La cocina de la escritura
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Daniel Cassany

cocina de la escritura

EDITORIAL ANAGRAMA BARCELONA

Título de la edición catalana: La cuina de l'escriptura Editorial E m p u ñ e s Barcelona, 1993

Versión castellana

del autor

Portada: Julio Vivas Ilustración: xilografía del siglo xv

Primera edición: mayo 1995 Segunda edición: septiembre Tercera edición: enero 1996

1995

© Daniel Cassany i Comas, 1993 © EDITORIAL ANAGRAMA, S.A., 1995 Pedro de la Creu, 58 0 8 0 3 4 Barcelona ISBN: 84-339-1392-1 Depósito Legal: B . 1651-1996 Printed in Spain Libergraf, S.L., Consdtució, 19, 0 8 0 1 4 Barcelona

Per ais meus nebots Guillem, incipients

i imaginatius

tots els altres questa

mena

aprenents,

cuiners

Roger, Joan

i

de l'escriptura,

«pinches»

i «gourmets»

David, i per a d'a-

de cuina.

Para mis sobrinos Guillem, Roger, Joan y David, incipientes e imaginativos cocineros de la escritura, y para los demás aprendices, pinches y «gourmets» de este tipo de c o c i n a .

Per so qar ieu, Raimonz Vidals, ai vist et conegut qe pauc d'omes sabon ni an saubuda la dreicha maniera de trobar, voill eu far aqest llibre per far conoisser et saber qals deis trobadors an mielz trobat et mielz ensenhat, ad aqelz qe.l volram aprenre, con devon segre la dreicha maniera de trobar. Las rasos de trobar, siglo

XIII

RAMÓN VIDAL DE BESALÚ

Puesto que yo, Ramón Vidal, he visto y conocido que pocos hombres saben o han sabido la correcta manera de trovar, quiero yo hacer este libro para dar a conocer y saber qué trovadores han trovado mejor y han enseñado mejor, y cómo deben seguir la correcta manera de trovar aquellos que quieran aprender.

AGRADECIMIENTOS

C o m o un buen caldo e n la bodega, esta cocina ha m a d u r a d o c o n la práctica d e los últimos aflos: a partir d e la escritura, de m i trabajo c o m o profesor de r e d a c c i ó n y del c o n t a c t o diario c o n aprendices y c o n borradores y escritos d e t o d o tipo. R e c o n o z c o que la h e estado p r e p a r a n d o a partir de las sugerencias que m e hicieron —¡quizás sin darse c u e n t a ! - los asistentes a mis cursillos. M. D o l o r s Alá, J o a n J . B a r a h o n a , V i c t o r i a C o l o m , Alicia C o m pany, Delfina Corzán, F r a n c e s c Florit, P e r e F r a n c h , M a r t a G o n z á lez, Griselda Martí, M. T e r e s a Sabater, M a i t e Salord, G l o r i a Serres, Elisenda Vergés y otros escritores y escritoras cuyos n o m b r e s n o r e c u e r d o , han escrito algunos ejemplos que aliñan y dan sabor a m i prosa. O t r o s ejemplos, fragmentos a n ó n i m o s extraídos d e periódicos, revistas y c o r r e s p o n d e n c i a c o m e r c i a l , n o tienen autoría y quién sabe si algún día un l e c t o r r e c o n o c e r á casualmente alguno c o m o propio. L l e g a d o el caso, confío que n o se moleste. P a r a esta versión castellana de la cocina h e c o n t a d o c o n la ayuda desinteresada d e varios colegas. P e p a C o m a s —amiga d e m u c h o s años y colaboradora ya habitual— ha traducido c o n e s m e r o más d e la mitad del original y ha c o l a b o r a d o e n la elaboración d e su c o n junto; c o n ella he c o m p a r t i d o las angustias, los m i e d o s y las alegrías que causa una e m p r e s a tan compleja. M a r í a P a z B a t t a n e r y C a r m e n L ó p e z , colegas d e d o c e n c i a e investigación en la Universitat P o m peu F a b r a , han leído esta cocina y m e han p r o p o r c i o n a d o valiosas ideas y sugerencias para el texto. T a m b i é n quiero m e n c i o n a r a Q u i c o F e r r a n , que siempre responde c o n inmediatez a mis neuróticas solicitudes de ayuda informática, bibliográfica o literaria. A todos ellos les d e b o que esta cocina n o tenga tantos e r r o r e s o imprecisiones. G r a c i a s .

Sin la c o l a b o r a c i ó n d e todas estas personas mi cocina habría sido distinta, c l a r o está; p e r o , sobre todo, habría resultado rn^s aburrido e ingrato prepararla. Puesto que lo que m e n o s m e gusta d e la escritura es la soledad c o n que trabajamos los autores, m e las h e ingeniado para e n c o n t r a r buenos c o m p a ñ e r o s d e viaje que quieran c o m partir c o n m i g o la a v e n t u r a d e escribir un libro. D . C.

PRÓLOGO

La mayoría de adolescentes se sienten muy inseguros cuando tienen que explicar algo e incluso aceptan su incapacidad. Esto no es bueno. Hay que darse cuenta de que redactar correctamente —lo cual no es un indicio de sensibilidad literaria— es ante todo un problema «técnico» y que debe resolverse a tiempo para que no se convierta en un problema psicológico. JOSEP M .

ESPINAS

L a vida m o d e r n a exige un c o m p l e t o d o m i n i o d e la escritura. ¿Quién puede sobrevivir e n este m u n d o tecnificado, b u r o c r á t i c o , c o m p e t i t i v o , alfabetizado y a l t a m e n t e instruido, si n o sabe r e d a c t a r instancias, cartas o e x á m e n e s ? L a escritura está arraigando, p o c o a p o c o , e n la m a y o r p a r t e d e la actividad h u m a n a m o d e r n a . D e s d e aprender cualquier oficio, hasta cumplir los deberes fiscales o p a r t i cipar e n la vida cívica d e la c o m u n i d a d , cualquier h e c h o r e q u i e r e c u m p l i m e n t a r impresos, e n v i a r solicitudes, plasmar la opinión p o r escrito o elaborar un informe. T o d a v í a más: el trabajo de m u c h a s personas (maestros, periodistas, funcionarios, economistas, abogados, e t c . ) gira t o t a l m e n t e o e n p a r t e en t o r n o a d o c u m e n t a c i ó n e s crita. E n este c o n t e x t o escribir significa m u c h o más q u e c o n o c e r el abecedario, saber «juntar letras» o firmar el d o c u m e n t o d e identidad. Q u i e r e decir ser capaz d e expresar información d e f o r m a c o h e r e n t e y c o r r e c t a para q u e la entiendan otras personas. Significa p o der elaborar: • un curriculum personal, • una c a r t a para el periódico ( u n a / d o s hojas) que c o n t e n g a la opinión personal sobre temas c o m o el tráfico r o d a d o , la e c o logía o la xenofobia, • un resumen de 1 5 0 palabras de un capítulo d e un libro, • una tarjeta para un obsequio, • un informe para pedir una subvención, • una queja e n un libro d e reclamaciones, • etc.

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E n ningún caso se trata de una tarea simple. E n los textos más complejos ( c o m o un informe e c o n ó m i c o , un p r o y e c t o educativo y una ley o u n a sentencia judicial), escribir se c o n v i e r t e en u n a tarea tan ardua c o m o construir una casa, llevar la contabilidad d e una empresa o diseñar una coreografía. L a f o r m a c i ó n que h e m o s recibido los autores y las autoras de estos textos es bastante escasa. L a escuela obligatoria y el instituto ofrecen unos rudimentos esenciales d e g r a m á t i c a q u e n o pueden c u brir de ninguna m a n e r a las complejas y variadas necesidades de la vida m o d e r n a . M á s allá, sólo los estudios especializados d e periodismo, t r a d u c c i ó n o magisterio c o n t i e n e n , y de forma más bien limitada, alguna asignatura suelta de redacción. Incluso los escritores potenciales d e literatura c r e a t i v a tienen que c o n f o r m a r s e estudiando filología (que enseña más a leer que a escribir) p o r q u e n o hay equivalente d e las Bellas Artes o del C o n s e r v a t o r i o d e Música en el c a m p o de las letras. ¿ Y el resto d e personas que d e s e m p e ñ a m o s nuestra profesión c o n la escritura? ¿ Y los ciudadanos y ciudadanas que t e n e m o s que ejercer los d e r e c h o s y deberes sociales? ¿ L o s abogados, psicólogos, ingenieros, físicos, políticos, e t c . , que escribimos e n nuestro trabajo, d ó n d e y c ó m o a p r e n d e m o s a h a c e r l o al nivel que se nos exige? T e r m i n a m o s p o r f o r m a r n o s e x c l u s i v a m e n t e e n nuestra profesión, en nuestra área específica de c o n o c i m i e n t o , y p e r m a n e c e m o s indefensos ante un papel en blanco. Si n o nos las ingeniamos p o r nuestra cuenta, nos q u e d a m o s para siempre c o n las c u a t r o reglas escolares d e ortografía. E n algunos casos esta c a r e n c i a llega a c o m p r o m e t e r el ejercicio profesional. F o r m a y f o n d o se interrelacionan de tal m a n e r a que los defectos de r e d a c c i ó n dilapidan el contenido. ¿Cuántas veces has t e nido que esforzarte para e n t e n d e r la letra pequeña de un c o n t r a t o o de una ley, que se supone que deberíamos c o m p r e n d e r c o n facilidad? ¿ N o te has e n c o n t r a d o n u n c a discutiendo el significado de a m bigüedades n o premeditadas e n un d o c u m e n t o ? ¿ T e has enfrentado alguna vez a artículos d e reputados especialistas que, p o r la impericia de su prosa, resultan indigestos e incluso difíciles d e c o m prender? E n general, la f o r m a c i ó n e n escritura q u e la mayoría de usuarios poseemos es fragmentaria, o incluso bastante pobre. L o prueba la larga lista de prejuicios de t o d o tipo que nos estorban. M u c h a s per14

sonas c r e e n que los escritores nacen; que n o se puede a p r e n d e r a r e dactar; que n o hay t é c n i c a ni oficio en la escritura y que, p o r lo t a n t o , n o se puede enseñar ni a p r e n d e r de la m i s m a m a n e r a que u n aprendiz de carpintero aprende a m o n t a r armarios. L a escasa p r e ceptiva que pueda c o n o c e r s e se e n v u e l v e en una auréola d e s e c r e tismo. Se a c u ñ a n y aplauden expresiones opacas c o m o estar inspirado o tener mucha maña. Incluso la palabra escritor/a sugiere un misterio y un prestigio inmerecidos y se utiliza en un sentido m u y distinto al de sus equivalentes lector o hablador, cualquier p e r s o n a puede ser un lector, un hablador, pero... ¿a quién nos referimos c u a n d o decimos de alguien que es escritor? E n estas circunstancias, el libro que tienes en las m a n o s p r e tende ayudar a las personas que tengan que escribir. La cocina de la escritura es un manual para a p r e n d e r a redactar. U n buen plato d e p a t o a la naranja conlleva horas d e trabajo y la sabiduría d e t o d a una tradición culinaria. D e l m i s m o m o d o , una carta, un c u e n t o o un informe t é c n i c o esconden el intenso trabajo del a u t o r y u n a larga preceptiva sobre c o m u n i c a c i ó n impresa. A u t o r e s y autoras trajinam o s ante el papel c o m o un chef e n la cocina: limpiamos la vianda d e las ideas y la sazonamos c o n un p o c o de pimienta retórica, sofreímos las frases y las a d o r n a m o s c o n tipografía variada. M e gustaría que este libro fuera una c o c i n a abierta p a r a todos los aprendices de escritura. E s c r i t o r a s y escritores: ¡Ven! ¡ E n t r a ! ¡ N o te quedes en el c o m e d o r ! E n t r a en la c o c i n a a v e r c ó m o los autores preparan sus escritos. P o d r á s v e r c ó m o buscan y e n c u e n tran las ideas, de qué forma las estructuran, c ó m o tiene q u e ser la prosa para que sea sabrosa, y c ó m o se a d o r n a un escrito. A p r e n d e r á s a ser más eficaz, c l a r o o e n c a n t a d o r c o n la p l u m a , a conseguir mejor tu propósito y, al m i s m o tiempo, a agradar al lector. N o e n c o n t r a r á s nada d e g r a m á t i c a ni d e ortografía. M i cocina sólo utiliza productos comestibles. T r a t a del m á s allá, de lo q u e hay detrás de barbarismos o faltas d e ortografía. T a m p o c o e n c o n t r a r á s recetas c o m o las de los formularios d e c o r r e s p o n d e n c i a c o m e r c i a l o d e los manuales escolares que explican las partes de u n a c a r t a o d e un c o m e n t a r i o de texto. N o busques modelos o ejemplos p a r a solucionar urgencias de última hora. M i cocina e x p o n e los rudimentos elementales d e la escritura, v á lidos para todo tipo de textos y ámbitos. P u e d e ser p r o v e c h o s a 15

t a n t o para escolares c o m o para profesionales, periodistas,

científi-

c o s , técnicos, o para ciudadanos a quienes les guste leer y escribir. Si algún á m b i t o deja de lado, éste es sin duda la literatura. C o m o un payaso de c i r c o que h a c e reír y llorar, poetas y novelistas tienen der e c h o a subvertir cualquier regla del escenario y a disfrazarse c o m o mejor les plazca. E l m e n ú es variado. E m p i e z a c o n una lección magistral sobre las investigaciones m á s importantes e n redacción, se e x p o n e la d o c trina fundamental sobre la palabra, la frase, el párrafo, la puntuación, etc.; se muestran las o p e r a c i o n e s básicas de pre-escribir, escribir y reescribir. T a m b i é n se h a c e un repaso al equipo m í n i m o del autor y se presentan poderosas razones para a p r o v e c h a r el instrum e n t o epistémico de la escritura en beneficio personal. A p a r t e de m o s t r a r la técnica d e la letra, m e gustaría a n i m a r a mis lectores a escribir, a divertirse y a pasarlo bien escribiendo. Reivindicaré el uso activo d e la escritura para el o c i o , para divertirse, para a p r e n der, para pensar, para m a t a r el t i e m p o —siempre sin pretensiones literarias. L a c o m p o s i c i ó n de los platos depara algunas filigranas: hay exposiciones doctas, disecciones de borradores, c o m e n t a r i o s , consejos, curiosidades. Se incluyen muestras aleccionadoras de maestros ( F e rrater, B e r n h a r d . . . ) , o esa c o l u m n a a n ó n i m a que tanto nos gusta, y la carta c o n t u n d e n t e de una amiga, etc. Puesto que el c o c i n e r o debe saber degustar manjares delicados, m e gustaría e d u c a r a nuestros paladares de lectores y escritores para p o d e r distinguir las prosas finas de las insulsas. Para lectores incrédulos, he aderezado las explicaciones c o n m á s de un c e n t e n a r de ejemplos de diversa procedencia: prensa, libros, redacciones de alumnos, etc. (identificados en la bibliografía). P a r a los amantes de las novelas policíacas, hay sorpresas

escondidas.

C o m o un m a g o c o n el s o m b r e r o lleno de palomas, he camuflado t o d o tipo de trucos y juegos e n t r e la prosa. ¡Atención! Intentaré pillarte desprevenido. P r e p á r a t e para llevarte algunas sorpresas. M e gustaría haber escrito un libro divertido. Quisiera que la ciencia y la diversión se dieran la m a n o desde ahora hasta el

final.

E n c a m b i o , a los lectores m á s impacientes, los tentaré c o n ejercicios estilísticos (siempre c o n soluciones). ¡ E s p e r o que te animes a h a c e r tus propios pinitos! A h o r a bien, ya lo sabes, c o m o en cualquier restaurante: puedes leer siguiendo el orden lógico de 16

los

capítulos o, si lo prefieres, escoger a la c a r t a según tus preferencias. L l e v o más de o c h o años p r e p a r a n d o esta cocina. Mi a n t e r i o r libro, Describir el escribir, ya pretendía ser, al principio, un curso práctico de redacción c o n fundamentos teóricos, p e r o esta última parte c r e c i ó c o m o una planta tropical d e v o r a n d o lo que le rodea. D e s d e entonces m e he dedicado a enseñar r e d a c c i ó n a aprendices de t o d o tipo, desde amas d e casa hasta universitarios, maestros, secretarios o economistas. H e elaborado ejercicios, h e c o r r e g i d o t e x tos, m e h e d o c u m e n t a d o c o n manuales de variada p r o c e d e n c i a , h e buscado la m a n e r a más idónea de explicar cada t e m a , etc. L a cocina es el resultado de esta experiencia enriquecedora. E n los primeros cursillos que impartí, m e ilusionaba t a n t o enseñar lo que había aprendido que actuaba c o m o un p r e d i c a d o r en el pulpito. Pretendía que mis fieles aprendices escribieran c o m o yo lo hacía, siguiendo las mismas técnicas, adoptando el m i s m o estilo. ¡ V a n a fantasía! P r o n t o m e di c u e n t a d e que estaba equivocado. E l estilo y el m é t o d o es al autor, c o m o el c a r á c t e r a la persona: todos somos distintos —¡afortunadamente!—. Alguien despreocupado puede redactar de m a n e r a anárquica o impulsiva; o t r o puede proceder c o n orden cartesiano, más propio de un talante meticuloso; p e r o ambos pueden producir excelentes textos. Hay tantas maneras de escribir c o m o escritores y escritoras. N o se pueden dar recetas válidas para todos, sino que c a d a u n o debe adaptar los patrones a sus propias medidas. Cada u n o tiene que d e sarrollar su propia técnica de escritura. P o r ello he p r e t e n d i d o q u e esta cocina sea una gran exposición de recursos, trucos, tendencias y procedimientos de redacción. ¿ T e animas a e n t r a r e n ella? ¡Se p a r e c e a un s u p e r m e r c a d o r e t ó r i c o o lingüístico! C o n t e m p l a las h e r r a mientas expuestas y escoge las que más te gusten. Y nada más. L a c o m i d a está servida. E l c o c i n e r o se lo ha pasado bien preparando el festín y n o desfallece. ¡ T e ofrezco mis mejores deseos para el banquete que empieza! ¡ Q u e a p r o v e c h e !

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1. L E C C I Ó N M A G I S T R A L

Lo que no es tradición

es plagio.

C u a n d o descubrí que t a n t o las m a t e m á t i c a s c o m o la historia, la física y todas las demás disciplinas del saber h u m a n o tienen autores, c o n nombres y apellidos, m e sentí estafado. D e pequeño, e n la escuela m e lo enseñaron todo sin m e n c i o n a r m e ni un científico de los que trabajaron en cada c a m p o (quizá sólo N e w t o n y Galileo, p o r lo de la manzana y lo del juicio), de m o d o que entendía el saber c o m o algo absoluto, objetivo e independiente de las personas. N o se p o día estar en desacuerdo o e n t e n d e r l o de otra m a n e r a ; e r a así y punto. D e m a y o r aprendí a relativizar el c o n o c i m i e n t o y a v e r l o simp l e m e n t e c o m o la explicación más plausible, p e r o n o la ú n i c a , q u e p o d e m o s dar a la realidad. M e di cuenta de que el saber n o existe al margen de las personas, sino que se va construyendo a lo largo de la historia gracias a las aportaciones d e todos. M e ayudó m u c h o el h e c h o de c o n o c e r a algunos autores d e c a r n e y hueso q u e se e s c o n d e n detrás de cada teoría o explicación. M e impresionó descubrir que la teoría de conjuntos, que tuve que estudiar c o n e m p e ñ o —y q u e m e había p r o c u r a d o alguna diversión—, la había inventado una p e r s o n a a finales del siglo pasado: el m a t e m á t i c o alemán G e o r g C a n t o r . E n el t e r r e n o de la lengua, este p u n t o de vista epistemológico relativizador m e p a r e c e imprescindible, porque - s i cabe— los h e chos son todavía más opinables y c o n t r o v e r t i d o s que en otras disciplinas. N o quisiera que nadie t o m a r a los consejos q u e doy en este libro c o m o verdades irrefutables —y que más tarde, leyendo otros manuales, se sintiera e n g a ñ a d o , c o m o m e pasó a m í de pequeño—. P o r esta razón, el p r i m e r plato de esta cocina repasa algunas de las investigaciones más importantes del siglo X X sobre r e d a c c i ó n , c o n 19

n o m b r e s y apellidos, las cuales constituyen el origen d e buena p a r t e d e lo' que se e x p o n e más adelante. D e b o decir que hablaré sobre t o d o de la tradición anglosajona, p o r q u e es c o n c r e c e s la más interesante y fecunda. L o s precursores del estudio d e la r e d a c c i ó n son

filósofos

británicos del siglo X I X

c o m o T h o m a s Carlyle o Herbert Spencer. E s t e último escribió en 1 8 5 2 un m e m o r a b l e artículo titulado Philosophy

qf Style, e n el cual

hace, antes d e t i e m p o , auténticas reflexiones psicolingüísticas sobre la prosa, y ya r e c o m i e n d a redactar c o n frases cortas y palabras sencillas. E n E s p a ñ a , B a r t o l o m é Galí Claret publicó un delicioso y m o dernísimo tratado de estilística en 1 8 9 6 . P e r o las corrientes de investigación m á s prolíficas y variadas surgen en N o r t e a m é r i c a a principios de siglo. Así, la p r i m e r a v e r sión d e u n o de los manuales de r e d a c c i ó n m á s c o n o c i d o s , el clásico The Elements

qf Style, c o n o c i d o p o p u l a r m e n t e c o n el n o m b r e de sus

autores: Strunk

y White,

es de 1 9 1 9 . E s t e librito de sesenta páginas

ya c o n t i e n e la mayoría d e las reglas d e c o n s t r u c c i ó n d e frases q u e c o m e n t a r é en el capítulo séptimo y que también a p a r e c e n —con ciertas pretensiones de n o v e d a d - e n los recientes manuales de estilo españoles. ¡ P e r o n o t o d o nos llega del inglés! T a m b i é n m e n c i o n a r é las investigaciones francesas sobre legibilidad y, al final, c o m e n t a r é la bibliografía española, h a c i e n d o un rápido repaso a la i m p o r t a n t e lab o r d e actualización e n técnicas d e escritura iniciada e n

estos

últimos años. E n conjunto, p r e t e n d o esbozar los estudios y las investigaciones que fundamentan la preceptiva d e la escritura.

L A LEGIBILIDAD

El objetivo de las investigaciones sobre legibilidad es aprender a predecir y a controlar la dificultad del lenguaje escrito. GEORGES HENRY

E l c o n c e p t o d e legibilidad

designa el g r a d o d e facilidad c o n que

se puede leer, c o m p r e n d e r y m e m o r i z a r un t e x t o escrito. H a y que distinguir la legibilidad

tipográfica

(legibility

e n inglés), que estudia.-

la p e r c e p c i ó n visual del t e x t o (dimensión de la letra, c o n t r a s t e d e 20

fondo y f o r m a ) , d e la legibilidad lingüística (readibility), q u e trata d e aspectos e s t r i c t a m e n t e verbales, c o m o la selección léxica o la longitud d e la frase. E s t a última es la q u e m e r e c e m á s c o n s i d e r a ción y la q u e desarrollaré a continuación. L a s primeras investigaciones se sitúan e n t r e los años v e i n t e y treinta e n los E E . U U . y se relacionan c o n el enfoque estadístico d e l lenguaje, q u e se ocupaba d e cuestiones cuantitativas c o m o , p o r ejemplo, q u é fonemas, palabras o estructuras son los más frecuentes e n la lengua, o q u é longitud media tiene la oración. Partiendo de varias pruebas (preguntas d e c o m p r e n s i ó n , rellenar huecos e n b l a n c o d e t e x t o , e t c . ) , los científicos pudieron discriminar diferentes grados d e dificultad d e la escritura: es decir, textos m á s legibles, m á s fáciles, simples o que se entienden m á s rápidamente, y otros m e n o s legibles, q u e requieren m á s t i e m p o , atención y esfuerzo p o r parte d e l lector. E l análisis d e estos textos permitió extraer las pautas verbales asociadas a unos y a otros. E l g r a d o d e legibilidad dependía d e factores lingüísticos objetivos y mesurables. E l siguiente c u a d r o m u e s t r a la mayoría d e rasgos descubiertos:

LEGIBILIDAD ALTA

• • • • • • • •

Palabras cortas y básicas. Frases cortas. Lenguaje concreto. Estructuras que favorecen la anticipación. Presencia de repeticiones. Presencia de marcadores textuales. Situación lógica del verbo. Variación tipográfica: cifras, negrita, cursiva.

L E G I B I L I D A D BAJA

• • • •

Palabras largas y complejas. Frases más largas. Lenguaje abstracto. Subordinadas e incisos demasiado largos. • Enumeraciones excesivas. • Poner las palabras importantes al final. • Monotonía.

Según esto, un escrito d e oraciones breves, palabras c o r r i e n t e s , t e m a c o n c r e t o , e t c . , n o presenta tantas dificultades c o m o o t r o d e frases largas y complicadas, incisos, p o c a redundancia, t e r m i n o l o g í a p o c o frecuente y c o n t e n i d o abstracto. D e toda la lista anterior, los tres primeros puntos son los m á s relevantes: E n la mayoría d e lenguas, las palabras m á s frecuentes suelen ser

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cortas y p o c o complejas fonéticamente, mientras que las polisilábi­ cas suelen ser m e n o s corrientes y ofrecen más dificultades. T a m b i é n p a r e c e c l a r o que las oraciones breves, especialmente si n o llevan in­ cisos, son más asequibles que las largas [con ciertos matices, v e r pág. 9 4 ] . Y n o r m a l m e n t e nos interesamos más p o r textos q u e tratan de personas y h e c h o s c o n c r e t o s ( n o m b r e s propios,

testimonios,

a n é c d o t a s ) , que d e t e m a s abstractos. Estas pautas se difundieron y popularizaron n o t a b l e m e n t e a par­ tir d e tests o fórmulas que p e r m i t e n m e d i r c o n facilidad el g r a d o de legibilidad de la prosa y c o m p a r a r l o c o n el de otros textos d e refe­ rencia. U n o d e los más famosos e n inglés es el de R u d o l f Flesch ( 1 9 4 9 ) , que consta de un test de facilidad

d e la prosa (extensión de

las palabras y d e las frases) y o t r o d e interés

humano

del c o n t e n i d o

( c o n c r e c i ó n , n o m b r e s propios). P a r a el francés, han propuesto fór­ mulas parecidas, e n t r e otros, H e n r y ( 1 9 8 7 ) y R i c h a u d e a u ( 1 9 8 4 y 1992). L o s criterios para m e d i r la legibilidad varían según el autor. E l siguiente c u a d r o r e c o g e la mayoría: PUNTO MEDIDO

SISTEMA D E M E D I D A

Extensión del vocablo:

• Número de sílabas por 100 palabras. • Número de letras, vocales o consonantes.

Vocabulario básico:

• Número de palabras que no pertenecen a un deter­ minado vocabulario básico. • Número de afijos cultos (ej.: re-, in-, -ismo, -lo­ gia...) y, por lo tanto, de palabras supuestamente complejas. • Grado de variación léxica; con más variedad hay más probabilidad de encontrar palabras difíciles.

Extensión d e la oración:

• Número de sílabas por frase. • Número de palabras por frase. • Cantidad de puntuación fuerte: punto y seguido, dos puntos, punto y coma, paréntesis... • Número de preposiciones de la oración: con más preposiciones, frase más compleja.

Grado de interés y concreción:

• Número de mayúsculas que no empiezan oración. • Número de palabras personales: pronombres per­ sonales, sustantivo de género natural (Jorge, Miró, hermana, actriz...), palabras como gente o persona.

22

• Cantidad de puntuación activa: interrogaciones, exclamaciones, puntos suspensivos, guiones. • Frases con estilo directo, diálogos, órdenes. L o s dos fragmentos q u e siguen ejemplifican la aplicación d e estos criterios. Se trata d e dos explicaciones del c o n c e p t o dialecto:

la

p r i m e r a d e un ensayo d e difusión y la segunda d e u n a enciclopedia. L a palabra dialecto es un término de uso diario y significa la variedad lingüística utilizada en una región geográfica determinada o por una'clase social determinada. Los lingüistas a menudo hacen la distinción entre dialectos regionales y sociales. E n teoría estos dos tipos de dialectos son distintos, *pero en Gran Bretaña las dimensiones regionales y sociales están relacionadas. E n pocas palabras, cuanto más se asciende en la escala social, menos variación regional se encuentra en el habla. Así, individuos educados de la clase media alta de toda la isla hablan más o menos de la misma forma, con muy pocas diferencias de pronunciación. Pero los trabajadores agrícolas de Devon y Aberdeen, por poner un ejemplo, es posible que tengan considerables dificultades para entenderse. [Stubbs, 1976]

dialecto

m L I N G Cada una de las modalidades que presenta una lengua en las diversas regiones de su dominio, delimitadas por varias isoglosas, los hablantes de una de cuyas modalidades no tienen muchas dificultades de comprensión con los hablantes de las otras, aunque tienen conciencia de ciertas diferencias entre ellas. E n el mundo griego, el término SictXeKrog significaba 'conversación', 'discusión' o 'habla local' [...] Además de este concepto horizontal de dialecto existe otro vertical, el de dialecto social o sistema lingüístico de un grupo social determinado, de particularidades sobre todo léxicas, sea con una finalidad esotérica (malhechores, facinerosos, etc.) o también formando parte de una lengua técnica o de grupo. [ G E C ]

CARACTERÍSTICAS

CARACTERÍSTICAS

• Número de oraciones: 6 (o 7, con * ) . • Extensión media de la oración: 20,5 palabras. • Extensión media de la palabra: 2,45 sílabas.

• Número de oraciones: 2 (enteras). • Extensión media de la oración: 47 palabras. • Extensión media de la palabra: 2,39 sílabas. 23

• Palabras personales: los lingüistas, los individuos educados, los trabajadores agrícolas. • Mayúsculas no iniciales: 3. • Puntuación fuerte: 6 puntos. • Terminología específica: dad lingüística.

varie-

• Palabras personales: los hablantes. • Mayúsculas no iniciales: 0. • Puntuación fuerte: 2 puntos; un par de paréntesis. • Terminología especifica: modalidad, isoglosas, SIOXEKTOQ concepto horizontal, vertical, sistema lingüístico, lengua técnica...

L a m a y o r legibilidad del f r a g m e n t o de la izquierda se basa en la m e n o r extensión d e las frases, en un m a y o r g r a d o d e c o n c r e c i ó n ( c o n más palabras personales y más mayúsculas que n o empiezan o r a c i ó n ) y en la ausencia d e terminología específica. N o hay variaciones significativas p o r lo que se refiere a la extensión d e la palabra. U n análisis m á s detallado y cualitativo que tuviera e n c u e n t a el n ú m e r o de incisos, el orden de las palabras o el tipo d e c o n e c t o r e s , posiblemente revelaría otras diferencias relevantes. L a aplicación de estas fórmulas a t o d o tipo d e textos permitió elaborar p a r á m e t r o s estándar para interpretar la legibilidad d e un escrito y contrastarla c o n otros textos. Según estos p a r á m e t r o s ( M i 11er, 1 9 6 9 ; R i c h a u d e a u , 1 9 8 4 ) , los c ó m i c s (Tintín),

los libros d e lec-

tura y de t e x t o de enseñanza básica o la literatura de c o n s u m o (Corto

Tellado)

figurarían

son los textos más legibles; en el e x t r e m o opuesto

los artículos científicos, la literatura d e élite ( P r o u s t ) o al-

gunos periódicos (Le

Monde).

L a legibilidad disfrutó d e m u c h a aceptación durante los años c i n c u e n t a y sesenta, gracias a los manuales simplificados que astutam e n t e difundieron los estudiosos. L o s libros d e R . Flesch se c o n v i r tieron en clásicos populares, y algunos organismos oficiales n o r t e a mericanos incluso a d o p t a r o n los tests d e legibilidad para evaluar su d o c u m e n t a c i ó n . A d e m á s , todavía hoy esta c o r r i e n t e de investigación c u e n t a c o n una prolífica n ó m i n a de autores y hallazgos. H e n r y ( 1 9 8 7 ) h a c e un r e c o r r i d o p o r los trabajos más importantes aparecidos e n t r e 1 9 2 3 y 1 9 7 7 y m e n c i o n a a m á s de sesenta investigadores y alrededor de una c u a r e n t e n a d e fórmulas distintas d e

legibilidad,

todo para el inglés, aparte d e otras adaptaciones para el francés, el castellano o el alemán. 24

P e r o a c t u a l m e n t e bastantes especialistas, adscritos a otras c o rrientes, cuestionan este tipo d e investigación y, sobre todo, el uso d e fórmulas simples y fáciles para m e d i r la legibilidad. Discuten la validez de algunos de los criterios utilizados y a r g u m e n t a n q u e n o se puede reducir la complejidad d e un escrito a una serie de sumas y restas. E l m i s m o R i c h a u d e a u , u n o d e los estudiosos m á s c o n o c i d o s para el francés, aconseja usar estos criterios para reflexionar sobre la redacción, p e r o los descalifica si tienen q u e utilizarse c o m o auditoría rigurosa de un escrito. E n c o n t r a r á s más información e n Miller ( 1 9 6 9 ) , Martínez A l b e r tos ( 1 9 7 4 ) , R i c h a u d e a u ( 1 9 8 4 y 1 9 9 2 ) , H e n r y ( 1 9 8 7 ) , Z a c h a r i a (1987), Turk y Kirkman (1982), Timbal-Duclaux ( 1 9 8 6 y 1989).

E L ESTILO LLANO

Una comunicación transparente es esencial para un buen gobierno. Por tanto, es responsabilidad de la escritura oficial que sea inteligible —y que no confunda a la gente ni le haga la vida difícil con palabras poco familiares o frases largas e impenetrables. ROBERT D.

EAGLESON

A partir d e los años sesenta y setenta, las asociaciones d e c o n sumidores de los E E . U U . se dieron c u e n t a de que para defender a sus asociados era necesario c o m p r e n d e r los textos i m p o r t a n t e s q u e afectan a los ciudadanos: leyes, n o r m a s , seguros, impresos, c o n t r a tos, sentencias, condiciones, garantías, instrucciones, etc. C o n la progresiva expansión de la burocracia, d e la legislación, d e la t e c n o logía, la vida cotidiana se había inundado d e escritos imprescindibles que n o siempre se c o m p r e n d í a n . Piensa, p o r ejemplo, en las a c tuales sentencias judiciales, los impresos de hipotecas, p r é s t a m o s , d e seguros, o incluso en los estatutos d e determinadas organizaciones. ¿Se entienden fácilmente? E s a s asociaciones e m p e z a r o n a exigir q u e toda esta documentación' se escribiera c o n un estilo llano, asequible para todos. E l impulso inicial c u l m i n ó en un i m p o r t a n t e m o v i m i e n t o d e r e n o v a c i ó n de la redacción e n los ámbitos público y laboral, c o n o c i d o c o n el n o m b r e de M o v i m i e n t o del E s t i l o L l a n o (Plain

language 25

Movement).

D o s hechos relevantes le dieron el empuje

definitivo:

e n el a ñ o 1 9 7 5 , el Citibank de N u e v a Y o r k reescribió sus formularios de préstamos para adaptarlos al n u e v o estilo llano, lo cual agradecieron m u c h o sus clientes; en el a ñ o 1 9 7 8 el g o b i e r n o C á r t e r o r d e n ó que «todas las regulaciones más importantes fueran redactadas en un inglés llano y comprensible para todos los que las tenían que cumplir». D e s d e e n t o n c e s hasta hoy, el m o v i m i e n t o n o ha p a r a d o de c r e cer, sobre t o d o en el m u n d o anglosajón. O r g a n i s m o s públicos y privados han seguido el ejemplo d e sus precursores r e f o r m u l a n d o los textos. H a n surgido c e n t r o s de estilo llano que p r o m u e v e n n o r m a tiva legal sobre c o m u n i c a c i ó n escrita (leyes y r e c o m e n d a c i o n e s ) , investigan sobre r e d a c c i ó n (qué problemas de r e d a c c i ó n tienen

los

textos, c ó m o pueden resolverse...), forman a los técnicos que tienen que redactar en c a d a disciplina (abogados, jueces, científicos...) y, en general, difunden las ideas del m o v i m i e n t o a través d e publicaciones y jornadas informativas. D o s aspectos sociales i m p o r t a n t e s de este m o v i m i e n t o son la ética y la e c o n o m í a . P o r un lado, la c o m u n i c a c i ó n escrita tiene que relacionarse c o n el ejercicio de los derechos y deberes de la ciudadanía. L o s organismos administradores, públicos

o privados, p e r o

también los autores individuales, tienen el deber de hacerse e n t e n der, mientras que los administrados tienen el d e r e c h o d e poder c o m p r e n d e r lo que necesiten para desenvolverse en la sociedad m o derna. L a s dificultades en la c o m u n i c a c i ó n c r e a n desconfianza y atenían c o n t r a la c o n v i v e n c i a social. L a d e m o c r a c i a se f u n d a m e n t a p r e c i s a m e n t e en la facilidad de c o m u n i c a c i ó n e n t r e la ciudadanía. Sólo las personas que tienen a c ceso a la información d e la c o m u n i d a d pueden participar activam e n t e en la vida política, c í v i c a o cultural. L o s párrafos confusos, las frases complicadas y las palabras raras dificultan la c o m p r e n s i ó n de los textos, privan a las personas del c o n o c i m i e n t o y, p o r lo t a n t o , las inhiben de sus derechos y deberes d e m o c r á t i c o s . ¿ Q u i é n podrá cumplir una ley que n o se entiende? ¿ Y quién se atreverá a quejarse o a r e c l a m a r algo, si los criterios o las vías para h a c e r l o n o están claros? P o r o t r a parte, el estilo llano ha d e m o s t r a d o ser e c o n ó m i c a m e n t e rentable, p o r q u e ahorra d i n e r o y esfuerzos técnicos y h u m a nos. Si bien revisar cualquier d o c u m e n t a c i ó n origina gastos consi26

derables (especialistas, diseño n u e v o , impresión, papeleo...), los b e neficios superan c o n c r e c e s la inversión, tal c o m o d e m u e s t r a la e x periencia. H e aquí un ejemplo curioso: La Comisión Federal de Comunicaciones de los E E . U U . publicó las regulaciones para conseguir licencias de emisora local de radio con el tradicional lenguaje legal y necesitó 5 empleados a tiempo completo para resolver las dudas del público. Con una nueva versión de las regulaciones en inglés llano, los 5 empleados pudieron dedicarse a otras tareas. [Eagleson, 1990]

Ya

en el t e r r e n o p u r a m e n t e lingüístico,

el estilo llano

nos

ofrece varias novedades: u n a definición de prosa comprensible, investigación específica sobre las dificultades de c o m p r e n s i ó n d e los textos técnicos y aplicaciones c o n c r e t a s para mejorar los escritos. E n lo referente al p r i m e r p u n t o , un escrito llano y eficaz r e ú n e las siguientes condiciones: • U s a un lenguaje (registro, v o c a b u l a r i o ) apropiado al l e c t o r ( n e cesidades, c o n o c i m i e n t o s ) y al d o c u m e n t o ( t e m a , objetivo). E s decir, se adapta a c a d a situación; p o r ejemplo: las p o n e n c i a s para científicos incluyen terminología y datos específicos que sólo pueden e n t e n d e r los especialistas, p e r o los manuales de difusión usan un vocabulario m á s c o r r i e n t e , asequible para todos. • T i e n e un diseño racional que p e r m i t e e n c o n t r a r la i n f o r m a ción i m p o r t a n t e en seguida. L o s datos relevantes o c u p a n las posiciones i m p o r t a n t e s del escrito, que son las q u e el ojo v e p r i m e r o . ¡ Q u e n o o c u r r a aquello tan típico de q u e la l e t r a p e queña del pie de página, e n las notas, e n t r e paréntesis, es la que trata d e lo que r e a l m e n t e nos afecta! • Se puede e n t e n d e r la p r i m e r a vez q u e se lee. ¡ N o te fíes de las relecturas! C u a n d o tienes que d e t e n e r t e a m e n u d o p o r q u e has perdido el hilo sintáctico de la prosa, c u a n d o tienes q u e v o l v e r atrás para c o g e r l o d e nuevo... ¡es señal d e q u e la escritura n o funciona! L a prosa llana tiene que captarse a la p r i m e r a . • C u m p l e los requisitos legales necesarios. 27

L a investigación sobre las dificultades de c o m p r e n s i ó n demuestra que los dos escollos más importantes q u e d e b e m o s superar c u a n d o l e e m o s textos difíciles son la estructura sintáctica d e la frase, a m e n u d o e x c e s i v a m e n t e compleja, y la ausencia de un c o n t e x t o c o m p a r t i d o autor-lector. E l abuso d e la subordinación y del p e r í o d o largo añade m u c h a dificultad a la lectura; y un g r a d o de abstracción o de generalización elevado del c o n t e n i d o impide que el lector pueda relacionar el t e x t o c o n su c o n o c i m i e n t o del m u n d o , c o n su e n t o r n o . T a m b i é n pueden c r e a r dificultades la puntuación, la c o n s t r u c c i ó n del párrafo o la presentación general del t e x t o . E l d e n o m i n a d o r c o m ú n de estos aspectos es que son p o c o familiares al lector. E n c a m b i o , el léxico específico o d e s c o n o c i d o n o p a r e c e un p r o blema insalvable. Fijémonos, p o r ejemplo, e n el siguiente fragm e n t o , e x t r a í d o d e un informe t é c n i c o sobre a g r o n o m í a , e n el que se describe el t e r r e n o de una finca: El suelo, del mismo tipo en ambas parcelas, es de aluvión y muy profundo. Pese a encontrarse la finca en una cota mucho más alta que la del río Llobregat, que discurre muy cerca de allí, es evidente el carácter que tiene de antigua terraza fluvial, si tenemos en cuenta los numerosos guijarros existentes [...] E n la primera parcela, la rotura ya se ha efectuado. Ocupa la parte más llana de un valle y parte de una ladera. Como consecuencia de los movimientos de tierra efectuados, prácticamente todo el terreno está dispuesto en bancales de pendiente nula. [CRIP]

A u n d e s c o n o c i e n d o el significado específico de vocablos c o m o aluvión,

terraza

fluvial,

rotura

o bancales

de pendiente

nula,

las

oraciones cortas y claras p e r m i t e n seguir la prosa sin dificultades y captar su sentido global. E n el caso d e que q u e r a m o s e n t e n d e r t o dos los detalles, t e n d r e m o s que buscar en el diccionario las e x p r e siones q u e n o c o n o z c a m o s , sin necesitar la ayuda de un especialista. P e r o si el p r o b l e m a estuviera e n la sintaxis, en el g r a d o de abstracción o en la presentación del d o c u m e n t o , entonces e n c o n t r a r í a m o s obstáculos reales para e n t e n d e r el t e x t o a u t ó n o m a m e n t e . ¿ C ó m o , d ó n d e , a quién... podríamos consultar nuestras dudas? P o r lo que se refiere a las aplicaciones prácticas d e la r e d a c c i ó n , el estilo llano i n c o r p o r a los m e n c i o n a d o s criterios d e legibilidad, 28

pese a que critica sus fórmulas, y amplía su c a m p o d e a c c i ó n a n u e v o s aspectos c o m o el párrafo, la presentación del escrito o la a d e c u a c i ó n al destinatario. H e aquí algunos d e los consejos que p r o p o n e : • B u s c a r un diseño funcional y c l a r o del d o c u m e n t o . • E s t r u c t u r a r los párrafos. • P o n e r ejemplos y demostraciones c o n c o n t e x t o explícito. • Racionalizar la tipografía: mayúsculas, cursivas, e t c . • E s c o g e r un lenguaje apropiado al lector y al t e m a . E s t o s criterios se c o n c r e t a n e n la reformulación llana del estilo retorcido y r e t ó r i c o , típico d e la burocracia. Fijémonos e n el siguiente ejemplo, extraído d e un i m p r e s o administrativo: ORIGINAL

LLANO

No obstante, y habiéndose informado previamente al interesado de la posibilidad de solicitar el anticipo a cuenta de la pensión que le fuere reconocida en su momento, de acuerdo con lo que dispone el articulo 47 de la Ley 3 1 / 1 9 9 0 , de 27 de diciembre, el citado funcionario desea acogerse a este derecho, habiendo cumplimentado y firmado el modelo CPA / 2 que se adjunta.

E l funcionario se acoge al derecho de solicitar un anticipo a cuenta de la pensión que se le reconozca en su momento, de acuerdo con el articulo 47 de la Ley 3 1 / 1 9 9 0 , de 27 de diciembre. Para ejercerlo, ha cumplimentado y firmado el modelo CPA / 2 que se adjunta.

Por lo cual y después de haber efectuado el cálculo de previsión de acuerdo con las fórmulas previstas en el Real Decreto 6 7 0 / 1 9 8 7 de 30 de abril, y las circunstancias concurrentes en el expediente del interesado (30 años de servicio en el mismo Cuerpo), el porcentaje a aplicar por el anticipo a cuenta de la pensión no se prevee que pueda ser inferior al 8 0 %. [CRIP]

El porcentaje que se aplique al anticipo será del 80 % o superior, de acuerdo con las fórmulas previstas en el Real Decreto 6 7 0 / 1 9 8 7 de 30 de abril y con la circunstancia de que el interesado tiene 3 0 años de servicio en un mismo cuerpo, según el expediente.

29

E l estilo llano n o pretende desvirtuar los textos técnicos o espe­ cializados reescribiéndolos c o n una prosa c o r r i e n t e o incluso «vul­ gar». V i e n d o reformulaciones c o m o la anterior, se suele criticar que las dos versiones difieren en detalles que pueden ser relevantes desde un p u n t o de vista legal. P o r ejemplo, p u e d e resultar diferente decir que (no) pueda

ser inferior

al 80 % o será del 80 % o supe­

rior. E s inevitable que una versión m á s llana modifique el estilo, la sintaxis y también el regusto y las c o n n o t a c i o n e s del original, p e r o esto n o significa que se puedan e n t e n d e r ideas distintas. L a lengua es —debe ser— lo bastante dúctil y maleable para expresar cualquier dato c o n palabras comprensibles. P a r a t e r m i n a r , debemos t e n e r en c u e n t a que las implicaciones del estilo llano se extienden m u c h o m á s allá de la escritura. C u a n d o se r e h a c e la r e d a c c i ó n de un d o c u m e n t o c o m o en el ejemplo a n t e ­ rior, p e n s a m o s que se trata sólo de una cuestión de sintaxis. P e r o , en el fondo, varían otras cosas m u c h o más importantes: c a m b i a la m a n e r a d e leer y d e escribir el texto; cambian también los hábitos lingüísticos d e las personas que utilizan el d o c u m e n t o ; a u m e n t a el grado de c o m p r e n s i ó n del impreso; c a m b i a la filosofía de la c o m u ­ nicación. E n definitiva, lo que nos p r o p o n e el lenguaje llano es una nueva cultura

comunicativa,

u n a m a n e r a más eficaz y d e m o c r á t i c a

de e n t e n d e r la c o m u n i c a c i ó n escrita e n t r e las personas. Encontrarás

más

información

en

Bailey

(1990),

Eagleson

( 1 9 9 0 ) , W y d i c k ( 1 9 8 5 ) , C L I C ( 1 9 8 6 ) , Cassany ( 1 9 9 2 ) y en la revista especializada Simply

Stated.

L O S PROCESOS D E COMPOSICIÓN

Escribir es un proceso; el acto de transformar pensa­ miento en letra impresa implica una secuencia no lineal de etapas o actos creativos. JAMES B. G R A Y

El proceso de escribir me recuerda los preparativos para una fiesta. No sabes a cuánta gente invitar, ni qué menú escoger, ni qué mantel poner... Ensucias ollas, platos, vasos, cucharas y cazos. Derramas aceite, lo pisoteas, resbalas, vas por los suelos, sueltas cuatro palabrotas, maldices el día en 30

que se te ocurrió la feliz idea de complicarte la existencia. Finalmente, llegan los invitados y todo está limpio y reluciente, como si nada hubiera pasado. Los amigos te felicitan por el banquete y tú sueltas una de esas frases matadoras: «Nada..., total media hora... ¿Todo lo ha hecho el horno!» [GS]

L o s procesos d e c o m p o s i c i ó n del escrito son una línea de investigación psicolingüística y un m o v i m i e n t o de r e n o v a c i ó n de la enseñanza de la redacción. Su c a m p o de a c c i ó n es el p r o c e s o de c o m p o sición o de escritura, es decir, t o d o lo que piensa, h a c e y escribe un autor desde que se plantea producir un t e x t o hasta q u e t e r m i n a la versión definitiva. H a recibido m u c h a influencia de la psicología cognitiva y la lingüística del t e x t o , y está p r o v o c a n d o i m p o r t a n t e s cambios en la enseñanza d e la escritura. A partir de los años setenta, en los E E . U U . , varios psicólogos, pedagogos y profesores de redacción e m p e z a r o n a fijarse en el c o m p o r t a m i e n t o de los escritores c u a n d o trabajan: en las estrategias que utilizan para c o m p o n e r el t e x t o , en las dificultades c o n que se e n c u e n t r a n , en c ó m o las solucionan, y en las diferencias q u e hay e n t r e individuos. A partir de aquí aislaron los diversos subprocesos q u e int e r v i e n e n en el a c t o de escribir: buscar ideas, organizarías, redactar, revisar, formular objetivos, etc; también elaboraron un m o d e l o t e ó r i c o general, que paulatinamente se ha ido revisando y sofisticando. L a investigación

descubrió diferencias significativas

e n t r e el

c o m p o r t a m i e n t o d e los aprendices y el de los e x p e r t o s , q u e p a r e c e n relacionarse c o n la m a l a o buena calidad de los textos q u e p r o d u c e n unos y otros. E n síntesis y de una forma un t a n t o tosca, los e x p e r t o s utilizan los subprocesos de la escritura p a r a desarrollar el escrito; buscan, organizan y desarrollan ideas; r e d a c t a n , evalúan y revisan la prosa; saben adaptarse a circunstancias variadas y tien e n m á s c o n c i e n c i a del lector. E n c a m b i o , los aprendices se limitan a capturar el flujo del p e n s a m i e n t o y a rellenar hojas, sin r e l e e r ni revisar nada. P u e s t o que los resultados de estas investigaciones ya se h a n difundido bastante e n t r e nosotros, r e m i t o al lector a Cassany ( 1 9 8 7 y 1 9 9 0 ) y a C a m p s ( 1 9 9 0 a , 1 9 9 0 b y 1 9 9 4 ) . A c o n t i n u a c i ó n m e limitaré a citar c u a t r o implicaciones

que tiene esta c o r r i e n t e para

nuestra cocina: 31

• Si la legibilidad y el estilo llano tratan de cómo tiene que ser el escrito, esta tercera vía trata de cómo trabaja el escritor/a. D e s cribe las estrategias cognitivas que utilizamos para escribir y p r o p o n e técnicas y recursos para desarrollarlas. A título de ejemplo: • Buscar

ideas: torbellino de ideas, estrella de las preguntas,

escritura libre o automática. • Organizar ideas: ideogramas, mapas mentales, esquemas. • Redactar: señales para leer, variar la frase, reglas d e e c o n o m í a y claridad. • F o m e n t a el c r e c i m i e n t o individual del escritor, más que el uso de recetas, fórmulas o técnicas establecidas de escritura. N o hay una única m a n e r a d e escribir, sino que cada cual tiene que e n c o n t r a r su estilo personal de composición. • E s c r i b i r es un p r o c e s o de elaboración de ideas, además de una tarea lingüística de redacción. E l escritor tiene que saber trabajar c o n las ideas t a n t o c o m o c o n las palabras. • E s c r i b i r es m u c h o más que un m e d i o de c o m u n i c a c i ó n : es un i n s t r u m e n t o epistemológico d e aprendizaje. E s c r i b i e n d o se aprende y p o d e m o s usar la escritura para c o m p r e n d e r mejor cualquier t e m a . L o s procesos d e composición han d e s e m b o c a d o en un caudal i m p o r t a n t e y r e n o v a d o r de libros y manuales prácticos sobre escritura, que presentan varias estrategias y técnicas de composición. L o s que h e considerado para el presente manual son: L u s s e r R i c o ( 1 9 8 3 ) , B o o t h Olson ( 1 9 8 7 ) , F l o w e r ( 1 9 8 9 ) , Murray ( 1 9 8 7 ) y W h i t e y Arndt ( 1 9 9 1 ) .

32

E L CASTELLANO ESCRITO

Para deziros la verdad, muy pocas cosas observo, porque el estilo que tengo me es natural, y sin afetación ninguna escrivo como hablo, solamente tengo cuidado de usar de vocablos que sinifiquen bien lo que quiero dezir, y dígolo quanto más llanamente me es posible, porque a mi parecer en ninguna lengua stá bien el afetación. JUAN DE VALDÉS

E n los últimos años, la lengua y la escritura castellanas h a n e v o lucionado y están e v o l u c i o n a n d o al r i t m o vertiginoso que m a r c a n los sucesos históricos y las necesidades socioculturales. L a transición d e m o c r á t i c a y el desarrollo d e un estado constitucional exigieron inevitablemente la c r e a c i ó n de un lenguaje político n u e v o . E l v e tusto estilo administrativo de la dictadura, c a r g a d o d e clichés c o m plicados, sintaxis rebuscada, tratamientos jerárquicos y expresiones halagadoras o humillantes —hoy en día ridiculas y risibles—, está d e jando paso —¡quizás c o n m e n o s rapidez de la deseada!— a un lenguaje m u c h o m á s sencillo, neutro, que trate c o n respeto a todos los españoles y españolas. ¡Se tienen que acabar los Muy ilustre señoría..., ruego tenga en consideración..., su servidor humildemente pide...! E l Manual de estilo del lenguaje administrativo ( 1 9 9 1 ) del Ministerio para las Administraciones Públicas significa u n p r i m e r a v a n c e m o d e r a d o en este sentido, que debe ser c o m p l e t a d o c o n m á s decisión. P o r otra parte, los avances tecnológicos, la investigación y el c r e c i e n t e c o n t a c t o de lenguas imprimen un d i n a m i s m o a s o m b r o s o a los usos lingüísticos. C a d a a ñ o surgen nuevos c o n c e p t o s , objetos o actividades que exigen d e n o m i n a c i o n e s específicas, y se olvidan otros que dejan de utilizarse. L a lengua castellana tiene que g e n e r a r la terminología propia necesaria para satisfacer estas necesidades, si pretende sobrevivir a la todopoderosa colonización verbal del inglés. L o s yuppie, overbooking, catering o rafting deberían e n c o n t r a r un v o c a b l o o una expresión que fuera más respetuosa c o n la estructura y los recursos propios de la lengua. L a s referencias bibliográficas sobre este importantísimo c a m p o lingüístico se están multiplic a n d o y se han c r e a d o algunos grupos y redes de trabajo, c o m o T e r m e s p ( T e r m i n o l o g í a española, 1 9 8 5 ) y R I T E R M ( R e d I b e r o 33

a m e r i c a n a de T e r m i n o l o g í a , 1 9 8 8 ) , al a m p a r o del C S I C (Consejo Superior d e Investigaciones Científicas). P a r a u n a revisión a fondo del t e m a , v e r C a b r é ( 1 9 9 3 ) . En

t e r c e r lugar, la imparable y c o m p e t i t i v a expansión de los

medios d e c o m u n i c a c i ó n p r o v o c a u n a búsqueda p e r m a n e n t e del lenguaje llano q u e pueda llegar a todas las audiencias potenciales, tratando los temas actuales q u e interesan y r e c o g i e n d o la creatividad y los usos lingüísticos d e la calle. Periódicos, radios y televisiones se afanan p o r elaborar un estilo expresivo p r o p i o y adecuado a los tiempos m o d e r n o s . Así lo demuestra el c r e c i e n t e n ú m e r o de manuales de estilo e n el á m b i t o periodístico (ABC, Agencia El País,

La Vanguardia,

La Voz de

EFE,

Canal

Sur Televisión,

Galicia,

TVE,

Sol [ 1 9 9 2 ] ) . P a r a u n a revisión del t e m a , v e r F e r n á n d e z B e a u -

m o n t ( 1 9 8 7 ) y B l a n c o Soler ( 1 9 9 3 ) , e t c . L a p r e o c u p a c i ó n p o r mejorar la c o m u n i c a c i ó n escrita también está llegando a la empresa. Clientes, t é c n i c o s y empresarios se están d a n d o c u e n t a d e q u e la lengua incide decisivamente e n la actividad e c o n ó m i c a : un a n u n c i o publicitario o u n a carta c o m e r c i a l bien escritos pueden v e n d e r m á s q u e u n a visita o u n a llamada telefónica; un impreso diseñado r a c i o n a l m e n t e a h o r r a t i e m p o y errores; u n a auditoría sucinta p e r m i t e t o m a r decisiones c o n rapidez, e t c . E n los últimos años, la oferta editorial sobre escritura para la empresa se ha multiplicado: c o r r e s p o n d e n c i a c o m e r c i a l , informes técnicos, c o m u n i c a c i ó n protocolaria, publicidad, relaciones públicas, e t c . (Delisau,

1 9 8 6 ; F e r n á n d e z de la T o r r i e n t e y Zayas-Bazán; 1 9 8 9 ; G a r r i d o ,

1989,

e t c . ) . A d e m á s , algunas empresas ya han e m p e z a d o a elaborar

sus propios manuales y formularios d e c o m u n i c a c i ó n : «la Caixa» (1991). L a enseñanza n o se queda atrás. E n pocos años h e m o s pasado de la o r a c i ó n al discurso, de la m e m o r i z a c i ó n de reglas ortográficas a la práctica de la expresión. L a r e c i e n t e R e f o r m a E d u c a t i v a ha r e m a c h a d o c o n fuerza este p l a n t e a m i e n t o c o n un c u r r i c u l u m q u e da

tanta importancia a las habilidades como a los conocimientos. Los talleres d e escritura y las técnicas d e r e d a c c i ó n ya son u n a realidad e n m u c h a s aulas. Y la escritura especializada también ha e n t r a d o c o n decisión e n los estudios superiores: periodismo, magisterio, traducción e interpretación, filologías, e t c . E n el á m b i t o bibliográfico, las referencias se h a n ampliado y consiguen un nivel de calidad r e m a r c a b l e ( C o r a m i n a y Rubio, 1 9 8 9 ; L i n a r e s , 1 9 7 9 ; Martín Vivaldi, 34

1 9 8 2 : Martínez Albertos, 1 9 7 4 y 1 9 9 2 ; Martínez d e Sousa, 1 9 8 7 , 1 9 9 2 y 1 9 9 3 ; M o r e n o , 1 9 9 1 ; Serafini, 1 9 8 5 y 1 9 9 2 , e t c . ) . E n conjunto, y sin p r e t e n d e r ser exhaustivo, estas iniciativas parten del objetivo de conseguir una escritura más eficaz, clara, c o ­ rrecta, para que los ciudadanos y las ciudadanas lean y escriban m e ­ jor todo tipo d e textos. M u c h a s de las obras citadas adaptan al caste­ llano, consciente o i n c o n s c i e n t e m e n t e , las investigaciones

citadas

m á s arriba sobre legibilidad, estilo llano y, en m e n o r g r a d o , p r o c e ­

sos de composición. Considero i m p o r t a n t e que nuestra tradición de escritura se n u ­ tra de las investigaciones más recientes y que a p r o v e c h e t o d o lo b u e n o que tengan las prosas extranjeras, p e r o adaptándolo a las c a ­ racterísticas específicas d e nuestra cultura y, sobre t o d o , sin r e n u n ­ ciar a nuestras raices. D i c e el pueblo: Quien de los suyos se aleja, Dios lo deja; el que a los suyos se parece, honra merece. Q u e n o o c u ­ rra lo que t e m e m o s algunos: que, deslumhrados por estos sugerentes ensayos anglófonos, a c a b e m o s todos escribiendo c o n un estilo sim­ ple y pobre, más propio de las películas n o r t e a m e r i c a n a s q u e de la tradición literaria europea.

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2. D E L O Q U E H A Y Q U E S A B E R P A R A E S C R I B I R BIEN; D E LAS GANAS D E HACERLO; D E L O Q U E SE P U E D E ESCRIBIR; D E L E Q U I P O IMPRESCINDIBLE PARA LA ESCRITURA, Y D E A L G U N A S COSAS MÁS

Los escritores dicen que escriben para que la gente les quiera más, para la posteridad, para despejar los demonios personales, para criticar el mundo que no gusta, para huir de sus neurosis, etc., etc. Yo escribo por todas estas razones y porque escribiendo puedo ser yo misma. MARÍA ANTONIA

OLIVER

Antes d e ponerse el delantal, c o n v i e n e h a c e r ciertas reflexiones generales sobre la escritura. H a y que darse c u e n t a del tipo d e e m presa en q u e nos m e t e m o s , t o m a r c o n c i e n c i a d e las dificultades que nos esperan y formular objetivos sensatos según la capacidad y el interés d e c a d a cual. ¡Ah! A t e n c i ó n al equipo necesario p a r a escribir. N o se puede esquiar sin esquís, ¿verdad?

CONOCIMIENTOS, HABILIDADES Y ACTITUDES

E n la escuela nos enseñan a escribir y se nos da a e n t e n d e r , más o m e n o s v e l a d a m e n t e , que lo más i m p o r t a n t e —y quizá lo ú n i c o a t e n e r en cuenta— es la gramática. L a mayoría aprendimos a redactar pese a las reglas de ortografía y d e sintaxis. T a n t a obsesión p o r la epidermis gramatical ha h e c h o olvidar a veces lo que tiene que haber dentro: claridad de ideas, estructura, t o n o , registro, etc. D e esta m a n e r a , h e m o s llegado a t e n e r una imagen parcial, y t a m b i é n falsa, de la redacción. Para p o d e r escribir bien hay que t e n e r aptitudes, habilidades y actitudes. E s evidente que d e b e m o s c o n o c e r la g r a m á t i c a y el léx i c o , p e r o también se tienen que saber utilizar e n c a d a m o m e n t o . ¿ D e qué sirve saber c ó m o funcionan los pedales de un c o c h e , si n o se saben utilizar c o n los pies? D e la m i s m a m a n e r a hay que d o m i n a r las estrategias de redacción: buscar ideas, h a c e r esquemas, h a c e r b o 36

rradores, revisarlos, etc. P e r o estos dos aspectos están d e t e r m i n a d o s p o r un t e r c e r nivel m á s profundo: lo que p e n s a m o s , o p i n a m o s y sentimos en nuestro interior a c e r c a de la escritura. E l siguiente c u a d r o nos muestra estas tres dimensiones:

CONOCIMIENTOS

HABILIDADES

ACTITUDES

Adecuación: nivel de formalidad.

Analizar la comunicación.

¿Me gusta escribir?

Estructura y coheren- Buscar ideas. cia del texto. Hacer esquemas, orCohesión: pronomdenar ideas. bres, puntuación... Hacer borradores. Gramática y ortografía.

¿Por qué escribo? ¿Qué siento cuando escribo? ¿Qué pienso sobre escribir?

Valorar el texto. Rehacer el texto.

Presentación del texto. Recursos retóricos.

L a c o l u m n a d e los c o n o c i m i e n t o s c o n t i e n e una lista d e las p r o piedades que debe tener cualquier p r o d u c t o escrito para q u e a c t ú e c o n é x i t o c o m o vehículo de c o m u n i c a c i ó n ; es lo que autoras y a u t o res deben saber imprimir e n sus obras. L a c o l u m n a d e las habilidades desglosa las principales estrategias d e r e d a c c i ó n que se p o n e n en práctica d u r a n t e el a c t o de escritura, c o m o si fueran las h e r r a mientas d e un c a r p i n t e r o o de un cerrajero. P o d r í a m o s a ñ a d i r las destrezas psicomotrices d e la caligrafía o del tecleo. L a t e r c e r a lista, la de las actitudes, r e c o g e c u a t r o preguntas básicas sobre la m o t i v a ción de escribir, que c o n d i c i o n a n todo el conjunto. V e á m o s l o . Si nos gusta escribir, si lo h a c e m o s c o n ganas, si nos sentimos bien antes, d u r a n t e y después d e la r e d a c c i ó n , o si t e n e m o s una buena opinión a c e r c a de esta tarea, es muy probable q u e hayamos aprendido a escribir de m a n e r a natural, o q u e nos resulte fácil a p r e n d e r a h a c e r l o o mejorar nuestra capacidad. C o n t r a r i a m e n t e , quien n o sienta interés, ni placer, ni utilidad alguna, o quien tenga que obligarse y v e n c e r la pereza para escribir, éste seguro q u e tendrá que esforzarse d e lo lindo para aprender a h a c e r l o , m u c h o m á s que en el c a s o anterior; incluso es probable que n u n c a llegue a 37

poseer el m i s m o nivel. ¡Las actitudes se e n c u e n t r a n e n la raíz del aprendizaje d e la escritura y lo c o n d i c i o n a n hasta límites q u e quizá ni sospechamos! ¡ P e r o esto n o sirve d e excusa para los m á s desmotivados! M u chas personas c o n d u c e n bastante bien, circulan p o r todas partes sin t e n e r accidentes, aunque n o soporten ni los c o c h e s ni las carreteras —como m e sucede a m í m i s m o - . O t r a s personas odian la cocina, los cacharros y los fogones, p e r o aprenden a sobrevivir c o n las c u a t r o reglas básicas del c o n g e l a d o y el m i c r o o n d a s . Pues bien, así pasa - ¡ d e b e r í a pasar!— c o n la escritura. T o d o el m u n d o tendría q u e p o seer un m í n i m o nivel d e expresión p a r a p o d e r defenderse e n esta difícil sociedad alfabetizada e n la q u e nos h a t o c a d o vivir. E s t o es absolutamente posible. R e c o r d e m o s lo q u e decía e n la introducción: escribir es u n a técnica, n o u n a magia.

R A Z O N E S PARA ESCRIBIR

Tardamos bastante más de lo que calculan los maestros en entender la escritura como búsqueda personal de expresión. El primer aliciente para expresarse por escrito de una manera espontánea surge, precisamente, como rebeldía frente a su mandato. La ruptura con los maestros es condición necesaria para que germine la voluntad real de escribir. CARMEN MARTÍN GAITE

C u a n d o le preguntas a alguien si le gusta escribir y q u é escribe, la c o n v e r s a c i ó n se llena inevitablemente de tópicos. Alguien puede e n t e n d e r escribir e n el sentido literario, si le gusta escribir cuentos, p o e m a s o cualquier o t r o t e x t o c r e a t i v o . O t r a persona pensará en las cartas y responderá lo más seguro q u e n o , q u e m u y r a r a m e n t e , p o r que es más rápido llamar p o r teléfono; y luego c o m e n t a r á q u e cada vez se escribe menos. A l fin y al c a b o , todos c o n c l u i r e m o s diciendo que n o t e n e m o s t i e m p o para escribir, aunque n o s gustaría p o d e r h a cerlo m á s a m e n u d o . L a imagen social más difundida d e la escritura es bastante raquítica y a m e n u d o e r r ó n e a . N o t o d o el m u n d o califica c o m o escritos lo q u e se elabora e n el trabajo (informes, notas, p r o g r a m a s ) , en la 38

escuela

(reseñas, apuntes, e x á m e n e s , trabajos), para u n o

mismo

(agenda, diario, anotaciones), o para amigos y familiares (invitaciones, notas, dedicatorias). A s i m i s m o , se suele pensar s i e m p r e en la función de c o m u n i c a r (cartas, cuentos, certificados) y m u c h o m e n o s en la de registrar (apuntes, resumen de u n libro, n o t a s ) , la d e a p r e n d e r (trabajos, análisis d e un t e m a , reflexiones), o la de divertir ( p o e m a , dedicatoria). C o n una g a m a tan limitada de utilidades, es m u y lógico que n o e n c o n t r e m o s m o t i v o s importantes para redactar. P e r o la escritura tiene m u c h a s utilidades y se utiliza en c o n t e x tos m u y variados. Fíjate en el c u a d r o de la siguiente página, d o n d e e n c o n t r a r á s una clasificación d e los diferentes tipos de escritura.

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TIPO D E ESCRITURA CARACTERÍSTICA

FORMA

p E R S O N A L

Objetivo básico: explorar intereses personales Audiencia: el autor Base para todo tipo de escritura Tiene flujo libre Fomenta la fluidez de la prosa y el hábito de escribir Facilita el pensamiento

diarios personales cuadernos de viaje y de trabajo ensayos informales y narrativos escribir a chorro torbellino de ideas ideogramas recuerdos listas dietarios agendas

F U N C I O N A L

Objetivo básico: comunicar, infor­ mar, estandarizar la comunicación Audiencia: otras personas Es altamente estandarizada Sigue fórmulas convencionales Ámbitos laboral y social

correspondencia comercial, admi­ nistrativa y de sociedad

C R E A T I V A

Objetivo básico: satisfacer la necesi­ dad de inventar y crear Audiencia: el autor y otras personas Expresión de sensaciones y opiniones privadas Busca pasarlo bien e inspirarse Conduce a la proyección Experimental Atención especial al lenguaje

E X P O S I T I V A

Objetivo básico: explorar y presentar información Audiencia: el autor y otras personas Basado en hechos objetivos Ámbitos académico y laboral Informa, describe y explica Sigue modelos estructurales Busca claridad

informes noticias exámenes entrevistas cartas normativa ensayos instrucciones manuales periodismo literatura científica

P E R S U A S I V A

Objetivo básico: influir y modificar opiniones Audiencia: otras personas Pone énfasis en el intelecto y / o las emociones Ámbitos académico, laboral y político Puede tener estructuras definidas Real o imaginado

editoriales cartas panfletos ensayos

cartas contratos resúmenes memorias solicitudes

invitaciones felicitaciones facturas

poemas mitos comedias cuentos anécdotas

ensayos cartas canciones chistes parodias

novelas

anuncios eslóganes peticiones artículos de opinión

publicidad literatura científica

[extraído de Sebranek, Meyer y Kemper, 1989]

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Confieso que m e gusta escribir y q u e m e lo p a s o bien escribiendo. M e resisto a c r e e r que nací c o n este don especial. A l c o n trario, m e gusta c r e e r que h e aprendido a usar la escritura y a divert i r m e escribiendo; que y o m i s m o h e configurado mis gustos. L a letra impresa ha sido un c o m p a ñ e r o de viaje que m e h a seguido e n circunstancias muy distintas. P o c o a p o c o h e cultivado mi sensibilidad escrita, desde que llevaba pañales, c u a n d o veía a padres y h e r m a n o s jugando c o n letras, hasta la actualidad. C u a n d o era un adolescente escribía p o e m a s y cuentos p a r a a n a lizar mis sentimientos, sobre t o d o e n m o m e n t o s delicados. E n la escuela y en la universidad, m e harté d e t o m a r apuntes, r e s u m i r y anotar lo que tenía que r e t e n e r para repasar m á s tarde; t a m b i é n escribí para a p r e n d e r (reseñas, c o m e n t a r i o s , trabajos) y para d e m o s trar que sabía ( e x á m e n e s ) . T o d a v í a hoy, c u a n d o t e n g o que e n t e n d e r un t e x t o o una tesis complejos, hago un e s q u e m a o un r e s u m e n escritos. T a m b i é n escribí p o r trabajo: e x á m e n e s , informes, p r o y e c t o s , a r tículos, cartas. Incluso en u n a ocasión r e c u e r d o que a p r o v e c h é la escritura c o n

finalidades

terapéuticas. E r a m u y joven e impartía m i

p r i m e r curso de r e d a c c i ó n e n una e m p r e s a privada. Mis a l u m n o s n o sólo eran bastante mayores que yo, sino que habla algunos que t r a bajaban en la e m p r e s a desde antes d e que y o naciera. M e sentía t a n inseguro que casi m e daba m i e d o e n t r a r e n el aula c a d a día. D e c i d í llevar un diario de curso para reflexionar sobre la experiencia. C u a n d o finalizaba c a d a clase, m e ponía a escribir t o d o lo q u e había pasado y lo que sentía. P r o y e c t a b a en el papel t o d o tipo de frustraciones, dudas e inseguridades. E r a c o m o si m e t o m a r a una aspirina: recobraba confianza y fuerza para v o l v e r a clase al día siguiente. C r e o que c a d a persona puede cultivar la afición p o r la escritura de una m a n e r a parecida. Sólo se trata de saber e n c o n t r a r los indiscutibles beneficios personales que puede ofrecernos esta tarea. U n día te pones a escribir sin que nadie te lo o r d e n e y e n t o n c e s descubres su e n c a n t o . Vuelves a h a c e r l o y, p o c o a p o c o , la escritura se r e vela c o m o u n a gran amiga, c o m o una e x c e l e n t e y útil c o m p a ñ e r a d e viaje. T e conviertes e n u n / a e s c r i t o r / a — ¡ojo!, e n minúscula, si h a c e falta.

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EQUIPO TÉCNICO

E l desarrollo t e c n o l ó g i c o ha sacudido también a la escritura, c o m o a tantas otras actividades. L a c o c i n a del escritor se ha llenado de t o d o tipo de artefactos sofisticadísimos. Siempre será m u c h o más agradable deslizar la p l u m a sobre la rugosidad de un papel d e barba - a ser posible r o d e a d o de un bonito p a i s a j e - , p e r o nadie discute que cualquier o r d e n a d o r m í n i m a m e n t e digno simplifica el trabajo. P o r otra parte, cada vez tecleamos

más y caligrafiamos

m e n o s : den-

tro d e p o c o sólo utilizaremos las plumas para apuntar n ú m e r o s d e teléfono, firmar cheques o escribir algún p o e m a personal. E l amplio abanico del equipo se extiende desde el apreciado lápiz y papel hasta los completos procesadores de textos, c o n diccion a r i o y verificador ortográfico incorporados. Al aprendiz a m a t e u r le basta una libreta y un bolígrafo, mientras que el profesional necesita libros de consulta, unos rotuladores determinados o quizá incluso casetes para grabar. E l c u a d r o de la siguiente página presenta los utensilios para la escritura distribuidos p o r funciones. E n el capítulo de informática las novedades se sustituyen a una velocidad vertiginosa. C u a n d o todavía n o nos h e m o s a c o s t u m b r a d o a escribir d e n t r o del c u b o del o r d e n a d o r c o n un p r o c e s a d o r n o r m a l , ya hay —sobre t o d o en inglés— p r o g r a m a s de redacción asistida para c a p t a r y organizar ideas, analizar el g r a d o de legibilidad de un t e x t o (longitud de las frases, vocabulario básico, estructuras) o traducir palabras y expresiones d e ámbitos específicos, de una lengua a otra. C u a n d o el fax empieza a ser una h e r r a m i e n t a c o n o c i d a , llega el c o r r e o e l e c t r ó n i c o , que modificará aún más nuestros hábitos. U m b e r t o E c o ( 1 9 9 1 ) destaca la posibilidad q u e ofrece el o r d e n a d o r de fundir en un t e x t o escritos de procedencias distintas; es decir: la intertextualidad, que es el c e n t r o de la reflexión filosófica y de la literatura c o n t e m p o r á n e a s . A ñ a d e : « P o r p r i m e r a v e z en la historia de la escritura, se puede escribir casi a la m i s m a velocidad c o n que se piensa: sin preocuparse d e las faltas. [...] C o n el o r d e n a d o r transcribes en la pantalla al m i s m o t i e m p o todas tus ideas sobre un t e m a . ¡ E s la realización de la escritura a u t o m á t i c a d e los surrealistas! T i e n e s delante tu p e n s a m i e n t o , en bruto.» E l i m p a c t o de la informática en los hábitos del escritor tiene que considerarse t o t a l m e n t e positivo.

L a s pocas v o c e s q u e h a c e

unos cuantos años desconfiaban del o r d e n a d o r y auguraban una re42

EQUIPO PARA L A ESCRITURA

Soportes para reunir información y redactar:

• libro en blanco para un diario personal • c u a d e r n o , libreta o agenda para t o m a r notas • hojas sueltas para anotar, escribir o hacer esquemas [un detalle que hará sonreír a más d e uno: A t e n c i ó n a los

planteamientos

ecológicos:

papel

reciclado,

aprovechar las dos caras de la hoja, etc.] • microcasete para grabar pensamientos huidizos

Utensilios para marcar:

• herramientas autónomas: lápiz (y sacapuntas), bolígrafo, pluma, rotuladores, etc. • máquina de escribir m e c á n i c a o eléctrica • o r d e n a d o r fijo o portátil: soporte informático

Material de consulta:

• manuales de ortografía y g r a m á t i c a • diccionarios de lengua: generales y específicos,

bi-

lingües, de sinónimos, de verbos, inversos, etc. •

Informática:

enciclopedias

• procesador de textos con funciones

básicas

• verificador ortográfico • diccionario y

sinónimos

• verificación a u t o m á t i c a de la legibilidad • p r o g r a m a s de redacción y traducción asistida • p r o g r a m a s de edición de textos • programas de diseño de gráficos y dibujos

Otros utensilios de utilidad:

• clips, notas adhesivas, g o m a de borrar, c o r r e c t o r líquido o de lápiz, rotuladores

fluorescentes,

pega-

m e n t o , grapas y material c o r r i e n t e de oficina

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ducción d e la calidad de la escritura o u n a pérdida d e los valores tradicionales, ahora p r o v o c a n risa. E s t a s máquinas liberan al autor de las tareas más pesadas de la escritura: copiar, c o r r e g i r o borrar, y le p e r m i t e n c o n c e n t r a r s e mejor e n las más creativas de buscar ideas, construir significado y redactar. E l t e x t o gana calidad p o r q u e da m e n o s pereza revisar y de este m o d o se puede elaborar más. P o r lo que se refiere al material de consulta, que nadie se averg ü e n c e de utilizarlo d e la m a n e r a m á s natural. N o tiene fundam e n t o alguno el c r e e r que los buenos autores n u n c a dudan ni n e c e sitan hojear la g r a m á t i c a , o que si nosotros lo h a c e m o s es p r e c i s a m e n t e porque n o sabemos escribir. L o s más eminentes escritores —¡que m e perdonen!— también c o m e t e n incorrecciones y t a m bién tienen lagunas lingüísticas. L o s profesionales t e n e m o s siempre la m e s a puesta, c o n el o r d e n a d o r , los diccionarios de lengua, de sin ó n i m o s , la g r a m á t i c a , etc. A d e m á s , p o d e m o s alegar precedentes ilustrísimos. E n el siglo X I I I , R a m ó n Vidal d e Besalú escribió la p r i m e r a g r a m á t i c a neolatina c o n o c i d a , Las rasos de trobar [un f r a g m e n t o d e cuya introducción se ha citado al principo d e esta cocina], para enseñar a los aprendices d e t r o v a d o r catalanes la m a n e r a c o r r e c t a d e c o m p o n e r versos, siguiendo el ejemplo de los grandes maestros provenzales. U n siglo más tarde ( 1 3 7 1 ) , el tío de Ausiás M a r c h , J a c m e M a r c h , r e d a c t ó el Llibre de concordances, un diccionario inverso de seis mil palabras para ayudar a los poetas a e n c o n t r a r rimas; y p a r e c e d e m o s t r a d o que el gran p o e t a medieval J o r d i de Sant J o r d i lo utilizó e n más d e una ocasión, c o n resultados excepcionales.

L A ESCRITURA RESPETUOSA

« E l lenguaje [y, p o r lo t a n t o , también la escritura] n o es una c r e a c i ó n arbitraria d e la m e n t e h u m a n a , sino un p r o d u c t o social e histórico q u e influye e n nuestra p e r c e p c i ó n de la realidad. Al trasmitir socialmente al ser h u m a n o las experiencias acumuladas de generaciones anteriores, el lenguaje c o n d i c i o n a nuestro p e n s a m i e n t o y d e t e r m i n a nuestra visión del m u n d o . » D e este m o d o empieza la U N E S C O ( 1 9 9 1 ) las Recomendaciones lenguaje,

una m a n e r a respetuosa. 44

para

un uso no sexista

del

en las que ofrece algunos consejos para usar el lenguaje d e

L a escritura c o r r i e n t e arrastra los prejuicios sexistas que se h a n atribuido a las mujeres d u r a n t e generaciones y que h a n p e r m a n e cido fijados en los usos lingüísticos. E s c r i b i m o s el hombre, los hombres, el niño, los andaluces o los escritores y el autor, para referirnos t a n t o a las personas del sexo masculino c o m o femenino. D e n o m i n a m o s abogado y médico a la mujer que ejerce estas profesiones. U t i lizamos formas c o m o señorita María ( p e r o n o señorito Martín), él y su mujer, señora de Pérez. Sea d e un m o d o más o m e n o s c o n s c i e n t e , en todos estos usos discriminamos a las mujeres: c u a n d o n o las m e n c i o n a m o s , c u a n d o lo h a c e m o s c o n palabras e n masculino, o c u a n d o las subordinamos a los hombres. E n la medida en que aceptamos estos usos y los utilizamos, estam o s perpetuando expresiones sexistas y los prejuicios que c o m p o r tan. L o s escritores y las escritoras debemos colaborar e n la elaboración de un n u e v o lenguaje, un n u e v o i n s t r u m e n t o de análisis y reflexión, libre de tics discriminatorios y respetuoso c o n todas las personas y colectividades. Mediante la a c c i ó n educativa y cultural, p o d r e m o s difundir estos nuevos modelos verbales para que influyan positivamente e n los c o m p o r t a m i e n t o s h u m a n o s y e n nuestra p e r cepción d e la realidad. L a Administración pública es tal vez el á m b i t o e n el cual se h a e m p e z a d o a trabajar c o n más a h í n c o en este t e r r e n o , c o n la adaptación al castellano de las Recomendaciones... d e la U N E S C O ( 1 9 9 1 ) , que he citado más arriba, y c o n varias propuestas para e v i t a r los usos discriminatorios. E l siguiente ejemplo c o n t r a s t a d o es u n a a d a p tación al castellano de los textos que presenta para el catalán las Indicacions per evitar la discriminado per rao de sexe en el llenguatge administratiu:

RESPETUOSA

SEXISTA

Estimado

señor:

Lamentamos tener que informarle sobre la decisión de los directores, que no lo han considerado apto para la vacante de adjunto, para la cual fue entrevistado. Ha resultado bastante difícil escoger entre tantos

Estimado Estimada

señor: señora:

Lamentamos tener que informarle sobre la decisión del consejo de dirección, que ha considerado que no reunía las condiciones suficientes para la vacante de adjunto/a, para la cual realizó la entrevista. Ha re45

candidatos que, como usted, estaban muy capacitados. De todos modos, los responsables de esta entidad nos sentiríamos muy honrados si pudiéramos contar con usted entre nuestros futuros colaboradores.

sultado bastante difícil escoger entre un grupo tan numeroso de aspirantes que, como usted, mostraron muchas capacidades. De todos modos, esta entidad se sentiría muy honrada si pudiera contar con su futura colaboración.

L a versión respetuosa utiliza fórmulas válidas para ambos sexos: doble saludo masculino y femenino

(estimado

señor,

estimada

ñora),

uso d e la barra inclinada para abreviar ambas formas

to/a);

vocablos de significado c o l e c t i v o (dirección,

roso, entidad,

colaboración);

un grupo

se-

(adjunnume-

perífrasis y circunloquios para evitar

fórmulas sexistas, etc. L a U N E S C O ( 1 9 9 2 ) también ofrece una lista de los usos sexistas más frecuentes c o n propuestas alternativas d e solución

(para más información, v e r G a r c í a Meseguer,

1994, y

L l e d ó , 1 9 9 2 ) . E l siguiente c u a d r o presenta algunas fórmulas: E J E M P L O S D E USOS N O SEXISTAS USOS CORRIENTES

POSIBLES SOLUCIONES

El hombre o los hombres

los hombres y las mujeres, la humanidad, las personas

el cuerpo del hombre

el cuerpo humano

el hombre de la calle

las personas corrientes, la gente en general, la mayoría de la gente

los niños

los niños y las niñas, la infancia

los mexicanos

los mexicanos y las mexicanas el pueblo mexicano

las mujeres de la limpieza

el personal de limpieza

los médicos y las enfermeras

el personal médico, el personal de salud

Ana Cot, abogado, médico, ingeniero, ministro, arquitecto, diputado, etc.

Ana Cot, abogada, médica, ingeniera, ministra, arquitecta, diputada, etc.

P o r otra parte, la escritura respetuosa abarca otros c a m p o s además del sexismo. T a m b i é n hay que ser respetuoso c o n las diversas 46

colectividades

sociales (razas, dialectos, profesiones,

poblaciones,

minorías, etc.). P o r ejemplo, demasiadas veces a d o p t a m o s un p u n t o de vista e t n o c é n t r i c o : nos dirigimos sólo a los ciudadanos y ciudadanas de una i m p o r t a n t e metrópoli o del dialecto c o n m a y o r n ú m e r o de hablantes o c o n más prestigio, prescindiendo de las zonas rurales o del resto de variedades dialectales. E n los países anglosajones, y sobre t o d o en E E . U U . , es d o n d e se ha desarrollado c o n más interés, fervor y hasta fanatismo esta t e n dencia a erradicar del lenguaje cualquier tipo d e discriminación. C o n la sigla PC (Politically

corred:

políticamente c o r r e c t o ) se d e -

signa el lenguaje neutro que respeta la gran diversidad de razas, sexos, orientaciones sexuales, apariencias físicas, e t c . , d e la ciudadanía —¡y que incluye también el respeto hacia todas las especies a n i m a les!—. Se trata d e eliminar del habla expresiones c o m o un trabajo chinos, gro,

es un gitano,

maricón,

africano

habla como un perro,

moro o subnormal

(o afroamericano,

de

etc; o de sustituir los ne-

corrientes p o r los correspondientes

caribeño,

e t c . ) , gay, árabe

y

disminuido.

P e r o la radicalización de esta m u y loable t e n d e n c i a p u e d e c o n ducirnos al esperpento lingüístico, c o m o demuestra c o n s a r c a s m o p r e m e d i t a d o el diccionario «oficial» de lo p o l í t i c a m e n t e

correcto

[ver B e r d y C e r f ( 1 9 9 2 ) ] . Según este pequeño p e r o jugoso m a n u a l , tribu debería sustituirse p o r nación o pueblo,

para evitar la c o n n o t a -

ción de primitivismo del p r i m e r o —de acuerdo—; portera ladora

de accesos; pobre p o r económicamente

o también de renta dura postiza

explotado

baja; feo p o r cosméticamente

p o r dentición

alternativa.

por o

diferente,

contro-

marginado, y

denta-

Sin c o m e n t a r i o s .

E n el t e r r e n o del sexismo lingüístico, el e x t r e m i s m o puede llevarnos a redacciones c o m o la siguiente: « E s t i m a d o s / a s padres y m a dres: os r e c o r d a m o s que la semana que v i e n e v u e s t r o s / a s hijos/as asistirán a las tradicionales colonias anuales, a c o m p a ñ a d o s / a s de alg u n o s / a s m a e s t r o s / a s . D a d o que l o s / l a s m o n i t o r e s / a s del c e n t r o d e educación ambiental...» ¡ N o v a m o s a ninguna parte, c o n este estilo! Quizá n o discrimine a las madres, a los maestros o a las m o n i t o r a s d e educación ambiental... p e r o nos fastidia a todos los lectores, seamos hombres o mujeres. E n consecuencia, c r e o que es sensato y n e c e s a r i o pulir nuestra habla y buscar el respeto para todos, p e r o el sentido c o m ú n debería p e r m a n e c e r p o r e n c i m a del radicalismo. P o r lo que se refiere a esta cocina,

he intentado ser respetuoso

c o n mis lectores y c o n mis lectoras. M e gustaría que n i n g u n a escri47

tora se sintiera discriminada p o r mis palabras y que la g e n t e d e cualquier r i n c ó n de m i país se sintiera incluida en los ejemplos. P e r o r e c o n o z c o que n o siempre h e sabido eliminar los tics sexistas d e m i prosa: ese autor o ese escritor pesados y difíciles d e modificar. M e h e limitado a evitar las discriminaciones en las partes y las posiciones más importantes del libro (títulos, subtítulos, inicio) y a r e cordar, d e vez e n c u a n d o , que m e refiero t a n t o a los h o m b r e s c o m o a las mujeres.

Mi

IMAGEN D E ESCRITOR/A

E l p r i m e r ejercicio d e la cocina es una reflexión escrita. Si escribir sirve para aprender, p o d e m o s a p r e n d e r de la escritura escribiendo sobre escribir. Se trata de e x p l o r a r las opiniones, las actitudes y los sentimientos que poseemos sobre la redacción. T o m a r c o n c i e n c i a de la realidad es útil para c o m p r e n d e r l a mejor, para c o m p r e n d e r n o s mejor y para dar explicaciones a hechos que tal vez d e otra f o r m a nos parecerían absurdos. Y o ya m e desnudé más arriba. A h o r a te t o c a a ti. Puedes resp o n d e r a las siguientes preguntas e iniciar un m o n ó l o g o escrito sobre tu i m a g e n de escritor o escritora. T a m b i é n puedes h a c e r l o pensando o hablando, p e r o el ejercicio pierde energía.

¿ Q U É I M A G E N T E N G O D E MÍ C O M O E S C R I T O R O ESCRITORA? Escribir es como fotografiarse, plicar la fotografía. [GM]

y explicar cómo escribes es como querer ex-

• ¿ M e gusta escribir? ¿ Q u é es lo que m e gusta más de escribir? ¿ Y lo q u e m e gusta m e n o s ? • ¿ E s c r i b o m u y a m e n u d o ? ¿ M e da pereza p o n e r m e a escribir? • ¿ P o r q u é escribo? P a r a p a s á r m e l o bien, para c o m u n i c a r m e , para distraerme, para estudiar, para aprender... • ¿ Q u é escribo? ¿ C ó m o son los textos que escribo? ¿ Q u é adjetivos les pondría? 48

• ¿Cuándo escribo? ¿ E n qué m o m e n t o s ?

¿ E n qué estado

de

ánimo? • ¿ C ó m o trabajo? ¿ E m p i e z o enseguida a escribir o antes d e d i c o t i e m p o a pensar? ¿ H a g o m u c h o s borradores? • ¿ Q u é equipo utilizo?

¿ Q u é utensilio m e

resulta

más

útil?

¿ C ó m o m e siento c o n él? • ¿Repaso el t e x t o muy a m e n u d o ? ¿Consulto diccionarios, gramáticas u otros libros? • ¿ M e siento satisfecho/a d e lo que escribo? • ¿Cuáles son los puntos fuertes y los débiles? • ¿ D e qué m a n e r a c r e o que podrían mejorar mis escritos? • ¿ C ó m o m e gustaría escribir? ¿ C ó m o m e gustaría que

fueran

mis escritos? • ¿ Q u é siento c u a n d o escribo? Alegría, tranquilidad,

angustia,

nerviosismo, prisa, placidez, c a n s a n c i o , aburrimiento, pasión... • ¿Estas sensaciones afectan de alguna f o r m a al p r o d u c t o

final?

• ¿ Q u é dicen los lectores de mis textos? ¿ Q u é c o m e n t a r i o s

me

h a c e n más a m e n u d o ? • ¿ L o s leen fácilmente? ¿ L o s entienden? ¿ L e s gustan? • ¿ Q u é importancia tiene la c o r r e c c i ó n gramatical del

texto?

¿ M e preocupa m u c h o que pueda haber faltas en el t e x t o ? ¿ D e d i c o tiempo a corregirlas? • ¿ M e gusta leer? ¿ Q u é leo? ¿ C u á n d o leo? • ¿ C ó m o leo: rápidamente, c o n tranquilidad, a m e n u d o , antes d e acostarme...?

A título d e ejemplo,

h e aquí dos imágenes distintas

de

dos

aprendices de redacción:

MI I M A G E N D E E S C R I T O R A «No sé cómo empezar», ésta es la primera afirmación que hago cuando tengo que escribir un tema para un examen o preparar una clase o hacer un trabajo; en estas situaciones necesito redactar bien, explicar claramente los contenidos y, además, hacerlo con un lenguaje culto. Ante estas perspectivas, me «bloqueo» y no sé cómo empezar, ni cómo continuar.

49

Para mí, hacer este trabajo supone un sacrificio porque invierto mucho tiempo mirando y remirando el diccionario de sinónimos, la gramática, leyendo y releyendo lo que he escrito cincuenta mil veces; y aun así, siempre consigo un texto mediocre, nunca me siento satisfecha, creo que falta algo... Ahora bien, cuando escribo por placer, es decir, cuando escribo porque me apetece, o porque psicológicamente lo necesito, entonces no me cuesta nada empezar. Escribo todo lo que me pasa por la mente: idea que tengo, idea que apunto; no me preocupa la gramática, ni la coherencia, ni la puntuación. Nada me preocupa, simplemente «vomito» todo lo que tengo en la cabeza y que por un motivo u otro no quiero compartir con nadie, es una especie de desahogo. Resultado: un texto sin cohesión con las ideas muy mezcladas, un escrito que a veces resulta incluso infantil. Cabría comentar que nunca he tenido inquietudes de «escritora», en el sentido de persona que se dedica a cultivar los géneros literarios. No he intentado escribir ni un cuento ni un poema..., creo que no está hecho para mí. ¿Soluciones? Supongo que hay, sólo hay que saber vehicularlas. Así lo espero. [ E V ]

E N T R E E L P L A C E R D E ESCRIBIR Y E L DEBER D E REDACTAR «Hágame un informe para mañana por la mañana a primera hora. Cuando llegue quiero verlo encima de mi mesa. Ahora ya se puede ir y recuerde que no quiero excusas. Venga, hombre, vayase que no tengo todo el día.» J B dio media vuelta sin decir nada; estaba hasta las narices de aquel mal nacido que les habían mandado de la central para imponer orden. Con su ademán de chulo intentaba esconder la incompetencia de la mediocridad mal digerida, no era más que un burócrata estirado, envuelto en papel de máster de dirección de empresas hecho en el extranjero. Una vez más se vería obligado a reducir toda la complejidad de la realidad a la frialdad esquemática de un papel encorsetado; «si tenemos unas normas que regulan toda la documentación escrita de esta casa, me hará el favor de cumplirlas», le había masticado mientras las hojas llovían a trocitos por la mesa. Era imposible intentar dialogar con un sujeto que perdía el hilo a la primera subordinada con que tropezaba y que convertía en

50

dogma de fe cualquier disparate que superara el 50 % en las encuestas de opinión. La única justificación razonable era que sufriera algún tipo de trauma psíquico provocado por la lectura obligatoria, en su tierna adolescencia, de toda la obra completa en prosa de algún glorioso académico de su tierra. J B , sentado en su escritorio, se sentía trastornado por la duda, poco hamletiana, entre la dignidad y el pan. Con dos expedientes abiertos, o se adaptaba al modelo de texto reglamentario o pasaba a engordar las filas de parados esperando el maná del subsidio. Se pasó toda la tarde encestando borradores en la papelera y se fue a casa con el problema en la maleta y la cabeza llena de preocupaciones. El hecho de ser uno de los últimos representantes, todavía en activo, de los empeñados en escribir con pluma pese a los dulcísimos cantos de sirena que emanaban de las pantallitas informáticas, ya resultaba terriblemente sospechoso a la vista de la jerarquía. U n individuo que públicamente confesaba echar de menos las tertulias en el bar era, sin duda, un ser antisocial, improductivo y potencialmente peligroso. Para remachar el clavo, hacía días que había cometido la imprudencia temeraria de afirmar que prefería pasar el rato hurgando entre estantes de una librería de segunda mano, por si encontraba alguna joya escondida que su sueldo le permitiera adquirir, a consultar la sofisticada base de datos acabada de instalar en el sistema de información. Una excentricidad que rozaba la perversión. Después de cenar, con la mesa limpia y los folios dispuestos, la situación no parecía mejorar. Una profunda sensación de angustia se le adhería al cerebro y el estómago se le revolvía bajo una inclemente tormenta desatada en un mar de café. Después de aligerarse el cuerpo a la manera romana clásica, el espejo le reflejaba la imagen de un redactor ojeroso, pálido, despeinado, abatido y definitivamente perplejo. [JB]

Y t e r m i n o c o n otra respuesta a la pregunta fundamental

-el

principio de todas las c o s a s - , que encabezaba este capítulo: ¿por

qué

escribo? A h o r a es la poetisa n o r t e a m e r i c a n a Natalie G o l d b e r g ( 1 9 9 0 ) quien responde: « E s una buena pregunta. E s buena hacérsela de vez en cuando. N i n g u n a de las posibles respuestas p o d r á h a c e r n o s dejar de escribir y, c o n el paso del tiempo, nos d a r e m o s c u e n t a d e q u e nos las h e m o s planteado todas:

51

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.

Porque soy una cretina. Porque quiero darle una buena impresión a los chicos. Para darle gusto a mi madre. Para molestar a mi padre. Porque cuando hablo nadie me escucha. Para hacer la revolución. Para escribir la novela más grande de todos los tiempos y vertirme en millonaria. Porque soy una neurótica. Porque soy la reencarnación de Shakespeare. Porque tengo algo que decir. Porque no tengo nada que decir.»

A cuál te apuntas?

3. A C C I O N A R M Á Q U I N A S

Una comunicación escrita es como un territorio extenso y desconocido que te contiene a ti, a tu lector/a, tus ideas, tu propósito y todo lo que puedas hacer. Lo primero que debes hacer como escritor/a es explorar este territorio. Tienes que conocer las leyes de la tierra antes de empezar a escribir el texto. LINDA

FLOWER

Pasan los minutos y n o se te o c u r r e ninguna idea. T e sientes c o n fundido. N o ves p o r d ó n d e empezar. T e c o m e n los nervios. T i e n e s p o c o tiempo. N o te sale nada. Vuelves a pensar en ello. L a cabeza se te v a d e aquí para allá, y de allá para aquí. Falta c o n c e n t r a c i ó n . T i e nes que h a c e r l o ahora. T e gustaría tener páginas y páginas repletas d e letra, aunque sólo fueran borradores. Sería un principio. P e r o la p á gina, en blanco. Blanca. Vacía. Llega la angustia. ¡ O t r a vez! T e d a m i e d o esta situación. T e r r o r . L a página e n b l a n c o te p r o v o c a terror. T o d o s h e m o s sentido más de una vez estas sensaciones. E l p r o ceso de la escritura es difícil d e accionar, c o m o todas las máquinas. E s posible que n o e n c o n t r e m o s ideas, que n o nos gusten o q u e n o t e n g a m o s muy claras las circunstancias que nos incitan a escribir. N o s bloqueamos, nos sentimos mal, y pasan y pasan los minutos e n balde. Si la situación se repite muy a m e n u d o , e m p e z a r e m o s a desarrollar miedos y fobias a la letra escrita, a la situación d e p o n e r s e a escribir. E n este capítulo y e n el siguiente presentaré algunos recursos para superar estos m o m e n t o s delicados y c a l e n t a r la m á q u i n a de la escritura.

E X P L O R A R LAS CIRCUNSTANCIAS

U n a situación determinada nos empuja a escribir, de m a n e r a m á s o m e n o s consciente. A veces q u e r e m o s divertirnos un rato, i n f o r m a r a alguien d e un h e c h o o apuntar lo que se nos ha o c u r r i d o para n o olvidarlo. E n cualquier caso, el escrito es una posible respuesta, e n t r e otras, a la circunstancia planteada. Fíjate e n los siguientes ejemplos: 53

ACTUACIONES

CIRCUNSTANCIAS El perro La vecina del piso de arriba de tu casa tiene un perro que se las trae: ladra por la noche y no deja dormir; hace sus necesidades en la escalera; se te echa encima y te ensucia cuando te ve, y asusta a los niños, al cartero y a los invitados imprevistos. Has hablado reiteradamente con la dueña de la bestia y no te hace ningún caso. Viaje a T u r q u í a Estás a punto de iniciar un magnífico viaje organizado a Turquía. Durante quince días visitarás muchas ciudades, harás amigos y vivirás anécdotas divertidas. Sabes por experiencia que poco después de tu regreso no te acordarás ni del nombre de los monumentos que visitaste, ni del de las personas que conociste, ni de la mitad de las cosas que te sucedieron. Harás fotos y comprarás algún recuerdo, pero te gustarla conservar mucho más que todo esto.

• • • • • •

Quejarse formalmente. Denunciar al vecino. Informar a la asociación de vecinos. Educar al perro. Deshacerse del perro. Buscar aliados y apoyo entre los otros vecinos.

• Grabar en vídeo. • Llevar un diario oral con un cásete. • Hacer un cuaderno de viaje. • Llevar un diario personal. • Guardar todos los papeles (billetes, facturas, programas...) que te den.

I

Fútbol No tienes nada en contra del fútbol, pero te parece una exageración que sólo se hable de eso. La televisión retrasmite dos o tres partidos cada semana y repite cuatro o cinco veces los goles del domingo; los periódicos

• Difundir tu opinión. • Hablarlo con tus amigos. • Buscar personas que piensen como tú. • Dejar de escuchar y leer los medios de comunicación.

llenan de fútbol los titulares de pri-

• Formar un club de enemigos del

mera página; la radio se harta de hacer comentarios futbolísticos. Te gustaría que se trataran otros temas culturales mucho más relevantes. Sospechas que muchas personas opinan como tú y permanecen calladas. 54

fútbol.

D e las posibles actuaciones, c o m o m í n i m o las que aparecen en cursiva requieren escritura. U n a denuncia, un c u a d e r n o de viaje o u n a carta pública actúan sobre las circunstancias planteadas para intentar solucionarlas. E l éxito de la actuación dependerá e n buena parte de la eficacia que tenga el escrito. P o r ejemplo, una queja seria y expeditiva puede conducir a nuestra vecina a vigilar a su p e r r o y a educarlo. U n a buena t é c n i c a para a c c i o n a r la m á q u i n a de escribir consiste en e x p l o r a r las circunstancias que nos m u e v e n a redactar. M i profesor d e m a t e m á t i c a s decía que un p r o b l e m a bien planteado ya está m e d i o resuelto. D e l m i s m o m o d o , u n a situación c o m u n i c a t i v a bien entendida p e r m i t e p o n e r en m a r c h a y dirigir el p r o c e s o de la escritura hacia el objetivo deseado. F l o w e r ( 1 9 8 9 ) p r o p o n e la siguiente guía, que hay que responder al inicio d e la redacción:

G U Í A PARA E X P L O R A R E L P R O B L E M A R E T Ó R I C O Propósito • • • •

¿Qué quiero conseguir con este texto? ¿Cómo quiero que reaccionen los lectores y las lectoras? ¿Qué quiero que hagan con mi texto? ¿Cómo puedo formular en pocas palabras mi propósito?

Audiencia (receptor) • ¿Qué sé de las personas que leerán el texto? • ¿Qué saben del tema sobre el que escribo? • ¿Qué impacto quiero causarles? • ¿Qué información tengo que explicarles? • ¿Cómo se la tengo que explicar? • ¿Cuándo leerán el texto? ¿Cómo? Autor (emisor) • ¿Qué relación espero establecer con la audiencia? • ¿Cómo quiero presentarme? • ¿Qué imagen mía quiero proyectar en el texto? • ¿C^ué tono quiero adoptar? • ¿Qué saben de mí los lectores y las lectoras? E s c r i t o (mensaje) • • • • •

¿Cómo será el texto que escribiré? ¿Será muy largo/corto? ¿Qué lenguaje utilizaré? ¿Cuántas partes tendrá? ¿Cómo me lo imagino? 55

L o m á s c o r r i e n t e es responder a estas preguntas m e n t a l m e n t e y de m a n e r a rápida para hacerse una composición de lugar. E n circunstancias c o m p r o m e t i d a s , o c u a n d o estemos bloqueados, m e r e c e la pena dedicarles más t i e m p o para d e t e r m i n a r más c o n c r e t a m e n t e los objetivos de la escritura. E n el caso del p e r r o del piso de arriba, ésta podría ser una reflexión h e c h a a partir de las preguntas. Se trata del m o n ó l o g o interior de un escritor, preparándose p a r a ejecutar su tarea: Tal vez la asociación de vecinos pueda resolver el problema. Me gustaría que el presidente le buscase las cosquillas a la dueña del perro; que fuera a visitarla y le formulara la queja oficial de todos los vecinos; que le insinuara incluso que tomaremos medidas legales si no tiene cuidado con la bestia. No conozco al presidente, pero me han dicho que es un hombre muy enérgico. Esto me va bien. Se lo tendré que explicar todo punto por punto —quiero que comprenda mi indignación, que la haga suya—. Detallaré todas las molestias que provoca el perro, sobre todo lo de la mierda. Enviaré el escrito a la asociación. Puede que no sea él quien lea la carta en primer lugar. ¿Tienen secretario? No creo que reciban muchas cartas como ésta. Mejor. A mí no me conocen. Pero sí que conocen a la señora CalHs, la vecina de abajo. Quizá podría firmar ella la carta. ¡Espera! La podríamos firmar todos los vecinos, o unos cuantos. Tendría mucha más fuerza. Todos estarían de acuerdo y así se le darla más gravedad a la situación. ¿Tal vez la señora Callís podría llevar la carta personalmente? Debemos trasmitir unión e indignación contenida. No se me tiene que escapar la mala leche. Tiene que ser una carta seria - d e usted—, no demasiado larga, pero que exponga todo con pelos y señales. Dos hojas como máximo. También conviene destacar que hemos intentado muchas veces hablar con la propietaria y que pasa olímpicamente de nosotros. C u a n t o más c o n c r e t a sea la reflexión, más fácil será ponerse a escribir y conseguir un t e x t o eficaz y adecuado a la situación. D e masiadas veces escribimos c o n una imagen desenfocada del p r o blema, p o b r e o vaga, que nos h a c e p e r d e r t i e m p o y puede g e n e r a r escritos inapropiados e incluso incongruentes.

56

OTRAS MANERAS D E PONERSE E N MARCHA

A m e n u d o el bloqueo inicial de la m á q u i n a p r o v i e n e d e la p e reza que nos causa escribir, de la falta de hábito. N o escribimos p o r que nos cuesta hacerlo y n o s cuesta h a c e r l o porque escribimos p o c o . U n a m a n e r a d e r o m p e r este círculo vicioso es acostumbrarse a r e dactar un p o c o cada día: t o m a r notas o llevar un diario personal. T a m b i é n hay u n a t é c n i c a especial para preguntas escritas y o t r a para representar el pensamiento de m a n e r a gráfica:

• Desarrollar un enunciado L a circunstancia q u e n o s m u e v e a escribir puede limitarse a u n a pregunta escrita, e n e x á m e n e s , cuestionarios o pruebas. Así: ¿Por qué J. P. Sartre se considera uno de los principales difusores del existencialismo? ¿Qué tienen en común las diversas corrientes pictóricas de vanguardia, a principios de siglo? ¿En qué se parecen y en qué se diferencian los libros y las novelas de caballerías? E n estas ocasiones h a y q u é basar la reflexión sobre el enunciado. Se trata d e desarrollar o e x p a n d i r las palabras d e la pregunta para definirla de m a n e r a precisa. P o n g a m o s el ejemplo de la última interrogación. L a p r i m e r a t e n tación y la m á s frecuente e n la que c a e n los estudiantes es e x p l i c a r todo lo que saben sobre narrativa de caballería, c i t a n d o autores, títulos, épocas. P e r o esto n o es lo que se pide. L a pregunta presupone e s tos c o n o c i m i e n t o s para c o m p a r a r dos estilos. P r i m e r o hay q u e d e t e r m i n a r q u é son los libros de caballería, p o r un lado, y las novelas de caballería, p o r otro; hay q u e buscar ejemplos d e cada grupo y e x t r a e r las características generales. L u e g o , contrastándolas u n a p o r u n a , h a y que buscar las semejanzas y las diferencias. L a respuesta apropiada a la pregunta es ú n i c a m e n t e la lista sucinta d e ambas.

• Diario personal ¡ N o te asustes! N o es difícil ni laborioso. Sólo requiere diez m i n u tos al día. Se puede h a c e r p o r la m a ñ a n a , antes d e desayunar, c u a n d o se está fresco, o p o r la n o c h e , antes d e acostarse, c o m o u n a p e q u e ñ a reflexión cotidiana, c u a n d o la n o c h e t e e n v u e l v e y se apagan los ruidos estridentes del día. T e sientas delante del papel o del c u b o del o r denador y allí viertes t o d o lo que te haya pasado d u r a n t e el día. Nulla 57

dies sine

Linea, escribió Plinio el Viejo (Naturalü

Historia),

refi-

riéndose al pintor Apeles, quien cada día pintaba una Hnea c o m o m í n i m o ; la frase, convertida e n cita clásica, se aplica hoy sobre t o d o a la escritura. E s c r i b e sobre temas variados: amigos, trabajo, estudios...

Hay

diarios íntimos sobre la vida privada, diarios d e aprendizaje sobre la escuela, cuadernos de viaje, etc. L a escritura periódica y personal p e r m i t e aprender, reflexionar sobre los hechos y c o m p r e n d e r los mejor. D a confianza y desarrolla e n o r m e m e n t e la habilidad de escribir. A d e m á s , se c o n v i e r t e e n un registro d e ideas y palabras a d o n d e siempre se puede acudir a buscar información p a r a textos urgentes. N u n c a te quedas en b l a n c o o bloqueado p o r q u e siempre puedes buscar lo que escribiste cierto día sobre la m i s m a cuestión. U n a a l u m n a de redacción escribía lo siguiente,

hablando de su

diario: Tengo el vicio de escribir un diario. Por las noches, justo antes de apagar la luz, cojo la pequeña libreta y hojeo lo que escribí unos días, o incluso unos meses, atrás. Y entonces, ¡sorpresa! ¿Por qué apunté aquel pequeño detalle? ¿Qué debió de hacerme esta personita para merecer un sitio entre tantas intimidades? ¿Cómo estaba tal día para decir tantas sandeces? E s fantástico. Soy mucha gente unida en una fría cabeza. Me gusta y tengo que aprovecharlo. Son los dos puntos de vista: el de la víctima y el del juez. Por ello me parece muy útil cualquier intento de aprender cosas nuevas en torno a este vehículo para hacer confesiones que es el hecho de la escritura. [MG]

• Mapas y redes L o s mapas (de ideas, o ideogramas)

mentales,

o d e n o m i n a d o s también

árboles

son una forma visual de representar nuestro pensa-

miento. Consiste e n dibujar en un papel las asociaciones

mentales

de las palabras e ideas que se nos o c u r r e n en la m e n t e . E l resultado tiene una divertida apariencia d e tela de araña, r a c i m o de uva o red de pescar:

58

t

j

1

' '

¡:7/A'.'p 1

t

J 'i ¡;,.t�

El procedimiento es bien sencillo. Escoge una palabra nuclear sobre el tema del que escribes y apúntala en el centro de la hoja, en un círculo. Apunta todas las palabras que asocies con ella, pon­ las también en un círculo y únelas con una línea a la palabra con que se relacionan más estrechamente. La operación dura escasa­ mente unos segundos o pocos minutos. El papel se convierte en la prolongación de tu mente y en un buen material para iniciar la re­ dacción. Los precursores de la técnica, Buzan (19 7 4) y Lusser Rico (1983), sugieren que los mapas incrementan la creatividad. Es sa­ bido que el cerebro humano consta de dos hemisferios: el izquierdo, que procesa la información de forma secuencial, lineal, lógica, ana­ lítica, etc.; y el derecho, que actúa de forma simultánea, global, vi­ sual, analógica, holística, etc. Mientras que las funciones básicas del 59

lenguaje están situadas sobre todo en el izquierdo, el derecho tiene las capacidades más creativas e imaginativas de la persona. Para los citados autores, la espontaneidad y el carácter visual de los mapas permiten utilizar el potencial escondido del hemisferio derecho para la escritura. Lusser Rico llega a calificar a los mapas como «la manera natural de escribir», el método más simple para conectar con la voz interior de la persona. [Me referiré de nuevo a los mapas más adelante, pág. 73.] En el siguiente capítulo se exponen otras técnicas también útiles para superar bloqueos y poner en marcha la máquina de la es­ critura.

60

4. E L C R E C I M I E N T O D E L A S I D E A S

Para mí escribir es un viaje, una odisea, un descubrimiento, porque nunca estoy seguro de lo que voy a encontrar. GABRIEL FIELDING

Muchos y muchas estudiantes creen que escribir consiste simplem e n t e en fijar en un papel el pensamiento huidizo o la palabra interior. Entienden la escritura sólo e n una de sus funciones: la d e guardar información. Cuando tienen que elaborar un texto, apuntan las ideas a m e dida que se les ocurren y p o n e n punto y final c u a n d o se acaba la hoja o se seca la imaginación. Al contrario, las escritoras y escritores c o n experiencia saben que la materia en bruto del pensamiento debe trabajarse c o m o las piedras p r e ciosas para conseguir su brillo. Conciben la escritura c o m o un instrum e n t o para desarrollar ideas. Escribir consiste en aclarar y o r d e n a r información, h a c e r que sea más comprensible para la lectura, p e r o también para sí mismos. L a s ideas son c o m o plantas que hay q u e regar para que crezcan. E n este capítulo expondré algunos recursos para buscar y alimentar ideas. Fingiré que tengo que explicar a mi editor en un pequeño t e x t o c ó m o quiero que se imprima esta cocina. M o s t r a r é c ó m o e l a b o r o las ideas desde c e r o hasta obtener un esquema c o m p l e t o , que se e n c u e n tra en el siguiente capítulo, y c o m e n t a r é las técnicas que h e utilizado.

E L T O R B E L L I N O D E IDEAS

L o p r i m e r o que h a g o es c o n c e n t r a r m e en el t e m a y a p u n t a r en u n papel t o d o lo que se m e ocurre. Y a había tenido antes alguna idea, p e r o es la p r i m e r a vez que m e dedico e x c l u s i v a m e n t e a esta cuestión. H a g o un torbellino

de ideas inicial (brainstorming

o tormenta cere-

bral). M e sale t o d o lo que e n c o n t r a r á s a continuación: 61

TORBELLINO DE IDEAS

El torbellino de ideas es una tormenta fuerte y breve de verano. Dura pocos segundos o minutos, durante los cuales el autor se de­ dica sólo a reunir información para el texto: se sumerge en la pis­ cina de su memoria y de su conocimiento para buscar todo lo que le sea útil para la ocasión. En este caso, he encontrado una quincena de ideas, expresadas con palabras o sintagmas. Por ejemplo, la quinta idea «textos dentro de textos» significa que «se reproducirán y citarán otros textos en el libro». Para aprovechar todo el potencial de la técnica conviene evitar algunos de los errores más comunes: confundir esta lluvia con una redacción, preocuparse por la forma, valorar las ideas, etc Hay que tener en cuenta los si guientes puntos:

62

CONSEJOS P A R A E L T O R B E L L I N O D E I D E A S • Apúntalo todo, incluso lo que parezca obvio, absurdo o ridículo ¡No prescindas de nada! Cuantas más ideas tengas, más rico será el texto. Puede que más adelante puedas aprovechar una idea aparentemente pobre o loca. • No valores las ideas ahora. Después podrás recortar lo que no te guste. Concentra toda tu energía en el proceso creativo de buscar ideas. • Apunta palabras sueltas y frases para recordar la idea. No pierdas tiempo escribiendo oraciones completas y detalladas. Tienes que apuntar con rapidez para poder seguir el pensamiento. Ahora el papel es sólo la prolongación de tu mente. • No te preocupes por la gramática, la caligrafía o la presentación. Nadie más que tú leerá este papel. Da lo mismo que se te escapen faltas, manchas o líneas torcidas. • Juega con el espacio del papel. Traza flechas, círculos, líneas, dibujos. Marca gráficamente las ideas. Agrúpalas. Dibújalas. • Cuando no se te ocurran más ideas, relee lo que has escrito o utiliza una de las siguientes técnicas para buscar más.

L a práctica y el hábito ayudan a familiarizarse c o n la t é c n i c a y a r e n tabilizarla al m á x i m o . E n la escuela n o se nos enseña a h a c e r borradores, esquemas o listas d e ideas antes de elaborar un escrito, d e m a n e r a q u e puede resultar difícil para algunos aprendices. N o h a c e falta d e c i r que también se puede utilizar el o r d e n a d o r en lugar del lápiz y el papel.

EXPLORAR EL TEMA

P o d e m o s reunir más ideas mediante otras técnicas d e creatividad. U n a d e las más conocidas consiste en estudiar

el t e m a sobre el que se es-

cribe a partir de u n a lista teórica de aspectos a considerar. E s c o m o si el autor fuera un e x p l o r a d o r e n tierra desconocida y utilizara una brújula para descubrir el t e r r e n o . P o r ejemplo, siguiendo la retórica clásica d e Aristóteles, habría que definir,

comparar,

abordar las causas y los efectos y

argumentar

el t e m a en cuestión. ( E s m u y probable que esta lista d e o p e r a c i o n e s 63

te suene de la época escolar, porque muchos libros de texto expli­ can los hechos siguiendo este patrón.) Pero también podemos en­ contrar otros modelos de exploración más prácticos, como la estre­ lla y el cubo. La estrella deriva de la fórmula periodística de la noticia, según la cual para informar de un hecho tiene que especifi­ carse el quién, el qué, el cuándo, el dónde, el cómo y el porqué. Estos seis puntos, las llamadas 6Q, son los esenciales de cualquier tema, aunque pueden ampliarse con otras interrogaciones: LA ESTRELLA

Procedimiento: 1. Hazte preguntas sobre el tema a partir de la estrella. Busca pregun­ tas que puedan darte respuestas relevantes. 2. Responde a las preguntas. 3. Evita las preguntas y las ideas re­ petidas. Busca nuevos puntos de vista.

El cubo es otra gu ía para explorar temas. Consiste en estudiar las seis caras posibles de un hecho a partir de los seis puntos de vista si­ guientes: EL CUBO

Procedimiento: Descríbelo. ¿Cómo lo ves, sientes, hueles, tocas o saboreas? Compáralo. ¿A qué se parece o de qué se diferencia? Relaciónalo. ¿Con qué se relaciona? Analíz.alo. ¿Cuántas partes tiene? ¿Cuáles? ¿Cómo funcionan? Aplícalo. ¿Cómo se utiliza? ¿Para qué sirve? Arguméntalo. ¿Qué se puede decir a favor y en contra?

He utilizado esta última técnica para ampliar mis ideas sobre el di­ seño de este libro:

64

APLICACIÓN DEL CUBO

-/�¼; v['iV:JLfnc.Í.'ccl 111

fluido.

^

P o d e m o s transformar la negación original p o r una afirmación, eliminar las dos construcciones c o n que, y trasladar al final el decla­ rante, que es m e n o s importante que la declaración. E l resultado es una frase más simple y breve: el gobierno fácil

y fluido

con la Generalitat,

según

central

asegura

quiere

un

el ministro.

diálogo P a r a al­

gunos puede haber una distancia i m p o r t a n t e —especialmente en p o ­ lítica— e n t r e «no querer que el diálogo sea difícil y p o c o fluido» y 116

f

«querer un diálogo fácil y fluido». C i e r t o , p e r o e n t r a m o s de lleno e n el t e r r e n o de la ambigüedad e incluso d e la confusión premeditadas. E n t o n c e s , sobran las reglas de e c o n o m í a o claridad

n las regias uc ccuiiuima u ciariaaa.

2. T i i í h i i i í i m T l Í Í

1

/

, ., .

ó nr r*hhaa n s j M ^ p a h u e l g a d e l a c o n s t r u c c ii ó

ralizaflaq|hasta g f irwwnT s e p t i e m b r e . | p n ili | ¡hii'nuili te» s¿g^

3iartcgÍCCOO y UGT.} A m i entender, la mejor revisión es la huelga de la construcción, la han decidido paralizar CCOO y UGT hasta septiembre, porque m a n t i e n e el o r d e n original. L a solución: CCOO y UGT han decidido paralizar la huelga de la construcción hasta septiembre, c a m b i a la perspectiva de la frase, ya q u e p o n e el énfasis e n los sindicatos, e n lugar de e n la huelga. E n ambos casos e l i m i n a m o s sindicatos, jornadas y mes p o r obvios. T a m b i é n se podría prescindir d e decisión-decidido, si fuera necesario. 3. L a o p e r a c i ó n salida p a r a e s t e l a r g o fin d e s e m a n a , ( q u e e m p i e z a c o n la festividad d e S a n J u a n ^ y

Tj^eiaeóáai-

£ * { p M t la v e r b e n a d e a y e r p o r la n o c h e p r o v o c a r o n u n gran

colapso

circulatorio en

t a r d e $ $EJIwmm^ge

Barcelona durante toda

Jlas p r i n c i p a l e s v í a s d e salida

JtaetaJT n o p u d i e r o n engullir los m á s d e

floscientos

"FV^viLíÍDLf ches

SE2tBeaía-íí«*aaiáSS>)(é^

la

d&¿*

mili c o -

-300. OOO c

a

o

s

^

u

r

ó

h a s t a )fC

p r i m e r a h o r a d e la n o c h e .

Se trata de una oración excesivamente larga, con subordinadas e incisos. U n a buena t é c n i c a para recortarla es sustituir las palabras de e n l a c e p o r puntuación. T a m b i é n p o d e m o s eliminar la coincidencia con, de la ciudad; reducir que se preveía que saldrían a previstos; o usar la cifra 200.000. L a frase gana claridad y c o n c i s i ó n c o n estas modificaciones (solución d e la izquierda), p e r o aún se p u e d e p r e s cindir de m á s palabras (solución d e la d e r e c h a ) :

117

Poco

M Á S SIMPLIFICADA

MODIFICADA

La operación salida para este largo fin de semana, que empieza con la festividad de San Juan, y la verbena de ayer por la noche provocaron un gran colapso circulatorio en Barcelona durante toda la tarde. Las principales vías de salida no pudieron engullir los más de 200.000 coches previstos. E l caos duró hasta primera hora de la noche.

La operación salida de este largo fin de semana y la verbena de San Juan de ayer provocaron un gran colapso circulatorio en Barcelona. Las salidas no pudieron engullir los 2 0 0 . 0 0 0 coches previstos. E l caos duró hasta primera hora de la noche.

4 J S e g ú n hizo saber a y e r p o r b o c a d e su p o r t a v o z , J u a n ) ^Pellónjjfl zones

gobierno

políticas

c e n t r a l j e |pwnui m

omiuJ.i'iu,/' p o r r a -

y j u r í d i c a s ^ a ^ liiinlin IT] q u e

la

corpora-

c i ó n c r e e u n a n u e v a r e g u l a c i ó n d e las t r a n s a c c i o n e s c o m e r ciales.

1

Modificando el o r d e n de los c o m p l e m e n t o s , c o n un v e r b o más sintético y elidiendo palabras q u e sobran: el gobierno opone a que la corporación ciones comerciales, su portavoz

Juan

cree una nueva

por razones

políticas

regulación

y jurídicas,

central

de las según

se

transacdijo

ayer

Pellón.

5. E s t / ¡ Q B m m S J , n o v e l a &$Jf£frg3í$f?íikt{

plasmábalas

t e o r í a s individuales del M o d e r n i s m o . . .

¡Basta ya de expresiones complicadas! Simplemente: esta plasma

las teorías

individuales

del Modernismo.

dice bastante m e n o s que novela culto y de la perífrasis verbal.

118

E l hiperónimo

novela libro

y se puede prescindir del relativo

6. E s t e m i c r o c o s m o s expuesto en

WiltX s i r v e ) n o

sola

m e n t e a la s o c i e d a d inglesa, s i n o a c u a l q u i e r o t r a d e s a r r o l l a d a c o m o aquélla, ^ u u j u l a numiuo UUJU. L& r e d a c c i ó n esconde incapacidad expresiva. L a palabra sirve s e g u r a m e n t e quiere significar

describe,

frase c o m p l e t a sería: este microcosmos solamente rrollada,

a la sociedad

inglesa,

como la española.

caricaturiza, expuesto

sino a cualquier

dibuja...

en W i l t retrata otra que sea

a La no

desa-

L a palabra t é c n i c a q u e designa este inci-

d e n t e d e la r e d a c c i ó n es idea subdesarrollada:

se trata d e una idea

raquítica o embrionaria que el a u t o r n o ha sabido f o r m u l a r d e f o r m a c o m p l e t a y que el lector debe reconstruir a partir d e sus c o n o c i m i e n t o s e intuición. E s t a s rectificaciones n o son las únicas y puede q u e t a m p o c o sean las mejores. L a prosa se puede ir r e t o c a n d o hasta el infinito y, si c o n t á r a m o s c o n los textos completos d o n d e aparecían estas frases, p o d r í a m o s afinarlas todavía más. P e r o t a m p o c o se trata a h o r a d e rizar el rizo. D e c i r lo m i s m o de m a n e r a más clara y c o n m e n o s palabras n o es tarea fácil. E s t a s reglas son lecciones básicas de principiante. E l pulido eficaz de la r e d a c c i ó n requiere e n t r e n a m i e n t o c o n s t a n t e y voluntad. R e c u e r d o c u a n d o descubrí estas reglas y e m p e z a b a a aplicarlas: se m e hacía bastante difícil hallar los estorbos de c a d a frase y d e s h a c e r los enredos. P e r o p o c o a p o c o fui adquiriendo facilidad y a h o r a lo h a g o bastante más deprisa. T e r m i n a r é c o n una lista de los consejos m á s i m p o r t a n t e s sobre la frase, a m o d o d e «chuleta» para t e n e r delante c u a n d o revisemos la prosa:

119

OCHO CONSEJOS PARA ESCRIBIR FRASES EFICIENTES 1. ¡Ten cuidado c o n las frases largas! Vigila las que t e n g a n m á s de 3 0 palabras. C o m p r u e b a que se lean fácilmente. 2. E l i m i n a las palabras y los incisos irrelevantes. Q u é d a t e sólo c o n lo esencial. 3. Sitúa los incisos e n la posición m á s oportuna: que n o separen las palabras que están relacionadas. 4. Busca el orden m á s sencillo de las palabras: sujeto, v e r b o y c o m p l e m e n t o s . E v i t a las c o m b i n a c i o n e s rebuscadas. 5. C o l o c a la información r e l e v a n t e en el sitio m á s i m p o r t a n t e de la frase: al principio. 6. N o abuses de las construcciones pasivas, de las negaciones ni del estilo nominal, que o s c u r e c e n la prosa. 7. Deja actuar a los actores: que los protagonistas de la frase suban al escenario, que actúen de sujeto y objeto gramaticales. 8. ¡ N o tengas pereza de revisar las frases! Tienes que elaborar la prosa, si quieres que sea enérgica y que se entienda.

120

8. L A P R O S A D I S M I N U I D A

De las faltas,

de los defectos y de las

impurezas.

C o m o cualquier otra construcción, la frase a veces presenta g r i e tas y resquebrajaduras que hacen t a m b a l e a r el edificio del t e x t o . L a s faltas de redacción despilfarran la fuerza expresiva d e la prosa, r o m pen su sinuosidad sintáctica, c r e a n vacíos semánticos, p r o v o c a n a m bigüedades y, e n definitiva, arriesgan el éxito final d e la c o m u n i c a ción. L a prosa se vuelve coja, dislocada, minusválida. Solemos darnos cuenta de los errores importantes de r e d a c c i ó n , sobre t o d o si atentan c o n t r a el significado, p e r o cuesta m u c h o más identificar los detalles o las pequeñas imperfecciones. P o r otra parte, nos referimos a t o d o c o n el m i s m o n o m b r e de error de gramática, anacoluto o solecismo; prescindimos de estudiar las diferencias, de clasificar los distintos tipos d e e r r o r , sus posibles soluciones... N o s basta c o n evitarlos: ¡qué simple! E n este capítulo presentaré las faltas más corrientes y relevantes d e redacción, además d e otras impurezas y defectos que ensucian la prosa. C o m o la mayoría se designan c o n t é r m i n o s d e la r e t ó r i c a c l á sica, que hoy en día resultan extraños e incluso crípticos, desenmascararé su etimología y su significado, y p o n d r é ejemplos d e c a d a uno.

SOLECISMOS

E n la antigüedad, los p o c o afortunados habitantes d e la villa d e Soloi, una colonia ateniense en la Cilicia (actual T u r q u í a ) , tenían tanta fama de hablar mal el griego que el t é r m i n o soloikismos (y después el latín soloecismus)

pasó a designar «las expresiones q u e c o n 121

travienen las reglas d e gramática»; y todavía hoy nos a c o r d a m o s de ellos y d e ellas p o r este m o t i v o . Así pues, son solecismos los barbarismos léxicos, los calcos sintácticos d e otras lenguas, las frases incoherentes, la ausencia d e c o n c o r d a n c i a y, en definitiva,

cualquier

falta que c o n t r a v e n g a la n o r m a t i v a d e la lengua. Algunos manuales ( D R A E , M a r t í n e z d e Sousa, 1 9 9 3 ) utilizan este t é r m i n o p a r a referirse sólo a las i n c o r r e c c i o n e s sintácticas d e la c o n s t r u c c i ó n , p e r o el uso general p a r e c e m u c h o más amplio. P o r ejemplo, M a r í a M o l i n e r cita c o m o «solecismos graciosos, d e c r e a c i ó n popular, nacidos en Sevilla»: «el café del olivo» p o r «el café de Hollywood», y «el e x plica» p o r «el

speaker».

Gergely ( 1 9 9 2 ) , Martínez d e Sousa ( 1 9 9 3 ) y W a l e s ( 1 9 8 9 ) defin e n algunos de los solecismos más habituales d e la prosa, que n o siempre son fáciles d e distinguir y clasificar. Mi lista personal es un c o m p e n d i o c o n ejemplos d e las referencias anteriores:

1. S i l e p s i s V i e n e del griego sullepsis, q u e significa «comprensión». T a m bién c o n o c i d a c o m o concordancia ad sensum o discordancia, consiste e n q u e b r a n t a r la c o n c o r d a n c i a e n el g é n e r o , el n ú m e r o o la persona para a t e n d e r al sentido de la frase. Así, se escribe: «Su E x celencia, el Presidente, está decidido» (un f e m e n i n o c o n un m a s c u lino), «la m a y o r parte han aceptado» (un singular c o n un plural), y «ustedes trabajáis c o n m u c h o r i t m o » ( t e r c e r a persona c o n segunda). O t r o s ejemplos: La Asociación de Centros de Educación Infantil, que engloba en Logroño a la mayor parte de las guarderías privadas, consideran que los colegios están haciendo una competencia desleal al sector. [La Voz, 15-4-94]

* Pero la mayoría del comité federal permanecieron ajenos a la noticia que, sin embargo, fue corrien122

... considera que los colegios están haciendo...

Pero la mayoría del comité federal no fue informada de la noticia que, sin embargo, fue corriendo de boca

rriendo de boca en boca. Algunos de ellos salieron al pasillo para hablar con los periodistas. [El País, 30-4-94]

boca en boca. Algunos diputados salieron al pasillo para hablar con los periodistas.

Se trata d e una cuestión compleja que abarca casos m u y variados [ver

Bello, 1 9 8 8 ; R A E , 1 9 7 3 ; y A l c i n a y B l e c u a , 1 9 8 9 ] , desde la dis-

crepancia e n t r e el sexo d e la persona y el g é n e r o g r a m a t i c a l ( c o m o «su Majestad está cansado») hasta las discordancias deliberadas p o r m o t i v o s estilísticos (por ejemplo: el « ¿ c ó m o estamos?» dirigido a un e n f e r m o en vez del lógico « ¿ c ó m o estás?»). U n caso frecuente e imp o r t a n t e son los sustantivos colectivos (gente, las expresiones del tipo una parte

pelotón o mayoría)

de o un grupo

o

de, las cuales ejer-

c e n una función cuantificadora en el g r u p o n o m i n a l , a u n q u e gram a t i c a l m e n t e ejerzan d e núcleo. ¿Cuáles d e las siguientes frases d e b e m o s escribir?: 1. 2. 3. 4. 5.

La mitad llegó a tiempo. La mitad llegaron a tiempo. La mitad de los invitados llegó a tiempo. La mitad de los invitados llegaron a tiempo. La mitad de los invitados, entre los que figuraba el representante del Partido Reformista, llegaron a tiempo. 6. La mitad de los invitados llegó agotada. 7. La mitad de los invitados llegaron agotados. 8. E l 2 5 % de las jóvenes adolescentes quedó embarazado [La Voz de Galicia, 1992].

La ABC,

r e c o m e n d a c i ó n general [seguida p o r los manuales d e estilo: El País, La Vanguardia,

La Voz de Galicia,

T V E ] es preferir

la c o n c o r d a n c i a gramatical y tolerar aquellas desavenencias m á s c o rrientes que n o causen extrafieza. D e este m o d o , preferimos la frase

1

a la

2, p e r o

aceptamos

la 3 y la 4. E n la 5, la mayor distancia en-

tre sujeto y v e r b o p e r m i t e la c o n c o r d a n c i a ad sensum.

También pre-

ferimos la frase 7 a la 6 , que causa extrafieza p o r el p r e d i c a t i v o agotada, y sólo escribiríamos la 8 en una antología del disparate. Por

otra parte, en algunos casos la falta de c o n c o r d a n c i a a p o r t a

matices interesantes de significación. Fíjate en la diferencia e n t r e la gente

dice, la gente

dicen o la gente

decimos.

E n c a m b i o , el ú l t i m o 123

ejemplo, m a r c a d o c o n asterisco, debe considerarse una falta g r a v e p o r q u e , además de ser evidente, p u e d e desorientar al lector: el permanecieron ajenos ( c o n un valor s e m á n t i c o sorprendente) y el ellos n o tienen ningún referente plural en la frase.

2. A n a c o l u t o V i e n e del griego anakolouthon, negación d e akolouthon, que significa «el que sigue, c o m p a ñ e r o de viaje». Son aquellas frases rotas, e n las que la segunda parte n o a c o m p a ñ a a la p r i m e r a o n o se c o rresponde c o n ella. Ejemplos: La televisión aparte de distraernos, su función tendría que ser también educativa. [Al]

La televisión, aparte de distraernos, tendría que educarnos. La función de la televisión, aparte de distraer, tendría que ser la de educar.

Entre el 38 % de residentes en Cataluña que se consideran castellanohablantes lo interesante sería saber la clase social a la que pertenecen. [La Vanguardia, 22-4-94] También el servicio militar que sigue transmitiéndose a los jóvenes como una obligación cuya desobediencia está trayendo cárcel y represión a muchas personas que lo único que han hecho es denunciar y criticar públicamente esta realidad, con su propia opción personal, seguida por múltiples formas de apoyo social y colectivo expresado de forma pública y organizada. [Heraldo, 17-9-94. Correo del lector]

Sería interesante saber la clase social a la que pertenece el/ese 38 % de residentes en Cataluña que se considera castellanohablante.

¡ N o m e siento capaz d e reconstruirla!

P o d e m o s e n t e n d e r las frases d e la izquierda, si nos p a r a m o s a releerlas y restituimos los lazos lógicos de significado. P e r o en o t r o s casos el 124

anacoluto destruye la estructura de la frase hasta hacerla i r r e c u p e r a ­ ble, c o m o e n el último ejemplo. V e a m o s o t r o caso d e una aprendiz c o n carencias importantes: La publicidad es un mecanismo de atracción para introducir un pro­ ducto, en una comunidad. Que lo conozcan y de alguna manera se haga familiar, alrededor de donde quieran mostrar el producto. Y de esta manera sea más fácil su venta. [Al]

L a segunda frase c a r e c e de v e r b o principal y n o hay m a n e r a d e saber si que lo conozcan... es sujeto, objeto verbal o una subordi­ nada final (que podría introducirse c o n para que). E n la t e r c e r a frase, el subjuntivo sea exige un v e r b o subordinante principal. E l escaso sentido que p o d e m o s e x t r a e r del fragmento p r o v i e n e d e la interpretación libre que podamos dar a cada palabra o sintagma inconexo. E l t é r m i n o anacoluto

se utiliza a m e n u d o d e m a n e r a genérica,

c o m o sinónimo d e solecismo, para referirse a t o d o tipo d e i n c o r r e c ­ ciones sintácticas. Así, el anantapódoton

y el zeugma,

que t r a t a r é a

continuación, p e r o también la silepsis, se presentan a veces c o m o tipos específicos d e anacolutos. G ó m e z T o r r e g o ( 1 9 9 3 ) analiza y c o ­ m e n t a m u c h o s ejemplos actuales de anacolutos y discordancias.

3. Anantapódoton E n griego significa «privado de la c o r r e s p o n d e n c i a simétrica». E s una variante de anacoluto, en el que sólo se e x p o n e u n o d e los dos elementos correlativos que tendrían que a p a r e c e r en la frase. Ejemplos: El sistema permite mejorar, por una parte, el ruido de los vehícu­ los y el alto riesgo de accidentes. [Gergely, 1992]

El sistema permite mejorar, por una parte, el ruido de los vehícu­ los y, por otra, el alto riesgo de ac­ cidentes.

E n los E E . U U . , los unos querían intervenir, pero nadie quería la guerra.

E n los E E . U U . , los unos querían intervenir, pero los otros no que­ rían la guerra. 125

E n los E E . U U . , algunos querían intervenir, pero nadie quería la guerra.

A veces puede resultar difícil diferenciar un a n a c o l u t o d e un a n a n t a p ó d o t o n o viceversa, ya que los dos r o m p e n el curso lógico de la oración.

4. Z e u g m a V i e n e del griego zeugma: «que sirve para unir, enlace». Según el D R A E : «consiste e n que c u a n d o una palabra tiene c o n e x i ó n c o n dos o m á s m i e m b r o s del período, está expresa e n u n o d e ellos y ha de sobreentenderse en los demás». Ejemplos: « E r a de c o m p l e x i ó n recia, seco d e c a r n e s , enjuto de rostro, gran m a d r u g a d o r y a m i g o de la caza», d o n d e el v e r b o era se refiere a los c i n c o atributos p e r o sólo aparece en el p r i m e r o ; también: «la m a d r e barre la sala, y la hija, el comedor». L á z a r o C a r r e t e r ( 1 9 6 8 ) distingue el zeugma simple, e n el que la palabra n o expresada es e x a c t a m e n t e la m i s m a que figura en el e n u n c i a d o (Jorge compró un collar, y su hermana [ c o m p r ó ] un pendiente), del c o m p u e s t o , en que la palabra necesitaría alguna variación morfológica si fuera expresada: El partido fue distraído y los goles [fueron] emocionantes, o Ayer corrí cuatro kilómetros y hoy [he c o r r i d o ] seis. Y también se puede usar el zeugma c o m o figura r e t ó rica, c o n finalidades estéticas: «Cierra los ojos, las preguntas...» ( P e d r o -Salinas: « ¡ Q u e e n t e r a c a e la piedra!» en La voz a ti debida). P o r otra parte, el zeugma es un tipo d e elipsis que evita repeticiones innecesarias, p e r o que puede dar lugar a regímenes irregulares y discordancias gramaticales. Algunas de las faltas típicas d e

zeugma son de este tipo: Major planta cara a sus rivales y Rocard, sin opción a la presidencia. [La Vanguardia, 14-6-94, titular de portada]

126

...Rocard no tiene opción a la presidencia. ...se queda sin opción...

Romario, que marcó tres goles y le fueron anulados otros dos, y Stoichkov, que falló un penalti y marcó dos tantos, pusieron en pie al público del Camp Nou. [La Vanguardia, 13-3-94, portada]

Romario, que marcó tres goles, y al que le fueron anulados otros dos, y Stoichkov, que marcó dos tantos y falló un penalti, pusieron en pie al público del Camp Nou. Romario, que marcó cinco goles (2 anulados), y Stoichkov, que marcó dos y falló un penalti, pusieron en pie al público del Camp Nou.

E n el p r i m e r ejemplo, las dos frases coordinadas n o c o m p a r t e n el m i s m o v e r b o plantar,

d e m o d o que n o se p u e d e e l i m i n a r el se­

g u n d o v e r b o c o n u n a c o m a ; la o r a c i ó n adquiere u n estilo t e l e g r á ­ fico y agramatical impropio de un escrito, aunque se trate d e u n ti­ tular periodístico. E n el segundo, los dos relativos que c o m p l e m e n ­ tan

Romario

tienen

coordinarse: Romario

regímenes verbales distintos marcó (sujeto) p e r o fueron

y no

anulados

pueden a

Roma-

rio (objeto indirecto); p o r otra parte, los otros dos relativos d e Stoichkov presentan una asimetría c o n los primeros. L a s dos solucio­ nes de la d e r e c h a presentan algunos inconvenientes:

la p r i m e r a

pierde agilidad c o n el doble relativo que y al que, y la segunda quizá n o sea tan elegante. L a s asimetrías, o los defectos y roturas de estructuras sintácticas paralelas, también pueden incluirse en un c o n c e p t o a m p l i o

de

zeugma: El procesador de textos está pro­ gramado para utilizarse en inglés y en francés, pero no para escribir informes castellanos.

...utilizarse en inglés y en francés, pero no en castellano. ...escribir informes en inglés o en

francés, pero no en castellano. E l banquete de la boda tenía que satisfacer económicamente a los no­ vios y al paladar de los invitados.

...satisfacer la economía de los no­ vios y el gusto de los invitados. ...satisfacer el bobillo de los novios y el paladar de los invitados.

127

E n estos casos n o hay ninguna desconexión sintáctica, p e r o la c o n s t r u c c i ó n adquiere un i m p o r t a n t e valor estético. L a s soluciones d e la d e r e c h a son más fáciles de c o m p r e n d e r y presentan un estilo más acabado.

5. P l e o n a s m o D e r i v a del griego pleon: «más numeroso»; y de pleonasmos: perabundancia». Se asocia c o n la redundancia

y el énfasis,

«suy se

o p o n e a la elipsis. Según el D R A E , «consiste en e m p l e a r e n la oración u n o o más vocablos innecesarios para el r e c t o y cabal sentido de ella, p e r o c o n los cuales se da gracia o vigor a la expresión; v. gr. Yo lo vi con mis ojos». María M o l i n e r incluye otros ejemplos: «lo escribió de su p u ñ o y letra», «entrad dentro», «subí arriba». A m b o s diccionarios tratan este f e n ó m e n o c o n benevolencia y, aunque r e c o n o c e n su c a r á c t e r redundante o gratuito, n o llegan a censurarlo. Martínez de Sousa ( 1 9 9 3 ) se muestra más severo y ofrece una extensa tipología d e casos. Considera c o r r e c t o s los pleonasmos que dan m a y o r énfasis a la o r a c i ó n , «en ciertas situaciones» [sic], c o m o verlo por mí mismo,

a mí me buscan,

al fin y a la postre,

nunca

ja-

más, sea como sea, hoy en día o diga lo que diga, además de los ya citados. P e r o censura los siguientes ejemplos, e n t r e otros muchos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Hacer frente a los dos frentes. Volver a reincidir. Reiniciar de nuevo. Este fármaco es aproximadamente unas diez veces más potente. No ha recibido apenas ningún tipo de atención. Tampoco no lo haré nunca jamás. Elegante y grandiosa a un mismo tiempo. Nosotros escribimos este libro, yo salí a la calle. Pequeña vaquilla, pequeña miniencuesta, nifio pequeño. La ciudad de Magdeburgo (donde burgo significa «ciudad»).

E n ellos las palabras en cursiva podrían suprimirse o cambiarse p o r otras distintas sin modificar el significado d e la frase. O t r o s ejemplos reales:

128

Actualmente y en nuestros días, estas dos formas verbales «seducir» y «seducido». [Al]

Actualmente, bales...

estas dos formas ver-

La sala Hortensia Güell del Centre de Lectura será el escenario, mañana a las ocho treinta de la noche, donde se realizará la inauguración de una muestra de obras artísticas donadas a beneficio de Manos Unidas. [ND, 17-1-93]

£ n la sala Hortensia Güell del Centre de Lectura se inaugurará, mañana a,las ocho treinta de la noche, una muestra de obras artísticas donadas a Manos Unidas.

F i n a l m e n t e , en el e x t r e m o del laconismo, Galí Claret ( 1 8 9 6 ) muestra algunos ejemplos en los que el anacoluto inútil es m u c h o más que una repetición superflua (las cursivas y la ortografía son del original): Un día, á eso del anochecer, una aldeana con sus dos hijos se dirigían á su casa, caminando lentamente porque estaban muy fatigados.

Un día, á eso del anochecer, se dirigían a su casa una aldeana y sus dos hijos.

Estando madre é hijos ya cerca de su casa, vieron brillar dentro de ella una lucecita que iluminabd-4ébilmente las habitaciones interiores.

Estando ya cerca de ella, vieron brillar dentro una lucecita.

E n resumen, si bien el c o n c e p t o d e p l e o n a s m o es c l a r o y resulta útil para mejorar la r e d a c c i ó n , n o está m u y definida la frontera e n tre lo que debe censurarse y lo que puede tolerarse - ¡ o incluso lo que favorece la prosa!—. Al final, se i m p o n e el criterio subjetivo del autor. Sea c o m o sea y digan lo que digan las gramáticas, nosotros, autores y autoras, debemos decidir p o r nuestra c u e n t a c u a n d o escribimos una escritura tensa o c u a n d o nos permitimos e l lujo lujoso d e unos cuantos pleonasmos redundantes, repetitivos y reiterados. Hasta aquí llegan los solecismos más corrientes de la prosa. P e r o estos c i n c o defectos no agotan las disminuciones que puede sufrir la 129

escritura y q u e los escritores y las escritoras intentamos evitar. L a s faltas que c o m e n t a r é a c o n t i n u a c i ó n n o atentan c o n t r a la g r a m á t i c a o la n o r m a t i v a de la lengua, aunque también aportan molestias e impurezas varias.

OTROS DEFECTOS

6.

Anfibología V i e n e del griego amphibolia,

sentido

o incerteza.

que significa ambigüedad,

doble

Son frases q u e pueden interpretarse de dos o

más m a n e r a s distintas. Ejemplos: E l deportista declaró que había ingerido sustancias prohibidas repetidamente. [Martín Vivaldi, 1982]

El deportista declaró repetidamente que había ingerido sustancias prohibidas.

Cuando el acta tiene más de una página y las hojas van sueltas, cada plana tiene que llevar la firma del presidente o del secretario, en el margen izquierdo del papel, como mínimo. [ E F P ]

Cuando el acta tiene más de una página y las hojas van sueltas, cada una tiene que llevar la firma del presidente, o del secretario como mínimo, en el margen izquierdo del papel.

E n la p r i m e r a frase, el adverbio repetidamente

modifica verbos

distintos según su colocación. E n la segunda, la expresión como

mí-

nimo se refiere a la firma del secretario y, si se deja al final d e la frase, puede p r o v o c a r confusiones c o n el o t r o c o m p l e m e n t o : en el margen

izquierdo

del papel.

M a r t í n e z d e Sousa ( 1 9 9 3 ; v e r

ambigüe-

dad) ofrece una exhaustiva clasificación de los distintos tipos de anfibología

y sus causas: desde el o r d e n d e las palabras, c o m o e n los

ejemplos anteriores, hasta el orden sintáctico, la falta de información, la h o m o n i m i a del p r o n o m b r e le (le conté la historia, ella?), el posesivo su (Juan

se encontró

¿a él o a

a Lola en su casa, ¿en qué

casa?) o la polisemia de una palabra (su marido

no pinta nada

en

casa). L a dificultad

de las ambigüedades

y los dobles

sentidos

es

que pueden ser difíciles de d e t e c t a r . N o resulta fácil p e r c a t a r s e a la 130

vez d e dos o m á s formas distintas d e e n t e n d e r u n a frase, o descubrir aquellos puntos e n los que un lector o una l e c t o r a p o d r á n interpretar ideas distintas d e las previstas. P o r este m o t i v o ,

es

m u y r e c o m e n d a b l e actuar c o n cautela: leer a t e n t a m e n t e n u e s t r o t e x t o más d e una vez y e n m o m e n t o s distintos, intentar anticiparnos a las posibles reacciones del destinatario, revisar el escrito, etc. P a r a t e r m i n a r , a v e r si descubres las posibles ambigüedades d e la siguiente frase: Una mujer californiana recuperó ayer a su hijo de dos años en el aeropuerto londinense de Heathrow después de atraer con un señuelo al padre iraquí del niño, que lo había trasladado a Irak sin su consentimiento, con la colaboración de una empresa privada de seguridad montada por antiguos agentes de la unidad antiterrorista estadounidense, Delta Forcé. [El País, 6-9-94]

7. Cacofonía V i e n e del griego kakos («malo») y phono («voz»). Se refiere a la repetición casual d e algunas letras o sílabas, que p r o d u c e n un sonido desagradable. Fíjate en la p r i m e r a frase que se m e o c u r r i ó para introducir esta lista d e defectos; "¡la tuve que revisar e n seguida!: Algunos de los solecismos más cotúentes de la prosa —que no siempre son evide«í«— son los siete sigaientes:

Algunos de los solecismos más habituales de la prosa —que no siempre sabemos detectar— son los siete siguientes:

Pretende ayudar a maestros y a alumnos a encontrar utilidad, satisfacción, e incluso diversión, en la tarea de la corrección.

...e incluso ¿Xvettimento, rea de corregir.

en la ta-

131

8. T i c s p e r s o n a l e s D e l m i s m o m o d o q u e c u a n d o hablamos t e n d e m o s involuntariam e n t e a reiterar un gesto, un p a r p a d e o o u n a e n t o n a c i ó n , la prosa también refleja rutinas verbales: palabras r e c u r r e n t e s aquí y allá, frases calcadas, párrafos c o n el m i s m o p a t r ó n d e fondo, etc. N a d i e d o m i n a el infinito caudal léxico o sintáctico d e la lengua; todos y t o das c a r g a m o s c o n limitaciones expresivas. Así, los niños a c o s t u m bran a c o n e c t a r las oraciones c o n y, q u e es u n o d e los enlaces m á s básicos. C u a n d o estas o c u r r e n c i a s adquieren relevancia suficiente

para

llegar a e m p o b r e c e r la prosa, hablamos d e tics o vicios d e r e d a c c i ó n . Son personales, imprevisibles, a m e n u d o inconscientes y, a veces, difíciles d e detectar. E n v a r a n la prosa c o n repeticiones y r e d u c e n la variación léxica a m í n i m o s escolares. L a prosa resulta m o n ó t o n a e insulsa. Los

tics pueden afectar a varios aspectos d e la redacción:

• R e p e t i r u n a palabra o expresión (vocablos genéricos, c o m o d i -

nes,

conjunciones, adverbios...): entonces,

actualmente,

así

pues, desde luego, aspectos, mucho... L a palabra actúa c o m o c u ñ a o muleta q u e articula la prosa. • A b u s o d e alguna estructura sintáctica: gerundios antepuestos, frases c o m p a r a t i v a s , subordinadas, profusión d e adverbios o de adjetivos... Resultan m á s difíciles d e descubrir. A l leer la prosa e n v o z alta o baja, se descubre u n a tenue musiquilla p e gajosa. • E s t r u c t u r a s calcadas e n párrafos y textos: e m p e z a r c o n el m i s m o v o c a b l o o expresión, abusar d e los m a r c a d o r e s textuales, c e r r a r siempre los párrafos c o n la m i s m a frase, e t c . • Usos p o c o corrientes o personales d e puntuación: e x c e s o d e incisos c o n paréntesis o guiones, uso frecuente d e los dos p u n tos y del p u n t o y c o m a ( m u y p o r e n c i m a d e lo n o r m a l ) , abuso de notas, asteriscos, e t c . H e aquí un ejemplo real d e prosa apelmazada p o r un t i c p e r s o 132

nal, que desgraciadamente a p a r e c e e n m u c h o s d o c u m e n t o s nicos:

téc-

El día 20 de noviembre el señor X x x x x x realiza una visita con el fin de ver el estado de las obras del edificio para sala de espera y bar-restaurante de la estación de ferrocarril de Xxxxxxxx. Como efectivamente' expresan los técnicos encargados de la dirección del proyecto, podemos observar claramente un retraso considerable en el ritmo del trabajo inicialmente previsto. La situación se debe aparentemente al incumplimiento del contratista, que subcontractó, legalmente o no, la obra a otra empresa que no ha cumplido debidamente la tarea encomendada. De hecho, el volumen de trabajo actual es escasamente el producto de una semana de actividad, después que finalmente el Consejo, a través del Patronato de Turismo de la ciudad, requiriera un ritmo realmente efectivo al contratista. [CRIP] 2

3

4

5

6

7

8

9

¡ Q u é hacinamiento! ¡ Y qué cacofonía p e r m a n e n t e ! P o d e m o s preguntarnos: ¿son necesarios tantos adverbios? ¡Claro que n o ! L o s n ú m e r o s 1 y 9 , y quizás también el 6 y el 8 , n o a p o r t a n datos relevantes al d o c u m e n t o y podrían eliminarse. L o s n ú m e r o s 2 , 3 y 4 pueden sustituirse respectivamente por con claridad, al inicio ( d e trás de previsto) y en apariencia. U n a buena mejora para el n ú m e r o 7 consiste e n sustituir el verbo: no llega a o no se ajusta a; o t a m bién c a m b i a r el adverbio p o r apenas. P a r a t e r m i n a r , el n ú m e r o 5 podría quedarse igual. E l mejor antídoto c o n t r a los tics es la supervisión estilística y formal de la prosa. L a s repeticiones léxicas y gramaticales, c o m o en el ejemplo anterior, son fáciles y rápidas d e descubrir y de e n m e n dar. T o d o s r e c o r d a m o s la insistente y aburrida consigna d e r e d a c ción escolar, que nos prohibía repetir la m i s m a palabra o expresión en c i n c o o seis líneas. P e r o hay otros tics más sutiles y molestos q u e hacen la puñeta a las miradas m á s atentas y finas. P o r ejemplo, ¿ n o te has dado c u e n t a del vicio sintáctico y habitual que p r e m e d i t a d a y s o c a r r o n a m e n t e h e imprimido en la prosa barroca y adjetivada d e este párrafo h i n c h a d o y pesado? Si se - ¡ p e r o te abuso d e adjetivos.

te ha escapado, tienes o t r a oportunidad en este párrafo lo p o n d r é difícil!-. E n el anterior se pecaba t a n t o p o r el las coordinadas y y o, c o m o t a m b i é n p o r la profusión d e E n éste, puedes buscar e n t r e los c o n e c t o r e s , c o m o t a m 133

bien en la estructura de la frase. L o s tics sintácticos se camuflan t a n t o detrás d e la variación léxica c o m o también e n esta musiquilla reiterativa q u e p r o v o c a n . Cuesta m u c h o identificarlos. Se requiere u n a buena dosis d e capacidad d e observación, c o m o también m u c h a flexibilidad sintáctica para modificar la frase. Si n o , n o hay m a n e r a de descubrir que a c a b o de repetir c u a t r o v e c e s como también en un solo párrafo.

EJERCICIOS

Se trata d e hallar los errores d e las c u a t r o frases disminuidas siguientes. ¿ Q u é tipo de falta sufren? ¿ C ó m o pueden mejorarse? 1. Pienso que el alcohol se usa más q u e se abusa, e x c e p t u a n d o el fin d e s e m a n a q u e pasa a la inversa. [Al] 2. D e s d e su fundación [la inmobiliaria] ha construido gran c a n tidad de viviendas —cerca d e 6.000— en barrios m u y c o n o c i d o s e n M á l a g a que curiosamente n u n c a han sido bautizados p o r la propia inmobiliaria c o n el n o m b r e d e E c h e v a r r í a , aunque de t o dos los malagueños son p o p u l a r m e n t e c o n o c i d o s p o r este n o m bre - c a s o de E c h e v a r r í a d e G a m a r r a o E c h e v a r r í a del P a l o - , m o t i v o p o r el cual en la firma m a l a g u e ñ a se sienten m u y orgullosos. [Sur,

17-9-94]

3. E l presidente del c o m i t é d e e m p r e s a d e la factoría d e Astilleros E s p a ñ o l e s d e P u e r t o R e a l , A n t o n i o N o r i a , manifestó ayer a este periódico que una vez transcurrido el período d e v e r a n o , c o n t i n u a r á n c o n la c a m p a ñ a que iniciaron para d a r a c o n o c e r la falta d e carga d e trabajo que h a m o t i v a d o la regulación de e m p l e o q u e afecta a c t u a l m e n t e a 1 0 0 trabajadores. [Cádiz, 1 6 - 9 - 9 4 ]

4. Tal c o m o están las cosas, el País V a l e n c i a a u m e n t a su aportación al p r o d u c t o interior bruto p o r e n c i m a d e la m e d i a estatal —a pesar d e la situación d e a b a n d o n o d e nuestro tejido productiv o - , t e n e m o s altas tasas d e desocupación y la renta familiar v a lenciana n o se c o r r e s p o n d e c o n nuestra aportación. 28-1-93] 134

[Levante,

5. E l n o r t e d e África es un p r o b l e m a p e r m a n e n t e y s e g u r a m e n t e al que h e dedicado más t i e m p o desde que soy ministro d e E x t e riores. [Heraldo,

El Semanal,

18-9-94]

Soluciones y comentarios: 1. Z e u g m a o discordancia c o n los argumentos verbales d e usar y abusar, «se usa el alcohol» y «se abusa del alcohol». L a frase t i e n e difícil solución si se quiere c o n s e r v a r el juego d e palabras. F o r z a n d o la sintaxis, quizá se podría aceptar una d e las dos: Pienso que del alcohol se abusa m e n o s d e lo que se usa. Pienso que se usa m á s que se abusa del alcohol. 2. F r a s e compleja y larga c o n incisos, pasivas innecesarias sido bautizados, Echevarría),

repeticiones

ños/malagueña) la firma

son conocidos),

pleonasmos

redundantes

(gran

cantidad

(nombre,

(han

de,

de

Málaga/malague-

y una elipsis final d e sujeto que roza la silepsis (en

se sienten...).

L a prosa puede mejorar n o t a b l e m e n t e :

D e s d e su fundación ha construido cerca de 6.000

viviendas

en

barrios m u y c o n o c i d o s d e Málaga, que c u r i o s a m e n t e n u n c a bautizó la inmobiliaria c o n su p r o p i o n o m b r e , aunque todos los m a lagueños los conocen p o p u l a r m e n t e p o r éste —caso d e E c h e v a r r í a de G a m a r r a o E c h e v a r r í a del Palo—. L a firma está m u y o r g u llosa de

ello.

3. ¿Cuál es el sujeto de continuarán

y de iniciaron?

Se trata d e

una elipsis sin referente previo (puesto q u e es la p r i m e r a frase del t e x t o ) . Quizá n o p o d e m o s hablar p r o p i a m e n t e d e silepsis, p o r q u e n o hay discordancia. P o r el c o n t e x t o e n t e n d e m o s q u e es el de empresa

de la factoría

rán con la camparía que...

o los trabajadores d e ésta los q u e

comité continua-

La o r a c i ó n n o causaría extrafieza si aña-

diéramos un sujeto explícito: ...el período de v e r a n o , el comité continuará inició... ...los trabajadores

c o n la c a m p a ñ a q u e

continuarán c o n la c a m p a ñ a q u e iniciaron...

135

a

4. Silepsis escondida e n t r e , p o r una parte, la 3 . persona g r a m a tical del País Valencia y la renta familiar valenciana, c o n los verbos respectivos aumenta y no se corresponde, y el posesivo su, y, p o r otra, la 1. persona c o n que se identifica el autor: nuestro tejido productivo, tenemos altas tasas y nuestra aportación. E s más c o h e r e n t e y claro o p t a r p o r una de las dos siguientes opciones: a

3.

a

1.

PERSONA

Tal como están las cosas, el País Valencia aumenta su aportación al producto interior bruto por encima de la media estatal —a pesar de la situación de abandono de su tejido productivo-, tiene altas tasas de desocupación y su renta familiar no se corresponde con su aportación.

a

PERSONA

Tal como están las cosas, los valencianos aumentamos nuestra aportación al producto interior bruto por encima de la media estatal —a pesar de la situación de abandono de nuestro tejido productivo—, tenemos altas tasas de desocupación y nuestra renta familiar no se corresponde con nuestra aportación.

5. Z e u g m a forzado e n t r e las dos partes del predicado nominal. L a i n d e t e r m i n a c i ó n de un problema

permanente

contrasta c o n la

d e t e r m i n a c i ó n que exige el relativo al que, que introduce una c o m paración e n t r e todos los problemas que he dedicado...).

(es seguramente

el problema

al

H a y varias soluciones c o n pequeños matices de

significado q u e también evitan la cacofonía: E l n o r t e de África es un p r o b l e m a p e r m a n e n t e y es quizás el problema

al que h e dedicado m á s t i e m p o desde que soy ministro

de E x t e r i o r e s . ...es

un

problema

permanente

al

problema

permanente

que

que

he

dedicado

mucho

ocupado

mucho

tiempo... ...es

un

me

ha

tiempo... Estas discordancias gramaticales abundan e n la conversación, pero es preferible evitarlas en la prosa. E n este caso, la frase proviene d e una entrevista oral, que probablemente el periodista grabó p r i m e r o c o n cásete y transcribió después al papel. E l zeugma delata el origen oral del texto: constituye un rastro de oralidad e n la redacción. 136

9. J U E G O S S I N T Á C T I C O S

¡Con tantas reglas v a m o s a t e r m i n a r e m p a c h a d o s ! ¿ N o se trataba d e pasarlo bien escribiendo? ¡Pues estamos bien apañados, si hay que recordar a c a d a m o m e n t o el sinfín d e n o r m a s y consejos de los dos últimos capítulos! ¡ N o p o d r e m o s apuntar ni tres palabras sin d e tenernos a analizar si c u m p l e n todos los requisitos! T e p r o p o n g o un c a m b i o d e t o n o . D e s p u é s de tanta t e o r í a , nos iría bien jugar un rato c o n la frase, y tratarla c o m o si fuera u n g a t o juguetón y cariñoso. V a m o s a perderle el respeto y a ejercitar nuestras destrezas sintácticas. L a s frases son c o m o guantes q u e se giran del d e r e c h o y del revés; o juegos d e c o n s t r u c c i ó n q u e se m o n t a n y d e s m o n t a n haciendo cientos de castillos distintos. E l e s c r i t o r y la escritora deben tener la habilidad suficiente para escoger la f o r m a m á s acertada de entre todas las posibles. L o s siguientes ejercicios tienen c o m o objetivo desarrollar la flexibilidad y la fluidez d e la r e dacción.

EXAGERACIONES

E m p e c e m o s c o n una irreverencia. ¿ R e c o m e n d é que la frase tuviera una media de m e n o s de 3 0 palabras? ¡Pues v a m o s a c o m p o n e r oraciones interminables! P a r a los textos cotidianos, para las c o m i d a s frugales y rápidas d e lunes a viernes, los períodos c o r t o s y ligeros son más digeribles. ¡ P e r o también hay días festivos, c o m o los d o mingos o el día de Navidad, y es c o s t u m b r e y casi necesidad h a r tarse a tope! Algunos autores se han h e c h o famosos p o r su estilo b a r r o c o d e 137

frases interminables. H e aquí una historieta ejemplar d e T h o m a s Bernhard (1978): AUMENTO E n el tribunal de distrito de Wels, una mujer condenada anteriormente veinticuatro veces, que el presidente del tribunal calificó nada más abrir su por ahora último proceso, como escribe el periódico de Wels, de ladrona veterana bien conocida del tribunal, y que estaba acusada entonces del hurto de unos impertinentes para ella totalmente inútiles, que robó a una aficionada a la ópera recientemente fallecida, la cual, sin embargo, desde hacía muchos años no podía andar y, por esta razón, no utilizaba los impertinentes y, realmente, los había olvidado ya, como se reveló durante el proceso, consiguió aumentar su pena de prisión, fijada sólo en tres meses, en otros seis meses, al dar, inmediatamente después de la lectura de la sentencia por el presidente del tribunal, una bofetada precisamente al presidente. Ella había esperado por lo menos nueve meses de cárcel, porque no soportaba más la libertad, declaró.

Casi basta c o n u n a o r a c i ó n d e unas 1 3 0 palabras para explicar una historia bastante completa. E s t a p r i m e r a frase c o n t i e n e nueve o diez incisos largos, m a r c a d o s c o n puntuación, más otros c o m p l e m e n t o s sin m a r c a r . M á s d e una vez un inciso breve se inserta dent r o d e o t r o m a y o r , construyendo una estructura sintáctica que par e c e un castillo d e naipes en el aire, p o r su complejidad y fragilidad. Si ya es difícil conseguir una prosa fluida c o n oraciones cortas, imagina qué puede pasar c u a n d o p r e t e n d e m o s escribir períodos largos y complejos c o m o el anterior. L o s incisos deben introducirse e n el m o m e n t o o p o r t u n o , la puntuación tiene que m a r c a r c o n claridad todos los giros sintácticos, las anáforas deben cohesionarse gramatic a l m e n t e , e t c . ¡ E s t a n fácil que un p e q u e ñ o detalle haga tropezar al lector y le haga perder el hilo sintáctico! U n autor tristemente fam o s o p o r este m o t i v o es Alfons d e L a m a r t i n e , el r o m á n t i c o francés del siglo X I X que —según explica el estudioso de la legibilidad F . R i chaudeau, también francés—, e n sus embrolladas o r a c i o n e s , el v e r b o del final a veces n o c o n c u e r d a c o n el sujeto del inicio, separado por numerosos incisos, y ni el m i s m o a u t o r —¡que suponemos que debía releerlo!— ni sus c o r r e c t o r e s se dieron c u e n t a de este e r r o r en la prim e r a edición d e sus obras; d e m a n e r a que, s a r d ó n i c a m e n t e , el t é r -

138

m i n o lamartinismo

- c o n t i n ú a Richaudeau— ha pasado a designar e n

francés este e r r o r gramatical (que e n español —me p e r m i t o añadir yo e n t r e p a r é n t e s i s - d e n o m i n a m o s solecismo o silepsis, tal c o m o h e m o s visto [pág. 122]). ¡Ufl ¡ Q u é frase! ¡Descansa un p o c o , antes de empezar! E n este p r i m e r juego sintáctico, hay que e n g o r d a r los c o m p o n e n t e s d e una frase simple, c o n todo tipo d e c o m p l e m e n t o s escogidos

libremente,

hasta construir una o r a c i ó n larga y compleja. N o v a l e utilizar p u n tos y seguido ni puntos y c o m a , o abusar d e los paréntesis. Si puedes redactar una o r a c i ó n c o n un solo v e r b o principal, t e n d r á m á s m é rito todavía. D e este m o d o , a partir d e El loro picó a la abuela

se

puede elaborar la siguiente historia: E L LORO verde que me regaló un amigo charlatán que sólo come pipas tropical rabioso

PICÓ tres veces por sorpresa en el comedor lunes por la mañana desde dentro de la jaula

A LA ABUELA octogenaria dormilona que se llama Teresina desdentada que siempre se queja porque le quitaba las pipas al loro

H e aquí una propuesta: E l lunes p o r la m a ñ a n a , e n el c o m e d o r y desde d e n t r o d e su jaula, el verde, tropical, rabioso y c h a r l a t á n l o r o q u e m e regaló un amigo y que sólo c o m e pipas p i c ó tres veces a la o c t o g e n a r i a , desdentada y d o r m i l o n a abuela T e r e s i n a , que siempre se queja, porque le quitaba las pipas. L e e la frase y c o m p r u e b a si se resigue sin t e n e r que detenerse ni

volver atrás. Si es así, el ejemplo funciona. Si no, es que algo falla: alguna c o m a o algún inciso están m a l encajados. Para redactar este tipo de frases d e b e m o s r e c o r d a r algunos c o n sejos básicos: • L o s circunstanciales de t i e m p o y d e lugar, sobre t o d o si son c o r tos, pueden ir al principio d e la frase para descargar el

final. 139

• H a y que juntar los adjetivos y ordenarlos c o n criterios s e m á n ticos. Se pueden a n t e p o n e r al sustantivo y dejar la p a r t e de atrás para las relativas adjetivas, que son m á s largas. • H a y que o r d e n a r los c o m p l e m e n t o s desde el p u n t o d e vista de la c o m p r e n s i ó n del lector. V a l e la p e n a dejar los m á s largos al final. Y si ya has conseguido u n a o r a c i ó n bien construida t e p r o p o n g o el juego inverso, que consiste en d e s m o n t a r y m o n t a r el artificio, c o n frases distintas. A h o r a tienes que t r a n s f o r m a r la frase compleja en un p e q u e ñ o f r a g m e n t o n a r r a t i v o d e o r a c i o n e s cortas y ágiles. E l lunes p o r la m a ñ a n a el l o r o p i c ó a la abuela Teresina. E s un l o r o v e r d e , tropical, rabioso y c h a r l a t á n q u e m e regaló un amigo. Sólo c o m e pipas y aquel día la abuela se las quitaba. E n el c o m e d o r , desde d e n t r o d e su jaula, la bestia le p i c ó tres veces. L a abuela T e r e s i n a , o c t o g e n a r i a , desdentada y d o r m i l o n a , que siempre protesta, aquel día se q u e d ó perpleja.

C R E A T I V I D A D SINTÁCTICA

U n buen c o c i n e r o sabe preparar el b a c a l a o c o n recetas variadas y una violinista puede t o c a r la m i s m a p a r t i t u r a c o n variaciones infinitas. N o s o t r o s , ¿de cuántas m a n e r a s diferentes p o d e m o s escribir el m i s m o mensaje? ¿Somos c a p a c e s d e d e c i r lo m i s m o c o n otras palabras, c o n frases nuevas, c o n estilos y t o n o s r e n o v a d o s ? Q u i e n puede decir lo m i s m o c o n otras palabras es libre d e e s c o g e r las q u e más le gusten para c a d a ocasión, p e r o a quien le cuesta trabajo t e r m i n a r u n a ú n i c a v e r s i ó n acaba siendo e s c l a v o d e sus limitaciones expresivas y t e r m i n a repitiendo tics y vicios personales. E l t e r c e r juego consiste e n escribir infinitas frases c o n la m i s m a i n f o r m a c i ó n , sin modificarla sustancialmente. P o r ejemplo, a partir de un original c o m o : D u r a n t e los p r i m e r o s años, el Festival d e C i n e de

Donosti

servía d e plataforma de l a n z a m i e n t o del c i n e español m á s subvencionado y acomodado. 140

¿Cuántas variaciones, siempre diferentes, puedes h a c e r d e este fragmento? E x p l o r a tu capacidad creativa. Así: FRASE

TIPO D E VARIACIÓN

1. ¿No es cierto que, durante los primeros años, el Festival de Cine de Donosti servía de plataforma de lanzamiento del cine español más subvencionado y acomodado?

Modalidad: afirmativa, interrogativa, exclamativa...

2. E n su inicio el certamen cinematográfico vasco era el escaparate de las producciones hispánicas más oficiales.

Sinónimos.

3. Servía de plataforma de lanzamiento, en los primeros años, del cine español más subvencionado y acomodado, el Festival de Cine de Donosti.

Forzando el orden de las palabras hasta el límite.

4. Las películas españolas más ricas se lanzaban en el Festival de Cine de Donosti, en sus primeros años.

Cambios sintácticos con implicaciones significativas. Los complementos hacen de sujeto y viceversa: varía el punto de vista.

5. Promocionar la industria cinematográfica oficial española era una de las utilidades del Festival de Cine de Donosti en su inicio.

Cambios sintácticos.

6. Al principio el «show» de Donosti enjabonaba y vendía las pelis españolas más enchufadas.

¡Caída repentina de registro!

7. E n su inicio el Festival de Donosti apadrinaba al cine español. Los filmes más beneficiados fueron los que recibían más subvención. E n años posteriores varió el enfoque del certamen.

Multiplicación de la frase en tres, añadiendo puntos y seguido.

141

8. Actualmente, el Festival de Donosti ya no hace tanta propaganda del cine español oficial.

Pequeñas variaciones en la información explicando lo que era implícito.

9. E n aquellos años el cine español sólo contaba con el trampolín del Festival de San Sebastián para hacerse un sitio en el mercado internacional.

Variaciones de significado.

¡ Y así hasta el infinito! Y aún p o d e m o s h a c e r otras modificaciones más atrevidas: introducir v o c e s y personajes en la frase, transformarla en distintos tipos de t e x t o (telegrama, instancia, p o e m a . . . ) , utilizar tipografías diferentes, c a m b i a r el t o n o , el h u m o r , introducir ironía o ambigüedades, buscar a n t ó n i m o s , etc. C u a n t o más rica sea la capacidad de r e h a c e r la frase c o n nuevas ideas, más fácil será r e d a c t a r y más creativa será la escritura.

M O D E L A R L A INFORMACIÓN

L a s dos últimas frases nos i n t r o d u c e n en un capítulo nuevo: la manipulación de la información. A q u í manipular

significa trabajar

los datos: desarrollarlos, ampliarlos, c o m p r i m i r l o s , c a m b i a r el p u n t o de vista, e t c . U n a simple variación estilística r e t o c a inevitablemente algún matiz del sentido. D e este m o d o , ninguna d e las n u e v e frases anteriores dice e x a c t a m e n t e lo m i s m o , o tiene las mismas presuposiciones o implicaciones discursivas. P e r o c u a n d o la modificación tiene

finalidades

ideológicas, se c o n v i e r t e en una tergiversación

premeditada e interesada del c o n t e n i d o . L o s mejores maestros en el arte de estirar, encoger y retocar la información son los periodistas. L o s locutores de radio, por ejemplo, son capaces d e hablar durante c i n c o minutos sobre una noticia que quizá sólo ocupa dos o tres frases; p e r o también pueden decir m u c h o c o n el m í n i m o n ú m e r o de palabras posible, si el t i e m p o apremia. P a rafrasean, hacen circunloquios, r e t o m a n los mismos datos c o n palabras distintas, mencionan las circunstancias, las valoran desde puntos de vista c o m u n e s . . . ¡ Y lo más asombroso de t o d o es que tú, oyente, n o tienes la sensación de que están repitiendo lo mismo! 142

¿ T o m a d u r a d e pelo? ¿Habilidad c o m u n i c a t i v a ? U n

poco

de

todo. E l último juego del capítulo consiste e n jugar de esta m a n e r a : alargar las veintidós palabras anteriores hasta el m á x i m o posible y reducirlas, también hasta el m í n i m o . ¡Venga! A v e r si puedes super a r las 1 3 0 palabras de este rollo: E l Festival de Cine de Donosti ha servido de promoción internacional del cine español. Especialmente en los primeros años del certamen, las producciones españolas se exhibían y esperaban poder lanzarse en el extranjero a partir del Festival. Las películas que siempre se presentaban eran las que recibían más ayudas institucionales, es decir, las más oficiales y subvencionadas. E n los últimos años este planteamiento ha cambiado y ahora el Festival ha dejado de ser una plataforma tan descarada de publicidad. Los filmes más marginales o que no han recibido tanto dinero de los organismos públicos también pueden presentarse al Festival. Y también hay otros concursos y encuentros de cinefilos en los que se pueden presentar las nuevas obras cinematográficas españolas. No hace falta recurrir siempre a Donosti, esta conocida ciudad v a s c a Al revés, p o d e m o s prescindir de la mitad d e las palabras originales e n la versión reducida (trece palabras): Al principio el Festival de Donosti hacía publicidad de los filmes españoles subvencionados. L a capacidad d e atomizar o c o m p r i m i r información está adquiriendo i m p o r t a n c i a a causa de las limitaciones

espacio-temporales

q u e c a d a vez c o n m á s frecuencia a c o m p a ñ a n a un t e x t o escrito. T a n t o periodistas c o m o congresistas, autores d e cartas al p e r i ó d i c o , de informes técnicos o de e x á m e n e s tienen que a d e c u a r sus m e n s a jes a un n ú m e r o d e t e r m i n a d o de líneas, d e palabras o d e minutos. ¡ E l t i e m p o y el espacio cuestan dinero! L a escritura debe a p r e n d e r a

convivir con esas limitaciones.

143

10. N U E V E R E G L A S P A R A E S C O G E R P A L A B R A S

La diferencia entre la palabra acertada y la palabra casi acertada es la que hay entre la luz de un rayo y una luciérnaga. MARK TWAIN

E l siguiente plato c o n t i e n e n u e v e reglas más c o m o las d e la frase, ahora sobre selección léxica. L a c a r n e teórica se g u a r n e c e c o n ejemplos variados, listas y ejercicios c o m e n t a d o s para el lector hambriento.

L A S REGLAS

1. N o repetir L a repetición reiterada de una palabra de significado

pleno

( n o m b r e , v e r b o , adjetivo o adverbio) e n un período b r e v e p r o v o c a m o n o t o n í a y aburrimiento. N o importa que sea una palabra bonita, c o r t a , básica (es, tiene,

punto...)

o la central de un t e m a ; o que la

causa de la repetición sea una anáfora, la especificidad del t é r m i n o usado o la dificultad d e e n c o n t r a r sinónimos. L o s efectos pernicio­ sos son los mismos y n o se excusa de ningún m o d o . E j e m p l o : REFLEXOLOGÍA PODAL En muchas partes del cuerpo como son las manos, las orejas o los pies, están representados todos los órga­ nos y partes del cuerpo. Incidiendo sobre estas zonas se pueden crear ar­ cos reflejos que actúen directamente sobre cualquier órgano del cuerpo y que solucionen cualquier anomalía que exista. [Al] 144

E n las manos, las orejas o los pies, se representan todos los órganos del cuerpo. Incidiendo sobre estas zo­ nas se pueden crear arcos reflejos que actúen directamente sobre cual­ quier punto del organismo y que so­ lucionen la anomalía que exista.

L a preceptiva escolar d e redacción consideraba una falta repetir la m i s m a palabra en sólo c i n c o o seis líneas y ordenaba sustituirla p o r p r o n o m b r e s , sinónimos, un circunloquio o una elipsis. N o c r e o que p o d a m o s dar p o r buena y universal una restricción tan severa, pero sí que hay que andar c o n pies de p l o m o e n t o d o m o m e n t o [pág. 1 3 2 ] .

2. Evitar las muletillas A nivel de expresiones, el h e c h o de repetir a m e n u d o algunas palabras actúa de alguna m a n e r a c o m o un p r o c e s o d e fijación d e auténticas muletillas o clichés lingüísticos. P e r s o n a l m e n t e , pienso que se pueden utilizar de entrada en función de llenar vacíos, a raíz de articular una frase coja - y , también, e v i d e n t e m e n t e , en base a la m o d a verbal del momento—, p e r o e n cualquier caso se abusa d e ellas sin m o t i v o en el a c t o d e repetirlas. P a r a empezar, h e aquí las principales ( c o m o m í n i m o las que llevan asterisco n o se consideran c o m o m u y correctas).

¿ Q u é ha pasado? ¿ P o r qué es tan c o m p l i c a d o , lo anterior? ¡ A c e i taste!: está infectado de muletillas. Repásalo. ¿Cuántas has descubierto? Subráyalas. Aquí tienes el m i s m o párrafo limpio d e clichés y vicios:

A menudo algunas expresiones actúan como auténticas muletillas o clichés lingüísticos. Se pueden utilizar para llenar vacíos o articular una frase coja —¡y también para estar a la moda verbal!—, pero demasiadas veces se abusa de ellas sin motivo. He aquí las principales (las que llevan asterisco no se consideran correctas): *a nivel de *a raíz de a través de *bajo el punto de vista como muy como mínimo de alguna manera

en cualquier caso *en función de es evidente evidentemente de cara a de entrada para empezar 145

el acto de el proceso de el hecho de que *en base a

personalmente pienso que quiero decir que

L a lista podría ampliarse c o n c o m o d i n e s , palabras abstractas [ver más adelante] o expresiones innecesarias. E n general, aportan p o c o o nulo significado, r e c a r g a n la sintaxis y t e r m i n a n c o n v i r t i é n ­ dose e n tics repetitivos. D a n una falsa categoría «culta» a la prosa y e n c i m a , c o m o decía, puede p a r e c e r que están de m o d a o que «que­ dan bien». V e a m o s dos ejemplos, una r e d a c c i ó n d e un aprendiz y el párrafo central de una carta q u e la dirección de una revista envía a sus lectores: Un tema por el cual estoy intere­ sada es el relacionado con los efec­ tos que provoca la droga a nivel deportivo. [Al]

Estoy interesada en los efectos que provoca la droga en el deporte.

Con la intención de dar respuesta a la gran acogida que ha tenido el boletín y con el fin de atender a la creciente demanda, hemos ini­ ciado una nueva etapa con la «Re­ vista de CIFA» con el fin de abrir nuevas páginas tanto a nuevas pro­ puestas temáticas como a nuevos colaboradores. Es por este motivo que hemos preparado un proceso de suscripción a la revista que nos permitirá, tal como se nos pedía últimamente, profundizar en aque­ llas temáticas más actuales, de la

Tal como se nos pedía, «Revista de CIFA» inicia otra etapa, con más páginas, y temas y colaboradores nuevos, con el fin de poder aten­ der a la gran acogida que ha te­ nido. Para poder conseguirlo, nos hemos visto obligados a pedir una suscripción formal a la revista...

mano de~Jersonas que estén impli­ cadas en ellos desde todas las pers­ pectivas... [CIFA]

E s t e ú l t i m o ejemplo podría figurar e n una antología del dispa­ rate léxico. H a y un p o c o de todo: muletillas (con el fin de, un pro­ ceso de, por este motivo, e t c . ) , c o m o d i n e s (proceso, propuesta temá146

tica), repeticiones léxicas (nuevas, temáticas, atender/dar respuesta), redundancias (de la mano de personas que estén implicadas en ellos desde todas las perspectivas...). dad:

M i versión mejorada n o t i e n e pie­

suprime lo v a c í o , r e m u e v e lo c a ó t i c o y destaca l o q u e estaba

escondido e n el original.

3. Eliminar los comodines Si el c o m o d í n es la carta q u e encaja e n cualquier juego, la pala­ bra-comodín es aquel n o m b r e , v e r b o o adjetivo, d e sentido bastante g e n é r i c o , que utilizamos c u a n d o n o se n o s o c u r r e o t r a palabra m á s específica. Son palabras c o m o d í n las q u e sirven para t o d o , q u e se pueden utilizar siempre, p e r o q u e precisan p o c o o n a d a el signifi­ c a d o d e la frase. Si se abusa d e ellas, e m p o b r e c e n la prosa y la v a ­ cían d e contenido. Ejemplo:

Nombres: aspecto, cosa, elemento, hecho, información, problema, tema... Verbos: decir, hacer, poner, tener... Adjetivos: bueno, interesante, positivo... Lo mejor desde el punto de vista de la escultura ha sido la cantidad

de esculturas que se han colocado en Barcelona, cuya obra más inte­ resante ha sido «La caja de ceri­ llas», y las excelentes esculturas

que se han colocado en Vic con motivo del 92: todas ellas muy in­

teresantes. [Ausona, 31-12-92]

La insipidez de la frase está provocada por la abundancia de repeticiones (la tripleta de escultura/s y el doblete de colocado), además del doble comodín interesante, que no aporta ningún matiz significativo al texto. Algunos posibles sustitutos son, respectiva­

mente: obras, tallas,figuras...;situa­ das, instaladas, ubicadas, emplaza­ das...; sugerentes, apreciables, conse­ guidas, innovadoras...

V e a m o s a h o r a c ó m o un m i s m o c o m o d í n tiene valores m u y distin­ tos según el c o n t e x t o : PROBLEMAS

La problemática del racismo eneabeza todos los periódicos.

SOLUCIONES

incremento, radicalización, expansión...

147

Se han planteado problemas de tesorerla en la empresa.

• dificultades, carencias, limitaciones...

El problema de la escasez de lluvias son las restricciones en el suministro de agua.

• consecuencia, efectos...

Han modificado las disposiciones más problemáticas de la ley.

• discutibles, controvertidas, criticadas...

inconveniente,

A d e m á s d e los c o m o d i n e s profesionales, cualquier palabra g e n é rica puede sustituir o c a s i o n a l m e n t e a otra más c o n c r e t a . L a escritura de los niños, adolescentes, y t a m b i é n d e bastantes adultos, se c a r a c t e riza a m e n u d o p o r el amplio uso d e hiperónimos, d e vocabulario básico y de palabras que tienen c o r r e s p o n d e n c i a formal c o n otra lengua de c o n t a c t o (interferencias léxicas y semánticas), mientras que los términos m á s específicos, más cultos o sin equivalencia e n la otra lengua pierden vitalidad. Ejemplos:

Subió al árbol para ver el nido de pájaros.

Trepó a la encina para ver el nido de gorriones-

No encontraba esponsor para el mtting.

No encontraba patrocinador para el encuentro.

E l ruido cupaba.

La refregadura del nos inquietaba.

del

aparato nos

preo-

limpiaparabrisas

Natalie G o l b e r g ( 1 9 9 0 ) dice al respecto: «Sed precisos. N o digáis fruto.

Especificad de qué fruto se trata. Es una granada.

D a d a las c o -

sas la dignidad de su propio n o m b r e . »

4. Preferir palabras concretas a palabras abstractas L a s palabras c o n c r e t a s se refieren a objetos o sujetos tangibles; el lector las puede descifrar fácilmente porque se h a c e una clara imagen d e ellas asociándolas a la realidad. E n c a m b i o , las palabras 148

abstractas designan conceptos o cualidades m á s difusos y suelen abarcar un n ú m e r o m a y o r d e acepciones. E l lector necesita más t i e m p o y esfuerzo para c a p t a r su sentido: n o hay referentes reales y hay que escoger una acepción apropiada e n t r e las diversas p o sibles. V a m o s a analizar un ejemplo c o n detalle. L e e el siguiente titular y responde a las preguntas de la derecha: LOS UNIVERSITARIOS P L A N T E A R Á N A LOS CANDIDATOS PUNTOS Q U E D E B E N ASUMIR

¿Qué tipo de puntos? ¿Se refiere a propuestas o peticiones? ¿Quizás a cuestiones, a discrepancias, a ejercicios o notas? ¿ Y cómo se pueden asumir los puntos? Además, ¿a qué tipo de candidatos se refiere? ¿A qué optan?

¡ E s un titular demasiado ambiguo! U n a d e las dificultades principales reside en el significado d e puntos. A l tratarse de u n v o c a b l o polisémico y bastante genérico, e n t r a n en juego m u c h a s a c e p c i o n e s ( 3 5 según el D R A E , sin c o n t a r sentidos figurados ni expresiones). Fíjate e n este esquema (sólo incluye las más habituales):

puntos

puntada

señal circular

en una tela 3 1

signo de puntuación 1

pico de pluma 2

de sutura (cirugía) 4

referencia

de ganchillo 5

valoración 10

parte de un asunto

medida

nota 11

cifra 12

i —

espacial temporal

sitio, posición estado momento, lugar cardinal en un instante 6 7 proceso 9

apartado, capítulo, pasaje 13

fin, objetivo, motivo I

asunto, cuestión, aspecto 16

petición, idea reivindicación principal 14 15

149

¿Cuál d e estos significados es el a d e c u a d o p a r a el titular a n t e rior? E l c o n t e x t o (el resto d e palabras, la frase, nuestros c o n o c i mientos previos) n o ofrece suficientes pistas para e s c o g e r u n a de las m u c h a s posibilidades. E l l e c t o r sólo p u e d e leer y r e l e e r a t e n t a m e n t e el título, reflexionar unos segundos al r e s p e c t o y c o n s t r u i r u n a hipótesis d e significado muy g e n é r i c a o arriesgada. O b v i a m e n t e , éste n o p u e d e ser el p r o c e d i m i e n t o habitual d e lectura —¡y todavía m e nos en un periódico!—. L o s titulares deben bastar p a r a d a r al inst a n t e u n a idea esquemática p e r o c o n c r e t a del h e c h o . E n la práctica, el desarrollo c o m p l e t o de la noticia aclara el significado preciso d e

puntos:

Los representantes de los alumnos de la Universidad de La Rioja (UR) en el Claustro Constituyente han elaborado de forma conjunta una serie de puntos reivindicativos que plantearán a los dos candidatos a rector, Carmelo Cunchillos y Urbano Espinoza, y que serán «innegociables» según un representante estudiantil. [La Voz, 15-4-94]

Se trata, pues, d e la a c e p c i ó n n ú m e r o 1 4 del esquema anterior. E l titular resultaría m u c h o más a u t ó n o m o y comprensible si i n c o r p o r a r a la expresión m á s c o n c r e t a : Reivindicaciones resulta mucho más comprensible que puntos; el adjetivo innegociables formula de manera más concreta la idea de que deben asumir, y la especificación a rector aclara el tipo de candidatos a que nos referimos.

LOS UNIVERSITARIOS PLANTEARÁN REIVINDICACIONES I N N E G O C I A B L E S A LOS CANDIDATOS A R E C T O R

C o n el m i s m o n ú m e r o d e diez palabras se consigue u n a c o m u n i c a c i ó n m u c h o m á s eficaz. V e a m o s o t r o ejemplo: E l principal factor de desarrollo de la ciudad de Reus fue el sector indusMal. [ND, 17-1-93] L a c o n c r e c i ó n d e industria

E l principal motor de desarrollo de Reus fue la industria.

o incluso la metáfora de motor resultan

más expresivos que los abstractos sector 150

industrial

y

factor.

5. Preferir palabras cortas y sencillas A veces la lengua nos p e r m i t e escoger e n t r e u n a palabra usual o u n a equivalencia culta, más extraña. L a palabra c o r r i e n t e es a m e n u d o más c o r t a y ágil y facilita la lectura del t e x t o . ( D e b e m o s r e c o r dar q u e las palabras m á s frecuentes y simples de la lengua suelen ser las m á s cortas [ver pág. 2 1 ] . ) H e aquí algunos ejemplos d e dobletes, en los que es preferible la f o r m a d e la d e r e c h a (el asterisco m a r c a los vocablos que n o a p a r e c e n e n el D R A E p e r o que se usan a menudo): aproximativo concomitancia concretizar diferenciar disminución ejemplificar entregar explosionar finalizar hacer evitación inclusive influenciar lentificar realizar parágrafo *periodificar profundizar *receptivizar utilización *vehiculizar visionar

aproximado semejanza, parecido concretar distinguir baja, merma dar ejemplo dar explotar concluir, terminar evitar incluso (adv.) influir hacer lento, retrasar hacer párrafo *periodizar ahondar recibir uso •"vehicular ver

También es preferible evitar arcaísmos como antaño, ergo, al pronto, tengo de, su padre de usted, en verdad, etc., q u e n o se oyen ni se leen demasiado. C o n ellos la prosa adquiere un t o n o vetusto y anticuado. ¿ Q u é palabras utilizas más a m e n u d o e n tus textos? ¿ L a s d e la izquierda o las d e la d e r e c h a ? ¿Las viejas o las actuales? A m b a s listas son orientativas; quizás las podrías a m p l i a r c o n o t r o s dobletes; el 151

idioma es r i c o en palabras, e n llanezas y e n complicaciones. R e ­ cuerda siempre lo que dijo el maestro: «Aquí alzó otra v e z la voz m a e s e P e d r o , y dijo: "Llaneza, m u c h a c h o ; n o te e n c u m b r e s , que toda afectación es mala."» (El Quijote,

II, X X V I )

6. Preferir las formas más populares L a lengua t a m b i é n nos ofrece dos formas posibles e n algunos as­ pectos de fonética, ortografía o morfosintaxis. E n las siguientes pa­ rejas, la solución de la d e r e c h a , más llana y popular, también resulta m á s recomendable: septiembre transcendente substantivo

E l hotel de Venecia en el cual nos hospedamos era limpio y barato.

El Roses se coloca a sólo tres pun­ tos del líder, el Vic, al cual visitara el próximo domingo. [HN, 26-1-93]

setiembre trascendente sustantivo

...donde nos hospedamos...

...el Vic, antes de visitarlo...

7. Evitar los verbos predicativos L o s verbos ser y estar recargan innecesariamente la frase. L o s verbos de predicación c o m p l e t a son m á s enérgicos y claros. O t r o s verbos débiles que a veces p o d e m o s sustituir son hacer, parecer,

llegar

a y

El gobierno es el director de la politica monetaria y el inspector de las instituciones financieras.

152

encontrar,

haber.

E l gobierno dirige la política monetaria e inspecciona las instituciones financieras.

Las palabras largas hacen la frase cargada y complicada.

Las palabras largas cargan y com­ plican la frase.

El espectáculo tiene una duración aproximada de 50 minutos. [DdA, 17-1-93]

El espectáculo dura aproximada­ mente 50 minutos.

La vitalidad cultural se encuentra estancada a causa de la crisis eco­ nómica.

La vitalidad cultural se ha estan­ cado a causa de la crisis económica.

Ha habido un incremento en la oferta privada de cursos de forma­ ción desde que aumentó el paro.

La oferta privada de cursos de for­ mación se ha incrementado desde que aumentó el paro.

8. T e n e r c u i d a d o c o n l o s a d v e r b i o s e n

-mente

L o s adverbios d e m o d o terminados e n -mente particularidades:

poseen algunas

• Son propios de registros formales. E l estilo coloquial prefiere los adverbios más vivos y breves. P o r ejemplo: • actualmente, modernamente, contemporáneamente: hoy, ahora, hoy en día • antiguamente, anteriormente: antes • claramente: de manera clara, con claridad • completamente, definitivamente, totalmente, plenamente, Integra­ mente, absolutamente: del todo, por entero • especialmente, esencialmente, fundamentalmente, principalmente: sobre todo • excesivamente: demasiado, mucho • finalmente: al final, para terminar • frecuentemente: a menudo, muchas veces • gratuitamente: gratis • indudablemente: sin duda • inicialmente: al principio, de entrada • lentamente: poco a poco • literalmente: al pie de la letra, palabra por palabra • obligatoriamente, necesariamente: a la fuerza 153

• • • • • • • • • • • • •

obviamente, naturalmente, evidentemente: claro que periódicamente: a menudo, de vez en cuando permanentemente: siempre posiblemente, probablemente: quizá posteriormente, seguidamente: después, ahora, a continuación provisionalmente, momentáneamente, eventualmente: de momento próximamente: pronto rápidamente, velozmente: deprisa, corriendo recientemente, últimamente: hace poco sensiblemente, notablemente: bastante súbitamente: de pronto, de repente, de golpe suficientemente: bastante, suficiente únicamente, solamente, exclusivamente: solo, nada más [Coramina, 1 9 9 1 ]

• Si se abusa d e los adverbios e n -mente,

se recarga la prosa y se

h a c e pesada, p o r q u e son palabras largas. E n t o d o c a s o , se pueden sustituir p o r las equivalencias anteriores. • E s aconsejable evitar el t i c d e iniciar un t e x t o o u n a unidad textual m a y o r (apartado, página) c o n un adverbio de este tipo, e x c e p t o c u a n d o su función sea la de m a r c a d o r textual. E j e m p l o e n un inicio d e párrafo: Posiblemente es la frase que mejor define la visión presente y la voluntad de futuro.

Es la frase que posiblemente define mejor la visión presente y la voluntad de futuro.

• Puesto q u e todos ellos tienen la m i s m a t e r m i n a c i ó n -mente

provo-

c a n cacofonías q u e c o n v i e n e evitar, [pág. 1 3 1 ]

9. M a r c a d o r e s t e x t u a l e s

Señalan los accidentes de la prosa: la estructura, las c o n e x i o n e s e n tre frases, la función de un fragmento, e t c . T i e n e n f o r m a d e conjunciones, adverbios, locuciones conjuntivas o incluso sintagmas, y son útiles para ayudar al lector a c o m p r e n d e r el t e x t o [págs. 8 4 y 2 2 4 ] . L a siguiente muestra es u n a m a c e d o n i a extraída d e Marshek ( 1 9 7 5 ) , F l o w e r ( 1 9 8 9 ) , Cassany ( 1 9 9 1 ) , «la Caixa» ( 1 9 9 1 ) y Castellá ( 1 9 9 2 ) . P o r supuesto, es forzosamente orientativa, funcional e incompleta: 154

MARCADORES

TEXTUALES

P A R A E S T R U C T U R A R E L T E X T O . Afectan a un fragmento relativamente

e x t e n s o del t e x t o (párrafo, apartado, grupo d e oraciones...). Sirven p a r a establecer o r d e n y relaciones significativas

e n t r e frases:

• Introducir el tema del texto el objetivo principal de nos proponemos exponer

este texto trata de nos dirigimos a usted para

• Iniciar un tema nuevo con respecto a por lo que se refiere a otro punto es

en cuanto a sobre el siguiente punto trata de

en relación con acerca de

• Marcar orden

1° 2° 3 4 o

o

en en en en

primer lugar segundo lugar tercer lugar cuarto lugar

primero segundo tercero cuarto

en último lugar en último término

primeramente

finalmente

de entrada ante todo antes que nada para empezar luego después además al final para terminar como colofón

• Distinguir por un lado por una parte en cambio

por otro por otra sin embargo

ahora bien no obstante por el contrario

• Continuar sobre el mismo punto además

después

a continuación

luego

asimismo

así pues

• Hacer hincapié es decir en otras palabras dicho de otra manera como se ha dicho vale la pena decir

hay que hacer notar o sea lo más importante esto es la idea central es en efecto hay que destacar hay que tener en cuenta

155

• Detallar en particular en el caso de a saber

como botón de muestra como, por ejemplo, baste, como muestra, así

en resumen

brevemente

resumiendo recapitulando

en pocas palabras globalmente

recogiendo lo más importante en conjunto sucintamente

para finalizar finalmente

así pues en definitiva

al mismo tiempo simultáneamente en el mismo momento entonces

después más tarde más adelante a continuación acto seguido

por ejemplo p. ej. cfr. verbigracia

• Resumir

• Acabar en conclusión para concluir

• Indicar tiempo antes ahora mismo anteriormente poco antes

• Indicar espacio arriba/abajo derecha/izquierda más arriba/más abajo en medio/en el centro delante/detrás cerca/lejos encima/debajo

al centro/a los lados dentro y fuera en el interior/en el exterior

de c a r a / d e espaldas

P A R A E S T R U C T U R A R LAS IDEAS. Afectan a fragmentos más breves de

t e x t o (oraciones, frases...) y c o n e c t a n las ideas e n t r e sí e n el interior de la oración. S o n las conjunciones d e la g r a m á t i c a tradicional.

• Indicar causa porque ya que visto que puesto que a causa de gracias a/que por razón de por culpa de con motivo de 156

pues como a fuerza de

dado que considerando que teniendo en cuenta que

• Indicar consecuencia en consecuencia por tanto de modo que a consecuencia de así que por lo cual por consiguiente consiguientemente razón por la cual

por esto pues conque

• Indicar condición a condición de/que en caso de/que si

siempre que siempre y cuando

con solo (que) en caso de {que) con tal de (que)

a fin de (que) con el fin de (que)

con el objetivo de a fin y efecto de f v a l o r a r l o interesanteide cada proyecto,fer>base a)los objetivos infnrn-nrirtn (njjp^M ^jf***

^prnpnr-itrn y>Y ln i*4

veniyaé

159

5. D o s verbos débiles: hizo responsable dos c o m o d i n e s m u y claros: elementos portante. cialmente.

y ha estado

y negativos,

valorando,

y u n o dudoso: im-

Puestos a dudar, e n c o n t r a m o s también el adverbio

espe-

Resultado:

E l alcalde se!

tboio d e la solicitud,FEjpeeialmonta|de los que la prensa h a ¿ 5 * « D $ v a W-ffir^^m? W

i i . "")', '' "y

r

Con mó¿ c/U^it&Hua. L a s reglas sobre palabras son más frágiles que las de la frase, p o r q u e d e p e n d e n todavía más del c o n t e x t o lingüístico en* q u e apar e c e c a d a vocablo. L o que p r o v o c a que u n a palabra sea p o c o adecuada, reiterativa o v a c í a es su situación c o n c r e t a : el tipo d e t e x t o , el t e m a , las palabras que p r e c e d e n y siguen, etc. Sería absurdo c o n d e n a r para siempre las palabras d e las listas anteriores. E s t a s reglas apuntan los abusos e n los que se c a e más a m e n u d o y que, p o r lo tanto, hay que c o n t r o l a r . P e r o también podríamos hallar ejemplos en los q u e un problema,

un arriba

o un a través

cluso necesarios. T e r m i n o c o n otra «chuleta» de consejos:

160

son precisos e in-

CINCO CONSEJOS P A R A E S C O G E R PALABRAS 1. E v i t a las repeticiones, las muletillas, los clichés y los c o m o d i nes. E n s u c i a n la prosa y la vacian de

significado.

2. Prefiere las palabras cortas a las largas, las sencillas a las c o m plicadas, las populares a las cultas, y las c o n c r e t a s a las abstractas. U n vocabulario llano y v i v o ayuda a c o m p r e n d e r el t e x t o . 3. Sustituye los verbos ser o estar p o r palabras c o n m á s fuerza y significado. 4. ¡Atención a los adverbios en -mente.' prosa!

¡ Q u e n o invadan tu

5. Utiliza m a r c a d o r e s textuales para m o s t r a r la organización d e tus ideas.

161

11. L A T E X T U R A E S C R I T A

El autor todavía no ha llegado a escribir una prosa que no tenga forma de esponja. GABRIEL FERRATER

Siempre p o n g o el ejemplo del collar de perlas para explicar la c o hesión textual. D e l m i s m o m o d o q u e u n a retahila de perlas n e c e sita un hilo e n su interior, las frases del escrito m a n t i e n e n múltiples lazos de unión, más o m e n o s evidentes: puntuación, conjunciones, p r o nombres, determinantes, parentescos léxicos y semánticos, relaciones lógicas, etc. E l conjunto de esas c o n e x i o n e s establece una red de c o h e sión del t e x t o , la textura escondida del escrito, que le da unidad para p o d e r actuar c o m o mensaje c o m p l e t o y significativo. U n o d e estos m e c a n i s m o s d e cohesión es la anáfora, la repetición sistemática de un e l e m e n t o a lo largo del discurso. L a anáfora cose una frase c o n la siguiente c o n p r o n o m b r e s , sinónimos y elipsis, d e forma que da al conjunto un sentido c o n g r u e n t e . Supongamos que estamos escribiendo la historia de un conejo y una zanahoria:

éstos aparecerán

f r e c u e n t e m e n t e en el t e x t o , bajo diferentes formas: animal, mífero, él, 0 ; hortaliza,

vegetal,

alimento,

bestia,

ma-

ella, 0 . E l trabajo de la es-

critora y del escritor consiste e n camuflar las constantes repeticiones o en ahorrarlas, si es posible, siempre q u e se garantice la c o n e x i ó n y la comprensión. U n a h o r r o e x c e s i v o p r o v o c a vacíos d e significación y d e s c o n c i e r t o , p e r o la reiteración sistemática de las mismas palabras carga la n a r r a c i ó n y le quita vigor. A l final, la anáfora se c o n v i e r t e en u n o de los dolores de cabeza m á s persistentes del autor.

EL

ANÁLISIS

P a r a m o s t r a r los problemas —y algunas soluciones— que afectan a este aspecto de la redacción, analizaré un pequeño suceso reseñado en 162

El Correo Vasco, edición de La Rioja, del 15 de abril de 1994. Fíjate la maraña de pronombres, elipsis, referencias y otr_as anáforas de un texto de sólo doscientas palabras (sólo se marcan las tres anáforas básicas):

l.

nmac:uWaV.J

2. 3. perpetrado en el establecimiento Benetton, de Gran Vía, el 27 de abril de 1991.

4.

previamente de acuerdo conlMartinaJ. Ari;enor de edad

xi

irrumpieron en el citado comercio con el ánimo de

6

algunas de las prendas que se hallaban en uno de los mostradores,

7. prendas que esta última escondió bajo la falda. Tal maniobra fue observada 8. por la propietaria, Paloma Martínez,

a Martina

9. comenzó a 0 zarandea 1 1 O Este momento, según declara probado la resolución dictada

or a Audiencia,

1 3. materializar inicialmente, al 0 ser retenida por la empleada del local, sí 0 logró 14 consumar 0 poco después al 0 retorcerle el dedo pulgar.

1 6. en el local hasta la llegada de la Policía.

Cada uno de los entramados (claro, semioscuro, oscuro) distingue una anáfora. Las flechas unen las ocurrencias de un mismo entra­ mado entre sí y dibujan el recorrido de cada anáfora a lo largo del texto. He aquí la lista completa de anáforas: 163

RELACIONES ANAFÓRICAS

Básicas o generales: 1. R e f e r e n t e inicial en línea 1: Inmaculada Carmen A. V. Anáforas: línea línea línea línea línea línea

1: condenadas 2: autoras 4: estas dos mujeres 4: puestas 5: las dos acusadas 5 / 6 : 0 sustraer

línea línea línea línea línea

2. R e f e r e n t e inicial en línea 4: Martina Anáforas: línea 4: menor... y familiar... línea 7: esta última línea 8: a Martina línea 9: zarandearla línea 9: 0 escondía

3. Referente inicial en línea 8: la

línea linea línea línea línea

V. J. y su hija María

11: 11: 12: 15: 15:

la madre y la hija 0 abalanzarse 0 propiciar a las dos encausadas con ellas

J.

A.

12: 12: 13: 13: 14:

de 0 a/ 0 al

del

la menor no jbudo materializar 0 í¿r retenida /ogro 0 retorcerle

propietaria

Anáforas: línea 8: Paloma Martínez línea 8: quien línea 8: 0 dirigiéndose

linea 11: contra la dueña línea 15: la propietaria línea 15: 0 encerrándose

Restringidas: 4. Referente inicial en línea 1: Inmaculada V. J. Anáfora: línea 1: su hija María del Carmen A. V. 5. R e f e r e n t e inicial en línea 2: por

la Audiencia

Provincial

Anáfora: linea 10: por la Audiencia 6. R e f e r e n t e inicial en línea 2: un delito

de robo

Anáfora: línea 3: perpetrado 7. R e f e r e n t e inicial en línea 3: en el establecimiento Gran 164

Vía

Benetton,

de

Anáforas: línea 5: en el citado comercio línea 13: la empleada del local

línea 16: en el local

8. Referente inicial en línea 6: algunas

de las

prendas

Anáforas: línea 6: que línea 7: prendas

que

línea 9: las ropas línea 9: que

9. Referente inicial en línea 7: que esta última Anáforas: línea 7: tal

maniobra

línea 7: fue

10. Referente inicial en línea 9: cayeron Anáforas: línea 11: este momento

escondió bajo la

11. Referente inicial en línea 11: para Anáfora: línea 12: de este modo

abalanzarse

12. Referente inicial en línea 12: la

fuga

Anáforas: línea 12: una fuga línea 12: que

observada

las ropas que

línea 11: fue

escondía

aprovechado. contra

la

línea 13: sí logró consumar

' 13. Referente inicial en linea 13: la empleada Anáfora: línea 14: retorcerle

falda

dueña

0

del local

Estas trece anáforas c o n sus repeticiones n o agotan la red d e r e laciones cohesivas del texto. Q u e d a n fuera del esquema a n t e r i o r los deícticos que enraizan el t e x t o c o n una situación c o m u n i c a t i v a determinada (el establecimiento Benetton, de Gran Vía; el 27 de abril de 1991), las relaciones temporales e n t r e los sucesos (puestas previamente, inicialmente, poco después, fueron condenadas, declara probado), t o d o tipo de relaciones semánticas e n t r e vocablos (madre/ hija/familiar, condenadas/prisión, delito/robo/sustraer, Audiencia/resolución/encausadas, propietaria/empleada, establecimiento/ mostrador), los c o n e c t o r e s (conjunciones: no obstante, y según; 165

y, según; relativos: que, quien; gerundios; m a r c a d o r e s textuales: este momento;

incisos: como autoras...),

Provincial,

un delito),

la d e t e r m i n a c i ó n (la

Audiencia

la puntuación o el o r d e n de las palabras.

E l objetivo del análisis es estudiar los recursos utilizados para a h o r r a r o e s c o n d e r repeticiones d e palabras y h a c e r así más digestiva la lectura del escrito. Sólo c o n las anáforas anteriores ya e n c o n t r a m o s un buen n ú m e r o de • Sinónimos

posibilidades:

o correferentes léxicos:

local; dos mujeres/dos

acusadas/dos

establecimientofcomerciof encausadas;

prendas/ropas;

dueña/propietaria. • P r o n o m b r e s gramaticales: personales (tónicos: ellas; átonos: dirigiéndose, zarandearla, abalanzarse, retorcerle, encerrándose); relativos (que, quien); posesivos (su). • P r o f o r m a s variadas: en el c i t a d o comercio,

esta última,

este

m o m e n t o , de este m o d o . • G r a d o s d e determinación: la fuga bra, estas dos mujeres, esta última,

/ una fuga

/ 0 , tal

manio-

algunas de las prendas,

etc.

• Elipsis ( m a r c a d a s c o n 0 ) : • Sujetos: con el ánimo de 0 sustraer (las dos mujeres); 0 dirigiéndose (la propietaria); que 0 escondía (la m e n o r ) ; al 0 ser retenida (la m e n o r ) ; sí 0 logró consumar (la m e n o r ) . • Objeto d i r e c t o en una estructura bimembre: sí logró mar

0

• C o n c o r d a n c i a de sustantivos, adjetivos y participios: das, autoras, miliar,

consu-

(la fuga).

perpetrado,

observada,

puestas...

retenida,

de acuerdo,

menor...

condenay

fa-

etc.

A d e m á s , estos recursos tienen algunas limitaciones o reglas g r a maticales que deben respetarse para q u e puedan a c t u a r eficazmente. E n p r i m e r lugar, sólo se pueden usar p r o n o m b r e s y elipsis si el ele166

m e n t ó que se sustituye o elide ha aparecido r e c i e n t e m e n t e e n el t e x t o , d e m a n e r a que el lector pueda r e c u p e r a r l o d e su m e m o r i a para restituirlo e n la frase en que n o aparece. P o r ejemplo, la f o r m a zarandearla a Martina

o la elipsis d e 0 escondía

sis seguidas de 0 cerle

(ambas e n línea 9) r e m i t e n a

(línea 8 ) . M á s abajo, en la m i s m a anáfora, las c u a t r o elipno pudo,

al 0 ser retenida,

sí 0

logró y 0

retor-

(líneas 1 2 - 1 4 ) también se interpretan fácilmente c o n el refe-

rente la menor

(línea 1 2 ) , porque éste está m u y c e r c a n o y p o r q u e

n o hay otras anáforas c o n las que puedan

confundirse.

P e r o c u a n d o la distancia e n t r e el e l e m e n t o referido y su sustituto o su elipsis es m a y o r , o c u a n d o coinciden otros p r o n o m b r e s o anáforas, debemos a c t u a r c o n cautela: las referencias pueden confundirse e n t r e sí o perderse. Así, siguiendo c o n el m i s m o ejemplo, en la línea 12 se repite el atributo la menor (que f o r m a parte de la anáfora original, en línea 4: Martina J. A., m e n o r de edad y familiar), p o r q u e el referente más c e r c a n o posible dista m á s de c u a r e n t a palabras (línea 8: a Martina) y el lector n o puede r e c o r d a r l o . ¿ Q u é pasaría si utilizáram o s un p r o n o m b r e u otra p r o f o r m a en su lugar: ...propiciar de este modo la fuga de la anterior, la fuga de la citada o la fuga de ella o su fuga? Pues que n o sabríamos interpretar la frase: ¿de q u é fuga estam o s hablando?, ¿de la de la m a d r e , d e la d e la hija, d e la de ambas?, ¿quizás de la d e la dueña? ¡ P o r q u e todas a p a r e c e n e n la m i s m a frase! Fíjate en este o t r o ejemplo. L e e p r i m e r o la versión original de la izquierda y el c o m e n t a r i o que sigue, antes d e repasar la solución d e la derecha: USO Y ABUSO D E LAS DROGAS

Todos tienen miedo de que su hijo entre en el mundo de las drogas, un mundo del cual muy pocos han conseguido salir. Sólo quien tiene

...salir. Sólo lo consigue quien tiene

una familia (JUG puede comprender

Un» familia

que ser drogadicto es una enfermedad, y tiene los medios económicos suficientes para desintoxicarse, lo consigue. [Al]

prender...

«jue

j?uede

com-

¿Has entendido este lo consigue a la p r i m e r a ? ¿Has tenido q u e r e gresar al principio del t e x t o para buscar su referente? ¡ E s m u y p r o b a 167

ble! E l referente (un mundo del cual muy pocos han conseguido salir) está muy alejado y escondido en una subordinada. L a versión de la d e r e c h a soluciona este problema juntando las dos ocurrencias d e la m i s m a anáfora. E l anverso de la m o n e d a es el abuso de repeticiones, la infrautilización de los recursos de ahorro. E n este caso la c o m p r e n s i ó n queda asegurada —¡si n o se abusa!—, p e r o el escrito resulta redundante, lento, pesado. Fíjate en la siguiente versión del segundo párrafo del texto: ORIGINAL

SIN ELIPSIS

Este momento, según declara probado la resolución dictada por la Audiencia, fue aprovechado por la madre y la hija para 0 abalanzarse contra la dueña y 0 propiciar de este modo la fuga de la menor. Una fuga que aunque 0 no pudo materializar inicialmente, al 0 ser retenida por la empleada del local, sí 0 logró consumar 0 poco después al 0 retorcerle el dedo pulgar.

Este momento, según declara probado la resolución dictada por la Audiencia, fue aprovechado por la madre y la hija para abalanzarse las dos acusadas contra la dueña y propiciar ellas de este modo la fuga de la menor. Una fuga que aunque ella no pudo materializar inicialmente, al ser retenida Martina por la empleada del local, sí logró Martina consumar/a poco después al retorcer Martina a la empleada el dedo pulgar.

¡ Q u é confusión! ¡Qué aburrimiento! ¡Cuántas palabras y repeticiones inútiles! T a m b i é n se introduce alguna ambigüedad nueva. O t r a cuestión a tener en c u e n t a son las limitaciones y la precisión en el uso de las referencias anafóricas. L o s vocablos que p r e tendan referirse a un m i s m o e l e m e n t o han de c o m p a r t i r una base semántica ( c o m o dueña

y propietaria

o establecimiento

y

comercio)

o han de poder asociarse a partir d e la información del t e x t o . P o r ejemplo, interpretamos sin dificultades la empleada

del local, por-

que local nos remite a «tienda» y, en consecuencia, al miento

Benetton.

estableci-

A d e m á s , es lógico y sabido que un c o m e r c i o

tenga empleados; forma parte del c o n o c i m i e n t o del m u n d o que t e n e m o s los lectores. Pero... ¿qué pasaría si escribiéramos la pleada firma

de

italiana

o la

empleada

de

la

em-

controvertida

de moda? ¿ P o d e m o s presuponer que todos los lectores saben

que Benetton 168

la marca

es una m a r c a italiana de m o d a , que en los últimos años

ha lanzado c a m p a ñ a s publicitarias m u y controvertidas? D e

ningún

m o d o ; esta última solución p r o v o c a r í a extrañeza, c o m o m í n i m o . O t r o ejemplo: ¿se entendería la noticia si dijéramos (línea 9 ) : ...comenzó o ...hasta

a zarandearla que cayeron

hasta que cayeron las bufandas los calcetines

que escondía?

ropas a c t ú a c o m o referente de prendas blos genéricos (dos hiperónimos)

que

escondía

E n el original, las

(línea 7 ) . Al ser ambos v o c a -

de sinonimia parcial, los asociamos

sin dificultades. E n c a m b i o , el uso de términos específicos c o m o bufandas

o calcetines

(prendas)

(dos hipónimos)

para referirse a su h i p e r ó n i m o

causaría sorpresa, aunque probablemente se interpretaría

sin dificultad. ( E s más c o r r i e n t e y lógico al revés: m e n c i o n a r p r i m e r o el h i p ó n i m o específico, para ganar precisión d e significado, y e m plear después su h i p e r ó n i m o para evitar repeticiones.) V a m o s a analizar un último ejemplo, un e n c a b e z a m i e n t o d e Clarín [ 7 - 9 - 9 4 ] . L e e el t e x t o y contrasta tu interpretación c o n la q u e hice yo e n su m o m e n t o :

Dos encapuchados robaron en Tiffany joyas por us$ 1.250.000 Ni las puertas de acero, ni las ventanas a prueba de balas, ni las cajas de caudales que resisten hasta la dinamita, y menos los sofisticados sistemas de alarma, sirvieron para defender a la joyería más famosa del mundo de los ladrones. Dos de ellos, muy profesionales como definió la policía, no sólo se llevaron un lote de 3 0 0 joyas sino también las cintas de vídeo de las cámaras de vigilancia. E n sólo una hora terminaron con una fama de inviolable que hasta el lunes habla conseguido asimilarla a Fort Knox, donde se guardan las reservas de oro de los Estados Unidos.

Mi experiencia de lectura tuvo varios tropiezos. L a p r i m e r a duda fue el n ú m e r o de atracadores q u e participaron e n el robo. ¿ E r a n dos o más? E l titular de dos encapuchados

es m u y c l a r o , p e r o

m e despistó este dos de ellos (posiblemente un a n g l i c i s m o ) , q u e implica que había más ladrones que n o se llevaron joyas. T u v e q u e r e leer a t e n t a m e n t e el t e x t o para c o m p r e n d e r que, en a q u e l l a fr«*e - a u n q u e n o sea muy habitual y tenga p o c o sentido—, los ladrones

fC

169

refería a todos los cacos y n o a los que habían e n t r a d o e n Tiffany. M á s adelante, m e sonó m a l una fama seguido d e de inviolable.... ¿Debería ser la fama o esta fama, n o ? ¡ Y a se ha hablado de ella! P e r o m e interesó m u c h o más el siguiente p r o b l e m a , que afectaba a la comprensión: ¿cuál es el sujeto de había conseguido? M i p r i m e r a hipótesis fue la joyería (los propietarios d e ésta) puesto que conseguir prefiere sujetos animados (es más c o r r i e n t e que consigan cosas los seres vivos que los c o n c e p t o s abstractos), y éste p a r e c e ser el significado lógico del texto. A d e m á s , el p r o n o m b r e la de asimilarla también se refiere a la tienda —aunque el referente esté d e m a siado lejos—, y p a r e c e reforzar esta interpretación. Sólo una relectura minuciosa m e p e r m i t i ó d a r m e c u e n t a de la v e r d a d e r a estructura de esta frase. E l auténtico sujeto gramatical d e había conseguido es el relativo que, c o n el a n t e c e d e n t e una fama: una fama que había conseguido asimilar la joyería a... P a r a terminar, el t e x t o presupone que el lector tiene c o n o c i m i e n t o s previos sobre Fort Knox (lo cual resulta una t e m e r i d a d , c o m o m í n i m o para los lectores sudamericanos o españoles a los que se dirige el periód i c o ) . H e aquí una versión mejorada:

...sirvieron para defender a la joyería más famosa del m u n d o . Dos ladrones

(muy profesionales c o m o definió la policía) n o sólo

se llevaron un lote de 3 0 0 joyas, sino también las cintas de vídeo d e las c á m a r a s de vigilancia. E n sólo una h o r a t e r m i n a r o n c o n la fama de inviolable que tenía hacía equiparable

la joyería

y que hasta el lunes la

a F o r t K n o x , el edificio

militar d o n d e se guar-

dan las reservas de o r o de los E s t a d o s Unidos.

¿ Q u é te p a r e c e ? ¿Has seguido el m i s m o c a m i n o d e lectura? ¡ Y o m e hice un lío! ¡Quizá tú n o hayas c h o c a d o c o n tantos obstáculos c o m o yo! P e r o estarás de a c u e r d o en que son imprecisiones anafóricas que pueden subsanarse fácilmente, c o m o en la versión anterior. E n definitiva, las referencias anafóricas tienen restricciones gramaticales y semánticas importantes. N o p o d e m o s h a c e r elipsis a diestro y siniestro o sustituir cualquier palabra p o r un p r o n o m b r e . Autores y autoras debemos respetar escrupulosamente estas limitaciones si q u e r e m o s garantizarla y a h o r r a r t e paradas súbitas, relecturas reiteradas, dudas y pérdidas de tiempo. ¿ V e r d a d ? 170

MUESTRAS EJEMPLARES

M e ha costado e n c o n t r a r ejemplos singulares o relevantes d e a n á foras, porque estos recursos suelen h a c e r su trabajo e n silencio. C o m o el servicio d e limpieza, que sólo se advierte c u a n d o falta, los m e c a n i s m o s de cohesión trabajan p o r debajo de la prosa, a escondidas, c o siendo los p r o n o m b r e s c o n sus referentes para que los lectores p o d a m o s interpretarlos sin problemas. C u a n d o fallan, c u a n d o se r o m p e u n hilo, c u a n d o éste se e n m a r a ñ a c o n o t r o , c u a n d o se presentan dudas d e c o m p r e n s i ó n , entonces r e c o n o c e m o s sin dilación el v a l o r de su tarea. Gabriel F e r r a t e r escribió al principio d e Les dones i els dies ( L a s mujeres y los días) la frase que encabeza este capítulo. Quizá se refería a la calidad poética de sus textos en prosa, o quizá a la c o n e x i ó n e n t r e las frases, a los agujeros que inevitablemente c o n t i e n e la prosa. E n cualquier caso, el autor supo a p r o v e c h a r c o n inteligencia las anáforas del siguiente fragmento ( 1 9 6 6 , prólogo a su traducción de El

procés

de F r a n z K a f k a ) , para conseguir efectos estéticos. Describe la difícil infancia del novelista judío en la P r a g a multiétnica y c o n v u l s i o n a d a de principios de siglo. L a prosa se c o n v i e r t e en un espejo formal del c o n t e n i d o , c o n un juego de repetición d e palabras y anáforas. Desde sus primeros años, el niño excesivamente sensible que era Franz Kafka se encontró exhortado a menospreciar e ignorar a la gran mayoría* de la gente de su alrededor, a considerarse miembro de una cierta minoría*, pero a no darle ningún valor, y a destinarse a ingresar dentro de otra minoría* todavía mucho más pequeña y por la cual era menospreciado. Y todo por la prescripción de su padre, que de hecho pertenecía a la mayoría* que se debía menospreciar, que menospreciaba del mismo modo la primera minoría* a la cual se

* la checa * la alemana * la judía

* la checa * la alemana

resignaba a pertenecer, y que casi no hablaba la lengua de la segunda minoría* dentro de la cual se tenía que ingresar. ¿Qué tiene de extraño, entonces, que el niño Kafka sintiera que el mundo estaba constituido ante todo por una ley y que la ley estaba constituida ante todo por la imposibilidad de penetrarla y de ajustarse a ella o de ajusfárnosla?

* la judía

171

Acabaré con otro ilustre ejemplo, convertido ahora en ejercicio. ¿Cómo sería un texto que no utilizara ninguno de estos recursos, sin pronombres, elipsis ni sinónimos? ¿Se entendería? ¡Vamos a hacer la prueba! Te propongo un texto breve muy conocido, que quizá recuerdes: la «vida» del trovador Guillem de Berguedá, escrita en catalán en el siglo XIII y adaptada al castellano actual (sin respetar las anáforas): Guillem de Berguedá fue un gentil barón de Catalunya, vizconde de Berguedá y señor de Madrona y de Puig-reig. Guillem de Berguedá fue un buen caballero y un buen guerrero, y Guillem de Berguedá tuvo guerra con Ramón Folc de Cardona, y Ramón Folc era más rico y poderoso que Guillem de Berguedá. Ocurrió que un día Guillem de Berguedá se encontró con Ramón Folc y Guillem de Berguedá mató a Ramón Folc a traición; y por la muerte de Don Ramón Folc Guillem de Berguedá fue desheredado. Durante largo tiempo los parientes de Guillem de Berguedá y los amigos de Guillem de Berguedá mantuvieron a Guillem de Berguedá; pero después todos los parientes de Guillem de Berguedá y todos los amigos de Guillem de Berguedá abandonaron a Guillem de Berguedá porque Guillem de Berguedá ponía cuernos a todos los parientes de Guillem de Berguedá y a todos los amigos de Guillem de Berguedá, o con las mujeres o con las hijas o con las hermanas, de manera que no quedó nadie que mantuviera a Guillem de Berguedá, excepto Arnau de Castellbó, y Arnau de Castellbó era un valiente gentil hombre de aquella región. Guillem de Berguedá hizo buenos serventesios, y en los serventesios Guillem de Berguedá decía mal de unos y bien de otros, y Guillem de Berguedá fanfarroneaba de las mujeres que sufrían de amor por Guillem de Berguedá. Ocurrieron a Guillem de Berguedá muy grandes aventuras de armas y de mujeres, y grandes desventuras. Y después un peón mató a Guillem de Berguedá. Y aquí están escritos los serventesios de Guillem de Berguedá. ¡Qué embrollo! La destrucción de las anáforas entorpece la lectura y casi imposibilita la comprensión. Tienes que poner mucha atención y paciencia y, también... ¡tienes que superar el aburrimiento! 172

El ejercicio que te propongo consiste en reparar este estropicio, reescribir la biografía de manera comprensible, Puedo darte al­ en gunas pistas: al original le bastan 168 palabras para contar toda la historia, pero la versión que acabas de leer contiene casi cien más: 265. La simple técnica de tachar todo lo que sea prescindible será de gran ayuda. Por ejemplo, el original sólo cita una vez, al princi­ pio, el nombre del protagonista, Guillem de Bergueda, mientras que en la versión estropeada aparece veinticuatro veces. Puedes elimi­ nar muchas palabras restituyendo esta anáfora. Pero no va a ser tan fácil, porque tendrás que añadir varios pronombres, además de cambiar el orden de las palabras en algunos casos. ¡Anímate a hacerlo! Luego puedes comparar tu versión con la que dieron al mismo problema los tratadistas de poesía provenzal del siglo XIII. ¡Es todo un desafío!

ORIGINAL «Guillem de Bergueda fue un gentil barón de Catalunya, vizconde de Bergueda y señor de Madrona y de Puig-reig. Fue un buen caballero y un buen guerrero, y tuvo guerra con Ramon Folc de Cardona, que era más rico y poderoso que él. Ocurrió que un día se encontró con Ra­ mon Folc y lo mató a traición; y por la muerte de Don Ramon Folc fue desheredado. Durante largo tiempo lo mantuvieron sus parientes y sus amigos; pero después lo abandonaron todos porque a todos ponía cuernos o con las mujeres o con las hijas o con las hermanas, de manera que no quedó nadie que lo mantuviera, excepto Arnau de Castellbo, que era un valiente gentilhombre de aquella región. Hizo buenos serventesios donde decía mal de unos y bien de otros, y fanfa­ rroneaba de las mujeres que sufrían de amor por él. Le ocurrieron muy grandes aventuras de armas y de mujeres, y grandes desventuras. Y des­ pués lo mató un peón. Y aquí están escritos sus serventesios.»

173

12. E L T E R M Ó M E T R O D E L A

PUNTUACIÓN

Pensamos equivocadamente que para puntuar bien solamente hay que saber qué signo debe ir en cada posición. Pero las personas que saben puntuar escriben de un modo diferente de las que no saben hacerlo. Quien entiende la coma, el punto y coma, el punto —y también los dos puntos, el guión y la interrogación— produce estructuras sintácticas distintas de quien no los entiende. E D W A R D P.

B A I L E Y , Jr.

B e r t r á n del V e r n e t , caballero y t r o v a d o r , se lo pasaba m u y bien c o n las peleas de los nobles. E n una ocasión escribió un serventesio c a r g a d o d e mala intención

para e n f u r e c e r a su v e c i n o ,

Huguet

T r e n c a c o l l s , que tenía fama de h a c e r h o n o r a su apellido y r o m p e r el cuello a quienes buscaban pelea. B e r t r á n m a n d ó a su juglar, O c e l l , al castillo v e c i n o para c a n t a r el p o e m a . E l juglar se dirigió asustado h a c i a allí, ensayando la c a n c i ó n y pensando algún truco. L a c a n t ó y Huguet la e n c o n t r ó m u y halagadora. N o sólo n o había nada ofensivo en ella, sino que incluso le gustó y se lo agradeció c o n buenas palabras y regalos para el señor del

Vernet.

C u a n d o se e n t e r ó , B e r t r á n se quedó

consternado.

¿ C ó m o podía ser que para Huguet fuera agradable un

serventesio

t a n escatológico y repulsivo? ¿Quizá había perdido él la gracia d e molestar? ¿Ocell habla c a n t a d o la m i s m a c a n c i ó n que él había escrito? Ocell le juró que se la había recitado palabra

por palabra.

Y

así lo hizo: C Ó M O L O ESCRIBIÓ B E R T R Á N

Ratas de estercolero, de mojados,

bigotes

limazas babosas, lagartija salada. E n la mesa de Huguet Trencacolls no encontraréis mejor manjar. E n abundancia os llenará el plato. Hug, ¡caray!, es un puerco, no es un señor.

174

CÓMO LO CANTÓ O C E L L

Ratas de estercolero, de mojados,

bigotes

limazas babosas, lagartija salada en la mesa de Huguet Trencacolls no encontraréis. Mejor manjar en abundancia os llenará el plato. Hug, ¡caray!, ¿es un puerco? No, es un señor.

T o d o esto pasa e n el c u e n t o Páranla palabra)

per páranla

(Palabra

por

d e M a r í a N o v e l l ( 1 9 7 5 ) , q u e d e m u e s t r a la r e l e v a n c i a q u e

puede llegar a t e n e r la puntuación e n el t e x t o , aunque sea c o n u n ejemplo d e e x c e p c i ó n . E n la m i s m a línea, a finales d e los sesenta los autobuses b a r c e l o neses mostraban el siguiente rótulo, c o l g a d o e n la e n t r a d a del v e hículo: « E x h i b a a b o n o , o pase antes d e q u e se lo exijan», lo cual eximía d e pagar tíquet si se subía c o n rapidez (porque debiera s e r « E x h i b a a b o n o o pase, antes d e q u e se l o exijan»). Se trata d e d o s ejemplos q u e demuestran la i m p o r t a n c i a q u e puede llegar a tener un minúsculo signo d e puntuación.

IMPORTANCIA

N o hay o t r o aspecto del t e x t o t a n desgraciado c o m o la p u n t u a ción, quizás c o n la e x c e p c i ó n del párrafo. P o c o s h e m o s tenido la suerte d e q u e se nos enseñara a p u n t u a r e n la escuela, y si se h a h e cho, a m e n u d o h a p r o v o c a d o confusiones perniciosas, c o m o la d e relacionar e n e x c e s o la puntuación c o n la e n t o n a c i ó n . M u c h o s libros d e lengua y bastantes gramáticas la negligen. N o la gobiernan reglas generales ni absolutas q u e p u e d a n ser memorizadas, c o m o por ejemplo las n o r m a s d e acentuación. Y para m a y o r sorna, la mayoría fruncimos el c e ñ o c u a n d o se n o s c o r r i g e alguna c o m a , y reivindicamos el d e r e c h o a p u n t u a r c o n libertad. N o es d e extrañar, pues, q u e la m a y o r í a d e personas alfabetizadas prescindan d e este aspecto del t e x t o o q u e l o consideren p o c o importante, y q u e a los estudiantes les parezca difícil a p r e n d e r a puntuar f o r m a l m e n t e . E n mis cursos d e r e d a c c i ó n , c a d a a ñ o m e cuesta trabajo c o n v e n c e r a los a l u m n o s d e la relevancia d e la p u n tuación. L a autoridad q u e m e respetan d u r a n t e t o d o el c u r s o , se m e discute e n el m o m e n t o d e p o n e r puntos y c o m a s . T o d o el m u n d o

cree que su maneta

Je puntuar, incluyendo Jos erfófeS, 6S táfl

áCfip-

table c o m o cualquier otra. N i n g ú n o t r o aspecto despierta tantas preguntas, reparos o resistencias. A m i entender, la p u n t u a c i ó n es c o m o un t e r m ó m e t r o d e la escritura. Solamente e c h a n d o un vistazo a los puntos y las c o m a s d e un t e x t o , puedes a v e n t u r a r una idea bastante a p r o x i m a d a d e la calidad general d e la prosa. D o s c o m a s colocadas e n el lugar a d e c u a d o 175

m a r c a n u n a buena subordinada; el uso frecuente de puntos

y

aparte regula el equilibrio de los párrafos; en c a m b i o , el abuso de paréntesis, la escasez de puntos y seguido o la presencia excesiva d e c o m a s sueltas son malos indicios. L o s signos de puntuación se interrelacionan í n t i m a m e n t e c o n el resto de la redacción, p e r o , p o r ser tan c o n c r e t o s , p e r m i t e n darse c u e n t a en seguida de

los

aciertos y de los errores de la prosa. L a s funciones

de

la p u n t u a c i ó n

son

diversas: estructura el

texto, delimita la frase, m a r c a los giros sintácticos de la prosa, p o n e de relieve ideas y elimina ambigüedades, m o d u l a la respiración en la lectura en voz alta, etc. L a s reglas de puntuación n o son anárquicas ni personales, p e r o sí variables y n o siempre simples. P u e d e que haya m á s de una m a n e r a d e p u n t u a r c o r r e c t a m e n t e una o r a c i ó n , p e r o todos los manuales c o i n c i d e n en c o n d e n a r ciertos errores inaceptables. E n los últimos años varios manuales h a n e m p e z a d o a o r d e n a r esta

situación

caótica.

Entre

otros,

Real

Academia

Española

( 1 9 7 3 ) , L i n a r e s ( 1 9 7 9 ) , Seco ( 1 9 8 6 ) , M a r s á ( 1 9 8 6 ) , Casado ( 1 9 8 8 ) y también M i r a n d a P o d a d e r a ( 1 9 8 7 ) y C o r o m i n a y Rubio ( 1 9 8 9 ) ofrecen información exhaustiva sobre los usos m á s corrientes de cada signo. E n este capítulo m e limitaré a h a c e r algunos c o m e n t a rios sueltos y generales al respecto. A h , ¡atención! L o s ejemplos se han mezclado b u r l o n a m e n t e c o n la exposición, c o m o un r o s c ó n de Reyes c o n sorpresa. ¡ T e n cuidado de que n o te toque la habichuela!

J E R A R Q U Í A D E SIGNOS

L o s signos n o tienen la m i s m a fuerza, ni función, ni i m p o r t a n cia en el conjunto del discurso. M á s allá de títulos y subtítulos, la puntuación también sirve para organizar la información en capítulos, apartados, párrafos, frases, etc. H a y una estrecha relación e n t r e signos, (1990):

176

unidad lingüística

y v a l o r c o m u n i c a t i v o . Según

Mestres

SIGNO

UNIDAD

TEXTUAL

U N I D A D SIGNIFICATIVA

punto final

texto

mensaje

punto y aparte

párrafo

tema, capítulo, apartado

punto y seguido

oración

idea, pensamiento

punto y coma

frase, sintagma

apunte, comentario

coma, admiración, interrogación, paréntesis

inciso, aposición

añadido

Así pues, la puntuación estructura las diversas unidades

del

texto: el final d e los párrafos, de las frases, las relaciones d e subordinación e n t r e ideas, etc. E n la medida e n q u e los signos reflejen la organización del c o n t e n i d o ( t e m a central, subtema, idea, detalle), el t e x t o se h a c e más c o h e r e n t e y claro. P o r otra parte, según cuáles sean los signos m á s utilizados y según en qué cantidad, se puede d e t e r m i n a r el g r a d o d e complejidad del escrito. U n a prosa llena de paréntesis, puntos y c o m a , guiones o dos puntos puede matizar c o n más precisión las relaciones e n t r e las diversas ideas, y elabora una red intrincada de c o n e x i o n e s y r e laciones jerárquicas. E n c a m b i o , un t e x t o que s o l a m e n t e

utilice

puntos y seguido y c o m a s c o n t i e n e ú n i c a m e n t e dos niveles d e puntuación y forzosamente resulta m á s simple. P o r ejemplo,

los

textos de los niños y de los estudiantes suelen ofrecer un r e p e r t o rio de signos m á s bien limitado, mientras que los textos

filosóficos

o ensayísticos pueden presentar u n a puntuación m u c h o m á s c o m pleja. Siguiendo a M . A. K . Halliday, L u n a ( 1 9 9 2 ) distingue seis g r a dos distintos de complejidad de p u n t u a c i ó n según los signos que se utilicen:

177

GRADOS D E COMPLEJIDAD D E LA PUNTUACIÓN + Signos

Grado

simple

utilizados

1.°

p u n t o y seguido

2.°

+ p u n t o y aparte y c o m a

3.°

+ punto y coma

4.°

+ dos puntos

5.°

4- puntos suspensivos y

6.°

+ guiones, paréntesis, comillas y recursos para resaltar

etcétera «

+ complejo

E l autor incluye en la p u n t u a c i ó n otros recursos gráficos paralelos c o m o la palabra etcétera o el uso d e la letra cursiva o negrita y del subrayado, que sirven para resaltar la prosa. Cada g r a d o d e c o m plejidad c o n t i e n e los signos de los grados anteriores, m á s los añadidos c o n el signo de la suma ( + ) en la línea correspondiente. Así, en el p r i m e r o y m á s simple solamente se utiliza el p u n t o y seguido; en el t e r c e r o , el p u n t o y seguido, el p u n t o y aparte, la c o m a y el punto y c o m a ; y en el sexto y m á s complejo, todos los signos m e n c i o nados. ¿ Q u é g r a d o d e complejidad en p u n t u a c i ó n suele t e n e r tu escritura? ¿Utilizas todos los signos del e s q u e m a anterior? ¿Con qué frecuencia? ¿Abusas de alguno? ¿Cuál te resulta más difícil? ¿ P o r qué? Fíjate en la p u n t u a c i ó n de tus textos y ¡ a n í m a t e a sacar tus propias conclusiones!

M O D A E HISTORIA

E l paso del t i e m p o ha modificado los usos de la puntuación, hasta configurar las c o n v e n c i o n e s actuales, n o exentas de hábitos y modas. E l curioso c u a d r o siguiente ( e x t r a í d o de T h o r n d i k e p o r Mi11er, 1 9 6 9 ) , muestra algunas tendencias modernas: 178

D I S T R I B U C I Ó N R E L A T I V A D E L A P U N T U A C I Ó N P O R C A D A M I L SIGNOS

:

>

SIGLO

-

0

...

á?

¡I

xvm

Daniel Defoe Samuel Richardson Henry Fielding Jane Austen

718 534 584 522

134 121

10

4

3

0

8

2

161 85 198 119 92 270

37 14 6

65 22 31

34 19 4

0 0 0

33 28 2

51 13 4

687 569 583 466 510

177 213 233 336 323

58 64 57 58 55

1 22 12 25 9

48 44 35 29 41

1 20 20 4 6

0 0 0 6 3

12 30 25 32 31

12 3 34 44 20

433 441 440 447 586

302 337 368 292 368

65 30 31 61 4

31 3 20 28 5

70 53 19 58 3

7 1 8 5 2

15 32 7 1 0

50 30 37 38 28

27 31 69 70 9

SIGLO XIX

Walter Scott W. M. Thackeray Charles Dickens George Meredith Thomas Hardy

SIGLO XX

Edith Wharton H. G. Wells Arnold Bennett John Galsworthy Angela Thirkell

E s t á c l a r o que las diferencias e n t r e los c a t o r c e autores tendrían que explicarse a partir del estilo de c a d a u n o d e ellos, d e los t e m a s sobre los que escriben o del público a quien se dirigen. P e r o n o d e jan d e destacar las siguientes constantes: • C e r c a del 8 0 % de los signos utilizados son c o m a s y puntos, en la mayoría de autores. E s decir, la c o m a y el p u n t o son los signos más frecuentes y los más importantes.

• A lo largo de los tres siglos, se i n c r e m e n t a el uso del p u n t o en d e t r i m e n t o del de la c o m a . T a m b i é n desciende

el uso

del

p u n t o y c o m a , mientras que los dos puntos se m a n t i e n e n . E s tos c u a t r o datos p a r e c e n apuntar u n a tendencia m o d e r n a a abreviar o c o r t a r las oraciones.

179

• L o s signos m a r c a d o r e s de la modalidad (interrogación y admiración) y los puntos suspensivos e x p e r i m e n t a n un a u m e n t o i m p o r t a n t e , que s e g u r a m e n t e hay que relacionar c o n el i n c r e m e n t o de los diálogos o del discurso directo. D e b e m o s recordar lo d i c h o e n la presentación de la cocina sobre el c a r á c t e r subversivo de la literatura, para evitar estrechas c o m p a raciones e n t r e estos resultados, basados en el análisis de obra narrativa, y los usos corrientes de puntuación en la escritura cotidiana. P e r o n o dejan de ser evidentes algunas coincidencias, c o m o la d e la importancia esencial de la c o m a y del punto, o el c r e c i e n t e desuso que sufre el p u n t o y c o m a .

LOS MÁS IMPORTANTES

C o m o de costumbre los más usados son también los más difíciles. P o c o s estudiantes dudan en p o n e r o n o una interrogación, p e r o ¿quién n o ha r e t o c a d o más de dos veces las c o m a s de un t e x t o , o ha dudado e n t r e un punto y un p u n t o y c o m a ? H e aquí algunos c o n sejos:

• Punto y seguido Si una mayúscula inicial abre un período sintáctico (una orac i ó n ) el p u n t o y seguido lo cierra. Mayúscula inicial y punto y seguido son interdependientes. Ejemplos: Estoy leyendo de mayúscula las frases

inicial

que verlo también

asociados

y punto

que empiezan

y seguido.

con mayúscula

al revés).

un-

Se trata de ver que todas terminan

con punto

(Es decir que una y otro van

incluso con paréntesis en

ejemplo (hay siempre

medio.)

• Comas D e e n t r e la treintena larga d e funciones que puede realizar una c o m a , Linares ( 1 9 7 9 ) h a c e una distinción muy útil entre dos grupos. E l p r i m e r o incluye las c o m a s que van solas, y se d e n o 180

m i n a coma-1; el o t r o abarca las que funcionan p o r parejas, y lleva el n o m b r e de coma-2.

U n o y o t r o se reparten t o d o el trabajo de la

coma: COMA-1 coma sola

COMA-2 pareja de comas

Separa ideas y conceptos: • enumeraciones • omisión del verbo • fórmulas: Señora, • fechas: Córdoba, 1 de enero...

Introduce incisos: • aposiciones • cambios de orden • subordinadas —circunstanciales —causales —relativos • marcadores textuales

l a

lb

E s d e c i r , la 1 se coloca e n t r e dos elementos; l a 2 , * a l c o m i e n z o y a l

final de un m i s m o elemento. E s t a simple distinción,

2-1

si se aplica b i e n ,

2b

3

permite corregir algunos de los errores típicos, " c o m o el d e c o m e r s e al3 b

4

gún signo de la pareja c o m a - 2 . E s bastante frecuente que, " quizá c o n c e n t r a d o en la e n t o n a c i ó n o en las pausas q u e haría si leyera el t e x t o en 4b

voz a l t a , el aprendiz se a h o r r e alguna c o m a - 2 , * q u e los incisos del t e x t o queden camuflados,* y que el lector tenga q u e estar más a t e n t o p a r a de5

tectarlos. " P o r e j e m p l o ,

5b

algunas c o m a s q u e se podrían olvidar fácil6

m e n t e son la 2a de si se aplica bien, * la 4a, " que algunos p o n d r í a n e r r ó n e a m e n t e antes del que anterior,

615

e incluso la 1 b del principio.

¡Atención! H e señalado todos los signos del párrafo a n t e r i o r para ejemplificar las c o m a s 1 y 2 en uso. L l e v a n asterisco ( * ) las c o m a s - 1 y he m a r c a d o c o n superíndices correlativos las parejas d e c o m a - 2 ( o 2

2 b

sea: '* y "', * y . . . ) . R e s p e c t o a este tipo d e c o m a , hay q u e t e n e r en cuenta que los signos más fuertes (punto y seguido, p u n t o y c o m a ,

dos puntos...)

pueden sustituir una c o m a d e la pareja si c o i n c i d e n , d e

m o d o que n o se repitan dos signos c o m o los anteriores e n una m i s m a posición. P o r esta razón n o hay c o m a en la posición 3 b , q u e es p u n t o y seguido, o en la l a , que se corresponde c o n una mayúscula inicial. Respetando siempre estas reglas esenciales, los autores utilizan c o m a s y puntos c o n estilos diversos, buscando efectos estilísticos y literarios especiales. E n algún caso rozan la subversión literaria. C o m para los siguientes fragmentos: 181

N O SE CULPE A NADIE

APARICIÓN D E L E T E R N O FEMENINO

Cuando quisimos recordar era verano y en el verano todo se olvida. Así que también Elke se nos olvidó a mí y al Chino junto con todo lo demás. Al Chino más que a mí porque el Chino vive al día como también, según Belinda, don Rodolfo. Y o no soy tan del verano como muchos de mi curso. Los veranos se echa siesta. Como yo no tengo sueño no me duermo, al revés que el Chino, que se queda frito. Echar la siesta da calor, además del que hace de por sí. Y las ferias están bien. Pero yo prefiero el curso. [Pombo, 1993]

Los

El frío complica siempre las cosas, en verano se está tan cerca del mundo, tan piel contra piel, pero ahora a las seis y media su mujer lo espera en una tienda para elegir un regalo de casamiento, ya es tarde y se da cuenta de que hace frío, hay que ponerse el pulóver azul, cualquier cosa que vaya bien con el traje gris, el otoño es un ponerse y sacarse pulóveres, irse encerrando, alejando. Sin ganas silba un tango mientras se aparta de la ventana abierta, busca el pulóver en el armario y empieza a ponérselo delante del espejo. [Cortázar, 1976]

valores de la c o m a y el p u n t o y seguido son m u y distintos

en un caso y en o t r o . P o d r í a m o s reescribir los textos de m a n e r a s diferentes, p e r o el estilo perdería la personalidad y el c a r á c t e r que tiene en c a d a caso.

SINTAXIS Y ENTONACIÓN

E s una práctica escolar bastante habitual la d e r e l a c i o n a r puntuación y e n t o n a c i ó n c o n

finalidades

didácticas. Se sugiere que los

estudiantes se fijen e n la segunda, que t i e n e n consolidada e n el dis-

curso oral, para aprender a usar la primera en el escrito, De esta m a n e r a , a mi e n t e n d e r , c a e m o s e n u n a confusión t e ó r i c a de fondo q u e , a la larga, t e r m i n a desorientando al aprendiz y distrayéndolo d e las auténticas funciones d e la puntuación. E l ejemplo más banal de confusión es la c o r r e l a c i ó n e n t r e m a r cadores d e e n t o n a c i ó n y signos d e puntuación. D e la m i s m a m a n e r a que p e d i m o s a los estudiantes que escriban ¿ ? y /.' c u a n d o en el discurso oral h a r í a m o s una pregunta o u n a e x c l a m a c i ó n , les p r o p o n e 182

m o s que pongan una c o m a c u a n d o e n c u e n t r e n una pausa débil o una curva ascendente de e n t o n a c i ó n , y u n p u n t o c u a n d o e n c u e n tren una pausa larga o una c u r v a descendente. E s decir, p r o p o n e m o s que se fijen en los usos orales para d e t e r m i n a r el escrito y los estudiantes t e r m i n a n escribiendo frases c o m o las siguientes: Las drogas, llegan a provocar adicción, y causan numerosos problemas. [Al]

• Sobra la coma entre sujeto y verbo. • También se podría eliminar la segunda, porque la frase es corta.

Muchos «enganchados» aunque querrían curarse, no pueden porque no tienen apoyo afectivo ni dinero. [Al]

• Falta la primera coma-2 del inciso, antes de aunque...

No estoy de acuerdo evidentemente, con la aplicación de la pena de muerte. [Al]

• Evidentemente debe llevar coma delante y detrás.

L o s estudiantes a r g u m e n t a n que, hablando o leyendo e n alta, se h a c e una pequeña pausa e n t r e drogas y llegan

ejemplo, p e r o que n o hay pausa después d e «enganchados» acuerdo,

voz

en el p r i m e r ni d e de

en los casos siguientes, y, según los consejos q u e les h e m o s

d a d o antes, llevan toda la razón. L o s m o t i v o s para p o n e r o sacar c o mas en estos ejemplos son e x c l u s i v a m e n t e sintácticos: la relación d e íntima c o n c o r d a n c i a e n t r e sujeto y v e r b o , o la presencia d e incisos que hay que aislar e n t r e signos; y p o c a o ninguna relación tienen c o n la entonación. L a escritura es una c o m u n i c a c i ó n básicamente m u d a . L a m a y o ría de textos q u e r e d a c t a m o s están destinados a ser leídos en soledad y en silencio. E l lector y la lectora se enfrentan al escrito sólo c o n sus ojos, prescinden d e las cuerdas vocales y del oído. L o s hábitos de oralizar o subvocalízar (de pronunciar algunas

palabras mien-

tras leemos, aunque sea l e v e m e n t e y en v o z baja) se consideran m a nías perniciosas

para la lectura; son

r e m o r a s que

impiden

el

desarrollo global de la velocidad y la c o m p r e n s i ó n lectoras. D e l m i s m o m o d o , el a u t o r construye su t e x t o - ¡ d e b e r í a c o n s truirlo!— siguiendo las reglas internas del discurso escrito, q u e son ajenas e independientes d e la c o m u n i c a c i ó n oral. E l p e r í o d o sintác183

tico, la m o d u l a c i ó n de la frase o la densidad léxica y gramatical de la prosa constituyen un estilo de c o m u n i c a c i ó n distinto de la espontaneidad y la frescura de la c o n v e r s a c i ó n o del discurso. N o tiene ningún sentido escribir según lo que d e c i m o s o lo que e n t o n a m o s —¡a n o ser que p r e t e n d a m o s simular o reproducir los tics del diálogo y e s c o n d e r el estilo escrito de un texto! E n este último caso, estaríamos r e p r o d u c i e n d o o transcribiendo c o n escritura los diálogos, m o n ó l o g o s y conversaciones típicos d e la c o m u n i c a c i ó n oral, y trataríamos d e traducir la extraordinaria riqueza de matices, pausas y tonos orales c o n los limitados recursos que ofrece la puntuación. E n este ú n i c o caso podríamos hallar una cierta c o r r e s p o n d e n c i a e n t r e puntuación y e n t o n a c i ó n , p e r o debemos e n t e n d e r l o c o m o una e x c e p c i ó n a la generalidad. P o r otra parte, supeditando la puntuación a la e n t o n a c i ó n difundimos i n c o n s c i e n t e m e n t e la obsoleta idea de que la escritura es una simple transcripción de la modalidad oral de la lengua, que sería el c ó d i g o p r i m e r o y esencial. P o r el c o n t r a r i o , la e n t o n a c i ó n y la puntuación son m e c a n i s m o s de cohesión independientes y p e r t e n e c i e n tes a dos modalidades distintas y equipolentes del idioma (Cassany, 1 9 8 7 ) . P o r ello, es m u c h o más rentable y comprensible fundamentar el aprendizaje y el uso de los signos de puntuación en la observación y el análisis sintácticos.

D E S U S O S Y ABUSOS

T a m b i é n podríamos decir de la puntuación que solamente se e c h a en falta c u a n d o n o está. Puntos y comas pasan desapercibidos si ejercen su oficio c o n normalidad; p e r o los lectores nos quejamos en seguida si están mal puestos o si hay demasiados o demasiado pocos. A m e n u d o la falta de f o r m a c i ó n o la negligencia han c o n d u c i d o a los estudiantes a c o m e t e r errores por defecto o p o r exceso. E l p r i m e r e r r o r y el más c o m ú n es olvidarse de los signos y enlazar una frase tras otra de m a n e r a que le toque al lector adivinar los perfiles de la prosa cortar las oraciones por los e x t r e m o s dar sentido a las palabras y detenerse a respirar entonces la escritura se parece a una cinta de colores interminable que hay que sacar del ovillo y r e c o r t a r en pequeños

trozos para poder e n t e n d e r c ó m o se

puede interpretar si n o este fragmento. 184

E l e x t r e m o c o n t r a r i o , e r r o r también - p e r o m á s sofisticado (¡reservado para gente c o m p l i c a d a ! ) - , y también habitual, consiste en p o n e r signos, siempre, a diestro y siniestro, c a d a tres palabras. L a prosa, c o m o es lógico, se c o n v i e r t e en muy, p e r o que m u y - ¡ d e m a siado!— barroca, o, quizá, también, obstaculizada. E l l e c t o r —y la lectora—, sin prisas, incluso v o l u n t a r i o s o / a , debe superar: a h o r a dos puntos, a h o r a una c o m a , a h o r a un p u n t o y c o m a ; c o m o , e x a c t a m e n t e , palos, pequeños, en la rueda. Tienes, i n e v i t a b l e m e n t e ,

la

sensación - d e s a g r a d a b l e , en el fondo— de n o p o d e r , pese a las g a nas, avanzar, leer, tan rápido, y c l a r o , c o m o querrías. E n r e s u m e n , ni desusos ni abusos. L a o r a c i ó n debe deslizarse fresca p o r la pendiente del papel, deprisa y d e m a n e r a c o n t r o l a d a , c o m o una m a n c h a de tinta que se escurre pendiente abajo. L o s signos de puntuación deben apuntalar el c a m i n o del descenso. P u e d e que s o l a m e n t e se considere u n a falta la ausencia d e signos o los p a tinazos graves ( c o m a e n t r e sujeto y v e r b o . . . ) , p e r o cualquier signo de más tiene también incidencia e n el r i t m o final del discurso.

185

13. N I V E L E S D E F O R M A L I D A D

El proceso de aprender una lengua se nos presenta corno el ensanchamiento gradual del repertorio verbal [...], del conjunto de dialectos y registros que cada hablante domina. ISIDOR MARÍ

L o r e c u e r d o al mirar la agenda: ¡EXAMEN! Dejo una nota en el recibidor para avisar a mi familia: Hoy tarde

a cenar.

No me esperéis.

ausentarme: ...solicito prueba

evaluativa

permiso

con

de mis estudios

profesor pone: ...certifico la asignatura

que...

de comunicación

tengo

examen

el fin

de poder

de redacción...

llegaré

ha realizado escrita

durante...

asistir

a

una

E l justificante del

una comprobación

de

A l regresar a casa,

p o r la n o c h e , t o m o nota en mi diario íntimo: ¡Vaya tado ser el examen!...

y

P i d o p e r m i s o e n el trabajo para

rollo ha

resul-

Y m e acuesto c o n la satisfacción del deber

cumplido. ¿ T e imaginas una nota manuscrita, dejada en la mesita del recibidor, para la familia, c o n este tono: Lamento que, a consecuencia mis estudios

de la realización

de comunicación

escrita,

a la cena a la hora acostumbrada? el trabajo que dijera: ¡Tengo

tener

de una prueba

que

informarles

evaluativa

no me será posible

para

comparecer

¡ Q u é risa! ¿ O una solicitud para

un examen!

¡Dejadme

salir antes!?

No

sólo n o conseguiría el permiso, sino que nos tildarían d e maleducados o torpes. Cada situación requiere un nivel de formalidad distinto, adecuado al interlocutor, a la función y al t e x t o ; si n o se respeta, c o m o

en

los

ejemplos

anteriores, peligra el

éxito

de

la

c o m u n i c a c i ó n y la relación e n t r e los interlocutores. V a m o s a ver: ¿qué pasa c u a n d o nos presentamos desharrapados en una reunión de etiqueta? E l nivel de formalidad es la sal y la pimienta del escrito. U n a instancia c o n vocablos vulgares tiene un sabor vetusto, c o m o un bac a l a o salado o reseco, y una carta d e a m o r c o n prosa neutra o científica aburre c o m o un filete insípido. P e r o aunque el c o m e n s a l lec186

t o r se p e r c a t e de los sinsabores de la c o m i d a , n o es nada fácil hallar el p u n t o justo de c o n d i m e n t a c i ó n para c a d a c o m u n i c a c i ó n : el t o n o directo y picante d e una nota, la sintaxis precisa d e la solicitud, o la terminología t é c n i c a para un informe. D o m i n a r la escritura significa t a m b i é n percibir el valor sociolingüístico d e la lengua.

MARCAS DE

[INFORMALIDAD

T o d o s los usuarios y las usuarias más o m e n o s c o m p e t e n t e s de una lengua pueden discriminar los escritos formales de los i n f o r m a les, p e r o sólo los autores más conscientes del valor d e las palabras saben d e t e r m i n a r las causas de ello. L a impresión global de formalidad q u e puede desprenderse de una instancia, o el t o n o más familiar de un m o n ó l o g o , dependen de factores c o n c r e t o s y analizables: la selección del vocabulario, los usos sintácticos o los recursos estilísticos. L l a m a m o s marcas de finjformalidad, de formalidad o d e informalidad, a cada u n o de los elementos que otorgan al escrito su nivel de formalidad. L a «impresión» global que causa un t e x t o depende de la suma d e todas sus marcas. P o r ejemplo, la frase La Merche se largó deprisa de la habitación puede calificarse a simple vista de familiar y m u c h o s d e s t a c a r í a m o s c o m o marcas el uso del hipocorístico Merche o la l o c u c i ó n adverbial deprisa. P e r o un análisis a t e n t o revela más m a r c a s d e informalidad, p o r c o n t r a s t e c o n otras posibilidades expresivas: La Merche

— Merche — Doña Mercedes — Señora D." Mercedes

se largó

— se fue — salió — abandonó

deprisa

— rápidamente — con rapidez

la

— el cuarto — el dormitorio — la estancia

Sánchez

formal

informal

habitación

187

L a adjudicación de formalidad o informalidad a un rasgo verbal depende d e los usos lingüísticos que haga de él su c o m u n i d a d de hablantes. Si una palabra c o m o charlar suele utilizarse e n c o n t e x t o s coloquiales, distendidos, e n t r e amigos o conocidos, queda m a r c a d a c o n ese v a l o r y, c u a n d o se usa en situaciones más formales, c o n serva ese carácter. A d e m á s , en el diccionario mental de c a d a h a blante este v o c a b l o contrasta c o n todos los que p e r t e n e c e n al m i s m o c a m p o s e m á n t i c o y que podrían utilizarse e n situaciones parecidas, c o n sus respectivas marcas: conversar, hablar, también coloquiales, y parlotear y darle a la sin hueso, vulgares; o comunicar, argumentar, deliberar, departir, m u c h o más formales. D e este m o d o , n o existe nada neutro. Cualquier palabra, c o n s trucción o giro carga c o n sus propias marcas, c o n sus c o n n o t a c i o nes, c o n la historia de los usos lingüísticos que de ellos ha h e c h o la c o m u n i d a d hablante. E n general, los rasgos informales suelen asociarse a situaciones espontáneas (conversaciones, notas personales, e t c . ) , al lenguaje c o r r i e n t e y c o n o c i d o , al que se ha adquirido de m a n e r a natural, p o r la interacción c o n la familia, los amigos, etc. E n c a m b i o , los rasgos formales se relacionan c o n el lenguaje m e n o s popular, más culto, aprendido en la escuela c o n instrucción p r o g r a m a d a , y c o n las c o m u n i c a c i o n e s más controladas, aquellas en que los usuarios «vigilamos» más y mejor lo que decimos y c ó m o lo decimos. P o r otra parte, la carga f o r m a l / i n f o r m a l de la lengua n o es un valor estable ni absoluto para todos los usuarios. N o se puede trazar una frontera estricta e n t r e lo coloquial y lo formal; más bien deberíamos e n t e n d e r estas variaciones c o m o un c o n t í n u u m paulatino, c o m o una escala de colores. L a valoración varia a lo largo d e la historia: construcciones c o m o vos y vostro, muy corrientes siglos atrás, suenan hoy formales e incluso extrañas. T a m b i é n c a m b i a c o n la geografía: p o r ejemplo, liviano es más coloquial que ligero, y prieto lo es más que oscuro o negro, en el español de A m é r i c a , al revés d e lo que o c u r r e e n la península. P e r o incluso en un m i s m o lugar y espacio, cada individuo tiene una experiencia lingüística distinta (origen, viajes, migraciones, nivel de estudios, e t c . ) , que le da un c o n o c i m i e n t o personal y parcial d e las m a r c a s de [ i n f o r m a l i d a d . V a l l v e r d ú ( 1 9 8 7 ) p r e p a r ó un curioso ejercicio para v a l o r a r el c o n o c i m i e n t o que tenía un g r u p o de c o r r e c t o r e s lingüísticos de las marcas de formalidad del catalán. Se trata de una buena práctica 188

para desarrollar la sensibilidad sociolingüística sobre estas cuestiones y para t o m a r c o n c i e n c i a de algunas d e las m a r c a s m á s habituales. L a siguiente propuesta es una adaptación al castellano d e la idea original. P a r a cada frase, debemos decidir si es formal ( F ) o inf o r m a l ( I ) y subrayar las m a r c a s que lo d e t e r m i n a n . ¡ A n í m a t e a intentarlo! L u e g o v i e n e n las soluciones. 1. Si n o quieres eso, dalo. 2. Pese a las intensas investigaciones, n o las han localizado. 3. Olvidaros, dejarlo correr. 4 . Súbitamente, la revuelta se p r o p a g ó p o r todas las provincias del país. 5. N o pensaba llamarlo. 6. E s t á n la m a r d e contentos. 7. ¿Manzanas?, las c o m p r a a m o n t o n e s la María. 8. C o m p r e n d i ó las razones p o r las cuales n o había sido admitido. 9. Si se da cuenta, ya la has liado. 10. E l lunes partirán en dirección a N u e v a Y o r k . H e aquí el análisis y los c o m e n t a r i o s de cada frase: 1. Informal. L a forma dalo se considera i n c o r r e c t a p o r q u e c a r e c e del objeto indirecto se: dáselo. Otras m a r c a s son el d e m o s trativo neutro eso, c o n un cierto matiz despectivo además d e impreciso, que en un estilo m á s formal sustituiríamos p o r una expresión más específica (el libro, el objeto, m i e n t o de tú, que contrasta c o n el

el yogur...);

el trata-

usted.

2. F o r m a l . L a selección léxica es bastante culta y h o m o g é n e a . P o d e m o s usar soluciones m u c h o m á s familiares: búsqueda investigaciones; p o r intensas.

encontrado A pesar

p o r localizado;

de o aunque

o muchas o

por

bastantes

t a m b i é n son m á s c o r r i e n t e s

que pese a. E n conjunto, la m i s m a frase c o n bastante m e n o s formalidad podría ser: Aunque

las han buscado

mucho,

no las

han

encontrado.

Fijémonos que la subordinada verbal introducida

p o r aunque

suena m u c h o más coloquial que la n o m i n a l c o n pe-

se a.

189

3. Informal. Es coloquial el uso del infinitivo olvidar y dejar, en lugar del imperativo que correspondería a la frase: olvidaos, de­ jadlo. También tiene claras connotaciones informales la expre­ sión dejarlo correr. 4. Formal. Súbitamente y propagó tienen equivalencias coloquia­ les en de golpe y expandió, extendió o llegó, de más a menos for­ mal. Posiblemente en un estilo familiar seríamos menos precisos y diríamos: por todas partes del país, por todas partes o por todo el país. 5. Formal. El pronombre de persona masculino lo es bastante menos frecuente que el equivalente le, en este contexto; se trata del leísmo de persona, unánimemente aceptado. 6. Informal. La expresión la mar de tiene claras connotaciones expresivas y coloquiales. 7. Informal. La expresión a montones es propia de la conversa­ ción, además de la anteposición y la repetición del objeto di­ recto manzanas. El orden de las palabras también remite a un discurso dialogado improvisado. 8. Formal. El relativo culto por las cuales y la construcción pa­ siva no había sido destacan como marcas muy formales y poco habituales en el lenguaje cotidiano. Además, también podríamos considerar soluciones más bien formales el verbo comprender en vez del más coloquial entender o el uso de las razones en plural. Una versión mucho más coloquial serla: Entendió por qué no lo habían querido o por qué no lo quieren. 9. Informal. La expresión ya la has liado resulta muy popular.

Algunas curiosas equivalencias formales J e la frase podrían ser: Si descubre el hecho, no habrá ninguna ello, habrá terminado el juego.

posibilidad

o Si se fija en

10. Formal. El verbo partir con la accepción de irse o marcharse no es muy habitual. La locuación en dirección a también resulta mucho más formal que la corriente hacia. 190

L a oposición f o r m a l / i n f o r m a l se cruza c o n la de

específico/ge-

neral. Fíjate en las siguientes expresiones paralelas: responder test o resolver que realizar examen,

una ecuación. una prueba,

a un

T i e n e n el m i s m o nivel de formalidad

m u y p o r e n c i m a d e redactar

o escribir

y todavía más alejada de la coloquial hacer el examen.

un Pero

las dos primeras son bastante más especializadas que el resto, p o r que detallan el tipo c o n c r e t o de prueba evaluativa y el a c t o específico d e realizarla. Siguiendo el ejercicio anterior, p e r o i n c o r p o r a n d o otras fuentes, h e resumido e n el siguiente esquema algunas d e las marcas de [in-] formalidad más corrientes del castellano actual:

MARCAS D E [ I N F O R M A L I D A D

COLOQUIALES

FORMALES

Sustantivos • Reducciones consonanticas: setiembre, conciencia, trascendente, trasmitir, sustantivo, oscuro. • Abreviaciones: mili, poli, bici, mates, uni, bocata, mami, pro/e.

• Hipocorísticos: Merche, Pili, Teo, Dani. • Comodines: cosa, eso, fulano, esto, tema.

• Forma sin reducción: septiembre, consciencia, transcendente, transmitir, substantivo, obscuro. • Formas originales: servicio militar, policía, bicicleta, matemática, universidad, bocadillo, madre o mamá, profesor. • Formas completas: Mercedes, Pilar, Teodulo, Daniel. • Uso de vocablos más precisos y específicos.

Pronombres • Combinaciones dialectales: dalo,

• Combinaciones normativas: dá-

i/z a iza CFasí Vasco),toíz/f¡tía, uí A fí¡

(septentrional). • Leísmo aceptado: le he visto (a José). • Leísmo no aceptado: le he visto (a María). • Loísmo, laísmo: lo dio un regalo, la di el paquete.

li ÚÍJL

• Sin leísmo: lo he visto (a José). • Forma normativa: la he visto (a María). • Formas normativas: le dio un regalo, le di el paquete. 191

• Formas procliticas: se lo quiso preguntar, la va a cantar, nos lo quería dar (y también un triste ejemplo que dio la vuelta al mundo el 23-2-1981: fíe sienten, cono...»). • Formas neutras: eso, esto, aquello. • Relativos más usuales: el chico, que vino a verme...; lo que significa que...; el hijo del cual llamó a lapuerta (su hijo, que llamó...).

• Formas enclíticas: quiso társelo, va a cantarla, dárnoslo, siéntense.

pregunquería

• Formas más específicas para cada contexto. • Formas cultas: el chico, el cual vino a verme...; lo cual significa que...; cuyo hijo llamó a la puerta...

Verbos • Participios analógicos: elegido, imprimido. • Uso de perífrasis de futuro: voy a ir, va a cantar.

• Participios latinos: electo, impreso. • Futuro morfológico: iré, cantará.

• Infinitivo con valor de imperativo: a callar, marcharos.

• Imperativo morfológico: marchaos.

Adverbios • Formas populares: deprisa, de gratis, de golpe, mayormente [ver pág. 152).

• Formas en -mente: rápidamente, gratuitamente, súbitamente.

Conectores • Polisemia de algunos conectores. Por ejemplo, que, además de conjunción y relativo, actúa como conector general: • Objeción hipotética en forma interrogativa: ¿que riñes?, ¿que te vas? • Introduce estilo indirecto sin verbum dicendi: que no quiere, que vendrá mañana. • Conjunción explicativa, de justificación: que me molesta. • Uso con valores de como pues, que.

192

que,

callad,

• Uso de conectores y fórmulas más específicos:

• ¿es verdad?,

¿es cierto que te vas?

• Sin elipsis: dice que no quiere, me dijo que vendrá mañana. • Conjunciones habituales: porque me molesta, ya que causa molestias.

Otros aspectos • Estilo verbal: aunque las buscamos mucho...; cuando llegaron la gente gritó... • Orden de las palabras más flexible. • Uso general de formas activas. • Muletillas: o sea, pues, entonces, a nivel de. • Onomatopeyas, interjecciones, frases hechas, refranes. • Fórmulas de conversación: a ver, allá tú, venga. • Fórmulas de referencia oral: lo que te dije, lo que te acabo de decir, te lo di antes. • Sintaxis irregular: anacolutos, ora­ ciones sincopadas, discordancias gramaticales {silepsis, zeugmas).

• Estilo nominal: a pesar de la bús­ queda intensa...; a su llegada la gente gritó... • Orden de las palabras más fijo: su­ jeto-verbo-objeto-complementos. • Uso más frecuente de formas pa­ sivas.

• Fórmulas de referencia escrita: lo que mencione más arriba, en la pá­ gina XX, tal como comenta el capí­ tulo XX ( § 4 4 ) . • Sintaxis regular: oraciones com­ pletas, grado superior de gramaticalidad.

CORRESPONDENCIA

L a variación de formalidad afecta a todos los aspectos textuales, además del léxico y de la morfosintaxis. D e s d e la caligrafía o la p r e ­ sentación hasta la organización d e la información o el estilo r e t ó r i c o , t o d o se adapta a cada situación c o m u n i c a t i v a , c o m o un c a m a l e ó n q u e se camufla en cada paisaje. D e este m o d o , una carta íntima es fresca, personal, desordenada, c o n grafía espontánea, original (parecida al payaso de la literatura); mientras que una carta c o m e r c i a l repite los modelos estructurales y la fraseología típicos fijados p o r el uso. E l nivel d e formalidad adquiere m u c h a relevancia en la c o r r e s ­ pondencia, p o r q u e autor y lector se interpelan el u n o al o t r o p o r m e ­ dio de la escritura. L a s cartas, las solicitudes o las felicitaciones refle­ jan la interrelación entre ambos, c o m o también los factores que condicionan

la c o m u n i c a c i ó n

(estatus social, propósito, tipo

de

texto). V e á m o s l o en las tres cartas siguientes, que podrían haberse extraído de un periódico cualquiera: 193

yi.

1

di*ecá»:

¿dwU, fechada el 6 de wMemfóe de 1984, en, ¿a cual ie manifieUa ¿ácaéo de /eet una cmta delfietiódixx 4ou*ú, fomeféal eftetadí» del huí Amo alemán, toéte iodo en uu aue dúdente de 9kuJ 9& delfau&afe, el medio amátenle y la ümfdesja de áa táuu hace aue u» SBedeatet, afUma aue ¿a degMtdación. ¿uu&ias ie mue&iten, aílicai.

Sk^kuéA de

fitenáo ningún

aue

Áaéet mátiado

&e /etuAéa aue

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eáioy com^eiamem/f, de ámenle la faulaüna degradación, améienáU; táfiia

fiAíMH^ouiA fdaya¿>, cá/aá m

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y.

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[DA]

2 Si. tUtecto*-: Sn etfieniádieo-/huí, can feeüa- 6 de tetCenténe, leí cata, fruue: Antonia Geneu/jena. (leva. a.