Bastogne - O último bloqueio [10]

Citation preview

Bastogne

E

SOMANDO!

SS

pas E

(UR

Ri ii

o

TE

Bastogne

O Úllimo bloqueio

Peter Elstob

EDIÇÃO ORIGINAL: Direção Editorial: Barrie Pitt l Hart el dd Li l si Ba Sir r: ta li Mi r to ul ns Co piretor de Arte: Peter Dunbar Coordenador: David Mason nt Coordenador das Ilustrações: Robert Hu Consultor de Arte: Ann Scott Diagramador: David A. Evans Ilustrador: John Batchelor

Pesquisa Fotográfica: Ivonne Marsh Cartógrafo: Richard Natkiel Capa: Denis Piper

EDIÇÃO BRASILEIRA: Direção-Geral: Renaldo A. Essinger Direção Editorial: Armando S. Campbell Tradução: Edmond Jorge Coordenação Gráfica e Rediagramação: Miguel F. Cuinas Revisão: Rubem Martins Jorge e Lilia Pinheiro Dias As fotografias deste livro foram especialmente selecionadas dos seguintes arquivos: Exército dos Estados Unidos; Keystone; Arquivo Federal Alemão; Sado-Opera-Mundi; Museu Imperial de Guerra, Londres; Suddeutscher Verlag, Munique;

Associated

Zeitgeschichte.

Press; Força

Copyright (c) 1968 by Peter Elstob Copyright Publicado Ballantine 101 Fifth

Aérea

(c) 1976 by Editora Renes originariamente por Books, Inc. Avenue, Nova York

dos Estados

Ltda.

Todos os direitos da edição brasileira reservados por Editora Renes Ltda., Rio de Janeiro Av. Nilo Peçanha, 50, grupo 1001 Tels.: 224-0826 — 221-4721 — CGC 33.880.824/001

Al rights reserved

Todos os direitos reservados Printed in Brazil

A distribuição em bancas é exclusiva de FERNANDO CHINAGLIA DISTRIBUIDORA Rua Teodoro da Silva, 907, Rio de Janeiro

A. E) ASSS INDÚSTRIAS GRÁFICAS S. RIO - RUA LUÍS CÂh MARA. sp - ALAMEDA FRANCA.

535 - TEL. 260 6722 712 - TEL. 7282-2067

S.A.

Unidos;

Bibliothek fur

Indice

O sofrimento de Natal

Introdução de Sir Basil Liddell Hart Hitler planeja uma nova Blitzkrieg

23 33 47 61 81 99 123 141 160

O primeiro dia O caminho para Bastogne

O Corpo Panzer estã as portas Os primeiros golpes

Situação precária em Bastogne Ultimato O ultimo alento Bastogne é salva e a sorte muda Bibliografia

sofrimento de Natal

Introdução de Sir Basil Liddell Hart

Dez dias antes do Natal de 1944, os ale- - cerca

maes desencadearam violenta contra-ofensiva na frente aliada no Oeste, num momento em que o comando Aliado julgava que o inimigo, por excessivamente cansado, não tivesse possibilidade de qualquer operação ofensiva. Ocorreu ela no mesmo setor onde os alemães haviam desfechado sua grande Blitzkrieg, quatro anos e meio antes, em maio de 1940 - que resultara no rápido dominio do Ocidente e na queda da França. O setor eram as Ardenas, densa formação arborea onde se encontrava o centro da frente americana,

alvo que os comandantes

aliados consideravam tão improvável, especialmente em pleno inverno, que haviam ali colocado apenas quatro divisões já meio cansadas para cobrir uma extensão de 128 km —. para que se recuperassem do

cansaço das batalhas travadas no outono. É

de estranhar que não houvesse sido considerada a possibilidade de Hitler tentar repetir no mesmo setor o êxito antes obtido, golpeando forte onde menos esperado. Na

nova

Blitzkrieg,

embora

menor, os atacantes contavam

em

com

escala

a vanta-

gem em quantidade de soldados, de no minimo 5 para |, e muito mais em tanques . | 20 divisões no ataque inicial, sete das quais blindadas. Havia quase 250.000 soldados e

de

1.000 tanques (incluindo canhões

de assalto blindados, que não passavam de tanques sem torre). . | O ataque rompeu a frente americana, defendida por quatro divisões do 8º Corpo, do General Middleton, penetrando-a profundamente, embora de modo desigual — mais no setor subsidiário do 5º Exército Panzer, de Manteuffel, na ala esquerda, do que no do 6º Exercito Panzer, de Dietrich, no norte. Não obstante, os alemães haviam posto todo o setor em confusão, levando ao Q-G americano, na retaguarda, a impressão de que haveria um colapso comparável ao de 1940. A contra-ofensiva alemã foi pelos Aliados chamada “ofensiva de Rundstedt”, em homenagem ao veterano Comandante-Chefe

das forças alemãs no Oeste — e ainda hoje as histórias da guerra referem-se a ela aplicando-lhe o mesmo nome. Na realidade, Rundstedt ignorara todo o plano e virtualmente lavara as mãos, deixando que seus subordinados o levassem a cabo como achassem melhor, com seu Q-G funcionando apenas como agência de correios para as instruções de Hitler. A idéia e o desenvolvimento do plano eram de Hitler, e envolviam uma bela pro-

messa de êxito, se forças e recursos houves-

se em volume suficiente para garantir a chance de alcançar seus objetivos mais importantes. O plano de Hitler consistia em penetrar o centro americano, atravessar O

Mosa e avançar para o norte, na direção de Bruxelas e Antuerpia, isolando, deste modo, os britânicos de suas bases de suprimento e os obrigando a abandonar o continente como ' tinham feito em Dunquerque, em 1940. | A ideia, realmente ambiciosa, foi apresentada a Rundstedt e ao Comandante executivo do seu Grupo de Exercitos, Feldmarechal Model, em fins de outubro. Eles tentaram dissuadir Hitler apresentando alternati-

o maior sucesso. No terceiro dia, ele quase capturou o importante centro rodoviário de

Bastogne e, embora fosse detido ali com dificuldade, pela chegada de reforços, em caminhões, da 101º Divisão Aeroterrestre | americana, uma das três divisões Panzer de Manteuffel, evitando Bastogne, chegou a poucos quilômetros do Mosa nos dias seguintes —.. tendo penetrado mais de 80 km. desde a sua linha de partida -. quando foi

detido por reservas americanas, que conta-ram com a ajuda do próprio esgotamento

vel diante do que quase todos consideravam

do inimigo e das severas condições invernais. A barreira do Mosa também se robusteceu com a chegada do 30º Corpo Britânico, que o Feldmarechal Montgomery, por iniciativa própria, começou a trazer do norte no dia 18. Contudo, a própria cidade de Bastogne ficou virtualmente isolada durante uma semana, até que foi liberada pela ponta-de-lança do 3º Exército, de Patton, vinda do sul.

Panzer,

descreve de forma vivida em seu rapido relato dos planos alemães a ofensiva das Ardenas. Ele narra te as caracteristicas dramáticas

va mais limitada, isto é, destruir o bolsão estratégico em torno de Aachen, criado pela ofensiva aliada de outono. Mas Hitler insistiu no seu “grande” plano, em virtude do qual Rundstedt se pôs de lado, enquanto seus subordinados tentavam o melhor possiexcessivamente ambicioso e irréalista. O considerável êxito tático por ele obtido deveu-se em grande parte a técnicas aperfeicoadas pelo Comandante do 5º Exército Hasso

von

Manteuffel,

recém-pro-

movido por Hitler do comando de divisão

para o de exército. Neste ataque foi o seu exército que obteve

E a Batalha de Bastogne que Peter Elstob

mentos

livro, após para toda habilmene os mo-

decisivos dessa luta crucial,

ma ofensiva.

Mas, com

Adolf Hitler decidi-

damente no controle absoluto de todas as armas, de todos os soldados ... situação esta criada pelo fracassado complô de julho de 1944 e pelo expurgo subsequente . não havia escolha. Seria uma ofensiva, a Blitzkrieg nos moldes da de 1940, para mudar radicalmente toda

a guerra no Oeste.

colhido a mesma

coisa, concordando

Se o povo alemão tivesse sido consultado a respeito, com toda probabilidade teria es-

que

um ataque resplandecente, embora com todas as tintas do desespero, era preferivel à prolongada agonia de uma defesa até a última trincheira. Ele usava uma expressão pa-

ra justificar esse raciocinio: “Melhor terminar de modo horrivel a viver num horror interminável.”

Nesse

momento,

ele emitira

a seguinte ordem espantosa: “Preparem-se para tomar a ofensiva em novembro ... cer-

ca de 25

divisões têm de ser transferidas

para a Frente Ocidental dentro de no maximo dois meses”. Ninguém acreditava fosse factível tal medida. Os generais do Fiúhrer eram de opinião que só por milagre a Alemanha poderia repor metade das perdas que sofrera na-

quele periodo — criar todo um novo Grupo

perdera.

Agora que tinha as forças prontas, a decisão seguinte era onde usá-las. Ele hã muito

o

a

O

e

de Exércitos era impossível. Hitler respondeu que lhes mostraria, uma vez mais, como realizar o impossível e, da noite para o dia, a Alemanha foi posta integralmente em pe de guerra. Goebbels recebeu os poderes ditatoriais que sempre quisera: a despeito dos tremendos bombardeios aliados, a produção bélica alemã atingiu índices sequer sonhados e, recorrendo ao que restava do potencial humano, usando praticamente todos, fazendo um treinamento rápido de novos soldados, incluindo rapazes de dezesseis anos e, até, os clinicamente incapazes, 18 novas Divisões Volksgrenadier (Infantaria Popular) foram equipadas para irem para a linha de batalha em novembro. Além disso, Hitler repusera também as reservas moveis que

numa defesa

perdida.

ie

firme do coração da Patria -—. a sombria solução militar ... ou jogar tudo numa úulti-

do extensas, transformando-as

estava

e

Na verdade, o Fiúhrer já se havia decidido pela medida desde o momento em que se deu a destruição de boa parte das forças alemas na Normandia, e os bem sucedidos desembarques aliados na costa francesa do Mediterrâneo pareciam indicar que a guerra

a

Para os Aliados, dezembro de 1944 trouxe O momento de parar e preparar-se; momento de concentrar grandes forças em pontos estratégicos ao longo da frente de 800 km que cortava o mapa da Europa como uma serpente, desde a Holanda à confluência das fronteiras alema, francesa e suiça, de modo a poder-se iniciar, quando tudo estivesse pronto, a serie de golpes que o Alto Comando pretendia fossem suficientemente fortes para ferir de morte a ja enfraquecida Alemanha e terminar a guerra. Para os alemães, vergando ao peso dos ataques desferidos de dois lados, dezembro de 1944 foi o momento de crise, de decidir entre a contração das suas frentes demasia-

TE

| Hitler planeja nova “Blitzkrieg

NR

is

a

io

4

io

se sentia dominado pela ideia de tentar repetir o grande sucesso de 1940, quando os blindados alemães atravessaram as Ardenas e chegaram ao Canal da Mancha. Além disso, O fato de ser, uma vez mais, em

1944, o

ponto mais fracamente defendido da Frente Ocidental, encerrou a questão. Três exerci-

tos, dois

blindados

e um

de infantaria,

fo-

ram discretamente transferidos para as colinas Eifel, a leste de um setor de 136 km da frente americana, indo desde Monschau, no norte, passando pelas Ardenas e chegando a Echternach, em Luxemburgo. Com suas densas florestas de pinheiros, suas ravinas profundas, cristas rochosas e seus muitos cursos de agua velozes, as Ardenas são um obstáculo militar natural, fácil de defender e mortifero de atacar .. como os americanos descobriram ao serem detidos ali pelos alemães em retirada, em setembro. Por ser uma região tão difícil para qualquer atacante, e como uma linha não pr

dE

O

O Fúhrer e “Sepp”

Dietrich

pode ser forte em toda a sua extensão, as Ardenas eram defendidas pelo VIII Corpo do General Troy Middleton, com apenas quatro divisões, duas das quais haviam sido destroçadas na terrível luta travada nas florestas no mês anterior ao ataque alemão, e as outras duas eram ainda inexperientes. Do lado oposto a elas, e com outra divisão de infantaria inexperiente à sua esquerda, os alemães haviam agrupado, sem que o Serviço de Inteligência aliado percebesse, cerca de 18 divisões. Em termos de potencial humano, pouco mais de 80.000 soldados americanos insuspeitosos, que repousavam, treinávam € se reequipavam, seriam atacados por cerca de 200 mil alemães, certos de que conquistariam uma grande vitóri a. n . no Ni Re B, denominação , mandado pelo Feldmare9

Feldmarechal

E

M

TR araa Pr

É

=”

|

E

A

ho

.

A

Da A

ae Ea A EA ba%

Comandante-Chefe

PR

td

tedt,

esq.)

o] F



von

Runds-

Oeste

ci

e Zi» Fa

ue

são E Mp

a,

ER Do

ss ema

PRETO

Seed

a

To.

rr

' E

O

Or

aee a

RR

ee

[Li

Devi ETR

E

sega

ue

"

ET

"a

E

Ea

a

em

e

rd

Ee

DEE

fo so,

ap

na ERAS os

Ra

GS 48 ep)

Di

-

z



o

nada o ERA

PS

kr

K

a po

aca add Soe SR

ira eu

nto

o

|

>

Es

má pd

de E

“E

io

(Centro) General von Manteuffel, Comandante-Chefe 5º Exército Panzer

chal Walter Model, soldado agressivo, mestre da improvisação, que havia impedido a derrota total, na Frente Oriental, em três diferentes ocasiões. Para a Ofensiva das Ardenas, ele contava com um exército de Divisões Panzer SS e sua infantaria de apoio, um exercito Panzer regular, contendo o que de melhor restava das divisões de tanques alemães, e um exército de infantaria, muito abaixo dos seus efetivos, para proteger um dos flancos. O 6º Exército Panzer, que deveria ser a ponta-de-lança do ataque no norte, era comandado por um dos mais antigos camaradas de Hitler, Josef “Sepp” Dietrich, ex-sargento ajudante no exército regular alemão, o guarda-costa pessoal do Fithrer nos primeiros tempos do nazismo e antigo comandante da famosa 1º Divisão Panzer SS Leibstandarte Adolf Hitler, a “Guarda de Hitler”. O 5º Exército Panzer, comandado pelo General Hasso von Manteuffel, outro dos “generais combatentes” de Hitler da Frente

12

Oriental, deveria atacar pelo centro; a importante tarefa de criar uma muralha para proteger o esperado longo flanco sul da penetração alema foi entregue ao 7º Exército alemão, formado de quatro divisões de infantaria recem-organizadas. O plano alemão baseava-se nas clássicas linhas da blitzkrieg: apos tremenda barragem inicial, tropas de assalto escolhidas romperiam a linha americana nuns doze lugares, pelos quais as colunas de infantaria

blindada se despejariam. Estas avançariam céleres pela acidentada região das Ardenas,

sem dar atenção aos seus flancos, e captura-

riam

pontes

sobre

o

Mosa

antes

que

Os

Aliados pudessem recuperar o equilibrio. Uma vez cruzado o Mosa, teria início a segunda fase da ofensiva: um avanço em duas pontas na direção noroeste, para An-

tuérpia. O ataque do Grupo de Exércitos 5

seria secundado por outro, feito pelo 15º Exército do General Student, na Holanda, e

quando tomados Antuérpia e o Estuário do Escalda, as Forças Aliadas na Europa estariam cortadas em dois, sendo que seus quatro exércitos no norte ... os 1º e 9º americanos, o 2º britânico e o 1º canadense —. poderiam ser destruídos. Então, na opinião

(Centro) Feldmarechal Model, Comandantêe-Chefe Grupo de Exércitos “B

rr

de Hitler, os Aliados ocidentais estariam prontos para fazer uma paz em separado com a Alemanha, que transferiria todas as suas forças para o Leste. Os comandantes alemães em campanha protestaram, alegando que o plano era por demais ambicioso. O velho e rude Feldmarechal von Rundstedt foi mordaz: “Antueérpia? Se chegarmos ao Mosa, deveremos dar graças a Deus!” o Hitler recusou-se ate mesmo a examinar

qualquer dos seus planos alternativos, mas a

oposição

nha

dos seus comandantes

e os tremendos

problemas

de campa-

logísticos

tornaram impossível a data original, levando-o a concordar com vários adiamentos. Por fim, gritando, impaciente, que os generais nunca estavam prontos, fixou uma hora final e inalterável: 05:30 h de sábado, 16 de

dezembro.

.

Embora os efetivos finais alemães fossem inferiores ao prometido, eram maiores do

que os generais esperavam, o que lhes fez passar do profundo pessimismo para ligeiro,

otimismo. O principal peso da blitz —. oito divisões de infantaria e cinco blindadas foi agrupado contra apenas 72 km da frente americana, defendidos pelo equivalente a cerca de três divisões de infantaria, com um unico e inexperiente comando de combate blindado (cerca de 40 por cento de uma divisão blindada) na reserva. Este setor destacado para receber o ataque principal ia das posições da “Linha Siegfried”, defronte à ala direita do V Corpo, na Floresta de Gerolstein, até Vianden. no rio Our, do lado oposto ao centro direito do VIII Corpo. Estes dois corpos pertenciam ao 1º Exército, do General Courtnev Hodges. O principal objetivo alemão era conseguir o controle da rede rodoviária o mais depressa possivel, não só para seu próprio uso como para impedir que os americanos despejassem reforços trazidos do norte e do sul — as direções das melhores estrada s. Para controlar as comunicações seria preciso capturar e defender quatro centros rodoviã-

rios: Malmédy, St.-Vith, Houffalize e Bastogne, e se fosse possível cumprir a rigida tabela, os quatro teriam de cair no primeiro ou segundo dia.

13

perdido 100.184 homens, ela fora despacha-

desses A tomada do mais setentrional tarefas entrecentros, Malmedy, foi uma das “Sepp gues ao 6º Exercito Panzer SS, de urados Dietrich: os outros três seriam capt

n “pelo 5º Exército Panzer, do General vo o nc Manteuffel. St.-Vith, o ponto focal de ci

ue importantes rodovias e de três ferrovias (q havia sido alemã até ser entregue à Bélgica, após a Primeira Guerra Mundial, e onde

pelo menos metade dos habitantes se ergue-

riam em vivas quando a Wehrmacht retornasse), era o primeiro objetivo do ataque da ala direita de Manteuffel. Houffalize, cuja

aproximação seria feita pelo leste, ao longo

de estradas estreitas e dificeis, mas com boa estrada correndo para oeste, ao longo do vale do Ourthe, até Laroche e as pontes do Mosa, deveria ser tomada pelo ataque dirigi| do ao centro. Dezessete quilômetros mais ao sul encontrava-se o último e mais importante dos centros de comunicações a serem atacados, Bastogne, mais distante da linha de partida do 5º Exército Panzer do que os outros

da para esta parte das Ardenas - chamada de paraiso tranquilo para soldados cansados — para repouso e reequipagem. Embora os dois batalhões que realmente defendiam o setor de 14 km tivessem recebido reforços que elevaram seus efetivos quase ao normal, a maioria de seus integrantes não havia ainda ganho experiência de batalha, Para os comandantes do 5º Exercito Panzer e do

XLVII Corpo Panzer, o problema não pare-

cia ser O tênue anteparo de infantaria americana que teria na sua frente imediata, e sim a melhor maneira de deslocar os blindados e a infantaria de apoio depois que tivessem atravessado

o Our

e, 8 km

mais a oeste, O

Clerf, porque, a partir dali, a qualidade das estradas e os acidentes do terreno dificultariam o deslocamento dos tanques e causariam atrasos. Parecia lógico supor que o 110º de Infantaria, ja cansado das batalhas, depois de ser martelado por uma barragem disparada antes do amanhecer, fosse varrido pela avalancha de tanques e infantaria. O Alto Comando Alemão confiava em dois, havendo dois rios e terreno elevado e | que os quatro centros de comunicação esdifícil no caminho; mas no plano-diretor de rapidamente, capturados seriam senciais Hitler, Bastogne era um alvo a ser tomado obrigando os americanos, privados do uso “a qualquer preço”. A cidade tinha de ser capturada até o segundo dia, no máximo, e - das estradas, a recuar para o Mosa. A 28º Divisão de Infantaria fora encarredefendida de quaisquer contra-ataques, pois gada de cerca de 40 km de “front” baseado sua importância residia não só no fato de ser a no rio Our, e de uma estrada norte-sul que chave para a rede rodoviária leste-oeste, vicorria paralela ao rio, a uns 3 ou 4 km a tal para o avanço da ala esquerda de Manoeste dele. Na maior parte do seu caminho, teuffel, como também no fato de que, se os através do setor do 28º de Infantaria, esta americanos pudessem defendê-la, Bastogne estrada costeava uma crista. Fazendo da evidentemente se transformaria no centro “Rodovia Bola Vermelha”, importante rota rodoviário e terminal ferroviário para onde iriam Os reforços do 3º Exercito de Patton, “de abastecimento do 9º Exército, no norte, ela fora batizada com.o nome de “Caminho que estava no sul. Ae do Céu” pelos motoristas de caminhão, quaSentindo que Bastogne se transformaria se sempre alvos: de bombardeios. no trampolim para um golpe aliado decisivo À esquerda da 28º Divisão, seu 112º Recontra o flanco da sua ofensiva, Hitler disgimento de Infantaria defendia uma saliêntribuiu a tarefa de sua captura ao melhor cia de aproximadamente 10 km de largura dos seus corpos na Frente Ocidental, o fado lado oriental, ou alemão, do. rio Our. moso XLVII Panzer, consistente de uma divisão de infantaria de elite do exército reEste seria atacado por outro dos corpos blindados dé Manteuffel, o LVIII Panzer, de gular e duas de tanques do exército regular. uma divisão de tanques, e por cerca de dois Elas teriam pela frente um único regimento da 28º de Infantaria americana, divisão terços de uma divisão de infantaria. veterana que fora seriamente maltratada na A ala direita da 28º Divisão estendia-se violenta luta ocorrida em torno de Aachen, por mais de 14 km através das elevações em novembro, oficialmente considerada situadas a oeste do Our, descendo até a con“uma das: ações divisionais mais caras de fluência deste com o Sauer. Esta parte era toda a Segunda Guerra Mundial”. Havendo defendida pelo 109º Regimento de Infanta-

14

om

ria. alvo do corpo mais setentrional do 7º Exército alemão, do General Branderiberger, o 85º, formado de duas divisões de infantaria. Uma destas, a 5º de Infantaria de Paraquedistas, o regimento da direita do 7º Exército alemão, foi encarregada de moverse, ao longo do flanco do ataque do 5º Exercito Panzer, contra Bastogne e, depois que tivesse capturado a cidade e a estivesse defendendo,

americanos. Mas a carga

ocorreria

possiveis

contra

no

contra

principal

centro,

contra-ataques

Bastogne

se encontrava

onde

O

110º Regimento, e seria desencadeada pelo “Reserva Número Um” da Wehrmacht na Frente Ocidental, o Corpo Panzer XLVII, de elite, dirigido por um dos mais experientes comandantes de blindados da Alemanha, General Heinrich Freiherr von Littwitz. Baixo, roliço e de monóculo, ele lembrava um

general de comédia musical alema, mas

na realidade era fisicamente resistente, corajoso e soberbo manipulador de blindados. Conduzia sua tropa com firmeza e impunha-lhe rígida disciplina, mas era estimado pela maioria de seus comandados e bastante respeitado. Para a Ofensiva das Ardenas, seu corpo consistia da “velha 26º”, uma divisão de infantaria regular de primeira classe vinda da Frente Oriental, que ele próprio comandara e que combatera os Aliados com vigor

desde a Normandia ate a Alemanha, chepando a Eifel, em setembro, com apenas três

tanques. Numerosas tripulações dos tanques

destruídos haviam retornado a pe. Esses elementos, com muitos outros escolhidos a dedo na base da divisão, situada em Viena, . colocaram o Corpo com seus efetivos normais, 14.000 homens. A 2º Panzer teve

prioridade também

na escolha das armas:

48 novos canhões antitanques autopropulsados e 27 novos tanques Mark IV, uma ver-

são melhorada de um modelo antigo e totalmente seguro. Seu principal setor de ataque

compunha-se de 58 tanques Pantera do tipo mais recente. Na reserva, Manteuffel tinha outra

unidade

de

elite,

a Divisão

Panzer

Lehr que, após a infantaria ter forçado as estier nz Pa 2º a do an qu e rio do as travessi

vesse avançando, seria lançada na batalha, para dar maior peso ão schwehrpunkt. , a “A infantaria do XLVII Corpo Panzer

26º de Volksgrenadier, foi encarregada de a



,

;

at

um papel particularmente dificil: forçar o Our. avançar 11 ou 12 km e forçar o rio

Clerf. manter esses dois rios abertos para que as duas divisões Panzer o cruzassem € então acompanhar os tanques, a pé, por outros 20 km, até Bastogne, cuja tomada seria tarefa sua, sozinha se necessario. Era um programa formidável, que exigia soldados de qualidade e experiência incomuns — eos da 26º eram estes soldados. Na vanguarda da tropa de invasão da Rússia, eles haviam lutado quase que ininterruptamente até setembro de 1944, quando suas perdas atingiram níveis tão altos, que Hitler consentiu em que fossem retirados, para reequipagem e renovação. Com rapidez surpreendente, a 26º recuperou-se integralmente, em termos de novas armas e de homens, que passaram a somar 17.000 elementos, número incomumente elevado, Ao longo da fronteira, soldados alemães aguardam a ordem de avançar

bp il

js

1º EXÉRCITO CANADENSE a

ata Rd

a

$

E

de



de

iba x

E

a

Tre

44

“a

Ê

GR.EX.BR

(Montgomery)

Antuérpia

pronta

9º EXÉRCITO “* AMERICANO Colônia O

BRUXELAS E

AMERICANO

Ê ç“s

Middleton

É

(US FIRST ARMY)?

iÊ Ciiire, sito nao

$ api

R

Clervaux

ê

Bastogne * =

"

N

|

5º EXÉRCITO

PANZER

E

5

Sitio, A

12º

[|

GR.EX.AM

(Bradley)

é ÇA

FRANÇA O Milhas

rim

o

40

ss Posições aliadas 15/12/44

quien 3º3 EXERCITO AMERIÇANO NXNA Frente em 15/12/44

«af

DO

Bastogne bloqueou o ataque da ala esquerda do 5º Exército Panzer

alemão

para infantaria. Antes de serem despacha-

dos

para

a Frente

constituírem

ataques

Ocidental,

na ponta-de-lança

do 5º Exército

Panzer,

a fim

de

se

de um dos eles foram

rebatizados (para grande desagrado dos membros originais da “velha 26º”) com o nome de 26º de Volksgrenadier. Seu comandante, o Major-General Heinz Kokott, era velho homem de tanques e compreendia muito bem a necessidade da estreita cooperação entre tanques e infantaria num avanço blindado —. ocasião em que um, sem o apoio do outro, fica em

grande

desvantagem. Ele, entretanto, não concebia como se podia esperar que seus soldados, a pé, acompanhassem os tanques até Bastogne, pois havia grande escassez de transportes. Decidiu então —. com a concordância do General Liittwitz, seu comandante de corpo, e do General von Manteuffel, seu comais solicitar — mandante-de-exército transportes e canhões autopropulsados, para tornar militarmente viável a tarefa. Mas Hitler fez ouvidos moucos aos pedidos, pois não os tinha. Mesmo assim, a 26º Divisão de Volksgrenadier recebeu ordens para cumprr o que lhe tinha sido designado. A outra divisão de infantaria a ser despachada contra Bastogne, a 5º de Pára-quedistas.do 7º Exercito, estava em mau estado, não só porque sofrera pesadas baixas e recebera reposições mal treinadas, como também seus oficiais estavam divididos em duas facções rivais: uma delas achava que a divisão devia sua lealdade ao Exército de Páraquedistas de Góring, e a outra, ao exército regular. Isto resultara na formação de uma panelinha de velhos oficiais do “Exército de Pára-quedistas” que se livrou do seu oficialcomandante; mas, para descontentamento daquela, este não demorou a ser substituído por um rigoroso oficial do exército regular, Coronel Heilmann. Após mais ou menos uma semana no seu novo comando, ele o descreveu ao Feldmarechal Model, que o nomeara pessoalmente, como “uma turma de quarta classe” que, sem infantaria motorizada, jamais cumpriria a dificil tarefa de avançar como proteção de flanco do XLVII Corpo Panzer. «Não dispomos de nenhuma”, disse o Feldmarechal Model pouco depois, “você terá de arranjar-se com seus cavalos ... pelo menos de início. Em breve teremos bastante

transporte americano capturado”. Ele sabia muito bem que, de início, pelo menos a 5º de Pára-quedistas atacaria menos de duas companhias de infantaria americanas: tais vantagens compensam muitas deficiências. Embora o plano maior exigisse que as divisões Panzer móveis evitassem pontos de resistência e prosseguissem avançando para

oeste, acreditava-se que elas poderiam tomar Bastogne de passagem, antes que a resistência se pudesse solidificar, defendê-la por algum tempo com uns poucos tanques € infantaria blindada, enquanto o resto ia em frente, e depois entregaria a cidade às divi-

sões de infantaria que viessem a seguir. Nu-

ma reunião realizada a 12 de dezembro, o General Liittwitz disse aos seus comandantes-de-divisão: “Bastogne tem de ser tomada. Do contrário, ela continuara sendo um

abscesso nas nossas linhas de comunicação. Temos de limpar toda a Bastogne, para depois prosseguir”. Se ela não caísse imediatamente e se as divisões Panzer não pudessem

abrir logo uma brecha na retaguarda, eles continuariam seu avanço na direção do Mosaea 26º de Volksgrenadier atacaria e capturaria Bastogne. O planejado assalto do XLVII Corpo Panzer devia iniciar da margem leste do

Our.

da

Ao

frente

longo

do

dos

corpo,

11

km,

havia

mais ou menos,

duas

travessias

principais, Dasburg, à direita alemã, e Ge-

mund, à sua esquerda, cujas pontes haviam sido destruídas pelos alemães durante sua retirada de setembro. A infantaria blindada poderia atravessar o Our com facilidade e estabelecer-se na margem

oeste, que tinha de

ficar desprotegida à noite, devido à insuficiência da defesa americana, mas antes que os tanques e canhões de assalto pudessem atravessar, seria preciso instalar pesado equipamento para pontes. Duas imensas pontes flutuantes de 60 toneladas foram despachadas para Manteuffel, que as designou para os dois locais escolhidos para a travessia; mas as estradas que desciam até o rio eram estreitas e sinuosas, com uma série de curvas fechadas e, quando chegasse o momento, os longos trailers teriam enorme dificuldade em descê-las.

Para não alertar os americanos, que de nada suspeitavam, todo esse equipamento, a artilharia do corpo e os tanques tinham de

permanecer muito recuados até que se desse

17

E

0 Milhas

0 Km «t-—— Ataques alemães 16-18/12/44 mma o,

de

remalo

Posições defensivas do 110º ) Infantaria Outras posições do 110º Infantaria

Heinerscheid

mr: a

Força Rose

DIV PANZER LEHR e 26º VOLKSGREN.

wriz (723 Q-G 28! Div. Inf.

SR Ee

Três divisões alemãs passaram pela linha de defesa do 110º da 28* Divisão, na frente de Bastogne

Regimento

a barragem inicial de fogo. O General Manvorecer, € se isto não continuasse a aconteteuffel também deliberou que nenhuma das cer, sem dúvida despertaria desconfianças turmas de assalto especialmente escolhidas - no inimigo. para rapidamente bater as posições avançaO General Manteuffel concordou com o das americanas deveria atravessar o Our anargumento e Kokott determinou então que tes que os canhões alemães abrissem fogo. dois dos seus três regimentos atravessassem Contudo, o General Heinz Kokott, o atilado sorrateiramente o Our, durante a noite de 15 comandante

da 26* da

Volksgrenadier, co-

mentou com Manteuffel que da linha de frente de suas tropas saiam habitualmente homens para o outro lado do rio, à noite, onde mantinham postos avançados até o al-

18

de

dezembro,

e penetrassem

a floresta

até

uma linha de partida situada logo a leste da rodovia da crista, o “Caminho do Ceu”. O 3º da 26º então avançaria rapidamente para

o rio seguinte, o Clerf, e tomaria suas pon-

Hosingen — e quatro aldeias. Três destes pontos fortes de aldeia eram de defesa em profundidade, entre a rodovia da crista e O rio Clerf; o quarto era avançado, entre a rodovia e o rio Our. Marnach e Hosingen eram as mais fortemente defendidas, pois de cada uma delas partia uma boa estrada que conduzia a uma ponte de onde se podia chegar facilmente a Bastogne. Ambas contavam para sua defesa com efetivos de companhia e ambas estavam entre os primeiros objetivos dos alemães. Embora a possibilidade de um ataque fos-

tes, enquanto que o restante do XLVII Corpo Panzer ainda-estaria subindo do Our. Nesta parte da frente americana, as vantagens seriam esmagadoramente favoraveis aos alemães, porque, alinhadas do lado oposto do Our, ocupando 11 km da seção de 16 km que era da responsabilidade do 110º Regimento de Infantaria, havia duas divisões alemãs com efetivos totais, uma blindada e uma de infantaria, num total de

cerca de 31.000 homens, embora apenas pequena parte deles pudesse ser lançada imediatamente em combate. O 110º defendia este setor — uma defesa

se

em profundidade, de cerca de 32 km, a leste de Bastogne —. com dois batalhões. O terClerf e, por ser reserva divisional, só poderia ser empenhado em combate pelo comandan-

te da divisão. Os americanos haviam distri-

À frente destes pontos fortes, vários postos

avançados eram defendidos somente durante as horas do dia, porque, à noite, o terreno situado entre a estrada principal e o rio, em grande parte constituído por um bosque fechado e cheio de acidentes, era considerado terra de ninguém, onde por vezes patrulhas de ambos os lados se espreitavam mutuamente. A situação. tática demonstrava que um forte ataque alemão podia atravessar o Our em. qualquer lugar do setor do 110º de Infantaria, porque a defesa, por muito espalhada, não poderia detê-lo. O que lhe seria possivel, no máximo, era atrasar a velocidade resistência baseada no “Caminho do Céu” até a chegada de reforços. As pontes sobre o Clerf, situadas a mais ou menos da

rodovia,

defendidas a qualquer preço.

tinham

de

ser'

Uma destas ficava na cidade de Clervaux, “onde o Q-G do 110º Regimento de: Infantaria fora instalado. Cinco quilômetros ao sul, outra ponte menor, de pedra, em Drauffelt, e uma

terceira,

ainda

mais

ao sul, situava-se

no flanco direito do regimento. Para barrar o acesso a estas três pontes

pelo leste, o comando do 110º instalara seis posições defensivas: duas pequenas cidades sobre o “Caminho

do Ceu” |

Marnach

comandante

ca

panhia postada em Weiler, posição do flanco direito do 110º de Infantaria. A oeste do “Caminho do Ceu”, nesse setor, as aldeias de Holzthum e Consthum tinham a defendê-

de do ataque, batendo-se na linha principal

a oeste

o

para apoiar Marnach e Hosingen, incluindo duas baterias de artilharia. Uma destas estava embasada para dominar a rodovia que ia de Marnach a Clervaux, e a outra, ao longo de uma crista perto de Buckholz, de onde poderia disparar contra soldados que se aproximassem da ponte de Drauffelt, vindo de Hosingen; ou ao longo de outra estrada situada mais ao sul, que tambem levava ao Clerf. Esta era a terceira das estradas que iam do Our, cruzava o “Caminho do Ceu”, prosseguia para oeste, sobre o Clerf, e dai para Bastogne, e era protegida por três dos pontos fortes do 110º Regimento de Infantaria. O ponto colocado mais a leste ficava em Wahlhausen, sendo apenas um posto de observação, defendido por um pelotão da com-

buído por uma série de posições tropas de companhias baseadas em aldeias situadas no “Caminho do Céu” e suas proximidades.

km

remota,

28º Divisão, Major-General Norman Cota, e-o comandante do 110º de Infantaria, Coronel Hurley Fuller, estavam perfeitamente - importância tática das pontes cônsciosda do Clerf e haviam disposto poderosas forças

ceiro, mantido na reserva, estava a oeste do

S

considerada

e

las duas companhias de infantaria, contando cada qual com uma delas. Finalmente, uma estrada ia de Marnach à

ponte de Drauffelt (assim como a rodovia principal, que ia até Clervaux) e, para bloquear este acesso, outra companhia de infantaria fora postada na aldeia de Munshau-

sen

e arredores,

Marnach.

a cerca

de

3 km

de

Como se pode ver pelo mapa, o 110º de Infantaria colocara desse modo seis das oito companhias destacadas para o bloqueio das 19

SE

a

n

Ci

CREA

“O inimigo teve seu avanço prejudicado; o inimigo reinicia a marcha para

oeste”

estradas que iam para oeste. Duas outras foram postas na defesa do flanco esquerdo do regimento, ao norte de Marnach, e não estariam no caminho do ataque do XLVII Corpo Panzer. Quatro companhias pertencentes ao 2º Batalhão do Regimento estavam na reserva, a oeste do Clerf. Estas e um batalhão de tanques constituiam toda a reserva da 28º Divisão de Infantaria. O Q-G divisional estava em Wiltz, 18 km a sudeste de Bastogne, onde havia somente tropas do Q-G do VIII Corpo. Além da 28º de Infantaria, o comandante do VII Corpo, General Troy Middleton, dispunha, compondo a sua frente, de três outras divisões, irregularmente espalhadas: a recem-chegada 106* de Infantaria, no seu flanco esquerdo, incumbida de defender um saliente que penetrava na “Linha Siegfried” a leste de St.-Vith, e a veterana 4º de Infantaria, defendendo seu flanco direito a fronteira Luxemburgo/Alemanha. A 4º tambem sofrera baixas muito severas no mês

20

anterior e, como a 28º, fora despachada para as Ardenas, para repouso e reequipagem. A quarta divisão de Middleton era a 9º Blindada, que ainda não tinha experiência de batalha e estava desfalcada de um comando de combate, que fora mandado para o norte, para o V Corpo, a fim de apoiar um ataque. Outro comando de combate da 9º guarnecia um pequeno setor da frente situado entre as 28* e 4º Divisões de Infantaria, com tanques, destruidores de tanques e outros veiculos, mantidos mais atras, e com seu batalhão de infantaria blindada alinhado para “doutrinação em combate”. O restante da 9º Divisão Blindada, o Comando de Combate “R”, mais fraco que os

dois mencionados, era a reserva blindada do

VIII Corpo estacionado em Trois Vierges, entre Bastogne e St.-Vith, e a oeste de Houffalize. Na eventualidade de qualquer ataque alemão, estes blindados poderiam ser deslo-

cados para a defesa de qualquer dos três

centros de comunicação ... mas acontece que o escolhido seria Bastogne. Alem do Comando “R” da 9º Divisão Blindada, o General Middleton dispunha também de quatro batalhões de sapadores

pe

CVY



—wW Ne

Sherman

M4 A4

O principal tanque americano em Bastogne: 30 t; blindagem de 1/2 2 3 polegadas de espessura; seu canhão, de cano curto, de 75 mm, não podia penetrar a blindagem frontal de um Pantera ou de um Tigre

Pantera

O principal tanque alemão: 45 t; blinda em de a 4 1/2 polegadas. Seu canhão, de cano longo e alta Velocidade era 5/8 superior ao de qual , quer tanque aliado

21

E SD

e

ue

a

o ——



de combate na reserva formal do corpo, mas

no transcurso da: Ofensiva das Ardenas ele

usaria uma espantosa combinação de unidades na desesperada tentativa que fez de re-

sistir à força da grande arremetida alema. À

história de muitas delas não foi nunca narrada integralmente, ao contrário da dos defensores de Bastogne. Quem melhor o fez foi o historiador oficial americano da Ofensiva das Ardenas, M. Cole: “Um punhado de mecânicos de material bélico que guarneciam um tanque Sherman recém-saido da oficina dirige-se para uma

Ardenas

estão tranquilas, confirmando o ti-

tulo que tinha de acampamento de repouso. Na frente, os soldados que não estão de serviço metem-se em suas camas-saco e pen-

sam nas licenças que as celebrações do Na-

tal, que está próximo, sugerem, imaginando

ate se não estaria terminado o conflito antes de findar-se o periodo de permanência na chamada área de repouso. As sentinelas, perscrutando as trevas, tentam manter-se aquecidas . é o inverno mais rigoroso dos ultimos anos. Mais atrás, nos centros de licença, soldados da linha de frente bebem a horrivel cerveja local, fazem amor ou tentam ponte. A simples presença desse grupo detém uma coluna inimiga por tempo suficienfazer amor com as poucas jovens da região, assistem a um filme ou a um espetáculo: do te para que a ponte seja demolida. O tanque USO, e sonham com o momento de virem a e sua tripulação desaparecem, tendo, no entanto, influido no curso da batalha das Arpegar um bom sono de muitas noites numa cama de verdade. Durante algum tempo, a denas, ainda que reduzidamente. De onde vieram, para onde foram, não hã quem o - guerra e a necessidade de manter-se vivo explique. Um oficial de comunicações que ficaram em segundo plano nos seus anseios. procedia ao exame de alguns fios de uma Entrementes, a alguns quilômetros dali, estrada secundária encontra uma coluna aleos alemães vão trabalhando cuidadosamente mã; ele salta para o interior do jipe de que o golpe que vai fazer explodir em sangue se utilizava e vai alertar uma seção de destudo aquilo, inclusive providenciando para truidores de tanques que se encontrava estaque se apressem as unidades que esbarraram cionada numa encruzilhada, Ele e seus arti- .em problemas de tráfego quando a caminho lheiros permanecem anônimos. Os destruido rio. dores de tanques roubam ao inimigo minuA barragem de fogo estã marcada para tos, ou mesmo horas, preciosos. Um pelotão começar às 05:30 h de sábado, 16 de dede sapadores aparece numa referência muito zembro: as 04:30 h, todas as guarnições de sucinta contida no relatório de um comancanhão estão a postos. As distâncias foram dante alemão, que da conta de que “o inimichecadas pela última vez, assim como as go lutou valentemente e o obrigou a desperposições das baterias americanas do lado diçar cerca de duas horas em deslocamentos oposto, e marcadas nos mapas. Os alemães e manobras”. Neste breve aparecimento no conseguiram transportar para a frente visa“nevoeiro da guerra” o pelotão de sapadores da quase 2.000 peças de artilharia e morteiinscreveu-se nas páginas da História. É tu- ros, que iam desde os neberwerfer de canos do. Um pequeno grupo de desgarrados de múltiplos (que podiam lançar meia tonelada repente se cansa com o que parece ser uma de explosivos a cada disparo), até canhões retirada interminável. Quilômetros atrás, de longo alcance, e de calibre pesado, de ate eles deixaram de ser parte de uma formação 350 mm. de combate organizada, e neste ponto a hisMuitos dos Volksgrenadier alemães que tória escrita os perde de vista. O som de ali estão não passam de adolescentes com disparos é ouvido por quinze minutos, uma apenas semanas de treinamento, prestes à hora, vindo de um bosque, de uma pequena entrarem em combate pela primeira vez. aldeia, do lado oposto de uma colina. O Emocionaram-nos bastante as excitantes inimigo foi retardado, e reinicia sua marcha “Ordens do Dia”, desde as dos seus comanpara oeste. Semanas mais tarde, uma turma dantes até a do próprio Fúhrer. Muitos de registro de sepulturas descobre provas acreditavam estar prestes a participar de mudas de resistência em bosques, aldeia ou uma grande vitória que de algum modo, micolina.” raculosamente, expulsaria os exércitos inva“Mas tudo isso é coisa do futuro: agora, sores da sua pátria e esperavam ansiosos estamos em 15 de dezembro de 1944, e as que os canhões começassem a troar. 22

-

;

(Ics

O primeiro dia Ao longo da margem leste do Our, as tropas de assalto alemãs começaram a concentrar-se antes da meia-noite de sexta-feira, 15 de dezembro. As primeiras horas de uma manhã fria e nevoenta, foram silenciosamente tomando posição de ataque. Na frente do 110º Regimento de Infantaria, o 26º Volksgrenadier, que havia avançado furtivamente sobre as tropas dispostas de ambos os lados, rumou pelos bosques escuros para a rodovia situada a pouco mais de 2 km do posto avançado americano em Holzthum. Precisamente às 05:30 h os canhões alemães abriram fogo e toda a frente das Ardenas. de Monschau a Echternach, foi violentamente martelada por periodos que variavam de vinte minutos a hora e meia. Os espantados americanos, nos postos avançados, destruídos já os fios de comunicações que tão cuidadosamente estenderam e com seus postos de comando anulados pela chuva de granadas, perguntavam-se aturdidos que diabo estaria acontecendo na mais calma das frentes. Muitos homens do 110º Regimento de Infantaria dormiam profundamente, a quilómetros atras da frente, quando a sua volta “ tudo começou a estrondear. Voando de sob as cobertas e de dentro de suas camas-saco, metendo-se em abrigos e tocas, procuravam

Meia hora depois que a barragem cessou, os elementos dos postos avançados em Holzthum avistaram figuras movendo-se na meia-luz. Como estivessem muito longe da linha de frente, eles não abriram fogo, achando muito improvável que aquelas figuras pudessem ser alemães. O problema da identificação, entretanto, logo se resolveu, porque os soldados da 26º Volksgrenadier abriram fogo e atacaram em grandes números. Eles foram rechaçados e, com o auxílio do rádio da artilharia vizinha, um aviso dirigido ao Q-G da 28º Divisão em Clervaux anunciou a presença de todo inesperada da infantaria alemã, em grandes números, a alguns quilômetros a oeste do Our. Era o sinal de que a barragem preludiava um ataque real.

Não

conseguindo

tomar

Holzthum

na

primeira arremetida, a 26* tentou flanquear pelo norte, mas foi alvo de pesado fogo da

artilharia situada a sudoeste de Buckholz. O - comandante alemão ordenou que uma companhia atacasse os canhões que não tinham

extensão do ataque. Na verdade, parece que

proteção de infantaria, mas quando esta companhia subia uma estrada secundaria, deparou um meia-lagarta logo a frente e hesitou, sem saber ao certo se era americano ou alemão. Mas, como não disparasse contra a companhia alemã e como, pelo contrário, um dos tripulantes mandasse avançar de modo até amistoso, os germânicos reencetaram a marcha. Entretanto, antes que se aproximassem o bastante para ver as marcas americanas, as terríveis metralhadoras pesadas, de quatro canos, que o meia-lagarta transportava abriram fogo, matando pelo

pas e lançando pesadas concentrações sobre encruzilhadas desertas e ao longo do “Caminho do Céu”, que aquela hora estava praticamente vazió.

resto. Toda a companhia foi posta fora de ação. Repetidamente os Volksgrenadier atacaram as duas aldeias, de Holzthum e Co thum, mas foram incapazes de capturá-ns las ou passar por elas e tomar a estrei ta ponte

ver alguma coisa no meio da névoa fria e

agitada.

Como as comunicações telefônicas entre os pontos fortes americanos haviam sido

destruídas, mandantes

nos primeiros minutos os colocais não puderam descobrir a

não houve muitos danos, porque, em muitos casos, a impressão era de que a artilharia alemã estava disparando de acordo com ma-

menos 100 Voiksgrenadier e dispersando o

23

am o

ag

de pedra sobre o Clerf, situada a uns 3 km mais para oeste. Em determinado momento, eles chegaram a entrar em Consthum, mas foram repelidos por um contra-ataque decidido e, mais tarde, quando cortaram a estrada entre as duas companhias americanas, uma força de 20 soldados de Q-G reunida às pressas saiu de Consthum e reabriu a estrada. Foi uma defesa inesperadamente obstina-

da e custou a estes Volksgrenadier, que esperavam ser Os primeiros a atravessar o,

Clerf, todo o tempo que haviam ganho na travessia noturna do Our. Em desespero, seu comandante lançou as tropas contra a posição de artilharia americana, mas os artilheiros armaram suas granadas com espoletas de um segundo e dispararam com miras abertas. Embora o comandante da bateria e 15 homens da sua guarnição fossem vitimados, a posição resistiu. Outros ataques alemães foram realizados

durante todo o dia, em muitos lugares, ao longo da extensa frente do 110º de Infanta-

ria. À direita, o pelotão de observação em

Wahlhausen viu, tão logo clareou o dia, os alemães se reunirem para o ataque e pôde assestar o fogo da artilharia contra eles. A companhia a que este pelotão pertencia estava na aldeia de Weiler, a 2.400 m para o sul, e, tecnicamente,

ficava no

setor da 5º

Divisão de Infantaria de Pára-quedistas; mas não havia sinais desta, de modo que o

comandante local da 26* Volksgrenadier despachou dois ou três batalhões para elimi-

nar Wahlhausen e Weiler. Na posição menor, Wahlhausen, a munição logo começou a escassear, pois o pelotão repelia um ataque após outro. Ela resistiu durante todo o dia, mas depois do anoitecer os alemães retornaram com canhões antiaéreos de disparo rápido e a posição tornou-se insustentável, A última mensagem dos sobreviventes pedia fogo de artilharia contra sua posição quando os Volksgrenadier penetraram. Apenas um homem sobreviveu. "Em Weiler, a companhia de infantaria, dispondo de morteiros e canhões antitanques, pôde repelir os ataques dos jovens Volksgrenadier, muito valentes mas praticamente inexperientes. Por duas vezes os alemães pediram permissão, que lhes foi concedida, para mandar padioleiros recolher seus feridos sob a proteção de uma bandeira

branca. Ás 13:30 h, eles enviaram um emis.

24

sário com uma oferta de “rendição honro-

sa”

para

restavam

pois do

os poucos

em

Weiler,

anoitecer,

defensores

mas

que

foi recusada.

ainda

De:

Weiler já cercada, os

americanos reduzidos a uns poucos cartuchos de munição, o comandante da compa-

nhia dividiu em dois grupos os tes e mandou que escapassem curo. Um capitão e 25 homens reunir-se ao 110º de Infantaria

remanescenenquanto esconseguiram na noite se-

guinte .. todo o restante foi morto ou cap -

turado. Ao anoitecer das tinham sido rara muito mais Os alemães já Clerf e estar a

estas duas posições avançaeliminadas, mas isto demotempo do que o planejado. deveriam ter atravessado o caminho de Bastogne. Assim que clareou o bastante para vê-la, a companhia em Hosingen abriu fogo contra a infantaria alemã que se deslocava ao longo de uma das ravinas, na direção da sua frente, e continuando para o norte da cidade, no rumo oeste, mas os Volksgrenadier, tomando outros caminhos mais ao norte, cortaram o “Caminho do Céu” entre Hosingen e Marnach e avançaram na direção da ponte de Drauffelt. Esta tropa era a ala direita da 26º Volksgrenadier, que foi então detida pela mesma artilharia de campanha próximo de Buckholz, que havia interrompi-

do outro ataque da 26º em Holzthum e Consthum. Os Volksgrenadier lançaram-se ao chão até que alguém pudesse eliminar esses incômodos canhões americanos. À 26º tentou então mover outra coluna para

oeste,

ao

longo

de

uma

estrada

que

passava ao sul de Hosingen, mas foi combatida por infantaria e artilheiros antitanques, numa encruzilhada. Depois de violenta luta,

esses defensores foram vencidos, mas os ale-

mães haviam avançado para o norte e meteram-se em luta de casa em casa nos arredo-

res sul de Hosingen —. coisa que tinham recebido ordem expressa de evitar. Não obstante, a estrada leste/oeste que tomaram tornou-se a sua principal rota de abastecimento. Os defensores de Hosingen pediram que fosse lançado fogo de artilharia contra essa

estrada, apinhada de alemães, mas a artilharia estava demasiado ocupada, repelindo

ataques contra sua própria posição, não po-

dendo, portanto, atender ao pedido. Por volta das 16:00 h, cinco tanques Sherman da reserva da 25! Divisão conseguiram chegar a Hosingen, porque os Volksgrenadier ainda

não tinham canhões antitanques. Três tanques dirigiram-se para uma elevação situada a sudoeste, para tentar diminuir a rapidez do avanço alemão, mas pouco depois os germânicos conseguiram instalar a ponte em Gemund e canhões antitanques autopropulsados, trazidos as pressas, repeliram os tan-

ques americanos de volta a Hosingen.

Ao anoitecer, o perimetro defensivo de Hosingen fora reforçado pelos cinco tanques Sherman e durante toda a noite ouviu-se fogo esporádico, de armas portáteis e auto-

máticas, mas não houve tentativa de romper a defesa. A guarnição sitiada, já quase sem munição, pediu pelo rádio, em desespero, que a socorressem. O General Kokott, o comandante da 26º

Divisão Volksgrenadier, deu ordens no sentido de que Hosingen tinha de ser tomada no dia seguinte, porque, enquanto os ameri-

canos a defendessem, sua principal saida rodoviária da ponte de Gemund estaria blo-

queada. Em Dasburg, os engenheiros alemães trabalharam ativamente na instalação dos imensos pontões, durante toda a noite ante-

rior à batalha e a maior parte do primeiro dia, enquanto as tripulações de tanques do 2º Panzer esperavam, impacientes com o

atraso. Mas a infantaria blindada do 2º Panzer atravessara o Our em barcos de borracha tão logo a barragem começou e avançou confiante pelos bosques para tomar Marnach num ataque matutino. Ela foi atrasada por um campo minado americano, mas, ainda assim, chegou à cidade sobre o “Caminho do Ceu”, importante para o aces-

Os canhões alemães abriram precisamente às 05:30 h...

fogo

Cessada

atacará



pk

de »

1

4

Ja a

a

E

-

a

barragem,

a

infantaria

so à ponte de Clervaux, quando amanhecia. Depois que violento bombardeio, feito pela artilharia do 5º Exército Panzer a leste do Our. debilitou a defesa, a infantaria tentou tomar Marnach num ataque frontal. Com a

ajuda de um pelotão de destruidores de tana ques, os americanos rechaçaram o Es cidade. Os Panzergrenadier então infiltra-

ram-se em torno de Marnach, pelo norte e pelo sul, e, assim, puderam bloquear as tentativas de salvar a cidade feitas por duas companhias do 110º, ao norte, e pela companhia de Munshausen, 3 km a sudoeste, ao longo da estrada que leva à travessia de Drauffelt. Pelo entardecer, as tropas avançadas do 2º Panzer haviam passado de Mar-

nach e se aproximavam de Clervaux,

Os engenheiros alemães conseguiram montar a imensa ponte em Dasburg por volta das 16:00 h e os meias-lagartas e tanques

começaram a penetrar no setor do 110º de Infantaria. A estrada que conduzia a Marnach tinha sido a linha de retirada dos aleÀ infantaria avança

lançada

por planadores

mães em setembro e eles a haviam bloquea-

do eficazmente, na época, derrubando arvores sobre seu leito. Os americanos nunca desimpediram essa estrada, porquanto sua

principal linha de resistência ficava a oeste dela. Embora

os alemães procurassem abrir

o mais rapidamente possível uma passagem

para os tanques, o deslocamento desses veiculos se fez de forma muito lenta. Entrementes, o procedimento dos condutores desses carros, forçando pressurosamente a marcha, determinou um engarrafamento de tráfego tal, que por algumas horas a ponte não teve muita utilidade para os alemães. Porem, mais tarde, já ao anoitecer, os

meias-lagartas, que afinal conseguiram contornar muitas das árvores caidas, aproximaram-se

de

Marnach.

Estes

carros

monta-

vam, na maioria, metralhadoras múltiplas e, pelo menos, alguns canhões de 20 mm. Este

poder de fogo e tropas descansadas foram demais para os defensores, que vinham lu-. tando o dia inteiro, sem descanso. O relato-

rio do oficial-comandante, informando que

os meias-lagartas, com todos os canhões disparando, estavam penetrando suas defesas

O obuseiro “de dorso” da 101º? Aeroterrestre, cujo troar violento fez que os alemães o confundissem com um canhão de tanque, em Wardin. Seu alcance eficaz era de apenas 8,000 m

Nos

SO E

y

H!

“or

a

externas, foi a ultima coisa que se ouviu de Marnach.

Tendo tomado Marnach, apenas uma ba-

teria de campanha ainda estava entre o 2º Panzer e a importantissima ponte de Clervaux. O Coronel

Hurley Fuller, comandante

do 110º Regimento de Infantaria, tentando enfrentar ataques contra seis das suas oito companhias, reunira um grupo de homens das mais variadas especialidades que estavam em Clervaux de licença e mandou-os dar cobertura aos canhões situados no terreno elevado entre Marnach e Clervaux. Ele ainda não sabia que os alemães tinham conseguido lançar pesadas pontes sobre o rio Our — e que Panzers estavam até mesmo penetrando

Numa

em

Marnach.

.

tentativa de deter a mare alema, o

Coronel Fuller, a principio, implorou, e depois praticamente exigiu, que o General Norman Cota, no Q-G da 28º em Wiltz, liberasse o 2º Batalhão do 110º para ele; mas o comandante divisional o mantivera na reserva durante todo o dia, para ver qual dos seus três regimentos, todos submetidos a violentos ataques, seria o mais necessitado. Por volta das 21:00 h não havia dúvida alguma de que era o próprio 110º o mais atingido e ele ordenou que uma companhia do seu batalhão de reserva viesse para Wiltz, a fim de defender o posto de comando divisional, e liberou Coronel Fuller.

o restante

para

o

O comandante do 110º de Infantaria imediatamente ordenou que o 2º Batalhão atacasse assim que clareasse o dia, no sábado, e recuperasse a posição em Marnach. Em

ini, a

seu apoio iria uma companhia leves que estava vindo do norte tão de tanques médios que vinha te. Se esta providência houvesse

da

mais

cedo,

antes

de

de tanques e um pelodo sudoessido toma-

os Panzers

terem

atravessado o Our, bem que poderia ter protegido Marnach e Clervaux, com resultados muito importantes. Mas os grandes tanques alemães e seus canhões autopropulsados ja se deslocavam em torno de Marnach, na direção de Clervaux, e a posição do valoro-

so 110º Regimento de Infantaria marchava rapidamente para o insustentável.

A outra divisão alema destacada para O ataque a Bastogne era a 5º de Para-quedistas, pertencente ao 85º Corpo, a ala direita do General Brandenberger, e cujo objetivo seria cruzar o Our a esquerda da 26º Volksgrenadier e avançar a seu lado em direção à cidade. No deslocamento da Holanda para as Ardenas, surpreendida pela Força Aérea Aliada na estrada, ela perdera boa parte do equipamento, inclusive os canhões antitanques e morteiros, mas seus efetivos estavam

completos, e intatos os 12 canhões autopropulsados, de 75 mm, que possuia. Estes constituam o principal poder de ataque da divisão, mas teriam de ser transportados sobre o Our por seu próprio batalhão de sapadores, após o que deveria avançar rapidamente ate O outro rio, o Wiltz, situado a uns 11 km dali, e passar os canhões para a outra margem deste, a fim de participar do ataque a Bastogne. Um dos primeiros objetivos dessa divisão era a cidade de Wiltz situada a cerca de 18 km a leste de Bastogne é que era um ponto de junção de rodo-

29

Alguns longe

Panzers

não

foram

continuamente atentos às posições da “Linha Siegfried” a leste do Our, o comandante

muito

vias secundárias, além de sede do Q-G da 28º Divisão de Infantaria. A frente de ataque da 5º Divisão de Páraquedistas cobria cerca de 7 km do curso do Our. indo de Stolzembourg a Roth, e da arremetida inicial se incumbiriam o seu 14º Regimento, no norte, a direita da divisão. € o seu 15º, a sua esquerda. Elas deveriam mover-se para noroeste o mais rapidamente possivel, deixando o eventual trabalho de limpeza por conta do 13º Regimento de Pá-

ra-quedistas, que cruzaria O rio mais tarde,

atravessando o equipamento pesado da divi-

são tão logo as pontes estivessem instaladas. O 14º Regimento de Pára-quedistas foi lançado primeiramente contra o ponto de encontro entre os 110º e 109º Regimentos de Infantaria americanos, mas logo dobraria para O noroeste e se concentraria no setor do 110º; 0 15º Regimento de Pára-quedistas devia cruzar o Our em Vianden e em Roth — onde se pretendia instalar a principal ponte da divisão para transpor o equipamento pesado. O 15º de Pára-quedistas atacaria o centro do

taria

e depois

109º Regimento de Infan-

avançaria

uns

13

km

ara

oeste, a fim de cruzar o Clerf antes de vol tar

para noroeste, para o ataque contra Wiltz, Sabendo que os postos de observação avançados do 109º de Infantaria estavam

30

do 5º de Para-quedistas, Coronel Heilmann,

baixou ordem para que não se realizassem na area atividades incomuns e que o grosso da sua divisão permanecesse oculto nos bosques. atras dos dentes-de-dragão das armadilhas para tanques e das casamatas. Com isso, a surpresa foi completa, mas os para-quedistas avançaram muito pouco no primeiro dia. À coluna da direita lançou seus barcos de borracha e pontes portáteis de infantaria sobre o Our durante os disparos da barragem inicial e avançou para 0este. na direção da posição da companhia do 110º de Infantaria, em Weiler, empenhada no rechaço aos ataques da 26º Volksgrenadier. Embora Weiler ficasse na zona da 5º de Pára-quedistas, os seus integrantes ignoraram o ataque que ali se feria e prosseguiram para oeste, mas não foram além do “Caminho do Céu”, ao sul de Hoscheid, quando anoiteceu. O 15º Regimento de Infantaria, a esquerda, começou muito bem, quando um batalhão de sapadores colocou um grupo de assalto especialmente treinado na metade ocidental de Vianden antes do amanhecer, do-

minando a posição avançada americana sem lhe dar tempo de disparar foguetes de aviso

ou

fazer

contato

O avanço prosseguiu

pelo

rádio.

Alguns

noite adentro

)

!

1

1

|

Lj O

O

s gados canhões de assalto autopropulsado nharam então o alto do açude em Vianden e dirigiram-se para noroeste, a fim de partici-

par da tentativa de tomada de Hoscheid, a

ser feita no dia seguinte. O 15º Regimento de Pára-quedistas cruzou o Our nas proxi-

midades de Roth e avançou sem oposição por uma brecha existente entre duas posições da companhia do 109º de Infantaria,

entrando na desocupada aldeia de Walsdorf,

3 km a oeste do Our.

Durante o resto do

primeiro dia, dois regimentos alemães e três

companhias americanas rodearam-se mutuamente com cautela, como dois lutadores atentos à possibilidade de uma pegada. Pelo anoitecer, a 5º de Pára-quedistas não tinha penetrado mais de 5 km. Não constituía surpresa o fato de o General von Liittwitz não ter ficado nada satisfei-

to

com

o

progresso

realizado

por

seu

XLVII Corpo Panzer de elite no primeiro dia da ofensiva e desgostoso com o trabalho do 5º de Infantaria de Para-quedistas na proteção do flanco esquerdo. Nenhuma das suas colunas de ataque alcançou o objetivo. Nenhum ponto forte americano havia caido, exceto Marnach, e mesmo ali havia ainda soldados resistindo. O fato de Hgsingen encontrar-se ainda em poder dos americanos significava que a estrada que partia de Gemund estava bloqueada e que a Divisão Panzer Lehr de elite (que já deveria estar avançando celeremente para as travessias sobre o Mosa) ainda permanecia a leste do Our. Sua infantaria de assalto sofrera bastante em ações relativamente reduzidas e duas pequenas posições de artilharia americanas não tinham sido desalojadas, rechaçando sucessivos ataques. A menos que houvesse mudanças realmente significativas no dia seguinte, o sucesso de toda a ofensiva corria risco. Por outro lado, duas pesadas pontes, ca-

pazes de suportar tanques Tigre e canhões de cerco, estavam

instaladas e seus tanques

e canhões autopropulsados se deslocavam na direção de Clervaux e, se os americanos

não destruissem aquelas pontes, eles poderiam alcançar Bastogne no domingo. Du-

rante toda a noite, mais tanques, canhões e lança-chamas atravessaram o Our, pelas

pontes flutuantes, e avançaram prontos para eliminar os tenazes bolsões de resistência americanos.

32

As forças alemãs, atraves de uma série de fatos que começaram a entrever, concluiram que as defesas americanas estavam enfraquecendo, que haviam sido completamente surpreendidas e que não contavam com reservas de importância, Um ataque geral no domingo poderia recuperar quase todo o tempo perdido a fazer a ofensiva prosseguir para Bastogne e para o Mosa, O General von Manteuffel estava particularmente ansioso para que tal acontecesse, pois as noticias do resto da frente não eram muito encorajadoras: os americanos não haviam cedido terreno no extremo norte, em Monschau, e a tentativa de criar um “om-

bro” para proteger o flanco direito da ofensiva parecia ter fracassado por completo. O General Brandenbérger não tinha consegui-

do capturar Echternach, na outra extremi-

dade da frente, e a tabela para instalar o “ombro” para proteger o flanco esquerdo tambem falhara. Tal como o fracasso no flanco direito, este viria a projetar importantes consegiiências sobre a batalha. O mais significativo problema que os alemães, no primeiro dia da operação, enfrentaram é que a divisão Panzer SS mais setentrional, a favorita na corrida para o Mosa, tinha sido duramente contida no caminho, não conseguindo percorrer o trecho projetado. A divisão Panzer SS da esquerda atravessara por uma brecha entre corpos e

estava prestes a penetrar a linha americana,

no mais bem sucedido dos primeiros ataques, e o gancho direito do General von Manteuffel, envolvendo um bolsão america-

no, punha em risco muito sério dois regimentos americanos. Foram estes, no entanto, Os únicos sucessos registrados pelos germáânicos no primeiro dia de ataque, para Ó qual haviam sido previstos vários outros. O grande desapontamento do General Manteuffel prendia-se ao desempenho do corpo central de suas tropas, que não lograra penetrar de maneira alguma a linha americana. Para tentar recuperar parte do tem-

po perdido, ele ordenou que a divisão blin-

dada do corpo, a 116* Panzer, despachasse um batalhão de tanques leves para o sul, a

fim de cruzar o Our pela ponte do XLVII

Corpo Panzer, em Dasburg, e depois dirigir-

sé para O norte, pensando em pegar o 112º

Regimento de Infantaria americano (28! Di-

visão) pela retaguarda.

O caminho para Bastogne As primeiras notícias dos extensos ata-

ques alemães dirigidos contra o VIII Corpo chegaram ao SHAEF, em Versalhes, no fim da tarde de sabado, sendo consideradas capazes, por sua importância, de justificar a interrupção da conferência que se realizava entre o General Eisenhower e o General Bradley. Este ultimo achava que fosse um ataque para tleter o planejado avanço do 3º

Exercito do General Patton para o Sarre, mas o General Eisenhower ha muito admitia que os alemães fizessem uma contra-ofensi-

va géral antes de se darem por irremediavelmente perdidos e, para ele, tratava-se dela. De qualquer forma, so havia uma coisa a

fazer —

reforçar o VIII Corpo

imediata-

mente.

O 12º Grupo de Exércitos de Bradley foi totalmente empenhado, sem que uma única divisão ficasse na reserva, medida que o General Bradley justificou alegando não ser

incomum quando diante de um inimigo tão

seriamente batido como os alemães pareciam estar. Contudo, havia duas divisões blindadas fora da linha, descansando, de ambos os lados da frente atacada: a 7º, no

norte, e a 10º, no sul, e ambas receberam ordens de entrar na batalha o mais breve possivel. Esta foi uma decisão critica, pois a 7? chegou bem a tempo de impedir a queda de St.-Vith. A heróica defesa de St.-Vith, feita em desvantagem muito mais sensivel que a enfrentada em Bastogne, foi tão im-

portante, na metade norte da Ofensiva das Ardenas, quanto o famoso cerco de Bastogne, no sul. Entrementes, a 10º despachou um: comando de combate para Bastogne, que chegou quando os ultimos dos seus defensores estavam prestes a ser vencidos. O

resto da divisão reforçou o flanco esquerdo americano, que estava em grandes apuros. Esta foi a primeira das muitas medidas que redundariam na transferência de divisões para as Ardenas, a fim de enfrentar o ataque alemão, medidas estas que fizeram toda a diferença na realização do plano dos germânicos. O Alto Comando Alemão não tinha pensado na possibilidade de serem transferidas divisões de um exército para outro com tão pouca formalidade, não tendo levado em conta a estreita amizade que havia entre muitos dos comandantes americanos mais graduados e, por conseguinte, a disposição para superar os óbices dos chamados canais competentes. Passadas apenas 24 horas desde o início da barragem, centenas de tanques americanos e milhares de soldados de infantaria estavam a caminho das Ardenas, onde os alemães atacavam. Mas eles ainda demorariam a chegar, por causa das estradas, estreitas e apinhadas, e durante os dois ou três primeiros dias o VHI Corpo do General Troy Middleton teria de suportar sozinho toda a fúria do ataque. As 09:15

h de sábado,

16 de dezembro,

antes que tivesse qualquer idéia do peso e extensão do ataque alemão contra a sua frente, Middleton emitiu a seguinte ordem, do seu Q-G em Bastogne, endereçada a to-

das as unidades: SOLDADOS SERÃO RETIRADOS DAS PRESENTES POSIÇÕES SOMENTE

POSIÇÕES AMENO aos

REPITO

SOMENTE

SE

AS

SE TORNAREM COMPLE. O PUSTENTÁVEIS, Isto da-

comandantes

locai

possibilidade de ajustarem Eefiqiess ra formar uma defesa unida. Para que não seria incompreendido, o assegurar comandan33

te do corpo então determinou

especifica “a ser defendida

uma linha

a qualquer

pre-

ço”. Tal medida seria temporaria, mas, por

para obcerto, necessária, ainda que apenas

servação dos pontos de maior pressão€ para permitir uma idéia das intenções alemas.

Mas a linha estendida logo se mostrou fra-

gil, pois pela meia-noite do primeiro dia Ja

havia sido rompida em ordem não foi alterada:

varios lugares. A todas as posições

deveriam ser defendidas “a qualquer preço”, e às ordens que emitiu para a 28º de Infantaria o General Cota, por sua vez, acrescen-

tou: “ninguem volta”. Já ia alta a noite do primeiro dia da gran-

de ofensiva alemã e ninguém do cano tinha qualquer idéia da sua dos seus objetivos. A falha das ções na linha de frente, o grande

lado ameriextensão e comunicanúmero de

pequenas ações e o completo despreparo para enfrentar um ataque de tal magnitude, tudo isto conseguiu causar uma confusão tão grande, que muitas das ordens e mensagens em nivel de divisão, corpo e exército não faziam sentido. No começo, quanto mais alta a area de comando, menor o dominio da importância do esforço germânico. O Iº Exército recusou o pedido dos experimentados comandantes-de-divisão de infantaria que atacavam na.direção das Represas

de Roer

para que,

recuando-a,

aglutinasse

sua coluna, perigosamente estendida, quan-

do um Corpo Panzer SS descobriu seu flanco: o Q-G do 12º Grupo de Exércitos co-

municou “ligeiras penetrações na frente do vIII Corpo” ao SHAEF, onde o consenso geral era de que os alemães estavam tentando desviar soldados do Sarre. Mas no Q-G do VIII Corpo, em Bastogne. onde informes de ataques alemães em grandes numeros estavam chegando de todas as unidades na linha de frente, o General Middleton, ao que parece, chegou à conclusão de que tudo aquilo era mais que apenas uma tentativa de eliminar certos bolsões americanos

nas

defesas

da

“Linha

Sieg-

fried” ou um ataque realmente forte para eliminar o impulso do golpe do V Corpo, à esquerda. Ele verificou que provavelmente teria que empenhar sua pequena reserva antes do momento certo e precisaria de reforços.muito em breve. Já perdera um comando de combate completo da sua única divisão blindada, por ter sido despachado para ajudar no ataque do V Corpo. Contudo, as circunstâncias impediram que ele pudesse ser empregado e, diante disso, um dia antes

de se iniciar a ofensiva alemã, o comando combate

estava

tecnicamente

de

devolvido,

mas não se tinha ainda posto a caminho.

Middleton não perdeu tempo, no sabado, em entrar em contato com o 1º Exército, em Spa, e pedir a devolução dos seus blindados, o Comando de Combate “B” da 9º Divisão Blindada, para que ele pudesse ir imediatamente em apoio dos defensores de St.-Vith, que estavam em sérios apuros. O General Hodges concordou, e este reforço do seu flanco esquerdo permitiu ao General Middleton trazer o Comando de Combate “R” da 9º Blindada, sua única reserva blindada, da sua posição entre St.-Vith e Bastogne, para Oberwampach, a meio caminho entre Bastogne e Clervaux. Dali, os tanques poderiam apoiar os 112º e 110º Regimentos da 28º de Infantaria e, se os alemães não rompessem a linha do rio Clerf, bloquear os acessos orientais de Bastogne. Foi um movimento que viria a ter resultados importantes. Através do 12º Grupo de Exércitos, na Cidade de Luxemburgo (que tinha melhor contato telefônico com o VIII Corpo do que

o

1º Exército,

em

Bastogne),

o General

Middleton soube que a 10º Divisão Blindada se destacara do 3º Exército, no norte, para ajudá-lo e que seu comandante, o Ma-

Major-General Troy Middleton, Comandante do VIII Corpo, cuja frente sofreu o ataque da maior ofensiva alemã realizada no Oeste

jor-General Willam Morris, vinha na frente e se apresentaria em Bastogne para receber ordens. O General Middleton decidiu dividir

a 10º Blindada, utilizando parte dela no apoio as defesas da 28º Divisão de Infantaria e o restante no bloqueio da tentativa alemã de seguir de Echternach para a Cidade de Luxemburgo, o que, em última análise, embora não fizesse parte do plano alemão, era de supor que fizesse, assim como Liege parecia ser o objetivo dos alemães, no norte.: A 10º Divisão Blindada fora tirada do comando do General Patton, a despeito dos seus tonitruantes protestos de que os ataques alemães contra o VIII Corpo não revestiam grande ameaça. “Que diabo, provavelmente tudo não passa de um ataque com o objetivo de nos desequilibrar aqui e fazer o 3º Exército cancelar sua ofensiva”, protestou ele. Como sempre, o velho “Blood'n'Guts” estava convencido de que seu exército era a principal preocupação da Wehrmacht. Sua nova ofensiva deveria iniciar-se dali a três dias, e ele tinha planejado colocar a 10º Divisão Blindada na segunda leva, ficando furioso ao perde-la. Assim mandou

sua outra divisão de reserva,

Blindada, “envolver-se”

de modo

a 4

que não

viesse a perder-se também. No domingo, O segundo dia da ofensiva. a situação na frente de Bastogne deteriorara quando os alemães renovaram a arremetida,

35

na tentativa de compensar o tempo perdido no primeiro dia. As primeiras horas de domingo, Panzergrenadier da 2º Divisão Panter

passaram

por

estrada principal elevações situadas Panzergrenadier baixas na captura

Marnach,

ao

longo

da

que conduz, a oeste, às em redor de Clervaux. Os haviam sofrido pesadas de Marnach, mas ainda

estavam muito aguerridos e, da posição vantajosa que conquistaram, despejaram bala de fuzil e metralhadora contra o castelo que dominava a ponte. Este fogo, leve, não causou muitos danos as grandes muralhas de

pedra do castelo que há oito séculos guardava a travessia,

Ocupavam-no tropas de Q-G do 110º de Infantaria, mas o posto de comando regimental estava instalado no Hotel Claravallis, na extremidade norte da cidade. Ali, o oficial-comandante do regimento, Coronel Hurley

36

Fuller, estava por demais preccupa-

do com

seus

planos

de

retomada

de

Mar-

nach para cuidar do grupo misto de soldados administrativos e de serviço que estava no castelo. Dizia-lhe apenas que revidassem, porque assim que possível lhes seria enviada ajuda. Ele ordenara um contra-ataque de três pontas: duas novas companhias avançariam do leste de Clervaux e iriam direto contra Marnach; um pelotão de tanques Sherman, com infantaria de apoio, atacaria de Munshausen, no noroeste; por último, uma companhia de tanques leves viria do sul, descendo o “Caminho do Céu”, de Heinerscheid, num ataque matutino. Este plano, arrojado e

agressivo, poderia ter dado certo se Marnach

fosse defendida

ria, mas,

como

vimos,

somente os

por infanta-

Panzers

haviam

chegado às últimas horas da noite, alterando drasticamente a situação. alemães tomaram o rumo

Alguns tanques da estrada para

Clervaux e outros começaram a sondar para

o norte, ao longo do “Caminho

do Céu”:

portanto, ambos estavam indo na direção da linha de ataque americano.

Os três ataques do Coronel Fuller iniciaram-se cerca de uma hora antes de clarear o dia. O de Clervaux foi detido sem demora pelos Panzergrenadier que se tinham aproximado quando ainda escuro; o segundo, de tanques/infantaria, que vinha de Munshausen, no noroeste, verificando seu comandante que os alemães em Marnach eram fortes demais, recuou. Já então alguns dos tanques Mk IV alemães estavam chegando às fileiras dos Panzergrenadier, fazendo crescer a

ameaça a Clervaux. Por isso, os Shermans que estavam em Munshausen receberam or-

dens de abrir caminho para oeste, a fim de ajudarem na defesa da ponte. A infantaria devia bloquear à estrada de Marnach até a

ponte

do

Drauffelt,

que

passava

pela sua

Os canhões tinham de ser postos em bateria pela força dos músculos

posição, em Munshausen. A terceira tentativa, feita pelos tanques leves que desciam o “Caminho do Céu”, vindos do norte, foi um desastre, porque os

alemães tinham uma companhia de canhões autopropulsados cobrindo os acessos por eles utilizados. Quando os 18 tanques americanos surgiram de Heinerscheid, os alemães permitiram que eles se aproximassem até

que ficaram alinhados como pinos de barro

numa galeria de tiro ao alvo. Onze deles foram destruídos em dez minutos; dois retornaram à aldeia e cinco guinaram, metendo-se por trilhas carroçáveis, em direção à posição de artilharia americana que ainda guardava o caminho de acesso a Clervaux, vindo de Marnach. Mas esta posição e Heinerscheid foram atingidas mais tarde, na-

37

E

O

O

quele dia, e todos os sete tanques que haviam escapado acabaram destruidos.

O Coronel Fuller despachou mais tropas de infantaria para as duas companhias cujo ataque de Clervaux para o leste havia sido

detido. e ordenou

novo

avanço.

Ao

mesmo

tempo. pediu mais tanques e canhões autopropulsados, para deter o avanço alemão

contra a sua frente e ordenou que os Sher-

mans restantes, um pelotão que vinha prote-

gendo a própria Clervaux, saissem e dessem

combate aos Mk IV na estrada de Marnach,

acima da cidade. Eles cruzaram a ponte e, depois, tiveram de subir lentamente a tortuosa estrada na direção dos tanques alemães que os esperavam em posições de “cascos baixos”, isto é, em escavações que os deixavam semi-enterrados. Os americanos tiveram muita sorte, pois perderam apenas três tanques e destruiram quatro Mk IV. A ação desses blindados americanos e o renovado esforço da infantaria feito nas elevações contra a estrada principal Mar-

nach/Clervaux evidentemente preocuparam o comando alemão, porque a pressão dimi-

nuiu. Os americanos sentiram-se ainda mais encorajados quando os Shermans que vinham de Munshausen, tendo percorrido estradas secundárias, de repente apareceram, do sul, e destruiram o tanque alemão que vinha na vanguarda de sua coluna, bloqueando efetivamente o único acesso à ponte de Clervaux. Pelo menos por enquanto, Clervaux resistia. Em Bastogne, Troy Middleton fora solicitado a recorrer a sua escassa reserva para

“atender a pedidos de ajuda que partiam dos

seus três comandos divisionais. Ele já despachara quatro tank destroyers autopropulsados do CC “R” da 9º Blindada para o 112º Regimento da 28º Divisão, à esquerda, que vinha sendo atacada por alguns Mk V do 116º Panzer e estava bastante cônscio de que a própria Bastogne provavelmente não demoraria a precisar de toda a proteção que pudesse obter; apesar disso, enviou uma companhia de tanques em auxilio do Coronel Hurley Fuller, pois a defesa das pontes sobre o Clerf eram de suma importância. Em Clervaux, o comandante do 110º de Infantaria dividiu-o em três grupos: um pelotão foi destacado para repelir os Panzergrenadier que, depois de passarem pelos tanques que haviam destruído, já estavam na extremidade sul de Clervaux; um segun-

38

do pelotão foi mandado para a ponte norte, a fim de apoiar a infantaria instalada na crista situada a leste de Clervaux, e O terceiro foi enviado para o norte, na direção de Heinerscheid, agora violentamente atacada, Esta não era a melhor maneira de usar uma

força de tanques tão pequena, mas o Coronel Fuller tinha ordens explícitas do General Cota, em Wiltz, de não ceder um só palmo de terreno: “Resistam a todo custo. Não recuem. Ninguem volta”. Isto significava que, por exemplo,

o Co-

ronel Fuller não podia destruir as pontes sobre o Clerf e retirar suas forças para defender as elevações situadas a oeste de Clervaux, negando, desse modo, as estradas que vinham do leste e nordeste aos tanques alemaes. No fim da tarde de domingo, após 36 horas de ataque incessante contra a sua frente, fracamente defendida, as companhias do Coronel Fuller estavam à beira do desespero: três delas ja haviam sido vencidas e outras cinco se encontravam cercadas, com a munição rareando e a pressão inimiga aumentando .. três agora nas elevações a leste de Clervaux, uma em Munshausen e uma em Hosingen, atacada pela 26º Volksgrenadier. Os sobreviventes das duas companhias que defendiam importante posição em Consthum, a sua direita, ainda resistiam, mas fracamente. Isto explicava o destino de dez das 12 companhias do Regimento; das outras duas, uma estava em Clervaux propriamente dita e a outra fora colocada na defesa do Q-G da divisão, em Wiltz. A última ajuda enviada a

Clervaux foi uma bateria de canhões antitanques autopropulsados do CC “R” da 9º Blindada. Depois disso, ficou decidido que para o leste do Clerf não mais seriam enviados reforços. Quando o comandante da 10º Divisão Blindada se apresentou ao Q-G do VIII Corpo, na tarde de domingo, o General Middleton lhe disse para despachar um comando de combate para Bastogne, certo de que já então não seria possivel defender a linha da 28º Divisão de Infantaria. O ataque final contra Clervaux veio de duas direções. De uma delas, a infantaria alema, apoiada por tanques Pantera, tomou a ponte principal, enquanto uma segunda força de infantaria e tanques atacou a ponte norte, destruindo um tanque Sherman que defendia o posto de comando regimental,

Me 7 ga qn estocaram Os Sp

Homens

vencidas

da 28*

suprimentos

Divisão

as posições

de

que

Infantaria

ocupavam

pelos

abandonados retornam

às suas

|

americanos linhas, depois

de

num hotel situado no lado oposto. A bateria de canhões antitanques autopropulsados re-

cuou precipitadamente quando os tanques alemães apareceram, perdendo um dos seus

canhões numa

capotagem

determinada pela

pressa de voltar para a retaguarda. Este foi um dos resultados da falta de experiência de combate da 9º Divisão Blindada e haveria outros incidentes desse tipo. Por outro lado, alguns dos tripulantes de tanques, embora inexperientes, fariam muito mais do que seria lícito esperar deles: como sempre, a batalha revelava os fracos e os fortes. A maioria dos homens não é nem herói nem covarde, mas se comportarã sempre de uma forma ou de outra, contagiados pelos exemplos de seus lideres ou companheiros, Em Clervaux, as forças alemãs fluiram das duas extremidades e em pouco os Panzers estavam disparando diretamente contra o posto de comando regimental praticamente a queima-roupa. O Coronel Fuller conseguiu uma ligação com o Q-G divisional e informou que três postos de comando de batalhão haviam sido vencidos e que ele se encontrava sem contato com seu Q-G de companhia, isolado no castelo. Solicitou também permissão para retirar o maior número possivel de membros do seu Estado-Maior para uma nova linha de defesa que se estava formando a uns 4 ou 5 km atras de Clervaux, tendo recebido como resposta que a ordem do comandante do corpo, de “resistir a qualquer preço”, não fora alterada. Uma Os alemães estavam melhores

o ie

40

granada de alto explosivo, disparada por um

dos

Eat

si

cl

apa e

alemães,

estourou

próxima e interrompeu a ligação.

numa

sala

Minutos depois, ele e uns poucos homens sairam por uma janela dos fundos e, galgando um rochedo, tentaram encontrar o caminho de volta. O avanço alemão foi rápido demais e, apos percorrerem a densa floresta em 36 horas, todos foram capturados.

Esperava-se que a companhia em Hosingen, que se mostrara tão difícil para os alemães, pudesse abrir caminho para o oeste, a fim de juntar-se aos que defendiam Cons-

thum. Ela, porém, permaneceu no seu posto, em obediência à ordem de “não recuar”, A infantaria, alguns sapadores de combate a ela ligados e os cinco tanques Sherman que tinham chegado até eles no sabado foram lentamente espremidos num circulo apertado no centro da cidade. foram

destruídos,

mas

Dois dos Shermans

ao

anoitecer

de

do-

mingo este pequeno e tenaz centro ainda resistia. Convocou-se uma reunião de oficiais para examinar a situação: não havia mais munição, de morteiro e a de fuzis estava reduzida a uns poucos cartuchos para cada homem. O comandante da companhia entrou em contato com seu comandante de batalhão, que o deixou tomar a decisão final. Ao clarear o dia na segunda-feira, ele proprio saiu com uma bandeira branca e lençóis brancos estendidos sobre os tanques. Todo o fogo alemão cessou imediatamente.

usando lança-foguetes

pd rm

tanques

múltiplos cada vez maiores e

O obuseiro

de 105

mm,

a principal arma

de artilharia em

Bastogne.

A

peças Divisão Aeroterrestre possuía um batalhão (grupo) destas ciso impediu que os alemães avançassem As perdas americanas foram de 320 homens pelo oeste, para além de Consthum — pelo — a maioria aprisionada —., mas as 48 menos temporariamente. horas de defesa de Hosingen foram uma das zthum e Hol de es nsor defe dos ante rest O seria aram udic prej que das pera ines ações Consthum percorreu estradas estreitas e simente o cronograma alemão. nuosas para finalmente se unir à defesa de A recusa em ceder Consthum (os defenWiltz, próximo obstáculo, pelo sul, ao avansores de Holzthum haviam finalmente reço alemão para Bastogne. cuado para se juntarem aos de Consthum) Em Clervaux, os feridos que havia no foi outra, pois, a despeito das repetidas tencomando regimental e que o Coronel Fuller tativas da 26º Volksgrenadier de eliminar a 101º

teimosa defesa encontrada

no caminho

por

meio de infantaria reforçada com tanques, ela resistiu durante todo o dia e a noite de domingo. Meia hora antes do amanhecer de

segunda-feira, dois dias inteiros após inicia-

do'o ataque maciço a apenas 3 km dali, os

alemães lançaram novamente uma barragem

de artilharia contra Consthum, despachando logo a seguir leva apos leva de atacantes pertencentes à vigorosa 26º, num último e decidido esforço. Este ataque foi repelido pelo fogo combinado de fuzis e armas automáticas e pelo

bombardeio dos tanques e artilharia, cujas granadas caiam em meio aos jovens alemães que avançavam por terreno aberto. Mas, de

repente, um

nevoeiro denso caiu do leste e,

por ele protegidos, os atacantes puderam penetrar nas posições americanas. Os sobreviventes do 110º de Infantaria e os soldados a

ele anexados foram obrigados a recuar; Bofors antiaéreos ficaram para trás, para com-

bater a retaguarda, e seu fogo rápido e pre-

fora obrigado a deixar para trás, no Hotel Clarawallis, encontravam-se espalhados por

toda parte, ouvindo o ruído de fogo de artilharia e armas. Uns poucos, apenas ligeiramente feridos, tentaram escapar, mas, ou

foram mortos ou aprisionados. À mesa tele-

fônica, o sargento de comunicações conseguiu uma ligação com a 28º Divisão as 18:30 h de domingo e informou que o posto fora abandonado, que ele era o unico homem, fisicamente capaz, que restava e que tanques e tropas de infantaria alemães já enchiam as ruas de Clervaux: a voz seguinte que se ouviu ao telefone foi alemã.

No castelo, no outro lado da cidade, os soldados do Q-G do 102º, embora cercados e debaixo de fogo de fuzis, metralhadoras, morteiros e tanques, despejados contra eles durante todo o dia, recusavam render-se, re-

tendo, desse modo, muitos Panzergrenadier que deveriam estar, naquela altura, a caminho de Bastogne. Três companhias

que lutavam

nas eleva-

41

ções situadas a leste de Clervaux foram cercadas durante a noite e somente 62 homens conseguiram escapar ao cerco e reunir-se â destroçada 28º Divisão de Infantaria — mais de 600 cairam prisioneiros dos germanicos. Em Munshausen, a pequena força de tanques e infantaria foi dividida em grupos

pela força dos ataques alemães, mas conti-

nuou lutando durante a noite. Ao amanhecer de segunda-feira, a maioria foi capturada, ou morta. Os alemães redobraram esforços para tomar o castelo e, por fim, conseguiram, quando suas grandes muralhas foram varadas por granadas penetradoras de blindado e o interior foi envolto em chamas. A ultima do castelo foi recebida às mensagem 05:28 h de segunda-feira, informando que estavam cercados por tanques e infantaria que vinham, cada vez mais numerosos, atravês de Clervaux. Pouco depois, renderam-se os remanescentes defensores do Q-G.

Clervaux fora capturada cerca de 40 ho-

ras mais tarde que o previsto, mas a diferença, inestimavel embora para a defesa aliada, custou o preço da destruição do 110º Regimento de Infantaria. O atraso possibilitou a defesa de Bastogne que, por sua vez, impediu fossem capturadas as travessias, pelo sul, do

Mosa.

Os outros dois regimentos da 28º de Infantaria também enfrentaram luta feroz no segundo dia da ofensiva das Ardenas e ambos foram separados da divisão. O 112º, a esquerda, recebeu a carga de 18 tanques Pantera mal clareou o dia. Com a ajuda dos quatro canhões antitanques autopropulsados do CC “R”, que destruiu quatro tanques alemães, este ataque foi repelido, mas três dos canhões da 9º Blindada também foram postos fora de combate. As poucas horas seguintes foram, ali, de luta tão feroz quanto a que grassava em qualquer outro ponto ao

rumar para o norte. O avanço dos tanques alemães isolou o 112º Regimento do restante da 28º Divisão e a infantaria americana foi para noroeste, por fora das estradas, para acabar fazendo parte da defesa de St.-Vith. A ala direita da 28º Divisão, a 109º de infantaria, ainda permanecia no ponto que lhe cabia defender pelo final do segundo dia, mas sofrera muitas baixas e empenhara na luta todas as suas reservas. O 5º de Páraquedistas conseguiu finalmente deslocar-se

para oeste, logrando dessa forma martelar o

setor norte do 109º de Infantaria, obrigando-o, bastante castigado, a deslocar-se. Os sobreviventes do 109º Regimento de Infantaria uniram-se na defesa que se formava no flanco sul, ficando sob o comando da 9º Divisão Blindada. Assim que soube que Clervaux caira e que tanques e infantaria alemães haviam cruzado o Clerf, o General Middleton ordenou que o Comando de Combate “R” da 9º Blindada montasse dois fortes obstáculos para impedir a passagem para Bastogne. O primeiro, e o mais fraco destes, ficava na

junção das estradas que corriam de Clervaux e Trois Vieérges para Bastogne e consistia de uma companhia de tanques Sherman e de um pelotão de sapadores blindados. Chamava-se o primeiro grupo ForçaTarefa

Rosa.

O segundo obstáculo, a Força-Tarefa Harper, consistia do resto do batalhão de

O 116º Panzer desistira de tentar cruzar

tanques do CC“R” e duas companhias de infantaria blindada. Este era considerado um obstáculo formidável e ficava a 8 km a sudoeste da Força-Tarefa Rosa, na estrada para Bastogne e apenas 14 km daquela cidade. Esses dois obstáculos ja estavam em posição ai pela meia-noite de domingo e ambos eram apoiados pela maior parte da artilharia do CC“R”, que fora postada de forma a poder disparar contra as duas estradas de acesso. A infantaria se entrincheirou; as tripulações dos tanques encontraram posições de cascos enterrados e, pelo resto da noite, os soldados ficaram à espera, ouvindo os sons de disparos a alguns quilômetros para leste, e tentando ver na escuridão os primei-

cruzar o rio durante a noite de domingo e

nhoes e infantaria alemães. No domingo à tarde, o General Middleton já havia empenhado em combate toda a

longo de toda a frente de ataque, com apoio

aéreo e estreita cooperação da artilharia, muitas vezes disparando a distâncias miíninas. Mas as desvantagens eram demasiadas

e, quando a noite caiu, o 112º recuou para o outro lado do Our e os alemães ganharam outra cabeça-de-ponte.

o Our naquele ponto, deslocando-se para o sul, para Basburg, onde se atrasou devido a problema de combustivel, mas conseguiu

42

ros sinais da aproximação

de tanques,

ca-

sua reserva formal, inclusive os quatro batalhões de sapadores de combate. Mas, numa emergência como a que enfrentava, ele tinha

o direito de recorrer aos três batalhões de combate do 1128º Grupo de Sapadores que, sob controle do

1º Exército, funcionava na

parte sul da area do seu corpo, nos trabalhos de engenharia que ali se faziam — manutenção de estradas, pontes e, de modo

geral, manter as comunicações desimpedidas. Todos eles estavam agora empenhados,

alguns praticamente onde se encontravam, outros, deslocados para quilômetros dali,

para formar uma linha de defesa apressadamente. Estes sapadores haviam sido dispersados

em muitos grupos de trabalho pequenos;

suspensos, porém, todos os trabalhos, compressores de ar, niveladoras de estrada e outras máquinas foram deslocados para oeste, para além do alcance dos alemães, depois do que os homens retornaram aos Q-Gs, pegaram armas que não usavam há muitas semanas, recolheram munição, minas terrestres e explosivos, e foram em frente. A repentina necessidade de batalhar fez com que a equipe do Q-G, escriturários, cozinheiros e outros que não estavam acostumados a lutar, se agrupassem em torno de instrutores para o mais rápido possivel aprenderem a disparar uma bazuca ou um morteiro de

trincheira e como instalar uma mina. O General Middleton determinou que grupos de sapadores formassem uma cortina defensiva imediatamente a leste de Bastogne, atras da artilharia e dos obstáculos. O

arco assim formado tinha uns 13 km de comprimento, situado entre as aldeias de Foy, a 6 km de Bastogne, na estrada principal, que corre na direção noroeste, e Neffe, a 4 km a leste de Bastogne, na estrada para Clervaux. Isso, e mais os obstáculos da 9º Blindada, a artilharia e a companhia de reserva restante do 110º -de Infantaria que, segundo se julgava, deveria estar tomando posição atrás de Clervaux, era o melhor que podia ser feito para bloquear a ameaça alemã a Bastogne, do nordeste e do leste. Para atacar Bastogne pelo sudeste, os alemães teriam de avançar pelo complexo de estradas secundárias do vale do Wiltz. As-

sim sendo, as posições criticas a serem ali

defendidas seriam certas encruzilhadas e a cidade de Wiltz, situada numa curva do rio Wiltz, a cerca de 19 km de Bastogne. Do >

outro

lado do rio, a uns 5 ou 6 km

a su-

doeste de Wiltz, ficava a principal rodovia que vinha da Alemanha, correndo, no sentido noroeste, para Bastogne, que por certo seria usada se os alemães tentassem de fato avançar para oeste. No

domingo,

o General

Middleton

man-

dou o 44º Batalhão de Sapadores de Combate para Clerf, com ordens de juntar-se ao batalhão de tanques de apoio da 28º Divisão de Infantaria (o 707º), e formar uma linha a oeste do rio, para deter o avanço alemão. Mas as pontes em Clervaux e Drauffelt tinham caído intatas nas mãos dos germânicos, a maioria dos tanques e canhões autopropulsados americanos fora destruida e o 110º Regimento de Infantaria sofrera cerca de 2.750 baixas,

de modo

que

"não era mais possível defender esta linha. O 44º de Sapadores, os seis tanques restantes do 707º, cinco canhões de assalto autopro-

pulsados e quatro canhões antitanques de

3 pol. rebocados receberam

ordem

para se

deslocarem para Wiltz, para assumir a defe-

sa daquela cidade. Eles lá chegaram por volta das 18:00 h de domingo e logo tomaram posições defensivas, a nordeste e a leste. Durante os dois primeiros dias da ofensi-

va alema, a defesa de Wiltz fora entregue ao comandante da Companhia de Q-G da 28º Divisão, Tenente-Coronel Hoban, que tinha

uma companhia do 110º de Infantaria como reforço de suas tropas de Q-G e três canhões antitanques de 57 mm. Estes foram dispostos, numa tênue cortina defensiva, em

torno

da cidade,

mas,

no domingo

à tarde

— quando ficou evidente que a linha do 110º de Infantaria, a leste do Clerf, não podia resistir — todos os soldados de serviço e do escalão de retaguarda foram retirados para oeste, para fora da zona perigosa.

O resto, combatentes, recebeu ordens de Juntar-se às defesas. Pouco depois, a companhia de infantaria da reserva foi despachada para apoiar a posição de Clervaux, mas o

Q-G da 28º Divisão sabia que o 44º Bata-

lhão de Sapadores estava a caminho, para se incumbir da defesa, oque ocorreu ao anoitecer daquele dia, quando o TenenteCoronel Hoban passou o comando ao Tenente-Coronel Kjeldseth.

Ão sul de Wiltz, o 687º Batalhão de Artilharia de Cam

panha empenhava-se no apoio do 110º de Infantaria, que ainda resistia em Consthum, mas os artilheiros careciam de

43

D mm =

=

a

ul ia

Ê

E

mar

A

a ul

A

a

Di

ul

,

4 É

caminhos os todos “"Cubram acesso: detenham os blindados mães”

de ale-

proteção de infantaria. Embora não houvesse qualquer sinal da aproximação dos ale-

mães pelo sul, Wiltz situava-se na zona de limite entre o XLVII Corpo Panzer e o 85º

Corpo, do General Brandenberger. Tanto a 26º Volksgrenadier como a 5* de Para-quedistas se envolveriam na luta, embora o comandante da unidade de pára-quedistas,

houvesse

Coronel

Heilman,

damente

se superavam

determinado

que sua divisão evitasse Wiltz e rumasse direto para Bastogne. Entretanto, tão rapios

acontecimentos,

que o serviço de comunicações não escaparia às consequências disso, impedindo que Heilman mantivesse o controle de suas unidades avançadas, que foram atraidas para O ataque a Wiltz. Na noite de sábado, a 26º Volksgrenadier tomara a ponte de Drauffelt, que não havia sido destruída, e as unidades avançadas da Divisão Panzer Lehr a atravessaram € se dirigiram para oeste, na direção de Bastogne. O Regimento de Reconhecimento da Panzer Lehr foi retirado da frente de ataque a Consthum e atravessou o Clerf, seguido

pelo 902º

Regimento de Panzergrenadier.

Pela segunda-feira de manhã esta coluna chegara à encruzilhada de Eschweiler € ali o Regimento de Reconhecimento virou para à

esquerda, a fim de atacar Wiltz, enquanto O dq

E

Di

q caio

Eis

il

o a!

F

:



ee

a, É ia] E

E

Ro

E

Pe ia Re

ad ko

:

se

E

a Ta

E

e an

902º, sob as ordens do comandante-de-divisão General Fritz Bayerlein, rumava célere para Bastogne.

Em Wiltz, ai por volta das 10:00 h de segunda-feira, o General Cota soube que o Comando de Combate “B” da 10º Divisão Blindada se deslocava rapidamente do sul para ajudá-lo, com probabilidade de chegar naquela tarde. A notícia era realmente boa, pois a nordeste e a leste da cidade o 44º de Sapadores dispunha de duas companhias, mas ao sul e a sudeste Wiltz encontrava-se perigosamente exposta. Às 11:00 h daquele dia deu-se o primeiro ataque alemão, feito com tanques € infantaria,

o batalhão

contra

da

ala direita

dos

sapadores e o fez recuar, com pesadas baixas, para as elevações a oeste de Erpeldange, para defender a ponte sobre o Wiltz em Weidigen, enquanto o outro batalhão de sapadores contra-atacava. Isto deteve o avanço alemão, mas quatro canhões de reboque tiveram de ser abandonados, por não poderem ser retirados a tempo. Os alemães, por seu turno, estavam usando canhões autopropulsados

de

88

mm,

capazes

de

destruir

qualquer tanque americano à distância de mais de 1.600 m, bem como canhões de 20 mm de tiro rápido. Enquanto ali a luta prosseguia, chegaram informes de que patrulhas alemãs estavam sendo vistas ao norte e noroeste de Wiltz, mas isto não causou muita preocupação, porque a qualquer momento, segundo se es-

perava, chegaria o comando de combate da 10º Blindada. O 110º de Infantaria ainda resistia em Consthum, mas, como não podia ser refor-

cado, sua retirada era apenas questão de tempo, pois a pressão alemã continuava aumentando. Algumas peças de artilharia pe-

sada que os germânicos colocaram a oeste de Clerf martelaram Wiltz o dia todo e, embora fosse contida a carga dos atacantes contra o 44º de Sapadores, estes se viram obrigados a recuar para cerca de 1.000 m

da cidade. Tão intenso era o fogo dos tanques e canhões autopropulsados alemães que ninguém duvidava de que a ponte em Weidingen

seria

diante

capturada,

do

que

foram despachadas instruções no sentido de destrui-la, passando a seguir os defensores para a margem ocidental. De repente, no entanto, a pressão dos germânicos diminuiu, não se verificando então o cumprimento da ordem. A razão disso, ignorada naquele momento, era que o comandante divisional precisava do Regimento de Reconhecimento da Panzer Lehr para a captura de Bastogne. Ele saiu de Wiltz, deixando a tarefa de tomar a cidade à 26º Volksgrenadier, que havia subido do Clerf a pe. Os Volksgrenadier

deveriam continuar avançando contra Wiltz pelo nordeste e leste, para capturá-la se possível, mas principalmente para impedir que os americanos que ali se encontravam avançassem contra a retaguarda e o flanco da Divisão

Lehr.

Panzer

mo



4

1

d .ê

a NS

No fim da tarde de segunda-feira, o General Cota recebeu informes de que a coluna do comando de combate da 10º Divisão Blindada fora vista rumando para Bastogne pela estrada de Arlou. Imediatamente expediu ele um pedido ao seu comandante para que colocasse seus tanques e canhões antitanques ao sul e sudeste de Wiltz, mas O Coronel Roberts respondeu que não podia fazer isto devido a ordens anteriores do General Middleton. O Comando de Combate “B” prosseguiu para o norte, chegando a Bastogne por volta das 16:00 h de segundafeira, onde sua presença era desesperadamente necessaria. Isto foi um golpe para os defensores de Wiltz, e quando, na terça-feira, 19 de dezembro, a 5º de Para-quedistas começou a atacar pelo sul, ataque que foi engrossado pelo grupamento alemão que atacava Consthum, que finalmente caira, tornou-se evidente que a coisa seria realmente muito violenta. O General Cota ordenou que o Q-G da 28º Divisão se retirasse para 22 km a oeste, para Sibret, mas deixou no local um Batalhão Provisório formado de elementos do Q-G para resistir com o 44º de Sapadores e defender Wiltz o mais que pudessem. Além disso, os 200 e poucos sobreviventes do ataque a Consthum, que estavam então ao sul da cidade, receberam ordens de ir para Wiltz, onde chegaram por volta do meio-dia de terça-feira, e seu comandante, o Tenente-Coronel Daniel Strickler, recebeu do Tenente-Coronel Kjeldseth a incumbencia de defender Wiltz. Com a ponte em Weidingen ainda intata, decidiu-se concentrar a defesa ali. SO restavam quatro tanques — o 707º Batalhão de Tanques perdera mais de 60 nos quatro dias de luta —. e todos estavam incapacitados de

manobrar. Eles foram rebocados para posições onde funcionariam como canhoes esta-

cionários. Os homens que guarneciam o pelotão de canhões de assalto estavam à beira da exaustão, após cerca de 80 horas de luta, durante as quais não tiveram mais que alguns momentos de sono. Mas seus canhões

eram absolutamente necessários à proteção

da ponte, chados.

sendo

por

isso

para

lã despa-

As 14:00 h a 26* Volksgrenadier desfechou vigoroso ataque. A luta foi violenta e

extremamente cruel, sofrendo ambos os lados severamente. Um importante entronca45

quatro mento rodoviário mudou de mãos , vezes, em quatro horas: O Capitao Miller de do 44º de Sapadores, lembrou mais tar roncaque “Eles traziam tanques até o ent nos reamento e nos repeliam; depois, nos grupávamos € os repeliamos. Todos eles pareciam estar equipados com pistolas-metra-

lhadoras, mas tinhamos a impressão de que sua infantaria temia o fogo das nossas metralhadoras .50 —

eu vi alguns alemães se-

rem simplesmente arrebentados por elas”.

Ao mesmo tempo em que se dava este o ataque, vindo do nordeste, a 5* Divisãde Pára-quedistas atacava as defesas de Wiltz no sul, e embora a artilharia americana destruisse os Panzers que apoiavam o avanço alemão, os pára-quedistas avançaram e penetraram entre os canhões, forçando a sua retirada. A 28º Divisão de Infantaria em Sibret tentou enviar reforços para Wiltz, mas já então todas as estradas que levavam

à cidade tinham obstáculos levantados pelos alemães. Mais homens da 5º de Pára-quedistas chegaram, ansiosos por participarem do

golpe final, enquanto que, no norte, o 44º de Sapadores era obrigado a recuar, sofrendo 150 baixas. Os tanques estacionários não tinham munição; não havia metralhadoras suficientes para a defesa total e as comunicações pelo rádio tinham falhado em muitos lugares. A ponte em Weidingen foi destruida e os artilheiros de assalto sobreviventes foram mandados de volta para impedir que os alemães se beneficiassem de eventuais pedaços que tivessem sobrado. Entre as muitas ações arrojadas que se registraram nos primeiros dias caóticos da

Ofensiva das Ardenas houve as dos peque-

nos grupos de artilheiros, como este pelotão de assalto, que enfrentaram o combate em grande desvantagem, quase que ininterruptamente, e foram vistos, pela ultima vez, avançando sombriamente na direção dos alemães triunfantes. Wiltz estava caindo e o problema passou

a ser a salvação do maior número possível.

de homens. O Coronel Strickler decidiu que o Batalhão Provisório seria retirado primeiro, seguido pelo restante do 110º, que lutara

por todo o caminho, desde Consthum, com o 44º de Sapadores encarregado da retaguarda. Mas era tarde demais para uma retirada em boa ordem. No primeiro obstáculo alemão, protegido

46

por um campo minado, um meia-largarta americano avançou pelo campo minado, com suas metralhadoras matraqueando, para abrir um caminho; no segundo, uma carga de baionetas caladas e granadas, feita na

escuridão, permitiu que a coluna prosseguisse a caminhada, mas no terceiro obstáculo

os alemães conseguiram, com o fogo concentrado de três lados, destruir todos os veicultos, matando ou ferindo muitos homens. Somente a escuridão impediu um autêntico massacre, pois os soldados americanos fugi-

ram pelos bosques, em todas as direções. Número surpreendentemente grande de ho-

mens do 110º conseguiu chegar a Sibret para juntar-se aos que a defendiam, mas pela

quarta-feira já não restava muita coisa do

Q-G da 28º Divisão ou do 110º Regimento de Infantaria. Ainda não se compreendera a importância das horas roubadas aos alemães com essa resistência; e .como tantas posições avançadas haviam sido vencidas e tombado tantos oficiais e soldados, mortos ou feridos, ninguém, no momento, podia ter uma ideia clara do que ocorrera ao longo daqueles poucos quilômetros das Ardenas, entre O Clerf e o Mosa, nos três primeiros dias da grande ofensiva alemã. A importância de tanto sacrifício só seria mesmo compreendida depois da guerra, quando os prisioneiros retornaram, quando os comandantes alemães foram interrogados e depois que se examinaram os arquivos alemães cuidadosamente guardados. Então é que se ficou sabendo que as horas roubadas aos germãnicos com os empecilhos criados possibilitaram a defesa de Bastogne e impossibilitaram ao 5º Exercito Panzer a tomada das travessias sobre o Mosa. O preço disso fora entretanto muito alto: alem da destruição da 28º Divisão de Infantaria “. . homens e veiculos de combate de

cinco companhias de tanque se perderam,

cerca de três companhias de sapadores de combate mortos ou desaparecidos, e destruidores de tanques, artilharia e outras unidades mistas tragados .. .” Com Wiltz capturada, as estradas do sul para Bastogne estavam desimpedidas e a 5º de Para-quedistas e a 26º Volksgrenadier apressaram-se para participar da captura daquele importante objetivo, prestes a cair, segundo acreditavam, ante os tanques e canhões da Divisão Panzer Lehr.

O Corpo Panzer stá as portas A infantaria alemã era transportada em cima dos Panzers

|

Sa

Ma

Pt

O Comandante do 47º Corpo Panzer, General von Liúttwitz, não demorara a com-

preender a importância de Bastogne no ataque na direção do Mosa. Ele deixara isto bem claro em suas últimas instruções, baixadas quatro dias antes do inicio da ofensiva: “Bastogne tem de ser tomada pela retaguarda. Se não o for, ela permanecera como uma úlcera em nossas linhas de comunica-

Ca

e

lançassem

em combate

antes disso, mesmo

que para tanto tivesse que haver cessão de

terreno, coisa que, partindo

dele, soava es-

tranhissimo. Mas o Feldmarechal von Rundstedt ignorara estas instruções e man-

dara a Panzer

Lehr para a batalha em

no-

vembro, na luta na Lorena, onde novamente veio ela a experimentar perdas muito pesadas, em homens e material. A reposição dessas perdas foi feita em caráter prioritário, das tas mui rá rete ão, raz esta por ções e, mas por volta de 15 de dezembro a infantaetiprim to, tan por s, emo min Eli as. nossas forç ra blindada de apoio da divisão, os Regiro Bastogne, depois prossigamos”. mentos Panzergrenadier, ainda estavam 60 No domingo, 17 de dezembro, quando por cento abaixo dos seus efetivos e somente suas duas divisões Panzer ainda estavam um batalhão de tanques estava pronto, conretidas a leste do Clerf, o General Liittwitz, sistindo de 27 Mk IV e 30 Mk V, Panteescutando os americanos que, muito converas. Para compensar o batalhão de tanques nientemente para os alemães, estavam transque faltava, a Panzer Lehr recebeu, pouco mitindo sem uso de código, ouviu que O antes da ofensiva, dois batalhões de destrui“101º Aerotransportado é despachado para dores de tanques e uma brigada de canhões Bastogne numa veloz marcha motorizada”. de assalto. Tal como ele desconfiava, isto confirmava Os melhores soldados e o equipamento que não havia reservas nas Ardenas e, igualmais novo foram integrar o batalhão de remente importante, significava que não havia que divisional, atacaram motivos para recear um desembarque aero- conhecimento Consthum e, depois, Wiltz antes de serem transportado às suas costas. chamados a participar do golpe contra BasEle sabia que o 101º encontrava-se na togne. Como aconteceu ao longo de quase area de Reims, a mais de 160 km de Bastoda a frente de ataque, registraram-se atratogne, ao passo que sua coluna da Panzer sos no desenrolar dos dois primeiros dias. A Lehr e a 26* Volksgrenadier estavam a apenas 24 km de lá. Liittwitz ordenou então maior parte do batalhão blindado de reconhecimento da Panzer Lehr esteve engarraque elas evitassem os centros de resistência, fada atras da ponte de Gemund até o segunrumassem para Bastogne e a tomassem ando dia, o que obrigou ao regimento de tantes que as tropas aerotransportadas lã cheques de vanguarda a deslocar-se na direção o gassem. norte, para a ponte em Dasburg, e só pôde A queda de Clervaux permitiu que os Panzers e a infantaria blindada da 2º Divi- cruzar o Our às 09:00 h de segunda-feira, são Panzer do 47º Corpo Panzer cruzassem mais de dois dias após a barragem de artio Clerf e tambem rumassem para Bastogne, lharia inicial. Porém, uma vez na estrada, a Panzer mas suas ordens eram para tomar a cidade Lehr deslocou-se rapidamente do Our ats o somente se houvesse pouca ou nenhuma reClerf, tendo, depois, de reduzir a marcha sistência —.. a tarefa principal destas era na pelas condições das estradas do vale do realidade avançar o maximo para oeste, no Wiltz, também apinhadas de veiculos tiramenor tempo possivel, deixando Bastogne dos a cavalos e soldados a pé da 26º Volkspara a 26! Volksgrenadier e a Panzer Lehr. grenadier. O próprio comandante da Panzer Se a resistência fosse demasiado forte, BasLehr, Tenente-General Fritz Bayerlein, contogne deveria ser atacada pelos Volksgrenaduziu 15 tanques e quatro companhias de dier, apoiados pela 5* Divisão de Infantaria Panzergrenadier desde a ponte de Drauffelt Pára-quedista do 7º Exército. ate a aldeia de Nieder-Wampach, situada a A Panzer Lehr, uma das divisões Panzer apenas 10 km a leste de Bastogne, ali chede elite . . o seu nome indica que fora uma gando por volta das 18:30 h de segunda-feidivisão de treinamento de blindados —. havia sido reconstituida de alto a baixo, depois ra. À sua direita, a alguns quilômetros ao de praticamente destruida na França. Ela norte, o fogo de artilharia iluminou os céus quando a 2* Divisão Panzer entrou em comfora reservada para a Ofensiva das Ardenas, com ordens estritas de Hitler para que não a bate com o obstáculo do Comando de Com-

48

* bate “R” da 9º Divisão Blindada.

a

a RR

á

+

*

De Nieder-Wampach, os tanques da Pan-

zer Lehr podiam-tomar por uma boa estrada secundária, situada a sudeste, percorrendo nela uns 5 ou 6 km, para pegar uma outra, de excelentes condições de espaço e pavimentação, a 12 km de Bastogne. Como alternativa, Bayerlein podia arriscar-se por um atalho de 4 km e sair na aldeia de Mageret, situada a 5 km de Bastogne, so que teria que enfrentar uma trilha estreita e la-

macenta. Como suas ordens eram para cap-

turar Bastogne o mais depressa possivel, ele escolheu o caminho mais curto, calculando que talvez não estivesse defendido. A estra-

da era pavimentada iniciais,

somente nos

a partir de quando,

com

1.500 m

o movi-

Após os bombardeios, as tropas assalto alemãs avançavam

mento

dos

tanques,

tudo

de

se transformava

num extenso lamaçal; uns 1.000 m adiante, a estradinha cedeu lugar a uma vereda desde

Luxemburgo, penetrando na Belgica e que conduzia à aldeia de Benonchamps, a pouco mais de 1.600 m de Mageret. Era impossivel desviar os tanques e o resto da coluna no escuro, de modo que Bayerlein prosseguiu no caminho, chegando aos arredores de Mageret pouco antes da meia-noite. Suas unidades avançadas sofreram então o ataque de um destacamento de engenharia

de combate (parte da cortina defensiva criada pelo General Middleton) que bloqueava %

49

ali o acesso a Bastogne: mas por volta de 01:00 h de terça-feira. a força avançada da Panzer Lehr havia tomado a aldeia, cortan-

do. assim. a estrada de Clervaux, a apenas Ss km de Bastogne. Mas ali o General Bayerlein ouviu uma noticia inquietante: um civil pro-germânico lhe disse que poucas-horas antes uma grande coluna blindada, de 50 tanques e seus transportes de infantaria auxiliares, havia passado velozmente por Mageret, vindo de Bastogne, na direção de

onde vinha o som de combate e, segundo o informante, era dirigida por um major-general americano. Ora, um major-general não comandaria unidade inferior a divisão e, embora lhe pa-

recesse impossivel que os americanos pudessem ter transferido uma divisão para Bastogne tão depressa, o General Bayerlein hesitou. Nessa época, uma divisão blindada americana consistia de 263 tanques: a Panzer Lehr tinha apenas 57 e somente 12 destes estavam com ele.

"O som

dos canhões e os clarões que

iluminavam o céu a nordeste pareciam crescer de intensidade. Estaria a 2º Panzer, conJeturava, sendo destruida? Ele podia ouvir as lagartas dos tanques rodando, segundo parecia, bem perto (eram da retaguarda da

sua propria coluna, que se aproximava de Mageret) e o ruido de grande número de veiculos que percorriam a estrada Bastogne/ Longvilly

(estes

eram

os

americanos,

re-

cuando em pânico). A noite estava repleta de ruidos estranhos, e Fritz Bayerlein sabia, como tantos, que o ânimo do homem é mais fraco as horas que precedem o amanhecer. Decidiu esperar para ver, instalar obstáculos ao norte e sul de Mageret, para proteger sua retirada se repentinamente atacado por força superior à sua. . O troar do fogo de artilharia e os clarões vistos no céu eram da 2º Divisão Panzer, ocupada em destruir a cortina da 9º Divisão Blindada que, como nos lembramos, começava com um obstáculo a pouco mais de 8 km de Clervaux. a Força-Tarefa Rosa, de um pelotão de sapadores blindados protegendo uma companhia de Shermans. O local escolhido era onde a estrada Cler-

vaux/Bastogne se une à Trois Viêrges/Bastogne.

Ali. os homens do CC“R” esperavam, à

meia-noite de sabado, a chegada dos alemães. mas a infantaria blindada de apoio da

50

2º Panzer fora retirada de Clervaux porque

os soldados do Q-G do 110º Regimento de Infantaria, no castelo, não se rendiam. Como resultado, somente as 10:00 h da ma-

nhã de segunda-feira é que os americanos, entrincheirados na crista que dominava o primeiro obstáculo, viram os carros blinda-

dos e meias-lagartas se aproximarem. À vista

do obstáculo, a infantaria alemã desembar-

cou e entrou rapidamente nos bosques próximos da estrada. Ela fazia parte do batalhão de reconhecimento da divisão Panzer e

esperava pelos tanques, que estavam a 7 ou

S km mais atrás. Pouco depois esses Panzergrenadier sondaram a frente, para testar a resistência da defesa, sendo de pronto atingidos por granadas disparadas pelos tanques, pelo fogo de armas portateis da infantaria entrincheirada e martelados por obuseiros da artilharia de

apoio.

Resolveram

então

proteger-se

e

aguardar pelos tanques, que apareceram cer-

ca de uma hora depois -. Mk IV do 3º Regimento Panzer, que ja haviam vencido em Marnach e Clervaux. Ao chegarem, lançaram uma cortina de fumaça e por ela pro-

tegidos deslocaram-se para uma boa posição, a uns 800 m ao norte dos maiores tanques americanos, onde agúuardaram a chegada dos Panteras Mk V. Os tanques alemães concentraram fogo sobre a infantaria americana, que se viu obrigada a recuar; em seguida, os Panzergrenadier, com apoio de tanques, flanquearam a bateria de obuseiros de apoio, que também teve de recuar. Os Shermans ficaram expostos ao fogo de três lados —- situação que só poderia resultar na sua destruição. O comandante do CC“R”, Coronel Gilbreth, pediu ao General Middleton permis-

são para retirar estes tanques com a prote-

ção de uma

barragem

de artilharia, mas

a

ordem “resistam a qualquer preço” ainda estava em vigor, e a permissão foi recusada. Em pouco tempo os alemães destruiram sete Shermans, recuando os restantes para lugar

que lhes desse melhor proteção e, depois que anoiteceu, tentaram escapar para Houffali-

ze.

apenas

para

serem

emboscados

pela

116º Divisão Panzer, que já tomara aquele

lugar.

A Força-Tarefa Rosa foi destruida por volta das 14:30 h de segunda-feira, Por fim,

uma

ponta-de-lança do 47º Corpo Panzer

conquistara, a 22

km da cidade, importante

estrada de acesso a Bastogne. Mesmo antes de eliminado totalmente o obstáculo, elementos leves do avanço alemão ja se haviam aproximado da Força-Tarefa Harper, no obstaculo seguinte —. o entroncamento da estrada principal de Bastogne, que vinha do nordeste, com uma boa estrada que levava ao sul, para Wiltz, e que, naquele momento, era atacada pela ala esquerda do 47º Corpo Panzer. Os tanques, canhões e

infantaria que compunham a Força-Tarefa Harper formavam o mais forte obstáculo

que os alemães teriam de enfrentar, até então, nessa ofensiva. O comandante do 3º Regimento Panzer que só chegou ao obstáculo, nos arredores de Allerborn (a 14 km de Bastogne), depois do anoitecer, não gostou nem um pouco das explicitas

ordens

mas

mães

obedeceu.

Para

encontraram

atacar

de

sua

imediatamente,

os ale-

surpresa,

uma defesa espantosa

mente fraca, destruindo logo de saida dois pelotões de tanques americanos — os relatórios oficiais alemães

so três

que

referem

Shermans dispararam contra eles — e incendiaram os veiculos na area. A luz das chamas, os Panzergrenadier e os artilheiros dos tanques varreram todo o local com fogo mortifero. O comandante americano, Tenen-

te-Coronel R. S. Harper, foi morto: os sobreviventes recuaram em desordem para a aldeia de Longvilly. ' Ali, a apenas 8 km de Bastogne, o Comando de Combate “R” da 9º Divisão Blindada instalara seu quarto Q-G, em quatro dias de luta. As ordens do VIII Corpo tornaram-se mais inflexiveis: este seria o ultimo recuo, e como, entre Longyvilly e Bastogne, ainda não havia nada que pudesse deter uma coluna blindada alemã, Longyvilly tinha de ser defendida até o último homem. Em Longyvilly cresciam a confusão e o

os remadesânimo à medida que chegavam

nescentes de unidades americanas batidas em encontrós com os germânicos. Os relatos eram

os mais desanimadores.

Corriam

boa-

tos de que havia alemães, em grandes numeros. em muitos lugares diferentes. O coman-

CCR”,

dante

do

tentou

organizar

Coronel

cuja

Gilbreth,

tropa já havia sofrido baixas muito sérias, os sobreviventes

dos seus

dois obstáculos com elementos de artilharia, de infantaria e integrantes de defesa coerente de Longyilly.

Mas

o conhecimento

de que

Q-G

numa

a 28º

de

Infantaria, que os tanques e canhões tinham apoiado, não mais existia como divisão; que as colunas blindadas alemas se aproxima-

vam rapidamente de Bastogne, vindas de duas direções; que o Comando de Combate da 10º Blindada, que lhes fora prometido para aquela tarde, não tinha chegado, e que o Q-G do VIII Corpo estava retirando-se de Bastogne, tudo isso servia para infundir nos defensores de Longyvilly a sensação de desespero. O Coronel Gilbreth obedeceria a ordem de “resistir a qualquer preço” o melhor que pudesse, mas parecia que sua reduzida e muito abalada força estava prestes a ser €smagada, e quando isto acontecesse, Os tafiques alemães estariam em Bastogne uma hora depois. Mas, naquele momento verdadeiramente dramático apareceu de repente no Q-G do CC“R” um oficial-de-ligação da 10* Divisão Blindada com a notícia de que uma poderosa força de tanques, canhoes autopropulsados e infantaria blindada, a “Turma Cherry”, estava vindo rapidamente de Bastogne com ordens de defender Longvilly. Foram esses tanques — 30, e não 50, e dirigidos pelo Capitão William Ryerson, € não por um major-general -.. que o imagiao. General mencionara cidadão noso Bayerlein, em Mageret, horas antes. A 10º Divisão Blindada, alertada pelo General Patton na noite de sabado, partiu de Thionville, na França, na manha de domingo, dirigindo-se para Luxemburgo. Seu comandante,

na

frente

de

o General

suas

tropas

Morris,

foi

e apresentou-se

ao

William

General Middleton em Bastogne. O comandante do VIII Corpo pretendera inicialmen“te colocar a 10º Blindada no apoio da tentativa da 28º Divisão de Infantaria de defen-

der a linha do rio Clerf, mas no domingo já se tornara evidente que a infantaria não poderia reter o peso do ataque alemão por um dia ou dois, tempo necessário para que os tanques da 10º Blindada chegassem. Ele dis- se ao General: Morris que despachasse seu comando de combate avançado diretamente para Bastogne e que levasse o resto da sua

divisão para o setor de Echternach, a fim de

participar de um contra-ataque destinado a repelir os alemães para a outra margem do Sauer. CCR o comando de combate avanado da 10º Divisão Blindada, passou por uxemburgo o primeiro de uma sucessão 51

po

A

E

|

E

ad

Muito

equipamento

Íntato caiu

em

mãos

alemãs

interminável

de

noite de domingo

comboios a 3



e parou

na

km a oeste, na estrada

de Longwy. Seu comandante, Coronel William Roberts. partiu na frente, na manhã seguinte. e chegou ao Q-G do General Middleton por volta das 16:00 h de segunda-feira. O comandante do corpo e um pe-

queno Estado-Maior estavam tentando con-

trolar a frente, que desmoronava rapidamente; o resto do Q-G do VIII Corpo ja se transferira para Neufchãteau, 29 km a sudoeste. O General Middleton ja usara todos os seus batalhões de engenharia de combate

para formar uma

linha defensiva do norte

ao sudeste de Bastogne; além disso, um entrincheiramento continuo, embora fraco, de

posições ia desde Noville, 8 km ao norte, na estrada para Houffalize, até Mageret, Mavie

e um obstaculo a cerca de 1.600 m ao sul de Bastogne, na estrada para Arlon. Quando o Coronel Roberts se apresentou a ele, já não havia esperança razoável de que essa linha pudesse resistir: a Força-Tarefa Rosa, na estrada para Clervaux, fora vencida e a coluna blindada alemã se aproximava da Força-Tarefa Harper, a menos de 16 km de Bastogne; Wiltz estava sob violento ataque quando um grupo de reconhecimento, despachado para leste a fim de verificar se era possivel erguer uma linha defensiva continua do ponto em que se encontrava a força de tanques da 9º Divisão Blindada, em Longyvilly, até Wiltz, informou que mais tanques e infantaria alemães ja estavam a oeste dessa linha e subindo as estreitas estradas do vale do Wiltz que conduzem a Bastogne. Mais sério, no entanto, que o que vinha acontecendo, os alemães haviam aberto uma brecha no norte, entre Bastogne e St.-Vith, repelindo o 112º Regimento de Infantaria, e já tinham avançado tanto na direção oeste que os reforços não poderiam chegar a Houffalize a tempo de defendê-la. Houffalize foi abandonada, surgindo como local mais propício para deter a penetração que os germânicos vinham fazendo a linha do rio Ourthe, de 8 a 16 km, mais a oeste. A perda de Houffalize significava que os tanques ale-

mães logo estariam na bem conservada es-

trada principal, ao norte de Bastogne, onde a unica defesa eram os sapadores de combate que estavam em Noville, “Quantas turmas novas você pode formar?” — perguntou o General Middleton

54

ao comandante

do CC“B”.

Nessa epoca havia uma conflito de ideias entre os comandantes de infantaria e os de tanques, sobre o uso adequado de blindados: a Infantaria mostrava-se propensa, dadas as circunstâncias, a pô-los a funcionar como posições defensivas, enquanto que os comandantes de forças motorizadas viam

nos tanques uma poderosa força de ataque que necessitava de proteção da infantaria.

Os comandantes

dos blindados temiam ver

suas forças divididas em vários pequenos grupos, como ja acontecera com o Comando de Combate “R” da 9º Divisão Blindada, por exemplo, e que já estava virtualmen-

te destruído. O Coronel Roberts era veterano da Primeira Guerra Mundial, mas muito atualizado quanto ao uso de blindados. Ele não queria que sua força se fragmentasse, “Tres”,

respondeu

relutante.

“Quero que despache sem demora uma turma para cada uma das três posições ameaçadas”, disse o General Middleton, indicando-as no mapa: rumo norte, para Noville; rumo nordeste, para Longyvilly e estesudeste, numa distância de 5 km, até a aldeia de Wardin, para dominar os acessos que levam de Wiltz a Bastogne. O Coronel Roberts aceitou suas ordens com duvidas, pois o que acontecera era exatamente o que mais temia ... seu comando de combate se espalharia demais para conservar qualquer eficácia. Na verdade, a grave decisão do General Middleton, para que se preparasse para bloquear ameaças vindas de três direções, em lugar de se concentrar na direção evidente, no nordeste, foi uma das coisas que viriam a salvar Bastogne. A turma avançada do Comando de Combate “B”, formada por um batalhão de tanques e uma companhia de infantaria blindada, contando cada qual com um pelotão de sapadores e um de reconhecimento, entrou em Bastogne menos de uma hora depois que o Coronel Roberts foi despachado para Longvilly, com ordens de juntar-se. ao CC“R” e aos outros soldados de lá, para defender a cidade se os alemães passassem pela Força-Tarefa Harper, situada a uns 3 km mais a leste.

A força era chamada “Turma

Cherry”,

em homenagem ao comandante do batalhão de tanques, Tenente-Coronel Henry Cherry, e era dirigida por uma guarda avançada de uma companhia de tanques, alguma infanta-

o

a

Do

AS a

ria blindada e pelo pelotão de reconhecimento de cavalaria blindada, que parou a oeste de Longyvilly por volta das 19:00 h de domingo. Na estrada, um mundo de veiculos repletos de homens muito abalados e ansiosos por chegarem a lugar seguro. O Coronel

Cherry foi na frente até o Q-G do

CC“R”, para tentar deslindar a situação e descobrir suas intenções, mas a serie de violentos golpes, as pesadas baixas € a destruição dos seus dois obstáculos haviam reduzi-

do seriamente o moral da tropa e o Coronel Gilbreth estava encontrando dificuldades em fazer com que os sobreviventes reagissem com agressividade. Muitos estavam à beira da exaustão e achavam que tinham feito

bem mais do que se esperava deles nos três dias de luta continua e que outros deveriam agora tomar-lhes O lugar. Tudo o que estava

entre Noville e a força vigorosa de tanques,

canhões e infantaria alemães que acabara de esmagar a Força-Tarefa Harper eram algumas baterias do 73º de Artilharia de Campanha Blindada, alguns sobreviventes da

1,

Descer

A infantaria alemã rapidamente

RES:

avançava

28º Divisão de Infantaria, inclusive a companhia de reserva de Wiltz, e quatro destruidores de tanques —- muito pouco para deter a poderosa força alemã que varrera Clervaux e os dois obstáculos, O Coronel Cherry retornou ao seu grupo e ordenou que a guarda avançada, sob o comando do Tenente Hyduke, formasse uma linha a oeste de Longvilly: o corpo principal ficaria a cerca de 800 m mais para tras até que o CC“R” soubesse claramente O que fazer. À seguir. ele retornou a Bastogne, para informar diretamente ao Coronel Roberts sobre a situação em Longyvilly, tal como a vira — uma retirada que corria O risco de se transformar em debandada. O comandante do CC“B” disse-lhe para voltar e defender Noville com o apoio que pudesse

conseguir; ele tinha permissão de anexar qualquer homem, veículo ou canhão que aparecesse em sua área, mas se acontecesse 55

o pior, a Turma Longvilly

sozinha.

Cherry

teria de defender

O Coronel Roberts despachara sua segunda turma, que chegara logo atras da pri-

meira, para o leste de Bastogne, para Wardin, a fim de deter a suposta aproximação de tanques alemães pela estrada principal de Bastogne e que corria ao sul de Wiltz, a estrada pela qual Bayerlein teria trazido sua guarda avançada da Panzer Lehr se não tivesse preferido ir por fora das estradas até Mageret, na noite de segunda-feira. Esta se-

gunda

força do CC“B”,

O'Hara, em

homenagem

chamada

Turma

ao Tenente-Coro-

nel James O'Hara, comandante do batalhão de infantaria blindada que a dirigia, encontrou a situação calma em Wardin, muito embora soldados desgarrados da 28º de Infantaria passassem por ali durante toda a noite, na maioria esgotados, em estado de

choque e com pouca idéia do que acontece-

ra na sua frente. A terceira turma do CC“B” só chegou a Bastogne depois do anoitecer. Ela era dirigida pelo Major William Desobry, o mais jo-

vem dos três comandantes, a quem o Coro-.

nel Roberts incumbiu de levar 15 tanques Sherman e um pelotão de destruidores de tanques na direção norte, para Noville, e defende-la. “Você é jovem”, disse o Coronel Roberts ao Major Desobry, “e provavelmente amanha pela manhã estará nervoso e talvez pense ser uma boa idéia recuar de Noville. Quando começar a pensar assim, lembre-se de que lhe disse que será melhor não recuar até que eu lhe dê ordem para tal”. O Coronel Roberts era um dos mais antigos oficiais realmente empenhados na luta de tanques e sua habilidade e firmeza haviam conquistado inequivocamente a confiança dos oficiais mais jovens sob seu comando. O Major Desobry o conhecia hã anos e acatava sem restrições a sua palavra — mas dentro de poucas horas aquela confiança seria submetida a prova muito séria. Sabendo que a noite reduziria a velocidade da sua coluna para uns 8 km horários e advertido de que a corrida para chegar a Noville antes dos alemães seria apertada, ele despachou um pelotão de cavalaria blindada na frente, para fazer o reconhecimento de Noville e escolher posições para os tanques ocuparem durante o resto da noite. Não ha-

via mapas, de modo que um polícia militar 56

do VIII Corpo foi embarcado no veiculo de vanguarda para indicar o caminho para a estrada do norte: os tanques dianteiros avançaram, seguidos da infantaria blindada. A Turma Desobry chegou a Noville as 02:30 h de terça-feira, encontrando tud o calmo — porem a calma não duraria muito. Na manhã de domingo, bem cedo, os alemães haviam lançado uma pequena força de

pára-quedistas atrás da frente do V Corpo,

na extremidade norte das Ardenas. Embora a medida pouco influisse taticamente sobre a batalha, o impacio psicológico foi considerável, na confusão e desalento dos primeiros dias da furiosa ofensiva alemã. Uma vez

conhecido o fato de que se dera um lança-

mento de para-quedistas alemães, surgiram informes de idênticos lançamentos por toda parte (na verdade, ventos cruzados haviam dispersado a força inexperiente sobre toda a região das Ardenas) e muitas horas e muitos homens extremamente necessários alhures foram desperdiçados na confirmação desses informes. Além disso, para aumentar a confusão dos aliados, Hitler ordenara a uma força

especial de Comandos para que fosse à frente das suas colunas de ataque, em jipes ame-

ricanos e usando uniformes americanos, para causar Os maiores danos possíveis, espalhando boatos, desorientando comboios, destruindo depósitos e rompendo linhas de comunicações. Também esta força teve pouco efeito sobre a luta, mas o simples fato de que alemães, disfarçados de americanos, estavam bem atrás das linhas provocou atrasos, porque a identidade de todos passou a ser cuidadosamente examinada, o que contribuiu para o caos e a confusão. Os Comandos alemães destruiram os fios telegráficos do exército que encontraram e desenterraram e cortaram as principais linhas telegráficas subterrâneas entre o 12º Grupo de

Exércitos, na Cidade de Luxemburgo, e o 1º

Exército, em Spa. As consegiiências do salto dos pára-quedistas e do envio dos Comandos especiais,

Juntamente com as rápidas penetrações alemas, tornaram o controle central do campo

de batalha praticamente impossível e as decisoes tomadas nos níveis mais altos, dificeis de ser executadas. Assim, pela noite de

segunda-feira, o General Middleton, em Bastogne, estava praticamente isolado do seu superior imediato, o General Hodges, em

Spa, e embora soubesse que o XVIII Corpo Aeroterrestre viria “lutar em Bastogne”, ele não sabia onde estavam as duas divisões do corpo. Pouco depois de ordenar ao comandante do CC“B”, Coronel Roberts, que enviasse tanques para o norte e leste, ele recebeu outro visitante: o General-Brigadeiro Anthony McAuliffe, no comando temporário da 101º Divisão Aeroterrestre, que ia para o norte, para Werbomont. Como seu carro estivesse muito à frente do resto da divisão, McAuliffe decidira passar por Bastogne, a fim de saber das últimas ocorrências através do General Middleton. Muito satisfeito, o Comandante do VIII Corpo disse-lhe que trouxesse sua divisão para a cidade o mais breve possivel, e esta mudança de destina-

ção foi confirmada por autoridade superior. Outra ocorrência favorável teve efeitos

Era preciso verificar cuidadosamente a identidade de todos

ainda mais importantes: a unidade avançada da artilharia da 101º alcançara uma encruzilhada a uns 11 km a oeste de Bastogne por volta das 20:00 h de segunda-feira, encontrando os veiculos de retaguarda da 824 Divisão Aeroterrestre a caminho de Werbomont € que naquele momento se deslocava lentamente à frente dela, bloqueando a estrada. O oficial que comandava a unidad e avançada, Coronel Sherburne, verificou pelo mapa que alcançaria mais rapida mente Werbomont passando por Bastogne . O sarsento da Polícia Militar que co ntrolava o trafego disse-lhe que o General McAuliffe tomara a estrada para Bastogne havia pouco €, assim, Sherburne supôs que aquele chegara à mesma conclusão, solicitando, en-

57

sm 4

General-Brigadeiro Anthony Aeroterrestre em Bastogne

McAuliffe, Subcomandante

tão, ao polícia militar que desviasse todo o trafego da 101º àAeroterrestre que vinha atras dele para o mesmo caminho. Assim se fez, de modo que parte da 101º Aeroterrestre tomou posição em Bastogne horas antes do que deveria ter acontecido,

fato da maxima importância, embora, até aquele momento, ninguem na divisão estivesse cônscio disso. Para os para-quedistas, amontoados nos caminhões, Bastogne era

apenas uma cidade onde havia um Q-G velmente receberiam ria adivinhar que o estava

prestes

da área da retaguarda de corpo e onde provaordens. Ninguém podenome daquela cidade

a fazer parte da história da

divisão, e da História dos Estados Unidos. O comandante em exercicio, General-Brigadeiro McAulifte, entregue ao planejamento

da distribuição da tropa, jamais poderia ter concebido que um dia seus netos visitariam

58

da 101º Divisão

esta pequena cidade do sul da Bélgica e en-

contrariam um logradouro, na ocasião chamada

Grand

caulifte”.

Place, denominado “Place Ma-

Tendo sido retirado tão recentemente da Holanda, após dois meses de luta que lhe haviam custado cerca de 4.500 baixas, O XVIII Corpo Aeroterrestre estava em processo de completa renovação, recebendo homens, armas e equipamento. Após a tensao

sofrida na Holanda, em função a que não

estava

acostumado,

não devendo, por isso,

entrar em ação durante muito tempo ainda, seus soldados haviam desabafado na cidade de Reims e arredores e o povo local, cujo entusiasmo pela libertação estava arrefecendo, ja começava a queixar-se do comporta-

Alemães apanhados usando americanos eram fuzilados

uniformes

Na ade ge ção q

'

E

pi

mento dos pára-quedistas. O General Eisenhower, que já tinha sobre si carga de res-

ponsabilidade pesadissima, disse, num raro

momento de irritação, que eles eram “uma vergonha para o Exercito Americano”. O Tenente-General Horrocks, comandante britânico sob cuja direção as duas divisões aerotransportadas americanas haviam lutado na Holanda, ergueu-se em sua defesa, afirmando que eram magníficos soldados, sendo alguns deles dos mais vigorosos que já encontrara. “É uma vergonha que todo o Exército Americano não seja formado de vergonhas semelhantes!” disse ele iradamente. O espetáculo de um “soldado inglês” defendendo tropas de elite americanas junto ao seu comandante supremo pareceu a todos muito engraçado, inclusive ao General Eisenhower. Tratava-se, sem dúvida, de tropas de elite dos Estados Unidos, mas estas formações, solicitadas, em geral, mais frequentemente que quaisquer outras, entendiam que os re-

gulamentos são feitos para homens que não eles. Alem do mais, depois de por muito tempo pressionados pela emoção de uma batalha prolongada, podem mostrar-se dificeis de controlar. Assim é que lhes foi concedido o prazo

maximo de licença, para que a recuperação fosse a mais completa, pois, embora estas duas divisões fossem a única reserva estraté-

gica do SHAEF, os alemães não davam sinal de que as divisões aeroterrestres seriam necessárias no futuro imediato. Muitos foram a Paris, a cidades da Inglaterra e alguns chegaram mesmo a ir aos Estados Unidos, outros,

ainda,

foram

fazer

cursos,

que

era

também uma forma de obter licença. A 17 de dezembro, o comandante da 101º Divisão Aeroterrestre, que fora o último a deixar a Holanda, estava em licença nos Estados Unidos; o subcomandante da divisão fora à Inglaterra fazer uma palestra sobre as recentes operações, levando consigo 21 oficiais, inclusive 5 comandantes graduados. Portanto, quando chegou a ordem para que ela fosse em auxílio do 1º Exército, no domingo, 17 de dezembro, o comandante da 82º Divisão Aeroterrestre, General Gavin,

assumiu a função de comandante de corpo e partiu para Spa, a fim de se apresentar ao General Hodges. O mais graduado oficial da 101º Divisão Aeroterrestre à mão, o comandante da artilharia divisionária, General-

60

Brigadeiro

Anthony

McAuliffe,

assumiu

provisoriamente o comando da divisão. Os oficiais que se encontravam na Inglaterra, devidamente informados, prepararam-se para voltar. Entrementes,

McAuliffe pusera-se

a deslocar a 101º após a 82º Aeroterrestre, que, por estar fora da linha de frente duas semanas mais que a anterior, encontrava-se

mais adiantada em termos de reequipagem,

tinha menos homens ainda em licença e, portanto, se deslocaria primeiro. Naturalmente, as divisões aeroterrestres em geral são transportadas para o local da batalha em aviões e planadores, de modo que carecem de transportes rodoviários como as divisões de infantaria. Quase 800 caminhões seriam necessários para deslocar o XVIII

Corpo

Aeroterrestre, sendo por isso

enviada ordem aos comboios do exército para que descarregassem em lugar seguro a carga que estivessem transportando e devolvessem os caminhões vazios ao campo aeroterrestre próximo de Reims. Muitos dos motoristas já vinham dirigindo há muitas horas, mas reagiram magnificamente à -emergência. A 82º Aeroterrestre foi embarcada e tomou a estrada para Bastogne e o primeiro dos 380 caminhões necessários para transportar 11.000 homens da 101º Divisão Aeroterrestre chegou ao acampamento desta logo apos o nascer do sol da segunda-feira, 18 de dezembro, e o último ao anoitecer do mesmo dia. Por volta das 20:00 h daquele dia, o último pára-quedista embarcou no último caminhão que se juntou ao longo comboio que se dirigia para noroeste, como pensavam todos, a oeste de St.-Vith. Os caminhões iam com os faróis acesos, para se deslocarem mais rapidamente, enfrentando risco deliberado, mas não havia sinais da presença da Luftwaffe. Em Spa, o comandante de corpo em exercício, General Gavin, foi informado de que a coluna Panzer SS que penetrara na brecha entre o VIII e V Corpos avançara 80 km e já se encontrava a cerca de 18 km do Q-G do 1º Exército. Ajuda imediata era necessaria, e a 82º Divisão Aeroterrestre, que encabeçava o deslocamento, foi desvia-

da de Bastogne para Werbomont, a fim de

bloquear o avanço alemão. Isto deixava sozinha a 101º Divisão Aeroterrestre a caminho de Bastogne, ao encontro com o destino.

Os primeiros

golpes

O General Middleton só pôde dar a McAuliffe uma idéia aproximada da situação e falou de uma “grande penetração” e de “unidades destruídas”. Não se sabia onde os alemães estavam — Os informes adiantados pelos que retornavam de posições vencidas os situavam em toda parte e em grandes números —. nem

o que acontecera com

os

obstáculos da 9º Divisão Blindada. Tampouco se sabia muita coisa sobre as três turmas do CC“B” da 10º Divisão Blindada, além do fato de que estavam tomando posição. Parecia pelo menos provável que os

alemães estivessem muito alem de Bastogne, "no norte, O que significava que a coluna da 101º poderia ser atacada na estrada, na escuridão da noite, onde era mais vulnerável.

Tão logo soube que a 101º estaria lutan-

do em Bastogne, o General McAuliffe e seu oficial de operações, Tenente-Coronel Kinnard, fizeram apressadamente um reconhecimento para oeste, a fim de escolher uma area de reunião enquanto ainda dia claro. A divisão foi então posta numa área avançada, e protegida, até que fosse necessária —. fato que teria grande influência no desenrolar da batalha, Os mapas que o Coronel Kinnard pôde obter foram nove de 1:100.000 e seis de 1:50.000, que não serviam muito para planejar o emprego de unidades individuais. A seção de mapas

do VIII Corpo

levara, ao

deslocar-se, todos os seus mapas, mas o oficial de operações da 101º encontrou um, com a localização dos depositos de munição, de água e outras instalações existentes "na área. A tarefa de conduzir o longo comboio de caminhões da 101* Aeroterrestre foi dificultada pela maré de veículos que se movia para oeste, evacuando Q-Gs de retaguarda e tropas de combate que haviam co-

meçado

a recuar.

Coronel Roberts recebera permissão por escrito do General Middleton para incorporar a seu CC“B” todas as tropas de combate que encontrasse, para fortalecer suas defesas, mas se passariam muitas horas até que isto começasse a surtir efeito. Entrementes, o colapso da linha do rio Clerf e a necessidade de impedir que caisse em poder dos alemães a maior quantidade possivel de equipamento obliteravam inevitavelmente as O

estradas, dando ao centro de Bastogne a aparência de uma gigantesca área de estacionamento de veiculos. Não obstante, a unidade de combate avançada da 101º, o 501º Regimento de Infantaria, chegou à area de reunião por volta de meia-noite de segunda-feira, tendo percorrido os 17 km, na chuva e na neve, em oito horas. Por volta das 09:00 h do dia seguinte, os outros três regimentos da divisão haviam chegado. Assim como a divisão aeroterrestre, O comando de combate da 10º Divisão Blindada e uma força mista, formada dos sobreviventes da reserva de corpo original e da 28º de Infantaria, e três outras unidades dariam grande contribuição a defesa de Bastogne: dois batalhões de artilharia de campanha equipados com “Long Toms” — obuseiros de 155 mm capazes de alcançar qualquer ponto em torno do perimetro defensivo ...e um batalhão de destruidores de tanques, com novos canhões autopropulsados de

76 mm, de alta velocidade, muito superiores aos canhões de 75 mm de cano curto dos tanques Sherman e quase rivais do segundo melhor canhão “dos alemães, o 77 mm do

ea

GE ns ão de compravam ao temi

Uma

r canhão dos germã-

dessas unidades, o 969º de Artilha-

61

ria de Campanha, um dos oito batalhões originais do VIII Corpo nas Ardenas, havia disparado suas armas em apoio da 28º Divisão até que o avanço alemão pôs em perigo seus canhões. Enquanto se deslocavam para oeste, eles foram retidos em Bastogne e receberam ordens para formar uma barragem ao norte de Noville, disparando pelo mapa, e deste modo, tornaram-se parte da defesa de Bastogne. As duas outras unidades foram chamadas da Alemanha para Bastogne: o 755º Batalhão de Artilharia de Campanha

Blindada, que chegou na noite de segundafeira, e o 705º Batalhão de Destruidores de

Tanques, que partiu de onde se encontrava o 9º Exército para o sul e, quase que incidentalmente, destacou dois pelotões de canhões

para defender a ponte de Ourtheuville, de modo que seus elementos de retaguarda não seriam isolados se os algmães a capturassem. A decisão foi outra medida tomada

afortunadamente, pois a posse desta ponte seria extremamente importante para os americanos. O restante dos destruidores de tanques chegou a Bastogne na noite de terçafeira, num momento em que sua presença era desesperadamente necessária. Os dois batalhões de artilharia juntaramse.ao 420º de Artilharia Blindada de Campanha do CC“B” da 10º Divisão Blindada nas elevações situadas a uns 5 km a sudoeste de Bastogne e o fogo concentrado desses três batalhões de artilharia seria responsável pelo fracasso de muitos ataques alemães. O General Middleton permanecera em Bastogne com uma pequena equipe, quando seu Q-G de Corpo foi retirado, para instruir os comandantes que chegassem sobre a situação; mas o trabalho de observação feito pelo Serviço de Inteligência do VIII Corpo não foi muito util, porque a situação mudara com tal rapidez que os mapas por eles elaborados foram logo ultrapassados. Middleton telefonou ao General Omar Bradley, na noite de segunda-feira, para lhe dizer que perdera a maior parte de duas divisões além da 28º, chegara-lhe ao conhecimento que a 106º de Infantaria, na frente de St.

Vith, fora destruída .. suas principais rotas

de comunicação com o norte haviam sido cortadas e a maior parte da sua reserva fora

engolfada na luta logo a leste de Bastogne.

Ele então vrdenara à 101º Aeroterrestre que defendesse a cidade: o Comandante do 12º

Grupo de Exércitos concordou em que não 62

se poderia permitir que Bastogne caisse em poder dos alemães. Compreendendo que a Ofensiva das Ardenas pretendia realizar muito mais do que

apenas tentar desviar o ataque do General

Patton, o General Bradley chamou o comandante do 3º Exercito ao Q-G tático do 12º Grupo de Exércitos, mostrou-lhe a ex-

tensão da penetração alemã e então pergun-

tou o que o 3º Exército poderia fazer a respeito. Patton disse que deteria o ataque que seu exército vinha fazendo, concentraria sua 4" Divisão Blindada próximo de Longwy e iniciaria O avanço para o norte à meia-noite:

desviaria a 80º Divisão de Infantaria, que estava a caminho da linha, para Luxembur-

go e, finalmente, alertaria a 26º Divisão de Infantaria, cujos 4.000 soldados substitutos estavam sendo treinados, para se pôr em movimento dentro de 24 horas. O General Bradley ficou satisfeito com a

exposição de Patton e com a demonstração

que deu de querer colaborar o mais amplamente possivel, inclusive afastando-se de sua area de ataque para ajudar o 1º Exército, e lhe disse que sabia que o General Eisenhower colocaria o VIII Corpo de Middleton sob o comando do 3º Exército, o qual montaria um ataque, do sul, contra o flanco esquerdo alemão. Por volta da meia-noite de segunda-feira, quando

a 101º começou

a chegar a Bastog-

ne e as três turmas do CC““B” da 10º Divisão Blindada estavam tomando posição de combate,

um

comando

de

combate

da



Divisão Blindada iniciou seu deslocamento de 96 km para Luxemburgo. Algumas horas depois, a 80º Divisão de Infantaria embarcou em caminhões e partiu para o norte e a 26º aprontou-se para segui-la, Os alemães estavam prestes a encontrar o que O General Omar Bradley chamava de “arma a mobilidade amesecreta dos aliados” ricana. “O que pareceu set a maior ameaça para

Bastogne, na noite de segunda-feira, foi o poderoso ataque da 2º Divisão Panzer, que

atravessou Clervaux e penetrou os dois obstaculos do CC“R”, chegando a Allerborn, a apenas 3 km a leste de Longyvilly, onde ainda não havia muita coisa para detê-lo. A impressão dominante era de que esse bem sucedido avanço prosseguiria pela estrada principal até Bastogne.

Mas Bastogne não estava no setor da 2º Divisão Panzer — muito embora ninguém

entre os americanos soubesse, O gancho di-

reito do XLVII Corpo Panzer devia passar por Bourcy, Noville e Bastogne. Por conse-

guinte,

à

meio

caminho

entre

Allerborn

e

os acessos leste e sudeste de Longvilly. Um observador imaginário, num balão sobre o campo de batalha, teria visto duas poderosas colunas de tanques, infantaria blindada e canhões movendo-se na direção uma da outra, separadas por 48 km, na segunda-feira, para tomarem rumos diferentes a apenas 1.600 m do ponto em que acabariam por

Longvilly, a vanguarda da longa coluna da 28 Panzer desviou-se abruptamente para a direita e tomou o rumo noroeste, na direção de Bourcy. Mais ou menos no mesmo mo-

chocar-se.

ry tomava posição à sua direita, para cobrir

deteve ataques alemães

mento, a guarda avançada da Turma Cher-

Por várias

vezes

a artilharia

americana

Tenente-Coronel Creighton Abrams, que que abriu caminho até Bastogne

comandou

General Omar Bradley, Comandante

Tenente-General

do 12º Grupo

de Frsrcitos

dante

do

a coluna

blindada

Patton,

3º Exército

Coman-

Americano

O bom tempo trouxe consigo os bombardeiros Patrulha de reconhecimento americana busca contato

com

o inimigo

A coluna truída

americana

foi surpreendida

Quando

a 2º Panzer

desviou seu flanco,

uma pequena força mista foi lançada para testar a posição dos americanos em Longyvilly, fazendo parar o avanço que estes faziam. Pouco antes da meia-noite, a artilharia do CC“R” estava disparando com miras abertas contra os alemães a distância de 200 m. O Coronel Gilbreth então ordenou aos remanescentes do CC“R” que recuassem para Bastogne por Mageret, passando a ser a defesa de Longyvilly da exclusiva responsabili-

66

na estrada

e completamente

des-

dade da Turma Cherry, no momento dividida em três partes: a guarda avançada do Tenente Hyduke esperava que o ataque principal surgisse da estrada onde os alemães haviam batido o obstáculo da ForçaTarefa Harper; o corpo principal da Cherry, que tinha no comando o Capitão Ryerson, estava mais atras cerca de 400 metros; O Coronel Cherry e uma pequena força de Q-G haviam instalado um posto de comando no Castelo de Neffe, a 300 m ao sul

lha eram as tropas do General Bayerlein e a guarda avançada da Panzer Lehr. O Tenente-Coronel Cherry e seu Q-G ficaram então isolados da sua força principal e da guarda avançada. Pelo rádio, ele mandou o Capitão Ryerson despachar uma força para expulsar os alemães de Mapgeret, mas os dois grupos de infantaria que se aproximaram sem serem pressentidos da aldeia encontraram-na defendida por três tanques e cerca de uma companhia de Panzergrenadier, força muito grande para eles atacarem, mesmo com a ajuda de um destruidor de tanques da 9º Divisão Blindada que encontraram no caminho. Eles retornaram a força principal, onde o Capitão Ryerson anexou a seu grupo o destruidor de tanques e a turma do CC“B”, informando sobre os efetivos alemães em Mageret ao Coronel Cherry que, consultando o comandante do CC“B”,

Coronel

Roberts,

decidiu que a al-

deia tinha de ser abandonada. A força principal do CC“B”

foi então

orientada no sentido de contornar Mageret e

juntar-se ao Q-G do comando de combate em Neffe, enquanto a guarda avançada do Tenente Hyduke permaneceria para blo quear qualquer perseguição alemã do leste. A guarda avançada se transformara em retaguarda. Com Mageret em poder dos germânicos, o caminho de fuga do CC“R” da 9º Blindada estava bloqueado e, como se registrassem indícios de pânico, seu comandante, Coronel Roberts, parou todos os veículos em posição até que o dia clareasse. A estreita estrada, com o engarrafamento que à medida determinava, não permitiria à força principal de tanques do CC“B” deslocar-se facil-

mente para oeste, através de Mageret.

daquela aldeia e a uns 3 km a oeste de Mageret. As 02:00 h de terça-feira, o Coronel Cherry estava novamente a caminho da sua

força principal, que se deslocava em sentido

contrario ao fluxo de tanques e outros veicu-

los do CC“R”, quando soube por um soldado ferido que os alemães já se encontravam

em Mageret. Mais tarde, confirmou-se a notícia de que poderosa patrulha de tanques e

infantaria blindada destruira o obstáculo dos sapadores de combate e capturara a aldeia por volta da meia-noite .. essa patru-

Em Longvily, a força do Tenente Hyduke estava bem deslocada, pois teve tempo de escolher suas posições e o terreno era muito bom para defesa porque a estrada não poderia ser atacada por tanques, fosse pelo norte, porque o terreno era muito fofo, ou pelo sul, porque o acesso era muito ingreme. Contudo, isto também significava que os tanques americanos

não poderiam sair da estrada nessas duas di-

TeçõeS, € à posição em que se encontravam era

dominada pelas elevações existentes a sudeste e sul,

Depois de intenso bombardeio, às primei-

ras horas da manha, dois tanques alemães apareceram

numa crista, a uns

1.500

m de

67

procuravam os americanos identificar a na-

cionalidade

tanques,

dois

dos

posto

a

que

visibilidade era péssima, os dois abriram fovo e acertaram um Sherman do CCR".

Praticamente

todos

os

tanques

americanos

revidaram e os tanques alemães —. Mk IV da Panzer Lehr — explodiram. Isto pareceu desencorajar os alemães, pois o resto da manha de terça-feira foi calmo, havendo apenas bombardeios

que

poucos

danos

causa-

ram. Entrementes, sabia-se que o corpo principal da Turma Cherry tentava abrir caminho por Mageret e, se o conseguisse, O Tenente Hyduke esperava receber ordens para se retirar. Mas esta retirada não seria rapida, porque a estrada, entre sua força e Mageret. ainda estava obliterada pelos veiculos da 9º Blindada. Em virtude desse engarrafamento, a força

principal da Turma

Cherry demorou

mais

de uma hora para avançar pouco mais de 1.500 m, ate os arredores de Mageret. As ultimas centenas de metros da estrada estavam desimpedidas, mas assim que o tanque Sherman que ia na frente penetrou um pequeno atalho que dava acesso à aldeia, foi atingido pelo disparo de um canhão antitanque e explodiu, bloqueando a estrada por completo. Pouco depois, dois meias-lagartas da 9º Divisão Blindada desceram a estrada a grande velocidade e, ignorando todos os avisos, dobraram a mesma curva. Assim que as tripulações destes viram o tanque americano em chamas, abandonaram rapidamente os dois veiculos, procurando um lugar seguro para se abrigarem. Momentos depois os meias-lagartas também explodiram, fechando irremediavelmente a estrada. As tentativas feitas posteriormente para entrar em Mageret com um movimento de flanco, pela infantaria e tanques, fracassaram. Desde o ponto em que os veiculos americanos se encontravam em chamas até

Longyvilly, a

estrada

estava

entupida

de

transportes americanos cheios de homens inconfortavelmente cônscios de que se encontravam expostos ao ataque. Em Longyvilly, às 14:00 h daquele dia, a

força do Tenente Hyduke foi repentinamente colocada sob a maior concentração de

fogo que os alemães tinham feito até então nessa frente, embora a sincronização fosse en: grande parte acidental. Pouco depois Que a guarda avançada da

68

Panzer

Lehr

chegou

a Mageret,

dois

regi-

mentos da 26º Volksgrenadier chegaram a Oberwampach — feito verdadeiramente extraordinario realizado por aqueles soldados. de infantaria e receberam ordens de pros” seguir para oeste, passando por Longyvilly, para alcançarem a estrada principal de Bas-

togne pelo norte. Isso, no entanto, não pode-

ria ser cumprido sem que antes descansassem e se alimentassem. Assim, passaram a maior parte da manhã de terça-feira nos

bosques entre Oberwampach e Longyvilly. O General von Liittwitz, desapontado com as retenções sofridas pelas suas três

divisões, foi a Oberwampach pessoalmente e mandou a 26º atacar Longyvilly. Ao mesmo tempo, mas sem que Liittwitz soubesse, o General Bayerlein também decidira atacar Longvilly com um regimento de Panzergrenadier, um batalhão de artilharia e cerca de 20 canhões antitanques autopropulsados; e esta força partiu de Benonchamps mais ou menos ao mesmo tempo em que a 26º partia de Oberwampach. Finalmente, para aumentar as desgraças da retaguarda em Longyilly, a 2º Divisão Panzer, que se dirigia para noroeste, rumo a Noville, foi atacada da area de Longyvilly (por uma das baterias da 9º Divisão Blindada) e o comandante, General von Lauchert, mandou seis dos mortiferos canhões 88 mm autopropulsados cuidarem da incômoda bateria. Nenhuma das três forças que se aproximavam de Longyvilly sabia da presença das outras duas; ninguém tinha conhecimento de que havia ali considerável força de tanques americanos. Os destruidores de tanques de Bayerlein subiram uma colina, a sudoeste da estrada Longvilly/Mageret, pouco depois das 14:00 h e viram, à sua frente, uma longa fila de veiculos americanos de todos os tipos, contra os quais imediatamente abriram fogo, com resultados devastadores, e logo

todos os 20 canhões

antitanques estavam

em ação. Ao mesmo tempo, a força da 26º Volksgrenadier — também com canhões antitanques - chegou a uma elevação situada a uns 1.000 m a sudeste de Longvilly

é, Juntamente com os 88 mm da 2º Divisão

Panzer (que estavam embasados a 1.000 m a nordeste de Longvilly), uniram-se ad bombardeio. Pode-se muito bem imaginar os resulta-

dos: os veiculos, desprotegidos, foram ex-

pulsos

da

estrada,

o

engarrafamento

do

ã

Enquanto

e

distância. perto de Oberwampach.

A artilharia manteve-se ocupada Os alemães aproximaram-se pelo

norte

e pelo

leste

Es

,

Ê,

AY

eee

aa

E

trânsito ficou impossivel de controlar e, passada uma hora, todos os tanques americanos haviam sido destruídos. O Tenente Hyduke organizou os sobreviventes da sua força e os levou a juntarem-se à do Capitão Ryarson, que estava à entrada de Mageret. Mais tarde, Hyduke foi morto em Bastogne.

Embora o obstáculo em Longyvilly ja houvesse sido destruido, o General von Liittwitz

pouco se tinha aproximado de Bastogne ao

anoitecer de terça-feira, 19 de dezembro. Seus três comandantes-de-divisão haviam comunicado a presença de forte resistência: Bayerlein estava convencido de que enfren-

tava poderosa força de infantaria, artilharia e tanques em torno da sua posição, em Ma-

geret; Kokott compreendeu que a 101º Aeroterrestre vencera a corrida contra a 26º

Colocaram-se minas ao longo dos acessos de Bastogne...

3?



.. «As quais foram ocultadas

cuidadosamente

Volksgrenadier para Bastogne e Lauchert; o

comandante da 2º Divisão Panzer informou

que Noville estava fortemente defendida. O General von Luttwitz comunicou tudo isto ao comandante do 5º Exército Panzer, General von Manteuffel, e recomendou que todo o XLVII Corpo Panzer fosse empenhado na captura de Bastogne. A resposta foi

um decidido não —.. o objetivo da 2º Panzer, segundo Manteuffel, tinha que ser as

pontes do Mosa, e se todos os efetivos do XLVII Corpo Panzer fossem empenhados na tomada de Bastogne, o objetivo principal da ofensiva seria virtualmente destorcido. A 2* Divisão Panzer devia capturar Noville é avançar para oeste sem mais delongas. O fato de não ter capturado Bastogne

rapidamente foi um golpe nas esperanças de 71

a

a

idos Mo

=

vindos do sul, na dire-

ee

de Patton avançavam,



Entrementes, os soldados ção de Bastogne

=

-

res

mms

a

sy

UR Sh

e

Força Rose

20/12 Para a Ponte de

Ortheuville

E oram

Ny PL Mande-St-Etienne DECOS a”

* /

/

f

Bastogns 4 /

26º DIV VOLKSGREN. Na

rima mz

a

5º DIV PODST A AS

BU R 6. a

o Milhas 0 Km

nt gi

:

«t-—mumAtaques alemães 18-26/12/44===— US defence line December 26

Bastogne

está cercada:

o perímetro

defensivo

Manteuffel. Ele lembra: “o fracasso em Bastogne foi ainda mais critico porque as forças a disposição do 5º Exercito Panzer para as duas tarefas - o avanço para o Mosa € a proteção do longo flanco sul, ao mesmo tempo que se isolava Bastogne ... não eram consideradas adequadas ainda antes de ini-

“ciado o ataque. O que temiamos acontecia

agora: a defesa em Bastogne encorajava O inimigo a transformar este setor num trampolim para um contra-ataque decisivo...”

“ A causa da depressão que se abateu sobre o Q-G do 5º Exército Panzer foi o ir e vir da Panzer Lehr pela área de Mageret duran-

te todo o dia 19 de dezembro, quando ela deveria ou estar em Bastogne, ou ja ter evitado a cidade. E a culpa era certamente do General Fritz Bayerlein. Depois de haver recebido

de

um

civil, em

Mageret,

a infor-

mação de que uma grande força de tanques americanos passara por ali, na direção de Longyvilly, a Panzer Lehr montou um obstáculo —— o mesmo que, mais tarde, naquele

74

mesmo

se encolhe

Capitão

dia destruiria o tanque avançado do

Ryerson



e,

por

volta

das

05:30 h de terça-feira, depois de atacado do norte, partiu para oeste, na estrada de Bastogne. A aldeia seguinte, Neffe, estava ocupa-

da pela força de Q-G da Turma Cherry que, informada da presença dos germanicos em Mageret, montara um obstáculo voltado para leste. O tanque alemão avançado, após haver-se chocado com uma mina explodiu.

Os americanos não abricam fogo, preferindo retirar-se silenciosamente, o que deu aos alemães a certeza de que Neffe estava indefesa. Com as minas restantes removidas, uma

companhia de Panzergrenadier deslocou-se para a esquerda da estrada, cruzou os trl-

lhos da ferrovia e avançou para o Castelo

Neffe, o Q-G do Coronel Cherry. Pela rodo-

via principal, também livre das minas, os 11

tanques alemães reiniciaram o avanço e chegaram à estação de Neffe por volta das 07:00 h, onde, inexplicavelmente, pararam por quase uma hora, durante a qual os pri-

meiros soldados da 101º Divisão Aeroterrestre estavam indo de Bastogne para Neffe. O primeiro dos regimentos aeroterrestres a aproximar-se de Bastogne fora o 501º de

Infantaria Pára-quedista. Seu comandante, Tenente-Coronel Julian Ewell, chegara va-

rias horas antes, procurara divisional

em

o comandante

exercicio, General

McAuliffe,

e pedira uma tarefa especifica. O pedido foi passado

ao

General

Middleton,

que desig-

nou para o 501ºa estrada Bastogne/Longvilly, por onde possivelmente o peso do ataque alemão viria. Acreditava-se que a Força-Tarefa Harper estivesse cercada, mas ainda defendendo o obstáculo em Allerborn, que estivesse de pe o posto de comando que o 110º de Infantaria estabelecera ali, e que o

resto do CC“R”

da 9º Divisão

Blindada

estivesse fortemente posicionado em Longvilly, para onde a Turma Cherry fora mandada havia poucas horas. “Percorra esta estrada às 06:00 h, Coronel Ewell”, determinou o General McAuliffe. “Trave contato, ataque e resolva a situação.” A missão exata para os para-quedistas de Ewell seria dominar o entroncamento rodoviário bem a leste de Longyvilly — situado a uns 16 km da área de reunião do regimento de pára-quedistas - mas McAuliffe e Ewell sabiam que provavelmente seriam encontrados alemães muito antes de alcançado o entroncamento. Por esta razão, e também porque a grande preocupação do General McAuliffe prendia-se à manutenção de reservas suficientes para um golpe poderoso quando se fizesse necessário, sô uma turma de combate foi despachada. Consistia ela de um batalhão de infantaria para-quedista, uma bateria de canhões antitanques e

um pelotão da tropa de reconhecimento que,

naturalmente, foi na frente. Ainda estava escuro e nevoento quando o pelotão de reconhecimento, rumando primeiro para o norte, na saida de Bastogne,

tomou um caminho, à direita, que levava para leste e que ele confundiu com a estrada principal de Longyvilly. Toda a turma de combate poderia ter percorrido quilômetros na direção errada, se nao fosse por mais uma das extraordinárias coincidências que marcariam a batalha pela posse de Bastog-

ne. Apenas um mês antes, o Coronel Ewell,

nos dois dias de licença que tivera em Bastogne, passeara nessa direção e, soldado

treinado que era, registrara mentalmente toda a área da região. Quando seu carro che-

gou à confluência das estradas, ele lembrouse de que a estrada principal se desviava para a direita a cerca de 800 m mais ao norte, fazendo então a coluna dar a volta.

Tendo, com a manobra, ficado para trás do grupamento de infantaria, o pelotão de reco-

nhecimento apressou-se para retomar a vanguarda. Pouco antes de clarear o dia, os veículos de reconhecimento passaram pela testa da coluna

a menos

de

1

km

a oeste de Neffe,

de onde uma metralhadora começou a disparar. Felizmente para os para-quedistas, os disparos foram feitos de tal forma que os não atingiram. A estrada ali corre diretamente para Neffe. Apenas alguns momentos depois as granadas de um canhão de tanque começaram a cair sobre ela, mas os americanos haviam-se protegido numa elevação à esquerda. Os alemães ja haviam encontrado resistência ali, quando alguns sapadores de combate do VIII Corpo tentaram detê-los, perdendo cerca de 30 homens, mas destruindo

o tanque dianteiro com uma bazuca. À vista de mais americanos avançando de Bastogne para leste, os alemães que se encontravam Os alemães usavam fardas de camuflagem para a neve

1

Um

obuseiro

autopropulsado

de 105

mm

o PD

americano

passa por um Panzer Jáger |Il/IV, “Rinoceronte”, destruído

em Neffe julgaram tratar-se de parte de um ataque maior à sua posição. Do lado americano, o Coronel Ewell achava que havia força considerável de alemães em Neffe e que eles tinham erguido um obstaculo com dois ou três tanques, apoiados por uns dois pelotões de infantaria — posição forte demais para ser tomada em ataque frontal por cerca de 800 m de estrada reta, com elevações de um lado e um precipício do outro — na verdade era uma “fenda”. Ele decidiu manter provisoriamente o 1º Batalhão onde este se encontrava, pedir apoio de artilharia e trazer seus outros dois batalhões. O 2º deveria passar pela esquerda e tomar a aldeia de Bixory; o 3º, penetrar O povoado de Mont, à direita, a uns 1.500 m de Neffe. Uma vez em posição os três batalhões, o regimento avançaria em três pon-

tas: de Bixory para o centro de Mageret, procurando isolar Neffe pela retaguarda; de

Mont para sudeste, para dominar uma estrada que conduzia à zona nordeste de Neffe, e uma continuação do avanço para leste, aq longo da estrada principal de Bastogne para

16

(o M7

Padre”)

Longvilly, pelo 1º Batalhão. O fogo que os para-quedistas devolveram fez que os Panzergrenadier, em Neffe, procurassem proteger-se, e os Panzers não avançariam sem seu apoio. As duas colunas que avançavam, a 501º de Infantaria Paraquedista e a Panzer Lehr, haviam-se detido mutuamente. Nenhum dos dois lados sofrera baixas consideradas sérias nessa primeira troca de tiros, mas a artilharia de apoio da divisão aeroterrestre avançara resolutamente em resposta ao pedido de socorro. Por volta das 10:00 h, os artilheiros estavam a apenas

1.000 metros atrás dos pára-quedistas avan-

çados, posição que mantiveram do o cerco, sem, no entanto,

durante toatrair fogo

contrário. Quando deram início ao bombar: deio dos alemães, produziram-lhe em no máximo uma hora 80 baixas. O General Bayerlein, confundindo o forte espocar do canhão de 105 mm especial da artilharia com o de um tanque, supos estar sendo atacado por blindados que vinham de

Bastogne contra ele. Além disso, preocupou-

=

se também

com o fogo de armas portáteis

que vinha da sua esquerda (embora partisse da pequena força da Turma Cherry que se encontrava no castelo) e calculou que esti-

vesse sendo atacado por dois batalhões de infantaria e um esquadrão de tanques. Diante disso, ele abandonou a idéia de alcançar Bastogne, recuando para Mageret. A ordem para os dois outros batalhões da

501º virem em apoio da posição foi dada por volta das 10:00 h de terça-feira, mas já então a evacuação do restante do VIII Cor-

po estava no auge e as estradas se encontravam irremediavelmente congestionadas; o 2º Batalhão, que tentava atravessar Bastogne do oeste para leste, encontrou as estradas que cruzavam a em que se deslocava bloqueadas por veiculos colados uns aos outros e pelos quais teve finalmente de abrir caminho à força. Ele demorou uma hora e meia para percorrer os 5 km até Bixory, onde havia um posto avançado de alguns sapadores de combate da reserva do VIII Corpo. Os para-quedistas tomaram a aldeia ao

meio-dia sem qualquer oposição, exceto imprecisos disparos partidos de Nefie. O 3º Batalhão ficou igualmente retido pelo entupimento das estradas. Depois de inutilmente tentar sair de Bastogne para o leste, ele retornara para ver se seria possivel deslocar-se pelo sul de Bastogne, mas todas as estradas para oeste estavam engarrafadas e, além disso, o 3º encontrou os trens de abastecimento do CC“B” da 10º Divisão Blin-. dada. Isto foi um golpe de sorte inesperado, pois muitos dos para-quedistas estavam sem fuzis e munição e conseguiram convencer a 10º Blindada a equipa-los. (A divisão blindada, como todas as divisões veteranas, tinham adquirido, extra-oficialmente, estoques adicionais de tudo.) O 3º Batalhão entrou em Mont por volta do meio-dia, mas foi detido pelos tanques da Panzer Lehr, posicionados favoravelmente nas elevações da cidade de Neffe, a apenas 1.500 m dali. Com seus três batalhões colocados nas posições que ele determinara, o Coronel Ewell ordenou que sua ala esquerda, o 2º Batalhão, se deslocasse de Bixory e tomasse

Mageret. Em sua ordem geral ele incluiu uma instrução especifica, determinando fosse tomado

um

trecho bastante

arborizado,

ao norte de Mageret, de onde seria possivel dar cobertura ao ataque de Bixory. Uma

companhia deslocou-se para lá, enquanto o

corpo

mava,

principal no

marginando

=

'

“lr

“a

a

-



partia pela estrada que ru-

sentido

outro

sudeste,

bosque

para

maior,

Mageret,

a

uns

1.000 m, mais ou menos, além de Bixory. Pouco antes, um pelotão das tropas de reconhecimento da Panzer Lehr fora mandado

de Mageret para este último bosque, onde se entrincheirara.

Mas

ele acabara de ser des-

pachado para Bixory, a fim de verificar se os americanos la se encontravam em grandes números. Os alemães abriram fogo com armas automaticas contra os para-quedistas que

avançavam, mas não demoraram a receber em resposta o fogo de morteiro pesado que

os fez retornar às tocas. Novamente os germanicos foram surpreendidos pela artilharia e ai perderam consideravel numero de ho-

mens. Não obstante, a reação que os alemães esboçaram, reaparecendo logo a seguir, foi o bastante para convencer o co-

mandante do 2º Batalhão que a posição era forte demais para só por ele ser atacada. Dirigiu-se então ao Coronel Ewell dando

conta do

que

se passava,

dizendo-lhe

tam-

bem que, embora tivesse uma companhia no bosque de abetos existente nas elevações ao norte de Mageret, por enquanto não podia pensar em toma-la. No Castelo de Neffe, o Coronel Cherry e sua força de Q-G rechaçaram repetidos ataques recebidos durante todo o dia. No meio da tarde, eles foram reforçados por um pelotão do 3º Batalhão de Infantaria de Páraquedistas, em Mont, mas, pelo anoitecer, o grande telhado de madeira do castelo estava em chamas, provocando verdadeiro incêndio dentro do prédio. O Coronel Cherry retirou seus homens e os pára-quedistas que

tinham vindo em seu socorro para Mont, a fim de se juntarem ao flanco direito da 501º. Ali, durante o dia, o comandante de batalhão, Coronel Griswold, não pudera avan-

çar para Neffe, porque essa aproximação

teria de ser feita por terreno aberto, através de uma elevação no alto da qual havia tan-

ques e tropas de infantaria ocultos. Contu-

do, ele despachara sua Companhia “IJ” para

a direita, a fim de verificar se havia alemães entre Neffe e Wardin. Neste

último

local, a Turma

O'Hara,

a

segunda força despachada do CC“B” da 10º Divisão Blindada, passara uma noite

calma, numa elevação, ao sul, que cobria a

principal estrada que vinha de Wiltz. Houve

17

A infantaria americana de substituição frequentemente tinha de avançar por terreno descoberto um fluxo constante de desgarrados, na maioria da 28º de Infantaria, durante toda a

noite, mas parou abruptamente na manhã de terça-feira .. aviso de que os alemães estavam por perto. Um pelotão de reconhecimento foi então despachado para o levantamento do que se passava na área. Mal partiu, o pelotão deu com um “Volkswagen”, ao que parecia sozinho, vindo despreocupadamente pela rodovia, destruindo-o logo. O carro vinha sendo seguido, embora não muito de perto, por dois

tanques Mk IV. O pelotão de reconhecimento, não dispondo de armas

antitanques, re-

cuou rapidamente, pedindo fogo de artilharia contra Bras, a aldeia seguinte, a leste. Era meio-dia de terça-feira, 19 de dezem-

bro; os tanques eram a guarda avançada de

uma coluna dá Panzer Lehr e os aconteci-

18

mentos passaram a desenrolar-se com rapidez. Assim que um tanque do observador de artilharia subiu uma crista (onde cinco dos Sherman da Turma O'Hara estavam voltados para leste, aguardando o aparecimento dos Mk IV), um 88 mm abriu fogo, dos

bosques ao sul da estrada Bastogne/Wiltz,

e destruiu o tanque do observador e um dos

Sherman — os outros quatro afastaram-se da crista, indo para lugar seguro. Do norte, o fogo de artilharia abateu-se sobre a principal posição americana e pequenos grupos da infantaria alemã foram

vistos avançando para Wardin. A situação

era muito perigosa para os tanques, que não tinham cobertura de infantaria; quando os comandantes dos tanques viram soldados em uniformes verdes vindo na sua direção

Os

Panteras

restas

da

Panzer

Lehr eram

reabastecidos

pela retaguarda, desviaram contra eles as torres de disparo e só não atiraram porque um dos homens gritou para eles em inglês. Eles pertenciam à Companhia “IT” do 3º Batalhão de Mont, cujas fardas de salto eram verdes. Depois de confirmarem que a área entre Neffe e Wardin estava desimpedida, receberam ordens de prosseguir para o sul e travar contato com “um obstáculo blindado amistoso” de cuja existência o comandante em Mont soube por um dos so-

breviventes da 28º de Infantaria que ia a pé de Wiltz para Bastogne. Deste modo, puramente acidental, a infantaria de para-quedistas partiu no apoio dos tanques da Turma O'Hara

no seu momento

mais critico.

O grupamento aerotransportado não era muito afeito à cooperação estreita com blin-

sob

a proteção

dados, de forma

das flo-

que só depois de vários

dias é que as duas forças passaram a trabalhar realmente bem em conjunto. Antes disso, eles praticamente se ignoraram mutuamente: os para-quedistas passaram pela po-

sição dos tanques em direção a Wardin, on-

de emboscaram uma patrulha alemã de 25 homens, matando ou ferindo todos eles, mas então se encontraram frontalmente com sete tanques da Panzer Lehr, apoiados por um

batalhão de panzergrenadier. Cinquenta pára-quedistas logo se transformaram em baixas; todos os oficiais foram atingidos, vindo a morrer o comandante da companhia. Dispersando-se os demais integrantes da Companhia “IJ”, desapareceu como força efetiva. Por alguma razão, esses Panzers e os Sher-

mans de O'Hara por pouco não se encontra-

79

ram, porém, mais tarde, naquela noite, Os alemães tomaram Wardin. A posição americana tornara-se ali insustentável, e assim que escureceu a 420º Arti-

lharia Blindada de Campanha desfechou uma barragem concentrada sob cuja proteção os pára-quedistas sobreviventes e a Turma O'Hara recuaram para as elevações situadas ao norte de Marvie. Ao mesmo tempo, os outros dois batalhões da 501º empenhados em combate em Neffe e Bixory receberam ordens de desengajar ao anoitecer e recuar para defender uma linha a oeste daquelas duas aldeias. O Capitão Ryerson, o corpo principal da Turma Cherry e os exaustos sobreviventes da força do Tenente Hyduke haviam permanecido durante todo o dia na orla leste de Mageret, perdendo mais três tanques, repelindo apenas um ataque decidido da Panzer Lehr porque a 420º Artilharia Blindada de Campanha pôde desfechar uma barragem violenta no momento critico. O Coronel Roberts decidiu que os remanescentes da Turma Cherry seriam inevita-

velmente destruídos no dia seguinte, quando

os

efetivos

alemães

estariam

aumentados.

As 03:00 h, ele mandou Ryerson deslocar sua reduzida força ate as linhas do 2º Batalhão de Infantaria Para-quedista da 501º, em Bixory, e este movimento terminou pouco antes do amanhecer. A maioria dos soldados da 10º Blindada ja estava sem dormir e sem alimentação quente hã umas 48 horas, e em constante contato com os alemães por cerca de 30 horas. Eles haviam sofrido pesadas baixas e perdido a maioria dos seus tanques, mas, como acontecera com o 110º de Infantaria na frente do rio Clerf, garantiram aos defensores de Bastogne o témpo de que precisavam para contar com alguma

possibilidade de êxito. Na fria contagem da

guerra, as baixas que sofreram foram compensadoras. A linha defensiva que se formara mais ou menos acidentalmente do norte de Bixory até Marvie resistiria durante todo o cerco.

Embora se tenha sugerido que o 501º Regi-

mento e duas das forças-tarefas do Coman-

do de Combate “B”, bem apoiados por artilharia, poderiam destruir o que, afinal de contas, não passava da guarda avançada da Panzer Lehr em Mageret (a 19 de dezembro, a maioria dessa divisão e a 26º Volksgrenadier de apoio ainda estavam para trás, 80

tendo sido retardadas pela defesa de Wiltz,

pela estreiteza das estradas e pelo engarrafamento do trafego), esse esforço “temerário” não teria sido taticamente sensato. Os componentes da 101º Divisão Aeroterrestre haviam sofrido baixas realmente pesadas em seus dois meses na Holanda, por se lançarem contra posições alemãs fortemente defendidas, e tanto o General McAuliffe como o comandante do 501º Regimento, Coronel Ewell, sentiram necessidade de conservar os elementos de que dispunham, se quisessem mesmo defender Bastogne contra forças alemãs cada vez mais poderosas. O Coronel Ewell recomendou a seus comandantes para que “agissem calmamente... Nao quero que vocês tentem derrotar o inimigo

a qualquer

preço”,

Toda a atenção foi novamente dirigida para os informes sobre os efetivos alemães fornecidos

pelos

sobreviventes

do

110º

de

Infantaria e do CC“R” da 9º Divisão Blindada. Muitos desses homens, profundamente chocados pela crueza dos embates, diziam apenas coisas como “Fomos eliminados”, ou “Obrigado, obrigado, obrigado...” quando lhes perguntavam o que os alemães tinham. Houve dos dois lados uma superestimação da força do adversário quando se chocaram no setor sudeste de Bastogne; ambos hesitaram, mas a pausa teve consequências muito mais sérias para os alemães do que para os americanos, pois custou aos atacantes a melhor chance de penetrar na cidade. A Panzer Lehr fora detida a leste de Bastogne; a 26º Volksgrenadier aproximava-se com o objetivo de tornar mais forte a nova tentativa; a 5º de Pára-quedistas estava mais atrasada, mas chegaria ao local dentro de no máximo 24 horas. Do lado americano, o 705º Batalhão de Destruidores de Tanques tinha saido de Kohischeid, na Alemanha, as 23:30 h de terça-feira, completando a força que defenderia Bastogne. Também na noite de terçafeira, uma boa nova veio levantar o moral dos defensores da cidade: a 4º Divisão Blindada, de “Georgie” Patton, não demoraria a chegar. Mas, nesse meio tempo, o que acontecia com a 2* Divisão Panzer que, deslocando-se

pelo norte de Bastogne,

deveria

avançar

mais para oeste que quaisquer outras tropas alemas nas Ardenas?

Situação precária em Bastogne Ao amanhecer de terça-feira, começo do

quarto dia da ofensiva, o XLVII Corpo Panzer de Luttwitz, no qual tanta esperança fora depositada, estava com quase dois dias de atraso. Pelo plano-diretor do OKW — quer dizer, o plano-diretor de Hitler — Bastogne deveria ter caido no domingo, pois era sabido que a cidade tinha a defendêé-la apenas um Q-G de corpo. A 2º Divisão

Panzer, que marchava célere para o Mosa,

poderia também mandar uma companhia de tanques e um batalhão de infantaria blindada para o ataque a Bastogne até que a 26º Volksgrenadier cuidasse disso — se a 2º Panzer não pudesse vencer a resistência com um golpe rapido e violento ... caso em

que passaria a tarefa à Panzer Lehr, que atacaria do sudeste, ou, se detida, flanquearia a cidade e a golpearia por tras, enquanto

a 26º Volksgrenadier De qualquer modo, devia chegar ao Mosa, noite de segunda-feira sua esquerda, no dia

avançava pelo leste. a 2º Divisão Panzer ao sul de Namur, na e a Panzer Lehr, à seguinte. O Estado-

Maior de Planejamento do 5º Exército Panzer considerava esse cronograma muito otimista, mas esperava poder estar defendendo

cabeças-de-ponte do outro lado do Mosa, entre Namur e Givet, por volta de quartafeira, 20 de dezembro. O programa saira errado desde o começo. O atraso determinado pela dificuldade encontrada na instalação das pontes flutuantes sobre o Our, a tenaz resistência do 110º Regimento de Infantaria e, finalmente, o obstáculo montado pela Força-Tarefa Rosa, que absorveu algumas horas do curto dia de inverno, tudo isso fez que somente as 18:00 h de segunda-feira é que a 2* Panzer chegou ao entroncamento rodoviário de Allerborn, próximo da fronteira de Luxemburgo, onde deu com uma poderosa força de

tanques, infantaria e artilharia — a ForçaTarefa Harper —. bloqueando-lhe o caminho.

Mas,

para

surpresa

dos alemães,

esta

cedeu aos primeiros ataques por eles desferidos, e por volta das 22:00 h o avanço fora

reiniciado. A 2º Panzer cobriu cerca de 3 km na direção de Longyvilly, levando o pânico e a confusão à cidade, depois do que, inesperadamente, flectiu para a direita, a fim de tomar Noville, avançando pela aldeia de Bourcy. Embora a 2º Panzer estivesse bastante atrasada, parecia que finalmente a linha de defesa americana havia sido ultrapassada, abrindo-se então para ela os 64 km restantes até o Mosa. Ainda lhe deveria ser possivel tomar as pontes até a noite de quarta-feira. Mas não sem Noville, pois sua rede rodoviária era essencial ao deslocamento da 2º Panzer para oeste, porquanto lhe haviam proibido categoricamente passar por Bastogne ou, mais ao norte, por Houffalize —. reservadas para o LVIII Corpo Panzer. Noville deveria ser tomada “a qualquer preço” e, exultantes com a sucessão de triunfos conseguidos, os Panzers e Panzergrenadier da 2º Divisão Panzer rumaram celeremente para la as primeiras horas de terça-feira, 19 de dezembro. Os 15 tanques Sherman do Major Desobry, com infantaria blindada de apoio, haviam chegado pouco depois da meia-noite a Noville. Todas as saidas estavam defendidas e dois postos avançados foram instalados nas estradas por onde os alemães provavelmente viriam: um ao norte, na estrada prin-

cipal para Houffalize, outro à esquerda desta, ao longo da estrada para Bourcy. Era intenção dos americanos dispor cam-

pos minados na frente desses obstáculos, mas no que montaram no caminho de Bourcy não seria possivel, devido ao fluxo de 81

soldados

desgarrados

das destroçadas

uni-

hodades do VIII Corpo. A maioria desses

so quemens. em terrivel estado de choque,

el do ria era fugir para o mais distante possív ial teatro da luta, mas por escasso O potenc humano. os veiculos eram revistados, reti-

rando-se deles todos os soldados de infantaria e os sapadores. Em Noville, depois de alimentados e aquecidos, permitiram-lhes descansar antes de serem incorporados à defesa. embora a maioria desses homens se encolhesse nos porões quando as granadas alemãs começaram a explodir. Não e que fossem, necessariamente, menos corajosos que os outros, mas haviam chegado ao fim da resistência física e psíquica, coisa que pode acontecer a qualquer pessoa. Está claro que houve exceções. Um pelotão de infantaria blindada do CC“R” da 9º

Divisão Blindada, que estivera em ação qua-

se continua durante obstáculo de Bourcy de terça-feira, 19 de unidade disciplinada

36 horas, passou pelo por volta das 03:00 h dezembro, como uma e coesa, com o moral

Em algumas unidades o moral

continuava

elevado

elevado e bem controlado pelo seu oficial. Esse jovem tenente pôde dar ao Major De-

sobry a primeira informação precisa sobre a composição e localização dos alemães que se aproximavam — a maioria dos que passavam por ali havia-se desfeito do equipamento de combate e era incapaz de dizer onde tinham estado ou onde se encontravam os alemães.

Com o que soube pelo tenente (que colocou seu pelotão na defesa de Noville, onde se distinguiu),

o Major

Desobry

ordenou

que retirassem das ruas todos os veículos, avisou a todos os postos avançados para

que se preparassem para receber ataques decididos e iminentes e resolveu colocar, ao amanhecer,

todos

dentro de Noville.

os

elementos

de

defesa

Às 04:30 h, o fluxo de soldados e veicu-

los americanos que passava por Bourcy pa-

rou de repente, inteirando-se os que montavam o obstáculo que os próximos a chegar seriam os alemães. Uma hora mais tarde ouviu-se O som característico dos meias-lagartas percorrendo a estrada, mas, como havia a possibilidade de que fossem amigos, permitiu-se que eles se aproximassem do

ficação obstáculo. Quando O pedido de identi , foi imprudentemente respondido em alemão

os americanos despejaram

granadas de mão

fogo cobre os veículos. Os alemães abriram com suas metralhadoras e, depois de vinte minutos de troca de tiros, com granadas de mão americanas e alemãs voando em todas

as direções. sem quaisquer baixas, os alemães recuaram. A refrega, relativamente insignificante entre um pequeno grupo de reconhecimento alemão e um obstáculo fracamente defendido pelos americanos, teve resultados muito importantes, pois os efetivos americanos foram muito exagerados nas informações que os alemães dos meias-lagartas deram ao seu oficial-comandante e, quando o relatorio chegou ao Coronel Meinrad von Lauchert, comandante da 2º Divisão Panzer, este se convenceu de que Bourcy estava tão fortemente defendida que não seria possivel por ali fazer a abordagem da cidade. Convenceram então ao General Lúttwitz permitir que

a 2º Panzer se desviasse para O norte e deslocasse de modo a atacar Noville de va-

rias direções ao mesmo tempo. A Turma

Desobry era não so muito redu-

zida para defender Noville, como também a aldeia tem a domina-la duas cristas situadas

a uns 800 m dali —— uma a a norte-oeste, e os alemães de ambas ao amanhecer de Quando se aproximava

caiu um nevoeiro tão denso que não se podia ver ninguém que estivesse naquelas ele-

vações. Pouco antes das 06:30 h, hora e meia antes que as posições avançadas fossem

recuadas,

a que estava

E

na estrada

de

Houffalize foi atacada por três tanques que

puderam aproximar-se até 100 m do obstáculo,

ou

porque

eram

tanques

americanos

que os alemães estavam usando, ou, talvez o mais provável, porque eram os velhos Mk [II alemães, com canhão de 75 mm de cano curto, o que lhes dava a aparência de um Sherman. Os americanos atiraram primeiro,

Volksgrenadier surpreendidos por fogo cruzado de metralhadoras e

sudeste e outra apoderaram-se terça-feira. o amanhecer,

mas erraram; com isso, o tanque alemão da frente logo destruiu os dois tanques americanos que apoiavam o obstáculo. Depois de

ligeira troca de tiros de armas portateis, os

americanos romperam contato e recuaram para Noville. A terceira posição avançada, a ala esquerda dos americanos na estrada pamas

não foi atacada,

ra Vaux,

também

re-

cuou ao amanhecer, passando pelo canhão antitanque e pelo canhão de assalto de

75 mm que cobriam as estradas que conduziam a Noville. Assim que os postos avançados foram retirados, um 88 mm começou a atirar diretamente contra a estrada de Houffalize a Noville, destruindo em pouco tempo meia dúzia de veiculos. Pouco depois, dois tanques Tigre apareceram, de dentro do nevoeiro, quase sobre a posição defensiva americana voltada para o norte e foram atacados por todos os que os viram —. bazucas,

ca-

nhões antitanques e o 75 mm de um Sherman — sendo ambos destruidos. Uma hora mais tarde, elementos da 2º Panzer que haviam rodeado Noville comeA

Km

ER

Rc -

Mt

a

a

E

eai

ria

e

mmqr

eb E rea E

E

:

* RE

A

DRA E,

do A “ar 5

A

a Pd

Di RT poça!

a

no

agp)

o”q

op

a

LES

mg

Er te aa

Ê

RE a A

y

aa

Ms

A

çaram a aproximar-se pelo oeste, sondando em busca de uma estrada desimpedida. Em Noville ouvia-se o ruído de lagartas e motores de tanques, num arco de quase meio

circulo,

mas,

devido

ao nevoeiro,

ninguém

via coisa alguma, até que, de repente, o nevoeiro se dissipou, revelando à pequena força de Noville um quadro espantoso — fileiras de tanques alemães à esquerda, bem em

frente e à direita, com o mais próximo distando apenas 200 m do flanco esquerdo. Nada menos de 14 estavam alinhados sobre a crista, à 1.000 m a noroeste. Estes reduziram a distância para 800 m e bombardearam a cidade, inutilizando inclusive preciosos destruidores de tanques e causando baixas várias. Uma hora depois, durante a qual o nevoeiro se dissipou duas ou três vezes por breves momentos, quatro destruidores de tanques do CC“B” chegaram a Noville, passando logo ao ataque dos Panzers sempre que a névoa se adelgaçava. Os destruidores de tanques atingiram nove deles em brevissimos minutos; outros tanques alemães tentaram temerariamente atacar a po-

sição americana, mas nenhum deles o con-

seguiu.

À direita, os Panzers

avançaram

com o apoio de Panzergrenadier, mas três outros foram destruídos, sendo a infantaria alemã repelida pelo fogo de armas portáteis. Depois de hora e pouco de luta, os tanques alemães retiraram-se para as cristas que dominavam Noville, e reiniciaram o bombardeio. O Major Desobry, tendo em vista as condições da area em que se encontrava, dada a violência do bombardeio, decidiu recuar para as elevações da aldeia de

Foy, a 2.400 m de Bastogne. Ele lembrouse de que o Coronel Roberts o deixara à vontade para tomar qualquer medida que visasse à proteção de sua gente, mas entrou do contato com ele, comandante em CC“B”, pedindo-lhe permissão para recuar. O Coronel Roberts considerava da maior importância a detenção dos alemães que buscassem alcançar Bastogne pela rodovia As baixas foram

grandes

Os alemaes americanos

capturaram

muitos

principal, pelo menos até que a 101º Aero terrestre estivesse firmemente em suas posições. Sem responder a Desobry, ele foi em busca do General McAuliffe para saber como estavam indo os para-quedistas, mas no caminho encontrou-se com o General-Briga-

deiro Higgins, o assistente do comandantede-divisão. Enquando explicava as dificul-

dades que a Turma Desobry estava enfrentando em Noville, a vanguarda do segundo regimento da 101º apareceu. Era a unidade de reconhecimento do 1º Batalhão do 506º Regimento de Infantaria Pára-quedista. O General Higgins deteve-a e mandou que partisse imediatamente para Noville. O oficialcomandante do 1º Batalhão, Tenente-Coronel James La Prade, e seu Estado-Maior

partiram na frente, para uma conferência de planejamento

O Coronel

com

a força CCB”.

Roberts

comunicou-se então 87

O meia-lagarta antiaéreo, Suas metralhadoras de calibre .50, “Quad Fifty”, eram mortíferas contra tropas terrestres. Os americanos chamavam-nas “moedores de carne”

]

É PP

If R

com o Major Desobry, dizendo-lhe: “Você

mesmo deverá decidir sobre a retirada ou

não de Noville, mas um batalhão de páraquedistas estã indo para ai, para reforçá-lo”. Diante

disso, Desobry

decidiu manter-se

firme e, quando os pára-quedistas chegassem, fazer de comum com eles um ataque para tomar as elevações de onde os alemães dominavam sua posição. Pouco depois o Coronel La Prade chegou e eles concorda-

30 granadas explodiam numa pequena área, enchendo o ar com estilhaços aquecidos ao branco - e os soldados ficaram satisfeitos em sair dali. O plano de ataque era agressivo e ambi-

cioso, mas não levava em conta o volume e o poder de fogo das tropas alemãs, pois não havia como fazê-lo. A 2º Panzer tinha cerca de 80 dos seus 88 tanques e cerca de 7.000 soldados em combate. A divisão também

possuia canhões de assalto, canhões antitan-

ram sobre um plano de ataque — sem cogi-. tarem da questão do comando. Duas turmas

de tanques da infantaria do CC“B” sairiam simultaneamente, uma avançando para leste e a outra para o norte. Uma companhia de soldados aerotransportados avançaria à esquerda do ataque norte; as outras duas companhias se movimentariam entre este e o ataque leste. Esperavam com isso abrir diante dos alemães um leque de fogo que os expulsaria das cristas e garantiria Noville. O 1º Batalhão do 506º de Infantaria Pára-quedista entrou em Noville por volta de 13:30 h de terça-feira, tendo pegado armas é variada munição nos depósitos do VIII Corpo, em Foy, no caminho. O ataque teve

início uma hora depois de preparativos, durante a qual os alemães bombardearam in-

tensamente —. a cada dez minutos, de 20 a

ques, 88 mm de finalidade dupla, canhões

antiaéreos de canos múltiplos e unidades de

artilharia móvel. Embora todos esses efetivos não pudessem ser assestados imediatamente contra Noville, era evidente que uma força de 13 tanques médios, meia dúzia de destruidores de tanques e talvez 1.000 ho“mens não tinha chance de arrancar das elevações os germânicos. As 14:30 h, quatro tanques Sherman, com um pelotão e meio de infantaria blindada, sairam de Noville para leste, apoiados por uma companhia de infantaria pára-quedista, à sua esquerda. Imediatamente, quase, violenta concentração de fogo da artilharia alemã caiu no meio dos para-quedistas, mas, a despeito das pesadas baixas, eles continua-

ram

88 “E

cas

avançando

depressa.

Então,

o fogo

concentrado de armas automáticas que vinha da crista atingiu a infantaria blindada, que procurou defender-se. Os Shermans pararam a apenas 500 m da sua linha de partida, mas a infantaria para-quedista alcan-

çou a base da crista dominada pelos ale-

mães. O ataque na direção norte, feito por três “Shermans e um pelotão e meio de infantaria blindada da Turma Desobry, também foi detido pelo fogo intenso dos Panzers que se encontravam a apenas 250 m deles. A companhia de infantaria pára-quedista da qlireita desse ataque foi obrigada a recuar, mas a

da esquerda foi em crista na frente de Os blindados do viram-se forçados

frente e chegou à base da Vaux. contra-ataque americano a recuar e duas compa-

nhias de infantaria pára-quedista ficaram re-

tidas nas encostas das duas cristas. Entrementes, os alemães se preparavam para um ataque que esperavam redundaria na tomada de Noville, e que foi desfechado, no meio da tarde, por duas

apoiados

por um

colunas

batalhão

de

16 tanques,

de Panzergre-

nadier. Os pára-quedistas americanos avançados haviam sofrido sérias baixas, mas enfrentaram o avanço alemão com vigor, protegidos

pela cortina de fumaça produzida pelos in-

cêndios abertos em Noville e pelo nevoeiro que caiu novamente. A falta de visibilidade fezque os tanques alemães se mantivessem recuados ... em fins de 1944, o aparecimento da bazuca revolucionara a luta de tanques - eos Panzergrenadier e pára-quedistas lutaram sem apoio dos blindados. Afinal, instados insistentemente a atacar, os tanques alemães aventuraram-se e cinco deles foram destruídos, não pelas bazucas dos soldados de infantaria, mas pelos destruidores de tanques americanos que estavam ao

sul de Noville e esperando precisamente por essa oportunidade. Ão escurecer, os para-quedistas recuaram para Noville. Os contendores afirmaram haver contido um contra-ataque inimigo, e os dois

estavam

certos.

Em

Noville,

os para-

quedistas não tinham tido a oportunidade de cavar trincheiras quando fora do perimetro defensivo, de modo que se valiam das construções que encontravam para protegerse dos bombardeios, que duraram a noite toda. Os alemães, cônscios de que o crono-

grama a que estavam obrigados ia por agua abaixo, devido a tenacidade com que os americanos se batiam, mantiveram a pressão com incursões feitas por grupos de dois e três tanques, apoiados por infantaria, que tentavam descobrir como penetrar a aldeia. O General Higgins, Assistente do Comandante da 101º Divisão, que despachara o batalhão de pára-quedistas para Novílle, foi até lã pessoalmente, depois que anoiteceu, e o Tenente-Coronel La Prade, como o

maís graduado dos dois comandantes, foi encarregado da defesa geral de Noville. Hig-

gins prometeu que no dia seguinte canhões de assalto e destruidores de tanques se juntariam aos pára-quedistas e aos tanques, isto é, na quarta-feira, 20 de dezembro. Mais tarde, o comandante

do 506º Regimento de

Infantaria Pára-quedista, Coronel Robert Sink, cujos dois outros batalhões tinham sido colocados na reserva, atras de Noville, também apareceu e conferenciou com o Tenente-Coronel La Prade e com o Major Desobry sobre os arranjos para a defesa da noite. Segundo o que estava estabelecido, os para-quedistas formariam uma linha defen-

siva, bem cerrada, fora da aldeia e os oito tanques Sherman restantes da Turma Desobry ficariam no centro, formando uma força

de ataque movel pronta para fechar qualquer brecha. Um dos muitos integrantes da 101º Aeroterrestre que gozavam alguns dias de licença quando a divisão recebeu ordens de pôr-se em

marcha

Robert

era o Major

Oficial Executivo

do

Harwick,

1º Batalhão do 506º

Regimento, que estava em Paris e que conseguiu chegar a Noville em fins da tarde de terça-feira, apresentando-se ao posto de comando do 1º Batalhão, instalado numa casa no centro de Noville. As explosões das gra-

nadas alemãs haviam destruido as janelas do prédio e o Tenente-Coronel La Prade e o Major

Desobry

tinham

colocado

junto

às

paredes, para dar-lhes proteção, os móveis

que puderam

guarda-roupa mente

deslocar. Um

de

colocado

carvalho

velho e enorme

fora

laboriosa-

diante da janela que

dava

para a rua. Pouco depois que o tenente-coronel recebeu o comando e enquanto conferenciava com o Major Desobry, uma grana-

da de 88 mm de alto explosivo explodiu na frente dessa janela, destruindo o guarda-roupa, matando La Prade e ferindo seriamente 4

89

k

nai AY O nevoeiro importante

desempenhou

um

papel

o Major Desobry na cabeça. O recém-chegado Major Harwick assumiu o comando, € os tanques restantes passaram a direção do

viventes da Turma Desobry e o 1º Batalhão do 506º de Infantaria Pára-quedista. “Não”, disse o General Middleton, “se quisermos defender Bastogne, não podemos continuar recuando”. A guarnição de Noville recebeu então ordem de resistir aos

A noite foi um prolongado pesadelo, mas a quarta-feira amanheceu com o perimetro defensivo intato, revelando dois Panzers destruidos nos seus limites. O 3º Batalhão do 506º estava em Foy,

O atraso de terça-feira em Noville permitiu à artilharia da 2º Divisão Panzer, que vinha muito atras, tomar posição em local de onde podia apoiar o novo ataque, na quarta-feira, e, as 05:30 h, o mais violento bombardeio até então verificado se abateu

Major Charles Desobry.

Hustead, subcomandante

3

de

km

ao

sul

Noville,

na

estrada

de

para

Bastopne, e o 2º Batalhão, 3 km mais ao

sul ainda, baseado em Luxery, um subúrbio de Bastogne. Estas duas forças tentavam ligar-se a outras unidades de pára-quedistas, de modo a formar uma linha defensiva mais ou menos continua desde o norte de Bastogne, contornando Marvie, no sudeste. Não obstante, o General Higgins e o Coronel Sink viam claramente que o 1º Batalhão do 506º, onde se encontrava, em Noville, estava perigosamente exposto e insistiram junto ao

General McAuliffe para que o trouxesse para Foy. McAuliffe chamou o General Mid-

dleton e, depois de com ele estudar a situa-

ção, recomendou que se retirassem os sobre-

90

ataques.

sobre a defesa americana. As 07:30

h, dois

tanques alemães desceram velozmente pela estrada de Houffalize, com suas metralhadoras disparando e lançando alto explosivo, e pararam ao lado de uma casa. Dez metros à

frente, uma turma de atiradores da bazuca americanos

viu com

certo espanto que logo

depois de haverem parado, um dos tanques alemães explodiu e o outro foi inutilizado, em virtude do ataque feito por um dos poucos Shermans da Turma Desobry, com algumas das escassas granadas que lhes restavam. Depois disso, o ataque alemão veio de todas as direções, mas era surpreendentemente desordenado, sendo por isso detido com a ajuda de bombardeio feito pelo esgo-

tado 420º Artilharia Blindada de Campanha e pelas últimas granadas perfuradoras que os Shermans

possuiam. Quando,

porém, os

tanques americanos se viram obrigados a suspender seus disparos, seis Panzers tentaram aproximar-se de Noville, mas um pelotão de canhões autopropulsados que tinha vindo do 705º de Destruidores de Tanques frustrou-lhes a tentativa. Um tanque Tigre passou pelo centro de Noville, sozinho, e parou diante do posto de comando da infantaria blindada, Antes que o comandante do tanque alemão pudesse de-

cidir o que fazer, três granadas de um Sherman que se encontrava posicionado a cerca

de 20 m pegaram-no e, embora não fosse destruido, foi apressadamente abandonado por sua tripulação que, com surpresa, conseguiu escapar.

Aumentando as dificuldades que os americanos enfrentavam, o batalhão de para-

quedistas, em Foy, foi atacado por turmas mistas de tanques e infantaria blindada que vinham contra ele do nordeste e do noroeste, sendo afinal rechaçadas de Foy para as elevações situadas ao sul da aldeia. Perdeu-se contato com os defensores de Noville. Uma vez cortada a estrada atrás de Noville, tornou-se impossível enviar-lhe qualquer tipo de socorro. Havia na cidade mais baixas do que os dois postos de socorro podiam atender e a maioria dos próprios

médicos havia sido atingida. Noville não po-

deria resistir por muito mais tempo. Os defensores da cidade conseguiram enviar uma mensagem a Bastogne através da rede radiofônica da artilharia: “Todas as reservas empenhadas em combate. Situação critica”. A primeira reação do comandante da divisão foi ordenar ao 502º Regimento de Infantaria Para-quedista, que cobria a extremidade norte do perimetro defensivo e que ainda não fora empenhado, para que despa-

chasse seu 3º Batalhão num ataque na direção sudeste, passando por Bastogne, para recuperar o contato com os defensores de Noville. Mas quando chegou a Bastogne, depois de reexaminar a situação de Noville, o General McAuliffe decidiu que a defesa de No-

ville, cuja sustentação não iria além de algumas horas, não valia a perda de um batalhão de pára-quedistas e dos sobreviventes

da Turma Desobry, que era o preço que ele ela E

:

«Td

dA

.



a

dias

Erg

aà Vis

teria de pagar. Em lugar disso, ordenou um ataque de dois lados, para expulsar os alemães de Foy, e a força em Noville foi infor-

mada de que enquanto esse ataque prendesse a atenção dos alemães, ela deveria retirarse pela estrada de Bastogne, passando por

Foy e ingressando no perímetro defensivo. Embora os tanques, em Noville, estivessem praticamente sem munição perfuradora de blindados, ainda havia bom suprimento de granadas de alto explosivo e de 81 mm, que teve de ser destruído no momento em que a força se retirou. Também havia mais de 50 feridos para serem transportados, mas tanta gente havia morrido que os veículos disponíveis davam não só para transportalos todos, mas tambem a infantaria blindada

e a maioria dos pára-quedistas. O nevoeiro dissipara-se passada a primeira metade da manhã e a visibilidade era tão boa que os alemães poderiam, da crista, ter visto a' coluna partir, mas aiguns minutos

antes da partida desta, o nevoeiro tornou a surgir de repente, protegendo-os perfeitamente. À coluna era liderada por um carro

blindado, vindo a seguir quatro meias-lagar-

tas, seis tanques Sherman e os veículos que

transportavam os feridos. Por fim, os destruidores de tanques em lagartas —. canhões autopropulsados de 76 mm — com uma companhia de pára-quedistas, a pé, formando a retaguarda. O depósito de munição foi destruido por uma carga calculada para explodir depois que a retaguarda o houvesse ultrapassado, e a coluna rumou para o sul, importunada apenas pelo fogo ocasional de armas portateis e pelo enguiço de um dos Shermans, que teve de ser destruído. A explosão do tanque fez a turma do carro blindado que ia à frente entrar em pânico e aumentar a velocidade. Alguns minutos depois, a vanguarda da coluna encontrou fogo de infantaria e

parou; surgiram tanques alemães e, na bata

lha que se seguiu, três dos Shermans foram deito Houve muita confusão, mas ao anoitecer a maioria da coluna, inclusive quase todos os veículos que transportavam

os feridos, estava passando pelos para-quedistas que defendiam a linha ao sul de Foy, dirigindo-se para Luxery. A Turma Desobry sofrera

enormes

baixas,

em

tanques

e ho-

mens, perdendo-se também o seu jovem oficial-comandante. O 1º Batalhão do 506º 91

Regimento de Infantaria Para-quedista perdeu 212 homens em 24 horas, entre os quais

o seu oficial-comandante.

Mas a 2º Divisão Panzer havia sofrido mais 48 horas de atraso, além do desfalque de 45 tanques, 20 inteiramente destrudos e 25 avariados, ficando seus efetivos reduzidos a menos de metade. Em termos de vidas humanas, perdera um batalhão de Panzergrenadier, incluindo 142 prisioneiros. Ao anoitecer de quarta-feira, 20 de dezembro, quando os alemães finalmente ocuparam Noville, o comandante da 2º Panzer pediu permissão para rumar para o sul, na direção de Bastogne.

“Esqueça Bastogne. Dirija-se para o Mosa!” foi a resposta que recebeu. A 2º Panzer pôs-se então em marcha na direção oeste e capturou a ponte sobre o Ourthe,

em

quarta-feira.

Ourtheuville,

à

meia-noite

de

Pegou-a intata, porque as car-

gas de demolição deixaram de explodir, mas um outro problema, a escassez de combusti-

vel, fe-la atrasar-se por mais 24 horas, que foram criticas, antes de reiniciar a marcha

para a ponte do Mosa, em Dinant ... e para sua total destruição quatro dias mais tarde. Na quarta-feira, 20 de dezembro, os defensores de Bastogne haviam sido submetidos a prova excessivamente severa. Durante toda a noite, a Panzer Lehr havia retirado silenciosamente os tanques e canhões autopropulsados de Mageret, levando-os para os grandes bosques defronte à posição americana em Bixory, a eles juntando um batalhão da 26º Volksgrenadier, descansado e bem alimentado. As 02:00 h de quarta-feira, quatro ca-

nhões do 705º Destruidores de Tanques tinham sido colocados no apoio da posição de Bixory, de modo que, quando os tanques,

os destruidores de tanques e a infantaria alemães sairam repentinamente do bosque, para atacar enquanto amanhecia, ambos os lados tinham tanques e canhões antitanques. Três tanques e um canhão autopropulsado alemães foram

destruídos, o mesmo

aconte-

cendo com dois destruidores de tanques e dois tanques americanos. O fogo das armas portáteis dos pára-quedistas fez que os Volksgrenadier vacilassem um pouco, mas a distância era excessiva para que pudesse causar muitas baixas e eles continuaram a aproximar-se. Então, 20 minutos de fogo

92

concentrado dos canhões que podiam ser utilizados conseguiu deter os alemães nessa

frente, e o 501º Regimento de Infantaria Para-quedista ficou em paz no restante daquele dia. Apos o anoitecer, a Panzer Lehr e a 26º Volksgrenadier tentaram penetrar em Bastogne pelo leste, novamente com três ataques: a um prolongado bombardeio de artilharia de Bixory, ao sul, ate Mont seguiramse uma carga, que veio diretamente de Neffe, pela estrada, com tanques e Panzergrenadier, e, depois, um ataque pelos campos entre Neffe e Mont, pelos Panzergrenadier e

três canhões autopropulsados que iam para

oeste, ao longo da ferrovia e, finalmente, na direita da frente alemã, uma penetração com tanques e infantaria, pela linha ferroviária que entra em Bastogne pelo nordeste, entre Foy e Bixory. Quando ouvido o ruido da aproximação dos tanques alemães que se deslocavam, na escuridão, de Neffe ao encontro da frente do Coronel Ewell, este pediu que a estrada fosse bloqueada por uma cortina de granadas. Os onze batalhões de artilharia da defesa de Bastogne responderam então com um bombardeio

devastador,

teras e um

que destruiu

dois Pan-

Tigre e obrigou o resto da força

a retornar a Neffe. A infantaria alemã, que vinha

na

frente

dos

tanques,

foi isolada

e

destruida pelas metralhadoras dos para-quedistas ate o ultimo homem. Em Mont, outro pelotão de canhões do onipresente 705º de Destruidores de Tanques

chegara,

a noite, e fora colocado

em

posições que cobriam os acessos do leste e, porque o ataque alemão fosse desfechado no escuro, os artilheiros contra eles dispararam orientando-se pelos clarões que surgiam a cada tiro de canhão que os germânicos disparavam, enquanto os pára-quedistas varriam com metralhadoras, em disparos cegos, ao longo da ferrovia. Após quatro horas, a luta arrefeceu e, quando clareou o dia de quinta-feira, eram visíveis fileiras de alemães mortos, presos nas cercas de arame farpado que se entrecruzavam

evidentemente

para

do. Os três canhões

nos campos,

dividir pastos para ga-

autopropulsados

ale-

mães tinham sido destruídos. A terceira tentativa da Panzer Lehr e da 26* Volksgrenadier que desceram a linha férrea pelo nordeste, na realidade o limite

pasa A 7

É»

o -.

de

antaria alemãs Shermans bombardeando concentrações de inf

entre o 506º Regimento, do Coronel Sink, empenhado em .Foy e Noville, e o 501º, do Coronel Ewell, que defendia o setor de Bixo-

ry/Mont, era potencialmente à mais perigosa, porque nenhum dos dois regimentos de pára-quedistas havia estendido seu flanco até a linha férrea. Durante a tarde de quarta-feira, a companhia de reserva do 501º

fora para noroeste, numa tentativa de entrar em contato com o flanco direito do 506º que, segundo se acreditava, estaria na linha

ferrea, e avistara a infantaria alemã a cami-

nho do sul, sem ser, no entanto, observada pelos germânicos. Assim, ela pôde preparar uma emboscada, que se transformou numa refrega que envolveu toda a companhia, com disparos feitos, de ambos os lados, na escuridão e no nevoeiro. O ruído da batalha, no entanto, tinha a tendência para exagerar a extensão das baixas —. a companhia de

pára-quedistas sofreu apenas 15 baixas na prolongada luta noturna. Os pára-quedistas desengajaram e recuaram irregularmente, e os próprios alemães, satisfeitos com a vantagem obtida, recuaram também. Mais ou menos ao mesmo tempo, a companhia de reserva do 501º envolveu-se com um avanço alemão, quando uma patrulha de outra companhia avistou uma coluna de

tanques e tropas de infantaria em movimento para sudoeste, na direção de Bastogne, ao longo da linha férrea. Foi então enviado um aviso ao posto de comando regimental, mas não antes que os alemães tivessem penetrado entre os dois regimentos de para-quedistas, envolvendo o flanco do 506º, que estava a quase 1.000 m à frente do 501º. As únicas reservas de McAuliffe eram os sobreviventes do 1º Batalhão do 506º, retirados de Noville, que descansavam em Luxery. Eles teriam de ser novamente empenhados em combate, diante da nova ameaça. Cerca de uma hora após o amanhecer de quinta-feira, 21 de dezembro, duas compa-

nhias de Luxery começaram a percorrer a floresta, na frente da força alemã, em meio a denso nevoeiro. Coincidentemente, as duas companhias do 501º, que haviam recuado durante a noite, tornaram a movimentar-se. Estes três movimentos foram todos feitos

independentemente, mas com isso os alemães se viram atacados de três direções ao mesmo tempo, e a visibilidade era precária. Na luta

que

se seguiu, e que

durou

o dia

inteiro, os alemães perderam muito: cerca

de 100 mortos e quase 200 capturados. Os germânicos participantes do ataque que redundou nessa refrega compunham um dos

93

pasregimentos da 26º V olksgrenadier que sara por Longyilly depois que a força ameri, cana ali foi esmagada e atravessou à região até a linha férrea, numa tentativa de penetrar Bastogne pelo norte. Ali, nos primeiros estagios, os alemães nunca tiveram a preponderância em efetivos necessária para garantir o sucesso. Se maior Para muitos soldados

togne foi o fim

alemães,

do caminho

Bas-

a força que enveredou

pela brecha entre os

506º e 501º Regimentos de Infantaria Paraquedista, e se viesse apoiada por artilharia e quase

certo que

Bastogne

fosse penetrada

na quarta-feira. Em virtude disso, ela pôde ser contida, com

pesadas

baixas, conseguin-

do apenas chamar a atenção para a existência de tal brecha entre os dois regimentos aeroterrestres, que depois de fechada deu origem a uma linha firme no quadrante nordeste da defesa de Bastogne, linha que não

tornou a ser seriamente ameaçada.

A última tentativa de penetrar em Bastog-

ne na quarta-feira, 20 de dezembro;

deu-se

pelo sudeste, ãO longo da estrada Wiltz/ Bastogne, e, uma vez mais, à luta foi resultado de uma série de acidentes. O regimento da

ala esquerda

da Panzer

Lehr, O 901º Pan-

zergrenadier, fora dividido, na noite de terça-feira, pela limitada capacidade das estradas do vale do Wiltz, muito estreitas e sinuosas, € uma coluna formada por uma única companhia de fuzileiros, alguns sapadores, um pelotão de reconhecimento, quatro tanques Mk IV e um canhão autopropulsado de 75 mm chegou à principal rodovia de Bastogne, em

Bohoey, logo a leste da fron-

teira da Bélgica com -o Luxemburgo, por volta das 05:00 h de quarta-feira. Estando a apenas 11 km de Bastogne, eles avançaram

rapidamente. Lembremo-nos de que a Turma O'Hara recuara de Wardin na terça-feira a noite, indo para Marvie, que estava sendo defendida por alguns sapadores de combate do General Middleton. A Turma O'Hara colocara um obstáculo de troncos sobre a estrada de Bastogne, num ponto onde ela sai de um bosque, conhecido como Bois de Jean Collin; O grupo de reconhecimento da Panzer Lehr deu com esse obstáculo por volta das 06:00 h de quarta-feira e passou a bombar-

deá-lo com seus tanques Mk IV e o canhão autopropulsado.

No denso nevoeiro, a Turma O'Hara não

conseguia ver o que estava acontecendo, mas as coordenadas do alcance foram enviadas à artilharia de apoio do CC““B”, de modo que cerca de uma hora depois que clareou o dia, quando o nevoeiro se dissipou de repente, fenômeno que acontece comumente nessa região da Belgica, uma chuva de granadas desabou sobre o grupo de alemaes que tentavam remover o obstaculo, matando dois e bandada. Os tanques uma cortina de nevoeiro e lhes

pondo

os restantes em

de-

da Panzer Lehr lançaram fumaça, para substituir o permitir desmontar o obstá-

culo para prosseguir, mas a Turma O'Hara continuou disparando mesmo com a visão

ra do

obstáculo),

Marvie, a menos

na direção

de 400

da aldeia

m dali, de onde

seria possível retornar à estrada principal de

Bastogne logo ao norte de Marvie. Porém, uma vez mais, a sorte negou-se à permanecer do lado alemão, pois neste exato momento os exaustos sapadores de combate que vinham defendendo Marvie ha três dias estavam sendo substituídos por tropas aeroterrestres —. o 2º Batalhão do 327º Regimento de Infantaria de Planadores. Estas tropas haviam sido despachadas para reforçar a Turma O'Hara, cujo pelotão de tanques leves também se encontrava em Marvie e que tinha dois Shermans nas elevações que havia a noroeste, que era o mais importante de tudo.

Às 11:25 h, após breve bombardeio pre-

liminar, a força da Panzer Lehr saiu dos bosques e avançou rapidamente na direção de Marvie. Ela era encabeçada por um canhão autopropulsado de 75 mm, seguido de seis meias-lagartas de infantaria blindada e quatro tanques Mk IV. A princípio, foi tudo facil para os alemães, pois os tanques leves americanos não eram adversários para os Panzers. Um deles explodiu em chamas, um segundo ficou inutilizado e o comandante pediu permissão ao comandante da infantaria aeroterrestre para

recuar. A permissão foi concedida e, à vista dos tanques americanos recuando, os ale-

mães fizeram um esforço para se aproximar

da aldeia antes modar-se la. Neste ponto, bordada para 700 m dali, e

meçaram

que as tropas pudessem aco-

a força os dois que ela a disparar

alemã estava toda de Shermans a apenas não vira. Ambos coao mesmo tempo, e

dois Mk IV e um meia-lagarta foram destruidos. Um dos Mk IV entrou em Marvie, onde logo foi destruido pelos soldados aeroterrestres, mas o quarto e último retornou ao abrigo dos bosques. O canhão autopro-

pulsado de 75 mm logrou breve êxito no ataque a três veiculos vazios em Marvie, mas então os dois Shermans voltaram-se contra ele, destruindo-o. Quatro meias-lagartas, repletos de Pan-

prejudicada pela fumaça. O comandante ale-

zergrenadier, entraram em Marvie, seguindo-se uma batalha breve e violenta, que ter-

dirigindo-se para oeste, pelo bosque (a estra-

mortos e outros 30 prisioneiros. O último

mão

então

decidiu

contornar

o obstáculo,

da principal dobrava para noroeste na altu-

de

minou por volta das 13:00

h, com 30 deles

meia-lagarta atolara na frente dos Shermans-

95

»

o Aa

Os mOFoganãorprecisan

O oie a

CR

de botas

ado am

ae

r

a

e foi abandonado.

sendo tambem

Cesta

da extrema

esquerda

Os americanos sofreram

mortos:

mas a coluna

20 baixas. com

da Panzer Lehr deixara de existir. Os reveses impostos ao XLVII

Panzer

na

quarta-feira,

20

de

.

Corpo

dezembro.

convenceram o General von Lúttwitz de que suas duas divisões Panzer não podiam tomar Bastogne de um golpe. ordenando então que as duas rompessem contato e prosseguissem para oeste o mais depressa possivel. A 2º Panzer, como vimos, fez isso, mas a Panzer l.ehr. que estava em varios pontos emaranhada com a defesa americana, não pode sair com a rapidez recomendada, decidindo assim. O seu comandante. deixar parte da divisão para tras. por meio dia ou mais para ajudar a 26º Volksgrenadier a capturar Bastogne. O plano dos alemães previa em sua primeira etapa o envio de uma força da 26º para o sul, flanqueando Bastogne atê Mande St.-Etienne, na estrada principal para oeste, tomando no caminho as aldeias do perimetro sul: Remonfosse. Assenois. Sibret e Senonchamps. Aliás. isto isolaria Bastogne pelo sul. assim como a 2º Panzer tomara a ponte de Ourtheuville - completando seu cerco. Este amplo movimento seria feito pelo Batalhão de Reconhecimento da Panzer !.chr. com cerca de 700 homens, vários canhões autopropulsados e o 39º Regimento Holksgrenadier que sofrera sérias baixas no encontro com a 28º Divisão de Infantaria, em Weiler. Consthum e Wiltz. O "Batalhão de Reconhecimento da Panzer Lehr deveria seguir os Volksgrenadier até Sibret, avançar para oeste e esquadrinhar a área em torno de St.-Hubert. de onde um complexo de estradas conduzia às pontes sobre o Mosa. A força principal da Panzer I.ehr, formada de tanques. canhões autopropulsados e infantaria blindada. então se juntaria a eles para prosseguir no avanço. O General Kokott. comandante da 26º. escapou

por

um

triz. quando

seu posto

de

comando móvel foi atingido por uma granada de alto explosivo. que matou os que com

cle ocupavam o posto e o lançou contra uma parede de pedra. O fato de ter ficado apenas aturdido o encorajou e ele decidiu acompanhar de perto suas tropas no avanço para oeste. atraves da metade sul de Bas98

LOLNC.

O movimento

começaria com o 39º R egi-

mento de Volksgrenadier, ja ao sul de Bastogne, que deveria prosseguir para oeste, pela estrada de Arlon, e depois desviar-se para noroeste e tomar as elevações existentes perto de Assenois. isolando assim, eficazmente, as duas estradas que ligam Bastogne com o

sul. O 26º Batalhão de Reconhecimento passaria por esta posição do 39º de Volksgre-

nadier à noite e continuaria para noroeste, a fim de tomar Senonchamps na quinta-feira pela manha. Este movimento cortaria a conexão rodoviária e ferroviária entre Bastogne e Neufchateau, o novo Q-G do General Middleton. Durante 48 horas a situação manteve-se a mais precária possivel, pois não se sabia se Bastogne cairia ou não quando fortemente atacada do norte. nordeste e leste. Os americanos. que ja tinham perdido um regimento de infantaria e um comando de combate blindado na tarefa de retardar o ataque inicial do XLVII Corpo Panzer, tiveram mais baixas serias. O Comando de Combate “B” da 10º Divisão Blindada, dividido em três e atirado aos alemães. lutara, segundo o General von Manteuffel, “quase ao ponto do aniquilamento para deter o ataque alemão”. A 101º Aeroterrestre, que se lançara: direto na batalha, pagou pelo denodo com que se batia com pesadas baixas - por volta de quinta-feira. 21 de dezembro, mais de 1.300 dos seus homens estavam feridos em Bastogne e 150 deles precisavam urgentemente de intervenção cirúrgica. O hospital da 101º Aeroterrestre fora capturado intato pelos alemães, na primeira noite. Um pelotão da 429º Companhia de Padioleiros trabalhava ininterruptamente, com cinco ambulâncias e dois veiculos de batalha adaptados para a tarefa de remoção dos feridos mais graves dos teatros de operações. mas ainda havia muita gente necessitando de ser urgentemente evacuada quando se deu o isolamento de Bastogne. Durante a noite de quarta-feira, o termômetro baixou e a neve começou a cobrir os corpos dos mortos largados entre as linhas adversarias. O solo congelou e o céu começou a limpar: os soldados. de ambos os lados. sentiram que já não mais estariam limi-

tados as estradas, e que, inevitavelmente, os

bombardeiros

apareceriam.

o t a m i t Ul

Não fora ignorada a necessidade de defender Bastogne contra possiveis ataques do cul ou mesmo do sudoeste; mas os recursos eram tão limitados e tão forte a pressão alemã de norte para leste, nos dias 19 e 20 de dezembro. que o comando de combate da 10º Divisão Blindada e a 101º Divisão Aeroterrestre tiveram de ser empenhados naqueles setores assim que chegaram. Isto deixava o centro e o setor sul da cidade para serem defendidos por quaisquer forças que

pudessem ser reunidas. Restos de unidades e

soldados desgarrados eram apanhados pela rede estreita estendida pelo Coronel Roberts e enviados para o setor centro, para uma formação especial da Companhia de Q-G por ele comandada. Esta formação mantinha comida quente o dia inteiro e abrigos aquecidos na praça da cidade especialmente preparados para os soldados exaustos meio enregelados. Depois de alimentados

descansados, começou

a maior parte desses homens

€ e

a ser encaminhada para integrar a

Turma SNAFU, com mais de 600 homens, da qual saiam os que iam suprir as falhas eventualmente abertas nas unidades de linha de frente ou integrar forças-tarefas para fechar brechas ou repelir ataque de qualquer direção inesperada. (SNAFU é expressão cômica americana que significa “Situação normal, completamente abagunçada.) Um

batalhão de artilharia de campanha,

de obuseiros de

do passava

105 mm, o 771º, foi, quan-

por Bastogne, despachado

para

“sudoeste, além de outros grupos de artilha-

ria. para cobrir a estrada de Neufchateau. Isto aconteceu bem cedo, na manhã de terça-feira. Os artilheiros chegaram ao local que lhes foi designado bem no caminho do avanço da 26º Volksgrenadier, sem apoio de tropa de infantaria. A estrada que passava por Sibret e ia até o Q-G do VIII Corpo, depois de atingida na noite de quarta-feira, permaneceu desprotegida. devido às inevitáveis confusões decorrentes das trocas rápidas de comando. Isto aconteceu quando uma Força-Tarefa da 4º Divisão Blindada se deslocou primeiro para o norte, até Villeroux, sendo a seguir chamada de volta.

O SHAEF decidira que a situação vigente nas Ardenas exigia, entre outras coisas,

que o VIII Corpo fosse retirado do controle

do 1º Exército e entregue ao 3º Exército: na segunda-feira, 18 de dezembro, todos sabiam que isto ia acontecer. No dia 19 a medida foi oficialmente aprovada, mas só entrou em vigor ao meio-dia de quarta-feira, 20 de dezembro. Nesse meio tempo, o III Corpo

área

de

do



Exercito

Luxemburgo,

deslocava-se

a fim

de

para

a

cumprir

o

planejado ataque para o norte, contra o flan-

co alemão: a 4º Divisão Blindada, recém-anexada a esse corpo, havia partido primeiro. Quando o grupo avançado do seu

CC“B” chegou a Arlon, o único corpo em

operação

na area era o VIII, de Troy

Mid-

dleton. Quando o comandante dos blindados. General-Brigadeiro Dager, se apresentou a

Middleton para receber ordens. pediu-lhe apenas que mantivesse junta, como uma

unidade tática, a força sob sua direção.

99

oo

oa

E

Mm



——



O

pedido

tor

aceito.

mas.

não

obstante.

quando parecia que os alemães não pode-

ram ser retidos diante de Bastogne. alguém no VII Corpo ordenou que o CC"B” da 4º enviasse

um pequeno

pos de infantaria e para la. a fim de Blindada”. Dager ção da sua força.

grupo de tanques. gru-

canhões autopropulsados “ajudar o CC''B” da 10º quis resistir à fragmentamas informado de que a

situação forçava a isto. ordenou que as unidades especificadas Tarefa.

formassem

uma

Força-

O CCB” da 4º Blindada aproximava-se das aldeias situadas a meio caminho de Neufchateau e Bastogne. posição tatica ex-

tremamente importante. a meia-noite de terça-feira. Sua Força-Tarefa Ezcell. comandada pelo Capitão Bert Exzell. partiu desse ponto, em direção a Bastogne. por volta de 10:30 h.de quarta-feira. com Ezell na frente. para ver onde sua pequena força deveria ser empenhada. Em Bastogne, cle foi mandado de um lado para outro; o Chefe do Estado-Maior

100

enviouo meteu

ao

dao Oficial de Operações. comandante

que o re-

aeroterrestre,

que

O

mandou para o Coronel Roberts, do CC"B” da 10º Blindada. que lhe disse para concentrar sua força em Villeroux, aldeia situada

entre Sibret. onde uma pequena força integerada por sobreviventes da 28º Divisão de Infantaria tentava organizar uma defesa, em Bastogne. e era um dos alvos do projetado avanço da 26º Volksgrenadier para Senonchamps. À Força-Tarefa Ezell tomou posição por volta do meio-dia de quarta-feira: a 8 km, a leste. o Batalhão de Reconhecimento da 26* Volksgrenadier preparava-se para iniciar seu avanço para oeste dentro de poucas horas,

A 4º Divisão Blindada tinha um novo comandante. Major-General Hugh Gaffey, que fora Chefe de Estado-Maior de Patton e que pela primeira vez comandava uma divisão em ação. Quando soube. pelo coman-

dante do CC"B” de sua Divisão, que o VIII

Corpo vinha-lhe dando ordens e que tais ordens desbastavam efetivos de suas tropas.

d a artilharia É

pesada

as 24 horas do dia

funcionava

s]

|

O apoio

Tropas das

A

SE CE E

“e

e ii

j

=

=

mi

a

e

md E: Gi

»

reserva

rapidamente -

89

da

Re. =

e

VER -

e

Rr

mp

“kz o.

CO, ]

a.

ro

“+

e

P

4

eram

despacha-

Este canhão de 155 mm rebocado, a arma do 755º Batalhão de Artilharia de Campanha Blindado, podia alcançar qualquer ponto em torno do perí-

metro

de

£,

;

=

Muitos

7

Dinid

| É

E

a

Ciao,

alemggãstambém p=

Eai

«A

como

Era conhecido

Bastogne.

7

mai

-—

aprhãionados

foram =

=

e

Es

mi

by

-

os

Tom”

“Long

“|

E

ai

=

E

E

E

e

E

[1

5

Bi

7

-

Mt

-

-

Os

alemães

camuflavam

seus: veículos

e dormiam

onde

podiam

ordenou

que

Dager

trouxesse

de

volta

a

Força-Tarefa imediatamente € deslocasse O seu CC“B” para uma área a sudeste de Neufchâteau. O Capitão Ezell retirou sua Força-Tarefa sem disso informar a ninguém em Bastogne, supondo que a medida fosse comunicada a nivel de comando mais alto. Embora tivesse notado certa confusão ao longo da estrada de Neufchãteau, como, por exemplo, dois batalhões de artilharia de campanha abandonados à margem da estrada, Ezell vira pouca evidência da presença

de alemães, o que significava que a importante ligação entre Bastogne e Neufchãteau

ainda estava aberta ao anoitecer de quartafeira (também se sabe disso porque o General McAuliffe retornou a Bastogne mais ou

menos à mesma hora, depois de avistar-se

com o General Middleton), mas foi fechada mais tarde, naquela mesma noite, pela 26º cerco de Bastogne. O CC“B” da 4º

assim, O



estabelecendo-se,

O a

Volksgrenadier,

O

Di

o

o

A

a

E

a

Blindada poderia ter mantido essa estrada desimpedida até que o resto da divisão chegasse, obrigando a Panzer Lehr e a 26º Volksgrenadier a cobrir seu flanco esquerdo. Acontece que a 4º Divisão Blindada levaria mais de um dia para chegar as aldeias que seu CC“B” tinha

104

de o e

Entretanto, era fatal que houvesse confusão, após um ataque maciçamente feito pelos germânicos contra frente tão extensa e tão pouco defendida como a do VIII Corpo. Por certo o Alto Comando Alemão esperava que a confusão fosse muito maior e que os americanos demorassem bem mais para tomar providências tão importantes. O 3º Exército suspendeu, no entanto, toda a ação ofensiva em sua frente e fez um desvio de 90º para atacar a frente do 5º Exercito Panzer, com o minimo de burocracia, e o General Eisenhower, com um ou dois telefonemas, dividiu a area atacada das Ardenas em dois comandos, entregando a metade setentrional ao General Montgomery e a meridional ao General Bradley ... providência esta que, segundo o OKW julgava, teria de ser apresentada aos Chefes de Estado-Maior Conjuntos em Washington. Houve dificuldades de comando nos niveis mais baixos, tanto na linha de frente como em Bastogne, onde, a princípio, as relações entre o CC“B” da 10º Blindada e a 101º Aeroterrestre foram insatisfatórias e na

a

ocupado durante a noite de 19/20 de dezembro, quando se deu o ataque do 3º Exército.

base da colaboração voluntária. O GeneralBrigadeiro McAuliffe chegara poucas horas depois que o General Middleton empenhou as três turmas do CC“B” e lhe pediu que lhe entregassem os blindados: o Coronel Roberts, um veterano de Chãteau-Thierry e uma das autoridades em guerra de tanques do exército americano, perguntou-lhe: “O que o senhor sabe a respeito de blindados?” “Talvez o senhor queira a 101º Divisão anexada ao seu Comando de Combate” respondeu McAuliffe sarcasticamente. O Major-General Cota, cujo posto era

superior ao do General-Brigadeiro McAuliffe, comandante da 101º, pedira-lhe que fos-

se vê-lo no Q-G da 28º Divisão de Infantaria, em Sibret, na quarta-feira. “Estou muito ocupado”, respondeu McAuliffe, o que era verdade. O General Cota, que não era homem de se suscetibilizar com coisinhas, foi então a

Bastogne tão logo clareou o dia, na quartafeira, e viu o grande número de veiculos que entupia as estradas, as várias unidades de artilharia que chegavam e eram despachadas para o sul, e a grande quantidade de homens que tinham sido recolhidos pela rede do Coronel Roberts —. incluindo muitos da 28* Divisão de Infantaria. Ele visitou os do independentes de comando postos CC“B” da 10º Blindada e da 101º Divisão Aeroterrestre e compreendeu que se precisava de direção. Ao retornar a Sibret, telefonou ao General Middleton, em Neufchateau, advertindo-o vigorosamente que “iam acontecer coisas em Bastogne e que alguém deveria estar no comando”. Ele também desaconselhou a retirada da Força-Tarefa do - CC“B” da 4º Blindada para Bastogne, devido aos problemas de tráfego, e pediu que fossem devolvidos ao seu comando os homens

que a ele pertenciam.

À neve

cobria

o campo

de

batalha

O General Middleton concordou com tudo isto e entrou em contato com o General McAuliffe, em Bastogne, dizendo-lhe que todos os blindados e tropas de qualquer unidade que estivessem dentro do perimetro de Bastogne estavam sob seu comando. Dai

por diante, o Coronel Roberts passou a ope-

rar quase todo o tempo do posto de comando da 101º e o General McAuliffe passou a

ouvir seus conselhos sobre o uso adequado

dos

blindados:

os tanques

não

devem

ser

usados como obstáculos; devem atacar com o maior número possivel, onde se fizer necessario € liberados imediatamente após ca-

da combate, para manter a reserva blindada movel tão poderosa quanto possivel. No fi-

nal da Batalha de Bastogne, os tanques e a tropa aeroterrestre funcionavam tão harmoniosamente, cada qual respeitando e pro 105

“ gre

RS ES ua ts

"

gta

a

à.

a

ad

Ped,

E.

curando compreender os problemas do outro,

que “essas unidades perguntariam aos seus comandantes mais graduados se não seria possivel reuni-las numa força maior, por terem admitido que, juntas, se haviam tornado irresistiveis”. Os alemães iniciaram novas movimentações na quarta-feira: o 39º Regimento da 26º Volksgrenadier, que participara da captura de Wiltz, prosseguira para oeste, ao longo dos limites do 5º Exercito Panzer com o 7º Exercito. Mais ao sul, a 5º Divisão de Para-quedistas que, desobedecendo ordens, também

se envolvera

na batalha

de Wiltz,

rumava para oeste, paralelamente à 26º Volksgrenadier. Ao anoitecer, a guarda avançada da 5º de Para-quedistas encontrou uma das posições dos sapadores de combate americanos na frente de Martelange e, após

breve combate, desviou-se para o norte, na direção da linha de marcha da 26º Volksgrenadier.

106

a

E

e

Homens do 630 de Destruidores de Tanques, em Wiltz, seus canhões e estão sendo usados como infantaria

pa

4

DA.

perderam

que

O 39º Regimento Volksgrenadier cruzou a rodovia Bastogne/Arlon e avançou para noroeste,

capturando

o

altiplano

existente

na vizinhança de Assenois. Então a força principal de ataque da 26º Divisão de Kokott, o 26º Batalhão de Reconhecimento, tendo no comando o Major Kunkel, oficial de grande reputação de arrojo e eficiência, passou pelo 39º ao anoitecer e dirigiu-se para Senonchamps, aldeia situada a menos de | km a oeste do centro de Bastogne. Dali se iniciaria um dos ataques finais à cidade.

Para chegar a Senonchamps,

as posições

americanas de Sibret, à esquerda do projetado avanço contra Villeroux, a meio caminho para Senonchamps, teriam de ser destruídas. Segundo pensavam os germânicos, nenhuma delas era fortemente defendida, e o Major Kunkel, com 700 homens escolhidos e cerca

de 20 canhões autopropulsados, não espera-

va ser detido por ali. em Sibret, o General Cota organizara o

Mas

à

aos

no

E.»

3

d

a É a

=

«

se

Ka

O

"

NE

*

| R

= E

fo go

a

wi

!

asda,

Hs

Ê,

.

à

si,

, Cao

sa =

he.

'

e

Me =

h

mem

Gs,

4

E

pay

! pag o

"

o

a

=

a ho

o

|

14

o

| std

E

e

[a

ds

+! a

;

e

E

ú

a

que restava da sua destroçada 28º Divisão num

ponto

forte, relativamente

falando

por exemplo, partes de uma companhia e o Q-G do 630º Batalhão de Destruidores de Tanques, sem qualquer canhão e armado apenas de fuzis, defendiam um obstáculo ao sul de Sibret; na extremidade oriental da aldeia, os três únicos obuseiros haviam sido embasados de modo a cobrir quatro estradas de acesso diferentes. Havia cerca de 200 homens, a maioria de companhias de Q-G

das unidades de tanque de apoio, de cavalaria de reconhecimento

e de destruidores de

tanques, que estavam dentro de Sibret organizados como a Força-Tarefa Caraway. Eles não tinham nada com que deter um ataque

blindado,

só armas

portateis —. as

únicas armas antitanques eram duas bazucas - . mas

o General

Middleton

ordenara

que Sibret tinha de ser defendida para manter desimpedida a comunicação entre Neuf-

château

e Bastogne e que a Força-Tarefa

Caraway, responsável pela posição, tinha de “entrincheirar-se e permanecer ali, mesmo que

um

tanque

passe

por

cima”.

E

=

Ná quinta-feira, de manhã cedo, o 771º Batalhão de Artilharia fora despachado do

centro de Bastogne para um local situado bem ao sul das demais posições de artilharia, dispondo-se em arco de noroeste para nordeste de Sibret. Em torno de Villeroux.

cerca de 2 km mais próximo de Bastogne do que Sibret, havia dois batalhões de artilharia, o 755º e o 969º, ambos equipados com obuseiros de 155 mm e embasados de modo a cobrir os acessos do sul e do leste, sem, contudo, proteção de infantaria. Em torno de Senonchamps estavam os canhões do 420º Batalhão de Artilharia Blindada de Campanha, parte do CC“B” da 10º Blindada, ocupados em conter os ataques alemães do norte, nordeste e leste de Bastogne. Ali, os canhões eram protegidos por uma peque-

na força de infantaria e tanques leves que

fora formada pelo CC“B”. O primeiro contato, ao sul de Bastogne, foi travado por volta das 03:00 h de quintafeira, quando uma companhia da infantaria

da 5º de Para-quedistas, sondando para o norte, na direção de Bastogne, deu com um

MM

E

e

o

gg eeRE

RM ip O

A

9 Sp

RR

RR

RO

e

“o

e

107

As forças de auxílio

continuam

avançando

Ê |

Í

4

7 d

i

4i

|

Grupo de Batalha Kunkel: o avanço foi reiobstáculo, do 630º de Destruidores de Tanniciado para o norte, pela estrada principal, ques. ao sul de Sibret. Embora armados entre Neufchãteau e Bastogne, com a intenapenas de fuzis. os defensores mantiveram ção de dobrar à esquerda na encruzilhada uma cadência de tiro impressionante, levande Villeroux e ultrapassaá-la, a caminho de do os atacantes a superestimar os efetivos da posição, sendo retidos ali por cerca de. Senonchamps. Ás coisas iam bem para os alemães quando sua guarda avançada enduas horas. Depois de provida de morteiros, controu o 771º Batalhão de Artilharia, que e instada pelo seu comandante, a infantaria pára-quedista avançou em bloco e obrigou | vinha na direção contraria, e o atacou com o fogo de tanques e morteiros antes que o os americanos a recuar para Sibret,

Depois de bombardear violentamente a

aldeia com morteiros, os alemães invadiram o ponto forte americano local, no Q-G da

policia. A maioria dos homens da 28º de Infantaria, escapando pelos fundos do pre-.

dio invadido, dirigiu-se para o posto de co-

mando no centro de Sibret. Triunfalmente, a 5º de Para-quedistas informou que havia “capturado Sibret”. Isto aconteceu quando clareava o dia, mas o denso nevoeiro que tudo obscurecia serviu para encobrir a aproximação do Grupo de Batalha Kunkel, que veio do leste com canhões autopropulsados e alguns tanques pertencentes ao batalhão de reconhecimento da Panzer Lehr e que vinham logo atras deles. Os tanques destruíram os três obuseiros americanos; a tentativa da Força-Tarefa Caraway de retomar o prédio da polícia apenas com infantaria fracassou, e o bombardeio do prédio, feito por uma bateria do 771º de Artilharia, embasada a noroeste de Sibret, também não conseguira deslocar os alemães. Quando a 5º de Para-quedistas e o Grupo de Batalha Kunkel, com tanques e canhões autopropulsados, se aproximaram novamente, os americanos sobreviventes procuraram escapar em direção ao novô Q-G divisional em Vaux-les-Rosiéres. Sibret.

caiu por volta das 09:00 h e a Divisão Pan-

zer Lehr (menos um Grupo de Batalha, que ficara para tras a fim de ajudar a 26º Volksgrenadier a capturar Bastogne) atravessou a aldeia, alcançando o rio Ourthe, em Moircy, 15 km mais a oeste, naquele mesmo dia. De volta ao Q-G da 26º Volksgrenadier em Bras, o General Kokott esperava impaciente o informe de que o grupo de assalto de seu 26º Batalhão de Reconhecimento tomara Senonchamps. Em vez disso, a primeira notícia chegada dava conta de que ele estava em violento combate com a “fortemente guarnecida” aldeia de Sibret ... uma vez mais, O cronograma estava falhando. Sibret não foi a única razão do atraso do

771º pudesse destacar seus canhões das má-

quinas motrizes. Os artilheiros fugiram, deixando os motores ligados, e o Major Kunkel pôde somar a seu armamento 20 obuseiros

de 155 mm e munição.

|

Mas o comandante do 420º de Artilharia Blindada de Campanha, Coronel Browne, em Senonchamps, pedira que enviassem infantaria para sua posição, no sul, quando soube que Sibret caira. Dos sobreviventes do CC“R” da 9º Blindada que conseguiram chegar a Bastogne, uma força de 14 Shermans e cerca de 200 soldados de infantaria, conhecida como Turma Pyle, foi organizada e despachada para Villeroux, mas encontrou os alemães logo ao sul de Senonchamps. Na luta que se seguiu, as baixas de ambos os lados foram leves: os alemães abrigaram-se num grande bosque e 05.755º e 969º Batalhões de Artilharia de Campanha puderam retornar a posição de Senonchamps, tendo perdido apenas um canhão. Pelo anoitecer de quinta-feira, 21 de dezembro, esta linha, de uns 4 km de extensão, estava muito bem defendida: cerca de 300 soldados de infantaria, 20 tanques, 3 batalhões de artilharia e

uma bateria antiaérea. Quando o Major Kunkel fez avançar uma Imha de Panzers

entremeada de Volksgrenadier, as pesadas metralhadoras antiaereas, disparando em conhecidas como grupos de quatro “moedores de carne” - logo eliminaram a tentativa. Os alemães recuaram para os bos-

ques, esperando a chegada de reforços vàrios, inclusive de artilharia, para um ataque

maior, no dia seguinte. O comando alemão estava em geral satis-

feito com a situação em Bastogne na noite

de quinta-feira, pois tendo cortado todas as estradas ao norte e ao sul e avançado suas colunas blindadas para a outra margem do Ourthe, a cidade estava virtualmente cercada. Era sabido que uma força do 3º Exérci-

to americano preparava um ataque de auxilio a partir da área de Arlon, mas o General

envelope

endereçado ao “comandante americano de Bastogne”. O oficial que falava inglês disse que nele se continham “termos de rendição” Os alemães ficaram no posto de comando da 327º Companhia de Infantaria e a carta foi levada ao comando da 101º Aeroterres-

até

o“

+

Na

o

É

"

A!

d+

E

+

EN

ad»

o

À a

difícil avanço

ta

ao

M

prosseguimento

Mme ca

dando

um

da

x

socorro

estavam

entregaram

comando

À

Bastogne

de

alemães

de

CET

blindados

os

onde

o posto

4

Os

ou

obstante,

companhia,

para

cado :

Não

e estes lhe foram prometidos.

vendados,

do pelotão e, depois, de olhos

à

do OKW

reforços da reserva

pediu

de comando

aa

Exército Panzer,

mães, um capitão. Eles foram levados primeiro para o posto

do

pulsados e cerca de 40 tanques médios. O General von Manteuffel, comandante do 5º

“Vimos parlamentar”, disse um dos ale-

í

Lehr e, à medida que seu corpo se aproximava lentamente, bom apoio de artilharia dos canhões de campanha pesados. Na realidade isto não bastava para garantir que Bastogne seria esmagada por ataques concêntricos, pois os americanos a defendiam com cerca de 18.000 soldados, 11 grupos (batalhões) de artilharia, canhões autopro-

ser

completamente destruída, ou então decidiram tentar um blefe, pois as 11:30 h de sexta-feira, 22 de dezembro, os homens do obstáculo colocado a oeste de Marvie, a ala direita do 2º Batalhão (setor do 327º de Infantaria de Planadores), ficaram espantados ao ver um grupo de quatro alemães virem caminhando pela estrada de Arlon na sua direção, empunhando uma grande bandeira branca. Eles pararam a uns 100 m da posição e três soldados americanos foram ao seu encontro; um deles falava alemão, mas não era necessario.

W

como von 26º Divisão de Panzerda Panzer

poderia

q

togne não eram tão poderosas Liittwitz gostaria que fossem: a Panzergrenadier, um regimento grenadier e 15 tanques Pantera

Bastogne

&

que o XLVII Corpo Panzer podia concentrar-se no avanço para o Mosa e em capturar Bastogne sem se preocupar com seu flanco sul. As forças que ficaram para tomar Bas-

de que

»

direita chegara à posição de bloqueio que lhe fora destacada, desde o Our até a estrada Neufchâteau/Bastogne, o que significava

convencidos

E

Brandenberger pudera informar que sua ala

tre. onde o Chefe de Estado-Maior em exercício. Tenente-Coronel Moore, abriu o envelope. Dentro dele havia duas folhas de papel datilografadas. uma em inglês e outra em (Comandante “Ao Endereçadas alemão. Americano da sitiada cidade de Bastogne”.

elas

sugeriam

que

a

cidade

“se

rendesse

honrosamente”, do contrario todo um corpo de artilharia e seis batalhões antiaereos

“aniquilariam as tropas americanas em Bastogne e arredores”, ressaltando que as baixas entre civis seriam fatalmente elevadas. Os alemães concediam aos americanos duas horas de prazo para se decidirem; os enviados teriam de ser libertados as 14:00 h daquele dia, o mais tardar, mas o ataque so se reiniciaria as 15:00 h. “O que é que diz aí, Ned?” . perguntou McAuliffe, que tentava dormir um pouco quando ali chegou o documento de rendição. O Coronel Moore disse-lhe do que se

tratava.

“Que merda!” — disse ele enojado. Os enviados alemães foram informados de que os termos de rendição não seriam aceitos, porem o mais graduado deles, um major da Panzer Lehr, retrucou que, como trouxera um documento formal, tinha o direto de levar uma resposta por escrito. Compreendendo a sensatez da observação, o General McAuliffe sentou-se na cama, pensando num modo de formular uma

recusa formal a rendição, sem o conseguir, no entanto. “Não sei o que lhes dizer” .. falou. “Que tal o seu primeiro comentário?” sugeriu

o Coronel

Kinnard,

seu

oficial

de

planejamento. “Seria dificil superá-lo.” Todos riram e aprovaram, mas “Nuts!” (Bolas!), e não le mot du General Cam-

bronne a Waterloo (“Merde!”), foi a palavra

enviada ao General Liúttwitz. Quando o major alemão leu a resposta, ficou intrigado. “A resposta é negativa ou afirmativa?” —. perguntou. O Coronel Harper, em cuja area os enviados tinham penetrado, respondeu um tanto acaloradamente, advertindo aos dois oficiais germânicos que integravam o grupo do seguinte: “Se vocês continuarem atacando, mataremos todos os desgraçados alemães que tentarem penetrar nesta cidade”. Com isto, os dois saudaram-se formalmente e o capitão que falava inglês disse: “E nós mataremos muitos americanos ... isto é 112

guerra”.

“Vá

Harper.

andando” .

respondeu

o Coronel

Estava claro que os alemães não demora-

riam a desencadear pesado esforço para capturar Bastogne, mas o moral dos defensores estava surpreendentemente elevado.

Quando a notícia da oferta de rendição cir-

culou pela cidade, muitos comentaram que os alemães é que desejavam render-se. O principal ataque alemão do dia 22 foi desfechado ao alvorecer, partindo dos bosques situados ao norte de Villeroux, contra a posição de Senonchamps. Dele incumbiuse o 26º Batalhão de Reconhecimento, do

Major Kunkel, reforçado por canhões auto-

propulsados.

A defesa dos americanos,

ali,

baseava-se no 420º de Artilharia Blindada de Campanha, cujos canhões vinham disparando, em torno de todo o perímetro, praticamente desde que chegaram. Reforçada por três batalhões de obuseiros, um batalhão

antiaereo, 17 Shermans, alguns tanques le-

ves, esta força era chamada Turma Browne,

em homenagem ao comandante do 420º, Coronel Browne. Esse ataque foi repelido sem grande dificuldade, estabelecendo-se então relativa calma até que se expirou O prazo consignado no ultimato, quando então Kunkel tentou mais três vezes penetrar por Senonchamps, mas os tanques dispararam seus canhões diretamente contra os Volksgrenadier que avançavam, assim como a artilharia. O poder de fogo enfrentado por Kunkel era realmente pesado, o que o levou a suspender a série de ataques que realizou, depois de haver perdido metade dos canhões autopropulsados que possuia e grande quantidade de homens. Vinha nevando ligeiramente enquanto deslizava a tarde, o que tornava difícil a visibilidade. Pouco antes do anoitecer, tam-

bém caiu um nevoeiro que acabou por im-

pedir que os americanos continuassem a ati-

rar, pois não viam mais os alvos. Ao mesmo - tempo, a artilharia de Corpo alemã que chegara recebeu o mapa com

as posições dos

Uma vez mais, as estradas

refugiados

entopem

obuseiros americanos, e também um fogo contrário muito intenso, que prosseguiu durante toda a noite, causando-lhe “terriveis baixas”, segundo informou o Coronel Browne. Mas havia na afirmação dos alemães de que cercara Bastogne a 22 de dezembro muito blefe. De verdadeiro, mesmo, só a noticia de que a 2º Panzer e a Panzer Lehr tinham cruzado o Ourthe a oeste de Bastogne e que a estrada principal de saida para oeste fora cortada pela 2º Panzer, quando, após deixar Noville, fora primeiro para o sul e tomara essa estrada, que conduzia à ponte de Ourtheuville, numa encruzilhada situada a 120 km da cidade. Mas a 2º Panzer não

tomara providência alguma para montar um

obstaculo que vedasse a saida, deixando essa tarefa a 26º Volksgrenadier, que não

conseguira ocupar a estrada porque podia facilmente ser atingida pelo fogo de artilha-

113

Os ataques até o fim

alemães

prosseguiram

mentos de Infantaria Para-quedista, enquanto que à esquerda do 77º, o 78º de Volks-

grenadier retinha o 501º Regimento de In-

cassada fra sua de des a ist ued a-q Pár aria fant lado, outro Por . canas ameri ões ria das posiç tentativa de penetrar, a 20 de dezembro, paos alemães, aí pelo anoitecer do dia 21 de ra pôr fim ao sítio. dezembro, dispunham de meios para impeToda essa parte do perímetro defensivo dir o uso da estrada pelos americanos. Na de Bastogne — o norte e o leste — seria realidade, ela foi tomada pelas forças de Koposta de lado na próxima tentativa de tomar kott durante a noite de 23 de dezembro. a cidade, que partiria do sudeste, do sudoesAlém disso, o circulo de tropas alemãs te e do oeste, onde Kokott concentrara a colocado em torno de Bastogne não passamaior parte dos seus efetivos: o Grupo de va, em grande parte, de uma linha tênue de Batalha Blindado da Panzer Lehr estava depontos fortes ligados por patrulhas, sobretufronte a Marvie; o 26º Batalhão de Recodo na metade norte desse circulo, onde apea diante de Senoneci man o per ent cim nhe dier, grena Volks de 77º o ento, regim um nas champs e o 39º Regimento Grenadier flanque sofrera baixas bastante pesadas, enfrenqueara o sul de Bastogne, para ataca-la pelo tava a maior parte dos 502º e 506º RegiSetenta ambulâncias foram mobilizadas para retirar os feridos de Bastogne

115

Os jipes eram

particularmente

rs map «MA

£

ex

EP e Reed EF

aire,

;

fe

Ee =

ni

:

vulneráveis

às minas

veste. ao longo da estrada que a ligava a Ourtheuville. Sabe-se hoje que os efetivos da força alemã sitiante não eram maiores que os da sitiada, embora o numero de tanques Pantera superasse o de Shermans, a 22 de dezembro. E possivel que uma das razões do ultimato e da terrivel ameaça nele contida, de aniquilamento de quantos estivessem em Bastogne, fosse exatamente ocultar isso aos americanos. Não fora possivel trazer munição ou combustível, de início devido às condições das estradas, excessivamente atravancadas, depois, devido a arrancada alemã atravês das rotas de abastecimento do sul. O CC“B” da 10º Divisão Blindada recebera bem mais que o normal, porem a 101º Aeroterrestre teve de movimentar-se antes de receber a quantidade completa de tudo que precisava. O 420º de Artilharia Blindada de Campanha do CC“B” chegara com 1.400 cartuchos para os seus 18 canhões e, a principio, usara essa munição perdulariamente, mas, depois do último ataque alemão, na

sexta-feira, uma verificação feita nos esto-

|

ques de cartuchos obrigou a ordem para que não fossem disparados mais de cinco cartuchos contra qualquer alvo, por mais tentador que fosse, e cada canhão recebeu uma cota de cinco cartuchos diários. As baterias de obuseiros estavam em condições ainda pior do a visibilidade não permitiu e es quan, o prometido lançamento de pára-quedas na sexta-feira, 22 de dezembro, muitas baterias ficaram reduzidas aos seus últimos cartuchos. Não era apenas a munição que estava escassa - . alimentos, bandagens, medicamentos, cobertores para os feridos e combustivel, tudo, enfim, era terrivelmente necessário. Os tanques de combustível ficavam praticamente vazios até que se preciSasse realmente dos veiculos quando então recebiam a quantidade minima para a tarefa — procedia-se assim porque, caso eles fossem

destruídos

enquanto

parados,

não

se

perderia combustivel algum, e se fossem perdidos na frente de batalha, a quantidade desperdiçada seria a minima possível. Mas alguns prêmios verdadeiramente inesperados os defensores ganharam em , Bastogne: oito tanques Sherman, novinhos em folha, que não tinham sido entregues e. que as equipes de manutenção puseram em 4 ação, grande quantidade de farinha de trigo,

À 118

Ate

pertencente

à

Cruz

Vermelha

e destinada

aos homens em licença. Assim, foram servi-

das panquecas

em lugar das rações K: além

disso, um grande depósito de vinhos e iguarias, que o Q-G do VIII Corpo guardara cuidadosamente para as festas de Natal, foi “capturado”, para grande prazer dos homens de McAuliffe. Tudo dependia de a visibilidade melhorar o bastante para permitir um lançamento de

para-quedas,

mas

até então o tempo que

Hitler estabelecera para os seus comandan-

tes perdurava com extraordinária consistên-

ciae a Força Aerea aliada fora impedida de

intervir na batalha, exceto por breves periodos

no

norte.

Os

que

se encontravam

em

Bastogne aguardavam auxílio por via aérea

e, com

igual ansiedade,

o auxilio do sul.

Na sexta-feira, o Telex transmitiu a seguinte noticia: “HUGH ESTA CHEGANDO”, o que aumentou as esperanças de todos, pois tratava-se da 4º Divisão Blindada,

do General Hugh Gaffey, que Patton mandara passar por Bastogne sem se deter e cujo ataque se iniciara antes do amanhecer, com efetivos de dois comandos de combate: o CC“A”, a direita, centrado na estrada principal Arlon/Bastogne, e o CCB”, à esquerda, rumando para o norte por estradas secundarias e que se destinavam a constituir a vanguarda da 4º Blindada ate Bastogne. A linha de partida americana ficava a uns 22 km mais distante de Bastogne do que as aldeias que o CC''B” da 4º Blindada ocupara três dias antes, quando, magoado com a tentativa do General Middleton de mandar uma força-tarefa da 4º Blindada'para Bastogne, o General Gaffey retirara o CC“B”. A linha de partida da 4º Divisão Blindada ficava a uns 11 km ao sul do Q-G do VIII Corpo, situado em Neufchâáteau, e a linha da barreira, estendendo-se do leste às pontes destruídas de Martelange, era defendida por alguns sapadores de combate do VIII Corpo. Seria preciso bastante tempo para a 4º Blindada aproximar-se dessa linha, por cau-

sa das inúmeras demolições feitas pelo VIII

Corpo com o objetivo de deter os alemães. O CC“A” pôs-se em movimento às 06:00 h de sexta-feira, 22 de dezembro, em duas forças-tarefas movendo-se lado a lado, mas as demolições feitas nas estradas laterais forçaram o deslocamento das duas forças para a rodovia Arlon/Bastogne, onde acabaram detidas por uma enorme cratera e

mm

Um canhão autopropulsado toneladas

de 155

Um canhão autopropulsado para a última ofensiva

camuflado

americano.

Seu

peso era de 41

e novas tropas de assalto alemãs

no ai

O

Er

o

Lençóis

ganham

Tanques

leves

nova

para

utilização

deter infantaria,

sem

canhões

antitanques

Patrulhas de reconhecimento mantinham os atacantes ocupados

so chegaram a Martelange e às pontes destruíidas sobre o Sure por volta das 13:00 h. Ali, alguns sapadores de combate do VIII Corpo resistiam valentemente, enquanto que do outro lado do rio se entrincheirara uma companhia de fuzileiros, que fora deixada para trás pela 5º de Pára-quedistas quando sua guarda avançada atacara os sapadores, dois dias antes. O fogo que eles sustentaram foi suficiente para reter os americanos pelo resto do dia e a maior parte da noite e só

quando, inexplicavelmente, eles recuaram, por volta das 03:00 h, é que a infantaria

blindada do CC“A” pôde cruzar o rio e estabelecer uma cabeça-de-ponte, Os sapadores tiveram de estender uma ponte Bailey de 27 m de comprimento para Os sapadores desimpedidas

mantêm

as estradas

que os tanques. meias-lagartas e Outros velatravessar. Somente as culos pudessem 15:00 h de sábado, 23 de dezembro, e que O CC“A” se pôs novamente em movimento. Ainda faltavam 20 km para chegar a Bastogne: o General Patton estava ja bastante impaciente. Uma unica força-tarefa, composta de tanques Sherman e infantaria blindada. foi mandada na frente até Bastogne, deslocando-se durante a noite.

À esquerda da 4º Divisão Blindada, o

CC“B” começara seu avanço para o norte às 04:30 h de sexta-feira e, como o CC“A”, fora também prejudicado pelas demolições realizadas pelo VIII Corpo, mas avançara quase 19 km, chegando à vista da pequena aldeia de Burnon, a apenas 14 km de Bastogne, por volta do meio-dia. Ali, sua sorte acabou: primeiro, foi preciso escorar uma ponte bastante danificada para suportar O peso dos Shermans; depois, uma pequena retaguarda deixada pela 5º de Para-quedistas na aldeia o retardou ainda mais, e só depois da meia-noite é que sua guarda avançada, de tanques leves e tropas de reconhecimento, em jipes, puderam prosseguir. A aldeia

seguinte,

ao

norte, era Chaumont

e,

uma vez mais, vieram ordens do General Patton para continuar avançando durante a noite, “para ajudar Bastogne”. (A movimentação de tanques por uma estrada a noite, através de regiões onde se encontra infantaria com bazucas, equivale a deitar fora a vantagem dos blindados. O General Patton, depois da guerra, admitiu ter errado em dar a ordem.) Um canhão antitanque, em Chaumont, abriu fogo e destruiu um dos tanques

leves

americanos.

O

CC“B”

conseguiu

avançar apenas uns 1.600, depois de sair de Burnon, antes de encontrar o fogo disparado de Chaumont; dali a uma hora amanheceria, por isso decidiu-se lançar um ataque maciço, precedido de uma barragem de infantaria. A seguir, 22 Shermans e um bata-

lhão de infantaria blindada se aproximariam de três lados. O

que

havia

em

Chaumont

para

tentar

deter esse comando de combate blindado americano era uma única companhia do 14º Regimento de Pára-quedistas, da 5* Divisão de Para-quedistas, apoiado por parte da artilharia divisional, mais ao norte, cuja munição estava acabando. No sábado, o CC“A” ainda estava em Martelange, na linha defensiva do VIII Cor-

122

po. e o CC“B” avançara para 3 km ao sul de Chaumont. bem próximo de onde tinha estado na noite de terça-feira, quando o General Gaffey ordenou que se retirasse. Na ocasião não havia tropas alemãs em Chaumont: agora havia al uma companhia de exaustos soldados de infantaria alemães e o CC“B” estava preparando um “ataque formal, demorado e coordenado”, cômo registra a publicação oficial O Exército dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, para desobstruir seu caminho. O atraso deu aos alemães a oportunidade de se prepararem: o General Kokott, a alguns quilômetros ao norte, despachou 12 canhões autopropulsados para Chaumont, que mudaram dramaticamente a situação. Enquanto isso, os defensores de Bastogne aguardavam ajuda. Com a munição bastante reduzida e com os alemães bombardeando continuamente durante toda a noite, os homens entrincheirados na linha de frente tentavam adivinhar quando se daria o inevitável ataque geral alemão. As primeiras horas de sabado, a Luftwaffe lançou suas primeiras bombas. Escoavam-se as últimas ho: ras da noite e o amanhecer estava próximo. Todos se entreolhavam, apreensivos diante da sensação de que as próximas horas talvez trouxessem o fim. Após a mais fria das noites por eles ali passadas, o sol nasceu num céu limpido, refletindo-se ofuscantemente na neve recémcaida. “Visibilidade ilimitada”, informaram os postos de controle aereo. Era o que os pilotos dos aviões esperavam e logo começaram a decolar de muitos aerodromos — transportes, bombardeiros, caças-bombardeiros e caças. Seria o dia da Força ÁAerea e ninguém que esteve nas Ardenas naquele sábado, 23 de dezembro de 1944, esquecerá a cena. A grande tentativa alemã de terminar a guerra na Frente Ocidental já durava uma semana e, embora a situação nas Ardenas parecesse aos Aliados repleta de perigos, O Alto Comando Alemão sabia que seu jogo

falhara. O cronograma não fora cumprido em parte alguma e os efetivos alemães dimi-

nuíam, enquanto aumentavam os do adversário. Embora ninguém, de ambos os lados, pudesse então saber, o dia 23 de dezembro assinalaria o momento decisivo na Ofensiva das Ardenas ... e do grande sofrimento dos defensores de Bastogne.

O Último alento A área escolhida para os prometidos lançamentos de pára-quedas eram alguns campos situados numa encosta suave a oeste do posto de comando da 101º Divisão Aeroterrestre. No domingo de manha esses locais estavam orlados de caminhões de cinco toneladas e os homens para ali destacados aguardavam que o material descesse para

marcar as posições alemas, lançaram-se ém vertiginosos mergulhos, atirando bombas de fragmentação e napalm e disparando suas metralhadoras.

Os

alemães

correram

para

rapidamente coloca-lo nos caminhões. To-

os abrigos que puderam achar e maldiziam o Reichsmarechal Góring e a Luftwaffe, pois, dos prometidos 2.000 aviões, so tinham visto apenas uns poucos bombardeiros na noite anterior.

Cerca de uma hora após haver amanhecido,

uma tarefa grande demais para as forças de que dispunha, mostrava-se particularmente

dos em Bastogne tinham os olhos voltados para o oeste naquela clara manhã de sol.

enquanto os alemães tentavam novamente romper o local defendido pela Turma Browne no setor de Senonchamps, dois aviões aproximaram-se em vôo baixo e fizeram seus lançamentos com perfeição nos pontos para isso escolhidos e logo fixaram os aparelhos de radar que orientariam os C-47 do Comando de Transportes de Tropas até o alvo. Por volta do meio-dia ouviu-se o ronco dos motores dos aviões da primeira esquadrilha que se aproximava sob a proteção de caças-bombardeiros Lightning. Em quatro horas, 1.446 volumes haviam sido lançados por 241 transportes; a artilharia de Bastogne Ja disparava com munição lançada quando a última das esquadrilhas se aproximava. As baterias antiaéreas alemãs reagiram fortemente contra os transportes aéreos, levando aos defensores de Bastogne a tristeza de ver cair em chamas vários C-47. Viram também, e isto lhes serviu de estimulo para defender com redobrado vigor a cidade si-

tada, como se mantinham firmes, apesar de tudo, os pilotos na execução do trabalho que

lhes cabia fazer.

Depois que os transportes lançaram todos

Os volumes e retornaram às bases, os caçasbombardeiros, que tinham tido tempo de

O General Kokott, que sabia ter recebido

pesaroso

ao

ver

os temiveis

Jabos

(Jagd-

bombers — nome que os alemães davam ao caça-bombardeiro aliado) entrarem na batalha e estava cada vez mais preocupado com o aumento da pressão exercida contra a 5º Divisão de Pára-quedistas, que devia estar protegendo seu flanco sul. Quando o HI Corpo de Patton, composto de duas divisões

de infantaria e uma

blindada,

começou

a

expandir-se para o norte, ao longo de uma

linha que ia da estrada principal da Cidade de Luxemburgo a um ponto situado a 9 km a oeste de Arlon, as únicas tropas alemãs entre ela e as forças de Kokott que: cercavam Bastogne pertenciam a excessivamente estendida 5º Divisão de Pára-quedistas, que já havia sofrido alguns rudes golpes. O comandante da 26º Volksgrenadier mais tarde descreveu seus sentimentos: “Tinha meu posto de comando em Homprê a 23 de dezembro. Tecnicamente falando, ele estava na zona do 7º Exercito, mas o momento não comportava preocupações com linhas limitrofes. A ação da 5º de Pára-que-

distas me era de vital interesse, pois o avanço da 4* Divisão Blindada americana para o norte ameaçava a minha retaguarda. É uma sensação desagradável ter alguém em nossa retaguarda atacando, e eu temia a 4º Blinda-

123

da. Sabia que era uma divisão de elite. Dei ordens para que se formasse uma linha de resistência

perto

de Chaumont”.

Quando, mais tarde, lhe perguntaram o que mais ele fez sobre a ameaça ao seu flanco, o General Kokott respondeu: “Falei com o General von Manteuffel ao telefone e disse-lhe que não podia cuidar de duas frentes, que achava que a 5º de Para-quedistas não poderia resistir e que eu não dispunha de meios de impedir uma penetração. Ele me disse para ignorar a 4º Divisão Blindada, que ela estava calma no momento. A única solução para o problema era atacar Bastogne. Disse-me também para deixar de me preocupar e dedicar todos os meus esforços ao ataque do noroeste”. Esta conversa teve lugar no sabado a noite, depois que o General Kokott tentou e não «conseguiu penetrar ate Bastogne num ataque de três pontas. Ao amanhecer de sabado, o Grupo de Batalha do Major Kunkel atacara a posição de Senonchamps; a esquerda, o 39º Regimento Grenadier tambem atacara a Turma Browne, investindo contra a

ala

direita

americana

ao

mesmo

tempo

“que o 26º Batalhão de Reconhecimento atacava o centro. Além disso, o 39º Regimento tambem golpeara vigorosamente, do oeste, O 3º Batalhão do 327º Regimento de Infantaria de Planadores, em Flamierge. Todos esses ' ataques ocorreram ao amanhecer, mas o “grupo de batalha que a Panzer Lehr deixou para tras, diante de Marvie, formado de duas companhias de tanques e do 901º Regimento Panzergrenadier, permaneceu oculto no Bois de Jean Collin até que os últimos | Caças-bombardeiros se foram.

|

A luta por Senonchamps

começou com

uma barragem de artilharia alemã excepcionalmente violenta, seguida de sucessivas ondas de assalto, formadas por quatro ou cinco Panzers e por uns 100 soldados de infantaria. Os Grenadier usavam roupas brancas, para a neve, e os Panzers tinham sido caiados de branco; os americanos valeram-se de lençois que retiraram das casas e encontraram cal para pintar seus tanques. Na mesma hora em que se dava este ataque, os postos avançados da infantaria de

planadores próximos de Flamierge foram atacados pelo 39º Grenadier e obrigados a recuar. Flamierge caiu, mas foi recapturada num. vigoroso contra-ataque. Os tanques

alemães então bombardearam as tropas aeroterrestres que defendiam a estrada Bastog-

ne/Ourtheuville

e, tendo-as

debilitado,

os

Grenadier avançaram para lhes dar o golpe de misericórdia. Desta vez eles foram repelidos pelo fogo de artilharia da posição de Senonchamps, mas o perimetro ocidental foi recuado para mais perto de Bastogne, para formar uma defesa mais cerrada. Por volta das 18:30 h de sabado, a situação da frente da Turma Browne parecia tão critica que o General McAuliffe mandou metade da sua reserva móvel, os sobreviventes da Turma Cherry, da 10º Divisão Blindada, para ajudá-la. Pouco antes, o 2º Batalhão do 327º de Infantaria de Planadores e a Turma O'Hara, em Marvie, tinham sido violentamente atacados pelos tanques e infantaria blindada do Grupo de Batalha da Panzer Lehr. Por precisarem tambem de ajuda, McAuliffe mandou-lhes a outra metade da Turma Cherry. Esta foi a hora mais negra vivida por Bastogne, e o Oficial de Planejamento da 101º Aeroterrestre, Coronel Kinnard, conse-

guiu entrar em contato com seu equivalente no Estado-Maior do VIII Corpo, dirigindolhe um pedido de ajuda urgente. “A situação esta ficando muito ruim por aqui...” disse ele, palavras que, vindas da 101º Aero-

terrestre, acostumada a lutar cercada, foram levadas muito a sério, “... o inimigo ata-

cou por todo o sul e alguns tanques Pantera e Tigre estão em nossa área. Solicito que peçam a 4? Blindada para fazer toda pressão possivel”. Quando McAuliffe se viu obrigado a mandar a última das suas reservas moveis para apoiar a posição de Marvie, ele chamou de volta a outra metade da Turma Cherry, de Senonchamps, porque ficar sem reservas é o mesmo que dar início ao final da luta. Em Senonchamps, a Turma Browne resistira ao ataque alemão .. o 420º de Artilharia Blindada de Campanha teve inclusive tempo de apontar seus canhões para os alemães que atacavam Marvie e bombardea-lo . Este ataque prosseguiu durante toda a noite e por um triz não logrou sucesso. A posição americana foi dividida entre a Turma O'Hara, à esquerda, incumbindo-se da defesa da área que ia da estrada de Wiltz, onde a Panzer Lehr fora originalmente deti-

125

-

“Em

quatro

horas,

1.446

volumes

foram

da, até a posição, a noroeste, do 501º de Pára-quedistas, em Mont, e o 2º Batalhão de Infantaria do 327º de Infantaria de Planadores, do Coronel Harper, que defendia, a direita, o perimetro de Bastogne desde o nordeste de Marvie até um obstáculo colocado na estrada de Arlon, quase a oeste de Marvie. Alguns sapadores de combate do VIII Corpo tinham sido também mandados para defender essa posição. O primeiro sinal de ataque foi um violento bombardeio desfechado pelos Panzers que, ocultos na pequenina aldeia de Mataimont, no Bois de Jean Collin, dispararam diretamente

contra

Marvie,

a

menos

de

1.500 m de distância. Após cerca de 15 minutos de fogo intenso, duas colunas de Panzers, apoiadas por infantaria blindada, sairam dos bosques e logo cercaram um pelotão de infantaria de planadores que defendia uma colina a mais ou menos 800 m ao sul de Marvie, matando quase todos os seus integrantes. Desta colina, quatro tanques alemães acrescentaram seu poder de fogo ao dos canhões que dos bosques ainda bombardeavam Marvie e a seguir tentaram descer 126

P

lançados

de pára-quedas...”

colina abaixo para penetrar na aldeia, mas foram detidos por um meia-lagarta destruido. O Coronel Harper estava irritado porque nenhum dos tanques da Turma O'Hara tinha vindo em seu auxílio, ou mesmo disparado da posição em que se encontravam contra a infantaria alemã que atacava ao sul. de Marvie, porém, mais ou menos ao mesmo tempo em que a infantaria de planadores era atacada, uma terceira coluna de Panzergrenadier havia surgido do lado norte dos grandes bosques e investido contra a

posição de O'Hara. Esse ataque foi desfechado por soldados de infantaria, que disparavam foguetes luminosos e armas automáticas, com elevada proporção de balas traça-

doras. No apoio deles vinha um canhão autopropulsado, que avançou pela estrada de Wiltz até ser atingido e incendiar-se. Uma

casa, cujo celeiro estava cheio de feno, também pegou fogo, iluminando a área, o que obrigou os Shermans da Turma O'Hara a recuar uns cem metros, para um local escuro. Outra coluna alemã, a quarta, surgiu dos

dios, sofrendo assim pesadas baixas com O fogo das armas portáteis da infantaria aeroterrestre. A Turma O'Hara, repetidamente atacada durante a noite, repelia, os ataques muitas vezes disparando às cegas, na escuridão. À manhã revelou um Mk IV a algumas dezenas de metros, atingido por um tiro certeiro. Amanhecia quando a batalha terminou, com os alemães ocupando algumas casas no sul de Marvie. Entretanto, havia ainda al-

guns pontos de resistência no perímetro de Bastogne. Como

“bosques e dirigiu-se para oeste, a fim de “atacar o flanco direito do 2º Batalhão. Um pelotão avançado foi vencido e 12 tanques alemães

marcharam

em

frente, na tentativa

de destruir o obstáculo colocado na estrada de Arlon. A infantaria de pára-quedistas resiístiu, mas pediu socorro pelo radio. Atendendo ao apelo, a Turma Cherry foi em seu auxílio, assim como um pelotão do 501º de Infantaria de Para-quedistas, que não fora atacado durante o dia todo. Três dos tan-

ques da Turma O'Hara, três destruidores de

tanques e duas baterias antiaereas também foram trazidos para reforçar essa posição. Embora

os americanos, em Marvie, tives-

sem sido violentamente atingidos e cedido terreno, a defesa principal ainda resistia. Por volta da meia-noite os disparos cessaram e a batalha

pareceu

terminada,

mas

os alemães

fizeram mais um esforço no sentido de tomar a aldeia, usando 15 tanques e um batalhão de infantaria. A luta resultante foi tão feroz quanto qualquer outra em todo o sitio. A infantaria de para-quedistas entrincheirara-se próximo dos escombros das casas, permanecendo meio encoberta pelas sombras por eles projetadas, enquanto os atacantes eram destacados

pela luz dos muitos incên-

nas tentativas feitas contra

Senonchamps e Flamierge, os alemães não tinham contado com a superioridade de força necessária para forçar as defesas obstinadamente resistentes. Metade do perimetro americano fora seriamente maltratado pelos ataques alemães, estando a totalidade dele longe de se constituir numa linha unida, coesa, que com qualquer deslocamento de reserva pudesse equilibrar-se. Entretanto tomavam-se providências para fortalecer e melhorar a posição. Do lado alemão, o General Luttwitz continuava lutando para que compreendessem que não se poderia esperar que o General Kokott superasse as fortes defesas de Bastogne com apenas uma divisão de infantaria e uma

única

força-tarefa

blindada,

conse-

guindo, por fim, que o OKW' liberasse duas novas divisões da sua reserva, uma blindada e uma de infantaria blindada, para o 5º Exercito Panzer. Mas o General von Man-

teuffel agora tinha de se preocupar com muito mais do que a captura de Bastogne, e tudo o que poderia dispor era de uma turma de combate regimental de infantaria blindada para reforçar a 26º Volksgrenadier. O General Kokott mandou-a para o noroeste da cidade e mudou seu próprio Q-G de Homprê para Givry. Uma vez mais, as

forças

atacantes

foram

reagrupadas

para

outra tentativa de tomar Bastogne, marcada

para começar as 03:00

h do dia de Natal.

O III Corpo do exercito americano, que

vinha do sul, encheu-se de otimismo, na tarde de sabado, porque seu CC“A” cruzou o Sure em Martelange e mandou um sinal ao VIII Corpo dizendo que “estaremos em Bastogne esta noite”. Como sabemos, não conseguiu chegar; às 12:00 h do dia seguinte, eles so tinham avançado pouco mais de 3 km para o norte, debaixo de lutas das mais violentas de toda a campanha; enquan-

127

Em

ms CE ao

ad

Ê: as ao

«pg

o

r

torno

ataques

de

todo

ns

E to



E

in

I

:

RS

z

o

perímetro,

os

to isso, à sua esquerda, outro comando de combate, o CC“B”, que atacava Chaumont, também experimentara combates realmente ferozes. Nesses dois locais, os alemães que detiveram essas duas poderosas forças blindadas pertenciam à 5º de Infantaria Pára-

quedista, que o General Kokott descrevera como “uma divisão muito ruim”. Seu comandante, Coronel Heilmann, decidira que a linha que sua divisão deveria estar defendendo —. estendendo-se por era 29 km para oeste, desde o rio Our ampla demais para uma boa defesa; assim, concentrou suas forças para cobrir pontos importantes. Um destes era a estrada que liga Martelange a Bastogne, que ele confiara ao seu 15º Regimento, cujo posto de comando ficava na aldeia de Warnach, a 4 km ao norte de Martelange e era protegido por um batalhão de infantaria e uma bateria de canhões autopropulsados. Quando o CC“A” recebeu ordens de prosseguir para Bastogne durante toda a

noite, após ter atravessado a ponte Bailey, em Martelange, uma força-tarefa, integrada por uma companhia de tanques Sherman, 128

o bite

soldados

americanos

esperavam

uma companhia de infantaçia blindada, alguns homens do reconhecimento de cavala-, ria e canhões

de assalto

mem

=

1

e

Cd

autopropulsados,

foi despachada na frente. Quando a testa da |

força chegou a Warnach, os alemães que la estavam esperaram até que os meias-lagartas e os tanques leves americanos se aproximassem e, de repente, abriram fogo, destruindo quatro veiculos e mandando o restante à procura de abrigo. A luta continuou

durante toda a noite, mas, ao clarear o dia,

os tanques medios americanos, transportando fuzileiros, avançaram de três direções, enquanto a artilharia do CC“A” martelava a aldeia. Quando os tanques e infantaria se encontraram no meio das casas, a artilharia americana suspendeu o fogo e os alemães revidaram desesperadamente. Cinco Shermans foram destruídos e 68 americanos foram mortos ou feridos, mas pelo meio-dia de domingo Warnach estava desimpedida e havia 135 alemães mortos nas ruas e nas casas, e quase idêntico número de feridos ou prisioneiros. A batalha pela posse de:Chaumont, tra-

vada pelo CC“B”, parecera ser apenas uma

a

É dy er o appear

a

a

aa

Í

ii

a

questão de fazer a coisa certa no momento certo: um batalhão de infantaria blindada e 22 Shermans haviam saido para uma operação de envolvimento, seguida de um duplo

Como ambos os lados passaram a usar roupas especiais para a neve, os americanos pintaram nas suas um círculo alaranjado

ocorria, todo um batalhão de artilharia blin-

de alcançar Bastogne sofrera dois sérios re-

golpe,

do oeste e do norte, e, enquanto isto

dada de campanha bombardeava implaca-

* velmente a posição alemã. Pouco antes de os americanos atacarem, os Lightnings que

deram proteção aos aviões que lançaram Suprimentos em Bastogne fizeram bombar-

deios de mergulho e metralharam Chaumont. Imediatamente apos esse ataque, por volta das 13:30 h, os tanques americanos, transportando soldados de infantaria, ataca-

sam a aldeia, seguidos de perto pela infantaria

mesmo

Ao

blindada.

tempo,

os Sher-

mans que estavam nos campos a oeste começaram a aproximar-se, mas o sol brilhando num céu sem nuvens fez amolecer o gelo

que recobria o chão, e os tanques não demoraram a atolar. Os canhões autopropulsados enviados pelo General Kokott abriram fogo. Cerca de 11 Shermans foram destruídos, registrando-se 65 baixas entre os componentes da companhia. de infantaria blindada. Todos os oficiais foram mortos. Os alemães continuaram firmes em Chaumont. A tentativa feita pela 4* Divisão Blindada Fa

ds

a

E

“a

z

bo

4

Oi

ad

à»

ne

at

i

veses, mas não se resumirarr nisso as suas desventuras. A Reserva do Comando de Combate, de um batalhão de infantaria blin-

dada e de tanques médios, apoiados por um batalhão de artilharia, teve de ser empenhada em combate à direita do CC“A” quando chegou a notícia de que novos blindados alemães vinham, do sul, para atacar no ponto de encontro da 4º Divisão Blindada com a 26º Divisão de Infantaria americanas. Estes blindados eram a guarda avançada da Brigada de Grenadier do Fiihrer, que o Ge-

neral Brandenberger conseguira tirar da re-

serva do OKW quando lhe deram noticia da concentração que o III Corpo fazia ao sul. A nova força, composta de tanques e infantaria blindada alemães, rumava para o sul, a fim de fortalecer a linha de sustentação do 7º Exército germânico. Tendo-se aberto uma brecha entre o CC“A” da 4º Divisão Blindada, em Warnach, e a ala esquerda da 26º Divisão de Infantaria, ao leste, o General Gaffey deslocou o comando de combate 129

Maná do céu —

Natal de 1944.

“ia

as

E qn

de reserva para cobrir O flanco do CC“A”,

inteiramente

ig

para

CC“R”

o norte,

aberto.

seguiu o caminho do CC“A”, até

Martelange,

onde

virou

para a direita, antes de cruzar O Sure, € avançou para nordeste, na direção da aldeia de Bigonville, por uma estrada coberta de gelo, onde os tanques rodopiavam toda vez que uma lagarta era freada. O primeiro contato com os alemães deu-se quando a guarda avançada de infantaria, em meias-lagar-

tas, alcançou

uma

encruzilhada

ao sul de

Bigonville e foi atacada por fogo de armas

portáteis provindo de um bosque próximo,

Os americanos abrigaram-se e puseram em ação o seu batalhão de artilharia, que e * por martelou o bosque ininterruptament uma hora. Assim que o bombardeio cessou, uma companhia de fuzileiros meteu-se rapidamente bosque adentro, não encontrando nada — os alemães, após atirarem contra eles, tinham admitido que viesse a reação da artilharia, fazendo por isso um recuo de

400

m para além do bosque durante a bar-

ragem. Quando os americanos reembarcavam em seus meias-lagartas para continuarem o avanço que faziam na direção norte, foramsubmetidos a cerrado fogo de fuzis que vinha do bosque que acabavam de considerar desimpedido, pois os alemães, que também

pertenciam à 5º Divisão de Pára-quedistas, reocuparam suas posições originais mal os americanos sairam. Desta vez coube aos tanques a reação, mas a infantaria alema, despejando fogo com muita precisão, matou quase todos os comandantes de tanques. O curto dia de inverno estava terminando

e, ao anoitecer, os alemães recuaram 1.500 m para o norte, para as casas, feitas

de pedra, de Bigonville, onde, na manha seguinte, domingo, o CC“R”

que

gem

realmente

forte: uma

de artilharia,

seguida

trabalhando

em

montou um ata-

tremenda

do

barra-

assédio de

duas turmas de assalto, cada qual formada por um Sherman e uma companhia de in-

Já então os blindados e a infantaria estavam

conjunto

fantaria blindada, que avançavam enquanto os demais tanques do batalhão incendiavam as casas com balas traçadoras e metralhavam os alemães que tentavam escapar. Os alemães (do 13º Regimento do 5º de Pára-quedistas) não atiraram até que os americanos penetraram na aldeia, quando então abriram fogo com bazucas, morteiros e metralhadoras. Mas, embora lutassem vigorosamente e com grande coragem, não poderiam resistir à superioridade da força americana, e por volta das 11:00 h de domingo Bigonville estava desimpedida. O negócio, além de custoso, tomara muito tempo, e o CC“R”, como os dois outros comandos de combate da 4* Divisão Blindada compreenderam que o avanço para O norte não se resumiria num ataque direto pelo flanco da força atacante alemã. Haveria em seu transcurso lutas prolongadas e duras, obrigando a mudanças na abordagem

tática.

Os Destruidores de Tanques (90 de cano longo, eram levados rapidamente para onde havia luta

mm),

os lugares

Ao CC“R” restavam apenas dois pelotões de tanques, após a pesada luta por Chaumont, enquanto que o CC“A”, que também sofrera serias perdas, informava

que os alemães concentravam efetivos ao longo de uma crista de morro logo a frente da posição que estava ocupando. Verificouse que os comandos de combate blindados

precisavam

de engrossar

a infantaria que

lhes dava apoio, para aumentar o seus ataques, e dois batalhões de foram destacados da ala direita do po, a 80º Divisão de Infantaria, cada comando de combate da 4º

peso dos fuzileiros III Corum para Blindada.

Os dois batalhões de fuzileiros estavam con-

sideravelmente abaixo dos seus efetivos, tendo sido muito maltratados na feroz luta do

133

da,

Muitos

alemães

lutaram

Ed

até

a

morte,

As bombas da Luftwaffe causaram los densamente agrupados

nas

ruas

caos e destruição em

meio aos velcu-

Os canhões antitanques as primeiras vítimas

alemães,

bem

dia anterior contra o “ombro de escoramento” meridional do 7º Exército, em Ettelbrock, quando perderam grande parte de seus oficiais. Um dos batalhões e em geral as companhias estavam de comandante novo, em virtude exatamente dessas perdas.

À Força Aérea aliada foi solicitado que

ajudasse as tentativas da 4º Divisão Blindada de reiniciar seu caminho para Bastogne no dia de Natal. O dia 24 de dezembro foi quase todo dedicado aos preparativos para este avanço. Na noite de sábado, o Q-G da 4* Divisão Blindada recebeu uma mensagem de Bastogne que dizia: “Ultimo dia de compras antes do Natal!” O que seria o mais importante movimen-

to tático na frente do III Corpo teve lugar quando a 26º Divisão de Infantaria, no centro, recebeu a responsabilidade de defender

Bigonville e o CC“R” da 4º Divisão Blindada foi colocado bem na retaguarda do corpo, a 16 km a oeste, e concentrada sobre a estrada Neufchâteau/Bastogne, a 14 km a noroeste de Neufchâteau e a apenas 8 km atrás da força alemã que estava diante da

perceptíveis,

normalmente

eram

posição de Senonchamps. O CC“R” chegou ao amanhecer do dia de Natal praticamente ao local que o CC““B” ocupara na noite de 19 de dezembro. Em Bastogne, defensores e atacantes passaram o domingo, 24 de dezembro, reagrupando-se de acordo com os novos planos. O General McAuliffe compreendera, após “ter

escapado por um triz” no sábado, que seu, perimetro defensivo estava muito estendido

e que a artilharia colocada em torno de Senonchamps se encontrava perigosamente êxposta. O Coronel Kinnard, oficial de planejamento da divisão, preparou um novo plano que ligava todas as forças —. destruidores de tanques, sapadores blindados, a Turma O'Hara, canhões de assalto e os quatro

regimentos aeroterrestres - . num perimetro cerrado

de 25

km

de extensão.

A

reserva

- tática, no centro, consistia dos remanescen-

tes do CC“B” da 10º Divisão Blindada e do

CC“R” da 9º Divisão Blindada, cerca de 12 tanques, os sobreviventes da Turma SNAFU e qualquer um que pudesse empunhar uma arma. O Coronel Roberts tinha sua própria

135

Do

ar era fácil ver os tanques

em

campo

“reserva tática”, formada de dois tanques leves, um canhão autopropulsado e quatro

meias-lagartas A4Ã4e. O reagrupamento melhorou a defesa, mas não a tornou suficientemente forte para enfrentar o ataque de uma força blindada combinada. Porém, uma vez mais, o tempo no domingo foi bom e mais 160 C-47 lançaram suprimentos

em

Bastogne,

enquanto

que

Os

Lightnings acompanhantes trabalhavam metodicamente pelo lado externo do perimetro defensivo. Em Marvie, os Lightnings lançaram seis bombas de 500 libras bem no meio das posições americanas que, surpreendentemente, não feriram ninguém. Tambem o General Kokott reagrupara suas forças a 24 de dezembro, colocando suas novas tropas, o Grupo de Batalha da 15º Divisão Panzergrenadier, entre Flamierge e Gibry. O ataque principal caberia a ele

aberto

bombardeio concentrado pela Luftwaffe. O 115º Grupo de Batalha, como essa força era chamada, consistia de quatro batalhões de infantaria, dois de artilharia blindada de campanha, uma companhia de canhões autopropulsados e 17 Panzers. Seu programa exigia que o ataque começasse às 04:00 h do dia de Natal; que o perimetro americano fosse rompido até as 06:00 h e que as novas tropas estivessem no centro de Bastogne por volta de 09:00

h, o mais tardar, antes que

os temiveis Lightnings chegassem. Os ataques de apoio feitos pela 26º Volksgrenadier — o 77º Regimento pelo norte, através de Champs, o 26º Batalhão de Reconhecimento

vindo

de

Senonchamps

(que ocupara quando as posições de artlharia foram recuadas para mais próximo de Bastogne), e o 39º Regimento, agora concentrado na área de Assenois, pela estrada realizar e devia começar às horas mortas do de Neufchãteau ... destinavam-se a manter dia de Natal, após forte barragem de fogo - a defesa americana ocupada, e, assim, dar inicial contra essa parte até então calma do perimetro americano, disparada pelos canhões agrupados da artilharia da 26* Divisão Volksgrenadier, que fora reunida a noroeste de Bastogne, e com um prometido

136

ao 115º Grupo de Batalha a máxima chance de exito.

Com a munição escasseando, a boa pontaria

era essencial

o



=

o

ú

xr a

E

a

*a

NNE «2

A.

Di

;

“ue

=

a

4

Fm

'

ca

Eo im, E

“e Le:

ERP

am

Rn

re