Como Parei de Fumar

Quando queremos largar o cigarro, nossa mente nos diz: “VOCÊ NUNCA SERÁ FELIZ SEM O CIGARRO.” Esse é um grande truque da

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Como Parei de Fumar

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Direitos autorais
Dedicatória
Índice
MINHA HISTÓRIA DO VÍCIO
TENTATIVAS FRUSTRADAS
MINHA MAIOR VITÓRIA
BATALHA CONTRA A ANSIEDADE
VINTE ANOS DEPOIS
UM CONSELHO AOS FUMANTES
O CIGARRO
PÁSSAROS e BITUCAS  (8)
PROIBIDO PARA MENORES DE 100 ANOS (10)
ATÉ CIGARRO APAGADO FAZ MAL
CURIOSIDADE ECONÔMICA
VÍTIMAS DO TABACO
MEDICAMENTOS e TRATAMENTOS
A NICOTINA E O CÉREBRO  (21)
O TABACO (38)
NARGUILÉ (30)
TABAGISMO (25)
TABAGISMO É DOENÇA  (26)
TRATAMENTOS PARA TABAGISTAS (37)
COMO PARAR DE FUMAR (34)
PLANO PARA PARAR DE FUMAR (36)
NOTAS
AMIGO LEITOR:
Sobre o autor

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COMO PAREI DE FUMAR Minha maior Vitória OSÓRIO SAVOLDI Direitos autorais © 2021 OSÓRIO SAVOLDI Todos os direitos reservados Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou falecidas, é coincidência e não é intencional por parte do autor. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação, ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro, sem a permissão expressa por escrito da editora.

Design da capa por: Osório Savoldi

Para minha família: DULCE TEREZINHA, CARLA CRISTINA e CHARLES ISABELLA e MARLON MARIA BEATRIZ e LUIZ EDUARDO

Índice Página do título Direitos autorais Dedicatória MINHA HISTÓRIA DO VÍCIO TENTATIVAS FRUSTRADAS

MINHA MAIOR VITÓRIA BATALHA CONTRA A ANSIEDADE VINTE ANOS DEPOIS  UM CONSELHO AOS FUMANTES O CIGARRO PÁSSAROS e BITUCAS  (8) PROIBIDO PARA MENORES DE 100 ANOS (10) ATÉ CIGARRO APAGADO FAZ MAL CURIOSIDADE ECONÔMICA VÍTIMAS DO TABACO MEDICAMENTOS e TRATAMENTOS A NICOTINA E O CÉREBRO  (21) O TABACO  (38) NARGUILÉ  (30) TABAGISMO  (25) TABAGISMO É DOENÇA  (26) TRATAMENTOS  PARA TABAGISTAS  (37) COMO PARAR DE FUMAR  (34) PLANO PARA PARAR DE FUMAR (36) NOTAS

AMIGO LEITOR: Sobre o autor Amigo Leitor:

Quando queremos largar o cigarro, nossa mente nos diz: “VOCÊ NUNCA SERÁ FELIZ SEM O CIGARRO.”

Esse é um grande truque da droga, uma jogada suja para nos manter acorrentados. Cada viciado que abandona o vício é prejuízo para os Fabricantes. Nós somos manipulados como marionetes. O cigarro contêm inúmeras substâncias criadas para que não consigamos PARAR DE FUMAR. Conheça o filme que conta essa história. Vou contar, também, como consegui abandonar o vício somente depois de ter fumado por 35 anos.

O Autor

MINHA HISTÓRIA DO VÍCIO

O ARMAZÉM Quando eu era criança, meu pai tinha um pequeno Armazém, onde a gente vendia alguns produtos básicos e, também, bebidas e cigarros. Eu e meu irmão, quatro anos mais velho, ajudávamos a atender o balcão. Meu irmão e eu tínhamos dois amigos, filhos do vizinho. A gente costumava brincar nos fundos do terreno. Um dia, surripiamos uma carteira de cigarros e levamos para o grupo. Ninguém sabia tragar, mas achamos muito divertido. A gente fazia isso apenas por brincadeira, querendo imitar os adultos. Com o tempo, passamos a fumar com mais frequência. Quando a gente não conseguia cigarro, levávamos charutos. Um dia, um dos amigos chegou com uma novidade:  ele havia aprendido a tragar. Então, curiosos, todos nós queríamos aprender. E aprendemos, infelizmente...! Nessa época, existia um cigarro de papel escuro, quase preto, que era adocicado. Chamava-se Negritos . Os amigos tinham uma especial preferência por ele, exatamente porque deixava um sabor doce na boca. Quando não havia aquele, a gente fumava qualquer outra marca de cigarro e até mesmo charutos ou cigarros de palha. E foi assim que, com apenas sete anos, eu virei um viciado. Nas primeiras tragadas, praticamente me afogava. Ficava tossindo. Além disso, o efeito da nicotina me deixava completamente tonto, a ponto de cair. Entretanto, com o passar do tempo, fui me acostumando. Na verdade, eu estava completamente dominado pela droga. A partir de então, iniciou-se na minha vida uma preocupação

constante: Todo dia eu tinha que dar um jeito de conseguir alguma coisa pra fumar. E o balcão do nosso Armazém era o caminho mais curto. Um belo dia,  saio eu do Armazém com uma carteira de cigarros inteirinha, que acabara de sequestrar da prateleira. Fui em direção ao bosque, que ficava ao lado da nossa casa, com a intenção de encontrar um esconderijo onde pudesse guardar. Estou me preparando para esconder a mercadoria sob a raiz de uma caneleira quando escuto alguns galhos secos sendo pisoteados. Viro a cabeça para o lado e avisto meu pai, que se aproximava rapidamente, com uma cinta na mão. Saio em disparada rumo ao fundo do bosque, pulo a cerca, entro pelos fundos do quintal da nossa casa, levo um varal de roupas nos peitos e, finalmente, acabo me escondendo no fundo do porão. Naquele dia, fiz um tour pelas redondezas. Com medo de apanhar, só entrei em casa depois que estava escurecendo. E meu pai não fez nada. Infelizmente. Algum tempo depois deste fato, estávamos brincando embaixo do salão de festas da nossa igreja. O assoalho de cima tinha algumas frestas. Quando estávamos embaixo do local que seria a copa, encontramos uma carteira de  cigarros da marca ELMO inteirinha, lacrada, pronta para o consumo. Provavelmente caiu por um buraco daqueles, num dia de festas. Para nós, crianças, foi igual a um prêmio de loteria. Quando eu tinha dez anos, meu pai vendeu o Armazém, trocou de atividade e também mudou-se para outra cidade, onde se associou a uma pequena empresa, com outros três sócios.

Agora, eu não tinha acesso ao balcão, não tinha um centavo no bolso e também não tinha como conseguir o cigarro. Para atender o vício, eu saia para a rua, todos os dias, à cata de bitucas de cigarros. Eu sentia uma vergonha danada e procurava fazer isso escondido. Entrava num bar, por exemplo, onde havia bastante gente, e procurava alguma bituca. Depois, me aproximava, colocava o pé em cima e recolhia com os dedos do pé, disfarçadamente, pra que ninguém visse. Acabei ficando treinado nesse exercício de pegar a guimba com os dedos do pé. Nessa época, até mesmo conseguir fósforos era complicado. Não existiam os isqueiros populares e baratos que surgiram mais tarde. Para resolver o problema, eu passava na cozinha e levava a caixa de fósforos da minha mãe. Com frequência, ela me passava um sermão e queria saber para que eu precisava de tanto fósforo. As dificuldades eram tantas que, às vezes, a gente partia o palito de fósforos na longitudinal, fazendo dois palitos, para que pudéssemos fumar por mais tempo. E, quando não havia cigarros, a gente acendia um palito de fósforos e inalava a fumaça que ele emite logo que acende. Claro, o cheiro não era igual ao do cigarro, mas servia para disfarçar. Além do problema do cigarro, o próprio fósforo representava   um perigo, pois a gente fumava escondido, na maioria das vezes. Houve uma ocasião em que eu acendi o cigarro e joguei o palito no lixeiro. Fiz aquilo de forma mecânica, nunca imaginando que o fogo do palito não estivesse completamente extinto. Poucos minutos depois, o lixeiro estava em chamas. Por sorte, eu ainda estava no local e consegui apagar o fogo. A construção era de madeira, então é fácil imaginar a tragédia que seria se eu tivesse saído e fechado a casa.

O SEMINÁRIO Com onze anos, fui enviado para o Seminário, onde não conhecia praticamente ninguém. O meu primeiro ano fui muito difícil, pois eu não tinha amigos, sentia muito a falta do cigarro, e não conseguia me adaptar, também porque era uma região muito fria. Fumar, nem pensar, pois era expressamente proibido.  Além disso, mesmo que pudesse fumar, eu não teria dinheiro pra comprar. Quando se aproximavam as férias, a gente recebia algum dinheiro de casa. Então, eu ia comprar a passagem do ônibus, na cidade. Mas, antes da passagem, eu comprava uma carteira de cigarros, tamanha era a ansiedade que sentia. Essa situação perdurou por cinco anos, quando completei o Ginásio, equivalente ao primeiro grau. Eu estava, então, com quinze anos. Nesta época, fumava somente nas férias. Durante o restante do ano, tinha que me sujeitar a suportar o vício. Apesar dos longos períodos sem fumar, apesar da falta que sentia, nunca cheguei a pensar em parar de fumar. Na época, o cigarro não me fazia mal algum, pelo menos aparentemente. Com frequência, recebíamos a visita do Bispo, no Seminário. Ele fumava charutos e, às vezes, cigarros de papel. Numa ocasião, depois que ele deixou a sala onde havia se reunido com os padres, entrei sorrateiro e surripiei umas bitucas de cigarro do cinzeiro. Por uma semana, eu pude manter o meu vício. Nos últimos dois anos, a disciplina no Seminário já não era tão rígida. Nessa época, por falta de professores, passamos a frequentar as aulas no Colégio da cidade, junto com os

demais alunos.  Ao final do turno, voltávamos para o Seminário. Foi então que conhecemos a Suzana, uma aluna muito simpática, da nossa sala, filha de um industrial da cidade, que só fumava os cigarros mais caros, como  Charm . Sempre que possível, nós a ajudávamos nos trabalhos em grupo e nas tarefas. Às vezes, durante a prova, alguém lhe passava um bilhete com algumas respostas. Em troca, a Suzana eventualmente nos alcançava algum cigarro, que a gente corria pra acender, na hora do recreio. Antes de completar 16 anos, deixei o Seminário e voltei para minha cidade. No ano seguinte, me inscrevi no curso de Técnico em Contabilidade, que foi implantado exatamente naquele ano, na minha cidade.  Esse curso foi decisivo na minha vida, porque me deu chance de ter uma profissão. Nunca mais encontrei a Suzana. Anos mais tarde, quando poderia ter a chance de conversar com ela novamente e relembrar nosso tempo de estudantes, demorei um pouco para me decidir sobre visitá-la ou não. Quando me dei conta, não havia mais tempo.   (16)

O CONTABILISTA Durante os três anos em que cursei o Técnico em Contabilidade, eu já trabalhava. No início, fazendo bicos como pintar faixas, letreiros, cartazes e coisas assim, pois eu sempre tive facilidade em pintar e desenhar. Em épocas de eleições, eu era contratado para escrever o nome dos candidatos no para-brisa dos carros. Por falta de opção, trabalhei várias vezes como auxiliar de carpinteiro, construindo casas e até uma ponte, no centro da cidade.

Houve uma época em que, por falta de opção, passei a vender picolés pela cidade, com uma caixinha de isopor. Eu me sentia um pouco envergonhado por fazer isso, mas a verdade é que não havia muitas opções de trabalho na cidade. Com as vendas que fazia, eu tirava o dinheiro para comprar meu cigarro, além de calçados e roupas. Foi a minha primeira empresa e o rendimento que eu tinha, trabalhando apenas algumas horas do dia, era equivalente ao de um empregado de uma empresa qualquer. Depois, surgiram algumas oportunidades de trabalho e eu passei a exercer a função de auxiliar de escritório. Com o tempo, eu fui melhorando minha condição financeira e, então, comprar cigarros já não era difícil. Lembro que, nessa época, minha mãe e minha irmã também começaram a fumar, coisa que eu nunca havia imaginado. Assim, éramos todos fumantes na casa: Meus pais, meus dois irmãos e eu. Até então, meus pais não admitiam que eu fumasse. Eu precisava sempre fumar escondido. Mas, com o tempo, e agora com toda aquela fumaceira dentro de casa, ninguém mais se preocupava comigo. Afinal das contas, eu já tinha quase vinte anos. Nessa época, eu nunca cheguei a pensar em largar o vício, pois eu não sentia nenhum efeito maléfico, não havia nenhuma espécie de restrição a fumantes e, além disso, não era proibido fumar em parte alguma. Antes que eu me fixasse no trabalho com Escritório próprio, às vezes me surgia alguma oportunidade de estudar na Capital ou trabalhar em outra cidade. A primeira preocupação que eu tinha era se, na nova atividade, eu teria como continuar fumando normalmente ou se haveria alguma restrição. Essa preocupação me acompanhou durante anos.

Mas então, com vinte anos, eu já tinha uma profissão, havia adquirido um Escritório Contábil, e morava com meus pais.  Nesse ano, comprei meu primeiro fusca. Foi a maior façanha pessoal, até então. Nessa época, como não havia dificuldades em adquirir o cigarro, e como a droga não causava nenhum malefício aparente à minha saúde, não me passava pela mente a ideia de largar o tabaco. Hoje, analisando a situação, percebo que, para mim, seria quase impossível parar de fumar naqueles dias. É por isso que eu considero muito difícil o fumante abandonar o vício quando não há nenhum efeito negativo em sua saúde.  Sejam quais forem os argumentos, eles sempre serão muito tênues, não terão peso suficiente para levar ao abandono do tabaco. Numa situação assim, a nicotina e as demais drogas incorporadas a ela exercem uma pressão tal no cérebro da pessoa que é praticamente impossível parar de fumar. Sempre temos que considerar o fato de que existem muitos graus de dependência da droga. Aqui, eu tomo como referência o meu caso, que eu classifico como de alta dependência. Numa escala de 1 a 10, acho que minha dependência seria equivalente a 9. ◆◆◆

TENTATIVAS FRUSTRADAS

Ao mesmo tempo que consegui melhorar de rendimento, comecei a namorar e, quando estava com 25 anos, casei com a minha companheira inseparável. Não tivemos filhos

antes de seis anos de casados. Minha esposa trabalhava comigo e nunca chegamos a falar em parar com o cigarro. Eu tinha a impressão de que ela não se incomodava que eu fumasse. Mas, quando nasceu nossa primeira filha, a gente começou a se preocupar com a fumaça. Foi a primeira vez que comecei a pensar em deixar o vício. Cheguei a fazer algumas tentativas. Porém, nessa época, eu ainda não sentia nenhum efeito negativo do fumo, o que pesava na hora de decidir. Passados alguns anos do nascimento da filha, eu comecei a me sentir mal por efeito do tabaco. Tanto minha esposa quanto minha filha começaram a me pressionar para que eu parasse. Então, num certo dia cheguei em casa e falei que tinha decidido tomar uma decisão drástica: Eu deixaria de fumar, a partir daquele dia. Lembro que minha filha ficou muito feliz com a notícia. Ela estava vibrando. Infelizmente, uma semana depois voltei a fumar e tive que enfrentar o olhar desaprovador das duas, a quem eu havia decepcionado. Tentei parar ainda outras duas ou três vezes, nessa época. Mas, o resultado era sempre o mesmo: Em poucos dias, eu voltava a fumar. Alguns amigos me indicaram um profissional que oferecia tratamento com acupuntura, numa cidade a 150 km de distância. Fui até lá algumas vezes, acompanhado de um amigo que fazia o tratamento com outra finalidade. Eu chegava em casa com as orelhas cobertas com umas pequeninas esferas de metal, protegidas por uma fita. Depois de um mês, acabei abandonando o tratamento pois eu não percebia nenhum resultado. (Acupuntura também é conhecida como Auriculoterapia, e é usada também para tratar dores e doenças físicas ou emocionais).

Nessa época, eu já não fumava dentro de casa, pois eu mesmo não me sentia bem com o cheiro do fumo. Fumava em torno de uma carteira por dia. Essa quantidade se manteve constante por muitos anos. Nunca houve grande alteração. Tentei diminuir o consumo, na esperança de que isso ajudasse. Claro que isso também não funcionou por muito tempo. Eu havia entrado para o ramo do comércio. Depois de alguns anos, a atividade entrou em decadência, enfrentamos vários problemas financeiros e eu tive que fechar minha loja e voltar para a contabilidade. Isso acabou adiando a decisão de parar de fumar, uma vez que a falta de nicotina me deixava irritadíssimo. Por esse tempo, minha esposa engravidou e tivemos nossa segunda filha, treze anos depois da primeira. Com a chegada do novo bebê, reacendeu em mim o desejo de abandonar definitivamente o cigarro. ◆◆◆

MINHA MAIOR VITÓRIA

O FILME No final de 1999, havia uma expectativa entre algumas pessoas sobre um possível fim do mundo, coisa que ocorre com certa frequência entre os pessimistas. Já havia acontecido no ano de 999, por exemplo. Comentava-se muito, também, sobre o tal bug do milênio , que foi um problema que os grandes computadores enfrentaram, uma vez que a maioria dos softwares consideravam a data com  apenas dois algarismos no campo destinado ao ano. Mas, o

século virou, o mundo não acabou e eu tinha um problema a ser resolvido: abandonar o cigarro. Quando entramos no ano de 2000,  eu estava com 45 anos de idade e, descontado o tempo que fiquei no Seminário, já tinha fumado durante 35 anos, aproximadamente. Tinha dificuldades para respirar à noite, sentia muito cansaço e falta de ar. Pesava também a pressão da família, embora minha esposa já não falasse abertamente sobre isso, pois chegara à conclusão de que falar só piorava as coisas No início do ano, eu assisti o filme “ O Informante ” (9), onde eu descobri que a indústria do tabaco pesquisa drogas cada vez mais poderosas para colocar no cigarro, com a clara intenção de impedir que as pessoas parem de fumar. Eu me senti um perfeito idiota, nas mãos dos fabricantes de cigarro que não se importam nem um pouco com a saúde dos consumidores. Eu me senti como um fantoche! Acho que esse filme foi o fator que mais pesou na decisão que eu viria a tomar. Minha esposa, nessas alturas da vida, rezava diariamente, de joelhos, no quarto. Ela não me falava nada, mas eu sabia que ela estava preocupada com minha saúde. Não sei se seria possível quantificar quantas orações ela fez. Mas Deus deve tê-la ouvido, com toda a certeza.

A PALESTRA Alguns dias após o filme, eu liguei a televisão num programa da Rede Vida. Estava passando um programa de entrevistas, onde um médico falava sobre o enfisema pulmonar (6).   O médico explicava que a pior morte que existe é a causada pelo enfisema. Dizia ele: “ Morte por enfisema pulmonar é aquela que você poderia desejar para

o seu pior inimigo .” E foi além, acrescentando que o enfisema pulmonar é incurável, pode levar a família à ruina por excesso dos gastos, não tem transplante e não tem cura. Ao ouvir essas palavras do médico, eu tomei uma decisão: Eu queria parar de fumar definitivamente. A partir daquele dia, eu procurava me preparar, marcar uma data, estabelecer um ponto de partida, mas parecia que me faltava ainda algo. E eu adiei a decisão novamente. Por incrível que pareça, a partir de então, eu me sentia tranquilo. Eu pensava comigo:  “ Não vou me preocupar antecipadamente. Eu sei que vou parar, é só uma questão de dias. Preciso encontrar o melhor caminho. A hora vai chegar, tenho certeza .”

O MEDICAMENTO Nessa altura, já decidido a parar em definitivo com o cigarro, minha maior preocupação era descobrir uma forma de eliminar a ansiedade que eu sentia toda vez que tentava parar de fumar. Até que, casualmente, um amigo começou a usar o medicamento Zyban (2) , sentiu-se mal e abandonou o remédio. Na verdade, ele quase morreu, pois tinha problemas cardíacos e não havia consultado um médico antes de começar a usar. Procurei na internet informações sobre o tal medicamento e descobri que uma de suas características era exatamente cortar a ansiedade. Mas, havia na bula uma advertência explícita para as pessoas com problemas do coração. Dias depois, fiz uma visita ao meu amigo, acamado, e percebi que ele tinha, ao lado da cabeceira, uma caixinha do Zyban . Acabei comprando pelo mesmo preço que ele

havia pago na farmácia. Tenho convicção que aquele remédio era o que me faltava para encarar a situação. No dia seguinte, consultei um médico amigo, conversamos sobre o assunto, e ele me recomendou iniciar o tratamento e continuar  fumando ainda por dois dias. No terceiro dia, eu deveria parar com o cigarro e continuar o tratamento normalmente. Mas, o meu desejo de parar era tão forte que, já no final do primeiro dia, quando terminou o cigarro que eu tinha, decidi que não voltaria a comprar outra carteira. Pensei comigo: “ Se é pra parar, não vou esperar ate amanhã. Vou parar hoje .” Agora, eu estava, de fato, preparado para vencer o vício. Como já tinha experiência de muitas outras tentativas anteriores para deixar o tabaco, eu sabia que haveria uma batalha pela frente. Sabia, também, que seria longa; eu tinha que estar preparado para enfrentá-la. O médico que me autorizou a usar o medicamento me deu várias orientações e, hoje, eu tenho que agradecer publicamente o papel que ele desempenhou nessa luta contra o tabaco. Um dos conselhos que ele me deu, ainda antes de me indicar o tratamento, ficou gravado na minha mente e nunca mais esqueci. Quando lhe comuniquei minha intenção de largar o cigarro, ele me disse, com muita firmeza: - “Se você estiver a fim de parar de fumar, pare antes de ficar doente; depois, pode ser tarde demais.” ◆◆◆

BATALHA CONTRA A ANSIEDADE

E foi assim que, naquele 21 de maio de 2000, domingo à noite, antes de ir dormir, eu fui até a sacada e dei as últimas tragadas da minha vida. Era o último cigarro de uma carteira de Minister . E foi, também, o último cigarro que fumei. A partir daquele dia, começou uma sequência de obstáculos. Cada dia, era uma etapa. O desejo de fumar era constante, mas já não era tão forte como das outras vezes, já que agora eu tinha o apoio de um medicamento que me ajudava a combater a ansiedade. Quando me indicam um medicamento qualquer, eu fico sempre com um pé atrás. Em relação ao remédio que comecei a usar, eu mesmo não acreditava que sua eficácia fosse tão marcante. Mas, felizmente, eu me enganei, e a ajuda que me proporcionou foi decisiva. A hora mais crítica era quando terminava o expediente e eu chegava em casa, à tarde. Para suportar, eu passei a usar uma estratégia que consistia em fazer um prato de salgados (linguiça ou queijo, azeitonas, pepino, salgados, etc) com bastante sal e cerveja gelada. Acredito que nenhum médico aprovaria essa “ dieta ”. Mas, foi o que me ajudou a superar essa etapa, especialmente nos primeiros três meses. Outro fator que me ajudou foi ocupar o tempo livre, depois do trabalho, para evitar de pensar no cigarro. Então, eu lia um livro e procurava me concentrar o máximo possível no conteúdo, ou assistia um filme, sem dar tempo ao cérebro para se preocupar com qualquer outra coisa. Eu havia aprendido a tocar teclado por conta própria, na juventude. Agora, eu pretendia melhorar meus conhecimentos sobre música e, especialmente, sobre acompanhamento no teclado eletrônico. Descobri um velho

músico, na cidade, que se propôs a me dar algumas aulas sobre a matéria. No dia marcado para a primeira aula, era meu segundo dia sem fumar, e o professor chegou... fumando! Foi uma tentação terrível. Mas, eu estava convencido que não iria fumar.  Ele voltou, nas semanas seguintes,  e concluímos a série de dez aulas, conforme combinado. Ele sempre vinha com um cigarro na boca, mas mesmo assim consegui me manter firme no meu propósito. A partir de então,   à noite, quando eu sentia desejo de fumar, sentava em frente ao teclado e me concentrava nos exercícios. Eu ficava repetindo as mesmas sequências e arranjos por horas, às vezes duas ou três horas seguidas, sem parar e sem pensar em outra coisa. Isso me trouxe um duplo benefício: além de aprender os detalhes sobre acordes, inversões e acompanhamento,  eu ficava o tempo todo sem pensar no cigarro. O período mais difícil foi nos primeiros noventa dias. Por outro lado, à medida que o tempo ia passando, o desejo de fumar ia diminuindo gradativamente. O médico havia me alertado: “ Não cante vitória muito cedo. Você só pode se considerar um verdadeiro vitorioso depois que ficar dois anos sem fumar. ” O tempo foi passando e o desejo de fumar foi diminuindo. Mas, de vez em quando, no meio do dia, me vinha uma vontade tão grande de fumar que eu chegava a sentir dores no maxilar. Uma dor forte, e eu sabia (não sei explicar como) que era causada pela falta de nicotina. Eu li, em algum lugar, um médico explicando que essa dor no maxilar, ou em alguma parte do rosto, acontece também com as pessoas que deixam outras drogas, como a cocaína.

O surgimento da dor no maxilar se repetiu por muitos anos.  Mesmo depois de passados cinco ou seis anos, eu ainda tinha esses espasmos. As dores podiam demorar alguns minutos ou algumas horas. Claro que, com o passar do tempo, a dor também diminuía. A frequência com que ela surgia também ficava cada vez mais espaçada. Mas, se houvesse um momento de bobeira, nessas horas, eu teria voltado a fumar. Então, quando a vontade era forte demais, especialmente quando me doía muito o maxilar, eu lembrava das recomendações do médico: “Quando vier a vontade de fumar, aguente por dois minutos. Ela vai passar.”

VINTE ANOS DEPOIS Hoje, passados mais de vinte anos daquele último dia em que fumei meu derradeiro cigarro na sacada, eventualmente sinto algum desejo de fumar. Isso ocorre a cada período de três ou quatro meses, eu diria. Mas, é passageiro. Dura apenas um minuto ou menos que isso. Acho que muita gente, nessa situação, acaba acendendo um cigarro e volta a fumar novamente. Por isso, o conselho que eu daria é o mesmo que o médico me deu: “ Quando sentir desejo de fumar, nessa fase, mantenha-se firme e aguarde dois minutos. É o tempo dele ir embora. Se você vacilar, volta a fumar novamente .” Entre os muitos fatos curiosos que aconteceram nesse período, um me marcou bastante. A gente costumava jogar futebol sete , entre amigos veteranos. E os nossos encontros eram semanais, depois do trabalho. Num dia

desses, quando ficou sabendo que eu havia parado de fumar, um colega da turma,  médico e fumante,  chegou pra mim e disse: - “Cara, você me deu uma lição de moral. Eu, que sou médico, deveria me conscientizar, assim como você fez, e parar com esse maldito vício. Você está de parabéns por sua atitude.”  Era um tremendo elogio, claro. Mas, se ele soubesse quanto me custou parar de fumar!  Sem contar que o mérito deveria ser dividido com minha esposa. Mas, de qualquer forma, fiquei realmente impressionado, pois eu nunca esperava que a minha atitude fosse provocar aquele tipo de reação num médico. Foi uma grata surpresa que me incentivou a continuar firme no caminho traçado. Amigos às vezes me perguntam se ainda penso no cigarro. E eu conto que, com frequência, sonho que estou fumando. Ou estou comprando cigarro, ou estou acendendo, ou fumando dois ou três cigarros ao mesmo tempo, coisas desse tipo. Já sonhei que eu precisava encontrar um comércio aberto para comprar cigarro e não encontrava. Ficava zanzando a noite inteira, atrás de um bar ou uma padaria aberta. O que me chama a atenção é que, sempre que sonho com cigarro, eu tenho a mesma reação:  Fico decepcionado comigo mesmo, por estar fumando. Então, no sonho, me vem aquele pensamento: - “Cara! Você tinha parado de fumar. Sofreu tanto pra parar e agora está fumando novamente?!” E, nesses sonhos, geralmente eu tenho uma desculpa, como eu sempre tinha quando tentava parar de fumar e acabava desistindo:

- “Ah, é apenas um cigarro. Agora, eu estou fumando só um cigarro por dia!” Mas então, quando acordo, sinto uma alegria enorme por saber que era apenas um sonho e que, na verdade, eu já não fumo mais. Fico vários minutos repetindo isso comigo mesmo, deitado na cama: - “CARA, EU NÃO FUMO MAIS! NÃO FUMO MAIS!...” Essa é a minha maior recompensa. Então, procuro lembrar sempre de agradecer a Deus por ter me ajudado nessa empreitada.  ◆◆◆

 UM CONSELHO AOS FUMANTES Não sou médico e também não posso dar conselhos médicos. Mas, como ex-fumante, sei que o viciado sofre muito para deixar o tabaco. E, ao não conseguir seu objetivo de parar, ele corre sérios riscos de saúde causados pelo tabagismo (13). Se eu fosse dar um conselho para aquelas pessoas que não gostam de ler, ou que não tem paciência para ler, eu diria o seguinte:  Leia apenas este capítulo, as linhas que seguem, e reflita. Se preciso, releia várias vezes. Ou então mande alguém imprimir e leve consigo, na carteira. Leia diariamente.  Eu acredito, sinceramente, que isso vai ajudar muito. E, se der o resultado esperado, será muito gratificante.              “ Um cidadão muito rico, sentido os malefícios do tabaco,  colocou um anúncio no jornal dizendo que

daria um prêmio fabuloso a qualquer pessoa que o fizesse parar de fumar. Mas, havia uma condição: Não  poderia falar em FORÇA DE VONTADE. Dizem que ele está esperando até hoje o aparecimento dessa fórmula mágica. De nada adianta comprar remédios ou adesivos, fazer simpatia ou usar a acupuntura e a medicina, se a pessoa não decidiu parar.  O primeiro passo deve ser dado pelo fumante. Ele deve decidir sinceramente, sem nenhuma dúvida, que vai abandonar o vício. Enquanto ele não tomar essa decisão, é pouco provável que alcance qualquer êxito. O mais provável é que irá apenas gastar seu dinheiro. Diz a lenda que um aprendiz perguntou ao seu mestre se havia algum grande segredo para se alcançar o sucesso na vida.                     Em resposta, o mestre agarrou-o pelo pescoço e enfiou sua cabeça dentro de uma tina de água. E, por mais que o aluno se debatesse, o mestre não o largava. Enfim, depois de algum tempo, finalmente o mestre deixou   que ele tirasse a cabeça da água e respirasse aliviado. Então, virou-se o mestre para o aprendiz e disse: VOCÊ DEVE DESEJAR ALCANÇAR O SUCESSO TANTO QUANTO DESEJOU RESPIRAR, NO MOMENTO EM QUE ESTAVA COM A CABEÇA DENTRO DA ÁGUA.

Um fumante que pensa em largar o vício, deve DESEJAR isso com a mesma intensidade que o aprendiz sentiu vontade de respirar.”              

◆◆◆

O CIGARRO

          Hoje, alguns amigos me perguntam se eu tinha prazer em fumar. Nos primeiros momentos que usei, com sete anos, quase cai no chão, pois fiquei completamente tonto. Nos dias seguintes, o organismo foi se habituando e, em pouco tempo, eu não sentia nenhuma tontura forte. Mas, claro, a nicotina dá uma sensação de prazer. E é isso que nos leva a continuar fumando. É semelhante ao que a pessoa sente quando está com muita sede e toma um copo de água. Quando se está na juventude, com o organismo sadio, o prazer provocado pela nicotina é muito difícil de combater, pois ainda não se percebe nenhum malefício, a curto prazo. E há vários níveis de dependência. Para saber se o nível é alto, basta analisar se, ao levantar pela manhã, a pessoa já sente necessidade de fumar. Caso positivo, o seu grau é elevado. Nos casos em que uma pessoa fica horas sem fumar e não sente ansiedade, o grau de dependência é leve. Numa situação assim, deixar o vício é uma tarefa menos árdua. É interessante observar que a nicotina vicia da mesma forma que a cocaína, segundo depoimento do Dr. Ronaldo Laranjeira. (3)   E tem um agravante: o cigarro é vendido livremente em qualquer boteco. Ou seja, o fumante não tem a preocupação de se esconder para usar a droga, o que pode incentivar os jovens a entrar para o grupo de fumantes. Algumas pessoas se perguntam se uma criança demora muito para aprender a fumar.  A resposta pode deixar

alguns incrédulos:  DOIS MINUTOS é tempo suficiente para uma criança aprender a fumar. Para largar o vício, uma pessoa que está dominada pelo tabaco  vai demorar, em média, trinta e cinco anos. Quem não tem o vício pode não acreditar, mas um dependente severo de nicotina pode sentir mais necessidade de fumar do que de comer. Ele pode deixar de lado um sanduiche, em troca de um cigarro. Com o passar dos anos, depois de fumar durante muito tempo, eu percebi que os cigarros mudaram sua qualidade. E mudaram para pior, muito pior. Nos últimos tempos em que fumei, os cigarros nem queimavam direito, tantos eram os ingredientes que as indústrias colocavam no fumo. Por causa desse detalhe dos cigarros, digo sinceramente: nos últimos anos eu fumava porque o cérebro exigia, mas já não sentia prazer em fumar. Era uma enganação. Anos depois que parei de fumar, um ex-colega de colégio  me contou sua experiência com cigarro, na infância. Ao perceber que o filho tinha a intenção de fumar, seu pai o chamou de lado e lhe disse:               “- Você quer fumar? Muito bem, sente aqui.” Dizendo isso, o pai lhe alcançou um cigarro de palha, grande, e mandou que fumasse. Dose para um adulto. O menino fumou com muito custo, afinal o cigarro era enorme. Não via a hora de chegar ao fim. Já não suportava o ardume na boca e na garganta. Aquilo era gostoso para dar uma tragada ou outra. Mas, fumar até o fim era loucura.  Seu pai permanecia ao lado, observando. Quando o filho terminou o cigarro, alcançou-lhe um segundo. Terminado

aquele, deu-lhe um terceiro. E não arredava o pé dali. Se o menino fazia menção de parar, o pai o encarava e o forçava a continuar fumando. Como era previsto, quando o menino estava na metade do terceiro cigarro, começou a passar mal e faltou pouco para vomitar as próprias tripas. E qual foi a consequência? O menino nunca mais colocou um cigarro na boca. ◆◆◆

PÁSSAROS e BITUCAS  (8)

        Com o objetivo de evitar que seu ninho seja infestado por parasitas, uma espécie de pássaro que vive na Cidade do México utiliza bitucas de cigarro que encontra no chão para fabricar seu ninho. Segundo um estudo publicado em 2017 no periódico Journal of Avian Biology , os tentilhões ( Carpodacus mexicanus ) urbanos usam a nicotina e outras toxinas presentes nos restos de cigarros como pesticidas, afastando carrapatos e outros insetos – mesmo que, com o passar do tempo, as substâncias também sejam prejudiciais aos filhotes, podendo causar problemas genéticos. Algumas pesquisas já haviam apontado para a propriedade que a nicotina tem de afastar insetos, mas os pesquisadores não estavam certos se era por este motivo que os tentilhões sempre usavam guimbas de cigarros para fazer seus ninhos. “ Uma demonstração experimental de que tentilhões domésticos adicionam pontas de cigarro em resposta a ectoparasitas ”, artigo de autoria de Rodrigues e

Constantino Macias Garcia, publicado no “JOURNAL OF AVIAN BIOLOGY” em 20/06/2017 (13),  informava que: “ As espécies urbanas encontram recursos incomuns na natureza, como materiais encontrados no lixo urbano. Muitos estudos demonstraram que podem ser prejudiciais para a vida selvagem. Na Cidade do México, tentilhões domésticos trazem pontas de cigarro para seus ninhos, o que reduz a quantidade de ectoparasitas, mas também induz danos genotóxicos em filhotes e pais. No entanto, a razão para esse comportamento é desconhecida. Uma possibilidade é que os pássaros extraiam as fibras de celulose das guimbas descartadas simplesmente porque se assemelham a penas. Alternativamente, pontas de cigarro desmontadas podem ser levadas aos ninhos porque repelem ectoparasitas. Aqui testamos a última hipótese avaliando se os tentilhões Carpodacus mexicanus aumentam a quantidade de pontas de cigarro em seus ninhos em resposta a um aumento na carga de ectoparasitas. Quando presentes, as fibras das pontas ficam concentradas no forro do ninho. Ao retirá-lo, removemos simultaneamente a maior parte das bitucas e coletamos a maior parte da população de carrapatos que infestava cada ninho, à medida que esses parasitas se aglomeravam no revestimento. Removemos a cama dos ninhos quando os filhotes haviam eclodido recentemente e atribuímos aleatoriamente cada ninho a um dos seguintes tratamentos: 1) adição de carrapatos vivos, 2) adição de carrapatos mortos e 3) simulação da adição de carrapatos. As fêmeas no tratamento com carrapatos vivos adicionaram mais fibras de bitucas a seus ninhos do que os pais nos tratamentos de controle. Além disso, a quantidade de fibras de topo no

revestimento original também previu a quantidade de fibras adicionadas após a manipulação. Parece que a tendência de trazer bitucas de cigarro para o ninho é, pelo menos parcialmente, uma resposta à carga parasitária atual, e talvez também passada.” ◆◆◆

PROIBIDO PARA MENORES DE 100 ANOS (10)

      Alguns legisladores acreditam que o cigarro é considerado o artefato mais mortal da história humana: é isso que afirma o projeto de lei que pretende proibir a venda de cigarros para a maior parte da população do estado do Havaí, nos Estados Unidos. Se aprovada, a lei fará com que apenas pessoas com 100 anos ou mais possam comprar o item a partir de 2024. A nova lei aumentaria a idade mínima aos poucos, elevando para 30 em 2020, 40 em 2021, 50 em 2022, 60 em 2023 e finalmente 100 em 2024. Isso significa que os centenários manterão o direito de fumar, mas será complicado encontrar o produto nas prateleiras, já que a demanda será muito menor. Quem está por trás do projeto é o deputado e médico Richard Creagan, que acredita que há um grupo de pessoas viciadas no item. "Isso é mais letal e perigoso do que qualquer medicamento de prescrição, e é mais viciante. Na minha opinião, você está pegando pessoas que são dependentes de um vício horrível e libertando-as da terrível escravização”, afirma o político ao jornal Hawaii TribuneHerald.

O projeto de lei também alerta sobre a influência das empresas na questão. " Embora o cigarro seja viciante devido à presença da nicotina, a indústria do tabaco manipulou ainda mais o design dos cigarros, a fim de aumentar a dependência ao produto .” No entanto, a proibição não impede que os turistas tragam seus próprios cigarros, nem se estende a outros produtos, como cigarros eletrônicos e chicletes com tabacos. A ideia é que os produtos de tabaco não combustíveis são menos prejudiciais. Esta não é a primeira vez que o Havaí toma medidas para diminuir o consumo o item: apesar da dificuldade de uma proibição total nas vendas, o estado tem o direito de aumentar o limite de idade legal além do mínimo de 18 anos, e já elevou a idade permitida para fumar para 21 anos, tornando-se o primeiro estado norte-americano a fazê-lo. Para se tornar lei, o projeto terá que passar pela legislatura estadual e provavelmente sofrerá pressão da indústria de tabaco. ◆◆◆

ATÉ CIGARRO APAGADO FAZ MAL

Os cigarros não fazem mal para a saúde só quando estão acesos. Eles continuam emitindo componentes tóxicos por mais de cinco dias depois que foram apagados. Em apenas 24 horas, uma bituca apagada libera 14% da nicotina que um cigarro aceso emitiria. Os dados são do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos. A análise foi financiada e feita pelo Food And Drug Administration (FDA) , o órgão americano que regula

produtos relacionados à saúde, comida, cosméticos e tabaco.

como

medicamentos,

Os pesquisadores fizeram o experimento com mais de dois mil cigarros. As bitucas recém apagadas foram colocadas dentro de um compartimento de aço com medidores de poluentes no ar. Eles analisaram a concentração de oito químicos presentes no cigarro, incluindo a nicotina. O cigarro continuou emitindo esses compostos por dias, depois que já tinha sido apagado. Do primeiro ao quinto dia, houve liberação contínua de nicotina no ar. Ou seja, o cigarro que foi fumado na segunda-feira ainda estava emitindo poluentes no sábado seguinte. (15) ◆◆◆

CURIOSIDADE ECONÔMICA Analisando minha vida de fumante, cheguei a alguns números impressionantes. Com 45 anos de idade, eu havia comprado aproximadamente 12.775 carteiras de cigarros, já que eu fumava, em média, uma carteira por dia. (Fumei por 35 anos  x 365 dias = 12.775 carteiras). Isso equivale a 255.500 cigarros (cada carteira tem vinte cigarros). Considerando que cada cigarro mede 10cm, então eu chego à conclusão de que queimei 2.555.000 centímetros de tabaco. Ou, em outras palavras, eu fumei 25 quilômetros de cigarros.  Daria pra comprar um bom carro! Quanto ao valor gasto, podemos observar um fato muito curioso. Supondo que uma carteira de cigarros custe R$ 10,00 e que eu fume uma carteira por dia. Então, no final do primeiro mês, eu teria gasto R$ 300,00. Vamos imaginar que eu aplico esse valor a uma taxa de juros de 0,5% ao mês.

Seguindo esse raciocínio, no final do primeiro mês, eu teria R$ 301,50. No final do segundo mês, seriam R$ 603,01 pois  já estará incluído o rendimento do primeiro mês. Ao final do primeiro ano, eu teria R$ 3.702,25 economizados, contando os juros. Depois de dois anos, esse valor seria de R$ 7.631,27.  E, ao final de dez anos, subiria para R$  49.166,52.  Como o valor vai acumulando  com os juros do mês, ao final de trinta e cinco anos eu teria R$ 427.425,21 na aplicação. Acho que dava até pra comprar uma Ferrari... E quanto aos impostos?! Como diria Joelmir Beting (4), os impostos são tantos que a gente pode afirmar que “ fuma os impostos e joga fora o cigarro ”. ◆◆◆

VÍTIMAS DO TABACO O CIGARRO LEVOU  

(17)

Entre outros locais, eu tinha o hábito de fazer minhas pescarias também no Lago de Santiago. Nos finais de semana, às vezes eu descia até o Clube dos Treze, ao lado da ponte grande, onde deixava o carro e a carreta. Eu não era sócio, mas podia usar a rampa pagando uma pequena taxa. Dali, eu saia atrás dos peixes com meu barco, rio acima. Quem me atendia na recepção era o veterano Luiz, um sujeito  humilde e atencioso. Era ele quem me ajudava a largar e recolher o barco. Sempre quando eu chegava na rampa, lá estava ele, pronto pra ajudar. Sempre com um cigarrinho na boca.

Tem pessoas que tem muita  facilidade para conversar. O Luiz era assim. Sem que você esperasse, ele começava a contar sobre os locais onde havia trabalhado há trinta anos atrás, quem fora seu patrão, essas coisas. Então você ficava sabendo que ele conhecia Fulano, que hoje mora em tal lugar, e também o Ciclano, e assim por diante. Sem contar que ele sempre sabia se estava dando peixe, que tipo de peixe, em que região do lago, qual a isca mais recomendada, e por ai afora. Contava quem havia pescado naquela semana, se tinham pescado muito ou pouco. Um belo dia, cheguei no Clube e avistei o Luiz vindo lá longe, devagarinho, com a ajuda de uma muleta. Ele havia amputado uma perna, na altura do joelho. Assim que começamos a conversar, perguntei: - Aconteceu algum acidente, Luiz? - O cigarro... Trombose! É claro que ele estava abatido, e eu procurei não entrar em detalhes sobre o caso. Afinal, a situação era melindrosa e eu não queria que ele se sentisse embaraçado de alguma forma. A uma certa altura, ele comentou: - Acho que vou conseguir uma prótese com a Prefeitura! - Que bom... Isso vai te ajudar, com certeza. Os dias foram passando, eu fiz ainda duas ou três pescarias no local e ele não havia ainda conseguido sua prótese. Sempre quando eu chegava no Clube, ele vinha conversar, mas já não era o mesmo. Andava calado, quase não puxava assunto. Ainda era muito atencioso, dentro das suas limitações, mas não era mais o mesmo.

Algum tempo mais tarde, chegando ao local percebi que não havia ninguém na portaria para me recepcionar, o que era praxe do Clube. Passados alguns minutos, apareceu um jovem, que eu presumi ser o filho do Luiz. - E sei pai, como está? - Meu pai faleceu... O cigarro levou! SUZANA E O CHARM

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A gente estudava no Colégio Estadual, junto com os demais alunos da cidade. Estávamos cursando o segundo ano ginasial. Éramos seminaristas, e por carência de professores no Seminário, tínhamos que frequentar as aulas no Colégio da cidade. No Colégio, era muito normal encontrar colegas fumando pelos corredores ou no pátio. Às vezes, até dentro da sala de aulas. Mas nós, seminaristas, não fumávamos por dois motivos básicos: primeiro porque era expressamente proibido fumar no Seminário; segundo porque a gente andava sempre mais liso que sovaco de estátua. Acontece que, na nossa turma, uma das colegas que morava na cidade fumava bastante. E eram cigarros de categoria, não aqueles mata-ratos que a gente conhecia. Como era uma colega muito simpática e bastante atenciosa, a gente trocava favores. Muitas vezes a gente inseria o nome dela nas tarefas de grupo ou soprava alguma resposta da prova, e ela, pra compensar, nos alcançava algum cigarro, de vez em quando. E assim fomos levando a vida de estudantes e as trocas de favores até que, um belo dia, deixamos o Seminário às pressas e voltamos para nossa querência, lá no interior do Estado. Foi uma debandada geral.

A partir do ano seguinte, comecei a fazer o Curso de Técnico Contábil, equivalente ao Segundo Grau, e que me deu a oportunidade de iniciar uma profissão. Na minha cidade, entrei para o ramo contábil e continuei na atividade por muito tempo. Na verdade, acabou se tornando a minha profissão. Vários anos depois, eu estava na cidade visitando um amigo e, por acaso, entramos na conversa do vício do tabaco. Começamos a conversar sobre o tempo em que a gente estudava no Colégio Estadual. Lembrei-me, então, de comentar sobre a Suzana. Por coincidência, o amigo a conhecia muito bem. Quando comentei que não a via há muitos anos e que nunca mais tivera qualquer notícia dela, o amigo me falou:  - “Tenho uma notícia não muito boa pra você:  Suzana  está internada em Curitiba, com sérios problemas pulmonares”. Foi um choque ouvir aquilo. Eu custei mesmo a acreditar que ela estivesse num estado grave. Mas, infelizmente, alguns dias depois recebi a notícia de que ela havia falecido, vítima do cigarro. IRMÃOS DE CAMINHADA

(15)

Meu irmão e eu cuidávamos o Armazém da família. Meu pai, quando surgia algum cliente, fazia também o papel de barbeiro, numa sala que ficava nos fundos. A gente vendia algumas mercadorias de armazém, entre elas bebidas e cigarros. Influenciados também pelos filhos do nosso vizinho, passamos a surripiar carteiras de cigarros que levávamos para fumar em grupo, nos fundos do terreno do vizinho. E, nessa brincadeira, todos nós acabamos viciados no cigarro. Na época, eu ainda não havia completado sete anos.

Um  dia, numa dessas reuniões secretas para degustar o tabaco, resolvemos intercalar com um banho de banheira. Só que, em vez de banheira, a gente usou um tanque velho de lavar roupas, da nossa vizinha. Quando todos já haviam saído da banheira, eu permaneci ainda algum tempo. Num dado momento, escorreguei e afundei sob a tábua de esfregar roupa. Não conseguia me levantar porque o fundo do tanque era extremamente liso. Fiquei naquela aflição, me debatendo durante vários segundos, desesperado por um pouco de ar, quando senti que uma mão me agarrou pelos cabelos e me puxou para fora do tanque: Era meu irmão, quatro anos mais velho, que me olhava fixamente, procurando ver se eu estava bem. Seu olhar ficou gravado na minha mente. Depois de passado o susto, quando os amigos viram que eu estava bem, todos começaram a rir. A situação poderia ter sido trágica mas, felizmente, meu irmão foi rápido o suficiente para me salvar de morrer afogado. Nos dias seguintes, continuamos nos encontrando e fumando nossos cigarros, escondidos. Depois que um dos amigos aprendeu a tragar e nos trouxe essa novidade, todos acabamos aprendendo. Tanto os dois amigos do vizinho como meu irmão e eu, todos ficamos viciados no cigarro. E fumamos durante muitos anos. Com muito esforço e graças à ajuda de minha esposa, anos depois eu consegui largar o maldito vício, o que sempre considerei como a maior batalha da minha vida. Nos anos seguintes, procurei incentivar os meus irmãos a fazer o mesmo. Mas, por mais que sentisse a situação crítica, o mano  só largou o tabaco quando já estava doente.

Nessas alturas, a reversão já não era possível, seu organismo estava comprometido. Agora, muitos anos depois daquela cena do tanque, estou frente a frente com meu irmão outra vez. Só que, agora, estou de pé, ao lado da minha mulher. Ele está deitado numa cama da UTI, com os punhos amarrados na cama, um tubo dentro da boca e outro no nariz. Está praticamente inconsciente e tenta desesperadamente se livrar das amarras. É uma situação horrível de presenciar. Ele salta na cama e geme dolorosamente. Nosso coração fica apertado. Não podemos fazer nada. E as enfermeiras não permitem mesmo que a gente se aproxime. Mais tarde, ao sair do quarto, senti uma tristeza profunda, um sentimento de impotência diante de uma situação que não podíamos alterar.  E, no dia seguinte, ele descansou. Vítima do enfisema pulmonar. No velório, enquanto nos reuníamos para as derradeiras despedidas, eu ficava olhando minha irmã, ainda ligada ao vício. Nessas alturas, eu já não tocava mais no assunto com ela, pois percebia que isso só a deixava irritada. Afinal, é possível imaginar o drama que passava por sua cabeça. Tenho esperança que ela ainda mude de ideia. ◆◆◆

MEDICAMENTOS e TRATAMENTOS Quero deixar claro que não tenho nenhum interesse comercial ou de qualquer natureza, em relação a qualquer produto mencionado neste livro. Apenas quero relatar o que aconteceu comigo. Espero que isso seja útil para quem sofre com a ansiedade da abstinência da nicotina.

Algum tempo antes de largar o cigarro, eu estava na internet, fazendo um cadastro qualquer, quando surgiu uma pergunta que me pareceu um pouco fora de propósito: “É fumante?”   Logo imaginei que, por trás daquilo, haveria o interesse de alguma empresa fabricante de medicamentos interessada nas respostas que os cadastrados forneciam ao site. De fato, algum tempo depois, recebi uma correspondência me oferecendo um remédio chamado Zyban (2), que tinha o objetivo de ajudar os viciados a deixar de fumar. Como eu sempre fui muito cético em relação a comerciais de qualquer natureza, apenas li o conteúdo e não fui mais atrás. Nem me interessei em ver o preço do produto ou colher maiores informações. Mais tarde,  acabei comprando o medicamento de um amigo que começou a usar mas teve problemas e precisou suspender o tratamento (7). O medicamento foi muito importante na minha batalha contra o cigarro. E é por isso que eu trago informações sobre ele. Meu maior interesse, com a elaboração deste trabalho, é ajudar pessoas que querem se livrar do vício e não conseguem. Os capítulos que vem na sequência, neste livro, tem o claro objetivo de esclarecer e orientar o viciado que pretende se ver livre do tabaco. Pessoas que eventualmente queiram conhecer o remédio Zyban, devem prestar muita atenção ao conteúdo da bula (14) .   Ela é muito clara especialmente em relação a pessoas que tem algum problema cardíaco. É um fármaco que só pode ser vendido com receita médica. Fazem parte deste livro, também, alguns capítulos informativos, como: NARGUILÉ, A NICOTINA, O TABACO , que tem o intuito de trazer o maior número de informações

possível sobre os efeitos que podem provocar à nossa saúde o fumo e seus derivados. Os capítulos sobre TABAGISMO são orientações de extrema importância para quem está fumando e também para quem vive com fumantes.       Também  pesquisei e transcrevo vários textos das mais variadas fontes, como:  Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde, Instituto Nacional de Câncer, etc, nos capítulos   PLANO PARA PARAR DE FUMAR, TRATAMENTOS PARA TABAGISTAS e COMO PARAR DE FUMAR. Obs.:   No final do capítulo NOTAS, encontra-se o texto completo da Bula do fármaco  Zyban, mencionado aqui. ◆◆◆

A NICOTINA E O CÉREBRO  (21)

Para entender como a nicotina age no cérebro, a primeira coisa que precisamos entender é que o Cérebro é composto por bilhões de células nervosas, também chamadas de neurônios. Estas células se comunicam entre si através de elementos químicos. Comunicação através de química? Sim, é isso mesmo. Pode parecer complicado, mas não é. Vamos fazer o seguinte, basta ir acompanhando na imagem a seguir. As células nervosas liberaram uma espécie de mensageiro químico chamado  neurotransmissor (representados pelos

triângulos amarelos com o número 1 na figura). Cada neurotransmissor é como uma chave que se encaixa em uma fechadura chamada receptor e  que está localizado na superfície das células nervosas. Quando um neurotransmissor encontra o seu receptor, ele ativa a célula nervosa que contém esse receptor  (ver o número 2 na figura), desencadeando uma resposta. Sim, e a Nicotina? Bem, a  molécula de Nicotina  imita o papel de um neurotransmissor chamado acetilcolina. O nome é meio estranho, mas tem cada nome estranho em qualquer lugar, não é mesmo? A acetilcolina e seus receptores estão envolvidos em muitas funções, incluindo o movimento muscular (braços, pernas, rosto e outros), e também na respiração, na frequência das batidas do coração, no aprendizado e na memória. Age também na liberação de hormônios que afetam o estado de ânimo, o apetite e uma porção de outras coisas. Bem, quando a Nicotina atinge o cérebro, ela se junta aos receptores de acetilcolina e imita suas ações, ela também ativa áreas do cérebro envolvidas na produção de sensações de prazer e gratificação. Como ela faz isso? Ah, sim, a Nicotina aumenta os níveis de um neurotransmissor chamado dopamina  nas partes do cérebro que produzem essas sensações de prazer e gratificação. É isso que vai causar o vício (você sabia que o nome técnico para “vício” é “adição”? Se não sabia, agora já sabe).   Isso ajudaria a explicar porque é tão difícil deixar de fumar. Sabia que a nicotina é tão viciadora como a cocaína ou heroína? Quando se usa nicotina repetidamente, como quando se fuma cigarros, o corpo desenvolve uma tolerância a ela, ou seja, vai se habituando com a quantidade de nicotina no organismo. Quando se desenvolve uma tolerância, é necessário cada vez mais

quantidade da droga para se sentir o mesmo efeito. Uma vez viciado no ciclo de assimilar a substância e desenvolver tolerância e aumentar a dose é muito difícil deixar o hábito. Pessoas que começaram a fumar antes dos 21 anos de idade, por exemplo, têm mais dificuldade em deixar de fazêlo, e só uma em cada dez pessoas que decide parar de fumar consegue obter êxito. Logo, o melhor é não começar.

Figura - COMUNICAÇÃO NERVOSA (20)

Quando as pessoas viciadas em nicotina deixam de fumar, podem passar por diversas dificuldades: ansiedade, fome, depressão, dor de cabeça e outras sensações desagradáveis. Estas sensações são conhecidas como “sintomas da síndrome de abstinência” porque ocorrem quando a pessoa se abstêm de ingerir a nicotina. Os sintomas da síndrome de abstinência podem ser desagradáveis, porém fumar por longo tempo pode ser ainda muito pior, pois eleva a pressão arterial, diminui os sentidos de olfato e de paladar, reduz a energia e enruga a pele. E o que pode ser ainda mais perigoso é que fumar por longo tempo pode provocar coisas mais graves como um ataque no coração, enfisema pulmonar e câncer. Todos os casos podem ser fatais. No cérebro, os efeitos mais graves são derrame cerebral e surgimento de tumores. É surpreendente, mas o uso da nicotina (fumar cigarros, mascar tabaco, etc.) causa ainda mais enfermidades e mortes que todas as outras drogas de dependência combinadas. Uma a cada seis mortes nos Estados Unidos são resultado do hábito de fumar tabaco. Apesar disso, mesmo enfrentando o risco de morte, muitas pessoas continuam consumindo nicotina porque estão viciadas. E uma coisa que é inacreditável é que as estatísticas mostram que a metade dos fumantes que tem um ataque do coração continua fumando ainda que o médico lhes tenha advertido que devem parar. A DEPENDÊNCIA DA NICOTINA  

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A nicotina, que é encontrada em todos os derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé, entre outros) é a droga que causa dependência. Essa substância é psicoativa, isto é, produz a sensação de prazer, o que pode induzir ao abuso e à dependência. A

dependência à nicotina é incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde - (CID). Ao ser inalada produz alterações no Sistema Nervoso Central, modificando assim o estado emocional e comportamental dos indivíduos, da mesma forma como ocorre com a cocaína, heroína e álcool. Depois que a nicotina atinge o cérebro, libera várias substâncias (neurotransmissores) que são responsáveis por estimular a sensação de prazer explicando-se assim as boas sensações que o fumante tem ao fumar. Com a inalação contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação que tinha no início. Esse efeito é chamado de tolerância à droga. Com o passar do tempo, o fumante passa a ter necessidade de consumir cada vez mais cigarros. Com a dependência, cresce também o risco de se contrair doenças crônicas não transmissíveis, que podem levar à invalidez e à morte.

OS EFEITOS DA NICOTINA 

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A nicotina exerce dois efeitos: um estimulante exercido no locus ceruleus   e um efeito de recompensa no sistema límbico . A administração intravenosa de nicotina causa liberação de acetilcolina, noradrenalina, dopamina, serotonina, vasopressina, beta-endorfina e ACTH.

A nicotina é uma substância considerada altamente viciante. Quando consumida por meio do tabaco o seu efeito se manifesta de duas maneiras distintas: tem um efeito estimulante e, após algumas tragadas profundas, tem efeito tranquilizante , bloqueando o estresse. Seu uso causa dependência psíquica e física , provocando sensações desconfortáveis na abstinência. Possui alta toxicidade em doses excessivas, provocando náuseas, dor de cabeça, vômitos, convulsão, paralisia e até a morte. A dose letal da nicotina é de 40 a 60 mg/kg em adultos. Na indústria é obtida principalmente a partir da planta Nicotiana tabacum , sendo utilizada também na agricultura como um inseticida respiratório sob a forma de sulfato de nicotina e como vermífugo na pecuária. Pode, ainda, ser convertida para o ácido nicotínico e então ser usada como suplemento alimentar. A nicotina presente no tabaco também está associada à redução da ingestão alimentar e peso por meio da ativação, no hipotálamo , de um grupo de neurônios que controlam a saciedade,  sendo este um fator que dificulta a superação do vício em tabaco. No exemplar   de 22/09/1995 da revista Science , pesquisadores do Columbia-Presbyterian Medical Center publicaram um artigo revelando o mecanismo de ação da nicotina  no Sistema Nervoso Central . Os pesquisadores identificaram um novo receptor, chamado de receptor nicotínico, que leva esse nome por ser ativado pela nicotina. Este receptor normalmente ativa-se com acetilcolina , mas na presença de nicotina é ativado também por esta.

O vício em tabaco é causado pelo aumento de dopamina nos circuitos de recompensa do cérebro tal como em outras drogas viciantes. Atualmente aceita-se a hipótese de que outros compostos no fumo do tabaco que não a nicotina sejam inibidores   da monoamina oxidase (MAO) , a enzima responsável pela degradação da dopamina no cérebro, ativa no circuito de recompensa. A nicotina induz a liberação do neurotransmissor glutamato , um neurotransmissor excitatório envolvido na plasticidade sináptica, sendo esta uma das possíveis causas para o efeito da nicotina em melhorar a memória (embora não pela forma de tabaco, este um redutor da oxigenação cerebral). Dois anos mais tarde, dois cientistas do National Institute of Environmental Health Sciences , em Washington D.C. , descobriram que estes receptores, no hipocampo, estão associados aos processos de aprendizado e memória. Os cientistas também elaboraram um mecanismo molecular que pode ajudar a explicar algumas patologias, como algumas formas de epilepsia, doenças de Alzheimer e Parkinson , dependência à nicotina e depressão. Seu trabalho foi publicado em 1997 no Journal of Physiology. As ações da nicotina ocorrem fundamentalmente através do sistema nervoso autônomo. Ocorre uma resposta bifásica, em geral com estímulo colinérgico inicial, seguido de antagonismo, dependendo das doses empregadas. Pequenas doses de nicotina agem nos gânglios do sistema nervoso autônomo, inicialmente como estímulo à neurotransmissão e subsequentemente como depressor. O uso de altas doses de nicotina tem rápido efeito estimulante, seguido de efeito depressor duradouro possivelmente tóxico. ◆◆◆

O TABACO  (38) A maioria dos historiadores considera o tabaco como sendo de origem americana, onde foi cultivado pelos indígenas, tanto da América do Sul como do Norte. Uma das hipóteses mais prováveis é a de que a planta teria surgido nos vales orientais dos Andes Bolivianos, difundindo-se pelo território brasileiro através das migrações indígenas, sobretudo TupiGuarani. Em novembro de 1492, os companheiros de Cristóvão Colombo viram pela primeira vez os índios fumarem. Segundo os historiadores, em 1530, plantas de tabaco teriam sido levadas para a Europa e cultivadas pela família real portuguesa por seu aspecto ornamental e por sua função medicinal. Em 1560, o então Embaixador da França em Portugal, Jean Nicot, ao saber que a planta curava enxaquecas, a enviou para sua rainha, em Paris, Catherina de Medicis, a qual padecia deste mal. A rainha teria iniciado o hábito de pitar, sendo imitada pelos nobres da sua corte, difundindo-se pelos demais países da Europa, o que teria originado o mercado de tabaco em pó, chamado rapé. Assim, em apenas um século o tabaco passou a ser conhecido e usado no mundo inteiro, expandindo-se de duas maneiras: a primeira, por meio dos marinheiros e soldados, pois o tabaco era um bom passatempo durante os longos períodos das viagens; a segunda, durante as expedições portuguesas que levaram a planta para Portugal e França, difundindo-a para outros países europeus, da África e do oriente. No Brasil, no início do século XVI, os primeiros portugueses a desembarcarem no País já encontraram o cultivo de

tabaco em quase todas as tribos indígenas. Para os índios brasileiros, a planta possuía caráter sagrado e origem mítica. Seu uso era, geralmente, limitado a ritos mágicoreligiosos, como no evocar dos deuses e nas predições, bem como para fins medicinais, para cura de ferimentos, enxaquecas e dores de estômago, sendo seu uso reservado exclusivamente aos pagés (feiticeiros). Entre os indígenas, o tabaco era consumido de diferentes maneiras (comido, bebido, mascado, aspirado e fumado), mas o hábito de fumar predominava e esta forma de consumo acabou se difundindo pelo mundo ao longo dos anos. De planta mágico-religiosa dos índios, o tabaco passou a ser um produto comercial das colônias européias, e mais particularmente, das Antilhas, da Virgínia (a partir de 1612) e do Brasil. Assim, rapidamente o cultivo e comércio de tabaco no Brasil colonial passou a ter importância destacada, a ponto de já no decorrer do século XVII o seu comércio ter conhecido várias legislações e taxações, passando a figurar entre os principais produtos exportados durante o período do Império. Esta importância está marcada até os dias atuais no brasão das Armas da República, onde o tabaco e o ramo de café constituem o coroamento deste símbolo da nacionalidade brasileira. O Tabaco é uma planta cujo nome cientifico é Nicotiana tabacu (39) , da qual é extraída uma substância chamada nicotina, seu princípio ativo. Mas no tabaco encontramos ainda um número muito grande de outras substâncias

algumas muito tóxicas, como por exemplo: terebintina, formol, amônia, naftalina, entre outras. As modalidades mais comuns de uso do tabaco são fumar ou inalar através de cigarro, charuto, cachimbo, rapé e mascar o assim chamado tabaco de mascar. Até hoje não há certeza do porquê o tabaco, aliás como qualquer outra droga, é utilizado pelas pessoas. Certamente a propaganda na mídia , apontando que fumar está intimamente ligado ao sucesso e à pessoas bonitas deve influenciar muitos, principalmente jovens. Outras alegam que o tabaco tem o poder de tranquilizá-las e acalmá-las. Há ainda aquelas que dizem gostar ou ter prazer de fumar. Mas a maior parte dos fumantes dizem que fumam porque não conseguem mais parar. O uso de tabaco não está ligado a uma determinada população, ele é disseminado entre homens e mulheres em qualquer época da vida. Em relação ao Brasil o que pode-se dizer é que, baseado em um estudo feito em 1997 em 10 capitais brasileiras pelo CEBRID, o primeiro contato com o cigarro ocorre muito cedo em aproximadamente 11% dos estudantes com idade entre 10 e 12 anos. Não se sabe ao certo o número de pessoas que usam o tabaco no Brasil, mas um estudo realizado em 1999 pelo CEBRID em domicílios do estado de São Paulo, revelou que 9,3% das pessoas entrevistadas são dependentes de tabaco, sendo que um número bem maior faz uso constante. O tabaco produz um pequeno aumento nos batimentos cardíacos, na pressão arterial, na frequência respiratória e na atividade motora. No sistema digestivo diminui as contrações do estômago, dificultando a digestão. É irritante

para os brônquios (pulmões) e provoca insônia (tira o sono). O uso intenso de cigarros aumenta a probabilidade de ocorrência de algumas doenças como por exemplo infarto do miocárdio, bronquite crônica, enfisema pulmonar, derrame cerebral , úlcera digestiva, etc. O cigarro tem um potencial carcinogênico (isto é de provocar câncer) que é certamente, um dos mais importantes aspectos estudados. O fumo contém cerca de 80 substâncias cancerígenas, entre as quais se destacam o benzopireno e nitrosaminas . Há também estudos mostrando que as pessoas que fumam entre 1 e 2 maços de cigarros por dia vivem cerca de 8 anos menos do que aqueles que não fumam. Após uma tragada, a nicotina é absorvida pelos pulmões chegando ao cérebro geralmente em 9 segundos. Quando em jejum e se a tragada for grande, a pessoa pode ficar ligeiramente tonta. Outros efeitos são: leve estimulação do cérebro e diminuição do apetite. Não há, na realidade nenhum efeito mais intenso ou importante. Não afeta diretamente o aprendizado escolar. Mas o estudante para fumar ou atrasa ou mesmo falta às aulas. Isto certamente prejudica o rendimento escolar. Há controvérsias sobre o fato de o cigarro ser caminho para o uso de outras drogas. O que ocorre é que ao fumar a pessoa geralmente se "enturma", e pode alguém do grupo sugerir experimentar outra droga qualquer. Mas não há estudos mostrando que o cigarro por si só é "porta de entrada" para o uso de outras drogas. A fumaça do cigarro tem um cheiro característico que é facilmente reconhecido; o hálito da pessoa também fica com um cheiro diferente. Algumas pessoas que fumam muito podem ficar com manchas amarelas nos dedos que

seguram o cigarro. Pode-se também perceber o cheiro da fumaça na roupa. Neste caso as pessoas que estão ao lado de um fumante, mesmo não fumando ficam com as roupas cheirando a fumaça. Quando a mãe fuma durante a gravidez "o feto também fuma", recebendo as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. Há aumento dos batimentos cardíacos no feto, e a criança ao nascer tem redução do peso, menor estatura e alterações neurológicas. O risco de aborto espontâneo e de parto prematuro é maior em gestantes que fumam. Aliás droga nenhuma combina com a gravidez, a não ser aquelas receitadas pelo médico. É muito fácil e rápido para uma criança ficar dependente. Está comprovado que a nicotina é a responsável pela dependência ao Tabaco (a pessoa não consegue mais deixar de usar mesmo querendo). Com o tempo a pessoa vai usando quantidades cada vez maiores, ou seja, há desenvolvimento de tolerância e, se a pessoa deixa de fumar, apresenta uma síndrome de abstinência. É muito difícil para de fumar. Um famoso escritor americano, Mark Twain, chegou mesmo a dizer, brincando: "É facílimo parar de fumar! Eu mesmo já fiz isto mais de 1000 vezes." Ou seja, já havia tentado mais de 1000 vezes, sem conseguir. Mas parar de fumar, apesar de causar uma possível síndrome de abstinência, é possível; muitas vezes há necessidade de auxilio psicológico ou médico. A Síndrome de abstinência, que ocorre quando o indivíduo para de fumar, é um conjunto de sintomas como agitação, sudorese (suar muito), irritabilidade, tontura, insônia e dor de cabeça, nervosismo e irritabilidade. Estes sintomas podem durar semanas.

Como o tabaco é uma droga legal, nada acontece, se alguém fumar em público. Podem ocorrer restrições de uso em alguns lugares como shoppings e restaurantes. Pó outro lado, por uma questão de direito dos outros e de educação, deve-se evitar fumar em presença de outras pessoas para não expô-las à fumaça. O uso crônico do cigarro diminui o calibre dos vasos sanguíneos de todo o organismo inclusive do pênis, e isso pode levar à impotência sexual. ***

NARGUILÉ

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O narguilé é uma espécie de cachimbo de água de origem oriental , utilizado para fumar tabaco flavorizado com diversos sabores como menta, duas maçãs e entre muitos outros, ou ópio . Além desse nome, de origem persa , e de variantes como arguile , muito usada em certos países árabes , também é chamado de xixa , substantivo feminino, especialmente na África e em outros países de língua árabe , ou ainda hookah (na Índia e em outros países que falam inglês ), entre outros nomes. Há diferenças regionais no formato e no funcionamento dos cachimbos d'água, mas o princípio comum é o fato de a fumaça passar pela água antes de chegar ao fumante . Tradicionalmente utilizados em muitos países do mundo, em especial no Norte da África, Oriente Médio e Sul da Ásia , têm-se espalhado em anos recentes também para o Ocidente (Europa e América). O narguilé tem origem no Oriente . Uma das versões da história de sua origem é a de que o narguilé teria sido

inventado na Índia do século XVI pelo médico Hakim Abul Fath como um método para retirar as impurezas da fumaça. Quando chegou à China , passou a ser utilizado para fumar o ópio , e assim permaneceu até a revolução comunista chinesa, no fim da década de 1940 . Na mão dos árabes , o cachimbo de água foi rapidamente incorporado para ser apreciado em grupo, acompanhado de café e prosa. Existem evidências históricas de narguilés na Pérsia e Mesopotâmia . As peças mais primitivas eram feitas com madeira e um coco que fazia o lucar do corpo (o nome origina-se do persa nargileh ou nargila , que significa "coco").

NARGUILÉ É PREJUDICIAL  

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Segundo dados divulgados pela Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE, no ano de 2015, no Brasil, mais de 200 mil pessoas utilizaram o narguilé, principalmente os jovens. De origem oriental, o narguilé, uma espécie de cachimbo, funciona a partir do aquecimento do ar pelo carvão, passando pelo fumo e sendo resfriado no líquido presente no fundo, antes de ser aspirado. O fumo ou o tabaco, como também é conhecido, é usado com sabor ou aromatizado              . Além do uso do narguilé, a aderência aos cigarros eletrônicos também aumentou. O dispositivo eletrônico, que   surgiu com o intuito de ajudar aqueles que têm um forte vício pelo cigarro, também está sendo utilizado por jovens. A Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte que essa nova moda, de narguilé e cigarro eletrônico, pode ser mais atrativa, especialmente para os adolescentes e nãofumantes. Mesmo parecendo ser menos prejudicial do que

os cigarros tradicionais, e ainda   que trazendo sabores doces, de frutas ou bebidas alcoólicas, tanto um quanto outro representam uma ameaça para esses jovens e para os fetos de mulheres grávidas. O médico pneumologista José Baddini Martinez, da Faculdade de de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, alertou sobre o fato de o   indivíduo compartilhar uma única ponteira, tanto no cigarro eletrônico como no narguilé, desenvolvendo o risco de transmissão de infecções. Além disso, a inalação da queima do tabaco faz com que o indivíduo aumente o risco para doenças pulmonares, como bronquite crônica, por exemplo. Já foram detectados diversos riscos, diz o professor, principalmente de desenvolver os cânceres de pulmão, boca, esôfago e até de bexiga.

MALEFÍCIOS DO NARGUILÉ  

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Fumar narguilé faz mal como fumar cigarro, pois, embora se pense que a fumaça do narguilé é menos prejudicial ao corpo por ser filtrada ao passar pela água, isso não é totalmente verdade, já que neste processo apenas uma pequena parte das substâncias nocivas da fumaça, como o monóxido de carbono e a nicotina, ficam na água.  O narguilé  também  é conhecido como cachimbo árabe, cachimbo de água e Hookah, sendo  usado geralmente em reuniões de amigos, em que o consumo pode durar mais de uma hora. Sua popularização entre o publico jovem se deu devido à possibilidade de usar o tabaco aromatizado e com diversos sabores e cores, o que aumenta o público de usuários, incluindo as pessoas de não gostavam do gosto

natural do tabaco, que pode ser amargo, ou que não se sentiam a vontade com o cheiro.  Um dos principais riscos do narguilé está relacionado à queima do tabaco utilizando o carvão, devido aos produtos que são liberados nesta queima, como o monóxido de carbono e metais pesados,  que elevam consideravelmente a possibilidade do aparecimento de doenças. Além disso, o tempo de exposição tem tendência a ser longo, o que aumenta as chances de absorver uma maior quantidade de toxinas, aumentando o risco de doenças como: Câncer de pulmão, esôfago, laringe, boca, intestino, bexiga ou rins; Doenças relacionadas ao sangue, como trombose ou pressão alta; Impotência sexual; Doenças cardíacas; Risco aumentado de ser contaminado por IST’s como, herpes e candidíase oral, devido ao compartilhamento do bucal do narguilé. Outro possível risco do narguilé são os chamados fumantes passivos que respiram a fumaça sem querer. Durante o uso, a fumaça do narguilé pode ficar no ambiente por muitas horas, devido ao grande volume que é despejado, apresentando riscos ás outras pessoas que estejam no ambiente como grávidas, bebês e crianças. Também é importante que pessoas com doenças pulmonares e respiratórias se mantenham afastadas destes ambientes. Mesmo que no mercado já tenham a possibilidade de se usar uma resistência que esquente o carvão, evitando assim

acendê-lo com o fogo diretamente, os danos são os mesmos. Uma vez que, os restos da queima do carvão não dependem de como será aceso. O narguilé vicia como um cigarro, porque apesar do tabaco utilizado parecer inofensivo, devido ao cheiro e sabores atraentes, contém nicotina em sua composição, uma substância viciante para o organismo. Desta forma, o risco do fumante de narguilé se tornar dependente é semelhante ao risco da dependência do cigarro. Portanto, quem fuma narguilé consome as mesmas substancias de quem fuma cigarro, só que em maior quantidade, já que os minutos de uso são superiores ao de um cigarro.

SAÚDE PULMONAR e o NARGUILÉ

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O Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. Para as ações de 2019, o tema escolhido foi  Tabaco e saúde pulmonar – o uso do narguilé  a fim de advertir a população brasileira sobre os riscos de doenças pulmonares oriundas do consumo de tabaco e de seus produtos derivados, incluindo o narguilé. Um hábito crescente, sobretudo entre os jovens, o uso do narguilé representa um grande perigo à saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que apenas uma hora de uso equivale a tragar 100 cigarros. O consumo pode levar ao aparecimento de câncer de pulmão, doenças

cardíacas e dependência.

respiratórias,

além

de

também

causar

O narguilé possui uma característica peculiar: um único cachimbo pode ser usado por várias pessoas simultaneamente. Tal fato reforça o seu aspecto de socialização, algo muito atraente, especialmente para os jovens. Além disso, há a falsa sensação de que o narguilé, por ser usado com água, não causa mal à saúde. O aparelho é um tipo de cachimbo de água, de origem oriental, destinado a fumar tabaco aromatizado.  É muito utilizado por hindus, persas e turcos. Mas, já disseminado por todo o mundo, o objeto é constituído de um fornilho, um tubo longo, pelo qual passa a fumaça antes de chegar à boca, e um pequeno recipiente, originalmente usado para armazenar água perfumada. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em 2015, 212 mil brasileiros eram usuários. Desse total, 63% tinham de 18 a 29 anos. Cada uso pode durar, em média, de 20 a 80 minutos. “O principal problema do uso de narguilé é desenvolver a dependência da nicotina, uma vez que, no tabaco do narguilé, há maior concentração da substância. Também temos uma grande inalação de CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) e outros tóxicos, como no tabaco”, alertou o médico da Secretaria de Saúde, Carlos Viegas. PERIGO – De acordo com o Ministério da Saúde, a substância contém nicotina e outros 4.700 ingredientes tóxicos. Após uma sessão de 45 minutos, aumentam a concentração de nicotina e monóxido de carbono no organismo. Com isso, os batimentos cardíacos se aceleram e ainda ocorre uma exposição intensa a metais pesados, altamente tóxicos e de difícil eliminação, como o cádmio.

“A fumaça do narguilé tem as mesmas substâncias tóxicas que a fumaça do cigarro e algumas até em maior concentração. Por isso, seu uso crônico pode desencadear as mesmas doenças que o uso do cigarro”, alertou o médico. Outra preocupação de Viegas é que muitos usuários de narguilé misturam maconha ao tabaco e, em vez de água, colocam bebida destilada, como vodca. “Dessa maneira, os efeitos podem ser ainda mais devastadores, porque a pessoa estará usando três drogas ao mesmo tempo: nicotina, maconha e álcool”, concluiu. ◆◆◆

TABAGISMO

 (25)

A nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco é considerada droga por possuir propriedades psicoativas, ou seja, ao ser inalada produz alteração no sistema nervoso central, trazendo modificação no estado emocional e comportamental do usuário que pode induzir ao abuso e dependência. O quadro de dependência resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo para consumir a droga, estabelecendo-se assim um padrão de autoadministração caracterizado pela necessidade tanto física quanto psicológica da substância, apesar do conhecimento de seus efeitos prejudiciais à saúde.

Muitos são os fatores que podem levar a pessoa a experimentar drogas, já que é histórica a tendência humana de buscar formas de alterar sua consciência de modo a produzir prazer e modificar seu humor. De maneira geral a possibilidade do encontro com a droga se dá na adolescência, fase caracterizada por muitas transformações físicas e emocionais , angústias e busca de respostas. Dependendo da suscetibilidade individual, alguns fatores serão decisivos para estimular o indivíduo atender a essa tendência humana de buscar nas drogas o alívio para suas tensões, tais como a aceitação social de uma determinada substância, seu fácil acesso, uso da droga por pessoas que tenham papel de modelos de comportamento. Portanto, a sociedade pode contribuir de maneira significativa para que o acesso ao uso seja estimulado, causando adoecimentos em larga escala. No caso do tabagismo vale destacar o papel que a publicidade exerceu e exerce na adoção do consumo de derivados do tabaco, especialmente cigarro. A publicidade veiculada pelas indústrias aliou as demandas sociais e as fantasias dos diferentes grupos (adolescentes, jovens, mulheres, faixas economicamente mais pobres e com menor nível de escolaridade, entre outras.) ao uso do cigarro. A manipulação psicológica embutida na publicidade de cigarros procura criar a impressão, principalmente entre os adolescentes e jovens, de que o tabagismo é muito mais comum e socialmente aceito do que é na realidade. Para isso, utiliza a imagem de ídolos e modelos de comportamento de determinado público-alvo, portando cigarros ou fumando-os, ou seja, uma forma indireta de publicidade que ainda tem forte influência no comportamento tanto dos adolescentes e jovens quanto dos adultos. A publicidade direta era feita por veículos de

comunicação de massa, por anúncios atraentes e bem produzidos, o que está proibido no Brasil desde 1996. O reconhecimento do papel da publicidade na adesão de novos consumidores de tabaco, fez com que ações legislativas fossem instituídas a fim de desestimular a iniciação ao uso como a Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996 que em seu artigo 3º determina: "(...) é vedada, em todo o território nacional, a propaganda comercial de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, com exceção apenas da exposição dos referidos produtos nos locais de vendas, desde que acompanhada das cláusulas de advertência .” (Redação dada pela Lei nº 12.546, de 2011). Dessa forma, a propaganda comercial dos produtos referidos nesse artigo deverá ajustar-se às seguintes diretrizes: não sugerir o consumo exagerado ou irresponsável, nem a indução ao bem-estar ou saúde, ou fazer associação a celebrações cívicas ou religiosas; não induzir as pessoas ao consumo, atribuindo aos produtos propriedades calmantes ou estimulantes, que reduzam a fadiga ou a tensão, ou qualquer efeito similar; não associar ideias ou imagens de maior êxito na sexualidade das pessoas, insinuando o aumento de virilidade ou feminilidade de pessoas fumantes; não associar o uso do produto à prática de atividades esportivas, olímpicas ou não, nem sugerir ou induzir seu consumo em locais ou situações perigosas, abusivas ou ilegais; não empregar imperativos que induzam diretamente ao consumo; não incluir a participação de crianças ou adolescentes. 

Além disso, pais ou responsáveis, parentes, professores, ídolos e amigos também exercem uma grande influência. O consumo de tabaco pelos pais ou responsáveis e a atitude permissiva desses diante do uso por seus filhos promovem a aceitação social do tabaco entre as crianças, adolescentes e jovens e contribuem para incentivar o uso. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2015), com relação ao consumo de cigarro e outros produtos de tabaco, entre os escolares de 13 a 17 anos de idade no Brasil, no que se refere à experimentação do cigarro houve um crescimento relativo de aproximadamente 53,0% entre as duas faixas etárias analisadas. No grupo etário de 13 a 15 anos a experimentação é de 19,0%, chegando a pouco mais de 29,0% entre os escolares na faixa etária de 16 a 17 anos.  Outro fator que pode explicar o grande número de adolescentes fumantes é a venda ilegal de cigarros e outros produtos derivados do tabaco a menores de 18 anos. Dados da Vigilância do Tabagismo em Escolares (VIGESCOLA, 2002 - 2009)  informam que a maioria dos adolescentes que participou da pesquisa afirmou nunca ter sido impedida de comprar cigarros em lojas em função da idade. Além disso, quanto à forma de aquisição do cigarro (por unidade ou por maço), chama atenção a alta prevalência de adolescentes que compraram cigarro por varejo (unidade) de forma ilegal, em todas as cidades analisadas. Esses fatores podem estar contribuindo para a experimentação do cigarro e o início do fumo entre os adolescentes. Os resultados das medidas de restrição à publicidade no controle do tabagismo em vários países mostram que esse é um instrumento legítimo e necessário para a redução do consumo, associado à medidas legislativas, econômicas e educativas, entre outras.

Equivocadamente muitas pessoas acreditam que o tabagista é um “viciado", “sem força de vontade", “que não deixa de fumar porque não quer". Não é isso. Na verdade quem fuma sofre de dependência química, ou seja, é alguém que ao tentar deixar de fumar, se defronta com grandes desconfortos físicos e psicológicos que trazem sofrimento, e que pode impor a necessidade de várias tentativas até que finalmente consiga abandonar o tabaco. Entender o que acontece com o tabagista e suas tentativas de parar de fumar é fundamental para que se possa ter a real dimensão do problema. Portanto, se você quer parar de fumar comece escolhendo uma data para ser o seu primeiro dia sem cigarro. Este dia não precisa ser um dia de sofrimento. Faça dele uma ocasião especial e procure programar outra coisa que goste de fazer para se distrair e relaxar. Fumar é um comportamento extremamente reforçado diariamente. A abordagem tendo por base o modelo cognitivo comportamental é a técnica recomendada para o tratamento do tabagista. Entre suas premissas está o entendimento de que o ato de fumar é um comportamento aprendido, desencadeado e mantido por determinadas situações e emoções, que leva a dependência devido às propriedades psicoativas da nicotina. O tratamento objetiva, portanto, a aprendizagem de um novo comportamento, através da promoção de mudanças nas crenças e desconstrução de vinculações comportamentais ao ato de fumar, combinando intervenções cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais. O uso de medicamentos tem um papel bem definido no processo de cessação do tabagismo, que é o de minimizar

os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina, facilitando a abordagem intensiva do tabagista. Medicamentos não devem ser utilizados isoladamente, e sim em associação com uma boa abordagem. É fundamental que o tabagista se sinta mais confiante para exercitar e por em prática as orientações recebidas durante as sessões da análise intensiva.                              Os medicamentos disponibilizados pelo Ministério da Saúde para o tratamento do tabagismo na Rede do SUS são os seguintes: Terapia de Reposição de Nicotina (adesivo transdérmico e goma de mascar) e o Cloridrato de Bupropiona. Abstinência Considerada uma droga bastante danosa, a nicotina atua no sistema nervoso central como a cocaína, heroína, álcool, com uma diferença: leva entre 7 a 19 segundos para chegar ao cérebro. É normal, portanto, que, ao parar de fumar, os primeiros dias sem cigarros sejam os mais difíceis, porém as dificuldades tendem a ser menores com o tempo. Quando o fumante para de fumar, pode apresentar alguns sintomas desagradáveis, tais como: dor de cabeça, tonteira, irritabilidade, agressividade, alteração do sono, dificuldade de concentração, tosse, indisposição gástrica e outros. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência da nicotina, porém, não acontecem com todos os fumantes que param de fumar. Quando acontecem, tendem a desaparecer em uma a duas semanas (alguns casos podem chegar a 4 semanas). Alguns dos sintomas, como dor de cabeça, tonteira e tosse são sinais do restabelecimento do organismo. O sintoma

mais intenso, e mais difícil de se lidar, é a chamada “fissura" (grande vontade em fumar). É importante saber que a “fissura" geralmente não dura mais que 5 minutos, e tende a ficar mais tempo que os outros sintomas. Porém, ela vai reduzindo gradativamente a sua intensidade e aumentando o intervalo entre um episódio e outro. Recaída A recaída se caracteriza pelo retorno ao consumo de cigarros após parar de fumar. Na condição de tabagista o paciente vai ao longo de sua vida estabelecendo associações com seu cotidiano e o comportamento de fumar. Ao deixar de fumar e realizar determinadas ações que se tornaram condicionamentos, o desejo de fumar poderá surgir e a recaída ocorrer. A manutenção de uma mudança pode exigir a construção de um conjunto de habilidades e estratégias diferentes daquelas que foram inicialmente necessárias para a obtenção da mudança. Se a recaída ocorrer não deve ser encarada como fracasso. Comece tudo novamente e procure ficar mais atento ao que fez você voltar a fumar. Dê-se várias chances até conseguir. Aumento de peso A preocupação com o ganho de peso é uma das maiores barreiras para que alguns fumantes tomem a decisão de parar de fumar, ou recaiam após terem parado de fumar. É importante entender que geralmente o ganho de peso após a cessação do tabagismo é temporário, sendo que na maioria dos casos, ocorre nos primeiros meses póscessação. Portanto, se a fome aumentar, não se assuste, é normal um ganho de peso, pois seu paladar vai melhorando e o

metabolismo se normalizando. De qualquer forma, procure não comer mais do que o de costume. Evite doces e alimentos gordurosos. Mantenha uma dieta equilibrada com alimentos naturais e de baixa caloria, frutas, verduras e legumes. Faça atividade física, pois ajuda no controle do peso. Beba sempre muito líquido, de preferência água e sucos naturais. No início, evite café e bebidas alcoólicas, pois eles estimulam a vontade de fumar.

Benefícios Parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro, tais como câncer, enfisema ou derrame. A qualidade de vida melhora muito ao parar de fumar. Veja o que acontece se você parar de fumar agora: Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal. Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue. Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza. Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor. Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida. Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora.

Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade. Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.

Caso você tenha interesse em parar de fumar, entre em contato com o Pró-Vida por e-mail [email protected] .   Quanto mais cedo você parar de fumar, menor o risco de adoecer! ◆◆◆

TABAGISMO É DOENÇA 

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O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. De acordo com a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde [CID-10], o tabagismo integra o grupo de transtornos mentais e comportamentais em razão do uso de substância psicoativa (Brasil, 2020).   Ele também é

considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo (Drope et al, 2018).       A Organização Mundial da Saúde aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de nãofumantes expostos ao fumo passivo. A OMS afirma ainda que cerca de 80% dos mais de um bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e média renda onde o peso das doenças e mortes relacionadas ao tabaco é maior (WHO, 2020).                           O tabaco é uma planta cujas folhas são utilizadas na confecção de diferentes produtos que têm como princípio ativo a nicotina, que causa dependência.    Há diversos produtos derivados de tabaco: cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para narguilé, rapé, fumo-de-rolo, dispositivos eletrônicos para fumar e outros. No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada n.º  46 de 2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar (ANVISA, 2009).                               O tabagismo é uma doença que contribui  para o desenvolvimento dos seguintes tipos de câncer: leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traquéia, brônquios e pulmão.                                              

Além de estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo também contribui  para o desenvolvimento de outras enfermidades, tais como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.                                              O tabaco fumado em qualquer uma de suas formas causa a maior parte de todos os cânceres de pulmão e contribui de forma  significativa  para acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais. Os produtos de tabaco que não produzem fumaça também estão associados ou são fator de risco  para o desenvolvimento de câncer de cabeça, pescoço, esôfago e pâncreas, assim como para muitas patologias buco-dentais (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2020).                            No  Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo. R$125.148 bilhões são os custos dos danos produzidos pelo cigarro no sistema de saúde e na economia e 161.853 mortes anuais poderiam ser evitadas. Quanto às mortes anuais atribuíveis ao tabagismo:  37.686 correspondem à  Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179  à  doenças cardíacas, 25.683 a outros cânceres, 24.443 ao câncer de pulmão, 18.620 ao tabagismo passivo e outras causas, 12.201 à  pneumonia e 10.041 ao acidente vascular cerebral (AVC) (INSTITUTO DE EFETIVIDADE CLÍNICA E SANITÁRIA, 2020).

CO MPONENTES DO CIGARRO  

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo uma das principais causas de mortes evitáveis

do mundo. Todos os anos, cerca de 4,9 milhões de pessoas são afetadas por alguma das quase 50 doenças causadas pelo cigarro. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que o fumo cause 200 mil mortes por ano – ou 23 pessoas por hora, seja por doenças relacionadas ao coração, ao pulmão, vasculares ou câncer. Todas as formas de consumo de tabaco são prejudiciais: charuto, cachimbo, rapé, narguilé ou cigarro eletrônico, mas o cigarro tradicional responde por metade das mortes registradas no Brasil. A partir da primeira tragada, você sabe o que acontece com o corpo e quais os órgãos afetados?  A fumaça do cigarro contém  mais de 4.700 substâncias tóxicas, inclusive 70 cancerígenas. As principais são a nicotina, o monóxido de carbono e o alcatrão. Assim que inalada, a fumaça passa pela boca e garganta, chegando aos pulmões. A nicotina é distribuída pelo sistema circulatório, atingindo o restante do corpo e chegando rapidamente ao cérebro, causando alteração no humor e relaxamento (é considerada um estimulante leve). Na sequência, a nicotina produz aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na frequência respiratória e na atividade motora. Algumas pessoas podem sentir também efeitos colaterais, como náuseas, tontura e cefaleia. Ao atingir o sistema digestivo, as substâncias podem provocar contração do estômago, dificultando a digestão.   Ao longo do tempo, o organismo desenvolve tolerância e dependência a estas substâncias – os efeitos colaterais podem diminuir, ao mesmo tempo que os danos à saúde podem aumentar. Outras mudanças que podem ser sentidas no organismo são no paladar e no olfato, inclusive na cavidade bucal (língua e dentes). Demais sintomas característicos da tolerância surgem em períodos de abstinência, como irritabilidade, prisão de ventre, sudorese, tontura, insônia e dor de cabeça.

  COMPONENTES DA FUMAÇA do CIGARRO  A fumaça do cigarro possui uma fase gasosa e uma particulada. A fase gasosa é composta por monóxido de carbono, nicotina, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído e acroleína, entre outras substâncias. Algumas produzem irritação nos olhos, nariz, garganta e levam à paralisia dos movimentos dos cílios dos brônquios. A fase particulada contém nicotina e alcatrão que  é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado a partir da combustão dos derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210, acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, substâncias usadas em veneno para matar rato.

COMPONENTES QUÍMICOS DO TABACO

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O princípio ativo do tabaco é a nicotina e esta, em preparações como o cigarro, contém 9 – 17 mg/unidade; no charuto, 20 – 50 mg/unidade. O tabaco, quando queimado, fornece número elevado de substâncias gasosas e partículas sólidas (aproximadamente 4.000), das quais 90% são inaladas por meio de sua fumaça. As substâncias químicas isoladas do fumo e do condensado do cigarro podem ser classificadas em: 1.

Nicotina e derivados;

2.

Monóxido de carbono (CO);

3.

Alcatrão: composto de substâncias irritantes e cancerígenas:

Substâncias irritantes: acroleina, formaldeido, cetonas, ácido cianídrico, fenóis, etc. Agentes cancerígenos: benzopireno, formaldeido, níquel, nitrosaminas, acetaldeido e elementos radioativos.            4. Aditivos: nitratos, fertilizantes, inseticidas (DDT), fungicidas, mentol, corantes, etc.A Nicotina está presente nas folhas de tabaco e é considerada um estimulante, uma vez que excita muitas células cerebrais e excita a atenção. Não chega a ser tão danosa quanto o alcatrão e o monóxido de carbono, mas seu papel é mais traiçoeiro – quando, no esforço para obtê-la, as pessoas acabam inalando monóxido e os subprodutos do alcatrão. A nicotina provoca contração e acúmulo de gordura (colesterol) nas paredes das artérias, diminuindo a passagem do sangue e, consequentemente, predispondo ao derrame cerebral e ao infarto do miocárdio. O Alcatrão é uma das maiores ameaças à saúde contidas no cigarro, podendo originar vários tipos de câncer. Além disso, suas pequenas partículas destroem os alvéolos, causando sérios problemas respiratórios, como enfisema, por exemplo. O Monóxido de Carbono (CO) é um gás que passa facilmente dos alvéolos pulmonares para a corrente sanguínea, onde se combina com a hemoglobina (substância do sangue que transporta O2 para os tecidos), forma-se, então, a carboxihemoglobina (COHb), gerando

carência de O2 no organismo pela hemoglobina em transportar o oxigênio.

COMO SE FABRICA O CIGARRO  

dificuldade

da

(29)

Um dos produtos mais vendidos em todo mundo é uma droga lícita, e por haver diversas consequências negativas vindas de seu uso, é essencial saber como é feito o cigarro e quais substâncias o compõem. Quando falamos de cigarro, estamos nos referindo aos produtos feitos a partir do tabaco, muito populares e com imagens fortes nas cartelas. Esses compostos são super controversos na nossa sociedade, porque mesmo todo mundo sabendo seus malefícios, ele ainda é muito consumido. Como o cigarro apresenta substâncias que viciam, diversos usuários que buscam parar de fumar têm bastante dificuldade e, mesmo quando conseguem, muitos voltam ao vício depois de um tempo. O surgimento do cigarro é uma incógnita. As formas mais antigas são datadas em meados do século IX na América Central, usadas pelos maias e astecas que fumavam em cachimbos. Nas Américas do Sul e Central, os usuários embrulhavam o fumo em plantas. Os espanhóis utilizavam palhas de milho para enrolar. O papel fino , chamado de papelate, começou a ser usado apenas por volta do século XVII. Foi a partir de 1845 que, na França, o cigarro passou a ser produzido a nível industrial e seu consumo foi muito impulsionado pela Guerra da Crimeia (1853-1856), entre

franceses e britânicos. Os primeiros pacotes surgiram na Espanha, em 1833. Durante a Primeira Guerra Mundial, os soldados ganhavam tabaco de graça, o que aumentou consideravelmente seu consumo. No século XX, as propagandas e o marketing impulsionaram a expansão do produto por todo o mundo, o que aconteceu rapidamente. Aqui no Brasil, os portugueses descobriram o tabaco em contato com os índios. A produção da erva foi tão forte e importante para a economia durante o Brasil Colônia que o desenho da folha da planta fez parte do brasão da República. É importante observar como o consumo dessa droga já está naturalizado na nossa sociedade e ao redor do mundo. Com tanto impacto econômico, seria impossível que ela ficasse como ilícita, assim como o álcool. A composição principal do cigarro é o tabaco. Essa substância é composta por diversas outras e, quando queimada, ainda libera mais substâncias químicas – mais de 4.000. Esse combo todo é geralmente enrolado em papel fino ou palha de milho e conta com um filtro  na ponta. A nicotina é o principal composto do tabaco. A droga psicoativa é o que garante boa parte dos efeitos do fumo, como a sensação de prazer e relaxamento, e é a grande responsável pela dependência química. Ela fica menos de 2 horas no organismo e a sua ausência é o que “apita” a necessidade de outro cigarro. O monóxido de carbono é um dos componentes mais perigosos que entram no seu corpo quando fuma. Esse gás transparente produzido durante a queima do composto se

assemelha à fumaça dos carros. Uma vez no organismo, ele diminui os níveis de oxigênio na corrente sanguínea. Essa fumaça, que afeta os pulmões também contém outros químicos prejudiciais à saúde, como o  alcatrão. Este último é aquela massa escura e grudenta que se fixa nos pulmões e carrega em si a maioria dos agentes cancerígenos. Outros químicos presentes na composição dessa válvula de escape diária e liberados durante sua combustão são: chumbo, peróxido de nitrogênio, níquel, ácido cianídrico e muito mais. Além de cancerígenas, algumas alteram os mecanismos de defesa dos pulmões, atingindo seu sistema respiratório. Além disso, com o passar dos anos, os fabricantes do produto foram adicionando diferentes aditivos em sua composição, a fim de atingir um número maior de usuários. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), atualmente, trava uma disputa com as fábricas para proibir a inclusão de substâncias que disfarçam o gosto do tabaco, que, segundo o órgão, têm como finalidade única atingir públicos cada vez mais jovem. Há diversas empresas e marcas de cigarro no mercado e um não é igual o outro. Cada um tem a sua própria mistura de ingredientes e ervas e oferece diferentes sensações aos usuários. Quando o blend está pronto, contando com aromatizantes e umectantes de uma forma geral, ele é processado e enrolado, na maioria das vezes em papel fino. Por último, é acrescentado o filtro, que tem como material mais comum as fibras de celulose.

Quando prontos, os cigarros são embalados em cartelas, que formam os packs que chegam às lojas. Esse processo é bem simples e básico, sendo que pode sofrer algumas alterações de um fabricante para outro. Muitos tipos de câncer são desenvolvidos ou impulsionados pelo tabagismo, como leucemia mielóide aguda, câncer de bexiga, de pâncreas, de fígado, de colo de útero, de estômago, de pulmão e muito mais – uma porta de entrada para doenças super graves. O hábito de fumar também é fator de risco para outras enfermidades, como a tuberculose, impotência sexual, úlcera gastrintestinal, infertilidade feminina e masculina, catarata e muito mais. De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), a OMS (Organização Mundial de Saúde) afirma que aproximadamente 80% de todos os fumantes do mundo são de países de baixa ou média renda – ou seja, a situação econômica também interfere no consumo do tabaco. O instituto mostra que o número de fumantes acima de 18 anos tem caído gradativamente ao longo dos anos, mas os dados obtidos na última pesquisa feita pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em 2013, mostram que 14,3% dessa população ainda fuma. Pelo menos 156.216 mortes poderiam ser evitadas todo ano, de acordo com o INCA, se os brasileiros não estivessem dependentes da nicotina. Quase 35 mil dessas mortes são decorrentes de doenças cardíacas; mais de 23 mil, de câncer de pulmão; quase 18 mil, de fumo passivo e outras motivos. Algumas alternativas para substituir o cigarro tradicional: Uma escolha é optar pelo Kumbaya . Esse blend de ervas

naturais, no geral, possui apenas 20% de tabaco em sua composição e seu processo de fabricação não envolve aditivos ou banhos químicos. A Tabacaria da Matta indica também como fumar camomila, um dos principais compostos do Kumbaya, que pode ajudar em um processo de transição para parar de fumar. Para não sofrer com os químicos liberados durante a combustão do cigarro tradicional, uma alternativa é usar os famosos adesivos de nicotina, chicletes e outros produtos com a substância, para evitar uma parada brusca, que resulta em possível recaída.Além dessas possibilidades, há diversas alternativas mais naturais que auxiliam quem está tentando largar o vício, como prática constante de atividades físicas, mudanças de rotina e consumo de frutas ao invés do cigarro. O que não é verdade sobre os cigarros: O primeiro fato a se saber é que a nicotina é uma substância natural da folha do tabaco. Muitas pessoas pensam que ela é adicionada à composição durante a produção, o que é mentira. Outro mito que já mencionamos, mas que vale a pena reforçar sua invalidade, é sobre as substâncias tóxicas presentes no cigarro. Elas não são inseridas na indústria, mas liberadas durante o processo de combustão. Muitos acreditam também que o tabagismo não é doença. Mas a terminação “ismo” já diz tudo, é sim! Apesar de ser entendido como estilo de vida, o tabagismo é considerado um vício, acompanhado de dependência e abstinência. ◆◆◆

TRATAMENTOS  PARA TABAGISTAS

 (37)

RESUMO O presente artigo tem o objetivo de mostrar os efeitos, devastadores na vida das pessoas que fumam. E o impacto da droga “nicotina” no organismo humano e suas consequências, além de apontar para os benefícios de se parar de fumar e tratamentos adequados para quem toma a decisão sábia de parar com esse vício mortal. INTRODUÇÃO A planta nicotiana tabacum  (tabaco) é originária da América do Sul. Por vários séculos, antes da chegada de Colombo, era cultivada pela população nativa que fumava as folhas durante vários rituais. O extrato das folhas da planta era utilizado para matar parasitas dentro e fora do corpo, como inseticida (Longenecker, 2002). A viagem de Colombo ao Novo Mundo trouxe a possibilidade dos colonizadores europeus observarem índios fumando rolos feitos de folhas (Valle et al., 2007). O cultivo, o ato de mascar e de fumar tabaco eram costumes indígenas antigos em todo o subcontinente americano e também no australiano, quando os exploradores europeus visitaram pela primeira vez estes lugares. O ato de fumar se espalhou por toda a Europa durante o século XVI, vindo para a Inglaterra principalmente como resultado de sua entusiástica adoção por Raleigh, na corte da Rainha Elizabeth I. James I desaprovou severamente Raleigh e o tabaco, e iniciou a primeira campanha antitabagista no início do século XVII com o respaldo do Royal College of Physicians. O parlamento respondeu impondo um imposto substancial sobre o tabaco, instalando o dilema de fornecer ao estado um interesse

econômico na persistência do tabagismo, ao mesmo tempo que seus consultores oficiais faziam advertências enfáticas acerca de seus perigos (Rang et al.,2004). Os termos tabacum e tabaco vêm do nome de um tipo de junco vazado que era usado pelos nativos americanos para inalar o fumo. Nicotiana vem do nome de um médico francês, Jean Nicot (1530-1600), que introduziu a planta com sucesso na França. Nicot estudou a fundo os efeitos da nicotina e a recomendava como uma substância que “curava-tudo” (Longenecker, 2002). Jean Nicot remeteu à Europa sementes e a planta, acreditando que a erva usada pelos índios fosse dotada de propriedades curativas (Valle et al., 2007) . Da Europa, a prática de fumar o tabaco expandiu-se rapidamente para todo o mundo. A produção de cigarros começou no fim do século XIX e agora os cigarros são os responsáveis por mais de 90% do consumo de tabaco (Rang et al., 2004). A primeira expansão do uso de cigarros ocorreu por volta da Primeira Guerra Mundial, tendo crescido ainda mais depois da Segunda Guerra Mundial ( Valle et al., 2007 ). DESENVOLVIMENTO O fumo é a causa mais importante de morte e doença previníveis. É responsável por 20% de todas as mortes nos EUA sendo que 45% dos fumantes morrerão de uma causa induzida pelo fumo. O percentual de fumantes no Brasil é considerado alto quando comparado com outros países da América Latina. Vários órgãos e sistemas sofrem os efeitos farmacológicos da nicotina. Os sintomas de abstinência a nicotina começam em poucas horas, com pico em  24-48 horas,  com  duração  media  de 

4  semanas.  A  severidade  dos  sintomas varia de paciente para paciente. Sintomas:  fissura  (craving)  ,humor  disfórico,  insônia  ou  hipersonia,  irritabilidade, ansiedade,   dificuldade   em   se   concentrar,   inquietação,   bradicardia,   cefaléia, obstipação  intestinal,  aumento  de  apetite.  A  fissura  e  a  irritabilidade  podem perdurar por 6 meses ou mais A  dependência    e  abstinência  a  nicotina  podem desenvolver-se  com  todas  as formas de uso   do  tabaco  (  cigarros,  cachimbos,  charutos,  e  fumo  mascado).  A capacidade de estes produtos induzirem ou manterem a dependência e abstinência aumenta  com  a  rapidez  de absorção  ,  a  dose  e  a  disponibilidade  da  nicotina. A severidade da dependência à nicotina pode ser ilustrada com o fato de que apenas 33% das pessoas que deixam de fumar sozinhas permanecem abstinentes por um período superior a 2 dias, e menos de 5% mantém-se abstinentes por mais de 1 ano. Segundo   o   IV   Manual   Diagnóstico   Estatístico   da   Associação   Psiquiátrica Americana,  os  critérios  para  dependência  de substâncias  psicoativas,  que  são aplicáveis à nicotina são: 1.Usar a substância em quantidades maiores ou por um período de tempo maior do que o pretendido. 2.

Tentativas ou desejo persistente em reduzir ou parar de usar a substância.

3.

Gastar muito tempo para obtenção da substância.

4.

Prejuízo das atividades sociais, ocupacionais ou recreacionais por causa do uso da substância.

5.

Persistência no  uso  da  substância  a  despeito  do  conhecimento  de  que  está causando prejuízo físico ou psicológico.

6.

Desenvolvimento de  tolerância,  o  que  significa  que  a  mesma  dose  torna-se menos eficaz com o uso continuado.

7.

Presença de  sintomas  de  abstinência.  No  caso  da  nicotina:  irritabilidade, ansiedade,  depressão;  diminuição  da  concentração:    inquietação;    insônia  ou hipersônia;  aumento de apetite ou de peso; diminuição dos batimentos cardíacos; e diminuição da pressão arterial.

OS EFEITOS DEVASTADORES A nicotina é absorvida rapidamente do cigarro fumado, ao entrar na circulação arterial é rapidamente distribuído pelos tecidos do corpo, atingindo o cérebro num intervalo de 10 e 19 segundos (Henningfield et al., 1993) . A nicotina é imediatamente absorvida pelo trato respiratório, mucosas orais e pele. Por ser uma base relativamente forte, sua absorção pelo estômago é limitada, exceto se o pH intragástrico for elevado. A absorção intestinal é muito mais eficiente. A nicotina no tabaco para mascar, pode ser absorvida mais lentamente do que a nicotina inalada, possuindo então, uma maior duração de efeitos ( Benowitz et al., 1998 ). A fumaça do cigarro contêm mais de 4 mil substâncias químicas, muitas das quais podem contribuir para os efeitos reforçadores positivos do tabaco. Contudo, a maioria dos estudos pré-clínicos e clínicos demonstra que a nicotina é o

principal agente responsável pelo desenvolvimento da depêndia ao tabaco ( Stolerman & Jarvis, 1995 ). A fumaça do cigarro é composta de duas fases: a particulada (condensada) e a fase gasosa ( Longenecker, 2002 ). Entre os componentes da fase gasosa que produzem efeitos indesejáveis estão o monóxido de carbono, dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio, amônia, nitrosamidas voláteis, cianeto de hidrogênio, compostos voláteis,, contendo enxofre, hidrocarbonetos voláteis, álcoois, aldeídos e cetonas. Algumas das últimas substâncias citadas são potentes inibidoras do movimento ciliar. A fase particulada contém nicotina, água e alcatrão ( Goodman & Gilman, 2005 ). 1 –  NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Wise e Bozarth (1987), propuseram que todas as drogas que induzem à dependência têm em comum a propriedade de causar efeitos euforizantes ou prazerosos e, dessa forma, atuariam como reforçadores positivos. Segundo eles, o efeito reforçador positivo das drogas é decorrente da ativação do sistema dopaminérgico meso-corticolímbico. Esse sistema é parte do sistema de recompensa e tem como principais componentes a área tegumental ventral (sítio de corpos celulares de neurônios dopaminérgicos) e suas projeções para regiões do sistema límbico incluindo o núcleo accumbens, o tubérculo olfativo, a amígdala e o córtex frontal e límbico ( Koob & Le Moal, 2001 ). A nicotina aumenta as concentrações de dopamina, preferencialmente no núcleo ccumbens ( Di Chiara, 2000). 2 –NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO A nicotina é conhecida por seus efeitos sobre a função cardiovascular via estimulação simpática neural. Efeitos

simpaticomiméticos da nicotina são mediados por vários mecanismos, podendo ocorrer pela ativação de quimiorreceptores periféricos e efeitos diretos no tronco cerebral, resultando em aumento da frequência cardíaca, da contração do coração, vasoconstrição coronária e da pressão arterial, também causa secreção de adrenalina e noradrenalina pela medula adrenal ( Benowitz, 1996 ). Segundo Rang et al (2004 ), isso contribui para os efeitos cardiovasculares, pela liberação do hormônio antidiurético pela hipófise posterior causando diminuição do fluxo urinário e aumento da concentração plasmática de ácidos graxos livres. Enfim, fica claro que o ato de fumar não é algo tão inofensivo assim. Este vício acaba com a vida do fumante e de quem está perto. Fumar cigarro causa câncer de   pulmão,   cavidade   oral,   laringe,   bexiga,   rins,   colo   de   útero,   doença cardiovascular,  doença pulmonar  crônica  obstrutiva,  ulcera  péptica,  distúrbios gastrointestinais  e  complicações  materno-fetais,  entre  outras.  É  responsável  por 90%  dos  cânceres  de  pulmão.  Fumo  passivo  causa  a  morte  de  milhares  de  não fumantes e maior morbidade nos filhos e cônjuges de fumantes. O MECANISMO DE ADIÇÃO DA NICOTINA A grande maioria dos fumantes que fazem uso do cigarro regularmente, tornam-se aditos da nicotina. Adição é caracterizada pela procura e uso compulsivo da droga, mesmo com o usuário ciente das conseqüências negativas para saúde ( Volkow, 2006 ). A dependência do tabaco é revelada por estimativas. Nos Estados Unidos, 80% dos fumantes regulares desejam parar

de fumar, desses apenas 35% tentam de fato e menos de 5% são bem-sucedidos e abandonam o tabaco sem ajuda especializada ( Planeta & Cruz, 2005 ). Alguns fumantes revelam que fumar ajuda a aliviar o estresse e a depressão. Os efeitos neuroquímicos da nicotina incluem a liberação de dopamina, noradrenalina e serotonina, semelhantes aos efeitos de alguns antidepressivos ( Jones & Benowitz, 2002 ). Muitos pacientes que fizeram uso de cigarro por um longo período apresentam um severo quadro de depressão quando tentam parar de fumar, agravando ainda mais o ato de parar de fumar ( Volkow, 2006 ). A nicotina também inibe a enzima monoamino oxidase (MAO) A e B em humanos, enzima responsável pela degradação da dopamina, consequentemente aumentando os níveis de dopamina em fumantes, contribuindo para o aumento dos efeitos reforçadores da nicotina ( Fowler et al., 1996 ). BENEFÍCIOS DA AUSÊNCIA DE NICOTINA Sua saúde começa a agradecer pela distância do tabagismo em menos de meia hora O fumo é um vício que não traz benefício nenhum: o tabagismo é o principal responsável pelo desenvolvimento de câncer de pulmão, os elementos químicos dos cigarros deixam dentes e unhas amarelados, o simples cheiro que fica impregnado nas roupas dos fumantes é capaz de piorar quadros de asma e de bronquite de pessoas com quem eles convivam. Para as mulheres que fumam, há no horizonte um quadro pouco animador: um estudo publicado na revista Cancer Research deste mês indica que até 2030 mulheres de todo o mundo terão 43% mais riscos de morrer de câncer

de pulmão do que de câncer de mama. Nos EUA, de acordo com a publicação, atualmente o câncer de pulmão já é a principal causa de morte por câncer no sexo feminino. Mesmo assim, sabemos que não é fácil abandonar o fumo, já que se trata de um vício físico e mental. É preciso ter acompanhamento médico multidisciplinar, com pneumologista, psicólogo e, em muitos casos, terapeuta ocupacional. Sem cigarro, a pressão arterial e a frequência cardíaca se normalizam O tabaco e outros componentes químicos dos cigarros elevam a pressão arterial já na primeira tragada. Quando se deixa de fumar, a pressão se estabiliza em 20 minutos. Claro que, se a pressão original for alta, a simples ausência de cigarros não vai levá-la ao desejável nível de 12 por 8; apenas fará com que ela fique menos alta e menos perigosa. É preciso consultar um cardiologista para cuidar disso, combinado? A frequência cardíaca também se estabiliza em menos de meia hora quando não há cigarro sendo consumido. Para uma mulher adulta média, o normal é que o coração chegue a algo em torno dos 60 batimentos por minuto. A oxigenação do sangue aumenta após 8 horas sem cigarro O que leva a uma circulação sanguínea melhor e órgãos internos mais bem servidos das substâncias de que necessitam para funcionarem adequadamente. Uma consequência interessante disso é que a temperatura dos pés e das mãos se estabiliza – nunca mais membros frios por causa do cigarro!

O risco de infarto diminui quando você deixa de fumar Em apenas 24 horas. Isso mesmo: em um dia, os acidentes cardíacos relacionados ao fumo já ficam mais longe de você. Cigarros longe, olfato e paladar mais potentes Pode perguntar a qualquer ex-fumante, e você ficará sabendo que, sem o cigarro no dia a dia, ele ou ela começou a sentir melhor o gosto dos alimentos e os cheiros em geral. Isso começa a ocorrer apenas 48 horas depois de abandonar o fumo, e é causado pela recuperação das terminações nervosas. A função pulmonar é melhor sem cigarros Com a melhora da circulação de que falamos lá em cima, os pulmões passam a funcionar 30% melhor em um período de duas semanas a três meses. Isso é fácil de notar no dia a dia, já que o fôlego melhora e caminhar e subir escadas, por exemplo, fica muito mais fácil. A saúde bucal melhora muito quando não há tabagismo Porta de entrada para todos os males que os cigarros causam no organismo, a boca sente de forma muito intensa os efeitos do tabagismo. A placa bacteriana é uma constante, os tecidos bucais e as gengivas vivem irritados, os tecidos das gengivas são prejudicados pela vasodilatação baixa e há um risco enorme de perda óssea, o que pode levar ao amolecimento e até à queda dos dentes. Três meses depois de parar de fumar, a pessoa já nota a diminuição da placa bacteriana e uma melhora na sensibilidade geral da boca. Sem contar que é possível fazer um clareamento dental no consultório odontológico para

eliminar o amarelado dos dentes e saber que eles permanecerão branquinhos e brilhantes. A “tosse de fumante” some em menos de um ano longe do cigarro Aquele pigarro característico de quem fuma vai gradativamente diminuindo depois que a pessoa abandona os cigarros, e em nove meses tende a desaparecer. Isso porque os cílios de defesa dos brônquios conseguem voltar a funcionar – os elementos químicos do cigarro os paralisam – e, assim, aumentar a capacidade de eliminar muco e limpar os pulmões. Os riscos de câncer de pulmão e de mama caem pela metade Em dez anos, uma pessoa ex-fumante tem 50% menos risco de ter câncer de pulmão ou câncer de mama do que tinha quando fumava. ◆◆◆

TIPOS DE TRATAMENTOS A terapia de reposição da nicotina (TRN) consiste no tratamento de primeira linha para auxiliar os fumantes a abandonar o vício, aliviando a síndrome de retirada física e psicológica. Esse tratamento pode ser aplicado por qualquer profissional de saúde em pacientes que fumam mais de dez cigarros por dia, principalmente por ser um tratamento seguro e menos dispendioso ( Marques et al., 2001). A TRN reduz o desconforto da retirada da nicotina, mantendo os níveis de nicotina relativamente estáveis no cérebro e facilitando a dessensibilização dos receptores nicotínicos (Jones & Benowitz, 2002). Esse tratamento

apresenta quatro formas de apresentação do produto com nicotina: a goma de mascar, o sistema transdérmico, o spray nasal e o vaporizador oral. No Brasil estão disponíveis apenas a goma de mascar e o adesivo transdérmico. Essas preparações são contraindicadas para mulheres grávidas, para menores de 18 anos e para portadores de doenças cardiovasculares instáveis, como infarto do miocárdio recente, angina instável ou determinadas arritimias ( Marques et al., 2001 ). Os principais efeitos colaterias consistem em náusea, cólicas gastrintestinais, tosse, insônia e dores musculares ( Jones & Benowitz, 2002). O sistema de nicotina transdérmica apresenta adesivos disponíveis de 7 mg, 14 mg e 21 mg, trocados a cada 16 ou 24 horas. Essa forma de reposição é a mais indicada, pois apresenta um início de liberação lenta que se mantêm constante ao longo do dia, reduzindo os efeitos colaterais. O tratamento recomendado consiste de doze semanas, sendo as primeiras quatro semanas com o adesivo de 21 mg, reduzindo gradualmente para os de 14 mg e 7 mg nas semanas restantes ( Benowitz, 1996 ). A goma de mascar contém 2 mg de nicotina ativa por unidade, sendo a média de consumo de aproximadamente 10 gomas por dia. Os principais efeitos colaterais são irritações na língua e na cavidade oral (Marques et al., 2001). O tratamento recomendado é de um tablete de goma a cada 1 ou 2 horas por 4 semanas, aumentando-se esse intervalo nas semanas seguintes até a total retirada em 3 meses. A absorção bucal é lenta e ocorre em meio preferencialmente básico, por isso deve se evitar a ingestão de bebidas e alimentos ácidos 15 minutos antes da mastigação ( Benowitz, 1996 ). A administração de outras substâncias, como antidepressivos, ou o tratamento com duas formas de

apresentações diferentes da nicotina, mostrou uma melhor eficácia no tratamento da dependência para fumantes compulsivos ( Jones & Benowitz, 2002). O MELHOR TRATAMENTO Fumantes diferentes fumam por razões diferentes, consomem quantidades diferentes de nicotina, experimentam sintomas de abstinência diferentes e são diferentes em outros aspectos como idade, presença de comorbidades clínicas ou psiquiátricas, educação, classe socioeconômica etc. Não seria de se espantar que necessitassem de tratamentos individualizados. Os médicos devem saber prescrever e monitorar corretamente as várias opções farmacológicas acima descritas. Depois, alguns questionamentos devem ser feitos antes de escolher um método: O que o paciente deseja que lhe seja prescrito?  É fundamental para o sucesso do tratamento que o paciente tenha expectativas adequadas. Antes de tudo, pergunte que métodos o fumante tentou antes de lhe procurar e o que funcionou ou não. Não repita tratamentos que já fracassaram. Depois, deve-se mostrar para ele todas as opções terapêuticas disponíveis, com suas vantagens e desvantagens, e deixar que ele escolha seu tratamento. Isso aumenta o investimento do indivíduo em seu processo de parada. O paciente já teve algum efeito colateral sério com algum método? Quão eficaz é a medicação combinação com outras?

sozinha

ou

em

Quão dependente de nicotina é o paciente? Como já foi dito, pacientes mais dependentes podem precisar de doses maiores de nicotina e, talvez, de tratamentos mais longos. Aqui estão as características dos fumantes mais dependentes e de mais difícil tratamento: fumam mais de 20 cigarros/dia; fumam logo após acordar; queixam-se de sintomas de abstinência significativos na última tentativa de parar; tem história atual ou pregressa de depressão ou esquizofrenia; tem história recuperação.

de

alcoolismo

ou

estão

em

O fumante deve ser corretamente instruído no uso apropriado da opção escolhida e as doses devem ser ajustadas de acordo com a percepção do paciente de alívio dos sintomas da abstinência e com o perfil de efeitos colaterais. O conforto do paciente deve orientar também a duração do uso da medicação. Deve-se solicitar que o paciente retorne duas semanas após a primeira consulta para reajuste da medicação. Caso isso não seja possível, solicite que o mesmo lhe telefone. Caso a abstinência não tenha sido atingida ao término dessas duas semanas, deve-se investigar a motivação do paciente e o regime medicamentoso. Pode-se ter que aumentar a dose da TRN ou adicionar outra TRN. Caso não se tenha atingido a abstinência após quatro semanas, devese suspender a medicação e reavaliar o tratamento. Nesse

caso pode-se encaminhar o paciente para uma clínica especializada. Pacientes com história atual de depressão maior talvez se beneficiem mais da bupropiona, por ser ela mesma um antidepressivo. Também pacientes com história pregressa de depressão maior podem necessitar de tratamentos mais prolongados com os TRN.

OUTRAS TERAPIAS RECOMENDADAS

I - A BUPROPIONA é um antidepressivo muito utilizado no Brasil para o tratamento da dependência ao tabagismo, consistindo num tratamento de primeira linha ( Marques et al., 2001 ). O mecanismo de ação desse fármaco envolve a inibição da recaptação de noradrenalina e dopamina, aumentando a atividade dopaminérgica no núcleo accumbens e consequentemente, diminuindo a vontade de fumar e os sintomas da síndrome de abstinência ( Benowitz, 1996 ). A bupropiona é indicada para adultos que consomem 15 cigarros ou mais por dia e principalmente para fumantes com depressão. A bupropiona é administrada a pacientes uma semana antes da cessação, sendo a dose inicial de 150 mg por dia até o terceiro dia, passando para 300 mg por 7 a 12 semanas. As principais    contra-indicações são: condições que impliquem risco de convulsões, traumatismo cranioencefálico, retirada recente de álcool, transtorno

bulímico ou anorexia nervosa, uso concomitante de inibidores da monoaminoxidase. Estudos mostram também resultados bastante favoráveis de redução dos sintomas de abstinência quando se faz o tratamento de bupropiona mais a terapia de reposição da nicotina (Marques et al., 2001).

II - A NORTRIPTILINA é um antidepressivo bastante utilizado como tratamento de segunda linha, porém, a sua efetividade tem sido comparada a bupropiona32, pois também inibe a recaptação de noradrenalina e dopamina na pre-sinapse, aumentando sua concentração na fenda sináptica. O tratamento deve ser iniciado com um comprimido de 25 mg, e a dose deve ser aumentada em 25 mg a cada 2 dias. Deva-se aguardar 4 semanas até que se atinjam níveis plasmáticos constantes. Só então se deve parar de fumar (Hall et al., 1998). A nortriptilina mostrou-se eficaz através de estudos clínicos como tratamento alternativo ao tabagismo, apesar dos seguintes efeitos colaterais: boca seca, tremores, visão turva e sedação; porém, tem menos efeitos anticolinérgicos se comparada aos outros tricíclicos, além de um menor risco de provocar convulsões e ainda possui um custo mais acessível que a bupropiona (Da Costa et al., 2002).

III - A CLONIDINA , um agonista do receptor α2adrenérgico pré-sináptico, que quando ativado reduz a liberação de noradrenalina ( Rang et al., 2004 ), atenuando os efeitos da abstinência, como ansiedade e irritabilidade. A clonidina tem sido utilizada na dose de 0,1 mg até 0,75 mg ao dia ( Marques et al., 2001 ), atualmente, muito pouco utilizada devido aos efeitos colaterias como boca seca, hipotensão ortostática e sedação, além do que a suspensão

abrupta pode induzir quadros de crises hipertensivas ( Jones & Benowitz, 2002 ). Estudos clínicos com a clonidina para o tratamento do tabagismo mostraram redução da dependência ao cigarro em fumantes regulares ( Siu & Tyndale, 2007 ), porém, devido aos efeitos adversos, ela só é utilizada em indivíduos que não podem ou não desejam se submeter à terapia de reposição da nicotina, bupropiona ou nortriptilina ( Roddy, 2004).

CONCLUSÃO

A nicotina é uma droga prejudicial à saúde e, como as demais drogas de abuso, exerce ações específicas sobre outros sistemas neurotransmissores, que dão origem à síndrome de abstinência. O tabagismo está associado a um aumento no desenvolvimento de uma série de patologias, como câncer, doenças coronárias, pulmonares e outras. A nicotina é responsável direta ou indiretamente por milhões de mortes anualmente no mundo, sendo um problema preocupante visto que é uma droga lícita comercializada em todo o mundo e com tendência a aumento do consumo. Os efeitos devastadores da nicotina no Sistema Nervoso Central e no Sistema Nervoso Periférico são reais e assustadores. Em contrapartida, a decisão de parar de fumar pode trazer benefícios imediatos para o organismo.

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COMO PARAR DE FUMAR  

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Tomar a decisão de parar de fumar definitivamente não acontece da noite para o dia. Exige toda uma preparação, e às vezes, isso pode levar um tempo. Além disso, existem casos onde será necessário pedir ajuda de um profissional, tamanha é a dificuldade de largar o vício sozinho. Parar de fumar pode ser uma das coisas mais difíceis que você terá que fazer, mas fica mais fácil com a prática. Pesquisas mostram que cada vez que você tenta parar de fumar você melhora suas chances de parar de vez. Sua chance de sucesso é ainda maior se você combina métodos para parar de fumar como aconselhamentos, substituição de nicotina ou remédios. A parada abrupta é o método mais eficaz para parar de fumar, conforme estudo realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Como parar de fumar definitivamente. Os fumantes podem ter começado a fumar porque seus amigos o fizeram ou porque lhes parecia “legal”. Mas eles continuam a fumar porque se tornaram viciados em nicotina, um dos produtos químicos dos cigarros e de mascar ou cheirar tabaco.

DICAS PARA PARAR DE FUMAR

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Nas horas  em que a vontade apertar, procure desviar o pensamento para situações boas que tenha vivido ou queira que aconteçam;   Diariamente,  guarde o dinheiro que gastaria com o cigarro, e conte-o ao final de cada semana. Use o dinheiro para comprar um presente para si ou fazer um programa diferente; Para relaxar, respire fundo pelo nariz e vá contando até seis. Deixe o ar sair lentamente pela boca para esvaziar os pulmões; A recaída  não é um fracasso. Comece novamente e fique atento para perceber o que fez você voltar a fumar; O mais importante  é escolher uma data para ser o primeiro dia sem cigarro, e procure programar algo que goste para se distrair e relaxar.   

PLANO PARA PARAR DE FUMAR

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1 – ELABORAR UM PLANO Quando você decide que basta e quer abandonar o tabagismo, a primeira coisa a fazer é preparar um plano. Ao ter um plano você tem algo a cumprir, e isso pode ajudar a lembrá-lo do motivo pelo qual você deseja parar, caso você

enfrente dificuldades em sua jornada. Pegue um papel e uma caneta e comece a planejar um futuro novo sem fumar! Escolha uma data para ser o primeiro dia sem fumar Tente agendar seu dia de parar em um final de semana ou feriado, você não vai querer que um dia ruim no trabalho atrapalhe os planos. Circule a data em um calendário e anote em algum lugar onde possa vê-la. Dê a si mesmo tempo suficiente para se sentir preparado, e assim que estiver, vá em frente! A contagem regressiva começa agora! Quanto mais cedo você começar, mais rápido seu corpo começará a se beneficiar. Compartilhe com seus amigos e familiares Não há melhor motivação do que ter seus amigos e familiares te apoiando. Ter algum suporte é realmente importante para deixar de fumar com sucesso, então deixeos saberem dos seus planos e diga o que eles poderiam fazer para ajudar a mantê-lo no caminho. Liste seus motivos para deixar de fumar As razões para abandonar o tabagismo são pessoais e cada indivíduo possui motivos diferentes para parar. Pode ser uma única razão, pode haver muitas, mas independentemente de quais sejam, anote-as. Coloque-as em algum lugar que você as veja todos os dias, e se sentir vontade de fumar, irá se lembrar do motivo que deseja parar e ajudará a manter-se motivado. Conhecer o seu gatilho de fumar Agora que você tem os motivos para abandonar o tabagismo, precisa pensar nas situações em que está

acostumado a fumar. É um cigarro junto com o café ou após uma refeição com os amigos? Tente evitar esses momentos até que você tenha confiança que poderá resistir e evite uma recaída de fumar. Veja isso como uma chance de fazer algo novo que você sempre quis, como uma caminhada, uma ida ao cinema ou ler um novo livro. Lutando contra a vontade A vontade de fumar geralmente dura cinco minutos, então pense no que você poderia fazer até que o desejo passe. Crie algumas técnicas fáceis de distração de cinco minutos, como jogar com um Cubo Mágico ou um jogo no seu celular. Um novo começo Agora é hora do grande momento, pegue a lixeira e jogue fora tudo que você tem relacionado com o cigarro, jogue fora os cinzeiros (sim, todos eles!), livre-se de todos os cigarros, isqueiros e tire o cheiro de cigarro das suas roupas e do ambiente, você estará pronto! 2 – MANTER-SE SOCIÁVEL Quando você deixa de fumar, as situações mais difíceis e tentadoras podem ser quando você está socializando. Mas agora, mais do que nunca, é muito importante manter-se social e sair por aí. Você não deve sentir que precisa se isolar só porque parou de fumar. Saber o que desencadeia a vontade de fumar em situações sociais pode ajudá-lo a planejar maneiras de resistir. Aqui estão algumas dicas importantes para ajudá-lo a lidar com a tentação de fumar, para que você possa viver sua nova vida sem o fumo da melhor maneira.

Dicas para resistir às tentações sociais de fumar: 1)Evite álcool nas primeiras semanas ou até que a vontade de fumar não seja tão intensa. 2)Conte para as pessoas que você está tentando parar de fumar para que elas possam te apoiar. 3)Peça as pessoas para não lhe oferecerem cigarros 4)Mantenha as mãos ocupadas, segure e tome uma bebida com um canudo. 5)Não fique tentado a pensar que você pode simplesmente fumar “só um”. 6)Se você sair, peça a um amigo que possa ajudar a mantêlo motivado. 7)Alterne os seus entornos, vá a lugares que você sabe que não será tentado a fumar. Evite o álcool e deixe de beber Todos sabemos que o consumo de álcool diminui as inibições e afeta o julgamento. Então, quando você estiver nos estágios iniciais de parar de fumar tente evitar a bebida. Se você for encontrar com os amigos, peça a eles que o ajudem, não fumando na sua frente para que você não se sinta tentado a fumar! Peça ao seu amigo fumante que ele seja seu amigo de parada Fumar no trabalho pode ser uma ocasião altamente social, você provavelmente tem horários designados em que normalmente sai para fumar com seus colegas. Se você

está comprometido a parar de fumar, peça aos seus amigos que tentem parar de fumar com você. Se vocês estiverem engajados nisso juntos, o processo parecerá um pouco mais fácil. Dê um passo de cada vez Parar de fumar é uma conquista incrível, mas não exerça muita pressão sobre si mesmo. Se você sabe que terá um evento que pode ser particularmente difícil de passar, pense nos cenários que podem surgir nos quais você irá desejar fumar e tente evitá-los, por exemplo, ficando em áreas onde não é permitido fumar e pratique dizendo: “não, obrigado, eu não fumo”, caso alguém lhe ofereça um cigarro, é uma sensação incrível. Dê boas-vindas a novos lugares e rostos Reserve um tempo para se recompensar por iniciar sua jornada contra o cigarro. Visite novos lugares ou inicie um hobby que você sempre manteve em segundo plano. Você terá muito mais energia agora que não está fumando, e é bom começar a criar hábitos novos e saudáveis que não são associados ao fumo, para se manter no caminho e se sentir bem. Faça uma lista de todos os lugares que você gostaria de visitar e planeje pequenas viagens. É totalmente normal sentir fissura quando você deixa de fumar, especialmente em cenários sociais, mas esses momentos serão passageiros. Lembre-se de sua motivação e use-a para obter a força de vontade que precisa. 3 - COMO VOLTAR APÓS UMA RECAÍDA Você não pode permitir que tentativas frustradas de parar de fumar no passado te impeçam de começar de novo. É importante utilizar tudo o que aprendeu ao longo do caminho para motivá-lo desta vez.

Portanto, antes de iniciar a sua última jornada de parar de fumar, defina metas claras e planeje com antecedência para que você possa traçar um caminho que o mantenha no rumo certo. Faça de hoje o primeiro dia do resto da sua vida sem fumar! Inicie sua nova jornada de parar de fumar com uma lousa limpa Então você não chegou lá da última vez, e daí? Faça disso uma experiência e deixe que a determinação de corrigir o que passou o incentive. Não importa o que aconteceu antes, este é o começo de um novo desafio. Limpe a lousa e esteja preparado para fazer essa tentativa de parar de fumar como a que conta! Defina metas para parar de fumar Inicie esse novo desafio com um plano de ação de verdade, tenha alguns marcos importantes como meta e celebre cada conquista que alcançar em sua jornada. Assim que você tiver um plano, estará pronto. Não olhe para trás …  talvez apenas uma vez Antes de iniciar seu novo desafio, faça uma rápida viagem na sua memória para entender por que teve uma recaída de fumar na última vez. Refaça seus passos e trace uma jornada livre desses obstáculos desta vez. Seja aquele cigarro muito tentador em uma noite ou aquele que você fuma com seus amigos no trabalho, tente se afastar dessas situações por um tempo até sentir-se confiante de que pode lidar com elas. Lembre-se por que você quer parar de fumar

Seja por você, sua família, seus amigos, sua saúde ou todas essas coisas combinadas, com a razão clara em sua mente, você poderá começar sua jornada de parar de fumar. Sua família e amigos estão torcendo por você Saber que seus amigos e familiares estão te apoiando pode ser um grande suporte. Eles estarão com você a cada etapa do caminho, então deixe que eles saibam que você está planejando parar de fumar e que o apoio deles será muito importante. 4 – BENEFÍCIOS DE PARAR DE FUMAR Existem muitos benefícios em parar de fumar desde os benefícios de saúde até as recompensas financeiras. Se você está simplesmente querendo reduzir ou está pronto para deixar de fumar para sempre, sabemos que um pouco de motivação é sempre bem-vinda. 5 – RAZÕES PARA SENTIR-SE BEM SEM O CIGARRO: A)-Respire mais feliz Não terá mais a “tosse de fumante” estudos demonstraram que, dentro de nove meses após deixar de fumar, sua capacidade pulmonar melhora em 10%. B)-Sinta-se energizado Após duas semanas sem fumar, sua circulação sanguínea irá melhorar, o que significa que seu corpo terá acesso a uma carga maior de oxigênio e fornecerá níveis de energia otimizados. C)-Melhore sua fertilidade

Você não apenas desfrutará de um aumento de energia, mas também de sua fertilidade. O revestimento do útero se tornará mais espesso e saudável, tornando o esperma mais poderoso. Como não fumante, suas chances de conceber um bebê saudável são maiores e, além disso, você terá mais chances de ter sucesso com a fertilização in vitro. D)-Desperte seus sentidos Quando fumamos inalamos muitos produtos químicos desagradáveis que reduzem o paladar e o olfato. Depois de apenas uma semana sem fumar, eles voltarão e os alimentos terão um gosto e um cheiro melhor do que nunca. É tão bom que achamos que você não vai sentir falta do cigarro após as refeições. E)-Cuidados com a sua pele Fumar causa rugas, pés de galinha e sulcos verticais acima dos lábios. Basicamente, quando você fuma a quantidade de oxigênio no sangue é reduzida, então você pode parecer pálido e amarelado. Mas, quando você para de fumar, o colágeno e o oxigênio aumentam mantendo a pele firme com mais elasticidade. F)-Outro motivo para sorrir Ao parar de fumar, você pode esperar um sorriso mais agradável, mais branco e um hálito fresco. A nicotina mancha os dentes e pode ser uma das principais causas de mau hálito, parar também significa que você terá menos chances de sofrer de doença gengival. G)-Uma vida mais longa Todos sabemos os riscos à saúde que acompanham o fumo. Ao parar, você pode esperar mais anos de vida. Estudos

demonstraram que, se você parar aos 30 anos, isso adicionará uma década inteira à sua expectativa de vida. E, após um ano sem fumar, seu risco de ataque cardíaco é reduzido pela metade. H)-Economia de dinheiro Se você está pensando em reduzir ou parar, você pode economizar uma gritante quantia de R$ 3.700,00 por ano. Pense nas férias incríveis que você poderia fazer ou no carro que poderia comprar. I)-Melhor para você, melhor para eles Os pontos positivos de reduzir e parar não terminam em você. Você também protegerá a saúde dos não fumantes ao seu redor. O fumo passivo pode ser muito perigoso para as crianças. Pode dobrar o risco de contrair infecções no peito, infecções no ouvido e até levar ao câncer de pulmão. Então, quando você parar de fumar, estará cuidando das pessoas ao seu redor. J)-Os prazeres da comida A comida tem um cheiro e sabor melhor depois de apenas uma semana – ótima desculpa para comer fora. Melhora seu sistema imunológico – parar de fumar tornará mais fácil combater os espirros. ◆◆◆

NOTAS 1)

      IMAGEM DA CAPA DESTE LIVRO baixada em:   https://www.pexels.com/pt-br/foto/retrato-de-homem-fumando-2382443/ 2)       ZYBAN é um medicamento que contém a substância ativa bupropiona . Esta substância é capaz de reduzir a vontade de fumar de

pessoas com dependência à nicotina. Seu mecanismo de ação não é igual ao dos tratamentos de reposição de nicotina. Bupropiom ou bupropiona é um fármaco utilizado principalmente para o tratamento da depressão e do tabagismo. Outros usos incluem o tratamento do transtorno do déficit  de atenção e hiperatividade, a perda de peso, etc. (Wiki pédia). 3)       RONALDO LARANJEIRA, PhD  é um médico psiquiatra brasileiro, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo e é PhD  em Dependência  Química na Inglaterra              . ( Wikipédia ) 4)       JOELMIR JOSÉ BETING foi um jornalista e sociólogo brasileiro. Profissional de grande contribuição para o jornalismo bem como para a economia e a comunicação, Joelmir foi um pioneiro na tradução dos difíceis termos técnicos econômicos para a vida cotidiana. Nasceu em 21/12/1936 e faleceu em 29/11/2012, em São Paulo. (Fonte: Wikipédia ) 5)       FILME – O INFORMANTE (1999) -  (Não confundir este filme com o homônimo O INFORMANTE de 2021, da Netflix, dirigido por Andrea di Stefano, cujo título original é The Informer) . Este filme, de 1999, com a direção de Michael Mann, conta a história verdadeira de um  ex executivo da indústria do tabaco que deu uma entrevista bombástica ao programa jornalístico "60 Minutos", da rede americana CBS, em 1994. Dizia que os mandachuvas da empresa em que trabalhou não apenas sabiam da capacidade viciadora da nicotina como também aplicavam aditivos químicos ao cigarro, para acentuar esta característica. Na hora H, porém, a CBS recuou e não transmitiu a entrevista, alegando que as consequências jurídicas poderiam ser fatais. Baseando-se nesta história real, O Informante narra a trajetória do ex-vice-presidente da Brown & Williamson Jeffrey Wigand (Russell Crowe) e do produtor Lowell Bergman (Al Pacino), que o convenceu a falar em público. Comentário de Internauta:  “O filme é uma trama envolvente e inteligente com Lowell Bergman (Al Pacino); um jornalista que respira o seu trabalho, produtor do conceituado programa 60 Minutes da rede de TV CBS. Conforme o desenrolar da trama, surge Jeffrey Wigand (Russell Crowe), doutor em bioquímica que trabalhou para grandes empresas no ramo da saúde. Bergman é o típico exemplo de como ser um bom jornalista, procura sempre estar sob controle da situação, checar os mínimos detalhes do fato e conseguir uma grande matéria acima de qualquer obstáculo. Os programas são concretizados pelo apresentador Mike Wallace (Christopher Plummer); uma lenda no jornalismo com ótima capacidade de interagir com o público. Curiosamente, Bergman acaba conhecendo Wigand sem fins algum com qualquer coisa que o cientista saiba. O doutor demonstra insegurança, pois acabara de ser demitido de uma grande empresa do tabaco e recebe ameaças do seu ex-chefe para não contar nenhum detalhe sobre seu trabalho na Brown & Williamson, caso contrário, teria seus benefícios rescisórios cortados; mas a insegurança de Wigand era um prato cheio para Bergman.” Curiosidades

da Filmagem - Este é o 2º encontro nas telas do diretor Michael Mann e Al Pacino. Ambos já haviam trabalhado juntos no policial Fogo contra Fogo (1995);- Russell Crowe, para melhor compor seu personagem, engordou mais de 20 quilos. Ele esteve com 110 quilos durante as filmagens                                           https://www.adorocinema.com/filmes/filme22767/criticas/espectadores/#re view_495237 ) 6)       ENFISEMA PULMONAR  é uma doença degenerativa, que geralmente se desenvolve depois de muitos anos de agressão aos tecidos do pulmão devido ao cigarro e outras toxinas no ar. Fumar cigarro é a causa principal. Acredita-se também que a exposição à poluição atmosférica e inalação de fumaça de cigarro e detritos no trabalho sejam fatores que contribuem para enfisema pulmonar. O principal sintoma é a falta de fôlego ou a sensação de não estar inalando ar suficiente. A pessoa pode visitar o médico inicialmente porque sentiu falta de ar durante uma atividade, mas à medida que a doença progride esse sintoma pode ficar presente todo o tempo. Tosse, respiração difícil, e produção crônica de muco são outros sintomas comuns. Há várias opções de tratamento que podem ajudar pacientes doentes, porém o passo mais importante é parar de fumar. Ao parar de fumar quando as obstruções de fluxo de ar ainda são leves ou moderadas retarda-se o desenvolvimento da falta de ar incapacitante. Porém, parar de fumar em qualquer ponto da doença é benéfico. Pessoas com enfisema pulmonar também devem evitar exposição a outros poluentes no ar. As opções de tratamento incluem: remédios broncodilatadores, anti-inflamatórios corticosteróides, terapia com oxigênio (suplemento de oxigênio complementar), cirurgia de redução dos pulmões, transplante de pulmão (devido aos riscos é viável apenas para um pequeno grupo de pacientes) e programa de exercícios físicos                https://www.dicio.com.br/enfisema/    https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7609-enfisema-pulmonar 7)       TRATAMENTO PARA O ENFISEMA  - Infelizmente, a doença é incurável, mas é possível controlar os sintomas e melhorar bastante a qualidade de vida do paciente com o tratamento adequado. Para isso, é importante que o paciente procure ajuda médica o quanto antes, podendo assim chegar a um diagnóstico preciso. O diagnóstico é feito com base nos sintomas apresentados pelo paciente e pela análise de seu histórico de vida.  Para complementar o diagnóstico, o médico pode solicitar exames de imagem, como a tomografia do tórax, e a prova da função pulmonar, conhecida como espirometria. Esse exame mede o volume de ar respirado para verificar se a capacidade do pulmão é satisfatória ou não. Vale lembrar que a função pulmonar deve ser feita com frequência por pacientes fumantes, como forma de rastrear a doença e começar a agir antes que o enfisema atinja níveis maiores e os sintomas comecem a se manifestar. Existem diversas medicações inalatórias que ajudam a aliviar os sintomas do paciente, além delas, podemos citar algumas ferramentas

importantes que protegem os pulmões e trazem maior qualidade de vida ao portador do enfisema pulmonar: Atividade física:  Fisioterapia respiratória; Reabilitação pulmonar. Geralmente, o tratamento dos sintomas é o suficiente, mas em alguns casos, quando o paciente está em fase terminal, pode ser necessário o uso de cilindro de oxigênio e até mesmo o transplante de pulmão. É importante lembrar que o paciente fumante deve eliminar imediatamente o hábito de fumar de sua rotina e deve atentar-se também ao calendário de vacinação. Manter as vacinas de gripe e pneumonia em dia é essencial para evitar as infecções respiratórias de repetição. Após o diagnóstico, a expectativa de vida do paciente varia bastante de acordo com a gravidade do acometimento. A maioria das pessoas vive mais de 10 anos, entretanto nos casos graves a expectativa pode ser menor que 5 anos. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) afeta mais de 200 milhões de pessoas no mundo, das quais 65 têm doença moderada ou grave. Os dados foram divulgados em 2017 pelo Fórum Internacional de Doenças Respiratórias em seu relatório sobre o Impacto Global da Doença Respiratória. Como se prevenir do enfisema pulmonar?  Desencorajar os indivíduos a começar a fumar e encorajar os fumantes a reduzir e parar de fumar são as primeiras e mais importantes prioridades na prevenção da DPOC. Além disso, manter um estilo de vida saudável, praticar exercícios e viver em contato com a natureza, longe da poluição, também são maneiras efetivas de se prevenir da doença.                https://www.cdra.com.br/tudo-sobre-enfisema-pulmonar 8)       https://veja.abril.com.br/ciencia/saiba-por-que-alguns-passarosusam-bitucas-de-cigarro-em-ninhos/ 9)       https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/jav.01324 10)   https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2019/02/havaiquer-aumentar-para-100-anos-idade-minima-para-fumar-cigarros.html 11)   https://super.abril.com.br/ciencia/cigarros-continuam-poluindo-o-armesmo-depois-de-apagados/ 12)   https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-fazendo-exercicios-deboxe-9623445/ 13)   O TABAGISMO é uma doença (dependência de nicotina) que tem relação com aproximadamente 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias) e doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses). Há ainda outras doenças relacionadas ao tabagismo: úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; catarata; impotência sexual no homem; infertilidade na

mulher; menopausa precoce e complicações na gravidez. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, cerca de 157 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. Os fumantes adoecem com uma frequência duas vezes maior que os não fumantes. Têm menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual do que os não fumantes. Além disso, envelhecem mais rapidamente e ficam com os dentes amarelados, cabelos opacos, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo.                            .  ( https://www.inca.gov.br/en/node/1743 ). 14)   A bula do Zyban pode ser encontrada no seguinte site:https://consultaremedios.com.br/zyban/bula e também na página 53 deste livro. 15)   O depoimento é verdadeiro, baseado em caso familiar; 16)   O fato é verdadeiro mas o nome da pessoa foi alterado; 17)   O fato é verdadeiro mas o nome da pessoa foi alterado; 18)   https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-aerea-aerofotografia-tomadaaerea-de-frente-para-praia-4321920/ 19)   https://www.pexels.com/pt-br/foto/papel-de-parede-4k-wallpaper-4kabstrato-resumo-4830517/ 20)   http://cienciasecognicao.org/neuroteen/wpcontent/uploads/2012/07/serotonina1.gif 21)   http://cienciasecognicao.org/neuroteen/?p=155 22)   https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/o-que-causadependencia-cigarro 23)   https://en.wikipedia.org/wiki/Nicotine 24)   https://www.indice.eu/pt/medicamentos/medicamentos/zyban/sabermais 25)   https://www.inca.gov.br/programa-nacional-de-controle-do-tabagismo e   http://www.saude.df.gov.br 26)   https://www.inca.gov.br/tabagismo

27)   https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/quais-sao-oscomponentes-fumaca-cigarro 28)   https://cenpre.furg.br/drogas?id=53 29)   https://blog.tabacariadamata.com.br/como-e-feito-o-cigarrocomposicao-e-producao/ 30)   https://pt.wikipedia.org/wiki/Narguil%C3%A9 31)   https://actbr.org.br/post/narguile-e-mais-prejudicial-que-o-cigarrotradicional-diz-especialista/18678/ 32)   https://www.tuasaude.com/fumar-narguile-faz-mal/ 33)   https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-projetos-e-acoes/provida/ 34)   https://vidaserenapremier.com.br/como-parar-de-fumardefinitivamente 35)   https://belezaeforma.com/saude/como-parar-de-fumar 36)   https://www.niquitin.com.br/como-fazer-um-plano-para-parar-defumar/ 37)   https://clinicajorgejaber.com.br/novo/2018/11/principais-efeitos-danicotina-em-nosso-corpo/ 38)   http://www.sinditabaco.com.br/sobre-o-setor/origem-do-tabaco/ 39)   https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/quest_drogas/tabaco.htm ◆◆◆

AMIGO LEITOR:

Desde 2012, existem no mercado brasileiro diversos medicamentos genéricos que são indicados para parar de fumar.

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“As mãos que ajudam são mais nobres que os lábios que rezam.” (Sta. Madre Tereza de Calcutá)

Sobre o autor Osório Savoldi

Nascido em Concórdia, SC, Brasil, o autor formou-se em Contabilidade e Ciências Econômicas.  Ao lado de sua profissão, dedicou-se às Artes: Desenho, Pintura, Escultura e Música, das quais se considera autodidata. Sua primeira

publicação foi o livro CENTENAS DE PIADAS. Após publicar outros livros sobre humor, agora faz um depoimento pessoal sobre o vício do cigarro.