Piauí colonial: população, economia e sociedade

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PIAUÍ

COLONIAL População, Economia e Sociedade

Luiz R. B. ù{q!|l I

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H J"?.J P

PI

98I.22 '

MOTT, Luiz R. B. Piaui colonial; população, economia e sociedade. Teresina, Projeto Petrônio Porælla, 1985. ... p. l,t4

I. PIAUÍ COLONIAL

-

HISTÓRIA

2. ANTROPOLOGIA I. Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo

II. Título

DEDALUS-Acervo-FFLCH

tffit[tillttffitilil 20900097400

APRESENTAçÃO

I Ínorcn a

APRESENTAçÃO.

- TNTRODUçÃO. '!"" - ru¡pl DA CAPTTAI\rA DO PrAUÍ (y.60)' - DESCRIçÃo o¡' clpitlNl \ DE SÃO JOSÉ DO PrauÍ'

-

9

l1 l3 t5

I - Introdução II - Documento

22

24

Cidade de Oeiras. Vila do Parnaguá.

25

26 28

Vila de Jen¡menha. v Õrçrl-' ile Valeng. Vila Y llå uË Man'ão" tle Vila " Vila ile CamPo Maior" " ' Vila ile Parnalba' _ FAZENDAS DE GADO D

SuPerfície das Fazendas do

Distância em léguas de uma Número de fazendas de gad D--^-:-- o oítim Än Pisrrí {

(r764). FICA DAS FAZENDAS DE GADO ;O DE POVOAMENTO DO PIAUÍ.COT,ONT¡,: UM CA

ñuil;dxrnÍruoo Piauí: 1762-1772' a"t til"t do do Piaul: 1691'

Nlrmero de fogoa

popJøo Nrlmerodemoradoresporfogos/fa

Composição a"

Populaç;odoPiauí:

_

r i_ I t|

' 2L691'

lr6g1'1799'

1712'

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6e

' ' ' ' ' 73 ' ' ' ' 75

"" """'

76 77

' ' ' ' ' 78 NAS ABSENTEÍSMO õPîTNEO NÃO^SSIÁ, ANÁLISE DO ' ' ' ' 93 Í.^7,ENDAS DE GADO DO PIAUÍ COLONIAL à cor: Compoeição tta população do Piauíquanto

...103

... r@

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-

""'125t2s

^^1 ^lrl^1 PIAUÍ COLONIAL...

Anexo

""139

"""

140

Not¡e.

05

DESCRTçÃO DA CAPTTANTA DE SÃO JOSÉ DO

r

-TNTRODUçÃO

l5

PrAUÍ

-t772lt'l

I

r !

oulra:

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tU';*

inícios doséculoXVIII, de passagem pelo Piauí; o ex'Gover'

l7l.

para Ma¡anhão e d

res¡te€eo

Esquecidb "i;'å"1;;;;;91'-'äp"-"g" iÃìzsi' Agc"cit-füid å"s Ã'), IJm Heróí

4

lnirleo).

-:-.:{>

(6).

-

l2?' 1938' p' 370'3Al' Ennes lF-.l, As Guenas nos Pahlulres' Brasilia¡r¡' vol'

l6 ,:_à_

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),!

^ 5r-

/lrl

t7

de do

M'

conhecimento ainda de centenae de outros documentos dispersos, quer naE "caixas" da Capitania do Grão-Pará, quer nas do Maranþig, isso sem falar nout¡o tanto de dados exist€nt€ nos Cdices do Conselho Ultramarino e noe

pagar dos reditos da Câ¡nara de Oeiras, que pelos n"ão ter de modo chegasse para aquela setisÍaçÃo, se díficultou ao rtcsrlo *nado o pagamento do dito soldo" (18). lhes deuia

que

Com a intenção de conseguir suficienæ .cabedal para pagar aos referidos sa.rgentos-mores, Durão solicitou ao Senado que erigisse um novo então passa o Ouvidor cit¿do Alferes, que na Em vista disto, pede o cias a fim de que

se

Não sabemos se por esta razão, ou por que motivo particular, a 3 de d ós assumir interinamenæ as

dezembro rédeas do

de todas

G as

de Morais Du¡ão é suspenso

para o Maranhão a

mesmo mês (20). Infelizmenæ nada rnais sabemos_a seu respeito.

l7

do

composta pelo Tenente-Coronel João do Rego Casælo B_ranco, oficial miliia¡ da þaænte mais elevada e p",lo vereador mais velho da Câma¡a do

Senado

de Oeiras, José Esæve Falcão (17). Outro documento que Dr. Durão é uma carta enviada pelo

conseguimos encontrar referente ao

Goveinador do Maranhão, Joaquim de Mello e Povoas, ao Marquês de Pombal, datada de 16 de outubro de 1775, onde relata as queixas que contra o Ouvidor Du¡ão lazia o Alferes da Cavalaria Auxiliar da cidade de Oeiras, Manoel Antônio Torres: diz que o Dr. Durão

habitantes do Piauí

úo=

s, mestiços, vermelhos,

"Mooeu dúaida sobre os pagamentos dos soldas de dois sargentos' mores da Caoalaria e Ordenança, que na confonnidad,e das suas patentes, se

r

grupo de idade,, Durão ,( ù ?a l{anas, dc 14

100 a 120 anos. Encerra esta ero de fazendas do Piauí que

em Portugal, na Bahia, no

segunda constå respeito dos aspe A

O é complementar âs tabelas exto em que o Autor discorre a

estatísticas:

__ -l.l.ll,

e

Instituto _I_ti¡¡Oú99_e Ge.ogrrífico Brasileiro, l-onselho ulrramarino, Arq.

Maranhão 1l_81.

econômiõos, demográficos

e

Piaui, l7?5, p.

165 e ss.

ll9l.-Idem, ibifum.

{20).-PereiradaCosta, op.cit., p.95.Pereirad'Alencastr', op.cit., tambemei

dá outras datas para a suepensão do Dr. Durão: 2 de dezcmbro de L777 sendo removido para São Luiz aos 17 de dezembro deste mesmo ano (p. 8).

(21f.-Nãotemo

Brasil rermelhos (inilios ile

a popul,ação do

cud,bocs.

t8

t9

I apre' criminais de cada uma ilas vítas cuja população foi sistematicamente

j"*'ldgf S".TY-I^ll*::-t:f.:d: ;irjl{y:Æ1.*-::X* '----ühr; ô ,*c n¡ naz s6bre a vidasógio'4iläË;läd;ffi do æri' erande Paræ ^orto ¡rn.toni---¡^ -.oota-ôitado

"Resumo6","Memóriag","Descri@"'

uarur¡w¡u@' !-+^.^aaanta

fraule :- '' ' ---r^¡^ "lñ',H'i""üiå'"ffi 8re agora

âo

l¡rrlu

uð vql,¡B¡¡rs,

-supra'ôitado Alferes

"'..--:--,-=-:

,

lolres î;';e1",-Y:'.'::::-'-::-r¡";;;i,ho,t.Lisboa),"1:_1þ*1,1å-"^",Y: oue se refere às distânci.s e a. iäiñ'ã;^v'ãuÃ-iij inapa ile Volim (?) e de arêî ftê Üeä ue de área " ----. i hid¡oerafia' I tocante C"nf"io, rep'utando-o" pouco exatos no s Ye¿'e-.rJIIIITUTä fUuuurrçwuuv Embora.""oon"äiäJiöÈ;;ã;6pitania'-emparæd:l*-*: à falta de chuvas regulares' seu de seq ;-;";;" arenósa oto.ã.o ce ls,seada lageada da maior parte il9 - t,L--^ t";t*"za "ãäãi.simo, "li-" åää;ïilää"'ás";; principal õausa de tal apontår em fir.ïäiBitä""åäi,.!o,¡"i" "oåo "

p19'ii atrato,

"ànímiapreguipdcseushabitadoresqucunicamenteseapruseitamdo n"ru,",t p'ii*, sem mais bencficíos ou catæeiras""'

quc a simpbs

r

inerentes às famílías", e se íncluem' anîes têrn fogo

out seP

nda"'

três sub-gruPos?

Taislacunasnãodesmerecemovalorinsofismáveldasinformações qo-tit tin"t " q""ìit"ìi"as- prestadas nesta Descrição: dent¡e os 1221. -

'

f24f .

(25),

"faænd¡

-Sousae

das

Silva, op. cìt-, p.37. 1271.

se

1261.

Roo.nì

Para

Ennes {8.), op. c¡t., P.370-38!).

iZ¡i. - Secretari¡ de Eetado 267, maço 2, pasta l. lltamarati). l,ata

Fr"

fazem mais resPeita¿ol" l27l da criação de colônias nas sanar tal calamidade social' além

"se

nes,1968, P' 133'

20

das l¡zcndas de entre tais "agteg.ados" e os "moradores" F'f iYotas

Pe¡¡¡mbirco- referidos P"iöiË;; ^semelhança Di-,:î;ä1;:?;i'-'ã"',Li-". Þ-gresso

e--t'Ï¡o g*nat' ci' Toll"tt"tt lL'

Ed. 1956' p' e6l0r'

2l

lerras limítrotes com os Gentios, aproveitando tal população inquieta, Du¡ão sugere outras medidas corretivas de loryo alcance, tais como a criação de mais freguesias pelo interior do Sertão, a fundação de escol,as ajudariam, tanto pela cultura, como pela pelrnatória, a abrandar os

curibocas.

cortumes de sua mocidade

Fazenda se cha

currais; sítios se toma

"qun se perde sendo edvcada na mesûl,a fusihtsão e ociosifufu e mais aícios que os pais e parentes com publicidadc praticam...", sugere

gado; pela qual razão achamdcntro daqælas o nfimero; as Ìoçut ou dßtintas oão compreerdidas fubaixo ìI¿ palaora sítio. -r- - Tem esta C_apitania 260 léguas ile ¿lo rio '.'o ail¿ do .,, Panwíba até as uertenæs de uma serra q rmaçÃo . '- Parnagoá, correrdo dc bs-nord.este ao dos màis práticos do paß. Porém eu næ cap&cito, não passa de comprimento ile 200\égu^as porqrle o tortuoso das est¡adas abertas ao acaso a rcpresenta dc maior.ertensão. Da nwsûu forma lhè cotßidcro 80 Uguas ondc mais o é; suposto se enænda pelos mesmos prátícos, passa muito dc 8M. Assento qu.e tanto a Carta Geográtíca fu Mons. Volim como a dc Mons. GaÚúcio iem pouco de exatas, principalmente quanto à dbeçÃo das ribeiras, não obstante ær o dito conferido a esu Capiunía para a coßttruçÃo

oi.da \., L úoÞ

'Pruwpe¿ ou' ..-:Á-,rmulh

lo oue os os índ=ios -o"i,lon¡ioiq (U,4Tol, sendo ^qrre ^'O fazendas 128,2%1.

ä:::L"Tfi"ä'":" de 40 (crianças inclusive), destas,,lS abrigavam apelae fazendae lls,6Vo\ residiam em soment€ 24 ;' a .ll¡:- q: P:,î-*1,"{t *.ãlbt"o"o nestå "frente pioneira" (23), que'

i'iÏ'i"i':ä#ää ã.'-;äÏ;;'å; iJjpååi'åî"il"*¡çr$ñ

76

:* f Ve r ç,¡,_.(^t.r C 77 .r , r ¡lÁ ¿ -t,^ -P ,i tli :'(. {?'t -7 Ç--XV.fLl-,-i, ^. -v-, ) / \¡. J\ ': I tt ¡' / -,'-) ro

(

da Bahia e do Maranhão, capitanias aliás, onde a população caucasóide

igualmente era bastante redr¡zida (33). A grande massa populacional era "de cor": 83,37o, sendo o grupo dos "mestiços" o mais numeroso. Sob esta denominação estão englobadas as mais va¡iadas combina@es fenotípicas, a saber: mulatos (branco e negro), mameluco (branco e índio), caful (preto e índio), cabra (preto e mulato, cr¡riboca (mulato e índio), (34). Parte desæs mestiços era livre, parte vivia no cativei¡o. Os índios repres€ntavam alpnag 5,9Vo da população tot¿l: tudo laz crer que devia existir muitos grupos

incluindo-se crianças e mulheres), e que em 1772 em toda a Capitania os ameríndios não chegavam a 6To, o que vale dizer t¡at¿¡-se do menor grupo étnico regional. Numa amostra de 30% das fazendas piauienses, os índios representåvam apenas 3,97o da popula@o no ano del762, sendo que apenas I9,2To desøs fazendas que possuíam um ou mais índios, neste total incluídas as mulheres e as crianças (35). Tais números nos fazem repensar as afirmações tradicionalmente repetidas nos manuais de história econômica, de que "os indþenas se adaptavam ndica que foi com base na mão de obra loc atividade

Os negros que em opulação, reduzem-se para 33To em 1772. Na maior parte eram escravos: "Da gente livre, a que pertence à classe dos pretos, é tão pouca, que com ela se não pode eertamente formar um batalhão de cavalaria, porque nem ainda nas maiores freguesias haverá pretos liwes para batalhão mediano.:.", dizia ao Rei o primeiro Governador da Capitania de São José do Piauí (371.

criatória..." (36).

Vinham os pretos parte em cativeiro, parte fugitivos das mÚ comarcas e todos vierarå a mieiuÌar e confirndir, tòrnando um só povo... Raríssimos são os reinóie que do Reino vieram dirigidos Para estes sertões.."" dizia o Ouvidor da Capitania no ano de 1772 (31) VejamoË então como se compunha a população do Piauí um século após rua descobertå (32):

ComposiçÅ,o da

populafiødo Piaul quanto

Homcns Brancos I.885

Meatiçoe 4.372

$egros Indios

.

TOTAL

3.856 556 10.6ó9

\ t1,7%l

( 41,0%) ( 36,1%)

à cor: 1772

Mulheres 1.320 3.140

2.487

5,2%l |(100,0%)

5?5

8.522

( rs;s%) ( 48,6%)

|

29,2%l

6,7%l |(100,0%)

Total

3.205 | 16,7%l 8.sr2 \ M.4%l 6.343 ( 33,0%) 1.131 ( 5,9%)

r9.r91

(100.0%)

Oe brancos que em 169? representåvam 35,370 ila população, em 1712 eão ão apenat apenae l6,7Voz imicracão diret¿ de de l6.7Voz n6o havendo praticamente imþação pror reinóis paia o Piaul, Piaul. os brancos af exist€nteo exist€nteg devem ter vinclo provavelmente

ue desde o inicio e ao

como ponto Desobriga" da freguesia ¡uesia de Nossa Nor Senhora da Vitória da

I

78

,-

lf

l1'

1t

(

4

79

do um total de 302 fogos suais viviam 2.4O6 pessoas ãe uma amostra quantitati' colonização mais antþa. ¡ndas na principal Freguesia do Piaui, tomando como ponto de referência sua locahzã@o jinto aõs c,r¡sos d'água maiscaudalo€os:

LocalüaçÃo das fazendas na Freguesia d'a Mocha: 1762 Sittnçao

Geográfica No. d.e fazendas No'

20 49 63 t3 L7 t62

Canindé acima Ribei¡a do Itaim

Ribeira do Piaui Canindé abaixo

Ribeira do Parnaíba

TOTAL

22 \ l2,4%olll5 ( 30,2Tol I 3ï,97ol 97 I 8,0%l 23

( I0,5%)

45

No.

de fogos

\( (

1,6Yol

t5,0%)

(100,0%) 302 (100,0%

)

I r2,r'%l ( 35,0% 78ó | 32,i%t 233 ( g,i%l

293

1,3Tol

84t

38.0%)

l-32'lTol

|

de pessoas

)

253 (I0,5%l 2.406 (100,0%l

1762 Núm,ero de Pessoas Por fogos:

No. de fogos

t7

9

Número de logos por fazenda: 1762

i8 I9

26 43

ó J 3

2l

20

t

r33 .t'i

32 23

2I 22

J 2

J

IO

2l

4

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5

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3o 44

t'reqüência

I 2

6

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40

24 30

3l

t3

L62

TOTAL

23

4 4

TOTAL

6

como Dessoas

ü3f" 80

se

vê,

ll4,2Vol,

o

2.40Ó

'::::'åi'uîiï;îi,:t#:':

een

E

aìiäi'iólã;

30,2,6To; de

8l

3l a 4û't'3ro

e

com nrais de 40,03Vo. O

de 16 escravos. A fazenda possuidora do maior nrlmero de

escravaria

AçJIùJJ.j¿IUS). InæreEsante no¡ar a vana, em æ tratando de diferentes zonas; em I

va-se, portanto, nas propriedades

rurais.

Númcro de escraaos por fogos: 1762 no. de fogos

iVo. de escraoos

I

ComposiçÃo ¿o, ¿o

*a¡o, fu pí¿uí: IZ62

2

,1

2 3

t5

4

28 2t)

5

ll

ó

i I

I5

I. DOMICíLTS SOLITÁRIOS I3,O%I a. viúvo, vihva b. celibatário

,I

c. estado civil desconhecido

6 9

TOTAL

l0

9

t5

l0

3 5 5

2.

I

a. co-reeidentee aparentados b. co-reeidentes nõo aDarentados

II

l2 l3 t4

2

I

l:) t9

J

2l

I

!,)

2

29

t

TOTAL I.IO2

202

DOMICíLTSSEM ESTRUTURA FAMILIAR (23,8%I 3 69

TOTAL

3. DOM I C f LrcS C OM

n., a-

FAM LLIA SIMPLES (50,3%

a. casal sem filhos

2t

It

b. cas¡l sem filhos e out¡oE c. casal com filhos d. casal com filhos e out¡os e. virlvo com filhos e out¡os f. viúva com filhos e out¡os g. mãe solæira com filhos e outloe h. pai solæiro com filhoe e out¡oE

i.

solæiro

j. solæiro k. solæiro TOTAL

82

S/Escraoos C/Escralr¡ls

casal s/ casal c/

l4 9

I

5

2

filho filhor

,

3

3 68

8:t

Tonl 3

69 72

)

19N 14 t4 t4 34 66 l6 35 46 36 33

u

25 28 23

t52

4. DOMICLLIOS COM

FAMíLIA EXTENSA

I

a. aecendentÆ

5

It

4

b. descendenæ c. colaæral

-J

TOTAL s.

((6,7%I

DoMICfLtus c oM FAtutft't¿s u(¡I'TIPLAS

a. nrlcleo e€cundário descendenæ b:;;Ë t**ã¿tio não aParentado , aparentado c- nricleo sesundfuio desc. e núcleo não -",f"i"" eecundário não aparentado á. e família extensa desc.

ÍorÀ1,

ll

ll

l5 cle seus

1t6,2%l 1I

25

I

I

5

5

38

49

or paræ

quadro, os- domicîIios conn &^pen^as um (3tJ' ãã- k""øô-d" doit' os.demais lo:9Þ-"*Ï-"1

Conlorme revela est€

^ort¿o]"îei;;t Ë"Ë.iîÊ::'"'-,:dl'ii'iï"9i",i1ff"ç;*må'*:"ïtrå,îi: da Canaviei¡a, niRibeira tlo It¿im' ñ;;á; '"ifi"ï"ä"äiliä::.y.*;s"*i:t*T,il#uîå:ïiå"":ältr.å,: fazenda de sado. distanæ do "

ñl-4:.numa ;l*n"iJ"i:ä,ä;äg"" várias horas de camrnnada a (7il4¡rçuE que ---: gxceDglolla¡r certamente "'-: s{rzm:uruÏ,exceocional, Y*" vweI , qv do mundo restô ¡çÙw m¡is excePciona situ¡cão ainda mais situação l:--'' --^^ uç conquista, de vuullqÞlg, ""devaqueiros, de vaoueiros,

+

d-a

rela@es de

. Lz- já :! eram ^-^- ¡ô,^ê. raros; 3 p"t*ät, *'moradores isolados t¡mbém -,,-^ ^=^ )^ de um

85

viúvat' pais e mãeEËolæiroe,casais mriltþla. O quadro abaixo refere'se

l7?2: segundo o Õm¡idor ,3To da popnleção total,

se

e

rentce categoriae.

etária doe 7 a 14 anos. Assim sendo, 31,470 dos habitånæs do Piauí manifestava idade iriferior a 15 anos, taxa a nosso ver relativamente alt¿ e que reflete urna populaçþo em crescimento. Segundo a mes¡na fonte. ¿s cause morcis mais coniuns, nestes

Número ile filhos: 1762 Freqüência

No. de filhos

I

35 36

2 3

l6 9 6

4 5

6

7

I

4

I

3

tl6

TOTAL

que se Tais números reforçan os resultados de recentes opõem À tradicional afirmaçfo de histod¡dorca e sociólogoe a reapeito do t¿manho de extensão da famíli¡ braeileira de enta¡ho. Eremploo de dife¡entes zon¿s sócio-econômic¡r revel¡m que de f¿to o pad¡ão mai¡ com 'rn "fanfia grimde" de tipo pauiarcal

por Gilbøø F¡eire e rótami4a por peqnena r¡¡idade familiar, composts de poucoe fiIhos, nenhum ou pouco€ escravoo, um ou ouuoagregadona maior peræ doe cssos não pareNrtæ (54). O redr¡zido númrro de fiIboe decorre, a noeso ver. Eeis da alt¿ t¿xa de mort¿lidade do que da prática eiræmátic¿ de contole de natalilade, Ao me¡æ no Piauí, difelentemenæ do que æ que c motivô

rervem de amoatra du"ri-CäH época, na cidade de São Paulo, de 392 fogos existentee na áre¿ urbarra, 46 lll,7%l acolhiam crianças e jovens

"e¡¡)o3tor" (5ó). fu diståDcias enornres entre r¡ma faz¡ndr e ouEa, a ilif.icuþade de se m¿nter æcreto ou a¡ônimo o n¡ecimento de una nova

criança, filhoa, "enjeita

nac faz€ndæ de gado tomava a criação de outras z,ouat "uúana

qu¿nto à concepção e criaçõo de a pouqe preeença de Quem sabe s€ a sbundâtrcia de leiæ

pliquem

raro e caro, constitui problema doe mais graver para quem æn criança de colo.

Do total de 116 filhos, 4ll (15,3% I foram apontadas como "meDore!", não h¡vendo outra.refereNxcia ò condição etári¡ deate aegmento (57). Inlelizmeûte o ú¡ico dado referente so grupo infantil de que dispomoa é o Mapa

86

87

:N ty73.

e hictó¡ia do Piaut fá.*¡"", Monografias do

PiAuf, seisce

.lyTz.

histó¡ia, (no Prelo)'

1788".

3.

do

Carvalho'

Sr. Frei Fr¡ncieeo

Ëi,iiåäi.'ñ-rãã;] regiõbq:'

r

-Uma palawa

r^ ^^--l"oãn. liñitlÁrn rlelo tam¡ d¡ --:^- de-conc.lueão:

! à guisa.

362'

¡c¡eõo onde

REFERfNCIAS

-

hbtórica e corqrtñca da

co år:ziúleitc' torlo XX'

l"'

89 88

Pi¡ui remetids

f-öi

ao

llmo e Rvd"

i" ntt s, E.Aßguenasnæ

Moraie l)trráo, Arquivo llietórico Ulnamarino, Piauí" Caixa 3, (no prelo

n¡ Revista de

Hietód¡daUSP). grande propúedade rural", in Hittöria gerel da 10. Canabrava, Alice P. - 2,"ASóo Paulo, Difuelo Européia do Livro, 1960' p. llfl; cioilinção brasileira, Þno I, vol. Mott, L.R.B.

-

1976, op.

cit., p. 351-352.

ll. Yon Spix, J.B. & Yon Martiue, C.F.P' Imprenea Nacie-.|, 1938, p. 4194!Xl.

-

Yiagem

pelo Bradl, R:io de Janei¡o,

Ul. Inetituto Hi

27.

Lll, Me. do Gorselho

Relação Sertáo do Pauí do-Bie

Furtado, C.. l9&, op, cit., p,

tl.

Vil¡ d¡

Mocù¿ do Luiz Coutirirho; ll de da

Ljluam¡rino,

poderia eeclarecer

b¡tii+-do¡

abril de 1757, fl. fÌ2-510.

ß,

Cârts Régi¡ de

19 de

junho de l7ó1, in Pereira d'Alencaetre, op. cir., p.

era de

ee de

f¡þ

o

f¡to ¡ B¡hi¡.

29. "Seen¡riss Piauieneee", Reoíeø do llll,títuto Geogáfico e ÉIíató¡ico pi¿uiII, p. Lll5 e se.

15!1.

ence, 1982, tomo

14. Eis o número dae peesoas que

30. Bueecri, M.

nae novas vil¡a: l0 em Paranågua, l5 em 59 na Pa¡n¡íba. Cf. Perei¡a d'Alencåst¡e

31. "Deecriçáo da Capitaaia de São joeé do Pi¡uí

15. "Reeumo de todas as ltessoas livres e cativas..." 11762l' op.- ciú', e "Deecnção da capirania de Sóo José do Pi¡uí"- ll7il2), op cit. 16. "Desc,rição da Capitania de São José do

Piaui", op. cif.

17. "Roteiro do Ma¡a¡hão a Goiá¡ pela Capitania do Piauí", (A¡Õnimof do I¡tstittoo llìstórico e Gægrtfiø Braeileito, tomo LXII, ¡rarte l, 1900, p. 88'

1970ì,op. cia, p, 188.

-

,,, op. cit,

32.Idem, ìbideq, "Mapagerel da Cepitanía do pioui". 33. GgVgfo, Reimr¡¡do J. 4e Souza, Colz¡pêndio hbtórico-potttico

'

Reoietd

fuo princþíoc

ú bootpa b Ma¡azåJo., Tl{Ír, O$cing ag P. Ii.-Ro.geron, l8l8', p. ll5 e rc.; Arc"õdo, 'l[ales ù ciùde bfuludor, Bahia, Editora ltap'riÍ, l9ó9¡ vllf,ene, L.s. -Poro'nento cìt. -1969,op.

18. Inetituto Hietórico

34, "Deeeúção da

conquietado à Jesue C.lirto e è

Capit¡.i¡

de Séo José do

pi¡ut,,, op. cit,

Jeeue", pelo Pe. B€nto da Fonse 19.

Nunee,0.

-op.

20. Pe. C¿rvalho M.

cìt.rp.27.

-

1938, op.

cir.

2I..Idcm, ibifum, p.387.

Í¡6.

Funado, C.

-op, cit.,p.7f76.

37. cârta do Goveruador João Pe¡ein caldae, ao Mi¡i¡tro do ulcomar, 2!í de junho de 176ó, in Pe¡ein d¡ füsta , op. cit., p, El.

P.g¡l . "The populatio¡ of Brazil in tl-r^e þr9- eþhtrænth a -- 38. Alden, :------ century: preliminary etudy" . Hhpanie Anie¡ican hblør¡ical rcoiew, ßl,,196g. --" . ...

39. P-etron-e, Tereea S._-_^"As-óreas_de crùação de gado",

cioilinção braeíleira, op. cit,, tff/0, p. 218-t27. ¿Ã' 1965. p.

Hbtória

41. Prado Jr.,

out.dez. 1955, p. i189417. 24. Pe.

Cæalho, M. - l9ll8, op. cit., p.379.

nooa

Ð1.

C

.-

90

- vårioa autoFee,

"Dcecricão da Capitania de

43.

Idem, ìbidem,

-

sÃo paulo,

HísaóÅe geral da

Editor¡ Brasilienee,

op. cit., p, 41.

rü1.

44. Antonil, J.A,

Ifum, ibidcm,p.î73.

do Bracil

iu

SÃo Joeé do

piaul", op. cir.

Cultu¡a e opulência do Bracil, Cia. Ed. Nacional, e/d. p, Ilt().

9t

3F? I

op. cit., p. 3?3: Än^dnde, Manoel C. - A Ter¡a e o homem Braeilienee, l9Gl' Editora

4?. Pe. Carr,¡lho, M.

tø |klt{&,

Sõo Paulo,

48. Pe. Cervalho, M.

-

oP' cit', p' 381'

o Pi¡uí nomei¡ a Mocha, a fim de

que existiam no

50

Perei¡a d¡ Cott¡' oP'

cit'

5r.c.ütedoc,over¡¡dorJ.P.Csldssaollliniebodotlltramer,de2lidejurhode

lZtó, apuòfeleira da Coeta, op' cít', p'Ë2' 5!!.

Furtado, C.' oP. cit., P. T)'

Rougp' l9{ó.

O PATRÃO NÃO NSTÁ: A¡IÁLISE DO ABSENTEÍSMO NAS

FAZENDAS DE GADO DO PIAUÍ COLONIAL l3l-141. 55.

lt¡rcllio,

M'r',

fl"#?-

*.gf"ffi*iätrffi:

,p.rxn

e cð.

5ó.

$lva, M.B.N . -oP. cìt', P' 1260'

Sg.

*Deccri*fo d8 Capirania de 56o ¡o* ,o

59. Von Spix & Von M¡¡tiue ó0.

'Roleiro do Maranhão

-

op' cit" p'

"

""*

,

op. cit-

419'4:10'

a GoiÁe passando

pelo PiattT"

-op'

cit'' p'79'

unidzd económica ó1. Ghayanov, A. V' - La organìøcíól-4" l" Airesl1974, p' 4748' Edia"ie¡ No.í'. vi"íoo, Brr.ooa

92

catnpeaina'

93

O PATRÃO NÃO

BSrÁ, ,lNÁLrSn DO ABSENTEÍsmo xns oopr¡,uÍ coLoNrAL(*f

FAZENDAS DE GADo

O olho do dono é que engordao gadr,-

(Ditado popular do &rtão) A questão da mão-de-obra nas fazendas de gado do sert¡io nordestino até o presente só æm sido alvo de inærpreta@es falsas, fantasiosas, senão rocambolescas. Todoe os noasoE mais ilustres historiadores econômicos - de Roberto Simonsen, Caio Prado Jr. a lVerneck Soùé e Celso Furtado o de Abreu: sem nenhuma evidência uarista predominou o t¡abalho livre , montado a cavalo, inevitavehnenæ xieænæ enÈe pecuária e escravidão. 'vez cort'gþ tal inverdade; em 1977 iam que desde o início e ao menos

importante

e

indispensável nas

f

indígena, quiçá mesmo ao braço lii're" ((l ratifica e amplia geograficarnente nossa oco¡rendo com Galizza em seu estudo sobre a pecuária na Pa¡aíb¿(I2):Zó). egteve

ria - ). Em vez de aprofundar ((l):22f

esta

vi¡ou-lhe as costas com o anátema: ch

-

Começo _este artigo fazendo mea

confesso que deixei-me influeneiar

cuþa. .A^ escolher seu título, pelos mesmos ilustres historÍadores anterÍormente. Visto a carapuça: ocumentos, potém, me cha-aram

pré-noções. "Idolos", como diria "de cabeç¿ para baixo", como diria

o

Pe

do

do

l. r-ever a þibliogaf_ia r_eferentc ä queatão do absenæísmo; 2. lançando mão de dois corpus estatisticos inéditos ieferenæs

às

propriedades ru¡ais doPiaui (r772-l8rs), most¡ar que eram reduzidíssimas as fazendas cujoe proprietrírrios estavam ausentes.

aprescntad¡ no

^____lll__C3municgÇ5o CERU, USP, setembm de-1981.

VIII 95

Encontro de Estudos Rurais e Urbanos,

¿Ésu¿s ter¡as. (Azeredo Coutinho, 1808).

Raro foi o autor que ao escrever sobre as propriedades ru¡ais do

sertão nordestino não s€ relerisæ à figura do proprietário arulente. Eis aþuns deles: Euclifus Ct:øaha "Ao contrário do eetancieiro do. Sul, o fazendeiro dos nunca viu ¡ls vezes.

Fazendas de gado do Pi¿ul

ib

No. de fazendas

ANO

gmeiræ da colônia,

30

1674

sem diviEas fixas".

't697

t29

1730

400

t762

536

578/ 93t

1772

795/2460

I8l8

são con

datárioe ou empreiteiros' o que caráter antieconômico e anti'

l'

*

Eis as fonæs que nos sewiram na e-laboraçþo deste omd¡o: $.tã;. l8ó?. Reo¡sr¿ 16?4: Testame"to a" 4[0 e ss'

ilo--iil*-Añ;

do lrctítuto Históríco

e

àïpL"¡. 1938. Pe. Miguel d. Couto' fn Enoes' E' I n". 127. j,;;'Å-B;;;, Ò. n. løs.,a id¿de tu ouro do 8r¿sil' são , Brasiliana,

#å.: Mcais ista Hktóri.a.

ll2:

¿Jt

s43-57 4.

* lBlS: Relacão das Fazendas A¡ouivo Público do Estado do Piauí' Liv ' 2.Pe. Miguel D. Couto., oP' cir',

Gorender corno "Couto", Odilon Nunes como

96

97

Ceftão fu Peauhy,s- fruto de quaro anos de andanças por todas as ribeiras e vales desta novel capitania. Diz ele: "Com¡rõe-se o Piauí de 129 fazendas de gado, sem mais moradores. Estão situadas ag fazendas em vários riachos, distanæs umas das out¡as ordinariamenæ mais de duas léguas. Em cadà

uma vive um homem (branco) com um negro (escravo), e em aþumas se achap mab eEcravos e tåmbém mais -brancos, mas no comum se acha um homem branco só". ((ll)i373). Dest€ tot¿l de 129 fazendas, em apenas 6 þá referênciaexplícitade "Fazenda

de Ba¡ros co Bezena

Ga¡cia Paz; no Sítio de Caterina, André Gomes da Costa e, naFazenda Tranqueira, o Alferes SilvesEe da Costå Gomes de Abreu. Acrescente-se a geridas por ser¡s propriea patent€ de

"Capitão",

e

e quem era senhor e não mero vaqueiro. Esæs dados nos indicarn, portanto, que, em 1697, apenas 12 fazendas sens próprios donos. Quer dizer: 90% das fazendas restaaæs tinham proprietários absenteístås. Ausentes os tÍtulares, estas fazendas ou eram a¡rendadas a terpei¡os à razão de 10S000 de foro por anoj ou eram eot¡egues pelos latilundiários a

ilo Piauí eram zeladas por

vaqueiroe de su confiança, que deviam zelar pelo seu rebanho, sendo remunerados pelo tradicional sistema de "quarta" 4 cabeças que - "dePe. criam, lhes toca uma", conforrne as palawas do arguto Miguel D. Couto. ((f f ):3?3). A fazenda, o gado e muitas vezes também os escravos, tudo era poese do fazendeiro, que transferia o cuidado destes bens a seus vaqueiros, criador ou agregado,z Os informes do Pe. Miguel evidenciam claramente que, no inÍcio da atividade ganadeira, o senhor eståva ausenæ. A rudeza da vida nesta novel capitania onde seus moradores são descritos como "homens miseráveis vestindo conros e parecendo tapiias" ((fl):373h o perigo constante dos ataques dos muitos índios, apontados como "os mais br_avos,e guerreiros que se acharam no Brasil" (ll):387h as dificuldades homéricas de comunicação

L.R.B.

5. Sobre este período de "frenæ pioneira" de vaqueiros, consulte-se O. Nu¡¡es (24) ^

Mott(20).

e

socio-profissionais existentes na pecurâria Jote ao Æa¿í do Ouvidor Du¡ão (1772),

I 98

primeiros conquistadores destes sertões. daí por diante, a situação se revela Um século após a conquista --e pioneiros a população ar¡mentå completamente diversa daqueles tempos e se equilibra, surgem algumas vilas e povoações, -, a maior parte dos indios ettåvam reduzidos em missões, as comunica@es com outras capitanias se to¡:nam mais freqüentes, rápidas e segurås. Eml772 o Ouvidor Antônio José de Morais Du¡ão escreve a "Descrição da Capitania de Seo José do Piauí", sem dúvida, a principal memória referente a esta região sertaneja. De acordo com esæ documento, o Piaul contåva então com l9.f9l pessoas, distribuídas num tot¿l de 3034 fogos. Ao todo existiam 931 propriedades rurais, sendo 579 fazendas de gado, 352 sítios de lavou¡a.8 Em sua minuciosa estatística de cada uma das 7 vilas e distritos,^o Ouvidor Durão, além de indicar o nrlmero de fogos, almas, divisão r"gtìrrdo o sexo, núméro de propriedades rurais, grupos etários e raciais, presta-nos uma inforrnação crucial: "Fazendas que têm senhorio lora da Capitania" é, o número das - isto por distrito. fazendas que tinham proprietários absenteístås, distrito Quarenta e seis anos após este censo, um out¡o documento permitiunos vislûmbrar o mesmo fenômeno: em I8l8 o Goverriador do Piauí ordenou que se fizesse um levantamento nominal de todas as propriedades ru-rais da Capitania: "RelaçÃo ìlas fazendas e seus possuidores", documento que o nome dos proprietários, nome das fazendas, sua localização, extensão em lég¡ras, atividades desenvolvida (pecuária, lavoura, engenho), o nú¡nero de escravos e a residência d.o dono, Assim sendo, dispomos de duas estatísticas bast¿nte fidedigrras posto que foram obtidas mediante o levantamento nominal em cada rima das sete freguesias do Piauí nos informam com precisão: l. o núrnero - que total das propriedades ru¡ais da Capitania: 2. o número das propriedades cujos senhorios residiam fora da fazenda. No quadro a seguir sintetizamos as informações contidas nestes dois censos supracitados. indica

Fazendas do Piauí (1772-1818)

Distrítos Oeiras

Paranaguá Geromenha Valença

e modernos que têm se referido às formas de ent¡e eles o próprio Pe. Mþel d. Couto., Antonil e.

nesta região árida e cheia de serlos, todos esses elementos devem te¡ contribuído fortemente para que os prímeiros proprietrírios de fazendas do Piauí preferissem enregar as dores do ofício a seus vaqirei¡os ou rendeiros, continua¡do a viver em suas cidades originais como fizeram os dois

Marvão CampoMaior Pa¡naÍba

Total

No.

de

proprbdafus Absenteßmn

1772 tgtï

1772 I8I8

285 77 ll5 104 89 140 t26' 93r

56 lr 58 620 728 437 16 4A t3 26 r07 r70

167

274 339 459

283 670

2æ 2460

Porcentagern

1818 1772 L9,6To 6,5T0 6,4Yo 2,9To 5,2Yo 5,8To 6,77o 6,170 4,470 l3,0To ll,4To 5,9To 7,97o 9,770 ll,47o 6,9T0

8. Segundo o ouvidor DurÁo, "Fazenda se chama a de gado vacum ou cavalar, ditas vulgarmenæ, cunais; Sítios se toma pela lazenda que se cultiva, sendo separada das de gado".

w

Paulo, Cia. F,d. ó. Coutinho, J.J. da Cunha Aze¡edlo. L9ff.. obtzs Econômìcas. Sáo

i¡o, Ed.

Nacionsl. "-"'"îö.

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org'

18f,0-IM'

";i:ri;*#.''*Hi""i"1'lï*'*, GRD. """'tS.

Guimarães, Alberto PASSOS.

l%g. øtÃt¡o

séculos

de latifúndio. ¡¡io de

currais (geografia e histörìa do Piaul a HistÓ¡ìa do Piauí. Rio de Janeiro, Arte

(Itamarati, RJ).

Nova.1975. ""'-'^zl.-Þ*¿o

Ed. Jr., caio. llgs7. Formtção do BrasìI contemporâneo. São Paulo, servico piaut.Rio MEC, de Janeiro, ".".ttlî"å;r,o, carlos Eugênio. l9ss. Roreiro do de Documentação. Civili' 28. Vinhas, Mauúcio. 1972. Problemas agrários do BrasÍI' Rio de Janeiro'

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Nacion¡l.

i. õã"t",

r.l.

Pereiã

sers te-miõi pli^;doos

àa.1974-

tti-i pilh,,n



døde os

Nova'

2

v'

AGRADECIMENTOS

o do Piauí.

100 l--:

tsl r-)i,Ìi.i\ -. FFLcll USL)

r0l

IJMA ESCRAVANO PIAUÍ ESCREVE TJMA CARTA...

103

CÀRTÀ" T'I'A ESCRÀ\TA NO PIAUÎ ESCRE\¡E t¡MA

'

Una das Prine

história faz, cia ouase total de sexo'feminino. Enb

nosea

nos a:rquivos tanto

e são os ho¡nens que servem ssada e a autonidade compedelegado, o chefe da insEstado do Piauí A descoberta no Arquivo Público dorePresenta algo escrava por: uma manuscrita de uma carta duDlarnente insótito: Pr ouè t'ousa" se dinigir P áor da Capitania, segun Nu¡na sociedade em que o via de regra a Pequena

ensino)

nesta sociedäde Pr

iä^ã"t" ' rnar:cada Pelo

machis

cébeças de gado P-ana senem v aninais. Escravos que reque

su¡n oroDnietário nais Sananc i:Ï.i;iñ;;t;-;luanao .o-senhor e1e'Possula" (1) ' ;;;-;-q".

Assin sendo, embora

comprou

o

escravo

' nao con-

P

a cartar anotando alguns esr comPreensão' Confo:¡me disr05

semos acima, esta nissiva 6 airigiaa ao Govennador do PiauÍ e datada de 6 de seteñbro ãe 1770. Eis o seu conteúdo ipsis littenis:

t'Eu-gou hua eecnaoa de V.S. dadníníetr¿ção do capa!^nn¿9_V-íeiya de Couto, eazada. oee'de qie

ocapl"' p' Lã, foí adeniniettat, q. ne titou da fazt doe algodoíe, aonde veoía eom meu marído, pa"a eet oozinheita da aua eaza, ottde nella 'to paeao m-- mal. .A Ptineira hâ Q. ha gnandee troooadae ile pan'cadae enhun EiLho meu eendo huã etíança Q 7,he fez eattaít a.rngue pella boea, em mín não poço eeplicat Q Sou hã eotoham de paneadae, tanlo Q eahy huã oez do Sobraèlo abacho peiada; pot nezericordía de De eaCapeí. A eegunda eetou eu e maie nínhaa patceínae pot eonfeçat a tree antoa. E huã eníança nínha e drae naíe pot Batízat. Pel|,ofi Peço a V.S. pell,o amot de Da. e do Seu YaLín'" ponha aoa olhoe em mí.m orilinatih díCe. mandar a Poteutqdor que nande p. a Paz" aoncle ell,e me titou p- eu ú¿oer oom meu manído e Batízan ní¡ha Fílha de \l.Sa. sua eeeraúa EePetanCa gatciat' Esperança Garcia era u¡na escrava pertencente a uma das fazeirdas ieais que foranr inconponadãs ã Conoa quando da expulsão dos Padres .Iesuitas. Ènarn tais pn'opniËdades adurinist¡'adas po¡r criadores qu vaqueiros, que devÍa¡¡ zelar pelos rebanhos, pela escravaria e pelos apetnechos

Acompanhando o nanusc¡rito de Espenança Gancia, havia outro documento que esclarece alguns póntos sobre es ta questão: infeliznente não é nen dátado nem assinado, nas pelo teo¡ e pelo conteúdo, tudo faz cner. tratan-se de alguém que escreveu em none dos escnavos desta Ins-'

poato tão tínída a dita em fotma una quínta feira deu tanta bondoaèla eon um pdu e cþm ela no chão o ëlepoie iunou que haoía de ama,?rd? ilíta eecraoa ee attetítou eom iloía fí|.hoe, um noe btaçoa' de 7 meeee e outto de 3 ànoe; até o pteee¡te não ten tído no' tíeía ilela e ten feíto umae eorteías P*îa eaatígan e díz que oeio pata enainal oe dítoa eoerdùoe. lem noattado como oa eacuaooo tên ecoerimentado oue ten clanado eontta o dito proeunadot atà que foi.ouûído da í¡tetceeeão ile V.Sa. úeío uma pottania ate a fazenda ila Settínha e eomo tem um padtiiho que orou paua o dito Ptoettadot ¡ão teoe (neal,ízação) do aeu mau í¡etí.nto' em fotme qu" opetîa oa ¿l¿toa eacîaooa (que) não tân deacaneo. Iodaa aa noítee ttabalham eem deecazso algum, aegdo pteto teiho e ee ford nogo, tudo podía a sua noaí¿lade auPortat. Como no auetento do dito, nuíto maL que não eome farinha que a fazenila faz, ponque aetoe pana ajunta? eoñ .a que o ilíto p-to,cuta.dot faz pcr?a o eeu negõcio, do que pedínilo Lícença o íntenceeeor ile V.Sa., não quíz coneentít em fotna alguna do que eontrd a orden,, di2e¡do que e?a doa eeue eecraltoa. Que eaton)a oe dítoe egcpaooo pdîd o aeu eentiço en aoeat mamond, em deemanehat nandíoea e out?o eeznliço. Até títou aLgumaa esetaoae pata fíat algodão e dí2, como no ano paeeado, que eut pata (ttabalhanen) na fazenda e fez tedea pa,ra o eeu negõeio è não ten dado eunprímento algum na sua obrígação, não ten cottígído aa ditaa fazendas faltando a eua obnígação, tendo o etíadoz, da Fazenda da franqueí?q certaa ?ezea em partieulan (e) querendo dat eeta conta a V.Sa. e falan com out?oa etíadotea, não quíeenam pot se?en seua aliadoe e V.Sa. eono paí e St. põe os o|,hos de píedade em Ðe? eetae Lãstimaa po?que não tem quem fale por eetea mate que a- mieenicõtdia divina de V.Sa. abaíto de Deue, ¡;oie os dítos eecraooe nã,o tãn outro jazígo *e'ão o ampa?o de V.Sa.t'

Pecçao. 't'Conte, que dou

a V.Sa. da reeidêneía de flazarê, que â ptocuradot o Capítão Anto¡ío Vdeíta do Cout,o: (ele) tírou uma eoc?alta chanada Eepenança, eaea,da, da fazenda doa Algoilõee e nõo ten conèedído tenpo al,gun pata a díta í.t fazet tida aom o oeu matíilo, oenþ apettøda eom oãníoe- -caetigoe _ten fugí ilo 9íol" -oâl"íae lte.ee e o díto Caþitão ten

r06

(1) Arquivo Público do Estado do Piauí, Doc, não class. Requerimento do escnavo Teodero Candoso ao Gover:nadon, t5-6-1795.

r07

pr'luÍ coLoNrAL ETNo-HrsrÓRrA Dos Ínoros oo

r09

ETNO_HISTÓRIA DOS ÍNDIOS DO PIAUÍ COLONIAL

I

Diocesana do Piauí e do Instituto Histórico e Geográfico do mesmo pstado.

Mantive igü,almente palestra@s com os historiadores locais, projerindo uma confórência na- Universidade Federal do Piauí sobre a história econômica

do Piauí Colonial. Dr¡¡ante duas

semanas consultamos

de 15x22 cms. , tratå-se, em

m locais,

u Potentados

Euå

aças ou a@es

Itl

L

^^^:-^- Âo ênnrørtcâ. lue

metem-ut*.îJ':::-=--'innho äî äiåð"ðöËtri!î$i;;'"-lny:l:*:,iiff"i:iffi

no tle baixo