a c i o n e s a c e r c a d e l c o m e r c i o y l a i n d u s t r i a , n o s o n m e n o s fiables q u e las d e l a m a y o r í a d e sus c o n t e m p o r á n e o s . H e a q u í c ó m o s a l u d a la o b r a r e a l i z a d a p o r C o l b e r t : « D e s d e el a ñ o 1663 al 1672, e n c a d a a ñ o d e e s t e m i n i s t e r i o se e s t a b l e c i ó a l g u n a m a n u f a c t u r a . L o s p a ñ o s f i n o s , q u e a n t e s se i m p o r t a b a n d e I n g l a t e r r a y d e H o l a n d a , se f a b r i c a r o n e n A b b e v i l l e . E l r e y a d e l a n t a b a a los f a b r i c a n t e s d o s m i l l i b r a s p o r c a d a t e l a r , a d e m á s d e c o n s i d e r a b l e s g r a tificaciones. E n el a ñ o 1669, s e c o n t a b a c o n c u a r e n t a y c u a t r o m i l d o s c i e n t o s t e l a r e s d e l a n a e n el r e i n o . L a s m a n u f a c t u r a s d e s e d a , p e r f e c c i o n a d a s , dieron lugar a un comercio d e más d e cincuenta millones d e aquella é p o c a ( . . . ) . L a s t a p i c e r í a s d e G o b e l i n o s s u p e r a r o n a las d e F l a n d e s . E n el a m p l i o recinto de Gobelinos, había entonces más de ochocientos obreros; trescien100

t o s s e a l o j a b a n e n él ( . . . ) , m i l s e i s c i e n t a s j ó v e n e s se d e d i c a b a n al e n c a j e , se hizo venir a treinta obreras-principales d e Venecia y doscientas d e Fland e s ; y se les d i o t r e i n t a y seis m i l l i b r a s p a r a e s t i m u l a r l a s » (El siglo de Luis XTV, c a p í t u l o X X L X ) . S o n l o s p r i m e r o s y t í m i d o s i n i c i o s d e l a historia-dato. Q u e d a t o d a v í a u n a r e g l a d e o r o d e l a h i s t o r i a crítica q u e V o l t a i r e m a n t u v o m á s difícilmente: h a y q u e « a b a n d o n a r t o d o espíritu de p a r t i d o » . A b r a m o s l a h i s t o r i a d e R u s i a m e n c i o n a d a . L o s j u i c i o s a priori d e l filósofo d e las L u c e s s o n c o n s t a n t e s : l o s m o n j e s s o n i g n o r a n t e s , o c i o s o s , e s t é r i l e s ; las o b l i g a c i o n e s r e l i g i o s a s s ó l o d i f i c u l t a n l a a c t i v i d a d p r o d u c t i v a , c o m o el a y u n o de la C u a r e s m a . ¿ A l m e n o s s u p o ser V o l t a i r e p l e n a m e n t e libre resp e c t o a l o s g r a n d e s d e e s t e m u n d o c o n l o s q u e c o n v i v í a , q u e le p r o t e g í a n y a veces le vigilaban? D e h e c h o , escribió c o m o h o m b r e libre q u e sabía h a c e r c o n c e s i o n e s . A s í a c e p t ó s o m e t e r s u h i s t o r i a d e R u s i a al v i s t o b u e n o d e la c e n s u r a , q u e silenciaba ciertos agitados episodios del r e i n a d o d e P e d r o el G r a n d e . L o e x p l i c ó c í n i c a m e n t e : « M e d i e r o n m u y b u e n a s p i e l e s , y soy m u y friolero.» D e la o b r a d e V o l t a i r e se d e s p r e n d e u n a filosofía d e l a h i s t o r i a q u e a v e c e s c h o c a c o n sus p r o p i o s p r i n c i p i o s . A s í s u c e d e , p o r e j e m p l o , c o n el t e m a d e las « s o r p r e s a s d e la h i s t o r i a » , c o n el d e l a c o n t e c i m i e n t o q u e d e s m i e n t e las p r e v i s i o n e s , e n u n c a m p o e n el q u e «lo v e r o s í m i l n o s i e m p r e suc e d e » , y e n el q u e s o n p o s i b l e s t o d o s l o s c a m b i o s . S i e m p r e h a y u n a p a r t e d e c o n t i n g e n c i a e n el d e v e n i r h u m a n o , y l o s i m p o n d e r a b l e s p u e d e n t e n e r g r a n d e s c o n s e c u e n c i a s . D e e l l o p r o c e d e l a t e n d e n c i a a v a l o r a r el p e q u e ñ o d e t a l l e . E s u n a m a n e r a d e c u e s t i o n a r l a c r e e n c i a d e q u e la h i s t o r i a t e n g a u n s e n t i d o e s t a b l e c i d o p o r D i o s d e s d e t o d a l a e t e r n i d a d y d e d e s t r u i r el p r o v i d e n c i a l i s m o al e s t i l o d e B o s s u e t . V o l t a i r e d e d i c ó u n a i m p o r t a n c i a e s e n cial a los g r a n d e s h o m b r e s , t a n t o c o m o a las p e q u e ñ a s c a s u a l i d a d e s . L a s c u a t r o épocas principales q u e distingue e n la historia h u m a n a t i e n e n grandes s o b e r a n o s p o r e m b l e m a ; la G r e c i a d e Filipo y A l e j a n d r o , la R o m a de C é s a r y A u g u s t o , la F l o r e n c i a d e los M é d i c i s y l a F r a n c i a d e L u i s X I V . L a acción de algunos individuos excepcionales p u d o desencadenar, en efecto, g r a n d e s c a m b i o s . E n l a p r i m e r a fila d e l o s h é r o e s figura P e d r o el G r a n d e , q u e saca a R u s i a d e la b a r b a r i e de la m i s m a m a n e r a q u e h a c e surgir P e t e r s b u r g o d e l o s p a n t a n o s d e l N e v a , q u e d e s a r r o l l a la civilización e n t r e sus s u b d i t o s , q u e p r o h i b e l o s t r a j e s l a r g o s o l a s b a r b a s y , c o n la r e f o r m a d e la v e s t i m e n t a , h a c e a sus s u b d i t o s m á s a p t o s p a r a r e c i b i r las l u c e s . E n F r a n c i a , p o r e n d e , « t o d o e s s a l v a j e » h a s t a L u i s X I V , q u e d e r r a m a s o b r e ella «la h o n e s t i d a d » b a j o f o r m a d e d i s c i p l i n a s o c i a l i m p u e s t a a t o d o s . E n e s t e s e n t i d o , V o l t a i r e se m a n t i e n e m u y e n l a l í n e a d e l a c o n c e p c i ó n h e r e d a d a d e l o s « h u m a n i s t a s » , s e g ú n l a c u a l las s o c i e d a d e s s o n m o d e l a d a s p o r sus g u í a s . C o m o a g e n t e s d e u n a c u l t u r a u n i f o r m i z a n t e , f o r j a n l a s n a c i o n e s al « f o r z a r a la n a t u r a l e z a » . Q u i é n p o d r í a n e g a r las v i r t u d e s r e a c c i o n a r i a s d e e s t a filosofía p o l í t i c a , q u e p r e c o n i z a d e b u e n g r a d o el u s o d e l a c o a c c i ó n ( p o r d é s p o t a s i l u s t r a d o s , n a t u r a l m e n t e ) y q u e a d e m á s s e a d a p t a a las d e s i g u a l d a d e s s o c i a l e s , b a s á n d o l a s e n el o r d e n n a t u r a l : « E l m e n e s t r a l , el o b r e r o , d e b e q u e d a r l i m i t a d o a l o n e c e s a r i o p a r a t r a b a j a r : la n a t u r a l e z a d e l h o m b r e es así. E s n e c e s a r i o q u e la m a y o r p a r t e d e los h o m b r e s s e a n p o bres.» A pesar de t o d o , Voltaire fue c o n s i d e r a d o p o r sus c o n t e m p o r á n e o s c o m o el e n e m i g o d e l p a s a d o , c o m o el q u e a n u n c i a b a el a d v e n i m i e n t o d e una ciudadanía mejor. 101

c a r a c u á l h a sido el vicio r a d i c a l y la v i r t u d d o m i n a n t e d e u n a n a c i ó n . » L a s e g u n d a es m u y n u e v a , y a q u e u r g e la n e c e s i d a d d e l o g r a r u n « c á l c u l o g l o bal» d e la r i q u e z a c o m e r c i a l e i n d u s t r i a l d e c a d a p a í s , u t i l i z a n d o f u e n t e s h a s t a e n t o n c e s sin e x p l o t a r , c o m o los r e g i s t r o s d e e x p o r t a c i o n e s . F i n a l m e n t e , d e f i n e el g r a n o b j e t o d e la h i s t o r i a d e l p o r v e n i r , o s e a , «los c a m b i o s e n las c o s t u m b r e s y e n las l e y e s » . A p a r t i r d e B o s s u e t , e s t e o b j e t i v o se h a b í a d e s p l a z a d o n o t a b l e m e n t e , d e m o d o q u e y a n o se t r a t a d e e v o c a r ¡as a c c i o n e s d e l o s g r a n d e s h o m b r e s n i los g r a n d e s golpes d e l a P r o v i d e n c i a , s i n o l o s e l e m e n t o s r e g u l a d o r e s d e la s o c i e d a d civil e n su c o n j u n t o . A p a r t i r d e é l , la h i s t o r i a d e b e a b r i r s e a t o d o lo q u e es h u m a n o y, p o r t a n t o , a l a d i v e r s i d a d d e las c i v i l i z a c i o n e s . P o r lo d e m á s , e n el Ensayo sobre las costumbres..., V o l t a i r e d e n u n c i a el j u d e o c e n t r i s m o d e B o s s u e t ( « p a r e c e h a b e r e s c r i t o ú n i c a m e n t e p a r a insin u a r q u e t o d o se h a h e c h o e n el m u n d o e n t o r n o a l a n a c i ó n j u d í a » ) , y l e r e p r o c h a h a b e r « o l v i d a d o e n t e r a m e n t e a los a n t i g u o s p u e b l o s d e O r i e n t e , a los i n d i o s y a los c h i n o s , q u e h a n sido t a n i m p o r t a n t e s a n t e s d e q u e n a c i e r a n las o t r a s n a c i o n e s » . . D i c e , e n l a m i s m a o b r a , q u e h a y q u e c o n c i l i a r el c o n o c i m i e n t o d e la n a t u r a l e z a h u m a n a , q u e « s e p a r e c e d e s d e u n e x t r e m o al o t r o d e l u n i v e r s o » , y el c o n o c i m i e n t o d e la d i v e r s i d a d d e las c o s t u m b r e s , y a q u e «la c u l t u r a p r o d u c e f r u t o s d i v e r s o s » . T a l e s s o n las v í a s q u e p e r m i t e n «escribir h i s t o r i a m o d e r n a v e r d a d e r a m e n t e p o l í t i c a y v e r d a d e r a m e n t e filosófica». C o n s i d e r e m o s q u e el c o n o c i m i e n t o d e l h o m b r e y l a a d m i n i s t r a c i ó n d e la c i u d a d g a n a r á n c o n e l l o . E x p u e s t o el p r o g r a m a , d e n t r o d e su r a d i c a l n o v e d a d , s u r g e l a i n e v i t a b l e p r e g u n t a : ¿ q u é se h i z o d e l a p r á c t i c a d e V o l t a i r e c o m o h i s t o r i a d o r ? ¿ F u e fiel a los p r i n c i p i o s q u e d e c l a r a b a ? ¿ Q u i é n le d i s c u t i r í a s u p r e o c u p a ción p o r desmitificar a l g u n a s p i a d o s a s l e y e n d a s a n t e sus c o m p a ñ e r o s ? ¿ N o arruinó, p o r e j e m p l o , la h e r o i c a versión del cruce del R h i n p o r los ejércit o s d e L u i s XTV, q u e h a b í a n f o r j a d o B o i l e a u y B o s s u e t ? ¿ N o p r o c e d i ó a pacientes investigaciones d o c u m e n t a l e s , d e a c u e r d o c o n la regla cartesiana d e l o s c e n s o s c o m p l e t o s ? ¿ N o t u v o , e n s u m o g r a d o , el a r t e d e a u n a r el r e l a t o y los c o n o c i m i e n t o s ú t i l e s ? H e m o s v i s t o q u e se m a n t i e n e c e r c a d e l o s h e c h o s , b u s c a n d o s i e m p r e el d e t a l l e significativo. V o l t a i r e s i g u e d e d i c á n d o s e a m p l i a m e n t e a la c r ó n i c a m i l i t a r y d i p l o m á t i c a ; a s í , e n su Historia del Imperio de Rusia bajo Pedro el Grande (1759) a ú n c o n s a g r a l a m i t a d d e su d e s a r r o l l o a las g u e r r a s d e l z a r ; e n el Tratado del siglo de Luis XTV ú n i c a m e n t e l a c o n c l u s i ó n e v o c a «los p r o g r e s o s d e l e s p í r i t u h u m a n o » . P e r o V o l t a i r e , al i n t e r e s a r s e p o r l o s p r o b l e m a s d e m o g r á f i c o s y e c o n ó m i c o s , a b r i ó u n a vía h a c i a el p o r v e n i r . P o r l i m i t a d a s q u e n o s p a r e z c a n sus i n f o r m a c i o n e s a c e r c a d e l c o m e r c i o y l a i n d u s t r i a , n o s o n m e n o s fiables q u e las d e l a m a y o r í a d e sus c o n t e m p o r á n e o s . H e a q u í c ó m o s a l u d a la o b r a r e a l i z a d a p o r C o l b e r t : « D e s d e el a ñ o 1663 al 1672, e n c a d a a ñ o d e e s t e m i n i s t e r i o se e s t a b l e c i ó a l g u n a m a n u f a c t u r a . L o s p a ñ o s f i n o s , q u e a n t e s se i m p o r t a b a n d e I n g l a t e r r a y d e H o l a n d a , se f a b r i c a r o n e n A b b e v i l l e . E l r e y a d e l a n t a b a a los f a b r i c a n t e s d o s m i l l i b r a s p o r c a d a t e l a r , a d e m á s d e c o n s i d e r a b l e s g r a tificaciones. E n el a ñ o 1669, s e c o n t a b a c o n c u a r e n t a y c u a t r o m i l d o s c i e n t o s t e l a r e s d e l a n a e n el r e i n o . L a s m a n u f a c t u r a s d e s e d a , p e r f e c c i o n a d a s , dieron lugar a un comercio d e más d e cincuenta millones d e aquella é p o c a ( . . . ) . L a s t a p i c e r í a s d e G o b e l i n o s s u p e r a r o n a las d e F l a n d e s . E n el a m p l i o recinto de Gobelinos, había entonces más de ochocientos obreros; trescien100

t o s s e a l o j a b a n e n él ( . . . ) , m i l s e i s c i e n t a s j ó v e n e s se d e d i c a b a n al e n c a j e , se hizo venir a treinta obreras-principales d e Venecia y doscientas d e Fland e s ; y se les d i o t r e i n t a y seis m i l l i b r a s p a r a e s t i m u l a r l a s » (El siglo de Luis XTV, c a p í t u l o X X L X ) . S o n l o s p r i m e r o s y t í m i d o s i n i c i o s d e l a historia-dato. Q u e d a t o d a v í a u n a r e g l a d e o r o d e l a h i s t o r i a crítica q u e V o l t a i r e m a n t u v o m á s difícilmente: h a y q u e « a b a n d o n a r t o d o espíritu de p a r t i d o » . A b r a m o s l a h i s t o r i a d e R u s i a m e n c i o n a d a . L o s j u i c i o s a priori d e l filósofo d e las L u c e s s o n c o n s t a n t e s : l o s m o n j e s s o n i g n o r a n t e s , o c i o s o s , e s t é r i l e s ; las o b l i g a c i o n e s r e l i g i o s a s s ó l o d i f i c u l t a n l a a c t i v i d a d p r o d u c t i v a , c o m o el a y u n o de la C u a r e s m a . ¿ A l m e n o s s u p o ser V o l t a i r e p l e n a m e n t e libre resp e c t o a l o s g r a n d e s d e e s t e m u n d o c o n l o s q u e c o n v i v í a , q u e le p r o t e g í a n y a veces le vigilaban? D e h e c h o , escribió c o m o h o m b r e libre q u e sabía h a c e r c o n c e s i o n e s . A s í a c e p t ó s o m e t e r s u h i s t o r i a d e R u s i a al v i s t o b u e n o d e la c e n s u r a , q u e silenciaba ciertos agitados episodios del r e i n a d o d e P e d r o el G r a n d e . L o e x p l i c ó c í n i c a m e n t e : « M e d i e r o n m u y b u e n a s p i e l e s , y soy m u y friolero.» D e la o b r a d e V o l t a i r e se d e s p r e n d e u n a filosofía d e l a h i s t o r i a q u e a v e c e s c h o c a c o n sus p r o p i o s p r i n c i p i o s . A s í s u c e d e , p o r e j e m p l o , c o n el t e m a d e las « s o r p r e s a s d e la h i s t o r i a » , c o n el d e l a c o n t e c i m i e n t o q u e d e s m i e n t e las p r e v i s i o n e s , e n u n c a m p o e n el q u e «lo v e r o s í m i l n o s i e m p r e suc e d e » , y e n el q u e s o n p o s i b l e s t o d o s l o s c a m b i o s . S i e m p r e h a y u n a p a r t e d e c o n t i n g e n c i a e n el d e v e n i r h u m a n o , y l o s i m p o n d e r a b l e s p u e d e n t e n e r g r a n d e s c o n s e c u e n c i a s . D e e l l o p r o c e d e l a t e n d e n c i a a v a l o r a r el p e q u e ñ o d e t a l l e . E s u n a m a n e r a d e c u e s t i o n a r l a c r e e n c i a d e q u e la h i s t o r i a t e n g a u n s e n t i d o e s t a b l e c i d o p o r D i o s d e s d e t o d a l a e t e r n i d a d y d e d e s t r u i r el p r o v i d e n c i a l i s m o al e s t i l o d e B o s s u e t . V o l t a i r e d e d i c ó u n a i m p o r t a n c i a e s e n cial a los g r a n d e s h o m b r e s , t a n t o c o m o a las p e q u e ñ a s c a s u a l i d a d e s . L a s c u a t r o épocas principales q u e distingue e n la historia h u m a n a t i e n e n grandes s o b e r a n o s p o r e m b l e m a ; la G r e c i a d e Filipo y A l e j a n d r o , la R o m a de C é s a r y A u g u s t o , la F l o r e n c i a d e los M é d i c i s y l a F r a n c i a d e L u i s X I V . L a acción de algunos individuos excepcionales p u d o desencadenar, en efecto, g r a n d e s c a m b i o s . E n l a p r i m e r a fila d e l o s h é r o e s figura P e d r o el G r a n d e , q u e saca a R u s i a d e la b a r b a r i e de la m i s m a m a n e r a q u e h a c e surgir P e t e r s b u r g o d e l o s p a n t a n o s d e l N e v a , q u e d e s a r r o l l a la civilización e n t r e sus s u b d i t o s , q u e p r o h i b e l o s t r a j e s l a r g o s o l a s b a r b a s y , c o n la r e f o r m a d e la v e s t i m e n t a , h a c e a sus s u b d i t o s m á s a p t o s p a r a r e c i b i r las l u c e s . E n F r a n c i a , p o r e n d e , « t o d o e s s a l v a j e » h a s t a L u i s X I V , q u e d e r r a m a s o b r e ella «la h o n e s t i d a d » b a j o f o r m a d e d i s c i p l i n a s o c i a l i m p u e s t a a t o d o s . E n e s t e s e n t i d o , V o l t a i r e se m a n t i e n e m u y e n l a l í n e a d e l a c o n c e p c i ó n h e r e d a d a d e l o s « h u m a n i s t a s » , s e g ú n l a c u a l las s o c i e d a d e s s o n m o d e l a d a s p o r sus g u í a s . C o m o a g e n t e s d e u n a c u l t u r a u n i f o r m i z a n t e , f o r j a n l a s n a c i o n e s al « f o r z a r a la n a t u r a l e z a » . Q u i é n p o d r í a n e g a r las v i r t u d e s r e a c c i o n a r i a s d e e s t a filosofía p o l í t i c a , q u e p r e c o n i z a d e b u e n g r a d o el u s o d e l a c o a c c i ó n ( p o r d é s p o t a s i l u s t r a d o s , n a t u r a l m e n t e ) y q u e a d e m á s s e a d a p t a a las d e s i g u a l d a d e s s o c i a l e s , b a s á n d o l a s e n el o r d e n n a t u r a l : « E l m e n e s t r a l , el o b r e r o , d e b e q u e d a r l i m i t a d o a l o n e c e s a r i o p a r a t r a b a j a r : la n a t u r a l e z a d e l h o m b r e es así. E s n e c e s a r i o q u e la m a y o r p a r t e d e los h o m b r e s s e a n p o bres.» A pesar de t o d o , Voltaire fue c o n s i d e r a d o p o r sus c o n t e m p o r á n e o s c o m o el e n e m i g o d e l p a s a d o , c o m o el q u e a n u n c i a b a el a d v e n i m i e n t o d e una ciudadanía mejor. 101

N o s - p a r e c e q u e s u l e g a d o h i s t o r i o g r á f i c o e s d o b l e . P o r s u s a g a c i d a d crít i c a , p o r s u d e s c o n f i a n z a h a c i a l o s f e n ó m e n o s i r r a c i o n a l e s , p o r su e x i g e n cia d e c l a r i d a d y c o n c i s i ó n , a s í c o m o p o r s u p r e o c u p a c i ó n p o r l a c o m p o s i ción o r d e n a d a y equilibrada, c r e e m o s q u e anuncia a algunos m a e s t r o s d e la h i s t o r i a cte fines d e siglo X I X . L a r e v a l o r i z a c i ó n d e l o s p e q u e ñ o s a c o n tecimientos n o e n c o n t r a r á e c o hasta estos últimos; así Charles Seignobos, c u a n d o afirma q u e u n a p a r t e i m p o r t a n t e d e los acontecimientos «resulta d e a c c i d e n t e s d e b i d o s al a z a r » . E n c a m b i o , l o s p r i n c i p i o s e n u n c i a d o s p o r el p a d r e p u t a t i v o d e l a h i s t o r i a t o t a l e n c o n t r a r o n u n a m p l i o e c o y a e n l a p r i m e r a m i t a d d e l siglo x r x . P r i m e r o e n G u i z o t , e n l a i n t r o d u c c i ó n d e s u Curso de historia moderna e n 1 8 2 8 : « ¿ N o c r e e n , e n e f e c t o , s e ñ o r e s , q u e el h e c h o d e l a civilización e s el h e c h o p o r e x c e l e n c i a , e l h e c h o g e n e r a l y d e finitivo e n el q u e d e s e m b o c a n t o d o s l o s d e m á s , e n el q u e s e r e s u m e n ? T o m e n t o d o s los h e c h o s d e los q u e s e c o m p o n e l a h i s t o r i a d e u n p u e b l o , q u e e s t a m o s a c o s t u m b r a d o s a considerar c o m o los e l e m e n t o s d e su vida; t o m e n sus i n s t i t u c i o n e s , s u c o m e r c i o , s u i n d u s t r i a , s u s g u e r r a s , t o d o s l o s d e t a l l e s de su gobierno; cuando q u e r e m o s considerar estos derechos e n su conjunto, e n su relación, c u a n d o q u e r e m o s apreciarlos y juzgarlos, ¿ q u é les p r e g u n t a m o s ? L e s p r e g u n t a m o s e n q u é h a n c o n t r i b u i d o a l a civilización d e este p u e b l o , q u é p a p e l h a n j u g a d o e n él, q u e influencia h a n ejercido (...).» M á s t a r d e , l e e m o s e n C h a t e a u b r i a n d , e n el p r e f a c i o d e sus Estudios históricos ( 1 8 3 1 ) : « F r e c u e n t e m e n t e e l h i s t o r i a d o r s ó l o e r a u n v i a j e r o q u e c o n t a b a l o q u e h a b í a v i s t o . . . A h o r a la h i s t o r i a e s u n a e n c i c l o p e d i a ; h a y q u e m e t e r l e d e t o d o , d e s d e l a a s t r o n o m í a a la q u í m i c a , d e s d e e l a r t e d e l f i n a n c i e r o h a s t a el d e l f a b r i c a n t e , d e s d e el c o n o c i m i e n t o d e l p i n t o r , d e l e s c u l t o r y d e l a r q u i t e c t o h a s t a e l d e l e c o n o m i s t a , d e s d e el e s t u d i o d e l a s l e y e s e c l e s i á s t i c a s , civiles y c r i m i n a l e s h a s t a el d e l a s l e y e s p o l í t i c a s . » F i n a l m e n t e , a Michelet le gustaba saludarle c o m o «nuestro maestro Voltaire», sin comp a r t i r s u « m a t e r i a l i s m o » . C r e í a q u e el Ensayo sobre las costumbres... hab í a a b i e r t o l a fase a s c e n d e n t e d e l a h i s t o r i a .

5.

L A S P R I M I C I A S D E L A I N S T I T U C I Ó N H I S T Ó R I C A (1800-1870)

C u a n d o , e n 1876, s e l a n z ó l a Revue historique, Gabriel M o n o d juzgó m u y s e v e r a m e n t e a l o s h i s t o r i a d o r e s d e l a p r i m e r a m i t a d d e l siglo XLX y a fueren románticos o liberales. E n t r e las razones q u e alegaba a propósito de la inferioridad d e la producción francesa respecto a la a l e m a n a , invocab a «el genio d e la nación» y , s o b r e t o d o , la ausencia d e tradiciones científicas: « Q u i z á h e m o s g a n a d o e n o r i g i n a l i d a d , p o r l o m e n o s d e s d e el p u n t o de vista d e la forma literaria, p e r o h e m o s p e r d i d o e n c u a n t o a la utilidad científica d e l o s t r a b a j o s d e n u e s t r o s h i s t o r i a d o r e s . » Y d e n u n c i a b a a c o n t i n u a c i ó n los n e f a s t o s e f e c t o s d e las p a s i o n e s p o l í t i c a s y r e l i g i o s a s , así c o m o el m u y e x t e n d i d o p e c a d o d e p r o c e d e r a « p r e c i p i t a d a s g e n e r a l i z a c i o n e s » . E s tas reticencias s o n bien comprensibles. U n b u e n c o n o c e d o r d e la historia r o m á n t i c a n o s d i c e q u e é s t a s e c a r a c t e r i z a , e n c i e r t o s a s p e c t o s , p o r el r e t r o c e s o d e e s p í r i t u c r í t i c o . « L a h i s t o r i a oscila e n t r e l a n o v e l a y el d r a m a , buscando su vía propia» ( P . M o r e a u ) . Se exhibe u n gusto algo sospechoso p o r e l c o l o r l o c a l : «Si s e p e r m i t e s e r m i n u c i o s o , t i e n e q u e s e r a q u e l l o q u e 102

i d e n t i f i c a al c o l o r l o c a l l o q u e h a y a d e c a r a c t e r i z a r a l a h i s t o r i a » ( A u g u s t i n T h i e r r y ) . S e c u l t i v a m á s el c u a d r o d e g é n e r o q u e l a r e c o n s t r u c c i ó n v e r í d i ca. E l entusiasmo p o r la E d a d M e d i a p r o n t o c a e e n los excesos d e l estilo Viollet-le-Duc. Q u e d a , sin e m b a r g o , la actividad erudita q u e se r e e m p r e n dió, i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s d e la R e v o l u c i ó n , e n t r e los benedictinos d e S o l e s m e s , l o s c u a l e s r e a n u d a n l a s t r a d i c i o n e s d e l o s frailes d e S a n M a u r o y continúan, e n la A c a d e m i a d e las Inscripciones, las colecciones q u e h a b í a n q u e d a d o i n t e r r u m p i d a s e n e l l a , e i g u a l m e n t e e n l a Ecole des Chartes f u n d a d a e n 1821. E s t a «efervescencia histórica» se intensifica d u r a n t e la m o n a r q u í a d e j u l i o : « L a S o c i e d a d d e H i s t o r i a d e F r a n c i a inicia s u s t r a b a jos; la escuela arqueológica d e A t e n a s se organiza e n 1846; la provincia trab a j a e n sus s o c i e d a d e s c i e n t í f i c a s , e n sus a c a d e m i a s . » L u i s F e l i p e e s u n e n tusiasta d e la arqueología, G u i z o t dirige la publicación d e los d o c u m e n t o s d e h i s t o r i a d e F r a n c i a , m i e n t r a s q u e M é r i m é e e j e r c e d e s d e 1833 l a s funciones d e inspector general d e los movimientos históricos. A s í e m p r e n d e u n a m e t ó d i c a p r o s p e c c i ó n e n las p r o v i n c i a s f r a n c e s a s , c u y o s r e s u l t a d o s c o n signa en sus notas d e viaje (1834-1840). T o d o s estos trabajos c o n t r i b u y e n a r e c o n o c e r l a i m p o r t a n c i a q u e t i e n e n , j u n t o a l o s i m p u l s o s d e la i m a g i n a ción, las virtudes tradicionales d e l historiador, c o m o la escrupulosa p r e o cupación p o r la exactitud y la p r u d e n c i a e n los juicios. 4

Según Pierre M o r e a u , el propio Augustin Thierry « n o avanza ninguna i n t e r p r e t a c i ó n d e los h e c h o s sin antes corregirla, verificarla y c o n t r a s t a r l a » . ¿ E s t a « t i t u b e a n t e o s c i l a c i ó n » q u e d e s c u b r e e n e l a u t o r d e l o s Tiempos merovingios n o anuncia las « t e m b l o r o s a s prudencias» d e la escuela positivista? E n la p a z d e las bibliotecas y d e l o s archivos, laboriosos eruditos, t a l e s c o m o G u i g n i a u t , al q u e J u l e s S i m ó n califica d e « s a b i o q u e d e s e s p e raría a los alemanes», r e ú n e n los materiales p a r a las futuras síntesis: «Sabía t o d o lo q u e n o necesitábamos saber, y lo q u e sabía e r a lo q u e n o s e n señaba...» Su opinión acerca d e la existencia d e H o m e r o «tenía tantos p a réntesis, notas marginales y notas a pie d e página, que renunciamos a comprobarla». Se trata d e una acusación, pero contiene su parte d e verdad. A partir d e 1830, s e distinguen dos escuelas c l a r a m e n t e diferenciadas, r e p r e s e n t a d a s p o r S a i n t e - B e u v e y M i c h e l e t : « U n a c a m i n a p o r l a orilla d e u n río, con u n p a r a g u a s e n u n a m a n o y u n microscopio e n la otra. Michelet viaja e n g l o b o , c o n u n a n t e o j o : n o s e p u e d e n e n c o n t r a r . » M e r c e d a la m u l t i p l i c a c i ó n d e las s o c i e d a d e s científicas c r e c e n n o t a b l e m e n t e , e n t r e 1830 y 1 8 7 0 , las filas d e l o s a d e p t o s d e l a e s c u e l a d e l m i c r o s c o p i o .

FUNDACIONES E NTERRITORIO

Sociedades históricas y arqueológicas Sociedades d e intereses múltiples

FRANCÉS

1830-1849

1850-1870

23 25

27 28

4

Centro superior de enseñanza de las ciencias auxiliares de la historia, destinado a formar a archiveros, paleógrafos y bibliotecarios. (N. del T . ) 103

N o s - p a r e c e q u e s u l e g a d o h i s t o r i o g r á f i c o e s d o b l e . P o r s u s a g a c i d a d crít i c a , p o r s u d e s c o n f i a n z a h a c i a l o s f e n ó m e n o s i r r a c i o n a l e s , p o r su e x i g e n cia d e c l a r i d a d y c o n c i s i ó n , a s í c o m o p o r s u p r e o c u p a c i ó n p o r l a c o m p o s i ción o r d e n a d a y equilibrada, c r e e m o s q u e anuncia a algunos m a e s t r o s d e la h i s t o r i a cte fines d e siglo X I X . L a r e v a l o r i z a c i ó n d e l o s p e q u e ñ o s a c o n tecimientos n o e n c o n t r a r á e c o hasta estos últimos; así Charles Seignobos, c u a n d o afirma q u e u n a p a r t e i m p o r t a n t e d e los acontecimientos «resulta d e a c c i d e n t e s d e b i d o s al a z a r » . E n c a m b i o , l o s p r i n c i p i o s e n u n c i a d o s p o r el p a d r e p u t a t i v o d e l a h i s t o r i a t o t a l e n c o n t r a r o n u n a m p l i o e c o y a e n l a p r i m e r a m i t a d d e l siglo x r x . P r i m e r o e n G u i z o t , e n l a i n t r o d u c c i ó n d e s u Curso de historia moderna e n 1 8 2 8 : « ¿ N o c r e e n , e n e f e c t o , s e ñ o r e s , q u e el h e c h o d e l a civilización e s el h e c h o p o r e x c e l e n c i a , e l h e c h o g e n e r a l y d e finitivo e n el q u e d e s e m b o c a n t o d o s l o s d e m á s , e n el q u e s e r e s u m e n ? T o m e n t o d o s los h e c h o s d e los q u e s e c o m p o n e l a h i s t o r i a d e u n p u e b l o , q u e e s t a m o s a c o s t u m b r a d o s a considerar c o m o los e l e m e n t o s d e su vida; t o m e n sus i n s t i t u c i o n e s , s u c o m e r c i o , s u i n d u s t r i a , s u s g u e r r a s , t o d o s l o s d e t a l l e s de su gobierno; cuando q u e r e m o s considerar estos derechos e n su conjunto, e n su relación, c u a n d o q u e r e m o s apreciarlos y juzgarlos, ¿ q u é les p r e g u n t a m o s ? L e s p r e g u n t a m o s e n q u é h a n c o n t r i b u i d o a l a civilización d e este p u e b l o , q u é p a p e l h a n j u g a d o e n él, q u e influencia h a n ejercido (...).» M á s t a r d e , l e e m o s e n C h a t e a u b r i a n d , e n el p r e f a c i o d e sus Estudios históricos ( 1 8 3 1 ) : « F r e c u e n t e m e n t e e l h i s t o r i a d o r s ó l o e r a u n v i a j e r o q u e c o n t a b a l o q u e h a b í a v i s t o . . . A h o r a la h i s t o r i a e s u n a e n c i c l o p e d i a ; h a y q u e m e t e r l e d e t o d o , d e s d e l a a s t r o n o m í a a la q u í m i c a , d e s d e e l a r t e d e l f i n a n c i e r o h a s t a el d e l f a b r i c a n t e , d e s d e el c o n o c i m i e n t o d e l p i n t o r , d e l e s c u l t o r y d e l a r q u i t e c t o h a s t a e l d e l e c o n o m i s t a , d e s d e el e s t u d i o d e l a s l e y e s e c l e s i á s t i c a s , civiles y c r i m i n a l e s h a s t a el d e l a s l e y e s p o l í t i c a s . » F i n a l m e n t e , a Michelet le gustaba saludarle c o m o «nuestro maestro Voltaire», sin comp a r t i r s u « m a t e r i a l i s m o » . C r e í a q u e el Ensayo sobre las costumbres... hab í a a b i e r t o l a fase a s c e n d e n t e d e l a h i s t o r i a .

5.

L A S P R I M I C I A S D E L A I N S T I T U C I Ó N H I S T Ó R I C A (1800-1870)

C u a n d o , e n 1876, s e l a n z ó l a Revue historique, Gabriel M o n o d juzgó m u y s e v e r a m e n t e a l o s h i s t o r i a d o r e s d e l a p r i m e r a m i t a d d e l siglo XLX y a fueren románticos o liberales. E n t r e las razones q u e alegaba a propósito de la inferioridad d e la producción francesa respecto a la a l e m a n a , invocab a «el genio d e la nación» y , s o b r e t o d o , la ausencia d e tradiciones científicas: « Q u i z á h e m o s g a n a d o e n o r i g i n a l i d a d , p o r l o m e n o s d e s d e el p u n t o de vista d e la forma literaria, p e r o h e m o s p e r d i d o e n c u a n t o a la utilidad científica d e l o s t r a b a j o s d e n u e s t r o s h i s t o r i a d o r e s . » Y d e n u n c i a b a a c o n t i n u a c i ó n los n e f a s t o s e f e c t o s d e las p a s i o n e s p o l í t i c a s y r e l i g i o s a s , así c o m o el m u y e x t e n d i d o p e c a d o d e p r o c e d e r a « p r e c i p i t a d a s g e n e r a l i z a c i o n e s » . E s tas reticencias s o n bien comprensibles. U n b u e n c o n o c e d o r d e la historia r o m á n t i c a n o s d i c e q u e é s t a s e c a r a c t e r i z a , e n c i e r t o s a s p e c t o s , p o r el r e t r o c e s o d e e s p í r i t u c r í t i c o . « L a h i s t o r i a oscila e n t r e l a n o v e l a y el d r a m a , buscando su vía propia» ( P . M o r e a u ) . Se exhibe u n gusto algo sospechoso p o r e l c o l o r l o c a l : «Si s e p e r m i t e s e r m i n u c i o s o , t i e n e q u e s e r a q u e l l o q u e 102

i d e n t i f i c a al c o l o r l o c a l l o q u e h a y a d e c a r a c t e r i z a r a l a h i s t o r i a » ( A u g u s t i n T h i e r r y ) . S e c u l t i v a m á s el c u a d r o d e g é n e r o q u e l a r e c o n s t r u c c i ó n v e r í d i ca. E l entusiasmo p o r la E d a d M e d i a p r o n t o c a e e n los excesos d e l estilo Viollet-le-Duc. Q u e d a , sin e m b a r g o , la actividad erudita q u e se r e e m p r e n dió, i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s d e la R e v o l u c i ó n , e n t r e los benedictinos d e S o l e s m e s , l o s c u a l e s r e a n u d a n l a s t r a d i c i o n e s d e l o s frailes d e S a n M a u r o y continúan, e n la A c a d e m i a d e las Inscripciones, las colecciones q u e h a b í a n q u e d a d o i n t e r r u m p i d a s e n e l l a , e i g u a l m e n t e e n l a Ecole des Chartes f u n d a d a e n 1821. E s t a «efervescencia histórica» se intensifica d u r a n t e la m o n a r q u í a d e j u l i o : « L a S o c i e d a d d e H i s t o r i a d e F r a n c i a inicia s u s t r a b a jos; la escuela arqueológica d e A t e n a s se organiza e n 1846; la provincia trab a j a e n sus s o c i e d a d e s c i e n t í f i c a s , e n sus a c a d e m i a s . » L u i s F e l i p e e s u n e n tusiasta d e la arqueología, G u i z o t dirige la publicación d e los d o c u m e n t o s d e h i s t o r i a d e F r a n c i a , m i e n t r a s q u e M é r i m é e e j e r c e d e s d e 1833 l a s funciones d e inspector general d e los movimientos históricos. A s í e m p r e n d e u n a m e t ó d i c a p r o s p e c c i ó n e n las p r o v i n c i a s f r a n c e s a s , c u y o s r e s u l t a d o s c o n signa en sus notas d e viaje (1834-1840). T o d o s estos trabajos c o n t r i b u y e n a r e c o n o c e r l a i m p o r t a n c i a q u e t i e n e n , j u n t o a l o s i m p u l s o s d e la i m a g i n a ción, las virtudes tradicionales d e l historiador, c o m o la escrupulosa p r e o cupación p o r la exactitud y la p r u d e n c i a e n los juicios. 4

Según Pierre M o r e a u , el propio Augustin Thierry « n o avanza ninguna i n t e r p r e t a c i ó n d e los h e c h o s sin antes corregirla, verificarla y c o n t r a s t a r l a » . ¿ E s t a « t i t u b e a n t e o s c i l a c i ó n » q u e d e s c u b r e e n e l a u t o r d e l o s Tiempos merovingios n o anuncia las « t e m b l o r o s a s prudencias» d e la escuela positivista? E n la p a z d e las bibliotecas y d e l o s archivos, laboriosos eruditos, t a l e s c o m o G u i g n i a u t , al q u e J u l e s S i m ó n califica d e « s a b i o q u e d e s e s p e raría a los alemanes», r e ú n e n los materiales p a r a las futuras síntesis: «Sabía t o d o lo q u e n o necesitábamos saber, y lo q u e sabía e r a lo q u e n o s e n señaba...» Su opinión acerca d e la existencia d e H o m e r o «tenía tantos p a réntesis, notas marginales y notas a pie d e página, que renunciamos a comprobarla». Se trata d e una acusación, pero contiene su parte d e verdad. A partir d e 1830, s e distinguen dos escuelas c l a r a m e n t e diferenciadas, r e p r e s e n t a d a s p o r S a i n t e - B e u v e y M i c h e l e t : « U n a c a m i n a p o r l a orilla d e u n río, con u n p a r a g u a s e n u n a m a n o y u n microscopio e n la otra. Michelet viaja e n g l o b o , c o n u n a n t e o j o : n o s e p u e d e n e n c o n t r a r . » M e r c e d a la m u l t i p l i c a c i ó n d e las s o c i e d a d e s científicas c r e c e n n o t a b l e m e n t e , e n t r e 1830 y 1 8 7 0 , las filas d e l o s a d e p t o s d e l a e s c u e l a d e l m i c r o s c o p i o .

FUNDACIONES E NTERRITORIO

Sociedades históricas y arqueológicas Sociedades d e intereses múltiples

FRANCÉS

1830-1849

1850-1870

23 25

27 28

4

Centro superior de enseñanza de las ciencias auxiliares de la historia, destinado a formar a archiveros, paleógrafos y bibliotecarios. (N. del T . ) 103

A p a r t i r d e 1830 p r o l i f e r a n las A c a d e m i a s , s o c i e d a d e s h i s t ó r i c a s y s o ciedades de anticuarios, especialmente en torno a París, Toulouse, Gaen y Poitiers. U n a s son estrictamente.históricas y arqueológicas, otras h a c e n a l a r d e d e m ú l t i p l e s c u r i o s i d a d e s , c o m o las s o c i e d a d e s p o l i f a c é t i c a s y las s o c i e d a d e s d e e m u l a c i ó n . E i n c l u s o e n e s t a s ú l t i m a s a u m e n t a n los t r a b a j o s h i s t ó r i c o s . S e h a p o d i d o r e p r e s e n t a r g r á f i c a m e n t e el a s c e n s o d e la h i s t o r i a e n el d e p a r t a m e n t o d e E l M a r n e d e s d e 1860, y el c o r r e l a t i v o d e s c e n s o d e la a g r o n o m í a y d e las c i e n c i a s e n g e n e r a l . E n t r e l o s a ñ o s 1840-1870, s o b r e d i e c i n u e v e s o c i e d a d e s a c t i v a s , h a y t r e c e d e d i c a d a s a la h i s t o r i a . Y si al p r i n cipio sólo e s t á n d e d i c a d o s a t e m a s h i s t ó r i c o s u n a c u a r t a p a r t e d e sus t r a b a j o s , d e s p u é s el p o r c e n t a j e c r e c e h a s t a u n t e r c i o . D a d o q u e n o es p o s i b l e c a l i b r a r la p r o d u c c i ó n d e t o d o s e s t o s c e n á c u l o s e r u d i t o s , d i s p e r s o s a t r a v é s d e F r a n c i a , C h . O . C a r b o n e l l h a i n t e n t a d o val o r a r la i m p o r t a n c i a r e s p e c t i v a d e los d i f e r e n t e s d o m i n i o s d e la h i s t o r i a a t r a v é s d e los 1.884 t í t u l o s p u b l i c a d o s e n t r e 1870 y 1 8 7 4 . C r e e m o s i n t e r e s a n t e e x p l i c a r l a s i t u a c i ó n e x i s t e n t e a n t e s d e l n a c i m i e n t o d e lo q u e se h a l l a m a d o la escuela metódica de los historiadores profesionales en t o r n o a La Revue historique, f u n d a d a e n 1 8 7 6 . L a h i s t o r i a r e l i g i o s a d i s f r u t a d e evid e n t e p r e e m i n e n c i a , ya q u e c u b r e l a q u i n t a p a r t e d e l a p r o d u c c i ó n , o casi la c u a r t a p a r t e si t e n e m o s e n c u e n t a las m o n o g r a f í a s y las e d i c i o n e s d e t e x o s . U n o d e c a d a seis h i s t o r i a d o r e s es s a c e r d o t e o r e l i g i o s o . E s t a p r o d u c c i ó n es m á s h a g i o g r á f i c a q u e h i s t ó r i c a ; e n el m e j o r d e l o s c a s o s , s e le a t r i b u y e n a l g u n a s v e l e i d a d e s científicas, p e r o casi s i e m p r e se d a n p r u e b a s d e u n a « m e t ó d i c a c r e d u l i d a d » e n lo q u e r e s p e c t a a las f u e n t e s . L a s e d i c i o n e s d e t e x t o s (250 o b r a s e n t o t a l ) c o n s t i t u y e n o t r o s e c t o r i m p o r t a n t e d e la p r o d u c c i ó n h i s t ó r i c a , t a n t o si se t r a t a d e c a r t u l a r i o s , c o m o d e l i b r o s d e c u e n tas, de crónicas o d e m e m o r i a s . M u c h o s libros aparecen «acompañados de d o c u m e n t o s i n é d i t o s , a p o y a d o s e n p i e z a s justificativas» c o m o s i g n o d e u n a u t é n t i c o c u l t o a las f u e n t e s e s c r i t a s . A p e s a r d e l d e s i g u a l v a l o r d e e s t a s p u b l i c a c i o n e s , e n u n o s t r e i n t a a ñ o s se p a s a d e l a e d i c i ó n p a s i v a a la e d i c i ó n crítica, c o m o l o d e m u e s t r a e l n ú m e r o c r e c i e n t e d e las n o t a s a p i e d e p á g i n a . T a m b i é n se p o n e n d e m o d a las m o n o g r a f í a s l o c a l e s : e n t r e 1870 y 1875 se p u b l i c a n 4 0 0 ; e n g e n e r a l , su a m p l i t u d e s t á e n f u n c i ó n d e l n ú m e r o d e h a b i t a n t e s d e la c i u d a d o p u e b l o q u e se e s t u d i a n ( d e s d e 16 p á g i n a s p a r a u n p u e b l o d e 171 h a b i t a n t e s a 9 2 5 p a r a P a r í s , ¡casos e x t r e m o s ! ) . E s t a s o b r a s , frecuentemente m u y heteróclitas, verdaderos trasteros documentales, est á n l l e n a s d e p e q u e ñ o s h e c h o s y d e j a n d e l a d o la d e m o g r a f í a y la e c o n o m í a , t o d o a la m a y o r h o n r a y g l o r i a d e los h é r o e s e p ó n i m o s d e la c i u d a d . Si h e m o s d e c r e e r al a b a t e G o u d é , p o r e j e m p l o , C h a t e a u b r i a n d , « d e s d e su n a c i m i e n t o , n o p o d í a e s p e r a r o t r a v i d a q u e la q u e le v e n í a l e g a d a p o r s u s b a r o n e s » . L a a r q u e o l o g í a y la h i s t o r i a d e l a r t e o c u p a b a n u n a d é c i m a p a r t e d e l a p r o d u c c i ó n , o s e a , u n o s 180 folletos y o b r a s , e n t r e las c u a l e s o c h o n o v e n a s p a r t e s e s t a b a n d e d i c a d a s al s a g r a d o t e r r i t o r i o n a c i o n a l , c o n u n a p r e f e r e n c i a m u y a c u s a d a p o r los m o n u m e n t o s r e l i g i o s o s d e la E d a d M e d í a . L a a u s e n c i a d e u n m é t o d o u n i f o r m e se d e j a s e n t i r e n e s t o s t r a b a j o s , y a q u e las e l e v a c i o n e s líricas y las c o n s i d e r a c i o n e s e s o t é r i c a s m á s d e s e n f r e n a d a s a p a r e c e n j u n t o a análisis p s e u d o i n t e l e c t u a l e s c o n u n a f u e r t e d o s i s d e j a c t a n c i a t e r m i n o l ó g i c a («los d o b l e s a r c o s a b o c i n a d o s d e o j i v a » , e t c . ) y c o n llanas e n u m e r a c i o n e s propias d e espíritus escrupulosos. U n último carácter d e la h i s t o r i o g r a f í a f r a n c e s a d e l o s a ñ o s 1870 m e r e c e s e r s u b r a y a d o : las e s 104

c a s a s o b r a s d e d i c a d a s a o t r o s p a í s e s q u e n o s e a n F r a n c i a . Se p u b l i c a n s o l a m e n t e cinco historias universales, 41 estudios s o b r e E u r o p a y n u e v e sob r e las c o l o n i a s , c o n t r a 168 c o n s a g r a d o s a l a h i s t o r i a n a c i o n a l . E n ellas se d e s p l i e g a u n e u r o c e n t r i s m o a u l t r a n z a . C o m o p r u e b a , h e a q u í la o p i n i ó n e m i t i d a p o r R i a n c e y e n su Historia del mundo, cuyas perspectivas de hec h o s o n m á s e s t r e c h a s q u e las d e l Ensayo sobre las costumbres: «La tiranía m u s u l m a n a » e n c u e n t r a «su p r i n c i p i o e n l a c o b a r d í a e i n c u r a b l e s e n s u a l i d a d d e los h o m b r e s d e g e n e r a d o s q u e h a b i t a n e n e s t a s r e g i o n e s » . Si a ñ a d i m o s a esta m i o p í a , t a n francesa, y a esta autosatisfacción del h o m b r e occ i d e n t a l , la g r a n m i s e r i a q u e a f e c t a a l a filosofía d e l a h i s t o r i a , h a y q u e r e c o n o c e r q u e el c u a d r o es p o c o h a l a g ü e ñ o . R e c o r d a r e m o s s o b r e t o d o a l g u n a s t o r p e z a s : la a t r a c c i ó n e j e r c i d a p o r los p r o b l e m a s d e á m b i t o l o c a l , el p e r s i s t e n t e p e s o d e la I g l e s i a s o b r e la h i s t o r i o g r a f í a y , m á s a m p l i a m e n t e , el casi t o t a l a c a p a r a m i e n t o d e l a h i s t o r i a p o r las clases d o m i n a n t e s . S i n e m b a r g o , a p e s a r d e t o d a s e s t a s d e b i l i d a d e s , se p r e p a r a u n c a l d o d e c u l t i v o favorable a investigaciones m á s profundas (ediciones de documentos, revistas, coloquios, e t c . ) . L a institución histórica francesa d e los años 1870-1875 financia a l g u n a s m i s i o n e s e n el e x t e r i o r , p e r o se a p o y a f u n d a m e n t a l m e n t e e n u n o s 5 0 0 « m o n ó g r a f o s y a q u e ó l o g o s l o c a l e s q u e , c o m o la m á q u i n a d e W e l l s , r e m o n t a n el t i e m p o s i n c a m b i a r n u n c a d e l u g a r » ( C h . O. Carbonell). Q u e d a p r e g u n t a r n o s en q u é m e d i d a se detecta en este a m b i e n t e t o d a vía a n g o s t o d e l o s h i s t o r i a d o r e s f r a n c e s e s , e n el q u e se p e r c i b e l a n e c e s i d a d de u n «discurso del m é t o d o » , la influencia de los tres v e n e r a b l e s patriarcas que son T a i n e , R e n á n y Fustel d e Coulanges. Todavía son u n m i t o , n o s d i c e C h . O . C a r b o n e l l c o n su a c o s t u m b r a d a v i v a c i d a d . D e h e c h o , n o s d i c e , e s t o s t r e s g r a n d e s p e r s o n a j e s d e los a ñ o s 1860-1870 s o n m u y p o c o r e presentativos, m u y p o c o «creadores de escuela». Sus obras m á s i m p o r t a n t e s , la Historia de la literatura inglesa ( 1 8 6 3 ) , La ciudad antigua (1863) y La vida de Jesús ( 1 8 6 4 ) f u e r o n l e í d a s , p e r o n u n c a i n f l u y e r o n p a r t i c u l a r m e n t e e n la c o r p o r a c i ó n d e l o s h i s t o r i a d o r e s . T a i n e p r e c o n i z ó u n a h i s t o r i a e x p e r i m e n t a l y se a u t o c o n s i d e r ó , e n el p r e f a c i o d e l o s Ensayos de crítica y de historia ( 1 8 6 6 ) , el C l a u d e B e r n a r d d e l a c i e n c i a h i s t ó r i c a . E l m é t o d o e n c u a t r o e t a p a s , p o r él p r e c o n i z a d o , a n u n c i a el s i s t e m a q u e r e c o m e n d a r á n L a n g l o i s y S e i g n o b o s e n 1 8 9 8 : a ) el análisis, q u e c o n s i s t e e n b u s c a r l o s h e c h o s y a i s l a r l o s ; b ) l a clasificación d e los h e c h o s , c o n s i d e r a n d o a p a r t e c a d a c l a s e d e e l l o s ( r e l i g i ó n , a r t e , filosofía, i n d u s t r i a , c o m e r c i o , a g r i c u l t u r a , e t c . ) ; c) l a definición d e los h e c h o s , e n f o r m a d e «frase a b r e v i a d a » , q u e res u m a el p r o c e s o a n t e r i o r , y d ) e l estudio d e las c o n e x i o n e s e x i s t e n t e s e n t r e las d i f e r e n t e s d e f i n i c i o n e s , así e n t r e « u n p r e c e p t o d e v e r s i f i c a c i ó n e n B o i l e a u , u n a ley d e C o l b e r t s o b r e l a s h i p o t e c a s , u n a s e n t e n c i a d e B o s s u e t s o b r e l a r e a l e z a d e D i o s » , p a r a v e r e n q u é m e d i d a f o r m a n u n sistema. P o r el c o n t r a r i o , otras ideas m a e s t r a s d e T a i n e e n c u e n t r a n m e n o r eco en los hist o r i a d o r e s p r o f e s i o n a l e s , p o r e j e m p l o la a f i r m a c i ó n d e q u e las l e y e s , q u e l a r a z ó n i r á d e s c u b r i e n d o p r o g r e s i v a m e n t e , g o b i e r n a n a los h o m b r e s . S o n las l e y e s d e la n a t u r a l e z a , q u e s e a p l i c a n i g u a l m e n t e a la h i s t o r i a . Si a c e p t a m o s e s t o , t o d o se p u e d e c o n o c e r d e l a m i s m a m a n e r a : « L o s n a t u r a l i s t a s han probado (...). Por u n m é t o d o p r o b a d o (...). Por un m é t o d o parecido, los historiadores (...).» Explicar la génesis de u n a o b r a literaria e n función d e l a r a z a , el m e d i o g e o g r á f i c o y l a é p o c a n o e s , d e s p u é s d e t o d o , m á s q u e 105

A p a r t i r d e 1830 p r o l i f e r a n las A c a d e m i a s , s o c i e d a d e s h i s t ó r i c a s y s o ciedades de anticuarios, especialmente en torno a París, Toulouse, Gaen y Poitiers. U n a s son estrictamente.históricas y arqueológicas, otras h a c e n a l a r d e d e m ú l t i p l e s c u r i o s i d a d e s , c o m o las s o c i e d a d e s p o l i f a c é t i c a s y las s o c i e d a d e s d e e m u l a c i ó n . E i n c l u s o e n e s t a s ú l t i m a s a u m e n t a n los t r a b a j o s h i s t ó r i c o s . S e h a p o d i d o r e p r e s e n t a r g r á f i c a m e n t e el a s c e n s o d e la h i s t o r i a e n el d e p a r t a m e n t o d e E l M a r n e d e s d e 1860, y el c o r r e l a t i v o d e s c e n s o d e la a g r o n o m í a y d e las c i e n c i a s e n g e n e r a l . E n t r e l o s a ñ o s 1840-1870, s o b r e d i e c i n u e v e s o c i e d a d e s a c t i v a s , h a y t r e c e d e d i c a d a s a la h i s t o r i a . Y si al p r i n cipio sólo e s t á n d e d i c a d o s a t e m a s h i s t ó r i c o s u n a c u a r t a p a r t e d e sus t r a b a j o s , d e s p u é s el p o r c e n t a j e c r e c e h a s t a u n t e r c i o . D a d o q u e n o es p o s i b l e c a l i b r a r la p r o d u c c i ó n d e t o d o s e s t o s c e n á c u l o s e r u d i t o s , d i s p e r s o s a t r a v é s d e F r a n c i a , C h . O . C a r b o n e l l h a i n t e n t a d o val o r a r la i m p o r t a n c i a r e s p e c t i v a d e los d i f e r e n t e s d o m i n i o s d e la h i s t o r i a a t r a v é s d e los 1.884 t í t u l o s p u b l i c a d o s e n t r e 1870 y 1 8 7 4 . C r e e m o s i n t e r e s a n t e e x p l i c a r l a s i t u a c i ó n e x i s t e n t e a n t e s d e l n a c i m i e n t o d e lo q u e se h a l l a m a d o la escuela metódica de los historiadores profesionales en t o r n o a La Revue historique, f u n d a d a e n 1 8 7 6 . L a h i s t o r i a r e l i g i o s a d i s f r u t a d e evid e n t e p r e e m i n e n c i a , ya q u e c u b r e l a q u i n t a p a r t e d e l a p r o d u c c i ó n , o casi la c u a r t a p a r t e si t e n e m o s e n c u e n t a las m o n o g r a f í a s y las e d i c i o n e s d e t e x o s . U n o d e c a d a seis h i s t o r i a d o r e s es s a c e r d o t e o r e l i g i o s o . E s t a p r o d u c c i ó n es m á s h a g i o g r á f i c a q u e h i s t ó r i c a ; e n el m e j o r d e l o s c a s o s , s e le a t r i b u y e n a l g u n a s v e l e i d a d e s científicas, p e r o casi s i e m p r e se d a n p r u e b a s d e u n a « m e t ó d i c a c r e d u l i d a d » e n lo q u e r e s p e c t a a las f u e n t e s . L a s e d i c i o n e s d e t e x t o s (250 o b r a s e n t o t a l ) c o n s t i t u y e n o t r o s e c t o r i m p o r t a n t e d e la p r o d u c c i ó n h i s t ó r i c a , t a n t o si se t r a t a d e c a r t u l a r i o s , c o m o d e l i b r o s d e c u e n tas, de crónicas o d e m e m o r i a s . M u c h o s libros aparecen «acompañados de d o c u m e n t o s i n é d i t o s , a p o y a d o s e n p i e z a s justificativas» c o m o s i g n o d e u n a u t é n t i c o c u l t o a las f u e n t e s e s c r i t a s . A p e s a r d e l d e s i g u a l v a l o r d e e s t a s p u b l i c a c i o n e s , e n u n o s t r e i n t a a ñ o s se p a s a d e l a e d i c i ó n p a s i v a a la e d i c i ó n crítica, c o m o l o d e m u e s t r a e l n ú m e r o c r e c i e n t e d e las n o t a s a p i e d e p á g i n a . T a m b i é n se p o n e n d e m o d a las m o n o g r a f í a s l o c a l e s : e n t r e 1870 y 1875 se p u b l i c a n 4 0 0 ; e n g e n e r a l , su a m p l i t u d e s t á e n f u n c i ó n d e l n ú m e r o d e h a b i t a n t e s d e la c i u d a d o p u e b l o q u e se e s t u d i a n ( d e s d e 16 p á g i n a s p a r a u n p u e b l o d e 171 h a b i t a n t e s a 9 2 5 p a r a P a r í s , ¡casos e x t r e m o s ! ) . E s t a s o b r a s , frecuentemente m u y heteróclitas, verdaderos trasteros documentales, est á n l l e n a s d e p e q u e ñ o s h e c h o s y d e j a n d e l a d o la d e m o g r a f í a y la e c o n o m í a , t o d o a la m a y o r h o n r a y g l o r i a d e los h é r o e s e p ó n i m o s d e la c i u d a d . Si h e m o s d e c r e e r al a b a t e G o u d é , p o r e j e m p l o , C h a t e a u b r i a n d , « d e s d e su n a c i m i e n t o , n o p o d í a e s p e r a r o t r a v i d a q u e la q u e le v e n í a l e g a d a p o r s u s b a r o n e s » . L a a r q u e o l o g í a y la h i s t o r i a d e l a r t e o c u p a b a n u n a d é c i m a p a r t e d e l a p r o d u c c i ó n , o s e a , u n o s 180 folletos y o b r a s , e n t r e las c u a l e s o c h o n o v e n a s p a r t e s e s t a b a n d e d i c a d a s al s a g r a d o t e r r i t o r i o n a c i o n a l , c o n u n a p r e f e r e n c i a m u y a c u s a d a p o r los m o n u m e n t o s r e l i g i o s o s d e la E d a d M e d í a . L a a u s e n c i a d e u n m é t o d o u n i f o r m e se d e j a s e n t i r e n e s t o s t r a b a j o s , y a q u e las e l e v a c i o n e s líricas y las c o n s i d e r a c i o n e s e s o t é r i c a s m á s d e s e n f r e n a d a s a p a r e c e n j u n t o a análisis p s e u d o i n t e l e c t u a l e s c o n u n a f u e r t e d o s i s d e j a c t a n c i a t e r m i n o l ó g i c a («los d o b l e s a r c o s a b o c i n a d o s d e o j i v a » , e t c . ) y c o n llanas e n u m e r a c i o n e s propias d e espíritus escrupulosos. U n último carácter d e la h i s t o r i o g r a f í a f r a n c e s a d e l o s a ñ o s 1870 m e r e c e s e r s u b r a y a d o : las e s 104

c a s a s o b r a s d e d i c a d a s a o t r o s p a í s e s q u e n o s e a n F r a n c i a . Se p u b l i c a n s o l a m e n t e cinco historias universales, 41 estudios s o b r e E u r o p a y n u e v e sob r e las c o l o n i a s , c o n t r a 168 c o n s a g r a d o s a l a h i s t o r i a n a c i o n a l . E n ellas se d e s p l i e g a u n e u r o c e n t r i s m o a u l t r a n z a . C o m o p r u e b a , h e a q u í la o p i n i ó n e m i t i d a p o r R i a n c e y e n su Historia del mundo, cuyas perspectivas de hec h o s o n m á s e s t r e c h a s q u e las d e l Ensayo sobre las costumbres: «La tiranía m u s u l m a n a » e n c u e n t r a «su p r i n c i p i o e n l a c o b a r d í a e i n c u r a b l e s e n s u a l i d a d d e los h o m b r e s d e g e n e r a d o s q u e h a b i t a n e n e s t a s r e g i o n e s » . Si a ñ a d i m o s a esta m i o p í a , t a n francesa, y a esta autosatisfacción del h o m b r e occ i d e n t a l , la g r a n m i s e r i a q u e a f e c t a a l a filosofía d e l a h i s t o r i a , h a y q u e r e c o n o c e r q u e el c u a d r o es p o c o h a l a g ü e ñ o . R e c o r d a r e m o s s o b r e t o d o a l g u n a s t o r p e z a s : la a t r a c c i ó n e j e r c i d a p o r los p r o b l e m a s d e á m b i t o l o c a l , el p e r s i s t e n t e p e s o d e la I g l e s i a s o b r e la h i s t o r i o g r a f í a y , m á s a m p l i a m e n t e , el casi t o t a l a c a p a r a m i e n t o d e l a h i s t o r i a p o r las clases d o m i n a n t e s . S i n e m b a r g o , a p e s a r d e t o d a s e s t a s d e b i l i d a d e s , se p r e p a r a u n c a l d o d e c u l t i v o favorable a investigaciones m á s profundas (ediciones de documentos, revistas, coloquios, e t c . ) . L a institución histórica francesa d e los años 1870-1875 financia a l g u n a s m i s i o n e s e n el e x t e r i o r , p e r o se a p o y a f u n d a m e n t a l m e n t e e n u n o s 5 0 0 « m o n ó g r a f o s y a q u e ó l o g o s l o c a l e s q u e , c o m o la m á q u i n a d e W e l l s , r e m o n t a n el t i e m p o s i n c a m b i a r n u n c a d e l u g a r » ( C h . O. Carbonell). Q u e d a p r e g u n t a r n o s en q u é m e d i d a se detecta en este a m b i e n t e t o d a vía a n g o s t o d e l o s h i s t o r i a d o r e s f r a n c e s e s , e n el q u e se p e r c i b e l a n e c e s i d a d de u n «discurso del m é t o d o » , la influencia de los tres v e n e r a b l e s patriarcas que son T a i n e , R e n á n y Fustel d e Coulanges. Todavía son u n m i t o , n o s d i c e C h . O . C a r b o n e l l c o n su a c o s t u m b r a d a v i v a c i d a d . D e h e c h o , n o s d i c e , e s t o s t r e s g r a n d e s p e r s o n a j e s d e los a ñ o s 1860-1870 s o n m u y p o c o r e presentativos, m u y p o c o «creadores de escuela». Sus obras m á s i m p o r t a n t e s , la Historia de la literatura inglesa ( 1 8 6 3 ) , La ciudad antigua (1863) y La vida de Jesús ( 1 8 6 4 ) f u e r o n l e í d a s , p e r o n u n c a i n f l u y e r o n p a r t i c u l a r m e n t e e n la c o r p o r a c i ó n d e l o s h i s t o r i a d o r e s . T a i n e p r e c o n i z ó u n a h i s t o r i a e x p e r i m e n t a l y se a u t o c o n s i d e r ó , e n el p r e f a c i o d e l o s Ensayos de crítica y de historia ( 1 8 6 6 ) , el C l a u d e B e r n a r d d e l a c i e n c i a h i s t ó r i c a . E l m é t o d o e n c u a t r o e t a p a s , p o r él p r e c o n i z a d o , a n u n c i a el s i s t e m a q u e r e c o m e n d a r á n L a n g l o i s y S e i g n o b o s e n 1 8 9 8 : a ) el análisis, q u e c o n s i s t e e n b u s c a r l o s h e c h o s y a i s l a r l o s ; b ) l a clasificación d e los h e c h o s , c o n s i d e r a n d o a p a r t e c a d a c l a s e d e e l l o s ( r e l i g i ó n , a r t e , filosofía, i n d u s t r i a , c o m e r c i o , a g r i c u l t u r a , e t c . ) ; c) l a definición d e los h e c h o s , e n f o r m a d e «frase a b r e v i a d a » , q u e res u m a el p r o c e s o a n t e r i o r , y d ) e l estudio d e las c o n e x i o n e s e x i s t e n t e s e n t r e las d i f e r e n t e s d e f i n i c i o n e s , así e n t r e « u n p r e c e p t o d e v e r s i f i c a c i ó n e n B o i l e a u , u n a ley d e C o l b e r t s o b r e l a s h i p o t e c a s , u n a s e n t e n c i a d e B o s s u e t s o b r e l a r e a l e z a d e D i o s » , p a r a v e r e n q u é m e d i d a f o r m a n u n sistema. P o r el c o n t r a r i o , otras ideas m a e s t r a s d e T a i n e e n c u e n t r a n m e n o r eco en los hist o r i a d o r e s p r o f e s i o n a l e s , p o r e j e m p l o la a f i r m a c i ó n d e q u e las l e y e s , q u e l a r a z ó n i r á d e s c u b r i e n d o p r o g r e s i v a m e n t e , g o b i e r n a n a los h o m b r e s . S o n las l e y e s d e la n a t u r a l e z a , q u e s e a p l i c a n i g u a l m e n t e a la h i s t o r i a . Si a c e p t a m o s e s t o , t o d o se p u e d e c o n o c e r d e l a m i s m a m a n e r a : « L o s n a t u r a l i s t a s han probado (...). Por u n m é t o d o p r o b a d o (...). Por un m é t o d o parecido, los historiadores (...).» Explicar la génesis de u n a o b r a literaria e n función d e l a r a z a , el m e d i o g e o g r á f i c o y l a é p o c a n o e s , d e s p u é s d e t o d o , m á s q u e 105

u n p r o b l e m a d e m e c á n i c a , c o n la d i f e r e n c i a d e q u e la m e d i d a d e la g r a n d e z a n o p u e d e t e n e r la m i s m a p r e c i s i ó n q u e la física. T a i n e e n c a r n a , m á s q u e n i n g ú n o t r o , l a a m b i c i ó n científica: « C r e o q u e t o d o es p o s i b l e m e d i a n te la inteligencia h u m a n a . C r e o q u e con datos suficientes, los q u e n o s p o d r á n p r o p o r c i o n a r los i n s t r u m e n t o s p e r f e c c i o n a d o s y la o b s e r v a c i ó n c o n t i n u a d a , se p o d r á s a b e r t o d o a c e r c a d e l h o m b r e y d e l a v i d a . L o s p r o p i o s p r o b l e m a s m e n t a l e s d e p e n d e n d e l t r a t a m i e n t o científico: el vicio y l a virt u d s o n p r o d u c t o s c o m o el v i t r i o l o y el a z ú c a r . N o p a r e c e q u e m u c h o s h i s t o r i a d o r e s c o n t e m p o r á n e o s , p a r t i d a r i o s d e la p r i m a d a d e l a p s i c o l o g í a , compartan este intrépido reduccionismo. También R e n á n había proclamad o i g u a l m e n t e m u y a l t o s u fe e n El porvenir de la ciencia (1848) y e n u n a d e n c i a e x a c t a d e las c o s a s d e l e s p í r i t u . P e r o n o es s e g u r o q u e La vida de Jesús, se a d a p t e p o r c o m p l e t o a e s t e p r o g r a m a . E n el p r e f a c i o d e e s t a o b r a , r e d a c t a d a e n 1867, el a u t o r r e c o n o c e q u e n o se l i m i t a a c o n o c i m i e n t o s s ó l i d a m e n t e e s t a b l e c i d o s : «Si s ó l o se a v a n z a n c o s a s s e g u r a s » — d i c e — , « h a b r í a q u e l i m i t a r s e a a l g u n a s l í n e a s . » M á s t a r d e , e n las c o l u m n a s d e La Revue historique, se le p u e d e r e p r o c h a r , a l a v e z q u e se a d m i r a , s u « p r e d i l e c d ó n p o r las é p o c a s c o n o c i d a s a m e d i a s , a t r a v é s d e d o c u m e n t o s d e p r o c e d e n c i a d u d o s a , c u y a e r u d i c i ó n y c r í t i c a n o b a s t a n p a r a r e c o n s t r u i r la v e r d a d e r a i m a g e n » . P o r el c o n t r a r i o , el e s c e p t i c i s m o q u e l e g a n a al final d e s u v i d a y q u e le c o n d u c e a n o v e r e n la h i s t o r i a m á s q u e u n a « p o b r e c i e n c i a c o y u n t u r a ! » , n o s p a r e c e a n u n c i a r l a r e s i g n a d a p r u d e n c i a d e la g e n e r a c i ó n siguiente. E n c u a n t o a F u s t e l d e C o u l a n g e s ( 1 8 3 0 - 1 8 8 9 ) , s i e m p r e m a n i f e s t ó sus r e s e r v a s r e s p e c t o a las a m b i c i o n e s científicas: « L a h i s t o r i a n o r e s u e l v e las c u e s t i o n e s : n o s e n s e ñ a a e x a m i n a r l a s . » V i s t o el m e s u r a d o c a r á c t e r « t u c i d i diano» de estos propósitos, ¿no podría h a b e r inspirado u n a escuela? Ch. O . C a r b o n e l l d e n u e v o r e s p o n d e c o n u n a n e g a t i v a : La ciudad antigua, en la q u e p r e v a l e c e el e s p í r i t u d e l s i s t e m a , es u n c a s o ú n i c o e n l o s a ñ o s d u r a n t e los c u a l e s p u l u l a n las m o n o g r a f í a s . F u s t e l e s t á c o n s i d e r a d o b á s i c a m e n t e c o m o u n p r o f e s o r d e m o r a l cívica q u e d e n u n d a las q u e r e l l a s e n t r e los h i s t o r i a d o r e s f r a n c e s e s d e las d i s t i n t a s e s c u e l a s , e n u n m o m e n t o e n q u e la e r u d i c i ó n a l e m a n a « h a a r m a d o a A l e m a n i a p a r a la c o n q u i s t a » . C r e e m o s sin e m b a r g o q u e h a y q u e p o n d e r a r e s t a a p r e c i a c i ó n d e C h . O . C a r b o n e l l . Fustel de Coulanges nos p a r e c e q u e h a contribuido n o t a b l e m e n t e a estab l e c e r l o s p r o c e d i m i e n t o s d e l a h i s t o r i a e r u d i t a . P r i m e r o , p o r el h e c h o d e c o n s i d e r a r el p a s a d o c o m o u n o b j e t o s e p a r a d o d e l h i s t o r i a d o r , q u e p u e d e s e r o b s e r v a d o c o n « u n a m i r a d a m á s s e r e n a y s e g u r a » q u e el p r e s e n t e , lo q u e p e r m i t e d i s t i n g u i r m á s f á c i l m e n t e la i l u s i ó n d e l a v e r d a d . Y t a m b i é n p o r las r e p e t i d a s p r e v e n c i o n e s c o n t r a los i m p u l s o s d e la i m a g i n a c i ó n y los e x c e s o s d e l a s u b j e t i v i d a d : « L a h i s t o r i a es u n a c i e n c i a ; n o i m a g i n a ; sólo v e . » O , i n c l u s o , la h i s t o r i a e x i g e « u n e s p í r i t u a b s o l u t a m e n t e i n d e p e n d i e n t e y l i b r e , s o b r e t o d o c o n r e s p e c t o a u n o m i s m o » . F i n a l m e n t e , p o r el e n u n c i a d o d e u n a r e g l a d e o r o s e g ú n la c u a l l a h i s t o r i a d e b e b a s a r s e e s e n d a l m e n t e e n l a crítica d e l o s d o c u m e n t o s e s c r i t o s . E s t e c r e d o q u e p r a c t i c ó d u r a n t e t r e i n t a y d n c o a ñ o s , a p e s a r d e la h o s t i l i d a d d e l o s e s p í r i t u s s i s t e m á t i c o s y l o s s e m i e r u d i t o s , lo e x p o n e u n a v e z m á s , u n a ñ o a n t e s d e su m u e r t e , e n el p r i m e r c a p í t u l o d e La monarquía franca ( 1 8 8 8 ) . N o h a y s a l v a c i ó n f u e r a d e l o s d o c u m e n t o s e s c r i t o s : « L e y e s , c a r t a s , f ó r m u l a s , c r ó n i c a s e hist o r i a s , es n e c e s a r i o h a b e r l e í d o e s t o s d o c u m e n t o s sin h a b e r o m i t i d o n i u n o 106

solo. Y a q u e ninguno d e ellos, t o m a d o aisladamente, da una idea exacta d e l a s o c i e d a d . S e c o m p l e t a n o s e r e c t i f i c a n e n t r e sí los u n o s a l o s o t r o s . E l e s c r i t o r s ó l o d e b e p e n s a r a p a r t i r d e l o s d o c u m e n t o s y e s c r i b i r b a j o su d i c t a d o : « S u ú n i c a h a b i l i d a d c o n s i s t e e n s a c a r d e los d o c u m e n t o s t o d o lo q u e c o n t e n g a n y e n n o a ñ a d i r l e s lo q u e n o c o n t e n g a n . E l m e j o r h i s t o r i a d o r es el q u e se m a n t i e n e m á s c e r c a d e l o s t e x t o s y l o s i n t e r p r e t a c o n m a y o r exactitud, aquel q u e n o escribe, ni siquiera p i e n s a , m á s q u e a p a r t i r d e e l l o s . » A b r a m o s La ciudad antigua, o b r a d e m a d u r e z . D e e n t r a d a , s o r p r e n d e la p e r s p e c t i v a s i s t e m á t i c a : « N o s p r o p o n e m o s m o s t r a r a q u í e n v i r t u d d e q u é p r i n c i p i o s y q u é r e g l a s f u e r o n g o b e r n a d a s las s o c i e d a d e s g r i e g a y r o m a n a . » L e j o s d e afligirnos c o n laboriosos análisis, antes de h a c e r n o s disf r u t a r c o n las a l e g r í a s d e l a s í n t e s i s , el a u t o r e m p i e z a p o r e x p o n e r c o n t o d a claridad su idea m o t r i z : « L a historia d e G r e c i a y la d e R o m a s o n t e s t i m o n i o y e j e m p l o d e l a e s t r e c h a r e l a c i ó n q u e s i e m p r e h a y e n t r e las i d e a s d e la i n t e l i g e n d a h u m a n a y el e s t a d o s o c i a l d e u n p u e b l o . C o n t e m p l a d las instit u c i o n e s d e los a n t i g u o s sin p e n s a r e n s u s c r e e n d a s , las e n c o n t r a r é i s o b s c u r a s , r a r a s , i n e x p l i c a b l e s . . . P e r o s i t u a d las c r e e n c i a s f r e n t e a e s t a s i n s t i t u ciones y a estas leyes, veréis c o m o los h e c h o s se clarificarán i n m e d i a t a m e n t e , y su explicación s e r á o b v i a . » H e a q u í la enunciación de u n a ley histór i c a , s e g ú n la c u a l el h e c h o r e l i g i o s o e x p l i c a el h e c h o social. D e d o n d e se d e d u c e el i n t e r é s d e c o n o c e r las c r e e n c i a s m á s a n t i g u a s . E n a u s e n c i a d e t e x t o s s a g r a d o s ( ¿ p e r o d ó n d e e s t á n l o s h i m n o s d e los a n t i g u o s h e l e n o s ? ) , es p o s i b l e d e s c u b r i r l o s v e s t i g i o s d e l o s c u l t o s a n t i g u o s e n t r e los g r i e g o s d e la é p o c a d e P e r i c l e s y l o s d e l o s r o m a n o s d e l a é p o c a d e C i c e r ó n . C o n la p e r s p i c a c i a d e u n e t n ó l o g o , el a u t o r e x a m i n a l a d i s c o r d a n c i a e x i s t e n t e e n t r e l o s ritos m u y a r c a i c o s y l a s c r e e n c i a s , m á s r e c i e n t e s , d e l c i u d a d a n o r o m a n o d e l siglo I a. J . C : « C o n t e m p l a d d e c e r c a l o s ritos q u e o b s e r v a o las f ó r m u l a s q u e r e d t a , y e n c o n t r a r e m o s el r a s t r o d e l o q u e c r e í a n l o s h o m b r e s q u i n c e o v e i n t e siglos a n t e s d e é l . » D a d o q u e l a r e l i g i ó n h a s i d o p u e s el p r i n d p i o constitutivo d e la familia a n t i g u a , e i n m e d i a t a m e n t e d e la ciudad, la b o d a f u e la c e r e m o n i a p o r e x c e l e n c i a . S e t r a t a b a , p a r a l a j o v e n , d e a b a n d o n a r el h o g a r p a t e r n o p a r a a d o p t a r o t r a r e l i g i ó n d o m é s t i c a . E n l í m p i d a s p á g i n a s , F u s t e l d e C o u l a n g e s d e s c r i b e el m a t r i m o n i o r o m a n o . L e j o s d e satisf a c e r s e c o n el m i n u c i o s o anáfisis d e l ritual, a p o y á n d o s e s i e m p r e e n l o s t e x t o s sin r e c u r r i r a l a d o c u m e n t a c i ó n figurada, s e i n t e r r o g a a c e r c a d e l s e n t i do de estas prácticas. T a m b i é n r a z o n a ampliamente en función de la veros i m i h t u d . P o r e j e m p l o , c u a n d o s e p r e g u n t a l a r a z ó n p o r la c u a l el m a r i d o « r a p t a » a su m u j e r p a r a h a c e r l a e n t r a r e n la n u e v a c a s a : « ¿ P a r a q u é e s t e rito?, ¿ e s u n s í m b o l o d e l p u d o r d e la j o v e n ? E s t o es p o c o p r o b a b l e (...) ¿ N o q u e r r á significar q u e la m u j e r , q u e h a r á sacrificios e n e s t e h o g a r , n o t i e n e n i n g ú n d e r e c h o p o r sí m i s m a , q u e e l l a n o se a c e r c a a e s t e h o g a r p o r p r o p i a v o l u n t a d , y q u e e s n e c e s a r i o q u e el s e ñ o r d e e s t e l u g a r y l a divinid a d l a i n t r o d u z c a n p o r u n a c t o d e s u p o d e r ? » L o s r a z o n a m i e n t o s d e l hist o r i a d o r se e s f u e r z a n p o r l l e n a r l o s v a c í o s d e l a d o c u m e n t a c i ó n . N o s e c o n t e n t a c o n e s c r i b i r b a j o el d i c t a d o d e las f u e n t e s . D e c i d i d a m e n t e , F u s t e l d e Coulanges n o quiere dejarse e n c e r r a r e n las p r u d e n t e s reglas q u e e n u n d ó , al c o n t r a r i o q u e V o l t a i r e , c u y a s o b r a s h i s t ó r i c a s n o s i e m p r e r e s p o n d í a n al a m b i c i o s o p r o g r a m a q u e él m i s m o h a b í a t r a z a d o p a r a la d i s c i p l i n a . 107

u n p r o b l e m a d e m e c á n i c a , c o n la d i f e r e n c i a d e q u e la m e d i d a d e la g r a n d e z a n o p u e d e t e n e r la m i s m a p r e c i s i ó n q u e la física. T a i n e e n c a r n a , m á s q u e n i n g ú n o t r o , l a a m b i c i ó n científica: « C r e o q u e t o d o es p o s i b l e m e d i a n te la inteligencia h u m a n a . C r e o q u e con datos suficientes, los q u e n o s p o d r á n p r o p o r c i o n a r los i n s t r u m e n t o s p e r f e c c i o n a d o s y la o b s e r v a c i ó n c o n t i n u a d a , se p o d r á s a b e r t o d o a c e r c a d e l h o m b r e y d e l a v i d a . L o s p r o p i o s p r o b l e m a s m e n t a l e s d e p e n d e n d e l t r a t a m i e n t o científico: el vicio y l a virt u d s o n p r o d u c t o s c o m o el v i t r i o l o y el a z ú c a r . N o p a r e c e q u e m u c h o s h i s t o r i a d o r e s c o n t e m p o r á n e o s , p a r t i d a r i o s d e la p r i m a d a d e l a p s i c o l o g í a , compartan este intrépido reduccionismo. También R e n á n había proclamad o i g u a l m e n t e m u y a l t o s u fe e n El porvenir de la ciencia (1848) y e n u n a d e n c i a e x a c t a d e las c o s a s d e l e s p í r i t u . P e r o n o es s e g u r o q u e La vida de Jesús, se a d a p t e p o r c o m p l e t o a e s t e p r o g r a m a . E n el p r e f a c i o d e e s t a o b r a , r e d a c t a d a e n 1867, el a u t o r r e c o n o c e q u e n o se l i m i t a a c o n o c i m i e n t o s s ó l i d a m e n t e e s t a b l e c i d o s : «Si s ó l o se a v a n z a n c o s a s s e g u r a s » — d i c e — , « h a b r í a q u e l i m i t a r s e a a l g u n a s l í n e a s . » M á s t a r d e , e n las c o l u m n a s d e La Revue historique, se le p u e d e r e p r o c h a r , a l a v e z q u e se a d m i r a , s u « p r e d i l e c d ó n p o r las é p o c a s c o n o c i d a s a m e d i a s , a t r a v é s d e d o c u m e n t o s d e p r o c e d e n c i a d u d o s a , c u y a e r u d i c i ó n y c r í t i c a n o b a s t a n p a r a r e c o n s t r u i r la v e r d a d e r a i m a g e n » . P o r el c o n t r a r i o , el e s c e p t i c i s m o q u e l e g a n a al final d e s u v i d a y q u e le c o n d u c e a n o v e r e n la h i s t o r i a m á s q u e u n a « p o b r e c i e n c i a c o y u n t u r a ! » , n o s p a r e c e a n u n c i a r l a r e s i g n a d a p r u d e n c i a d e la g e n e r a c i ó n siguiente. E n c u a n t o a F u s t e l d e C o u l a n g e s ( 1 8 3 0 - 1 8 8 9 ) , s i e m p r e m a n i f e s t ó sus r e s e r v a s r e s p e c t o a las a m b i c i o n e s científicas: « L a h i s t o r i a n o r e s u e l v e las c u e s t i o n e s : n o s e n s e ñ a a e x a m i n a r l a s . » V i s t o el m e s u r a d o c a r á c t e r « t u c i d i diano» de estos propósitos, ¿no podría h a b e r inspirado u n a escuela? Ch. O . C a r b o n e l l d e n u e v o r e s p o n d e c o n u n a n e g a t i v a : La ciudad antigua, en la q u e p r e v a l e c e el e s p í r i t u d e l s i s t e m a , es u n c a s o ú n i c o e n l o s a ñ o s d u r a n t e los c u a l e s p u l u l a n las m o n o g r a f í a s . F u s t e l e s t á c o n s i d e r a d o b á s i c a m e n t e c o m o u n p r o f e s o r d e m o r a l cívica q u e d e n u n d a las q u e r e l l a s e n t r e los h i s t o r i a d o r e s f r a n c e s e s d e las d i s t i n t a s e s c u e l a s , e n u n m o m e n t o e n q u e la e r u d i c i ó n a l e m a n a « h a a r m a d o a A l e m a n i a p a r a la c o n q u i s t a » . C r e e m o s sin e m b a r g o q u e h a y q u e p o n d e r a r e s t a a p r e c i a c i ó n d e C h . O . C a r b o n e l l . Fustel de Coulanges nos p a r e c e q u e h a contribuido n o t a b l e m e n t e a estab l e c e r l o s p r o c e d i m i e n t o s d e l a h i s t o r i a e r u d i t a . P r i m e r o , p o r el h e c h o d e c o n s i d e r a r el p a s a d o c o m o u n o b j e t o s e p a r a d o d e l h i s t o r i a d o r , q u e p u e d e s e r o b s e r v a d o c o n « u n a m i r a d a m á s s e r e n a y s e g u r a » q u e el p r e s e n t e , lo q u e p e r m i t e d i s t i n g u i r m á s f á c i l m e n t e la i l u s i ó n d e l a v e r d a d . Y t a m b i é n p o r las r e p e t i d a s p r e v e n c i o n e s c o n t r a los i m p u l s o s d e la i m a g i n a c i ó n y los e x c e s o s d e l a s u b j e t i v i d a d : « L a h i s t o r i a es u n a c i e n c i a ; n o i m a g i n a ; sólo v e . » O , i n c l u s o , la h i s t o r i a e x i g e « u n e s p í r i t u a b s o l u t a m e n t e i n d e p e n d i e n t e y l i b r e , s o b r e t o d o c o n r e s p e c t o a u n o m i s m o » . F i n a l m e n t e , p o r el e n u n c i a d o d e u n a r e g l a d e o r o s e g ú n la c u a l l a h i s t o r i a d e b e b a s a r s e e s e n d a l m e n t e e n l a crítica d e l o s d o c u m e n t o s e s c r i t o s . E s t e c r e d o q u e p r a c t i c ó d u r a n t e t r e i n t a y d n c o a ñ o s , a p e s a r d e la h o s t i l i d a d d e l o s e s p í r i t u s s i s t e m á t i c o s y l o s s e m i e r u d i t o s , lo e x p o n e u n a v e z m á s , u n a ñ o a n t e s d e su m u e r t e , e n el p r i m e r c a p í t u l o d e La monarquía franca ( 1 8 8 8 ) . N o h a y s a l v a c i ó n f u e r a d e l o s d o c u m e n t o s e s c r i t o s : « L e y e s , c a r t a s , f ó r m u l a s , c r ó n i c a s e hist o r i a s , es n e c e s a r i o h a b e r l e í d o e s t o s d o c u m e n t o s sin h a b e r o m i t i d o n i u n o 106

solo. Y a q u e ninguno d e ellos, t o m a d o aisladamente, da una idea exacta d e l a s o c i e d a d . S e c o m p l e t a n o s e r e c t i f i c a n e n t r e sí los u n o s a l o s o t r o s . E l e s c r i t o r s ó l o d e b e p e n s a r a p a r t i r d e l o s d o c u m e n t o s y e s c r i b i r b a j o su d i c t a d o : « S u ú n i c a h a b i l i d a d c o n s i s t e e n s a c a r d e los d o c u m e n t o s t o d o lo q u e c o n t e n g a n y e n n o a ñ a d i r l e s lo q u e n o c o n t e n g a n . E l m e j o r h i s t o r i a d o r es el q u e se m a n t i e n e m á s c e r c a d e l o s t e x t o s y l o s i n t e r p r e t a c o n m a y o r exactitud, aquel q u e n o escribe, ni siquiera p i e n s a , m á s q u e a p a r t i r d e e l l o s . » A b r a m o s La ciudad antigua, o b r a d e m a d u r e z . D e e n t r a d a , s o r p r e n d e la p e r s p e c t i v a s i s t e m á t i c a : « N o s p r o p o n e m o s m o s t r a r a q u í e n v i r t u d d e q u é p r i n c i p i o s y q u é r e g l a s f u e r o n g o b e r n a d a s las s o c i e d a d e s g r i e g a y r o m a n a . » L e j o s d e afligirnos c o n laboriosos análisis, antes de h a c e r n o s disf r u t a r c o n las a l e g r í a s d e l a s í n t e s i s , el a u t o r e m p i e z a p o r e x p o n e r c o n t o d a claridad su idea m o t r i z : « L a historia d e G r e c i a y la d e R o m a s o n t e s t i m o n i o y e j e m p l o d e l a e s t r e c h a r e l a c i ó n q u e s i e m p r e h a y e n t r e las i d e a s d e la i n t e l i g e n d a h u m a n a y el e s t a d o s o c i a l d e u n p u e b l o . C o n t e m p l a d las instit u c i o n e s d e los a n t i g u o s sin p e n s a r e n s u s c r e e n d a s , las e n c o n t r a r é i s o b s c u r a s , r a r a s , i n e x p l i c a b l e s . . . P e r o s i t u a d las c r e e n c i a s f r e n t e a e s t a s i n s t i t u ciones y a estas leyes, veréis c o m o los h e c h o s se clarificarán i n m e d i a t a m e n t e , y su explicación s e r á o b v i a . » H e a q u í la enunciación de u n a ley histór i c a , s e g ú n la c u a l el h e c h o r e l i g i o s o e x p l i c a el h e c h o social. D e d o n d e se d e d u c e el i n t e r é s d e c o n o c e r las c r e e n c i a s m á s a n t i g u a s . E n a u s e n c i a d e t e x t o s s a g r a d o s ( ¿ p e r o d ó n d e e s t á n l o s h i m n o s d e los a n t i g u o s h e l e n o s ? ) , es p o s i b l e d e s c u b r i r l o s v e s t i g i o s d e l o s c u l t o s a n t i g u o s e n t r e los g r i e g o s d e la é p o c a d e P e r i c l e s y l o s d e l o s r o m a n o s d e l a é p o c a d e C i c e r ó n . C o n la p e r s p i c a c i a d e u n e t n ó l o g o , el a u t o r e x a m i n a l a d i s c o r d a n c i a e x i s t e n t e e n t r e l o s ritos m u y a r c a i c o s y l a s c r e e n c i a s , m á s r e c i e n t e s , d e l c i u d a d a n o r o m a n o d e l siglo I a. J . C : « C o n t e m p l a d d e c e r c a l o s ritos q u e o b s e r v a o las f ó r m u l a s q u e r e d t a , y e n c o n t r a r e m o s el r a s t r o d e l o q u e c r e í a n l o s h o m b r e s q u i n c e o v e i n t e siglos a n t e s d e é l . » D a d o q u e l a r e l i g i ó n h a s i d o p u e s el p r i n d p i o constitutivo d e la familia a n t i g u a , e i n m e d i a t a m e n t e d e la ciudad, la b o d a f u e la c e r e m o n i a p o r e x c e l e n c i a . S e t r a t a b a , p a r a l a j o v e n , d e a b a n d o n a r el h o g a r p a t e r n o p a r a a d o p t a r o t r a r e l i g i ó n d o m é s t i c a . E n l í m p i d a s p á g i n a s , F u s t e l d e C o u l a n g e s d e s c r i b e el m a t r i m o n i o r o m a n o . L e j o s d e satisf a c e r s e c o n el m i n u c i o s o anáfisis d e l ritual, a p o y á n d o s e s i e m p r e e n l o s t e x t o s sin r e c u r r i r a l a d o c u m e n t a c i ó n figurada, s e i n t e r r o g a a c e r c a d e l s e n t i do de estas prácticas. T a m b i é n r a z o n a ampliamente en función de la veros i m i h t u d . P o r e j e m p l o , c u a n d o s e p r e g u n t a l a r a z ó n p o r la c u a l el m a r i d o « r a p t a » a su m u j e r p a r a h a c e r l a e n t r a r e n la n u e v a c a s a : « ¿ P a r a q u é e s t e rito?, ¿ e s u n s í m b o l o d e l p u d o r d e la j o v e n ? E s t o es p o c o p r o b a b l e (...) ¿ N o q u e r r á significar q u e la m u j e r , q u e h a r á sacrificios e n e s t e h o g a r , n o t i e n e n i n g ú n d e r e c h o p o r sí m i s m a , q u e e l l a n o se a c e r c a a e s t e h o g a r p o r p r o p i a v o l u n t a d , y q u e e s n e c e s a r i o q u e el s e ñ o r d e e s t e l u g a r y l a divinid a d l a i n t r o d u z c a n p o r u n a c t o d e s u p o d e r ? » L o s r a z o n a m i e n t o s d e l hist o r i a d o r se e s f u e r z a n p o r l l e n a r l o s v a c í o s d e l a d o c u m e n t a c i ó n . N o s e c o n t e n t a c o n e s c r i b i r b a j o el d i c t a d o d e las f u e n t e s . D e c i d i d a m e n t e , F u s t e l d e Coulanges n o quiere dejarse e n c e r r a r e n las p r u d e n t e s reglas q u e e n u n d ó , al c o n t r a r i o q u e V o l t a i r e , c u y a s o b r a s h i s t ó r i c a s n o s i e m p r e r e s p o n d í a n al a m b i c i o s o p r o g r a m a q u e él m i s m o h a b í a t r a z a d o p a r a la d i s c i p l i n a . 107

N O T A III.

DOCUMENTOS I . U n a v i s i ó n e s t e r e o t i p a d a d e l a h i s t o r i a e n la p r i m e r a m i t a d d e l siglo XVII. H e a q u í c ó m o n o s p r e s e n t a D e s m a r e t s d e S a i n t - S o r l i n ( 1 5 9 5 - 1 6 7 6 ) , e n sus Jeux historiques des rois de France, reines renommées, a algunos de los r e y e s q u e c o n s t r u y e r o n F r a n c i a :

«Ni buenos ni malos» 26.° C a r l o s el C a l v o , e m p e r a d o r . G u e r r e ó sin r a z ó n . 27.° L u i s el T a r t a m u d o . E m p e r a d o r . S ó l o r e i n ó d o s a ñ o s y d e j ó a su m u j e r e m b a r a z a d a - d e C a r l o s el S i m p l e . 60.° F r a n c i s c o I I . M u r i ó m u y j o v e n .

De si Ireneo

era el único

obispo

de las

Galios.

L o q u e d i c e E u s e b i o d e q u e S. I r e n e o g o b e r n a b a las I g l e s i a s d e las G a lias (...) s e g u r a m e n t e d a p i e al P . Q u e s n e l a c r e e r q u e e n t o n c e s S. I r e n e o e r a el ú n i c o o b i s p o d e las G a l i a s : y e s t e P a d r e t o d a v í a s u b r a y a q u e E u s e b i o , d e s p u é s d e h a b e r d i c h o q u e la c u e s t i ó n d e l a P a s c u a h a b í a s i d o j u z g a d a p o r l o s o b i s p o s d e l P o n t , a ñ a d e y por las Iglesias de las Galias, camb i a n d o la p a l a b r a O b i s p o s p o r I g l e s i a . S a n S a t u r n i n o t a m b i é n le a p o y a c u a n d o d i c e q u e e s t e s a n t o fue a T o u l o u s e h a c i a el a ñ o 2 5 0 , c u a n d o s ó l o h a b í a p o c a s iglesias e n las G a l i a s . S e p u e d e o p o n e r a e s t o lo q u e d i c e E u s e b i o , q u e los e v a n g e l i s t a s , d e s p u é s d e h a b e r a n u n c i a d o l a ley e n u n p a í s , i n m e d i a t e m e n t e n o m b r a b a n allí p a s t o r e s ; l o q u e s e g ú n l a s c o s t u m b r e s a n t i g u a s q u i e r e d e c i r j e f e s d e las I g l e s i a s , es d e c i r , O b i s p o s . L u e g o , v e m o s p o r la h i s t o r i a q u e , d e s d e l o s t i e m p o s d e S. P o t h i n , h a b í a c r i s t i a n o s e n V i e n n e y en A u t u n , y E u s e b i o , c o m o a c a b a m o s d e ver, r e c o n o c í a la existencia d e m u c h a s I g l e s i a s e n las G a l i a s e n t i e m p o s d e S a n I r e n e o .

Crueles 6." 7.° 8.° 8.° 14."

Childeberto cruel y avaro. C l o t a r i o m a t ó p o r su p r o p i a m a n o a sus s o b r i n o s . Chereberto. C h i l p e r i c o . E s t r a n g u l ó a su e s p o s a . Childerico II. Hizo azotar a un g e n t i l h o m b r e a quien m a t ó .

( C i t a d o , c o n i l u s t r a c i o n e s , e n L'Histoire Genérale de l'Énseignement et de l'education en France, t o m o I I , De Gutemberg aux Lumiéres, por F. Lebrun, M . V e n a r d y H . Q u é n i a r t , París, 1981, p . 520). I I . L e N a i n d e T i l l e m o n t , Memoires pour servir á l'histoire ecclésiastique des six premiers siécles. Notes sur Saint Irénée, edición de 1701, p p . 620-621. N O T A I I . De cómo te de San Pothin.

San heneo

no fue obispo

hasta después

de la

muer-

E l P . H a l l o i x p a r e c e i n c l i n a d o a c r e e r q u e S. P o t h i n , m u c h o s a ñ o s a n t e s d e su m u e r t e , h a b í a o r d e n a d o o b i s p o a S a n I r e n e o p a r a q u e le a s i s t i e r a e n su v e j e z y le s u c e d i e r a . E r a a v a n z a r u n a c o s a c o n t r a r i a a l a c o s t u m b r e d e la Iglesia, sin n i g ú n d a t o p o s i t i v o , d a d o q u e , s e g ú n c o n f i e s a él m i s m o , las r a z o n e s e n q u e se a p o y a s ó l o s o n p r o b a b i l i d a d e s y c o n v e n i e n c i a s , q u e p o d e m o s calificar d e i m a g i n a r i a s . T i e n e e n c o n t r a las a f i r m a c i o n e s d e S a n E u s e b i o y S a n J e r ó n i m o , q u e d i c e n q u e S a n I r e n e o r e c i b i ó el e p i s c o p a d o d e L y ó n d e s p u é s d e la m u e r t e d e S. P o t h i n . P e r o i n c l u s o t i e n e e n c o n t r a la d e l o s M á r t i r e s d e L y ó n q u e , c u a n d o e s c r i b e n al p a p a E l e u t e r i o , o i n m e d i a t a m e n t e a n t e s d e la m u e r t e d e S. P o t h i n , o q u i z á c u a n d o y a e s t a b a m u e r t o , d i c e n q u e la j e r a r q u í a q u e t e n í a S. I r e n e o e r a la d e s a c e r d o t e ; d e d o n d e c o n c l u y ó E u s e b i o q u e e n t o n c e s e r a s a c e r d o t e d e L y ó n , sin p r e o c u p a r s e d e q u e , a v e c e s , la p a l a b r a s a c e r d o t e s e p u e d a c o n s i d e r a r e q u i v a l e n t e a la d e o b i s p o . 108

109

N O T A III.

DOCUMENTOS I . U n a v i s i ó n e s t e r e o t i p a d a d e l a h i s t o r i a e n la p r i m e r a m i t a d d e l siglo XVII. H e a q u í c ó m o n o s p r e s e n t a D e s m a r e t s d e S a i n t - S o r l i n ( 1 5 9 5 - 1 6 7 6 ) , e n sus Jeux historiques des rois de France, reines renommées, a algunos de los r e y e s q u e c o n s t r u y e r o n F r a n c i a :

«Ni buenos ni malos» 26.° C a r l o s el C a l v o , e m p e r a d o r . G u e r r e ó sin r a z ó n . 27.° L u i s el T a r t a m u d o . E m p e r a d o r . S ó l o r e i n ó d o s a ñ o s y d e j ó a su m u j e r e m b a r a z a d a - d e C a r l o s el S i m p l e . 60.° F r a n c i s c o I I . M u r i ó m u y j o v e n .

De si Ireneo

era el único

obispo

de las

Galios.

L o q u e d i c e E u s e b i o d e q u e S. I r e n e o g o b e r n a b a las I g l e s i a s d e las G a lias (...) s e g u r a m e n t e d a p i e al P . Q u e s n e l a c r e e r q u e e n t o n c e s S. I r e n e o e r a el ú n i c o o b i s p o d e las G a l i a s : y e s t e P a d r e t o d a v í a s u b r a y a q u e E u s e b i o , d e s p u é s d e h a b e r d i c h o q u e la c u e s t i ó n d e l a P a s c u a h a b í a s i d o j u z g a d a p o r l o s o b i s p o s d e l P o n t , a ñ a d e y por las Iglesias de las Galias, camb i a n d o la p a l a b r a O b i s p o s p o r I g l e s i a . S a n S a t u r n i n o t a m b i é n le a p o y a c u a n d o d i c e q u e e s t e s a n t o fue a T o u l o u s e h a c i a el a ñ o 2 5 0 , c u a n d o s ó l o h a b í a p o c a s iglesias e n las G a l i a s . S e p u e d e o p o n e r a e s t o lo q u e d i c e E u s e b i o , q u e los e v a n g e l i s t a s , d e s p u é s d e h a b e r a n u n c i a d o l a ley e n u n p a í s , i n m e d i a t e m e n t e n o m b r a b a n allí p a s t o r e s ; l o q u e s e g ú n l a s c o s t u m b r e s a n t i g u a s q u i e r e d e c i r j e f e s d e las I g l e s i a s , es d e c i r , O b i s p o s . L u e g o , v e m o s p o r la h i s t o r i a q u e , d e s d e l o s t i e m p o s d e S. P o t h i n , h a b í a c r i s t i a n o s e n V i e n n e y en A u t u n , y E u s e b i o , c o m o a c a b a m o s d e ver, r e c o n o c í a la existencia d e m u c h a s I g l e s i a s e n las G a l i a s e n t i e m p o s d e S a n I r e n e o .

Crueles 6." 7.° 8.° 8.° 14."

Childeberto cruel y avaro. C l o t a r i o m a t ó p o r su p r o p i a m a n o a sus s o b r i n o s . Chereberto. C h i l p e r i c o . E s t r a n g u l ó a su e s p o s a . Childerico II. Hizo azotar a un g e n t i l h o m b r e a quien m a t ó .

( C i t a d o , c o n i l u s t r a c i o n e s , e n L'Histoire Genérale de l'Énseignement et de l'education en France, t o m o I I , De Gutemberg aux Lumiéres, por F. Lebrun, M . V e n a r d y H . Q u é n i a r t , París, 1981, p . 520). I I . L e N a i n d e T i l l e m o n t , Memoires pour servir á l'histoire ecclésiastique des six premiers siécles. Notes sur Saint Irénée, edición de 1701, p p . 620-621. N O T A I I . De cómo te de San Pothin.

San heneo

no fue obispo

hasta después

de la

muer-

E l P . H a l l o i x p a r e c e i n c l i n a d o a c r e e r q u e S. P o t h i n , m u c h o s a ñ o s a n t e s d e su m u e r t e , h a b í a o r d e n a d o o b i s p o a S a n I r e n e o p a r a q u e le a s i s t i e r a e n su v e j e z y le s u c e d i e r a . E r a a v a n z a r u n a c o s a c o n t r a r i a a l a c o s t u m b r e d e la Iglesia, sin n i g ú n d a t o p o s i t i v o , d a d o q u e , s e g ú n c o n f i e s a él m i s m o , las r a z o n e s e n q u e se a p o y a s ó l o s o n p r o b a b i l i d a d e s y c o n v e n i e n c i a s , q u e p o d e m o s calificar d e i m a g i n a r i a s . T i e n e e n c o n t r a las a f i r m a c i o n e s d e S a n E u s e b i o y S a n J e r ó n i m o , q u e d i c e n q u e S a n I r e n e o r e c i b i ó el e p i s c o p a d o d e L y ó n d e s p u é s d e la m u e r t e d e S. P o t h i n . P e r o i n c l u s o t i e n e e n c o n t r a la d e l o s M á r t i r e s d e L y ó n q u e , c u a n d o e s c r i b e n al p a p a E l e u t e r i o , o i n m e d i a t a m e n t e a n t e s d e la m u e r t e d e S. P o t h i n , o q u i z á c u a n d o y a e s t a b a m u e r t o , d i c e n q u e la j e r a r q u í a q u e t e n í a S. I r e n e o e r a la d e s a c e r d o t e ; d e d o n d e c o n c l u y ó E u s e b i o q u e e n t o n c e s e r a s a c e r d o t e d e L y ó n , sin p r e o c u p a r s e d e q u e , a v e c e s , la p a l a b r a s a c e r d o t e s e p u e d a c o n s i d e r a r e q u i v a l e n t e a la d e o b i s p o . 108

109

CAPÍTULO 7

MICHELET Y LA APREHENSIÓN TOTAL

DEL

PASADO

P a r a l o s p a r t i d a r i o s d e la « N u e v a H i s t o r i a » , M i c h e l e t c o n s t i t u y e u n a r e f e r e n c i a r i t u a l o b l i g a d a , p u e s t o q u e se h a b í a c o n s a g r a d o a la « r e s u r r e c c i ó n d e l p a s a d o i n t e g r a l » . P r e t e n d i ó s e r p o r t a v o z d e u n a h i s t o r i a otra, d i f e r e n t e , a p t a p a r a h a c e r h a b l a r a los « s i l e n c i o s » , q u e d i e r a a m p l i o e s p a c i o a las pulsiones irracionales. S e r u n «resucitador», r e c r e a r la vida m i s m a , constit u y e la ambición s u p r e m a d e cualquier h i s t o r i a d o r d e s p u é s d e h a b e r dedic a d o s u v i d a a la i n v e s t i g a c i ó n e r u d i t a . E n l o s t i e m p o s a c t u a l e s , e n l o s q u e p r e v a l e c e u n t i p o d e h i s t o r i a t a n d i f e r e n t e , c o n sus a n á l i s i s s e r i a l e s , c u r v a s y gráficas, Michelet resulta u n m o d e l o fascinante. N o s p o d e m o s p r e g u n t a r si n o es M i c h e l e t u n m i t o p i a d o s a m e n t e c o n s e r v a d o . A n t e s d e l l e g a r a n i n g u n a conclusión, h a b r e m o s d e precisar los límites d e su p r o y e c t o histórico, c o m p r o b a r c ó m o le d a c u m p l i m i e n t o e n s u s e s c r i t o s , y t e n e r p r e s e n t e s los obstáculos q u e e n c o n t r ó , ideológicos u n o s e inconscientes otros, en su a p r e hensión global de! p a s a d o .

1.

E L PROYECTO-TESTAMENTO D E

MICHELET

P a r a a n a l i z a r l o , n o s b a s a r e m o s p r i n c i p a l m e n t e e n el c é l e b r e Préface á l'histoire de France, q u e i n c l u i m o s al final d e l c a p í t u l o . F u e r e d a c t a d o p o r M i c h e l e t e n t r e el 2 2 d e f e b r e r o y el 12 d e s e p t i e m b r e d e 1@69, a p e t i c i ó n d e s u e d i t o r , q u e q u e r í a r e e d i t a r la Histoire de France, c u y o d e c i m o s é p t i m o y ú l t i m o t o m o e s t a b a a la v e n t a d e s d e 1867. M i c h e l e t a f i r m a b a orgul l o s a m e n t e s u a m b i c i ó n d e h a b e r d e c i d i d o s e r , d e s d e e l c o m i e n z o d e su. c a r r e r a , el r e s u c i t a d o r d e la t o t a l i d a d n a c i o n a l e n g e s t a c i ó n a t r a v é s d e los siglos. Tal p r o c l a m a c i ó n exige algunos correctivos y algunas aclaraciones. A. E s t e Prefacio^tá escrito ^ d e la c a r r e r a . d e M i c h e l e t . T i e n e p o r o b j e t o s i t u a r t o d a s u o b r a d e n t r o d e las c o o r d e nadas de un proyecto único. E s , por tanto, un texto madurado durante mucho t i e m p o , q u e ha sido p r e v i a m e n t e esbozado muchas veces, p o r ejemplo e n : « M a t e r i a l e s d e u n p r e f a c i o a p l a z a d o : m i v i d a , m i s e n s e ñ a n z a s , m i s lib r o s » . E s u n t e x t o q u e r e s u m e t o d a su v i d a , d e la q u e v a m o s a r e c o r d a r 111

CAPÍTULO 7

MICHELET Y LA APREHENSIÓN TOTAL

DEL

PASADO

P a r a l o s p a r t i d a r i o s d e la « N u e v a H i s t o r i a » , M i c h e l e t c o n s t i t u y e u n a r e f e r e n c i a r i t u a l o b l i g a d a , p u e s t o q u e se h a b í a c o n s a g r a d o a la « r e s u r r e c c i ó n d e l p a s a d o i n t e g r a l » . P r e t e n d i ó s e r p o r t a v o z d e u n a h i s t o r i a otra, d i f e r e n t e , a p t a p a r a h a c e r h a b l a r a los « s i l e n c i o s » , q u e d i e r a a m p l i o e s p a c i o a las pulsiones irracionales. S e r u n «resucitador», r e c r e a r la vida m i s m a , constit u y e la ambición s u p r e m a d e cualquier h i s t o r i a d o r d e s p u é s d e h a b e r dedic a d o s u v i d a a la i n v e s t i g a c i ó n e r u d i t a . E n l o s t i e m p o s a c t u a l e s , e n l o s q u e p r e v a l e c e u n t i p o d e h i s t o r i a t a n d i f e r e n t e , c o n sus a n á l i s i s s e r i a l e s , c u r v a s y gráficas, Michelet resulta u n m o d e l o fascinante. N o s p o d e m o s p r e g u n t a r si n o es M i c h e l e t u n m i t o p i a d o s a m e n t e c o n s e r v a d o . A n t e s d e l l e g a r a n i n g u n a conclusión, h a b r e m o s d e precisar los límites d e su p r o y e c t o histórico, c o m p r o b a r c ó m o le d a c u m p l i m i e n t o e n s u s e s c r i t o s , y t e n e r p r e s e n t e s los obstáculos q u e e n c o n t r ó , ideológicos u n o s e inconscientes otros, en su a p r e hensión global de! p a s a d o .

1.

E L PROYECTO-TESTAMENTO D E

MICHELET

P a r a a n a l i z a r l o , n o s b a s a r e m o s p r i n c i p a l m e n t e e n el c é l e b r e Préface á l'histoire de France, q u e i n c l u i m o s al final d e l c a p í t u l o . F u e r e d a c t a d o p o r M i c h e l e t e n t r e el 2 2 d e f e b r e r o y el 12 d e s e p t i e m b r e d e 1@69, a p e t i c i ó n d e s u e d i t o r , q u e q u e r í a r e e d i t a r la Histoire de France, c u y o d e c i m o s é p t i m o y ú l t i m o t o m o e s t a b a a la v e n t a d e s d e 1867. M i c h e l e t a f i r m a b a orgul l o s a m e n t e s u a m b i c i ó n d e h a b e r d e c i d i d o s e r , d e s d e e l c o m i e n z o d e su. c a r r e r a , el r e s u c i t a d o r d e la t o t a l i d a d n a c i o n a l e n g e s t a c i ó n a t r a v é s d e los siglos. Tal p r o c l a m a c i ó n exige algunos correctivos y algunas aclaraciones. A. E s t e Prefacio^tá escrito ^ d e la c a r r e r a . d e M i c h e l e t . T i e n e p o r o b j e t o s i t u a r t o d a s u o b r a d e n t r o d e las c o o r d e nadas de un proyecto único. E s , por tanto, un texto madurado durante mucho t i e m p o , q u e ha sido p r e v i a m e n t e esbozado muchas veces, p o r ejemplo e n : « M a t e r i a l e s d e u n p r e f a c i o a p l a z a d o : m i v i d a , m i s e n s e ñ a n z a s , m i s lib r o s » . E s u n t e x t o q u e r e s u m e t o d a su v i d a , d e la q u e v a m o s a r e c o r d a r 111

tan sólo algunos m o m e n t o s cruciales. N a c i d o en París en 1798, hijo d e u n a r t e s a n o i m p r e s o r , M i c h e l e t h a c e sus e s t u d i o s e n el c o l e g i o C a r l o m a g n o y e n la S o r b o n a . A p a r t i r d e 1821 es agrégé d e L e t r a s ; i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s , s i e n d o y a p r o f e s o r d e ¡a E s c u e l a N o r m a l , e s c r i b e m a n u a l e s d e h i s t o ' r i a . A c c e d e a la n o t o r i e d a d a p a r t i r d e 1830: p r o f e s o r d e la h i j a d e L u i s F e l i p e , l l e g a a ser jefe d e la s e c c i ó n h i s t ó r i c a d e los A r c h i v o s n a c i o n a l e s ; d e s p u é s , catedrático e n la S o r b o n a , y , finalmente, p r o f e s o r d e l C o l e g i o d e F r a n c i a y m i e m b r o d e l I n s t i t u t o ( 1 8 3 3 ) . R e d a c t a su Précis d'Histoire. A partir d e 1842, se a l i n e a e n la c o r r i e n t e d e la p e q u e ñ a b u r g u e s í a l i b e r a l y a n ticlerical; e m b a r g a d o p o r l o s i d e a l e s d e 1789, s e a d h i e r e a las a s p i r a c i o n e s r e v o l u c i o n a r i a s d e 1848. S u h o s t i l i d a d h a c i a el p a r t i d o d e l o r d e n y h a c i a el p r í n c i p e - p r e s i d e n t e le c u e s t a el v e r s e s u s p e n d i d o e n l a d o c e n c i a e n 1 8 5 1 . D u r a n t e t o d o s e s t o s a ñ o s p r o s i g u i ó sin d e s c a n s o su m o n u m e n t a l Histoire de France, p u b l i c a n d o p r i m e r o La Edad Media (6 v o l ú m e n e s , 1833-1844) y d e s p u é s La Revolución (7 v o l ú m e n e s , 1847-1853). D e s d e 1852 h a s t a su m u e r t e , e n 1874, v i v e p o b r e m e n t e e n N a n t e s y e n P a r í s , a p a s i o n a d a m e n t e d e d i c a d o a escribir u n a o b r a l i t e r a r i a d e a c e n t o s p r o f é t i c o s : La mujer ( 1 8 5 9 ) , La bruja, La Biblia de la humanidad (1864). A l m i s m o t i e m p o c o n c l u y e s u Historia de Francia c o n El Renacimiento y Los Tiempos Modernos (1857-1867). B. T o d a la o b r a del historiador, a decir v e r d a d m u y diversa, está cont e n i d a e n el Prefacio d e 1 8 6 9 , d e n t r o d e las c o o r d e n a d a s d e u n a ú n i c a p u l s i ó n c r e a d o r a . E s el « r e l á m p a g o d e j u l i o » ( p á r r a f o 1 ) , l u m i n o s a r e v e l a c i ó n d e F r a n c i a , f r u t o d e l t r a b a j o d e c u a r e n t a a ñ o s . ¡ B o t ó n d e m u e s t r a d e la i d e o l o g í a p e q u e ñ o - b u r g u e s a , al i g u a l q u e la e v o c a c i ó n d e a q u e l l a « b r i l l a n t e m a ñ a n a d e j u l i o » ! ( p á r r a f o 10). P a r e c e e v i d e n t e l a t r a s p o s i c i ó n d e los valores cristianos. S e t r a t a d e u n a i l u m i n a c i ó n m í s t i c a , e n l a q u e «la l l a m a l o simplifica todo». Esta obra, «concebida en un instante», (párrafo 1), de hecho camb i a e n sus f a c e t a s , c o m o l o d e m u e s t r a n las v i s i o n e s s u c e s i v a s d e la E d a d Media, que explicaremos más adelante. Los grandiosos ímpetus romántic o s d e los p á r r a f o s 7 y 8 n o s c o n m u e v e n m á s q u e su m í s t i c a r e p u b l i c a n a . S u p a s i ó n es l a d e l h i s t o r i a d o r e n b u s c a d e l a « v i d a m i s m a » . S u « v i o l e n t a v o l u n t a d » d e r e h a c e r l o t o d o es a n á l o g a a la d e G e r i c a u l t . M i c h e l e t i r á «aprehendiendo y apropiándoselo todo» —se sobreentiende como materia h i s t ó r i c a — , p a r a c o n f e s a r al final d e sus d í a s : « H e b e b i d o d e m a s i a d a s a n g r e d e los m u e r t o s . » B u r ó c r a t a p o r s u f o r m a d e t r a b a j a r , n u n c a p e r m i t i r á q u e se a p a c i g ü e n e n él n i las p a s i o n e s n i las f u r i a s . C. M i c h e l e t d e s e a alejarse radicalmente de la práctica histórica dominante, peto m a n t e n i e n d o r e s p e t o y r e v e r e n c i a h a c i a sus colegas,~d~¿ a h í q u e f r e c u e n t e m e n t e e n t o n e a l a b a n z a s a n t e la i n s t i t u c i ó n h i s t ó r i c a e n g e r m e n : « H o m b r e s e m i n e n t e s lo h a b í a n e s t u d i a d o » ( p á r r a f o 2 ) ; «el i l u s t r e S i s m o n di», « p e r s e v e r a n t e t r a b a j a d o r » (p. 3); «esta n o b l e p l é y a d e histórica» q u e , d e 1820 a 1830, «brilla t a n i n t e n s a m e n t e » ( p . 5 ) . P e r o , a p e s a r d e t o d o s e s t o s p e r s o n a j e s d i s t i n g u i d o s , e n 1830 ¡en F r a n c i a n o h a b í a m á s q u e «los a n a les, en absoluto historia»! (p. 2). Michelet reprocha algunas debilidades a los i l u s t r e s r e p r e s e n t a n t e s d e la h i s t o r i a l i b e r a l : A . T h i e r r y , G u i z o t , M i g n e t , T h i e r s y o t r o s . E n p r i m e r l u g a r les r e p r o c h a l o l i m i t a d o d e su inform a c i ó n . S i s m o n d i « n o e n t r a a p e n a s e n la i n v e s t i g a c i ó n e r u d i t a » ( p . 3 ) ; sus c o l e g a s d e j a n lo m e j o r « s u m i d o e n las f u e n t e s i n é d i t a s » ( p . 2 4 ) . A q u í se 112

e x p r e s a el a n t i g u o j e f e d e l a s e c c i ó n h i s t ó r i c a d e l o s A r c h i v o s n a c i o n a l e s , «cementerios de la historia» q u e t a n t o e s t i m u l a b a n su imaginación: « N o tard é e n d a r m e c u e n t a d e q u e h a b í a , e n el a p a r e n t e s i l e n c i o d e a q u e l l a s gal e r í a s , u n m o v i m i e n t o , u n m u r m u l l o q u e n o e r a el d e la m u e r t e ( . . . ) , t o d o s v i v í a n y h a b l a b a n ( . . . ) y , a m e d i d a q u e y o s o p l a b a s o b r e su p o l v o , l o s v e í a incorporarse.» L a i g n o r a n c i a a c e r c a d e «las f u e n t e s p r i m i t i v a s , l a m a y o r p a r t e i n é d i t a s » ( p . 4 ) , h a p e r m a n e c i d o h a s t a 1 8 3 0 - 1 8 3 6 , i n c l u s o p a r a el p r o p i o M i c h e l e t , c u y a d o c u m e n t a c i ó n e r a s o b r e t o d o l i b r e s c a e n el m o m e n t o e n q u e e s c r i b í a Précis d'Histoire Moderne (1828) y su Introduction a l'Histoire Universelle ( 1 8 3 1 ) . F o r m u l a u n s e g u n d o m o t i v o d e q u e j a r e s p e c t o a sus e m i n e n t e s c o l e g a s : carecen del sentido d e la historia total. D a n d e m a s i a d a i m p o r t a n c i a a la p o lítica ( p . 2 ) a e x p e n s a s d e o t r a s i n s t a n c i a s d e l a r e a l i d a d . S ó l o t i e n e n p u n t o s d e v i s t a f r a g m e n t a d o s , l o q u e les c o n d u c e a aislar l o s o b j e t o s d e e s t u d i o (la r a z a , las i n s t i t u c i o n e s , e t c . ) sin a p r e h e n d e r l a s i n t e r r e l a c i o n e s q u e h a y e n t r e los distintos d o m i n i o s ( p . 5). D e e s t a m a n e r a s e p i e r d e d e v i s t a «la a r m o n í a s u p e r i o r » , o s e a , e n el l e n g u a j e a c t u a l , la p r e o c u p a c i ó n p o r l a g l o b a l i d a d . E s t a h i s t o r i a , « d e m a siado poco material, d e m a s i a d o poco epiritual» (pp. 22 y 23), descuida tant o el s u s t r a t o m a t e r i a l c o m o las e l a b o r a c i o n e s d e l « a l m a n a c i o n a l » , s i t u á n d o s e e n u n t e r r e n o i n t e r m e d i o e n t r e lo poh'tico y l o i n s t i t u c i o n a l . T e r c e r m o t i v o d e q u e j a : l a n o b l e p l é y a d e e s v í c t i m a d e los a priori i d e o l ó g i c o s . A s í el a d m i r a b l e T h i e r r y q u e d a a n c l a d o e n l a t e o r í a d e l a « p e r p e t u i d a d d e las r a z a s » ( p . 1 4 ) , t o m a d a d e a l g u n o s h i s t o r i a d o r e s d e l siglo x v n i , l o c u a l l e i n d u c e a s u b r a y a r las s u c e s i v a s d o m i n a c i o n e s d e los g a l o s , l o s f r a n cos, etc. Tal i n t e r p r e t a c i ó n e x p r e s a la exaltación del sentimiento n a c i o n a l , v i n c u l a d o al m o v i m i e n t o r o m á n t i c o , y l e i m p u l s a a t r a d u c i r l o s c o n f l i c t o s d e clases e n c o n f l i c t o s r a c i a l e s , p o r e j e m p l o : ¡la a r i s t r o c r a c i a f r a n c a se o p o n e al t e r c e r e s t a d o g a l o ! P e r o l a o b r a d e T h i e r r y c o n s e r v a su a t r a c t i v o e n la m e d i d a en q u e e s c a p a a u ñ a visión sistemática y surge e s p o n t á n e a m e n t e d e las v i b r a c i o n e s d e u n « c o r a z ó n c o n m o v i d o » p o r l a i n v a s i ó n e x t r a n j e r a , al q u e m u e v e n l o s i d e a l e s p a t r i ó t i c o s ( p . 1 4 ) . E s t a v i b r a c i ó n i n t e r n a « s e h a lla t a m b i é n e n l o s e s c r i t o s d e M i c h e l e t c u y a p a s i o n a l t e m á t i c a s u b y a c e n t e es m u c h a s v e c e s m á s a t r a c t i v a q u e l a s i d e a s e x p l í c i t a m e n t e a f i r m a d a s » . D. A q u í l a ambición de totalidad está m á s claramente afirmada que n u n c a . La «.totalidad v i v i d a » q u e p r e t e n d e r e c o n s t r u i r M i c h e l e t se s i t ú a a u n n i v e l m á s p r o f u n d o q u e el « g l o b a l » d e l o s h i s t o r i a d o r e s a c t u a l e s . S e t r a t a d e a p r e h e n d e r l a unidad viva y n o s o l a m e n t e i n s t a n c i a s i n t e r r e l a c i o n a d a s . T o d o s l o s e s c a l o n e s d e la r e a l i d a d , h a b i t u a l m e n t e s e p a r a d o s , s e s u b s u m e n e n u n a armonía superior ( p . 5 ) . « Y o h e s i d o el p r i m e r o e n v e r l a ( a F r a n c i a ) c o m o u n a l m a y u n a p e r s o n a » ( p . 2 ) . E l h i s t o r i a d o r a c c e d e a lo u n o , n o divino, sino nacional. L a m u y tradicional m e t á f o r a del organicism o ( p . 6) e x p l í c i t a l a n o c i ó n d e la a r m o n í a s u p e r i o r . L a v i d a i m p l i c a l a s o lidaridad d e los ó r g a n o s , su m u t u a influencia, e t c . . - ^ L a a m b i c i ó n d e l h i s t o r i a d o r c o n s i s t e p o r t a n t o e n reencontrar la vida histórica ( p . 7 ) p o r d o s c a m i n o s c o m p l e m e n t a r i o s : a) seguirla en todas sus vías, l o q u e i m p l i c a e x t e n s a i n f o r m a c i ó n , u n trabajo minucioso dé reconstrucción; 113

tan sólo algunos m o m e n t o s cruciales. N a c i d o en París en 1798, hijo d e u n a r t e s a n o i m p r e s o r , M i c h e l e t h a c e sus e s t u d i o s e n el c o l e g i o C a r l o m a g n o y e n la S o r b o n a . A p a r t i r d e 1821 es agrégé d e L e t r a s ; i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s , s i e n d o y a p r o f e s o r d e ¡a E s c u e l a N o r m a l , e s c r i b e m a n u a l e s d e h i s t o ' r i a . A c c e d e a la n o t o r i e d a d a p a r t i r d e 1830: p r o f e s o r d e la h i j a d e L u i s F e l i p e , l l e g a a ser jefe d e la s e c c i ó n h i s t ó r i c a d e los A r c h i v o s n a c i o n a l e s ; d e s p u é s , catedrático e n la S o r b o n a , y , finalmente, p r o f e s o r d e l C o l e g i o d e F r a n c i a y m i e m b r o d e l I n s t i t u t o ( 1 8 3 3 ) . R e d a c t a su Précis d'Histoire. A partir d e 1842, se a l i n e a e n la c o r r i e n t e d e la p e q u e ñ a b u r g u e s í a l i b e r a l y a n ticlerical; e m b a r g a d o p o r l o s i d e a l e s d e 1789, s e a d h i e r e a las a s p i r a c i o n e s r e v o l u c i o n a r i a s d e 1848. S u h o s t i l i d a d h a c i a el p a r t i d o d e l o r d e n y h a c i a el p r í n c i p e - p r e s i d e n t e le c u e s t a el v e r s e s u s p e n d i d o e n l a d o c e n c i a e n 1 8 5 1 . D u r a n t e t o d o s e s t o s a ñ o s p r o s i g u i ó sin d e s c a n s o su m o n u m e n t a l Histoire de France, p u b l i c a n d o p r i m e r o La Edad Media (6 v o l ú m e n e s , 1833-1844) y d e s p u é s La Revolución (7 v o l ú m e n e s , 1847-1853). D e s d e 1852 h a s t a su m u e r t e , e n 1874, v i v e p o b r e m e n t e e n N a n t e s y e n P a r í s , a p a s i o n a d a m e n t e d e d i c a d o a escribir u n a o b r a l i t e r a r i a d e a c e n t o s p r o f é t i c o s : La mujer ( 1 8 5 9 ) , La bruja, La Biblia de la humanidad (1864). A l m i s m o t i e m p o c o n c l u y e s u Historia de Francia c o n El Renacimiento y Los Tiempos Modernos (1857-1867). B. T o d a la o b r a del historiador, a decir v e r d a d m u y diversa, está cont e n i d a e n el Prefacio d e 1 8 6 9 , d e n t r o d e las c o o r d e n a d a s d e u n a ú n i c a p u l s i ó n c r e a d o r a . E s el « r e l á m p a g o d e j u l i o » ( p á r r a f o 1 ) , l u m i n o s a r e v e l a c i ó n d e F r a n c i a , f r u t o d e l t r a b a j o d e c u a r e n t a a ñ o s . ¡ B o t ó n d e m u e s t r a d e la i d e o l o g í a p e q u e ñ o - b u r g u e s a , al i g u a l q u e la e v o c a c i ó n d e a q u e l l a « b r i l l a n t e m a ñ a n a d e j u l i o » ! ( p á r r a f o 10). P a r e c e e v i d e n t e l a t r a s p o s i c i ó n d e los valores cristianos. S e t r a t a d e u n a i l u m i n a c i ó n m í s t i c a , e n l a q u e «la l l a m a l o simplifica todo». Esta obra, «concebida en un instante», (párrafo 1), de hecho camb i a e n sus f a c e t a s , c o m o l o d e m u e s t r a n las v i s i o n e s s u c e s i v a s d e la E d a d Media, que explicaremos más adelante. Los grandiosos ímpetus romántic o s d e los p á r r a f o s 7 y 8 n o s c o n m u e v e n m á s q u e su m í s t i c a r e p u b l i c a n a . S u p a s i ó n es l a d e l h i s t o r i a d o r e n b u s c a d e l a « v i d a m i s m a » . S u « v i o l e n t a v o l u n t a d » d e r e h a c e r l o t o d o es a n á l o g a a la d e G e r i c a u l t . M i c h e l e t i r á «aprehendiendo y apropiándoselo todo» —se sobreentiende como materia h i s t ó r i c a — , p a r a c o n f e s a r al final d e sus d í a s : « H e b e b i d o d e m a s i a d a s a n g r e d e los m u e r t o s . » B u r ó c r a t a p o r s u f o r m a d e t r a b a j a r , n u n c a p e r m i t i r á q u e se a p a c i g ü e n e n él n i las p a s i o n e s n i las f u r i a s . C. M i c h e l e t d e s e a alejarse radicalmente de la práctica histórica dominante, peto m a n t e n i e n d o r e s p e t o y r e v e r e n c i a h a c i a sus colegas,~d~¿ a h í q u e f r e c u e n t e m e n t e e n t o n e a l a b a n z a s a n t e la i n s t i t u c i ó n h i s t ó r i c a e n g e r m e n : « H o m b r e s e m i n e n t e s lo h a b í a n e s t u d i a d o » ( p á r r a f o 2 ) ; «el i l u s t r e S i s m o n di», « p e r s e v e r a n t e t r a b a j a d o r » (p. 3); «esta n o b l e p l é y a d e histórica» q u e , d e 1820 a 1830, «brilla t a n i n t e n s a m e n t e » ( p . 5 ) . P e r o , a p e s a r d e t o d o s e s t o s p e r s o n a j e s d i s t i n g u i d o s , e n 1830 ¡en F r a n c i a n o h a b í a m á s q u e «los a n a les, en absoluto historia»! (p. 2). Michelet reprocha algunas debilidades a los i l u s t r e s r e p r e s e n t a n t e s d e la h i s t o r i a l i b e r a l : A . T h i e r r y , G u i z o t , M i g n e t , T h i e r s y o t r o s . E n p r i m e r l u g a r les r e p r o c h a l o l i m i t a d o d e su inform a c i ó n . S i s m o n d i « n o e n t r a a p e n a s e n la i n v e s t i g a c i ó n e r u d i t a » ( p . 3 ) ; sus c o l e g a s d e j a n lo m e j o r « s u m i d o e n las f u e n t e s i n é d i t a s » ( p . 2 4 ) . A q u í se 112

e x p r e s a el a n t i g u o j e f e d e l a s e c c i ó n h i s t ó r i c a d e l o s A r c h i v o s n a c i o n a l e s , «cementerios de la historia» q u e t a n t o e s t i m u l a b a n su imaginación: « N o tard é e n d a r m e c u e n t a d e q u e h a b í a , e n el a p a r e n t e s i l e n c i o d e a q u e l l a s gal e r í a s , u n m o v i m i e n t o , u n m u r m u l l o q u e n o e r a el d e la m u e r t e ( . . . ) , t o d o s v i v í a n y h a b l a b a n ( . . . ) y , a m e d i d a q u e y o s o p l a b a s o b r e su p o l v o , l o s v e í a incorporarse.» L a i g n o r a n c i a a c e r c a d e «las f u e n t e s p r i m i t i v a s , l a m a y o r p a r t e i n é d i t a s » ( p . 4 ) , h a p e r m a n e c i d o h a s t a 1 8 3 0 - 1 8 3 6 , i n c l u s o p a r a el p r o p i o M i c h e l e t , c u y a d o c u m e n t a c i ó n e r a s o b r e t o d o l i b r e s c a e n el m o m e n t o e n q u e e s c r i b í a Précis d'Histoire Moderne (1828) y su Introduction a l'Histoire Universelle ( 1 8 3 1 ) . F o r m u l a u n s e g u n d o m o t i v o d e q u e j a r e s p e c t o a sus e m i n e n t e s c o l e g a s : carecen del sentido d e la historia total. D a n d e m a s i a d a i m p o r t a n c i a a la p o lítica ( p . 2 ) a e x p e n s a s d e o t r a s i n s t a n c i a s d e l a r e a l i d a d . S ó l o t i e n e n p u n t o s d e v i s t a f r a g m e n t a d o s , l o q u e les c o n d u c e a aislar l o s o b j e t o s d e e s t u d i o (la r a z a , las i n s t i t u c i o n e s , e t c . ) sin a p r e h e n d e r l a s i n t e r r e l a c i o n e s q u e h a y e n t r e los distintos d o m i n i o s ( p . 5). D e e s t a m a n e r a s e p i e r d e d e v i s t a «la a r m o n í a s u p e r i o r » , o s e a , e n el l e n g u a j e a c t u a l , la p r e o c u p a c i ó n p o r l a g l o b a l i d a d . E s t a h i s t o r i a , « d e m a siado poco material, d e m a s i a d o poco epiritual» (pp. 22 y 23), descuida tant o el s u s t r a t o m a t e r i a l c o m o las e l a b o r a c i o n e s d e l « a l m a n a c i o n a l » , s i t u á n d o s e e n u n t e r r e n o i n t e r m e d i o e n t r e lo poh'tico y l o i n s t i t u c i o n a l . T e r c e r m o t i v o d e q u e j a : l a n o b l e p l é y a d e e s v í c t i m a d e los a priori i d e o l ó g i c o s . A s í el a d m i r a b l e T h i e r r y q u e d a a n c l a d o e n l a t e o r í a d e l a « p e r p e t u i d a d d e las r a z a s » ( p . 1 4 ) , t o m a d a d e a l g u n o s h i s t o r i a d o r e s d e l siglo x v n i , l o c u a l l e i n d u c e a s u b r a y a r las s u c e s i v a s d o m i n a c i o n e s d e los g a l o s , l o s f r a n cos, etc. Tal i n t e r p r e t a c i ó n e x p r e s a la exaltación del sentimiento n a c i o n a l , v i n c u l a d o al m o v i m i e n t o r o m á n t i c o , y l e i m p u l s a a t r a d u c i r l o s c o n f l i c t o s d e clases e n c o n f l i c t o s r a c i a l e s , p o r e j e m p l o : ¡la a r i s t r o c r a c i a f r a n c a se o p o n e al t e r c e r e s t a d o g a l o ! P e r o l a o b r a d e T h i e r r y c o n s e r v a su a t r a c t i v o e n la m e d i d a en q u e e s c a p a a u ñ a visión sistemática y surge e s p o n t á n e a m e n t e d e las v i b r a c i o n e s d e u n « c o r a z ó n c o n m o v i d o » p o r l a i n v a s i ó n e x t r a n j e r a , al q u e m u e v e n l o s i d e a l e s p a t r i ó t i c o s ( p . 1 4 ) . E s t a v i b r a c i ó n i n t e r n a « s e h a lla t a m b i é n e n l o s e s c r i t o s d e M i c h e l e t c u y a p a s i o n a l t e m á t i c a s u b y a c e n t e es m u c h a s v e c e s m á s a t r a c t i v a q u e l a s i d e a s e x p l í c i t a m e n t e a f i r m a d a s » . D. A q u í l a ambición de totalidad está m á s claramente afirmada que n u n c a . La «.totalidad v i v i d a » q u e p r e t e n d e r e c o n s t r u i r M i c h e l e t se s i t ú a a u n n i v e l m á s p r o f u n d o q u e el « g l o b a l » d e l o s h i s t o r i a d o r e s a c t u a l e s . S e t r a t a d e a p r e h e n d e r l a unidad viva y n o s o l a m e n t e i n s t a n c i a s i n t e r r e l a c i o n a d a s . T o d o s l o s e s c a l o n e s d e la r e a l i d a d , h a b i t u a l m e n t e s e p a r a d o s , s e s u b s u m e n e n u n a armonía superior ( p . 5 ) . « Y o h e s i d o el p r i m e r o e n v e r l a ( a F r a n c i a ) c o m o u n a l m a y u n a p e r s o n a » ( p . 2 ) . E l h i s t o r i a d o r a c c e d e a lo u n o , n o divino, sino nacional. L a m u y tradicional m e t á f o r a del organicism o ( p . 6) e x p l í c i t a l a n o c i ó n d e la a r m o n í a s u p e r i o r . L a v i d a i m p l i c a l a s o lidaridad d e los ó r g a n o s , su m u t u a influencia, e t c . . - ^ L a a m b i c i ó n d e l h i s t o r i a d o r c o n s i s t e p o r t a n t o e n reencontrar la vida histórica ( p . 7 ) p o r d o s c a m i n o s c o m p l e m e n t a r i o s : a) seguirla en todas sus vías, l o q u e i m p l i c a e x t e n s a i n f o r m a c i ó n , u n trabajo minucioso dé reconstrucción; 113

b ) restablecer... la acción recíproca de las diversas fuerzas en un poderoso movimiento, a c t i t u d q u e r e s p o n d e e v i d e n t e m e n t e a u n a filosofía v i t a lista, t o m a d a d e V i c o y d e a l g u n o s h i s t o r i a d o r e s a l e m a n e s , s e g ú n l a c u a l h a y u n p r i n c i p i o vital e n l a h i s t o r i a d e la h u m a n i d a d . A s í p o d e m o s a b a r c a r c o n m á s p r e c i s i ó n el problema histórico de Mic h e l e t ( p . 9 ) , o s e a , la resurrección de la vida integral, c o m p r e n d i d o e n sus c á l i d a s e n t r a ñ a s , e n «sus o r g a n i s m o s i n t e r i o r e s p r o f u n d o s » . A ñ a d e e n o t r a p a r t e : « s o n n e c e s a r i o s el a r d o r y la e m o c i ó n » . T a l p r o y e c t o es h i j o , m á s q u e d e u n a d e c i s i ó n r a c i o n a l , d e la p a s i ó n , d e l d e s e o d e a b a r c a r la m a t e r i a h i s t ó r i c a v i v a y, t a m b i é n , d e su r e l a c i ó n c o n los m u e r t o s . P a r a a p r e h e n d e r así l a h i s t o r i a p o r d e n t r o , es n e c e s a r i o p e r c i b i r el p a s a d o e n o t r a o n d a , d e m a n e r a q u e la n a r r a c i ó n h i s t ó r i c a d e j e d e s e r u n puzzle i n e r t e y se c o n v i e r t a e n v i d a y m o v i m i e n t o . M i c h e l e t n o s p r o p o r c i o n a el s u s t i t u t o laico d e la r e s u r r e c c i ó n d e los m u e r t o s : « U n i n m e n s o m o v i m i e n t o se a g i t a a n t e m i s ojos» (p. 1 1 ) . P r e c i s a los c a r a c t e r e s d e la a u t é n t i c a v i d a q u e h a c e r e n a c e r ( p . 1 2 ) : n o s e t r a t a d e u n c a l o r d e l a b o r a t o r i o , n i d e m o v i m i e n t o s c o n v u l s i v o s artificialmente producidos e n u n cadáver (galvanismo), sino d e u n crecimiento l e n t o , d e u n a c o n t i n u i d a d . L a v i d a v e g e t a l n o s s u m i n i s t r a el m o d e l o . E n r a i z a e n u n substrato g e o g r á f i c o y c l i m á t i c o ( p . 1 6 ) q u e n o es t a n s ó l o el e s c e n a r i o d e las a c t i v i d a d e s h i s t ó r i c a s , s i n o d e l c o n j u n t o d e las c o n d i c i o n e s e c o l ó g i c a s q u e m o d e l a n l o s s e r e s v i v o s ( « d e t a l n i d o , tal p á j a r o » ) , A p e s a r d e t a n a t r a c t i v a p r o c l a m a , los a c t o r e s d e M i c h e l e t « f l o t a n » u n t a n t o « e n el a i r e » , e n l o s e s p a c i o s v a p o r o s o s d e l a m í s t i c a r e p u b l i c a n a , c o m o la F r a n c i a «hija d e la l i b e r t a d » ( p . 2 0 ) . E s t a ú l t i m a e x p r e s i ó n n o s i n c i t a a e v o c a r el trabajo sobre sí misma ( p . 1 8 ) d e t o d a s o c i e d a d q u e , s e g ú n M i c h e l e t , c o n s t i t u y e el p r o p i o m o v i m i e n t o d e la h i s t o r i a , c u y a c o n c e p c i ó n es p a r a él e s e n c i a l m e n t e d i n á m i c a . T a m b i é n e v o c a el gran trabajo de las naciones ( p . 1 7 ) , algo así c o m o u n a g e s t a c i ó n c o n t i n u a d e su p r o p i a p e r s o n a l i d a d , lo q u e le p e r m i t e h a c e r j u s ticia al f a t a l i s m o r a c i a l . S e p r o d u c e u n a o p e r a c i ó n d e t r i t u r a c i ó n y a m a l g a m a c i ó n , e n l a q u e t o d o s l o s e l e m e n t o s o r i g i n a l e s se f u n d e n p a r a d a r n a c i miento a u n organismo original. Se trata de una actividad m o r a l , de u n a t o m a d e conciencia progresiva y n o sólo d e progresos yuxtapuestos. E s t a i d e a v u e l v e a a p a r e c e r e n el p á r r a f o 1 9 , e n el q u e q u e d a m a n i f i e s t a m e n t e c l a r o q u e el p e n s a m i e n t o d e M i c h e l e t e s t á v i n c u l a d o a l o q u e s e p o d r í a llam a r « v i t a l i s m o e v o l u c i o n i s t a » , d o n d e el p r i n c i p i o v i t a l u s u r p a los a t r i b u t o s d e D i o s . Así marcha la vida histórica t r a t a d e c ó m o se h a c e l a fusión y la a m a l g a m a q u e c o n d u c e n a l a e l a b o r a c i ó n d e las p e r s o n a l i d a d e s n a c i o n a l e s d i f e r e n t e s . E l m o d e l o e n la m a t e r i a e s , c o m o n o p o d í a p o r m e n o s d e s e r , F r a n c i a , p o r t a e s t a n d a r t e d e la l i b e r t a d d e l m u n d o . E. L a r e l a c i ó n e x i s t e n t e e n t r e el h i s t o r i a d o r y su o b r a e s t á f o r m u l a d a e n t é r m i n o s m u y o r i g i n a l e s . E l a u t o r e s t á p r o f u n d a m e n t e i m p l i c a d o e n la o p e r a c i ó n q u e h a r e a l i z a d o . L a o b j e t i v i d a d , s e g ú n M i c h e l e t , es u n falso p r o b l e m a . E l h i s t o r i a d o r n o d e b e p r e t e n d e r s i q u i e r a e c l i p s a r s e a n t e su t r a b a j o , s i n o e s t a r p r e s e n t e e n é l , a t o d o s los n i v e l e s , c o n sus p a s i o n e s y e m o c i o n e s . L a p r e s e n c i a d e l h i s t o r i a d o r e n s u o b r a es c o m p a r a b l e c o n l a d e l a r t i s t a e n la s u y a ( p . 2 6 ) . N a d a h a y m á s p e r n i c i o s o q u e el h i s t o r i a d o r q u e s e e c l i p s a , c o m o B a 114

r a n t e . « S ó l o se p u e d e n p e n e t r a r l o s m i s t e r i o s d e l p a s a d o » c o n la p r o p i a p e r s o n a l i d a d ( p . 2 7 ) . Ú n i c a m e n t e u n a r e l a c i ó n a m o r o s a c o n el t e m a p e r m i t e l l e g a r a t e n e r u n a s e g u n d a p e r c e p c i ó n ( p . 2 8 ) . E s e v i d e n t e la i n c l i n a c i ó n d e M i c h e l e t , b a s t a n t e t u r b u l e n t a , p o r el « g r a n d i o s o , s o m b r í o , t e r r i b l e siglo x i v » , t i e m p o d e p e s t e s y d e g u e r r a s , e n c u y o c o n t a c t o h a l l a n r e s o n a n cia los p r o p i o s f a n t a s m a s d e l a u t o r . L a p r o p i a v i d a d e M i c h e l e t s e « h a l l a i n v o l u c r a d a » ( p . 2 5 ) e n la Histoire de France, l i b r o n a c i d o d e l a « t o r m e n t a ( o t r a v e z la i n c l i n a c i ó n a la t u r b u l e n c i a ) d e la j u v e n t u d » ( p . 2 9 ) , u n a l o c u r a , u n t r a b a j o a b r u m a d o r , al q u e s e h a d e d i c a d o c o m o si s e t r a t a r a d e la r e s o l u c i ó n d e -un p r o b l e m a c r u c i a l (ver p . 9 ) . « E s e h a sido mi ú n i c o g r a n a c o n t e c i m i e n t o » ( p . 2 5 ) , frase q u e s u e n a a c o n f e s i ó n : p a r a el h i s t o r i a d o r , su a u t é n t i c a v i d a s e h a l l a e n t r e los p e r s o n a j e s d e l p a s a d o , v i v i e n d o el t i e m p o p r e s e n t e p o r d e l e g a c i ó n . P a r a M i c h e l e t , la historia se d e t i e n e e n 1 7 8 9 , o m á s e x a c t a m e n t e en 1 7 9 0 , en la Fiesta d e la F e d e r a c i ó n . A su v e z , e s t e l i b r o es el p r o d u c t o d e t o d a u n a v i d a d e d i c a d a a! t r a b a j o , lo q u e explica su h o m o g e n e i d a d , su p r o f u n d a c o h e r e n c i a (p. 1 3 ) : h a ido creciendo lentamente, c o m o u n a planta, a partir de un único m é t o d o . Se presenta c o m o u n conjunto a r m ó n i c o , pleno de múltiples ecos. Tales a f i r m a c i o n e s e n m a s c a r a n m u c h a s v a r i a c i o n e s d e f o n d o , si n o d e f o r m a . O p e r a n d o u n a i n v e r s i ó n e n l a r e l a c i ó n e n t r e el a u t o r y su o b r a , e n c o n t r a m o s l í n e a s s o r p r e n d e n t e s a c e r c a d e l h i s t o r i a d o r e n g e n d r a d o p o r el t e x t o (p. 2 9 ) : « E s t e hijo h a h e c h o a su p a d r e . » A c o n t i n u a c i ó n p r o p o r c i o n a . l a explicación: «Me ha hecho crecer en fuerza y en clarividencia», etc. L e y é n d o l o se t i e n e al s e n s a c i ó n d e q u e M i c h e l e t h a r e s u e l t o sus p r o b l e m a s i n t e r i o r e s al h i l o d e sus p á g i n a s , l l e g a n d o a a l c a n z a r u n e s t a d o d e p a z , u n a v e z c o n cluida su t a r e a d e r e s u c i t a d o r . S u e n a c o m o u n desafío a la historia objetiv a , q u e e s t a b a t r a t a n d o d e p r e c i s a r sus p r o c e d i m i e n t o s e n l o s a ñ o s 1860-1870.

E s t e célebre texto p u e d e ser leído a dos niveles, con apreciaciones o p u e s t a s e n c a d a o c a s i ó n . E s , e n m u c h o s a s p e c t o s , u n m o n u m e n t o d e la i d e o l o g í a p e q u e ñ o - b u r g u e s a . U n a s i m p l e r e a g r u p a c i ó n léxica e n t o r n o d e Francia r e s u l t a a b r u m a d o r a : « l u z , a l m a , p e r s o n a , b i j a d e s u l i b e r t a d , h a h e c h o F r a n c i a » , e t c . P e r o t a m b i é n e x p r e s a l a r e l a c i ó n v i t a l e x i s t e n t e e n t r e el a u t o r y s u o b r a . E n t o r n o d e l e n t r a ñ a b l e término-/¿foro se a g r u p a n : « v i d a , lentitud, m é t o d o , forma, color, armónico, único acontecimiento, m e ha c r e a d o » , e t c . L a o b r a d e M i c h e l e t s e s a l v a p o r e s t a p a s i ó n q u e le d e v o r a . R o l a n d B a r t h e s h a d i c h o d e él q u e e r a u n d e v o r a d o r d e la h i s t o r i a , a n i m a d o d e u n a m o r f u r i o s o p o r el t r a b a j o , s o m e t i d o a u n a d i s c i p l i n a m o n a c a l a fin d e s a c i a r su a p e t i t o i n s a c i a b l e . S u i n g e s t i ó n d e l a h i s t o r i a t i e n e r e s o n a n c i a s d e r i t u a l ( « h e b e b i d o d e m a s i a d o la s a n g r e d e los m u e r t o s » ) , p e r o t a m b i é n algo d e animal: « r a m o n e a la historia», dice B a r t h e s . E s en este ni^el d o n d e r a d i c a la e m o c i ó n y el a t r a c t i v o d e l o s e s c r i t o s d e M i c h e l e t .

2.

FRACASO DE LA GLOBALIDAD

L a g r a n d i o s a a m b i c i ó n e n u n c i a d a e n el Prefacio d e 1 8 6 9 n o l l e g a a r e a lizarse a lo largo d e la c a r r e r a d e Michelet. D o s series d e razones explican 115

b ) restablecer... la acción recíproca de las diversas fuerzas en un poderoso movimiento, a c t i t u d q u e r e s p o n d e e v i d e n t e m e n t e a u n a filosofía v i t a lista, t o m a d a d e V i c o y d e a l g u n o s h i s t o r i a d o r e s a l e m a n e s , s e g ú n l a c u a l h a y u n p r i n c i p i o vital e n l a h i s t o r i a d e la h u m a n i d a d . A s í p o d e m o s a b a r c a r c o n m á s p r e c i s i ó n el problema histórico de Mic h e l e t ( p . 9 ) , o s e a , la resurrección de la vida integral, c o m p r e n d i d o e n sus c á l i d a s e n t r a ñ a s , e n «sus o r g a n i s m o s i n t e r i o r e s p r o f u n d o s » . A ñ a d e e n o t r a p a r t e : « s o n n e c e s a r i o s el a r d o r y la e m o c i ó n » . T a l p r o y e c t o es h i j o , m á s q u e d e u n a d e c i s i ó n r a c i o n a l , d e la p a s i ó n , d e l d e s e o d e a b a r c a r la m a t e r i a h i s t ó r i c a v i v a y, t a m b i é n , d e su r e l a c i ó n c o n los m u e r t o s . P a r a a p r e h e n d e r así l a h i s t o r i a p o r d e n t r o , es n e c e s a r i o p e r c i b i r el p a s a d o e n o t r a o n d a , d e m a n e r a q u e la n a r r a c i ó n h i s t ó r i c a d e j e d e s e r u n puzzle i n e r t e y se c o n v i e r t a e n v i d a y m o v i m i e n t o . M i c h e l e t n o s p r o p o r c i o n a el s u s t i t u t o laico d e la r e s u r r e c c i ó n d e los m u e r t o s : « U n i n m e n s o m o v i m i e n t o se a g i t a a n t e m i s ojos» (p. 1 1 ) . P r e c i s a los c a r a c t e r e s d e la a u t é n t i c a v i d a q u e h a c e r e n a c e r ( p . 1 2 ) : n o s e t r a t a d e u n c a l o r d e l a b o r a t o r i o , n i d e m o v i m i e n t o s c o n v u l s i v o s artificialmente producidos e n u n cadáver (galvanismo), sino d e u n crecimiento l e n t o , d e u n a c o n t i n u i d a d . L a v i d a v e g e t a l n o s s u m i n i s t r a el m o d e l o . E n r a i z a e n u n substrato g e o g r á f i c o y c l i m á t i c o ( p . 1 6 ) q u e n o es t a n s ó l o el e s c e n a r i o d e las a c t i v i d a d e s h i s t ó r i c a s , s i n o d e l c o n j u n t o d e las c o n d i c i o n e s e c o l ó g i c a s q u e m o d e l a n l o s s e r e s v i v o s ( « d e t a l n i d o , tal p á j a r o » ) , A p e s a r d e t a n a t r a c t i v a p r o c l a m a , los a c t o r e s d e M i c h e l e t « f l o t a n » u n t a n t o « e n el a i r e » , e n l o s e s p a c i o s v a p o r o s o s d e l a m í s t i c a r e p u b l i c a n a , c o m o la F r a n c i a «hija d e la l i b e r t a d » ( p . 2 0 ) . E s t a ú l t i m a e x p r e s i ó n n o s i n c i t a a e v o c a r el trabajo sobre sí misma ( p . 1 8 ) d e t o d a s o c i e d a d q u e , s e g ú n M i c h e l e t , c o n s t i t u y e el p r o p i o m o v i m i e n t o d e la h i s t o r i a , c u y a c o n c e p c i ó n es p a r a él e s e n c i a l m e n t e d i n á m i c a . T a m b i é n e v o c a el gran trabajo de las naciones ( p . 1 7 ) , algo así c o m o u n a g e s t a c i ó n c o n t i n u a d e su p r o p i a p e r s o n a l i d a d , lo q u e le p e r m i t e h a c e r j u s ticia al f a t a l i s m o r a c i a l . S e p r o d u c e u n a o p e r a c i ó n d e t r i t u r a c i ó n y a m a l g a m a c i ó n , e n l a q u e t o d o s l o s e l e m e n t o s o r i g i n a l e s se f u n d e n p a r a d a r n a c i miento a u n organismo original. Se trata de una actividad m o r a l , de u n a t o m a d e conciencia progresiva y n o sólo d e progresos yuxtapuestos. E s t a i d e a v u e l v e a a p a r e c e r e n el p á r r a f o 1 9 , e n el q u e q u e d a m a n i f i e s t a m e n t e c l a r o q u e el p e n s a m i e n t o d e M i c h e l e t e s t á v i n c u l a d o a l o q u e s e p o d r í a llam a r « v i t a l i s m o e v o l u c i o n i s t a » , d o n d e el p r i n c i p i o v i t a l u s u r p a los a t r i b u t o s d e D i o s . Así marcha la vida histórica t r a t a d e c ó m o se h a c e l a fusión y la a m a l g a m a q u e c o n d u c e n a l a e l a b o r a c i ó n d e las p e r s o n a l i d a d e s n a c i o n a l e s d i f e r e n t e s . E l m o d e l o e n la m a t e r i a e s , c o m o n o p o d í a p o r m e n o s d e s e r , F r a n c i a , p o r t a e s t a n d a r t e d e la l i b e r t a d d e l m u n d o . E. L a r e l a c i ó n e x i s t e n t e e n t r e el h i s t o r i a d o r y su o b r a e s t á f o r m u l a d a e n t é r m i n o s m u y o r i g i n a l e s . E l a u t o r e s t á p r o f u n d a m e n t e i m p l i c a d o e n la o p e r a c i ó n q u e h a r e a l i z a d o . L a o b j e t i v i d a d , s e g ú n M i c h e l e t , es u n falso p r o b l e m a . E l h i s t o r i a d o r n o d e b e p r e t e n d e r s i q u i e r a e c l i p s a r s e a n t e su t r a b a j o , s i n o e s t a r p r e s e n t e e n é l , a t o d o s los n i v e l e s , c o n sus p a s i o n e s y e m o c i o n e s . L a p r e s e n c i a d e l h i s t o r i a d o r e n s u o b r a es c o m p a r a b l e c o n l a d e l a r t i s t a e n la s u y a ( p . 2 6 ) . N a d a h a y m á s p e r n i c i o s o q u e el h i s t o r i a d o r q u e s e e c l i p s a , c o m o B a 114

r a n t e . « S ó l o se p u e d e n p e n e t r a r l o s m i s t e r i o s d e l p a s a d o » c o n la p r o p i a p e r s o n a l i d a d ( p . 2 7 ) . Ú n i c a m e n t e u n a r e l a c i ó n a m o r o s a c o n el t e m a p e r m i t e l l e g a r a t e n e r u n a s e g u n d a p e r c e p c i ó n ( p . 2 8 ) . E s e v i d e n t e la i n c l i n a c i ó n d e M i c h e l e t , b a s t a n t e t u r b u l e n t a , p o r el « g r a n d i o s o , s o m b r í o , t e r r i b l e siglo x i v » , t i e m p o d e p e s t e s y d e g u e r r a s , e n c u y o c o n t a c t o h a l l a n r e s o n a n cia los p r o p i o s f a n t a s m a s d e l a u t o r . L a p r o p i a v i d a d e M i c h e l e t s e « h a l l a i n v o l u c r a d a » ( p . 2 5 ) e n la Histoire de France, l i b r o n a c i d o d e l a « t o r m e n t a ( o t r a v e z la i n c l i n a c i ó n a la t u r b u l e n c i a ) d e la j u v e n t u d » ( p . 2 9 ) , u n a l o c u r a , u n t r a b a j o a b r u m a d o r , al q u e s e h a d e d i c a d o c o m o si s e t r a t a r a d e la r e s o l u c i ó n d e -un p r o b l e m a c r u c i a l (ver p . 9 ) . « E s e h a sido mi ú n i c o g r a n a c o n t e c i m i e n t o » ( p . 2 5 ) , frase q u e s u e n a a c o n f e s i ó n : p a r a el h i s t o r i a d o r , su a u t é n t i c a v i d a s e h a l l a e n t r e los p e r s o n a j e s d e l p a s a d o , v i v i e n d o el t i e m p o p r e s e n t e p o r d e l e g a c i ó n . P a r a M i c h e l e t , la historia se d e t i e n e e n 1 7 8 9 , o m á s e x a c t a m e n t e en 1 7 9 0 , en la Fiesta d e la F e d e r a c i ó n . A su v e z , e s t e l i b r o es el p r o d u c t o d e t o d a u n a v i d a d e d i c a d a a! t r a b a j o , lo q u e explica su h o m o g e n e i d a d , su p r o f u n d a c o h e r e n c i a (p. 1 3 ) : h a ido creciendo lentamente, c o m o u n a planta, a partir de un único m é t o d o . Se presenta c o m o u n conjunto a r m ó n i c o , pleno de múltiples ecos. Tales a f i r m a c i o n e s e n m a s c a r a n m u c h a s v a r i a c i o n e s d e f o n d o , si n o d e f o r m a . O p e r a n d o u n a i n v e r s i ó n e n l a r e l a c i ó n e n t r e el a u t o r y su o b r a , e n c o n t r a m o s l í n e a s s o r p r e n d e n t e s a c e r c a d e l h i s t o r i a d o r e n g e n d r a d o p o r el t e x t o (p. 2 9 ) : « E s t e hijo h a h e c h o a su p a d r e . » A c o n t i n u a c i ó n p r o p o r c i o n a . l a explicación: «Me ha hecho crecer en fuerza y en clarividencia», etc. L e y é n d o l o se t i e n e al s e n s a c i ó n d e q u e M i c h e l e t h a r e s u e l t o sus p r o b l e m a s i n t e r i o r e s al h i l o d e sus p á g i n a s , l l e g a n d o a a l c a n z a r u n e s t a d o d e p a z , u n a v e z c o n cluida su t a r e a d e r e s u c i t a d o r . S u e n a c o m o u n desafío a la historia objetiv a , q u e e s t a b a t r a t a n d o d e p r e c i s a r sus p r o c e d i m i e n t o s e n l o s a ñ o s 1860-1870.

E s t e célebre texto p u e d e ser leído a dos niveles, con apreciaciones o p u e s t a s e n c a d a o c a s i ó n . E s , e n m u c h o s a s p e c t o s , u n m o n u m e n t o d e la i d e o l o g í a p e q u e ñ o - b u r g u e s a . U n a s i m p l e r e a g r u p a c i ó n léxica e n t o r n o d e Francia r e s u l t a a b r u m a d o r a : « l u z , a l m a , p e r s o n a , b i j a d e s u l i b e r t a d , h a h e c h o F r a n c i a » , e t c . P e r o t a m b i é n e x p r e s a l a r e l a c i ó n v i t a l e x i s t e n t e e n t r e el a u t o r y s u o b r a . E n t o r n o d e l e n t r a ñ a b l e término-/¿foro se a g r u p a n : « v i d a , lentitud, m é t o d o , forma, color, armónico, único acontecimiento, m e ha c r e a d o » , e t c . L a o b r a d e M i c h e l e t s e s a l v a p o r e s t a p a s i ó n q u e le d e v o r a . R o l a n d B a r t h e s h a d i c h o d e él q u e e r a u n d e v o r a d o r d e la h i s t o r i a , a n i m a d o d e u n a m o r f u r i o s o p o r el t r a b a j o , s o m e t i d o a u n a d i s c i p l i n a m o n a c a l a fin d e s a c i a r su a p e t i t o i n s a c i a b l e . S u i n g e s t i ó n d e l a h i s t o r i a t i e n e r e s o n a n c i a s d e r i t u a l ( « h e b e b i d o d e m a s i a d o la s a n g r e d e los m u e r t o s » ) , p e r o t a m b i é n algo d e animal: « r a m o n e a la historia», dice B a r t h e s . E s en este ni^el d o n d e r a d i c a la e m o c i ó n y el a t r a c t i v o d e l o s e s c r i t o s d e M i c h e l e t .

2.

FRACASO DE LA GLOBALIDAD

L a g r a n d i o s a a m b i c i ó n e n u n c i a d a e n el Prefacio d e 1 8 6 9 n o l l e g a a r e a lizarse a lo largo d e la c a r r e r a d e Michelet. D o s series d e razones explican 115

su f r a c a s o . E l a u t o r j i e J a .Histoire de France c o n t e m p l a el p a s a d a c o n i a s l e n t e s d e su i d e o l o g í a y sufre el p e s o d e s u i n c o n s c i e n t e , l o q u e d e t e r m i n a q u e s u a p r o x i m a c i ó n a la m a t e r i a h i s t ó r i c a s e a s e l e c t i v a . :

Sin p r e t e n d e r r e p r o c h a r a M i c h e l e t el f a l t a r a la o b j e t i v i d a d q u e j a m á s predicó, v a m o s a destacar, en p r i m e r lugar, dos e j e m p l o s de la influencia d e t e r m i n a n t e q u e sus opciones ideológicas y p o l í t i c a s h a n e j e r c i d o s o b r e su visión del p a s a d o . Su concepción de la Edad Media f l u c t ú a e n f u n c i ó n d e s u h i s t o r i a p e r s o n a l y d e sus c o m p r o m i s o s s u c e s i v o s , c o m o lo h a d e m o s t r a d o a d m i r a b l e m e n t e J a c q u e s L e Goff: a) D e s d e 1833 a 1 8 4 4 , b a j o l a i n f l u e n c i a d e l a c o r r i e n t e r o m á n t i c a , m o n t a u n a « h e r m o s a E d a d M e d i a » , a la v e z m a t e r i a l y e s p i r i t u a l , e n el s e n o d e la c u a l se r e a l i z a «el g r a n m o v i m i e n t o p r o g r e s i v o , i n t e r i o r , d e l a l m a n a c i o n a l » . É p o c a d e p i e d r a s p l e n a s d e v i d a q u e «se a n i m a ( n ) y se e s p i r i t u a l i z a ( n ) b a j o la a r d i e n t e y s e v e r a m a n o d e l a r t i s t a » , é p o c a d e la i n f a n c i a d e F r a n c i a , e n la q u e se s u c e d e n l o s b á r b a r o s d e s b o r d a n t e s d e s a n g r e n u e v a , los p a s t o r c i l l o s d e las c r u z a d a s p o p u l a r e s y J u a n a d e A r c o . M i c h e l e t t o d a v í a c o n s i d e r a q u e el C r i s t i a n i s m o es u n a f u e r z a p o sitiva q u e h a t r a b a j a d o p o r la l i b e r a c i ó n d e los h u m i l d e s . C e l e b r a la u n i ó n d e l a r e l i g i ó n y d e p u e b l o , c u y o s s u f r i m i e n t o s y l u c h a s (la Jacquerie, los t r a b a j a d o r e s flamencos) d e s c u b r e , b) A p a r t i r d e 1855 d o m i n a «la s o m b r í a E d a d M e d i a » , « m i e n e m i g a E d a d M e d i a » ; así s e e x p r e s a t r a t a n d o d e r e c tificar sus o b r a s p r e c e d e n t e s . H a s t a e n t o n c e s n o h a b í a v i s t o m á s q u e el i d e a l , a h o r a d e s c u b r e la r e a l i d a d , su « e s t a d o e x t r a ñ o y m o n s t r u o s o » . E s s u a n t i c l e r i c a l i s m o , c a d a d í a m á s y m á s v i r u l e n t o , el q u e le i m p e l e a e s t a n e g a c i ó n . I n c l u s o y a n o h a l l a g r a c i a e n su a r t e . L a I g l e s i a , l e j o s d e s e r l a p r o t e c t o r a d e l ^ p u e b l o , n o e s m á s q u e u n a i n s t i t u c i ó n r e p r e s i v a , y a c u y a s víct i m a s r e h a b i l i t a ( t a n t o a A b e l a r d o c o m o a los a l b i g e n s e s ) . L a Iglesia p r o h i b e la fiesta y h a c e i m p e r a r l a i g n o r a c i a . c) C o n La bruja ( 1 8 6 2 ) , M i c h e l e t d e s c u b r e u n a E d a d M e d i a s u b t e r r á n e a , e n l a q u e S a t a n á s es el a r b i t r o . Sat a n á s , « r a r o n o m b r e d e l a l i b e r t a d , la c u a l es c a m b i a n t e , j o v e n m i l i t a n t e e n p r i n c i p i o , n e g a t i v a , c r e a d o r a ; d e s p u é s , m á s y m á s f e c u n d a » . V e e n la b r u j a a la m a d r e d e l a c i e n c i a m o d e r n a , p o r su c o n o c i m i e n t o d e la n a t u r a l e z a , d e l c u e r p o y d e la m e d i c i n a . U n s i g l o , el siglo x r v , q u e e j e r c e u n a sombría fascinación sobre Michelet, está p i n t a d o , m á s q u e cualquier o t r o , c o n c o l o r e s d i a b ó l i c o s , d) O t r o ú l t i m o c a m b i o d e M i c h e l e t ; y a e n v e j e c i d o , a s q u e a d o p o r el t r i u n f o d e l m a q u m i s m o , d e l c a p i t a l d u r a n t e el s e g u n d o I m p e r i o , r e t o r n a a la E d a d M e d i a d e s u j u v e n t u d , p e r í o d o d e v i d a d e s b o r dante y de creatividad... Su visión de conjunto de la historia se o r d e n a s i g u i e n d o u n a bipolaridad q u e es c o m o m í n i m o e s q u e m á t i c a . S e e n f r e n t a n los p r i n c i p i o s a n t i t é t i c o s e n u n a e s p e c i e d e s u s t i t u c i ó n d e la p s i c o m a q u i a d e l o s a u t o r e s m e d i e v a l e s : g r a c i a y j u s t i c i a , f a t a l i d a d y l i b e r t a d , C r i s t i a n i s m o y R e v o l u c i ó n . T o d o s lo e x c e s o s q u e se p r o d u c e n a lo l a r g o d e l d e s a r r o l l o d e la h i s t o r i a e s t á n c u riosamente a s o c i a d o s a la a c c i ó n d e la g r a c i a , e n e m i g a d e l a j u s t i c i a , f u e n t e d e a r b i t r a r i e d a d y d e t i r a n í a . E n t r e sus a g e n t e s se e n c u e n t r a n t a n t o los j e s u í t a s c o m o B o n a p a r t e , m i e n t r a s q u e los v a l d e n s e s y la b r u j a , p o r e j e m p l o , s o n h e r a l d o s d e la j u s t i c i a . A e s t a o p o s i c i ó n b i n a r i a se s u m a o t r a : l a antítesis e n t r e C r i s t i a n i s m o y R e v o l u c i ó n . L a s e g u n d a u s u r p a los a t r i b u t o s d e l a p r i m e r a : ¿ n o t i e n e , a c a s o t a m b i é n su e u c a r i s t í a (la F i e s t a d e l a F e d e r a c i ó n ) , su p a s i ó n y su g r a n s a c e r d o t e (el p r o p i o M i c h e l e t ) ? M i c h e l e t es 116

c o n s c i e n t e d e l c a r á c t e r s a g r a d o d e s u t r a b a j o d e h i s t o r i a d o r : « P o r t a b a el p a s a d o c o m o h u b i e r a p o r t a d o las c e n i z a s d e m i p a d r e o d e m i h i j o . » M i c h e l e t , m a g o d e la h i s t o r i a r e p u b l i c a n a , h a s i d o o b j e t o d e a t a q u e s m u y v i v o s n o t o t a l m e n t e i n j u s t i f i c a d o s , p o r p a r t e d e M a u r r a s , el c u a l d i c e c o n i r o n í a : «Su p r o c e d i m i e n t o u s u a l c o n s i s t e e n e l e v a r a la d i g n i d a d d e D i o s c a d a s e d i m e n t o d e i d e a g e n e r a l q u e s e le o c u r r e . M i c h e l e t e l a b o r ó el p e n s a m i e n t o c o n el c o r a z ó n , h i z o q u e su c o r a z ó n p e n s a s e s o b r e t o d a c l a s e d e t e m a s : l a h i s t o r i a d e l a h u m a n i d a d , l a d e l a n a t u r a l e z a , la m o r a l , la r e ligión ( . . . ) . E s t a m i x t u r a , h o r n e a d a al c a l o r d e su i m a g i n a c i ó n y d e su p a s i ó n , se c o n v i e r t e e n u n p r o d u c t o c o n c o n s i s t e n c i a , a l g o así c o m o u n h u m i l d e c o r p u s d e filosofía p o p u l a r . » El peso del inconsciente h a sido revelado p o r R o l a n d B a r t h e s m e d i a n t e u n análisis t e m á t i c o p r o f u n d o . E n s u o p i n i ó n , l a o b r a d e M i c h e l e t c o n s t i t u y e « u n a r e d o r g a n i z a d a d e o b s e s i o n e s » , l o c u a l se m a n i f i e s t a , p o r e j e m p l o , en su e t e r n o v o l v e r a l o s m i s m o s t e m a s , o e n l a i d e n t i f i c a c i ó n e n t r e b á r b a r o y e m p u j e d e la s a n g r e n u e v a , e n t r e m o n a r q u í a y sangre a g o t a d a , e n t r e j e s u í t a y s e q u e d a d . E s e v i d e n t e q u e e s t o s t e m a s r e s p o n d e n a l a actitud que Michelet a d o p t a a n t e la vida o l a m a t e r i a , y q u e están estrecham e n t e u n i d o s a su s i s t e m a d e v a l o r e s . P a r a i l u s t r a r e s t a i n t e r p r e t a c i ó n p s i c o a n a l í t i c a , f o r m u l a d a d e forma fasc i n a n t e p o r R o l a n d B a r t h e s , v a m o s a e x a m i n a r a l g u n a s d e las o b s e s i o n e s m a y o r e s d e M i c h e l e t , sin p r e t e n d e r a g o t a r el r e g i s t r o , m u y a b u n d a n t e p o r c i e r t o . P r i m e r o a p a r e c e el g u s t o p o r la h o m o g e n e i d a d y la c o n t i n u i d a d , t a n t o e n la m a t e r i a c o m o e n l a d u r a c i ó n . P o r e j e m p l o , F r a n c i a es el p r o d u c t o d e u n a fusión q u e se d i o e n la F i e s t a d e l a F e d e r a c i ó n d e 1790; e n t o n c e s s e d e s v a n e c i e r o n las p a r t i c u l a r i d a d e s p r o v i n c i a l e s y n a c i ó l a p a t r i a c o m ú n , s ó l i d a m e n t e a r r a i g a d a e n la t i e r r a . E l p r i n c i p i o n a c i o n a l , c o m o el p r i n c i p i o d e m o c r á t i c o , h a t e n i d o , a lo largo d e los siglos, u n crecimiento l e n t o y cont i n u o , d e t i p o v e g e t a l . L a h i s t o r i a « a lo M i c h e l e t » n o es u n e n c a d e n a m i e n t o m e c á n i c o d e c a u s a s y e f e c t o s , s i n o u n a _ « c a d e n a d e i d e n t i d a d e s » , p o r lo q u e p u e d e n ser p r e s e n t a d a s c o m o ( p r e ) figuras d e l p u e b l o n a d a m e n o s q u e L o u i s L e D é b o n n a i r e , R o b e r t o el P i a d o s o , G o d o f r e d o d e B o u i l l o n y J u a n a d e A r c o . ¡ C ó m o n o p e n s a r e n los m a n u a l e s destinados a la e n s e ñ a n z a p ú b l i c a d u r a n t e la I I I y l a I V R e p ú b l i c a , e n los q u e t a n t a s f i g u r a s h i s t ó r i c a s e n c u e n t r a n e c o a t r a v é s d e l o s siglos ( C a r l o m a g n o y J u l e s F e r r y , e t c . ) ! E s t a historia-árbol, e s t a s e r i e d e i d e n t i d a d e s , se a v i e n e m u y b i e n c o n u n c i e r t o evolucionismo, situando las sucesivas figuras, q u e r e s p o n d e n a u n m i s m o principio, en estadios diferentes de crecimiento. M i c h e l e t e s t a b a i g u a l m e n t e o b s e s i o n a d o p o r el d e s e o d e e n t r a r e n r e l a c i ó n c o n los m u e r t o s y d e l l e g a r a e n c o n t r a r s u « s u b s t a n c i a c o r r u p t i b l e » . L o s d o c u m e n t o s , p a r a él, e r a n voces q u e h a b í a q u e escuchar. Q u e r í a rendir plena justicia a sus a u t o r e s , c u m p l i e n d o , c o m o signo d e r e s p e t o hacia e l l o s , u n « g e s t o r e p a r a d o r » , q u e c o n s i s t í a e n d e s v e l a r el s e n t i d o p r o f u n d o d e su e x i s t e n c i a y d e v o l v e r l e s u n a v i d a p l e n a : «He hablado del oficio que ocupa Camoens en la orilla mortífera de la India: administrador del bien de los fallecidos. Sí, cada muerto deja un pequeño bien, su memoria, y quiere que sea cuidada. Para aquel que no tiene amigos, la magistratura debe suplirlos. Porque la ley y la justicia son más seguras que nuestra ternura olvidadiza; muy pronto se secan nuestras lágrimas. 117

su f r a c a s o . E l a u t o r j i e J a .Histoire de France c o n t e m p l a el p a s a d a c o n i a s l e n t e s d e su i d e o l o g í a y sufre el p e s o d e s u i n c o n s c i e n t e , l o q u e d e t e r m i n a q u e s u a p r o x i m a c i ó n a la m a t e r i a h i s t ó r i c a s e a s e l e c t i v a . :

Sin p r e t e n d e r r e p r o c h a r a M i c h e l e t el f a l t a r a la o b j e t i v i d a d q u e j a m á s predicó, v a m o s a destacar, en p r i m e r lugar, dos e j e m p l o s de la influencia d e t e r m i n a n t e q u e sus opciones ideológicas y p o l í t i c a s h a n e j e r c i d o s o b r e su visión del p a s a d o . Su concepción de la Edad Media f l u c t ú a e n f u n c i ó n d e s u h i s t o r i a p e r s o n a l y d e sus c o m p r o m i s o s s u c e s i v o s , c o m o lo h a d e m o s t r a d o a d m i r a b l e m e n t e J a c q u e s L e Goff: a) D e s d e 1833 a 1 8 4 4 , b a j o l a i n f l u e n c i a d e l a c o r r i e n t e r o m á n t i c a , m o n t a u n a « h e r m o s a E d a d M e d i a » , a la v e z m a t e r i a l y e s p i r i t u a l , e n el s e n o d e la c u a l se r e a l i z a «el g r a n m o v i m i e n t o p r o g r e s i v o , i n t e r i o r , d e l a l m a n a c i o n a l » . É p o c a d e p i e d r a s p l e n a s d e v i d a q u e «se a n i m a ( n ) y se e s p i r i t u a l i z a ( n ) b a j o la a r d i e n t e y s e v e r a m a n o d e l a r t i s t a » , é p o c a d e la i n f a n c i a d e F r a n c i a , e n la q u e se s u c e d e n l o s b á r b a r o s d e s b o r d a n t e s d e s a n g r e n u e v a , los p a s t o r c i l l o s d e las c r u z a d a s p o p u l a r e s y J u a n a d e A r c o . M i c h e l e t t o d a v í a c o n s i d e r a q u e el C r i s t i a n i s m o es u n a f u e r z a p o sitiva q u e h a t r a b a j a d o p o r la l i b e r a c i ó n d e los h u m i l d e s . C e l e b r a la u n i ó n d e l a r e l i g i ó n y d e p u e b l o , c u y o s s u f r i m i e n t o s y l u c h a s (la Jacquerie, los t r a b a j a d o r e s flamencos) d e s c u b r e , b) A p a r t i r d e 1855 d o m i n a «la s o m b r í a E d a d M e d i a » , « m i e n e m i g a E d a d M e d i a » ; así s e e x p r e s a t r a t a n d o d e r e c tificar sus o b r a s p r e c e d e n t e s . H a s t a e n t o n c e s n o h a b í a v i s t o m á s q u e el i d e a l , a h o r a d e s c u b r e la r e a l i d a d , su « e s t a d o e x t r a ñ o y m o n s t r u o s o » . E s s u a n t i c l e r i c a l i s m o , c a d a d í a m á s y m á s v i r u l e n t o , el q u e le i m p e l e a e s t a n e g a c i ó n . I n c l u s o y a n o h a l l a g r a c i a e n su a r t e . L a I g l e s i a , l e j o s d e s e r l a p r o t e c t o r a d e l ^ p u e b l o , n o e s m á s q u e u n a i n s t i t u c i ó n r e p r e s i v a , y a c u y a s víct i m a s r e h a b i l i t a ( t a n t o a A b e l a r d o c o m o a los a l b i g e n s e s ) . L a Iglesia p r o h i b e la fiesta y h a c e i m p e r a r l a i g n o r a c i a . c) C o n La bruja ( 1 8 6 2 ) , M i c h e l e t d e s c u b r e u n a E d a d M e d i a s u b t e r r á n e a , e n l a q u e S a t a n á s es el a r b i t r o . Sat a n á s , « r a r o n o m b r e d e l a l i b e r t a d , la c u a l es c a m b i a n t e , j o v e n m i l i t a n t e e n p r i n c i p i o , n e g a t i v a , c r e a d o r a ; d e s p u é s , m á s y m á s f e c u n d a » . V e e n la b r u j a a la m a d r e d e l a c i e n c i a m o d e r n a , p o r su c o n o c i m i e n t o d e la n a t u r a l e z a , d e l c u e r p o y d e la m e d i c i n a . U n s i g l o , el siglo x r v , q u e e j e r c e u n a sombría fascinación sobre Michelet, está p i n t a d o , m á s q u e cualquier o t r o , c o n c o l o r e s d i a b ó l i c o s , d) O t r o ú l t i m o c a m b i o d e M i c h e l e t ; y a e n v e j e c i d o , a s q u e a d o p o r el t r i u n f o d e l m a q u m i s m o , d e l c a p i t a l d u r a n t e el s e g u n d o I m p e r i o , r e t o r n a a la E d a d M e d i a d e s u j u v e n t u d , p e r í o d o d e v i d a d e s b o r dante y de creatividad... Su visión de conjunto de la historia se o r d e n a s i g u i e n d o u n a bipolaridad q u e es c o m o m í n i m o e s q u e m á t i c a . S e e n f r e n t a n los p r i n c i p i o s a n t i t é t i c o s e n u n a e s p e c i e d e s u s t i t u c i ó n d e la p s i c o m a q u i a d e l o s a u t o r e s m e d i e v a l e s : g r a c i a y j u s t i c i a , f a t a l i d a d y l i b e r t a d , C r i s t i a n i s m o y R e v o l u c i ó n . T o d o s lo e x c e s o s q u e se p r o d u c e n a lo l a r g o d e l d e s a r r o l l o d e la h i s t o r i a e s t á n c u riosamente a s o c i a d o s a la a c c i ó n d e la g r a c i a , e n e m i g a d e l a j u s t i c i a , f u e n t e d e a r b i t r a r i e d a d y d e t i r a n í a . E n t r e sus a g e n t e s se e n c u e n t r a n t a n t o los j e s u í t a s c o m o B o n a p a r t e , m i e n t r a s q u e los v a l d e n s e s y la b r u j a , p o r e j e m p l o , s o n h e r a l d o s d e la j u s t i c i a . A e s t a o p o s i c i ó n b i n a r i a se s u m a o t r a : l a antítesis e n t r e C r i s t i a n i s m o y R e v o l u c i ó n . L a s e g u n d a u s u r p a los a t r i b u t o s d e l a p r i m e r a : ¿ n o t i e n e , a c a s o t a m b i é n su e u c a r i s t í a (la F i e s t a d e l a F e d e r a c i ó n ) , su p a s i ó n y su g r a n s a c e r d o t e (el p r o p i o M i c h e l e t ) ? M i c h e l e t es 116

c o n s c i e n t e d e l c a r á c t e r s a g r a d o d e s u t r a b a j o d e h i s t o r i a d o r : « P o r t a b a el p a s a d o c o m o h u b i e r a p o r t a d o las c e n i z a s d e m i p a d r e o d e m i h i j o . » M i c h e l e t , m a g o d e la h i s t o r i a r e p u b l i c a n a , h a s i d o o b j e t o d e a t a q u e s m u y v i v o s n o t o t a l m e n t e i n j u s t i f i c a d o s , p o r p a r t e d e M a u r r a s , el c u a l d i c e c o n i r o n í a : «Su p r o c e d i m i e n t o u s u a l c o n s i s t e e n e l e v a r a la d i g n i d a d d e D i o s c a d a s e d i m e n t o d e i d e a g e n e r a l q u e s e le o c u r r e . M i c h e l e t e l a b o r ó el p e n s a m i e n t o c o n el c o r a z ó n , h i z o q u e su c o r a z ó n p e n s a s e s o b r e t o d a c l a s e d e t e m a s : l a h i s t o r i a d e l a h u m a n i d a d , l a d e l a n a t u r a l e z a , la m o r a l , la r e ligión ( . . . ) . E s t a m i x t u r a , h o r n e a d a al c a l o r d e su i m a g i n a c i ó n y d e su p a s i ó n , se c o n v i e r t e e n u n p r o d u c t o c o n c o n s i s t e n c i a , a l g o así c o m o u n h u m i l d e c o r p u s d e filosofía p o p u l a r . » El peso del inconsciente h a sido revelado p o r R o l a n d B a r t h e s m e d i a n t e u n análisis t e m á t i c o p r o f u n d o . E n s u o p i n i ó n , l a o b r a d e M i c h e l e t c o n s t i t u y e « u n a r e d o r g a n i z a d a d e o b s e s i o n e s » , l o c u a l se m a n i f i e s t a , p o r e j e m p l o , en su e t e r n o v o l v e r a l o s m i s m o s t e m a s , o e n l a i d e n t i f i c a c i ó n e n t r e b á r b a r o y e m p u j e d e la s a n g r e n u e v a , e n t r e m o n a r q u í a y sangre a g o t a d a , e n t r e j e s u í t a y s e q u e d a d . E s e v i d e n t e q u e e s t o s t e m a s r e s p o n d e n a l a actitud que Michelet a d o p t a a n t e la vida o l a m a t e r i a , y q u e están estrecham e n t e u n i d o s a su s i s t e m a d e v a l o r e s . P a r a i l u s t r a r e s t a i n t e r p r e t a c i ó n p s i c o a n a l í t i c a , f o r m u l a d a d e forma fasc i n a n t e p o r R o l a n d B a r t h e s , v a m o s a e x a m i n a r a l g u n a s d e las o b s e s i o n e s m a y o r e s d e M i c h e l e t , sin p r e t e n d e r a g o t a r el r e g i s t r o , m u y a b u n d a n t e p o r c i e r t o . P r i m e r o a p a r e c e el g u s t o p o r la h o m o g e n e i d a d y la c o n t i n u i d a d , t a n t o e n la m a t e r i a c o m o e n l a d u r a c i ó n . P o r e j e m p l o , F r a n c i a es el p r o d u c t o d e u n a fusión q u e se d i o e n la F i e s t a d e l a F e d e r a c i ó n d e 1790; e n t o n c e s s e d e s v a n e c i e r o n las p a r t i c u l a r i d a d e s p r o v i n c i a l e s y n a c i ó l a p a t r i a c o m ú n , s ó l i d a m e n t e a r r a i g a d a e n la t i e r r a . E l p r i n c i p i o n a c i o n a l , c o m o el p r i n c i p i o d e m o c r á t i c o , h a t e n i d o , a lo largo d e los siglos, u n crecimiento l e n t o y cont i n u o , d e t i p o v e g e t a l . L a h i s t o r i a « a lo M i c h e l e t » n o es u n e n c a d e n a m i e n t o m e c á n i c o d e c a u s a s y e f e c t o s , s i n o u n a _ « c a d e n a d e i d e n t i d a d e s » , p o r lo q u e p u e d e n ser p r e s e n t a d a s c o m o ( p r e ) figuras d e l p u e b l o n a d a m e n o s q u e L o u i s L e D é b o n n a i r e , R o b e r t o el P i a d o s o , G o d o f r e d o d e B o u i l l o n y J u a n a d e A r c o . ¡ C ó m o n o p e n s a r e n los m a n u a l e s destinados a la e n s e ñ a n z a p ú b l i c a d u r a n t e la I I I y l a I V R e p ú b l i c a , e n los q u e t a n t a s f i g u r a s h i s t ó r i c a s e n c u e n t r a n e c o a t r a v é s d e l o s siglos ( C a r l o m a g n o y J u l e s F e r r y , e t c . ) ! E s t a historia-árbol, e s t a s e r i e d e i d e n t i d a d e s , se a v i e n e m u y b i e n c o n u n c i e r t o evolucionismo, situando las sucesivas figuras, q u e r e s p o n d e n a u n m i s m o principio, en estadios diferentes de crecimiento. M i c h e l e t e s t a b a i g u a l m e n t e o b s e s i o n a d o p o r el d e s e o d e e n t r a r e n r e l a c i ó n c o n los m u e r t o s y d e l l e g a r a e n c o n t r a r s u « s u b s t a n c i a c o r r u p t i b l e » . L o s d o c u m e n t o s , p a r a él, e r a n voces q u e h a b í a q u e escuchar. Q u e r í a rendir plena justicia a sus a u t o r e s , c u m p l i e n d o , c o m o signo d e r e s p e t o hacia e l l o s , u n « g e s t o r e p a r a d o r » , q u e c o n s i s t í a e n d e s v e l a r el s e n t i d o p r o f u n d o d e su e x i s t e n c i a y d e v o l v e r l e s u n a v i d a p l e n a : «He hablado del oficio que ocupa Camoens en la orilla mortífera de la India: administrador del bien de los fallecidos. Sí, cada muerto deja un pequeño bien, su memoria, y quiere que sea cuidada. Para aquel que no tiene amigos, la magistratura debe suplirlos. Porque la ley y la justicia son más seguras que nuestra ternura olvidadiza; muy pronto se secan nuestras lágrimas. 117

La historia es esta magistratura. Y los muertos son, utilizando las palabras del-derecho romano, miserabiles personae, de los que debe preo- cuparse el magistrado. E n mi carrera, nunca he perdido de vista este deber de historiador. H e dado a muchos muertos demasiado olvidados asistencia, asistencia que yo mismo necesitaré. Les he exhumado y dado una segunda vida. A muchos de ellos les he hecho nacer yo, ya que carecieron de vida en su momento. Otros nacieron un poco antes de que nuevas y sobrecogedoras circunstancias los destruyeran, aniquilando su memoria (ejemplo, los héroes protestantes muertos antes del brillante y desmemoriado siglo XVIII, antes de Voltaire y Montesqüieu). La historia acoge y renueva las glorias desheredadas; da vida a los muertos, los resucita» (histoire du XIX' siécle, tomo n, «El directorio», prefacio (p. 11), citado por R. Barthes). N o h a y r e s u r r e c c i ó n p o s i b l e si n o se d e v u e l v e a l o s d i f u n t o s su « c o m plexión», su circulación s a n g u í n e a y la t e x t u r a viva d e su piel. L o s r e t r a t o s d e M i c h e l e t n o s o n el r e s u l t a d o d e m e d i t a d a e l a b o r a c i ó n ; p o r el c o n t r a r i o , los e s b o z a r á p i d a m e n t e y u n o o d o s a d j e t i v o s b a s t a n p a r a e v o c a r lo e s e n cial d e l i n d i v i d u o , a e x p e n s a s d e su a n a t o m í a . V e m o s desfilar así, e n u n a especie de m u s e o Grevin, a Luis X V , seco c o m o u n s a r m i e n t o ; a Luis XVT, pálido y graso; a Napoleón, amarillo y cerúleo; a un Robespierre-gato, en contraste con u n Marat-sapo: «El personaje tenebroso se colocó al sol, sonriendo con su vasta boca. Su presencia en la tribuna agitó a todo el mundo: parecía sucio. Su rostro ancho y plano, que apenas se destacaba del cráneo y del cuerpo; sus manos gruesas, ordinarias, posadas sobre la tribuna; sus ojos saltones no parecían corresponderse con la idea de un hombre, sino más bien con la de un sapo...» (Histoire de la Révolution, tomo IV, libro III, cap. 3). E n c u a n t o a las m u j e r e s , u n a s s o n d u l z o n a s , o t r a s e v o c a n la m a n t e q u i lla, o l a c r e m a b l a n d a ( M m e . d e P o m p a d o u r ) o «el a g u a e s t a n c a d a , c o m o u n p a n t a n o s o s p e c h o s o » (la d u q u e s a d e O r l e a n s ) ( ¡ ! ) . C a d a u n o d e e s t o s p e r s o n a j e s t i e n e su a t r a c t i v o , o b i e n s u s c i t a r e p u l s i ó n , d e p e n d i e n t e s u n o u o t r o t a n t o d e s u e p i d e r m i s c o m o d e las c o n v i c c i o n e s p o l í t i c a s d e M i c h e l e t ( r e c o r d e m o s q u e la m o n a r q u í a es s i n ó n i m o d e v a n i d a d , d e s a n g r e a g o t a da). Sus actores históricos m a n t i e n e n relaciones de tipo pasional o e r ó t i c o , d i g n a s d e las m e j o r e s e v o c a c i o n e s n o v e l e s c a s . C u a n d o r e l a t a el m a t r i m o nio d e N a p o l e ó n y M a r í a Luisa, Michelet d a libre curso a su d e s b o r d a n t e i m a g i n a c i ó n y a sus f a n t a s m a s : «Fue un sacrificio h u m a n o . María Luisa, a pesar del esplendor de su sangre y de la frescura de sus veinte años, parecía muerta. E r a entregada al Minotauro, al gran enemigo de su familia, al asesino del duque de Enghien. ¿No iba a devorarla? (...) Su amarilla piel de corso se había vuelto, a causa de la grasa, blanquecina, fantasmagórica. A la hija del Norte, una rosa (una rosa un tanto vulgar, según la descripción que de ella hace Prud'hon), le producía espanto su contacto» (Histoire du XIX' siécle, tomo III, libro IV, cap. 8). E n las m u c h a s citas d e las l í n e a s a n t e r i o r e s y a lo h e m o s v i s t o : M i c h e l e t 118

e s t á o b s e s i o n a d o p o r la s a n g r e , q u e es p a r a él l a « s u b s t a n c i a c a r d i n a l d e l a h i s t o r i a » . R o l a n d B a r t h e s h a h e c h o u n a s u g e s t i v a clasificación d e las s a n gres de los h é r o e s d e M i c h e l e t . L a valiente h e r m a n a M a r g a r i t a M a r í a d e A l a c o q u e , p r o p a g a n d i s t a d e l a d e v o c i ó n al S a g r a d o C o r a z ó n d e J e s ú s , a fin a l e s d e l siglo XVII, e s t á a f e c t a d a p o r u n e x c e s o d e s a n g r e : «Las Salesas, como es sabido, esperaban la visita del E s p o s o , y se llamaban Hijas del Corazón de Jesús. Pero el Esposo no llegaba. La adoración del Corazón (pero del Corazón de María) había surgido en Normandía con poco éxito. Pero en la espirituosa Borgoña, donde sexo y sangre son exuberantes, u n a muchacha borgoñona, religiosa salesa de Paray, recibió la visita prometida, y Jesús le permitió besar las llagas de su corazón sangrante. Margarita María de Alacoque (era su n o m b r e ) , con la palidez de la madrugada debida al frío régimen conventual, no se había abatido. Tardíamente enclaustrada, en la plenitud de la vida y de la juventud, la pobre muchacha era víctima de su sangre pletórica. Cada mes había que sangrarla. Y , a pesar de ello, no dejó de tener, a los veintisiete años, un éxtasis supremo de celeste felicidad. Fuera de sí misma, se confesó de ello con su abadesa, mujer hábil que tuvo la osadía de extender un contrato de matrimonio entre Jesús y Margarita María de Alacoque, la cual firmó con su sangre. La superiora firmó osadamente por Jesús. Lo más fuerte del caso es que hubo nupcias. A partir de entonces,- cada mes, la esposa fue visitada por el Esposo» (Histoire de France, t o m o XIII, cap. 15). E n cambio, Carlos X I I d e Suecia y Saint-Just tuvieron una sangre «pál i d a y s e c a » , y R o b e s p i e r r e u n a s a n g r e i n s í p i d a q u e c o n t r a s t a c o n la m u y g e n e r o s a d e las m u j e r e s d e T h e r m i d o r q u e a s i s t e n a su e j e c u c i ó n , las c u a les « o f r e c í a n u n e s p e c t á c u l o i n t o l e r a b l e . I m p ú d i c a s , m e d i o d e s n u d a s b a j o p r e t e x t o d e q u e e r a j u l i o , c a r g a d a s d e flores sus g a r g a n t a s , a c o d a d a s s o b r e t e r c i o p e l o s , c o n m e d i o c u e r p o i n c l i n a d o s o b r e l a rué S a i n t H o n o r é , r o d e a d a s d e h o m b r e s s i t u a d o s a sus e s p a l d a s 7 " c n i l l a b a n : ¡ A m u e r t e , a l a g u i l l o t i n a ! » E l v i s i o n a r i o M i c h e l e t e s a s a l t a d o p o r los f a n t a s m a s d e l a s a n g r e d e r r a m a d a , lo m i s m o c u a n d o las m a t a n z a s d e S a n B a r t o l o m é q u e c u a n d o l a s d e l o s l e p r o s o s y a p e s t a d o s d e l « t e r r i b l e siglo x r v » , y, m u y e s p e c i a l m e n t e , c u a n d o las d e s e p t i e m b r e . E n c o n c l u s i ó n , p o d e m o s p r e g u n t a r n o s si M i c h e l e t , d a d a s u p e r c e p c i ó n ¿ ~ s e l e c t i v a y p a r t i d i s t a d e l p a s a d o , s e h a l i m i t a d o a m i m a r el s u e ñ o d e l a . r e s u r r e c c i ó n d e l a v i d a i n t e g r a l . L a r e s p u e s t a es q u e , a p e s a r d e s u s limit a c i o n e s , h a r e a l i z a d o , p a r c i a l m e n t e , su p r o y e c t o . P o s e y ó , i n d u d a b l e m e n t e , el s e n t i d o d e las g r a d e s f u e r z a s c o l e c t i v a s e n la o b r a d e l a h i s t o r i a . Su h é r o e p o r e x c e l e n c i a e s el p u e b l o , t é n r á n o m á g i c o , a c u y a i n v o c a c i ó n se r e s u e l v e n las c o n t r a d i c c i o n e s y se r e a b s o r b e n las o p o s i c i o n e s , y a s e a n d e e d a d , clase o sexo. E l p u e b l o es a n d r ó g i n o , masculino y f e m e n i n o a la vez, p o r q u e a s o c i a i n t e l i g e n c i a e i n t u i c i ó n . E s u n n i ñ o p o r sus a s p i r a c i o n e s e í m p e t u s ; u n v i e j o p o r su s a b i d u r í a , f r u t o d e la e x p e r i e n c i a . E s u n « p o t e n c i a l d e calor», u n a matriz, un seno: «En la nacionalidad, como en la geología, el calor está debajo. Descended, comprobaréis que el calor aumenta; en las capas interiores hay fuego. Los pobres aman a Francia por obligación, porque tienen deberes ha119

La historia es esta magistratura. Y los muertos son, utilizando las palabras del-derecho romano, miserabiles personae, de los que debe preo- cuparse el magistrado. E n mi carrera, nunca he perdido de vista este deber de historiador. H e dado a muchos muertos demasiado olvidados asistencia, asistencia que yo mismo necesitaré. Les he exhumado y dado una segunda vida. A muchos de ellos les he hecho nacer yo, ya que carecieron de vida en su momento. Otros nacieron un poco antes de que nuevas y sobrecogedoras circunstancias los destruyeran, aniquilando su memoria (ejemplo, los héroes protestantes muertos antes del brillante y desmemoriado siglo XVIII, antes de Voltaire y Montesqüieu). La historia acoge y renueva las glorias desheredadas; da vida a los muertos, los resucita» (histoire du XIX' siécle, tomo n, «El directorio», prefacio (p. 11), citado por R. Barthes). N o h a y r e s u r r e c c i ó n p o s i b l e si n o se d e v u e l v e a l o s d i f u n t o s su « c o m plexión», su circulación s a n g u í n e a y la t e x t u r a viva d e su piel. L o s r e t r a t o s d e M i c h e l e t n o s o n el r e s u l t a d o d e m e d i t a d a e l a b o r a c i ó n ; p o r el c o n t r a r i o , los e s b o z a r á p i d a m e n t e y u n o o d o s a d j e t i v o s b a s t a n p a r a e v o c a r lo e s e n cial d e l i n d i v i d u o , a e x p e n s a s d e su a n a t o m í a . V e m o s desfilar así, e n u n a especie de m u s e o Grevin, a Luis X V , seco c o m o u n s a r m i e n t o ; a Luis XVT, pálido y graso; a Napoleón, amarillo y cerúleo; a un Robespierre-gato, en contraste con u n Marat-sapo: «El personaje tenebroso se colocó al sol, sonriendo con su vasta boca. Su presencia en la tribuna agitó a todo el mundo: parecía sucio. Su rostro ancho y plano, que apenas se destacaba del cráneo y del cuerpo; sus manos gruesas, ordinarias, posadas sobre la tribuna; sus ojos saltones no parecían corresponderse con la idea de un hombre, sino más bien con la de un sapo...» (Histoire de la Révolution, tomo IV, libro III, cap. 3). E n c u a n t o a las m u j e r e s , u n a s s o n d u l z o n a s , o t r a s e v o c a n la m a n t e q u i lla, o l a c r e m a b l a n d a ( M m e . d e P o m p a d o u r ) o «el a g u a e s t a n c a d a , c o m o u n p a n t a n o s o s p e c h o s o » (la d u q u e s a d e O r l e a n s ) ( ¡ ! ) . C a d a u n o d e e s t o s p e r s o n a j e s t i e n e su a t r a c t i v o , o b i e n s u s c i t a r e p u l s i ó n , d e p e n d i e n t e s u n o u o t r o t a n t o d e s u e p i d e r m i s c o m o d e las c o n v i c c i o n e s p o l í t i c a s d e M i c h e l e t ( r e c o r d e m o s q u e la m o n a r q u í a es s i n ó n i m o d e v a n i d a d , d e s a n g r e a g o t a da). Sus actores históricos m a n t i e n e n relaciones de tipo pasional o e r ó t i c o , d i g n a s d e las m e j o r e s e v o c a c i o n e s n o v e l e s c a s . C u a n d o r e l a t a el m a t r i m o nio d e N a p o l e ó n y M a r í a Luisa, Michelet d a libre curso a su d e s b o r d a n t e i m a g i n a c i ó n y a sus f a n t a s m a s : «Fue un sacrificio h u m a n o . María Luisa, a pesar del esplendor de su sangre y de la frescura de sus veinte años, parecía muerta. E r a entregada al Minotauro, al gran enemigo de su familia, al asesino del duque de Enghien. ¿No iba a devorarla? (...) Su amarilla piel de corso se había vuelto, a causa de la grasa, blanquecina, fantasmagórica. A la hija del Norte, una rosa (una rosa un tanto vulgar, según la descripción que de ella hace Prud'hon), le producía espanto su contacto» (Histoire du XIX' siécle, tomo III, libro IV, cap. 8). E n las m u c h a s citas d e las l í n e a s a n t e r i o r e s y a lo h e m o s v i s t o : M i c h e l e t 118

e s t á o b s e s i o n a d o p o r la s a n g r e , q u e es p a r a él l a « s u b s t a n c i a c a r d i n a l d e l a h i s t o r i a » . R o l a n d B a r t h e s h a h e c h o u n a s u g e s t i v a clasificación d e las s a n gres de los h é r o e s d e M i c h e l e t . L a valiente h e r m a n a M a r g a r i t a M a r í a d e A l a c o q u e , p r o p a g a n d i s t a d e l a d e v o c i ó n al S a g r a d o C o r a z ó n d e J e s ú s , a fin a l e s d e l siglo XVII, e s t á a f e c t a d a p o r u n e x c e s o d e s a n g r e : «Las Salesas, como es sabido, esperaban la visita del E s p o s o , y se llamaban Hijas del Corazón de Jesús. Pero el Esposo no llegaba. La adoración del Corazón (pero del Corazón de María) había surgido en Normandía con poco éxito. Pero en la espirituosa Borgoña, donde sexo y sangre son exuberantes, u n a muchacha borgoñona, religiosa salesa de Paray, recibió la visita prometida, y Jesús le permitió besar las llagas de su corazón sangrante. Margarita María de Alacoque (era su n o m b r e ) , con la palidez de la madrugada debida al frío régimen conventual, no se había abatido. Tardíamente enclaustrada, en la plenitud de la vida y de la juventud, la pobre muchacha era víctima de su sangre pletórica. Cada mes había que sangrarla. Y , a pesar de ello, no dejó de tener, a los veintisiete años, un éxtasis supremo de celeste felicidad. Fuera de sí misma, se confesó de ello con su abadesa, mujer hábil que tuvo la osadía de extender un contrato de matrimonio entre Jesús y Margarita María de Alacoque, la cual firmó con su sangre. La superiora firmó osadamente por Jesús. Lo más fuerte del caso es que hubo nupcias. A partir de entonces,- cada mes, la esposa fue visitada por el Esposo» (Histoire de France, t o m o XIII, cap. 15). E n cambio, Carlos X I I d e Suecia y Saint-Just tuvieron una sangre «pál i d a y s e c a » , y R o b e s p i e r r e u n a s a n g r e i n s í p i d a q u e c o n t r a s t a c o n la m u y g e n e r o s a d e las m u j e r e s d e T h e r m i d o r q u e a s i s t e n a su e j e c u c i ó n , las c u a les « o f r e c í a n u n e s p e c t á c u l o i n t o l e r a b l e . I m p ú d i c a s , m e d i o d e s n u d a s b a j o p r e t e x t o d e q u e e r a j u l i o , c a r g a d a s d e flores sus g a r g a n t a s , a c o d a d a s s o b r e t e r c i o p e l o s , c o n m e d i o c u e r p o i n c l i n a d o s o b r e l a rué S a i n t H o n o r é , r o d e a d a s d e h o m b r e s s i t u a d o s a sus e s p a l d a s 7 " c n i l l a b a n : ¡ A m u e r t e , a l a g u i l l o t i n a ! » E l v i s i o n a r i o M i c h e l e t e s a s a l t a d o p o r los f a n t a s m a s d e l a s a n g r e d e r r a m a d a , lo m i s m o c u a n d o las m a t a n z a s d e S a n B a r t o l o m é q u e c u a n d o l a s d e l o s l e p r o s o s y a p e s t a d o s d e l « t e r r i b l e siglo x r v » , y, m u y e s p e c i a l m e n t e , c u a n d o las d e s e p t i e m b r e . E n c o n c l u s i ó n , p o d e m o s p r e g u n t a r n o s si M i c h e l e t , d a d a s u p e r c e p c i ó n ¿ ~ s e l e c t i v a y p a r t i d i s t a d e l p a s a d o , s e h a l i m i t a d o a m i m a r el s u e ñ o d e l a . r e s u r r e c c i ó n d e l a v i d a i n t e g r a l . L a r e s p u e s t a es q u e , a p e s a r d e s u s limit a c i o n e s , h a r e a l i z a d o , p a r c i a l m e n t e , su p r o y e c t o . P o s e y ó , i n d u d a b l e m e n t e , el s e n t i d o d e las g r a d e s f u e r z a s c o l e c t i v a s e n la o b r a d e l a h i s t o r i a . Su h é r o e p o r e x c e l e n c i a e s el p u e b l o , t é n r á n o m á g i c o , a c u y a i n v o c a c i ó n se r e s u e l v e n las c o n t r a d i c c i o n e s y se r e a b s o r b e n las o p o s i c i o n e s , y a s e a n d e e d a d , clase o sexo. E l p u e b l o es a n d r ó g i n o , masculino y f e m e n i n o a la vez, p o r q u e a s o c i a i n t e l i g e n c i a e i n t u i c i ó n . E s u n n i ñ o p o r sus a s p i r a c i o n e s e í m p e t u s ; u n v i e j o p o r su s a b i d u r í a , f r u t o d e la e x p e r i e n c i a . E s u n « p o t e n c i a l d e calor», u n a matriz, un seno: «En la nacionalidad, como en la geología, el calor está debajo. Descended, comprobaréis que el calor aumenta; en las capas interiores hay fuego. Los pobres aman a Francia por obligación, porque tienen deberes ha119

cia ella; los ricos la aman porque les pertenece, por reconocimiento. El patriotismo de los primeros es un sentimiento de deber; el de los segundos es un sentimiento de exigencia, la pretensión de un derecho. El campesino, ya lo hemos dicho, se ha desposado en legítimo matrimonio con Francia; es su mujer, para siempre; vive con ella. Para el obrero, es su hermosa querida; no posee nada, pero tiene su Francia, su noble pasado, su gloria. Liberado de las ideas locales, adora la gran unidad. Para que se debilite en él este sentimiento hace falta ser muy miserable, hallarse envilecido por el hambre y el trabajo; de otra forma nunca llega a extinguirse en él tal sentimiento» (Le peuple, I, cap. 8). E l p u e b l o , q u e h a i d o e m e r g i e n d o p r o g r e s i v a m e n t e a t r a v é s d e la h i s t o r i a , t i e n e la v o c a c i ó n d e c o n g r e g a r a t o d o el m u n d o . E f e c t i v a m e n t e , s e r p u e b l o es a n t e t o d o u n e s t a d o d e e s p í r i t u : « Y o soy p u e b l o , t e n g o al p u e b l o en m i c o r a z ó n . » H a y q u e s u m e r g i r s e e n é l , v i b r a r c o n é l , e s p e c i a l m e n t e al r e l a t a r lo o c u r r i d o e n los a ñ o s q u e v a n d e 1789 a 1792. M i c h e l e t h a s i d o el p r i m e r o e n r e c o n o c e r la i m p o r t a n c i a d e c i s i v a d e las m a s a s e n la h i s t o r i a . U n p o d e r o s o h á l i t o , el g r a n d i o s o v i e n t o d e la f r a t e r n i d a d d e m o c r á t i c a , r e c o r r e t o d o su r e l a t o d e la R e v o l u c i ó n . P o r q u e a m a al p u e b l o , s a b e a p r e ciar c o n j u s t i c i a , y sin e x c e s i v a c o m p l a c e n c i a , su c o m p o r t a m i e n t o . C u a n d o r e l a t a las m a t a n z a s d e s e p t i e m b r e , a n a l i z a d e f o r m a b a s t a n t e c o n v i n c e n t e la p s i c o l o g í a d e los c o m e r c i a n t e s e n b a n c a r r o t a , q u e e n g r o s a n las filas d e los m a t o n e s , y l a d e la m u c h e d u m b r e , d e s e o s a d e b a r r e r d e P a r í s la p l a g a c o n t r a r r e v o l u c i o n a r i a , p e r o s i e m p r e d i s p u e s t a a e n t e r n e c e r s e c u a n d o el trib u n a l p r o n u n c i a u n a a b s o l u c i ó n . P u e b l o v e r s á t i l , b l a n d o d e c o r a z ó n y olv i d a d i z o a la v e z ( . . . ) . C u a n d o r e l a t a los inicios d e l a i n s u r r e c c i ó n m o n á r q u i c a d e la V e n d é e e n 1 7 9 3 , M i c h e l e t « s i e n t e » el c o m p o r t a m i e n t o d e l o s c a m p e s i n o s c o n m u c h o a c i e r t o y n o d i s i m u l a el rigor d e l a l e y d e r e q u i s i c i ó n , p e r o , al m i s m o t i e m p o , d e n u n c i a la p r o p a g a n d a y las m a n i p u l a c i o n e s del c l e r o o b s c u r a n t i s t a , y c e l e b r a , c o n e m o c i ó n , a los m á r t i r e s r e p u b l i c a n o s : «El clero, después de cuatro años, a pesar de su rabia y de su violencia, no conseguía atraerse a las masas. Más furioso que convencido, no hallaba los medios, sencillos y poderosos, capaces de conmover la fibra sensible del pueblo. No bastaba con proclamar y comentar las bulas pontificias; el Papa estaba en R o m a y quedaba muy lejos de la V e n d é e . A p e nas había milagros. Por sencillo que fuera el pueblo, no resulta arriesgado pensar que muchos tenían sus dudas. Sus artimañas turbaban a unos y volvían tibios a otros. Cathelineau imaginó algo ingenuo y leal que produjo mayor impresión que todas las mentiras juntas: en las procesiones en las que se portaba la cruz, las parroquias de los curas juramentados llevarían su Cristo envuelto en crespones negros. Tuvo u n efecto inmenso. Todas las mujeres sencillas lloraban viendo a Cristo de esta manera humillado, sufriendo la Pasión por segunda vez (...). ¡Qué reproche a la dureza, a la insensibilidad de los hombres, capaces de soportar la cautividad de Nuestro Señor! (...). Los hombres se acusaban, se hacían recíprocos reproches. Ocasionó celos y rivalidades entre los pueblos próximos. Los que sentían vergüenza de no sacar a su Cristo con el rostro descubierto eran vilipendiados públicamente por el resto como cobardes que soportaban tiranía (...). La ley de la requisición había intensificado el odio del campesino contra Cholet, contra las ciudades en general, contra los ayuntamientos. En virtud de esta ley, la Convención imponía a los funcionarios municipales 120

la terrible carga de improvisar un ejército, personal y material, hombres y cosas, todo. Les otorgaba el derecho de conseguir los reclutamientos y también el equipamiento, la indumentaria y los transportes. Se decía que la República iba a requisar ios animales (...). ¡Tocar a los bueyes! ¡Dios omnipotente! (...) Eso bastaba para tomar las armas. La ley de la requisición autorizaba a los comunes a resolver entre ellos mismos cómo formar el contingente total. Si un muchacho era muy necesario en su familia, la municipalidad lo dejaba en ella y tomaba otro. Precisamente la arbitrariedad del sistema multiplicaba las disputas. Parecía que la Convención, debido a lo imprudente de esta ley, hubiera hecho un llamamiento general a la discusión. Las autoridades municipales no sabían a quién escuchar. Se injuriaba y se amenazaba p o r igual a los republicanos y a los monárquicos. U n municipal monárquico a quien los campesinos querían liquidar, les decía: " ¿ Q u e os creéis? (...) jamás encontraréis otro que sea más aristócrata." El día 10 explotaron los odios, atroces en Machecoul. Tocaban a rebato cuando u n a enorme masa rural caía sobre la pequeña ciudad. Los patriotas se echaron a la calle intrépidamente, doscientos hombres frente a muchos miles. L a multitud pasó p o r encima de sus cuerpos. E n t r ó como una m a r e a apoderándose de todo. E r a u n domingo; llegaban con el propósito de vengarse y divertirse. Por diversión, crucificaron de cien formas al cura constitucional. L e mataron a golpes, infligidos sólo en la cara. Después se dedicaron a la caza de los patriotas» (Scénes de la Révolution Frangaise).

C a n t o r d e l p u e b l o , d e s u s s u f r i m i e n t o s y d e sus t r i u n f o s , M i c h e l e t s u p o e n c o n t r a r e s p a c i o e n s u h i s t o r i a p a r a d e s c r i b i r el m e d i o g e o g r á f i c o y c l i m á t i c o y las i n t e r a c c i o n e s e n t r e l o s c u e r p o s y el m e d i o . S e i n t e r e s a n o s ó l o p o r l a e n t i d a d d e l p u e b l o , s i n o p o r las c o n d i c i o n e s d e la v i d a c o n c r e t a d e las m a s a s . D e d i c a s u a t e n c i ó n al p r e s u p u e s t o f a m i l i a r , a s u a l i m e n t a c i ó n e i n d u m e n t a r i a , c o n sus c o n n o t a c i o n e s s o c i a l e s . T a m b i é n se i n t e r e s a p o r t o d o lo q u e h a s t a e n t o n c e s h a b í a q u e d a d o a h r a a r g e n d e l a s o c i e d a d y d e l a n á fisis h i s t ó r i c o : l o i r r a c i o n a l , l a h e r e j í a , l o s m a l e f i c i o s , l o s p r o s c r i t o s y los m a r g i n a d o s , la c u l t u r a p o p u l a r . . . E n e s t e a s p e c t o p u e d e ser c o n s i d e r a d o c o m o el p r e c u r s o r d i r e c t o d e t o d a u n a l í n e a d e h i s t o r i a d o r e s a c t u a l e s q u e s e d e d i c a n a h a c e r r e s u r g i r t o d o c u a n t o fue o b j e t o d e r e c h a z o e n el p a s a d o . 5

DOCUMENTO Prefacio a la historia d e F r a n c i a , 1869 E s t a o b r a , e l a b o r a d a d u r a n t e c u a r e n t a a ñ o s , fue c o n c e b i d a e n u n i n s tante, en u n relampaguear del m e s de julio. E n aquellos m e m o r a b l e s días, se h i z o la l u z , i n t e n s í s i m a , y v i a F r a n c i a . F r a n c i a t e n í a anales, p e r o n o historia. H o m b r e s e m i n e n t e s la h a b í a n est u d i a d o , s o b r e t o d o d e s d e el p u n t o d e vista político. N i n g u n o la h a b í a p e -

5

Entre las obras más significativas de esta corriente Mstoriográfica merecen citarse los trabajos de C. Ginzburg, Le Fromage et les Vers (1980) y Les Batalles noctumes (1980). Del primero hay traducción al castellano en Muchnik, Barcelona. 121

cia ella; los ricos la aman porque les pertenece, por reconocimiento. El patriotismo de los primeros es un sentimiento de deber; el de los segundos es un sentimiento de exigencia, la pretensión de un derecho. El campesino, ya lo hemos dicho, se ha desposado en legítimo matrimonio con Francia; es su mujer, para siempre; vive con ella. Para el obrero, es su hermosa querida; no posee nada, pero tiene su Francia, su noble pasado, su gloria. Liberado de las ideas locales, adora la gran unidad. Para que se debilite en él este sentimiento hace falta ser muy miserable, hallarse envilecido por el hambre y el trabajo; de otra forma nunca llega a extinguirse en él tal sentimiento» (Le peuple, I, cap. 8). E l p u e b l o , q u e h a i d o e m e r g i e n d o p r o g r e s i v a m e n t e a t r a v é s d e la h i s t o r i a , t i e n e la v o c a c i ó n d e c o n g r e g a r a t o d o el m u n d o . E f e c t i v a m e n t e , s e r p u e b l o es a n t e t o d o u n e s t a d o d e e s p í r i t u : « Y o soy p u e b l o , t e n g o al p u e b l o en m i c o r a z ó n . » H a y q u e s u m e r g i r s e e n é l , v i b r a r c o n é l , e s p e c i a l m e n t e al r e l a t a r lo o c u r r i d o e n los a ñ o s q u e v a n d e 1789 a 1792. M i c h e l e t h a s i d o el p r i m e r o e n r e c o n o c e r la i m p o r t a n c i a d e c i s i v a d e las m a s a s e n la h i s t o r i a . U n p o d e r o s o h á l i t o , el g r a n d i o s o v i e n t o d e la f r a t e r n i d a d d e m o c r á t i c a , r e c o r r e t o d o su r e l a t o d e la R e v o l u c i ó n . P o r q u e a m a al p u e b l o , s a b e a p r e ciar c o n j u s t i c i a , y sin e x c e s i v a c o m p l a c e n c i a , su c o m p o r t a m i e n t o . C u a n d o r e l a t a las m a t a n z a s d e s e p t i e m b r e , a n a l i z a d e f o r m a b a s t a n t e c o n v i n c e n t e la p s i c o l o g í a d e los c o m e r c i a n t e s e n b a n c a r r o t a , q u e e n g r o s a n las filas d e los m a t o n e s , y l a d e la m u c h e d u m b r e , d e s e o s a d e b a r r e r d e P a r í s la p l a g a c o n t r a r r e v o l u c i o n a r i a , p e r o s i e m p r e d i s p u e s t a a e n t e r n e c e r s e c u a n d o el trib u n a l p r o n u n c i a u n a a b s o l u c i ó n . P u e b l o v e r s á t i l , b l a n d o d e c o r a z ó n y olv i d a d i z o a la v e z ( . . . ) . C u a n d o r e l a t a los inicios d e l a i n s u r r e c c i ó n m o n á r q u i c a d e la V e n d é e e n 1 7 9 3 , M i c h e l e t « s i e n t e » el c o m p o r t a m i e n t o d e l o s c a m p e s i n o s c o n m u c h o a c i e r t o y n o d i s i m u l a el rigor d e l a l e y d e r e q u i s i c i ó n , p e r o , al m i s m o t i e m p o , d e n u n c i a la p r o p a g a n d a y las m a n i p u l a c i o n e s del c l e r o o b s c u r a n t i s t a , y c e l e b r a , c o n e m o c i ó n , a los m á r t i r e s r e p u b l i c a n o s : «El clero, después de cuatro años, a pesar de su rabia y de su violencia, no conseguía atraerse a las masas. Más furioso que convencido, no hallaba los medios, sencillos y poderosos, capaces de conmover la fibra sensible del pueblo. No bastaba con proclamar y comentar las bulas pontificias; el Papa estaba en R o m a y quedaba muy lejos de la V e n d é e . A p e nas había milagros. Por sencillo que fuera el pueblo, no resulta arriesgado pensar que muchos tenían sus dudas. Sus artimañas turbaban a unos y volvían tibios a otros. Cathelineau imaginó algo ingenuo y leal que produjo mayor impresión que todas las mentiras juntas: en las procesiones en las que se portaba la cruz, las parroquias de los curas juramentados llevarían su Cristo envuelto en crespones negros. Tuvo u n efecto inmenso. Todas las mujeres sencillas lloraban viendo a Cristo de esta manera humillado, sufriendo la Pasión por segunda vez (...). ¡Qué reproche a la dureza, a la insensibilidad de los hombres, capaces de soportar la cautividad de Nuestro Señor! (...). Los hombres se acusaban, se hacían recíprocos reproches. Ocasionó celos y rivalidades entre los pueblos próximos. Los que sentían vergüenza de no sacar a su Cristo con el rostro descubierto eran vilipendiados públicamente por el resto como cobardes que soportaban tiranía (...). La ley de la requisición había intensificado el odio del campesino contra Cholet, contra las ciudades en general, contra los ayuntamientos. En virtud de esta ley, la Convención imponía a los funcionarios municipales 120

la terrible carga de improvisar un ejército, personal y material, hombres y cosas, todo. Les otorgaba el derecho de conseguir los reclutamientos y también el equipamiento, la indumentaria y los transportes. Se decía que la República iba a requisar ios animales (...). ¡Tocar a los bueyes! ¡Dios omnipotente! (...) Eso bastaba para tomar las armas. La ley de la requisición autorizaba a los comunes a resolver entre ellos mismos cómo formar el contingente total. Si un muchacho era muy necesario en su familia, la municipalidad lo dejaba en ella y tomaba otro. Precisamente la arbitrariedad del sistema multiplicaba las disputas. Parecía que la Convención, debido a lo imprudente de esta ley, hubiera hecho un llamamiento general a la discusión. Las autoridades municipales no sabían a quién escuchar. Se injuriaba y se amenazaba p o r igual a los republicanos y a los monárquicos. U n municipal monárquico a quien los campesinos querían liquidar, les decía: " ¿ Q u e os creéis? (...) jamás encontraréis otro que sea más aristócrata." El día 10 explotaron los odios, atroces en Machecoul. Tocaban a rebato cuando u n a enorme masa rural caía sobre la pequeña ciudad. Los patriotas se echaron a la calle intrépidamente, doscientos hombres frente a muchos miles. L a multitud pasó p o r encima de sus cuerpos. E n t r ó como una m a r e a apoderándose de todo. E r a u n domingo; llegaban con el propósito de vengarse y divertirse. Por diversión, crucificaron de cien formas al cura constitucional. L e mataron a golpes, infligidos sólo en la cara. Después se dedicaron a la caza de los patriotas» (Scénes de la Révolution Frangaise).

C a n t o r d e l p u e b l o , d e s u s s u f r i m i e n t o s y d e sus t r i u n f o s , M i c h e l e t s u p o e n c o n t r a r e s p a c i o e n s u h i s t o r i a p a r a d e s c r i b i r el m e d i o g e o g r á f i c o y c l i m á t i c o y las i n t e r a c c i o n e s e n t r e l o s c u e r p o s y el m e d i o . S e i n t e r e s a n o s ó l o p o r l a e n t i d a d d e l p u e b l o , s i n o p o r las c o n d i c i o n e s d e la v i d a c o n c r e t a d e las m a s a s . D e d i c a s u a t e n c i ó n al p r e s u p u e s t o f a m i l i a r , a s u a l i m e n t a c i ó n e i n d u m e n t a r i a , c o n sus c o n n o t a c i o n e s s o c i a l e s . T a m b i é n se i n t e r e s a p o r t o d o lo q u e h a s t a e n t o n c e s h a b í a q u e d a d o a h r a a r g e n d e l a s o c i e d a d y d e l a n á fisis h i s t ó r i c o : l o i r r a c i o n a l , l a h e r e j í a , l o s m a l e f i c i o s , l o s p r o s c r i t o s y los m a r g i n a d o s , la c u l t u r a p o p u l a r . . . E n e s t e a s p e c t o p u e d e ser c o n s i d e r a d o c o m o el p r e c u r s o r d i r e c t o d e t o d a u n a l í n e a d e h i s t o r i a d o r e s a c t u a l e s q u e s e d e d i c a n a h a c e r r e s u r g i r t o d o c u a n t o fue o b j e t o d e r e c h a z o e n el p a s a d o . 5

DOCUMENTO Prefacio a la historia d e F r a n c i a , 1869 E s t a o b r a , e l a b o r a d a d u r a n t e c u a r e n t a a ñ o s , fue c o n c e b i d a e n u n i n s tante, en u n relampaguear del m e s de julio. E n aquellos m e m o r a b l e s días, se h i z o la l u z , i n t e n s í s i m a , y v i a F r a n c i a . F r a n c i a t e n í a anales, p e r o n o historia. H o m b r e s e m i n e n t e s la h a b í a n est u d i a d o , s o b r e t o d o d e s d e el p u n t o d e vista político. N i n g u n o la h a b í a p e -

5

Entre las obras más significativas de esta corriente Mstoriográfica merecen citarse los trabajos de C. Ginzburg, Le Fromage et les Vers (1980) y Les Batalles noctumes (1980). Del primero hay traducción al castellano en Muchnik, Barcelona. 121

n e t r a d o e n los infinitos d e t a l l e s d e los m ú l t i p l e s d e s a r r o l l o s d e su a c t i v i d a d (religiosa, económica, artística, e t c . ) . N i n g u n o la h a b í a a b a r c a d o en la unid a d v i v a d e sus e l e m e n t o s n a t u r a l e s y g e o g r á f i c o s . Y o fui el p r i m e r o e n v e r la c o m o u n a l m a , c o m o u n a p e r s o n a . E l ilustre Sismondi, p e r s e v e r a n t e t r a b a j a d o r , h o n e s t o y juicioso, se elev a e x c e p c i o n a l m e n t e , e n sus a n a l e s p o l í t i c o s , a c o n c e p c i o n e s d e c o n j u n t o . P e r o , p o r o t r o l a d o , a p e n a s p e n e t r a e n las i n v e s t i g a c i o n e s e r u d i t a s . E l m i s m o confiesa lealmente (cuando escribe en G i n e b r a ) q u e carece d e actas y manuscritos P o r lo d e m á s , h a s t a 1830 ( i n c l u s o h a s t a 1 8 3 6 ) , n i n g u n o d e l o s n o t a b l e s historiadores d e esta é p o c a h a b í a sentido a ú n la necesidad d e buscar los h e c h o s , m á s allá d e los l i b r o s p u b l i c a d o s , e n las f u e n t e s p r i m i t i v a s , i n é d i t a s la m a y o r í a e n t o n c e s , q u e se h a l l a b a n e n los m a n u s c r i t o s d e n u e s t r a s bibliot e c a s y e n los d o c u m e n t o s d e n u e s t r o s a r c h i v o s . L a n o b l e p l é y a d e histórica i n t e g r a d a p o r los señores de B a r a n t e , G u i z o t , M i g n e t , T h i e r s , T h i e r r y , y q u e b r i l l a e n t r e 1820 y 1 8 3 0 , e n f o c a la h i s t o r i a d e s d e d i v e r s o s p u n t o s d e v i s t a e s p e c í f i c o s . U n o se p r e o c u p ó p o r el e l e m e n t o é t n i c o , o t r o p o r las i n s t i t u c i o n e s , e t c . , sin c o m p r e n d e r q u i z á c u a n difícil es aislar e s t o s e l e m e n t o s y c ó m o i n f l u y e n l o s u n o s e n los o t r o s . L a r a z a , p o r e j e m p l o , ¿ p e r m a n e c e i d é n t i c a sin sufrir l a i n f l u e n c i a d e las c o s t u m b r e s c a m b i a n t e s ? ¿ P u e d e n e s t u d i a r s e las i n s t i t u c i o n e s , sin t e n e r e n c u e n t a la h i s t o r i a d e las i d e a s y las m i l c i r c u n s t a n c i a s s o c i a l e s d e las q u e e m e r g e n ? L a s e s p e c i a l i d a d e s s o n s i e m p r e a l g o artificiales; p r e t e n d e n esclar e c e r a s p e c t o s d e t e r m i n a d o s , p e r o p u e d e n d a r n o s falsos p e r f i l e s y e q u i v o c a r n o s s o b r e el c o n j u n t o , p e r d i e n d o d e v i s t a l a a r m o n í a s u p e r i o r . L a v i d a es s o b e r a n a y m u y e x i g e n t e . N o es v e r d a d e r a m e n t e v i d a si n o es c o m p l e t a . S u s ó r g a n o s s o n s o l i d a r i o s l o s u n o s r e s p e c t o a los o t r o s y a c t ú a n c o n j u n t a m e n t e . N u e s t r a s f u n c i o n e s e s t á n v i n c u l a d a s y se s u p e r p o n e n las u n a s a las o t r a s . B a s t a q u e f a l t e u n a y las o t r a s d e j a r á n d e vivir. E n o t r o t i e m p o se c r e í a p o d e r aislar m e d i a n t e el e s c a l p e l o y s e g u i r a i s l a d a m e n t e c a d a u n o d e n u e s t r o s s i s t e m a s , p e r o n o es p o s i b l e p o r q u e t o d o i n f l u y e sobre todo. P o r t a n t o , o t o d o o n a d a . P a r a r e e n c o n t r a r la v i d a h i s t ó r i c a , h a y q u e s e g u i r l a p a c i e n t e m e n t e e n t o d a s sus v í a s , e n t o d a s sus f o r m a s , e n t o d o s sus e l e m e n t o s . P e r o t a m b i é n es n e c e s a r i o r e h a c e r y r e s t a b l e c e r , c o n m a y o r p a sión a ú n , el j u e g o d e t o d o e l l o , la a c c i ó n r e c í p r o c a d e las d i v e r s a s f u e r z a s e n u n p o d e r o s o m o v i m i e n t o q u e v o l v e r í a a ser la v i d a m i s m a . G é r i c a u l t , el m a e s t r o , c u y a g e n i a l i d a d sin d u d a n o m e h a sido d a d a , p e r o sí su v i o l e n c i a v o l u n t a d , n o se t u r b ó al e n t r a r e n el L o u v r e (el L o u v r e d e e n t o n c e s , q u e r e u n í a e n su s e n o t o d o el a r t e e u r o p e o ) . D i j o : « ¡ E s t á bien! Y o voy a rehacerlo.» M e d i a n t e rápidos esbozos iba t o m a n d o y aprop i á n d o s e l o t o d o . Y d e n o h a b e r t e n i d o l u g a r el a ñ o 1 8 1 5 , h u b i e r a c u m p l i d o su p a l a b r a . E s t o es p a s i ó n , l a furia d e la j u v e n t u d . M i p r o b l e m a histórico era m á s complicado a ú n , m á s p a v o r o s o , p o r q u e su o b j e t i v o e r a l a resurrección de la vida integral, n o e n su s u p e r f i c i e a p a r e n t e , s i n o e n sus o r g a n i s m o s i n t e r n o s y p r o f u n d o s . N i n g ú n n o m b r e p r u d e n t e lo h u b i e r a s o ñ a d o . F e l i z m e n t e y o n o lo e r a . U n a brillante m a ñ a n a del m e s de julio mi j o v e n corazón n o se espantó ante tal e m p r e s a s o b r e h u m a n a , a n t e su e n o r m e e s p e r a n z a , su p o t e n t e elect r i c i d a d . A c i e r t a s h o r a s n o e x i s t e n los o b s t á c u l o s . L a l l a m a l o simplifica 122

t o d o . M i l c o s a s i n t r i n c a d a s s e r e s u e l v e n , s e h a l l a n sus a u t é n t i c a s r e l a c i o n e s y (se a r m o n i z a n ) s e i l u m i n a n . M u c h o s r e s o r t e s , q u e a i s l a d o s s o n p e s a d o s e i n e r t e s , s e m u e v e n p o r sí m i s m o s si s o n e m p l a z a d o s e n e l c o n j u n t o . A l m e n o s é s t a fue m i f e , y e s t e a c t o d e f e , f u e r e c u a l f u e r e m i d e b i l i d a d , dio resultado. Se agitó a n t e mis ojos u n i n m e n s o m o v i m i e n t o . L a s m ú l t i p l e s f u e r z a s , n a t u r a l e s y a r t í s t i c a s , s e b u s c a r o n , se c o m b i n a r o n , c o n dific u l t a d e s al p r i n c i p i o . L o s m i e m b r o s d e l g r a n c u e r p o , p u e b l o s , r a z a s , c o m a r c a s , se r e c o m p u s i e r o n d e s d e e l m a r h a s t a el R h i n , h a s t a el R ó d a n o , h a s t a l o s A l p e s , y d e s f i l a r o n l o s siglos p o r la G a l i a y la F r a n c i a . T o d o s , a m i g o s , e n e m i g o s , d i r á n « q u é vivo e s t a b a » . P e r o ¿cuáles son los v e r d a d e r o s s i g n o s d e l a v i d a ? C o n c i e r t a d e s t r e z a se p u e d e c o n s e g u i r l a a n i m a c i ó n , u n a e s p e c i e d e c a l o r . P u e d e p a r e c e r q u e el g a l v a n i s m o , c o n s u s salt o s , sus f u e r z a s , sus c o n t r a s t e s l l a m a t i v o s , sus s o r p r e s a s y p e q u e ñ o s m i l a g r o s , v a m á s allá d e l a p r o p i a v i d a . P e r o l a v e r d a d e r a v i d a t i e n e u n s i g n o c o m p l e t a m e n t e diferente, su c o n t i n u i d a d . L a vida n a c e d e golpe, d u r a , crec e p l á c i d a m e n t e , l e n t a m e n t e , uno tenore. S u u n i d a d n o es c o m o l a d e u n a o b r a d e t e a t r o e n c i n c o a c t o s , s i n o la a r m ó n i c a i d e n t i d a d d e l a l m a ( e n s u desarrollo muchas veces inmenso). L a crítica m á s s e v e r a , si j u z g a el c o n j u n t o d e m i l i b r o , n o d e j a r á d e r e c o n o c e r m e e n él p o r l a f u e r z a d e l a v i d a . N o h a s i d o h i j o d e l a p r e c i p i t a c i ó n ; al m e n o s p o s e e el m é r i t o d e h a b e r s i d o e l a b o r a d o c o n l e n t i t u d . E l m é t o d o h a s i d o s i e m p r e e l m i s m o , d e s d e el p r i m e r o al ú l t i m o v o l u m e n ; i g u a l e n m i G e o g r a f í a q u e e n m i L u i s X V y e n m i R e v o l u c i ó n . Se s o s t i e n e n l a f o r m a y el c o l o r , lo q u e n o d e j a d e s e r e x c e p c i o n a l e n u n t r a b a j o q u e h a d u r a d o t a n t o s a ñ o s . S i e m p r e las m i s m a s c u a l i d a d e s y l o s m i s m o s d e f e c t o s . Si é s t o s h u b i e r a n d e s a p a r e c i d o , l a o b r a h u b i e r a p e r d i d o h o m o g e n e i d a d c o l o r , p e r s o n a l i d a d . T a l c u a l , es p r e f e r i b l e q u e s e m a n t e n g a a r m ó n i c a , u n todo vido. C u a n d o c o m e n z a b a m i o b r a , e x i s t í a u n l i b r o g e n i a l , el d e T h i e r r y . Sagaz y p e n e t r a n t e , intérprete delicado, gran cincelador, admirable trabajad o r , sin e m b a r g o , T h i e r r y e r a e s c l a v o d e u n s e ñ o r . S u s e ñ o r , su t i r a n o , e r a el p u n t o d e v i s t a e x c l u s i v o , s i s t e m á t i c o , d e l a p e r p e t u i d a d d e las r a z a s . L o atractivo de este gran libro consiste e n q u e , debajo d e este sistema q u e podría p a r e c e r fatalista, se siente respirar u n c o r a z ó n e m o c i o n a d o , e m b a r g a d o p o r el a l m a n a c i o n a l y el d e r e c h o a la l i b e r t a d , q u e l u c h a c o n t r a l a fuerz a f a t a l , la i n v a s i ó n . L e a m o y le a d m i r o m u c h o . S i n e m b a r g o , m e c u e s t a d e c i r l o , n i l o m a t e r i a l n i lo e s p i r i t u a l d e s u l i b r o m e s a t i s f a c e n . M e p a r e c e q u e lo m a t e r i a l , l a r a z a , el p u e b l o , q u e es su c o n t i n u a d o r , e s t á n e c e s i t a d o d e q u e se le p o n g a d e b a j o u n a b a s e i m p o r t a n t e , l a t i e r r a q u e lo s o s t e n í a y lo n u t r í a . S i n u n f u n d a m e n t o g e o g r á f i c o , el p u e b l o , el a c t o r h i s t ó r i c o , p a r e c e c a m i n a r e n el a i r e c o m o e n las p i n t u r a s c h i n a s e n las q u e falta el s u e l o . N o c r e á i s q u e el s u e l o e s t a n sólo el e s c e n a r i o d e l a a c c i ó n . I n f l u y e d e c i e n m a n e r a s , m e d i a n t e el a l i m e n t o , el c l i m a , e t c . D e t a l n i d o , tal p á j a r o . D e tal patria, tal h o m b r e . L a r a z a , e l e m e n t o i m p o r t a n t e y d o m i n a n t e e n los t i e m p o s b á r b a r o s , a n t e s d e - q u e se f o r j a r a n las n a c i o n e s , h a i d o p e r d i e n d o i m p o r t a n c i a , d e b i l i tándose, extinguiéndose, a medida que cada nación iba m a d u r a n d o y pers o n i f i c á n d o s e . E l i l u s t r e S. M i l i l o e x p l i c a m u y b i e n : « L a j u s t i f i c a c i ó n m á s fácil, p a r a d i s p e n s a r s e d e l e s t u d i o d e las i n f l u e n c i a s m o r a l e s y s o c i a l e s , se123

n e t r a d o e n los infinitos d e t a l l e s d e los m ú l t i p l e s d e s a r r o l l o s d e su a c t i v i d a d (religiosa, económica, artística, e t c . ) . N i n g u n o la h a b í a a b a r c a d o en la unid a d v i v a d e sus e l e m e n t o s n a t u r a l e s y g e o g r á f i c o s . Y o fui el p r i m e r o e n v e r la c o m o u n a l m a , c o m o u n a p e r s o n a . E l ilustre Sismondi, p e r s e v e r a n t e t r a b a j a d o r , h o n e s t o y juicioso, se elev a e x c e p c i o n a l m e n t e , e n sus a n a l e s p o l í t i c o s , a c o n c e p c i o n e s d e c o n j u n t o . P e r o , p o r o t r o l a d o , a p e n a s p e n e t r a e n las i n v e s t i g a c i o n e s e r u d i t a s . E l m i s m o confiesa lealmente (cuando escribe en G i n e b r a ) q u e carece d e actas y manuscritos P o r lo d e m á s , h a s t a 1830 ( i n c l u s o h a s t a 1 8 3 6 ) , n i n g u n o d e l o s n o t a b l e s historiadores d e esta é p o c a h a b í a sentido a ú n la necesidad d e buscar los h e c h o s , m á s allá d e los l i b r o s p u b l i c a d o s , e n las f u e n t e s p r i m i t i v a s , i n é d i t a s la m a y o r í a e n t o n c e s , q u e se h a l l a b a n e n los m a n u s c r i t o s d e n u e s t r a s bibliot e c a s y e n los d o c u m e n t o s d e n u e s t r o s a r c h i v o s . L a n o b l e p l é y a d e histórica i n t e g r a d a p o r los señores de B a r a n t e , G u i z o t , M i g n e t , T h i e r s , T h i e r r y , y q u e b r i l l a e n t r e 1820 y 1 8 3 0 , e n f o c a la h i s t o r i a d e s d e d i v e r s o s p u n t o s d e v i s t a e s p e c í f i c o s . U n o se p r e o c u p ó p o r el e l e m e n t o é t n i c o , o t r o p o r las i n s t i t u c i o n e s , e t c . , sin c o m p r e n d e r q u i z á c u a n difícil es aislar e s t o s e l e m e n t o s y c ó m o i n f l u y e n l o s u n o s e n los o t r o s . L a r a z a , p o r e j e m p l o , ¿ p e r m a n e c e i d é n t i c a sin sufrir l a i n f l u e n c i a d e las c o s t u m b r e s c a m b i a n t e s ? ¿ P u e d e n e s t u d i a r s e las i n s t i t u c i o n e s , sin t e n e r e n c u e n t a la h i s t o r i a d e las i d e a s y las m i l c i r c u n s t a n c i a s s o c i a l e s d e las q u e e m e r g e n ? L a s e s p e c i a l i d a d e s s o n s i e m p r e a l g o artificiales; p r e t e n d e n esclar e c e r a s p e c t o s d e t e r m i n a d o s , p e r o p u e d e n d a r n o s falsos p e r f i l e s y e q u i v o c a r n o s s o b r e el c o n j u n t o , p e r d i e n d o d e v i s t a l a a r m o n í a s u p e r i o r . L a v i d a es s o b e r a n a y m u y e x i g e n t e . N o es v e r d a d e r a m e n t e v i d a si n o es c o m p l e t a . S u s ó r g a n o s s o n s o l i d a r i o s l o s u n o s r e s p e c t o a los o t r o s y a c t ú a n c o n j u n t a m e n t e . N u e s t r a s f u n c i o n e s e s t á n v i n c u l a d a s y se s u p e r p o n e n las u n a s a las o t r a s . B a s t a q u e f a l t e u n a y las o t r a s d e j a r á n d e vivir. E n o t r o t i e m p o se c r e í a p o d e r aislar m e d i a n t e el e s c a l p e l o y s e g u i r a i s l a d a m e n t e c a d a u n o d e n u e s t r o s s i s t e m a s , p e r o n o es p o s i b l e p o r q u e t o d o i n f l u y e sobre todo. P o r t a n t o , o t o d o o n a d a . P a r a r e e n c o n t r a r la v i d a h i s t ó r i c a , h a y q u e s e g u i r l a p a c i e n t e m e n t e e n t o d a s sus v í a s , e n t o d a s sus f o r m a s , e n t o d o s sus e l e m e n t o s . P e r o t a m b i é n es n e c e s a r i o r e h a c e r y r e s t a b l e c e r , c o n m a y o r p a sión a ú n , el j u e g o d e t o d o e l l o , la a c c i ó n r e c í p r o c a d e las d i v e r s a s f u e r z a s e n u n p o d e r o s o m o v i m i e n t o q u e v o l v e r í a a ser la v i d a m i s m a . G é r i c a u l t , el m a e s t r o , c u y a g e n i a l i d a d sin d u d a n o m e h a sido d a d a , p e r o sí su v i o l e n c i a v o l u n t a d , n o se t u r b ó al e n t r a r e n el L o u v r e (el L o u v r e d e e n t o n c e s , q u e r e u n í a e n su s e n o t o d o el a r t e e u r o p e o ) . D i j o : « ¡ E s t á bien! Y o voy a rehacerlo.» M e d i a n t e rápidos esbozos iba t o m a n d o y aprop i á n d o s e l o t o d o . Y d e n o h a b e r t e n i d o l u g a r el a ñ o 1 8 1 5 , h u b i e r a c u m p l i d o su p a l a b r a . E s t o es p a s i ó n , l a furia d e la j u v e n t u d . M i p r o b l e m a histórico era m á s complicado a ú n , m á s p a v o r o s o , p o r q u e su o b j e t i v o e r a l a resurrección de la vida integral, n o e n su s u p e r f i c i e a p a r e n t e , s i n o e n sus o r g a n i s m o s i n t e r n o s y p r o f u n d o s . N i n g ú n n o m b r e p r u d e n t e lo h u b i e r a s o ñ a d o . F e l i z m e n t e y o n o lo e r a . U n a brillante m a ñ a n a del m e s de julio mi j o v e n corazón n o se espantó ante tal e m p r e s a s o b r e h u m a n a , a n t e su e n o r m e e s p e r a n z a , su p o t e n t e elect r i c i d a d . A c i e r t a s h o r a s n o e x i s t e n los o b s t á c u l o s . L a l l a m a l o simplifica 122

t o d o . M i l c o s a s i n t r i n c a d a s s e r e s u e l v e n , s e h a l l a n sus a u t é n t i c a s r e l a c i o n e s y (se a r m o n i z a n ) s e i l u m i n a n . M u c h o s r e s o r t e s , q u e a i s l a d o s s o n p e s a d o s e i n e r t e s , s e m u e v e n p o r sí m i s m o s si s o n e m p l a z a d o s e n e l c o n j u n t o . A l m e n o s é s t a fue m i f e , y e s t e a c t o d e f e , f u e r e c u a l f u e r e m i d e b i l i d a d , dio resultado. Se agitó a n t e mis ojos u n i n m e n s o m o v i m i e n t o . L a s m ú l t i p l e s f u e r z a s , n a t u r a l e s y a r t í s t i c a s , s e b u s c a r o n , se c o m b i n a r o n , c o n dific u l t a d e s al p r i n c i p i o . L o s m i e m b r o s d e l g r a n c u e r p o , p u e b l o s , r a z a s , c o m a r c a s , se r e c o m p u s i e r o n d e s d e e l m a r h a s t a el R h i n , h a s t a el R ó d a n o , h a s t a l o s A l p e s , y d e s f i l a r o n l o s siglos p o r la G a l i a y la F r a n c i a . T o d o s , a m i g o s , e n e m i g o s , d i r á n « q u é vivo e s t a b a » . P e r o ¿cuáles son los v e r d a d e r o s s i g n o s d e l a v i d a ? C o n c i e r t a d e s t r e z a se p u e d e c o n s e g u i r l a a n i m a c i ó n , u n a e s p e c i e d e c a l o r . P u e d e p a r e c e r q u e el g a l v a n i s m o , c o n s u s salt o s , sus f u e r z a s , sus c o n t r a s t e s l l a m a t i v o s , sus s o r p r e s a s y p e q u e ñ o s m i l a g r o s , v a m á s allá d e l a p r o p i a v i d a . P e r o l a v e r d a d e r a v i d a t i e n e u n s i g n o c o m p l e t a m e n t e diferente, su c o n t i n u i d a d . L a vida n a c e d e golpe, d u r a , crec e p l á c i d a m e n t e , l e n t a m e n t e , uno tenore. S u u n i d a d n o es c o m o l a d e u n a o b r a d e t e a t r o e n c i n c o a c t o s , s i n o la a r m ó n i c a i d e n t i d a d d e l a l m a ( e n s u desarrollo muchas veces inmenso). L a crítica m á s s e v e r a , si j u z g a el c o n j u n t o d e m i l i b r o , n o d e j a r á d e r e c o n o c e r m e e n él p o r l a f u e r z a d e l a v i d a . N o h a s i d o h i j o d e l a p r e c i p i t a c i ó n ; al m e n o s p o s e e el m é r i t o d e h a b e r s i d o e l a b o r a d o c o n l e n t i t u d . E l m é t o d o h a s i d o s i e m p r e e l m i s m o , d e s d e el p r i m e r o al ú l t i m o v o l u m e n ; i g u a l e n m i G e o g r a f í a q u e e n m i L u i s X V y e n m i R e v o l u c i ó n . Se s o s t i e n e n l a f o r m a y el c o l o r , lo q u e n o d e j a d e s e r e x c e p c i o n a l e n u n t r a b a j o q u e h a d u r a d o t a n t o s a ñ o s . S i e m p r e las m i s m a s c u a l i d a d e s y l o s m i s m o s d e f e c t o s . Si é s t o s h u b i e r a n d e s a p a r e c i d o , l a o b r a h u b i e r a p e r d i d o h o m o g e n e i d a d c o l o r , p e r s o n a l i d a d . T a l c u a l , es p r e f e r i b l e q u e s e m a n t e n g a a r m ó n i c a , u n todo vido. C u a n d o c o m e n z a b a m i o b r a , e x i s t í a u n l i b r o g e n i a l , el d e T h i e r r y . Sagaz y p e n e t r a n t e , intérprete delicado, gran cincelador, admirable trabajad o r , sin e m b a r g o , T h i e r r y e r a e s c l a v o d e u n s e ñ o r . S u s e ñ o r , su t i r a n o , e r a el p u n t o d e v i s t a e x c l u s i v o , s i s t e m á t i c o , d e l a p e r p e t u i d a d d e las r a z a s . L o atractivo de este gran libro consiste e n q u e , debajo d e este sistema q u e podría p a r e c e r fatalista, se siente respirar u n c o r a z ó n e m o c i o n a d o , e m b a r g a d o p o r el a l m a n a c i o n a l y el d e r e c h o a la l i b e r t a d , q u e l u c h a c o n t r a l a fuerz a f a t a l , la i n v a s i ó n . L e a m o y le a d m i r o m u c h o . S i n e m b a r g o , m e c u e s t a d e c i r l o , n i l o m a t e r i a l n i lo e s p i r i t u a l d e s u l i b r o m e s a t i s f a c e n . M e p a r e c e q u e lo m a t e r i a l , l a r a z a , el p u e b l o , q u e es su c o n t i n u a d o r , e s t á n e c e s i t a d o d e q u e se le p o n g a d e b a j o u n a b a s e i m p o r t a n t e , l a t i e r r a q u e lo s o s t e n í a y lo n u t r í a . S i n u n f u n d a m e n t o g e o g r á f i c o , el p u e b l o , el a c t o r h i s t ó r i c o , p a r e c e c a m i n a r e n el a i r e c o m o e n las p i n t u r a s c h i n a s e n las q u e falta el s u e l o . N o c r e á i s q u e el s u e l o e s t a n sólo el e s c e n a r i o d e l a a c c i ó n . I n f l u y e d e c i e n m a n e r a s , m e d i a n t e el a l i m e n t o , el c l i m a , e t c . D e t a l n i d o , tal p á j a r o . D e tal patria, tal h o m b r e . L a r a z a , e l e m e n t o i m p o r t a n t e y d o m i n a n t e e n los t i e m p o s b á r b a r o s , a n t e s d e - q u e se f o r j a r a n las n a c i o n e s , h a i d o p e r d i e n d o i m p o r t a n c i a , d e b i l i tándose, extinguiéndose, a medida que cada nación iba m a d u r a n d o y pers o n i f i c á n d o s e . E l i l u s t r e S. M i l i l o e x p l i c a m u y b i e n : « L a j u s t i f i c a c i ó n m á s fácil, p a r a d i s p e n s a r s e d e l e s t u d i o d e las i n f l u e n c i a s m o r a l e s y s o c i a l e s , se123

r í a a t r i b u i r las d i f e r e n c i a s d e c a r á c t e r a d i f e r e n c i a s n a t u r a l e s i n d e s t r u c t i bles.» C o n t r a a q u e l l o s q u e e n los t i e m p o s m o d e r n o s b u s c a n el e l e m e n t o é t n i co y l o e x a g e r a n , y o d e s t a c a b a u n e c h o m o r a l , e n o r m e y b a s t a n t e d e s a p e r c i b i d o , d e la p r o p i a h i s t o r i a . E s el p o d e r o s o trabajo de ella sobre sí misma, e n el q u e F r a n c i a v a t r a n s f o r m a n d o t o d o s sus e l e m e n t o s b r u t o s m e d i a n t e su p r o p i o p r o g r e s o . A p a r t i r d e los e l e m e n t o s a p o r t a d o s p o r el u r b a n i s m o r o m a n o , p o r las t r i b u s a l e m a n a s , p o r el c l a n c é l t i c o , u n a v e z a n u l a d o s , d e s a p a r e c i d o s , h e m o s i d o e x t r a y e n d o , a lo l a r g o d e l a h i s t o r i a , r e sultados diferentes e incluso contrarios, e n gran p a r t e , a t o d o aquello q u e les p r e c e d i ó .

cho Barante para Froissart), no es, en absoluto, un historiador. El antiguo c r o n i s t a , e x t r a o r d i n a r i a m e n t e a t r a c t i v o , es a b s o l u t a m e n t e i n c a p a z d e d e c i r al p o b r e c r i a d o q u e v a d e t r á s d e él l o q u e es el g r a n d i o s o , s o m b r í o y t e r r i b l e siglo XIV. P a r a a l c a n z a r a s a b e r l o s e n e c e s i t a t o d a n u e s t r a c a p a c i d a d d e análisis y t o d a n u e s t r a e r u d i c i ó n . H a c e f a l t a u n g r a n i n g e n i o p a r a d e s c u b r i r l o s m i s t e r i o s , i n a c c e s i b l e s p a r a el n a r r a d o r . ¿ Q u é - i n g e n i o , q u é i n s t r u m e n to? La personalidad m o d e r n a , tan potente y tan amplia. A l ir p e n e t r a n d o m á s y m á s e n el t e m a , se l e a m a y e n t o n c e s s e le c o n templa con creciente interés. El corazón emocionado posee un segundo sent i d o , v e m i l c o s a s q u e s o n i n v i s i b l e s p a r a el p u e b l o i n d i f e r e n t e . H i s t o r i a d o r e h i s t o r i a se u n e n e n e s t a c o n t e m p l a c i ó n . ¿ E l l o es b u e n o ? ¿ E s m a l o ? O c u r r e en este p u n t o algo q u e n u n c a se h a descrito y q u e v a m o s a revelar:

L a v i d a p o s e e s o b r e sí m i s m a u n a a c c i ó n d e g e s t a c i ó n p e r s o n a l , c a p a z d e crear, a partir d e los m a t e r i a l e s preexistentes, cosas a b s o l u t a m e n t e n u e v a s . D e l p a n y d e las f r u t a s q u e h e m o s c o m i d o h a c e m o s s a n g r e r o j a y s a lada, q u e n a d a tiene q u e ver con los alimentos d e los q u e la e l a b o r a m o s . I g u a l o c u r r e c o n l a v i d a h i s t ó r i c a : c a d a p u e b l o se v a h a c i e n d o , se v a e n g e n d r a n d o , va t r i t u r a n d o y a m a l g a m a n d o los e l e m e n t o s q u e p e r m a n e c e n indudablemente reducidos a un estado obscuro y confuso, que son bien p o c a c o s a e n r e l a c i ó n al l a r g o c a m i n o d e t r a b a j o q u e s u p o n e la c o n s t r u c c i ó n d e la g r a n a l m a n a c i o n a l .

L a h i s t o r i a , c o n e l c o r r e r d e l t i e m p o , h a c e al h i s t o r i a d o r e n m a y o r m e d i d a q u e el h i s t o r i a d o r h a c e la h i s t o r i a . S o y h i j o d e m i l i b r o . S o y s u o b r a . E s t e h i j o h a h e c h o a su p a d r e . Si b i e n , e n p r i n c i p i o , el l i b r o h a s a l i d o d e m í , d e m i t e m p e s t u o s a j u v e n t u d , él h a a c r e c e n t a d o e n m í la f u e r z a y l a clarividencia, l a v e h e m e n c i a f e c u n d a , el p o d e r r e a l d e r e s u c i t a r el p a s a d o . Si nos p a r e c e m o s , e s t u p e n d o . L o s rasgos q u e tiene de m í son en gran m e d i d a a q u e l l o s q u e le d e b o , l o s q u e h e c o n s e g u i d o g r a c i a s a él.

F r a n c i a h a h e c h o a F r a n c i a , y el e l e m e n t o é t n i c o , d a d o p o r el d e s t i n o , m e p a r e c e s e c u n d a r i o . F r a n c i a es h i j a d e su l i b e r t a d . L a p a r t e e s e n c i a l e n el p r o g r e s o h u m a n o es l a f u e r z a v i v a , el h o m b r e . El hombre es su propio Prometeo.

M i c h e l e t , Préface á l'Histoire de France, p a r a la e d i c i ó n d e 1 8 6 9 . ( T e x t o c i t a d o p o r J . E h r a r d y G . P a l m a d e , L'Histoire, A r m a n d Colin, p p . 261 a 265).

E n r e s u m e n , la h i s t o r i a , t a l c o m o y o l a v e o e n e s t o s h i s t o r i a d o r e s e m i n e n t e s (y a l g u n o s a d m i r a b l e s ) , m e p a r e c e d é b i l e n s u s d o s m é t o d o s : Demasiado poco material p o r q u e t i e n e n e n c u e n t a las r a z a s , p e r o n o el s u e l o , el c l i m a , los a l i m e n t o s y t a n t a s o t r a s c i r c u n s t a n c i a s físicas y fisiológicas. Demasiado poco espiritual p o r q u e h a b l a n d e l e y e s , d e a c t o s p o l í t i c o s p e r o n o d e las i d e a s , d e las c o s t u m b r e s , d e l g r a n m o v i m i e n t o p r o g r e s i v o , interior, del alma nacional. E s p e c i a l m e n t e se e c h a d e m e n o s la c u r i o s i d a d p o r el p e q u e ñ o d e t a l l e e r u d i t o , d o n d e lo m e j o r q u i z á d e b í a p e r m a n e c e r e s c o n d i d o e n las f u e n t e s inéditas. E n e s t e l i b r o e s t á t o d a m i v i d a , q u e h a t r a n s c u r r i d o c o n él. H a s i d o m i ú n i c o a c o n t e c i m i e n t o . T a l i d e n t i d a d e n t r e el l i b r o y el a u t o r ¿ n o e n c i e r r a u n p e l i g r o ? ¿ P u e d e la o b r a d e j a r d e e s t a r c o l o r e a d a p o r l o s s e n t i m i e n t o s y la e d a d d e a q u e l q u e la e s c r i b e ? S i e m p r e es así. N i n g ú n r e t r a t o , p o r e x a c t o y c o n f o r m e al m o d e l o , q u e s e a , d e j a d e p o s e e r algo s u b j e t i v o q u e el a r t i s t a h a i n t r o d u c i d o e n él. L o s m a e s t r o s d e la h i s t o r i a n o se a p a r t a n d e e s t a l e y . T á c i t o , e n s u T i b e r i o , d e s c r i b e ( c o n el t o n o s o f o c a n t e d e su t i e m p o ) «los q u i n c e l a r g o s a ñ o s » d e sil e n c i o . T h i e r r y , al h a c e r el r e l a t o d e C l o d o v e o o d e l a c o n q u i s t a d e G u i l l e r m o , e s t á s i n t i e n d o la h o n d a e m o c i ó n d e la F r a n c i a r e c i e n t e m e n t e i n v a d i d a y su o p o s i c i ó n a u n r e i n a d o q u e le p a r e c e e x t r a n j e r o . Si ello c o n s t i t u y e u n d e f e c t o , h a y q u e c o n f e s a r q u e n o s h a s i d o ú t i l . E l h i s t o r i a d o r q u e n o c a e e n e s t e d e f e c t o , q u e p r o c u r a e c l i p s a r s e al e s c r i b i r , q u e p r e t e n d e n o ser e ir d e t r á s d e la c r ó n i c a c o n t e m p o r á n e a ( c o m o h a h e 124

125

r í a a t r i b u i r las d i f e r e n c i a s d e c a r á c t e r a d i f e r e n c i a s n a t u r a l e s i n d e s t r u c t i bles.» C o n t r a a q u e l l o s q u e e n los t i e m p o s m o d e r n o s b u s c a n el e l e m e n t o é t n i co y l o e x a g e r a n , y o d e s t a c a b a u n e c h o m o r a l , e n o r m e y b a s t a n t e d e s a p e r c i b i d o , d e la p r o p i a h i s t o r i a . E s el p o d e r o s o trabajo de ella sobre sí misma, e n el q u e F r a n c i a v a t r a n s f o r m a n d o t o d o s sus e l e m e n t o s b r u t o s m e d i a n t e su p r o p i o p r o g r e s o . A p a r t i r d e los e l e m e n t o s a p o r t a d o s p o r el u r b a n i s m o r o m a n o , p o r las t r i b u s a l e m a n a s , p o r el c l a n c é l t i c o , u n a v e z a n u l a d o s , d e s a p a r e c i d o s , h e m o s i d o e x t r a y e n d o , a lo l a r g o d e l a h i s t o r i a , r e sultados diferentes e incluso contrarios, e n gran p a r t e , a t o d o aquello q u e les p r e c e d i ó .

cho Barante para Froissart), no es, en absoluto, un historiador. El antiguo c r o n i s t a , e x t r a o r d i n a r i a m e n t e a t r a c t i v o , es a b s o l u t a m e n t e i n c a p a z d e d e c i r al p o b r e c r i a d o q u e v a d e t r á s d e él l o q u e es el g r a n d i o s o , s o m b r í o y t e r r i b l e siglo XIV. P a r a a l c a n z a r a s a b e r l o s e n e c e s i t a t o d a n u e s t r a c a p a c i d a d d e análisis y t o d a n u e s t r a e r u d i c i ó n . H a c e f a l t a u n g r a n i n g e n i o p a r a d e s c u b r i r l o s m i s t e r i o s , i n a c c e s i b l e s p a r a el n a r r a d o r . ¿ Q u é - i n g e n i o , q u é i n s t r u m e n to? La personalidad m o d e r n a , tan potente y tan amplia. A l ir p e n e t r a n d o m á s y m á s e n el t e m a , se l e a m a y e n t o n c e s s e le c o n templa con creciente interés. El corazón emocionado posee un segundo sent i d o , v e m i l c o s a s q u e s o n i n v i s i b l e s p a r a el p u e b l o i n d i f e r e n t e . H i s t o r i a d o r e h i s t o r i a se u n e n e n e s t a c o n t e m p l a c i ó n . ¿ E l l o es b u e n o ? ¿ E s m a l o ? O c u r r e en este p u n t o algo q u e n u n c a se h a descrito y q u e v a m o s a revelar:

L a v i d a p o s e e s o b r e sí m i s m a u n a a c c i ó n d e g e s t a c i ó n p e r s o n a l , c a p a z d e crear, a partir d e los m a t e r i a l e s preexistentes, cosas a b s o l u t a m e n t e n u e v a s . D e l p a n y d e las f r u t a s q u e h e m o s c o m i d o h a c e m o s s a n g r e r o j a y s a lada, q u e n a d a tiene q u e ver con los alimentos d e los q u e la e l a b o r a m o s . I g u a l o c u r r e c o n l a v i d a h i s t ó r i c a : c a d a p u e b l o se v a h a c i e n d o , se v a e n g e n d r a n d o , va t r i t u r a n d o y a m a l g a m a n d o los e l e m e n t o s q u e p e r m a n e c e n indudablemente reducidos a un estado obscuro y confuso, que son bien p o c a c o s a e n r e l a c i ó n al l a r g o c a m i n o d e t r a b a j o q u e s u p o n e la c o n s t r u c c i ó n d e la g r a n a l m a n a c i o n a l .

L a h i s t o r i a , c o n e l c o r r e r d e l t i e m p o , h a c e al h i s t o r i a d o r e n m a y o r m e d i d a q u e el h i s t o r i a d o r h a c e la h i s t o r i a . S o y h i j o d e m i l i b r o . S o y s u o b r a . E s t e h i j o h a h e c h o a su p a d r e . Si b i e n , e n p r i n c i p i o , el l i b r o h a s a l i d o d e m í , d e m i t e m p e s t u o s a j u v e n t u d , él h a a c r e c e n t a d o e n m í la f u e r z a y l a clarividencia, l a v e h e m e n c i a f e c u n d a , el p o d e r r e a l d e r e s u c i t a r el p a s a d o . Si nos p a r e c e m o s , e s t u p e n d o . L o s rasgos q u e tiene de m í son en gran m e d i d a a q u e l l o s q u e le d e b o , l o s q u e h e c o n s e g u i d o g r a c i a s a él.

F r a n c i a h a h e c h o a F r a n c i a , y el e l e m e n t o é t n i c o , d a d o p o r el d e s t i n o , m e p a r e c e s e c u n d a r i o . F r a n c i a es h i j a d e su l i b e r t a d . L a p a r t e e s e n c i a l e n el p r o g r e s o h u m a n o es l a f u e r z a v i v a , el h o m b r e . El hombre es su propio Prometeo.

M i c h e l e t , Préface á l'Histoire de France, p a r a la e d i c i ó n d e 1 8 6 9 . ( T e x t o c i t a d o p o r J . E h r a r d y G . P a l m a d e , L'Histoire, A r m a n d Colin, p p . 261 a 265).

E n r e s u m e n , la h i s t o r i a , t a l c o m o y o l a v e o e n e s t o s h i s t o r i a d o r e s e m i n e n t e s (y a l g u n o s a d m i r a b l e s ) , m e p a r e c e d é b i l e n s u s d o s m é t o d o s : Demasiado poco material p o r q u e t i e n e n e n c u e n t a las r a z a s , p e r o n o el s u e l o , el c l i m a , los a l i m e n t o s y t a n t a s o t r a s c i r c u n s t a n c i a s físicas y fisiológicas. Demasiado poco espiritual p o r q u e h a b l a n d e l e y e s , d e a c t o s p o l í t i c o s p e r o n o d e las i d e a s , d e las c o s t u m b r e s , d e l g r a n m o v i m i e n t o p r o g r e s i v o , interior, del alma nacional. E s p e c i a l m e n t e se e c h a d e m e n o s la c u r i o s i d a d p o r el p e q u e ñ o d e t a l l e e r u d i t o , d o n d e lo m e j o r q u i z á d e b í a p e r m a n e c e r e s c o n d i d o e n las f u e n t e s inéditas. E n e s t e l i b r o e s t á t o d a m i v i d a , q u e h a t r a n s c u r r i d o c o n él. H a s i d o m i ú n i c o a c o n t e c i m i e n t o . T a l i d e n t i d a d e n t r e el l i b r o y el a u t o r ¿ n o e n c i e r r a u n p e l i g r o ? ¿ P u e d e la o b r a d e j a r d e e s t a r c o l o r e a d a p o r l o s s e n t i m i e n t o s y la e d a d d e a q u e l q u e la e s c r i b e ? S i e m p r e es así. N i n g ú n r e t r a t o , p o r e x a c t o y c o n f o r m e al m o d e l o , q u e s e a , d e j a d e p o s e e r algo s u b j e t i v o q u e el a r t i s t a h a i n t r o d u c i d o e n él. L o s m a e s t r o s d e la h i s t o r i a n o se a p a r t a n d e e s t a l e y . T á c i t o , e n s u T i b e r i o , d e s c r i b e ( c o n el t o n o s o f o c a n t e d e su t i e m p o ) «los q u i n c e l a r g o s a ñ o s » d e sil e n c i o . T h i e r r y , al h a c e r el r e l a t o d e C l o d o v e o o d e l a c o n q u i s t a d e G u i l l e r m o , e s t á s i n t i e n d o la h o n d a e m o c i ó n d e la F r a n c i a r e c i e n t e m e n t e i n v a d i d a y su o p o s i c i ó n a u n r e i n a d o q u e le p a r e c e e x t r a n j e r o . Si ello c o n s t i t u y e u n d e f e c t o , h a y q u e c o n f e s a r q u e n o s h a s i d o ú t i l . E l h i s t o r i a d o r q u e n o c a e e n e s t e d e f e c t o , q u e p r o c u r a e c l i p s a r s e al e s c r i b i r , q u e p r e t e n d e n o ser e ir d e t r á s d e la c r ó n i c a c o n t e m p o r á n e a ( c o m o h a h e 124

125

CAPÍTULO 8

LA ESCUELA

METÓDICA

L a e s c u e l a h i s t ó r i c a q u e l l a m a m o s « m e t ó d i c a » o q u e , c o n m a y o r frec u e n c i a , l l a m a m o s « p o s i t i v i s t a » , a p a r e c e , se d e s a r r o l l a y p r o l o n g a d u r a n t e l a T e r c e r a R e p ú b l i c a e n F r a n c i a . S u s p r i n c i p i o s b á s i c o s se e x p o n e n e n d o s t e x t o s - p r o g r a m a : el m a n i f i e s t o , e s c r i t o p o r G . M o n o d , p a r a l a n z a r La Revue historique en 1876; y la guía q u e C h . - V . Langlois y C h . S e i g n o b o s red a c t a r o n p a r a los e s t u d i a n t e s e n 1 8 9 8 . l ^ _ e s c u e i a j T i e M d i c a _ q u i e x e J i m p ^ n e r u n a investigación científica, d e j a n d o ^ l e l a d o c u a l q u i e r especuiacióriJilasQfica, y j r e t e n l l í e f f l ó l a ^ s o l u t a o b j e t i v i d a d e n e L c a m p o d e l a h i s t o r i a . P r o c u r a l o g r a r e s t o s fines a p l i c a n d o t é c n i c a s r i g u r o s a s e n j o q u e r e s p e c t a aTT5v e n t a r i o d é las f u e n t e s , la crítica d e ¡os d o c u m e n t o s y Ja o r g a n i z a c i ó n d e las tareas profesionales. L o s historiadores «positivistas» participan en la r e f o r m a d e l a e n s e ñ a n z a s u p e r i o r y o c u p a n c á t e d r a s e n las n u e v a s u n i v e r s i d a d e s ; d i r i g e n g r a n d e s c o l e c c i o n e s — E . L a v i s s e : Histoire de France; A. R a m b a u d : Histoire genérale; L . H a l p e n y P h . S a g n a c : Peuples et civilisations—, f o r m u l a n l o s p r o g r a m a s y e l a b o r a n l o s l i b r o s d e h i s t o r i a d e s t i n a dos a los a l u m n o s d e los colegios s e c u n d a r i o s y escuelas p r i m a r i a s . A h o r a b i e n , los m a n u a l e s e s c o l a r e s a l a b a n , m u y e x p l í c i t a m e n t e , el r é g i m e n r e p u b l i c a n o , a l i m e n t a n la p r o p a g a n d a n a c i o n a l i s t a y a p r u e b a n l a c o n q u i s t a c o lonial. P o r t a n t o , esta c o r r i e n t e d e p e n s a m i e n t o funda u n a disciplina científica y , s i m u l t á n e a m e n t e , s e g r e g a u n d i s c u r s o i d e o l ó g i c o . A n t e e s t e « m o n s t r u o i n t e l e c t u a l » , u n o s e s i e n t e t e n t a d o p o r la d u d a a c e r c a d e la c a p a c i d a d d e c u a l q u i e r r a m a del c o n o c i m i e n t o e n c i e n c i a s h u m a n a s p a r a a b s t r a e r s e del m e d i o a m b i e n t e del q u e p r o c e d e í L a escuela metódica continuó domin a n d o l a e n s e ñ a n z a y l a i n v e s t i g a c i ó n h i s t ó r i c a e n las u n i v e r s i d a d e s h a s t a l o s a ñ o s 4 0 ; y m a r c ó u n a e v o l u c i ó n m í t i c a d e la c o l e c t i v i d a d f r a n c e s a — e n f o r m a d e u n a galería d e h é r o e s y d e c o m b a t e s e j e m p l a r e s — en la m e m o r i a d e las g e n e r a c i o n e s d e e s c o l a r e s h a s t a los a ñ o s 6 0 .

1.

« L A REVUE HISTORIQUE»

E n 1 8 7 6 , l a taná^ór^tJ^a^Reyue

historique

por G. Monod y G. Fag-

n i e z m a r c a , lajor^titudój)j¿ ¡odo> ios p a n i d o s s e h a b í a n u n i d o e n el " p a r t i d o del o r d e n " , frente a la clase proletaria c o n los partidarios d e " l a a n a r q u í a " , del s o c i a l i s m o , d e l c o m u n i s m o ( . . . ) . L o s d i r i g e n t e s d e l p a r t i d o d e l o r d e n h a b í a n r e c u p e r a d o las viejas palabras del o r d e n — " p r o p i e d a d , familia, r e ligión"— y las habían lanzado a sus t r o p a s , llamándolas a la cruzada contrarrevolucionaria.» Terceja ccmstatactónx.las,josicipnes,recíprocas d é l a s clases d e t e r m i n a n l o s r e g í m e n e s p o l í t i c o s : « L a R e p ú b l i c a p a r l a m e n t a r i a e r a algo m á s q u e el t e r r e n o n e u t r o donde l a s d o s f r a c c i o n e s d e l a b u r g u e s í a francesa — l a l e g i t i m i s t a y l a o r l e a n i s t a ; l a gran p r o p i e d a d d e l a t i e r r a y l a industria— coexistían c o n iguales derechos. L a República e r a la condición indispensable d e su c o m ú n dominación, la única forma d e estado e n la q u e podían quedar subordinadas las pretensiones d e las diferentes fracciones, y las d e t o d a s l a s o t r a s clases s o c i a l e s , a s u i n t e r é s g e n e r a l d e c l a s e . » Últim a c o n s t a t a c i ó n : el a p a r a t o d e l e s t a d o puede e s t a r al s e r v i c i o d e l a c l a s e d o m i n a n t e , pero puede c o n s e g u i r t a m b i é n c i e r t a a u t o n o m í a : « C u a n d o l a m o n a r q u í a absoluta, c u a n d o la p r i m e r a Revolución y c u a n d o N a p o l e ó n I , la b u r o c r a c i a f u e t a n sólo el m e d i o d e preparar l a d o m i n a c i ó n d e l a b u r guesía. D u r a n t e la é p o c a d e la R e s t a u r a c i ó n , d e Luis Felipe y d e la R e p ú blica p a r l a m e n t a r i a , f u e el i n s t r u m e n t o d e l a c l a s e d o m i n a n t e ( . . . ) . F u e c o n el s e g u n d o B o n a p a r t e c u a n d o d e v i n o c o m p l e t a m e n t e i n d e p e n d i e n t e . » w

¿ E x i s t e u n a d e f i n i c i ó n d e clase m a r x i s t a ? E n u n f r a g m e n t o d e l m a n u s crito r e d a c t a d o p a r a ^ t i i b r o - T I I d e E Z " l Q i p M ; ^ a t r t l 5 S i m m t a r i a s ' - c l a s e s eñ~TmiaóX3fiTiu. p o s i c i ó n e n e l m c K i o T a T g f o d B a ^ x ^ t a l i s t a s : ¿ C ó m o llegan a c o n s t i t u i r los t r a b a j a d o r e s a s a l a r i a d o s , los c a p i t a l i s t a s y los terrat e n i e n t e s las tres g r a n d e s clases s o c i a l e s ? A p r i m e r a vista, a causa d e l a i d e n t i d a d d e s u s r e c u r s o s y d e las f u e n t e s d e los mismos: h e aquí t r e s grandeS-.grupo.S-,SQCides.myps,rnia^ respectivamente, 196

del s a l a r i o , d e l b e n e f i c i o y d e l a r e n t a , e s d e c i r , d e l v a l o r d e s u f u e r z a d e trabajo, d e su capitlDTlErsTüTSena^ ~EfigeIs~lro~vueT^^ qmériTTmáTrñ^ i e j f t ^ é c o n ó j m c o s : « S e l l a m a n clases a vastos g r u p o s h u m a n o s q u e se dist i n g u e n . p o r el l u g a r q u e o c u p a n e n u n s i s t e m a h i s t ó r i c o d e f i n i d o d e ¡a p r o d u c c i ó n social, p o r s u r e l a c i ó n c o n J o s _ m ^ su p a p e l "socaáTeñ l a o r g a n i z a c i ó n s o c i a l d e l t r a b a j o y , e n c o n s e c u e n c i a , p o r l o s m e dios l i é o b t e n e r J a s j i q u e z a s . sociales_y ja..canti_dad_ d e _éitás"_de q u é d i s p o n e n . » E n p r i n c i p i o , l a c l a s e social s e c a r a c t e r i z a p o r l a p o s e s i ó n o n o p o "Tésioñ d e l o s i n s t r u m e n t o s d e p r o d u c c i ó n , p o r el o r i g e n y el n i v e l d e s u s ingresos, p o r la comunidad d e intereses económicos. Sin ejnbarjo^sejÚD_Marx, u n grupo h u m a n o exclusivamente d e t e r m i 3.dojB^su^slatuto_econr3rm e n sí». P a r a l l e g a r a s e r c o m p l e t a m e n t e u n a c l a s e s o c i a l , o d i c h o d é o t r a m a n e r a , « u n a c l a s e p a r a ^TtY^^óíS^TMr^^f^ so&ád^dstá entre sus m i e m b r o s , t o m a r c o n c i e n c i a d e s u s i n t e r e s e s c o l e c t i v o s . M a r x l o d e m u e s t r a a l d e s c r i b i r al c a m p e s i n a d o " f i ^ i i c i s e i í ' * E Í '18"Brwnario: « E n l a m e dida e n q u e millones d e familias campesinas viven e n condiciones q u e les s e p a r a n d e o t r a s clases s o c i a l e s y s e e n f r e n t a n a ellas p o r s u g é n e r o d e v i d a , i n t e r e s e s y c u l t u r a , c o n s t i t u y e n u n a c l a s e . P e r o n o l a c o n s t i t u y e n e n l a med i d a e n q u e l a s i m i h t u d d e s u s i n t e r e s e s n o c r e a e n t r e ellos n i n g u n a solidaridad, ninguna vinculación nacional, ninguna organización política. P o r ello los c a m p e s i n o s s o n i n c a p a c e s d e d e f e n d e r , p o r s í m i s m o s , s u s i n t e r e s e s d e c l a s e . » M a r x l o p r e c i s a i g u a l m e n t e e n La ideología alemana: « L o s i n d i v i d u o s a i s l a d o s n o f o r m a n u n a clase e n t a n t o q u e n o n e c e s i t a n l u c h a r c o n j u n t a m e n t e contra otra clase.» A s í p u e s , u n grupo económico se transform a e n clase social a t r a v é s d e l a t o m a d e c o n c i e n c i a , l a cual s e m a n i f i e s t a en los actos: lucha e n forma d e huelgas, manifestaciones, alborotos; el voto en las elecciones; la organización d e p a r t i d o s , asociaciones y sindicatos; la expresión d e u n a ideología —liberalismo, radicalismo, socialismo, etc.—. E n definitiva, m i e n t r a s q u e el c o n c e p t o d e c l a s e d e s e m p e ñ a u n p a p e l c o n siderable e n la doctrina marxista, e n c a m b i o n o s e halla u n a teoría elabor a d a d e l a s clases s o c i a l e s e n n i n g u n o d e l o s e s c r i t o s d e M a r x y E n g e l s . Pierre Vilar observa, respecto a las «obras históricas lo siguiente: M a r x habla d e h i s t o r i a c o m o h a b l a d e p o l í t i c a , c o n l a ú n i c a i n t e n c i ó n d e e s t a b l e c e r haces d e probabíliddes, p e r o n o certidumbres (...); con la esperanza d e red u c i r el c a m p o d e l o i n c i e r t o . T o d a v í a n o e s u n a c i e n c i a . Y M a r x n o se h a c e n i n g u n a ilusión al r e s p e c t o ( . . . ) . S e t r a t a t a n s ó l o d e u n e j e r c i c i o e m p í r i c o q u e v a s i n c e s a r d e l e j e m p l o a l r a z o n a m i e n t o y d e l r a z o n a m i e n t o al e j e m p l o , y q u e h a n p r a c t i c a d o (casi s i e m p r e m a l ) l o s p o l í t i c o s y l o s h i s t o riadores.» A p r o p ó s i t o d e la sociología d e las clases, a p e n a s e s b o z a d a e n las o b r a s d e M a r x , s e p u e d e n r e t e n e r a l g u n a s i d e a s f u n d a m e n t a l e s . P r i m e ro: la definición d e clase s u p o n e u n a d o b l e referencia: a ) a u n criterio económico: la posición e n el m o d o d e producción; b ) a u n criterio psicológico y político: la t o m a d e conciencia. S e g u n d o : es m e n o s pertinente considerar u n a clase e n sí m i s m a , a i s l a d a m e n t e , q u e l a e s t r u c t u r a d e clases s o c i a l e s , e n l a m e d i d a e n q u e l a s c l a s e s e x i s t e n s o b r e t o d o p o r s u s r e l a c i o n e s recíp r o c a s . T e r c e r o : l a l u c h a d e c l a s e s « d e t e r m i n a » , e n g r a n p a r t e , l o s conflict o s p o l í t i c o s , p e r o n o s e d e b e r e d u c i r , d e m a n e r a s i m p l i s t a , el n i v e l p o l í t i c o 197

hecho i n d e p e n d i e n t e d e la s o c i e d a d , s e s i e n t e l l a m a d o a a s e g u r a r el o r d e n b u r g u é s . P e r o la fuerza d e este o r d e n b u r g u é s descansa e n la clase m e d i a . P o r ello s e erige e n r e p r e s e n t a n t e d e esta c l a s e ( . . . ) . A l a v e z , B o n a p a r t e se opone a l a b u r g u e s í a e n c u a n t o q u e r e p r e s e n t a a los c a m p e s i n o s y al p u e b l o . » L a l e c t u r a d e t e n i d a d e estos t e x t o s d e m u e s t r a q u e l a j v i s i r á j n a m s t a d e ¡as ciases e s s i n g u l a r m e n t e c o m p l e j a , i n c l u s o , a veces, o b s c u r a . P o r una p a r t e a e ñ l a s o c i e d a d f r a n c e s a d e m e d i a d o s d e l sigio X K g e j o m b i a a , al m e n o s , m e d i a " d o c e n a d e clases: aristocracia, b u r g u e s í a , p.eqiieñaJ?urguesía, p r b l e t a n a d o obrero, c a m p e s i n a d o , s u b p r o l e t a r i a d o . P o j otra p a r t e ^ l a s clases se c o n f u n d e n c o n otros g r u p o s , casi c o n i n s t i t u c i o n e s : s a c e r d o t e s , intelectuales," m i l i t a r e s , e t c . F i n a l m e n t e , l a s clases tienen c a r a c t e r e s i m p r e c i sSTjúnas veces e c o n ó m i c o s ^ — l a - b u r g u e s í a i n d u s t n a l — , o t r a s p o l í t i c o s — l a burguesía republicana. E n El 18 brumario, K . M a r x s i t ú a l a s clases sociales e n r e l a c i ó n c o n el p o d e r p o l í t i c o . P r i m e r a constatar;iónj_ias.-Clases.-se--expresan-a4ravés-de-los p a r t i d o s : « D u f a r I t e T á T S s t a u r a c i ó n , l o s g r a n d e s p r o p i e t a r i o s h a b í a n sido los amos y, c o n s e c u e n t e m e n t e , eran l e g i t i m i s t a s . D u r a n t e l a m o n a r q u í a d e j u l i o , l o s amos h a b í a n sido l a a r i s t o c r a c i a financiera y l o s g r a n d e s i n d u s triales y, c o n s e c u e n t e m e n t e , eran o r l e a n i s t a s . » « E n 1848, e l p a r t i d o p r o l e tario aparecía como u n simple anexo d e l partido d e m ó c r a t a p e q u e ñ o - b u r gués ( . . . ) . E l p a r t i d o d e m ó c r a t a , a s u v e z , s e apoya s o b r e l o s h o m b r o s d e l p a r t i d o r e p u b l i c a n o b u r g u é s . » S e g u n d a c o n s t a t a c i ó n : l a s clases anudan alianzas y s e e n f r e n t a n e n l a s l u c h a s : « D u r a n t e l a s j o r n a d a s d e j u n i o d e 1848. ¡ o d a s ¡as ciases > ¡odo> ios p a n i d o s s e h a b í a n u n i d o e n el " p a r t i d o del o r d e n " , frente a la clase proletaria c o n los partidarios d e " l a a n a r q u í a " , del s o c i a l i s m o , d e l c o m u n i s m o ( . . . ) . L o s d i r i g e n t e s d e l p a r t i d o d e l o r d e n h a b í a n r e c u p e r a d o las viejas palabras del o r d e n — " p r o p i e d a d , familia, r e ligión"— y las habían lanzado a sus t r o p a s , llamándolas a la cruzada contrarrevolucionaria.» Terceja ccmstatactónx.las,josicipnes,recíprocas d é l a s clases d e t e r m i n a n l o s r e g í m e n e s p o l í t i c o s : « L a R e p ú b l i c a p a r l a m e n t a r i a e r a algo m á s q u e el t e r r e n o n e u t r o donde l a s d o s f r a c c i o n e s d e l a b u r g u e s í a francesa — l a l e g i t i m i s t a y l a o r l e a n i s t a ; l a gran p r o p i e d a d d e l a t i e r r a y l a industria— coexistían c o n iguales derechos. L a República e r a la condición indispensable d e su c o m ú n dominación, la única forma d e estado e n la q u e podían quedar subordinadas las pretensiones d e las diferentes fracciones, y las d e t o d a s l a s o t r a s clases s o c i a l e s , a s u i n t e r é s g e n e r a l d e c l a s e . » Últim a c o n s t a t a c i ó n : el a p a r a t o d e l e s t a d o puede e s t a r al s e r v i c i o d e l a c l a s e d o m i n a n t e , pero puede c o n s e g u i r t a m b i é n c i e r t a a u t o n o m í a : « C u a n d o l a m o n a r q u í a absoluta, c u a n d o la p r i m e r a Revolución y c u a n d o N a p o l e ó n I , la b u r o c r a c i a f u e t a n sólo el m e d i o d e preparar l a d o m i n a c i ó n d e l a b u r guesía. D u r a n t e la é p o c a d e la R e s t a u r a c i ó n , d e Luis Felipe y d e la R e p ú blica p a r l a m e n t a r i a , f u e el i n s t r u m e n t o d e l a c l a s e d o m i n a n t e ( . . . ) . F u e c o n el s e g u n d o B o n a p a r t e c u a n d o d e v i n o c o m p l e t a m e n t e i n d e p e n d i e n t e . » w

¿ E x i s t e u n a d e f i n i c i ó n d e clase m a r x i s t a ? E n u n f r a g m e n t o d e l m a n u s crito r e d a c t a d o p a r a ^ t i i b r o - T I I d e E Z " l Q i p M ; ^ a t r t l 5 S i m m t a r i a s ' - c l a s e s eñ~TmiaóX3fiTiu. p o s i c i ó n e n e l m c K i o T a T g f o d B a ^ x ^ t a l i s t a s : ¿ C ó m o llegan a c o n s t i t u i r los t r a b a j a d o r e s a s a l a r i a d o s , los c a p i t a l i s t a s y los terrat e n i e n t e s las tres g r a n d e s clases s o c i a l e s ? A p r i m e r a vista, a causa d e l a i d e n t i d a d d e s u s r e c u r s o s y d e las f u e n t e s d e los mismos: h e aquí t r e s grandeS-.grupo.S-,SQCides.myps,rnia^ respectivamente, 196

del s a l a r i o , d e l b e n e f i c i o y d e l a r e n t a , e s d e c i r , d e l v a l o r d e s u f u e r z a d e trabajo, d e su capitlDTlErsTüTSena^ ~EfigeIs~lro~vueT^^ qmériTTmáTrñ^ i e j f t ^ é c o n ó j m c o s : « S e l l a m a n clases a vastos g r u p o s h u m a n o s q u e se dist i n g u e n . p o r el l u g a r q u e o c u p a n e n u n s i s t e m a h i s t ó r i c o d e f i n i d o d e ¡a p r o d u c c i ó n social, p o r s u r e l a c i ó n c o n J o s _ m ^ su p a p e l "socaáTeñ l a o r g a n i z a c i ó n s o c i a l d e l t r a b a j o y , e n c o n s e c u e n c i a , p o r l o s m e dios l i é o b t e n e r J a s j i q u e z a s . sociales_y ja..canti_dad_ d e _éitás"_de q u é d i s p o n e n . » E n p r i n c i p i o , l a c l a s e social s e c a r a c t e r i z a p o r l a p o s e s i ó n o n o p o "Tésioñ d e l o s i n s t r u m e n t o s d e p r o d u c c i ó n , p o r el o r i g e n y el n i v e l d e s u s ingresos, p o r la comunidad d e intereses económicos. Sin ejnbarjo^sejÚD_Marx, u n grupo h u m a n o exclusivamente d e t e r m i 3.dojB^su^slatuto_econr3rm e n sí». P a r a l l e g a r a s e r c o m p l e t a m e n t e u n a c l a s e s o c i a l , o d i c h o d é o t r a m a n e r a , « u n a c l a s e p a r a ^TtY^^óíS^TMr^^f^ so&ád^dstá entre sus m i e m b r o s , t o m a r c o n c i e n c i a d e s u s i n t e r e s e s c o l e c t i v o s . M a r x l o d e m u e s t r a a l d e s c r i b i r al c a m p e s i n a d o " f i ^ i i c i s e i í ' * E Í '18"Brwnario: « E n l a m e dida e n q u e millones d e familias campesinas viven e n condiciones q u e les s e p a r a n d e o t r a s clases s o c i a l e s y s e e n f r e n t a n a ellas p o r s u g é n e r o d e v i d a , i n t e r e s e s y c u l t u r a , c o n s t i t u y e n u n a c l a s e . P e r o n o l a c o n s t i t u y e n e n l a med i d a e n q u e l a s i m i h t u d d e s u s i n t e r e s e s n o c r e a e n t r e ellos n i n g u n a solidaridad, ninguna vinculación nacional, ninguna organización política. P o r ello los c a m p e s i n o s s o n i n c a p a c e s d e d e f e n d e r , p o r s í m i s m o s , s u s i n t e r e s e s d e c l a s e . » M a r x l o p r e c i s a i g u a l m e n t e e n La ideología alemana: « L o s i n d i v i d u o s a i s l a d o s n o f o r m a n u n a clase e n t a n t o q u e n o n e c e s i t a n l u c h a r c o n j u n t a m e n t e contra otra clase.» A s í p u e s , u n grupo económico se transform a e n clase social a t r a v é s d e l a t o m a d e c o n c i e n c i a , l a cual s e m a n i f i e s t a en los actos: lucha e n forma d e huelgas, manifestaciones, alborotos; el voto en las elecciones; la organización d e p a r t i d o s , asociaciones y sindicatos; la expresión d e u n a ideología —liberalismo, radicalismo, socialismo, etc.—. E n definitiva, m i e n t r a s q u e el c o n c e p t o d e c l a s e d e s e m p e ñ a u n p a p e l c o n siderable e n la doctrina marxista, e n c a m b i o n o s e halla u n a teoría elabor a d a d e l a s clases s o c i a l e s e n n i n g u n o d e l o s e s c r i t o s d e M a r x y E n g e l s . Pierre Vilar observa, respecto a las «obras históricas lo siguiente: M a r x habla d e h i s t o r i a c o m o h a b l a d e p o l í t i c a , c o n l a ú n i c a i n t e n c i ó n d e e s t a b l e c e r haces d e probabíliddes, p e r o n o certidumbres (...); con la esperanza d e red u c i r el c a m p o d e l o i n c i e r t o . T o d a v í a n o e s u n a c i e n c i a . Y M a r x n o se h a c e n i n g u n a ilusión al r e s p e c t o ( . . . ) . S e t r a t a t a n s ó l o d e u n e j e r c i c i o e m p í r i c o q u e v a s i n c e s a r d e l e j e m p l o a l r a z o n a m i e n t o y d e l r a z o n a m i e n t o al e j e m p l o , y q u e h a n p r a c t i c a d o (casi s i e m p r e m a l ) l o s p o l í t i c o s y l o s h i s t o riadores.» A p r o p ó s i t o d e la sociología d e las clases, a p e n a s e s b o z a d a e n las o b r a s d e M a r x , s e p u e d e n r e t e n e r a l g u n a s i d e a s f u n d a m e n t a l e s . P r i m e ro: la definición d e clase s u p o n e u n a d o b l e referencia: a ) a u n criterio económico: la posición e n el m o d o d e producción; b ) a u n criterio psicológico y político: la t o m a d e conciencia. S e g u n d o : es m e n o s pertinente considerar u n a clase e n sí m i s m a , a i s l a d a m e n t e , q u e l a e s t r u c t u r a d e clases s o c i a l e s , e n l a m e d i d a e n q u e l a s c l a s e s e x i s t e n s o b r e t o d o p o r s u s r e l a c i o n e s recíp r o c a s . T e r c e r o : l a l u c h a d e c l a s e s « d e t e r m i n a » , e n g r a n p a r t e , l o s conflict o s p o l í t i c o s , p e r o n o s e d e b e r e d u c i r , d e m a n e r a s i m p l i s t a , el n i v e l p o l í t i c o 197

a l . n i v e l social, p o r q u e c a d a i n s t a n c i a t i e n e c i e r t a a u t o n o m í a e n s u f u n c i o n a m i e n t o . C u a r t o : l o s g r u p o s sociales s e p a r e c e n a l a s c l a s e s — y p u e d e n l l a m a r s e a s í , a f a l t a d e m a y o r p r e c i s i ó n — e n las s o c i e d a d e s p r e c a p i t a l i s t a s , p e r o n o t i e n e n l o s m i s m o s c a r a c t e r e s , ni l a s m i s m a s f u n c i o n e s , n i l o s m i s m o s c o m p o r t a m i e n t o s q u e t i e n e n las clases e n l a s s o c i e d a d e s c a p i t a l i s t a s .

3.

E L CONCEPTO D E IDEOLOGÍA

v

n

0

® J 2 5 § í y Í S S Í - j l e J . o s ~ « i d e ó l o g a s » — q u e e s u n a p r o l o n g a c i ó n d e l a filosofía d e las L u c e s — p a s ó d e F r a n c i a a A l e m a n i a _en_el m o m e n t o d e l a s conquistas mihtares^y d e las anexiones d e e s t a d o s d u r a n t e la R e v o l u c i ó n y el I m p e r i o . P e r o , e n el" ú l t i m o t e r c i ó d e l siglo x i x T a "pesar"del* e n t u s i a s m o d e s p e r t a d o p o r las i d e a s f r a n c e s a s m á s allá d e l R h i n , l a s élites a l e m a n a s e s t a b a n s o b r e t o d o p e n d i e n t e s d e su p r o p i o s filósofos: K a n t , F i c h t e , H e g e l . E s t e ú l t i m o d i o f o r m a a u n s i s t e m a p o r c o m p l e t o i d e a l i s t a e n La fenomenología del espíritu, La filosofía del derecho, Las lecciones sobre la filosofía de la historia, e t c . S e g ú n H e g e l , la h i s t o r i a u n i v e r s a l s e c o r r e s p o n d e c o n l a m a r c h a d i a l é c t i c a d e l e s p í r i t u h a c i a u n o b j e t i v o final: la c o n c i e n c i a d e sí m i s m o . E n t r e l o s a ñ o s 1830 y 1 8 4 0 , m u e r t o el « m a e s t r o » d e B e r l í n , s u s discí198

1

i

:

§ e c » B o c e . £ Q n - e l . n o m b r e de-«jde61og.QS» a u n grupo d e cjentíficps..franc e s e s q u e -han d e s e m p e ñ a d o u n p a p e l i n t e l e c t u a l y ^ f r e c u e m e m j s n t e ^ t e i n b i é n p o l í t i c o d e p r i m e r a c a t e g o r í a entre'Í78S> y 1 8 3 0 . S e t r a t a d e p r o f e s i o n a l e s y e s p e c i a l i s t a s , como~eTlñe"dicó~"CabanIs, el g e ó g r a f o V o l n e y , el e s c r i t o r B . C o n s t a n t , el a r c h i v e r o D a u n o u , el filósofo D e s t u t t d e T r a c y . E s t e "último i n v e n t ó , e n u n a m e m o r i a p r e s e n t a d a e n e l I n s t i t u t o e n 1 7 9 6 , el t é r m i n o « i d e o l o g í a » p a r a r e e m p l a z a r l a s n o c i o n e s d e m e t a f í s i c a y d e p s i c o l o g í a . L a i d e o l o g í a p r e t e n d a j a s o m a - ^ i e n c i a - d e » c i f t n n i a s . » , .r&ftttada..en el e s t u d i o d e l h o m b r e , p e r o e x t e n d i é n d o s e a j a s ciencias n a t u r a gicas, m o r a l e s y políticas.'Enuncia a l g u n a s i d a a s , n u e v a s : l a v o l u n t a d d e r e nunciar a t o d o t i p o d e ^ x p l i c i c i á n . t r a s c e n d e n t a l . p a r a e x p l i c a r el c o n o c i m i e n t o ; la voluntad d e constituir u n sistema metodológico tal q u e p u e d a n e n c o n t r a r *en é l su l u g a r l a s d i v e r s a s disciplinas y d e d u c i r s e l a s u n a s d e l a s o t r a s ; l a i n t e n c i ó n d e c o n c r e t a r e s t e p r o y e c t o científico p o r m e d i o d e l a s instituciones d e enseñanza e investigación. U n e j e m p l o : según D e s t u t t d e Tracy, la ciencia, la e c o n o m í a y la política tienen estrechas relaciones y d o b l e s e n t i d o . E n c o n s e c u e n c i a , e s p o s i b l e edificar u n a c i e n c i a d e la e c o n o m í a q u e s e r á la d e la j u s t a n e c e s i d a d y l a j u s t a p r o p i e d a d , y u n a c i e n c i a d e la p o l í t i c a q u e s e r á la d e l a v e r d a d e r a l i b e r t a d . I n v e r s a m e n t e , si s e l a d o t a d e b u e n a s i n s t i t u c i o n e s , s e p u e d e e s p e r a r d e ella e l p r o g r e s o d e l a s o p i n i o n e s y d e l a s c o n c i e n c i a s , a t r a v é s d e l a s r e a l i z a c i o n e s científicas y e d u c a t i v a s . D u r a n t e l a C o n v e n c i ó n , el D i r e c t o r i o , e l C o n s u l a d o y el I m p e r i o , l o s i d e ó l o g o s c o n t r i b u y e r o n a edificar l a s i n s t i t u c i o n e s c u l t u r a l e s , p r o p o n i e n d o la r e o r g a n i z a c i ó n d e l I n s t i t u t o , l a f u n d a c i ó n d e l a E s c u e l a N o r m a l , l a r e a lización d e las e s c u e l a s c e n t r a l e s (los f u t u r o s l i c e o s ) ; e i n t e r v i n i e r o n e n l a s i n s t i t u c i o n e s p o l í t i c a s , p a r t i c i p a n d o e n las a s a m b l e a s , p r o p o n i e n d o l e y e s , a p r o b a n d o o criticando los gobiernos. A través d e los diferentes r e g í m e nes, los «ideólogos» siguieron siendo liberales m o d e r a d o s . P o r lo q u e se explica q u e d e n u n c i a r a n e l d e s p o t i s m o i m p e r i a l y q u e , e n r e v a n c h a , N a p o l e ó n l o s calificara d e d o c t r i n a r i o s a b s t r a c t o s . e

pulos — E . G a n s , A . R u g e , B . B a u e r , L . F e u e r b a c h , e t c . — c o m p l e t a n sus manuscritos y los publican. K Marx _gue¡Jiacja entmces.,sus.estudios.univ e r s i t a r i o s , , s e s u m e r g e , e n l a s o b r a s d e H e g e l y se r e l a c i o n a c o n _ l o s , « j ó v e nes hegelianos». S j h i j m i l w o o j í ^ ^ j?. Engels y d e s u cokboxación.en.la Rheinische Zeüung, v..después.de.haher léídcTaios historiadores fraceses y a los e c o n o m i s t a s ingleses, K . M a r x se d i s t a n c i a d e ía filosofía de HegéT."Bn los anos 18l5"3Bfó¡K. M a r x ' y F E n gels r e d a c t a n l o s c u a d e r n o s d e La "ideología^fl/eOTa«a, « a fin d e a r r e g l a r c u e n t a s c o n ( s u ) conciencia filosófica d e o t r o tiempo». S e l a n z a n a h a c e r u n a crítica v i o l e n t a , n o d e l o s e v e n t u a l e s d i s c í p u l o s a l e m a n e s d e l o s « i d e ó logos» f r a n c e s e s , s i n o d e H e g e l y d e l o s j ó v e n e s h e g e l i a n o s . N o e n c o n t r a n d o e d i t o r p a r a s u v o l u m i n o s o m a n u s c r i t o , s u s a u t o r e s lo a b a n d o n a n « a l a critica r o e d o r a d e l o s r a t o n e s » . E l p ú b l i c o n o c o n o c e r á , p u e s , La ideología alemana h a s t a s e r , p o r p r i m e r a v e z , p u b l i c a d a e n 1 9 3 3 . E n las_«Tesis s o b r e F e u e r b a c h » — l a p r i m e r a p a r t e d e La ideología alemana—, M a r x , ¿ " E n ^ s 3 a * e m ú é s t r a n q u e e l idealismo hegeHano. t o m a p o r realidades objetivas sus construcciones imaginarias: « E n la ideología, los h o m b r e s y sus relaciones a p a r e c e n con la cabeza e n los pies, c o m o e n u n a c á m a r a f o t o g r á f i c a » . Y t a m b i é n : « U n a v e z r e p a r a d a s las i d e a s d o m i n a n t e s d e los individuos q u e d o m i n a n y d e las relaciones d e p r o d u c c i ó n (...) ent o n c e s e s m u y fácil a b s t r a e r l a s d i f e r e n t e s i d e a s , l a I d e a , c o m o e l e m e n t o q u e d o m i n a l a h i s t o r i a ( . . . ) . E l p r o p i o H e g e l c o n f i e s a , a l final d e s u Filosofía de la historia, q u e e x a m i n a ú n i c a m e n t e l a p r o g r e s i ó n d e l c o n c e p t o . » O bien: « E n la imaginación d e los jóvenes hegelianos, las relaciones h u m a n a s y todos los h e c h o s y gestos d e los h o m b r e s s o n p r o d u c t o d e su conciencia.» M a r x y E n g e l s o p e r a n u n a inversión d e los t é r m i n o s , h a c i e n d o d e p e n d e r l a f o r m a c i ó n d e l a s i d e a s d e las c o n d i c i o n e s d e v i d a : « F r e n t e a la filosofía e s p e c u l a t i v a q u e d e s c i e n d e d e l c i e l o a la t i e r r a , e s l a t i e r r a l a q u e s e alza h a c i a el cielo a q u í » ( . . . ) ; « L a p r o d u c c i ó n d e l a s i d e a s , d e las r e p r e s e n t a c i o n e s y d e la c o n c i e n c i a e s t á , e n p r i m e r l u g a r , d i r e c t a e í n t i m a m e n t e u n i d a a l a a c t i v i d a d m a t e r i a l d e l o s h o m b r e s » ( . . . ) ; « N o es l a c o n c i e n c i a q u i e n d e t e r m i n a la v i d a , s i n o l a v i d a q u i e n d e t e r m i n a la c o n c i e n c i a » . A p a r t i r d e e n t o n c e s , M a r x y E n g e l s i n t e g r a n su c o n c e p c i ó n d e l a i d e o logía e n e l m a r c o d e l m a t e r i a l i s m o h i s t ó r i c o : « S ó n J o s h o m b r e s q u i e n e s s o n productores deTsus"representaciones y d e sus ideas, p e r o h o m b r e s reales, actuantes, tales c o m o r e a l m e n t e son, condicionados p o r u n d e t e r m i n a d o d e sarrollo d e su fuerza productiva y j j o r las relaciones q u e c o r r e s p o n d e n a a q u é l » ; « L a j r u e v a j j o n c e p a o n d ^ J a h i s t o r i a s e J u n d a m e n t a e n .el d e s a r r o llo d e l p r o c e s o r e a l d e l a p r o d u c c i ó n X---J; v i n c u l a e l m o d o d e p r o d u c c i ó n a la t ó r m á d e l á s i ^ o o n é s l i u m á n a s , e s d e c E / a la sociedad civil (.Tr)-y ex"5Hra7"a"partrr^ las fórmái„dSlconciéncía^ filosofía, moral, etc.—»7" """""""""" ~ ~ F . E n g e l s üustraTa~"*rtil^ concepto de ideología e n u n artículo dedicado a «La g u e r r a de los campesinos» q u e tuvo lugar e n Alem a n i a a p r i n c i p i o s d e l siglo XVI ( p u b l i c a d o e n la Nueva gaceta renana, e n 1 8 5 0 ) . P a r a c o m p r e n d e r m e j o r el análisis d e E n g e l s , c o n v i e n e r e c o r d a r alg u n o s a c o n t e c i m i e n t o s h i s t ó r i c o s . E n 1 5 1 7 , L u t e r o , al fijar s u s « 9 5 tesis» en W i t t e m b e r g , r o m p e c o n la d o c t r i n a oficial d e f e n d i d a por el p a p a d o e n R o m a . E l r e f o r m a d o r p o n e el a c e n t o s o b r e el p e c a d o o r i g i n a l , s o b r e l a p r e d e s t i n a c i ó n , s o b r e l a s a l v a c i ó n p o r l a fe, d e s p r e c i a n d o l a s obras; r e c o m i e n 199

a l . n i v e l social, p o r q u e c a d a i n s t a n c i a t i e n e c i e r t a a u t o n o m í a e n s u f u n c i o n a m i e n t o . C u a r t o : l o s g r u p o s sociales s e p a r e c e n a l a s c l a s e s — y p u e d e n l l a m a r s e a s í , a f a l t a d e m a y o r p r e c i s i ó n — e n las s o c i e d a d e s p r e c a p i t a l i s t a s , p e r o n o t i e n e n l o s m i s m o s c a r a c t e r e s , ni l a s m i s m a s f u n c i o n e s , n i l o s m i s m o s c o m p o r t a m i e n t o s q u e t i e n e n las clases e n l a s s o c i e d a d e s c a p i t a l i s t a s .

3.

E L CONCEPTO D E IDEOLOGÍA

v

n

0

® J 2 5 § í y Í S S Í - j l e J . o s ~ « i d e ó l o g a s » — q u e e s u n a p r o l o n g a c i ó n d e l a filosofía d e las L u c e s — p a s ó d e F r a n c i a a A l e m a n i a _en_el m o m e n t o d e l a s conquistas mihtares^y d e las anexiones d e e s t a d o s d u r a n t e la R e v o l u c i ó n y el I m p e r i o . P e r o , e n el" ú l t i m o t e r c i ó d e l siglo x i x T a "pesar"del* e n t u s i a s m o d e s p e r t a d o p o r las i d e a s f r a n c e s a s m á s allá d e l R h i n , l a s élites a l e m a n a s e s t a b a n s o b r e t o d o p e n d i e n t e s d e su p r o p i o s filósofos: K a n t , F i c h t e , H e g e l . E s t e ú l t i m o d i o f o r m a a u n s i s t e m a p o r c o m p l e t o i d e a l i s t a e n La fenomenología del espíritu, La filosofía del derecho, Las lecciones sobre la filosofía de la historia, e t c . S e g ú n H e g e l , la h i s t o r i a u n i v e r s a l s e c o r r e s p o n d e c o n l a m a r c h a d i a l é c t i c a d e l e s p í r i t u h a c i a u n o b j e t i v o final: la c o n c i e n c i a d e sí m i s m o . E n t r e l o s a ñ o s 1830 y 1 8 4 0 , m u e r t o el « m a e s t r o » d e B e r l í n , s u s discí198

1

i

:

§ e c » B o c e . £ Q n - e l . n o m b r e de-«jde61og.QS» a u n grupo d e cjentíficps..franc e s e s q u e -han d e s e m p e ñ a d o u n p a p e l i n t e l e c t u a l y ^ f r e c u e m e m j s n t e ^ t e i n b i é n p o l í t i c o d e p r i m e r a c a t e g o r í a entre'Í78S> y 1 8 3 0 . S e t r a t a d e p r o f e s i o n a l e s y e s p e c i a l i s t a s , como~eTlñe"dicó~"CabanIs, el g e ó g r a f o V o l n e y , el e s c r i t o r B . C o n s t a n t , el a r c h i v e r o D a u n o u , el filósofo D e s t u t t d e T r a c y . E s t e "último i n v e n t ó , e n u n a m e m o r i a p r e s e n t a d a e n e l I n s t i t u t o e n 1 7 9 6 , el t é r m i n o « i d e o l o g í a » p a r a r e e m p l a z a r l a s n o c i o n e s d e m e t a f í s i c a y d e p s i c o l o g í a . L a i d e o l o g í a p r e t e n d a j a s o m a - ^ i e n c i a - d e » c i f t n n i a s . » , .r&ftttada..en el e s t u d i o d e l h o m b r e , p e r o e x t e n d i é n d o s e a j a s ciencias n a t u r a gicas, m o r a l e s y políticas.'Enuncia a l g u n a s i d a a s , n u e v a s : l a v o l u n t a d d e r e nunciar a t o d o t i p o d e ^ x p l i c i c i á n . t r a s c e n d e n t a l . p a r a e x p l i c a r el c o n o c i m i e n t o ; la voluntad d e constituir u n sistema metodológico tal q u e p u e d a n e n c o n t r a r *en é l su l u g a r l a s d i v e r s a s disciplinas y d e d u c i r s e l a s u n a s d e l a s o t r a s ; l a i n t e n c i ó n d e c o n c r e t a r e s t e p r o y e c t o científico p o r m e d i o d e l a s instituciones d e enseñanza e investigación. U n e j e m p l o : según D e s t u t t d e Tracy, la ciencia, la e c o n o m í a y la política tienen estrechas relaciones y d o b l e s e n t i d o . E n c o n s e c u e n c i a , e s p o s i b l e edificar u n a c i e n c i a d e la e c o n o m í a q u e s e r á la d e la j u s t a n e c e s i d a d y l a j u s t a p r o p i e d a d , y u n a c i e n c i a d e la p o l í t i c a q u e s e r á la d e l a v e r d a d e r a l i b e r t a d . I n v e r s a m e n t e , si s e l a d o t a d e b u e n a s i n s t i t u c i o n e s , s e p u e d e e s p e r a r d e ella e l p r o g r e s o d e l a s o p i n i o n e s y d e l a s c o n c i e n c i a s , a t r a v é s d e l a s r e a l i z a c i o n e s científicas y e d u c a t i v a s . D u r a n t e l a C o n v e n c i ó n , el D i r e c t o r i o , e l C o n s u l a d o y el I m p e r i o , l o s i d e ó l o g o s c o n t r i b u y e r o n a edificar l a s i n s t i t u c i o n e s c u l t u r a l e s , p r o p o n i e n d o la r e o r g a n i z a c i ó n d e l I n s t i t u t o , l a f u n d a c i ó n d e l a E s c u e l a N o r m a l , l a r e a lización d e las e s c u e l a s c e n t r a l e s (los f u t u r o s l i c e o s ) ; e i n t e r v i n i e r o n e n l a s i n s t i t u c i o n e s p o l í t i c a s , p a r t i c i p a n d o e n las a s a m b l e a s , p r o p o n i e n d o l e y e s , a p r o b a n d o o criticando los gobiernos. A través d e los diferentes r e g í m e nes, los «ideólogos» siguieron siendo liberales m o d e r a d o s . P o r lo q u e se explica q u e d e n u n c i a r a n e l d e s p o t i s m o i m p e r i a l y q u e , e n r e v a n c h a , N a p o l e ó n l o s calificara d e d o c t r i n a r i o s a b s t r a c t o s . e

pulos — E . G a n s , A . R u g e , B . B a u e r , L . F e u e r b a c h , e t c . — c o m p l e t a n sus manuscritos y los publican. K Marx _gue¡Jiacja entmces.,sus.estudios.univ e r s i t a r i o s , , s e s u m e r g e , e n l a s o b r a s d e H e g e l y se r e l a c i o n a c o n _ l o s , « j ó v e nes hegelianos». S j h i j m i l w o o j í ^ ^ j?. Engels y d e s u cokboxación.en.la Rheinische Zeüung, v..después.de.haher léídcTaios historiadores fraceses y a los e c o n o m i s t a s ingleses, K . M a r x se d i s t a n c i a d e ía filosofía de HegéT."Bn los anos 18l5"3Bfó¡K. M a r x ' y F E n gels r e d a c t a n l o s c u a d e r n o s d e La "ideología^fl/eOTa«a, « a fin d e a r r e g l a r c u e n t a s c o n ( s u ) conciencia filosófica d e o t r o tiempo». S e l a n z a n a h a c e r u n a crítica v i o l e n t a , n o d e l o s e v e n t u a l e s d i s c í p u l o s a l e m a n e s d e l o s « i d e ó logos» f r a n c e s e s , s i n o d e H e g e l y d e l o s j ó v e n e s h e g e l i a n o s . N o e n c o n t r a n d o e d i t o r p a r a s u v o l u m i n o s o m a n u s c r i t o , s u s a u t o r e s lo a b a n d o n a n « a l a critica r o e d o r a d e l o s r a t o n e s » . E l p ú b l i c o n o c o n o c e r á , p u e s , La ideología alemana h a s t a s e r , p o r p r i m e r a v e z , p u b l i c a d a e n 1 9 3 3 . E n las_«Tesis s o b r e F e u e r b a c h » — l a p r i m e r a p a r t e d e La ideología alemana—, M a r x , ¿ " E n ^ s 3 a * e m ú é s t r a n q u e e l idealismo hegeHano. t o m a p o r realidades objetivas sus construcciones imaginarias: « E n la ideología, los h o m b r e s y sus relaciones a p a r e c e n con la cabeza e n los pies, c o m o e n u n a c á m a r a f o t o g r á f i c a » . Y t a m b i é n : « U n a v e z r e p a r a d a s las i d e a s d o m i n a n t e s d e los individuos q u e d o m i n a n y d e las relaciones d e p r o d u c c i ó n (...) ent o n c e s e s m u y fácil a b s t r a e r l a s d i f e r e n t e s i d e a s , l a I d e a , c o m o e l e m e n t o q u e d o m i n a l a h i s t o r i a ( . . . ) . E l p r o p i o H e g e l c o n f i e s a , a l final d e s u Filosofía de la historia, q u e e x a m i n a ú n i c a m e n t e l a p r o g r e s i ó n d e l c o n c e p t o . » O bien: « E n la imaginación d e los jóvenes hegelianos, las relaciones h u m a n a s y todos los h e c h o s y gestos d e los h o m b r e s s o n p r o d u c t o d e su conciencia.» M a r x y E n g e l s o p e r a n u n a inversión d e los t é r m i n o s , h a c i e n d o d e p e n d e r l a f o r m a c i ó n d e l a s i d e a s d e las c o n d i c i o n e s d e v i d a : « F r e n t e a la filosofía e s p e c u l a t i v a q u e d e s c i e n d e d e l c i e l o a la t i e r r a , e s l a t i e r r a l a q u e s e alza h a c i a el cielo a q u í » ( . . . ) ; « L a p r o d u c c i ó n d e l a s i d e a s , d e las r e p r e s e n t a c i o n e s y d e la c o n c i e n c i a e s t á , e n p r i m e r l u g a r , d i r e c t a e í n t i m a m e n t e u n i d a a l a a c t i v i d a d m a t e r i a l d e l o s h o m b r e s » ( . . . ) ; « N o es l a c o n c i e n c i a q u i e n d e t e r m i n a la v i d a , s i n o l a v i d a q u i e n d e t e r m i n a la c o n c i e n c i a » . A p a r t i r d e e n t o n c e s , M a r x y E n g e l s i n t e g r a n su c o n c e p c i ó n d e l a i d e o logía e n e l m a r c o d e l m a t e r i a l i s m o h i s t ó r i c o : « S ó n J o s h o m b r e s q u i e n e s s o n productores deTsus"representaciones y d e sus ideas, p e r o h o m b r e s reales, actuantes, tales c o m o r e a l m e n t e son, condicionados p o r u n d e t e r m i n a d o d e sarrollo d e su fuerza productiva y j j o r las relaciones q u e c o r r e s p o n d e n a a q u é l » ; « L a j r u e v a j j o n c e p a o n d ^ J a h i s t o r i a s e J u n d a m e n t a e n .el d e s a r r o llo d e l p r o c e s o r e a l d e l a p r o d u c c i ó n X---J; v i n c u l a e l m o d o d e p r o d u c c i ó n a la t ó r m á d e l á s i ^ o o n é s l i u m á n a s , e s d e c E / a la sociedad civil (.Tr)-y ex"5Hra7"a"partrr^ las fórmái„dSlconciéncía^ filosofía, moral, etc.—»7" """""""""" ~ ~ F . E n g e l s üustraTa~"*rtil^ concepto de ideología e n u n artículo dedicado a «La g u e r r a de los campesinos» q u e tuvo lugar e n Alem a n i a a p r i n c i p i o s d e l siglo XVI ( p u b l i c a d o e n la Nueva gaceta renana, e n 1 8 5 0 ) . P a r a c o m p r e n d e r m e j o r el análisis d e E n g e l s , c o n v i e n e r e c o r d a r alg u n o s a c o n t e c i m i e n t o s h i s t ó r i c o s . E n 1 5 1 7 , L u t e r o , al fijar s u s « 9 5 tesis» en W i t t e m b e r g , r o m p e c o n la d o c t r i n a oficial d e f e n d i d a por el p a p a d o e n R o m a . E l r e f o r m a d o r p o n e el a c e n t o s o b r e el p e c a d o o r i g i n a l , s o b r e l a p r e d e s t i n a c i ó n , s o b r e l a s a l v a c i ó n p o r l a fe, d e s p r e c i a n d o l a s obras; r e c o m i e n 199

:

d a l a l e c t u r a , e n e x c l u s i v a , d e la B i b l i a ; s u g i e r e l a s i m p l i f i c a c i ó n d e l o s sac r a m e n t o s y d e f i e n d e el m a t r i m o n i o d e l o s s a c e r d o t e s , al t i e m p o q u e c u e s t i o n a la j e r a r q u í a e c l e s i á s t i c a . E l t e ó l o g o d e W i t t e m b e r g l o g r a e s c a p a r a l a h o g u e r a r e s e r v a d a a l o s h e r e j e s c u a n d o c o n s i g u e el a p o y o d e l o s p r í n c i p e s a l e m a n e s — A l b e r t o de B r a n d e b u r g o , Juan de Sajonia, Felipe de H e s s e , e t c , — . . . É s t o s s e c u l a r i z a n los b i e n e s d e l c l e r o e n sus e s t a d o s y d i r i g e n l a L i g a d e S m a l k a l d a c o n t r a el e m p e r a d o r C a r l o s V . Sin e m b a r g o , l a p r e d i c a c i ó n d e L u t e r o i m p u l s a el v i e n t o d e l a i n s u r r e c c i ó n e n A l e m a n i a . É n l o s a ñ o s 1 5 2 2 - 1 5 2 3 , la p e q u e ñ a n o b l e z a e m p o b r e c i d a , c o n F í u t t e n y S i c k i n g e n a l a c a b e z a , se a g i t a y s e o r g a n i z a , h a s t a ser a p l a s t a d a p o r las t r o p a s d e l e l e c t o r d e T r é v e r i s . A l m i s m o t i e m p o , T o m á s M ü n t z e r y el g r u p o d e l o s « i l u m i n a d o s » d e Z w i c k a u p r e t e n d e n ir m á s allá d e las r e f o r m a s d e L u t e r o : i n s i s t e n e n la r e v o l u c i ó n i n t e r i o r d e l e s p í r i t u , d e m a n d a n la s u p r e s i ó n d e los c l é r i g o s , p r e d i c a n el b a u t i s m o d e los a d u l t o s y e x i g e n la c o m u n i d a d d e b i e n e s . E s t e p r o g r a m a , a u d a z t a n t o d e s d e el p u n t o d e v i s t a r e l i g i o s o c o m o s o cial, es b i e n a c o g i d o p o r las c a p a s r u r a l e s m á s p o b r e s . L o s c a m p e s i n o s d e la A l e m a n i a d e l S u r , e n las r e g i o n e s d e S c h a f f h o u s e , U l m , B a m b e r g , F r i b u r g o , r e h u s a n los d i e z m o s y las c o r v e a s , se a p o d e r a n d e las t i e r r a s , a t a c a n l o s c a s t i l l o s , e n t r a n e n las c i u d a d e s . E n t o n c e s L u t e r o c o n d e n a a M ü n t z e r y a sus a m i g o s y a n i m a a los s e ñ o r e s a r e p r i m i r l a Jacquerie d e l o s sierv o s . E n 1 5 2 5 , s o n e x t e r m i n a d a s las b a n d a s d e los c a m p e s i n o s i n s u r r e c t o s p o r los e j é r c i t o s d e l o s p r í n c i p e s d e T u r i n g i a . E n su e s t u d i o , F . E n g e l s a d o p t a u n a c o n c e p c i ó n d i a m e t r a l m e n t e c o n t r a r i a a la d e l o s « i d e ó l o g o s » a l e m a n e s , « q u e n o v e n e n las l u c h a s d e la E d a d Media más que violentas querellas teológicas»; «que son bastante créd u l o s c o m o p a r a a c e p t a r , c o m o si f u e r a d i n e r o c o n t a n t e y s o n a n t e , las ilus i o n e s q u e a q u e l l a é p o c a se h a c í a d e sí m i s m a » . E l a m i g o d e K . M a r x d a su i n t e r p r e t a c i ó n d e l c i s m a p r o t e s t a n t e : « E n l a s l l a m a d a s g u e r r a s d e r e l i g i ó n d e l siglo x v i ( e n A l e m a n i a ) , lo v e r d a d e r a m e n t e i m p o r t a n t e e r a n l o s i n t e r e s e s m a t e r i a l e s , los i n t e r e s e s d e c l a s e ; a q u e l l a s g u e r r a s e r a n g u e r r a s d e c l a s e s ; d e la m i s m a m a n e r a q u e las c o l i s i o n e s d e c l a s e s q u e se p r o d u j e r o n m á s t a r d e e n I n g l a t e r r a y e n F r a n c i a . Si las l u c h a s d e c l a s e s , e n a q u e l l a é p o c a , a d o p t a b a n u n c a r á c t e r r e l i g i o s o , si los i n t e r e s e s , las n e c e s i d a d e s , las r e i v i n d i c a c i o n e s d e las d i f e r e n t e s clases s e d i s i m u l a b a n b a j o la m á s c a r a d e l a r e l i g i ó n , ello n o c a m b i a p a r a n a d a el f o n d o d e l a c u e s t i ó n . » C o n s e c u e n t e m e n t e , s e g ú n F . E n g e l s , el m o v i m i e n t o d e la R e f o r m a , e n l a E u r o p a o c c i d e n t a l d e l siglo XVI, n o d e b e ser e n t e n d i d o e n f u n c i ó n d e sus d i s c u r s o s r e l i g i o s o s — s o b r e la s a l v a c i ó n p o r la f e , l a s u p r e m a c í a d e l E v a n g e l i o , l a c o m u n i ó n b a j o las d o s e s p e c i e s , e t c . — , s i n o p o r l o s conflictos s o c i a l e s q u e estos discursos t r a d u c e n i n d i r e c t a m e n t e — l a secularización d e los b i e n e s eclesiásticos e n b e n e f i c i o d e l o s p r í n c i p e s , l a a s c e n s i ó n d e los c o m e r c i a n t e s e n r i q u e c i d o s e n las c i u d a d e s , l a d e c i s i ó n d e los c a m p e s i n o s d e l i b e r a r s e d e los d e r e c h o s s e ñ o r i a l e s , e t c . — . E n el c a s o c o n c r e t o d e A l e m a n i a , e n t r e l o s a ñ o s 1517 y 1 5 2 5 , al p r i n c i p i o , t o d a s las clases s o c i a l e s s e h a b í a n u n i d o y s e g u i d o a L u t e r o p a r a d e s e m b a r a z a r s e d e la t u t e l a d e R o m a ; a c o n t i n u a c i ó n , los i n t e r e s e s d e los g r u p o s se h i c i e r o n d i v e r g e n t e s y las clases d o m i n a n t e s h i c i e r o n c a l l a r , m e d i a n t e u n a r e p r e s i ó n s a n g u i n a r i a , las r e i v i n d i c a c i o n e s d e las clases d o m i n a d a s . D e s d e e s t a ó p t i c a , L u t e r o a d o p t a l a f i g u r a del « r e f o r m a d o r burgués» y M ü n t z e r la del «revolucionario p l e b e y o » . K . M a r x y F . E n g e l s , h e r e d e r o s d e l r a c i o n a l i s m o d e las L u c e s , s o n n o 200

c r e y e n t e s a b s o l u t o s . E l m a r x i s m o y el a t e í s m o s o n i n d i s o c i a b l e s . D e s d e el p u n t o d e v i s t a d e l m a t e r i a l i s m o h i s t ó r i c o , l a r e l i g i ó n c r i s t i a n a es u n a i d e o logía q u e r e f l e j a , o c u l t a o d e f o r m a la e s t r u c t u r a d e c l a s e s . E n a p o y o d e esta afirmación teórica, se p u e d e n citar casos concretos. El sistema d e los t r e s ó r d e n e s — o r a d o r e s , m i l i t a r e s , t r a b a j a d o r e s — , v i s i ó n d e la s o c i e d a d e l a b o r a d a p o r la I g l e s i a d e l siglo X I , j u s t i f i c a , b a j o el p r e t e x t o d e l i n t e r c a m b i o d e servicios m u t u o s , l a e x p l o t a c i ó n d e la m a s a d e los t r a b a j a d o r e s — l o s c a m p e s i n o s — p o r l o s d o s g r u p o s d e n o t r a b a j a d o r e s — c l é r i g o s y cab a l l e r o s — . L a s c r u z a d a s , p r e s e n t a d a s c o m o la m a r c h a p u r i f i c a d o r a d e l p u e blo cristiano o r g a n i z a d o p a r a rescatar los Santos L u g a r e s , favorecen la exp a n s i ó n d e la n o b l e z a m i l i t a r d e O c c i d e n t e , á v i d a d e h a c e r s e c o n f e u d o s e n O r i e n t e — e n G r e c i a , e n C h i p r e , e n P a l e s t i n a — , e n l o s siglos X I I y x m . L a s u b l e v a c i ó n d e l a V e n d é e , e n n o m b r e d e C r i s t o - R e y , c o r r e s p o n d e a la r e a c c i ó n d e los n o b l e s q u e a r r a s t r a n a l o s c a m p e s i n o s f a n á t i c o s c o n t r a la R e p ú b l i c a j a c o b i n a d e l o s b u r g u e s e s y d e l o s sans-culottes en los años 1793-1794. S e p o d r í a c o n t i n u a r l a s e r i e d e las i n t e r p r e t a c i o n e s q u e r e d u c e n las r e p r e s e n t a c i o n e s r e l i g i o s a s a r e i v i n d i c a c i o n e s s o c i a l e s . D e h e c h o , e n « L a g u e r r a d e los c a m p e s i n o s » , F . E n g e l s n o se u m i t a a e s t a clase d e d e m o s tración simplista; su reflexión v a m á s lejos c u a n d o explica q u e , en la E d a d M e d i a , los s a c e r d o t e s t u v i e r o n el m o n o p o l i o d e l a c u l t u r a i n t e l e c t u a l y la propia cultura adoptó u n carácter esencialmente teológico: «Los dogmas de la Iglesia e r a n i g u a l m e n t e a x i o m a s políticos y los pasajes bíblicos t e n í a n f u e r z a d e ley a n t e l o s t r i b u n a l e s ( . . . ) . C o n s e c u e n t e m e n t e , t o d a s las d o c t r i nas revolucionarias, sociales y políticas d e b í a n ser, a la vez y p r i n c i p a l m e n t e , h e r e j í a s t e o l ó g i c a s . » P o r t a n t o , l a r e l i g i ó n n o e s s o l a m e n t e el « o p i o d e l p u e b l o » , u n i n s t r u m e n t o d e d o m i n a c i ó n ; se r e v e l a t a m b i é n c o m o u n l e n guaje q u e expresa los i n t e r e s e s e c o n ó m i c o s , sociales y políticos. Y su inst i t u c i ó n , la I g l e s i a , d e s e m p e ñ a el p a p e l d e « a p a r a t o i d e o l ó g i c o d e l e s t a d o » . .Ajinj3£.meiu^s -¿cóm A t r a v é s d e l o s d i v e r s o s textos, se d e s p r e n d e - u n ~ p n m e r . s e n t i d a - d e L c o n ^ c ^ f c ^ l a l d e o j o g í a s e j ; Q n f u n d e j ; o n . u n a _ p a r í e „ d e , l a , s ú p e r estructurado, c o n el c o n j u n t o ~ d e l a m i s m a . E n l a s « T e s i s s o b r e F e u o r b a e l w . ;a i d e o l o g í a se i d e n t i f i c a u n a s v e c e s c o n c a r á c t e r r e s t r i n g i d o , c o n u n a s p e c t o d e l a filosoñ a r r e n p a r t i c u l a r c o n el s i s t e m a d e H e g e l ; o t r a s v e c e s , c o n c a r á c t e r m á s . a m p l i o , c o n la p r o d u c c i ó n d e las i d e a s : « L a s f a n t a s m a g o r í a s e n el c e r e b r o h u m a n o s o n s u D h m a a o n e s " q u e Y é " s ü l f á n n e c e s a r i a m e n t e d e la v i d a m a t e r i a l (..-)- P o r e s t e h e c h o , l a m o r a l , l a r e l i g i ó n , la m e t a f í s i c a y el r e s t o d e l a i d e o l o g í a , así c o m o las f o r m a s d e l a c o n c i e n c i a q u e le c o r r e s p o n d e n , p i e r d e n r á p i d a m e n t e c u a l q u i e r a p a r i e n c i a d e a u t o n o m í a . » E n el p r e f a c i o a l a Crítica de la economía política, el t e r r e n o d e la n o c i ó n i d e o l o g í a se a m p l í a t o davía m á s : « E s necesario ditinguir s i e m p r e e n t r e la alteración m a t e r i a l de las c o n d i c i o n e s e c o n ó m i c a s d e p r o d u c c i ó n y las f o r m a s j u r í d i c a s , p o l í t i c a s , r e l i g i o s a s , a r t í s t i c a s o filosóficas; e n r e s u m e n , las f o r m a s i d e o l ó g i c a s b a j o las c u a l e s l o s h o m b r e s t o m a n c o n c i e n c i a d e e s t e conflicto y lo l l e v a n a c a b o . » P a r a M a r x , e n t é r m i n o e x t r e m o , las « f o r m a s i d e o l ó g i c a s » e n g l o b a n t o d a s las r e p r e s e n t a c i o n e s , d i s c u r s o s y t e o r í a s p r o d u c i d o s p o r las i n s t i t u ciones políticas, jurídicas, religiosas y culturales. E n este estado d e cosas, el t é r m i n o i d e o l o g í a s e v u e l v e d e m a s i a d o v a g o c o m o p a r a ser o p e r a t i v o . y

E l c o n c e p t o d e ideología, a través d e otros escritos marxistas, a d o p t a o t r o s e n t i d o : "el d e l a t a l s a c o n c i e n c i a . U n « l X g u e r £ a j ^ J ^ c f f i g f 5 e S 5 o i » , 201

:

d a l a l e c t u r a , e n e x c l u s i v a , d e la B i b l i a ; s u g i e r e l a s i m p l i f i c a c i ó n d e l o s sac r a m e n t o s y d e f i e n d e el m a t r i m o n i o d e l o s s a c e r d o t e s , al t i e m p o q u e c u e s t i o n a la j e r a r q u í a e c l e s i á s t i c a . E l t e ó l o g o d e W i t t e m b e r g l o g r a e s c a p a r a l a h o g u e r a r e s e r v a d a a l o s h e r e j e s c u a n d o c o n s i g u e el a p o y o d e l o s p r í n c i p e s a l e m a n e s — A l b e r t o de B r a n d e b u r g o , Juan de Sajonia, Felipe de H e s s e , e t c , — . . . É s t o s s e c u l a r i z a n los b i e n e s d e l c l e r o e n sus e s t a d o s y d i r i g e n l a L i g a d e S m a l k a l d a c o n t r a el e m p e r a d o r C a r l o s V . Sin e m b a r g o , l a p r e d i c a c i ó n d e L u t e r o i m p u l s a el v i e n t o d e l a i n s u r r e c c i ó n e n A l e m a n i a . É n l o s a ñ o s 1 5 2 2 - 1 5 2 3 , la p e q u e ñ a n o b l e z a e m p o b r e c i d a , c o n F í u t t e n y S i c k i n g e n a l a c a b e z a , se a g i t a y s e o r g a n i z a , h a s t a ser a p l a s t a d a p o r las t r o p a s d e l e l e c t o r d e T r é v e r i s . A l m i s m o t i e m p o , T o m á s M ü n t z e r y el g r u p o d e l o s « i l u m i n a d o s » d e Z w i c k a u p r e t e n d e n ir m á s allá d e las r e f o r m a s d e L u t e r o : i n s i s t e n e n la r e v o l u c i ó n i n t e r i o r d e l e s p í r i t u , d e m a n d a n la s u p r e s i ó n d e los c l é r i g o s , p r e d i c a n el b a u t i s m o d e los a d u l t o s y e x i g e n la c o m u n i d a d d e b i e n e s . E s t e p r o g r a m a , a u d a z t a n t o d e s d e el p u n t o d e v i s t a r e l i g i o s o c o m o s o cial, es b i e n a c o g i d o p o r las c a p a s r u r a l e s m á s p o b r e s . L o s c a m p e s i n o s d e la A l e m a n i a d e l S u r , e n las r e g i o n e s d e S c h a f f h o u s e , U l m , B a m b e r g , F r i b u r g o , r e h u s a n los d i e z m o s y las c o r v e a s , se a p o d e r a n d e las t i e r r a s , a t a c a n l o s c a s t i l l o s , e n t r a n e n las c i u d a d e s . E n t o n c e s L u t e r o c o n d e n a a M ü n t z e r y a sus a m i g o s y a n i m a a los s e ñ o r e s a r e p r i m i r l a Jacquerie d e l o s sierv o s . E n 1 5 2 5 , s o n e x t e r m i n a d a s las b a n d a s d e los c a m p e s i n o s i n s u r r e c t o s p o r los e j é r c i t o s d e l o s p r í n c i p e s d e T u r i n g i a . E n su e s t u d i o , F . E n g e l s a d o p t a u n a c o n c e p c i ó n d i a m e t r a l m e n t e c o n t r a r i a a la d e l o s « i d e ó l o g o s » a l e m a n e s , « q u e n o v e n e n las l u c h a s d e la E d a d Media más que violentas querellas teológicas»; «que son bastante créd u l o s c o m o p a r a a c e p t a r , c o m o si f u e r a d i n e r o c o n t a n t e y s o n a n t e , las ilus i o n e s q u e a q u e l l a é p o c a se h a c í a d e sí m i s m a » . E l a m i g o d e K . M a r x d a su i n t e r p r e t a c i ó n d e l c i s m a p r o t e s t a n t e : « E n l a s l l a m a d a s g u e r r a s d e r e l i g i ó n d e l siglo x v i ( e n A l e m a n i a ) , lo v e r d a d e r a m e n t e i m p o r t a n t e e r a n l o s i n t e r e s e s m a t e r i a l e s , los i n t e r e s e s d e c l a s e ; a q u e l l a s g u e r r a s e r a n g u e r r a s d e c l a s e s ; d e la m i s m a m a n e r a q u e las c o l i s i o n e s d e c l a s e s q u e se p r o d u j e r o n m á s t a r d e e n I n g l a t e r r a y e n F r a n c i a . Si las l u c h a s d e c l a s e s , e n a q u e l l a é p o c a , a d o p t a b a n u n c a r á c t e r r e l i g i o s o , si los i n t e r e s e s , las n e c e s i d a d e s , las r e i v i n d i c a c i o n e s d e las d i f e r e n t e s clases s e d i s i m u l a b a n b a j o la m á s c a r a d e l a r e l i g i ó n , ello n o c a m b i a p a r a n a d a el f o n d o d e l a c u e s t i ó n . » C o n s e c u e n t e m e n t e , s e g ú n F . E n g e l s , el m o v i m i e n t o d e la R e f o r m a , e n l a E u r o p a o c c i d e n t a l d e l siglo XVI, n o d e b e ser e n t e n d i d o e n f u n c i ó n d e sus d i s c u r s o s r e l i g i o s o s — s o b r e la s a l v a c i ó n p o r la f e , l a s u p r e m a c í a d e l E v a n g e l i o , l a c o m u n i ó n b a j o las d o s e s p e c i e s , e t c . — , s i n o p o r l o s conflictos s o c i a l e s q u e estos discursos t r a d u c e n i n d i r e c t a m e n t e — l a secularización d e los b i e n e s eclesiásticos e n b e n e f i c i o d e l o s p r í n c i p e s , l a a s c e n s i ó n d e los c o m e r c i a n t e s e n r i q u e c i d o s e n las c i u d a d e s , l a d e c i s i ó n d e los c a m p e s i n o s d e l i b e r a r s e d e los d e r e c h o s s e ñ o r i a l e s , e t c . — . E n el c a s o c o n c r e t o d e A l e m a n i a , e n t r e l o s a ñ o s 1517 y 1 5 2 5 , al p r i n c i p i o , t o d a s las clases s o c i a l e s s e h a b í a n u n i d o y s e g u i d o a L u t e r o p a r a d e s e m b a r a z a r s e d e la t u t e l a d e R o m a ; a c o n t i n u a c i ó n , los i n t e r e s e s d e los g r u p o s se h i c i e r o n d i v e r g e n t e s y las clases d o m i n a n t e s h i c i e r o n c a l l a r , m e d i a n t e u n a r e p r e s i ó n s a n g u i n a r i a , las r e i v i n d i c a c i o n e s d e las clases d o m i n a d a s . D e s d e e s t a ó p t i c a , L u t e r o a d o p t a l a f i g u r a del « r e f o r m a d o r burgués» y M ü n t z e r la del «revolucionario p l e b e y o » . K . M a r x y F . E n g e l s , h e r e d e r o s d e l r a c i o n a l i s m o d e las L u c e s , s o n n o 200

c r e y e n t e s a b s o l u t o s . E l m a r x i s m o y el a t e í s m o s o n i n d i s o c i a b l e s . D e s d e el p u n t o d e v i s t a d e l m a t e r i a l i s m o h i s t ó r i c o , l a r e l i g i ó n c r i s t i a n a es u n a i d e o logía q u e r e f l e j a , o c u l t a o d e f o r m a la e s t r u c t u r a d e c l a s e s . E n a p o y o d e esta afirmación teórica, se p u e d e n citar casos concretos. El sistema d e los t r e s ó r d e n e s — o r a d o r e s , m i l i t a r e s , t r a b a j a d o r e s — , v i s i ó n d e la s o c i e d a d e l a b o r a d a p o r la I g l e s i a d e l siglo X I , j u s t i f i c a , b a j o el p r e t e x t o d e l i n t e r c a m b i o d e servicios m u t u o s , l a e x p l o t a c i ó n d e la m a s a d e los t r a b a j a d o r e s — l o s c a m p e s i n o s — p o r l o s d o s g r u p o s d e n o t r a b a j a d o r e s — c l é r i g o s y cab a l l e r o s — . L a s c r u z a d a s , p r e s e n t a d a s c o m o la m a r c h a p u r i f i c a d o r a d e l p u e blo cristiano o r g a n i z a d o p a r a rescatar los Santos L u g a r e s , favorecen la exp a n s i ó n d e la n o b l e z a m i l i t a r d e O c c i d e n t e , á v i d a d e h a c e r s e c o n f e u d o s e n O r i e n t e — e n G r e c i a , e n C h i p r e , e n P a l e s t i n a — , e n l o s siglos X I I y x m . L a s u b l e v a c i ó n d e l a V e n d é e , e n n o m b r e d e C r i s t o - R e y , c o r r e s p o n d e a la r e a c c i ó n d e los n o b l e s q u e a r r a s t r a n a l o s c a m p e s i n o s f a n á t i c o s c o n t r a la R e p ú b l i c a j a c o b i n a d e l o s b u r g u e s e s y d e l o s sans-culottes en los años 1793-1794. S e p o d r í a c o n t i n u a r l a s e r i e d e las i n t e r p r e t a c i o n e s q u e r e d u c e n las r e p r e s e n t a c i o n e s r e l i g i o s a s a r e i v i n d i c a c i o n e s s o c i a l e s . D e h e c h o , e n « L a g u e r r a d e los c a m p e s i n o s » , F . E n g e l s n o se u m i t a a e s t a clase d e d e m o s tración simplista; su reflexión v a m á s lejos c u a n d o explica q u e , en la E d a d M e d i a , los s a c e r d o t e s t u v i e r o n el m o n o p o l i o d e l a c u l t u r a i n t e l e c t u a l y la propia cultura adoptó u n carácter esencialmente teológico: «Los dogmas de la Iglesia e r a n i g u a l m e n t e a x i o m a s políticos y los pasajes bíblicos t e n í a n f u e r z a d e ley a n t e l o s t r i b u n a l e s ( . . . ) . C o n s e c u e n t e m e n t e , t o d a s las d o c t r i nas revolucionarias, sociales y políticas d e b í a n ser, a la vez y p r i n c i p a l m e n t e , h e r e j í a s t e o l ó g i c a s . » P o r t a n t o , l a r e l i g i ó n n o e s s o l a m e n t e el « o p i o d e l p u e b l o » , u n i n s t r u m e n t o d e d o m i n a c i ó n ; se r e v e l a t a m b i é n c o m o u n l e n guaje q u e expresa los i n t e r e s e s e c o n ó m i c o s , sociales y políticos. Y su inst i t u c i ó n , la I g l e s i a , d e s e m p e ñ a el p a p e l d e « a p a r a t o i d e o l ó g i c o d e l e s t a d o » . .Ajinj3£.meiu^s -¿cóm A t r a v é s d e l o s d i v e r s o s textos, se d e s p r e n d e - u n ~ p n m e r . s e n t i d a - d e L c o n ^ c ^ f c ^ l a l d e o j o g í a s e j ; Q n f u n d e j ; o n . u n a _ p a r í e „ d e , l a , s ú p e r estructurado, c o n el c o n j u n t o ~ d e l a m i s m a . E n l a s « T e s i s s o b r e F e u o r b a e l w . ;a i d e o l o g í a se i d e n t i f i c a u n a s v e c e s c o n c a r á c t e r r e s t r i n g i d o , c o n u n a s p e c t o d e l a filosoñ a r r e n p a r t i c u l a r c o n el s i s t e m a d e H e g e l ; o t r a s v e c e s , c o n c a r á c t e r m á s . a m p l i o , c o n la p r o d u c c i ó n d e las i d e a s : « L a s f a n t a s m a g o r í a s e n el c e r e b r o h u m a n o s o n s u D h m a a o n e s " q u e Y é " s ü l f á n n e c e s a r i a m e n t e d e la v i d a m a t e r i a l (..-)- P o r e s t e h e c h o , l a m o r a l , l a r e l i g i ó n , la m e t a f í s i c a y el r e s t o d e l a i d e o l o g í a , así c o m o las f o r m a s d e l a c o n c i e n c i a q u e le c o r r e s p o n d e n , p i e r d e n r á p i d a m e n t e c u a l q u i e r a p a r i e n c i a d e a u t o n o m í a . » E n el p r e f a c i o a l a Crítica de la economía política, el t e r r e n o d e la n o c i ó n i d e o l o g í a se a m p l í a t o davía m á s : « E s necesario ditinguir s i e m p r e e n t r e la alteración m a t e r i a l de las c o n d i c i o n e s e c o n ó m i c a s d e p r o d u c c i ó n y las f o r m a s j u r í d i c a s , p o l í t i c a s , r e l i g i o s a s , a r t í s t i c a s o filosóficas; e n r e s u m e n , las f o r m a s i d e o l ó g i c a s b a j o las c u a l e s l o s h o m b r e s t o m a n c o n c i e n c i a d e e s t e conflicto y lo l l e v a n a c a b o . » P a r a M a r x , e n t é r m i n o e x t r e m o , las « f o r m a s i d e o l ó g i c a s » e n g l o b a n t o d a s las r e p r e s e n t a c i o n e s , d i s c u r s o s y t e o r í a s p r o d u c i d o s p o r las i n s t i t u ciones políticas, jurídicas, religiosas y culturales. E n este estado d e cosas, el t é r m i n o i d e o l o g í a s e v u e l v e d e m a s i a d o v a g o c o m o p a r a ser o p e r a t i v o . y

E l c o n c e p t o d e ideología, a través d e otros escritos marxistas, a d o p t a o t r o s e n t i d o : "el d e l a t a l s a c o n c i e n c i a . U n « l X g u e r £ a j ^ J ^ c f f i g f 5 e S 5 o i » , 201

F . E n g e l s hace esta ohservación:„«Los.ideólogos, no. . v e n , e n i a revolución de 1789 más que un debate algojyiolento acerca de..las.ventajas d e l a . m o narquía constitucional en relación con la monarquía absoluta (...); en la revolución de 1848 tan sólo una tentativa de resolver la cuestión: república o monarquía (...).» Aquí, la ideología se presenta como un craiotirniento imperfecto: los ideólogosliipj5efciFeh las luchas* de clases que. explican las revolúdonés políticas, sencillamente porque son intelectuales ciegos. E n la tantas veces citada obra « L a guerra de los campesinos», E n g e l s escribe a propósito del papel de la I g l e s i a en la E d a d M e d i a : « L a soberanía de la teología en el terreno de la actividad intelectual era (...) la consecuencia :necesaria de la situación de la Iglesia, la síntesis más general y la sanción de la dominación feudal.» E n t o n c e s , la ideología es descrita: a la vez, como una concepción global, una visión del m u n d o , y como un discurso mixtificador, que tiende a justificar la explotación social. R r r j M t i m o , en J a s « T e s i s sobre F e u e r b a c h ^ K a r l M a r x c o n c í b e l a ideología como el sistema de va^ lores que un grupo d i r i g e n t e impone a toda la sociedad: « E l pensamiento de la clase dominante es también e l pensamiento dominante de c a d a época'* (.. ) f L a clase que dispone de los medios de producción material detenta al rmsnío~tiOTipo losmediós de producción intelectual.» D e un texto a otro, hay variaciones: el concepto de ideología, al igual que el concepto de clases, no ha sido objeto de una verdadera elaboración teórica.

4.

L A ESCLEROSIS

DOGMÁTICA

.Los partidos socialistas, que se reúnen en la Segunda InternacioaaJ...entre^lj^li^jjid^ como doctrina oficial, como fundamento teórico de sus programas respectivos, tero, '

69 70

La El La La

169

170 173 175 177 181 187

188

281