Espinosa (Em Portuguese do Brasil) [2 ed.] 8516050289, 9788516050283

Baruch de Espinosa, expulso pelos judeus e desprezado pelos cristãos, é o exemplo vivo da liberdade de pensamento e de e

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Portuguese Pages 104 [55] Year 2006

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Espinosa (Em Portuguese do Brasil) [2 ed.]
 8516050289, 9788516050283

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Marilena Chauí

Espinosa

• • • • • • • • • • • • • • • • • • uma filosofia da

liberda de

2ª edição

5111 Moderna

Morileno Chaul 200ô

1•edi,;õo 199~

:Ili Moderna TOOAl 0A I º EOtÇÃO: M•rit1 LHN1t dr A,-n,d11 Anmh11 Li.~M,h &,ui r Adrmfr Gr,rn·n 1f'lln P!:ffi\RAÇÂO DO TEX'lO: ii,/w A. Rodri,,.,,,, REVISÃO: Pa11l0 Crr11r S. Srrfimi CORD6'-!ACÁO DE f'R()l)UÇ.ÃO GRÁFICA: A,,drr da Sil1vt /1~0~1triro, M(lrir, dr Lo,mlrs Rod,.(,;rw Cr - DE ARTE!WOJETO ç-AAfl(O E CA!A: R;,.,-do fbst~«h•~ • DfA~ÇAO: Cristinr Urhmnttt f{).'CAÜ SAfDA DE ALMES: Hl/;o P. dr Sottza Filho, A111rrfo Hid0wki Kmnoto CO()RQENAÇÀO DO PCP: \\7ilron Apnrrcido Troqur _

C~A~~ :l'OR'tÀl DA 2° EQtCÀO:

cooroENACA

L\11'1:ESSÃO EACABAMENTO:

• • • • • • • • • • • • • • • Dados lnlemacionais de Catalogação no Publicação (CIP) (Câmora Brasileira do Livro, SP, Brasil) . Ch2w', M2rilen2 de Souza Espinosa. : um2 filosofia de liberd ade / Marilen2 Ch2uí. - 2. cd. - Sâo PauJo : Moderna; 2005. - (Coleção logos)

l . Filosofia holandcs2 2. PoUtica 3. R2cionalismo 4. Ruáo 5. Sp inou, Bcnediccw de, 1632- 1677 -Crítica e interp retação I. Título.

íl.Série.

CDD-199.492

05-9396

Índices poro calólogo sislemático: 1. Filosofia holandesa 199.492

Reprodução proibida. Art.184 do Código Pena l e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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v,,,aa,, Aundimmto: Te/.

SPINOZA

SPINOZA

Machado de Assis

Bibliografia.

Gosto de ver-te, grave e solitário, Sob o fundo de esquálida candeia, Nas mãos a ferramenta de operário, Na cabeça a coruscante idéia . E enquanto o pensamento delineia Uma filosofia, o pão diário A tua mão a labutar granjeia E achas -na independência o teu salário. Soem cá fora agitações e lutas, Sibila o bafo aspérrimo do inverno, Tu trabalhas, tu pensas, tu executas Sóbrio, tranqüilo, desvelado e terno, A lei comum, e morres e transmutas O suado labor em prêmio eterno.

Borges Las traslúcidas manos dei judío Labran en la penumbra los cristales Y la tarde que muere es miedo y frío (Las tardes a las tardes son iguales). Las manos y el espacio de jacinto Que palidece en el confín dei ghetto En sí no existen para el hombre quieto Que está soiiando un claro laberinto. Ni lo turba la gloria, ese reflejo De espejo en el sueno de otro espejo, Ni el tenebroso amor de las doncellas. Libre de la metáfora y dei mito, Labra un arduo cristal : el infinito, Mapa de Aquel que es todas sus estrellas.

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SUMÁRIO

O método, 79 ........ 1. O ca minho refl exivo: ou toconhecirnen to do intelecto e de suas forças,

79; 2. O método refl exivo: o id&io verdadeiro, índice de si mesmo, como ponto de partida do método , 80

A sinagoga e o templo ,

.............. • _ -1

-

_

/nrrooUÇOO

Parte 1

08; Um divisor de águas, l O

• • • • • • • • • • • • • • • • • • •

.......... .

0 p;~s~~~nto de Espinosa

..........

. . . .. . . . . . . .. . ..

3. A imaginação finali sta e a imagem de Deus corno monarca do universo, 82; 4. A potência de Deus não é senão o livre necessidade de Suo essência , 84

.As.paixões, . . . . .85.

5. A origem e a natureza dos paixões : os a fetos são naturais aos seres

l Espinosa e seu tempo, 16

~ ~o•m:n~dade judaica de Amsterdã,

Deus, 82 .....

humanos, 85

16; O Século de Ouro holandês, 24;

O círculo de Espinosa, 28; Cronologia, 30

...................

2 Contra a superstição e a servidão, 32 ~a.ci~nalismo absoluto, 32; Do imagem à idéia de Deus, 40; Liberdade e

A ética, 86 ...... 6. Perfeição, imperfeição, bom e mau : modos de imaginar e de pensar, 86; 7. Razão e liberdade: a alma interpreto seus afetos e os encadeia interiormente, 88; 8. A felicidade não é o prêmio da virtude, mos a própria virtude, 91

felicidade, 49

3 A política, 67 0

0

~i~ei;o n~tu~aj e e:tado de Natureza, 67; Direito civil e Estado civil , 69; Os regimes políticos, 70; A dominação dos espíritos e a liberdade política, 7 1

........................... 4 Conclusão: Espinosa, nosso contemporâneo, 73

A política, 92 9. Por que empreender a interpretação histórico-crítica das Sagradas Escrituras, 92; l O. Por que leis sobre a opinião são inúteis e perigosas para o vida política, 94; 11. A liberdade de pensamento e de expressão é essencial para a segu~a nça e o paz políticas, 95 ; 12. O moralismo torna os filósofos ineptos em política, 97

Glossário, 98

Parte li ................................... Antologia Nota introdutória, 78 ............

Bibliografia, l 02

Introdução

• • • • • • • • • • • • • • • • • • A SINAGOGA E O TEMPLO No dia 27 de julho de 1656, a Assembléia de anciãos da comunidade iudaica de Amsterdã promulga a excomunhão (herem, em hebraico) do jovem Baruch de Espinosa, com as seguintes palavras*: "Os SSres. do Mahamad fazem saber a V[ossas] M [erce]s como ha dioz q[ue] tendo noticias das más opinioins e obras de Baruch de Espinoza procuraroõ p[or] differentes caminhos e promesas retirai-o de seus moos caminhos e não podendo remediai-o, anttes pelo con trario, tendo cada dia mayores noticias das horrendas heregias que practicava e ensinava e ynormes obras q[ue] obrava, tendo disto muintas testemunhas fidedignas que depugeraõ e testemunharaõ tudo em prezensa do dito Espinoza, do q[ue] ficou convensido; o qual tudo exominaraõ em prezensa dos SSrs. Hahamin, deliberaraõ com seu pareçer que ditto Espinoza se ja enhermado e apartado do naçam de Ysrael como actualmente o poin em herem, com o herem seguinte: Con sentensa dos Anjos, com ditto dos Santos, nos emhermomos, apartamos e maldisoamos e praguejamos a Baruch de Espinoza , com o consentimento dei Dia Benditto e consentimento de todo este K[aha l] K[ados], diante dos Santos Sepharin, estes con os seis centos e treze preceitos que estan escrittos nelles, con o herem

* O texto do herem está redigido numa mescla arcaica de português e espanhol que

iria tornar-se o idioma falado pelos judeus sefaradis da Península lbé~ica, ~ ladino (hoje falado pelas comunidades sefaradis da Grécia, Turquia, Norte da Africa e Israel). No século XVII, época de redação do herem de Espinosa, o ladino ainda não está p_adronizado, motivo pelo qual variam a grafia e acentuação de uma mesma palavra. E assim que, por exemplo, a palavra "maldições" aparece grafada " maldisoins/maldissoins", a palavra "nação" vem escrita "naçan/naçam" etc. O próprio nome de Espinosa é grafado de maneiras diversas nos vários documentos oficiais da comunidade, durante o século XVII, aparecendo ora como "de Espinoza", ora como "de Espinosa", "Spinosa", "Espinosa". Em suas obras, escritas em latim, o filósofo assinava "Benedictus de Spinoza" e é dessa maneira que seu nome aparece nos sonetos de Machado de Assis e Borges. A convenção atual, para a língua portuguesa, é "Espinosa", e será adotada por nós neste livro.

8

que emherr;JrnOtJ Joho woh o Yeri cho, con o rnoldi ssoõ que maldi sse Eli sa h aos Mo::,30