Balanço duma campanha eleitoral

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TITO ARANTES

BArÀNÇO DUMÀ CÀMPÀNHÀ ETEITORAI DISCURSO PRONUNCIADO NA SESSÂO DE PROPÀGANDA OLF]ITORÀL PRO. IIOYIDÀ PELA. UNIÃO NACION.{L NO P.\LÁCIO DOS DESPORTOS DE LISBOÁ IiM 5 DF] \OVEIIBRO DE 1953

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ìIMPRE-ME declarar ântes de mais que vou ïaÌâr Ía minha exclustva qüalldade de cândldato â aleputado peto cÍrcuto ale Lisboâ, e nâo de membro de quâÌquer coÌpo diÌisênre da U. N. Áqüiio qüe dissêr, portanto, só a mim me ob ga e resFonsâbiilza. Dots pode bem dâr-se o caso ale os meus restantes coÌegas terem âté sobÌe oììâr_

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queÌ dos pontos focâdos opinião alitereDtê.

2-Para quem acredite cem poÌ cenio na total perfeição e exempÌârlilaale do sulrágio, êu consldêro que estes perÍoatos intenslvos de propaganata elelto€l âIiás em vigor em toalos os paises ditos atemocráticos _ contenatem em cefia -medida com uma das bases em que o sistêma se aliceÌça: a da consctência alo Na verdãde, a escoÌha fêttâ pelo povo dos cialadáos mais aptos a repÌe_ sentá-lo nâs assembieias tegistativas e potiticas cohstitul um âcto de tat forma glâve e transcendõnte! qüe, em boâ teoÌia, esse poaler alê e6coÌha só se jìrstiÍlca desde que se rêconìeça nos elêitores um jüizo esclâÌec1do € üma iatonêidâate tal que lh€s permttâm diretto de voto em pteÍ)â confontdâale com o seu própÌio lÌÌteresse, e o da Naçáo. Compreendo que, paira escolheÌ um apalelho ate teteÍonla ou ìima pâstâ dentifÌÌca, o púbÌico se delxe lnflÌìenciar petos leclâmes, pois utÌs e outms são mais ou meno"s lguais, e o púbuco poÌtanto aletermtna-se pelo que tem mats Èo

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Mâs mal 1Ì1â ao Povo sê. paÌa sâber em quem the convém votar, tivesse de determlnâr-se, náo pela sua própria râzão, nâo p€Ìo seu pÌóprlô ihstinto, náo oêlo sê r oróDr o spntim"nro. r.to D"la . uâ n:oori! êxDÊri4n.ir. ìâ.âp.ndspoÌ_ que durânie trintâ dias bá Ìms oradoÌes eloquêntissjÌnos, formidáveis, Jluenris_ sjmos, sea papeis, que em todos os tons e feitios Ìh€ âÌÌombam os ouvirtos gri_ tândo: toÌne Portltsat 1naÌs aletre útando ìd ì;tt! Repubticana Denrccrd.tica! Eu sotr dos que acrêditan na inieugênci3 Ê bom senso do eteitorado português. T€nho, como me cun1pre, o Ìxâior respeir. !:eÌa vontâale dâ Nação_ Du_ vido sòÌÌÌenr,e de que o sistemâ do sufrÁgio. âptrcâdi a pâises como portuga,l, seja

o mâis idÓneo pâra tÌâduzi.lâ. E acima dâ p:.sDÌlltda roniÂale da Nação, êrtendo que ainda hd umâ coisâ mâjs r.s!ÊitáveÌ: é o ,.f€:.ss€ da Naçáo, que os democÌãiâs pâÌeccm compÌetamcnte esqueceÌ. Pcr niÌÌì penso assim, Uma ïez DoÌéÌÌt qrÈ o sisienle €siá âdmifldo, e â Oposiçáo discuÌsâ por âtâcado, é cìaÌo que tenros Ce lhe respondeÌ no mesmo E deïo collfessal

que, dcstâ v€2. â cârnpânh1 eÌet.ral conduzldâ peta oDosiçáo teve âlguma vântâg€m, muito embora tonge de cDnpensâÌ todo o

TqÀB,{LIIAR ENI SILENCÌO, OU FÁLÁÊ SE]I DIZEIì N{D.{?I

3-Quândo SaÌârâr toÌnou Fosse como \ÍinrtÌo dr-s linençâs. ao preveÌ a taÌefâ que iliâ ter, e que o obrisâïia a um rrabâÌho lonso mas sitencioso, d,eclafoLt: níío se julsue que estãr catdalo ë o nrcsnlô eüe estã.Í inactit.).

No seu alã de sustentar sempre o contráÌjo do que o piesidente do Conselho, a Opcsiaão nestâ câmpanha teve em mira. saÌvo duas oa três excepqões, demonstmr, € dêmonstrou, â verdãde da tese ôpostâ, ou seia cue se tade estar um mas a Íalat sem d,izer ccisã enlüúnd. E â isto se resumiü a vantaeem dâ cãmpanhâ, porque podiâm pessoâs ate boâ fé ests,r convencidas de que â Oposição tiÌúâ coisâs construtivâs ê impor-

tantes para dizer, ou, qurndo mâis náo iosse, escândâìos oü simptes iÌregula-

Mas não. Á Oposição Ìevelou bem âô pals neste ponto diso-o com - €pâra qüe náo tem nenhuma contÌibulçÃo út tristêza oferecer, porque. se tivesse, seÌia benvlndâ,

*2-

É ceüo quô nâ sessáo do Ljceu Cân1ões, enÌ 26 de Outubro, o sÌ. António Sargio prometeu atiÌ& cá pâÌâ fom un progrâma de ea\etrra, cancïeto, ben deÌintd.a, oryAnìco. QueÌiam provâÌ âo povo que não eram puros negâtiristãs. só sâbendo dizer mâl e desinìir, incapazes de depois Ìcatiz fosse o que fossel Mas hojê em vez do tâ1 pmsÌamâ de soÌcrno, cancreto, ben deíinid.o, ors.lzico, o mesmissimo sr. António Sérylo pübticou na (Repúbticâr umâ coisa a expÌicâr que náo ê pÌogrâmâ nenhum, que Ì1áo pâssa ale um €sòoqo, que os cândldâtos democÌâtâs náo podem âié ter quâiqu€r prosrãmâ de soveÌno _ ê que, âo que pârece, os cÀndldatos do parijdo único nd.o percebeïan absol tamente 1úd,a da si.tuaçdo d.os cand.id.atos a'asicionistas! É das verdâdes mais pÌofundâs que o sÌ_ Ântónio Sérsio t€m dito em toila. ReâÌmente, não percebêmos polque é qüc ÌÌá 10 diâs se snunciâvâ um pÌograma de eo'feúlo concreto, benr d.eÍin .a e or|d.nìco, e esoÌâ se insiìÌüâ que nós somos tontlnhos se pensávâmos que esse Drosrâma âDâÌcceisel V. Ex.* como âqujlo ânda por tá, pârâ elas n€m seque! se -CâlcuÌem quanto entenderem ao estebelecimento dum programa minjnlo. emboÌâ nün.â destinado a sêr cumDÌidol

E calculem v. Ex.* o que serja entáo a barafunda e o caos, se est€s homens âscendessem ao PodeÌ, quâtdo nem sequer pcd€m ostêÌ unldos nâ sim_ pÌes tarefâ de deitâÌ abatxol 4-Relâtivamente às suas

âcusaçÕ€s,

náo fâÌando dâqueÌâs que

sáo

memmentê ridicüÌâs, como poÌ exemplo a dos cendidstos do po o qüc confün_ dem um encargo dê 16.000 conios com 600000t, çode seÌ-vjf de :nodelo a que o jornâl