Dialética e hermenêutica: Para a crítica da hermenêutica de Gadamer

532 120 9MB

Portuguese Pages [75]

Report DMCA / Copyright

DOWNLOAD FILE

Polecaj historie

Dialética e hermenêutica: Para a crítica da hermenêutica de Gadamer

Citation preview

,

L

-E MENEUTICA

Para a critica da hermenéutica de Gadamer . =,» ,

.

~.Cham.

193.9 Hit t4h.Pv \987

Autor: Hab rmas, Jürgen, 1929I Itulo: Dialetica e hermeneutica . pat

11111111111111

1

9~O 2

10

II11ll11IIlllIIII\llII 1\1\

Ac 21949

Urna Controvérsia sobre Método em i

Filosofta

~ Jürgen Habermas e Hans Georg Gada~er, do~s .. pensadores de primeira grandeza e de caminhos di~versos, mantiveram um diálogo'filosófico que se es;,tendeu dos anos 60 aos 80. O pressuposto deste diá~logo,envolvendo a dialética e a hermenéutica como ideais da reflexáo enquanto busca da racionalidade, sempre foi o de que nenhum dos contendores tinha a ilusáo de que um dos dois poderia reter a última palavra. ¡ Desta controvérsia, fundamental para a filosofia e para as discussóes relativas ao método de conhecimento no ámbito das ciencias hUI}%J '1~'" "emergem urna dialética e uma hermenéutica q.j; -cada urna negando a outra a pretensáo de unlvcrsalidade "trazem em seu ventre a idéia fecunda e inalienável das condicóes históricas do trabalho do pensarnenr

! 1

I ro" .

I Nesre volume ternos um lado dessa controvérsia, o ponto de vista da dialética de Habermas sobre a hermenéutica gadameriana, completado por um artigo do professor Ernildo Stein (UFRGS), que realiza u~ balance desse diálogo crítico. Métodos cuja aproX1m~o básica é o fato de terem a práxis como objeto, dialética e hermenéutica sao hoje o horizonte fundamental a toda práxis que pretenda se exercer em seu sentido pleno. 01 &Ji/arel

:0 u

und MethOde" tatsanspruch der Hermeneutik", extraídos tik und Ideologiekritik (Suhrkamp, 1971) --

--_"4&&&",,".,

ndlUUel(

"De r Universau. lvro llermeneu.

I

• Urbanisierung der HeideggerSChen Provinz ._ Laudar .. Hans-Georg Gadamer", extraído do livro Das Erbe Hegel10 a~ . Reden aus A n1ass d es H ege1sprelses (Suhrkamp, 1979)s ZWer Philosophische Hermeneutik. Traditionalitische und kritisch Lesart", extraído do livro Theorie des kommunikativen Han~ delns, Bd. 1, pp. 188-196 (Suhrkamp, "1981). el

~

capa: Ivan G. Pinheiro Machado revisiio: Maria Clara Frantz e Suely traducáo: Alvaro L. M. Valls

...................__

e.b_'Ot~~(!a D de



#

J=:"iloSQAl!o.\

.".)§:..2 d ~ ~

".ta:~lJdl_"'7'

ISBN• 8~·2~4-016~-x Habermas, J ürgen

H114d

Dialética e hermenéutica I Jürgen Habermas; \radu~ao de Alvaro Valls. Porto Alegre : L&PM, 1987.

136 p.

5(0:2

21 cm.

:

NIVERS17f(/t.l'.~..-~

: 101 ( ~305

tNl\

....... emá.

__

RIlA

1

8-1

I

I!

(c&/_~/_~t

_)

l. Titulo.

CDO 193 CDU 1(091)

I Habermas

Tod~

dircitos

I

na de Habermas

Cat.loaa~'u eIabo rada por Izabel A. @ Jüraen Habermas,

F'loso-

Merlo, eRB 10/329.~

1981

desta SI A.

_..a'"

aAl~O

reservados

a

S e

UlPM Editora Porto Alegre _ R Rua Nova Jorque. 306 -o~·~SO_-S10 Pauto _ SP

Rua do Triun(o, 171 -: Impresso no B Inverno de 1987

n

J

-

Surnário

v



r

IntrQC1u~o - Alvaro L. M. Valls Sobre Verdade e Método, de Gadamer

13

A Pretensáo

26

de Uni versalida de "da 'lIe:tftitmeutica

5

.Hans Georg Gadamer: Urbaniza~áo.Ca Província Heideggeriana ' .-. · · · · · · · · · · · · · · · · · 73 Hermeneutica Filosói!ca. Lertura Tradicio.nalista e Leímra Crítica 86

e Hermenéutica: Uma Con... trovérsia sobre Méto~o em Filosofia. por Ernil ..

Apéndice - Dialética

do S"teín .................• .

•• •••• •••• • •• • • • •

,.,- ...

.

98

I

I I

I

,1. No dJa 13 de Junho datner. profeuor cmerilo da be.... ,recebeu o Prtmlo H

1

Alemanha Pederal. O d • tradicional IllIulllllo. coube

cm





f

ex

I

cincia em Hdde1ba¡,. JUrpn Habennu. Al

n-

de prime linha, de grande lnflumeia dentro e rora da Al • nha, e de provenimcias bastaDtc CÜ(eRDCiad... G4d4· mer, o homenageado. e o mai. vdho. poli nuceu em 1900. Estudou em Marburgo. doulOU_rou em 1922 sob a críentacác de Paul Natorp e completou os UI estudos, de germanistica. história da arte e filosofia, com o aprendizado da filología clássica, Depois fez sua habilitacáo para o magistério superior sob a orientram, frente a frente. doil pensado

tacáo de Martin Heidegger, que acabava de publicar Ser e Tempo. Lccionou filosofía em Leipzig e Frankfurt e a partir de 1949 fixa... se cm Heidelberg, assumindo a cátedra de Karl Jaspers. Publica em 1960 sua grande obra, Verdade e Método. Traeos Funda .. 5

AO

mentaie

de Urna Hermeneutica

Pil

estudos hermeneuticos ocu los6fica, Seus parn volum OUtr() b res, dem ora densos e com enonne e esdí bell\ -. " .. ,en(). gan o especialmente os temas da d' ru ,l~ao. inves' e de ,Hegel, alérn de questaes ligad~!éhca de Plat~~ mantlsmo alernáo e a He'd a arte • ao ro, " 1 egger. de dos dIScípulos mais próximos A ' quem foi urn H b ' carrelra do h geant , e, a ermasl parece inspirar-se ern OItlena. diferentes. Nascido em 1929 est d fo~tes Itluita , a Segunda Guerra Mundial ' u a na unwe apos ' rsiid ade , d • como disct arrugo e Theodor Adorno constír ' d pu1o e f ' UIn o-se de orma, num dos herdeiros da ..Teoria Crfti ' " d cena mada u Escola de Frankfurt" .. De seus es~~~ a chao M F d b os sobre arx el' :eu rot~ urna preocupa~ao central com urna, po rtíca emancípatorta. Acompanha de perto o rnovimento estudantil dos anos 60'. estuda as questoes , , da esfera pública e da relacáo teoria e práxis, publi. cando, em 19~8,_seu conhecido livro Conhecimento e Interesse. Leciona em Heidelberg de 1961 a 1964, paso sa entáo para Frankfurt, de onde sai em 1971 para dirigir, em Starnberg, o Instituto Max Planck de in. vestigacóes sobre as condícóes de vida do mundo técnico-científico. Continua publicando regularmente, até os nos sos días, Iívros, ensaios e coletáneas de artigos, participando de variadas discussóes, sempre perseo guindo urna reflexáo sobre as condicóes de um diálogo livre de dominacáo, isto as condicóes, i~clusive sociais, de urna comunícacáo isenta de coacao e violencia onde só pese a forca do melhor argumenta. Finalme~te, em 1981, publica a sua obra ma~s v~lumosa (por enquanto): Theorie des kommumk~tlven Handelns (Teoria da A~ao Comunicativa), em dois volumes e mais um terceiro de estu dos pr é'VIO s ,e complernentacóes, nenhum deles até agora tradUZldopa· ra o portugues. A reuniao de Gadamer e Habermas na entrega

.. t

:10

f

l.

é,

6

é

{rutO

ugart no '.L 'dade de 5tU , flaberrnas)~ . lIegel da ci ue o próprtO encontro o prt.(11l0 o e. verdade, q cm 1973. Masdo e de cad acas . pr~mlO . ran eza de u.(11 roesroo d primelra g. ue po¿~ rece,,:r~o~pensado::~i sentido m:~:~;!., grac;as de~~~os diversOS :as insin~ado. ~ua aproxirnac;ao :~ aqui pe~~:s hurnanisUcO~;eresse filosófico pelo 'oS seus es , desenvolveu um In in uas e as culturas a ¡.Jeidegger, tradi~o, com as 1 d~ eshistóricas e 'ó1 o coro refletiu a le; retac;ao, - Ha be,· dL og sobre as con . ter distan~es,~a cornpreensáo e da In tr! frankfurtianos filosóficasdo ir alérn de seus mes nca que neles tentan . - da espera ... , ",as, da concreuzae;ao ,.1' rOes de poSS1· el11busca d estudo das con 1... resiste- através ~municafáo humana, nao só no bilidaded~ ~ma e na linguagem corrente, mas ta~· mundocotidiano e _ d obstáculos que um dlsd upera~ao os bém através a s de certas ciencias e urna 16 ico como o \ ' curSOmono ~l ti mente distorcida na pato ogia , ~áo sistema lea ' comun1cal ' 1 produzem e apresentam -, preciindividua e SOCIa ,. \ t \ saya inevitavelmente entrar num diálogo ~te ec ua tro com aquele que ele caractenza como com o ou , . • A alguém que "lanca pontes e vence dist~n~las ., aproxima~áose deu na forma de um diálogo filosófico, que ínclui, naturalmente, critica, réplica e tréplica. E.ste diálogo.que buscou sempre a descoberta dos melhores argumentos, mas sem ter jamais a ilusao de que um dos dois pudesse reter a última palavra, se estende dos anos 60 aos SO"

S:

1

\

2. A presente edicáo reproduz

um dos lados do ~bate '. ~ue. como foi dho. tern a forma de um diágo crdl~lco, onde se respeita a liberdade de o outro poder uer nao b 'd • mas se usea um consenso produII o argume t t' n a lvamente. Este pequeno volume reú.

7

oc a trad~ de quatro textos de Habermas, de diferentes épocas, tarnanhos e géneros; 2.1. "Sobre 'Verdade e Método', de Gadamerdata originalmente de 1967. Fazia parte inicialmente de um relato bibliográfico intitulado • A Lógica das Ciéncias Sociais", que naquele ano apareceu na revista especializada Philosophische Rundschau, de Tübingen, a mesrna cidade onde Gadamer publicara, sete anos antes, sua obra maior, Este estudo aparece como livro ern Frankfurt em 1970, e daí Habermas destaca o capitulo referente a Yerdade e Método, para incluí-lo como artigo (com o titulo que traduzimos aquí) na coletánea editada por ele, Hermeneutik und ldeologiekritik, Frankfurt, Suhrkamp, 1971. 2.2. • A Pretensáo de Universalidade da Hermenéutica" data originalmente de 1970. ~ um ensaio escrito para urna coletánea em homenagem aos setenta anos de Gadamer, e que recebeu o titulo de Hermeneutik und Dialektik, dois volumes, de R. Bubner e out ros, Tübingen, Mohr. Responde já a dois artigos de Gadamer, aparecidos em 1967 em Kleine Schrijten 1: "Die Universalitat des hermeneutischen Problema" (A Universalidade do Problema Hermenéutico) e • Rhetorik, Hermeneutik und Ideologiekritik" (Retórica, Hermenéutica e Critica da Ideologia). Habermas tomará • publica-lo em su. coletánea de ensaios dispersos Kultur und Kritik, Frankfurt, Suhrkarnp, 1973, depois de, em 1971, inseri-lo em Hermeneutik und Ideologiekritik, já citado. 2.3. - Hans-Georg Gadamer: Urbanizacáo da Provincia Heideggeriana" ~ a laudatio por ocasiáo da entrega do Premio Hegel, de 1979. Foi publicado pela Suhrkarnp no mesmo ano, junto com o discurso de Gadamer, que dá o título também ao pequeno volu' me: Das Erbe Hegels (A Heranca de Hegel). 2.4. • Hermenéutica Filosófica. Leitura Tradicio-

8

nalista e Leítura Crítica" foi, como o nosso pr~me~ro texto, extraído de um Iívro, Mas, e~q~anto p;rmelro texto fazia parte de um "relato blbh~gráflc~ • o ~egundo era um ensaio a parte e o tercerro fOI um dise hornenagern, este quarto texto se destaca curso d . d Acomo urna parte de um capítulo da Teorl~ ~ ~ao Comunicativa. Extrafmos nos so texto do prrrneiro volume (intitulado "Racíonalídade de A~ao e RacionaIízacáo Social"). Eje corresponde, no interior des te L° voJume, a dívisáo 1.4. (2). (e), isto é: .na introdu~o, em que Habermas trata do acesso a problemática da racionalidade, o capítulo 4 discute a problemática da compreensáo do sentido nas ciencias sociáis, o que é visto em parte da perspectiva da teoria da ciencia .e em parte (2) da perspectiva da sociologia compreensiva. Neste último contexto, Habermas trata da fenomenologia social, da etnometodologia (e) da hermenéutica filosófica. Assirn, a forma exterior do tratamento da hermenéutica filo ' fí d

?

1;6~,9:\!~:a rn;~:sc~~melhan.. sua maneira, realizar o rnars 1 ICI, vencer aabismos e, d criados pelos pensadores ra dilcal~, co locan do em contato Heidegger, Freud, Wittgenstem, Weber e Adorno, entre outros. O leitor atento náo deixará de perceber, de qualquer modo, a sombra de Hegel por trás de todo o debate.

t

• l. Com a inclusáo do texto de Stein, ficam 1

. d os os Iimutes da presente selecáo. Ela oferece ogo aponlA os textos de um dos dois participantes do debate, que aJih envolveu ainda vários outros protag.onistas. romo K. O. Apel. CJaus v. Bormann, Rüdiger Bubner e Hans Joachim Giegel. para náo mencionar todos. Mas • nossa íntencáo de traduzir ao menos os textos de H aberrnas tern cm sua defesa um argumento: Gadarner JA está traduzido pelo menos para o espanhol em sua obra maíor, que já vem produzíndo frutos entre nós. E o surgimento, em portugués, de alguns de seus textos menos extensos jA desperta a esperan~ de que logo aparecarn tambérn as traducóes dos outros escritos aqul mencionados. (Por razáo análoga nAo lncluírnos nesta selecao os capítulos sobre Dilthey e a compreensño, de Conh~cimento e lnter~se). Afinal de urna maneira ou de outra, traduzmdo a parte de Habermas no debate. estamos seguindo o espirito de Gadamer. caracterizado pelo lan~ar pontu eara aproximar tcrnt. órl nos .,. ímcia lmente distantes.. r. ., . d . compreender as Os textos do prtmerro nos aju am a . . d e nao .__ de cerro modo Já clássícas. o segundo 'd'á} '"-o 1. m 1 ogo SÓ' col oca m ainda os dois, e o euor, nu . nto . . do pensame com mais outras formas Importantes L. W·ttgenstein. atual, ~ja de um A. Lorenzer. de um .10S outros. de um N. Chomsky. de um J. Piaget e mIultdo eID si desenv.o ven P.oli Habermas taro bém vem bém lan~ ponaquil.o que l.ouva em Gadamer: ele tam 10

,¡ 1 l

I

It I .1

4. Um Iívro que trata constantemente da hermenéutica, da questáo da cornpreensño, da interpretacáo, da tradícáo lingüística e da traducáo nao pode deixar de suscitar; em quem o traduz, muitas reflexóes e muitas dúvidas sobre a tarefa de lancar pontes que incumbe ao tradutor. Nao cabe aqui alongar-se sobre os problemas desta traducáo, mas poderia ao menos ser indicado que se tentou urna traducáo filosófica honesta, entendida como priorizando o sentido do pensamento original. Entre um texto de fácil leitura ern portu.gue~ com menor exatidáo conceitual e um texto rnais fiel ao sentido original e o mais legível possível, a preferencia recaiu na segunda alternatí ré t Em alguns casos, foi preciso mencionar entre en eses a expressao alem "" te quando e t a ongmana, principalmentificável, na: ~a~~:o~t:~ mais ~e um sentido justre as duas Iíngua E perfelto paralelismo en. s. m certos mome t foi . aínda sugerir algum nos" 01 preciso AIguns exemplosa mou~ra tradu~ao alternativa. aiS comuns, . "T ra díl~ao - n correspon de em nossa l' to a Tradition Se olon~~. tlanftoa Vberlieferung quand . . rigma alava T d" UZImos sem maís: ca em ra uton, tralieferung, ou a paÍavr:od c~ntrário, colocamos V berteses. envada desta. entre paren"Entendimento" corresponde, num contexto filo-

lpV:~

11

Sófico. tanto a V~r$tQ'ld (como .'. t 1 V~'sllindnis (num seDtido de" lllde ectoj quanto . . aCOr oj E ' a caractenza a situa~Ao ern que doí . sta Ultir.._ OIS ou m . -,'" (en dem mutuamente, se compreend ,als se en. .a em reclpr",,~ te, que !II; • COnota~Ao comum em nosso "'-Cltnen. i -, $SO usamos entendlmento· e "acordo" s .textos ' e POr terna dam ente. Quando, porém, o oriainalJuntos f la ou al. V erstan " :ti.'gung, tra duzimos somente por" C' a va ern d • aCOr A palavra representa~o· pode traduzir Ro" ' .. . R ., epra· .sl!ntallo". ~prQs~ntQnz e V~rtretung, conforme fica. ñ assínalado ern parénteses a cada caso. "Interpre. ~o·, palavra central em nos so contexto, pode traduzir lnterpretation, Deutung e Auslegung. Reserva. mos eolio "exegese" para Auslegung, e destacamos em parblteses quando o original falava de Deutung, como um • dar um certo sentido, e nao outro, a al. guma COlsa • Finalmente, urna palavra técnica de Gadamer: Wirlu"gsgeschichte significa a hi.stória dos efeitos _de urna certa obra, de sua influéncía sobre as_ ge;a?oes . e por isso adotamos a expressao dhlstópos tenores, d na efetual", que parece já se estar consagran o epois da traducáo espanhola de Gadamer.

.

Porto

Alegre, junho

de 1987.

Método», de e r « Vet•daGadamer de

f

. m ao encontro da 1 riamente, ve 1 Gadamer, ínvo.u~~a. da hermeneutica. E e se . - posltlvlstlca - de que a desvalonza~ao adversários na concepc;ao ,. d encontracom seus "ultrapassa o dominIO e experienciahermen~ut:~acientífica".l No prólogo a ~econtroleda metodo og b Gadamer resume sua mgundae~i~ao de s"!,ado q~~ o momento histórico-efeA'

d

na tese e ;:1tígacáo (wirkungsgeschichtliche)

a

12

.

perman~ce pro utívo em toda compreensáo da tradicáo (Vberlte~:ru~g), ~~s~o lá onde a metodologia da moderna CIenCIa hlston~a tomoulugar e transforma em 'objeto' aquilo que historicamenteveio a ser, e que deve ser 'fixado' como um achado científico, como se a tradícáo (Vberlieferung) fosse tao estranha e, vista humanamente, incompreensível,como o objeto da física".~ Esta crítica correta de urna autocompreensao objetivísticafalsa nao pode, contudo, levar suspensáo até do estranhamento metódico do objeto, que distingue.~en~reurna compreensao que se reflete e a experIencia comunicativa do cotidiano. A confrontacáo 13

---

de Verdade" e Método" ná Gadamer a contra o ao deveria, ter ' hermeneutica ao co p r .abstratamente a ex In~Ulido do. Este é, afinal onhceh~lmdento metódico co""Poerlencia , ao as c' ~, ." Um t e mesmo que se tratasse de lenclas hermeneuti omanities do ambito d . afastar totalmen.te cas; a SClence as Ciencias .~ nao escapariam da . l _' daas hLt _, . VInCuacao de p dí a~ao PlrJco-analíticos com proc di roce lmentos e ' , d' e lmentos h Inreivin Ica~ao, que a hermeneutic e~r:neneuticos,A valer contra o absolutismo t b~ leglhmamente faz q.üencias práticas, de urna ~e~~o~m, cheio de conss, eras da experiencia nao dis e . ogra geral das cienda metodologia _ e será p nsa de todo o trabalho ' , como ternos de te pro d utlva nas ciencias ou SI· l . mer, ou ' mp esmente nao A autocompreensáo ontológica d h ,o será, id d a ermeneuhca senn o e Heidegger que Gad no d' , amer ver balí aliza no ci ta . o prologo, nao me parece adequada a intenra- d COIsa' E . ')' o a . u nao quena desenvolver um sistema de regras que ~ossem capazes de descrever ou mesmo guiar o procedlmento. metódico das ciencias do espírito, Tampouco era rninha Intencáo investigar as bases teóricas do trabalho das ciencias do espirito com o fim de orientar para a prática os conhecimentos adquiridos, Se existe uma conseqüéncia prática a partir das ínvestígacóes aqui apresentadas, náo será, em todo caso, para um 'engajarnento' nao-científico, mas sim para a 'honestídade' científica de admitir o engajamento produtivo em toda compreensáo, Minha verdadeira pretensáo era e é filosófica: nao se trata do que nos fazemos (tun), nem do que nós deveríamos fazer, mas o que está em questáo é o que acontece conosco por cima de nosso querer e fazer".' Esta tese encontra sua fundamentacáo no principio segundo o quaI ,.a compreensáo (Verstehen) nao deve ser pensada tanto como urna acáo da suhjetividade quant? como o entrar (Einrücken) num acontecer da traditi

A

ti

J4 ---

1 o passado

ti

----------

-------

-------

:e

e

• rt sgeschehen), n:d~~:áO. ísto que (Oberlie/eru g rn continua ro eutica que está o estáOe .a herroen ' t ,.eseote d'do na reori procedimen o, í o P d ser defcn 1 la idéia de uro I u:f1l~ o dominada pe lad do" 4 , • opon to as traI def1la~ .rnétoo . id nuro urnc de urJI Gada.rnervé fundl, as~áo herroeneAutica_. A isto se .. s vivase a investiga ía áo refletida da tra:;: a no~áode q:~:n~~r:~u;aIística da. t.radi~áo dicáoro.rnpea su sd'fica a po-si~áo dos su)eltos nee_rno 1 -.A 'as henneneuticas só se (Vberlieferung)be que as ClenCl ~ la. Gada.rncr sa - a urna decrescente pretenlverarnem rea~ao . de5e~voI'dade das trad~oes, Se ele, mesmo assrrn, sáo e vae as tradi~Oesnáo teriam perdido seu poder acentua qu ( pelaconscienciahistórica p, XV) , en e ao e_le reveste. I a criticajustificada ~ falsa autocompreensao do historicismocom a expectativa injustificada de que o historicismonao tenha conseqüéncias. Nao há dúvida que a tese de Scheler, de que as tradícóes históricas perderiamsua produtividade natural pela objetívacáo científica,está falsamente fundamentada do ponto de ~istametodológico; e nao há dúvida que, frente a JS~O, a no~ao hermenéutica continua a ter raza o , ao aflrma~ ~ue urna compreensao, por mais controlada que seja, nao consegue simplesmente ultrap vínculosda tradi~ao do Intérnren-assar os estrutural do cornpr d prete, mas, da perten~a een er as t dicñ longaatravésda apro ria _ _ ra I~oes, que o proda tradi~ao(Vberlief:runr;~o,?ao segue que o medium do profundamentepela n~o s~ tenha transforma_ tdradi~ao ininterruptamenrte exaodcientífica. Mesmo na o ape e pro utiv a (EjMs' hnas urna autoridade s a n o está atuanr. le t) qu· epa rada d • 1 tem d ' e se lmporia ce a inte eccao para ~:/ecida cOm linha ~:~~?te; cada tradi~ao inteligentet~r aplicar;ao. ¡sto é u lentemente grossa, ndo em vista sit ' _ ma transforma~ao ua~oes modificadas. Só

I



I

gn

15

--------------------------

que a forma9ao metódica d ou prudencial) nas ciencias ~:;a

. lO~eli~enci~ ( r . pesos entre autoridade _ meneUhcas dt: áltca a forca da reflexao que s: drazao. Gadamer aV:l~a. Os El esenvolve la rn 1

t

a nao está mais aquí ofus d no compree a absolutidade que precisaría ~:r a pela ilusao de~er. fundamenta9ao e nao se d resgatada pela a roa . ' esprende do hUto. tmgente, no qual ela se encontra p . e ao do COn d?gmática da práxis vital sacudi~:vlamente. Mas~ genes e da tradi9ao (Uberlieferung) ao ~escobrir a surge a reflexao, e sobre a qual ~ ta partir da qual r G d s a se curva a arner transforma a intelec9ao d . preconceitual da compreensao nu bao.estrutura preconceito como tal . Mas segue dm~ r~a blhta~aodo . _ a rneví ta ilida antecipacñn hermeneutica eo ipso que . de da . ,. ' , eXlstem p cencerros Iegítirnos? Gadamer impulso d re. lona o pelo conserva d orismo daqueIa primeira seracao p 1 . . dO... • e o rnovunento ain a nao voltado contra o racionalism d século XVIII, como em Burke na convicra-o d o o . . ' ... e que a verdadeira autoridade nao precisaria aparecer co . ,. 1 mo autorrtáría. E a se diferenciaría da falsa autoridade pelo reconhecímento, "sim, imediatamente autoridade nao tem a ver com obediencia, e sim com conhecímento".' Esta frase duríssíma exprime uma conviccáo filosófica fundamental, que nao coincide com a hermenéutica, mas quando muito com sua absolutié

é

'-- zacáo. Gadamer

visa aquele tipo de processo de forma-

cáo através do qual a tradicáo (Uberlieferung) é transo posta para os processos individuais de aprendizagem e apropriada como tradícáo (Tradition). A pessoa do educador legitima aquí preconceitos que sao inc~l. cados (eingebildet) no educando com autoridade. e IS' to quer dizer, como quer que o encaremos: sob potendal arneaca de sancóes e com perspectivas de grao rífícacóes. A ídennfícacáo com o modelo produz a au-

16

ma interioé poss{ve1 u - de preo és da qual sedirnen1ac;ao s consó atraV portanto• a r sua veZ. ~ to ridade. normas e. 'toS sáO. po conhecJJllen O t • de ncel , 1 Este o riz,l1~aOOs preco pOSSIVC . transparente cOl1ceitOds, conheórnentondo ele torna d'da que ele se .-s e ~o qua . a me 1 éutica e 1cva dl~óC ~ ref]e"a . rmaUvo. leva .nCla no herrnen ( se ~ro de refere deste. Assim, a da cornpreensao qUa...... enta dentro '10 que nOS atos. mente através ¡llOVIl" . aquI h] tonca . v cOl1sciéncla eestruturado IS ta vez caractea teve pr G d rner cer d sefllpre.e~ s inculcadas. a a rica: ela teria e r de trad~~oeatarefa da hermen~uh da Fenomenologra riza ~:J1lsentidooposto o ca~~~a oa mostrar ern toda ~z~sp¡rito hegeliana. d~ mll'daade que a determina.' Toao . d substancIa é d do nao subjetivldae a . 1 do historicamente pr . a cbsvia.o substanCIa ído na reflexao. A estrutura . d o ser assum poos' ~l· (Oberliquung) nao se i~pOe autOrtdade da trad:~:o ' cegamen te ' ~ao reoo nhecunento refletido daqueles q , e Slrn Pelo tradi cao, - a compreendem e a continu ue, estand o nUll1a Em sua réplica a minha crítica:za G dam pela aplica~ao , a amer acl ' urna vez a sua posícáo: ..Concedam ara mais d pod os que auto id usa e r (ou: violencia) ern incontáveis fO ade de.. ordena~oes de dominarao (Herrsc haf tsord OTlllas ,. gen ) ... Mas esta imagem da obediencia d nun: .a.. id d emonstr-cld .. autorí a e nunca pode mostrar por q d' a , . d ue tu o isto CODStJtw or enacóes e nao a desordem do .. f 11-.1 pod (di U exerCICIO ~ e-co e~ le nordnung handfester Gewaltau. sübung). Parece-me concludente, se eu considero que o reconh~iment~ (Anerkenn.ung) é determinante para as reais relacóes de autoridade ... Precisamos apenas estudar processos como o da perda de autoridade ou da decadencia da autoridade ... , e vemos o que é autoridade e de que é que ela vive. Nao do poder tGewalt) dogmático, mas sim do reconhecimento dogmático .. Mas, o que deve ser reconhecimento dogmático, senáo que a autoridade se concede urna superioridade de conhecimento ... ~29 Todavia, reconhecimento dogmático de urna tradícáo (Vberlieferung), e isto significa a aceitacáo da pretensáo de verdade desla tradicáo, só poderia ser identificado com o con hecimento mesmo, se estivessem asseguradas na tradi~ao ísencáo de coacáo (Zwanglosigkeit) e ilimita~ao do acordo (Verstiindigung) sobre a tradicáo. O argumento de Gadamer pressupóe que o reconhecimento legítimante e a concordancia que fundamenta a autoridade sao ensaiados sem violencia. A experiencia da

r

é

c:

66

distorcida colide com fcamente . . so sistema I d (Gewalt) adqulre perrnaoJ11unica~osiráO• O po e: . (Schein) objetiva da e essuP y 1 parencla . esta aliás, só p~ a a altlosigkeit) de urna concor.oéJl~la,.de violencIa. (G~w Um poder legi timado ~esause~claseudocomUn1cauva~om Max Weber, autondadáJlfclaJTl~ nós chamamos,. fazer a ressalva, ero terta or, e precIsO do uní . ~ por jsso qu t dimento ou acor o umvende. Jjde prInCIPIO, .,' do en_ en poder di'f'erenClar em mOS d mina~ao, para d . 1 e [ivre de o . t dogmático do verda erro, sa onheclmen o . " princÍpio o re:o (Vernunft) no sentido do pnnclplO consenso, Raza. l' aquel a rocha, contra a qual e fáticas maís se d estro~araro,. do dí[scurso raCIOna .d d té hoje as auton a es a sobre ela se fundaram. _ do que oposi~áo entre autoridade e razao, 2 Mas se a d ser lamada pelo Iluminismo, justa e nao po e rec da hermeneuticamente, entáo tambérn se torna supera . d . blemática a tentativa de impor restn~oes e prmP:~o ),. pretensáo de esclarecimento (AufkliirungsansClpl él , d d . d . pruch) do intérprete. Gadamer tambem . e UZIU a VIsáo hermenéutica da estrutura preconceItual da compreensáo um recuo do momento do esclarecimento de volta ao horizonte das conviccóes vigentes. O sabermelhor do intérprete encontra o seu limite nas convÍC90esreconhecidas e habituadas tradicionalmente do mundo da vida sociocultural, ao qual ele mesmo pertence: "Como o saber do psicanalista se relaciona com a sua posicáo no interior da realidade social, a qual ele pertence? Que ele questione as interpretacóes superficiais mais conscientes, rompa a autocompreensáo ~a.sca:ada, descubra a funcáo repressiva de tabus soclal~, 15S0 pertence a reflexáo emancipatória, na qual ele Introduz o seu paciente. Mas quando exerce a mesrna fun~ao lá onde nao está legitimado como médico mas ele mesmo parceiro social ele cai fora de seu papel social. Quem descobre em seus parceiros soé

I I

I

,

I I

(

I

f

é

67

ciais algo que está além deles o ' ,' , dI' seno o jogo e es (ou: o que represu seja ' nao leva entam) é a h mane a-prazeres (ou: estraga-Jo ogo S '1 ' Urn d

,

pie verd

es,

quem as pessoas se afastam A fo erber) d , ' r~a ema ' ' e da re flexao, que o pSlcanalista reívíInd'ICa tenClpat6..: 4¡a d to e encontrar seus limites na cons-'" " m POrtan. ' ciencia s ' qua 1 tanto o anahsta quanto o seu P'aClente oClal,na d em com todos os outros, Pois a refle - h se enten. , xao erme" ca nos ensma que a comunidade socí 1 neuti. a, apesar d das as tensoes e perturba~6es, sempre r e to, ' " d ís) emete a (E d acor o tnverstan rus social pelo qual 1 ' uIn " e a eXiste" lO Ora, n Ó s ternos motivo para supor qu •' , e o' consen_ so de fund o d as tra diicoes enraizadas e dos , h bí . d 1mguagem a ítuais po e ser urna conscl'e Jogos de _ nCla integrada por coacao, um resultado de pseudocom ' , , 1 UnIca·· cao, nao so no caso partícu ar dos sistemas familiares perturbados, mas também em sistemas de sociedade global. A Iiberdade de rnovimento de urna compreensáo hermenéutica alargada para a crítica (zur Kritik erweiterten) náo pode por isso ficar presa ao espaco de jogo tradicional das conviccóes vigentes.. Já que urna hermenéutica de profundidade comprometida corn o principio regulativo do discurso racional tern de buscar, e pode encontrar, rnesmo nas concordancias fundarnentais e nas legitimacóes reconhecidas, os vestigios históríco-naturais da comunicacáo perturbada, urna privatízacáo de suas pretensóes de esclarecirnento e urna 'restri~áo da crítica da ideologia ao papel de urn tratarnento institucionalizado na relacáo médico-paciente seriam inconciliáveis com seu ponto de partida metódico, \ O esclarecimento (AufkUirung~, que produz urna compreensáo radical, é sernpre p~htico. Está claro que também a crítica permanece vmculada ao contexto de tradícáo (V berlieferungszusam: menhang) que ela reflete. Frente a uma certeza ~e _51 monológica que arroga só para si a crítica, a obJeC;ao A

,

,

t ID razáo (behii1t rechi). t'Ca de Gadamer e) de hermeneutica proneU 1 - (Deutung berJ1leinterpretac;ao confirIDa~áo fora da autopa~aa náo há nenhU:: diálogo, realizada por to~os fon _ que. sucede d A partir do status hiporefl;;;~cipanteSintere~:~ ;:~ais resultarn de fato a o:tico das interpr~t~~~ na escolha do modus, segunt iori graves restfl90 tensáo imanente de esclareprr da vez a pre did - crí tica deve ser aten 1 a do o qualdacacompreensao cimento . cl'rcunstfmcias seja mais ur( einge(Ost),31 bas atuals - d I Ta vez so limites da falsa pretensao e ontar para os P gente a, d d íti ca do que para os da pretensao 'versahda e a en 1 di d unl. l'dade da hermeneutica. Mas, na me I a de umversa 1 d trata da clarifica~áo de urna questao e se em que -'t d direito, também esta última pretensao necessi a a crítica. ,

NOTAS 1, Empregamos a expressáo "natural"

no mesmo sentido em que diferenciamos linguagens "naturais" de "artificiais". 2. H. G, Gadamer, "Rhetorik, Hermeneutik und Ideologiekritik", in: Kleine Schriiten 1, Tübingen, 1967, p. 113-30, 3. Op. cit., p. 127. No volume Hermeneutik tik, Frankfurt am Main, 1971, p. 78.

und Ldeclogiekri-

4. Cf. J. Habermas, Erkenntnis und lnteresse, Frankfurt, p. 206 ss. Nova edicáo 1973, stw 1. S, N. Chomsky, Aspekte

der Syntax-Theorie

Main,1969. Nova edícáo 1974, stw 42.

Frankfurt

1968, am

'

6. Gadamer comprovaisto na segundaparte de Wahrheit und Methode, 2.' ed, Tübingen, 1965. ~. Cf. J. Habermas,Ztcr Cogik der Sotialwissenschaiten, urt, Suhrkamp, 1970.

Frank-

8: Gadamer, "Rhetorik, Hermeneutik und Ideologiekritik", op. crt., p, 117 s.

69

9, H, G, Gadamer, "Die UniversaliCt

Problerns", in: Kleine Schriften

1 opa .des hel1lte , . CIt., p 109 l\el1ti 10. Gadamer, "Rhetorik, Hermeneutik '. ~~ op. cit., p. 118. No volume H ermeneut 'kund Ideolollr; l Und 1 O)leltti ' p. 64. deOlo' tl~' &Iekr' , ' 11. Idem, p. 123. 1IIIt, 12, Cf. a magnífica investiga~áo de H G F und Erkennen. Die Grundlagen der gene;isch' Urth, lmel!" . P' F en Erke I1l1tnisll¡ Igelt~ rie iagets, ran kf urt; 1972. Em ingles: Pia ledge, Englewood CHffs, 1969. gel and l(ltoeo. w.

13, De resto, a fundarnentacáo

operativa da lé . oglca p por Lorenzen concorda com esta concepr;áo. E .ropOSta , - ma ., exp l'icar por que os elementos dsta hnha de ínterpretacao proposicóes (Aussagenkalküls) podern ser assim 1~tCálculo de . . independenternente da hnguagem, de modo que an rrOduz'd I Os natural empregada para a introducáo só vern a s~~gua~~1l\ dicada como auxiliar, para fins didáticos, mas nao relv.ln. . . Cf.. P Lorenzen, Norm precisa ser pressuposta ststematícamente. r Logic and Ethics, Mannheim, 1969.Ainda K. Lorenzyj, Mi~tI~~ trass, "Die Hintergehbarkeit der Sprache", Kantstudien, en~' 58, 1967, p. 187-208. 14, A. Lorenzer, Sprachzerstorung und Rekonstruktion, Vorarbeiten zu einer Metatheorie der Psychoanalyse, Frankfurt 1970. Nova edicáo 1973, stw 7. ' 15. Esta se reflete também em nossa relacáo com as línguas estrangeiras. Em princípio, nós podemos nos apropriar de qualquer língua estrangeira porque todas as linguagens naturais podem ser remetidas a um sistema geral generativo de regras. E contudo nos só aprendemos as línguas estrangeiras na medida em que recuperamos ou refazemos (nachholen) pelo menos virtualmente o processo de socializacáo do Ialante nativo e através disso, virtualmente, de novo, cresce· mos em urna comunidade lingüística individual: a linguagem natural só é um universal como um concreto. 16. Quanto ao conceito do nao-identico, cf. T. W. Adorno, Negative Dialektik, Frankfurt, 1966. Ges. Schriften, vol. ~, Frankfurt, 1973. (Em espanhol, Dialéctica Negativa, Madn, Tauros, 1975, reimpressOes 1984, 1986.) 17. Cf. S. Arieti, The lntrapsychic Self, Nova Jorque, 19;7¡ espec. cap. 7 e 16; além disso, H. Werner e B. Kaplan, Sym o

70

ick J. P WatzlaW ' nicatiort, tJe, 1961;J{~rrtart ~or_n;:nschliche ~oVIl 10~atiCS °1' f',rn alernao. 'o,., ?raS 6 e . .' sr"rall "soo, . caP' OPpOslltOrt ~~ JJ. '~~1,eS~·1912. . terrnos opost~~iás, náo ~ó a rorQ~:~/iO'"J3c o si~áo (OUárias atest~JIl, taJIlbérn S.ltua· (IIlltll vras de. ~es contf e elas flxarn de posiCiona· AS pala sigoiflCa~tJJ1'liVelJ1'lentde conduta e . ráo (Ertt· 18· cortJ pfes A cía d·ferenCla,. . .urle) . udade; J1'lbivalc:;n ..... a des I desaparecl. I~ auca de a .' ca co.o. coJIl o . j1~ 'rtJitivas oU cfOnI ulsáeS e cificos (ou: ~óespr~uese sisteJ1'la der (AUslOser) .espee estabiliza· ¡!lentO nzierung) ) aos liberado e foí abson'lda Urmertsch differe Ausfallel1 . her) e qu f A Gehlen, d ¡!lentO (': artspeziftScI· gu"ísticos. C. 9'64' A. S. Diarnon • JO kfurt 1 , pé Cle,'rnbolos pré- 1956' da es fran' 1959. da peloSSI tur. Bonn, , n uage, Londres, IJlld spatkUl Origin 01 La g . h n Symbolbegriffs, [he History . 'k des psychoanalyltSC e as características r (Krltl tra as mes m di 19. Lore~910 p. 87 ss.) enc~n en) inconscientes que 1· frankfurt, res~ntac;óes(Reprasenla~ticos: a confusáo en~re para aso;e~odOS de condut.a neurErlebnisausdruck) e sirnrigelll ·0 de vivencia emocional ( modo particular de conexpressa dena~áo corn um t Os bolo,a estreit~ coo~. de ndéncia frente ao conte~ o. duta,o conteudo .cemco'sáOpearte das intera~óes habituadas esquemasjnCOns~le~tes. dPerelacóes" (Beziehungsschabla. ,. tamente' sao rotínas concre

tO;

!

ond

nen). 21). Cf. Arieti, op.·cit., p. 286 ss., Werner e Ka~~an. o~. cit., p.253SS., e L. C. Wynne, "Denkstorung und Farnilienbeziehung beiSchizophrenen",in: Psyche, maio de 1965, p. 82 ss.

21. Arieti,op. cit.,' p. 327 ss. 22, Cf. Erkenntnis und Interesse, p. 290 ss. (Trad. Conhecimento e lnteresse, Rio de Janeiro, Zahar, ss,)

brasileira, 1982, p. 254

de Gadamer as minhas obje. ~ contra a mterpreta~ao o t 16' d neutica dada n . n o glca a consciencia herme· Lcgik SOZia~~;;~elr~ Pfarte de Verdade e Método (Zur C.\'. Bormann "D' Znsc.a ten, op. cit., p. 172-80) cf. agora f ,le weldeutigk't d ' ahrung". in: Ph '1 R el er hermeneutischen Erlum H t • undschau ano 16 1969 e ermeneutik und Id l' . ' • p. 92 ss. No va. eo ogtekritik, p. 83 ss.

'~, A respeito. da metacrítica

der

71

24: Gadamer, "Die UniversaJiHit d bIems", in: Kleine Schri/ten 1 op e.s berllleneut' , • CIt., p. 104 lschell 25. A. WelImer, Kritisehe Gesellseh t . ~t(). mus, Frankfurt, 1969, p. 48 s. a tstheorie vna POSit' , 26. K. O. Apel, "Szientismus oder t 1\l1$. neutik?" in: Hermeneutik und Dialekr~szen~entale Bubner e outros, Tübingen, 1970, p. 10~: ' edlt. Por l{~~~nte.

. Ceorg Cadanlcr: Urbnniz~u;ii() l J 80S · da Província I 1elld f'ggerluna

VG' . .

~ H. Mead, Mind, Self, Soeiety Ch' Em alemáo: Geist, Identitiit und Geseíl h IcagO, 1934, p p. 276 s. se al!, FrankfUrt'1327. , 968 28. Zur Logik der Sozialwissenschaften o' ' , p. CIt. P 17 29. ~adamer, "Rhetorik, Hermeneutik und Id ' : 4 Ss. op. CIt., p. 124. e01og¡ekritik" , 30. Ibid., p. 129 s. 31. Cf. Habermas, Protestbewegung und Frankfurr, 1969. Introdu~áo, p. 43, nota 6. HOchschu/reform,

1. Por ocasíáo de Pentecostés do ano de 1940. Gadamer abriu em Weimar urna jornada sobre Hegel com urna conferencia sobre "Hegel e a dialéuca antiga". A reacáo que este estranho provocou ent~o no círculo dos pesquisadores de Hegel nao deve ter sido muito amigável, se considerarmos a rerniniscénda até agora meio assustada do Gadamer de setenta e sete anos: "Eu nao figurava entáo entre os hegelianos. Mas afinal de contas nao era proibído mesmo assim compreender algo de Hegel, nao é verdades. .. Fui recuperar-me deste desgaste espiritual vi itando os sepulcros de nossos grandes poetas no cernitérlo de Weimar".' Até hoje Gadamer continua nao sendo um hegeliano; mas foi ele quern, nos anos 60, fez nascer a Associacáo Alemá de Hegel iDeutsche Hegel. Vereinigung); ele promoveu importantes congresso internacionais em que especialistas em Hegel discutíram seus respectivos trabalhos; e a sua iniciativa se deveu o Congresso Hegel, em Stuttgart, no ano do bicentenário, de 1970. Aquela conferencia, que na sua

72 73

~.

esrrera encontrou

rejeirao d ecerto p orque ap . va demaí ernars Hegel de Platáo vro no quaI Gadamer reü , agora, aliás, abr tO'Cln1a. o Iitvr'o se encerra corn urn ne seu. s e s t u d os dee bull1 l'l· d n ensalo sob--.« negC)·l egger . E estas sao, de fato re liegel e b ~ il . , as duas n.Cl. que 1 urmnam o caminho do p Constela ~ ensa- de G d t;oes Q uan do a cidade de Stutt a amero ,. . gart se dec'd' um . Prermo '. 1 lU a cria . Hegel ' Gadamer , c'uJa InIciat' r aquí era inconfundívsl, fez valer . iva tambérn . sua mflue . conseguir que Heidegger fosse o . . nCla Para O . . pnmelro a r b premio. prrrnerro agraciado foi d f ece er o O Curatóno· deve ter levado em, coe tato, Bru no SneH. . n a essa p , hi na ao decidir agora, alternando corn . re- lst6. . l' d Importantes pecia ístas as. ,ciencias do espirito , .eonce der nova esmente a um f ilósofo o premio , e a este filó f 1 SO o que costuma caracterizar-se através da observa~ao dupla' de que ele ~ discípulo de Heidegger e de que passo~ pelo aprendízado da filología clássica. Ninguém melhor do que ele poderia hoje lancar urna ponte sobre a crescente distancia entre filosofia e ciencias do espírito. O lancar pontes caracteriza a mentalidade e o estilo de pensamento deste homem erudito: Distinguendum, está certo, mas ainda melhor: precisamos ver as coisas em conjunto".' Esta máxima provém da boca de Gadamer, mas formulada gadamerianamente ela soaria assim: precisamos lancar pontes e transpor distancias (überbrücken). Nao somente a distancia entre disciplinas que se afastaram urnas das outras, mas sobretudo a distancia temporal que separa as geracóes posteriores dos textos da tradi~á?, a distancia entre as diferentes Iínguas, que desafía a arte dos intérpretes, e aquela distancia que a violencia (Gewaltsamkeit) de um pensamento radical engendra. Ora, Heidegger foi um des ses pensadores r~' dícaís, que abriu ao redor de si um abismo. Eu vejo y

A

,



11

74

a grande realizacáo falosóf!ca de Cadamer no '.to • ele lancar ponte. sobre este ah, mo. M a 1m m da ponte sugere falsas conotacóes. su ha a lmpres de alguém dando uma ajuda peda¡Ó¡lca p fa a ,~"" tativa de se aproximar de um lugar lnaceulvcl. N é o que quero dizer, Eu preferirla ent~o di/ct ~ Gadamer urbaniza a províncía hcidcggc:dna. t daro que deveríamos levar cm conta que com a ~"avn "prov(ncia" (Provínz), sobretudo cm atc:m~. nóe sociamos nao semente o limitativo, mlls tam~m o teimoso e cabecudo (Dickschadelig.E'gcnjinn,V t o primitivo ou original (Urspri4ngliche). O próprío Gadamer certarnente vt 1M de O\llra maneira. Uma vez ele afirrnou que lIc:idc:¡gcr prec;'. saria de um Karl Marx, o qual, em sua ~POC:Il. cmbora ele mesmo adversario de Hegel, impcdlra que Hegel fosse tratado como um cachorro mortc. Se C\& interpreto bem o final dos anos 70, Heidegger nlo necessita do seu Marx: já irrompem os peregrinos (Wun-

derer) da subcultura rumo aos quatro cantos averuurando-se pelas sendas perdidas das montanha (in, Geviert und ins Verstiegene). Tanto mais necesaitarnos

de alguém que aplaine os caminhos atravé do qual Heidegger possa regressar do isolamento que de: mesmo escolheu. Terá de ser alguém que, por uro ladc, siga Heidegger a distancia, mas que, por cutre lado, o siga suficientemente longe para prosseguir de nw.. neira produtiva os seus pensamentos. Na minha oplniáo, é desta espécie a produtividade de Gadamer.

2. A relacáo de Gadamer coro Heidegger e ti marcada pela distancia que as próprias circunstánclas exteriores trazem consigo: Gadamer conheceu aqeele que era apenas onze anos mais velho que ele IÓ depois de ter firmado pé no mundo do neokantismo de 75

Marburgo e de ter já seu doutorado . d ' Como ,,;-~. de Natorp, e arrugo e Nicolai"artmann ~lpulo mais velho. Ero sua autobiografia, com ' ~ colegá - -, d e An os d e Aprendizagem (Lehrjahre o tItulo élJ:n.. b ívalente darner descreveu este mundo ern que ÍI'd ). Ca- irrompeu: . tao e le d escreve o circulo do elhiegger. en~Ricnar ha d Hamann.oa t WI arte arnann, a Irradiacáo de Stefstonado r . . ge sob re os espmtos jovens, as caminhadas 3D GeorR. Curtius, as disputas dos teólogos evangélico COm E. .~ í l - d s, e en.... 0 os e rcu os priva os que se encontravam re l gu armente para l erturas, o círcu 1o de Rudolf Bultma on~e se liarn os clássicos gregos cada quinta.feir~ norte, ou aquele onde Gerhard Krüger fazia leituras das grandes obras da literatura universal. e tudo isso durante mais de quinze anos. como que separados por urna parede de cristal dos acontecimentos políticos da República de Weimar. Entrando neste mundo. Heidegger tinha de produzir o efeito de um raio. O Gadamer ido so recorda: • Nao podemos imaginar de maneira suficientemente dramática a aparicáo de Heidegger em Marburgo". Se nos perguntarmos numa perspectiva biográfica em que pode ter consistido a sua signifícacáo para Gadamer. talvez possamos partir da observacáo de que Gadamer caracteriza a si mesmo por urna seqüénda de dernarcacóes (Abgrenzungen). Gadamer provém da Silésia, urna província prussiana, e quando era jovem previam para ele urna carreira militar - mas Gadamer nao tem nada de um prussiano e com toda certeza é um civilista. Gadamer provém de urna faroma de académicos voltados as ciencias da natureza. o pai se orgulhava de ser químico - mas já no primeiro semestre da universidade Gadamer se deixou atrair para o campo das ciencias do espírito por seus interesses pelas belas-artes, Por isso en tao Marburgo. que naquela época era o Jugar de urna filosofía res76

. da mundialmente e um centro vivo das ciencias pelta spírito e da teologia. Mas ainda frente a este do edo da filoso fila aca dérni . ermca e d e um h urnarusmo mun o de si Gadamer se demarca. e isto claramente segur ' s ao impulso que recebe de Heidegger. Até eng~a~:le tinha visto a tradicáo ocidental com os olhos -drao éculo XIX h·ístorícísta: e hegou en t-ao Heid el egger e~t:alizou de maneira mais radical esta tradicáo num b co retomo aos seus cornecos. Gadamer evoca es~~adidio. mas de agora em diante ele quer ir além ~ 7 l d·u da religiao da cultura burguesa, em que ta tra icao _ • n 4 sobrevlv1a ~ Este decerto o impulso fundamental que está or trás de sua obra filosófica principal, amadureci~a durante decenios: o estímulo para tornar claro, para si e para os outros, o que significa o encontro com textos eminentes, em que implica o caráter vinculante dos clássicos, enquanto Gadamer sabe que nao pode mais recorrer a um cánone, mas que tem de recuar para além do cánone a fim de aclarar as condícóes hístóríco-efetuais (wirkungsgeschichtlichen) sob as quais urna obra adquiriu signífícacáo de clássica: "¡:_ urna das experiencias mais elementares do filosofar, que os clássicos do pensamento filosófico ... fazem valer por si urna pretensáo de verdade (Wahr· heitsanspruch) que a consciencia contemporánea nao pode nem rejeitar e nem sobrepujar .. A ingenua autoconfianca do presente pode muito bem se rebelar contra isso .. _ Mas certamen te será urna fraqueza muito maior do pensamento filosófico se alguém se nega a expor-se a esta prova e prefere bancar o bobo por conta própría (den Narren auf eigene Faust zu spielen). Ternos de admitir, mesmo que isto contradiga opadráo da pesquisa e do progresso, que na compreensáo dos textos daqueles grandes pensadores torna-se coé

77

nhecida urna verdade que por ria alcancdvel",

OUITO



cammho nao se.

J. Esta citacáo provém da introd • . u~ao de V d de e Mi . to dO, o Iivro com o qual o se . er Q. . xagenáno G d mer re r anvarnente tarde após longos a d a a· • . ' nos e infI le docencia ern Leipzig ern Frankfurt buen. ' e so retud á d na e te ra d e Jaspers ern Heidelberg se' o . . ' lmpos hte. ranamente e conqurstou reconhecimento inte . AJ'á po mesmo tempo, . compreenslvels o ¡nas ao {>eS mentals,. - d 'ece nas operac; sistema de produc;ao e canh todo uro e própriO discUrso, sua lógica própria. Por qu , ..ntidO que rern a di'cá o de circulandade em tizado a con .. , . se ttoba tema od - de racionalidade da cn nca, que trabalba a Pber uc;aqOue as análises descritivo-com. aperce r·se . Iícit é precISO . ente , e de modo imp ICI o, . as foraID pratlcam precnslV

=»:

reconhecidas.

3. Diferenfa e mediacáo

A questáo que se levanta a partir do exposto pode ser explicitada como urna questáo de método. O potencial crítíco-dialétíco das proposicóes marxianas se articula a partir do que chamamos, em análises anteriores, de método dialético. Mas ainda que se acentue apenas o uso deste método, junto coro ele opera como pressuposto o que chamaremos, de ora em diante, de método henneneutico. :E. claro que o modo de operar dessas duas concepcóes de método foi ~plicitad~ separadamente, mesmo a partir de dois mOVlDlentos fIlosóficos distintos. Mas o fato de o método herm ti . fíl sóf' ,ene~ ICO ter SIdo explicitado na reflexao o lea tardlamente signif e somente em nos so século, nao dialét~ea~sua falta de relevancia em face do método lCO. produ~áo de racionalidade nas teorias so. A

101

dais, através da crítica d . l! pela hermeneutica. a ldeologia, tarnbé F' rn Pas 01 o conceito he ' sa \ tiu a introdu