Filhos: Educando Daqui para a Eternidade 9788585034306

Seu sacrifício por seus filhos só é bíblico se for feito com uma canção nos lábios. Neste breve livro sobre a criação d

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Filhos: Educando Daqui para a Eternidade
 9788585034306

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Sumário
Primeira Parte - Por que daqui para a eternidade
Capítulo 1 - A definição de família
Capítulo 2 - Sejam mímicos de Deus
Capítulo 3 - Sacrifique com júbilo
Capítulo 4 - Um não em um mundo de sim
Capítulo 5 - Os três "L's"
Segunda Parte - Os fundamentos da disciplina
Capítulo 6 - Filhos de Deus
Capítulo 7 - Quatro princípios para a disciplina
Terceira Parte - Educação e admoestação
Capítulo 8 - A necessidade de uma paideia cristã
Capítulo 9 - Princípios e métodos
Capítulo 10 - Criação de filhos e a comunidade
Capítulo 11 - Há somente um esconderijo contra o pecado
Quarta Parte - Mais parecidos com Cristo
Capítulo 12 - Sejam meus imitadores
Capítulo 13 - Pais dignos de imitação
Capítulo 14 - Seja um imitador de Cristo
Anexo - Perguntas & Respostas
Perguntas & Respostas - Doug e Nancy
Notas
Outros Livros
Contentamento
Virtuosa
Moldando Mentes e Corações
Autores

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Filhos: educando daqui para a eternidade por Douglas Wilson e Nancy Wilson Copyright © 2018 by Canon Press Publicado originalmente em ingl ê s sob o t í tulo: Why Children Matter 1 a edi çã o 2019 ISBN ebook: 978-85-85034-30-6 Tradu çã o: Elmer Pires Revis ã o: Cesare Turazzi Capa e Diagrama çã o: Tiago Dias Vers ã o Ebook: Tiago Dias Todos os direitos reservados à :

Editora Trinitas LTDA S ã o Paulo, SP www.editoratrinitas.com.br

PRIMEIRA PARTE |  POR QUE DAQUI PARA A ETERNIDADE Cap í tulo 1: A Defini çã o de Fam í lia Cap í tulo 2: Sejam M í micos de Deus Cap í tulo 3: Sacrifique com J ú bilo Cap í tulo 4: Um N ã o em um Mundo de Sim Cap í tulo 5: Os Tr ê s “ L ’ s ” SEGUNDA PARTE |  OS FUNDAMENTOS DA DISCIPLINA Cap í tulo 6: Filhos de Deus Cap í tulo 7: Quatro Princ í pios Para a Disciplina TERCEIRA PARTE   |  EDUCA ÇÃ O E ADMOESTA ÇÃ O Cap í tulo 8: A Necessidade de uma Paideia Crist ã Cap í tulo 9: Princ í pios e M é todos Cap í tulo 10: Cria çã o de Filhos e a Comunidade Cap í tulo 11: H á Somente um Esconderijo Contra o Pecado

QUARTA PARTE |  MAIS PARECIDOS COM CRISTO Cap í tulo 12: Sejam Meus Imitadores Cap í tulo 13: Pais Dignos de Imita çã o Cap í tulo 14: Seja um Imitador de Cristo ANEXO Perguntas e Respostas com Doug e Nancy

PRIMEIRA PARTE

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CAP Í TULO 1

A fam í lia é uma comunidade divinamente estabelecida. A institui çã o da fam í lia — consistindo em um homem, uma mulher e seus filhos — foi criada por Deus, n ã o por homens. N ã o é uma por çã o arbitr á ria de indiv í duos, nem algo que meras criaturas possam definir. O Congresso n ã o pode votar para decretar no que consiste a fam í lia tanto quanto n ã o pode votar para decidir se a gravidade existe ou n ã o. O Congresso pode decretar que a á gua corre rio acima, mas n ã o importa o quanto vote, seus integrantes n ã o s ã o capazes de mudar aquilo que Deus estabeleceu previamente. Da mesma forma, se o Congresso votasse por revogar a lei da gravidade, e algumas pessoas decidissem pular de uma colina ou de um arranha-c é u, talvez estes tivessem a sensa çã o de liberdade por um instante — estamos voando! — , mas nada mudaria a realidade do que a gravidade é e do que ela faz. Igualmente, mesmo que a Suprema Corte

banisse o casamento, embora pudesse destruir a vida de muitas pessoas, isso n ã o destruiria a realidade do casamento em si. O matrim ô nio foi estabelecido por Deus logo no princ í pio do mundo. Ele n ã o ser á movido, ele n ã o ser á modificado. Uma vez que, em primeiro lugar, a fam í lia n ã o foi inventada por n ó s, n ã o temos o direito de re invent á -la. Por essa raz ã o, os pais devem tomar cuidado para n ã o tratar a fam í lia como algo remendado e administrado com t é cnicas desenvolvidas por especialistas. Logo, n ã o inicie a leitura deste pequeno livro achando que est á lidando com um punhado de t é cnicas inteligentes e perspicazes que t ê m por fim obter uma fam í lia perfeita. Cada membro da fam í lia é uma pessoa criada à imagem de Deus, e, se desejamos conduzi-la adequadamente, devemos atentar para a Palavra de Deus como nosso primeiro e mais importante guia. Isso inclui tratar todos os membros de uma fam í lia como pessoas , e n ã o como se fossem mais um n ú mero numa fila de espera. Quando se fala sobre fam í lia, cria çã o de filhos, entre outros assuntos pr á ticos, depressa passamos a desejar livros com t í tulos como: Tr ê s Passos Para … ou Doze Passos Para … ou Os Segredos do … , etc. Mas este livro n ã o é um exerc í cio de autoajuda terap ê utica — mas, sim, é a proclama çã o do Evangelho incorporada à vida em fam í lia. Se voc ê olha para a sua fam í lia, e n ã o enxerga princ í pios do Evangelho, ent ã o voc ê est á olhando para a sua fam í lia de olhos fechados. Em especial os pais jovens devem aproximar-se das Escrituras, famintos por instru çã o sobre como realizar tamanha tarefa, principalmente aqueles que n ã o tiveram um bom exemplo paterno ou materno. Pais podem dar a seus filhos algo que seus pr ó prios pais n ã o lhes deram, pois nosso Deus quebra os ciclos do pecado.

Mesmo que sem um bom modelo vindo daqueles que o geraram, ainda que desprovido do exemplo de como tornarse um pai piedoso ou uma m ã e piedosa, voc ê n ã o est á limitado a imitar as pessoas ao seu redor. Aprender por meio da imita çã o direta é uma grande b ê n çã o e ajuda, mas a B í blia ensina que podemos imitar pessoas a partir daquilo que foi escrito acerca delas, sejam biografias, sejam exemplos da pr ó pria Escritura. Deus é o Deus de novos come ç os, Aquele que aben ç oa at é mil gera çõ es. Quando Deus diz que visita a iniquidade de at é tr ê s ou quatro gera çõ es, esta n ã o é uma amea ç a severa, mas um ato de miseric ó rdia. Isso porque Deus est á , com isso, limitando a rea çã o em cadeia do pecado. O t í tulo deste pequeno livro é Filhos: Educando Daqui Para a Eternidade , mas eu poderia aument á -lo para Filhos: Educando Daqui Para a Eternidade, e Por Que Isso Importa a Todos N ó s. Os princ í pios do Evangelho descritos aqui carregam aplica çõ es para todas as á reas da vida, mas em particular para as fam í lias que est ã o criando e educando seus filhos. Al é m do mais, se voc ê estiver lendo esse livro e pensando que n ã o tem nada que ver com crian ç as, devo dizer que preste bastante aten çã o tamb é m: quando solteiro e alistado na Marinha, aportado em uma base em Norfolk, frequentei a Tabernacle Church. Era uma grande igreja, na qual estava ligada uma pr ó spera escola crist ã . Se soubesse que, dentro de poucos anos, estaria no meio da tentativa de come ç ar tamb é m uma escola crist ã , teria prestado mais aten çã o ao que acontecia naquele lugar. Havia muito que aprender. Mesmo ainda jovem e rec é m tentando descobrir o n ú mero do telefone do pai dela, preste aten çã o. Para falar a verdade, se estiver tentando conseguir o n ú mero do pai dela, voc ê j á est á um tanto adiantado.

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CAP Í TULO 2

Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. (Ef é sios 5.1, ARA ) 1

Ef é sios 5.1 diz que devemos ser imitadores de Deus. Escolhi a vers ã o em ingl ê s ESV nessa parte, pois a vers ã o King James (salvo indica çã o em contr á rio, foi a que utilizei neste livro) traz a constru çã o “ be followers of God , 2 isto é , “ sejam seguidores de Deus ” , mas a palavra grega traduzida por “ seguidores ” [ followers ] é justamente de onde extra í mos os termos “ m í mica ” e “ imita çã o ” . Paulo est á ordenando que imitemos, que copiemos a Deus. Somos filhos amados de Deus, e devemos olhar para Ele como filhos que olham para o pr ó prio pai. Deus nos criou para sermos criaturas que refletem, criaturas imitativas. Imitamos instintiva e naturalmente. N ã o s ó imitamos aqueles que est ã o em um mesmo n í vel, tais como nossos amigos, conhecidos, colegas de estudo, de

trabalho e familiares, mas tamb é m pegamos muitas coisas daqueles que est ã o acima de n ó s. Aprendemos a andar e a falar conforme nossos pais, mas a imita çã o fundamental à qual a B í blia nos chama é a imita çã o daquele que adoramos. Os id ó latras tornam-se semelhantes à quilo que adoram. O Salmo 115.4 – 8 diz que os id ó latras adoram est á tuas que t ê m olhos mas n ã o veem, ouvidos que n ã o ouvem, narizes que n ã o cheiram, e termina, declarando: “ tornemse semelhantes a eles os que os fazem ” . Se voc ê adora algo surdo, mudo e cego, logo voc ê se torna surdo, mudo e cego. Se seu deus for im ó vel, voc ê tamb é m ser á im ó vel. Se o seu deus for fundamentalmente impessoal, por resultado voc ê se tornar á cada vez menos pessoal. Da mesma forma os adoradores do Deus verdadeiro, eles tornam-se semelhantes à quele que adoram, como Paulo deixa claro em 2Cor í ntios 3.18: “ E todos n ó s, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a gl ó ria do Senhor, somos transformados, de gl ó ria em gl ó ria, na sua pr ó pria imagem, como pelo Senhor, o Esp í rito ” . O Deus a quem adoramos é o sol que brilha sobre n ó s; e n ó s somos a lua, refletindo-o. Diante de Deus em adora çã o, somos transformados de gl ó ria em gl ó ria; e nisso, à medida que transformados, tamb é m desejamos transmitir essa gl ó ria a nossos filhos. Em poucos lugares as ramifica çõ es desse princ í pio da imita çã o s ã o t ã o importantes quanto na cria çã o de filhos. Para tanto, a imita çã o é absolutamente crucial. Voc ê n ã o quer que seus filhos o imitem, a menos que voc ê pr ó prio seja um imitador de Deus. Se voc ê n ã o imita a Deus, se voc ê n ã o o busca, observando sincera e abertamente sua face em adora çã o semanalmente, sendo transformado de gl ó ria em gl ó ria, ent ã o a ú ltima coisa a desejar é que seus filhos o imitem. Mesmo assim, a m á not í cia é que seus filhos v ã o copi á -lo, queira isso ou n ã o. Ao nascerem, voc ê at é pode procurar por um manual de instru çã o. Pode

sentir que n ã o tem ideia do que fazer. Por é m, h á uma falsa premissa nessa preocupa çã o — voc ê tem uma B í blia. Seu dever é adorar a Deus, imit á -lo, e pedir a Ele que caminhe lado a lado, agora que voc ê ingressou no desafio de ser pai. Tendemos a pensar que o poder é usado destrutivamente, a fim de impor algo a algu é m. Mas, como Deus faz uso do poder? Este é utilizado para o bem, para a salva çã o e maturidade do povo de Deus. Ele deseja que o seu pr ó prio povo seja salvo, e o poder do seu bra ç o é o que Ele usa para salvar-nos. Deus quer que cres ç amos. Ele n ã o deseja suprimir ou sufocar com um relacionamento asfixiante. Deus n ã o nos for ç a a ser como Ele é , mas nos convida a crescer cada vez mais no ato de imit á -lo, e seu Esp í rito nos auxilia à medida que crescemos. À s vezes, quando os filhos j á adultos visitam a casa dos pais no Dia de A çã o de Gra ç as, estes lhes perguntam por qual motivo n ã o fazem visitas com mais frequ ê ncia. Nesse caso, pode ser que os pais sejam exigentes e grudentos. Ironicamente, quando os pais criam e educam os pequenos tendo por objetivo uma independ ê ncia b í blica e piedosa, seus filhos, na verdade, desejam gastar tempo com eles na idade adulta. O prop ó sito do pai ou da m ã e é , por fim, ser o instrumento de salva çã o para os filhos. Voc ê n ã o é a base que os salvar á , mas, sim, é ordenado a imitar Aquele que é o fundamento da salva çã o. O mesmo ocorre no casamento. O marido n ã o pode oferecer a si mesmo como expia çã o vic á ria, substitutiva por sua esposa. O ú nico que pode fazer isso é Jesus Cristo. Por é m, o marido é ordenado a imitar aquilo que n ã o é capaz de fazer. O mesmo acontece no caso do pai e da m ã e. Pais, voc ê s n ã o s ã o capazes de salvar seus filhos. N ã o h á um bot ã o que pressionar ou uma s ó decis ã o a tomar, para da í transformar-se numa base de salva çã o. Voc ê s

obviamente n ã o s ã o gra ç a salvadora para seus filhos, mas s ã o ordenados a imit á -la e a facilit á -la, permeando-a na atmosfera do lar. Deus é poderoso para salvar.

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CAP Í TULO 3

O Senhor, teu Deus, est á no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitar á em ti com alegria; renovarte- á no seu amor, regozijar-se- á em ti com j ú bilo. (Sofonias 3.17)

Ponderemos agora sobre esse vers í culo de Sofonias e o coloquemos ao lado de Ef é sios 5.1. Ef é sios diz que Deus nos trata como filhos. Uma vez que a Escritura mostra como Ele nos trata, desejemos ser n ó s tamb é m à semelhan ç a dele na forma de tratar nossos filhos. Do mesmo modo como Ele nos trata, devemos n ó s tratar nossos pr ó prios filhos. E vemos em Sofonias que Deus se deleita em n ó s. Quando Jesus interveio para salvar-nos, Ele o fez pagando um alto pre ç o. Havendo tomado o peda ç o de p ã o que representava seu corpo, Ele o ergueu e deu gra ç as . Conforme Hebreus 12, Jesus fez o que realizou na cruz “ em troca da alegria que lhe estava proposta ” . Nossa santa ceia é chamada de Eucaristia. O que isso significa? Eucharisto é a

palavra grega para a çã o de gra ç as, significando que a refei çã o da Eucaristia é uma refei çã o de agradecimento. É uma refei çã o de gratid ã o, n ã o s ó porque agradecemos a Deus por aquilo que Cristo fez por n ó s, mas tamb é m porque Ele agradeceu a Deus quando Ele pr ó prio a instituiu. Esse é o tipo de esp í rito grato que vemos em Sofonias. Deus é poderoso para salvar, e Ele salva com j ú bilo. Agora sabemos, a partir da hist ó ria de toda a B í blia, que a salva çã o envolve sacrif í cio, sangue, requer que coisas sejam despeda ç adas. Aquele que n ã o conheceu pecado se fez pecado por n ó s, mas Ele o fez com j ú bilo. Jesus n ã o s ó deu gra ç as durante a noite em que instituiu a Ceia, mas, mais tarde, Ele e os disc í pulos cantaram um Salmo, e ent ã o partiram (Mt 26.30; Mc 14.26). Jesus literalmente cantou enquanto se preparava para ir à cruz. Logo, os sacrif í cios por seus filhos devem ser feitos com j ú bilo, deve ser poss í vel pratic á -los cantando . Se n ã o h á uma c â ntico em seus l á bios, n ã o é um sacrif í cio b í blico. Sem uma can çã o de alegria, o sacrif í cio n ã o passa de um tipo de Ai, coitadinho de mim , vejam como sou m á rtir! , entre outros tipos que n ã o d ã o nada, exceto um retorno med í ocre. O esperado é que voc ê n ã o manifeste c â nticos de j ú bilo e regozijo por seus filhos s ó quando eles forem ador á veis, enquanto estiverem dormindo, em tempos de pura harmonia, uma vez que n ã o est ã o se comportando mal naquela hora. A vida é mais complicada que isso, e tudo — incluindo a bagun ç a — deve ser encarado com uma can çã o. O deleite que estamos imitando n ã o é do tipo irrealista. Nosso tipo de deleite leva em considera çã o o mundo como ele é , e, mesmo assim, se regozija. Manifeste j ú bilo por seus filhos enquanto se sacrifica por eles, enquanto sofre penas, enquanto eles pr ó prios n ã o fazem ideia do quanto est á deixando por causa deles. Regozije-se at é mesmo no dia em que eles forem sair de casa e seguir o pr ó prio rumo, mesmo que isso envolva o

alistamento na Marinha ou entrar numa universidade. Esperan ç osamente, como pai ou m ã e, voc ê , na verdade, os est á preparando para o crescimento — e n ã o apenas para boas conversas com a mam ã e. “ Por isso, deixa o homem pai e m ã e e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma s ó carne ” (Gn 2.24). Os filhos v ã o embora, as filhas s ã o dadas em casamento. H á muitos pais evang é licos, conservadores e sentimentais que guerreiam contra isso e querem adiar esse dia. Pais que se irritam com seus filhos por terem ent ã o um emprego ou c ô njuge e filhos, o que dificulta passar um tempo juntos, batalham contra a estrutura que Deus criou para o mundo. É ó bvio, n ã o estou dizendo para evitar um relacionamento com seu filho adulto e com seus netos. O Salmo 103.17 diz que “ a miseric ó rdia do Senhor é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, e a sua justi ç a, sobre os filhos dos filhos ” . Devemos nos regozijar pelos filhos de nossos filhos. Tenhamos um relacionamento com cada um deles, n ã o como cobertores sufocantes, mas com regozijo por tudo aquilo que Deus d á .

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CAP Í TULO 4

Quando criou a ra ç a humana, Deus colocou Ad ã o num jardim repleto de del í cias, com apenas uma proibi çã o no meio dele. Fora do jardim, nada era proibido, e dentro dele, havia apenas uma coisa proibida. Al é m disso, creio eu, a á rvore do conhecimento do bem e do mal seria proibida por apenas certo tempo, e por isso, depois de aprovados no per í odo de teste, Deus lhes permitiria comer dela. Quando pegaram daquele fruto, Ad ã o e Eva foram julgados por peg á -lo prematuramente , n ã o que a á rvore do conhecimento do bem e do mal fosse m á em si mesma. Por toda a Escritura, o conhecimento do bem e do mal é o que os reis usam enquanto governam e julgam (p. ex., 1Reis 3.9). Esse é o tipo de conhecimento que faz com que reis julguem corretamente. Mas Ad ã o e Eva ainda n ã o estavam preparados.

No entanto, que essa proibi çã o fosse ou n ã o revogada mais tarde, embora Ad ã o e Eva tivessem desobedecido a essa ú nica proibi çã o e sido punidos como resultado disso, Deus viu que o golpe mais severo de retalia çã o por esse pecado afinal ca í ra sobre Ele. Que tipo de Deus é esse? Deus deu a Ad ã o um mundo perfeito, uma esposa perfeita, um ambiente perfeito, uma miss ã o perfeita, uma voca çã o perfeita, e ent ã o, mesmo quando Ad ã o e Eva transgrediram, fazendo a ú nica coisa proibida daquele mundo perfeito, ainda assim Deus prometeu que a descend ê ncia da mulher destruiria a descend ê ncia da serpente, esmagando sua cabe ç a (Gn 3.15). Imite isso . O ambiente do lar deve ser repleto de gra ç a. Quando repleto de gra ç a, o lar n ã o permanece sem padr õ es. N ã o se trata de introduzir anarquia moral. A gra ç a n ã o é uma massa amorfa e gelatinosa. A gra ç a tem uma espinha dorsal. Por é m, quando os fundamentos s ã o transgredidos, os sacrif í cios mais pesados no ato de restaura çã o s ã o realizados pelos guardi õ es da gra ç a, n ã o pelos executores da lei, n ã o por aqueles que apontam o dedo, n ã o pelos familiares que acusam os pais, nem por pessoas que corrigem em um tom nasal de autopiedade. Imagine que seu filho tenha desobedecido, e por isso voc ê lhe diz: “ Como acha que voc ê me faz sentir agindo assim? J á disse milhares de vezes para n ã o fazer isso ” . Embora seja verdade que a repeti çã o é uma parte necess á ria na educa çã o dos filhos, o tom tr ê mulo da autopiedade e a voz exasperada n ã o s ã o. Essa n ã o é uma maneira b í blica de pastorear os filhos, pois eles aprendem por meio da imita çã o. Ao presenciar um adulto se sentindo um coitado, nossa rea çã o imediata n ã o é de: “Ó , coitadinho! ” . Se repleto de autopiedade, seus filhos j á est ã o aprendendo uma li çã o. Mas o que um filho aprende n ã o é sentir d ó de voc ê , mas, sim, a dizer: “ Como acha que isso me faz sentir? ” . E acontece que isso pode se repetir.

Aquele que d á ego í smo, recebe ego í smo. A coisa mais f á cil do mundo é encontrar um padr ã o moral na B í blia e ent ã o aproveitar-se dele de modo ego í sta. O pai ego í sta d á exemplo de ego í smo. Um jardim repleto de gra ç a pode conter uma á rvore da lei. Um jardim repleto de lei n ã o pode conter uma á rvore da gra ç a. Caso haja somente lei em seu jardim, mas com uma á rvore da gra ç a ao centro, esta n ã o é de fato oriunda da gra ç a. É uma á rvore de m é ritos, e voc ê ter á bons filhos apenas por causa da recompensa: “ Eu fui bonzinho, posso ganhar minha recompensa agora? ” . Eu sei, dizer que a atmosfera em seu lar deve ser de “ total gra ç a ” pode parecer sem sentido ou um tipo de presbiterianismo zen, mas aguente um pouco. Mark Twain era o exemplo de pessoa profana, homem que tinha o costume de abusar do uso da linguagem profana, e sua esposa n ã o gostava nada daquilo. Certo dia, ela decidiu deix á -lo profanar, e ent ã o virou-se e, calmamente, recitoulhe cada palavra que o ouvira dizer. Ele a fitou e ent ã o disse: “ Querida, voc ê conhece as palavras, mas n ã o reconhece o tom ” . Agora, inverta o processo: muitos crist ã os conhecem as palavras “ gra ç a ” , “ miseric ó rdia ” e “ perd ã o ” , mas n ã o reconhecem o tom delas . Nosso tom pode ser encontrado na passagem do cap í tulo anterior: Sofonias 3.17. Deus se regozija em n ó s com j ú bilo. Quando direcionada a um fim, a disciplina tem seu prop ó sito. Nenhuma corre çã o parece prazerosa quando aplicada, mas sua gl ó ria é encontrada na colheita (Hb 12.11). A cria çã o  de filhos n ã o é uma escritura çã o abstrata, mas, sim, uma hist ó ria que se espalha desde o lavrar e plantar at é o colher. Trata-se de uma hist ó ria, e é necess á rio manter um olho na hist ó ria de modo a, quando disciplinar seus filhos, manter o outro na colheita — neste caso, para o pr ó prio bem deles. A colheita vem quando eles tamb é m compreendem o fruto pac í fico de uma vida correta.

Quando na idade adulta, voc ê é quem cresceu e compreende o tempo. Aos tr ê s anos de idade, um ano é um ter ç o de toda a exist ê ncia de vida. Aos olhos de um pai ou de uma m ã e, n ã o passa de mais um poste na estrada. Estes, portanto, devem ter uma melhor compreens ã o do tempo e da hist ó ria do que um beb ê de um ano. . . certo? Dificuldade numa hist ó ria é gra ç a; dificuldade sem uma hist ó ria é apenas dor. A instru çã o dos filhos é a oportunidade que voc ê tem de am á -los enquanto os prepara para a colheita, mas isso significa que é preciso ter a colheita em mente.

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CAP Í TULO 5

Quanto ao viver crist ã o, h á tr ê s “ L ’ s ” para escolher: legalismo, licenciosidade, liberdade. No lar, surge o legalismo quando pais tentam estabelecer valores tradicionais ou uma atmosfera disciplinada baseados na pura autoridade paternalista e influenciados pelo benef í cio pr ó prio. Estes desejam que seus filhos se comportem de tal forma que n ã o os irrite. Eles falam para n ã o arrastar coisas pela sala, porque isso incomoda e deixa qualquer um maluco. No entanto, pai e m ã e devem ser motivados pelo desejo de ver seus filhos aprendendo a ter autocontrole, preparando-os para o mundo e para a idade adulta. Devemos corrigir nossos filhos para o benef í cio deles mesmos, e n ã o nosso. Quanto ao legalismo, é o rigor que se torna o padr ã o fundamental. A licenciosidade ocorre quando os pais percebem que o legalismo demanda trabalho demais.

Acontece que, depois de tantos melindres, at é mesmo os filhos se revoltam e explodem. Como resultado, os pais simplesmente abandonam todos os padr õ es, rejeitando tudo como um monte de tolice legalista, tornando o ato de ser pai ou m ã e uma longa corrente de desculpas e teorias de Facebook sobre a inefici ê ncia de dar palmadas. Se voc ê contou a vinte e oito pessoas s ó nessa semana que “ seu filho n ã o cochilou hoje ” como desculpa para a desobedi ê ncia dele, ent ã o talvez seja hora de reavaliar alguns conceitos. Bem sabemos que h á momentos quando n ã o é pretexto, mas uma explica çã o plaus í vel. No entanto, recorrendo a esse tipo de subterf ú gio todas as vezes, voc ê est á apenas tentando fazer com que as pessoas n ã o notem sua falta de sabedoria e disciplina. A liberdade n ã o é uma posi çã o intermedi á ria entre o legalismo e a licenciosidade; é algo totalmente diferente. Temos grande dificuldade com ela. Liberdade n ã o é legalismo moderado, nem licenciosidade moderada. A liberdade é mais rigorosa que o legalismo; a liberdade é mais libertadora que a licenciosidade. Jesus disse a seus disc í pulos: “ Porque vos digo que, se a vossa justi ç a n ã o exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos c é us ” (Mt 5.20). Jesus n ã o lhes disse que fossem fariseus moderados, mas que os excedessem. A liberdade foi comprada para n ó s por Cristo na cruz, n ã o por nossos recursos e justificativas. A justi ç a da liberdade sobrepuja a do legalista, e a alegria da liberdade ultrapassa a do libertino. Se deseja ser um pai crist ã o piedoso sem se tornar um crist ã o piedoso que morre para si mesmo e para seus pr ó prios desejos, ent ã o voc ê n ã o entendeu nada desde o come ç o. A gra ç a é o que todos n ó s devemos aprender como crist ã os individuais; é o que aprendemos quando adoramos a Deus com sinceridade tanto como indiv í duos quanto como pais e m ã es piedosos. Viver em um ambiente de pura

gra ç a, e que tamb é m se envolve com a lei, é algo que somente o Esp í rito de Deus pode conceber. Os filhos percebem quando temos prazer neles conforme nos regozijamos em ser imitadores de Deus. É assim que o mundo funciona. Ent ã o qual dire çã o estamos tomando? Filhos s ã o criaturas que carregam a imagem de Deus. Como pecadores, essa imagem est á desfigurada, pois eles est ã o afetados pelo pecado de Ad ã o, assim como todos n ó s, mas como santos, essa imagem est á sendo restaurada neles, bem como em n ó s. Eles foram afetados pela queda assim como n ó s, mas a imagem de Jesus Cristo est á sendo formada neles, bem como em n ó s. Agora que Cristo veio e nos redimiu da condena çã o da lei, foi-nos dada a oportunidade, como Paulo diz, de criar nossos filhos “ na disciplina e na admoesta çã o do Senhor ” (Ef 6.4). Os filhos tamb é m est ã o no cap í tulo 6 do livro de Ef é sios, mas ainda é parte do mesmo processo que Paulo come ç ou a descrever no cap í tulo 1. O prop ó sito de Deus e o bom conselho de sua vontade incluem os filhos, portanto, cri á -los na disciplina e na admoesta çã o do Senhor significa que tanto pais quanto filhos est ã o se despindo do velho homem e se revestindo do novo homem. Voc ê e seus filhos est ã o se despindo do velho homem. Voc ê e seus filhos est ã o se revestindo do novo homem. Deus est á em busca de uma linhagem, e é desde o come ç o que Ele est á em busca de uma linhagem. Por que Deus os fez, homem e mulher, um s ó ? Ele estava em busca de uma “ descend ê ncia piedosa ” (Ml 2.15). Por essa raz ã o é que educamos nossos filhos daqui para a eternidade.

SEGUNDA PARTE

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CAP Í TULO 6

Sabe, pois, no teu cora çã o, que, como um homem disciplina a seu filho, assim te disciplina o Senhor, teu Deus. (Deuteron ô mio 8.5)

J á escrevi muitas vezes que a teologia emana de quem voc ê é . N ã o importa no que voc ê diga acreditar, sua teologia da justifica çã o e sua teologia da santifica çã o s ã o expostas de forma microc ó smica no relacionamento com seus filhos. Talvez isso o fa ç a co ç ar a cabe ç a por um instante, mas lembre-se de que n ã o s ó queremos aprender a disciplinar nossos filhos de maneira b í blica, mas faz ê -lo em um contexto b í blico. Logo, esse pequeno livro n ã o é uma lista de t é cnicas, e as Escrituras n ã o s ã o uma pedreira de onde juntamos uma s é rie de pedras. Desejamos apenas uma pedra, nosso Senhor Jesus Cristo. Pais e m ã es crentes devem criar seus filhos conforme o chamado que é feito aos crist ã os, mas n ã o é poss í vel cri

á -los assim fora do contexto do Evangelho. Buscamos compreender tudo aquilo que fazemos pelo contexto do Evangelho da gra ç a. N ã o se trata  de uma s é rie de t é cnicas para pessoas de boa í ndole, decentes, respeit á veis, de classe m é dia. Estamos abordando o assunto como crist ã os, pessoas libertas pelo Evangelho de Jesus Cristo, e queremos ser usados por Deus para conduzir nossos filhos a essa mesma liberdade. Deuteron ô mio 8.5 explicitamente diz que o Senhor tem um relacionamento com os seres humanos que se espelha na rela çã o que um pai tem com seu filho. É preciso meditar nessa verdade, e n ã o apenas reconhec ê -la. Mois é s disse ao povo que considerasse com o cora çã o e meditasse sobre isto: um homem corrige seu filho, e Deus faz o mesmo com aqueles que s ã o seus filhos. Quando somos salvos, Deus nos adota como parte de sua fam í lia, e isso significa que estamos em um relacionamento entre pai e filho com Ele. O Senhor Jesus nos ensina a orar “ Pai nosso , que est á s nos c é us ” . Jesus diz “ Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ningu é m vem ao Pai sen ã o por mim ” (Jo 14.6). Logo, Deus é o nosso Pai. As Escrituras geralmente fazem distin çã o entre justifica çã o e santifica çã o. A justifica çã o estabelece o fato desse relacionamento, enquanto a santifica çã o determina a dire çã o dessa rela çã o. A quest ã o nisso tudo é que voc ê é um filho de Deus pelo dom gratuito da gra ç a de Deus. A santifica çã o é o processo por meio do qual Deus nos comunica o que Ele deseja que sejamos conforme crescemos em sua fam í lia. Deus n ã o disciplina os filhos do vizinho: Ele disciplina seus pr ó prios filhos. As dores da santifica çã o d ã o testemunho do fato de que somos filhos de Deus. N ã o existe santifica çã o sem dire çã o, e dire çã o significa disciplina. Entendemos o que a B í blia diz sobre Deus Pai e sobre nossa busca por aprender como disciplinar nossos filhos. Ao

mesmo tempo olhamos para o nosso modo de disciplin á los, e aprendemos coisas sobre nosso relacionamento com Deus. A forma de agir com nossos filhos nem sempre é o melhor jeito de aprender sobre Deus, mas, à s vezes, pela gra ç a divina, fazemos a coisa certa, e isso nos d á a oportunidade de aprender mais sobre o que Deus tem feito em nossa vida.

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CAP Í TULO 7

A disciplina, se corretamente considerada, é uma forma de sabedoria. Do contr á rio, ela n ã o pode ser chamada de s á bia. A disciplina é dolorosa, mas nem tudo o que é doloroso é disciplina. Devemos ser adultos em nosso pensar — cachorros t ê m quatro patas, mas nem tudo com quatro patas é um cachorro. Ent ã o consideremos alguns princ í pios para a disciplina, sendo cada um deles refletido no relacionamento que Deus tem com seu povo. Em primeiro lugar, disciplina n ã o e puni çã o. A disciplina tem como finalidade a corre çã o, enquanto a puni çã o visa justi ç a e retribui çã o. A pena capital, por exemplo, n ã o tem por objetivo a corre çã o do criminoso. At é pode ser que, na bondade e benevol ê ncia de Deus, algu é m no corredor da morte clame ao Senhor e seja convertido, mas esse n ã o é o prop ó sito da pena de morte. Um dos grandes erros de nossos dias é tentar fazer com que os

magistrados civis dominem a responsabilidade da disciplina. Por que temos penitenci á rias? É para l á que v ã o os penitentes. Todo o sistema de penitenci á rias foi criado pelo Estado para realizar a obra da disciplina que pertence à fam í lia, a qual o magistrado civil n ã o é capaz de cumprir. Ao magistrado civil est á designada a espada (Rm 13), n ã o a vara da disciplina. A B í blia ensina que os os pais devem disciplinar seus filhos, e n ã o os punir. Hebreus 12.11 diz: “ Toda disciplina, com efeito, no momento n ã o parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pac í fico aos que t ê m sido por ela exercitados, fruto de justi ç a ” . A disciplina visa a colheita ou o objetivo, ou porque h á um problema a ser corrigido (a forma negativa da disciplina) ou porque h á imaturidade ou fraqueza ainda sem corre çã o (a forma positiva da disciplina). Enfim, a disciplina sempre deseja partir de um lugar para outro a fim de concretizar algo. Voc ê n ã o coloca cada filho numa banheira por um per í odo semelhante de tempo por pensar em direitos iguais. Algumas crian ç as precisam ficar na banheira por um per í odo menor de tempo, e outras precisam de mais, pois est ã o sujas dos p é s à cabe ç a. Dar umas palmadas, disciplinar comportamentos e corrigir atitudes n ã o é puni çã o, mas disciplina, cujo prop ó sito como um todo é tornar poss í vel a chegada a determinado ponto. N ã o se considere um juiz distribuindo justi ç a para todos os lados. Tanto a disciplina quanto a puni çã o s ã o boas em seus devidos momentos, mas n ã o s ã o a mesma coisa. Pais (especialmente quando com filhos pequenos) de forma alguma devem pensar em termos de julgamento ou retribui çã o. Em segundo lugar, certifique-se de disciplinar n ã o com muitas regras, mas com alguns poucos princ í pios. Voc ê é um pai, n ã o uma ag ê ncia regulamentadora. Aplica çõ es espec í ficas podem sempre ser deduzidas de princ í pios, ao contr á rio de quando se introduz princ í pios

a partir de uma s é rie de comandos individuais, o que n ã o alcan ç a o mesmo resultado. Lembro-me de, quando crian ç a, ter recebido de meu pai tr ê s regras. N ã o s ó isso, mas lembro tamb é m onde eu estava no jardim da frente quando ele deu essas regras, e me lembro da maneira carinhosa e afetuosa com que ele me as deu (ele p ô s o punho em frente do meu rosto). Seus tr ê s princ í pios foram: 1) Sem desobedi ê ncia, 2) Sem mentira, 3) N ã o desrespeite a sua m ã e. Agora, isso n ã o abrange tudo? Foque nas leis que s ã o como raiz, e n ã o naquelas que, como folhas, est ã o na ponta dos galhos. Jesus ensina que h á dois grandes mandamentos que resumem todo o Antigo Testamento: amar á s ao Senhor teu Deus de todo o teu cora çã o e o teu pr ó ximo como a ti mesmo (Mt 22.37 – 40). Esses dois correspondem aos Dez Mandamentos — o maior mandamento corresponde aos quatro primeiros, o segundo grande mandamento corresponde aos ú ltimos seis. Todas as outras leis do Antigo Testamento encaixam-se debaixo deles dois. Disciplina por princ í pios significa que seu sistema de disciplina faz sentido. Ela é ordenada. N ã o um caos de mandamentos que dependem do estado emocional da mam ã e ou do papai enquanto as diretivas s ã o dadas. Multiplicamos normas e regras porque, caso o desejo seja acusar, sempre h á com o que acusar. (N ã o tenho d ú vidas de que a grande maioria de voc ê s esteja desobedecendo pelo menos a alguma regulamenta çã o estatal enquanto l ê este livro). Mas essa é a forma de um tirano pensar, n ã o de um pai ou de uma m ã e. Pense em termos de “ mantenha a simplicidade, seja direto ” . Deus nos deu a B í blia, e voc ê pode reduzir a lei do Antigo Testamento a dez requisitos que cabem em uma ficha — e ap ó s isso voc ê pode reduzi-los novamente a dois. Se pergunt á ssemos “ O que o Congresso quer que fa ç amos? ” , ter í amos de encher prateleiras e mais prateleiras

de regulamenta çõ es. Isso porque o Governo Federal n ã o procura obedi ê ncia, mas, ao contr á rio, tenta controlar a vida dos cidad ã os. Pais n ã o devem agir assim. Lembre-se de que Deus deu um jardim perfeito a Ad ã o e Eva: havia um mundo repleto de sim, mas apenas um n ã o. Diminua o n ú mero de n ã os em seu lar. Essa é uma outra forma de dizer que, como pai ou m ã e, voc ê deve escolher suas batalhas cuidadosamente. Suponha que, durante um m ê s, ap ó s cem ordens dadas, seus filhos tenham desobedecido constantemente. Seria muito melhor reduzir tudo a dez ordens e t ê -los seguindo cada uma das dez, melhor isso do que manter as cem, mas ter apenas um quinto delas obedecido. O pai com cem ordens pode at é conseguir conformidade mais vezes, mas a m é dia de acertos ser á terr í vel. E o que se tem incutido é confus ã o quando uma crian ç a nunca sabe se o papai vai dar uns tapas ou se a mam ã e vai explodir . O mundo delas ser á muito mais est á vel e seguro se a quantidade de requisitos for reduzida , mas sempre tendo a obedi ê ncia como alvo. É tudo uma quest ã o de equil í brio. Em terceiro lugar, fique calmo. A corre çã o é necess á ria quando algu é m falha, mas a B í blia diz como aplic á -la: “ Irm ã os, se algu é m for surpreendido nalguma falta, v ó s, que sois espirituais, corrigi-o com esp í rito de brandura; e guarda-te para que n ã o sejas tamb é m tentado ” (Gl 6.1). Essa passagem nos diz como devemos corrigir um ao outro no Corpo. Durante o batismo de infantes, uma das coisas que os pais prometem fazer é tratar a crian ç a como um irm ã o ou irm ã no Senhor. Quando altamente motivado a disciplinar seus filhos, voc ê , de acordo com essa passagem, n ã o est á qualificado para faz ê -lo . E por “ altamente motivado ” n ã o quero dizer motivado pelo Esp í rito Santo, mas por seus nervos, sua raiva, suas paix õ es. Tudo est á dando nos nervos, as crian ç as est ã o em cima, ent ã o voc ê explode, e da í as corrige. No caso, a corre çã o se d á por causa de um zelo

emocional que s ó quer v ê -los de boca fechada . N ã o é a disciplina devida pela transgress ã o da Palavra de Deus, mas a repentina por causa do orgulho afrontado. G á latas 6.1 diz que, para corrigir um irm ã o, voc ê deve ser espiritual: “ corrigi-o com esp í rito de brandura; e guarda-te para que n ã o sejas tamb é m tentado ” . Sempre que corrigir seus filhos, voc ê ser á tentado. Fa ç a-o, mas examinando a si mesmo , a fim de n ã o ser tentado, e cair. Mas, quando qualificado para disciplinar, voc ê nem sempre se sentir á motivado. Vejamos, voc ê est á em paz com Deus e com o mundo, sentado em sua grande poltrona de papai assistindo ao jogo, e um de seus filhos ent ã o desdenha de algo que sua esposa disse. Voc ê at é pode estar qualificado para disciplin á -lo naquele momento, mas, justamente por estar tudo prop í cio, n ã o se sente no clima. No entanto, mesmo n ã o sentindo vontade, a sua disciplina precisa estar baseada em princ í pios e no que Deus deseja que voc ê fa ç a naquele instante, e n ã o em seu estado emocional. Talvez voc ê sinta vontade de disciplinar justamente quando n ã o deveria, e talvez n ã o a sinta exatamente quando deveria, logo, n ã o baseie a disciplina no estado de suas emo çõ es. A fim de ensinar obedi ê ncia, sua disciplina deve ser em si mesma obediente e disciplinada. Citei a frase “ qualificado para disciplinar ” . N ã o cometa o erro de pensar que, por ter sido culpado do mesmo tipo de pecado quando crian ç a, n ã o est á qualificado para disciplinar seus filhos. Sua condi çã o para disciplinar deve estar baseada no que Deus manda fazer naquele momento, e n ã o baseada no fato de ter ou n ã o sido a crian ç a que deveria ser. Se n ã o foi o tipo de filho que deveria ter sido, ainda assim voc ê n ã o deve consertar esse fato do passado recusando-se a ser um bom pai no presente. Arrependa-se e comece a fazer da maneira de Deus de hoje em diante. As condi çõ es ideais para tanto estar ã o ou n ã o presentes no momento da disciplina.

A verdadeira disciplina diz respeito à comunh ã o restaurada. Quando cometido, o pecado quebra a comunh ã o na fam í lia. A disciplina busca tratar essa transgress ã o a fim de desfazer seus efeitos (Ef 4.32). E h á chances de isso dar errado. Se, para come ç o de conversa, j á n ã o houvesse comunh ã o, ser á imposs í vel restaurar aquilo que n ã o existe. Caso os filhos sejam um sofrimento constante gra ç as a caprichos e desobedi ê ncia, com instantes peri ó dicos de dor aguda, que alguns chamam de “ disciplina ” , a rea çã o a isso ser á algo como “ Eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio ” . O filho que n ã o deseja voltar ao jardim da comunh ã o j á n ã o est á dentro dele. Se os momentos de disciplina afastam seus filhos mais e mais, que isso lhe sirva de sinal. Eles podem nunca ter pertencido ao jardim, para in í cio de conversa, e é a í que voc ê precisa come ç ar a agir . Agora, se todos est ã o em comunh ã o, se o seu lar é um lar feliz, ent ã o, quando o pecado transgredir tudo isso, e voc ê disciplin á -los, seus filhos desejar ã o voltar. Eis um sinal saud á vel. Outra forma de dar errado é aplicar a disciplina quando se est á com raiva. A disciplina piedosa subtrai do n ú mero de ofensas; ela n ã o acrescenta. Seu filho foi desobediente e duas ou tr ê s coisas quebraram a comunh ã o no lar; caso o discipline com raiva, a comunh ã o do lar ser á ainda mais perturbada. A “ disciplina ” n ã o ajudou. Se o momento de disciplina adiciona ofensas, ent ã o n ã o é disciplina. A disciplina subtrai, restaura, e coloca as coisas no devido lugar. Se isso n ã o estiver acontecendo, voc ê provavelmente n ã o tem uma comunh ã o crist ã , amorosa em seu lar. Gostaria de adicionar mais uma coisa a esse terceiro princ í pio: fique calmo e aplique a corre çã o f í sica mesmo assim . Anteriormente, mostrei que em G á latas 6.1 somos ordenados a corrigir nossos irm ã os, guardando-nos para tamb é m n ã o sermos tentados. Mesmo ent ã o, voc ê o faz da forma como Deus diz que deve ser feito. A disciplina da

vara n ã o deve ser entendida como uma forma de autoexpress ã o. Trata-se de uma forma de corre çã o e de agradar a Deus. N ã o é uma maneira de ventilar os sentimentos. Se precisa usar para desabafar emo çõ es, voc ê n ã o est á qualificado. A palmada precisa ser muito mais judiciosa e calma que isso. Por é m, permanecendo calmo, e motivado por obedi ê ncia à Palavra, o que Deus diz? Em Prov é rbios 23.13 – 14, a Palavra de Deus diz: “ N ã o retires da crian ç a a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, n ã o morrer á . Tu a fustigar á s com a vara e livrar á s a sua alma do inferno ” . Nisso estamos imitando a nosso Pai: Hebreus 12.6 declara que Deus castiga todo aquele que recebe por filho. Vivemos numa é poca em que um grande n ú mero de pais crist ã os, embora profundamente tolos, t ê m tentado disciplinar de forma tola. Da í , descobrindo que isso n ã o funciona, concluem que o problema deve estar na Palavra de Deus, e n ã o na aplica çã o inepta proposta por eles. Tratando-se de uma corre çã o pecaminosa, sua aplica çã o deve ser abolida. Muitos n ã o entendem isso e acabam por jogar tudo fora. A Palavra de Deus nos diz o que devemos fazer. N ã o rejeite o que a B í blia claramente ensina. Recusando-se a ouvi-la, voc ê n ã o livrar á seu filho, que est á a caminho da destrui çã o. Sim, a disciplina f í sica é ensinada na B í blia, mas isso n ã o significa uma necessidade de disciplinar seu filho a cada dez minutos, havendo ou n ã o necessidade. N ã o estamos falando de abuso de menores — as palmadas devem doer, nunca lesionar. A “ disciplina f í sica n ã o funciona ” ocorre de duas formas: uma quando corrige seu filho, e ele aprende a ficar longe toda a vez que voc ê pisa em casa ou liga a TV. N ã o passa de abuso. Deus n ã o o chama para espancar seu filho; se isso é o que tem feito, seu dever é arrepender-se e buscar o perd ã o de Deus e de seus filhos. Um pai jamais deve espancar seus filhos.

O outro erro, e francamente o mais comum, acontece quando se d á uma palmada ou um tapinha ocasional e muito inconsistente por cima das fraldas. Bom, a crian ç a simplesmente foi deslocada por uns dezoito cent í metros, e nada mais. Aquela pequena coisinha endiabrada vai reagir assim: “ R á ! Eu desafio voc ê e toda sua deplor á vel tentativa de intimidar a dona do mundo! ” . A disciplina é uma linguagem universal. Ela comunica. A disciplina piedosa supera. Deve haver conquista, do contr á rio n ã o pode ser considerada piedosa. Muitas vezes, pais relutam em disciplinar quando necess á rio, pois pensam que seus filhos t ê m a mentalidade fraca em rela çã o à causa e ao efeito da piedade. A m ã e pode dizer “ Acho que minha ovelhinha ” — conhecido pelos de fora como tornado uivante, e por seus irm ã os como Rasputin de pijamas — “ n ã o compreende a conex ã o entre fazer birra e a palmada. Ele parece t ã o triste e desnorteado ” . Voc ê disse n ã o entende a causa e o efeito da disciplina ? Mas como, sendo ele um verdadeiro g ê nio das causas e efeitos da impiedade ? Diga, ele compreende a conex ã o entre choramingar e conseguir o que quer? Ele compreende essa rela çã o casual. . . ent ã o por que n ã o entenderia o relacionamento causal entre mostrar o dedo e ser disciplinado? Prov é rbios 19.19 diz: “ Homem de grande ira tem de sofrer o dano; porque, se tu o livrares, vir á s ainda a faz ê -lo de novo ” . Esse é o princ í pio de causa e efeito. Ao limpar a barra de algu é m que perdeu a paci ê ncia, mesmo que tenha dois, trinta, sessenta anos de idade, voc ê ter á de faz ê -lo outra vez. Quando isso acontece, a crian ç a é recompensada por agir sem medir as consequ ê ncias. Ganha-se mais daquilo que foi atenuado, perde-se o que n ã o foi penalizado. Em quarto lugar, disciplina é amor. A B í blia declara isso de duas formas: primeiro, positivamente: “ porque o Senhor corrige a quem ama ” (Hb 12.6). Quando Deus ama, Ele corrige. O mesmo princ í pio é declarado negativamente

apenas alguns instantes depois: “ Mas, se estais sem corre çã o, de que todos se t ê m tornado participantes, logo, sois bastardos e n ã o filhos ” (Hb 12.8). Em Prov é rbios 13.24 temos o princ í pio declarado de forma negativa: “ O que ret é m a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina ” . Sem disciplina f í sica eficaz, voc ê odeia seus filhos. Se n ã o os disciplina de acordo com a Palavra de Deus, n ã o me importa a sua estrutura emocional — voc ê n ã o os est á amando. O amor n ã o é definido por nossa estrutura emocional, mas por aquilo que a B í blia diz. O ó dio é definido por aquilo que a Escritura declara, e a Palavra de Deus diz que n ã o disciplinar os filhos praticamente equivale a desprez á -los — e isso inclui reneg á -los ao n ã o fazer nada mais do que dar tapinhas por sobre as fraldas. Logo, a disciplina sem efic á cia é uma forma de negar, rejeitar, odiar seus filhos. Deus n ã o age assim conosco, portanto n ã o devemos agir dessa maneira com nossos filhos. Ao mesmo tempo, queremos corrigir nossos filhos enquanto manifestamos todo o fruto do Esp í rito. Por isso disciplinar crian ç as é a vida crist ã de forma microc ó smica. N ã o se trata de uma busca secular desconectada de quest õ es como o pecado e o perd ã o, o Evangelho e a reden çã o. O ato de disciplinar os filhos est á totalmente relacionado a Jesus. Estamos nutrindo almas, n ã o treinando filhotes. Essa é uma forma de discipulado e minist é rio, e n ã o pode ser um minist é rio sem ter Jesus no centro. N ã o se conquista a justifica çã o pelo experimentar da disciplina. A santifica çã o n ã o conduz à justifica çã o, e nosso lugar em Cristo n ã o foi dado porque algu é m nos arrastou at é Ele mediante a corre çã o f í sica. Voc ê foi adotado pela livre gra ç a divina. E ent ã o Deus coloca em voc ê uma das marcas de pertencimento: Ele disciplina todo filho que tem. Medite nisso. Deus o est á amando quando o disciplina. Voc ê recebe o dom da disciplina santificadora como resultado da livre gra ç a.

Quando garoto, nas vezes em que era disciplinado, meu pai, sempre calmo e sensato, dava-nos uma oportunidade de autodefesa, geralmente bem fraca. Ele nos disciplinava e ent ã o nos segurava, orava conosco, e dizia algo do tipo: “ Tudo est á completa e totalmente perdoado, e voc ê pode voltar e reingressar na fam í lia como um membro integralmente participante dela, desde que n ã o fique mal-humorado com o que acabou de acontecer ” . Lembro-me de sentar no por ã o, ouvindo o feliz tilintar dos talheres no andar de cima, como o filho pr ó digo em terra distante. Quando isso acontecia, antes de me arrepender e reingressar na fam í lia, eu era um Wilson? Eu era um Wilson no por ã o tanto quanto era e fui em qualquer outro momento da minha vida. Na verdade, esse era o porqu ê de eu estar l á . Meu pai n ã o fazia aquilo com os filhos do vizinho (por mais tentador fosse de vez em quando). Eu estava l á pois eu era um Wilson. A membresia na minha fam í lia nunca esteve mais segura do que quando eu estava sentado l á , sob disciplina. Estava feliz em ser um Wilson? N ã o necessariamente. Eis que voc ê é um crist ã o justificado. Essa é a sua posi çã o como crist ã o. E ent ã o Deus disciplina, a ç oita, corrige. Ele opera coisas diferentes e que introduzem problemas em nossa vida; se ficamos bravos ou chateados, é como se estiv é ssemos sentados nas escadas do por ã o, n ã o querendo voltar a fazer parte da fam í lia. Voc ê é bem-vindo a mais uma vez subir as escadas a qualquer momento e aprender a li çã o a partir disso. Aprendendo a li çã o, enxergando que a santifica çã o relaciona-se com a justifica çã o, voc ê entende como a disciplina de seus filhos retrata isso tamb é m. Sua teologia da justifica çã o e sua teologia da santifica çã o destilam da ponta de seus dedos, especialmente se voc ê estiver disciplinando seus filhos.

TERCEIRA PARTE

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CAP Í TULO 8

E v ó s, pais, n ã o provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoesta çã o do Senhor. (Ef é sios 6.4)

Na parte anterior, distinguimos a disciplina da puni çã o. Essa distin çã o inicial mostra que a disciplina é corretiva, enquanto a puni çã o est á preocupada apenas com a justi ç a ou retribui çã o. Quando ordena a execu çã o de um criminoso, o magistrado n ã o tenta transform á -lo numa pessoa melhor, mas est á simplesmente executando justi ç a. Isso pode ou n ã o tornar o criminoso uma pessoa melhor, por é m a quest ã o n ã o é disciplinar, mas, ao contr á rio, punir. O que os pais fazem em casa é disciplinar, n ã o punir. Uma vez aceita a responsabilidade de aplicar a disciplina paterna ou materna, descobre-se que, em si mesma, ela ocorre sob duas categorias: corretiva e formativa. A

disciplina corretiva é a corre çã o de pecados manifestos no passado, bem como a corre çã o daquilo que diz respeito ao futuro. A disciplina formativa antecipa aquelas tenta çõ es t í picas ao homem e busca incutir certos tra ç os de car á ter antecipadamente. Nesse texto, a responsabilidade é dada aos pais. Tomando toda a Escritura, sabemos que ambos, pai e m ã e, s ã o respons á veis por essa tarefa crucial (por exemplo, no livro de Prov é rbios, um jovem é exortado a obedecer à lei de sua m ã e ). Paralelamente, vale notar que a responsabilidade central nessa passagem é dada ao pai. Deus imp õ e mandamentos sobre nossas fraquezas. M ã es geralmente n ã o precisam ser exortadas ao interesse e ao investimento na cont í nua instru çã o di á ria de seus filhos. Os pais precisam ser exortados dessa forma, e Paulo faz exatamente isso. Tamb é m nos é ensinado, poucos vers í culos antes, que o marido é o cabe ç a da esposa assim como Cristo é o cabe ç a da Igreja, e isso significa que o pai é o respons á vel por tudo o que acontece no lar. Ele é o respons á vel, em primeiro lugar, por n ã o se tornar uma provoca çã o para seus filhos. Novamente, Deus d á mandamentos à s nossas fraquezas. Quando a B í blia diz “ Pais, n ã o fa ç am isso ” ou “ Esposas, n ã o fa ç am aquilo ” ou “ Filhos, n ã o fa ç am isso e aquilo ” , Deus est á falando sobre coisas que possivelmente far í amos, n ã o f ô ssemos exortados a evit á -las. Logo, os pais t ê m uma tend ê ncia a provocar seus filhos, e o ap ó stolo est á contra-atacando essa postura. Quando um pai faz seus filhos trope ç arem em ira, seu pecado antecede o dos filhos e é muito mais grave. Em Lucas 17.2, Jesus diz que seria melhor que um homem tivesse uma pedra de moinho amarrada ao pesco ç o do que fazer trope ç ar um de seus pequeninos. Agora, o pai de fam í lia é respons á vel por prover para seus filhos uma educa çã o e cria çã o crist ã s. Filhos crist ã os precisam receber muito mais que uma educa çã o crist ã , mas o m í nimo é a receber. As palavras traduzidas em Ef é

sios 6.4 por “ disciplina e admoesta çã o ” s ã o paideia e nouthesia. Ambas s ã o quase sin ô nimas, logo é dif í cil dizer qual palavra é traduzida para qual palavra. Ambas  poderiam ser traduzidas por “ disciplina ” , e ambas poderiam ser traduzidas por “ admoesta çã o ” . Tome ambos os termos, e eles abranger ã o e, necessariamente, exigir ã o uma educa çã o crist ã . O que chamamos educa çã o n ã o é t ã o grande quanto o termo desse comando, mas é , necessariamente, um componente cr í tico. Quando se fala de educa çã o crist ã , todos pensam em escolas, hist ó ria, geografia, matem á tica. Logo nos vem à mente aquele per í odo “ formal ” espec í fico, mas, embora a paideia o inclua, ela n ã o se limita a isso. Hoje em dia, a educa çã o é concebida como “ despejo de informa çõ es ” , mas a exig ê ncia crua e bruta, sem instru çã o, é uma forma de provoca çã o. J á por outro lado, os pais n ã o devem permitir que seus filhos se esquivem da obedi ê ncia, exigindo explica çõ es. “ Por que temos que fazer isso? ” . É uma obriga çã o dos pais responder a esse tipo de pergunta, mas tamb é m penso que um pai astuto dir á : “ Vou dizer uma coisa. Essas perguntas s ã o ó timas. Por que voc ê n ã o limpa a garagem como eu disse para fazer, e quando terminar, sentamos e conversamos sobre o motivo de eu ter pedido isso, certo? ” . De repente parece que a crian ç a n ã o quer mais as respostas à s perguntas que ela mesma fez; tudo o que ela quer é adiar a limpeza da garagem. E voc ê n ã o quer uma crian ç a exigindo explica çõ es como substituto da obedi ê ncia. Paralelamente, se é rotina para o seu filho ouvir nada al é m de “ porque eu mandei ” , e eles n ã o fazem ideia do porqu ê s ã o pastoreados nessa dire çã o, algo est á drasticamente errado. As duas metades desse vers í culo est ã o conectadas: “ E v ó s, pais, n ã o provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoesta çã o do

Senhor ” . Ensinar, instruir e fazer com que o mundo tenha sentido s ã o maneiras de n ã o provocar os filhos à ira. Seu filho é provocado à ira se voc ê n ã o o mune de habilidades. Ainda crian ç a, ele n ã o é preparado para trabalhar duro, para estudar n í veis mais elevados de matem á tica, para manter um emprego, para responder bem à s autoridades. . . da í , quando cai a ficha é que se costuma perceber que o trem j á partiu e que j á é tarde demais. N ã o houve preparo. E quem foi que n ã o os preparou? Se o pai n ã o proveu uma educa çã o crist ã piedosa, ent ã o ele negligenciou o que Paulo ensina nesta passagem. Voc ê j á leu a respeito desse importante ponto da disciplina algumas vezes, mas ele se aplica à paideia crist ã tamb é m. Ent ã o, aqui est á , de novo: a diferen ç a entre a disciplina corretiva e a formativa é que, quando as coisas v ã o ativamente mal, a disciplina corretiva as coloca de volta nos trilhos, restaurando a comunh ã o entre pais e filhos, enquanto a disciplina formativa previne o pior no futuro. Toda disciplina é corretiva, mas alguns tipos corrigem erros passados e outros previnem erros futuros. Suponha que uma m ã e, ao sair pela porta, diga a seu filho que termine a li çã o de matem á tica antes de jogar videogame. Suponha que ele entre no modo de racionaliza çã o t í pica de um menino do Ensino Fundamental e comece a pensar sobre quanta matem á tica est á envolvida na programa çã o de videogames, e que, na verdade, o esp í rito da matem á tica est á impregnado nesses jogos! Quando, mais tarde, naquela noite, de s ú bito suas explica çõ es e racionaliza çõ es desaparecerem como o orvalho da manh ã e as vierem consequ ê ncias, sua m ã e estar á impondo o primeiro tipo de disciplina, a disciplina corretiva sobre um incidente do passado. O segundo tipo de disciplina é deixar estabelecido que a li çã o de matem á tica deve vir em primeiro lugar. A li çã o de

matem á tica pode fazer uma crian ç a sentir-se perseguida. L á est á , uma pilha de tarefas, n ã o porque ela fez algo de errado, mas justamente porque seus pais querem que continue a n ã o fazer nada de errado ao longo de toda a vida. A li çã o de matem á tica exemplifica o preparo para um dia futuro, e isso é disciplina formativa. Ela tamb é m é corretiva, mas é corre çã o preventiva. O mesmo ocorre em outros assuntos. Voc ê est á antecipando problemas comuns à vida, preparando seu filho e o munindo para dias dif í ceis. Isso se conecta ao todo do tema da forma çã o de car á ter. Certo escritor foi muito prestativo ao notar que a educa çã o tem que ver com forma çã o , e n ã o tanto com informa çã o . Corre çã o preventiva, feita da maneira certa, é um processo de constru çã o de car á ter. Um dos grandes erros que os pais geralmente cometem é opor a parte acad ê mica a quest õ es de car á ter. Aprender a fazer o tipo de trabalho que as crian ç as aprenderam a fazer e que tiveram de aprender por mil ê nios n ã o é o oposto da forma çã o de car á ter — em si j á é forma çã o de car á ter. Se um grupo de meninos estivesse usando p á s para cavar uma vala, e um dos pais deles viesse e buscasse seu filho para que passasse fazendo outra coisa em vez de cavar, esse n ã o seria um exemplo de focar no car á ter em vez de cavar. Embora o car á ter seja mais importante que a vala, n ã o a cavando, o car á ter n ã o é desenvolvido. O que se tem é algu é m que se debru ç a sobre a p á ou que vai para casa e se senta no sof á . Todas as tarefas em nossa frente s ã o oportunidades para a constru çã o do car á ter. Ao levar seu filho de volta para casa, privando-o do trabalho de cavar aquela vala, voc ê estaria se recusando a trabalhar no car á ter dele.

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CAP Í TULO 9

N ã o se pode abordar todo esse assunto sem falar sobre princ í pios e m é todos. Imagine uma rodovia com quatro pistas de m ã os contr á rias, duas rumo ao c é u e duas rumo ao inferno. Um Ford e um Chevrolet est ã o nas pistas rumo ao c é u, e nas duas pistas rumo ao inferno est ã o um Ford e um Chevrolet. Os tempos s ã o maus, tanto que, quando os Fords se cruzam, seus motoristas buzinam e acenam um para o outro. O mesmo ocorre no caso dos Chevrolets. Os motoristas em dire çõ es opostas podem sentir um senso real de solidariedade, uma vez que t ê m o mesmo tipo de ve í culo, mas est ã o seguindo em dire çõ es completamente distintas. Quando se trata de educa çã o, alguns pais recorrem a col é gios crist ã os, outras ao ensino domiciliar, e alguns à s coops . 3 Assim como na analogia do Ford/Chevrolet, o ve í culo n ã o importa tanto quanto o local para onde se est á

dirigindo. Alguns fazem escolhas diferentes por motivos bons e piedosos que t ê m muito mais em comum do que outros que fazem as mesmas escolhas, mas por raz õ es completamente diferentes. A escolha em si n ã o é t ã o importante quanto a motiva çã o. N ã o queremos cair em paralelos est ú pidos de Ford-Ford ou Chevrolet-Chevrolet. Queremos pensar sobre o princ í pio — criamos nossos filhos na disciplina e na admoesta çã o do Senhor? Se a sua lealdade prim á ria é aos m é todos, voc ê n ã o est á pensando como um crist ã o. Se a sua lealdade prim á ria é ao alvo, voc ê se ver á em boa companhia com um n ú mero de pessoas buscando o mesmo alvo mas com m é todos diferentes. Mas qual é o alvo? A palavra paideia que Paulo usa em Ef é sios 6.4, a qual discutimos em cap í tulos anteriores, é uma palavra de denso significado. Todo idioma tem palavras abrangentes como essa — em nossa cultura, um exemplo disso seria a palavra “ democracia ” . Ela é t ã o importante que n ã o seria de impressionar se voc ê encontrasse um estudo de tr ê s volumes acerca dela num sebo. Paideia era uma dessas enormes palavras no mundo antigo, e ela se referia à encultura çã o de uma crian ç a at é o ponto que ela pudesse tomar seu lugar como cidad ã o em uma p ó lis. Em outras palavras, paideia referia-se à realidade toda abrangente, criadora da civiliza çã o. Paulo a usa para fazer refer ê ncia a algo muito similar. O ap ó stolo viu crist ã os que outrora foram como que estrangeiros à comunidade de Israel (ver Ef 2.12), mas que mais tarde tomariam seu lugar como cidad ã os da nova Jerusal é m (ver Gl 4.26; Hb 12.22). A liga çã o é a mesma em Filipenses, falando de nossa cidadania nos c é us (Fl 3.20). A paideia crist ã prepara a crian ç a para as responsabilidades que ela ter á como adulto no reino de Deus. Quando Paulo ordena aos pais que providenciem uma paideia crist ã , ele o faz antes que houvesse algo como uma cultura crist ã para os filhos dos primeiros crist ã os de É feso que receberam essa carta.

A determina çã o de instruir filhos na paideia do Senhor é impressionante, principalmente porque n ã o havia civiliza çã o crist ã na qual os enculturar . O que ele estava falando para o crist ã o de É feso fazer? A fim de cumprir tamanha exig ê ncia, os primeiros crist ã os tiveram de criar tal cultura, coisa que vieram a concretizar mais tarde — e é por essa raz ã o que estamos aqui hoje. A civiliza çã o ocidental é o resultado desse esfor ç o, e o reino de Deus n ã o é a civiliza çã o ocidental, mas n ã o h á como contar a hist ó ria de uma sem contar a hist ó ria do outro. N ã o se pode relatar a hist ó ria da Igreja sem falar de Carlos Magno, Alfredo, o Grande, nem se consegue falar sobre a civiliza çã o ocidental sem relatar os primeiros Pais da Igreja. Prosseguindo em cumprir essa obriga çã o, o alvo é fazer com que a civiliza çã o e o reino de Deus tornem-se mais e mais sin ô nimos e de mais dif í cil desassocia çã o. Neste momento, é muito f á cil diferenci á -los. Atualmente, a batalha entre as trevas e a luz é ó bvia. E era muito mais ó bvia quando a Carta aos Ef é sios foi escrita. Mesmo assim, os crist ã os primitivos fizeram o que o ap ó stolo Paulo mandou fazer, e o resultado foi uma cultura cristianizada. Eles n ã o o fizeram perfeitamente, e n ó s n ã o estamos nem perto disso, mas aqueles crentes criaram uma cultura na qual era poss í vel educar os filhos. É privil é gio nosso ter aspectos significantes constru í dos por eles ainda funcionando como parte de nossa heran ç a, significando que n ã o precisamos come ç ar do nada como eles precisaram. Muitos s ã o os esfor ç os e as conquistas que os crist ã os devem almejar com aquela grande ora çã o de duas palavras, “ Geronimo! Amen ” . 4 Deus é quem guia todo o processo. Mas agindo dessa maneira, precisamos confiar no Senhor, sabendo que conhecemos apenas uma pequena fra çã o de tudo o que est á acontecendo, mesmo quando diz respeito ao que acontece com nossos pr ó prios filhos. Consequentemente, n ó s simplesmente temos de receber a

Palavra de Deus e busca-l á dando o nosso melhor à medida que Deus nos capacita com sua gra ç a.

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CAP Í TULO 10

Enquanto com filhos pequenos, pais podem ser v í timas da ader ê ncia a determinada ideia — todos os tipos de no çõ es sobre estratagemas educacionais, esquisitices com a sa ú de, disciplinas infantis, fobias alimentares, e assim por diante. Para a maior parte dessas coisas, podemos dizer, e dever í amos, assim como o ap ó stolo Paulo, que cada um tenha opini ã o inteiramente definida em sua pr ó pria mente (Rm 14.5). Uma das formas de manter a paz numa congrega çã o diversificada é permitir que os outros fa ç am as coisas do jeito deles. O que é bom e a coisa certa a fazer. Por é m, tamb é m é preciso lembrar que n ã o é s á bio viver em uma sala de espelhos (2Co 10.12). Se ningu é m pode abord á -lo e questionar suas decis õ es, voc ê tem uma atitude pag ã . É seu dever estar totalmente convencido e convicto ao final do dia, pois voc ê é quem precisa tomar decis õ es para a sua fam í lia, mas tamb é m é preciso estar aberto para receber opini õ es de terceiros.

Se nunca presenciou o exemplo de pais piedosos educando os pr ó prios filhos, busque diligentemente por isso. Ao buscar conselhos e exemplos piedosos para imitar, tome cuidado. Aprendemos por imita çã o, mas tamb é m invejamos por imita çã o. É preciso aprender a copiar sem comparar. Uma das grandes verdades que descobri ao construir a minha casa foi a natureza do trabalho com cimento. Uma parte incr í vel de trabalhar com esse material é perceber que, poucas horas depois de coloc á -lo, n ã o importa o que aconte ç a, o trabalho estar á feito. Voc ê n ã o mais ter á de preocupar-se em ficar acordado at é tarde para terminar a obra. Seus filhos s ã o esse cimento molhado. Isso n ã o o obriga a tomar um percurso de a çã o em particular, mas o obriga a adotar determinado comportamento. Aqueles ao seu redor t ê m a obriga çã o de ajud á -lo na disciplina crist ã do seu filho. N ã o chegamos ao n í vel “é necess á rio uma vila para educar uma crian ç a ” , de Hillary Clinton, mas, em um sentido limitado, seus filhos s ã o membros de pessoas do pacto e de uma congrega çã o pactual. É bem prov á vel — é garantido, na verdade — que alguns pais sentados na outra fileira saibam mais sobre o que est á acontecendo com voc ê e seu filho do que voc ê mesmo. Voc ê pode n ã o saber que seu filho é um inc ô modo, e a pessoa sentada do outro lado da igreja pode n ã o saber o nome do meio do seu filho — mas ela ainda é capaz de perceber que ele é um inc ô modo. Precisamos daqueles que cuidam da nossa retaguarda. Criar filhos na paideia do Senhor significa instru í -los a fim de que eles saibam que est ã o incorporados em um corpo mais abrangente, maior que sua fam í lia. N ã o apenas maior que ela, mas a Igreja de Deus é ainda mais importante. Voc ê n ã o é for ç ado a fazer tudo o que algu é m diz, mas é obrigado a ter disposi çã o para ouvir sem ficar bravo. O Salmo 141.5 diz assim: “ Fira-me o justo, ser á isso

merc ê ; repreenda-me, ser á como ó leo sobre a minha cabe ç a, a qual n ã o h á de rejeit á -lo ” . No final das contas, existe a liberdade em Cristo de diferir dos irm ã os quando estes diferem sobre pontos de vista. Entretanto, voc ê n ã o tem o direito de ficar irritado enquanto se depara com uma perspectiva diferente da sua. Voc ê n ã o tem o direito de ignor á -las, sem mais nem menos. Estamos envolvidos na vida uns dos outros, e isso é conveniente, pois certos pecados e trope ç os v ã o à frente enquanto outros deixam rastros (1Tm 5.24). A insensatez pr ó pria dos pais é o tipo de coisa que pode demorar para explodir — um de seus irm ã os em Cristo pode perceber que algo vai acontecer uma d é cada antes da concretiza çã o. Entregue-se ao Senhor, leve sua peti çã o diante do Senhor, clame a Deus por isso. . . e esteja disposto a considerar a quest ã o. Prov é rbios 12.1 diz: “ Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreens ã o é est ú pido ” . Voc ê pode saber se est á incutindo o tipo de disciplina correta em seus filhos ao reagir quando algu é m lhe sugere algo. Entrando na defensiva quando isso acontece, n ã o se surpreenda ao ver seu filho na defensiva quando voc ê lhe der alguma sugest ã o. Ele est á aprendendo a como ser ensin á vel por voc ê . Ou n ã o.

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CAP Í TULO 11

Crie seu filho para que ele assuma a posi çã o que lhe cabe entre as pessoas, e isso quer dizer que sair de casa significa sucesso. Assim como é dito em G ê nesis, deixar á o homem pai e m ã e e se unir á a sua mulher e os dois se tornar ã o uma s ó carne. Estabelecer uma fam í lia e um novo lar est á no gene de seus filhos. Em Os Quatro Amores , C. S. Lewis comenta sobre o tipo de amor carente que se recusa a deixar ir. Isso n ã o é cri á -los com sucesso. A cria çã o de filhos é prepar á -los para a vida no reino de Deus conforme este interage com o reino dos homens. O que acontece na fam í lia que se forma duma escola crist ã ou da comunidade de ensino domiciliar n ã o deve ocorrer isoladamente. H á tempos em que preparamos nosso povo para andar no lado de fora da congrega çã o, onde as pessoas s ã o pecaminosas e irracionais. Ou seja, seu filho ser á maltratado. Algu é m dir á algo indevido. E da í ? Bem-

vindo ao mundo, filho. N ã o podemos criar nossos filhos enrolados em algod ã o ou embrulhados com pl á stico bolha, onde nunca encontrar ã o pecado. Pessoas me perguntam: “ Por qual raz ã o voc ê matriculou seus filhos na Logos School? ” . 5 Fiz isso por ser um lugar onde existe bastante pecado. Essa é uma ó tima raz ã o para envi á -los. H á centenas de crian ç as, e elas pecam pra caramba — e os professores e administradores tamb é m s ã o descendentes de Ad ã o. Temos todos os tipos de problemas. Mas o que tamb é m temos é uma comunidade onde nos comprometemos a lidar com o pecado de maneira b í blica. N ã o h á lugar no planeta onde voc ê possa esconder seus filhos da presen ç a do pecado. Ainda que os trancasse numa cabana no topo de uma montanha a oeste de Montana para l á educ á -los, notaria que nosso pai em comum, Ad ã o, seguiu seus passos e o veria manifestando sua presen ç a de todas as maneiras. O pecado deve ser tratado com o Evangelho, n ã o com isolamento ou com coletes de prote çã o. Eis um desafio, pois voc ê e seus filhos recebem o preparo para o viver crist ã o justamente quando, estando eles na classe de catec ú meno ou na escola, ou em uma co-o p 6 , um professor n ã o ensina algo corretamente ou os trata indevidamente. Esconder-se do pecado de fora n ã o nos proteger á do pecado do lado de dentro. H á pessoas l á fora com pontos cegos e sentimentos de vingan ç a. H á pessoas com boas inten çõ es que n ã o acabam bem. N ã o h á como esconder-se dessa verdade. Confronte-a com o Evangelho e siga em frente. Devemos munir nossos filhos para que eles encontrem esse tipo de coisa com um cora çã o cheio do Evangelho. Muna-os com o Evangelho, ensine-os a ter compaix ã o dos irm ã os e das irm ã s da igreja, ainda que n ã o concordem sobre todos os aspectos. Isso é o que significa construir uma comunidade e viver nela. Isso nos leva de volta ao crit é rio

gra ç a. O ú nico lugar que existe para esconder-se do pecado é Jesus Cristo. Qualquer outra t é cnica n ã o surtir á efeito, n ã o funcionar á . Voc ê deve confiar em Jesus. Se, confiando em Jesus, voc ê estiver buscando um m é todo educacional em particular, Deus aben ç oar á seus esfor ç os. Agora, se voc ê acha que j á cuidou de tudo, ent ã o o seu m é todo n ã o est á debaixo da b ê n çã o de Deus, e fadado a esvair-se de suas m ã os. N ã o importa o que seja nem quem esteja envolvido. Voc ê pode ter o melhor equipamento do mundo, mas se tentar fazer um omelete com ovos estragados, voc ê ainda ter á um omelete estragado. N ã o importa qu ã o boa a receita ou qu ã o sofisticada a cozinha. A fim de n ã o pegar ovos estragados, voc ê precisa ter Jesus — perd ã o, pureza, humildade e confiss ã o de pecados. Por essa raz ã o que é espiritualmente perigoso quando crist ã os se gabam de diferentes m é todos educacionais, n ã o por haver algo necessariamente de errado com o m é todo em si, mas por ser uma postura que exclui Jesus. Agindo assim, voc ê perde a b ê n çã o. Almeje exclusivamente ocupar-se da obra de criar seus filhos, ensinando-os e educando-os, com tudo j á sobre o altar, esperando que o fogo des ç a.

QUARTA PARTE

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CAP Í TULO 12

Porque, ainda que tiv é sseis milhares de preceptores em Cristo, n ã o ter í eis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores. Por esta causa, vos mandei Tim ó teo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrar á os meus caminhos em Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja. (1Cor í ntios 4.15 – 17)

Sede meus imitadores, como tamb é m eu sou de Cristo. (1Cor í ntios 11.1)

Ser um pai b í blico e uma m ã e b í blica é muito mais que um pacote de dicas e t é cnicas. T é cnicas s ã o ú teis para aprender a pintar n ú meros, mas esse n ã o é o tipo de

coisa que fazemos enquanto instru í mos nossos filhos. Ao mesmo tempo, a cria çã o de filhos n ã o é algo t ã o misterioso e alheio a esse mundo que s ó nos resta n ã o saber o que fazer. N ã o estamos em uma densa neblina, nada podendo fazer, exceto tate á -la. Pais s á bios compreendem o que est ã o fazendo, mas n ã o com uma postura mec â nica. A paternidade e a maternidade modeladas pela piedade dizem respeito a tornar-se mais como Jesus na presen ç a de pequeninos que tamb é m est ã o no processo que é conformar-se mais à semelhan ç a de Cristo. Ambos est ã o aprendendo li çõ es na escola da santifica çã o. Neste livro sobre a cria çã o de filhos, falamos sobre justifica çã o, a qual consolida o fato do seu relacionamento com Deus, e a santifica çã o, que é o processo de direcionar essa rela çã o. Na escola da santifica çã o, os pais est ã o nos anos finais, e os filhos nas s é ries iniciais. Os pais j á estiveram onde os filhos agora se encontram, e os filhos um dia estar ã o onde os pais hoje est ã o. Vemos os princ í pios estabelecidos na Palavra, e lhes devemos obedi ê ncia, mas n ã o podemos imit á -los de forma a tentar fabricar t é cnicas educacionais a partir de ripas 6 cm x 12 cm. A cria çã o de filhos n ã o funciona dessa forma. A cria çã o de filhos n ã o é algo imposs í vel e, sim, envolve um comportamento guiado por regras, mas deve ser sempre pessoal. Lembre-se da Primeira Parte: a palavra traduzida por “ seguidor ” é mimetai , da qual tiramos as palavras “ m í mica ” e “ imitar ” . Em 1Cor í ntios 4.15 – 17, aprendemos que o genu í no discipulado crist ã o é guiado por um paradigma muito mais parecido com uma fam í lia do que com um audit ó rio. É como um pai conversando com seus filhos ao redor da mesa de jantar. É como uma m ã e conversando com sua filha na cozinha, ambas dialogando sobre algo muito importante a esta. Ser pai ou m ã e n ã o é como despejar informa çõ es, n ã o é como um livro, nem como uma palestra. Tais podem ser

valiosos em seus devidos lugares, mas n ã o cumprem o papel quando se cria filhos. S ã o coisas valiosas em seus devidos lugares, mas n ã o s ã o tudo. Paulo diz em 1Cor í ntios 4.15 que um pai é o equivalente a dez mil instrutores. Se voc ê n ã o tem pai, n ã o importa a quantas palestras voc ê assista. Uma das coisas com as quais lidamos em nossa cultura hoje é a crise da aus ê ncia paterna. Tentamos compens á -la com dez mil instrutores, mas ser á necess á rio muito mais que isso. Por esta raz ã o, Paulo suplica aos de Corinto que sejam imitadores dele (v.16) Ele diz para que o imitem, observando o que faz e fazendo o mesmo. Isso nos incomoda, pois somos individualistas, e, no entanto, desejamos ser originais. Queremos fazer as coisas do nosso jeito, e dan ç ar conforme nossa pr ó pria m ú sica, mas, no fim das contas, todos est ã o copiando algu é m. Ou voc ê copia algu é m que o far á crescer ou algu é m que criar á muitos problemas. Por isso Paulo enviou Tim ó teo: ele era um filho amado de Paulo. O filho poderia recapitular as maneiras de seu pai. Em 1Cor í ntios 11, aprendemos que, quando imitamos Paulo, estamos imitando um imitador. O pr ó prio Paulo imita a Cristo (1Co 11.1). O padr ã o original n ã o foi estabelecido por Paulo, mas pelo Senhor Jesus. Ele imitou a Cristo e n ó s devemos imit á -lo; da mesma forma como Paulo imitou a Jesus, n ó s imitamos Paulo. Um dos pontos centrais que devemos imitar é o padr ã o da imita çã o em si. É claro que h á dois tipos de imita çã o. Progresso verdadeiro e piedade s ã o coisas que se desenvolvem atrav é s da imita çã o, mas porque seres humanos s ã o necessariamente imitadores, o mesmo ocorre com a impiedade. Nascemos neste mundo como descendentes pecaminosos de Ad ã o, logo temos uma certa inclina çã o à imita çã o do que é feio e pecaminoso, e manteremos essa inclina çã o at é que o Senhor nos converta. Mas mesmo ent ã o, imitando a Deus ou pecadores, independentemente,

crescemos por meio da imita çã o. Encontramo-nos em constante perigo de invejar outras pessoas e nos compararmos a elas. Contudo, com todo o processo ocorrendo em Cristo, ent ã o estamos salvos. Uma forma de dizer se estou copiando de forma s á bia ou tola é a seguinte: se estamos imitando biblicamente, quanto mais o fazemos, mais aut ê nticos somos. Quanto mais parecido com Cristo voc ê for, mais resplandecer á a sua personalidade. Vemos situa çõ es quando algu é m copia uma outra pessoa e, por resultado, se perde, mas isso ocorre por causa do que chamo de ego comparativo. Se for algo mais guiado pela inveja ou pela compara çã o, haver á cada vez mais confus ã o. Entretanto, quando todos n ó s nos tornamos mais como Jesus, e quando todos os bilh õ es de crist ã os estiverem reunidos ao redor do trono de Deus, o que surge n ã o é um ex é rcito de clones com um c ó digo de s é rie na parte de tr á s ou no p é . Quanto mais parecido com Jesus voc ê for, mais aut ê ntico voc ê ser á . Quanto menos parecido com Jesus, mais mon ó tono e previs í vel. O pecado é mon ó tono. A piedade n ã o. Quanto mais um filho copia seu pai de forma autoconsciente em Cristo, mais singular ele se torna como futuro pai. Tentando preservar a originalidade ao fazer o esfor ç o para ser o mais singular e legal poss í vel, o que na verdade voc ê est á fazendo é copiar outras pessoas com um olhar insincero, sendo incapaz de admitir que é isso que est á fazendo. Lembro-me de algo que aprendi na Mad Magazine nos anos 1960: “ Est á cada vez mais dif í cil diferenciar os dissidentes ” . Quando voc ê copia com um olhar mesquinho e esnobe, isso tudo fica invis í vel a si mesmo. Voc ê n ã o enxerga que é igual a todo mundo. Mas se voc ê copia aqueles que Deus ordena copiar, e os imita como eles imitam a Cristo, ent ã o voc ê n ã o est á prestes a perder a si mesmo. Ao contr á rio, voc ê est á no processo de tornarse aquilo que Deus deseja.

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CAP Í TULO 13

Todos estamos familiarizados com o sarcasmo embutido no dizer: “ Fa ç a o que eu digo, n ã o fa ç a o que eu fa ç o ” . Quando desafiados, a primeira rea çã o dos pais n ã o deveria ser “ Vamos p ô r um fim nisso ” ou “ O pecado surgiu em nosso filho! Precisamos arranc á -lo! ” . Ao contr á rio, a primeira rea çã o deve ser de, em ora çã o, perguntar se o Senhor n ã o est á lhe revelando algo sobre o seu pr ó prio comportamento e modo de vida. Ao perguntar “ Onde foi que a nossa pequena Sally aprendeu isso? ” e supor que tenha sido de algum r é probo do parquinho no final da rua, pare e considere, que talvez ela esteja aprendendo isso de voc ê . Ser á poss í vel que, nesta situa çã o, Deus esteja segurando um espelho em sua frente, mostrando algumas coisas para que voc ê d ê in í cio a corre çõ es ao arrepender-se de seus pecados?

Consideremos alguns exemplos. Suponha que o filho se comporte mal à mesa e seu pai se irrite. O filho teve um mau comportamento, com certeza, e seu pai lhe disse para n ã o ter essa conduta. Mas por que ele se comporta mal à mesa? Porque seu pai se comporta assim. Irritar-se com seus filhos à mesa é muito pior do que brincar com batatas usando uma faca. A Palavra de Deus nunca diz nada sobre brincar com as batatas usando uma faca, mas aborda a raiz do pecado, que faz arrancar a cabe ç a do sujeito. O pai ent ã o desobedece à B í blia e age de tal forma que humilha todos ali, incluindo a crian ç a brincando com as batatas. N ã o é legal que crian ç as brinquem com a comida, mas porque s ã o boas maneiras evitar esse tipo de comportamento. Entretanto, ficar irritado com maus h á bitos manifestando h á bitos ainda piores é uma coisa pior ainda. Eis um exemplo pr á tico de um pai basicamente dizendo que maus h á bitos à mesa s ã o tolerados. As crian ç as nitidamente t ê m o problema de brincar com as batatas — mas os maus modos s ã o absolutamente aceit á veis. Os pais acabaram de provar. Aqui vai um exemplo mais positivo. Em vez de dizer “ V á ajudar a sua m ã e a tirar a mesa ” , o pai deveria falar: “ Venha, vamos ajudar a mam ã e a limpar a mesa ” . Ele d á o exemplo. N ã o quero dizer que é sempre errado o pai mandar seu filho fazer algo. A vida n ã o se faz poss í vel a menos que as crian ç as recebam tarefas expl í citas de vez em quando. Mas elas deveriam receb ê -las ap ó s verem com frequ ê ncia o exemplo dos pr ó prios pais. Se h á algo a aprender com esse pequeno livro, que seja o seguinte: pais tendem a rotular incorretamente aquilo que t ê m para ensinar. Se alguma vez na vida voc ê j á esteve em um estudo b í blico tentando se localizar na li çã o enquanto todo mundo est á em 1Reis, e voc ê est á em 2Reis, ent ã o, quanto mais procura, mais estranho fica. A confus ã o toma conta se eles estiverem fazendo uma coisa, e voc ê outra totalmente diferente.

Imagine o seguinte cen á rio: suponha que um beb ê esteja em frente a uma mesa de caf é de frente a voc ê , desejando mexer num vaso. Suponha tamb é m que a crian ç a tenha acabado de ficar mais á gil, mas voc ê ainda n ã o preparou a casa para torn á -la à prova de beb ê s, e ele continua desejando tocar o vaso. Os pais ent ã o costumam imaginar o t í tulo da li çã o: “ Como n ã o mexer em vasos ” , enquanto a verdadeira li çã o deveria ser intitulada “ Como n ã o ficar irritado com seu pr ó ximo ” . Com isso voc ê ensina seu filho a como n ã o ficar irritado com o pr ó ximo, mesmo havendo cont í nuo desrespeito. Essa é a verdadeira li çã o. Como Deus nos ensina? Os é ias 11.3 diz que Deus ensinou Efraim a andar conforme um pai ensinaria um filho pequeno, permanecendo atr á s dele, e segurando seus bra ç os. É assim que ensinamos nossos filhos a andar quando eles come ç am a pegar mobilidade. O que est á acontecendo? Quando voc ê est á neste cen á rio, do outro lado da mesa de caf é , de frente para o seu filho, o seu trabalho n ã o é ensinar a crian ç a a ser crian ç a. À s vezes pensamos que h á alguma coisa errada com nosso filho, pois ele deseja tocar o vaso e devemos transform á -lo em algu é m que n ã o deseje tocar o vaso. Mas a sua tarefa n ã o é ensinar a crian ç a a como ser crian ç a — a crian ç a j á sabe como ser crian ç a. Voc ê n ã o est á ensinando seus filhos a serem crian ç as. Voc ê , na verdade, deve ensinar seu filho a tornar-se um adulto. Por essa raz ã o que, quando interagindo com seu filho, que est á do outro lado da mesa, voc ê deveria olhar para o futuro com os olhos da f é e enxergar seu filho como j á estando onde voc ê mesmo est á agora, e seus netos no lugar dele. E, sendo a vez dele, como ele saber á lidar com o pr ó prio filho? Ele ter á aprendido de voc ê ! Se os pais n ã o tiverem paci ê ncia diante de provoca çõ es repetitivas, quanto menos os filhos! Disciplinando seus filhos corretamente, voc ê est á amando os seus netos . Seu

dever n ã o é ensin á -los a serem crian ç as aceit á veis, mas como serem adultos respons á veis — pois este é o ponto principal. Seja honesto — voc ê comprou o vaso em uma venda de garagem no ver ã o passado e esse vaso estar á em outra venda de garagem no pr ó ximo ver ã o. Quem liga para o vaso? A crian ç a viver á para sempre. A crian ç a n ã o é algo que voc ê adquiriu ou de que voc ê se livrar á em uma venda de garagem. O vaso é . Voc ê n ã o deve ensinar a crian ç a a ser uma boa vers ã o do que ela é . Ao contr á rio, voc ê ensina seu filho a tornar-se o que ele deve ser. E voc ê , o que ser á para o seu filho? Esse princ í pio n ã o muda. Suponha que voc ê esteja lidando com uma adolescente teimosa e pensando que “ arrumar essa adolescente ” é a meta do dia. O seu trabalho n ã o é consertar a adolescente. O seu dever é model á -la de modo a deix á -la apta a ser m ã e. Algumas primaveras mais tarde, sua adolescente ter á sua pr ó pria adolescente. Voc ê n ã o a est á treinando para ser uma adolescente. Ela j á sabe fazer isso. Voc ê a est á preparando para o dia quando deixar de ser uma. O mesmo acontece com os professores. Os planos de aula que voc ê s produziram e entregaram para a administra çã o n ã o s ã o a verdadeira li çã o. A verdadeira li çã o é modelar Cristo para seus alunos, amando a Cristo e amando os alunos e o material. É isso que é ensino piedoso. Quando os alunos o veem interagindo com eles e com o material como algu é m que ama a Jesus Cristo, isso tem um impacto profundo. Se voc ê est á fazendo algo a mais, isso tamb é m tem um impacto, mas n ã o um bom impacto. Tamb é m h á ocasi õ es em que a imita çã o correta é superficial. É mais dif í cil impedir que seus filhos fumem se voc ê fuma. É mais dif í cil impedir que seus filhos se irritem se voc ê est á constantemente bravo. Mas h á uma outra maneira de abrir o caminho para a imita çã o sem piedade,

mesmo que seus filhos nunca o vejam fazendo algo errado. Lembre-se, Deus est á presente, e Deus v ê que portas voc ê est á abrindo em seu lar, at é mesmo as portas secretas, e quais fechaduras voc ê est á deixando abertas, at é mesmo as secretas. Por exemplo, um pai com o h á bito secreto de consumir pornografia n ã o deve ficar chocado ao descobrir que seu filho passa pelo mesmo problema, mesmo que nunca o tenha visto. Ocorre que o pai, com isso, concedeu um tipo de permiss ã o pactual. Ele est á dizendo: “ Nesta casa deixamos aquelas portas destrancadas. N ã o h á problema na indiferen ç a ” . Pecados secretos tamb é m podem ser imitados. H á uma profunda estrutura nisso tudo, a qual n ã o podemos fingir que entendemos, mas é extraordin á rio como esse tipo de coisa acontece paralelamente, mesmo que nada seja feito abertamente. Quando oramos, pensamos ou meditamos sobre a cria çã o de filhos, é tentador chegar ao final e dizer “ Bom, o amor é tudo de que precisamos ” . Curiosamente, tal redund â ncia é de fato verdadeira, mas, na verdade, n ã o da forma como os Beatles ensinaram. A B í blia nos diz em 1Jo ã o 4.8 que Deus é amor. Deus é Senhor sobre todas as coisas, e a sua forma de amar est á conectada maravilhosamente e autoritativamente a absolutamente tudo. Em outras palavras, n ã o h á lugar aonde voc ê possa ir nesse mundo em que o amor seja irrelevante. O amor sempre é relevante, pois Deus é amor. É nele que vivemos e nos movemos e existimos. Deus é quem ama, Jesus é o Amado, e o amor entre eles é o Esp í rito. É no amor triuno que vivemos, nos movemos e existimos. Isso significa que o amor é relevante em todos os lugares. Isso explica por que, se desconectamos o amor de qualquer coisa que estejamos fazendo, o resultado é fracasso espiritual. Mesmo que eu tenha dominado todas as t é cnicas paternas e maternas, se n ã o tenho amor, nada sou. O ensino piedoso, a forma çã o de car á ter, e o discipulado s ã

o simplesmente isto — amar a Deus e amar aquilo que voc ê de fato concretiza na presen ç a de outras pessoas, as quais voc ê tamb é m ama. Ame a Deus, ame o que voc ê est á fazendo, e ame quem o est á fazendo com voc ê . Fazendo isso, Jesus estar á presente. Do contr á rio, n ã o importa se voc ê disser “ Vamos esquec ê -lo. Afinal de contas, tenho uma lista de afazeres ” . Voc ê deve fazer o que faz em Cristo. Imagine um pai e um filho em frente a um tronco de madeira inteiro. Qual é a responsabilidade do pai? É pegar dois machados, dar um deles a seu filho, e amar a Deus e amar uma manh ã repleta de madeiras cortadas, e fazer isso ao lado de seu filho, a quem ama. Isso é o que a cria çã o de filhos piedosa significa. Ame a Deus, ame o que faz e ame as pessoas que Deus colocou em sua vida. Isso retira a necessidade de corre çã o? N ã o, voc ê deve mostrar como segurar o machado e n ã o o deixar que o manuseie com descuido. Corre çã o, disciplina, ensino, mentoria — tudo isso deve estar presente, pois voc ê ama a Jesus, pois voc ê ama a madeira, e porque voc ê ama o seu filho. Isso é o que voc ê deve fazer.

Í

CAP Í TULO 14

Ler 1Cor í ntios 13 e inserir o pr ó prio nome ao ler a palavra amor é um exerc í cio devocional comum. O que, na verdade, voc ê precisa fazer é passar por 1Cor í ntios 13 e colocar o nome de Jesus ali. Jesus é paciente, Jesus é bondoso. Jesus faz todas essas coisas perfeitamente, e eu devo é fazer nele o que estou fazendo. Se voc ê n ã o est á imitando Jesus Cristo ou imitando o seu povo que imita a Ele, se voc ê est á corrigindo seus filhos de forma dura ou cegamente com um senso de p â nico, ou se n ã o est á corrigindo seus filhos da forma como deve, ent ã o é mais f á cil pensar de forma reversa, e acreditar que Deus esteja fazendo o mesmo com voc ê . Alguns de voc ê s, pais, devem ter lido este livro com a sensa çã o de um chute na cabe ç a. Voc ê pode sentir como se nada pudesse fazer a respeito — seus filhos j á est ã o todos mais velhos, e parece que Deus est á olhando para voc

ê da mesma forma como voc ê costumava olhar para seus filhos. Mas Deus n ã o age dessa forma. Ao pensar sobre o Deus onisciente e onipresente, precisamos pensar em um Pai . Muitos de n ó s o imaginam como uma for ç a ou poder onisciente, onipresente e onipotente tal qual a eletricidade, e com uma tend ê ncia maldosa prestes a punir. Mas Deus n ã o é nada disso, e erramos ao pensar nele nesses termos. Deus perdoa. Ele o tomar á de onde est á , n ã o de onde voc ê deveria estar. É preciso pensar “ Tudo bem, n ã o posso fazer nada disso fora de Cristo. Tudo precisa estar em Jesus, em um esp í rito de amor, e devo me voltar a Ele e aceitar o perd ã o que Ele oferece; Ele é que deve me tirar daqui ” . Isso é o que voc ê deve entender. N ã o se trata de uma superlei. Tudo isso é o Evangelho. A cria çã o de filhos é o Evangelho em sua completude, pois tamb é m Deus nos est á criando . E para o que Ele nos est á criando? Para a presen ç a, para o gozo e para o c é u de Deus. Ele nos est á criando para sermos como Jesus. Ele nos est á criando para sermos n ó s mesmos.

ANEXO

PERGUNTAS & RESPOSTAS

1. Existe um momento aceit á vel para perguntar a seu filho “ Como voc ê acha que isso me faz sentir? ” ? Doug : Das duas, uma: autopiedade ou retoricamente ineficaz. 2. Deve haver o momento para perguntar: “ Como voc ê acha que isso faz a sua m ã e se sentir? ” ? Doug : Depende. Se for no desejo de ver as crian ç as mais agradecidas ou gratas pela refei çã o feita, n ã o h á nada de errado nisso, uma vez que ser á uma atitude para o benef í cio dos demais. Nancy : Mas, veja bem, n ã o deve ser algo feito, por exemplo, no meio de uma refei çã o. Tente um tempo depois, ou os prepare com certa anteced ê ncia, n ã o queira fazer seu filho sentir-se culpado quando tiver de

responder. Doug foi quem me ajudou a aprender a n ã o levar a desobedi ê ncia das crian ç as para o lado pessoal. Se eu me ofendia, as coisas complicavam, e come ç ava a atribuir causas para a situa çã o: “ Se me amasse, voc ê n ã o teria feito isso, ent ã o o problema deve ser bem mais profundo! ” . S ó permane ç a objetivo: “ Eu disse para n ã o fazer isso, e voc ê fez mesmo assim ” . Dessa forma, n ã o se torna algo pessoal ou sentimental. Doug : Voltando ao exemplo da mesa de jantar, ao inv é s de dizer “ Por que é que voc ê s s ã o um bando de ingratos? ” durante a refei çã o, arruinando o jantar, é muito melhor dar o exemplo: “ Temos aqui um maravilhoso jantar. N ã o acham, crian ç as? ” . Agora, se um de seus filhos disser “ N ã o, est á horroroso ” , da í , sim, ele o estar á provocando e desafiando, ent ã o eis um momento prop í cio para a disciplina. Por é m, na maioria das vezes, quando est á tudo bem, a crian ç a apenas est á se expressando de forma impensada. Em casos assim, o pai pode demonstrar como ser grato. 3. Como voc ê disciplina seu filho em consist ê ncia com a permiss ã o e a liberdade que lhe proporciona? Doug : Uma das melhores formas de ser consistente é reduzir o n ú mero de ordenan ç as. Por exemplo, se o seu filho tem dois anos de idade, e sua casa est á repleta de coisas que o obriguem a ficar repetindo “ n ã o mexa ” toda hora, minha sugest ã o é que voc ê pegue todas essas proibi çõ es e considere quantas delas pode eliminar, deixando o ambiente de sua sala seguro para beb ê s, digamos. Diminuindo noventa por cento das ordens, fica mais f á cil vencer sempre. Mas, impondo uma multid ã o de regulamenta çõ es, ser á dif í cil para o seu filho lembrar-se de todas elas. Vejo pais citando ordens como se fossem metralhadoras: “ Pegue os sapatos. Coloque a jaqueta. Venha aqui. Ponha esse livro l á” . Eventualmente,

seus pequenos ficar ã o sobrecarregados, e haver á algum tipo de infra çã o. Al é m disso, tente aglomerar aquilo que voc ê manda, a fim de ter de usar as mesmas palavras sempre. Para uma crian ç a de dois anos, uma das express õ es pode ser “ sem agita çã o ” , e voc ê deve garantir o uso das mesmas palavras todas as vezes. Se das outras vezes da í usar “ sem mau humor ” ou “ pare de reclamar ” , voc ê pode confundir a cabe ç a do seu filho. 4. Como ser um lar de sim sem mimar seus filhos? Doug : Deus diz n ã o pois Ele tem um sim maior. Logo, voc ê pode dizer n ã o a um v í deo, mas depois lhes dar um quilo de massinha. Quando uma m ã e diz n ã o a uma barra de chocolate antes da janta, esse é um n ã o por ela ter um sim à vista. Nancy : Uma das coisas que fiz quando nossos filhos eram ainda pequenos foi garantir a obedi ê ncia antes mesmo que eu desse uma ordem. Ent ã o, quando de fato era o momento de dizer n ã o, eu podia relembr á -los do que lhes havia dito anteriormente. Da í tudo que precisava acontecer, acontecia, e eu dizia “ Ah, ó timo! Voc ê conseguiu! ” . Outras vezes me lembro de ouvi-los reclamando, ent ã o eu falava para rebobinar a fita, sair da sala e entrar novamente, mas ent ã o com uma postura de gratid ã o. Trata-se de manifestar gra ç a mas tamb é m de dar instru çã o. Doug : Pais e m ã es geralmente emboscam seus filhos com ordens e requisitos, é como assistir a um jogador de futebol americano ficar encurralado pelo time advers á rio. Suponha que seja ver ã o e seus filhos estejam brincando bastante e com muito calor e energia, da í voc ê sai para o quintal e diz: “ Hora de entrar! ” . Pronto! Eis exatamente uma f á brica de desobedi ê ncia. É como ter uma sala cheia com cinco crian ç as, e dar a todas elas somente um bal ã o — um pequeno bal ã o de pecado. Em vez disso, voc ê deveria ir ao jardim e dizer “ Crian ç as, dez minutos

” . Dessa forma, cada um tem tempo de se ajustar; elas sabem o que acontecer á . Voc ê as est á preparando para o sucesso, e n ã o as pegando de surpresa, garantindo assim o fracasso delas. Nancy, voc ê costumava prepar á los enquanto a caminho do supermercado, tamb é m. Nancy : Quando í amos ao supermercado, ainda a caminho, eu recapitulava com todos eles as tr ê s regras: sem pedir besteiras, sem tocar em nada, e fiquem comigo. Era um jogo da sorte, e eu dizia estar orgulhosa deles; muitas vezes a caixa comentava qu ã o bonzinhos eram os meus filhos. Crian ç as obedientes e alegres s ã o um bom testemunho. No final, se cumprissem as regras, eu sempre comprava um presentinho para eles. 5. Pode falar um pouco sobre os passos que voc ê dava para n ã o levar as coisas para o lado pessoal quando seus filhos desobedeciam? Nancy : Enquanto seu filho pequeno tenta argumentar, é tentador cair na argumenta çã o. Doug lembrava-me de que eu tinha a autoridade sobre meus filhos, e que deveria us á -la sabiamente. A sabedoria n ã o leva as coisas para o lado pessoal, nem entra em uma discuss ã o com crian ç as. Doug : Acaba se tornando algo contradit ó rio. Voc ê j á deve ter visto á rbitros se intrometendo no jogo, saindo da imparcialidade. O pai e a m ã e s ã o os á rbitros. Vestindo a camisa da arbitragem, eles n ã o podem jogar por um time. A partir do momento que voc ê come ç a a participar do jogo, torna-se algo pessoal e o seu julgamento se obscurece. Nancy : À s vezes eu me precipitava no n ã o: “ Mam ã e, posso comer um biscoito? ” — “ N ã o, n ã o pode ” . Da í é que eles gostavam mesmo de argumentar. E foi ent ã o que precisei aprender a esperar e dizer “ Bom, vou pensar ” . Normalmente, se parasse para pensar sobre a situa çã

o, eu diria que sim ou teria outra ideia. Creio que seja natural ver filhos tendo a vontade de discutir com a m ã e. Ent ã o, desde cedo, Doug sempre me lembrava de permanecer calma, exercendo minha autoridade sobre eles. Doug era o meu suporte, logo, se eles fossem insubordinados a mim, seriam insubordinados a ele. E ele me apoiava. Doug : E isso traz de volta o que meu pai me ensinou: n ã o desrespeite a sua m ã e. Eu sabia que, quando lidava com a minha m ã e, eu estava lidando com o meu pai. E quis que meus filhos soubessem que, se estivessem lidando com a Nancy, estariam lidando comigo. Isso a ajudou, pois, dessa forma, ela n ã o precisava carregar aquele peso sozinha. Ela poderia simplesmente passar a bola para mim, se as coisas ficassem intensas e dif í ceis. 6. Quais passos voc ê s tomaram para entrar em sintonia na disciplina dos seus filhos? Doug : A B í blia relata que todo crist ã o deve zelar por ter a mesma mentalidade, logo marido e mulher devem ter a mesma mentalidade quanto à disciplina e aos padr õ es de obedi ê ncia. Que eu me lembre, nunca precisamos nos esfor ç ar para tanto, dado que Nancy sempre quis que estiv é ssemos em sintonia. Por é m, h á outro lado importante: filhos pequenos precisam de que o pai seja duro, mas n ã o a m ã e. H á um aspecto carinhoso e acolhedor que a mam ã e precisa dar, e tamb é m um aspecto engole esse choro , n ã o sangre no carpete por parte do pai. Por causa disso, desentendimentos podem acontecer quando o homem pensa que a mulher deve ser exatamente como ele, ou quando a esposa acha que o marido deve ser igual a ela, n ã o percebendo as oportunidades de amadurecimento, que Deus deu aos filhos um pai, para que assim aprendam a ser firmes, e que Deus deu aos filhos uma m ã e, para que assim n ã o sejam duros o tempo todo.

Nancy : Se achasse o Doug severo demais com algu é m ou que ele havia deixado algo passar, eu refletia a respeito, mas n ã o falava daquilo na frente das crian ç as. Convers á vamos mais tarde, sem que elas pudessem ouvir, sempre almejando uma frente unida. Tentar nos dividir era uma ofensa digna de disciplina f í sica imediata. Se um deles me pedisse algo e eu dissesse n ã o, ele n ã o teria a permiss ã o de pedir a Doug. O n ã o de um de n ó s era o suficiente. Al é m disso, pais tendem a ser mais duros com os meninos mas mais moles com as meninas. M ã es tendem a ser mais duras com as meninas, e mais male á veis com os meninos. Compreender essa tend ê ncia pode ajud á -lo a ser mais sensato com todos. Doug : Dialoguem a respeito. Fora das trincheiras com os pequeninos, certifique-se de repassar o que aconteceu. Quando seus filhos estiverem todos dormindo, certifique-se de conversar. “ Como foi? Como foi o dia? O que sente quanto ao seu relacionamento com Fulano e Ciclano? Como aquele incidente terminou? Certo, da pr ó xima vez faremos o seguinte ” . 7. Como era conduzir os devocionais com as crian ç as? Doug : Faz í amos um monte de coisas diferentes. Nancy : Assim que casamos, no primeiro dia, Doug abriu a B í blia e come ç ou a l ê -la para mim em voz alta, logo pela manh ã . Doug : Quando as crian ç as come ç aram a chegar, e nossa agenda ficou confusa, mudamos para a hora da janta. Que fosse a leitura da B í blia, o uso do Catecismo para discuss ã o, a leitura de uma hist ó ria b í blica, era entre o jantar e a sobremesa. Quando nossos filhos cresceram e j á estavam na escola, todo o per í odo do jantar era tomado pela é tica b í blica e por conversas sobre situa çõ es da escola. A essa altura, as crian ç as

estavam todas dispostas a relatar algum ocorrido e a fazer perguntas. Tamb é m l í amos bastante em fam í lia: altas doses de N á rnia e Senhor dos An é is . Talvez seja impreciso dizer que ador á vamos em fam í lia. T í nhamos uma intera çã o regular e cont í nua com a B í blia e a Palavra de Deus, e diferentes coisas colocavam nossa f é crist ã à prova, mas n ã o havia uma liturgia estabelecida, com c â nticos, ora çã o inicial e leitura espec í fica. Nancy : Cada um come ç ou a ler sua pr ó pria B í blia assim que poss í vel. Costum á vamos orar, todos juntos, à noite. Assim que chegaram ao segundo fluxo do Fundamental, Doug deu in í cio a um estudo b í blico voltado à quela etapa, e n ó s nos adaptamos à idade deles. 8. Sendo espec í fico por um instante, quais podem ser as preocupa çõ es com, digamos, “ cobertas de seguran ç a ” ? Nancy : Certa pessoa deu-me uma naninha como presente do ch á de beb ê . Era t ã o fofo,  nosso beb ê o pegava e esfregava o rostinho nele sem parar. Um dia eu disse “ Olha, meu bem, n ã o é fofo? ” , e Doug disse, “ Tire essa cobertinha da nossa casa ” . A princ í pio, achei que estivesse brincando, mas ele queria que nossos filhos estivessem seguros em n ó s, n ã o num objeto como uma naninha. Doug : Aqui vai um qualitativo, e ent ã o mais um exemplo. N ã o é o fim do mundo se o seu filho tiver uma naninha ou uma chupeta ou algo do tipo, mas é preciso cuidado com coisas assim. Por exemplo, recentemente estava no aeroporto e vi um time feminino de v ô lei embarcando. Passando pela seguran ç a, contei na fila em minha frente seis delas com bichos de pel ú cia, e percebi que essas garotas n ã o tinham seguran ç a. Na posi çã o de pais, quisemos enfatizar e priorizar nosso relacionamento e nossa depend ê ncia e nossa intera çã o

m ú tuos. Caso v í ssemos uma das crian ç as ficando sem â nimo ou at é mesmo fazendo birra para chamar a aten çã o, n ó s todos nos reun í amos, e ent ã o d á vamos mais aten çã o e afei çã o que o normal. 9. Como voc ê estabelece prioridades acerca de pecados ou problemas a serem tratados quando o pai chega em casa? Doug : Na verdade, é algo a ser decidido em uni ã o. As mulheres geralmente se especializam naquilo que chamo de “ grandes experimentos em telepatia ” e de “ o olhar de mil significados ” , enquanto os homens especializam-se em n ã o ouvir aquilo que é gritantemente falado, em alto e bom tom. Mulheres reparam at é demais no clima e nas tens õ es da sala, j á homens n ã o prestam aten çã o o suficiente nem naquilo que é declarado ou dito. O certo a fazer é n ã o ter esse tipo de mal-entendido acontecendo em frente das crian ç as. Voc ê s devem conversar a respeito quando estiverem revendo o que aconteceu. Por exemplo, se a obedi ê ncia estivesse de mal a pior, n ó s dois nos junt á vamos, convers á vamos a respeito, e por vezes decid í amos ajustar algumas coisas. Coloc á vamos as crian ç as em fila e diz í amos a elas que vimos muitas disputas ou muita confus ã o ou qualquer outra coisa. Diz í amos a nossos filhos que sent í amos muito por termos deixado aquilo acontecer, e os faz í amos saber que haveria um breve reinado de terror. Isso significava sem alertas e disciplina por qualquer tipo de ofensa. Geralmente nenhuma disciplina era necess á ria, pois eles entendiam a mensagem. Eles j á estavam velhos o suficiente para saber o que est á vamos fazendo. 10. Como pedir desculpas aos filhos? Doug : Pedir desculpa aos meus filhos, como muitas outras coisas, foi algo que aprendi com meu pai. Lembro vividamente que ele me pediu desculpas por me disciplinar momentos antes, enquanto ainda estava com

raiva. Ele precisou sair para liderar um estudo b í blico, mas, assim que entrou no carro, parou e pensou: “ N ã o posso ir ao estudo desse jeito ” . Ent ã o ele voltou para casa, subiu as escadas, sentou-se em minha cama e buscou o meu perd ã o por ter me disciplinado com raiva. Ao faz ê -lo, o pai reconhece que todos na casa est ã o debaixo de sua autoridade, o que significa que as crian ç as podem confiar na mam ã e e no papai. 11. Alguma considera çã o sobre deixar os filhos com televis ã o dispon í vel? Doug : Enquanto nossos filhos ainda eram pequenos, fomos bem rigorosos com a TV. J á mais velhos, no segundo ciclo do Ensino Fundamental, havia a quest ã o do videogame. Diz í amos que, se quisessem ouvir um pouco de m ú sica ou jogar videogame, eles ganhariam tempo para isso no banco de cr é ditos pela leitura de um livro. Desta forma, eles acumulavam tempo. Havia uma diferen ç a do entretenimento, que hoje é tratado como um direito de nascen ç a, para o lazer, que diz respeito ao descanso. Logo, se voc ê se esfor ç a, acorda cedo e sai para fazer o que é preciso, e depois do jantar quer colocar os p é s sobre a poltrona e assistir ao jogo, isso é recrea çã o. Agora, quando voc ê v ê algu é m numa locadora, segurando dez filmes aos quais ela vai assistir naquele final de semana, isso n ã o é recrea çã o — é vidiotice. N ã o quer í amos que nossos filhos fizessem isso, embora o desejo tamb é m n ã o fosse de censur á -los ou de excluir tudo automaticamente. Est á vamos de olho para ter certeza de que eles n ã o se afastariam de coisas valiosas como a leitura. L í amos juntos em fam í lia e ouv í amos livros no toca-fitas do carro enquanto viaj á vamos pelo pa í s. N ã o t í nhamos uma TV ligada em cada canto, independentemente se algu é m a estivesse assistindo ou n ã o.

12. Conforme envelhecem, as crian ç as ficam mais inteligentes. N ã o é preciso aumentar o n ú mero de regras a fim de manter a equival ê ncia? Doug : N ã o, voc ê nunca vai conseguir manter. A desobedi ê ncia tem o poder de expandir-se em um ritmo maior que o das regras. Ao inv é s disso, voc ê precisa ter uma t á tica mais abrangente. 13. E se voc ê disser a seus filhos que n ã o fa ç am algo na quarta-feira à noite, e ent ã o na quintafeira eles o fazem, essa norma deve continuar? Doug : Eu prefiro que as regras sejam repassadas, uma vez que isso n ã o toma muito tempo. Voc ê n ã o quer dar a eles a oportunidade de dizer “ Eu esqueci ” ou “ Voc ê n ã o me disse isso ” . Assim voc ê cria oportunidades para a argumenta çã o. O livro de Prov é rbios é o livro de um pai escrevendo para seu filho, e é impressionante o n ú mero de repeti çõ es que ocorre nele. Quando voc ê precisa repetir para se fazer entendido, esse n ã o é o sinal de um sistema falho. Eu creio nisto, que Deus criou a crian ç a com a necessidade de ouvir as mesmas coisas, vez ap ó s vez. E quando feito com paci ê ncia, da í é que voc ê mant é m as coisas claras. Se voc ê disse a eles que n ã o fa ç am algo h á quinze segundos, a quest ã o é desobedi ê ncia. Vinte e quatro horas d á a eles espa ç o para todo tipo de manobra. 14. Como fazer para se ajustar a crian ç as adotadas, em especial se voc ê tem filhos que j á conhecem as regras? Doug : Voc ê precisa dar tempo a elas e garantir  que todos na fam í lia saibam que est á fazendo isso. N ã o espere que aquela crian ç a que acabou de chegar desaprenda tudo em vinte e quatro horas. Ao mesmo tempo, n ã o permita que o aprendizado dessa crian ç a mantenha todos ref é ns. Deixe bem claro a todos que ser

á algo dif í cil at é que ela os conhe ç a bem e todos eles a conhe ç am melhor. Certifique-se de dizer aos outros filhos que é isso que voc ê est á fazendo. 15. E quanto ao disciplinar crian ç as adotadas mais crescidas? Doug : A regra que o meu pai tinha era de cessar a disciplina f í sica assim que o filho alcan ç asse entre os dez e doze anos. Quer í amos que 99% de toda disciplina f í sica sobre as crian ç as fossem aplicados durante os primeiros cinco anos de vida, e ent ã o, ao longo do primeiro ciclo do Fundamental, apenas corre çõ es de cunho ocasional. No segundo ciclo, quer í amos que toda disciplina f í sica j á estivesse encerrada. No caso de crian ç as adotadas, voc ê n ã o sabe dizer como foi a experi ê ncia delas, mas mesmo que n ã o tenham nenhuma lembran ç a de abusos ou qualquer coisa do tipo, todas as vezes que disciplina uma crian ç a, voc ê est á preenchendo um cheque, e, portanto, precisa ter dinheiro no banco. Suponha que a sua filha, aos dezenove anos de idade, deseje sair com algum babaca, e voc ê diz n ã o. Voc ê est á preenchendo um cheque de cem mil d ó lares por dizer isso, e precisa ter esse dinheiro no banco. Da mesma forma, quando disciplina uma crian ç a, o que voc ê tem é um saque. H á dep ó sitos emocionais suficientes — comprovantes positivos, e assim por diante — que permitam aquela execu çã o? Caso uma disciplina custe cem d ó lares, e essa crian ç a chegue em sua casa, que est á com dez centavos guardados no banco, ent ã o voc ê n ã o tem dinheiro em sua conta para fechar as contas. Logo, eu sugiro um per í odo de ajustes. Se voc ê adotou crian ç as mais velhas, de onze ou doze anos, suponho que, em todo caso, j á seja hora de suspender a disciplina f í sica. 16. O que fazer quando se extingue a disciplina f í sica aos doze ou treze anos?

Doug : Aos doze anos, o rapazinho est á a apenas seis anos de alistar-se na Marinha e ir para as Filipinas. Quando seus filhos forem para a faculdade, eles n ã o ter ã o de obedecer ao seu toque de recolher e ser ã o obrigados a enfrentar o mundo por conta pr ó pria, assim os padr õ es dos pais devem ser internalizados a essa altura. Voc ê deve partir do exoesqueleto da disciplina durante primeiros anos de vida, passando à internaliza çã o de padr õ es quando atingirem a adolesc ê ncia, e voc ê conseguir á isso permitindo que consequ ê ncias da vida real tomem o lugar das consequ ê ncias artificiais. Quando seu filho de tr ê s anos desobedece e pula a grade de prote çã o que est á no topo das escadas, voc ê n ã o quer que ele aprenda a li çã o por meio das consequ ê ncias da vida real. Ao contr á rio, voc ê introduz pequenas consequ ê ncias, artificiais. A disciplina f í sica, nesse caso tapas, é uma pequena por çã o administr á vel de dor, nada compar á vel com o que o mundo faria. Logo, pequenas coisas s ã o apenas um modo de ensinar a seus filhos o princ í pio de “ desobedi ê ncia significa dor ” , mas é a dor que faz com que o mundo deles n ã o desabe. Dos doze aos dezoito anos, voc ê os introduz à s consequ ê ncias do mundo real. Se quebram a janela do vizinho, eles é que pagam por isso. Se n ã o aparecem no trabalho, voc ê os faz ir ao empregador, caminhar at é a porta dele e buscar seu perd ã o por n ã o ter comparecido naquele dia. N ã o é a vers ã o final e crua das consequ ê ncias do mundo real, mas é algo que vai se adaptando e ficando cada vez mais como o mundo real conforme eles envelhecem. 17. E se a crian ç a disser que a disciplina f í sica n ã o a machuca? Doug : Fa ç o um alerta contra ser sugado por uma espiral constante e crescente de disciplina f í sica. Todos perdem. A disciplina deve ferroar e doer, mas n ã o prejudicar. Se o seu filho o desafia quando voc ê o disciplina fisicamente,

mostra n ã o ser algo doloroso o bastante para que ele n ã o queira que aquilo aconte ç a novamente. Ent ã o, ao inv é s de disciplinar dez vezes com tr ê s tapas cada, é muito melhor disciplinar uma s ó vez com dez tapas. Voc ê quer vencer decisivamente na primeira leva. Sempre que poss í vel, mantenha a disciplina simples e breve. Al é m disso, uma vez que a Academia Americana de Pediatria declarou qualquer tipo de disciplina f í sica um abuso infantil, devo dizer que, sim, existe o abuso infantil. Bater em seu filho ou disciplin á -lo por muito tempo e muito severamente a ponto de prejudic á -lo é perverso. O fato de as pessoas chamarem qualquer forma de disciplina f í sica de abuso infantil n ã o significa que n ã o exista abuso infantil ou que n ã o exista isso em c í rculos crist ã os conservadores. Voc ê quer que as disciplinas sejam dolorosas mas breves, e n ã o prejudiciais. Nancy : Al é m disso, nunca usamos nossas m ã os. Us á vamos um pequeno peda ç o de madeira fina ou uma colher de pau. Doug : Creio que a m ã o seja pesada demais, é machucar em vez de picar. Al é m disso, se voc ê n ã o sabe disciplinar com a as pr ó prias m ã os, voc ê pode se machucar, ficar bravo e acabar maltratando a crian ç a. As m ã os devem estar associadas ao cuidado, à prote çã o, à alimenta çã o, ao amor, e n ã o à agress ã o. 18. H á um argumento em c í rculos crist ã os dizendo que Prov é rbios 26.3 diz que a vara é para as costas dos insensatos, mas n ã o para o traseiro das crian ç as, logo esses vers í culos n ã o tratam da cria çã o de filhos? Doug : Eu estaria disposto a conceder alegremente que o vers í culo especificamente n ã o se volta ao traseiro de uma crian ç a, mas estaria corroborando um argumento a fortiori . Aqueles que defendem que uma crian ç a n ã o

deve ser disciplinada fisicamente defendem que a disciplina f í sica deve ser aplicada a adolescentes? Prov é rbios est á falando sobre a puni çã o f í sica para jovens delinquentes por volta dos seus dezoito anos, o tipo de crian ç a que destr ó i o carro de algu é m. Em uma sociedade mais sensata, esse jovem seria a ç oitado ou punido com uma vara, solto, e ent ã o liberado para fazer a restitui çã o. Neste momento existe um milh ã o de pessoas dentro de nosso sistema penitenci á rio, que é mais estilo um canil. Vendo isso, temos orgulho de qu ã o humanit á rios n ó s somos. É simplesmente demente e distorcido. Por a ç oite n ã o me refiro à maneira desumana como Jesus foi a ç oitado ou como a Marinha brit â nica usou o chicote apelidado de ‘ gato de nove caudas ’ . A lei mosaica tamb é m dizia que quarenta a ç oites eram o limite sobre algu é m, a fim de que ningu é m ficasse aviltado aos olhos do pr ó ximo (Dt 25.3). Era um sistema penal severo, mas melhor do que esse que temos hoje. Atualmente, simplesmente passamos de carro por nossas penitenci á rias, e n ã o pensamos naquilo que n ã o vemos. Se voc ê n ã o v ê problema na puni çã o f í sica para delinquentes juvenis ou para arruaceiros e desordeiros, quanto menos deve ver numa aplica çã o penal com uma minivara sobre uma minipessoa! Al é m disso, creio que a varinha deva entrar em cena geralmente ap ó s a crian ç a come ç ar a ficar mais articulada e a subir nas coisas. Ocasionalmente, voc ê precisa dar um toque num beb ê que ainda mama, mas deve ser algo bem sutil, é como dizer “ sem morder ” . 19. Como voc ê faz para um garoto permanecer sentado por longos per í odos de tempo dentro da igreja? Doug : N ã o espere resultados instant â neos. Quando voc ê olha as fam í lias na igreja e elas t ê m cinco filhos

em uma fileira, sentados e segurando o salt é rio, aposto que, se voc ê fosse a essas fam í lias, cada uma delas lhe contaria as hist ó rias de guerra sobre os anos que levaram para chegar à quele ponto. Permanecer sentado na escola, na igreja e à mesa na hora do jantar é algo dif í cil de um garoto aprender, e ele precisa praticar. Torne isso um jogo e o prepare, fazendo com que permane ç a sentado por dez minutos. Acostume-o com a ideia, a fim de que saiba o que isso significa. Al é m disso, certifiquese de dar-lhe outras coisas que fazer de forma silenciosa, e assim evoluir em aten çã o na igreja. Nancy : Doug n ã o se sentava conosco na igreja, pois ele era o pastor. Quando as crian ç as estavam no terceiro ou quarto ano do Ensino Fundamental, estabeleci a regra do “ sem banheiro ” durante o culto. Eles podiam ir ao banheiro antes do culto. Depois precisavam esperar, a menos que houvesse uma verdadeira emerg ê ncia. 20. Parece que meninos s ã o mais obviamente pecaminosos, guiados por suas paix õ es, mas as meninas s ã o t ã o pecadoras quanto eles, de uma forma sorrateira e manipulativa. O que voc ê faz em rela çã o a isso? Nancy : Eis um exemplo: outro dia a Raquel estava arrumando a Blaire, que tem tr ê s anos, para juntas sa í rem, e Blaire come ç ou a bagun ç ar. Raquel disse a ela para parar com a bagun ç a, mas Blaire queria bagun ç ar. Raquel disse “ Blaire, eu disse n ã o, ent ã o voc ê precisa controlar o seu cora çã o. Mostre como voc ê controla o seu cora çã o. O que voc ê faz? ” . Blaire parou e disse “ Sorria? ” . Raquel p ô de lidar com aquilo, pois ela havia treinado a Blaire. E da í Raquel p ô de deix á -la praticar e tentar novamente. Doug : E h á uma importante verdade nisso. Se a crian ç a é desobediente e voc ê a disciplina, ela est á aprendendo que “ Eu sou o fraco. Meus pais é que s ã o fortes ” . Voc ê

deve conversar com a sua filha e dizer “ Queremos que voc ê seja uma mulher de Deus, uma mulher forte, e n ã o uma mulher de Deus fraca ” . Uma garota que d á ouvidos a si mesma em vez de instruir a si mesma é algu é m que acaba por ser levada por qualquer coisa que se interponha em seu caminho. Lembre sempre que meninos e meninas funcionam de maneiras diferentes. Algumas coisas funcionam para ambos, mas meninos funcionam pelo combust í vel do respeito e as meninas pelo combust í vel do amor. Garotinhas flertam e manipulam; garotinhos vangloriamse. Se um garoto diz “ Olhe pra mim ” antes de pular do trampolim, ele est á clamando por respeito. Entretanto, quando algu é m exige respeito, a ú ltima coisa no mundo que voc ê quer lhe dar é respeito. Prov é rbios 27.2 diz “ Seja outro o que te louve, e n ã o a tua boca ” , logo, a seguran ç a em um garoto o leva a esperar por aquela aprova çã o dos outros. Enquanto os garotos ainda s ã o jovens, n ã o se esque ç a de louv á -los ao inv é s de os reprimir. Mostre-lhes respeito, para que assim n ã o fiquem constantemente ansiando por isso anos mais tarde. É sinal de perigo quando as garotas ficam grudentas. Se um tio aparece no Dia de A çã o de Gra ç as, j á se passaram oito anos desde a ú ltima vez que ela o viu, e a sua menina est á toda jogada no colo dele querendo aten çã o, a rea çã o do pai n ã o deve ser a de dizer “ Ah, que fofa ” . A rea çã o deve ser: “ Afe! ” . A garotinha n ã o est á se sentindo amada, pois n ã o est á sendo amada, e se v ê desajeitada, um inc ô modo, ou como algu é m irritante, e est á insegura por causa disso. Quanto mais insegura estiver por essa sensa çã o, mais carecer á de aten çã o, e maior ser á a necessidade de receber aten çã o e amor, e mais ela buscar á por aten çã o masculina. Por um longo per í odo ela é um inc ô modo, mas de repente faz treze anos e, como que por um passe de m á gica, todos os

garotos come ç am a prestar aten çã o nela. Agora ela tem algo para negociar, e muitas meninas n ã o fazem ideia do que est á acontecendo. Logo, enquanto ainda novos, sature seus meninos de respeito e suas meninas de amor. O amor tem que ver com compromisso, seguran ç a, liga çã o, sacrif í cio: “ Estarei aqui por voc ê , farei sacrif í cios por voc ê , estou conectado a voc ê e provarei isso todas as vezes que puder ” . O respeito est á relacionado com habilidades e conquistas. D ê abra ç os, fa ç a elogios, reafirme sentimentos, agracie suas filhas. Diga ao seu garotinho que ele realmente é forte, que ele realmente é corajoso, que ele realmente é r á pido. 21. E se houver uma briga e voc ê n ã o souber quem estava em pecado? Doug : Esse era o tipo de situa çã o que me fazia levar as crian ç as para o quartinho. Se fosse “ Ele fez tamb é m! N ã o fiz! ” , n ã o teria como ajustar as coisas piedosamente, mas estaria claro que ambos estavam em pecado, ent ã o eu tiraria o brinquedo ou aquilo que estivesse causando a briga. Depois eu explicaria que ambos estavam em pecado e oraria com eles. Se voc ê n ã o tem certeza, n ã o discipline de nenhuma forma. Como pai, voc ê exerce um papel sacerdotal na fam í lia. Voc ê é respons á vel por seus filhos, e se voc ê tiver um ó timo palpite, mas n ã o tiver certeza, n ã o queira fazer uma m á aplica çã o de justi ç a, uma vez que estar á ensinando seus filhos a como aplicar a justi ç a. Prov é rbios 18.17 diz que um caso parece s ó lido at é que se ou ç a o outro lado da hist ó ria, e n ã o havendo duas ou tr ê s testemunhas, com disciplina cega, ent ã o o que ocorre é o ensino de princ í pios de injusti ç a. Transforme isso em uma ora çã o constante: “ Senhor, se h á algo de que precisamos saber, mas que, no presente momento, n ã o sabemos, e isso é necess á rio para pastorear nossos

filhos com fidelidade, por favor, fa ç a-nos saber ” . E creio que voc ê esteja orando ali por uma posi çã o de forte autoridade. Se Deus deseja que voc ê saiba, voc ê saber á . 22. Como voc ê encorajaria seus filhos a terem deleite na presen ç a uns dos outros? Doug : Se eles estiverem tendo problemas em se relacionar, n ã o os coloque em um quarto e diga “ Resolvam isso ” . Isso apenas significa  que voc ê ter á de intervir novamente. Ao contr á rio, sente-se com eles e deleite-se na presen ç a deles. Mesmo que seja apenas brincando de massinha juntos, voc ê pode demonstrar como ter prazer na companhia um do outro. Certifique-se de conduzir os coment á rios deles: “ Voc ê viu o que a sua irm ã fez? ” . Elogie a irm ã e fa ç a com que a irm ã elogie, e ent ã o inverta o cen á rio. Modele o que voc ê deseja ver feito. Voc ê n ã o pode fazer isso eternamente, mas, sempre que puder, incentive com energia, como pai ou m ã e manifeste prazer, fa ç a com que seu filho perceba aonde voc ê quer chegar. 23. Quando devemos dizer aos nossos amigos crist ã os ou à fam í lia que algo parece estar errado? Doug : H á muitos fatores. Primeiro, voc ê est á falando de filhos mais velhos que os seus? Se o seu filho mais velho tem cinco anos, e voc ê suspeita que o pai de um filho de quinze anos n ã o o esteja conduzindo corretamente, isso intensifica o fardo da prova antes de dizer algo. Em segundo lugar, qu ã o pr ó ximo voc ê é dele? Suponhamos, voc ê s s ã o colegas de trabalho, ele é dez anos mais velho que voc ê , e os filhos dele s ã o dez anos mais velhos que os seus, mas voc ê s s ã o melhores amigos no trabalho. Isso reduz o fardo da prova de se voc ê deve ou n ã o dizer algo. Como mencionei em outro contexto, quando vai a algu é m com uma preocupa

çã o, voc ê est á preenchendo um cheque. Logo, quanto dinheiro voc ê tem no banco? Se voc ê viu esse casal uma vez na igreja, ent ã o diria para n ã o se voluntariar a nada. Mas se o pai desse garoto é seu irm ã o, e voc ê s s ã o muito pr ó ximos, e voc ê pode falar sobre qualquer coisa, exceto sobre isso, ent ã o voc ê precisa descobrir uma maneira de falar a respeito. Al é m disso, n ã o apare ç a à porta da casa deles como um acusador ou como uma pessoa repleta de pronunciamentos dogm á ticos. A primeira coisa a ser feita é perguntar se pode conversar com eles: “ Tenho algumas perguntas sobre como o Zezinho tem se portado. Voc ê se importaria se eu fizesse algumas perguntas? ” . Se ele disser que n ã o quer conversar sobre aquilo, ent ã o cale-se, retire-se e ore mais a respeito. Se ele disser que sim, “ Claro, pergunte ” , encorajo-o a, primeiramente, fazer perguntas genu í nas, n ã o afirma çõ es. “ Vi isso acontecer: voc ê est á ciente disso? ” em vez de “ Para mim, parece ter acontecido assim, por isso vejo que é assim ” . É muito, muito dif í cil discutir com perguntas. Se for um assunto delicado, diga, “ Tenho certeza de que voc ê e sua esposa pensaram bastante a respeito, e est ã o preocupados com isso e t ê m orado. Como voc ê s t ê m lidado com isso? Como est ã o orando a respeito? Como podemos orar por voc ê s? ” . Voc ê pode conversar por meia hora ou quarenta e cinco minutos sem apresentar nada que possa causar ofensas. Sou pastor, logo, se algu é m vem a mim pedindo por conselho, e se temos uma hora, uma boa meia hora ou mais, durante esse tempo sou eu fazendo perguntas. 24. O que é fundamental a ser feito durante o per í odo em que seus filhos s ã o aquele “ cimento molhado ” ? Doug : A melhor coisa que voc ê pode fazer por seus filhos é aproveit á -los! Algu é m disse a Nancy uma vez: “

S ó espere at é voc ê chegar à terr í vel é poca dos dois anos de idade ” . Mas uma amiga lhe disse “ Ah, n ã o: eu chamo essa idade de a idade dos maravilhosos dois anos ” . É uma confus ã o, mas olhe para seus filhos e pense: “É a melhor coisa do mundo ” . Ent ã o, quando eles forem para o Jardim de Inf â ncia, prefira dizer: “ Eis a melhor ” . Ent ã o, quando chegar no pr ó ximo est á gio: “ Essa é a melhor. Eu n ã o sabia que continuaria a melhorar! ” . Nancy : Poder í amos fazer uma outra palestra sobre todas as coisas engra ç adas e divertidas que nossos filhos fizeram. Sempre que eu sa í a e o Doug ficava em casa com as crian ç as, Raquel perguntava “ Posso cozinhar? ” , e ele dizia “ Claro, v á cozinhar! ” . Nunca tinha ouvido essa hist ó ria at é recentemente, mas Raquel disse que, certa vez, ela pegou alguns biscoitos, colocou azeite neles e os levou ao forno. Mas ela os esqueceu no forno, e eles queimaram. Quando ela os trouxe para mostrar ao Doug, ele comeu um! Ela ficou muito satisfeita com isso. Doug : A chave é entrar na dan ç a. Voc ê n ã o negligencia ou honra ou aben ç oa a desobedi ê ncia, mas deve abra ç ar todo o resto. N ã o tente frustrar ou evitar que algo aconte ç a. 25. Qual m é todo escolar voc ê acredita ser o melhor? Ensino domiciliar ou escola particular? Doug : Estimo que um ter ç o de nossa igreja esteja matriculado na Logos School , 7 um ter ç o é de fam í lias adeptas do ensino domiciliar, e um ter ç o é misturado. Em Romanos 14, Paulo diz que h á certas coisas que s ã o indiferentes, adiaphora , sobre as quais os crist ã os n ã o devem brigar. Em minha opini ã o, m é todos educacionais s ã o uma dessas coisas. Se voc ê est á completamente convencido em sua mente, Deus aben ç oe, e simplesmente fa ç a o que vai fazer, e n ã o permita que ningu é m o fa ç a sentir-se culpado por faz ê -lo.

H á algumas vantagens e desvantagens em ambas as formas. A escola toma proveito da divis ã o do trabalho: o sujeito que realmente ama matem á tica pode ensinar matem á tica, e a mulher que ama ingl ê s pode ensinar ingl ê s. A m ã e que pratica o ensino domiciliar precisa fazer todos os planos de aula, bem como todas as outras coisas. No in í cio, o que todas as m ã es precisam fazer é trocar as fraldas dos mais novos, deixar o segundo ocupado com bloquinhos, e ensinar o mais velho a ler. Por é m, cinco anos mais tarde, ela estar á preparando li çõ es de hist ó ria, li çõ es de ingl ê s e li çõ es de matem á tica. Dois anos mais tarde ela estar á fazendo a mesma coisa, e com uma divis ã o de tarefas ainda mais dif í cil. Alguns pais se desenvolvem bem e fazem um trabalho fant á stico, e Deus os aben ç oa. Mas vamos dizer que voc ê n ã o seja um desses pais. Caso comece a parecer que é muita areia para o seu caminh ã o e voc ê esteja considerando coloc á -los em uma escola, mas teme a rea çã o de outros pais que fazem ensino domiciliar, ent ã o temos um problema. Se voc ê n ã o est á s ó considerando a melhor op çã o baseada na melhor informa çã o dispon í vel, voc ê est á apenas garantindo um melhor m é todo, e n ã o importando os resultados que vir ã o depois, ent ã o voc ê é apenas um ide ó logo. Costumo fazer a distin çã o entre pessoas que promovem o ensino domiciliar e aqueles que est ã o mais preocupadas com que os filhos fiquem em casa. Pais de ensino domiciliar s ã o pessoas que est ã o vivendo diante de Deus, e escolhendo prudentemente qual m é todo eles pensam para melhor aben ç oar seus filhos. J á o adepto à educa çã o domiciliar que é bitolado e est á ideologicamente fixado em fazer tudo em casa, da í é algo totalmente diferente. Por outro lado, h á pessoas que usufruem da mesma escola e da mesma filosofia educacional que uso, e me sinto como se n ã o tivesse nada em comum com eles. À s

vezes, sinto-me como se tivesse mais em comum com um praticante do ensino domiciliar, mesmo que estejamos usando m é todos diferentes. Considero como um ponto de orgulho pastoral o fato de termos uma congrega çã o t ã o profundamente comprometida com a educa çã o crist ã por tantos anos, e sem confus õ es a respeito. Demos socos em ponta de faca, discutimos e tivemos de apagar inc ê ndios aqui e ali, mas sou t ã o grato por termos nessa comunidade uma variedade de m é todos por que as pessoas buscam. 26. O que fazer em rela çã o a padr õ es que voc ê e a sua fam í lia t ê m, mas que outros membros da fam í lia ou amigos n ã o? Doug : Crian ç as t ê m mais de dois olhos. Se elas tiverem problemas com o vov ô , esse problema ser á exacerbado se voc ê n ã o falar sobre os problemas com o vov ô . Se voc ê n ã o disser nada a respeito disso, resta um choque de culturas que precisar ã o compreender por si s ó s. Seria bom ter um tempo de conversa no carro no caminho para casa: “ Agora, filhos, voc ê s sabem por que n ã o fazemos assim? Amamos o vov ô e a vov ó , e n ó s os respeitamos muito, mas voc ê s veem que h á algumas coisas que n ã o fazemos? ” . Creio que haja uma forma de conduzir as crian ç as nisso tudo, ensinando-as a obedecer aos av ó s, e a respeit á -los, mas mantendo padr õ es. Nancy : À s vezes, os av ó s d ã o aos netos permiss ã o de fazer alguma coisa e as crian ç as dizem “ T á , vou pedir aos meus pais ” . Mesmo quando os av ó s dizem “ Ah, n ã o, est á tudo bem ” , é sempre bom que as crian ç as confirmem de qualquer forma. Doug : Isso. Alguns pais pensam que o escape para isso é “ N ã o quero que meus filhos cres ç am como eu cresci, ent ã o vou tir á -los da minha fam í lia e n ã o vamos visit á -los no natal nem no Dia de A çã o de Gra ç as ” . (S ó

para deixar claro, estamos falando sobre seres humanos comuns e civilizados aqui; n ã o estamos falando sobre voc ê ir visitar o clube de motoqueiros Hell Angels (Anjos do Inferno) durante o Dia de A çã o de Gra ç as). Alguns pais crist ã os foram convertidos na universidade, e dizem “ Vamos nos afastar de nossos pais, para que assim as crian ç as n ã o tenham essa m á influ ê ncia ” . O que as crian ç as est ã o aprendendo a imitar é a dist â ncia entre o pai e o filho. Quando se deparar com algum problema com eles, qual ser á a resposta da crian ç a? Modele seus filhos para aquilo que voc ê deseja que fa ç am por voc ê . Voc ê quer que eles priorizem a volta para casa durante os feriados? A melhor coisa no mundo que voc ê pode fazer é modelar isso neles. 27. Doug, voc ê obviamente é muito produtivo. Quais as mec â nicas de n ã o levar trabalho para casa? Doug : Eu acredito em trabalhar e talhar, um pouco por vez. Isso se soma. Para p ô r em perspectiva, tenho sessenta anos agora, e j á escrevi muitos livros, mas minha primeira obra foi publicada quando eu tinha quase quarenta anos. Enxergamos a é poca em que as crian ç as eram bem pequenas como tempo de arar e plantar. Gastamos bastante tempo em fam í lia, cultivando esse relacionamento com as crian ç as, pois enxergamos que nossos filhos eram nossa motiva çã o fundamental para fazer o que eu queria estar fazendo, em primeiro lugar. Naquela é poca n ã o havia internet ou iPhones, nem mesmo um computador. Ent ã o l í amos durante as noites, eu liderava os times das crian ç as, e sa í a com eles. Uma das coisas que escrevi em Wordsmithy é que, se deseja escrever, voc ê precisa ter vivido uma vida. Foram uns vinte bons anos com tudo, na constru çã o da escola, ensinando meus filhos, fazendo estudos b í blicos com eles, voltando para casa para encontrar as crian ç as. Muitas das coisas que fa

ç o agora, eu fazia naquela é poca. Estava me preparando. Era o que eu queria. Lembro muito bem que parte de nosso plano era assim: “ Moscow é um belo lugar para criar filhos, e essa é a prioridade. Queremos uma fam í lia intacta. Depois que nossos filhos terminarem o Ensino M é dio, ent ã o mudaremos para a Costa Leste e faremos algo l á” . Eu queria deixar uma marca, mas na é poca em que meus filhos estavam no Ensino M é dio, a edi çã o por meio do desktop havia chegado, e demos in í cio a Credenda/Agenda , da í percebi que poderia fazer as coisas que desejava fazer de l á . John Owen escreveu um coment á rio sobre o livro de Hebreus que cont é m sete volumes em fontes de n ú mero 6 ou 8, e os primeiros dois volumes s ã o apenas introdut ó rios. Imagino o que ele poderia ter feito com um computador. Quando olho para os coment á rios de Calvino sobre a B í blia, e ent ã o olho para o que ele fez resolvendo disputas em Genebra, aconselhando os governantes da cidade sobre quest õ es pol í ticas, e tudo isso com os problemas de sa ú de que tinha, à s vezes penso por que Deus n ã o deu a Calvino uma biblioteca completa e um grande estoque de papel em branco para que pudesse escrever toda a sua sabedoria. Mas se Deus o tivesse colocado em uma torre de marfim como essa, ele n ã o teria nada para contar. Voc ê precisa de pessoas reais, vida real, tempo real. A gl ó ria do jovem é a sua for ç a, mas a sua gl ó ria n ã o é sua paci ê ncia. Noventa por cento do que estou fazendo agora, eu n ã o fazia naquela é poca. Nancy : Mas come ç amos uma escola. Coisas e mais coisas eram feitas. V á rias reuni õ es do conselho. Quando a escola se mudou para a pista de patina çã o, tiveram que remodel á -la por completo. Logo tivemos momentos que cham á vamos de “ momentos de nos prostrar ” , e esse foi um deles. Certa noite, Doug chegou em casa à s onze da noite, e lembro-me de dizer “ Uau,

chegou cedo! ” . Mas na maior parte das vezes, ele chegava em casa na hora do jantar. Doug e Nate tamb é m constru í ram a maior parte de nossa casa. E eles o fizeram durante o ver ã o. Nate estava no oitavo ano quando come ç aram, o que levou um tempo, e isso foi muito dos momentos que tiveram a s ó s. Doug : Essa foi a aula de economia dom é stica que nenhum de n ó s nunca teve na escola. 28. Voc ê fazia sa í das estilo s ó com o papai? Doug : Quando nossos filhos ainda eram pequenos, as manh ã s de s á bado costumavam ser minha vez de levar as crian ç as para sair, o que dava uma pausa para Nancy. Ela ficava em casa, e eu sa í a com as crian ç as em grupo. Nancy : Costumava envolver donuts, a biblioteca e as montanhas de Moscow. Doug : Quando eu levava as crian ç as para sair, geralmente a casa ficava calma. Mas quando a Nancy sa í a. . . Nancy : Eu encontrava meias por toda parte quando chegava em casa. Doug : Preciso explicar um jogo nosso: eu fazia as crian ç as puxarem um sof á , pegarem todas as meias que havia na casa e enrol á -las como pequenas bolas. Sentava-me numa cadeira do outro lado da sala, e ent ã o as crian ç as precisavam andar atr á s do sof á com um chinelo na cabe ç a. O jogo era ver se eu conseguia derrubar o chinelo da cabe ç a delas. Era muito legal. Mas ent ã o Nancy chegava em casa. . . Nancy : Bom, eles guardavam todas as meias, mas por dias ou semanas eu as encontrava em lugares estranhos. E com certeza faz í amos os passeios de pijamas.

Doug : Esses passeios aconteciam quando as crian ç as eram menores — da Pr é -Escola at é o fim do Ensino Fundamental. Faz í amos a hora de ir dormir como sempre, cantando e orando, e os coloc á vamos todos na cama. E depois que estivessem deitados por uns dez minutos, eu gritava “ Passeio de pijama! ” , e todo mundo pulava da cama, corria e entrava de pijamas mesmo no carro. Ent ã o í amos à sorveteria Baskin Robbins ou visitar os av ó s, depois volt á vamos pra casa e os coloc á vamos na cama. 29. Voc ê se esfor ç ou para priorizar algum filho? Doug : Na verdade, n ã o precisamos. Tivemos tr ê s e eles tinham dois anos de diferen ç a de um para o outro, e para mim foi muito f á cil conhecer a todos muito bem. Vejo que, se tiv é ssemos tido sete ou oito filhos, eu teria a obriga çã o de intencionalmente priorizar cada um deles. Quando se chega a certo n ú mero, um sempre sai perdido nessa confus ã o. Nancy : Al é m disso, se precisasse ir a algum lugar, eu levava um deles comigo uma vez e depois outro na vez seguinte. S ó n ã o foi algo planejado. Como tanto Doug quanto eu trabalh á vamos na escola Logos, est á vamos l á com nossos filhos o tempo todo. Doug : Ainda mais, quando as crian ç as ficaram mais velhas, quer í amos que nossos filhos tivessem a liberdade de trazer seus amigos e que eles pudessem simplesmente aparecer. E isso envolve comida e atividades, n ã o necessariamente atividades muito organizadas, mas apenas um lugar seguro para as crian ç as, onde elas podem passar tempo em um  lugar bom para isso. Nunca fizemos quest ã o de insistir em dizer “ Voc ê deve ficar em casa ” ou “ Tem que ser aqui ” , mas tinha de ser um lugar onde as crian ç as gostassem de se divertir. Al é m de tudo, assim ficava mais f á cil de vigiar.

NOTAS 1 No original, o autor utilizou a vers ã o English Standard Version , que diz be imitators of God . (N. do. T.) 2 Em portugu ê s, a vers ã o mais pr ó xima à King James é a B í blia King James Fiel (1611), que diz Sede, pois, seguidores de Deus . (N. do T.) 3 Cooperativas educacionais, escolas fundadas, financiadas e geralmente administradas pelos pr ó prios pais dos alunos. (N. do. T.) 4 T í tulo de um document á rio acerca da educa çã o crist ã cl á ssica. (N. do. T.) 5 Escola crist ã cl á ssica da qual Douglas Wilson é um dos fundadores. (N. do. T.) 6 Cooperativas educacionais, escolas fundadas, financiadas e geralmente administradas pelos pr ó prios pais dos alunos. (N. do. T.) 7 Escola crist ã cl á ssica da qual Douglas Wilson é um dos fundadores. (N. do. T.)

LEIA TAMB É M

No livro “ Contentamento ” , Nancy Wilson vai à B í blia e aos puritanos como Jeremiah Burroughs, Samuel Rutherford, Thomas Watson, e Charles Spurgeon para buscar ajuda no desenvolvimento da for ç a espiritual pr á tica que vem da profunda satisfa çã o no contentamento com a vontade de Deus.

LEIA TAMB É M

No livro “ Virtuosa ” , Nancy Wilson, busca que voc ê aprenda, a partir das Escrituras, sobre o principal e mais elevado dever da mulher crist ã , compreenda a import â ncia de as esposas serem mulheres virtuosas, veja como é ser uma mulher de lideran ç a em sua comunidade, e considere o significado de buscar a virtude mesmo que todos ao seu redor digam que isso n ã o é mais importante nos dias de hoje.

LEIA TAMB É M

Onde est á seu filho 5 horas por dia, 5 dias por semana? As escolas atuam para moldar seus filhos. Moldar o que eles conhecem, o que pensam, o que cr ê em, e at é o que amam. Moldar quem seus filhos se tornar ã o. Em cap í tulos curtos e cativantes, Moldando Mentes e Cora çõ es apresenta o modelo de educa çã o crist ã cl á ssica para pais que buscam a melhor educa çã o poss í vel para seus filhos.

OS AUTORES DOUGLAS WILSON é pastor na cidade de Moscow, Idaho, nos EUA. É pai de tr ê s filhos e av ô de dezessete netos. Ele é o fundador do movimento de escolas crist ã s cl á ssicas nos EUA, al é m de ter iniciado a escola Logos e a universidade New Saint Andrews. Tamb é m é autor de dezenas de livros sobre fam í lia, educa çã o, pol í tica, teologia, dentre outros. ---------------------NANCY WILSON é esposa de pastor e dona de casa na cidade de Moscow, Idaho, h á mais de trinta anos. Ela é a autora de in ú meros livros e escreve regularmente para o site FeminaGirls.com. Ela e seu marido Douglas Wilson s ã o pais de tr ê s filhos e av ó s de dezessete netos.