El cuestionamiento de la familia

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R. D. Laing

EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA

ediciones PAIDOS Barcelona Buenos Aires

Título original: The politics of the family and other essays. Publicado en inglés por Tavistock, Londres, 1969. Traducción de Adolfo A. Negrotto

Cubierta de Julio Vivas 2° reimpresión en España, 1982

© 1969, 1971 by R. D. Laing © de todas las ediciones en castellano. Editorial Paidós, SAICF; Defensa, 599; Buenos Aires. © de esta edición. Ediciones Paidós Ibérica, S. A.; Mariano Cubí, 92; Barcelona-21; Tel. 200 01 22. ISBN: 84-7509-007-9 Depósito legal: B-18.281/1982 Impreso en I.G. Socitra, S.A.; Arquímedes, s/n; L'Hospitalel de Llobregat Impreso en España - Printed in Spain

ÍNDICE

Prólogo

9

Primera parte ENSAYOS

La familia y la "familia" Intervención terapéutica en situaciones sociales Estudio de la familia y de los contextos sociales en relación con la "esquizofrenia"

Segunda

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parte

EL CUESTIONAMIENTO

Introducción Familia e invalidación Argumentos familiares Operaciones Reglas y metarreglas Trasposición Bibliografía

15 34

DE LA

FAMILIA

81 83 93 105 120 136 145

PROLOGO

Los capítulos q u e componen este libro son, a excepción del p r i m e r o , versiones revisadas de conferencias q u e p r o n u n c i é en distintas oportunidades d u r a n t e el período 1967-1968. H e eliminado m u chas r e d u n d a n c i a s (la m a y o r í a , espero) y pulido el lenguaje. E l p r i m e r capítulo h a sido p r á c t i c a m e n t e reelaborado. E n otros aspectos, n o h a n sufrido cambios: su finalidad fue y es suscitar i n t e r r o g a n t e s m á s q u e proporcionar respuestas. E n t r e 1961 y 1967 mis estudios sobre familias fueron financiados p o r medio d e becas q u e m e otorgaron el Fondo de F u n d a c i o n e s p a r a Investigaciones Psiquiátricas (subsidio Nº 64-297) y el Instituto Tavistock d e Relaciones H u m a n a s . Londres,

marzo

de

1971 R. D .

LAING

Leyes, libro I

Ateniense:

Cleinas:

Ateniense:

. . .suponiendo q u e tengáis leyes bast a n t e b u e n a s , u n a de las mejores será la q u e prohíba a los jóvenes p r e g u n t a r cuáles de ellas son justas y cuáles n o ; deben convenir en cambio al unisono en q u e todas son b u e n a s , p o r q u e su origen es divino; y a c u a l q u i e r a q u e diga lo c o n t r a r i o n o h a y q u e escucharlo. Pero u n a n c i a n o q u e advierta a l g ú n defecto en vuestras leyes podrá comunicar su observación a u n g o b e r n a n t e o a alguien q u e lo iguale en años, c u a n do no h a y a n i n g ú n joven presente. Es exacto, e x t r a n j e r o ; y a u n q u e no h a y a s estado allí en esa época, m e parerece q u e , cual u n adivino, h a s comprendido p l e n a m e n t e el propósito del legislador... .. . podemos observar q u e todas las ditaciones sobre las leyes g i r a n exclusivamente sobre el placer y el lor, t a n t o e n los Estados como en individuos. . .

mecasi dolos

Leyes, libro IV Ateniense:

.. . d e b e m o s . . . o r g a n i z a r n u e s t r a s ciudades y hogares de acuerdo con la l e y ; con el t é r m i n o " l e y " q u e r e m o s expresar el o r d e n a m i e n t o de la m e n t e . P l a t ó n , Las

leyes

PRIMERA PARTE

ENSAYOS

LA FAMILIA Y LA "FAMILIA"

1

H a b l a m o s de familias como si todos nosotros su­ piéramos q u é son. D a m o s el n o m b r e de tales a gru­ pos de personas q u e viven j u n t a s d u r a n t e determi­ nados períodos y se h a l l a n vinculadas e n t r e sí por el m a t r i m o n i o o el parentesco de sangre. C u a n t o m á s estudiamos la d i n á m i c a de la familia, m á s difícil nos resulta distinguir en q u é se asemeja y en q u é se diferencia de la d i n á m i c a de otros grupos q u e no reciben el n o m b r e de familias, incluso si dejamos de lado las diferencias q u e p r e s e n t a n las familias e n t r e sí. Otro tanto o c u r r e con la estruc­ t u r a (conjunto de p a u t a s m á s estables y d u r a d e r a s q u e las d e m á s ) : t a m b i é n e n este caso las compara­ ciones y generalizaciones deben ser en e x t r e m o cautelosas. La d i n á m i c a y las estructuras observables e n los grupos a los que n u e s t r a sociedad da el n o m b r e de familias, p u e d e n m u y bien n o manifestarse e n los grupos q u e recibieron esa d e n o m i n a c i ó n en otras épocas y lugares. Es probable q u e la influencia de la d i n á m i c a y la estructura de la familia sobre la formación de la personalidad varíe de u n a sociedad a otra, así como t a m b i é n d e n t r o de n u e s t r a propia sociedad, La familia sobre la q u e aquí t r a t a m o s es la fami­ lia de origen t r a n s f o r m a d a por medio de la inter1

Versión revisada de "Individual and Family Structure", en Lomas (1967).

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nalización, la división y otras operaciones, en la " f a m i l i a " , proyectada a su vez sobre la familia y otros objetivos. La relación e n t r e las estructuras observables de la familia y las estructuras q u e persisten como p a r t e de la " f a m i l i a " como u n conjunto de relaciones y operaciones e n t r e ambas, constituye el t e m a de este capitulo. 2

La familia como fantasía Lo q u e i n t e r n a l i z a m o s , es la familia como sistema. N o los elementos aislados, sino las relaciones y operaciones e n t r e elementos y conjuntos de elementos. Los elementos p u e d e n ser personas, cosas u objetos parciales. Los padres son internalizados como unidos o distanciados, juntos o separados, próximos o alejados, como personas q u e se a m a n , se pelean, etc., e n t r e sí o consigo m i s m a s . La m a d r e y el p a d r e p u e d e n ser fusionados en u n a especie de m a t r i z q u e los r e p r e s e n t a a ambos o divididos en segmentos q u e n o coinciden con la h a b i t u a l diferenciación de elementos en las personas. Sus relaciones sexuales, tal como se las r e p r e s e n t a el n i ñ o , ocupan u n a posición c e n t r a l en cada " f a m i l i a " interna. Los m i e m b r o s de la familia p u e d e n sentirse en m a y o r o m e n o r grado d e n t r o o fuera de ésta o de u n a cualquiera de sus p a r t e s , según sientan o no q u e llevan la familia d e n t r o de ellos y q u e están incluidos e n el conjunto de relaciones q u e caracter i z a n la familia i n t e r n a de los otros m i e m b r o s . La familia, en c u a n t o internalizada, es u n sistem a témporo-espacial. Lo q u e se i n t e r n a l i z a como " p r ó x i m o " o " a l e j a d o " , o como " u n i d o " o "separa2

Empleamos comillas para señalar que nos estamos refiriendo a la familia internalizada.

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d o " , no son sólo relaciones espaciales: u n a sucesión en el tiempo está siempre presente. Si pienso en otras personas como u n i d a s a m í , y t a m b i é n en otras m á s como no u n i d a s a mí, h a b r é realizado dos actos de síntesis, de los q u e resultan el nosotros y el ellos. La familia es u n nosotros c o m ú n q u e se contrapone a ellos, ajenos a la familia. P e r o están a d e m á s los subgrupos d e n t r o de la familia: nosotros, yo, tú, ellos, nosotros los padres, esos niños, nosotros los niños, nosotros (la m a d r e y el n i ñ o ) y él (el p a d r e ) , y así sucesivamente. C u a n d o m e identifico a m í m i s m o como u n o de nosotros, espero q u e t ú hagas otro t a n t o . C u a n d o las personas son tres, t ú y él (o ella) y yo, cada u n a se convierte e n u n o de nosotros. E n tal familia nosotros, cada u n o de nosotros, n o sólo reconocemos (reconoce) su propia síntesis de la familia, sino q u e espera q u e u n a síntesis semejante exista t a m b i é n en ti y e n él (o e l l a ) . M i " f a m i l i a " c o m p r e n d e la de él (o de e l l a ) , es de él (o de ella) y m í a . L a "famil i a " n o es u n objeto social simple, compartido por sus m i e m b r o s . N o es, p a r a cada u n o de éstos, u n conjunto objetivo de relaciones. Existe e n cada u n o de los elementos q u e la f o r m a n , y sólo allí. Como diría Sartre, lo q u e u n e a la familia es la internalización recíproca por p a r t e de sus m i e m b r o s (cuya condición de tales depende, precisamente, de esa i n t e r i o r i z a c i ó n ) de sus respectivas i n t e r n a lizaciones. La u n i d a d de la familia se e n c u e n t r a en el interior de cada síntesis, y cada síntesis está vinculada por interioridad recíproca con la i n t e r n a lización por cada m i e m b r o de la interiorización de rada m i e m b r o . . . 3

La unificación por co-inherencia se halla presente en la experiencia cristiana de ser u n o " e n " s Empleamos interiorizar e interiorización como sinónimos de internalizar e internalización.

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Cristo. La co-inherencia i m p r e g n a b a la mística N a z i del País y el Partido. Sentimos q u e somos U n o e n la m e d i d a en q u e reconocemos en nuestro interior u n a presencia c o m ú n a todos nuestros herm a n o s y h e r m a n a s en Cristo, en el P a r t i d o o en la familia. ¿Qué función c u m p l e la " f a m i l i a " e n lo q u e respecta a la relación e n t r e los m i e m b r o s de la familia? La " f a m i l i a " , es decir, la familia como estructura concebida por la fantasía, lleva aparejado u n tipo de relación e n t r e los m i e m b r o s de la familia q u e difiere de las relaciones e n t r e quienes no h a n asumido r e c i p r o c a m e n t e en su interior esa i m a g e n . La " f a m i l i a " no es u n objeto introyectado, sino u n conjunto de relaciones introyectado. La " f a m i l i a " , en su condición de sistema i n t e r n o q u e nos i n c l u y e , p u e d e n o ser c l a r a m e n t e diferenciada de otros sistemas de esa especie, a los q u e asignamos n o m b r e s t a n inadecuados como " ú t e r o " , " s e n o " , " c u e r p o m a t e r n o " , etc. P u e d e ser concebida como algo q u e vive, agoniza o h a m u e r t o ; como u n a n i m a l , u n a m á q u i n a , a m e n u d o como u n receptáculo h u m a n o protector o destructivo, como esos objetos q u e son a la vez rostro, casa y cuerpo q u e dibujan los niños. Es u n conjunto de elementos con subdivisiones d e n t r o de las cuales se e n c u e n t r a el y o , junto con otras personas q u e lo contienen. La familia p u e d e ser i m a g i n a d a como u n a t r a m a , u n a flor, u n a t u m b a , u n a cárcel, u n castillo. El y o puede ser m á s consciente de u n a i m a g e n de la familia q u e de la familia m i s m a y t r a s p o n e r las imágenes a la familia. 4

* Mi propósito es únicamente realizar una comparación abstracta entre grupos basados en la co-inherencia. Un estudio de la co-inherencia desde el punto de vista cristiano puede verse en Williams (1950).

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El espacio y el tiempo son, en la " f a m i l i a " , semejantes al espacio y el tiempo míticos: t i e n d e n a ordenarse e n torno de u n centro y describen ciclos q u e se repiten. ¿Quién o q u é es, dónde se encuentra, el centro de la familia? Según u n a descripción: "Mi familia era como una flor. Mi madre era el centro y nosotros los pétalos. Cuando me fui de casa, mi madre sintió como si hubiera perdido un brazo. Ellos (los hermanos) aún se reúnen a su alrededor en esa forma. Mi padre nunca integra en realidad la familia en ese sentido."

Esa familia era representada por u n a i m a g e n de u n objeto, el cual d e s e m p e ñ a b a la función de c o m u n i c a r la sensación de f o r m a r p a r t e de u n a estructura vegetativa.

Internalización " I n t e r n a l i z a r " significa trasponer lo " e x t e r n o " a lo " i n t e r n o " . Implica la transferencia d e cierto n ú m e r o de relaciones q u e constituyen u n conjunto (con diversas operaciones e n t r e los elementos del conjunto, cuyos productos p e r m a n e c e n d e n t r o del conjunto) de u n a modalidad de la experiencia a otras: o sea, de la percepción a la imaginación, la m e m o r i a , los sueños. E n nuestros períodos de vigilia percibimos algo; lo r e c o r d a m o s ; luego lo olvidamos; soñamos con algo de contenido diferente pero de e s t r u c t u r a análoga; recordamos el sueño, pero n o la percepción original. A l g u n a s p a u t a s de esta y otras clases de internalización r e a p a r e c e n u n a y otra vez e n nuestras ensoñaciones, sueños, imaginaciones, fantasías. La imaginación p u e d e elaborar p a u t a s opues-

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tas a las q u e se h a l l a n presentes en n u e s t r a s ensoñaciones. A r g u m e n t o s con d r a m á t i c a s secuencias de relaciones témporo-espaciales e n t r e elementos sufren transformaciones ( c u l m i n a n e n catástrofe o en u n desenlace idóneo p a r a satisfacer los propios deseos, por ejemplo) al reaparecer bajo diferentes modalidades. Podemos t r a t a r de influir sobre los procesos imaginativos inspirados e n nuestros deseos o temores, de c u y a existencia sólo nos e n t e r a m o s cuando sufrimos los efectos de esa acción. Dostoievski describe a la familia de Raskolnikov valiéndose de los recuerdos, los sueños, las fanta sías inconscientes y la imaginación de éste, así com o t a m b i é n de sus actos en relación con otros personajes. Raskolnikov p r o c u r a a s u m i r la q u e cree ser su personalidad, pero sólo consigue r e p r e s e n t a r la p a u t a q u e h a concebido de su " f a m i l i a " , discernible en sus sueños, recuerdos, ensoñaciones d i u r n a s y experiencias físicas, de las cuales el sujeto q u e actúa en este m u n d o se halla p r o f u n d a m e n t e disociado. M u c h o s son, pues, los procesos q u e se designan con el rótulo c o m ú n de " i n t e r n a l i z a c i ó n " . Todos ellos implican transición o modulación de u n m o do a otro. Resumiendo, diremos q u e lo q u e se internaliza no son objetos como tales, sino p a u t a s de relación por medio de operaciones i n t e r n a s , a p a r t i r de las cuales u n a persona desarrolla u n a e s t r u c t u r a grupal personificada. 5

Transformación y externalización (proyección) Este g r u p o i n t e r n o p u e d e condicionar e n m a y o r o m e n o r grado la relación de u n a persona consigo 6 Véase Laing (1969).

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m i s m a . Relaciones tripartitas son reducidas a relaciones del yo con el yo. U n adulto p u e d e sentirse como u n n i ñ o m i e n t r a s trata de reconciliar dos " p a r t e s " de sí m i s m o q u e lo i m p u l s a n e n direcciones opuestas y q u e concibe q u i z á , respectivam e n t e , como b u e n a y m a l a , m a s c u l i n a y femenina o, incluso, como la m i t a d derecha y la m i t a d izquierda de su cuerpo: trata de c o m p o n e r sus ideas, pero i n t e r v i e n e entonces u n a tercera p a r t e , y así sucesivamente. Estas relaciones i n t e r n a s del yo con el y o son tan v a r i a d a s como los sistemas familiares reales. Incluso si la " f a m i l i a " n o se convierte e n u n m e d i o i m p o r t a n t e de relacionarse o n o relacionarse con el propio " y o " , siempre nos c a m b i a r á e n a l g u n a m e dida el hecho de t e n e r este g r u p o e n nuestro interior. A l g u n a s personas parecen d e p e n d e r hasta tal p u n t o de esas operaciones grupales p a r a estruct u r a r su espacio y su t i e m p o q u e , sin ellas, se sienten incapaces de m a n t e n e r su equilibrio. U n joven e x p e r i m e n t a la sensación de q u e su vida h a llegado a u n p u n t o m u e r t o . Lo p r e o c u p a n el conflicto e n t r e el Este y el Oeste, la guerra fría, el equilibrio del terror, las técnicas de disuasión, la imposibilidad del divorcio, la necesidad de coexistencia, la evidente imposibilidad de coexistencia. Cree q u e tiene la responsabilidad de h a l l a r u n a solución, pero se siente sin esperanzas, como paralizado. N o hace n a d a , pero lo a b r u m a la idea de q u e es responsable de la destrucción q u e sin duda sobrevendrá. Los elementos estructurales de sus preocupaciones — e l conflicto, la g u e r r a fría, el divorcio emocional, el equilibrio del terror, la necesidad de coexistencia— se asemejan a los q u e caracterizan la relación e n t r e sus padres. El, sin e m b a r g o , n o advierte esa semejanza. Insiste en q u e su preocupación por la situación m u n -

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dial no sólo está p l e n a m e n t e justificada por la realidad objetiva, sino q u e se inspira exclusivamente en ella. La situación m u n d i a l es u n hecho y miles de personas provienen de familias como la s u y a ; por consiguiente, no ve q u é relación pueda haber. U n a m u j e r casada sueña q u e su esposo hace el a m o r en su presencia a u n a rival m á s joven y q u e ella se siente aterrorizada a n t e la idea de demost r a r sus celos. Si se m u e s t r a celosa puede ser castigada. Vincula ese sueño con la preocupación q u e le inspira u n a infidelidad actual de su esposo. P e r o no logra establecer n i n g u n a conexión e n t r e u n a experiencia m u y arcaica de destete, la visión de sus padres haciendo el a m o r o la de su m a d r e (a quien asimila a su esposo) en compañía de su h e r m a n a m e n o r , con u n tabú familiar q u e proscribe los " m a l o s " sentimientos o las acciones i m p u l s a d a s por los celos p a r a separar las parejas q u e excluyen a todos los ajenos a ellas. Es imposible e v a l u a r el alcance de esas operaciones y transformaciones i n t e r n a s r e c u r r i e n d o exclusivamente a la técnica psicoanalítica: se necesitan a d e m á s estudios sobre familias coordinados con estudios sobre "familias". E n las personas g r a v e m e n t e p e r t u r b a d a s hallamos algo q u e puede considerarse como estructuras delirantes, pero que, sin e m b a r g o , están visiblem e n t e relacionadas con situaciones familiares. La re-proyección de la " f a m i l i a " no consiste simplem e n t e en la proyección de u n objeto " i n t e r n o " sobre u n a persona externa. Es la superposición de u n conjunto de relaciones a otro: ambos conjuntos pueden coincidir en m a y o r o m e n o r grado. Sólo c u a n d o la discordancia es suficientemente grave a juicio de los d e m á s la operación se considera psicótica. Es decir q u e la operación no se considera psicótica en sí m i s m a .

EL

CUESTIONAMIENTO

D E LA F A M I L I A

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P e n s a r en la estructura espacial ú n i c a m e n t e , n o basta; tampoco puede separarse u n objeto interior de su contexto. Debemos buscar siempre u n a sucesión de acontecimientos e n la q u e varios elementos — n u n c a u n o solo— t e n g a n u n papel q u e desempeñar. U n h o m b r e se sintió destruido por u n a mujer. Sintió, a los 30 años, q u e ella actuaba como lo había hecho su m a d r e c u a n d o él tenía tres. N o era la p r i m e r a vez, ni sería la ú l t i m a , q u e e x p e r i m e n t a b a esa sensación. El prototipo fue descubierto m e d i a n t e u n análisis de su transferencia al presente y luego confrontado con los datos complementarios obtenidos de los padres y otras personas. Orden de los acontecimientos

en el

prototipo

1. 2. 3. 4. 5.

Está con la m u j e r q u e a m a (su n i ñ e r a ) . Su m a d r e regresa, despide a la n i ñ e r a , y lo m a n d a como pupilo a u n colegio, m i e n t r a s su p a d r e se abstiene de intervenir. Su m a d r e vacila e n t r e él y sus a v e n t u r a s amorosas. 6. H u y e del colegio, al q u e es devuelto por la policía.

Argumento 1. 2. 3. 4. 5.

recurrente

en el

adulto

Se e n a m o r a de A. Deja a A por B. R o m p e con B. C no interviene. T a n t o él como B vacilan e n t r e su relación recíproca y sus a v e n t u r a s amorosas con terceros. 6. T r a t a de escapar, pero n o puede.

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La principal diferencia q u e se observa e n t r e las dos series de acontecimientos es q u e en la segunda el protagonista intenta hacer lo que le hicieron a él. Deja a A. B no se lo lleva consigo. Aleja a B. Al hacer q u e B lo a b a n d o n e , parece tener la situación bajo su control. Pero e x p e r i m e n t a cada repetición del a r g u m e n t o como si él fuera la víctima de B y , en última instancia, del a r g u m e n t o m i s m o , del cual considera responsable a su m a d r e . B lo a p a r t ó de A , luego lo a b a n d o n ó y lo condenó a la soledad. Yo m e limité al papel de espectador, como a n t e s su padre. El d r a m a , " i n t e r n a l i z a d o " y vuelto a r e p r e s e n t a r con u n a apariencia de control, es e x p e r i m e n t a d o por él como su destrucción a m a n o s de u n a mujer. Este papel de " d e s t r u c t o r a " es u n papel adjudi­ cado e n u n d r a m a . Los d r a m a s familiares son, sin e m b a r g o , varios. Si incursionamos e n su pasado, otros nos salen al e n c u e n t r o , y si a v a n z a m o s siquie­ ra u n poco, el d r a m a c a m b i a n u e v a m e n t e . Todos ellos son representados s i m u l t á n e a m e n t e en el mis­ m o teatro; la farsa y la tragedia ocupan el escena­ rio al m i s m o tiempo. El a r g u m e n t o , modificado por las reversiones, combinaciones, divisiones, inversiones, etc., p u e d e a ú n ser reconocible. H a b i t u a l m e n t e , a d e m á s , apa­ rece dotado de u n final, feliz o catastrófico. C u a n d o u n modelo i n t e r n o semejante de relacio­ nes témporo-espaciales dispuestas en serie es externalizado, parece funcionar a la vez como u n esquema q u e gobierna el modo en q u e se desean, se t e m e n , se ven suceder los acontecimientos exter­ nos y , al i n d u c i r acciones y reacciones, como fan­ tasías y profecías q u e se c u m p l e n a sí m i s m a s .

EL C U E S T I O N A M I E N T O D E L A

FAMILIA

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La transferencia de los modos grupales El n i ñ o nace e n el serio de u n a familia q u e es el producto de las operaciones de seres h u m a n o s q u e lo h a n precedido e n este m u n d o . Es u n sistema al q u e se logra acceso m e d i a n t e la vista, el oído, el gusto, el olfato, el tacto, el dolor y el placer, el calor y el frío; u n océano en el q u e el n i ñ o a p r e n d e m u y pronto a n a d a r . Pero de esta serie son las relaciones, no los simples objetos, lo q u e se internaliza y se interpreta p a r a h a l l a r l e significado. La familia q u e describimos aquí es u n modo grupal caracterizado por la co-inherencia. A l g u n a s familias son dirigidas a la m a n e r a de organizaciones comerciales; otras son instituciones. D e la m a ñ a n a a la noche el individuo se metamorfosea m i e n t r a s pasa de u n modo g r u p a l a otro: de la familia a la cola q u e espera el ó m n i b u s , al trabajo, al a l m u e r z o con los amigos, a la r e u n i ó n con los compinches, antes de regresar a la familia. La transferencia supone trasponer u n a metamorfosis —basada en estar " e n " y en llevar dentro de sí u n modo grupal de sociabilidad— a otra. La " f a m i l i a " es transferida al trabajo. O bien el fatigado trabajador proyecta el " t r a b a j o " —fruto de la proyección de la " f a m i l i a " sobre el trabajo— sobre la familia. La persona q u e se m u e v e a través de distintas pluralidades en u n a sociedad pluralista funciona de diferentes modos, incluso s i m u l t á n e a m e n t e , mientras cada u n o de los conjuntos internos de estructuras modales sufre u n a transformación q u e difiere de las d e m á s por su tipo, su fase, su tempo, etcétera.

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Función defensiva de la "familia" "Nada más eficaz que otra persona para comunicar vida al mundo que nos rodea o para —con una mirada, un gesto o una observación— agostar la realidad que nos aloja." (Goffman, 1961).

La m a y o r p a r t e de las defensas e n u m e r a d a s por el psicoanálisis — p o r ejemplo la disociación, la pro­ yección, la introyección, la negación, la represión, la regresión— son intrapsíquicas. Estos m e c a n i s m o s de defensa psicoanalíticos son lo que una persona se hace a sí misma. N o son acciones q u e recaen sobre el m u n d o externo, sobre los d e m á s n i sobre el m u n d o de los demás. Es u n hecho manifiesto q u e las personas t r a t a n de a c t u a r sobre los m u n d o s " i n t e r i o r e s " de los d e m á s con el fin de p r e s e r v a r sus propios m u n d o s interiores, y q u e a l g u n a s (los llamados sujetos obse­ sivos, por ejemplo) o r d e n a n y r e o r d e n a n los objetos del m u n d o externo con idéntico fin. N o existe n i n g u n a teoría psicoanalítica sistemá­ tica sobre la n a t u r a l e z a de las defensas transperso­ nales, es decir, las defensas p o r medio de las cuales el y o p r o c u r a controlar la vida interior del prójimo con el fin de preservar su propia vida interior, n i sobre las técnicas a q u e se p u e d e r e c u r r i r p a r a h a c e r frente a la persecución q u e es su consecuencia. Si el y o depende de la integridad de la " f a m i l i a " , dependerá entonces — d a d o q u e la " f a m i l i a " es u n a e s t r u c t u r a c o m p a r t i d a — de q u e conciba a ésta como u n a e s t r u c t u r a compartida p o r otros. Nos sentimos seguros c u a n d o i m a g i n a m o s la integridad de la e s t r u c t u r a de la " f a m i l i a " en otros. Cada m i e m b r o de la familia personifica u n a estructura derivada de relaciones e n t r e los m i e m ­ bros. Esta presencia grupal compartida existe a

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condición de que cada m i e m b r o la sienta dentro de sí. Esta es la r a z ó n de ser de las fantasías sobre la familia a salvo, destruida o r e s t a u r a d a , sobre la familia q u e crece, m u e r e o es i n m o r t a l . Cada m i e m b r o de la familia p u e d e exigir q u e los otros m a n t e n g a n dentro de sí la m i s m a i m a g e n de la "familia". La identidad de cada individuo se apoya entonces en la presencia de u n a " f a m i l i a " compartida dentro de los d e m á s , quienes, e n v i r t u d de ello, son p a r t e de la m i s m a familia. Integrar una familia es sentir la misma "familia" dentro de sí. E n a l g u n a s familias los padres n o p u e d e n perm i t i r q u e sus hijos a n i q u i l e n la " f a m i l i a " d e n t r o de sí, c u a n d o ésa es su voluntad, p o r q u e piensan q u e ello ocasionaría la fragmentación de la familia: ¿dónde iría ésta entonces a p a r a r ? T a m b i é n p a r a los hijos la " f a m i l i a " p u e d e ser u n a e s t r u c t u r a int e r n a m á s i m p o r t a n t e q u e el " s e n o " , el " p e n e " , la " m a d r e " o el " p a d r e " . M i e n t r a s se conciba a la " f a m i l i a " como algo p e r m a n e n t e , m u c h a s otras cosas p u e d e n n o serlo. L a " f a m i l i a " se convierte en u n elemento de unión e n t r e sus m i e m b r o s , cuyos vínculos recíprocos p u e d e n ser, e n caso contrario m u y débiles. Si cualquiera de los m i e m b r o s de la familia desea separarse excluyendo la " f a m i l i a " de su sistema o disolviéndola d e n t r o de sí, el resultado será u n a crisis. L a " f a m i l i a " p u e d e r e p r e s e n t a r p a r a la familia el m u n d o entero. D e s t r u i r la " f a m i l i a " p u e d e ser concebido como algo peor q u e el asesinato o m á s egoísta q u e el suicidio. "Sería como destruir el m u n d o de mis p a d r e s " , quienes no dejarían de sentirlo así. Y lo q u e h a c e n los padres puede ser exper i m e n t a d o como destructivo por los hijos si acarrea la división de la " f a m i l i a " al m i s m o tiempo q u e la de la familia. Los dilemas a b u n d a n . Si no destruyo la " f a m i lia", la " f a m i l i a " m e destruirá. N o puedo destruir

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la " f a m i l i a " en m í sin destruirla en ellos. Si se sienten en peligro, ¿me d e s t r u i r á n ? Actos q u e no h a n tenido tal propósito son definidos por los oíros miembros de la familia como destructivos, persecutorios o malsanos p o r q u e determ i n a n la fragmentación de la "familia". Cada cual debe sacrificarse, e n consecuencia, con el fin de preservar la " f a m i l i a " . L a " f a m i l i a " llega a ser u n a defensa o b a l u a r t e contra el d e r r u m b e , la desintegración, la futilidad, la desesperación, la culpa y otras calamidades. La preservación, modificación o disolución de la " f a m i l i a " n o puede ser u n a s u n t o m e r a m e n t e privado c u a n d o todos sus m i e m b r o s sienten q u e debe ser preservada. La pérdida de u n m i e m b r o p u e d e resultar m e n o s peligrosa q u e la incorporación de u n e x t r a ñ o si éste introduce otra " f a m i l i a " d e n t r o de la " f a m i l i a " . Como consecuencia, la preservación de la "famil i a " es e q u i p a r a d a a la preservación del y o y del m u n d o , y la disolución de la " f a m i l i a " d e n t r o de otro es e q u i p a r a d a a la m u e r t e del y o y el d e r r u m be del m u n d o . T a m b i é n p u e d e o c u r r i r q u e odiemos o t e m a m o s a la " f a m i l i a " o q u e envidiemos a otros su vida familiar feliz o satisfecha; el m u n d o se h u n d i r á entonces si la " f a m i l i a " no es asesinada. Cualquiera q u e sea el caso, la sombra de la "fam i l i a " oscurece n u e s t r a visión. M i e n t r a s n o h a y a mos visto a la " f a m i l i a " d e n t r o de nosotros n o podremos ni vernos n i v e r a familia a l g u n a con claridad.

Un partido de tenis A los 17 años, Luisa presentaba u n cuadro de esquizofrenia j u v e n i l simple. Activa en la escuela, capaz de hacer amistades, aficionada a los deportes

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— e n especial el t e n i s — , desde hacía varios meses se mostraba inactiva, indiferente y absorta e n sus pensamientos. C u a n d o la vi, su m u t i s m o e inmovilidad e r a n casi totales. Se dejaba, n o obstante, vestir; comía lo q u e le p o n í a n en la boca y obedecía p a s i v a m e n t e las órdenes i m p a r t i d a s con energía. Librada a sí m i s m a n o m o s t r a b a iniciativa y n o desarrollaba n i n g u n a actividad. Estaba absorta e n u n desvarío relacionado con u n i n t e r m i n a b l e partido de tenis. Dobles mixtos. Cancha principal. W i m b l e d o n . L a m u l t i t u d , la cancha, la red, los jugadores y la pelota, q u e iba y venía, iba y venía, iba y venía. Ella era todos esos elem e n t o s , en especial la pelota. Esa pelota — t a n p e q u e ñ a , t a n pasiva, y sin e m b a r g o t a n s a l t a r i n a — era servida, golpeada, voleada, enviada a veces fuera de la c a n c h a : el elem e n t o principal del partido y el espectáculo. Todas las m i r a d a s están fijas e n ella. A u n q u e elástica, su resistencia no es ilimitada. E m p e z ó llena de brío, pero puede cansarse. E s el i n s t r u m e n t o de la relación e n t r e los jugadores. Estos la i m p u l s a n con efecto, la u s a n p a r a sus t r a m p a s y a r t i m a ñ a s . A u n q u e es t a n i m p o r t a n t e , a n a d i e le interesa r e a l m e n te. L a e m p l e a n o la q u i e r e n sólo p a r a vencer al rival. A veces la t r a t a n con suavidad, pero sólo p a r a g a n a r . N a d i e se preocupa por ella. N o le tiei en compasión. Si quisiera protestar o rebelarse, o n o a c t u a r de acuerdo con el impulso q u e se le da, si aspirara a seguir su iniciativa, a elegir el modo de rebotar o el l u g a r de destino, sería puesta a u n lado. Lo i m p o r t a n t e es el partido: quizás, en lo esencial, lo q u e interesa n o es g a n a r l o , sino prolongarlo indefinidamente. Supongamos q u e la pelota sufriera u n a transformación. Podría convertirse en u n a g r a n a d a de m a n o y h a c e r volar por los aires a los jugadores-

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Podría incluso volverse u n a bomba atómica y hacer volar la c a n c h a principal, los espectadores y la m i t a d de Londres. Podría ser u n a bomba de tiempo, p r e p a r a d a para explotar en u n m o m e n t o critico, sin q u e ella m i s m a supiera c u á n d o o cómo. ¡Qué v e n g a n z a ! ¡Qué cambio! P e r o , si explota, será la p r i m e r a e n ser destruida. Quizás incluso la intolerable existencia de u n a pelota de tenis, golpeada, abrasada, raída, cubierta por el polvo caliente y seco del h o r n o en q u e se convierte la cancha principal bajo el implacable resplandor del sol, contemplada con indiferencia por los espectadores, sea mejor q u e nada. A d e m á s , quizá sea eso lo q u e ella es. Quizá sea ése su karma. T a l vez sea u n a princesa apresada en u n maleficio. Quizá deba aceptar la situación porque ése es su destino: r e n u n c i a r a u n a vida feliz en expiación de u n a falta olvidada. P o r q u e es u n sacrificio, o u n ejemplo, o p o r q u e se lo dicta u n misterioso impulso de amor. Luisa vivía con su padre, su m a d r e , su abuela p a t e r n a y su abuelo m a t e r n o . P a d r e y abuela se e n f r e n t a b a n con m a d r e y abuelo: dobles mixtos. La pelota era Luisa. U n ejemplo p o n d r á en claro la exactitud de la metáfora: de c u a n d o en c u a n d o ambos bandos pasaban varias s e m a n a s sin hablarse, m a n t e n i e n d o la comunicación por i n t e r m e d i o de Luisa. D u r a n t e las comidas no se dirigían la palabra. La m a d r e pedía por ejemplo a Luisa: " D i l e a tu p a d r e q u e m e alcance la sal." Luisa se volvía a su p a d r e : " M a m á quiere q u e le alcances la sal." El padre respondía: " D i l e q u e venga ella a buscarla." " D i c e q u e la vayas a buscar", t r a n s m i t í a Luisa. C u a n d o Luisa era p e q u e ñ a , su m a d r e tuvo u n "episodio psicótico". Dio en decir q u e faltaba unión en la familia. Todo el m u n d o tenía q u e sentarse alrededor de

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u n a mesa, sin h a b l a r y sin moverse, con las m a n o s extendidas, las p a l m a s hacia abajo, tocando cada u n o con la e x t r e m i d a d del p u l g a r el m e ñ i q u e de su vecino. U n a corriente de a m o r circularía así por la familia y a y u d a r í a a paliar su desgracia. ¡Qué idea descabellada! Lo h a c í a n p a r a complacerla, pero no lo t o m a b a n e n serio. ¿Daría resultado? Luisa no tenia conciencia de q u e existiera u n vínculo e n t r e su desvarío sobre el partido de tenis y su familia. Ese vínculo era la "familia". U n a de las cosas q u e no se le p u e d e pedir a u n a pelota de tenis es q u e sepa q u e es u n a pelota de tenis. T a r d ó tres meses e n descubrir la relación. Dos años después se separó de su familia y h a estado llevando u n a vida activa d u r a n t e los 10 años subsiguientes. La " f a m i l i a " como fantasía puede ser "inconsciente". Los elementos de ese modelo d r a m á t i c o q u e es la " f a m i l i a " a s o m a n en la conciencia bajo la forma de diferentes imágenes. La " f a m i l i a " sufre m o d u laciones y otras transformaciones en el proceso de internalización y en su posterior historia como fantasía. 6

La " f a m i l i a " traspuesta a la familia (o transferida a otras situaciones) n o es u n simple conjunto de objetos introyectados, sino m á s bien u n a m a t r i z de dramas, de p a u t a s de secuencias témporo-espaciales q u e representar. Lo m i s m o q u e en u n rollo de película, todos los elementos están presentes s i m u l t á n e a m e n t e , dispuestos de modo q u e e n t r e n en escena unos a continuación de otros, como en u n a proyección cinematográfica. El rollo es la familia interna. La " f a m i l i a " n o es el único rollo q u e llevan dentro de sí las personas, listo p a r a desplegarse c u a n d o 6

Sobre la fenomenología de la "fantasía inconsciente", véase Laing (1970).

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se dan las circunstancias adecuadas; tampoco es n e c e s a r i a m e n t e el m á s i m p o r t a n t e . U n o es atravesado por u n o y atraviesa i n n u m e r a b l e s conjuntos de subsistemas dentro de la totalidad infinita de todos los conjuntos q u e sumados componen el u n i verso, y ocupa i n n u m e r a b l e s posiciones en esos conjuntos i n n u m e r a b l e s . La creación de la " f a m i l i a " tiene l u g a r d u r a n t e los primeros años de vida. Exige la internalización, concebida aquí como modulación e x p e r i m e n t a l y transformación e s t r u c t u r a l . L a internalización de u n conjunto de relaciones por cada u n o de los elementos de ese conjunto t r a n s f o r m a la n a t u r a l e z a de los elementos, sus relaciones y el conjunto, e n u n g r u p o de u n a clase m u y especial. Este conjunto de relaciones de la " f a m i l i a " puede ser traspuesto a nuestro cuerpo, sentimientos, p e n s a m i e n t o s , fantasías, sueños, percepciones; puede convertirse en a r g u m e n t o s q u e envuelven nuestros actos y ser traspuesto a c u a l q u i e r aspecto del cosmos. El cosmos en su totalidad p u e d e recibir la proyección de u n a r g u m e n t o familiar a p a r t i r del cual será posible reconstruir el conjunto original de relaciones y operaciones constitutivas de la " f a m i l i a " . Este prototipo g r u p a l de la " f a m i l i a " es transferido o trasladado (Übertragung: traslado) de u n " e s t r a t o " (range) a otro, sin dejar de ser el dominio desde el cual las proyecciones son proyectadas. L a coinherencia r e s u l t a n t e de la superposición recíproca de la " f a m i l i a " de cada u n o a la familia c o m ú n conduce a lo q u e h e l l a m a d o la nexificación de la familia. Esas familias nexificadas p u e d e n convertirse en sistemas r e l a t i v a m e n t e cerrados; advertimos su presencia u n a y otra vez c u a n d o estudiamos 7

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No pretendo afirmar que estas observaciones sean aplicables a algo más que apariencias. Para la explicación de estos términos, véanse págs. 136 y sigs. 8

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las familias de personas a quienes se h a diagnosti­ cado esquizofrenia. Hay mucha distancia entre lo que acabamos de expresar y la afirmación de que esas familias causan esquizofrenia. Al h a b l a r de la familia o de la " f a m i l i a " sólo estamos c o m e n z a n d o a v i s l u m b r a r lo q u e quizá podemos suponer q u e hemos estado t r a t a n d o de describir. 9

" Véase el prefacio a la segunda edición de Laing y Esterson: Sanity, Madness, and the Family (1970).

INTERVENCIÓN TERAPEUTICA EN SITUACIONES SOCIALES 1

Estudiar situaciones sociales e i n t e r v e n i r en ellas son actividades q u e desarrollan por igual asistentes sociales y psiquiatras. N o son las únicas q u e e n c u a d r a n en n u e s t r o m i nisterio, pero sí algo q u e hacemos c o n s t a n t e m e n t e , cualesquiera q u e sean n u e s t r a s d e m á s actividades. C u a n d o u n médico, a c t u a n d o estrictamente e n calidad de tal, diagnostica amigdalitis a u n n i ñ o o cáncer a u n adulto y dispone q u e al p r i m e r o se le practique la ablación de las a m í g d a l a s o q u e al seg u n d o se lo i n t e r n e en u n hospital p a r a q u e se investigue su enfermedad y se lo opere, está interviniendo en u n a situación social a la q u e quizá n o pueda dedicar, por falta de tiempo o interés, sino u n a atención pasajera. A l e n t a m o s la esperanza de q u e los médicos consultados por familias a d v i e r t a n —cosa q u e a m e n u d o así o c u r r e — q u e las decisiones " e s t r i c t a m e n t e " profesionales r e p e r c u t e n intens a m e n t e en todo el g r u p o familiar y afectan a m u c h a s otras personas a d e m á s del paciente. C u a n do sobreviene u n a enfermedad, sin e m b a r g o , la salud física — l a vida, a veces— del paciente es antepuesta a todo lo d e m á s , y las repercusiones sociales de aquélla y de la intervención del médico son a m e n u d o descuidadas. 1

Conferencia pronunciada en la Associaüon of Family Caseworkcrs en mayo de 1968.

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El n i ñ o ingresa en el hospital. Es difícil captar p l e n a m e n t e las consecuencias individuales — p a r a no h a b l a r de las sociales— de tan grave acontecimiento. N o son los investigadores quienes nos ilust r a r á n sobre las profundas repercusiones q u e produce e n la familia la hospitalización de u n n i ñ o o u n progenitor. M u y pocos asistentes sociales y casi n i n g ú n psiquiatra tienen conciencia cabal del grado en q u e la gente se resiste a a d m i t i r esas repercusiones. M e refiero especialmente a lo q u e o c u r r e en G r a n Bretaña. D u r a n t e varios años m i tarea h a estado vinculada ron el estudio de gente en situaciones. P o r lo general se m e consulta respecto de u n a " s i t u a c i ó n " q u e ya ha sido definida por las personas q u e participan en ella y , a veces, por otros agentes de la sociedad, como caracterizada por el hecho de q u e "algo le p a s a " a uno de los partícipes. Los d e m á s no saben q u é h a c e r con esa persona; d a n por sentado, asimismo, q u e si la persona en cuestión estuviera bien, la situación se enderezaría por sí sola. Es decir, se m e consulta sobre u n a crisis social a la q u e se define r o m o (se considera causada por, e n g e n d r a d a por, ocasionada por, provocada por) u n a enfermedad. H a y m u c h o s tipos de crisis social: c u a n d o la crisis es definida como enfermedad, la opinión corriente es q u e p a r a solucionarla es necesario h a b é r selas con ésta, es decir, t r a t a r a d e c u a d a m e n t e al enfermo y curarlo (a condición de q u e esa crisis no h a y a originado otra, como ser u n a crisis económ i c a ) . C u a n d o u n a situación social d e t e r m i n a d a es definida como crisis social provocada por u n a enfermedad, esa definición está r e c l a m a n d o u n tipo de acción d e t e r m i n a d o : es u n a prescripción inequívoca de q u e u n a persona debe ser curada por medio de un " t r a t a m i e n t o " y de q u e —si ello fuera considerado necesario— debe suministrarse a y u d a comple-

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m e n t a r í a a los otros partícipes en la situación para q u e p u e d a n h a c e r frente a la enfermedad y a las consecuencias sociales secundarias q u e ésta acarrea. La definición de la situación y el r e q u e r i m i e n t o de acción son las dos caras de u n a m i s m a m o n e d a . La estrategia racional correcta de la intervención es prescripta por la definición de la situación. Buena p a r t e de la zona de convergencia de la asistencia social, la medicina y la psiquiatría, está representada p o r las situaciones de ese tipo: familias q u e c u e n t a n en su seno con u n niño r e t a r d a d o o u n m i e m b r o afectado por u n a incapacidad física. E n m u c h o s casos h a b l a m o s de incapacidad mental (excluida la s u b n o r m a l i d a d y otros estados m a n i fiestamente orgánicos) aguda o crónica; i n t e r p r e tamos la situación en función del e s q u e m a señalado p r e c e d e n t e m e n t e y la abordamos guiándonos por éste. Veamos a h o r a a l g u n a s de las consecuencias prácticas q u e trae a p a r e a d a s la adopción por los asistentes sociales de ese modelo médico de situación social. Los asistentes sociales y los psiquiatras tien e n q u e ser prácticos. N u e s t r a labor n o es reposada: a m e n u d o reflexionamos m i e n t r a s a c t u a m o s , o bien, si la fatiga nos lo p e r m i t e , en nuestros ratos libres. Con frecuencia descubrimos lo q u e h e m o s estado haciendo después q u e lo h e m o s hecho. U n a ventaja de ello es q u e nos lleva a a d o p t a r u n enfoq u e p r a g m á t i c o y empírico. L a desventaja es que, sin tiempo p a r a reflexionar críticamente, podemos volvernos dogmáticos en los aspectos teóricos y r u tinarios en c u a n t o a la práctica. Podemos incluso r e i t e r a r explicaciones sobre lo q u e realizamos q u e ni siquiera c o n c u e r d a n con lo q u e hacemos: e n especial si no disponemos del tiempo necesario p a r a a n a l i z a r a fondo lo q u e r e a l m e n t e hacemos. C u a n d o lo q u e pensamos q u e hacemos n o coincide con lo

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q u e en verdad hacemos, caemos en suposiciones q u e i n f l u y e n sobre n u e s t r a s actitudes y podemos llegar a e n c o n t r a r n o s (si es q u e volvemos a e n c o n t r a r algo a l g u n a vez) lo bastante confundidos como p a r a no advertir e n q u é consisten n u e s t r a s suposi­ ciones o el hecho de q u e estamos p e r p e t u a n d o p r á c ­ ticas q u e n o comprendemos. Otro peligro es q u e dejamos q u e sean otros los q u e hacen el análisis, m i e n t r a s nosotros hacemos el trabajo. N i n g u n o de nosotros puede p e r m i t i r s e el lujo de aceptar sin m á s las afirmaciones de gente que cree q u e p u e d e decir­ nos q u é es lo q u e estamos haciendo o lo q u e deberiamos hacer, es decir, de gente q u e e n realidad n o a s u m e p e r s o n a l m e n t e la labor práctica, sino q u e piensa q u e está en condiciones de teorizar sobre ella. La situación r e s u l t a n t e es por d e m á s peligrosa. E n m i opinión, g r a n p a r t e de los lineamientos teóricos con q u e se m a n e j a n los asistentes sociales son fruto (o h a n sufrido la influencia) de u n mo­ delo médico derivado de la psiquiatría, tomado a su vez por ésta de la m e d i c i n a general, modelo q u e , p e r lo m e n o s hasta h a c e m u y poco tiempo, era aceptado sin análisis por los mismos psiquiatras. Este modelo, aplicado a u n a situación social, nos presta t a n t a a y u d a p a r a ver q u é ocurre como la q u e prestaría u n p a r de anteojos oscuros p a r a ver q u é ocurre en u n a habitación sin luz. E n los casos e n q u e h e sido consultado sobre u n a situación, por lo general existía y a opinión formada en el sentido de q u e "algo le p a s a b a " a a l g u i e n ; con frecuencia t a m b i é n a l g ú n " e x p e r t o " h a b í a comen­ zado a sospechar q u e algo " m e n t a l " le ocurría a esa persona. Les d a r é u n ejemplo. Como compren­ d e r á n , m e h e visto obligado a c o m p e n d i a r y esque­ m a t i z a r los hechos.

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Los Clark De u n hospital p a r a niños con problemas de conducta m e e n v í a n u n a carta, en la q u e m e invitan a d a r m i opinión sobre u n m u c h a c h i t o de n u e v e años al q u e se le ha diagnosticado esquizofrenia incipiente ( ? ) . P o r espacio de tres meses el m u c h a c h o había concurrido s e m a n a l m e n t e al hospital, donde era entrevistado por u n psiquiatra. Su m a d r e , q u e era q u i e n lo había, llevado al hospital, acudia allí m i s m o s e m a n a por medio p a r a m a n t e n e r conversaciones con u n asistente social versado e n psiquiatría. El m u c h a c h o no denotaba m e j o r í a ; su conducta en el hogar y e n la escuela e m p e o r a b a ; el psiquiatra ignoraba la causa, y a q u e la m a y o r p a r t e del tiempo n o conseguía ni siquiera hacerlo h a b l a r ; pensaba q u e quizás estuviera evolucionando hacia u n a esquizofrenia. Si esta hipótesis se viera confirm a d a , podría hacerse algo en su favor, como ser i n t e r n a r l o en u n a u n i d a d psiquiátrica p a r a niños. A causa de la p e r m a n e n t e i n t r a n q u i l i d a d q u e mostraba en el a u l a , y a e n otra ocasión h a b í a sido enviado a u n hospital de niños; de las punciones l u m b a r e s y otras pruebas q u e se practicaron no surgió q u e existiera " e n f e r m e d a d o r g á n i c a " . C u a n d o recibo u n pedido de esta n a t u r a l e z a , tengo q u e decidir no solamente cómo a b o r d a r a la persona a q u i e n se h a adjudicado y a el papel de paciente, sino t a m b i é n cómo investigar con eficacia y e n el m e n o r tiempo posible q u é es lo q u e realm e n t e sucede. Esto n o fue lo q u e se m e pidió. Se m e solicitó u n diagnóstico. Yo h e asignado otro alcance a m i tarea. M i actitud es legítima. N u e s tros clientes no p l a n t e a n siempre las cosas como nosotros quisiéramos. N o debemos i g n o r a r su planteo, pero tampoco estamos obligados a adoptarlo, ni siquiera c u a n d o n u e s t r o cliente es u n psiquiatra

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Yo podría haber citado a la m a d r e p a r a que m e viniera a ver con el niño. T a m b i é n podría h a b e r concurrido al hospital p a r a entrevistar a l n i ñ o a solas o p a r a celebrar consulta con el psiquiatra. Podría h a b e r hecho m u c h a s cosas. Lo q u e hice fue escribir a la m a d r e pidiéndole q u e m e h a b l a r a por teléfono. E n la conversación telefónica q u e d ó convenido q u e la visitaría a c o m p a ñ a d o por dos asistentes sociales, e n las p r i m e r a s h o r a s de la t a r d e , es decir, en u n m o m e n t o e n q u e p u d i e r a n estar presentes la m a y o r í a de los m i e m b r o s de la familia. Estuvimos reunidos cerca de dos h o r a s y m e d i a con los familiares m á s cercanos del m u c h a c h o : su m a dre, sus dos h e r m a n o s m a y o r e s (de 13 y 11 a ñ o s ) , su h e r m a n a m e n o r (de 7 años) y su p a d r e . E n ese lapso entrevistamos al señor y la señora Clark j u n t o a sus hijos; a David solo; al señor y la señora Clark solos. M e m o s t r a r o n la casa y m e i n f o r m a r o n sobre las costumbres de la familia e n lo tocante a la alim e n t a c i ó n , el sueño y otros aspectos. D a r é unos pocos detalles. Nos r e u n i m o s , en prim e r t é r m i n o , en la sala de estar: la m a d r e , el padre, el h e r m a n o de 13 años, el h e r m a n o de 11 años, David (de 9) y la h e r m a n a (de 7 ) . E n det e r m i n a d o m o m e n t o , le p r e g u n t é a la señora Clark: " ¿ A q u i é n se parecen sus hijos?" "Este es la i m a g e n de su p a d r e " , contestó, señalando al m a y o r . El segundo no se parecía a nadie. " M i hija se parece a David. Eso forma p a r t e del problema: está e m p e z a n d o a parecerse a D a v i d . " " ¿ A q u i é n se parece D a v i d ? " "David se parece a mí." " ¿ Y q u é es lo q u e ocurre con D a v i d ? " Lo q u e ocurre con David (la señora Clark recito la lista de u n tirón) es q u e no se lo p u e d e controlar, no hace lo q u e le o r d e n a n , no t e r m i n a de comprenderlo, se aleja de la casa, no dice a q u é h o r a va n

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volver, no se interesa por la lectura ni la escritura y, por último, " n o está preocupado". Todo ello ocurrió e n los p r i m e r o s veinte m i n u t o s . ¡Vías t a r d e la m a d r e m e mostró toda la casa: el lugar en q u e d o r m í a n los varones, el lugar en q u e dormía su hija, el lugar e n q u e d o r m í a n ella y el esposo, etc. C u a n d o nos h a l l á b a m o s en el descanso de la escalera, m i e n t r a s el resto de la familia aguardaba abajo, le p r e g u n t é : " ¿ C ó m o e m p e z a r o n en realidad las cosas?" " D a v i d se lo pasaba fuera de la casa, n o m e decía a q u é hora iba a volver, se negaba a obedecerme: m e desafiaba. U n día en q u e debía volver a la u n a p a r a a l m o r z a r , y n o lo hizo hasta después de las dos, y el p a d r e había salido, le dije: ' T i e n e s q u e estar en casa a la h o r a de las comidas y vas a h a c e r lo q u e y o te diga.' ' N o ' , m e contesto. 'Sí q u e lo h a r á s . Si n o m e obedeces, te m a n d a r é bien lejos.' 'Hazlo.'" La m a d r e n o sabía q u é actitud t o m a r . Casi sin saber lo q u e hacía telefoneó a la policía y dijo del a n t e del n i ñ o : " T e n g o u n hijo al q u e no puedo controlar. N o sé q u é h a c e r con é l . " " E s p e r e u n m i n u t o " , le contestaron. Esperó y esperó ( d u r a n t e dos m i n u t o s ) y al fin volvieron al teléfono y le dijeron q u e lo llevara al hospital local p a r a niños con problemas de conducta, y le dieron la dirección. Lo hizo así, y desde entonces h a c e y a tres meses q u e c o n c u r r e s e m a n a l m e n t e con el n i ñ o al hospital. A c t u a l m e n t e l a m e n t a h a b e r tomado esa iniciativa, pero lo.cierto es q u e D a v i d sigue negándose a obedecerla y n o parece preocupado en absoluto. Después de estar con la señora Clark t u v e u n a charla con David, parados ambos j u n t o a la vent a n a de su dormitorio. F u e u n a conversación de h o m b r e a h o m b r e , e n cuyo transcurso m e explicó lo que hacía fuera de la casa: a y u d a b a a los obre-

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ros en u n a obra en construcción. N o sentía un interés especial por la lectura o la escritura, pero en cambio le gustaba m u c h o t r a b a j a r con objetos. D e lo q u e hacía e n el hospital, lo único q u e le agradaba era el dibujo: había dado autorización p a r a q u e sus obras fueran incluidas en u n a exposición de a r t e infantil ( ¿ u n a m u e s t r a m á s d e arte psicótico?). El principal motivo q u e había tenido para q u e r e r ir al hospital no era m u y loable: faltar a la escuela esa tarde. P e r o no le dio resultado, y a q u e al día siguiente tuvo q u e r e c u p e r a r lo perdido. Le p r e g u n t é si había algo q u e p u d i e r a h a c e r por él. M e pidió q u e t r a t a r a de conseguir q u e lo e x i m i e r a n de ir al hospital. L e dije q u e vería q u é podía hacer. Los últimos c u a r e n t a m i n u t o s de las dos h o r a s y media los destinamos a conversar con el señor y la señora Clark, sin q u e estuvieran presentes los niños. La señora Clark h a b í a dicho q u e David se parecía a ella en ciertos aspectos en apariencia vinculados con el problema. E n ese caso, ¿a q u i é n se parecía ella? " A m i p a d r e " , contestó sin vacilar. " E n t o n c e s D a v i d se parece a su a b u e l o . " La señ o r a Clark n o había establecido c l a r a m e n t e hasta entonces la relación, pero después de u n a breve pausa exclamó: "Sí, por supuesto. Es lo que siempre dice m i madre." La señora Clark es hija única. Su esposo, q u e es el m e n o r de dos h e r m a n o s , perdió a su p a d r e (el abuelo p a t e r n o de D a v i d ) cuando era n i ñ o ; su m a dre vive a ú n . El abuelo m a t e r n o de David m u r i ó poco antes de q u e éste fuera concebido. E n t r e el p a d r e de D a v i d y su p r i m e r hijo se desarrolló desde el comienzo u n a estrecha vinculación. El m a t r i monio Clark tuvo otro hijo. Ello resultó satisfactorio p a r a la señora Clark, pero no p a r a su suegra.

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Esta había tenido dos hijos: su hijo m a y o r t a m b i é n tuvo dos hijos, y ahora ocurría otro t a n t o con su hijo m e n o r . Ella quería u n a nieta. Así la señora Clark, al poco tiempo de m o r i r su p a d r e , q u e d ó n u e v a m e n t e e m b a r a z a d a p a r a b r i n d a r a su suegra el obsequio de u n a nieta. El resultado fue D a v i d , a quien se dio el n o m b r e de su abuelo m a t e r n o . H u b o u n n u e v o intento y , gracias a Dios, esta vez nació u n a n i ñ a , que fue i n m e d i a t a m e n t e a n e x a d a por la m a d r e del señor Clark. C u a n d o tenía la edad de D a v i d , la señora Clark se parecía a su padre. Este era u n individuo despreocupado q u e pasaba la m a y o r p a r t e del t i e m p o fuera de su casa, haciendo — s e g ú n su esposa— lo q u e no debía. N u n c a le explicaba a ésta e n q u é ocupaba su tiempo ni con quiénes se a c o m p a ñ a b a , ni q u é era lo q u e le impedía regresar t e m p r a n o . No estaba m u y interesado en h a c e r dinero, a u n q u e g a n a b a bastante, y n u n c a a p r e n d i ó a leer y escribir. La señora Clark quería m u c h o a su p a d r e y se le parecía, pero su m a d r e consiguió d e s t e r r a r esas tendencias e hizo d e ella u n a m u c h a c h a form a l . A h o r a advierte q u e " r e a p a r e c e n " en David. Su m a d r e n o cesa de repetirle q u e debió h a b e r l a s combatido, como ella en su m o m e n t o las combatió en su hija. P e r o la señora Clark no p u d o decidirse a hacerlo c u a n d o estaba a tiempo y a h o r a es demasiado tarde. A veces piensa q u e D a v i d le gusta m u c h o y q u e quizá n o h a y a n a d a de m a l o en su m a n e r a de ser. Recuerda lo q u e ella sentía c u a n d o tenía esa edad. Lo expuesto no nos a y u d a m u c h o a c o m p r e n d e r por q u é t e n d r á q u e haberse visto en D a v i d a u n posible esquizofrénico. La forma e n q u e se m a n e jan los hechos y el hábil empleo de u n a adecuada esquizofrenización psiquiátrica p u e d e n favorecer la aparición de u n a "esquizofrenia". E n clase D a vid se mostraba distraído, irritable, inquieto (cali-

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ficativos q u e se aplican a los " h i p o m a n i a c o s " ) ; pero el relato de su m a d r e de q u e era u n m u c h a c h o imposible, de q u e n o podía lograr n a d a d e él, invita a p e n s a r e n el " n e g a t i v i s m o " . D a v i d n o h a blaba al psiquiatra ( " m u t i s m o " ) , estaba alegre c u a n d o todos se sentían preocupados ( " p e r t u r b a ción a f e c t i v a " ) : otros tantos t é r m i n o s vinculados con la esquizofrenia. Es éste u n juego de grave futilidad. El diagnóstico referente a D a v i d era u n a complicada m a n e r a de eludir el* verdadero problem a : diagnosticar ( l i t e r a l m e n t e , ver a través de) la situación social. Podemos v i s l u m b r a r e n esa familia u n d r a m a q u e se p e r p e t ú a a través de tres generaciones. Los actores son dos m u j e r e s y u n h o m b r e : la m a d r e , la hija y el p a d r e en u n p r i m e r m o m e n t o , y la m a d r e , la hija y el hijo de ésta m á s t a r d e . C u a n d o el p a d r e m u e r e , la hija concibe u n hijo p a r a reemplazar a aquél. Lo i m p o r t a n t e es el d r a m a . Los actores vienen y v a n . C u a n d o m u e r e n , otros son engendrados. El q u e acaba de nacer se hace cargo del papel dejado v a c a n t e por el q u e acaba de m o rir. El sistema se p e r p e t ú a a sí m i s m o a través de las generaciones; los jóvenes son familiarizados con los papeles q u e e n su m o m e n t o d e s e m p e ñ a r o n los muertos. P o r consiguiente, la representación continúa. La e s t r u c t u r a d r a m á t i c a p e r d u r a , sujeta a transformaciones cuyas leyes a ú n n o h e m o s form u l a d o y c u y a existencia sólo r e c i e n t e m e n t e hemos podido v i s l u m b r a r . D a v i d representa el papel q u e su abuelo representó en otro tiempo. ¿Qué o c u r r i r á c u a n d o se case? ¿Se casará con su abuela y reproducirá a su m a d r e en su hija, q u i e n a su vez se casará con su abuelo p a t e r n o y reproducirá a su p a d r e en su hijo? ¿Quién fue su abuelo? ¿Su propio abuelo, que reprodujo a su nieto e n sí mismo? H a b l a r de identificaciones es engañoso. Es u n a m a n e r a sintética

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de decir q u e b desempeña el papel q u e e n otro tiempo desempeñó a; q u e el nieto desempeña el papel q u e su abuelo desempeñó u n a vez. Los actores no son nunca los personajes q u e r e p r e s e n t a n (en este s e n t i d o ) , a u n q u e p u e d a n a veces "identificarse" confusamente con ellos. Lo q u e antecede, q u e h e presentado en u n a forma m u y esquemática y abstracta, se basa en u n tipo de información cotidiana a la q u e tienen acceso los asistentes sociales y m u c h a s otras personas. Se basa e n lo q u e señalan p ú b l i c a m e n t e u n a s personas respecto de otras. P u e d e ser grabado, reproducido y estudiado e n form a totalmente objetiva. U n ámbito m u y i m p o r t a n t e del estudio de las situaciones sociales es todo lo q u e se s u m a a las palabras: la forma de p r o n u n c i a r l a s ( p a r a l i n g ü í s t i c a ) , los movimientos de las personas ( c i n é t i c a ) . Estos datos son i g u a l m e n t e objetivos, pero su reproducción resulta en la actualidad m e n o s sencilla q u e la de las palabras. P o r eso h e prescindido de ellos. P e r o es evidente q u e n o serán advertidos por quien estudie u n a situación de m a n e r a fragmentaria. El caso es típico: u n psiquiatra había visto al niño, pero n o a los otros m i e m b r o s de la familia; u n asistente social versado en psiquiatría había visto a la m a d r e , pero n o al n i ñ o n i a otros familiares; el asistente social y el psiquiatra se h a b í a n r e u n i d o p a r a discutir el caso. N a d i e había visto a nadie m á s ni e x a m i n a d o el escenario: nadie había visto el hogar de D a v i d , su escuela, las calles en q u e jugaba o, mejor dicho, trabajaba. N a d i e había reconstruido la situación. A m e n o s q u e estemos embotados por el hábito hasta el p u n t o de considerar todo esto como u n a práctica n o r m a l , n o dejaremos de percibir q u e es u n a e x t r a ñ a m a n e r a de proceder. Si u n equipo de hockey requiriese nuestra i n t e r v e n ción p o r q u e su zaguero izquierdo tiene bajos des-

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empeños, no pensaríamos sólo en citar al zaguero a n u e s t r a oficina, r e d a c t a r u n a historia clínica y a d m i n i s t r a r l e u n Rorschach. Así lo espero, por lo m e n o s . T a m b i é n iríamos a ver j u g a r al equipo. N o llegaríamos a n i n g u n a p a r t e si no supiéramos n a d a sobre el hockey ni sobre el tipo d e j u g a d a s q u e son corrientes en él. E n nuestro trabajo n a d i e sabe por adelantado en q u é consiste la situación. T e n e m o s q u e descubrirlo. Cada u n o d e los elementos de la situación es u n relato n a r r a d o por algunos m i e m b r o s de la situación sobre la situación, en el sentido de q u e "algo le p a s a " a alguien en la situación; ello configura y a u n a situación engañosa q u e m e r e c e ser c u i d a d o s a m e n t e investigada. Quizá t e n g a n razón. Quizás alguien tenga n e u m o n í a , u n t u m o r cerebral, epilepsia, etc. Corresponde al médico diagnosticar y t r a t a r la e n f e r m e d a d . O quizá se equivoq u e n . M u c h o s psiquiatras son a ú n m u y ingenuos con respecto a lo social. Casi todos ellos n u n c a h a n visto reunidos a todos los m i e m b r o s de u n a familia; si los vieran, su modelo médico-clínico h a r í a que fuera m á s difícil p a r a ellos q u e para u n lego inteligente c o m p r e n d e r lo q u e ocurre. C u a n d o todos los m i e m b r o s de u n a situación comienzan a definir la situación como: Lo que nos pasa a todos es q u e tenemos q u e h a cer frente a lo q u e le pasa a él (o e l l a ) ; debemos, a n t e todo, poner esa m a n i o b r a e n t r e paréntesis, en la situación tal como nosotros la vemos. Le pase o no algo al principio a la persona elegida como chivo emisario, no t a r d a r á en pasarle si el proceso sigue su curso. Es u n o de los procesos sociales m á s antiguos de q u e se tenga m e m o r i a . E n el caso considerado, m i dictamen fue q u e por el m o m e n t o al m u c h a c h o no le pasaba n a d a serio, pero q u e no tardaría e n pasarle (pobre- predicción) por cuanto si todos seguían tratándolo como hasta entonces, se

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volvería "esquizofrénico" e n el plazo de seis meses. Sugerí q u e el m u c h a c h o n o debía ser entrevistado si no lo deseaba en forma expresa, pero q u e alguien tendría q u e m a n t e n e r charlas con su m a d r e y su abuela. E n esa situación, como en m u c h a s otras, es dable observar la siguiente característica: ninguno de los que están en la situación sabe en que consiste la situación. Si p e r m a n e c e m o s e n u n a situación tal |K»r u n breve lapso — d i g a m o s noventa m i n u t o s — nos sentimos cada vez m á s perdidos, confusos, desorientados. La gente habla como si supiera q u é es lo q u e está ocurriendo: no lo saben en absoluto, como tampoco nosotros. A c t ú a n como si se comprendieran recíprocamente, c u a n d o en realidad nadie entiende a nadie. N o todas las situaciones son de esta clase, la cual engloba sin e m b a r g o a b u e n n ú m e r o de ellas. El ejemplo q u e di puede ser considerado u n subtipo d e n t r o de esa categoría: u n a situación presentada como la inexistencia de u n a situación. V e a m o s otro caso: Los padres de u n a m u c h a c h a de 16 años se sienten preocupados p o r q u e creen q u e ésta h a empezado a c o n s u m i r drogas, frecuenta m a l a s c o m p a ñ í a s y n o habla con ellos. C o n c u r r e n a u n hospital. U n a asistente social versada e n psiquiatría confecciona u n a historia clínica sobre la base de lo q u e exponen los padres. Consulta al psiquiatra. E n vista de lo q u e resulta de la historia clínica, la m u c h a c h a es citada a la oficina del psiquiatra. F a l t a a la cita. Se le fija otra. C o n c u r r e con u n a h o r a de retraso. El psiquiatra c o m p r u e b a q u e su m a n e r a de c o m u n i carse con él es deficiente. Dispone una entrevista con ambos padres. Les dice q u e su colega, la asist e n t e social, lo h a consultado, q u e él h a visto a la m u c h a c h a y q u e , e n su opinión, está e n f e r m a de cuidado: p r o b a b l e m e n t e se volverá psicótica en el plazo de seis meses si no a b a n d o n a las drogas. N o

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tiene noción del daño que se está causando a si m i s m a . Su recomendación (considerando que la m u c h a c h a n o advierte el peligro, no coopera, n o m u e s t r a deseos de librarse de las drogas, de recibir psicoterapia ni de r e n u n c i a r a las m a l a s compañías) es q u e r e c u r r a n a las autoridades competentes p a r a q u e la h a g a n comparecer a n t e u n a corte juvenil por estar m á s allá de sus cuidados, protección y control. El psiquiatra no vio a los padres a c o m p a ñ a d o s por su hija. Esta no se enteró de q u e sus padres h a b í a n concurrido a u n hospital hasta q u e recibió la carta del psiquiatra " d á n d o l e " u n a cita. La asist e n t e social no vio a la m u c h a c h a . N a d i e vio juntos a todos los m i e m b r o s de la familia. A nadie se le ocurrió la idea de h a b l a r con el novio, q u e la visitaba en su casa con frecuencia. ¿No h u b i e r a sido m á s civilizado h a b l a r el asunto con todos los afectados, incluso el novio, antes de iniciar u n tratam i e n t o psicoterapéutico ( q u e en ciertas circunstancias es u n a forma de violencia apenas m á s sutil q u e h a c e r i n t e r v e n i r a la policía) ? N o puedo d a r detalles sobre esta situación. P u e d o decir, en cambio, q u e c u a n d o en su oportunidad la estudiamos como situación, descubrimos q u e existía u n problema " r e a l " e n t r e el p a d r e y el novio. T a n t o la m u c h a cha como su novio " f u m a b a n " m e n o s q u e el c o m ú n d e sus condiscípulos. P a r a sus años e r a n en realidad "conservadores": o b r a b a n de acuerdo con sus convicciones, como e n sus tiempos lo hicieron sus padres respecto de otras cuestiones.

La situación debe ser descubierta N i n g u n a de las personas incluidas e n la situación puede saber en q u é consiste ésta. Nunca hemos de p r e s u m i r q u e las personas incluidas e n la sitúa-

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(ion sepan en q u é consiste ésta. U n corolario de lo q u e antecede es el siguiente: la situación debe ser descubierta. El lector p u e d e p e n s a r q u e se t r a t a de u n a proposición trivial: lo invitamos a t o m a r en cuenta sus implicaciones. Los relatos q u e h a c e la gente (la p a l a b r a " g e n t e " designa a q u í a toda clase de personas: padres, hijos, asistentes sociales, psiq u i a t r a s , nosotros m i s m o s ) n o nos r e v e l a n simple e i n e q u í v o c a m e n t e e n q u é consiste la situación. Esos relatos f o r m a n p a r t e de la situación. N o h a y n i n g u n a razón a priori p a r a " c r e e r " e n u n relato por el hecho de q u e q u i e n lo hace es tal o cual persona; tampoco h a y n i n g u n a r a z ó n a priori p a r a desconfiar de u n relato por el hecho de q u e q u i e n lo hace es tal o cual persona. Podemos t e n e r b u e n a s razones p a r a creer — d e s p u é s de haberlos sometido a p r u e b a — e n los relatos de ciertas personas. Los relatos q u e nos h a c e n y q u e hacemos son siempre p a r t e i m p o r t a n t e de la situación por descubrir, pero su aporte al conocimiento de la verdad es a m e n u d o desdeñable. Esto es t a m b i é n aplicable a las "historias clínic a s " redactadas por profesionales. I m a g i n e el lector lo q u e sería u n a "historia clínica" psiquiátrica de Jesús. Es i n g e n u o s u p o n e r q u e llegaremos a descubrir u n a situación recopilando los antecedentes suministrados p o r u n o o dos de sus m i e m b r o s . Pero esa "historia clínica" de la situación es una muestra de la situación. Lo q u e hacemos c u a n d o "confeccion a m o s u n a historia c l í n i c a " no es, f u n d a m e n t a l m e n t e , descubrir la historia. Nos i m p o n e m o s de u n relato, es decir, del m o d o en q u e u n a persona define la situación. Ese modo de definir la situación puede ser u n a p a r t e i m p o r t a n t e de la situación q u e nosotros estamos t r a t a n d o de descubrir. T a m p o c o las fechas son esenciales p a r a la historia. Las fechas son señales discontinuas q u e la historia deja tras de sí: son producto de la historia. D u r a n t e n u e s t r a

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intervención inicial puede ser m u y instructivo oír los relatos de la gente. Pocos psiquiatras son expertos en sonsacar esos relatos. Son expertos en interp r e t a r situaciones e n función de u n o s pocos mitos psiquiátricos corrientes. Todo el m u n d o tiene su versión sobre lo q u e ocurre y sus causas. A m e n u d o las versiones conc u e r d a n , sin q u e a u m e n t e por ello la probabilidad de q u e sean exactas. N o h a y u n a relación necesaria o constante e n t r e lo q u e las personas h a c e n , lo q u e creen q u e hacen y lo que dicen q u e están o h a n estado haciendo. C u a n d o la situación se deteriora hasta el p u n t o de d a r lugar a la intervención de u n e x t r a ñ o , puede o c u r r i r q u e todos o p a r t e de sus m i e m b r o s n o sólo no c o m p r e n d a n en q u é consiste la situación, sino q u e n o comprendan que no la comprenden. Caer en cuenta de ello puede resultarles a t e r r a d o r en sumo grado; t a m b i é n es bastante a t e r r a d o r p a r a nosotros, q u e no estamos " e n " la situación del mismo modo. Si pueden c o m p r e n d e r q u e n o la comp r e n d e n y e m p i e z a n a comprenderla, ello nos perm i t e a veces a l e n t a r esperanzas de q u e s e r á n m á s capaces de hacerle frente por sí mismos. Con frecuencia, sin embargo, u n a de las causas q u e contrib u y e n al deterioro de la situación — a l m i s m o tiempo q u e es efecto, e n n u e s t r a opinión, de ese deterioro— es el hecho de q u e la situación no puede ser vista por n i n g u n o de sus m i e m b r o s e n la forma en que nosotros creemos q u e podemos ver q u e es. Cualquier formulación de este tipo nos invita a desarrollar una teoría sobre la ignorancia y la superchería sociales. El ámbito de nuestra competencia es el estudio y la intervención en situaciones sociales relativamente p e q u e ñ a s (microsituaciones): e n n i n g u n a situación social podemos presumir q u e los participantes sepan en q u é consiste la situación. Quizás algunos

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lo sepan, o quizá no. N o podemos dar a su defini­ ción de la situación otro alcance q u e el de u n relato que ellos nos c o m u n i c a n y q u e es p a r t e i n t e g r a n t e de la situación q u e debemos descubrir. H e m o s de descubrir en q u é consiste la situación en el curso de n u e s t r a intervención en ella. U n a m a n e r a obvia (y sin e m b a r g o dejada de lado con frecuencia) de descubrir e n q u é consiste u n a situación es r e u n i r en u n l u g a r y ocasión determinados a todas las per­ sonas de quienes suponemos e n u n comienzo, con fundadas razones, q u e son elementos clave d e la situación. Consideramos necesario llegar a u n a formulación de las estrategias posibles y adecuadas de la inter­ vención en situaciones. E m p l e a r psicoterapia con u n a persona es u n a estrategia de intervención en la situación de la q u e esa persona es m i e m b r o . A p e n a s si h e m o s comenzado a catalogar y clasi­ ficar las estrategias de intervención; m u c h o m e n o r es el c a m i n o recorrido en la t a r e a de investigar cuá­ les se a d a p t a n mejor a cada tipo de situación. N o contamos, en p r i m e r l u g a r , con u n a tipología siste­ m á t i c a de las situaciones; m e n o s a ú n con u n a cla­ sificación de las m a n e r a s e n q u e podemos inter­ venir. P o r ejemplo: las situaciones nos son presentadas, definidas por sus m i e m b r o s en a l g u n a de las si­ guientes formas: 1. Algo le pasa a alguien. 2. N a d a le pasa a n a d i e , pero todo a n d a m a l . 3. Cada u n o opina q u e al otro o a los otros les pasa algo. E n otros casos e n q u e somos llamados a interve­ nir, los m i e m b r o s de la situación q u e h a provocado i n q u i e t u d o quejas dicen:

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4. N a d a pasa, n i con nosotros n i con la situación. N o nos molesten. ¿Por q u é se e n t r o m e t e n ? P a r a nosotros, todo m a r c h a bien. A u n q u e quizá no todo m a r c h e bien desde el p u n t o de vista de la policía o de los vecinos. ¿Quién debe decidir — y sobre la base de q u é criterios— cuál es la opinión "correcta"? ¿Es ésta u n a p r e g u n t a i n a d e c u a d a ? C u a n d o nos e m b a r c a m o s e n la arriesgada empresa de i n t e r v e n i r e n algo, la cosa cambia p a r a nosotros según q u e los m i e m b r o s de la situación digan q u e n a d a pasa con ellos n i con la situación, q u e algo les pasa a u n o o dos m i e m bros de la situación o q u e n a d a les pasa a ellos, pero que la situación está embrollada. Y lo m i s m o en los d e m á s casos. N o puedo h a c e r otra cosa, a q u í y a h o r a , q u e m e n c i o n a r de paso la i m p o r t a n t e tarea cuyo objetivo es h a l l a r m a n e r a s adecuadas de f o r m u l a r ios problemas implícitos en lo q u e antecede. A n á l o g a m e n t e , debo l i m i t a r m e a a l u d i r al t e m a de las estrategias prácticas de i n t e r v e n c i ó n q u e ten e m o s a nuestro alcance. El ejemplo q u e sigue sirve p a r a d e m o s t r a r q u e las técnicas de intervención posibles son m á s v a r i a d a s de lo q u e m u c h o s de nosotros podríamos h a b e r i m a g i n a d o . El relato, hasta h o y inédito, pertenece a G r e g o r y Bateson y se refiere a u n a situación en H a w a i . Dice así: "Un niño, el quinto o sexto de una familia con diez hijos, tenia copiosos antecedentes delictivos. No salía de un establecimiento correccional sino para entrar en otro, hasta que finalmente fue derivado a una entidad particular de asistencia psiquiátrica (el Lilinokalani Trust) integrado por hawaianos. La entidad cuenta con los servicios de un psiquiatra occidental y de un joven asistente social. Este hizo una visita

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a la madre del niño, que era huérfano de padre. Descubrió que el problema estaba vinculado con la ruptura de una promesa que había hecho en otro tiempo la madre. Ni bien se enteró de eso, decidió abandonar el caso. Los alucinados esquizofrénicos son una cosa, y todo el mundo sabe que son de incumbencia de la psiquiatría; pero cuando nos enfrentamos con una promesa r o t a . . . La conducta del niño parecía 'psiquiátrica', pero la promesa rota tenía ya un aspecto diferente. Las promesas rotas se manejan en Hawai con precauciones rituales. Algo puede sucederle a uno, ya que toda promesa contiene una maldición. Esa es la razón por la cual no se puede conseguir que un hawaiano prometa venir un sábado a arreglarnos el jardín, y en el viejo Hawai nadie hacía promesas. La madre, sin embargo, había prometido a su madre (la abuela del niño) que nunca se casaría con un divorciado: la abuela se había casado con un divorciado y las cosas habían marchado mal, y ella exigió a su hija que prometiera no hacer lo mismo. La abuela murió, su hija se casó con un divorciado, tuvo diez hijos, y uno de ellos era ahora el paciente." Es i n t e r e s a n t e , s e ñ a l a Bateson, q u e esta c u l t u r a e n decadencia r e c u e r d e p o r lo g e n e r a l q u é es lo incorrecto y lo q u e a t r a e dificultades de o r d e n religioso o s o b r e n a t u r a l , p e r o n o la n a t u r a l e z a de los viejos r e m e d i o s c u l t u r a l e s . Quizá nosotros h a y a m o s ido a u n m á s lejos. Y a n o somos capaces n i siquiera de " d i a g n o s t i c a r " q u é es lo q u e o c u r r e . "En el viejo Hawai, lo adecuado en esas circunstancias era celebrar un 'Ho'o Pono Pono'. Se trata de una reunión de la familia completa, que incluye a los miembros casados con sus cónyuges y descendencia. En esa reunión se pide a cada uno de los concurrentes que exprese todos los cargos que tenga contra los demás. Una vez que el interpelado ha detallado todas las quejas que acudieron a su pensamiento, el presidente de la asamblea (por lo general un sacerdote o el jefe de la familia) le pregunta: '¿Lo desenredas?'

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A lo que debe contestar: 'Sí.' Luego se le pregunta: '¿Quién te desenreda a ti?' Porque el enredo es mutuo. La respuesta correcta es: 'Dios.' "

" E s t o " , observa Bateson, " p u e d e h a b e r sido añadido al ritual después de la conversión al cristianismo." "Es evidente que no podemos reunir a veinte o treinta personas en una semana y conseguir que respondan con convicción a las preguntas, y esa sinceridad en las respuestas es necesaria. Es ineludible, por consiguiente, destinar entre seis meses y tres años a preparar a los miembros del grupo con el fin de que estén en condiciones de asistir a la reunión y actuar con convicción. La asamblea final es hasta cierto punto una confirmación ritual de lo que tuvo lugar en el transcurso de este período de seis meses o de tres o cuatro años. En el caso a que nos referimos se decidió organizar un Ho'o Pono Pono y los miembros de la familia empezaron a comunicarse entre sí para preparar el terreno. Desde el mismo momento en que iniciaron sus gestiones el muchacho comenzó a andar por el buen camino. Hoy cursa con provecho la escuela secundaria, obtiene buenas notas y se ha mantenido alejado de los establecimientos correccionales por espacio de dos años. Después de varios meses sus familiares celebraron un Ho'o Pono Pono al que conceptuaron frustrado. No pudieron conseguir que todo el mundo hablara con franqueza, pero siguen empeñados en su intento y piensan que, en dos o tres años más, podrán realizar el verdadero Ho'o Pono Pono. El procedimiento iguala —o tal vez supera— en complejidad a cualquiera de los que nosotros somos capaces de poner en práctica." 2

2

Los trabajos que realiza Speck en Filadelfia con grupos son los de mayor complejidad de cuantos conozco. Véase Speck (1966).

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Diferencias entre el diagnóstico social y el médico Consignaremos a q u í u n a s pocas observaciones finales sobre la relación e n t r e las situaciones sociales y el modelo médico. El diagnóstico médico cobra sentido en el contexto de u n conjunto de procedimientos q u e son enseñados a todos los médicos y c u y a influencia se ejerce a lo largo de toda la vida de quienes los h a n aprendido. E n lo esencial, consiste en lo siguiente. C u a n d o abordamos a alguien en calidad de paciente escuchamos sus l a m e n taciones, confeccionamos u n a historia clínica, lo e x a m i n a m o s , prescribimos las investigaciones comp l e m e n t a r i a s q u e a n u e s t r o juicio h a c e n falta, llegamos a u n diagnóstico, formulamos u n pronóstico c u a n d o ello es posible y, al cabo de todo eso, indicamos u n t r a t a m i e n t o . L a m e n t a c i o n e s , historia clínica, e x a m e n e investigaciones, diagnóstico, pronóstico, t r a t a m i e n t o . El diagnóstico i n c l u y e la etiología si ella es conocida. A m e n u d o implica el pronóstico. E n todos los casos d e t e r m i n a el tratam i e n t o : n i n g u n a terapia racional p u e d e preceder al diagnóstico. Es t e m e r a r i o e irresponsable t r a t a r a u n e n f e r m o sin h a b e r a r r i b a d o antes, por lo m e n o s , a u n diagnóstico provisional q u e sirva de base al tratamiento. E x a m i n e m o s este modelo en relación con el diagnóstico de u n a situación social. U n a situación nos sale al e n c u e n t r o , definida en p r i m e r l u g a r por sus m i e m b r o s y / o por agentes q u e p a r t i c i p a n en otras situaciones. T a n pronto como nos hacemos presentes en u n a situación i n t e r a c t u a m o s con algunos de sus elementos; por consiguiente, lo q u e r a m o s o no, intervenimos de u n modo u otro. T a n p r o n t o como i n t e r v e n i m o s , la situación cambia u n tanto, por poco q u e sea. U n médico n o e x p e r i m e n t a la sensación de estar interviniendo en, por ejemplo, u n a cardiopatía o u n a tuberculosis por el hecho de escu-

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char las quejas del paciente, redactar u n a historia clínica o practicar u n e x a m e n . N o comienza a in­ tervenir con el propósito de cambiar algo hasta que inicia el t r a t a m i e n t o , después de h a b e r hecho todo lo necesario p a r a llegar a u n diagnóstico. E n nues­ tro caso, estamos i n t e r v i n i e n d o en la situación y modificándola tan pronto como e m p e z a m o s a actuar. T a n pronto como i n t e r a c t u a m o s con la si­ tuación h e m o s comenzado a intervenir, lo q u e r a ­ mos o no. A d e m á s , n u e s t r a intervención h a comen­ zado a c a m b i a r n o s a nosotros, t a n t o como a la situación. Una relación recíproca ha comenzado. Los médicos y t a m b i é n los psiquiatras f r u y a orien­ tación es a ú n p r e d o m i n a n t e m e n t e médica t utilizan u n modelo estático n o recíproco: la historia clínica se confecciona después d e h a b e r escuchado al pa­ ciente; el e x a m e n se practica después de h a b e r con­ feccionado la historia clínica; después se formula u n diagnóstico provisional o, si es posible, definitivo; a continuación se prescribe la " t e r a p i a " . Diagnóstico proviene de día, a través de, y gnosis, conocimiento. Diagnosticar es u n t é r m i n o apro­ piado p a r a las situaciones sociales si por él enten­ demos ver a través del escenario social. El diagnós­ tico comienza t a n p r o n t o como tropezamos con u n a situación d e t e r m i n a d a , y n o concluye j a m á s . N u e s ­ tro modo de ver a través de u n a situación cambia la situación. T a n pronto como dejamos traslucir de c u a l q u i e r modo (con u n gesto, u n a p r e t ó n de m a n o s , u n a tos, u n a sonrisa, u n a inflexión de voz) lo q u e vemos o lo q u e creemos ver, algo cambia en la situación, incluso la m á s rígida. Podría parecer q u e la m a n e r a m á s r á p i d a , radi­ cal y apropiada de modificar u n a situación consiste en t o m a r a u n o o dos de sus m i e m b r o s , " s a c a r l o s " de la situación y " a d m i n i s t r a r l e s " psicoterapia in­ dividual. Practicamos " t e r a p i a " a u n m a t r i m o n i o p a r a conseguir q u e nos digan cómo ven la situación

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y para decirles q u é creemos h a b e r descubierto, e n la esperanza de que ese i n t e r c a m b i o a y u d a r á a modificar la situación. Es i n g e n u o confiar e n q u e , al decirle a u n a persona lo q u e creemos distinguir q u e hace, la capacitaremos p a r a q u e deje de hacerlo. Quizá n o es u n a desventaja el q u e las cosas no sean t a n fáciles. El diagnóstico social es u n proceso, n o u n m o m e n to aislado. N o es u n elemento de u n conjunto ordenado de acontecimientos q u e se suceden en el tiempo. E n el modelo médico esa sucesión es u n ideal al q u e t r a t a m o s de a p r o x i m a r n o s e n la práctica: quejas; historia clínica; e x a m e n ; diagnóstico; t r a tamiento. La intervención en situaciones sociales puede t e n e r diferentes fases: éstas se s u p e r p o n e n , c o n t r a p u n t í s l i c a m e n t e . N o se les puede fijar u n orden de sucesión temporal. Lo q u e vemos c u a n d o e x a m i n a m o s u n a situación cambia c u a n d o escuchamos lo q u e nos c u e n t a n de ella. Después de u n año, c u a n d o h a y a m o s logrado conocer u n t a n t o a las personas y su situación, el relato h a b r á sufrido diversas transformaciones: a m e n u d o será m u y distinto del q u e oímos u n a ñ o antes. N i n g u n a de las versiones es n e c e s a r i a m e n t e verídica ni falsa. Es u n relato diferente, o quizá nosotros oímos u n relato diferente. Así como el r e lato se t r a n s f o r m a con el correr del tiempo, t a m bién lo q u e vemos sufre transformaciones. E n u n m o m e n t o d e t e r m i n a d o nos sentimos inclinados a definir la situación de u n modo d e t e r m i n a d o ; a su vez esa definición cambia la situación de u n m o d o q u e quizá n u n c a seamos capaces de definir. N u e s tra definición de la situación puede d a r origen a diferentes relatos. Las personas r e c u e r d a n cosas distintas y las c o m b i n a n de m a n e r a distinta. Esto redefine la situación como c a m b i a d a por n u e s t r a definición, teniendo en c u e n t a la forma e n q u e orig i n a r i a m e n t e se mostró a n t e nosotros. N u e s t r a defi-

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nición es un acto de intervención q u e cambia la situación, la cual requiere entonces q u e se la defina n u e v a m e n t e ; significa introducir u n factor nuevo. A cada instante, en el proceso continuo de m i r a r a través, de diagnosticar, la vemos de u n m o d o d e t e r m i n a d o que nos lleva a u n a definición n o definitiva, sujeta a revisión de a c u e r d o con las t r a n s formaciones q u e esa m i s m a definición provoca, prospectiva y retrospectivamente. E n el aspecto médico, nuestro diagnóstico no influye sobre el hecho de q u e u n a persona padece de tuberculosis. N u e s t r o diagnóstico no modifica la e n f e r m e d a d . N o podemos t r a n s f o r m a r u n a tuberculosis en u n a cardiopatia por el hecho de decir q u e se t r a t a de u n a cardiopatía. P e r o supongamos q u e n u e s t r o diagnóstico es el siguiente: Esto es u n a crisis social que obedece al hecho de q u e este m u c h a c h o sufre de esquizofrenia. Debemos t r a t a r la "esquizofrenia" del m u c h a c h o y el asistente social debe a y u d a r a los parientes a h a c e r frente a la terrible tragedia q u e significa tener u n e n f e r m o m e n t a l en la familia, etc. N o se t r a t a , en este caso, de u n simple diagnóstico médico. Se t r a t a de u n a prescripción social. En m i opinión, como ustedes saben, es u n a interpretación errónea de la situación. E n todo caso, lo m i s m o si están de acuerdo conmigo q u e si n ó , no cabe duda de q u e u n diagnóstico médico semejante t a m b i é n define y cambia la situación. Esa definición puede ser u n "factor etiológico" q u e contrib u y e a crear la situación q u e h e m o s definido e incluso a originar la " e n f e r m e d a d " q u e pretendemos combatir. Las situaciones sociales son el á m b i t o adecuado p a r a las profecías q u e favorecen la aparición de los efectos a q u e se refieren. U n diagnóstico de esta especie tiende a provocar u n a situación como la que define. Debemos p r o c u r a r n o ser ingenuos. ¿Quiénes son los expertos en la m a t e r i a ? N o los psiquiatras, o al

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m e n o s n o m u c h o s de ellos, en la actualidad. E n su m a y o r í a no h a n realizado n i n g ú n aprendizaje al respecto y con frecuencia h a n recibido u n a preparación q u e los vuelve incompetentes e n ese terreno. Todos deberíamos dedicarnos sin pausa a a p r e n der a d e s a p r e n d e r g r a n p a r t e de lo q u e h e m o s a p r e n d i d o y a a p r e n d e r a a p r e n d e r lo q u e n o se nos h a enseñado. Sólo así nos perfeccionaremos y se perfeccionará nuestra disciplina.

ESTUDIO DE LA FAMILIA Y DE LOS CONTEXTOS SOCIALES EN RELACIÓN C O N LA "ESQUIZOFRENIA" 1

I Dispuestos como nos hallamos a dedicar nuestra a t e n c i ó n al problema de los orígenes de la esquizo­ frenia, sería m u y útil q u e nos pusiéramos previa­ m e n t e de acuerdo sobre q u é es la esquizofrenia. P e r o , sin ir m á s lejos, u n e x a m e n de los trabajos presentados en este congreso nos h a c e d u d a r de q u e exista tal a c u e r d o sobre lo q u e es aquello cuyos orígenes estamos t r a t a n d o de descubrir. E l hecho m i s m o de t e n e r q u e u s a r el t é r m i n o esquizofrenia m e causa contrariedad. Seria, sin e m b a r g o , caprichoso e l i m i n a r l o de m i vocabulario, puesto q u e son tantos los q u e lo e m p l e a n . La m a y o r í a o quizá todos los oradores p a r e c e n d a r su asentimiento, tácito o explícito, a lo q u e para mi es sólo u n a hipótesis: a saber, q u e la "es­ quizofrenia" es u n a e n f e r m e d a d q u e aflige a las personas a quienes los psiquiatras a t r i b u y e n la con­ dición de esquizofrénicas. Su opinión parece ser q u e a ciertas personas se les a t r i b u y e la condición de esquizofrénicas porque sufren de esquizofrenia. 1

Versión revisada de un trabajo publicado en "The Origins of Schizophrenia: Proceedings of the First Rochester International Congress", marzo de 1967, Excerpta Medica International Congress Series N 151. v

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El problema de los orígenes de la esquizofrenia se­ ría, pues, descubrir por q u é a l g u n a s personas sufren de esa e n f e r m e d a d y otras no. Esta posición m e r e c e serios reparos. Ya sea q u e se considere a la enfermedad q u e sufren los es­ quizofrénicos como orgánica, social, psicológica, genética, químico-molecular o psicobiológico-social, creo q u e es bastante exacto a f i r m a r que, si bien casi todo el m u n d o concuerda e n q u e existe u n a enfer­ m e d a d llamada esquizofrenia q u e afecta a los es­ quizofrénicos, las opiniones difieren c u a n d o se t r a t a de establecer en q u é consiste esa enfermedad. P a r a caracterizarla se h a n propuesto todos los tipos imaginables de perturbaciones, desde las hereditario-orgánicas hasta las socio-funcionales, asi como también todas las combinaciones imaginables e n t r e ellas. T e n i e n d o en cuenta lo q u e antecede, propongo q u e demos u n paso a t r á s y adoptemos el siguiente p u n t o de p a r t i d a : Esquizofrenia es el nombre dado a un estado que la mayoría de los psiquiatras ads­ criben a los pacientes a quienes llaman esquizofré­ nicos. Esta adscripción, p r e d o m i n a n t e m e n t e des­ tructiva, es u n sistema de atribuciones dotado de u n a coherencia i n t e r n a variable. Con frecuencia es el resultado de u n a mezcla de psiquiatrización clinico-médico-biológico-psicoanalítica q u e rivaliza en confusión con la esquizofrenización en su confusión profunda a p a r e n t e . Si los q u e e m p l e a n el t é r m i n o esquizofrenia pa­ ra designar u n estado morboso q u e afecta a ciertas personas t r a t a n de justificar su empleo a r g u m e n ­ tando q u e lo aplican al estado morboso q u e sufre el paciente porque es obvio q u e el paciente sufre u n estado morboso (sea cual f u e r e ) , están recu­ rriendo a u n a explicación q u e n o halla sustento fuera de si m i s m a . El estado morboso es o bien

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u n a presunción, o bien u n a hipótesis. N o se puede, hoy por hoy, a f i r m a r q u e sea u n a realidad, p o r q u e nadie lo h a comprobado. Yo n o comparto esa p r e sunción n i m e baso e n esa hipótesis. ( N o puedo decir que niego los hechos p o r q u e n o h a y hasta ahora n i n g ú n hecho q u e n e g a r . ) D e esto se deduce q u e investigar los orígenes de la esquizofrenia es como perseguir u n a liebre cuyos rastros están en la m e n t e de los cazadores. ¿En q u é circunstancias aparece e n escena la adscripción de esquizofrenia? ¿Cómo y p o r q u é se p e r p e t ú a ? ¿Por p a r t e de quién y con respecto a q u i é n ? ¿ E n q u é condiciones? ¿Cuáles son las funciones interpersonales y grupales a las q u e presta utilidad? ¿Qué ocurriría si ese conjunto d e atribuciones fuera dejado de lado? 2

U n a especie p a r t i c u l a r de d e s a r m o n í a e n t r e dos seres h u m a n o s , psiquiatra el u n o y paciente el otro, es la causa decisiva — a u n q u e no o r i g i n a r i a — de la atribución de esquizofrenia. La institucionalización de esa atribución e n u n conjunto de conductas organizadas observadas por psiquiatras, e n f e r m e r a s psiquiátricas, asistentes sociales, familiares y otras personas es lo q u e induce — e n m a y o r m e d i d a de lo q u e m u c h o s de nosotros s u p o n e m o s — b u e n a p a r t e de las formas de conducta ulteriores a las q u e se considera típicas, por lo general, de la esquizofrenia, t a n t o a g u d a como crónica, y e n las q u e se ve con frecuencia u n a confirmación del diagnóstico inicial. 3

2

Véase Laing y Esterson (1964). Los antecedentes de la sociología de la desviación en relación con la adscripción de enfermedad mental pueden verse en Scheff (1967). También en Goffman (1961). Foucault (1965) sitúa el desarrollo de la noción de enfermedad mental en la perspectiva de la historia socioeconómica y cultural europea. También puede consultarse la obra de Szasz (1961), por supuesto. 3

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P a r a investigar los orígenes de la esquizofrenia debemos c o m e n z a r por el principio: debemos poner todas las presuposiciones e n t r e paréntesis y reflexion a r sobre la n a t u r a l e z a de esa dilatada espiral de múltiples y progresivas desarmonías y creciente y recíproca alienación como consecuencia de la cual un ser h u m a n o pone, llegado el caso, u n termómetro en la boca y el a n o de otro ser h u m a n o para obtener datos q u e p e r m i t a n explicar la conducta a n o r m a l de este último. H a sido necesario q u e se sucedieran m u c h a s generaciones p a r a llegar a u n a situación como la descripta por el doctor Shakow en esta conferencia: u n h o m b r e le pide a otro q u e reste siete de 100, y el interpelado contesta: " N o soy partidario de h a c e r cosas hacia a t r á s " . El psicólogo ve en esta m a n e r a de expresarse del paciente u n a confirmación del diagnóstico formulado con a n t e rioridad por los psiquiatras. A p e n a s si h e m o s comenzado a e s c u d r i ñ a r los orígenes de este p a r t i c u l a r sistema de atribuciones de e n f e r m e d a d a u n m i e m b r o de u n sistema social. No sólo debemos interrogarnos sobre cómo y por q u é en ciertas circunstancias sociales es conveniente —inevitable, incluso, en a p a r i e n c i a — considerar a u n m i e m b r o de u n g r u p o social como afectado por u n a e n f e r m e d a d l l a m a d a esquizofrenia, sino también f o r m u l a r la siguiente p r e g u n t a : ¿Hasta q u é p u n t o se vuelve m á s inteligible la conducta diagnosticada como esquizofrenia c u a n d o se la ubica en el contexto de la situación social originaria a la q u e pertenece? Esto no significa q u e la conducta de la persona a quien se está por diagnosticar la enfermedad no tenga n a d a q u e ver con la etiología de la esquizofrenia. P o d r í a m o s decir q u e esa conducta, q u e provoca la a t r i b u c i ó n , es u n o de los m u c h o s factores etinlógicos presentes en la génesis de la esquizofrenia. Esa conducta es u n a de las " c a u s a s " de la

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"esquizofrenia". Pero la i n t e r m i n a b l e espiral de transacciones sociales no h a comenzado ni t e r m i n a allí. Abordamos la curva siguiente de la espiral c u a n do formulamos esta p r e g u n t a : ¿Hasta q u é p u n t o " d e t e r m i n a " la "esquizofrenia" la conducta posterior de esa persona? O si ustedes prefieren: ¿Hasta q u é p u n t o es iatrogénica la conducta considerada en general como esencialmente esquizofrénica? Hipótesis: El a t r i b u i r la e n f e r m e d a d a u n a persona y el inducirla a d e s e m p e ñ a r el papel correspondiente g e n e r a n b u e n a p a r t e de las formas de c o m p o r t a m i e n t o q u e se consideran " s i n t o m á t i c a s " de la esquizofrenia. Experimento:

T ó m e s e u n g r u p o de individuos de los considerados n o r m a l e s según criterios corrientes ( g r u p o N ) Tráteselos como esquizofrénicos T ó m e s e u n grupo de individuos de los considerados esquizofrénicos " i n c i p i e n t e s " según criterios corrientes (grupo X ) Tráteselos como individuos n o r m a l e s

Predicción:

M u c h o s de los i n t e g r a n t e s del grupo N c o m e n z a r á n a observar el comp o r t a m i e n t o q u e , según criterios corrientes, caracteriza a los esquizofrénicos M u c h o s de los i n t e g r a n t e s del grupo X c o m e n z a r á n a observar el comp o r t a m i e n t o q u e es tenido por norm a l según criterios corrientes Tómese u n g r u p o de esquizofrénicos "incipientes" I ) Tráteselos como a dementes I I ) Tráteselos como a personas normales

Experimento:

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Predicción:

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En I) la "sintomatología" de la esquizofrenia se h a l l a r á presente en m a y o r proporción E n I I ) la sintomatologia de la esquizofrenia d i s m i n u i r á considerablemente

U n e x p e r i m e n t o de esta clase es factible, pero, q u e y o sepa, n u n c a h a sido llevado a cabo. |Qué e x t r a o r d i n a r i o ! Sin e m b a r g o , las "predicciones" consignadas no son otra cosa q u e las comprobaciones a q u e h e llegado a lo largo de m i s 2 0 años de experiencia e n este t e r r e n o , logradas t a m b i é n por muchos otros. El estudio d e los orígenes de la esquizofrenia resultará difícil si n u e s t r a investigación se limita a las situaciones e n q u e la atribución de la esquizofrenia y las consecuencias q u e ello a c a r r e a y a h a n tenido lugar. 4

II H a y tres problemas, por lo menos, q u e son fund a m e n t a l e s : m u e s t r e o . contexto y método. Cada u n o de ellos merecería, por derecho propio, ser tratado e n detalle. E n lo q u e sigue, q u e es u n e x a m e n de los principales r u m b o s q u e t o m a r o n n u e s t r a s investigaciones e n Londres, m e l i m i t a r é a h a c e r alusión a a l g u n a s cuestiones. E n la p a r t e final volveré a o c u p a r m e del individuo, a u n q u e lo h a r é a la luz de nuestros estudios sobre contextos sociales; t a m bién e x p o n d r é dos fragmentos de teoría destinados a facilitar la comprensión de lo q u e ocurre. 4

Un experimento de esta clase ha sido descrípto por Zarlock (1966).

EL CUESTIONAMIENTO

DE

LA

65

FAMILIA

H e m o s tratado de obtener m u e s t r a s de conducta por m e d i o de un estudio de múltiples contextos sociales; r e c u r r i m o s , p a r a ello, a u n método de fenomenología social. 1. Amplificación

de los estudios

sobre

familias

P r o c u r a m o s c o m p r o b a r hasta q u é p u n t o la persona diagnosticada como esquizofrénica es u n a p a r t e t a n inteligible del contexto familiar como las otras personas q u e lo c o m p o n e n . C o n c e n t r a m o s nuestros esfuerzos, n o t a n t o e n elaborar u n a tipología de estructuras familiares, como e n a c l a r a r lo q u e siempre verificamos q u e e r a n situaciones sum a m e n t e confusas. C o m p a r a m o s esas situaciones con lo q u e sucede e n las familias " n o r m a l e s " . Todos los que h a n realizado estudios detenidos sobre las familias de los esquizofrénicos concuerd a n e n q u e la conducta a p a r e n t e m e n t e irracional del individuo se p r e s e n t a , por lo m e n o s e n p a r t e , como racional e n el contexto familiar originario. La familia en conjunto es entonces lo q u e aparece como irracional. U b i c a d a la familia e n su contexto, ¿se t r a n s f o r m a r á su irracionalidad en racionalidad? Podemos seguir así, con intervención, presumiblem e n t e , de m e t a - m e t a - m e t a . . . contextos, hasta llegar al contexto de todos los contextos sociales, el sistema total del mundo. Esto parece bastante irracional, pero puede h a l l a r su razonabilidad en u n meta-contexto adicional del cual sólo tenemos u n a vaga intuición. 9

Sea como fuere, hemos llegado a a b a r c a r en nuestros estudios no sólo las operaciones ¿nírafamiliares, sino t a m b i é n las relaciones zrcterfamiliares y la interacción que, s u p e r a n d o los límites de la fami5

Véanse Laing y Esterson (1964); Laing (1965); Esterson (1970).

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R. D. L A I N G

lia, i n c l u y e a los grupos extrafamiliares. Speck, de Filadelfia, es q u i e n h a s t a ahora, según m i conocim i e n t o , h a llevado m á s lejos esta t a r e a . U n o de sus informes describe la prolongada simbiosis e n t r e u n a m a d r e y su hijo (éste de 2 0 años, h u é r f a n o de p a d r e al poco tiempo de n a c e r , falto de h e r m a nos o h e r m a n a s ) , e n la q u e u n a y otro n o t e n í a n casi contactos con terceras personas. La estrategia de Speck consistió e n convocar al g r u p o del q u e se había m a n t e n i d o a p a r t a d a la m a d r e d u r a n t e 20 años: logró r e u n i r algo m á s de 35 personas q u e i n t e g r a b a n n o m e n o s de siete núcleos familiares. N o " t r a t ó " al hijo o a la m a d r e i n d i v i d u a l m e n t e ni en pareja, sino al g r u p o en su totalidad. E n el g r u p o se o p e r a r o n cambios amplios e intensos, entre ellos la r u p t u r a de la simbiosis e n t r e la m a d r e y el hijo, q u e se produjo c u a n d o ambos establecieron, por p r i m e r a vez e n 2 0 años, relaciones con otros familiares. T a m b i é n e m p r e n d i m o s el estudio de lo q u e podríamos l l a m a r la microhistoria de las transformaciones q u e se p r o d u c e n a lo largo de varias generaciones en pequeños grupos sociales, especialmente en las familias. E s u n c a m p o i n t e r m e d i o e n t r e la biografía individual y la historia e n escala m á s a m p l i a . H e c h o curioso, este ámbito no h a merecido hasta a h o r a la atención de sociólogos, antropólogos e historiadores. 0

2. El "anti

hospital"

Se debió al doctor D a v i d Cooper la iniciativa de instalar, e n u n pabellón del Hospital S h e n l e y q u e alojaba a u n o s veinte esquizofrénicos de sexo m a s culino, lo q u e él llamó u n "anti-hospital". Cooper « Véase Speck (1966).

EL CUESTIONAMIENTO D E LA

FAMILIA

67

7

publicó u n informe p a r c i a l del e x p e r i m e n t o , que concluyó e n 1966. P a r a decirlo b r e v e m e n t e , a l bo­ r r a r s e e n esa subcultura las distinciones e n t r e los roles de " m i e m b r o s del p e r s o n a l " y " p a c i e n t e s " , el Pabellón 21 adquirió semejanza con u n hogar, li­ bre de " m i e m b r o s del p e r s o n a l " q u e hicieran acos­ tar a los "pacientes", los h i c i e r a n l e v a n t a r , les a d m i n i s t r a r a n m e d i c a m e n t o s , etc. N o resultaba cla­ ro quiénes i m p a r t í a n y quiénes recibian " t r a t a ­ m i e n t o " , n i p o r qué enfermedad, y a q u e n o se podía distinguir — n i a nadie p r e o c u p a b a — q u i é n estaba cuerdo y quién loco. 3. Estudio

de autobiografías

y

vidas

M á s personas quizá de las q u e i m a g i n a m o s p a s a n por experiencias c u y o curso espontáneo sería inter­ ferido por los psiquiatras e n caso de q u e se los con­ sultara sobre ellas. Bateson h a dedicado su atención a ese problema e n u n i n f o r m e de especial interés teórico. H e m o s registrado u n g r a n n ú m e r o de re­ latos, h a s t a a h o r a inéditos, de personas q u e logra­ ron completar las transformaciones m á s diversas sin ser obstaculizadas. 8

4.

Hogares 9

Desde 1964 h a n estado funcionando e n L o n d r e s hogares dirigidos por los huéspedes a quienes están destinados. M á s de 150 personas h a n c u m p l i d o es­ tadías e n ellos. N o h a y allí personal n i pacientes; no h a y psiquiatras n i esquizofrénicos. E l experi­ m e n t o ( a c t u a l m e n t e e n curso) h a demostrado sin lugar a dudas q u e m u c h a s personas q u e se com­ portan como esquizofrénicos típicos en ciertos lu* Cooper (1967). Véase Bateson (1961). Véase el apéndice de este capítulo.

8 0

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R. D. L A I N G

gares, a c t ú a n de u n m o d o diferente en esos establecimientos. Lo q u e sucede en ellos es m á s prosaico de lo q u e m u c h o s esperaban, y a la vez, en ciertos aspectos, e x t r a ñ o y novedoso. E n ambos sentidos los hospitales psiquiátricos, incluso los m á s liberales, r e s t r i n g e n la "posibilidad de imprevistos" abierta t a n t o p a r a el personal como p a r a los pacientes. E n esos hogares h a y reglas, no h a y n i n g u n a regla contra las reglas, pero h a y la regla de q u e las reglas p u e d e n ser e x a m i n a d a s y revisadas. Algunos de sus huéspedes, criados e n sistemas familiares en los q u e i m p e r a b a n las n o r m a s m á s ext r a ñ a s , son expertos e n descubrir m e t a r r e g l a s ocultas c u a n d o c o m p r u e b a n q u e están en u n l u g a r en q u e esa actividad es apreciada.

III U n o p u e d e estar alegre o desanimado, o fuera de sí, o a v a n z a r , salir, e n t r a r , moverse e n círculo, retroceder o p e r m a n e c e r inmóvil. D e todos estos movimientos, son especialmente los dos últimos los q u e tienden a provocar la atribución de esquizofrenia. El m á s ilícito es, quizás, el de retroceder ( r e g r e s i ó n ) . Sin e m b a r g o , pese a todo lo q u e se h a escrito sobre él, es a ú n , en m i opinión, m a l comprendido. E n el Pabellón 21 de Cooper y en nuestros hogares ese m o v i m i e n t o n o fue obstaculizado. Si se le p e r m i t e c o n t i n u a r , se desarrolla u n proceso q u e parece ser u n curso n o r m a l , con u n principio, u n a etapa i n t e r m e d i a y u n fin. A ese curso p l a n t e a d o como hipótesis lo designaré X por el m o m e n t o , p a r a evitar las connotaciones patológicas de términos como "colapso esquizofrénico a g u d o " . Al r e m e m o r a r l a , las personas q u e h a n pasado por la experiencia X la describen a m e n u d o como

EL

CUESTIONAMIENTO

D E LA FAMILIA

69

un movimiento hacia adentro, hacia abajo, hacia atrás, que al llegar al nadir cambia su dirección y sube y los reintegra al m u n d o . Rara vez en un hospital psiquiátrico, y nunca en el seno de una familia, he visto que ese curso X avanzara más allá de la etapa inicial. En nuestros hogares lo he visto desarrollarse hasta terminar en lo que los psiquiatras llamarían una curación, sin medicamentos, electroshocks ni psicoterapia formal, y durar desde unas pocas horas hasta m á s de u n año de incursión a través de formas arquetípicas, con muchas vicisitudes. Parece ser u n proceso de muerte y resurrección del cual, si es felizmente cumplido, las personas regresan al m u n d o sintiéndose renacidas, renovadas y reintegradas e n u n nivel de funcionamiento más alto que antes. M e he referido a ese viaje en otro l u g a r , aunque hasta ahora sólo en forma esquemática. 10

11

Paradójicamente, muchas personas a quienes se diagnostica esquizofrenia son incapaces de hacer tal viaje, ya sea porque se lo impide el tratamiento o porque se encuentran atascadas. Están inmovilizadas por un complejo nudo, tanto interno como externo, de atribuciones e interdicciones contradictorias y paradójicas. A menudo esas personas son trasladadas del lastimoso y desconcertante contexto de sus familias al igualmente lastimoso y no menos desconcertante contexto del hospital psiquiátrico, sin que ocurra cambio existencial a l g u n o . Sus familias, y también el hospital, les impiden encontrar en la ruta X u n medio para salir de la intrincada situación en que se hallan. El comienzo del proceso X puede inspirar temor a todo el m u n do, incluido el paciente. A menudo es considerado 13

1 0

Véase Laing (1970). Véase Laing (1967). !2 Véase Haley (1965). 1 1

70

R. D . LAING

el comienzo de la afección esquizofrénica, pese a que es el posible comienzo de la curación. Se lo trata con t r a n q u i l i z a n t e s , envoltura en s á b a n a s h ú m e d a s , electroshocks, etc. Si otros investigadores confirman lo q u e yo sospecho sobre el proceso X , es decir, q u e se trata de u n recurso por medio del cual podrían a l c a n z a r la curación a l g u n a s de las personas sometidas a u n t r a t a m i e n t o c u y o propósito es, precisamente, impedirles pasar por él, estaríamos entonces a n t e u n equívoco trágico e irónico. A continuación describiré b r e v e m e n t e algunos aspectos del nudo q u e aprisionaba a u n joven d e 2 3 años c u a n d o lo vi por p r i m e r a vez. M i propósito es ofrecer u n ejemplo de la internalización de u n a situación familiar m u l t i g e n e r a c i o n a l , semejante a las q u e h e observado e n v a r i a s personas, y q u e puede conducir a u n diagnóstico de esquizofrenia. P r e s e n t a r é los hechos e s q u e m á t i c a m e n t e . El joven se percibe a sí m i s m o en esta forma: L a d o derecho: masculino. Lado izquierdo: femenino. El lado izquierdo es m á s joven q u e el derecho. Los dos lados n o se j u n t a n . A m b o s se h a l l a n en estado de putrefacción, y él j u n t o con ellos, c a m i n o de u n a m u e r t e prematura. Por medio del psicoanálisis y utilizando otras fuentes de información se estableció q u e : Sus padres se separaron c u a n d o él tenía cinco años. Su m a d r e le dijo q u e él " s a l í a " a su padre. Su p a d r e le dijo q u e él " s a l í a " a su m a d r e . Su m a d r e decía q u e su p a d r e n o era u n verdadero h o m b r e . Su p a d r e decía que su m a d r e n o era u n a verdadera mujer. P a r a Pablo, ambos decían la verdad.

EL

CUESTIONAMIENTO

DE LA

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71

E n consecuencia, p o r u n a p a r t e (o, como lo h u ­ biera expresado él, e n su lado derecho) era u n homosexual femenino, y por la otra (en su lado izquierdo) u n a lesbiana masculina. Su abuelo m a t e r n o (Ao M ) m u r i ó a poco de n a c e r él. Su m a d r e decía q u e salía al abuelo m a t e r n o . P e r o la cuestión referente a lo q u e era verdadero y lo q u e no era verdadero había estado en d a n z a en la familia d u r a n t e varias generaciones. Su su Ni su

abuela m a t e r n a (Aa M ) n o consideraba a esposo (Ao M ) u n verdadero h o m b r e . su abuelo m a t e r n o ( A o M ) consideraba a esposa ( A a M ) u n a v e r d a d e r a m u j e r .

A través de su m a d r e , Pablo pensaba q u e el pa­ dre de ésta (el abuelo de Pablo) se identificaba con la identificación de su m a d r e (la bisabuela de P a ­ blo) con la relación de su p a d r e (el t a t a r a b u e l o de Pablo) con su esposa (la t a t a r a b u e l a de P a b l o ) . A través de su p a d r e , Pablo pensaba q u e el p a d r e de ésta se identificaba con la identificación de su m a d r e (la bisabuela de Pablo) con la esposa ideal de su p a d r e (el t a t a r a b u e l o de P a b l o ) . C u a n d o realizamos u n serio esfuerzo p a r a anali­ zar por dentro u n g r u p o familiar q u e c o m p r e n d e tres generaciones, la situación a d q u i e r e u n a com­ plejidad casi insoportable. Por sí solas, las alteraciones de la identidad en la familia son formidables. Veamos, por ejemplo, el caso de u n h o m b r e y u n a m u j e r : P e d r o y Ester. Pedro es esposo, p a d r e , abuelo, hijo. Ester es esposa, m a d r e , abuela, hija. Si tienen u n hijo y éste se casa y tiene u n a hija, Ester será, según el caso, nieta, 1 3

1 3

Alteración: proceso por el cual el yo se convierte en otro-para-otro.

72

R. D. LAING

hija, h e r m a n a , esposa, m a d r e , abuela, sobrina, prim a , etcétera. E n u n a familia las personas p u e d e n ser designadas por u n n o m b r e , como Ester; por m e d i o de alteraciones p r o n o m i n a l e s , como ella, yo, tú, etc.; o de alteraciones familiares, como hija, esposa, m a d r e , suegra, abuela. Esas alteraciones familiares son las otras personas q u e Ester es p a r a éste o a q u é l o aquellos otros, o p a r a si m i s m a . P a r a q u e su existencia familiar total sea viable, esas alteraciones deben constituir u n conjunto cuyos elementos p u e d a n coexistir. U n a persona es, e n cierto sentido, u n conjunto de relaciones, y de relaciones de y con relaciones. Guillermito está relacionado como hijo con su padre. Pero, ¿quién o q u é es su padre? Ese h o m b r e , T o m á s , a q u i e n l l a m a su p a d r e , es él m i s m o u n conjunto de relaciones. D e m o d o q u e G u i l l e r m i t o fel h i j o ) , al estar relacionado con T o m á s (su pad r e ) , está relacionado n o sólo con la relación de T o m á s con G u i l l e r m i t o , sino t a m b i é n con m u c h a s otras relaciones.

Hijo ( G )

-* -* -> Padre (T) —»

H M Aa Ao

(Guillermito) (madre) P (abuela p a t e r n a ) P (abuelo p a t e r n o )

-> ( A a P r * Ao P) - » etcétera A d e m á s , Guillermito (el hijo) está relacionado con la relación de T o m á s (su p a d r e ) con sus relaciones (las de G u i l l e r m i t o ) . P o r ejemplo: a G u i llermito p u e d e hacérsele c o m p r e n d e r m u y bien cómo se relaciona el p a d r e ( T o m á s ) con la relación de Guillermito (el hijo) con la relación del p a d r e ( T o m á s ) con Luisa ( m a d r e de Guillermito, esposa de T o m á s ) .

EL

CUESTIONAMIENTO

D E LA

73

FAMILIA

Es decir: la relación de H con la relación de P con la relación de H con la relación d e P con M . H-»P-»H->(P^M) Si M ( L u i s a ) , pongamos por caso, n o está de acuerdo con la forma e n q u e P se relaciona con la relación de H con P M o M P , H puede q u e d a r implicado e n H - » M - » P - > H - > ( P ^ M ) Y la disolución familiar puede, e n t r e otras cosas, g i r a r e n t o r n o de las diferentes opiniones q u e H , P y M tienen de M - » P - * H - » ( P ^ M ) . P o r ejemplo: H -> ( M (P ( H -> ( P « - » M ) ) ) ) ^ M ( M - > ( P -> ( H -> ( P r * M ) ) ) ) T ¿ P -> ( M - » ( P - » ( H - » ( P ^ M)))),

u

para m e n c i o n a r sólo u n fragmento m u y simplificado de u n ejemplo sencillo. Veamos ahora la relación de A consigo m i s m o . Está la relación de A consigo m i s m o como hijo y la relación de A consigo m i s m o como padre. Piénsese e n la relación e n t r e la relación de A consigo m i s m o en relación con su p a d r e y la relación de su p a d r e con él, y la relación de A consigo m i s m o en relación con su relación con su hijo y la relación de su hijo con él. E n la relación de cada persona consigo m i s m a se i n t e r p o n e n las relaciones e n t r e las relaciones q u e a b a r c a n el conjunto de relaciones q u e tiene con los demás. Avancemos u n paso m á s . T e n e m o s la relación de A con su p a d r e y la relación de A con su m a d r e . La relación de A con la relación de su p a d r e con él. La relación de A con la relación de su m a d r e con él. La relación de A con la relación de su m a 1 4

En que

significa "no equivalente a".

74

R. D. LAING

dre con su p a d r e . La relación de A con la relación de su p a d r e con su m a d r e . Asimismo, la relación de A con la relación de su p a d r e con su relación con la relación e n t r e su p a d r e y su m a d r e . La m a ­ n e r a en q u e A se relaciona con la relación de su hijo con la relación de A con su esposa, se relaciona con la m a n e r a e n q u e A se relacionó con la m a n e r a en q u e su p a d r e se relacionó con la relación d e A con la relación de su p a d r e con la m a d r e de A. Volvamos a Pablo. Su m a d r e pensaba q u e podía ser mejor esposo y p a d r e q u e su esposo. Y su p a d r e pensaba q u e podía ser mejor esposa y m a d r e q u e su esposa. D e acuerdo con lo q u e opinaba sobre la opinión de su m a d r e respecto de su padre, sobre la opinión de su m a d r e respecto de la opinión de su abuela m a t e r n a respecto de su abuelo m a t e r n o , sobre la opinión de su p a d r e respecto de su m a d r e y sobre la opinión de su p a d r e respecto de la opinión de su abuelo p a t e r n o respecto de su abuela p a t e r n a , e n la familia n o h a b í a habido u n verdadero h o m b r e n i u n a v e r d a d e r a m u j e r a lo largo de cuatro genera­ ciones. Pablo, a causa de su i n t e m a l i z a c i ó n de ese em­ brollado conjunto de relaciones de relaciones de relaciones, se e n c u e n t r a aprisionado por u n n u d o , q u e lo inmoviliza eficazmente. E n r e s u m e n : Pablo percibe su lado derecho e n consonancia con la opinión de su p a d r e de q u e él salía a su m a d r e , m u j e r fingida y s e u d o h o m b r e ; y su lado izquierdo e n consonancia con la opinión de su m a d r e de q u e él salía a su padre, h o m b r e fingido y seudomujer. P e r o t a m b i é n se identifica, e n su lado derecho, con su opinión sobre su p a d r e , y en su lado izquierdo, con su opinión sobre su m a d r e . E n su lado derecho, a d e m á s , se identifica con la identificación q u e su m a d r e hacía de él con lo que h u b i e r a sido u n esposo y p a d r e ideal p a r a su abuela

EL

CUESTIONAMIENTO

DE LA

FAMILIA

75

m a t e r n a , y en su lado izquierdo, con la identifica­ ción que su p a d r e hacía de él con lo q u e h u b i e r a sido u n a esposa y m a d r e ideal p a r a su abuelo pa­ terno. Su cuerpo era u n a especie de mausoleo, u n ce­ m e n t e r i o q u e los f a n t a s m a s de varias generaciones visitaban m i e n t r a s sus despojos t e r m i n a b a n de corromperse. Los m i e m b r o s de esa familia h a b í a n e n t e r r a d o sus m u e r t o s unos en otros. Lo q u e a n t e ­ cede es u n esquema m u y simplificado del complejo proceso de t o r t u r a d a y tortuosa confusión sexual q u e se había desarrollado dentro de la e s t r u c t u r a familiar, el que n o podemos profundizar aquí. Ese joven estaba aprisionado p o r u n n u d o ; p a r a formarlo fueron necesarias cuatro o quizá cinco o m á s generaciones.

Conclusiones El concepto de esquizofrenia es u n chaleco de fuerza q u e ahoga a psiquiatras y pacientes. Desha­ ciéndonos de él podremos ver lo q u e o c u r r e real­ m e n t e . Se h a demostrado e n el c a m p o de la etología q u e el estudio de los a n i m a l e s en cautiverio no puede ser aceptado sin reservas como m e d i o p a r a conocer su c o m p o r t a m i e n t o e n su a m b i e n t e n a t u ­ ral. N u e s t r a civilización actual e n su totalidad puede ser u n a forma de cautiverio. Sin e m b a r g o , lo q u e psiquiatras y psicólogos h a n estudiado p a r a t r a z a r el c u a d r o c o m ú n m e n t e aceptado de la esqui­ zofrenia son, casi sin excepción, seres h u m a n o s sometidos a u n a doble o incluso triple cautividad. El h o m b r e n o siempre necesita u t i l i z a r barrotes p a r a construir jaulas. T a m b i é n las ideas p u e d e n ser jaulas. Los hospitales psiquiátricos a b r e n h o y sus p u e r t a s cada vez m á s , a m e d i d a q u e el con­ trol por medios químicos se hace m á s efectivo. Las

76

R. D. LAING

puertas de n u e s t r a m e n t e son las m á s difíciles de abrir. U n n e g r o , dijo M a r x , tiene la piel oscura e n toda circunstancia, pero sólo e n ciertas condiciones socioeconómicas será esclavo. E n toda circunstancia u n h o m b r e p u e d e q u e d a r atascado, liberarse y verse obligado a volver la espalda y a retroceder u n largo trecho p a r a e n c o n t r a r s e a sí m i s m o n u e v a m e n t e . Sólo en ciertas condiciones socioeconómicas sufrirá de esquizofrenia.

APÉNDICE Kingsley

Hall

(1965-1970)

La P h i l a d e l p h i a Association (Asociación Filadelfia) fue fundada e n abril de 1965. E n junio del m i s m o a ñ o los administradores del Kingsley H a l l , por i n t e r m e d i o de su fundador, el señor M u r i e l Lester, le cedieron el uso dé este antiguo centro social del Este de Londres. El Kingsley H a l l tiene capacidad p a r a 14 personas. E n t r e el 1 de j u n i o de 1965 y el 31 de agosto de 1969 se alojaron e n él 113 personas, como surge de los cuadros insertos e n las p á g i n a s q u e siguen. La Asociación organizó allí seminarios y grupos. E n t r e los t e m a s estaban incluidos estudios sobre la desviación, crítica de la perspectiva clínica, teorías del doble v í n c u l o y del parentesco, estudios sobre la familia, fenomenología de la psicosis e historia de la psiquiatría. Realizamos tareas de adiestramiento e investigación. Médicos y trabajadores no médicos procedentes de G r a n B r e t a ñ a , Estados Unidos y otros países t o m a r o n p a r t e e n seminarios y labores de supervisión individual.

EL

CUESTIONAMIENTO

DE LA FAMILIA

77

Cifras correspondientes al Kingsley Hall, desde el 1 de junio de 1965 hasta el 31 de mayo de 1970 inclusive EDAD A L INGRESAR EN KINGSLEY HALL Edad

Hombres

Mujeres

16-19 20-29 30-39 40-49 50 y más Total

4 47 20 6 2 79

1 28 8 1 2 4«

Total 5 76 28 7 4 119

Periodo 3-6 dias 1 semana - 1 mes 1-3 meses 3-6 meses 6-12 meses 1-2 años 2-3 años 3-4 años 4-5 años Total

Hombres

Mujeres

Total

5 22 25 6 10 4 5 2

ta

DURACIÓN DE LA ESTADÍA

7 31 29 14 17 11 7 2 1 119

— 79

9 4 8 7 7 2

— 1 40

PERSPECTIVA MEDICA Hombres Clasificados como pacientes por los psiquiatras 54 Con estadía previa en un hospital (27) Sin estadía previa en un hospital (27) No clasificados como pacientes 25 Total 79 Derivados a un hospital 4 Ingresados en un hospital después de su estadía en Kingsley Hall 5 Total 9

Mujeres

Total

21

75

(14)

(41)

(7) 19 40

(34) 44 119 4

3 3

8 12

78

R. D. L A I N G

Las actividades desarrolladas incluían dibujo, tejeduría, yoga, recitales poéticos, danzas sagradas de la I n d i a , exposiciones, películas y conferencias sobre antropología, psiquiatría, teatro, etc. Las ins­ talaciones del Kingsley H a l l fueron utilizadas por diversos grupos de la c o m u n i d a d local. C o n c u r r i e r o n m u c h o s visitantes. L a s personas alojadas e n el i n m u e b l e decidían a quién q u e r í a n ver. Cifras correspondientes

a todos los hogares

1 5

Otros dos hogares fueron instalados en Londres (1964-1968, 1966-1968), con el concurso de la Aso­ ciación Filadelfia. E n los tres establecimientos (incluido el Kingsley H a l l ) residieron en total 194 personas. N a d i e q u e no h u b i e r a estado antes e n u n hospital psiquiátrico ingresó en u n o después de c u m p l i r u n a estadía e n nuestros hogares. PERSPECTIVA MEDICA Hombres 98 Clasificados como pacientes Con estadia previa en un (57) hospital Sin estadía previa en un hospital No clasificados como pacientes 32 Total 130 Derivados a un hospital 6 Ingresados en un hospital después de su estadía en los hogares 12 Total 18

1 5

Mujeres

Total

39

137

(24)

(81)

(15) 25 64 2

(56) 57 194 8

3 5

15 23

No se incluyen las cifras correspondientes a los hogares actualmente en funcionamiento (marzo de 1971).

SEGUNDA PARTE

EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA

INTRODUCCIÓN

1

E n estas c h a r l a s h e p r o c u r a d o caracterizar de modo provisional algunos componentes d e u n a teoría prospectiva sistemática q u e a ú n n o existe. H e dado por supuesto que el o y e n t e o lector n o conoce la labor desarrollada con familias (terapia, investigación, teoría) d u r a n t e los últimos 25 años, en especial e n los Estados Unidos. U n a lista de las personas q u e se h a n destacado en este campo, de ser completa, ocuparía excesivo espacio. M e n c i o n a r a los pocos q u e h a n ejercido sobre m í u n a influencia p r e p o n d e r a n t e , conduciría a conclusiones erróneas. Algunos h a n influido sobre mi p r i n c i p a l m e n t e por medio de sus escritos; otros, a través de la vinculación personal y la a m i s t a d ; otros a u n , i n d i r e c t a m e n t e , por su influencia sobre otras personas, etc. El lector q u e n o esté familiarizado con este c a m p o y desee conocer m á s sobre los estudios del tipo de los q u e h a n servido de base a estas charlas, e n c o n t r a r á u n a orientación en las referencias bibliográficas contenidas e n las notas de pie de página. 1

Este capítulo y los que lo siguen son versiones revisadas de cinco charlas radiales difundidas en noviembre y diciembre de 1968 por la Corporación Canadiense de Radiodifusión; las charlas integraron el octavo ciclo anual de las Conferencias Massey. Con el título de The Politics of the Family fueron publicadas por primera vez en forma de libro por la CCR, en 1969.

82

R. D . L A I N G

Espero q u e mis colegas, los "profesionales", h a llen algo q u e les interese en estas charlas. La teoría de los conjuntos y la trasposición está siendo aplicada con éxito en lingüística, sistemas de parentesco, mitología y otros ámbitos de las ciencias sociales. ¿Podemos aplicar este m o d o de p e n s a r al "interior psicosocial" de las familias en n u e s t r a propia sociedad? P o r cierto q u e sí. Pero, ¿con q u é resultado? ¿Será fructífero, nos p e r m i t i r á realizar nuevos descubrimientos, ver m á s c l a r a m e n t e , c o m p r e n d e r m e jor, proporcionar a la terapia p a u t a s útiles y eficaces, definir con m á s exactitud los objetivos de nuestra investigación? A ú n n o lo sabemos. Podría tratarse de u n traicionero callejón sin salida. P e r o , en m i opinión, vale la p e n a correr el riesgo. Quizá represente la salida del callejón e n q u e p o d r í a n atascarse, en especial, a l g u n a s de las investigaciones t é c n i c a m e n t e m á s perfectas q u e se r e a l i z a n en este c a m p o . E s m e r a d a s , meticulosas, esas investigaciones conducen a veces a u n tipo de análisis de las interacciones familiares del q u e se d e r i v a n descubrimientos q u e n o p o d r á n n u n c a contestar las p r e g u n t a s q u e en realidad desearíamos ver contestadas. H e m o s a p r e n d i d o por experiencia q u e es in,útil f o r m u l a r p r e g u n t a s c u a n d o n o disponemos de u n a metodología q u e nos p e r m i t a contestarlas. Cabe, sin e m b a r g o , q u e e n t r e lo imposible y lo trivial h a y a l u g a r p a r a u n a senda a la vez practicable y valiosa. Comoquiera q u e sea, desearía q u e se m e contara e n t r e los q u e persisten e n buscarla. N o pocas incomodidades ocasioné a la C a n a d i a n Broadcasting Corporation (Corporación C a n a d i e n se de Radiodifusión) d u r a n t e la p r e p a r a c i ó n de estas charlas. M i agradecimiento a los señores Phyllis W e b b y Jeff A n d e r s o n , de esa corporación, quienes facilitaron m i labor en todo m o m e n t o . R. D .

Londres, e n e r o de 1969

LAING

FAMILIA E INVALIDACIÓN

La p r i m e r a familia q u e m e interesó fue la m í a . A u n h o y sé m e n o s sobre ella q u e sobre m u c h a s otras. Es típico. A los niños m e n o s q u e a n a d i e se les explica lo q u e ocurrió " r e a l m e n t e " a n t e s de q u e llegaran al m u n d o , e n especial si su curiosidad n o se limita a u n o s pocos p u n t o s discontinuos e n el tiempo — l a s l l a m a d a s " f e c h a s " — y a otros hechos e n apariencia "concretos", como c u á n d o nació cada cual, con q u i é n se casó, c u á n d o y dónde m u r i ó , q u é hijos tuvo, q u é trabajo hacía, c u á n t o g a n a b a , etcétera. ¿Cuál es la t e x t u r a de la v e r d a d e r a experiencia vivida de la vida familiar? ¿Cómo es la t e x t u r a de esa experiencia v i n c u l a d a con la e s t r u c t u r a d r a mática, el producto social del e n t r e l a z a m i e n t o de m u c h a s vidas a lo largo de m u c h a s generaciones? P r e g u n t a s difíciles de contestar, puesto q u e esa est r u c t u r a d r a m á t i c a , a u n q u e producto d e la conducta y la experiencia, es por lo general desconocida p a r a las m i s m a s personas q u e la g e n e r a n y la perpetúan. E n este tipo de inquisición, las fechas de los acontecimientos familiares públicos n o nos sirven de m u c h o . N o debemos ignorarlas, p e r o tampoco dejarnos e n g a ñ a r por ellas. P e d r o y L e o n o r se casaron en 1960. A la boda asistieron m á s de 100 invitados. Sin e m b a r g o , P e d r o n u n c a se sintió esposo de Leonor y L e o n o r comenzó a sentir q u e era " r e a l -

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R. D. LAING

m e n t e " la esposa de P e d r o sólo algunos meses después de la boda. Pedro " s a b e " q u e está casado p o r q u e recuerda u n a ceremonia l l a m a d a " m a t r i m o n i o " y tiene m á s de 100 testigos p a r a probarlo. P e r o Leonor no está satisfecha. N o quiere la apariencia de u n m a t r i m o n i o , el cascarón de u n esposo, la fachada de u n a familia. U n a n o c h e comenzó a decir d e l a n t e de los niños q u e él no era r e a l m e n t e su esposo. Que ella estaba casada con él, pero él n o estaba casado con ella. El se a l a r m ó y al día siguiente por la m a ñ a n a llamó al médico. L a gente es enviada al psiquiatra, y al hospital, c u a n d o persiste e n a f i r m a r cosas com o ésas. La m a d r e de Leonor sufrió u n a t a q u e cerebral en 1963. Se r e c u p e r ó y siguió viviendo, cuidada por Leonor, h a s t a que m u r i ó dos años después. Leonor decía q u e su m a d r e había m u e r t o e n 1963. N o reconocía a su m a d r e e n la persona a quien cuidó d u r a n t e dos años. C u a n d o su m a d r e m u r i ó " o f i c i a l m e n t e " e n 1965, Leonor no sintió p e n a , sino alivio. Las fechas oficiales de los acontecimientos p ú blicos p u e d e n así n o g u a r d a r correspondencia con la e s t r u c t u r a de la experiencia. Si n e g a m o s las definiciones oficiales de los acontecimientos públicos, pasamos por locos. U n a m u j e r q u e dice (al parecer con convicción) q u e su m a d r e h a m u e r t o c u a n d o todavía vive y q u e su esposo n o es su esposo, es considerada psicótica. L l a m e m o s A a la e s t r u c t u r a de experiencia y B al acontecimiento público. A veces el producto de A y B, en u n a ceremonia m a t r i m o n i a l , es u n M a trimonio. A m b o s c o n t r a y e n t e s q u e d a n casados en todo sentido y de u n a vez. C u a n a m e n u d o esto ocurre, no sabría decirlo.

F.L C U E S T I O N A M I E N T O

D É LA FAMILIA

85

Una de las funciones del ritual es trasponer A a B en los momentos críticos, como por ejemplo el del nacimiento, el matrimonio, la muerte. E n nues­ tra sociedad muchos de los antiguos ritos han per­ dido gran parte de su poder. N o han surgido otros nuevos. A y B notan, desvinculados, de modo que es di­ fícil percibir cuáles son las leyes que rigen su rela­ ción. Cuando A y B no concuerdan, todo el mundo se confabula para repudiar a A , con el propósito de preservar las convenciones. Cualquiera que rompa esta regla se expone a la invalidación. Se supone que no debemos sentirnos casados si no nos hemos casado. Recíprocamente, se supone que debemos sentirnos casados si lo "estamos". Si la novia par­ ticipa en la ceremonia nupcial pero no la siente como "real", si la ceremonia no "prende", no fal­ tarán parientes y amigas que le digan: "No te preocupes, yo sentí lo mismo, querida. Espera a tener u n hijo. . . Entonces te sentirás madre", etc. Más grave aún es experimentar la ceremonia nup­ cial como una representación: ello significa traspo­ ner A a B de un modo prohibido. Como consecuen­ cia nos sentiremos quizás asustados o culpables y desearemos, probablemente, repudiar a A y refu­ giarnos en B, donde todo es como todos dicen. En este último caso, el conjunto de elementos que incluye la estructura de los acontecimientos tal como se han experimentado no sólo debe ser repu­ diado en privado, sino también excomulgado. Las convenciones son útiles. Es impropio decir que una persona está muerta cuando vive, o que vive cuando ha sido enterrada, o que el mundo se está desmoronando cuando, como todos pueden ver, sigue en su sitio. Si todo A que no se adapta a B es ipso facto descalificado, debemos, bajo pena de

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R.D. LAINC

sufrir graves trastornos, reducir A a In forma y el t a m a ñ o adecuados, a r t e p a r a el cual n o todos están i g u a l m e n t e dotados. M á s a d e l a n t e m e referiré a a l g u n a s operaciones q u e realizamos e n n u e s t r a experiencia p a r a legit i m a r l a , p a r a a d a p t a r l a a " l e y e s " con frecuencia no escritas, n o m e n c i o n a d a s y n o confesadas. C u a n d o este sistema se d e r r u m b a es probable que sea l l a m a d o a i n t e r v e n i r u n p s i q u i a t r a , según u n a estrategia desarrollada en E u r o p a y Estados Unidos en los últimos 150 años. A continuación transcribiré el relato q u e hizo u n psiquiatra francés, el profesor M o r e l , de su intervención e n u n a familia, t o m a d o de su m a n u a l de psiquiatría, q u e vio la l u z en 1860. El relato tiene interés histórico p o r q u e e n él se e m p l e a por prim e r a vez el t é r m i n o dementia praecox, todavía en uso, a u n q u e e n general h a sido desplazado por la noción de "esquizofrenia". P a r a M o r e l la demencia precoz era u n a enferm e d a d insidiosa de n a t u r a l e z a constitucional, hereditaria, q u e se abatía sobre algunos jóvenes y epilogaba en demencia. E n u n capítulo dedicado a la predisposición morbosa y la degeneración h e r e dadas, e s c r i b i ó : 2

. . . Recuerdo con pena una enfermedad mental hereditaria de carácter progresivo que se manifestó en una familia con cuyos miembros compartí mis años de juventud. Un padre desdichado me consultó un día sobre el estado mental de su hijo de 13 ó 14 años, en quien un violento odio hacia su progenitor había reemplazado de pronto a los más tiernos sentimientos. Cuando vi por primera vez al muchacho, cuya cabeza estaba bien formada y cuyas facultades intelectuales sobrepasaban a las de muchos de sus condiscípulos, me im2

Morel (1860, pág. 565).

EL

CUESTIONAMIENTO

D E LA

FAMILIA

87

presionó el hecho de que su crecimiento hablo quedado (Jo alguna manera detenido. Sus principales padecimientos guardaban relación con esa causa en apariencia insignificante, que nada tenía que ver con las particulares anomalías de sus sentimientos. El hecho de ser el más pequeño de su clase lo llenaba de desesperación, pese a que siempre ocupaba el primer lugar en "composición", sin esforzarse y sin trabajar casi para lograrlo. Era, por asi decir, por intuición que comprendía las cosas y que todo se ordenaba por si mismo en su memoria y en su intelecto. Gradualmente perdió la alegría y se volvió sombrío, taciturno y apegado a la soledad. Podría pensarse que se sentía inclinado al onanismo, pero no era así. Sus manifestaciones de depresión melancólica y su odio hacia el padre, que le inspiraba incluso la idea de darle muerte, reconocían otra causa. Su madre estaba trastornada, alienada, y su abuela era excéntrica en grado sumo. Aconsejé que al muchacho se lo hiciera interrumpir sus estudios y se lo internara en un establecimiento de hidroterapia. Los ejercicios gimnásticos, los baños y el trabajo manual debían pasar a integrar los requerimientos sanitarios de su existencia. Esos métodos fueron aplicados con inteligencia y perseverancia por un médico de gran cultura y versación (el doctor Guillebert dTfercourt) y se logró una promisoria modificación en el estado orgánico del niño. Su estatura aumentó considerablemente, pero la situación pasó a ser dominada por otro fenómeno, tan inquietante como los ya mencionados. El joven enfermo olvidó progresivamente todo lo que había aprendido; sus brillantes facultades mentales sufrieron un retroceso intranquilizador. Un aturdimiento cercano al estupor reemplazó su antigua actividad. Cuando lo volví a ver llegué a la conclusión de que la fatal transición al estado de demencia precoz había comenzado. Este desolador pronóstico está por lo general muy lejos de haber sido previsto por los padres e incluso por los médicos que atienden a esos niños. Tal es, sin embargo, en muchos casos, el triste fin de la locura hereditaria. Una súbita parálisis de todas las facul-

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hieles, una demencia precoz, indica que el joven sujeto hn llegado ni fin de la vida intelectual que le estaba deparada.

Esta descripción clínica concisa y elegante es el prototipo de u n a cantidad p r o b a b l e m e n t e millonaria de diagnósticos semejantes formulados e n circunstancias semejantes e n los últimos 100 años. La estructura de esa presentación, modificada en algunos aspectos n o esenciales, es a ú n el paradigma de la m a y o r í a de los e x á m e n e s , diagnósticos y tramientos clínico-psiquiátricos relacionados* con u n "caso". El p r e s e n t a n t e es u n " p a d r e desdichado" a q u i e n M o r e l conocía bien. L a queja es q u e su hijo (de 13 ó 14 años) h a demostrado " d e p r o n t o " u n "odio violento" hacia él. A n t e s , el p a d r e tenia la i m p r e sión de q u e el hijo abrigaba "los m á s tiernos sentim i e n t o s " a su respecto. E n su p r i m e r c o m e n t a r i o sobre la situación, M o r e l se refiere e x c l u s i v a m e n t e al niño. M á s a ú n , sólo r e p a r a e n algunos aspectos de su personalidad: dice q u e tiene la cabeza bien formada y q u e su capacidad intelectual es superior al promedio. Sin e m b a r g o , su t a m a ñ o es m e n o r q u e lo n o r m a l . T a l es el conjuro q u e p r o n u n c i a M o r e l ; podemos ver e n la información u n principio de confirmación del diagnóstico al q u e el g r a n clínico nos conducirá paso a paso m e d i a n t e u n proceso de exclusión, del m i s m o modo q u e u n detective nos conduce a u n c r i m i n a l . Está claro q u e n a d a le o c u r r e al p a d r e . Eso n i es necesario decirlo. Si el p a d r e afirma q u e el m u c h a c h o lo odia, algo debe ocurrirle al m u c h a c h o . Su cabeza tiene b u e n aspecto y su desempeño escolar es sobresaliente. P e r o es m á s bien bajo. ¡Aja!. . . u n a detención en el crecimiento, de n a t u r a l e z a constitucional hereditaria. L a causa principal de sus padecimientos parece ser su pequenez. ¡Aja! Esto no tiene que ver con lo q u e

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FAMILIA

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realmente le o c u r r e , es decir, con el hecho de que odia a su p a d r e . H a perdido su alegría y se h a vuelto sombrío, t a c i t u r n o y apegado a la soledad: el c u a d r o comienza a t o m a r forma. U n n u e v o sínd r o m e psiquiátrico está a p u n t o de ser i n v e n t a d o . Comienzo brusco; deterioro de la afectividad como p r i m e r s í n t o m a ; evidente detención del crecimiento, de n a t u r a l e z a c o n s t i t u c i o n a l . . . debe ser h e r e dado. P e r o si hiciera falta u n a confirmación, la causa n o es, en apariencia, el o n a n i s m o ( m a s t u r bación) . Y su m a d r e y su abuela m o s t r a r o n signos de perturbación m e n t a l . N o cabe d u d a . Necesita tratamiento. Ya. U n o alienta esperanzas, p e r o t e m e lo peor. Es necesario alejarlo de la escuela e i n t e r n a r l o e n u n "establecimiento de h i d r o t e r a p i a " . Con ello lograremos, s e g u r a m e n t e , q u e deje de odiar a su p a d r e . El m u c h a c h o crece u n t a n t o . P e r o , l a m e n t a b l e m e n te, n o " r e s p o n d e " al t r a t a m i e n t o con otros sentidos. Pese a todo, podemos decir al p a d r e q u e hicimos c u a n t o era posible p a r a conseguir q u e su hijo lo a m a r a . Este h a perdido todo interés p o r sus estudios y y a n o h a b l a con n a d i e . P e r o piénsese e n su m a d r e y en su abuela. E n estos casos, c u a n d o se trata de algo heredado, estamos l i b r a n d o u n a batalla perdida de a n t e m a n o . Nos vemos obligados a i n f o r m a r a usted q u e las posibilidades de curación son escasas. Esta historia es a ú n demasiado c o m ú n . D o n d e dice demencia precoz, léase proceso esquizofrénico. Sustituyase el "establecimiento de h i d r o t e r a p i a " por u n o de nuestros " m e j o r e s " hospitales o sanatorios. E n l u g a r de "ejercicios gimnásticos, etc.", léase terapia de grupo, terapia ocupacional, terapia a m b i e n t a l . Agregúese u n a p e q u e ñ a dosis de psicoterapia, u n a pizca de electroshocks p a r a la depresión,- u n ápice de h o r m o n a s p a r a t r a t a r la deten-

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ción del crecimiento y a l g u n a s vitaminas y medicamentos, de modo que n o quede sin a p r o v e c h a r n i n g u n a de las posibilidades q u e ofrecen los recientes adelantos de la p s i q u i a t r í a . . . ¿Por q u é odia a su padre y por q u é ha llegado incluso a p e n s a r en m a t a r l o ? N u n c a lo sabremos. El efecto — y el propósito— preciso de la intervención psiquiátrica es convertir a ese joven en u n "joven i n v á l i d o " : invalidar su odio por su padre, e m p r e s a q u e recibe el n o m b r e de t r a t a m i e n t o . E n u n a m i n o r í a de casos ese t r a t a m i e n t o producía, hace 100 años, los resultados deseados. Los jóvenes decidían no odiar a sus padres, es decir, n o m o s t r a r los "signos" de la " e n f e r m e d a d " por la q u e recibían tal " t r a t a m i e n t o " . Unos pocos a p r e n d í a n incluso a mostrarse agradecidos. Quizá la psiquiatría sea hoy m á s eficiente. El porcentaje de casos en q u e proclama h a b e r logrado la remisión de los síntomas y, con a y u d a de tranquilizantes y unos pocos electroshocks de " m a n t e n i m i e n t o " administrados dur a n t e años, u n a incidencia m á s baja de recaídas, es mayor. El padre del m u c h a c h o es conocido por Morel como u n buen h o m b r e ; su hijo, un buen m u c h a cho q u e no se m a s t u r b a b a . decía odiarlo. ¿Cómo resolver la contradicción e n t r e la imagen pública del p a d r e y la experiencia q u e su hijo atestiguaba? Para Morel. el medio adecuado de lograrlo n o era investigar la estructura familiar en la q u e los sentimientos del niño h u b i e r a n encontrado, según presumo, un contexto inteligible. H a b í a , en cambio, que e x a m i n a r su cabeza o su psiquis. La gente se ha dedicado a e x a m i n a r la cabeza, la s a n g r e , la orina o la supuesta psicopatología de esos m u c h a chos y m u c h a c h a s desde el comienzo de Jos tiempos. Algunos se sienten inclinados a e x a m i n a r cabezas, sangre y o r i n a : otros prefieren buscar lo

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CUESTIONAMIENTO

D E LA F A M I L I A

«) |

patológico " e n " la "psiquis". La búsqueda de la "patología" y la etiología de la " e n f e r m e d a d " prosigue, a cargo t a n t o d e los q u e se o c u p a n de la psicopatología como d e los q u e se o c u p a n de la fisiopatología. ¿No es posible q u e la causa de que ese joven odiara a su p a d r e n o fuera u n a e n f e r m e dad, y q u e , e n cambio, h a y a sido convertido e n u n inválido a causa d e q u e su odio por su padre fue invalidado? Si nuestros deseos, sentimientos, esperanzas, temores, percepción, imaginación, m e m o r i a , sueñ o s . . . n o se ajustan a la ley, son proscriptos y excomulgados. Excomulgados y proscriptos, n o por eso dejan de existir. Sufren, sin e m b a r g o , transformaciones secundarias. Si A y B n o c o n c u e r d a n , los policías de la m e n t e (los psiquiatras) son llamados a intervenir. Diagnostican u n delito ( e n f e r m e d a d ) . Se practica u n arresto y se p o n e al paciente bajo custodia (hospitalización). Siguen entrevistas e investigaciones. P u e d e o c u r r i r q u e se obtenga u n a confesión (el paciente a d m i t e q u e está e n f e r m o , da m u e s t r a s de d i s c e r n i m i e n t o ) . Lo m i s m o si lo h a c e q u e si no, es hallado culpable. Se dicta sentencia (se prescribe u n t r a t a m i e n t o ) . C u m p l e su condena, sale e n libertad y en lo sucesivo obedece las leyes. A l g u n a s personas son refractarias a esos métodos: tales casos se consideran de m a l pronóstico. El p s i q u i a t r a , especialista e n la m a t e r i a , sabe c u á n d o tiene e n t r e m a n o s u n o de esos casos. E n el ú l t i m o párrafo h e n a r r a d o la historia oficial de u n a consulta, e x a m e n , diagnóstico, pronóstico y t r a t a m i e n t o psiquiátricos en función de la m a n e r a e n q u e a m e n u d o son experimentados. Si el " p a c i e n t e " r e h u s a aceptar la definición pública de la situación, ello demuestra q u e sufre el delirio p a r a noide de q u e es perseguido por nuestro intento de a y u d a r l o a c o m p r e n d e r q u e no os perseguido.

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D e los r e l a t i v a m e n t e pocos psiquiatras q u e h a n realizado el estudio directo de familias, la m a y o r í a h a sacado e n conclusión q u e g r a n p a r t e de la práctica psiquiátrica es hoy t a n i n g e n u a como e n tiempos de Morel." ¿Quién define la situación? ¿Cuál es la situación? ¿Cuál es e n realidad el caso y cuál n o lo es?

3

Véanse Boszormenyi-Nagy y Framo (comps.) Lidz, Fleck y Cornelison (196 )); Handel (comp.) Cooper (1967). r

(1965); (1968);

ARGUMENTOS FAMILIARES

La situación m á s c o m ú n q u e m e h a sido dado e n c o n t r a r en u n a familia es aquella en la q u e lo q u e yo pienso q u e ocurre no g u a r d a casi n i n g ú n parecido con lo q u e cada u n o de los m i e m b r o s de la familia siente o piensa q u e ocurre, sea ello coincidente con el sentido c o m ú n o no. Es posible q u e nadie sepa lo q u e ocurre. D e c u a l q u i e r modo, h a y algo q u e u n e x t r a ñ o puede con frecuencia percibir sin dificultad: q u e los m i e m b r o s de la familia opon e n u n a resistencia concertada tendiente a i m p e d i r q u e se descubra lo q u e ocurre, y q u e e m p l e a n complicadas estratagemas c u y o fin es m a n t e n e r a todo el m u n d o en la oscuridad. Y quien se halla e n la oscuridad, como es obvio, n a d a p u e d e ver. Sabríamos algo m á s sobre lo q u e ocurre si ello no nos estuviera prohibido, y si n o nos estuviera vedado darnos cuenta de ello. E n t r e verdad y m e n t i r a se e n c u e n t r a n imágenes e ideas q u e i m a g i n a m o s y pensamos como reales, las que p a r a l i z a n n u e s t r a imaginación y n u e s t r o pensamiento a causa de los esfuerzos q u e hacemos por conservarlas. Cada generación proyecta en la siguiente elementos derivados del producto de por lo m e n o s Ires factores: lo q u e fue 1) proyectado e n ella por generaciones anteriores; 2) inducido en ella por generaciones anteriores, y 3) su respuesta a esa proyección y esa inducción.

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Si proyecto el elemento z del conjunto A e n el e l e m e n t o y del conjunto B, y llamo ^ a la operación de proyección o trasposición, t e n d r e m o s q u e y es la i m a g e n de x bajo . C o m o lo expresa u n a frase h a b i t u a l , Luisito es la " i m a g e n " de su abuelo. L o q u e se proyecta o traspone es siempre u n conjunto de relaciones en otro conjunto de relacio­ nes. Son relaciones en el tiempo t a n t o como rela­ ciones en el espacio. E n este tipo de proyección o trasposición el orden temporal puede ser m a n t e n i d o o alterado. La proyección (al igual q u e otras operaciones de q u e h a b l a r e m o s m á s adelante) es por lo general ignorada por las personas q u e i n t e r v i e n e n e n ella. Diferentes trasposiciones se c u m p l e n simultánea­ mente. La p u r a proyección n o basta. Como i m á g e n e s de relaciones fantasmales bajo la operación de proyec­ ción, i n d u c i m o s , y somos inducidos nosotros mis­ mos, a e n c a r n a r l a s : a r e p r e s e n t a r u n a pieza de sombras, sin tener conciencia de ello, como imáge­ nes de imágenes de i m á g e n e s . . . de los m u e r t o s , q u i e n e s a su vez e n c a r n a r o n y r e p r e s e n t a r o n esos d r a m a s proyectados e n ellos e inducidos en ellos por los q u e los precedieron. U n a m a n e r a de conseguir q u e u n a persona haga lo q u e q u e r e m o s es darle u n a orden. Conseguir q u e alguien sea lo q u e q u e r e m o s q u e sea, o lo q u e supo­ nemos q u e es, o lo q u e t e m e m o s q u e sea (esto último lo m i s m o si lo deseamos q u e si n o ) , es decir, con­ seguir q u e e n c a r n e n u e s t r a s pro) ecciones, es y a otra cuestión. E n u n contexto hipnótico (o similar) no le decimos a esa persona lo q u e debe ser, sino lo q u e es. Esas atribuciones son, e n tal contexto, m u ­ cho m á s poderosas q u e las órdenes ( u otras formas de coerción o p e r s u a s i ó n ) . U n a orden n o necesita r

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ser definida como tal. Creo, p e r s o n a l m e n t e , q u e la m a y o r p a r t e de las órdenes m á s tempranas y perdurables que recibimos nos son i m p a r t i d a s en form a de atribuciones. Se nos dice: las cosas son así y así. Se nos dice, por ejemplo, q u e somos u n b u e n m u c h a c h o o u n a b u e n a chica y n o s i m p l e m e n t e q u e debemos ser u n b u e n m u c h a c h o o u n a b u e n a chica. Es posible q u e nos digan a m b a s cosas; pero si somos (esto o a q u e l l o ) , n o es necesario q u e nos digan q u e seamos lo q u e y a nos lian " d a d o a ent e n d e r " q u e somos. El medio m á s i m p o r t a n t e que utilizamos p a r a esta clase d e comunicación es quizás el lenguaje n o verbal. C u a n d o las atribuciones c u m p l e n la función de m a n d a t o s o prohibiciones, esa función puede ser n e g a d a , lo q u e da origen a u n tipo de perplejidad semejante o idéntica a la q u e provoca la sugestión hipnótica. Quizá la hipnosis sea el modelo e x p e r i m e n t a l d e u n fenóm e n o q u e se produce n a t u r a l m e n t e e n m u c h a s familias. E n u n a situación familiar, sin e m b a r g o , los hipnotizadores (los padres) h a n sido a su vez hipnotizados (por sus padres) y c u m p l e n las órdenes de éstos c u a n d o e d u c a n a sus hijos para q u e eduq u e n a sus h i j o s . . . de ese modo, q u e i n c l u y e no darse cuenta de q u e u n o está c u m p l i e n d o instrucciones; y a q u e u n a de las instrucciones es n o pensar q u e a u n o se le h a ordenado o b r a r así. T a l estado p u e d e ser inducido fácilmente bajo hipnosis. Podemos decir a alguien q u e sienta algo y q u e no recuerde q u e se le h a dicho. O, s i m p l e m e n t e , decirle q u e es así como siente. O, m e j o r a ú n , decir a u n tercero, e n presencia de ese alguien, q u e éste siente de esa m a n e r a . Bajo hipnosis, el sujeto así lo siente y no sabe q u e ha sido hipnotizado para q u e lo sienta. ¿En q u é medida lo q u e sentimos o r d i n a r i a m e n t e n o es lo q u e se nos ha hecho sentir por medio de la h i p -

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nosis? ¿En q u é medida lo q u e somos no es lo q u e se nos h a llevado a ser por medio de la hipnosis? Lo q u e usted diga es u n a orden p a r a m í . La relación e n t r e dos personas puede ser tan poderosa como para q u e usted se convierta en lo q u e y o , con u n a m i r a d a , con el tacto, con u n a tos, estoy asum i e n d o q u e es. N o necesito decir n a d a . U n a a t r i bución, en el sentido q u e le doy aquí al t é r m i n o , puede ser cinética, táctil, olfativa, visual. T a l atribución equivale a u n a orden q u e debe ser obedecida "ciegamente". Así, si yo lo hipnotizo a usted, no digo: " L e ordeno sentir frío". Indico q u e h a c e frío. Usted, i n m e d i a t a m e n t e , siente frío. Creo q u e m u c h o s n i ñ o s comienzan en u n estado semejante. A los niños les indicamos cómo son las cosas y ellos adoptan posiciones e n el espacio definido p o r nosotros. Luego p u e d e n optar por convertirse e n u n fragmento de ese fragmento de sus posibilidades q u e nosotros les indicamos q u e son. Lo que les decimos explícitamente es, creo, m e nos i m p o r t a n t e . Lo q u e les indicamos q u e son es, en realidad, u n a orden sobre cómo r e p r e s e n t a r u n d r a m a . E s decir, un argumento. Ser n i ñ o desobediente, por ejemplo, es u n papel en u n d r a m a familiar d e t e r m i n a d o , d r a m a q u e se representa sin interrupción. Los padres le dicen al n i ñ o q u e es desobediente p o r q u e n o h a c e lo q u e se le ordena. Lo q u e le dicen q u e es es u n a inducción q u e obra con m u c h o m a y o r fuerza q u e lo q u e le dicen q u e haga. Así, por m e d i o de la atribución " E r e s desobediente", le están diciendo en realidad q u e no haga lo q u e ostensiblemente le dicen q u e haga. Es probable q u e descubramos q u e las frases como " E r e s desobediente" son lo m e n o s i m p o r t a n t e . Es posible q u e descubramos q u e lo q u e i n d u c e al

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niño a comportarse en la forma en q u e lo hace son señales táctiles, cinéticas, olfativas y visuales, y q u e esas señales f o r m a n p a r t e de u n a red "secreta" de comunicaciones q u e n o g u a r d a relación con los comunicados verbales oficiales. Esas señales n o le dicen q u e sea desobediente: definen como desobediencia lo q u e el n i ñ o hace. E n tal forma, éste se entera de q u e es desobediente y de la manera e n q u e se p u e d e ser desobediente e n el contexto p a r t i c u l a r de su familia: se trata de u n a habilidad aprendida. Algunos n i ñ o s tienen u n a aptitud especial p a r a este aprendizaje. N o quiero decir q u e sea éste el único m o d o en q u e u n n i ñ o pueda volverse "desobediente", pero sin duda es u n o de ellos. Así: No: H a z lo q u e te digo q u e debes h a c e r Sino: H a r á s lo q u e señalo q u e estás haciendo Ves lo q u e digo q u e ves No: Sé lo q u e te digo q u e debes ser Sino: Eres lo q u e señalo q u e eres El h i p n o t i z a d o r médico sabe lo q u e está haciendo; el familiar hipnotizador casi s i e m p r e lo ignora. Son pocas las veces e n q u e u n p a d r e m e h a hablado de esa técnica presentándola como u n a estratagema deliberada. Lo c o m ú n es q u e los padres se sientan confundidos a n t e u n n i ñ o q u e h a c e x c u a n d o se le dice q u e haga y y se le indica q u e es x. " S i e m p r e estoy t r a t a n d o de conseguir q u e h a g a nuevos amigos, pero es m u y tímido. ¿ N o es verdad, querido?" " E s muy desobediente. N u n c a h a c e lo q u e le o r d e n a n . ¿Lo haces, acaso?" " N o m e canso de repetirle q u e debe ser cuidadoso, pero es m u y negligente. ¿ V e r d a d q u e lo eres?"

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C u a n d o las indicaciones o a t r i b u c i o n e s y las ó r d e n e s son c o n t r a d i c t o r i a s , los dos sistemas, A y B, se p o n e n de manifiesto. C u a n d o todo m a r c h a con s u a v i d a d e n u n a situación " n o r m a l " , la e s t r u c t u r a es m e n o s e v i d e n t e , a u n q u e no p r e s e n t a diferencias esenciales. E n este caso, a d e m á s , lo p r o b a b l e es q u e a n a d i e le interese conocer el m e c a n i s m o q u e h a c e q u e las cosas m a r c h e n b i e n : " E l solo sabe q u é está bien y q u é está m a l : n u n c a tuve q u e decirle q u e n o hiciera esas cosas." " L o h a c e sin necesidad d e q u e y o se lo p i d a . " " S a b e por sí m i s m o c u á n d o es b a s t a n t e . " El sistema f a m i l i a r q u e funciona sin c o n t r a t i e m pos es m u c h o m á s difícil de e s t u d i a r q u e el q u e tropieza con dificultades. P o r lo g e n e r a l , c u a l e s q u i e r a q u e sean las circ u n s t a n c i a s , los i n t e n t o s p o r t r a e r a la superficie el proceso de trasposición del p a s a d o al f u t u r o son 4

Todos los medios de comunicación son aptos para transmitir esas indicaciones (atribuciones) casi hipnóticas. La forma en que se dicen las cosas (paralingüística) más que el "contenido" del discurso (lingüística). Los movimientos que empleamos (cinética y paracinética). Y el tacto, el gusto, el olfato. La cinética ha sido estudiada en forma sistemática y muy completa durante varios años por el profesor Birdwhistell, del Eastern Pennsylvanian Psychiatric Institute (Instituto Psiquiátrico de Pennsylvania Este), y sus colaboradores. Sobre el gusto y el olfato no se han reunido, que yo sepa, datos en forma sistemática. En la Universidad de Florida el profesor Jourard ha iniciado un estudio sobre nuestros hábitos táctiles (Jourard, 1968), pero hasta ahora no ha extendido su investigación a las familias. El doctor Harry Wiener, del New York Medical College, ha divulgado una serie de especulaciones muy su gerentes sobre el papel que presumiblemente desempeñan ciertos mensajeros químicos externos (MQE) o ectohormonas en la regulación, al menos parcial, de nuestra conducta social. Sabemos que algunos insectos logran por este medio una coordinación social compleja; se ha abierto así un vasto y hasta ahora casi inexplorado campo de estudios: el de la relación que existe entre las ectohormonas y la conducta social humana (Wiener, 1966, 1967, 1968).

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resistidos e n é r g i c a m e n t e . Si u n m i e m b r o cualquiera de u n a familia comienza a darse c u e n t a de q u e es la sombra de u n a m a r i o n e t a , sería u n a m u e s t r a de b u e n criterio de su p a r t e el q u e t o m a r a toda clase de precauciones a n t e s d e decidir a q u i é n p a r t i c i p a r su descubrimiento. D a r s e cuenta de esas cosas n o es " n o r m a l " . H a y diversos calificativos psiquiátricos y u n a variedad no m e n o r de t r a t a m i e n t o s aplicables a quienes inc u r r e n e n ello. Opino q u e m u c h o s adultos (yo e n t r e ellos) están o h a n estado sumidos, en m a y o r o m e n o r grado, en u n t r a n c e hipnótico q u e se r e m o n t a a su p r i m e r a infancia: p e r m a n e c e m o s e n ese estado h a s t a q u e , r e p e n t i n a m e n t e despiertos (como hace decir Ibsen a u n o de sus p e r s o n a j e s ) , descubrimos q u e n u n c a hemos vivido. Los intentos por despertar antes de t i e m p o son a m e n u d o castigados, e n especial p o r quienes m á s nos a m a n . P o r q u e ellos, benditos sean, están dormidos. Piensan que la persona q u e se despierta o q u e , a ú n dormida, c o m p r e n d e q u e lo q u e se tiene por verdadero es u n " s u e ñ o " , se está volviendo loca. Cualquiera q u e se e n c u e n t r e e n ese estado de transición es probable q u e se sienta confuso. S e ñ a l a r esa confusión como u n signo de enfermedad es u n a m a n e r a rápida de o r i g i n a r u n a psicosis. La persona q u e advierte q u e "todo esto es u n a pesadilla" t e m e volverse loca. U n psiquiatra q u e declara ser médico de a l m a s pero q u e m a n t i e n e a la gente d o r m i d a , la somete a t r a t a m i e n t o por el hecho d e haberse despertado y la vuelve a d o r m i r con m e d i c a m e n t o s (en forma cada vez m á s eficiente, a m e d i d a q u e este á m b i t o de la tecnología perfecciona sus arm a s ) , la a y u d a e n realidad a volverse loca. L a s personas m á s despiertas q u e h e conocido tienen plena conciencia de todo esto. Son m u y pocas. N o son n e c e s a r i a m e n t e psicóticos n i intelec-

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tuales de r e n o m b r e . U n conocido filósofo m e dijo q u e , a su juicio, n o había salido de ese estado h i p nótico inducido e n su infancia hasta pasados los c i n c u e n t a , c u a n d o y a había escrito la m a y o r p a r t e de las obras q u e le dieron fama. La Interpretación de los sueños de F r e u d es en p a r t e u n relato autobiográfico en el q u e describe su lucha por librarse de ese envolvente estado de sueño en el c u a l soñamos nuestros sueños, c u y a función p r i n c i p a l es, en su opinión, p r e s e r v a r el sueño, pero q u e p u e d e n ser t a m b i é n la llave maestra q u e nos p e r m i t a p e n e t r a r e n el inconsciente: es decir, volvernos conscientes. A continuación p r e s e n t a r é u n ejemplo relativam e n t e simple de proyección o trasposición. Invito al lector a q u e considere la proyección en función no sólo de la persona que proyecta (como es h a b i tual) , sino t a m b i é n e n función de los posibles efectos sufridos por la persona en quien se proyecta. ¿Qué p u e d e n inducir las proyecciones en las personas e n quienes se proyecta algo? N a d i e conoce la respuesta: respuesla y p r e g u n t a , somos nosotros. F r e u d e x p o n e de este modo u n a visión n a r r a d a por u n a m u j e r de 4 0 años: 5

Una mañana abrió los ojos y vio en la habitación a su hermano, aunque, como bien lo sabia, éste se hallaba internado en un manicomio. Su pequeño hijo dormía en la cama, a su lado. Para evitar que el niño se sintiera aterrorizado y sufriera convulsiones a la vista de su tío, le cubrió el rostro con la sábana, después de lo cual la aparición se desvaneció. Esa visión era una versión modificada de un recuerdo infantil de la dama; y, aunque consciente, se hallaba intimamente vinculada con todo el material inconsciente de su mente. Su niñera le había contado que su madre (que murió muy joven, cuando mi paciente tenía sólo 18 meses) sufría de 5

Freud (1958, t. V, pág. 545).

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convulsiones epilépticas o histéricas y que comenzó a experimentarlas a causa del terror que sintió cuando su hermano (el lio de mi paciente) se presentó en ana oportunidad anta ella disfrazado de fantasma, con la cabeza cubierta por una sábana. La visión, por consiguiente, contenia los mismos elementos que el recuerdo: la aparición del hermano, la sábana, el terror y sus consecuencias. Pero los elementos habían sido dispuestos en un contexto diferente y transferidos a otras figuras. (La bastardilla es de Freud.)

E n u n nivel superficial, hay dos conjuntos de relaciones: Conjunto

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su n i ñ e r a su m a d r e y su tío, el h e r m a n o de su m a d r e Conjunto

B

la m u j e r m i s m a su hijo y su h e r m a n o , el tío de su hijo Bajo la operación de (véase página 94) su h e r m a n o se le aparece en relación con su hijo, como (¿según su n i ñ e r a , s e g ú n . . . ?) el h e r m a n o de su m a d r e se había aparecido (disfrazado de fantasm a ) a ésta. Protege entonces a su hijo(m a d r e ) de su herm a n o ( t í o ) . Conjunto

A

madre el h e r m a n o de su m a d r e (su tío)

Conjunto

B

—> ->

hijo su h e r m a n o (el tío de su hijo)

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" S u " " m a d r e " es la i m a g e n de la i m a g e n q u e se había formado su n i ñ e r a de su m a d r e . ¿Qué valor de podemos inferir q u e ella puede h a b e r asumido, considerando las transformaciones q u e se h a n mencionado? F r e u d c o m e n t a : " E v i d e n t e m e n t e , la causa d e la visión, o de los pensamientos que ella reemplazaba (la bastardilla es m í a ) , era el t e m o r d e q u e su peq u e ñ o hijo siguiera los pasos de su tío, con quien tenía u n g r a n parecido físico." F r e u d piensa q u e la m u j e r " v e " a su h e r m a n o " e n " su hijo, q u e t e m e q u e éste se parezca a su tío d e m e n t e y q u e a esa proyección superpone otra, a saber, la de su m a d r e tal como la conoció a través de su n i ñ e r a . F r e u d ve q u e su paciente ve a su h e r m a n o en su hijo. La posibilidad de q u e su hijo salga al tío la atemoriza. U n n i ñ o cubre su cabeza con u n a sábana p a r a disfrazarse de fantasma y a t e m o r i z a r a su h e r m a n a . Esta no se " r e c o b r a " del susto. M á s t a r d e se casa, tiene u n hijo y u n a hija, y m u e r e . C u a n d o la hija es adulta y m a d r e de u n hijo v e a p a r e c e r a su h e r m a n o ( q u e está i n t e r n a d o en u n hospital psiquiátrico) en la pieza donde d u e r m e su pequeño. Como protección, cubre la cabeza de éste con u n a sábana. P a r a evitar el terror, la paciente de F r e u d lo causa al colocar el m a n t o del fantasma sobre la cabeza de su hijo dormido. U n d r a m a con fantasmas. La sábana con q u e cubría su cabeza u n n i ñ o q u e quería asustar a su h e r m a n a es deslizada sobre la cabeza del hijo de la hija de su h e r m a n a por u n a sobrina a quien quizá n u n c a conoció. U n fantasma de u n a historia de la infancia de su m a d r e n a r r a d a a u n a c r i a t u r a por su n i ñ e r a aparece en la vida de u n n i ñ o que tiene a ú n q u e descubrir su pesadilla. La sábana aparta

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de su vista una visión q u e a ú n no h a a p r e n d i d o a ver. La visión de la paciente de F r e u d h a c e visible p a r a nosotros u n p e q u e ñ o fragmento de u n velo c u y o tejido es la proyección p o r nosotros, desde nosotros, en nosotros, de nosotros. Nosotros somos el velo q u e nos impide ver n u e s t r o yo.

C u a n d o estudiamos familias debemos e n f r e n t a r dos dificultades intrínsecas. P r i m e r o , la escala t e m poral. F a m i l i a s (de u n a clase u otra, a u n q u e por cierto muy diferentes de las n u e s t r a s ) h a n existido, digamos, d u r a n t e 100.000 años. Sólo podemos estudiar d i r e c t a m e n t e u n pequeño sector de la cadena de las familias: tres generaciones, c u a n d o la suerte nos favorece. Incluso los estudios que a b a r c a n tres generaciones son raros. ¿Qué p a u t a s podemos aspir a r a descubrir, c u a n d o sólo podemos investigar tres de u n total de por lo m e n o s 4000 generaciones? La segunda dificultad consiste en q u e c u a n t o m á s armonioso es el funcionamiento de u n a familia, menos accesible resulta ésta p a r a el investigador. Podemos d e s a r m a r u n reloj y volverlo a a r m a r . Podemos i n v e n t a r u n reloj o a p r e n d e r a fabricarlo. Podemos descubrir m u c h a s cosas sobre él interfiriendo en su funcionamiento. Y así sucesivamente. De los métodos q u e se e m p l e a n e n ciencias n a t u rales p a r a estudiar lo q u e es propio de ellas, son m u y pocos los q u e podemos utilizar p a r a el estudio de las familias, e n especial de aquellos aspectos de las familias q u e h e abordado en m i exposición. N o podemos a s p i r a r a ver cómo se alza o se baja el telón de u n d r a m a d e n t r o del cual nacemos. P e r o hay d r a m a s d e n t r o de otros d r a m a s . T o m e m o s u n pedazo cualquiera de papel. Dibujemos algo en él. A r r u g u é m o s l o . M a t e m á t i c a m e n t e es posible expresar con precisión de q u é m a n e r a

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se asemejan y se diferencian las p a u t a s lisas y arrugadas. C u a n t o m á s a fondo se estudian las familias, m á s evidente resulta el hecho de q u e las p a u t a s trascienden las generaciones. Se t r a n s f o r m a n . N a d i e , q u e yo sepa, h a descubierto si esas p a u t a s y sus transformaciones pueden ser expresadas e n lo q u e se conoce hoy por t é r m i n o s matemáticos. Es comprensible. Nosotros mismos, todos nosotros, somos los elementos de la p a u t a q u e estamos t r a t a n d o de discernir. Las p a u t a s familiares n o están dispuestas a n t e nosotros como las estrellas e n el cielo. Notas dotadas de u n a comprensión q u e sólo les p e r m i t e e n t r e v e r la existencia del acorde del q u e son elementos. Quizá p u e d a n , i n t e r p r e t a n d o sus vibraciones, c o m e n z a r a inferir algo e n y m á s allá de sí m i s m a s . A esto l l a m a m o s m ú s i c a ; y la música desdeña ser oída por las notas q u e la f o r m a n . Representamos papeles e n u n d r a m a q u e n u n c a h e m o s visto n i leído, c u y o a r g u m e n t o n o conocemos, c u y a existencia podemos e n t r e v e r , pero del q u e el comienzo y el fin están m á s allá de n u e s t r a s posibilidades actuales de i m a g i n a c i ó n y concepción.

OPERACIONES

El m u n d o , según Hegel, es " u n a u n i d a d de lo dado y lo i n t e r p r e t a d o " . Es difícil d e t e r m i n a r q u é es lo " d a d o " y cuáles n u e s t r a s " i n t e r p r e t a c i o n e s " . U n modo de lograrlo es c o m p a r a r las m a n e r a s en q u e los h o m b r e s e x p e r i m e n t a n el m u n d o e n diferentes épocas y lugares, o incluso e n u n a m i s m a época y lugar. Todos h e m o s sentido sorpresa y hasta incredulidad c u a n d o , al t e n e r a n u e s t r o alcance por p r i m e r a vez los datos de la antropología, comprobamos lo a m p l i a s q u e son las diferencias q u e s e p a r a n esas m a n e r a s de e x p e r i m e n t a r l o . N o conocemos e n detalle la forma e n q u e se llega a ese resultado. Podemos decir con certeza q u e los niños n o n a c e n e x p e r i m e n t a n d o el m u n d o del mism o modo e n q u e lo h a c e n los adultos e n u n a cultura d e t e r m i n a d a . I n t e r p r e t a n lo " d a d o " original e n la m i s m a form a e n q u e nosotros, los adultos, lo hicimos a l g u n a vez, a u n q u e lo h a y a m o s olvidado. El estudio de las experiencias de la p r i m e r a infancia es m u y difícil: los niños no p u e d e n decirnos e n n u e s t r o lenguaje q u é e x p e r i m e n t a n y nosotros, con frecuencia, n o podemos recordar. N u e s t r a experiencia de adultos es el producto m u y complejo de m u c h o s procedimientos. Las leyes q u e g o b i e r n a n n u e s t r a experiencia son, creo, t a n t o n a t u r a l e s como sociales. E n u n cierto nivel de comprensión, distinguimos e n t r e leyes n a turales y sociales.

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"El Universo mesopotámico no consistía en materia inerte: toda piedra, todo árbol, todo objeto concebible era un ser con voluntad y carácter propios; a causa de ello estaba. . . asen­ tado en la autoridad; sus miembros, además, obedecían vo­ luntaría y automáticamente órdenes que los hacían actuar como debían. Llamamos a esas órdenes leyes de la natura­ leza." «

C u a n t o m á s " p r o f u n d a m e n t e " i m p l a n t a d a s están las leyes sociales, c u a n t o m á s " d u r a m e n t e progra­ m a d a s " o " e n c u r t i d a s " están e n nosotros, t a n t o m á s " n a t u r a l e s " llegan a p a r e c e m o s . E n realidad, si alguien viola u n a de esas leyes " p r o f u n d a m e n t e " i m p l a n t a d a s , nos sentimos inclinados a calificar de " a n t i n a t u r a l " su conducta. A continuación m e n c i o n a r é algunos rasgos apa­ r e n t e m e n t e " n a t u r a l e s " de la experiencia contem­ poránea, q u e a d q u i r i m o s a m u y corta edad. I n t e r p r e t a m o s lo dado en función de distinciones, conforme a reglas. Sometemos n u e s t r a experiencia a operaciones, con el propósito de a c a t a r las reglas. Por medio de esas operaciones, de acuerdo con las reglas, en función de las distinciones, se e n g e n d r a u n producto. H a c e m o s distinciones, pero esas distinciones n o están y a formuladas y a n u e s t r a disposición c u a n d o nacemos. Supongo q u e h a y u n conjunto de distinciones primitivas en función de las cuales i n t e r p r e t a m o s lo q u e se presenta a n t e nosotros, y q u e n u e s t r a s p r i m e r a s experiencias diferenciadas son el p r i m e r producto de n u e s t r a s interpretaciones m á s primiti­ vas y de lo dado virgen. Posteriormente ese pro­ ducto parece ser dado. C o m p a r a d a con n u e s t r a experiencia de adultos, esa experiencia " o r i g i n a l " • Profesor Thorkild Jacobsen, citado en Hooke pág. 78).

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es " v i r g i n a l " o inocente. Toda experiencia m e diante la cual lo dado es objeto de a l g ú n tipo de distinción, no es inocente n i dada, a u n q u e pueda parecerlo. Somos libres de aplicar nuestros calificativos de distintos modos, pero n u e s t r o conjunto de calificativos está t a n d e t e r m i n a d o p a r a nosotros como los fonemas (unidades de sonido) de n u e s t r o lenguaje. Supongo q u e esas distinciones son a d q u i r i d a s , y a d q u i r i d a s a u n a edad t e m p r a n a . U n conjunto de distinciones primitivas son formadas. La formación de ese conjunto y las operaciones a q u e se lo somete son gobernadas por reglas. Creo q u e al a ñ o del n a c i m i e n t o h a n llegado a formarse, e n t r e otras, las distinciones siguientes: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

dentro y fuera placer y dolor, agradable-desagradable real y n o real bueno y malo y o y no y o a q u í y allá entonces y ahora.

P a r a nuestros fines carece de i m p o r t a n c i a determ i n a r a q u é edad se d o m i n a n esas distinciones o, incluso, si las distinciones son ésas u otras. Ciertas distinciones llegan a ser hechas, de u n modo u otro, e n u n m o m e n t o u otro: esas distinciones n o existían a n t e r i o r m e n t e . Con esas distinciones operamos en la materia prima de lo dado. N u e s t r a experiencia es u n producto formado de acuerdo con u n a receta, con u n conjunto de reglas sobre q u é distinciones debemos hacer, c u á n d o , dónde, respecto de qué. Las reglas m i s m a s son distinciones e n acción. Continuam e n t e llevamos a cabo operaciones e n t r e distinciones y a establecidas, de acuerdo con reglas adicionales.

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Divido m i experiencia e n dentro-fuera; realirreal; b u e n o y m a l o ; y o y n o y o ; a q u í y allá; ahora y entonces; lo e n c u e n t r o a g r a d a b l e o penoso. Supongamos q u e d e n t r o - y o - a q u í - a h o r a - b u e n o real-agradable se aplican al m i s m o sector. P u e d e n p e n s a r q u e soy afortunado. Eso n o significa q u e si todo lo q u e soy y o es b u e n o , todo lo q u e es r e a l sea y o ; n i q u e por estar y o aquí-ahora, n o p u e d a h a b e r estado allá-entonces. P e r o tengo, sí, u n a " i d e n t i ­ d a d " q u e es a l t a m e n t e valorada e n n u e s t r a c u l t u r a . Yo-irreal-malo-aquí-dentro-ahora-dolor no es infre­ cuente. U n a de las distinciones f u n d a m e n t a l e s es la q u e expresan los términos a d e n t r o y afuera. Es imposi­ ble pensarla d u r a n t e largo tiempo independiente­ m e n t e de las otras distinciones q u e hacemos: es­ ta distinción (al igual q u e las d e m á s ) opera con otras distinciones de acuerdo con las reglas q u e ri­ gen sus combinaciones. La distinción e n t r e adentroy-afuera se aplica a casi todas las facetas de la expe­ riencia. M e es casi imposible no h a c e r esa distin­ ción. M u y r a r a s veces la dejo de lado. Sugiero al lector las siguientes acciones: I) t r a g u e la saliva q u e h a y e n su boca II) sorba a g u a de u n vaso y tragúela III) escupa e n el vaso y t r a g u e la escupida j u n t o con el a g u a IV) sorba u n poco de agua, vuélvala al vaso, sórbala de nuevo y tragúela. Quizás el lector p u e d a c u m p l i r sin incomodarse las cuatro operaciones, pero h a y m u c h a gente q u e no puede hacerlo por c u a n t o la tercera y la c u a r t a , e n especial, le r e s u l t a n r e p u g n a n t e s . Sentimos q u e h a y u n a diferencia e n t r e la saliva q u e se e n c u e n t r a dentro de n u e s t r a boca y esa mis-

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m a saliva c u a n d o ha sido a r r o j a d a fuera u n o s pocos centímetros. L a diferencia se a c e n t ú a c u a n d o lo q u e se ubica d e n t r o o fuera son excrementos. Nosotros nos sentimos d e n t r o de u n saco de piel: lo q u e se halla fuera del saco es no-nosotros. Yoa d e n t r o . N o yo-afuera. E n m o m e n t o s de éxtasis (cópula, inanición, audición de m ú s i c a , fiebre alta) la distinción se a n u l a . Pocos son los q u e n o h a n e x p e r i m e n t a d o esa a n u l a ción, pero pocos, t a m b i é n , e n m i concepto, los q u e la h a n e x p e r i m e n t a d o a m e n u d o o por largo tiempo. Esos m o m e n t o s son excepciones privilegiadas. E n circunstancias n o r m a l e s la distinción e n t r e lo interno y lo externo es u n a de las q u e , c o m b i n a d a s con otras distinciones según reglas de u n a sintaxis de la experiencia, c o n t r i b u y e n a d a r n o s la sensación de q u e n u e s t r a experiencia tiene sentido. Pertenece al orden sociofamiliar, n o al o r d e n n a t u r a l . Sin e m b a r g o , la sintaxis del sentido c o m ú n es t a n oscura como obvia. E n u n a ciudad m o d e r n a quizá prefiramos d a r por sentado q u e yo estoy d e n t r o de m i piel y fuera de la t u y a , y q u e t ú estás d e n t r o de tu piel y fuera de la m í a . P e r o s u r g e n dificultades. " Y o " estoy d e n t r o de m i piel, pero puedo e x p e r i m e n t a r como e x t e r n o lo q u e está dentro de m í y todo lo q u e y o n o soy p o r dentro. ¿Dónde estoy, entonces? ¿No del todo dentro de algo? ¿No del todo fuera de algo? ¿ D e n t r o de q u é quiero estar? ¿ F u e r a de q u é quiero estar? ¿Qué quiero q u e h a y a d e n t r o de m í ? ¿Qué quiero q u e h a y a fuera de m í ? ¿Quiero q u e lo q u e está dentro de m í esté dentro? ¿Quiero q u e lo q u e está fuera de m í esté dentro? ¿Siento dentro de m í lo q u e está fuera? ¿Es lo q u e está d e n t r o de m í lo q u e y o desearía q u e estuviera fuera? ¿Es lo q u e está fuera de m í lo q u e y o desearía q u e estuviera dentro? Quizá pueda hacer u n cambio. P o r medio de la proyec-

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ción, llevar fuera lo q u e está d e n t r o de m í . P o r medio de la introyección, llevar d e n t r o lo q u e está fuera d e m í . Asi m e h e dado vuelta a m í m i s m o de a d e n t r o p a r a afuera y de afuera p a r a dentro. Pero, a pesar de ese cambio, a ú n puedo e x p e r i m e n t a r lo i n t e r n o como externo y lo e x t e r n o como i n t e r n o . I n t r o d u z c a m o s ahora la distinción e n t r e b u e n o y m a l o . Supongamos q u e m i interior era m a l o y que, por medio de la proyección, lo h e puesto fuera. M i interior m a l o , ahora afuera, m e persigue. O sino supongamos q u e quiero sacar fuera lo q u e yo soy por dentro. Difícil, sin descubrir q u e tengo lo q u e yo era por dentro, d e n t r o de m í . Dudosa mejora. Si estoy lleno de cosas b u e n a s e n m i interior, pueden s e r m e robadas por los q u e carecen de ellas. Si las pongo fuera, quedo vacío de cosas b u e n a s y p a r a a p r o v i s i o n a r m e de ellas deberé r e c u r r i r al exterior. La tentativa d e e n c o n t r a r u n a combinación estable y satisfactoria e n t r e bueno-malo, vacio-lleno, dentro-fuera, yo-no y o p u e d e i n s u m i r u n a g r a n cantidad de energía y ello m e h a r á sentir exhausto, vacío por d e n t r o y por fuera. S u p o n g a m o s q u e añadimos las distinciones e n t r e real e irreal, verdadero y falso, a esta d a n z a infernal: ser real es ser a u t é n tico y ser irreal es ser falso. Debo evitar ser irreal, pero si estoy dentro de la realidad, ésta puede estar fuera, y si estoy y a vacío por dentro, puedo hallarm e en peligro de ser vacío, irreal, falso y m a l o . Sin e m b a r g o , y o quiero ser a c a b a d a m e n t e r e a l , verdadero y bueno. H a g a m o s otro cambio. I n m e d i a t a m e n t e son Ellos los que son falsos, vacíos y malos. Pero no todos p u e d e n h a l l a r sosiego r e c u r r i e n d o a ese procedimiento. S u p o n g a m o s q u e ser real es estar dentro de la realidad. Lo externo, sin e m b a r go, es irreal, por c u a n t o h e puesto la realidad dentro de m í . T r a t e m o s , entonces, de poner dentro lo externo n u e v a m e n t e ; h a g a m o s real a lo interno, pleno a lo real y verdadera a la plenitud. Entonces

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seré bueno p o r q u e estoy lleno de algo, p e r o también m a l o p o r q u e n o estoy lleno d e m í m i s m o , lo q u e m e hace irreal. P e r o , ¿no podemos distribuir las cosas e n forma m á s pareja? ¿No h a y acaso realidad bastante p a r a todos? Veamos: lo q u e está d e n t r o de m í es real y lo q u e está dentro de ellos es real. L o externo es real y y o estoy dentro de la realidad y la realidad está dentro de mí. ¿Dónde está, entonces, la irrealidad? La irrealidad n o existe y n o merece existir. Nosotros, nuestra familia, las familias q u e incluye n u e s t r a familia, nuestra escuela, n u e s t r a iglesia, nuestra ciudad, n u e s t r a provincia, n u e s t r o país, n u e s t r o televisor, n u e s t r a s tazas, platos y vitrinas y n u e s t r a tía Josefina son reales. Y verdaderos. Podemos confiar en ellos y ellos e n nosotros. N u e s t r a vida es plena. El m u n d o se asoma a n u e s t r a ciudad, y si a veces obramos m a l , hacemos c u a n t o podemos. N o deseamos el m a l a nadie. Somos. Y aquellos p a r a quienes nosotros n o existimos, n o existen, y en cuanto de nosotros d e p e n d a , n o existirán. P o r q u e debemos defender la realidad contra el vacío, el e n g a ñ o y la m a l d a d de la Irrealidad. Ese es el objetivo de n u e s t r a lucha. Defender lo real de lo irreal, lo verdadero de lo falso, la vida plena de la vida vacía, lo bueno d e lo m a l o . Lo q u e es, de lo q u e n o es. Pero, entonces, ¿de q u é nos estamos defendiendo? ¿De n a d a ? ¡Oh, no! El peligro, la a m e n a z a , el enemigo, Ellos, son m u y reales. P o r consiguiente, debemos r e c o m e n z a r . . . Ellos Son Reales. Son peligrosos, p o r q u e son. M i e n t r a s sean, estaremos en peligro. P o r lo tanto, debemos destruirlos. Y si debemos destruirlos, ellos deben destruirnos a nosotros p a r a i m p e d i r q u e los destruyamos, y nosotros debemos destruirlos antes a ellos para evitar q u e nos d e s t r u y a n antes de q u e los h a y a m o s destruido p a r a n o d a r l u g a r a q u e nos

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d e s t r u y a n antes a n o s o t r o s . . . y eso es lo q u e esta­ mos t r a t a n d o de h a c e r . Ellos p u e d e n parecer irreales e inexistentes, o existir y parecer reales, o existir y parecer irreales, o n o existir y parecer reales. Existen p a r a ser des­ truidos y son destruidos p a r a ser reinventados. No debemos preocuparnos si n u e s t r a lucha con­ tra Ellos produce bajas m u y elevadas. S i e m p r e ha­ brá m á s en el l u g a r de donde provienen: nuestro interior. D a d a s n u e s t r a s distinciones y n u e s t r a s reglas, tenemos q u e trabajar p a r a n o r m a l i z a r n u e s t r a ex­ periencia. N u n c a lo lograríamos si n o fuéramos capaces de someterla a u n conjunto adicional d e operaciones, de las cuales y a h e m o s m e n c i o n a d o algunas. El psicoanálisis engloba a la m a y o r í a bajo la denominación de " m e c a n i s m o s de defensa". Negación Es u n a de las m á s sencillas. " L a s cosas son a s i " se t r a n s f o r m a en " L a s cosas no son así". P o r ejemplo: "Estoy celoso" se t r a n s f o r m a en "No estoy celoso". Disociación U n conjunto es dividido e n dos subconjuntos. C u a n d o la disociación es completa, n o se pro­ duce n i n g ú n intercambio e n t r e los subconjun­ tos. Desplazamiento P o r ejemplo: Siento enojo contra T o m á s , en lugar de sentirlo contra Ricardo. Vuelvo a casa y la " e m p r e n d o " con m i esposa a causa de lo q u e siento por el jefe. Escotomización No veo lo q u e n o quiero ver.

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Sustitución Veo otra cosa e n su l u g a r . Proyección Traspongo lo i n t e r n o a lo externo. Introyección T r a s p o n g o lo e x t e r n o a lo i n t e r n o . Racionalización M e doy u n pretexto. Represión Es olvidar algo y olvidarse de q u e se lo h a olvidado. Regresión Retroceder. Identificación Dos subconjuntos diferentes son considerados como u n o solo. Tergiversación Definición errónea de los problemas. Reversión " L o odio" se revierte e n " E l m e odia". E n las obras de psicoanálisis se describen m u c h a s otras, e n t r e ellas la inversión, la formación reac­ tiva, el aislamiento, la reduplicación, el volverse contra sí m i s m o , la anulación, la idealización y la desrealización. Sobre este t e m a no se h a escrito a ú n u n a obra definitiva. La lista actual n o se h a l l a bien clasifi­ cada, y a q u e a l g u n a s de esas " d e f e n s a s " son sim­ ples y otras compuestas por dos o m á s operaciones

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simples. L a forma en q u e el tenia h a sido t r a t a d o en las obras especializadas no contribuye a facilitar su estudio: h a y superposición e n las connotaciones de diversos t é r m i n o s ; los autores d a n a veces distinto significado a u n m i s m o t é r m i n o ; las obras están redactadas en tres idiomas principales: alem á n , inglés y francés, lo q u e da l u g a r a p r o b l e m a s de traducción. Las teorías de F r e u d sobre esta y otras cuestiones evolucionaron y se modificaron a lo largo de m á s de 4 0 años. Las operaciones i m p o n e n restricciones adicionales al producto. " B o r r a n " y s u s t i t u y e n lo q u e se halla de a c u e r d o con las reglas, y lo h a c e n conform e a reglas q u e las gobiernan a ellas m i s m a s . C u a n d o n o h a y inconveniente en q u e la experiencia ( E ) sea agradable, como t a m b i é n c u a n d o la experiencia debería ser agradable, es sometida a u n a operación c u y a finalidad es hacerla m á s agradable en apariencia. P e r o c u a n d o las reglas n o lo p e r m i t e n o no lo exigen, c u a n d o el placer está prohibido o es desdeñado, el " p l a c e r " es entonces sacrificado a otros valores q u e o c u p a n u n l u g a r m á s alto en la j e r a r q u í a . La m a y o r í a de las operaciones a q u e se somete a E son a su vez sometidas a operaciones p a r a volverlas, como se dice c o m ú n m e n t e , "inconscientes". Sólo c u a n d o conseguimos n e u t r a l i z a r esas operaciones q u e se c u m p l e n respecto de otras operaciones logramos q u e las operaciones q u e i m p o n e m o s a E se conviertan en elementos de E susceptibles d e ser examinados. C u a n d o ello n o es posible, debemos inferirlos. Esa inferencia acerca de su existencia puede ser también bloqueada por operaciones como la negación y la escotomización. Las operaciones impuestas a la experiencia d e las q u e venimos h a b l a n d o no son, por lo general, exper i m e n t a d a s . Es t a n poco frecuente q u e ello o c u r r a q u e , si no m e h u b i e r a acontecido sorprenderlas en

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acción a l g u n a s veces y e n t e r a r m e de q u e a otros les h a ocurrido lo m i s m o , m e sentiría inclinado a pensar que, en su esencia, no son elementos de la experiencia. Es r e l a t i v a m e n t e fácil c o m p r o b a r en otros el proceso. Ello m e i n d u c e a sostener q u e h a y u n a operación o u n a clase d e operaciones que actúan sobre nuestra experiencia de nuestras operaciones con el fin de excluirlas de n u e s t r a experiencia. T a l e s operaciones a c t ú a n de a.lgún modo sobre la experiencia q u e tenemos de ellas, en forma tal q u e n o e x p e r i m e n t a m o s ni n u e s t r a s p r i m e r a s operaciones ni las operaciones q u e e x c l u y e n a éstas de n u e s t r a experiencia. Esto es p a r t i c u l a r m e n t e claro e n el caso d e la represión. A los 13 años t u v e u n a experiencia m u y molesta. No voy a molestarlos explicando e n detalle en q u é consistió. Dos m i n u t o s después m e sorprendí a m í m i s m o e n el proceso d e excluirla de m i m e n t e . Ya la había olvidado en g r a n p a r t e . P a r a ser m á s exacto, estaba e n c a m i n o de p o n e r p u n t o final a la operación olvidando q u e la había olvidado. C u á n tas veces había hecho lo m i s m o a n t e r i o r m e n t e , n o sabría decirlo. Quizá m e h a y a ocurrido m u c h a s veces, p o r q u e n o puedo recordar m u c h a s experiencias embarazosas anteriores a ésa y no g u a r d o m e moria de n i n g ú n acto de olvidar q u e estaba olvid a n d o cumplido antes de los 13 años. Estoy seguro de q u e ésa n o fue la p r i m e r a vez, n i tampoco la ú l t i m a , e n q u e r e c u r r í a semejante a r t i m a ñ a ; pero la m a y o r í a de esos acontecimientos están a ú n , según creo, t a n eficientemente reprimidos, q u e h e olvidado incluso haberlos olvidado. E n eso consiste la represión. N o es u n a operación simple. Olvidamos algo. Y olvidamos q u e lo h e m o s olvidado. Después de eso, y en lo q u e a nosotros concierne, n o h a y n a d a q u e h a y a m o s olvidado. U n a operación de represión c l a r a m e n t e definida lleva a cabo u n a intercepción, de modo t a l q u e :

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a ) olvidamos X b) no tenemos conciencia de q u e h a y u n X q u e hemos olvidado c) n o tenemos conciencia de q u e h e m o s olvi­ dado X d ) no tenemos conciencia de q u e n o tenemos conciencia de q u e hemos olvidado q u e h e m o s olvidado X . La represión es la aniquilación, n o sólo desde el recuerdo, sino t a m b i é n del recuerdo de u n a p a r t e de E , junto con la aniquilación de la experiencia de la operación. Es el producto de por lo m e n o s tres operaciones. Si consideramos u n ejemplo r e a l c u a l q u i e r a de a l g u n a operación, descubrimos q u e es casi imposi­ ble h a l l a r u n ejemplo p u r o de u n a operación sin­ g u l a r aislada. Ello era de prever. El hecho de q u e u n a c r i a t u r a m u e v a todos los dedos de u n a m a n o al m i s m o tiempo, n o significa q u e n o tenga cinco dedos. Las operaciones de negación y desplaza­ m i e n t o d a n l u g a r a u n producto c o m ú n . " L a culpa n o es mía. Es t u y a . " L a negación y el desplaza­ m i e n t o p u e d e n ser el equivalente de la proyección. La satisfacción de deseos y la idealización son operaciones q u e implican proyección y negación. T o d a proyección i n c l u y e cierto grado d e negación de la a m p l i t u d (range) de E. Soy desdichado. No soy desdichado ( n e g a c i ó n ) . No estoy n e g a n d o q u e soy desdichado (negación de la n e g a c i ó n ) . Considero q u e la función principal de todas esas operaciones es lograr la producción y subsistencia de la E q u e se desea, o al m e n o s se tolera, en la familia, en especial p o r p a r t e de la familia. Las operaciones q u e h e m e n c i o n a d o son opera­ ciones q u e i m p o n e m o s a n u e s t r a propia experien­ cia. Las h a c e n las personas p a r a si m i s m a s . P e r o serían innecesarias si las reglas de la familia n o las

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exigieran, e ineficaces sin la cooperación de los d e m á s . L a negación es exigida p o r los d e m á s : es p a r t e de u n sistema transpersonal de colusión por el cual obramos d e acuerdo con los d e m á s y éstos con nosotros. R e p r e s e n t a r la "familia feliz", por ejemplo, no sería posible si n o h u b i e r a colusión. I n d i v i d u a l m e n t e , soy desdichado. Lo niego a mi mismo. Niego a mi mismo y a los d e m á s q u e esté n e g a n d o algo. Los d e m á s deben proceder igual. Debo h a c e r m e cómplice de su negación y complicidad, y ellos deben hacerse cómplices d e las m í a s . De modo que somos una familia fejiz y no tenemos secretos entre nosotros. Si somos desdichados/debemos mantenerlo en secreto/ y somos desdichados por tener que mantenerlo en secreto y desdichados por tener que mantener en secreto/el hecho/ de que tenemos que guardarlo como un secreto y porque estamos manteniendo todo eso en secreto. Pero, como somos una familia feliz, comprenderán ustedes que el problema no se plantea. 7

La represión de g r a n p a r t e de la sexualidad infantil es aprobada, el acto de la represión es negado, y la represión, su aprobación y la negación de la represión son negadas. N a d a h a ocurrido. " N o sé de q u é m e h a b l a . " ¿Quién oyó h a b l a r j a m á s , por ejemplo, de q u e u n n i ñ o b u e n o , luego u n a d u l t o n o r m a l , h a y a deseado en circunstancia alguna chup a r el p e n e de su p a d r e ? E s p e r f e c t a m e n t e n o r m a l que a d e t e r m i n a d a edad u n o h a y a deseado c h u p a r el pecho de su m a d r e . Sin e m b a r g o , es e n general preferible n o relacionar el pecho de la m a d r e con el de u n a amiga o, p a r a u n a m u j e r , el pecho femen i n o con los genitales d e u n amigo. Lo m á s p r u d e n t e , e n general, es m a n t e n e r esos conjuntos de 1

Para un mayor desarrollo del tema, véase Laing (1970).

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relaciones en c o m p a r t i m i e n t o s separados (disocia­ ción) y reprimir, p a r a asegurarse u n m a r g e n ma­ y o r de seguridad, todos los deseos infantiles cuando éstos sean demasiado "perversos", puesto q u e son anteriores a la c o m p a r t i m e n t a c i ó n y la represión, etcétera, y negar la existencia de tales operaciones, y n e g a r a d e m á s esa negación. El producto al q u e se llega es el resultado de m u c h a s reglas, sin las cuales n o podría surgir o subsistir. A d m i t i r las reglas, sin e m b a r g o , sería a d m i t i r lo q u e las reglas y operaciones t r a t a n de volver inexistente. Se espera de u n o q u e sea capaz de e x p e r i m e n t a r pasión después de casado, pero n o q u e la h a y a expe­ r i m e n t a d o e n exceso ( m e n o s a u n , q u e se h a y a de­ jado a r r a s t r a r por ella) m u c h o tiempo antes. Si esto es demasiado difícil, u n o debe fingir p r i m e r o q u e n o siente la pasión q u e r e a l m e n t e siente y a l a r d e a r luego de u n a pasión q u e e n realidad no siente y s i m u l a r q u e ciertos m o v i m i e n t o s apasio­ nados d e resentimiento, odio o envidia son irreales, no se h a n producido o son otra cosa. Ello r e q u i e r e realizaciones falsas, desrealizaciones falsas y u n pretexto (racionalización). Después de este holo­ causto casi total de la experiencia e n el altar de la conformidad, es probable q u e nos sintamos algo vacíos. P e r o podemos t r a t a r de l l e n a r ese vacío con dinero, artículos de consumo, posición, respeto, a d m i r a c i ó n , o con la envidia q u e nos provoca el éxito económico, profesional o social de nuestros colegas. Todo eso, m á s u n repertorio de distraccio­ nes p e r m i t i d a s u obligatorias, sirve p a r a distraernos de n u e s t r a propia distracción. Y si nos h a l l a m o s recargados de trabajo, demasiado tensos, podemos refugiarnos e n líneas de defensa adicionales incues­ tionablemente lícitas: podemos degustar m i x t u r a s , narcóticos, estimulantes, sedantes o t r a n q u i l i z a n t e s q u e nos d e p r i m a n a u n m á s , hasta el p u n t o de im­ pedirnos c o m p r e n d e r lo deprimidos q u e estamos, y

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nos a y u d e n a excedernos en la comida y el sueño. Y m á s allá de eso h a y todavía otras líneas de defensa, q u e llegan hasta los electroshocks, hasta la solución final (o casi) q u e consiste p u r a y s i m p l e m e n t e en remover partes del cuerpo culpable, en especial del sisti'ina nervioso central. Esta ú l t i m a solución, sin e m b a r g o , sólo es necesaria cuando la lobotomía social normal n o da resultado y la lobotomía química fracasa i g u a l m e n t e . N o puedo i m a g i n a r otro modo de obtener u n producto " n o r m a l " a p a r t i r de la sustancia de nuestro y o originario q u e no sea ése: u n a vez q u e llegamos a nuestra m a t r i z de distinciones, tenemos reglas para combinarlas y dividirlas en conjuntos y subconjuntos. El producto " n o r m a l " requiere q u e esas operaciones sean negadas. Nos gusta la comida presentada con elegancia a n t e nosotros, pero no q u e r e mos oír h a b l a r de las fábricas en q u e se procesa a los animales, de los m a t a d e r o s , n i de lo q u e ocurre en la cocina. N u e s t r a s ciudades son n u e s t r a s fábricas; familias, escuelas e iglesias, los m a t a d e r o s ; universidades y otros lugares, las cocinas. E n nuestra vida de adultos, e n el m a t r i m o n i o y los negocios, consumimos el producto.

REGLAS Y METARREGLAS

P o r lo general t e n e m o s plena conciencia de n u e s t r a s distinciones, pero n o , en el m i s m o grado, de q u e las hacemos. Las operaciones a q u e sometemos a E no son por lo c o m ú n e x p e r i m e n t a d a s . Sin e m b a r g o , es con su a y u d a q u e la m a y o r í a de nosotros da cuerpo a todo u n m u n d o de elecciones. Con g r a n trabajo, u n deseo es: I ) negado I I ) r e e m p l a z a d o por u n t e m o r q u e provoca u n a pesadilla que es I I I ) negada y I V ) disimulada tras u n a fachada. (Negación, r e e m p l a z o , negación, r e e m p l a z o : proceso r e l a t i v a m e n t e simple e n cuatro etapas.) Tales operaciones p u e d e n ser exigidas. L a proyección y su negación son exigidas. Es obligatorio proyectar lo m a l o en el E n e m i g o , sea q u i e n sea; y es obligatorio n e g a r q u e se t r a t a de u n a proyección. Podemos t r a z a r u n m a p a de proyecciones que a b a r q u e el cosmos en su totalidad y señalar en él con sombreado o con color q u é debe y q u é n o debe proyectarse en cada región: u n m a p a frente a otro mapa. Consideremos el ejemplo m á s sencillo. Supongamos q u e en cada región rige u n a n o r m a sobre lo bueno y lo m a l o . Supongamos q u e los valores asignados a las distintas regiones son: b u e n o ( + ) ,

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m a l o ( — ) , optativo ( + o — ) y n e u t r a l ( 0 , n i + ni—). Se dice que h a y u n tiempo y l u g a r apropiados para cada cosa. E n el hogar: 1. No debemos e c h a r e n el inodoro el collar de perlas de n u e s t r a m a d r e . 2. H a y algo q u e debemos e c h a r e n el inodoro, y solamente allí. 3. No debemos acostarnos con los zapatos pues­ tos. 4. Debemos cepillarnos los dientes antes de ir a dormir. 5. No debemos despedir gases c u a n d o estamos e n la mesa, etc. Tales reglas tienden a ser precisas y estrictas. Las reglas q u e rigen los valores con q u e dotar al cosmos p u e d e n t a m b i é n ser estrictas. H a y tiempos, lugares y personas p a r a 1. valor + ( b u e n o ) . 2. valor — ( m a l o ) . 3. valor -f- o — (optativo). 4. valor n i + i — ( 0 ) ( n e u t r a l ) . (las estrellas n o deben ser consideradas ni bue­ nas n i m a l a s ) . n

Cabe a g r e g a r u n a q u i n t a categoría de regiones q u e p u e d e n ser vistas como b u e n a s ( + ) , m a l a s ( — ) , optativas ( + o — ) o n e u t r a l e s ( 0 ) . Son m u y pocas. Si h a y perfecta coincidencia e n t r e los valores proyectados en y asignados a u n estrato (range) todo está en el tiempo y l u g a r q u e le corresponde. En ese conjunto de problemas n o h a y violación de las reglas y n o cabe sentir culpa o ansiedad por tal causa. C u a n d o los valores positivos son traspuestos a u n estrato positivo, pensamos bien de aquellos de quie-

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nes se supone q u e debemos p e n s a r bien. Si somos cristianos, Dios es b u e n o . Si somos patriotas, nues­ tro país es bueno. Si somos partidarios del Poder Negro, los negros son admirables. U n o es b u e n o si tiene buenos pensamientos sobre aquello de q u e se supone q u e debe p e n s a r bien y malos p e n s a m i e n ­ tos sobre aquello de q u e se supone q u e debe pen­ sar m a l . C u a n d o los valores negativos son traspues­ tos al estrato positivo, no pensamos bien de aquellos de quienes se supone q u e debemos p e n s a r bien. C u a n d o los valores negativos son aplicados al es­ trato negativo, pensamos m a l de aquellos de quie­ nes se supone que debemos p e n s a r m a l . Con valores positivos en el estrato negativo, p e n s a m o s bien de aquellos de quienes se supone q u e debemos pensar m a l . Con valores positivos o negativos en el estrato optativo, pensamos m a l o bien de aquello o aquellos a c u y o respecto somos libres de t o m a r par­ tido. Con valores n e u t r a l e s en el estrato n e u t r a l , no pensamos bien ni m a l de aquello de q u e se supone q u e debemos p e n s a r q u e no es b u e n o ni malo. Y así sucesivamente. Esas reglas gobiernan por entero el c a m p o social. Si n o somos capaces de comprenderlas, condicio­ n a r á n de continuo nuestra visión. A causa de ello, la investigación en el ámbito de las ciencias sociales resulta p a r t i c u l a r m e n t e difícil: al investigador m i e m b r o de u n a sociedad d e t e r m i n a d a su condición de tal no le da el poder de h a c e r q u e las reglas se desvanezcan. A " n o s o t r o s " nos resulta fácil adver­ tir q u e en Rusia o en C h i n a la sociología tiene u n campo de acción m u y limitado. D a r n o s c u e n t a de cómo gobiernan " n u e s t r a s " reglas los valores q u e trasponemos al ámbito social, nos es ya m u c h o m á s difícil. Nos es difícil, incluso, darnos cuenta de q u e tenemos valores q u e trasponemos, para n o mencio­ n a r n u e s t r a dificultad p a r a e n t r e v e r las reglas en

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función de las cuales llevamos a cabo esas proyec­ ciones. Analicemos ahora los malos pensamientos e n relación con las reglas de las q u e d e p e n d e la asig­ nación de valores a las distintas regiones del m u n ­ do, es decir, e n relación con n u e s t r o m a p a de pro­ yecciones. Los malos pensamientos son u n a relación. Lo q u e corresponde tener en c u e n t a n o es q u é pensamos, vemos, sentimos, nos proponemos, nos i m a g i n a m o s , etc., sino qué pensamos, etc., respecto de qué o quién, c u á n d o y dónde. Es m a l o p e n s a r m a l d e aquello de q u e se supone q u e debemos p e n s a r bien. Es m a l o p e n s a r bien de aquello de q u e se s u p o n e q u e debemos p e n s a r m a l . Es b u e n o pensar mal de aquello de q u e se supone q u e debemos p e n s a r mal. Es poco sensato t o m a r en serio lo que se s u p o n e q u e n o es serio. E s m a l o mostrarnos frivolos respecto de lo q u e se supone q u e debemos t o m a r e n serio (afectividad inadecua­ d a ) . U n p e n s a m i e n t o " b u e n o " o " m a l o " sólo se convierte e n Bueno o M a l o al ser relacionado con la persona o cosa a las cuales se aplica: lo q u e impor­ ta es qué pensamos acerca de qué. U n m a l pensa­ m i e n t o es bueno si se aplica a u n objeto m a l o . U n b u e n p e n s a m i e n t o es malo si se aplica a u n objeto malo. E n n u e s t r a sociedad sabemos, sin necesidad de conocer al destinatario, q u é atribuciones debemos hacer, y cuáles n o , a cada u n o : p a d r e , m a d r e , es­ poso, esposa, hijo, hija, y o ; blancos, rojos, a m a r i ­ llos, negros, judios, gentiles; bueno-malo, seguropeligroso, digno de confianza-indigno de confianza, bondadoso-cruel, etcétera. U n a vez q u e u n a p a r t e cualquiera del sistema social u n i v e r s a l llega a ser gobernada por esas r e ­ glas, a cada u n a de las partes del sistema social universal:

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I) se le asigna u n valor por el hecho de q u e h a y u n a regla q u e la gobierna. I I ) P u e d e h a b e r u n a regla q u e disponga q u e ese valor n o debe ser sustituido, contradi­ cho, cuestionado o siquiera percibido. I I I ) P u e d e h a b e r n o sólo u n a regla q u e prohiba percibir q u e existe tal valor y q u e existe u n a regla I ) , sino t a m b i é n I V ) u n a regla q u e prohiba percibir I I ) V ) u n a regla q u e prohiba percibir I I I ) y V I ) u n a regla q u e prohiba percibir I V ) y V ) y VI). H a y reglas xjue prohiben percibir las reglas y q u e prohiben, por lo t a n t o , percibir todos los pro­ blemas q u e se originan en su c u m p l i m i e n t o y en su violación. Con el objeto de i m p e d i r cualquier q u e b r a n t a ­ m i e n t o del sistema, la violación de las reglas, lo m i s m o que la de las reglas q u e p r o h i b e n percibir las reglas y la de las reglas q u e prohiben percibir las reglas q u e prohiben percibir las reglas, es en­ frentada, p r i m e r o , por medio de la disuasión, y , en segundo t é r m i n o , por medio de castigos. P e r o ni la disuasión ni el castigo p u e d e n ser de­ finidos como tales con palabras, y a q u e u n a defi­ nición semejante sería u n a infraección a las reglas q u e prohiben percibir las r e g l a s . . . La violación directa de las reglas básicas de pri­ m e r grado p u e d e ser castigada con la m u e r t e . El culpable se hace acreedor a atribuciones de trai­ ción, felonía, herejía; p r o b a b l e m e n t e se p e n s a r á que él es m a l v a d o , depravado, degenerado. L a gen­ te considera por lo c o m ú n q u e n i n g ú n castigo es suficiente: debería ser azotado y sometido al t r a ­ t a m i e n t o m á s adecuado. El culpable es malo y de­ m e n t e (Ezra P o u n d , por e j e m p l o ) . Referirse a la posibilidad de referirse a reglas que se refieren a reglas referidas a su vez a reglas

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(como y o lo estoy haciendo) es posible, s i e m p r e q u e n o se lleven las cosas demasiado lejos y n o se aborde el t e m a en forma demasiado directa. P a ­ ra ir m á s allá sin riesgos, debo ser m á s abstracto. Las reglas r i g e n todos los aspectos de la expe­ riencia: q u é debemos y q u é no debemos experi­ m e n t a r , q u é operaciones debemos, y cuáles n o , lle­ v a r a cabo p a r a formarnos u n a i m a g e n permitida de nosotros mismos y de los d e m á s en el m u n d o . Supongamos que nos o r d e n a n r e p a r a r el m o t o r de u n automóvil, q u e nos d a n instrucciones q u e fatalmente c o n d u c i r á n a q u e el m o t o r se haga pe­ dazos y q u e hemos sido condicionados p a r a q u e nos sintamos mal si no podemos volver a p o n e r cada cosa en su sitio. P u e d e habérsenos instruido p a r a q u e analicemos n u e s t r a s instrucciones si las cosas a n d a n m a l . N u e s ­ tras instrucciones p u e d e n ser erróneas. Quizá sea necesario a d a p t a r l a s , modificarlas o dejarlas de la­ do. P e r o se produce u n a situación especial c u a n d o existe u n a regla q u e prohíbe e x a m i n a r o cuestionar las reglas; y m á s a u n c u a n d o existen reglas q u e prohiben advertir q u e existen tales reglas, incluida la ú l t i m a m e n c i o n a d a e n p r i m e r t é r m i n o . Si aquello q u e se nos ordena r e a l i z a r n o p u e d e ser realizado a causa del modo en q u e se nos or­ dena realizarlo, nos h a l l a r e m o s e n dificultades. Se nos ordena ser honestos. P e r o se nos o r d e n a a c t u a r sobre n u e s t r a experiencia e n u n a forma q u e sólo puede ser calificada de deshonesta. Se nos induce a confiar en ciertas personas, quie­ nes nos dicen q u e n o podemos confiar en nosotros mismos. O sea, se nos exhorta a depositar n u e s t r a poco confiable confianza en aquellos q u e nos dicen que confiemos e n ellos c u a n d o nos dicen q u e n o somos dignos de confianza: por lo t a n t o , n u e s t r a confianza es indigna de confianza. Y asi sucesiva­ mente.

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La gente lleva a cabo diferentes operaciones, regidas por diferentes n o r m a s , p a r a m a n t e n e r tras­ puestas al cosmos social, estrictamente de acuerdo con las n o r m a s , distinciones p r i m a r i a s casi idénti­ cas (en n u e s t r a c u l t u r a ) . Al v a r i a r el objeto al q u e son aplicadas esas distinciones y la forma en q u e son aplicadas, v a r i a n t a m b i é n los m u n d o s de experiencia q u e ellas originan y m a n t i e n e n . Si las instrucciones son contradictorias o paradójicas p u e ­ den t r a e r como consecuencia q u e las distinciones se combinen en conjuntos simultáneos e incompati­ bles. P u e d e o c u r r i r q u e ni siquiera sea posible disociar o dividir el m u n d o en dos, tres o m á s pedazos de m a n e r a tal q u e cada subconjunto esté integrado por elementos compatibles. H a y instrucciones q u e se refieren al objeto de nuestra experiencia. E instrucciones q u e nos dicen q u é debemos e x p e r i m e n t a r y cómo debemos hacer­ lo. T a l es el caso de las q u e están dirigidas a gober­ n a r n u e s t r a conducta. Se nos dice, por ejemplo, que debemos cepillarnos los dientes ( q u é h a c e r ) . Y se nos dice cómo debemos hacerlo. Las instrucciones nos i m p o n e n deberes m á s o m e n o s estrictos y nos dejan u n a libertad de acción q u e es t a m b i é n variable. P o r ejemplo: se nos indica q u e debemos m a n t e n e r nuestros dientes y encías en b u e n estado. P u e d e o c u r r i r q u e se dejen a n u e s ­ tra elección los medios p a r a lograrlo. Si nuestros dientes se deterioran, la culpa será n u e s t r a o n o según q u e se nos h a y a dicho o n o que e n tal caso seremos los responsables. Sin e m b a r g o , si se nos indica q u e limpiemos nuestros dientes de determi­ nado modo, con d e t e r m i n a d o tipo de cepillo y d e t e r m i n a d a clase de pasta dental, q u e comamos ciertos alimentos q u e benefician la d e n t a d u r a y q u e no comamos otros q u e la perjudican, y q u e respete­ mos otras recomendaciones y prohibiciones especí-

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Ticas, y si nosotros hacemos lo q u e se nos ha orden a d o y nos abstenemos de hacer lo q u e se nos ha prohibido — e s decir, si cumplimos las instrucciones al pie de la l e t r a — entonces, si se nos caen los dientes, la culpa no será nuestra. P e r o debemos indagarnos a nosotros mismos p a r a descubrir en qué nos hemos equivocado, e n q u é nos h e m o s a p a r t a d o , si n o de la letra, del espíritu de las instrucciones, m i e n t r a s las llevábamos a cabo. Si las cosas salen m a l — p u e d e n decir las instrucciones— ello debe i n t e r p r e t a r s e como u n castigo. A nosotros nos inc u m b e descubrir a q u é falta corresponde. Y si no descubrimos la falta, nuestro fracaso t a m b i é n es u n a falta. Sólo sirve p a r a demostrar lo culpables q u e somos. T a l vez nuestros dientes se caigan porq u e , si bien comimos e x a c t a m e n t e lo q u e debíamos y n o m á s de lo q u e debíamos, deseábamos comer m á s o comer otra cosa. Quizá sea castigo a nuestra gula. Está claro q u e n o nos serviría d e n a d a ser p r u d e n t e s después de ocurrida la desgracia. P o r lo tanto, debemos repasar m i n u c i o s a m e n t e u n a y otra vez n u e s t r a s instrucciones, p a r a e n c o n t r a r a l g u n a falta q u e pueda ser castigada con la pérdida de nuestros dientes o con algo peor. P e r o este constante a u t o e x a m e n , ¿no será en sí m i s m o u n a falta, u n a forma de autoindulgencia, de narcisismo, egotismo, orgullo, v a n i d a d ? ¿Qué otra cosa podemos hacer nosotros, c r i a t u r a s débiles por n a t u r a l e z a , a quienes se exige ser fuertes? Debemos orar. Pero, ¿no sería sensato hacernos sacar todos los dientes, t a n t o p a r a evitar q u e se nos caigan como p a r a castigar a nuest r a c a r n e por su sibaritismo y a n u e s t r o espíritu por sus pecados contra la carne? P o r q u e hemos sido instruidos p a r a c o m p r e n d e r , en especial si n o somos capaces de descubrir cuál es n u e s t r a falta, q u e esa m i s m a ignorancia es signo de q u e hemos alcanzado las mayores, profundidades del pecado: de q u e estamos t a n hundidos en la depravación q u e ni siquiera

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tenemos conciencia de n u e s t r a depravación. Si no conocemos n u e s t r a depravación, esa falla en ver nuestra depravación es u n a depravación m á s depravada q u e todas las d e m á s depravaciones. . . N a d i e supone, c u a n d o le dice a u n n i ñ o cómo y con q u é frecuencia debe lavarse los dientes, y q u e si se porta m a l se le c a e r á n , q u e esas indicaciones, s u m a d a s a la escuela dominical y presbiteriana y a todo lo d e m á s , producirán 4 5 años m á s t a r d e u n cuadro típico de obsesión y depresión involutivas. Este s í n d r o m e es u n a de las especialidades de Escocia. Dos o m á s instrucciones p u e d e n ser incompatibles. A causa de ello se origina u n tipo de conflicto que, al m e n o s si se lo juzga por su e s t r u c t u r a , es r e l a t i v a m e n t e simple. L e digo a u n a persona q u e haga a la vez A y B ; pero si h a c e A n o podrá h a c e r B y viceversa. Podemos vernos aprisionados por nudos m u c h o m á s complejos. Sólo m e es posible indicar algunos aspectos de este t e m a , q u e recién comienza a ser estudiado por u n a s pocas p e r s o n a s . Si le digo a u n a persona q u e h a g a algo, no le estoy d a n d o u n a indicación explícita de q u e debe decirse a sí m i s m a q u e lo está haciendo p o r q u e yo se lo dije. P u e d o decirle a esa persona q u e h a g a algo y estar dispuesto a p e r m i t i r l e q u e se diga a si m i s m a (si es su deseo, si eso la h a c e sentirse m e j o r ) q u e lo está haciendo p o r q u e quiere y no p o r q u e se lo dije. P o r otra p a r t e , una persona puede q u e r e r hacer algo y darse cuenta de q u e a m í m e a g r a d a p e n s a r q u e ella q u i e r e q u e y o le diga lo q u e debe hacer; en consecuencia, logrará q u e yo le diga q u e haga lo q u e ella quiere hacer, y e n esta forma h a r á a la vez lo q u e quiere y lo q u e y o le dije q u e hiciera. 8

8

Véase especialmente (1PC7).

Watzlawirk,

Beavin

y

Jackson

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D E LA

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Eso, sin embargo, puede r e s u l t a r m e molesto. E n consecuencia, le o r d e n a r é I) que h a g a lo q u e yo quiero. Pero, I I ) u n a de las cosas q u e quiero es q u e , al h a c e r lo que yo quiero, no piense que está haciendo lo q u e y o quiero, sino q u e está haciendo lo q u e ella quiere, e incluso q u e piense q u e eso q u e está haciendo, lejos de ser lo q u e yo q u i e r o , es lo q u e y o no quiero. P o r lo tanto, le o r d e n a r é q u e , al c u m p l i r m i s instrucciones, que no son lo q u e ella quiere sino lo q u e yo quiero, se diga a sí m i s m a q u e , por el contrario, está haciendo lo q u e ella quiere y n o lo q u e y o quiero. Por a ñ a d i d u r a , las órdenes n o sólo p u e d e n ser contradictorias, incompatibles o encubiertas, sino también paradójicas. U n a orden es paradójica c u a n d o , al cumplirla c o r r e c t a m e n t e , se la desobedece, y al desobedecerla, se la obedece. N o hagas lo q u e te digo. N o m e creas. Sé espontáneo. H e podido observar e n la vida r e a l situaciones familiares e n las q u e se d a n todas las posibilidades hasta a h o r a m e n c i o n a d a s y a l g u n a s m á s . La situación es compleja; sin e m b a r g o , u n a vez q u e comenzamos a violar las reglas q u e prohiben percibir las reglas, nos d a m o s c u e n t a de q u e g r a n p a r t e de n u e s t r a s dificultades n o se deben a la complejidad intrínseca del asunto sino a nuestros i m p e d i m e n t o s p a r a v e r lo q u e , si esos i m p e d i m e n tos son eliminados, p u e d e resultar obvio. Subsisten obstáculos q u e h a c e n difícil expresar con palabras todo eso q u e hemos visto o creído ver. N u n c a h e encontrado a n a d i e ( y en esto m e i n c l u y o ) q u e no fijara u n límite a lo que puede expresarse con palabras y a las palabras a que es lícito recurrir para expresar algo. Si lo q u e pienso es correcto, nosotros, en este m o m e n t o , podemos n o saber que existen reglas que prohiben saber que existen ciertas reglas.

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Algunos e n t r e ustedes sienten q u e h a y reglas q u e se refieren a reglas, pero quizá n u n c a p e n s a r o n en ello en tales términos. Otros lo ven claro, h a s t a a h o r a . T e n d r á n q u e tener paciencia conmigo, por u n rato, hasta q u e les dé a l c a n c e , si es q u e puedo hacerlo. Deseo h a b l a r acerca de las reglas sobre las q u e n o se puede h a b l a r , t a n t o como sea necesario p a r a convencer a quienes n o saben con certeza sobre q u é estoy h a b l a n d o , de q u e es ésta u n a cuestión m u y i m p o r t a n t e a la q u e no puedo r e f e r i r m e e n forma m á s directa. H a y u n a ley q u e r e p r i m e el homicidio. P o d e m o s h a b l a r sobre el homicidio y sobre la ley q u e reprim e el homicidio. H a y u n a ley q u e r e p r i m e el incesto. P o d e m o s h a b l a r m u c h o m á s l i b r e m e n t e sobre la ley contra el incesto q u e sobre el incesto. P o r lo c o m ú n existe u n a regla q u e prohíbe h a b l a r sobre el incesto, espec i a l m e n t e delante dé los niños, pero n o u n a regla absoluta q u e prohiba h a b l a r sobre si existe o n o u n a ley contra el incesto. Solía parecer evidente a m u c h a s personas ( e n t r e ellas L é v y - B r u h l ) q u e si el incesto n o se producía, era p o r q u e existía u n a aversión " n a t u r a l " hacia él. M u c h o s consideran hoy i g u a l m e n t e evidente q u e si n o o c u r r e con m á s frecuencia es p o r q u e h a y reglas que lo prohiben. M u c h a s personas solían escandalizarse a n t e esta opinión p o r q u e ella parece i m p l i c a r q u e , si no existieran esas reglas, la gente h a r í a lo q u e está prohibido. M u c h a s personas creían, y a l g u n a s sin duda lo creen todavía, q u e a d m i t i r q u e existen reglas contra el incesto sería a d m i t i r q u e padres e hijos, h e r m a n o s y h e r m a n a s , p o d r í a n querer m a n t e n e r relaciones sexuales e n t r e sí. ¿Por q u é debería existir u n a regla contra lo q u e n a d i e desea " n a t u r a l m e n t e " hacer? F r e u d opinaba q u e lo q u e la

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gente cree q u e " p o r n a t u r a l e z a " n o se siente incli­ n a d a a h a c e r puede ser u n producto de la represión y otras operaciones c u m p l i d a s bajo la influencia de reglas q u e prohiben hacerlo e incluso pensar en ello. El deseo, o a u n el p e n s a m i e n t o , y la regla q u e de n u e s t r a conciencia. D e esta m a n e r a , el resultado de esas operaciones es u n estado de conciencia " n o r m a l " que ignora el deseo, el p e n s a m i e n t o y las reglas, y las operaciones. Nos sentimos inclinados a p e n s a r q u e toda regla negativa (como la q u e se refiere al incesto) supone u n deseo, impulso, propensión, instinto o tendencia a h a c e r lo q u e ella prohibe. " N o hagas eso" implica q u e tenderíamos a hacerlo si no estuviera prohibido. H a y u n tesoro e n t r e las raíces del árbol. Lo des­ cubrirás. Recuerda solamente q u e no debes p e n s a r en u n m o n o blanco. E n el m o m e n t o e n q u e lo hagas, p e r d e r á s el tesoro p a r a siempre. (Relato fa­ vorito de F r a n c i s H u x l e y . ) Podemos verificar, por medio de u n e x p e r i m e n t o directo, q u e a l g u n a s órdenes negativas producen u n efecto paradójico: nos incitan a h a c e r lo q u e se nos h a dicho q u e n o h a g a m o s , e n especial si no deseábamos n i deseamos hacerlo. " N u n c a h u b i e r a pensado e n ello si n o m e hubie­ r a n dicho q u e n o debo h a c e r l o . " Las reglas negativas p u e d e n d a r origen a las acciones q u e prohiben. Si n o q u e r e m o s q u e la gente haga cosas q u e n o está haciendo, n o debemos pro­ hibírselo. Las probabilidades de q u e y o n o piense en algo en lo q u e n o h e pensado hasta ahora serán m a y o r e s si no m e dicen q u e no lo haga. M i propósito, en estos últimos párrafos, no h a sido i n d a g a r si la prohibición contra el incesto ema­ na de reglas sociales, de u n a ley n a t u r a l o de ésta y aquéllas s i m u l t á n e a m e n t e . Sólo quise demostrar

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que no h a y n i n g u n a regla q u e prohíba h a b l a r sobre si existen o n o esas reglas o esa ley n a t u r a l . U n a familia tiene u n a regla en el sentido de q u e Pedrito n o debe p e n s a r en cosas sucias. Pedrito es un b u e n chico: no es necesario decirle q u e n o debe p e n s a r en cosas sucias. N u n c a se le enseñó a no p e n s a r en cosas sucias. N u n c a lo hizo. Por lo t a n t o , según la familia, e incluso según Pedrito, no existe n i n g u n a regla que prohiba los pensamientos sucios, y a q u e n o es necesario t e n e r u n a regla contra algo q u e n u n c a ocurre. A d e m á s , en la familia n o se habla de u n a regla contra los pensamientos sucios puesto que, dado q u e n o existen pensamientos sucios n i u n a regla q u e los prohiba, no es necesario h a b l a r sobre u n t e m a sin duda triste, abstracto, i r r e l e v a n t e e incluso v a g a m e n t e sucio. N o h a y n i n g u n a regla q u e prohiba h a b l a r sobre u n a regla inexistente sobre pensamientos sucios inexistentes, ni regla a l g u n a q u e prohiba h a b l a r sobre conversaciones inexistentes acerca de u n a regla inexistente sobre algo q u e n o existe. Quizá n a d i e ajeno a tal sistema de reglas familiar podría adoptarlo conscientemente: Regla A : N o lo hagas. Regla A 1: La regla A no existe. Regla A 2: La regla A 1 n o existe. Este tipo de disposición se aplica sólo a a l g u n a s reglas. Podemos h a b l a r de ciertas reglas ( c u a n d o hemos conseguido c r u z a r a la vereda de e n f r e n t e ) . Pero h a y otras de las q u e n o podemos h a b l a r sin q u e b r a n t a r la regla de q u e n o podemos h a b l a r sobre ellas. Si obedecemos a esas reglas, n o sabremos q u e existen. N o h a y n i n g u n a regla q u e prohiba h a b l a r de poner u n dedo en nuestra boca, o e n la de nuestro h e r m a n o , h e r m a n a , m a d r e , p a d r e o cualquier otra persona. N i n g u n a regla nos prohíbe hablar de m e t e r el dedo en u n flan; hay, en cambio, u n a regla que nos prohíbe hacerlo. N i n g u n a regla se

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opone a q u e a d m i t a m o s la existencia de esta regla: no h a y q u e m e t e r el dedo en el fuego. ¿Por q u é no? P o r q u e podemos q u e m a r n o s . N i n g u n a regla se opone a q u e hablemos sobre esa prohibición y expliquemos sus fundamentos. P e t o , puedo decir, y o n u n c a h e metido el dedo e n . . . ciertos lugares ( q u e n o puedo m e n c i o n a r ) ¿Qué lugares? N o los puedo m e n c i o n a r . ¿Por qué? C u a n d o no podemos h a b l a r sobre u n a regla acerca de lo que no podemos mencionar, hemos llegado al límite en cuanto a las cosas de que no podemos hablar. 9

H e reflexionado sobre el problema de cómo n o p e n s a r u n p e n s a m i e n t o q u e se supone q u e n o debemos pensar. N o se m e o c u r r e n i n g u n a m a n e r a de hacerlo, excepto la de " p e n s a r " de u n modo especial e n q u é n o debemos pensar, con el fin de asegurarnos de q u e n o pensamos e n ello. " P o r s u p u e s t o " q u e a u n a persona en quien se ha c u m p l i d o u n impecable lavado d e cerebro j a m á s se le o c u r r i r á p e n s a r e n ciertas cosas sucias q u e n o se p u e d e n m e n c i o n a r . P a r a m a n t e n e r esa p u r e z a , sin e m b a r g o , es necesario estar c o n s t a n t e m e n t e alerta. ¿Alerta contra q u é ? L a respuesta es estrict a m e n t e impensable. P a r a t e n e r recuerdos, ensoñaciones, deseos, sueños e imaginación limpios, debemos m a n t e n e r n o s alejados d e la suciedad y proteger a todos nuestros sentidos contra la contaminación. Si alcanzamos a oír p o r casualidad a u n a persona q u e habla de cosas sucias, q u e d a r e m o s c o n t a m i n a dos. Incluso si podemos olvidarnos i n m e d i a t a m e n t e de q u e oímos. Deberemos acordarnos d e seguir olvi0

No se pueden mencionar sólo en relación con lo que no puede ser relacionado con ellos (mi dedo) en este contexto particular.

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d a n d o y acordarnos de acordarnos de evitar a esa persona en el futuro. M u c h a s de esas reglas d e t e r m i n a n e n q u é partes del cuerpo, y de quiénes, y p a r a relacionarlas con quiénes, podemos " p e n s a r " . T a m b i é n h a y reglas q u e d e t e r m i n a n q u é tipos de sensación, y e n q u é p a r t e de nuestro cuerpo, en q u é m o m e n t o y en relación con quiénes, podemos experimentar. ¿Cuáles son los extraños lugares e n q u e se producen las sensaciones extrañas? ¿De dónde vienen? ¿A dónde v a n ? T r a t a m o s de evitar las sensaciones penosas, pero h a y m u c h a s sensaciones agradables q u e a m u c h a s personas les está prohibido e x p e r i m e n t a r , i m a g i n a r , recordar, soñar, así como les está prohibido de u n modo absoluto h a b l a r sobre el hecho de q u e les está prohibido h a b l a r sobre ellas. Lograrlo n o es difícil c u a n d o u n o h a obedecido p r e v i a m e n t e la orden de n o " p e n s a r " siquiera e n las cosas que estoy t r a t a n d o de explicar. Llegamos entonces a u n a posición en q u e no podemos p e n s a r que no podemos p e n s a r sobre aquello en q u e no podemos p e n s a r a causa de q u e existe u n a regla q u e prohibe p e n s a r en X , y u n a regla q u e prohibe p e n s a r q u e existe u n a regla q u e prohibe p e n s a r q u e no debemos p e n s a r en no p e n s a r e n ciertas cosas. Si algunos pensamientos no p u e d e n ser pensados, y si u n o de los pensamientos q u e no p u e d e n ser pensados es el p e n s a m i e n t o de que h a y pensamientos q u e no p u e d e n ser pensados, e n t r e ellos el pensamiento m e n c i o n a d o p r e c e d e n t e m e n t e , la persona q u e obra de acuerdo con este cálculo de antipensamientos no sabrá q u e no sabe q u e está obedeciendo u n a regla q u e le prohibe p e n s a r que está obedeciendo u n a regla que le prohibe p e n s a r en X. P o r lo tanto, no t e n d r á conciencia de X ni de q u e no

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tiene conciencia de q u e no tiene conciencia de la regla q u e le prohíbe tener conciencia d e X. Al obe­ decer la regla q u e le prohíbe d a r s e c u e n t a de q u e está obedeciendo u n a regla, n e g a r á estar obedecien­ do regla alguna. A u n si no vamos m á s allá d e a n a l i z a r superfi­ cialmente la e s t r u c t u r a de a l g u n a d e las variedades de la "conciencia" occidental, no dejaremos d e sen­ tirnos maravillados a n t e su ingeniosidad. Es sin duda u n o de los nudos m á s g r a n d e s con q u e el h o m b r e se h a y a a m a r r a d o a si m i s m o a l g u n a vez. U n o de sus muchos rasgos característicos es q u e . c u a n t o m á s nos inmoviliza, m e n o s nos d a m o s cuenta de q u e estamos aprisionados por él. C u a l q u i e r persona a t r a p a d a en u n anticálculo de esta índole n o puede evitar ser m a l a c u a n d o se propone ser b u e n a . P a r a obedecer las reglas, debemos violarlas. Incluso si pudiéramos lavar nuestro cere­ bro tres veces por día, no podríamos impedir q u e u n a p a r t e de nuestro yo siguiera consciente de lo q u e se supone q u e n o debemos saber si queremos a s e g u r a r la continuidad de esos estados paradójicos d e m ú l t i p l e ignorancia, lanzados e n la paradójica espiral por la cual, c u a n t o m á s obedecemos la ley, m á s la q u e b r a n t a m o s ; c u a n t o m á s virtuosos, m á s nos h u n d i m o s en el pecado: nuestra virtud es u n h a r a p o sucio.

TRASPOSICIÓN*

1A operación contraria de la proyección es la ín• royección. A m b a s son operaciones de trasposición, por me­ dio de las cuales los elementos y las relaciones e n t r e los elementos de u n conjunto — l l a m a d o "territo­ r i o " (domain)— son traspuestos a elementos y relaciones e n t r e elementos q u e reciben la denomi­ nación de "estratos". P u e d e h a b e r m u c h a s trasposiciones diferentes de un conjunto a otro. P u e d e h a b e r trasposiciones de u n conjunto a si m i s m o . Recordemos: si es u n a trasposición de A a B, diremos q u e el conjunto A es el territorio de