A Chave do Apocalipse

A Chave do Apocalipse: um Estudo Moderno, Amplo e Científico Sobre o Apocalipse Este livro defende que o Apocalipse é a

326 67 2MB

Portuguese Pages 300

Report DMCA / Copyright

DOWNLOAD FILE

Polecaj historie

A Chave do Apocalipse

Table of contents :
OdinRights
01 - Introdução
02 - Apocalipse: pessimismo ou realismo?
02 - Apocalipse: pessimismo ou realismo?
03 - Apocalipse: o mapa da esperança
03 - Apocalipse: o mapa da esperança
04 - Planeta terra com lotação esgotada: uma necessidade do fim
04 - Planeta terra com lotação esgotada: uma necessidade do fim
04 - Planeta terra com lotação esgotada: uma necessidade do fim
05 - Como nos dias de Noé
06 - Apocalipse, o livro aberto no céu
07 - Apocalipse, o livro fechado na terra
08 - O Apocalipse para a Igreja primitiva
08 - O Apocalipse para a Igreja primitiva
09 - A busca da interpretação das figuras
09 - A busca da interpretação das figuras
10 - O Apocalipse ensina a ler o Apocalipse
10 - O Apocalipse ensina a ler o Apocalipse
11 - O porquê da linguagem enigmática (figuras) do Apocalipse
11 - O porquê da linguagem enigmática (figuras) do Apocalipse
11 - O porquê da linguagem enigmática (figuras) do Apocalipse
12 - Prova de que o Apocalipse é um relato de acontecimentos e coisas na história
12 - Prova de que o Apocalipse é um relato de acontecimentos e coisas na história
12 - Prova de que o Apocalipse é um relato de acontecimentos e coisas na história
13 - Prova de que a profecia do Apocalipse se refere ao futuro
13 - Prova de que a profecia do Apocalipse se refere ao futuro
14 - Apocalipse e profecias do Antigo Testamento: concordância, e não repetições
14 - Apocalipse e profecias do Antigo Testamento: concordância, e não repetições
14 - Apocalipse e profecias do Antigo Testamento: concordância, e não repetições
14 - Apocalipse e profecias do Antigo Testamento: concordância, e não repetições
15 - As figuras no Apocalipse não são propositais
16 - A temporalidade das figuras
16 - A temporalidade das figuras
17 - Sinais, e não símbolos
18 - É o Apocalipse um castigo de Deus?
18 - É o Apocalipse um castigo de Deus?
19 - Apocalipse: o livro doce e amargo
20 - Apocalipse: apoteose das Sagradas Escrituras
20 - Apocalipse: apoteose das Sagradas Escrituras
21 - Sequência das revelações
22 - Recordando os aspectos das figuras
22 - Recordando os aspectos das figuras
23 - A chave do Apocalipse
24 - O porquê do símbolo do selo
25 - O primeiro selo
26 - O segundo selo
27 - O terceiro selo
28 - O quarto selo
29 - O quinto selo
30 - O sexto selo
31 - O sétimo selo
32 - O porquê do símbolo da trombeta
32 - O porquê do símbolo da trombeta
33 - A primeira trombeta
34 - Segunda trombeta
35 - A terceira trombeta
36 - A quarta trombeta
37 - A quinta trombeta
38 - A sexta trombeta
39 - A sétima trombeta
O Dragão
A Besta
O Profeta da Besta
O Número 666
O Chip
40 - O porquê do símbolo da taça
40 - O porquê do símbolo da taça
41 - A primeira taça
42 - A Segunda taça
43 - A terceira taça
44 - A quarta taça
45 - A quinta taça
46 - A sexta taça
47 - A sétima taça
48 - Os eventos de número 6
6ª Taça
6ª Trombeta
6° Selo
49 - A volta de Jesus
50 - O Juízo Final
51 - O inferno eterno
52 - O paraíso eterno
53 - A ciência coloca datas nos eventos do Apocalipse
54 - Bibliografia

Citation preview

DADOS DE ODINRIGHT Sobre a obra: A presente obra é disponibilizada pela equipe eLivros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudíavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo.

Sobre nós: O eLivros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: eLivros.

Como posso contribuir? Você pode ajudar contribuindo de várias maneiras, enviando livros para gente postar Envie um livro ;) Ou ainda podendo ajudar financeiramente a pagar custo de servidores e obras que compramos para postar, faça uma doação aqui :) "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e

poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível."

eLivros

.love

Converted by ePubtoPDF

A CHAVE DO APOCALIPSE    

Um estudo moderno, amplo e científico sobre o Apocalipse   CAIRO CÉSAR

Obras do autor:   ESTIGMA – Romance – 1977 SUBLIMAÇÃO – Poesia – 1982 A CHAVE DO APOCALIPSE – 1986 – 1ª Edição A CHAVE DO APOCALIPSE – 2010 – 2ª Edição     E-mail: [email protected]   Capa: Criação: Cairo César Designers: Wellington Cley e Vivaldo Silva Souza   Revisão Gramatical Raquel Mecenas Libonati Shirlene Costa Mendes     Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998, artigo 29 e seus incisos. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito do autor poderá ser produzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográfico, gravação ou quaisquer outros.   Reservados os direitos de reprodução e tradução para todos os países  

NOTA DA 3ª EDIÇÃO    

  A primeira edição deste livro, em 1986, veio a lume com o título O MUNDO ACABOU, conforme as Escrituras... Para a segunda edição, em 2010, após ouvir vários leitores, acolhi a sugestão de alterar o nome para A Chave do Apocalipse, por melhor representar o objetivo da obra. Além do que, houve um considerável acréscimo de conteúdo devido a ter se passado vinte e seis anos, e nesse tempo ocorreram praticamente os fatos restantes do Apocalipse antes da volta de Jesus, exceto a terceira guerra mundial. Agora, nesta terceira edição, os acréscimos são mínimos, o que significa dizer que praticamente não falta ocorrer mais nada antes da manifestação pessoal de Jesus, a não ser, como já disse, a terceira guerra. De tudo o que pude verificar no Livro do Apocalipse posso afirmar que, sem sombras de dúvidas, o tempo chegou!    

O autor

“Ao ler o Apocalipse, precisamos sempre resistir à tentação de forçar o extravagante e, ao mesmo tempo, negar o óbvio”   (Scott Hahn)           “As profecias são a história prevista no espaço e a história são as profecias realizadas no tempo” (Hass Gonçalves)           “Se num dos pratos da balança se pusesse toda a angústia do mundo e, no outro, toda a sua culpabilidade, por certo a agulha permaneceria em repouso”   (Schopenhauer)

ÍNDICE 01 - Introdução 02 - Apocalipse: pessimismo ou realismo? 03 - Apocalipse: o mapa da esperança 04 - Planeta terra com lotação esgotada: uma necessidade do fim 05 - Como nos dias de Noé 06 - Apocalipse, o livro aberto no céu 07 - Apocalipse, o livro fechado na terra 08 - O Apocalipse para a Igreja primitiva 09 - A busca da interpretação das figuras 10 - O Apocalipse ensina a ler o Apocalipse 11 - O porquê da linguagem enigmática (figuras) do Apocalipse 12 - Prova de que o Apocalipse é um relato de acontecimentos e coisas na história 13 - Prova de que a profecia do Apocalipse se refere ao futuro 14 - Apocalipse e profecias do Antigo Testamento: concordância, e não repetições 15 - As figuras no Apocalipse não são propositais 16 - A temporalidade das figuras 17 - Sinais, e não símbolos 18 - É o Apocalipse um castigo de Deus? 19 - Apocalipse: o livro doce e amargo 20 - Apocalipse: apoteose das Sagradas Escrituras 21 - Sequência das revelações 22 - Recordando os aspectos das figuras 23 - A chave do Apocalipse 24 - O porquê do símbolo do selo 25 - O primeiro selo 26 - O segundo selo 27 - O terceiro selo 28 - O quarto selo 29 - O quinto selo 30 - O sexto selo 31 - O sétimo selo 32 - O porquê do símbolo da trombeta 33 - A primeira trombeta

34 - Segunda trombeta 35 - A terceira trombeta 36 - A quarta trombeta 37 - A quinta trombeta 38 - A sexta trombeta 39 - A sétima trombeta O Dragão A Besta O Profeta da Besta O Número 666 O Chip 40 - O porquê do símbolo da taça 41 - A primeira taça 42 - A Segunda taça 43 - A terceira taça 44 - A quarta taça 45 - A quinta taça 46 - A sexta taça 47 - A sétima taça 48 - Os eventos de número 6 6ª Taça 6ª Trombeta 6° Selo 49 - A volta de Jesus 50 - O Juízo Final 51 - O inferno eterno 52 - O paraíso eterno 53 - A ciência coloca datas nos eventos do Apocalipse 54 - Bibliografia

PRIMEIRA PARTE    

  CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

01

INTRODUÇÃO    

Muito se tem tentado entender o Apocalipse. No entanto as diversas interpretações se contradizem desde que foi escrito. Este universo de ideias apontando em todas as direções, não leva a lugar algum. Existem tantas interpretações quantos são os autores. A opinião mais oficial que se tem é a que defende ser o Apocalipse um relato de acontecimentos ocorridos nos primórdios da Igreja, ainda no tempo dos apóstolos, sob a forma de “carta enigmática” para tapear o governo daquele tempo. Como não há quem tenha a verdade em suas interpretações e ainda, como cada intérprete se julga dela apossado, não existem meios de comprovação. Assim, ficase impossibilitado a alguém emitir um veredicto final. Devido a essa babel de ideias, quem quer que se aventure a analisá-lo, corre o risco de cair na incredibilidade. Isto leva à indiferença das pessoas sobre o assunto e é motivo mais que suficiente para se desejar abandonar a intenção de tratar do tema. Mas, mesmo assim, diversas pessoas se interessam e se esforçam por entendê-lo. No meu ponto de vista, de conformidade com a vontade Divina, a partir de meados do século XIX, começaram a existir as condições para se ir clareando as mensagens do Apocalipse. Ainda que ninguém pudesse compreendê-lo conscientemente, inconscientemente todos dele tomariam conhecimento, como apenas a causas naturais da história e da natureza. Após anos de estudos, de pesquisa das diferentes religiões e filosofias, acho-me no dever e no direito de vir

publicar o resultado do meu trabalho, numa humilde contribuição à monumental tarefa da interpretação correta do Apocalipse. E, para tanto, alicerço-me nos Artigos 906 e 907 do Catecismo da Igreja Católica (1997), que diz, falando a respeito dos fiéis leigos:   906 – Os leigos que forem capazes e que se formarem para isto podem dar sua colaboração na formação catequética, no ensino das ciências sagradas e atuar nos meios de comunicação social.   907 - De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozem, têm o direito e, ás vezes, até o dever de manifestar aos pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, deem a conhecer essa opinião também aos outros fiéis.  

Sei que a interpretação correta se processa com a comparação com outras interpretações particulares ao redor do Globo e ao longo das etapas na moderna história da humanidade. Estou ciente que posso estar equivocado em alguns pontos, como acredito que posso estar certo na maioria deles. Declaro, textualmente, não me julgar com toda a verdade, mas penso estar com parte dela. Declaro, também, que inúmeras vezes abandonei o projeto de escrever este livro, contudo, não pude conter o ímpeto; para ver-me livre do dilema e para descansar de vez, tive de fazê-lo. Muitos anos de estudos e pesquisas foram-me necessários para chegar a uma conclusão, e talvez à certeza. Chegar a uma conclusão é muito mais cômodo do que chegar a uma certeza. Contudo, se uma conclusão for verdadeira, qual a diferença de uma certeza? Prefiro chegar a uma conclusão porque nunca tive qualquer revelação sobrenatural; nunca recebi a anjos, nunca tive “visões da noite” nem nunca fui “arrebatado em espírito”. Considerome extremamente humilde em estudos teológicos e

filosóficos. Devido a esta minha extremada pequenez é que não me atrevo a considerar certeza qualquer uma de minhas conclusões. Um homem tem que acreditar em alguma coisa; tem que ter definições; tem que formular sua própria opinião. O que não significa, necessariamente, que aquilo que ele conclui e crê seja a Verdade. Mas que, também, pode ser. Não deve e não pode crer naquilo que outro crê por considerá-lo mais culto e inteligente; este homem deve crer naquilo que ele mesmo conclua que deva crer, mesmo que sua conclusão coincida com a daquele que lhe possibilitou a chegar à sua própria. Do contrário, as pessoas, na sua maioria, seriam apenas simples marionetes. Há conclusões que são privilégio de um número reduzido de pessoas; outras, passam a ser do conhecimento de todos. Outras, são estritamente de condição pessoal. Há conclusões que, embora escapem à capacidade de compreensão e aceitação do Homem é comum a todos por determinação extra homem; a isto chamamos de revelação Divina (embora que a própria conclusão de aceitação de um Ser Divino seja relativa). Alguém pode chegar a uma conclusão através de experiências próprias e/ou de terceiros. Nestes dois casos, elas podem ser falíveis, ou não. Quando não vêm de experiência própria, mas, sim, de terceiros, e se este terceiro for alguém infinitamente perfeito, infinitamente sábio, suas conclusões já não são conclusões, mas, sim, verdades claras e imutáveis, as quais não carecem mais de ser postas em discussão e julgamento. E este “terceiro”, no meu caso, é Deus, e me apoio exclusivamente em Suas revelações através de Seus servos, os profetas, conforme as Escrituras. Acredito no Apocalipse porque creio em Jesus Cristo como Deus. Tenho o Apocalipse como um livro editado no ano 96 descrevendo acontecimentos dos séculos XIX, XX e

XXI. Isto porque, uma vez procurando os fatos ali relatados, só fui encontrá-los neste período a que me refiro, com exceção das sete cartas que são relatos da própria época em que foi escrito. Chequei todas as possibilidades que me pareceram necessárias em todas as épocas, a partir daquele ano até os dias atuais, e somente aqui é que fui encontrá-los, integralmente, o que equivaleria a se ter uma chave e mil fechaduras para se abrir e não houvesse outro meio de encontrar a única certa, a não ser testando uma a uma. Creio no Apocalipse porque na época atual (fins do século XIX, século XX e XXI) todos os acontecimentos batem cem por cento com o Livro. E não são apenas uns e outros, porém todos. Alguns teólogos classificam minhas conclusões como “concordismo”. Contudo, se os fatos, na história atual, não concordassem com o Livro, é evidente que eu não acreditaria nele. Mesmo que concordasse com sua quase totalidade, eu não acreditaria porque aí suspeitaria que as partes concordantes fossem apenas coincidências. Mas agora, que a coincidência chega a cem por cento, até mais que isso, tenho que crer nas minhas conclusões (que obtiveram a ajuda das conclusões de algumas outras pessoas), até prova em contrário. E se alguém me mostrasse, com fatos concretos, indiscutíveis, que alguma outra interpretação diferente da minha é que fosse a verdadeira, eu não teria nenhum problema em mudar de opinião. No entanto, já em 2016, ocasião desta terceira edição, encontro-me mais convicto do que nunca.

02  

APOCALIPSE: PESSIMISMO OU REALISMO?    

Não são poucos aqueles que taxam o meu ponto de vista de pessimista e derrotista. E fico deveras preocupado: – será que não estou enxergando o lado positivo da esperança? Será que sou um fanático em destruição e não consigo ver esperança em parte alguma? Remoendo estas dúvidas atrozes é que passo a analisar o todo, parte a parte e a considerar as situações. No entanto, ao fim de cada reflexão, vejo-me no ponto de partida, mais seguro, ainda, do que antes. Senão, vejamos alguns exemplos:  

a – QUANTO À ALIMENTAÇÃO NO MUNDO: A cada dia vejo máquinas e mais máquinas sendo inventadas e sempre mais aperfeiçoadas para a preparação do terreno, para adubar, semear, cultivar, colher, transportar, armazenar e preparar a refeição do Homem. Noto a aplicação de produtos químicos que eliminam os insetos e as ervas daninhas. Tudo dentro dos mais rápidos, eficientes e seguros meios de produção. Isto é altamente positivo (não considerando, aqui, o desastre ecológico causado pelos defensivos químicos), é uma beleza! Contudo, este progresso técnico-científico não me tira o desapontamento diante de mais de 2/3 da humanidade passando fome, morrendo de fome. Enquanto o progresso for das/nas máquinas, mas o homem estiver sofrendo retrocessos em sua alimentação; enquanto a maioria das pessoas estiver morrendo por falta de comida, a análise realista deste quadro é pessimismo? A análise nua e crua é pessimismo só porque é cruel demais? Pouco me importa o otimismo técnico-científico se as

pessoas estão morrendo de fome. Para mim, otimismo não é construir máquinas modernas e eficientes, mas ver todos os homens de todo o Globo, bem alimentados, sadios, robustos e felizes. Quando publiquei este livro em agosto de 1.986, várias pessoas importantes no cristianismo disseram que eu sofria de grande pessimismo. Estou curioso para saber o que elas estão a dizer, agora, da “Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB” sobre o tema da Campanha da Fraternidade de 2.008 que é: “Fraternidade e defesa da vida” com o lema: “Escolhe, pois, a vida”. Na oração desta Campanha, um dos versos diz o seguinte: “Nosso egoísmo muitas vezes desfigura a obra de vossas mãos, causando morte e destruição. Junto aos avanços, presenciamos tantas ameaças à vida”. [Grifos meus].   b – NO MEIO AMBIENTE: Como não ficaria preocupado com a sujeira dos rios, lagos, fontes e mares? Com a sujeira do ar, com a extinção das florestas? Só um mentecapto não percebe que o ecossistema está em agonia mortal! E o pior é que, praticamente, todos os programas de restauração de regiões destruídas fracassaram, porque a natureza possui um relógio biológico a que não se pode adiantar nem atrasar os ponteiros. Não se consegue, por exemplo, que uma criança se torne adulta em duas semanas ou em um ano. É muita pretensão querer recuperar uma floresta que gasta centenas, milhares de anos para se formar, em questão de décadas. E dizem que sou pessimista quando afirmo que um reflorestamento não dá certo via homem. Além do que, estes reflorestamentos são sempre patrocinados por interesses que desejam reaproveitar o mais breve possível a nova floresta, tão logo esta se torne industrializável e lucrativa. No jornal Diário da Manhã (Goiânia, fevereiro de 2008), numa referência elogiosa da ONU ao programa de

biocombustíveis do Brasil, temos a seguinte colocação:   A segunda menção de Steiner ao Brasil, veio no início da tarde, em entrevista coletiva. Para ele, o enfrentamento das mudanças climáticas não deve ser visto como um inconveniente para os governos e empresários, mas uma oportunidade de negócios. Nesse sentido, Steiner disse ver o modelo de exploração econômica do biodiesel como um exemplo de inclusão social. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 21 de fevereiro de 2008, seção Brasil/mundo, página 7).  

A grande maioria dos resíduos industriais (físicos e químicos) leva centenas e até milhares de anos para se decompor naturalmente, e, aí, quando isso ocorre, quanto tempo mais seria suficiente para que a Natureza os reunisse e os trabalhasse novamente? Primeiro, gasta-se o tempo da decomposição e depois, só depois, é que ficam disponíveis naturalmente. Não podemos esquecer que a Terra é um organismo vivo, um corpo vivo, onde um determinado foco de destruição põe em risco o todo, através de um processo de reação em cadeia.  

c – NA SAÚDE: A medicina moderna notícia que, praticamente, só não tem cura para o câncer. Afirma que todas as doenças, inclusive o câncer em sua fase primária, tem cura. Belíssima notícia. No entanto, regiões inteiras, continentes inteiros, são atacados por epidemias que um simples vermífugo resolveria. O aumento de pessoas que contraem câncer é algo fantástico, sem falar no stress, nas doenças cardíacas e no diabetes. Cresce no mundo inteiro os índices das doenças sexualmente transmissíveis e a doença novíssima, a Aids, dezenas de vezes mais mortal que o câncer, aliás, até agora, cem por cento mortal, com um agravante a mais sobre este, o de ser altamente contagiosa.  

Com o avanço da medicina, as doenças antigas já deveriam ter desaparecido e não haveria de surgirem novas, e piores. O progresso da medicina foi para melhor, é verdade, mas nem por isso a doença deixou de piorar. Quando afirmo que o mundo está cada vez mais podre e doente, chamam-me de pessimista e derrotista. Estes falsos otimistas adoram o progresso da medicina como a um bezerro de ouro, e ignoram o progresso da doença. Afirmam que sou pessimista e derrotista porque têm a ciência e a medicina evoluídas, capazes de proezas como os bebês-deproveta e os corações de plástico.        Se digo que a doença progrediu para pior, com os vírus se modificando rapidamente e as bactérias se tornado resistentes aos antibióticos, fazendo surgir as temíveis infecções hospitalares, querem que eu me sinta otimista com o programa de controle da família que distribui anticoncepcionais de efeitos colaterais surpreendentes. Otimismo, para mim, não é substituir um ou outro coração natural por um de plástico, nem poder gerar bebês em proveta. Otimismo é ver todas as crianças nascidas, sadias, robustas e felizes; é ver todos os adultos, sem anemia, sem vermes, sem stress, sem alto nível de colesterol. Otimismo, pelo entendo, é ver as fábricas e os campos cheios de homens e mulheres, sadios e contentes. O que temos é um quadro mórbido, doente e moribundo, e não é pessimismo, nem derrotismo, é a realidade nua e crua para qualquer um conferir. E, assim, poderia ir analisando, um a um, todos os segmentos da vida humana para constatar que o progresso é para pior. Gostaria que alguém pudesse me contradizer com provas, com fatos concretos e não com hipóteses, nem com programas possíveis de serem implantados. A realidade é a realidade; boa ou ruim, a realidade é a realidade.

03

APOCALIPSE: O MAPA DA ESPERANÇA    

Posso comparar o Apocalipse a um mapa perfeito; não um mapa comum que se ocupa apenas de regiões físicas, mas um que determina fatos-acontecimentos através do tempo. Então, não é espacial, mas, sim, temporal.  Quando se fala em tempo, a primeira ideia que se nos ocorre é a de datas. O Apocalipse não determina nenhuma data, conforme podemos notar em Mt 24, 38-39:   “... até o dia em que Noé entrou na arca, e não perceberam nada até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do Homem”. 

  Nestes versículos de Mateus percebe-se que a humanidade não tem informação oriunda das Escrituras, a respeito de uma data precisa, pois os tempos se sucedem sem que os homens percebam nada até o dia, ou seja, a data exata do fim. É uma incógnita o dia da volta de Jesus. Não se sabe o motivo para a falta de revelação desta data. No entanto, são inúmeras as informações de acontecimentos próximos e posteriores a ela. Então, é preciso prestar atenção nos acontecimentos pois, senão não haveria razão para Jesus recomendar, no mesmo capítulo de Mateus, que os observássemos: “Da mesma forma também vós, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas”. Para se orientar pelo mapa a que me refiro é preciso sair pela história (tempo) buscando os acontecimentos (sinais) ali descritos.

A grande dificuldade reside exatamente aí: reconhecer na história o fato descrito no Livro através das figuras. A dificuldade existe na medida em que as figuras possam ter interpretações sinônimas. E um outro grande obstáculo é a bipolarização de opiniões que quer situá-lo, de um lado, à época da Igreja primitiva, e de outro, à época da Igreja contemporânea – o que é o meu caso. A respeito do tempo (dia e hora, mês, ano) final (a volta de Cristo) não há razão nenhuma para qualquer tipo de especulação, uma vez que a declaração de Jesus em Mateus 24,36 é taxativa: “Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas só o Pai”. Portanto, no que se refere à data, estamos descansados; não há necessidade de nenhum esforço teológico para tentar determiná-la. Qualquer vaticínio que aponte algum número é absolutamente falso. Como estabeleço que as figuras determinam acontecimentos no tempo e não datas, e levando-se ainda, em conta que este tempo é o da Parusia, porque acredito nela, ou seja, se o tempo que considero é o “tempo do fim”, então preciso, primeiro, seccionar na história o período, aproximado, que me interessa. E, então, convencionado este período, resta-me penetrá-lo e ir buscando nos acontecimentos, os descritos no Apocalipse. Uma vez que o Apocalipse permite o estabelecimento de um mapa de tempo, e como preciso identificar um determinado período, posso fazer um gráfico, conforme segue:    

    1 – Período da Criação, que começa na Eternidade e termina em Adão, onde inicia-se a humanidade. 2 – Criação do Homem. O momento exato em que Adão é criado. 3 – Nascimento de Jesus Cristo. Ano 4.000. De Adão a Jesus, quatro mil anos. Ano “0” de nossa era. “A plenitude dos tempos”. 4 – Ano 4.033 ou ano 33 de nossa era. Morte e ressurreição de Jesus Cristo. 5 – Ano 4.096 ou ano 96 de nossa era. Nesta data o Apocalipse foi revelado e publicado. 6 – Ano 5.500 ou ano 1.500 de nossa era. Descobrimento do Brasil. 7 – Ano 5.986 ou ano 1.986 de nossa era. Ano da publicação deste livro “A CHAVE DO APOCALIPSE”, primeira edição. 8 – Parusia e Juízo Final. 9 – Período em que, provavelmente, o Apocalipse se realiza: segunda metade do século XIX à primeira metade do século XXI, ou um pouco mais. Daí em diante entra-se na eternidade, não havendo mais informações.

04

PLANETA TERRA COM LOTAÇÃO ESGOTADA: UMA NECESSIDADE DO FIM    

Uma questão que passa despercebida é a lotação máxima da Terra. Quando do seu planejamento o Projetista tem que ter estipulado o número fechado para cada espécie, sob risco de ocasionar um desequilíbrio fatal para todo o conjunto dos organismos vivos. E este número fechado, também estipula quantos seres humanos podem viver com plena qualidade de vida sobre o planeta. Como se sabe, cerca de ¾ da superfície da Terra é coberto por água, e ¼ é sólido. Isto, para a configuração atual, tal como a conhecemos. Realmente há a inalienável necessidade de se ter um número certo para a habitação humana no planeta.     Tenho como referências seguras deste número fechado, acabado, que não pode ser ultrapassado, principalmente três passagens das Escrituras:   Se de um princípio único fez todo o gênero humano para habitar sobre a superfície da terra, se fixou tempos determinados e os limites do habitat dos homens... ( At 17, 26 )   A cada um deles foi dada, então, uma veste branca e foi-lhes dito, também, que repousassem por mais um pouco de tempo, até que se completasse o número dos seus companheiros e irmãos, que iriam ser mortos como eles. ( Ap 6, 11 )   Com efeito, na ressurreição, nem eles se casam e nem elas se dão em casamento, mas são todos como os anjos no céu. ( Mt 22, 30 )  

Para que haja um perfeito equilíbrio ecológico, onde todos os elementos (“poderes dos céus”) e as espécies de

vidas possam coexistir em harmonia, exige-se uma distribuição geograficamente seletiva, quantitativa e qualitativa. Todos os seres vivos coexistindo harmoniosamente, sem invadirem um o espaço do outro. Cada ser dentro do conjunto efetua troca com o todo de tal forma a usufruir o máximo sem nada afetar negativamente, mas nessa troca retribui também beneficamente no máximo, de modo que se estabeleça um ciclo perfeito e autossustentável, eternamente autossustentável, onde retira-se da natureza o necessário a cada dia (“O pão nosso de cada dia...”), sem precisar fazer imensos estoques, numa atitude predatória. Por isso não pode nascer seres humanos indefinidamente, sob risco de se invadir todos os demais habitats destruindo-os e levando à extinção as outras espécies, tal como ocorre presentemente.  Ao planejar o planeta Terra, o Criador levou em conta o total de km2 da sua superfície e aí distribuiu a vida, cada espécie em seu lugar determinado, considerando o espaço confortável para cada uma delas; o seu território, o seu habitat. Como no Gênesis a ordem é “crescer, multiplicar e povoar a terra”, e lá não determina um número final (“até que se complete o número”) para que, quando atingido, se cesse a reprodução, a humanidade ficou sem esta informação, e até hoje nunca ouvi alguém a indagar por ela. Atualmente vejo países como o Japão, a China e a Índia, entre outros, preocupadíssimos com a superlotação de seus territórios, inclusive com medidas políticas para conter o aumento populacional. Se Adão e Eva não tivessem pecado, a morte não teria entrado no mundo. Consequentemente, a população no planeta contaria, hoje, com todas as pessoas nascidas e, qual seria o número? Considerando que atualmente somos uns sete bilhões e que já não estamos mais cabendo no

planeta, se ninguém tivesse morrido a situação seria apertadamente insuportável. Os atuais desmatamentos e as buscas por produção de alimentos, por energia e espaços para sustentar e acomodar a todos, provocam o desequilíbrio que presenciamos. E a população continua a aumentar. Das duas uma: ou Deus cometeu um erro de cálculo imperdoável (o que não ocorreu) que levará à derrocada irreversível, ou o número estipulado de pessoas a habitarem o planeta ainda não se completou. E por que ainda não se completou? Porque nem todos habitarão a futura Terra, conforme está escrito: “Nela jamais entrará algo de imundo, e nem os que praticam abominação e mentira. Entrarão somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro”. (Ap 21,27). Se as pessoas continuam a nascer e a morrer, e existe um número para se atingir, e este número ainda não foi completado, porque quando completar virá o fim, deduz-se que estamos numa etapa de seleção. Quando o número final for atingido, não nascerá mais ninguém, pois “Nem eles se casam e nem elas se dão em casamento”. E isto de fato tem sentido e prova que o Criador não cometeu nenhum erro de cálculo, pois quando se completar o número não há mais nascimento. E nem poderia haver, pois do contrário a situação desembocaria como na atual, com o desequilíbrio já avançado e caminhando para a catástrofe completa. Atualmente os espaços estão reduzidos para o ser humano. A busca por habitação, por produção de alimentos e acesso à água está se encaminhando para conflitos desesperados. Uma prova disto é o MST, Movimento dos Sem Terra. De um lado, os que se apoderam da terra com unhas e dentes, e de outro, os que estão fora, mas dela necessitam para sobreviver. Só que, a meu ver, ambos os lados estão numa luta cega e sem conhecimento real e mais

amplo da situação. A luta, agora, já não deve ser apenas por terra. A luta atual, não deve mais ser de uns contra os outros, mas de todos juntos, pois a causa é muito maior do que pensam. E a sigla de todos nessa nova luta conjunta, doravante não será mais MST, mas MSP: Movimento dos Sem Planeta. Pois de agora em diante o movimento é dos sem-terra, sem água, sem geleiras, sem ar, sem estações, sem florestas, sem animais, sem...

05

COMO NOS DIAS DE NOÉ    

Algo que muito me intriga no que diz respeito à volta de Jesus, é o fator surpresa. As Escrituras estão recheadas de relatos sobre Sua volta. Ele mesmo confirma isto em diversas passagens nos evangelhos. O Novo Testamento inteiro está direcionado para este momento. E mesmo assim há esta afirmação de Jesus:   Como nos dias de Noé, será a vinda do Filho do Homem. Com efeito, como naqueles dias que precederam o dilúvio, estavam eles comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não perceberam nada até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do Homem. ( Mt 24, 37-39 )  

“Não perceberam nada” é realmente intrigante. Como pode ser isto, quando milhões de pessoas possuem a Bíblia e nela está escrito que Ele vai voltar e contém uma infinidade de descrições de acontecimentos que ocorrerão na iminência da volta? Acho eu que, talvez os conhecedores das profecias nas Escrituras estejam esperando acontecimentos sobrenaturais, fora daquilo que consideram normal no dia a dia para depois acreditarem. Talvez estejam esperando o aparecimento de “gafanhotos com couraça de ferro e caudas de escorpiões para ferir as pessoas”, e “fera com sete cabeças e dez chifres, com corpo de pantera, pés de urso e boca de leão, para devorar a humanidade”. Nada disso, como imaginam, acontecerá, pois as figuras precisam ser interpretadas corretamente. Se ocorrer qualquer fato extraordinário, sobrenatural, isto anulará o fator surpresa.   Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando o seu ramo se torna tenro e as suas folhas começam a brotar, sabeis que o verão está próximo. Da mesma forma também vós, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas. Em

verdade vos digo que esta geração não passará sem que tudo isso aconteça. ( Mt 24, 32-34 )   E este Evangelho do Reino será proclamado no mundo inteiro, como testemunho para todas as nações. E então virá o fim. ( Mt 24, 14 )

  Meditando nisto, na indiferença sobre as profecias a respeito da volta de Jesus, procurando uma explicação, notei que fato semelhante ocorreu quando de Sua vinda. Cheguei à conclusão que, agora que os acontecimentos descritos para Sua volta estão a ocorrer, também acontece algo que chamo de “como nos dias dos Reis Magos”. A narrativa dos Magos, toda a sua presença no bojo dos fatos referentes ao nascimento do Messias, esclarecemme bastante sobre a similitude nos tempos atuais. Quem eram os Magos? Não eram judeus, não habitavam a nação dos judeus, não adoravam o Deus dos judeus. O que é um mago, então? Bem, façamos uma consulta ao Dicionário Aurélio (1988):   Mago. S. m. 1. Antigo sacerdote zoroástrico, entre os medos e persas. 2. Ant. Astrólogo, adivinho. 3. Homem que pratica a magia (1). [Sin... nesta acepç.: feiticeiro, bruxo, mágico. (impr.) necromante e nigromante. 4. Cada um dos três reis que foram a Belém adorar o Menino Jesus. Adj. 5.Fig. V. mágico (3).  

Pois bem, o que ocorreu no palácio de Herodes e em Jerusalém é exatamente o que está a ocorrer nos dias atuais. Quando os Magos, esperançosos, perguntaram: “Onde está o rei dos judeus, recém-nascido? (Mt 2, 2)”, o rei Herodes e toda Jerusalém ficaram alarmados (surpresos). Como nos dias atuais todos eles tinham conhecimento da Bíblia e que ela indicava a vinda do Messias, o Rei por excelência de todos eles. Mas, não obstante, foram surpreendidos.

O mais impressionante, a meu ver, não foi a surpresa, mas a reação pós-surpresa. Mandar Herodes convocar os chefes dos sacerdotes (o clero) e os escribas do povo (teólogos), em Mt 2, 4, foi a única ação lógica e sábia dos judeus nesta questão. O restante é uma completa aula de falta de fé, desinteresse e crueldade. Imagino a conversa dos Magos a caminho de Belém: “– Puxa vida, que povo mais desinteressado e sem fé! Nós viemos de muito longe para recepcionar, homenagear e adorar o Rei deles e nenhum se prontificou a vir conosco!”. Realmente, por serem os guardiões das Escrituras Sagradas, por lerem e meditarem-na dia e noite, a reação deveria ter sido outra. O correto seria os chefes dos sacerdotes e os escribas, além de informar a Herodes a localização exata do nascimento do Messias, sugerir a ele a formação de uma comitiva oficial israelita para, junto com os estrangeiros, irem à Belém recepcionar o Messias. E mesmo que o rei não financiasse nenhuma comitiva, deveriam lançar mão do tesouro do Templo para enviar nem que fosse uma meia dúzia deles. E, se nem isso fosse autorizado, alguém deveria ter tido o impulso de ir por conta própria, e cravar seu nome para sempre no Evangelho. Mas, a misericórdia Divina não esqueceu o seu povo. Para substituir os sacerdotes e os doutores da lei, Deus enviou seus anjos aos humildes e analfabetos pastores nos arredores da gruta de Belém, e eles foram, e em nome de Israel, receberam o Salvador. Imagino a conversa dos Magos, surpresos, quando a caminho de sua pátria, voltando de Belém: “– Puxa vida, que povo mais cruel! Se o Deus deles não nos avisa em sonho para desviarmos o caminho de volta, viriam para

matar o menino que é o seu Rei, o Rei de todos os reis do mundo! ”. Fico a me perguntar, caso ainda fossem vivos, se vieram a saber que O mataram depois de adulto! Outro ponto que considero ser um motivo para a indiferença do cerne do cristianismo a respeito dos “sinais que antecedem a volta de Cristo e, consequentemente, o fim deste mundo” (Mt 24, 3), talvez seja a declaração de Jesus na sequência deste versículo:   Jesus respondeu: “Atenção para que ninguém vos engane. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘O messias sou eu’, e enganarão a muitos. Haveis de ouvir sobre guerras e rumores de guerra. Cuidado para não vos alarmardes. É preciso que aconteçam, mas ainda não é o fim. Pois se levantará nação contra nação e reino contra reino. E haverá fome e terremotos em todos os lugares. Tudo isso será o princípio das dores. Nesse tempo, vos entregarão à tribulação e vos matarão, e sereis odiados de todos os povos por causa do meu nome. E então muitos ficarão escandalizados e se entregarão mutuamente e se odiarão uns aos outros. E surgirão falsos profetas em grande número e enganarão a muitos. E pelo crescimento da iniquidade, o amor de muitos esfriará. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. E este Evangelho do Reino será proclamado no mundo inteiro, como testemunho para todas as nações. E então virá o fim.  ( Mt 24, 4-14 )

  Na verdade, é necessário se tomar todo o cuidado. Ninguém prega que se deva acreditar em qualquer besteira que se diga por aí. Mas, tem que se ter o bom senso de não deixar que o medo de errar anestesie e paralise a necessidade de se observar as profecias da volta do Senhor, inclusive Suas próprias admoestações, tais como: “Da mesma forma também vós, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas”. E as profecias já se cumprem na sua quase totalidade. O norte-coreano, sediado nos Estados Unidos, Sun Myung Moon, o conhecidíssimo Reverendo Moon, afirma claramente que é o Messias das Escrituras Sagradas que

deveria vir e que já está no meio de nós, e ele tem milhões de seguidores ao redor de todo o planeta. Aqui no sul do Brasil tem um tal de Inri que afirma ser Jesus Cristo que deveria vir e já está conosco, e possui milhares de fiéis seguidores. Isto, para citar apenas dois, entre vários outros. Jesus nos dá uma pista preciosíssima da iminência de Seu retorno. Uma pista que, segundo o meu modo de pensar, mesmo que não houvesse outras, que fosse a única, para mim seria plenamente suficiente, conforme está em Mateus, 24,14: “E este Evangelho do Reino será proclamado no mundo inteiro, como testemunho para todas as nações. E então virá o Fim”. Pronto! Não há mais motivos para se ter medo de errar. Está claro e límpido. Assim que o Evangelho se tornar conhecido em todas as nações, virá o fim! Jesus, neste versículo 14 do capítulo 24 de Mateus, está retirando das autoridades de todo o cristianismo, a responsabilidade sobre o falarem a respeito de Sua volta e do fim deste mundo. Podem elas constituir suas comitivas para recepcionarem a Cristo em Sua volta, sem medo de errar, e podem, também, divulgar isto, abertamente, em todos os meios de comunicação. Se houver erro, o erro será de Jesus, e não delas! É só invocarem este versículo. Senão vejamos: enquanto o Evangelho não se espalhar por todas as nações, não há o fim; mas, no momento em que isto ocorrer, o fim é certo e garantido. Ora, a condição para o fim, segundo Jesus, é a universalização do Evangelho. Aconteça o que acontecer, não aconteça o que não for para acontecer, o Evangelho universalizou-se, vem o fim! Faço, agora, um questionamento a todos: – Será que, nos dias atuais, o Evangelho ainda não é conhecido em todas as nações, ou que pelo menos já não está faltando muito pouco para isto?

Pensemos corretamente. Várias nações, hoje, proíbem severamente o cristianismo, inclusive punindo com perseguição e morte. Mas, e daí? Os judeus tentaram aniquilar! Roma adotou as mesmas medidas proibitivas. Os santos mártires e muitos outros não tiveram medo e espalharam o Evangelho de Jesus Cristo pelo império. Hoje em dia milhares de missionários cristãos estão infiltrados anonimamente em todas as nações hostis ao cristianismo, tal qual seus “irmãos e companheiros na tribulação” (Ap 6, 11) fizeram no império romano, nos primeiros dias. Acho praticamente impossível que os governantes destas nações consigam impedir o cumprimento da ordem de Jesus em seu meio. O próprio ato de proibir já implica a presença e a possibilidade de se expandir. Em Roma, nossos irmãos evangelizadores não dispunham das modernas tecnologias de comunicação que utilizamos atualmente: telefone, satélites, computadores, mídias portáteis, criptografias, internet, rádio e outros.    Por tudo isso, não se pode repetir o erro ocorrido no palácio de Herodes, nos dias dos Reis Magos. Desse modo, não se pode repetir o erro dos contemporâneos de Noé, que, não crendo, foram surpreendidos pelas águas do dilúvio. Não é por acaso que Jesus faz, não ao mundo, mas ao cristianismo (principalmente aos “chefes e escribas”) um forte desafio: “Mas quando o Filho do Homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?” (Lc 18, 8b).

SEGUNDA PARTE    

  A CHAVE DA INTERPRETAÇÃO

06

APOCALIPSE, O LIVRO ABERTO NO CÉU    

É preciso entender bem o porquê das figuras. Aliás, isto é essencial. É condição indispensável. Muitos têm medo do Apocalipse justamente por causa das figuras. E, de fato, sem entendê-las, se forem tomadas no sentido literal indubitavelmente causam pavor. No entanto, uma vez compreendidas corretamente, o Apocalipse torna-se fácil, de leitura agradável e atraente, isento de qualquer medo, a não ser aqueles do dia a dia, que rolam pelos noticiários. Antes de se iniciar o processo de decifrar as figuras é indispensável o conhecimento da origem do Livro que já existia (“escrito” por Deus) muito antes de ser revelado a João. Já nos evangelhos Jesus faz uma alusão à sua existência:   Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas só o Pai. ( Mt 24, 36 )

  No primeiro versículo confirmação de Mt 24,36:  

do

Apocalipse

tem-se

a

Revelação de Jesus Cristo: Deus lha concedeu para que mostrasse aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em breve. ( Ap 1,1 )

  Logo, para que o Apocalipse pudesse chegar aos legítimos destinatários, o mesmo seguiu e segue uma formalidade litúrgica, saindo das mãos de Deus Pai, que o entrega ao seu filho Jesus, depois Jesus convoca um anjo para repassá-lo a João, e aí, João o transforma no livro que está na Bíblia e o entrega à Igreja, aos bispos.

Após os bispos o livro ainda necessita do “Leitor”, do intérprete, para só então poder chegar ao entendimento dos “servos”. Quando o livro chegou às mãos dos intérpretes ocorreram opiniões divergentes e até contraditórias, que seguem quatro linhas de interpretações diferentes. Isto exige ainda a necessária intervenção de um último personagem antes do livro tornar-se totalmente compreensível e sem divergências: aquele, ou aqueles, que vai interpretar corretamente o Apocalipse. Quando chegar o tempo e o livro for interpretado sem nenhuma dúvida, todos saberão. Vejamos, então, a sequência desta liturgia:   Vi depois, na mão direita daquele que estava sentado no trono [Deus pai], um livro [livro do Apocalipse] escrito por dentro [o conteúdo] e por fora [na capa, o título: Revelação] e selado com sete selos [segredos que só o Pai conhecia]. Vi então um anjo poderoso, proclamando em alta voz: “Quem é digno de abrir o livro, rompendo seus selos”? Mas ninguém no céu [nenhum anjo], nem na terra [nenhum ser humano] ou sob a terra [nenhum demônio] era capaz de abrir nem de ver o livro. Eu chorava muito, porque ninguém foi considerado digno de abrir nem ver o livro. Um dos Anciãos, porém, consolou-me: “Não chores! Eis que o leão da tribo de Judá [Jesus], o Rebento de Davi, venceu [A cruz] para poder abrir o livro e seus sete selos”. Com efeito, entre o trono com os quatro Seres vivos e os Anciãos, vi um Cordeiro [Jesus] de pé [Ressuscitado], como que imolado [Com as marcas da crucifixão]. Tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra. Ele veio então receber o livro da mão direita daquele que está sentado no trono. ( Ap 5, 1-7 )  

Vi depois outro anjo, forte, descendo do céu: trajava-se com uma nuvem e sobre a cabeça estava o arco-íris; seu rosto era como o sol, as pernas pareciam colunas de fogo, e na mão segurava um livrinho aberto [O livro do Apocalipse, já aberto por Jesus e entregue ao anjo]. [...] A voz do céu [voz de Jesus] que eu tinha ouvido tornou então a falar-me: “Vai, toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e a terra.” Fui, pois, ao anjo e pedi que me entregasse o livrinho. Ele então me disse: “toma-o e devora-o [receba o Apocalipse, escreva-o e o repasse à Igreja]; ele te amargará o estômago [conterá dificuldades], mas em tua boca, será doce como mel [todas as bem-aventuranças e bênçãos]. Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei... ( Ap 10, 1-10 )  

Não são relatados os momentos em que Jesus entrega o Livro ao Anjo e nem quando João o entrega aos bispos. Provavelmente através de um mensageiro que o visitava em Patmos. Os bispos, ao anexá-lo à Bíblia, o disponibilizaram a todos. E todos, no que diz respeito ao futuro, na realidade, são intérpretes; candidatos ao Leitor.  Assim que algum intérprete apresentar a interpretação verdadeira, definitiva, incontestável, será este o Leitor referido no versículo 3 do capítulo primeiro do Apocalipse. Quando surgir o Leitor, far-se-á necessário que os Bispos o reconheçam publicamente, devido a grande quantidade de interpretações divergentes.  Após o Leitor, finalmente o Apocalipse chegará aos seus legítimos destinatários, os servos e, por extensão, a todo ser humano.

07

APOCALIPSE, O LIVRO FECHADO NA TERRA     

O Apocalipse esteve, provavelmente, nas mãos de todos os papas, com exceção dos três primeiros (Pedro, Lino e Anacleto, pois quem governava a Igreja no ano 96 era o Papa Clemente), nas mãos de todos os bispos, padres, freiras, santas e santos, doutores da Igreja, teólogos cristãos de toda denominação, enfim, de todos aqueles que tiveram acesso a um exemplar completo da Bíblia, e ninguém jamais pôde compreendê-lo. Julgo, na minha imensa insignificância, que seria um ato inútil da parte de Deus se Ele empreendesse todo o trabalho necessário até a finalização do Livro, mandasse João publicá-lo:   Depois disso, tive uma visão: Havia uma porta aberta no céu, e a primeira voz, que ouvira falar-me como trombeta, disse: Sobe até aqui, para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas. ( Ap 4,1 )   Escreve, pois, o que viste: tanto as coisas presentes como as que deverão acontecer depois destas. ( Ap 1,19 )   Não retenhas em segredo as palavras da profecia deste livro, pois o tempo está próximo. ( Ap 22,10 )  

Pois deveria ser conhecido por toda a Igreja, por todos os seus servos, mas, numa linguagem que ninguém pudesse entendê-lo! Assim, na busca de resolver esta questão, pude observar no conteúdo do Apocalipse uma dica preciosa; a palavra carta. O Apocalipse foi escrito em forma de carta. As mensagens às sete igrejas são cartas; sete cartas. Tudo aquilo que se relacionava ao futuro, futuro muito distante para aquelas primeiras comunidades, seguiu como anexo às

cartas. Assim, em anexo a cada carta seguiu uma cópia comum, de mesmo conteúdo. Desse modo pode-se admitir que o anexo fosse parte integrante da carta, por isto, também carta. Acontece aí o seguinte: o conteúdo de cada carta era diferente, individualizado, e endereçado ao entendimento de cada uma das sete igrejas locais (os três primeiros capítulos). O anexo, de mesmo conteúdo, era endereçado a toda a Igreja dos séculos XIX ao XXI (os demais dezenove capítulos). Sendo o anexo uma carta, e esta endereçada ao futuro, legalmente só os destinatários do futuro é que podem ter acesso ao seu conteúdo. Assim, o Livro seguiu selado até nossos dias. Isto explica o porquê de o anexo permanecer incógnito, fechado, durante o seu trajeto no tempo e só agora poder ser entendido corretamente.

08

O APOCALIPSE PARA A IGREJA PRIMITIVA    

No Apocalipse, o que se refere especificamente aos acontecimentos do ano 96 são as cartas às sete Igrejas. Aí sim, o Livro trata de coisas e fatos da Igreja recém-fundada. Todo o restante se refere aos cristãos e ao mundo do futuro, do tempo do Fim. Antes de João subir ao céu, através da “porta aberta”, o verbo ver está no presente do indicativo: “Escreve o que vês num livro e envia-o às sete Igrejas: a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia” (Ap 1, 12). O que vês: o que está acontecendo agora, no seu tempo. No futuro ele irá ver, também. Mas, aqui, na ordem cronológica do texto, no conjunto, o que vês dá-nos uma conotação do presente, do ano 96. Isto nos fica claro logo após ele terminar de escrever todas as ocorrências de sua época; de imediato, declara: ”depois disso...” (Ap 4, 1). Disso: dos acontecimentos presentes. Dos fatos de sua época; da Igreja primitiva. Depois disso: após anotar tudo o que o Anjo lhe revelara das Igrejas naquela época. Depois disso há uma mudança fundamental no quadro. Até então, João relatara tudo, estando ainda Terra, no Tempo e Espaço. No seu tempo; no seu espaço. Agora, muda-se por completo o ambiente:   Havia uma porta aberta no céu, e a primeira voz, que ouvira falar-me como trombeta, disse: Sobe até aqui, para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas. ( Ap 4, 1 )  

Ora, ele já havia visto o que tinha de ver a respeito das situações de seu tempo. Observou e anotou todas as virtudes e todas as fraquezas da Igreja de sua época. Então,

depois destas coisas, agora, ele veria outras coisas que iriam (deveriam) acontecer depois destas, no futuro. Outra análise nos confirma esta dedução; nas sete cartas às Igrejas são relatadas situações com nomes presentes à época do ano 96. Nomes de pessoas que viviam naquele tempo:   Sei onde moras: é onde está o trono de Satanás. Tu, porém, seguras firmemente o meu nome, pois não renegaste a minha fé, nem mesmo nos dias de Antipas, minha testemunha fiel, que foi morto junto a vós, onde Satanás habita. ( Ap 2, 13 )   Reprovo-te, contudo, pois deixas em paz Jezabel, esta mulher que se afirma profetisa: ela ensina e seduz meus servos a se prostituírem, comendo das carnes sacrificadas aos ídolos. ( Ap 2, 20 )  

A finalidade das sete cartas às sete Igrejas é única: confortar, revigorar na fé. Jesus havia ascendido ao Céu; a maioria dos apóstolos, praticamente os outros onze, havia morrido – martirizados. A quase totalidade dos discípulos e das pessoas que conviveram com Jesus, havia morrido; a nova geração de cristãos estava sem os primeiros discípulos e terrivelmente perseguida pelos romanos e judeus. Uma infinidade de seitas e conceitos falsos permeava as comunidades. Nasciam as primeiras escolas teológicas, e consequentemente, as primeiras divisões. A maneira, o estilo como Jesus escreve às sete Igrejas é um estilo forte, direto e extremamente personalizado, tão personalizado que dava a certeza que Ele estava no meio deles, vivendo o dia-a-dia com eles. Esta certeza da presença atuante e cuidadora de Jesus no meio das Igrejas foi passada pelo Apocalipse, com as sete cartas. O estudo das Igrejas primitivas é belo e útil, contudo, no momento, na presente obra, trataremos da Igreja do tempo do fim. Deixaremos de lado, no momento, a Igreja

do primeiro século, para ocuparmo-nos com a Igreja dos séculos XIX ao XXI.

09

A BUSCA DA INTERPRETAÇÃO DAS FIGURAS    

Fui buscar na “iniciática”, nas mitologias e na própria cultura hebraica toda a luz possível para absolutisar e relativizar cada figura. Queria encontrar o valor místicotranscendental de cada uma delas. Nesta pesquisa e nesta busca, sentia-me cada vez mais confuso e perdido. Grande parte do meu tempo e muita energia gastei em tentar decifrar as figuras. Não obtive nenhum sucesso por esta via. No entanto, eu não tinha como desistir de entender o Apocalipse. Não podia acreditar que Deus mandasse que se escrevesse este Livro para não ser entendido. Além de não entendido, percebia e percebo até hoje, que as pessoas adquiriram por ele um grande temor! Quando pergunto a razão disto, me dizem que ele só tem desgraças, monstros e maldições. E que as autoridades bíblicas recomendam a sua não leitura, justamente para que os interessados não entrem em pânico. Durante toda minha busca por entendê-lo, ao presenciar estas situações, ficava perplexo. Não batia. Não tinha lógica. Alguma coisa estava errada, e eu tinha certeza de que não era com o Apocalipse! Eu lia, relia e lia mais ainda. Toda vez que abria o Livro, sentia que a interpretação estava ali, bem à minha frente, como que se oferecendo ao meu entendimento. Pressentia que faltava pouco, apenas um ou outro detalhezinho.

As literaturas as quais tive acesso, na sua grande maioria, contribuíram para me ensinar o que o Apocalipse não dizia. Mas, para ser honesto, aqui e ali, um ou outro autor apresentava um lampejo de interpretação que a meu ver podia estar  correta.  Eu as utilizei com muita alegria, e sempre as tive no mais alto conceito. Estão citadas em meu livro, conforme o rigor da metodologia científica. Mas, elas ainda não  compunham  a chave para o entendimento de todo o Apocalipse. Após diversas buscas, inúmeras tentativas infrutíferas, seguindo modelos  e  padrões de pesquisas teológicas, decidi estabelecer um roteiro de análise completamente novo, bem diferente daqueles que eu havia aprendido, daqueles tradicionais que havia utilizado até então. Todas as minhas conclusões são apoiadas exclusivamente nas revelações das Sagradas Escrituras. As demais literaturas que li, foram filtradas pelas Escrituras. De repente, como por um milagre, o Livro apresentouse a mim de forma simples, direto e totalmente desenvolto daquele véu de mistério e profundidade inatingíveis. Podia, agora, compreender com clareza cada figura, cada cena, enfim, o entendimento tão almejado. Quão verdadeira a afirmação do Apocalipse 1, 3: “Feliz o leitor e os ouvintes das palavras desta profecia, se observarem o que nela está escrito, pois o tempo está próximo”. Como uma técnica tão simples e direta põe em alvoroço a inteligência humana! A técnica do Apocalipse, embora simples e direta, é muito mais atualizada e muito mais precisa do que qualquer manchete de jornal. Foi aí que descobri que João não é profeta; João é jornalista. Eficientíssimo repórter. Aí descobri que o

Apocalipse não é um livro de profecias, mas um livro de reportagens. João só se tornou profeta e o Apocalipse profecia, porque as reportagens foram publicadas com quase dois mil anos de antecedência dos fatos. Daqui compreendi (concluí) que o Apocalipse somente pode ser entendido após os fatos acontecerem na história. Assim, o Apocalipse não é interpretável, mas, sim, comparável. Disso decorre o porquê do Apocalipse permanecer incógnito durante dezenove séculos.

10

O APOCALIPSE ENSINA A LER O APOCALIPSE   COMO ENCONTRAR NA HISTÓRIA O CORRESPONDENTE A CADA FIGURA    

O próprio Apocalipse, no capítulo primeiro, ensina-nos a encontrar na história o correspondente a cada figura. A figura no Apocalipse:   Na mão direita ele tinha sete estrelas... ( Ap 1, 16 )   Voltei-me para ver a voz que me falava; ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro e, no meio dos candelabros, alguém semelhante a um filho de homem... (Ap 1, 12)  

Vejamos agora, como o mesmo Apocalipse interpreta, isto é, compara a figura com o “objeto” na história:   Quanto ao mistério das sete estrelas que viste em minha mão direita e aos sete candelabros de ouro: as sete estrelas são os anjos das sete Igrejas, e os sete candelabros as sete igrejas. ( Ap 1,20 )

  É certo que a maioria dos leitores não tem o conhecimento correto do que sejam sete anjos e sete igrejas, neste texto; então, passo a relatar: As sete Igrejas são as sete comunidades, as sete divisões, dioceses ou paróquias daquele tempo: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia, Laodicéia; os sete anjos são os sete vigários ou bispos. Daqui parte a chave para se converter em fato histórico cada figura do Apocalipse. Como João utilizou os conhecimentos do ano 96 para descrever coisas e fatos que só viriam a existir e ocorrer nos séculos XIX-XXI é que o Apocalipse ficou repleto de figuras. Fato semelhante, ocorrido há não muito tempo, temos com

os indígenas que entravam em contato com a civilização branca. Eles chamavam ao homem branco de “cara-pálida”; ao trem de ferro, de búfalo de aço; ao avião, de pássaro metálico; aos fuzis, de “vara-que-cospe-fogo”, e assim por diante. Com João ocorreu o mesmo; ia vendo as coisas e como não sabia o nome, comparava-as com algo que conhecia. Daí a presença das figuras. O que era comum a todas as épocas ele descreve normalmente; o que não era, compara.  Por causa disto, quem tenta ler o Livro ao pé da letra, cai no insucesso. Exatamente por este motivo, os teólogos tradicionais não obtiveram sucesso querendo vestir o império romano e suas ações com as figuras do Apocalipse. Não conseguiram porque ainda não tinha chegado o tempo certo. A providência Divina mais uma vez nos ajuda a ler o Apocalipse, ensinando-nos a técnica correta e segura a partir do próprio Apocalipse; propicia-nos a converter as figuras em fatos históricos:   Figura:   Um dos Anjos das sete taças veio dizer-me: Vem! Vou mostrar-te o julgamento da grande prostituta que está sentada à beira de águas copiosas... ( Ap 17, 1 )   A promessa de interpretação:   O Anjo, porém, me disse: por que estás admirado? Eu te explicarei o mistério da mulher e da besta com sete cabeças e dez chifres que a carrega. ( Ap 17, 7 )   A interpretação:   As águas que viste onde a prostituta está sentada são povos e multidões, nações e línguas... ( Ap 17, 15 )  

Então, tínhamos até agora uma figura: água.

Águas copiosas: água em grande quantidade; um oceano. Poderíamos pensar e pensávamos em alguém sentado sobre grande quantidade de água. Mas, se a nossa água não é água, então o quadro inteiro precisa ser refeito. Se a água não é água, a prostituta não é uma donzela de vida fácil, mas é outra coisa bem diferente, aqui, e que precisávamos descobrir o quê.   O texto nos revela, com clareza, o que significa água: uma multidão imensa de pessoas, milhares, bilhões, com gente de todas as nações da Terra. Uma reunião de tanta gente junta vista de certa distância, se parece exatamente com um grande oceano. Outra interpretação do Apocalipse que nos auxilia e nos ensina o método de estudar as figuras:   As sete cabeças são sete montes... ( Ap 17, 9 ).   São também sete reis... ( Ap 17, 9 ).  

Ora, na figura original só tínhamos sete cabeças. Agora, sabemos que cabeça é monte, e também rei.Mais fascinante ainda é quando se chega a rei e nos deparamos com esta revelação incrível:   Dos quais cinco já caíram, um existe e o outro ainda não veio, mas quando vier deverá permanecer por pouco tempo. ( Ap 17, 10 )  

Assim é o proceder necessário de quem lê o Apocalipse: converter as figuras em coisas e fatos históricos concretos. Negar isto é negar o próprio Apocalipse que nos ensina que é assim. Para esta monumental tarefa de localizar na história as figuras descritas no Apocalipse, é necessário muito mais que fé, oração, piedade e humildade: “Aqui é necessário a inteligência que tem discernimento...” (Ap 17, 9) e “Aqui

é preciso discernimento! Quem é inteligente calcule o número da Besta, pois é um número de homem...” (Ap 13, 18). Por se tratar de eventos universais, que abrangem toda a geografia e toda a história do planeta, para se identificar as figuras, é necessária uma imensa erudição, uma cultura acima do normal. E não somente em história e geografia geral, mas em todas as áreas do conhecimento humano, da inteligência humana: teologia, filosofia, ecologia, astronomia, física, química, vários idiomas, economia, política, estratégia militar, medicina, comunicação, enfim, todo o conhecimento possível. Nem todos conseguem ler este Livro; o texto em si não é a própria mensagem, mas antes, uma chave, um código para se ler nos sinais (pontos de referência; fatos escolhidos ao longo da história: a verdadeira mensagem). Por isso, continuo reafirmando: o Apocalipse somente pode ser compreendido após o fato (sinal) por ele mencionado, ocorrer na história. Nunca antes. Impossível antes. Poderia até compará-lo a um grande quebra-cabeça completamente indecifrável no início; mais fácil na metade, e possível de compreender o todo, mesmo antes de se colocar todas as peças faltantes. A fé, a piedade e a humildade são extremamente necessárias, mas não são essenciais, ou melhor, não são suficientes. Isto porque a leitura do Apocalipse é muito mais técnica do que moral. Temos o Evangelho que é exclusivamente moral, sem qualquer conotação técnica. O Apocalipse é essencialmente técnico, mas não exclusivamente; quando se chega à plenitude da leitura técnica a mensagem moral que nos é passada transcende a toda expectativa humana.

11

O PORQUÊ DA LINGUAGEM ENIGMÁTICA (FIGURAS) DO APOCALIPSE    

Considerando que João saíra do tempo-espaço e entrara na eternidade (através da porta aberta no céu), a situação se configura, agora, da seguinte forma:  

A – NO MUNDO ESPIRITUAL:   a –  As pessoas e coisas espirituais não são iguais às da Terra que dependem de tempo-espaço-matéria.   b – Todo o ambiente celeste, espiritual, está infuso em leis completamente diversas das do mundo físico.   c –  Em consequência, a descrição, a narração e a dissertação deles torna-se difícil para o homem acostumado a padrões estritamente físico-temporais.   d – O homem, no caso João, conhecendo apenas padrões físico-temporais, ignorando, por completo, os padrões espirituais, vai descrevê-los, narrá-los e dissertá-los com os padrões de que dispõe. Vai descrever o mundo espiritual, com os padrões do mundo material.     e –  Daí, é que em  todo o Apocalipse temos palavras ou expressões de comparação: semelhante... como... tinham o aspecto... era como... palavras ou expressões  estas que, na maioria dos casos, na totalidade dos leigos e numa grande parte dos especializados, são tratadas como tal e acabam partindo para o tradicional pé da letra.

Ter aspecto de jaspe não significa que seja jaspe. É outra “coisa” totalmente diferente, só que o Apóstolo não sabendo o que, e como precisa anotar, descrever, narrar e dissertar, utiliza o padrão que tem, o código de comparação de que dispõe, a saber, o padrão de conhecimento do mundo material.   f – Devido a estar na eternidade, fora das leis físicas tempo-espaciais, o conjunto de todo o Apocalipse se nos parece, à primeira vista, fora de ordem, fora de cronologia. Fato este, completamente normal no mundo espiritual, mas não no nosso, onde tudo segue uma estreita e perfeitíssima lei de ordem cronológica. A redação geral do texto, em termos jornalísticos pode-se dizer que o redator não fez o copidesque. Mas a verdade é que a disposição do mesmo não poderia ser diferente.   B – NO MUNDO MATERIAL:   Não esquecendo que João continua na eternidade, fora do tempo-espaço e de lá, a ver os acontecimentos na Terra na proporção de quem olha para a rua, estando no décimo andar de um edifício, por exemplo, temos as seguintes considerações:   a – Ele pode ser deslocado para o passado e para o futuro da Terra, à vontade.   b - Os acontecimentos da Terra, na Terra, estão dentro de seu padrão de conhecimento apenas aqueles de sua própria época e os que conhecia de épocas passadas, através de narrações, o que no geral ocorre com qualquer pessoa.  

c – Se, de repente, ele é movido para um passado remoto, antes de Adão e da descrição do Gênesis, mesmo em se tratando de fenômenos normais, no plano material, colocam-no em dificuldades para descrevê-los, narrá-los e dissertá-los, porque transcende à sua cultura.   d – Igualmente, se fosse deslocado para um futuro distante e lá encontrasse coisas e fatos fora de seu padrão de conhecimento, ele se sentiria outra vez em dificuldade para compreendê-los.   e – Tanto no passado, como no futuro, ele teria dificuldade para descrever, narrar e dissertar os acontecimentos, pois tanto em um caso como no outro, só poderia utilizar os padrões de seu tempo e de sua cultura.   f –  A ordem dada foi para ver e anotar tudo em um livro: um autêntico repórter cobrindo a maior reportagem jamais sonhada por qualquer jornalista.    g -  A situação exata de João, quando fora de seu próprio tempo, é: “Vou a algum lugar, ver o não sei o quê e anotar, não sei como!”.   h - Tem que ficar bem entendido que João, enquanto com Jesus no ano 96 e depois no futuro está, simultaneamente, nos mundos espiritual e material. Interage com os dois ambientes ao mesmo tempo, descrevendo e narrando os dois mundos no mesmo contexto. Quando descreve, por exemplo, os anjos e suas ações, está falando do mundo espiritual; e cada ação provoca ou mostra um acontecimento na Terra. Ou seja, a ação no Céu corresponde à ação na Terra. A humanidade em geral só pode ver os acontecimentos na Terra, mas João os presencia ao mesmo tempo.

Destas considerações é que podemos estabelecer um novo método de análise do Apocalipse.

12  

PROVA DE QUE O APOCALIPSE É UM RELATO DE ACONTECIMENTOS E COISAS NA HISTÓRIA     Feliz o leitor e os ouvintes das palavras desta profecia se observarem o que nela está escrito, pois o tempo está próximo. ( Ap 1, 3 )  

De acordo com o dicionário do Aurélio (1988), o verbo observar tem quatro sentidos centrais:   1 –  Olhar = ver, enxergar, examinar...   2 –  Obedecer = cumprir, realizar, fazer...   3 –  Advertir = chamar a atenção...   4 –  Vigiar = as próprias ações...   OBSERVAR. (Do lat. observare) v.t.d. 1 - Examinar minuciosamente; olhar com atenção; estudar: “Paras aqui, observas uma árvore nova que nasce”. (Carlos Magalhães de Azevedo, Odes e Elegias, p. 15. 2 Espiar, espreitar: “Furtivamente, os soldados observavam as manobras inimigas”. 3 - Cumprir ou respeitar as prescrições ou preceitos de; obedecer a; praticar: “observa rígida descrição”. 4 Atentar em; notar; advertir: “O conferencista pediu que observassem aquele aspecto de sua palestra”. 5 - Ponderar, replicar. T.d. e i. 6 fazer ver; advertir. “Observou-lhe que a resposta não estava certa’’. Int. 7 - Examinar atenta, minuciosamente, a(s) pessoa(s) e/ou o ambiente que o cerca(m): “neste lance passou um espanhol, ... bem montado numa égua preta. Parou a observar” (Alberto Braga, nossos contos, p. 81. P. 8 - Vigiar as próprias ações; ser circunspecto. 9 Vigiar-se reciprocamente.    

Do Aurélio, pinçamos uma frase fundamental na aplicação para o desenvolvimento da chave de compreensão do Apocalipse: “7 – examinar atenta,

minuciosamente, a(s) pessoa(s) e/ou o ambiente que o cerca(m)...”. Todos os sentidos se aplicam no Apocalipse. No entanto, o que convencionamos de n° 1, que é, examinar, olhar, é o que tem maior ênfase, é o que se aplica mais: olhar, examinar, nos acontecimentos da história, os sinais antecipados. O segundo caso, obedecer, não tem, especificamente, no Apocalipse, novidade.        Quando, ali, se refere à advertência de obediência a Deus, esta advertência fica subentendida ao Evangelho e ao restante das Escrituras. Como já disse, anteriormente, o Livro é predominantemente técnico. Senão, vejamos: “Que o injusto cometa ainda a injustiça e o sujo continue a sujar-se; que o justo pratique ainda a justiça e que o santo continue a santificar-se”. (Ap 22, 11). Aqui o Livro não adentra em um tratado moral sobre Justiça e injustiça. O “continue”, deixa claro que o leitor já está previamente conscientizado sobre o que seja justiça ou injustiça. Então, o verbo observar, já que defendo ser o Apocalipse um livro técnico, tem seu sentido mais aplicado ao ver, enxergar, notar, examinar e estudar. Também, o terceiro caso, advertir, fazer ver, tem grande importância. Quem olhou, quem viu, quem entendeu, fica na obrigação de conscientizar aos demais; por isso, é que o texto distingue duas classes de pessoas: o que lê (o Leitor; no texto está no singular) e os que ouvem (os demais; no texto está no plural).   Feliz o leitor e os ouvintes. ( Ap 1, 3 )  

O quarto caso, vigiar as próprias ações, tem elevada distinção, pois de outra forma, de que vale a advertência se a pessoa não toma uma atitude concreta?

13

PROVA DE QUE A PROFECIA DO APOCALIPSE SE REFERE AO FUTURO    

No livro do profeta Amós, há uma taxativa declaração acerca das previsões que Deus faz do futuro: “Pois o Senhor Iahweh não faz coisa alguma sem revelar o seu segredo a seus servos, os profetas” (Am 3, 7). No Apocalipse temos a comprovação desta verdade:   Revelação de Jesus Cristo: Deus lha concedeu para que mostrasse aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em breve. ( Ap 1, 1 )   Disse-me então: “Estas palavras são fiéis e verdadeiras, pois o Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu Anjo para mostrar aos seus servos o que deve acontecer muito em breve. ( Ap 22, 6 )   Pelo contrário, nos dias em que se ouvir o sétimo Anjo, quando ele tocar a trombeta, então o mistério de Deus estará consumado, conforme ele anunciou aos seus servos, os profetas. ( Ap 10, 7 )  

Negar que Deus dá a conhecer aos seus servos acontecimentos do futuro é negar a própria Escritura. Está escrito. Está claro. Não há como haver erro de interpretação.   Escreve, pois, o que viste: tanto as coisas presentes como as que deverão acontecer depois destas. ( Ap 1, 19 )

14

APOCALIPSE E PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO: CONCORDÂNCIA, E NÃO REPETIÇÕES    

Muitos teólogos afirmam que João fez uma montagem de textos dos profetas do Antigo Testamento., devido as figuras serem coincidentes:  

Daniel:   Eu continuava contemplando, quando foram preparados alguns tronos e um Ancião sentou-se. Suas vestes eram brancas como a neve; os cabelos de sua cabeça, alvos como lã. Seu trono eram chamas de fogo com rodas de fogo ardente. ( Dn 7, 9 )

  Apocalipse:   Fui imediatamente movido pelo Espírito: eis que havia um trono no céu, e no trono, Alguém sentado... ( Ap 4, 2 )   Os cabelos de sua cabeça eram brancos, como lã branca, como neve... ( Ap 1, 14 )  

Poderia citar todos os textos semelhantes. Muitos deles são completamente iguais. Mas, não significa que o segundo copiou o primeiro, e que o terceiro copiou o segundo e assim por diante. Não há uma repetição, mas uma concordância. Se dez pessoas, em épocas diferentes, virem uma bicicleta, é impossível que alguma dentre elas descreva um automóvel enquanto vê a bicicleta; a não ser por má fé. Se os textos se repetem, embora escritos em épocas distintas, por outras pessoas, não significa, necessariamente, uma cópia. Para mim, ocorreu que todos eles, cada qual em sua época, viram os mesmos fatos e

objetos. Embora homens e tempo sejam outros, as coisas e os fatos são os mesmos. As verdades de Deus são eternas, inabaláveis. Há duas passagens em Daniel que me dão a força desta certeza, de que são concordantes, e não repetitivas:   Quanto a ti, vai tomar teu repouso. Depois te levantarás para receber a tua parte, no fim dos dias. ( Dn 12, 13 )   A visão das tardes e manhãs, tal como foi dita, é verídica. Mas tu, guarda silêncio sobre a visão, pois ela se refere a dias longínquos. ( Dn 8, 26 )

  Primeiro o Anjo diz que as visões se referem a dias longínquos, depois diz a Daniel que ele irá repousar (morrer) e depois levantar (ressuscitar) no fim dos dias. Para João, no Apocalipse, o Anjo diz “as coisas depois destas”, e o “tempo está próximo”. Em ambos os casos, as profecias estão para frente, só que para Daniel estavam muito “longe”, e para João, já bem mais “próximo”. Há outras considerações importantíssimas entre Daniel e João, mas não vêm ao caso no momento. No entanto, para elucidar melhor o aspecto dos símbolos dos selos, faremos mais uma comparação; desta vez, contraste:  

Daniel:   Mas tu, guarda silêncio sobre a visão, pois ela se refere a dias longínquos. ( Dn 8, 26 )   “Quanto a ti, Daniel, guarda em segredo estas palavras e mantém lacrado o livro até o tempo do fim...”. ( Dn 12, 4 )  

Apocalipse:   “Escreve o que vês, num livro e envia-o às sete Igrejas...”. ( Ap 1, 11 )

  “Não retenhas em segredo as palavras da profecia deste livro, pois o tempo está próximo”.  (Ap 22, 10 )  

Em Daniel a ordem é manter segredo; não divulgar; não publicar. No Apocalipse a ordem é ao contrário: publicar; não guardar segredo. Qual a razão deste contraste? Simples. Quem é o único que poderia abrir o Livro e romper os selos? Somente Cristo, conforme o atesta o Apocalipse. Em Daniel os segredos jamais poderiam ser compreendidos; nem o próprio Daniel compreendeu o que viu. Mas, quando Jesus Cristo se imolou na cruz, quando o “Rebento de Davi venceu”, então os selos puderam ser revelados aos cristãos. Desta forma, os textos são semelhantes, concordantes, mas nunca repetições. Como demonstrado, há até contrastes e divergências fundamentais entre eles.

15

AS FIGURAS NO APOCALIPSE NÃO SÃO PROPOSITAIS    

As figuras não são propositais. No ano 96, o apóstolo João estava eLivros na ilha de Patmos:   Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, na realeza e na perseverança em Jesus, encontrava-me na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus. ( Ap 1,9 )  

Num domingo, talvez andando pela ilha:    No dia do Senhor fui movido pelo Espírito, e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta, ordenando... ( Ap 1,10 )

  Aí começa toda a redação do Apocalipse. Quando o Livro, enfim, é publicado, vem repleto de figuras e de estórias incríveis, com monstros inenarráveis e com passagens surrealistas. Não fosse João quem era, provavelmente o Livro teria sido queimado na fogueira mais próxima. Muitas daquelas figuras e passagens eram coincidentes com a narração de vários profetas há mais de quinhentos anos ou bem mais. Outras, no entanto, totalmente inéditas. Uma ala de teólogos afirma que as figuras são resultado de um estratagema que João bolou para camuflar uma mensagem de certeza de condenação para os romanos e uma certeza de salvação para os cristãos fiéis. De acordo com esta ala da teologia, ele teria raciocinado o seguinte: “Escrevo em código, em figuras, e assim o Livro poderá circular sem nenhum problema em meio aos romanos que nada suspeitarão, mas “os irmãos na tribulação” entenderão facilmente”. Este raciocínio me parece muito improvável,

uma vez que o Livro é aberto nos seguintes termos: “Revelação de Jesus Cristo...” (Ap 1,1). O nome de Jesus Cristo, tão odiado e perseguido pelos romanos e judeus, está claro e límpido em suas primeiras palavras.  Se João tivesse montado o Apocalipse em código para torná-lo irreconhecível aos romanos e judeus, a meu ver ele perdeu todo o seu trabalho, abrindo-o com o nome de Jesus Cristo. Além do que, ele que estava ali eLivros, porque era um apóstolo de Jesus, testifica claramente que Jesus enviou um anjo a ele, João, prisioneiro romano, eLivros em Patmos (cita até sua ilha-prisão), e que devia enviar as cartas às sete Igrejas, fato este que denunciaria nominalmente aquelas comunidades. Também, acho pouco provável que o apóstolo dileto tivesse se acovardado com medo dos perseguidores. Como acho, ainda, menos provável que a recomendação de camuflar a mensagem tivesse partido do Alto, pois Jesus já havia ordenado a seus discípulos e apóstolos a saírem pelo mundo inteiro anunciando e testemunhando a Boa-Nova do Reino a toda criatura, povos e reinos. Todos os homens de todas as épocas e lugares eram e são os destinatários da Boa-Nova do Reino, inclusive romanos e judeus. A razão mais forte e clara para que eu não creia na camuflagem consciente, intencional, está no capítulo 22, versículo 10: “Não retenhas em segredo as palavras da profecia deste livro, pois o Tempo está próximo”. João não escreveu em linguagem camuflada, apenas viajou dois mil anos para o futuro e relatou o que via, com sua cultura do ano 96, utilizando as comparações necessárias, num esforço de se fazer entendido da melhor maneira possível. Talvez desejasse que seus contemporâneos entendessem o que escrevera, o que era simplesmente impossível. Só os legítimos destinatários

poderiam tomar conhecimento, brilhante reportagem!

com

clareza,

de

sua

16

A TEMPORALIDADE DAS FIGURAS    

No capítulo 4, versículo 1, temos:   Depois disso tive uma visão: havia uma porta aberta no céu, e a primeira voz, que ouvira falar-me como trombeta, disse: sobe até aqui, para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas.  

No capítulo 1, versículo 1, vem:   Revelação de Jesus Cristo: Deus lha concedeu para que mostrasse aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em breve.  

Se as coisas devem acontecer muito em breve é porque não estavam ocorrendo e muito menos já haviam acontecido naquela época, ou antes. Depois destas indica um indeterminado período de tempo e não de lugar. Em breve e depois destas a mim me indicam um futuro qualquer, mas nunca o presente. Apontam-me qualquer período após e não fatos daquele tempo. E qual era o presente então? O ano 96. João já havia visto e descrito a sua época e agora iria presenciar outras realidades, depois. Resta-nos ler seu depoimento, e a partir de seu tempo, procurá-las pela história. É aí que eu digo: tem-se que pegar a narração dos acontecimentos e procurá-los ao longo do tempo. Como o texto diz depois destas, acho um absurdo a teimosia de se afirmar que era durante estas. Durante nunca foi sinônimo de depois. Prefiro ficar com o texto; prefiro ficar com depois destas.    Isto me joga para frente do ano 96. Aí, a partir do ano 97 comecei a procurar, na história cristã e universal os fatos

que João vira e que estão escritos no Apocalipse, aparentemente através de figuras. E, devido a estas aparências de figuras e não descrições diretas, primeiro precisava resolver as dificuldades das figuras; precisava entendê-las; necessitava traduzir para o meu português corrente o sentido de cada figura. Era este o grande desafio. Após esgotar todas as possibilidades de que dispunha, não encontrei outros períodos em que pudesse situar o depois destas do Apocalipse, a não ser entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XXI, mais ou menos (conforme o gráfico da esperança). E fiquei bastante tranquilizado com este período, quando descobri na primeira encíclica do papa João Paulo II, esta declaração profética:   O mundo da época nova, o mundo dos voos cósmicos, o mundo das conquistas científicas e técnicas, nunca alcançadas antes, não será ao mesmo tempo o mundo que “geme e sofre” e “espera ansiosamente a revelação dos filhos de Deus?” [Grifos meus]. (Papa JOÃO PAULO II. Encíclica Redemptor Hominis, 04 de março de 1979, parágrafo II, item 8).  

Esta sua desconfiança, que julgo ser uma profecia, coloca, a meu ver, o mundo moderno como palco do Apocalipse.

17

SINAIS, E NÃO SÍMBOLOS     Ele a manifestou com sinais... ( Ap 1, 1 )  

No dicionário do Aurélio (1988), temos:   SINAL - do latim vulgar - signale - s.m. 1 - Aquilo que serve de advertência, ou possibilita conhecer, reconhecer ou prever alguma coisa... 2 - Expediente convencionado para se transmitir à distância, por meios visíveis ou auditivos, ordens, notícias, avisos, etc... 8 Marca, traço, vestígio... 9 - Sintoma...  

Vamos colocar em evidência as palavras-chave que nos interessam: transmitir à distância - prever - conhecer reconhecer - vestígios - sintomas - visíveis - auditivos. Os sinais manifestos pelo Anjo, no Apocalipse, têm por finalidade possibilitar aos cristãos (aos seus servos), a reconhecerem os vestígios de acontecimentos históricos concretos (visíveis) para conhecerem a verdade e saberem que foram previstos com grande antecedência: “Pois o Senhor Iahweh não faz coisa alguma sem revelar o seu segredo a seus servos, os profetas” (Am 3, 7). No livro da Sabedoria 8, 8, vem:   A Sabedoria conhece o passado e adivinha o futuro. Conhece o torneio das máximas, a solução dos enigmas, prevê sinais e prodígios, o desenrolar das épocas e dos tempos.  

No Livro do Eclesiástico 42, 18-19:   Ele sondou as profundezas do abismo e do coração humano, penetrou os seus segredos. Porque o Altíssimo possui toda a ciência e vê o sinal dos tempos: é Ele que anuncia o passado e o futuro e revela o fundo dos segredos.  

Dos textos acima, podemos, agora, ter uma ideia mais clara do Apocalipse 1,1: Revelação de Jesus Cristo: Deus lha concedeu para que mostrasse aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em

breve. Ele a manifestou com sinais por meio de seu Anjo, enviado ao seu servo João...  

Visível = acontecimento histórico concreto.   ... o qual atesta tudo quanto viu... ( Ap 1, 2 )  

Visível: do verbo ver, enxergar. João viu os acontecimentos na história. Para acabar de vez com a dúvida e a teimosia dos escolásticos, João fez uma declaração que a partir daí, só não entende quem não tiver a fim: “Eu, João, fui o ouvinte [auditivo] e a testemunha ocular destas coisas [visível]. Tendo-as ouvido e visto, prostrei-me para adorar...” (Ap 22, 8). Testemunha ocular tira, para mim, qualquer conotação de dedução, inspiração ou força de expressão literária. Testemunha ocular, a meu ver, cancela a hipótese de João ter, por inspiração Divina, montado um texto literário com figuras escolhidas, trabalhadas, selecionadas e camufladas, para denunciar as injustiças romanas e confortar os cristãos em extremas dificuldades. A citação testemunha ocular dos sinais me dá bases sólidas para questionar a teologia tradicional a respeito, uma vez que os sinais por ele vistos, que são fatos concretos na história, não foram por mim encontrados naquela época e não pude nem mesmo reconhecê-los ligados ao império romano, como ensina a teologia clássica e a interpretação histórica, mesmo porque, conforme o próprio Jesus afirma em Mat.24,14 e Mc.13, 10:   ... primeiro este Evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, como testemunho para todas as nações, então virá o fim.  

Um dos próprios sinais é a pregação (divulgação) universal do Evangelho; o fim só virá depois disto; os demais sinais do fim descritos por Jesus nos sinóticos só

têm razão de ser a partir do momento em que o Evangelho começa a ser anunciado no mundo inteiro. É querer ser bastante teimoso insistir em procurar os demais sinais do fim antes que o Evangelho venha a se tornar conhecido em todo o mundo. Após o Evangelho ser anunciado em todas as nações, então, a partir daí, depois daí é que virá o fim. E basta lembrar que a América só foi descoberta na última década do século XV. Conforme veremos adiante, em detalhes, João captou, com uma precisão impressionante, acontecimentos e objetos comuns na nossa civilização atual.  Todos os fatos, os objetos e as situações anotadas por ele são de fácil conhecimento e acesso a todos os homens em toda a Terra. É incrível como não é utilizado nenhum fato, nenhum objeto e nenhuma situação que não seja ou que não possa vir a ser do conhecimento de qualquer pessoa, independentemente de sua localização geográfica, histórica e de sua condição cultural. Ninguém poderá alegar ignorância. Ninguém poderá alegar não ter nada a ver com o Apocalipse; todos: grandes e pequenos, ricos e pobres, cultos e analfabetos, estão no bojo do contexto de responsabilidades do Apocalipse. É extraordinária a universalidade deste livro, e é muito mais impressionante, ainda, como ele coloca cada homem no centro de responsabilidade do todo.

18

É O APOCALIPSE UM CASTIGO DE DEUS?    

Uns dizem que sim, outros dizem que não. Eu digo que sim e que não. Não há efeito sem causa e causa sem efeito. E se cada causa produz um efeito, supõe-se uma lei prévia. Havendo uma lei prévia, alguém a determinou. E se está determinada e não pode ser burlada, então quem a decretou é o que dirige os acontecimentos. Contudo, se dentro da lei de causa e efeito aqueles que estão a ela obrigados têm no mínimo duas opções, o Bem e o Mal, então assim são responsáveis pelos resultados benéficos ou maléficos que vierem a ocorrer sobre si. Não há uma terceira possibilidade, assim como também não é possível não se incluir em uma das duas. Por isso eu digo que o Apocalipse é e não é um castigo de Deus. No livro do Eclesiástico sanamos todas as nossas dúvidas a respeito: “Não digas: ‘É o Senhor que me faz pecar’, porque ele não faz aquilo que odeia” (Eclo 15, 11). Em assim sendo deduzo que não existe punição ou recompensa, só escolha:   “Desde o princípio ele criou o homem e o abandonou nas mãos de sua própria decisão. Se quiseres, observarás os mandamentos: a fidelidade está no fazer a sua vontade. Ele colocou diante de ti o fogo e a água; para o que quiseres estenderás a tua mão. Diante dos homens está a vida e a morte, ser-te-á dado o que preferires. É grande, pois, a sabedoria do Senhor, ele é todo-poderoso e vê tudo. Seus olhos veem os que o temem, ele conhece todas as ações do homem. Não ordenou a ninguém ser ímpio, não deu a ninguém licença de pecar”. ( Eclo 15, 14-20 )  

No Apocalipse, podemos entender o porquê da advertência do Anjo a respeito de se alterar as Escrituras:

  Se alguém lhes fizer algum acréscimo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro. E se alguém tirar algo das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará também a sua parte da árvore da Vida e da Cidade Santa, que estão descritos neste livro. ( Ap 22, 19 )  

O Apocalipse é um livro doce e amargo. Doce da parte de Deus e amargo da parte de satanás e do Homem. O que se escolher, isto se terá. A Deus pertence elevar e glorificar, como também condenar e destruir. A nós, nos cabe esperar confiantemente a Salvação, como também não nos cabe esforçar para suprimir a Justiça de Deus.   Iahweh é paciente, mas grande em poder. Mas a nada deixa Iahweh impune. ( Na 1, 3 )  

O Apocalipse deve ser lido e entendido no todo, ainda que neste todo haja passagens terríveis e cruéis. Há uma palavra, bem no seu início, que tem um valor e uma profundidade imensa:   ... para que mostrasse aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em breve. ( Ap 1, 1 )  

Por que devem e, não, deverão? Será que Deus tinha alguma dúvida sobre os acontecimentos futuros? Por que utilizou o verbo no condicional, no presente do indicativo, e não, no futuro do presente? Não é por alguma limitação Divina! É um voto de esperança (confiança) à humanidade. Deus deve ter ficado sobremaneira admirado da grande irresponsabilidade do homem, ao ver em seu longínquo futuro: a extinção do verde; a poluição ambiental; a desestabilidade do ecossistema; o incrível índice de violência; o crescimento total do materialismo; o grave declínio da fé; a escassez de amor; o inacreditável potencial do armamento nuclear, capaz de destruir todo o planeta, várias vezes!

Um quadro horripilante, “para deus nenhum botar defeito”. O Criador viu e preferiu não acreditar. Preferiu não querer acreditar. Optou por dar um voto de confiança à humanidade. Por isto é que escreveu devem. Ao analisar o futuro negro e mortal da raça humana e do próprio planeta que criara com tanto amor e carinho, com infinita sabedoria e perfeição, admirou-Se de que o Homem pudesse produzir tanta morte. No entanto, os fatos nos mostram que os Seus votos de confiança foram em vão. Tudo nos prova e nos confirma que O MUNDO ACABOU, conforme as escrituras... e que, de fato, estamos na fase dos funerais, que serão pelo processo de cremação.

19

APOCALIPSE: O LIVRO DOCE E AMARGO     Feliz o leitor e os ouvintes das palavras desta profecia, se observarem o que nela está escrito, pois o tempo está próximo. ( Ap 1, 3 )  

Feliz é igual a Bem-Aventurado. Logo, o ler e o ouvir o Apocalipse e a sua observação, é uma bemaventurança. E pergunto: – Por que é que este Livro se tornou temido, aterrorizante, maldito e proibido? A grande maioria da cristandade foge do Apocalipse como o diabo foge da cruz! – Quem induziu a temer o “consolo de Deus aos seus servos?”. – Quem foi que decretou infeliz no lugar de feliz? O Apocalipse é a conclusão dos planos de amor de Deus para com seus “servos”, seus “eleitos”. É, igualmente, a execução da Justiça divina contra todos aqueles que se fazem seus inimigos e inimigos de seus “servos”. – Quem fomentou o menosprezo pela justiça Divina e a encobrir os pecados dos perversos, e a considerar Deus duro demais para com todos aqueles que, conscientemente, não o querem amar?   Serpentes! Raça de víboras! Como haveis de escapar ao juízo da geena? Por isso vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis, a outros açoitareis em vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade. E assim cairá sobre vós todo o sangue dos justos derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo: tudo isto sobrevirá a esta geração. ( Mt 23, 33-36 )  

Tomei o livrinho da mão do Anjo e o devorei: na boca era doce como mel; quando o engoli, porém, meu estômago se tornou amargo. ( Ap 10, 10 )  

O Apocalipse é ao mesmo tempo um livro que causa grande medo e dá grande paz e confiança. Causa tristeza e alegria. Tudo depende do que a pessoa escolher. E só existem dois lados possíveis:   E serão reunidas em sua presença todas as nações e ele separará as ovelhas dos cabritos, e porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. ( Mt 32 – 33 )     E dirá o rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu pai... (Mt 25, 34) Em seguida, dirá aos que estiverem à sua esquerda: apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno... ( Mt 25, 41 )  

Quem não crê em Jesus Cristo, ao ver os acontecimentos (sinais) terríveis do mundo, se entristece, pois não tem esperança. Os que creem, presenciando os mesmos fatos (sinais) terríveis, se alegram, pois sabem que o seu Senhor está chegando e com Ele a recompensa, a salvação eterna.   Quando começarem a acontecer estas coisas, erguei-vos e levantai a cabeça, pois está próxima a vossa libertação. ( Lc 21, 28 )  

Não há momento mais esperado para os filhos de Deus do que a volta de Jesus Cristo. Com ela, a imortalidade e a felicidade para sempre. O próprio Apocalipse incentiva os “servos” do Senhor a orar insistentemente por Sua volta gloriosa: “Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22, 20). Os que não creem levarão um tremendo susto com sua volta repentina, entrarão em pânico e grande medo:   Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem e todas as tribos da terra baterão no peito e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória. ( Mt 24, 30 )

 

O Apocalipse é assim um misto de alegria e tristeza. Cabe ao Homem escolher uma ou outra coisa.

20

APOCALIPSE: APOTEOSE DAS SAGRADAS ESCRITURAS    

Ora, o Salvador do Evangelho é uma pessoa humilde, pobre, capturado, sentenciado e morto da forma mais vergonhosa possível... depois, alguns diziam tê-lo visto ressuscitado e, após, ascendido ao céu. Cá, ficaram os cristãos, juntos com toda a humanidade, escravizados pelos romanos, pelos ingleses, espanhóis, portugueses, americanos, russos e outros. Restava uma pergunta a ser respondida: – qual é a moral de tudo isto e o seu desfecho? Aí entra o Apocalipse em cena concluindo a história dos filhos de Adão. E é absolutamente verdadeiro, uma vez que é coerente com todo o enredo das Sagradas Escrituras e as finaliza numa apoteose monumental, desvelando à humanidade o caminho do Jardim do Éden, o Paraíso, de onde fora expulsa (por culpa própria) há mais de seis mil anos. Então, o Apocalipse é o momento sublime em que Deus aposenta o querubim e retira a espada de fogo da porta do Paraíso. Esta porta, agora, se abre para a humanidade. E só sabem o seu caminho e a encontram de fato, os que creem e que vivem Jesus Cristo, porque é Ele, a própria porta do Paraíso:   Quem crê no Filho tem a vida eterna. Aquele, porém, que recusa crer no Filho não terá a Vida e a ira de Deus permanece sobre ele. ( Ap 3, 36 )   Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao pai a não ser por mim. ( Jo 14, 6 )  

Sem o Apocalipse, a História Sagrada seria como um romance em que estivessem faltando as últimas páginas. No entanto ele é o extraordinário happy-end deste sistema

de Adão à Parusia; é o grande debut dos irmãos de Jesus, os filhos de Deus, na eternidade... Entretanto, satanás, desesperado nos dias do Apocalipse, “sabendo que lhe resta pouco tempo”, agirá como nunca agiu, desde o começo do mundo e nem agirá depois. Ele provocará aquilo que Jesus chama de “A grande Tribulação”. Serão dias difíceis, como nunca houve antes e nem haverá depois. Os filhos de Deus devem compreender o recrudescimento do mal, nestes dias. Sem desesperar, sem perder a fé, sem se abaterem, porque:   Pois naquele tempo haverá uma grande tribulação, tal como não houve desde o princípio do mundo até agora, nem haverá jamais. E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma vida se salvaria. Mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados. ( Mt 24, 21-22 )   Os homens desfalecerão de medo, na expectativa do que ameaçará o mundo habitado, pois os poderes dos céus serão abalados. E, então verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. Quando começarem a acontecer estas coisas, ergueivos e levantai a cabeça, pois está próxima a vossa libertação. ( Lc  21, 26-28 )  

Nos momentos de maiores sufocos e dores, com a sensação de que não poderá haver nada de pior, que não há mais esperança, que todos serão terrivelmente martirizados, então, é justamente nesta situação que “os dias serão abreviados”. E quando Deus fala de abreviação, podemos ter a certeza de que é um período extremamente curto. As dores, os desesperos, a sensação de que nunca termina, terão um lapso de tempo curtíssimo. Assim, podemos calcular a volta de Jesus pelo agravamento da Tribulação generalizada. Como é inevitável,

por ironia, poder-se-ia dizer que, para os eleitos, quanto pior, melhor! E, já faz tempo que “estou de pé, com a cabeça erguida!”.

21

SEQUÊNCIA DAS REVELAÇÕES    

João, que está no mundo espiritual é deslocado, na Terra, desde a segunda metade do século XIX até, provavelmente, a metade do século XXI, ou um pouco mais. E tudo o que vê e ouve, passa a descrever, narrar e dissertar, com o seu padrão de conhecimento, os de sua época, do ano 96. Tudo o que viu e ouviu, dentro do referido período, dividiu em sete etapas. Nomeou a cada uma de selo; são sete selos; sete etapas. Os selos estão mais relacionados com a história geral. Subdividiu o sétimo selo em sete partes, ou etapas, e as chamou de trombetas; sete trombetas. As trombetas apontam para o meio ambiente, a ecologia.   O mesmo ocorre com a sétima que é, também, dividida em sete partes ou etapas, que nominou de taças. São sete taças. As taças tratam das dores e dos sofrimentos humanos. Tanto os selos, como as trombetas e taças, não apenas se sucedem, mas vão se sobrepondo e se depositando, na história, de uma forma progressiva e irreversivelmente catastrófica, exceto a descrição do paraíso.    

22

RECORDANDO OS ASPECTOS DAS FIGURAS    

O Apocalipse é composto por vinte e dois capítulos. O primeiro é prólogo e introdução, o segundo e o terceiro tratam especificamente da igreja primitiva, e os outros vinte, da Igreja do futuro. Estaremos ocupados, doravante, com estes vinte capítulos. Recordemos os aspectos de dificuldades que temos:  

– João é um homem do ano 96, deslocado para os séculos dezenove a vinte e um.   – Ele descreve, narra e disserta com sua cultura normal.   – Os fatos e objetos são de nosso tempo, modernos.    – João não sabe o nome do que vê e por isto não nomeia, mas compara com o que conhece.   – Ele está na eternidade, por isso o texto parece fora de ordem, fora de cronologia.   – Mesmo sendo um livro destinado a todos os cristãos e a todo ser humano, conserva muito de pessoal de João.   – Devemos ter sempre em mente que ele escreveu sob tensão emocional e que, por isso, algumas expressões são de seu foro íntimo.   – Nossa capacidade pessoal é humilde e limitada.  

– O Apocalipse é para ser estudado sob diversos aspectos.   – As figuras só podem ser compreendidas após os fatos acontecerem na história.   – Muitos fatos aconteceram e ainda não os podemos reconhecer.   – Inúmeros outros estão ocorrendo à nossa volta e precisamos de tempo para compreendê-los.   – Diversos outros estão ainda por ocorrer e não há como antecipá-los.

23

A CHAVE DO APOCALIPSE  

POR QUE JOÃO É REPÓRTER E O APOCALIPSE REPORTAGEM    

Considerando que João saíra do Tempo e Espaço e entrara na Eternidade:   Depois disso, tive uma visão: havia uma porta aberta no céu, e a primeira voz, que ouvira falar-me como trombeta, disse: “sobe até aqui, para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas”. ( Ap 4, 1 )  

Esta uma porta aberta indica uma passagem dimensional. Ela permite o trânsito do mundo material (Terra, o universo e o Homem) para o mundo espiritual (onde há seres exclusivamente espirituais: os anjos e Deus). Uma, porque é única, exclusiva: não há similar. Aberta, com o sentido de que João não provocou a abertura. Quem a abriu foi Alguém não de cá, do mundo material, mas de lá, do mundo espiritual. A porta está no céu, fora do alcance humano. Sobe até aqui deixa mais claro que a porta estava acima, além do humano. Indica, também, que a condução do diálogo e da ação parte do alto, é de iniciativa superior. Não é obra do Homem, mas divina. Isto prova que o Apocalipse não é uma inspiração humana. João, apenas segue as ordens e as instruções que recebe, não tendo, portanto, nenhum tipo de iniciativa.   Fui imediatamente movido pelo espírito: eis que havia um trono no céu, e no trono, Alguém sentado... ( Ap 4, 2 )  

Ao dizer “fui movido”, comprova a condução celeste dos eventos. João é um agente passivo no contexto. “Pelo espírito” equivale-se a dizer, por Deus, pelo Espírito Santo de Deus. João é envolvido, absorvido pelo mundo Espiritual. Como preciso determinar que João é um repórter e o Apocalipse uma reportagem, o texto básico para comprovar esta conclusão está no capítulo 4, versículo 1:   Sobe até aqui, para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas.  

“Mostre” é mostrar, simplesmente, assim como alguém que mobilia seu apartamento e convida a um seu amigo para lhe mostrar. Ou, como quem está a procura de um determinado lugar e alguém se prontifica a lhe mostrar o mesmo. E também no capítulo 1, versículo 11:   Escreve o que vês, num livro e envia-o às sete Igrejas...  

Como é que chamamos, em linguagem jornalística, a alguém que vai a algum lugar presenciar (ver) um acontecimento e anotar, por escrito, o que vê e publicar o que viu? A uma pessoa assim denominamos de repórter. Ao que ela escreveu e publicou, chamamos reportagem.   Unindo o versículo 1 do capítulo 4 com o versículo 11 do capítulo 1, temos a prova perfeita desta afirmação:   ... sobe até aqui, para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas. Escreve o que vês num livro e envia-o às sete Igrejas.  

Sem nenhum medo de errar, no que se refere ao Apocalipse, posso afirmar que João é repórter. E, em assim sendo, nada mais natural do que considerar o que um repórter escreve, como reportagem.

TERCEIRA PARTE    

  A POSSÍVEL INTERPRETAÇÃO

24

O PORQUÊ DO SÍMBOLO DO SELO    

Toda correspondência oficial utiliza selo. Não pode ser violada. Até que o destinatário a receba e abra, só o remetente é quem sabe o seu conteúdo. O mensageiro, ou correio, ou carteiro, ou qualquer terceiro, em nenhuma hipótese pode violar qualquer correspondência. Selo é sinal de segredo. O Apocalipse é uma “carta”, aliás, “sete cartas” (às sete Igrejas). Uma expressão popular assenta perfeitamente aqui: “trancado a sete chaves”.   Quem é seu remetente? Está claro na abertura do Livro: “Revelação de Jesus Cristo. Deus lha concedeu” (Ap 1, 1). Logo, o remetente, indiscutivelmente, é Deus. Quem é seu destinatário?   ... para que mostrasse aos seus servos... ( Ap 1, 1 )  

Seus servos: servos de Jesus Cristo; os cristãos. Remetente: Deus. Destinatário: Os cristãos.  

O restante da humanidade, os não “seus servos” não são destinatários diretos, mas indiretos, através dos cristãos. Este “aos seus servos” me deixa crer que o Apocalipse não é um livro de alerta à humanidade; de conselho à humanidade; de ultimato à humanidade. O alerta, o conselho e o ultimato, é o Evangelho. O Apocalipse é dirigido aos cristãos. Para o mundo, ele não tem importância. Se para o mundo, Cristo não importa,

muito menos o Apocalipse. E vemos, logo no seu início, que ele é endereçado aos cristãos:   ... para que mostrasse aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em breve. ( Ap 1,1 )   Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ensinei... ( Mt 28, 19 – 20 ) Ide por todo o mundo, proclamai o evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for batizado será salvo; o que não crer será condenado. ( Mc 16, 15 – 16 )   E este Evangelho do Reino será proclamado no mundo inteiro como testemunho para todas as nações. E então virá o fim. ( Mt 24, 14 )  

O Evangelho não caducou a ponto de Deus providenciar um substituto. Estou convencido de que se deve pregar o Evangelho, da porta da Igreja para fora, e o Apocalipse, da porta da Igreja para dentro! O Apocalipse é um livro de consolo, de conforto “aos seus servos” que estão atravessando o período mais difícil da história da humanidade: “O fim dos Tempos”.  Os selos estão mais diretamente relacionados com a história dos séculos XIX ao XXI, faz-se necessário repetir isto! Então, os cristãos deste período são os únicos que podem “abrir a carta”, isto é, entender o Apocalipse.

25

O PRIMEIRO SELO     Vi quando o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos, e ouvi o primeiro dos quatro Seres vivos dizer como o estrondo de um trovão: “Venha!” Vi então aparecer um cavalo branco, cujo montador tinha um arco. Deram-lhe uma coroa e ele partiu vencedor e para vencer ainda. (Ap 6, 1-2 )

O cavaleiro do cavalo branco empunhava um arco. E saiu como vencedor e para tornar a vencer, o que indica que seja um guerreiro. Que está em guerra. O arco é um instrumento rudimentar, primitivo, de guerra; é considerado uma arma branca, o que significa que esta guerra, comparada com as seguintes, é menos evoluída. Como tudo no Apocalipse é universal, mundial, nos relatos deste período (séculos XIX a XXI) podemos interpretar o primeiro selo como sendo a primeira guerra mundial.

26

O SEGUNDO SELO     Quando abriu o segundo selo, ouvi o segundo Ser vivo dizer: “Venha!” Apareceu então outro cavalo, vermelho, e ao seu montador foi concedido o poder de tirar a paz da terra, para que os homens se matassem entre si. Entregaram-lhe também uma grande espada. ( Ap 6, 3-4 )  

Ao cavaleiro do cavalo vermelho foi dado tirar a paz da terra, fazendo os homens matar uns aos outros. O contrário de paz é guerra. Matar uns aos outros é guerra. Ao dizer “da terra”, significa do mundo inteiro, mundial. Ele empunha uma espada. Em comparação com o arco do primeiro cavaleiro, a espada representa uma grande evolução tecnológica. Então, fica evidenciado que João percebeu que esta guerra mundial foi muito mais evoluída que a anterior, e que por isso mesmo, muito mais sangrenta e mortal. O segundo selo é a segunda guerra mundial.

27

O TERCEIRO SELO   Quando abriu o terceiro selo ouvi o terceiro Ser vivo dizer: “Venha!” Eis que apareceu um cavalo negro, cujo montador tinha na mão uma balança. Ouvi então uma voz, vinda do meio dos quatro Seres vivos, que dizia: “Um litro de trigo por um denário e três litros de cevada por um denário! Quanto ao óleo e ao vinho, não causes prejuízo”. ( Ap 6, 5-6 )  

O cavaleiro do cavalo negro, preto, empunha uma balança. Ele está a medir e a tabelar o preço dos alimentos da cesta básica (para a cultura de João, trigo e cevada; para os brasileiros corresponde ao arroz e feijão), aqueles alimentos minimamente necessários para a alimentação do ser humano. A presença da balança pesando quilo a quilo indica um racionamento, pois a medida aqui estipulada representa a refeição diária de uma pequena família. Isto sugere falta de alimento e que uma providência de racionamento é efetivada. O óleo (azeite de oliva) e o vinho, não fazem parte da cesta básica do pobre. Eles podem ter como correspondentes modernos como indicadores de riqueza, o champanhe e o caviar, estes presentes apenas nas mesas dos ricos. Ao dizer para não prejudicar o alimento dos ricos, fica claro que o mundo está divido em ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres. “Não prejudicar” dá a entender a não partilha dos alimentos por parte dos ricos. Tem um ditado que diz que a fome é negra. A cor do cavalo do terceiro selo.   Então, o terceiro selo, por todos os motivos, é a fome que se alastra pelo mundo, no período referido.

28

O QUARTO SELO     Quando abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto Ser vivo que dizia: “Venha!” Vi aparecer um cavalo esverdeado. Seu montador chamase “a Morte” e o hades o acompanhava. Foi-lhe dado poder sobre a quarta parte da terra, para que exterminasse pela espada, pela fome, pela peste e pelas feras da terra. ( Ap 6, 7-8 )

  O quarto selo enumera um conjunto de diversas formas de sofrimento e morte que ocorrem no planeta: conflitos e guerras regionais disseminados pelas nações; epidemias localizadas e as pandemias (diversas gripes, aids, ebola, infecções hospitalares, dengues, câncer).  E mais uma vez a referência à fome que grassa pelo mundo. Todas estas coisas gerando muito sofrimento e morte.

29

O QUINTO SELO     Quando abriu o quinto selo, vi sob o altar as vidas dos que tinham sido imolados por causa da Palavra de Deus e do testemunho que dela tinham prestado. E eles clamaram em alta voz: “Até quando, ó Senhor santo e verdadeiro, tardarás a fazer justiça, vingando nosso sangue contra os habitantes da terra?”. A cada um deles foi dada, então, uma veste branca e foi-lhes dito, também, que repousassem por mais um pouco de tempo, até que se completasse o número dos seus companheiros e irmãos, que iriam ser mortos como eles. ( Ap 6, 9-11 )    

O quinto selo ocorre unicamente no Céu, no mundo espiritual. Lá, João presencia a súplica angustiante dos mártires a Deus. Foram cruelmente martirizados: queimados vivos, devorados por feras famintas em espetáculos públicos, crucificados, degolados, baleados. Somente porque amaram a Deus e ao próximo. Também, o pedido deles expressa o desejo de todos os mortos que se encontram no céu, ansiosos pela ressurreição, para poderem retornar à vida na Terra. Nenhum ser humano foi criado para viver separado do corpo! Esta é uma condição anormal para o Homem, mesmo que esteja salvo no Céu. Deus não os deixa sem resposta. Pede para aguardarem um pouco mais de tempo, pois o número dos Seus filhos que habitarão a Terra para sempre ainda não está completo. E, o “vesti-los com roupas brancas” significa um conforto especial enquanto durar aquela situação.

30

O SEXTO SELO    

O sexto selo será analisado adiante junto com a sexta trombeta e a sexta taça. Tratam do mesmo evento e se completam. Por causa disto resolvi chamá-los de “os eventos de número seis”.

31

O SÉTIMO SELO    

O sétimo selo, como já foi dito, é dividido em sete partes, e cada uma delas é chamada de trombeta. Então, o sétimo selo são as sete trombetas, que serão analisadas a seguir.

32

O PORQUÊ DO SÍMBOLO DA TROMBETA    

Naquela época, a de João, não havendo os meios de comunicação modernos (televisão, rádio, jornal, internet), havia, em condições precárias, o correio. Quando o governante queria notificar algo à população, uma notícia ou um decreto, ele enviava seus emissários, a cavalo, de cidade em cidade. O emissário levava por escrito o decreto ou a notícia e, em se chegando a uma cidade, este percorria suas principais ruas, tocando uma trombeta e depois se dirigia à praça principal. Todo o povo, quando ouvia a trombeta, corria para lá, pois já sabia que do rei vinha novidades. Logo, trombeta significa AVISO. São Paulo, escrevendo aos romanos, observa que não só a natureza, mas toda a criação sofre as consequências do pecado, tanto do original como dos pessoais, da raça adâmica:   Pois a criação em expectativa anseia pela revelação dos filhos de Deus. De fato, a criação foi submetida à vaidade - não por querer, mas por vontade daquele que a submeteu - na esperança de ela também ser liberta da escravidão da corrupção para entrar na liberdade da glória dos filhos de Deus. Pois sabemos que a criação inteira geme e sofre as dores de parto até o presente. ( Rm 8, 19-22 )  

Como já disse, as trombetas se referem ao meio ambiente, a natureza. Nelas, João relata a situação da ecologia nos períodos cobertos pelo Apocalipse.

33

A PRIMEIRA TROMBETA     E o primeiro tocou... Caiu então sobre a terra granizo e fogo, misturados com sangue: uma terça parte da terra se queimou, um terço das árvores se queimou e toda vegetação verde se queimou. ( Ap 8, 7 )  

Antes de fazermos uma análise técnica desta trombeta, é de suma importância atentarmos para um detalhe impressionante entre este versículo do Apocalipse e as reportagens atuais.     Apocalipse:   ... uma terça parte da terra se queimou, um terço das árvores...  

O jornal Diário da Manhã (Goiânia, julho de 2007), traz uma reportagem sobre um relatório da ONU, mais precisamente de um de seus departamentos, a “Rede Internacional sobre Água, Meio Ambiente e Saúde”. Este relatório é fruto de uma conferência internacional realizada em dezembro de 2.006 na cidade de Argel, na qual cerca de 200 especialistas estudaram as políticas internacionais para combater a desertificação. Entre outras coisas, diz o seguinte:     O que é mais grave é que a desertificação pode afetar nos próximos anos 2 bilhões de pessoas, um terço da população total do planeta. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 9 julho de 2007, caderno brasil/mundo, página 8).    

A quantidade de destruição, em ambos os casos é de “um terço”. Será que estes 200 especialistas, quando fizeram o seu relatório, tinham em mãos o livro do Apocalipse e o meu, e de comum acordo decidiram usar as mesmas afirmações, só para concordarem com minha interpretação,

apoiando-me contra os ataques dos teólogos que dizem ser ela um mero concordismo? Claro que não! Passamos, então, em primeiro lugar, a analisar os aspectos técnicos. É inegável que tanto o frio intenso (geada) e o calor (seca) são inimigos naturais da vegetação. Algo que aparece como novidade aqui é o sangue. Ora, o sangue nos animais tem paralelos funcionais e estruturais com a seiva das plantas. Isto sugere algo interno às plantas. Se na geada e na seca o ataque é externo, no caso da comparação com o sangue, indica um ataque interno. Uma reação que interfira, internamente, no seu metabolismo. Isto leva a considerar a chuva ácida. Adiante, trataremos em detalhes da chuva ácida. A extinção do verde avança a passos largos e está à vista de qualquer um. Por várias formas ela se processa. Entre as quais:    

– Grandes desmatamentos para a agricultura e pecuária.   – Grandes desmatamentos para a exploração de minérios.   – Grandes desmatamentos para a industrialização da madeira.   – Grande imersão de áreas verdes e florestas em lagos artificiais para o abastecimento potável e as hidrelétricas.   – Grandes desmatamentos para a ocupação civil – cidades.   – Grandes incêndios naturais e criminosos.  

Estes são apenas alguns dos processos de extinção do verde. Os mais tradicionalmente conhecidos. Modernamente, muito em nossos dias, surge outro novíssimo meio: a chuva ácida. Já que o apóstolo fez comparação com o sangue, eu digo que a chuva ácida está para o vegetal assim como a AIDS está para o homem. Também, deve-se considerar que, com o advento da era industrial que cria máquinas sofisticadas, a rapidez de manipulação da madeira e dos vegetais tornou-se muitas vezes maior do que a capacidade de reposição natural da área verde devastada. Para isto, basta se indagar: quantos anos são necessários para que uma árvore, a partir da semente, cresça e atinja sua plenitude? Com as máquinas modernas, quantas árvores se consegue destruir, no mesmo tempo que esta nova árvore gasta para se tornar plena? Isto, se a área destruída fosse imediatamente replantada. Mas, quem se ocupa em gastar dinheiro com o replantio de uma floresta que consumiu, sabendo que o lucro obtido não é suficiente para replantar e “cultivá-la” e, ainda mais, sabendo que esta nova área só poderia ser consumida após dezenas de anos? E assim por diante... Muitos governos, principalmente os dos países ricos, na velha Europa, que praticamente já extinguiu quase toda a área verde natural, preocupam-se em demarcar as áreas florestais restantes para, assim, protegê-las do extermínio total. Estes governos criam leis e cercas que impedem o “machado” de entrar nas florestas. Julgavam esta medida satisfatória, o suficiente para a preservação de suas relíquias florestais. Para ilustrar que esta atitude é insignificante na cicatrização da mãe-natureza, citarei, a seguir, um artigo da revista Reader’s Digest (fevereiro de 1985), que trata, particularmente, sobre a chuva ácida:    A chuva ácida está cobrando um tributo assustador por toda a Europa, e urge iniciar uma ação conjunta antes que seja tarde demais.

Atualmente ela já afetou quatro milhões de hectares de florestas, ou seja, cerca de 15% dos bosques do velho continente, e a destruição prossegue. A chuva ácida é uma mistura de gases tóxicos (principalmente anidro carbônico e diversos ácidos de nitrogênio proveniente de caldeiras de combustão a carvão e a óleo, e dos motores dos carros) que reagem com a umidade natural, formando os ácidos sulfúricos nítricos. Ao sabor do vento os gases tóxicos, lançados na atmosfera pelas grandes chaminés e pelo calor que se eleva das cidades, podem depositar-se ao longo de centenas de quilômetros, muitas vezes atravessando as fronteiras nacionais. Como é natural, esta precipitação é interceptada pelas florestas das encostas (No Brasil as encostas da serra do Mar, para as indústrias de Cubatão), e estes produtos químicos corrosivos fabricados pelo homem acumulam-se o suficiente para matar peixes nos lagos, envenenar árvores e corroer edifícios. Poucos países foram poupados. Na Áustria, 9% das florestas estão “doentes” e 14% das da Suíça vêm perecendo, inclusive as resistentes espécies alpinas que ajudam a impedir as avalanchas (idênticas às da Serra do Mar em Cubatão). Na Bélgica, na Holanda e na França os pinheiros já foram atingidos. Um terço das árvores da Alemanha Ocidental está moribundo. O primeiro sintoma é a diminuição das agulhas (nos Tennenbaum), tornando os ramos menos densos e frondosos. Depois, elas começam a amarelecer. Nesta altura, as copas das árvores, então de crescimento reduzido, parecem ninhos. Gradualmente, à medida que a árvore perece, a casca greta e ela, apodrecida, sucumbe facilmente aos insetos, ao fogo e às tempestades. A raiz também apodrece e dezenas de árvores quase que tombam, empurradas pelo vento. [Grifos meus]. (REVISTA SELEÇÕES-RIDER´S DIGEST. Rio de Janeiro, 1985).  

Muitas medidas técnicas e científicas estão sendo tomadas, mas estas seriam o equivalente a recolher um balde de leite derramado em terreno seco. Seria menos complicado, no caso do leite, recolher toda a terra onde o mesmo se derramou e por processos de decantação, de centrifugação e químicos, separar o leite, da terra.   Quando se pensa que todo o mal que podia acontecer sobre as plantas já ocorreu, surge, agora, uma possível terrível ameaça: o desaparecimento de abelhas. O jornal Diário da Manhã (Goiânia-maio-07), traz esta preocupante matéria:

  Um assunto tem dominado os principais órgãos de imprensa dos Estados Unidos: o desaparecimento das abelhas. O fato provoca prejuízos de bilhões de dólares aos apicultores, responsáveis por 2,4 milhões de colmeias, informa o jornal The New York Times. A principal preocupação dos produtores não é com a queda da produtividade, mas com os perigos futuros: a abelha é uma das principais responsáveis pela polinização das plantas. O grande cientista Albert Einstein (1879-1955) declarou: – Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, o homem terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas, não há polinização, não há reprodução da flora”. As abelhas simplesmente desaparecem e não deixam uma única suspeita, mas várias. Elas não aparecem mortas. A incógnita é que simplesmente desaparecem. As operárias apresentam uma desorientação e não retornam mais para as colmeias, onde ficam as rainhas. Podem ser vários os fatores para explicar o desaparecimento destes insetos. Uso de defensivos agrícolas, aquecimento global, ondas eletromagnéticas provocadas pela utilização de celulares, entre outros. A teoria mais forte recai na hipótese de que algum parasita desconhecido esteja atacando os animais. O apicultor americano Greg Mucky, proprietário da fazenda Terra Viva em Corralitos, na Califórnia, afirma ao Diário da Manhã, por telefone, que os animais estão desaparecendo de forma cada vez mais rápida, apesar de possuírem bom pólen, boa reserva, e ótimo clima.   O desaparecimento das abelhas já recebeu até mesmo um nome para identificar o fenômeno: Desordem de Colapso de Colônias (CCD, em inglês). (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 1° de maio de 2007, seção Cidades, página 9).  

Fica provado, assim, com apenas alguns exemplos, que a primeira trombeta é a extinção do verde. Este é o primeiro aviso de Deus. Duvidar é negar a fé no Apocalipse, pois não se pode negar a extinção do verde. Antigamente costumava-se negar a interpretação: hoje, a partir de hoje, quem quiser negar tem que negar o Livro, porque a história é inegável. Devemos lembrar, para aqueles que esperam a extinção total do verde para só depois acreditar, que o Livro diz “um terço da terra”, “um terço das árvores”, para significar que a extinção, embora grande, não será total.

Isto, porque, se Deus permitisse a extinção total do verde, a vida animal extinguiria simultaneamente. Haverá de restar verde para os incrédulos... a intenção primeira de Deus é a conversão de todos, e não a sua destruição. Haverá verde para os eleitos e para os incrédulos, até o dia último determinado, pois os fiéis estarão na Terra aguardando o seu Senhor!

34

A SEGUNDA TROMBETA     E o segundo Anjo tocou.... Algo como uma grande montanha incandescente foi lançado no mar: uma terça parte do mar se transformou em sangue, pereceu um terço das criaturas que viviam no mar e um terço dos navios foi destruído. ( Ap 8, 8-9 )  

João viu alguma coisa imensa, grande, sobre as águas do mar. E era incandescente, estava em brasas, ou seja, em chamas, queimava. Para alguma coisa se queimar na água, é preciso duas condições básicas: que flutue e/ou que com ela não se misture. Quem conhece os três elementos de composição do fogo sabe do que estou falando. A presença deste algo nas águas do mar torna grande parte dele em sangue, o que vale dizer, sem vida, morta, fazendo com que enorme quantidade de criaturas do mar seja morta.        A linguagem é sempre “um terço”; uma grande quantidade, mas que não chega, necessariamente, à metade. Ora, conhecemos o que é assim tão imenso e diretamente relacionado com altíssimo poder de combustão: os transatlântico-petroleiros e as plataformas de petróleo marítimos. Vistos de certa distância, estes gigantes equipamentos petrolíferos se parecem com um monte; verdadeiras montanhas a deslizar sobre as águas.

Muitos não valorizam esta ideia, dizendo que o mar é imenso e a poluição nele atirada se dissolve de alguma forma. Esta afirmação, além de incorreta, não leva em conta as correntes marítimas e as ondas que remetem a poluição de volta ao continente. Há uma lei no mar que faz com que tudo aquilo que não afunde e nem seja absorvido, retorne ao continente. Sabemos que o petróleo e seus derivados são mais leves que a água e com ela não se misturam. Sendo assim, em alguma praia serão depositados. Quando o Apocalipse fala de “um terço”, podemos concluir que este “um terço” seja, principalmente, a parte do mar na orla dos continentes; justamente nas regiões mais ricas em fauna e flora marítimas. Exatamente de onde o homem retira grande parte de sua alimentação. Esta trombeta está mais que comprovada diante dos acidentes com navios e plataformas de petróleo ao longo das costas dos oceanos no mundo inteiro, não obstante a técnica de recolhimento do combustível vazado. Pode parecer uma interpretação forçada, no entanto, estou apto a considerar qualquer outro algo que vier a flutuar e queimar sobre as águas do mar que não sejam os navios-petroleiros, as plataformas de exploração, e os demais navios, conforme o próprio texto acrescenta. Além dos esgotos não tratados, a segunda trombeta é a poluição do mar pelo vazamento de petróleo das plataformas e navios petroleiros. Quase sempre nestes desastres ocorrem explosões e muito incêndio.

35

A TERCEIRA TROMBETA     E o terceiro Anjo tocou... Caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha. E caiu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes. O nome da estrela é “Absinto”. A terça parte da água se converteu em absinto, e muitos homens morreram por causa da água, que se tornou amarga. ( Ap 8, 10-11 )    

O Jornal Diário da Manhã (Goiânia, dezembro de 2006), apresenta a seguinte reportagem:     Segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), publicado em novembro, aproximadamente dois milhões de crianças morrem por ano, devido à escassez de água. Um

terço

da

população

Ásia/Pacífico

não

dispõe

de

saneamento básico. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 30 de dezembro de 2006, secção Brasil/mundo, pág.11).    

Na terceira trombeta temos a relação com uma estrela. “Ardente como tocha” significa brilhante, nítida. Estrela, sempre significou ponto de referência. Antes da invenção da bússola a orientação da navegação era feita principalmente através das estrelas. Quando João realça a nitidez desta trombeta, quer dar um enfoque especial de segurança à interpretação correta. Quer afirmar que esta trombeta é extremamente percebível, visível, notável, porque envolve diretamente todas as pessoas, sem exceção. A primeira ocorre nas selvas e florestas. A segunda, nos mares e oceanos. Em ambas, “distante” da maioria

absoluta da população. Com a terceira, não; ela acontece no dia a dia de qualquer um; fácil de ser vista e constatada. Daí sua ênfase em compará-la com a estrela e a tocha brilhante. Esta trombeta se relaciona com as águas dos rios, lagos e fontes. A maior parte da água potável da humanidade é extraída dos rios, lagos e fontes. Nestes casos, ela está a céu aberto. “Fontes” significa as nascentes, poços, cisternas, cacimbas e os lençóis freáticos.  Quero ressaltar que a palavra “fonte” está estritamente ligada à pureza, cristalinidade e potabilidade das águas. Fonte é sinal de nascimento, de vida. Estrela é referência, sinal. No caso, o texto diz que o que caiu sobre as águas potáveis, puras, tem um nome: “Absinto”. E que, nela misturado, transforma-a em “Absinto”. Vejamos, no dicionário do Aurélio (1988), o que seja “Absinto”:   1. Pequena erva aromática europeia, da família das compostas (Artemísia absinthum), dotada de propriedades amargas, e cujas sumidades floridas são empregadas no licor de absinto, muito conhecido por suas propriedades tóxicas... [grifos meus].  

Embora de grande utilidade, o dicionário não esclarece muito sobre as propriedades da planta, pois é óbvio que esta não é sua finalidade primeira, mas traz uma palavra chave: tóxica. O absinto é uma erva composta, ou seja, exala odor e tem sabor. Em terras brasileiras o absinto tomou o nome de losna. Uma vez na água, esta se torna bastante amargosa, além de exalar um aroma forte e desagradável.

Absolutamente correta a descrição de João, pois a poluição torna as águas sujas e contaminadas (tóxicas). Nelas são jogadas todas as imundícies e podridões. Estas imundícies e os lixos, na água, fermentam e exalam horríveis odores, nauseabundos. A poluição faz as águas dos rios e lagos ficarem sujas e fétidas. A comparação com o absinto é exatíssima, pois a sua cor esverdeada e o seu amargor, as tornam indesejáveis ao paladar, o que se equivale à sujeira da água poluída que ninguém sente desejo de beber; o aroma forte e desagradável da planta e grandemente rejeitado pelo olfato equivale-se ao fedor intenso por elas exalado.    

Tendo olhos, não veem; tendo ouvidos não ouvem. ( Mt 13, 13-15 )

Eu digo: – tendo tato, não tocam; tendo olfato, não cheiram! Ora, a água Deus a criou para saciar a sede do homem e dos animais. 75% do Homem é água. E Ele a criou sem nenhum gosto e odor percebidos. No entanto, a criou saborosa. Grande é a magnificência criadora de Deus que fez a água extremamente deliciosa, ainda que sem sabor e perfume. Grande é a irresponsável e mortal capacidade destruidora do homem que adiciona à água um gosto intragável e um fedor insuportável. A terceira trombeta é a poluição das águas potáveis.

36

A QUARTA TROMBETA     E o quarto Anjo tocou... um terço do sol, um terço da lua e um terço das estrelas foram atingidos, de modo que uma terça parte deles se ofuscou: o dia perdeu um terço de sua luz, bem como a noite. ( Ap 8, 12 )  

O Jornal Diário da manhã (Goiânia-jan-05), num artigo realmente intrigante, diz o seguinte:   Cientistas acreditam que a Terra está recebendo uma quantidade cada vez menor de energia solar - e que, paradoxalmente, isto pode ser resultado do aquecimento global. Os pesquisadores chegaram a esta conclusão após terem analisado medições da luz solar colhidas nos últimos 50 anos. Eles acreditam que a redução do nível da luz solar se deva à poluição atmosférica. Partículas sólidas lançadas ao ar por poluentes – como cinza e fuligem – refletem a luz de volta para o espaço. O fenômeno está sendo chamado de “turvação global”. O primeiro cientista a observar o fenômeno da redução do nível de luz solar foi o britânico Gerry Stanhill, que comparou dados obtidos em Israel na década de 1950 com medições mais recentes e encontrou uma queda de 22%. A partir daí, ele procurou dados semelhantes sobre outros países e observou que a redução também se observava em vários outros lugares. Em partes da antiga União Soviética, ela chega a 30%, na Grã-Bretanha, a 16%, nos Estados Unidos, a 10%. Embora a variação seja grande de lugar para lugar, a estimativa é que o declínio tenha sido de 1% a 2% por década em um período de 50 anos. Seu trabalho, publicado em 2001, não teve grande repercussão, mas os resultados foram reforçados agora por uma equipe de pesquisadores australianos que utilizou métodos totalmente diferentes para avaliar a quantidade de luz solar que chega à terra”. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 26 de janeiro de 2005, seção Brasil/mundo, página 12).  

Para mim, que moro numa região não industrializada, fica difícil querer acreditar nesta trombeta. Aqui, o céu durante o dia é azul e limpo, e a noite claro e pontilhado de estrelas. No entanto, é só perguntar aos moradores de Cubatão e de outras cidades brasileiras industrializadas se não é verdade o que diz esta trombeta. E não só no Brasil,

mas em inúmeras regiões industriais do mundo: durante o dia o sol se parece com um tomate e, à noite, a visualização das estrelas é inexistente. O texto é extremamente exato: “uma terça parte deles se ofuscou...”. A forma de se ofuscar o sol e as estrelas, a partir da superfície da Terra, é a poluição atmosférica. Gases, poeira, fumaça, fuligem e outros corpos são lançados continuamente ao ar e em quantidade que elevam a milhares de toneladas e, com isto, ofuscam o sol, a lua e as estrelas. Então, a quarta trombeta trata da poluição do ar.

37

A QUINTA TROMBETA     E o quinto Anjo tocou... Vi então uma estrela que havia caído do céu sobre a terra: foi-lhe entregue a chave do poço do Abismo. Ela abriu o poço do Abismo, e dali subiu uma fumaça, como a fumaça de uma grande fornalha, de modo que o sol e o ar ficaram escuros por causa da fumaça do poço. E da fumaça saíram gafanhotos pela terra, dotados de um poder semelhante ao dos escorpiões da terra. Disseram-lhes, porém, que não danificassem a vegetação da terra, nem o que estivesse verde e as árvores, mas somente os homens que não tivessem o selo de Deus sobre a fronte. Foi-lhes dada a permissão não de matá-los, mas de atormentá-los durante cinco meses com um tormento semelhante ao do escorpião, quando fere um homem. Naqueles dias, os homens procurarão a morte, mas não a encontrarão; desejarão morrer, mas a morte se lhes fugirá. O aspecto dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos preparados para uma batalha: sobre sua cabeça parecia haver coroas de ouro e suas faces eram como faces humanas; tinham cabelos semelhantes ao cabelo das mulheres e dentes como os de leão; tinham couraças como que de ferro, e o ruído de suas asas era como o ruído de carros com muitos cavalos, correndo para um combate; eram ainda providos de caudas semelhantes a dos escorpiões, com ferrões: nas suas caudas estava o poder de atormentar os homens durante cinco meses. Como rei tinham sobre si o Anjo do Abismo, cujo nome em hebraico é “Abaddon” e, em grego, “Apollyon”. ( Ap 9, 1-11 )   

Sem dúvida alguma, estamos diante de um dos momentos fortes do Apocalipse. Nenhum outro texto, neste Livro, é tão completo em detalhes, movimentos e preciso nas suas descrições. É incrível a capacidade literária de João ao montar um quadro tão resumido, mas ao mesmo tempo riquíssimo em detalhes, movimentos e situações. Devemos nos recordar, aqui, para bem fixar, que ele está descrevendo e relatando coisas e fatos do século dezenove ao vinte e um, com a sua cultura do primeiro século, um lapso de tempo considerável, quase dois mil anos de diferença. Daí, utilizar coisas concretas de seu tempo para descrever coisas concretas do futuro, uma vez que só lhe foi dado ver e ouvir e, praticamente nada lhe foi

contado. Então, separaremos do texto, para tornar mais forte, e de uma forma visual, esta afirmação, as seguintes sentenças:  

– Semelhante ao do...   – O aspecto dos...   – Parecia haver...   – Eram como...   – Como os do...   – Como que de...   – Semelhante à dos...   – Como rei...   Tudo está comparado. Ele vê o objeto, não sabe o seu nome, então o compara com o que conhece. Para a leitura clara e direta do texto precisamos dar o nome do objeto, o nome que João não sabia. Assim, como se estivéssemos traduzindo um texto do chinês para o português, por exemplo. Nunca se pode esquecer que ele é um homem do primeiro século, narrando, dissertando e descrevendo fatos e objetos que somente estão presentes vinte séculos à frente. Mário Sanchez, o mais atualizado estudioso do Apocalipse de todos os que pesquisei, ainda em O Apocalipse Interpretado (1980), nos abre a visão para a leitura correta deste texto. Vejamos as principais citações:  

Aqui se descrevem as duas guerras mundiais de 1914 e 1939, em caricaturas tão perfeitas que se ouve a metralha e o ronco dos aviões. [...] Mas, vejamos a descrição: “abriu-se a caverna do Abismo (minas do sub-solo) e da caverna (altos fornos) subiu fumaça como de grande fornalha. Escureceu o sol e o ar (poluição atmosférica). Do meio da fumaça do ar saíram gafanhotos (veículos blindados, aviões, helicópteros, foguetes). [...] Portanto, não se tratava de gafanhotos, mas de armas de guerra... A sua mordedura dói como a do escorpião quando fere o homem (eis como podia descrever o vidente os feridos a bala contorcendo-se de dor...) ”. “Nesses dias, buscarão os homens a morte e não a encontrarão: desejarão morrer, mas a morte fugirá deles”. Assim vê o profeta os médicos e hospitais de recuperação de feridos na Segunda Guerra Mundial; gente que está gritando que quer morrer para parar de sofrer, que está cego, mutilado, paralisado, inutilizado, e que a medicina faz quase reviver para continuar em vida para sofrer mais um pouco.        São João releu o que escreveu e não achou que explicou bem os tais gafanhotos (aviões e helicópteros em confusão com outros veículos terrestres) e volta a descrevê-los com mais detalhes, para melhor compreensão: “aqueles gafanhotos pareciam cavalos prontos para a batalha, tinham sobre as cabeças coroas (círculos) doiradas (hélices girando...) [...] e vestiam couraças de ferro e o ruído de suas asas (motores) se assemelhava ao estrépito de numerosos carros de batalha indo à peleja”. Finalmente lê o nome escrito no maior desses aviões e descreve: “Têm acima de si (como rei ou maior) o anjo do abismo (foguete do

espaço) com o nome grego de Apollo”. (MÁRIO SANCHES. O Apocalipse Interpretado,1980, p-60-61).  

A partir desta visão de Mário Sanchez podemos passar para a pesquisa do texto e depois compará-la com os objetos e situações atuais. Numa primeira fase, separarei os objetos e coisas concretas que João utilizou neste texto:  

– Estrela   – Chave   – Poço do abismo   –   –   –   –   –   –   –   –   –   –  

Fumaça Fornalha Sol e ar Escuro Gafanhotos Escorpiões Cavalo preparado para batalha Coroa Face humana Ouro

–   –   –   –   –   –   –   –   –   –

Cabelo de mulher Dentes de leão Couraça de ferro Asas Carros com muitos cavalos Combate Cauda de escorpião Ferrão Rei-Apollyon Abismo

 

Desta lista, será conveniente fazer os seguintes esboços do que algumas delas eram para João, no seu tempo:  

ABISMO: Para os Judeus e os povos antigos, abismo era todo vale profundo, buraco, poço e tudo o mais que tivesse maior profundidade na terra a partir da superfície. Abismo, também era o espaço sideral, a imensidão espacial para além das nuvens; todo o espaço para muito longe da superfície terrestre. Neste texto, abismo aparece com os dois sentidos distintos.  

CAVALO PREPARADO PARA BATALHA: Além do arreio e dos demais equipamentos convencionais, para a guerra, os cavalos eram revestidos com outras peças específicas:

fortes malhas de couro ou de ferro; peiteiras reforçadas para se evitar as pontas de lanças nos flancos dianteiros do animal; viseiras, também dos mesmos materiais, especificamente metálicas, para proteger a cabeça do animal, e outros. De cavalo, quase não se via nada, mas um bloco compacto. Esta descrição é compatível com os modernos tanques de guerra.        

CARROS COM MUITOS CAVALOS, COM RUÍDOS NAS ASAS: Nós, hoje, pensaríamos em diversos automóveis puxados por uma grande tropa. Na realidade, carro era uma espécie de biga; o equivalente às carroças, charretes – bastante reforçada e puxada por um ou mais cavalos, dependendo do tamanho. Devido ao seu peso, mais o tropel dos cavalos quando em corrida, produzia um barulho muito grande. O objeto que João compara com gafanhoto produz um imenso ruído (altos decibéis). O que quer que esteja emitindo os ruídos possui grande força. E estes ruídos estão sendo produzidos exatamente em suas asas. Sem dúvidas, o local em que se instalam os motores e as turbinas nos aviões. E é visivelmente notório o imenso ruído que provocam.  

MUITOS CAVALOS: Aquilo que produz o ruído de altos decibéis, João detalha que possui a força de muitos cavalos. Sabemos que a unidade para medir uma força motriz (motor, turbina) é chamada de CV: Cavalo-Vapor. Ou HP, em inglês, que significa a mesma coisa: Horse-Power. Horse: Cavalo; Power: Força.  

COURAÇA COMO QUE DE FERRO: Couraça, a parte externa do gafanhoto, no lugar da pele, do couro.

De ferro, metálico. O “como que de ferro” expressa que não era, necessariamente, ferro. Pode ser qualquer outro metal: por exemplo, alumínio e duralumínio, materiais usados no revestimento dos aviões.  

ESTRELA: Como já visto, é sinal de referência. Também, tem outra interpretação, como veremos adiante.  

CHAVE: A figura da chave é exatíssima, uma vez que alguma coisa oculta, guardada, só possa vir ao conhecimento quando se tem acesso onde se encontra. Mas, que coisa é esta que João descreve que precisa de uma chave para ser acessada? Não podemos esquecer que tudo é comparado.   Pois bem, os cientistas dizem que a síntese de fermentação de animais e vegetais, que se encontram no subsolo da Terra, ao longo de milhões, talvez bilhões de anos, em condições de temperatura e pressão apropriadas se fundem, formando o petróleo e os gases. É de nosso conhecimento que a maioria dos lençóis petrolíferos se encontra a grandes profundidades no subsolo e, para se chegar até lá é necessário o acesso, que se dá perfurando o terreno. Esta perfuração é realizada em formato de buracos, por onde passam as brocas. Toda porta tem fechadura. Toda fechadura tem um furo. Em todo furo se introduz a chave. E a chave abre, pondo em ligação os ambientes. Em minha opinião, para um homem de dois mil anos atrás, a sua descrição comparativa me leva a concluir que:  

Ambiente a ser acessado = lençol petrolífero no subsolo.   Meio de acesso = buraco, poço.  

Fechadura = o buraco e os tubos.   Chave = as brocas de perfuração.  

COMO A FUMAÇA DE GRANDE FORNALHA: A expressão grande fornalha indica intensa queima, grande combustão, muito fogo. Aquilo que sai do poço é petróleo, e gás. Altamente inflamáveis. Fornalha, no texto, significa queima de combustível. E é só isso que sai de um poço de petróleo: combustível. A única coisa que sai de um poço de petróleo é combustível; repito mais uma vez para aqueles que taxam meu ponto de vista de “concordismo”. Também, sai água dali água misturada com petróleo. Mas, para que aproveita? Dizer que o sol e o ar ficaram escuros por causa da fumaça e da poluição atmosférica, fica agora parecendo brincadeira. Vemos que, na visão de João, foi da fumaça que saíram gafanhotos para a terra, ou seja, a partir da fumaça, por causa da fumaça, após a fumaça. Com isto, temos a certeza absoluta de que a existência dos gafanhotos depende de poço, porque a fumaça saiu de lá. Sem o poço, não haveria fumaça. Então, os gafanhotos precisam do poço. Em suma, os gafanhotos dependem da existência do combustível que sai do poço, e a fumaça é resultado da queima do combustível. Antes de analisarmos as ações dos gafanhotos, veremos as suas descrições. Não só aviões, mas todos os veículos automotores utilizam os derivados de petróleo como combustível. Ainda que nos primórdios das invenções fossem utilizados outros tipos de combustível, mas isto, a bem da verdade, ainda

estava na área das experiências. O que prevaleceu mesmo foram os derivados de petróleo. Mesmo o advento da solução brasileira do álcool, não empana esta verdade. Muitas pessoas nunca viram um gafanhoto na vida. E mesmo os que já viram, talvez não tenham uma noção nítida. Para entender de forma correta as figuras dos gafanhotos no Apocalipse, seria interessante dar uma boa olhada num gafanhoto de verdade, ao vivo. Um gafanhoto possui as asas longas, e estas, ao serem abertas em par, dão a ele um quase indiscutível aspecto de avião. Quase, porque um gafanhoto tem a cauda reta e a do avião é curvada para cima. Então, para se fazer um gafanhoto totalmente parecido com um avião, é necessário providenciar que sua cauda fique voltada para cima. João, numa saída inteligentíssima em sua descrição, anexou à cauda do gafanhoto uma cauda de escorpião.    

 

Sabemos que a cauda do escorpião é naturalmente curva para cima. Então, em cortando-a e anexando na do gafanhoto, temos uma aparência irrefutável de avião. E avião era realmente o que João via, e por não saber o nome,

descreveu: “... eram ainda providos de caudas semelhantes a dos escorpiões”.  

 

Desse modo, João descreve na 5ª trombeta os poços de petróleo e os aviões. E não é somente isto. Falta identificar o rei dos gafanhotos: “Como rei tinham sobre si o Anjo do Abismo, cujo nome em hebraico é ‘Abaddon’ e, em grego, ‘Apollyon’ “.   COMO REI: O superior a todos. O mais rico e mais caro. De tecnologia muito sofisticada.   ANJO: Anjo é mensageiro. Aquele que é enviado em missão.  

DO ABISMO: Se o objeto é o rei dos gafanhotos, isto é, dos aviões, é sabido que nenhum avião pode voar acima da atmosfera. Portanto, nunca saem das proximidades da Terra. Não podem adentrar o espaço sideral, ou seja, o abismo celeste. Mas este rei pode.  

APOLLYON: João vê o nome escrito no objeto. Na língua dos judeus, o hebraico, é Abaddon, e no grego, língua

em que o Apocalipse foi escrito, é Apollyon. Se João soubesse o português, o nome seria Apolo. Bem resumido e simplificado, mas de bastante utilidade para este estudo, veremos no dicionário do Aurélio (1988), como ele define o substantivo Apolo: “APOLO: (Da mit. Apolo, deus greco-romano, o mais belo dos deuses)”. E o adjetivo de Apolo:   APOLÍNEO: (Do lat. Apollineu) Adj. Relativo a, ou próprio de Apolo, deus da luz, das estrelas e da adivinhação, que personifica o Sol; apolínico. 2. Que, pela beleza, lembra esse deus. 3. Que caracteriza pelo equilíbrio, sobriedade, disciplina, comedimento: as qualidades apolíneas que se exigem para um chefe de Estado.  

“Rei” significa o maior, o mais poderoso, o mais forte, o mais perfeito. Que está acima de todos, que sobressai, notoriamente, sobre o restante. De tão especial, João leu seu nome, mas o nome é grego, pois Apolo é um deus greco-romano. Para não haver nenhuma possibilidade de erro na futura interpretação, João anotou o nome que estava escrito no objeto – “Apollyon” – e o traduziu para o hebraico – “Abaddon”. Assim, não poderia haver dúvidas, pois o testemunho de dois “é seguro”. Traduzido para o latim, e depois para o português atual, o nome é Apolo. Então, fica facílimo procurar nas marcas e nomes dos aviões aquele que se chama Apolo. E se é o mais elevado entre eles, a procura deve ser entre os de técnica mais apurada. Sabe-se que a mais alta tecnologia em aviação é desenvolvida pela NASA e por sua similar soviética. E é justamente na NASA que se encontra o mais avançado dos veículos de navegação aérea com o nome de Apolo. E o que se constituiu como um marco histórico universal foi a nave

espacial Apolo XI, com a qual o homem pisou a lua pela primeira vez. Quando me lembro que o dicionário do Aurélio diz que Apolo é o deus das artes, admito que a engenhosidade da ciência acaba se tornando uma arte. Uma arte científica. A referência que João faz com este veículo espacial é de “O Anjo do Abismo”. E para ele, abismo é a imensidão do espaço sideral. Acredito, piamente, sem sombra de dúvidas, que João está a descrever a nave espacial Apolo, porque é o único dos gafanhotos que ele chamou de “Anjo do Abismo”. “Anjo do Abismo” é, literalmente, “Mensageiro do Espaço”. E traz o nome de Apolo escrito. Também, no Aurélio, vemos que Apolo é o deus da luz, e que personifica o sol. Está relacionado com os astros e estrelas. Ora, sabemos que a lua reflete a luz do sol. Sabemos também que a nave espacial Apolo foi enviada à lua. “Concordismo” de minha parte? Coincidência? Não! É justamente por isso que os cientistas norte-americanos batizaram aquelas naves de Apolo. Por causa da perfeição, beleza, equilíbrio, precisão; por serem consideradas verdadeiras obras de arte; por ser uma missão de exploração; por se relacionar com os astros, com a lua, com o sol.

38

A SEXTA TROMBETA    

A sexta trombeta, como já foi dito, será analisada adiante junto com o sexto selo e a sexta taça, pois se complementam nos chamados “os eventos de número seis”.

39

A SÉTIMA TROMBETA    

A sétima trombeta, é dividida em sete partes, e cada uma é chamada de taça. Antes dos sete anjos derramarem suas taças são descritos os três personagens malignos que causam toda a dor, destruição e morte na humanidade e no planeta. Por agirem em total unidade em suas sanhas destruidoras podem ser denominados de “a trindade maligna”. São o Dragão, a Besta e o Profeta da Besta. O Dragão e a Besta, astuciosos em enganar os descendentes de Adão e Eva, geraram este ente extremamente habilidoso na arte da sedução, o Profeta da Besta. E como um liame entre sedutores e seduzidos está o afamado e temido número 666. Então, antes de analisarmos as taças, faz-se necessário um perfeito entendimento da “trindade maligna” e do número 666.      

O DRAGÃO       O Dragão batalhou, juntamente com seus Anjos, mas foi derrotado, e não se encontrou mais um lugar para eles no céu. ( Ap 12, 7b-8 )   Foi expulso o grande Dragão, a antiga serpente, o chamado Diabo ou Satanás, sedutor de toda a terra habitada – foi expulso para a terra, e seus Anjos foram expulsos com ele. ( Ap 12, 9 )  

Não há dúvida:   Dragão = serpente = diabo = satanás.   Este Dragão nos dá a ideia de um ser altamente poderoso, forte e

grande que imaginou que poderia vir a ser outro Deus. Se consideramos Deus Todo-poderoso, um ser para ter a pretensão de se apossar de parte de seu império, não deve ser alguém realmente pequeno. Mas, eu diria: apenas grande na ambição, pois na inteligência ficou provado que não era tanto assim! O poder de Deus é muitíssimo maior, basta lembrar que o próprio Dragão, a antiga serpente, é uma criatura, e que, originalmente, era perfeita, ao ponto de Deus lhe confiar grandes poderes. Mas o fato é que houve dificuldades no mundo espiritual e Deus precisou usar de sua força para derrotá-lo. inteligente. Tão

Dragão é Lúcifer, o diabo, satanás. Ele é o senhor de inúmeros seguidores, os anjos decaídos; mas no mundo espiritual, num lugar de exclusão, privados e destituídos de toda a felicidade. E esta sua condição é para toda a eternidade. Não obstante, de alguma forma, não sem o controle divino, atuam na Terra sobre os seres humanos, fazendo proselitismo em seu favor. O Dragão e seus anjos são chamados de diabo, satanás, demônio. À sua exclusão eterna denomina-se inferno.

     

A BESTA      

Depois de conhecido o Dragão, passamos a identificar a Besta:     Vi então uma Besta que subia do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças; sobre os chifres havia dez diademas, e sobre as cabeças um nome blasfemo. A Besta que vi parecia uma pantera; seus pés, contudo, eram como os de um urso e sua boca como a mandíbula de um leão. E o Dragão lhe entregou seu poder, seu trono, e uma grande autoridade. ( Ap 13, 1-2 )    

O Dragão já está identificado. Agora, ele transfere seu poder, seu trono e confere grande autoridade. Coloca outrem para governar em seu nome, sob seu domínio. Em todo o texto, as qualidades da Besta não são próprias, mas lhe são outorgadas. No contexto, sempre se vê que a Besta está a serviço do Dragão. Um ditado popular assenta com perfeição aqui: “Quando o diabo não vem, manda representante”. Nestes dois primeiros versículos do capítulo 13, notase que o Dragão conseguiu arranjar um representante à altura. O poder de morte da Besta é total: “parecia uma pantera”. As panteras são muito fortes e de extrema agilidade. Seus dentes são afiadíssimos e maiores que os do leão. Seu dote principal, entre as feras descritas nestes versículos, é a versatilidade, agilidade, esperteza e rapidez.

“Seus pés eram como os de um urso”. Algumas espécies atingem um porte enorme e são todas perigosíssimas. Por possuir uma elevada estatura e um peso considerável, necessita ter bastante resistência nos pés. É um animal relativamente lento, mas muito firme e de garras afiadíssimas. Dos três animais descritos, seu dote principal é a firmeza e a resistência. “E possui a boca como a mandíbula de um leão”, que é um animal carnívoro por excelência. Atinge quase dois metros e setenta de comprimento e pode pesar cerca de duzentos e cinquenta quilos. É considerado o rei dos animais. Sua característica principal entre os demais na descrição da besta, é o poder de devorar, estraçalhar. “Sobre a cabeça possuía um nome blasfemo”. A blasfêmia é insubordinação, rebelião e menosprezo contra Deus; a marca registrada do Dragão. Isto prova que a Besta continua com os mesmíssimos propósitos e desígnios do Dragão: o de ser eternamente contrário a Deus:   Foi-lhe dada uma boca para proferir palavras insolentes e blasfêmias, e também poder para agir durante quarenta e dois meses. Ela abriu então a boca em blasfêmias contra Deus, blasfemando contra seu nome, seu tabernáculo e os que habitam o céu. ( Ap 13, 5-6 )  

No capítulo 17, João volta a tratar sobre a Besta:   A Besta que viste existia, mas não existe mais... ( Ap 17, 8 )   Aqui é necessário a inteligência que tem discernimento: As sete cabeças são sete montes... ( Ap 17, 9 )   São também sete reis... ( Ap 17, 9 )   ... dos quais cinco já caíram, um existe e outro ainda não veio, mas quando vier deverá permanecer por pouco tempo. ( Ap 17, 9-10 )  

Ora, nesta sequência de versículos, nota-se uma predominância para o fator tempo; para uma medida de tempo. Senão vejamos:  

MONTES: Dá a ideia de volume, de quantidade, de medida. Se considerarmos que à época de João o relógio mais comum que existia era a ampulheta e que, nela, após escorrer toda a areia do vaso superior para o inferior, forma um monte com um pico, uma cabeça.   CAÍRAM: Não significa apenas que desapareceram ou que foram tomados, conquistados, mas dá uma forte ideia de que passaram, de que são períodos de tempo.   UM EXISTE: Um dos sete. Mas, qual deles? O sexto. Então, o sexto existe e cinco já passaram. O que existe, o atual: o sexto tempo.  

O OUTRO: Se cinco já passaram e o sexto é o atual, o outro só pode ser o sétimo. Pois bem, quem está a dizer a João a sequência dos números é o Anjo. E se ele diz que cinco caíram, um existe e o outro ainda não veio, por uma questão de lógica, deduzo que toda a óptica está se desenvolvendo no sexto tempo, pois dos sete é o único que existe, uma vez que cinco já passaram e o sétimo ainda não veio. Donde sou levado a crer que o desenrolar dos acontecimentos do Apocalipse se dá na sua quase totalidade no sexto período, em nenhum dos antecessores, e no breve tempo do sétimo. Então, a consumação de todas as coisas vai, do final do sexto a pouca duração do sétimo, perfazendo, em minha opinião, um período aproximado de duzentos anos. Devido a esta dedução, sou levado mesmo, a considerar os sete reis e os setes montes, como sendo sete períodos de tempo. Mas, que tempo? Dentro da minha

análise geral, cheguei à conclusão de que cada período corresponde a um milênio, mil anos. De acordo com as Escrituras, a cronologia das idades na árvore genealógica de Jesus, de Adão a Jesus temos quatro mil anos. Entre Adão e Jesus se passaram quatro milênios. De Jesus até nós (1986) é fácil, quase dois mil anos. Quatro mil até Jesus, com dois mil depois de Jesus, nos dá um total de seis mil anos. Convém lembrar aos menos avisados que o milênio se conta a partir do primeiro ano, e não do último; assim, em 1.986, estamos no finalzinho do sexto, e não do quinto, já com um pé no sétimo milênio. E, o sétimo deverá ter pouca duração. Esta afirmação de pouca duração é do Apocalipse. Mas, no Evangelho também temos uma declaração a respeito. O próprio Jesus fez referência à curta duração do sétimo milênio: “E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma vida se salvaria...” (Mt. 24, 22). Embora a teologia clássica aplique este versículo à destruição do templo em Jerusalém no ano 70 e a dispersão dos judeus, não posso concordar, pois o texto diz que: “Haverá uma grande tribulação, tal como não houve desde o princípio do mundo até agora...”(Mt 24, 21). Ora, se o texto diz que não houve, então a aplicação à destruição do templo e a dispersão no ano 70 não pode ser a referida por Jesus, uma vez que no passado, o templo original foi completamente destruído e o povo disperso pelo mundo e os príncipes levados cativos para Babilônia. O que ocorreu no ano 70 já havia acontecido, nas mesmas proporções, no tempo do cativeiro na Babilônia. Então, se o fato não se aplica ao ano 70, pois houve similar no passado, acredito que está ainda por ocorrer. E que, de fato ocorrerá no curto período do fim do sexto e início do sétimo milênio.

Outra referência, que dá base a esta afirmação, é: “A Besta que existia não existe mais. É ela o oitavo e também um dos sete, mas caminha para a perdição” (Ap 17, 11). Numa outra tradução, na de João Ferreira de Almeida, o mesmo texto ficou assim: “E a Besta que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição” (Ap 17, 11). Assim, posso concluir que a Besta, aqui tratada especificamente de sua duração, é o período de tempo de sete milênios, sendo o sétimo de curta duração. O procede dos sete, nos dá a seguinte opção:  

– Procede, não significa que os sete milênios sejam exclusivamente malignos, mas que o mal está contido neles. Que veio se processando, se aperfeiçoando desde o primeiro e que culminou no sétimo seu mais alto grau de maldade, de morte. Ao dizer que “é também o oitavo e vai à perdição” leva-me a raciocinar o seguinte:  

– O mal continuará a existir, pois, do contrário, não teria sentido afirmar a existência de um oitavo período.   – A afirmação de que “vai à perdição”, me sugere que o mal embora existindo, será completamente vencido e isolado, a tal ponto de não mais surtir efeito algum sobre o Homem e a criação.   Nas Sagradas Escrituras, a palavra perdição tem um sentido absoluto, total, definitivo, irrevogável, eterno. Então, pode-se deduzir que o mal será isolado, erradicado para sempre, por toda a eternidade. Poderá até continuar existindo, mas de forma tal que para aqueles que estiverem fora (salvos) será como se não mais existisse (Para muitos teólogos o inferno será “descriado” por Deus).

Nesse ponto, concluo que a Besta é o mal contido durante os sete períodos. O Apocalipse diz que a Besta está no lugar do Dragão, e que este é o demônio, satanás. E, segundo minha interpretação, a duração da Besta, do mal, é de sete milênios, sendo que o sétimo dura pouco. Também, é sabido que a Besta é altamente mortal. Precisamos, a partir de agora, na história, determinar o que seja, realmente, a Besta.   Vi então uma Besta que subia do mar. Tinha dez chifres... sobre os chifres havia dez diademas... ( Ap 13, 1 )   Os dez chifres que viste são dez reis que ainda não receberam um reino. Estes, porém, receberão autoridade como reis por uma hora apenas, juntamente com a Besta. ( Ap 17, 12 )  

Chifre, para o povo Judeu, era sinal de poder, de poder político. Sendo poder político, resta-nos indagar qual tipo de Governo. De acordo com o texto, o regime de governo sugere ser a monarquia, pois temos as indicações claras: chifres reis - diademas. Naquela época, um rei tinha poderes quase divinos. Ou melhor, muitos deles se declaravam deuses, com culto de adoração e tudo o mais. A Besta é, então, um regime de governo autoritário, absolutista. É um sistema de governo, um tipo de governo. Mas, fica a pergunta: qual o país ou países destes dez reis? Qual a época, na história, que governaram, ou que governam? Observando bem o capítulo 17, versículo 12, tem-se a resposta: “São dez reis que ainda não receberam reino”. Ora, um rei sem um reino não tem graça. Ou então, são herdeiros aguardando. Ou, como é o correto, são reis reinando sem um reino definido, definitivo, sob condições

que lhes são adversas, impedindo-os de assumirem definitivamente, plenamente. Embora não tenham ainda um reino definitivo, estão a reinar: “Estes, porém, receberão autoridade como reis por uma hora apenas, juntamente com a Besta” (Ap 17, 12). Em primeiro lugar, vê-se que o poder é outorgado, recebido de outro. E este poder tem limite de tempo: “por uma hora apenas”. Esta uma hora tem um significado de restrição, limitação. Não se pode considerar que seja uma hora de sessenta minutos. Se a autoridade, o poder que receberão, é limitada, restrita, é juntamente com a Besta, pode-se deduzir que o seu poder durará enquanto durar a Besta, isto é, sete milênios. Daí pode-se chegar à conclusão final sobre o que seja o Dragão e a Besta:  

Dragão = demônio, satanás, Lúcifer.  

Besta = sistema de governo, político, autoritário, absolutista, a serviço do demônio. E que, por estas características, é contrário a Deus e altamente mortal para o homem. E não só para o ser humano, como também para a natureza, para toda a criação. A mim me parece que o Dragão, Lúcifer, colocou em seu coração que, se não dava para se apossar, em definitivo, da criação e da humanidade, iria destrui-las. E com este intento, pôs-se a executá-lo. Não há definição melhor para a Besta do que a de Frederico Nietzsche em “Assim falava Zaratustra”, no capítulo denominado Novo Ídolo:  

Ainda em algumas partes há povos e rebanhos; mas entre nós, irmãos, entre nós há estados. Estados. Que é isso? Vamos! Abri os ouvidos, porque vos vou falar da morte dos povos. Estado chama-se o mais frio dos monstros. Mente também friamente, e eis que mentira rasteira sai da sua boca: “Eu, o estado, sou o Povo”. É uma mentira! Os que criaram os povos e suspenderam sobre eles uma fé e um amor, esses, eram criadores: serviam a vida. Os que armam laços ao maior número e chama a isso um estado, são destruidores; suspendem sobre si uma espada e mil apetites. [...] Uma confusão das línguas do bem e do mal: é este o sinal do estado.    [...] “Na terra nada há maior do que eu: eu sou o dedo ordenador de Deus” – assim grita o monstro. E não só os que têm orelhas compridas e vista curta que caem de joelhos! [...] A vós outros quer ele dar tudo, se o adorardes. Assim compra o brilho da vossa virtude e o altivo olhar dos vossos olhos. [...] Vede pois, esses adquirem riquezas, e fazem-se mais pobres. Querem o poder, esses ineptos, e primeiro de tudo o palanquim do poder: muito dinheiro! [...] Todos querem abeirar-se do trono; é a sua loucura – como se a felicidade estivesse no trono!  – Frequentemente também o trono está no lodo. [...] Assim falava Zaratustra. [Grifos meus]. (Disponível em www.eBooks.org, acessado em 27-12-2009).   

Assim, a Besta é todo o sistema de governo sem Deus. E quem a empossou sobre a criação e os homens, conforme o Apocalipse, foi o Dragão. Uma indagação nos vem à mente: - Como e quando o Dragão se tornou senhor dos reinos da Terra? Esta sua condição está afirmada no Evangelho e não foi contestada por Jesus:  

O diabo, levando-o para mais alto, mostrou-lhe em um instante todos os reinos da terra e disse-lhe: “eu te darei este poder com a glória destes reinos, porque ela me foi entregue e eu a dou a quem eu quiser”. ( Lc 4, 5-6 )  

Quem entregou o governo do mundo ao diabo? Por certo que não foi Deus. As Escrituras afirmam que o governo do mundo foi entregue por Deus ao Homem, logo que foi criado:   Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele os criou, homem e mulher os criou. Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a terra”.  ( Gn 1, 27-28 )   Quando vejo o céu, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que fixaste, que é um mortal, para dele te lembrares, e um filho de Adão, que venhas visitá-lo? E o fizeste pouco menos do que um deus, coroando-o de glória e beleza. Para que domine as obras de tuas mãos sob seus pés tudo colocaste. ( Sl 8, 4-7 )  

Infelizmente, quando lá no Gênesis o Homem aceitou se submeter ao diabo, à sua vontade e condução, ali desfilhou-se de Deus e filhou-se ao Dragão, entregando-lhe, então, o governo do mundo, e de si mesmo. Esta nova condição é confirmada por Jesus:   Vós fazeis as obras do vosso pai. Disseram-lhe, então: “Não nascemos da prostituição; temos só um pai: Deus”. Disse-lhes Jesus: “Se Deus fosse vosso Pai, amar-me-íeis, porque saí de Deus e dele venho; não venho por mim mesmo, mas foi ele que me enviou. Por que não compreendeis minha linguagem? É porque não podeis escutar minha palavra. Vós sois do diabo, vosso pai, e quereis realizar os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não permaneceu na verdade, porque nele não há verdade: quando ele mente, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque digo a verdade, não credes em mim. Quem dentre vós, me acusa de pecado? Se digo a verdade, por que não credes em mim? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso não ouvis: porque não sois de Deus”.  ( Jo 8, 41-47 )  

Disso tudo posso concluir que a Besta é o Estado, ou seja, todo tipo de poder sem Deus. Quando lembro do diabo dizendo a Jesus que toda a glória dos reinos do mundo lhe pertence, fica subtendido que tudo o mais também está sob seu domínio, caso contrário, não seria toda a glória, mas apenas parte dela. Jesus reconhece a soberania diabólica de satanás ao chamá-lo de príncipe deste mundo. E como não pode haver dois senhores simultâneos, no mesmo reino, com poderes diametralmente opostos, declara que o seu reino é outro. Que está presente no mundo, mas não é o deste mundo:

  É agora o julgamento deste mundo, agora o príncipe deste mundo será lançado fora... ( Jo 12, 31 )   Jesus respondeu: “Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, meus súditos teriam combatido para eu não ser entregue aos Judeus. Mas meu reino não é daqui”. ( Jo 18, 36 )

  Uma vez constituído um governo, quer seja pelo voto numa democracia, ou num regime monárquico, ou numa ditadura, fica extremamente difícil destituí-lo. São sustentados por potentes forças militares e jurídicas. Esta é a comparação com a firmeza dos pés do urso. Os governos dispõem de um aparato estatal para agirem com grande prontidão e agilidade. Contam com ramificações de poderes espalhados por todo o seu território e um eficiente sistema de interação entre eles. Todo empreendimento privado precisa ser cadastrado, autorizado e fiscalizado o tempo todo, pelo estado. Esta é a comparação com a agilidade da pantera. Quando o estado se sente ameaçado, por qualquer natureza, age com o rigor da força que o sustenta. E, em casos em que a ameaça é grande e iminente, utiliza até

mesmo métodos ilegais e mortais. Esta é a comparação com a mandíbula do leão. Então, a Besta é o estado, o governo; toda forma de poder, sem Deus.      

O PROFETA DA BESTA       Vi depois outra Besta sair da terra: tinha dois chifres como um Cordeiro, mas falava como um dragão. Esta exerce toda a autoridade a serviço da primeira Besta, fazendo com que a terra e seus habitantes adorem a primeira Besta, cuja ferida mortal tinha sido curada.  ( Ap 13, 11-12 )  

Primeiro, temos o Dragão, que é o próprio demônio. Depois, a Besta, que é o poder material, o sistema políticosocial-econômico-ideológico, contra Deus. O Dragão é o demônio, e a Besta é o reino do demônio sobre a Terra, é todo o sistema que encarna a mentalidade do demônio. Este sistema seduz, doutrina e manipula a humanidade. Mas, não é absoluto, não é único no mundo; não tem pleno poder, porque a misericórdia de Deus ofereceu e oferece ao mundo (o mundo que é governado pela Besta a serviço do Dragão), a salvação, Jesus Cristo. Como o poder da Besta não é absoluto, precisa se divulgar, se anunciar, se propagar. Também, o reino de Deus não é absoluto na Terra, não tem poder pleno, “até que se cumpram as palavras de Deus”. Igualmente, o Reino de Deus precisa se divulgar, se anunciar, se propagar: precisa ‘Ir por todo o mundo e proclamar o evangelho a toda criatura’ ” (Mc 16, 16). À Igreja foi dada a missão de anunciar, divulgar e doutrinar o mundo. E todo o ensinamento que à Igreja foi dado anunciar, é o Evangelho; a “boa notícia que Jesus trouxe ao mundo”. A notícia de salvação para o mundo, se o mundo renunciar ao Dragão e se submeter a Deus, crendo em Jesus. O Evangelho foi trazido por Jesus. E se Jesus veio de Deus, como está escrito: “No princípio era o verbo e o verbo estava com Deus e o verbo era Deus” (Jo 1, 1), então, o

Evangelho não foi produzido na Terra, não foi gerado pela mentalidade humana, mas veio do alto, do Céu, de Deus. Já o anúncio da Besta, que é o pensamento do demônio governando a Terra, pode se dizer, no sentido literal, que foi produzido na terra: “Vi depois outra Besta sair da terra...” (Ap 13, 11). Se na Terra impera a mentalidade do Dragão, é lógico que aí há clima para se produzir e criar artifícios que sejam do seu interesse. O demônio não dita suas leis em tábuas de pedra. Ele utiliza a própria lei de Deus e induz o Homem não só a desobedecê-la, mas a “obedecê-la ao contrário”. E isto se processa de uma maneira tão sutil que imensa multidão de pessoas serve ao Maligno a vida inteira, convencidos de que estão sendo da mais elevada obediência a Deus:   Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus. (Mt 7, 21)     O demônio faz o anúncio do seu reino concedendo à Besta capacidade de criar mecanismos de divulgação que sejam considerados pela humanidade como algo grandemente benéfico, necessário e maravilhoso.   “... tinha dois chifres como um Cordeiro, mas falava como um dragão”.  ( Ap 13, 11 )  

A antítese entre cordeiro e dragão denuncia a astúcia e a sutileza da Besta, que divulga venenos mortais em “embalagens maravilhosas” de produtos “bons ao apetite, formosos à vista e desejáveis para adquirir...”. O cordeiro é uma ovelha nova, mansa, tratável, com o qual até as crianças brincam sem qualquer dano. Aparentemente o anunciante da Besta se faz passar por inofensivo, inocente; esta é sua relação “como um cordeiro”. Contudo, sua consequência final, tanto no que é

explícito quanto naquilo que está em nível subliminar, é altamente mortal; esta é sua relação “como dragão”. Esconde numa aparência inofensiva o veneno mortal de sua sedução. Os adoradores da Besta, encantados e seduzidos pela aparência inocente do seu Falso Profeta, vão, sem perceber, fazendo sua vontade e se distanciando cada vez mais, para longe de Deus. As verdades divinas são substituídas pelas do Dragão, de forma lenta, progressiva.  Até que se mude por completo, com tudo parecendo normal; ao ponto de não se perceber mais que o mal é mau.   Esta exerce toda a autoridade a serviço da primeira Besta, fazendo com que a terra e seus habitantes adorem a primeira Besta, cuja ferida mortal tinha sido curada. ( Ap 13, 12 )  

“A serviço da primeira Besta”: está claro que é um meio de divulgação do sistema. A primeira Besta chamaremos, doravante, de sistema. Então, o sistema demoníaco cria um veículo de divulgação de si mesmo: “... fazendo com que a terra e seus habitantes adorem a primeira Besta...” (Ap 13, 12). João chamou a este veículo de divulgação de outra Besta, uma segunda Besta, isto, por seu caráter maligno. Sua função é fazer a humanidade adorar a primeira Besta; adorar o sistema demoníaco. Em outras palavras diretas, fazer a humanidade desobedecer a Deus para obedecer ao demônio.   Ela opera grandes maravilhas... ( Ap 13, 13 )  

Com o advento deste meio de divulgação, coisas e fatos extraordinários ocorrem, maravilhando a humanidade. Operar grandes maravilhas não significa, necessariamente, que nela mesma, mas à sua volta.

  Graças às maravilhas que lhe foi concedido realizar a serviço da Besta, ela seduz os habitantes da terra, incitando-os a fazer uma imagem em honra da Besta que tinha sido ferida pela espada, mas voltou à vida. Foi-lhe dado até mesmo infundir espírito à imagem da Besta de modo que a imagem pudesse falar e fazer com que morressem todos os que não adorassem a imagem da Besta. ( Ap 13, 14-15 )

  Nestes versículos, noto uma particularidade surpreendente, algo que desviou minha atenção da análise moral do texto para uma análise estritamente técnica. Dentro da análise técnica percebo que é da área eletroeletrônica. E, deixando de lado, momentaneamente, a análise moral e partindo para a análise técnica, especificamente na eletroeletrônica, descubro que o texto está repleto de objetos da mais avançada tecnologia do século XX.    Sublinhei as palavras imagem e falar. Notei que a imagem surgiu primeiro e que a fala foi adicionada à imagem. Imagem não quer dizer exclusivamente escultura, mas, pintura, tela. Ora, o que vem a ser a fala? A fala é som. Então, temos agora dois termos técnicos atualíssimos em nosso século: som e imagem. E se considero que a imagem surgiu antes do som, isto me leva a admitir o cinema mudo. Muitos, nesta geração, lembram-se do cinema mudo. Basta citar apenas um exemplo universal: Charles Chaplin. Lá, tínhamos a imagem, mas não tínhamos o som. Somente algumas décadas depois é que surgiu o cinema sonoro, quando o som foi adicionado à imagem. No entanto, as demais descrições não colocam o cinema em evidência no texto, mas a televisão; senão, vejamos:   ... tinha dois chifres como um Cordeiro... ( Ap 13, 11 )  

Foi-lhe dado até mesmo infundir espírito á Imagem da Besta, de modo que a imagem pudesse falar. ( Ap 13, 15 )   Faz também com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos... ( Ap 13, 16)  

Dois chifres: antenas, principalmente as internas.   Infundir espírito: dar vida, mover, fazer falar, adicionar o som.   Pequenos e grandes: crianças e adultos.   Ricos e pobres, livres e escravos: a televisão está nos palácios, nas favelas e prisões.  

Em suma, a televisão é vista, em igualdade de condições por intelectuais e analfabetos, pois ver e ouvir é uma característica inata de todos os homens, não importando qual seja sua condição social, cultural, política e econômica. Pode ser vista e entendida por adultos e crianças; a televisão nivela a humanidade. A televisão está presente em aldeias nas mais remotas florestas do mundo, e nos confins do cosmo. Muitos teólogos taxam a minha interpretação de concordismo. Alguns consideram até mesmo um chute desaforado de minha parte. Faço, aqui, um desafio a todos eles e a quaisquer outros interessados: – Encontrem e mostrem-me na face da Terra, um similar para a televisão. E, é claro, não vale o cinema e seus derivados, nem os derivados da televisão; pois formam o complexo de aprimoramento da TV. Tem que ser algo que utilize simultaneamente o som e a imagem e que não tenha nenhum dos componentes que entram em sua composição, nem de seus derivados.

Agora, sei que muitos estão bravos por eu taxar a televisão de Profeta da Besta. Declaro que todas as minhas opiniões amadureceram ao longo de vários anos de meditação e estudos, e que, não cheguei sozinho a esta conclusão; muita gente boa e inteligente viu na televisão um terrível mal para a humanidade. As Nações Unidas instituíram uma comissão para estudar os meios de comunicação e divulgação na década de 80, cujo tema foi “Nova ordem mundial para informações e comunicações”. Na assembleia geral deste evento, o presidente desta comissão foi enfático em acusar a mídia ocidental de dominar, controlar e manipular as opiniões das populações dos países pobres: “Os países desenvolvidos e poderosos dominam o fluxo e o conteúdo das informações e das comunicações devido a seus amplos recursos econômicos e tecnológicos”, disse o embaixador filipino Luis Moreno Salcedo. [Grifos meus].  

Arthur da Távola escreveu, em O Popular (Goiânia, abril de 1.983), o seguinte: A essencialidade do ser – digo eu – é ao mesmo tempo a sua explicitação e o seu mistério. De tempos imemoriais a arte visual aproxima-se da figura humana e animal com ânsia de traduzir-lhe evidências e mistérios... A tevê alimenta-se de figuras humanas que representam ideias e padrões. Precisa, portanto, (platonicamente) do simulacro e da verossimilhança (cópia). O que ocorrerá com as sociedades na medida em que, ao lado das demais influências atue uma outra, peculiar, a televisão, portadora das mensagens que a emoção, a dor, a alegria ou a tragédia expressam nos rostos? A meu juízo ocorrerá uma expansão ilimitada do mecanismo empático. Televisão educa pela expansão ilimitada do mecanismo empático. Televisão educa pela empatia... O ator é portador dessa infinidade e dessa inerente possibilidade de antagonizar os ditames do sistema produtor para o qual trabalha. [Grifos meus]. (ARTHUR DA TÁVOLA. O Popular. Goiânia, 23 abril de. 1983, caderno 2, p.16).

Do mesmo jornal O Popular, Eduardo Jordão escreve:   O mundo, como num passe de mágica, engraçado e surpreendente, está mudando para ligths... A partir deste instante, não é mais preciso se angustiar por falta de amor, por um bom relacionamento com os outros, nem chorar a confiança e a amizade perdidas.

Vamos para ligths com nossas máquinas possantes, nossas roupas blue jeans, feita com legítimo índigo, soltar o corpo, saltar barreiras, atravessar rios em motos ou camionetas, viver minutos em alta velocidade, consumindo, consumindo como um porco na ceva, até se regalar de bens móveis, imóveis e eletrodomésticos. Afinal, lá em ligths, tem uma indústria que fabrica coisas tão maravilhosas que todas as virtudes humanas ficam para trás, tornam-se autênticas peças de museu, coisas do tempo em que o homem atrasado, coitado, ainda fazia boa música, cantava, encenava, cuidava da família, lutava contra a poluição, falava em preservação da natureza, acreditava nos livros e nos políticos eleitos pelo povo, como imagens moralizadoras do poder. [Grifo meu]. (EDUARDO JORDÃO. O Popular. Goiânia, entre 1982 e 1986 [data exata perdida]).   Alex Abrão Abdalla, empresário da moda em Goiânia, com bastante experiência, tendo começado como balconista e, hoje, mantêm sua própria loja, fala da influência das novelas na preferência de sua clientela: “Sem dúvida nenhuma, a moda programada para o visual dos artistas das novelas da Rede Globo acaba sendo assimilada pelo público que, logo em seguida passa a copiá-la. E a influência não fica apenas na vestimenta, vai ao estilo dos cabelos, as cores para a estação, os detalhes, os costumes das personagens e, em alguns casos, até as gírias usadas..”. [Grifos meus]. (EDUARDO JORDÃO. O Popular. Goiânia, 28 novembro de 1982. Caderno 2, p.1).  

Dentro destas análises de como a televisão induz, convence, apela e até obriga o cidadão a adotar hábitos, costumes e pensamentos, nesta mesma reportagem de Eduardo Jordão, ao tomar o depoimento de um empresário, posso ter a certeza máxima daquilo que atesto:   Juscelino Araújo, modelo de propaganda, manequim e empresário da moda Summer Jeans, comentou: “ Pelo que temos observado aqui na loja e no convívio diário com o público jovem, a moda usada pelas personagens das novelas influencia bastante a preferência do público para essa ou aquela marca. Isso é decorrência natural, pois quando a novela vai ao ar já temos em estoque aquilo que, segundo as confecções, o público vai preferir... As confecções nos dão o toque com antecedência e, então, formamos o estoque. E, a partir daí as pessoas chegam à loja e pedem a roupa que viu no vídeo e gostou”. [Grifos meus]. (EDUARDO JORDÃO. O Popular. Goiânia, 28 novembro de 1982. Caderno 2, p.1).  

Então, se analisarmos que os produtores, os autores e as personagens são um grupinho de algumas dezenas de

pessoas, que as novelas vão ao ar em horários nobres atingindo milhões de telespectadores e que, de acordo com o depoimento acima, que é a pura verdade, no dia seguinte as pessoas estão a reagir de acordo com o que viram e ouviram na televisão. Isto, ao ponto desta prática sucessiva possibilitar a antevisão, a previsão da reação do público. Conclui-se que este mesmo público pode ser, e é, manipulado, controlado, conduzido e explorado sob todos os aspectos possíveis: comercial, psicológica, moral, política, social e espiritualmente, tudo de acordo com a vontade de quem pagar mais, de quem puder mais. A relação direta entre a televisão e o comércio é inegável, incontestável. Este vínculo é fundamental para se entender a Besta, o seu profeta e o número 666, que veremos adiante. De fato, se o sistema, a Besta, está a reinar no mundo dos Homens, por inspiração do demônio, ela utiliza o seu Falso Profeta para, por sedução, levar a humanidade a substituir as verdades Divinas pelas falsidades do Dragão. Devemos recordar que quando o Dragão, a antiga serpente, convenceu Eva a pecar, ele o fez através da propaganda (comercial) de um produto: o fruto proibido da Árvore do Bem e do Mal. E, como acontece hoje em dia, Eva, seduzida, fez propaganda boca-a-boca para seu marido, que também “adquiriu” a ideia e o produto. Disto tudo concluímos, mais ainda, com a comprovação do dia-a-dia, que a televisão trabalha a favor do sistema, patrocinada pelos poderes políticos, econômicos, militares, culturais, “religiosos” e psicológicos. Daí vemos que João captou muito bem a relação da televisão com o comércio. No capítulo 18, versículos de 11 a 13, ao descrever o lamento de todos os materialistas ao verem a Terra

destruída, a denominada Babilônia, João realça qual o motivo de suas dores: Os mercadores da terra também choram e se enlutam por sua causa, porque ninguém mais compra suas mercadorias: carregamento de ouro e de prata, pedras preciosas e pérolas, linho e púrpura, seda e escarlate, todo tipo de madeira perfumada, de objetos de marfim, de madeira preciosa, de cobre, de ferro, de mármore, canela e amomo, perfumes, mirra e incenso; vinho e óleo, flor de farinha e trigo, bois e ovelhas, cavalos e carros, escravos e vidas humanas... ( Ap 18, 11-13 )

No 28° Congresso Mundial de Publicidade, segundo a Revista Briefing (junho de 1982), Homero Icaza Sanchez, diretor de análise e pesquisa da Rede Globo de televisão disse: A televisão, por diversos motivos, é um meio extraordinário não só para a venda de produtos, mas também para a transmissão de programas ideológicos (NR.SIC) ou de todas as formas de que o homem necessita para informar e convencer o seu semelhante. [Grifos meus]. (REVISTA BRIEFING. São Paulo, junho de 1982).  

No mesmo congresso, Luiz Melnik, da Volkswagen argentina, observou:   Não quero ver a publicidade usando imperativos: venha... já... imediatamente... vá... compre... são ordens que não devem existir no relacionamento entre os homens, quando nesse relacionamento não há subordinação. Há um excesso de publicidade interferindo na vida da gente... Revela falta de imaginação. Não quero ver a publicidade usando nossos jovens como objetos... objetos vazios e ociosos. Lembremos que nos comerciais, durante a maior parte do tempo os jovens estão dançando, cantando, brincando, patinando..., mas nunca trabalhando, nunca criando... eu gostaria de ver uma publicidade audaciosa, mas não sem pudor. Agressiva, mas não insultante. Exagerada, mas não mentirosa. [Grifos meus]. (REVISTA BRIEFING. São Paulo, junho de 1982).  

Melnik disse que gostaria de ver. O verbo está no futuro do pretérito, no condicional. É sinal que no presente está ocorrendo o pior, a ponto de levá-lo a querer ver, um dia, a melhora.

Estas declarações são de um representante de uma das maiores empresas do mundo e também publicitário. Com estas palavras, ele dá testemunho contra si próprio e contra o poder que representa de que a publicidade é sem pudor, insultante e mentirosa. Assim, podemos concluir, sem maiores dificuldades, que o Falso Profeta a serviço da Besta é a televisão. O Papa Bento XVI, em sua “Mensagem para o 42° Dia Mundial das Comunicações Sociais”, entre outros tópicos, destacou os seguintes:   [...] Graças a uma vertiginosa evolução tecnológica, os referidos meios foram adquirindo potencialidades extraordinárias, ao mesmo tempo que levantam novas e inéditas interrogações e problemas. [...] infelizmente, é bem real o risco de, pelo contrário, se transformarem em sistemas que visam submeter o homem a lógicas ditadas pelos interesses predominantes de momento. É o caso de uma comunicação usada para fins ideológicos ou para a venda de produtos de consumo mediante uma publicidade obsessiva. Com o pretexto de se apresentar a realidade [Imagem da Besta], de facto tende-se a legitimar e a impor modelos de vida pessoal, familiar, ou social. [...] por isso, há que interrogarse se é sensato deixar que os instrumentos de comunicação social se ponham ao serviço de um protagonismo indiscriminado ou acabem em poder de quem se serve deles para manipular as consciências. Quando a comunicação perde as amarras éticas e se esquiva ao controle social, acaba por deixar de ter em conta a centralidade e a dignidade inviolável do homem, arriscando-se a influir negativamente sobre a sua consciência, sobre as suas decisões, e a condicionar em última análise a liberdade e a própria vida das pessoas. [...]. É preciso evitar que os media se tornem o megafone do materialismo econômico e do relativismo ético, verdadeiras pragas do nosso tempo. [...] Invoquemos o Espírito Santo para que não faltem comunicadores corajosos e testemunhas autênticas da verdade que, fiéis  ao mandato de Cristo e apaixonados pela mensagem da fé, “saibam tornar-se intérpretes das exigências culturais contemporâneas, comprometendo-se a viver esta época da comunicação, não como um tempo de alienação e de confusão, mas como um período para a investigação da verdade e para o desenvolvimento da comunhão entre os povos” (João Paulo II, Discurso no congresso Parábolas Mediáticas, 9 de Novembro de 2002). [Grifos meus]. (Papa

BENTO XVI. Mensagem para o 42° Dia Mundial das Comunicações Sociais. Domingo, 04 de maio 2008).  

Um versículo todo especial está inserido no texto que fala do Falso Profeta a serviço da Besta: “Ela opera grandes maravilhas: Até mesmo a de fazer descer fogo do céu sobre a terra, à vista dos homens” (Ap 13, 13). De uma forme ou de outra, a televisão é, apenas, “a ponta do iceberg” daquilo que João denominou de “a Besta que sai da terra”.  Por suas características extraordinárias acabou por assumir em si, o título. É bem verdade que a televisão é o centro, mas não o todo. A este todo denominase de tecnologia. Então, a tecnologia, no seu todo, é ela a Besta que sai da Terra. Mário Sanchez, no mesmo livro, “O Apocalipse Interpretado”, percebeu a origem da tecnologia moderna, que nos tempos atuais aflora com toda força, criatividade e diversidade, deixando a todos maravilhados, hipnotizados: “As forças negativas da mente humana (fera do mar) que dominam nesta época têm como auxiliar a força material da técnica e da ciência (a fera que sobe da terra)”: [Grifos meus].

Na época em que o Apocalipse foi publicado, fazer descer fogo do céu à Terra era um atributo exclusivo de Deus, ou deuses (conforme a crença). Primeiro, porque naquele tempo o só subir acima das nuvens era simplesmente impossível aos humanos. Depois, subir, e ainda carregando uma grande quantidade de fogo, quer seja em lenha, quer seja em piche para de lá atirar à Terra, era algo jamais sonhado. Mas João viu fogo ser atirado do céu sobre a Terra. Ele estava no futuro e vendo isto ocorrer. E não é linguagem figurada, nem invenção; é o fato puro e simples. Então fui buscar na história contemporânea onde fosse possível, de alguma forma, encontrar algo que

pudesse fazer com que o fogo fosse lançado do céu à Terra. Não é difícil, para uma pessoa do ano 96 dizer que viu fogo caindo do céu, estando nos séculos vinte a vinte e um, ao observar, numa guerra, bombas convencionais, ou atômicas, sendo detonadas. Também, a visão dos mísseis nas diversas guerras no oriente médio, dão uma perfeita ideia de fogo sendo lançado do céu à terra. Esta é uma interpretação das mais fáceis, pois é do conhecimento universal, uma vez que as guerras modernas são transmitidas ao vivo para o mundo todo.      

O NÚMERO 666       Faz também com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos recebam uma marca na mão direita ou na fronte, para que ninguém possa comprar ou vender se não tiver a marca, o nome da Besta ou o número do seu nome. Aqui é preciso discernimento! Quem é inteligente calcule o número da Besta, pois é um número de homem: seu número é 666! ( Ap 13, 1618 )  

Mário Sanchez, ainda em O Apocalipse Interpretado (1980), compreendeu assim:   Fez com que todos levassem uma marca na mão direita (um cartão de CPF, CGC, RG, etc.) ou na fronte (na memória). Trata-se de algo que nós já conhecemos. Trata-se de um número que todos devem conhecer e sem o qual ninguém pode comprar nem vender sem dar este número. [...] nós recordamos que São João viveu na era Romana, com cultura grega. Tanto na Grécia como em Roma, Jerusalém, Alexandria ou Patmos, os números se escreviam com letras. São João foi levado em desdobramento até a era do fim do ciclo de Peixes (nossa época) e aqui viu tudo e descreveu ao pé-da-letra o que viu. Viu CGC, CPF, CCCP, URSS, USA, e tantas outras siglas necessárias ao pobre homem de hoje, viu cifras e algarismos (que não existiam no seu tempo) e tentou contar o que viu para seu tempo. Melhor do que isto que temos é querer demais! 666 é CGC, CPF, etc., o número que a imagem da Besta (o computador) tem registrado para permitir comprar ou vender. (MÁRIO SANCHES. O Apocalipse Interpretado, 1980, p-77-78).  

Desconheço outro documento, além de CGC e CPF que seja exigível para comprar ou vender. E, é claro, não vale cartões, código de barras, duplicatas, promissórias, cheques e títulos, pois tudo isto é derivado e remete a um cadastro. De acordo com a lei, nenhuma transação mercantil é permitida sem o devido registro: a nota fiscal. E em toda nota fiscal é obrigatório, por lei, constar o CGC e/ou o CPF, de quem vende e de quem compra.

Sem isto, entra-se na ilegalidade, clandestinidade, nos chamados crimes de lesa-majestade, com severas restrições e punições e, dependendo do governo, até com pena capital. Façamos um estudo, em detalhe, das expressões: marca, nome e número. No dinheiro, na cédula que chamamos papel-moeda, que é mais popular, tem-se:   MARCA: os desenhos, os símbolos, os traços, as legendas e, principalmente a efígie.   Vejamos no dicionário do Aurélio (1988), a definição de EFÍGIE:   (Do lat. efígie.) s.f.l. Representação plástica da imagem de uma pessoa real ou simbólica (especialmente em vulto ou relevo): “A sua efígie (da Rainha Vitória), no cunho de suas moedas, é, em toda a Terra, a mais preciosa representação da riqueza” (Eduardo Prado, Coletâneas I. p. 254). 2 Representação da figura convencional de uma personagem real ou fictícia, de uma divindade, etc: Os romeiros adoravam a efígie da santa. c. imagem, figura, retrato (de pessoa), (cf. efêgie, do v. efigiar.). [Grifos meus].  

Nota-se que o dinheiro traz, sempre, as efígies dos poderosos, dos governantes, dos reis, heróis, dos ricos, de todos os que representam o sistema, o poder, o governo, a riqueza e a glória do mundo.      Ninguém pode comprar ou vender se não tiver a marca, o nome da Besta, ou o número do seu nome.  

NOME: no dinheiro, papel-moeda, temos o nome do país, o nome da casa da moeda, o nome da instituição que o controla, o nome da efígie, e outros nomes, além de trazer assinaturas.   Ninguém pode comprar ou vender se não tiver a marca, o nome da Besta, ou o número do seu nome.  

NÚMERO: no dinheiro, o número entra em destaque especial. Na maioria das notas os números estão em evidência nos seus quatro cantos, frente e verso, além de vir escrito por extenso. O primeiro detalhe que nos chama a atenção numa nota são seus números. Além do número que indica o valor de cada nota, temos o seu número de série, com pelo menos duas impressões em cada uma delas.   Ninguém pode comprar ou vender se não tiver a marca, o nome da Besta ou o número de seu nome.  

Sendo o dinheiro o símbolo máximo de expressão de poder, de riqueza e glória, nada, além dele, deveria aglutinar os três elementos descritos: marca – nome – número.   ... pois é um número de homem...  

Esta expressão dá a entender que cada homem seja numerado; que cada um tenha um número ou uma marca a identificá-lo. Um número, é indeterminado, dando a noção de algo individual, pessoal. Há um conceito no imaginário popular, sobre o número e a marca da Besta, acreditando que as pessoas serão marcadas como o gado. Sobre o 666, o padre Flávio Cavalca de Castro, no seu livro O “Apocalipse, Hoje” (1979), tem uma expressão definitiva sobre sua interpretação: “Claramente estamos diante de uma adivinhação”. Sim, e continua: Agora estamos diante de uma das passagens mais espetaculares do Apocalipse. Talvez poucos trechos da Escritura Sagrada tenham dado tantas oportunidades para a imaginação e para cálculos como este. (Pe. FLÁVIO CAVALCA DE CASTRO. O Apocalipse, Hoje, 1979, p-148). No entanto, seu ponto mais brilhante sobre o tema é:

Resta, porém, uma possibilidade de interpretação para o número 666. Toda a mensagem do Apocalipse deixa claro que os esforços do poder do mal jamais poderão vencer o povo de Deus. Serão inúteis todos os esforços do dragão. Para indicar isto mais uma vez, usando agora uma linguagem cifrada, João diz que o monstro tem um nome correspondente ao número 666. Aí temos o algarismo “6” repetido três vezes. O monstro é “o 6 em pessoa”, “o 6 por excelência”. O 6 que, por mais que se esforça nunca chega a ser “7”. Sete é o número da perfeição, da força, da totalidade, do bem, da vitória. Dizendo que o número do monstro é 666, João lembra que o dragão é, afinal, um poder humano, frágil, que nunca poderá vencer os fiéis de Cristo. (Pe. FLÁVIO CAVALCA DE CASTRO. O Apocalipse, Hoje, 1979, p-149).

No meu ponto de vista, a despeito de todas as interpretações apresentadas para o polêmico 666, ele se relaciona única e exclusivamente com o comércio. Não tem nada a ver com um suposto Anticristo, com política, políticos, ou líderes de qualquer natureza. Não está ligado a mais nada; não interfere em mais nada; não serve para mais nada. Só é obrigatório unicamente para vender e comprar. A obrigatoriedade é universal. Toda pessoa terá que usá-lo quando for vender ou comprar. É impossível, em condições normais, que algum ser humano passe pela vida sem comprar alguma coisa.  E depois que se exigiu a identificação legal de quem vende ou compra, ela é utilizada. Não importa a situação econômica, idade, estado civil, condição social. Se fosse o CPF/CNPJ, o verdadeiro Número da Besta e todos os têm, então ninguém se salvaria: papa, bispo, padre, pastor, rabino, todos os líderes e fiéis de todos os credos ou mesmo os sem crenças. Isto seria um absurdo; não haveria pessoas salvas! Quando concordo com a interpretação do escritor Mário Sanches, é preciso ficar entendido que compreendemos que João relaciona o CPF/CNPJ à Besta e ao Anticristo ao ter uma visão geral, universal, da busca do

homem por ostentação, poder, posse e prazer. Justamente tudo o que Jesus recusou quando Satanás Lhe ofereceu nas tentações do deserto. O uso do CPF/CNPJ relacionado com o comprar e vender, ou seja, a sede de ter, ostentar e desfrutar dos prazeres, egoisticamente, vai contra a caridosa partilha que é exigida no Juízo Final. Para vender ou adquirir, todos precisam usar CPJ/CNPJ. Foi isto que João, no geral, viu e descreveu, um consumismo desenfreado e egoísta. Com os juízos divinos, na destruição da “Babilônia”, sendo ela a “glória e o poder dos reinos do mundo”, os adoradores da Besta choram, à distância, o fim definitivo e eterno de seu festim:

  Postados à distância, por medo do seu tormento, dirão: "Ai, ai, ó grande cidade, ó Babilônia, cidade poderosa, uma hora apenas bastou para o teu julgamento!" Os mercadores da terra também choram e se enlutam por sua causa, porque ninguém mais compra suas mercadorias: Carregamentos de ouro e de prata, pedras preciosas e pérolas, linho e púrpura, seda e escarlate, todo tipo de madeira perfumada, de objetos de marfim, de madeira preciosa, de bronze, de ferro, de mármore, canela e cinamomo, perfumes, mirra e incenso; vinho e óleo, flor de farinha e trigo, bois e ovelhas, cavalos e carros, escravos e vidas humanas... Os frutos pelos quais tua alma anelava afastaram-se para longe de ti; tudo o que é opulência e esplendor está perdido para ti, e nunca, nunca mais será encontrado! Os mercadores destes produtos, que se enriqueceram graças a ela, postar-se-ão à distância, por medo do seu tormento; e chorando e enlutando-se dirão: "Ai, ai, ó grande cidade, vestias linho puro, púrpura e escarlate, e te adornavas com ouro, pedras preciosas e pérolas: numa só hora tanta riqueza foi reduzida a nada!  ( Ap 18, 10-17ª )

  Como separar, então, os adoradores de Deus e os da Besta, se todos portam CPF/CNPJ? Simples! O critério é o Evangelho, a Palavra de Deus! Não é o documento que

determina a destinação eterna do portador, mas a sua opção em seguir a Cristo ou a Satanás. As pessoas não estão separadas geograficamente entre fiéis e infiéis a Deus. Jesus disse que o joio e o trigo devem crescer juntos até à colheita. Assim, uns usam CPF/CNPJ e são adoradores de Deus; outros usam o mesmo documento e são adoradores do Diabo. Noutra passagem Jesus disse que se deve dar a César o que é de César (ao Estado), e a Deus o que é de Deus. Os filhos de Deus fazem isto, mas os infiéis não dão nem a César (se o fazem é a contragosto, e sonegando ao máximo) e nem a Deus (adoração, amor, dízimo, partilha, caridade, esmolas) pois que pensam só em si mesmos, e em sendo assim, dão tudo ao Diabo, até mesmo a sua destinação eterna. O fato de se ser cadastrado no CPF/CNPJ não determina a fé de alguém. Estes documentos apresentam diversos dados da pessoa ou instituição, mas nenhum que verse sobre crença. No caso do Número da Besta, se por ventura vier a existir, ele conterá, explicitamente, uma conotação de crença. O texto do Apocalipse afirma que a pessoa portará, na testa ou na mão direita, o nome ou o número da Besta. No caso do CPF/CNPJ este traz, além da identificação do emissor, o nome e o número do portador, do indivíduo, do cidadão, e não o da Besta. E são emitidos pelos países e estados. Países estes de diferentes religiões e crenças, o que não confere ao documento uma universalidade. Isto contraria as interpretações particulares, uma vez que afirmam ser a Besta e o Anticristo um poder mundial.    

O CHIP       Faz também com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos recebam uma marca na mão direita ou na fronte... ( Ap 13,16 )   Outro Anjo, ainda, o terceiro, segui-os, em alta voz: “Se alguém adora a Besta e a sua imagem, e recebe a marca sobre a fronte ou na mão, esse também beberá o vinho do furor de Deus, derramado sem mistura na taça da sua ira; será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos Anjos e diante do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos: os que adoram a Besta e a sua imagem, e quem quer que receba a marca do seu nome nunca têm descanso, dia a noite... Nisto repousa

a

perseverança

dos

santos,

os

que

guardam

os

mandamentos de Deus e a fé em Jesus”. ( Ap 14, 9-12 )  

A marca da Besta sobre a fronte ou na mão vem causando, principalmente nos últimos dias, grande pavor no meio cristão. Algumas interpretações particulares que a ligam ao Anticristo são responsáveis por isto, ao dizerem que as pessoas serão marcadas à força, senão, morrerão de fome, porque os alimentos só serão vendidos a quem tiver a marca. E, pior, dizem, ao ser marcado, mesmo contra a vontade, passa-se a ser adorador da Besta e do Dragão e, ainda que fora, até ali, fiel a Deus, torna-se um traidor, um condenado. Vários filmes sobre o tema têm espalhado o terror e, como não há uma informação correta, mesmo porque as autoridades competentes para um veredicto também não a têm, o medo vai crescendo.

Agora, a coisa toma a forma de pânico, com notícias ou boatos de que alguns países começam a projetar o implante de chips em seus cidadãos. Para analisar, em profundidade, esta questão, primeiro faz-se necessário buscar fontes seguras, oficiais, de que, realmente, isto está ocorrendo. Tem-se que ficar à margem de especulações meramente teológicas. A verdade se apresenta com clareza irrefutável quando teologia e ciência são equivalentes. A maneira mais prática de se pesquisar, no momento, sobre tal assunto, é no Google: Notícia afirma que o Presidente dos Estados Unidos aprovou lei que obriga o uso de microchip implantado na pele até 2013. Será que essa história é real? Veja o que descobrimos! Em abril de 2012, a notícia começou a circular via e-mail, pelas redes sociais e por blogs e sites: “O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama aprovou uma lei que obriga que seja implantado um microchip em cada um dos norte-americanos!” Será que essa história é verdadeira ou farsa [sic]? O texto tem todas as características de um bom boato virtual: - Não cita fontes confiáveis - É confuso e incoerente - Aproveita-se do emocional do leitor - Pede para ser repassado - Possui tom conspiratório Apenas como exemplo, vamos pegar um trecho da “notícia”: “Obama aprovou a implantação de microchip nos EUA como reforma sanitária para 2013 (em abril)”. De onde o autor tirou essa notícia? Qual é o número da lei? Em que dia a lei foi aprovada? Não sabemos! Isso não foi informado pelo autor do texto… O E-farsas buscou no Google sobre a tal lei aprovada, mas foram encontradas apenas blogs e sites que copiaram o mesmo texto. Procurando em sites de jornais online como o Estadão e a Folha de São Paulo, também não encontramos nada a respeito. Uma notícia desse porte, que irá mexer com a vida de toda a população dos EUA, teria que sair em algum veículo de comunicação. Ou não? (http://www.e-farsas.com/microchip-implantado-na-pelesera-obrigatorio-nos-eua-em-2013.html, acessado em 28-04-2015).  

Também, há boatos sobre a questão do chip, aqui no Brasil:

  Notícia afirma que a presidente Dilma Rousseff teria aprovado uma lei obrigando o uso de um chip de identificação em todos os brasileiros! Será verdade? O assunto apareceu na web em abril de 2015, se espalhando através das redes sociais e sendo publicado em inúmeros sites e blogs. De acordo com o texto, acompanhado de um vídeo de um pronunciamento da própria presidente, Dilma teria afirmado que todos os brasileiros passariam a ser identificados unicamente através de um chip, que seria implantado sob a pele. [...] Também desmentimos aqui um rumor de 2012 que afirmava que os EUA iria “chipar” toda a população norte-americana no ano seguinte e outro, afirmando que todos os bebês nascidos na Europa já iriam ter que sair da maternidade com o implante sob a pele. É claro que os anos se passaram e nada disso aconteceu de fato! Mas voltando à notícia, Dilma não sancionou nenhuma lei sobre o implante de microchips nos brasileiros. O que ela está falando no discurso mostrado no vídeo é a respeito de um novo documento de identificação que substituirá o RG até 2019, segundo o Governo Federal. O novo cartão se chama Registro de Identidade Civil (RIC) e possui, sim, um chip interno (semelhante ao que muitos brasileiros possuem em seus bilhetes usados para se pagar passagens de ônibus) onde serão gravadas diversas informações do cidadão, tais como nome, sexo, data de nascimento, impressão digital, foto, filiação, assinatura, data de expedição e de validade. Aprovado em 1997, o novo sistema de identificação está em processo de implantação desde 2010, mas ainda não saiu da fase de testes e, segundo dados do Ministério da Justiça, por causa de “problemas internos” a previsão é que o RIC esteja disponível para todos os brasileiros somente em 2019! [...] Se o Governo não consegue fazer funcionar nem a distribuição de um simples cartão de identificação, imagina se teria condições de gerenciar o implante cirúrgico de mais de 150 milhões de brasileiros… [...] A foto da presidente assinando um documento também não tem nada a ver com leis de implantação de chips na população. Essa fotografia foi tirada pelo fotógrafo oficial da Presidência, Roberto Stuckert Filho, no dia 23 de abril de 2014, quando a presidente estava sancionando o Marco Civil da Internet. [...] não acredite em tudo o que você lê na internet. Nenhum governo no mundo está obrigando ninguém a utilizar microchips sob a pele. Isso é um boato antigo e recorrente na web que não deve ser levado a sério. (http://www.e-farsas.com/dilma-aprova-a-implantacao-dechip-nos-brasileiros-em-2015.html, acessado em 28-04-2015).   Disto se conclui que pessoas mal-intencionadas, ou mal informadas, estão adiantando uma situação que, de fato, não existe. Além do que,

demonstram um conhecimento insatisfatório, incompleto, das Escrituras. Pois, são muitos os fatores necessários, indispensáveis, para que a implantação real da marca da Besta, na mão ou na testa das pessoas, ocorra. No momento, maio de 2015, nenhum deles existe ainda. Entre eles, citarei alguns:   - Seria necessária a existência física, pessoal, do Anticristo.   - Ele seria empossado num governo mundial. Assentaria num trono universal, onde todos os governos da Terra lhe seriam submissos. Na prática, não existiria mais nenhum governo nacional.   - De acordo com as interpretações particulares sobre o Anticristo, para que ele fosse reconhecido como tal, teria, obrigatoriamente, que se assentar no trono do templo em Jerusalém (no lugar de Deus). Até esta data não existe nenhum templo em Jerusalém, apenas ruínas do antigo.  

- Para que isto ocorresse, todas as divergências políticas, religiosas e ideológicas teriam que ser zeradas. O que não parece ser uma tarefa fácil, mesmo para um Anticristo. Nem Deus viola o livre-arbítrio humano. E Ele não permite isto a ninguém.  

- Imagine um judeu renunciando, por completo, a Iahweh e a Moisés; um muçulmano, renunciando a Alá e seu profeta Maomé; um cristão renunciando a Jesus. E todos eles indo a Jerusalém e se prostrando aos pés do Anticristo, em adoração. Para que se configure aceitação, submissão e adoração à Besta, seria condição sine qua non, que a ordem para se executar a sua marca fosse dada, pessoalmente, pelo Anticristo, e a pessoa a ser marcada deveria estar ciente da situação. E a marcação teria que ser apenas na testa ou na mão direita. Esta estória de que o Anticristo agiria ocultamente, invalidaria as interpretações particulares quando dizem que ele seria uma pessoa pública. Portanto, não seria fruto das ações do hipotético movimento Illuminati, pois este agiria ocultamente, conforme é conhecido assim:  

Nos tempos modernos, também é usado para se referir a uma suposta organização conspiratória que controlaria os assuntos dos vários Estados secretamente, normalmente como versão moderna ou como continuação dos referidos Illuminati bávaros, como sinónimo e cérebro por trás dos acontecimentos que levarão ao estabelecimento de uma Nova Ordem Mundial, com os objetivos primários de unir o mundo sob uma espécie de tirania global. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Illuminati. Acessado em 10-05-2015).  

Mesmo que houvesse a ação deste movimento no sentido de influenciar as mudanças políticas mundiais, seria apenas mais um, entre inúmeros no passado, no presente e, com certeza no futuro. Sempre houve pessoas ou movimentos ideológicos que desejaram ver suas ideias aplicadas mundialmente: os grandes impérios ávidos por se expandirem ao infinito; o povo judeu que acredita que Iahweh lhes submeterá todas as nações do mundo; os muçulmanos, com a mesma intenção; o próprio cristianismo que ensina que todas os povos devam se converter ao governo de Cristo. A diferença é que, aqueles que agem ocultamente não têm respaldo profético para gerarem o Anticristo, a menos que venham ao conhecimento público, como as demais ideologias. Em suma, toda esta vasta gama de pensamentos e doutrinas está inserida na situação a que chamamos de luta entre o Bem e o Mal. Para que estas interpretações particulares venham a se cumprir, a marca tem que ser visível, tanto na testa como na mão direita. Não seria possível a João relatar o que não estava vendo. A ordem de Jesus era para que “tudo o que vês, anota-o em um livro”. De forma alguma ele poderia enxergar um chip escondido sob a pele. Sendo assim, a referida marca teria que ser visível na pele.

Como já tratei, anteriormente, a marca da Besta, no meu entender, é um número que todos precisam ter para comprar e/ou vender. No caso, seriam o CPF para a pessoa física e o CNPJ para a pessoa jurídica. João viu estes documentos nas mãos das pessoas, e notou que eram dispensáveis quando se sabia o número de cor. Neste caso o número, por ser emitido pelo governo, que na minha interpretação, no Apocalipse é chamado de Besta, está relacionado unicamente com o comércio, numa forma que se tem para medir a produção de riquezas e arrecadar impostos. Enquanto for utilizado para este fim, o número não tem nenhuma conotação religiosa, apenas, repito, comercial. Além do mais, tem-se que perguntar qual o conteúdo de informações que o possível chip levaria. Segundo o que se sabe, ele poderá conter o nome da pessoa, filiação, nacionalidade, endereço, CEP, data de nascimento, sexo, altura, peso, número de identidade, CPF, título de eleitor, profissão, tipo sanguíneo, alergias, indicações de doenças permanentes, marcas individuais, como pintas ou algum defeito, até mesmo número de telefones para contato. Enfim, informações úteis para o dia-a-dia e para possível emergência. Isto, todos nós já fazemos, a muito temo. Achamos útil e necessário. E nunca vinculamos estas coisas à “marca da Besta”. Por que passaríamos a vincular, se são as mesmas informações que iriam para dentro de um chip? A menos que se ficasse declarado que a pessoa tivesse que renegar a Deus e se submeter ao demônio! Até aqui, nada demais. A coisa começa a complicar quando alguns pretendem colocar nele um dispositivo que possibilita o rastreamento do cidadão, via antena ou satélite. Os que defendem isto alegam segurança em caso de sequestro e facilitaria o rastreamento de estrangeiros em

cada território, o que seria o “sonho de consumo” dos países que sofrem com atentados terroristas. Os defensores dos direitos humanos alegam invasão de privacidade, uma vez que a pessoa passaria a ser monitorada em sua vida particular e em seus momentos íntimos, inclusive dentro de sua residência, que é um recanto inviolável. Esta situação fere as constituições de inúmeros países. Também, como todos serão rastreados, o que fazer das autoridades? Presidentes, reis, políticos, pessoas famosas, milionários? Quando se trata de mundo digital, a segurança é inexistente. O caso Edward Snowden, que revelou a espionagem americana sobre líderes políticos da Europa, da América Latina, de empresas como a Petrobrás, onde se grampeou conversas de reis e presidentes pelo mundo a fora, comprova que neste meio tecnológico não existe lei, ética e nem segurança. Esta é uma terra de ninguém. E não há melhor lugar para criminosos, de toda natureza, do que uma “terra” sem lei, sem princípios e sem nenhum controle e segurança. Os criminosos rastreariam suas vítimas. Assim, os quase certos terríveis efeitos colaterais da implantação de chips o inviabilizam. Hoje, o chip se encontra mais no imaginário teológico e nas disputas filosóficas, políticas e técnicas, do que no mundo da realidade. Mesmo depois destas considerações tenho a ressaltar que, caso surja uma pessoa empossada num governo mundial, que vier a se assentar no trono do templo em Jerusalém (o templo deverá ser construído, pois no momento não existe), que determinar o uso obrigatório de um novo documento (diferente de CPF/CNPJ) contendo seu nome ou seu número e quem não usar, além de não ter acesso à comida ainda será morto, a situação é “pegar ou

largar”. Nessa condição, para os adoradores de Deus a única decisão correta possível seria idêntica à da família Macabeu. Hoje em dia o Estado Islâmico está agindo igual, ou pior do que o descrito proceder da Besta e do Anticristo. A boa notícia é que a Besta com o seu Anticristo, se vier a existir literalmente, só lhe será permitido agir, também literalmente, por três anos e meio, conforme Apocalipse 13,5. E Jesus nos assegura que “por causa dos eleitos aqueles dias serão abreviados”.

40

O PORQUÊ DO SÍMBOLO DA TAÇA  

No Apocalipse, taça significa absorver, receber em si as consequências de algo. Tanto pode ser bom, significando alegria, festa e vida, como pode ser ruim, veneno, com o significado de sofrimento, dor e morte. Então, as taças mostram, especificamente, a dor e o sofrimento que incidem diretamente sobre o Homem, no período dos dois séculos referidos. Estas dores e sofrimentos são frutos do somatório das ações erradas e egoístas dos relacionamentos interpessoais e com a natureza, que desequilibrada pela ação humana sob influência maligna, passa a agir desordenadamente, não podendo mais proporcionar um ambiente aconchegante para a vida.   Um dos sete anjos que tinham as sete taças aproximou-se e me disse: Venha, eu lhe mostrarei o julgamento da grande prostituta que está sentada sobre muitas águas, com quem os reis da terra se prostituíram; os habitantes da terra se embriagaram com o vinho da sua prostituição. [...] A mulher... segurava um cálice de ouro, cheio de coisas repugnantes e da impureza da sua prostituição. [...] Vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos, o sangue das testemunhas de Jesus. Quando a vi, fiquei muito admirado. (Ap 17, 1-6)  

Taça é sofrimento de toda ordem no período descrito: degradação ambiental, doenças, epidemias, calor, sede, fome, falência das instituições, violência e morte.

41

A PRIMEIRA TAÇA     O primeiro saiu e derramou sua taça pela terra. E uma úlcera maligna e dolorosa atingiu as pessoas que traziam a marca da Besta e as que adoravam a sua imagem. ( Ap 16, 2 )  

As taças relatam o afetamento direto das pessoas, os selos, a deterioração histórico-política, e as trombetas descrevem o definhamento mortal da natureza.  Num primeiro momento a nossa interpretação é de que esta “úlcera maligna” seja apenas o câncer. E o diagnóstico para câncer é exatamente “um tumor maligno”, e, também, por ser uma doença mundial.   Nas pragas do Egito notamos a mesma praxe. As primeiras pragas ocorrem sobre a natureza, atingem as pessoas através da natureza. A última incide diretamente sobre o Homem, matando todos os primogênitos. Fico a me perguntar por que João não diagnosticou esta úlcera maligna e dolorosa? Para seu tempo, a descrição seria absolutamente aplicável à lepra. Mas, a lepra ele conhecia de sobra. Se esta úlcera, que descreve, fosse a lepra, o texto seria assim redigido: “E uma grande epidemia de lepra atingiu as pessoas...”. Mas ele não diagnosticou, “não definiu”. Disse “uma” úlcera. Indefinida. Mesmo porque, ela, na visão de João, não ocorria apenas externamente ao corpo, pois se assim fosse, o correto seria descrevê-la como lepra. Por que não a nomeou de lepra? Considerando que as pragas são os últimos acontecimentos da história humana, é uma questão de lógica buscá-las no futuro. E esta epidemia de “uma úlcera maligna que atinge as pessoas”, verdadeiramente existe nos dias atuais.

Ela surgiu, nasceu, apareceu nos últimos tempos, no início dos anos oitenta. Nunca houve antes. Não há registro na medicina, nem na história universal. Seu nome é AIDS. A revista FATOS (agosto de 85) traz uma matéria sobre a AIDS. Entre outras considerações, cita:   Estudos da Sociedade Real de Medicina, de Londres, adverte que a AIDS poderá se converter na maior epidemia jamais registrada na história da humanidade. O imunologista Fernando Samuel Sion, do Hospital Gaffree Guinle (um dos centros de pesquisa da doença no Estado do Rio de Janeiro), afirma que, se não forem tomadas medidas urgentes no sentido de conter a propagação da AIDS, estaremos diante de uma tragédia mundial, possivelmente a pior de todas as guerras registradas pela história da humanidade, a guerra contra o reino da AIDS. Na sua fase inicial, a AIDS se manifesta através de febre, diarreia, prostração, surgimento de ínguas e emagrecimento acentuado. Na fase posterior, surgem infecções oportunistas (que se manifestam em organismos indefesos) e tumores malignos. Não existe um tratamento específico devido à multiplicidade de infecções oportunistas que o paciente pode apresentar. A morte é segura após dois anos em 70 por cento dos casos e cem por cento após quatro anos da doença, esclarece o Dr. Cláudio Amaral. Mesmo com o avanço nas pesquisas do vírus de AIDS, num espaço relativamente curto (1981-1985) em que os cientistas definiram a doença... [Grifos meus]. (REVISTA FATOS, 12 de agosto de 1985, n° 21).  

A AIDS não é, necessariamente, uma úlcera. É uma doença que tira por completo a resistência do organismo humano contra todas as doenças. O corpo humano possui os anticorpos, encarregados de fazer a limpeza interna do organismo contra a invasão por vírus, bactérias, vermes, parasitas e outros, imobilizando-os, neutralizando ou devorando, eliminando-os do organismo. Não fosse o trabalho de defesa deles, ninguém conseguiria sobreviver. Quando ficamos doentes, principalmente por Infecções, a quantidade de micróbios, vírus ou bactérias que se multiplicam no organismo fica bastante elevada, ao

ponto dos anticorpos naturais se verem em menor número e impossibilitados de vencerem o inimigo. Por isso é que tomamos os antibióticos e as vacinas. A AIDS é um “processo” adquirido, arranjado, arrumado, conseguido, transado, pois o corpo humano não a tem naturalmente. É o resultado de um conjunto de agressão, abusos e desrespeito ao organismo. Ela, simplesmente, acaba, de vez, com o trabalho honroso e eficiente daquela substância de defesa.  Uma simples gripe, sem as devidas providências, pode se torna mortal. Até a data presente, não existe cura, nem vacina, embora muita pesquisa esteja sendo feita. Os antirretrovirais dão, apenas, uma sobrevida aos soropositivos. E as expectativas da ciência quanto à cura, são bastante sombrias presentemente (1986). Conforme a mesma revista, a cura para esta doença é muitíssimo remota, hoje: “As pesquisas já realizadas geram um fio de esperança, mas a cura ainda é uma miragem à distância”. A AIDS tem uma grande “vantagem” sobre o câncer, pois este não é, necessariamente, contagioso, e nas fases preliminares, e até secundárias, é possível de ser curado. A AIDS é muito contagiosa, transmissível, não obstante todas as declarações políticas em contrário. Transmite-se mais nas agulhas de injeção (principalmente nas agulhas compartilhadas por usuários de drogas), na transfusão de sangue, nas relações sexuais, e de outras formas. Confiar numa tal “massa crítica” é um desrespeito à virose. A AIDS não tem barreiras. Ainda a revista Fatos, preteritamente citada, traz a declaração de uma especialista:   Mas a AIDS não se transmite somente através do ato sexual ou de transfusão de sangue. A Dra. Regina Célia Haine Monte Alegre, chefe

do Serviço de Dermatologia da Secretaria da Saúde do Município do Rio de Janeiro, enviou ao Conselho regional de Odontologia carta aberta fazendo recomendações aos cirurgiões-dentistas quanto ao tratamento dentário de portadores de AIDS. Ela recomenda o uso de luvas, máscaras e proteção ocular em caso de procedimento cirúrgico. Lembra também que instrumentos usados na boca dos pacientes – como espelhos, sugadores não descartáveis, etc, – devem ser esterilizados após o uso, em autoclaves ou formol, e as superfícies devem ser limpas com solução hipoclorito de sódio a dez por cento, ou álcool a 25 por cento. [Grifo meu]. (REVISTA FATOS, 12 de agosto de 1985, n° 21).  

O Jornal O Popular (Goiânia, julho de 1985), traz um tópico referente a grande capacidade de contágio da AIDS, inclusive entre os profissionais da saúde que tratam dos pacientes contaminados:               São Paulo – Funcionários dos seis hospitais da Grande São Paulo, responsáveis pelo atendimento de pacientes portadores da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) estão em estado de pânico e ameaçando suspender este tipo de tratamento, segundo o coordenador do programa de controle à AIDS da Secretaria Estadual da Saúde, Paulo Roberto Teixeira. De acordo com o médico, esta reação foi desencadeada por uma denúncia feita sexta-feira pelo bacteriologista do HC, Ricardo Veronesi, que disse ter identificado anticorpos da doença em duas faxineiras daquele hospital que trabalham em contato com pacientes da AIDS. O bacteriologista acredita que elas tenham sido contaminadas ao se picar com agulhas usadas por estes pacientes, encontradas no lixo. [Grifos meus]. (O POPULAR. Goiânia, 16 de julho de 1985, Caderno Nacional, p-10).  

A AIDS é uma doença nova, aliás, novíssima. É a caçulinha das modernas doenças humanas. E não estava escondida nas profundezas dos polos, nem veio do espaço exterior. O homem, para conseguir a AIDS, teve que batalhar duro.  Para adquiri-la teve que fazer proezas inenarráveis. Mas, conseguiu. Foi um longo e complicado processo, mas conseguiu.

Restava-se saber qual a procedência de tão imensa desgraça. A fonte, a origem, é a primeira pergunta que os cientistas fazem para poder iniciar uma pesquisa de combate. A resposta que tiveram não me é surpreendente, pois algo tão miserável só podia ser gerado numa fonte idem. E, quando começaram a ser publicados os primeiros resultados sobre os nascedouros dessa terrível e mortal doença, logo surgiram os defensores de plantão dos “direitos de gêneros” dizendo que aquelas declarações eram homofóbicas e preconceituosas. O jornal O Popular, numa de suas primeiras manchetes sobre a doença, traz: O simpósio Internacional de Antibioticoterapia, a se realizar no Rio, de 10 a 14 de maio, convocado pela Associação Médica Brasileira e presidida pelo próprio presidente da entidade, professor Mário Barreto Corrêa Lima, ganha maior interesse desde que se anunciou a vinda do professor Harold C. Neu, o cientista, pesquisador de doenças infecciosas da Universidade de Colúmbia (NY) que virou celebridade a partir da descoberta da nova e mortal doença chamada de Síndrome de Deficiências Imunológicas Adquiridas – AIDS... Todos se lembram que o “Fantástico” fechou um de seus mais recentes programas com um relato completo feito sobre a doença e que já foi apelidada de câncer dos homossexuais. A doença, ainda de causa desconhecida, sem cura e que provoca uma morte lenta e dolorosa em dois ou três anos, ganhou esse apelido por se constatar que oitenta por cento dos casos registrados foram em homossexuais. [Grifos meus]. (O POPULAR. Goiânia, entre 1982 e 1986 [data perdida]).  

Ainda a mesma revista Fatos confirma esta verdade:   A AIDS foi relatada pela primeira vez em homossexuais masculinos e em viciados no uso de drogas endovenosas... No Rio Grande do Sul, a Secretaria de Saúde colocou o telefone 2631-00, ramal 129, à disposição dos interessados. Todos os casos notificados de AIDS naquele estado foram de homossexuais e a faixa predominante é dos 30 aos 40 anos de idade. [Grifos meus]. (REVISTA FATOS, 12 de agosto de 1985, n° 21).  

Com os dados científicos disponíveis poderia escrever um livro, um tratado sobre os pais, o berço e o

nascimento da AIDS. São tantas as “transas” diabólicas que geraram esta maldição, que se torna impossível entrar nos detalhes técnico-científicos neste presente livro. Resumindo: a principal fonte infeliz donde surgiu esta doença é, pela ordem: homossexualidade masculina, feminina; prostituição, adultério; viciados em drogas; produtos químicos utilizados para estimulação sexual, incluindo as drogas; sexo anal, sexo oral, sexo com animais. Isto, muitíssimo resumido! Neste caldeirão do diabo surgiu o vírus da AIDS. E, ao contrário do que se pensa, a principal classe a que pertencem estas pessoas, na origem da AIDS, em seus momentos iniciais, é a classe rica (e não os pobres africanos em quem tentam pôr a culpa), conforme atestam todas as pesquisas. Com estas breves considerações, finalizamos o estudo da primeira das sete pragas. Após concluir estas presentes pesquisas sobre a AIDS, adquiri uma suspeita muitíssimo grande de que Sodoma e Gomorra foram destruídas por Deus, através de fogo que caiu do céu sobre elas, porque, segundo as narrativas, aqueles fatos me levam a considerar que a situação presente naquelas cidades tinha tudo o que se tem hoje, deste “caldeirão do diabo” da AIDS. As semelhanças são visíveis. Se a minha suspeita for certa, Deus nada mais fez do que “esterilizar” o mundo, da AIDS, àquela época. Então, a primeira taça é a AIDS.

42

   

A SEGUNDA TAÇA O segundo derramou sua taça pelo mar... E este se transformou em sangue, como de um morto, de modo que todos os seres que viviam no mar morreram.  ( Ap 16, 3 )  

Diferente da segunda trombeta que relata a morte de um terço do mar, esta taça ressalta o agravamento da situação ao dizer que o mar transformou-se em sangue fazendo perecer todo ser que nele vivia. Isto é extremamente sério, pois indica que para se atingir um terço de degradação da vida marinha o processo é relativamente mais lento, mas daí em diante até o completo aniquilamento, ocorre bem acelerado. Muito recentemente os cientistas detectaram que o aquecimento global, com o consequente aumento da temperatura das águas dos mares e oceanos está matando os corais e os plânctons, dois elementos essenciais para a vida marinha. Os plânctons são a base da cadeia alimentar de grande parte dos seres marítimos. Se o aquecimento global, que está aumentando paulatinamente, eliminar o plâncton, todos os que dele dependem morrerão de fome. A segunda taça é a morte dos seres nos mares e oceanos.

43

A TERCEIRA TAÇA     O terceiro derramou sua taça pelos rios e pelas fontes... E transformaram-se em sangue. Ouvi então o Anjo das águas dizer: “Justo és ‘Aquele-que-é e Aquele-que-era’, ó Santo, porque julgaste estas coisas; pois estes derramaram sangue de santos e profetas, e tu lhes deste sangue para beber. Eles o merecem!” Ouvi então que o altar dizia: “Sim, Senhor, Deus todo-poderoso, teus julgamentos são verdadeiros e justos”. ( Ap 16, 4-7 )  

Nesta taça vê-se claramente que os sofrimentos humanos são causados por seus pecados; “Eles o merecem”. O julgamento de Deus é justo e verdadeiro. Ele colocou diante do homem a vida e a morte. O homem deveria fazer somente o certo. Mas nesta taça a loucura humana transformou a água em veneno mortal. Ou dela bebe e morre, ou não bebe e morre de sede. A terceira trombeta descreve que o homem joga nas águas potáveis, lixos, produtos químicos e esgotos diversos. Na terceira taça é indicado que mesmo aqueles reservatórios apropriados para o consumo irão faltar, por outro motivo (e diversos estudos científicos atuais o confirmam): o declínio da precipitação pluviométrica, o que provocará o esgotamento de nascentes e reservatórios. O ser humano, na sua grande maioria, terá que beber da água poluída. Se não, deverá procurar outras difíceis a caríssimas alternativas. A falta d’água provocará mortes, emigrações e guerras. Sem água no planeta a humanidade dura pouco. Este fato é importante para se determinar a proximidade da volta de Cristo! A terceira trombeta relata o princípio da falta de água potável. A terceira taça descreve, agora, a sua aproximação do fim.

44

A QUARTA TAÇA     O quarto derramou sua taça sobre o sol... E a este foi permitido abrasar os homens com fogo. Os homens, então, abrasados por um calor intenso, puseram-se a blasfemar contra o nome de Deus, que tem poder sobre tais pragas. Mas não se converteram para lhe tributar glória... ( Ap 16, 8-9 )  

Este particular, o surgimento de um calor intenso, não poderia ser algo de normal dentro dos parâmetros da termologia atmosférica. A Terra, como sabemos, dependendo de sua inclinação, latitude e longitude, e de mais alguns fatores, possui, naturalmente, climas frios, temperados e quentes. Há lugares onde estes três estados climáticos são quase perenes, não sofrendo variação notória. Tem, também, outras regiões onde se podem encontrar, alternadamente, a variação destas temperaturas. Para o povo hebreu, de localização geográfica desértica e semidesértica, o clima é semiárido e quente, com a predominância, do clima do deserto; extremamente quente durante o dia, e extremamente frio durante a noite. Os beduínos são nativos deste clima. Em meu ponto de vista, o Apocalipse tem abrangência universal – repito. Então, para que João pudesse relatar um “calor intenso” ele se refere a um aumento de temperatura geral, ao redor do globo terrestre. Um discreto aumento de intensidade de calor no sol não “afetaria” a Terra, uma vez que o calor que aqui chega é trazido por diversos tipos de raios, e a camada atmosférica possui determinados elementos gasosos que filtram a luz e os demais raios, permitindo que apenas uma quantidade de calor destes incida sobre a superfície do planeta. Além do mais, a distância entre o sol e a Terra faz com que esta se situe dentro de um leque de raios de

quantidade constante. No caso, o que poderia variar, e varia, é a intensidade e a qualidade dos raios. Fato este conhecidíssimo pelos especialistas, por ocasiões de grandes explosões solares. No episódio do relato desta taça, não há razão para se buscar alguma anomalia no sol, mesmo porque os cientistas atestam que este continua o mesmo, com alterações mínimas. As Sagradas Escrituras não falham. Qualquer pessoa percebe que o clima “anda muito estranho”, muito mudado, ultimamente. E a previsão do Apocalipse, editado há dois mil anos, é exatamente igual às constatações e às pesquisas científicas modernas, no que diz respeito ao aumento de temperatura. Não somente isto, mas sobre todas as realidades do meio ambiente atual. O que João chamou de “abrasar com um calor intenso”, os cientistas denominam de efeito estufa. Vejamos como estes esclarecem o efeito estufa. São muitas as declarações sobre a elevação do aquecimento. O jornal Diário da Manhã (Goiânia-out-83) traz um importante tópico a respeito das desastrosas alterações climáticas:   Rio — As alterações climáticas que a humanidade terá de enfrentar a partir de 1990, segundo a previsão de 100 cientistas norteamericanos, contratados pela “Agência para a Proteção do Meio Ambiente”, foram confirmadas pelo diretor do Observatório Nacional, Rogério Mourão. Segundo ele, o efeito estufa, fenômeno natural causado pela formação de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera que permite que os raios solares atinjam a superfície terrestre, mas impede que parte do calor seja dissipado no espaço, deverá mesmo ocorrer no final do século, com consequências drásticas. O aumento de CO2 na atmosfera que se deve ao alto índice de poluição causada pela queima de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural, junto com as consequências do desmatamento e das queimadas, provocará uma série de reações climáticas, entre as quais a elevação da temperatura da terra, a elevação do nível das águas, devido ao degelo das calotas polares, e o da incidência

de chuvas ácidas”. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 21 de outubro 1983. Caderno Opinião, p.3).  

E continua, noutra edição:   A partir de 1.990 a produção de alimentos será drasticamente prejudicada, haverá grandes inundações pela elevação do nível das águas nas regiões costeiras e o gelo polar se derreterá. A advertência foi feita, na última terça-feira pelo governo dos Estados Unidos, num relatório divulgado pelo jornal “New York Times”. O relatório adianta que esta mudança climática é inevitável e potencialmente catastrófica. O estudo foi realizado pela “Agência de Proteção Ambiental” dos EUA, sublinhando que é urgente a necessidade de planejamento de medidas que permitam à humanidade enfrentar estas alterações profundas a curto prazo. Esta mudança climática será determinada, segundo o estudo, pelo aumento de bióxido de carbono na atmosfera, chamado também de efeito estufa. Segundo os especialistas da Agência a situação é muito grave. Não é trivial e irá se apresentar a curto prazo. E a catástrofe está prevista para o final do século XXI. Eles asseguram que agora não é possível evitar o fenômeno, pois mesmo uma proibição drástica do uso de petróleo e combustíveis fósseis, que são as principais fontes de bióxido que impede a expulsão do calor para o espaço, de nada adiantaria. Isto se viesse a ser posto em prática, só ajudaria a protelar o problema, na opinião dos especialistas. Segundo o diretor do Departamento de Estudos Estratégicos da Agência norte-americana, John Hoffman, do ano 1990 ao ano 2000 haverá grandes mudanças e teremos que nos preparar para conviver com elas. Segundo o estudo, as médias de temperatura da Terra irão aumentar em 1,9 graus por volta do ano 2.040, em cinco graus por volta do ano 2.100, triplicando-se esses aumentos nos polos, onde as calotas de gelo poderão derreter-se. O documento termina com um apelo dramático para que se iniciem, imediatamente, pesquisas e desenvolvimento de programas para afastar o perigo desta calamidade já prevista. Apesar da advertência dos Estados Unidos, centenas de cientistas em todo o mundo estão envolvidos em pesquisas sobre a possibilidade de aumento de quase 2,0 graus centígrados na temperatura do globo terrestre, a partir de 1990. No Brasil, cientistas entendem que o relatório é alarmista, mas o perigo de fato existe. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 20 de outubro de 1983. Caderno Internacional, p.7).  

Há, ainda, outra ameaça de grande e terrível aumento de temperatura. Cientistas confirmam que a camada de ozônio que envolve o planeta, responsável pela filtragem e

retenção dos raios ultravioletas, principalmente, está parcialmente destruída e continua num rápido processo de destruição, fazendo com que enormes “buracos” surjam na atmosfera, por onde estes raios passam intactos, atingindo a natureza terrestre, de cheio. As pessoas, os animais e os vegetais expostos a estes raios sofrem queimaduras severas e intensas (sendo um fator importantíssimo no desenvolvimento de câncer de pele), além do que, podem causar incêndios e explosões, quando encontrarem condições favoráveis. Com tal intensidade de calor incidindo sobre a superfície da Terra, sem poder se dissipar rapidamente para o espaço exterior, pois a camada de CO2 impede que isto ocorra, o efeito estufa fica, de fato, muito mais quente, elevando a temperatura a índices insuportáveis. E tudo isto não é hipótese, nem fantasia. Qualquer pessoa pode, com certa facilidade até, confirmar, em qualquer centro de pesquisa científica, confiável, mais próximo. As dificuldades de se ter certeza residem em dois extremos: os daqueles que exageram tudo e que, partindo de um dado insignificante criam um alvoroço como se o mundo fosse acabar em minutos; e os daqueles que, escondidos detrás de interesses escusos e ridículos escondem problemas realmente sérios e mortais, até fazendo deles caçoadas e motivos de risos, enquanto o problema está a crescer e a se avolumar em proporções desesperadoras. Mas, sendo a natureza um lugar-comum, e impossível de ser exagerada ou minguada em seus efeitos, sem que todos possam constatar na pele, a melhor receita é a de dar ouvidos às mudanças bruscas e não naturais do clima. E isto não é lá tão difícil de se fazer, como bem nos mostra outra reportagem do Diário da Manhã (Goiânia,

janeiro de 198484), numa observação não muito importante para muitos, mas extremamente verdadeira e real:   É famoso o ditado sobre o clima espanhol: três meses de inverno e nove meses de inferno. Aqui, em Goiás, nossa situação é algo parecido, mas para pior: atualmente, oficialmente no inverno, mas já vivendo um veranico brutal, o goianiense está sofrendo o que se poderia denominar de “Síndrome das monções”.       Os dias começam frios ou frescos, geralmente com chuva. Depois sai um sol causticante, jogando a temperatura para mais de 30 graus, e que, com a umidade dos temporais, transforma o ambiente em estufa. À tarde, a temperatura costuma tornar a cair. Há noites enregelantes ou sufocantes. Nas primeiras, se dorme de touca e cobertor; nas segundas o desejo é ressonar na geladeira. Em suma, estamos sendo climaticamente pasteurizados. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 13 de janeiro de 1984. Caderno Opinião, coluna Café da Manhã, p.3).

A partir de 2008, quando da revisão deste livro para a 2ª edição, passei a acrescentar notícias atualizadas, sobre as consequências do aquecimento global, como esta do Jornal Diário da Manhã (Goiânia, janeiro de 2007):     PAISAGEM PERTO DO FIM     Da Agência Estado, de Viena. As geleiras terão praticamente sumido dos Alpes até 2.050, advertiram cientistas, baseando-se no acúmulo de evidências de um derretimento lento, mas contínuo, dos glaciares continentais.Na província austríaca do Tirol, o gelo vem encolhendo em média 3% ao ano, o que significa uma perda anual de cerca de um metro, diz Roland Psenner, do Instituto de Ecologia da Universidade de Innsbruck. E 2.050 é uma perspectiva otimista, disse ele: se o índice de derretimento continuar como está, a maioria das geleiras já terá desaparecido até 2.037. “A densidade média dos glaciares nos Alpes é 30 metros; então, parece praticamente certo que não haverá mais geleiras, exceto algumas muito altas, que estão acima dos 4.000 metros”, afirmou. Participantes de uma conferência regional sobre os Alpes, que ocorre anualmente em Alpbach, não chegaram a culpar diretamente o aquecimento global, mas pediram uma revisão das medidas

preventivas para proteger os moradores dos vales, que poderão ser inundados. Correntezas formadas pelo degelo causaram graves enchentes que devastaram parte da Suíça no verão de 2.006. O degelo é um problema global, de acordo com o Serviço Mundial de Monitoração de Glaciares, baseado em Zurique. O grupo acompanha a “saúde” de 30 geleiras em nove cordilheiras do mundo e diz que a massa média está desaparecendo de modo consistente. As geleiras são a maior fonte de água doce do mundo, atrás apenas do gelo polar, que também está derretendo, segundo cientistas”. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 23 janeiro de 2007, caderno brasil/mundo, p- 8).  

Assim, a quarta taça é o aquecimento global, ou efeito estufa. Esta situação se inicia lá na quarta trombeta com a poluição do ar.

45

A QUINTA TAÇA     O quinto derramou sua taça sobre o trono da Besta... E o seu reino ficou em trevas: os homens mordiam a língua de dor, e blasfemavam contra o Deus do céu por causa de suas dores e úlceras. Mas não se converteram de sua conduta... ( Ap 16, 10-11 )  

Vemos que o trono da Besta é atingido. E que, ao ser atingido, torna-se em trevas, isto é, em confusão, dificuldades e impasses sem solução. Como eu havia, anteriormente, considerado a Besta como o sistema político-econômico que predomina no mundo, e que este sistema é essencialmente materialista e egoísta, “qualidades” essenciais do demônio a quem ela é subordinada, então, o centro, ou seja, o trono de onde emanam todas as políticas econômicas, é o Fundo Monetário Internacional – FMI. O que existe de mais radicalmente materialista no Mundo é o dinheiro. E o sistema, a Besta, gira em torno do dinheiro, a partir do dinheiro e para o dinheiro. Do FMI sai o controle e as decisões de quanto deverá, ou não, ser o salário de cada pessoa. O que vem a ser o FMI? Apesar de muito falado é pouco conhecido, principalmente pelos mais humildes. O FMI é um caixa monetário que os países associados mantêm para o caso de algum dentre eles se ver em apuros financeiros. Caso isso ocorra, o fundo lhe emprestará o dinheiro necessário e o ajudará, tecnicamente, a superar e a sair de sua crise.  Com a grande diferença estabelecida Norte/Sul, no que se refere a distribuição das riquezas e ao progresso, o Norte se tornou rico e progredido, e o Sul, pobre e subdesenvolvido.

Com isto, a “caixinha” do FMI passou a ser sustentada pelos países mais ricos do Norte. Um grupinho fechado, acabado, impenetrável, riquíssimo, composto de apenas sete países, é quem controla a política, o progresso e a vida de centenas de outros países pobres. Daí pode-se dizer que o FMI é o trono onde se assenta um governo formado por uma junta de sete governantes ditadores, diante do qual se ajoelham centenas de países e nações como súditos dóceis e escravos. Estes sete países sugam a riqueza produzida na centena de países pobres, via empresas multinacionais, e os deixa em verdadeira situação de miséria. Consequentemente, estes países empobrecidos necessitam ir aos sete países ricos para pedir dinheiro emprestado. E eles emprestam. E emprestam grandes quantidades, mesmo sabendo que os devedores não terão condições de lhes pagar. Assim, os países ricos ficam com a centena de países pobres “nas mãos”. Os pobres não dão conta de pagar a dívida; os juros aumentam tanto que exorbitam o capital inicial. Não encontrando saída, voltam a eles para pedirem mais empréstimo, agora, para lhes pagar apenas parte dos juros da dívida. Quando um país pobre vai ao FMI, do qual é associado, e tem todo o direito de se apossar da caixa para solucionar seus problemas monetários, acontece o seguinte: o dinheiro que lá está depositado pertence aos ricos para os quais o país pobre está devendo até à alma; então, os países ricos se tornam donos e senhores do Fundo, e, para que o associado pobre pegue o dinheiro, o Fundo lhe impõe condições das mais rigorosas e sufocantes e vai lhe repassando os recursos em suaves prestações, e isto se o país pobre estiver obedecendo, ao pé-da-letra, às suas imposições. Desse jeito, o dinheiro acaba não dando nem para pagar parte dos juros da dívida. Resultado: o país pobre se

vê em condições ainda piores que antes, porque uma vez devendo mais, não poderá sacar outra vez, ou se isto ocorre, é em condições extremas. Este processo de se ir ao FMI era um tanto quanto normal, e até escasso, antes da crise econômica mundial causada pelas exorbitantes altas dos preços do petróleo e da quebradeira dos bancos e bolsas. Naquela ocasião, com o colapso econômico mundial, todos os países pobres e os que já estavam em bom estado de desenvolvimento, entraram em pane econômica, simultaneamente. A corrida de pedido de empréstimos ao Fundo foi uma verdadeira avalanche. As reservas financeiras da instituição se viram insignificantes diante de tanta necessidade. Os sete países ricos fizeram depósitos extras, de emergência, o que não deu para resolver satisfatoriamente, e os países pobres passaram a fazer longa fila de espera. Esta situação fez com que o Fundo Monetário Internacional se tornasse em trevas, e se viu sem condições de atender e resolver tantos problemas. Criou-se uma situação desesperadora e sem solução. Ainda mais, com a ameaça de vários países pobres de não pagarem suas dívidas anteriores. Atualmente, a situação exata do FMI é “estar em densas trevas”. Por isso, vem agindo com rigor com os devedores, mandando-os pararem de progredir (recessão). Param as indústrias, a construção e a agropecuária. Milhões de trabalhadores perdem o emprego e outros tantos que precisam começar a trabalhar, não têm onde e nem como. Tudo o que continua funcionando, o Fundo determina um controle extremado sobre a produção e o salário. Para ele, o país devedor só conseguirá pagar a dívida se produzir cada vez mais, gastando cada vez menos. Impõe um alto índice de produção e um baixíssimo índice de salário. E induz os governantes, seus capachos, a fazerem

propaganda em cima de propaganda de que é preciso produzir sempre mais, e o trabalhador e o povo precisa se conformar em ganhar menos, afinal, é até um ato heroico de patriotismo morrer de fome e doente, enquanto se trabalha e produz cada vez mais, para o país saldar “honrosamente” a sua dívida. Dívida esta que os próprios trabalhadores e o povo pobre nunca receberam um único centavo furado. E se matam para pagar. E assim, o homem cai na desgraça, sob o domínio de forças e de ideologias demoníacas. Começa a surgir os cortes nos salários, nas consultas e nos exames da previdência social, e desse modo a humanidade moderna está a viver na mais completa desgraça, a dezenas de anos, e não há quem a socorra. A cada segundo aumenta o número da população mundial.  E a máquina fantástica da Besta, que é seu profeta (a televisão e os meios de divulgação), imbeciliza a bilhões levando-os a acharem que tudo está certo como está e até aplaudem seus governantes, que são sempre os mesmos durante toda a vida. Têm-nos como verdadeiros ídolos e heróis. Este é o grande “serviço” prestado à humanidade pela televisão e pelos meios de divulgação.  Então, ocorre o seguinte: “... os homens mordiam a língua de dor, e blasfemavam contra o Deus do céu por causa de suas dores e úlceras” (Ap 16, 10-11). A televisão, imbecilizando as pessoas, tornando-as incapazes de verem e de julgarem a realidade, faz com que transfiram a Deus a responsabilidade por todo este estado de miséria em que se encontram, e Lhe dirijam as suas indignações em blasfêmias e xingatórios terríveis. No fim de tudo, o demônio consegue fazer o homem responsabilizar o Santo dos Santos, o Senhor Deus do Universo, o Pai da Vida, como o responsável pela desgraça humana atual; e lá no meio do seu inferno dá gargalhadas

estridentes de alegria satânica, ao se deparar com bilhões de homens imbecilizados, gritando contra Deus nos Céus, dirigindo-Lhe as mais terríveis pragas por uma culpa que não é Sua. Mas, no fundo, no fundo, todos são adoradores do dinheiro e, por isso, prostram-se ajoelhados diante do profeta da Besta, diante da Besta e diante do próprio demônio. No fundo, no fundo, “eles o merecem...”, a menos que se convertam e aceitem a Jesus Cristo, a única opção de vida plena que Deus deu à humanidade. Fora disto, não há salvação. Para ilustrar o que acabo de dizer, citarei este trecho do jornal O Popular (Goiânia):   Buenos Aires – o Governo argentino enviou ao fundo Monetário Internacional (FMI) uma Carta de Intenção adicional à remetida em 11 de junho passado na qual anunciou a manutenção de congelamentos de salários quanto seja necessário e uma política flexível sobre preços e tarifas. [Grifos meus]. (O POPULAR. Goiânia, entre 1982 e 1986 [data perdida).  

Traduzindo para o nosso dia a dia, vem:  

a – CARTA DE INTENÇÃO: nome dado a um documento no qual o governo promete, de mãos postas, obedecer tudo o que os credores ricos quiserem. Ou obedecem, ou não recebem mais nenhum empréstimo, o que torna a situação um caos. b – ADICIONAL: adicional, porque as primeiras penosas promessas não pareceram suficientes para satisfazer a sanha econômica dos ricos. c – MANUTENÇÃO: continuar não dando folga e nem moleza aos trabalhadores; continuar duro e cruel como já vinha fazendo há bastante tempo. d – CONGELAMENTO DOS SALÁRIOS: manter os salários nos índices mais baixos possíveis e não permitir que aumentem de jeito nenhum.

e – QUANTO SEJA NECESSÁRIO: o quanto seja necessário para agradar aos países ricos, e não os contrariar em nada, mesmo que para isso seja preciso usar a força bruta para conter alguma revolta dos espoliados. f –  E UMA ROTINA FLEXÍVEL SOBRE PREÇOS: flexível, significa deixar os preços  livres: alimento, remédio, escola, habitação e tudo o mais à vontade dos donos dos bancos, das indústrias e dos comerciantes. Desse modo, podem aumentar os preços como entenderem, que o Governo não vai fazer nada para impedir. Isto, levando-se em conta que grande parte das indústrias, do comércio e dos bancos pertence as multinacionais de países ricos. g – UMA POLÍTICA FLEXÍVEL SOBRE TARIFAS: tarifas, em geral, significam juros, contas de água, energia, telefone, etc. Então, os juros estarão liberados à vontade dos banqueiros e das financeiras. A média de lucros anuais dos bancos eleva-se a percentuais astronômicos.  Arrochado assim, o trabalhador pobre terá de trabalhar mais para poder tentar, desesperadamente, aumentar o rendimento, pois o salário está congelado, mas os juros sobem como foguete. Não vai conseguir o necessário para a manutenção de sua família e, não tendo dinheiro para comprar à vista, cai na armadilha dos juros exorbitantes, onde se diz na gíria popular que, “quem comprar uma casa do BNH nunca vai conseguir pagá-la”. E o texto do jornal, continua: “A carta foi elaborada pelas autoridades econômicas argentinas e membros de uma comissão técnica do FMI que recentemente esteve no País”. No outro lado do mundo, as coisas não andam melhores. Segundo o jornal O Popular (Goiânia, julho de 1985):   Addis Abeba — O Presidente da Tanzânia, Julius Nyerere, prometeu ontem, que a África não permitirá que seus filhos morram de fome para pagar sua dívida externa, ao falar diante de outros líderes

do continente, durante a abertura da 21º reunião da OUA. A reunião ocorre no momento em que a África é afetada por uma dívida externa de 170 bilhões de dólares e em que 500 milhões de pessoas sofrem de escassez de alimentos e com a fome. [Grifos meus]. (O POPULAR. Goiânia, de 20 de julho de 1985, Caderno Internacional, p9).  

E assim, os países pobres encontram-se em situações de extremas dificuldades, dificuldades estas que não sensibilizam os países ricos. E a situação tem efeito cascata, e sem sombras de dúvidas acabará por atingir também aqueles. Nos dias de hoje a desordem econômica grassa pelo planeta. Países ricos do chamado primeiro mundo estão com sérios problemas econômicos e mergulhados em convulsões sociais. O FMI está enfraquecido e sem condições de solucionar, pois quem financia este organismo são justamente as grandes potências que já não estão mais dando conta de cuidarem nem de si mesmas. Assim, a quinta taça se refere à desestruturação e falência da economia mundial.

46

A SEXTA TAÇA    

A sexta taça, a sexta trombeta e o sexto selo, os eventos de número 6, serão analisados juntos, a seguir, uma vez que se referem aos mesmos acontecimentos. Faz-se necessário relembrar que os selos se remetem ao conteúdo histórico, as trombetas ao meio ambiente e as taças à situação de sofrimento do ser humano dentro de toda esta realidade.

47

A SÉTIMA TAÇA   A sétima taça trata dos últimos eventos da presente humanidade. Juntos com ela estão contidos os acontecimentos de todos os selos, de todas as trombetas e das seis taças anteriores. Ela inicia-se com a eclosão da Terceira Guerra, desde seus preparativos, como veremos a seguir nos eventos de número 6, e se estende até os primeiros dias dos filhos de Deus no paraíso eterno. Por este motivo será analisada em cinco itens: 1º = Juntos, o sexto selo, a sexta trombeta e a sexta taça: os eventos de número 6. 2º = A volta de Jesus. 3º = O Juízo Final. 4º = O Inferno Eterno. 5º = O Paraíso Eterno.

48

OS EVENTOS DE NÚMERO 6   1° ITEN DA 7ª TAÇA

 

6° Selo - 6ª Trombeta – 6ª Taça

  O Apocalipse descreve três guerras mundiais: a primeira, a do Cavalo Branco, com o arco e a flecha; a segunda, a do Cavalo Vermelho, com a espada; e a Terceira, descrita pelos eventos de número 6, que ainda não ocorreu, a nuclear, onde as armas são os mísseis atômicos. De posse de todas as interpretações anteriores, podemos agora, nos situar dentro do Apocalipse, entre o que já ocorreu e está ocorrendo e aquilo que ainda falta para acontecer. Estamos, no momento, exatamente entre as duas grandes guerras já ocorridas e a terceira que, ao que tudo indica, está prestes a explodir. A humanidade pressente, apavorada, a terceira guerra. E este terror é alicerçado nos imensos e modernos arsenais de destruição em massa, nas relações internacionais calcadas no egoísmo, na intolerância política e religiosa, e num ódio explicito entre os povos. As taças são os últimos momentos de agonia da humanidade. Após estes, não haverá outros: “Pois com estas o furor de Deus estará consumado”. (Ap 15,1). Devemos nos recordar que estamos, presentemente, no início da sexta taça. E que, entre o momento atual (eventos de número 6) e a volta de Jesus (sétima taça) falta ocorrer apenas a terceira guerra mundial. Desde que com as sete taças se “consuma”, termina, então posso concluir que, de fato, são os derradeiros episódios na história da humanidade, antes da intervenção pessoal e direta de Deus.

Para mim, que creio nas escrituras, vejo, claramente no Apocalipse, como será detalhado a seguir nos eventos de número 6, a Terceira Guerra descrita, em detalhes.  Se o Apocalipse diz que “com estas estará consumado”, não creio, de maneira alguma, que após, ainda nos últimos momentos, os mais precários antes da manifestação de Deus, a humanidade inteira se converta. Não acredito que reconheçam seus crimes e a destruição do seu habitat, e peçam perdão a Deus e comecem a recuperar a Terra, a reflorestar o paraíso, e a restituir todas as vidas animais extintas. Jamais... jamais... jamais, ocorrerá uma conversão em massa, instantânea, como querem muitos teólogos. Jamais, um processo a longo prazo realizará uma conversão total da humanidade, como querem outros. Uma linha teológica moderna força um paraíso instantâneo ou, pelo menos, a curto prazo, pregando a luta de classes. Creem estes que se a maioria dos homens “está no inferno” por culpa de uma minoria insignificante, privilegiada, então, em se havendo uma reviravolta, se a maioria reagir em bloco, em massa, o paraíso se implanta de imediato. Isto é mais que utopia; é falsa doutrina. É semelhante a um pai cruel que, em plena floresta se depara com um tigre feroz e manda seu filhinho de apenas dois anos ir acariciar o “gatinho”. É falta de fé e completo desconhecimento das Sagradas Escrituras, principalmente do Apocalipse, quando diz: “Os outros homens, que não foram mortos por estes flagelos, não renunciaram sequer as obras de suas mãos” (Ap 9, 20). Isto prova que quem não aceita a Deus e a seu Cristo, não se converte nem por bem, nem por mal; nem com carinho, nem com chicote; e depois vem esta falsa teologia (pelo menos em parte), e coloca a humanidade a “dois passos do paraíso”.

Se os homens não se submetem a Deus, que paraíso haverá? Ou, o que haverá neste paraíso? A verdade é uma só: a raça adâmica passa por um processo seletivo. Esta seleção se faz a partir do Evangelho. Ela é geral e gratuita por parte de Deus, mas Individual e opcional, por parte do Homem. Há um número fechado, acabado, de pessoas que se autosselecionam para habitarem a Terra para sempre. Há um dia determinado, marcado por Deus, para Sua intervenção pessoal na história humana e para homologar tal seleção (Juízo final). Esta Terra atual será destruída; uma nova terra será criada por Deus. Toda teologia que constrói o paraíso por meio de mãos humanas é excelente quanto à intenção, mas falsa, quanto à verdade. Tal teologia só seria possível em tese: se todos optassem por Cristo e se convertessem, instantaneamente, ou mesmo a longo prazo. Mas, as Escrituras nos mostram, no passado, no presente e com certeza no futuro, que a grande maioria não opta por Deus. E o tempo presente, a história que fazemos e da qual somos parte, nos confirma isto. O Fim do Mundo, o Juízo Final, com a intervenção pessoal de Deus e de Seu Cristo, é a verdade, e está bem claro no Catecismo da Igreja Católica (1997), artigo677: Portanto, o Reino não se realizará por um triunfo ascendente, mas por uma vitória de Deus sobre o desencadeamento último do mal, que fará sua Esposa descer do Céu. O triunfo de Deus sobre a revolta do mal assumirá a forma do Juízo Final depois do derradeiro abalo cósmico deste mundo que passa: [Grifos meus].  

Em meu entendimento este “derradeiro abalo cósmico” é a “descriação” do planeta Terra. Ele começa exatamente com a Terceira Guerra, que é o “desencadeamento último do mal”, antes da intervenção

direta divina. E por ser “derradeiro”, é só o que falta antes da volta de Jesus, que assumirá esta “forma de Juízo Final”. A sexta taça abre a sequência dos eventos de número 6.    

6ª Taça     O sexto derramou sua taça sobre o grande rio Eufrates... E a água do rio secou, abrindo caminho aos reis do Oriente. Nisto vi que da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do falso profeta saíram três espíritos impuros, como sapos. São, com efeito, espíritos de demônios: fazem maravilhas e vão até aos reis de toda a terra, a fim de reuni-los para a guerra do grande Dia do Deus todo-poderoso. (Eis que eu venho como um ladrão: feliz aquele que vigia e conserva suas vestes, para não andar nu e deixar que vejam a sua vergonha). Eles reuniram então no lugar que, em hebraico, se chama “Harmagedôn”. ( Ap 16, 12-16 )  

A sexta taça possui três momentos centrais, distintos. Primeiro: a taça derramada sobre o rio Eufrates seca-o e, uma vez seco, abre caminho para a passagem dos reis do oriente. Esta figura dá-me a ideia de escassez de uma determinada fonte de riqueza localizada na região circundante do rio Eufrates. A água, para os hebreus, simbolizava uma riqueza infinita; representava a própria vida. Secar é o mesmo que acabar, esgotar. Daí a ideia que tenho de que uma fonte de riqueza na região se esgotará. Poderia até ser o esgotamento do petróleo, pois se sabe que as jazidas petrolíferas são estáticas e que, inevitavelmente se esgotam. Mas, acredito que seja um bem maior: a água. Com a escassez e o esgotamento, os reis do oriente se inquietam e têm de se locomover em busca de alternativas que gerem recursos econômicos. Como o rio Eufrates banha uma extensa região com muitos reinos, estes terão, e isto é inevitável, que entrar em

luta, buscando cada qual a sua própria sobrevivência. A revista Mundo Em Foco (2007), traz uma apropriada reportagem intitulada “Tesouro Líquido”, que em um parágrafo diz o seguinte:   A escassez de água tende a se tornar motivo de disputa entre nações. Um relatório do Banco Mundial emitido em 1995 alerta para o fato de que “as guerras do próximo século serão por causa de água, não por causa do petróleo ou política”. Em vista das previsões, a afirmação não soa exagerada. Em cerca de 30 anos, a quantidade de água disponível por pessoa em países do oriente médio e do norte da África estará reduzida em 80%. A projeção que se faz é de que, nesse período, 8 bilhões de pessoas habitarão a Terra, em sua maioria concentrada nas grandes cidades. Será necessário, então, produzir mais alimentos e mais energia, aumentando os consumos domésticos e industrial de água. Essa água será buscada além das fronteiras dos países, com risco de deflagrar guerras. [Grifos meus]. (REVISTA MUNDO EM FOCO, 2007, Ano 2, n° 2, p-23).  

Segundo momento: três espíritos impuros que saem da boca do Dragão, da boca da Besta e da boca do Profeta da Besta e vão a todos os reis de toda a Terra incitando-os, instigando-os e convidando-os para a Grande Guerra, a Guerra do grande Dia do Deus todo-poderoso. É uma fase na história, de corrida armamentista, sem precedentes. É inegável a ânsia belicista de todos os países. Saiu, em O Popular ou no Diário da Manhã (Goiânia), a seguinte matéria:   SINAL DOS TEMPOS: Se existe hoje uma preocupação continental com o problema da segurança - tanto que Brasil e Argentina iniciam conversação a propósito –, divulga-se que o pequeno emirado do Kwait acaba de adquirir nada menos que cem mísseis Exocet, modelo-terra. Adquiridos da França pelo Governo Kwaitiano, os mesmos poderão ser lançados de helicópteros Puma, também de fabricação francesa, incorporados há pouco à aviação militar da minipotência. O mundo está se armando. [Grifos meus]. (O POPULAR ou DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, entre 1982 e 1986 [data perdida]).  

E ainda mais:

  Nunca os homens buscaram tanto a paz como nos dias atuais. Quanto mais a buscam mais distanciada ela fica. Qual seria a razão de tantos erros e de tantas dores que cometem as nações e os indivíduos? (O POPULAR ou DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, entre 1982 e 1986 [data perdida]).  

No jornal Diário da Manhã (Goiânia, dezembro de 1983), saiu este artigo:   O MUNDO ESTÁ A TRÊS MINUTOS DA CATÁSTROFE: O ponteiro do “Doomsday Clock”, do relatório do juízo final, avançou um minuto. Está agora a três minutos da meia-noite, da catástrofe atômica. Não se trata de misticismo ou de brincadeira de amadores, mas de um relógio gráfico movimentado por cientistas ligados à revista especializada “Bulletin of the Atomic Scientists”. Em 51, dois anos depois de criada a revista, começou a ser publicado o relógio como um “indicador confiável dos riscos de guerra atômica”. Durante todo esse tempo ele tem sido reconhecido como tal pela comunidade dos cientistas que o regulam monitorando a corrida nuclear e o confronto entre Estados Unidos e União Soviética. Desde 47 o ponteiro do Doomsday Clok só foi movimentado nove vezes, o que dá a medida do rigor de seus reguladores. Começou faltando sete minutos para o juízo final e já esteve a dois minutos. Está agora a três, o que significa uma caminhada de volta à situação extremamente crítica. O movimento de agora é mais um alerta da comunidade científica. CLIMA: Os dois minutos datam de um dos períodos mais negros da guerra fria, a década de 53 a 63. Nele, os Estados Unidos e União Soviética testaram com êxito a bomba de hidrogênio. Os dois superpoderes começavam a dispor de arsenais capazes de destruir um ao outro e também as conquistas maiores da civilização ocidental. Em 63 e 72 o relógio retrocedeu a 12 minutos, em ambos os casos celebrando a assinatura de acordos e desarmamentos. Em 63 o tratado de limitação parcial (e parcial continua até hoje) dos testes atômicos. Em 72 o primeiro acordo de limitação das armas estratégicas, negociado entre Brejnev e Nixon.   Entre estes dois marcos o relógio andou tocado pelas vicissitudes do clima internacional. Foi a sete minutos com as bombas da França e China. Recuou a dez com o tratado de não-proliferação nuclear. Avançou para nove com a bomba da índia, sete com o fracasso do Salt-Il e quatro diante da doutrina da guerra atômica “possível”. Estava em quatro minutos desde 1981. Apesar do clima envenenado das relações internacionais, sobretudo entre Estados Unidos e União Soviética, os cientistas evitavam mexer no ponteiro. Viam como contrapeso importante o crescimento dos movimentos pacifistas. A decisão oficial tomada de avançar para três

minutos traduz a terrível convicção de que o pacifismo é batido pelo belicismo. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 23 dezembro de 1983, p-7, coluna de Newton Carlos).  

Apenas quero ressaltar o último grifo: ainda que seja bastante conscientizador e reivindicador, o movimento pacifista não utiliza armas, nem a força – seria uma contradição de si mesmo; e a corrida belicista utiliza a força das armas, sem escrúpulos e sem piedade, por isso é que o belicismo vence o pacifismo, infelizmente. Todos sabem que uma guerra nuclear generalizada pode provocar a extinção da vida em questão de poucos anos, ou meses. Nelson Figueiredo, no jornal O Popular (Goiânia, novembro de 1984), traz em sua coluna a seguinte matéria:   Vivemos uma dicotomia singular no mundo atual. As superpotências, que constituem o núcleo privilegiado dos países desenvolvidos, não são mais apenas o centro irradiador de valores, modismos, comportamento e padrões econômicos e sociais para o restante das nações do globo. Passaram a responder pelo destino que possa ser dado - a qualquer momento, - à espécie humana, daqui por diante. Até mesmo em termos de sobrevivência ou extinção, pura e simplesmente. A concentração do poderio bélico em níveis sequer jamais imaginados pelo homem, bastante para eliminar mais de 10 vezes toda a vida existente na terra e pelo menos 60 vezes a população do mundo, é motivo mais que suficiente para que os “superdotados” tenham seus passos acompanhados com atenção e temeridade.                                          [...] Vista por este ângulo, a paz mundial parece ser uma aspiração longínqua. Ou pelo menos frágil e insegura. O egoísmo e a predominância de interesses econômicos imediatos, presentes cada vez mais como valores absolutos nas sociedades capitalistas, indica que as escolhas dos governantes, cada vez menos, estarão na dependência de padrões éticos, morais ou espirituais. [...] enquanto a indústria bélica cresce, expandindo sua importância nos números da economia mundial, as negociações de paz esbarram em sutis obstáculos. Países não desenvolvidos comemoram alegremente o ingresso à categoria de fabricantes de armas ou detentores de armas atômicas. [...] Einstein, em seu livro “Como vejo o mundo” [...], constata: “As nações, participando da corrida geral de armamentos e não querendo perder, concebem e executam os planos mais

detestáveis. Precipitam para a guerra. Mas hoje, a guerra se chama ‘o aniquilamento da humanidade’ “. [Grifos meus]. (O POPULAR. Goiânia, 18 de novembro 1984, Caderno 2, p-26).

  Então, vejo que o Apocalipse, na sexta taça, é extremamente exato e preciso. Ele descreve, ao pé da letra, uma verdadeira corrida armamentista: “São, com efeito, espíritos de demônios: fazem maravilhas e vão até aos reis de toda a terra a fim de reuni-los para a guerra”. Quem ignora isto, ignora a própria realidade. Quem assim o faz, não mora na Terra, mas no “mundo da lua”.   Terceiro momento: o terceiro momento indica que a Terra está pronta, completamente armada e preparada para a Grande Guerra. Harmagedôn é o nome de um vale muito conhecido pelos judeus, por ser um local de batalha, um campo de guerra. Ali foram travadas as suas mais nefastas guerras. Inclusive foi lá que sofreram as piores e terríveis derrotas. Como para o Apocalipse tudo tem dimensões amplas e universais, o Harmagedôn significa que na Terra inteira todos os reinos se dividem em apenas dois blocos que irão lutar entre si. E, representa também, um enorme vazio entre eles; uma impossibilidade total de entendimento e paz. O Mundo inteiro está preparando a batalha final. E temos que nos recordar que todos os reis estão participando ativamente. Assim, no terceiro momento vemos que a Terra está, de fato, completamente apta a ser palco de uma terrível Guerra Mundial. E que se fica esperando, apenas, o momento exato para isto.

6ª Trombeta   E o sexto Anjo tocou... Ouvi então uma voz que provinha dos quatro chifres do altar de ouro, colocado diante de Deus, e dizia ao sexto

Anjo, que estava com a trombeta: “Liberta os quatro Anjos que estão presos sobre o grande rio Eufrates”. Os quatro anjos, que estavam prontos para a hora, o dia, o mês e o ano, foram então libertos para matar a terça parte dos homens. O número de cavaleiros do exército era de duzentos milhões: ouvi bem seu número. Na minha visão, os cavalos e os cavaleiros tinham este aspecto: vestiam couraças de fogo, de jacinto e enxofre; a cabeça dos cavalos era como de leão e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre. Uma terça parte dos homens foi morta por causa destes três flagelos: o fogo, a fumaça e o enxofre que saíam da boca dos cavalos. O poder dos cavalos, com efeito, está em sua boca e nas caudas; de fato, suas caudas parecem serpentes: têm cabeça com as quais causam dano. Os outros homens, que não foram mortos por estes flagelos, não renunciaram sequer às obras de suas mãos, para não mais adorar os demônios, os ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir ou andar. Não se converteram também de seus homicídios, magias, fornicação e roubos. ( Ap 9, 13-21 )  

A sexta trombeta apresenta dois quadros expressivos neste contexto de últimos sofrimentos. No primeiro, temos o relaxamento da retenção do mal. Até então os textos indicavam e confirmavam que a degeneração maligna estava sendo retida por Deus. A ordem é para soltar os quatro Anjos que estavam presos, ou seja, retidos, guardados, adiados. Sabemos que estamos no segundo “Ai”. E nos recordamos que a Águia gritava bem alto no meio do céu nos advertindo que os três “Ais” seriam terríveis. Pois bem, já estamos no segundo. Após soltar os quatro Anjos, ocorre uma mortandade instantânea que atinge “um terço da humanidade”. E este “um terço” morre repentinamente, numa hora de um dia qualquer, de um mês ignorado, de um ano por vir. Esta referência de um tempo “determinado” nos é feita pelo próprio Senhor: “Daquele dia e hora ninguém sabe, nem o filho, somente o Pai” (Mc 13, 32). A certeza que tenho é que haverá uma mortandade repentina. E Jesus confirma o Apocalipse. Podem todos os

teólogos de todas as religiões ignorarem e falsificarem as verdades do Apocalipse. Para mim, é suficiente, e bastante, a confirmação de Jesus. E é sabido que esta tentativa de minimizar as pragas descritas neste Livro será efetivada por muitos. No entanto, o texto é claro e direto sobre a extensão das mortes: “... Foram então libertos para matar a terça parte dos homens” (Ap 9, 15). Se esta frase for numa linguagem figurada, não sei o que mais ela significaria. Com que poderia eu comparar a matança de um terço da humanidade, assim num lapso de tempo? E se, de fato, ocorrer, o que é a pura verdade, restame saber o que vem a ser, em quantitativo inteiro, este “um terço” da humanidade. Se de fato a humanidade não abrir mão da terceira guerra mundial e se esta ocorresse nos dias atuais (segunda década do século XXI), morreriam cerca de mais de dois bilhões e trezentos e cinquenta milhões de pessoas. Este é o número aproximado de um terço dos seres humanos neste período. Dois bilhões e trezentos e cinquenta milhões de pessoas morreriam, comparativamente, quase que dentro do mesmo tempo que gasto para estalar os dedos. Em números redondos assim, muita gente não tem uma noção exata. Significaria matar todos os brasileiros quase umas vinte vezes.  A sexta trombeta, no que se refere ao seu primeiro quadro, trata do extermínio de um terço da humanidade. Esta carnificina é provocada por uma guerra. Não é por nenhum acontecimento natural ou epidemia.  É na guerra, onde cerca de um terço de pessoas morreria rapidamente. Temos a referência desta guerra: “O número de cavaleiros do exército era de duzentos milhões” (Ap 9, 16). O que poderia matar, numa hora apenas, tanta gente? Uma guerra nuclear! E o uso destas armas deveria ser

moderado, caso contrário não restaria um único sobrevivente. A rádio do Vaticano, noticiando um sério relatório futurista de cientistas europeus e americanos, por ocasião do 37° aniversário do ataque atômico a Nagasaki, no Japão, entre outros dados, citou os seguintes, conforme o Jornal Diário da Manhã (Goiânia, agosto de 1982):   Os cientistas partem do princípio que a guerra nuclear se limitaria ao Hemisfério Norte. Em menos de 24 horas, o arsenal atômico à disposição das duas superpotências causaria a morte de 750 milhões de pessoas e deixaria seriamente ferida 350 milhões de outras. Os sobreviventes estariam expostos às radiações e perderiam rapidamente toda resistência às doenças epidêmicas. De cada cinco, um sobrevivente seria incapaz, física e psicologicamente, de ajudar os outros, mesmo os membros da família. Logo nas primeiras semanas, de sete a vinte por cento dos sobreviventes morreria. O destino inevitável de cerca de 80 por cento das pessoas expostas seria o câncer. Dos vinte por cento restantes, cerca de dois por cento seria estéril e o resto transmitiria mutações genéticas para as próximas gerações. Haverá a formação de nuvens escuras de poeira e fragmentos em consequência da guerra, que esconderia o Sol durante meses, destruindo as culturas agrícolas do Hemisfério Sul.    De acordo com o estudo, apenas roedores, especialmente os camundongos, seriam capazes de suportar as radiações e se multiplicariam a uma velocidade espantosa, dominando o mundo que se teria tornado quase um deserto. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 10 agosto de 1982, Caderno Internacional, p-10).  

O relatório do Vaticano fez a previsão de que se a guerra nuclear se limitasse apenas ao Hemisfério Norte e se ela ocorresse em meados de 1985, em menos de 24 horas morreriam 750 milhões de pessoas e 350 milhões ficariam gravemente feridas, vindo a falecer rapidamente. Isto se equivale a dizer, praticamente, “um terço da humanidade” de 1985, pois neste ano os seres humanos eram quase quatro bilhões. E devemos saber que os cientistas fazem um relatório levando-se em conta todas as medidas de segurança

possíveis. E o eficientemente.

fazem

considerando

que

funcionem

Ponderam, ainda, que somente parte dos arsenais será utilizada, pois se for empregada carga total, não sobrará nem sombra de nada vivo na superfície da Terra. Por tudo isto, pondo na ponta do lápis, vemos que o relatório dos cientistas bate cem por cento com o Apocalipse. Num ano, num mês, num dia, numa hora, morrerá um terço da população mundial. O Apocalipse e o relatório científico são absolutamente idênticos no número de mortes e nas sequelas difíceis de serem revertidas e tratadas. Vários especialistas falam na completa extinção humana, em caso de guerra nuclear. E não apenas humana, mas de toda forma de vida no planeta.  O Apocalipse não confirma isto, ao dizer que haverá sobreviventes. Vejo a misericórdia Divina com seus servos, minimizando tamanha loucura. A concordância de ambos, cientistas e Apocalipse, não se limita aí. Coincidem ainda com as consequências do pósexplosões; do day after; com as radiações atômicas e com todos os diversos efeitos da fumaça. A impressão que se tem é a de que João transcreveu para o Apocalipse, na íntegra, parte do relatório científico noticiado pela rádio do Vaticano. Algumas vezes durante minhas pesquisas me confundi, com tantas semelhanças. Vejamos como são absolutamente idênticos: Apocalipse:   Uma terça parte dos homens foi morta por causa destes três flagelos: o fogo, a fumaça e o enxofre. ( Ap 8, 18 )

 

Os cientistas:   Haverá a formação de nuvens escuras de poeira e fragmentos [fumaça] em consequência da guerra, que esconderia o sol durante meses.  

Ainda os cientistas:   Em menos de 24 horas o arsenal atômico à disposição das duas superpotências causaria a morte de 750 milhões de pessoas [em 1985] e deixariam seriamente feridas 350 milhões de outras.  

Isto porque, conforme o relatório oficial da tripulação da aeronave que jogou a bomba em Hiroxima:   A bomba explodiu na altura preestabelecida de 550 m acima do solo, mas Bob Caron, na cauda da aeronave foi o único a bordo que viu a incrível bola de fogo que, em sua fúria atômica, era uma grande fornalha ardente, com uma temperatura, no interior, calculada em 100 milhões de graus Fahrenheit.  

O cientista goiano, Pires Leal declara: “A primeira consequência seria o levantamento de uma quantidade incomensurável de poeira e cinzas [fumaça] para a estratosfera”. Os cientistas do Vaticano relataram: “Os sobreviventes estariam expostos às radiações e perderiam rapidamente todas as resistências às doenças epidêmicas”.  

   

João apenas chamou de enxofre o que chamamos de radiação. E quando se estuda na cultura dele e o que ele entendia sobre o enxofre, a comparação é perfeita. João destaca que, apesar desta tremenda tragédia, os sobreviventes não mudam. Continuam firmes no seu orgulho e não se submetem a Deus. Dois bilhões de mortes, cidades arrasadas, fome, pestes, dificuldades, crimes, saques e toda espécie de resto de guerra, e continua assim, como viu:   Os outros homens, que não foram mortos por estes flagelos, não renunciaram sequer às obras de suas mãos, para não mais adorar os demônios, os ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir ou andar. Não se converteram também de seus homicídios, magias, fornicação e roubos. ( Ap 9, 20-21 )  

Nem a misericórdia de Deus, nem Suas correções, movem os corações empedernidos. Não há força no Céu, na Terra ou debaixo da Terra, capaz de mudar o coração humano, a não ser o próprio coração humano.

Liberta os quatro Anjos, que estão presos sobre o grande Rio Eufrates. ( Ap 9, 14 )

O rio Eufrates fica no Oriente Médio, nas regiões do Irã, Iraque, Síria, Líbano e Israel. O texto diz que há quatro Anjos presos, fixos, segurando e impedindo um conflito naquela área. Esta providência Divina parece ser imitada pelos homens. A ONU mantinha, na região de conflito, soldados de quatro nações como uma força conjunta de paz, com finalidade de impedir a eclosão de um grande conflito ali. Quatro países tinham tropas em Beirute. No Diário da Manhã ou O Popular (Goiânia), saiu a seguinte matéria:   VIGILÂNCIA DA PAZ FICA   Os Estados Unidos, França e Itália, estão decididos a manter suas tropas da Força Multinacional de Paz em Beirute, apesar dos sangrentos atentados cometidos recentemente e as múltiplas pressões internas para sua retirada, soube-se ontem de fonte autorizada na capital libanesa. O ministro libanês das Relações Exteriores, Elie Salem, informou dessa decisão ao governo após reunir-se, anteontem e ontem, com os embaixadores desses três países em Beirute, ainda segundo a mesma fonte. Salem deve se reunir hoje com o embaixador da GrãBretanha, o quarto país que integra a Força Multinacional de Paz. [Grifos meus]. (O POPULAR ou DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, entre 1982 e 1986 [data perdida]).  

É absolutamente concordante o Apocalipse com a história moderna. Nele, diz que há quatro Anjos presos, e junto ao Eufrates. Ora, sabemos que o Eufrates está localizado no Oriente Médio. Na região do Líbano.  A história atual diz que quatro países mantêm forças enviadas ali para resguardar a região, de conflitos. A história fala que os países estavam sendo pressionados a deixarem a área como, de fato, deixaram posteriormente. Mesmo que venham a ser outras nações, no futuro, isto de fato ocorrerá. É só prestar atenção.

O Apocalipse especifica que os quatro Anjos serão soltos. Deixar a área e ser solto, é a mesma coisa. Notamos, sempre, que a adoração à matéria está fundamentada na adoração ao demônio. É a sua causa fundamental. Na sequência que João fez, mostrando a conduta dos outros homens, daqueles que escaparam de morrer na guerra nuclear, mas que, apesar disto, não se converteram para Deus, vemos que esta narrativa põe o demônio na origem e, a seguir, o amor pelos utensílios materiais, de ouro, prata, bronze, pedra e madeira. No Evangelho, Jesus deixou bem claro que o Homem deve amar o Homem: “Amai-vos uns aos outros...”, é a máxima do Evangelho. No entanto, vemos que se ama mais o ouro, a prata, o bronze, a pedra e a madeira, mais do que a outra pessoa. Não me admiro que morra um terço da humanidade num só instante. Quem se importa com o semelhante? Por que um americano deveria amar um russo e vice-versa? Por que um palestino e um judeu se amariam? Estes países gastam todas as suas economias, e as economias dos outros, construindo armas, ensinando e preparando seus filhos a se odiarem e a se matarem. O amor e a adoração ao material levam um homem a destruir outro: “Não se converteram também de seus homicídios...” (Ap 9, 21). O demônio induz à prática de rituais que venham a substituir a verdadeira adoração a Deus. Estes rituais, não iluminados e não propostos por Deus, provocam a confiança nos objetos e nas cerimônias, tornando-os seus deuses, pois que adoram apenas a matéria. Precisam visualizar suas divindades em uma pata-de-coelho, fechadura-de-sete-furos, trevo-de-quatro-folhas, pirâmide, horóscopo, buda em cima da geladeira, e assim por diante. Preferem deixar de confiar no Deus Vivo e Verdadeiro, para

depositarem fé e esperança em objetos e coisas: “Não se converteram também de suas magias...” (Ap 9, 21). O sexo é liberado. Casamento é um atraso de vida, um desconforto, perda de tempo. Castidade e pureza são sinônimos de beatice, de quadratura. Os anticoncepcionais e as leis transadas deixam a moçada bem à vontade. Prostituição e adultério são coisas tão antigas e ultrapassadas como o cinto de castidade. Virgindade passou a ser peça de museu. Sexo, agora, é sinônimo de amor; passou a significar o mais alto momento entre as pessoas; tornou-se a meta, o objetivo, o fim em todo relacionamento. Afinal, Cristo mandou amar aos outros. E amar, para os obstinados no erro, é sexo. Então, fazem sexo a destrançado: homem com mulher (fora do casamento); homem com homem; mulher com mulher; adulto com criança; criança com criança; pessoas com animais (sendo este considerado o início da contaminação pelo HIV), e tudo quanto a imaginação ditar. Afinal, sexo é paraíso (no matrimônio, sim), é a glória que o demônio concede aos seus seguidores. Todas as tentativas de se reorganizar a verdadeira finalidade do sexo como fonte da vida, princípio de vida, meio de reprodução e de prazer para os esposos, são tidas como voltas a tabus de há muito destruídos: “Não se converteram também de suas fornicações”... ‘’ (Ap 9, 21). Se a mentalidade geral é a de que se deve ter mais, sempre mais, e se todos se lançam em acumular bens materiais, chega-se a um ponto em que se lançam uns contra os outros para tirarem o mais que puderem. Mesmo as medidas legais, que porventura surgem para implantar uma partilha (pequena devolução aos espoliados), são entendidas como armas para tirar de quem tomou tudo de muitos. E estes que têm, reagem furiosamente contra, gritando que não aceitam.

Quem nada possui se revolta e vai a roubar. Como ninguém reparte nada, não devolve nada, pensam, o jeito é roubar, o mais que se puder. Esta mentalidade acaba transpondo a linha do “até quando seria justo” e adentra os pórticos da injustiça, ilegalidade, crime e pecado. E aí, quase ninguém mais se importa com a justiça e a lei. Esta nova “ordem” torna-se, no inconsciente coletivo, prática aceitável, desde que praticada ocultamente, subliminarmente, por detrás de uma máscara de legalidade. São países roubando países, governantes roubando o povo, empresas e cidadão lesando o Estado, bancos extorquindo correntistas, patrão roubando empregado, empregado roubando patrão, crianças roubando pelas ruas. Tem gente que rouba de si mesmo o dinheiro do bolso da camisa e o coloca no bolso da calça, de tanto que esse povo rouba: “Não se converteram também de seus roubos...” (Ap 9, 21). O segundo quadro dentro do contexto da sexta trombeta se refere à consumação da luta entre o Bem e o Mal. Alerta que esta consumação virá em breve, sem demora. Destaca que o tempo, determinado por Deus para apurar e julgar a humanidade, está por um fio. Este segundo quadro se abre mostrando que o Anjo desce do Céu (Ap 10). Que é forte, isto é, tem grande poder. Sua beleza é imensa. Tem um arco-íris sobre a cabeça. O rosto é luminoso como o sol. Suas pernas têm a semelhança de brilhantes colunas de fogo. Para mostrar que seu poder é realmente imenso, pousa um pé sobre o mar e o outro sobre a terra. Sua voz é forte, comparada ao rugido do leão. A descrição deste Anjo nos garante ser ele uma altíssima personalidade celeste.

Este poderoso Anjo tem duas funções aparentemente simples e vulgares: fazer um juramento e entregar um livrinho a João. Como disse, só aparentemente simples, pois o juramento que ele faz nos dá duas certezas fundamentais da fé: que Deus tem um dia marcado para agir pessoalmente na História da humanidade e que este dia está muitíssimo perto; e que a mistura do Bem e do Mal não durará para sempre, que o dia tão esperado da separação, infalivelmente, está às portas. Até então, poderia parecer que o Mal existisse para sempre e a Terra fosse um lugar de eternas injustiças impunes. Mas, agora, os servos de Deus têm a certeza de que o Seu Senhor e Pai irá agir, em pessoa, na História dos homens, e separará o Bem do Mal para sempre. Esta certeza vem através de um juramento. Um juramento proferido por uma altíssima autoridade do Céu, com a mão direita levantada para Deus, invocando o Seu santo nome. Todos os tapas que os filhos de Deus levaram, injustamente, na face direita, e todos os que levaram, sem nenhuma resistência, na face esquerda, serão, agora, cobrados aos agressores. Todas as dores, angústias e lágrimas, bem como cada mordida e patada das feras nas arenas romanas, serão vingadas por Deus. Testemunharam sua fé e sua confiança no Pai de Jesus Cristo. E por Ele, milhares de servos, homens, mulheres e crianças foram comidos vivos por feras, em espetáculos públicos. Chegará, agora, daqui a pouco, a vingança de Deus. Milhões de pessoas morrendo de fome ao redor do planeta, em deprimente espetáculo público a que os grandes e poderosos assistem, passivamente, pela televisão. Criancinhas choram de fome pela falta da merenda escolar desviada.

A arena é o mundo; a fera é a fome; e os espectadores são os grandes, os ricos e os poderosos deste século. Os mesmos que empregam a riqueza em armas e mordomias de poderosos. Só por mais um pouquinho de tempo! Pode parecer que Deus esqueceu os sofrimentos de seus filhos. “Mas, não; Ele usa é de paciência para com os pecadores”. Enfim, chega o dia do Juízo de Deus. O Anjo diz: Já não haverá mais tempo! Pelo contrário, nos dias em que se ouvir o sétimo Anjo, quando ele tocar a trombeta, então o mistério de Deus estará consumado, conforme ele anunciou aos seus servos, os profetas.  ( Ap 10, 7 )  

Neste dia, os servos de Deus poderão avaliar, de fato, o que significa ser servo de Deus. E os inimigos de Deus, e de seus servos, avaliarão o que vem a ser inimigos de Deus. Temos, neste quadro, uma cena que não podemos compreender com maior certeza. Tudo leva a crer que se trata, segundo a opinião de muitos teólogos, das datas exatas dos eventos do Apocalipse: Ao gritar, os sete trovões ribombaram suas vozes. Quando os sete trovões ribombaram, eu estava para escrever, mas ouvi do céu uma voz que me dizia: “Guarda em segredo o que os sete trovões falaram, e não o escrevas”. ( Ap 10, 3-4 )  

No início do Livro, a ordem é para que João escrevesse tudo o que visse e ouvisse. Agora, neste determinado momento, a recomendação é para não escrever. A opinião mais geral é a de que os “sete trovões” falaram as datas dos acontecimentos, principalmente as do Juízo final. Mas, como saber, se não foram escritas?    

6° Selo

    O sexto selo me leva a considerar que, uma vez havendo duas áreas antagônicas numa tão imensa situação de conflito e rivalidade, elas acabam por se confrontar. E este confronto é o mais requintado, o mais bem preparado e executado. Os envolvidos terão em mente que deverão empregar carga máxima, pois sabem que o armamento do inimigo tem potência para eliminá-los várias vezes, se isto fosse possível. De tal forma bem preparado que nenhuma das partes quer pensar na possibilidade de perder e, para isto, elevam ao máximo toda sua capacidade de destruição, empregando para tanto, toda a ciência, engenhosidade e imensa riqueza. Cada possibilidade de derrota é minuciosamente estudada, parte a parte. Este confronto, segundo o sexto selo, provoca um desastre total, que provocará, em pouco tempo, a extinção da humanidade:     Vi quando ele abriu o sexto selo: houve um grande terremoto; o sol tornou-se negro como um saco de crina, e a lua inteira como sangue; as estrelas do céu se precipitaram sobre a terra, como a figueira que deixa cair seus frutos ainda verdes ao ser agitada por um forte vento; o céu afastou-se, como um livro que é enrolado; as montanhas todas e as ilhas foram removidas de seu lugar; os reis da terra, os magnatas, os capitães, os ricos e os poderosos, todos, escravos e homens livres, esconderam-se nas cavernas e pelos rochedos das montanhas, dizendo aos montes e às pedras: “Desmoronai sobre nós e escondei-nos da face daquele que está sentado no trono, e da ira do Cordeiro, pois chegou o grande dia da sua ira, e quem poderá ficar de pé?”. ( Ap 6, 12-17 )  

Numa rápida olhada geral, neste texto, concluímos que, sem sombra de dúvidas, o confronto vai às vias de fato. O temível choque entre as duas partes, eclode.

E pelos termos da descrição vê-se que é algo extremamente desastroso e mortal. Este episódio ainda não ocorreu, mas no meu entender, estamos na sua fase iminente. O enorme vale já está estabelecido, e a Terra está repartida entre dois blocos, tal como predisse o profeta Zacarias.  Não há como negar esta verdade. Dizer que minha opinião é concordismo não muda a história, não muda a realidade. Dizer que estou chutando não atenua a realidade, pois estamos todos a sentir na pele. Dizer que fiz uma cata aleatória de alguns versículos ao longo das Sagradas Escrituras para passar medo no leitor, não impede que este continue a sentir medo, pois o medo do leitor não é de versículos, é da realidade. Minha opinião coincide com a de Mário Sanchez, em O Apocalipse Interpretado (1980): Agora, vemos descrito em detalhes algo que ainda não aconteceu. [...] Talvez esteja de mistura a sexta era e também o final da sétima, pois tudo indica que serão muito próximas uma da outra.  [Grifos meus]. (MÁRIO SANCHES. O Apocalipse Interpretado, 1980, p-51-52). Ainda sobre o sexto selo, continuo concordando com a interpretação de Mário Sanchez: A nosso ver, aí está descrita a terceira guerra mundial, onde as nuvens escurecem o sol e a lua surge vermelha pela poluição, caem foguetes atômicos (estrelas do céu), o céu recua e se enrola como os livros de papiro em rolo. Montes e ilhas desaparecem, treme a terra em um grande terremoto. Os grandes da terra (reis, magnatas, oficiais, ricos e poderosos) escondem-se sob a terra (abrigos atômicos) e desafiam os montes e rochedos a cair sobre eles, mas, percebem muito tarde que seus abrigos não os defendem do desastre que desencadearam. [grifos meus].  (Mário Sanches. O Apocalipse Interpretado, 1980, p-51).  

Alziro Zarur, no livro de José de Paiva Neto, O Brasil e o Apocalipse (1984), declara:  

Vem uma guerra atômica que ninguém pode evitar; porque nem Deus pode evitar, pois Ele obedece às Suas Leis: Cada um colhe aquilo que semeia. [Grifo do autor]. Não há ONU — Organização das Nações Unidas, ou desunidas — que possa acabar com guerra nenhuma. A ONU não tem força nem para acabar com a guerra no Oriente Médio. Porque se a Rússia dá um grito, “fecha” a ONU. Se os Estados Unidos dão um grito, “fecham” a ONU. Enquanto houver superpotências não há ONU que dê jeito. Ninguém evitará a Terceira Guerra Mundial. É o Armagedon. E esse Armagedon levará a humanidade à ruína total. Vocês queriam que eu dissesse o quê? Vamos soltar balão! Vamos soltar estrelinhas! O mundo é uma beleza! Tudo vai acabar bonitinho! Não vai, não! (JOSÉ DE PAIVA NETO. O Brasil e o Apocalipse, 1984, Volume-1, p-49, citando Alziro Zarur).  

O profeta Amós, vendo que a realidade humana é fruto da decisão humana, fruto do livre arbítrio do homem, já escrevera: “Ai daqueles que desejam o dia de Iahweh! Para que, pois, vos servirá o dia de Iahweh? Ele será trevas e não luz” (Am 5, 18). Na tradução Almeida, temos: “Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para que desejais vós o dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz” (Am 5, 18). Do profeta Sofonias:   Está próximo o grande dia de Iahweh! Ele está próximo, iminente! O clamor do dia de Iahweh é amargo, nele, até mesmo o herói grita. Um dia de ira, aquele dia! Dia de angústia e de tribulação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de negrume... ( Sf 1, 14-15 )

No jornal O Popular (Goiânia), saiu esta matéria:   Um goiano, de Luziânia, está se notabilizando nacionalmente por sua atuação como físico nuclear: trata-se de Emerson Pires Leal, chefe do Departamento de Física da Universidade Federal de São Carlos (SP). (O POPULAR. Goiânia, entre 1982 e 1986 [data perdida]).

Entre outras, as declarações do físico nuclear são:   Existem 2.550 bases, só americanas, instaladas em 114 países do mundo, cujo efetivo militar lotado em todas elas ultrapassa 500 mil soldados. Os Estados Unidos instalaram, só de mísseis com ogivas múltiplas, mais de três mil em território europeu. Como se não bastasse, o

presidente Reagan pretende gastar, nos próximos anos, um trilhão e quinhentos bilhões de dólares na pesquisa e construção de novas e potentes armas atômicas. Se durante seis horas a quantia que é gasta para este fim fosse destinada aos programas da Organização Mundial de Saúde, pelo menos metade dos problemas desta área, que afetam os países subdesenvolvidos, deixaria de existir. (O POPULAR. Goiânia, entre 1982 e 1986. Data perdida).  

Pires Leal lembra, ainda, que o fato dessa briga se travar entre as duas potências do Hemisfério Norte não exclui os países do Hemisfério Sul das consequências, caso se inicie uma guerra atômica:   Todo o planeta será atingido, talvez de forma irreversível. A primeira consequência seria o levantamento de uma quantidade incomensurável de poeira e cinzas para a estratosfera. Essa camada impediria por algum tempo a passagem dos raios solares. Assim, países tropicais, como o Brasil, de repente teriam temperatura de 20 graus negativos em plena época de verão. A inversão térmica violenta eliminaria muitas vidas. (Grifos meus). (O POPULAR. Goiânia, entre 1982 e 1986. Data perdida).  

Antes de analisar detalhadamente o sexto selo, expus estes textos, bíblicos e científicos, religiosos e leigos, antigos e atuais, mas todos tratando do mesmo assunto: o grande dia de Iahweh, o desfecho final de toda a maldade humana no clímax do governo da Besta a serviço do Dragão.   Vi quando ele abriu o sexto selo: houve um grande terremoto... ( Ap 6, 12 )  

Levando-se em conta que João está a ver a Terra a certa distância e, em dado momento a vê tremendo, montes caindo, ilhas desaparecendo, cidades ruindo, fogo pipocando por toda parte, poeira levantando, e isto tudo a ocorrer de repente, de uma vez, e tendo curtíssima duração de tempo, ele só poderia comparar este quadro a um grande terremoto. Não havia mais o que servisse a ele para comparar.

Do livro “A Terceira Guerra Mundial”, 1985, de Sir John Hackett e outros oficiais generais da OTAN, pode-se tirar algumas conclusões do que será a realidade de uma guerra nuclear, uma vez que sabemos, de antemão, as experiências de Hiroshima e Nagasaki. O que transcrevemos serve para provar que João comparou os efeitos de uma guerra nuclear a um grande terremoto:   Dentro de mais ou menos um segundo após a detonação a onda de choque atingiu o centro da cidade, abaixo da bola de fogo. As enormes pressões tiveram o efeito de arrasar imediatamente todos os edifícios abaixo desta onda, de modo que só o que sobrou foi uma pilha quase nivelada, de destroços. A onda de choque da explosão passou então a rugir e destruir do centro para fora, arrasando completamente tudo em seu caminho. Nenhuma estrutura acima do solo conseguiu resistir às tremendas pressões, acompanhadas por velocíssimas rajadas de vento resultante da explosão. (General SIR JOHN HACKETT. A Terceira Guerra Mundial, Agosto de 1985, Comp. Melhoramentos de São Paulo, licenciado para o Círculo do Livro, p. 328).  

Não quero discutir, aqui, com aqueles que dizem ser isto uma ficção. Só direi o seguinte: este livro relata possibilidades reais, baseadas em duas explosões americanas em território japonês e em estudos respeitáveis (simulados em computadores avançadíssimos), pois os seus autores são oficiais-generais da OTAN, e não estão falando de Branca de Neve e os sete anões.     O sol tornou-se negro como um saco de crina, e a lua inteira como sangue. ( Ap 6, 12 )  

Nas leis da física sabe-se que o gás (ar) frio desce, o quente sobe. E no caso de uma explosão nuclear o seu centro, ao atingir temperaturas similares as do sol, deslocaria o ar para cima, numa poderosíssima chaminé. Para se entender por que o sol se torna negro como um saco de crina, basta recordar a declaração do físico

nuclear Emerson Pires Leal que parece avalizar o apóstolo João no Apocalipse:   A primeira consequência, seria o levantamento de uma quantidade incomensurável de poeira e cinzas para a estratosfera. Essa camada impediria por algum tempo a passagem dos raios solares.  

Muitos, no passado, e no presente, creem que Deus apagará o sol, assim como se desliga uma lâmpada. É preciso deixar, de uma vez, esta ideia de que Deus fará da Terra um palco de teatro de horror.  De fato, a Terra é, no momento, e será, ainda mais, um palco de horror. Só que o próprio homem é, ele mesmo, o autor, o diretor, o ator e o expectador de seu próprio destino. Outros, ainda, indagariam o que é que faz com que uma quantidade incomensurável de poeira e cinzas suba à estratosfera. Tenho a certeza de que mais alguns indagariam o que é estratosfera e onde é que ela fica. Para esses, informo que estratosfera é a camada atmosférica que está situada acima de 12.000 metros de altura da Terra, onde a poeira e a cinza, por serem bastante finas, podem permanecer durante longo tempo antes de caírem.  O que faz com que sejam levadas a tão grande altitude é a força dos vapores quentes, aliás, extremamente quentes numa explosão nuclear. O centro de uma explosão passaria a funcionar como uma chaminé de mais de 12.000 metros de altura. O fato de a Lua tornar-se em sangue é que, havendo poeira e cinzas na atmosfera, a luz solar se dispersa ao atravessá-los, ficando avermelhada, daí se poder dizer que está transformada em sangue. Esse fato ocorreu por ocasião da erupção do vulcão Santa Helena, nos Estados Unidos, quando imensa quantidade de poeira e cinzas foi lançada a grande altitude. Há fotos coloridas da Lua avermelhada naquela ocasião. Por esta razão o apóstolo está

absolutamente exato ao descrever o Sol e a Lua após uma explosão nuclear. As estrelas do céu se precipitaram sobre a terra, como a figueira que deixa cair seus frutos ainda verdes ao ser agitada por um forte vento. ( Ap 6, 13 )

Os frutos caem após amadurecerem. Não é natural suas quedas ainda verdes. São diversos os processos físicoquímicos que ocorrem para que caiam; seus talos secam, a força da gravidade, um balançar do galho, entre outros. Quando um fruto está verde, o seu talo é bastante resistente, por isso, difícil de romper. Para fazê-lo cair é necessário um evento muitíssimo forte, contrariando a normalidade natural. Pois bem, na linguagem judaica ventos fortes significam agitação político-social-militar; revoluções, guerrilhas e guerras.  João, ainda no quadro do sexto selo que descreve as explosões nucleares, relata estrelas caindo sobre a superfície da Terra. Este acontecimento considera causado por um fator não natural, bestial, e contra a vocação de vida que o Homem tem em si. Algo tão contrário à inata vocação de viver, como se de repente os peixes saíssem das águas e passassem a viver em terra firme, ou, se de súbito, os pássaros deixassem os ares e se precipitassem nas águas, passando a viver como peixes. Esta comparação que é feita com frutos verdes da figueira, é toda uma consideração moral, do evento. Necessário se faz, agora, a análise do fato concreto, ou seja, das “estrelas” se precipitando sobre a Terra. Vários teólogos, até nos dias atuais, procuram e esperam uma grande precipitação de meteoritos; as estrelas cadentes.

As Testemunhas de Jeová têm a certeza de que isso já ocorreu na madrugada de 13 de novembro de 1833 com a queda de 34.640 meteoritos por hora, aproximadamente. Na verdade, as estrelas que João viu caindo têm um comportamento bem diferente de uma chuva de meteoritos. Não podemos esquecer que toda a repentina catástrofe que ocorre é provocada pela queda das estrelas, e não que isto seja um fato a mais, um complemento. A queda das estrelas é que ocasiona todo o quadro: um grande terremoto; a escuridão do sol e lua; o céu se afastando como um livro que é enrolado; a remoção das montanhas e ilhas; o desespero dos grandes e pequenos, procurando se esconder. Raros eventos naturais podem ocasionar catástrofes dessas proporções, tais como queda de grande meteoro, mas, na descrição do apóstolo ele fala em “estrelas”, e na astronomia moderna não existem indícios de que a Terra possa ser alvo de choques simultâneos de grandes asteroides ao mesmo tempo. Os estudos sérios relatam que, no próximo século, a possibilidade de um só atingir o planeta é bastante remota. Então, a disposição na frase deveria ser desse modo:   As estrelas do céu se precipitaram sobre a terra, como a figueira que deixa cair seus frutos ainda verdes ao ser agitada por um forte vento; houve um grande terremoto; o sol tornou-se...

E assim por diante. Tem-se que considerar o estado emocional de João ao ver estas cenas terríveis. Não se pode esquecer que ele via os fatos ocorrerem e só depois os anotava. A emoção e a surpresa o deixaram estupefato. Mas, no momento em que começou a anotar, o quadro mais imediato que tinha diante de si era a Terra em convulsão, a poeira e as cinzas cobrindo o céu.

É perfeitamente natural que tivesse começado por aí, mas não significa que esta seja a sequência real da cena. Mesmo porque, para haver um grande terremoto, o desaparecimento das montanhas e ilhas, a escuridão dos céus e o medo pavoroso dos homens, é necessária uma causa, algo que ocasione tudo isto. E este algo ocasionador é a queda das “estrelas”. Se as “estrelas” não são meteoritos, mesmo porque um meteorito não tem praticamente nada de estrela, precisamos determinar algo que João pudesse comparar, dentro da lógica, com estrela. Já dissemos que o grande terremoto e a escuridão do sol e da lua foram provocados por explosões atômicas. Para provar que uma explosão atômica pode ser comparada com a queda de uma estrela, precisamos encontrar nesta explosão algumas de suas características básicas. Uma estrela emite luz e calor. Numa explosão atômica é presente intensa emissão de luz e de calor. Quando a tripulação da aeronave que lançou a fatídica bomba em Hiroshima apresentou o seu relatório, nele foi afixado o que para mim é uma prova histórica da imensa luz e calor emitidos por uma explosão nuclear. O tripulante que estava na cauda da aeronave, mesmo utilizando óculos escuros projetados para mal deixar passar a luz do sol, olhando diretamente para a explosão, disse que pensou ter ficado cego. Outro tripulante, na cabine, sem óculos, pois viajava na direção oposta, relatou a sensação de que um flash tivesse sido disparado a centímetros de sua face. A temperatura no interior do “cogumelo” foi calculada em torno de 100 milhões de graus Fahrenheit. Muito apropriado, por ter sido escrito por especialistas, o livro de sir John Hackett traz detalhes científicos:

  Dentro de uma fração de segundo a bola de fogo resultante, com temperaturas aproximadas das do sol, já tinha mais de 2.000 metros de diâmetro [...]. (General SIR JOHN HACKETT. A Terceira Guerra Mundial, Agosto de 1985, Comp. Melhoramentos de São Paulo, licenciado para o Círculo do Livro, p. 327).  

Será que é concordismo? Será que Sir Hackeett escreveu que o calor de uma explosão nuclear tem temperaturas próximas das do sol só para fazer concordar com a narração do Apocalipse? Será que os tripulantes do avião testemunharam a emissão de intensa luz no momento da explosão de Hiroshima só para concordar com o Apocalipse? Sabemos que o nosso sol é uma estrela de quinta grandeza, e que ele é 1.300.000 vezes maior que a Terra.  É possível que corpos de um milhão e trezentas mil vezes maior que outros, caiam nestes? Não acredito que alguém possa encontrar algo mais próximo de uma estrela para que João pudesse comparar, a não ser que sejam as explosões nucleares. Ele disse “estrelas”. É possível que numa guerra nuclear tenhamos explosões de dezenas, talvez até centenas de artefatos nucleares, o que, visto a certa distância, só pode mesmo parecer com estrelas do céu caindo sobre a Terra.   O céu afastou-se, como um livro que é enrolado... ( Ap 6, 4 )  

É preciso retroceder à época de João e tomar às mãos alguns exemplares de livros daquele tempo: grandes rolos de pele de carneiro, com aproximadamente 40 centímetros de largura por alguns metros de comprimento, com ambas as extremidades enroladas em dois rolos de madeira, de forma que, enrolando-se de fora para dentro, fechava-se ao centro. Com o passar do tempo, de tanto permanecerem enrolados, ao serem abertos precisava ser colocado pesos

nas extremidades, pois o couro, acostumado na posição de enrolado, passava a funcionar como uma mola que fechava automaticamente o livro.  João, estudioso das Sagradas Escrituras que era, e estas, escritas em livros como descrevemos, deve, várias vezes, ter se aborrecido com o livro se enrolando sozinho durante seus estudos. Daí, ao ver a poeira e a cinza cobrindo rapidamente os céus, e os escurecendo, ao ver esta cena de longe, comparou-a a um livro que se enrolava, que se fechava. Tem-se que considerar que, na terceira guerra mundial as explosões nucleares possivelmente se darão no ocidente e no oriente, em duas regiões bastante distantes entre si e que, as nuvens escuras, ao cobrirem o céu, deslocar-se-ão de uma parte ao encontro da outra, fechando, por completo, o céu, exatamente como ocorre com um livro de dois rolos que, abertos, para serem fechados, soltam-se as duas extremidades e cada uma se enrola em direção à outra até se encontrarem. Quando se encontram, as duas imensas nuvens escurecem por completo o céu, e este não mais é visto. João disse que o céu afastou-se, para mostrar que o Homem não tem cúmplice na sua desvairada loucura. No momento máximo de sua extrema falta de juízo, se encontra sozinho. Cobrir a estratosfera de nuvens escuras, a ponto de escurecer o sol e a lua, e de não deixar ver as estrelas, seria o mesmo que, de repente, todas as estrelas e demais corpos celestes fossem retirados do céu, se afastassem da Terra. O efeito visual seria exatamente igual.   Os reis da terra, os magnatas, os capitães, os ricos e os poderosos, todos, escravos e homens livres, esconderam-se nas cavernas e pelos rochedos das montanhas, dizendo aos montes e às pedras: “Desmoronai sobre nós e escondei-nos da face daquele que está sentado no trono, e da ira do Cordeiro, pois chegou o grande dia de sua ira, e quem poderá ficar de pé?”. ( Ap 6,15-17 )  

Este texto não deixa margem a dúvidas. Concordo com Mário Sanchez: abrigos atômicos. O jornal O Popular (Goiânia, setembro de 1982), traz uma reportagem com o título “Corram que aí vem a bomba”:

  Se você observar um dia os habitantes de Washington ou de Nova York abandonando a cidade em caravanas de automóveis, dirigindose ao campo o mais rápido possível, não pense que se trata propriamente de um grande piquenique: é que soou o alerta atômico... A estratégia de proteção civil dos Estados Unidos foi mudada. Antes, a população deveria procurar abrigos antiatômicos. Agora, para escapar ao Apocalipse, recomenda-se que corra para o campo, longe das cidades ameaçadas. O período da guerra fria criou nos Estados Unidos a moda dos refúgios. Nelson Rockefeller, então governador do Estado de Nova York, pretendeu, inclusive por via legal, que todos os cidadãos construíssem um abrigo. Naturalmente não o conseguiu, mas mesmo assim chegou a haver quatro mil deles em Manhattan. Nos abrigos armazenavam-se biscoitos com proteínas e pastilhas vermelhas com hidrato de carbono. No início dos anos 60, os norte-americanos gastavam anualmente, 250 milhões de dólares em construção de abrigos, que chegaram a equipar um milhão de residências. Com o passar do tempo foi-se suspeitando, cada vez mais com mais fundamento que os refúgios antiatômicos representavam uma proteção apenas ilusória, pois se ignoravam os efeitos da onda expansiva e o calor desprendido por uma explosão nuclear. Os “refugiados” potenciais começaram então a desligar seus alarmes e a dar fim aos estoques que começavam a apodrecer... Durante vinte anos, sobretudo na época da coexistência pacífica, os norte-americanos esqueceram-se da guerra atômica e de seus riscos. Contudo, os ares hoje são outros. Desde a ascensão do presidente Ronald Reagan fala-se, mais que nunca, de armas nucleares, se bem que, no momento, para tentar limitá-las. Em Washington estão sendo projetados simultaneamente três filmes sobre a proteção civil. Num deles se ouve: “Não há lugar onde esconder-se”.  Que fazer? Respondendo também a uma questão estratégica, para provar que os soviéticos, mesmo no caso de serem os primeiros a atacar, não destruiriam totalmente os Estados Unidos, a presidência publicou há pouco um vasto plano que faz uma revisão radical da

proteção civil. Este plano, a ser implantado em sete anos, custaria, no mínimo, 4,2 bilhões de dólares, levando em conta a inflação. O plano do governo é de uma minuciosa precisão. Não falta nenhum detalhe. Para começar, supõe que a URSS, antes de lançar um ataque nuclear, se prepare para um contra-ataque não menos nuclear, devendo evacuar sua população das zonas de maior perigo. Assim, os norte-americanos prevenidos por seus serviços de inteligência, disporiam de vários dias para salvar-se antes do dilúvio... “Em períodos de crise, mantém vigias noturnos junto aos transmissores”, explicam os textos publicados pela FEMA (Federal Emergency Management Agency), o organismo federal encarregado da aplicação do programa. Advertido por rádio ou por alarmes sobre a possibilidade de um ataque mais ou menos iminente, 145 milhões de americanos, que vivem nas zonas definidas de “alto risco”, deverão fazer as malas para outro local. Do mesmo modo que antes guardavam objetos em seus abrigos, deverão agora levar luvas de trabalho, uma pá, o cartão de crédito, latas de conservas e, supõe-se, um abridor para elas. Deverão esquecer o álcool e as armas, ainda que recaiam seus companheiros de infortúnio e a solidão. Mas não devem preocupar-se; os serviços postais vão utilizar formulários especiais para as mudanças de endereços. Os “novos endereços’’ estarão nas listas telefônicas do ano seguinte. Uma vez chegado ao campo, os refugiados serão alojados em escolas, igrejas e outros edifícios rurais públicos. Cada pessoa terá direito a uns quatro metros quadrados ou a muito menos se o cataclismo nuclear alcançar a zona. Neste caso deverão procurar refúgios... ou construí-los rapidamente se não existirem. Entre os métodos de construção, em geral, muito complicados, que oferece a Fema, o mais seguro é cavar um grande buraco, entrar dentro dele e cobri-lo com o automóvel, rodeando-o de sacos de areia. Para os adultos isto representará umas oito horas de trabalho, pois tudo está previsto. Segundo os autores, o plano do governo deverá salvar 180 milhões de pessoas, ao passo que somente cem milhões sobreviveriam sem ele. Para os norte-americanos nem tudo é assim tão simples, e o plano levantou um vendaval de críticas e protestos. Uma comissão de armamentos do Senado rechaçou imediatamente o projeto. Um senador qualificou-o de “farsa cruel e perigosa”, que “mostra a guerra nuclear como algo suportável, e que inclusive se pode ganhá-la”. Um ex-alto responsável pelos objetivos estratégicos dos países inimigos advertiu: “Se evacuarem as cidades apontem para as zonas de evacuação”. Deixando de lado os problemas ‘’técnicos”, o governador da Califórnia lembrou que Los Angeles “já é incapaz de ser evacuada numa tarde de sexta-feira, e isso sem necessidade de alarme’.

O prefeito dum povoado remoto se perguntou, alisando os cabelos, como dois armazéns do povoado vão alimentar milhares de refugiados? Vinte e oito municipalidades, dentre elas a da cidade de Nova York, negaram-se a colaborar com a efetuação do plano, que, consideram, no mínimo, perfeitamente “ridículo”. Outros tratam de, à sua maneira, melhorar o plano. Por exemplo, um funcionário da prefeitura de Los Angeles propôs que, em caso de ataque nuclear, os velhos e enfermos sejam imediatamente sacrificados, assim como todos os inúteis (vaga noção). “Nossa preocupação principal”, explica o especialista, “é continuar vivendo. Portanto, é indispensável fazer uma pré-seleção em função do valor do indivíduo para a sociedade”. Como lembrou um jornalista norte-americano, os esquecidos na grande debandada nuclear poderiam pedir carona... [Grifos meus]. (JORNAL O POPULAR. Goiânia, domingo, 19 de setembro de 1982, página 33, 2° caderno, reportagem especial da correspondente Christene Courcal, da Associated France Presse).  

Parece ser uma coincidência? Será que estou isolando versículos do resto do texto para interpretá-los a meu bel prazer? Convém lembrar que, mesmo que se quisesse situar o Apocalipse àquela época, não teria razão de ser esta a interpretação, uma vez que a mensagem estava dirigida às sete comunidades da Ásia Menor, e estas não possuíam os revolucionários zelotas e nem tinham guerrilhas pelas montanhas. Além do que, os ricos judeus de Jerusalém eram aliados, ainda que não de boa-vontade, ao império romano. Num caso de guerra, seriam poupados, e não precisariam correr para refúgios nas montanhas. E se isto ocorresse, seria uma situação localizada, regional, apenas contra os judeus. Com Jesus Cristo, Deus não mais se ocupou em ter somente a Israel na conta de seu povo eleito. Doravante, a Igreja é que é seu povo eleito. E a Igreja abarca homens de todas as nações e de todas as épocas.

Seria bastante caolho pensar que Deus ao inaugurar, por intermédio de Jesus, um reino universal, continuasse a se ocupar somente com um único povo em uma única época. Consideraria esta atitude Divina como um retrocesso histórico, pouco inteligente e tacanho. Mas não é este o caso, o Apocalipse é universal-futurista. E a história do nosso dia a dia o comprova, ou melhor, ele comprova a nossa história.        Então, os eventos de número seis descrevem, detalhadamente, uma guerra atômica mundial, possivelmente a terceira, e a última.

49

A VOLTA DE JESUS   2° ITEN DA 7ª TAÇA    

A volta de Jesus é o principal evento do cristianismo após a ressurreição. Assim como “se Ele não tivesse ressuscitado seria vã a nossa fé”, agora, se Ele não voltar, obviamente, será vã a nossa esperança! Realmente, não tem sentido a Ressurreição e o Juízo Final sem a presença pessoal, corporal, de Cristo. Também, se há ressurreição dos homens e Jesus não aparecer em seu corpo semelhante ao nosso, isto é, permanecer só em espírito, como poderá ser visto? Desde sua encarnação até sua morte foi “em tudo semelhante a nós...”; após a ressurreição apareceu em corpo inúmeras vezes, até comeu e bebeu com seus discípulos; por que não assumiria seu corpo ressuscitado quando de seu retorno? A volta do Senhor está anunciada e detalhada em diversos livros da Bíblia. Ela finaliza toda a revelação divina na história da salvação, eliminando definitivamente o desvio adâmico e restaurando para sempre o projeto original de Deus. Esta volta provoca diversas situações: assim que Ele surge para a humanidade, cessa instantaneamente a graça; não há mais tempo para se alterar o destino eterno; nem para se salvar nem para se condenar; os mortos ressuscitam imediatamente; os vivos se transformarão em seguida, quer seja para melhor ou para pior; estabelece-se o tribunal do Juízo Final e este se realiza; inicia-se a vida eterna, no paraíso ou no inferno. Jesus voltará em seu corpo humano ressuscitado. No momento de sua ascensão é confirmado isto:   E como fitassem o céu enquanto ele se ia, eis que apareceu junto deles dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: “Homens

da galileia, que estais aí a contemplar o céu? Esse Jesus, que vos foi arrebatado, virá do mesmo modo que para o céu o vistes partir”. (At 1, 10-11 )  

Será completamente visível:     De fato, como o relâmpago relampeja de um ponto do céu e fulgura até o outro, assim acontecerá com o Filho do Homem em seu Dia. ( Lc 17, 24 )  

Que momento magnífico! Para uns, uma visão beatificante! Para outros, um completo desespero!  As trombetas ecoando pelos céus e uma imensa nuvem se forma no firmamento, pela presença de miríades e miríades de anjos revoando em formação de reverência, dando passagem ao Cristo, Senhor e Juiz, descendo do Céu à Terra. Numa demonstração sem precedentes do poder Divino, à voz forte e poderosa do Cordeiro de Deus, obedecendo a sua ordem, os sepulcros são descobertos e todos os mortos ressuscitam. Os que estão vivos se transformam. Todos os que desprezaram a cruz do Filho de Deus, vendo que o “noivo chegou para as bodas, numa hora que não esperavam, e estando suas lâmpadas sem azeite”, sabendo que não há mais tempo para adquiri-lo, desesperam-se em vão!

50

O JUÍZO FINAL   3° ITEN DA 7ª TAÇA    

As Sagradas Escrituras atestam que, por ocasião da volta de Jesus, haverá um único julgamento, coletivo, de toda a humanidade, de cada pessoa, uma por uma, da concepção à morte. Esta verdade derruba e acaba de vez com o que o espiritismo tem de mais concreto: as reencarnações sucessivas. Cada pessoa que morre vai para o mundo espiritual, e lá permanece em espírito, fora do corpo, aguardando este dia de julgamento, o qual será coletivo, mas as sentenças serão individuais, pessoais.  E não haverá outro. Neste único julgamento universal as sentenças serão definitivas, eternas. Muitos pecadores confiam numa segunda oportunidade, ou, segunda chance de salvação, ou recuperação, como dizem; acreditam numa “repescagem”. O que é a maior das ilusões. Para ser julgado, cada homem deverá estar completo: espírito e corpo. Por isto, os mortos terão que ressuscitar. E o Apocalipse descreve:   O mar devolveu os mortos que nele jaziam, a Morte e o Hades entregaram os mortos que neles estavam, e cada um foi julgado conforme sua conduta.  ( Ap 20, 13 )   Vi então os mortos, grandes e pequenos, em pé, diante do trono, e abriram-se livros. ( Ap 20, 12 )  

Jesus confirma que os que morreram estão “vivos” e que haverá Ressurreição:  

Jesus lhes respondeu: “Os filhos deste século casam-se dão-se em casamento; mas os que forem julgados dignos de ter parte no outro século e na ressurreição dos mortos, nem eles se casam, nem elas se dão em casamento; pois nem mesmo podem morrer: são semelhantes aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição. Ora, que os mortos ressuscitam, também Moisés o indicou na passagem da sarça, quando diz: o Senhor Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó. Ora, ele não é Deus de mortos, mas sim de vivos; todos, com efeito, vivem para ele. ( Lc 20, 34-38 )  

As pessoas perguntam: como se dará a Ressurreição? E o que ocorrerá com os que não morreram? E com os justos? Com os piedosos? São Paulo já nos ensinou a respeito: Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos, com que corpo voltam? Insensato! O que semeias, não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão, de trigo ou de qualquer outra espécie. A seguir, Deus lhe dá o corpo que lhe é próprio. Nenhuma carne é igual às outras, mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos quadrúpedes, outra a dos pássaros, outra a dos peixes. Há corpos celestes e há corpos terrestres. São, porém, diversos o brilho dos celestes e o brilho dos terrestres. Um é o brilho do sol, outro o brilho da lua, e outro o brilho das estrelas. E até de estrela para estrela há diferença de brilho. O mesmo se dá com a ressurreição dos mortos... ( I Cor 15, 35-42 )   Eis que vos dou a conhecer um mistério: Nem todos morreremos, mas todos seremos transformados. Num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final, pois a trombeta tocará, e os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados. ( 1 Cor 15, 51-52 )  

Todos os homens, sem exceção, ressuscitados, estarão juntos, de uma só vez, diante do Pai e de Jesus, para serem julgados, sentenciados, de uma vez para sempre. Jesus afirma:   Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono de sua glória. E serão reunidas em sua presença todas as nações e ele separará os homens uns dos outros... ( Mt 25, 31-32 )  

Esta separação entre salvos e condenados, entre o céu e o inferno, está, também, relatada na parábola entre o mau rico e Lázaro:   E além do mais, entre vós e nós existe um grande abismo, de modo que aqueles que quiserem passar daqui para junto de vós não o podem, nem tampouco atravessarem os de lá até nós. ( Lc 16, 26 )

  Desse modo, como no Juízo Final, todos precisam tomar conhecimento do julgamento de todos, inclusive os anjos, bons e maus, o céu e o inferno estarão reunidos no mesmo lugar, porém, separados por uma linha divisória intransponível, que, no entanto, permitirá a completa visualização de ambos os lados, exatamente como as do rico no inferno e de Abraão no céu, no diálogo da parábola. Esta linha divisória é de todas, a situação mais difícil e dolorosa para o ser humano, perdendo apenas para a sentença de condenação eterna. Uma mãe estará a salvo e verá o filho do outro lado; uma filha estará perdida e verá o pai do lado da salvação; um irmão estará de um lado e o outro, do outro; uma esposa de cá e o esposo de lá; duas pessoas queridas, separadas; e muitas outras tristes situações desencontradas, eternamente desencontradas. Como é impossível transpor a linha divisória, não há um abraço e um beijo de despedida eterna, só um último e triste aceno. Esta linha divisória não impede que as pessoas se vejam, pois, é necessário que o julgamento de todos seja de conhecimento universal. Logo após a morte cada um é julgado num juízo particular, para tomar conhecimento de seu destino eterno. Mas é imprescindível o Juízo Comum, para que não fique nenhuma dúvida sobre a justiça divina. Caso contrário, algum condenado, lá no inferno, indagaria por um parceiro de pecados, e ao ser informado

que está no céu, poderia argumentar por que, se ambos foram companheiros na desobediência? O mesmo poderia ocorrer no céu com alguém que ficaria sem entender porque aquela pessoa que aparentava uma vida de santidade, fora condenada. Ocorre que o companheiro do pecador possa ter se arrependido e pedido perdão (basta lembrar o bom ladrão na cruz) e mudado de vida, e o do salvo podia ter uma santidade só de aparências. Seguindo as narrativas das Escrituras pode-se montar o cenário do Grande Julgamento:   - Jesus volta revestido de sua glória;   - O tribunal é montado, e o trono do Justo e Santo Juiz é o      centro;    - Presentes, com Jesus, estão o Pai e o Espírito Santo;   - Todos os anjos de Deus circundam o trono;   - Diante do trono, toda a humanidade, bilhões de pessoas;   - Do lado direito, os filhos de Deus, do lado esquerdo, Lúcifer com todos os demônios e todas as pessoas infiéis;   - O trono está num palanque elevado, à vista de todos;   - Como os homens estão no corpo, todos juntos, precisam de um imenso espaço para acomodá-los. Haverá pessoas a muitos quilômetros de distância do palanque; Se ocorrer nos mesmos moldes de um mega show, poderá haver telões e caixas de som instalados

estrategicamente, pois uma vez no corpo, como é normal, o ser humano se interage com o meio através dos cinco órgãos dos sentidos. O julgado está de pé, num lugar determinado no palanque, à vista de todos. Nos telões passa a sua vida, desde a concepção até à morte; os pensamentos, as palavras, os atos e as omissões. Nas caixas de som, tudo o que foi dito, tanto em palavras como em pensamentos. Isto para que todos possam ver e ouvir tudo o que a pessoa fez, deixou de fazer, falou e pensou. No meu entender, ainda que possa parecer impensável, telão já foi usado pelo menos uma vez, conforme Atos 10:   ... no dia seguinte, enquanto caminhavam e se aproximavam da cidade, subiu Pedro ao terraço para rezar. Era pelo meio-dia. Estava com fome e desejava comer. Enquanto lhe preparavam o alimento, caiu em êxtase. Via o céu aberto e um objeto, semelhante a uma grande toalha sustentada pelas quatro pontas, descer para a terra. E dentro havia todos os quadrúpedes e os répteis e todas as aves do céu. ( Atos 10, 9-12 )  

Igualmente, julgo que as caixas de som também já foram usadas, segundo Êxodo 19: Iahweh disse a Moisés: “Eis que virei a ti na escuridão de uma nuvem, para que o povo ouça quando eu falar contigo...”. ( Ex 19, 9 ) Ao amanhecer do terceiro dia, houve trovões, relâmpagos e uma espessa nuvem sobre a montanha, e um clamor muito forte de trombeta; e o povo que estava no acampamento pôs-se a tremer. [...] O som da trombeta ia aumentando pouco a pouco; Moisés falava e Deus lhe respondia no trovão. ( Ex 19,16-19 )  

Então o Julgamento chega ao seu final; às sentenças:   Então dirá o rei aos que estiverem á sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo’. ( Mt 25, 34 )  

Em seguida, dirá aos que estiverem à sua esquerda: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. [...] E irão estes para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”. ( Mt 25, 41-46 )   Os mortos foram então julgados conforme sua conduta, a partir do que estava escrito nos livros. ( Ap 20, 12 )   Porquanto todos nós teremos de comparecer manifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba a retribuição do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal. ( 2 Cor 5, 10 )  

Se há um julgamento, necessário é que haja critérios. Ora, neste julgamento o Homem é o réu: todos. Se todos estão no banco dos réus, não há vítima. Num julgamento comum de tribunal humano, não existe réu sem vítima. Não existe acusação sem crime, nem réu sem vítima, a menos que seja um perjúrio. E agora, quando todos são réus, onde está a vítima? Tem o Juiz (Jesus), o promotor, ou acusador (satanás) e os réus (todo ser humano). Só falta a vítima. Para que haja julgamento é necessário que haja crime. E, havendo crime, há vítima. E se há crime e vítima, há criminoso, e o criminoso é quem deve ir ao banco dos réus. Se toda a humanidade está no banco dos réus, quem sobrou para ser a vítima? Esta será a grande e única pergunta dos réus ao Juiz sentado no trono: – “Quem é a vítima? ” O Juiz lhes responderá: – “Eu!”. Os réus ficarão sobremaneira admirados e exclamarão: – “Como pode ser isto possível? Nunca te vimos na Terra! Quando foi que te fizemos um único mal? Como podes dizer que te fizemos mal?”. Este grave diálogo está assim descrito no Evangelho, e relatado pelo próprio Jesus Cristo: Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. E serão reunidas em

sua presença todas as nações e ele separará os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então dirá o rei aos que estiverem à sua direita: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver-me”. Então os Justos lhe responderão: “Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos forasteiro e te recolhemos ou nu e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te ver? Ao que lhes responderá o rei: “Em verdade vos digo: cada vez que fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”. Em seguida, dirá aos que estiverem à sua esquerda: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer. Tive sede e não me destes de beber. Fui forasteiro e não me recolhestes. Estive nu e não me vestistes, doente e preso, e não me visitastes”. Então, também eles responderão: ”Senhor, quando é que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso e não te servimos?”. E ele responderá com estas palavras: “Em verdade vos digo: Todas as vezes que o deixastes de fazer a um desses pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”. ( Mt 25, 31-46 )

O mais extraordinário é quando o Juiz se identifica como sendo Ele mesmo os homens mais humildes e necessitados, as pessoas em situações de extremas dificuldades sobre a Terra. E toda a condenação ou toda a glorificação depende, única e exclusivamente de se resolver, ou não, os problemas mais degradantes e humilhantes do próximo. Este será o critério de Justiça utilizado no Juízo Final: a solução que se der, ou não, aos pobres, indefesos, injustiçados e maldosamente excluídos das condições mínimas de vida. No Juízo Final o homem é a meta. Nada mais além do homem é mais importante que o homem. O caminho da salvação passa, obrigatoriamente, pelos pobres e necessitados. Quem tiver condições plenas e

não resolver o problema deles jamais será salvo. Por isto, Jesus diz a respeito de quem pensa só em si, quem acumula só para si, se esquecendo dos que não tem absolutamente nada. A riqueza egoísta e não partilhada com justiça e compaixão, terá um peso extremo no dia do Juízo.   Então Jesus disse aos seus discípulos: “Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no Reino dos céus. E vos digo ainda: É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus”. ( Mt 19, 23-24 )  

Haverá o Juízo Final. Todos nós estaremos lá, para sermos sentenciados. Não há como evitar.

51

O INFERNO ETERNO   4° ITEN DA 7ª TAÇA     E quem não se achava inscrito no livro da vida foi também lançado no lago de fogo. (Ap 20, 15 )   Felizes os que lavam suas vestes para terem poder sobre a árvore da Vida e para entrarem na Cidade pelas portas. Ficarão de fora os cães, os mágicos, os impudicos, os homicidas, os idólatras e todos os que amam ou praticam a mentira”. ( Ap 22, 14-15 )   E irão estes para o castigo eterno, ... ( Mt 25, 46 )   A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos: os que adoram a Besta e a sua imagem, e quem quer que receba a marca do seu nome nunca têm descanso, dia e noite... ( Ap 14, 11 )   No inferno, em meio a tormentos, levantou os olhos e viu ao longe Abraão e Lázaro em seu seio. Então exclamou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim e manda que Lázaro molhe a ponta do dedo para me refrescar a língua, pois estou torturado nesta chama”. ( Lc 16, 23-24 )   A Morte e o Hades foram então lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte: o lago de fogo. ( Ap 20, 14 )  

Ninguém entra no Céu com nota nove, só com nota dez! A mentalidade do “não matando e não roubando está bom”, o slogan do cristão meia boca, é o que ajuda a superlotar o inferno. É isto que leva à perdição muitos que se julgam cristãos, e cristãos atuantes, inclusive líderes, pregadores e pessoas que até realizam milagres. É preciso prestar muita atenção, principalmente em duas passagens das Escrituras:   Com efeito, aquele que guarda, em geral, todos os mandamentos da Lei, mas desobedece a um só deles, torna-se culpado da transgressão da Lei inteira, pois aquele que disse: “Não cometerás adultério”, também disse: “Não matarás”. Portanto, se

não cometes adultério, mas praticas um homicídio, tornas-te transgressor da Lei. ( Tg 2, 10-11 )   Nem todo aquele me diz ‘Senhor’, ‘Senhor’ entrará no Reino dos Céus, mas sim, aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos e em teu nome que expulsamos demônios e em teu nome que fizemos muitos milagres? Então, sem rodeios, eu lhes direi: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade’. ( Mt 7, 21-23 )  

Desse modo, o homem se condenará por um único mandamento que não obedecer e não se salvará mesmo que tiver praticado os outros nove rigorosamente. Mesmo porque, não é possível desobedecer a um só deles isoladamente, por exemplo: quem levanta falso testemunho está também pecando contra “amar a Deus sobre todas as coisas”, pois não O está obedecendo. E ao dizer que crê em Deus, mas não O obedece, está, também, usando o “seu santo nome em vão”. Ao se meditar sobre a condenação, algo que é terrível é a eternidade do inferno. Assim como é deleitoso imaginar o tempo sem fim do paraíso, o pensamento do inferno eterno deveria ser levado muito mais em conta pelo ser humano. A expressão “o lago de fogo é a segunda morte” me faz tremer e suar frio, uma vez que esta morte é a morte eterna, sem ressurreição. O Apocalipse descreve com numerosos detalhes maravilhosos os primeiros tempos dos filhos de Deus no Paraíso. No entanto, silencia-se por completo sobre a situação dos condenados no inferno. É algo tão terrível e inimaginável que a misericórdia divina poupa os filhos amados, não o descrevendo. Só terá conhecimento pleno de como é ali, aquele lá se colocar. E não são poucos, infelizmente!

O que muito me impressiona é o imenso número de condenados. A vida é uma só. O homem nela decide o seu destino eterno. E, conforme as Escrituras, a quantidade de condenados, em proporção ao de salvos, é astronomicamente maior. Vi então os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e abriram-se livros. Também foi aberto outro livro, o da vida. Os mortos foram então julgados conforme sua conduta a partir do que estava escrito nos livros. ( Ap 20, 12 )   E quem não se achava inscrito no livro da vida foi também lançado no lago de fogo. ( Ap 20, 15 )  

Nestes versículos pode-se notar a grande diferença entre salvos e condenados. Para os salvos há somente um livro, denominado o Livro da Vida. Quem não tiver nele seu nome inscrito está condenado. Para os condenados há inúmeros livros. Se fosse um número pequeno, João teria contado. Mas ele via uma enorme pilha, e por isto difícil de enumerar. Esta quantidade imensa de livros dos condenados, e de um só para os salvos, leva-me a efetuar uma equação matemática para as declarações de Jesus sobre as duas portas e os dois caminhos: Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à vida. E poucos são os que o encontram. ( Mt 7, 13-14 )

A equação matemática nos daria um número e uma porcentagem muito próxima do real: Muitos  = X Poucos = Y Muitos + poucos = 100% da humanidade.   X     +     Y      = 100

  Se Jesus tivesse dito que a humanidade se reparte exatamente meio a meio, então tanto a condenação como a salvação seriam de 50%. Cinquenta iria para o céu e cinquenta para o inferno. Este número de condenados já seria imensamente grande. X = 50 Y = 50 X + Y = 100 Mas como Ele falou muitos e poucos, X tem que ser maior que Y. Também Ele não disse todos numa porta e nenhum na outra. Se há números em X e Y, ambos têm que ser diferentes de 0 e de 100. Fiz uma pesquisa com várias centenas de pessoas, onde a pergunta era: - De um a dez, em sua opinião, quanto é muito, não podendo ser dez? A resposta predominante da maioria absoluta foi oito. Sobram dois para poucos. Isto, em termos matemáticos, porque em termos de fidelidade a Deus os números foram nove e um. Mas, por uma questão de coerência, dentro da pesquisa, usarei apenas os termos matemáticos:   X=8 Y=2 X + Y = 10 Na porcentagem seria assim:   X = 80 Y = 20

De cada dez, salvar-se-iam apenas dois. Nesta proporção, oitenta por cento da humanidade seria condenada ao inferno e vinte por cento iria para o céu.

Este número estarrecedor de condenados crepitando nas chamas inextinguíveis do inferno eterno gera uma macabra situação tão dolorosa que a dor respinga nos filhos de Deus ao pisarem o Paraíso. Porque o Apocalipse, no capítulo 21, versículos 3-4, relata que o povo de Deus entrará chorando no Paraíso. Praticamente todos! E não é um chorinho qualquer, não! É algo terrivelmente profundo. Para mim, inesperado, pois sempre acreditei que no Paraíso não haveria absolutamente nenhum sofrimento! Nisto ouvi uma voz forte do trono que dizia: Eis a tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo, e ele, Deus com eles, será o seu Deus. Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram! ( Ap 21, 3-4 )

Estive meditando por muito tempo sobre qual seria a causa das lágrimas dos salvos ao entrar no Paraíso? Eu pensava que este momento seria, por exemplo, semelhante à alegria de um sequestrado que passou muitos dias em situações deprimentes, sem saber se iria sair com vida, se reveria seus familiares e entes queridos. E ao ser liberto exulta de felicidade, com lágrimas de alegria que cessam rapidamente, sem precisar de uma intervenção divina. Então, por que o choro no início do Paraíso? O texto diz que nunca mais haverá dor alguma, qualquer sofrimento! Por que o povo salvo está chorando, sem parar, a ponto de necessitar da intervenção de Deus? Qual a causa das Lágrimas do Paraíso? Para entender isto, necessário se faz recordar que no Juízo Final, por exemplo, uma mãe salva que viu o filho querido, do outro lado da linha divisória e nem pôde dar um último abraço e um beijo de despedida se pôs a chorar. E agora no Paraíso, ela na felicidade e seu filho torrando, sem nenhuma esperança, nas chamas do inferno!  Assim, praticamente cada pessoa terá um ente querido para

chorar. E somente Deus, com todo o seu poder é quem pode solucionar este problema. João relata que a solução das lágrimas é o primeiro ato administrativo de Deus, no Paraíso. Ele realizará, então, uma completa, definitiva e eterna cura interior em todos os seus amados filhos. A partir daí os santos começarão, de fato, a gozar as delícias do tão sonhado Paraíso Eterno. As Escrituras não indicam a forma utilizada por Deus para enxugar as lágrimas do Paraíso. Talvez, penso eu, apagará de todas as memórias a lembrança da existência dos condenados ao inferno eterno. Mais ainda: talvez apague, por completo, a noção da existência do próprio Inferno.

52

O PARAÍSO ETERNO   5° ITEN DA 7ª TAÇA     Eis que faço novas todas as coisas.( Ap 21, 5 )   Vi então um céu novo e uma nova Terra – pois o primeiro céu e a primeira terra se foram... ( Ap 21, 1 )   Eis a tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles. ( Ap 21, 3 )  

O Apocalipse fala e atesta que haverá uma nova Terra. Muitas religiões afirmam que os seres humanos “subirão” para o céu, o mundo espiritual, ou para outros mundos. Entre elas, principalmente os espíritas:  acreditam que a humanidade se espalha pelo universo por inúmeros planetas, se repartindo, indefinidamente, à medida que se vai recebendo novos “diplomas” de bom comportamento. Mesmo dentro da Igreja, à linha mestra de seus dogmas, muitos acreditam que o “Céu” é lá para cima, para além do universo, onde se viverá em corpos imateriais. Mas, não é esta a verdade; a Terra não é fábrica de anjos! O Apocalipse acaba com toda esta babel, quando diz que: “Ele habitará com eles...”. Isto, logo após afirmar que há uma nova Terra. Onde Deus morará com os homens. Ele então me arrebatou em espírito sobre um grande e alto monte, e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, com a glória de Deus. (Ap 21, 10-11) Interessante: enquanto muitas “religiões”, seitas e teólogos ensinam e insistem em mandar o Homem para o espaço, ou para o Céu, o Apocalipse faz justamente o oposto; fixa o homem na Terra, na nova Terra, e desce Deus do Céu para a Terra, para morar com os humanos. Ele habitará com eles... ( Ap 21,3 )  

... e ele, Deus-com-eles, será o seu Deus. ( Ap 21, 3 )  

É mais do que verdadeira a necessidade de uma Terra nova. Esta atual (poluída, desmatada; contaminada por todo tipo de radiações atômicas, elementos químicos e biológicos; a maioria dos animais e da flora desaparecidos; o ar e as águas, as fontes e o mar transformados em verdadeiros lixos...) não serve para os filhos de Deus habitarem para sempre, e na verdade, nem temporariamente. O Apocalipse é altamente técnico e verdadeiro quando fala da necessidade de uma nova Terra. Não há a mínima necessidade de se ser espiritualista e de se ter fé, para chegar a esta conclusão meramente técnico-científica. Já São Pedro, faz uma declaração da destruição completa da Terra atual:   Ora, os céus e a terra de agora estão reservados pela mesma palavra ao fogo, aguardando o dia do juízo e da destruição dos homens ímpios. Há, contudo, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: é que para o Senhor um dia é como mil anos e mil anos como um dia. O Senhor não tarda a cumprir a sua promessa, como pensam alguns, entendendo que há demora; o que ele está é usando de paciência convosco, porque não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se. O dia do Senhor chegará como ladrão e então os céus se desfarão com estrondo. Os elementos, devorados pelas chamas, se dissolverão e a terra, juntamente com suas obras, será consumida. ( 2 Pd 3, 7-10 )

  Esta Terra será destruída; as Escrituras não falham e não mentem. Uma nova Terra será criada. De acordo com a carta de São Pedro, a Terra será “descriada”, uma vez que as palavras “dissolver” e “consumir”, no meu entender significam evaporar, desaparecer, deixar de existir, “descriar”. Pedro, ao dizer “os elementos” se refere mesmo, literalmente, aos elementos químicos constituintes da matéria. Jesus também se referiu à “descriação” da Terra:

Passará o céu e a terra. Minhas palavras, porém, não passarão. ( Mt 24, 35 )

Como já disse, esta Terra atual está completamente danificada, corrompida. Posso afirmar que Lúcifer e seus malignos anjos com a colaboração de homens sob sua influência contaminaram todo o planeta e tudo que nele há (basta lembrar apenas o lixo atômico que já existe aos milhares de toneladas e cada dia sendo produzido mais). Não seria um exagero afirmar que cada átomo, cada partícula elementar esteja contaminada pelo demônio. Os céus, ou seja, o espaço sideral também está contaminado pelos artefatos enviados pelo Homem. E Deus não iria utilizar uma matéria-prima nestas condições. Os novos céus e a nova Terra serão exatamente como nos dias de Adão e Eva, antes do pecado; uma total perfeição. Desta vez com uma incomparável bênção a mais: sem a presença de satanás que a esta altura estará erradicado para sempre do universo. A nova Terra tão perfeita propiciará, como o Apocalipse diz, a presença de Deus que poderá, inclusive, como no Éden, passear aí outra vez: Eles ouviram o passo de Iaweh que passeava no jardim, à brisa do dia... ( Gn 3, 8 )

Conforme as descrições do Apocalipse, a Jerusalém do Paraíso será a capital do universo, a morada de Deus na Terra, de onde governará a Criação, sendo o Cordeiro, Jesus Cristo, sua lâmpada, seu Rei e Senhor. E nela os santos poderão entrar sempre que o desejarem sem qualquer restrição de horário, onde verão a face de Deus e lhe prestarão culto. Completando o tempo determinado por Deus, haverá o Juízo Final, a separação de seus filhos, dos filhos do demônio. Os bem-aventurados ganharão uma nova Terra; o Paraíso será recriado. A atual Terra não será recuperada

ou reformada, como pregam os falsos profetas. Uma nova será criada. Desta feita, não a receberá apenas um casal, mas a humanidade fiel. Muitos indagam: – “Como será?”. Na sua plenitude ninguém sabe, mas o extremado amor do Pai, pelos merecimentos do Filho, através do Poder do Espírito, revela a João, que o descreve no Apocalipse, com figuras acessíveis ao entendimento humano. Isto é feito em breves aspectos, citando apenas aquelas aspirações e necessidades mais urgentes do homem. Os capítulos 21 e 22 do Apocalipse dispensam interpretação: são diretos, e relatam, na visão de João, os primeiros dias na feliz eternidade. Um rio de água viva nasce debaixo do trono de Deus, e às suas margens florescem perenes frutíferas árvores da vida, às quais os filhos de Deus terão livre acesso. Os seres humanos que habitarão o Paraíso terão os mesmos corpos atuais, acrescidos das virtudes perdidas no Jardim do Éden. São Paulo fala dos corpos ressuscitados: Mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos interiormente, suspirando pela redenção do nosso corpo. ( Rm 8, 23 ) Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? [...] O mesmo se dá com a ressurreição dos mortos: semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual. [...] Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortalidade.  ( 1 Cor 15, 35-53 )  

O corpo do Paraíso terá tudo o que o atual tem, acrescentando a este a invulnerabilidade (incorruptível), a imortalidade (eterno) e a perfeição completa (reluzente de glória). Isto colocará o corpo humano interagindo perfeitamente com a natureza através dos cinco órgãos dos sentidos e, ao mesmo tempo, liberto das leis da natureza.

O corpo, sendo físico, precisará se alimentar e respirar, tomar água, tudo exatamente como o atual, pois suas células se renovarão continuamente. Caso contrário, não haveria a necessidade da ressurreição, pois seria apenas espírito, desprovido de matéria. E a Terra seria apenas uma fábrica de anjos, o que não é o fato. Todos serão adultos jovens, na plenitude física. Não haverá crianças nem idosos. Daqui em diante não há mais revelações a respeito da vida na eternidade. Tudo o que é necessário para conquistála temos nas Sagradas Escrituras, Sagrado Magistério e Sagrada Tradição. E isto é o que necessitamos presentemente.

53

  A CIÊNCIA COLOCA DATAS NOS EVENTOS DO APOCALIPSE    

Conforme o texto de Mateus 24, 36, a data exata do último dia da presente humanidade, comumente chamado de o “dia do fim do mundo”, é de competência única e exclusiva de Deus Pai, a primeira pessoa da Santíssima Trindade. Então, pode-se considerar esta data como a data de Deus. No entanto, tem-se que levar em conta as declarações dos cientistas, de todas as especialidades, a respeito de seus estudos e pesquisas sobre a atual situação do ecossistema do planeta Terra e de suas previsões para o futuro. A ciência baseia-se apenas em seus conhecimentos técnicos, não considerando qualquer opinião teológica. Quase que diariamente os meios de comunicação apresentam noticiários científicos, e na maioria deles as declarações são de que a vida no planeta está se deteriorando de forma acelerada, principalmente a partir do século XIX. E as suas previsões tendem a apontar o século XXI com os desfechos mais sombrios, senão o desfecho final: o fim do mundo. Como os cientistas se alicerçam em dados medidos, experimentados e conferidos, as datas que apontam, podemos chamá-las de as datas da ciência. Dentre as diversas previsões e datas científicas, citarei as seguintes: “Um terço das plantas e animais do mundo serão perdidos na primeira metade do próximo século, já que não poderão (...) se ajustar ao aquecimento global”, declarou John Scott, representante do Secretariado para a Convenção sobre a Diversidade Biológica, da

Organização das Nações Unidas (ONU). [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 23 maio de 2007. Brasil/mundo, p-14). O número de espécies declaradas oficialmente extintas chegou a 27 nos últimos 20 anos, prova de que o ritmo atual de perda da biodiversidade é de 100 a 1.000 vezes maior do que a própria seleção natural. Os dados alarmantes foram divulgados pela suíça Anabelle Cuttellod, da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), e pela colombiana Margarida Astrálada, diretora do Centro de Cooperação do Mediterrâneo da UICN na Espanha.    As espécies oficialmente extintas desde o início dos trabalhos da UICN há 40 anos, chegam a 784, número que, segundo especialistas, deve ser acrescido de 65 outras espécies, que só conseguem sobreviver em cativeiro ou em cultivos. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 22 maio  de 2007. Brasil/mundo, p-15).   O Quarto Relatório de Mitigação do Efeito Estufa do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas, divulgou no dia 4 de maio, em Bangcoc, Tailândia, elaborado por especialistas e aprovado por representantes de 105 países membros, estima que serão necessários investimentos correspondentes a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial para que o aquecimento global se limite a um incremento médio de 2,5°C no ano de 2030. No SÉCULO XIX, o ciclo biogeoquímico do gás carbônico apresentava um balanço equilibrado entre emissões e absorções. O equilíbrio foi rompido pelo aumento da industrialização, poluição dos mares e desmatamentos. No meio científico não restam dúvidas a respeito dos principais fatores de aumento da concentração de gases de efeito estufa. [Grifos meus]. (OSMAR PIRES MARTINS JÚNIOR. Diário da Manhã. Goiânia, 09 de maio de 2007. Opinião, p-5)   O mais intrigante, prossegue Mark Serreze, é que o derretimento está ocorrendo mais rápido do que previam os programas de computador elaborados especificamente para analisar modelos climáticos. Há alguns anos, disse ele, a previsão era de que o derretimento total do gelo ártico ocorreria em algum verão entre os anos 2070 e 2100. No ritmo atual, porém, isso poderá ocorrer já em 2030, assegurou. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 18 agosto de 2007. Brasil/mundo, p-5.).   Para o meteorologista do Instituto Nacional, Manuel Rangel, 54, em escala global o comprometimento da natureza “parece irreversível”. Prossegue dizendo: “O Brasil e o restante do mundo sofrem as consequências porque a atmosfera é como um grande

prato de geleia: se tocar em uma extremidade, movimenta tudo até a outra”. A avaliação é assustadora se considerar que, nos séculos XX e XXI, o homem produziu devastação maior do que a ocorrida em todo o tempo de existência do planeta. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 06 de janeiro de. 2007. Cidades, p-6).   Estudo internacional publicado na revista Proceedings of the National Acaddemy of Sciences inclui a Floresta Amazônica entre os nove ecossistemas do mundo que poderão desaparecer em 50 anos em decorrência das mudanças climáticas provocadas pelo homem. A notícia pode mudar a ideia de que o processo de aquecimento global é lento e gradual. A argumentação é que alterações mínimas de temperatura seriam suficientes para levar a mudanças dramáticas e até ao colapso repentino de um sistema ecológico. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 07 de fevereiro de 2008. Brasil/mundo, p-8).   A mudança climática é a responsável por cerca de 150 mil mortes ao ano, segundo um relatório sobre os efeitos negativos do aquecimento global apresentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A previsão dos especialistas desse órgão é de que o número de mortes dobrará em 2030. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 26 de janeiro de 2005. Brasil/mundo, p-12).   “Morte lenta” é a definição de especialistas de todo o mundo para o gradual e persistente avanço dos desertos em vastas áreas do planeta. O processo é de difícil detecção e apresenta poucas chances de reversão. Por esse motivo, especialistas de 40 organismos internacionais e ONGs, além de representantes de 170 dos 191 países que integram a ONU, participam da 5ª Sessão de Revisão da Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação (CRIC-50).O secretário-executivo da Convenção, Hama Arba Diallo, relata que há 35 anos, quando era embaixador na China, ocorriam grandes tempestades de terra uma vez por ano. “Hoje são trinta a cada ano”. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 21 mar. 2007. Brasil/mundo, p-10).   [...] “Com respeito ao aquecimento global já passamos o ponto sem volta há muito tempo. Os efeitos visíveis da mudança climática, no entanto, só agora estão aparecendo para a maioria das pessoas. Pelas minhas estimativas, a situação se tornará insuportável antes mesmo da metade do século, lá pelo ano 2040. Por modelos matemáticos, descobre-se que o clima está a ponto de fazer um salto abrupto para um novo estágio de aquecimento. Mudanças geológicas normalmente levam milhares de anos para

acontecer. As transformações atuais estão ocorrendo em intervalos de poucos anos. É um erro acreditar que podemos evitar o fenômeno apenas reduzindo a queima de combustíveis fósseis. Até o fim do século, é provável que cerca de 80% da população humana desapareça. Os 20% restantes vão viver no Ártico e em alguns poucos oásis em outros continentes, onde as temperaturas forem mais baixas e houver um pouco de chuva”. Estas são declarações do cientista inglês James Lovelok, cientista com contribuições a áreas tão distintas do conhecimento que é difícil classificá-lo em uma única especialidade. É também um dos mais controvertidos. Sucesso entre os ambientalistas, sua criação mais conhecida, a Hipótese de Gaia, é criticada por outros cientistas. [Grifos meus]. (REVISTA VEJA, n° 1.979, 25 de outubro de 2006. Entrevista, p-17).   De acordo com o doutor em Antropologia e Arqueologia pela Smithsonian Instiuition, em Washington, Estados Unidos, e pesquisador do Instituto do Trópico Subúmido da Universidade Católica de Goiás, Altair Sales Barbosa “ou se toma uma atitude para impedir o esquema de consumismo desenfreado e o agronegócio predatório, ou continuaremos criando mais possibilidades para a vida desaparecer na terra. Caso o ritmo de devastação registrado hoje seja mantido, haverá uma cadência de tragédias ambientais: primeiro, o aquecimento aniquilará vegetações; depois os lençóis subterrâneos de água secarão – por causa da impermeabilização do solo, promovida pelo adensamento demográfico e da utilização desses sistemas; em seguida, haverá escassez das águas superficiais; e, finalmente, as mudanças climáticas, geológicas e meteorológicas abruptas, que produzirão furacões e tsunamis. Se perdurar este modelo de desenvolvimento, segundo minhas previsões, a terra morre em 150 anos”. Questionado se não se trata de uma visão apocalíptica, ele rebate: “Acho que estou sendo é otimista. Claro que são muitos fatores conjugados para que isso ocorra. Não há comprovação científica, mas acho que 150 anos é um tempo bastante elástico”. [Grifos meus]. (DIÁRIO DA MANHÃ. Goiânia, 27 de março de. 2007. Cidades, p-13).  

Pelo exposto, podemos ver que tanto Deus como os cientistas têm datas para o fim do mundo. A data de Deus, porém, não nos é revelada. As dos cientistas, no entanto, estão se convergindo para o desfecho no século XXI ou um pouco depois.

De qualquer forma, a data de Deus tem que ocorrer antes da data final dos cientistas, porque do contrário as Escrituras seriam falhas, uma vez que não haveria ninguém para ver “o Filho do homem vindo numa nuvem com poder e grande glória” (Mt 21, 27). Além do mais, se supusermos que a data final dos cientistas vá se afunilar num definhamento dolorosamente prolongado e que Deus vai demorar a intervir, isto contrariaria a misericórdia Divina para com seus filhos, conforme Jesus declara enfaticamente em Mateus 24, 22: “E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma vida se salvaria. Mas por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados”. Mesmo assim, o número de pessoas que não acreditam no Fim do Mundo é imensamente grande. E, para tanto, desconsideram as Escrituras e a ciência. Estou muitíssimo curioso para saber em que se baseiam para não crerem, uma vez que, a respeito, não acreditam nem em Deus e nem nos cientistas! Se alguém souber, agradeceria a gentileza de me informar o mais urgente possível! Os fatos são inegáveis. As ciências são comprovadas, testadas, retestasdas e aceitas como certas. Será que os incrédulos desacreditarão a ciência só porque elas estão a coincidir com as profecias bíblicas?  Porque não há como negar que, nos tempos atuais, e de acordo com estes estudos, ciência e Apocalipse se equivalem.  A respeito de se crer ou nas Escrituras, pela fé, ou na ciência, pela comprovação incontestável de suas experiências, ou em ambas, simultaneamente, o Catecismo da Igreja Católica (1997), no Artigo 159, trata, magistralmente, da questão: 159 - Fé e ciência. “Porém, ainda que a fé esteja acima da razão, não poderá jamais haver verdadeira desarmonia entre uma e outra, porquanto o mesmo Deus que revela os mistérios e infunde a fé dotou o espírito humano da luz da razão; e Deus não poderia negar-

se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer a verdade”. “Portanto, se a pesquisa metódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente científica, segundo as leis morais, na realidade nunca será oposta à fé: tanto as realidades profanas quanto as da fé originam-se do mesmo Deus. Mais ainda: quem tenta perscrutar com humildade e perseverança os segredos das coisas, ainda que disso não tome consciência, é como que conduzido pela mão de Deus, que sustenta todas as coisas, fazendo com que elas sejam o que são”. Se O Fim do Mundo não estiver ocorrendo nos tempos atuais, como acredito que esteja, então, quando ocorrer, não importa quando, os acontecimentos mundiais terão que ser exatamente iguais, cientificamente iguais aos da atualidade, caso contrário as profecias bíblicas não se cumprirão! A graça do Senhor Jesus esteja com todos! Amém.      

Cairo César   Goiânia, 13 de maio de 2.016 3a edição

54

BIBLIOGRAFIA    

BENTO XVI, Papa. Encíclica-Caritas in Veritate. Vaticano, 2009.   BENTO XVI, Papa. Mensagens para o 42° Dia Mundial das Comunicações Sociais. Vaticano, 2008.   BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 1981.   CASTRO, Pe Flávio Cavalca de. O Apocalipse Hoje. Aparecida-SP: Santuário, 1982.   CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Loyola, 1999.   FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.  

HACKETT, General Sir John & outros oficiais generais conselheiros da NATO. A Terceira Guerra Mundial: Agosto de 1985. São Paulo: Melhoramentos, 1987.   JOÃO PAULO II, Papa. EncíclicaRedemptor Hominis. Vaticano, 1979.   JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ. Várias edições. Goiânia, 1982-2009.   JORNAL O POPULAR. Várias edições. Goiânia, 1982-2009.   NETO, José de Paiva. O Brasil e o Apocalipse. Vol.-I. São Paulo: LBV, 1984.   NIETZCHE, Frederico. Assim Falava Zarastutra. www.eBooksBrasil.org. 25/09/2009.   REVISTA BRIEFING. Edição de junho. São Paulo: 1982.   REVISTA DESPERTAI. Edição de abril. São Paulo: Associação Torre de Vigia de

Bíblias e Tratados do Brasil, 1985.   REVISTA FATOS. Edição de agosto. Rio de Janeiro: 1985.   REVISTA MUNDO EM FOCO. Ano 2, nº 2. São Paulo: 2007.   REVISTA SELEÇÕES – READER’S DIGEST. Edição de fevereiro. Rio de Janeiro: 1985.   REVISTA VEJA. Edição nº 1979, outubro. São Paulo: 2006.   SANCHEZ, Mário. O Apocalipse Interpretado. Goiânia: Imery, 1980.